Esgoto e saneamento

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/6/2019 Esgoto e saneamento

    1/3

    Esgoto e saneamento

    O escoamento e a purificao de guas servidas uma necessidadeprioritria, especialmente nos grandes aglomerados urbanos, pois osdejetos representam risco potencial de infeco, intoxicao e epidemia.Esgoto o conjunto geral de canalizaes, estaes de controle, sistemasde bombeamento e outros equipamentos destinados ao esgotamento deguas servidas. Saneamento o conjunto de obras e servios destinadosa assegurar a higiene e a salubridade dos agrupamentos humanos. Asobras de esgoto e saneamento integram-se num conjunto destinado arecolher, transportar, tratar e eliminar as guas servidas.Apesar das epidemias que sucessivamente assolaram a humanidade detempos em tempos e cuja origem liga-se s precrias condiessanitrias dos aglomerados urbanos, na antiguidade e na Idade Mdiapouca ateno se deu a essa questo. Na Roma antiga, encontram-sesinais de que o problema fora objeto de ateno das autoridades, comoprova a Cloaca Maxima, sistema de esgotos construdo no sculo VI a.C.,inicialmente a cu aberto, que recolhia as guas servidas de toda acidade e desembocava no rio Tibre.A rigor, somente no incio do sculo XVIII que a necessidade deresolver o problema foi tratada de forma tcnica, quando o sanitaristaalemo Johann Peter Frank desenvolveu o conceito de saneamentourbano e reclamou a criao de uma polcia mdica. Foi ele o primeiro aobservar que a organizao sanitria deveria ser de responsabilidadeinternacional. No que concerne higiene e habitao, recomendavamelhor disposio das moradias e a instalao de servios de limpeza nascidades e lugares habitados. Lembrou a necessidade de calar as ruas,varr-las e dot-las de canalizaes de esgoto amplas e com declivesuficiente. Combateu vigorosamente a falta de aparelhos sanitrios nascasas particulares e o costume, ento comum, de lanar detritos pelajanela.

    Categorias.Para efeito de tratamento, as guas servidas dividem-se em: guas decozinha, de lavagem de roupa e piso, de pia, lavatrios e banheiro etc;guas com dejetos humanos e de animais, provenientes de latrinas emictrios; guas servidas de matadouros, aougues, mercados,

  • 8/6/2019 Esgoto e saneamento

    2/3

    estbulos, cocheiras etc.; guas carregadas de matrias qumicas ouresduos industriais; guas usadas em servios pblicos de limpeza deruas, praas e jardins, de fontes, de combate a incndio; e guas desubsolo. Agrupam-se em trs classes: guas residuais, guas industriais

    e guas superficiais. Ao elaborar um sistema de esgotos sanitrios, deve-se levar em conta as caractersticas de cada uma.

    Fossa ou esgoto esttico.Na zona rural, nas zonas urbanas mais afastadas e nas pequenaspovoaes, onde geralmente no existe rede pblica de esgoto, as guasservidas so tratadas no prprio terreno, por meio de fossas.Inicialmente, eram simples depsitos fechados, com um tubo de entrada,outro de ventilao e uma tampa para remoo peridica do contedo,

    operao perigosa e repugnante. Com o tempo, os projetos foramaperfeioados at que, em 1860, conseguiu-se a liquefao quasecompleta dos detritos em recipientes fechados, em menos de um ms.Pouco mais tarde, foram definidos os princpios que da por diantepassaram a reger o funcionamento das fossas spticas. Em 1906, naAlemanha, Karl Imhoff projetou o poo que recebeu seu nome. Anosdepois, tambm na Alemanha, Otto Mohr inventou a cmara decantadoraOMS, capaz de otimizar as condies de funcionamento da fossa sptica.

    Esgoto dinmico, redes e sistemas.Cada cidade deve possuir sua prpria rede de esgotos, para onde fluiroas guas servidas das redes que servem aos prdios, tambmconstitudas de canalizaes e equipamentos. Enquanto no antigosistema romano, todas as guas servidas, matrias fecais e guaspluviais eram conduzidas para a mesma rede externa geral, nos sistemasmodernos, denominados separadores, as guas pluviais tomam destinodiferente das guas servidas. Ambos os sistemas fazem parte do esgotodinmico, pelo qual a gua corre por gravidade ou acionada por sistemas

    de bombeamento.Os esgotos domiciliares dividem-se em primrios e secundrios. Osprimrios so ligados diretamente rede de esgoto externa e possuemum sistema de coleta e distribuio para as estaes de tratamento. Ossecundrios ligam-se s caixas e sistemas de distribuio, caixassifonadas, sifes, vasos sanitrios e conectores. O lanamento de esgotos

  • 8/6/2019 Esgoto e saneamento

    3/3

    industriais na rede pblica obedece, em todo o mundo, a legislaoespecfica. No se permite, por exemplo, o despejo de gases ou produtostxicos, substncias inflamveis ou produtoras de gases inflamveis,resduos e corpos capazes de provocar entupimento ou incrustaes que,

    com o decorrer do tempo, possam impedir a passagem das guasservidas.A rede de esgoto pblica, externa, um sistema de coleta e tratamentoem vrios pontos da cidade. Possui equipamentos e sistemas deventilao, aerao e desinfeco, para que as guas servidas, aochegarem ao emissrio final, de onde sero levadas para um pontodistante do mar ou outro lugar adequado, estejam desprovidas, aomenos parcialmente, de bactrias, detritos e substncias txicas, que asacompanham desde a origem.

    Esgotos pluviais.No campo, as guas da chuva escoam pela declividade natural doterreno. Nas cidades pequenas, o escoamento se faz pelas sarjetas, quedevem obedecer a um bom traado. Nas grandes cidades, o volume deguas pluviais necessita de um complexo sistema de captao eescoamento que permita sua vazo. Essas instalaes, externas epblicas, consistem de um conjunto de equipamentos que levam a guaa seu destino final. Quando a rede urbana no d vazo suficiente s

    guas da chuva - para o que contribui a falta de limpeza peridica -,pode ocorrer inundao de grandes reas.