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OPINIÃO ARTIGOS GN: Reestruturação e venda Eventos: Firjan lança anuário de petróle Intertek: 40 anos de Brasil Coordenação, celeridade e conteúdo local de Raul Sanson, vice-presidente do Sistema Firjan Ano XVII • março/abril 2016 • Nº 106 • www.tnpetroleo.com.br ESPECIAL: GÁS NATURAL O futuro à luz do GÁS Ano XVII • jul/ago 2016 • Nº 108 • www.tnpetroleo.com.br petróleo

ESpECial: gáS natuRal O futuro à gsluz do - TNPetróleo · 36 Licenciamento ambiental: Entraves e desafios, ... como também no aspecto ... ano de 2015 com índice de 1,4 na

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o p i n i ã o

a r t i g o s

gn: reestruturação e venda Eventos:Firjan lança anuário de petróleintertek: 40 anos de Brasil

Coordenação, celeridade e conteúdo local de Raul Sanson, vice-presidente do sistema Firjan

Ano XVII • março/abril 2016 • Nº 106 • www.tnpetroleo.com.br

ESpECial: gáS natuRal O futuro à luz do

gás

Ano XVII • jul/ago 2016 • Nº 108 • www.tnpetroleo.com.br

petróleo

Luisângelo Costa

sumário edição nº 108 jul/ago 2016

noss

as r

edes

soc

iais

Especial: gás natural

Eventos

perfil profissional

Firjan lança anuário de petróleo

O futuro à luz do gás

O segredo é gostar de aprender

14

24

28

20 Reestruturação e venda

Coffee Break

pessoas COnSElHO EDitORial

affonso Vianna Junior

alexandre Castanhola gurgel

antonio ricardo pimentel de

oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Gary A. Logsdon

geor thomas Erhart

Gilberto Israel

ivan Leão

Jean-paul terra prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio giannini

Márcio rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco aurélio Latgé

Maria das graças silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

nathan Medeiros

paulo Buarque guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

12 Cada centavo conta, por Rodrigo Más

34 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Meritocracia integral – Não há verdadeira evolução pessoal e profissional sem o mérito!, por Wanderlei passarella

36 Licenciamento ambiental: Entraves e desafios, por andre Donha

50 A saúde do trabalhador marítimo, por augusto paulo M. linhares

pinto e José Ferreira Vieira Machado da Cunha

52 Análise de falhas em equipamentos e acessórios por possível processo corrosivoo, por Rodrigo Ferraz Metler

2 editorial

4 hot news

8 indicadores tn

24 eventos

28 perfil profissional

32 caderno de sustentabilidade

38 pessoas

40 produtos e serviços

49 feiras e congressos

56 coffee break

59 opinião

artigos

Ano XVII • Número 108 • jul/ago 2016Foto: agência petrobras

seções

38O eterno aprendizado

O Pós-Impressionismo no CCBB

O triunfo da cor

56

2 TN Petróleo 108

editorial

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DiStRiBuiçãO Benício Biz Editores Associados.

Filiada à anatECOs artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

Compromisso de longo prazo

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

tn petróleo

tagS#108

QuanDO lançaMOS a REViSta tn pEtRólEO, em 1998, o Brasil tinha superado recentemente a marca de um milhão de barris por dia de petróleo e gás natural, e a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) estava completando um ano de existência.

Hoje, com a produção diária brasileira de petró-leo alcançando 2,5 milhões de barris e 100 milhões de m³ de gás natural – o que, somados, resulta em 3,12 milhões de barris de óleo equivalente – vemos o grande salto que o país deu nesses 18 anos. E nos damos conta da árdua caminhada de toda a cadeia produtiva de petróleo, acompanhada dia a dia por nossa revista. ao criarmos a tn petróleo, o nosso objetivo era ser, mais do que uma mídia especializada, um foro de opiniões, reflexões e debates, um espaço para a divulgação de novas tecnologias, teses e artigos técnicos. Estávamos cien-tes da importância de não somente acompanhar a evolução do mercado como também contribuir para seu desenvolvimento e para a construção de sua sustentabilidade.

Acredito que participamos do período mais rico da indústria brasileira de óleo e gás – assim como da naval offshore –, tanto no que diz respeito ao crescimento do setor e de toda a cadeia produtiva, como também no aspecto de pesquisa, tecnologia e inovação (PD&I).

Assistimos ao grande salto tecnológico da Petrobras, que levou à desco-berta do pré-sal. E também a complexa construção de parcerias envolvendo não apenas fornecedores de bens e serviços como as grandes oil companies, universidades e outras instituições de pesquisa, no esforço de agilizar o de-senvolvimento da produção de petróleo e gás nesse novo cenário.

Da mesma forma, foram essenciais as políticas de governo que busca-ram dar respaldo a esse crescimento. A começar pelos incentivos diretos e indiretos, como o repetro, que esperamos que seja renovado, assim como as regras de conteúdo local, que contribuíram para a consolidação da indús-tria nacional e precisam ser revistas, dentro de novos parâmetros

Foram muitos os percalços, assim como os avanços. Mas é inegável que essa indústria tem hoje bases sólidas para dar novos passos. E robustez para superar os momentos difíceis que atravessamos – tanto em função de fatores externos, mas, principalmente, dos internos. E para isso é funda-mental que todos reiteremos o compromisso de longo prazo que assumimos com o mercado e com o Brasil.

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4 TN Petróleo 108

hot news

Operação offshore sem incidentes

Está prestes a entrar em ope-ração no campo de Lapa, no pré-sal da Bacia de Santos,

a FPSO Cidade de Caraguatatu-ba. O sistema de produção co-nectado ao navio-plataforma vai extrair óleo e gás da reserva com volume recuperável total estima-do em 459 milhões de barris de óleo equivalente.

A integração do casco com os módulos foi concluída no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ). O casco foi construído no estaleiro MES (Mitsui Engineering & Shi-pbuilding), em Chiba, no Japão, e a integração dos módulos na Ásia foi realizada no estaleiro Keppel, em Cingapura.

O campo de Lapa está locali-zado a aproximadamente 270 km da costa do estado de São Paulo, a uma profundidade média de 2.140 metros. O consórcio que detém a concessão do campo, no bloco BM-S-9, é operado pela Petrobras (45%), em parceria com a BG E&P Brasil – companhia subsidiária da Royal

Dutch Shell (30%) – e a Repsol Sinopec Brasil (25%).

FPSO (Floating Production Storage Offloading Unit) é a sigla em inglês para unidade flutuan-te de produção, armazenamento e transferência de petróleo. São navios-plataforma com capacida-de para separar o óleo do gás e da água durante o processo de pro-dução, armazená-lo nos tanques de carga para, então, transferi-lo para navios petroleiros, respon-sáveis pelo transporte do petróleo até o litoral.

oFPSO Cidade de Itajaí, ope-rado pela joint-venture Ode-brecht Óleo e Gás e a Teekay,

completou mais de um ano sem aci-dentes com afastamento. Ao todo, foram computadas 367.516 horas-ho-mem de exposição ao risco durante o período, que contou com uma parada total programada de duração de sete dias, duas paradas programadas do sistema de compressão de gás, e troca de um dos turbos geradores de energia.

Para manter o índice de sucesso, a cada dois meses a unidade recebe líderes da joint-venture, que atuam no reforço das boas práticas, na me-lhoria da percepção de riscos e no acompanhamento de ações mitigató-rias e corretivas. Atualmente o FPSO Cidade de Itajaí está em operação no campo de Baúna, na Bacia de Santos.

Subsidiária da Odebrecht que presta serviços para a indústria de petróleo e gás offshore, a OOG vem obtendo grandes conquistas no que-sito segurança. A empresa fechou o ano de 2015 com índice de 1,4 na Taxa de Frequência de Acidentes Registráveis (TFAR) e ficou abaixo da média mundial da indústria para empresas prestadoras de serviço ups-tream, que foi de 1,6 –, de acordo com o último relatório da Interna-tional Association of Oil & Gas Pro-ducers (IOGP).

O índice da instituição calcula o número de incidentes registrados a cada um milhão de horas trabalha-das e avalia 52 empresas com atuação mundial, além de seus fornecedores.

Dados do FpSO Cidade de Caraguatatuba

Processamento de petróleo: 100 mil barris/dia

Tratamento e compressão de gás: 5 milhões m³/dia

Tratamento de água de injeção: 120 mil barris/dia

Capacidade de armazenamento: 1,6 milhão de barris de óleo

Comprimento total: 337,4 m

Boca (largura): 60 m

pontal (altura): 28,8 m

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Campo de Lapa vai produzir em agosto

FPSO Cidade de Caraguatatuba chegou em meados de junho na área

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TN Petróleo 108 5

transpetro coloca em operação terceiro

navio gaseiro

A TrAnspeTro recebeu no dia 1º de julho no Estaleiro Vard Pro-mar, em Niterói (RJ), o navio Darcy Ribeiro, terceiro gaseiro a integrar a frota da companhia em menos de um ano. Décima quinta embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) a entrar em operação, sua primeira viagem será para o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho (TABR), no Espí-rito Santo, onde fará programação

de carregamento para o Porto de Fortaleza.

O Darcy Ribeiro é o 56º navio a compor a frota da Transpetro. Com capacidade para transportar 7 mil m³ de gás liquefeito de petróleo (GLP), a embarcação está preparada para ope-rar em todas as regiões do Brasil e na América do Sul. O número crescente de embarcações modernas possibilita melhor eficiência logística para o esco-amento da produção da Petrobras.

Dados do navio Darcy Ribeiro

tipo ........................................gaseiro

Capacidade de transporte...................... 7 mil m³

Comprimento total ...................................... 117,63 m

largura ................................. 19,20 m

altura .........................................34 m

Calado ....................................5,80 m

pontal (distância entre o fundo e o convés) .............8,60 m

Velocidade ..............................15 nós

Autonomia .. 11 mil milhas náuticas

Número de tanques .......................2

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6 TN Petróleo 108

hot news

A peTrobrAs iniciou, no dia 8 de julho, a produção de petróleo e gás do projeto Lula Central, décimo grande sistema definitivo operan-do no pré-sal. A estabilização da produção em torno de 30 mil barris por dia (bpd) foi alcançada três dias depois. Localizado no pré-sal da Ba-cia de Santos, no Campo de Lula, costa do Rio de Janeiro, o sistema está interligado ao FPSO Cidade de Saquarema através do poço produtor 8-LL-81D-RJS.

A unidade tem capacidade para produzir diariamente 150 mil barris de petróleo e comprimir até 6 milhões m³/dia de gás, estando ancorada em área com lâmina d’água de 2.120 m de profundidade. O escopo completo do projeto Lula Central inclui 18 po-ços, sendo nove produtores, quatro injetores WAG (água ou gás) e cinco injetores de água.

Este sistema é o segundo a iniciar operação apenas este ano no pré-sal da Bacia de Santos, em um momento em que a produção de petróleo nessa camada geológica nas bacias de San-

tos e Campos já responde por cerca de 40% do total que operamos no Brasil e superou, no dia 8 de maio, o patamar diário de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd).

Custo de extraçãoA alta produtividade dos reser-

vatórios do pré-sal tem exigido me-nor número de poços por sistema de produção que, aliada à melhoria da eficácia na construção dos poços, tem permitido uma forte redução nos inves-timentos dos projetos em implantação, aumentando a rentabilidade deles.

O tempo médio para a construção de um poço marítimo no pré-sal da Bacia de Santos, por exemplo, caiu 71% entre 2010 e 2016, passando de 310 dias em 2010 para 89 dias nos cinco primeiros meses de 2016.

Essa alta produtividade resulta ainda em uma redução contínua do custo de extração, que atingiu um valor inferior a US$ 8 por barril no primeiro trimestre deste ano. Um re-sultado bastante significativo, se com-parado com a média da indústria.

lula Central começa a produzir

Conversão bem sucedidao Fpso Cidade de Saquarema, in-terligado ao sistema de produção de Lula Central, deixou o estalei-ro Brasa, em Niterói, no dia 22 de maio, rumo à locação atual, a cerca de 300 km da costa do Rio de Janeiro. A embarcação foi convertida a partir de um navio petroleiro do tipo VLCC (Very Large Crude Carrier) no esta-leiro CXg, na China, e teve nove módulos fabricados no Brasil, três na EBSE e seis no Brasa, onde também foram concluídas as operações de içamento e inte-gração destes módulos à planta de processamento.

Dados do FpSO Cidade de Saquarema

Processamento de petróleo: 150 mil barris/dia

Tratamento e compressão de gás: 6 milhões de m³/dia Tratamento de água de injeção: 200 mil barris/dia

Capacidade de armazenamento: 1,6 milhão de barris de óleo

profundidade de água: 2.120 m

Comprimento total: 346,5 m

Boca (largura): 58 m

pontal (altura): 32,6 m

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TN Petróleo 108 7

8 TN Petróleo 108

indicadores tn

rELatório da organização dos países Exportadores de petróleo (Opep), divulgado em julho, aponta que em 2017 o Brasil deverá ser o país com maior aumento da produção fora do cartel.

No documento, que é lançado mês a mês, os analistas da Opep avaliam que o Brasil deverá agregar mais 260 mil barris à sua produção, com a entrada de sete novas plataformas na Bacia de Santos – três no campo Lula, duas em Búzios, uma em Lapa e outra no campo de Libra, sob regime de partilha. Com isso, deveremos alcan-çar a média de 3,37 milhões de barris por dia até o final do próximo ano.

a opep aponta outros países não membros que devem registrar aumen-to na produção: Canadá (mais 150 mil barris/dia), Congo e Malásia (30 mil barris por dia cada um). Contudo, a média de produção fora da opep deve ficar negativa: a oferta deverá ser cerca 110 mil barris diários a menos

no próximo ano, ficando a produção média em 55,92 milhões de barris/dia de petróleo. A queda da produção no México, Estados Unidos, noruega, Co-lômbia, China, Cazaquistão e Rússia é que vai causar esse decréscimo.

para este ano, a opep manteve a previsão brasileira, em torno de 3,10 milhões de barris por dia, um aumento de 40 mil bpd na comparação com o ano anterior. Já na América Latina, a

produção deve cair 70 mil barris (mais que o dobro da prevista em junho pela Opep), ficando em 5,12 milhões de barris diários.

“o Brasil é o único país da região que crescerá neste ano. Por outro lado, a produção da Colômbia cairá 70 mil barris diários, para 960 mil bpd. Tam-bém há previsão de queda na Argentina, Trinidad e Tobago, e outros latino-ame-ricanos”, diz o documento.

Brasil terá maior aumento da produção fora da Opep

A OPEP PROJETA qUe a demanda na América Latina deve melhorar li-geiramente em 2017, na comparação com os níveis deste ano, com alta de 70 mil barris por dia. “Este aumento será liderado pela ligeira melhora da perspectiva econômica, além da baixa base de comparação. O Brasil deve ser o principal contribuinte para esse au-mento e responderá por mais de 50% do crescimento previsto para a América Latina em 2017”, cita o documento.

A entidade estima que o Brasil res-ponderá por mais da metade do aumen-to do consumo previsto para o próximo ano. Gasolina e óleo diesel devem li-derar este aumento da demanda, para atender, principalmente, ao setor indus-trial e de transporte na América Latina.

Para este ano, a demanda latino--americana deve cair 30 mil barris por dia, pelo segundo ano, ficando

em 6,53 milhões de bpd. “A deman-da por petróleo deve mostrar ligeira melhora após a contração experimen-

tada em 2016, com aumento poten-cial de 70 mil barris diários”, cita o documento.

Demanda maior no BrasilE S P E C I A L I Z A Ç Ã O E M G E S TÃ O D E N E G Ó C I O S PA R A O S S E T O R E S D E E N E R G I A , Ó L E O E G Á S .APRIMORAMENTO PARA O GESTOR QUE BUSCA AMPLIAR O CONHECIMENTO EM GESTÃO E O NETWORKING.

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Produção de países-membros da Opep e não membros – julho/2014 a junho/2016

mb/d (Opep) mb/d (total)produção de países-membros da Opep

Outros paísesprodutores

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TN Petróleo 108 9

pElO MunDO

FRança: a Agência In-ternacional de Energia (AIE),

com sede em paris, anunciou que as reservas de petróleo em todo o mundo devem cair para 200 mil barris por dia nos últimos seis me-ses de 2016, em comparação com 1,3 milhão de barris no primeiro semestre. A previsão anterior da aiE era de que a oferta excederia a demanda a uma média de 1,5 mi-lhão de barris por dia nos primei-ros seis meses de 2016.

Eua: ainda que a expectativa seja de que a produção da

Dakota do Norte (EUA), a principal

área produtiva de xisto, caia abaixo da marca de um milhão de barris por dia até o início de 2017, a me-nos que os preços se recuperem e fiquem acima de US$ 50 o barril, ela tem se mantido acima do pre-visto, segundo analistas. Apenas 27 sondas de perfuração estão ativas no local, um retorno a níveis vistos pela última vez em julho de 2005. O maior número, de 218 sondas, foi em 2012, afirma o Departamento de Recursos Minerais do Estado.

RÚSSia: possí-vel decisão do governo francês de proibir a im-

portação de gás de xisto dos Estados Unidos deve beneficiar as compa-nhias Novatek e Gazprom, da Rússia,

país que fornece cerca de 25% do gás consumido pela França (quinto maior comprador de gás russo na Europa).

iRã: o irã não tem planos de congelar sua produção de

petróleo antes da reunião da opep, prevista para 2 de junho, afirmou o vice-ministro iraniano da área, rokneddin Javadi, em entrevista à agência semioficial Mehr. Hoje, a produção iraniana está em torno de 3,5 milhões de barris por dia. Javadi declarou também que as expor-tações de petróleo do Irã deverão chegar a 2,2 milhões de barris por dia em meados do ano, o que repre-sentaria aumento de 100 mil barris por dia ante os níveis atuais.

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10 TN Petróleo 108

indicadores tn

a prodUção totaL de petróleo e gás natural no Brasil no mês de maio totalizou 3,115 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). A produção de petróleo foi de aproximadamente 2,487 milhões de bar-ris por dia (bbl/d), um aumento de 8,6% na comparação com o mês anterior e de 3,1% em relação ao mesmo mês em 2015. Já produção de gás natural totalizou 99,8 mi-lhões de m³ por dia (m³/d), um aumento de 4,2% frente ao mês anterior e de 7,2% na comparação com o mesmo mês em 2015.

A produção do pré-sal, oriunda de 56 poços, foi de 928,9 mil bbl/d de petróleo e 34,5 milhões de m³ por dia (m³/d) de gás natural, totalizando 1,146 milhões de boed, um aumen-to de 15,2% em relação ao mês anterior.

o aproveitamento de gás natural no mês foi de 96,3%. A queima de gás em maio foi de 3,7 milhões m³/d, uma redução de 8,3% se comparada ao mês anterior

e um aumento de 14,5% em relação ao mesmo mês em 2015.

Em maio de 2016, 299 concessões, operadas por 23 empresas, foram respon-sáveis pela produção nacional. Destas, 80 são concessões marítimas e 219 terres-

tres. Do total das concessões produtoras, uma encontra-se em atividade exploratória e produzindo através de Teste de Longa Duração (TLD) e outras nove são relativas a contratos de áreas contendo acumula-ções marginais.

produção no pré-sal aumenta 15,2% em maio

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Janeiro Fevereiro Março abril Maio Junho

Bacia de Campos 1.332,4 1.328,9 1.240,4 1.386,9 1.416,5 1.408,1

Outras (offshore) 483,1 488,8 518,3 465,9 561,7 616,5

total offshore 1.815,5 1.817,7 1.758,7 1.852,8 1.978,2 2.024,6

total onshore 185,0 184,2 179,0 181,9 181,9 179,4

total Brasil 2.000,5 2.001,9 1.937,7 2.034,7 2.160,1 2.204,0

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Janeiro Fevereiro Março abril Maio Junho

Bacia de Campos 22.738,6 23.417,5 21.845,6 24.993,5 25.289,3 25.731,6

Outras (offshore) 33.416,6 33.745,4 28.209,2 30.552,3 33.063,8 35.880,7

total offshore 56.155,1 57.162,9 50.054,9 55.545,8 58.353,0 61.612,3

total onshore 17.904,3 18.206,4 17.697,1 17.966,7 18.030,7 17.207,5

total Brasil 74.059,4 75.369,3 67.751,9 73.512,4 76.383,7 78.819,8

Janeiro Fevereiro Março abril Maio Junho

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 92,1 84,3 86,3 88,5 84,9 96,2

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 15.457,0 16.001,9 16.381,7 17.282,9 17.854,8 17.159,3

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.649,3 2.654,5 2.546,6 2.687,2 2.830,5 2.896,9

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 01/2016 a 06/2016

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

22.07.2016 07.06.2016

22.07.2016 07.06.2016

22.07.2016

22.07.2016

07.06.2016

07.06.2016

3.2563.438

0.640.11

0.292.16

3.573.90

Variação no período: -1.01%

Variação no período: 13.03%

Variação no período: -6.68%

Variação no período: -9.82%

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TN Petróleo 108 11

FRaSES

“Eu sou a favor de uma política

de conteúdo nacional. O que não

acho aceitável nem possível é que

seja uma política de reserva de

mercado. Temos que ver aquilo

que o país tem mais condições de

produzir com competitividade.”

pedro parente, presidente da Petrobras,

18/07/2016 – Folha de São Paulo

“Nós não somos mais o fiel

da balança do mercado. Esse

papel é desempenhado agora

pelos Estados Unidos.”

Falah Al-Amri, representante do iraque na

Organização dos Países Exportadores de

Petróleo (Opep), afirmando que os membros do

cartel estão mais interessados em manter suas

fatias de mercado do que no preço do petróleo,

18/07/2016 – O Estado de S. Paulo.

“Há um grupo de trabalho inter-

ministerial que vai definir o que

será oferecido em rodada neste

ano e no ano que vem. A ten-

dência é de que tenhamos um

leilão menor neste fim de ano e

um maior no ano que vem.”

Fernando Filho Ministro de Minas e Energia,

sobre as áreas apresentadas pela ANP ao Con-

selho Nacional de Política Energética (CNPE)

em Brasília, 28/06/2016 – Veja.com

“Apesar de não terem sido apresentadas pela ANP, há uma tendência de que tenha-mos áreas do pré-sal.” Moreira Franco, secretário executivo do progra-

ma de Parcerias de Investimentos (PPI) da Presi-

dência da República, sinalizando que áreas dessa

nova fronteira em águas profundas poderão ser

incluídas na 14ª rodada, 28/06/2016 – Veja.com

Campos produtores – os campos ma-rítimos produziram 93,8% do petróleo e 76,6% do gás natural. A produção ocorreu em 8.920 poços, sendo 770 marítimos e 8.150 terrestres. Os campos operados pela Petrobras produziram 94% do petróleo e gás natural.

o campo de Lula, na Bacia de san-tos, foi o maior produtor de petróleo e gás natural, produzindo, em média, 439,4

mil bbl/d de petróleo e 19 milhões de m³/d de gás natural.

Estreito, na Bacia potiguar, teve o maior número de poços produtores: 1.080. Marlim, na Bacia de Campos, foi o campo marítimo com maior número de poços produtores: 60.

A plataforma P-58, produzindo nos campos de Baleia Anã, Baleia Azul, Baleia Franca e Jubarte, produziu, por meio de 11 poços a ela interligados, 168,7 mil boed e foi a plataforma com maior produção.

As bacias maduras terrestres (cam-pos/testes de longa duração das bacias do Espírito santo, potiguar, recôncavo, Sergipe e Alagoas) produziram 158,8 mil boed, sendo 129,2 mil bbl/d de petróleo e 4,7 milhões de m³/d de gás natural. Desse total, 153,8 mil boed foram produzidos pela Petrobras e 5 mil boed por concessões não operadas pela Petrobras, sendo 413 boed em Alagoas, 1.831 boed na Bahia, 17 boed no Espírito Santo, 2.686 boed no Rio Gran-de do Norte e 27 boed em Sergipe.

R$11,13

R$16,57

R$12,48

R$8,62

R$12,99

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R$13,75

R$17,15

R$11,36

R$11,94

R$13,94

R$19,31

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

CPFL BRASKEM

VALE

Período: 07.06.2016 a 22.07.2016 | ações ações ações ações

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22.07.2016 07.06.2016

22.07.2016 07.06.2016

45.6951.50

44.1950.38

Variação no período: -9.61%

Variação no período: -11.07%

Variação no período: 27.31%

Variação no período: 1.54%

Variação no período: -9.05%

Variação no período: 41.13%

Variação no período: 7.15%

Variação no período: -8.70%

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12 TN Petróleo 108

Cada centavo contaNa crise do petróleo, a gestão eficiente de fornecedores pode levar empresas a dobrar as reservas de recursos.

Para lucrar em meio ao cenário adverso as empresas devem ir muito além de negociações agressivas, aponta o estudo da Bain & Com-pany, que atua na área de consultoria nos processos de mudança e

tomada de decisões, em relação a estratégias, operações, tecnologia, cons-tituição de empresas, fusões e aquisições.

O estudo revela que muitas companhias do setor têm apostado em ne-gociações agressivas com fornecedores, chegando a reduções de até 40% nos serviços prestados. “Com os baixos preços do petróleo, as companhias do setor de petróleo & gás elegeram a redução de custos como prioridade máxima a ser executada”, pontua Rodrigo Más, sócio da Bain & Company.

Ainda assim, tais medidas não são suficientes para garantir sucesso: para sobreviver ao cenário atual e ampliar seu escopo quando os preços do petróleo voltarem a subir, empresas do setor devem acompanhar o desem-penho dos fornecedores de perto, além de trabalhar com eles para reduzir custos da cadeia em conjunto.

“Apesar de complexo, o esforço vale a pena: se estes objetivos forem atingidos, as empresas do ramo petrolífero podem até dobrar os impactos das reduções de custos, segundo a consultoria”, afirma Más.

Para melhor compreender como atingir os objetivos de redução de custos através da atuação em conjunto entre operadores e fornecedores, a Bain & Company estudou diversas companhias do setor e identificou cinco ações principais. São elas:

1) Definição de papéis claros nas decisões. O alicerce de uma boa colabo-

ração entre funções é a transparência quanto à tomada de decisões. De-partamentos de compra e venda administram contratos, mas equipes de operação avaliam o desempenho dos fornecedores e aconselham quanto aos caminhos que podem aumentar o valor do relacionamento comercial.

2) estabelecimento de contratos mais abrangentes. Os contratos deve-riam abordar não apenas os serviços a serem prestados, mas também as expectativas sobre seus resultados nas operações, aferidos através de indicadores-chave de desempenho (KPIs).

3) Monitoramento dos indicadores de desempenho corretos. Cadeia de fornecimento, operações e fornecedores de serviços deveriam moni-torar indicadores críticos focados em entregar valor, não apenas pro-cessos. Alguns KPIs podem ser comuns para todas as categorias de produtos/bens, enquanto outros serão específicos para cada categoria. Para estabelecer indicadores, os fornecedores e compradores precisam

Rodrigo Más é sócio da Bain & Company.

indicadores tn

TN Petróleo 108 13

concordar no que consiste o custo total de proprie-dade para dada categoria, incluindo fatores que aumentem tanto os custos de fornecedores como os custos de compradores, bem como os impactos de cada categoria no desempenho operacional. As melhores soluções conjuntas só de fato prosperam quando seus impactos são devidamente visualiza-dos de forma integrada.

4) recursos que ajudem a linha de frente a definir o escopo de trabalho, volume e horas extras. Isso pode ser feito por meio de contratos simples (con-tract-on-a-page) – que informam aos funcionários de maneira direta como reduzir seu custo de ser-viço; e as ferramentas de escopo, que motivam a linha de frente a buscar a forma mais rentável de realizar seu trabalho. Por exemplo, um cliente criou um gráfico simples que explicava a diferen-ça de custo e risco do uso de andaimes, acesso por corda, elevadores ou gaiolas de empilhadeira para acessar pontos chave na planta. A linha de frente usou isso em sua base diária para tomar decisões sobre a melhor maneira de fazer um tra-balho e ter custos substancialmente reduzidos como resultado.

5) Avaliação do desempenho com fornecedores de serviços. O trabalho deve ser conjunto para cria-ção de valor, suportado por processos rigorosos de acompanhamento e atuação sobre qualquer lacuna identificada de desempenho. Revisões de desem-penho mensais são uma ótima maneira de comple-mentar uma forte administração diária, proporcio-nando a chance de entender sucessos e identificar oportunidades para melhoria. É importante plane-jar essas revisões com cuidado, tendo certeza que as equipes dos dois lados estão na sala e assegu-rando o acompanhamento. Se bem estruturadas e executadas de forma eficaz, essas sessões tendem a gerar grande impacto nos resultados alcançados, uma vez que as decisões decorrentes são discutidas de forma integrada e incorporadas na rotina de ges-tão de ambos os lados da mesa.As companhias com um gerenciamento forte do de-

sempenho de fornecedores criam valor desta forma no médio prazo. Além disso, ferramentas de gestão empo-deram a linha de frente para manter os custos baixos e, ao mesmo tempo, melhorar as relações com o fornece-dor, liberando parte da tensão em geral existente entre as áreas de compras e as operações.

Com o preço do petróleo baixo como está, cada dó-lar conta. Renegociações de prazo agressivas são uma tática importante, mas operadores e fornecedores po-dem criar valor adicional através da administração do

desempenho sistemático de fornecedores na linha de frente. Para fazer isso, operadores e fornecedores de-vem acabar com os silos e funcionar e identificar, con-juntamente, as reais alavancas de valor nos contratos de fornecimento. Fazer isso cria benefícios sustentá-veis que vão continuar até quando os preços do petró-leo eventualmente se recuperem.

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14 TN Petróleo 108

especial: gás natural

O futuro à luz do por Beatriz Cardoso

gás

TN Petróleo 108 15

nunca o gás natural esteve no centro das discussões do setor energético por fatores tão distintos.

No âmbito ambiental, é apontado como vetor de transição para uma economia ‘mais verde’ – embora fóssil, emite menos carbono em suas múltiplas aplicações, em comparação com o petróleo e com o carvão. A expansão de seu uso possibilita maior integração energética, abrindo espaço para o aumento da utilização de fontes renováveis.

no cenário macroeconômico, o salto na produção brasileira de gás natural na última década é visto como uma oportunidade para a ampliação de sua participação na matriz energética e redução da dependência do gás importado da Bolívia.

na esfera dos negócios, o gás natural ganha destaque diante da venda de ativos, por parte da Petrobras, incluindo gasodutos e campos em produção, o que pode atrair investidores para o setor, e levar a discussão para o campo da regulação, uma vez que será preciso aprimorar o marco regulatório para garantir uma transição mais suave diante da possível redução do papel da Petrobras no setor.

Enfim, é ‘à luz do gás natural’ que se vem discutindo a retomada do setor de energia, após o baque provocado em toda a cadeia produtiva pela ‘sangria’ que resultou na maior crise da história da estatal brasileira.

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16 TN Petróleo 108

o Brasil tem hoje reservas provadas de 429,4 bilhões de m³ de gás natural – chegando a 738 bilhões

de m³, somando as reservas prová-veis e possíveis, de acordo com o boletim anual de reservas (BAR) da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de 31 de dezembro de 2015.

Sem contar outros 84 milhões de m³ de recursos contingenciais (quantidade de petróleo ou gás natural potencialmente recuperá-vel, de reservatórios descobertos, por meio de projetos de desenvol-vimento, mas cuja produção, na data de referência do BAR, não é comercialmente viável devido a uma ou mais contingências).

O que representa um grande salto em comparação ao início des-se século. Em 2001, as reservas brasileiras eram de 221 bilhões de m³, chegando a pouco mais de 235 bilhões m³, considerando as prováveis. Ou seja, temos o dobro em reservas provadas – e o triplo, agregando as estimativas das pro-váveis e possíveis.

De acordo com o relatório anual da BP, as reservas brasileiras repre-sentam 0,2% das mundiais. Con-tudo, excetuando-se a Venezuela (198 bi m³), as reservas brasileiras hoje superam a de todos os demais países produtores do continente latino-americano, como México (11,4 bi m³), Trinidad Tobago (11,5 bi m³), Peru (14,6 bi m³), Argentina (11,76 bi m³) e a Bolívia (9,9 bi m³).

A produção também deu um salto expressivo: passou de uma média de 36,4 milhões de m³/dia, para 104 bilhões de m³/dia em dezembro de 2015 – caindo um pouco este ano, alcançando 99,8 milhões de m³/dia em maio deste ano. O crescimento da produção na primeira década deste século foi expressivo, tendo alcançado pela primeira vez 60 milhões de m³/dia

em julho de 2010, segundo dados da ANP. Mas o grande salto se deu nos últimos cinco anos, por conta do pré-sal. Tanto que a produção marítima representa hoje 76% do total extraído de gás natural nas bacias brasileiras – contra 60% no início dos anos 2000.

O último boletim da ANP, de ju-lho deste ano, mas relativo a maio, registra que a produção total de petróleo e gás natural no Brasil no mês totalizou 3,115 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). Desse total, a produção somente de petróleo somou 2,487 milhões de barris por dia (bbl/d) – aumento de 8,6% na comparação com o mês anterior e de 3,1% em

relação a maio de 2015. Já a pro-dução de gás natural totalizou 99,8 milhões de m³ por dia (m³/d), um

Fonte: ANP, SDP, Sigep – maio, 2016

Fonte: ANP, SDP, Sigep – maio, 2016

Santos 39 Campos 28 Solimões 14 Camamu 5 parnaíba 4 Espírito Santo 3 Sergipe 3 Recôncavo 2 Outros 2

Distribuição da produção de gás natural por bacia (%)

Os 20 campos que mais produziram gás natural (MMm3/d)

28

14

5 43 3 22

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20181614121086420

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especial: gás natural

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TN Petróleo 108 17

aumento de 4,2% frente ao mês anterior e de 7,2% na comparação com o mesmo mês em 2015.

A produção do pré-sal, oriun-da de 56 poços, foi de 928,9 mil bbl/d de petróleo e 34,5 milhões de m³ por dia de gás natural, to-talizando 1,146 milhão de boed, um aumento de 15,2% em relação ao mês anterior. Ou seja, o pré-sal respondeu por 355 da produção total do país.

acertos necessáriosAinda assim, o gás natural res-

ponde por cerca de 13% da matriz energética brasileira; índice que revela a existência de alguns im-passes a superar para que o gás natural possa ‘materializar ’ seu enorme potencial no Brasil.

Os principais entraves estão nas contradições existentes no mer-cado no âmbito regulatório, que inibem investimentos externos na expansão da malha de gasodutos, além, é claro, dos altos custos da implantação de infraestrutura de transporte da produção offshore, por meio de gasodutos submarinos ou sistemas embarcados de lique-fação desse energético.

A chamada Lei do Gás Natural (Lei 11.909, de 04/03/2009), que aboliu o monopólio estatal nas ati-vidades econômicas da indústria do gás natural, completou sete anos, mas o mercado ainda não está nos trilhos. Regulamentada pelo Decreto 7.382 (03/12/2010), ela veio a cobrir algumas lacunas deixadas pela Lei do Petróleo (Lei 9.478, de 06/08/1997), marco do fim do monopólio estatal.

A ANP promoveu consultas pú-blicas que gerariam algumas resolu-ções para o setor, entre as quais a de nº 51/2013, regulamentando a ativi-dade de carregamento e estipulando os procedimentos necessários rela-tivos a autorização, exercício, obri-gações e direitos dos carregadores.

“Assim, a partir da outorga de autorização, os agentes aptos poderão participar de chamadas públicas para contratação de capa-cidade em gasodutos de transporte e celebrar contratos de serviço de transporte com transportadores autorizados ou concessionários

d a a t i v i d a d e de transporte”, pontua o juris-ta cid Tomanik pompeu Filho, do escritório To-manik Pompeu – Sociedade de

O futuro à luz do gás

Balanço Esquemático - Brasil

Balanço de gás natural no Brasil (milhões m3/d)

produção nacional

77,287,496,2

Oferta importada46,5 | 52,9 | 50,4

Oferta nacional48,6 | 52,2 | 52,4

Consumo nas unidades de E&p10,9 | 11,5 | 12,2

absorção em UPGNs

3,6 | 3,6 | 3,8

Reinjeção10,6 | 15,7 | 24,23

Queima e perda3,6 | 4,4 | 3,9

Demanda total91,3 | 99,3 | 98,6

industrial41,8 | 43,0 | 43,6

Residencial1,0 | 1,0 | 1,0

Comercial0,8 | 0,8 | 0,8

geração elétrica40,1 | 46,8 | 45,9

geração2,5 | 2,6 | 2,5

Outros0,1 | 0,2 | 0,0

Importação

Bolívia31,8 | 32,8 | 32,0

argentina0,2 | 0,2 | 0,5

gnl14,6 | 19,9 | 17,9

Consumo em transporte,

desequilíbrio, perdas e ajustes

3,7 | 5,8 | 3,9

2013 | 2014 | 2015

Fonte: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás Natural. Edição nº 109

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18 TN Petróleo 108

Advogados, em artigo publicado em março deste ano, quando a Lei do gás completou sete anos.

Ele alerta que, “para que ocorra a construção ou ampliação de gaso-dutos, é fundamental a existência de agentes carregadores para contratar capacidade em processo de chamada pública”. Ocorre que ainda há uma situação que Tomanik aponta como monopólio estadual na comerciali-zação de gás natural para as conces-sionárias de exploração de serviços públicos de distribuição de gás ca-nalizado: “os estados desenvolvem, de fato, duas atividades distintas: a distribuição de gás canalizado, com atributos de monopólio natural e a comercialização de gás natural, com atributos monopolistas”.

Oferta total de gás natural no país

O gráfico a seguir apresenta a oferta total de gás natural ao mercado nacional. A oferta nacional foi calculada considerando a produção nacional, sendo abatidos os valores referentes ao consumo nas atividades de exploração e produção, queima e perda, reinjeção e absorção em Unidades de Processamento. A oferta de gás natural importado considera a importação de gás natural da Bolívia e Argentina, bem como o volume de Gás Natural Liquefeito (GNL) regaseificado.

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Oferta nacional | Importação (Bolívia) | Importação (Argentina) | Gás natural liquefeito (GNL) Total

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2016

Maio setMar Jul novFev Jun outAbr ago Dez

2016

Média

Fonte: Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural. Edição nº 109

Segmentação da oferta de gás natural – média 2016 (%)

Oferta nacional | Importação (Bolívia) | Regaseificação de gnl

53,235,2

11,5

Fonte: Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural. Edição nº 109

especial: gás naturalPromoção:

TN Petróleo 108 19

Promoção:

20 TN Petróleo 108

Estes aspectos regulatórios deverão ser aprimorados agora, sobretudo em fun-ção de um novo componen-

te nesse mercado: a redução da presença da Petrobras no setor de gás natural. A primeira ação nes-te sentido foi a venda por R$ 1,93 bilhão de 49% da Gaspetro para a Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda (Mitsui-Gás), subsidiária do grupo japonês Mitsui. A operação, concretizada em dezembro do ano passado, provocou ações judiciais e questionamentos por parte de grupos ligados às 19 empresas distribuidoras de gás natural nas quais a Gaspetro tem participação.

Essa venda já vinha sendo preparada pela empresa, que fez algumas alterações na estrutura da Gaspetro em junho de 2014, quando a subsidiária repassou para a holding (Petrobras) o controle da Transportadora Associada de Gás (TAG), mediante a transferência das ações. A estratégia de centra-lizar a gestão das transportadoras controladas 100% pela Gaspetro vinha sendo implementada desde

2008, quando a TAG incorporou a Transportadora Nordeste e Sudeste (TNS) e a Transportadora Capixaba de Gás (TCG). Nos anos seguintes foram mais dois importantes ati-vos: Transportadora Urucu Manaus (TUM), em 18 de agosto de 2010, e Transportadora Gasene, em 30 de janeiro de 2012.

Já sob o controle da Gaspetro, a TAG incorporou a NTN (Nova Transportadora do Nordeste) e NTS (Nova Transportadora do Sudeste), em 15 de dezembro de 2014, se-

guindo recomendação do acionista controlador e exercendo opção da compra em nome da Petrobras. A estatal firmou um termo de com-promisso com a ANP de que iria reestruturar a TAG e suas subsidiá-rias integrais, ainda em execução. Hoje a TAG controla uma malha de gasodutos de cerca de 6.500 km de extensão, com capacidade para transportar perto de 70 milhões de m³ de gás natural por dia para usi-nas termelétricas e distribuidoras de gás natural.

A venda de ativos da TAG, aprovada pelo conselho de admi-nistração da estatal, vem sendo negociada desde o início do ano, quando a Petrobras informou estar em negociações com a empresa Brookfield, interessada na NTS. O assunto segue em negociação.

Na área de E&P, estuda-se a venda de ativos que não sejam estratégicos, mas que tenham atratividade. O fato é que parte expressiva do gás natural vem hoje de campos no pré-sal: os 34,5 mi-lhões de m³ por dia produzidos nessa nova fronteira representam

Reestruturação e venda

especial: gás natural

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TN Petróleo 108 21

O futuro à luz do gás

quase a metade de toda a produção marítima de gás natural do país.

Revisão necessáriaO Ministério de Minas e Ener-

gia (MME) já anunciou que vai estudar e elaborar propostas para que o mercado de gás natural não seja impactado pelas mudanças de-correntes da já anunciada redução da Petrobras nesse setor.

O assunto já estava no foco do MME, que, em 2015, por meio de uma portaria interministerial (MME/MF n. 412/2015), criou um grupo de trabalho para “avaliar os impactos sobre a concorrência, a regulação e as políticas públicas do processo de desinvestimento da Petróleo Brasi-leiro S.A. – Petrobras, em atividades com características de monopólio natural, respeitado o disposto no art. 25, § 2º, da Constituição”.

A condução da discussão foi entregue agora ao novo secretário--executivo do MME, Paulo Pedro-sa, não por acaso presidente (até então) da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace). A questão será t a m b é m u m a das primeiras missões do novo secretário de Pe-tróleo, Gás Na-tural e Combustíveis Renováveis, Márcio Félix carvalho bezerra, indicado para o posto.

Engenheiro eletrônico e um dos principais quadros técnicos da Pe-trobras, Bezerra leva na bagagem a experiência de seis anos à frente da Unidade de Operações de E&P do Espírito Santo (UO-ES), e ou-tros três anos como secretário de Desenvolvimento do estado capi-xaba, um dos grandes produtores de gás natural em terra e no mar, e onde há forte infraestrutura im-plantada. Também vão participar

de todo esse processo técnicos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e da ANP.

O primeiro passo será discutir o tema entre os formuladores de polí-ticas públicas e órgão regulador e, mais tarde, com representantes das empresas que atuam no setor. Ain-

da que não haja um desenho claro de como a Petrobras vai implemen-tar um plano de desinvestimentos em estruturas de transporte de gás no país, as primeiras negociações realizadas estimulam o mercado, por representarem a oportunidade para o ingresso de novos agentes

Produção nacional: campos e áreas exploratórias

produção nacional: uEp – unidade Estacionária de produção

O gráfico abaixo apresenta os dez campos de maior produção de gás natural em março/2016, responsáveis por 71,3% da produção nacional.

Lula roncador rio Urucu Jubarte Marlim sulsapinhoá Leste de Urucu

Manati Mexilhão Marlim

O gráfico abaixo apresenta as dez UEPs de maior produção de gás natural no mês de março/2016, sendo essas responsáveis por 45,3% da produção nacional.

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Campos e áreas de maior produção

Plataformas de maior produção

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Fonte: Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural. Edição nº 109

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especial: gás natural

e, consequentemente, maior com-petição – o que vai demandar um esforço conjunto tanto do poder concedente como dos órgãos res-ponsáveis pelo planejamento e regulação energética, de forma a minimizar quaisquer riscos de ordem regulatória que possam se tornar entraves à entrada de novos agentes.

O maior interesse do governo e do mercado é atrair investido-

res para o país. O da Petrobras é obter bom preço por estes ativos para focar nas atividades de E&P. A estatal precisa manter o nível de operações exploratórias que deem suporte às suas ações, tanto na ela-boração de planos de desenvolvi-mento de seus ativos como também para subsidiar decisões, inclusive em futuros leilões, uma vez que o presidente Pedro Parente já afir-mou que nada impede a Petrobras

de participar de novas licitações em futuras rodadas.

A revisão do arcabouço regu-latório e institucional do setor é apontada como vital para que haja um ambiente de negócios atraen-te para os investidores privados, nacionais e estrangeiros – embora possa instigar também o interesse de estatais de outros países para o setor. Sem isso, os analistas acre-ditam que pode haver redução de investimentos e até mesmo uma desorganização do mercado de gás natural no Brasil.

Ainda que o livre acesso a esse mercado seja uma reinvindicação antiga da indústria, há quem tema que, sem o monitoramento do go-verno, possa ocorrer a mera trans-ferência de um monopólio público para o setor privado.

É importante lembrar que ter-mina em 2019 o contrato de supri-mento de gás natural com a Bolívia, no volume de 30 milhões de m³/dia. Ainda que possa ser renovado, como previsto no acordo firmado, os termos e o volume contratado podem sofrer alterações.

Ambiente de negócios Em seminário recente sobre os

desafios e as oportunidades do gás natural, a consultora da FGV Ener-gia, ieda Gomes, afirmou que “a regulação teria que ser feita antes da mudança, mas, pelo menos, o governo precisa sinalizar quais os

ativos que são monopolizados”. Ieda, que foi a principal exe-cutiva no Brasil da britânica BP, onde atuou por quase uma dé-

cada e meia, destaca que também é necessário que haja um planeja-mento integrado de longo prazo, em termos de demanda e oferta. “É muito difícil tomar decisão de

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Fonte: ANP, SDP, Sigep – maio, 2016

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investimento em área de gás natural sem haver qualquer sinalização de demanda previsível. Também é ne-cessário criar condições para tornar o gás competitivo em relação aos demais energéticos”, pontua ela, considerada uma das maiores espe-cialistas internacionais nesse setor.

A executiva observa que em-bora o Brasil produza quase 100 milhões de m³/dia, cerca de metade dessa produção é consumida no sistema Petrobras (nas refinarias, unidades de fertilizantes, plata-formas, para reinjeção por meio de poços, para aumentar a produ-ção, além de queima). O energético acaba por não chegar ao mercado devido a uma infraestrutura de escoamento ainda insuficiente e também do próprio mercado.

Tudo isso vai demandar novos investimentos, muito planejamento por parte de todos os atores en-volvidos – mais ainda do governo e dos órgãos do setor de energia – e um arcabouço regulatório bem definido.

questões que vêm sendo deba-tidas há quase duas décadas envol-vendo até mesmo uma série de pro-gramas governamentais com foco na expansão desse mercado – tanto na oferta como na distribuição e consumo. Um deles completará dez anos: o Plano de antecipação da produção de gás natural (Plangás), lançado em 2007. Desenvolvido pela Petrobras em parceria com o governo, a meta inicial era produ-zir 55 milhões m³ de gás natural até o final de 2010, foi superada em julho daquele ano, quando o país alcançou a produção de 60 milhões m³.

Combustível de transiçãoPor último, há ainda a ques-

tão ambiental. O Brasil é um dos signatários dos acordos ratifica-dos na 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em dezem-

bro de 2015, em Paris. O principal objetivo desse acordo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em consequência limitar o au-mento da temperatura global em 2ºC até o final desse século. Um tema que vem sendo tratado há quase 24 anos, desde a elaboração da Convenção durante a Rio-92.

A expectativa é que esses com-promissos resultem em um cresci-mento expressivo de energias re-nováveis (eólica, solar fotovoltaica, hidrelétrica etc.) para se alcançar essa redução das emissões de CO2. Nesse processo, o gás natural é vis-to como o combustível da transição. Ainda que seja fóssil, é mais limpo e eficiente que outros derivados do petróleo.

A crise financeira mundial aba-lou estes compromissos: o consumo mundial de gás no período 2014-

2015 cresceu apenas 0,4%, frente a uma média anual de 2,4% regis-trada nos dez anos anteriores. Nos Estados Unidos, esse crescimento foi de 2,9%, pouco acima da média mundial. Já no Brasil, esse mesmo chegou a 6,3%, bem acima da mé-dia mundial.

O que leva o setor a sonhar com tempos melhores, à luz do gás natural.

O futuro à luz do gás

Bacia de Santos: infraestrutura de escoamento do GNRota 1 e Rota 2: 23 milhões de m³/d de capacidade instalada Rota 1

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oRio de Janeiro concentra mais de 60% da produção total de petróleo e gás do país e também é referên-

cia na construção naval. O atual momento de crise no Brasil e no mundo, com os baixos preços dos barris, exige das empresas que atuam nesses mercados ajustes em suas operações buscando eficiência com redução de custos. Nesse sen-tido, o Anuário pretende auxiliar as empresas, por meio de informações qualificadas, a tomar decisões sobre os investimentos e a elaborar seus planos de negócios.

De acordo com o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, é importante para

o Rio de Janeiro que o encadea-mento produtivo se mantenha aquecido. “O mercado de petróleo, por não depender tanto da deman-da interna, é um dos únicos que pode ajudar a economia. A maté-ria-prima existe e o Brasil precisa explorar essa riqueza. É urgente que se explore o pré-sal”, ressaltou durante o evento de lançamento.

As principais áreas licitadas em exploração e produção no Brasil com contratos vigentes se encon-tram nos limites geográficos do es-tado, o que representa um poten-cial de mais de 25 bilhões de barris em reservas. Dessa forma, neste cenário de crise vivenciado hoje, é imprescindível que as informações

disponíveis estejam não somente no formato de dados brutos, mas acrescidas de análises que possam pautar as atividades a serem de-senvolvidas, sejam elas dentro das organizações, dos governos ou das empresas.

Colaboração de peso“Fazemos essa entrega com

espírito de dever cumprido. Fomos presenteados com as parcerias que conquistamos e dividimos com o mercado o resultado desse traba-lho. O Anuário representa um novo marco em nosso compromisso com essa indústria. A possibilidade de lermos o Rio através do petróleo, traduzindo para a indústria o pas-

Firjan lança anuário de petróleo

Para fortalecer a indústria do estado do Rio e dar subsídios

às tomadas de decisão, o Sistema Firjan lançou o Anuário

da Indústria de Petróleo no Rio de Janeiro: Panorama 2016.

No documento estão informações relevantes para os agen-

tes do mercado a fim de contribuir para o direcionamento

e para a geração de novos negócios.

Anuário da Indústria de Petróleo no Rio de Janeiro: Panorama 2016

por Beatriz Cardoso

eventos

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sado em oportunidades futuras”, destacou Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval (PGN) da Firjan. Ela pontuou que os núme-ros apresentados no documento “como dados históricos, também revelam possibilidades de planejar o futuro”, frisando que a publicação mostra a possí-veis investidores a dimensão do mercado de petróleo no estado.

“Concretizar o Anuário en-volveu, além das valiosas contri-buições de nossos parceiros, uma seleção criteriosa das informa-ções, que mostram toda a cadeia de valor do petróleo. Destacamos dados para a indústria, governos e sociedade, quando falamos de empregos, por exemplo. Nessa primeira edição, conseguimos agregar análises técnicas, com um panorama do que foram os úl-timos dez anos e o que podemos esperar para o mercado flumi-nense em 2016”, complementou Thiago Valejo Rodrigues, coorde-nador de Conteúdo Estratégico da gerência de PGN.

A Firjan contou com a cola-boração de várias organizações do setor na confecção do texto. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) disponibilizou dados e elaborou um mapa exclusivo com informações referentes ao Rio de Janeiro.

O Instituto Brasileiro de Petró-leo, Gás e Biocombustíveis (IBP) produziu uma análise do contexto

mundial da indústria de petróleo gás. E a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) con-tribuiu com um diagnóstico sobre exploração e produção.

Também colaborou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Governo do Estado do Rio de Ja-neiro, com uma análise das partici-pações governamentais provenien-tes das atividades petrolíferas.

EstUdos rECEntEs, desenvolvidos pela ANP, projetam que em 2030 o país terá um déficit global de mais de 1 milhão de barris/dia de derivados, mesmo considerando a entrada em operação dos dois conjuntos de refino – da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

• A capacidade de refino projetada para o Brasil atenderia a apenas 70% da demanda de derivados.

• O aumento da demanda por derivados alcançou mais de 50% nos últimos dez anos.

• A atividade de refino agregado aumentou apenas 15% da sua capacidade de processamento em dez anos.

• O impacto da mão de obra voltada para o petróleo no estado sofreu um impacto negativo quatro vezes maior que no Brasil como um todo, no período 2014 e 2015. O Rio de Janeiro representa mais de 60% dos em-pregados somente no segmento de exploração e produção.

Destaques

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Jorge Camargo, presidente do iBp; Márcio Félix, secretário de Petróleo, Gás natural e Combustíveis renováveis do MME; Eduardo Eugênio gouvêa Vieira, presidente do sistema Firjan; Solange guedes, diretora executiva de E&P da Petrobras; Márcio Capute, secretário estadual de desenvolvimento Econômico, Energia, indústria e serviços e Eloi Fernández y Fernández, diretor geral da Onip.

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eventos

COM A INOVAçãO como premissa de sua estratégia e operação desde a fundação, o grupo Intertek completou em junho 40 anos de atuação no Brasil, com previsão de continuar investindo no país, considerado estratégico para seu negócio. A empresa, que iniciou suas atividades no Brasil como Caleb Brett, tinha como foco inicial a inspe-ção de petróleo e derivados, expan-dindo depois para grãos e análises laboratoriais diversas. O mercado de minérios foi o segundo mercado no qual a empresa se destacou.

Com a visão de ser o líder global como parceiro em soluções completas para qualidade Assegurada, a Inter-tek desenvolveu uma estratégia dife-renciada para oferta de serviços que, baseados na interação e pesquisas com seus clientes, significam opções não apenas para avaliação da qualidade e segurança de componentes físicos, produtos e ativos, mas também para a confiabilidade dos processos operacio-nais e sistemas de gestão da qualidade. “Na prática, oferecemos ao mercado brasileiro, com pioneirismo, a evolu-ção do segmento TIC para o A+TIC,

a (qualidade) Assegurada + TIC”, a-firma Rui Esteves, diretor presidente da Intertek Brasil.

A estrutura da Intertek em nosso território contempla a maior parte das linhas de negócio desenvolvidas pelo grupo mundialmente: aeroespacial e automotiva; alimentos e agricultura; bens de consumo e varejo; brinquedos, brindes, jogos e produtos duráveis; eletroeletrônica; energia; governos e instituições; industrial e manufatu-ra; médica e farmacêutica; minerais; construção; petróleo e gás; produtos têxteis, vestuário e calçados; quími-cos; TI e telecomunicações. Projetos locais envolvendo inspeção industrial e marítima para a Petrobras e a Vale do Rio Doce são considerados casos de sucesso da Intertek em todo o mundo, e a atuação de suporte para o agrone-gócio no Brasil é referência para ações da organização em escala global.

crise gera oportunidades – “As so-luções para qualidade Assegurada Total já estão disponíveis no Brasil, e em 2016 investiremos R$ 5,6 milhões em novos equipamentos, num total de

R$ 9,1 milhões desde 2015 por acredi-tarmos no grande potencial do país”, afirma Rui Esteves. Foram redefinidos recentemente os processos em Vendas e Marketing, ampliando a capacida-de de atendimento aos clientes e ao mercado.

Novos escritórios e laboratórios também estão em estágio avançado, juntando-se aos 17 atuais no Amazo-nas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernam-buco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A expansão em Certificação e Ensaios para Produtos conforme exigências do Inmetro e de outros órgãos competentes é outro foco de grande atenção para a Inter-tek no Brasil, destacando as recentes reestruturações dos laboratórios em Barueri e São Caetano do Sul (ambos em São Paulo), assim como a acredi-tação em brinquedos e componentes automotivos.

Acompanhamento por vídeo pelo cliente dos testes em seus produtos; calibração para medidores de fluxo no local, para indústria de petróleo e gás; premiação internacional pe-las ações e resultados superiores em Saúde e Segurança; inauguração de nova câmara considerada “estado da arte” para ensaios de compatibilidade eletromagnética; todos esses itens são apenas alguns exemplos de novidades que foram disponibilizadas ao mercado pela Intertek no mundo apenas nos últimos meses.

“Períodos de crise econômica como o que vivemos atualmente no Brasil são grandes oportunidades para nos reinventarmos como país, empresas e profissionais, e é com esse espírito que a Intertek pretende oferecer cada vez mais soluções para apoiar a retomada do crescimento da economia brasilei-ra. E, claro, com muitas inovações”, complementa Rui Esteves.

intertek: 40 anos de BrasilEmpresa vai fechar o biênio 2015-2016 com investimento local de R$ 9,1 milhões

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É dessa forma que o carioca Luisângelo Costa, 49 anos, explica sua rica

trajetória profissional, com passagem em várias corporações, nacionais

e estrangeiras, em distintos segmentos da economia – da petroquímica

à indústria naval, do setor offshore ao de energia térmica. “Para ser um

profissional flexível, o principal fator é gostar de aprender – através do estudo,

das experiências e dos relacionamentos”, pontua o engenheiro eletrônico.

perfil profissional

COM MEStRaDO EM EngEnHaRia de Computação E Pós--Graduação em Engenharia Econômica e Administração Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luisângelo gosta mesmo é de atuar na área de negócios. Desde 2014 associado à Natural Energia, ele afirma que o Brasil vai voltar a ficar atrativo para investimentos em pouco tempo. “Estamos nos preparando para iniciar novos projetos de geração e também procurar boas oportunidades para for-talecer nosso setor de fusões e aquisições”, diz, mostrando que os planos da empresa são de longo prazo.

A paixão pela matemática desde a adolescência já sinaliza-va uma vocação para a área de Exatas. “Acabou sendo uma op-ção natural. Na verdade, no terceiro ano, estava numa grande dúvida entre Informática e Engenharia Eletrônica. Era a época do surgimento da Apple e da Microsoft, da guinada da IBM na direção dos PCs, a popularização da computação. Acabei indo para a engenharia porque achei que teria uma formação mais completa... e não me arrependi”, conta Luisângelo.

Em 1990, ele terminou o curso de Engenharia, começan-do, no ano seguinte, o mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação na Coppe/UFRJ. O mercado andava sobres-saltado, depois do confisco da poupança pelo governo Fer-nando Collor, grandes empresas fechando ou se transferindo para outros locais onde houvesse algum benefício fiscal e desemprego em alta.

quando surgiu a oportunidade de ir para a Divisão de química da brasileira Unipar, no polo petroquímico de Santo

gostar de aprender por Beatriz Cardoso

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O segredo é

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André (SP), em 1992, ele fez as malas e partiu para São Pau-lo. “Foi ótimo, pois além de ter conseguido o primeiro emprego pude usar o projeto de automação da fábrica como estudo de caso da minha tese de mestrado, na Coppe”, lembra.

Ficou na Unipar até 1995, quando foi para o Centro Inter-nacional de Tecnologia de Sof-tware (Curitiba), antes de ir para a alemã Bayer, onde ficaria por dois anos. Sobre a experiência no setor químico, ele fala que foi um grande aprendizado. “Uma fábrica que trabalha 24 horas por dia, sete dias por semana, tem uma dinâmica particular. O im-portante nesse caso é não deixar a produção parar e os clientes, pelo menos no meu caso, eram todos internos”, observa.

negócio próprio – Depois de uma rápida passagem por outra empresa de TI, resolveu montar o próprio negócio, criando a consultoria Commtel. “quando ainda estava na Bayer a empresa começou um processo de terceirização em várias áreas, incluindo a de projetos. Comecei a prestar serviços através da minha empresa em 1998. Logo em seguida a Bayer me propôs alocar outros engenheiros na Commtel. Em pouco tempo já tinha um bom time e comecei a prestar serviço para outras empresas, como Petrobras, Vale e Ambev”, conta o engenheiro.

Ser empresário e ter funcio-nários é uma responsabilidade enorme: “Você ganha outra família”, avalia. Mesmo assim, considerava-se um carioca rebelde morando em São Paulo. “Todo fim de semana voltava para casa. Família, amigos, praia, Maracanã, não queria abrir mão disso. Eu brincava

que morava no Rio e passava a semana em São Paulo.”

Foi essa experiência que o levaria para a área comercial. “quando fiquei à frente do meu próprio negócio, acabei indo natu-ralmente para o desenvolvimento de negócios. Tive que prospectar novos clientes para trazer novos negócios, e aumentar a interação com os antigos para melhorar a lucratividade”, lembra.

novo desafio – Em 2002, ele ingressaria definitivamente na área de petróleo, quando foi convidado a integrar os quadros da Unicontrol, antiga divisão do grupo Unipar do setor de

automação, que fora comprada por canadenses. Com sede em São Paulo, a empresa chamou o engenheiro para integrar a equipe do novo escritório no Rio.

A petroleira brasileira, a quem Luisângelo havia prestado serviços pontuais na época da consultoria, era então a prin-cipal cliente da Unicontrol no Brasil. “O maior desafio foi a mão de obra. Formamos inú-meros engenheiros e técnicos que até hoje são referência em automação industrial. Alguns estão trabalhando no exterior”, lembra Costa.

Nessa relação com a Petro-bras, a Unicontrol participou de projetos emblemáticos como as plataformas P-53, P-52, P-51 e P-54, nas quais atuou em parce-ria com a Technip, Keppel Fels, Mauá-Jurong, UTC, Promon, GDK, Modec, Saipem, entre ou-tras. “A empresa aproveitou bem a curva de aprendizado. O time era ótimo, a produtividade muito alta. Um projeto puxava o outro”, observa. O desafio era aumentar a produtividade sem descuidar da qualidade. “Éramos muito cobrados, tanto pela Petrobras quanto pelos epecistas, porque tínhamos uma carteira enorme, até mesmo para os padrões inter-nacionais”, afirma.

A maior conquista chegou com um contrato pioneiro, segundo ele, com a Petrobras/UN-BC, por meio do qual a Unicontrol fazia a assistência técnica em todas as plataformas em operação. “Chegamos a ter mais de 60 técnicos embarcados fazendo manutenção, melhorias e adaptações nos sistemas de controle de todas as plataformas de produção. Era um trabalho al-tamente especializado, com uma logística fantástica”, recorda o engenheiro.

Local e data de nascimento: rio de Janeiro, 1967.

Casado: com renata, tem dois filhos: Bernardo, 16, e Thiago, 14 anos.

Qual livro está lendo?: Os luminares, de Eleanor Catton.

Qual seu livro de cabeceira? Cem anos de solidão, de Gabriel García Márquez.

O que gosta de fazer nas horas de folga?: Minhas horas de folga ficam por conta dos meus filhos... geralmente eles decidem.

Qual o seu hobby?: gosto de praticar esportes, ler, cinema, teatro.

Música predileta?: O mundo é um moinho, de Cartola.

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perfil profissional

Outro contrato importante foi o comissionamento da P-43 e P-48, o primeiro serviço desse tipo da Unicontrol no país. A P-43 foi comissionada no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), e a P-48 no Estaleiro Keppel-Fels, em Angra dos Reis (também no Rio). Além do sistema de automação, a Unicontrol auxiliou o comissiona-mento da instrumentação. Neste serviço, chegaram a ter mais de 120 técnicos envolvidos.

Crescendo junto – No final de 2005, Luisângelo decidiu partir para uma nova etapa na carreira profissional, quando aceitou o convite para ser gerente comercial da brasileira Chemtech, que estava sendo incorporada pela alemã Siemens. “Eu sabia que eles estavam aproveitando o momento de grandes investimentos no país para crescer rapidamente. Achei que era uma ótima oportunidade para crescer junto com eles”, explica.

Torna-se, então, gerente corporativo da conta Petrobras quando a Siemens assume definitivamente o controle da empresa brasileira. “O desafio era manter a pegada”, lembra o engenheiro, uma vez que havia dois ambientes distintos e desafiadores, duas culturas diferentes. “Mas a integração foi bem planejada e houve uma fase de transição, na qual tivemos a oportunidade de conhecer bem os processos da Siemens e nos adaptar a eles”, destaca.

Após cinco anos na Siemens, aceitou o convite para ser Head de Business Development no Bra-sil da norueguesa Aker Solutions – “era uma oportunidade úni-ca” – onde ficaria poucos meses, devido a mudanças na compa-nhia. Foi então para a GE Energy, que na época tinha adquirido a

Dresser Valves. Como gerente das Contas da Petrobras e Braskem, ficaria mais focado nos segmen-tos de óleo e gás e petroquímica.

A experiência consolidada no relacionamento com a petroleira brasileira o tornou um profissio-nal atrativo para outras empresas, como a finlandesa Wärtsilä, que em março de 2012 o chamaria para ser diretor da conta Petro-bras, na época considerada uma das “seis contas estratégicas da empresa” no mundo todo. “Meu papel era estabelecer o planeja-mento da conta Petrobras dentro da Wärtsilä, de modo a garantir um relacionamento estável e rentável para as duas empresas. Foi quando comecei a ter mais contato com a área de geração de energia, onde a Wärtsilä é muito forte (mais de 4.700 plantas no mundo todo) e tem a Petrobras como um dos principais clientes”, garante o engenheiro.

Energia para mudar – Dois anos depois, em dezembro de 2014, Costa foi convidado a se associar à Natural Energia, pois a mesma tinha planos de iniciar o desenvolvimento de uma usina termelétrica. E lhe tocou incrementar os projetos dessa área na empresa, que atua em três áreas: desenvolvimento de projetos de geração de energia, serviços e desenvolvimento imobiliário.

“Essa é uma área que care-ce de novos projetos no Brasil. A geração termelétrica vai ter papel importante em nossa matriz energética, não só por-que as novas hidrelétricas não terão uma capacidade tão grande quanto as que foram construí-das nas últimas décadas, como também para regular a geração de energia renovável, que pela sua característica intrínseca são

intermitentes”, explica, revelan-do que a intenção é participar do Leilão de Energia Nova em 2018.

O engenheiro eletrônico que acabou ‘surfando’ desde o seg-mento de TI até o setor de óleo e gás, naval e offshore, e agora, de energia, atribui essa capacidade à formação que galgou. “A engenha-ria te dá uma visão geral que per-mite que você consiga surfar em várias áreas diferentes. E a partir de certo ponto minha carreira vi-rou para uma área mais focada em negócios que, respeitando-se as características de cada empresa e de cada setor, possui aspectos co-muns, que podem ser replicados”, afiança, ressaltando: “Para ser um profissional flexível, o principal fa-tor é gostar de aprender por meio do estudo, das experiências e dos relacionamentos.”

O executivo observa que o se-tor de energia passa por desafios devido ao momento conturbado pelo qual passa o Brasil. “Por um lado, durante algum tempo não precisaremos de novos projetos de geração, pois temos sobra de energia devido à recessão. Por outro lado, se ficarmos muito tempo sem leilões de geração, a indústria pode encolher e desestimular investimentos em fábricas e serviços no país”, ana-lisa Luisângelo Costa, lembrando que o setor de óleo e gás passou por isso recentemente e hoje lida com as consequências. “O gover-no precisa de um planejamento para lidar com esta situação pelos próximos dois anos”, frisa.

Ainda assim, as perspectivas são positivas. “O Brasil vai voltar a ficar atrativo para investimen-tos em pouco tempo. Estamos nos preparando para iniciar novos projetos de geração e tam-bém procurar boas oportunida-des para fortalecer nosso setor de fusões e aquisições”, conclui.

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• Prensa-cabos

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Ex e IIC T6 a T5 GbEx tb IIIC Db Zonas: 1 e 2, 21 e 22Grau de Proteção: IP66

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Luminárias: Ex db e IIC T6 a T4 Gb Ex tb IIIC DbProjetores: Ex db IIB+H2 T6 a T5 Gb Ex tb IIIC DbZonas: 1 e 2, 21 e 22Grau de Proteção: IP65/IP66

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Ex d e IIC T6 GbEx tb IIIC DbZonas: 1 e 2, 21 e 22Grau de Proteção: IP65

• Conduletes• Unidades Seladoras• União Macho / Fêmea• Adaptadores de rosca• Tampões • Entre outros

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suplemento especial

A Odebrecht Agroindustrial divulgou hoje o balanço da safra 2015/2016. A Empresa

processou 29,3 milhões de tonela-das de cana-de-açúcar no período, o que representou um crescimen-to de 23,3% em relação ao volume processado na safra anterior. Foram produzidos 2 bilhões de litros de etanol, sendo 1,4 bilhão de litros de etanol hidratado e 640 milhões de etanol anidro e 455 mil toneladas de açúcar VHP. Adicionalmente, a Empresa forneceu biomassa (ba-gaço de cana de açúcar) suficiente para cogeração de 2,1 mil GWh de energia elétrica para exportação.

Além do novo patamar de pro-dução, a Odebrecht Agroindustrial apresentou avanços em produtivi-dade. O indicador de TAH (Tonela-das de Açúcar por Hectare) cresceu 11,8% em relação à safra 2014/2015 (9,8 ante 8,6 no ciclo anterior), im-pulsionado principalmente pelo avanço no TCH (Toneladas de Cana por Hectare) e no ATR (Açúcar Total Recuperável). Um dos principais in-dicadores de custos da Empresa, o CCT (Corte, Carregamento e Trans-porte), foi impactado positivamente pelas ações de produtividade e redu-ção de custos adotadas, com queda de 5,5% no unitário por tonelada de cana colhida.

O plantio fechou em torno de 50 mil hectares, 84% dos quais voltados a áreas de renovação. Os investi-

mentos em formação de lavoura já refletem a evolução do Programa de Fornecedores, que tem por meta reduzir as necessidades de caixa e garantir o fornecimento de cana para as próximas safras, inclusive visando a expansão de moagem, fomentando o crescimento e susten-tabilidade operacional e financeira dos principais parceiros.

A receita líquida no período foi de R$ 3,7 bilhões, crescimento aproximado de 45% na comparação com a safra 2014/2015. Já o EBITDA, desconsiderando o ativo biológico, ficou em R$ 1,1 bilhão ante R$ 370 milhões, um incremento expressivo de 200% em comparação com o ciclo anterior.

Em 30 de junho de 2016, após o encerramento do exercício social da Empresa e antes da emissão das demonstrações financeiras, a Ode-brecht Agroindustrial e Odebrecht S.A. firmaram um Acordo de Rees-truturação de Capital, renegocian-do aproximadamente 95% de suas dívidas com instituições financeiras.

O acordo contempla uma capita-lização da Odebrecht S.A. na Ode-brecht Agroindustrial no montante de aproximadamente R$ 6 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões serão realizados por meio de aporte de ativos e R$ 4 bilhões em aporte financeiro, sen-do que destes, R$ 2,5 bilhões serão destinados exclusivamente para re-dução imediata do endividamento da

Empresa, que diminuirá expressiva-mente sua alavancagem e despesas financeiras e terá seus resultados refletidos no balanço referente à safra 2016/2017.

No ciclo que se encerrou, a dívi-da de curto prazo (com vencimen-to nos 12 meses subsequentes ao encerramento da safra) passou de 22,7% da dívida total, em março de 2015, para 35,2% no encerramento da safra 2015/2016. Com a finaliza-ção da reestruturação de capital, o percentual da dívida alocada no cur-to prazo cairá para cerca de 2,8% e o prazo médio da dívida aumentará de 3,6 anos para 8 anos. Desta forma os prazos dos financiamentos serão adequados conforme a capacidade de geração de caixa da empresa.

Para a safra 2016/2017, a empresa projeta a moagem de 31 milhões de toneladas de cana, com a produção de 2,2 bilhões de litros de etanol e 640 mil toneladas de açúcar VHP, além de 2,2 mil GWh de energia elétrica a partir da biomassa.

Resultados Odebrecht Agroindustrial - Safra 2015/2016

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Ano 5 • nº 46 • junlo de 2016 • www.tnsustentavel.com.br

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

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governo financiará energia e infraestrutura na região norte

Foram aprovados, no dia 18 de julho, o financiamento a pe-quenas centrais hidrelétricas,

parques eólicos e centrais fotovol-taicas, pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), e o investimento em projetos de infraes-trutura urbana, pelo Fundo de De-senvolvimento da Amazônia (FDA).

Com a decisão, o FNO passa a financiar até 60% do investi-mento total de empreendimen-tos voltados à geração de energia por aproveitamento das fontes de biomassa, pequenas centrais hidrelétricas, parques eólicos e centrais fotovoltaicas.

Já no setor de infraestrutura urbana, a partir de agora será pos-sível abrir financiamentos para a implantação de Centros Adminis-trativos voltados à prestação de ser-viços aos cidadãos ofertados pelo poder público. Para ter acesso aos recursos é preciso que o projeto obedeça aos princípios de susten-tabilidade.

O ministro da Integração Na-cional, Helder Barbalho defendeu que a Sudam, os governos estadu-ais e organizações trabalhem de forma integrada na busca por mais desenvolvimento da Amazônia. "Nós estamos aqui em favor do Bra-sil, dos nossos estados e da nossa região. Todos temos uma bandeira única, que é o desenvolvimento da Amazônia. E o papel do Ministério da Integração Nacional, da Sudam e desse Condel (Conselho Deli-berativo da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia) contam com a deliberação de to-dos os governadores dos estados. Portanto, as decisões são coletivas, colegiadas e legitimadas", explica.

HistóricoDe acordo com o superinten-

dente da Sudam, Paulo Roberto Correia da Silva, o órgão admi-nistra o Fundo de Desenvolvi-mento da Amazônia (FDA), que disponibilizou recursos de apro-ximadamente R$ 4 bilhões para financiamentos nos últimos nove anos. "Esses recursos geraram investimentos de cerca de R$ 21 bilhões. Neste período, mais de R$ 16,5 bilhões já foram injetados no setor produtivo, cerca de 1,9 mil incentivos fiscais foram concedi-dos e mais de 100 mil empregos diretos e indiretos."

Fundo PermanenteApós as discussões e delibera-

ções do Condel, os participantes também aprovaram a criação de um Fórum Permanente para dis-cutir os entraves para o desenvol-vimento da região, em especial os prazos para a obtenção de licenças

ambientais. O ministro Helder as-sumiu o compromisso de levar a pauta à presidência do Ibama e voltar a se reunir no próximo dia 4 de agosto, na Sudam, com os secre-tários estaduais de meio ambiente da região Norte.

Próximos encontrosO próximo encontro do conse-

lho está previsto para o dia 11 de agosto, com o objetivo de votar as proposições que tiveram pedido de vistas: a aprovação da Política de Desenvolvimento Industrial da Amazônia Legal (PDIAL), elabora-da sob um contexto de parcerias com os agentes regionais e com o Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); e a atualização do Plano Regional de Desenvolvimento da Amazônia (PRDA), desenvolvido pela Sudam e que traz novos ob-jetivos e programas relacionados ao desenvolvimento da região.

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suplemento especial

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

Não há verdadeira evolução pessoal e profissional sem o mérito!

Meritocracia integralMérito é sinônimo de préstimo ou valor. É aquilo que faz com que uma pessoa seja digna de reconhecimento ou recompensa por uma ação que traz resultados de grande valor, entendidos estes dentro de uma escala de princípios éticos e com reflexo para uma parte ou para o todo da comunidade humana.

Há certo consenso de que aplicar o conceito de mérito, nos negócios e no ambiente empresarial é algo que ajuda no processo de obten-ção de resultados e de transformações estratégicas rumo a um fu-

turo desejado. Assim como pode trazer um equilíbrio na distribuição de reconhecimento aos que mais se empenham na luta pela transformação construtiva.

A palavra meritocracia, por outro lado, vem sofrendo um desgaste re-centemente. Há os que defendem o desuso do termo. Há os que colocam a sua utilização como uma atividade injusta e enviesada. A principal jus-tificativa para isso seria que não se pode falar de mérito onde há gran-des desigualdades. Em sociedades muito díspares, como a nossa, de fato a escolha das melhores funções ou dos maiores benefícios por meio do mérito individual traz uma injustiça embutida. Mas, aqui, este argumento troca causas por consequências, parte de premissas erradas para chegar a conclusões razoáveis, à moda do que faziam os sofistas na Antiga Grécia. Porque se o problema é a desigualdade, é ela que deve ser saneada e não o conceito de mérito. Isso equivale a alguém que come acima da conta e depois critica o consumo de água: “água faz mal, dilata o estômago”. Nes-se caso, o que precisa ser modificado é o ato de comer demasiadamente, e não a água em si, fonte de vida!

Mesmo no ambiente organizacional, há um desgaste da meritocracia, devido a alguns fatores:1. O abuso por parte de alguns chefes: é comum a utilização da avaliação

de mérito (ou desempenho) para tentar manipular, dissuadir, impor cer-tas condutas. Os que assim o fazem, agem sem equilíbrio e colocam o sistema a perder.

2. A dificuldade de julgamento: sempre que se busca justiça, acaba-se com algum tipo de julgamento. Embora todos eles possam ser falhos, pior é prescindir deles. Por haver dificuldades no julgamento de mérito, então resolvem aboli-lo.

3. O “Paradoxo da Objetividade”: como forma de contornar as dificulda-des do item 2, alguns defendem que a avaliação de mérito deve ser objetiva, mensurável e prática. Ok, quanto mais objetiva, mais simples. Porém, isso leva a um estímulo da ação utilitarista, em que os “fins justificam os meios”. Já que são objetivos mensuráveis e isentos, há

Wanderlei passarella é mestre em adminis-tração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também engenheiro mecânico pela Escola politécni-ca da USP; pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/FSJT. Atualmente dirige a Synchron Participações e é coach de executivos. Foi diretor presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor-geral da Menasha Materials Handling south america e exerceu cargos gerenciais na nitroquími-ca (Grupo Votorantim) e Ipiranga Química.

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uma tendência a consegui-los por meios nem sem-pre construtivos (o que vale é o número atingido...). Isso pode criar uma atmosfera de baixa cooperação, culminando com o desmoronamento do respeito, da ética e do espírito de equipe.

4. As “Curvas Forçadas”: outros se empolgam tanto com a meritocracia que instituem curvas forçadas de avaliação de desempenho, em que a posição re-lativa do todos em um ranking realça os “melhores” e os “piores” (estes podem até perder o emprego). Novamente, a meritocracia descamba para as con-sequências ruins relatadas no item 3 acima.Mas, será que tudo isso é suficiente para justificar

a abolição da meritocracia? Vejamos o que nos dizem alguns dos grandes mestres da filosofia e da sabedoria. Voltaire, numa frase célebre, já colocava que “a ver-dade, tal qual o mérito, atrai o ódio dos contemporâ-neos”, numa clara alusão de que é mais cômodo viver em um mundo isolado, onde se justifica deixar de lado conceitos plurais tais como ética, estética e verdade. Para Platão “são vitoriosos os que alcançam o sucesso pelos próprios méritos”, trazendo à tona a virtude da diligência, do trabalho construtivo e disciplinado para que se consiga a vitória e, com ela, o mérito. Talvez, a mais emblemática citação sobre o mérito, na visão de um gênio da sabedoria, seja a famosa “Parábola dos Ta-lentos”. Nela se expressa a ideia de que a quem é con-fiado um “talento” (significando uma moeda da época, ou, em sentido figurado, uma virtude) é esperado que o multiplique e não que o deixe guardado; assim me-recerá a consideração do seu senhor. Sem dúvida, uma exortação à ação meritocrática.

Valendo-nos, então, das lições dos mestres, en-tendemos que a meritocracia é crucial. Talvez não a forma como a mesma vem sendo abordada hoje pe-las empresas. Ainda, como vimos, vigora a aplicação do mérito com baixo preparo para se compreender o “meio termo” do equilíbrio virtuoso. Esse equilíbrio advém da possibilidade de se olhar o mérito como consequência da competência, de se poder olhar para trás (para o que já ocorreu) mirando no que está à frente (para o que ainda poderá ocorrer). Em linguajar atual, a prescrição é realizar o feedback com vistas a melhor executar o feedforward.

Em outras palavras, é importante ter o mérito como parâmetro de avaliação, mas que este seja feito com vistas a se preparar um novo ciclo de crescimento para todos. O segredo é correlacionar o mérito com a com-petência, olhar para trás e focar à frente, retificar vícios para fortalecer virtudes.

A avaliação de mérito (ou desempenho) precisa ser realizada após o aculturamento a um ambiente de

confiança e motivação. Importante é ter realizado, a priori, uma verdadeira redefinição da arquitetura or-ganizacional para que esta incorpore um “contexto ca-pacitante”, com fatores higiênicos e motivacionais (na salutar concepção de Frederick Herzberg). Assim, num clima de profundo respeito humano e de cooperação coletiva, metas e atitudes são avaliadas conjuntamen-te, desempenho e competências (virtudes e valores) formam o pano de fundo para se pensar no futuro, no pleno desenvolvimento das potencialidades e pendo-res de cada um, alinhados com os grandes objetivos da organização.

Por meio de um sistema que incorpora o feedback e o feedforward, que procura fazer isso de forma a forta-lecer o individual e, ao mesmo tempo, o coletivo, tem-se uma “Meritocracia Integral”. Nesta não é possível ver o mérito de forma parcial e simplista, mas por in-termédio de uma série de ações concatenadas e equili-bradas, para que as dificuldades inerentes ao processo sejam mitigadas. Abre-se o caminho para uma gestão de talentos que pode propiciar amplos resultados a to-dos. Está aí uma oportunidade para se reinventar a já tão desgastada área de “Recursos” Humanos!

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suplemento especial

O licenciamento ambiental foi instituído no Brasil com a Lei 6.938, publicada em

1981, como instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente e com critérios

definidos de preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental para

manutenção do equilíbrio ecológico. Na mesma época, também foi criado o

Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) com a competência de estabelecer

normas e critérios para a licença de atividades potencialmente poluidoras.

Já em 1988, no processo de edição da Constituição Federal do Bra-sil, instituiu-se o estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) como preceito para instalação de obra ou ati-

vidade potencial causadora de danos ao meio ambiente. No ano seguinte, atribuiu-se ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-rais Renováveis (Ibama), órgão do poder executivo federal, o licenciamen-to ambiental de empreendimentos e atividades de significativo impacto ambiental no âmbito nacional ou regional, ou na ausência ou inépcia de órgãos originalmente competentes (atribuídos originariamente aos órgãos estaduais do meio ambiente).

A partir desse contexto legislativo complexo foi instaurada uma série de controvérsias e debates sobre a competência para o licenciamento ambien-tal, afinal os conceitos trazidos da Lei 6.938 são indefinidos e sujeitos a in-terpretações díspares. Dessa forma, os órgãos ambientais estaduais foram instalando seus próprios procedimentos, o que gerou tratamento diverso a situações semelhantes. Para resolver essa pendência, em 1997, a resolução 237 do Conama procurou dar uma resposta aos problemas de competência e procedimentos que passam a ser mais uniformes. Mesmo assim, o que vemos é uma controvérsia quanto a sua constitucionalidade, gerando po-sições antagônicas entre órgãos ambientais e empreendedores, demora na emissão de licenças e exigências burocráticas.

Vale ressaltar que o licenciamento é um processo ainda evolutivo, com questões que deveriam ser endereçadas, como a ausência de planejamento integrado entre os setores econômico e ambiental. Fica claro que falta deli-mitação do que está na governança da gestão ambiental em contraposição a instâncias responsáveis pelo processo produtivo. Além disso, há dúvidas quanto a quem deve ser atribuída a decisão pela emissão da licença, quais os limites do instrumento e quais os complementares e a caracterização de grandes passivos socioeconômicos já constituídos nos locais que serão afetados pelos empreendimentos em licenciamento ambiental.

Desde que foi instituído até os dias de hoje, o licenciamento enfrenta uma gama de desafios frente aos programas de desenvolvimento, que pas-

andre Donha é diretor da KPMG.

Licenciamento ambiental

Entraves e desafios

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sa pelo processo de condução da licença (competência ou procedimento) até a racionalização do instrumento. Entre os principais entraves também estão os sociais, o desenvolvimento por pressão socioeconômica, o ali-nhamento dos custos de atividades fabris e do custo do processo de licenciamento, além de uma forte deman-da por informações por parte de entidades de gover-nos, Ministério Público, representantes comunitários, ONGs, sócios e parceiros.

Além desses problemas, não podemos deixar de elencar pontos importantes que levam à morosidade nos processos de licenciamento ambiental. Em uma extensa lista constam questões como a inconsistência entre órgãos quanto à competência de regulação; sub-jetividade das demandas levantadas pelos técnicos e variabilidade entre processos; necessidade por parte dos técnicos avaliadores em se resguardar quanto a licenças fornecidas em decorrência da Lei de Crimes Ambientais; estrutura ineficiente para o processamen-to da demanda atual; compensações ou condicionantes não condizentes com os possíveis impactos que serão gerados; número de exigências excessivas por parte dos órgãos ambientais, o que dificulta o andamento e a regularização de muitos processos, etc.

Outro ponto relevante diz respeito à dinâmica exis-tente entre o negócio e o licenciamento. Um posicio-namento passivo da área e a baixa interação na gestão para implantação de empreendimentos abre espaço para a ineficiência na gestão dos investimentos e nos custos de operação. Além disso, muitas vezes, o aten-dimento às condicionantes ambientais não faz parte da pauta quando decisões operacionais são tratadas. E, muitas vezes, o papel do setor de licenciamento apenas é observado em situações críticas e o atendimento às demandas do processo de licenciamento é diluído em diferentes áreas com metas diferentes como o marke-

ting, relacionamento institucional e responsabilidade social. Entretanto, sempre após grandes eventos cau-sadores de desastres ambientais importantes, é reto-mada a discussão da importância de superar esses em-pecilhos e o tema volta a ser o foco nas discussões de planejamento de tais empreendimentos, relacionando responsabilidade, conformidade com a legislação am-biental e investimentos.

Apesar de todos esses desafios, o licenciamento apresenta vários pontos positivos que podem ajudar a alavancar o negócio. Desde que bem implantado, ele pode incrementar resultados ao longo do processo de implementação e de operações de empreendimentos.

Os setores com grande potencial de impacto social e ao meio ambiente são aqueles que se encontram mais estruturados para o atendimento às necessidades do processo de licenciamento socioambiental. Indústria química, óleo e gás, mineração e siderurgia são seg-mentos em que uma robusta estrutura de profissionais, sistemas e processos contribuem para que o empreen-dimento não seja afetado pela falta de atendimento de algum condicionante de licença.

De forma a apoiar os programas de aceleração do crescimento, recentemente uma comissão do Sena-do aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) derrubando o licenciamento ambiental em troca da simples apresentação do estudo de impacto ambien-tal (EIA), de forma que obras não seriam mais suspen-sas e/ou canceladas. Isso poderia ferir diversos pactos dos quais o Brasil é signatário.

Estar preparado para um processo de licenciamen-to socioambiental sem entraves, atrasos e sobre custos é sorte para poucos, porém existe um espaço tremendo para otimizações e melhorias que as organizações, em momentos de extrema redução de custos e de investi-mentos, deveriam estar atentas.

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A PETROBRAS INFORMOU que Nelson Luiz Costa Silva é o nome indicado para ocupar a futura diretoria de Estratégia, Organi-zação e Sistema de Gestão, cuja criação efetiva depende ainda da alteração do Estatuto Social da Petrobras pela Assembleia Geral de Acionistas. A eleição do novo diretor está sujeita, dentre outras condições, à aprovação do Conselho de Administração, após

a análise dos critérios de integri-dade e conformidade, bem como dos demais critérios e requisitos aplicáveis à eleição de membro da Diretoria Executiva.

No dia 6 de junho, ele havia sido nomeado consultor sênior da diretoria da Petrobras, com a respon-sabilidade de coordenar o processo de revisão estratégica da empresa, além de ajudar na avaliação e rede-senho dos sistemas de gestão.

Nelson Luiz Costa Silva foi CEO da BG até a venda do grupo para a Shell – empresa que teve a incor-poração consolidada este ano –, e chairman da Comgás, de outubro de 2009 até o seu desinvestimento pela BG em novembro de 2012.

Formado em Engenharia Naval na Escola Politécnica da Univer-sidade de São Paulo em 1977, cursou o Ceag (Curso de Especiali-zação para Graduados) da Funda-ção Getúlio Vargas, em 1980. Tem longa carreira, com experiência internacional de 25 anos residindo no México, Bélgica, Japão, Argen-tina, França e Inglaterra.

Ocupou durante 17 anos vários cargos executivos na Vale, entre eles o de diretor comercial global de Minério de Ferro, baseado no Rio, em Bruxelas e em Tóquio. Também foi CEO da ALL-América Latina Logística em Buenos Aires e diretor-geral da Embraer Europa, com base em Paris. Foi presiden-te mundial de Alumínio da BHP Billiton e seu diretor comercial de Minério de Ferro, Carvão e Manga-nês, alocado em Londres e, poste-riormente, em Cingapura. Nelson Silva assume como consultor sênior de Estratégia da Petrobras.

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nelson Silva é indicado para futura diretoria da petrobras

RENê WLACH É O NOVO diretor comercial da Tecon Rio Grande, Terminal de Contêine-res do Porto do Rio Grande (RS), empresa do Grupo Wilson Sons. Ele assume o novo desafio depois de mais de 20 anos na Hamburg Sud, como gerente Regional Sul. Sua meta é consolidar a empresa como referência na prestação de serviços.

Bacharel em Ciências Jurídi-cas e Sociais pela Universidade Metropolitana de Santos (SP), com MBA em Gestão Empresa-rial, Wlach possui grande expe-

riência em Comércio Exterior, Navegação Marítima e Logísti-ca. Também ocupa a condição de vice-presidente da Câmara Brasil-Alemanha, no Rio Grande do Sul – atuará diretamente com os mais de três mil clientes ativos da Tecon Rio Grande.

A Tecon Rio Grande opera to-das as principias linhas de nave-gação de escalam o Brasil e está entre os três maiores terminais de contêineres do Brasil. E o Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima e soluções de cadeia de suprimento no mercado brasileiro, com mais de 175 anos de experiência. A companhia conta com uma rede de atuação nacional e presta uma gama completa de serviços para as empresas que atuam na indústria de óleo e gás, no comér-cio internacional e na economia doméstica. As principais ativi-dades do Grupo são divididas em dois sistemas – Portuário e logístico e Marítimo.

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adalberto tokarski é o novo diretor-geral da Antaq

Márcio Félix Bezerra indicado para a Secretaria de petróleo e gás

O ENGENHEIRO Adalberto Tokarski assumiu a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em evento que contou com a presença do ministro dos Transpor-tes, Portos e Aviação Civil, Maurício quintella Lessa.

Formado em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Goiás, Tokarski ingressou na Antaq em 2006, tendo ocupado os cargos de gerente de Desenvolvimento e de Regulação. Desde 2008 é titular da Superinten-dência de Navegação Interior.

Ao assumir, salientou que um dos grandes desafios é o progra-ma de arrendamentos portuários: “Iremos trabalhar para agilizar esse programa, sempre com um diálogo profícuo com o ministério e a SEP (Secretaria de Portos)”, apontou. E disse pretender dar prosseguimen-to à Agenda Positiva, que estabelece um canal de diálogo entre a Antaq, o setor regulado e seus usuários. “É fundamental que a Agência mante-nha aberta a comunicação com os setores portuário e de navegação”, adiantando que a mesma precisa es-tar próxima para perceber in loco o que deve ser feito para melhorar.

Segundo o novo diretor, a Antaq fará ações conjuntas com as autori-dades portuárias em relação à fisca-lização, como já vendo sendo feito “com eficiência” em Santos (SP) e Paranaguá (PR).

O ENGENHEIRO ELETRôNICO Márcio Félix Carvalho Bezerra é o nome indicado para a secretaria exe-cutiva de Petróleo e Gás do Ministé-rio de Minas e Energia. O executivo de 58 anos é o atual gerente geral de Exploração e Produção da Petrobras para a América do Norte e África.

Formado em Engenharia Ele-trônica pela Universidade de Bra-sília, ele ingressou na Petrobras em 1983, tendo participado de vários projetos bem-sucedidos da estatal, como a avaliação do poço descobri-dor do campo de Albacora Leste, na Bacia de Campos, que figura entre os 20 maiores produtores de petróleo do país.

Em 1988 ele foi transferido para o Espírito Santos, onde integrou, a partir de 1992, o grupo de plane-jamento do departamento de pro-

dução no estado, que teve um salto significativo nesse período. Em 2003 foi nomeado gerente geral da atual Unidade Operacional do Espírito Santo (UO-ES), na qual conduziu uma série de empreendimentos da estatal no estado capixaba – entre as quais, a construção de uma nova sede, ampliação da infraestrutura de produção de petróleo e gás, tanto em terra como no mar.

Em 2010, Márcio Félix Bezerra assumiu a Secretaria de Desenvol-vimento Econômico do Estado do Espírito Santo, onde ficou até 2012, quando retornou à Petrobras, no pos-to de gerente executivo de suporte técnico para a área internacional. Em junho de 2015 foi nomeado ge-rente geral de Exploração e Produ-ção da Petrobras para a América do Norte e África.

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Voith – Fuglesangs Subsea

parceria tecnológica na área subsea

A meta é desenvolver sistema

de bombeamento submarino

que dispensará instalações de

superfície e reduzirá custos.

O GRUPO ALEMãO Voith e a em-presa norueguesa Norway’s Fungle-sangs Subsea AS (FSubsea) assina-ram contrato de cooperação para o desenvolvimento de acionamentos hidrodinâmicos de velocidade va-riável para aplicações avançadas de bombeamento submarino. Graças ao conversor de torque da Voith inte-grado à bomba no leito marinho, os Variable Frequency Drives (VFDs) de superfície não serão mais necessários ao controle de velocidade.

O sistema reduz os investimentos com Capex em até 70% ao dispensar diversas centenas de toneladas de equipamentos na superfície, tornan-do o bombeamento submarino lucra-tivo logo no início de sua operação. Além disso, as operadoras se benefi-ciarão de uma tecnologia confiável, simples e compacta.

Diante do atual quadro de esgota-mento de poços, além das crescentes distâncias de perfuração, o bombea-mento submarino vem se tornando cada vez mais importante na explo-ração offshore de petróleo. No entan-

to, as modificações na superfície, a eletrônica complexa e os umbilicais muito extensos são impeditivos para operações lucrativas e confiáveis.

Para superar essas limitações, a Voith e a FSubsea juntaram forças para desenvolverem uma solução de acionamento inovadora, capaz de garantir o melhor desempenho e durabilidade a um custo significati-vamente inferior.

inovação conjunta – No setor sub-marino, a FSubsea se destaca por sua tecnologia isenta de vedações e seu acoplamento magnético Hydro-mag (patente pendente nos EUA). Esta recente cooperação melhorará esse portfólio diante da expertise da Voith em acionamentos de ve-locidade variável usados tanto na indústria de petróleo e gás, como nos setores de geração de energia elétrica e mineração.

"Há algumas décadas os nossos conversores de torque vêm com-provando o seu valor, até mesmo sob condições muito desafiadoras,"

afirma Martin Kaufmann, diretor-presidente da área de acionamen-tos de velocidade variável da Voith. "Projetado com um foco especial em confiabilidade e simplicidade, eles se encaixam perfeitamente na abor-dagem da FSubsea de bombas sub-marinas autônomas. Estamos muito otimistas em relação ao desenvol-vimento conjunto de um sistema verdadeiramente inovador e sem instalações de superfície“, enfatiza Kaufmann.

Os atuais sistemas de bombea-mento submarino dependem de um VFD de muitas centenas de tone-ladas de peso, além de módulos de grande porte. A integração dessa tecnologia a uma plataforma FPSO se traduz em muitos desafios e custos elevados para as operadoras.

Por outro lado, a solução desenvol-vida pela Voith e pela FSubsea busca a integração de um conversor de tor-que (dispositivo mecânico de veloci-dade variável) na bomba instalada no leito marinho. Aliada à tecnologia Hydromag, que oferece uma barreira

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hermética de pressão entre o fluido de processo e o fluido de arrefecimento do motor, a solução dispensa qualquer sistema fluido de barreiras e unidades elétricas de controle.

projetos mais lucrativos – Os novos acionamentos de bomba e sistemas de acoplamento são compatíveis com seu projeto autônomo. O bombea-mento submarino não requer instala-ções de superfície, bombas auxiliares instaladas no fundo do mar, conexões de fluidos hidráulicos e cabos de si-nais. Assim, este sistema reduz em até 70% os custos de Capex e Opex – além de simplificar a instalação como um todo.

Como o sistema é independente de quaisquer umbilicais (exceção fei-ta à alimentação de energia), ele abre caminho para explorações realizadas a distâncias muito além das atuais possibilidades. Para alcançar maior

taxa de recuperação de petróleo em operações novas ou existentes, é ne-cessário utilizar apenas um motor de arranque extra em plataformas existentes e FPSOs para que eles possam ser utilizados em aplicações de bombeamento submarino.

A Fuglesangs Subsea AS foi cria-da como uma subsidiária em tec-nologia submarina da Fuglesangs AS, fundada em 1916. Ela utiliza a experiência de 34 anos de traba-lho com desafiadoras aplicações de bombeamento e vedação nas áreas submarina, de mineração, offshore, submarina naval e mercados espe-ciais de processos.

A empresa conta com uma só-lida equipe, que já forneceu mais de 30 bombas projetadas para operação em mares profundos. O envolvimento da FSubsea inclui diversos projetos de qualificação de bombas submarinas, envolvendo

empresas de servi-ços no ramo de pet ró leo e as grandes empre-sas petrolíferas ocidentais.

A Voith Tur-bo, uma Divisão do Grupo Voith GmbH, é uma especialista em soluções inteli-gentes de trans-missão. Fundada em 1867, a Voith emprega mais de 20 mil pessoas, gera 4,3 bilhões de euros em vendas, opera em mais de 60 países no mundo inteiro e é uma das maiores empresas familiares da Europa.

a WiLson sons ULtratUg offsho-re, joint venture entre o grupo Wilson Sons e o Grupo Ultramar, recebeu no dia 1º de julho o PSV (Platform Supply Vessel) Larus 5.000. Ele é o primeiro de duas embarcações com especifi-cações encomendadas em função do resultado da sexta rodada do progra-ma de renovação da Frota de apoio Marítimo (Prorefam). Ou seja: já tem contrato assinado com a Petrobras. a construção ficou a cargo da Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá.

“originalmente, a sexta rodada do Prorefam pedia PSVs 4.500. No entanto, nos adiantamos às tendências do merca-do e encomendamos embarcações ainda maiores e mais potentes, mostrando nosso compromisso em melhor atender nossos clientes”, comenta o diretor exe-cutivo da Wilson sons Ultratug offshore, Gustavo Machado.

Adalberto Souza, diretor executivo da Wilson sons Estaleiros, destaca a entrega da embarcação dentro do prazo estipula-do. “Esse é um importante diferencial do nosso trabalho. Além da nossa capacidade técnica, temos um histórico de entregas muito bom, um diferencial relevante no nosso mercado”, diz o executivo.

o psV Larus tem 85,25 m de com-primento, 19 m de boca, calado de 6,30 m, além de 5.000 toneladas de porte bruto. Conta com tecnologia e projeto de engenharia damen e fi-nanciamento do Fundo da Marinha Mercante (FMM), concedido por meio do BNDES. A embarcação possui um guin-daste sobre trilhos (tipo pórtico) instalado sobre o Cargo Rail da embarcação, que permite melhor otimização do uso da área de convés com a arrumação das cargas.

Com essa unidade, a frota da Wilson Sons Ultratug Offshore alcança 20 em-

barcações: 18 PSVs em contrato com a Petrobras e outros dois disponíveis para novos projetos no Brasil. Até o fim do ano, serão incorporadas mais duas: uma semelhante ao psV Larus, e outra, um PSV 3.500, em construção no estaleiro Poet (Cingapura).

Wilson Sons ultratug Offshore

Enfim, o primeiro PSV 5.000

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A CLARIANT, uma das líderes mun-diais em especialidades químicas, anunciou a aquisição de 50% da participação da Carboflex no con-sórcio que construiu e opera uma planta fabril de químicos usados em poços para exploração e produção de petróleo e gás, localizada no Rio de Janeiro.

A aquisição é parte da estraté-gia de investimentos da Unidade de Negócios Oil & Mining Services da Clariant e permite à empresa assumir o controle total da planta para expan-dir sua oferta de produtos químicos para os clientes offshore, otimizando prazos de entrega.

“A conclusão desta aquisição consolida uma operação que vem sendo desenvolvida nos últimos anos, sendo elemento-chave de nossa es-tratégia de aprimorar a capacidade de suprimento e mais rapidamente atender às demandas da indústria brasileira de offshore”, destaca John Dunne, diretor global da BU Oil & Mining Services da Clariant. “Nos-sos planos para expandir ainda mais nosso portfólio e expertise técnica nos permitirão trabalhar com mais proximidade com os clientes no mer-cado brasileiro de petróleo e gás para atender seus desafios”.

Instalada na Ilha do Viana, na baía da Guanabara, a planta industrial, que produz um pacote completo de fluidos de perfuração e completação, dispõe de ampla estrutura, incluindo depósitos, laboratórios e um Termi-nal Portuário de Uso Privativo (TUP), possibilitando à Clariant oferecer so-lução integrada, tanto em termos de produção como também de logística.

“Além da produção de fluidos, que são críticos para as atividades de exploração e produção de pe-tróleo, a infraes-trutura da planta permite à Cla-riant armazenar e despachar as soluções quími-cas pelo terminal portuário para os clientes que de-senvolvem operações offshore no país”, explica carlos Tooge, Vice-

-presidente para a América Latina da Unidade de Negócios Oil & Mining Services da Clariant.

A localização geográfica da uni-dade é estratégica, pois está próxima às três principais bacias – Santos, Campos e Espírito Santo –, respon-sáveis por mais de 90% da produção de petróleo no país. “Nosso objetivo é oferecer ao mercado brasileiro um portfólio completo de soluções para as operações offshore de exploração e produção de hidrocarbonetos”, con-clui Tooge.

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Controle total de planta de fluidos no RioInstalação que produz pacote completo de fluidos de perfuração e completação, dispõe de terminal portuário para embarcar soluções diretamente para as plataformas offshore.

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O PORTO DO AçU, em São João da Barra (RJ), inaugurou em junho três terminais do empreendimento: o Terminal de Petróleo (T-OIL), o Terminal Multicargas (T-MULT) e o Terminal de Combustíveis Marítimos do Açu (Tecma). Os espaços foram abertos à visitação de autoridades e empresários do setor, durante ceri-mônia de inauguração. Os terminais, que receberam mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos, representam o início de novos negócios no porto, diversificando os serviços que já são prestados no empreendimento.

“Hoje é um dia em que celebra-mos o Brasil que dá certo. E o Porto do Açu deu certo porque é um pro-jeto que tem fundamentos sólidos, com características únicas. Nossa proximidade das bacias petrolíferas de Campos e Santos nos dá uma vantagem competitiva importante para as atividades de petróleo e gás. Além disso, a parceria com governos federal, estadual e municipal, que enxergaram o Porto do Açu como um vetor para o desenvolvimento do Nor-te Fluminense foram, e continuarão sendo, essenciais para construirmos um empreendimento que já é um mar-co para a região e para o país”, disse José Magela Bernardes, presidente

da Prumo Logística, empresa que desenvolve e opera o Porto do Açu.

O presidente da Shell, André Araújo, afirmou que a petroleira – que é a primeira cliente do Terminal de Petróleo, tem interesse em ampliar suas atividades no Porto do Açu. “O Porto é uma facilidade operativa. Va-mos buscar alternativas aqui, como atividades de blending e armazena-mento”, disse o executivo.

Durante a cerimônia, o ministro dos Transportes Maurício quintella falou sobre a viabilização de projetos de interligação de modais rodoviário e ferroviário com o porto. Um deles é a ferrovia EF 118, que irá conectar os estados do Espírito Santo e o Rio de Janeiro, e a EF 354, que pretende ligar o Porto do Açu e toda a região aos centros consumidores do Sudeste e Centro-Oeste.

Terminais – O Terminal Multicargas (T-MULT) está instalado no Termi-nal 2 (terminal onshore) do Porto do Açu. Representando nova alternativa de escoamento para o Sudeste bra-sileiro, o T-MULT possibilita aces-so direto de clientes instalados na retroárea a um terminal portuário, desenvolvendo o complexo industrial do porto e concretizando o conceito

porto/indústria. Com este conceito, o Porto do Açu traz para o Brasil uma solução integrada que visa atender em um único lugar todas as necessi-dades dos clientes, oferecendo com-petitividade, serviços com qualidade e reduzindo o Risco Brasil.

O Terminal de Combustíveis Ma-rítimos do Açu (Tecma), começou a operar neste mês com a comerciali-zação de combustível marítimo sob a marca BP Marine. Parceria entre a Prumo e a BP, o terminal oferece serviços de abastecimento de com-bustíveis para embarcações que es-tiverem no Porto do Açu e clientes operando na região. A operação deste terminal é um marco para o Porto do Açu, que irá se configurar como a melhor opção para abastecimento no estado do Rio de Janeiro.

Já o Terminal de Petróleo (T-OIL), é uma parceria da Prumo com a ale-mã Oiltanking, que está iniciando suas operações de comissionamen-to. Com atuais 20,5 m de profun-didade, e expansão prevista para 25 m, o T-OIL está licenciado para movimentar 1,2 milhão de barris de petróleo por dia e é o único termi-nal privado no país para operação de transbordo de petróleo. Com três berços disponíveis ao longo de 1,4 km de quebra-mar, no terminal serão realizadas operações em área abrigada, que possibilita operação segura e rápida, com eficiência e redução de custos para os clientes. O resultado é o aumento da com-petitividade do petróleo brasileiro. Além disso, a operação no Porto do Açu reúne características de alto nível que oferecem atendimento de qualidade para toda a indústria de óleo e gás.

Prumo

Novos terminais no Porto do Açu somam R$ 1,5 bilhão em investimentosEvento de inauguração contou com a participação do ministro dos Transportes e representantes dos poderes municipal e estadual, além de executivos do setor.

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UMA PARCERIA ENTRE o Senai no Paraná, a Univer-sidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade de Aveiro, de Portugal, desen-volve no Brasil uma inovação em revestimento de estrutu-ras metálicas à base de tinta anticorrosiva. As três insti-tuições realizam pesquisas para criar um revestimento inteligente que controla a corrosão dos metais expos-tos a meios agressivos. Na prática, isso faz com que a tinta sobre a estrutura resista por mais tempo aos efeitos de corrosão. O projeto tem duração de três anos e deve ser finalizado em 2017.

O objetivo é desenvolver um re-vestimento ativo que dê uma resposta à ação de oxidação do meio ambiente sobre a estrutura metálica. A pintura recebe cápsulas poliméricas, com in-gredientes ativos que são acionados para inibir a corrosão. O pesquisador--chefe do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica, Marcos Berton, ex-plica que as cápsulas desenvolvidas para esse revestimento são estímulo--responsivas. quando começa a ocor-rer corrosão, elas agem para inibi-la. “As cápsulas são sensíveis à variação do pH. Se o pH muda o polímero, que

é a capa da cápsula, se dissolve e libera o inibidor, aumentando a proteção”.

A estimativa feita pelo instituto é de que haja aumento do tempo em que a pintura permanece protegida dos efei-tos do meio agressivo, em média, de 20% a 30%. Porém, isso depende do ambiente em que a estrutura metálica será exposta. Berton cita como exemplo as plataformas de petróleo, que estão sujeitas a corrosão provocada pela água do mar. Outro exemplo são os contêine-res – usados tanto nos portos como na construção de residências e instalações comerciais – e parques de energia eólica.

Iniciado em 2014, o pro-jeto nasceu dentro do Insti-tuto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI) e foi submetido pelo Programa de Pós-Graduação em Engenha-ria e Ciências dos Materiais (Pipe) da Universidade Fede-ral do Paraná (UFPR) ao edital da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), na moda-lidade Pesquisador Visitante Especial (PVE). Com isso, o projeto tem a participação do professor Mario Guerreiro da Silva Ferreira, da Universi-dade de Aveiro, que realiza visitas periódicas ao país.

O Instituto Senai de Ino-vação em Eletroquímica participa com toda a infraestrutura laboratorial e a UFPR com sua estrutura acadê-mica e de pós-graduação. Segundo a professora credenciada ao Pipe, Cláudia Eliana Marino Zarbin, os alunos estão envolvidos em estudos e trabalhos tanto na UFPR quanto no Senai. “Eu não poderia ter esse pro-jeto sem o ISI, e o Senai não poderia ter esse projeto sem a UFPR”, diz, sobre a parceria. O projeto já possui alunos de mestrado, doutorado e pós--doutorado realizando pesquisas com o novo revestimento.

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Brasil e Portugal desenvolvem revestimento inteligente que inibe corrosãoParceria entre Senai, UFPR e Universidade de Aveiro desenvolve pesquisa para fazer revestimento com cápsulas que retardam oxidação em superfícies metálicas.

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INFORMAÇÃO DE QUALIDADE.Na ponta dos seus dedos. www.tnpetroleo.com.br

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TENDêNCIA CADA VEZ mais em alta no ambiente corporativo mundial, a virtualização de workstations com processadores gráficos da NVIDIA tem conquistado muitos adeptos de diferentes setores da indústria e de serviços no Brasil.

Um exemplo de sucesso no uso dessa tecnologia está na exploração de óleo e gás, uma tarefa complexa que exige a participação integrada de diversas workstations e de diferen-tes profissionais, como, por exemplo, geólogos, geofísicos, cartógrafos e en-genheiros. Entretanto, esse processo demanda grande quantidade de re-cursos por conta dos altos requisitos de hardware exigidos pelos softwares da indústria.

Visando à modernização de sua área de Exploração e Produção (E&P), a companhia brasileira Ouro Preto Óleo e Gás investiu na virtualização de dez workstations utilizando soluções grá-ficas NVIDIA GRID K2, que impacta-ram positivamente no trabalho de dez usuários da plataforma.

Com a virtualização, a Ouro Preto possibilita que seus usuários acessem suas workstations, independentemen-te de onde eles estejam ou de qual dispositivo estejam utilizando. “Isto permite, por exemplo, que nossos geólogos e geofísicos usem softwa-res que exijam grande capacidade de hardware por meio de seus com-putadores pessoais, tablets ou até mesmo celulares. Já temos empre-gados manipulando dados sísmicos remotamente pelos seus tablets”, ex-plica Eduardo Cunha, responsável pela área de Tecnologia da Informa-ção da Ouro Preto Óleo e Gás. Criada em 2010, a empresa possui os direitos de exploração de 15 blocos e quatro

campos, que compreendem área to-tal de 19.604,2 km², localizados nas bacias do Parnaíba, Barreirinhas e Recôncavo.

O Country Manager da NVIDIA Brasil, Richard Cameron, indica outro ponto importante: o investimento em melhorias após a implementação do projeto oferece benefícios para todos os usuários simultaneamente, otimizando o investimento. “quando a estrutura crescer, basta a Ouro Preto investir nos servidores e todos os usuários te-rão ganhos de performance, enquanto que em uma estrutura tradicional seria necessário investir em todas as works-tations separadamente, gerando ainda mais custos”, explica.

Segundo dados da consultoria Gart-ner, o custo total de propriedade de uma arquitetura centralizada em servidores, com thin clients como estações clientes, fica entre 12% e 48% menor do que a opção pelos ambientes com PCs nas mesas dos usuários, dependendo da aplicação e, principalmente, do nível de gerenciamento.

“No nosso caso, estamos tratando de workstations, que são máquinas com custo mais elevados que os tra-dicionais PCs. Ao utilizar essa tec-nologia em nossa área de Geologia e Geofísica, conseguimos racionalizar

a disponibilização desses recursos de acordo com a demanda efetiva dos profissionais envolvidos em diver-sos projetos da companhia”, explica Cunha.

o futuro virtualizado pela Gpu – O projeto conduzido pela SPE Data In-formática, que atuou como parceira no desenho e implantação da virtua-lização das workstations nas áreas de Geologia e Geofísica da Ouro Preto, utilizou placas gráficas NVIDIA GRID K2 como solução para aplicativos com uso intenso de gráficos em estações lo-cais e remotas, proporcionando, assim, gráficos 2D e 3D de alta qualidade e ex-cepcional performance. Esta tecnologia fornece excelência de processamento a desktops virtuais, que equivale a de workstations locais ao compartilhar uma GPU (Graphics Processing Unit, ou Unidade de Processamento Gráfico) com diversos usuários.

“Durante o início dos testes que realizamos no período conceitual, vir-tualizamos apenas três workstations. Precisávamos testar a plataforma que utilizamos, uma vez que soluções de VDI (infraestrutura de dados virtualiza-dos) são pouco difundidas na indústria de E&P. O conceito com as GPUs da NVIDIA foi um sucesso e resolvemos dar mais um passo em direção a esse processo”, explica Cunha.

“Já virtualizamos toda a nossa área técnica, que hoje conta com dez workstations (utilizadas por geólogos, geofísicos, engenheiros de perfura-ção, cartógrafos etc). O pedido dos equipamentos envolvidos na solução (hardware e software) já foi efetua-do e estamos apenas aguardando a entrega dos mesmos para criar o am-biente definitivo”, finaliza.

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Virtualização de workstations auxilia exploração de óleo e gásA empresa Ouro Preto Óleo e Gás avança nos seus trabalhos de prospecção e exploração de recursos naturais com a plataforma de virtualização de gráficos NVIDIA GRID K2

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A VICTREx ESTÁ LIDERANDO um consórcio de empresas e instituições na inovação em impressão 3D (Ma-nufatura Aditiva ou MA). Como parte do seu papel fundamental, a empresa desenvolverá novos graus de poliarile-tercetona (PAEK), um polímero de alto desempenho com base em formulações químicas inovadoras, projetadas espe-cificamente para trabalhar em proces-sos de manufatura aditiva.

Embora já utilizados atualmente em algumas aplicações de MA, os materiais PAEK foram originalmente desenvolvidos para uso na moldagem por injeção ou processo de produção por extrusão. As novas classes são di-rigidas especificamente à indústria aeroespacial, que é o foco principal do consórcio, mas também serão con-sideradas aplicações em outras áreas como, por exemplo, a médica.

Detentora de propriedade intelec-tual que abrange os novos polímeros a serem desenvolvidos, a Victrex foi pre-miada com um financiamento da agên-cia do Reino Unido para a inovação, a Innovate UK, para ajudar a conduzir o projeto. Os membros do consórcio são outros líderes da indústria como Airbus Group Innovations, EOS, University of Exeter, E3D-Online, HiETA Technolo-gies, South West Metal Finishing, Avon Valley Precision Engineering, e Layer Manufacturing (CALM).

segmentação melhora taxas de reci-clagem e redução de resíduos – Um objetivo essencial é a melhoria da taxa de reciclagem para pós-utilizados na técnica de “sinterização a laser” (Laser Sintering/LS) da manufatura aditiva. Isto reduziria em muito o desperdício

de polímero neste tipo de processo e di-minuiria seus custos. O projeto também abordará a imprevisibilidade de adesão intercamadas e o acabamento superficial de impressão baseada em filamentos.

“Todo mundo está consciente de que a manufatura aditiva tem o poten-cial de revolucionar a produção indus-trial, uma vez que não envolve a alta ferramentaria e os custos de instala-ção de fabricação tradicional”, obser-va David Hummel, diretor executivo da Victrex. “Ela também permite a produção de for-mas muito complexas e geometrias que não podem ser feitas por meios conven-cionais, com aplicações de alto valor agregado e menor volume”, destaca.

Financiamento britânico – O proje-to em andamento foi originalmente concebido durante uma conferência sobre manufatura aditiva à base de polímeros, realizada em 2014, na Uni-versidade de Exeter. Na ocasião, a Victrex apresentou alguns resultados da fase inicial de um novo polímero com um potencial significativo para a manufatura aditiva. A Universidade

britânica já tinha adquirido experiên-cia e contatos na área de manufatura aditiva à base de polímero de Peek e foi capaz de ajudar a tornar o consór-cio uma realidade.

O polímero Peek da Victrex já está sendo utilizado para peças impressas em 3D, em ambos os filamentos por fusão e sinterização a laser em pó, en-quanto a empresa busca ativamente por novas soluções e aplicações. Dentro da indústria, o consórcio está focado no uso inovador de novas classes de polímeros Peek, potencialmente revolu-cionários para a indústria aeroespacial, por meio das técnicas de MA.

Em 2018, o projeto espera ter de-monstradores tecnológicos que repre-sentam evidências e um caminho a seguir para a concretização de todas as vantagens da manufatura aditiva – incluindo redução de custos e time-to-market mais rápido para produtos, incluindo peças muito complexas ne-cessitando a fabricação pelos métodos tradicionais. “Embora este consórcio seja um programa multianual, as em-presas que veem valor para os bene-fícios do polímero Peek, combinado com as propostas de valor para a ma-nufatura aditiva, devem nos contatar agora para discutir suas ideias”, con-clui Hummel.

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Liderança em consórcio que pesquisa uso inovador de polímerosFormulações químicas específicas para trabalho com impressão 3D beneficiarão a indústria aeroespacial. Aplicações na medicina também serão analisadas.

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Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 2224-1349 ou [email protected]

feiras e congressos

Todos bem na foto!Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3786-8365 ou [email protected]

Todos bem na foto!Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

2 a 3 – EUAGTL Technology Forum 2016Local: Houston, tXTel.: +1 (713) 520–4475 Email: [email protected]://goo.gl/vd4k64

14 a 16 – EUAArgus Americas Petroleum Coke SummitLocal: Houston, tXTel.: 71 3400 7846 Email: [email protected]://goo.gl/mOKDjT

29/08 a 1º/09 – NoruegaOnS 2016Local: stavangerTel.: 47 51 84 90 40Email: [email protected]/2016/conference/

19 a 21 – BrasilMarintec South AmericaLocal: rio de JaneiroTel.: +55 11 4878-5990Email: [email protected] marintecsa.com.br

30 a 31 – EUA2016 iaDC asset integrity & ReliabilityLocal: Houston, tXTel.: +1 (713) 292-1945Email: [email protected]://goo.gl/Bcfrlc

26 a 29 – Bahrein2016 iaDC asset integrity & ReliabilityLocal: ManamaTel.: 973 1755 0033 Email: [email protected] www.mepetrotech.com

13 – EUAWorld Oil awards 2016Local: Houston, texasTel.: +1 (713) 529-4301Email: [email protected]/events/

18 a 19 – InglaterraOil and MoneyLocal: LondresTel.: +1 202 662 0712Email: [email protected]/

25 a 27 – EUAOil and gas Future logisticsLocal: Houston, texasTel.: +1 212 537 5898Email: [email protected]/

2016Outubroagosto Setembro

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A atividade marítima é uma das mais antigas da humanidade. Seu histórico é longo e sua importância para a humanidade é indiscu-tível. Particularmente, a atividade marítima foi e continua sendo um dos pilares do comércio mundial. Cerca de 90% (em valor) do

comércio exterior brasileiro é realizado por via marítima.Enquanto o PIB mundial aumentou cerca de 50% entre 1990 e 2013, o

comércio marítimo cresceu mais de 100% no mesmo período. E prevê-se que o volume total de mercadorias transportadas por mar cresça de cerca de 6 bilhões de toneladas em 2000 para quase 18 bilhões em 2030.

E tudo isso com maior segurança: o número de vazamentos de óleo acima de 700 toneladas reduziu de cerca de 25 por ano na década de 1970 para menos de 5 por ano de 2010 a 2014.

A atividade marítima desenvolve-se em vários tipos de embarcação: desde lanchas que transportam poucas pessoas em águas abrigadas até grandes navios petroleiros, que fazem navegações oceânicas de longo cur-so, o que inclui navios de transporte de cargas variadas (minérios, produ-tos químicos, até veículos), navios de passageiros (de pequenas traineiras até luxuosos transatlânticos) e diversas embarcações especializadas (na-vios de pesca que são verdadeiras indústrias, rebocadores oceânicos, em-barcações de apoio etc.).

Principais normas da atividade marítima e avaliação para os trabalhadores

Pela sua natureza internacional, já que os navios transitam rotineira-mente em águas internacionais e em diversos países, a atividade marítima é bastante regulamentada. Internacionalmente, as normas mais relevan-tes são o STCW (Standards of Training, Certification and Watchkeeping), da IMO (International Maritime Organization), braço das Nações Unidas para as atividades marítimas; e a MLC (Maritime Labor Convention), da Organização Internacional do Trabalho. São normas abrangentes, mas de-talhadas, que abordam diversos aspectos da atividade, inclusive as exigên-cias mínimas de saúde que devem constar na avaliação médica.

No Brasil, a Norma da Autoridade Marítima n. 13 (Normam-13) con-tém várias informações relevantes para a atividade marítima, inclusive certificações e treinamentos, e também a descrição bastante detalhada de que atividades cada categoria de marítimo deve ser capaz de realizar.

quanto às exigências médicas, além de estarem detalhadas nos pa-drões internacionais já citados, estão descritas de forma bastante completa na Norma Regulamentadora 30 e seus anexos, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). É uma norma atual e moderna que contém o que há de mais avançado internacionalmente.

O trabalho marítimo tem algumas características peculiares que pre-cisam ser consideradas sempre que se avalia um trabalhador marítimo: navios operam em áreas afastadas ou inacessíveis, o que limita o acesso

A saúde do trabalhador marítimo

augusto paulo M. linha-res pinto é médico do trabalho filiado à Anamt (associação nacional de Medicina do Trabalho) e membro da Interna-tional Maritime Health Association. Trabalha na Transpetro.

José Ferreira Vieira Machado da Cunha é mé-dico do trabalho filiado à anamt e gerente de saúde da Transpetro.

produção

“Um navio no porto está seguro, mas não foi para isso que ele foi feito.”

(William Shedd)

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a serviços de saúde; os recursos de saúde disponíveis a bordo são limitados; mesmo quando um navio está próximo da costa, os recursos de saúde em terra são variáveis, e às vezes, inexistentes; alguns tratamentos não são possíveis dentro de navios, por exemplo, certos tipos de fisioterapia e tratamentos dentários; as tripu-lações de navios mercantes são reduzidas, e o adoeci-mento de um empregado sobrecarrega duplamente a tripulação pela necessidade de cuidar do adoecido e pela necessidade de realizar suas atividades; a depen-der das condições e do lugar em que o navio estiver, desembarcar um tripulante pode ser perigoso, difícil ou até impossível; pelos mesmos motivos, repor um tripu-lante em caso de adoecimento pode ser perigoso, difícil ou impossível.

Por isso, ao avaliar um trabalhador marítimo, é necessário ter em mente, além das peculiaridades do acesso a recursos de saúde, os aspectos específicos da atividade. No Brasil, a Marinha reconhece seis gru-pos de aquaviários: marítimos, fluviários, pescado-res, mergulhadores, práticos e agentes de manobra e docagem. Neste artigo, focamos os aspectos médicos relacionados ao primeiro grupo dos aquaviários, cha-mados marítimos.

O documento Normam-13, da Marinha do Brasil, descreve com detalhes que atividades cada um dos ma-rítimos precisa ser capaz de realizar. Resumidamente, os marítimos são divididos em profissionais de convés, de máquinas, e outros (grupo que inclui cozinheiros, taifeiros e auxiliar de Saúde). Embora cada um tenha características e atividades próprias, são todos maríti-mos, trabalham embarcados e devem estar em condi-ções de atender às necessidades próprias do navio, in-clusive atuação em emergências, além de realizar suas atividades profissionais específicas.

No exame, o médico deve ter em mente que todo marítimo deve ser capaz de:• realizar suas atividades habituais e responder a

emergências; a incapacidade de atender situações de emergência, mesmo que não impactando na ati-vidade habitual (por exemplo, de cozinhar), deve ser motivo para inaptidão;

• ajustar-se aos movimentos, às vezes violentos, do navio;

• viver e trabalhar em espaços limitados;• conviver com as mesmas pessoas, que podem ter

hábitos e culturas marcadamente diferentes, por longos períodos;

• subir e descer escadas;• trabalhar com objetos pesados;• suportar condições climáticas adversas, no convés;

e calor, na praça de máquinas; e

• viajar de avião – para deslocar-se de sua residência ao navio, e vice-versa.

A avaliação do empregado marítimo deve ser cri-teriosa. A NR-30 baliza o exame, mas é uma norma que contém critérios gerais, portanto, permitindo um indispensável grau de discricionariedade ao médico. De modo a ajudar na avaliação, há diversas diretrizes nacionais disponíveis. Mas recomenda-se particular-mente conhecer os Guidelines on the medical exami-nations of seafarers, documento de 2013, publicado conjuntamente pela ILO e pela IMO. O documento é abrangente; além de um excelente conjunto de infor-mações gerais, contém recomendações para avaliação de algumas patologias e que podem, por analogia, ser desdobradas para outras condições médicas.

Para poder trabalhar embarcado, é necessário que o marítimo tenha um atestado médico específico. In-ternacionalmente, o documento utilizado é o Certifica-do de Saúde Marítima (Maritime Health Certificate). Mas, em embarcações brasileiras, o marítimo também necessita de um certificado de saúde emitido confor-me as exigências do Ministério do Trabalho, chamado Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

Não há conflito entre os documentos; ao contrário, em sua redação atual, a NR-30 harmoniza o tema, ao incluir em seus anexos um modelo de ASO que contém as informações exigidas pela NR-7 e as exigidas inter-nacionalmente.

Além do cumprimento das disposições legais, a observância dos protocolos garante a segurança dos trabalhadores e a proteção às vidas embarcadas. É necessário que o médico coordenador e os médicos examinadores designados em PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), que inclua trabalhadores marítimos, conheçam profundamente a atividade, seus riscos e suas limitações, pois a emissão de um atestado de aptidão para a atividade é de grande responsabilidade.

A atividade marítima é antiga, globalizada e muito regulamentada. É uma atividade crítica e com pecu-liaridades e que passa por um momento de expansão. Cada vez mais, a responsabilidade com a saúde dos trabalhadores que a ela se dedicam é fundamental.

ReferênciasInternational Medical Guide for Ships, 3 ed.Norma da Autoridade Marítima (Normam) 13 – Marinha do Brasil.Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego (NR) 30.Maritime Labor Convention (MLC) 2006.Standards of Training, Certification and Watchkeeping (STCW) 1978.Guidelines on the medical examinations of seafarers, 2013.

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corrosão

A caldeira flamotubular testada apresentou um tubo (de um total de 464 tubos), com vazamento por um furo, detectado durante reali-zação de teste hidrostático. A caldeira teve de passar por uma re-forma, pois também foram detectados diversos tubos de aço car-

bono, com redução de espessura no ensaio IRIS. Na inspeção visual lado água, verificou-se grande quantidade de incrustações, tubérculos e pites.

Foram enviadas para análise cinco amostras de tubo de aproxima-damente 40 cm de comprimento, removidas das regiões mais afetadas. As análises demonstraram que essas amostras apresentavam camadas es-pessas de resíduos cobrindo praticamente toda a superfície externa e inter-na. Na análise macrográfica constatou-se corrosão em todas as amostras.

Também foi realizada análise micrográfica (com maior ampliação) em três amostras, nas quais a microestrutura encontrada constava de ferrita e perlita. Se houvesse superaquecimento no tubo durante seu uso, essa per-lita seria decomposta, causando crescimento do tamanho de grão.

Como a perlita apresentou-se lamelar e o tamanho de grão era rela-tivamente pequeno, conclui-se que o tubo não sofreu superaquecimento. O tamanho de grão encontrado foi ferrítico – ASTM 6,0.

O material de confecção dos tubos apresenta microestrutura típica de aço carbono ASTM A 178 Grau A, não sendo detectada a presença de fases dele-térias que comprometam sua continuidade em operação com segurança.

Análise de falhas em equipamentos e acessórios por possível processo corrosivo

Rodrigo Ferraz Metler é bacharel em Engenharia de produção Mecâni-ca, com mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais – Universidade de São Paulo (USP) São Carlos/SP.

Esse artigo descreve a metodologia para determinar causas prováveis de falha

de peças usadas na indústria, dando como exemplo um estudo por processo

corrosivo em tubo de caldeira flamotubular, mostrando possíveis soluções para

esse tipo de problema. Os tubos são feitos de aço carbono ASTM A 178 Grau A,

constituído de ferrita (fase clara) e perlita (fase escura) lamelar.

Informações sobre a caldeira testada

Pressão da caldeira: 10 Kgf/cm2.Capacidade: 10 t/hora de vapor.Combustível: óleo.

o regime de operação não é con-tínuo, a caldeira tem sido mantida hibernada.a caldeira está em operação há 20 anos.

A caldeira utilizada como exemplo para esse estudo possui o sistema de geração de vapor construído em aço carbono. Os microconstituintes típicos de um aço carbono (hipoeutetoide) são ferrita, fase rica em ferro com solu-ção sólida de carbono e cementita, fase de maior dureza e constituída por carboneto de ferro Fe3C. A microestrutura típica de um aço carbono é uma

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matriz de ferrita com ilhas de perlita, fase que é cons-tituída pela mistura mecânica de ferrita e cementita na forma de lamelas.

Nas condições de trabalho da caldeira, a tempera-tura exerce grande influência na modificação da estru-tura e propriedades do material. No caso do aço carbo-no, a temperatura permite a modificação da cementita para a forma de esferas, que possuem menor energia superficial, ocorrendo o desaparecimento da perlita –este fenômeno é chamado esferoidização. A esferoidi-zação causa perda de resistência mecânica e aumento na ductilidade do material.

grafitizaçãoA grafitização é uma mudança microestrutural por

vezes observada em aços carbono ou baixa liga subme-tidos a temperaturas moderadamente elevadas (450 a 595ºC) por longos períodos de tempo (acima de 40 mil horas). O fenômeno resulta da decomposição da perlita em ferrita e carbono grafita e traz como consequência a fragilização do aço, notadamente quando as partí-culas de grafita encontram-se alinhadas. quando tais partículas encontram-se distribuídas na microestrutura (fase inicial do processo), a diminuição da resistência mecânica é pequena.

Como a grafitização envolve prolongadas exposi-ções a temperaturas moderadamente elevadas (450 a 595ºC), raramente é observada na superfície de tubos de fornalha (geração de vapor em que são envolvidas temperaturas superiores) sendo mais frequentemente observada nas tubulações de vapor e outros componen-tes expostos nas temperaturas indicadas. Por outro lado, as condições para a ocorrência do fenômeno da esferoi-dização são maiores para os tubos da fornalha. Assim, é prudente que se realize um exame metalográfico.

O exame metalográfico realizado mostrou que as microestruturas encontram-se aceitáveis, sem a pre-sença de fases deletérias que comprometam sua con-tinuidade em operação com segurança. Verifica-se a presença de estrutura ferrítica (fase clara) com perlita (fase escura) lamelar sem indícios de esferoidização ou grafitização.

Observou-se na superfície lado água a presença de corrosão tipo pites e sob depósitos. A formação de depósitos pode ter sido originada durante o funciona-mento normal da caldeira ou durante o processo de hibernação. O processo corrosivo pode ter se desen-volvido ao longo dos anos, porém, o mais provável é que a evolução do processo corrosivo esteja ocorrendo durante o processo de hibernação.

O mecanismo mais comum de corrosão sob de-pósitos é corrosão por aeração diferencial. A água

acima do depósito contém oxigênio dissolvido, mas a área sob depósito é deficiente. Forma-se, portan-to, uma célula de aeração diferencial, onde a área deficiente em oxigênio transforma-se no anodo, o re-sultado é uma corrosão severa sob o depósito. Esse processo é cíclico e auto-alimentado. O produto de corrosão formado é um depósito adicional onde se criam novas células de aeração diferencial, resultan-do em mais corrosão.

A presença de oxigênio dissolvido na água faz com que o cátodo de qualquer célula de corrosão se des-polarize, sustentando o processo de corrosão. A forma mais comum de ataque por oxigênio é a corrosão loca-lizada do tipo pites.

O mais usual para inativação de caldeiras de baixa pressão, para períodos inferiores a um mês, é inativação

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úmida onde deve-se garantir a exclusão de oxigênio e a manutenção de pH elevado (pH 11 a 12) para mínima corrosão. Geralmente, utiliza-se soda para controle do pH e nitrito de sódio como sequestrante de oxigênio, em torno de 1000 ppm. Para períodos prolongados, a inativação a seco é mais recomendada, deve-se elimi-nar a água, reduzir a umidade relativa (sopragem de ar quente, aquecimento etc.), e usar nitrogênio (azoto) para exclusão do ar, mantendo pressão levemente po-sitiva com nitrogênio para impedir a entrada de oxigê-nio. Caso a opção seja por inativação úmida, deve ser mantido controle cuidadoso do pH e do teor de nitrito.

Mecanismos de corrosão de caldeiras corrosão pela água: A corrosão pela água obedece

a um processo eletroquímico com reações anódicas e catódicas. A reação anódica é sempre a reação de dis-solução do ferro e a catódica depende do pH, podendo existir três zonas:

Zona de pH ácido (pH < 4) – a reação é a de redução de hidrogênio:

2H+ + 2e– H2

Este pH pode ser encontrado em linhas de conden-sado, nos casos de tratamento ácido ou em ausência total de tratamento básico. O pH diminui com aumen-to da temperatura. Por exemplo: um pH de 13 a 20ºC corresponde a um pH de 9,8 a 200 ºC.

Zona de pH básico (pH 10) – da mesma maneira que um pH ácido, um pH básico pode ser muito perigo-so para o aço, como mostra a figura abaixo, traçada a 310ºC. Concentrações elevadas de soda podem provo-car ataque no aço com formação de ferrato de sódio.

Zona de pH sensivelmente neutro (4 < pH < 10) – a rea-ção catódica é a reação de redução do oxigênio dissolvido:

½ O2 + H2O + 2e– 2 OH–

Nesta faixa de pH, a água não pode corroer o aço de maneira significativa, sem a presença de oxigênio dissolvido. O produto inicial é o hidróxido ferroso, que se oxida em hidróxido férrico e, em seguida, em óxido férrico hidratado.

corrosão pelo vapor: Como para o oxigênio, a cor-rosão pelo vapor é uma corrosão seca controlada por um processo difusional. A formação dos óxidos depen-dem essencialmente da pressão parcial em oxigênio e da temperatura, como indicado na tabela abaixo:

Óxidos formados da corrosão por vapor

temperatura Vapor d’água Vapor d’água + oxigênio

T < 570 ºC Fe3o4 Fe3o4 - Fe2o3

T > 570 ºC Feo - Fe3o4 Feo - Fe3o4 - Fe2O3

A tabela mostra que o vapor quente:

• é nitidamente menos oxidante que o oxigênio dissolvido.

• não pode oxidar Fe3O4 em Fe2O3 sem a presença de traços

de oxigênio.

• reage com o ferro para dar FeO e/ou Fe3O4.

Características dos produtos de corrosão Os óxidos de ferro FeO e Fe2O3 são óxidos do tipo

lacunar e, desta forma, extremamente permeável aos meios gasosos gerais. O vapor d’água pode se difun-dir através destes óxidos e provocar, dependendo da temperatura, corrosão importante no aço (vários cm em alguns dias), mais frequentemente na forma de pi-tes (corrosão localizada).

Ao contrário, a magnetita apresenta a particulari-dade de ser aderente, homogênea e contínua; se forma rapidamente a partir de 250ºC, segundo lei parabólica, diminuindo à medida que sua formação impede o con-tato do aço com vapor. A camada de magnetita é uma camada protetora para o vapor d’água. De maneira geral, toda deterioração da camada de magnetita, em funcionamento ou durante fases transitórias, é poten-cialmente perigosa para o aço.

Estas deteriorações podem ser de origem:• térmica: por exemplo, aumento de temperatura a va-

lores superiores a 570ºC com formação de FeO não protetor.

• mecânica: provocada por ciclos térmicos, desloca-mentos violentos etc.Efeito do pH sobre a taxa de corrosão do aço em água a 310oC

corrosão

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• química: concentrações locais elevadas de produtos ácidos ou básicos ou pela presença de traços de oxigênio. Considerando oxigênio, é recomendado menor que 10 ppb.

Em condições normais é formada camada de magne-tita aderente e protetora, porém, quando por alguma cir-cunstância os tubos deixam de ser totalmente protegidos, a corrosão resultante toma forma de ataque localizado do tipo pite ou alveolar. Como produto de corrosão, sobre pites ou alvéolos, se acumula um depósito preto de for-ma laminar que é extremamente espesso se comparado com o filme protetor de magnetita. A camada protetora de magnetita é constituída de duas partes. A camada interna desse filme é compacta, tem espessura uniforme e cresce na interface aço-magnetita, por migração para o interior de íons oxigênio. Simultaneamente, cátions ferro migram para a parte externa e formam uma camada externa de magnetita cristalina menos aderente. A forma laminar de magnetita, no pite ou alvéolo, é uma característica impor-tante do processo corrosivo (Vicente Gentil).

Os fatores que mais frequentemente podem causar ou estar associados à corrosão em caldeiras são pH áci-do, oxigênio dissolvido, teores elevados de hidróxido de sódio, teores elevados de cloretos, sólidos suspen-sos, presença de gás sulfídrico, presença de depósitos porosos, “hide-out”, presença de complexantes ou que-lantes e, menos frequentemente, correntes de fuga e choques térmicos (Vicente Gentil).

Através dos testes realizados e o estudo feito nesse artigo podemos concluir que nas áreas com corrosão localizada, verifica-se a presença de depósitos de sais provenientes da água e produtos de corrosão. Isso indi-ca que os sais estão, ou em algum momento estiveram, em concentrações na água que levou à deposição.

A presença de depósitos é indesejável, pois são áreas de retenção e concentração de agentes agressi-vos. O processo corrosivo severo em áreas localizadas, pode ter se desenvolvido ao longo dos anos, porém o mais provável é que a sua evolução esteja ocorrendo durante o processo de hibernação.

As principais causas da corrosão localizada sob depósitos são vários fatores tais como pH, presença de oxigênio dissol-vido e deposição de sais.Recomendações

Implementar o controle rigoroso da qualidade da água visando evitar a ocorrência de formação de depó-sitos em operação normal da caldeira.

Programar a substituição dos tubos que apresenta-ram redução elevada de espessura durante ensaio IRIS.

Para inativação em curto período, utilizar inativa-ção úmida, garantindo a exclusão de oxigênio e o pH

na faixa pH 11 a 12. O controle do pH pode ser com soda e exclusão do oxigênio com nitrito de sódio, em torno de 1000 ppm.

Para inativação em períodos prolongados, reco-menda-se eliminar a água, reduzir a umidade relativa (sopragem de ar quente, aquecimento etc.) e usar ni-trogênio (azoto) para exclusão do ar, mantendo pres-são levemente positiva com nitrogênio, para impedir entrada de oxigênio. Caso a opção seja por inativação úmida, deve ser mantido controle cuidadoso do pH e do teor de nitrito.

A análise de falhas deve ser conduzida periodica-mente considerando-se as condições de uso do equi-pamento ou peça, os fluidos envolvidos, temperaturas, pressões, normas de fabricação, processos de fabrica-ção, materiais envolvidos, o modo de falha do equipa-mento e conhecimento a respeito desses tópicos, de forma a fornecer recomendações como as descritas an-teriormente. A SGS tem vasto histórico em realização de análises de falhas em materiais metálicos e tem con-dições de atender o mercado brasileiro nesse segmento com precisão e rapidez.

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O triunfo da cor

Nada melhor do que conciliar esporte e cultura, ainda

mais numa cidade como o Rio de Janeiro. Sediando

o maior evento esportivo mundial, ela abrigará,

simultaneamente, um das maiores exposições originárias

dos dois mais importantes museus franceses, revelando

pela primeira vez, obras-primas do pós-impressionismo.

O Pós-Impressionismo no CCBBpor Orlando Santos

coffee break

O Triunfo da Cor. O Pós-Impressionismo: obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie

20 de julho a 17 de outubro de 2016

Centro Cultural Banco do Brasil

Rua Primeiro de Março, 66 - Centro - Rio

de Janeiro, rJ

Terça-feira a domingo, de 9 h às 21 h

Informações: (21) 3808-2020

EM SãO PAULO, DE ONDE veio, primeira escala em nosso país, a exposição foi vista por mais de 140 mil pessoas, e no Rio de Janeiro, seguramente, um número bem maior é aguardado, em especial pela presença numerosa de turistas em função dos Jogos Olímpicos. Por isso é apontada como a grande opção cultural de destaque durante o importante evento esportivo da cidade.

A mostra no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro da cidade, estará aberta ao público de 20 de julho até 17 de outubro, percorrendo todo o mês de agosto – período das competições olímpicas.

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Em mostra inédita no CCBB O Triunfo da Cor. O Pós-impressionismo traz ao país obras de Van Gogh, Gauguin, Toulouse-Lautrec, Seurat, entre outros artistas do pós-impressionismo, dando continuidade ao sucesso de Impressionismo: Paris e a Modernida-de, também exibida no CCBB, em 2012.

Oriundas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie a mostra apresenta 75 obras de 32 ar-tistas que, a partir do fim do século xIx, buscaram novos caminhos para a pintura.

A curadoria da exposição é assinada pelo presidente do Musée d’Orsay, Guy cogeval, pelo diretor cultural da Fundácion Mapfre, pablo Jimé-

nez burillo, e pela curadora do Musée d’Orsay, isa-belle cahn. A exposição apresenta

obras-primas de uma geração de artistas que suce-deu aos impressionistas, e que recebeu do crítico in-glês Roger Fry a designação de pós impressionista.

Esta é a segunda mostra que o Musée d’Orsay e a Fundación Mapfre realizam no Brasil. A pri-meira foi a citada exposição sobre o Impressionis-mo, considerada a terceira mostra mais visitada no mundo no ano de 2012, representando um marco na formação de público e uma oportunidade única de contato com obras emblemáticas do patrimônio mundial.

O Triunfo da Cor se organiza em quatro módulos.

a Cor Científica – O módulo 1 apresenta uma sele-ção de obras de artistas motivados pelos estudos desenvolvidos pelo cientista Michel Eugene Chevreul sobre a técnica neoimpressionista de aplicar na tela pontos justapostos de cores pri-márias. O olho do espectador passa a recompor à distância a aplicação do pontilhado das cores complementares e contrastantes. Seurat, ex-poente do pontilhismo, influencia também Van Gogh, que desembarca em Paris em 1886 e que, sob o efeito imediato do contato com a pintura moderna parisiense, passa a utilizar uma paleta de cores vivas.

Núcleo Misterioso do Pensamento. Gauguin e a Escola de pont-aven – O módulo 2 inclui uma série de obras que refletem a pesquisa realizada por Paul Gauguin e Émile Bernard a partir de uma pintura sintética, marcada pela presença do desenho nos contornos e nas silhuetas, valendo--se de cores simbólicas. A pintura passa a refletir um mundo interior, poético e espiritual. Gauguin confere à cor o papel revelador de uma dimensão simbólica da pintura e é ele o mentor de um gru-po de artistas apresentados neste módulo.

Os Nabis, Profetas de uma Nova Arte – O módulo 3 tem como tema a ideologia estética do grupo de artistas que se definiu como profetas de uma arte nova e defendeu a origem espiritual da arte, fazendo uso da cor como um elemento trans-missor dos estados de espírito. Entre os nabis,

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artistas como Maurice Denis, Vuillard, Maillol e Vallotton revelam uma paixão por temas da vida cotidiana e por uma dimensão misteriosa e sobrenatural que a cor confere a sua pintura.

A Cor em Liberdade – Este módulo apresenta, por um lado, obras de artistas do final do século xIx, como Cézanne, que busca inspiração na Provence, e Paul Gauguin, que parte para o Taiti e se inspira na natureza tropical, além de obras de jovens artistas do início do século xx, que compartilhavam o gosto por uma

composição ornamental em que a cor assume o protagonismo.O Triunfo da cor é mais um capítulo de uma traje-

tória bem-sucedida do CCBB de formação contínua de público no Brasil por meio da apresentação de exposições históricas sobre a arte moderna.

O público terá a oportunidade de conhecer e vivenciar ícones de um momento relevante da história da arte. A coordenação e a organização da mostra estão sob a responsabilidade da Expomus, empresa brasileira que atua há mais de 30 anos no mercado cultural.

coffee break

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opinião

Coordenação, celeridade e conteúdo local

Raul Sanson é vice-presidente do sistema Firjan

A recuperação da economia nacional e do seu setor produtivo demanda a

execução de estratégias e ações coordenadas que possibilitem a retomada

do crescimento da indústria nacional de forma inclusiva para toda cadeia produtiva

aqui instalada e qualificada. O ambiente de negócios que o país disponibiliza para suas

indústrias deve perseguir a atratividade dos investimentos externos e a dinamização do

mercado doméstico. Nosso potencial é enorme.

sustentar um crescimento econômico, de forma inclusiva, passa pelo direcionamento de parte dos investimentos para o mercado local, aqui e em qualquer parte do mundo que tenha como

objetivo desenvolver sua indústria. Esta estratégia precisa ser fortalecida com os ne-

cessários ajustes e aprimoramentos que um mercado dinâmico e global demanda. E deve ser suportada por um conjunto de ferramentas capazes de manter o desenvolvimento da base industrial do país de for-ma consistente, com métricas capazes de contabili-zar e registrar os resultados, alinhada aos níveis de produtividade e competitividade de classe mundial.

A medida de Conteúdo Local consiste no com-prometimento de uma empresa ou um conjunto de empresas em realizar uma parcela das compras de insumos ou de bens e serviços requeridos por seus investimentos no mercado doméstico.

O Sistema Firjan defende que o Conteúdo Local faça parte de uma política industrial mais ampla, que trace estratégias de desenvolvimento de mercado, vi-sando a agregar maior competitividade à indústria.

Essa política deve ser fundamentada em medi-das que dêem racionalidade e sustentabilidade à cadeia de petróleo e gás. No caso, uma elevação temporária dos custos de compra no curto e médio prazos deve ser compensada por um programa de desenvolvimento da capacidade industrial com ga-nho de escala, conhecimento de processo e diminui-ção dos preços produtivos.

Conceitos como especialização produtiva, com-promissos com exportações – de modo a romper a dependência de um único comprador – e incenti-

var a busca da competitividade e atração de novas empresas para exploração e desenvolvimento do pré-sal, independentemente da participação da Pe-trobras, dentre outras iniciativas, precisam estar in-terligados para que tenhamos um novo ambiente de negócios sustentável em petróleo e gás.

As modificações necessárias ao atual modelo de Conteúdo Local, visando a estimular os investimen-tos e o aumento da participação dos fornecedores locais no mercado de petróleo e gás natural já são amplamente discutidas pelo mercado e envolvem propostas como a adoção de mecanismo de isen-ção ou Waiver, redefinição dos pesos dos índices de conteúdo local, o foco em segmentos prioritários e a contemplação de investimentos em capacidade pro-dutiva que agreguem valor ao produto final como bonificação para Conteúdo Local.

As propostas do Sistema Firjan visam ao desen-volvimento de uma cadeia de fornecedores de bens e serviços mais fortalecida e capaz de atender não só o mercado interno, como também de se posicio-nar competitivamente no mercado internacional. Abrangem:• Definição dos percentuais de conteúdo Local:

preestabelecido no momento do contrato, sendo o comprometimento de compras no âmbito na-cional fruto de uma construção conjunta entre as operadoras e a cadeia produtiva, com métricas de incentivo e de acompanhamento.

• Métricas de conteúdo Local: o atual modelo prevê o cálculo a partir do valor investido para cada item, contudo, visando a estimular ganhos de produtividade e a consequente redução do

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A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.

opinião

custo de produção, é recomendada a utilização de métricas não financeiras.

• Definição de segmentos foco: a priorização dos segmentos deve levar em consideração o efeito multiplicador para a cadeia produtiva ao alavan-car a demanda de outros bens.

• conteúdo de investimento Local: estabelecer incentivos para empresas que façam investimen-tos em sua capacidade produtiva como forma de agregar valor e expandir a base fornecedora de bens e serviços no país, com foco em segmentos prioritários.

• isonomia: deve haver, por parte dos compradores, um tratamento indiferenciado quanto às especifi-cações, certificações e inspeções dos bens e servi-ços fornecidos nacional e internacionalmente.O monitoramento desses investimentos, com mé-

tricas e possibilidade de ajustes ao longo do tempo, deve possibilitar uma curva de aprendizagem que

viabilize o crescimento sustentável da indústria por condições de escala.

O bem-sucedido programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na construção de uma base industrial para supor-tar a demanda por energia eólica no país é um bom exemplo para se seguir.

Esse conjunto de ações deve contribuir para o fortalecimento da indústria nacional, minimizando a aplicação de critérios de penalidade e obrigato-riedade, reduzindo, assim, o peso de uma política industrial sobre o operador.

O mercado de petróleo e gás merece a constitui-ção de uma força-tarefa que, de forma coordenada, responda com celeridade à diversidade de questões que precisam ser tratadas. O país pode, e reivindica o direito de ver crescer sua base industrial de forma consistente e alinhada com os níveis de produtivida-de e competitividade de classe mundial.

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