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112 vivabeleza por Ellen Trinanes Hansen Especial Educação Contrata-se! MUITAS VEZES, A PRóPRIA ESCOLA EM QUE OS ALUNOS ESTUDAM é A MELHOR PORTA DE ENTRADA PARA O MERCADO DE TRABALHO N ão há dúvida de que estudar e se atualizar é o meio mais seguro para alcançar o sucesso profissional. No setor de beleza, claro, não é diferente. Mas, com o crescente número de pessoas que se matriculam em cursos da área, fica a questão: como os profissionais recém- formados são inseridos no mercado de trabalho? Um dos melhores caminhos são as próprias escolas. De acordo com Antônio Carlos Siqueira, representante comercial do Instituto Embelleze Vila Mariana, em São Paulo, e responsável pelo encaminhamento de vagas, os salões de belezas procuram a instituição para pedir indicação de profissionais recém-formados ou que estejam concluindo o curso. “Recebemos e-mails e telefonemas de estabelecimentos e divulgamos nas salas de aula”, diz ele. Siqueira ressalta que os próprios alunos se candidatam às vagas e, posteriormente, passam pelo processo seletivo. “Pedimos apenas que eles nos informem ao ingressar na área de atuação”, conta. Além disso, para auxiliar esses futuros profissionais a encontrar boas oportunidades, o Instituto costuma trabalhar com parcerias. “Profissionais de grandes salões de beleza observam as aulas em busca de novos talentos. Caso gostem de um aluno, oferecem emprego para ele e ainda acabam de pagar o curso”, afirma o representante. Entre os parceiros da Embelleze estão o Studio W Cabeleireiros e o Laces and Hair, ambos na capital paulista. CarênCia de profissionais Um dos maiores desafios dos salões de beleza é formar uma equipe capaz de atender os clientes com qualidade, para fazer com que o estabelecimento se torne referência no mercado. Porém, essa não é uma tarefa simples, principalmente por causa da rotatividade de funcionários – ou, muitas vezes, até mesmo pela escassez deles, já que existem áreas de atuação carentes de profissionais. Por mês, Siqueira recebe cerca de 150 anúncios de vagas para manicure e 80 para assistente de cabeleireiro. “Para assistente, preenchemos todas as vagas. Para manicure, não chegamos nem a 10%”, comenta. Na unidade Vila Mariana do Instituto Embelleze, nada menos do que 92% das alunas que fazem o curso de manicure são babás, cuidadoras de idosos e cozinheiras, ou então atuam na área de serviços gerais. A maioria mora na casa da família em que trabalha. “Elas querem concluir o curso e abrir um salão na cidade natal, pois afirmam que não se sustentariam com o salário inicial da profissão”, explica. Ou seja, a escassez de profissionais se deve, principalmente, ao fato de elas desejarem voltar para seu lugar de origem. Ana Paula Pereira, administradora do salão Kadosue, concorda com Siqueira sobre a dificuldade em encontrar manicures. Ela está com uma vaga em aberto, mas não consegue preenchê-la. “Procuramos recém-formados por não possuírem vícios da profissão”, salienta. A importância do diploma no mercado de beleza também é um ponto enfatizado por Ana Paula. “A especialização significa uma segurança tanto para o salão de beleza quanto para o cliente”, afirma. SHUTTERSTOCK ESPECIAL_EDUCACAO_RECEM_FORMADOS_VB48_V1.indd 112 21/04/14 17:56

ESPECIAL EDUCACAO RECEM FORMADOS VB48 V1 · assistente de cabeleireiro. “Para assistente, preenchemos todas as vagas. Para manicure, ... importância do diploma no mercado de beleza

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112 vivabeleza

por Ellen Trinanes HansenEspecial Educação

Contrata-se!

Muitas vezes, a própria

escola eM que os alunos

estudaM é a Melhor

porta de entrada para

o Mercado de trabalho

Não há dúvida de que estudar e se atualizar é o meio mais seguro para alcançar o sucesso profissional. No setor de beleza, claro, não é

diferente. Mas, com o crescente número de pessoas que se matriculam em cursos da área, fica a questão: como os profissionais recém-formados são inseridos no mercado de trabalho?

Um dos melhores caminhos são as próprias escolas. De acordo com Antônio Carlos Siqueira, representante comercial do Instituto Embelleze Vila Mariana, em São Paulo, e responsável pelo encaminhamento de vagas, os salões de belezas procuram a instituição para pedir indicação de profissionais recém-formados ou que estejam concluindo o curso. “Recebemos e-mails e telefonemas de estabelecimentos e divulgamos nas salas de aula”, diz ele. Siqueira ressalta que os próprios alunos se candidatam às vagas e, posteriormente, passam pelo processo seletivo. “Pedimos apenas que eles nos informem ao ingressar na área de atuação”, conta.

Além disso, para auxiliar esses futuros profissionais a encontrar boas oportunidades, o Instituto costuma trabalhar com parcerias. “Profissionais de grandes salões de beleza

observam as aulas em busca de novos talentos. Caso gostem de um aluno, oferecem emprego para ele e ainda acabam de pagar o curso”, afirma o representante. Entre os parceiros da Embelleze estão o Studio W Cabeleireiros e o Laces and Hair, ambos na capital paulista.

CarênCia de profissionais Um dos maiores desafios dos salões de

beleza é formar uma equipe capaz de atender os clientes com qualidade, para fazer com que o estabelecimento se torne referência no mercado. Porém, essa não é uma tarefa simples, principalmente por causa da rotatividade de funcionários – ou, muitas vezes, até mesmo pela escassez deles, já que existem áreas de atuação carentes de profissionais.

Por mês, Siqueira recebe cerca de 150 anúncios de vagas para manicure e 80 para assistente de cabeleireiro. “Para assistente, preenchemos todas as vagas. Para manicure, não chegamos nem a 10%”, comenta.

Na unidade Vila Mariana do Instituto Embelleze, nada menos do que 92% das alunas que fazem o curso de manicure são babás, cuidadoras de idosos e cozinheiras, ou então atuam na área de serviços gerais. A maioria mora na casa da família em que trabalha. “Elas querem concluir o curso e abrir um salão na cidade natal, pois afirmam que não se sustentariam com o salário inicial da profissão”, explica. Ou seja, a escassez de profissionais se deve, principalmente, ao fato de elas desejarem voltar para seu lugar de origem.

Ana Paula Pereira, administradora do salão Kadosue, concorda com Siqueira sobre a dificuldade em encontrar manicures. Ela está com uma vaga em aberto, mas não consegue preenchê-la. “Procuramos recém-formados por não possuírem vícios da profissão”, salienta. A importância do diploma no mercado de beleza também é um ponto enfatizado por Ana Paula. “A especialização significa uma segurança tanto para o salão de beleza quanto para o cliente”, afirma.

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