37
A ESCULTURA GREGA A escultura arcaica (séculos VII e VI a.C.) A escultura clássica (séculos V e IV a.C.) A escultura helenística (séculos IV a I a.C.)

Escultura grega

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

A ESCULTURA

GREGA

A escultura arcaica (séculos VII e VI a.C.)

A escultura clássica (séculos V e IV a.C.)

A escultura helenística (séculos IV a I a.C.)

Arte Pré-Clássica

Escultura da Tríade de Miquerinos, Museu do Cairo, Egito

Inovações da Escultura Grega face à arte Pré-Clássica

• Naturalismo das formas; • Regras de representação do corpo humano: rigor

anatómico e cânone; • Quebra da lei da frontalidade: contrapposto; • Sorriso; • Nu; • Idealização da figura humana: carácter heroico. • Dimensão humanista da escultura; • Funções honoríficas, políticas, funerárias e ornamentais

(ligadas à arquitetura).

CRONOLOGIA DA CIVILIZAÇÃO GREGA

700-500 a. C. 500-400 a. C. 400-323 a. C. 323-30 a. C.

Período

Arcaico

Período Clássico Período

Helenístico 1ª Idade Clássica 2ª Idade Clássica

Ver manual página 51, figuras 45, 46 e 47

a escultura arcaica: os Kouroi

Os irmãos Cleobis e Biton, de Polimedes de Argos, c. 590-580 a.C.

Os Kouroi (plural de Kouros), homens novos representados nus, são representações heróicas a que

tinham direito os jovens por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da sua polis.

a escultura arcaica: os Kouroi

Kroisos, de Kouros de Anavysos, c. 525 a.C.

As Korai (plural de Koré), mulheres jovens representadas vestidas, são, geralmente, ex-votos

(estátuas colocadas em santuários e em túmulos em cumprimento de promessas).

a escultura arcaica: as Korai

Koré de Eutídicos, c. 500 a.C.

Sem título/autoria, c. 500 a.C.

a escultura arcaica: as Korai

Escultura Arcaica(séculos VII e VI a.C.) • Sobriedade;

• Volume maciço e cúbico; • Silhuetas de ombros largos • Perna esquerda adiantada e punhos cerrados; • Vulto redondo, realizadas de pé sem qualquer apoio; • Barba e cabelo simplificados e convencionais; • Rosto esquemático com sorriso enigmático; • Temática Kouroi (representações heroicas a que os

jovens tinham direito por vitórias em competições atléticas e por morte em defesa da pólis) e Kourai (ex-votos, estátuas para o cumprimento de promessas).

o estilo severo O estilo severo refere-se à estatuária datada do século V a.C. que faz a transição entre o estilo arcaico

e o estilo clássico e se caracteriza por uma expressão séria e contemplativa, por alguns rasgos de

mobilidade, pelo domínio das proporções e pelo abandono do estatismo e rigidez do corpo,

característicos dos Kouroi.

O Auriga de Delfos, c. 470 a.C.

o estilo severo

Poseídon, de Ageladas de Argos, c. 460-450 a.C.

Estilo Severo (séculos V e IV a.C.)

• Severidade e sobriedade no tratamento dos rostos e corpos ( congelamento da ação num momento);

• Abandono da rigidez e da atitude estática do corpo ( maior naturalismo e estudo mais detalhado do corpo humano);

• Ênfase nos traços anatómicos, interesse pela caracterização das emoções e potencial narrativo, explorando a dinâmica corporal;

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

A escultura clássica do século V. a.C. introduziu um novo conceito – o contrapposto, que se trata de

uma postura em que o corpo se apoia sobre uma perna, enquanto a outra se encontra ligeiramente

flectida,

provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e

levando os corpos a exprimir-se através de um delicado

movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo.

Com Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone

clássico – o ideal da figura humana, caracterizado pelo

equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro

movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a

sete vezes a da cabeça. (ver página 56)

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

Diadúmeno, de Policleto, c. 430 a.C.

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica Fídias: o mais famoso artista da Antiguidade

Posídon, Apolo e Artémis – pormenor do friso do Pártenon, de Fídias, c. 447-432 a.C.

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

Os frisos do Pártenon são os trabalhos onde Fídias melhor exprimiu o seu estilo, numa associação

perfeita entre idealização e realismo. Neste relevo, o escorço (representação das figuras em perspetiva

e com proporções menores), o movimento e a expressão, transmitem a sensação de naturalidade,

equilíbrio e serenidade, que exprimem a forma clássica na sua plenitude.

a escultura clássica: a 1ª Idade Clássica

Escultura da 1ª Idade Clássica ( século V a.C.) • Contrapposto (postura em que o corpo se apoia sobre uma perna,

enquanto a outra se encontra ligeiramente fletida, provocando assimetrias entre os módulos anatómicos e levando os corpos a exprimir-se através de um delicado movimento de cabeça e de uma ligeira flexão do corpo);

• Míron introduz o “cânone do movimento”; • Policleto e o seu Doríforo estabeleceu-se o cânone clássico – o ideal da

figura humana, caracterizado pelo equilíbrio e a harmonia das partes anatómicas, por um ligeiro movimento de ombros e quadris e pela altura do corpo igual a sete vezes a da cabeça ( “cânone do repouso”);

• Fídias, introduz o movimento e o valor expressivo e as figuras esculpidas atingem o naturalismo, o equilíbrio, a serenidade, a harmonia, a graciosidade e a majestade características desta época;

a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Afrodite de Cnido, de Praxíteles, c. 350 a.C.

a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Hermes e o jovem Dionisio, de Praxíteles, c. 340 a.C.

a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Luta entre Gregos e Amazonas – pormenor de friso do Mausoléu de Halicarnasso, de Escopas, c. 350 a.C.

Com Escopas, as figuras surgem pela primeira vez com uma expressão patética, através de alguma deformação dos

rostos e violência dos traços. Ao «ethos» (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da

primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da

paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.

a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Apoxiomeno, de Lisipo, c. 320 a.C. (cópia romana)

Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um

novo cânone com novas proporções –

altura do corpo igual a oito vezes a da

cabeça –, resultando um corpo mais

esbelto e uma cabeça mais pequena.

Nesta obra, rompe definitivamente com o

plano frontal da estátua, ao projetar os

seus braços no espaço, dotando-a de

movimento tridimensional e de um

sentido mais espontâneo.

a escultura clássica o cânone de Policleto e o cânone de Lisipo

a escultura clássica: a 2ª Idade Clássica

Hércules Farnesio, atribuído a Lisipo, c. 320 a.C., cópia romana em mármore do original em bronze, com 317 cm de altura

Escultura da 2ª Idade Clássica ( século IV a.C.)

• Praxíteles representa outro tipo de sentimentos – a ternura, o amor, o erotismo, onde a beleza, a sensualidade, a graciosidade e a gentileza emergem do seu olhar sonhador, do seu vago sorriso, do seu “estar ausente”, e enriqueceu o contrapposto com uma nova torção do eixo do corpo, gerando um movimento ondulante que ficou conhecido por “curva praxiteliana”.

• Escopas representa as figuras com uma expressão patética, através de alguma deformação dos rostos e violência dos traços. Ao ethos (representação da beleza física e do carácter), dirigido à racionalidade, da primeira idade clássica, sucedeu o «pathos» (exteriorização das emoções e sensibilidades), dirigido à expressão da paixão, do sentimento e do afeto, da segunda idade clássica.

• Lisipo apresenta no seu Apoxiomeno um novo cânone com novas proporções – altura do corpo igual a oito vezes a da cabeça –, resultando um corpo mais esbelto e uma cabeça mais pequena. Rompe definitivamente com o plano frontal da estátua, ao projetar os seus braços no espaço, dotando-a de movimento tridimensional e de um sentido mais espontâneo.

a escultura helenística

Mapa do Império de Alexandre, o Grande, após a sua morte em 323 a. C., com a localização

dos principais centros de criação cultural e artística: Pérgamo, Antioquia e Alexandria

a escultura helenística

O Gaulês Moribundo, s/a, Pérgamo, c. 230 a.C., mármore

No período helenístico a plástica grega substitui o predomínio da harmonia, do equilíbrio e da

procura do belo ideal – o «ethos» – que caracterizara toda a arte grega durante o Classicismo, para

privilegiar o naturalismo, o expressionismo e a intensidade dramática das suas obras, a

expressão da paixão, do sentimento e do afecto – o «pathos».

a escultura helenística

Vénus de Milo,

c. 200 a.C., mármore,

202 cm de altura.

a escultura helenística: Niké de Samotrácia

Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.

A forma capta o momento em que a deusa poisa na proa de um navio, de asas abertas, num perfeito equilíbrio entre o

movimento do corpo e a força do vento que se lhe opõe (tema mitológico).

Toda a figura está animada de um invulgar dinamismo, resultante precisamente deste jogo de interacções entre o

espaço e a estátua. A agitação das roupagens húmidas que lhe cingem o corpo, firme e enérgico, desafiando a

natureza (a força do vento), bem como o tratamento plástico e expressivo conferido às pregas fluidas do tecido

transparente, contribuem para o efeito de sublimação característico da arte deste período.

Atribuída a Pitócrito, da Escola de Rodes, c. 200-190 a.C.

a escultura helenística: Niké de Samotrácia

a escultura helenística: Laocoonte e os filhos

Conjunto escultórico da Escola de Rodes, c. 175-50 a.C.

A composição, de acentuado efeito dramático e manifestando um pathos muito pronunciado, encarna a tragédia

sublime a partir de um tema mitológico. O grupo escultórico representa uma concepção inquietante e agonizante da

existência – a luta contra o destino – através de uma série de recursos expressivos, tais como a composição

desequilibrada que imprime dinâmica a toda a cena, os corpos agitados, a expressão de dor física e de impotência

carregada no rosto de Laocoonte e a musculatura exagerada. A exaltação e a elevação expressiva presentes na obra

provocam um sentimento simultâneo de prazer e perturbação.

a escultura helenística: o Altar de Zeus

Parte do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.

Este monumento comemorativo possui um friso de altos-relevos que percorre toda a sua base, com 120 m

de comprimento e 2,30 m de altura, e apresenta cenas gigantomaquia e amazonomaquia (tema

mitológico).

a escultura helenística: o Altar de Zeus

Pormenor do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.

O estilo é agitado, violento e convulsivo, mas coeso o suficiente para transmitir uma enorme força

dramática.

A obra é caracterizada por intensos contrastes de luz e sombra, corpos musculados e vigorosos,

roupagens agitadas pelo vento, dinamismo das figuras em luta, virilidade, emoção e dramatismo a tocar

o “patético”, que lhe conferem um sentido de unidade que quase rivaliza com a solenidade e a

imponência arquitetónica.

O tema mitológico tinha um sentido simbólico: pretendia traduzir as vitórias dos Gregos sobre os

Persas.

a escultura helenística: o Altar de Zeus

Detalhes do friso, vários artistas, Pérgamo, c. 164-156 a.C.

Escultura Helenística ( séculos III, II e I a.C.)

• Realismo expressivo; • Intensidade dramática das suas obras – o «pathos» ; • «Sublime» (No seu «Tratado do Sublime», Longino definiu o

conceito como um valor estético que está para além da beleza e que pertence à esfera do sentimento e não da razão. O sublime traduz, então, uma forma particular de sentimento estético);

• Retrato e cenas de género