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ESCOLA ATIVA ASPECTOS LEGAIS

ESCOLA TIVA ASPECTOS LEGAIS - livros01.livrosgratis.com.brlivros01.livrosgratis.com.br/me000587.pdf · 1.2.1 Classificação e Reclassificação A possibilidade de classificar e reclassificar

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ESCOLA ATIVA

ASPECTOS LEGAIS

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Fernando Henrique Cardoso

MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Paulo Renato Souza

SECRETÁRIA DO ENSINO FUNDAMENTAL

Iara Glória Areias Prado

FUNDO DE FORTALECIMENTO DA ESCOLA

DIREÇÃO GERAL

Antônio Emílio Sendim Marques

COORDENAÇÃO DA ESCOLA ATIVA

Fernando Ferreira Piza

ESCOLA ATIVA

ASPECTOS LEGAIS

Cleomar Herculano de Souza PesenteKátia Maria alves de Medeiros

Brasília, 2001

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

FUNDESCOLA − FUNDO DE FORTALECIMENTO DA ESCOLA

2001 FUNDESCOLA

Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida desdeque citada a fonte e obtida autorização do FUNDESCOLA

Pesente, Cleomar Herculano de SouzaEscola ativa: aspectos legais/Cleomar Herculano

de Souza Pesente, Kátia Maria Alves de Medeiros.Brasília: FUNDESCOLA−MEC, 2001.57 p.

1. Escola ativa 2. Proposta pedagógica3. Administração escolar I. Medeiros, Kátia Maria Alves de II. FUNDESCOLA III. MEC IV. Título

CDD 371.207

EDIÇÃO DE TEXTO

Rosângela Molina e Francisco VillelaPROJETO GRÁFICO

Francisco VillelaCAPA

Alexandre DunguelEDIÇÃO ELETRÔNICA

Cecília Bartholo

IMPRESSO NO BRASIL

FUNDESCOLA

Via N1 Leste, Pavilhão das Metas

Brasília-DF − 70150-900

Fone: 316-2908 − Fax: 316-2910

E-mail: [email protected]

Esta obra foi editada e publicada para atender aobjetivos do Programa FUNDESCOLA,

em conformidade com o Acordo de Empréstimonúmero 4487 BR com o Banco Mundial,

no âmbito do Projeto BRA 00/027 do PNUD −Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

APRESENTAÇÃO

partir da promulgação da Lei no 9394, de Diretrizes e Basesda Educação Nacional, em 20 de dezembro de 1996, a edu-

cação nacional ordena-se sob um novo paradigma.A mudança da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

(LDB) produziu reflexos sobre todos os sistemas educacionais do país,que passam por um processo de adequação necessário ao atendimen-to do atual diploma legal. Por conseguinte, faz-se necessário que aEscola Ativa passe, também, por esse processo.

Essa lei, alicerçada nos princípios da flexibilidade, autonomia edescentralização, delega à escola a possibilidade e a responsabilidadede agir como protagonista da educação nacional, quando lhe atribuia tarefa de “ elaborar e executar sua Proposta Pedagógica” e coloca,ainda, à sua disposição, uma série de mecanismos inovadores que lhepermite maior adequação às novas exigências dos tempos atuais.

A Proposta Pedagógica é hoje, sem dúvida, o principal instru-mento da autonomia da escola, devendo, por isso, estar respaldadapelo Regimento Escolar, o qual lhe confere embasamento legal.

Essa nova realidade exige, por sua vez, uma nova postura dosprofissionais no âmbito estadual e no municipal ao trabalharem coma estratégia Escola Ativa, devendo estar preparados não só para aobservação desses aspectos, mas, também, à orientação das escolasquanto à elaboração e aplicação de suas propostas pedagógicas.

Com esse objetivo, elaboramos o presente manual, referenciadona LDB, que fixa caminhos para a ação, cujos limites, além da próprianorma legal e das diferentes realidades sociais, dependerão da vonta-de de inovar e da iniciativa daqueles que o colocarão em prática.

A

IMPRESSO NO BRASIL

SUMÁRIO

PARTE 1ESCOLA ATIVA

1.1. O QUE MUDA PARA A ESCOLA ATIVA COM

A IMPLANTAÇÃO DA NOVA LDB? ..... 131.2. LIMITES E POSSIBILIDADES DA ESCOLA ATIVA FRENTE À LDB ..... 14

PARTE 2PROPOSTA PEDAGÓGICA

2.1. PROPOSTA PEDAGÓGICA – INSTRUMENTO DE AUTONOMIA ..... 212.2. O QUE É A PROPOSTA PEDAGÓGICA? COMO ELABORÁ-LA? ..... 22

PARTE 3REGIMENTO ESCOLAR

3.1. O QUE É REGIMENTO ESCOLAR? ..... 333.2. CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR ..... 33

3.3. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UM REGIMENTO ESCOLAR ..... 343.4. ASSUNTOS PREVISTOS NA LDB QUE DEVEM SER

DISCIPLINADOS NO REGIMENTO ESCOLAR ..... 36

PARTE 4PROFISSIONAIS DA ESCOLA ATIVA

4.1. PASSOS A SEREM CUMPRIDOS ..... 414.2. ESCLARECENDO DÚVIDAS ..... 42

PARTE 5ANEXOS

MODELOS:DECRETO DE CRIAÇÃO DA ESCOLA ..... 47

PORTARIA DE CLASSIFICAÇÃO ..... 48

PORTARIA DE RECLASSIFICAÇÃO ..... 49RESOLUÇÃO QUE DISPÕE SOBRE A

NORMALIZAÇÃO DA ESCOLA ATIVA ..... 50

BIBLIOGRAFIA ..... 57

PARTE 1

ESCOLA ATIVA

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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1.1. O QUE MUDA PARA A ESCOLA ATIVA COM AIMPLANTAÇÃO DA NOVA LDB?

Aeducação nacional, de 11 de agosto de 1971 a 19 de de-zembro de 1996, esteve sob a vigência da Lei no 5692/71,

que, segundo Nathanael, caracterizava-se por ser:Ø fechada;Ø autoritária;Ø burocrática;Ø centralizadora;Ø pouco flexível; eØ com tendência à padronização.A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional − Lei no 9394/

96, mais adequada às necessidades atuais devido às constantes eprofundas mudanças de um mundo globalizado, apresenta um caráterinovador e, baseando-se nos princípios da flexibilidade, autonomia edescentralização, delega à escola a tarefa de “ elaborar e executar suaProposta Pedagógica”. Isto corresponde a uma vinculação legal entreautonomia escolar e projeto pedagógico . A escola torna-se, portan-to, o locus privilegiado de organização do processo de aprendizagem.

Aí reside a grande diferença entre a situação anterior da EscolaAtiva e a atual − antes a escola tinha pouca autonomia e necessitavada elaboração de projeto de experiência pedagógica contemplando asespecificidades da Escola Ativa e a aprovação pelo Conselho Estadualde Educação; hoje isso não é mais necessário, em razão dos váriosdispositivos legais que amparam a escola. Entretanto, para que aestratégia metodológica da Escola Ativa tenha esse respaldo, é preci-so que esteja contemplada tanto na Proposta Pedagógica de cada es-cola quanto em seu Regimento Escolar. Isso mostra uma nova situa-ção tanto para as escolas, com relação à exigência da formalização desua Proposta Pedagógica, quanto para os profissionais da Escola Ativa,no que diz respeito ao preparo e orientação das escolas, utilizando-sedos meios legais mais favoráveis ao cumprimento dos objetivos daEscola Ativa, o que equivale dizer:

• compreender que a Escola Ativa é apenas uma estratégiametodológica voltada para classes multisseriadas e tem como pressu-

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postos ensino centrado no aluno e em sua realidade social; professorcomo facilitador e estimulador; gestão participativa da escola; e avan-ço automático para etapas posteriores. Portanto, aspectos que a escolatem plena autonomia, mas que devem estar bem detalhados em suaProposta Pedagógica e legalmente embasados no Regimento Escolar;

• ter amplo conhecimento da atual LDB e de sua regulamentaçãopelos Conselhos Nacional , Estadual e/ou Municipal, de modo a iden-tificar e utilizar os mecanismos mais adequados ; e, por fim,

• compreender as finalidades e a estrutura da Proposta Pedagógi-ca e do Regimento Escolar.

1.2. LIMITES E POSSIBILIDADES DA ESCOLA ATIVA FRENTE À LDB

A Lei no 9394/96 caracteriza-se, sobretudo, por ser uma lei abertae flexível. Como limites, nesta lei, encontramos basicamente:

• a imposição do mínimo de duzentos dias letivos de efetivo traba-lho escolar, excluído o tempo destinado aos exames finais, quandohouver (inciso I do art. 24);

• a exigência da carga horária mínima anual de oitocentas horas(inciso I do art. 24);

• a obrigatoriedade de estudos de recuperação (alínea “e” doinciso V do art. 24); e

• a freqüência mínima de setenta e cinco por cento de horas letivaspara aprovação (inciso VI do art. 24).

Excluídos os aspectos mencionados, abrem-se à escola inúmeraspossibilidades de organização da sua tarefa educativa.

Na elaboração da Proposta Pedagógica e do Regimento Escolarpode a escola usar dos mecanismos inovadores da LDB que facilitam oingresso, a permanência e a travessia do aluno pela educação básica eque melhor viabilizam o cumprimento de seus objetivos, quais sejam:

1.2.1 Classificação e ReclassificaçãoA possibilidade de classificar e reclassificar os alunos é um dos

dispositivos mais revolucionários da atual LDB. Uma das críticas queo sistema educacional brasileiro sempre recebeu foi a inexistência desaídas e entradas laterais. Atualmente, esse fato mudou: as entradas esaídas laterais são muitas e devem ser resolvidas pela escola.

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No parágrafo 1o, do artigo 23, está definida a reclassificação doaluno e no inciso II, do artigo 24, as regras comuns para a educaçãobásica incluindo a classificação. São, portanto, dois mecanismos distin-tos. Nunca é demais frisar que todos os procedimentos para classifica-ção e reclassificação devem estar expressos na Proposta Pedagógica econstar no Regimento Escolar, para que possam produzir efeito legal.

Classificar significa posicionar o aluno em séries anuais, perío-dos semestrais, ciclos ou outras formas de organização, inserindo oaluno no processo educativo, conforme o seu nível de desempenhoou de conhecimento e de acordo com o processo de avaliação defini-do pela escola em sua Proposta Pedagógica e Regimento Escolar(inciso II do art. 24).

A classificação pode ser feita em qualquer série ou etapa, excetona primeira do ensino fundamental, por:

(a) promoção para alunos da própria escola que cursaram comaproveitamento a série anterior, conforme normas previstas no Regi-mento Escolar;

(b) transferência para candidatos de outras escolas; e(c) avaliação feita pela escola, independentemente de escolarização

anterior.Reclassificar significa reposicionar o aluno em série, período se-

mestral, ciclo, fase ou etapa diferente daquele indicado em seu histó-rico escolar (§ 1o do art.23).

As escolas poderão reclassificar alunos transferidos de outros esta-belecimentos no território nacional e no exterior, tendo como base asnormas curriculares gerais e seus próprios alunos, desde que apre-sentem competência e maturidade. As regras para a reclassificaçãodevem estar definidas de forma clara em seu Regimento Escolar ecoerentes com as da Proposta Pedagógica da escola. A seguir, apre-sentamos algumas situações em que pode ocorrer a reclassificação,bem como alguns cuidados necessários para esse procedimento:

• aceleração de estudos para o aluno com atraso escolar em rela-ção a idade/série, ciclo ou etapa;

• aproveitamento de estudos concluídos com êxito; e• avanço para aluno que comprove, cabalmente, grau de desenvol-

vimento e competência para fase de estudos superior àquela em quese encontra.

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A escola, ao efetuar a avaliação para classificar ou reclassificar oaluno, observará os seguintes itens:

• na classificação, a admissão sem escolaridade anterior correspon-dente deve ser requerida de preferência no início do período letivo; e

• recomendam-se avaliações escritas sobre matérias da base nacio-nal comum dos currículos, com o conteúdo da série imediatamenteinferior à pretendida.

1.2.2 Regimes de Progressão

Progressão RegularÉ o procedimento que possibilita o avanço do aluno de uma série,

período ou etapa para outro, quando atendidas as normas estabelecidasna Proposta Pedagógica e no Regimento Escolar.

Progressão Parcial (inciso III do art. 24)É o procedimento que permite ao aluno avançar em componentes

curriculares para os quais já apresenta domínio do conhecimento ede possibilitar-lhe novas oportunidades de estudos nos componentescurriculares nos quais revele deficiência de aprendizagem.

Progressão Continuada (§ 2 o do art. 32)É um regime que permite às escolas desenvolverem seus currícu-

los, de forma contínua, sem mecanismo de retenção.A progressão continuada exige um novo tratamento para o pro-

cesso de avaliação na escola, transformando-o num instrumento es-sencial para a observação do progresso do aluno.

Implica maior compromisso com a aprendizagem do aluno, umavez que a escola tem a responsabilidade de lhe garantir as condiçõespara que ele aprenda utilizando-se da competência de seus profissio-nais, dos recursos pedagógicos ao seu alcance, do auxílio da família edo apoio da comunidade. Agora, é o progresso e não mais o fracassoque está na ordem do dia.

1.2.3 Calendário Escolar (§ 2o do art. 23 e art. 28)

A LDB preconiza que, na oferta de educação básica para a popula-

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ção rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessári-as à sua adequação e às peculiaridades da vida rural e de cada região.

Assim, o calendário escolar deve ser adaptado a cada comunida-de, admitindo o planejamento das atividades letivas em períodos queindependem do ano civil, atendendo, sempre que possível, as conve-niências de ordem climática, econômica ou outras que justifiquemtal medida, sem, contudo, reduzir a carga horária mínima de 800(oitocentas) horas anuais distribuídas por um mínimo de 200 (du-zentos) dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aexames finais.

1.2.4 Freqüência (inciso VI do art. 24)O controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o dis-

posto em seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensi-no. Exige-se a freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento)do total de horas letivas para aprovação.

Caberá à escola, conforme Proposta Pedagógica, dimensionar aporcentagem de faltas permitidas, estabelecer os sistemas de controlede freqüência e de acompanhamento individual da evolução do nú-mero de faltas do aluno e adotar procedimentos de alerta a alunos eresponsáveis.

1.2.5 Jornada Diária (art. 34)A jornada escolar no ensino fundamental deve ser de, pelo menos,

4 (quatro) horas diárias de efetivo trabalho escolar. À escola competea definição de sua jornada, segundo suas possibilidades e PropostaPedagógica.

1.2.6 Verificação do Rendimento EscolarÉ o mecanismo que busca verificar o grau de desenvolvimento do

aluno pela avaliação e recuperação.Os estudos de recuperação são obrigatórios, devendo ser minis-

trados pela escola em sua proposta e regimento.

PARTE 2

Proposta Pedagógica

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2.1. PROPOSTA PEDAGÓGICA – INSTRUMENTO DE AUTONOMIA

Na Lei no 9394/96 há referência expressa à Proposta Pedagó-gica nos artigos 12, 13 e 14, a saber:

“Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normascomuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:

I − elaborar e executar sua Proposta Pedagógica;II − ......................................................III − ....................................................IV − ....................................................V − .....................................................VI − ....................................................VII − informar os pais e responsáveis sobre a freqüência e o

rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua PropostaPedagógica.”

“Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I − participar da elaboração da Proposta Pedagógica do es-

tabelecimento de ensino;II − elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a Proposta

Pedagógica do estabelecimento de ensino;III − .........................................IV − ........................................V − .......................................VI − ........................................”“Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão

democrática do ensino público na educação básica, de acordo com assuas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:

I − participação dos profissionais da educação na elaboraçãodo projeto pedagógico da escola;

II − ........................................”Segundo Castoriadis, projeto é a “intenção de uma transformação

do real, guiada por uma representação do sentido dessa transformação elevando em conta as condições dessa realidade”. Portanto, a autonomiapara elaboração da proposta ou projeto pedagógico (os termos seequivalem na lei) representa para a unidade escolar a possibilidade derevelar sua compreensão própria das finalidades da tarefa educativanuma sociedade democrática e seu compromisso em executá-la, o

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que implica, por sua vez, uma tomada de consciência coletiva dosprincipais problemas ou dificuldades da escola, as possibilidades deencaminhá-los e a definição das responsabilidades individuais ecoletivas na execução das tarefas.

2.2. O QUE É A PROPOSTA PEDAGÓGICA?COMO ELABORÁ-LA?

A Proposta Pedagógica ou Projeto Pedagógico é um instrumentode caráter geral, que apresenta as finalidades, concepções e diretrizesdo funcionamento da escola, a partir das quais se originam todas asoutras ações escolares.

É importante ressaltar que não há um padrão de proposta pedagó-gica que atenda a todas as escolas . Cada unidade escolar está inseridanum contexto próprio, determinado por suas condições materiais epelo conjunto das relações que se estabelecem em seu interior e en-torno social. Assim, cada escola deve desenvolver o seu modelo, aqueleque melhor expressa sua identidade e seu compromisso com o aluno,com a comunidade , com a educação . Importante é assegurar que aproposta seja, de fato, uma construção coletiva, com a participaçãoativa de todos os envolvidos (alunos, pais, professores, funcionários,representantes da comunidade, etc). Só assim ficará enriquecida coma diversidade de experiências, conhecimentos e proposições, tendomaior probabilidade de envolvimento do grupo na sua execução. Tam-bém é preciso definir as prioridades e, a partir daí, estabelecer asmetas de curto e médio prazos.

Apresentamos, a seguir, alguns aspectos considerados relevantesna elaboração da Proposta Pedagógica:

2.2.1. Fase de PreparaçãoA fase de preparação é decisiva para o sucesso do processo de ela-

boração da Proposta Pedagógica, pois é nessa etapa que se buscaráassegurar o engajamento dos diversos segmentos da comunidade esco-lar. Nela identificamos, pelo menos, dois momentos significativos:

Divulgação − tem por objetivo fazer chegar ao conhecimento de todaa comunidade interna e externa que a escola estará se organizando para

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a definição de sua Proposta Pedagógica e deseja ouvi-los, com o intuitode atender aos seus anseios e aspirações. Para tal, se deverá lançar mãode todos os recursos que possam contribuir para esse fim : cartazes(espalhados pela escola e locais importantes da comunidade), divulga-ção nas rádios e jornais locais , comunicado aos pais, reuniões, etc.

Mobilização da Comunidade − objetiva arregimentar o maior nú-mero possível de pessoas para a elaboração da proposta, que poderãoser distribuídas em diversas equipes, quais sejam: de levantamentode dados, de avaliação, de redação, etc. Todos os segmentos e órgãoscolegiados da escola deverão ser contemplados: professores, profissi-onais que atuam na Escola Ativa, governo estudantil, associação depais, representantes da comunidade e outros.

2.2.2. Fase de ElaboraçãoOrganizadas as equipes de trabalho, é importante decidir

coletivamente e, antes de redigir o documento, observar os seguintesitens:

• os dados que serão relevantes para o trabalho;• a quem e onde recorrer na busca de informações;• a organização dos dados ;• as pessoas que poderiam contribuir no esclarecimento de even-

tuais dúvidas ou no aprofundamento das questões relativas à funda-mentação teórica;

• o cronograma de reuniões de cada equipe;• o cronograma das reuniões gerais, para socialização das infor-

mações levantadas e do andamento dos trabalhos de cada equipe;• a forma de divulgação do trabalho, de forma a manter a comuni-

dade permanentemente informada sobre o seu andamento e as con-clusões obtidas;

• o prazo para a conclusão do trabalho;• a pessoa que atuará como coordenadora do trabalho; e, por fim,• as pessoas responsáveis pela redação final do documento.Dessa forma, a elaboração da Proposta Pedagógica é um processo

bastante dinâmico, o qual deve ser criteriosamente sistematizado, afim de que as informações não se percam e se chegue ao produtofinal, que é o documento com o teor da proposta.

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Recomenda-se que o documento final da Proposta Pedagógicacontemple pelo menos os aspectos descritos a seguir:

(a) Histórico e identificação da instituição de ensino e da entidademantenedora – texto objetivo que permita situar historicamente a es-cola e revele as seguintes informações:Ø nome da escola e endereço;Ø nome da entidade mantenedora e endereço;Ø etapa(s) de ensino oferecida(s);Ø atos legais.

(b) Fins e princípios norteadores − um ideário que revele as concep-ções de homem, de sociedade, de educação, da função social daescola, etc., que embasará todas as ações de todos os segmentos daescola. Para tanto, é importante a coletividade se perguntar:

• Que tipo de sociedade queremos?• qual o perfil de homem e cidadão que desejamos formar ( com

que valores )?• qual é o papel da escola numa sociedade democrática?

(c) Diagnóstico e análise da situação da escola − todo projeto pedagó-gico deve partir de um diagnóstico da escola, de tal forma a revelaros aspectos positivos e aqueles que requerem mudanças. É respon-der, entre outras coisas:

• Qual a realidade de nossa escola, em relação aos aspectos legal,histórico, administrativo, financeiro, de recursos humanos e físicos?

• quantos somos ( número de alunos , servidores e pais) e quecaracterísticas e aspirações temos?

• quais os nossos índices de retenção e promoção?• qual o nosso desempenho nos programas de avaliação

institucional?• de quais recursos pedagógicos dispomos e quais são os proble-

mas e causas?Como exemplo de problemas, citamos:• baixo rendimento dos alunos;• altos índices de evasão e repetência;• defasagem na relação idade / série;

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• alunos pouco motivados;• pouca participação da comunidade;• professores despreparados;• escassez de recursos didáticos, entre outros.

(d) Definição dos objetivos educacionais e metas a serem alcançadas −a partir da informação e da análise da situação da escola, formulam-se seus objetivos, os quais darão “alma” ao projeto pedagógico erumo à ação educativa.

Os objetivos e metas, além de claros e precisos, devem expressaro fim a que a escola se destina, o norte para todos os segmentos eorganismos escolares, o que imprimirá unidade e continuidade àssuas ações. Nessa fase, é importante perguntar :

• qual a razão de ser de nossa escola?− corresponde à definição da missão da escola: formar o cidadão

ético, crítico, solidário, autônomo e feliz, por exemplo.• o que moverá a nossa ação na escola?− refere-se aos objetivos da ação educativa e derivados da missão da

escola: elevar o índice de aprovação; reduzir o índice de evasão, etc. • quais são as nossas metas de curto e médio prazos, traduzidos

em quantidade e prazo?− elevar para 95% o índice de aprovação e, no ano letivo de 2000,

reduzir a 10% o índice de evasão escolar, por exemplo.Ao se estabelecerem as finalidades e os objetivos da escola, é im-

portante observar os artigos 2o, 3o, 29 e 32 da LDB.

(e) Seleção das ações − para cada objetivo e meta definidos, deve ocoletivo da escola selecionar a ação ou ações que mais favoreçam oseu alcance, redigindo-as de forma clara e objetiva, tendo, ao mesmotempo, o cuidado de destacar aquelas que são mais emergenciais e osresponsáveis pela sua execução, além de atentar para que sejamexeqüíveis. Ao definir as ações a escola poderá agrupá-las por tema,ou conforme sua natureza:

• ações no campo da educação:− capacitação dos professores;− criação da biblioteca escolar;

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• ações no campo das atividades desportivas e culturais:− realização de 1o torneio interclasses de futsal; e− de festival de música e dança.− ações no campo da cidadania, etc: campanhas educativas, entre

outras.

(f) Organização curricular − a definição da organização curricular aser desenvolvida na escola deve representar o esforço de superação deuma visão meramente prescritiva de currículo expressa nos quadroscurriculares. Em sua formulação devem ser considerados elementosdiversos, tais como: os conteúdos a serem desenvolvidos em cada sérieou ciclo, a articulação entre as diversas áreas do conhecimento, asmetodologias e estratégias, o aproveitamento do tempo escolar, o pro-cesso de avaliação e outros. Importante também considerar as normaslegais sobre o assunto, tanto da LDB (artigos 9o, 23, 26, 27, 28, 33 e36), quanto dos Conselhos de Educação (Nacional e Estadual).

Tradicionalmente, as escolas brasileiras, e também a Escola Ativa,têm seus currículos organizados em séries anuais; as experiênciaspedagógicas que se diferenciavam dessa forma de organização de-pendiam de aprovação dos Conselhos Estaduais de Educação.

Com a implantação da Lei no 9394/96, abrem-se novas possibilida-des de organização curricular, conforme seu artigo 23:

“A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semes-trais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriadoscom base na idade, na competência e em outros critérios ou forma diversa deorganização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim orecomendar”.

Atualmente, a definição das diversas possibilidades de organiza-ção curricular é de competência da escola, caso tenha autonomiapara tal, ou da entidade mantenedora, desde que assegurada em suaProposta Pedagógica.

Ao organizar o seu currículo, a escola deve levar em conta a estra-tégia metodológica da Escola Ativa e sua estrutura em módulos.

Quando se referir às metodologias e estratégias, deve assegurar asformas de trabalho com os cantinhos de aprendizagem e outros re-cursos previstos na Escola Ativa.

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(g) Forma de gestão administrativa e pedagógica da escola − um dosimportantes princípios da Constituição Federal de 1988 foi “a gestãodemocrática do ensino público na forma da lei”. Referendando tal princí-pio, a Lei no 9394/96 traz em seu art. 3o, inciso VIII, a “gestão demo-crática do ensino público , na forma desta lei e da legislação dos sistemas deensino”, abrindo espaço para a participação da comunidade escolar eda local em órgãos de natureza colegiada. Gestão democrática implicaa tomada de decisão de forma coletiva, a partir do debate e do confron-to das posições e interesses dos diversos segmentos da escola.

Coletivamente, a escola definirá as instâncias colegiadas que se-rão criadas (associação de pais e mestres, conselho de escola, gover-no estudantil, etc. ), observando o disposto no artigo 14 da LDB.

A estratégia metodológica da Escola Ativa prevê uma forma de ges-tão democrática por meio do governo estudantil e da participação ativados pais e membros da comunidade. Portanto, a Proposta Pedagógicadeverá contemplá-los especificando sua forma de organização, atuaçãoe atribuições. O mesmo dar-se-á com os demais órgãos colegiados.

(h) Avaliação − a avaliação representa um elemento importante daProposta Pedagógica, e sua discussão e planejamento devem concor-rer para a superação da prática classificatória, seletiva e autoritáriaque se tem praticado. Deve contemplar não apenas o processo deaquisição de conhecimento, mas também outros aspectos, como aorganização do trabalho escolar , os valores, o currículo e a própriaProposta Pedagógica, pois a avaliação deve ser um processo formativoe contínuo. A resposta às questões seguintes favorecem a compreen-são de uma nova atitude em relação à avaliação da aprendizagem;conforme assinala:

• o que é aprender?• como o aluno constrói seu conhecimento?• qual a concepção que temos de conhecimento, ensino, aprendi-

zagem e avaliação?• o trabalho desenvolvido pelos professores tem auxiliado o aluno

no processo de construção de conhecimento, ou tem valorizado ape-nas a memorização?

• como dinamizar os conteúdos curriculares, de modo a instigar aparticipação do aluno?

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• como partir do conhecimento trazido pelo aluno, para relacioná-lo com o novo conhecimento?

• como propiciar a aquisição de conhecimentos e habilidadesintelectuais aliados às atitudes de cooperação, co-responsabilidade,iniciativa, organização e decisão?

Além dos aspectos mencionados deve a escola descrever,detalhadamente, as normas de verificação do rendimento escolaradotadas, cuidando para que estejam presentes também no Regimen-to Escolar, bem como atentar para o disposto nos artigos 12, 13 e 31da LDB.

A avaliação é um elemento de destaque no projeto pedagógico,porque é dela que se parte no momento da elaboração; está presentedurante toda a execução e a ela se volta para a redefinição de objetivos,metas e ações. É ponto de partida e de chegada; elemento essencialpara o sucesso do projeto, pois a partir dela é que se verificam osacertos e erros das decisões, os quais deverão ser levados em conta nacorreção e no aprimoramento de rumos.

(i) Organização da vida escolar e do regime escolar − ao descrever aforma de organização da vida escolar e o regime escolar, devem serobservados, principalmente, os artigos 12, 13, 22, 23, 24, 32 e 87 daLDB.

(j) Capacitação continuada de pessoal − deve ser preocupação cons-tante da escola a capacitação continuada de seu pessoal, sobretudodos professores, como forma de melhor alcançar seus objetivos eelevar seu padrão de desempenho. Assim, deverão estar contempla-das na Proposta Pedagógica da escola ações voltadas para esse fim(reuniões de estudo, cursos, encontros, etc.), observando-se os arti-gos 62, 67 e 87 da LDB.

(l) Profissionais envolvidos na Proposta Pedagógica − devem ser rela-cionados os envolvidos na execução da Proposta Pedagógica, obser-vando-se o disposto nos artigos 62 e 67 da LDB.

(m) Anexos − constituem parte integrante da Proposta Pedagógi-ca, dentre outros, os seguintes anexos:

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• calendário escolar;• quadro curricular;• plano de capacitação continuada de pessoal.Apresentamos, a seguir, o esboço de uma Proposta Pedagógica,

porém enfatizamos que a definição de sua forma e seu conteúdo é deresponsabilidade de cada escola:

• capa;• contra-capa;• sumário;• apresentação;• histórico e identificação da instituição de ensino e da entidade

mantenedora;• fins e princípios norteadores;• diagnóstico e análise da situação da escola;• objetivos e metas a serem alcançados;• ações a serem desenvolvidas;• organização curricular;• metodologia do ensino;• forma de gestão da escola;• avaliação;• organização da vida escolar e do regime escolar;• capacitação continuada de pessoal;• pessoal envolvido na Proposta Pedagógica;• anexos.Chamamos atenção para o fato de que deve ser na Proposta Peda-

gógica, em primeiro lugar, e no Regimento Escolar, em segundo,que se assegurarão todos os princípios da estratégia metodológicada Escola Ativa, de forma a lhe dar o embasamento legal necessário,sobretudo no que se refere aos aspectos de:

• organização curricular;• formas de gestão;• avaliação;• organização da vida escolar e do regime escolar.Devido ao fato de a elaboração do projeto pedagógico ser um

processo dinâmico, que requer esforço e comprometimento coletivoscom a formalização de educação de qualidade e adequada às novasdemandas sociais, tal não deve acontecer apenas em cumprimento a

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uma exigência legal. Sua execução e avaliação são tão importantesquanto a elaboração. Segundo Veiga, “ no que refere à execução, umprojeto é de qualidade quando:

a) Nasce da própria realidade, tendo como suporte a explicitação dascausas dos problemas e das situações nas quais tais problemas acontecem;

b) é exeqüível e prevê as condições necessárias ao desenvolvimento e àavaliação;

c) implica a ação articulada de todos os envolvidos com a realidade daescola; e

d) é construído continuamente, pois, como produto, é também processo,incorporando ambos numa interação possível.”

PARTE 3

Regimento Escolar

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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3.1. O QUE É REGIMENTO ESCOLAR?

O Regimento Escolar é o documento legal de existência obrigató-ria na unidade escolar, no qual é normatizada sua organização admi-nistrativa, pedagógica e disciplinar, assim como as relações entre seusdiversos segmentos constitutivos (os públicos interno e externo).

Com origem na Proposta Pedagógica, o Regimento Escolar a elase volta para conferir-lhe embasamento legal, incorporando no pro-cesso de sua elaboração os aspectos legais pertinentes e as inovaçõespropostas para o sistema de ensino, assim como as decisões exclusi-vas da escola no que concerne a sua estrutura e funcionamento.

3.2. CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO REGIMENTO ESCOLAR

Por tratar-se de um texto legal, devem ser observadas as normassobre elaboração e redação de atos normativos. Na sua elaboração,os assuntos devem ser reunidos por articulação e atender aos seguin-tes princípios:Ø A unidade básica de articulação será o artigo, indicado pela

abreviatura “art.”, seguida de numeração ordinal até o nono e cardi-nal a partir do décimo;Ø os artigos serão desdobrados em parágrafos; os parágrafos, em

incisos; os incisos, em alíneas; e as alíneas, em itens;Ø os parágrafos serão representados pelo sinal gráfico “§”, segui-

do de numeração ordinal até o nono e cardinal a partir do décimo,utilizando-se, quando existir apenas um, a expressão “parágrafo úni-co” por extenso;Ø os incisos serão representados por algarismos romanos; as alí-

neas, por letras minúsculas; e os itens, por algarismos arábicos;Ø o agrupamento de artigos constitui a seção: o de seções, o

capítulo; o de capítulos, o título; e o de títulos, o regimento;Ø as seções serão identificadas por algarismos romanos, grafadas

em letras minúsculas e em negrito ou caracteres que as realcem;Ø os capítulos e títulos serão grafados em letras maiúsculas e iden-

tificados por algarismos romanos;Ø os artigos poderão, também, ser agrupados em disposições pre-

liminares, gerais, finais ou transitórias, conforme necessário;Ø no artigo final deve ser declarada a vigência do documento; e

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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Ø haverá fecho com indicação de local, data e assinatura da auto-ridade escolar, que rubricará todas as páginas que constituem o do-cumento

Além dos princípios anteriormente citados, o Regimento Escolar:Ø deve ter um sumário com páginas numeradas;Ø deve ser redigido com precisão e ordem lógica, de forma sucin-

ta, clara e objetiva;Ø não deve conter rasuras; eØ não deve ser omisso em assuntos que comprometam a legalida-

de que embasará a execução da Proposta Pedagógica.

3.3. ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE UM REGIMENTO ESCOLAR

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

CAPÍTULO IDA IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR E DA

ENTIDADE MANTENEDORAIdentificar, de modo completo, a unidade escolar e registrar, se

for o caso, o ato legal que autorizou ou reconheceu seu funcionamen-to, nome da mantenedora, CNPJ, sede e registro em cartório.

CAPÍTULO IIDOS FINS E OBJETIVOS DA UNIDADE ESCOLAR

Registrar, de forma sucinta, os fins e objetivos da escola e o seucompromisso em fazer cumprir os princípios e fins da educação na-cional e toda a legislação correlata, vigente e superveniente.

TÍTULO IIDA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA

O Regimento Escolar deverá dispor sobre a composição dos di-versos aspectos da administração escolar, de acordo com os interes-ses de cada escola.

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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CAPÍTULO IDOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO

Discriminar a composição do corpo técnico administrativo e do-cente. Se a escola adotar conselho de classe ou outro tipo de colegiado,explicitar sua composição, seu funcionamento e suas atribuições.

De acordo com a estrutura administrativa e o interesse da escola,especificar os demais profissionais de educação que participam dodesenvolvimento da Proposta Pedagógica.

TÍTULO IIIDA ESTRUTURA CURRICULAR E DO FUNCIONAMENTO

CAPÍTULO IDAS ETAPAS E MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Discriminar as etapas e modalidades da educação básica ofereci-das pela escola, fins e objetivos de cada etapa, mínimo de duração ecarga horária. A operacionalização fica para a Proposta Pedagógica.

CAPÍTULO IIDA COMPOSIÇÃO CURRICULAR

A escola deverá registrar, sinteticamente, a organização e a compo-sição curricular e obedecer ao disposto no artigo 26 e seus parágrafosda Lei no 9394/96, bem como às normas baixadas pelos ConselhosNacional e Estadual de Educação, devendo ter presente as orientaçõesdos artigos 24, inciso IV; 27 a 31 (atentar para as normas posterioresdo CEE, a respeito da educação infantil); 32; 34; 35; 36; 37 e 38 dareferida lei, e as normas dos Conselhos Nacional e Estadual de Educa-ção, no que se aplica aos interesses de sua Proposta Pedagógica.

CAPÍTULO IIIDOS CRITÉRIOS DE MATRÍCULA E DE

TRANSFERÊNCIAEstabelecer claramente as normas que a escola adota para efetuar

a matrícula de seus alunos. Para tanto, observar o que dispõe o pará-grafo 1o do artigo 23; o inciso II e alíneas; os incisos III e IV doartigo 24 da Lei no 9394/96; e a regulamentação fixada pelo Conse-lho Estadual de Educação sobre essa matéria.

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CAPÍTULO IVDA VERIFICAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR

A escola é livre para estabelecer as normas de verificação do ren-dimento escolar. Nesse sentido, deve amparar-se nos critérios fixa-dos nos incisos V, VI e VII do artigo 24 da referida lei.

Nesse capítulo a Escola Ativa deve incluir e especificar a aplica-ção e formas de operacionalização de todos os instrumentos de avali-ação utilizados, tais como a ficha de controle de desempenho globale a de controle de progresso, entre outros.

TÍTULO IVDOS DIREITOS E DEVERES DOS PARTICIPANTES DO

PROCESSO EDUCATIVONo capítulo em questão, a escola deverá registrar, de forma

suscinta, os princípios que regem as relações entre os participantesdo processo educativo e explicitar os direitos e deveres de todos osenvolvidos.

TÍTULO VDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Outros registros, julgados necessários, devem ser inseridos nestetítulo.

Ressaltar que o Regimento Escolar, para efeitos jurídico-educacio-nais, ampara legalmente a execução da Proposta Pedagógica.

Fixar a data inicial da vigência do regimento, de acordo com asnormas do sistema de ensino.

Datar e assinar (a assinatura deve ser do diretor ou do representan-te legal da mantenedora, segundo as normas do sistema de ensino).

3.4. ASSUNTOS PREVISTOS NA LDB QUE

DEVEM SER DISCIPLINADOS NO REGIMENTO ESCOLAR

• A quem cabe elaborar e executar a Proposta Pedagógica e quemtem autonomia para sua revisão ( inciso I do art. 12);

• incumbência dos docentes (art. 13);• estudos de recuperação( alínea “e” do inciso IV, art. 24);

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• reclassificação, considerando a normatização do sistema de ensi-no (§ 1o art. 23);

• dias letivos e carga horária anual equivalente (§ 2o do art. 23);• classificação (inciso II, art. 24);• sistema de controle e de apuração de freqüência (inciso VI, art.

24);• expedição de documentos escolares (inciso VII, art.24); e• jornada de trabalho escolar (art. 34).

PARTE 4

Profissionais daEscola Ativa

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4.1 PASSOS A SEREM CUMPRIDOS

Os profissionais que atuam na Escola Ativa devem, a um só tempo, conhecer a atual LDB e estar atentos quanto a suaaplicabilidade no âmbito escolar. Assim, é fundamental que conhe-çam e acompanhem a legislação dos Conselhos de Educação Estadu-al ou Municipal, referentes aos dispositivos da LDB (classificação,reclassificação, progressão parcial, progressão continuada, etc.), bemcomo a situação de cada unidade escolar no que se refere aos itensseguintes:

• Criação da escola − verificar se existe um ato legal (decreto, por-taria, resolução, etc.) que cria a escola. Em caso negativo, deve-sediscutir com a Secretaria Estadual ou a Municipal a necessidade daelaboração desse ato, pois sua inexistência implica irregularidade dosestudos realizados. Em geral, o ato de criação de escolas públicas éum decreto do governo estadual ou do municipal (anexo I);

• Autorização e/ou reconhecimento do curso ou da escola – Certificar-seo curso está devidamente autorizado e/ou reconhecido pelo órgão com-petente. Caso não esteja, verificar a legislação pertinente e orientar aentidade mantenedora quanto à necessidade de instrução do processo.

O processo de autorização de curso é instruído conforme normasdos Conselhos Estadual ou Municipal de Educação e em geral con-tém os documentos: requerimento, ato de criação, regimento esco-lar, currículo, relação nominal do corpo técnico administrativo e do-cente, entre outros.

• Proposta Pedagógica − segundo o inciso I do artigo 12 da LDB, osestabelecimentos de ensino terão a incumbência de “elaborar e executarsua Proposta Pedagógica”. Portanto, será verificada a sua existência ese contempla as particularidades da estratégia metodológica da EscolaAtiva. Caso contrário, a escola deverá ser auxiliada na sua elaboração.

• Regimento Escolar − verificar se já está adequado à LDB e se dáamparo legal à execução da Proposta Pedagógica. Em caso negativo,orientar a escola para sua adequação.

A LDB abre a possibilidade da criação do Conselho Municipal deEducação. Logo, os profissionais que atuam na Escola Ativa deverãoestar atentos para tal situação, pois os municípios que criaram o seuconselho têm autonomia para legislar para a sua rede de ensino. Nes-

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ses casos, as escolas da rede municipal acompanham a normalizaçãodo Conselho Municipal de Educação; de outra parte, as que não ins-tituíram seu Conselho Municipal de Educação acompanham as nor-malizações do Conselho Estadual de Educação.

4.2. ESCLARECENDO DÚVIDAS

1. Na estratégia metodológica da Escola Ativa a aprendizagemestá centrada no aluno, ficando claro seu compromisso com o seusucesso escolar. Dessa forma, qual o tipo de progressão mais indicado?

R: Progressão continuada, sem mecanismos de retenção e comavaliação descritiva das competências e habilidades adquiridas peloaluno.

2. Segundo a LDB, a classificação é uma das regras comuns deorganização da educação brasileira. Em quais situações pode-se uti-lizar esse mecanismo?

R: Em três situações:• quando o aluno da própria escola obteve aproveitamento, con-

forme normas regimentais sobre avaliação;• quando o aluno for recebido por transferência; e• independentemente de escolarização anterior, após avaliação.

3. A LDB possibilita à escola reclassificar o aluno. Em quaissituações pode-se aplicar esse dispositivo?

R: Para reposicionar o aluno em ano, série, etapa, ciclo, etc. dife-rente do que está cursando.

4. A LDB exige, para aprovação, frequência mínima de setenta ecinco por cento do total de horas letivas. Como podemos calcular?

R: Os 75% são calculados sobre o total da carga horária anualobrigatória a todos os alunos, definida na Proposta Pedagógica e noRegimento Escolar. Por exemplo, se o total da carga horária anualfor de 800 horas,

800 x 75 100

= 600 h

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5. A Escola Ativa prevê o avanço nos módulos para o aluno quedemonstrar aproveitamento antes da conclusão da série. Como pro-ceder para que isso aconteça?

R: Aplicar o mecanismo da reclassificação e verificar se o alunoadquiriu a competência necessária para passar ao módulo seguinte.

6. A reclassificação prescinde da freqüência?R: A reclassificação independe da freqüência.

7. Que cuidados a escola deve ter na aplicação da reclassificação?• A reclassificação deve ser requerida pelo professor, aluno, ou

responsável por meio de formulário próprio;• a série pretendida deverá ser indicada pelo interessado;• verificar mediante avaliações escritas a aprendizagem das maté-

rias da base nacional comum dos currículos da série imediatamenteanterior à pretendida, registrando-se em ata o resultado obtido; e

• expedir portaria de reclassificação.

8. Como proceder quando a Escola Ativa é uma extensão deoutra escola (não é escola independente), cuja Proposta Pedagógicanão contempla suas peculiaridades?

R: A título de exemplificação, a Escola Pólo Joaquim Murtinhoestá organizada em dois ciclos de quatro anos, e sua extensão adota aestratégia metodológica da Escola Ativa, com regime seriado(multisseriado). Para situações como esta, temos três alternativas.

A primeira é a reformulação da Proposta Pedagógica da EscolaPólo de forma a contemplar, também, a Escola Ativa; a segunda al-ternativa é a manutenção da Proposta Pedagógica da Escola Pólo; euma Proposta Pedagógica específica deve ser elaborada para a exten-são que adota a estratégia metodológica da Escola Ativa contemplan-do suas especificidades; por último, a entidade mantenedora discipli-na por um ato legal (Resolução ou outro) a estratégia metodológicada Escola Ativa para sua extensão.

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

PARTE 5

AnexosMODELOS DE:

DECRETO DE CRIAÇÃO DE ESCOLA

PORTARIA DE CLASSIFICAÇÃO

PORTARIA DE RECLASSIFICAÇÃO

RESOLUÇÃO QUE DISPÕE SOBRE A NORMALIZAÇÃO DA ESCOLA ATIVA

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DECRETO DE CRIAÇÃO DA ESCOLA

Decreto no ________, de _____de ___________ de _________

Cria a Escola ___________________ comsede no Município de ______________ ,localizada na ___________________, noMunicípio _______________ e dá outrasprovidências.

O _______________________________, no usodas atribuições legais que lhe confere o__________________________________________________________.

Decreta:

Art. 1o Fica criada a Escola _____________________,________________com sede no Município de ______________,localizada na ________________, no Município de ________________.

Art. 2o Compete à Secretaria de ________ de Educaçãode _____________________ a colocação de pessoal e dos recursosnecessários ao funcionamento da escola, nos moldes do Sistema Estadualde Ensino.

Art. 3o Este decreto entrará em vigor na data de suapublicação, ficando revogadas as disposições em contrário.

_________________, _____de ___________ de _______.

______________________Governador

Secretário(a) de Estado de Educação

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PORTARIA DE CLASSIFICAÇÃO

ESCOLA______________________________________________

PORTARIA no _______,de _______ de _________de __________

Classifica o (a) aluno (a) em referência, edá outras providências.

O Diretor da Escola _____________________________no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto no inciso II,do Art. 24, da Lei no 9394, de 20 de dezembro de 1996, e o disposto naResolução/SED no _____________.

RESOLVE

Art. 1o Classificar o(a) aluno(a),____________________

____________ na______ série do Ensino _________________.

Art. 2o Determinar o registro da presente Portaria em todosos documentos escolares do(a) aluno(a) referido no Artigo 1o.

Art. 3o Esta Portaria entra em vigor na data de suaexpedição.

Local e data

_________________________Carimbo e assinatura do (a)

Diretor (a)

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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PORTARIA DE RECLASSIFICAÇÃO

ESCOLA_____________________________________________

PORTARIA no _______, de _____ de ___________de __________

Reclassifica o (a) aluno (a) emreferência, e dá outrasprovidências.

O Diretor da Escola ___________________________,no uso de suas atribuições legais e considerando o disposto no § 1o

do Art. 23, da Lei no 9394, de 20 de dezembro de 1996 e naResolução/SED no ___________.

RESOLVE

Art. 1o Reclassificar o (a) aluno (a)_____________________________ regularmente matriculado (a) na______ série para asérie _______do Ensino _________________.

Art. 2o Determinar o registro da presente Portaria em todosos documentos escolares do(a) aluno(a) referido no Artigo 1o.

Art. 3o Esta Portaria entra em vigor na data de suaexpedição.

Local e data

_________________________Carimbo e assinatura do (a)

Diretor (a)

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MINUTA DE RESOLUÇÃO

Resolução no _____, de ____de __________de 2000

Normaliza e orienta as escolas da rede_________ de ensino que adotam aestratégia metodológica da EscolaAtiva e dá outras providências.

O Secretário de ________ de Educação, no uso de suas atribui-ções legais e considerando a Lei no 9394, de 20 de dezembro de1996,

RESOLVE:

Art. 1o A presente resolução normaliza e orienta a estratégiametodológica para o ensino fundamental de 1a à 4a série, a ser implan-tada nas unidades escolares, constantes no Anexo I desta resolução.

CAPÍTULO IDa Escola Ativa

Art. 2o A Escola Ativa é uma estratégia metodológica voltada paraas classes multisseriadas, com gestão democrática e aprendizagemcentrada no aluno.

Art. 3o A Escola Ativa terá gestão democrática com o objetivo de:I − promover o desenvolvimento sócio-emocional dos alunos;II − possibilitar ao aluno a aquisição de conhecimento a partir da

sua experiência de vida;

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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III − propiciar vivência de processos democráticos;IV − favorecer maior articulação entre a escola e a comunidade.

CAPÍTULO IIDa Organização Curricular

Art. 4o A organização curricular é estruturada em séries anuais,com regimes de progressão continuada .

Art. 5o Os conteúdos curriculares referentes às áreas de conheci-mento de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geo-grafia de cada série serão operacionalizados por meio de módulos deaprendizagem, definidos de acordo com o projeto.

Art. 6o É facultado ao aluno avançar nos módulos de aprendiza-gem específicos de cada área de conhecimento, progressivamente.

§ 1o O aluno poderá avançar para a série seguinte, em determina-da área de conhecimento, demonstradas as habilidades e competên-cias relativas ao módulo da série em curso.

§ 2o O disposto na caput deste artigo não se aplica aos alunos queestão cursando a última série do primeiro segmento do ensino funda-mental.

Art. 7o A carga horária anual será de, no mínimo, oitocentas ho-ras e duzentos dias de efetivo trabalho escolar, com jornada diária dequatro horas.

Art. 8o O calendário escolar será flexível, de forma a atender àspeculiaridades locais de cada escola.

Seção IDo Regime de Progressão Continuada

Art. 9o A progressão continuada é o procedimento que permite aoaluno avanços sem mecanismos de retenção nas séries.

Art. 10. No regime de progressão continuada, o aluno será avali-ado em cada módulo das áreas de conhecimento e ao longo de todo oprocesso.

Parágrafo único. O desenvolvimento alcançado será registradoem fichas descritivas, devendo representar o resultado da avaliaçãoformativa.

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CAPÍTULO IIIDa Freqüência

Art. 11. Será exigida a freqüência mínima de setenta e cinco porcento do total de horas letivas para aprovação.

Parágrafo único.– A freqüência será computada a partir do in-gresso do aluno na unidade escolar.

CAPÍTULO IVDa Classificação

Art. 12. Classificar é posicionar o aluno em uma das séries doensino fundamental.

Art. 13. A classificação em qualquer série, exceto a 1a do ensinofundamental, pode ser feita:

I − por promoção para alunos que cursaram a série anterior naprópria unidade escolar;

II − por transferência, para candidatos procedentes de outras es-colas, efetuando-se, quando necessário, a avaliação;

III − por avaliação, independentemente de escolarização anterior,que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato epermita sua matrícula na série adequada.

Art. 14. A classificação prevista nos incisos II e III do artigoanterior pode ser efetivada em qualquer época do ano letivo.

Art. 15. A unidade escolar providenciará Portaria para efetivaçãodo ato de classificação nos casos previstos nos incisos II, quando foro caso, e III do artigo 12.

CAPÍTULO VDa Reclassificação

Art. 15. Reclassificar é reposicionar o aluno em série diferentedaquela em que está classificado.

Parágrafo único.– A reclassificação do aluno poderá ser solicitada:I − pelo(s) professor(res) com base nos resultados de avaliação

diagnóstica;II − pelo próprio aluno, quando maior, ou seus responsáveis quan-

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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do menor, mediante requerimento dirigido ao diretor da unidadeescolar.

Art. 16. Poderá ser reclassificado também o aluno que não atingira freqüência mínima exigida, desde que seu desempenho em todas asáreas de conhecimento tenha sido satisfatório.

Art. 17. A unidade escolar providenciará Portaria para efetivaçãodo ato de reclassificação.

CAPÍTULO VIDa Avaliação

Art. 19. A avaliação da aprendizagem deve ser realizada de formacontínua e ao longo da ação escolar.

Art. 20. Deve refletir a aprendizagem do aluno e os diferentesfatores que contribuem para o seu desempenho, objetivando:

I − identificar o progresso do aluno e suas dificuldades;II − orientar o professor e o aluno quanto às medidas necessárias

para superar as dificuldades;III − subsidiar o professor quanto ao planejamento e replanejamento

das atividades curriculares;IV − possibilitar a classificação e reclassificação de alunos;V − fornecer, ao final de cada módulo/série, elementos para emis-

são de parecer do professor sobre a aprendizagem do aluno.Art. 21. A avaliação da aprendizagem será registrada em ficha de

autocontrole, com o acompanhamento do professor, e, ao final dosmódulos de cada área de conhecimento, em ficha descritiva de de-sempenho.

CAPÍTULO VIIDa Recuperação

Art. 22. A recuperação da aprendizagem é parte integrante doprocesso educativo ao longo do ano letivo e visa:

I − oferecer oportunidade ao aluno de identificar suas necessida-des e de assumir responsabilidade pessoal com a sua aprendizagem;

II − propiciar ao aluno o alcance dos requisitos considerados in-dispensáveis para sua aprendizagem;

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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III − diminuir o índice de evasão.Art. 23. A recuperação da aprendizagem será realizada à medida

que forem detectadas deficiências no processo de aprendizagem e norendimento do aluno.

Parágrafo único. A recuperação prevista neste artigo terá por alvoa revisão de conteúdos ministrados, a reavaliação e a revisão do de-sempenho apresentado, como estímulo ao compromisso com o pro-cesso de permanente crescimento do aluno.

CAPÍTULO VIIIDa Organização da Vida Escolar

Art. 24. A organização da vida escolar faz-se com a intermediaçãode um conjunto de normas que tem por objetivo garantir o acesso, apermanência e a progressão nos estudos, assim como a regularidadeda vida escolar do aluno, pelos seguintes instrumentos:

I − requerimento de matrícula;II − diário de classe;III − ficha descritiva de desempenho;IV − transferência;V − ata de resultados finais.

Seção IRequerimento de Matrícula

Art. 25. O requerimento de matrícula é o documento utilizadopara a efetivação da matrícula e deve ser assinado pelo pai ou respon-sável, ou pelo próprio aluno, quando for o caso.

Seção IIDiário de Classe

Art. 26. O diário de classe destina-se ao registro da freqüência doaluno e dos conteúdos trabalhados.

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Seção IIIDa Ficha Descritiva de Desempenho

Art. 27. A ficha descritiva de desempenho é um instrumento indi-vidual na qual deverão constar as informações sobre o aproveitamen-to do aluno e suas dificuldades, em cada área de conhecimento.

Parágrafo único. O registro das informações será de responsabili-dade exclusiva do professor.

Art. 28. Na ficha deverá ser assegurado o registro dos seguintesdados:

I − identificação da escola;II − identificação do aluno/ano/série/turno/turma;III − desempenho por componente curricular;IV − local, data e assinatura do professor.Parágrafo único. As fichas descritivas de desempenho deverão

ser arquivadas para fins de acompanhamento do desempenho do alu-no e transferência.

Seção IVDa Transferência

Art. 29. A transferência será expedida em formulário próprio,devendo nele constar:

I − dados de identificação da escola;II − dados de identificação do aluno;III − informação sobre a situação atual do aluno.Parágrafo único. A ficha descritiva de desempenho é parte inte-

grante, como anexo, da transferência.Art. 30. Cabe à escola expedir transferência com dados claros e

precisos que assegurem a regularidade e a autenticidade da vida es-colar dos alunos.

Seção VDa Ata de Resultados Finais

Art. 31. Ao término de cada série será elaborada ata de resultadosfinais, registrando-se:

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I − no cabeçalho, a série cursada pelo aluno e o ano;II − no espaço reservado à relação nominal do corpo discente, a

listagem de todos os alunos matriculados na respectiva série/turma/turno/ano;

III − todas as informações pertinentes aos atos de vida escolar dosalunos;

IV − no espaço destinado ao resultado final:a. PC − para aluno em progressão continuada;b. T − para aluno transferido;c. D − para aluno desistente;d. R − para aluno reclassificado;e. AP – para aluno concluinte da 4a série.

CAPÍTULO IXDas Disposições Gerais

Art. 32. Os materiais didático-pedagógicos e instrucionais serãoespecíficos da Escola Ativa, adaptados e complementados pelos pro-fessores, conforme as especificidades locais.

Art.33. Fica aprovado o quadro curricular do ensino fundamental(1a à 4a série) para as escolas que adotam a estratégia metodológicada Escola Ativa, Anexo II desta resolução.

Art. 34. A presente resolução possui valor regimental.Art. 35. Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação

e revoga as disposições em contrário.

_____________,___ de __________de______ .

ESCOLA ATIVA − ASPECTOS LEGAIS

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BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Conselho Nacional deEducação (Câmara de Educação Básica). Parecer no 05, de 07de maio de 1997. Proposta de Regulamentação da Lei no 9394/96.

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Conselho Nacional deEducação (Câmara de Educação Básica). Parecer no 12, de 08outubro de 1997. Esclarece dúvidas sobre a Lei no 9394/96 (Emcomplemento ao Parecer no 05/97)

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Conselho Nacional deEducação (Câmara de Educação Básica).Resolução no 02, de 07de abril de 1998.

BRASIL. Ministério da Educação e Desporto. Lei no 9394, de 20 dedezembro de 1996. Fixa Diretrizes e Bases da Educação Nacio-nal.

DELORS, Jacques et alii. Educação: um tesouro a descobrir. 2a ed. SãoPaulo: Cortez , Brasília, DF: MEC:UNESCO, 1999. Relatóriopara Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para oSéculo XXI.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em constru-ção da pré-escola à universidade. 11 ed. Porto Alegre: EditoraMediação, 1997.

MATO GROSSO DO SUL. Secretaria de Estado de Educação.Conselho Estadual de Educação. Parecer no 373, de 03 de de-zembro de 1997. Dispõe sobre a organização das instituiçõesescolares, conforme a nova LDB.

PÓVOA FILHO, Francisco Liberato et alii. Escola: solucionando pro-blemas, melhorando resultados. Belo Horizonte: UFMG – Escolade Engenharia/Fundação Cristiano Ottoni, 1996.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira e SILVA, Eurides Brito da. Comoentender e aplicar a nova LDB (Lei no 9.9394/96). São Paulo: Edi-tora Pioneira, 1997.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro et alii. Escola: espaço do projeto político-pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.

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