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ESPÉCIES DE PENAS Direito Penal II – Professora Paola Santos

Esp cies de Penas - CEAP · a aplicação das penas alternativas restritivas de direito,vistoque a Lei dos CrimesHediondosfoi alteradaedispõequeapenadeverásercumprida

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ESPÉCIES DE PENASDireito Penal II – Professora Paola Santos

�Privativas de Liberdade

�Alternativas

Espécies de penas (art.32 do CP)

Reclusão: Pode começar a ser cumprida em três regimes distintos:

� Regime Fechado: estabelecimentos de segurança máxima e média;regime inicial quando a pena aplicada exceda a 8 anos;

� Regime Semi-Aberto: é aquele em que a pena é cumprida emcolônias penais agrícolas e industriais; regime inicial quando a pena

DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Regime Semi-Aberto: é aquele em que a pena é cumprida emcolônias penais agrícolas e industriais; regime inicial quando a penaaplicada for superior a 4 anos, mas não exceder a 8 anos;

� Regime Aberto: o sujeito trabalha durante o dia e, à noite e nosdias de folga, deve se recolher à casa do albergado ou à prisão ouestabelecimento congênere; regime inicial quando a pena aplicadafor igual ou inferior a 4 anos.

Detenção: A pena de detenção jamais podecomeçar a ser cumprida no regime fechado.Essa é a grande diferença entre a pena dedetenção e a pena de reclusão. Tem somentedois regimes iniciais:dois regimes iniciais:

� Regime Semi-Aberto: quando a pena aplicadaexceder a 4 anos;

� Regime Aberto: quando a pena aplicada forigual ou inferior a 4 anos.

� No caso de pena de reclusão, se o condenado forreincidente, sua pena começa a ser cumpridaobrigatoriamente em regime fechado; o critérioquantitativo só vale para os primários.

� No caso de pena de reclusão, se o condenado, emboraprimário, não preencher os requisitos do art. 59 do CP

Observações

primário, não preencher os requisitos do art. 59 do CP(bons antecedentes, boa conduta social etc.), começará,obrigatoriamente, em regime fechado.

� No caso de pena de detenção, se o condenado forreincidente, ou não preencher os requisitos do art. 59do CP, começará, obrigatoriamente, em regime semi-aberto.

� O condenado tem direito a passar do regime inicial paraum regime mais brando após o cumprimento de 1/6 dapena, desde que o seu mérito autorize a progressão.

� Com o advento da Lei 11.464/07 (Agora, é legalmenteadmitida à progressão de regime prisional quando se tratarde condenação por crime hediondo e seus equiparados(tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e

PROGRESSÃO DE REGIME (art. 112 da LEP)

de condenação por crime hediondo e seus equiparados(tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins eterrorismo), uma vez que o novo §1º, do art. 2º da Lei dosCrimes Hediondos, diz que a pena, por tais crimes serácumprida inicialmente em regime fechado. O §2º, domencionado artigo, estabelece a quantidade que deve sercumprida da pena, para que seja possível a progressão doregime (ou seja, 2/5 para apenados primários, e 3/5 parareincidentes).

� Também chamada de progressão per saltum, é a passagem direta doregime fechado para o aberto. No Brasil, não é possível aprogressão per saltum, visto que a Lei de Execução Penal exige paraprogressão de pena o cumprimento de 1/6 da pena no regimeanterior e o regime anterior ao aberto é o semi-aberto, nãopodendo haver passagem direta do regime fechado para o aberto.

� Caso o condenado cumpra 1/6 da pena no regime fechado, tenha

Progressão por Salto

� Caso o condenado cumpra 1/6 da pena no regime fechado, tenhamérito para a progressão, sendo esta autorizada pelo Juiz, e nãohaja vaga na colônia penal para a progressão da pena, ele deverápermanecer no regime fechado.

� Cumprido mais 1/6 da pena, neste caso, o condenado poderácumprir o restante da pena no regime aberto, não porque houve aprogressão por salto, mas sim porque judicialmente ele já haveriacumprido o regime semi-aberto.

� É a volta de condenado para o regime maisrigoroso. É possível a regressão por salto, ou seja,pode o condenado que está cumprindo a penaem regime aberto regredir diretamente para oregime fechado.

REGRESSÃO DE REGIME (Art. 118 da LEP)

regime fechado.� Na pena de detenção, existe a regressão para o

regime fechado, havendo, então, a possibilidade deo condenado cumprir a pena em regime fechado(o que não pode ocorrer na pena de detenção éiniciar a pena em regime fechado).

Existem algumas hipóteses, previstas no art. 117 da LEP, em que ocondenado em regime aberto tem o direito de se recolher, à noite enos dias de folga, à sua própria residência em vez da Casa doAlbergado:� condenado que tem mais de 70 anos;� condenada gestante;� condenada ou condenado com filho menor ou deficiente físico ou

PRISÃO ALBERGUE E DOMICILIAR EM REGIME ABERTO

� condenada ou condenado com filho menor ou deficiente físico oumental;

� condenado acometido de doença grave.No caso de não haver vaga na Casa do Albergado, discute-se apossibilidade de se aplicar o art. 117 por analogia. Uma primeiraposição entende que isso não é possível, visto que a LEP limitou ashipóteses relacionadas no art. 117, devendo o condenado se recolherem estabelecimento congênere.

� Penas alternativas são alternativas penais àpena privativa de liberdade, portanto, qualqueropção sancionatória que não leve à privaçãoda liberdade é chamada de pena alternativa.

PENAS ALTERNATIVAS

da liberdade é chamada de pena alternativa.Existem duas espécies de penas alternativas:penas alternativas restritivas de direitos emulta.

Objetivos (que dizem respeito ao fato e à pena):� que a pena aplicada seja igual ou inferior a 4 anos.

Tratando-se de crime culposo, não existe limitede pena, ou seja, esse máximo de 4 anos somentevale para os crimes dolosos (no caso deconcurso de crimes, o que interessa é o resultado

OS REQUISITOS PARA SUBSTITUIÇÃO DA P.P POR P.A

vale para os crimes dolosos (no caso deconcurso de crimes, o que interessa é o resultadofinal da somatória das penas);

� crime cometido sem violência ou grave ameaça(não se aplica ao crime culposo, ou seja, crimeculposo praticado com violência admite asubstituição).

Subjetivos (que dizem respeito ao agente):� não reincidência em crime doloso (se entre a extinção

da pena pelo primeiro crime e a prática do novo delitodecorreram mais de cinco anos, a reincidência caduca –período depurador – prescrição qüinqüenal da

OS REQUISITOS PARA SUBSTITUIÇÃO DA P.P POR P.A

período depurador – prescrição qüinqüenal dareincidência – § 1.º do art. 44 do CP);

� se a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, apersonalidade e os motivos do crime aconselharem asubstituição. Se a pena for igual ou inferior a um ano, oJuiz poderá substituir por somente uma restritiva ousomente pela pena de multa.

� Lesão corporal leve, ameaça, constrangimento ilegal e vias defato: são infrações de menor potencial ofensivo, admitindotransação penal, e admitem penas alternativas, antes mesmode proposta a ação, por esse motivo podem ser aplicadas aspenas alternativas restritivas de direitos.

� Tráfico ilícito de entorpecentes é controvertido sobre aaplicação das penas alternativas restritivas de direito, visto

OBSERVAÇÕES

Tráfico ilícito de entorpecentes é controvertido sobre aaplicação das penas alternativas restritivas de direito, vistoque a Lei dos Crimes Hediondos dispõe que a pena deveráser cumprida inicialmente em regime fechado, ficando acargo do poder Judiciário sua efetiva aplicação.

� Roubo em que a vítima é reduzida à impossibilidade deresistência.

� Estupro com violência presumida: é compatível coma aplicação das penas alternativas restritivas dedireito, visto que a Lei dos Crimes Hediondos foialterada e dispõe que a pena deverá ser cumpridainicialmente em regime fechado, desta formapermite-se tanto a progressão quanto o beneficio

OBSERVAÇÕES

permite-se tanto a progressão quanto o beneficioda pena alternativa, o difícil é a incidênciafavorável ao agente das circunstancias descritasno art. 59 do CP

� Crime de dano: pode ser aplicada a substituição,visto que a violência é aplicada contra a coisa enão contra a pessoa.

A única pena que não pode ser convertida é a de multa.Todas as outras penas alternativas podem ser convertidasem penas privativas de liberdade. As hipóteses deconversão são as seguintes:� descumprimento da restrição imposta;� se o sujeito sofre condenação, transitada em julgado, à

Conversão da Pena Alternativa em Pena Privativa de Liberdade

� se o sujeito sofre condenação, transitada em julgado, àpena privativa de liberdade, desde que isso torneimpossível a manutenção da pena alternativa.

Art. 44, §4º - Convertida a pena, aproveita-se o tempocumprido, por expressa disposição legal; se estiveremfaltando menos de 30 dias quando se operar a conversão,o condenado deverá cumprir, no mínimo, 30 dias (saldomínimo).

� Pena Restritiva De Direito Em SentidoEstrito: prestação de serviços à comunidade,limitação de fim de semana, interdiçõestemporárias de direitos (subdividem-se em

Das Penas Alternativas Restritivas de Direitos em Espécie

temporárias de direitos (subdividem-se emquatro);

� Pena Restritiva De Direito Pecuniária:prestação pecuniária, prestação inominada,perda de bens e valores.

Prestação de serviços à comunidade (art. 46, §2º doCP)� É a obrigação do condenado de prestar serviços em

favor de entidades assistenciais, orfanatos, creches etc.,ou em favor de entidade pública, por 8 horas semanais.Só poderá ser imposta quando a pena privativa aplicada

Penas Restritivas de Direitos em Sentido Estrito

Só poderá ser imposta quando a pena privativa aplicadafor superior a 6 meses. Não há remuneração, as tarefassão gratuitas. Se o sujeito for condenado à penasuperior a um ano, o Juiz poderá determinar que aprestação de serviços seja diminuída até a metade dapena aplicada (esse benefício não se aplica somente àpena de prestação de serviços, mas a qualquer penarestritiva de direitos).

Limitação de fim de semana (art. 48 do CP)

� O condenado deverá comparecer à Casa doAlbergado ou estabelecimento congênere e,durante 5 horas no sábado e 5 horas no

Penas Restritivas de Direitos em Sentido Estrito

durante 5 horas no sábado e 5 horas nodomingo, deverá assistir a palestras. Não éutilizada, apesar de disposta em lei.

Interdições temporárias de direitos (art. 47 do CP)

� Proibição do exercício de função pública ou de mandato eletivo: é achamada “pena específica”; somente pode ser aplicada nos crimescometidos no exercício de função pública ou no mandato eletivo(violando deveres inerentes à função).

� Proibição do exercício de profissão ou atividade que dependa de habilitação

Penas Restritivas de Direitos em Sentido Estrito

� Proibição do exercício de profissão ou atividade que dependa de habilitaçãoespecial ou licença do Poder Público: também é uma pena específica, sópodendo ser aplicada aos crimes cometidos no exercício da profissãoou atividade, que violem deveres inerentes a ela.

� Suspensão da habilitação para dirigir veículo: aplicada nos crimes detrânsito. Alguns autores entendem que essa pena foi revogada peloCTB. Tacitamente derrogada pela Lei n. 9.503/97 (Código de TrânsitoBrasileiro), no ponto que determina a suspensão da habilitação;

� Proibição de freqüentar determinados lugares.

Prestação pecuniária (art. 45, §1º do CP)� Consiste na obrigação do condenado de pagar a quantia de 1 até

360 salários mínimos para a vítima ou para os seus herdeiros, ouainda para instituição com finalidade social.

� Quando o pagamento for para a vítima ou para os herdeiros, essevalor será descontado da indenização pelo dano ex delicto. O valor éfixado de acordo com o que o Juiz entender necessário para a

Penas Alternativas Restritivas de Direitos Pecuniárias

fixado de acordo com o que o Juiz entender necessário para areprovação do delito, levando-se em conta dois parâmetros: 1.º –extensão do prejuízo; e 2.º – capacidade econômica do agente (art.60/CP).

� Caso o condenado não pague a prestação pecuniária, essa pena nãoé convertida em pena privativa de liberdade e sim consideradadívida de valor, aplicando-se as normas relativas à dívida ativa daFazenda Pública. Se o sujeito pagou parte da prestação pecuniária,essa parte será aproveitada na conversão.

Prestação inominada (art. 45, §2º do CP)� O Juiz, em vez de fixar a prestação de um valor, poderá fixar a

prestação de qualquer coisa (ex.: cesta básica).

Perda de bens e valores (art. 45, §3º do CP)� É um confisco dos bens do condenado em favor do Fundo

Penitenciário Nacional (FUNPEN). O parâmetro para se calcular o

Penas Alternativas Restritivas de Direitos Pecuniárias

É um confisco dos bens do condenado em favor do FundoPenitenciário Nacional (FUNPEN). O parâmetro para se calcular oconfisco é o montante do prejuízo causado ou a extensão do lucroda vantagem obtida. A perda de bens e valores recai sobre opatrimônio lícito do agente e nunca sobre bens de origem ilícita.

� Produto: origem direta do crime. Readquirido por meio de busca eapreensão.

� Proveito: origem indireta do crime. Readquirido por meio deseqüestro.

� A pena não pode passar da pessoa dodelinqüente, ou seja, as penas pecuniárias nãopodem ser cobradas dos herdeiros. Há,entretanto, uma posição doutrinária que

Princípio da proporcionalidade da pena (art. 5.º, XLV, da CF/88)

entretanto, uma posição doutrinária queentende que, sendo essas penas de naturezareparatória, elas poderiam ser cobradas dosherdeiros, passando da pessoa do condenado(posição mais rigorosa).

� É uma das espécies de pena alternativa.� É a única pena alternativa que não pode ser

convertida em pena privativa de liberdade.� A pena de multa, também conhecida como pena

pecuniária é uma sanção penal (não é tributo),

PENA DE MULTA

pecuniária é uma sanção penal (não é tributo),consistente na imposição ao condenado daobrigação de pagar ao fundo penitenciáriodeterminada quantia em dinheiro, calculada naforma de dias-multa, atingindo o patrimônio docondenado.

� A pena de multa, na lei penal, pode ser prevista comopunição única, a exemplo do que ocorre na Lei deContravenções Penais (Decreto-lei nº. 3688/41), oupode ser cominada e aplicada cumulativamente coma pena privativa de liberdade, a exemplo do artigo 155do Código Penal, quando trata do crime de furto,

ESPÉCIES DE PENA DE MULTA

do Código Penal, quando trata do crime de furto,prevendo em seu preceito secundário a pena dereclusão de 1 a 4 anos e multa, ou ainda de formaalternativa, com a pena de prisão, a exemplo docrime de perigo de contágio venéreo, previsto no Art.130, cominando pena de detenção, de três meses a umano,ou multa.

� Quando a multa é punição única ou nos casos em que ela encontra-secumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação,será obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidadeou da inderrogabilidade da pena.

� Já nos casos em que a pena de multa estiver cominada de forma alternativacom a pena privativa de liberdade, o magistrado, terá umadiscricionariedade regrada pelo art. 59, inc. I, do Código Penal, paraescolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficiente

PENA DE MULTA

escolher entre uma ou outra, conforme seja necessário e suficientepara reprovação e prevenção do crime.

� Todas as vezes que o magistrado estiver fazendo a aplicação da pena demulta, seja ela isolada, cumulada ou alternativamente aplicada, deve seguiros limites legais, ou seja, a expressão “multa” deve ser entendida comosendo de 10 a 360 dias-multas. É o que se depreende do artigo 49, caput,do CP, quando dispõe: “A pena de multa consiste no pagamento ao fundopenitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será,no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa”.

O Código não traz o valor da multa em moedacorrente, que por esse motivo deve ser calculado.São três etapas para se calcular o valor da multa:

� calcular o número de dias-multa;

PENA DE MULTA

� calcular o número de dias-multa;

� calcular o valor, em moeda corrente, de cada dia-multa;

� multiplicar o valor de cada dia-multa pelo númerode dias-multa a que o sujeito foi condenado.

� É pacífico o entendimento de que a fixação da pena demulta deve ser feita em duas fases. Assim, segundo adoutrina e jurisprudência, o juiz, na primeira fase, levaráem conta para fixar entre 10 a 360 dias-multa, ascircunstâncias judiciais (à culpabilidade, aosantecedentes, à conduta social, à personalidade do

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA

antecedentes, à conduta social, à personalidade doagente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüênciasdo crime, bem como ao comportamento da vítima),pois o artigo 59 do CP, assim o determina, no seuinciso II: “a quantidade de pena aplicável, dentro doslimites previstos”, devendo nesta fase ser desprezada asituação econômica do réu.

� Superada esta primeira fase de aplicação da pena entreos seus limites legais (10 a 360 dias-multa), deverá omagistrado dar um valor a cada dia-multa, que nãopoderá ser inferior a um trigésimo do maior saláriomínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superiora 5 (cinco) vezes esse salário (art. 49, § 1º, CP), valor

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA

a 5 (cinco) vezes esse salário (art. 49, § 1º, CP), valoreste que deverá ser atualizado, quando da execução,pelos índices de correção monetária (art. 49,§ 2º,CP).O valor de cada dia-multa será aplicado pelo juizque deverá atender, principalmente, à situaçãoeconômica do réu (art. 60, caput, do CP).

Situação hipotética: réu sendo punido com penade multa nos seus valores mínimos.

Salário mínimo de R$ 380,00

�1ª fase: 1/30 de 380,00 = 12.66

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA

�1ª fase: 1/30 de 380,00 = 12.66

�2ª Fase: 10 x 12.66 = 126,60

Situação hipotética: réu sendo punido com penade multa nos seus valores máximos.

Salário mínimo de R$ 380,00

�1ª fase: 5 x 380,00 = 1.900,00

FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA

�1ª fase: 5 x 380,00 = 1.900,00

�2ª Fase: 360 x 1.900,00 = 684.000,00

� Este valor, embora aplicado no máximo,percebendo o juiz que em virtude da situaçãoeconômica do réu, seja ineficaz parareprovação e prevenção do crime, poderáreprovação e prevenção do crime, poderámultiplicá-lo por três, conforme art. 60, § 1ºdo CP, ou seja, daria um total de R$2.052.000,00, que seria destinado ao FundoPenitenciário Nacional, para ser aplicado nareforma e manutenção dos presídios.

� Infelizmente, na prática, isso não ocorre, poisnão se tem dado muita importância àaplicação da pena de multa que, em regra, temsido fixada no mínimo legal, tanto quanto aossido fixada no mínimo legal, tanto quanto aosdias-multa, quanto na valoração de cada dia-multa.

� Com a Lei nº. 9.268/96 trouxe nova redação ao artigo51 do Código Penal, dispondo: “Transitada em julgado asentença condenatória, a multa será considerada dívidade valor, aplicando-se-lhes as normas da legislaçãorelativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive noque concerne às causas interruptivas e suspensivas da

COBRANÇA DA PENA DE MULTA – SANÇÃO SIMBÓLICA

que concerne às causas interruptivas e suspensivas daprescrição.”

� Por outro lado, com a Lei n. 9.268/96, a atribuição paraexecução da multa passou a ser da Fazenda Pública(Procuradoria Fiscal), deixando de ser do MP, apesar deopiniões em contrário, no sentido de que seria dacompetência do MP que se utilizaria da Lei n° 6.830/80.

a) Após o transito em julgado, emite-se uma certidão desentença condenatória, para formação de autos apartados,os quais serão utilizados para realização da execução;

b) O Ministério Público requer a citação do condenado para,dentro de 10 dias, pagar a pena de multa ou indicar bens àpenhora;

PROCEDIMENTO DA COBRANÇA DA PENA DE MULTA

penhora;c) Em seguida, decorrido este prazo, sem pagamento ou

manifestação do executado, emite-se uma nova certidão,informando detalhadamente o ocorrido, remetendo-a àProcuradoria Fiscal (Federal ou Estadual, conforme crimecomum ou federal), a qual se encarregará de promover aexecução da multa perante a Vara da Fazenda Pública, nostermos do procedimento previsto na legislação tributária(Lei nº. 6.830/80).

� Apenas para esclarecimento, na área federal, oMinistério da Fazenda, através da Portaria nº49 de 01 de abril de 2004, estipulou quevalores até R$ 10.000,00 (dez mil reais), nãoserão executados, autorizando ainda a nãoserão executados, autorizando ainda a nãoinscrição como dívida ativa da União, osdébitos com a Fazenda Nacional de valores deaté R$ 1.000,00 (mil reais), o que foi ratificadopela Lei nº 11.034 de 21 de dezembro de2004.

� Com isso, a pena de multa acaba prescrevendo,pois com as novas regras, temos duasorientações:

� a) a pena de multa prescreve em dois anos,� a) a pena de multa prescreve em dois anos,nos termos do art. 114 do Código Penal, e;

� b) o prazo prescricional da pena de multasegue a regra da Lei nº 6.830/80, ou seja,prescreve em 5 anos.