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Ma naus Caderno E MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 [email protected] 3090-1013 344 ANOS MÁRIO OLIVEIRA/SEMCOM ‘Mercadão’ de volta F echado há mais de 6 anos para restauração, o mercado Adolpho Lisboa, construído no período áureo da borracha, foi reinaugurado na noite de ontem com a presença de cerca de 10 mil pessoas. Os cerca de 182 feirantes comemoraram a desocupação do anexo impro- visado nos fundos do galpão e o retorno das atividades nos boxes do mercadão. Para a reestruturação foram investidos R$ 13 milhões, oriun- do do convênio da Superin- tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Ministério da Cultura e contrapartida da prefeitura de Manaus. As obras iniciaram em novembro de 2006 e foram paralisadas por conta de dificuldades na contratação de empresas e embargos dos órgãos de controle. As fotografias dos feirantes mais antigos foram estampa- das em banners gigantes no pavilhão central do mercado. Há 50 anos, o feirante Luiz Francisco da Costa, 72, traba- lha no local e se surpreendeu ao ver a fotografia no meio do mercadão. “Gostei muito da reforma. Está muito bonito. Cheguei a Manaus em 1963, com 22 anos e já vim trabalhar aqui. O mercadão é minha segunda casa. Só não gostei das grades que colocaram nos boxes, porque pelos buracos os ratos vão passar”, disse. Apesar de observar que os boxes estão cerca de dois me- tros menores que os antigos, o vendedor de artesanato Améri- co Silva dos Santos, 33, aprovou a reforma. “Está ‘very good’. Quando estávamos no anexo nosso faturamento caiu uns 50% e tive que me virar como pintor fazendo bico na casa dos vizinhos e da família”, afirmou. Após descerrar a placa, o prefeito da cidade, Arthur Neto, em companhia do gover- nador Omar Aziz e o senador Eduardo Braga, emocionou-se e disse que o foco da prefeitura agora é investir no shopping popular, na restauração da praça da Matriz, do Relógio e organizar o Centro. “Entregar o mercado é uma sensação de dever cumprido, mas temos muito ainda o que fazer pela nossa cidade. Tenho plano de Manaus para o futuro. Quero Manaus como uma cidade lí- der mundial”, disse. “No aniversário da cidade, Manaus está sendo presentea- da com uma obra belíssima. Nós, que moramos aqui, sabemos da importância cultural e histórica que tem o mercado municipal”, destacou Omar Aziz. IVE RYLO Equipe EM TEMPO ALFREDO FERNANDES/AGECOM ALEXANDRE FONSECA Omar Aziz, ao lado de Arthur Neto, enfatizou a importância cultural e histórica do mercado Arthur Neto, Eduardo Braga e Omar Aziz durante a reinauguração do mercado Adolpho Lisboa Com a presença de pelo menos 10 mil pessoas, mercado Adolpho Lisboa é reinaugurado após uma reforma que se arrastou por quase 7 anos Para conservar a estrutu- ra inspirada no estilo “art nouveau”, erguida pela firma “Backus & Brisbin” em 1882, o projeto de restauração buscou aliar um espaço que atenda as necessidades dos feirantes sem deixar de res- gatar o estilo arquitetônico do século 19. Uma equipe de mais 130 profissionais brasileiros e estrangeiros foram contrata- dos para a empreitada. Para restaurar parte do mobiliário antigo, foram contratados dois restauradores vindos da Bolívia e da Itália. O novo mercado irá com- portar 176 boxes, divididos em cinco pavilhões. O pavilhão central é reservado aos boxes de frutas e artesanato. As lanchonetes e cafés estão nos pavilhões Pará e Amazonas. Já a área superior é reservada para dois restaurantes. Todos os pavilhões recebe- ram o emadeiramento (base colocada em madeira para a cobertura) para proteção da estrutura interna. Para o telhado foi utilizado telhas em formato de escama de peixe, réplicas das originais. Para o cliente identificar a mudança entre os com- partimentos, foram utilizados azulejos de cores diferentes para sinalização. O pavilhão do peixe ganhou azulejos azuis e brancos. Já no pavilhão da carne são nas cores amarelo e branco. Os blocos de arenito, ou “pedra-jacaré”, que integram a base das colunas de ferro fundido também foram recu- peradas. Uma resina acrílica foi aplicada nas peças para preservar a cor original das peças, seja por interferências climáticas ou vandalismo. A estrutura metálica foi pre- servada e recuperada. Todos os espaços receberam ilumi- nação especial. Nos fundos foi construído um sistema de tratamento de esgoto. O mercado foi inaugurado em 15 de julho de 1883, pelo presidente da então Província José Paranaguá. Pelo valor arquitetônico e cultural, foi tombado pelo Instituto de Pa- trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1986. Um trabalho muito caprichado ESTRUTURA O novo mercado Adolpho Lisboa irá comportar 176 boxes, divididos em cinco pavilhões, sendo que o pavilhão central é reservado aos boxes de frutas e artesanatos

Especial Manaus - 24 de outubro de 2013

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Especial Manaus - Caderno especial em comemoração ao aniversário de Manaus - Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 [email protected] 3090-1013

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‘Mercadão’ de volta

Fechado há mais de 6 anos para restauração, o mercado Adolpho Lisboa, construído no

período áureo da borracha, foi reinaugurado na noite de ontem com a presença de cerca de 10 mil pessoas. Os cerca de 182 feirantes comemoraram a desocupação do anexo impro-visado nos fundos do galpão e o retorno das atividades nos boxes do mercadão.

Para a reestruturação foram investidos R$ 13 milhões, oriun-do do convênio da Superin-tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Ministério da Cultura e contrapartida da prefeitura de Manaus. As obras iniciaram em novembro de 2006 e foram paralisadas por conta de difi culdades na contratação de empresas e embargos dos órgãos de controle.

As fotografi as dos feirantes mais antigos foram estampa-das em banners gigantes no pavilhão central do mercado. Há 50 anos, o feirante Luiz

Francisco da Costa, 72, traba-lha no local e se surpreendeu ao ver a fotografi a no meio do mercadão. “Gostei muito da reforma. Está muito bonito. Cheguei a Manaus em 1963, com 22 anos e já vim trabalhar aqui. O mercadão é minha segunda casa. Só não gostei das grades que colocaram nos boxes, porque pelos buracos os ratos vão passar”, disse.

Apesar de observar que os boxes estão cerca de dois me-

tros menores que os antigos, o vendedor de artesanato Améri-co Silva dos Santos, 33, aprovou a reforma. “Está ‘very good’. Quando estávamos no anexo nosso faturamento caiu uns 50% e tive que me virar como pintor fazendo bico na casa dos vizinhos e da família”, afi rmou.

Após descerrar a placa, o prefeito da cidade, Arthur Neto, em companhia do gover-nador Omar Aziz e o senador Eduardo Braga, emocionou-se e disse que o foco da prefeitura agora é investir no shopping popular, na restauração da praça da Matriz, do Relógio e organizar o Centro. “Entregar o mercado é uma sensação de dever cumprido, mas temos muito ainda o que fazer pela nossa cidade. Tenho plano de Manaus para o futuro. Quero Manaus como uma cidade lí-der mundial”, disse.

“No aniversário da cidade, Manaus está sendo presentea-da com uma obra belíssima. Nós, que moramos aqui, sabemos da importância cultural e histórica que tem o mercado municipal”, destacou Omar Aziz.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

ALFREDO FERNANDES/AGECOM ALEXANDRE FONSECA

Omar Aziz, ao lado de Arthur Neto, enfatizou a importância cultural e histórica do mercado Arthur Neto, Eduardo Braga e Omar Aziz durante a reinauguração do mercado Adolpho Lisboa

Com a presença de pelo menos 10 mil pessoas, mercado Adolpho Lisboaé reinaugurado após uma reforma que se arrastou por quase 7 anos

Para conservar a estrutu-ra inspirada no estilo “art nouveau”, erguida pela fi rma “Backus & Brisbin” em 1882, o projeto de restauração buscou aliar um espaço que atenda as necessidades dos feirantes sem deixar de res-gatar o estilo arquitetônico do século 19.

Uma equipe de mais 130 profi ssionais brasileiros e estrangeiros foram contrata-dos para a empreitada. Para restaurar parte do mobiliário antigo, foram contratados dois restauradores vindos da Bolívia e da Itália.

O novo mercado irá com-portar 176 boxes, divididos em cinco pavilhões. O pavilhão central é reservado aos boxes de frutas e artesanato. As lanchonetes e cafés estão nos pavilhões Pará e Amazonas. Já a área superior é reservada para dois restaurantes.

Todos os pavilhões recebe-ram o emadeiramento (base colocada em madeira para a cobertura) para proteção da estrutura interna. Para o telhado foi utilizado telhas em formato de escama de peixe, réplicas das originais.

Para o cliente identifi car a mudança entre os com-partimentos, foram utilizados azulejos de cores diferentes para sinalização. O pavilhão

do peixe ganhou azulejos azuis e brancos. Já no pavilhão da carne são nas cores amarelo e branco.

Os blocos de arenito, ou “pedra-jacaré”, que integram a base das colunas de ferro fundido também foram recu-peradas. Uma resina acrílica foi aplicada nas peças para preservar a cor original das peças, seja por interferências climáticas ou vandalismo.

A estrutura metálica foi pre-servada e recuperada. Todos os espaços receberam ilumi-nação especial. Nos fundos foi construído um sistema de tratamento de esgoto.

O mercado foi inaugurado em 15 de julho de 1883, pelo presidente da então Província José Paranaguá. Pelo valor arquitetônico e cultural, foi tombado pelo Instituto de Pa-trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1986.

Um trabalho muito caprichadoESTRUTURAO novo mercado Adolpho Lisboa irá comportar 176 boxes, divididos em cinco pavilhões, sendo que o pavilhão central é reservado aos boxes de frutas e artesanatos

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 20132 Manaus 344 ANOS

Um novo ‘mercadão’ para os manauensesRecuperado, o mercado municipal Adolpho Lisboa foi entregue como presente para a população e terá medidas de inibição a atos de vandalismo que geralmente atingem o patrimônio histórico da cidade, segundo a Secretaria do Centro

Um presente para a po-pulação amazonense, após estar desativado há quase sete anos,

o mercado municipal Adolpho Lisboa se tornou uma das prin-cipais obras já executadas com a conclusão do seu primeiro restauro, e já está com seus portões reabertos desde on-tem, em comemoração ao 344º aniversário de Manaus.

Batizado carinhosamente de “mercadão”, o Adolpho Lisboa foi construído nos tempos áu-reos da época da borracha, e foi um dos mais importantes centros de comercialização dos produtos regionais da Amazônia. Um dos maiores clássicos da arquitetura de ferro, foi inspirado nas obras do mercado central de Paris, o famoso “Les Halles”, e é um dos principais prédios que constituem o acervo patrimo-nial histórico de Manaus.

“A bela arquitetura do mer-cado é fortemente infl uenciada pelo estilo ‘art nouveau’. A ge-nerosidade dos vãos, a lumino-sidade e ventilação do espaço, marcados por cobertura em ferro, lanternins e venezianas, propiciavam a comercializa-ção dos mais variados gêne-ros alimentícios, especialmente ideais para lugares quentes e úmidos como o Brasil.”, explica o subcoordenador de Patrimônio Histórico da Secretaria Muni-cipal do Centro (Semc), Roger Carpinteiro Péres.

RestauroO mercado municipal pas-

sou por várias reformas ao longo desses 130 anos, mas o seu primeiro restauro téc-nico e científi co foi iniciado em 2006. A obra passou por um estudo baseado em docu-mentos e registros fotográfi -cos da época para resgatar a arquitetura original europeia, composta pelos estilos fran-cês, português e italiano.

A arquitetura de ferro é edi-fi cada em pavilhões. O galpão principal, sustentado por duas colunas de ferro importadas da Inglaterra, é composto também por mais dois pavilhões laterais, importados da Escócia, e utili-zados para a comercialização de carne e peixe. Há também o chamado “Pavilhão das Tarta-rugas”, localizado no centro do pátio sul, que era destinado à venda de quelônios, mas hoje o espaço é exclusivo para a venda de hortifrutigranjeiros. Foram instaurados também dois pa-vilhões octogonais, próximo às extremidades do “Pavilhão das Tartarugas”, um deles leva o nome “Amazonas” e o outro “Pará”, destinados à venda das tradicionais iguarias amazôni-cas: o tacacá e o açaí.

Segundo o secretário muni-cipal da Semc, Rafael Assayag, medidas de inibição ao vanda-lismo serão tomadas para evi-tar a depredação do patrimônio. “A prefeitura não vai se omitir depois da entrega do merca-do, ela vai continuar presente. Equipes da Guarda Municipal e agentes da prefeitura irão integrar a segurança no lo-cal. Estamos providenciando o aperfeiçoamento de câmeras de vigilância do Centro Integra-do de Operações de Segurança (Ciops) e também a instalação de um posto policial nos entor-nos”, declarou.

LUANA DÁVILAEM TEMPO ONLINE

A grande novidade para aqueles que gostam de cozinhar é a instalação de uma escola de gastrono-mia. A atividade econô-mica irá complementar o ciclo econômico e dar sustentabilidade ao mer-cado. “Os estudantes irão aprender a selecionar os produtos, como escolher um peixe e uma carne de qualidade, e os pratos serão vendidos no próprio mercado”, diz Assayag.

Outra atividade que também será desenvol-vida é o atrativo turís-tico. Serão implantados pontos com música e artistas caracterizados como personagens his-tóricos, tornando o am-biente agradável, além de um sistema integrado de atendimento ao turista.

Outra preocupação da obra foi a instalação de dois equipamentos de tratamento de esgoto moderno, que tem índice de 95% de efi ciência da água. “O subproduto des-se sistema de tratamento é o metano, que está sendo canalizado e vai ser reutilizado no ‘Pavilhão Pará’ para acender o fo-gão”, explica o secretário. A água também poderá ser reaproveitada para limpeza dos sanitários.

Os 182 permissioná-rios no mercado mu-nicipal, que estavam em estabelecimentos provisórios durante as obras, ganharam bolsas da prefeitura no valor de R$ 2 mil. (LD)

Um lugar para a gastronomia

Operário atua na pintura de um dos pavilhões do mercadão: restauro fi el ao projeto original

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Últimos reto-ques nas obras do mercado Adolpho Lisboa

PresidenteOtávio Raman Neves

Diretor-ExecutivoJoão Bosco Araújo

Diretor de RedaçãoMário Adolfo

Editora ExecutivaTricia Cabral

Chefe de ReportagemMichele Gouvêa

Coordenação do EspecialCésar Augusto

Edição do EspecialCésar Augusto e Michele Gouvea

DiagramaçãoMario Henrique Silva

Tratamento de ImagensPablo Filard

RevisãoGracycleide Drumond e Leomir Góes

Expediente

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 3Manaus 344 ANOS

Um novo ‘mercadão’ para os manauensesQuem entrar no mercado

Adolpho Lisboa, logo poderá sentir a explosão de chei-ros de temperos, pescados, frutas e legumes típicos da terra aniversariante. Com duas praças de alimenta-ção, em dois pavilhões de 22 quiosques, o mercado será uma atrativa opção gastro-nômica, como de costume dos históricos mercados ao redor do Brasil.

No café da manhã, quem passar por lá, poderá en-contrar o famoso desjejum regional completo. Haverá quiosques dedicados a ofe-recer tapioquinhas, cafés, frutas, bolos e sanduíches já conhecidos, como o “x-caboquinho”, de pão fran-cês, queijo coalho, tucumã, ovo e banana frita. “Com certeza, será o melhor café regional da cidade”, disse uma comerciante que visi-tava o mercado na tarde de ontem.

Mais tarde, no almo-ço, os visitantes poderão aproveitar o melhor da alta gastronomia regional ama-zonense. De acordo com o administrador do mercado, Clodoaldo Sevaliho, a inten-ção é de que existam quios-

ques dedicados a pratos com peixes regionais, como pirarucu, tucunaré e tamba-qui, além de sopas, assados e tortas. “Estamos estudan-do ainda a programação musical da praça, para dei-xar o ambiente ainda mais agradável”, declarou.

Com uma moderna estru-tura de iluminação especial

que fortalece os detalhes arquitetônicos da obra no ambiente noturno, o mer-cado não deixará seus vi-sitantes órfãos nos fins de tarde. Dois quiosques, inti-tulados, “Ponto do Pará” e “Ponto do Amazonas”, irão oferecer açaí e tacacá para os apreciadores do pôr do sol no rio Negro. “As vendas na feira se encerram às 18h,

mas a prefeitura quer que o mercado continue aberto até as 22, pra que a popu-lação aproveite o espaço”, declarou Sevaliho.

Mingau coletivoTamanha realização não

poderia parar por ai. A par-tir das 5h de hoje, com o raiar do sol, o primeiro dia de funcionamento do novo mercado será acompanha-do pelo mingau coletivo que será servido no local. Ao longo de todo o dia de hoje, estão programa-das apresentações de per-formances e de pequenos shows musicais acústicos, em diferentes pontos do Adolpho Lisboa.

Durante esta tarde está programada uma apresen-tação estendida do “Me-mória Encenada”, com aproximadamente 30 mi-nutos de duração, quando o público presente poderá conferir histórias sobre a Manaus antiga e sobre o mercado interpretadas por atores vestidos com rou-pas de época. Por fim, ao cair da tarde, o primeiro dia de funcionamento do novo mercado municipal será encerrado com um show musical acústico do grupo Imbaúba.

Uma nova opção para o lazerRAPHAEL LOBATOEquipe do AGORA

Estamos estudando ainda a progra-

mação musical da praça de alimen-tação, para deixar o ambiente mais

agradável

Clodoaldo Sevaliho, administrador do mercado

Detalhe de um dos portões do mercadão, já restaurado: cuidado em todos os aspectos

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 20134 Manaus 344 ANOS

Outro presente para a população ma-nauense está guar-dado para o final

do ano. O complexo da Ponta Negra, cuja primeira etapa de restauração foi entre-gue no ano passado, deve estar com a segunda etapa concluída e entregue até 24 de dezembro, conforme vem sendo anunciado pela prefeitura.

O resgate de mais esse espaço público, agora com traços mais modernos e recuperado, vale a recupe-ração de sua história, pois várias intervenções foram feitas no complexo ao lon-go dos anos. Até a década de 1960, Manaus era uma cidade-balneário. Além do balneário do Parque 10 de Novembro, da praia da Ponta Negra, da praia do Amare-linho, da cachoeira do rio Tarumã, todos os igarapés e a orla do rio Negro eram utilizados para a realização de piqueniques, regatas, competições de natação e inúmeras festas fluviais. Em 1965, o então governador Arthur Cézar Ferreira Reis, preocupado com o futuro de-

senvolvimento de Manaus, contratou os arquitetos Luis Carlos Antony e Fernando Pereira Cunha para elabo-rarem o Plano Diretor da cidade de Manaus.

Em 1965, Manaus era uma cidade de 230 mil habitan-tes, que estava se organi-zando para receber a infra-estrutura da Zona Franca. Segundo esse Plano Diretor, Manaus teria duas barra-gens na boca dos igarapés de Educandos e de São Rai-mundo.

Em 1992, o arquiteto Seve-

riano Mário Porto foi contra-tado para elaborar o projeto de urbanização da praia da Ponta Negra. A praia fica distante 13 quilômetros do centro de Manaus e constitui um dos cartões-postais da cidade. É o principal espaço de convivência de lazer da cidade, muito frequentada nos fins de semana. Daí, ao longo do século 20, o interes-se dos prefeitos em cuidar da qualidade das infraestru-turas montadas ao longo da orla do rio Negro.

Com esse novo projeto, a praia da Ponta Negra se transformou num parque de Cultura, Esporte e Lazer. O complexo cultural conta com uma estrutura urbana for-mada por um largo calçadão, onde são dispostos vários quiosques, pequenas lojas, caminhos, uma rede de ci-clovias. Possui também um anfiteatro ao ar livre, palco montado para apresenta-ções ganhadoras do Festival Folclórico de Manaus, shows e espetáculos, quadras de areia para esportes coleti-vos (vôlei, basquete, futebol de areia), sorveterias, bares e restaurantes.

Ponta Negra, o próximo presente para a capitalDepois de muita espera, segunda etapa do principal complexo de lazer da cidade está em fase de fi nalização D

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Projeção da nova Ponta Negra, a entrega da segunda etapa está prevista para dezembro

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 5Manaus 344 ANOS

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AÇÃO De acordo com a divi-

são de acompanha-mento de obras pú-blicas da Seminfh, a

primeira etapa da Ponta Negra teve custo de aproximadamen-te R$ 30 milhões, por meio de convênio com o Ministério das Cidades. A segunda etapa, por sua vez, de R$ 27 milhões, é custeada por meio de um convênio com a Corporação Andina de Fomento (CAF).

O andamento das obras da segunda etapa do parque Pon-ta Negra alcançou 80% dos trabalhos concluídos. Com a praça da feira do artesanato quase pronta e com mais de 17 mil metros quadrados do calçadão de pedras portugue-sas fi nalizados, o local estará aberto para os festejos na-talinos no dia 24 de dezem-bro. Os 200 metros de praia perene e as alças da nova rotatória em frente à estrada do Turismo também estão praticamente fi nalizadas.

O projeto desta segunda fase contempla dois mirantes, uma torre de observação, dois restaurantes, três quadras de vôlei, 27 mil metros quadrados de calçadão interligado com a praia, praça de artesanato, banheiro, estacionamento, e uma rotatória com chafariz se-melhante à que foi construída na primeira etapa, inaugurada em dezembro de 2010.

Entre as novidades do pro-

jeto, a Prefeitura de Manaus estuda a construção de al-guns atrativos turísticos por meio de Parcerias Público Privadas (PPPs). Há ainda a possibilidade da segunda etapa da Ponta Negra con-templar uma marina.

Dentro do projeto original, a frente de trabalho mais adiantada é a do skatepark que será entregue no dia 24 de outubro para a realização da 5ª etapa do Brasil Skate Pro – o Campeonato Brasileiro de Skate Profi ssional. Outras frentes, como a construção dos restaurantes e das três qua-dras de areia também estão adiantadas.

De acordo com o diretor de engenharia da Secretaria Municipal de Infraestrutura e

Habitação (Seminfh), Antônio Nelson, serão cinco restauran-tes padronizados em formato de barco e mais dois temáti-cos. Esses últimos passarão por processo licitatório para utilização dos espaços por em-presas terceirizadas.

“Quem vencer estará livre para explorar o local da manei-ra que achar mais interessante, sem se preocupar em manter um padrão na divulgação como os demais restaurantes que estarão espalhados ao longo dos 21 mil metros quadrados de calçadão. Os espaços pa-dronizados em forma de barco têm um projeto muito interes-sante, pois são dotados de um tipo de deck onde os clientes serão acomodados nas mesas. Nossa meta é entregar três desses restaurantes/barcos até a inauguração da Ponta Negra”, avaliou.

A feira do artesanato será reativada com 40 boxes e a expectativa é que até a reaber-tura da segunda etapa do par-que Ponta Negra os permissio-nários já estejam trabalhando. Segundo o diretor-presidente do Instituto Municipal de Or-dem Social e Planejamento Ur-bano (Implurb), Roberto Moita, uma comissão formada pelo Implurb, Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Desen-volvimento (Semtrab) e Fun-dação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manaus-

Cult), cuidará da seleção dos permissionários da feira, mas só estarão aptos os artesãos que utilizam produtos regio-nais, dando prioridade aos que já trabalhavam no local antes da reforma.

A primeira etapa foi entre-gue em 24 de dezembro de 2012. Entre as novidades da reforma destacam-se o novo calçadão com pedras portu-guesas, inspirado no piso do largo São Sebastião, três mi-rantes com vista para o rio Negro na praça da Marinha, anfi teatro, escadaria, passa-rela, praça na rotatória com chafariz e espelho d’água, com fonte que funciona com música e iluminação de LED. A Ponta Negra ganhou ainda novos es-tacionamentos e jardins.

As redes de esgoto, elétri-ca, hidráulica sofreram in-tervenções, e a Ponta Negra ganhou projeto de ilumina-ção cênica dos jardins e de todo calçadão. A arquitetura conta ainda com um aterro hidráulico para possibilitar a existência de um trecho de praia durante o ano inteiro.

O anfiteatro ganhou uma marquise em concreto que valoriza a acústica do local. De acordo com a prefeitura, a área possui também rede de internet sem fio liberada para os visitantes. A Ponta Negra não passava por re-forma há 18 anos.

Revitalização frequenteO complexo de lazer da Ponta Negra chegou a fi car sem reformas por 18 anos. Hoje, com a fi nalização da segunda etapa em andamento, o espaço fi cará completo para a população voltar a utilizá-lo com melhorias de infraestrutura

A segunda etapa em obras: recuperação de um local importante

O acesso à praia antes da última intervenção: melhor espaço

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 7Manaus 344 ANOS

Em comemoração ao aniversário de 344 anos de Manaus, a população manauen-

se ganha de presente uma série de atividades nos car-tões-postais da cidade, como na Ponta Negra. Hoje o balne-ário será palco de atividades esportivas, como a 2ª Mara-tona Aquática Troféu Waldir Oliveira, realizada pela Secre-taria de Juventude, Desporto e Lazer (Semjel). No domingo (27), haverá conscientização na área da saúde, com ativida-des referentes ao Dia Mundial da Psoríase, com campanha, distribuição de material infor-mativo e esclarecimentos à população. E no dia 30 acon-tece o encerramento do Ou-tubro Rosa, com uma corrida de bicicleta saindo da Ponta Negra com destino ao parque dos Bilhares.

Para os banhistas, o balne-ário estará funcionando todos os dias, com horário para ba-nho até as 17h e para uso da areia, de 6h até meia-noite. Em especial no fi m de sema-na, a comissão de gestão do parque Ponta Negra estará atuando para manter a praia mais limpa para os usuários, mas se pede a colaboração da população para não jogar lixo

na areia ou no chão, evitando a contaminação dos espaços. O patrimônio natural é público, e deve ser mantido e cuidado por todos.

Já está em vigor, desde o dia 19 de agosto o horário de funcionamento também para uso da faixa de areia, de 6h até meia-noite, para esporte e lazer. Até as 17h, o balneário tem salva-vidas, bombeiros e equipes de atendimento à saúde, de plantão.

Depois deste horário, para a própria segurança do usuário, é proibido entrar no rio. E entrar na água à noite é uma pratica arriscada, que cons-

ta dos principais manuais de segurança de praias do país. As regras estão previstas no regulamento e nas normas de uso do parque Ponta Negra, cuja administração e gerên-cia são de responsabilidade do Implurb. À meia-noite, a Guarda Municipal e PM têm orientação para retirar as pes-soas da areia.

As barreiras de contenção que existem nos acessos à praia da Ponta Negra visam coibir a entrada de animais na areia, mesmos os de esti-mação, e comida, para evitar contaminação da areia; de garrafas ou objetos de vidro; de material perfurocortante, como facas, mesmo de co-zinha; o uso de pipas; e o banho após às 17h. Menores desacompanhados na praia também receberão orienta-ção do Conselho Tutelar.

Não é permitida a venda de bebidas por ambulantes na praia, conforme determina a legislação, e as bebidas alco-ólicas só poderão ser comer-cializadas em pontos fi xos. Em caso de dúvida ou em qualquer situação de risco, é recomendado que se procure os colaboradores do Implurb, guardas municipais, policiais militares ou salva-vidas. As regras estabelecidas para o uso comum da faixa de areia do balneário serão fi scalizadas

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Ponta Negra também será palco de comemoraçõesBanhistas que forem até a Ponta Negra hoje poderão desfrutar de atividades esportivas e culturais pelo aniversário da cidade

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 20138 Manaus 344 ANOS

Não havia calçadão e o aspecto era um tanto quanto selvagem. Na dé-

cada de 1970, a praia da Ponta Negra era o ponto mais distante da capital amazonense, uma verda-deira aventura para quem

buscava um dia de lazer e descanso como um banho nas águas do rio Negro.

Graças à comunidade Ma-naus de Antigamente, cria-da no Facebook e hoje com mais de 30 mil seguidores, imagens antigas da praia da Ponta Negra puderam ser

compartilhadas por vários internautas. Nessas fotos, muitas de arquivos pessoais e cartões-postais, a praia aparece, hoje, como as dis-tantes praias fluviais do Estado: em estado “bruto”, “puro”, “selvagem”.

Esse resgate da memória

de um local que, fora a pró-pria praia, quase em nada guarda semelhança com o complexo atual, serve para estimular o saudosismo de quem conheceu a Ponta Ne-gra em um outro momento, antes da urbanização da Zona Oeste e da especula-

ção imobiliária que trans-formou aquela região em uma das mais valorizadas da cidade.

Entre os internautas, há quem desejasse um outro destino para a principal praia de Manaus, desejo esse forte neste aniversário.

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Nas imagens antigas, praia atiça o saudosismoCompartilhamento de fotografi as da velha Ponta Negra revela a nostalgia do manauense por uma época distante

Entre comentários críticos e até mesmo gozadores, um dos seguidores da página, identifi cado como André, deu uma opinião curiosa.

“Na minha opinião a praia da Ponta Negra deveria ter fi cado isolada, apesar de que, com o avanço da ci-

dade, isso seria impossível. Hoje a praia está linda, mas preferia ela desse jeito, qua-se natural!”, afi rmou, sob a foto de banhistas no local, tirada provavelmente no início da década de 1970.

Com a chegada dos 344 anos da capital amazonen-

se, várias fotos saudosistas têm sido postadas diaria-mente na página Manaus de Antigamente. A Ponta Negra, no fi m das contas, acabou sendo a lembrança mais comentada, depois do mercado municipal Adol-pho Lisboa.

‘Deveria ter fi cado isolada’

Imagens compartilhadas em redes sociais, de fotografi as e cartões-postais antigos, mostram como era a praia da Ponta Negra antes do avanço do progresso na Zona Oeste de Manaus

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201310 Manaus 344 ANOS

Normas para publicidade de rua são algumas medidas adotadas

Patrimônios históricos e culturais em revitalizaçãoCasarões do centro da cidade estão na lista dos imóveis que receberão atenção especial por parte da prefeitura

A entrega do mercado municipal Adolpho Lisboa à população de Manaus, totalmente

restaurado, no dia do aniver-sário de 344 anos da cidade, resgata um importante patri-mônio histórico, cultural e de relevância econômica, turística e social. E traz consigo, um simbolismo de renascimento. Fechado há quase 10 anos, 8 deles por conta da obra de res-tauro interceptada por ações judiciais, a obra ganhou agi-lidade na gestão do prefeito Arthur Virgílio Neto, que em sua primeira visita ao mercadão, ainda em janeiro, anunciou que o entregaria nesta data.

A missão é de um lado a marca do compromisso de Arthur Neto com o resgate do centro histórico de Manaus e, de outro lado, uma aliança formada com a população para cuidar melhor do que é seu, aprofundando os laços entre a cidade e seus moradores e visitantes. “Precisamos cuidar bem do que é nosso. Juntos, po-der público e população, vamos fazer ressurgir uma cidade lin-da, acolhedora e humanizada”, afi rma o prefeito.

Antes do mercado, a prefei-tura já havia entregue à popu-lação outro importante símbolo da cidade: o Paço Municipal. O prédio, interditado em janeiro porque não estava fi nalizado, já foi reaberto, desta vez, com as obras totalmente concluídas, com recursos do Monumenta – programa de recuperação do patrimônio cultural urbano, do Ministério da Cultura, fi nancia-do pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Também com recursos do Monumenta, já está em anda-mento a reforma das casas 69 e 77, da rua Bernardo Ramos, tombadas como patrimônio histórico da cidade. O projeto está em fase de licitação.

Mas o trabalho de devolver a Manaus o seu patrimônio histórico não para por aí. A prefeitura, por meio da Se-

cretaria Municipal do Centro (Semc), vai intervir em dez praças e prédios que com-põem esse patrimônio. Os pro-jetos, orçados em R$ 33,77 milhões, foram apresentados à presidente Dilma Rousseff e aprovados dentro do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC - Cidades Históricas).

Atualmente dependem da conclusão de análises do Ins-tituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para posterior licitação e liberação dos recursos, por parte do go-verno federal. Entre esses pro-jetos estão a requalifi cação do entorno do mercado Adolpho Lisboa, a restauração do prédio que foi sede da Câmara Munici-pal de Manaus, revitalização do hotel Cassina e do antigo prédio do Corpo de Bombeiros.

O Centro também está inclu-ído no quadrilátero da Copa, que está recebendo obras de infraestrutura viária, revitali-zação urbana de acessibilida-de, mobilidade e segurança, executadas pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh). Essas obras incluem serviços de pa-vimentação completa de aveni-das, requalifi cação de calçadas, urbanismo, além de sinalização vertical e horizontal, com pla-cas de identifi cação em por-tuguês e inglês, para melhor orientação dos turistas.

O Paço Municipal foi a primeira obra histórica entregue a população completamente restaurada pela atual gestão. Uma série de intervenções em monumentos históricos devem ser iniciadas

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Paralelo ao trabalho de reconstrução do patrimônio histórico e de requalifi cação do Centro, a prefeitura tam-bém trabalha a humaniza-ção de serviços e espaços públicos. Com o projeto Viva Centro, realizado uma vez a cada mês, com envolvimen-to de todas as secretarias, são realizados trabalhos de educação em saúde, meio ambiente, limpeza pública e coleta seletiva, segurança, educação no trânsito, além de distribuição de mudas e conscientização dos vende-dores ambulantes.

Também está sendo re-

alizado um trabalho sério de conscientização, qualifi -cação e reordenamento dos vendedores ambulantes. A exemplo do que já ocorreu com os permissionários do mercado Adolpho Lisboa, que passaram por cursos de iniciação a línguas es-trangeiras, manipulação e higiene de alimentos, outros ambulantes do Centro es-tão recebendo tratamento acompanhado pelas secre-tarias afi ns (Semc, Sempab, Semtrad, Semasdh) para dar uma solução defi nitiva a um dos mais sérios pro-blemas da cidade.

Humanização do Viva CentroConheça alguns dos pro-

jetos que serão executa-dos em nossa cidade para recuperação do patrimô-nio histórico:

Entorno e jardins da pra-ça 15 de Novembro - que vai contar com a reabertura da avenida Eduardo Ribeiro, recuperação das áreas pa-vimentadas com adaptação dos passeios para defi cien-tes físicos, requalifi cação do canteiro central, paisa-gismo, iluminação, sinaliza-ção, drenagem, paisagismo e mobiliário urbano (trecho na avenida Eduardo Ribei-ro, entre a avenida 7 de Setembro e Alfândega, in-cluindo calçadas da praça 15 de Novembro).

Praça Adalberto Vale - adequação da praça lo-calizada de frente à praça Tenreiro Aranha, quanto à acessibilidade, instalação de novo sistema de ilumi-nação pública, sinalização e paisagismo.

Pavilhão Universal - des-montagem e retirada do Pavilhão Universal, um dos belos exemplares da arquite-tura neoclássica, construído em 1912, da praça Tenreiro Aranha e posterior implan-tação na praça Adalberto Vale, com a restauração das estruturas metálicas e demais elementos arquite-tônicos históricos.

Praça Tenreiro Aranha - Reforma e revitalização da praça Tenreiro Aranha, localizada no centro da cida-de, entre as ruas Teodoreto Souto e Floriano Peixoto, adequando a praça quanto às normas de acessibili-

dade, instalação de novo sistema de iluminação pú-blica, sinalização, mobiliário urbano e paisagismo.

Praça Dom Pedro 2º - restaurações de elementos faltantes do chafariz e o coreto da praça Dom Pe-dro 2º, drenagem, irrigação, pavimentação, sinalização, mobiliário urbano e paisa-gismo.

Entorno do mercado Adolpho Lisboa - recupe-ração das áreas pavimen-tadas com adaptação e acessibilidade nas calçadas, iluminação pública, sinali-zação, mobiliário urbano e paisagismo. Rua dos Barés, rua Barão de São Domingos, rua Miranda Leão, avenida Manaus Moderna e praça do Mercado.

Biblioteca Municipal - restauração das fachadas da edifi cação, reforma dos espaços internos, instala-ções e cobertura.

Antiga Câmara Munici-pal de Manaus - restauração das fachadas da edifi cação e das esquadrias de madeira, reforma dos espaços inter-nos, instalações e cobertu-ra, além de restauração do mosaico no hall de entrada do prédio.

Hotel Cassina - restau-ração da fachada da edi-fi cação, reconstrução de pisos, escadas, instalações e cobertura.

Antigo prédio do Corpo de Bombeiros - restauração da fachada da edifi cação, re-forma dos espaços internos, instalações e cobertura.

Algumas mudanças previstas

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Sistema viário local tem passado por diversas intervenções

O desafio para garantir nosso direito de ir e virA mobilidade urbana é o grande assunto de uma cidade que será uma das sedes do campeonato mundial de futebol

O cenário é uma cida-de tropical, sujeita a chuvas e trovoadas na maior parte do

ano, construída sem o de-vido planejamento urbano, com aproximadamente 4 mil veículos novos entrando em circulação todos os meses, às vésperas de sediar uma Copa do Mundo de Futebol e com 30 anos de atraso em obras es-senciais à mobilidade urbana. É claro que estamos falando de Manaus, essa senhora que completa 344 anos de idade e já teve seus dias de Paris dos Trópicos, mas hoje trava uma corrida desesperada contra o tempo para fazer jus ao título de metrópole, principal centro fi nanceiro, coorpora-tivo e econômico da Região Norte, décimo maior destino turístico, sexta cidade mais rica do país e sexta entre as capitais mais valiosas.

A Prefeitura de Manaus, na gestão do prefeito Ar-thur Virgílio Neto, destravou o cronômetro, botou o bloco na rua e mudou até o expe-diente, ampliando o horário das obras, que agora atra-vessam a madrugada. Tudo

para aproveitar, da melhor forma possível, os poucos dias de verão. A ordem é recuperar as vias, implantar os terminais do sistema BRS, criar recuos e paradas de ônibus, construir calçadas e criar alternativas para resol-ver o transtorno do trânsito. Até o Exército foi chamado para ajudar e, literalmente, a meter a mão na massa.

De quebra, os primeiros qui-lômetros de ciclofaixas e ciclo-vias já estão funcionando no corredor do Mindu, enquanto

a prefeitura se prepara para iniciar, nos próximos dias, a construção da ciclovia Bou-levard-Ponta Negra, com 14,6 quilômetros de extensão. Até o fi nal dessa gestão, a prefei-tura pretende construir três viadutos, sendo um complexo viário com passagem inferior (o viaduto do aeroporto); uma passagem em desnível no con-junto Manoa com avenida Max Teixeira; e um complexo viário na Bola do Produtor.

Até a Copa do Mundo de 2014, todas as principais ave-nidas do Quadrilátero da Copa - eixos que compreendem o ae-roporto internacional Eduardo Gomes, Ponta Negra, Centro e Arena da Amazônia – serão requalifi cadas. As obras foram dividas em cinco lotes e estão estimadas em R$ 200 milhões, com recursos próprios e da Caixa Econômica Federal.

As obras do primeiro lote, no valor de R$ 40,8 milhões, já estão em execução desde o mês de agosto, pelo consór-cio Manaus Etacom, vencedor da licitação e compreendem as avenidas Djalma Batista, Pedro Teixeira, do Turismo, Dom Pedro 1º e rua Lóris

Cordovil. Também já estão em andamento os lotes 2 e 3 que compreendem as ave-nidas Constantino Nery, Tor-quato Tapajós, Max Teixeira e Noel Nutels. Esse trecho, no valor de R$ 65,7 milhões, está sendo executado pela Cons-trutora Soma Ltda., vencedora do processo licitatório.

A avenida Coronel Teixeira, uma das principais vias da Zona Oeste da cidade, faz parte do lote 3, que tam-bém já está em andamento, em parceria com o Exército, por meio do 2º Grupamento de Engenharia do Comando Militar da Amazônia (CMA), que atua na pavimentação. O lote 4, que compreende as avenidas Senador Álvaro Maia e Brasil, será executado pela Construtora Amazônidas Ltda., com valor global de R$ 22,8 milhões. As obras têm início ainda neste mês de outubro. O último lote, o de número 5, no valor de R$ 37,8 milhões, deverá ser ho-mologado nos próximos dias e compreende as avenidas Autaz Mirim, Umberto Calde-raro Filho (Paraíba) e Mario Ypiranga Monteiro (Recife).

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Com cerca de 4 mil veículos novos entrando nas ruas de Manaus, a mobilidade urbana tem se revelado um dos maiores desafi os da capital, principalmente com a proximidade da Copa do Mundo

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 13Manaus 344 ANOS

O projeto de dotar a cidade de ciclovias para atender a gran-de demanda de ci-

clistas e também funcionar como modal de transporte urbano está sendo consolidado pela Prefeitura de Manaus. A ciclovia Boulevard-Ponta Ne-gra, proposta por arquitetos, técnicos e designers do Institu-to Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), integra o lote 5 das obras do quadrilátero da Copa e terá 14,6 quilômetros de extensão, começando no en-contro das avenidas Duque de Caxias e Álvaro Botelho Maia, na Zona Centro-Sul, passando por vias como a avenida Brasil e Coronel Teixeira até chegar à Marina do Davi, na Ponta Negra, Zona Oeste.

Além da ciclovia propriamen-te dita, haverá asfaltamento e reforma de calçadas por sua extensão. O plano cicloviário terá pontos de ciclovia, ciclo-faixas e áreas compartilhadas. Na avenida Brasil haverá cres-cimento de calçada, de até 2,50 metros. O pedestre continuará contando com três pistas de calçadas, que passarão por requalifi cação, sem perda de espaço. No trecho do Boulevard, a ciclovia terá crescimento para

o canteiro central, também sem prejuízo para o pedestre. Já na avenida Coronel Teixeira o pro-jeto prevê a criação da ciclovia em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), sem inter-ferir no passeio público.

Para garantir a segurança de ciclistas e cadeirantes nas rampas de acesso e nos usos compartilhados da via/ciclovia, o projeto prevê em sua extensão os chamados taxões, ou bali-zadores. A ciclovia terá ampla sinalização vertical e horizontal para orientação e educação de pedestres, ciclistas e motoristas de modo geral.

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Um espaço para as cicloviasO desejo de um espaço exclusivo e seguro para usuários de bicicletas deve ser atendido com a implantação da ciclovia Boulevard-Ponta Negra, proposta pelo Implurb

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Projeção da ciclovia Boulevard-Ponta Negra, que deverá ter 14,6 quilômetros de extensão: projeto de técnicos do Implurb

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201314 Manaus 344 ANOS

Terminais de integração 1 e 2, na Zona Sul, serão desativados em data a ser defi nida

Bus Rapid Service surge como melhor alternativaObras começaram em julho deste ano nas antigas paradas do sistema Expresso, iniciando pela avenida Constantino Nery

O transporte público uti-lizado durante a Copa do Mundo será o BRS (Bus Rapid Service),

com faixas preferenciais para ônibus, garantindo agilidade à locomoção de pedestres e fl uxo de trânsito. As obras do BRS começaram em julho deste ano nas 13 paradas das avenidas Constantino Nery e Torquato Tapajós e em agosto nas 16 pa-radas das avenidas Camapuã, Cosme Ferreira e Grande Circu-lar. A empresa M P Construções Ltda. Responde pelas obras na avenida Camapuã e alameda Cosme Ferreira, que custarão R$ 844,5 mil enquanto a EDEC En-genharia Construção e Comér-cio Ltda., executa a intervenção na avenida Grande Circular, no valor de R$ 1.005.546,80. Já os 13 abrigos das avenidas Constantino Nery e Torquato Tapajós estão sendo realizados pela Red Engenharia Ltda., no valor de R$ 1,2 milhão.

As obras de reforma das plataformas do sistema Bus Rapid Service (BRS) deverão estar concluídas em dezembro deste ano. Os 13 abrigos do Eixo Norte-Sul, que compre-ende as avenidas Constanti-no Nery e Torquato Tapajós já estão com 80% de suas estruturas fi nalizadas. Os 16 abrigos do Eixo Leste – ave-

nidas Camapuã, Autaz Mirim e alameda Cosme Ferreira -, estão 50% concluídos.

Os forros e as platibandas estão sendo revestidas com chapas metálicas. A cobertu-ra é feita de telha chapa de aço zincada trapezoidal, com expesssura de 0,5 milímetros. Estudos realizados pelos en-genheiros comprovaram que a geometria prismática dos perfi s (em forma de trapézio) torna a chapa de aço um elemento de alta resistência mecânica, apesar da sua pouca espessura. A estrutura é resistente à ação do calor e das chuvas da região, além de ser menos vulnerável a ação de vândalos.

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Projeção do Bus Rapid Service, a ser implantado na Constantino Nery, Torquato Tapajós, Camapuã, Cosme Ferreira e Grande Circular

O novo sistema de transpor-te urbano também envolve ou-tras intervenções como refor-ma de terminais, construção de recuos e novas paradas de ônibus. Os recuos, no total de sete, foram construídos para desafogar o trânsito nas ruas de Manaus por onde trafegam os coletivos e dar mais segu-rança aos usuários. Estudos realizados por engenheiros da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh) e engenheiros de trânsito do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) já apontam uma melhoria sig-nifi cativa nas áreas onde fo-ram construídas as baias, nas avenidas Darcy Vargas (pra-ça do Galvez); André Araújo, Max Teixeira, Mário Ypiranga (Carrefour de Flores), Efi gênio Sales, Djalma Batista e praça Nossa Senhora de Nazaré.

Os terminais da Cidade Nova (T-3), Jorge Teixeira (T-

4) e São José (T-5) estão em reforma. No T3, um total de 20 operários executam servi-ços de substituição de meios-fi os, demolição e construção de calçadas, construção de alambrados e mureta de con-tenção. A reforma também compreende a substituição de telhas, pintura da estrutura e substituição de guarda-cor-pos. No T-5, os serviços tam-bém compreendem a limpeza do terreno para plantio de grama e construção de alam-brado. No T4, o trabalho é de recuperação de gradis e pintu-ra dos corrimões de escadas e rampas, além da recuperação das calçadas laterais. Estão previstos, ainda, os serviços de reforma da cobertura e recuperação do pavimento.

A prefeitura já anunciou que irá desativar os termi-nais da Constantino Nery (T1), no Centro, e o da Ca-choeirinha (T2), na Zona Sul, mas ainda não há data

defi nida. Por enquanto, os dois terminais recebem serviços de manutenção, quando solicitados, como tapa-buracos e ações de infraestrutura básica.

Novos complexosA prefeitura, por meio da

Secretaria Municipal de In-fraestrutura e Habitação (Se-minfh), já tem o planejamento para a construção de três novos complexos viários, até o fi nal desta gestão. O viaduto do aeroporto, na avenida San-tos Dumont com a Torquato Tapajós já foi licitado. A previ-são é que a obra comece ainda este mês. A empresa ganha-dora da licitação é J. Nasser Engenharia Ltda. e o valor da obra é R$ 24 milhões.

Outros projetos são a cons-trução de uma passagem sub-terrânea viária – passagem em desnível – nas confl uên-cias do conjunto Manoa com a avenida Max Teixeira.

Terminais, recuos e paradas

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Historiadora ressalta a reconstrução da cidadeConforme Etelvina Garcia, Manaus foi construída em 40 anos e em outros 40 anos foi parcialmente destruída

Durante a palestra, a historiadora Etelvina Garcia falou sobre o desenvolvimento de Manaus O trabalho de revitalização da cidade também foi destaque durante a palestra na academia

A Prefeitura de Manaus promoveu, na noite de terça-feira (22), na Aca-demia Amazonense de

Letras (AAL), Centro, uma pa-lestra com a historiadora Etel-vina Garcia. Durante o encontro, ela debateu com o secretário municipal do Centro (Semc), Rafael Assayag, a secretária municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Katia Schweickardt, e com o público, sobre a Manaus de ontem, hoje e sempre.

Segundo a historiadora, Manaus foi construída em 40 anos e em outros 40 anos foi parcialmente destruída. Para ela, não se é possível viver na Manaus de 1882, de 1940 ou 1960, mas sonhar não custa nada e depende dos governos e da população transformar esse sonho em realidade.

Etelvina Garcia iniciou a pa-lestra exibindo imagens de 1882 sobre a construção do mercado Adolpho Lisboa, que será devol-vido à população, hoje, depois de 8 anos de restauração. A historiadora disse que já havia perdido as esperanças de ver o mercado municipal restau-rado e reaberto. Ela destacou o trabalho do prefeito Arthur Neto e frisou que Manaus terá de volta um grande símbolo

de sua história. “Realmente, é um grande resgate de nossa história e temos de parabeni-zar o nosso prefeito Arthur por fazer, em tão pouco tempo, o que os governantes anteriores não fi zeram”, destacou.

Não foram somente as ima-gens do mercado Adolpho Lis-boa que comoveram os par-ticipantes. Rafael Assayag se mostrou perplexo ao ver foto-grafi as da Manaus antiga e do centro histórico. A historiadora destacou a importância do de-senvolvimento de um trabalho de revitalização do espaço para que as famílias possam voltar a ter prazer de levar seus fi lhos

para passear.Para o secretário, com a

reinauguração do mercado, a prefeitura inicia os projetos de reconstrução. ‘’Não podemos devolver o Centro como ele era, mas podemos mudar muita coi-sa e é isso que estamos fazendo e vamos continuar a fazer. A tarefa não será fácil, mas em breve sentiremos prazer em an-dar por aqui’’, afi rmou.

Durante a palestra, Etelvina Garcia recontou um pouco sobre o desenvolvimento de Manaus e as consequências das obras de expansão da cidade. Mostrou documentos elaborados para se manter preservado o lado am-biental da capital amazonense, quando o ato de se retirar pedras do leito dos rios e crime sujeitos a punições severas e até prisões. A secretária Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) Katia Schweickardt fi cou vislumbrada em rever o balneário do Mindu, que hoje está totalmente destruído. Ela comentou que o verde em Ma-naus ainda persiste, mas não é o sufi ciente. “Nós vamos mexer com interesses de terceiros, de construções. Vamos ter muitas difi culdades, mas não vamos de-sistir e nem medir esforços para fazer de Manaus uma cidade mais bonita”, comentou. Secretária Katia Schweickardt comentou que o verde em Manaus persiste, mas não é o sufi ciente

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201318 Manaus 344 ANOS

Meio ambiente, questão de máxima importânciaPara tornar a capital um lugar próximo do ideal para se viver, a conscientização ambiental não pode ser deixada de lado

Encravada em plena Floresta Amazônica, Manaus tem um compromisso moral de ter uma convivência pacífi ca com a natureza, gerando desafi os para a administração do município enfrentar

Um dos pontos impor-tantes de resgate da capital está no meio ambiente. Combate

ao desmatamento, revitaliza-ção dos igarapés, arborização, entre outros projetos que vi-sam preservar a fauna e a fl ora da cidade de Manaus, desde janeiro estão sendo executa-dos. O cuidado da natureza que ainda existe – ou melhor, resiste - na capital, é a missão de cada manauense, e por isso prefeitura e governo do Es-tado desenvolvem trabalhos e projetos para que ocorra a interação no social da res-ponsabilidade do cuidado e a preservação da natureza.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas), por exemplo, atua por 24 horas, sempre com o objetivo de preservar e mostrar as unidades de conservação pro-tegidas, realizar os trabalhos de educação ambiental, no combate com a fi scalização de atos ilícitos, apoiar pro-jetos como o Salve o Mindu, entre outros.

Nesse período de come-morações ao aniversário de Manaus, a secretaria reforça o projeto Salve o Mindu. A proposta é realizar a interação das crianças e dos pais e res-ponsáveis com a natureza.

Em primeiro momento, eles realizam roteiros para conhe-cer a nascente do igarapé do Mindu, depois expressam o que sentiram por meio de de-senhos, recebem informações e mudas para plantio nas suas comunidades e entorno.

Depois, cada escola en-volvida no projeto fi ca com a responsabilidade da re-

alização de atividades nas comunidades. As escolas en-volvidas são todas do âmbito municipal, entre elas a Dom Jackson Damasceno, Gilber-to Rodrigues, Nossa Senho-ra do Rosário, Poeta Mário Quintana, João Castro Filho, Sônia Maria Barbosa, Raul de Queiroz Veiga, Senador Álvaro Maia e Edinir Telles.

O primeiro estabelecimen-to de ensino a integrar as visitas ao parque, dentro do projeto, foi a escola munici-pal Moacir Elias de Araújo, situada no Val Paraíso, Jorge Teixeira, 4ª etapa. A escola é uma das dez situadas na área do entorno do parque Nascentes do Mindu.

Conforme a assessoria da Semmas, no desenvolvimento do programa o gestor da esco-la, Laemanuel Mustaff a Paes de Lemos, elogiou a iniciativa e explicou que o projeto é importante à medida em que insere novos hábitos no dia a dia das crianças e faz com que elas conheçam o igarapé com as águas preservadas, bem di-ferente da realidade que estão acostumados a ver.

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Praia fluvial na região do município de Manaus: ações ambientais se multiplicam em benefício de todo o meio ambiente

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 19Manaus 344 ANOS

Educação é o passo inicial para uma cidade melhorAtividades do município e do Estado buscam instituir a mentalidade preservacionista por meio de campanhas

A assessora técnica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sem-

mas), Kelly Souza, afi rma que as visitas têm por fi nalidade permitir que os participantes identifi quem espécies da fauna e fl ora e a relação destas com os recursos hídricos.

“No mapeamento, elas iden-tifi cam as características do lugar e desenham o que viram no parque e a relação das es-pécies fl orestais associadas à presença da água. A partir dessa compreensão da realidade do igarapé do Mindu e das nascen-tes, os participantes entendem a importância de manter o local limpo e preservado, bem como colaborar para a limpeza do igarapé nas proximidades da sua casa”, afi rmou.

Kelly explica que a participa-ção da comunidade no processo é importante. Além de visitar a escola e realizar o plantio simbólico de duas mudas no par-que Nascentes do Mindu, cada escola recebe cem mudas para fazerem o plantio na própria sede, desde que haja espaço, ou para distribuição com os pais e responsáveis.

De acordo com a divisão de educação ambiental da Sem-mas, de cada grupo de 40 alu-

nos, serão escolhidos quatro estudantes que participarão de um curso de formação de mul-tiplicador ambiental, com início previsto para outubro, para atu-ar na sua comunidade.

A Semmas produziu uma co-leção de folderes informativos sobre as unidades de conserva-ção municipais com a fi nalidade de disponibilizar à população que visita os espaços conheci-mento acerca da caracterização da área, histórico, decreto de criação, atrativos, objetivos e localização de cada área. A es-tratégia visa estabelecer uma proximidade maior com a comu-nidade para que ela perceba a

importância da unidade de con-servação e suas fi nalidades.

Além de parques de proteção integral, a série traz também informações sobre as Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que são unidades de conservação de uso sustentável passíveis de ocupação, desde que respei-tadas as regras vigentes na legislação ambiental, no plano de manejo ou de gestão das mesmas.

O governo do Estado do Amazonas, durante este ano, com a Lei Complementar (LC) 140/11, que atribuiu a União, Estado e municípios a gestão dos recursos naturais, promo-veu mudanças nas questões da fauna silvestre, assim dando a responsabilidade de ativida-des de licenciamento, vistorias, fi scalizações, monitoramentos e autorizações relacionadas a fauna silvestre toda de respon-sabilidade ao Instituto de Pro-teção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Para cumprir com essa nova competência, o Ipaam criou a Gerência de Fauna (Gfau), composta por três ve-terinários, uma bióloga e dois zootecnistas, sob o comando da engenheira fl orestal com especialização em manejo de fauna, Sonia Canto. Colocação de lixeiras em pontos de preservação ambiental é um indicador de boas atitudes

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201320 Manaus 344 ANOS

Na busca pelo resgate de uma cidade me-lhor, a educação tem um aspecto especial.

O drama do ensino público é extenso, mas as secretarias do setor mostram suas ativi-dades diariamente realizadas para mudar o quatro de evasão escolar e a falta de preparo do estudante. A Secretaria Muni-cipal de Educação (Semed), por exemplo, trabalha em 9 projetos que visam a melhoria do desem-penho dos estudantes. Também com o mesmo objetivo, a Se-cretaria Estadual de Educação (Seduc), disponibilizada cinco projetos que também tem a intenção de cada vez mais me-lhorar o desempenho do ramo em Manaus e no Amazonas.

Entre os programas implan-tados pela Semed para diminuir a evasão escolar e melhorar a qualidade de ensino na rede mu-nicipal de ensino, está o projeto Quadrinhos na Escola que visa incentivar alunos de 1º ao 9º ano a prática da leitura, usando histórias em quadrinhos com ferramenta e recurso de leitura, por meio de gibis.

Outro projeto recentemente criado, com o mesmo propósito, foi o Caderno de Atividades. O projeto foi pensando na reali-dade das escolas da secretaria e tem por objetivo melhorar a qualidade da educação, levan-do em consideração não só o desafi o de alavancar os índices

estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), mas também proporcionar um material de apoio pedagógico embasado na realidade regional e cultural do alunado. Eles são destinados a alunos do ensino infantil e fundamental dos anos iniciais e fi nais. Nesta primeira fase, 21,6 mil alunos da educação infantil e 49.939 alunos do ensino fun-damental serão contemplados.

Além desse, existe o progra-ma Viajando na Leitura que envolve diversos outros projetos voltados ao incentivo da leitura, com ações que contribuem no ensino e aprendizagem, favo-recendo a prática da leitura, interpretação e produção de textos.

O programa Viajando na Lei-tura objetiva criar condições

para contribuir com a melhoria dos índices de aproveitamento de ensino apontados nas ava-liações escolares, favorecendo o desenvolvimento e a consoli-dação do hábito da leitura por meio de várias ações: hora da leitura (2º ao 9º ano); dia da lei-tura no município de Manaus (11 de junho); concurso de desenho e redação; 1º Encontro Munici-pal de Leitura; participação em feiras de livros; almanaque do programa Viajando na Leitura; além de espaços privilegiados de acesso à leitura; ampliação do acervo e formação específi ca na área.

Dando a continuidade a Se-med, tem o programa Escola Ativa, que é o único programa no Brasil voltado para turmas multisseriadas com uma estru-tura de uma sala voltada para as difi culdades do aluno, dando um suporte para a professora e para os técnicos, um supor-te metodológico e de gestão envolvendo a participação dos comunitários e alunos. Consis-te em um trabalho contínuo e combina uma série de elemen-tos e instrumentos de caráter pedagógico, social e de gestão da escola seguindo os pressu-postos da ação-refl exão-ação como base da aprendizagem; o professor e o estudante como protagonistas do processo en-sino e aprendizagem; a escola como um lugar de apropriação de conhecimentos e outros.

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Melhorias para a educação Programas de aceleração da educação, incentivo a projetos de pesquisa e extensão, bem como reforço escolar e atenção à educação básica são medidas disponibilizadas aos estudantes da rede pública de ensino do município

Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, a se-cretaria realiza o programa Ciência na Escola. Consiste em apoiar, com recursos fi -nanceiros e bolsas, sob for-ma de cotas institucionais, estudantes do 5º ao 9º ano do ensino fundamental inte-grados no desenvolvimento de projetos de pesquisas de escolas públicas.

Com duração de 18 meses, o curso oferece a conclusão

do ensino fundamental, trei-namento em informática, formação profi ssional inicial e atividades de participação cidadã.

Idiomas para todosA Secretaria Estadual de

Educação (Seduc), também realiza projetos voltados na melhoria dos ensinamentos em sala de aula e no dia a dia. Dos projetos em destaque a secretaria coloca o pro-grama Amazonas Bilíngue

que oferece cursos gratuito de Inglês, inicialmente para 958 estudantes.

Além de Manaus, os cursos são aplicados nos municí-pios de Iranduba, Manaca-puru, Novo Airão, Parintins, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. O projeto é vol-tado para alunos do 1º ano do ensino médio e tem por objetivo capacitar profi ssio-nais que possam, no futuro, atuar no arco do turismo ou em demais atividades.

Incrementos aos estudantes

Apoio a pesquisa entre os alunos são alguns dos incentivos disponibilizados pelas secretarias

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201322 Manaus 344 ANOS

Saúde do manauense, um assunto muito importanteCom o Rede Saúde Manauara, setor busca melhoria da qualidade no atendimento e também no acesso da população

As campanhas de vacinação deixa-ram Manaus em boa posição

Saúde é um ponto prin-cipal para qualquer e exemplo de cidade. Ma-naus vem sendo pionei-

ra no combate do câncer de colo de útero, com a vacina da Pa-pilomavírus Humano (HPV), que desde o início de agosto imuni-zou cerca de 103 mil meninas da faixa etária de 11 a 13 anos. Desse número, 48 mil foram da capital e 55 mil do interior do Estado, imunizando 87% do total, um exemplo de luta cons-tante. A Prefeitura de Manaus, para comemorar o aniversário da capital, lançou o programa Rede Saúde Manauara, com a meta de melhorar a qualidade do atendimento e garantir um melhor acesso da população aos serviços de saúde.

O câncer no colo do útero é a maior causa de óbito em mulheres de nosso Estado. Se-gundo a Secretaria Municipal de Saúde, ano passado houve 196 mortes nessa modalidade da doença somente na capital amazonense. A enfermidade é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero.

A primeira dose foi distribuída nos meses de agosto e setem-bro, na capital e interior, teve a sua execução em estratégia de campanha, em parceria com as secretarias municipais de saúde

e educação. Já a segunda dose se encontra em execução neste mês e no próximo. A terceira dose, segundo a Secretaria Es-tadual de Saúde do Estado do Amazonas (Susam), está pre-vista para o mês de fevereiro do próximo ano. Conforme a secretaria estadual, a segunda fase é destinada apenas para as meninas que não receberam a primeira dose.

O diretor-presidente da Fun-dação Vigilância Sanitária do Amazonas (FVS-AM), Bernardi-no Albuquerque, explicou que a vacinação é importante para diminuir o risco de contrair o câncer de colo de útero. “Hoje o que mais mata mulheres ama-zonenses, dentre as neoplasias é o câncer de útero, e essa é a

nossa realidade há anos. Com a inserção da vacina contra o HPV, pelo governo de Estado, é uma intervenção que permitirá à próxima geração de mulheres, mais saúde e menos chances de morte por este agravo”, sa-lienta.

Experiência logísticaO diretor-presidente ainda

acrescentou que a experiência que o Amazonas está vivencian-do com a campanha certamente servirá como relato de experiên-cia para logística a ser seguida pelo Ministério da Saúde. “Para 2014, o Ministério da Saúde está inserindo no calendário vacinal anual, e pode seguir a mesma estratégia de vacinar o público-alvo na escola, o que consideramos uma forma de atingir a meta”, explica.

De acordo com o titular da Semsa, o médico Evandro Melo, o Rede Saúde busca integrar os serviços e fortalecer a atenção primária, onde é realizado o primeiro atendimento com ca-pacidade para resolver cerca de 80% das necessidades e problemas de saúde. O objeti-vo é qualifi car o atendimento em saúde, expandir o acesso aos serviços para atender no mínimo 70% da população por meio da Estratégia Saúde da Família, e integrar as ações para oferecer um atendimento integral aos usuários do SUS.

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Segundo o secretário Evandro Melo, o Rede Saúde busca fortalecer a atenção primária

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

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Reformas a todo vaporA construção e a recuperação de unidades de saúde é um dos passos para tornar Manaus uma capital com destaque na área de atendimento à saúde da população, facilitando o acesso e ampliando a cobertura para usuários do SUS

Para executar essas ações, a prefeitura iniciou a reforma de 45 Unidades de Saú-

de para adequadas aos novo sistema.

Também serão ampliadas 28 Unidades de Saúde, sendo 18 na área rural. Serão construídas 40 novas Unidades Básicas de Saúde nos próximos 3 anos. No mesmo período, ao menos cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), um Centro de Especiali-dade Odontológica (CEO), duas UBSs Fluviais e duas Unidades de Acolhimento serão construí-dos. Também serão construídas duas unidades de Pronto Aten-dimento do município, para se somar com as 12 do Estado. As Policlínicas serão formatadas e colocadas em locais de mais fácil acesso. O Samu será am-pliado e melhorado, deixando de ser apenas municipal, para atender toda a região metropo-litana. As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) serão ampliadas das 172 atuais para 417 equipes até 2016.

A Prefeitura de Manaus tam-bém planeja a instalação de 25 equipes para atuação em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), constituído por profi ssionais como assistente social, farmacêutico, psicólogo, fi sioterapeuta, terapeuta ocu-pacional e nutricionista.

De acordo com o secretário Evandro Melo, a estratégia é

aumentar a cobertura de 40% para 70% da população que de-pende exclusivamente do Siste-ma Único de Saúde na capital. “O principal desafi o é fazer com que a população receba atendimento em uma Unidade Básica, localizada próximo da sua casa, vinculada a uma equi-pe de profi ssionais qualifi cados, e que ofereçam serviços de saúde que realmente resolvam os problemas”, explicou.

Para todo o processo a secre-taria também ampliou o horário de atendimento em algumas Unidade Básicas de Saúde, atendendo até os sábados das 7h às 21h. Conforme a Semsa, o Sistema de Regulação (Sisreg), facilitou para a população a retirada de 54 tipos de exames básicos laboratoriais.

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Usuários em posto médico: um desafio para a prefeitura é fazer a população receber atendimento perto de suas casas

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201324 Manaus 344 ANOS

Seria uma leviandade largar a cida-de. Uma falta de respeito com a popu-lação. Meu compromisso na campanha foi de gover-nar Manaus, superar os obstáculos, entregar uma cidade me-lhor”

Arthur NETO

‘Acredito MUITO em destino’

DIVULGAÇÃO

Manaus é o foco, vamos fazer disso aqui uma passagem obrigatória de quem quer conhe-cer o mundo. Quer conhe-cer a Tai-lândia e não quer conhe-cer Manaus? Que lógica tola é essa?”

EM TEMPO – Qual a cidade que o senhor encontrou e que cidade pretende deixar para o futuro?

Arthur Neto, prefeito de Ma-naus – Encontrei Manaus como uma cidade que precisava ser sacudida. Ela cobrava isso de nós. Que juntamente com ela, recuperássemos toda a nossa au-toestima, respeito e sentimento. Quando eu fui a primeira vez ao mercado Adolpho Lisboa e con-versei com os permissionários que, estavam na feira provisória, explicando o que pretendia fazer, eles não acreditaram muito. Os olhos deles eram de dúvida, não me passavam a ideia de que eles estavam achando que aquilo iria acontecer de fato. E eu ten-tei passar isso para eles, vamos entregar dia 24 de outubro. E estamos fazendo o que prome-temos. Estamos vendo as coisas acontecerem.

EM TEMPO – Um dos maio-res problemas que o senhor teve que enfrentar nesses pri-meiros meses foi a questão da água. Como vem administran-do esse gargalo?

AN – Junto com o com o go-vernador Omar Aziz, nós estamos fazendo uma revolução na água. 450 mil pessoas não tinha água na Zona Norte e na Zona Leste. As pessoas que já tem água não sabem o que é isso. Este é um problema grave, e parte dele vai ser resolvido até dezembro a outra parte em março. É uma coisa que o Omar e eu estamos de acordo: temos que acabar esse problema de água. É um absurdo faltar água para alguém, não vai ser no nosso governo e nem no do Omar que vai acontecer isso.

EM TEMPO – O governador Omar Aziz tem sido seu grande parceiro?

AN – O governador tem nos ajudado muito. É, sim, um grande parceiro. Está conosco em diver-sas frentes de trabalho da cidade, nos apoiando nas operações do Centro, no combate às drogas e à prostituição infantil. Tem feito trechos de ruas importantes que estão recebendo asfalto novo, si-nalização, drenagem. Enfi m, nós não vamos parar.

EM TEMPO – Existe uma onda de autoestima na cidade. Foi isso que trouxe o Exército brasileiro para as ruas, unindo esforços à prefeitura?

AN – Quando digo não vamos parar, é porque essa autoesti-ma que envolve as pessoas nos faz seguir em frente, o Exército também está conosco, nas obras da Ponta Negra, reconstruindo a avenida Jorge Teixeira. As pesso-as passam e fi cam pasmas de ver o Exército motivado, ajudando a prefeitura. Será que ele está ajudando o prefeito? Acho que não. Está, sim, ajudando Manaus. Está cumprindo o seu dever pa-triótico, que é ajudar uma cidade símbolo, com uma vocação mun-dial, que não nasceu para fi car no esquecimento, ma para ser vitrine, para ser vedete da vida internacional.

Uma turma do Ciec fez vá-rias promoções para conseguir o dinheiro para a sua formatura. Então, me procuraram para dizer que não ia mais realizar o bai-le de formatura porque tinham optado a entregar o dinheiro para ajudar aos velhinhos do Dr. Thomas (asilo). No ensino médio é quando a vida começa. Muitos desses amigos que estudaram juntos não vão se ver mais. Ou vão se ver muito pouco. Então, a formatura serve para essa des-pedida, para a foto ofi cial como lembrança, para a confraterniza-ção, a despedida. E aí eles abrem mãos disso nesse momento de suas vidas, por solidariedade aos velhinhos carentes. A decisão do Exército também não é isolada. Eu percebo que é possível unifi -car toda uma sociedade, todas as pessoas de boa vontade em torno de um sentimento, de um projeto para estruturar Manaus e prepará-la para receber o mun-dial de 2014.

EM TEMPO – Manaus será o destino diferenciado da Copa 2014?

AN – Não tem outra. São Paulo é uma megalópole, industrialis-sadíssima, com serviços fantás-ticos; o Rio de Janeiro, que é a cidade maravilhosa e Manaus, a terceira cidade mundial do Brasil, com esse charme todo. Está no coração da fl oresta amazônica,

uma civilização sofi sticada no meio da fl oresta. Nós temos que realizar esse destino, nos orga-nizando politicamente, urbanis-ticamente.

EM TEMPO – Isso passa por mais investimentos no setor de turismo?

AN – Sim. Esse turismo vai nos dar muitas alegrias. Temos que trabalhar o turismo. Manaus é o foco, vamos fazer disso aqui uma passagem obrigatória de quem quer conhecer o mundo. Quer conhecer a Tailândia e não quer conhecer Manaus? Que lógica tola é essa? A Tailândia é mara-vilhosa, uma viagem maravilhosa enquanto país. E Manaus? Agora, com os voos da TAP, o que vai vir de europeu para cá passar dois dias, três dias, quem sabe até mais. Depois sair daqui para Miami, daqui para o Peru, para conhecer o Machu Picchu. Nós vamos virar um hub, não é? Distribuir pessoas por aqui. Estou superanimado, superconfi ante.

EM TEMPO – Nesse primeiro momento, quais os pontos que sua administração atacou?

AN – Com a parceria do gover-nador Omar Aziz, atacamos muito a reurbanização do Centro. Por meio do projeto Cidades Histó-ricas, quando esperamos contar com a ajuda efetiva do governo federal, vamos fazer muito mais. No mercado municipal Adolpho Lisboa trabalhando fortemente para devolver à cidade seu gran-de símbolo; também atacamos a estruturação urbana da cidade. As pessoas estão muito felizes com o asfalto que as ruas estão recebendo, a drenagem e o sa-neamento básico. Águas Claras, um bairro que estamos tocando, a drenagem que colocamos lá não tem um condomínio rico que se aproxime. Estação de tratamento de esgoto e saneamento básico sempre foram uma obsessão mi-nha. Não consigo imaginar uma cidade que não tenha saneamen-to básico. Tempos uma estação gigantesca lá no Jorge Teixeira 3 que vai benefi ciar vários bairros e, se ela for estendida, vai benefi ciar todo o Jorge Teixeira, que forma uma nova cidade.

Vamos entregar agora a 9ª

creche. Sete já fi zemos, vamos entregar mais duas. Alimentação, são três por dias. Fazendo sobrar comida em casa, seus pais se alimentam melhor.

EM TEMPO – Atualmen-te, a Prefeitura de Manaus tem um custo anual de R$ 28.235.762,64 em prédios lo-cados onde funcionam esco-las. Como o senhor vai resolver isso?

AN – Temos o objetivo de, ao longo dos 4 anos de governo, nos livrarmos desses aluguéis incômodos. Primeiro que não é justo. Segundo porque nem sem-pre encontramos espaços ade-quados para crianças. Com esta medida, será possível economizar R$ 19.371.046,46 em locação de prédios até 2018, e a meta é extinguir todas as locações de prédios existentes ou reduzir praticamente a zero. Para isso, o município de Manaus está traba-lhando com a desapropriação de mais 54 prédios onde funcionam escolas em perfeitas condições.

EM TEMPO – O sistema de transportes coletivos também era outro calcanhar de Aqui-les.

AN – O transporte tem sido um drama. As pessoas agora não percebem a melhora, vão perce-ber daqui a pouquinho. Assinamos o decreto de lei que aprova o consórcio operacional entre as empresas de transporte coletivo. O consórcio vai possibilitar o equilíbrio econômico e fi nanceiro oriundo da tarifa única. O trân-sito vai fl uir com melhores ruas, melhores avenidas, sinalização (cuja licitação será feita agora) com semaforização eletrônica inteligente onde, praticamen-te, o semáforo conversa com o carro. Para que o sinal verde, se não tem ninguém querendo passar? Então deixa os outros escoarem o trânsito. Se escoar demais, para, porque senão vai atravancar mais adiante. Ou seja, você maximiza a capacidade de organizar o trânsito.

EM TEMPO – Como admi-nistrar uma cidade tão cheia de problemas?

AN – Temos muitos proble-

mas graves, temos problemas muito graves, mas estamos avançando. Eu entendo que uma cidade que tem 344 anos de história, ela tem que ter pas-sado por momentos até mais difíceis do que esses. Uma cidade que tem 344 anos de história não pode ser derro-tada por problemas de falta de gestão. Esses problemas podem ser muito graves, não só para mim como para vocês, para todos nós. Mas são muito pequenos para Manaus.

EM TEMPO – O senhor pretende se candidatar ao governo?

AN – Estou tocando um apito que é dirigir bem Manaus. As pessoas me dizem que posso subir e ter um nome nacional, mas não quero saber. Se qui-ser saber algo sobre Manaus, eu falo. Me perguntam se vou ser candidato ou não, na hora própria vou ter minha par-ticipação. Me elegi para ser prefeito. Seria uma leviandade largar a cidade. Uma falta de respeito com a população. Meu compromisso na campanha foi de governar Manaus, superar os obstáculos, entregar uma cidade melhor. Quem vai ser governador? Não sei. Se eu tiver de ser, um dia vai che-gar a hora e aí eu vou dizer o que penso. Mas não vou ficar vivendo esse assunto, não vou perder meu tempo. Seria uma leviandade com Manaus.

EM TEMPO – Mas está havendo um movimento pe-dindo para que o senhor seja candidato a governador agora. O senhor aceitaria ser candidato em nome de um projeto?

AN – Agora? Nem pen-sar! Seria uma leviandade com Manaus, seria uma falta de respeito com as pessoas. Não sei o destino. Acredito mui-to em destino. Agora, eu não vou trocar minha reputação de seriedade, meu conselho. Tudo isso vai e volta. Voto vai, voto volta. O que não volta é o conceito.

* Colaborou Priscila Caldas

O prefeito Arthur Neto assumiu o cargo no dia 1º de janeiro anun-ciando que faria um

governo “forte, democrático, doce, porém enérgico”. Disse também que estava vindo para organizar Manaus, uma cidade completamente degradada pela indiferença do poder público. No palco do Teatro Amazonas, diante de uma plateia que ainda o encarava cheia de dúvidas, Arthur anunciou que lançaria

uma pacote de obras que se-ria realizado a partir de junho, quando terminasse o período de chuvas. Muita gente também torceu o nariz quando o prefeito garantiu que o mercado Adolpho Lisboa – coberto por tapumes e apodrecendo sob sol e chuva há 7 anos – seria reinaugurado no dia 24 de outubro, aniversário da cidade.

Dito e feito. Arthur vem cum-prindo tudo o que prometeu. No dia 26 de abril, o prefeito anun-ciou um pacote de obras orçado em R$ 600 milhões. Assim que as águas de maio deram uma

trégua, as máquinas começa-ram a roncar e Manaus se trans-formou num imenso canteiro de obras, na difícil missão de atacar os principais problemas de infraestrutura da cidade, pre-parando Manaus para a Copa de 2014.

Ruas e avenidas estão sendo reconstruídas com asfalto de verdade e drenagem. A prefei-tura da bagunça urbana, da sujeira e da promiscuidade car-tões-postais de Manaus como o Relógio Municipal, para citar apenas um exemplo. Na noite de ontem, a cidade recebeu de

volta o seu mercadão, um dos maiores símbolos de Manaus.

Assim, mais uma vez Arthur caiu nas graças da opinião pública e, principalmente das redes sociais, que reconhecem a transformação pela qual Ma-naus passou nesses dez meses. Um administrador que acorda cedo e avança pela noite, tocan-do obras e encontrando tempo para resolver, no diálogo e no jogo de cintura, outros proble-mas crônicos da cidade, como as velhas questões dos came-lôs, mototaxistas e sistema de transportes.

MÁRIO ADOLFO*Equipe EM TEMPO

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201325 Manaus 344 ANOS

A vontade de cada umEmbora cada manauense tenha desejos diversos para a cidade é comum a todos a vontade de ter uma cidade que respeite cada vez mais seus cidadãos, sua história e meio ambiente em busca de um futuro melhor para Manaus e para seu povo

Neste 344º aniversário de Manaus, a sensa-ção comum é o de-sejo de que a cidade

fi nalmente tenha o cuidado que merece. A restauração do mer-cado Adolpho Lisboa, ontem, foi o primeiro passo, um desejo realizado para o jornalista Lucas Prata. “Enfi m isso vai acontecer. Mas para que todo o contexto histórico de nossa cidade volte a ser como nas origens, seria ideal o centro histórico ser todo revitalizado”, afi rma.

Cada manauense tem um desejo específi co de como ter uma cidade bem ao seu gosto. Para o autônomo Carlos Orri-th, várias festas poderiam ser resgatadas, se fosse pela sua vontade. “Na tradicional festa da cidade, poderia haver desfi le e banda de músicas da Polícia Militar pela avenida Eduardo Ribeiro, com concentração na praça da Polícia, carreata com o prefeito e todos saudando a apresentação com as bandeiro-las da capital”, imagina.

O aviaquário que existia na região da praça da Matriz foi lembrado pelo funcionário público Juscelino Motta como uma imagem do passado a ser resgatada. “Eu brincava lá quando criança, no início da década de 1970. Gostaria que meus netos tivessem essa vivência”, afi rma.

Para Natalia Lucas, jornalis-ta, o desejo é mais ambiental.

“Gostaria de ver os igarapés limpos novamente. Lembro-me da minha mãe contando que tomava banho em determina-dos igarapés da cidade, que a água era limpa e que esses locais eram pontos de lazer. Hoje estão poluídos e transmi-tem uma imagem negativa da cidade”, declara.

Para Kissya Cirne, estudan-te de odontologia, a Manaus ideal possui os atrativos aos olhos de cada manauense e de quem visita a capital. “Queria que fossem resgatado os pon-tos turísticos, como a praça do Relógio. Também seria bom que melhorassem a infraestrutura e plantassem mais árvores, que aumentassem a coleta de lixo. Tem muito lixo na rua. O porto é outro exemplo”, enumera.

Contrastes que encantam ao primeiro olhar sobre Manaus

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201326 Manaus 344 ANOS

Revitalizar a praça dos Remédios é ainda um dos grandes problemas a serem enfrentados

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 27Manaus 344 ANOS

Lembranças e os desafi osNomes importantes no processo de revitalização de Manaus relembram com saudosismo lugares que foram importantes em sua história de vida e falam dos desafi os que a nova cidade impõe a seus administradores e à população da capital

A Ponte da Bolívia era um dos balneá-

rios mais frequenta-dos pela população

de Manaus

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AÇÃO

Na memória de cada um, vive uma capital que hoje não existe, mas que poderia, um

dia, voltar a fazer parte do cotidiano. Para o diretor-presi-dente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), Roberto Moita, essa lembrança marcante é representada pela ponte da Bolívia, igarapé, lo-calizado na rodovia AM-010, próximo à atual barreira da Po-lícia Rodoviária Federal. “Eram águas limpas e geladas. Eu tinha inveja dos que já tinham idade para pular da ponte. Eu tinha em torno de 3 ou 4 anos”, lembra.

Reviver algum momento des-se passado, no entanto, já não seria possível. “Só tenho sau-dade do futuro. As coisas que aconteceram fi cam guardadas na memória. O melhor momento para se viver é o hoje, o aqui e o agora. E neste sentido deve se fazer o melhor que se pode para melhorar a nossa vida e dos concidadãos”, afi rma Moita.

Para o diretor-presidente do Implurb, não se pode idealizar o passado, que também tinha seus problemas, mesmo que tenham havido perdas signifi -cativas, mas o maior desafi o hoje é pensar que os problemas vão ser resolvidos em uma única gestão. “O desafi o é ter uma luz de autoconsciência de que os problemas vão ser resolvidos ao longo de muitos anos e pensar que esses problemas não são possíveis de solucionar em curto

prazo, mas ao mesmo tempo é importante a gente pensar por onde é o começo da mudança. Quais são os problemas mais importantes para que possa, ini-ciando por eles, imaginar que as mudanças, na direção desejada, vão acontecer?”, observa.

Para Moita, os maiores desa-fi os de Manaus são mobilidade urbana, lazer urbano e centro histórico. “Em mobilidade urba-na, temos a desocupação dos passeios públicos, ciclovias e o transporte público; no lazer público e gratuito, é ter espa-ços abertos à população com equipamentos, para dar conta da demanda por praças e par-ques, inclusive à beira-rio; e no centro histórico, é fundamental e inegável sua prioridade para recuperação da autoestima amazonense”, enumera.

O prefeito Arthur Virgílio Neto tem como lembrança marcante a casa de seu avô na praça dos Remédios, no Centro. “Mexeu muito com minha infância as aulas de natação que meu pai me dava no igarapé do Mindu, na época com águas límpidas e puras. Não sei se viverei bas-tante para vê-lo novamente assim”, afi rma.

E é na recuperação dos igarapés que repousa o sonho do prefeito. “Gostaria de rever os igarapés realmente sane-ados. Isso implica em muito dinheiro. Há tecnologia para isso, mas é preciso parar de poluir. Todas as empresas, sobretudo imobiliárias, obri-gatoriamente deveriam obe-decer regras do saneamento básico”, afi rma Neto.

Como administrador da ca-pital, ele afi rma procurar fazer tudo que está ao seu alcance nessa missão de reorganizar a cidade. “O desafi o é ter uma sequência de bons ges-

tores, que não trabalhem em vaidades pessoais, choques de egos. Hoje temos enten-dimento bom com o gover-nador, procurando canalisar o que temos para coisas em comum”, afi rma o prefeito.

Da parte do governador Omar Aziz, paulista de Garça (SP), que veio para Manaus aos 13 anos, sua impressão foi a melhor possível desde sua chegada. “Quando chega-mos aqui, em 1971, tínhamos passado por uma situação muito difícil. Junto com meu pai, minha mãe e meus ir-mãos, havíamos sobrevivido a um terremoto no Peru, onde morávamos. Então, encontrar uma cidade como Manaus para viver foi como uma re-compensa pelas provações que passamos”, afi rma.

“Era um lugar tranquilo e acolhedor. Lembro-me de to-mar banho de rio, lá pela orla da Aparecida e São Raimundo e dos igarapés muito frequen-tados por todos. Participei

ativamente da vida social e política dessa cidade que me deu até mais do que eu sonhei um dia”, relembra.

Em seu papel como gover-nador, Omar afi rma que no processo natural do desen-volvimento da cidade muito se perdeu, mas muitas coisas boas também foram conquis-tadas. “Não dá para negar que, em alguns aspectos, a qualidade de vida melhorou, mas um dos compromissos que assumi ao ser eleito governador foi melhorar a segurança pública”, afi rma Omar. “Muita gente lembra ainda do tempo em que a cidade era mais tranquila e segura, era um tempo em que a população era muito menor, havia mais tranquilidade. Nos últimos anos, houve uma ex-plosão demográfi ca e, junto, vieram problemas, como a violência e o trânsito caótico. São duas questões que consi-dero os grandes desafi os de Manaus”, acrescenta.

Trabalho conjunto por ManausRevitalizar a praça dos Remédios é ainda um dos grandes problemas a serem enfrentados

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201328 Manaus 344 ANOS

Megaestrutura é montada para a festa do Boi ManausNesta sexta-feira e sábado, o Centro de Convenções vai receber o evento promovido pela Prefeitura de Manaus

A Prefeitura de Manaus montou uma megaes-trutura para a reali-zação do Boi Manaus

2013, nos dias 25 e 26 de outu-bro, no sambódromo, avenida Pedro Teixeira, Zona Centro-Oeste. Este ano, a segurança do evento vai acontecer de maneira integrada ao Sistema de Segurança Pública do Esta-do do Amazonas (SSP).

O Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans) disponibilizará um efetivo de 256 agentes de trânsito para controlar o tráfego durante os dois dias do Boi Manaus. Entre as intervenções previstas para realização da festa, a avenida Pedro Teixeira, no trecho entre a Constantino Nery e a avenida Francisco Orellana (em frente ao hospital Tropical), será in-terditada a partir das 16h, nos dois dias do evento. Já as ruas Belmiro Vianez e Alameda do Samba fi carão restritas para estacionamento de veículos credenciados.

O trecho da Pedro Teixeira, entre a Constantino Nery e a Djalma Batista, será inter-ditado a partir das 18h. As avenidas Constantino Nery e Djalma não serão fechadas. A circulação será normal, inclu-sive para o transporte coleti-vo que passa a ser uma boa

opção para quem se dirige ao sambódromo.

Uma das opções de aces-so para sair da Zona Centro-Oeste (D. Pedro) deve ser a rua Francisco Orellana, que dá acesso a avenida Loris Cordo-vil. Para entrar na região, o condutor também pode utilizar a Loris Cordovil ou as ruas Teomário Pinto da Costa e a Desembargador João Macha-do (Franceses).

TRANSPORTE

A Superintendência Munici-pal de Transportes Urbanos (SMTU) determinou às empre-sas do sistema de transporte coletivo a operação de frota

prevista para os dias úteis em todas as linhas do transporte coletivo e mais a colocação de 70 ônibus em linhas extras que circularão durante toda a ma-drugada. Os coletivos das 49 linhas normais que atendem a área do sambódromo estarão com a placa “Centro de Con-venções” nos para-brisas.

Cinquenta fi scais da SMTU trabalharão em cada noite do evento, coordenando e fi scali-zando. Para os taxistas haverá um ponto exclusivo, na aveni-da Constantino Nery, sentido bairro/Centro, em frente ao Hemoam.

Se houver a interdição da avenida Pedro Teixeira, os ônibus que passam por esta via seguirão um itinerário al-ternativo.

SAÚDE

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) vai manter três ambulâncias, sendo duas Unidades de Su-porte Básico (USBs) e uma Uni-dades de Suporte Avançado (USAs), além de uma Unidade Móvel de Pronto Atendimento, para atender as ocorrências de urgência e emergência. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) também vai realizar ações de Educação em Saúde e Vigilância Sanitária.

AÇÃO SOCIAL EDIREITOS HUMANOS

A Semasdh estará no Boi Manaus nas duas noites de festa com uma equipe de 25 servidores realizando ações de enfrentamento e fi scalização de exploração sexual comer-cial e de trabalho e venda de bebida alcóolica para crianças e adolescentes, além de cons-cientizar a população local da importância de que todos fi s-calizem e denunciem casos de exploração.

Além da equipe da Semasdh, se unirão a esta ação represen-tantes de entidades que com-põem a rede de proteção de crianças e adolescentes, como Vara da Infância e Juventude e Conselheiros Tutelares.

COMÉRCIO AMBULANTE

A Secretaria Municipal de Feiras, Mercados, Produção e Abastecimento (Sempab), por meio do Departamento de Co-mércio Informal (Decin) irá re-alizar o serviço de orientação e organização de vendedores ambulantes. A equipe da Sem-pab contará com 28 fi scais que serão divididos em três turnos para atuar nas duas noites de evento. O primeiro vai atuar das 8h às 14h, o segundo das 15h às 23h e o terceiro das

22h até as 5h da manhã.

SEMMAS

Oito fi scais da Secretaria Municipal de Meio Ambien-te e Sustentabilidade (Sem-mas) estarão distribuídos no quadrante de segurança do sambódromo durante as duas noites de realização do Boi Manaus 2013. Os agentes atu-arão no combate à presença de carros de sons, tunados ou pa-redões, que causam poluição sonora e prejudicam a organi-zação do evento cultural.

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Nos dois dias do evento, a comunicação atuará com a instalação de duas salas no sambódromo. Uma delas será utilizada, exclusivamen-te, como sala de imprensa para o atendimento de forma compartilhada por todos os parceiros do projeto. A outra sala será utilizada, exclusiva-mente, para a transmissão do evento via redes sociais. As salas serão equipadas com bancada, computado-res e sinal de internet, fun-cionando ininterruptamente durante as duas noites de evento. Sob a coordenação da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) e da

Subsecretaria de Tecnologia de Informação da Prefeitura de Manaus, para o devido suporte aos profi ssionais que delas se utilizarem.

LIMPEZA PÚBLICA

A Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) vai trabalhar em várias fren-tes. Nos dia 22, antes da re-alização do evento, equipes formadas por 30 servidores farão os serviços de capina-ção e varrição na área interna do sambódromo.

Nos dias do evento (25 e 26), a Semulsp vai colocar 220 servidores para atuar, da seguinte forma:

Antes do Evento: 30 servi-dores farão a limpeza geral.

Durante o Evento: de 20h às 4h, após a passagem de cada bloco, 40 servidores farão o serviço de limpeza.

Depois do evento: a partir das 8h, 150 servidores farão a varrição nas partes interna e externa.

A Comissão Especial de Divulgação e Orientação da Limpeza Pública (Cedolp), também estará no sambó-dromo, nos dois dias, com equipe de 25 conscientiza-dores, para os trabalhos de orientações e conscientiza-ção ao público.

Boi Manaus vai contar com mais de 20 atrações nas duas noites de festa em comemoração aos 344 anos de Manaus. O evento será realizado no Centro de Convenções e começa às 20h

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 29Manaus 344 ANOS

Força-tarefa vai garantir a segurança do público O modelo adotado durante o Boi Manaus será o mesmo a ser usado durante a Copa do Mundo, no ano que vem

Toda parte de segu-rança será coordena-da pela Comissão de Segurança Integrada

para Grandes Eventos (CSI-GE), conforme estabelece o caderno de atribuições da Fifa – Federação Internacio-nal de Futebol. O modelo ado-tado durante o Boi Manaus será o mesmo a ser usado durante a Copa do Mundo e que já foi testado no Festi-val Folclórico de Parintins em 2012 e 2013. Representantes de todos os órgãos muni-cipais, estaduais e federais envolvidos nas ações, inclusi-ve as Forças Armadas, terão representação no Centro de Comando e Controle Regional (CICC-R) e Local (CICC-L).

O CICC-R será montado no Centro Integrado de Opera-ções de Segurança (Ciops), a partir das 14h, nos dias 25 e 26. Toda a estrutura do Ciops, inclusive os atendi-mentos pelos telefones 190 e 193, além da Central de Monitoramento, que estará de prontidão para qualquer eventualidade.

Já o CICC-L será instalado no próprio local da festa, a partir das 15h. Na sala operacional funcionará uma Central de Monitoramento

das sete câmeras que serão instaladas em vários pontos do sambódromo. Mais 12 câ-meras estarão funcionando dentro da área do perímetro de interesse da segurança pú-blica. No CICC-L, os respon-sáveis estarão monitorando a matriz de responsabilidade de cada instituição, para que os serviços estejam operando conforme o planejamento.

Serão cem homens da Guar-da Municipal de Manaus em cada uma das duas noites. A Polícia Militar do Ama-zonas disponibilizará ainda cerca de 400 policiais ope-rando na área interna, ex-

terna, terminais de ônibus e corredores viários com 17 viaturas e nove homens do policiamento montado. So-mente na parte interna, serão 234 policiais vão patrulhar corredores, arquibancadas, dispersão e concentração. Três viaturas do Choque e Rocam também estarão de prontidão nos corredores.

Ainda na área interna será montado um posto de coman-do e triagem para levar as pessoas que forem detidas por irregularidades e crimes para posterior encaminha-mento a Polícia Civil. Na área externa, a PM vai dar apoio nas entradas e gradis. A re-vista será feita pela Guarda Municipal. Viaturas estarão paradas e circulando nas áre-as próximas ao sambódromo, como avenida Pedro Teixeira, Constantino Nery e Djalma Batista.

POLÍCIA CIVIL

Já a Polícia Civil terá um efetivo aproximado de 35 po-liciais e estrutura de central de fl agrantes montada no 10º DIP (avenida Desembargador João Machado), grupo Fera de plantão na Delegacia Geral, 2 peritos no Instituto de Cri-

minalística de sobreaviso. A delegacia do menor infrator estará de sobreaviso e plan-tão reforçado.

CORPO DE BOMBEIROS

Na preparação e durante a execução do Boi Manaus, o Corpo de Bombeiros vai disponibilizar 138 homens na prevenção dentro e fora do sambódromo. Também serão empregadas uma am-bulância, duas motocicletas e duas viaturas de combate à incêndio, além do serviço ordinário de prontidão nos quartéis na cidade.

FORÇAS ARMADAS

Exército vai atuar, em ação coordenada com o Samu, no apoio da evacuação aeromé-dica com um helicóptero do Batalhão de Aviação do Exér-cito (Bavex). Se necessário, a aeronave será deslocada do aeroporto de Ponta Pe-lada para a Vila Olímpica de Manaus, onde os pacientes serão embarcados para as unidades hospitalares. Para o Boi Manaus, a Bavex tem capacidade de operar com uma aeronave em casos de emergências. Evento terá estrutura para garantir a segurança do público

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201330 Manaus 344 ANOS

Entrega de 88 casas do Prourbis será amanhãLocalizadas na 3ª etapa do bairro Jorge Teixeira, as unidades possuem 45 metros quadrados de área construída

Está tudo pronto para a entrega, amanhã, das 88 unidades ha-bitacionais no Jorge

Teixeira 3ª Etapa, durante as comemorações pelos 344 anos de Manaus, pelo pre-feito Arthur Neto. Com essa ação, a prefeitura concretiza a primeira etapa das ações desenvolvidas no bairro pela Secretaria Municipal de In-fraestrutura e Habitação (Se-minfh), por meio do Programa de Desenvolvimento Urbano e Inclusão Socioambiental de Manaus (Prourbis).

Os apartamentos têm 45 metros quadrados de área construída, sala de estar, dois quartos, cozinha, um banheiro e área de serviço, além de serem instalados em condomínios com playground, estacionamento e área para convivência.

Mais duas áreas habitacio-nais estão em processo de construção para atender a mais famílias do Jorge Teixei-ra. Na área habitacional AH1 estão sendo construídas 88 unidades habitacionais, nos mesmos moldes das áreas ha-bitacionais AH3 e a AH1-A. O diferencial está na constru-

ção das 28 unidades da área habitacional AH2. Denomina-das de unidades mistas, com apartamentos habitacionais e comerciais, essas edifi ca-ções estão sendo preparadas para atender às necessidades das famílias que possuem pe-quenos comércios. Ainda sem data marcada para entrega, os dois condomínios comple-tam as obras habitacionais desenvolvidas no bairro Jorge Teixeira pelo Prourbis.

Em complemento às obras de habitação, a Prefeitura de Manaus também está cons-

truindo três praças dentro do bairro, como opções urbanas de lazer para os mais de 8 mil moradores. Todas serão arborizadas e com áreas de lazer e descanso. E serão ins-taladas em pontos distintos do Jorge Teixeira para atender o maior número possível de moradores.

As obras de revitalização das redes de infraestrutura e das vias do bairro conti-nuam. A Seminfh prossegue com pavimentação de 45 ruas e recuperação das redes de drenagem e esgoto, além da construção de uma Unidade de Tratamento de Esgoto (ETE), que futuramente vai atender a todo Jorge Teixeira.

O aspecto socioambiental também é prioridade do Prour-bis. Por isso, além das ações socioeducacionais oferecidas para a população, em breve o programa também vai insta-lar equipamentos sociais da prefeitura dentro do bairro. Assim, os moradores poderão ter bem perto de casa os ser-viços do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), do Centro de Referência de Assistência So-cial (Cras) e de creches.

Vista geral dos condomínios

já prontos do Prourbis

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Operários trabalham nos últimos detalhes antes da entrega das primeiras unidades do Prourbis

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MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2013 31Manaus 344 ANOS

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“Manaus”Manaus, o clima aqui é quente,E faz jus a essa gente,Que aqui gosta de morar

Manaus, és uma morena charmosa e atraente,Não tem quem não queira,Perto de você fi car.

Manaus dos grandes festivais.Manaus do período áureo da borracha.Manaus das pescarias.Que só dá alegria,Para quem quer relaxar

É por tudo isso que eu quero te parabenizar,Pelos seus 344 anos, que você está a completar.

Waldeklim de Souza

“Manaus”Manaus, como você mudou,O seringal mirim que em uma subestação se trans-formou.

Manaus, aquelas paisagens tão bonitas dos seringais,Pena que acabou,Não se vê mais,

É, Manaus, o tempo não parou,Teus igarapés todos se poluíram,Sem ninguém nada fazer,Já que o progresso chegou e ninguém se importou, Com o que poderia acontecer.

Dói em mim só de ver, Tantas mudanças,Sem que eu nada possa fazer.

E o rio Negro que chora e ninguém vê o seu clamor, Já que a sua água está mudando de cor.

Manaus, o festival folclórico,Como emocionava,Já que a disputa pelo título de campeão Era bastante acirrada.

Tinha o garrote Luiz de Guerra, o Brilhante e o Corre Campo,Eles eram a principal atração,Se bem que quase não tinha confusão,Hoje em dia,

Assisto tudo só pela televisão.E quando dá um certo horário,

Tenho logo que fechar o portão.

Manaus, para fi nalizar,Eu só quero, no seu aniversário,Te parabenizarPelos seus 344 anos,Que você acaba de completar.

Waldeklim de Souza

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Page 32: Especial Manaus - 24 de outubro de 2013

MANAUS, QUINTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 201324 Manaus 344 ANOS

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