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LENÇÓIS PAULISTA, SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2013 ANO 76 EDIÇÃO Nº 7.182 www.jornaloeco.com.br mail: [email protected] [email protected] telefone central (14) 3269.3311 E O ECO Padroeira de Lençóis Caderno Especial Quem tem fé entrega-se por inteiro ao amor de Deus, diz monsenhor Carlos Saulo Adriano O poder da fé realiza feitos ou fenômenos inexplicá- veis até mesmo aos olhos da ciência, sempre investigativa e cética. Para a Igreja Católica, a fé é a base da relação entre o ho- mem e seu Criador e se alicerça na adesão à pessoa de Jesus Cris- to, acreditando que Ele é Deus. “A fé é aderir a Jesus com todo o ser e em todas as dimensões da própria existência. Fé é acreditar sem ver, conforme lemos na carta aos Hebreus (capítulo 11). Quem tem fé acredita e, porque acredita, entrega-se por inteiro e com con- fiança ao amor de Deus”, explica monsenhor Carlos José de Oli- veira, pároco do Santuário Nossa Senhora da Piedade. Através da fé, entende a Igre- ja, é possível pedir e obter graças divinas. “Jesus mesmo prometeu que tudo aquilo que a Ele pe- díssemos em Seu nome, Ele nos Fé tem dimensões coletiva e individual concederia, desde que isso fosse para o nosso verdadeiro bem. Neste sentido, a fé é um grande apoio para nossa caminhada no dia a dia deste mundo. É por isso que nós, a partir da fé, continua- mente pedimos as graças que nos são necessárias”, complementa. De acordo com o religioso, Jesus Cristo ensinou na oração do Pai Nosso – após os louvores e proclamações a Deus – a pedir- mos o pão de cada dia. “Quando a gente pede o pão, pede junto tudo aquilo que é necessário para nossa vida: o alimento, o trabalho, a saúde, o abrigo... Jesus nos ensinou a pedir com verdadeira fé”, argumenta. O religioso acredita que as graças suplicadas com fé por qual- quer pessoa podem ser obtidas e não há limites para seu alcance. Ele observa que a fé tem um âm- bito comunitário e externo e outro aspecto que é interior e pessoal. “A fé nasce no coração, no interior de cada pessoa, na consciência de cada ser humano. Neste sentido, a fé é um exercício contínuo de en- contro com Deus, Nosso Senhor. A certeza de que recebi uma graça só é constatada na minha consci- ência diante de Deus”, acrescenta. Com base nessas premissas do cristianismo, o pároco do Santuário Nossa Senhora da Pie- dade afirma que a pessoa que está em reta consciência diante de Deus não tem dúvida ou faz confusão do que é uma graça recebida. Segundo ele, a pessoa sente profundamente que obte- ve uma benção que veio direta- mente de Deus. “Pode até haver uma dúvida ou outra no proces- so, mas ao final a pessoa saberá em seu coração e com toda a certeza que recebeu sua graça. A evidência nasce da própria fé e se concretiza no relacionamento individual com Deus”, ensina. Para quem tem dúvida sobre a dimensão das graças obtidas, o religioso orienta uma busca pes- soal pelo fortalecimento da sua fé em Deus. Os dois sentidos – fé e graça - são partes comple- mentares, segundo ele. “Quem pede com fé, recebe a graça da forma que for melhor para a pes- soa e Deus mesmo irá mostrar e convencer esta pessoa de tal realidade. Quando agimos com fé no mais profundo do nosso in- terior (ou da nossa consciência), entenderemos que Deus nos ofe- receu o melhor”, finaliza. E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito. Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas. Marcos 11:18-26 ACREDITAR SEM VER - A fé é um grande apoio para nossa caminhada no dia a dia deste mundo, afirma monsenhor Carlos José de Oliveira Jesus Disse FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

Especial Padroeira de Lençóis

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Confira a Edição Especial da Padroeira de Lençóis!

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Page 1: Especial Padroeira de Lençóis

• LENÇÓIS PAULISTA, SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2013 • ANO 76 • EDIÇÃO Nº 7.182 •• www.jornaloeco.com.br • mail: [email protected][email protected] • telefone central (14) 3269.3311 •E

O ECO

Padroeira de LençóisCaderno Especial

Quem tem fé entrega-se por inteiro ao amor de Deus, diz monsenhor Carlos

Saulo Adriano

O poder da fé realiza feitos ou fenômenos inexplicá-veis até mesmo aos olhos

da ciência, sempre investigativa e cética. Para a Igreja Católica, a fé é a base da relação entre o ho-mem e seu Criador e se alicerça na adesão à pessoa de Jesus Cris-to, acreditando que Ele é Deus. “A fé é aderir a Jesus com todo o ser e em todas as dimensões da própria existência. Fé é acreditar sem ver, conforme lemos na carta aos Hebreus (capítulo 11). Quem tem fé acredita e, porque acredita, entrega-se por inteiro e com con-fiança ao amor de Deus”, explica monsenhor Carlos José de Oli-veira, pároco do Santuário Nossa Senhora da Piedade.

Através da fé, entende a Igre-ja, é possível pedir e obter graças divinas. “Jesus mesmo prometeu que tudo aquilo que a Ele pe-díssemos em Seu nome, Ele nos

Fé tem dimensões coletiva e individualconcederia, desde que isso fosse para o nosso verdadeiro bem. Neste sentido, a fé é um grande apoio para nossa caminhada no dia a dia deste mundo. É por isso que nós, a partir da fé, continua-mente pedimos as graças que nos são necessárias”, complementa.

De acordo com o religioso, Jesus Cristo ensinou na oração do Pai Nosso – após os louvores e proclamações a Deus – a pedir-mos o pão de cada dia. “Quando a gente pede o pão, pede junto tudo aquilo que é necessário para nossa vida: o alimento, o trabalho, a saúde, o abrigo... Jesus nos ensinou a pedir com verdadeira fé”, argumenta.

O religioso acredita que as graças suplicadas com fé por qual-quer pessoa podem ser obtidas e não há limites para seu alcance. Ele observa que a fé tem um âm-bito comunitário e externo e outro aspecto que é interior e pessoal. “A fé nasce no coração, no interior de cada pessoa, na consciência de cada ser humano. Neste sentido, a fé é um exercício contínuo de en-contro com Deus, Nosso Senhor. A certeza de que recebi uma graça só é constatada na minha consci-ência diante de Deus”, acrescenta.

Com base nessas premissas do cristianismo, o pároco do Santuário Nossa Senhora da Pie-dade afirma que a pessoa que está em reta consciência diante de Deus não tem dúvida ou faz confusão do que é uma graça recebida. Segundo ele, a pessoa sente profundamente que obte-ve uma benção que veio direta-mente de Deus. “Pode até haver uma dúvida ou outra no proces-so, mas ao final a pessoa saberá em seu coração e com toda a certeza que recebeu sua graça. A evidência nasce da própria fé e se concretiza no relacionamento individual com Deus”, ensina.

Para quem tem dúvida sobre a dimensão das graças obtidas, o religioso orienta uma busca pes-soal pelo fortalecimento da sua fé em Deus. Os dois sentidos – fé e graça - são partes comple-mentares, segundo ele. “Quem pede com fé, recebe a graça da forma que for melhor para a pes-soa e Deus mesmo irá mostrar e convencer esta pessoa de tal realidade. Quando agimos com fé no mais profundo do nosso in-terior (ou da nossa consciência), entenderemos que Deus nos ofe-receu o melhor”, finaliza.

E, sendo já tarde, saiu para fora

da cidade.

E eles, passando pela manhã,

viram que a figueira se tinha

secado desde as raízes.

E Pedro, lembrando-se, disse-lhe:

Mestre, eis que a figueira, que tu

amaldiçoaste, se secou.

E Jesus, respondendo, disse-lhes:

Tende fé em Deus;

Porque em verdade vos digo que

qualquer que disser a este monte:

Ergue-te e lança-te no mar, e não

duvidar em seu coração, mas crer

que se fará aquilo que diz, tudo o

que disser lhe será feito.

Por isso vos digo que todas as

coisas que pedirdes, orando,

crede receber, e tê-las-eis.

E, quando estiverdes orando,

perdoai, se tendes alguma coisa

contra alguém, para que vosso

Pai, que está nos céus, vos perdoe

as vossas ofensas.

Mas, se vós não perdoardes, também

vosso Pai, que está nos céus, vos não

perdoará as vossas ofensas.

Marcos 11:18-26 ACREDITAR SEM VER - A fé é um grande apoio para nossa caminhada no dia a dia deste mundo, afirma monsenhor Carlos José de Oliveira

JesusDisse

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

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Especial Padroeira

SERVIÇO

FRASE

“Não vejo a hora de vir para meu serviço; eu me sinto muito feliz e é um trabalho muito gratifi cante”diz Vanilda Gomes da Fonseca, funcionária do Santuário Nossa Senhora da Piedade

Cuidar de Jesus é um grande

privilégioVanilda Gomes da Fonseca é funcionária do Santuário

Nossa Senhora da Piedade e resume sua alegria: “é um

privilégio muito grande”

Saulo Adriano

Há 14 anos, Vanilda Go-mes da Fonseca deixou o antigo emprego por uma

questão bem pessoal e íntima: tinha que cuidar da irmã, que estava doente e em tratamento contra um câncer. A doença evoluiu e a irmã veio a falecer. Vanilda se viu desempregada e precisando trabalhar de novo, mas tinha dificuldade para se recolocar no mercado. “Meu sobrinho me disse, à época: tia, você cuidou da tia com tanto carinho que Nossa Senhora vai providenciar alguma coisa boa”, relembra ela.

Para quem tem fé, aquela frase soou como um aviso es-pecial. Vanilda vem de uma família católica e alimenta sua fé na Padroeira de Lençóis Pau-lista. Pouco tempo depois de ouvir o sobrinho, ela estava tra-balhando no Santuário Nossa Senhora da Piedade, contratada para cuidar da limpeza do tem-plo. “Foi providência mesmo, porque comecei a trabalhar no Santuário no dia dela, dia 15 de setembro, há 14 anos. Isso já foi uma graça muito grande. Às vezes, contemplando Nossa Se-nhora, sinto no olhar dela que ela está dando uma resposta para o momento que estou vi-

vendo. Fico no Santuário e con-verso muito com Jesus e Nossa Senhora quando estou no meu trabalho”, conta.

Ela foi convidada ao novo trabalho pelo monsenhor Car-los José de Oliveira, pároco do Santuário, por indicação do di-ácono Germano Zimmermann. “O convite para trabalhar na Igreja foi um sonho que eu ja-mais esperava acontecer. Venho de uma família católica, mas nunca me imaginei cuidando das coisas de Jesus Cristo”, con-ta emocionada.

Para Vanilda, Nossa Senho-ra da Piedade olha com ternura para ela, que é responsável por

lavar, passar e preparar parte dos objetos sagrados usados na celebração das missas. Seu amor e sua fé são colocados ple-namente no seu trabalho. “Tra-balho para Jesus. Quando vou embora, no fim do expediente, digo: ‘deixa eu me despedir do meu Patrão’”, brinca.

Seu trabalho exige dedica-ção, fé e amor a Jesus Cristo. Vanilda cuida com carinho e amor das peças sagradas que são usadas durante as celebra-ções eucarísticas. Fazem parte das alfaias do altar o sanguíneo (que o padre usa para enxugar o cálice após a consagração da hóstia), o manustérgio (com o

qual o sacerdote seca as mãos), o corporal (peça colocada sobre o altar e sob o cálice), as âmbu-las e a pala que cobrem o cálice antes da consagração. “Todas essas peças são sagradas e pre-cisam estar lavadas e passadas do jeito que Jesus merece. A gente se empenha para fazer o melhor possível”, diz.

A “funcionária de Jesus” sen-te-se realizada na profissão e na missão que recebeu como uma graça. “Até me sinto bem orgu-lhosa, porque cuidar de Jesus é um privilégio muito grande, que me deixa plenamente realizada. Sou feliz numa intensidade que nem sei explicar”, finaliza.

FOTOS: SAULO ADRIANO/O ECO

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Especial PadroeiraE3

VIDA NOVA

Mecânico conta como a fé salvou sua vida‘Senti um calor entrar em mim’, narra Adão Leandro Pereira da Silva

Saulo Adriano

O macatubense Adão Leandro Pereira da Silva é casado com Tânia Romani da Sil-

va, pai de Camila e Clara. É mecâ-nico de automóveis. Em setembro de 2011, enfrentou um problema de saúde e pensou que morreria naquele mês. Era dia 6 de setem-bro quando ele sentiu-se mal, com dores nas costas e dificuldades para respirar. Avaliou que era pelo esforço físico no exercício da sua profissão. “Fui medicado e voltei para casa, mas a dor só aumenta-va. Fiquei ruim mesmo, não con-seguia respirar”, emenda.

O mecânico tinha uma cunha-da que trabalhava no hospital de Macatuba, onde acabou internado sob ordem médica. “Ali descobri que estava com uma pneumonia. Era setembro, final de inverno, tempo seco e frio. Começamos a tratar a pneumonia com antibióti-cos”, relembra.

O paciente já se sentia melhor e, antes de receber alta, passou por mais uma bateria de exames. Jun-to com o resultado do raio-x veio o susto para a família. A pneumonia tinha se agravado, apesar da me-

dicação no Hospital. O médico chamou a família em separado e avisou que o caso era grave. “Eu estava com derrame pleural (do-ença no sistema respiratório, com acúmulo de líquidos no pulmão) e tinha que ser transferido para um centro especializado. Não era uma coisa simples”, diz.

A notícia assustou a família e o clima no hospital foi de tensão. Naquele momento, outra cunha-da de Leandro ligou para Tânia informando que havia colocado seu nome no altar do Santuário Nossa Senhora da Piedade, onde acontecia a Novena da Padroeira. “Eles estavam rezando por mim no momento em que eu passava pelo sufoco, achando que ia mor-rer. A enfermeira entrou no quarto e injetou medicamento na minha veia, como havia feito muitas ou-tras vezes. Daquela vez senti um calor entrar em mim, uma coisa diferente. Nunca senti algo daque-le jeito na vida”, narra. Leandro e a esposa Tânia se emocionaram na hora e começaram a chorar. O paciente passou a expelir liquidos do pulmão, recolhido por ordem do médico. “Aquilo saiu de mim na hora”, testemunha.

A família soube que havia libe-rado vaga para a transferência do paciente. Junto veio o pedido para o ultrassom, para diagnosticar a gra-vidade do seu estado. Feito o exa-me em Lençóis Paulista e o médico constatou que seria desnecessário

FÉ EM FAMÍLIA – O mecânico Leandro e sua família, no Santuário Nossa Senhora da Piedade

drenar seus pulmões. Bastavam os medicamentos. “Ali eu senti, de verdade, que tinha acontecido o milagre, uma graça em minha vida. Fui transferido para Bauru por cau-sa da vaga aberta e a ambulância passou perto do Santuário. Fiz o ca-minho chorando, sentia que aquilo era comigo”, relata.

Leandro é um homem religio-so, frequenta missas na Paróquia Santo Antonio, em Macatuba, e participa do coral Doce Presença. Mas o mecânico não esperava que sua história pessoal seria mudada desta forma. “A gente crê, mas a fé é curta. Depois desse momento, alguma coisa se transformou den-tro de mim. Passei a crer mais que os milagres existem”, revela.

Tânia Romani da Silva, es-posa de Adão Leandro Pereira da Silva, também testemunha aquele momento de 2011 como especial e divino na vida da família. Poupando o marido doente dos detalhes, ela soube antes da gravidade do proble-ma. Ela confessa que temia dar detalhes a Leandro, que é nervoso e tem pressão alta. “Não podia contar para ele tudo que estava acontecendo.

Mas o médico havia me ex-plicado que o caso era muito grave, que meu marido pode-ria morrer. Foi terrível: duas crianças em casa, vai-e-vem com o marido no hospital, tinha que trabalhar... Foi um sufoco, mas, graças a Deus, a gente venceu”, agradece.

A esposa concorda com o marido e sente que uma graça de Deus aconteceu na família, no momento de

grande dificuldade. “Tive essa certeza na hora em que falava com minha irmã pelo telefone. Ela me dizia que co-locara o nome dele com um pedido a Nossa Senhora, no altar do Santuário”, garante e completa: “ele não expelia nada até o momento em que ficamos sabendo que o nome do Leandro estava nos pés da Nossa Senhora, na Novena da Padroeira. Ele pôs para fora

aquilo que estava fazendo tan-to mal a todos nós. O pulmão do meu marido foi limpo por uma graça da Mãe de Jesus.”

Leandro começou a me-lhorar do derrame pleural no dia 12 de setembro. No dia 15 de setembro de 2011, Dia da Padroeira, ele estava em casa com sua família e de alta do hospital, após ter tido a sen-sação de que iria morrer na-queles dias.

Esposa garante que é uma graça

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

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Especial Padroeira

PEREGRINAÇÃO

Saulo Adriano

Silvia Ferreira Candido é outra pessoa com uma bela história de fé e supe-

ração. Ao lado do marido Cesar Candido, é ministra da palavra no Santuário Nossa Senhora da Piedade. Não é atleta, é ciclista de final de semana. Ela topou um desafio pessoal: pedalar os 430 quilômetros do Caminho da Fé entre Tambaú e Apare-cida do Norte, pela Serra da Mantiqueira. É muita subida e muita descida, por trilhas e es-tradas de terra. O grupo local que foi para o desafio tinha 19 pessoas. Silvia era a única mu-lher entre os peregrinos locais. “Pensa numa experiência mara-vilhosa. Cada vez que lembro, fico emocionada”, revela.

Ela integra um grupo me-nor de ciclistas, os Amigos de Fé. Eles são: ela e o marido Ce-sar, Marcos Poloni, Anderson Príncipe e Marco André Man-tovan, o Biro. O quinteto pedala junto há algum tempo e já fez o Caminho do Sol, de 241 quilô-metros, em novembro passado. “Esse foi por lazer, não tinha a

VENCENDO DESAFIOS - Silvia e Cesar, esposa e esposo que pedalaram os 430 quilômetros do Caminho da Fé, entre Tambaú e Aparecida do Norte

Fazer o Caminho da Fé é um sonho realizadoSilvia pedalou 430 quilômetros pela Serra da Mantiqueira em oração

espiritualidade do Caminho da Fé. Mas ali começou o grupo, que fez um caminho de oração, do rosário”, explica. Foi ali também que nasceu a ideia do Caminho da Fé.

Foi Silvia quem incentivou o grupo a enfrentar a Serra da Mantiqueira para pedalar e re-zar. Quatro dos cinco Amigos da Fé conseguiram ir desta vez. Entre as muitas histórias do diário de viagem, Silvia anota que o povo – peregrino ou morador – toca o coração de quem faz o percurso. “Na medida em que se passa pelas cidades, experimenta-se a hu-mildade. Tem uma caminhada de fé muito grande naquelas pessoas”, observa.

A ciclista lençoense expe-rimentou sua própria devoção. “Todos com muito cuidado com a única mulher o grupo, respeitando os meus limites e incentivando minha caminha-da. Como a gente sempre tra-balhou na oração e no cuidado um do outro, fiz o percurso in-teiro”, diz.

Os primeiros 70 quilôme-tros foram desafiadores para ela. Ao final do primeiro dia, distância percorrida e momen-to de oração no alto do morro, a ciclista se perguntava: “meu Deus, como cheguei até aqui?” E nem era o trecho mais difí-cil que ela tinha pela frente. O

Enquanto o grupo pedala-va a 40 ou 50 quilômetros por hora, Silvia seguia a 9 ou 10 por hora. “É muito íngreme. Eu fi-cava rezando o tempo todo. Re-zei para o meu anjo da guarda e para Nossa Senhora em todas as subidas e descidas, em todas elas”, reforça. Enfrentando os medos e seus limites físicos, Silvia fez um Caminho da Fé de muita interiorização. “Posso dizer que fiz um exame de cons-ciência profundo e saí transfor-mada”, revela.

Outra particularidade na jor-nada de Silvia foi uma intenção especial pela saúde de um ga-roto lençoense que ela nem co-nhece. Antes da saída, comprou um terço para viajar com ele e que seria, após a viagem, dado como presente especial para al-guém. “Soube que o adolescente estava doente na noite em que ia para Tambaú e coloquei o nome dele nas minhas intenções”, diz. Chegando em Tambaú, o grupo participou da missa.

Dia seguinte, início da via-gem e o grupo fez uma oração. Outra pessoa colocara o nome do mesmo garoto nas intenções. “Na hora, chorei. Aquilo me tocou de um jeito... Coloquei de novo a minha intenção, que minha dificuldade fosse pela re-cuperação deste menino”, reve-la emocionada. Nos momentos difíceis do percurso, Silvia se

lembrava do adolescente e de sua intenção pessoal. “Eu dizia: meu Deus, vem comigo e me ajuda a dar um passo de cada vez. Empurrei minha bicicleta 70% do caminho, mas seguia em frente, no meu tempo.” O terço foi dado ao garoto ao final da pedalada.

Outra história marcante na jornada de Silvia Candido foi a escolha do Salmo para medita-ção junto com o esposo Cesar a cada manhã do Caminho da Fé. “Emociona, porque foi exata-mente o Salmo que meditamos na missa das 16h, em Apareci-da do Norte, quando termina-mos a viagem. A gente meditou todos os dias ‘buscai as coisas do Alto’ e, chegando em Apa-recida do Norte, ouvimos: ‘se você morre com Cristo, ressus-cita com ele. Buscai as coisas do Alto.’ O que eu sinto quando lembro disso não dá para expli-car”, observa.

Silvia diz que tem muita in-timidade com Deus. Conversa com Ele e se sente ouvida em suas orações. “Não é preciso ir à Igreja para encontrar Deus. Ele vem ao seu encontro em qualquer lugar que você se abra para um encontro com Ele. Fa-zer a experiência do Caminho da Fé é um sonho realizado. Eu me senti conduzida o tempo todo por Deus, pelos seus anjos e por Nossa Senhora”, conclui.

grupo dormia cedo, levantava também cedo no dia seguinte. A rotina nos sete dias do Caminho da Fé era café da manhã, ora-ção e estrada longa pela frente. “Era muita subida, muita desci-

da, com terra, com pedras, com abismos. Eu tinha a desvanta-gem de me preocupar muito com tudo, porque não tenho a habilidade de soltar a bicicleta e seguir tranquila”, admite.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

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Especial Padroeira

AMIZADE

Evangélica testemunha sua fé em Nossa SenhoraPerturbada pela depressão após um trauma emocional, a evangélica Maria Helena encontrou a cura na oração das vizinhas católicas

Saulo Adriano

A experiência de fé e gra-ça vivida pela zeladora Helena Maria de Mello

Landi emociona a família e os amigos que testemunharam sua história. Pessoa simples e rica em fé, ela sentiu na alma e na pele os males de uma depressão que durou dois anos. O trauma emocional começou com a con-denação do filho à prisão. Aqui-lo foi demais para esta mãe que ficou emocionalmente doente e teve que se afastar do trabalho. A ajuda veio através de amigos. Mais precisamente, da oração de seus amigos e vizinhos.

Helena Maria é evangélica e mora na área do Setor 5 da Paróquia Nossa Senhora da Pie-dade. O estado depressivo desta mãe tocou o coração dos vizi-nhos, especialmente de Wilma Quadrado Giglioli, mensageira da paróquia. O drama da zela-dora começou em 2011 e mo-bilizou a comunidade, que se pôs em ação e oração pela sua recuperação.

A condenação e prisão do filho de Helena foi o primeiro choque. Ela foi se deprimindo até que um dia de 2011, vol-tando do trabalho, ficou pior. Deixou o trabalho no Clube Es-

portivo Marimbondo sem saber onde estava. Só conseguiu che-gar à própria casa com a ajuda do marido, que a encontrou desorientada na esquina da rua Piedade, no Centro de Lençóis Paulista. Helena perdeu o gosto pela vida e parou até de cuidar da casa. “Fui ficando cada vez mais doente, não conseguia re-agir”, conta.

O grupo de oração do qual faz parte a mensageira Wilma visita todas as casas do bairro e chegou à residência de Hele-na. Pessoa de fé, ela aceitou a visita e a oração. “Elas vieram à minha casa da primeira vez e rezamos juntas. Depois, elas retornaram outras vezes, dizen-do sempre que Nossa Senhora viria curar a minha vida. Eu creio, tenho fé Nela e no Espíri-to Santo”, relata Helena.

Um dia, a visita foi acom-panhada das Irmãzinhas do Sagrado Coração, que levavam oração, palavras de conforto e água benta para aspergir nas casas e nas pessoas. “A madre (irmãzinha) jogou água benta em mim. Quando elas foram embora, eu estava em pé na porta, perto da pia da cozinha. A televisão estava ligada na Canção Nova. Veio para mim um anjo de olhos bem azuis e

FÉ LIBERTADORA - As vizinhas Helena Maria e Wilma dão juntas o mesmo testemunho de fé

panhou toda a história de He-lena e confirma que a vizinha e amiga sempre demonstrou ter muita fé. “Tudo que a gente fa-lava para a Helena, ela acolhia aquela mensagem com uma resposta de fé. Sendo evangéli-ca, ela rezava diante da imagem de Nossa Senhora no pátio do Lar dos Desamparados (Asilo). Ali ela fazia suas orações todos os dias”, comenta.

Helena confirma e acres-centa: “eu falava com ela. Dizia: Nossa Senhora, você está tão lin-da em sua capelinha cuidando dos velhinhos e de todo o povo de Lençóis, do Brasil. Cuida de mim também, cura-me porque não quero ficar como estou. Levava uma florzinha todo dia para ela, sentia que ela estava me chamando”, relata.

Superada sua provação pela fé, Helena recuperou a saúde e retornou ao trabalho. Passou por testes de sanidade e foi aprova-da. Agora guarda várias imagens de Nossa Senhora (de Fátima, de Aparecida, do Sagrado Cora-ção), presentes que recebeu de amigos e familiares que viven-ciaram com ela a sua experiên-cia pessoal. Enquanto agradece a graça recebida, Helena espera uma nova graça em sua vida: ver o filho ser libertado da prisão.

cabelos bem dourados. Eu vi bem, ele tinha uma bandeja de ouro na mão e estendeu a outra mão para mim. Ele me falou: vim para lhe curar, você crê em Deus, filha. Disse: eu creio. O anjo desapareceu. Quando meu marido chegou, eu já estava la-vando minhas coisas, preparan-do a janta”, conta.

Wilma lembra que a amiga Helena tem o corpo marcado por cicatrizes de feridas que ela mesma provocava com as unhas. Segundo a mensagei-ra, a vizinha era uma pessoa perturbada e que sofria muito com isso. “Eu tinha uma aler-gia, parecia que tinha bichos me mordendo o corpo”, diz

Helena, que emenda: “eu via cobras e aranhas perto de mim, na cama, no banheiro, na pa-rede. Era uma coisa ruim, que me assustava. Aquele anjo que a Nossa Senhora mandou me curou. Eu sei que foi ela quem mandou, porque foi para ela que pedi”, afirma.

A mensageira Wilma acom-

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

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Especial Padroeira

FAMÍLIA UNIDA

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Na fé, dona de casa enfrenta o câncer de mamaEste mês, faz dois anos que Marli Scudeletti viu-se curada do câncer

Saulo Adriano

Há males que vêm para bem, ensina o ditado po-pular. Foi justamente um

câncer de mama, diagnosticado em 2011, que fez a dona de casa Marli Scudeletti Teixeira e sua família sentirem-se acolhidos e protegidos por Nossa Senhora da Piedade. Naquele ano, Mar-li fazia o autoexame quando sentiu algo diferente nos seios. Procurou um ginecologista para realizar os exames clínicos e não tardou a confirmar que não se tratava de um cisto, mas de um tumor. A dona de casa seguiu todos os procedimentos recomendados pela medicina: encaminhamento para hospital especializado, biopsia, quimio-terapia até chegar à mesa de cirurgia e à radioterapia. “Em setembro agora faz dois anos desde que fiquei curada do cân-cer”, anuncia.

A presença da fé no coração religioso de Marli foi seu prin-cipal remédio, segundo a dona de casa. As orações e pedidos de cura divina começaram ainda no ambulatório médico,

assim que teve confirmada a existência do câncer. Primeiro, Marli pediu forças para enfren-tar com sua fé fortalecida a pro-vação que tinha pela frente.

Naquele mesmo dia, a ca-minho de casa, ela pediu de novo para que Nossa Senhora desse a coragem necessária para contar todo o problema à família e que a ajudasse a ex-pressar o que sentia no fundo do seu coração. “Na esquina de casa, parei e pedi que Nossa Se-nhora e Deus me ajudassem a contar para minha família. Em

casa, no quarto, rezei pedindo isso de novo. Acredite, tive a força de falar e nem sei como falei, mas foi da maneira certa. A partir daí, todos me acompa-nharam e fazíamos a novena em casa, juntos”, conta agradecida.

Para alguém que possa duvidar que na vida daquela família aconteceu uma graça, um argumento seria o de que a benção divina seria Marli não ter desenvolvido a doença. Ela mesma pensa diferente. Para a dona de casa, a graça foi ter to-dos seus pedidos atendidos. Ela

pediu a cura assim que desco-briu sua doença e obteve mui-tas respostas.

Ao ser perguntada sobre como sabe que foi verdadeira-mente a intercessão de Nossa Senhora em sua vida, Marli responde confiante: “porque eu senti isso todo o tempo. Mesmo sem conseguir explicar como, senti que foi por ela. Fazendo a novena e pedindo cura, eu sen-tia Nossa Senhora dizendo para mim: você está no meu colo. É assim que me senti: acolhida, protegida por uma mãe amoro-

sa”, relata.A família Scudeletti Teixeira

se colocou unida em oração, re-zando pela pronta recuperação da matriarca. Durante o tra-tamento, Marli diz que estava sempre acompanhada do terço que trazia à mão. “Eu sentia que Nossa Senhora já estava me atendendo. Pedia sua ajuda na quimioterapia, que é uma parte do tratamento quando a gente vê as pessoas sofrendo muito, passando mal. Eu entrava na sala com meu tercinho na mão. Às vezes nem conseguia rezar

direito, por causa da sonolência e do tratamento que durava até mais de quatro horas. Mais eu seguia rezando, rezando e re-zando. Ao mesmo tempo, sen-tia que Nossa Senhora estava presente, uma presença muito forte”, testemunha.

Foi segurando firme na sua fé em Jesus Cristo e confian-do na intercessão de Nossa Senhora que Marli viu os ca-minhos mais difíceis ficarem amenos em sua jornada. “Gra-ças a Deus, passei pela qui-mioterapia e por todo o pro-cesso. Tive enjoos? Sim, mas um enjoo de gravidez, uma sensação suportável, com a família do meu lado. Foi uma força para atravessar que não sei de onde vinha. Aliás, sei sim: veio Dela e de Jesus, que caminharam comigo todo tem-po como uma benção.”

Ao final de todo o processo, Marli resume seu sentimento diante da doença. “Recebi uma graça muito grande, confian-do na Nossa Senhora, que é a grande intercessora”, afirma com fé. Mais que isso, Marli viu sua família mais unida em torno de Deus. “Eu, doente, fi-cava preocupada com a família. Hoje, todos são só testemunho do que aconteceu comigo. To-dos concordam que pedimos e alcançamos uma graça em nos-sas vidas”, completa.

NO COLO DA MÃE - Marli Scudeletti Teixeira

enfrentou o câncer sentido-se protegida

pela Senhora da Piedade

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

Page 7: Especial Padroeira de Lençóis

• O ECO • LENÇÓIS PAULISTA E REGIÃO, SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2013 •

Especial PadroeiraE7

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO

Neila fez aliança de vida com a Mãe do AmorMulher relata a experiência de ter Nossa Senhora presente na vida

Saulo Adriano

É forte a presença de Nossa Senhora na vida da profes-sora de inglês Neila Ma-

ria Pereira Lima Sveidic desde antes de seu nascimento. Filha de pais católicos, Neila é fruto de uma gravidez de risco, cujo sucesso ela atribui à promessa feita pelo pai (Manoel Pereira Lima) à Nossa Senhora Apareci-da. “A devoção à Nossa Senho-ra vem de família. Minha mãe (Emira Princivalli Lima) foi mi-nha catequista, meus pais eram muito devotos”, reconhece.

Aos 10 anos, a menina Neila deixou a vida na fazenda para mo-rar na cidade, em Jardinópolis, na região de Ribeirão Preto. “A cidade parecia um bicho para mim, não estava acostumada àquela vida. Sentia falta dos pais, das amizades e até dos meus bichos”, admite. A menina se apegou à estampa de Nossa Senhora Aparecida, colada na parede de seu quarto. Naque-le momento nasceu uma aliança particular para Neila. “Grudada àquela estampa, falei: aprendi no catecismo, com minha mãe, que a Senhora é a mais mãe que ela

aquela criança à Nossa Senhora e apaguei. Acordei no dia se-guinte ainda passando mal por causa da infecção, com médicos e enfermeiros ao meu redor e eu perguntando pelo meu filho. De novo, trouxeram-me o Felipe com uma chupeta na boca e era uma criança linda. Ali, falei de novo com minha Doce e Terna Mãe. Agradeci Nossa Senhora pela gra-ça recebida, achando que poderia morrer por causa do meu estado de saúde. Quase fui mesmo, es-tava em um quadro de infecção generalizada. Deus, que é infinita-mente misericordioso, me curou através dos medicamentos que, enfim, poderia tomar e me permi-tiu cuidar do filho que havia nas-cido por Sua graça”, testemunha.

Quase três décadas depois, Neila fala daqueles momentos com lucidez e confiança de que Nossa Senhora – como em tantas outras ocasiões – atendeu sua ora-ção e intercedeu por uma graça para a família Sveidic. “Norberto e eu somos da Pastoral Familiar (da Paróquia São José), do setor Casos Especiais (que atua junto às famílias com variados tidos de problemas). Como agentes, rezamos muito com as famílias e temos visto casos extraordinários pela intercessão de Nossa Senho-ra. A oração do terço é muito poderosa”, ensina a professora de inglês, que venera a Mãe do Amor com ardor.

EXPERIÊNCIA PESSOAL – Depois de Jesus, que é Deus, Nossa Senhora é tudo para minha família, diz a Neila

e, então, por favor, cuide de mim. Daquele dia em diante, minha vida mudou”, diz.

A menina Neila adotou “aquela Mãe” e seguiu com ela por toda sua vida. Levava consi-go a estampa, sabendo que Nossa Senhora não estava no pedaço de papel, mas em seu coração e em sua fé. “Muita gente fala que o católico adora Nossa Senhora, mas não é isso. Nós veneramos Nossa Senhora porque Jesus, do alto da cruz, olhou para João e disse: esta é tua mãe. E falou para Maria: este é teu filho. Jesus en-tregou a Mãe Dele como mãe de toda a humanidade”, explica. E é na figura materna de Maria que Neila enxerga carinho, conselho, orientação e modelo de vida.

Para Neila, Jesus é Amor e a Mãe de Jesus é a Mãe do Amor. “É por isso que a invoco como Mãe do Puro Amor e tam-bém como minha Doce e Terna Mãe, porque sinto que ela cuida de mim por toda a minha vida. Onde estou, sei que minha Doce Mãe está comigo”, afirma.

Ao contar sua história, a pro-fessora narra muitos momentos da vida em que sentiu a forte pre-sença de Maria a protegê-la e a in-terceder por ela e sua família. Em especial, Neila emociona-se ao fa-lar da graça que recebeu quando do nascimento do segundo filho, Felipe, hoje com 29 anos. “A fa-mília já recebeu inúmeras graças

pela intercessão de Nossa Senho-ra. A gente sabe que ela não faz milagres, mas a gente pede que ela interceda junto Àquele que faz (os milagres)”, complementa.

Grávida do segundo filho, Neila contraiu uma infecção. Ainda sem saber da gravidez, ela usava um medicamento incom-patível com a gestação. Combi-nados os fatores, os riscos para o bebê e para a mãe eram grandes. Riscos de vida, inclusive. “O mé-dico chegou a falar em aborto, mas o Norberto (Sveidic, o mari-do) e eu optamos por confiar na Nossa Senhora. Preparamos-nos

para ter um filho com algum pro-blema, mas a minha Doce e Ter-na Mãe estava à frente”, garante.

A gravidez avançou e a in-fecção também, já que a mãe não podia tomar a medicação que comprometeria o desenvol-vimento do bebê. A professora rezava e pedia a proteção e os cuidados da Mãe do Puro Amor. “No oitavo mês, o bebê parou de se mexer. O médico recomendou que fizéssemos a cesariana e que rezássemos. E a gente rezava, pe-dindo que Deus fizesse o melhor dentro do Seu plano para a famí-lia”, conta. A caminho da sala de

cirurgia, Neila viu um quadro do Sagrado Coração Imaculado de Maria. “Mais uma vez pedi à mi-nha Doce e Terna Mãe, sem que-rer atrapalhar o plano de Deus, que ela fosse ao trono de Deus pedir pela minha criança. Senti uma alegria imensa, porque na-quela hora o Felipe se posicionou para nascer”, relembra, afirman-do que seu estado físico era grave por causa da infecção.

O menino nasceu com 4,1 quilos e saudável. “Trouxeram--me aquele bebê lindo, enorme, olhos azuis claros. Lembro que abençoei meu filho, consagrei

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Paciente via a imagem na parede do CTIPara servidora pública que viu a irmã recuperar a saúde após quase morrer, Jesus atendeu às orações da família e a graça aconteceu pela mediação de Nossa Senhora

Saulo Adriano

O testemunho da graça ob-tida pela família Giorge-to é dado pela servidora

pública Maria Inêz Giorgeto Ramos, irmã de Izabel de Fá-tima Giorgeto Araújo. Inêz co-meça a contar a experiência da sua irmã dizendo que a família é católica e confiante no poder de intercessão de Nossa Senho-ra. “Minha avó, desde a gente pequena, ensinava a rezar o ter-ço, hábito que conservo ainda hoje. Quando completei 7 anos, ganhei de presente dos meus

padrinhos um terço. Hoje, com a graça de Deus, rezo o terço diariamente”, revela.

Inêz conta que também ela obteve muitas graças divinas após pedir com fé pela inter-cessão de Nossa Senhora, mas prefere relatar a experiência da irmã. Tudo começou há 17 anos, quando Izabel passou por uma cirurgia para retirada de pedras da vesícula. “Era para ser simples, mas se complicou muito após quatro dias da alta hospitalar”, afirma. Izabel pas-sou a vomitar partes desintegra-das do próprio fígado, segundo

a irmã Inêz. “Os médicos não sabiam dizer o que era, o que estava acontecendo. Eles nos preparavam para a pior notícia, como a possibilidade de preci-sar de um transplante de fígado ou até de morte da Izabel. Só muito depois foram descobrir que havia um componente na anestesia aplicada à minha irmã e que ela não poderia ter recebido”, relata.

De acordo com Inêz, os mé-dicos admitiram à família Gior-geto que já não sabiam mais o que fazer com a paciente, que estava sendo mantida viva no

CTI (Centro de Terapia Inten-siva) do Hospital da Unesp de Botucatu. Atuando como agente de pastoral da Paróquia São José, Inêz pediu para amigos e paren-tes que rezassem pela recupera-ção de sua irmã. “Conseguimos formar uma corrente de oração. A família seguia pedindo a Deus e fazendo penitências, enquanto Izabel permanecia no CTI. Ela acordou no dia 12 de outubro, Dia de Nossa Senhora Apare-cida. Minha irmã achava que tinha dormido algumas horas, mas fazia uma semana que ela estava lutando pela vida”, diz.

Apesar de desacordada, Iza-bel contou aos familiares mais tarde que via a imagem de Nos-sa Senhora Aparecida no quar-to. “Quando ela acordou no CTI do hospital, perguntou ao enfermeiro sobre a imagem na parede. Foi informada que não havia imagem alguma naquele quarto, mas ela vira a imagem da Nossa Senhora Aparecida na parede durante todo o tem-po”, afirma a irmã. Para Inêz, a corrente de oração foi atendida por Deus e a própria Mãe de Jesus acompanhava Izabel no quarto do hospital. “Jesus nos

atendeu, a graça aconteceu pela mediação de Nossa Se-nhora”, assegura confiante. “Eu acredito nisso com todo meu coração”, completa.

Recuperada do estado críti-co, Izabel foi recebida de volta à vida pelos médicos e enfer-meiros cantando “Parabéns Pra Você”. “Eles diziam que ela tinha que comemorar aquela data, 12 de outubro, como o dia de seu nascimento”, reforça Inêz. O fí-gado é um órgão do corpo hu-mano que se regenera. Saudável e agraciada, Izabel vive com a família em São Manuel.

FÉ NO CORAÇÃO – Maria Inêz Giorgeto Ramos afirma que a irmã Izabel de Fátima Giorgeto Araújo voltou à vida, após um grave problema no fígado, por graça de Deus

FOTO: SAULO ADRIANO/O ECO