Espaçamentos e Epoca de Plantio Rucula

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    Rev. Cinc. Agron., Fortaleza, v. 40, n. 3, p. 449-454, jul-set, 2009Centro de Cincias Agrrias - Universidade Federal do Cear, Fortaleza, CEwww.ccarevista.ufc.br ISSN 1806-6690

    Desempenho agronmico de rcula sob diferentes espaamentos e

    pocas de plantio1

    Agronomic performance of rocket under different spacing and planting times

    Karidja Kalliany Carlos de Freitas2*, Francisco Bezerra Neto3, Leilson da Costa Grangeiro4, Jailma Suerda Silva

    de Lima5e Kallyo Halyson Santos Moura6

    Resumo - Dois experimentos foram conduzidos na horta do Departamento de Cincias Vegetais da Universidade Federal Ruraldo Semi-rido (UFERSA), Mossor-RN, sendo o primeiro conduzido no perodo de junho a agosto e o segundo de setembro aoutubro de 2005, com o objetivo de avaliar a influncia de diferentes espaamentos, em duas pocas de plantio, no desempenhoprodutivo da rcula. O delineamento experimental foi o de blocos casualizados completos, com os tratamentos arranjados emesquema fatorial 3 x 4 e com quatro repeties. Os tratamentos consistiram da combinao de trs espaamentos entre fileiras(20; 25 e 30 cm), com quatro espaamentos dentro de fileiras (5; 6; 7 e 10 cm). As caractersticas avaliadas foram: altura deplantas, nmero de folhas por planta, massa seca da parte area e rendimentos de massa verde. No houve interao significativaentre pocas de plantio e espaamentos para altura de plantas, nmero de folhas por planta e massa seca da parte area. Noentanto, foi observado efeito significativo de pocas de cultivo nas trs caractersticas avaliadas e de espaamentos no nmerode folhas por planta e na massa seca da parte area. Houve interao significativa entre pocas de plantio e espaamentos pararendimento de massa verde da rcula. As melhores performances agronmicas da rcula foram observadas na segunda poca deplantio nos espaamentos 0,25 m x 0,05 m, 0,25 m x 0,06 m, 0,25 m x 0,07 m e 0,30 m x 0,06 m. A segunda poca de plantiofoi superior primeira.

    Palavras-chave-Eruca sativa. Arranjo de plantas. Desempenho produtivo da rcula.

    Abstract-Two experiments were conducted in the vegetable garden of the Department of Plant Sciences of the Universityof the Semi-Arid (UFERSA), Mossor-RN, Brazil; the first was carried out from June to August 2005 and second in theperiod September-October 2005, to evaluate the influence of different spacing on two planting times on the yield performanceof rocket. The experimental design was a randomized complete block with treatments arranged in a factorial 3 x 4 with fourreplications. The treatments consisted of a combination of three row spacing (20, 25 and 30cm) with four spacing within rows(5, 6, 7 and 10cm). The evaluated characteristics were: plant height, number of leaves per plant, shoots dry weight and yield ofgreen mass. No significant interaction between planting times and spacing was observed for plant height, number of leaves perplant and dry weight of shoot. However, significant effect of planting times was observed in the three characteristics evaluatedand of spacing in the number of leaves per plant and in the dry weight of shoot. There was significant interaction between

    planting times and spacing for yield of green mass of rocket. The best agronomic performances of rocket were observed in thesecond planting time in spacings 0,25 m x 0,05 m; 0,25 m x 0,06 m; 0,25 m x 0,07 m e 0,30 m x 0,06 m. The second time ofplanting was better than the first.

    Key words -Eruca sativa.Planting arrangement. Productive performance of rocket.

    * Autor para correspondncia1Recebido para publicao em 21/12/2006; aprovado em 28/7/20092Departamento de Cincias Vegetais/UFERSA, 59.600-970, Mossor-RN, Brasil, [email protected] de Cincias Vegetais/UFERSA, 59.600-970, Mossor-RN, Brasil, [email protected] de Cincias Vegetais/UFERSA, 59.600-970, Mossor-RN, Brasil, [email protected] de Cincias Vegetais/UFERSA, 59.600-970, Mossor-RN, Brasil, [email protected]/RN, 59.612-635, Mossor-RN, Brasil, [email protected]

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    K. K. C. de Freitas et al.

    Introduo

    A rcula (Eruca sativa L.) uma hortalia pertencente famlia Brassicaceae, cujas folhas so consumidas

    principalmente em saladas, conservando todas as suaspropriedades nutritivas. rica em vitamina C, potssio,

    enxofre e ferro, alm de apresentar efeitos anti-inflamatrio edesintoxicante para o organismo (MEDEIROS et al., 2007).

    Nos ltimos anos, a rcula vem apresentandoacentuado crescimento, tanto no seu cultivo como noconsumo, comparado com outras folhosas. No CEAGESP,entre 1995 e 1999, a quantidade consumida mensalmente foide 16.029 dzias de maos de 6 kg (CAMARGO FILHO &MAZZEI, 2001).Estima-se que a rea cultivada no Brasilseja de 6.000 ha ano-, com 85% da produo nacionalconcentrada no sudeste do pas (SALA et al., 2004). Almdisso, tem apresentado ao produtor preos bem atrativosque nos ltimos anos tm sido mais elevados do que os de

    outras folhosas como alface, chicria, almeiro e couve(LINHARES et al., 2008; SILVA et al., 2008). No RioGrande do Norte, o consumo e o cultivo desta hortaliaencontram-se em crescimento e as informaes sobrefatores que afetam a produo, tais como espaamentos epoca de plantio, entre outros, so escassas.

    As propostas de espaamento e densidade deplantio, para as culturas em geral, tm procurado atenders necessidades especficas dos tratos culturais e melhoriada produtividade. Todavia, alteraes em espaamentoe densidade induzem uma srie de modificaes nocrescimento e no desenvolvimento das plantas e precisam

    ser conhecidas. No Brasil, alguns trabalhos tm sidodesenvolvidos, envolvendo espaamentos de plantio comesta hortalia. Para Purqueiro et al. (2007), a produtividadede rcula em funo dos espaamentos entre plantas mostrou-se inversamente proporcional rea foliar e massa dematria seca. A maior produtividade foi de 2,9 e 3,3 kg m-

    , respectivamente, no campo e no ambiente protegido,no espaamento de 0,05 m. No foram encontradasrecomendaes de espaamentos entre linhas.

    Em Ponta Grossa-PR, Reghin et al. (2005),estudando a produo de rcula na estao do outono,em diferentes espaamentos dentro da linha de plantio,

    observaram que no espaamento de 5 cm foramregistrados os maiores valores de rendimento de massafresca da parte area por metro quadrado. Nas condiesde Campo Grande-MS, Gadum et al. (2005), estudandoa produo de rcula em diferentes espaamentos entrelinhas e em diferentes volumes de substratos, observaramque bandejas com maior volume de clula e plantadasem maior espaamento produziram plantas mais

    produtivas; porm, considerando-se a produo por m,no espaamento de 5 cm entre plantas, houve maior

    produo de rcula, j que se tm mais plantas por

    rea. Reghin et al. (2004) observaram que a densidadede mudas por clula promoveu respostas produtivassignificativas no cultivo da rcula. medida queocorreu aumento da densidade (de uma para quatromudas), houve diminuio da altura, nmero de folhas,massa fresca e seca por planta.

    Alm da escolha adequada do espaamento deplantio, outra prtica de manejo para obteno de elevadasprodutividades a poca de plantio, uma vez que cada cultura,em uma determinada regio, tem aquela mais adequada.A rcula, apesar da recomendao para semeadura o anotodo, o seu desenvolvimento favorecido nas condiesde temperaturas amenas. As temperaturas altas estimulama antecipao da fase reprodutiva, emitindo pendo floral

    prematuramente, tornando suas folhas rgidas e maispicantes (MAIA et al., 2006).Nas condies do trpicomido em Belm-PA, Gusmo et al. (2003), estudando ocultivo da rcula, observaram que no houve diferenas

    nos plantios em relao s pocas de cultivo. Em Mossor-RN, Moura et al. (2008), estudando o custo de produoe rentabilidade da cultura da rcula, em duas pocas decultivo, observaram que as receitas bruta e lquida obtidasno foram influenciadas pela poca de plantio.

    Com o intuito de fornecer subsdios aodesenvolvimento de tecnologias para o cultivo da rculano estado do Rio Grande do Norte, o presente trabalhoteve como objetivo avaliar a influncia de diferentesespaamentos, em duas pocas de plantio, no desempenho

    produtivo da rcula.

    Material e mtodos

    Dois experimentos foram conduzidos na horta doDepartamento de Cincias Vegetais da Universidade FederalRural do Semi-rido (UFERSA), em Mossor-RN, sendoo primeiro conduzido no perodo de junho a agosto e osegundo, no perodo de setembro a outubro de 2005, em soloclassificado como Argissolo Vermelho Amarelo Eutrfico(EMBRAPA, 1999). Da rea experimental foram retiradasamostras de solo cujos resultados encontram-se na Tabela 1.

    O municpio de Mossor est situado a 511 delatitude Sul, 3720 de longitude Oeste e altitude de 18m. Segundo Thornthwaite, o clima da regio semi-rido e de acordo com Kppen BSwh, seco e muitoquente, com duas estaes climticas: uma seca, queocorre geralmente de junho a janeiro e uma chuvosa, defevereiro a maio (CARMO FILHO et al., 1991). Os dadosclimatolgicos referentes ao perodo de conduo doexperimento encontram-se na Tabela 2. O delineamentoexperimental utilizado foi o de blocos casualizadoscompletos, com os tratamentos arranjados em esquemafatorial 3 x 4, com quatro repeties. Os tratamentos

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    Desempenho agronmico de rcula sob diferentes espaamentos e pocas de plantio

    consistiram da combinao de trs espaamentos entrefileiras (20; 25 e 30 cm), com quatro espaamentos dentre

    fileiras (5; 6; 7 e 10 cm). A cultivar de rcula utilizadafoi a Cultivadaque apresenta folhas lisas e recortadas, decolorao verde-escura, sabor picante e de fcil rebrota(ISLA, 2004). Ela uma hortalia herbcea anual, baixa,

    possuindo normalmente altura de 15-20 cm. As sementesso muito pequenas, possuindo em um grama cerca de 650sementes. As folhas so relativamente espessas e divididas(REGHIN et al., 2004). O limbo foliar tem colorao verdee as nervuras so verde-claras (SALA et al., 2004).

    As parcelas tinham uma rea total de 2,16 m (1,20 mx 1,80 m), com reas teis que variavam de 1,0 m a 1,25 m,conforme a combinao dos espaamentos entre fileiras (20;

    25 e 30 cm) e dentro de fileiras (5; 6; 7 e 10 cm). Nos canteirosde plantio as adubaes foram realizadas com base na anlisedo solo (Tabela 1). Realizou-se adubao orgnica com 80 t ha-1de esterco de bovino e mineral com 40 kg ha-1de nitrognio,na forma de sulfato de amnio, 60 kg ha-1de P

    2O

    5, na forma de

    superfosfato simples e 30 kg ha-1de K2O, na forma de cloreto

    de potssio, dois dias anteriores a primeira poca de plantio.Adubaes foliares foram efetuadas com 30 ml 20 L-1de guada formulao comercial contendo 14% de N, 4% de P

    2O

    5, 6%

    de K2O, 0,8% de S, 1,5% de Mg, 2% de Zn, 1,5% de Mn, 0,1%de B e 0,05% de Mo (OLIVEIRA et al., 2005).

    1Realizadas no Laboratrio de Qumica e Fertilidade de Solos da UFERSA

    Caractersticas do solo poca 1 (junho-agosto) poca 2 (setembro-outubro)

    pH (gua 1:2,5) 7,30 8,20

    Ca (cmolcdm-3) 5,80 5,30

    Mg (cmolcdm-3) 2,50 2,80K (cmol

    cdm-3) 0,41 0,67

    Na (cmolcdm-3) 1,45 1,64

    Al (cmolcdm-3) 0,00 0,00

    P (cmolcdm-3) 112,35 176,10

    Tabela 1 -Anlises qumicas do solo das reas experimentais, na camada de 0 a 20 cm, em duas pocas de plantio. Mossor-RN,UFERSA, 20051

    Meses

    T. mxima T.mdia T. mnima U. relativa Insolao

    (C) (C) (C) (%) (h)

    Junho 30,4 26,3 22,1 79,9 5,9

    Julho 34,2 27,6 21,6 65,3 8,2

    Agosto 34,8 27,9 21,9 64,2 9,6

    Setembro 34,9 28,1 22,4 67,3 10,1

    Outubro 35,6 28,8 22,8 62,1 10,9

    Tabela 2 -Valores mdios mensais de temperatura mxima, mdia e mnima, umidade relativa e insolao, no perodo de junho aoutubro de 2005. Mossor-RN, UFERSA, 2005

    Para os dois cultivos a semeadura foi realizadaem covas de aproximadamente 2 cm de profundidade,

    colocando-se de cinco a sete sementes por cova. O desbastefoi realizado dez dias aps o plantio, deixando-se apenasuma planta por cova, nos espaamentos pr-estabelecidos.Durante a conduo dos experimentos, foram efetuadascapinas manuais e irrigao pelo sistema de microasperso,diariamente, com turno de rega dirio parcelado em duasaplicaes (manh e tarde), fornecendo-se uma lminamdia de 8 mm dia-1. O procedimento utilizado paraa realizao da colheita, idntico para as duas pocasde plantio, consistiu em cortar as plantas rente ao solo,visando favorecer a rebrota das mesmas. As colheitas daspocas 1 e 2 foram realizadas aos 35 dias e 37 dias aps asemeadura, respectivamente.

    Uma amostra de 20 plantas da rea til da parcela,escolhida aleatoriamente, foi usada para determinao dosvalores das seguintes caractersticas: altura de plantas(determinada com uma rgua, a partir do nvel do soloat a extremidade das folhas mais alta, e expressa emcentmetros), nmero de folhas por planta (determinadocontando-se o nmero de folhas maiores que cincocentmetros de comprimento, partindo-se das folhas

    basais at a ltima folha aberta), massa seca da partearea (em estufa com circulao forada de ar a 70 oC,

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    K. K. C. de Freitas et al.

    at atingir peso constante, e expressa em g planta-1)e rendimento de massa verde (determinado da massafresca da parte area de todas as plantas da parcela tile expresso em t ha-1).

    Uma anlise de varincia para o delineamentode blocos completos casualizados, com tratamentos em

    esquema fatorial, foi utilizada para avaliar as caractersticasda rcula,atravs do software SISVAR (FERREIRA, 2003).Uma anlise conjunta dessas mesmas caractersticas tambmfoi realizada. As mdias foram comparadas pelo Teste deScott Knott e Tukey ao nvel de 5% de probabilidade.

    Resultados e discusso

    No houve interao significativa entre pocas deplantio e espaamentos para altura de plantas, nmero defolhas por planta e massa seca da parte area. No entanto,

    foi observado efeito significativo de pocas de cultivonas trs caractersticas avaliadas e de espaamentos nonmero de folhas por planta e na massa seca da parte area(Tabelas 3 e 4).

    Os maiores valores de altura de plantas,nmero de folhas por planta e massa seca da partearea foram observados na segunda poca de plantio,independentemente dos espaamentos estudados (Tabela3). Desses resultados infere-se que h adaptabilidade darcula s condies de alta temperatura, baixa umidade ealta insolao (Tabela 2). Os maiores teores de nutrientesna rea experimental, na segunda poca de plantio, podemter favorecido esses resultados (Tabela 1). Esses sodiscordantes dos obtidos por Maia et al. (2006), os quaisrelatam que sob temperatura elevada h emisso prematurade pendo floral, e as folhas se tornam menores e rijas.

    Os maiores nmero de folhas por planta e massaseca da parte area foram observados nos espaamentos0,20 m x 0,10 m, 0,25 m x 0,05 m, 0,25 m x 0,06 m, 0,25 m x0,07 m, 0,25 m x 0,10 m, 0,30 m x 0,05 m, 0,30 m x 0,06 m,0,30 m x 0,07 m e 0,30 m x 0,10 m (Tabela 4). O nmero defolhas por planta e a massa seca da parte area aumentaram medida que se aumentaram os espaamentos, resultadosesses que se devem a um menor nmero de plantas por

    rea, permitindo um maior e melhor desenvolvimentodas plantas. Esse comportamento era esperado, uma vezque, espaamentos maiores permitem um maior e melhordesenvolvimento das plantas de rcula. De acordo comLima et al. (2007), uma maior densidade de cultivo

    provoca uma maior competio por gua, luz e nutrientes.

    Neste experimento, como as quantidades de nutrientesfornecidas foram iguais para todos os tratamentos, houvemenor disponibilidade desses nutrientes nos tratamentoscom maior nmero de plantas.

    Houve interao significativa entre pocas deplantio e espaamentos para rendimento de massa verdeda rcula (Tabela 5). Desdobrando-se pocas dentro deespaamentos, observou-se maior rendimento de massaverde na segunda poca de cultivo, nos espaamentos0,25 m x 0,05 m, 0,25 m x 0,06 m, 0,25 m x 0,07 m e0,30 m x 0,06 m. Este resultado se deve provavelmente aadaptao da rcula a altas temperaturas, como tambm

    ao maior nmero de plantas por unidade de rea. Limaet al. (2007) afirmam que medida que o espaamentodiminui e a densidade populacional aumenta, dentro decertos limites, h um aumento na produo total por rea,

    podendo resultar em maior rentabilidade para o produtor.Silva (1999) afirma que maiores espaamentos contribuem

    para retardar o crescimento do caule principal e issoproporciona menor competio entre plantas, favorecendoa um maior desenvolvimento da parte area. Por outrolado, na primeira poca de plantio, o rendimento de massaverde no diferiu estatisticamente, independentemente dosespaamentos adotados (Tabela 5). No entanto, mesmono havendo diferena estatstica entre os tratamentos na

    primeira poca de plantio, observou-se que o rendimentode massa verde foi menor nos espaamentos maiores(Tabela 5).

    Isso ocorreu porque o aumento da populao coma reduo do espaamento de plantas na fileira no foisuficiente para atingir um nvel de competio tal que amassa mdia dos frutos fosse prejudicada. Este resultadose assemelha aos obtidos por outros autores (CHARLOet al, 2008; ECHER, et al, 2001; LIMA et al., 2004;MONIRUZZAMAN et al., 2007; PURQUEIRO et al.,2007; REGHIN et al., 2005), que obtiveram maiores

    produtividades em espaamentos menores. Mondim

    *Mdias seguidas pela mesma letra minscula na coluna no diferem entre si pelo Teste de Tukey ao nvel de 5% de probabilidade

    pocasCaractersticas Avaliadas

    AP (cm) NF MS (t ha-1)

    poca 1 (Junho-agosto/2005) 24,18 b 10,39 b 0,65 b

    poca 2 (Setembro-outubro/2005) 26,52 a 13,00 a 1,97 a

    Tabela 3-Mdias de altura de plantas (AP), nmero de folhas por planta (NF), massa seca da parte area (MS) em funo das pocasde cultivo. UFERSA, Mossor-RN, 2005

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    Desempenho agronmico de rcula sob diferentes espaamentos e pocas de plantio

    *Mdias seguidas pela mesma letra minscula na coluna no diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nvel de 5% de probabilidade

    EspaamentosCaractersticas avaliadas

    AP (cm) NF MS (t ha-1)

    E1 (0,20 m x 0,05 m) 25,27 a 8,81 b 0,85 b

    E2 (0,20 m x 0,06 m) 23,65 a 9,25 b 0,69 bE3 (0,20 m x 0,07 m) 23,55 a 8,82 b 0,68 b

    E4 (0,20 m x 0,10 m) 23,96 a 11,76 a 1,14 a

    E5 (0,25 m x 0,05 m) 26,02 a 11,62 a 1,31 a

    E6 (0,25 m x 0,06 m) 27,90 a 11,32 a 1,19 a

    E7 (0,25 m x 0,07 m) 25,55 a 11,91 a 1,03 a

    E8 (0,25 m x 0,10 m) 23,40 a 13,30 a 1,24 a

    E9 (0,30 m x 0,05 m) 25,79 a 10,73 a 1,26 a

    E10 (0,30 m x 0,06 m) 25,35 a 11,57 a 1,41 a

    E11 (0,30 m x 0,07 m) 25,76 a 12,37 a 1,53 a

    E12 (0,30 m x 0,10 m) 24,14 a 12,67 a 1,34 a

    Tabela 4 -Mdias de altura de plantas (AP), nmero de folhas por planta (NF) e massa seca da parte area (MS) em funo dediferentes espaamentos. UFERSA, Mossor - RN, 2005

    (1988) considera, dentro de certos limites, a competioser benfica, pois em geral aproveitada pela agricultura

    para aumento do rendimento e conseqentementede produtividade. Segundo Flesch e Vieira (2004), autilizao de espaamentos menores permitir uma melhordistribuio espacial das plantas, a cobertura mais rpidado solo, o abafamento das plantas daninhas e a melhorutilizao da radiao solar, gua e nutrientes, favorecendo oaumento da produtividade.

    A poca de semeadura adequada e a correspondentepopulao de plantas, associadas escolha de cultivaresadaptadas regio de produo, tm-se constitudoem estratgias de manejo para a obteno de elevadas

    produtividades (MARTINS, 1999). Desdobrando-seespaamentos dentro de pocas, observou-se que a segundapoca de plantio se destacou da primeira poca, independentedo espaamento utilizado. Isto evidencia a adaptabilidadeda rcula as condies de temperaturas elevadas, uma vez

    *Mdias seguidas pela mesma letra minscula na coluna no diferem entre si pelo Teste de Scott-Knott ao nvel de 5% de probabilidade

    EspaamentosRendimento (t ha-1)

    poca 1 poca 2

    E1 (0,20 m x 0,05 m) 16,16 aB 20,25 cA

    E2 (0,20 m x 0,06 m) 12,62 aB 18,00 cA

    E3 (0,20 m x 0,07 m) 12,63 aB 13,75 dA

    E4 (0,20 m x 0,10 m) 10,74 aB 12,67 dAE5 (0,25 m x 0,05 m) 15,91 aB 23,00 bA

    E6 (0,25 m x 0,06 m) 12,92 aB 31,00 aA

    E7 (0,25 m x 0,07 m) 12,60 aB 23,00 bA

    E8 (0,25 m x 0,10 m) 9,66 aB 13,75 dA

    E9 (0,30 m x 0,05 m) 13,87 aB 20,25 cA

    E10 (0,30 m x 0,06 m) 11,40 aB 26,25 bA

    E11 (0,30 m x 0,07 m) 11,13 aB 18,00 cA

    E12 (0,30 m x 0,10 m) 8,26 aB 15,00 dA

    Tabela 5-Mdias de rendimento em funo de diferentes espaamentos em duas pocas de cultivo. UFERSA, Mossor - RN, 2005

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    K. K. C. de Freitas et al.

    que, na segunda poca de plantio foram observados maiorestemperaturas e insolao (Tabela 2). Os maiores teores denutrientes na segunda poca de plantio devem ter favorecidotambm esse resultado (Tabela 1).

    Concluso

    As melhores performances agronmicas darcula foram observadas na segunda poca de plantio,nos espaamentos de 0,25 m x 0,05 m; 0,25 m x 0,06m; 0,25 m x 0,07 m e 0,30 m x 0,06 m.

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