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fERNANDO fÉLIX fERNANDO fÉLIX fERNANDO fÉLIX fERNANDO fÉLIX fERNANDO fÉLIX espiral ANO xiI - N ANO xiI - N ANO xiI - N ANO xiI - N ANO xiI - N.º 44 - JULHO/SETEMBR .º 44 - JULHO/SETEMBR .º 44 - JULHO/SETEMBR .º 44 - JULHO/SETEMBR .º 44 - JULHO/SETEMBRO de 2011 O de 2011 O de 2011 O de 2011 O de 2011 boletim d boletim d boletim d boletim d boletim da associação fra a associação fra a associação fra a associação fra a associação frater ter ter ter ternit nit nit nit nitas mo as mo as mo as mo as moviment viment viment viment vimento A cor A cor A cor A cor A corag ag ag ag agem do AMOR em do AMOR em do AMOR em do AMOR em do AMOR N ascida do coração de Deus, a Igreja existe para o amor. O concílio Vaticano II, no documento do sobre a Igreja, Lumen Gentium, logo no número 1, diz que a Igreja é instrumento de Deus para a união de todos com Ele e de todos entre si. Igreja existe para que possamos amar a Deus e nos possamos amar uns aos outros. É por isso que ela se alegra com todas as tradições e leis que estreitam os laços sociais, religiosos, políticos e culturais entre todas as pessoas, pois assim se alcança a plena unidade com Jesus Cristo. P or sua vez, se uma tradição ou lei não servir o estreitamento dos laços pelo amor, deve ser abolida. E isto tanto na sociedade como, em particular, na Igreja. Concretamente, se organização da Igreja não levar ao estreitar dos laços, à comunhão – feita de iguais direitos e deveres diferentes – toda a estrutura de carismas e ministérios, acabaria por ser inútil e até prejudicial. N este boletim reflete-se sobre a crise e a falta de esperança, que exigem o vigor da fé. Fala-se de “Nova Evangelização”, para dizer que nós é que precisamos de mudar e não o Evangelho. Não pode acontecer na Igreja o que existe no desporto: quando se procura que os jogadores mudem de atitude e a equipa renda mais, dá-se uma chicotada psicológica, ou seja, despede-se o treinador! E fala-se daquele amor que os pensadores recortaram em três definições: eros, filia e ágape. Eros é o amor carnal; filia é o amor de amizade e ágape é o amor divino, o amor em estado puro. E os extremos tornaram-se inconciliáveis com o tempo, mas podem ser reharmonizados. Termina o «Espiral» com um texto inquietado, de onde retiro uma frase: «Tu (Deus) criastes o mundo, nós criamos o imundo.». A Fraternitas é uma presença profética de como é possível harmonizar o Eros com o Ágape. E não só a Fraternitas, mas todos os crentes e todas as associações e todos os movimentos cristãos que dão testemunho prático de como não se pode amar a Deus que não se ê se não se ama o próximo que se vê. S omos famílias cristãs, modelo para os jovens e as outras famílias. Anunciamos com a nossa vida o que significa “ser uma só carne”, isto é, ser íntimos ao ponto de deixar tudo e estar disposto a morrer pelo outro. Ser uma só carne é amar, e amar é rir com quem ri, chorar com quem chora, andar com quem caminha, parar com quem descansa, sonhar com quem sonha, viver consciente e voluntariamente a intimidade com quem se nos dá totalmente. A sociedade, hoje, não gosta de Deus e, por isso, não gosta dos cristãos. Mas, nos países ocidentais, a Igreja e o Cristianismo também perdem força profética, porque os cristãos adaptam-se em demasia ao modo de vida liberal. Não são corajosos. Falta-lhes seguir a Jesus Cristo com a radicalidade dos mártires. Vegetam no vazio espiritual. F elizmente, também há crentes enérgicos que atraem multidões. E isso nota-se quando o mundo propõe o individualismo, e os crentes propõem a comunidade, quando a sociedade impõe o consumismo, e os crentes propõem a partilha, quando o ruído social apregoa a indiferença, e a Igreja propõe o amor, quando os valores do mundo dizem que as adversidades conduzem ao desalento e então é preciso destruir o que incomoda, os crentes dizem-se gratos e fortalecidos pela esperança de um presente e futuro melhores. Sim, com Jesus Cristo ganhamos confiança e sabemos que poderemos chegar a fazer aquilo de que já tínhamos desistido. O Encontro Nacional, em Fátima, de 30 de setembro a 2 de outubro, vai implicar muita coragem. A coragem do amor, pois coragem é o amor em ação. Vamos falar de “Mulheres no mundo e na Igreja. O que foi feito? O que falta fazer?” E vamos discutir se a Fraternitas pode ou não abrir-se a consagradas e consagrados não ordenados desvinculados dos seus votos. Que o Espírito nos ilumine!

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espiralANO xiI - NANO xiI - NANO xiI - NANO xiI - NANO xiI - N.º 44 - JULHO/SETEMBR.º 44 - JULHO/SETEMBR.º 44 - JULHO/SETEMBR.º 44 - JULHO/SETEMBR.º 44 - JULHO/SETEMBRO de 2011O de 2011O de 2011O de 2011O de 2011

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A corA corA corA corA coragagagagagem do AMORem do AMORem do AMORem do AMORem do AMORNascida do coração de Deus, a Igreja existe para o

amor. O concílio Vaticano II, no documento dosobre a Igreja, Lumen Gentium, logo no número 1, diz que aIgreja é instrumento de Deus para a união de todos com Elee de todos entre si. Igreja existe para que possamos amar aDeus e nos possamos amar uns aos outros. É por isso que elase alegra com todas as tradições e leis que estreitam os laçossociais, religiosos, políticos e culturais entre todas as pessoas,pois assim se alcança a plena unidade com Jesus Cristo.

Por sua vez, se uma tradição ou lei não servir oestreitamento dos laços pelo amor, deve ser abolida.

E isto tanto na sociedade como, em particular, na Igreja.Concretamente, se organização da Igreja não levar ao estreitardos laços, à comunhão – feita de iguais direitos e deveresdiferentes – toda a estrutura de carismas e ministérios, acabariapor ser inútil e até prejudicial.

Neste boletim reflete-se sobre a crise e a falta deesperança, que exigem o vigor da fé. Fala-se de

“Nova Evangelização”, para dizer que nós é que precisamosde mudar e não o Evangelho. Não pode acontecer na Igrejao que existe no desporto: quando se procura que os jogadoresmudem de atitude e a equipa renda mais, dá-se uma chicotadapsicológica, ou seja, despede-se o treinador! E fala-se daqueleamor que os pensadores recortaram em três definições: eros,filia e ágape. Eros é o amor carnal; filia é o amor de amizadee ágape é o amor divino, o amor em estado puro. E osextremos tornaram-se inconciliáveis com o tempo, mas podemser reharmonizados. Termina o «Espiral» com um texto

inquietado, de onde retiro uma frase: «Tu (Deus) criastes omundo, nós criamos o imundo.».

A Fraternitas é uma presença profética de como épossível harmonizar o Eros com o Ágape. E não só

a Fraternitas, mas todos os crentes e todas as associações etodos os movimentos cristãos que dão testemunho práticode como não se pode amar a Deus que não se ê se não seama o próximo que se vê.

S omos famílias cristãs, modelo para os jovense as outras famílias. Anunciamos com a nossa vida o

que significa “ser uma só carne”, isto é, ser íntimos ao pontode deixar tudo e estar disposto a morrer pelo outro. Ser umasó carne é amar, e amar é rir com quem ri, chorar com quemchora, andar com quem caminha, parar com quem descansa,sonhar com quem sonha, viver consciente e voluntariamentea intimidade com quem se nos dá totalmente.

A sociedade, hoje, não gosta de Deus e, por isso, nãogosta dos cristãos. Mas, nos países ocidentais, a Igreja

e o Cristianismo também perdem força profética, porque oscristãos adaptam-se em demasia ao modo de vida liberal.Não são corajosos. Falta-lhes seguir a Jesus Cristo com aradicalidade dos mártires. Vegetam no vazio espiritual.

Felizmente, também há crentes enérgicos que atraemmultidões. E isso nota-se quando o mundo propõe o

individualismo, e os crentes propõem a comunidade, quandoa sociedade impõe o consumismo, e os crentes propõem apartilha, quando o ruído social apregoa a indiferença, e a Igrejapropõe o amor, quando os valores do mundo dizem que asadversidades conduzem ao desalento e então é preciso destruiro que incomoda, os crentes dizem-se gratos e fortalecidospela esperança de um presente e futuro melhores. Sim, comJesus Cristo ganhamos confiança e sabemos que poderemoschegar a fazer aquilo de que já tínhamos desistido.

O Encontro Nacional, em Fátima, de 30 de setembroa 2 de outubro, vai implicar muita coragem. A

coragem do amor, pois coragem é o amor em ação. Vamosfalar de “Mulheres no mundo e na Igreja. O que foi feito? Oque falta fazer?” E vamos discutir se a Fraternitas pode ounão abrir-se a consagradas e consagrados não ordenadosdesvinculados dos seus votos. Que o Espírito nos ilumine!

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Livros de associados da Fraternitaseditados em 2006 e 2008

Pelos meandros da produção literária

No Espiral número 42 – janeiro/No Espiral número 42 – janeiro/No Espiral número 42 – janeiro/No Espiral número 42 – janeiro/No Espiral número 42 – janeiro/março de 2011 – estão anuncia-março de 2011 – estão anuncia-março de 2011 – estão anuncia-março de 2011 – estão anuncia-março de 2011 – estão anuncia-dos os livros dos associados edi-dos os livros dos associados edi-dos os livros dos associados edi-dos os livros dos associados edi-dos os livros dos associados edi-tados em 2009 e 2010, umtados em 2009 e 2010, umtados em 2009 e 2010, umtados em 2009 e 2010, umtados em 2009 e 2010, umbiénio muito profícuo, tendo porbiénio muito profícuo, tendo porbiénio muito profícuo, tendo porbiénio muito profícuo, tendo porbiénio muito profícuo, tendo porbase os dados de que o secretari-base os dados de que o secretari-base os dados de que o secretari-base os dados de que o secretari-base os dados de que o secretari-ado dispõe.ado dispõe.ado dispõe.ado dispõe.ado dispõe.VVVVVamos prosseguiramos prosseguiramos prosseguiramos prosseguiramos prosseguir, agor, agor, agor, agor, agora, com uma, com uma, com uma, com uma, com umtriénio. E solicitam-se dados rela-triénio. E solicitam-se dados rela-triénio. E solicitam-se dados rela-triénio. E solicitam-se dados rela-triénio. E solicitam-se dados rela-tivamente a quaisquer livros pu-tivamente a quaisquer livros pu-tivamente a quaisquer livros pu-tivamente a quaisquer livros pu-tivamente a quaisquer livros pu-blicados, prevendo o próximo arti-blicados, prevendo o próximo arti-blicados, prevendo o próximo arti-blicados, prevendo o próximo arti-blicados, prevendo o próximo arti-go sobre o período 2003-2005.go sobre o período 2003-2005.go sobre o período 2003-2005.go sobre o período 2003-2005.go sobre o período 2003-2005.Parabéns aos autores, e que DeusParabéns aos autores, e que DeusParabéns aos autores, e que DeusParabéns aos autores, e que DeusParabéns aos autores, e que DeusUno e TUno e TUno e TUno e TUno e Trino seja louvrino seja louvrino seja louvrino seja louvrino seja louvado!ado!ado!ado!ado!Se puderem, levem os vossos li-Se puderem, levem os vossos li-Se puderem, levem os vossos li-Se puderem, levem os vossos li-Se puderem, levem os vossos li-vros e outras obras para os En-vros e outras obras para os En-vros e outras obras para os En-vros e outras obras para os En-vros e outras obras para os En-contros Nacionais!...contros Nacionais!...contros Nacionais!...contros Nacionais!...contros Nacionais!...

Deste triénio, em 2008, recebemoso número duplo 31-32 da revista Refle-xão Cristã, propriedade e edição doC.R.C. (Centro de Reflexão Cristã), acuja Direção pertencia à data o associa-do n.º 33, Carlos Leonel Pereira dosSantos, que saudosamente partiu em 16de outubro desse mesmo ano. A ele serefere outro membro da Direção, Gui-lherme de Oliveira Martins, na página11 desse mesmo número: “ (…) E nãoesquecendo a sua entrega à causa do li-vro cristão, como semente no mundocontemporâneo. (…)”

Em 2008“ALGUMAS REFLEXÕES A

PROPÓSITO DAS «APARIÇÕES»EM LOURDES. Algumas Reflexõesnos 125 anos de culto a Nossa Senhorade Lurdes nas Lajes do Pico e nos 150anos do seu aparecimento a BernardetteSoubirous”, Artur Cunha de Oliveira(Angra do Heroísmo, 2008), composi-ção e revisão da esposa, Antonieta Lo-pes Oliveira, edição do autor, [em for-mato 17 cm/11.5 cm, 82 páginas].

Em Nota Explicativa, na página 3:“É este o texto da conferência que pre-parei em resposta ao honroso convitedo vigário da Matriz da Santíssima Trin-dade da nobre Vila das Lajes do Pico,reverendo padre Rui Silva, para com elaparticipar na preparação da solene festaem honra de Nossa Senhora de Lourdes(…). Em vez de acender mais umaconsumptiva vela no altar da tradicionale popular devoção (…), optei porreflectir um pouco sobre a atual situaçãode crise que já se verifica e avulta na IgrejaCatólica e no Cristianismo (…).”

Em Conclusão, nas páginas 76-79:“A partir de 1891 até bem uma deze-na de anos depois da implantação daRepública em Portugal, não passouano em que não houvesse numa qual-quer ilha dos Açores a inauguração detemplo, ermida ou capela em honra elouvor de Nossa Senhora de Lurdes,nem fosse trazida para um altar deigreja, ermida e capela não dedicadaa Nossa Senhora de Lurdes a suaveneranda imagem. (…) E que efei-tos resultaram dessa devoção e culto?

Não é possível sabê-lo. Tudo per-manece no recôndito das consciências eno mistério que é Deus. (…) Ademais, econtrariamente ao que teológica e pas-toralmente devia ser a devoção e o cul-to a Maria de Nazaré, Mãe do Senhor

Jesus – «Ad Jesum per Mariam» a – (…):o grande desconhecido dos fiéis cristãoscontinua sendo a pessoa adorável deJesus de Nazaré. (…) Não há dúvida deque estamos em tempo de crise e comnecessidade de mudança. (…) E na suaMensagem de Páscoa, o nosso bispo, D.António de Sousa Braga, teve a clarivi-dência e a fortaleza de afirmar:

«Nós cristãos deveríamos estarmentalizados e preparados para as mu-danças necessárias na sociedade em quevivemos e também na Igreja a que per-tencemos […] Qual fermento quer fer-menta a massa, a vida cristã é uma ca-minhada permanente de conversão e,portanto de mudança (o sublinhado émeu), também na forma histórica depresença no mundo» (…).”

“HISTORIAL DOS ARRUAMEN-TOS DA VILA DE LAVRA”,Boaventura Santos Silveira (Lavra, 2008),[em formato A4, com 546 páginas].

Na Introdução: "Existem, no per-curso das nossas vidas, pessoas e factosque nos marcam e lembram o que demais importante e profundo subsiste nonosso íntimo, quase nos ‘tatuando? aalma, a partir do momento em que vi-vemos a oportunidade e/ou felicidadede os encontrar e perscrutar. Ficarão in-crustados no nosso ser, quais pedrasgraníticas, belas e imutáveis, fortes e sólidas, como devem ser os pilares da exis-tência de cada um de nós.

"Mutatis mutandis", isto é, mudan-do o que deve ser mudado, igualmenteos topónimos e antropónimos dosarruamentos da vila de Lavra nos re-cordam atos e factos passados ou pes-soas que nos precederam."

Do vereador do Pelouro da Culturada Câmara Municipal de Matosinhos:"Com este livro, Boaventura Silveira

UrUrUrUrUrtélia Siltélia Siltélia Siltélia Siltélia Silvvvvvaaaaa

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volta a surpreender-nos. Depois doexaustivo ensaio "PESSOAS DE LA-VRA" em dois volumes, o autor regres-sa com mais um estudo aprofundadosobre esta freguesia do concelho. Destafeita, sobre a origem e explicação dasdesignações das múltiplas artérias viári-as de Lavra. Da enigmática e antiquíssi-ma designação da "minha" Rua dosImbelos até ao incontornável José Do-mingues dos Santos, são um sem-nú-mero de interessantíssimas e úteis infor-mações que fazem, afinal, a História.(...)”.

Em 2007Nada consta no secretariado.

Em 2006"PESSOAS DE LAVRA" (2.º volu-

me), Boaventura Santos Silveira (Lavra,2006), [em formato A4, com 572 pági-nas]. (Nota: O 1.º volume. foi publica-do em 1996).

Na Introdução: "Nós temos a ditade Lavra se situar na orla marítima. Eum dos "frutos" do mar são os búzios,que todos conhecem, e, com certeza,muitos, ciosamente, os guardam comoobjetos de adorno. Ora, se aplicarmosum deles, na sua parte mais bojuda eaberta, junto do nosso ouvido, escuta-remos algo de verdadeiramente surpre-endente e maravilhoso: de dentro deleressoa o murmúrio cavo e confuso detodas as "vozes" do mar, do seu maru-lhar profundo e contínuo. (...) Oxalá estelivro desempenhe, junto de cada leitor,a função do búzio: este lembra o mar,onde teve origem; "PESSOAS DE LA-VRA" oxalá relembre e fortaleça a esti-ma pelo rico património humano quenos legaram os nossos antepassados. (...)”

Prefácio de D. Manuel Martins, bis-po emérito de Setúbal: "Quando Pio XIIproclamou o nosso Santo António Dou-tor da Igreja, anunciou-o ao mundo comuma carta que começava assim: "Exulta,ó Portugal Feliz". Quando faço voltaràs minhas mãos o pri-meiro volume dePessoas de Lavra" e ago-ra me vejo perante umsegundo, apetece-me,mas a sério, servir-medas palavras do grandePontífice, para exclamar:"Exulta, ó Lavra Feliz".É que é mesmo caso paraisso. (...) São as pessoasque fazem a terra, quedão alma e identidade àterra, que permitem quea terra não perca amemória. Está infelizmente em voga aterrível doença de Alzheimer, que temcomo primeiro sintoma e mais sentidoagravo a perda de memória. À medidaque vamos perdendo memória, vamostambém perdendo consciência de nós.

Esta doença não atinge, não atingirá,sobretudo pela sorte que Deus lhe con-cedeu na pessoa de seu ilustre filho Dr.Boaventura Silveira, que apreende, sen-te, comunga e transmite, com mãos demestre, a vida da sua terra.(...)”.

“ MEMÓRIAS DE UMA CAPE-LA – O Poder da Baixa Política e a For-ça Instável do Povo Simples”, RogérioMorais Teixeira (Murça, 2006), ediçãodo autor [formato A5, 150 páginas].

Em Nota Prévia, nas páginas 5e 6: “Sendo a construção de uma capela acon-tecimento digno de celebração e de re-gisto na história de qualquer aldeia, (…)mais que recordar, nos farão reviver ajusta alegria que, (…), sentimos na festade inauguração [da Capela deMonfebres, paróquia de Candedo, con-celho de Murça]. (…) Só que, vivendonós ainda um clima de justificado orgu-lho, (…) eis que somos surpreendidos(…) por uma ação judicial que nos acu-sava de ter praticado «um ato deselvajaria criminoso» por termos demo-

lido a capela que tínhamos, para cons-truir outra nova. (…) Vi-me assim obri-gado a escrever este livro, ao ritmo doandamento dos processos (ao longo decinco anos). (…).”

Do III, “Monfebres quer capela

nova”, páginas 87,89,92:“(…) Foi assim que a “11/04/99,

(…) celebrava a primeira missa na novacapela (…)A celebração litúrgica (…) foianimada com cânticos e com esteofertório solene:

“Trazemos ao teu altarP´ra Vós, Senhora das Neves,Na luz pura desta velaPadroeira e Mãe tão boa,A Fé viva de MonfebresJá que sois nossa RainhaQue Te ergueu esta capela.(…)Trazemos mais esta coroa.”Em Conclusão, nas páginas 142 e

143: “ (…) Só muito mais tarde, e de-pois de muito rogada, é que a diocesese pronunciou sobre o processo judicialque nos tinham levantado, e em cuja ori-gem tinha estado a própria diocese. (…)O depoimento chegou tão tarde quenem o apresentámos para defesa. (…)O prelado, que nos dera luz verde paraavançar, em vez de nos defender, rea-gindo prontamente, deixou que o toiroinvestisse contra nós e nos ferisse grave-mente, só nos vindo acudir, quando nós,por nosso próprio pé e a sangrar, saí-mos já da arena. Mas antes tarde quenunca. Por isso, mesmo assim, apraz-nosagradecer (…).”

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A política não me seduz.Desinteressei-me! Debates noParlamento, que resolvem? Oscompadrios e oportunismos dedeputados e secretários? Apermissividade de ministros? Ovedetismo? Decerto, tudo isto ou umpouco de cada coisa.

Na campanha eleitoral, fui a umcomício! Para ver… Pensei nasrivalidades partidárias, na falta de ideias,na ausência de debates dos problemasque nos afligem… «Muita parra… Umanoite para esquecer!», pensava. A escola,edifícios, sistema, professores e a suaavaliação, dotação, depois os tribunais equestões de justiça. Os problemas comos operários, ordenados em atraso(milhões de euros!), retenção deordenados, desrespeito pelas categoriasprofissionais, violência sobretrabalhadores, exploração nos horários,os recibos verdes, desvio nos descontos,despedimentos, falências fraudulentas, odesemprego, o aproveitamento da crise,corrupção… os juros, as execuçõeshipotecárias, o domínio do capital… adesumanidade que se vive.

Vi-me confrontado com a Fé.Nas celebrações da Fé, raramente

aparecem estes problemas. Ninguém sequestiona. Fazem-se as leituras que aliturgia prevê. Faz-se a homilia, com os

problemas da vida ausentes. A Fé nãoilumina a vida. Os problemas que nosafetam passam ao largo. Fala-se dohomem, mas do ‘anjo’. A Fé não ilumina,não ajuda nem leva à transformação. Nãointerpreta. Fé desencarnada.

A crise que nos afeta não émaldição de Deus. Não é pragacontra o homem. Não é umafatalidade. É consequência daação do homem, da suaambição, da sede do domínio, dasofreguidão do capital. Toda agente sabe disso! Mas é precisoalertar. Criar consciência. Vencera crise com determinação,vontade, certeza de que a forçado nosso Deus está com ospobres, os marginalizados, os

sem teto, os desempregados, osvelhos… Do outro lado, os lucrosdesmedidos de empresas, os salários ecomissões chorudas dos ‘protegidos’.

E a Igreja? O arcebispo de Bragaapelou à solidariedade dos padres. O P.e

Mourujão chamou a atenção do novoGoverno para a situação dos pobres…Não basta. A caridade não substitui ajustiça. E é de justiça que se trata. Melhor:a justiça é a caridade no mais alto grau.Justiça e caridade identificam-se. A cadaum o que é devido. O direito dos pobres:a dignidade.

Interrogo-me. Maria ouve Jesus:“Escolheu a melhor parte”. Seria o novoReino que Jesus anuncia já presente?Precisamos de profetas que anunciem,testemunhem pela palavra e peloexemplo este Reino de verdade, justiça,amor. A liturgia, sacramentos são umaparte deste Reino, mas é a vida, a palavra,o exemplo, que fazem de nóstestemunhas verdadeiras.

Na Igreja sou caput minor. Devomanter-me em silêncio. Somos laicos. Oleigo deve ouvir com atenção! Não estaráneste procedimento pastoral a razão deabandono de tantos cristãos? Decertonão será fácil encontrar as causas. O quenão nos satisfaz são as soluções até agoraencontradas ou sugeridas.

Porquê?Porquê?Porquê?Porquê?Porquê?

JoJoJoJoJoaaaaaqqqqquim Souim Souim Souim Souim Soaresaresaresaresares

opiniãoopiniãoopiniãoopiniãoopinião

Todos os dias nós acordamos comnotícias perturbadoras (…).

Queremos dar algumas pistas paraajudar as comunidades que servimos epara que alentem a esperança de todosperante um futuro fortementeangustiante. (…) Deus ouviu o clamordo povo oprimido no Egito e nuncafoi indiferente ao sofrimento dos pobres.

1. Combater a ignorância

indesculpável como um serviço àverdade que liberta.

(…) Reconhecemos que temos vividoacima das nossas possibilidades. (…) Otrabalho deve estar sempre acima docapital. O trabalho não é um meio deprodução ou mais um recurso; nele estáem jogo a dignidade da pessoa.

Causa-nos perplexidade o modocomo os lucros são privatizados, esocializados prejuízos, em parte,branqueados com o dinheiro público.

2. Devemos tomar partido pelas

vítimas da crise. A solidariedade é umavirtude essencial para tanto elevar amoral numa sociedade individualista ematerialista, como para garantir asobrevivência das suas vítimas. Tomarpartido supõe que nem tudo vale e nãopodemos manter atitudes que nostornem menos credíveis, ou seja, fazerum pacto com as grandes empresas que

A Fé descarnada não ilumina, não ajudanem leva à transformação. Não interpreta.

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«Eu creio, Senhor, aumenta a minha fé!»(Mc 9, 24)

Há quarenta e dois anos, fuiapresentado ao meu bispo para serordenado sacerdote. Aceitei-o comliberdade e responsabilidade. Os temposnão eram fáceis. O Vaticano II, encerradohavia pouco tempo, ainda estava vivo.Na nossa memória o bom papa João,‘jovem’, estimulava a uma açãocomprometida, honesta, que se abria aodiálogo. O Espírito vivo animava aIgreja, impelindo-a para caminhosnovos. Autêntico Pentecostes!

E seguimos em frente! Servi comentusiasmo e alegria. Enfrentámos comdeterminação o imobilismo paralisante– atrofiante. Superámos dificuldades,choques… apostámos numa linha defuturo, apoiados em Jesus Cristo, numdiálogo aberto, perseverante. Crescemosna Fé! Alterar mentalidades não é fácil,remover convicções ancestrais, marcadaspela burocracia, pela religiosidade –imobilizadora… Foi o nosso percursoeclesial!

Novos caminhos se abriram. Em1978, reiniciei a caminhada, partilhandoa vida, em rumos novos, de aventura erealização humana e sacerdotal, com acompanheira de todos os dias.Sonhámos. Era possível continuar comos compromissos anteriormenteassumidos? É a questão. Os homens,ainda que com boas intenções, traçamcaminhos difíceis. Ai! A coerência…

A Igreja condiciona, em nome devalores mais altos, o exercício do múnussacerdotal. É razoável em situaçõesnormais. Em situações de exceção, comoas de hoje, com inúmeras paróquiasdesprovidas e com o reduzido númerode padres assoberbados por celebraçõesmúltiplas - que fazer? Aprecio a posiçãoda Fraternitas: mantém viva a esperançade que alguns responsáveis da Igrejarevejam a realidade.

Esperança! Não me angustio. ADeus pertencem os tempos e o universo.Deus tira proveito do erro ou daslimitações dos homens. E a intenção, avontade manifesta, a disponibilidadetotal, satisfazem plenamente ecompensam as outras falhas doshomens. Deus não está limitado pelacapacidade, iluminada ou mesquinha,dos decisores.

Amigo, não vejas nestas minhaspalavras um apelo ao conformismo, àaceitação passiva daquilo que nos parececontrariar os mais altos desígnios deDeus. Sempre: um não rotundo àrebelião! Mas nunca cruzar os braços edeixarmo-nos ir… Não! No tempo dePio XII, ninguém esperava o VaticanoII. Aconteceu. Uma surpresa! Alguémtinha esperança e mantinha a vela acesapara uma Igreja renovada: ‘serva epobre’. Não esperou em vão! Diantedos olhos o exemplo de Maria: semprepresente, na discrição.

Novos apelos do Espírito. Saberesperar! O caminho será longo. Nãoperscrutemos os tempos, nemantecipemos acontecimentos. Sejamosperseverantes. Não nos contentamoscom soluções fáceis. E o Espírito levar-nos-á por caminhos novos, para soluçõesfuturas, totalmente inesperadas –imprevisíveis. Ele está presente. Abramo-nos ao Espírito. Às vezes parece umfantasma. Não ter medo é caminho defé. “Senhor, aumenta a minha fé”.

Eu creio,Eu creio,Eu creio,Eu creio,Eu creio,Senhor!Senhor!Senhor!Senhor!Senhor!

opiniãoopiniãoopiniãoopiniãoopinião

J . S .J . S .J . S .J . S .J . S .

contra a

crise

económicaFórFórFórFórFórum «Curas Madrid» / Aditum «Curas Madrid» / Aditum «Curas Madrid» / Aditum «Curas Madrid» / Aditum «Curas Madrid» / Aditalalalalal

financiam os nossos eventos e,necessariamente, baixar o tom dascríticas, aceitando o dito: “Não podesmorder a mão que te alimenta.”Austeridade, comunhão de bens,consumo responsável, o uso da bancaética, apoio material, apoio emocional eespiritual para com os desempregados,a oferta de espaços e momentos paraencontros, para a festa, para a escuta daPalavra de Deus que sustenta a esperança,para a celebração da vida animada peloEspírito, são algumas ações quepodemos, baseados na justiça social ena Doutrina Social da Igreja.

3. Mostrar o rosto de uma Igreja

Samaritana e amável, mas inflexível coma injustiça. Queremos ser uma igreja queconforta, que dá esperança e quedenuncia a injustiça.

Para isso, fazemos do sofrimento donosso próximo algo que nosdesassossega e nos ocupa, tema dasnossas reflexões, da nossa oração (…).

Apostamos em alternativas (valoresdo Evangelho) aos valores materialistasdo capitalismo desenfreado (…).

4 . Colaborar com os grupos/

movimentos/iniciativas sociais quereivindicam os valores sociais (direitoshumanos).

«As alegrias e as esperanças, as tristezas eas angústias dos homens de nosso tempo,sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem,são por sua vez as alegrias e esperanças, tristezase angústias dos discípulos de Cristo» (GS 1).

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A qualquer instante, chegammensagens por correio eletrónico aoendereço do secretariado da Fraternitas– [email protected].

São todas bem-vindas.Divulgo esta, do associado n.º 7,

AlbertoJosé Parente d´Assumpção,Vice-Presidente da Assembleia Geral:

«Estimado amigo(a). Agradeço,desde já, a pronta disponibilidade emajudar. Junto envio um folheto quepoderá facilitar a divulgação entre os seusconhecimentos. Tenho igualmentedisponíveis desdobráveis que podereienviar pelo correio, se necessário.

Um abraçoAlberto D’Assumpção FRSAConteúdo do folheto:Albertod´Assumpção. Filho do

pintor Manuel D’Assumpção, nasceu emLisboa em 1956. Expõe regularmentedesde 1989, dedicando-se em exclusivoà pintura em 1990. É membro daRoyalSocietyofArts (RSA), de Londres.Com os artistas AdrianBayreuther,ConstantinSeverin, IzabellaPavlushko eOlga Dmytrenko constitui o GrupoInternacional “3º Paradigma”. Éigualmente membro da SociedadePortuguesa de Autores, do “InternationalIllustrated Letter Writing Society”, dogrupo “Artists For Peace”, do grupo“ArchetypalExpressionism” e do“MircaArtGroup”, Suécia. Estárepresentado nas colecções do Banco dePortugal, Fundação Cupertino de

Miranda, C. M. de Barcelos, C. M. deSousel, J.P.F., Casa de Pascoaes, Herdeirosdo poeta António Pinheiro Guimarãese em diversas entidades e colecçõesparticulares do País e do Estrangeiro. Éautor de diversos cartazes, capas depublicações e logótipos e tem obras suasreproduzidas em capas de livros.

Integrou o Júri de selecção da II eda III Bienal de Arte Jovem de VilaVerde. Foi seleccionado pelo JúriInternacional para participar na 4.ª BienalInternacional de Arte Contemporânea deFirenze – Itália. Foi selecionado paraparticipar no “BIRD 2005 InternationalArt Award”, Pequim – China e na 1.ªBienal Internacional de Arte de Chapingo,México.

É citado no “Dicionário de ArtistasPlásticos de Portugal” da Estar Editora,em “Artes Plásticas – Portugal” daAdrian Editora, em “Aspectos das ArtesPlásticas em Portugal – III”, “Arte – 98”e “Anuário Internacional de Arte 2003”de Fernando Infante do Carmo, estáreferenciado no “Arteguia – Directóriode Arte Espanha e Portugal”, no “Guiad’Arte”, no “Whoiswhoofthe PortugueseArtists”, da Sol Invictus Publicações, no“Anuário das Artes Plásticas” da EstarEditora, no “Artes 2001 – Directório deArtes Plásticas”, da Publicenter, no“Magazine das Artes Plásticas” nº1, em“Surrealismo abrangente – colecçãoparticular de Cruzeiro Seixas” FundaçãoCupertino de Miranda, em“Freedom&Art” e “PlanetHeart,PlanetArt”, ambos do MircaArtGroup,Suécia, em “International Dictionary ofArtists”, da WorldWideArtBooks, USA,e em “Privatsphären”, Viena, Austria.

Contactos: Urb. de S. Gemil, lote 9,4805-318 PONTE GMR

Telefone: 351 962 364 [email protected] w w. A r t Wa n t e d . c o m / A . D -

Assumpcaohttp://3rdparadigm.netRecordo que este Artista foi o autor

do logótipo da Fraternitas. Existimospara nos ajudarmos! Boa sorte!

3 de julho – Dia da inauguração doCentro Social “Nossa Senhora doAmparo”, da Fundação Cónego Filipede Figueiredo. O empreiteiro ManuelMatos da Prozinco, (também da Direcçãoda Fundação), entregou a obra, dandopor terminados os trabalhos. Num diaaberto à população, a obra contou coma presença do bispo de Aveiro, D.António Francisco dos Santos, para alémdas individualidades das váriasinstituições locais e regionais.

A Fraternitas esteve presente a conviteda anterior secretária da Liga dosAmigos, Paula Pomar, a quem muitoagradecemos. Segundo o prospectodistribuído, Lar de Idosos, Creche,Apoio Domiciliário e Centro de Dia sãoas valências a abrir brevemente. O localtem espaço para 45 idosos internos, 40no apoio domiciliário, 30 no Centro deDia e 33 crianças na Creche. Questionadose a qualidade da obra era destinada auma camada elitista da sociedade,Manuel de Matos garantiu que: “ NÃO.É uma obra para servir todas as pessoasque delas necessitarem. Claro que é umespaço que tem os seus custos, as coisasnão podem ser dadas gratuitamente, masnão é um espaço para os ricos, é paratodos”, frisou. Que ASSIM SEJA! É defacto uma obra com muita luz!… Masque a LUZ que sempre brilhou na pessoado fundador, ilumine e ampare ospassos de todos os que para elatrabalhem, porque o padre Filipe deFigueiredo era “um homem de Deuscom vocação para os marginalizados”,para os mais pobres…

MENS@GENS ELETRÓNIC@SMENS@GENS ELETRÓNIC@SMENS@GENS ELETRÓNIC@SMENS@GENS ELETRÓNIC@SMENS@GENS ELETRÓNIC@S

OBRA DO POBRA DO POBRA DO POBRA DO POBRA DO P.....eeeee FILIPE FILIPE FILIPE FILIPE FILIPE

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É neta do José Serafim A. de Sousae Maria da Graça. Nasceu no dia do 37.ºaniversário do Matrimónio dos avós. “Omais interessante é que eu profetizei queela iria nascer neste dia um mês antes. Eaconteceu, sem forçar nada… às 22h”,escreveu o avô “babado”.

Que graça de facto: há dois mil etantos anos, lá em Nazaré, nascia Mariade uma Ana, Santas.

Parabéns aos pais e aos avós daMariana.

notíciasnotíciasnotíciasnotíciasnotícias

Parabéns aos restantes pais e avós queexperimenta(ra)m este tipo de graça ousemelhante, nascimentos ou matrimónios…

Vão sendo muitos os associados quese encontram num estado de saúde maisou menos fragilizado. Cada ummereceria uma breve descrição para oseu caso, que alongaria o texto… Ficapara a Folha Informativa queacompanha o envio deste número doEspiral.

A melhor saúde para estes associadose seus cuidadores e as nossas orações.

NANANANANASSSSSCIMENTOCIMENTOCIMENTOCIMENTOCIMENTODDDDDA MARIANAA MARIANAA MARIANAA MARIANAA MARIANA

Realizou-se no dia 17 de setembro,no Seminário Diocesano de Leiria, aassembleia constitutiva da UASP (Uniãodas Associações dos Antigos Alunos dosSeminários Portugueses).

Projeto sonhado na preparação erealização do primeiro Congresso dosAntigos Alunos dos SemináriosPortugueses (abril de 2009) e referidonas Conclusões como “um sentimentogeneralizado para que seja dada algumasequência ao Congresso através de açõesque se venham a organizar no futuro”,foi amadurecendo nestes dois anos etomou a forma de União dasAssociações aderentes.

Dos espaços de encontro de antigosalunos dos Seminários Portugueses, 27(12 diocesanos e 15 religiosos) criaramalguma forma de organização. Destes,12 já aderiram ao projeto: 9 sãodiocesanos (Aveiro, Braga, Coimbra,Évora, Funchal, Lamego, Leiria-Fátima,Portalegre-Castelo Branco e Vila Real) e3 são religiosos (Franciscanos,Espiritanos e Combonianos); em fase dereestruturação e com intenção de aderirestão quatro associações dos semináriosreligiosos; outras duas disseram não estarinteressadas; quanto às restantes, umasaguardam pela decisão dos órgãoscompetentes e outras pela evolução doprojeto da UASP.

Esta nova estrutura nacional que, àdata da sua constituição, reunirá 44% dasAssociações de Antigos Alunos dosSeminários Portugueses, define-sejuridicamente como associação privadade fiéis e tem os seguintes objetivos:“fomentar a corresponsabilidade eclesiale a participação em projetos quepromovam a dignidade humana e osvalores evangélicos; congregar,coordenar e representar junto das

instituições eclesiais e dos organismosoficiais, a nível nacional e internacional,as suas associadas; defender e promovera solidariedade entre as suas associadasno respeito pela identidade de cada umadelas (artigo 2º dos Estatutos da UASP).

Da agenda da reunião constou aleitura e aprovação dos Estatutos, leiturada Ata da Constituição e sua assinaturapelos representantes das Associaçõesaderentes; celebração da Eucaristia,presidida por D. António Marto, bispo

de Leiria-Fátima e eleição dos órgãossociais para o primeiro triénio.

No horizonte deste fórum nacionaldas Associações de Antigos Alunos estánão só a vontade de fazer memória dasorigens, mas, sobretudo, de recorrer àexperiência comum, ainda que vivida deforma muito diversa, para refletir sobreo momento que nos é dado viver,acolher os seus desafios à luz doEvangelho e abrir perspetivas departicipação e compromisso nascomunidades cristãs e nos espaços sociaise culturais de que cada um de nós fazparte.

Assembleia constitutiva

da União das Associações dos

Antigos Alunos dos Seminários

Portugueses( UASP)

A SecretáriaA SecretáriaA SecretáriaA SecretáriaA Secretária

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página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: [email protected] * blogue: http://fraternitasmovimento.blogspot.com * e-mail: [email protected] * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: [email protected]

O que éa nova evangelização?O primeiro é que a expressão nova

evangelização é, semanticamente,tautológica, redundante, repetitiva.Vejamos: a palavra evangelização derivada palavra Evangelho que, na sua origemgrega, quer dizer boa nova/notícia/mensagem.

Desdobrando a expressão novaevangelização concluiríamos, então, queserá igual ou o mesmo que nova boanova/mensagem. Ora não há uma novaboa nova/mensagem ou seja não há um novoEvangelho; há sim um Evangelho (emquatro narrativas canónicas) que nosapresenta a mensagem de Jesus, pessoahumana e divina sempre nova nas suaspalavras, gestos, ações e relacionamentocom os outros. Ele é verdadeiramenteo Lógos, a Palavra encarnada, amorosa,criadora e renovadora de Deus.

Assim o que se devia pretender seriaa revitalização vivencial do Evangelho,sobretudo com novas praxis cristãs,novos comportamentos, formas de agir,processos, técnicas e meios de anunciara mensagem de Amor que Jesus veiotrazer ao mundo, para os homens detodos os tempos. Nos Evangelhos,principalmente no de João, isto estácondensado nas ações e palavras deJesus, durante a última ceia onde Ele quercomo que resumir e deixar bem gravado

na cabeça dos Apóstolos e discípulos oessencial do que será ser Seu amigo: aprática, a vivência incondicional doAmor, palavra-chave do NovoTestamento que, então, Ele lhes/nosdeixou.

Abordandoa reforma lítúrgicaO segundo é uma ligeira discordân-

cia com o que o pároco diz na sua en-trevista, a propósito das obras feitas namatriz de Vagos. Tem a ver com a cen-tralidade do Altar da Eucaristia e doambão da Palavra.

O Vaticano II assim o propôs de talmodo que a Eucaristia – vulgo missa,termo que já devia ter entrado em de-suso – fosse não com o presidente daassembleia de costas voltadas para amesma, mas de frente, de olhos nosolhos. E ainda que a Palavra seja pro-clamada na língua vernácula de cadapovo. E com isto nada se perde do mis-tério de fé que, mesmo assim, esta cele-bração litúrgica continua a ser e a ter.Não é, pois, necessário entrar em para-nóias de ocultismos ou dizer coisas to-talmente inacessíveis à compreensão daAssembleia, pela barreira de uma línguacomo atualmente o Latim. Já bem bas-ta o carácter fechado e de difícil com-preensão das leituras propostas em cadaEucaristia, para quem tem pouca for-

mação bíblica. Essa de muitos liturgistasda atualidade quererem cultivar o mis-tério intrínseco à celebração eucarísticaà custa de um regresso a práticas dostempos tridentinos não passa de um sau-dosismo bacoco da Igreja triunfalistaanterior ao Vaticano II, hoje quaseobnubilado, com grande responsabilida-de da hierarquia.

Além do mais, tais atitudes estãocontra o espírito da Constituição sobrea Sagrada Liturgia do Concílio VaticanoII e a subsequente ConstituiçãoApostólica Missale Romanum, de Paulo VI,que promulga o Missal: “Queremostambém que tudo quanto nestaConstituição fica estabelecido e prescritotenha força de lei, agora e para ofuturo, não obstando, se for caso disso,as Constituições e OrdenaçõesApostólicas dos nossos Predecessores,

Li, há tempos, um apelo doLi, há tempos, um apelo doLi, há tempos, um apelo doLi, há tempos, um apelo doLi, há tempos, um apelo doCorreio do VougaCorreio do VougaCorreio do VougaCorreio do VougaCorreio do Vouga, jornal da, jornal da, jornal da, jornal da, jornal dadiocese de Aveiro, aos leitores,diocese de Aveiro, aos leitores,diocese de Aveiro, aos leitores,diocese de Aveiro, aos leitores,diocese de Aveiro, aos leitores,para transmitirem aospara transmitirem aospara transmitirem aospara transmitirem aospara transmitirem aosresponsáveis pelo mesmo a suaresponsáveis pelo mesmo a suaresponsáveis pelo mesmo a suaresponsáveis pelo mesmo a suaresponsáveis pelo mesmo a suareação ou sentir sobre os temasreação ou sentir sobre os temasreação ou sentir sobre os temasreação ou sentir sobre os temasreação ou sentir sobre os temasque aí são escritos. Neste sentidoque aí são escritos. Neste sentidoque aí são escritos. Neste sentidoque aí são escritos. Neste sentidoque aí são escritos. Neste sentidoe no espírito da preconizada e no espírito da preconizada e no espírito da preconizada e no espírito da preconizada e no espírito da preconizada novanovanovanovanova

evangelizaçãoevangelizaçãoevangelizaçãoevangelizaçãoevangelização , gostaria de tecer, gostaria de tecer, gostaria de tecer, gostaria de tecer, gostaria de teceros seguintes comentários.os seguintes comentários.os seguintes comentários.os seguintes comentários.os seguintes comentários.

NOVA(?) EVANGELIZAÇÃO

Fernando NevesFernando NevesFernando NevesFernando NevesFernando Neves

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página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: [email protected] * blogue: http://fraternitasmovimento.blogspot.com * e-mail: [email protected] * página oficial na Internet: www.fraternitas.pt * e-mail: [email protected]

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ou quaisquer outras prescrições, aindaque dignas de especial menção ouderrogação.”

Cincopedrinhas mágicasO terceiro e último comentário é

sobre As cinco pedrinhas mágicaspropostas para atingir a graçasantificante: 1.ª) A vivência da Eucaristia.2.ª) A confissão. 3.ª) O rosário. 4.ª)Leitura e estudo da Bíblia. 5.ª) Jejum.

Desconfio que fossem estas asprioridades sequenciais de Jesus.

Com a primeira até concordo, masnuma Eucaristia como celebravam osapóstolos e discípulos (entenda-secomunidade cristã), fazendo memóriade Jesus e a partilha do pão por Elemesmo proclamada: “Dai-lhes, vósmesmos, de comer”.

Quanto à segunda, continuainteriorizado o espírito tribunalesco dotridentino (muito custa a dar o passo emfrente para o Vaticano II!). Então nãodevia, ao menos, ser reconciliação?

Quanto ao terceiro, bem mal! Entãojá nem só o terço? E mesmo assimlembrar que esta prática popular de rezar(recitar, dizer de cor; não orar!), vem dostempos em que o povo não sabia ler enão teria, por isso, muitas outras formaspalpáveis de praticar/viver a suareligiosidade, aprofundar a sua fé ecultura bíblica. Por isso a Igreja tornouaconselhável essa devoção. Em todo ocaso, é bom lembrar que ela tem muitode semelhante ao que o próprio Jesuscensura quando diz que não é com odizer muitas palavras (distraída emecanicamente), sem uma verdadeirarelação do emissor (pessoa orante, quesabe e pensa o que diz – caso contrárioserá uma conversa tola) com o recetor(Deus, a Quem mesmo no Seu silêncioentendemos como nosso dialogante) quese é agradável aos olhos de Deus.

Quanto à Palavra de Deus estárelegada, postergada para sítio nenhum,que não é o seu. Não ficaria nada malestar mesmo em primeiro lugar, pois,como diz S. Paulo, “fides ex auditu” “a fénasce do que é ouvido, proclamado,lido”. E os católicos apostólicosromanos, na generalidade, leem muitopouco a Bíblia. Se ao menos, em cadadia, fizessem as leituras que estão nomissal quotidiano! Mas quantos o farão?E sem fé prévia, nem a própriaEucaristia tem sentido. Não seria, pois,nada mau propagandear a necessidadeda leitura da Bíblia de modo que estafosse mais ´obrigatória` do que a rezado terço. Muitas pessoas declaram naPenitência como ´pecado`(?) o não terrezado o terço. Mas quantas fazem omesmo sobre a leitura da Palavra deDeus?

Sobre a última pedrinha (o jejum) oque é essencial é que ele deve contribuirpara nos tornar “solidários, pois o quenão comemos devemos dar em esmola”.Diria: partilhar ainda muito mais do que

as economias fruto das refeições eco-nómicas que sempre devemos fazer.Não são as outras coisas que se dizemque dão o valor ao jejum. Jejuar, vestir-se com sacos, de anjinho ou outrosquejandos, fazer peregrinações ouprocissões mais ou menos folclóricas,esfarrapar o corpo, os pés e os joelhos,fazer sacrifícios, será isso que agrada aoSenhor? “O jejum que Me agrada nãoserá antes este: quebrar as cadeias injustas,desatar os laços da servidão, por emliberdade os oprimidos… repartir o teupão com o faminto, dar casa aos pobressem abrigo, levar roupa aos que não têmque vestir e não voltar as costas ao teusemelhante?” (ver Is 58, 1-9)

Assim, se viverá o “dom maisexcelente” de que fala S. Paulo: aCaridade. Posso rezar muito, cumprirtodas as minhas obrigações religiosas emais algumas “Mas se não tiverCaridade, nada valho”, como discípulode Jesus. Serei só blá-blá, como o sinoque toca e faz tanto barulho que, porvezes, só incomoda.

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O amor sofre de uma separaçãonefasta não só na mentalidade domundo secularizado, mas também,do lado oposto, entre os crentes e,em particular, entre as almasconsagradas. Poderíamos formular asituação, simplificando ao máximo,assim: temos no mundo um erossem ágape; e entre os crentes, temosfrequentemente um ágape sem eros.

O eros sem ágape é um amorromântico, mas comumentepassional, até violento. Um amorde conquista, que reduzfatalmente o outro a objeto dopróprio prazer e ignora todadimensão de sacrifício, defidelidade e de doação de si. Não épreciso insistir na descrição desseamor, porque se trata de umarealidade que temos todo dia diantedos nossos olhos, propagandeadacom estrondo pelos romances,filmes, novelas, internet, revistas. Éo que a linguagem comum entende,hoje, com a palavra “amor”.

Para nós é mais útil entender o quesignifica ágape sem eros. Na música,existe uma diferenciação que pode nosajudar a ter uma ideia: a diferença entreo jazz quente e o jazz frio. Eu li certa vezessa caracterização dos dois géneros, massei que não é a única possível. O jazzquente (hot) é o jazz apaixonado, ardente,expressivo, feito de ímpetos, de senti-mentos e, portanto, de improvisaçõesoriginais. O jazz frio (cool) é o profis-sional: os sentimentos se tornam

repetitivos, o estro é substituído pelatécnica, a espontaneidade pelovirtuosismo.

Com base nessa distinção, oágape sem eros é um “amor frio”, umamar parcial, sem a participação doser inteiro, mais por imposição davontade do que por ímpeto íntimodo coração. Um entrar num cenáriopredefinido, em vez de criar umpróprio, realmente irrepetível, comoirrepetível é cada ser humano peranteDeus. Os atos de amor voltados paraDeus parecem aqueles de namoradosdesinspirados, que escrevem à amadacartas copiadas de modelos prontos.

Se o amor mundano é um corposem alma, o amor religioso praticadoassim é uma alma sem corpo. O serhumano não é um anjo, um espíritopuro; é alma e corpo substancialmente

unidos: tudo o que ele faz, amarinclusive, tem que refletir essaestrutura. Se o componente humanoligado ao tempo e à corporeidade ésistematica-mente negado oureprimido, a saída será dúplice: ouseguir adiante aos arrastos, por sensode dever, por defesa da própriaimagem, ou ir atrás de compensaçõesmais ou menos lícitas, chegando atéos dolorosíssimos casos que estãoafligindo atualmente a Igreja. Nofundo de muitos desvios morais dealmas consagradas, não é possívelignorá-lo: há uma concepçãodistorcida e retorcida do amor.

Temos, então, um duplomotivo e uma dupla urgência deredescobrir o amor na sua unidadeoriginal. O amor verdadeiro eintegral é uma pérola encerrada entreduas conchas: o eros e o ágape. Estasduas dimen-sões do amor não podemser separa-das sem destruí-lo, comoo hidro-génio e o oxigénio nãopodem ser separados sem se privaremda água.

IINCOMPATIBILIDADESA reconciliação mais importante

entre as duas dimensões do amor éprática. É aquela que acontece na vidadas pessoas, mas, para ser possível, elaprecisa começar pela reconciliação entreo eros e o ágape inclusive teoricamente,na doutrina. Isto nos permitirá conhecerfinalmente o que é que se entende porestes dois termos tão comumente

AS DUAS FACES DO AMOR:EROS E ÁGAPEPPPPP.e Ranier.e Ranier.e Ranier.e Ranier.e Raniero Canto Canto Canto Canto Cantalamessa,alamessa,alamessa,alamessa,alamessa,

O F M C a pO F M C a pO F M C a pO F M C a pO F M C a p

Há um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito doHá um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito doHá um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito doHá um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito doHá um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito doamoramoramoramoramor. A secularização do amor consis. A secularização do amor consis. A secularização do amor consis. A secularização do amor consis. A secularização do amor consisttttte em separe em separe em separe em separe em separar o amor humano de Deus, em tar o amor humano de Deus, em tar o amor humano de Deus, em tar o amor humano de Deus, em tar o amor humano de Deus, em todas as fodas as fodas as fodas as fodas as formas desseormas desseormas desseormas desseormas desse

amoramoramoramoramor, reduzindo-o a algo mer, reduzindo-o a algo mer, reduzindo-o a algo mer, reduzindo-o a algo mer, reduzindo-o a algo meramentamentamentamentamente “profano”, onde Deus sobre “profano”, onde Deus sobre “profano”, onde Deus sobre “profano”, onde Deus sobre “profano”, onde Deus sobra e até incomoda.a e até incomoda.a e até incomoda.a e até incomoda.a e até incomoda.Mas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com oMas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com oMas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com oMas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com oMas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com omundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dosmundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dosmundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dosmundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dosmundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dosseus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nelaseus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nelaseus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nelaseus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nelaseus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nela

que nós também nos colocamos para estas reflexões.que nós também nos colocamos para estas reflexões.que nós também nos colocamos para estas reflexões.que nós também nos colocamos para estas reflexões.que nós também nos colocamos para estas reflexões.

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usados e subentendidos.A importância da questão nasce

do facto de existir uma obra quepopularizou em todo o mundocristão a tese oposta da incon-ciliabilidade das duas formas deamor. É o livro do teólogo luteranosueco Anders Nygren, intituladoEros e Ágape. Podemos resumir opensamento dele nestes termos: erose ágape designam dois movimentosopostos. O primeiro indica ascensãoe subida do homem para Deus e parao divino como próprio bem e própriaorigem; o outro, o ágape, indica adescida de Deus até o homem coma encarnação e a cruz de Cristo, e,portanto, a salvação oferecida aohomem sem mérito nem resposta desua parte, a não ser a fé e somente afé. O Novo Testamento fez umaescolha precisa, usando, paraexprimir o amor, o termo ágape, erefutando o termo eros.

Foi São Paulo quem recolheu eformulou com mais pureza essadoutrina do amor. Depois dele, aindasegundo a tese de Nygren, essa antíteseradical se perdeu para dar lugar atentativas de síntese. Assim que ocristianismo entra em contato culturalcom o mundo grego e a visão platônica,já com Orígenes, há uma reavaliação doeros, como movimento ascensional daalma rumo ao bem e ao divino, comoatração universal exercitada pela belezae pelo divino. Nesta linha, o PseudoDionísio Areopagita escreverá que “Deusé eros” [1], substituindo com este termoo ágape da célebre frase de João (I Jo,4,10).

No ocidente, uma sínteseanáloga foi feita por Agostinho coma doutrina da caritas, entendidacomo doutrina do amor descendentee gratuito de Deus pelo homem(ninguém falou da “graça” com maisforça do que ele), mas também comoanseio do homem pelo bem e porDeus. É dele a afirmação: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e inquieto está

o nosso coração até descansar em ti”[2]. Também é dele a imagem doamor como um peso que atrai aalma, como por força de gravidade,para Deus, como ao lugar do própriorepouso e prazer [3]. Tudo isso, paraNygren, insere um elemento doamor de si, do próprio bem, e,portanto, de egoísmo, que destrói apura gratuidade da graça; é umarecaída na ilusão pagã de fazer asalvação consistir numa ascensão aDeus, em vez de na gratuita eimotivada descida de Deus até nós.

Prisioneiros desta impossível sínteseentre eros e ágape, entre amor de Deuse amor de si, são, para Nygren, SãoBernardo, quando define o grausupremo do amor de Deus como um“amar a Deus por si mesmo” e um“amar a si mesmo por Deus” [4]; SãoBoaventura, com seu ascensionalItinerário da mente para Deus; e SãoTomás de Aquino, que define o amorde Deus infuso no coração do batizado(cf. Rom, 5,5) como “o amor com queDeus nos ama e nos faz amá-lo” (amorquo ipse nos diligit et quo ipse nosdilectores sui facit) [5]. Isto viria asignificar que o homem, amado por

Deus, pode, por sua vez, amar a Deus,dar-lhe algo de seu, o que destruiria aabsoluta gratuidade do amor de Deus.No plano existencial, ainda de acordocom Nygren, o mesmo desvio acontecena mística católica. O amor dos místicos,com a sua fortíssima carga de eros, nadaé, para ele, senão amor sensualsublimado, uma tentativa de estabelecercom Deus uma relação de presunçosareciprocidade em amor.

Quem rompeu a ambiguidade edevolveu à luz a pura antítesepaulina, segundo o autor, foi Lutero.Fundamentando a justificação ape-nas na fé, ele não excluiu a caridadedo momento-base da vida cristã,como o acusa a teologia católica;antes, libertou a caridade, o ágape,do elemento espúrio do eros. Àfórmula do “somente a fé”, comexclusão das obras, corresponderia,em Lutero, a fórmula do “somenteo ágape”, com exclusão do eros.

Não me cabe estabelecer se o autorinterpretou corretamente neste ponto opensamento de Lutero, que, deve-sedizer, nunca pôs o problema em termosde contraste entre eros e ágape comofez com fé e obras.

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O contragolpe desta operação éa radical mundanização esecularização do eros. Enquantocerta teologia retirava o eros doágape, a cultura secular era bem feliz,ao retirar o ágape do eros, ou seja,ao retirar do amor humano todareferência a Deus e à graça. Freudapresentou para isto uma justificaçãoteórica, reduzindo o amor a eros e oeros a libido, uma mera pulsão sexualque luta contra toda repressão einibição. É o estágio a que se reduzhoje o amor em muitas manifesta-ções da vida e da cultura, princi-palmente no mundo do espetáculo.

RETORNO À SINTESESe não podemos mudar de uma vez

a ideia de amor que o mundo possui,podemos, sim, corrigir a visão teológica,que, sem querer, a favorece e legitima.É o que fez de maneira exemplar o PapaBento XVI com a encíclica Deus caritasest. Ele reafirma a síntese católicatradicional expressando-a com ostermos modernos. “Eros e ágape”,lemos ali, “amor ascendente e amordescendente, não se deixam jamaisseparar de todo um do outro [...]. A fé

bíblica não constrói um mundo paraleloou um mundo contraposto ao originalfenômeno humano que é o amor, masaceita o homem todo, intervindo na suaprocura pelo amor para purificá-la,destruindo, em paralelo, novasdimensões suas” (7-8). Eros e ágapeestão unidos à própria fonte do amor,que é Deus: “Ele ama”, segue o textoda encíclica, “e este seu amor pode serqualificado certamente como eros, que,no entanto, é também e totalmenteágape” (9).

Entende-se o acolhimentoinsolitamente favorável que estedocumento pontifício encontroumesmo nos ambientes leigos maisabertos e responsáveis. Dá esperançaao mundo. Corrige a imagem de umafé que toca o mundo em tangente,sem penetrá-lo, com a imagemevangélica da levedura que faz amassa fermentar; substitui a ideia deum reino de Deus que veio julgar omundo pela de um reino de Deus queveio salvar o mundo, começandopelo eros que é a sua forçadominante.

O Novo Testamento evitou a palavra“eros” como o pregador de hoje evita

o termo erótico, ou, se o emprega, éem sentido negativo. O motivo é que,tanto naquele tempo como agora, apalavra evoca o amor na sua expressãomais egoísta e sensual [7].

Tão logo o cristianismo entra emcontato e diálogo com a culturagrega daquele tempo, cai por terrade imediato, como já vimos, todapreclusão quanto ao eros. Ele éusado com frequência, nos autoresgregos, como sinônimo de ágape, eempregado para indicar o amor deDeus pelo homem, como também oamor do homem por Deus, o amorpelas virtudes e por tudo o que ébelo. Basta, para nos convencermosdisso, uma simples olhada no LéxicoPatrístico Grego, de Lampe [8]. Osistema de Nygren e Barth,portanto, foi construído sobre umafalsa aplicação do assim chamadoargumento “ex silentio”.

EROS PARA CONSAGRADOSO resgate do eros ajuda acima de

tudo os enamorados humanos e osesposos cristãos, mostrando a beleza ea dignidade do amor que os une. Ajudaos jovens a experimentar o fascínio dooutro sexo não como coisa turva, a servivida às costas de Deus, mas, aocontrário, como um dom do Criadorpara a sua alegria, desde que vivido naordem querida por Ele. Na sua encíclica,o papa acena ainda para esta funçãopositiva do eros sobre o amor humanoquando fala do caminho de purificaçãodo eros, que leva da atraçãomomentânea ao “para sempre” domatrimônio (4-5).

Mas o resgate do eros deve ajudartambém aos consagrados, homens emulheres. Eu acenei no início aoperigo que as almas religiosas corremde um amor frio, que não desce damente para o coração. Um sol deinverno, que ilumina, mas nãoaquece. Se eros significa ímpeto,desejo, atração, não devemos termedo dos sentimentos, nem muito

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menos desprezá-los e reprimi-los.Quando se trata do amor de Deus,escreveu Guilherme de Saint Thierry,o sentimento de afeto (affectio) étambém graça; a natureza não podeinfundir um sentimento assim [9].

Os salmos estão cheios desse anseiodo coração por Deus: “A ti, Senhor, euelevo a minh’alma...”. “A minh’alma temsede de Deus, do Deus vivente”. “Presteatenção”, diz o autor da Nuvem do nãoconhecimento, “a este maravilhosotrabalho da graça na tua alma. Ele não ésenão impulso imprevisto, que surge semaviso e aponta diretamente para Deus,como uma centelha que se desencarcerado fogo... Golpeie essa nuvem do nãoconhecimento com a flecha afiada dodesejo de amor e não esmoreça, ocorrao que ocorrer” [10]. É suficiente, paratanto, um pensamento, um movimentodo coração, uma jaculatória.

Deus deu-nos o próximo paraamarmos. “Ninguém jamais viu aDeus; se amarmos uns aos outros,Deus permanece em nós e o seuamor se torna perfeito em nós.Quem não ama o próprio irmão, aquem vê, não pode amar a Deus, aquem não vê” (1 Jo 4, 12-20). Masdevemos ficar atentos para não saltaruma fase decisiva: antes do irmão quevemos, há outro que também vemose tocamos: o Deus feito carne, JesusCristo! Entre Deus e o próximo

Notas: 1 Pseudo Dionísio Areopagita, Os nomes divinos, IV,12 (PG, 3, 709 em diante.)2 S. Agostinho, Confissões I, 1.3 Comentário ao evangelho de João, 26, 4-5.4 Cf. S. Bernardo, De diligendo Deo, IX,26 –X,27.5 S. Tomás de Aquino, Comentário à Carta aos Romanos, cap. V, liç.1, n. 392-293; cf. S. Agostinho, Comentário à Primeira Carta de João,

9, 9.6 K. Barth, Dogmática eclesial, IV, 2, 832-852.7 O sentido que os primeiros cristãos davam à palavra eros se deduz do famoso texto de S. Inácio de Antioquia, Carta aos Romanos, 7,2:

“O meu amor (eros) foi crucificado e não há em mim fogo de paixão…não me atraem o nutrir corrupção e os prazeres desta vida”. “O meueros” não indica aqui Jesus crucificado, mas “o amor de mim mesmo” , o apego aos prazeres terrenos, na linha do paulino “Fui crucificado comCristo, não sou mais eu que vivo” (Gal 2, 19 s.).

8 Cf. G.W.H. Lampe, A Patristic Greek Lexicon, Oxford 1961, pp.550.9 Guilherme de St. Thierry, Meditações, XII, 29 (SCh 324, p. 210).10 Anônimo, A nuvem do nao conhecimento, trad. Italiana, Ed. Áncora, Milão, 1981, pp. 136.140.11 S. João Clímaco, A escada do paraíso, XV,98 (PG 88,880).12 N. Cabasilas, Vida em Cristo, VI, 4 .Santo - diz o texto do Concílio Vaticano II - de um modo conhecido por Deus, dá a todos a

oportunidade de estar associados ao mistério pascal” [3].

existe o Verbo feito carne, que reuniuos dois extremos numa só pessoa. Énele que o próprio amor ao próximoencontra o seu fundamento: “Foi amim que o fizestes”.

O que significa tudo isto pelo amorde Deus? Que o objeto primário nonosso eros, da nossa busca, desejo,atração, paixão, deve ser o Cristo. “AoSalvador é pré-ordenado o amorhumano desde o princípio, como ao seumodelo e fim, como uma urna tãogrande e tão ampla que pudesse acolhera Deus [...] O desejo da alma éunicamente de Cristo. Aqui é o lugar doseu repouso, porque só Ele é o bem, averdade e tudo quanto inspira amor”.Não quer dizer restringir o horizonte doamor cristão de Deus a Cristo; querdizer amar a Deus do jeito que Ele querser amado. “O Pai vos ama porque vósme amais” (Jo 16, 27). Não se trata deum amor quase por procuração, pormeio do qual quem ama Jesus “é comose” amasse o Pai. Não. Jesus é ummediador imediato; amando a Ele,amamos, ipso facto, o Pai. “Quem mevê, vê o Pai”; quem me ama, ama o Pai.

A beleza e a plenitude da vidaconsagrada depende da qualidade donosso amor por Cristo. É só o quepode nos defender dos altos e baixosdo coração. Jesus é o homemperfeito; nele se encontram, em grauinfinitamente superior, todas aquelas

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qualidades e atenções que umhomem procura numa mulher e umamulher no homem. O amor dele nãonos elimina necessariamente asedução das criaturas e, em parti-cular, a atração do outro sexo (elafaz parte da nossa natureza, que Elecriou e não quer destruir). Mas nosdá a força para vencer essas atraçõescom uma atração mais forte.“Casto”, diz São João Clímaco, “équem afasta o eros com o Eros” [11].Neste mundo, damos a Deus o querecebemos dele. “Nós amamos porqueEle nos amou primeiro” (1 Jo 4, 19). Oamor que damos a Cristo é o seu próprioamor por nós, que devolvemos a Ele,como o eco nos devolve a nossa voz.

Onde está então a novidade e abeleza deste amor que chamamoseros? O eco reenvia para Deus o seupróprio amor, mas enriquecido,colorido e perfumado com a nossaliberdade. E é tudo o que Ele quer.A nossa liberdade lhe paga tudo. Enão só isto, mas, coisa inaudita,escreve Cabasilas, “recebendo denós o dom do amor em troca de tudoo que Ele nos deu, Ele ainda sereputa nosso devedor” [12]. A teseque contrapõe eros e ágape se baseiaem outra conhecida contraposição:a contraposição entre graça eliberdade, e, mais ainda, na negaçãoda liberdade no homem decaído.

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Conheci o Luís António Gouveia, ea sua mulher Maria do Carmo, claro está,naquele já longínquo mês de abril de1997, no terceiro encontro de pdrescasados e suas mulheres, orientado peloentão bispo de Beja, D. Manuel Falcão,na Casa de N.ª Sr.ª do Carmo, emFátima.

O grupo era muito reduzido, porquea escolha da data não fora a melhor, ecuriosamente foi nesse encontro que se

«A Fraternitas deve-lhe imenso»«Sempre admirei nele o enorme rigor

e a total dedicação com quedesempenhava as suas funções, e

ao mesmo tempo a sua grandedimensão como pessoa, como

marido e pai, e como membro ativoda Igreja local», partilha Vasco

Fernandes, num testemunho sobreLuís António Gouveia, que faleceu a

6 de Junho transato.

decidiu chamar ao nosso grupoFraternitas, foi esboçado pelo AlbertoVideira o logotipo, e se decidiu quedesejávamos ser Movimento e não meraAssociação.

O Luís Gouveia, quando chegou asua vez de partilhar, deu-nos um belotestemunho de vida, muito construtivo,

demonstrando um grande Amor àIgreja e uma profunda vivência de Fé, edesde logo comecei a simpatizar comele. Pareceu-me um homemextremamente calmo, muitíssimoorganizado em tudo, meticuloso até aomais pequeno pormenor, possuidor degrandes qualidades humanas e de umasimpatia contagiante. Como o retiro nãoera em silêncio, tivemos oportunidadede conversar entre todos, quer nasrefeições quer nos corredores, e tantoele como a Maria do Carmo ficaramdesde logo nossos amigos.

Já nos tínhamos encontrado emgrupo com outros padres dispensadosdo ministério, no primeiro retirorealizado em Fátima, em agosto de 1996,a convite do P.e Filipe de Figueiredo, deÉvora. Aquele fora um desafio que nosmotivou e, por isso, voltámos.

Sucederam-se muitos outrosencontros, quer no Porto, a nível mais

VVVVVascascascascasco Fero Fero Fero Fero Fernnnnnandesandesandesandesandes

Ermesinde, 15 de abril de 2011«(…) Juntamente com o «Espiral»–

ansioso por o receber e tão completo, desde oEditorial do nosso Presidente (…), com osdiversos e distintos colaboradores, até àresenha literária (…) sobre os livros dosnossos associados, recebi o convite para oEncontro Nacional (…).

Mui tristemente por não poder participar,visto estar a ser operado na substituição derevisão à prótese da anca esquerda noHospital da Arrábida em Vila Nova deGaia, no dia 18 de abril, com a estabilizaçãode não poder andar em transportes públicosdurante dois meses, e três meses sem conduzir.

Por outro lado, estou contente por mealiviarem o sofrimento em que me encontro,com o joelho esquerdo sempre dorido e já comqueixas da perna direita (tornozelo),valendo-me do apoio duma bengala para

continuar a andar.E muito feliz estou, por saber que mais

um Bispo orienta o XVIII Encontro Nacional– o D. Gilberto – Bispo de Setúbal, um dos“ESTAGIÁRIOS” na nossa Diocese doPorto, e com a eleição de Corpos Gerentes parao triénio de 2011 a 2013.

Sumamente ainda estarei muito maissatisfeito, (…), e quem sabe um dia as mulheresserem admitidas ao Sacerdócio Ministerial(porventura a Virgem Maria – NossaSenhora não foi uma delas?) na IgrejaCatólica, como já acontece em algumas dasIgrejas Cristãs.

(…)Transmita a todos os participantes as

preocupações do 1º Tesoureiro da nossaAssociação, para que a“FRATERNITAS” se torne umMovimento providencial no futuro da IgrejaCatólica.

De mim próprio e da minha esposa Mariado Carmo (…), um ABRAÇO retributivomui fraternal.

Última carta doLuís Gouveia

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No dia 6 de julho, nasceu para o Céua Maria Lúcia Guedes da Costa Valente,esposa de Dr. Francisco Carlos MartinsValente.

A Maria Lúcia tinha sido operada aos15 anos a um pulmão que mais tardefoi retirado. Sofria de problemas cárdio-respiratórios, usando um aparelho paraa oxigenação....

Tinha 78 anos. Nasceu na freguesiado Barqueiro, Mesão Frio, a mesma donascimento e ordenação do marido.

Ao Francisco e aos três filhos do casal– Francisco, Domingos e Graça –endereçamos as sentidas condolências,e as palavras de Luís Gonzaga:

«Só morre quem renuncia a Vida. AMaria Lúcia Viveu, Vive e Viverá.Continuará a encher de luz e de encantocada espaço por ela calcorreado. Elacontinuará bem presente no coração doseu marido, filhos e amigos.»

«Continuará a encher de luze de encanto»

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ASSEMBLEIAASSEMBLEIAASSEMBLEIAASSEMBLEIAASSEMBLEIA

GERALGERALGERALGERALGERAL

extraordináriaextraordináriaextraordináriaextraordináriaextraordináriaA realizar no dia 2 de outubro de

2011 (domingo), pelas 9h45, noSeminário do Verbo Divino, emFátima, com a seguinte ordem detrabalhos: 1 – Apreciação e votação daacta da última reunião.

2 – Informações.3 – Discução e deliberação quanto

à viabilidade da abertura da Fraternitasa consagradas e consagrados nãoordenados.

4 – Outros assuntos.

programaENCONTRONACIONAL

Fátima - Seminário do VerboDivino (Rotunda Norte)

Tema: Mulheres no mundo e naIgreja: o que mudou? O que falta

mudar?

Dia 30 de setembro (6.ª-feira)20h00 – Jantar, antecedido de

acolhimento21h15 – Informações.Diálogo sobre a(s) vida(s) na Fraternitas22h00 – Descanso

Dia 1 de outubro (sábado)8h30 – Pequeno-almoço9h00 – Laudes. Exposição do

Santíssimo10h15 – Encontro13h00 – Almoço15h15 – Encontro19h30 – Vésperas20h00 – Jantar21h15 – Tertúlia fraternal

Dia 2 de outubro (domingo)8h30 – Pequeno-almoço9h00 – Laudes9h45– ASSEMBLEIA GERAL12h00 – Eucaristia, com ensaio prévio13h00 – Almoço

» regional, quer em Fátima, a nível nacional.Mais tarde, na formação da primeiraDireção, presidida pelo João EvangelistaSimão, o Luís Gouveia foi convidado eaceitou generosamente ser o tesoureirodo Movimento. Não vou aqui fazer ahistória do desenvolvimento desse grupo,nem dos passos que levaram a que seconstituísse em “Movimento” formal,que mais tarde – em maio de 2000 –seria aprovado pela ConferênciaEpiscopal Portuguesa.

Mas o facto da minha mulher – Isabel– ser a secretária e o Luís Gouveia otesoureiro, da primeira Direção,naturalmente que nos aproximou e, porisso, contactámos muito mais vezes doque com a maioria de outros casaiselementos da Fraternitas, visitámo-nosmutuamente e conhecemo-nos muitomelhor.

Sempre admirei nele o enorme rigore a total dedicação com quedesempenhava as suas funções, e aomesmo tempo a sua grande dimensãocomo pessoa, como marido e pai, ecomo membro ativo da Igreja local.

Quando, por motivos de saúde, teveque ser substituído na estrutura de umanova Direção da Fraternitas, nem por issodeixou nunca de estar disponível paratudo aquilo em que pudesse colaborar.E como pessoa muito meticulosa,anotava tudo quanto consideravaimportante e tornava-se por isso a nossamelhor “memória” para todos ospormenores da evolução do Movimentoem todas as suas fases.

Infelizmente, as frequentesintervenções cirúrgicas a que teve de sesubmeter, privaram-nos muitas vezes deconviver com ele em encontros e retiros,quer a nível regional quer a nível nacional.Mas nunca foi por comodismo oumenos vontade de estar presente, esempre nos fez saber quão dolorosaseram essas suas ausências. Quando estavaum pouco melhor e se conseguialocomover, mesmo com dores e esforço,aproveitava para nos acompanhar nasatividades que fazíamos, sempre com omesmo espírito construtivo e animadorque lhe era característico. Todos o

estimávamos muito, mas sobretudoaqueles que com ele trabalharam deperto na criação e consolidação daFraternitas.

Uma das belas recordações quedele guardo é de quando o fui buscara Ermesinde para o funeral, emFelgueiras, do nosso querido colegae sócio da Fraternitas DomingosMoreira, já há um par de anos. Nessaviagem tive a oportunidade de sentir,mais uma vez, como ele era pordentro, tão enriquecedor e tãoprofundo. E não posso esquecer que,ao chegar a casa dele, fez questão deme pedir para aguardar um instante,para que pudesse ir buscar ao seuapartamento a neta que ele adorava,porque queria que ela me conhecessee eu a ela. Foi enternecedor ecomovente e uma prova da especialamizade que me dedicava. Nuncaesquecerei esse detalhe.

Nas últimas semanas em queesteve em coma induzido no Hospitalde S. João, e dado que faço lá duasmanhãs semanais de voluntariado,procurei ir sempre saber empormenor notícias dele ao serviçoespecializado em que estava internado,e foi precisamente falando com umadas enfermeiras no sábado de manhãa seguir ao seu falecimento, que soubeque o Pai o tinha finalmente chamadopara o grande e eterno Abraço.

No meu coração, na minhamemória, e na minha amizade sincera,o Luís Gouveia continuará semprevivo, e procurarei fazer sentir istomesmo à sua querida Maria doCarmo, e aos seus filhos e neta.

Tive a felicidade de poderacompanhar o seu corpo já depoisda chegada junto de Deus, e de cantarno pequeno coro improvisado naMissa de Corpo Presente na Paróquiade Ermesinde.

A Fraternitas deve-lhe imenso, ecada um de nós só pode dar graças aDeus por ter conhecido e convividocom esta pessoa extraordinária aolongo destes últimos anos.

Até sempre, Luís!

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Senhor, temos presente na memória e no coração, na fé,esperança e caridade, os que Te levaram, outrora, a fazerchover uma massa de enxofre sobre as cidades de Sodoma eGomorra e, semelhantemente, a ameaçar Níneve. E, como oteu povo continuava a prevaricar, esquecendo-Te e à tuavontade, cada vez pior no modo e na extensão. Tu julgaste –e bem – para que a raça humana não se extinguisse de vez –segundo os teus divinos desígnios – fizeste que se produzisseum dilúvio (de água) por toda a Terra então habitada.,salvando-se, apenas, a família de Noé e os animais queserviriam para o seu alimento e perpetuação na Terra, após otérmino do dilúvio. Imaginamos quanto isto Te custou(olhando à nossa maneirahumana), porque Tu, na tuaomnipotência e no teuamor infinito, achaste, porbem, conservar a “primeiraraça humana” a criar outra.

Vemos, ouvimos elemos que esta humanidadeatual começa a esquecer-se,novamente, de Ti e documprimento da tua divinavontade, embora, talvez, aum nível ainda não tãodegradado.

O meu cérebro pensa eas três virtudes cardiaissentem que Tu, na tua infinita misericórdia, já tens permitidoo aparecimento de pequenos sinais, para que a humanidadepense e repense alguns caminhos que está ou não a trilhar,para que recue nos errados e avance nos certos. Depois,aparecem as guerras, as guerrilhas, com todo o cortejo demilhares de mortos, fome, novas doenças e epidemias… Eestas más vontades influenciam a Natureza. Então, lá está elaa enviar tsunamis, terramotos, vulcões, tornados, vendavais,chuvas diluvianas, que levam todo o bem que Tu, criador,espalhaste e que o homem bom tem aperfeiçoado,completado, desenvolvido; caem os aviões, afundam-se ossubmarinos, o povo vive inseguro, cheio de medos,demasiadamente stressado. Habitamos num mundo impuroque Tu criastes bom e puro. Tu criastes o mundo; nós criamos

o imundo. Tu criaste-o para nós, e nós estamos a torná-loinabitável, cheio de ódios, invejas, rancores, homicídios…

Mas Tu, Senhor, atendendo à desmedida dedicação dosteus amigos benditos do Pai não vais enviar-nos nenhumdilúvio nos nossos tempos, pois não?

Atendendo ao sofrimento da tua Igreja por causa da faltade sacerdotes e pelos casos de pedofilia, não vais enviar-nosnenhum dilúvio nos nossos tempos, pois não?

Atendendo aos trabalhos insanos de tantos missionários,não vais enviar-nos nenhum dilúvio nos nossos tempos, poisnão?

Atendendo aosmilhares de sacráriosabertos 24 horas pordia, onde és adorado edesagravado, não vaisenviar-nos nenhumdilúvio nos nossostempos, pois não?

Atendendo àinocência de tantascrianças, adolescentes,jovens, adultos e casaisexemplares, não vaisenviar-nos nenhumdilúvio nos nossostempos, pois não?

Atendendo aosmilhões de filhas e filhos

teus que se dedicam aos apostolado para estender o teu Reinopor todo o mundo, na fé, esperança e amor, abandonando oseu bem-estar terreno e sacrificando a maior parte das suasvidas, não vais enviar-nos nenhum dilúvio nos nossos tempos,pois não?

Obrigado, Senhor! Aqui está de novo o teu filho pecadora agradecer a tua mais que provada benevolência, porque sãomuitos milhões os teus filhos por quem destes o vosso Corpoe Sangue, no Calvário, e tu lembrar-te-ás das palavras quedisseste a Santa Mónica a respeito da conversão de Agostinho,filho dela: “Não podem perder-se tantos(as) filhos(as) porquem dei o meu corpo e sangue e continuam a recebê-los,todos os dias, na celebração da Eucaristia.»

Pequenos dilúvios

não são um dilúvioSenhorSenhorSenhorSenhorSenhor, quem es, quem es, quem es, quem es, quem está a falar contigo é um dos ttá a falar contigo é um dos ttá a falar contigo é um dos ttá a falar contigo é um dos ttá a falar contigo é um dos teus feus feus feus feus filhos pecadores. Tilhos pecadores. Tilhos pecadores. Tilhos pecadores. Tilhos pecadores. Tu sabes quem é.u sabes quem é.u sabes quem é.u sabes quem é.u sabes quem é.

Peço-Peço-Peço-Peço-Peço-TTTTTe que me dês ate que me dês ate que me dês ate que me dês ate que me dês atenção por um momentenção por um momentenção por um momentenção por um momentenção por um momento. O título deso. O título deso. O título deso. O título deso. O título desta carta carta carta carta carta pode ser uma perta pode ser uma perta pode ser uma perta pode ser uma perta pode ser uma pergunta. E possogunta. E possogunta. E possogunta. E possogunta. E possoexpressá-la de outro modo: as semelhanças de pequenos dilúvios não são sinal ou prenúncio de umexpressá-la de outro modo: as semelhanças de pequenos dilúvios não são sinal ou prenúncio de umexpressá-la de outro modo: as semelhanças de pequenos dilúvios não são sinal ou prenúncio de umexpressá-la de outro modo: as semelhanças de pequenos dilúvios não são sinal ou prenúncio de umexpressá-la de outro modo: as semelhanças de pequenos dilúvios não são sinal ou prenúncio de um

verdadeiro dilúvio para os nossos dias, pois não?verdadeiro dilúvio para os nossos dias, pois não?verdadeiro dilúvio para os nossos dias, pois não?verdadeiro dilúvio para os nossos dias, pois não?verdadeiro dilúvio para os nossos dias, pois não? José SilJosé SilJosé SilJosé SilJosé Silvvvvva Pinta Pinta Pinta Pinta Pintooooo