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Escombros - Segundo informações, dois dos 13 trabalhadores que atuavam na construção costumavam dormir no local; oito residências próximas tiveram de ser interditadas ESPECIAL www.folhametro.com.br www.facebook.com/jornalfolhametro Distribuição Gratuita Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013 Bombeiros procuram vítimas em desabamento de prédio LUCAS DANTAS

Especial Desabamento - Folha Metropolitana 03/12/2013

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Folha Metropolitana - informação essencial

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Escombros - Segundo informações, dois dos 13 trabalhadores que atuavam na construção costumavam dormir no local; oito residências próximas tiveram de ser interditadas

ESPECIALwww.folhametro.com.br www.facebook.com/jornalfolhametro Distribuição Gratuita

Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013

Bombeiros procuram vítimas em desabamento de prédio

Lucas Dantas

ESPECIALTerça-feira, 3 de Dezembro de 20132 ESPECIAL

Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013 3

Obra estava regularizada, diz construtora Precisa haver apuração, dizem entidades

Prédio em obras cai naVila Augusta

Quase no fim da noite chegaram quatro tratores para possível remoção de escombros

Sindcongru e Asseag defendem investigação para apurar condições estruturais da construção

No comando da operação com os cães farejadores, o tenente do Corpo de Bom-beiros Robson Mitsuo disse que os cachorros já haviam verificado boa parte do pe-rímetro. A área principal era a mais provável de haver al-guma vítima. O bolsão seria o lugar onde estava o aloja-mento dos funcionários.Mitsuo disse que as equi-pes de busca iriam man-ter o trabalho manual para evitar riscos, enquanto os cães tentariam delimitar outras áreas. “Não dá para afirmar que tem ou não tem vítimas”, declara.

OPERAÇÃO

Buscas - Tenente Mitsuo acompanhou procura por vítimas com os cães

Obra - Prédio de cinco andares estava sendo construído para fins comerciais

Escombros - Bombeiros fizeram varredura em busca de possíveis vítimas

Desabamento - Prédio em construção que desabou ficava a 500 metros da Avenida Guarulhos, importante via da cidade

ChiCo junior - Um prédio de cinco andares que estava em cons-trução desabou no início da noite de ontem na Vila Augus-ta. Mais de 60 homens do Cor-po de Bombeiros e da Defesa Civil de Guarulhos procura-vam dois operários possivel-mente soterrados. Até as 23h não havia sinal de vítimas sob os escombros.

Segundo informações, dois dos 13 trabalhadores que atua-vam na obra costumavam dor-mir no local. Um deles, identi-ficado apenas como Edenilson, não havia sido encontrado até o fim da noite. Tentativas de contato por celular não deram resultado. Os demais funcio-nários haviam saído antes do acidente, que ocorreu por volta das 19h30.

As possíveis causas do desmoronamento ainda não são conhecidas. O empreen-dimento na altura do número

Representando a cons-trutora Salema, o advogado Maurício Monteagudo Flausi-no disse à Folha Metropoli-tana que a obra “estava com a documentação em dia”. Se-gundo a Prefeitura o alvará da construção havia sido emi-tido em novembro de 2012. A Defesa Civil disse que não recebeu nenhuma notificação sobre a obra.

Para os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Guarulhos (Sindcongru) e da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Guarulhos (Asseag), as causas da queda precisam ser apuradas.

O esfacelamento da obra chamou a atenção do pre-sidente da Asseag, o enge-nheiro Eduardo Henrique

1.900 da Avenida Presidente Humberto Castelo Branco es-tava em fase de acabamento. O ajudante Francisco Antonio Barbosa disse que não houve nenhum tipo de barulho antes da obra começar a ruir.

Para evitar riscos, oito imó-veis localizadas na parte de trás da construção foram in-terditados. Um prédio residen-cial vizinho à obra também sofreu intervenção.

De acordo com a Defesa Ci-vil, os moradores foram passar a noite na casa de parentes. A operação envolveu inicialmen-te mais de 20 viaturas e 65 ho-mens no local.

Cães farejadores também participaram da operação. Al-guns deles foram destacados pela Defesa Civil de Osasco. A construtora Salema, empresa responsável pelo empreendi-mento, afirmou que a obra está devidamente legalizada.

Flausino disse ainda ser improvável que houvesse algum funcionário na obra na hora do desabamento. O advogado contou à repor-tagem ter ouviu relatos de outros funcionários sobre a ida de Edenilson à padaria. Nenhum dos trabalhadores havia confirmado detalhes à Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros.

Coordenador da Defesa Civil de Guarulhos, Paulo Victor Novaes afirmou que o prédio estava estável e que nenhuma queixa havia sido feita contra a construção. “A Defesa Civil nunca foi cha-mada nessa obra”, declarou. Novaes e a secretária de As-sistência Social (SDAS), Ge-nilda Bernardes, acompanha-vam a operação no local.

Martins, que contou ter vis-to imagens do acidente pela televisão.

Martins disse que o de-sabamento pode ter ocorri-do tanto por razões estru-turais, o que levaria toda a obra a ruir, quanto devido a uma das lajes ter cedido. Isso resultaria em um efei-to dominó também, comen-ta Martins. O presidente do Sindcongru, Edmilson Girão, o Índio, reforçou a necessida-de de investigação.

Contudo, Índio disse que o sindicato nunca recebeu re-clamações de trabalhadores. “A gente passava por aqui para ver essa obra quase to-dos os dias”, afirma. As plan-tas da obra haviam sido soli-citadas pelos Bombeiros para ajudar na operação.

A construção previa condomínio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais, totalizando 3.706 m². Em maio, a Salema pediu substituição do projeto para incluir o mezanino dos salões. O alvará saiu havia um mês.

Silvio CeSar

Silvio CeSar

luCaS DantaS

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arte riCarDo leoCaDio

iMaGeM iluStrativa

AveNidA PResideNte HuMBeRtO de AleNCAR CAstelO BRANCO

ESPECIALTerça-feira, 3 de Dezembro de 20132 ESPECIAL

Terça-feira, 3 de Dezembro de 2013 3

Obra estava regularizada, diz construtora Precisa haver apuração, dizem entidades

Prédio em obras cai naVila Augusta

Quase no fim da noite chegaram quatro tratores para possível remoção de escombros

Sindcongru e Asseag defendem investigação para apurar condições estruturais da construção

No comando da operação com os cães farejadores, o tenente do Corpo de Bom-beiros Robson Mitsuo disse que os cachorros já haviam verificado boa parte do pe-rímetro. A área principal era a mais provável de haver al-guma vítima. O bolsão seria o lugar onde estava o aloja-mento dos funcionários.Mitsuo disse que as equi-pes de busca iriam man-ter o trabalho manual para evitar riscos, enquanto os cães tentariam delimitar outras áreas. “Não dá para afirmar que tem ou não tem vítimas”, declara.

OPERAÇÃO

Buscas - Tenente Mitsuo acompanhou procura por vítimas com os cães

Obra - Prédio de cinco andares estava sendo construído para fins comerciais

Escombros - Bombeiros fizeram varredura em busca de possíveis vítimas

Desabamento - Prédio em construção que desabou ficava a 500 metros da Avenida Guarulhos, importante via da cidade

ChiCo junior - Um prédio de cinco andares que estava em cons-trução desabou no início da noite de ontem na Vila Augus-ta. Mais de 60 homens do Cor-po de Bombeiros e da Defesa Civil de Guarulhos procura-vam dois operários possivel-mente soterrados. Até as 23h não havia sinal de vítimas sob os escombros.

Segundo informações, dois dos 13 trabalhadores que atua-vam na obra costumavam dor-mir no local. Um deles, identi-ficado apenas como Edenilson, não havia sido encontrado até o fim da noite. Tentativas de contato por celular não deram resultado. Os demais funcio-nários haviam saído antes do acidente, que ocorreu por volta das 19h30.

As possíveis causas do desmoronamento ainda não são conhecidas. O empreen-dimento na altura do número

Representando a cons-trutora Salema, o advogado Maurício Monteagudo Flausi-no disse à Folha Metropoli-tana que a obra “estava com a documentação em dia”. Se-gundo a Prefeitura o alvará da construção havia sido emi-tido em novembro de 2012. A Defesa Civil disse que não recebeu nenhuma notificação sobre a obra.

Para os presidentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Guarulhos (Sindcongru) e da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Guarulhos (Asseag), as causas da queda precisam ser apuradas.

O esfacelamento da obra chamou a atenção do pre-sidente da Asseag, o enge-nheiro Eduardo Henrique

1.900 da Avenida Presidente Humberto Castelo Branco es-tava em fase de acabamento. O ajudante Francisco Antonio Barbosa disse que não houve nenhum tipo de barulho antes da obra começar a ruir.

Para evitar riscos, oito imó-veis localizadas na parte de trás da construção foram in-terditados. Um prédio residen-cial vizinho à obra também sofreu intervenção.

De acordo com a Defesa Ci-vil, os moradores foram passar a noite na casa de parentes. A operação envolveu inicialmen-te mais de 20 viaturas e 65 ho-mens no local.

Cães farejadores também participaram da operação. Al-guns deles foram destacados pela Defesa Civil de Osasco. A construtora Salema, empresa responsável pelo empreendi-mento, afirmou que a obra está devidamente legalizada.

Flausino disse ainda ser improvável que houvesse algum funcionário na obra na hora do desabamento. O advogado contou à repor-tagem ter ouviu relatos de outros funcionários sobre a ida de Edenilson à padaria. Nenhum dos trabalhadores havia confirmado detalhes à Polícia Militar ou ao Corpo de Bombeiros.

Coordenador da Defesa Civil de Guarulhos, Paulo Victor Novaes afirmou que o prédio estava estável e que nenhuma queixa havia sido feita contra a construção. “A Defesa Civil nunca foi cha-mada nessa obra”, declarou. Novaes e a secretária de As-sistência Social (SDAS), Ge-nilda Bernardes, acompanha-vam a operação no local.

Martins, que contou ter vis-to imagens do acidente pela televisão.

Martins disse que o de-sabamento pode ter ocorri-do tanto por razões estru-turais, o que levaria toda a obra a ruir, quanto devido a uma das lajes ter cedido. Isso resultaria em um efei-to dominó também, comen-ta Martins. O presidente do Sindcongru, Edmilson Girão, o Índio, reforçou a necessida-de de investigação.

Contudo, Índio disse que o sindicato nunca recebeu re-clamações de trabalhadores. “A gente passava por aqui para ver essa obra quase to-dos os dias”, afirma. As plan-tas da obra haviam sido soli-citadas pelos Bombeiros para ajudar na operação.

A construção previa condomínio residencial de 30 apartamentos e dois salões comerciais, totalizando 3.706 m². Em maio, a Salema pediu substituição do projeto para incluir o mezanino dos salões. O alvará saiu havia um mês.

Silvio CeSar

Silvio CeSar

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AveNidA PResideNte HuMBeRtO de AleNCAR CAstelO BRANCO

ESPECIALTerça-feira, 3 de Dezembro de 20134

‘Desabamento era tragédia anunciada’

Residência vizinha ficou destruída Desabamento matou 6 em 2004

Acidente afeta iluminação e trânsito

“Foi o maior estrondo. Balançou tudo. Parecia o fim do mundo”

“Esse prédio não estava estruturado, a parte de cima dele estava torta”

Marcela MelloPedagoga

Gazeli ali, dona de casa

FeliPe Paiva, comerciante

Nathália Braga - Por volta das 19h20 de ontem, a dona de casa Gazeli Ali viu uma das cenas mais aterrorizantes da sua vida. Moradora da Rua Nilton, que fica no mes-mo quarteirão do prédio de cinco andares que desabou, Gazeli estava em seu quar-to quando viu pela janela a estrutura ir ao chão. “Uma parte caiu para frente e ou-tra caiu reto. Parecia um es-

O desabamento atingiu a residência do filho da dona de casa Fátima da Silva. A resi-dência ficava em um terreno que tem mais quatro imóveis construídos, na Avenida da Estação, ao lado do edifício em construção. Toda a área - um total de cinco residências - foi totalmente interditada pela Defesa Civil de Guarulhos.

No momento do desaba-mento, a nora, o neto e o fi-lho de Fátima não estavam em casa. Sem ter certeza se a família estava viva, a filha da dona de casa chegou ao lo-cal aos prantos. “Cadê minha mãe, cadê minha mãe?”, ela gritava. Ao ver que os familia-res estavam bem, os ânimos se acalmaram, mas o clima era ainda de muita emoção.

Funcionários da Defesa Civil estavam no local pres-

As residências vizinhas ficaram sem energia por conta de um andaime que atingiu a rede elétrica. O escuro dificultava a busca do Corpo de Bombeiros por possíveis vítimas.

Da reDação - Em 29 de agosto de 2004, um prédio desabou na Avenida Paulo Faccini, deixan-do mais de 120 pessoas feridas e seis mortos. No local era re-alizada a festa Ladies First. A pista de dança que desmoro-nou ficava ao lado, onde fun-ciona hoje o estacionamento da Padaria City Bread.

Outro caso de desaba-mento aconteceu em 2011, no dia 14 de abril. Um edi-fício residencial, na Avenida Doutor Timóteo Penteado, caiu, mas não deixou ne-nhum ferido.

trondo de trovão, mas muito mais forte”, conta. “Estendo roupa bem na direção em que era o prédio e da minha casa dava para ver tudo. Esse prédio não estava estrutura-do, a parte de cima dele esta-va torta”, completa.

A pedagoga Marcela Mello estava em casa assistindo TV e sentiu sua casa tremer. “Foi o maior estrondo. Balançou tudo, até a televisão. Parecia o fim do mundo”, relata.

O pastor evangélico Ru-bem de Paula também já pre-via o pior. “Pensei que era uma bomba. Os moradores sempre desconfiavam que essa obra não era muito segura”, diz.

Outro vizinho confirma as acusações. “A obra já tinha sido embargada”, conta o co-merciante Felipe Paiva.

tando atendimento à família, que passou a noite na casa de parentes. “Vou ligar para um advogado hoje. Quem é traba-lhador sabe o quanto é duro construir um canto para a gen-te para vir um irresponsável e destruir”, disse Fátima.

Ela conta ainda que sem-pre reclamava dos pregos e pedras que caiam da constru-ção em seu quintal para o en-genheiro da obra, conhecido como Toninho. “Vivia dizen-do que eles [construtora] não tinham batido estaca, um dia ele [Toninho] me chamou para ver e não tinha nem quatro metros de profundida-de”, conta, se referindo à par-te estrutural da obra.

Além destas, mais duas casas foram interditadas par-cialmente e aguardam posi-cionamento da Defesa Civil.

Tanto a Avenida Presiden-te Humberto de Alencar Cas-telo Branco como as ruas do entorno ficaram bloqueadas para facilitar os trabalhos e impedir o acesso de curiosos à área do acidente.

Interdição - Desmoronamento afetou cinco residências localizadas na Av. da Estação, ao lado do prédio em obras

Insegurança - Moradores vizinhos contam que já desconfiavam da obra

Breu - Andaime caiu, atingiu a rede elétrica e deixou região no escuro

Waldir Fernandes

Waldir Fernandes

lucas dantas

“A obra já tinha sido embargada”