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ESPÍRITO BRASILEIRO: UM OLHAR UNIVERSITÁRIO SÉRIE VISÃO UNIVERSITÁRIA VOLUME 4 1ª edição Rio de Janeiro 2013

Espírito Brasileiro: um olhar universitário

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Este é o nosso ebook colaborativo desenvolvido pelas Equipes LIMK/ECO/UFRJ de estudantes sobre resultados de pesquisas de opinião. . Organizado pela Profa. Dra. Fátima Sobral Fernandes, responsável pelo LIMK - Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social, em colaboração com os Profs. Sebastião Amoedo, Luiz Solon e Claudete Lima, reflete o esforço realizado durante mais de uma década para integrar ensino, pesquisa e extensão na formação de profissionais que também se tornem cidadãos conscientes. Ensinar a aprender a fazer pesquisa de opinião como objetivo central permitiu conhecer o que pensa o universitário brasileiro sobre assuntos relacionados à UFRJ e a temas polêmicos em debate como trote, bullying, liberdade de expressão, legalização de drogas, comercialização de armas, qualidade de vida do carioca em tempos de campanha eleitoral entre outros temas da Agenda Política Nacional. Vale conferir e depois enviar seus comentários para os autores.

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Page 1: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

ESPÍRITO BRASILEIRO:

UM OLHAR UNIVERSITÁRIO

SÉRIE VISÃO UNIVERSITÁRIA

VOLUME 4

1ª edição

Rio de Janeiro

2013

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Criado e mantido por Antigos Alunos da

Universidade do Brasil e da atual UFRJ

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Organizadora

Fátima Sobral Fernandes

Co-organizadores

Sebastião Amoêdo Luiz Sólon Gallotti

Claudete Lima

ESPÍRITO BRASILEIRO:

UM OLHAR UNIVERSITÁRIO

SÉRIE VISÃO UNIVERSITÁRIA

VOLUME 4

1ª edição

Rio de Janeiro

2013

Page 4: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

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Editorado e publicado com o apoio do

Ilustração de Capa: João Marcelo Ribeiro Caldas Rodrigues Cerdeira

E77 ESPÍRITO BRASILEIRO: um olhar universitário / Organizado por

Fátima Sobral Fernandes – Rio de Janeiro: Conselho de Minerva, 2013

503 f.: il. (Série Visão Universitária, v. 4)

ISBN 9788598484167

Inclui bibliografia e índice.

Co-organizadores: Sebastião Amoêdo, Luiz Sólon Gallotti, Claudete

Lima

Vários Autores Universitários

1. Opinião pública - pesquisa. 2. Características nacionais brasileiras

(Espírito Brasileiro) 3.Responsabilidade Socioambiental. I. Fernandes,

Fátima Sobral (Org.). II. Amoedo, Sebastião (Co-Org.). III. Gallotti, Luiz

Sólon (Org.) IV. Lima, Claudete (Org.).V. Título.

CDD:303.38

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4

© 2013

CONSELHO DE MINERVA. www.conselhodeminerva.org.br

Este trabalho, nos termos da legislação que resguarda os direitos autorais, é

considerado propriedade do CONSELHO DE MINERVA. É permitida

transcrição parcial de texto ou mencioná-lo em comentários e citações, desde que

sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Esta obra é distribuída gratuitamente.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade dos autores e não

expressam qualquer orientação institucional do CONSELHO DE MINERVA.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Licença Creative Commons

Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia

desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/

Rio de Janeiro, RJ, 15 de julho de 2013

__________________________________________________

Professora Associada FÁTIMA SOBRAL FERNANDES, D. Sc.

Organizadora da Obra

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Hino Nacional Carlos Drummond de Andrade1

Precisamos descobrir o Brasil! Escondido atrás das florestas, com a água dos rios no meio,

o Brasil está dormindo, coitado. Precisamos colonizar o Brasil.

[...]

Precisamos educar o Brasil.

Compraremos professores e livros, assimilaremos finas culturas,

abriremos dancings e subvencionaremos as elites.

Cada brasileiro terá sua casa com fogão e aquecedor elétricos, piscina,

salão para conferências científicas. E cuidaremos do Estado Técnico.

Precisamos louvar o Brasil. Não é só um país sem igual.

1 Poeta mineiro (1902 – 1987), contista, tradutor e funcionário público, autor de uma vasta obra que o

concebeu como sendo um dos maiores poetas brasileiros

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6

Nossas revoluções são bem maiores do que quaisquer outras; nossos erros também.

E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões... as Amazonas inenarráveis... os incríveis João-Pessoas...

Precisamos adorar o Brasil!

Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão no pobre coração já cheio de compromissos…

se bem que seja difícil compreender o que querem esses homens, por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.

Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!

Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado, ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.

O Brasil não nos quer! Está farto de nós!

Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil. Nenhum Brasil existe.

E acaso existirão os brasileiros?

Page 8: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

7

PREFÁCIO

O ESPÍRITO DO BRASILEIRO

Prof. Sebastião Amoêdo2

O nosso querido Brasil daria, sem dúvida, um belo tratado

psicanalítico na linha Freudiana. Desde que aqueles esfaimados e sedentos – em

todos os sentidos - marujos de Cabral aqui deitaram olhos, perderam razão e

possíveis votos de contrição a todos os santos, em contrapartida pela

sobrevivência naquela que não era uma empreitada das mais fáceis.

Após uma longa jornada em mares ditos nunca dantes navegados,

onde não devem ter faltado tormentas e se fizeram presentes algumas calmarias,

eles aportam a uma terra esplendorosa.

Se não lhes bastasse a profusão de cores manifesta em todos os seus

matizes na flora e fauna eis que se lhes apresentam seres humanos com as vestes

que a fé afirma ser toda aquela utilizada no Jardim do Éden, ou seja, nada.

Aqueles pobres homens embrutecidos pela rigidez da viagem,

alimentados por carnes não raro altamente marinadas para que se lhes não

pudesse sentir o verdadeiro sabor e odor, privados de água doce, que apenas

podia ser utilizada como bebida rara, há muito longe de suas traquinagens

portuárias, olham embevecidos moçoilas, muitas recém-saídas da puberdade,

exibindo o esplendor da sua feminilidade sem qualquer pudor culposo, como se

os padres da Igreja não as houvesse proibido de sequer demonstrar.

Sem dúvida deram as costas para a cruz do Cristo estampada em suas

2 Professor Associado da UFRJ, fundou e dirige o Conselho de Minerva e representa os Antigos Alunos

no Conselho de Curadores da UFRJ e membro da Equipe Docente do LIMK/UFRJ.

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velas e atiraram-se ao mar ao encontro daquela aspiração de todo cristão de fé: o

paraíso. A primeira missa há de ter sido gloriosamente cantada, do altar às

galeras.

É este paraíso, tão bem identificado por Sérgio Buarque do Holanda3

que faz vicejar uma profusão de posicionamentos sobre o espírito e o futuro

daquela gente.

Um dos pioneiros em análises e previsões foi o jesuíta Antonil, em

verdade Giovanni Antonio Andreoni, que por aqui chegou, em 1681, a convite

do Padre Antonio Vieira. Percebendo a divisão entre senhores e escravos, ele

apresenta o Brasil como “um inferno para os negros, um purgatório para os

brancos e um paraíso para os mulatos” 4

.

Bem mais tarde o Conde Joseph Arthur De Gobineau, que foi

instrutor de Dom Pedro II, profetizava que o Brasil levaria cerca de 200 anos

para se acabar como um povo.

Antonil, como sacerdote votado à castidade, poderia perceber, mas

não acompanhar de perto o que já devia estar em curso nas alcovas, nos celeiros

e até nas sombras arbóreas da periferia dos pequenos centros urbanos de então.

Essa miscigenação, que vai apoquentar De Gobineau, o faz escrever “A

diversidade do moral e intelectual das raças”, publicada em 1856, mais tarde

influenciadora da política de imigração do Brasil – prioridade para brancos e

asiáticos que seriam superiores aos negros – e chegar a inspirar os nazistas para a

sua teoria da raça ariana, que somada à eugenia de Sir Francis Galton (1822-

1911), tantos malefícios causaram à humanidade5

.

3 HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do Paraíso. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.

4 DA MATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Salamandra, 1984.

5 Francis Galton (1822-1911) era primo de Charles Darwin e baseado em sua obra criou o conceito de

“eugenia” que seria a melhora de uma determinada espécie através da seleção artificial.

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O que vemos então é o Brasil ser plasmado numa intensa mistura de

raças, pela força da testosterona e do estrogênio. Uma espécie de revanche

avassaladora contra as restrições impostas pela abstenção contingenciada àqueles

que aqui aportaram em 1500 e que ficaram estocadas na memória coletiva.

Em Terra Brasilis, se instaura uma nova sociedade, de nada austera

como aquela oriunda do velho mundo. Se ao norte do novo continente aportaria

uma gente obcecada pela fé dos que protestaram e altamente rigorosa nos

costumes, por aqui, ao sul, chegavam aqueles católicos laicos, devotos das

aparências, que se permitiam ao pecado por se saberem merecedores do perdão,

principalmente, quando dotavam à Santa Madre Igreja alguns dos seus ganhos.

A miscigenação brasileiras, se nasce do leito, ascende ao altar e se

glorifica quando nos deparamos com os gongás poliicônicos da Umbanda, onde

anjos, santos, orixás, preto velhos, caboclos índios e ciganas dividem o mesmo

espaço e a mesma fé. Acima está Jesus, ou Pai Oxalá, Deus ou Orixá maior,

governador da terra. Sobre todos o Pai, Olorum para alguns, inominável para

outros.

É Darcy Ribeiro em seu O Povo Brasileiro6 que nos ensina: “surgimos

da confluência, do entrechoque, do caldeamento do invasor português com

índios silvícolas e com negros africanos. Somos uma cultura sincrética um povo

novo que apesar do fruto da fusão de matrizes diferenciadas se comporta como

uma só gente sem se apegar a nenhum passado. Estamos abertos é para o

futuro”.

Mas esse futuro para o qual estamos em aberto está alicerçado

naqueles fatos passados onde o presente era apenas uma potência. Por essa

6 RIBEIRO, Darcy. O Povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil . São Paulo: Companhia das

Letras, 1995.

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razão, precisamos entender quais eram as matrizes diferenciadas que aqui se

aglutinaram em amálgama multiétnica, a ponto de fazer do brasileiro um cidadão

do mundo.

Encontramos em Oliveira Viana7

, a despeito de uma obra autoritária e

altamente preconceituosa, pesquisas sobre as diversas civilizações indígenas aqui

encontradas, que se caracterizavam por sua grande variedade física e cultural.

Nos sertões de Minas, o explorador Knivet, que os percorre nos fins

do I século8

, diz ter encontrado uma tribo de índios, os "molopaques", em que os

homens têm os cabelos louros e a pele branca como os europeus e as mulheres,

a acreditar no mesmo cronista, não são menos claras do que as suas

compatriotas.

Para Pero Lopes9

, as mulheres tupinambás são "alvas e mui formosas"

e não devem ter nenhuma inveja às de Lisboa. Os tupis são mais bronzeados do

que os tapuias; mas, a coloração das diversas tribos varia desde a tez quase alva,

como as tupinambás, de Pero Lopes, até o vermelho, passando pelo bronze ou o

âmbar (1938).

Não menos curiosas são as múltiplas etnias advindas da África, por

igualmente pormenorizadas em suas características físicas e culturais. Ainda que

sempre provido de preconceito, seu relato é rico em discriminação.

São, porém, os tipos africanos os que vão trazer a esse caos o

7 VIANA, Francisco José Oliveira. Evolução do povo brasileiro. Disponível na internet em

http://www.brasiliana.com.br/obras/evolucao-do-povo-brasileiro/ Capturado em 20 de junho de 2013. 8 O inglês Anthony Knivet acompanhou o corsário Thomas Cavendish, em sua segunda viagem à

América (1591) aqui sendo capturado pelos portugueses. Viveu anos entre os Tupinambás e os

incitou contra os portugueses. Em 1602, estava em Lisboa levado por Salvador Correia de Sá e acabou

retornando para a Inglaterra,onde publicou o livro "The admirable adventures and strange fortunes of

Master Anthony Knivet, which went wich Master Thomas Cavendish in his second voyage to the

South Sea", publicado em 1625.

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contingente maior de confusão e discordância. Sensível é a diversidade dos tipos

peninsulares: muito mais sensível ainda, a dos tipos americanos; mas, a

diversidade dos tipos negros, essa é desconcertante.

Só a enumeração das tribos ou "nações" aqui entradas forma um

rosário interminável: São "felupos", "minas", "cabindas", "angolas", "jejes",

"monjolos", "bengalas", "cassanges", "libolos", "gingas", "mandingas", "haussás",

"jolofos", "iorubas", "egbás", "felanins", "achantis", "fulas", "ijebus", "krumanos ",

"timinins", "efans", "congos", "cangalas", "bambas", "bantos", "nagôs" e tantíssimas

outras, todas elas possuindo caracteres diferenciais específicos, divergindo e

distinguindo-se entre si por particularidades morfológicas e atributos psicológicos

inconfundíveis.

Os negros da tribo ijebu, por exemplo, ou os da tribo cassange, ou

haussá, embora reforçados e entroncados, têm a fealdade repulsiva dos tipos

negros puros. Os da nação mina, ou fula, ou achanti, ou felanin, são tipos, ao

contrário, de grande beleza pela proporcionalidade das formas, pela suavidade

dos traços, pela esbelteza da estatura, pela cor mais clara e pelos cabelos menos

encarapinhados do que os das outras nações.

No ponto de vista da pigmentação, a variedade é também enorme: há

desde o negro retinto e luzidio, como os luandas, os papels, os balondas, até o

azeitonado, como os jejes, e daomeanos e fellahs, ou mesmo o bronzeado, como

os minas, os achantis, os felanins, os agoins.

No tocante à compleição e à estatura, há tipos atléticos e

robustíssimos, como os daomeanos, os haussás, os krumanos, os achantis, os

gallas, e tipos mais franzinos e débeis, menos sólidos de compleição, como os

9 Militar e nobre, irmão mais velho de Martin Afonso de Sousa, donatário da Capitania de Santo

Amaro.

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monjolos e os angolas.

Em relação à beleza plástica, nenhum deles sobreleva os jolofos e os

sereres, cuja soberba compleição tem a pureza, a graça e a nobreza do tipo

europeu.

Há que se entender que não somos, portanto, um povo, somos uma

brava gente, a amálgama de muitos povos.

Dos ibéricos, herdamos essa pujança no porvir, esse destemor em não

se deter ante as vicissitudes da existência. Ao mar das incertezas se lançam

portugueses e espanhóis, em busca doutras terras, trazendo nas relações o

espírito do convívio cordial moçárabe, herdado da ocupação moura que fez de

Córdoba nos Séculos X e XI a capital da tolerância.

Dos silvícolas, herdamos a alegria em bem viver em harmonia com a

natureza. Em cada fácies aqui encontrada poderia ser identificada a felicidade de

uma gente generosa, que tinha na harmonia uma de suas maiores qualificações.

Dos negros, mais do que a força do trabalho, herdamos a mística e a

beleza de sua expressão artística, que tanto influencia nossa música. Legaram-nos

ainda a crença nas forças paranormais, em Guias e Orixás muito acima de nossa

compreensão.

Se a teologia cristã era apenas um envoltório socializante de ibéricos, a

crença dos silvícolas e negros era a única esperança de sobrevida e de um futuro

melhor.

Nessa segunda década do século XXI o que somos então?

Podemos ter algumas pistas para responder a tal questão e elas vêm de

meados do século passado.

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Em 1955, o pioneiro em pesquisas de comportamento e diretor do

IBOPE, José Elizondo Perigault junto com o querido mestre da Escola de

Comunicação da UFRJ, Homero Icazas Sanches, fizeram um estudo

impressionista sobre as características de cinco tipos sociológicos do Brasil. Desse

estudo, feito somente com indivíduos da área urbana, em resumo, eles chegaram

às conclusões10

apresentadas a seguir.

O nortista (na época, assim também denominado o nordestino) é

fisicamente parecido com o oriental. Tenaz. Fatalista. Com a emoção a flor do

pranto. Refinado no paladar. Valente na adversidade. Lúdico no seu convívio

com a natureza.

O gaúcho é um extrovertido, alimentado de terra e leite de curral, com

paladar de sabores primários: carne crua, vinho verde, chimarrão. Leal e

humano, ao mesmo tempo, amigo da solidão. Hispanicamente romântico: pela

china (guria), pelo pingo (cavalo), pelo violão. Aberto na amizade e no ódio. Com

a cordialidade dos gordos.

O mineiro é um introvertido. Seco. Desconfiado. Ascético e

parafusado. Doméstico de paladar. Pão-duro de tradição. Metafísico. Com

hábitos ortodoxos. Irônico e sagaz. Político e banqueiro, mesmo que o dinheiro

esteja guardado numa arca ou no colchão.

O paulista é um dinâmico, crédulo, empreendedor. Farto à mesa.

Europeu nas tradições. Ingênuo, hospitaleiro. Trabalhador sem tempo. Tímido.

Idólatra da máquina, do carro, da tecnologia moderna. Cruzado da

industrialização.

10 SANCHES, Homero Icazas. O homem rural, a tecnologia e a comunicação. Palestra no I

Seminário de Comunicação Rural da Região Sudeste do Brasil. Campinas: Cati - Casa da Agricultura ,

1981.

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O carioca é um moleque que gosta de praia, samba e cor. No Rio de

Janeiro existem duas estações meteorológicas: tem praia e não tem praia. A praia

passou a ser um astro. O corpo é cultivado, embelezado, adorado, à maneira

grega. O trabalho é um intervalo forçado que a sociedade impõe ao lazer. A

alegria e o bom humor são estados permanentes. Paladar internacional. Tudo é

festa. Tudo é música. Tudo é cor.

E Homero Sanchez completa: são cinco tipos biológicos diferentes,

cinco estruturas psicológicas diferentes, cinco quadros de valores diferentes, cinco

conceitos e filosofias de vida diferentes. Podem ser, inclusive, cinco religiões

diferentes. Entretanto, existe uma coisa que faz os cinco darem um passo a frente

e reagirem de forma exatamente igual. Essa coisa se chama Brasil.

Esse é então o espírito do brasileiro: ser o que é, com muito orgulho e

com muito amor. Persona que se evidencia em todas as suas manifestações

coletivas, de engajamento reivindicatório ou de simples, mas não menos

importante torcida esportiva. Ele tem como pátria o chão que pisa, no espaço

nacional ou não, e como compatriota aquele que com ele divide o mesmo

espaço.

Onde quer que haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no

entanto, – tal como acontece com as divindades – será preciso produzir e

provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu

poder.11

Seu único inimigo é a equipe rival no esporte, notoriamente no futebol e,

por que não elencar, aqueles, principalmente da política, que roubam e não

fazem, uma vez que ele até aceita que lhe furtem algo – custo que faz parte da

tradição, desde a colônia – mas precisa ter algum benefício como contraponto,

por costume do hábito. Também não lhe é de agrado a injustiça, a covardia e a

11 DA MATTA, , Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Salamandra, 1984.

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traição.

A solidariedade não lhe precisa ser ensinada já que lhe é atávica. E a

simpatia sempre prevalece sobre a sisudez.

A audácia não lhe falta, para desbravar territórios, tecnologias e até

amores. Por vezes, pode ser superficial, mas sempre dará o seu jeitinho, bastante

nacional.

Como detém a décima primeira face12

, sua imagem é global, ainda que

sua persona seja local – essa dicotomia entre a facies e a persona chega ao limite

do paradoxo, principalmente, para aqueles povos que também se identificam

com a face do brasileiro, ainda que em segundo lugar.

Ou seja, como explica Roberto Da Matta sobre o seu clássico O que

faz o brasil, Brasil?: “Numa linguagem mais precisa e mais sociológica, dir-se-ia

que o primeiro “brasil” é dado nas possibilidades humanas, mas que o segundo

Brasil é feito de uma combinação especial dessas possibilidades universais”.

Essas possibilidades condicionantes dão ao espírito de brasilidade esse

caráter independente e libertário, onde não há uma fé, há várias, onde não há

uma regra, há muitas, feitas todas para serem, ao mesmo tempo, seguidas e

descumpridas. Onde há mais emprego do que trabalho, na medida em que este é

apenas um intervalo imposto aos finais de semanas, ainda que exercido com zelo

e empenho de assertividade se nele houver uma bela paixão. Os preparativos

para os desfiles das escolas de samba, dos grupos folclóricos de todo o país e das

quadrilhas das festas juninas são exemplos mais do que paradigmáticos.

12

Narrativa do Prof. Scott Robert Olson, da Ball State University , em sua palestra na Associação de

Antigos alunos da Escola de Comunicação da UFRJ, em 1999: Pesquisa realizada com 10 fotos de

cidadãos de todo o mundo e uma décima primeira com a fusão de todas. Enquanto cada cidadão se

identificou com a foto da sua região em primeiro lugar e indicando a décima primeira em segundo, os

brasileiros identificaram-se apenas com a décima primeira.

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A aspiração do brasileiro é o bem viver, no presente, porque é este

que alicerça o futuro. Todo brasileiro rico ou pobre, é proprietário de um sítio

no paraíso, edificado nos trópicos porque o espaço onde ocupa o seu ser é só

seu.

Sua crença lhe assegura o mérito do estatuto inalienável do perdão, já

que ao lado de cada força espiritual masculina há uma feminina a intervir por ele,

mito retratado no Auto da Compadecida de Ariano Suassuna, quando o diabo

reclama com Jesus sobre as intervenções de Maria a favor dos aspirantes aos

infernos.

Qualquer restrição a essa visão tão peculiar é contra todos os

princípios de nossa nacionalidade, onde a autonomia é a garantia de nossa

própria sobrevivência tanto na terra, quanto nos céus.

Post Scriptum

Belíssimos espécimenes dessa brava gente são os acadêmicos de comunicação e

dos diversos outros cursos que convivem no LIMK e que enriquecem com o

brilhantismo de sua juventude e inteligência as páginas do presente livro. Iniciam

pela orientação da Professora Fátima Fernandes, esta guerreira amazona da

docência na UFRJ, que tanto me honra ao me autorizar no seu convívio. Sei que

ela, por força de uma justa aposentadoria, fará ajustes na condução das pesquisas

do LIMK e no desempenho de sua mais autêntica vida acadêmica para incluir

novos projetos, sempre com empenho, raça e isenção, coisa rara no tempo

presente. Mas eles, seus estudantes, ficam e hão de dar aqui, acolá e alhures

testemunho e novos frutos, desse sentimento arrebatador que nos vocaciona a

pensar e debater o nosso amor pelo Brasil.

Page 18: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

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PRÓLOGO

Ouço, recordo; Leio, memorizo; Faço, aprendo.

Confúcio13

Caro Leitor,

A atribuição do rótulo sociedade do conhecimento à sociedade

contemporânea deve-se, por um lado, ao modo como o conhecimento

impregnou seu processo decisório e, por outro, ao modo como esse

conhecimento pode desestabilizar e reconstruir de forma acelerada, não apenas

decisões, como também os critérios e os parâmetros do próprio processo

decisório, sobretudo com o advento das novas tecnologias de informação e de

comunicação.

Assim, é vital saber manejar a coleta de informações, seu tratamento e

sua interpretação para subsidiar processos decisórios adequadamente.

Diante disso, como preparar estudantes para esse manejo

informacional? Para bem realizarem pesquisas de marketing, parte importante

da inteligência estratégica das organizações? Para atuarem em um mundo em que

não há mais espaços para improvisos mal pensados e mal estruturados? Em que

há demanda social crescente por ações sustentáveis? Vis a vis o Brasil que acorda

e expõe suas queixas para o mundo de forma espontânea, em um movimento

inesperado e inovador...

Com uma visão de mundo humanista e preocupada em contribuir

13 Confúcio foi um pensador e filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos.

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para uma boa formação de meus estudantes, decidi, em 2001, após a reforma

curricular adotada pela ECO/UFRJ, criar uma disciplina de caráter laboratorial

no Ciclo Básico do Curso de Comunicação Social (os três primeiros períodos do

curso) desenvolvida a partir de proposta didático-pedagógica construtivista.

Essa proposta visava a criar condições teorico-práticas para que eles

pudessem aprender a aprender, aprender a conviver em equipe e aprender a

fazer pesquisas de marketing, quali e quanti, entre elas as de opinião, realizando

projetos de extensão universitária que, ao mesmo tempo, possuíam caráter de

iniciação científica.

A criação do LIMK - Laboratório de Inteligência e Pesquisa de

Marketing Social tornou possível que vivenciassem a integração do tripé

fundamental do ensino superior: ensino, pesquisa e extensão neste campo do

conhecimento.

A proposta didático-pedagógica do LIMK, que, em 2012, recebeu

menção honrosa no Congresso de Extensão da UFRJ – durante 12 anos permitiu

que os estudantes que lá participaram, vivenciassem a dinâmica decisória de

nossos dias, “empreendendo” para realizar novos projetos e cooperando na co-

criação, na gestão e na produção de conhecimento em um laboratório de

graduação de uma universidade pública em fase político-administrativa em que os

“recursos de toda ordem” eram muito escassos, exceto os pessoais da Equipe

LIMK, que sempre foram disponibilizados generosa e dedicadamente.

Mas quem é a Equipe LIMK? Um conjunto de professores

qualificados e de estudantes de graduação empenhados em seu desenvolvimento

pessoal e profissional permentemente.

Como participei, tanto na iniciativa privada de diversos setores

econômicos, quanto em organizações públicas, antes de entrar para o quadro

Page 20: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

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permanente de docentes da UFRJ em 1997, coordenando processos

organizacionais que envolviam sistemas de informação gerencial, planejamento

em seus diversos níveis e treinamento de empregados de diversas formações,

ocupantes dos mais diferentes cargos nas distintas regiões do País e como minha

tese de doutorado, concluída na COPPE em 1999, versa sobre avaliação de

qualidade de serviços, sempre me senti absolutamente confortável em facilitar um

processo de ensino-aprendizagem dessa natureza.

Contamos, também, com a prestimosa colaboração de estimados

professores da ECO, a quem muito agradecemos, sobretudo pelo apoio em

momentos críticos.

Destacamos os que fizeram parte da Equipe Docente do LIMK como

os co-organizadores deste livro, Prof. Sebastião Amoedo, Prof. Luiz Solon

Galotti e Profª Claudete Lima.

Aos Prof. Eduardo Refkalefsky, Prof. José Henrique Barbosa Moreira,

Prof. Maurício Lissovsky e Prof. Joel Teodósio (in memoriam), nosso profundo

agradecimento. Em suas funções de coordenação, criaram condições para que as

Equipes LIMK pudessem operar, muitas vezes, em contextos muito delicados.

Gratidão pelo reconhecimento de nossa contribuição à ECO.

Sim, Equipes LIMK, no plural, porque, a cada semestre, o

Laboratório é reinventado como organização com a renovação quase integral da

Equipe Discente, coração e razão de existir dos projetos que nos permitem

produzir conhecimento em conjunto. Isto significa dizer a criação de uma nova

instituição duas vezes ao ano! Experiência de empreender na educação

riquíssima!

Com uma proposta transdisciplinar e buscando contribuir para ampliar

a consciência de meus estudantes sobre problemas brasileiros com os quais iriam

Page 21: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

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se deparar em seu exercício profissional e como cidadãos, fomos, eu e a Equipe

LIMK de cada um dos períodos, cerca de 200 estudantes cujos nomes podem

ser conhecidos no Apêndice A, escolhendo temas da agenda política e

psicossocial do País para conhecer como esses temas eram percebidos, em geral,

pelos universitários, principalmente, os do Campus da Praia Vermelha da UFRJ.

Esses universitários muitos dos respondentes se tornarão importantes

tomadores de decisão do futuro e conhecer o que pensam sobre temas que

permanecem por mais de uma década na agenda nacional pode nos levar a

desvendar um pouco melhor nosso espírito14

brasileiro.

Como o conhecimento em pesquisas sociais é algo que está sendo

continuamente revisto e reconstruído, não havendo, portanto, resultado pronto e

acabado, nem verdades inquestionáveis, nem provas evidentes fornecidas por

experimentos cruciais conclusivos, as pistas que se pode recolher do espírito

deste tempo podem nos levar a refletir melhor sobre o que queremos para nosso

futuro.

E, certamente, para cada estudante, que participou dessas pesquisas,

tanto como pesquisador, quanto como respondente, essa reflexão singular foi

possível, tendo colaborado, assim, para além de sua formação profissional, para

sua formação como cidadão.

Isso me dá a segurança de ter contribuído com uma atividade

pedagógica que permitiu auferir o olhar universitário sobre os temas em questão,

alguns deles tão polêmicos e também permitiu que o LIMK cumprisse sua

missão.

14 Zeitgeist - termo alemão cuja tradução significa espírito da época, espírito do tempo ou sinal dos

tempos. Significa, em resumo, o conjunto do clima intelectual e cultural, numa certa época, ou as

características genéricas de um determinado período de tempo

Page 22: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

21

Que missão? Contribuir para formação de profissionais cidadãos

capazes de atuar em processos de transformação social e organizacional,

aplicando conhecimentos de marketing e de gestão integrada da qualidade em

seu cotidiano.

Procuramos ensinar às Equipes LIMK métodos de investigação

científica dentro do rigor exigido pela academia, utilizando muitas horas para

desenhar e supervisionar processos colaborativos criativos, repensando o já

pensado, estimulando a intuição para promover revisão teórica e crítica do já

produzido, por meio do diálogo com teorias, docentes, estudantes, em

permanente processo de co-criação.

Ressalta-se, mais uma vez, que, dado o caráter didático pedagógico das

pesquisas de opinião conduzidas, o conhecimento aqui apresentado sobre cada

tema não deve ser considerado como acabado e, menos ainda, como tese

científica de qualquer campo, mas sim pontos de referência para reflexão sobre o

espírito de nosso tempo.

Assim, mais importante do que esgotar a discussão conceitual sobre

cada tema, que envolve outros saberes, ou obter opiniões precisas, colocava-se a

experimentação do método de pesquisa de opinião pelos estudantes, em função

do tempo disponível das equipes alocadas, do caráter exploratório das

investigações e da dificuldade de obtenção dos recursos necessários para realizá-

las.

Oxalá, os textos ora apresentados reflitam, pelo menos em parte, a

riqueza de experiência adquirida ao longo de 16 anos como docente, interagindo

com estudantes interessados e muito interessantes, com os quais muito pude

aprender.

Em tempo, não poderia deixar de mencionar que a feitura deste livro

Page 23: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

22

digital só foi possível pela agilidade com que o Conselho de Minerva examinou e

acolheu a ideia de incluí-lo em sua Série Visão Universitária.

Assim, Leitor, desde já agradecemos seu feedback para que possamos

continuar aprimorando esta obra e poder melhor atendê-lo em suas questões

sobre o Espírito Brasileiro.

Profa Dra. Fátima Sobral Fernandes15 Professora Associada da UFRJ

Responsável pelo LIMK/ECO/UFRJ

[email protected]

15 Professora Associada (LIMK/UFRJ). Formação tecnológica: Doutorado (COPPE/UFRJ), mestrado

(IME), especialização em Ferrovias Urbanas e graduação em Engenharia (EEUFRJ). Formação em

gestão e políticas públicas: Especialização em Administração (COPPEAD/UFRJ), em Marketing

(ESPM/ECO-UFRJ), em Gestão Estratégica (FGV) . Diplomada no CAEPE / ESG. Aperfeiçoamento

em Política de Defesa (CHDS/DU/USA). Formação biopsicossocial: Psicanálise lacaniana (ICP/EBP)

e em Terapia de base transpessoal aplicada a processos de gestão de mudança organizacional (DEP).

Atualização em Saúde Mental para Intervenções Precoces (CSP/ABENEPI). Coach Pessoal e

Profissional (IBC). Experiência profissional e acadêmica desenvolvida desde 1975 no setor público e

em empresas privadas de diversos setores econômicos. Conselheira do Clube de Engenharia desde

1989, Conselheira Emérita do Conselho de Minerva desde 2013, ocupou diversos cargos, entre eles, o

de Assessoria I da Diretoria de Planejamento da CBTU e de Superintendente de Planejamento e

Desenvolvimento da UFRJ. Atua como coach e consultora.

Page 24: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

23

NOTA DOS AUTORES

1. Esta obra foi editada, de certo modo, para compartilhar o conhecimento

produzido por nós, colocá-lo em discussão e prestar contas à sociedade sobre

como usamos parte de nosso tempo na UFRJ.

2. Por se constituir em obra aberta, compatível com a mídia escolhida para

divulgação e seu tempo de elaboração, todas as contribuições de melhoria

serão bem vindas e os responsáveis por elas receberão publicamente os

créditos, com a indicação de autoria mencionada em nota de rodapé.

3. Convidamos, assim, cada leitor a participar do processo ativo de revisão deste

ebook, enviando seus comentários e sugestões de melhoria para o email:

[email protected], [email protected] ou [email protected] .

4. Será elaborada, a cada revisão, uma nova nota de rodapé para indicar a

autoria das modificações introduzidas pelas sugestões recebidas.

5. Por estas razões, alertamos que ao citarem a obra após consulta, mencionem

sempre a revisão consultada.

Muito obrigado, Todos os autores

Page 25: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

24

SUMÁRIO

PREFÁCIO 7

APRESENTAÇÃO 17

NOTA DOS AUTORES 23

1. LIMK: uma experiência didatico-pedagógica 39

1.1 INTRODUÇÃO 41

1.2 PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA 54

1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 54

1.4 REFERÊNCIAS 55

APÊNDICE A: RELAÇÃO DAS EQUIPES LIMK, CONSTITUÍDAS POR

ESTUDANTES QUE COLABORARAM COM A

ELABORAÇÃO DA 1ª REVISÃO DA EDIÇÃO DESTE

LIVRO EM ORDEM ALFABÉTICA E POR PERÍODO. 57

2. QUEM É O CALOURO DA ECO? 64

2.1 INTRODUÇÃO 65

Page 26: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

25

2.2 METODOLOGIA 66

2.3 RESULTADOS 67

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 73

2.5 REFERÊNCIAS 74

3. UMA AVALIAÇÃO DO CICLO BÁSICO DO CURSO DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL 75

3.1 INTRODUÇÃO 77

3.2 METODOLOGIA 78

3.3 RESULTADOS 80

3.3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS 81

3.3.2 OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS 84

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 98

3.5 REFERÊNCIAS 101

Page 27: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

26

4. IMAGEM DO PROFISSIONAL EGRESSO DA ECO NO

MERCADO DE TRABALHO DO RIO DE JANEIRO 102

4.1 SÍNTESE GERENCIAL 103

4.2 APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO DO PROBLEMA DE

PESQUISA 108

4.3 JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DA PESQUISA 109

4.4 OBJETIVOS DA PESQUISA 111

4.5 METODOLOGIA 111

4.5.1 DESCRIÇÃO DO UNIVERSO 112

4.5.2 PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM 112

4.5.3 SUJEITO RESPONDENTE 114

4.5.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 115

4.5.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 115

4.6 RESULTADOS 116

Page 28: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

27

4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 137

4.8 REFERÊNCIAS 141

5. ECOMOSTRA: uma tentativa de accountability e

aproximação do mercado de trabalho 142

5.1 INTRODUÇÃO 143

5.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO 144

5.3 RESULTADOS 148

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 151

5.5 REFERÊNCIAS 152

6. CONEXÃO: em busca da interação entre

acadêmicos e praticantes 153

6.1 INTRODUÇÃO 154

6.2 METODOLOGIA 155

6.3 RESULTADOS 156

Page 29: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

28

6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 162

6.5 REFERÊNCIAS 162

7. IMAGEM DA UFRJ: um olhar “carioca” 164

7.1 INTRODUÇÃO 166

7.2 METODOLOGIA 168

7.3 RESULTADOS 170

7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 173

7.5 REFERÊNCIAS 175

8. QUEM É QUEM NO PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO

DE JOVENS E ADULTOS DA UFRJ? 177

8.1 INTRODUÇÃO 178

8.2 METODOLOGIA 180

8.3 RESULTADOS 182

8.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 188

Page 30: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

29

8.5 REFERÊNCIAS 191

9. UNIVERSITÁRIOS E REFORMA UNIVERSITÁRIA 192

9.1 INTRODUÇÃO 193

9.2 METODOLOGIA 194

9.3 RESULTADOS 195

9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 205

9.5 REFERÊNCIAS 206

10. TROTE UNIVERSITÁRIO: calouros x veteranos 208

10.1 INTRODUÇÃO 209

10.2 METODOLOGIA 211

10.3 RESULTADOS 213

10.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 216

10.5 REFERÊNCIAS 217

Page 31: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

30

11. BULLYING: ato de crueldade diante da diferença

entre sujeitos? 218

11.1 INTRODUÇÃO 220

11.2 METODOLOGIA 221

11.3 RESULTADOS 223

11.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 228

11.5 REFERÊNCIAS 229

12. LIBERDADE DE EXPRESSÃO 231

12.1 INTRODUÇÃO 232

12.2 METODOLOGIA ..233

12.3 RESULTADOS 235

12.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 239

12.5 REFERÊNCIAS 240

Page 32: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

31

13. LEGALIZAR OU NÃO LEGALIZAR A

COMERCIALIZAÇÃO DE DROGAS: eis a questão? 241

13.1 INTRODUÇÃO 243

13.2 METODOLOGIA 246

13.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 249

13.4 REFERÊNCIAS 254

14. COMERCIALIZAR OU NÃO COMERCIALIZAR ARMAS

NO BRASIL: um referendo e os efeitos da mídia 257

14.1 INTRODUÇÃO 258

14.2 METODOLOGIA 260

14.3 RESULTADOS 263

14.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 270

14.5 REFERÊNCIAS 270

15. QUALIDADE DE VIDA DO CARIOCA EM TEMPOS DE

CAMPANHA ELEITORAL 272

Page 33: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

32

15.1 INTRODUÇÃO 273

15.2 METODOLOGIA 274

15.3 RESULTADOS 281

15.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 286

15.5 REFERÊNCIAS 287

16. O CÂNCER DE MAMA NO ALVO DA MODA VIROU

MODA? 288

16.1 INTRODUÇÃO 290

16.2 METODOLOGIA 291

16.3 RESULTADOS 292

16.4 CONCLUSÃO 300

16.5 REFERÊNCIAS 300

17. A SAARA FOI AFETADA PELA CAMPANHA PARA CRIAR

EMPREGABILIDADE PARA OS DEFICIENTES? 302

Page 34: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

33

17.1 INTRODUÇÃO 303

17.2 METODOLOGIA 304

17.3 RESULTADOS 306

17.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 312

17.5 REFERÊNCIAS 313

18 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ASSOCIADA À

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA

SISTEMATIZAÇÃO DOS ACHADOS DOCUMENTAIS 314

18.1 INTRODUÇÃO 316

18.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL

(RSE) 324

18.3 IMAGEM INSTITUCIONAL 335

18.4 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA EXTERNA 343

18.5 O USO DE ELEMENTOS DE RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

EXTERNA 345

Page 35: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

34

18.6 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS PROCESSOS

ORGANIZACIONAIS E DE SEUS RESULTADOS 349

18.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 348

18.8 REFERÊNCIAS 355

19 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: uma

comparação entre Brasil e Uruguai 369

19.1 INTRODUÇÃO 370

19.2 METODOLOGIA 373

19.3 RESULTADOS 374

19.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 399

19.5 REFERÊNCIAS 401

20 SHOW DO MILHÃO: primeira pesquisa realizada no

LIMK 415

20.1 INTRODUÇÃO 416

20.2 METODOLOGIA 417

Page 36: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

35

20.3 RESULTADOS 419

20.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 426

20.5 REFERÊNCIAS 428

21 SALAS DE LUXO DE EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA:

uma avaliação exploratória 429

21.1 INTRODUÇÃO 430

21.2 METODOLOGIA 431

21.3 RESULTADOS 434

21.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 455

21.5 REFERÊNCIAS 456

APÊNDICE A: PLANILHA COMPARATIVA ENTRE SALAS DE CINEMA DE

LUXO NO BRASIL E NO MUNDO 459

APÊNDICE B: PALAVRAS DESCRITORAS DO ENCANTAMENTO E

INCÔMODO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA NAS SALAS

DE LUXO 467

Page 37: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

36

22. COMUNICAÇÃO E REALIDADE BRASILEIRA: UM PROJETO

DIDÁTICO - PEDAGÓGICO PARA FORMAR CIDADÃOS 472

22.1 INTRODUÇÃO 474

22.2 TÍTULO DA DISCIPLINA 475

22.3 CARGA HORÁRIA 475

22.4 OBJETIVOS 475

22.5 EMENTA 476

22.6 JUSTIFICATIVA 477

22.7 METODOLOGIA DO CURSO 478

22.8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 481

22.9 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 483

22.10 PLANEJAMENTO DAS AULAS 484

22.11 REFERÊNCIAS 484

APÊNDICE A: CRONOGRAMA DE AULAS E LEITURAS 488

Page 38: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

37

APÊNDICE B: METODOLOGIA DE TRABALHO DA PESQUISA DE CAMPO 493

APÊNDICE C:MODELO DE ORGANIZAÇÃO DO TERMO DE COMPROMISSO

DE TRABALHO EM EQUIPE 507

EPÍLOGO 508

Page 39: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

38

CAPÍTULO 1

LIMK:

uma experiência didatico-pedagógica

Page 40: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

39

1. LIMK: uma experiência didatico–pedagógica16

Equipes Limk 2001 a 2013 17

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

"Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de

um hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos,

para sabermos o que seremos." Paulo Freire18

1.1 INTRODUÇÃO

O Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social da

ECO/UFRJ (LIMK) foi idealizado e criado pela Prof.ªa

Fátima em abril de 2001,

após a reforma curricular da ECO, visando à boa formação dos estudantes a ele

vinculados a partir da integração dos três pilares constituintes do processo de

ensino-aprendizagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ: ensino,

pesquisa e extensão.

Para promover essa integração, os professores do laboratório utilizam

projetos de extensão, como estudos de caso que permitem a aplicação dos

conhecimentos teóricos ministrados nas disciplinas e pesquisa científica para

manter atualizados esses conhecimentos ministrados e para desenvolver novos.

16 Este artigo foi elaborado com base nos trabalhos apresentados no Congresso de Extensão da UFRJ

desde o ano de 2001 até o presente ano (2013). Foi premiado com menção honrosa no ano de 2012. 17 Ver a nomeação de todos os estudantes que compuseram as Equipes LIMK desde sua criação em

2001 no Apêndice A. 18 Nascido em São Paulo (1921 - 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Patrono da Educação

Brasileira e considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial.

Page 41: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

40

Para ensinar como aplicar ferramentas de marketing e de tecnologias

de gestão, em geral, os casos (projetos de extensão) são, em sua maioria, de

organizações sem fins lucrativos, com vistas a contribuir para a transformação

social e para formação de profissionais cidadãos.

Para tornar os estudantes capazes de aplicar os conhecimentos

adquiridos de marketing e de gestão – em especial – inteligência estratégica,

pesquisa de marketing e marketing social e em gestão em tais em tais processos, a

atividade de pesquisa científica é permanentemente incentivada para que seja

possível oferecer aos casos sob estudo a solução mais atual e adequada.

A importância do laboratório para a sociedade é a de se constituir em

um espaço de ensino – aprendizagem que oferece soluções personalizadas,

criativas e inovadoras, para alguns dos problemas cotidianos das organizações,

por meio de projetos de extensão, em que são produzidas, como mencionado,

pesquisas de marketing, ministrados cursos de educação continuada em função

das necessidades organizacionais e realizados diagnósticos organizacionais

específicos ou gerais, incluindo avaliação do modelo de gestão e da qualidade dos

serviços prestados. A partir desses diagnósticos, é possível para a Equipe LIMK,

apoiar os processos de transformação organizacional por meio da realização de

coaching rumo à inteligência emocional dos profissionais, das equipes e da

organização rumo ao pleno exercício de sua responsabilidade socioambiental.

Criam-se, assim, oportunidades práticas de aprendizagem para os

estudantes vinculados ao LIMK, posto que existe a possibilidade de atender a

clientes governamentais e da iniciativa privada, lucrativa ou não. Assim,

procurando dar suporte a organizações e a profissionais de variados setores de

mercado para que eles alcancem seus objetivos o mais rápido possível, os

estudantes vivenciam um contato direto com gestão de projetos realizados para

seu mercado de trabalho, constituindo-se, nesse sentido, uma relação de ganho

Page 42: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

41

para todos participantes (os estudantes, os clientes, o laboratório, a universidade e

a sociedade).

1.2 PROPOSTA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

O processo de ensino – aprendizagem construtivista apoia-se em

quatro pilares pedagógicos: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a

conviver e aprender a ser, para produzir o desenvolvimento de cada qual a partir

do seu grau de compromisso com as atividades propostas, seguindo, entre outros

autores, o que preconiza Piaget:

Primeiro, eu gostaria de esclarecer a diferença entre dois problemas: o

problema do desenvolvimento e o da aprendizagem. (...) desenvolvimento é

um processo que diz respeito à totalidade das estruturas de conhecimento.

Aprendizagem apresenta o caso oposto. Em geral, a aprendizagem é

provocada por situações – provocada por psicólogos experimentais; ou por

professores em relação a um tópico específico; ou por uma situação externa.

Em geral, é provocada e não espontânea. Além disso, é um processo limitado

– limitado a um problema único ou a uma estrutura única. Assim, eu penso

que desenvolvimento explica aprendizagem, e essa opinião é contrária à

opinião amplamente difundida de que o desenvolvimento é uma soma de

experiências discretas de aprendizagem. (PIAGET, 1979, p. 176)

Piaget, em seus métodos, mostra que se deve favorecer a autonomia

daquele que está aprendendo, sugerindo atividades coletivas para que possam

aprender a compartilhar ideias e pontos de vista, de maneira a avançar no

conhecimento, crescer moralmente, superar o egocentrismo e aprender a se

autogovernar. Assim, a partir desse método, o estudante torna-se um sujeito ativo

no ambiente de ensino-aprendizagem, dispondo de conhecimentos elaborados

por aproximações sucessivas e compreendendo que o erro possui um papel

importante na construção da aprendizagem.

Tal como Confúcio preconizava, “Ouça, recorde; leia, memorize; faça

e aprenda”, a equipe de professores responsáveis pelo LIMK acredita que o

principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e

Page 43: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

42

não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram. Sendo assim, no

laboratório, é valorizado o processo de interação para elaboração de trabalhos

práticos, que venham a estimular a autogestão e o empreendedorismo dos

estudantes, de forma aprimorar seus processos de tomada de decisão sob

pressão.

A quase totalidade dos integrantes das Equipes LIMK acredita que a

aplicação de metodologias que estimulem a participação e a democratização da

informação é fundamental no sentido de se construir essa interação dialógica.

Essas ferramentas interativas facilitam a entrada de atores não-universitários no

ambiente acadêmico, bem como melhoria da imagem da instituição universitária

junto à sociedade pela possibilidade diversa dos serviços oferecidos.

A assertiva anterior pode ser reiterada por meio do trecho a seguir,

retirado do site da Pró Reitoria de Extensão - PR-5/UFRJ:

Essa visão do estudante como protagonista de sua formação técnica e cidadã

deve ser estendida, na ação de Extensão Universitária, a todos envolvidos;

por exemplo, alunos, professores, técnico-administrativos, pessoas das

comunidades, estudantes de outras Universidades e do ensino médio. Dessa

maneira, emerge um novo conceito de ‘sala de aula’, que não mais se limita

ao espaço físico tradicional de ensino-aprendizagem. ‘Sala de aula’ são todos

os espaços, dentro e fora da Universidade, em que se apreende e se

(re)constrói o processo histórico-social em suas múltiplas determinações e

facetas. O eixo pedagógico clássico ‘estudante - professor’ é substituído pelo

eixo ‘estudante – professor - comunidade’. O estudante, assim como a

comunidade com a qual se desenvolve a ação de Extensão, deixa de ser um

mero receptáculo de um conhecimento validado pelo professor para se tornar

participante do processo. Dessa forma, ele se torna também o tutor (aquele

que apoia o crescimento possibilitado pelo conhecimento), o pedagogo

(aquele que conduz, de mãos dadas, o processo de conhecimento) e o

orientador (aquele que aponta a direção desse processo). Assim, no âmbito

da relação entre Pesquisa e Ensino, a diretriz Indissocibialidade Ensino –

Pesquisa - Extensão inaugura possibilidades importantes na trajetória

acadêmica do estudante e do professor. (Pró-Reitoria de Extensão – PR5 –

Universidade Federal do Rio de Janeiro)

É enfatizada, no LIMK, a reprodução de um ambiente de trabalho

organizacional, com a utilização de software específicos dos campos de

Page 44: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

43

conhecimento do laboratório como a pesquisa de marketing e a gestão de

projetos. Também é bastante usada a divulgação nas mídias digitais das

atividades do laboratório e dos parceiros associados a ele. Nesse sentido, cada

integrante participa ativamente dos processos decisórios, estratégicos e

operacionais do LIMK.

Acima de tudo, aprende-se no LIMK a ser colaborador e não

simplesmente bolsista, a ter postura profissional e cooperativa no ambiente de

trabalho e para com a sociedade.

A transmissão de saber se dá no local de trabalho, com explicações a

cada dúvida colocada, integrando atividades de pesquisa ao fazer operacional para

sanar dúvidas e produzir resultados.

Para manter os bons resultados e a boa qualidade do trabalho são

realizadas avaliações, tanto do trabalho interno quanto dos projetos com clientes

externos. São realizadas reuniões participativas semanais e mensais entre a

equipe, permitindo a autoavaliação e dos outros membros – o que incentiva o

desenvolvimento individual e do laboratório - e pelo cumprimento de prazos e a

aceitação do trabalho pelo cliente, respectivamente.

Com o objetivo de organizar as atividades do laboratório, elas são

agrupadas em três áreas: Apoio Técnico, Apoio à Divulgação e Apoio

Administrativo. Toda a equipe participa de todas as atividades, com uma

programação de rodízio entre elas no início de cada semestre.

Há estudantes que escolhem permanecer no Laboratório por mais de

um semestre acompanhar o desenvolvimento de projetos de que participa ou

para concluir projetos internos de seu interesse. Isso possibilita a continuidade

das atividades, uma vez que o laboratório não conta com nenhum funcionário

técnico administrativo para dar suporte administrativo.

Page 45: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

44

O Apoio Técnico, como centro de produção de conhecimento do

LIMK, subdivide-se em: Extensão, Ensino e Aprendizagem e Pesquisa Científica.

Principais Atividades de Extensão

A Prof.ª Dr.ª Fátima orienta os estudantes bolsistas durante a

preparação de todas as atividades. Ela é a principal captadora de projetos de

extensão a serem realizados no LIMK para promover a ligação da universidade

com a comunidade em que está inserida.

Para atrair organizações parceiras interessadas em resolver seus

problemas específicos são oferecidos diversos serviços, tais como cursos para

educação continuada, consultoria em transformação organizacional, consultoria

em inteligência estratégica, consultoria em marketing digital, apoio à modelagem

de processos de negócio, entre outros.

Fundamentado nesses conceitos, o LIMK organiza Projetos de

Extensão com a ajuda de parceiros internos19

e parceiros externos20

. Os projetos

de extensão realizados ou andamento em 2013 são:

o Pesquisas de marketing: avaliação das salas de exibição de luxo,

reforma da educação superior, habilitação no 4º período na ECO,

adequação do ciclo básico à formação profissional, legalização da

comercialização de drogas;

o Avaliação da Qualidade de Serviços Externos e Internos: uma

empresa de serviços imobiliários, avaliação da qualidade do serviço

das salas de exibição de luxo

19 Claudete Lima, Eduardo Refkalefsky, Luiz Solon Gonçalves Gallotti, Sebastião Amoêdo de Barros

20 Ana Sílvia Teixeira (Coach), Carolina de Freitas do Carmo (Fonoaudióloga), Josenia

Veneziane(Psicanalista) , Marcia Andrade (Psicomotricista), Sandra Celano (Coach), Pamela Berbara

(Pâtisserie), Viviane do Espírito Santo (Psicanalista),

Page 46: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

45

o Consultoria em Inteligência Estratégica: LIMK, Doce Fazer; Gente

em Flor, Coaching para desenvolvimento de inteligência emocional;

Coaching para Transição Organizacional;

o Edição dos livros didáticos produzidos no LIMK para distribuição

gratuita como ebooks: “Espírito Brasileiro: Um olhar universitário”.

“Marketing Digital para Aprendizes: o que é, para que serve e como

fazer” e “Em Busca da Excelência da Gestão: coaching para

pequenos empreendedores”;

o Consultoria em Transformação Organizacional;

o Coaching para Executivos de Organizações Públicas e Privadas;

o Apoio à Modelagem de Processos Estratégicos, Táticos e

Operacionais: serviços imobiliários;

o Planejamento, Capacitação e Implementação de Gestão de

Projetos em Organização focadas na Gestão e na Garantia de

Qualidade: Projeto de Consultoria em Gestão para uma Imobiliária

do Rio de Janeiro;

o Apoio do LIMK à Comissão de Saúde Primária da Associação

Brasileira de Psiquiatria e Neurologia Infantil CSP/ABENEPI;

o Apoio na parte de Marketing Digital para Divulgação dos cursos de

capacitação em Saúde Mental para Intervenções Precoces da

Comissão de Saúde Primária da ABENEPI;

o Divulgação do Programa de Estágio da Operação Atlântico II na

Marinha do Brasil;

o Apoio à Assessoria de Comunicação Social do VII Congresso

Acadêmico Sobre Defesa Nacional Na Escola Naval

o Cursos de Extensão Online: Marketing, Marketing de Patrocínio,

Inteligência Estratégica, Marketing Digital, Empreendedorismo,

Page 47: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

46

Pesquisa de Marketing, Marketing de Serviços, Marketing Social,

Marketing Cultural e Marketing Esportivo.

o Ilustração do livro da Prof.ª Claudete Lima;

o Projetos de Marketing Digital: Projeto Site “Gente em Flor”;

Projeto de Marketing Digital para uma Pâtisserie; Projeto Ballet

Brasil;

o Eventos: Conexão; ECOmostra; ECOABrasil; Media Training e

Operação Atlântico II; palestras de Comunicação e Realidade

Brasileira;

o Grupos de estudo: Excelência de Gestão, Marketing Digital,

Comunicação e Constituição Subjetiva, Desenvolvimento de

Inteligência Emocional Aplicada a Processos Seletivos e Coaching.

Um destaque entre esses eventos é a ECOmostra, em sua 15a

edição,

possui particular relevância no ambiente da Escola de Comunicação (ECO), uma

vez que promove a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso dos

estudantes de comunicação da habilitação de Rádio e TV ao mercado de

trabalho, proporcionando assim divulgação e reconhecimento do talento e

aprendizado desses estudantes concluintes.

Para a execução dos trabalhos, inicialmente a Prof.ª Dr.ª Fátima

acompanha os alunos durante a preparação e formatação dos trabalhos que são

apresentados no evento na disciplina Projetos Experimentais em Radialismo. Na

disciplina, ela ajuda os estudantes a escolherem os orientadores e a definirem

mais precisamente seus objetivos com o trabalho de conclusão do curso. Depois

de escolhidos os orientadores, esses dão a direção a ser seguida no conteúdo dos

trabalhos e aprovam previamente àqueles que já estão prontos para a defesa e

exibição.

Page 48: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

47

Com vistas a integrar a experiência de extensão, ensino-aprendizagem

e pesquisa, é proporcionado ao estudante aprender a lidar com o cliente real de

extensão e suas expectativas, prazos. São realizadas reuniões entre a equipe e o

cliente para compreender seus os objetivos e o problema a ser solucionado

/pesquisado. É, então, elaborada proposta de trabalho pela Equipe LIMK e

apresentada e aprovada ao cliente. O projeto também é aprovado pelas instâncias

universitárias competentes e, quando se trata de projeto remunerado, conta-se

com o apoio jurídico-administrativo da FUJB (Fundação Universitária José

Bonifácio).

Para realizar o projeto de extensão, são realizadas pesquisas de

escritório, identificando o que já foi publicado sobre o problema, e pesquisas de

campo, quando se fizerem necessárias. Em seguida, durante a elaboração dos

projetos, uma série de reuniões de equipe e com o cliente ocorrem para validar o

que está sendo desenvolvido.

Ao final, na reunião de encerramento do projeto, percorremos todo o

cronograma inicialmente proposto junto com o cliente buscando obter uma nota

de zero a dez para cada atividade e uma compreensão do que deixou a desejar no

processo para que, nos próximos projetos, se possa corrigir o curso das atividades

a partir da lição aprendida.

Principais Atividades de Ensino-Aprendizagem

Em relação a Ensino-Aprendizagem, é necessário expor que possui

como objetivo dar suporte às disciplinas ministradas pela Prof.ª Dr.ª Fátima

Fernandes para treinar os estudantes nas atividades de docência.

As disciplinas apoiadas pelo LIMK foram:

o Comunicação e Marketing;

Page 49: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

48

o Comunicação e Realidade Brasileira;

o Laboratório Coaching Group para Desenvolvimento de

Inteligência Emocional Aplicada aos Processos Seletivos;

o Laboratório Comunicação e Construção Subjetiva;

o Laboratório Excelência de Gestão para Empreendedores, que

permitiu o lançamento do livro digital intitulado: “Em busca da

Excelência da Gestão: coaching para pequenos empreendedores”;

o Laboratório Marketing Digital para Aprendizes;

o Língua Portuguesa e Comunicação Técnica;

o Marketing cultural;

o Marketing de patrocínio;

o Marketing social;

o Metodologia de pesquisa;

o Projeto Experimental II em Rádio e TV, entre outras.

Principais Atividades de Pesquisa

Em sua maioria, as pesquisas científicas desenvolvidas no LIMK

relacionam-se a busca de textos atuais sobre o conteúdo das disciplinas

ministradas, busca de soluções atuais para os problemas das organizações

parceiras e pesquisas sobre temas específicos relacionados a quatro grupos:

o Comunicação e constituição subjetiva;

o Representação da realidade brasileira na mídia;

o Comunicação e responsabilidade organizacional socioambiental;

o Pesquisas de opinião sobre temas relevantes da agenda nacional.

As pesquisas de opinião apresentam a seguinte característica: foram

realizadas, em geral, pesquisas exploratórias quantitativas por amostragem

Page 50: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

49

aleatória com 90% de confiança de que o resultado obtido terá margem de erro

de apenas 10% em relação ao universo pesquisado.

Usualmente, por conveniência e falta de recursos (tempo e dinheiro)

para uso de outras técnicas, o questionário utilizado é autorrespondido com

perguntas abertas e fechadas abrangendo algumas partes em comum, tais como

perfil do respondente, perfil ideológico, conhecimento sobre o tema e

impressões sobre a pesquisa. Os questionários também possuem partes

específicas relacionadas ao tema pesquisado.

Em geral, o universo e a amostra das pesquisas de campo são

constituídos por estudantes de diversos cursos de graduação do Campus da Praia

Vermelha, podendo apresentar algumas variações entre si: entre professoras,

estudantes e funcionárias (como na pesquisa sobre as campanhas publicitárias de

prevenção do Câncer de Mama); entre alunos de comunicação (como na

pesquisa sobre Liberdade de Expressão); entre homens e mulheres da sociedade

como um todo (como na pesquisa sobre a Imagem da UFRJ).

O tratamento e análise dos dados são feitos no programa Sphinx

Léxica Plus V. 5.0, no qual é possível analisar os resultados com estatística básica,

além de permitir o cruzamento dos dados com pesquisas de anos anteriores ou

com variáveis utilizadas na pesquisa do mesmo ano. A partir dessa etapa é

possível aprimorar a interpretação dos dados, propiciando aos estudantes uma

reflexão mais profunda acerca do tema pesquisado.

Em seguida é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos

resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica – UFRJ (JICTAC UFRJ) e

em outros espaços técnico-científicos.

Page 51: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

50

Principais Atividades de Divulgação

É realizada a divulgação de atividades do próprio LIMK e de parceiros

que nos procuram para obter apoio em comunicação de marketing digital. A

realização dessa atividade está permitindo o lançamento de um livro digital

intitulado “Marketing Digital para aprendizes: o que é, para que serve e como

fazer”.

Para realizar essas atividades, a própria Equipe LIMK produz o

planejamento da campanha digital, integrado ao processo de planejamento

estratégico da organização parceira, produz o material gráfico para a divulgação,

conforme ilustrado, por exemplo, nas figuras 1, 2, 3, e 8 (15ª ECOmostra,

CONEXÃO, ECOA Brasil, Ballet Brasil, Doce Fazer, LIMK, ABENEPI dentre

outros).

Figura 1: Logomarca da 15ª ECOMostra

Figura 2: Logomarca do Conexão Figura 3: Logomarca do ECOA Brasil

Page 52: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

51

Figura 4: Logomarca do Ballet Brasil Figura 5: Logomarca da Doce Fazer

Destacam-se em 2012: a divulgação do Interseção, da Cúpula dos

Povos (evento alternativo à Rio +20) e do curso da ABENEPI – Curso

Interpretando os Corpos na 1ª Infância (evento realizado pelo Instituto Nacional

dos Surdos – INES), Ballet Brasil (figuras 4, 9 e 10), Doce Fazer (figuras 5, 6 e 7).

Também foram produzidas peças, em 2012, para eventos que o LIMK foi

convidado a participar.

Figura 6: Homepage no facebook da Pâtisserie Doce Fazer

Page 53: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

52

Figura 7: Site da Pâtisserie Doce Fazer

Figura 8: Site do LIMK

Page 54: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

53

Figura 9: Homepage no facebook do projeto Ballet Brasil

Figura 10: Divulgação do projeto Ballet Brasil através do facebook

Page 55: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

54

O LIMK também promove Oficinas de Pesquisa de Marketing na

Semana dos Calouros da ECO; Oficina de Pesquisa de Marketing no

INTERCOM Sudeste (Evento da Sociedade Brasileira de Estudos

Interdisciplinares da Comunicação) e em ocasiões em que haja oportunidade de

difundir o trabalho que é realizado no laboratório.

É importante acrescentar que, dentro do apoio à divulgação, existe o

Projeto “Portal LIMK”, cujo objetivo é o constante aperfeiçoamento do uso das

ferramentas digitais para a própria divulgação do LIMK e para tornar as suas

Equipes cada dia mais aptas a apoiarem os clientes, especialmente em linguagens

para sites, integradas às ferramentas do facebook, twitter e youtube.

Principais Atividades Administrativas

Para que tudo isto funcione, é necessário gerenciar as atividades de

integração da equipe e de organização do trabalho; realizar a gestão de material;

coordenar o banco de horas dos bolsistas e voluntários; promover as reuniões

semanais de organização do trabalho e as mensais de avaliação de desempenho;

realizar solicitações de financiamento e de bolsas, produzir relatórios, minutas e

memorandos; monitorar e acompanhar as necessidades burocráticas do

laboratório junto à Universidade; organizar e gerenciar dados e arquivos

eletrônicos internos; realizar processos de recrutamento e seleção de bolsistas e

voluntários. Participar dessas atividades prepara os estudantes a realizarem seus

próprios empreendimentos de forma sustentável.

1.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social da

ECO/UFRJ (LIMK) tem papel essencial na formação de seus membros,

transformando seu aprendizado teórico de sala de aula em prática. Seus valores,

Page 56: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

55

que englobam respeito ao cidadão, responsabilidade social, atuação ética e

transparente, espírito de equipe, qualidade e produtividade, reconhecimento de

realização e partilha do sucesso guiam o trabalho e são postos em prática no

cotidiano de cada membro.

O consequente enriquecimento intelectual do estudante se estende

além dos limites universitários, na forma de conhecimentos aplicáveis a seu

futuro trabalho e à sua vida como cidadão. Além disso, o investimento em estudo

universitário é devolvido à sociedade por meio dos serviços prestados pelo LIMK

e produção acadêmica disponibilizada de vários modos.

Tendo em vista tais implicações, é de suma importância que o

Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social tenha seu legado

preservado e seu ideal ativo ao longo dos anos, formando futuros profissionais

cada vez mais completos.

1.4 REFERÊNCIAS

ANDREASEN, A. Ethics in Social Marketing. Georgetown University Press,

2001.

CHAVES, J.; STAREC, C.; GOMES, E. Gestão Estratégica da Informação e

Inteligência Competitiva. São Paulo: Editora Saraiva, 1ª ed. , 2005.

CESCA, C. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e Execução.

São Paulo: Editora Summus, 9ªEd, 2008.

CARMEL-ARTHUR, J. Bauhaus, São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

FIGUEIREDO, N. Método e Metodologia na Pesquisa Científica. São

Caetano do Sul: Editora Yendis, 2008.

HACKLEY, C. Marketing and Social Construction. Routledge Press, 2007.

KOTLER, P. Marketing Social - Influenciando Comportamentos Para o

Bem. Editora Bookman, 3ª Ed., 2011.

Page 57: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

56

KUMAR, V.; DAY, G. S.; AAKER, D. Pesquisa de Marketing. Rio de Janeiro:

Editora Atlas, 2007.

MARCONI, M.; LAKATOS, E. Fundamentos de Metodologia Científica. Rio

de Janeiro: Editora Atlas, 7ª Ed, 2010.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Rio de Janeiro: Editora Atlas, 1996.

NATALE, E. ; OLIVIERIl, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural. São

Paulo: Editora Zé do Livro, 2004.

PIAGET, J. Linguagem e o Pensamento na Criança. São Paulo: Martins

Fontes, 7ª Ed, 1999.

PIAGET, J. O Juízo e o Raciocínio na Criança. São Paulo: Editora Record,

1924.

PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento, Rio de Janeiro: Editora Freitas

Bastos, 1979.

PIAGET, J. Fazer e Compreender. Trad. Cristina L. de P. Leite. São Paulo,

Melhoramentos, EDUSP, 1978.

RAPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de

Graduação e Pós-graduação. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

RICKEY, G. Construtivismo: origens e evolução. São Paulo: Editora Cosac &

Naify, 2002.

REVELLI, C. Inteligência Estratégica na Internet. Porto Alegre, Editora

Instituto Piaget, 2000.

TURBAN, E.; ARONSON, J. E.; KING, D.; SHARDA, R. Business

Intelligence - Um Enfoque Gerencial para a Inteligência do Negócio. Editora

Bookman, 2009.

TURNER, J. How to Integrate Social Media into Your Marketing Plan. Press

Digital Editor, 2010.

WEINBERG, T. As Novas Regras da Comunidade - Marketing na Mídia

Social. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2010.

Page 58: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

57

APÊNDICE A

RELAÇÃO DAS EQUIPES LIMK, CONSTITUÍDAS POR ESTUDANTES

QUE COLABORARAM COM A ELABORAÇÃO DA 1ª REVISÃO DA

EDIÇÃO DESTE LIVRO EM ORDEM ALFABÉTICA E POR PERÍODO.

A Aletéia Maria da Silva (2º período de Comunicação), Amanda Buch Sampaio (2º

período de Comunicação), Amanda Ferreira Marcicano (estudante de

Pedagogia), Amanda Schab Salomão (2º período de Comunicação), Ana Ariel

Rodrigues Arras Menezes (1º período de Comunicação), Ana Beatriz de Souza

Siqueira (1º período de Comunicação), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes

(estudante de Comunicação), Ana Karina Veiga de Almeida (8º período de

Comunicação), Ana Luíza Reyes (2º período de Comunicação), Ana Paula

Ribeiro (estudante de Comunicação), Anaik Von Der Weid (2º período de

Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (2º período de Comunicação), Anelisa

Borges Eccard Leal (estudante de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa

(1º período de Comunicação), Arthur de Mello Ottoni (estudante de

Comunicação), Arthur Benchimol (2º período de Comunicação);

B Bárbara Barros Dumas (5ª período de Psicologia), Bárbara Louise Frederico

(estudante de Comunicação), Barbara Silva de Melo (2º período de

Comunicação), Beatriz de Carvalho Félix (2º período de Comunicação), Berna

Clara Vilaça Sartori (4º período de Administração), Bianca Nascimento (2º

período de Comunicação), Blandine Mól de Araújo (2º período de

Comunicação), Blenda Dantas (2º período de Comunicação), Brena Ferreira

Pinto Marinho (3º período de Comunicação), Bruna Costa Ebara (4º período de

Comunicação), Bruna Santos de Carvalho (4º período de Psicologia), Bruno Luiz

Page 59: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

58

Silva Dantas (1º período de Comunicação), Bruno Nathansohn (estudante de

Comunicação), Bruno Pessoa (2º período de Comunicação),

C Caio Carneiro Thales de Mileto (estudante de Comunicação), Camila Martinez

(2º período de Comunicação), Camila Mattos (2º período de Comunicação),

Camila Pellegrini (2º período de Comunicação), Camile Cotta Paim (2º período

de Comunicação), Camilla Eloy e Silva (4º período de Pedagogia), Carla Basílio

(estudante de Comunicação), Carlos Alberto Leal (2º período de Comunicação),

Carlos Alexandre de Carvalho Martins (1º período de Comunicação), Carlos

Eduardo Cayres de Matos (2º período de Comunicação), Carolina Castro (2º

período de Comunicação), Carolina Olivieri (2º período de Comunicação), Celso

Garcia Teles Lehnemann (2º período de Comunicação), Clara Filippelli

Fernandes Rescala (2º período de Comunicação), Clara Zamluti Facuri (estudante

de Comunicação), Conrado Leipner Nicolay (estudante de Psicologia), Crislan

Fernandes Veiga (2º período de Comunicação), Cyntia Rosa de Jesus Lima

(estudante de Comunicação),

D Daiane Ascenção Cardoso (2º período de Comunicação), Daniela Pinheiro (2º

período de Comunicação), Daniele Cristina de Campos (estudante de

Comunicação), Deborah Rebello (2º período de Comunicação), Délcia

Nascimento de Oliveira Delgado (2º período de Comunicação), Diego Paleólogo

(2º período de Comunicação), Diogo Gardoni (2º período de Comunicação),

Douglas Oliveira Mota (2º período de Comunicação),

E Eduardo Augusto da Silva Pereira (estudante de Administração), Eduardo

Loureiro (2º período de Comunicação), Elaine Cutrim da Silva (6º período de

Page 60: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

59

Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira (2º período de Comunicação),

Emanuelle Dias de Gondra (2º período de Comunicação),

F Fabiane Soares Marcondes (4º período de Psicologia), Fabiano Soria de Araújo

(estudante de Comunicação), Fabíola Ortiz dos Santos (2º período de

Comunicação), Felipe Cocco Cordovil de Macedo (2º período de Comunicação),

Felipe Leon Ferreira Macedo Kemmer (1º período de Comunicação), Felipe

Turl (2º período de Comunicação), Fernanda Borges Soutto Mayor (3º período

de Psicologia), Fernanda de Morais Amorim (2º período de Comunicação),

Fernanda Nunes Machado (2º período de Comunicação), Fernanda Rodrigues

Pereira (estudante de Psicologia), Fernando Vítor Vieira Ferreira (1º período de

Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (2º período de Comunicação),

Frederico Bellini Carvalho da Costa (estudante de Comunicação),

G Gabriel do Nascimento Lopes da Silva (estudante de Comunicação), Gabriel

Jácome Nogueira de Oliveira (1º período de Comunicação), Gabriela da Costa

Silva (2º período de Comunicação), Gabriela da Costa Silva (2º período de

Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (7º período de Psicologia), Gabriela

Lima Lopes (estudante de Comunicação), Gabrielle de Olivieri de Paiva (5º

período de Comunicação), Gisela Pascale de Camargo Leite (estudante de

Comunicação), Gláucia Prates Santana (2º período de Comunicação), Guilherme

Teixeira Wenzel (4º período de Comunicação), Gyna Cassia Dantas Costa (2º

período de Comunicação),

I Ingrid Freire Machado (1º período de Comunicação), Isabela Vieira da Cunha

(2º período de Comunicação),

Page 61: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

60

J Jean Silva (2º período de Comunicação), Jefferson Carrasco Teixeira Lopes (2º

período de Comunicação), Jenny Telemaque (2º período de Comunicação),

Jéssica Ferreira de Aragão (4º período de Comunicação), João Montenegro da S.

Pereira Reis ( estudante de Comunicação), Jordana Braga Martins (1º período de

Comunicação), Jorge Araújo Koliren (2º período de Comunicação), Jorge Jacob

(2º período de Comunicação), Joyce Conceição de F. Silva (estudante de

Comunicação), Julia Vianna do Nascimento (3º período de Administração),

Juliana Ferreira Pitanga (2º período de Comunicação), Juliana Figueiredo de

Oliveira (6º período de Psicologia), Juliana Marques (2º período de

Comunicação), Juliana Mattos dos Santos (2º período de Comunicação), Juliana

Zappa (2º período de Comunicação),

K Karine Freire (estudante de Comunicação), Kennya Paiva Collares (estudante de

Comunicação), Kimberly de Freitas Bezerra (3º período de Comunicação),

L Larissa de Moraes Pernambuco Agostini de Matos (2º período de Comunicação),

Laura Gelbert (estudante de Comunicação), Leandro Siqueira de Lima (4º

período de Serviço Social), Leidiani de Mendonça de Sena (3º período de

Pedagogia), Lenine Djú (8º período de Comunicação), Leonardo Garcia (2º

período de Comunicação), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (3º período de

Pedagogia), Lia Galrão Dirickson (2º período de Comunicação), Lienne Aragão

Lyra (2º período de Comunicação), Lívia Pereira de Frias (4º período de

Psicologia, Luana Tinoco (2º período de Comunicação), Lucas Ferreira da Silva

Palazzo (7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional), Luciana

Marques Meireles (2º período de Comunicação), Luciana Vasconcellos Pinto (2º

Page 62: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

61

período de Comunicação), Luciano Constant de Oliveira (2º período de

Comunicação), Luciano de Almeida Silva (2º período de Comunicação), Luís

Paulo de Andrade (8º período de Comunicação), Luísa Telles de Araújo Silva (3º

período de Comunicação), Luiz Antônio Rates da Silva (1º período de

Comunicação), Luiz Felipe Cury de Siqueira (estudante de Comunicação), Luiz

Felipe da Silva Conceição (7º período de Defesa e Gestão Estratégica

Internacional), Luiz Vicente Ferreira Fasciotti (5º período de Arquitetura e

Urbanismo),

M Maírlon dos Santos Melo (3º período de Comunicação), Maíta Carvalho de

Almeida (1º período de Comunicação), Manuela T. da Fonseca (2º período de

Comunicação), Márcio Carapeto Silveira Faria (estudante de Comunicação),

Marcos Paulo Novaes Malagris (estudante de Comunicação), Marcos Vinícius

Neto da Silva (3º período de Comunicação), Maria Cecília Leão Santiago (2º

período de Comunicação), Maria Clara Amarante Modesto (1º período de

Comunicação), Maria Clara Panel (2º período de Comunicação), Maria Daiane

de Paula Rodrigues (3º período de Comunicação), Maria Rosimeire Maróstica

Chaves (2º período de Comunicação), Maria T. Melo (2º período de

Comunicação), Maria Thamara de Lacerda Souza (estudante de Comunicação),

Mariana Dias Bria (1º período de Comunicação), Mariana Rosa Pugginelli

Brandão (2º período de Comunicação), Marina de Castro Frid (2º período de

Comunicação), Marina Maciel Schlaepfer (3º período de Administração), Mário

Justo de Meireles Delfino (2º período de Comunicação), Maristela Abreu

Vasconcelos (2º período de Comunicação), Maristella Ranucci Cardoso (2º

período de Comunicação), Michelle da Costa Pereira (6º período de

Comunicação), Michelly Xavier Nunes Mirailh (estudante de Psicologia), Migul

Eichler dos Santos (estudante de Comunicação), Milla Mascarin (2º período de

Comunicação), Moysés C. Corrêa (2º período de Comunicação),

Page 63: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

62

N Natália Alvim Siqueira (estudante de Comunicação), Natália Teixeira Fernandes

(2º período de Comunicação), Nathalia Ramôa Varaschin (2º período de

Comunicação), Nathália Tourinho Duarte (1º período de Comunicação),

Nathalle Figueiredo Péres (2º período de Comunicação), Nicollas Wesley

Vimercate Ribeiro (3º período de Engenharia de Produção da Universidade

Veiga de Almeida), Nicolly Stheffani Vimercate Ribeiro (1º período de

Comunicação),

P Paola Hoffmann Azevedo (1º período de Comunicação), Paola Zeitune

Goldkorn (5º período de Psicologia), Patricia Nigri Adelson (2º período de

Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (2º período de Comunicação), Paula

Pimentel (estudante de Comunicação), Pedro de Souza Mesquita (3º período de

Comunicação), Pedro Felipe Feijó Pereira (2º período de Comunicação), Pedro

Henrique Teodoro Siqueira (3º período de Psicologia), Pedro Muxfeldt Oliveira

(2º período de Comunicação), Priscilla Barros (2º período de Comunicação),

R Rafael Barcellos da Silva (2º período de Comunicação), Rafael Gonzaga de

Oliveira (2º período de Comunicação), Raffaela de Menezes Lupetina (estudante

de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (2º período de Comunicação), Raissa

Silva dos Santos (2º período de Comunicação), Raphael Rezende (2º período de

Comunicação), Raquel Franco de Miranda Cunha (2º período de Comunicação),

Ricardo Ferreira Rodrigues (1º período de Comunicação), Ricardo Marcolan (2º

período de Comunicação), Roberta Cordeiro de Figueiredo (2º período de

Comunicação), Roberta Pantoja (estudante de Comunicação), Rodrigo Otavio

Grangier Abrahão (3º período de Administração), Rodrigo Pereira Monteiro (6º

Page 64: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

63

período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (3º período de

Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (4º período de Comunicação),

S Sara Regina Sampaio (2º período de Comunicação), Sarah Rufino (2º período de

Comunicação), Sheila Soeiro (2º período de Comunicação), Silvana Chrispim

Mateus (estudante de Pedagogia), Simone Pontes dos Santos (8º perído de

Ciências Sociais), Stephanie Silva de Oliveira (1º período de Comunicação),

Stephen Lewis Champlin Junior (7º período de Defesa e Gestão Estratégica

Internacional), Suelen Gomes Breves (estudante de Comunicação),

T Thatiana Machado de Castro (2º período de Comunicação), Taís dos Santos

Vianna (2º período de Comunicação), Taíza Pereira de Oliveira (5º período de

Serviço Social), Tatiana Martins Freire (2º período de Comunicação), Thaís

Eletherio Cordeiro (2º período de Comunicação), Thiago Pereira de Souza

Brandão (estudante de Comunicação), Thuane Filgueiras de Albuquerque

(estudante de Pedagogia), Tiago Lezan Sant’Anna (2º período de Comunicação),

V Vinícius Albuquerque Machado (2º período de Comunicação), Vinicius Almeida

Vieira (3º período de Comunicação), Vinícius de Melo Martins (estudante de

Publicidade), Vítor Pimentel P. Costa (2º período de Comunicação), Viviane

Padilha (2º período de Comunicação),

Y Yuri D. Esteves (2º período de Comunicação).

Page 65: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

64

CAPÍTULO 2:

Quem é o calouro da ECO?

Page 66: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

65

2. QUEM É O CALOURO DA ECO?21

Lívia Pereira de Frias22, Mariana Dias Bria23,

Paola Hoffmann Azevedo24, Pedro de Souza Mesquita25

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

“Conhecer o homem - esta é a base de todo o sucesso.”

Charles Chaplin26

2.1 INTRODUÇÃO

O LIMK, Laboratório de Inteligência e Pesquisa em Marketing Social,

da Escola de Comunicação (ECO) – UFRJ é um laboratório de ensino, pesquisa

e consultoria especializado na utilização de ferramentas de marketing e de

aplicação de tecnologias de administração no processo de transformação social.

Por meio de suas atividades teórico-práticas de ensino-aprendizagem, procura-se

contribuir para a formação de profissionais cidadãos capazes de aplicar, em

processos de transformação social, conhecimentos de marketing, em especial, de

inteligência estratégica.

21Esta pesquisa foi feita com base em um trabalho apresentado na edição de 2010 da Jornada Giulio

Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 22 Estudante do 1º período de Comunicação.

23 Estudante do 4º período de Psicologia.

24 Estudante do 1º período de Comunicação.

25 Estudante do 3º período de Comunicação.

26 Nascido em Londres (1889 - 1977), foi um ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor,

comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Um dos atores mais famosos da era do cinema

mudo, notabilizado pelo uso de mímica

Page 67: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

66

Visando a treinar os estudantes em pesquisa de marketing, realizou-se

uma investigação para verificar o perfil do estudante que ingressa na ECO –

UFRJ bem como suas expectativas com relação ao curso e à Universidade com os

colaboradores do LIMK da Equipe de 2010-1. Por meio deste trabalho também

é possível entender a relação veterano-calouro durante o ingresso de novos

estudantes e buscar informações específicas sobre as características pessoais dos

calouros e seus sentimentos sobre o trote e a UFRJ.

A relevância do projeto está no fato de que ao realizá-lo os estudantes

não só tem a oportunidade de aprender sobre pesquisa de marketing, mas

também coleta-se dados que produzem conhecimento sobre os sujeitos que estão

chegando. Isto permite avaliar se as expectativas em relação à ECO são

confirmadas ou se é necessário promover mais eventos e programações

esclarecedoras sobre a realidade nela vivida.

2.2 METODOLOGIA

O instrumento, um questionário composto por 64 perguntas, sendo

destas 19 abertas e 45 fechadas. Tal instrumento só pode ser construído após

realização de levantamento bibliográfico sobre o assunto em questão.

O procedimento de coleta de dados se deu durante a Oficina de

Pesquisa de Marketing oferecida pelo LIMK no 1º semestre de 2010. O

instrumento utilizado foi questionário autorrespondido, sendo o grupo de

respondentes os participantes da Semana de Calouros (ECOmeço), realizado na

Escola de Comunicação. O universo era de 120 estudantes e a amostra de

conveniência conseguida foi de 34 (28%).

Posteriormente, o tratamento de dados foi realizado com o software

Sphinx Léxica Plus v 5.0. A interpretação e análise dos resultados foram feitas

Page 68: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

67

com técnicas de estatística básica, associados a cruzamento de dados e reflexão

sobre o tema. As conclusões obtidas foram divulgadas na Jornada de Iniciação

Científica (JIC) e em outros espaços técnico-científicos.

2.3 RESULTADOS

A seguir observa-se o levantamento de dados possível a partir da

aplicação do instrumento. Destaca-se que os resultados expressos se baseiam nas

maiores frequências de resposta aos questionários. Além disso, o principal

parâmetro considerado nesta pesquisa foi a moda. Dito isto, podemos traçar o

perfil predominante neste estudo: entre os 34 (28%) entrevistados, 77% são do

gênero feminino, 41% têm 18 anos e 68% são solteiros.

A maioria é morador do município do Rio de Janeiro (86%), sendo os

bairros mais mencionados: Copacabana (12%), Tijuca (12%), Botafogo (9%) e

Icaraí (9%). Cabe observar que a distribuição de residência deve estar distorcida

pelo fato da conveniência de perguntar a estudantes que se mantiveram nas

atividades de trote, certamente os que moram mais próximo à UFRJ.

Tabela 1 – Idade

Idade Percentagem

Menos de 17 anos 0%

17 anos 21%

18 anos 42%

19 anos 21%

20 anos 14%

21 anos 0%

Mais de 21 anos 3%

Page 69: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

68

Tabela 2 – Estado Civil

Estado Civil Percentagem

Solteiro 68%

Namorando 29%

Casado 0%

Divorciado 0%

Viúvo 0%

Outros 3%

Tabela 3 – Município onde mora

Município Percentagem

Rio de Janeiro 85%

Niterói 15%

Quando o assunto abordado foi religião, a maior parte dos

respondentes (32%) não respondeu se possuía religião. A outra parcela se

declarou católica (29%) e espírita (12%) dentre outras, como demonstra tabela a

seguir.

Quando questionados por qual veículo tinham acesso a informações,

foi declarado que 85% utilizavam a internet e outros 85% a televisão. É

importante ressaltar que a soma das citações não totaliza 100%, pois neste caso

era permitido que os participantes marcassem mais de uma alternativa.

Tabela 4 – Religião:

Qual a sua religião?

Não respondeu 32%

Page 70: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

69

Tabela 4 – Religião:

Qual a sua religião?

Agnóstico 6%

Ateu 9%

Budista 0%

Católica 29%

Ecumênica 0%

Espírita 12%

Evangélica 3%

Judaica 6%

Muçulmana 0%

Umbanda 3%

Outra 0%

Santo Daime 0%

Tabela 5 – Meios de informação:

Por qual meio você tem acesso às notícias?

Jornal impresso 47%

Jornal online 68%

Internet 85%

Revista 50%

Televisão 85%

Rádio 6%

Não costumo buscar informações 0%

Page 71: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

70

Em relação à educação, 12% cursaram o ensino fundamental em

escola pública e 88% em escola privada, em diferentes escolas, não se observando

predominância de nenhuma neste caso. No ensino médio, os índices foram de

27% em escolas públicas e 74% em escolas privadas. As escolas mais citadas

foram: Colégio Pedro II (9%), Colégio Abel (6%), CAp UFRJ (6%), Colégio pH

(6%) e Colégio São Vicente de Paulo (6%).

No quesito escolha do curso de graduação, 53% disseram não ter

prestado vestibular para nenhum outro curso. Dos 47% que prestaram vestibular

para outro curso, a maioria escolheu Direito (16%), Comunicação Social (11%) e

Desenho Industrial (11%).

Outro dado apurado foi sobre quais universidades os entrevistados

escolheram prestar vestibular. Enquanto 18% afirmaram ter tentado apenas para

a UFRJ, a outra parcela (82%) tentou UFF (68% - maior concorrente), UERJ e

PUC.

Tabela 6 – Universidades para as quais tentou vestibular

Prestou vestibular para outras universidades? Qual?

Não respondeu 18%

UFF 68%

UERJ 9%

PUC 3%

UFRRJ 0%

ESPM 0%

FACHA 0%

Outras 2%

Page 72: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

71

Quanto à habilitação pretendida, a maioria escolheu Jornalismo (68%),

seguido por Publicidade e Propaganda (35%), Rádio e TV (24%) e Produção

Editorial (18%) e os indecisos somaram 6%.

Entre as razões apontadas para cursar Comunicação na UFRJ, as mais

frequentes foram: qualidade do curso, oferecimento de ensino gratuito e

proximidade da residência.

De acordo com os entrevistados, as instalações da ECO são classificadas

majoritariamente como “boas” (68%) e em segundo lugar como “nem boas nem

ruim” (18%); a infraestrutura foi considerada como “boa” pela maioria (47%) e

35% declararam não saber, provavelmente pelo fato de que o grupo entrevistado

era composto por estudantes novos na instituição.

Quando questionados sobre a proposta de um bandeijão no campus,

observa-se alto nível de aceitação (ótima por 85%).

O otimismo dos calouros com relação à ECO se revelou alto, visto que

descreveram-se bastante otimista (68%), seguidos por mais ou menos otimistas

(18%) e extremamente otimistas (12%). A pergunta que abrange as expectativas

dos calouros quanto ao curso de Comunicação dividiu opiniões e na tabela 7, a

seguir apresentada, há a indicação das opções assinaladas e sua percentagem:

Tabela 7 – Expectativa quanto ao curso de Comunicação

O que espera do curso de Comunicação?

Cultura geral para melhor compreender o

mundo 68%

Possibilidade de realização pessoal 65%

Obtenção de diploma de nível superior 56%

Page 73: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

72

Tabela 7 – Expectativa quanto ao curso de Comunicação

O que espera do curso de Comunicação?

Disponibilidade de emprego no mercado

de trabalho 53%

Possibilidade de contribuir para a

sociedade nesta carreira 50%

Formação profissional para atuar como

docente em pesquisa científica 15%

Não respondeu 3%

Não quero responder 0%

Não sei 0%

Outro motivo 0%

Nas questões relacionadas aos interesses dos novos estudantes, as

opções mais mencionadas foram: cinema/teatro (88%), casa de amigos (85%),

boate/festa (74%), praia (68%), bar (62%), shows (53%) e ficar em casa (47%).

O consumo de bebidas alcoólicas foi relatado como “Ocasional” pela

maior parte (59%), 12% declararam consumir duas vezes por semana e outros

12% três vezes por semana. Em se tratando de aparência, 47% disseram não se

inibir por sua imagem, 24% declararam serem pouco afetados com isso e 18%

mais ou menos afetados.

Dentre os bens que possuem em casa foram mais frequentemente

citados: TV colorida (97%), celular (97%), computador (97%), geladeira (97%),

máquina de lavar (94%), DVD (94%), Ipod/mp3/mp4 (88%), rádio (85%),

automóvel (77%) e empregada mensalista (65%). A principal fonte de renda para

a grande maioria é a mesada (85%), outros 6% também declararam trabalhar e

3% terem bolsa de trabalho/manutenção.

O estilo de vida dos entrevistados foi autoclassificado em sua maioria

como tranquilo (21%) e feliz (14%). Outros adjetivos foram mencionados em

Page 74: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

73

menor escala, como alegre, bem-estar, decidido, desgarrado, eclético,

equilibrado, inconstante, indefinido, intenso, livre, monótono, normal,

organizado, original, preguiçoso, regulado e responsável.

Uma avaliação final do questionário respondido revelou que a maior

parcela dos respondentes se sentiu indiferente (50%) ao responder à pesquisa,

alguns se sentiram bem (35%), muito bem (12%) ou não respondeu à pergunta

(3%).

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao serem analisados os resultados encontrados, é possível ressaltar

algumas características do sujeito ingressante na ECO. Dentre elas, o fato de que

os veículos de comunicação mais utilizados para obtenção de informações e

notícias são a internet e a televisão, o que demonstra o poder desses meios e

reforça o uso das novas mídias sociais para alcançá-los.

Com relação à educação, a grande maioria dos respondentes estudou

em escolas particulares, tanto no ensino fundamental quanto no médio. Isso

confirma a realidade brasileira no setor de educação, em que escolas públicas é

mais do que conhecido que as escolas públicas, em geral, oferecem ensino de

qualidade inferior ao das particulares, exceto os CAP e o Pedro II, o que a

pesquisa confirma.

O interesse pela área de humanas é comum entre os estudantes, além

disso, a maior parte pretende escolher jornalismo como habilitação.

Em função do novo Enem, notou-se um novo fenômeno: alguns

alunos prestaram vestibular para universidades de fora do estado do Rio de

Janeiro. Uma pequena quantidade dos estudantes entrevistados também prestou

Page 75: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

74

vestibular para faculdades particulares. Isto evidencia a qualidade das

universidades públicas brasileiras.

A boa qualidade do curso de Comunicação Social da UFRJ foi citada

pelos novos ingressantes na universidade como fator determinante para virem

para cá. Isto juntamente com a declaração de otimismo em relação à

universidade caracteriza o papel importante que a ECO e a UFRJ têm na vida

dos novos estudantes e no que devem oferecer durante suas formações

acadêmicas.

2.5 REFERÊNCIAS

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em:

www.sphinxbrasil.com.

Page 76: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

75

CAPÍTULO 3:

Uma avaliação do

Ciclo Básico do Curso de Comunicação Social

Page 77: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

76

3. UMA AVALIAÇÃO DO CICLO BÁSICO DO CURSO DE

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Juliana Marques27, Lívia Pereira de Frias28,

Luana Tinoco29, Nathalia Ramôa Varaschin30,

Priscilla Barros31, Sarah Rufino32, Sheila Soeiro33,

Talita de Oliveira34.

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

"Portanto, o problema do conhecimento não deve ser um problema restrito aos filósofos. É um problema de todos e cada um deve levá-

lo em conta desde muito cedo e explorar as possibilidades de erro para ter condições de ver a realidade, porque não existe receita

milagrosa. (...) É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar

sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto."

Edgar Morin35

27 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

28 Estudante do 4º período de Psicologia

29 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

30 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

31 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

32 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

33 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

34 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

35 Pseudônimo de Edgar Nahoum (1921 -), um antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu. Formado

em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia.

Page 78: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

77

3.1 INTRODUÇÃO

Em 2006, após cinco da criação do ciclo básico do curso de graduação

de comunicação social da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO), surge a

necessidade de avaliação, por meio de uma pesquisa bem estruturada, do seu

processo de ensino e aprendizagem.

Tal avaliação deve apurar a opinião de estudantes, de professores e de

coordenadores sobre como e se têm sido seguidas as normas divulgadas pelo

MEC no Instrumento Único de Avaliação de Cursos de Graduação, assim como

as diretrizes da Reforma Curricular de 2005. Este é o objetivo principal desta

pesquisa. Uma investigação dedicada apenas à Reforma Curricular está presente

no nono capítulo deste livro.

Constituem-se como questões fundamentais a averiguação da

compatibilidade do conteúdo programático do ciclo básico com o conteúdo da

sequência do curso, nas habilitações do ciclo profissional, avaliação do processo

de ensino e aprendizagem e se são fornecidos elementos suficientes sobre as

diversas habilitações de modo que os graduandos ao final do ciclo básico possam

realizar suas escolhas.

Justifica-se a realização desta pesquisa como uma forma de antecipar o

processo pelo qual a ECO vai ser submetida pelo MEC em maio de 2006. A

pesquisa se torna ainda mais relevante uma vez que ainda não existe nenhum

relatório definitivo que esclareça se a reforma curricular introduzida há cinco

anos produziu efetivamente os resultados planejados. Por meio dos resultados

dessa pesquisa, espera-se fornecer importantes informações à coordenação do

Page 79: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

78

ciclo básico da ECO36

para que se realizem as medidas corretivas necessárias, caso

algum objetivo não esteja sendo devidamente atendido.

3.2 METODOLOGIA

Participaram da pesquisa diretores, coordenadores, professores, e

estudantes. Esta amostra foi escolhida para garantir representatividade em relação

ao universo da pesquisa e um grau de 90% de confiança de que o resultado

obtido terá margem de erro de apenas 10% em relação ao universo pesquisado,

compreendendo o seguinte:

96 estudantes do 3º período da ECO, para definir o perfil dos

estudantes que ingressam nas habilitações;

15 professores da ECO, que lecionam disciplinas do 4º período, o

1º período do Ciclo Profissional, sendo responsáveis em avaliar as

condições e a formação dos estudantes ao chegarem no ciclo

profissional;

Quatro coordenadores das habilitações do ciclo profissional e

Dois diretores da ECO, responsáveis pelas questões relativas ao

corpo docente e discente, foram incluídos na amostra inicial, mas,

por questões internas na ECO, não foi possível entrevistá-los, tendo

sido assim reduzido, na prática, o universo.

Durante a fase de campo, por dificuldades diversas, obteve-se resposta

de apenas 32 (28%) do universo de respondentes.

36 A Prof

a Dr

a. Fátima Sobral Fernandes iniciou a coordenação do ciclo básico do curso de comunicação

social da ECO em maio de 2006 e esta pesquisa ajudou a compreender o quadro do legado que estava

recebendo para gerir.

Page 80: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

79

Contribuíram para o êxito da pesquisa 22 (23%) dos estudantes.

No conjunto de professores e coordenadores, o índice de resposta foi de 53%

(10 respondentes).

Os estudantes foram abordados individualmente por uma dupla de

pesquisadores de campo adequadamente treinados uma vez que, devido à

proximidade do final do período letivo, um dos problemas encontrados, a

frequência às aulas era muito baixa. O instrumento para coleta de dados foi um

questionário desenvolvido para focar a problemática do processo de ensino e

aprendizagem do ciclo comum do curso de Comunicação Social (ECO/UFRJ).

O questionário destinado a professores, coordenadores e diretores

possuía tanto perguntas abertas quanto fechadas e tratava dos seguintes aspectos:

perfil (total de 10 perguntas: nome, sexo, idade, naturalidade, por exemplo),

trabalhista (somaram-se 8 perguntas neste quesito: função na ECO, jornada de

trabalho, tempo na UFRJ etc), metodologia de trabalho (mais 8 perguntas

englobando quais disciplinas ministra, se prepara o programa e o disponibiliza) e

econômico-social (4 perguntas: bens/serviços que possui em casa, quantas pessoas

vivem da renda familiar, grau de instrução do chefe da família, entre outros).

O questionário dado aos estudantes era nos mesmos moldes dos

aplicados aos professores e abrangia também os aspectos de perfil (10 perguntas),

econômico-social (total de 16) e sobre a vida escolar e universitária (se estudou

em escola pública ou privada, modo como chega à ECO e quanto tempo

demora; total de 11 itens).

Complementando o questionário, constam questões, tanto

quantitativas como qualitativas, elaboradas com base no documento do MEC

anteriormente mencionado. Este documento compartimenta os critérios de

Page 81: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

80

avaliação em 3 áreas: organização didático-pedagógica, contribuição do corpo

docente, corpo discente e corpo técnico-administrativo e instalações físicas.

Tais perguntas visam a avaliar a importância relativa dos atributos que

constituem a boa qualidade de ensino e identificar o grau de satisfação com cada

um deles, para, assim, poder entender quais são problemas importantes e mais

urgentes a serem resolvidos, isto é, aqueles relacionados aos atributos de

qualidade que são muito importantes e que encontram-se em situação mais

insatisfatória. O modelo de avaliação adotado baseou-se no modelo de avaliação

de qualidade TRANSCENDER, desenvolvido por Fernandes (1999).

Procedimento e instrumentos idênticos foram utilizados para

entrevistar professores e coordenadores. Destaca-se ainda que a elaboração do

instrumento foi realizada somente após pesquisa bibliográfica sobre o tema de

estudo.

Os dados coletados foram tabulados para avaliação do grau de

similaridade e coerência entre os resultados. A partir dessa tabulação primeira,

houve uma análise de dados para se extrair informações norteadoras das ações a

serem realizadas em curto, médio e longo prazo.

3.3 RESULTADOS

Em princípio, descreve-se o ciclo básico como sendo a parte inicial do

curso de comunicação social com o objetivo, de uma forma geral, de desenvolver

uma visão ampla e crítica a respeito dos meios de comunicação e auxiliar o

estudante na escolha de habilitação. Na análise que aqui será apresentada cabe

destacar que a moda foi o principal parâmetro norteador e os resultados finais

baseiam-se nas maiores frequências encontradas nas respostas dos entrevistados.

Page 82: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

81

A seguir apresentam-se os perfis de um professor/coordenador/diretor

típico e de um aluno típico de 3º período da ECO. Esse resultado foi obtido por

meio do agrupamento das características avaliadas que obtiveram maior

percentagem de resposta entre os entrevistados. Dessa forma, foi possível

descrevê-los.

3.3.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS:

Professor Típico:

Os professores que não puderam ou não quiseram responder ao

questionário apontaram os seguintes motivos: falta de tempo e o tamanho do

questionário.

Além de professores, foram também entrevistados coordenadores e

diretores da ECO. Entretanto, uma vez que estes dois também se encontram

exercendo a função de professor, todos os dados foram compilados sob a

denominação professor para os três casos.

Um professor típico da ECO, respondente desta pesquisa, apresenta

as seguintes características:

o Tanto do sexo feminino (40%) quanto masculino (40%) e 20% não

responderam;

o Possui entre 31 e 50 anos de idade;

o É brasileiro e natural do Rio de Janeiro;

o É casado;

o É do quadro permanente de professores, com uma jornada de

trabalho de 40 horas semanais;

o Possui tempo de permanência no corpo docente de 6 a 10 anos;

Page 83: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

82

o Leciona no turno da manhã;

o Utiliza transporte próprio ou coletivo para chegar à ECO;

o Tem como principal motivação para trabalhar na UFRJ a tradição

da universidade;

o Já leu o documento de Reforma Curricular existente no site da

ECO;

o Prepara o programa de sua disciplina e o disponibiliza para os

estudantes;

o Acredita que os estudantes egressos do terceiro período não se

encontram devidamente preparados no ciclo básico para enfrentar

as disciplinas do ciclo profissional;

o Declara não lecionar em outra faculdade, mas possui outra

atividade além de lecionar e

o Encontra-se na categoria social B1.

Estudante Típico:

A partir das respostas dos 22 estudantes entrevistados, obteve-se um

perfil do estudante de 3º período da ECO/UFRJ que se caracteriza por

o É do sexo feminino;

o Possui entre 19 e 20 anos de idade;

o É brasileiro e natural do Rio de Janeiro;

o É solteiro;

o Oriundo de colégio particular;

o A mesada é a sua principal fonte de renda;

o Não exerce atividade acadêmica não remunerada (dos que

exercem, a maioria realiza trabalho eventual, pela manhã);

o Não participa de nenhum programa de assistência universitária;

Page 84: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

83

o Mora em companhia dos pais;

o Utiliza transporte coletivo, levando mais de 40 minutos para chegar

à ECO;

o Não estuda em outro curso de graduação além da ECO (os que

estudam, o fazem em outra universidade pública);

o Tem como motivações predominantes que o levaram a escolher a

UFRJ a qualidade de ensino e o ensino gratuito;

o Tem como motivações predominantes que o levaram a escolher o

curso de Comunicação Social a possibilidade de realização pessoal

e aptidões descobertas autonomamente;

o Espera obter com seu curso universitário, principalmente,

formação profissional para enfrentar o mercado de trabalho e

cultura geral para melhor compreender o mundo;

o Pretende trabalhar e estudar após se formar. Em relação ao

trabalho, deseja exercer a habilitação que escolheu; em relação aos

estudos, pretende iniciar uma pós-graduação lato sensu;

o Não leu o documento de reforma curricular, o que pode prejudicá-

lo em suas próprias escolhas no ciclo básico, assim como ter

dificultado a compreensão da presente pesquisa;

o Procurou conhecer as ementas das disciplinas que cursa;

o Considera sua percepção sobre os meios de comunicação diferente

da que possuía no início do curso, sem, no entanto, avaliá-la como

melhor ou pior;

o Encontra-se na categoria social B2;

o Possui uma família de 3 ou 4 integrantes, cujo chefe é o pai ou a

mãe.

Page 85: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

84

3.3.2 OPINIÃO DOS ENTREVISTADOS

O Instrumento Único de Avaliação dos Cursos de Graduação, emitido

pelo MEC em maio de 2006, que orientou a confecção do questionário

respondido por professores e estudantes da ECO/UFRJ pode ser dividido em 3

partes:

Critérios de Avaliação Relacionados à Organização Didático-

Pedagógica:

A análise do grau de importância atribuído a cada item foi designada

apenas aos professores, uma vez que estes já possuem experiência e

conhecimento pedagógico, o que permite um exame mais consistente. A escala

de classificação era composta pelas opções “Extremamente Importante (EI)”,

“Muito Importante (MI)”, “Importante (I)”, “Pouco Importante (PI)” e “Nada

Importante (NI)”.

Não houve critérios de avaliação classificados como “Nada

Importantes (NI)”.

A seguir, nos quadros de 1 a 4, evidencia-se o grau de importância

atribuído pelos professores aos diversos critérios de avaliação:

Quadro 1 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)

Extremamente

Importante (EI)

50

% Atuação do coordenador.

40

%

Efetiva dedicação do coordenador à condução

pedagógica do curso.

Extremamente

Importante (EI)

30

%

Preparação do estudante com todas as competências

intelectuais (conhecimentos, habilidades e hábitos)

requeridos no ciclo profissional.

Page 86: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

85

Quadro 1 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)

30

%

Preparação do estudante para refletir sobre os meios de

comunicação.

30

%

Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na

produção cultural brasileira

30

% Coerência do corpo docente com a proposta curricular.

Quadro 2 – Critérios avaliados como Muito Importantes (MI)

Muito

Importante (MI)

60% Rediscussão periódica estruturada sobre a concepção do

curso.

50%

Existência de um projeto pedagógico específico do ciclo

comum articulado ao projeto pedagógico do curso de

graduação da comunicação social.

40% Efetiva dedicação à administração do curso.

40% Articulação da gestão do ciclo comum com a gestão das

habilitações.

40%

Existência de articulação entre o projeto do curso de

comunicação social e o projeto pedagógico institucional,

que inclua o projeto pedagógico de todos os cursos

ministrados na ECO de graduação e pós-graduação.

Quadro 3 - Critérios avaliados como Importantes (I):

Importante (I)

70% Coerência dos procedimentos de avaliação dos processos

de ensino-aprendizagem com concepção do curso.

70% Existência de plano de ensino das disciplinas.

60% Experiência profissional do coordenador.

60% Disposição da disciplina no encadeamento curricular.

60% Existência de mecanismos de interação entre alunos e

professores para além das aulas presenciais.

Quadro 4 - Critérios avaliados como Pouco Importantes (PI):

Pouco

Importante (PI) 40%

Existência de suporte de educação à distância para

complementar o processo de ensino-aprendizagem

presencial.

Page 87: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

86

A avaliação do grau de satisfação atribuído aos diversos critérios

descritivos da qualidade da organização didático-pedagógica do ciclo básico foi

realizada por professores e estudantes, sendo a escala constituída pelas

;alternativas: “Excelente (Ex)”, “Bom (B)”, “Regular (Re)”, “Ruim (Ru)”, “Péssimo

(Pe)” e “Não Sei Avaliar (NSA)”.

Quadro 5 – Critérios avaliados como excelentes (Ex):

Professores

30% Atuação do coordenador.

30% Experiência acadêmica do coordenador.

30% Experiência profissional do coordenador.

30% Efetiva dedicação do coordenador à administração do

curso.

Estudantes 41% Preparação do estudante para refletir sobre os meios de

comunicação.

Quadro 6 – Critérios avaliados como Bons (B):

Professores

50% Preparação do estudante para refletir sobre os meios de

comunicação.

40% Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na

produção cultural brasileira.

30% Formação do coordenador.

30% Preparação do estudante com todas as competências

humanas requeridas no ciclo profissional.

Estudantes

36% Preparação do estudante para refletir sobre seu papel na

produção cultural brasileira.

36% Dimensionamento da carga horária das disciplinas ao

conteúdo programático previsto.

Quadro 7 – Critérios avaliados como Regulares (Re):

Professores

50% Adequação da metodologia de ensino à concepção do

curso.

30% Preparação do estudante por meio de atividades de

pesquisa para escolher a sua habilitação profissional.

30% Acesso às disciplinas de outras unidades de ensino que

complementem a formação do ciclo comum.

30% Dimensionamento da carga horária das disciplinas ao

conteúdo programático previsto.

Page 88: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

87

Quadro 7 – Critérios avaliados como Regulares (Re):

Estudantes

64% Disposição da disciplina no encadeamento curricular.

60% Conexão entre conteúdos de disciplinas que tenham

afinidades.

54% Estratégias de desenvolvimento de atividades integradoras

dentro e fora do ambiente acadêmico.

50% Plano de ensino das disciplinas.

Quadro 8 – Critérios avaliados como Ruim (Ru):

Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Ruim (Ru)” pelos professores.

Estudantes

72% Equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas.

54% Adequação da metodologia de ensino à concepção do

curso.

41% Mecanismos de interação entre alunos e professores para

além das aulas presenciais.

37%

Adequação da carga horária de modo a dar conta do

conjunto de habilidades e competências a serem

desenvolvidas nos estudantes.

Quadro 9 – Critérios avaliados como Péssimos (Pe):

Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Péssimo (Pe)” pelos professores.

Estudantes 27% Efetiva dedicação do coordenador à administração do

curso.

Page 89: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

88

Quadro 10 – Critérios avaliados como Sem Avaliação por Desconhecimento

(NSA):

Professores

60% Mecanismos de autoavaliação do ciclo comum.

50% Coerência do currículo com as diretrizes curriculares

nacionais.

50% Planos de ensino das disciplinas.

50% Mecanismos efetivos de acompanhamento e

cumprimento das atividades de estágio.

Estudantes

77% Regras claras de participação em atividades internas.

77% Regras claras de participação em atividades externas.

73% Relação aluno/orientador para acompanhamento do

estágio.

68% Mecanismos efetivos de acompanhamento das atividades

monitoria ou de bolsa de pesquisa ou de extensão.

De início, destaca-se como fundamental a promoção de atividades para

alinhamento de percepção sobre a qualidade do curso oferecido, que aos olhos

dos professores é melhor do que aos olhos dos estudantes, havendo apenas um

critério em que as avaliações coincidem: Preparação do estudante para refletir

sobre seu papel na produção cultural brasileira.

É importante ressaltar que alguns pontos considerados de “Extrema

Importância” foram mais tarde avaliados com qualidade “Excelente” ou “Boa”, o

que reforça o valor do curso de Comunicação e da instituição de ensino. Foram

os casos dos seguintes itens: “atuação do coordenador”, considerada excelente

pelos professores; “efetiva dedicação do coordenador à condução pedagógica do

curso”, vista como excelente pelos professores; “preparação do estudante para

refletir sobre os meios de comunicação”, julgada excelente pelos estudantes e boa

pelos professores e “preparação do estudante para refletir sobre seu papel na

produção cultural brasileira”, boa segundo professores e estudantes.

O cruzamento dos graus de importância e de satisfação permite

suscitar pontos que precisam de uma ação de melhoria:

Page 90: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

89

o Em curto prazo - atenção voltada para critérios avaliados como de

extrema importância, mas de qualidade ruim ou péssima, tais

como: “equilíbrio entre disciplinas teóricas e práticas”; “dedicação

do coordenador à condução pedagógica do curso”; “dedicação do

coordenador à administração do curso”.

o No médio prazo: critérios avaliados como importantes, mas de

classificação ruim ou péssima, ou ainda itens de extrema

importância ou muito importantes e avaliados como regulares.

Encaixam-se neste patamar: “coerência do corpo docente com a

proposta curricular”; “preparação do estudante com todas as

competências intelectuais (conhecimentos, habilidades e hábitos)

requeridas no ciclo profissional”.

o No longo prazo: a combinação de critérios tidos como de pouca

importância e classificados como ruins ou péssimos engloba

“planos de ensino das disciplinas”, “coerência dos procedimentos

de avaliação dos processos de ensino-aprendizagem com a

concepção do curso”; “disposição da disciplina no encadeamento

curricular” entre outros.

Critérios de Avaliação Relacionados à Contribuição do Corpo

Docente, Corpo Discente e Corpo Técnico-administrativo:

Novamente, a análise do grau de importância atribuído a cada item foi

atribuída apenas aos professores, uma vez que estes já possuem experiência e

conhecimento pedagógico, o que permite um exame mais consistente dos

critérios. A gradação de importância atribuída foi a mesma apresentada

anteriormente.

Page 91: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

90

Quadro 11 – Critérios avaliados como Extremamente Importante (EI)

Extremamente Importante (EI)

60% Frequência dos professores nas aulas.

50% Pontualidade dos professores nas aulas.

50% Dedicação efetiva dos funcionários.

50% Frequência dos funcionários.

50% Pontualidade dos funcionários.

Quadro 12 Critérios avaliados como Muito Importante (MI)

Muito Importante (MI)

80% Frequência dos estudantes nas aulas.

80% Pontualidade dos estudantes nas aulas.

80% Pontualidade dos estudantes na entrega dos

elementos para avaliação.

50% Adequação da quantidade de funcionários às

necessidades do ciclo comum.

50%

Existência das políticas de capacitação de

interesse institucional da equipe técnica de

educação.

Quadro 13 – Critérios avaliados como Importante (I)

Importante (I)

50%

Disponibilidade efetiva de dedicação dos

professores às atividades de planejamento e

desenvolvimento administrativo do departamento

ao qual pertencem.

40% Experiência profissional dos professores.

40%

Existência de critérios claros para concessão de

incentivos de apoio à realização de pós-

graduação de interesse institucional.

Importante (I)

40% Apoio à promoção de eventos internos

científicos, técnicos e culturais.

40% Adequação da experiência profissional dos

funcionários.

Não houve aspectos classificados como “Pouco Importante (PI)” ou

“Nada Importante (NI)” pelos professores.

Page 92: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

91

A análise do grau de satisfação com a qualidade de cada critério de

avaliação, do mesmo modo que na 1ª categoria, foi realizada por professores e

estudantes, utilizando a mesma escala.

Quadro 14 – Critérios avaliados como Excelente (Ex)

Professores

30% Formação dos professores.

30% Experiência acadêmica dos professores.

30% Formação dos professores adequada às disciplinas e

atividades desenvolvidas no ciclo básico.

30% Experiência acadêmica dos professores adequada às

disciplinas e atividades desenvolvidas no ciclo básico.

Estudantes Não houve itens julgados como “Excelente (Ex)” pelos estudantes.

Quadro 15 – Critérios avaliados como Bom (B)

Professores

50% Dedicação dos professores às atividades de orientação

didática.

50% Pontualidade dos estudantes na entrega dos elementos para

avaliação.

30% Experiência profissional dos professores.

30% Dedicação dos professores às atividades de extensão.

Estudantes

64% Apoio à promoção de eventos internos científicos, técnicos

e culturais.

27% Apoio à participação em eventos científicos, técnicos e

culturais.

Quadro 16 – Critérios avaliados como Regular (Re)

Professores

40% Dedicação dos professores às atividades de planejamento e

desenvolvimento de módulos didáticos.

40% Quantidade de funcionários em relação às necessidades do

ciclo comum.

30% Dedicação dos professores ao ensino do curso,

independente da carga horária contratada.

30% Dedicação dos professores às atividades de planejamento e

desenvolvimento de pesquisa na graduação.

Page 93: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

92

Quadro 16 – Critérios avaliados como Regular (Re)

Estudantes

64% Dedicação dos estudantes.

45% Frequência dos estudantes nas aulas.

41% Pontualidade dos estudantes nas aulas.

36% Pontualidade dos estudantes na entrega dos elementos para

avaliação.

Tabela 17 – Critérios avaliados como Ruim (Ru)

Professores

40% Mecanismos de apoio ao docente no desempenho de suas

atividades pedagógicas.

30% Cursos e seminários voltados para a formação pedagógica.

20% Articulação da equipe técnica de educação à distância com

a dinâmica do ciclo comum.

Estudantes

32%

Mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam

identificar as dificuldades que interferem no desempenho

acadêmico e propor programas do ciclo básico.

27% Quantidade de funcionários em relação às necessidades do

ciclo básico.

Quadro 18 – Critérios avaliados como Péssimo (Pe)

Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Péssimo (Pe)” pelos professores.

Estudantes Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Péssimo (Pe)” pelos estudantes.

Page 94: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

93

Quadro 19 – Critérios avaliados como sem avaliação por desconhecimento

(NSA)

Professores

40% Critérios claros para participação em cursos de formação

continuada de interesse institucional.

40% Critérios claros para participação em estágio e intercâmbio

de interesse institucional.

40%

Mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam

identificar as dificuldades que interferem no desempenho

acadêmico e propor programas de apoio adequado.

30% Critérios claros para concessão de incentivos de apoio à

realização de pós-graduação de interesse institucional.

Estudantes

41% Articulação da equipe técnica de educação à distância com

a dinâmica do ciclo básico.

36% Políticas de capacitação de interesse institucional.

36% Experiência profissional dos funcionários.

32% Formação profissional dos funcionários.

Baseando-se nos dados anteriores, é surpreendente e indica

necessidade urgente de alinhamento de percepção haver coincidência apenas na

opinião dos dois grupos de que não há nada péssimo.

É possível delinear estratégias para abordagem das questões de acordo

com a relação de importância e satisfação com a qualidade com que foram

julgadas. As estratégias podem ser de:

o Em curto prazo: quando se julgou um item como de extrema

importância ou de muita importância, porém de grau de satisfação

está ruim ou péssimo. É o caso de “mecanismos de apoio ao

docente no desempenho de suas atividades pedagógicas”;

“quantidade de funcionários em relação às necessidades do ciclo

comum”; “mecanismos de nivelamento acadêmico que permitam

identificar as dificuldades que interferem no desempenho

acadêmico e propor programas de apoio adequado”.

o No médio prazo: Citam-se alguns aspectos tidos como

importantes, porém de satisfação com a qualidade ruim ou péssima

Page 95: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

94

ou ainda de extrema importância ou muita importância, mas de

grau de satisfação regular, como “frequência dos professores nas

aulas”; “pontualidade dos professores nas aulas”; “frequência dos

funcionários”.

o No longo prazo: Como critérios de pouca importância e avaliados

como ruins ou regulares, ou importantes e de qualidade regular se

encaixam “políticas de capacitação de interesse institucional da

equipe técnica de educação”; “dedicação dos professores às

atividades de planejamento e desenvolvimento administrativo do

departamento ao qual pertencem”; “disponibilidade efetiva de

dedicação dos professores ao ensino no curso, independente da

carga horária contratada”.

Critérios de Avaliação Relacionados à Avaliação das Instalações

Físicas:

Para esta terceira categoria contida no Instrumento Único de Avaliação

dos Cursos de Graduação, a análise do grau de importância e do grau de

satisfação com a qualidade foi realizada como nas duas categorias anteriores.

Quadro 20 – Critérios avaliados como Extremamente Importantes (EI)

Extremamente Importante (EI) 60% Existência de livros na biblioteca –

Extremamente Importante (EI)

formação específica.

50% Existência de políticas institucionais de

atualização do acervo da biblioteca.

40% Existência de livros na biblioteca –

formação geral.

40% Existência de periódicos, bases de dados

específicos, jornais e revistas na biblioteca.

30% Condição e conservação da biblioteca.

Page 96: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

95

Quadro 21 – Critérios avaliados como Muito Importantes (MI)

Muito Importante (MI)

50% Ambiente/laboratório de acordo com a proposta

do ciclo comum.

50% Adequação às especificidades do espaço físico

para o ciclo comum.

50% Mobiliário do espaço físico para o ciclo comum.

50% Quantidade adequada de cada um dos tipos de

equipamentos necessários ao ciclo comum.

50% Qualidade do material permanente usado no ciclo

comum.

Quadro 22 – Critérios avaliados como Importantes (I)

Importante (I)

50% Qualidade do material de consumo usado no

ciclo comum (papel, tinta etc).

40% Iluminação do espaço físico para o ciclo comum.

40% Quantidade do material de consumo usado no

ciclo comum (papel, tinta etc).

40% Equipamentos de segurança.

40% Existência de orientação dos alunos nas

atividades laboratoriais.

Não houve aspectos classificados como “Pouco Importante (PI)” ou

“Nada Importante (NI)” pelos professores.

A análise do grau de satisfação com a qualidade atribuída aos critérios

seguiu os mesmos critérios já estabelecidos anteriormente. A seguir, são

mostrados os dados mais relevantes:

Quadro 23 – Critérios avaliados como Excelentes (Ex)

Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Excelente (Ex)” pelos professores.

Estudantes Não houve itens julgados como “Excelente (Ex)” pelos

estudantes.

Page 97: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

96

Quadro 24 - Critérios avaliados como Bons (B)

Professores 30% Conservação do auditório.

Estudantes 41% Conservação do auditório.

Quadro 25 – Critérios avaliados como Regulares (Re)

Professores

60% Quantidade de ambientes/laboratórios de acordo com a

proposta do ciclo comum.

50% Qualidade do material de consumo usado no ciclo

comum (papel, tinta etc).

50% Qualidade de procedimentos para as atividades dos

laboratórios.

50% Tipos de ambientes/laboratórios de acordo com a

proposta do ciclo comum.

Estudantes

50% Tipos de ambientes/laboratórios de acordo com a

proposta do ciclo comum.

50% Adequação às especificidades do espaço físico para o

ciclo comum.

45% Quantidade de ambientes/laboratórios de acordo com a

proposta do ciclo comum.

45% Relação de orientação dos alunos nas atividades

laboratoriais.

Quadro 26 – Critérios avaliados como Ruins (Ru)

Professores

40% Políticas institucionais de atualização do acervo.

30% Periódicos, bases de dados específicos, jornais e revistas.

30% Conservação da biblioteca.

Estudantes

54% Periódicos, bases de dados específicos, jornais e revistas.

36% Conservação das salas de aula.

27% Iluminação do espaço físico para o ciclo comum.

Page 98: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

97

Quadro 27 – Critérios avaliados como Péssimos (Pe)

Professores Não houve aspectos predominantemente classificados no grau

“Péssimo (Pe)” pelos professores.

Estudantes

36% Conservação dos banheiros.

27% Quantidade adequada de cada um dos tipos de

equipamentos necessários ao ciclo comum.

Quadro 28 – Critérios avaliados como não avaliadas por desconhecimento

(NSA)

Professores

60% Atuação do comitê de ética de pesquisa.

50% Normas e procedimentos de segurança.

50% Equipamentos de segurança.

30% Prestação de serviços nestas instalações especiais e

laboratórios.

Estudantes 41% Qualidade do comitê de ética de pesquisa

32% Livros da biblioteca – formação específica.

Diferentemente do que ocorreu na avaliação das duas categorias

anteriores, quanto às instalações físicas, há uma coincidência de percepções maior

entre estudantes e professores. Elas foram marcadas em azul nos quadros. De

acordo com a comparação entre os graus de importância e grau de satisfação com

a qualidade dos diversos critérios desta categoria de critérios, sugere-se que sejam

tomadas medidas da seguinte ordem:

o No curto prazo: se encaixam aqui itens de extrema importância ou

de muita importância, porém de grau de satisfação com a qualidade

ruim ou péssima, tais como “políticas institucionais de atualização

do acervo da biblioteca”; “periódicos, bases de dados específicos,

jornais e revistas”; “conservação de banheiros, salas de aula e

biblioteca”.

Page 99: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

98

o No médio prazo: considerando-se os critérios importantes, porém

que apresentam grau de satisfação ruim ou péssimo ou então os

itens de extrema importância ou muita importância e avaliados

como regulares indicam necessidade de melhoria na “Iluminação

do espaço físico para o ciclo comum”; “políticas institucionais de

atualização de equipamentos” e “livros da biblioteca – formação

específica”.

o No longo prazo: critérios que apresentam a combinação de

atribuição de pouca importância e apresentam qualidade ruim ou

péssima ou que são classificados como importantes, porém de

qualidade regular, tais como “Qualidade do material de consumo

usado no ciclo comum”; “quantidade do material de consumo

usado no ciclo comum”; “qualidade dos procedimentos para as

atividades dos laboratórios” entre outros.

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos dados, é necessária alguma reflexão para responder

se o ciclo básico da ECO têm cumprido seu papel e se os objetivos específicos

desta pesquisa foram alcançados.

Portanto, dentro do que foi considerado positivo, pode-se ressaltar a

excelência do ensino, bem como da formação e experiência dos profissionais

(professores), proporcionando um conhecimento de qualidade para os

estudantes. Além disso, recebeu destaque a nova gestão da ECO, que tem

mobilizado a faculdade contando, inclusive, com maior participação e apoio dos

estudantes em eventos científicos, técnicos e culturais.

Entretanto, há também os pontos negativos, revelados pela pesquisa,

dentre os quais se encontram: questões administrativas e de gestão, que são

Page 100: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

99

desconhecidas pela maioria dos estudantes e, até mesmo, por vários dos

professores; infraestrutura da escola, que apresenta vários problemas, deixando a

desejar em instalações; insatisfação por parte dos estudantes quanto à organização

curricular, entre outras. Há desejo de maior flexibilidade, maior equilíbrio entre

disciplinas teóricas e práticas e uma disposição diferente das disciplinas no

encadeamento curricular. Estudantes e professores ressaltaram que poderiam ser

mais incentivadas atividades complementares e externas, como pesquisa e

extensão.

Professores assinalaram que deveriam haver melhores mecanismos de

apoio ao docente no desempenho de suas atividades pedagógicas e de

nivelamento acadêmico dos estudantes que permitam identificar as dificuldades

que interferem no seu desempenho, propondo programas de apoio adequado,

além de cursos e seminários voltados para formação pedagógica;

As cinco ações mais urgentes apontadas pelos respondentes são:

1 - Ajuste das políticas institucionais de atualização do acervo da

biblioteca.

2 - Melhores mecanismos de apoio ao docente no desempenho de

suas atividades pedagógicas.

3 - Maior número de periódicos, bases de dados específicos, jornais e

revistas.

4 - Maior dedicação do coordenador à administração do curso.

5 - Maior quantidade de funcionários em relação às necessidades do

ciclo comum.

Page 101: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

100

Por fim, segundo estudantes e professores, os estudantes não se

sentem seguros para a escolha de habilitação, chegando ao ciclo profissional sem

o preparo adequado. Como alternativa para solucionar este problema alguns dos

professores entrevistados deram as seguintes sugestões:

o Oferecimento das disciplinas (e conteúdos) que digam respeito ao

campo da comunicação: argumentação na comunicação, introdução

à retórica, o poder da ideologia, manipulação da palavra, filosofia e

história da ciência, dentre outros assuntos que possibilitem a

mediação e a intervenção social através de uma práxis (William

Braga, professor de Jornalismo).

o Maior número de disciplinas no ciclo básico que “familiarizem” o

estudante com a habilitação escolhida (talvez, “puxadas” dos

períodos posteriores para períodos do ciclo comum), pois os

estudantes chegam ao ciclo profissional com questões primárias

sobre a profissão (Mônica Machado, professora de Publicidade e

Propaganda).

o Cobrança de maior carga de leitura, pois os estudantes do 4º

período se encontram indisciplinados, sem o hábito de ler (Ana

Paula Goulart, professora de Jornalismo).

o Revisão na estrutura curricular, reformulação do espaço físico e

remanejamento de grupos de pesquisa (José Argolo, professor de

Jornalismo).

Pode-se perceber, portanto, que o ciclo básico cumpre parcialmente

seus objetivos, mas um dos principais – a preparação do estudante para o ciclo

profissional – precisa ser resolvido o quanto antes.

Page 102: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

101

3.5 REFERÊNCIAS

ABA – Associação Brasileira de Anunciantes. “Importância, dificuldades e

cuidados na realização de uma pesquisa de mercado”.

ABA – Associação Brasileira de Anunciantes. “Fornecedores: contratação e

acompanhamento”.

ABEP – Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. “Padrões de

Qualidade”.

CFCH/UFRJ. “Projeto de Reforma Curricular dos Cursos de Graduação em

Comunicação Social”, Rio de Janeiro, 2001.

FERNANDES, F. S. Avaliação da Qualidade do Serviço de Transporte

Coletivo Urbano: uma abordagem humanista exploratória. Tese de doutorado

COPPE-UFRJ, Rio de Janeiro, 1999.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. “Instrumento Único de Avaliação dos

Cursos de Graduação”, Brasília, 2006.

INEP. Disponível em: www.inep.gov.br. Acesso em 2006.

GEOCITIES. Disponível em: www.geocities.com/ufrjeco. Acesso em 2006

Page 103: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

102

CAPÍTULO 4

Imagem do profissional egresso da ECO no

mercado de trabalho do Rio de Janeiro

Page 104: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

103

4. IMAGEM DO PROFISSIONAL EGRESSO DA ECO NO

MERCADO DE TRABALHO DO RIO DE JANEIRO

Stephen L. Champlin Jr.37 et al 38

Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes

Todo o homem recebe duas espécies de educação: a que lhe é dada pelos outros, e, muito mais importante, a que ele dá a si mesmo.

Edward Gibbon39

4.1 SÍNTESE GERENCIAL

O principal objetivo da pesquisa foi avaliar de que forma o profissional

de comunicação graduado pela Escola de Comunicação da Universidade Federal

do Rio de Janeiro (ECO - UFRJ) é visto pelo mercado de mídia impressa e

agências publicitárias no município do Rio de Janeiro.

A necessidade de tal pesquisa surgiu diante da insegurança por parte

dos alunos em relação à imagem da instituição. A principal questão motivadora

37 Estudante do sétimo período da graduação em Defesa e Gestão Estratégica Interncional na UFRJ e

bolsista do LIMK. 38 Ana Luíza Reyes (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Anaik Von Der Weid (Estudante

do 2º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 2º período de

Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de Psicologia), Blenda

Dantas(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bruno Pessoa(Estudante do 2º período de

Comunicação Social), Camila Martinez (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Carolina

Castro (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do

6º período de Comunicação Social), Jean Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Lívia

Pereira de Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Leonardo Garcia (Estudante do 2º período de

Comunicação Social), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 7º período da Faculdade de

Educação), Maria Daiane de Paula Rodrigues(Estudante do 8º período de Comunicação Social),

Raphael Rezende (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cuna

(Estudante do 6º período de Comunicação Social), Ricardo Marcolan (Estudante do 2º período de

Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (Estudante do 6º período de Comunicação Social),

Rogério Jorge da Silva Junior (Estudante do 7º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro

(Estudante do 8º período de Comunicação Social) 39 (1737 – 1794) foi um historiador e membrodo Parlamento inglês que expressou-se durante o

iluminismo. É autor de A História do Declínio e Queda do Império Romano

Page 105: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

104

foi identificar se a tradição de uma formação de boa qualidade adquirida na

escola ainda permanece sendo percebida pelo mercado de trabalho, ou se os

crescentes problemas infra-estruturais e a competitividade entre as diversas

universidades públicas e privadas com propostas pedagógicas mais voltadas para a

prática afetaram negativamente a imagem do profissional formado pela

ECO/UFRJ.

Para realizar esta pesquisa, procurou-se conhecer o universo de

agências de publicidade, jornais e editoras de revistas, em função dos objetivos da

pesquisa apresentados no briefing, que se encontra no Apêndice A. Existem 138

agências de publicidade no município do Rio de Janeiro, com base no Anuário

de Propaganda (2003). Uma amostra de 122 agências foi dimensionada visando a

garantir que, com 90% de confiança, todo o universo será representado pela

amostra estipulada e à precisão de que o resultado obtido terá margem de erro

de apenas 10% em relação ao universo pesquisado

A fim de avaliar se há diferença de percepção em relação a este tema

neste mercado de trabalho, optou-se por agrupar as agências de publicidade por

tamanho: pequenas, médias e grandes, utilizando como critério a quantidade de

funcionários de cada uma. Portanto, a amostra era composta por 27 agências de

grande porte, 46 de médio porte e 60 de pequeno porte. Decidiu-se realizar

censo nas agências de grande porte por se considerar que estas empresas

compõem um segmento de maior relevância para a pesquisa em função de serem

as maiores empregadoras.

No caso das empresas de mídia impressa, decidiu-se pelo censo,

devido ao reduzido número de jornais (24) e Editoras (39) na cidade do Rio de

Janeiro.

Page 106: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

105

Selecionou-se como sujeito respondente os funcionários responsáveis

pelas contratações em cada empresa, que foram entrevistados com base em um

roteiro de entrevista padrão. As respostas obtidas foram devidamente tabuladas e

interpretadas.

Os resultados da pesquisa realizada podem concluir que a Escola de

Comunicação da UFRJ é considerada pelas empresas de mídia impressa

pesquisadas a segunda melhor Escola de Comunicação do Rio de Janeiro. Já para

os respondentes das agências de publicidade, ela é considerada a terceira melhor

faculdade do município. Além disso, os profissionais oriundos da Escola de

Comunicação da UFRJ encontram-se em terceiro lugar em termos de contratação

nas empresas pesquisadas.

Observou-se que os profissionais de comunicação entrevistados têm

preferência por Escolas de Comunicação cuja proposta pedagógica seja

predominantemente prática. A ECO-UFRJ, contudo, foi apontada como uma

instituição que enfatiza a preparação teórica de seus alunos. Apesar do forte

embasamento teórico ser uma característica da ECO vista como positiva pelos

entrevistados, a escassez de experiências práticas durante a graduação foi

apontada como uma deficiência de seu profissional. Dessa forma, o aumento do

número de disciplinas em que os alunos possam pôr em prática o conhecimento

apreendido em sala de aula é importante para uma melhor formação.

Os profissionais formados pela ECO ocupam, em sua maior parte, nas

agências de publicidade, respectivamente as funções de atendimento,

planejamento, mídia e planejador gráfico. Já nas empresas de mídia impressa,

esses profissionais ocupam, em sua maioria, respectivamente, as funções de

repórter, jornalista, diagramador e revisor, em jornais; e jornalista, pesquisador e

repórter, em revistas.

Page 107: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

106

A pesquisa constatou que a maior parte das agências de publicidade

exige o diploma para a contratação de funcionários. A maior parte também

observa a habilitação do profissional como parte do processo de recrutamento ou

de seleção. Essa posição quanto ao diploma e à habilitação é idêntica, tanto para

os jornais, como para as revistas do município do Rio de Janeiro.

Em um total de 49 respondentes (33 Agências, oito Jornais e oito

Revistas), somente 26% disseram reconhecer diferenças entre instituições

públicas e privadas. Trata-se de um baixo índice, o que nos indica que para a

grande maioria das empresas (74%), o debate públicas/particulares não é decisivo

ou sequer importante para contratação de funcionários.

Quando requisitados a justificar suas respostas, aqueles que julgaram

não haver diferenças disseram que o profissional e seu desempenho são mais

importantes do que o local onde se formou (50%), que as diferenças entre

faculdades públicas e privadas não são significativas (32%), que as duas vêm

apresentando ensino deficiente (7%) e que essa diferenciação não interessa à

empresa (7%).

Entre os respondentes que reconhecem diferença, 67% preferem as

faculdades públicas, 25% não definem qual das duas é melhor, apenas

observando seus aspectos discrepantes e 8%, ou apenas um respondente, prefere

as faculdades particulares. Entre aqueles que reconheceram as públicas como

melhores, a metade (50%) define que as faculdades públicas possuem melhor

formação, 37,5% explicam que profissionais oriundos dessas faculdades realizam

tarefas mesmo com infra-estrutura inadequada e um respondente (12,5%) critica

a prática de faculdades particulares de tratar o ensino como um produto.

Um outro problema apresentado pelos entrevistados foi a falta de

infra-estrutura da ECO-UFRJ, principalmente nas áreas envolvidas em atividades

Page 108: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

107

práticas, como laboratórios. Um maior investimento por parte do Estado e um

direcionamento da verba para estas áreas é de grande importância para que a

formação dos alunos da ECO esteja mais próxima do que é desejado pelo

mercado de trabalho.

A infra-estrutura foi apontada, entre as agências de publicidade (23%),

como o mais importante critério na avaliação de uma faculdade e o segundo mais

importante entre os jornais (23%) e revistas (19%). Portanto, é fundamental que o

problema da carência de infra-estrutura da faculdade seja resolvido para que a

imagem dos profissionais não seja prejudicada.

O corpo docente foi apontado, pelas agências, como o segundo mais

importante critério na avaliação da Instituição de Ensino (21%) e, como principal

critério para as empresas de mídia impressa (27% dos jornais e 23% das revistas).

O investimento em recursos humanos, então, deve ser tão priorizado quanto o

investimento na revitalização física da faculdade. A proposta pedagógica (20% das

agências, 9% dos jornais e 23% das revistas), o corpo discente (16% das agências,

23% dos jornais e 16% das revistas) e a produção acadêmica (18% das agências,

12% dos jornais e 16% das revistas) foram também considerados critérios

importantes na avaliação das faculdades de Comunicação.

O corpo discente da ECO foi caracterizado como excelente,

capacitado, responsável, inovador. Segundo os jornais entrevistados pela pesquisa,

o profissional oriundo da ECO é muito culto e possui excelente redação. De

acordo com as revistas, estes profissionais são, habilidosos, de qualidade,

determinados e muito bons. Já para as agências, o ponto forte do profissional

formado pela ECO é sua formação teórica, sendo também valorizado por seu

bom histórico de mercado e sua formação técnica. Um ponto fraco deste

profissional apontado por estas empresas é a defasagem em sua formação prática.

Page 109: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

108

Através dos dados apresentados na pesquisa por respondentes de

agências e empresas de mídia impressa, pode-se definir o perfil do profissional

de comunicação requisitado pelo mercado de trabalho como criativo,

comunicativo, trabalhar em equipe, e ser informado. Qualidade de apuração,

persistência, boa escrita, conhecimento, expressivo, desenvoltura, iniciativa,

discernimento técnico, seriedade, praticidade, boas influências, formação cultural,

disponibilidade e participação nos assuntos da empresa são outras qualidades

exigidas pelo mercado de trabalho.

Almeja-se que, por meio desta pesquisa, a direção da ECO-UFRJ

possa compreender melhor os anseios do mercado de Comunicação Social do

município do Rio de Janeiro, para melhor adequar a estes o profissional formado

nesta Instituição. É esperado que, a partir dos resultados desta pesquisa,

modificações sejam feitas e melhorias sejam implementadas nesta faculdade,

visando a uma maior absorção de seus formandos pelo mercado de trabalho.

Contudo, não se pode esquecer que a Universidade não deve apenas

atender aos interesses do mercado de trabalho e transformar-se em mera

reprodutora de mão de obra; ela deve continuar sendo um espaço para a

produção crítica de conhecimento e formar profissionais competentes e, acima

de tudo, críticos.

Neste capítulo apresentam-se o contexto do problema de pesquisa, sua

relevância e os objetivos a serem alcançados.

4.2 APRESENTAÇÃO DO CONTEXTO DO PROBLEMA DE

PESQUISA

A presente pesquisa representa uma análise da imagem dos

profissionais formados pela Escola de Comunicação da UFRJ junto ao mercado

Page 110: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

109

de trabalho de Comunicação Social do Rio de Janeiro, especificamente agências

de publicidade e empresas de mídia impressa.

As universidades públicas do Brasil têm enfrentado sérios problemas

relativos à carência de recursos financeiros oriundos do governo federal para a

manutenção da infra-estrutura necessária aos cursos de graduação. O mau estado

de conservação das instalações, a escassez de material e salário defasados dos

funcionários têm sido notícias freqüentes na mídia.

Além dos problemas relacionados à falta de verbas, a proliferação de

faculdades privadas na área da Comunicação Social é um fator bastante

preocupante, já que torna a competição por uma vaga no mercado de trabalho, já

saturado, cada vez mais acirrada.

Sendo assim, na pesquisa realizada, buscou-se verificar se a tradição e

o prestígio da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

- ECO-UFRJ estariam sendo comprometidos por tal situação e afetando o

ingresso dos profissionais formados por esta no mercado de trabalho.

4.3 JUSTIFICATIVA DE RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Esta pesquisa foi desenvolvida como um exercício da disciplina

Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social, imaginando-se como

situação hipotética de trabalho que ela havia sido requerida pelos dirigentes da

ECO, mas sua relevância se estende a grande parte da comunidade acadêmica.

Seus resultados apóiam a elucidação de questões importantes também para

professores, graduandos, graduados, colaboradores do Laboratório de

Inteligência e Pesquisa de Marketing Social - LIMK e sociedade.

Page 111: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

110

Para os dirigentes da ECO, os resultados da pesquisa seriam

importantes para permitir que a instituição se organize de forma a oferecer uma

formação coerente com seus princípios pedagógicos e com os requisitos do

mercado de trabalho, a fim de ampliar as oportunidades de ingresso rápido neste

por seus estudantes. Assim, os dirigentes poderão conhecer como o esforço de

educação empreendido é percebido externamente e ajustar o que for julgado

inadequado pelo corpo docente.

Com base nela, os professores poderão verificar como está sendo

percebido o desempenho dos profissionais aqui formados em comparação com

outras formações disponíveis no mercado.

Os benefícios que os alunos tirarão do resultado desta pesquisa de

marketing são o de que, possam estar melhor preparados para seu futuro

profissional pela possível reorganização da ECO e de que tenham maiores e mais

rápidas possibilidades de ingresso no mercado.

Para os graduados, os resultados podem auxiliar em uma auto-reflexão

no sentido de identificar como podem aprimorar sua imagem profissional.

O LIMK, responsável pela pesquisa, ganhou , com este trabalho, o

reconhecimento público de suas atividades.

A sociedade também poderá se beneficiar da pesquisa, já que os

resultados poderão ajudar a faculdade a formar melhores profissionais de

Comunicação Social, como conseqüência da otimização do uso dos recursos

públicos na direção requerida pelo mercado de trabalho.

Page 112: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

111

4.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

Tinha-se por objetivo, por meio da realização de uma pesquisa,

verificar a imagem que o profissional formado pela ECO possui no mercado de

trabalho de Comunicação Social do município do Rio de Janeiro,

particularmente em agências de publicidade e empresas de mídia impressa

(periódicos).

4.5 METODOLOGIA

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

Realizou-se uma pesquisa exploratória quantitativa e qualitativa,

dimensionando-se o tamanho de amostra, elegendo-se as técnicas de coleta e

tratamento de dados mais adequados para os recursos humanos e materiais

disponíveis.

Page 113: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

112

4.5.1 DESCRIÇÃO DO UNIVERSO

Para realização desta pesquisa, fez-se levantamento de agências de

publicidade e empresas de mídia impressa (periódicos) do município do Rio de

Janeiro por meio de seus respectivos anuários, referentes ao ano de 2003.

Nestes, constatou-se que existem:

• 138 agências de publicidade

• 63 empresas de mídia impressa: 24 jornais e 39 editoras de revista

A fim de avaliar se há diferença de percepção em relação ao tema da

pesquisa nas agências de publicidade, optou-se por agrupá-las por tamanho,

avaliando-se o número médio de funcionários de acordo com os dados

encontrados no Anuário de Propaganda (2003). O número médio de

funcionários corresponde a 18 funcionários por agência. A partir desta média,

considerou-se como agências de pequeno porte, as empresas com menos de dez

funcionários; agências de médio porte, as que possuíam de dez a 28 funcionários;

e agências de grande porte, as com mais de 28 funcionários. Assim, este universo

é composto de 27 agências de grande porte, 46 de médio porte e 60 de pequeno

porte, além de cinco agências, que possuíam apenas um funcionário.

4.5.2 PROCEDIMENTO DE AMOSTRAGEM

Uma amostra do universo de empresas de mídia impressa e agências

de publicidade do município do Rio de Janeiro foi dimensionada visando a

garantir que, com 90% de confiança, o resultado obtido terá margem de erro de

apenas 10% em relação ao universo pesquisado. No caso das empresas de mídia

impressa, optou-se pelo censo, devido ao reduzido número de jornais (24) e

editoras de revistas (39) na cidade do Rio de Janeiro.

Page 114: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

113

No caso das agências de publicidade, não foram admitidas as empresas

com apenas um funcionário, devido à irrelevância das mesmas para a pesquisa.

Decidiu-se pelo censo na categoria de Agências Grandes (27), visto que estas

empresas são as maiores empregadoras e, portanto, compõem um grupo de

maior relevância para a pesquisa. Na categoria de Agências de Médio e Pequeno

Porte, inicialmente, optou-se por entrevistar 50% das empresas, que foram

selecionadas por sorteio, isto é, 23 de médio porte e 30 de pequeno porte.

Durante o trabalho de campo, foram adicionadas duas agências (uma

de pequeno porte e uma de grande porte) à lista fornecida pelo Anuário de

Propaganda (2003), pois havia facilidade por parte de alguns dos alunos para

promoverem contatos com essas agências e, apesar de tais empresas não terem

sido citadas pelo Anuário, essa medida foi tomada devido à dificuldade na

realização das entrevistas. Perante as rejeições das empresas e visando a garantir a

confiabilidade e a precisão estipuladas para a pesquisa, decidiu-se que tais

agências poderiam ser submetidas às entrevistas, pois se encaixavam no perfil

exigido pela pesquisa.

Devido às dificuldades em agendar entrevistas com algumas agências

sorteadas, optou-se por escolher novas empresas que iriam substituir as que se

negavam a participar da pesquisa. Para realizar essa nova escolha, os

pesquisadores seguiram a ordem alfabética da relação de empresas de

comunicação social do município do Rio de Janeiro, selecionando a primeira

empresa não sorteada localizada acima da que não quis responder a pesquisa. Na

medida em que as agências utilizadas para trocas também estavam indisponíveis

para participação na pesquisa, estas eram trocadas novamente, utilizando o

mesmo critério. Devido ao grande número de não respondentes, e,

conseqüentemente, de trocas, acabou-se por fazer censo nas categorias de

Agência de Pequeno e Médio Porte.

Page 115: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

114

Durante a fase da coleta de dados, descobriu-se que sete empresas de

mídia impressa não atuam mais no mercado; cinco agências de pequeno porte

são inexistentes; três agências de médio porte e duas agências de grande porte já

não existem mais. Além disso, mesmo com a facilidade para o contato, uma das

empresas acrescentadas pelos alunos à lista fornecida pelo Anuário não aceitou se

submeter à entrevista.

Sendo assim, ao se concluir a pesquisa, a amostra de empresas

atuantes no mercado de Comunicação nas áreas de mídia impressa e agências de

publicidade na cidade do Rio de Janeiro correspondeu a:

• 80 agências de publicidade, sendo 27 de grande porte, 23 de médio

porte e 30 de pequeno porte.

• 61 empresas de mídia impressa, sendo 22 jornais e 39 editoras de

revista.

Dessa amostra, apenas admitiram se submeter à entrevista completa:

• 33 agências de publicidade, sendo oito de grande porte, 13 de

médio porte e 12 de pequeno porte.

• 16 empresas de mídia impressa, sendo oito jornais e oito editoras

de revista.

4.5.3 SUJEITO RESPONDENTE

Selecionou-se inicialmente como sujeito respondente os funcionários

responsáveis pela contratação de novos funcionários nas empresas, em especial,

os da área de Recursos Humanos.

Page 116: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

115

Entretanto, ao longo das entrevistas, verificou-se que a

responsabilidade de definição de perfil de recrutamento e mesmo contratação,

muitas vezes, recai sobre outros cargos nestas empresas.

Adiante, na apresentação dos resultados, esclarece-se o perfil efetivo

dos respondentes das entrevistas.

4.5.4 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A técnica de coleta escolhida foi entrevista em profundidade com base

em roteiro padrão.

Definido o tamanho da amostra e o procedimento de amostragem,

realizaram-se reuniões para a elaboração do instrumento de coleta de dados

(apêndice C) a ser respondido pelos profissionais responsáveis por contratações

das empresas em entrevistas no local, bem como as formas de abordagem e

contato com estas empresas (apêndice D).

Durante o período de coleta de dados, observou-se grande resistência

por parte dos funcionários das empresas em responder pessoalmente as

entrevistas e, portanto, decidiu-se que alguns questionários seriam enviados para

as empresas, respondidos e devolvidos pelos funcionários responsáveis pelas

contratações por meio de correios eletrônicos.

4.5.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS

Ao final do trabalho de campo, os dados registrados pelos

pesquisadores foram, inicialmente, tabulados em planilhas eletrônicas de forma a

conhecer a freqüência relativa de cada resposta possível. Os questionários de cada

categoria de empresa (revista, jornal e agências: de pequeno, médio e grande

Page 117: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

116

porte) foram tabulados separadamente, possibilitando a percepção de possíveis

diferenças de opinião entre os diversos grupos da amostra.

No caso das perguntas abertas, adotou-se a técnica de análise de

conteúdo das respostas, observando-se as respostas semelhantes e as palavras que

tiveram maior freqüência nos questionários. A interpretação dos dados foi

baseada em valor mais freqüente de respostas.

Uma vez apurados, os dados foram cruzados para obter uma maior

compreensão da opinião das empresas entrevistadas. Foram realizados os

seguintes cruzamentos: cargo do respondente com os critérios de seleção do novo

profissional; nível de escolaridade e a instituição formadora do respondente com

a qualificação exigida pela empresa e as faculdades consideradas melhores.

4.6 RESULTADOS

A primeira questão a ser respondida para realizar a pesquisa era

definir a quem perguntaríamos sobre a imagem do profissional de comunicação,

vis a vis uma contratação.

Estão apresentados nas tabelas a seguir uma comparação entre os

resultados obtidos na pesquisa de 2004 e na de 2011 onde houve uma releitura

de todo o processo com a inclusão de novos dados. Os primeiros quadros (do 1

ao 4), em relação a jornais, levaram em consideração os seguintes elementos: o

perfil da empresa respondente, critérios de recrutamento de profissionais,

critérios de seleção de profissionais, a imagem das escolas de comunicação do

Rio de Janeiro e as impressões sobre a pesquisa.

As tabelas 2, em relação a editoras de revistas e as tabelas 3 em relação

a agências de publicidades. Nesse caso, não houve uma nova pesquisa em 2011

Page 118: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

117

para essas duas categorias, apenas para jornais, portanto, as tabelas 2 e 3 e seus

apresentadas são dos dados encontrados na pesquisa em 2004.

Critérios para Recrutamento de Profissionais em Jornais.

Os jornais demonstraram que o que mais importa quando do

recrutamento de profissionais é o Know-How. O item é o mais citado como

primeiro, segundo e terceiro critérios com 38%, 76% e 33%, respectivamente. Já

o item Características Pessoais aparece em todas as ordens de importância, sendo

o mais citado pelos respondentes como terceiro e quarto critérios de maior peso,

o que indica que no recrutamento há uma preocupação maior com capacitação.

Isso porque somando-se Currículo, Formação e Know-How (7,4%, 25% e 38%

respectivamente) tem-se 70,4 % dos respondentes citando aspectos ligados a

capacitação profissional como primeiro critério mais importante, contra apenas

7,4% falando de Características Pessoais. Outro critério bastante citado é a

Quadro 1 – Perfil do Respondente das Empresas Jornalísticas

2004 2011

Cargo 63% no Setor de RH

Um chefe de RH; Um

chefe de Redação; Um

coordenador; Um aux. dep.

Pessoal; Um sócio

Tempo de Empresa 38% entre 1 e 5 anos 40% de 10 a 20 anos

Escolaridade 100% graduação 80% graduação

Local da Empresa

13% Ilha do Governador,

Centro, Cidade Nova

(polimodal)

100% centro da cidade

Formação -

25% letras

25% jornalismo

25% analista de sistemas

25% NR

Sexo - 80% feminino

Page 119: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

118

Disponibilidade de horário do candidato, não aparecendo somente como

segundo critério.

Quadro 2 – Critérios para Recrutamento de Profissionais em Jornais

2004 2011

Características individuais

para recrutamento

38% Know-How

34% Características

Pessoais

12% Localização

40% agilidade

40% capacidade de

comunicação

40% Determinação

Caracteristicas

mencionadas para

recrutamento

50% Experiência

38% disponibilidade

25% diploma; indicação;

conhecimento específico;

criatividade (tetramodal)

-

Experiencia como

critério de recrutamento -

40% capacidade de

comunicação

20% agilidade

20% determinação

Características de grupo

para recrutamento -

40% boas relações

interpessoais

40% indicações

60% bom trabalho em

equipe

Outras características

para recrutamento -

80% aparência

20% jovialidade

20% local de residência;

bom relacionamento com as

fontes; eficiente;

comprometimento

(polimodal)

Critérios de seleção de profissionais em Jornais.

Quando se fala em critérios de seleção, os jornais apontam, como

primeiros critérios mais importantes, aspectos relacionados a Know-How e

Formação com 63% e 24% respectivamente. Estes são inclusive os únicos

aspectos mencionados como primeiro critério. Seguindo a ordem de

importância, os respondentes apontaram como segundo e terceiro principais

critérios as Características Pessoais (85%) do profissional. Isso sinaliza que os

Page 120: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

119

empregadores desta área avaliam primeiramente a capacitação profissional do

candidato e depois partem para a avaliação de seu comportamento. O quarto

principal critério apontado foi o Know-How. Um item muito pouco falado foi

Pretensão Salarial, que apareceu apenas como quinto critério de seleção e

mesmo assim para apenas 14,8% dos respondentes.

Quadro 3 - Critérios de seleção de profissionais em Jornais

2004 2011

Características

individuais para seleção

85% Características

pessoais

63% Know How

24% Formação

40% pró-atividade

40% capacidade de

comunicação

40% determinação

Experiência como

critério de seleção

-

40% bom currículo

20% grau de formação

20% especialização; idiomas;

determinação; informação

Características de grupo

de seleção -

60% indicações

60% bom trabalho em equipe

40% boas relações

interpessoais

Outras características

para seleção -

60% aparência

60% jovialidade

40% responsabilidade

Diploma como requisito

de seleção 75% sim 100% sim

Razões para exigir

diploma Porque é lei; Fundamental

80% comprovar

conhecimento

40% transmitir experiência e

empenho

Observa habilitação na

contratação 75% sim 100% sim

Porque existe habilitação -

40% cargo a ocupar

40% pelo conhecimento na

área

40% qualificação

Pós graduação influência 85% sim 60% sim

Razões para pós

graduação influenciar -

100% demonstração de

conhecimento avançado

Nível de pós graduação 40% especialização/MBA

30% Mestrado

100% especialização/MBA

100% pós-graduação

Page 121: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

120

Quadro 3 - Critérios de seleção de profissionais em Jornais

100% doutorado (trimodal)

Em que área 40% comunicação

30% marketing 100% comunicação

Funções dos profissional

de comunicação

35% repórter; redator

25% editor

80% editor

40% jornalista

40% produção

Três atributos do

profissional de

comunicação

-

40% bem informado

40% comprometido

20% comunicativo

Faculdade mais

contratada

21% Estácio de Sá

16% FACHA; UERJ;

UFF

60% PUC

40% FACHA

20% UFRJ

Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

empresas jornalísticas

Especificamente para Jornais, os resultados foram os seguintes: dos

oito jornais entrevistados, sete afirmam não notar diferenças entre a formação de

profissionais provenientes de um ou outro tipo de instituição — número que

corresponde a 88% do total de jornais. Apenas um jornal considerou relevante a

diferença entre instituições públicas e privadas (12%).

Quando requisitados a justificar suas respostas, aqueles que julgaram

não haver diferenças disseram que o profissional e seu empenho são mais

importantes do que o local onde se formou (50%), que as diferenças entre

faculdades públicas e privadas não são significativas (32%), que as duas vêm

apresentando ensino deficiente (9%) e que essa diferenciação não interessa à

empresa (9%).

Entre os respondentes que reconhecem diferença, 67% preferem as

faculdades públicas, 25% não definem qual das duas é melhor, apenas

observando seus aspectos discrepantes, e 8%, ou apenas um respondente, prefere

as faculdades particulares. Entre aqueles que reconheceram as públicas como

melhores, a metade (50%) define que as faculdades públicas possuem melhor

Page 122: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

121

formação, 37,5% explicam que profissionais oriundos de faculdades públicas

realizam tarefas mesmo com infra-estrutura inadequada e um respondente

(12,5%) critica a prática de faculdades particulares de tratar o ensino como um

produto.

Quadro 4 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

empresas jornalísticas

2004 2011

Percebe a diferença entre

pública e particular 88% sim 60% não

Porque não faz diferença

50% destes dizem que o

empenho é mais

importante

100% destes, dizem que

empenho profissional é

mais importante

Critérios para avaliar

escola de comunicação

27% Corpo Docente

23% Corpo Discente;

Infraestrutura (bimodal)

40% preparo para o

mercado

20% proposta pedagógica;

corpo docente (bimodal)

20% infra-estrutura

Melhor proposta

pedagógica 100% teórico-prática 60% teórico-prática

Três melhores Escolas de

Comunicação

17% PUC

13% UFRJ

13% FACHA (bimodal)

40% UFRJ

40% PUC (bimodal) 20%

UERJ, UFF, FACHA,

Estácio, Unicarioca

(polimodal)

Adjetivos profissionais

38% Persistência

25% Qualidade de

apuração

25% Boa escrita

40% bom conhecimento de

mercado

Há alguma faculdade que

prefere não contratar 88% não 60% não

Como é conceituado o

profissional da ECO-

UFRJ

67% incompleto, por ter

muita teoria e poucos

laboratórios

20% determinado, boa

formação técnica,

interessado, muito bom

(polimodal)

Quais os cargos

ocupados pelos

profissionais de

comunicação

38% redator

38% jornalista, publicitário

(bimodal)

60% redator

40% jornalista, publicitário

(bimodal)

A empresa possui

profissional da ECO-

UFRJ

50% sim 80% sim

Page 123: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

122

Quadro 4 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

empresas jornalísticas

Quais os cargos

ocupados pelo

profissional da ECO

38% jornalista

13% diagramador

12% revisão

60% redator

40% publicitário

40% jornalista

Perfil do respondente das Editoras de Revista.

Dentre os respondentes de revistas, 62,5% trabalham como Diretor de

RH da empresa. Os outros cargos que aparecem são: Diretor de Redação

(12,5%), Gerente (12,5%) e Assistente Financeiro (12,5%).

Em relação ao tempo de trabalho nas revistas, 25% dos entrevistados

possuem mais de 20 anos de empresa; 25% possuem entre dez a 20 anos de

empresa; e 25%, entre um e cinco anos. 12,5% dos entrevistados têm até um ano

de empresa e outros 12,5%, entre cinco e dez anos.

No caso das Revistas, 100% dos respondentes têm graduação, porém

nenhuma especialização. A graduação predominante dos respondentes é

Administração, equivalente a 37,5% do total. Outras graduações são:

Comunicação Social, Contabilidade, Análise Financeira, Marketing e Psicologia,

todas com 12,5% do total.

Quadro 5 – Perfil do Respondente das Editoras de Revistas

2004

Cargo 63% Diretor de RH

Idade -

Sexo -

Tempo de Empresa 25% mais de 20 anos; 10 e 20 anos; um a

cinco anos (trimodal)

Escolaridade 38% graduação

Page 124: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

123

Quadro 5 – Perfil do Respondente das Editoras de Revistas

Formação Administração

Local da Empresa 65% Centro da Cidade

Em relação à instituição de ensino freqüentada pelos respondentes, a

Gama Filho aparece em primeiro lugar, com 25%. A Estácio de Sá, Cândido

Mendes, Simonsen, ESPM, UNESP e a UFF aparecem com 12,5% cada.

Critério de recrutamento de profissionais nas Editoras de

Revistas

As revistas, quando indagadas sobre os cinco critérios mais

importantes de recrutamento, responderam aspectos relacionados a

Características Pessoais em todas as ordens de importância, sendo o critério mais

apontado em todas elas e considerado o mais importante critério para 43,3% dos

respondentes de jornais.

Características Pessoais repete o índice de 25,5% de resposta como

segundo, terceiro e quarto critério (25%) de maior peso na hora do recrutamento,

sendo ainda o único item mencionado como quinto critério com 12% das

respostas.

Aspectos de capacitação profissional como Know-How, Formação e

Currículo somam 56,7% das respostas (14,5%, 14,5% e 27,7% respectivamente)

quando do primeiro critério. Desta forma, totalizando os critérios relativos à

capacitação, esta pode ser considerado também como critério de maior

importância para os respondentes. Dos três critérios relativos à capacitação

profissional, somente palavras relacionadas a Know-How voltam a ser citadas em

outra ordem de importância, atingindo o índice de 24,5% de respostas como

segundo critério de recrutamento.

Page 125: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

124

Quadro 6 - Critério de recrutamento de profissionais nas Editoras de

Revistas

2004

Características individuais para

recrutamento

28% currículo

15% Know-How

15% Formação

Experiencia como critério de recrutamento -

Características do grupo para recrutamento -

Características mencionadas 38% experiência

25% currículo; interesse; e criatividade

Outras características para recrutamento -

Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas

As revistas, quando indagadas sobre os cinco critérios mais

importantes de recrutamento, responderam aspectos relacionados a

Características Pessoais em todas as ordens de importância, sendo o critério mais

apontado em todas elas e considerado o mais importante critério para 43,3% dos

respondentes de jornais.

Características Pessoais repete o índice de 25,5% de resposta como

segundo, terceiro e quarto critério (25%) de maior peso na hora do recrutamento,

sendo ainda o único item mencionado como quinto critério com 12% das

respostas.

Aspectos de capacitação profissional como Know-How, Formação e

Currículo somam 56,7% das respostas (14,5%, 14,5% e 27,7% respectivamente)

quando do primeiro critério. Desta forma, totalizando os critérios relativos à

capacitação, esta pode ser considerado também como critério de maior

importância para os respondentes. Dos três critérios relativos à capacitação

Page 126: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

125

profissional, somente palavras relacionadas a Know-How voltam a ser citadas em

outra ordem de importância, atingindo o índice de 24,5% de respostas como

segundo critério de recrutamento.

Apareceram nas respostas, com menor freqüência, Disponibilidade e

Localização.

Vale ressaltar que a soma dos percentuais acima não resulta em 100%,

já que pertencem a cinco rankings diferentes (de primeira, segundo, terceiro,

quarto e quinto principais critérios), cujos percentuais foram computados

separadamente. Primeiramente, foi pedido para que os respondentes citassem os

cinco critérios, ordenando-os, em seguida.

Quadro 7 - Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas

2004

Características individuais para

seleção

85% características

63% Know-How pessoais

24% Formação

Experiência como criterio -

Características de grupo para seleção -

Características mencionadas para

seleção

50% conhecimento específico

25% competência; experiência;

comportamento

Outras características para seleção -

Diploma como requisito para

contratação 50% sim

Razões para exigir diploma 25% diferencial do profissional; base

necessária para o profissional (bimodal)

Observa habilitação na contratação 50% sim

Porque existe habilitação

25% necessário para enquadrar o profissional

na área

13% na área de publicidade a habilitação é

necessária

Page 127: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

126

Quadro 7 - Critérios de seleção de profissionais em Editoras de Revistas

Pós graduação influencia 75% sim

Razões para pós graduação

influenciar

25% demonstração de conhecimento

avançado

Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

Editoras de Revistas

A pesquisa entre as revistas revelou que 23% dos respondentes

concordam que o corpo docente, juntamente com a proposta pedagógica são os

primeiros critérios a serem avaliados em uma faculdade de comunicação. Em

segundo plano ficariam, em ordem de importância: a infra-estrutura (19%), o

corpo discente (16%), a produção acadêmica (16%) e as disciplinas ministradas

pela faculdade (3%)

Das revistas, 75% responderam que dão ênfase à proposta pedagógica

predominantemente prática ao avaliar uma Escola de Comunicação, como

mostra a tabela 175, Apêndice E. 12,5% discordam, dizendo que a melhor

proposta pedagógica para uma escola de comunicação seria a

predominantemente teórica. Outros 12,5% afirmam que “depende da situação”.

Segundo as revistas que responderam à pergunta, disputam o primeiro

lugar de melhor faculdade de comunicação, PUC e UERJ (ambas com 17%). O

segundo lugar ficou empatado entre ESPM e UFRJ (ambas com 13%). O terceiro

lugar de melhor faculdade foi para a Gama Filho e UniverCidade (ambas com

9%). As outras faculdades indicadas foram: Estácio de Sá, FACHA, SUAM e

UFF (todas com 4,5%).

Page 128: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

127

Quadro 8 - Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

Editoras de Revistas

2004

Percebe a diferença entre pública e

particular 63% não

O porquê da resposta Porque não faz diferença

Critérios para avaliar escola de

comunicação

23% corpo docente; proposta pedagógica

19% infra-estrutura

Melhor proposta pedagógica 75% prática

Três melhores Escolas de

Comunicação

17% PUC; UERJ (bimodal)

13% ESPM; UFRJ (bimodal)

Adjetivos profissionais

25% grau de conhecimento; criatividade

(bimodal)

25% expressividade

Há alguma faculdade que prefere não

contratar 75% não

Como é conceituado o profissional

da ECO-UFRJ 100% não sabe avaliar

Quais os cargos ocupados pelos

profissionais de comunicação

25% jornalistas

13% editor; produtor; pesquisa

A empresa possui profissional da

ECO-UFRJ 50% sim

Quais os cargos ocupados pelo

profissional da ECO

13% jornalista

13% pesquisa

13% redator

Perfil do respondente em agências de Publicidade

Na maior parte das agências, a entrevista foi feita com profissionais,

primeiramente dos setores de Recursos Humanos, Marketing e Criação (36%),

como pode ser visto na tabela 38, Apêndice E. Logo a seguir, verifica-se que, em

30% dos questionários, as respostas foram dadas por algum alto executivo da

empresa (Diretor (18%), Gerente (6%), Sócio (3%) ou Presidente (3%)).

Planejamento e Atendimento obtiveram um percentual de 9% das

respostas de agências. 15% dos respondentes trabalham no setor de Mídia de

suas empresas e 9%, na Administração.

Page 129: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

128

Em relação ao tempo de empresa, a maior parte dos respondentes

(39%) possui entre cinco e dez anos de empresa. 24% dos respondentes possuem

entre dez e 20 anos de empresa, 24% possuem entre um e cinco anos. 6% dos

entrevistados têm mais de 20 anos de empresa e outros 6% têm até um ano de

empresa.

Nas agências, o padrão de resposta mais repetido quanto ao nível de

escolaridade dos sujeitos respondentes foi o de profissional graduado em

Marketing pela ESPM (12%), seguido dos graduados em Publicidade e

Propaganda pela FACHA (9%), e também daqueles que possuem especialização

em Marketing pela FGV (9%).

Os respondentes com apenas o curso superior completo foram os

mais freqüentes, principalmente nas áreas de Publicidade e Propaganda (12%) e

Administração (12%). No caso da especialização, a mais freqüente foi a de

Marketing (27%). Um ponto interessante a se destacar foi a relação de algumas

respostas dissonantes como graduados em Odontologia (3%), Direito (3%) e

profissionais com somente o ensino médio ou técnico (9%).

Quadro 9 – Perfil do Respondente das Agências de Publicidade

2004

Cargo 75% no Setor de RH

Idade -

Sexo -

Tempo de Empresa 50% cinco a dez anos

Escolaridade 100% graduação

Formação 38% Administração; Marketing (bimodal)

Local da empresa -

Page 130: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

129

Critério de recrutamento de profissionais nas Agências de

Publicidade

No geral, as agências de publicidade apontaram uma tendência a

darem mais peso aos aspectos em torno da capacitação profissional, tais como

Formação (25,5%), Currículo (37,2%) e Know-How (24,5%), atingindo tais

índices e somando 87,2% das respostas como primeiro critério de recrutamento.

Já Características Pessoais foi citado por 12,8% como primeiro critério.

Completando o quadro tem-se Grau de Informação (refere-se à cultura geral).

Porém, analisando-se as três categorias de agências separadamente,

nota-se que a Capacitação Profissional vai ganhando mais importância em

detrimento das Características Pessoais, à medida que o porte das agências

aumenta. Nas agências de pequeno porte, os índices são de 59,2% para

Capacitação Profissional (Formação+Know-How) contra 32% para Características

Pessoais quando do primeiro critério de recrutamento; enquanto nas agências de

médio porte são de 59,2% contra 32,6 %; e nas agências de grande porte são de

87,2% contra 12,8%, respectivamente.

O Currículo atingiu 37,2% das respostas, como primeiro critério de

recrutamento entre as citações de todas as agências juntas. Mas, analisando-se

cada porte de agência separadamente, pode-se observar que, entre as agências de

pequeno e médio porte, o item não foi citado nesta ordem de importância, só

obtendo 17,2% das citações como segundo critério de recrutamento. Nas

agências de médio e grande porte, Currículo teve 37,2% das respostas para

primeiro critério de recrutamento. Know-How foi o item mais citado como

segundo critério de recrutamento pelas agências de pequeno e médio porte com

34,3% em ambas. Nas de grande porte, tem 52,7% das citações.

Page 131: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

130

As palavras que os respondentes mais disseram nas entrevistas sobre

critérios de recrutamento foram: experiência (42%), currículo (42%), formação

(33%), portifólio (30%) e criatividade (24%). 100% das agências de grande porte

mencionaram currículo contra apenas 38% das de médio porte e 8% das de

pequeno porte. Em contrapartida, 50% das agências de pequeno porte falaram

em criatividade, enquanto só 15% das de médio e nenhuma de grande porte

mencionou este critério. Experiência atingiu índices parecidos entre os três portes

de agência, tendo 50% das de pequeno porte, 38% das de médio porte e 38% das

de grande porte citando a palavra. Portifólio aparece na pesquisa como item mais

lembrado nas agências de grande porte, tendo 50% delas respondido com este

critério e acontecendo o mesmo em 17% das de pequeno porte e 31% das de

médio porte. Em 50% das agências de pequeno porte, Formação é um critério de

recrutamento, o que se repete em 23% das de médio porte e 25% das de grande

porte. Das cinco palavras mais citadas, quatro referem-se a Capacitação

Profissional e apenas uma a Características Pessoais.

Quadro 10 – Critérios de Recrutamento de Profissionais em Agências de

Publicidade

2004

Características individuais para

recrutamento

53% Know-How

37% Currículo

25% Formação

Experiencia como critério de

recrutamento -

Características do grupo para

recrutamento -

Características mencionadas

100% currículo

50% portifólio

38% experiência

Outras características para

recrutamento -

Page 132: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

131

Critério de seleção de profissionais em Agências de

Publicidade

Aparece uma diferença muito clara entre os critérios de seleção e os

de recrutamento. No geral, predominaram as citações acerca das Características

Pessoais como primeiro até o quinto critério de seleção. Analisando-se a opinião

dos respondentes classificados por porte de agência, observa-se que nas agências

de pequeno porte são privilegiadas as dimensões relacionadas a Capacitação

Profissional (Formação+Know-How) (75,5%) em detrimento das Características

Pessoais (24,5%), em detrimento da à semelhança do que ocorreu com critérios

de recrutamento. Nas agências de médio e grande porte acontece o inverso,

verificando-se uma maior importância atribuída às Características Pessoais

durante a seleção. Nas de médio porte tem-se 62% de referências às

Características Pessoais e 52% de menções para Capacitação Profissional;

enquanto nas de grande porte tem-se 51% e 52%, respectivamente.

Nas agências de pequeno e médio porte, Know-How (50% em ambas)

é o critério mais citado como critério de seleção mais importante; enquanto nas

de grande porte (25,2%) é o segundo mais citado nesta ordem de importância.

Para 33,3% das agências de pequeno e médio porte, e 37,6% das de grande

porte, Know-How é o segundo critério de seleção. Nas de pequeno e médio

porte, este critério volta a aparecer em terceiro lugar, com 16% das respostas em

cada uma. Já nas de grande porte, volta a aparecer como terceiro (14,9%) e

quinto (13%), não sendo citado como quarto critério.

Currículo, que no recrutamento era citado como primeiro, segundo e

terceiro critério para 37,2%, 11,1% e 24,7% das agências, respectivamente. Na

seleção perde importância, obtendo 12,6% e 12,8% na primeira e segunda

posições.

Page 133: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

132

Nas agências de grande porte, Formação só foi citada como primeiro

critério de seleção (25,5%). Nas de pequeno e médio porte, teve 25,5% de

respostas para primeiro critério e 8% para terceiro. No geral, este critério

manteve índices parecidos no recrutamento e na seleção. No recrutamento era o

critério mais importante para 25,5% e, na seleção, o era para 12,6%.

O ranking das palavras e expressões mais citadas quando do critério de

seleção ficou assim: experiência (39%), criatividade (27%), dinamismo (24%),

talento (24%) e ser comunicativo (21%). Experiência, que também liderou no

recrutamento, tem índices de citação parecidos nos três portes de agência com

42% das de pequeno porte, 38% das de médio porte e 38% das de grande porte.

Dinamismo foi mais falado nas agências de pequeno porte (42%). Nas de médio

e grande porte foi menos lembrado com 15% e 13%, respectivamente.

Criatividade teve o mesmo índice que Dinamismo nas de pequeno porte, sendo

um pouco diferente nas outras categorias, com 23% nas de médio e 13% nas de

grande porte. Já o Talento parece ser mais requisitado nas agências de grande

porte, pois 75% delas citaram a palavra contra apenas 8% das outras duas

categorias. E, finalmente, Ser Comunicativo teve índices parecidos entre as de

médio e grande porte (31% e 25%, respectivamente) atingindo entre as pequenas

apenas 8%. Das cinco palavras mais citadas sobre critérios de seleção, quatro

referem-se às Características Pessoais e apenas uma a Capacitação Profissional,

exatamente o inverso do que acontece no recrutamento.

Quadro 11 – Critérios de Seleção de Profissionais em Agências de

Publicidade

2004

Características individuais para

seleção

50% características pessoais

38% Know-How

13% currículo

Experiência como criterio -

Características de grupo para seleção -

Page 134: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

133

Quadro 11 – Critérios de Seleção de Profissionais em Agências de

Publicidade

Características mencionadas para

seleção -

Outras características para seleção -

Diploma como requisito para

contratação 63% sim

Razões para exigir diploma 38% diferencial

Observa habilitação na contratação 50% sim

Porque existe habilitação 25% demonstra conhecimento especializado

Pós graduação influencia 75% não

Razões para pós graduação

influenciar -

Funções dos profissionais de

comunicação

63% criação

38% mídia; atendimento (bimodal)

Três atributos do profissional de

comunicação

63% criatividade

50% empreendedorismo

25% dedicação

Faculdade mais contratada 23% FACHA

20% ESPM; PUC

Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para as

Agências de Publicidade

Dentre as agências entrevistadas, 23% concordam que a infra-estrutura é

o critério de maior importância neste tipo de avaliação. Em segundo plano

estariam o corpo docente (21%) e a proposta pedagógica (20%). Outros critérios

relacionados pelas agências como sendo de relevância para a avaliação de uma

escola de comunicação foram: a produção acadêmica (18%), o corpo discente

(16%), o preparo para o mercado de comunicação (2%), a produção de eventos e

trabalhos posteriores (ambos com 1%).

Do total de agências que responderam à pesquisa, 94% enfatizam uma

proposta pedagógica predominantemente prática ao avaliar uma escola de

Page 135: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

134

comunicação. Os outros 6% afirmaram que “depende da situação”. Nenhum dos

entrevistados considerou a ênfase em propostas pedagógicas predominantemente

teóricas como a mais adequada.

No ranking total das agências, o título de melhor escola de comunicação

foi para ESPM (25%). Em segundo lugar está a PUC (21,5%). E o terceiro lugar

ficou com a UFRJ (18,5%). As outras faculdades indicadas foram: FACHA

(8,5%); Estácio, UERJ, e UFF (5,5% cada); Gama Filho (0,5%), Unicarioca (0,5%)

e Cândido Mendes (0,5%). A margem de não-resposta desta pergunta dentre as

agências de pequeno, médio e grande porte foi de 8,5%.

Quadro 12 – Imagem das Escolas de Comunicação do Rio de Janeiro para

as Agências de Publicidade

2004

Percebe a diferença entre pública e

particular 88% não

Porque não faz diferença -

Critérios para avaliar escola de

comunicação -

Melhor proposta pedagógica 60% teórico-prática

Três melhores Escolas de

Comunicação

40% UFRJ

40% PUC (bimodal)

20% UERJ, UFF, FACHA, Estácio,

Unicarioca (polimodal)

Adjetivos para o melhor profissional

da escola de comunicação 40% bom conhecimento de mercado

Há alguma faculdade que prefere não

contratar -

Como é conceituado o profissional

da ECO-UFRJ

Quais os cargos ocupados pelos

profissionais de comunicação

63% criação

38% mídia; atendimento (bimodal)

A empresa possui profissional da

ECO-UFRJ 63% não

Quais os cargos ocupados pelo

profissional da ECO -

Page 136: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

135

O know-how foi o critério de recrutamento mais citado, ficando em

primeiro lugar nos jornais (com 38%) e nas agências de médio porte (26%). A

formação foi o critério mais citado nas agências de pequeno porte (34%) e o

currículo nas maiores (37%) e nas editoras (28%). As características mais

mencionadas quanto a essa questão foram, nos jornais e revistas, a experiência

(50% e 38%, respectivamente); nas agências de publicidade de médio e grande

porte, o currículo (38% e 100%); e nas de pequeno porte, a criatividade (50%).

O critério de seleção mais citado nas listas ordenadas das agências são

as características pessoais, em segundo e quinto lugar nas de pequeno porte;

segundo, terceiro, quarto e quinto nas de médio; e em primeiro, terceiro e quarto

nas de grande. Os que ficaram em primeiro lugar nas outras empresas foram o

know-how nos jornais (63%) e conhecimento especifico, boa escrita,

competência, dedicação e criatividade empatados em primeiro lugar nas editoras.

Não houve resposta de quarto e quinto critérios nas editoras de revista. O

consenso entre jornais, pequenas e grandes agências é de que é fundamental que

o candidato tenha diploma (75%, 67% e 62,5%), enquanto metade das editoras e

46% das agências médias têm a mesma posição. As empresas parecem ter uma

posição similar quanto à observação da habilitação: 75% dos jornais o faz, 50%

das editoras, agências de pequeno e grande porte e 38% das agências de médio

porte. Apenas os jornais, editoras e grandes agências de publicidade acham que a

pós-graduação faz diferença no currículo; as editoras justificaram dizendo que ela

demonstra conhecimento avançado do candidato, enquanto as agências afirmam

que indica conhecimento amplo do mercado. As faculdades mais contratadas por

cada tipo de empresa de Comunicação Social são variadas: Estácio de Sá nos

jornais (21%); FACHA, Gama Filho, PUC e UERJ nas editoras de revista (8%

cada uma); PUC e UFRJ nas grandes agências de publicidade (16% cada uma);

UFRJ nas médias (18,8%) e FACHA nas pequenas (23%).

Page 137: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

136

O consenso entre todas as categorias de empresas é de que não

reconhecem diferença entre universidades públicas e privadas (88% dos jornais,

63%, das editoras, 83% das pequenas agências, 54% das médias e 87,5% das

grandes). O critério de mais relevância para a avaliação de uma faculdade foram o

corpo docente nas agências de médio porte, jornais e editoras (24%, 24% e 23%),

infra-estrutura e proposta pedagógica nas agências de pequeno porte (24,2%) e

infra-estrutura nas de grande porte (23%). A proposta pedagógica de preferência

em todas as categorias de empresa é uma predominantemente prática. A melhor

escola de comunicação, de acordo com os jornais e as editoras de revista, foi a

PUC (17% - no caso das agências, empatada junto com a UERJ), e, de acordo

com as agências, foi a ESPM (22,5% nas de pequeno porte; 24% nas de médio,

junto com a PUC; 29% das de grande). Em todas as categorias a maioria não

apontou uma escola em particular de Comunicação que tivesse uma imagem

ruim.

A função mais exercida pelo profissional de Comunicação Social nas

agências de publicidade é a de criação (33,2% nas de pequeno porte; 46% nas de

médio; 62,5% nas de grande), nos jornais, de repórter e de redator (35%) e nas

agências, de repórter (25%). As opiniões sobre o profissional da ECO foram

muito diferentes: as pequenas agências (72%) e as editoras (100%) afirmaram não

saber avaliá-lo; os jornais (67%) o julgam como incompleto, por ter muita teoria e

poucos laboratórios em sua formação; as agências de médio porte o julgam um

profissional capacitado, com ampla visão de mercado (40%) e as de grande porte,

um com base teórica excelente, porém formação prática defasada (34%).

Também variadas são as ocupações do profissional da ECO nessas empresas: nas

agências de pequeno porte, 7,7% são de atendimento, jornalismo, criação ou

contato; nas de médio, 23% trabalham no setor de atendimento ou criação;

15,4% dos empregados nas de grande porte ocupam áreas de mídia,

Page 138: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

137

administração ou atendimento; nos jornais, 38% são jornalistas; e nas editoras,

13% são jornalistas, redatores ou trabalham em pesquisa.

4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O know-how foi o critério de recrutamento mais citado, ficando em

primeiro lugar nos jornais (com 38%) e nas agências de médio porte (26%). A

formação foi o critério mais citado nas agências de pequeno porte (34%) e o

currículo nas maiores (37%) e nas editoras (28%). As características mais

mencionadas quanto a essa questão foram, nos jornais e revistas, a experiência

(50% e 38%, respectivamente); nas agências de publicidade de médio e grande

porte, o currículo (38% e 100%); e nas de pequeno porte, a criatividade (50%).

O critério de seleção mais citado nas listas ordenadas das agências são

as características pessoais, em segundo e quinto lugar nas de pequeno porte;

segundo, terceiro, quarto e quinto nas de médio; e em primeiro, terceiro e quarto

nas de grande. Os que ficaram em primeiro lugar nas outras empresas foram o

know-how nos jornais (63%) e conhecimento especifico, boa escrita,

competência, dedicação e criatividade empatados em primeiro lugar nas editoras.

Não houve resposta de quarto e quinto critérios nas editoras de revista. O

consenso entre jornais, pequenas e grandes agências é de que é fundamental que

o candidato tenha diploma (75%, 67% e 62,5%), enquanto metade das editoras e

46% das agências médias têm a mesma posição. As empresas parecem ter uma

posição similar quanto à observação da habilitação: 75% dos jornais o faz, 50%

das editoras, agências de pequeno e grande porte e 38% das agências de médio

porte. Apenas os jornais, editoras e grandes agências de publicidade acham que a

pós-graduação faz diferença no currículo; as editoras justificaram dizendo que ela

demonstra conhecimento avançado do candidato, enquanto as agências afirmam

que indica conhecimento amplo do mercado. As faculdades mais contratadas por

Page 139: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

138

cada tipo de empresa de Comunicação Social são variadas: Estácio de Sá nos

jornais (21%); FACHA, Gama Filho, PUC e UERJ nas editoras de revista (8%

cada uma); PUC e UFRJ nas grandes agências de publicidade (16% cada uma);

UFRJ nas médias (18,8%) e FACHA nas pequenas (23%).

O consenso entre todas as categorias de empresas é de que não

reconhecem diferença entre universidades públicas e privadas (88% dos jornais,

63%, das editoras, 83% das pequenas agências, 54% das médias e 87,5% das

grandes). O critério de mais relevância para a avaliação de uma faculdade foram o

corpo docente nas agências de médio porte, jornais e editoras (24%, 24% e 23%),

infra-estrutura e proposta pedagógica nas agências de pequeno porte (24,2%) e

infra-estrutura nas de grande porte (23%). A proposta pedagógica de preferência

em todas as categorias de empresa é uma predominantemente prática. A melhor

escola de comunicação, de acordo com os jornais e as editoras de revista, foi a

PUC (17% - no caso das agências, empatada junto com a UERJ), e, de acordo

com as agências, foi a ESPM (22,5% nas de pequeno porte; 24% nas de médio,

junto com a PUC; 29% das de grande). Em todas as categorias a maioria não

apontou uma escola em particular de Comunicação que tivesse uma imagem

ruim.

A função mais exercida pelo profissional de Comunicação Social nas

agências de publicidade é a de criação (33,2% nas de pequeno porte; 46% nas de

médio; 62,5% nas de grande), nos jornais, de repórter e de redator (35%) e nas

agências, de repórter (25%). As opiniões sobre o profissional da ECO foram

muito diferentes: as pequenas agências (72%) e as editoras (100%) afirmaram não

saber avaliá-lo; os jornais (67%) o julgam como incompleto, por ter muita teoria e

poucos laboratórios em sua formação; as agências de médio porte o julgam um

profissional capacitado, com ampla visão de mercado (40%) e as de grande porte,

um com base teórica excelente, porém formação prática defasada (34%).

Page 140: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

139

Também variadas são as ocupações do profissional da ECO nessas empresas: nas

agências de pequeno porte, 7,7% são de atendimento, jornalismo, criação ou

contato; nas de médio, 23% trabalham no setor de atendimento ou criação;

15,4% dos empregados nas de grande porte ocupam áreas de mídia,

administração ou atendimento; nos jornais, 38% são jornalistas; e nas editoras,

13% são jornalistas, redatores ou trabalham em pesquisa.

A maioria das empresas concorda que é imprescindível que um

candidato possua o diploma de Comunicação Social, e uma parcela ligeiramente

menor delas considera a habilitação do candidato na seleção. Os jornais, editoras

de revista e agências de publicidade de grande porte afirmam que a pór-

graduação faz diferença no currículo. A origem dos funcionários das empresas é

bem diversificada, variando entre FACHA, PUC, UFRJ e Estácio de Sá em sua

maioria; isso é um reflexo do fato de que a maioria delas não vê diferença entre

universidades públicas e privadas.

Em coparação com a pesquisa que foi refeita em 2011, pode-se

observar que, Em 2011, as empresas destacam a capacidade de comunicação,

agilidade e determinação para recrutamento; para seleção a pró-atividade,

capacidade de comunicação e, novamente, a determinação surgem, enquanto em

2004, a formação e o Know-How era mais observado, tanto para recrutamento

quando seleção.

A requisição de diploma cresceu para sua totalidade. Quando

perguntados sobre as razões, destacaram que seria para comprovar o

conhecimento e transmitir experiência, enquanto em 2004, pedia-se por ser lei.

Quanto a habilitação, também cresceu a requisição. A pós-graduação diminuiu

quanto a requisição pelas empresas, no entanto, mestrado e especialização/MBA

subiram em percentual de requisição.

Page 141: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

140

A área da pós-graduação destacada foi somente em comunicação. Em

2004, marketing também aparecia na pesquisa.

Em 2004, as faculdades contratadas eram Estácio. FACHA e UERJ.

Em 2011, a UFRJ aparece juntamente com a PUC e a FACHA se manteve.

Menos faculdades ainda não consideram diferença entre faculdades públicas e

particulares. Atualmente, o dobro dos respondentes destacam o empenho

individual mais que o local de formação

Para se avaliar uma escola de comunicação, o preparo de mercado é

importante, assim como o corpo docente e a proposta pedagógica. Em 2004, o

destaque ia para o corpo discente e a infra-estrutura. O conceito de que uma boa

faculdade deve conciliar a teoria com a prática caiu. As melhores faculdade em

2004 eram PUC, UFRJ e FACHA. Hoje, UFRJ, UERJ, UFF, FACHA e Estácio

de Sá se destacam.

Em 2004, uma boa escola de comunicação insistia na qualidade de

apuração, boa escrita e na persistência. Atualmente, um bom conhecimento de

mercado aparece e novamente, não se tem faculdades as quais as empresas não

querem contratar.

O profissional da ECO era considerado imcompleto. Atualmente, uma

pequena parcela considera o profissional da ECO determinado, interessado e

com boa formação técnica. Os cargos ocupados pelos profissionais de

comunicação social continuam os mesmos (redator, jornalista e publicitário),

apenas em grande quantidade. A quantidade de empresas com profissionais da

ECO cresceu, os profissionais da ECO ocupam atualmente os cargos de redator,

publicitário e jonalista. Em 2004, além do jornalista, diagramador e revisão eram

destacados.

Page 142: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

141

A proposta pedagógica de preferência das empresas é a

predominantemente prática, e as escolas de comunicação que elas elegeram

como as melhores foram majoritariamente a PUC e a ESPM. Porém, não foi

apontada uma escola em particular com uma imagem ruim. As opiniões sobre o

profissional da ECO variavam entre incompleto, devido à formação

predominantemente teórica; possuidor de uma ampla visão de mercado; com

uma formação teórica excelente mas que contrastava com a prática; e a afirmação

que as empresas não saberiam avaliá-lo.

4.8 REFERÊNCIAS

Aaker, David A.; Kumar, Vinay; Day, George S. Pesquisa de Marketing. Atlas,

2004

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

BATESON, J. E. G., HOFFMAN, D. K. Services Marketing. South-Western

Cengage Learning, 2011 - 468 p.

Fernandes, Fátima Sobral. Avaliação de qualidade de serviço: uma abordagem

exploratória humanista. Tese de doutorado, COPPE/UFRJ.1999

Mattar, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. Atlas, 1999

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica

Page 143: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

142

CAPÍTULO 5

ECOmostra:

uma tentativa de accountability e de

aproximação do mercado de trabalho

Page 144: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

143

5. ECOMOSTRA: uma tentativa de accountability e

de aproximação do mercado de trabalho

Equipe LIMK de 2006 a 2013

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes40

É fundamental que o estudante adquira uma compreensão e uma percepção nítida dos valores. Tem de aprender a ter um sentido

bem definido do belo e do moralmente bom. Albert Einstein41

5.1 INTRODUÇÃO

O evento ECOmostra tem sua concepção pautada em apresentar os

trabalhos de conclusão de curso dos estudantes de comunicação da habilitação

Rádio e TV da ECO/UFRJ à sociedade, como uma forma de prestação de contas

(accountability) e aos profissionais do mercado de trabalho, para possível

reconhecimento do talento dos recém-formados.

Associada à disciplina de Projeto Experimental II em Rádio e TV, essa

mostra realizada pelo LIMK desde 2006, a cada final de semestre, foi criada por

inspiração da estudante à época Fernanda Pereira, que traduzia um desejo dos

estudantes de poderem mostrar seus trabalhos de conclusão de curso, orientados

por diversos professores da ECO, na íntegra para os amigos, antes da defesa

perante a banca examinadora, como uma forma inclusive de se prepararem para

a defesa oral.

40 Professora Responsável pela disciplina de Projetos Experimentais em Radialismo.

41 (1879 – 1955) físico teórico alemão, posteriormente radicado nos Estados Unidos. Desenvolveu a

teoria da relatividade geral, um dos dois pilares da física moderna.

Page 145: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

144

A cada ano é introduzida uma novidade quando da realização do

evento, fruto do processo de avaliação que a Equipe LIMK realiza após sua

conclusão. Para as Equipes LIMK ao longo destes sete anos e meio, a

ECOmostra tem servido de espaço de aprendizagem de organização de eventos

bem como de sua divulgação digital interna e externamente à instituição.

Em 2012, foi elaborada uma pesquisa de opinião com os participantes

e organizadores desse evento, visando a dar uma oportunidade concreta dos

estudantes do LIMK de realizarem e interpretarem uma pesquisa de opinião

sobre um produto que eles criaram, divulgaram e implementaram.

5.2 PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO

Na disciplina de Projetos Experimentais mencionada a Prof.ª Fátima

acompanha os estudantes concluintes durante a preparação e formatação dos

trabalhos que foram expostos no evento, ajudando-os a escolher orientadores e a

definir mais precisamente seus objetivos com o trabalho de conclusão de curso.

Escolhidos os orientadores, os estudantes desenvolvem seus trabalhos

sob suas orientações, ao mesmo tempo em que contam com o apoio da

professora para ajudá-los a dirimir as questões metodológicas e de formatação de

um trabalho cientifico, segundo as normas do Sistema de Bibliotecas da UFRJ,

que segue as prescrições da ABNT, adequadas ao padrão UFRJ.

Ao final do período, após indicação dos orientadores que os trabalhos

de seus orientando está em ponto de defesa, é organizada a programação de

exibição destes trabalhos no dia escolhido para a mostra – em geral a penúltima

quarta feira do semestre acadêmico.

No início do período é realizado o agendamento do auditório para

realização da ECOmostra e a Equipe LIMK de divulgação inicia o planejamento

Page 146: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

145

da campanha da nova mostra. Esforços internos e externos são realizados com o

objetivo de atrair profissionais de renome no mercado que identifiquem neste

evento uma oportunidade de acessar um celeiro de talentos, possibilitando

futuros contatos de trabalhos para os estudantes.

Busca-se obter recursos para divulgação do evento por mídias

convencionais, como cartazes e busdoor, assim como pelas redes sociais, como

está ilustrado nas figuras 1 e 2.

Figura 1: Banner da 14ª Ecomostra

Figura 2: Busdoor da 13ª Ecomostra

Page 147: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

146

São separados os trabalhos de mostras anteriores que obtiveram nota

máxima para pedir autorização para divulgação pelas redes sociais convidando os

internautas a virem conhecer os novos trabalhos a serem apresentados na

ECOmostra em preparação.

Os convites para a mesa de abertura e de encerramento são realizados

com antecedência para que os Professores possam estar presentes e, em geral, a

composição é a seguinte: Coordenadora do evento, Chefe de Departamento de

Métodos e Áreas Conexas, ao qual a disciplina de Projetos Experimentais em

Radialismo está vinculada, e o Coordenador de Habilitação em Radialismo. Para

encerramento, é usual convidar um profissional de mercado para proferir uma

palestra de encerramento.

A Profª Fátima busca sempre a integração entre Ensino, Pesquisa e

Extensão. Por sua natureza, este evento é uma atividade que concretiza isso, pois

é uma atividade de extensão, que divulga para a sociedade os trabalhos de

conclusão de curso dos estudantes da habilitação Rádio e TV, resultado dos

processos de ensino e pesquisa que desenvolveram com seus orientadores.

A integração das experiências vividas pelos estudantes concluintes de

comunicação com os profissionais ativos no mercado tem como meta a

aproximação entre ambos. Para os estudantes, estabelecer um futuro contato

profissional em espaço em que exibe sua produção é uma interessante

oportunidade para troca de conhecimento.

A produção intelectual e artística mostrada é resultado do esforço do

conjunto de professores orientadores e dos estudantes concluintes e resulta em

trabalhos de pesquisa derivados do processo de ensino aprendizagem tutorial.

Page 148: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

147

Após o planejamento da realização do evento, incluindo o

planejamento da divulgação e de sua efetiva implementação, ao final do evento é

realizada uma avaliação junto a todos os públicos.

É realizada uma pesquisa de opinião para medir o grau de satisfação

com a mostra realizada. A meta da Equipe LIMK é atingir no mínimo 70% de

satisfação.

Essa pesquisa de opinião é realizada com três questionários

autorrespondidos, através de perguntas sobre dados pessoais do entrevistado,

opiniões acerca da organização do evento divididas em aspectos (divulgação,

acesso, som etc), avaliação da equipe organizadora do evento (motivação,

capacidade de comunicação, criatividade, disciplina, presteza etc) e avaliação do

evento por parte dos palestrantes. O questionário voltado para os participantes

consta de 17 perguntas, sendo 12 abertas e 5 fechadas. Já o questionário para os

organizadores possui 28 perguntas, sendo destas 15 abertas e 13 fechadas. Por

último, o instrumento aplicado aos palestrantes se constitui de 13 perguntas: 9

abertas e 4 fechadas.

Ressalta-se que a elaboração de tal instrumento só foi possível após

pesquisa bibliográfica sobre a questão proposta neste trabalho.

Os dados obtidos após aplicação são tabulados no programa Sphinx

Léxica Plus V. 5.0 e os resultados são analisados pela equipe LIMK para

promover as melhorias necessárias na próxima edição.

Em seguida é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos

resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica – UFRJ (JICTAC UFRJ) e

em outros espaços técnico-científicos.

Page 149: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

148

5.3 RESULTADOS

Os dados aqui apresentados levam em conta as maiores frequências

presentes nas respostas dos sujeitos. Ainda cabe ressaltar que o parâmetro

utilizado nas análises foi a moda. Sendo assim, os públicos atingidos pela

pesquisa de opinião foram: os estudantes, professores, servidores técnicos

administrativos e profissionais da área audiovisual presentes na mostra.

Os participantes eram 59% homens, solteiros, de 18 a 20 anos,

estudantes do Rio de Janeiro e com o ensino médio completo.

Foi perguntado aos entrevistados como eles ficaram sabendo do

evento e 29% informaram que receberam alguma mensagem de forma

compartilhada no Facebook.

Além disso, foi perguntado se eles já tinham participado de outro

evento na ECO-UFRJ e 76% informaram que sim e 100% desses eventos foram

Palestras e Mostras de filmes.

Os participantes declararam o seguinte grau de satisfação com os

diversos aspectos do evento:

o 35% razoavelmente satisfeitos com a organização do evento

o 47% muito satisfeitos com a acessibilidade,

o 65% muito satisfeitos com a recepção,

o 47% muito satisfeitos com o local,

o 35% razoavelmente satisfeitos com o cumprimento pontual da

programação,

Page 150: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

149

o 53% satisfeitos com a qualidade de imagem exibida dos filmes,

o 41% satisfeitos com a qualidade do som e

o 47% satisfeitos com a expectativa gerada pela divulgação.

o 65% consideraram a mostra interessante e

o 53% recomendariam o evento pela temática.

o Ao se pedir para que eles definirem como se sentiram em relação

ao evento como um todo, 88% resumiram como “satisfeitos” e

deram como sugestão a utilização do auditório da CPM (Central de

Produção Multimídia) para os próximos eventos, uma vez que no

período passado o evento foi realizado em outro auditório.

O perfil da Equipe LIMK organizadora era de 63% mulheres,

solteiras, 36% com 21 anos, 72% do curso de Comunicação Social, 45% do 2º

período, 91% residindo no Rio de Janeiro, 54% tem como fonte de renda o

salário dos pais e 36% tem 3 ou 4 pessoas vivendo dessa renda e 31% tem o

perfil socioeconômico B1.

Toda a equipe declarou que teve aprendizado significativo com a

organização do evento, destacando-se que:

o 27% declararam que o mais relevante foi com aprender a lidar com

a burocracia envolvida na organização de um evento deste tipo

evento.

o 36% afirmaram que isso contribuiu para despertar o interesse para

organizar eventos.

Page 151: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

150

o Apesar de 45% considerarem boa a organização do trabalho e 36%

adequado e razoável o ritmo do trabalho, 45% apontaram os

prazos e correria como maior dificuldade em realizar a mostra.

o 60% lidaram com as dificuldades procurando fazer o melhor

possível.

o 64% demonstraram grande satisfação quanto ao trabalho da equipe

para organizar o evento.

o 55% consideram que a Equipe teve uma boa capacidade de

comunicação.

o 72% avaliaram como excelente a cooperação entre a Equipe.

o 55% perceberam como muito grande a afetividade.

o 63% consideraram muito grande a criatividade.

o 54% destacaram a grande a efetividade.

o 54% consideram como satisfatória a disciplina e a presteza da

Equipe.

o 46% julgaram como excelente a qualidade do trabalho.

o Os estudantes concluintes, cujo perfil é constituído por 57%

homens, solteiros, 29% de 23 anos e 60% moradores da zona sul

consideraram o seguinte:

o 71% satisfeitos com a divulgação do evento.

o 43% muito satisfeitos com a acessibilidade.

o 57% satisfeitos com a recepção.

Page 152: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

151

o 43% muito satisfeitos e satisfeitos com o local.

o 29% muito satisfeitos e razoavelmente satisfeitos com o

cumprimento pontual da programação.

o 71% satisfeitos com a qualidade de imagem.

o 71% satisfeitos com a qualidade do som.

o 57% satisfeitos com a interação com a audiência.

o 86% satisfeitos com a interação da equipe.

o Todos ficaram satisfeitos em relação à expectativa inicialmente

gerada.

o 86% declararam que houve aprendizado, e 50% declararam que o

maior aprendizado foi pelo formato de apresentação acadêmica e a

oportunidade de conhecer outros trabalhos de conclusão de curso.

o 40% reconheceram a possibilidade de expor publicamente os

trabalhos como contribuição para a formação acadêmica e

melhorar a apresentação oral no dia da defesa perante a banca

examinadora.

o 71% sentiram-se satisfeitos com o evento.

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela pesquisa de opinião, pode-se constatar que uma parcela

considerável tanto de estudantes palestrantes quanto de estudantes integrantes da

Equipe Limk revelou ter aprendido com o evento. Missão principal cumprida.

Page 153: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

152

Pode-se constatar também que a percepção sobre o evento é

ligeiramente diferente, dependendo do papel que cada um desempenha no

evento. Os estudantes concluintes, expositores de trabalhos, demonstraram

satisfação com a divulgação do evento, enquanto os participantes o julgaram

razoavelmente satisfatória, por exemplo.

A maioria dos participantes considerou interessante a programação do

evento e ressaltou a facilidade de localização dentro Campus da Praia Vermelha

promovida pelas placas indicativas distribuídas pelo campus.

Considerando a faixa etária dos participantes e a ferramenta de

divulgação mais citada entre eles (Facebook), concluí-se que as redes sociais são

um eficaz mecanismo para divulgação de eventos para esse público.

Os participantes também citaram a temática audiovisual como atraente.

A CPM (Central de Produção Multimídia) foi indicada, pelos participantes, como

um local mais adequado para a realização de próximas edições da ECOmostra e

eventos desse tipo.

5.5 REFERÊNCIAS

CESCA, C. G. G. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e

Execução, Summus, São Paulo: 1997.

FIGUEIREDO, N. M. A., Método e Metodologia na Pesquisa Científica - 3ª

Ed., Yendis Editora, São Paulo: 2008.

MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia

Científica - 7ª Ed., Editora Atlas, São Paulo: 2010.

RAMPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de

Graduação e Pós-graduação, Editora Loyola, São Paulo: 2002.

NATALE, E. & OLIVIERI, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural, Edições

Sesc, São Paulo: 2004.

Page 154: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

153

CAPÍTULO 6

CONEXÃO:

em busca da interação entre acadêmicos e

praticantes

Page 155: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

154

6. CONEXÃO: em busca da interação entre

acadêmicos e praticantes

Equipes LIMK 2010 a 2012 Bárbara Barros Dumas42,

Lívia Frias43

Orientadora: Profa Dra Fátima Sobral Fernandes

"Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria

lingugem, você atinge seu coração.

Nelson Mandela44

6.1 INTRODUÇÃO

O Conexão tem sido realizado anualmente desde 2010. Sua

concepção está pautada no princípio de que para melhor cumprir sua missão e

produzir conhecimento relevante para a resolução dos problemas da sociedade

brasileira, qualquer instituição de pesquisa e ensino precisa estar adequadamente

conectada com as melhores práticas sociais.

Com esse objetivo de conexão, o LIMK realiza anulamente um

encontro sobre as melhores práticas na Região Sudeste sobre a inteligência

estratégica, pesquisa de marketing, marketing social e as respectivas práticas de

responsabilidade socioambiental de organizações públicas e privadas, lucrativas

ou não.

42 Estudante do 5º período de Psicologia.

43 Estudante do 4º período de Psicologia.

44 (1918 -) Revolucionário anti-apartheid sul-africano e político, sendo presidente da África do Sul de

1994 a 1999.

Page 156: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

155

O Conexão coloca em pauta esses temas, trazendo profissionais de

renome da Região Sudeste para compor mesas redondas para debater com

pesquisadores conceituados nestes campos de conhecimento a respeito das

melhores práticas nesses campos, além de apontarem os desafios a serem

enfrentados em termos de produção de conhecimento e de formação de recursos

humanos, O encontro foi organizado em três blocos, com duração de quatro

horas cada um, em um dia, sendo cada bloco dedicado a uma dessas áreas do

saber e constituído por uma mesa redonda e uma dinâmica de grupo para

integrar os participantes e estimular a troca de experiências.

Ao final do evento, pedimos para alguns palestrantes, espectadores e

membros da equipe responder a um questionário sobre a experiência deles com

o Conexão.

6.2 METODOLOGIA

O instrumento de pesquisa só teve sua construção viabilizada após

extensa pesquisa bibliográfica sobre o evento e temas adjacentes. Tal instrumento

é composto por questionários com perguntas diferentes voltados para os

palestrantes, ouvintes e membros da equipe. O instrumento voltado para o

público era composto por 17 perguntas, sendo 12 abertas e 5 fechadas. Já o

outro, aplicado aos membros da equipe, possuía 28 itens: 15 abertos e 13

fechados. O questionário entregue aos palestrantes se constituía de 13 perguntas

(9 abertas e 4 fechadas).

Duas palestrantes, vinte ouvintes e dez participantes da equipe

responderam à pesquisa. Os dados foram tratados com o programa Microsoft

Office Excel. Os resultados foram interpretados através de técnicas de estatística

básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.

Page 157: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

156

6.3 RESULTADOS

Antes da exposição de dados vale chamar atenção para o fato de que

os resultados aqui encontrados têm como base as maiores frequências obtidas nas

respostas dos sujeitos. A moda foi o parâmetro que guiou a análise.

Houve um consenso entre as duas participantes que todos os aspectos

do Conexão – local, qualidade da imagem e do som, cumprimento pontual da

programação, por exemplo – foram muito satisfatórios. As exceções foram a

divulgação (100% satisfeito) e a recepção (50% satisfeito, razoavelmente satisfeito).

Segue abaixo um quadro demonstrativo dos dados levantados na análise deste

grupo:

Quanto aos ouvintes, a predominância de perfil foram mulheres (75%)

solteiras (95%). A maioria soube do Conexão através de convite no facebook ou

Quadro 1 – Palestrantes

Sexo 100% feminino

Estado Civil 100% casado

Como avalia o evento nos quesitos:

Divulgação 100% satisfeito

Recepção 50% satisfeito; razoavelmente satisfeito

Local 100% muito satisfeito

Cumprimento pontual da programação 100% muito satisfeito

Qualidade da imagem 100% muito satisfeito

Qualidade do som 100% muito satisfeito

Qualidade da interação com a audiência 100% muito satisfeito

Qualidade da interação com a equipe

organizadora 100% muito satisfeito

Page 158: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

157

por serem estudantes da UFRJ ou do LIMK (30% cada grupo). Este conjunto

avaliou todos os aspectos da organização do Conexão e das palestras – “A

importância dos dados secundários para pesquisa de mercado”, “Comunicação

como fator critico de sucesso para a implementação de Inteligência Estratégica: o

caso de uma empresa de varejo” e “Conexão: Comunicação e Amamentação” –

como muito satisfatórios. A avaliação de divulgação, acesso, recepção, local,

pontualidade e outros quesitos, que encontram-se dispostos no quadro 2, foi

categorizada como muito satisfatória. As expectativas para a realização do evento

foram totalmente satisfeitas e a programação do evento foi tida como muito

interessante ou interessante (50% cada fator).

Quadro 2 – Ouvintes

Sexo 75% feminino

Estado Civil 95% solteiro

Escolaridade 79% médio completo/superior incompleto

Como ficou sabendo do evento 30% convite via Facebook; estudante da

UFRJ/LIMK

Como avalia a organização do evento nos seguintes aspectos:

Divulgação 58% muito satisfeito

Acesso 63% muito satisfeito

Recepção 85% muito satisfeito

Local 90% muito satisfeito

Cumprimento pontual da programação 44% muito satisfeito

Qualidade das imagens apresentadas 61% muito satisfeito

Qualidade do som 75% muito satisfeito

Page 159: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

158

Quadro 2 – Ouvintes

Esquete apresentada 82% muito satisfeito

Quanto à palestra "A importancia dos dados secundários para pesquisa de mercado",

como você avalia os seguintes aspectos:

Relevância do tema 75% muito relevante

Domínio do conteúdo por parte do

palestrante 88% muito satisfeito

Qualidade do material apresentado 82% muito satisfeito

Didática do palestrante 56% muito satisfeito

Interação entre palestrante e público 71% muito satisfeito

Pontualidade do palestrante 93% muito satisfeito

Administração do tempo 87% muito satisfeito

Quanto à palestra "comunicação como fator critico de sucesso para a implementação

de Inteligência Estratégica: o caso de uma empresa de varejo", como você avalia os

seguintes aspectos:

Relevância do tema 72% muito relevante

Dominio do conteúdo por parte do

palestrante 83% muito satisfeito

Qualidade do material apresentado 59% muito satisfeito

Didática do palestrante 50% muito satisfeito

Interação entre palestrante e público 50% muito satisfeito

Pontualidade do palestrante 78% muito satisfeito

Administração do tempo 50% muito satisfeito

Quanto à palestra: "Conexão: Comunicação e Amamentação”:

Relevância do tema 64% muito relevante

Page 160: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

159

Quadro 2 – Ouvintes

Domínio do conteúdo por parte de seu

palestrante 91% muito satisfeito

Qualidade do material apresentado 73% muito satisfeito

Didática do palestrante 73% muito satisfeito

Interação entre palestrante e público 73% muito satisfeito

Pontualidade do palestrante 91% muito satisfeito

Administração do tempo 64% muito satisfeito

Quanto à palestra "Projeto Social - Imagem em movimento: Uma experiencia de

empreendedorismo sociocultural":

Relevância do tema 82% muito satisfeito

Domínio do conteúdo por parte de seu

palestrante 73% muito satisfeito

Qualidade do material apresentado 82% muito satisfeito

Didática do palestrante 82% muito satisfeito

Interação entre palestrante e público 55% muito satisfeito

Pontualidade do palestrante 82% muito satisfeito

Administração do tempo 55% muito satisfeito

Quanto à palestra "Desafios da Responsabilidade Social - Práticas e Praticantes":

Relevância do tema 88% muito satisfeito

Domínio do conteúdo por parte de seu

palestrante 75% muito satisfeito

Qualidade do material apresentado 75% muito satisfeito

Didática do palestrante 75% muito satisfeito

Interação entre palestrante e público 75% muito satisfeito

Page 161: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

160

Quadro 2 – Ouvintes

Pontualidade do palestrante 100% muito satisfeito

Administração do tempo 63% muito satisfeito

As expectativas criadas pela realização

do evento foram 42% totalmente satisfeitas

A programação exibida foi 50% muito interessante; interessante

As perguntas do questionário voltado para a equipe tiveram resultados

mais variados. Quanto ao trabalho para organizar o evento, a cooperação e a

afetividade foram tidos como excelentes (ambos com 54%). Os outros aspectos –

motivação (54%), capacidade de comunicação (64%), criatividade (45%),

efetividade (50%), disciplina (73%), presteza (45%) e qualidade (54%), ritmo

(54%) e organização (82%) do trabalho – receberam todos o grau bom, grande ou

satisfatório. Quando perguntados como avaliavam seu próprio trabalho em

relação ao da equipe, os participantes descreveram sua cooperação (54%),

afetividade (45%), disciplina (45%), presteza (45%) e qualidade (64%), organização

(54%) e ritmo (54%) do trabalho como bons ou satisfatórios. A motivação (54%),

capacidade de comunicação (82%) e criatividade (54%) foram médias ou “nem

superiores, nem inferiores”. Por fim, houve um empate no quesito efetividade

entre média e grande (45%). Mais detalhes podem ser vistos no quadro expositivo

que se segue.

Quadro 3 – Equipe

Sexo 70% masculino

Estado Civil 100% solteiro

Page 162: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

161

Quadro 3 – Equipe

Quanto ao trabalho da equipe para organizar esse evento:

Motivação 54% grande

Capacidade de comunicação 64% boa

Cooperação 54% excelente

Afetividade 54% excelente

Criatividade 45% grande

Efetividade 50% grande

Disciplina 73% satisfatória

Presteza 45% satisfatória

Qualidade do trabalho 54% boa

Organização do trabalho 82% bom

Ritmo do trabalho 54% adequado

Quanto ao seu trabalho em relação ao da equipe:

Motivação 54% nem superior, nem inferior

Capacidade de Comunicação 82% nem superior, nem inferior

Cooperação 54% boa

Afetividade 45% grande

Criatividade 54% média

Efetividade 45% grande; média

Disciplina 45% satisfatória

Presteza 45% satisfatória

Qualidade do trabalho 64% boa

Organização do trabalho 54% boa

Page 163: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

162

Quadro 3 – Equipe

Ritmo do trabalho 54% satisfatória

6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Conexão 2012 foi um sucesso para todos os envolvidos. A equipe

ficou satisfeita tanto com o desempenho de seus colegas quanto com o próprio,

mas os maiores beneficados com o evento foram os ouvintes e os palestrantes.

Todos ficaram muito satisfeitos com o conteúdo, a recepção e a organização do

evento.

Sugestões que podem ser interessantes para a próxima edição do

Conexão seriam: aumentar a divulgação do evento, visto que uma quantidade

considerável dos ouvintes só souberam dele por já serem alunos da UFRJ ou do

LIMK, e aumentar o número de sujeitos entrevistados – principalmente os

palestrantes.

6.5 REFERÊNCIAS

CESCA, C. G. G. Organização de Eventos - Manual para Planejamento e

Execução, Summus, São Paulo: 1997.

FIGUEIREDO, N. M. A., Método e Metodologia na Pesquisa Científica - 3ª

Ed., Yendis Editora, São Paulo: 2008.

MARCONI, M. A. & LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia

Científica - 7ª Ed., Editora Atlas, São Paulo: 2010.

NATALE, E. & OLIVIERI, C. Guia Brasileiro de Produção Cultural, Edições

Sesc, São Paulo: 2004.

RAMPAZZO, L. Metodologia Científica - Para Alunos dos Cursos de

Graduação e Pós-graduação, Editora Loyola, São Paulo: 2002.

Page 164: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

163

CAPÍTULO 7

Imagem da UFRJ:

um olhar “carioca”

Page 165: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

164

7. IMAGEM DA UFRJ: um olhar “carioca”45

Bárbara Barros Dumas46 et. al47.

Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes

“Quem abre uma escola fecha uma prisão.”

Victor Hugo48

45 Esta pesquida foi feita com base em um trabalho apresentado nas edições de 2012 e 2011 da Jornada

Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 46 Estudante do 5º período de Psicologia.

47 Aletéia Maria da Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ana Ariel Rodriguez Arras

Menezes(Estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de Souza Siqueira (Estudante

do 1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º período de

Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de Psicologia), Beatriz de

Carvalho Félix (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Brena Ferreira Pinto Marinho

(Estudante do 3º período de Comunicação Social), Daiane Ascenção Cardoso (Estudante do 2º período

de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação

Social), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (Estudante do 1º período de Comunicação Social.),

Guilherme Teixeira Wenzel (Estudante do 4º período de Comunicação Social), Gyna Cassia Dantas

Costa (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Júlia Nascimento (Estudante do 3ª período de

Administração), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 3º período da Faculdade de

Educação), Lívia Pereira de Frias (Estudante do 4ª período de Psicologia), Luciano Constant de Oliveira

(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Luiz Antônio Rates da Silva (Estudante do 1º

período de Comunicação Social), Luiz Vicente Ferreira Fasciotti (Estudante do 5º período de

Arquitetura e Urbanismo), Maíta Carvalho de Almeida (Estudante do 1º período de Comunicação

Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues (Estudante do 3º período de Comunicação Social), Maria T.

Melo (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (Estudante do 3ª

período de Administração), Milla Mascarin(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Natália

Alvim Siqueira (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Nathalia Tourinho Duarte (Estudante

do 1º período de Comunicação Social), Nicollas Wesley Vimercate Ribeiro (Estudante do 3º período de

Engenharia de Produção), Patricia Nigri Adelson (Estudante do 2º período de Comunicação Social),

Pedro Muxfeldt Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda

Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (Estudante do 2º

período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio Grangier Abrahão (Estudante do 3ª período de

Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior (Estudante do 3ª período de Comunicação Social),

Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4ª período de Comunicação Social), Tahtiana Machado de Castro

(Estudante do 2º período de Comunicação Social), Vinícius Vieira (Estudante do 3º período de

Comunicação Social), Yuri D. Esteves (Estudante do 2º período de Comunicação Social) 48 (1802 – 1885) poeta, romancista e dramaturgo. Fez parte do Romantismo e é considerado um dos

melhores e mais conhecidos escritores franceses.

Page 166: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

165

7.1 INTRODUÇÃO

A UFRJ é uma das universidades mais renomadas do Brasil,

destacando-se no campo da pesquisa e do ensino. Com vistas a oferecer uma

oportunidade concreta de pesquisa de marketing e conhecer como a atuação da

UFRJ é percebida pela sociedade, o LIMK preparou uma pesquisa, realizada

junto a moradores da Região Metropolitana do Município do Rio de Janeiro,

sobretudo, junto aqueles que afirmam não possuir contato direto com a

instituição.

A partir da interpretação e cruzamento de dados, é possível identificar

a relevância da universidade para a sociedade, oferecendo aos seus gestores

números que possam resultar em ações de desenvolvimento e divulgação mais

ampla de seus serviços, tanto acadêmicos quanto os demais serviços prestados.

Um dos elementos motivadores desta pesquisa, quando realizada pela

primeira vez, em 2003, foi a curiosidade dos estudantes sobre o que vem a mente

das pessoas quando se fala da UFRJ, sobretudo porque este será o sobrenome

institucional que, quanto mais forte for, mais valor emprestará ao posicionamento

dos estudantes no mercado de trabalho.

A imagem institucional pode ser entendida como um reflexo da

relação de uma organização com a sociedade, sua interação com o ambiente e os

benefícios que são oferecidos por ela. Esta relação é importante porque uma

empresa necessita da sociedade para existir e se legitimar. Nesse sentido, sua

imagem e objetivos devem estar claros tanto interna quanto externamente.

Ruídos na mensagem podem prejudicar o entendimento sobre ela e afastar

clientes, reduzindo credibilidade e legitimidade.

Atualmente, por meio de novos adjetivos relacionados à

sustentabilidade do planeta e à responsabilidade social, é possível afirmar que

Page 167: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

166

existe uma grande preocupação das organizações em estabelecer uma boa relação

com as pessoas e o ambiente que a cerca. Para Busarelo (2003, p.8), "a partir de

1999, a questão do consumo consciente, através [sic] da escolha de empresas

‘socialmente responsáveis', no Brasil toma lugar de destaque em toda a imprensa

e assim como nos estudos científicos".

Se a organização atuar em duas frentes sociais diferentes, este fato

poderá fazer com que ela possua diferentes imagens em cada um desses estratos.

No intuito de descobrir qual a percepção desses nichos sobre a organização, é

possível serem utilizadas as várias técnicas de pesquisas de marketing como

ferramentas indicadoras das imagens e, ainda, dos fatores que podem influenciar

na sua formação, tais como a mídia, que afeta mais direta e constantemente a

sociedade.

Em 2011, em comemoração aos 10 anos do LIMK, revisitou-se alguns

trabalhos e, ao mesmo tempo em que uma coletânea de artigos era lançada no

site, a pesquisa sobre a imagem da UFRJ foi novamente aberta. O interesse pelo

tema se deve ao fato de que, apesar do passar dos anos, este é um dos assuntos

que ainda pertencem à agenda social para atualização, estando aberto a novos

resultados e discussões.

O principal objetivo desta pesquisa é ensinar o manejo da metodologia

de pesquisa de marketing para os estudantes do LIMK. Além disso, espera-se:

Identificar o grau de conhecimento da população sobre a UFRJ;

Verificar a percepção da sociedade sobre UFRJ;

Avaliar se houve mudança de percepção da sociedade sobre a

UFRJ entre 2003 e 2011.

Page 168: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

167

7.2 METODOLOGIA

Como esquematizado na figura abaixo, os estudantes do LIMK são

treinados a elaborar uma pesquisa de marketing desde seu início, realizando

todas suas etapas até a desejada finalização. Todos devem desenvolver capacidade

de cumprir qualquer dos papéis do processo.

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

Para esta pesquisa não foi diferente. O caminho trilhado foi o mesmo

retratado acima. Vale ressaltar que prévio à construção de instrumento e coleta

de dados houve ainda levantamento de bibliografia relacionada à questão

abordada neste artigo.

O instrumento usado nesta pesquisa foi um questionário

autorrespondido, composto por 67 perguntas (24 abertas e 43 fechadas). Ele foi

dividido em 4 partes:

o Perfil socioeconômico do respondente.

Page 169: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

168

o Perfil político do respondente.

o Imagem da UFRJ.

o Impressões sobre a pesquisa.

A metodologia utilizada neste trabalho realizou um procedimento de

amostragem de conveniência com a mesma proporção de respondentes homens

e mulheres encontrada na população da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo o IBGE (2003, 2011), há em média 53% de mulheres e 47% de

homens na população. Nas pesquisas realizadas pelo LIMK, a amostra de

entrevistados foi composta por 51% de mulheres e 49% de homens.

O grupo amostral no total se constituiu de 100 cidadãos

aleatoriamente escolhidos, tanto no ano de 2003 quanto em 2011. Em ambos os

anos a pesquisa foi aplicada no Rio de Janeiro em períodos diferentes do dia. A

cada dez transeuntes, um era entrevistado. A partir desse número de

entrevistados, é possível ter 90% de confiança de que a margem de erro da

pesquisa seja de, no máximo, 10%.

O processamento dos dados é realizado no programa Sphinx Léxica

Plus V. 5.0, por meio do qual é possível fazer uma análise dos resultados com

estatística básica, além de permitir o cruzamento dos dados com pesquisas de

anos anteriores ou com variáveis utilizadas na pesquisa do mesmo ano. Nesse

sentido, pode-se aperfeiçoar a interpretação dos resultados, permitindo que os

integrantes do LIMK tenham uma reflexão mais profunda sobre o tema

pesquisado.

Em seguida, é elaborado um relatório para orientar a apresentação dos

resultados coletados na Jornada de Iniciação Científica - UFRJ (JICTAC UFRJ) e

em outros espaços técnico-científicos.

Page 170: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

169

7.3 RESULTADOS

Os dados apresentados a seguir levam em conta as maiores frequências

presentes nas respostas dos sujeitos. Ainda cabe ressaltar que o parâmetro

utilizado nas análises foi a moda.

Foi possível observar através do levantamento estatístico que a boa

qualidade de ensino e o diploma de peso ainda são as principais características

positivas percebidas pela sociedade em relação à UFRJ. Apesar de haver uma

diminuição na taxa percentual na comparação entre os anos de 2003 e 2011, a

imagem da UFRJ ainda é de uma universidade que já foi melhor no passado e

precisa de melhorias.

Os resultados, a seguir mostrados, reforçam a necessidade de

intensificar a divulgação da atuação da UFRJ junto à sociedade porque, apesar de

ter havido um pequeno aumento do conhecimento de sua atuação e mais pessoas

declararem conhecê-la melhor, cerca de 40% da sociedade ainda a desconhecem.

A tabela a seguir descreve o perfil predominante de respondente desta

pesquisa. Como pode ser observado na correlação entre as duas aplicações não

houve grande variação no tipo de sujeito entrevistado. É importante indicar que

foram adicionadas algumas categorias no questionário de 2011. Tais adições se

fizeram necessárias para melhor delineamento do respondente e maior

aprofundamento da análise de pesquisa.

Tabela 1 – Perfil do Respondente

Perfil do Respondente 2003 2011

Idade 23% de 25 a 30 anos 25% de 25 a 30 anos

Sexo 52% feminino 50% feminino

Page 171: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

170

Tabela 1 – Perfil do Respondente

Bairro 29% Barra da Tijuca 9% Barra da Tijuca

Nacionalidade 100% Brasileiro 98% Brasileiro

Estado Civil - 54% solteiro

Filhos - 64% Não

Fonte de Renda - 71% Trabalho

Pessoas vivendo dessa

renda -

26% 1 pessoa e 4 pessoas

(Bimodal)

Categoria Social 28% B2 25% B2

Chefe da Família - 54% pai

Grau de Instrução do

Chefe da Família - 59% Ensino Superior

Na próxima tabela, define-se o perfil político do sujeito. A mudança

encontrada foi no meio de acesso a notícias: atualmente, a maior parte utiliza a

televisão.

Tabela 2 – Perfil Político

Perfil Político 2003 2011

Meios de acessos a

notícias 78% jornal 72% Televisão

Freqüência de acesso às

notícias 82% diariamente 89% diariamente

Definição Política - 27% não quiseram

declarar

Filiação Política - 91% Não

Como antes dito o reconhecimento da UFRJ como maior e melhor

universidade ainda tem porcentagem representativa e nos dias atuais quase a

totalidade de entrevistados já ouviu falar da instituição em questão.

Page 172: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

171

Faz-se necessário suscitar os pontos marcantes obtidos na avaliação

desta pesquisa. A atuação da UFRJ na sociedade ainda é pouco conhecida e seus

serviços pouco utilizados. O ideal seria que, ao longo dos anos, esses aspectos

fossem maximizados, sendo conhecidos e utilizados por cada vez mais pessoas,

porém o que se observou foi o inverso. A opinião sobre o estado atual da

faculdade não se alterou, tanto na 1ª aplicação quanto na 2ª acredita-se que a

UFRJ já foi melhor no passado.

Os benefícios de funcionários e professores por estarem inseridos na

UFRJ continuam sendo declarados como desconhecidos pelos entrevistados. Tal

fato pode ser trabalhado visando consequente mudança em anos futuros.

Apesar de alguns pontos fracos suscitados (como greves nos hospitais e

necessidade de melhorias), grande parcela dos respondentes afirmou que gostaria

de estudar ou ter estudado na UFRJ, o que atesta mais uma vez outro aspecto

trazido pelos próprios entrevistados: sua boa qualidade de ensino.

Tabela 3 – Imagem da UFRJ

Imagem da UFRJ 2003 2011

Maior Universidade 45% UFRJ 62% UFRJ

Melhor Universidade 44% UFRJ 55% UFRJ

Ouviu falar da UFRJ 80% 97%

Grau de conhecimento 47% Baixo 38% Médio

Contato direto com a

UFRJ 54% 65%

Não conhece a atuação da

UFRJ na sociedade 49% 45%

Não utilização dos

serviços da UFRJ 74% 81%

Se sim, quais? 68% hospitais 68% cursos

Page 173: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

172

Tabela 3 – Imagem da UFRJ

Importância da UFRJ 27% muito importante 31% muito importante

Opinião sobre a UFRJ 24% boa 30% boa

Características positivas 12% bom ensino público

36% Diploma de

peso/Instituição

Respeitada (Bimodal)

Características Negativas 6% greve do hospital,

afetando no atendimento 30% precisa de melhorias

Atualmente, opinião sobre

a UFRJ

27% já foi melhor no

passado

16% já foi melhor no

passado

Benefícios à sociedade 11% Boa qualidade de

ensino 34% ensino gratuito

Benefícios aos alunos 15% Boa Formação 29% Bom ensino

profissionalizante

Benefícios aos

funcionários 22% Não Sabe 28% Não Sabe

Benefícios aos professores 141% Não Sabe 24% Não Sabe

Benefícios exclusivos da

UFRJ 10% Não Sabe

22%

Credibilidade/Diploma

Qualificado/

Reconhecimento/

Tradição/ Nome

Gostaria de estudar ou ter

estudado na UFRJ 42% Sim 41% Sim

Motivos 33% Boa qualidade de

ensino

32% Boa qualidade de

ensino

Na versão de 2011, como item final do instrumento foi perguntado as

impressões do sujeito sobre o questionário que acabou de responder. 30%

responderam que se sentiram bem.

7.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com o procedimento relatado ao longo deste artigo, é

possível destacar tópicos interessantes revelados pelos resultados da pesquisa.

Dentre eles:

Page 174: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

173

o O aumento das pessoas que consideram a UFRJ a maior e a

melhor universidade do Rio de Janeiro, considerando-a muito

importante.

o O alto o grau de desconhecimento declarado pela população

quanto à realidade interna da UFRJ, principalmente, quanto aos

benefícios oferecidos aos seus funcionários e aos seus professores.

o Se antes o benefício oferecido para a sociedade era percebido

como a boa qualidade de ensino, hoje é visto como a gratuidade do

ensino.

Em se tratando dos pontos negativos, infere-se que a população não

está acompanhando freqüentemente a vida da UFRJ, posto que a resposta da

edição de 2011, "precisa de melhorias", qualifica-se como bastante aberta. Em

2003, um problema mais preciso foi apontado: "a greve hospitalar que deixa o

atendimento ruim". A mudança de resposta revela, também, que a mídia, nesses

sete anos que separam as duas edições, não abordou intensamente os

movimentos de greve em geral, até porque foram poucos os que aconteceram

nesse período.

Quanto aos benefícios oferecidos para a sociedade, de 2003 para

2011, percebe-se que o adjetivo passou de "qualidade do ensino" para "gratuidade

do ensino", podendo revelar que, para os cidadãos fluminenses, existem outras

universidades com qualidade de ensino tão boa quanto a UFRJ, mas que esta

última destaque-se das demais por abrigar, simultaneamente, este grau de

qualidade e um ambiente sem distinção por renda familiar.

A boa formação permaneceu sendo o benefício aos alunos, segundo a

percepção dos entrevistados. Também foi essa a resposta, em 2003, no tocante

Page 175: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

174

ao fator positivo da universidade em geral. Porém, em 2011, a segunda questão

teve uma mudança de resposta: passou de "boa formação" para "diploma de peso

e instituição respeitada". Aliada ao questionamento sobre um benefício diferencial

da universidade percebe-se que uma mudança de paradigma está em curso, uma

vez que os respondentes priorizaram "a credibilidade, o diploma qualificado, a

tradição e o renome" da UFRJ. Portanto, constata-se que está sendo desenvolvida

uma "marca UFRJ" perante o mercado de trabalho em detrimento da

exclusividade do bom ensino acadêmico e que esta ação tem obtido relativo

sucesso.

7.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas,

São Paulo: 2004.

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

BUSARELLO, Romeo D. (2003). A influência das ações sociais na construção

das relações de consumo. Dissertação (Mestrado em Administração de

Empresas) PUC. São Paulo.

VIEIRA, F. G. D. Responsabilidade Social Corporativa e Marketing Social

Corporativo: uma proposta de fronteira entre estes dois conceitos. In:

ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. 31. 2007, Foz do Iguaçu. Anais... Foz

do Iguaçu, 2007.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:

<www.sphinxbrasil.com>. Acesso em 2011.

Page 176: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

175

UFRJ. Disponível em <www.ufrj.br>. Acesso em: 07 de novembro de 2012.

Page 177: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

176

CAPÍTULO 8

Quem é quem no programa de

alfabetização de jovens e adultos da UFRJ?

Page 178: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

177

8. QUEM É QUEM NO PROGRAMA DE ALFABETIZAÇÃO

DE JOVENS E ADULTOS DA UFRJ?49

Anaiz Rosadas Falcão50 Clara Filippelli Fernandes Rescala51

Lívia Pereira de Frias52 Lucas Ferreira da Silva Palazzo53

Mariana Rosa Pugginelli Brandão54 Patrícia Pizzigatti Klein55

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

“A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.”

Marxwell Maltz56

8.1 INTRODUÇÃO

Na pesquisa realizada pelo Laboratório de Inteligência e Pesquisa de

Marketing Social – LIMK para a Assessoria de Comunicação da PR5 – Pró

Reitoria de Extensão da UFRJ em 2010, teve-se como objetivo analisar a

percepção dos participantes do Programa de Alfabetização da UFRJ para Jovens

e Adultos de Espaços Populares, patrocinado pela primeira e organizado pela

segunda, sobre os papéis que por elas são exercidos.

49 Artigo baseado no trabalho apresentado no Congresso de Extensão da UFRJ de 2010 e no trabalho

apresentado na edição de 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural

(JIC) da UFRJ. 50 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

51 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

52 Estudante do 4º período de Psicologia.

53 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.

54 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

55 Estudante do 2º período de Comunicação Social.

56 Cirurgião (1899 – 1975). Desenvolveu a Psicocibernética (sistema elaborado para melhorar a

autoimagem e autoconfiança e assim conduzir o indivíduo a uma vida mais bem sucedida).

Page 179: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

178

A proposta da pesquisa surgiu da necessidade de ambas as instituições

envolvidas no projeto de conhecer como suas marcas estavam sendo percebidas

pelos participantes deste projeto.

A seguir estão apresentadas as linhas mestras de condução desta

pesquisa para atender às necessidades de informação da PR5: criado em

novembro de 2003, o Programa de Alfabetização da UFRJ para Jovens e Adultos

de Espaços Populares consiste na primeira experiência de extensão universitária

em alfabetização da UFRJ a reunir diversos centros e unidades, atuando de forma

interdisciplinar (PR5, 2010).

Tendo sido implantado em 2004, ensina moradores de comunidades

de baixa renda a ler e a escrever e é aberto a habitantes dos arredores da UFRJ.

Depois de serem alfabetizados, os estudantes são encaminhados para a Rede

Pública Regular de Ensino. O objetivo é que os participantes deem continuidade

aos estudos (PR5, 2010).

Esse projeto é patrocinado pela Petrobras, que é reconhecida por seus

investimentos na área de responsabilidade socioambiental e na promoção da

cidadania. A organização e a realização do Programa são conduzidas pela UFRJ,

responsável pela concepção do curso como um todo e pelo treinamento dos

alfabetizadores, que são estudantes da própria universidade (PR5, 2010).

Por ser um projeto que demanda investimentos de ambas as

organizações e como a UFRJ precisa prestar contas à Petrobras da eficácia do

Projeto, tornou-se relevante realizar esta pesquisa para conhecer se a ação de

responsabilidade social é reconhecida pelos beneficiados do projeto e se eles

sabem distinguir o papel de cada uma dessas instituições.

O Programa de Alfabetização é realizado em 14 unidades localizadas

em diferentes comunidades carentes da cidade do Rio de Janeiro em parceria

Page 180: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

179

com Igrejas, Associações de Moradores e outras instituições locais e possui cerca

de 400 estudantes (PR5, 2010). Por isso, havia a suspeita de que nem sempre os

participantes pudessem associar o Programa às entidades que o patrocina e o

organiza. O baixo grau de instrução dos estudantes que participam do projeto

associado à existência de muitas outras instituições (como as ONGs) ativas nas

comunidades onde o projeto é realizado certamente cria um desafio

comunicacional para posicionar adequadamente a imagem de cada parceiro junto

aos diversos públicos.

Desse modo, foi encomendado ao Laboratório de Inteligência e

Pesquisa de Marketing Social - LIMK um estudo com seguintes objetivos:

o Identificar o papel associado à Petrobras pelos participantes do

Projeto.

o Identificar o papel associado à UFRJ pelos participantes do

Projeto.

o Identificar, de modo expedito, quais os elementos de comunicação

são mais eficazes na transmissão da imagem institucional

pretendida.

8.2 METODOLOGIA

Previamente houve levantamento bibliográfico sobre assunto relevante

ao tema de pesquisa. Tal bibliografia guiou tanto os estudos quanto a construção

do instrumento.

Em segunda etapa realizou-se uma pesquisa exploratória quantitativa,

dimensionando-se o tamanho de amostra, elegendo-se as técnicas mais

adequadas de coleta e tratamento de dados para os recursos humanos e materiais

disponíveis de modo a garantir resultado confiável.

Page 181: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

180

Para realização desta pesquisa, buscou-se identificar a percepção dos

estudantes do Programa de Alfabetização da PR5 - UFRJ a cerca das imagens

associadas às marcas envolvidas no projeto. O universo é constituído de 400

estudantes distribuídos geograficamente por 14 postos de ensino em diversos

horários ao longo do dia em diversas comunidades, como exposto anteriormente.

Uma amostra do universo de adultos estudantes foi dimensionada

visando a garantir que, com 90% de confiança, o resultado obtido terá margem de

erro de apenas 10% em relação ao universo pesquisado.

Foram entrevistados 78 participantes escolhidos aleatoriamente em

todas as áreas e horários onde o programa é desenvolvido. (cerca de 20% do

universo)

Definidos o tamanho da amostra e o procedimento de amostragem,

realizaram-se reuniões entre a Equipe LIMK e a Equipe da PR5 para a

elaboração do instrumento de coleta de dados a ser respondido pelos adultos

estudantes do programa em entrevistas nos locais de estudo, bem como as

formas de abordagem e contato com os discentes. O questionário criado se

compôs de 26 itens, sendo 7 abertos e 19 fechados.

A técnica de coleta de dados escolhida foi questionário padrão

aplicado por entrevistador. As entrevistas foram realizadas pelas professoras do

Programa em diversas regiões nas quais o projeto se realiza. Elas foram treinadas

pela Equipe LIMK e, após estarem aptas a realizar as entrevistas sem induzir os

respondentes na escolha das respostas, elegeram estudantes das turmas em que

ministram classes como sujeitos respondentes.

Ao final do trabalho de campo, os questionários foram encaminhados

para o LIMK e os dados registrados foram tabulados por meio do software

Sphinx Lexica Plus. Após a tabulação, os dados foram analisados e,

Page 182: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

181

posteriormente, foi realizada a interpretação dos resultados. O resultado da

interpretação está apresentado a seguir.

8.3 RESULTADOS

A maioria dos estudantes respondentes pertence à turma de Vila do

João (15%) e da Boogie Woogie – Ilha (15%). O restante dos estudantes

pertence às turmas do Afro reggae (10%) e Vila Residencial (10%), Parada de

Lucas e Praia de Ramos (9%), Vila dos Pinheiros (8%) e Timbau (8%). Com a

menor porcentagem encontram-se as turmas de Cidade Alta, DIUC, Igreja

Batista do Parque União, e Rubens Vaz, com 4% cada.

Gráfico 1: A qual comunidade pertence?

Page 183: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

182

Essa distribuição amostral pode indicar pouco empenho das equipes

das localidades onde as amostras foram menores e pode gerar algum tipo de viés

na análise.

Em relação à instituição que organiza o curso, a maioria dos

respondentes considerou ser a UFRJ (32%), uma grande parte (31%) não soube

responder e alguns acreditavam ser a professora (8%). Houve ainda respostas

identificando a Associação de Moradores (7%), o Governo (7%), a Igreja Católica

(3%) e a Prefeitura (3%) como possíveis organizadores. Por fim, Ação

Comunitária, ONGs, Funcionária do Afroreggae, Diretora do IESC, Escola,

Fundação Leão XIII, Alfabetização, SEBRAE, e Petrobras foram também

associadas como organizadoras na proporção de apenas 1% cada.

Percebe-se claramente que há necessidade de reforço da comunicação

institucional para esclarecer melhor o papel da UFRJ e de todos os parceiros no

Projeto. Apenas um terço reconhece adequadamente o papel correto.

Gráfico 2: Qual é a instituição que organiza o curso?

Page 184: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

183

Ao responder qual a instituição seria responsável pelo patrocínio do

curso, a maioria respondeu que seria uma Instituição Governamental (44%). Do

restante dos respondentes, 27% não souberam responder, 17% acreditavam ser a

UFRJ e 4% acreditavam ser a Petrobras. Houve ainda respostas variadas com

porcentagem equivalente a 1% cada, como: a Professora, o Afroreggae, a

Associação, “a Faculdade do Governo e a Petrobras”, “Ninguém paga”, o Projeto

e a ONG.

Este resultado confirma a necessidade de reestruturar a campanha de

comunicação deste projeto.

Gráfico 3: Qual é a instituição que patrocina o curso?

Dentre os respondentes, apenas 37% afirmaram conhecer a marca

UFRJ e 60% informaram que não a conheciam, o que corrobora mais uma vez a

necessidade de melhorar a campanha comunicacional relacionada ao projeto.

Houve ainda duas não respostas (3%).

Page 185: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

184

Gráfico 4: Conhece a marca UFRJ?

Posteriormente, 30% afirmaram que já haviam visto a marca da UFRJ

em algum momento do curso sim, 10 % informaram não ter visto a marca em

momento algum e 60% não responderam. Consistentemente com o resultado da

questão anterior, a marca não é identificada claramente, apesar de estar aposta

inclusive no material didático.

Gráfico 5: Já viu a marca UFRJ em algum momento do curso?

Page 186: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

185

Apenas 23 (30%) em 78 estudantes responderam onde haviam visto a

marca da UFRJ durante o curso, sendo que 70% haviam visto a marca na

camiseta, 13% a viram no cartaz, 9% na sala de aula, 4% no Fundão e 4% viram a

marca da UFRJ quando a alfabetizadora pediu que a sigla fosse escrita no quadro.

Gráfico 6: Onde viu a marca UFRJ?

Em relação à marca da Petrobras, 56% dos respondentes afirmaram

conhecê-la e 44% disseram não conhecer a marca. Apesar de ser mais conhecida,

ainda assim essa marca para o tipo de investimento em propaganda que costuma

fazer, sua marca deveria ter sido mais facilmente identificada, o que indica que a

qualidade do material promocional realmente merece novo tratamento.

Page 187: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

186

Gráfico 7: Conhece a marca Petrobras?

Do total de entrevistados, 31% afirmaram ter visto a marca Petrobras

em algum momento do curso e 26% responderam que não a haviam visto.

Apenas 24 em 78 estudantes responderam onde haviam visto a marca

Petrobras durante o curso, e a maioria deles (79%) afirmou ter visto a marca na

camiseta, sendo que uma pequena parte (9%) disse ter visto a marca no cartaz.

Houve ainda as respostas “dentro do Afroreggae”, “no Fundão” e “na sala” com

4% cada.

Gráfico 8: Onde viu a marca Petrobras?

Page 188: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

187

Quanto às formas de divulgação utilizadas pelo projeto, a maioria dos

respondentes (87%) disse ter visto a marca nas camisetas; 28 % já a viram em

cartazes e banners e 22% viram a marca nos folders, o que confirma que a

camiseta foi o melhor dos veículos de promoção das marcas associadas ao

projeto.

Utilizando o Critério de Classificação Econômica Brasil, foi possível

determinar a classe socioeconômica dos respondentes. Entre os respondentes, a

maioria (42%) pertence à classe C2 e uma grande parte pertence às classes D

(22%) e C1 (18%). Quanto ao restante dos respondentes, 9% fazem parte da

classe B2, 3% da classe E e 1% pertencem à classe B1. Nenhum dos

respondentes é integrante das classes A2 ou A1. Houve ainda um índice de não

resposta equivalente a 5%.

Gráfico 9: Classe Socioeconômica dos Respondentes

8.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da pesquisa apontaram para o fato de que as marcas não

são percebidas pelos estudantes do modo como é desejado pelas organizações

Page 189: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

188

Petrobras e UFRJ. Foi possível constatar que a divulgação realizada não está

sendo eficaz e não produz leitura clara do papel de cada uma dessas

organizações.

De acordo com a análise realizada a partir dos dados coletados na

pesquisa, pode-se concluir que a comunicação de marketing do projeto precisa

melhorar para que as marcas associadas sejam adequadamente percebidas e

reforçadas junto aos beneficiados diretos.

Principalmente no caso da Petrobras, percebe-se que a divulgação não

foi eficaz o bastante, pois apenas 4% dos respondentes reconhecem seu papel.

Uma parte dos estudantes enxergou que quem organiza o curso é a

UFRJ, porém, esse número não chega à metade dos entrevistados.

Com relação aos custos do projeto, os estudantes demonstraram

acreditar que esse é de responsabilidade de uma Instituição Governamental, e

uma quantidade muito pequena citou a Petrobras.

Com isso, percebe-se que ambas as marcas não estão sendo

percebidas pelos estudantes.

O fato de a maioria ter atribuído o projeto a uma Instituição

Governamental pode indicar que por algum motivo os estudantes estavam

associando a marca da Petrobras e da UFRJ ao Governo, como se estivessem

diretamente a serviço dele, o que não deixa de ser fato, entretanto, não se sabe a

que nível de governo estaria associando uma vez que a Prefeitura também foi

mencionada.

Grande parte das pessoas questionadas demonstrou não conhecer a

marca da UFRJ, e entre os que disseram conhecer, nem todos afirmaram ter

Page 190: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

189

visto a marca da universidade dentro do curso. Foi nas camisetas que a marca da

UFRJ foi mais vista.

Em relação à marca da Petrobras, pouco mais da metade dos que

responderam ao questionário afirmaram conhecê-la. Entre os que conheciam,

pouco mais da metade respondeu que já havia visto a marca dentro do curso. Foi

também nas camisetas que a maioria dos entrevistados afirmou tê-la visto.

Percebe-se que as marcas da Petrobras e da UFRJ precisam ser

melhor divulgadas para que sejam associadas mais adequadamente ao Projeto nas

peças de comunicação.

Demonstrou-se que a camiseta foi o mais eficaz meio de divulgação,

meio pelo qual ambas as marcas foram mais percebidas. Esta foi a peça

comunicacional que os entrevistados mais afirmaram ter visto.

Desse modo, é necessário repensar a campanha, de modo que todo o

material mais manuseado pelos estudantes possua de modo mais visível as marcas

desejadas e que a equipe de educação seja treinada para que mesmo ela saiba

quem faz o que no Projeto, servindo de elemento esclarecedor e difusor.

Há que se considerar, entretanto, que não houve controle de qualidade

sobre o processo de coleta de dados, o que pode ter levado a um certo viés nas

respostas.

Além disso, ao treinar a equipe de instrutores para coletar dados já

havia sido percebido que a própria equipe apresentava um alto grau de

desconhecimento sobre estas questões, revelando a necessidade de mudança no

processo comunicacional. Outra estratégia de coleta não foi adotada em função

das limitações de recursos (tempo e dinheiro).

Page 191: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

190

8.5 REFERÊNCIAS

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em:

<www.sphinxbrasil.com.>. Acesso em 2011

PRÓ-REITORIA de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro – PR-

5. Disponível em: www.pr5.ufrj.br. Acesso em 2010.

Page 192: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

191

CAPÍTULO 9

Universitários e Reforma Universitária

Page 193: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

192

9. UNIVERSITÁRIOS E REFORMA UNIVERSITÁRIA57

Bárbara Barros Dumas58 et. al.59

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

“Nada precisa tanto de reforma como os hábitos dos outros.” Mark Twain60

9.1 INTRODUÇÃO

Em Janeiro de 2004 o Governo Federal elegeu como uma de suas

prioridades a implementação da Reforma Universitária. O plano, divulgado pelo

então novo presidente do MEC, Tarso Genro, sugere uma série de propostas

para regular o ensino superior do país – tanto público como privado – e

democratizar o acesso ao ensino. As mais notáveis delas são a reserva de vagas

para alunos da rede pública e afrodescendentes nas universidades federais;

criação de um ciclo básico nos cursos de graduação e implementação do Prouni,

57 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural

de 2011. 58 Estudante do 5º período de Psicologia

59Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º período de Comunicação Social), Artur Benchimol

Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (Estudante do 5º período de

Psicologia), Barbara Silva de Melo (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Bianca

Nascimento (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Crislan Fernandes Veiga (Estudante do

2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes (Estudante do 2º período de Comunicação Social),

Fabíola Ortiz dos Santos (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Felipe Turl (Estudante do

2º período de Comunicação Social), Gabriela da Costa Silva (Estudante do 2º período de Comunicação

Social), Isabela Vieira da Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Lívia Pereira de

Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Jorge Araújo Koliren (Estudante do 2º período de

Comunicação Social), Luciana Vasconcellos (Estudante do 2º período de Comunicação Social),

Manuela Fonseca (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues

(Estudante do 3º período de Comunicação Social), Maristela A. Vasconcelos (Estudante do 2º período

de Comunicação Social), Rafael Barcellosda Silva (Estudante do 2º período de Comunicação Social),

Raquel Franco (Estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues

(Estudante do 1º período de Comunicação Social), Rogério Jorge (Estudante do 3º período de

Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4º período de Comunicação Social), Vítor

Pimentel P. Costa (Estudante do 2º período de Comunicação Social)

Page 194: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

193

que reserva vagas para alunos de baixa renda em universidades particulares em

troca de isenção fiscal.

A pesquisa surgiu diante da necessidade do MEC de conhecer a

percepção dos estudantes acerca da proposição da Reforma, uma vez que estes

serão diretamente afetados pelas possíveis mudanças no sistema de ensino

superior. O grupo de alunos, orientados pela Prof.ª Fátima Fernandes, observou

o grau de conhecimento e interesse dos estudantes sobre as mudanças no ensino

superior sobre a Reforma de 2005, para então mostrá-los as dirigentes da UFRJ

de forma a adequar a proposta às atuais necessidades dos estudantes.

O objetivo principal da pesquisa foi avaliar a opinião dos estudantes de

graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Campus da

Praia Vermelha, a respeito da Reforma Universitária proposta pelo Governo

Federal. Verificamos a percepção sobre a reforma junto aos estudantes, assim

como o grau de conhecimento e participação deles. Avaliamos se houve mudança

de opinião sobre ela entre os dois anos em que a pesquisa foi realizada (2005 e

2011). Além disso, descobrimos a opinião dos estudantes da UFRJ sobre os

problemas enfrentados pelas universidades públicas e privadas em geral.

9.2 METODOLOGIA

Para a realização da pesquisa, procurou-se conhecer o universo do

Campus da Praia Vermelha, acreditando-se que esta seria uma amostra

representativa de todos os estudantes da UFRJ.

Para tanto, foram entrevistados 598 alunos no ano de 2005 e 87 em

2011 dos seguintes cursos: Pedagogia, Comunicação Social, Psicologia,

60 Pseudônimo do escritor e humorista norte-americano Samuel Langhorne Clemens (1835 – 1910).

Conhecido pelo romance “As Aventuras de Tom Sawyer” (1876).

Page 195: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

194

Economia, Serviço Social, FACC (Faculdade de Administração e Ciências

Contábeis), de acordo com a estimativa de vagas disponíveis a cada ano no

vestibular multiplicados pelo número de períodos de cada curso. As entrevistas

também foram distribuídas segundo os turnos oferecidos por cada unidade.

Dentre eles foi escolhida uma amostra aleatória de 87 estudantes (com 90% de

confiança de que o resultado obtido terá margem de erro de apenas 10% em

relação ao universo pesquisado).

Os dados foram coletados através de um questionário autorrespondido

com 48 perguntas, sendo 19 delas abertas e 29 fechadas. Ele é dividido em 6

partes: perfil socioeconômico do respondente, perfil psicossocial do respondente,

opinião sobre as universidades públicas e privadas, opinião sobre a reforma

universitária, grau de informação sobre a reforma universitária e impressões

sobre a pesquisa. Os dados foram tratados e analisados com o programa Sphinx

Léxica Plus v.5.0, e sua interpretação foi feita com técnicas de estatística básica,

associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.

9.3 RESULTADOS

Os resultados confirmam o senso comum: os estudantes da UFRJ

acreditam que as características estruturais são melhores nas universidades

privadas (nos dois anos, os entrevistados definiram as instalações e materiais delas

como adequadas em qualidade – e as das públicas, como inadequadas) e as

acadêmicas, nas públicas (com as atividades de ensino e pesquisa ocorreu o exato

oposto da relação no quesito anterior). Porém, a capacitação dos professores nas

universidades privadas é uma questão duvidosa, já que nos dois momentos de

realização da pesquisa houve um resultado bimodal (insuficiente/adequado), o

que não ocorre na universidade pública onde é certa a sua capacitação.

Page 196: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

195

Quanto à questão das cotas: as étnicas foram rejeitadas nos dois anos,

mas as sociais e de egressos de ensino público foram aceitas em 2011, o que

requere discussão sobre os possíveis motivos dessa mudança. A integração entre

atividades acadêmicas é colocada como pouca e ineficiente não só nos dois anos

quanto nas duas classificações de universidade.

Os resultados, a seguir mostrados, reforçam o alto grau de

desconhecimento dos universitários sobre as alterações do regimento do ensino

superior.

O perfil sócio-econômico do estudante não se alterou

significativamente entre 2005 e 2011. A maioria continua sendo do sexo

feminino, solteiro, tem mesada como fonte de renda e mora com os pais

Tabela 1 – Perfil Socioeconômico

2005 2011

Idade: 57% menos de 22 anos Idade: 52% entre 20 e 23 anos

Sexo: 64% Feminino Sexo: 61% Feminino

Bairro: - Bairro: -

Nacionalidade: - Nacionalidade: 100% brasileiro

Estado Civil: 91% solteiro Estado Civil: 92% solteiro

Filhos: - Filhos: 92% não

Fonte de Renda: 54% mesada Fonte de renda: 48% mesada

Categoria social: - Categoria social: 30% A2

Mora com os pais: 81% sim Mora com os pais: 77% sim

Page 197: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

196

Tabela 1 – Perfil Socioeconômico

Chefe da família: - Chefe da Família: 63% pai

Grau de instrução do chefe da família: - Grau de instrução do chefe da família:

52% ensino superior completo

A maioria dos entrevistados continua cursando apenas uma

universidade e não participando de nenhum movimento estudantil. Porém,

dentre o conjunto dos que participa, houve uma mudança em sua forma de

engajamento: enquanto em 2004 havia um empate entre quem integrava uma

organização específica e frequentava palestras e debates, a maioria em 2011 era

apenas do último grupo.

Tabela 2 – Perfil Psicossocial

2005 2011

Cursa mais de uma universidade: 91% não

Cursa mais de uma universidade: 93%

não

Participa de algum movimento estudantil:

88% não

Participa de algum movimento estudantil:

83% não

De que modo participam: 42% Integrante

de uma organização específica/Frequenta

palestras ou debates (bimodal)

De que modo participam: 27% Frequenta

palestras ou debates

Filiação política: 96% não Filiação política: 98% não

Se sim, qual: 2% PT Se sim, qual: -

A seguir, apresentam-se os dados sobre a opinião que os participantes

têm sobre as universidades públicas. A frequência estudantil, o nível intelectual

dos estudantes, a capacitação dos professores e frequência deles e dos

funcionários foram tidas como adequadas nos dois anos, mas o número e

Page 198: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

197

capacitação dos funcionários foi somente tida como adequada em 2011. Antes,

era tida como insuficiente junto com o número de vagas e dos professores.

Foram tidas como adequada em quantidade, nos dois anos, as

atividades de ensino, e somente em 2011, as de pesquisa. Instalações e

equipamentos foram inadequados nos dois anos. Não houve mudança entre os

fatores tidos como adequados – atividades de ensino, pesquisa e extensão – e

inadequados – instalações, equipamentos, livros e materiais e integração das

atividades – nos dois anos.

Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas

2005 2011

Adequado

Frequência estudantil: 47% Frequência estudantil: 56%

Nível intelectual dos estudantes: 67% Nível intelectual dos estudantes: 59%

Capacitação dos professores: 70% Capacitação dos professores: 78%

Frequência dos professores: 53% Frequência dos professores: 55%

Frequência dos Funcionários: 43% Número de Funcionários: 47%

- Capacitação dos Funcionários: 51%

- Frequência dos Funcionários: 58%

Insuficiente

Número de vagas: 60% Número de vagas: 51%

Número de professores: 62% Número de professores : 57%

Número de Funcionários: 57% -

Page 199: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

198

Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas

2005 2011

Capacitação dos Funcionários : 44% -

Adequação de Quantidade

Atividades de ensino: 62% Atividades de ensino: 74%

Atividades de pesquisa: 42%

Inadequação de Quantidade

Instalações: 77% Instalações: 78%

Equipamentos: 86% Equipamentos: 81%

Livros e materiais:- Livros e materiais: 64%

Atividades de pesquisa: 56% Atividades de extensão: 46%

Atividades de extensão: 55% Integração dessas atividades: 55%

Integração dessas atividades: 57%

Adequação de Qualidade

Atividades de ensino: 55% Atividades de ensino: 60%

Atividades de pesquisa: 46% Atividades de pesquisa: 59%

Atividades de extensão: 33% Atividades de extensão: 43%

Inadequação de Qualidade

Instalações: 81% Instalações: 85%

Equipamentos: 74% Equipamentos: 68%

Livros e materiais: 60% Livros e materiais: 60%

Page 200: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

199

Tabela 3 – Opinião sobre universidades públicas

2005 2011

Integração dessas atividades: 45% Integração dessas atividades: 53%

Uma porcentagem maior de alunos em 2011 compôs a maioria que

afirma não conhecer os problemas das universidades privadas. Porém, a opinião

dos alunos da UFRJ é similar nos dois anos: o número de vagas é excessivo; o

número e frequência de professores e funcionários é adequado, mas o nível

intelectual e frequência estudantis é inadequado.

As instalações e equipamentos foram tidas como adequadas em

quantidade nos dois anos, contudo as atividades de pesquisa passaram a ser

inadequadas e houve um empate entre opniões opostas nas atividades de ensino.

Quanto à adequação em qualidade, os resultados foram o oposto do das

universidades públicas: nos dois anos materiais, equipamentos e instalações são

adequados e as atividades de ensino, pesquisa e extensão, inadequadas.

Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas

2005 2011

Conhece os problemas: 66% não Conhece os problemas: 73% não

Dentre os que conhecem:

Excessivo

Número de vagas: 53% Número de vagas: 54%

Adequado

Número de professores: 68% Número de professores: 42%

Frequência dos Professores: 65% Frequência dos professores: 73%

Número de Funcionários: 68% Número de Funcionários: 54%

Page 201: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

200

Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas

2005 2011

Capacitação dos Funcionários: 47% Frequência dos Funcionários: 77%

Frequência dos Funcionários: 62% -

Adequado/insuficiente (Bimodal)

Capacitação dos professores: 41% Capacitação dos professores: 46%

- Capacitação dos Funcionários: 42%

Insuficiente

Nível intelectual dos estudantes: 74% Nível intelectual dos estudantes: 85

Frequência estudantil: 41% Frequência estudantil: 46%

Adequação em quantidade

Instalações: 79% Instalações: 77%

Equipamentos: 74% Equipamentos: 62%

Livros e materiais: - Livros e materiais: 56%

Atividades de ensino: 47% -

Atividades de pesquisa: 50% -

Adequação / inadequação em quantidade (bimodal)

- Atividades de ensino: 44%

Inadequação em quantidade

Atividades de extensão: 38% Atividades de extensão: 77%

Integração dessas atividades: 41% Integração dessas atividades: 76%

- Atividades de pesquisa: 77%

Adequação em qualidade

Instalações: 74% Instalações: 73%

Page 202: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

201

Tabela 4 - Opinião sobre Universidade Privadas

2005 2011

Equipamentos: 71% Equipamentos: 68%

Livros e materiais: - Livros e materiais: 76%

Inadequação em qualidade

Atividades de ensino: 44% Atividades de ensino: 62%

Atividades de pesquisa: 53% Atividades de pesquisa: 68%

Atividades de extensão: 41% Atividades de extensão: 67%

Integração dessas atividades: 44% Integração dessas atividades: 81%

Antes de analisarmos as informações do próximo bloco, é importante

lembrar que, em 2005, a Reforma Universitária não havia sido implementada.

Nos dois anos os alunos achavam necessária uma reforma e

conheciam uma das propostas. Porém, em 2005 o projeto mais conhecido era o

do MEC e, em 2011, o da UNE. A forma pela qual os alunos recebem

informações sobre o assunto foi, em 2005, os jornais e, em 2011, a internet.

Os pontos que deveriam ser abordados pela reforma na opinião dos

alunos dos dois anos são a oferta de vagas e de cursos, a adequação de

professores e de funcionários, investimentos em pós-graduação e em pesquisas,

método e facilidade de acesso ao ensino superior e a qualidade das instalações e

equipamentos da universidade. Em 2011 os entrevistados passaram a achar que o

meio de entrada pelas cotas étnicas e destinadas a ex-alunos de escolas públicas

também são questões importante, enquanto os alunos de 2005 acreditavam que

elas não deveria fazer parte da pauta da reforma.

Page 203: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

202

Tabela 5 – Opinião sobre a Reforma Universitária

2005 2011

A reforma não tinha sido realizada em

2005

Julgamento da reforma realizada: 37%

não sabe avaliar

Você acha necessária uma reforma

universitária: 85% sim

Você acha necessária uma reforma

universitária: 90% sim

Ouviu falar das propostas de reforma

universitária: 79% sim

Ouviu falar das propostas de reforma

universitária: -

Conhece alguma proposta de reforma

universitária: 59% sim

Conhece alguma proposta de reforma

universitária: 74% sim

Qual: 56% Governo/MEC Qual: 54% UNE

Conhece os resultados da reforma

realizada em 2005: -

Conhece os resultados da reforma

realizada em 2005: 89% não

Grau de informação sobre a proposta de

reforma universitária: 30% pouco

Grau de informação sobre a proposta de

reforma universitária: -

Meio de informação sobre a reforma:

33% jornal

Meio de informação sobre a reforma:

33% internet

Já teve acesso ao texto oficial: 40% não Já teve acesso ao texto oficial: -

Nível insuficiente de debate/cobertura na

mídia: 37%

Nível insuficiente de debate/cobertura na

mídia: 65%

Pontos que deveriam ser abordados

Oferta de vagas: 85% Oferta de vagas: 81%

Oferta de cursos: 82% Oferta de cursos: 71%

Adequação do quadro de professores:

88%

Adequação do quadro de professores:

82%

Adequação do quadro de funcionários:

76%

Adequação do quadro de funcionários:

76%

Investimentos em pós graduação: 87% Investimentos em pós graduação: 84%

Facilidade de acesso: 70% Facilidade de acesso: 69%

Responsabilidade social da universidade:

82%

Responsabilidade social da universidade:

81%

Incentivo as pesquisas: 95% Incentivo as pesquisas: 88%

Page 204: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

203

Tabela 5 – Opinião sobre a Reforma Universitária

2005 2011

Quantidade de instalações: - Quantidade de instalações: 84%

Qualidade de instalações: 95% Qualidade de instalações: 90%

Quantidade de equipamentos: - Quantidade de equipamentos: 90%

Qualidade de equipamentos: 95% Qualidade de equipamentos: 93%

Método de acesso ao ensino superior:

78% Método de acesso ao ensino superior: -

Adequação das atividade de extensão: 8% Adequação das atividade de extensão:

82%

- Método de acesso pelas cotas de ensino

público: 53%

- Método de acesso por outras cotas

(renda): 60%

Pontos que não deveriam ser abordados

Método de acesso pelo ENEM: não

implementado como método de seleção à

época

Método de acesso pelo ENEM: 45%

Método de acesso pelas cotas étnicas:

64%

Método de acesso pelas cotas étnicas:

52%

Método de acesso ao ensino superior:

78% -

Método de acesso pelas cotas de ensino

público: 53% -

Método de acesso por outras cotas

(renda): 52%

Em comparação a 2005, menos alunos de 2011 procuram informações

sobre a reforma universitária e sobre a universidade – a frequência a sites da

reforma diminuiu, assim como o número que lê informativos impressos oficiais e

os produzidos pelas representações acadêmicas. Porém, menos deles deixam de

ir a manifestações e mais acreditam que suas manifestações tem infuência nas

descisões tomadas pelo governo.

Page 205: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

204

Tabela 6 – Grau de Informação sobre a Reforma Universitária

2005 2011

Reforma Universitária proposta: 48%

negativa

Reforma Universitária proposta: 36% não

sabe avaliar

Necessidade de modificação: 56% Necessidade de modificação: -

Há algo a ser incluído na proposta do

MEC: 48% não sei avaliar

Há algo a ser incluído na proposta do

MEC: -

Frequência de visita em sites da reforma:

64% nunca

Frequência de visita em sites da reforma:

74% nunca

Lê informativos impressos oficiais

(MEC/UFRJ): 52% às vezes

Lê informativos impressos oficiais

(MEC/UFRJ): 56% às vezes

Lê impressos produzidos pelas

representações acadêmicas: 51% às vezes

Lê impressos produzidos pelas

representações acadêmicas: 55% às vezes

Participação em manifestação sobre a

reforma: 83% não

Participou de alguma manifestação sobre

a reforma: 71% não

Participação tem repercussão nas

discussões do governo: 62% sim

Participação tem repercussão nas

discussões do governo: 78% sim

As impressões deles sobre a própria pesquisa não foi perguntada em

2005. Os alunos de 2011, porém, afirmaram sentir-se bem ao respondê-la.

Tabela 7 – Impressões sobre a Pesquisa

2005 2011

Sentimento: - Sentimento: 50% se sentiram bem

9.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Houve mudança na opinião sobre os funcionários das universidades

públicas: percebe-se adequando a capacitação dos mesmos, provavelmente

devido aos concursos públicos realizados. Porém, a insuficiência no número de

Page 206: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

205

professores é um tema recorrente. Os estudantes observaram um aumento no

número de vagas, assim como na frequência estudantil, dentro da universidade.

Apesar disso, a percepção sobre a universidade pública e o nível de seus alunos

piorou em 2011.

O percentual de estudantes que percebem número de funcionários nas

universidades privadas diminuiu, e aumentou o dos que percebem como

adequada a frequência deles nessas universidades. Na percepção deles, houve um

declínio na quantidade e qualidade de produção acadêmica nelas, mas um

aumento considerável na quantidade das atividades de pesquisa nas universidades

como um todo.

Tendo transcorrido 6 anos da reforma, houve uma diminuição da

cobertura pela mídia e consequente esquecimento dos alunos sobre o fato.

Houve uma mudança no meio de comunicação para obter informações de jornal

para a internet. Foi observado que houve uma queda no nível de consciência

política do estudante universitário, que não procura se informar sobre a Reforma

mesmo não sabendo muito sobre ela. Apesar disso, a maioria dos alunos ainda

acha necessária uma nova reforma na educação superior – e que não se deve

abordar o tema do ENEM nela.

9.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas,

São Paulo: 2004.

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

CAPIBERIBE, J. (PSB - Partido Socialista Brasileiro /AP). Pronunciamento

sobre a reforma universitária, Brasília: 2005. Disponível em

<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2005/03/22/capiberibe-pede-

modificacoes-na-reforma-universitaria>. Acesso em 15/06/2005.

Page 207: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

206

CONGRESSO NACIONAL. Projeto de Decreto Legislativo nº 383, Brasília:

2003.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. GENRO, T. Anteprojeto da Lei que

Estabelece Normas Gerais da Educação Superior, Brasilia: 2005.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.

MARQUES, C. Entenda o que é a Reforma Universitária. Folha Online,

24/11/2004. <http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u16550.shtml>

Acesso em 23/05/13.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Texto integral das

proposições a cerca da reforma universitária, Brasília: 2005.

PAVAN, L. (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira /SC).

Pronunciamento sobre a reforma universitária, Brasília: 2005. Disponível em:

<http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2005/10/17/pavan-critica-

anteprojeto-do-mec-que-altera-legislacao-do-ensino-superior> Acesso em: 15 jun

2005.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:

www.sphinxbrasil.com. Acesso em 2005.

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES. Documento sobre Reforma

Universitária aprovado no 53 CONEG e Seminário Nacional, 2004.

Page 208: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

207

CAPÍTULO 10

Trote universitário: calouros x veteranos

Page 209: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

208

10. TROTE UNIVERSITÁRIO: calouros x veteranos61

Lívia Pereira de Frias62 et. al.63

Prof.ª Dr.a Fátima Sobral Fernandes

“Os pequenos atos de cada dia fazem ou desfazem o caráter.” Oscar Wilde64

10.1 INTRODUÇÃO

No início de 2009, mais um episódio de trote violento ocupa os meios

de comunicação.

61 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural

de 2012. 62 Estudante do 4º período de Psicologia.

63 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (Estudante do 1º período de Comunicação), Ana Beatriz de Souza

Siqueira (Estudante do 1º período de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa (Estudante do 1º

período de Comunicação), Brena Ferreira Pinto Marinho (Estudante do 3º período de Comunicação),

Carlos Alexandre de Carvalho Martins (Estudante do 1º período de Comunicação), Clara Filippelli

Fernandes Rescala (Estudante do 2º período de Comunicação), Clara Zamluti Facuri (Estudante do 2º

período de Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação),

Felipe Leon Ferreira Macedo Kemmer (Estudante do 1º período de Comunicação), Fernanda Nunes

Machado (Estudante do 2º período de Comunicação), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (Estudante

do 1º período de Comunicação), Gyna Cassia Dantas Costa (Estudante do 2º período de Comunicação),

Jordana Braga Martins (Estudante do 1º período de Comunicação), Julia Vianna do Nascimento

(Estudante do 3º período de Administração), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (Estudante do 3º

período da Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (Estudante do 4º período de Psicologia), Luiz

Antônio Rates da Silva (Estudante do 1º período de Comunicação), Maria Daiane de Paula Rodrigues

(Estudante do 3º período de Comunicação), Maíta Carvalho de Almeida (Estudante do 1º período de

Comunicação), Marina Maciel Schlaepfer(Estudante do 3º período de Administração), Milla Mascarin

(Estudante do 2º período de Comunicação), Nathalia Tourinho Duarte (Estudante do 1º período de

Comunicação), Nicollas Wesley Vimercate Ribeiro (Estudante do 3º período de Engenharia de

Produção), Patricia Nigri Adelson (Estudante do 2º período de Comunicação), Pedro de Souza

Mesquita (Estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira (Estudante do

3º período de Psicologia), Pedro Muxfeldt Oliveira (Estudante do 2º período de Comunicação), Raquel

Franco de Miranda Cunha (Estudante do 2º período de Comunicação), Ricardo Ferreira Rodrigues

(Estudante do 1º período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (Estudante do 3º período de

Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (Estudante do 4º período de Comunicação), Taís dos Santos

Vianna (Estudante do 2º período de Comunicação), Vinicius Almeida Vieira (Estudante do 3º período

de Comunicação), Yuri D. Esteves (Estudante do 2º período de Comunicação). 64 Nascido em Dublin (1854 - 1900), escritor irlandês, um dos dramaturgos mais populares de Londres

em 1890. Famosos por seus epigramas (OSCAR).

Page 210: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

209

A Equipe do Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing

Social (LIMK) da ECO/UFRJ, afetada por essas notícias, decide adotar o tema

trote como objeto de investigação a ser utilizado na pesquisa de opinião que

conduziria na Oficina de Calouros65

a ser ministrada aos estudantes que se

interessem em conhecer pesquisa de marketing na primeira semana de aulas –

ECOmeço, organizada pela ECO/UFRJ para receber os novos estudantes.

Nesse mesmo ano, a ECO, abriga o Congresso de Ciências da

Comunicação na Região Sudeste, evento organizado pela INTERCOM –

Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – instituição

sem fins lucrativos, destinada ao fomento e à troca de conhecimento entre

pesquisadores e profissionais atuantes no mercado. A entidade estimula o

desenvolvimento de produção científica não apenas entre mestres e doutores,

como também entre alunos e recém-graduados em Comunicação, oferecendo

prêmios como forma de reconhecimento aos que se destacam nos eventos

promovidos pela entidade (APRESENTAÇÃO, site oficial da INTERCOM).

É solicitado pela organização do referido evento que oficinas sejam

oferecidas aos participantes e a Equipe LIMK decide realizar a mesma pesquisa

sobre trote na oficina oferecida aos participantes do INTERCOM Sudeste.

Assim, com o objetivo geral de treinar a equipe de estudantes do

LIMK em pesquisa de marketing, é realizada a pesquisa de opinião sobre trote

para conhecer a opinião dos estudantes e profissionais de Comunicação sobre o

tema.

65 A cada semestre, na ECOmeço, são oferec, idas oficinas sobre diversas práticas laboratoriais existentes

na ECO para que os calouros possam experimentar um pouquinho do que poderão vivenciar ao longo

do curso. É tradição de o LIMK oferecer uma oficina de pesquisa de Marketing em cada EComeço. E a

cada semestre, a EquipeLIMK do momento escolhe o tema que utilizará como objeto de pesquisa, em

função do que lhe desperta curiosidade mais diretamente e que considera que irá atrair os calouros.

Page 211: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

210

Como objetivo decorrente, coloca-se a divulgação dos resultados da

pesquisa na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica da UFRJ.

Esse conhecimento pode ser útil para inspirar a elaboração de

campanhas que visem a educar estudantes em situações de trote e a subsidiar

políticas institucionais para tratar o tema com o cuidado permanente que ele

requer, uma vez que uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a

chamada violência juvenil, assim denominada por ser cometida por pessoas com

idades entre 10 e 21 anos.

Como, por um lado, uma das premissas para se construir um país

sustentável, é, de acordo com a Carta da Terra (1997), que “Devemos somar

forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela

natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura

da paz”.

E, por outro, é sabido que grupos sociais em que o comportamento

violento é percebido antes da puberdade tendem a adotar atitudes cada vez mais

agressivas, culminando em graves ações na adolescência e persistentes na fase

adulta, convém observar quais são as motivações destas “brincadeiras” adotadas

como rito de passagem no ingresso na Universidade, para verificar socialmente se

não está prestando um serviço de deseducação ao autorizar estas atividades da

forma como se dão, ainda que informalmente, e remando na contramão da

sustentabilidade, permitindo que haja “bullying” disfarçado.

10.2 METODOLOGIA

Na pesquisa em questão, a metodologia norteadora é procedimento

para realizar uma pesquisa de marketing em todas as suas fases desde o

Page 212: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

211

reconhecimento de que o problema de falta de informação existe até a entrega

do relatório ao cliente que possui a necessidade de informação.

No LIMK, a ideia sempre foi permitir que os estudantes

experimentassem o lugar de cada ator do processo, desde se colocar no lugar do

cliente que tem a necessidade informação e formular um briefing para escolher o

instituto de pesquisa adequado, examinar critérios de escolha desse instituto,

depois sentar no lugar de contato de um instituto de pesquisa, e elaborar uma

proposta de trabalho a ser enviada para o cliente para aprovação.

Aprovada a proposta, os estudantes ocupam a posição de

pesquisadores de campo, coletando os dados, e, depois, de analistas de

informação, analisando-os e interpretando-os, para posteriormente elaborar um

relatório. Após essa etapa, simula-se, quando não há cliente real, o cliente

avaliando o relatório e aplicando os resultados, e quando há, acompanham-se

essas etapas no cliente e realiza-se uma pesquisa junto ao cliente para obter

feedback sobre o trabalho realizado.

Para estruturação desta pesquisa, que é quantitativa em sua maior

parte, foram utilizados dois tipos de questionários padrão. O primeiro para os

estudantes de graduação de Comunicação Social, composto por 12 perguntas (4

abertas e 8 fechadas) e subdividido em 4 partes: Perfil do respondente,

Percepção sobre o trote na ECO, Opinião sobre o projeto de lei e Perspectiva de

mudança dos trotes após aprovação do projeto de lei. O segundo foi elaborado

para o INTERCOM, com 16 perguntas (6 abertas e 10 fechadas) e subdividido

nos mesmos 4 grupos do questionário anterior, de modo que se pudesse

comparara os dados dos dois segmentos pesquisados.

A primeira coleta de dados foi realizada por cinco entrevistadores

durante a ECOmeço e o trote promovido pelo Centro Acadêmico da Escola de

Page 213: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

212

Comunicação. Utilizou-se uma amostra de conveniência e foi realizado quase um

censo com os presentes nas atividades de ECOmeço trote. Foram entrevistados

60 estudantes, com base no questionário respondido rapidamente.

A segunda coleta de dados foi feita por estudantes colaboradores do

LIMK que realizaram entrevistas durante o INTERCOM Sudeste. Também foi

utilizada uma amostra de conveniência Foram entrevistados 51 participantes, com

base no questionário já mencionado.

Os dados coletados a partir do questionário foram tratados e

analisados no software Sphinx Léxica Plus V5.0. Em seguida, foram interpretados

a partir de técnicas de estatística básica associadas a cruzamento de dados e

reflexão sobre o tema. Elaborou-se, então, o relatório e a pesquisa foi divulgada

na XXXIV Jornada Giulio Massarini de Iniciação Científica, Tecnológica,

Artística e Cultural e agora está sendo divulgada aqui, conforme havia sido

planejado.

10.3 RESULTADOS

A seguir estão apresentados os resultados obtidos juntos aos estudantes

de Comunicação, os participantes do INTERCOM e uma comparação entre eles.

Calouros x Veteranos

O respondente típico de estudantes na ECOmeço são mulheres (57%),

em sua maioria, entre 17 e 19 anos (78%) do primeiro período (55%), calouros, e

do segundo período (25%) e do terceiro (12%). Estudantes de outros períodos

não tiveram presença expressiva na pesquisa.

Page 214: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

213

Quando questionados sobre o que achavam do trote, os estudantes

pareceram gostar do evento, já que a maioria avaliou o trote como “bom” (53%),

como pode ser constatado na Tabela 1.

Tabela 1 - O que você acha do trote na semana de calouros?

Bom Ótimo Indiferente

53,30% 23,30% 16,70%

Solicitou-se que cada calouro que definisse o sentimento no momento

em que recebia o trote em uma palavra, e as palavras mais frequentes foram:

“alegria”, “felicidade”, “medo”, “sujeira”, “impotência”.

Foi solicitado também que os veteranos definissem o sentimento ao

aplicarem o trote e as palavras mais frequentes foram: “vingança”, “ótimo”,

“diversão”.

Perguntados se conheciam o projeto de lei 1023/95, que dispõe sobre

as atividades de trote, a maioria (68%) respondeu que desconhece o projeto de

lei, conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Você conhece o projeto de lei 1023/95, que dispõe sobre as

atividades de trote?

Desconhece o projeto de

lei Conhece parcialmente Conhece integralmente

68,30% 28,30% 3,30%

Tendo em vista estes dados, a próxima pergunta – “Como considera

esse projeto de lei?” – não foi respondida por 65% dos entrevistados. Dos que

conhecem parcialmente ou integralmente, 20% o acham válido e 8% não o

consideraram válido.

Page 215: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

214

A sugestão mais citada de mudança para esse projeto lei foi de que

houvesse punição apenas para os trotes violentos.

Sobre o potencial desse projeto de lei gerar mudanças desse projeto de

lei nas práticas de trote, 68% dos entrevistados não soube responder, resposta

compatível com o grau de desconhecimento declarado. 18,30% acreditam que

não mudará em nada e 10% acham possível que haja mudanças parciais.

Posta a hipótese de mudança, foi perguntado aos entrevistados como

esta seria: 83,40% não responderam ou não souberam opinar, 13,30% acreditam

que mudará pra melhor, e 3,30%, para pior.

O respondente da INTERCOM tinha o perfil muito semelhante ao da

primeira coleta de dados durante a ECOmeço: estudantes do sexo feminino,

cursando o 1º período da faculdade, consideram o trote “bom” e não conhecem

e não tem opinião sobre o projeto de lei. Houve uma pequena variação na idade

predominante que neste caso foram os 18 anos.

O item que demarcou alguma diferença foi a definição de sentimento

tanto do calouro quanto do veterano em relação ao trote. Enquanto os

participantes da ECOmeço relataram sentimentos de calouros como “alegria”

(21%), “medo” (14%) e “normal” (7%), os frequentadores da INTERCOM

suscitaram as palavras “alegria” (40%), “orgulho” (13%) e “nojo/sujeira” (10%).

Nota-se a predominância da alegria e a constante presença de um aspecto

negativo (medo ou nojo/sujeira).

Os sentimentos do veterano destacados na primeira aplicação foram

“ótimo” (30%), “prazer” (26%) e “vingança” (17%). Já na segunda vez falou-se em

“vingança” (38%), “felicidade” (33%) e “integração” (8%). A pertinência da palavra

deve ser ressaltada juntamente com a menção de itens positivos (felicidade, por

exemplo).

Page 216: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

215

10.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que os estudantes ingressam ainda muito jovens à

Universidade. A grande maioria dos estudantes possui cerca de 18 anos. Nota-se

também que os estudantes, majoritariamente, estão desinformados sobre

assuntos importantes, relativos ao ambiente universitário, como o projeto de lei

anteriormente mencionado.

Ao serem perguntados por que são a favor ou contra o trote ou o

projeto, a maioria não sabia se posicionar. Sentiu-se falta de opiniões firmes,

tanto dos que se declararam a favor, quanto dos que se disseram contra. Pode-se

concluir, a partir da pesquisa, que a opinião sobre assuntos desse tipo ainda

carecem de maior esclarecimento e discussão entre os jovens universitários.

Um ponto curioso em relação ao perfil dos entrevistados foi o sexo do

respondente: constatou-se uma maioria de mulheres (57%). Pode não ser uma

realidade absoluta em todas as carreiras, mas já é um indício de que as mulheres,

definitivamente, estão buscando se inserir no processo produtivo e se fazem

presentes na rede de ensino superior.

A maioria dos estudantes (76,60%) se declarou favorável à aplicação do

trote universitário. É importante ressaltar que uma parcela dos entrevistados

sugere que não se proíba o trote, mas sim os atos violentos nele executados.

Quanto aos sentimentos suscitados o que chama a atenção é que não

há polarização. Sempre se cita um aspecto positivo e outro negativo. A presença

destes sentimentos fortes e contraditórios é uma possível justificativa para a

existência do projeto de lei.

Page 217: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

216

10.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A. & KUMAR, V. & DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora

Atlas, São Paulo: 2004.

APRESENTAÇÃO INTERCOM. Disponível em:

<http://www.portalintercom.org.br/index.php?option=com_content&view=article&

id=263&Itemid=85>. Acesso em ago 2009.

ABEP, Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas. Código de ética

ICC/ISOMAR para pesquisa de mercado e pesquisa social. Disponível em:

<www.abep.org.br>. Acesso em 2009.

CARTA da Terra (1997). Disponível em:

<http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso

em 2009.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Proposta sobre a reforma

universitária. Disponível em: <www.mec.gov.br> Acesso em: 15/07/2009.

OSCAR Wilde. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Wilde>.

Acesso em julho de 2013.

Page 218: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

217

CAPÍTULO 11

Bullying: ato de crueldade diante

da diferença entre sujeitos?

Page 219: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

218

11. BULLYING: ato de crueldade diante da diferença

entre sujeitos?66

Lucas Ferreira da Silva Palazzo67 et. al.68

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

“O verdadeiro amigo é aquele que nos torna melhores do que somos.” Sêneca69

66 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural

de 2011 e 2012. 67 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.

68Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação), Ana Beatriz de S.

Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação), Anna Carolina C. Barbosa (estudante do 1º

período de Comunicação), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º período de Comunicação),

Brena Ferreira Pinto Marinho (estudante do 3º período de Comunicação), Elisa Pontes Silva de Oliveira

(estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda Nunes Machado (estudante do 2º período de

Comunicação), Gabriel Jacomé Nogueira de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação), Gyna

Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação), Jordana Braga Martins (estudante do 1º

período de Comunicação), Julia Vianna do Nascimento (estudante do 3º período de Administração),

Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de Educação), Luiz Antônio

Rates da Silva (estudante do 1º período de Comunicação), Maíta C. Almeida (estudante do 1º período

de Comunicação), Maria Daiane de Paula Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação), Maria

Daiane P. Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação), Marina Maciel Schlapfer (estudante do

3º período de Administração), Milla Mascarin (estudante do 2º período de Comunicação), Nathalia

Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do

1º período de Comunicação), Nickolas S. do Lago (estudante do 2º período de Comunicação), Nicollas

Wesley Vimercate Ribeiro (estudante do3º período de Engenharia de Produção – UVA), Patricia Nigri

Adelson (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período

de Comunicação), Raquel F. M. Cunha (estudante do 2º período de Comunicação), Raquel Franco de

Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação), Ricardo F. Rodrigues (estudante do 1º

período de Comunicação), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação),

Rogério J.S.Júnior (estudante do 3º período de Comunicação), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante

do 3º período de Comunicação), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação),

Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação), Taís dos Santos Vianna (estudante do

2º período de Comunicação), Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação), Yuri

D. Esteves (estudante do 2º período de Comunicação). 69 Lucius Annaeus Sêneca, importante escritor e filósofo da época do Império Romano. Nasceu em

Córdoba (província romana da Hispânia) em 4 a.C e faleceu na cidade de Roma em 65 d.C. Era um

defensor da vida simples e da ética. Influenciou o calvinismo.

Page 220: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

219

11.1 INTRODUÇÃO

A pesquisa de opinião em questão faz parte das diversas atividades

realizadas pelo Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social

(LIMK) da ECO/UFRJ.

A missão do Laboratório é formar profissionais cidadãos com

conhecimento em marketing, por meio de atividades teórico-práticas de ensino-

aprendizagem, de pesquisa e de extensão.

Dessa forma, a pesquisa tem como principal objetivo realizar um

exercício para aprender a realizar uma pesquisa de opinião, por meio da

verificação da opinião dos estudantes do Campus Praia Vermelha a respeito do

tema bullying e da investigação se há relação com trote universitário vis a vis o

resultado da pesquisa de opinião sobre trote apresentada no capítulo anterior. O

que leva jovens à prática de bullying? Há vítimas de bullying na universidade

entre os estudantes?

Mas afinal, o que é bullying? É um termo da língua inglesa (bully =

“valentão”) que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou

físicas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são

exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de

intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou capacidade de se

defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou poder.

(CAMARGO)

A pesquisa sobre esse tema é considerada extremamente relevante por

oferecer uma oportunidade concreta aos estudantes da Escola de Comunicação

da UFRJ de realizarem uma pesquisa de marketing, acompanhar uma importante

questão da sociedade brasileira, tornando pública a opinião do segmento

Page 221: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

220

pesquisado a respeito do assunto e oferecendo os resultados obtidos como ponto

de reflexão para atores sociais em seus diversos níveis de responsabilidade.

Uma das formas mais visíveis da violência na sociedade é a chamada

violência juvenil, cometida por pessoas com idades entre 10 e 21 anos. Grupos

em que o comportamento violento é percebido antes da puberdade tendem a

adotar atitudes cada vez mais agressivas, culminando em graves ações na

adolescência e na persistência da violência na fase adulta. (SILVA, 2010)

E está comprovado que esta prática se perpetua se nenhuma

intervenção for realizada.

11.2 METODOLOGIA

Foi adotado o procedimento padrão de realização de pesquisa de

opinião, ilustrado na Figura 1.

O processo começa com a detecção de um problema, isto é, situação

indesejada de falta de informação sobre um tema.

Depois, é elaborado um briefing apresentando o problema para um

instituto de pesquisa, no caso o LIMK. Desse modo, cada estudante pode

vivenciar o papel dos diversos atores no processo de realizar uma pesquisa de

marketing para suprir uma lacuna de informações.

Em seguida, é vivenciado o processo de escolha fictícia de um instituto

de pesquisa, para que este tema seja tratado pelos estudantes, ainda que o LIMK

vá realizar a pesquisa.

Escolhido um instituto de pesquisa (LIMK), a equipe LIMK elabora

uma proposta de trabalho a ser entregue ao “cliente”, ainda que fictício, para que

haja negociação de conteúdo, prazos e preços (também fictícios neste caso).

Page 222: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

221

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

Aprovada a proposta de trabalho, a Equipe LIMK coleta os dados, os

analisa e interpreta, para, posteriormente, elaborar um relatório.

Após essa etapa, espera-se que o cliente avalie o relatório e utilize os

resultados.

Todas as pesquisas de marketing do Laboratório de Inteligência e

Pesquisa de Marketing Social seguem esses procedimentos gerais, sendo

personalizado para cada situação. Neste caso, a equipe LIMK atuou como

cliente e como instituto de pesquisa, como mencionado.

Foi realizada uma pesquisa exploratória quantitativa, realizada com

uma amostra de 405 estudantes de graduação de Comunicação Social,

Licenciatura, Administração e Pedagogia da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, dentro de um universo de 880 estudantes dos cursos supracitados.

Page 223: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

222

A amostra, que corresponde a cerca de 46% do universo em questão,

foi extraída aleatoriamente para garantir mais de 90% de confiança e 10% de

precisão.

Foi realizada pesquisa documental expedita para elaborar o

instrumento de coleta de dados. Como técnica, foi utilizado um questionário

autorrespondido, composto por 56 perguntas (16 abertas e 40 fechadas) e

subdividido em sete partes: Perfil do respondente, Sofrendo Bullying, Praticando

Bullying, Observando Bullying, Analisando Bullying, Opinando sobre Bullying,

Impressões sobre a Pesquisa.

Os dados coletados foram tratados e analisados por meio do software

Sphinx Léxica Plus V5.0., com base em técnicas de estatística básica, associadas a

cruzamento de dados e reflexão sobre o tema. Relatório elaborado e pesquisa

divulgada na XXXIV Jornada Giulio Massarini de Iniciação Científica,

Tecnológica, Artística e Cultural e está sendo aqui divulgada como planejado à

época.

11.3 RESULTADOS

É possível observar o alto índice de prática do bullying na escola e

durante a adolescência por causa da aparência em função dos resultados

encontrados, confirmando os resultados também encontrados empesquisa

realizada em todo Brasil, em que ficou constatado que “revelou que as

humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries. As três

cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo

Horizonte e Curitiba(CAMARGO”)

Page 224: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

223

Apesar do tema ainda estar em voga, constata-se que é séria e antiga

essa questão sem que aparentemente seja enfrentada claramente pelos pais e

pelas instituições educacionais;

52% dos respondentes já sofreram bullying. É possível afirmar que

este percentual indica uma epidemia social. Mais preocupante se torna quando

se toma conhecimento de que “crianças ou adolescentes que sofrem

bullyingpodem se tornar adultos com sentimentos negativos e baixa autoestima.

Tendem a desenvolver sérios problemas de relacionamento, podendo, inclusive,

contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a vítima poderá tentar ou

cometer suicídio (CAMARGO) e mais ainda quando se associa ao amumento de

suicídios entre crianças e jovens que preocupa a OMS (2002).

Tabela 1 – Perfil do respondente

Idade 19% 21 anos

Sexo 63% feminino

Região (município) 42% Zona Norte

Estado Civil 94% solteiros

Filhos 95% não

Fonte de Renda 41% mesada

Categoria Social 28% B1

Período 15% 5º período

Page 225: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

224

Pelos achados da pesquisa realizada, hipóteses podem ser levantadas.

Se a sensação principal é de “achar graça, se divertir”, sem haver constrangimento

de se declarar um “goza - dor”, talvez haja uma omissão institucional que estimula

comportamentos “perversos”, típicos do individualismo preconizado na

sociedade contemporânea e estimulado pelo uso de gadgets que “supostamente”

aplacam a falta, e, por conseguinte o desejo, o que poderia também explicar o

uso descontrolado de drogas.

Sensações diversas são inspiradas ao testemunhar a violência. Os

sentimentos declarados predominantes são a pena e raiva. Pena da vítima, raiva

do agressor. Pena ou raiva de si por se omitir. Raiva da vítima por não reagir.

Tabela 2 – Sofrendo Bullying

Sensação geral: 14% preconceito

Já foram vítimas de bullying: 52% Sim

Local: 48% escola

Época: 34% infância

Tabela 3 - Praticando Bullying

Autoria explícita: 76% não

Sensação de autoria explícita: 11% engraçado

Sensação de autoria implícita: 43% sim

Local de autoria: 61% não responderam/ 26% adolescência

Época: 62% não responderam/ 22% aparência

Page 226: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

225

Tantas possibilidades. Essa pesquisa requereria uma fase qualitativa que não pôde

ser realizada por falta de recursos.

Segundo Conrado (s.d.), as pessoas que testemunham o bullying

convivem com a violência e se silenciam em razão de temerem se tornarem as

“próximas vítimas” do agressor. No espaço educativo, quando não ocorre uma

efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica contaminado e os

estudantes, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando

sentimentos de medo e ansiedade.

Nos dados apresentados, a seguir, é possível observar uma relação do

bullying com o trote universitário, mostrando que essa problemática está presente

dentro da nossa instituição.

Segundo Camargo (s.d.), é um problema mundial, podendo ocorrer

em praticamente qualquer contexto no qual as pessoas interajam, havendo uma

tendência de as escolas não admitirem a ocorrência entre seus alunos; por

desconhecimento ou por se negarem a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão

geralmente ocorre em áreas onde a presença ou supervisão de pessoas adultas é

mínima ou inexistente.

Tabela 4 - Presenciando Bullying

Espectador: 84% sim

Sensação do espectador: 9% pena e raiva (bimodal)

Locais como espectador: 78% escola

Época em que assistiu: 58% adolescência

Page 227: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

226

As visões que os alunos têm do bullying – seja ele dentro ou fora do

contexto do trote – foram muito diversas. Porém, a opinião ligeiramente mais

recorrente é de que ele vem de uma dificuldade por parte do autor de lidar com

as diferenças. Não foi possível aprofundar esta questão por falta de tempo e

recursos, mas uma investigação mais precisa seria interessante em uma próxima

pesquisa.

Por fim, os entrevistados sentiram-se bem com a pesquisa e julgaram

as perguntas feitas como interessantes.

Tabela 5 – Analisando Bullying

Relação trotes e bullying 49% sim

Percepção da relação trotes e bullying 48% não resposta

Conhecimento da lei do trote 88% não conhece

Influência da lei do trote sobre a

mudança na prática do trote 68% não resposta

Conhecimento da lei do assédio moral 61% não

Influência da lei do assédio moral sobre

a mudança na prática de bullying 66% não resposta

Importância que a mídia deveria dar ao

tema

48% alto

Tratamento que a mídia da ao tema 45% parcialmente satisfatória

Política da UFRJ 64% atenta

Tabela 6 – Sua opinião sobre Bullying

Motivação: 6% Dificuldade de lidar com diferenças

Page 228: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

227

11.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Em uma época em que os castigos corporais têm sido erradicados da

educação escolar e moralmente desqualificados na educação familiar,

curiosamente são as próprias crianças que têm tomado a seu cargo o

exercício da violência contra os pares.” (Jerusalinsky, 2011)

Segundo Jerusalisnky (2011), o discurso social pós–moderno oferece

variadas razões para que suas claudicações façam sintoma na infância e na

adolescência:

A queda da promessa do objeto adequado – formulação central da

sociedade moderna;

O paradoxo do progresso ao custo do planeta ameaçado;

A angústia da sobrevivência ligada ao estreitamento do horizonte

do mundo do trabalho;

A pequenice do sujeito diante da infinitude do mundo;

Uma vida urbana ameaçante que comprime os espaços da infância

e da adolescência, obrigando- a a se lançar pelas janelas do

computador e da TV e se opor ao mundo cotidiano;

A proposição da imagem lançada contra a experiência como fonte

da verdade;

Tabela 7 – Impressões sobre a Pesquisa

Como se sente 54% bem

Última palavra 19% interessante

Page 229: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

228

Configura-se, deste modo, o fantasma paranóico no qual a criança ou

ojovem antecipam a ameaça imaginária do outro como inevitável realização

violenta, diante do qual somente lhe cabe responder com sua própria

agressividade.

O bullying, os escolares armados, as gangues cruéis etc não são mera

emergência de cérebros mal regulados, nem de indivíduos desajustados.“São

sintomas próprios do discurso paranóico atual...”(Jerusalinsky, 2011)

11.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A. ; KUMAR, V. ; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora

Atlas, São Paulo: 2004.

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

AZEVEDO, R. O incompreensível, O Irremediável e o Inaceitável,

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-incompreensivel-o-

irremediavel-e-o-inaceitavel/> Acesso em julho de 2010.

CAMARGO, O. Bullying. Disponível em:

<http://www.brasilescola.com/sociologia/bullying.htm>. Acesso em julho de 2010.

JERUSALINSKY, A. Psicanálise com crianças.

KRUG, E. et al. Relatório Mundial Sobre Violência e Saúde. OMS Disponível

em: <http://pt.scribd.com/doc/65818661/Relatorio-Mundial-sobre-violencia-e-

saude>. Acesso em julho de 2010.

MARQUEZI, D. As Razões para o massacre do Realengo, por Disponível em:

<http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/panorama-em-arte/2011/04/08/as-razoes-

para-o-massacre-do-realengo/> Acesso em julho de 2010.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.

Page 230: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

229

ROCKWELL, Lew; OSRTROWSKI, James; PAUL, Ron Armas e Liberdade.

Disponível em: <http://www.midiasemmascara.org/artigos/desarmamento/11986-

armas-e-liberdade.html> Acesso em julho de 2010.

SILVA, A. B. B. Bullying: mentes perigosas nas escolas. . Rio de Janeiro:

Objetiva, 2010.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em:

www.sphinxbrasil.com. Acesso em 2010.

Page 231: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

230

CAPÍTULO 12

Liberdade de Expressão

Page 232: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

231

12. LIBERDADE DE EXPRESSÃO70

Bárbara Barros Dumas71 et. al.72

Prof.ªDra Fátima Sobral Fernandes

Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.

Voltaire73

12.1 INTRODUÇÃO

Este tema foi escolhido pela equipe devido à possibilidade de que o

Ministério das Comunicações lançasse, no ano de 2011, uma consulta pública

sobre o novo marco regulatório das comunicações, preconizado em debates

70 Esta pesquisa foi feita com base em um trabalho apresentado na edição de 2012 da Jornada Giulio

Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 71 Estudante do 5º período de Psicologia.

72 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), AnaBeatriz de

Souza Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa

(estudante do 1º período de Comunicação Social), Bárbara Barros Dumas (estudante do 5º período de

Psicologia), Daiane Ascenção Cardoso ( estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes

Silva de Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social), Fabiane Soares Marcondes

(estudante do 4º período de Psicologia), Fernanda Borges Soutto Mayor (estudante do 4º período de

Psicologia), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia Vianna

do Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Juliana Figueiredo de Oliveira (estudante

do 6º período de Psicologia), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da

Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º período de Psicologia), Maíta Carvalho

de Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula Rodrigues

(estudante do 3º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º período

de Administração), Natália Alvim Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Nathalia

Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson (estudante

do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação

Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio

Grangier Abrahão (estudante do 3º período de Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior ( estudante

do 3º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação

Social), Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Vinícius de Melo

Martins (estudante do 2º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de

Comunicação Social). 73 Ver prefácio

Page 233: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

232

acumulados pelos movimentos sociais ao longo das últimas décadas, em especial

da I Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM74

).

Há um debate em curso sobre a presença de um marco regulatório

das comunicações versus a auto-regulamentação do setor no seio da sociedade

brasileira. Alguns associam a existência de marco regulatório à censura e outros,

a controle social dos meios de comunicação. Torna-se relevante conhecer a

opinião de estudantes de comunicação porque é um segmento social diretamente

afetado por toda esta discussão.

O objetivo geral da pesquisa é realizar um exercício didático-

pedagógico para aprender a realizar pesquisa de opinião. Além disso, pretende-

se conhecer a opinião de futuros profissionais de comunicação social sobre a

liberdade de expressão.

12.2 METODOLOGIA

Na pesquisa em questão, a metodologia utilizada é procedimento para

realizar uma pesquisa de marketing em todas as suas fases desde o

reconhecimento de que o problema de falta de informação existe até a entrega

do relatório ao cliente que possui a necessidade de informação.

A ideia é permitir que os estudantes experimentassem o lugar de cada

ator do processo, desde se colocar no lugar do cliente que tem a necessidade

informação e formular um briefing para escolher o instituto de pesquisa

adequado, examinar critérios de escolha desse instituto, depois sentar no lugar de

contato de um instituto de pesquisa, e elaborar uma proposta de trabalho a ser

enviada para o cliente para aprovação.

74 A Prof

a Fátima Fernandes foi delegada do Estado do Rio de Janeiro, representando o Clube de

Engenharia, entidade em que é conselheira desde 1989.

Page 234: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

233

Aprovada a proposta, os estudantes ocupam a posição de

pesquisadores de campo, coletando os dados, e, depois, de analistas de

informação, analisando-os e interpretando-os, para posteriormente elaborar um

relatório. Após essa etapa, simula-se, quando não há cliente real, o cliente

avaliando o relatório e aplicando os resultados, e quando há, acompanham-se

essas etapas no cliente e realiza-se uma pesquisa junto ao cliente para obter

feedback sobre o trabalho realizado.

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

Para a realização da pesquisa, foi utilizado um questionário de 63

questões (28 abertas e 35 fechadas), elaborado a partir de pesquisa documental

expedita para reconhecer os pontos polêmicos, organizado nas seguintes partes:

perfil do respondente, grau de conhecimento, sentimento e opinião sobre o

tema.

O universo pesquisado foi o de estudantes de todos os períodos do

curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação da UFRJ, que inclui o

Ciclo Básico (três primeiros períodos) e as habilitações de Publicidade e

Page 235: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

234

Propaganda, Jornalismo, Rádio TV e Produção Editorial (4 a 8 períodos). O

universo compreende um total de 996 estudantes em 2012, sendo a amostra

utilizada de 100 estudantes (aproximadamente 10% do universo). Essa amostra

garante 90% de confiança de que se tenha apenas 10% erro entre amostra e

resultado censitário.

O tratamento e a análise de dados foram realizados por meio do

software Sphinx Léxica V 5.0. A interpretação de dados foi realizada com

técnicas de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o

tema.

12.3 RESULTADOS

O respondente modal é de solteiro de classe social B1. A proporção

de estudantes no universo foi mantida na amostra, com distribuição adequada

tanto da proporção por período quanto por sexo dos matriculados na

ECO/UFRJ, Assim, alunos do ciclo básico (1º ao 3º período) correspondem a

45% de participação e os alunos do ciclo profissional (4º período em diante), a

55% de participação de alunos das habilitações de Jornalismo, Rádio TV,

Produção Editorial e Publicidade e Propaganda.

Tabela 1 – Perfil do Respondente

Sexo -

Estado civil 97% Solteiro

Curso 45% Ciclo Básico

Período 17% 3°Período

Fonte de Renda 42% Mesada

Pessoas que vivem da renda 35% 4 pessoas vivendo da renda

Page 236: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

235

Tabela 1 – Perfil do Respondente

Classe social 32% pertence a classe B1

Chefe da Família 55% Pai

Grau de instrução do chefe da

família: Superior Completo

De maneira geral, foi declarado um nível de conhecimento superficial

dos estudantes sobre a regulamentação das comunicações no Brasil e sobre

iniciativas atuais de movimentos sociais como o Marco Regulatório das

Comunicações e o Marco Civil da Internet.

35% dos entrevistados afirmaram ter baixo nível de conhecimento

sobre o primeiro marco e 36% afirmaram nunca ter ouvido falar do segundo.

Além disso, 26% dos entrevistados não conhecem nenhum mecanismo de

regulamentação das comunicações, enquanto outros 26% não conhecem nenhum

de autorregulamentação dos meios de comunicação.

Apesar disso, a maioria (75%) acha que os meios de comunicação

devem ser regulados, já que 49% consideram a relação entre a democracia e a

liberdade de expressão muito grande.

Nas questões de livre associação, “expressão” foi a primeira palavra

associada a “liberdade” (13%) e vice e versa (16%), e a palavra “censura” a

“ditadura” (28%).

A palavra majoritariamente atribuída à expressão “liberdade de

expressão” foi “direito” (12%). Enquanto a “regulamentação” foi associada a

“regras” (11%), a “autorregulamentação” foi associada a “controle” (9%). A

expressão “controle social dos meios de comunicação” foi associada

majoritariamente ao termo “censura” (18%).

Page 237: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

236

Tabela 2 – Definições adotadas pelo respondente

Significado de Democracia: 14% Liberdade

Significado de Liberdade: 13% Expressão

Significado de Expressão: 16% Liberdade

Significado de “Liberdade de Expressão”: 12% Direito

Significado de “Regulamentação”: 11% Regras

Significado de “Autorregulamentação”: 9% Controle

Significado de “Controle social dos meios

de comunicação”: 18% Censura

Significado de “Censura”: 28% Ditadura

Relação entre Democracia e Liberdade de

Expressão: 49% Muito Grande

Quanto às fontes de informação dos entrevistados sobre o tema, 45%

dos respondentes citaram a internet como fonte de informação sobre o Marco

Regulatório, enquanto outros 40% citaram o mesmo meio como fonte de

informação sobre o Marco Civil. Além disso, as aulas na faculdade foram citadas

como outra fonte de informação citada pelos estudantes. (34%).

A maioria dos respondentes (56%) não se lembrava de nenhuma

notícia recente sobre o tema “liberdade de expressão”. Dentre os estudantes que

se lembraram, a notícia mais relevante apontada foi o caso das disputas políticas

na Síria, (7%), cuja revolução foi iniciada com uma mobilização social e midiática,

exigindo maior liberdade de imprensa, direitos humanos e uma nova legislação

Page 238: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

237

Tabela 3 – Grau de Conhecimento sobre o tema

Lembrança de notícia atual relativa ao

tema: 56% Não

Notícia relevante mais apontada: 7% Síria

Conhecimento marco regulatório: 35% Baixo

Fontes de informação: 45% Internet

Outras fontes de informação: 34% Aulas

Conhecimento Marco Civil da Internet: 36% Nunca ouvi falar

Fonte de Informação: 40% Internet

Conhecimento de outros Mecanismos de

Regulamentação: 26% Nenhum

Mecanismos de autorregulamentação: 26% Nenhum

Mecanismos de controle social: 22% Nenhum

Os locais de convívio social são os locais onde os estudantes se sentem

mais livres para se expressarem (81%). Dentre os diversos meios de

comunicação, a internet obteve a maior preferência quanto ao grau de liberdade

(91%). Os estudantes, majoritariamente, não se sentem representados

localmente (31%), mas a maioria se sente representada por personalidades ou

grupos na internet (67%). Esse resultado, analisado agora, em 2013, após a

mobilização social de junho durante a Copa das Confederações, explica um

pouco o que está ocorrendo no Brasil.

Tabela 4 – Sentimentos sobre o tema

Liberdade de expressão em locais: 81% locais de convívio social

Liberdade de expressão na Mídia: 91% Internet

Representações Locais: 31% Não sei

Representação na Mídia: 67% Internet

Page 239: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

238

A opinião geral dos entrevistados foi de que o grau de liberdade de

expressão no Brasil não é nem grande nem pequeno (38%). Quando foi pedido

que os estudantes estimassem a porcentagem da população brasileira que dispõe

de grande liberdade de expressão, 39% estimaram que essa porcentagem se situe

entre 0 e 25%. Quanto aos grupos com pouca ou nenhuma liberdade de

expressão, 53% dos respondentes indicaram as pessoas de baixa renda.

A maioria dos respondentes (77%) considera que devem ser criadas

novas leis para regular as comunicações no Brasil.

Tabela 5 – Opinião sobre o tema

Grau de Liberdade de expressão: 38% Nem grande nem pequeno

Porcentagem da população com grande

liberdade de expressão: 39% de 0 a 25%

Grupos sem liberdade de expressão: 53% Pessoas de baixa renda

Regulação dos conteúdos na mídia: 75% Sim

Meios que devem ser regulados: 66% TV

Novas leis: 77% Sim

Quais meios devem ser regulados: 55% TV

Última palavra sobre a pesquisa: 29% Interessante.

12.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados obtidos nessa pesquisa, pode-se refletir sobre o

grau de envolvimento dos estudantes e futuros profissionais de comunicação,

com as discussões políticas em torno do tema “liberdade de expressão”, assim

como seus sentimentos, nível de conhecimento e opiniões.

Page 240: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

239

Nos resultados gerais, destacou-se o papel das aulas na faculdade como

fonte de informação, mas a maior influência foi a da internet, citada como espaço

de livre expressão e de representação dos estudantes, espaço ainda não

regulamentado. Outro destaque foi a identificação da população de menor poder

aquisitivo como o grupo com menor liberdade de expressão. Parece que o

movimento recente no Páis, a partir da internet, está dando voz aos menos

favorecidos.

Restam perguntas sobre a qualidade das informações que circulam na

rede, sua possibilidade de monitoramento unilateral, inclusive por atores

internacionais, sem que se saiba exatamente o uso que é dado às informações.

Tudo ainda muito novo. Muitas questões inspiradoras para reflexão e pesquisa.

12.5 REFERÊNCIAS

AAKER, D; KUMAR, V; DAY, G. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas,

2001.

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

FNDC. Plataformapara um novo Marco Regulatório das Comunicações no

Brasil. Disponível em: < http://www.comunicacaodemocratica.org.br >. Acesso

em: abril de 2012.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1992, v. 2.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1993, v. 1.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Léxica. Disponível em: <

www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2011

MARCO Civil da Internet: Sobre. Disponível em:

<http://culturadigital.br/marcocivil/sobre/>. Acesso em: abril de 2012.

Page 241: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

240

CAPÍTULO 13

Legalizar ou não legalizar a

comercialização de drogas:

eis a questão?

Page 242: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

241

13. LEGALIZAR OU NÃO LEGALIZAR A

COMERCIALIZAÇÃO DE DROGAS: eis a questão?75

Gyna Cassia Dantas Costa76 et. al.

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

Viver é isso: Ficar se equilibrando o tempo todo,

entre escolhas e consequências. Jean Paul Sartre77

13.1 INTRODUÇÃO

75 Trabalho submetido ao XIX Prêmio Expocom 2012, na Categoria Relações Públicas, modalidade

pesquisa de opinião e apresentado nas edições de 2011 e 2012 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação

Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 76 Estudante do 1º período de Comunicação Social, Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º

período de Comunicação Social), Ana Beatriz de Souza Siqueira (Estudante do 1º período de

Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º período de Comunicação Social),

Beatriz de Carvalho Félix (estudante do 2º período de Comunicação Social), Deborah Rebello

(estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (estudante do 2º

período de Comunicação Social), Emanuelle Dias de Gondra (estudante do 2º período de Comunicação

Social), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 1º período de Comunicação Social), Julia Vianna do

Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Juliana Zappa (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Letícia dos Santos Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de

Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º período de Psicologia), Maíta Carvalho de Almeida

(estudante do 1º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º período

de Administração), Maria Daiane de Paula Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação Social),

Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson

(estudante do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante do 2º período de Comunicação

Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de Comunicação Social), Rodrigo Otavio

Grangier Abrahão (estudante do 3º período de Administração), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante

do 3º período de Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação

Social), Tatiana Martins Freire (estudante do 2º período de Comunicação Social), Vinicius Almeida

Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de

Comunicação Social). 77 Jean-Paul Charles Aymard Sartre (1905 - 1980), filósofo, escritor e crítico francês, conhecido como

representante do existencialismo. Acreditava que os intelectuais têm de desempenhar um papel ativo

na sociedade.

Page 243: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

242

A partir da discussão sobre a legalização de drogas no Brasil, o tema

desperta interesse da Equipe LIMK – conjunto de colaboradores do Laboratório

de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social.

Inicialmente, foi feita uma pesquisa expedita na internet sobre a

legalização das drogas, visando a entender como o assunto estava sendo, desde o

ano de 2002, veiculado pela mídia brasileira.

Foram retirados links apenas da primeira página do Google constituída

a partir da busca por meio da expressão - chave “legalização de drogas”.

É possível perceber que, ao longo dos anos, o número de artigos sobre

o tema aumentou bastante. Entre artigos e matérias jornalísticas, foram

analisados 20 textos, entre os quais dez a favor da liberalização ou da

regulamentação das drogas – ainda que alguns apontassem certas restrições -,

quatro contra e dois que não expressavam opinião.

Analisando-se, em primeiro lugar, as opiniões favoráveis à legalização,

encontram-se como principais argumentos os apresentados a seguir:

a) a proibição não consegue deter o comércio;

b) a destruição da base material das quadrilhas que realizam o tráfico

permitiria ao Governo um investimento em tratamentos, saúde e educação mais

eficazes (FROTA, 2003);

c) é utópico pensar na possibilidade de persuadir as pessoas a não

cometerem determinados atos com base na aplicação de castigos (RODRIGUES,

2004);

d) é possível a diminuição da marginalidade – alguns chegando a

afirmar que a droga só gera violência por ser crime; e) o advogado Luiz Flávio

Page 244: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

243

Gomes propõe que só deveria ser classificado como crime o tráfico de drogas

para menores de idade (apud COSTA, P, 2006);

f) o governador Sérgio Cabral, em 2007, opinou favoravelmente em

relação à liberação das drogas, utilizando-se desse mesmo argumento da

criminalidade (apud LUCENA, 2007), entre outras figuras públicas que já se

declararam favoráveis, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o

líder do PT na Câmara no ano de 2011, Paulo Teixeira– que defende a liberação

do plantio de maconha para consumo próprio;

g) comparação entre o Brasil e países – como, por exemplo, Holanda,

Bélgica, Canadá e Suíça – onde o consumo já é legalizado e o governo investe no

controle, prevenção e tratamento dos dependentes. (COSTA, F, 2009);

h) o fato de existirem outras drogas – como, por exemplo, o cigarro, o

álcool e o café – sendo vendidas de maneira inteiramente legal (TORRES, 2011);

i) a prisão de usuários não traz benefícios à sociedade. (LEIA, 2007).

Existem, ainda, aqueles que concordam com a legalização, porém

estabelecem restrições como o respeito a regras de consumo que evitem o fumo

passivo.

Existem, também, aqueles que são contra, pensando que defender a

normatização/regulamentação das drogas é fazer apologia ao seu uso e

concordando com o criminalista Jair Jaloreto Júnior, que afirma que não há

nenhuma ligação existente entre a legalização e a não legalização com a

ocorrência de outros delitos. (apud COSTA, P, 2006).

Há, também, críticas enfáticas, ressaltando a questão da falta de

ambientes públicos de recuperação para os dependentes, ressaltando que as

famílias das classes menos favorecidas sofreriam com a liberação, pois não

Page 245: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

244

possuiriam meios para internar e buscar a reabilitação de seus parentes usuários.

Afirmam, ainda, que os cidadãos que não consomem drogas não possuem o

dever de arcar, por meio do Estado, com a recuperação dos usuários. Outro

argumento contra é a falta de estudos e pesquisas mais profundos.

(LARANJEIRA, 2010).

Diante tanto da relevância do assunto, quanto da polêmica que suscita,

decidiu-se ir a campo entrevistar estudantes de comunicação social da UFRJ,

futuros formadores de opinião pública para conhecer o que realmente pensam

esses cidadãos sobre o tema.

Os objetivos centrais desta pesquisa foram:

o Conhecer a opinião dos estudantes do ECO-UFRJ sobre a

Legalização da Comercialização de drogas no Brasil em dois

momentos diferentes;

o Avaliar se houve mudança de opinião em relação ao tema entre

2007 e 2011.

Como a missão do LIMK é a de formar profissionais cidadãos capazes

de utilizar as ferramentas de marketing para a transformação social, realizar esta

pesquisa teve como principais motivações:

o Criar oportunidade concreta de ensino – aprendizagem sobre

como realizar uma pesquisa de opinião para os estudantes do

LIMK;

o Estimular o acompanhamento de uma das grandes questões da

realidade do Brasil e a reflexão sobre ela;

Page 246: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

245

o Conhecer a opinião de jovens universitários, que segundo uma

pesquisa lançada na MTV, é a faixa etária que mais consome

entorpecentes;

o Conhecer a opinião de cariocas em função do Rio de Janeiro ser

uma das capitais brasileiras que mais sofre com a violência

relacionada ao tráfico de drogas;

o Oferecer os resultados obtidos para a reflexão de acadêmicos e

formuladores de políticas públicas e, assim, colaborar com

possíveis transformações sociais;

o Ter oportunidade de tornar pública a opinião desse segmento da

população.

13.2 METODOLOGIA

O LIMK - Laboratório de Inteligência e Pesquisa de Marketing Social

é um projeto didático-pedagógico de integração de ensino, pesquisa e extensão,

especializado na utilização de ferramentas de marketing e aplicação de

tecnologias de administração em processos de transformação social vinculado ao

Departamento de Métodos e Áreas Conexas da ECO/UFRJ.

Como organização acadêmica, tem como missão contribuir para a

formação de profissionais cidadãos capazes de aplicar, em processos de

transformação social, conhecimentos, em especial, de inteligência estratégica,

pesquisa de marketing e marketing social.

A estratégia de ensino-aprendizagem utiliza atividades que

desenvolvam os quatros pilares da educação construtivista: aprender a aprender,

aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser e, com isso, ensinar

Page 247: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

246

interativamente ao estudante a tomar a melhor decisão possível frente ao cenário

incerto em um contexto organizacional.

As atividades realizadas no LIMK pelos estudantes de ensino médio e

de graduação permitem que eles desenvolvam, além dos aspectos cognitivos

esperados, os seguintes aspectos comportamentais relacionados ao exercício

profissional e de cidadania: iniciativa; visão de futuro; coragem; firmeza de

propósitos e de ação sem perder a docilidade; capacidade de decisão; atitude de

respeito à diversidade; capacidade de organização; capacidade de direção de seu

próprio trabalho; capacidade de trabalho em equipe; capacidade de definir metas

e ações para alcançá-las; capacidade de atualizar conhecimentos; inteligência,

inclusive, do ponto de vista emocional; exercício responsável de cidadania.

Os estudantes atuam no LIMK com o seguinte plano de atividades:

elaboração de pesquisa cientifica, envolvendo inclusive cooperação internacional,

pesquisa de opinião sobre temas da agenda nacional tais como, bullying,

comércio de armas, eficácia da campanha de câncer de mama, reforma

universitária, entre outros.

O inovador deste processo de fazer pesquisa é a forma como o LIMK

se organiza para que os estudantes possam usufruir deste processo de ensino

aprendizagem colaborativo e empreendedor. Diversos estudantes participaram

dessa pesquisa de campo inclusive de diferentes anos, tornando a comunicação o

elo mais importante para que essa tarefa fosse executada com precisão em

equipes colaborativas distribuídas ao longo do dia em turnos de três horas.

A seguir está apresentado um esquema sintético da metodologia usada

para realizar a pesquisa de opinião sobre o tema.

Figura 1: Esquema Sintético da Metodologia

Page 248: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

247

f

Definido o tema, foi elaborado um briefing simulando a posição de

um cliente interessado em elaborar campanha educacional sobre o tema e que

contrata o LIMK, como instituto experimental de pesquisa para realizar pesquisa

exploratória de opinião junto à população de estudantes do ciclo básico de

graduação de Comunicação Social da UFRJ. A seguir está apresentado esquema

de amostragem.

Figura 2: Esquema de Amostragem

O procedimento de amostragem foi de coleta aleatória para garantir

que haveria 90% de confiança de que a margem de erro seria de 10%.

Page 249: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

248

Foi usada como técnica de coleta de dados o questionário

autorrespondido, organizado em três partes: perfil do respondente, opinião sobre

o processo de legalização de drogas e impressões sobre a pesquisa. Em 2007,

havia 27 perguntas, sendo quatro abertas e 23 fechadas e, em 2011, havia 74

perguntas, sendo dez abertas.

Foi usado para apoiar o tratamento e a análise dos dados o software

Sphinx Léxica Plus V5.0.

Realizou-se a interpretação dos dados com base em técnicas de

estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.

13.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio desta pesquisa, foi possível conhecer a opinião de um

respondente típico tanto pró quanto contra a legalização da comercialização das

drogas com o seguinte perfil em 2007: mulher, solteira, sem filhos, com 19 anos

e que tem apoio financeiro da família, cursando o ciclo básico do curso de

comunicação social e em 2011, com ligeira variação entre o perfil dos pró e dos

contra e também em relação ao perfil de 2007.

O respondente típico a favor em 2011 era mulher, 18 anos, solteira,

sem filhos, pertencente à classe social A2, do mesmo ciclo básico. A diferença

ligeira do respondente típico contra se apresenta apenas na classe social, havendo

tantos membros da classe B1, quantos da A2.

Além disso, destaca-se que houve diferença no instrumento de coleta

de dados, o que permite apenas a comparação entre resultados de 2007 e 2011

só para algumas variáveis.

Page 250: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

249

De 2007 a 2011, o número de mulheres solteiras a favor da legalização

de todos os tipos de drogas cresceu de 42% para 64%.

Aumentou o percentual de pessoas que se declararam com algum ou

mais conhecimento sobre o tema (de 44% que se declaravam conhecendo para a

56%).

Observando os resultados apresentados no quadro, a seguir, tem –se

uma visão geral da opinião dos contra e dos a favor da legalização do comercio

de drogas em cada um dos anos.

Cabe ressaltar que nas células em que há mais de uma observação e

mesmo percentual, há indicação de bi ou trimodalidade da distribuição de

frequências, que ocorre apenas entre os contra indicando uma polêmica ainda

entre eles.

Além disso, estão assinalados em negrito as variáveis em que há

consenso entre os a favor e os contra a legalização, indicando uma visão ruim

sobre o tema em vários aspectos.

Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização

das drogas

Quesitos

Contra A Favor

2007 2011 2007 2011

Nível de conhecimento

mediano ou alto 67% 51%

Participam de discussões sobre

o tema 62% 74%

Quantidade de discussão 37% não suficiente 61% não

suficiente

Qualidade de discussão 37% mediano 36%

mediano

Previsão de consumo de drogas

pós-legalização 58% aumenta 48% igual

Nível atual de violência causado

pelos usuários 36% alto

31%

mediano

Page 251: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

250

Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização

das drogas

Quesitos

Contra A Favor

2007 2011 2007 2011

Previsão de nível de violência

causada pelos usuários com a

legalização

84%

diminuiu 42% igual 47% igual

34%

diminuiu

Nível atual de violência

causada por traficantes 58% muito alto

49%

muito alto

Previsão do nível de violência

causada por traficantes com a

legalização

41%

diminuiu 38% igual

78%

diminuiu

41%

diminuiu

Previsão de arrecadação de

impostos pós-legalização 42% aumenta

57%

aumenta

Previsão de geração de

empregos formais pós-

legalização

42% igual 54%

aumenta

Previsão de geração de

empregos informais pós-

legalização

25% aumenta/

diminuiu/ não

souberam avaliar

31%

diminui

Nível de corrupção atual

relacionada ao tráfico 42% alta 44% alta

Previsão de nível de corrupção

pós-legalização 33% igual 59% igual

Nível de gastos atuais do

governo para tratar os usuários 33% baixo

23%

mediano/

baixo

Previsão de gastos do governo

para tratar os usuários pós-

legalização

71%

aumenta 46% aumenta 39% igual 33% igual

Qualidade do tratamento

oferecido aos usuários 29% ruim 36% ruim

Previsão da qualidade do

tratamento oferecido pós-

legalização

50% igual 39%

melhora

Nível de gastos atuais do

governo para fiscalizar o tráfico

pós-legalização

46% mediano 26% alto

Previsão de gastos do governo

para fiscalizar o tráfico pós-

legalização

67%

aumenta 38% diminui

52%

diminui

36%

diminui

Nível atual de esforços

quantitativos para reprimir o

tráfico

29% baixo/ mediano/

grande

38%

mediano

Previsão de esforços

quantitativos para reprimir o

tráfico pós-legalização

46% diminui 39%

diminui

Page 252: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

251

Quadro 1: Comparação de opiniões dos contra e dos a favor a legalização

das drogas

Quesitos

Contra A Favor

2007 2011 2007 2011

Nível atual de qualidade da

atuação do Estado na

repressão ao tráfico

38% ruim 33% ruim

Previsão do nível de qualidade

da atuação do Estado na

repressão pós-legalização

50% igual 31%

melhora

Atual efeito causado na

sociedade pelo tráfico

42% maléfico/ muito

maléfico

49%

maléfico

Efeito causado na sociedade

pelo tráfico, com a legalização 50% muito maléfico

54%

maléfico

amenizado

Eficácia das campanhas

educativas na redução do

consumo

42% eficaz/ ineficaz 56%

ineficaz

Preconceito atual em relação

aos usuários 69% alto 50% alto 59% alto 41% alto

Previsão do preconceito em

relação aos usuários pós-

legalização

69% igual 38% igual/ diminui 59% igual 43%

diminui

Preconceito atual em relação

aos traficantes 69% alto 54% muito alto 59% alto

62%

muito alto

Preconceito em relação aos

comerciantes de drogas pós-

legalização

69% igual 29% igual 59% igual 33%

diminui

Indústria do tráfico de drogas

pós-legalização

38% vira outro

comércio ilegal

44%

diminui

Poder atual da influência dos

traficantes 42% alto 51% alto

Pode de influência dos

traficantes pós-legalização 46% diminui

59%

diminui

Opinião sobre a posição do

Governador do Estado do RJ 46% boa 43% boa

Consideram álcool como

droga 46% 69%

Contra a proibição do álcool 50% não opinaram 69%

Consideram cigarro como

droga 83% 82%

Contra a proibição do cigarro 42% sim 66% não

Page 253: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

252

Ressalta-se que nenhum grupo afirmou que aumentaria o nível de

violência com a legalização, nem a gerada pelos traficantes e nem a gerada pelos

usuários.

A avaliação do nível de qualidade de atuação do Estado contra o

tráfico mostra o pessimismo da população, mesmo depois das UPP’s.

Espera-se uma pequena amenização dos efeitos maléficos causados

pelos traficantes.

Ao serem questionados sobre como o Governo Estadual poderia ser

mais eficaz, 44% dos que eram a favor da legalização afirmaram que seria através

da fiscalização do comércio legal de drogas.

No entanto, 33% dos que eram contra achavam igualmente ineficaz em

ambas as situações.

Sobre como o Governo Federal poderia ser mais eficaz, 33% das

pessoas que eram a favor, consideravam que seria fiscalizando o comércio legal

de drogas e 29% das que eram contra achavam que seria reprimindo o tráfico de

drogas.

48% dos que eram a favor e 33% dos que eram contra responderam

que as melhores consequências desta possível legalização seria a diminuição da

violência causada pelos traficantes.

A pior consequência, no entanto, seria o aumento do consumo de

drogas na opinião de 21% dos que são a favor e 42% dos que são contra a

legalização.

Page 254: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

253

Nos últimos quatro anos, percebe-se que o número de pessoas a favor

da legalização de todas as drogas aumentou. Houve também um aumento do

nível de conhecimento sobre o tema.

Observa-se, que houve uma mudança ligeira de opinião com

aproximação de algumas percepções entre os contras e os a favor e que as

avaliações do processo como um todo, em geral, são mais positivas atualmente

do que no passado, exceto quanto à atuação do Estado e quanto à violência

gerada pelos traficantes.

13.4 REFERÊNCIAS

AAKER, Kumar Day. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas S.A., 2001.

AZEVEDO, R. A descriminação das drogas e o movimento Antimanicomial:

duas formas que os "humanistas" têm de ser perversos, sem que o saibam. Veja,

mai/2011. Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/a-

descriminacao-das-drogas-e-o-movimento-antimanicomial-duas-formas-que-os-

%E2%80%9Chumanitas%E2%80%9D-tem-de-ser-perversos-sem-que-o-saibam/.

Acesso em: 09 mai 2012.

AZEVEDO, R. A droga da imprensa ou por que eu tenho de pagar pelo

tratamento de quem decidiu consumir droga sem me consultar?. Veja, jan/2012.

Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/descriminacao-das-

drogas/ >. Acesso em: 09 mai 2012.

COSTA, F. V. B. A legalização do uso de entorpecentes face à lei nº 11.343/06.

Themis, ago/dez 2009. Disponível em < http://www2.tjce.jus.br:8080/esmec/wp-

content/uploads/2010/12/revista-7-vol-ii.pdf#page=140 >. Acesso em: 09 mai

2012.

COSTA, P. Legalizar venda e uso de drogas pode reduzir a criminalidade?.

Consultor Jurídico, mai/2006. Disponível em < http://www.conjur.com.br/2006-

mai-01/legalizar_venda_uso_drogas_reduzir_criminalidade >. Acesso em:

09/05/2012.

FREITA, H. e CUNHA JR, M. Manual do Sphinx, versão brasileira. Porto

Alegre, 1995.

Page 255: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

254

FROTA, A. Drogas: Legalização pode acabar com a violência. CMI Brasil,

fev/2003. Disponível em:

LEIA voto sobre despenalização do consumo de droga. Consultor Jurídico,

fev/2007. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2007-fev-

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MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas S.A., 1993.

RODRIGUES, Thiago. Drogas, proibição e abolição das penas, Curso livre de

Abolicionismo penal. Rio de Janeiro, Editora Revan/Nu-Sol, 2004 Disponível

em: < http://www.neip.info/downloads/t_tia1.pdf >. Acesso em: 09/05/2012.

Page 256: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

255

CAPÍTULO 14

Comercializar ou não comercializar

armas no Brasil: um referendo e os efeitos

da mídia

Page 257: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

256

14. COMERCIALIZAR OU NÃO COMERCIALIZAR ARMAS

NO BRASIL: um referendo e os efeitos da mídia78

Lucas Ferreira da Silva Palazzo79 et. al80.

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens.” Pitagoras81

14.1 INTRODUÇÃO

Por meio deste estudo, baseado no referendo popular de outubro de

2005 sobre a Proibição da Comercialização de Armas de Fogo e Munição no

Brasil, pretende-se conhecer as expectativas dos estudantes da Escola de

Comunicação da UFRJ quanto às modificações sociais provenientes do resultado

da votação.

78 Este trabalho foi apresentado nas Jornadas Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural

de 2011 e 2012. 79 Estudante do 7º período de Defesa e Gestão Estratégica Internacional.

80 Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de

Souza Siqueira (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Karina Veiga de Almeida

(estudante do 8º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas Barbosa (estudante do 1º

período de Comunicação Social), Elisa Pontes Silva de Oliveira (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Gyna Cassia Dantas Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia

Vianna do Nascimento (estudante do 3º período de Administração), Letícia dos Santos Gonçalo

Olímpio (estudante do 3º período da Faculdade de Educação), Lívia Pereira de Frias (estudante do 4º

período de Psicologia), Lucas Ferreira da Silva Palazzo (estudante do 7º período de Defesa e Gestão

Estratégica Internacional), Luís Paulo de Andrade (estudante do 8º período de Comunicação Social),

Maíta Carvalho de Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Maria Daiane de Paula

Rodrigues (estudante do 3º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepfer (estudante do 3º

período de Administração), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação

Social), Patricia Nigri Adelson (estudante do 2º período de Comunicação Social), Pedro Muxfeldt

Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social), Raquel Franco de Miranda Cunha (estudante

do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues (estudante do 1º período de

Comunicação Social), Rogério Jorge da Silva Júnior (estudante do 3º período de Comunicação Social),

Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação Social), Vinicius Almeida Vieira

(estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante do 2º período de

Comunicação Social) 81 Filósofo e matemático grego que nasceu em Samos (570 a.C.).

Page 258: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

257

Para tanto, é importante considerar que a nação brasileira ainda não

possui tradição em participar de plebiscitos, o que acarreta em seu despreparo ao

lidar com essa situação, considerando-se, sobretudo, a necessidade de certo grau

de conhecimento e consciência para que ocorra a efetiva participação política e

social do cidadão.

Dentro desse contexto, vale ressaltar que em dezembro de 2003 foi

promulgada a Lei nº 10.826, popularmente chamada de "Estatuto do

Desarmamento" que dispunha em seu artigo 35 o seguinte: "É proibida a

comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional, salvo

para as entidades previstas no art. 6º desta Lei". Contudo, para que entrasse em

vigor, esse dispositivo deveria ser aprovado pela população, por meio de um

referendo.

Assim se explica a ocorrência da votação em questão, por meio da

qual os eleitores tiveram a oportunidade de decidir sobre a vigência do artigo

respondendo à pergunta: O comércio de armas de fogo e munição deve ser

proibido no Brasil? Para que a consulta popular acontecesse da forma esperada,

conta-se com a participação de todos os eleitores, uma vez que o referendo tem a

mesma obrigatoriedade de uma eleição. Assim, há punições previstas na lei para

quem falta e não justifica sua ausência.

Deve-se ainda considerar que o problema analisado nesta pesquisa

envolve muitas áreas de interesse, dentre as quais se destacam o Governo

brasileiro, a indústria bélica nacional e países que se veem ameaçados por ela,

Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições privadas ligadas direta

ou indiretamente ao comércio de armas e munições.

Sendo assim, a partir do questionamento feito, verificam-se dois

posicionamentos em conflito: o que se coloca de maneira contrária à proibição

Page 259: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

258

da comercialização e o que defende a proibição do comércio de armas e munição

no território nacional. Tendo como finalidade atingir a população e,

consequentemente, ter poder de influência sobre seu voto, cada vertente, com

seus respectivos argumentos, utiliza-se de investimentos publicitários para a

veiculação de campanhas destinadas ao povo.

Levando em consideração os aspectos abordados, pode-se depreender

desse estudo objetivos secundários, relacionados à questão central, tais como o

grau de conhecimento dos estudantes da ECO sobre o assunto tratado, o que

esperam que aconteça na sociedade brasileira em função do resultado do

referendo sobre desarmamento, como percebem o grau de influência das

campanhas publicitárias no resultado do referendo, a clareza demonstrada sobre

suas implicações práticas e reais, a opinião do estudante, fontes de informações

sobre o tema, critérios utilizados para definir sua posição, percepção da influência

da proibição da comercialização na questão da violência e, sobretudo, a forma

como tal assunto se apresenta no entendimento dos estudantes.

Para realizar uma pesquisa comparativa em 2012, os questionários

foram adaptados e reaplicados a fim de analisar como os respondentes se

recordam do plebiscito, das respectivas campanhas e as impressões atuais sobre

do tema.

14.2 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para realizar a pesquisa está ilustrada na figura a

seguir:.

Page 260: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

259

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

O procedimento ilustrado mostra os diversos momentos da pesquisa

de marketing e em que momento quem é responsável pela ação.

No LIMK, para que os estudantes possam vivenciar todas as fases,

neste caso em que não havia cliente real para a pesquisa, os próprios estudantes

ocuparam o papel de cliente e de instituto de pesquisa experimental para realizar

cada uma das etapas ilustradas.

Escolhido o tema pelos estudantes da Equipe LIMK. Realiza-se

levantamento documental sobre o tema a fim de compreender o problema sob

estudo, elaborar o briefing da pesquisa, escolher a técnica de coleta de dados

mais adequada e viável de ser aplicada com os recursos disponíveis e subsidiar a

elaboração do instrumento de coleta de dados. Preparado o briefing para

apresentar o problema para um instituto de pesquisa, no caso o LIMK.

Page 261: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

260

Em seguida, é vivenciado o processo de escolha fictícia de um instituto

de pesquisa, para que este tema seja tratado pelos estudantes, ainda que o LIMK

vá realizar a pesquisa. Escolhido um instituto de pesquisa (LIMK), a equipe

LIMK elabora uma proposta de trabalho a ser entregue ao “cliente”, ainda que

fictício, para que haja negociação de conteúdo, prazos e preços (também fictícios

neste caso).

Aprovada a proposta de trabalho, a Equipe LIMK coleta os dados, os

analisa e interpreta, para, posteriormente, elaborar um relatório. Após essa

etapa, espera-se que o cliente avalie o relatório e utilize os resultados.

Todas as pesquisas de marketing do Laboratório de Inteligência e

Pesquisa de Marketing Social seguem esse procedimento geral, sendo

personalizado para cada situação. Neste caso, a equipe LIMK atuou como

cliente e como instituto de pesquisa, como mencionado.

A pesquisa teve caráter exploratório quantitativo. A amostra foi

aleatória com 90% de confiança de que os resultados obtidos na amostra

poderiam diferir do universo em no máximo 10%. Para a coleta de dados, foi

usado um questionário autoadministrado. Em 2005, foram utilizadas eram 29

perguntas, 3 abertas e 26 fechadas. Já em 2012, havia 54 perguntas, 11 abertas e

43 fechadas. O questionário foi organizado em sete partes: Perfil do

Respondente, Perfil Ideológico, Conhecimento sobre o tema, Perfil Familiar do

Uso de Armas, Opinião sobre o processo de discussão do tema nos País,

Avaliação do contexto brasileiro e Impressões sobre a pesquisa.

O tratamento e a análise de dados foram realizados por meio do

software Sphinx Lexica Plus. A interpretação de dados foi realizada com técnicas

de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão sobre o tema.

Page 262: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

261

14.3 RESULTADOS

Os resultados aqui apresentados são baseados nas maiores frequências

de resposta encontradas durante as pesquisas. A moda foi o parâmetro

norteador das análises. O respondente desta pesquisa caracteriza-se por ser do

sexo feminino, entre 18 a 20 anos, morador da Zona Norte e solteiro.

Movimento Estudantil

O não envolvimento dos entrevistados com o movimento estudantil

aumentou de 2005 para 2012 (de 74% de não envolvidos em 2005 para 78 %

em 2012)

Tabela 1 - Perfil do respondente

Ano da pesquisa: 2005 2012

Idade: - 39% 18 a 20 anos

Sexo: 53% Feminino 55% Feminino

Região: 38%Zona Norte 12% Zona Norte

Estado Civil: 83% Solteiro 93% Solteiro

Filhos: - 98% Não

Fonte de Renda: 47%

Mesada

53%

Mesada

Categoria Social: A2 e B2 B1

Page 263: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

262

Gráfico 1: Participação no Movimento Estudantil

Conhecimento sobre o tema

A quantidade de pessoas que diziam ter um conhecimento alto sobre

o tema caiu de 45% em 2005 para 4% em 2012 e cresceu o número de

entrevistados que dizem ter conhecimento baixo sobre tema, passando de 4,5

% em 2005, para 43 % em 2012.

Gráfico 2: Grau de Conhecimento sobre o tema declarado

Page 264: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

263

Acesso ao texto oficial

A porcentagem de pessoas que disseram ter acesso parcial ao texto

caiu de 51% em 2005 para 13 % em 2012. As que disseram não ter acesso

aumentaram de 37% em 2005 para 80% em 2012. De onde se pode concluir

que mais pessoas desconhecem o texto aprovado sobre as decisões ligadas à

comercialização de armas de fogo.

Gráfico 3: Acesso ao texto oficial

Posicionamento Político

Analisando-se o posicionamento político dos entrevistados, é possível

constatar que de 2005 para 2012 houve um crescimento das pessoas que

declaram não ter posicionamento político (de 28 % para 36 %).

Page 265: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

264

A porcentagem de pessoas que não quiseram declarar seu

posicionamento aumentou de 9 % para 15 %, outra evidencia de que algo há no

comportamento sobre política dos respondentes.

No momento de editar este livro, observa-se que este resultado já

seria uma possível evidencia do descontentamento com a forma de fazer

política no País que se expressou nas manifestações de junho de 2013.

Gráfico 4: Posicionamento político

Familiaridade com o uso de armas

Na análise da familiaridade com o uso de armas, observou-se

aumento na porcentagem de sujeitos que declaram não ter armas em casa,

porém também aumentou também o percentual dos que afirmam saber da

existência de armas no meio familiar ou possuí-las.

Page 266: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

265

Tabela 2 - Perfil familiar do uso de armas

Ano: 2005 2012

Sem Armas em casa: 79% 88%

Existência de Armas 33% 40%

Parentes/Amigos Não sabem Não sabem

Processo de Discussão No País sobre o Tema

Ao examinar a opinião dos respondentes sobre a qualidade da

discussão do tema no País, observa- se que 80% dos respondentes em 2012

afirmam lembrar da campanha sobre o tema. Entretanto, não lembram qual

foi a campanha mais bem elaborada naquela época.

Sobre as campanhas, os respondentes de 2005 afirmaram que a

campanha mais bem elaborada foi a do NÃO, isto é, a que defendia que não

deveria ser proibido comercializar armas de fogo e munição no Brasil,

campanha apoiada de Roberto Jeferson à PSTU, financiada pela indústria de

armamento de pelos que defendiam o direito à legítima defesa e à valorização

da cultura, do idioma e das riquezas do Brasil. Gastaram 2,6 milhões custeados

pela Taurus e pela CBC, segundo notícias veiculas nos meios de comunicação.

Quando perguntados sobre a influência das campanhas, a maioria

declarou ter opinião pré-definida, tanto na primeira coleta de dados, quanto na

segunda (68% e 52%, respectivamente), o que poderia indicar que as

campanhas se dirigiram para a minoria indecisa. Entretanto, 43%, em 2005,

declaram considerar alta a influência das campanhas, provavelmente por

estarem com elas mais fortes na memória, mas como fator decisivo de

influência consideram a família e os amigos.

Page 267: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

266

A opinião sobre iniciativa do governo em realizar o referendo foi

considerada oportuna pelos respondentes.

A opinião sobre o resultado do referendo é que é divergentes entre

os dois grupos de respondentes: em 2005 havia concordância com o resultado e

em 2012 a opinião preponderante era de não concordância com o resultado.

Tabela 3 - Processo de Discussão no País

Ano: 2005 2012

Lembrança das

campanhas: Pergunta não formulada 80% Sim

Campanha mais bem

elaborada:

47%

Campanha do NÃO

33%

Não Lembram

Opinião Pré-definida: 68% Sim 52% Sim

Influência das

campanhas: 43% Alto 36% Médio

Fatores de Influência: 22% Família/amigos 45% Família/amigos

Lembrança do resultado: Pergunta não formulada 63% Sim

Conveniência Política 58% Oportuna 45% Oportuna

Concordância com o

resultado do referendo: 51% Sim 31% Não

Relação entre comercialização de armas e violência

No âmbito do contexto brasileiro, em 2005, 82% acreditavam que

não haveria muito impacto em relação aos índices de violência pelas leis

relativas ao comércio de armas serem mudadas. O que se confirma pela

pesquisa em 2012, uma vez que a resposta mais frequente foi a que indicava

que a violência se manteve na percepção dos respondentes no mesmo nível da

que existia antes do referido estatuto.

Page 268: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

267

Um fato que chama a atenção é que 41% dos entrevistados durante a

segunda aplicação do questionário declararam não ver relação entre violência e

comércio de armas.

Tabela 4 - Avaliação do Contexto Brasileiro

Ano: 2005 2012

Violência: 82% Não haveria grandes

impactos

34% Manteve-se no

mesmo nível

Relação Violência X

Comercialização de

armas:

- 41% Não existe

Progresso da Força da

Indústria Bélica:

76% Não haverá grandes

impactos 62% Não sei

Relação Indústria Bélica

x Comercialização de

armas:

76% Não haverá grandes

impactos 37% Sim

Direito do cidadão desde

2005: -

58% Permaneceu

Inalterado

Relação Autodefesa x

Comercialização: - 51% Não

Novo Referendo: - 44% Sim

Page 269: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

268

14.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há sete anos, o grau de conhecimento sobre o tema era maior. Em

2005, o assunto estava em pauta na agenda nacional, mas, em 2011, apesar de

voltar a ser discutido depois do massacre em Realengo, os estudantes sabem

menos ainda sobre o assunto.

Menos pessoas declaram ter armas em casa, mas mais pessoas

declaram não saber de armas nas casas de parentes e amigos, ao invés de

declararem que não havia armas. Nesse caso, a declaração de não saber, pode,

talvez, indicar vontade de não se pronunciar. Pode significar que se sintam

menos confortáveis em falar no assunto.

O que chama à atenção é que, talvez porque os respondentes modais

em 2012 tenham sido majoritariamente a favor da proibição, indiquem a

necessidade de se retornar à discussão do tema no País, ao apontarem a

necessidade de um novo referendo ou processo de consulta popular

14.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora

Atlas, São Paulo: 2004.

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2011.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2011

BLOG DA MENGA. É mais fácil desistir do desarmamento...”. Manaus:

2011. Disponível em: <

http://acritica.uol.com.br/blogs/blog_da_menga/referendo-

desarmamento_7_474022599.html >. Acesso em junho de 2011.

Page 270: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

269

BRESCIANI, E.; COSTA, R. Congresso discute novo referendo de armas e

governo antecipa campanha. Brasília: 2011. Disponível em: <

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110412/not_imp704977,0.php >.

Acesso em junho de 2011.

FOLHA DE SÃO PAULO. Sarney vai propor novo referendo sobre armas.

São Paulo: 2011. Disponível em: <

http://www1.folha.uol.com.br/poder/901045-sarney-vai-propor-novo-referendo-

sobre-armas.shtml >. Acesso em junho de 2011.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei n°10.826 - Estatuto do

Desarmamento. Brasília: 2003. Disponível em: <

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm > Acesso em junho de

2011.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas. São Paulo, 1994.

POLATO, A.; FARIA, T. Defensores do referendo sobre armas de 2005

criticam nova tentativa de plebiscito. 2011. Disponível em: <

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/defensores-do-referendo-sobre-armas-de-

2005-criticam-nova-tentativa-de-plebiscito-20110416.html >. Acesso em junho

de 2011.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <

www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2011

Page 271: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

270

CAPÍTULO 15

Qualidade de vida do carioca

em tempos de campanha eleitoral

Page 272: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

271

15. QUALIDADE DE VIDA DO CARIOCA EM TEMPOS DE

CAMPANHA ELEITORAL

Amanda Buch Sampaio82, Clara Filippelli Fernandes Rescala83,

Jefferson Carrasco Teixeira Lopes84, Jenny Telemaque85

Mário Justo de Meireles Delfino86, Patrícia Pizzigatti Klein87,

Prof.ª Dr.ª Fátima Sobral Fernandes

Guerras e eleições são, ao mesmo tempo, pequenas e grandes

demais para serem importantes a longo prazo. O trabalho diário – ele é contínuo, é o que se acumula e importa.

Barbara Kingsolver88

15.1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que a percepção da qualidade de vida de uma sociedade é

bastante variável; desta forma, conhecê-la é fundamental para a formulação de

propostas de políticas públicas que promovam sua melhoria. Assim, buscam-se

informações junto aos estudantes universitários cariocas, a fim de conhecer e

82

Estudante do 2º período de Comunicação Social. 83

Estudante do 2º período de Comunicação Social. 84

Estudante do 2º período de Comunicação Social. 85

Estudante do 2º período de Comunicação Social. 86

Estudante do 3º período de Comunicação Social. 87

Estudante do 2º período de Comunicação Social. 88

(1955 – ) ensaísta, romancista e poeta americana.

Page 273: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

272

entender como eles percebem sua qualidade de vida e o que esperam que seja

feito para melhorá-la neste tempo de campanha eleitoral municipal.

A missão do LIMK é contribuir para a formação de profissionais

cidadãos capazes de atuar em processos de transformação social e

organizacional. Assim, essa pesquisa “Qualidade de vida do carioca, em

tempos de campanha eleitoral” procurou identificar quais seriam as demandas

por melhoria de qualidade de vida vis a vis as propostas que eram apresentadas

nas propostas governamentais veiculadas pelos candidatos à Prefeito, sempre

dentro da lógica de criar situações concretas de ensino – aprendizagem para

treinar os estudantes de comunicação no procedimento de pesquisa de

marketing.

15.2 METODOLOGIA

Os estudantes da Equipe LIMK, em 2008, criaram, para fins da

pesquisa “Qualidade de vida do carioca, em tempos de campanha eleitoral”,

um partido hipotético: A “Frente Universitária Popular (FUP)”, com objetivo

de servir como cliente potencial da pesquisa, cujos resultados serviriam de

subsidios para a formulação de um Programa de Governo.

Havia o desejo de assessorar um partido que consultasse

efetivamente as bases para definir sua política de governo. Parra isso, foi

desenhado o seguinte procedimento metodológico:

o Realização do Levantamento documental dos programas de

governos dos candidatos majoritários em 2008 para a Prefeitura

do Rio de Janeiro;

o Elaboração de briefing pelo partido hipotético criado;

Page 274: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

273

o Preparação de proposta de trabalho do LIMK para realizar a

pesquisa requerida pelo Partido Hipotético;

o Aceitação da proposta de trabalho pelo Partido Hipotético;

o Preparação de roteiro de discussão para conduzir o grupo de

discussão sobre qualidade de vida do carioca pela Equipe LIMK;

o Recrutamento dos participantes da discussão pela Equipe LIMK;

o Realização do grupo de discussão pela Equipe LIMK;

o Análise do material obtido na discussão em grupo pela Equipe

LIMK;

o Preparação do instrumento de coleta de dados na fase

quantitativa da pesquisa pela Equipe LIMK;

o Análise dos resultados pela Equipe LIMK;

o Elaboração do relatório da pesquisa pela Equipe LIMK a ser

entregue ao Partido Hipotético;

Fase Qualitativa:

O grupo de discussão contou com a presença de pesquisadores do

LIMK que facilitaram o processo durante duas horas, incentivando os

participantes –dez estudantes universitários, escolhidos com perfis bem

diferentes de várias unidades de ensino do Campus da Praia Vermelha – a

opinarem sobre os temas abordados, a seguir descritos, com o cuidado de

incluírem os mais calados na discussão.

Page 275: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

274

Foram levantadas as seguintes questões gerais, a partir da

compreensão do significado de qualidade de vida extraído da OMS que

preconiza que qualidade de vida envolve o bem estar físico, psíquico, o grau

de autonomia, a qualidade das relações sociais, com o do meio ambiente e os

aspectos relacionados à transcendência, de estudos teóricos sobre qualidade de

vida e das políticas públicas propostas pelos candidatos a Prefeito da Cidade do

Rio de Janeiro:

o De que forma o carioca percebe e entende sua qualidade de

vida?;

o Quais ações governamentais os entrevistados esperam que sejam

realizadas nos próximos quatro anos?;

o O que significa qualidade de vida para o carioca?;

o Quais os aspectos da vida carioca devem ser melhorados e quais

devem ser mantidos no nível de qualidade existente?

Foram usadas também, na discussão, questões específicas

apresentadas nos quadros de 1 a 6, que serviram para conduzir os seis blocos

de discussão, cada um de 15 minutos.

O primeiro bloco era intitulado “questões específicas sobre

qualidade de vida”, e continha perguntas que buscavam entender tanto o que o

entrevistado compreendia como qualidade de vida quanto seu relacionamento

com a cidade em que mora.

Page 276: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

275

Quadro 1 - Questões Específicas sobre qualidade de vida

• O que significa qualidade de vida para você?

• Como você percebe sua qualidade de vida hoje?

• Quais os aspectos que gostaria de melhorar?

• Quais os aspectos que gostaria de manter?

• Quais alianças você imagina que o prefeito deve estabelecer para

administrar a cidade?

• O que significa prosperidade para você?

• Você tem amor à cidade do Rio de Janeiro?

• Você tem orgulho de morar no Rio de Janeiro?

O bloco seguinte tratava da gestão pública do Rio de Janeiro, tratando

não só de uma avaliação geral dela como de questões pontuais como o Plano

Diretor e o Código de Postura.

Quadro 2 - Questões específicas relacionadas à Gestão Pública

• Como você percebe a gestão pública do município do RJ?

• Você conhece o Plano Diretor da cidade?

• Você conhece o Código de Posturas da sua cidade? Como você o

considera?

• Você acha que a gestão pública no Rio de Janeiro é ética?

A terceira categoria trata da educação. As cinco perguntas se focaram

na quantidade e qualidade dos professores, a disponibilidade de vagas nas

escolas e o sistema de aprovação automática existente à época.

Page 277: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

276

Quadro 3 – Questões relacionadas à educação

• Como você percebe a qualidade dos professores das escolas

municipais?

• Você considera o número de professores adequado?

• Como você percebe a disponibilidade de vagas nas escolas

municipais?

• Como você avalia o sistema de aprovação automática existente?

• Como você considera a carga horária nas escolas municipais?

O quarto bloco foi o mais longo de todos, e tratava do

desenvolvimento social. Os entrevistados disseram o que pensam acerca da

desigualdade e das diversas camadas sociais da cidade, assim como eles mesmos

interagem com o lugar em que moram. Questões sobre turismo e segurança

também foram abordadas.

Quadro 4 – Questões relacionadas ao desenvolvimento social

• Como o carioca se percebe em relação à desigualdade social no Rio

de Janeiro?

• Como você percebe e se sente em relação aos moradores de rua no

município do RJ?

• Como o carioca se posiciona em relação ao aumento de favelas no

RJ?

• Como você percebe a assistência de idosos no município?

• Como você analisa a infância no Rio de Janeiro?

• De que maneira os cariocas se divertem e se entretêm hoje?

• Como você percebe a distribuição de espaços culturais (teatros,

museus e salas de cinema) pelo município do RJ?

• O que significa preservação da identidade cultural do Rio de

Page 278: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

277

Quadro 4 – Questões relacionadas ao desenvolvimento social

Janeiro?

• Como você analisa a importância do município para o turismo no

país?

• De que maneira os turistas são hospedados e recebidos no RJ?

• Você acredita que os pontos turísticos estão bem preparados para

receber visitantes?

• Como você percebe a segurança do turista no RJ?

• Você se sente seguro no município do RJ?

• Como você vê a segurança pública no município?

• Como avalia a guarda municipal como apoio à segurança pública?

• Você confia na Guarda Municipal?

• Qual a importância da segurança em sua locomoção?

• Como você percebe a preparação e a instrução da Guarda

Municipal?

A categoria seguinte foi sobre o transporte, a sua importância na vida

do carioca e se ele está satisfeito com tal serviço.

Quadro 5 – Questões relacionadas ao transporte

• Como o carioca se sente em relação ao transporte no Rio?

• Qual a importância da sua locomoção pela cidade para a sua

qualidade de vida?

• Qual a importância do tempo gasto em locomoção cotidiana para

sua qualidade de vida?

• Qual a importância do trânsito para a qualidade de sua locomoção?

• Qual a importância da segurança operacional em sua locomoção?

• Qual a importância do custo de sua locomoção para sua qualidade

de vida?

• O carioca conhece a proposta de integração tarifária dos transportes

Page 279: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

278

Quadro 5 – Questões relacionadas ao transporte

públicos pelo bilhete único?

• Qual a importância da sinalização das vias?

• Como você considera a civilidade no trânsito do Rio de Janeiro?

Por último, o grupo 6 tratava da urbanização. Os participantes

deveriam opinar sobre quesitos como calçadas e pavimentação das ruas.

Quadro 6 – Questões relacionadas à urbanização

• Como você percebe a organização e a limpeza dos ambientes

públicos no RJ?

• O que significa para você a urbanização?

• Qual a importância da manutenção da urbanização de seu bairro

para a sua qualidade de vida?

• Iluminação pública

• Parques e jardins

• Saneamento Básico

• Calçadas

• Pavimentação das ruas

• Infraestrutura de lazer – Passarelas

Conduzido o grupo, os resultados foram analisados para servirem

como subsídios para planejar a fase quantitativa, descrita a seguir.

Fase Quantitativa:

A fim de priorizar, de modo mais preciso, as demandas extraídas da

discussão qualitativa em grupo, foi elaborado um instrumento de coleta de

dados, contendo

Page 280: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

279

• Caracterização do respondente 23 perguntas

• Conceituação de qualidade de vida 11 perguntas

• Qualidade de vida – aspectos externos 20 perguntas

• Qualidade de vida – aspectos psicológicos 9 perguntas

• Qualidade de vida – relações sociais 34 perguntas

• Qualidade de vida – condições de sobrevivência 3

perguntas

• Qualidade de vida – aspectos espirituais 3 perguntas

A Amostra foi constituída por 84 (oitenta e quatro) respondentes,

estudantes universitários da UFRJ, retirados de um universo de

aproximadamente 1200 (mil e duzentos) estudantes.

O tratamento e a análise dos dados foram realizados por meio do

software Sphinx Léxica Plus V5.0. A interpretação dos resultados foi realizada

por meio de técnicas de estatística básica, associadas ao cruzamento de dados e

reflexão sobre o tema.

15.3 RESULTADOS

De acordo com a própria divisão do questionário, apresentaremos os

resultados separados em duas partes: qualitativos e quantitativos.

Resultados Qualitativos

Os resultados dessa fase qualitativa mostraram que o significado de

qualidade de vida para os cariocas inclui ter acesso à saúde, à educação, ao

Page 281: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

280

transporte, ao lazer, à alimentação e satisfazer necessidades básicas pessoais e

de segurança.

Os respondentes gostariam que houvesse mais promoções culturais,

incluindo teatro municipal com acesso popular, diminuição dos salários dos

vereadores e aplicação dos recursos públicos de outro modo, com

descentralização orçamentária. Apontaram que gostariam que houvesse

redução da força do sindicato dos rodoviários e que fossem usados materiais

recicláveis para construção de moradias, segundo eles muito mais baratos para

atender a mais habitações.

Como pontos negativos, apontaram tarifas altas de transporte, falta

de saneamento básico e consideraram a gestão pública do Rio de Janeiro como

caótica e virtual. Além disso, opinaram que a imagem do Rio de Janeiro é

negativa quanto à educação e à desigualdade social.

Os resultados, divididos por categoria, foram os seguintes:

o Em relação às questões específicas, as pesquisas mostraram que,

para o carioca, ter acesso à saúde, educação, transporte, lazer,

alimentação, segurança e satisfazer necessidades básicas pessoais

são pontos fundamentais para garantir a qualidade de vida. As

pesquisas também mostraram que o carioca tem, ao mesmo

tempo, orgulho e vergonha de sua cidade.

o A gestão pública foi considerada caótica, com pouco investimento

na periferia e as políticas culturais desiguais – há certa

“centralização da cultura”.

o Em relação à educação, a política de formação de professores é

considerada ruim, assim como as garantias de trabalho desses

profissionais.

Page 282: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

281

o Quanto ao desenvolvimento social, as pesquisas mostraram que a

desigualdade social é recorrente, verificada no constrangimento e

incapacidade em relação aos moradores de rua, difíceis condições

de vida para idosos (locomoção e comodidade) e dificuldade de

acesso à cultura; a vulgarização da infância, por produtos

culturais, também foi detectada como problemática.

o Em relação ao transporte, a rede foi considerada boa, mas o

trânsito, caótico.

o Quanto à urbanização, foram verificados problemas como

buracos em calçadas, barulhos de caminhões de lixo durante a

madrugada e falta de saneamento; há desejo por aumento de área

verde e praças.

Resultados Quantitativos

Quadro 7 – Caracterização do respondente

• Estudantes do CFCH

• Mulheres entre 16 e 20 anos

• Solteiras, sem filhos

• Fonte de renda: mesada

• Moram com os pais

• O chefe da família é o pai ou a mãe

• Integrantes da categoria social B1

Quanto à conceituação de qualidade de vida, a análise dos dados

mostrou que 81% dos informantes amam a cidade do Rio de Janeiro; 50%

acreditam ter uma boa qualidade de vida; 80% consideram a cidade “dividida”;

todos os respondentes consideram importantes os seguintes pontos: aspectos

Page 283: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

282

externos, aspectos psicológicos, condições de sobrevivência, relações sociais e

aspectos espirituais.

Para medir os aspectos da qualidade de vida do carioca, foram

apesentadas diversas duplas de fatores e pedido aos respondentes que

escolhessem qual deles afetaria mais positivamente sua qualidade de vida. Esta

técnica chama-se Técnica da Preferência Revelada. Isso foi realizado por cada

grupo de características da qualidade de vida.

Quanto aos aspectos externos, a preservação dos direitos e garantias

individuais foi a que recebeu a maior vantagem sobre outro aspecto. No

Quadro 8, vemos seus dois maiores percentuais nas votações contra outros

fatores. Os outros dois escolhidos foram a democracia e o controle da

violência.

Quadro 8 – Aspectos externos favoritos

Preservação dos Direitos e Garantias

Individuais 52% - 92%

Democracia 52% - 89%

Controle da Violência 62% - 90%

Na categoria seguinte, é evidente o quanto o carioca dá valor à

atividade intelectual. Os outros dois critérios – otimismo apesar dos problemas

da cidade e auto-estima elevada como cidadão – têm percentuais máximos

significativamente menores que o primeiro.

Quadro 9 – Aspectos psicológicos favoritos

Acesso à atividade intelectual 83% - 93%

Otimismo apesar dos problemas da

cidade 52% - 74%

Page 284: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

283

Quadro 9 – Aspectos psicológicos favoritos

Auto-estima elevada como cidadão 60% - 70%

Confirmando as evidências apresentadas no quadro anterior sobre

como os participantes dão valor à educação e ao conhecimento, o aspecto

ligado às relações sociais favorito com maiores percentuais foi o acesso à

educação. Em seguida, vemos a harmonia em casa e, abaixo dele, o acesso ao

saneamento básico. Ambos os fatores tiveram percentuais máximos muito

próximos.

Quadro 10 – Aspectos sociais favoritos

Acesso à educação 60% - 88%

Harmonia em casa 53% - 80%

Acesso à saneamento básico 53% - 77%

Nas duas categorias seguintes, só três quesitos foram listados, de

forma que três duplas foram formadas entre eles. A oferta de emprego venceu

os dois outros quesitos – locomoção com segurança e conforto e a existência de

um bom sistema público de saúde. A locomoção com segurança e conforto foi

a favorita da outra dupla, de forma que a existência de um sistema público de

saúde perdeu em todas. Este é um dado surpreendente, dada tanto a

importância da saúde quanto a precariedade do sistema público brasileiro.

Page 285: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

284

Quadro 11: Qualidade de Vida – Condições de Sobrevivência

A última categoria apresentada aos participantes foi os aspectos

espirituais. A cultura novamente aparece como prioridade, sendo eleita

preferida em relação à promoção da tolerância religiosa e à promoção de traços

culturais da sociedade. Esta última foi a preferida da outra dupla.

Quadro 12: Qualidade de Vida – Aspectos Espirituais

15.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pesquisas mostraram que o estudante universitário carioca se

preocupa mais com os aspectos que possam afetá-lo individualmente; uma

Page 286: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

285

justificativa para tal afirmação é o fato de o aspecto “Preservação dos direitos e

garantias individuais” ter sido escolhido todas as vezes, quando comparado a

qualquer outro aspecto.

Aspectos como segurança, oferta de emprego, acesso à cultura,

locomoção com conforto e segurança e, principalmente, educação foram

considerados os mais importantes para os estudantes.

15.5 REFERÊNCIAS

AAKER, D; KUMAR, V; DAY, G. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas,

2001.

FLECK, M. P. DE A. WHOQOL-100. Organização Mundial de Saúde -

Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida.

<http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol.html> Acesso em Setembro de 2008.

MATTAR, F. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1993, v. 1.

PILON, A. F. Construindo um mundo melhor: A abordagem ecossistêmica

da qualidade de vida. Daena: International Journal of Good Conscience.

Março a, Setembro de 2006

PILON, A. F. Educação Ambiental em Quatro Dimensões de Mundo, uma

Proposta Ecossistêmica (s.d.)

VILA, V. DA S. C.. O significado de qualidade de vida: perspectivas de

indivíduos revascularizados e de seus familiares. Enfermagem, Universidade

de São Paulo. Ribeirão Preto. 2006.

Page 287: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

286

CAPÍTULO 16

O câncer de mama no alvo da moda virou

moda?

Page 288: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

287

16. O CÂNCER DE MAMA NO ALVO DA MODA VIROU

MODA?89

Bárbara Barros Dumas90 et.al90.

Orientadora: Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes

Manter o corpo em boa saúde é o nosso dever, senão não seremos capazes de manter nossa mente forte e lúcida.

Buda91

89 Este trabalho foi apresentado na Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e

Cultural de 2011 e 2012. 90 Aluna do 5º período de psicologia

90 Amanda Schuab Salomão (estudante do 2º período de Comunicação Social), Ana Ariel R. Arras

Menezes (estudante do 1º período de Comunicação Social), Ana Beatriz de S. Siqueira (estudante do

1º período de Comunicação Social), Anna Carolina Caldas, Barbosa (estudante do 1º período de

Comunicação Social), Camila Mattos (estudante do 2º período de Comunicação Social), Délcia

Nascimento de Oliveira Delgado (estudante do 2º período de Comunicação Social), Eduardo

Loureiro (estudante do 2º período de Comunicação Social), Elisa Pontes (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Felipe Cocco Cordovil de Macedo (estudante do 2º período de Comunicação

Social), Gláucia Prates Santana (estudante do 2º período de Comunicação Social), Gyna Cassia D.

Costa (estudante do 2º período de Comunicação Social), Julia Vianna do Nascimento (estudante do 3º

período de Administração), Larissa de Moraes P. Agostini de Matos (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Maíta C. Almeida (estudante do 1º período de Comunicação Social), Marina de

Castro Frid (estudante do 2º período de Comunicação Social), Marina Maciel Schlaepper (estudante

do 3º período de Administração), Tatiana Martins Freire (estudante do 2º período de Comunicação

Social), Nathalia Tourinho Duarte (estudante do 1º período de Comunicação Social), Letícia dos S.

Gonçalo Olímpio (estudante do 3º período de Pedagogia), Maria Daiane de Paula Rodrigues

(estudante do 3º período de Comunicação Social), Patricia Nigri Adelson (estudante do 2º período de

Comunicação Social), Pedro Muxfeldt Oliveira (estudante do 2º período de Comunicação Social),

Raquel Franco (estudante do 2º período de Comunicação Social), Ricardo Ferreira Rodrigues

(estudante do 1º período de Comunicação Social), Rogério Jorge (estudante do 3º período de

Comunicação Social), Rossana Pina Ribeiro (estudante do 4º período de Comunicação Social),

Vinicius Almeida Vieira (estudante do 3º período de Comunicação Social), Yuri D. Esteves (estudante

do 2º período de Comunicação Social). 91 Fundador da doutrina budista, Siddhart Gautama, o Buda, nasceu no século VI a.C., em

Kapilavastu, norte da Índia, que hoje corresponde ao Nepal. Ele era um príncipe que, logo após seu

nascimento, foi levado pelos seus pais ao templo para ser apresentado aos sacerdotes. Lá surgiu um

senhor sábio que havia dedicado sua vida toda à meditação longe da cidade; ele tomou o menino em

suas mãos e profetizou "este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um mestre

espiritual que ajudará a humanidade a se libertar de seus sofrimentos".

Page 289: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

288

16.1 INTRODUÇÃO

O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente entre as

mulheres e também o que mais leva pessoas a morte. Levando em

consideração a gravidade do problema e a importância de se alertar à

população, há mais de 18 anos foi criada a campanha "O Câncer de Mama no

Alvo da Moda", visando a aumentar a conscientização sobre esse problema e

sobre a importância do autoexame, uma das principais armas para um

diagnóstico precoce, indispensável para o sucesso no tratamento.

Por meio desta pesquisa, trata-se de realizar uma avaliação indireta

da eficácia do projeto e busca-se conhecer sua influência junto ao universo de

mulheres do campus da Praia Vermelha da UFRJ.

Assim, como objetivos, procurou-se: analisar o grau de informação

sobre os riscos da doença e seus métodos preventivos; descobrir se a campanha

promoveu a conscientização sobre a importância do autoexame e as demais

formas de prevenção; e se, portanto, contribuiu para o aumento de mulheres

que praticam esses exames, avaliando também os motivos que as levam a não

fazê-los, e se houve mudança de comportamento em relação ao autoexame

entre 2004 e 2012.

Com essas questões, a equipe do Laboratório de Inteligência e

Pesquisa de Marketing Social (LIMK) elaborou uma pesquisa de opinião,

realizada com base na metodologia preconizada por Mattar (1999) e por

Aacker, Kumar e Day (2004), que vem sendo desenvolvida pela Equipe LIMK

como exercício de ensino - aprendizagem sobre como bem realizar uma

pesquisa desse tipo.

Page 290: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

289

16.2 METODOLOGIA

O processo começa com a detecção de um problema, no caso falta

de informação sobre a eficácia desta campanha junto ao universo pesquisado.

A seguir, foi elaborado um briefing para orientar a elaboração da proposta de

trabalho pelo instituto de pesquisa. Em seguida, examinados critérios de

escolha de um instituto de pesquisa pela Equipe em treinamento, a própria

Equipe LIMK elabora uma proposta de trabalho para coletar dados, analisá-los

e interpretá-los, para, posteriormente, elaborar um relatório. Após essa etapa,

o “cliente hipotético neste caso” avalia o relatório e aplica os resultados.

Foi realizada uma pesquisa exploratória quantitativa. O universo

pesquisado foi o de estudantes, professoras e funcionárias do Campus da Praia

Vermelha UFRJ, que compreendia um total de 3.823 mulheres em 2004 e

5.713 em 2012. A amostra em 2004 foi constituída por 300 entrevistadas e em

2012 por 250 entrevistadas. A amostra foi aleatória com pelo menos 90% de

confiança que haverá apenas 10% de margem de erro entre universo e amostra.

A técnica de coleta de dados usada foi um questionário auto

respondido, em 2004, com 36 perguntas, entre elas 3 abertas e 33 fechadas, e,

em 2012, com 66 perguntas entre elas 17 abertas e 49 fechadas. O

questionário foi organizado em seis partes: Perfil do respondente, Hábitos

alimentares, Histórico familiar, Cuidados pessoais, Grau de conhecimento

sobre a campanha e Impressões sobre a pesquisa.

O tratamento e análise de dados foram realizados por meio do

software Sphinx Léxica V 5.0 e a interpretação de dados foi realizada com base

em técnicas de estatística básica, associadas a cruzamento de dados e reflexão

sobre o tema.

Page 291: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

290

16.3 RESULTADOS

A seguir está apresentado, no quadro 1, o perfil das respondentes.

Observa-se que as funcionárias e professoras, possivelmente, são mais novas

pela renovação de quadros em função de concursos públicos. Nenhuma

estudante havia entrado na menopausa, como era de se esperar pela pouca

idade do grupo.

Quadro 1: Perfil da Respondente

2004 2012

Estudantes

Idade: < 25 anos Idade: 20 a 23 anos

Estado civil: - Estado civil: Solteira

Filhos: - Filhos: Não

Tamanho da família: - Tamanho da família: 4

Menopausa: 100% não Menopausa: 100% não

Funcionárias

Idade: 36 a 55 anos Idade: 35 a 50 anos

Estado civil: solteira Estado civil: solteira

Filhos: sim Filhos: sim

Tamanho da família: 3 Tamanho da família: 3

Menopausa: 54% não Menopausa: 75% não

Professoras

Idade: 46 a 55 anos Idade: 45 a 50 anos

Estado civil: solteira Estado civil: casada

Page 292: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

291

Quadro 1: Perfil da Respondente

2004 2012

Filhos: Sim Filhos: sim

Tamanho da família: 3 Tamanho da família: 3

Menopausa: 21% não Menopausa: 64% não

Analisando-se o quadro 2, constata-se que, tanto estudantes, quanto

funcionárias e professoras, declararam ter hábitos mais saudáveis alimentares

em 2011. A frequência modal de consumo declarado de cada tipo de alimento

era de três vezes por semana. Pode-se observar que esta frequência aumenta

em todas as categorias de mulheres em relação a cereais, grãos e carne para sete

vezes por semana em 2011. Apenas o consumo de frutas e verduras

permanece em três vezes por semana para as estudantes. O resultado parece

indicar uma alimentação mais variada e mais saudável em 2011.

Quadro 2: Hábitos Alimentares (valor modal)

2004 2011

Estudantes

Grãos: 50% três vezes Grãos: 46% sete vezes

Cereais: 50% três vezes Cereais: 63% sete vezes

Carne: 50% três vezes Carne: 47% sete vezes

Frutas: 50% três vezes Frutas: 26% três vezes

Verduras: 50% três vezes Verduras: 22% três vezes

Funcionárias

Grãos: 50% três vezes Grãos: 64% sete vezes

Cereais: 50% três vezes Cereais: 78% sete vezes

Page 293: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

292

Quadro 2: Hábitos Alimentares (valor modal)

2004 2011

Carne: 50% três vezes Carne: 78% sete vezes

Frutas: 50% três vezes Frutas: 39% sete vezes

Verduras: 50% três vezes Verduras: 48% sete vezes

Professoras

Grãos: 50% três vezes Grãos: 71% sete vezes

Cereais: 50% três vezes Cereais: 71% sete vezes

Carne: 50% três vezes Carne: 43% sete vezes

Frutas: 50% três vezes Frutas: 57% sete vezes

Verduras: 50% três vezes Verduras: 79% sete vezes

Quanto ao histórico familiar ou social sobre incidência de casos de

câncer de mama, a maioria relata possuir um caso de câncer de mama entre os

seus familiares e conhecidos, e não houve diferença significativa nos resultados

dos dois anos analisados, assim como no caso das funcionárias.

Porém, observa-se que no caso das professoras houve uma

diminuição considerável dos casos de câncer de mama no seu círculo social.

Enquanto em 2004, 86% delas relatavam um caso da doença dentro da família

e 93% relatavam fora dela, em 2012, 64% não relatavam nenhum familiar com

o câncer e somente 79% relatavam algum amigo ou conhecido com a doença.

É curioso como essa diferença foi drástica somente neste grupo, mas não nos

outros.

Page 294: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

293

Tabela 3: Histórico Familiar

2004 2011

Estudantes

Não há casos de câncer de mama na

família: 76%

Não há casos de câncer de mama na

família: 74%

Há casos de câncer de mama fora da

família: 63%

Há casos de câncer de mama fora da

família: 69%

Funcionárias

Não há casos de câncer de mama na

família: 85%

Não há casos de câncer de mama na

família: 84%

Há casos de câncer de mama fora da

família: -

Há casos de câncer de mama fora da

família: 53%

Professoras

Menopausa: 79% sim Não teve Menopausa: 64%

Há casos de câncer de mama na família:

86% sim

Não há casos de câncer de mama na

família: 64%

Há casos de câncer de mama fora da

família: -

Há casos de câncer de mama fora da

família: 79% sim

Quanto aos cuidados pessoais relacionados à prevenção desta doença

insidiosa, constata-se que, embora os cuidados pessoais das estudantes tenham

melhorado em alguns aspectos (em 2004, 54% não costumavam beber,

enquanto em 2011, 50% o faziam duas vezes na semana). Pela observação do

quadro 4, na maioria dos aspectos, constata-se uma diminuição da preocupação

com a saúde preventiva entre as estudantes, o que as põe em risco. Ao serem

perguntadas sobre os motivos de não fazerem o exame, a resposta mais

frequente foi o esquecimento, ainda que declarem considerar necessário.

Page 295: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

294

As funcionárias também têm atitudes menos saudáveis em 2011 em

comparação a 2004. Entretanto, o número de não-fumantes aumentou, o que

se mostra positivo.

No caso das professoras, a situação foi similar: embora a maioria não

faça mais exercícios físicos, houve diminuição do consumo declarado de álcool

e e uma porcentagem maior delas faz o autoexame, cada vez com mais

frequência e mais procurariam um médico ao perceber uma alteração

De todo modo, fica evidente a importância de uma campanha

educativa deste tipo pela falta de hábitos de cuidados pessoais preventivos em

uma camada social esclarecida.

Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos

2004 2011

Estudantes

Não fumante ativo ou passivo: >50% Não fumante ativo ou passivo: 81%

Frequência semana que faz uso do álcool:

>50% 2 vezes

Frequência semana que faz uso do álcool:

>54% nenhuma vez

Frequência semanal da prática de exercícios

físicos: >50% 2 vezes

Frequência semanal da prática de exercícios

físicos: 44% nenhuma vez

Não costuma fazer o autoexame: 65% Não costuma fazer o autoexame: 93%

Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 82% sim

Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 39%

com médico

O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas: 96%

nódulo palpável

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 60% medo

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 80% medo

Page 296: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

295

Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos

2004 2011

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 88% procuraria um médico

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 81% procuraria um médico

Funcionárias

Não fumante ativo ou passivo: - Não fumante ativo ou passivo: 72% sim

Frequência semanal que faz uso do álcool: - Frequência semanal que faz uso do álcool:

48% nenhuma vez

Frequência semanal da prática de exercícios

físicos: -

Frequência semanal da prática de exercícios

físicos: 64% nenhuma vez

Costuma fazer o autoexame: 54% sim Costuma fazer o autoexame: 33% sim

Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 72% sim

Funcionárias

Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 42%

com médico

O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas: 87%

nódulo palpável

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 61% medo

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 70% medo

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 92% procuraria um médico

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 89% procuraria um médico

Professoras

Não fumante ativo ou passivo: - Não fumante ativo ou passivo: 64%

Frequência semana que faz uso do álcool:

64% de 3 a 4 vezes

Frequência semana que faz uso do álcool:

36% 3 vezes

Frequência semana da prática de exercícios

físicos: 64% de 2 a 4 vezes

Frequência semana da prática de exercícios

físicos: 43% nenhuma vez

Costuma fazer o autoexame: 71% sim Costuma fazer o autoexame: 79% sim

Sabe como fazer autoexame: - Sabe como fazer autoexame: 93% sim

Page 297: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

296

Quadro 4: Cuidados Pessoais Preventivos

2004 2011

Como aprendeu a fazer o autoexame: - Como aprendeu a fazer o autoexame: 79%

com médico

O que seria uma alteração nas mamas: - O que seria uma alteração nas mamas:

100% nódulo palpável

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 50% medo

No caso de encontrar alguma alteração o

que sentiria: 57% medo

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 78% procuraria um médico

No caso de encontrar alguma alteração o

que faria: 93% procuraria um médico

Ao se pesquisar sobre o grau de conhecimento da campanha “O

câncer de mama no alvo da moda”, constata-se que o percentual de estudantes

que a conhece diminuiu de 99% para 78%. O mesmo ocorre com as

funcionárias

Ao contrário, 71% das professoras, em 2004, afirmaram ter ouvido

falar da campanha há mais de três anos e em 2011, o valor modal passa a ser 7

anos ou mais. Todos os segmentos declaram possuir algum objeto de moda do

alvo da campanha.

Quadro 5: Grau de Conhecimento da Campanha

2004 2011

Estudantes

Conhece a campanha "O câncer de mama

no alvo da moda": 99% sim

Conhece a campanha " O câncer de mama

no alvo da moda": 78% sim

Tempo de conhecimento da campanha:

72% há mais de três anos

Tempo de conhecimento da campanha:

23% de 3 a 4 anos

Possui algum produto da campanha: 51%

sim

Possui algum produto da campanha: 24%

sim

Page 298: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

297

Quadro 5: Grau de Conhecimento da Campanha

Funcionárias

Conhece a campanha "O câncer de mama

no alvo da moda": 61%

Conhece a campanha " O câncer de mama

no alvo da moda": 53% sim

Tempo de conhecimento da campanha:

61% há mais de três anos

Tempo de conhecimento da campanha:

16% 7 anos ou mais

Possui algum produto da campanha: 15%

sim

Possui algum produto da campanha: 13%

sim

Professoras

Conhece a campanha "O câncer de mama

no alvo da moda": 71%

Conhece a campanha "O câncer de mama

no alvo da moda": 79% sim

Tempo de conhecimento da campanha:

71% há mais de três anos

Tempo de conhecimento da campanha:

57% 7 anos ou mais

Possui algum produto da campanha: - Possui algum produto da campanha: 14%

sim

Quadro 6 – Impressões sobre a Pesquisa

2004 2011

Estudantes

Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:

64% bem

Funcionárias

Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:

66% bem

Professoras

Como se sentiu respondendo a pesquisa: - Como se sentiu respondendo a pesquisa:

64% bem

Page 299: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

298

16.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível observar que, ao diminuir a intensidade da campanha na

mídia, diminuiu a porcentagem de mulheres que fazem o autoexame e a

mamografia. Apesar de a campanha ter mais de 18 anos desde sua criação, o

tempo máximo de conhecimento das respondentes é de sete anos quando da

realização da pesquisa em 2011.

Os resultados reforçam a necessidade de intensificar essa campanha,

porque há um aparente aumento do conhecimento de número de casos pela

declaração das respondentes sobre casos conhecidos.

Ainda constatou-se que: melhorou o hábito alimentar de todos os

segmentos, mas as estudantes ainda se alimentam pior; diminuiu o número de

fumantes e de usuários de álcool; as respondentes se tornaram mais

sedentárias; as respondentes fazem menos autoexame; aprenderam a fazer o

autoexame com médicos; o medo é o sentimento predominante diante do risco

de câncer; procurariam um médico em caso de risco; fazem menos

mamografia, exceto as professoras; todas identificam risco em nódulos

palpáveis.

Dada a importância do tema, percebe-se que há espaço para que a

UFRJ faça uma campanha interna para ampliar o hábito de autoexame. Afinal,

quem ama cuida! Autoestima e estima recebida do empregador! Tudo de

bom para mudança de hábitos.

16.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora

Atlas, São Paulo: 2004.

Page 300: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

299

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=139>. Acesso em 2012.

ABEP. Pesquisa: Mercado, Opinião e Mídia . Disponível em

<http://www.abep.org/novo/Content.aspx?ContentID=154>. Acesso em 2012

IBCC – Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. O Cãncer de Mama no

Alvo da Moda. Disponível em: < www.ocancerdemamanoalvodamoda.com.br

>. Acesso em 2012.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.

OPAS; OMS. Organização Pan-Americana da Saúde; Organização Mundial

da Saúde. Brasil. Disponível em: <www.new.paho.org/bra>. Acesso em 2012.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <

www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2012

Page 301: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

300

CAPÍTULO 17

A SAARA foi afetada pela campanha para

criar empregabilidade para os deficientes?

Page 302: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

301

17. A SAARA FOI AFETADO PELA CAMPANHA PARA

CRIAR EMPREGABILIDADE PARA OS DEFICIENTES?

Bárbara Barros Dumas92 et. al.91

Prof.ª Dra. Fátima Sobral Fernandes

Quanto maior o obstáculo, maior a glória em supoerá-lo. Moliére92

17.1 INTRODUÇÃO

A propaganda sobre Síndrome de Down93

que foi ao ar no ano de

2004, serviu como objeto de pesquisa do Laboratório de Inteligência e Pesquisa

de Marketing Social (LIMK). A vinheta mostra uma garçonete portadora da

Síndrome atendendo clientes em um restaurante de comida rápida. A câmera

muda de ângulo e ouve-se o som de objetos caindo e clientes olhando para a

origem do som, sem que a câmera foque nela. Depois, aparece uma garçonete

sem a Síndrome, limpando o conteúdo da bandeja que havia derrubado,

enquanto a portadora da Síndrome de Down continua seu trabalho. Aparece o

letreiro “Você também cometeu um erro?”, referindo-se ao fato de que o

espectador possivelmente pensou que o acidente foi culpa da garçonete Down.

92 Estudante do 5º período de Psicologia.

91 Blandine Mol de Araújo (estudante do 2º período de Comunicação Social), Camila Pellegrini

(estudante do 2º período de Comunicação Social), Carlos Eduardo Cayres de Matos (estudante do 2º

período de Comunicação Social), Caroline Olivieri (estudante do 2º período de Comunicação Social),

Diogo Gardoni (estudante do 2º período de Comunicação Social), Jorge Jacob (estudante do 2º

período de Comunicação Social), Maria Rosimeire Marostica Chaves (estudante do 2º período de

Comunicação Social). 92 Pseudônimo de Jean-Baptiste Poquelin (1622 – 1673), ator e dramaturgo francês.

93 Produzido pela agência Giovanni FCB e criado por Cláudio Gatão e André Lima. A direção de

criação pertence a Adilson Xavier e Cristina Amorim. A produtora foi Zero Filmes e direção de Sérgio

Amon. Veiculação da propaganda entre as datas de 01/04 e 15/05.

Page 303: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

302

Com a pesquisa, teve-se como objetivo analisar a eficácia da

propaganda no que diz respeito à conscientização dos empregadores com

relação à capacidade dos portadores de Síndrome de Down no mercado de

trabalho. A equipe LIMK da época desejava saber os efeitos da campanha

publicitária sobre empregadores da SAARA (Sociedade de Amigos das

Adjacências da Rua da Alfândega): se passaram a ver os portadores com olhar

menos preconceituoso, se os contratariam como funcionários de seus

estabelecimentos e se têm confiança em sua capacidade.

17.2 METODOLOGIA

Os estudantes do LIMK são treinados a elaborar uma pesquisa de

marketing desde seu início, realizando todas suas etapas até a desejada

finalização. Todos devem desenvolver capacidade de cumprir qualquer dos

papéis do processo.

Para o caminho percorrido foi o mesmo retratado na figura abaixo.

Vale ressaltar que prévio à construção de instrumento e coleta de dados houve

ainda levantamento de bibliografia relacionada à questão abordada neste artigo.

Figura 1: Procedimento de Pesquisa de Marketing

Page 304: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

303

A pesquisa foi realizada em dois momentos. Primeiramente, com a

intenção de abranger os pequenos empregadores da SAARA no Centro do

município de Rio de Janeiro e ela foi dividida em duas etapas: qualitativa,

baseada em uma entrevista em profundidade, e, baseada na primeira, a segunda

fase quantitativa, consistindo em entrevista realizada com base um questionário

com perguntas abertas e fechadas. A aplicação do instrumento foi realizado por

3 grupos com 7 estudantes cada.

Etapa Qualitativa

O critério de escolha dos respondentes baseava-se em entrevistar um

a cada três estabelecimentos. Primeiramente foi realizado um pré-teste para ver

se as perguntas foram bem compreendidas pelos entrevistados.

Depois de confirmado o roteiro com sete perguntas (mais o

questionário sócio-econômico), as tarefas foram desenvolvidas de acordo com o

critério supracitado. A finalidade dessa etapa é permitir que a pessoa possa falar

livremente sobre o assunto e, consequentemente, possa ter insights criativos.

Foram entrevistados sete empregadores.

Etapa Quantitativa

Nesta etapa foram distribuídos 71 questionários, cuja amostra foi

obtida através de uma fórmula matemática. O questionário foi constituído de 37

perguntas, sendo 14 perguntas fechadas e 8 abertas e 15 sócio-demográficas. O

índice de confiabilidade dessa pesquisa é de 90%.

Em segundo momento o grupo amostral, composto por 40

entrevistados, passou a abranger o corpo docente da Escola de Comunicação da

Page 305: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

304

UFRJ. Para eles foi apresentado um questionário contendo 34 perguntas (30

estruturadas e 3 não estruturadas). As questões abrangiam pontos ligados

diretamente aos objetivos da pesquisa e possibilitavam a definição do perfil

psicodemográfico dos respondentes.

O tratamento de dados em ambos os casos foi realizado através do

programa Sphinx Léxica Plus V. 5.

17.3 RESULTADOS

Os resultados aqui expostos baseiam-se nas maiores frequências de

respostas encontradas. A moda foi o parâmetro que norteou as análises.

Quanto à entrevista em profundidade: dos sete entrevistados, apenas um já

havia empregado uma pessoa com deficiência. Os outros seis disseram que não

empregaram por falta de procura por parte dos deficientes, porque a empresa é

familiar e por isso só trabalham com pessoas da própria família ou porque a

empresa tem pouca rotatividade de funcionários.

Em relação aos empregadores do Centro do Rio de Janeiro apurou-

se que todos declararam ter assistido ao comercial sobre a menina portadora de

Síndrome de Down, mas apenas três entrevistados o descreveram. Os demais

só deram sua opinião sobre a situação; um deles disse não ter sentido emoção

por saber que “era tudo provocado”.

Os entrevistados expressaram opiniões variadas quanto à

ambientação; três gostaram do local escolhido, mas um deles achou que houve

pouca veiculação da propaganda; outro disse ter achado interessante que a

portadora da Síndrome estivesse trabalhando; outro empregador falou do

Page 306: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

305

“impacto das pessoas que acharam que foi a garçonete que havia derrubado a

bandeja” e um último que não soube explicar.

O sentimento depois de ter assistido à campanha também foi

diferente de empregador para empregador. Algumas das respostas informavam

que sentiram “como um alerta”, que “acharam bacana”, que “[a propaganda]

mostrou que podem fazer tudo que uma pessoa ‘normal’ faz”, que “um

deficiente trabalha melhor porque tenta se superar”, que “todos devem ter

oportunidade” e um declarou que achava que a atriz portadora de Down estava

sendo explorada porque um doente não deve ser usado em um comercial.

Porém, nenhum deles mudou de opinião depois de assistir o comercial: todos

já tinham consciência sobre o assunto.

Na entrevista feita através de questionário, descrita no Quadro 1,

descobre-se que a maioria não tem nenhum nível de convivência com

portadores da Síndrome de Down (79%). 93% nunca empregaram pessoas

portadoras de deficiência e a principal razão para isso é a mesma da entrevista

em profundidade: a não procura de emprego por essas pessoas, como se

responsabilizassem os sindromicos. Quase todos os entrevistados (97%) jamais

foram atendidos por um portador da Síndrome.

Aproximadamente metade dos empregadores (55%) assistiu

recentemente a algum comercial relacionado a esse assunto, sendo que 65%

desses assistiram à campanha da garçonete. A imagem mais marcante da

campanha para eles foi quando a bandeja caiu e todos pensaram que foi a

portadora de Down que tinha derrubado – incluindo eles.

Na opinião dos entrevistados, esse momento mostrou exatamente o

preconceito das pessoas, incluindo o deles próprios. Relacionado à

Page 307: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

306

ambientação do comercial, a maioria (39%) achou muito bom, seguida de perto

(34%) pelo índice de não-resposta.

Quando foram perguntados sobre se o comercial fez com que eles

mudassem de opinião em relação às condições igualitárias de um deficiente, o

percentual obtido foi parecido: 37% não responderam, 34% disseram sim e

30%, não. Dentre os que disseram ter mudado de opinião, a explicação para

isso foi que os empregadores perceberam que os portadores também têm

muita capacidade. 30% dos empregadores disseram concordar que os

portadores de Síndrome de Down são capazes de realizar qualquer trabalho e

23%, que eles possuem a mesma capacidade que os funcionários não

portadores. Porém, o índice de não-resposta nessas duas questões foi muito

alto: 32% na primeira e 34% na última.

Mais da metade dos respondentes (58%) concordaram que a

propaganda trouxe reflexão sobre o assunto, mas 41% acha que só ela não é

suficiente para mudar a opinião das pessoas sobre os portadores de Síndrome

de Down. A maioria dos entrevistados (49%) não responderam a essa

pergunta, mas dentre os que responderam a justificativa dada por acharem que

somente a propaganda não surtirá efeito é o grande preconceito da sociedade

(39%).

45% dos empregadores não costumam apoiar nem realizar

campanhas para ajudar insituições beneficentes devido à falta de oportunidade.

Dos 17% que disseram que ajuda, a maioria contribui para a campanha do

câncer.

Page 308: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

307

Quadro 1: Pesquisa Qualitativa com Empregadores

Você tem algum tipo de convivência com

portadores da Síndrome de Down? Não – 79%

Você já empregou alguém que seja

portador de deficiência? Não – 93%

Quais são os motivos que levaram você a

nunca ter empregado um?

A não- procura de de emprego por essas

pessoas – 44%

Você já foi atendido por um portador de

Síndrome de Down? Não – 97%

Você viu recentemente algum comercial

de TV relacionado a esse assunto? Sim – 55%

Você viu o comercial da garçonete

portadora da Síndrome de Down? Sim – 65%

O que você achou da ambientação do

comercial (iluminação, cor, personagem,

som...)?

Muito bom – 39%

O comercial fez você mudar de opinião

sobre as condições igualitarias de um

deficiente?

Não-resposta – 37%

Os portadores de Síndrome de Down

são capazes de realizar qualquer trabalho. Não-resposta – 32%

Eles possuem a mesma capacidade do

que os funcionários não-portadores de

defiência.

Não-resposta – 34%

O comercial, pelo menos, fez refletir

sobre o assunto. Concordo – 58%

Você acha que a propaganda veiculada

na TV é sufiente para mudar a opinião

das pessoas em relação aos portadores de

Síndrome de Down?

Não – 48%

Por que não é suficente para mudar a

opinião das pessoas? Não-resposta – 49%

Sua empresa costuma apoiar/realizar

alguma campanha ou ajudar alguma

instituição beneficente?

Não – 45%

Idade Não-resposta – 24%

Sexo Feminino – 46%

Page 309: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

308

Quadro 1: Pesquisa Qualitativa com Empregadores

Estado Civil Casado – 38%

Nível de Escolaridade 2º grau completo – 46%

Região onde mora Zona norte – 32%

Tipo de residência Casa – 46%

Como você chega ao trabalho? Ônibus – 37%

Renda do chefe da família, em salários

mínimos. Não-resposta – 32%

O que você faz nas horas de lazer? Assiste TV – 51%

Com que frequência você acessa a

Internet? Não-resposta – 28%

Algumas das dificuldades encontradas durante esta aplicação foram:

Erro por parte dos respondentes, que muitas vezes em suas

respostas fugiam do que foi perguntado.

Incompreensão das perguntas.

Mau-humor ou má vontade dos empregadores.

Falta de disponibilidade de tempo por parte dos entrevistados.

Alguns respondiam se preocupando com a aceitação social e

assim não refletiam exatamente o que pensavam.

Page 310: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

309

O pouco tempo para a realização das pesquisas, o que não

permitiu completar o número mínimo de entrevistas para haver

uma representatividade da amostra.

Já na segunda realização da pesquisa dos 69 professores da ECO

foram entrevistados 40. Deste grupo apenas 18 respondeu lembrar-se da

propaganda, consequentemente apenas este número de respondentes pode

completar o questionário, logo, para efeitos de análise, o total amostral (100%)

será considerado 18. O perfil do respondente abrange pessoas entre 40 e 45

anos (83%), do sexo masculino (72%), todos vínculo permanente com a UFRJ,

89% acessam a Internet todos os dias, 83% tem carga horária de 40 horas e

possui mais de 10 anos de magistério.

Sobre o tema pesquisado, segue-se no Quadro 2 o que foi levantado

de acordo com a resposta dada pelos entrevistados.

Quadro 2 – Pesquisa Qualitativa com Professores

Já teve contato com portador da

Síndrome de Down? Sim – 72%

Já discutiu em suas aulas questões

relacionadas aos portadores de

Síndrome de Down?

Sim – 50%

Pode vir a concordar com a reserva de

vagas nas universidades para os

portadores de deficiência.

Sim – 72%

Considera a propaganda positiva? Sim – 94%

Sentiu-se tocado pela propaganda? Sim – 89%

Acha que a propaganda trata de maneira

eficaz a questão do preconceito? Sim – 94%

Sabe dizer se o mercado de trabalho

para os portadores de Síndrome de

Down cresceu após o anúncio?

Não – 72%

Page 311: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

310

Sobre os aspectos técnicos do anúncio, os professores foram

unanimidade em afirmar que o roteiro foi criativo e bem desenvolvido. 72%

acharam que a atuação foi forte e impactante, 61% acharam a sonorização

adequada e 56% que o cenário condiz com a realidade brasileira. Além disso,

outros dados levantados foram: se a iluminação teve um papel importante, ao

que 44% declararam não ter notado, e se a veiculação teve a frequência

necessária, onde 38% responderam que sim.

Nesta ocasião de aplicação de questionário se puseram algumas

limitações, como:

A disponibilidade de apenas 1 computador da faculdade, o que

retardou o processo de confecção e análise do questionário.

A pequena representatividade da população pesquisada, visto que

o índice de não resposta foi alto. A proximidade das férias

somou-se aos aspectos que dificultaram a pesquisa, pois muitos

professores encerraram suas atividades antes e não foram

encontrados para responder ao instrumento.

17.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após análise dos dados, observou-se que quase nenhum dos

entrevistados já foi atendido por portadores da Síndrome de Down, nem tem

contato com algum deles.

A maioria também disse que nunca empregou um portador, com a

justificativa da não-procura dessas pessoas e de trabalharem em um ramo que

não permitiria isso, mas que o fariam se surgisse a oportunidade? Continua a

questão em aberto.

Page 312: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

311

O comercial da garçonete fez com que a maioria dos entrevistados

mudasse de opinião ou, ao menos, refletisse sobre o assunto. Porém, é um

consenso de que há necessidade de se intensificar a veiculação de campanhas

desse tipo para vencer o preconceito da sociedade, que ainda é grande.

Pode-se acrescentar, após aplicação dos questionários aos

professores, que o comercial deve ser veiculado por outras mídias, para

alcançar um maior público. Tem-se em vista o grupo objetivado por esta

pesquisa, que assiste poucas horas de televisão. O ideal seria a veiculação em

TV segmentada ou uma adaptação da campanha à mídia impressa.

17.5 REFERÊNCIAS

AEKAR, D. A.; KUMAR, V.; DAY, G. S. Pesquisa de Marketing. Editora

Atlas, São Paulo: 2004.

MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. Editora Atlas, São Paulo: 1999.

SPHINX. Manual do Sphinx Plus Lexica. Disponível em: <

www.sphinxbrasil.com >. Acesso em 2004.

Page 313: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

312

CAPÍTULO 18

Comunicação

Corporativa associada à Responsabilidade

Socioambiental: uma sistematização dos achados documentais

Page 314: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

313

18 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA ASSOCIADA À

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA

SISTEMATIZAÇÃO DOS ACHADOS DOCUMENTAIS93

Lívia Pereira de Frias94 et. al.93

Prof.ª DraFátima Sobral Fernandes

Tudo o que é necessário para que o mal triunfe é a omissão dos homens de boa índole.

Edmund Burke94

93 Artigo baseado em trabalho que concorreu ao Prêmio Ethos - Valor em sua 10ª edição em 2010 e foi

apresentado nas edições de 2008, 2009 e 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica,

Artística e Cultural (JICAC) da UFRJ. 94 Estudante do 4º período de Psicologia.

93 Amanda Ferreira Marcicano (estudante de Pedagogia), Ana Beatriz Carneiro Guerra Duro

(estudante do 9º período de Administração), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes (estudante do 2º

período de Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (estudante do 2º período de Comunicação), Bruna

Costa Ebara (estudante do 4º período de Comunicação), Bruno Luiz Silva Dantas (estudante do 1º

período de Comunicação), Carlos Alexandre de Carvalho Martins (estudante do 1º período de

Comunicação), Celso Garcia Teles Lehnemann (estudante do 2º período de Comunicação), Clara

Filippelli Fernandes Rescala (estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda de Morais Amorim

(estudante do 2º período de Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (estudante do 2º

período de Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (estudante do 7º período de Psicologia), Ingrid

Freire Machado (estudante do 1º período de Comunicação), Juliana Ferreira Pitanga (estudante do 2º

período de Comunicação.), Juliana Mattos dos Santos (estudante do 2º período de Comunicação),

Lenine Djú (estudante do 8º período de Comunicação), Lienne Aragão Lyra (estudante do 2º período

de Comunicação), Luciano de Almeida Silva (estudante do 4º período de Psicologia), Luísa Telles de

Araújo Silva (estudante do 2º período de Comunicação), Mairlon dos Santos Melo (estudante do 3º

período de Comunicação), Mariana Dias Bria (estudante do 1º período de Comunicação), Mariana

Rosa Pugginelli Brandão (estudante do 2º período de Comunicação), Nicolly Stheffani Vimercate

Ribeiro (estudante do 1º período de Comunicação), Paola Hoffmann Azevedo (estudante do 1º

período de Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro

de Souza Mesquita (estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira

(estudante do 3º período de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (estudante do 2º período de

Comunicação), Simone Pontes dos Santos (estudante do 8º período de Ciências Sociais), Stephanie

Silva de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação.), Taíza Pereira de Oliveira (estudante do

5º período de Serviço Social), Thaís Eletherio Cordeiro (estudante do 2º período de Comunicação),

Vinícius Albuquerque Machado (estudante do 2º período de Comunicação). 94

Filósofo e político anglo-irlandês. Nasceu em Dublin, 1729.

Page 315: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

314

18.1 INTRODUÇÃO

Em 2008, alguns estudantes do LIMK propuseram a realização de

uma pesquisa para averiguar se, de fato, empresas poderiam se autodeclarar

empresas cidadãs e em que circunstâncias.

O primeiro movimento foi o de buscar construir uma base

conceitual que fosse capaz de dar conta de fazê-los compreender do que se

tratava ‘ser empresa cidadã’.

As primeiras investigações os levaram a compreender que empresa

cidadã era aquela que buscava construir sustentavelmente suas ações, dando

respostas à sociedade sobre as questões sociais e ambientais que a ela

estivessem relacionadas direta ou indiretamente. Conceito ainda muito amplo e

de certo modo vago para orientar a condução de uma pesquisa colaborativa

realizada por estudantes de graduação em Comunicação Social,

predominantemente, e dos primeiros períodos.

Havia necessidade de delimitar o tema para que houvesse um foco

mais diretamente relacionado ao futuro exercício profissional de cada um.

Em função de o tema ser ainda embrionário em práticas nacionais e

por sua complexidade, por um lado, e, por outro, por verificar que naquela

época, no Brasil, o foco gerencial mais frequente sobre o tema era o de

responsabilidade social, usado como critério de diversos Prêmios de Qualidade,

e que depois foi ampliado para responsabilidade socioambiental, dentro de um

conceito de empresa sustentável que busca equilibrar as questões econômicas,

sociais e de ambiente, delimitou-se a pesquisa sobre comunicação corporativa

associada à responsabilidade socioambiental.

Page 316: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

315

Apresenta-se, a seguir, o que foi possível pesquisar entre 2008 e 2010

sobre o tema, em língua portuguesa e espanhola, compreendendo que é um

tema vivo que carece de permanente atualização.

Há algumas décadas, a Responsabilidade Socioambiental vem se

tornando conceito importante, norteador da introdução de inovações nas

práticas de gestão. As empresas, que antes se restringiam a atingir objetivos

econômicos, atualmente possuem desafios diferentes. Porém, ao se declararem

socialmente responsáveis por motivos diversos, elas precisaram firmar

compromisso não só com seus colaboradores e parceiros, mas com a sociedade

como um todo, assumindo o papel de empresa cidadã, o que vem ampliando

suas responsabilidades.

A adoção desse conceito está, em geral, associada à necessidade de

responder à mudança de comportamento dos consumidores, cada vez mais

conscientes, quer oferecendo bens e serviços produzidos de modo sustentável

e, desse modo, se apresentando ao mercado em nível adequado de competição,

quer exercendo o papel de empresa cidadã, cuidando das pessoas e dos demais

seres vivos, assim como do meio ambiente, conforme preconiza a Carta da

Terra (CCT, 1997), quer mitigando custos sociais gerados por ela. As

motivações são diversas, desde regras de competição do mercado, isenções

fiscais existentes até consciência efetivamente de que, se o planeta for destruído,

todos estarão mortos.

A empresa cidadã se considera responsável não apenas pela

prevenção de possíveis danos sociais que possam ser causados por suas práticas

comerciais, como também, pela construção de bem-estar social, cooperando e

suplementando as ações do Estado. A adoção de métodos de produção

Page 317: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

316

sustentáveis, o patrocínio de causas sociais e a conscientização de seus

consumidores são algumas formas de exercer esse papel.

Nesse contexto, percebe-se que, atualmente, muitas empresas alegam

que suas práticas são baseadas no conceito de Responsabilidade

Socioambiental. Entretanto, o que significa, para elas, ser socialmente

responsável? E em que teorias se apoiam para afirmar isso? Como se

apropriam dessas práticas para construir suas imagens institucionais? Como

isso é usado na comunicação corporativa? Que tipo de avaliação é realizado

para acompanhar a eficácia desses processos organizacionais? Essas são as

principais questões que norteiam a pesquisa que deu origem à elaboração desse

artigo.

Durante essa pesquisa, tem sido possível perceber que a

responsabilidade socioambiental é um conceito complexo que está associado a

diversos aspectos organizacionais como a imagem institucional e a comunicação

corporativa. Além disso, constata-se que existem várias formas de conceituar e

praticar a responsabilidade socioambiental.

A partir da análise dos achados bibliográficos (teorias esposadas pelas

empresas brasileiras e pelas uruguaias), procura-se construir um quadro

comparativo sobre como a responsabilidade socioambiental tem sido adotada

no Brasil e no Uruguai. Instigadas por estas questões, no final de 2007, foi

estabelecida uma parceria entre a professora orientadora deste projeto e uma

consultora uruguaia Maria Sotelo de Barboza95

para realizar uma pesquisa

visando a comparar o estado da arte e o estado da prática da comunicação

95 A profissional possui licenciatura em Relações Internacionais e é consultora em Responsabilidade

Social Empresarial.

Page 318: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

317

corporativa relacionada às atividades de responsabilidade socioambiental das

maiores e melhores empresas no Brasil e no Uruguai.

É muito importante para a sociedade que exista um levantamento

sobre o que está sendo pensado e praticado pelas empresas em relação à

responsabilidade socioambiental, bem como sobre seu uso como elemento de

construção de marca institucional, pois ele poderá assumir, posteriormente, a

função de divulgação dessas práticas, o que contribui para a educação de

consumidores e de empresas, como orienta a Carta da Terra (CCT, 1997).

Além disso, por meio dele, é possível constatar em que medida as

teorias disponíveis para orientar as práticas empresariais têm de fato encarado o

planeta como lar de todos, com mecanismos capazes de permitir às empresas

assumir responsabilidade universal de respeitar e cuidar da vida em toda a sua

diversidade com compaixão e colaborando para construir sociedades

efetivamente justas, participativas, pacíficas e sustentáveis. Tem-se observado

que muitas empresas passaram a exercer, diretamente, um papel na resolução

de questões socioambientais tradicionalmente consideradas de responsabilidade

do Estado.

O fenômeno da responsabilidade socioambiental inverte, até certo

ponto, o paradigma de que, mesmo nos sistemas neoliberais, o Estado deve ser

o responsável por questões sociais, como Inclusão Social, Educação, Saúde e

Saneamento Básico.

Observando essa tendência empresarial, decidiu-se investigar melhor

como está sendo praticada a responsabilidade socioambiental pelas empresas,

como elas se autorizam a se denominarem empresas cidadãs, em que teorias

estão se baseando para adotar essas práticas e como as têm utilizado como

argumento para construção ou fortalecimento de sua imagem institucional.

Page 319: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

318

Trata-se de tema contemporâneo que envolve atores sociais diversos

e cujo conhecimento produzido a respeito pode ser útil não apenas para o meio

acadêmico, mas, sobretudo, para a sociedade, que poderá compreender melhor

suas relações sociais e como elas têm sido representadas no processo de

comunicação entre empresas e cidadãos consumidores, assim como também

pode ser bastante útil para as empresas respondentes da pesquisa, que poderão

compreender melhor e de forma comparativa suas práticas.

Além disso, os resultados obtidos poderão servir de base para novos

estudos acadêmicos sobre esse campo do conhecimento, em especial, a

realização de comparações com as realidades de outros países latino-

americanos, o que propiciará que sua integração prevista na Constituição

Brasileira se dê em bases adequadas para todos.

Acrescenta-se como justificativa técnica a lacuna identificada na

literatura sobre o tema e como justificativa de caráter econômico a necessidade

de reconhecer os recursos envolvidos nestas práticas de responsabilidade

socioambiental.

Por esses motivos, essa pesquisa vem sendo realizada com recursos

próprios dos estudantes envolvidos e o apoio, em 2008, de uma bolsa de

iniciação cientifica da universidade e, em 2010, de uma bolsa de iniciação

cientifica de um agente de fomento científico e tecnológico.

Para orientar a primeira etapa dessa pesquisa, foram definidos os

seguintes objetivos específicos a serem atingidos a partir de reflexão sobre os

achados bibliográficos.

Page 320: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

319

Objetivos específicos sobre o estado da arte:

o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre

responsabilidade socioambiental?

o O que é responsabilidade socioambiental?

o Como deve ser praticada?

o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre

construção e gestão de imagem institucional?

o Como construir e gerenciar imagem institucional?

o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre

comunicação corporativa externa?

o Que teorias estão disponíveis para orientar as empresas sobre uso

de elementos da responsabilidade socioambiental na

comunicação corporativa externa?

o Que elementos devem ser usados nessa comunicação

corporativa?

o Que teorias estão disponíveis para uso das empresas sobre

avaliação destes processos organizacionais e de seus resultados?

Objetivos específicos sobre o estado da prática:

o Quais são as empresas que praticam responsabilidade

socioambiental entre as maiores e melhores no Brasil e no

Uruguai?

Page 321: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

320

o Em que setores econômicos essas empresas atuam?

o Existem áreas especificas que cuidem da responsabilidade

socioambiental nessas corporações?

o Que causas ou idéias sociais têm recebido investimento dessas

empresas?

o Como está a comunicação corporativa externa nessas empresas?

o Quanto há de uso das práticas de responsabilidade

socioambiental nessas ações de comunicação corporativa?

o Que tipo de divulgação está sendo realizada das atividades de

responsabilidade socioambiental dessas empresas?

o Que teorias têm inspirado suas práticas em cada um desses

campos?

o Há avaliação da imagem institucional e da comunicação

corporativa?

o Como elas avaliam a eficácia do uso da responsabilidade

socioambiental como elemento de construção da imagem

institucional no processo de comunicação corporativa externa?

Objetivo específico para comparar estado da arte e da prática:

o Quais as semelhanças e diferenças entre teoria e prática, em

geral, e por setor econômico?

A primeira etapa da pesquisa consistiu na seleção do material

documental para elaborar o quadro referencial teórico norteador da pesquisa

Page 322: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

321

de campo. Foram coletados 131 textos em português e em espanhol que foram

lidos, resumidos e sistematizados pelos estudantes envolvidos, que buscavam na

leitura as respostas às perguntas a serem respondidas pela pesquisa.

Num segundo momento, todas as possíveis respostas encontradas

foram separadas, sistematizadas, e, depois de revisadas, foram agrupadas por

assuntos semelhantes. Posteriormente, uma pesquisa de campo será realizada

por meio de entrevistas telefônicas e por meio de questionários

autorrespondidos publicados na internet, usando o software Sphinx Plus

Léxica.

Por ser tratar de uma pesquisa significativamente extensa, nesse

artigo, aborda-se apenas o resultado dos achados documentais relacionados aos

objetivos específicos relativos somente ao Estado da Arte. A partir desses

achados, o referencial teórico foi organizado do seguinte modo:

o Responsabilidade socioambiental: definições, percepções

circulantes e como deve ser praticada.

o Imagem institucional.

o Comunicação corporativa externa.

o Uso de elementos da responsabilidade socioambiental na

comunicação corporativa externa.

o Avaliação da eficácia dos processos organizacionais e de seus

resultados.

Page 323: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

322

18.2 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EMPRESARIAL

(RSE)

Abordam-se, a seguir, definições, teorias associadas e como deve ser

praticada a responsabilidade socioambiental por empresas lucrativas que

intencionem se autodenominar empresas cidadãs.

Definições

O termo responsabilidade socioambiental vem sendo muito

utilizado pelas empresas e organizações. A primeira publicação a abordar esse

tema foi o livro Responsibilities of the Businessman (BOWEN, 1953). A partir

de então, sua difusão ocorreu, primeiro, na Europa Ocidental e depois em

outros continentes. Na década de 60 nos Estados Unidos, o surgimento de

campanhas em prol de melhoria da qualidade de vida foi outro fator que

ajudou a disseminar essa idéia. (ARAUJO, 2007).

A Guerra do Vietnã, nessa época, também levou empresas

americanas a começarem a se preocupar em prestar informações ao público

sobre suas ações na área social. As organizações que, de alguma forma, foram

identificadas com o conflito passaram a ser boicotadas pelos consumidores.

Um dos fatores que despertaram mais revolta na população foi a produção e o

uso de armas químicas, que produziram o fim de muitas vidas e colocaram em

risco a sobrevivência do planeta, (ARAUJO, 2007) do mesmo modo que já

havia sido presenciado pela humanidade ao final da Segunda Guerra Mundial

em Hiroshima e Nagasaki.

Como resposta a essas pressões, e numa tentativa de melhorar sua

imagem corporativa, muitas organizações passaram a se preocupar em explicar

o objetivo de suas ações desde essa época. (ARAUJO, 2007).

Page 324: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

323

Nos anos 70, estudos acadêmicos sobre o tema foram produzidos e

surgiu, pela primeira vez, a obrigatoriedade de publicação do balanço social. A

Lei Francesa 77.769, de 12 de julho de 1977, ainda em vigor, passou a exigir

que as empresas instaladas na França fizessem balanços periódicos de seu

desempenho social. Em paralelo, as pressões sobre as empresas aumentavam

em todo o mundo. (ARAUJO, 2007).

Já nos anos 80, o foco passou a ser o comportamento das empresas

em relação aos seus funcionários. Os programas de reengenharia, que

incentivaram a redução indiscriminada de custos e a eliminação de postos de

trabalho, colocaram novamente as empresas no centro das atenções da

sociedade. Entretanto, já nessa época surgiam algumas vozes dissonantes. Jerry

Welsh, empreendedor da campanha de levantamento de fundos para reformar

a Estátua da Liberdade, realizada pela American Express, em 1983, já

antecipava que “no final do século, as empresas serão reconhecidas tanto pelas

causas que elas promoverão quanto pelos produtos que venderão”. (ARAUJO,

2007).

O aumento das pressões dos empregados, por meio de seus

sindicatos, especialmente nos anos 80, diante de recrudescimento da

globalização e de seus efeitos perversos, forçou muitas empresas a reverem suas

práticas. Naquela época também começaram a se fortalecer os movimentos em

defesa do meio ambiente. (ARAUJO, 2007).

A primeira Conferência Internacional do Meio Ambiente ocorreu

em 1992 no Rio de Janeiro, como conseqüência de um processo que vinha

sendo gestado em muitos países. Organizações que não adotavam uma política

ambientalmente responsável passaram a ser discriminadas pelos consumidores.

Page 325: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

324

Restrições às empresas em decorrência de degradação do meio ambiente

começaram a ser impostas nos países industrializados pioneiramente.

Com a intensificação da globalização da economia e a necessidade de

aumentar o fluxo comercial internacional, porém, as barreiras alfandegárias do

passado foram sendo substituídas por barreiras técnicas e ambientais. Surgem,

no final da década de 80, as Normas ISO relacionadas à gestão de qualidade,

incorporando, em seus critérios de gestão, o conceito de responsabilidade

socioambiental. (FERNANDES, 1999).

Atualmente, a empresa que deseja competir no mercado mundial

tem de estar atenta às normas ambientais e precisam comprovar por meio de

certificados que possuem um comportamento socialmente responsável. As

empresas que, por exemplo, têm se valido de mão-de-obra infantil ou escrava

em seus processos produtivos ou que têm direcionado sua produção para países

mais pobres, onde exploram a força de trabalho local em troca de salários

insuficientes, estão sendo alvo de boicotes promovidos ou incentivados por

grupos ativistas e também por legislações nacionais. (ARAUJO, 2007).

No Brasil, diversos fatores no início dos anos 90 implicaram uma

disseminação do conceito e de algumas práticas de responsabilidade

socioambiental corporativa. Entre as mudanças políticoeconômicas que

contribuíram para isso foram a abertura da economia, a privatização das

estatais, a crise política com o impeachment do presidente Fernando Collor de

Mello; o crescimento da informalidade e do desemprego e a dificuldade do

Estado em atender as crescentes demandas na área social. (ARAUJO, 2007).

É neste cenário de agravamento das condições econômicas e sociais

que a sociedade civil brasileira começa a se mobilizar e surgem movimentos

como o da Ética na Política e a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida,

Page 326: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

325

e as empresas começam a ter uma atuação mais significativa na área social.

(ARAUJO, 2007).

Observando-se esses diversos discursos, percebe-se que a

responsabilidade socioambiental é tida como característica e justificativa

principal que determina o engajamento das empresas em certas causas e

projetos sociais. Entretanto, o que de fato pode ser entendido por

responsabilidade socioambiental? E como de fato ela tem sido praticada?

As motivações principais, que aparecem nos achados documentais,

relacionam a responsabilidade socioambiental à diferenciação competitiva das

empresas no mercado; ao exercício de um papel de empresa cidadã, à

construção dessa cidadania e ao “objetivo social” da empresa.

De acordo com a pesquisa bibliográfica realizada, existem alguns

aspectos principais que giram entorno do tema responsabilidade

socioambiental. Ao se tratar disso, tanto os autores de língua portuguesa

quanto os de língua espanhola trouxeram a tona conceitos como ética, moral,

cidadania, compromisso e estratégia.

Porém, uma das definições mais completas entre as que foram

encontradas foi a do Instituto Ethos, utilizada por diversos autores (RIBEIRO,

1993, p.47; ALESSIO, 2003, p.6; SOARES, 2004, p.8; CORDEIRO, 2005,

p.36; SILVA, K.R., 2005, p.14; GRACIOLLI, 2006, p.4; LEAL, 2006, p.9;

MÜLLER, 2006, p.7; PEREIRA, 2006, p.2; REIS, 2006, p.2;

BERTONCELLO e CHANG JR., 2007, p.2; e SILVA, J.M., 2007, p.2;) e que

a conceituou como:

Forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa

com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo

estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o

Page 327: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

326

desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos

ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e

promovendo a redução das desigualdades sociais. Uma forma de conduzir

os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e

corresponsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente

responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das

diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço,

fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e

conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando

atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários.

Vários outros autores também definiram a responsabilidade

socioambiental a partir do conceito de valor ético e moral que seria utilizado

pela empresa em busca de um desenvolvimento social, além de econômico.

São eles: Pinto e Lara (2004, p.2 ), Bertoncello e Chang Júnior (2007, p.3);

Alessio (2003, p.4); Simionatto e Pfeifer (2005, p. 8); Leal (2006, p.9).

A partir dessa ideia de responsabilidade socioambiental ligada ao

comportamento ético, surge um embate de opiniões, que aparece tanto nos

textos em língua portuguesa quanto nos em língua espanhola.

Por um lado, alguns autores (FREY e FREY, 2006, p.4; PEREIRA,

2006, p.3; BERTONCELLO e CHANG JÚNIOR, 2007, p.2; BOEIRA, 2005,

p.13; ALESSIO, 2003, p.8; MENDONÇA e GONÇALVES, 2002, p.1 e

FORMENTINI, 2003, p.3) afirmam que a prática de ações sociais é um dever

legal e obrigatório e, portanto, cívico das empresas.

Por outro lado, alega-se (OLIVEIRA e IKEDA, s.d, p.3; TOMEI,

1984, p.1; COUTINHO e MACEDO-SOARES, 2002, p.4; FORMENTINI,

2003, p.3 e PINTO e LARA, 2004, p.2; CABRAL, 2006, p.63) que as

empresas, ao tomarem decisões socialmente responsáveis, estão cumprindo

mais do que seu dever de instituições. Segundo Cabral (2006, p.63), a

responsabilidade socioambiental é um compromisso que vai além das

obrigações legais das empresas como o seguimento das leis trabalhistas.

Page 328: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

327

Seguindo a linha de pensamento desses últimos autores e de

McWilliams y Siegel, (2001, p. 3), considera-se que: “[…] La RSE se podría

definir como el conjunto de acciones que promueven algún bien social más allá

de los intereses de las empresas y de las exigencias de la ley.” Esses autores

apontam a responsabilidade socioambiental como “papel extra” exercido pelas

empresas e destacam a importancia do desempenho desse papel para o

desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida da sociedade.

De acordo com Oliveira, Araújo e Silva (2004, p. 35), que citam

uma definição de Melo Neto e Froes (2001), se trata de “[...] dever cívico, que

busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania

individual e coletiva. [...] é inerente ao indivíduo e às organizações”. Assim

como esses autores, Berger (2005, p.9), autor guatemalteco, também posiciona

a responsabilidade socioambiental relacionada a obrigações legais e éticas e que

pressupõe responsabilidades sociais, ambientais e econômicas, sendo que, para

o sucesso da empresa, nehuma delas pode ser sobreposta à outra.

Os autores Frey e Frey (2006, p.4); Souza (s.d.); Bertoncello e Chang

Júnior (2007, p.4); Boeira (2005, p.13); Alessio (2003, p.4); Lara (2004, p.2 e

3); Leal citando Reis (2003), (2006, p.9) e Lourenço e outros, citando Daft

(1999; 2002, p.1) percebem a responsabilidade socioambiental não como

obrigação ou além das atividades da empresa, mas como compromisso com a

sociedade. A instituição se inclui no âmbito social como uma cidadã. Da

mesma forma que ela deve agir de forma ética perante à sociedade, ao meio

ambiente e ao mercado em si, também devem seus colaboradores.

Os autores Masalias (2004, p.20); Garavito (2007, p.5) e Ferre e

outros (2007, p. 3) enfatizam que, além desse compromisso ético e moral, a

preocupação da empresa com panoramas sociais se dá como uma forma de

Page 329: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

328

prestações de contas à sociedade pelos problemas sociais que o sistema

econômico em si promove e pelo zelo ao ambiente do qual usufrui.

Entretanto, além da visão da responsabilidade socioambiental como

prática moral e ética, os autores Formentini (2003, p.2) de língua portuguesa e

Abreu e Badii (2007, p.13) de língua espanhola, colocam-na como uma atitude

estratégica para construir a imagem institucional da empresa. Eles apontam que

a qualidade e o preço do produto não são mais referenciais que determinam o

sucesso da empresa. Assim, de acordo com o novo sistema de mercado, as

atividades socioambientais oferecem um diferencial a essas empresas que

agregam um valor social ao seu produto muito importante para a nova realidade

econômica e social.

Portanto, a partir das definições apresentadas, é possível perceber

que a responsabilidade socioambiental possui diversos ângulos de análise, sejam

eles sociais ou econômicos. Cada vez mais, as empresas vêm tratando as

práticas sociais como fator de grande importância para as suas estruturas

organizacionais. Esse fato é um grande passo para a evolução do processo de

desenvolvimento sustentável que adquiriu uma relevância enorme a partir da

conscientização sobre as condições ambientais e sociais. A responsabilidade

socioambiental se tornou um meio das empresas se incluirem nesse processo.

Percepções circulantes sobre responsabilidade socioambiental

Quando se trata de identificar como a responsabilidade

socioambiental é percebida, foram encontrados dois blocos de

posicionamentos na pesquisa. Alguns autores afirmam que as empresas

realmente se preocupam com o bem estar da sociedade e do meio ambiente e,

por isso, praticam a responsabilidade socioambiental, enquanto outros afirmam

que ela é apenas um instrumento para a obtenção de lucros.

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329

Oliveira (2005, p.3) afirma que a responsabilidade socioambiental

engloba “uma gestão empresarial mais transparente e ética e a inserção de

preocupações sociais e ambientais nas decisões e resultados das empresas.”. Os

autores Coutinho e Macedo-Soares (2002, p.2) também a inserem nesse

enfoque ético e de preocupação com o bem estar social.

Formentini (2003, p.2) e Góis (s.d.) declaram que as empresas

excedem suas obrigações agindo de acordo com a responsabilidade

socioambiental. Formentini acrescenta que, a partir dessas ações, elas podem

obter o reconhecimento social e passarem a ser mais valorizadas, mas fazem

além do que devem. Alday (2001, p.2) adverte que, quando as empresas

declaram ser responsáveis socioambientalmente, suas práticas devem

corresponder ao seu discurso (sua imagem), pois ela passa a ser mais cobrada.

Caso contrário, “sua imagem sofre reflexos negativos, tanto interna quanto

externamente”.

O autor de língua espanhola, Ribera (2003, p.2), vê a

responsabilidade socioambiental de uma forma um pouco diferente. Para ele,

“RSC ha surgido como una oferta constructiva en la negociación y planificación

de soluciones para diversos problemas sociales.” Então, a responsabilidade

socioambiental é um fator que ajuda a resolver problemas sociais, uma vez que

alguns problemas não são passíveis de resolução isoladamente no mercado,

como, por exemplo, a melhoria das condições de trabalho. Os autores em

língua portuguesa Liberman e Carrion (2006, p.5), corroboram essa idéia de

Ribera, pois, segundo eles, a responsabilidade socioambiental é um meio de

apoio à sociedade e ao governo para resolver os problemas sociais.

Em contrapartida, os autores em língua portuguesa Magalhães (1984,

p.3); Tomei (1984, p.1); Soares (2004, p.7 e 8); Cabral (2006); Bertoncello e

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330

Chang Júnior (2007, p.4) e Formigoni (2008, p.1) não concordam com a idéia

de responsabilidade socioambiental estar ligada a atitudes éticas. Soares (2004,

p.8), por meio da idéia de Enriquez (1997), afirma que as empresas não têm

uma preocupação ética com a sociedade, mas agem como tal para atender às

demandas do mercado. Magalhães afirma que a responsabilidade

socioambiental é apenas um instrumento mercadológico e que ela deveria ser

praticada não somente pelo governo e pelas empresas, mas por todos os

indivíduos.

Assim como Soares e Magalhães, os demais autores citados também

a percebem como um instrumento do mercado. Formigoni (2008) ressalta a

questão da responsabilidade socioambiental relacionada à valorização da

imagem institucional da empresa, como fator de aumento da rentabilidade e da

aceitação dela pela sociedade. Entretanto, Tomei (1984), por meio da releitura

de Friedman (s. d.), declara que a única responsabilidade da empresa é “utilizar

suas atividades com o objetivo de aumentar seus lucros. A RSE é um custo

adicional que atinge os lucros e reduz a eficácia da empresa.”

De acordo com essas idéias, pode-se reconhecer a divisão que existe

na forma de perceber as ações de responsabilidade socioambiental. Muitos

autores afirmam que ela é uma atitude ética e que traz diversos benefícios para

a sociedade e a organização em si. Porém, outros autores não acreditam nessa

ética que é proclamada pelas empresas, pois para eles isso é apenas uma

maneira de fortalecer seu lado econômico. Apesar disso, esses autores não

desmerecem os benefícios trazidos pela prática de ações socialmente

responsáveis.

Page 332: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

331

Como deve ser praticada

Vários autores já tentaram determinar como a responsabilidade

socioambiental deve ser praticada e, na pesquisa documental realizada, essas

práticas foram encontradas relacionadas a diversos aspectos. Formentini (2003,

p.4) a relaciona com a ética. Segundo ele:

[...] no conceito de responsabilidade social está implícito o cumprimento

da legislação, ou seja, muitas empresas iniciam seus trabalhos voltadas a

esse compromisso, porém avançam no sentido de fazer não somente o que

a legislação manda, passando a gerenciar seus negócios calcadas na ética,

nos princípios e valores, dando uma nova dimensão a seus negócios.

Frey e Frey (2006, p. 4) e Alves, (2001, p.4) fazem a relação dessas

práticas objetivando o desenvolvimento sustentável. As práticas devem ser

exercidas sem comprometer "a capacidade de as futuras gerações poderem

satisfazer suas próprias necessidades”. Além disso, Alves (2001) afirma que,

além de as empresas terem o dever de cumprir fielmente as regras propostas a

elas e realizar o papel de “cidadania empresarial”, elas devem “contribuir para o

desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia em longo prazo.”

Os autores Pereira (2006, p.1), Bittencourt e Carrieri (2005, p.12);

Frey e Frey (2006, p.5) e Simionatto e Pfeifer (2005, p.8 e 9) enfatizam a idéia

de que as ações devem ser voltadas para projetos comunitários e para resolver

problemas sociais e ambientais. Graças a esse posicionamento, as empresas

têm um papel importante na transformação da sociedade.

Quanto à ação responsável em relação à participação dos

stakeholders, o autor Soares (2004, p.8), baseado na proposta do Instituto

Ethos (2002), afirma que todas as opiniões devem ser ouvidas (“acionistas,

funcionários, prestadores de serviços, fornecedores, consumidores,

Page 333: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

332

comunidade, governo e meio ambiente”) e incluídas no planejamento das

atividades das empresas. Assim como Soares, o autor em língua espanhola

Agüero (2002, p.4), também ressalta que as ações de responsabilidade

socioambiental devem ser praticadas a partir do conhecimento das necessidades

de todos os envolvidos.

De acordo com os autores Coutinho e Macedo-Soares (2002) e

Oliveira e Ikeda (s.d.), a palavra-chave para a prática da responsabilidade social

é “compromisso”. As empresas devem se comprometer a seguir valores éticos,

a promover boas condições de trabalho, assim como se comprometer a

contribuir para o desenvolvimento social, econômico e o equilíbrio ambiental.

O texto de Frey e Frey (2006, p.5) propõe um modelo de prática de

responsabilidade social, intitulado Modelo de Carroll:

Esse modelo inclui um conjunto de responsabilidades dos negócios que

engloba as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas,

estruturadas em forma de pirâmide. A integração das quatro dimensões

define responsabilidade social como responsabilidade econômica, legal,

ética e filantrópica surgidas das expectativas da sociedade, não restringindo

a responsabilidade social às ações sociais de caráter obrigatório e social,

bem como, exclusivamente, às ações de caráter voluntário.

É mencionada ainda a utilização de códigos de conduta socialmente

responsáveis: “Algumas iniciativas pioneiras apontam para a adoção crescente

de tais códigos: as Diretrizes da OCDE para as Empresas Multinacionais, o

Global Compact das Nações Unidas e os diversos códigos adotados pela

Câmara de Comércio Internacional.” (ALVES, 2001, p.4).

Apesar de cada autor ter enfatizado os aspectos que considera mais

importantes, a prática da responsabilidade socioambiental pode ser muito

melhor implementada se houver a incorporação da maioria desses fatores

citados na cultura organizacional. Essa, porém, é uma tarefa difícil, pois, como

Page 334: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

333

já foi dito, a responsabilidade socioambiental não é restrita ao governo e às

empresas. Ela deve ser uma obrigação de todos os sujeitos e mudança de

hábitos históricos não é algo simples nem para sujeitos determinados, quanto

mais para grupos sociais com interesses diversos. Adiante, são apresentadas

várias normas de adoção voluntária que servem para apoiar estes processos de

mudança organizacional, que, por uma questão de conveniência de organização

deste artigo, optou-se por apresentar posteriormente.

18.3 IMAGEM INSTITUCIONAL

A imagem institucional é definida por Barich e Srinivasan (1993),

como:

[...] a forma com que os indivíduos enxergam a empresa como um todo,

incluindo o relacionamento que ela estabelece com a sociedade, sua

interação com o meio ambiente, seu envolvimento com questões sociais e

os benefícios oferecidos por ela à comunidade, a seus funcionários e aos

demais públicos envolvidos.

Assim, pode-se entender a imagem institucional como o reflexo da

identidade da empresa.

Dentro do tema central da pesquisa, responsabilidade socioambiental

como elemento de construção de imagem institucional, tornou-se relevante um

estudo aprofundado sobre sua construção e sua gestão pelas empresas. Isso se

deve ao fato de que, segundo texto de Formigoni (2008, p.8), “a partir de 1999,

a questão do consumo consciente, através [sic] da escolha de empresas

‘socialmente responsáveis’, no Brasil toma lugar de destaque em toda a

imprensa e, assim, como nos estudos científicos”. Logo, a construção de uma

imagem institucional favorável passa a ser um fator crucial para diferenciar a

empresa no competitivo mercado.

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334

Além disso, é importante lembrar que sua construção e gestão se dão

por meio de um longo processo que inclui diversas práticas. “A imagem da

empresa forma-se a partir da experiência que o público vivencia com ela, dos

conhecimentos que adquire sobre seu funcionamento, sua história, seu

desempenho e suas metas.” (FORMENTINI, 2003, p.7). Para Formentini

(2003), as ações de responsabilidade socioambiental exercidas por uma

empresa devem visar a sua imagem institucional para que essas possam angariar

a simpatia do público.

Entretanto, Freitas e Gomes (2008) possuem visões diferentes e

ressaltam a importância da imagem institucional porque acreditam que a

empresa deve ser clara com seu público em relação à origem de sua

preocupação social.

Essa imagem também é construída a partir de um “gerenciamento de

impressões”, de acordo com Mendonça e Andrade (2002), realizado pelas

empresas que objetivam um controle sobre a forma como elas são vistas,

desenvolvendo assim a imagem desejada. É importante lembrar que as grandes

empresas não vendem apenas seus produtos, mas “sua própria legitimidade

institucional, [...] a fim de reforçar sua marca.” (PERUZZO, 2001).

Os autores Torquato (1985); Mello (1999); Peruzzo (2001); Silva, K.

(2005); Trevisan (2006); Pereira (2006); Soares (2006); Mota (2006); Sândi

(2007); Bertoncello e Chang Jr. (2007); Colnago (2007); Silva e Duarte (2007);

Baldissera (2008); Freitas e Gomes. (2008) percebem a comunicação como um

aspecto muito importante para uma boa construção e gestão das imagens

institucionais das empresas, uma vez que elas dependem diretamente da

opinião pública.

Page 336: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

335

Mota (2006, p.11) cita Kotler (1999) a respeito disso. Para ele, a

“instituição deve perceber que a comunidade é a razão de sua existência e o

repasse de informações corretas, por meio de ferramentas estratégicas de

comunicação, torna-se, pois, a sua principal missão”. Assim, ela deve

comunicar, de maneira clara e objetiva, seus valores e sua identidade, para o seu

ambiente interno e externo, de forma que não haja ruídos na mensagem.

Também deve fazer com que o público esteja sempre ciente de seus projetos e

ações, pois, por meio dessa prática, conquista credibilidade e legitimidade que

são fatores muito importantes em relação à imagem institucional.

Além disso, segundo o texto de Colnago (2007, p.2), que relata uma

idéia de Martins (2001), a empresa não possui apenas uma imagem. Isso

depende da quantidade e da diversidade de públicos que possui e dos objetivos

que ela pretende atingir. Logo, é possível que uma empresa seja vista de

diversas formas.

Mas como a opinião pública decide quais ações das várias empresas

são melhores para a sociedade, e consolida assim uma determinada imagem?

Segundo Angelo (2007, p.5), “em geral, as pessoas determinam o que é melhor

descobrindo a opinião dos outros. E as duas maiores fontes de informações

são a mídia e o boca a boca.”

Além de Angelo (2007), os autores em língua portuguesa Vieira e

Silveira, (2004); Michel (2006), Trevisan (2006) e Bertoncello e Chang Jr.

(2007) também afirmam que a mídia exerce um papel muito importante na

construção da imagem institucional. Para Bertoncello e Chang Jr. (2007, p.6),

que se apoiam em uma idéia de Kotler (1999), uma vez que a imagem se refere

à forma como o público vê a empresa, ela deve ser divulgada em todas as

mídias disponíveis. Já para Vieira e Silveira (2004), é através da mídia

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336

espontânea que o público cria laços de identificação com a empresa a partir do

papel de cidadão de ambos, exposto pela empresa por meio das ações sociais.

Michel (2006, p.4) e Trevisan (2006, p.10) focam a legitimidade

como o fator principal possível de ser produzido pela mídia. Michel (2006)

afirma que na mídia as empresas encontram um espaço público para tentar

estabelecer seu posicionamento. Trevisan (2006) acrescenta que, a partir da

divulgação na mídia, as empresas passam a ser “monitoradas”, como um

processo de auditoria.

Para o autor em língua espanhola Agüero (2002, p.31), a

comunicação realizada entre o público e as empresas não deve ser feita com o

objetivo de construir uma opinião pública, mas como um dever de

transparência assim como é proposto por Trevisan (2006). Porém, Agüero

(2002) propõe essa transparência de maneira mais formal. Isso significa que,

para ele, o melhor caminho para equilibrar as áreas sociais e econômicas da

empresa deve ser um relatório (“Guía de Elaboración de Relatório [Memoria]

y Balance Anual de RSE”) que contenha todas suas atividades. Logo, a

empresa estaria comprovando seu papel de “instituição ética”.

Mota (2006, p.2), quando cita Hartley (2001), também ressalta esse

aspecto de transparência que deve haver entre a empresa e seu público como

um passo a ser seguido na busca de uma boa imagem.

Porém, levando em consideração o texto de Colnago (2007, p.5), ao

citar a tese de Neves (2000), argumenta-se que “o objetivo ideal dos estrategistas

de comunicação é a construção de uma ‘imagem competitiva’ [...] e a imagem

só é, vamos dizer, competitiva se ela der resultados concretos para a empresa”,

é possível afirmar que a comunicação, além de dar visibilidade e gerar

credibilidade, agrega outro tipo de valor. Ele pode ser caracterizado como um

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337

“valor social” que possivelmente influenciará os aspectos econômicos da

empresa, como a lealdade dos clientes e o aumento de facilidade de obtenção

de novos clientes.

A autora uruguaia Cruz (2007) tem uma visão um pouco diferente

em relação a esse valor agregado. Para ela, não é a divulgação das práticas da

empresa que fortalece seu fortalecimento, mas as práticas em si. Aderem a essa

visão, os autores em língua espanhola Ferre et al (2007, p.3 e 4) que afirmam,

com base em pesquisa de campo, que a opinião pública tem um grande peso

no processo decisório dos caminhos a serem tomados pelas empresas no que

diz respeito as práticas socialmente responsáveis.

Outros autores em língua portuguesa como Alves (2001); Vieira e

Silveira (2004); Müller (2006); Graciolli (2006); Oliveira; Araújo e Silva (2006);

Cabral (2006); Oliveira e Paula [2006]; Vieira [2007] e Formigoni [2008]), assim

como Cruz (2007), declaram que as ações sociais são importantes fatores, tanto

para a construção da imagem das empresas, quanto para agregar valor a elas.

Sendo assim, elas buscam atuar em causas e projetos que lhes dêem bastante

visibilidade e, geralmente, na área na qual trabalham.

De acordo com a análise de Peixoto (2005), realizada por Formigoni

(2008, p.10), a responsabilidade socioambiental praticada pelas empresas é

levada em consideração por parte dos consumidores nos momentos de

compra. Dessa forma, são atingidos os objetivos econômicos e sociais da

empresa.

Formigoni (2008) afirma que “alguns consumidores estão dispostos a

pagar um pouco mais por um mesmo refrigerante a fim de contribuir para um

programa social.” Na mesma linha de pensamento de Formigoni, está o autor

em língua espanhola Vargas (2003, p.30) que afirma que a lealdade do cliente

Page 339: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

338

está ligada a diversos fatores como a reputação da empresa, o serviço que ela

oferece, seus valores, ideais e tradições. Segundo Cabral (2006, p.71), as

atividades que tem uma preocupação social geram para a instituição, além de

uma boa imagem institucional:

[...] a formação de uma consciência coletiva interna de seus integrantes, de

participação na sociedade e de construção de valores como solidariedade e

atuação em equipe; a abertura da empresa em parceria com organizações

sociais sem fins lucrativos ou organizações não governamentais para uma

soma de esforços institucionais, na operacionalização de projetos sociais;

nova fonte de motivação e escola de liderança para os funcionários [...]

Na visão dos autores Ramos (2002); Oliveira e Paula (2006) e Ângelo

(2007), a construção e a manutenção da imagem institucional dependem de um

planejamento estratégico prévio em relação à comunicação e às ações de

responsabilidade socioambiental. Segundo eles, a empresa deve conhecer

muito bem seus objetivos e metas e o público a quem se direciona para agir de

forma a obter benefícios econômicos e sociais.

De acordo com Oliveira e Paula (2006, p.12), ao tentar entender o

que o público pensa e agir estrategicamente de forma coerente à compreensão

desse pensamento, a comunicação da empresa sofre uma modificação. O que

antes era uma comunicação instrumental e passiva em relação ao público, agora

passa a ser diálogo com a sociedade. Esse diálogo influencia muito na imagem

institucional, pois ela é construída segundo dois aspectos: o objetivo da empresa

e o que o público espera dela e como a vê. Logo, as ações da empresa devem

ser pautadas, também, de acordo com o que o público considera ser melhor

para a sociedade.

Sendo assim, alguns autores como Leal.(2006); Mota (2006); Vieira

(2007) e Formigoni (2008) acham importante a prática do marketing social,

Page 340: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

339

marketing cultural ou marketing de patrocínio, que buscam usar as ferramentas

de marketing para criar laços diretos entre as empresas e a sociedade. De

acordo com Vieira (2007):

[...] a adesão a projetos sociais de educação e cidadania são o caminho mais

propício a permitir a construção da imagem de uma corporação como uma

instituição ética que tenha agregado aos seus produtos o valor da cidadania

à sua marca. Alguns autores em pesquisas mais atualizadas enquadram em

seus estudos o discurso de Marketing Social seja o conceito verificado.

No texto de Leal (2006, p.6), é apresentada uma idéia de Reis (2003)

que afirma que “o marketing cultural se insere nesse panorama

[socioambiental], utilizando as manifestações culturais como elementos de

transmissão de mensagens que se relacionam com a imagem da empresa.”

Logo, a imagem da empresa está diretamente relacionada com o bem-estar da

sociedade. Por isso, Mujica (s.d.), um autor em língua espanhola, relata que na

maioria dos casos, as campanhas são direcionadas à luta contra o trabalho

infantil, contra o consumo de vegetais transgênicos ou a favor do uso de

combustíveis mais ecologicamente corretos. A instituição é colocada como

cidadã engajada socialmente.

Esse tipo de engajamento, além de agregar um “valor social” à marca,

como foi apresentado anteriormente, gera também um “capital reputacional”.

Isso significa, levando em consideração o trecho de Petrick (1999), citado no

texto de Filho e Zylbersztajn (2003, p.2), que “o capital reputacional é aquela

porção do valor de mercado da empresa que pode ser atribuída à percepção

que se tem da firma como uma boa corporação de conduta no mercado.”

Pode-se afirmar então que a empresa que pratica o marketing social obtém

ganhos tanto econômicos quanto sociais.

Page 341: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

340

Entretanto, a imagem institucional não é construída apenas para o

público externo. A integração de funcionários e de parceiros com a empresa é

muito importante e os autores Enrique (1997) e Lisboa Filho e Godoy (2006)

levantam essa questão. Uma boa imagem da empresa, além de dar segurança e

estabilidade aos funcionários, os motiva a sempre trabalhar da melhor forma

possível, aumentando o nível competitivo do mercado. E, para que exista esse

sentimento de pertinência à organização, um importante fator é a comunicação

interna. No texto de Mello (1999, p.13), autora brasileira, é citada a tese de

Kunsch (1995) que declara que o jornal da empresa produz uma contribuição

muito relevante para o desenvolvimento desse sentimento, pois constrói

“credenciais capazes de criar e manter uma identidade institucional legitimada.”

Ainda nesse âmbito da imagem, pode ser citada a abordagem de

Colnago (2007) que trata da identidade corporativa. A identidade corporativa

consiste na “acumulação da história de uma empresa e suas estratégias”,

podendo ser pensada também como a realidade da empresa em si. Sendo

assim, a identidade assume um lugar muito importante no posicionamento da

empresa que deve ser assegurado por meio da comunicação organizacional. A

comunicação organizacional tem, portanto, a responsabilidade de projetar

corretamente a imagem da empresa.

Portanto, a partir da leitura analítica dos textos em língua portuguesa

e espanhola encontrados na pesquisa, pode-se perceber que os aspectos que

mais influenciam na construção e na gestão da imagem institucional são as ações

praticadas que envolvam a responsabilidade socioambiental, o processo de

construção da reputação por meio da comunicação corporativa e da interação

na mídia com a opinião pública e com a estrutura da empresa como um todo.

Page 342: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

341

18.4 COMUNICAÇÃO CORPORATIVA EXTERNA

De acordo com Cabral (2006), a comunicação corporativa externa é

toda a “Ação social exógena da empresa, ou seja, as ações e investimentos

realizados no relacionamento com o público externo da organização.”. A partir

dessa definição, pode ser estabelecida uma relação entre este conceito e o

conceito de imagem institucional. Para que a empresa possa transmitir uma

imagem apropriada, ou seja, que seja condizente com seus valores e objetivos, é

necessário que sua comunicação corporativa externa seja eficaz.

No levantamento documental realizado, foram encontrados diversos

textos a respeito da comunicação corporativa externa. Apesar de tratarem do

mesmo assunto, nenhum dos autores pesquisados utiliza o termo “comunicação

corporativa externa”. A maioria deles refere-se a ela como “comunicação

corporativa”, “comunicação organizacional” ou “comunicação empresarial”.

Aqui se usa a expressão externa porque nosso foco de pesquisa é a relação da

comunicação corporativa e os efeitos produzidos sobre os consumidores.

Dentre os textos encontrados, a maior parte dos autores valoriza a

questão da relação das empresas com seus públicos. Segundo Cabral (2006), é

importante para uma empresa que sua relação com o público externo esteja

“em alta”, pois dessa forma, haverá um bom “intercâmbio comercial”, o que

afetará positivamente seu capital interno. O texto de Oliveira e Paula (2006)

reforça essa visão ao afirmar que uma empresa que deseja assegurar sua

sustentabilidade deve saber gerir bem suas redes de relacionamento “entre os

diversos grupos de atores sociais”, no caso os stakeholders:

demandantes de seus produtos, fornecedores, trabalhadores, gestores,

acionistas, agentes financeiros, governo, comunidade local, ecossistema

Page 343: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

342

afetado pela sua operação, academia – ciência e tecnologia – e, certamente,

todos eles enquanto famílias e indivíduos.

Outro ponto vista é colocado por Cezar (2007), que aborda em seu

texto aspectos relacionados a como essa comunicação tem o intuito de produzir

aceitação entre seus públicos. Para ele, a comunicação corporativa externa de

uma empresa busca transmitir “identificação com os valores” da sociedade na

qual está inserida.

No texto de Leal (2006), a comunicação corporativa externa é tida

como o processo que orienta a relação com seus públicos. Em contrapartida, o

texto de Mota (2006) cita diversas ferramentas de comunicação necessárias,

relacionadas com a imagem que é transmitida pela empresa, para tornar eficaz a

relação com o público interno e externo:

utilização da marca, de forma padronizada, por todas as organizações da

rede, em suas fachadas; [...] criação de estratégias de abordagem aos

públicos através de confecção de materiais gráficos e audiovisuais; novos

projetos para a geração de recursos financeiros, busca de parcerias e meios

de divulgação para concretização de tais projetos, além de visitas a

empresas já cadastradas para futuras parcerias.

A abordagem apresentada por Mota (2006) se assemelha a de

Mendonça e Andrade (2002), pois, tem como base a consolidação de uma

imagem legitimada da empresa. Essa abordagem, conhecida como

Gerenciamento de Impressões, consiste na utilização de estratégias e táticas

para controlar as impressões do público alvo, conseguindo assim seu apoio e

suporte. Os autores acreditam que essas estratégias devam ser

operacionalizadas por meio de ações de comunicação corporativa.

O gerenciamento de impressões também é citado no texto de Barros

(2007) que complementa dizendo que: “Entende-se, por processo de

Page 344: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

343

gerenciamento de impressões, todas as atividades que um ator social (indivíduo,

grupo ou organização) desenvolve no sentido de controlar o modo como os

outros o vêem, visando à criação de uma imagem social desejada”.

Por fim, pode ser citado, ainda, Horta (2004), que apresenta um

mecanismo chamado Global Reporting Iniciative (GRI), que consiste em

quadro de referências para a elaboração de relatórios de sustentabilidade e que

permite a comparação do grau de implementação das práticas sustentáveis nas

companhias de todos os tipos de setores. É graças ao compromisso individual e

coletivo a partir da rede mundial criada em torno dele que o GRI existe e é um

dos mais forte e mais utilizados quadro de referências para avaliação de práticas

sustentáveis no mundo.

A Global Reporting Iniciative, também pode ser vista, como uma

ferramenta de comunicação corporativa externa já que, por meio dela, as

empresas estabelecem um contato mais direto com seus públicos, deixando

explícitos os aspectos econômicos, sociais e ambientais de suas atividades.

18.5 O USO DE ELEMENTOS DE RESPONSABILIDADE

SOCIOAMBIENTAL NA COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

EXTERNA

Nesta parte do artigo, está apresentada uma análise preliminar a

respeito do uso de elementos de responsabilidade socioambiental na

comunicação corporativa das empresas, uma vez que o objetivo principal dessa

pesquisa é descobrir como as empresas divulgam sua maneira de agir como

empresas socialmente responsáveis em seus sites, propagandas, panfletos e

outros meios e o quanto usam essa divulgação para construírem suas imagens

institucionais.

Page 345: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

344

Essa constatação só poderá realmente ser completada após a

pesquisa de campo, de modo que aqui estão relatadas as recomendações sobre

como devem ser conduzidas estas ações do ponto de vista conceitual.

Da literatura encontrada, depreende-se que os elementos que mais

têm sido veiculados pelas empresas são certificados e selos relacionados a

processos de uso de normas voluntárias que apóiam a implementação de

responsabilidade socioambiental. O uso dessas normas poderia ter sido

relatado no item relacionado à como ela deve ser praticada, mas optou-se por

complementar aquela informação aqui neste item porque os certificados e selos

têm sido elementos muito divulgados pelas empresas.

Os principais mecanismos de certificação foram citados pela maioria

dos autores, como, por exemplo, Trevisan (2002, p.3), Grüninger e Oliveira

(2002), Simionatto e Pfeifer (2005, p.9) e pelo autor em língua espanhola

Ribera (2003, p.4).

É citada por Grüninger e Oliveira (2002), Simionatto e Pfeifer (2005)

e Ribera (2003), a norma AccountAbility 1000 (AA 1000) que orienta a

empresa a prestar contas à sociedade a partir de princípios e inovações que

promovam a sustentabilidade.

No texto de Simionatto e Pfeifer (2005) são citadas ainda outras duas

certificações para o gerenciamento social: “SA 8000, que incentiva o bem-estar

e as boas condições de trabalho, enfocando os direitos humanos e trabalhistas;

a BS 8000 é relativa aos direitos trabalhistas, como saúde e segurança no

trabalho;”.

A SA 8000 é uma norma de caráter voluntário, baseada nos

princípios das convenções fundamentais da Organização Internacional do

Page 346: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

345

Trabalho, a Convenção da Organização das Nações Unidas sobre os Direitos

da Criança e sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Essa norma

de responsabilidade socioambiental, desenvolvida em 1997 e revisada em 2001

pela Social Accountability International - SAI, uma organização não-

governamental com sede nos Estados Unidos e com representantes de

entidades de vários países, abrange nove temas:

o Trabalho infantil.

o Trabalho forçado.

o Segurança e saúde no trabalho.

o Liberdade de associação e direito à negociação coletiva.

o Discriminação.

o Práticas disciplinares.

o Horário de trabalho.

o Remuneração.

o Sistemas de gestão.

O BS 8800 é um guia para apoiar a implementação eficaz dos

Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SST), contendo

diretrizes, reconhecidas mundialmente. Os assuntos abordados – notas

explicativas sobre o guia; elementos do Sistema de Gestão da SST; política de

SST; planejamento; implementação e operação; verificação e ação corretiva das

ações de SST; processo de análise crítica pela administração e anexos

informativos.

A partir da implementação dessas normas, podem-se reunir

estatísticas interessantes que esclareçam o grau de saúde e segurança do

Page 347: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

346

trabalho, bem como outras características importantes de respeito ao trabalho

existente na empresa.

O Balanço Social é outro mecanismo importante de avaliação da

implementação de responsabilidade socioambiental, mencionado nos textos de

Trevisan (2003) e Grüninger e Oliveira (2002), e é, segundo o primeiro, um

dos melhores instrumentos de divulgação das ações da empresa. No texto de

Grüninger e Oliveira (2002) é mencionado também o Relatório Socioambiental

Anual que, junto com o Balanço Social, podem ser formad das empresas

prestarem contas ao público sobre suas ações sociais por se tratarem de

informações complementares e descritivas do que foi efetivamente realizado.

A teoria do Gerenciamento de Impressões, apresentada

anteriormente, tem cumprido, segundo Barros (2007), muito bem seu papel do

seguinte modo:

[...] o modelo organizacional de gerenciamento de impressões oferece

subsídios para a compreensão do processo de responsabilidade social

corporativa, na medida em que representa um mecanismo de comunicação

fundamental para transmissão e difusão de ações eticamente responsáveis

para o conjunto da sociedade.

O texto de Soares (2004, p.8) analisa a divulgação das ações de

responsabilidade socioambiental das empresas classificando-as em três tipos de

discursos. O discurso explicitado é aquele que divulga as ações de

responsabilidade socioambiental que se pretende que sejam de conhecimento

do grande público. O discurso pronunciado reservadamente diz respeito à

divulgação que não é voltada para o grande público, pois é feita por meio de

artigos acadêmicos ou livros relacionados ao assunto. Por fim, o discurso não

dito é revelado por meio de uma análise dos dois discursos anteriores. Os três

Page 348: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

347

discursos e, sobretudo, o discurso esposado, o explicitado e a ação devem ser o

mais congruentes possível para que a empresa construa uma boa imagem.

Finalmente, tem-se Müller (2006, p.9) que dá destaque a divulgação

dos projetos sociais com os quais a empresa está envolvida. Segundo ele, essa

divulgação faz com que a empresa ganhe visibilidade e, ao mesmo tempo,

consiga vincular sua imagem com a solução de problemas sociais.

A partir dessas indicações, pode-se constatar que, de maneira geral, a

divulgação das ações de responsabilidade socioambiental através da

comunicação corporativa visa a conseguir construir uma boa imagem da

empresa. Como visto anteriormente, uma imagem institucional bem

consolidada acarreta em muitos ganhos para a empresa e, por isso, a

preocupação geral em torno dessa questão e sobre quais são os elementos mais

eficazes a serem usados no processo de comunicação.

18.6 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS PROCESSOS

ORGANIZACIONAIS E DE SEUS RESULTADOS

Durante a pesquisa, foram encontrados poucos textos que

contivessem informações específicas a respeito da avaliação da eficácia das

ações de responsabilidade socioambiental em si, para a construção de sua

imagem institucional e como elemento da comunicação corporativa.

Nos textos encontrados, foi possível identificar uma série de

referenciais conceituais que orientam as empresas na execução dessa avaliação e

tratam-se, em geral, das mesmas normas de certificações já citadas

anteriormente, em que as empresas passam por uma avaliação que é,

posteriormente, divulgada para o público.

Page 349: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

348

Uma avaliação satisfatória afeta positivamente a empresa, pois, como

citado anteriormente, produz uma melhoria em sua imagem o que acaba

tornando mais leal seu consumidor e facilitando a atração de mais

consumidores.

Destaca-se, entretanto, um dos processos de avaliação mais citados

pelos autores que é o produzido pelo uso dos Indicadores Ethos de

Responsabilidade Socioambiental Empresarial e ainda não mencionado

anteriormente. Segundo o site do Instituto Ethos:

Trata-se de uma ferramenta de uso essencialmente interno, que permite a

avaliação da gestão no que diz respeito à incorporação de práticas de

responsabilidade social, além do planejamento de estratégias e do

monitoramento do desempenho geral da empresa. Os indicadores

abrangem os temas Valores, Transparência e Governança, Público Interno,

Meio Ambiente, Fornecedores, Consumidores e Clientes, Comunidade e

Governo e Sociedade.

Outros mecanismos usados para avaliação, já mencionados

anteriormente, e, ao qual, vários autores se referem, repetidas vezes, é o

Balanço Social. Trata-se de um relatório que contém relatos das atividades

relacionadas à cidadania executadas pela empresa durante um ano. Esse

documento é uma maneira de tornar públicas as ações de responsabilidade

socioambiental da empresa. De acordo com Souza (1997):

Vários são os itens de verificação: educação, saúde, atenção à mulher,

preservação do meio ambiente, contribuições para a melhoria da qualidade

de vida e de trabalho dos funcionários, desenvolvimentos de projetos

comunitários, erradicação da pobreza, geração de renda e criação de postos

de trabalho.

Além dessas, foram citadas também algumas metodologias de

certificação social como, por exemplo, a Social Accountability (SA 8000) já

apresentada, assim como a Social and Ethical Accountability (AA 1000), e

Page 350: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

349

outras normas importantes que orientam a implementação de vários aspectos

relacionados à responsabilidade socioambiental e ao sistema de gestão integrada

das empresas tais como:

OHSAS 18001, certificação voltada para as questões de

segurança e saúde ocupacional nas empresas;

ABNT NBR 16001, proposta por uma comissão liderada pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) baseada na

Norma Internacional de Responsabilidade Social (ISO 26000),

ambas oferecendo orientação padrão de comportamento

socialmente responsável e possíveis ações;

A United Nations Global Compact é uma iniciativa de política

estratégica para as empresas que se comprometem a alinhar as

suas operações e estratégias com dez princípios universalmente

aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e

anticorrupção.

Há também empresas que se utilizam de indicadores de

sustentabilidade ou indicadores relacionados aos vários aspectos de

responsabilidade socioambiental quando do uso BSC (Balance ScoreCard,

2010) para medir e avaliar o desempenho organizacional, metodologia

desenvolvida por professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e

David Norton, em 1992. Desde que foi criado, o BSC vem sendo utilizado por

centenas de organizações do setor privado, público e em ONG’s no mundo

inteiro e foi indicado pela Harvard Business Review como uma das práticas de

gestão mais importantes e revolucionárias dos últimos anos. Os requisitos para

definição dos indicadores a serem balanceados estão baseados na maximização

Page 351: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

350

dos resultados relacionados a perspectivas que empresa escolhe e que devem

refletir sua visão de futuro e sua estratégia empresarial. Muitas organizações se

utilizam das seguintes categorias: financeira; clientes; processos internos;

aprendizado e crescimento. (

Para as empresas de capital aberto, é também muito utilizado o

Índice de Sustentabilidade Empresarial BM&FBOVESPA (ISE), quarto índice

de ações no mundo criado com o objetivo de mostrar o desempenho de

mercado de uma carteira formada por empresas que adotam os princípios de

gestão sustentável. (MARCONDES E BACARJI, 2010) e a família de Índice de

Sustentabilidade, como DJSI – Dow Jones Sustainability Index, que possui uma

versão mundial e uma para cada região do mundo, sempre relacionados ao

desempenho de empresas sustentáveis ns diversas bolsas de valores.96

Segundo Müller (2006) essas certificações sociais e demais

mecanismos de gestão

[...] têm como foco as formas como as empresas atuam em seu próprio

campo, isto é, as dimensões sociais e ambientais da atividade econômica, e

não apenas a atuação das empresas junto a grupos sociais carentes de

assistência que se encontram no exterior das empresas.

96 Contribuição de Felipe Parente, que gentil, cooperativo e competente como sempre, leu todo o

capitulo e deu diversas contribuições entre elas a que gerou a inclusão do ISE, que havia escapulido da

pesquisa bibliográfica realizada pela Equipe LIMK entre 2008 e 2010. Felipe Parente é formado em

1976 em Processamento de Dados pela UnB, com especialização em Análise de Sistemas pela UnB e

pela IBM em parceria com o Banco Central, MBA Empresarial pela Fundação Dom Cabral em

Parceria com a Fundação COGE, MBA em Planejamento Estratégico pela Fundação Getúlio Vargas

em parceria com a Escola Superior de Guerra – ESG, Curso de Altos Estudos em Política e Estratégia

– CAEPE pela Escola Superior de Guerra – ESG, é empregado da Eletronorte desde 1979, onde

ocupou diversos cargos gerenciais na área de Tecnologia da Informação. Atualmente está lotado no

Escritório de Estratégia e Sustentabilidade – PPSE atuando principalmente nos processos de

Sustentabilidade e Elaboração dos Relatórios Corporativos. Entre 1980 e 1995 foi professor da

Universidade Católica de Brasília e do Centro Universitário de Brasília – CEUB.

Page 352: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

351

Assim, por meio de certificações e premiações, as empresas são

capazes de avaliar e controlar as práticas de responsabilidade socioambiental

em vários aspectos. Cada certificação mencionada anteriormente possui um

foco diferente, cobrindo assim todos os pontos relevantes da prática de ações

socialmente responsáveis. É importante ressaltar que são as empresas quem

decidem fazer parte ou não dessas certificações e prêmios, o que reforça mais

uma vez o efeito positivo que um certificado pode trazer para a imagem da

empresa.

18.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do que foi apresentado, pode-se chegar a algumas

conclusões que permitem responder aos objetivos específicos mencionados.

Sobre as teorias que estão disponíveis para uso das empresas sobre

responsabilidade socioambiental, pode- se afirmar que elas são globais e

derivam das normas voluntárias de modelo de gestão desenvolvidas no

processo de evolução do foco gerencial e negocial no mundo.

No Brasil, a melhor definição de responsabilidade social é a

apresentada pelo Instituto Ethos, a mais mencionada e completa.

Sua prática deve seguir coerência entre teorias esposadas, discursos

explicitados de forma ampla ou mais restrita e a ação realizada com base no

que preconizam as normas voluntárias mencionadas e todas as outras que

vierem a ser criadas, inclusive pelas próprias organizações, para responder aos

stakeholders e à sociedade de um modo geral de forma ética e o mais clara e

precisamente em suas relações.

Page 353: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

352

Agindo efetivamente com responsabilidade socioambiental, as

empresas contribuem positivamente para a construção e gestão de sua imagem

institucional, desde que os produtos que ofereça ao mercado sejam de fato

compatíveis com a promessa de qualidade e de preço anunciados. Atuar

responsavelmente para alguns públicos e não atender adequadamente a

demanda dos consumidores diretos com seus produtos ou de outros públicos

não ajuda a construir imagem positiva.

O processo de comunicação organizacional com todos os públicos

contribui fortemente para construção e gestão da imagem institucional, sendo

fator chave de sucesso.

Cabe ressaltar que, na maioria dos casos, a responsabilidade

socioambiental é associada à ética, à moral e à cidadania. Muitos também

enfatizam a questão do compromisso que é estabelecido com a sociedade, e

que deve passar então a direcionar as ações das empresas.

Em contrapartida, alguns autores defendem a idéia de que a

responsabilidade socioambiental não passa apenas de uma estratégia para

melhorar a imagem institucional, da empresa tanto no Brasil como no Uruguai,

uma espécie de “social washing”.

Apesar desse antagonismo, é possível associar o primeiro grupo às

definições relativas à ética, à moral, à cidadania e ao compromisso, enquanto

que o segundo grupo se enquadra melhor na definição que caracteriza a

responsabilidade socioambiental como apenas mais uma estratégia de

competição no mercado - “maquiagem” para se fazer melhor do que

efetivamente é.

Page 354: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

353

De todo modo, o fundamental é a qualidade dos laços, vínculos que

a empresa tece com todos os seus públicos, baseada nas suas ações cotidianas,

como em todas as relações humanas, uma vez que a organização possui vida e

comportamento que sua equipe lhe dá, portanto, atribuição humana.

Por fim, cabe ainda ressaltar que as práticas de avaliação de eficácia

tanto da comunicação corporativa quanto das práticas de responsabilidade

socioambiental carecem de melhor aprofundamento para que se possa afirmar

com mais segurança o grau de influência de cada um desses elementos no

processo de transformação dos cidadãos em consumidores mais conscientes,

elemento chave para o desenvolvimento sustentável, princípio fundamental da

Carta da Terra (CCT, 1997).

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CAPÍTULO 19

Responsabilidade Socioambiental:

uma investigação exploratória sobre o estado da prática no

Brasil e no Uruguai

Page 369: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

368

19. RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UMA

INVESTIGAÇÃO EXPLORATÓRIA SOBRE O ESTADO DA PRÁTICA

NO BRASIL E NO URUGUAI97

Lívia Pereira de Frias98 et. al.97

Prof.ª Dra Fátima Sobral Fernandes

Se você tem metas para um ano. Plante arroz. Se você tem metas para dez anos. Plante uma árvore. Se você tem metas para 100 anos, então eduque uma criança. Se você tem metas para 1000

anos, então preserve o meio ambiente.” Confúcio

97 Artigo baseado em trabalho que concorreu ao prêmio Ethos 2010 e foi apresentado nas edições de

2008, 2009 e 2010 da Jornada Giulio Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural da UFRJ. 98 Estudante do 4º período de Psicologia.

97 Amanda Ferreira Marcicano (estudante de Pedagogia), Ana Beatriz Carneiro Guerra Duro

(estudante do 9º período de Administração), Ana Carolina Vaz de Oliveira Fernandes (estudante do 2º

período de Comunicação), Anaiz Rosadas Falcão (estudante do 2º período de Comunicação), Bruna

Costa Ebara (estudante do 4º período de Comunicação), Bruno Luiz Silva Dantas (estudante do 1º

período de Comunicação), Carlos Alexandre de Carvalho Martins (estudante do 1º período de

Comunicação), Celso Garcia Teles Lehnemann (estudante do 2º período de Comunicação), Clara

Filippelli Fernandes Rescala (estudante do 2º período de Comunicação), Fernanda de Morais Amorim

(estudante do 2º período de Comunicação), Flávio Vinícius Ferreira de Araújo (estudante do 2º

período de Comunicação), Gabriela de Jesus Moreira (estudante do 7º período de Psicologia), Ingrid

Freire Machado (estudante do 1º período de Comunicação), Juliana Ferreira Pitanga (estudante do 2º

período de Comunicação.), Juliana Mattos dos Santos (estudante do 2º período de Comunicação),

Lenine Djú (estudante do 8º período de Comunicação), Lienne Aragão Lyra (estudante do 2º período

de Comunicação), Luciano de Almeida Silva (estudante do 4º período de Psicologia), Luísa Telles de

Araújo Silva (estudante do 2º período de Comunicação), Mairlon dos Santos Melo (estudante do 3º

período de Comunicação), Mariana Dias Bria (estudante do 1º período de Comunicação), Mariana

Rosa Pugginelli Brandão (estudante do 2º período de Comunicação), Nicolly Stheffani Vimercate

Ribeiro (estudante do 1º período de Comunicação), Paola Hoffmann Azevedo (estudante do 1º

período de Comunicação), Patrícia Pizzigatti Klein (estudante do 2º período de Comunicação), Pedro

de Souza Mesquita (estudante do 3º período de Comunicação), Pedro Henrique Teodoro Siqueira

(estudante do 3º período de Psicologia), Raffaele Enrico Calandro (estudante do 2º período de

Comunicação), Simone Pontes dos Santos (estudante do 8º período de Ciências Sociais), Stephanie

Silva de Oliveira (estudante do 1º período de Comunicação.), Taíza Pereira de Oliveira (estudante do

5º período de Serviço Social), Thaís Eletherio Cordeiro (estudante do 2º período de Comunicação),

Vinícius Albuquerque Machado (estudante do 2º período de Comunicação).

Page 370: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

369

19.1 INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, mais especificamente a partir dos anos 90 no

Brasil, percebe-se uma preocupação maior das empresas no que diz respeito à

Responsabilidade Socioambiental, função que antes era de responsabilidade

puramente do Estado.

Entre essas questões sociais, se encaixam a Saúde, Educação,

Inclusão Social e Saneamento Básico. Essas ações sociais praticadas pelas

empresas e, não mais somente pelo Estado, servem tanto para melhorar a

qualidade de vida da população, como também para melhorar a imagem da

empresa que pratica a ação. Essas ações passaram a ser divulgadas para

fortalecer a imagem da organização e ainda não está claro para muitos atores

sociais o tipo de efeito que essa prática tem causado socialmente.

Nesse contexto, uma pesquisa exploratória foi realizada para se

compreender como essas empresas estão atuando com responsabilidade

socioambiental, que teorias estão sendo utilizadas para guiar suas práticas e de

que maneira está ocorrendo a divulgação da imagem empresarial associada a

essas práticas.

A compreensão dessas práticas pelos estudantes que compuseram a

Equipe LIMK durante a realização da pesquisa entre 2008 e 2010 e pelos

estudantes que estão produzindo este artigo está baseada em pesquisa

documental e na análise dos sites das melhores empresas para trabalhar no

Brasil e no Uruguai entre 2008 e 2010, realizada em parceria entre a professora

orientadora deste projeto e a pesquisadora Maria Sotelo de Barboza99

, uruguaia.

99 A profissional possui licenciatura em Relações Internacionais e é consultora em Responsabilidade

Social Empresarial.

Page 371: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

370

Antes de iniciar a comparação de práticas de responsabilidade

socioambiental pelo meio de comunicação eleito como objeto de pesquisa, é

importante compreender que há diferença entre as economias dos dois países.

O Uruguai possuía 3,4 milhões de habitantes (Censo 2007), área

geográfica de 176.215 km²Km2

, densidade populacional de 19 hab./km², PIB

de aproximadamente US$ 23.087 milhões (ano de 2007) e IDH: 0,865 (ano de

2009), enquanto o Brasil possuía 193 milhões de habitantes (IBGE, 2008), área

geográfica do Brasil é de 8, 5 milhões Km², densidade populacional de 23

hab./km², PIB é de aproximadamente US$ 1.314,20 bilhão (FMI, 2009) e IDH

de 0,813

A pesquisa de campo está baseada no quadro de referencial

conceitual apresentado no capítulo anterior intitulado Comunicação

Corporativa Associada à Responsabilidade Socioambiental: uma sistematização

dos achados documentais.

Trata-se de identificar exploratoriamente o Estado da Prática e, por

conta disso, foram visitados os sites de empresas do Brasil e do Uruguai,

buscando identificar suas práticas de responsabilidade socioambiental.

Na terceira fase, visa-se a comparar o estado da prática corrente nos

dois países e verificar que constatações se pode realizar sobre semelhanças e

diferenças entre as práticas das empresas do Brasil e do Uruguai. Foram

usadas as seguintes questões norteadoras para realizar o levantamento nos sites.

o Quais empresas praticam Responsabilidade Socioambiental entre

as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no Uruguai?

o Em que setores econômicos essas empresas trabalham?

Page 372: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

371

o Que causas ou ideias sociais têm recebido investimento dessas

empresas?

o Existem áreas especificas que cuidem da responsabilidade social

nessas corporações?

o Quais as semelhanças e diferenças entre as práticas adotadas no

Brasil e no Uruguai?

19.2 METODOLOGIA

Foram realizadas as seguintes etapas: para identificar o que tem sido

praticado pelas empresas sob investigação:

o Identificar nos 130 textos encontrados, em língua portuguesa e

espanhola, apresentados no capítulo 18 todas as referências aos

estudos de caso realizados para identificar as empresas que

poderiam compor a amostra.

o Identificar as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no

Uruguai, partindo-se do pressuposto que se estas são as empresas

melhores para trabalhar, de algum modo elas já estão praticando

a responsabilidade socioambiental junto ao público interno;

o Realizar pesquisa nos sites das empresas identificadas;

o Analisar qualitativamente os resultados obtidos entre empresas

brasileiras e uruguaias, para identificar:

o Setores econômicos (2008, 2009, 2010)

Page 373: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

372

o Tipos de investimento em causas ou ideias sociais (2008, 2009,

2010)

o Interpretar os resultados.

19.3 RESULTADOS

A - Quais empresas praticam Responsabilidade Socioambiental entre

as melhores empresas para trabalhar no Brasil e no Uruguai?

Para responder a esta pergunta recorreu-se aos achados documentais

e a relação de melhores empresas para trabaçhar no Brasil e no Uruguai. Os

casos relatados, nem sempre estão entre as melhores para trabalhar, ainda que

estejam em setores econômicos atraentes em termos de lucratividade.

Empresas sediadas no Brasil

No quadro 1, são apresentadas as empresas encontradas como

praticantes de responsabilidade socioambiental nos textos analisados. As cinco

primeiras eram empresas que à época foram consideradas referências entre as

que mais praticam responsabilidade socioambiental pela Revista Exame.

A Petrobrás, primeira colocada na lista da revista Exame, é citada

nos textos de Trevisan (2002), Oliveira. (2005) e Conde (2006).

Oliveira. (2005) também descreveu a prática da responsabilidade

socioambiental de empresas como Brasil Telecom, Cemig e Souza Cruz que

aparecem respectivamente em 12ª, 16ª e 18ª na lista Exame.

Conde (2006) também tratou sobre as práticas de responsabilidade

social da segunda colocada da lista: a Vale do Rio Doce.

Page 374: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

373

As outras empresas que aparecem na lista da Revista Exame são os

bancos: Itaú em terceiro lugar, Bradesco em quarto e Banco do Brasil em

sétimo. Todos os três foram citados por Borges, Miranda e Valadão Júnior

(2007) como praticantes da responsabilidade socioambiental. E, por fim, no

Brasil, a Ambev aparece em quinto lugar e sua posição como praticante da

responsabilidade socioambiental é corroborada por Pereira E. S. (2005).

Quadro 1: Casos Brasileiros Relatados nos Achados Documentais (2008)

Colocação

Maiores

Empresas 2008

(EXAME)

Empresas Responsabilidade Socioambiental

1 Petrobrás

Projetos de incentivo a cultura, a

cidadania, ao esporte e a

sustentabilidade.

2 Vale Projetos sociais e ambientais.

3 Itaú Educação e saúde pública

4 Bradesco Educação e esporte

5 Ambev

Ética, desenvolvimento sustentável,

proteção ao meio ambiente, reciclagem e

estudos sobre álcool e saúde

7 Banco do Brasil Crédito responsável na área social e

ambiental

12 Brasil Telecom

(atual Oi)

Oi Futuro - Instituto de responsabilidade

social da Oi (atua em projetos culturais e

educacionais em todo Brasil)

16 Cemig Projetos ambientais e sustentabilidade

17 Telemar S/A (atual

Oi)

Oi Futuro - Instituto de responsabilidade

social da Oi (atua em projetos culturais e

educacionais em todo Brasil)

18 Souza Cruz

Sustentabilidade e Instituto Souza Cruz

com ações voltadas para agricultura

familiar

Page 375: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

374

Quadro 1: Casos Brasileiros Relatados nos Achados Documentais (2008)

Colocação

Maiores

Empresas 2008

(EXAME)

Empresas Responsabilidade Socioambiental

29 Grupo Pão de

Açúcar

Projetos relacionados à desenvolvimento

sustentável, reciclagem, educação, apoio

á instituições sociais e eventos esportivos

Foram analisados os sites, também, em 2010, das 150 melhores

empresas para trabalhar no Brasil. Chegou – se ao resultado apresentado no

Quadro 2.

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

Empresas Responsabilidade Socioambiental

ACCENTURE Não constavam no site projetos

ACCOR Instituto Accor (educação, formação e meio

ambiente)

AESSUL Melhorar a qualidade de vida e desenvolvimento

sustentável

AES TIETE S/A Meio ambiente, cultura e educação

AFFINIA Não constavam no site projetos

AGRO AMAZONIA

MÁQUINAS Educação e meio ambiente.

ALBRAS Educação, questões sociais e ambientais.

ALE Educação, saúde, esporte e cultura.

ALGAR S/A Projetos sociais e ambientais

AMANCO Responsabilidade social e ambiental.

Page 376: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

375

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

AMBEV

Ética, desenvolvimento sustentável, proteção ao

meio ambiente, reciclagem e estudos sobre

álcool e saúde

AMPLA Projetos sociais para melhorar qualidade de vida,

desenvolvimento sustentável

AON

Projetos sociais que visam diminuir os grandes

contrastes existentes no Brasil (melhorar

qualidade de vida)

APSEN Melhorar a qualidade de vida, apoio à cultura,

educação

ARCELORMITTAL BRASIL

Projetos em relação ao meio ambiente, à

educação, saúde, capacitação de entidades sociais

para a auto sustentação

ARVINMERITOR CVS Programa de inclusão digital

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL

DE SÃO PAULO Não constavam no site projetos

BALAROTI

Ajuda a instituições da área de saúde e a

instituições que visam a melhorar a qualidade de

vida da população carente

BANCO BMG Investimento em projetos de educação, cultura,

meio ambiente, saúde e cidadania

BANCO ITAÚ Educacão e saúde pública

BANCO REAL Projetos na área ambiental, social e cultural.

BANCO VOTORANTIM S/A Projeto apenas na área social.

BASF Projetos que relacionam questões ambientais,

sociais e econômicas.

BICBANCO Projetos de responsabilidade social, cultural e

ambiental.

BRADESCO Educação e esporte

Page 377: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

376

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

BRASCABOS Educação

BRASIL SALOMÃO E

MATTHES ADVOCACIA Educação e qualidade de vida

BRASILATA Não constavam no site projetos.

BV FINANCEIRA S/A Qualidade de vida

CARBOCLORO Meio ambiente, educação, questões sociais,

esporte

CARGILL Educação e apoio ao desenvolvimento da

agricultura

CASA SOL Não constavam no site projetos. Entretanto, se

declara socialmente responsável.

CASE NEW HOLLAND Não constavam no site projetos.

CATERPILLAR Projeto ambiental

CECRISA REVESTIMENTOS

CERÂMICOS S/A

Não constavam no site projetos A empresa se

declara ambientalmente e socialmente

responsável.

CEMAR LEGRAND Ações culturais e sociais. A empresa se declara

ambientalmente e socialmente responsável

CENTRAL NACIONAL

UNIMED Não constavam no site projetos

CERTEL Projetos ambientais e sociais.

CHEMTECH Projetos ambientais e sociais.

CITI Não constavam no site projetos.

COELCE Projetos na área ambiental

COPACOL

Ética, projetos de preservação do meio

ambiente, integração social e desenvolvimento

sustentável

Page 378: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

377

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

COPAGAZ

Não constavam no site projetos.A empresa se

declara ambientalmente e socialmente

responsável

CPFL ENERGIA S.A. Sustentabilidade e projetos sociais

CTA-CONTINENTAL Não avaliado

DIAGEO Não avaliado

DOW BRASIL Sustentabilidade.

DUPONT DO BRASIL SA Desenvolvimento sustentável e melhoria da

qualidade de vida

ELECTROLUX

Não constavam no site projetos. A empresa se

mostra preocupada com o ambiente ao produzir

produtos que não desperdicem energia ou água,

por exemplo.

EMBRACO Projetos ambientais.

EUROFARMA Instituto Eurofarma - saúde, bem estar, educação

FESTO AUTOMAÇÃO Não constavam no site projetos

GE Crianças saudáveis, futuro saudável- educação

GENZYME Não constavam no site projetos

GRUPO GERDAU Educação e mobilização solidária

GRUPO OURO FINO Patrocina atletas, apoia instituições assistenciais,

desenvolve trabalhos com crianças especiais

HERBARIUM

LABORATÓRIO

BOTÂNICO LTDA.

Não constavam no site projetos

HOSPITAL BRASÍLIA Não possui nenhum projeto

HOSPITAL SÃO

LEOPOLDO Não foi avaliado

Page 379: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

378

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

HP BRASIL Não constavam no site projetos.

ICEC Projetos voltados para a melhoria da qualidade

de vida, cultura e educação

IESA ÓLEO ; GÁS

Fundação Inepar: ações voltadas para crianças e

adolescentes, começando com as famílias dos

funcionários

IHARABRAS S/A

INDÚSTRIA QUÍMICA Projetos culturais e sociais

INTELBRAS S/A Patrocina a Orquestra Sinfônica de Florianópolis

e Mostra de Cinema Infantil

INTERNATIONAL PAPER

DO BRASIL

Patrocínio a projetos de educação e

conscientização ambiental

IRIZAR Não constavam no site projetos

ITAUCRED VEÍCULOS Itaú Sustentabilidade e Fundação Itaú Social

JAGUARÉ Projeto de reciclagem de parte dos materiais

utilizados e mutirão para construção de casas

JBR ENGENHARIA LTDA.

Instituto Maria Madalena Oliveira Cavalcante:

desenvolvimento de crianças e adolescentes de

comunidades do Recife

KAIZEN Patrocina a entidade Manaem Obras Sociais e

Educacionais

KODAK

Kodak Corporativo:patrocina entidades

assistenciais e incentiva o trabalho voluntário

entre seus colaboradores

LABORATÓRIO SABIN Instituto Sabin: apoio a cultura e esporte

LANDIS+GYR Não constavam no site projetos

LEUCOTRON TELECOM Não constavam no site projetos

LOJAS COLOMBO SA Não constavam no site projetos

Page 380: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

379

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

LOJAS RENNER

Programas destinados à mulher, investe em

organizações que visam a melhoria da qualidade

de vida e educação.

LOSANGO Não constavam no site projetos.(Caso a ser

analisado, faz parte do grupo HSBC)

MAGAZINE LUIZA

Incentivo ao voluntariado, promove cursos

profissionalizantes, patrocina ONG's, parceria

com SENAC e Fundação Abrinq

MANTECORP Projetos socioambientais, culturais e esportivos

MARTIN-BROWER Recicla materiais utilizados na frota de

caminhões

MASA DA AMAZÔNIA

Programas culturais, projetos de conscientização

ambiental, apoio à instituições, incentivo ao

voluntariado

MATTEL Não foi avaliado

MCDONALD'S Instituto Ronald McDonald: atua investindo em

instituições da área da saúde.

MEDLEY Projetos na área de educação, saúde, reciclagem,

patrocínio de atletas, entre outros.

METAL AR

Projetos que visam a diminuir a exclusão digital,

melhorar a qualidade de vida, educação e

cultura.

MICROSOFT

Um projeto de luta contra a AIDS e um projeto

de inclusão digital que visa a transformar a

educação e criar oportunidades de emprego.

MILENIA AGROCIÊNCIAS

SA

Projetos de melhoria de qualidade de vida,

investimento em educação, cultura, saúde e

saneamento.

MONSANTO DO BRASIL Programas de melhoria de qualidade de vida,

preservação ambiental e investimento em

Page 381: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

380

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

LTDA desenvolvimento rural de certas áreas.

MOVEIS GAZIN Apoio a programas de melhoria da qualidade de

vida.

MTP - TUBOS Programas de melhoria da qualidade de vida,

saúde e ambiental.

NASAJON SISTEMAS Programas de melhoria de qualidade de vida e

de educação.

NEXTEL Instituto Nextel: programa de inserção no

mercado de trabalho de jovens

NIVEA Não constavam no site projetos

NOVO NORDISK

Ações de responsabilidade social em Montes

Claros (Programa de voluntariado, programa

livre do fumo, projeto contra retinopatia, novo

artes, caminhada mundial do diabetes)

ODONTOPREV

Apoia instituições e possui o PAC (Programa de

assistência continuada) com projetos e apoio em

diferentes áreas

OI

Oi Futuro - Instituto de responsabilidade social

da Oi (atua em projetos culturais e educacionais

em todo Brasil)

PAINCO INDÚSTRIA E

COMÉRCIO S/A Não constavam no site projetos

PATRUS TRANSPORTES

URGENTES Gincana Solidária

PELLEGRINO Educação, doações a instituições carentes

PERKINS Não constavam no site projetos

PHITO FÓRMULAS Não constavam no site projetos

PLASCAR Bem estar social. (Bom de Bola – Bom na

Escola; Ecoação; Adoção Bens Públicos;

Page 382: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

381

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

Supletivo de 1º e 2º grau; Árvore da Vida; Natal

Solidário; Tardes Solidárias; Campanha do

Agasalho e Alimentos; Visitas Técnicas)

PORMADE PORTAS Profissionalização, educação, responsabilidade

social e ambiental

PPE FIOS ESMALTADOS

S/A Educação ambiental, desenvolvimento infantil

PROMON

Não constavam no site projetos. Programa de

previdência privada para os funcionários.

Declara de ter alguns prêmios na área de

responsabilidade social

PRUDENTIAL DO BRASIL Não constavam no site projetos

PUBLICAR DO BRASIL

(EDITEL/LISTEL/GUIAMAIS

)

Não constavam no site projetos

RANDON S/A Educação, melhoria da qualidade de vida,

cidadania, desenvolvimento infantil

RECOFARMA - COCA-COLA Faz parte do grupo coca-cola. Não constavam no

site projetos

REGIONAL DE PRODUÇÃO

E COMERCIALIZAÇÃO DE

TUCURUÍ

Faz parte do grupo Eletronorte, mas não foi

encontrada área de responsabilidade social no

site da Eletronorte

RHEDE

TRANSFORMADORES Não foi avaliado

ROHM AND HAAS No site em inglês, há área de responsabilidade

social, mas nada indica que tenha algo no Brasil

RPM (*Kinross)

Educação ambiental, programas de monitoração

da qualidade de água, ar etc. Investmentos em

pequenos negócios, investimentos sociais.

SAGA Não constavam no site projetos

Page 383: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

382

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

SAMA

Projetos de preservação ambiental, incluindo

preservação de espécies de tartarugas e

reciclagem do material utilizado na empresa

SANOFI-AVENTIS Programa Música nos Hospitais

SÃO BERNARDO APART

HOSPITAL Não foi avaliado

SÃO BERNARDO SAÚDE Não foi avaliado

SERASA

Programas de voluntariado em instituições,

incentivos a outra instituições sociais,

investimento em crianças, melhoria da qualidade

de vida

SICREDI

Desenvolvimento do agronegócio, educação,

esporte, mobilização solidária, meio ambiente,

empreendedorismo e saúde

SPRINGER Melhoria da qualidade de vida, trabalho

voluntário, doações

SYNGENTA PROTEÇÃO DE

CULTIVOS Projetos sociais e ambientais conjuntamente.

SYNGENTA SEEDS Não constam projetos no site

TAIÍ Não constam projetos no site

TECFIL Não constam projetos no site

TECHINT ENGEHARIA E

CONSTRUÇÃO

Não constam projetos no site A empresa declara

possuir projetos sociais

TECNISA Projetos sociais.

TENARISCONFAB A empresa se declara ecologicamente

responsável e possui projetos sociais.

TIGRE S/A Não constam projetos no site

ULTRAGAZ Projetos de educação, melhoria da qualidade de

Page 384: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

383

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

vida, segurança, culturais; patrocínios

U&M Projetos nas áreas social e ambiental.

UNIBANCO UNIÃO DE

BANCOS BRASILEIROS S.A. Não constam projetos no site.

UNIMED CUIABA COOP

TRABALHO MEDICO Não foi avaliado

UNIMED MISSÕES LTDA Não foi avaliado

UNIMED SEGUROS Projetos sociais e se declara ecologicamente

responsável.

UNIMED VALES DO

TAQUARI E RIO PARDO Não foi avaliado

UNIMED VOLTA

REDONDA Projetos sociais.

UNISC Projetos culturais, sociais e ambientais.

UNIVILLE Não constam projetos no site.

VALE Projetos sociais e ambientais.

VALEO SISTEMAS

AUTOMOTIVOS LTDA Não constam projetos no site.

VIAPAR A empresa se declara ambientalmente

responsável e possui projetos sociais.

VISA VALE Não constam projetos no site

VISANET BRASIL Não constam projetos no site A empresa se

declara socialmente responsável.

VIVO A empresa se declara responsável social e

ambientalmente e possui projetos sociais.

VOLVO DO BRASIL A empresa se declara ambientalmente

Page 385: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

384

Quadro 2:

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

150 Melhores Empresas Para Se Trabalhar no Brasil (2010)

responsável e possui projetos sociais.

WHIRLPOOL S.A.

UNIDADE DE

ELETRODOMÉSTICOS

Projetos Ambientais, Apoio ao Instituto da

Mulher

ZANZINI MÓVEIS Não constam projetos no site

ZEMA Projetos Ambientais

3M do Brasil Projetos Ambientais, educacionais, sociais,

culturais

Constata-se que 37% das melhores empresas para trabalhar, na

época da pesquisa, não divulgavam sua atuação em responsabilidade

socioambiental, o que pode significar que ainda não atuavam ou apenas não

divulgavam. 7% das melhores empresas não tiveram sua ação de

responsabilidade socioambiental avaliada, por indisponibilidade de sites à

época.

Empresas sediadas no Uruguai

No Quadro 3, estão citadas as empresas mencionadas por

Erramuspe (1998) como atuando com responsabilidade socioambiental no

Uruguai. Entretanto, ao consultar o site dessas organizações, constata-se que

44% delas não relatavam em suas ações e não foi possível analisar 15% delas

pela indisponibilidade do site à época

.

Page 386: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

385

Quadro 3 – Casos Relatados Uruguaios nos Achados Documentais

(2008)

Empresas Responsabilidade Socioambiental

Abal Hnos Não foi avaliado.

Antel Projetos de incentivo a inovação.

AYAX Não constavam projetos no site

Barraca Europa Não constavam projetos no site

BASF Não constavam projetos no site

Cattivelli Hnos. Projetos de doações às instituições públicas e privadas.

Colgate Projetos sociais e de saúde.

Compañía Bao Projetos sociais e ambientais.

Del Castillo

Transportes

(NUVO)

Não foi avaliado.

Directories.Sudy

Lover Não foi avaliado.

Disco del Uruguay Projetos de responsabilidade social.

Embotelladora del

Uruguay S.A. Não foi avaliado.

Fábrica Nacional de

Cervezas Não constavam projetos no site

Fleischmann

Uruguaya S.A. Não constavam projetos no site

FUNSA Não constavam projetos no site.

Gautier S.A. Projetos sociais.

IBM Não constavam projetos no site

INCA Não constavam projetos no site

Interfase S.A. Não constavam projetos no site.

Johnson y Johnson Projetos sociais.

Page 387: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

386

Quadro 3 – Casos Relatados Uruguaios nos Achados Documentais

(2008)

Empresas Responsabilidade Socioambiental

KODAK Uruguaya Não constavam projetos no site

Manzanares S.A Não foi avaliado.

Mc Donald's Projetos de sustentabilidade nos processos internos.

Iniciativas culturais e de responsabilidade social.

Molinos Uruguay Projetos sociais e educativos.

Mosca Hnos Projetos sociais e educacionais.

ONAPROLE Não constavam projetos no site

Parmalat Não constavam projetos no site

Paylana Não foi avaliado.

Puma Trading Não foi avaliado.

Rhone Poulenc

Rorer Projetos ambientais.

RIOGAS Não constavam projetos no site.

SACEEM Não constavam projetos no site.

UTE Projetos de sustentabilidade nos processos internos.

Volt Autologic Não constavam projetos no site.

Foram analisados, também, em 2009, os sites das melhores

empresas no Uruguai em 2007. Chegou – se ao resultado apresentado no

Quadro 4, que indica que 40% delas não relatavam suas ações nos sites.

Page 388: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

387

Quadro 4

Análise da Atuação de Responsabilidade Socioambiental das

Melhores Empresas no Uruguai (2007)

Colocaçã

o

2007

Empresas Responsabilidade socioambiental

1

Pepsi Cola Manufacturing

Company of Uruguay

S.R.L.

PepsiCo Foundation - saúde global, meio

ambiente e inclusão global

2 DHL Uruguay Meio ambiente, projetos sociais e

econômicos

3 FedEx Meio ambiente e ajuda a instituições

filantrópicas pelo mundo

4 Atento Educação

5 Telefónica Projetos sociais, culturais e esportivas

6 McDonald’s

Meio ambiente, apoio ao Passeio Cultural

da Cidade Velha e Centro de Assistência

Infantil

7 Tea Deloitte & Touche Não constam projetos no site

8 Diageo Não constam projetos no site

9 Sabre Holdings

Não constam projetos no site apesar de se

declarar interessada em apoio a

prevenção do meio ambiente e ao

voluntariado

10 AIVA TPA Services Não constam projetos no site

11 Young & Rubicam Habitação, educação e saúde

12 Accor Services Accor tem ações no mundo, porém não

constam projetos no Uruguai

13 República AFAP Educação

14 Mapfre

Fundação MAPFRE e MAPFRE

Responsabilidade Social Corporativa.

Prevenção de acidentes; Arte e cultura;

Formação e Difusão da cultura de

seguros; Gestão de risco e meio ambiente;

Ação Social.

15 Acodike Supergas Não constam projetos no site

Page 389: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

388

Comparação Brasil x Uruguai

Com certeza não são apenas essas as empresas praticantes de

responsabilidade socioambiental em ambos os países naquela época. Aqui

estão apresentadas as empresas que compuseram a amostra desta pesquisa e

que tiveram seus sites examinados para uma identificação preliminar de suas

práticas de responsabilidade socioambiental pela via do que é comunicado.

Contata-se que tanto no Brasil quanto no Uruguai cerca de 50% das

empresas pesquisadas não relatavam suas ações em seus sites, quer por

indisponibilidade dos sites em pelo menos 7% delas, quer porque não

comunicavam essas ações nos sites quer porque não comunicam ou porque nõa

realizam. Identifcar causar requer realizar uma pesquisa de campo, cujos

recursos necessários não estão disponíveis.

B- Em que setores econômicos essas empresas atuam?

As empresas analisadas atuam em diversos setores e, em geral, tanto

no Brasil, quanto no Uruguai.

Empresas sediadas no Brasil

Do quadro 4, depreende-se que cerca de 55% das melhores

empresas eram da indústria, seguida pelo setor de serviços, no qual se destacou

o setor financeiro (11%) e o comercio (10%).

Da análise do quadro 5, depreende-se que os setores que tem sido

mais estudados até 2009 eram setor financeiro, telecomunicações e petróleo e

gás. Não deve ser o acaso, uma vez que estes têm sido setores dos mais

lucrativos.

Page 390: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

389

Como hipótese, destaca-se que esses setores econômicos são, por

vezes, muito criticados e conhecidos por falha de serviço, por causar problemas

ambientais ou danos aos consumidores. Esses desafios presentes em sua

atividade econômica podem ser os principais motivos pelos quais são

encontrados mais estudos sobre eles.

Quadro 5: Setores Econômicos dos Casos Relatados nos Achados Documentais:

Page 391: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

390

Empresas sediadas no Uruguai

As empresas que realizam projetos de responsabilidade

socioambiental no Uruguai pertencem a diversos setores, principalmente,

indústria e serviços financeiros como pode ser constatado no Gráfico a seguir.

Gráfico 1: Setores econômicos das melhores empresas para trabalhar no Uruguai.

Comparação Brasil x Uruguai

As empresas que praticam responsabilidade socioambiental são de

diversos setores, e em geral, tanto no Brasil, quanto no Uruguai, do setor

industrial, destacando-se energia e petróleo e gás e setor financeiro.

Ao compararmos ambos os países e suas respectivas empresas, é

possível perceber que há certa homogeneidade entre os setores em que se

encontram práticas relatadas de responsabilidade socioambiental ou que as

empresas se constituem em bons lugares para trabalhar. De certo que

lucratividade destes setores na economia mundial pode ser um fator explicativo

para isto.

Page 392: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

391

C - Que causas ou ideias sociais têm recebido investimento dessas

empresas?

As metas do milênio parecem nortear os investimentos em

responsabilidade socioambioental das empresas pelas análises realizadas. Veja

a descrição que segue.

Empresas sediadas no Brasil

No Brasil, existem muitas causas sociais que recebem investimento

das empresas. Vários autores citaram exemplos pontuais dessas causas ou

ideias sociais de diversas companhias.

O texto de Guedes (s.d.) cita a Credicard S/A como apoiadora da

causa em prol da responsabilidade social e cidadania.

Lourenço et al (2002) cita a Petrobrás na preservação do meio

ambiente, distribuição de cestas básicas e indenizações.

Já Silva (2005) cita a Unimed na realização de programas sociais e

ambientais fundamentados na ética e nos direitos humanos.

Oliveira e Ikeda (s.d.) colocam em seu texto o Boticário realizando

projetos relacionados à pesquisa e proteção da vida silvestre, áreas verdes e

unidades de conservação.

Os textos de Peruzzo (2001), Trevisan (2002), Pereira (2005), Cabral

(2006), Liberman e Carrion (2006) apresentam empresas como Embratel,

Shell, Random, Boticário, Fundação Bradesco como empresas defensoras do

meio ambiente.

Page 393: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

392

Outros textos que exemplificam as causas em que são empregados

investimentos das práticas sociais, são os de Borges, Miranda e Valadão Júnior

(2007), Leal (2006) que tratam de bancos como a Caixa, o Banco do Brasil, o

Bradesco, o Itaú que investem em questões de cidadania, educação e cultura.

Da análise dos quadros 1 e 2, nota-se que as empresas brasileiras

investem, principalmente, em educação (25%), projetos sociais (14%) e meio

ambiente (14%) nas suas práticas de responsabilidade socioambiental.

Empresas sediadas no Uruguai

No Uruguai, se encontra no texto de Teixidó, Chavarri e Castro

(2001) as ideias de que as áreas de educação, meio ambiente e cultura são as

que mais recebem investimentos das empresas uruguaias. Vale lembrar que o

texto de Masalias (2004) trata da contribuição monetária e da doação de

produtos.

Nos gráficos apresentados a seguir, é possível verificar que há

diferença no perfil de investimentos em responsabilidade socioambiental em

função do setor econômico em que a empresa atua.

Page 394: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

393

Gráfico 2: Tipo de Investimento do Setor Industrial

Gráfico 3: Tipo de Investimento do Setor de Serviços Financeiros

Page 395: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

394

Gráfico 4: Tipo de Investimento do Setor de Serviços

Gráfico 5: Tipo de Investimento do Setor de Telecomunicações e Sistemas da Informação

Page 396: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

395

Comparação Brasil x Uruguai

Após a leitura crítica dos textos e realização da pesquisa de campo

nos sites das empresas, pode-se concluir preliminarmente que a natureza do

tipo de investimento realizado em ambos os países é semelhante, o que pode

ser constatado nos gráficos 6 e 7:

Gráfico 6: Investimentos Totais: Brasil

Gráfico 7: Investimentos Totais: Uruguai

Page 397: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

396

D- Existem áreas específicas que cuidem da Responsabilidade

Socioambiental nessas corporações?

Empresas sediadas no Brasil

Nas corporações brasileiras, costuma-se ter como área específica que

cuida da responsabilidade social, os setores de Marketing ou de Recursos

Humanos, segundo os autores Oliveira et al. (2004), Leal (2006) e Liberman e

Carrion (2006).

Os últimos, inclusive, citam três exemplos práticos de empresas

como a Copesul, que administra suas práticas de Responsabilidade Social na

área de recursos humanos, a Random no Departamento de marketing, e a RBS

no segmento de comunicação.

No texto de Boeira (2005), são lembradas as comissões de ética e

política social como áreas que cuidam da responsabilidade social das empresas

e nos textos de Liberman e Carrion (2006) e Borges, Miranda e Valadão Júnior

(2007) são relatadas as criações de institutos e fundações como as responsáveis

por essas áreas, para facilitar, entre outros motivos, o uso de incentivos fiscais.

Na pesquisa realizada nos sites, constatou-se que as organizações não

informam claramente quem são os responsáveis por gerir os projetos de

responsabilidade socioambiental.

Empresas sediadas no Uruguai

Para as empresas uruguais, a pesquisa no site produziu o mesmo

resultado.

Page 398: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

397

Comparação Brasil x Uruguai

Ao se tentar identificar nos sites, as áreas do organograma da

empresa responsáveis pela gestão e pela comunicação relacionada aos projetos

sociais, em geral, encontra-se falta de informação, exceto quando há um

Instituto que cuida do tema.

19.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em primeiro lugar, cabe esclarecer após as comparações realizadas

anteriormente, que é possível identificar alguns aspectos que poderão nortear

uma pesquisa de campo aprofundada sonre esta questão junto as empresas..

Primeiramente, é importantíssimo lembrar que, ainda que se trate de

comparar atuação de empresas em países com economias, populações, PIB,

absolutamente díspares, o volume de achados é diferentes, mas

proporcionalmente, a qualidade do que se encontra é semelhante.

Comentando, inicialmente a respeito da Responsabilidade

Socioambiental, percebe-se que associada a ela, geralmente, está ética, moral e

cidadania. A necessidade de demonstrar preocupação com a sociedade acaba

gerando uma obrigação nas empresas em responderem a isso.

Na maioria dos casos encontrados pelos critérios adotados, as

empresas que se mais relatam suas ações de Responsabilidade Socioambiental

são empresas que têm sua imagem associadas a risco de acidentes ambientais

ou percebidas pela sociedade como responsáveis potenciais por desventuras

sociais e, como hipótese, pode-se afirmar que elas para se redimirem

responsabilizam-se como agentes sociais por boas práticas de erradicação destes

problemas.

Page 399: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

398

Em geral, as grandes empresas trabalham com projetos de educação,

preservação do meio ambiente e promoção social. Todos esses aspectos estão

relacionados aos quatro princípios básicos da Carta da Terra.

De todo modo, muitas ainda se declaram socialmente responsáveis,

mas não indicam em que investem e, por vezes, só investem em projetos

internos à própria organização, relacionados à qualidade de vida de seus

trabalhadores, o que não deixa de seu uma atuação inteligente, já que

colaborador com boa qualidade de vida é profissional mais produtivo.

Algumas empresas adotam uma maneira de atuar responsavelmente

bastante objetiva e a comunicam com anúncios diretos. Algo, de certo modo,

interessante, que acontece tanto no Brasil quanto no Uruguai e que se dá como

uma “prestação de contas” para a população, o que pode justificar a localização

dessa atribuição nas áreas de Recursos Humanos, de Comunicação e de Gestão

de Marketing.

Essas atuações sociais, em geral, trazem retornos positivos para as

empresas e, por isso, são maneiras inteligentes de melhorar uma imagem

institucional. Entretanto, pela análise dos sites realizada, recomenda-se que haja

maior cuidado na divulgação destas ações, pois é fundamental para a sociedade

saber o que as empresas fazem socialmente, para que ela retribua com

legitimidade, o que permitirá às empresas conquistar melhor a lealdade de seus

stakeholders. Um percentual bastante alto de empresas não divulgava suas

ações e nem deixava claro em seus sites se as realizava, o que um sinal de

necessidade de melhoria do processo de comunicação.

Recomenda-se como estudo futuro, a realização de pesquisa de

campo, com base em questionário, elaborado a partir de achados desta

pesquisa, a ser respondido pelas empresas. A partir da tabulação da análise dos

Page 400: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

399

dados dessa pesquisa de campo, será possível desenvolver uma visão crítica

mais apurada sobre desafios e oportunidades encontrados pelas empresas para

praticarem a responsabilidade socioambiental, de modo que a sociedade se

certifique de que a prática de “greenmarketing” é mais potente e frequente do

que a de “greenwashing”.

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Page 414: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

413

CAPÍTULO 20

Show do Milhão: primeira pesquisa realizada no LIMK

Page 415: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

414

20. SHOW DO MILHÃO: A PRIMEIRA PESQUISA REALIZADA NO

LIMK

Lívia Pereira de Frias100 Maria Cecília Leão Santiago101

Maria Clara Planel102 Roberta Cordeiro de Figueiredo103

Sara Regina Sampaio104 Tiago Lezan Sant’Anna105

Prof.ª DrªFátima Sobral Fernandes

Comece o que quer que você tenha que fazer: o início de um trabalho representa o todo.

Ausõnio106

20.1 INTRODUÇÃO

O “Show do Milhão” era o programa de maior audiência do SBT

durante o período de realização da pesquisa aqui apresentada (segundo

semestre de 2001). Baseado no similar inglês “Who Wants to Be a

Millionaire?”, um programa de perguntas e respostas no qual o candidato deve

responder a uma série de perguntas de conhecimentos gerais, em que cada uma

corresponde a um valor em dinheiro, podendo chegar ao prêmio máximo de

um milhão de reais.

100

Estudante do 4º período de Psicologia. 101

Estudante do 2º período de Comunicação. 102

Estudante do 2º período de Comunicação. 103

Estudante do 2º período de Comunicação. 104

Estudante do 2º período de Comunicação. 105

Estudante do 2º período de Comunicação.

Page 416: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

415

O “Show do Milhão” chegou a ter um número muito alto de

espectadores, superando a Rede Globo de Televisão, tradicional campeã de

audiência do horário. Porém, com o passar do tempo, o programa sofreu uma

queda significativa de audiência.

O objetivo principal da pesquisa foi analisar a qualidade do programa

“Show do Milhão”, , a fim de tentar identificar as possíveis causas da queda de

audiência, propondo maneiras para torná-lo mais atraente, como um exercício

fictício para que os estudantes fossem treinados a realizar pesquisa de marketing

para produtos audiovisuais.

20.2 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada considerando como universo a população do

município do Rio de Janeiro e foi organizada em duas etapas. Foram realizadas

entrevistas telefônicas, em uma fase exploratória quantitativa, para o

recrutamento de pessoas com a finalidade de participarem, posteriormente na

fase qualitativa, de dois grupos de discussão.

Etapa quantitativa da pesquisa

As entrevistas telefônicas foram usadas como técnica usada na etapa

quantitativa da pesquisa. Foi dimensionada uma amostra de 90 pessoas do tipo

aleatório simples, ou seja, cada membro da população (denominada unidade da

amostra) possuía igual chance de ser selecionado, entre os membros da

população que possuíam telefone fixo. Esse tamanho de amostra garantia um

106

Poeta romano e professor de retórica na região da atual Bordeaux, na França.

Page 417: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

416

índice de confiança de 90% de que a diferença entre amostra e universo seria

no máximo de 10%, para mais ou para menos.

Foram realizados telefonemas para números escolhidos

aleatoriamente. Os números telefônicos foram escolhidos a partir de prefixos

de diversos bairros do município do Rio de Janeiro, seguidos de sufixos que

foram gerados através da soma de um dígito a cada algarismo de um número

semente.

O questionário utilizado continha 15 perguntas fechadas, o que eram

lidas calmamente para os respondentes para que eles pudessem escolher uma

ou mais alternativas de possíveis respostas. Dentre elas havia 4 perguntas de

disfarce, não relacionadas ou indiretamente relacionadas ao assunto Show do

Milhão, para não permitir que o respondente se preparasse para o grupo de

discussão.

Como filtro para participar da pesquisa, foi utilizada a idade mínima

de dezoito anos.

Etapa qualitativa da pesquisa

A etapa qualitativa da pesquisa consistiu em uma entrevista coletiva

em profundidade com dois grupos definidos. Um grupo caracterizado por

assistir menos ao programa “Show do Milhão” durante o ano da pesquisa com

relação ao ano anterior e o outro por assistir mais ou igual ao mesmo programa

nas mesmas condições.

Nesse encontro, os recrutados foram submetidos a perguntas do tipo

abertas, no qual o respondente fica à vontade em falar livremente sobre o

assunto. A entrevista foi guiada por dois moderadores (ou facilitadores) visando

Page 418: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

417

a encontrar as motivações que os levam a assistir mais ou a deixar de assistir ao

programa, bem como as suas impressões sobre o “Show do Milhão”.

20.3 RESULTADOS

No Gráfico 1, apresentado a seguir, observam-se as proporções dos

sujeitos por frequência de audiência por dia de semana, no último ano. A

frequência absoluta assim se apresentava:

Somente Domingo – 23;

Somente Quarta-feira – 9;

Somente Quinta-feira – 6;

Domingo e quarta-feira – 2;

Domingo e quinta-feira – 0;

Quarta e quinta-feira – 12;

Quarta, quinta-feira e domingo – 11;

Não respondeu – 28.

Gráfico 1: Frequência de Espectadores Por dia da Semana

Page 419: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

418

No Quadro 1, percebe-se que poucos entrevistados assistem ao

programa inteiro; a maioria assiste ou à maioria dele, ou apenas a um curto

trecho.

Quadro 1 – Quanto tempo dispende assistindo o programa? (2001):

Duração Frequência Frequência Relativa

Todo o Programa 14 15%

A maior parte 30 33%

Pequena parte 30 33%

Não sabe 1 11%

Não resposta 16 17%

O número de espectadores que declaram não assistir ao Show do

Milhão no ano anterior à pesquisa, é ligeiramente maior do que os que

declaram assistir.

Quadro 2 - Assistiam ao programa no ano anterior?

Resposta Frequência Frequência Relativa

Sim 40 44%

Não 45 50%

Não Sabe 3 3%

Não Resposta 3 3%

Os que assistiram no ano 2000, costumavam fazê-lo no domingo.

Seguindo esse grupo, havia os que assistiam duas vezes por semana, na quarta e

na quinta feira. Os expectadores mais assíduos, que acompanhavam o programa

todos os dias, ficaram em terceiro lugar.

Page 420: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

419

Quadro 3 - Dias da semana de maior frequência de audiência no ano

anterior à pesquisa:

Dia da Semana Frequência Frequência Relativa

Domingo 23 25%

Quarta-feira 9 10%

Quinta-feira 6 6%

Domingo e Quarta-feira 2 2%

Domingo e Quinta-feira 0 0%

Quarta e Quinta 12 13%

Quarta, Quinta e

Domingo 11 12%

Não respondeu 28 31%

Em 2000, os entrevistados declararam que costumavam acompanhar

mais o programa: a maioria assistia a ele todo ou a maior parte, como mostrado

na Tabela 4.

Tabela 4 - Tempo que assistia ao programa no ano anterior:

Todo o programa (60 min) 15%

A maior parte 15%

Pequena parte 11%

Não sabe 2%

Não resposta 54%

Afirmaram, em dois momentos distintos da pesquisa, assistir mais ao

programa no ano em que a pesquisa foi realizada do que no anterior,

contrariando a hipótese inicial de perda de audiência.

Page 421: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

420

Tabela 5 - Comparação: ano anterior x ano da pesquisa:

Assiduidade Frequência Frequência Relativa

Mais Que Este Ano 19 21%

Igual A Este Ano 16 18%

Menos Que Este Ano 42 46%

Não Sabe 1 1%

Não Resposta 13 14%

Impressões colhidas sobre o apresentador

Houve unanimidade: todos os entrevistados declararam ter uma

imagem positiva de Silvio Santos, principalmente como profissional.

Consideram-no um bom apresentador e melhor que os concorrentes. Em

relação à solidariedade, os entrevistados afirmaram que Sílvio Santos ajuda

muito as pessoas através de seus programas.

Impressões sobre a emissora

De todos os entrevistados, apenas um não se sentiu satisfeito com o

SBT por achar a grade de programação apelativa. A maior parte dos

entrevistados considerou a emissora ótima, principalmente, por causa da

programação infantil que não encontra nas concorrentes. Alguns entrevistados

destacaram que a programação do canal é divertida: “a gente se diverte e

esquece os problemas”. Porém, apesar do SBT ajudar as pessoas, os

entrevistados acharam que a emissora poderia fazer mais.

Page 422: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

421

Impressões sobre o programa

Para os entrevistados, o programa é a cara do Brasil, “tem tudo a ver

com os brasileiros”. Uma entrevistada explica: “Única coisa que estava faltando.

Não tem nenhum programa desses na televisão, só o Silvio Santos colocou um

programa assim, que ajuda as pessoas, as pessoas se envolvem mais, que tem

perguntas e respostas, tem muita coisa que eu não sabia e agora sei”.

Motivação para assistir o programa

Todos os entrevistados achavam o programa instrutivo e grande

parte tem como principal motivação para assisti-lo o desejo de participar um

dia: assistem para treinar.

Torciam pelos candidatos e se envolviam emocionalmente –

“Quando as pessoas querem ganhar o dinheiro que estão precisando, eu acabo

torcendo. Eu torço quando vejo o drama das pessoas” –, e também adquirem

novos conhecimentos, sentindo-se desafiados pelas perguntas.

Por que assistiu mais ou menos o Show do Milhão no ano

anterior ao da pesquisa?

Muitos entrevistados assistiam mais no ano da pesquisa para adquirir

conhecimento para participar do programa um dia, outros porque não

conheciam bem o Show do Milhão no ano anterior ao da pesquisa: “No

começo as pessoas não assistiam, não conheciam, eu também não ligava, mas

depois eu ouvia o Show do Milhão, o Show do Milhão, aí eu gostei e comecei a

assistir”.

Page 423: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

422

Avaliação do horário de exibição

Houve unanimidade, todos aprovaram o horário de exibição.

Hábitos de audiência de outros programas

Na grade de programação do SBT os entrevistados assistiam

também Chaves, Casa dos Artistas e Topa Tudo por Dinheiro. De outras

emissoras foram citados Tela Quente, Globo Repórter, novelas e Jô Soares da

Rede Globo, a programação da TV Cultura e partidas de futebol.

As regras do jogo

A maioria dos entrevistados sugeriu alterações, como trocar a ajuda

das placas pela ajuda do convidado e que as pessoas sorteadas tenham mais

chance de concorrer, não fiquem apenas como placas. Quanto à participação

de universitários, a maioria acha que deve permanecer, porém “os universitários

também tem dúvidas”. Uma participante diz “Eu gosto, ma,s muitas vezes,

fazem a pessoa errar”.

Quanto às perguntas

Muitos criticaram o grau de dificuldade, considerado muito alto.

Uma entrevistada sugere que as perguntas sejam feitas de acordo com o grau de

escolaridade do candidato. Nesse ponto há divergência, já que outra diz que as

perguntas devem ser iguais para todos.

Nenhum entrevistado aprovou a sugestão de serem abordados temas

específicos por programa. A maioria achava que quando a pergunta não é

respondida, a resposta correta deveria ser informada.

Page 424: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

423

Quanto à apresentação

Considerada satisfatória, os participantes gostavam do apresentador e

não desejam ajudantes de palco.

Quanto à participação de convidados famosos

Alguns entrevistados acharam interessante e divertido, outros

reprovam a ideia, pois “dinheiro pros atores não falta, a não ser que com esse

dinheiro eles ajudassem uma casa de recuperação”.

Quanto ao processo de seleção de candidatos

Todos aprovaram o processo de seleção.

Quanto à forma do programa

A imagem era boa e o som provocou polêmica, os entrevistados

acham que a trilha sonora de suspense deixava os entrevistados tensos e alguns

não gostam disso, outros disseram que “dá o clima”. Todos gostavam do

cenário. Uma entrevistada sugeriu que o público aparecesse mais.

Quanto às paradas comerciais

A maior parte dos entrevistados considerou as paradas comerciais

adequadas, mas alguns dizem que elas atrapalham. “Muito comercial, e quando

tá avançando assim, não dá tempo da pessoa responder e não vai dar tempo de

outras responderem”.

Page 425: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

424

O que acharia se os telespectadores pudessem participar por

telefone 0800, caso o programa fosse ao vivo?

Todos aprovaram a ideia.

20.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Algumas limitações enfrentadas pelos pesquisadores dificultaram a

conclusão da pesquisa, entre elas: o universo considerado ser a população do

município e a recusa de resposta de alguns abordados por vários motivos,

como: medo, sensação de invasão de privacidade, desconfiança, ansiedade a

respeito do assunto, falta de tempo, cansaço, condução da pesquisa etc.

Houve dificuldade em reunir pessoas que assistiam mais ao

programa, porém, a dificuldade foi ainda maior para reunir as que assistiam

menos ou não assistiam. Isso fez com que não se pudesse chegar a uma

conclusão objetiva quanto à queda de audiência, entretanto embasados em

comentários da amostra entrevistada, foram identificados alguns fatores que

podem ser considerados como causadores e /ou colaboradores da queda de

audiência:

Os participantes não criticaram o apresentador, porém

consideraram a grade do SBT na época “apelativa”.

O nível de dificuldade das perguntas, considerado alto pelos

pesquisados, desestimularia o espectador a participar do

programa.

Pouca interatividade do público – auditório e telespectadores –

pouca visibilidade da plateia.

Page 426: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

425

A utilização do recurso das “placas” para a consulta do

participante, elevando o índice de erro.

Assim, concluí-se que o “Show do Milhão” tinha um público cativo e

que, de modo geral, o formato do programa era atraente.

O apresentador Silvio Santos foi apontado como um homem

empenhado em ajudar as pessoas, além de ser uma personalidade divertida.

Os entrevistados cogitaram que Silvio seguisse a carreira política, já que antes de

ser um comunicador respeitado passou por dificuldades, e assim

compreenderia necessidades de seu público, corroborando sua ação política nas

eleições de 1988 e 1989.

Na época, havia um grande interesse em participar do programa,

pois ele era visto como uma forma imediata de melhorar o padrão de

consumo, embora a dificuldade de ganhar o sorteio fosse criticada. A Emissora

SBT foi identificada como uma emissora que, diferentemente das demais, se

preocupava em mostrar os problemas enfrentados pelos participantes de forma

personalizada.

Além disso, foram elaboradas sugestões possíveis para um

diagnóstico mais apurado e controle da audiência que estava caindo com

rapidez, segundo a midia:

Avaliar o público de diferentes classes econômicas utilizando

roteiros específicos contendo uma linguagem diferente para

extrair informações mais precisas.

Elaborar uma pesquisa que evidenciasse a concorrência entre as

emissoras líderes no horário do “Show do Milhão”, observando

Page 427: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

426

se os telespectadores mudavam de canal (zapping), enquanto

assistiam ao programa.

20.5 REFERÊNCIAS

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Page 428: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

427

CAPÍTULO 21

Salas de luxo de exibição

cinematográfica: uma avaliação

exploratória

Page 429: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

428

21. SALAS DE LUXO DE EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA:

UMA AVALIAÇÃO EXPLORATÓRIA107

Ana Ariel Rodriguez Arras Menezes108

Rossana Pina Ribeiro109

Prof.ª Drª Fátima Sobral Fernandes

Cada um de nós para o tempo em busca do segredo da vida. O segredo da vida está na arte.

Oscar Wilde110

21.1 INTRODUÇÃO

As salas de exibição de luxo destinam-se a um público de classe A e

B, com conceito VIP e, por isso, possuem estrutura e atendimento específicos.

Como exemplo da diferenciação em relação às salas de exibição tradicionais há:

poltronas de couro maiores e reclináveis, menor número de lugares disponíveis,

bombonière, banheiros e foyer exclusivos etc.

Buscar compreender a expectativa e o grau de satisfação de seus

consumidores é tema de relevância para pesquisadores de uma escola onde se

produz audiovisual e como exercício de real de pesquisa de marketing para a

Equipe LIMK.

107

Este artigo foi escrito com base em um trabalho apresentado na 2ª edição de 2012 da Jornada Giulio

Massarani de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC) da UFRJ. 108

Estudante do 1º Período de Comunicação Social 109

Estudante do 4º Período de Comunicação Social 110

Nascido em Dublin, 1854 – 1900, foi um escritor irlandês e se tornou um dos dramaturgos mais

populares de Londres em 1890.

Page 430: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

429

Objetivos da Pesquisa

O objetivo que norteou esta pesquisa foi o de identificar os atributos

que caracterizam o diferencial de uma sala VIP do ponto de vista do cliente por

meio de uma pesquisa qualitativa, isto é, capturar a percepção do consumidor

sobre “o momento mágico de usufruir do serviço em que se sente poderoso,

buscando prazer e certa sensação de delírio” para, posteriormente, reconhecer

a hierarquia dos atributos que constroem essa sensação e avaliar aqueles de

maior relevância para o público alvo das salas VIP.

De outro modo, pode-se afirmar que o objetivo central foi o de

identificar qualitativamente, nessa primeira fase, pontos relevantes consensuais e

polêmicos desse tipo de sala, percebidos pelos clientes, visando alimentar o

processo de realização de uma pesquisa quantitativa posterior.

A seguir, estão descritas as etapas da pesquisa percorridas e as

especificidades técnicas para realizar cada uma delas.

21.2 METODOLOGIA

A seguir, está apresentada uma descrição geral das etapas da pesquisa

qualitativa.

Em um primeiro momento, foram levantados os atributos que

caracterizam uma sala de cinema como sala VIP. São eles:

A partir da identificação desses atributos, foi elaborado o roteiro de

discussão em grupo com o público:

Page 431: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

430

Após a aprovação do roteiro de discussão, foi realizado o

recrutamento dos participantes para as oito discussões em grupo realizadas,

quatro em São Paulo e quatro no Rio de Janeiro.

Uma vez realizadas as discussões, foi elaborado um relatório para

subsidiar a realização de pesquisa quantitativa que permita a identificação da

importância relativa de cada um dos atributos atribuída pelos clientes, bem

como o grau de satisfação com eles de modo que seja possível hierarquizá-los e,

assim, decidir sobre que atributos das salas de cinema devem compor o

conceito desejado de sala VIP, a partir da percepção dos diversos segmentos de

clientes ouvidos sobre o serviço.

Identificação de Atributos

Foi realizada análise crítica das salas de luxo e do levantamento

expedito documental e nos sites de salas de luxo em todo o mundo para

identificar os atributos a serem avaliados em uma sala de cinema.

Roteiro de Entrevista

A partir dos atributos identificados na etapa anterior, foram

formuladas questões relacionadas a cada um deles para animar a discussão dos

grupos.

Recrutamento dos Participantes

Foi realizado recrutamento de participantes com perfil desejado, por

telefone e por email.

Page 432: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

431

Como o objetivo foi o de identificar qual é o conceito de sala de luxo

esperado pelos clientes dessas salas e, uma vez que a maioria delas estão

localizadas nos shopping centers, local onde circulam consumidores os mais

variados, foram recrutados consumidores de diversos estilos, utilizando como

critérios de recrutamento apenas faixa etária, sexo e autodeclararão de haver

utilizado sala de exibição de cinema luxo anteriormente, além de alguns

critérios para inferir poder aquisitivo, baseados no Critério Brasil (ABEP,

2011).

Grupos de Discussão

Foram realizados quatro grupos de discussão mistos de diversas

faixas etárias em São Paulo e no Rio de Janeiro com as seguintes características:

o Moderação: Prof.ª Fátima Sobral Fernandes - LIMK/ECO/UFRJ

o Equipe: Estudantes Ariel Menezes e Rossana Pina Ribeiro -

LIMK/ECO/UFRJ

o Número de Participantes: entre 6 a 10

o Duração Aproximada dos Grupos: cerca de 120 minutos

o Seleção dos Participantes: 2 a 6 homens e 2 a 7 mulheres,

agrupados pelas seguintes faixas etárias 17 a 24 anos, 25 a 34

anos, 35 a 44 anos e mais de 45 anos e que já tivessem

frequentado uma sala VIP no Brasil ou no exterior pelo menos

uma vez. Ressalta-se que muitos respondentes ao serem

perguntados sobre sua experiência em salas VIP demonstraram

Page 433: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

432

desconhecer estas salas, o que sinaliza a oportunidade de

divulgação e o possível crescimento de público para essas salas.

Elaboração do Relatório

A partir dos registros das discussões em grupo, foi realizada análise

do discurso dos participantes para identificar os atributos que caracterizam uma

sala de cinema VIP na percepção deles.

Os principais resultados encontrados estão expostos a seguir.

21.3 RESULTADOS

Adiante, estão apresentados os principais resultados organizados do

seguinte modo: síntese do levantamento bibliográfico expedito e comparação

entre salas VIP no Brasil e no Exterior, que permitiram identificar os atributos

abordados na pesquisa de campo, o que mais encanta e incomoda aos usuários

das salas de cinema e os pontos consensuais e polêmicos relacionados às salas

Vips.

Síntese do Levantamento Bibliográfico Realizado

A seguir, está apresentada uma síntese dos estudos encontrados que

serviram para subsidiar a identificação de atributos e a conceituação esperada

do serviço.

Tendência de consumo nos próximos 20 anos

Nos próximos 20 anos, as empresas, provavelmente, irão se

defrontar com mudanças no perfil de consumo de seus potenciais clientes.

Diversos fatores estruturais, como o envelhecimento populacional, a valorização

Page 434: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

433

da qualidade de vida, o consumo precoce e o aumento do poder de consumo

das classes de baixa renda serão responsáveis pelo ingresso de novos

consumidores que, adicionalmente, se mostrarão cada vez mais exigentes e

responsáveis do ponto de vista socioambiental. (Ventura, 2010)

Estas tendências, enumeradas por Ventura (2010) e, a seguir,

transcritas, sinalizam a necessidade de maior segmentação do mercado e de

diferenciação de qualquer produto, seja ele bem ou serviço.

o Consumo exigente: maior exigência por bens e serviços de

qualidade, incluindo a valorização crescente da certificação e da

rastreabilidade;

o Consumo +60: aumento da demanda por bens e serviços

orientados ao consumidor com mais de 60 anos em virtude do

envelhecimento populacional;

o Consumo saudável: valorização da saúde nas decisões de

consumo e aumento da demanda por bens e serviços orientados

a uma vida saudável;

o Consumo responsável: aumento da conscientização

socioambiental do consumidor e intensificação das exigências

éticas e de eficiência no processo produtivo;

o Consumo de baixa renda: ingresso de novos consumidores à

economia de mercado e aumento da demanda por bens de

consumo popular pelas classes de baixa renda (C, D e E);

o Consumo precoce: aumento do poder de decisão de compra

exercido pelas crianças e adolescentes sobre o consumo familiar;

Page 435: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

434

o Consumo online: aumento das transações comerciais utilizando a

Internet;

o Consumo prático: aumento da demanda por bens e serviços de

elevada praticidade e que contribuam para a otimização do

tempo;

o Consumo em nichos: aumento da procura por bens e serviços a

mercados (públicos) específicos (portadores de necessidades

especiais, LGBT e afrodescendentes, entre outros).

o Uma visão geral sobre as categorias sociais brasileiras.

Utilizou-se o Critério de Classificação Econômica do Brasil - 2011

(ABEP, 2011), uma vez que a pesquisa foi iniciada em janeiro de 2012, para

classificar os consumidores em categorias econômicas. O CCEB tem como

função estimar o potencial de compra das famílias e segmentar o mercado nas

seguintes categorias sociais: A1, A2, B1, B2, C, D e E.

A categoria mais abastada – A e com maior poder aquisitivo, é

composta de quatro grupos sociais distintos, havendo exceções, como as

famílias nobres ou tradicionais, conforme breve descrição a seguir:

o os que dirigem diretamente a maquinaria capitalista do país:

grandes empresários, grandes banqueiros, grandes acionistas,

grandes fazendeiros etc.

o os que gravitam em torno desse núcleo principal: diretores,

assessores e gerentes de grandes empresas e, também, donos de

empresas que assessoram as maiores.

Page 436: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

435

o os altos funcionários do Estado brasileiro: desembargadores,

juízes, funcionários bem situados dentro dos três poderes,

presidentes de empresas estatais, promotores, políticos,

professores universitários bem graduados, funcionários estatais

eleitos, militares de alto escalão etc.

o os que sobrevivem dos gastos dos quatro grupos, ou seja, aqueles

que prestam serviços indiretamente ou atendem diretamente a

classe mais abastada, e pelo seu ganho, pertencem a ela. Tendo

suas variações, como profissionais liberais bem qualificados ou

que ocupam funções políticas e/ou de direção. Composto por

médicos, advogados, engenheiros e arquitetos conceituados,

proprietários de bares sofisticados, de clubes, de academias caras,

de colégios particulares, de cursos de línguas conceituados, de

construtoras famosas e tradicionais, especialistas etc.

Vale lembrar que essa categoria social brasileira está plenamente

integrada nos modernos padrões internacionais de consumo de massas.

Segundo Herzog (2009), uma pesquisa encomendada ao Ibope,

revela que o consumidor da classe C, consumidor emergente, cresce em

quantidade no Brasil e possui três perfis bastante distintos.

Um dos perfis é o do consumista. Como o próprio nome sugere, ele

compra muito e por impulso, frequentemente mais do que a renda permite. É

aventureiro, extrovertido, vaidoso e sonhador. Acostumou-se a viver com

dívidas e não se preocupa muito com isso. Muita gente o classificaria como o

emergente deslumbrado com as benesses que o dinheiro pode trazer

(HERZOG, 2009, p.58). Este consumidor pode vir a ser um usuário

relativamente frequente das salas de cinema de luxo.

Page 437: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

436

O segundo perfil é o do planejador: O extremo oposto do

consumista. Trata-se de um consumidor mais cauteloso, que gasta seus

rendimentos com parcimônia e se mostra cético em relação à propaganda. Por

se preocupar com o futuro, ele investe em sua educação e na de seus filhos.

Detesta dívidas e, em alguns meses, consegue até guardar um dinheirinho

(HERZOG, 2009, p.59). Pela priorização da educação pode vir a ser um

usuário eventual da sala VIP de cinema.

Entre esses dois extremos - o planejador e o consumista -, o Ibope

encontrou um terceiro perfil, o retraído, um sujeito que muda seu

comportamento de acordo com a situação e, por isso mesmo, é ainda mais

difícil de ser compreendido, porque pode se comportar imprevisivelmente

como qualquer dos outros dois.

Cabe lembrar que foi-se o tempo em que ter apenas preço baixo era

suficiente para atrair esse tipo de consumidor. Alguns gostam de se vangloriar

por terem pago caro por um bem ou serviço como signo de status social.

Atributos das salas de cinema

Para identificar os principais atributos que mereceriam discussão na

pesquisa de campo, foi realizado um breve levantamento na internet, cujo

resultado foi comparado ao levantamento bibliográfico e à experiência dos

pesquisadores. A seguir, apresenta-se uma síntese dos resultados encontrados.

Confirmando a pesquisa realizada nos sites de exibidores de cinema

no Brasil e no mundo pela Equipe LIMK, um estudo de Bourguignon e

Botelho (2005) também apontou como atributos mais importantes para o

segmento jovem, classes A e B na cidade do Rio de Janeiro os seguintes: tempo

de acesso às salas (37,4%), disposição das cadeiras (31%), preço (15,6%),

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437

tamanho da tela (13%) e número de salas (3%), evidenciando que a

conveniência para esse segmento é um fator importante.

Segundo Almeida e Butcher (2003, apud Bourguignon e Botelho,

2005), o multiplex, ao ser lançado, se caracterizou por possuir maior qualidade

de som e imagem garantidos por equipamentos de última geração, aliados ao

conforto das poltronas e um maior número de salas à disposição dos clientes,

porque, anteriormente, muitas salas de exibição de rua haviam sido fechadas.

Os atributos utilizados na fase qualitativa do estudo de Bourguignon

e Botelho (2005) foram os seguintes:

o Qualidade: disposição da cadeira, tamanho da tela e pela

existência de loveseats (cadeiras com braço móvel para acomodar

casais).

o Acesso: tempo de chegada ao cinema (até 20 minutos, entre 20 e

40 minutos e mais de 40 minutos), incluindo facilidades para

estacionamento que foram mencionadas, mas não pesquisadas

por esses autores.

o Localização da sala de cinema: correlacionada com o acesso.

o Preço: O preço para a análise de dados foi formado a partir dos

preços reais cobrados nas bilheterias em um final de semana.

o Quantidade de salas: o número de salas disponíveis.

o Som: mencionado, mas não analisado.

o Formação de filas: mencionado, mas não analisado.

Page 439: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

438

o Programação: gênero exibido.

o Marcas das salas de exibição: excluída porque na cidade do Rio

de Janeiro existiam oito grupos de exibição de filmes, mas apenas

três foram citados pelos entrevistados.

Foram usados os seguintes atributos na pesquisa:

Quanto à infra-estrutura:

o Cadeiras reclináveis e maiores que as convencionais com apoio

para os pés, bandeja e porta-copos

o Número reduzido de espectadores por sala (entre 60 e 100)

o Foyer VIP com mobiliário e ambientação requintados e

confortáveis

o Sala acrílica com som ajustável com apenas 12-20 lugares

Quanto aos serviços prestados:

o Garçons de prontidão

o Vinhos, refrigerantes, quitutes e petiscos.

o Bombonière VIP com cardápio assinado por um chef conhecido

Foi claramente percebido, nas discussões em grupo, que foi difícil

para os participantes que não haviam usado a sala VIP, apesar de declararem na

fase de recrutamento que a haviam usado, imaginar uma sala dessas. Como já

existem salas assim e muitos contatados na fase de recrutamento declararam

desconhecer tal existência, recomenda-se uma ação efetiva de divulgação das

salas, com um possível processo promocional de degustação.

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439

Cinema e estudos relacionados

Depois de passar por um período de crise até o início da década de

1990, a indústria cinematográfica brasileira vem crescendo.

Bourguignon e Botelho (2005) afirmam que esse crescimento se

deveu, principalmente, à entrada de grupos internacionais de exibição com um

novo tipo de salas nesse setor, o multiplex, que modificou o padrão de

qualidade setorial, cujo público era predominante constituído por jovens, mais

especificamente os adolescentes. Alguns dos participantes da pesquisa de

campo declararam durante a pesquisa ter a mesma percepção.

Essa revitalização da indústria cinematográfica no Brasil

acompanhada do surgimento do conceito multiplex teve consequências nas

principais capitais do país e, agora, possivelmente o surgimento de salas de luxo

não será diferente.

Atualmente, está configurado um novo cenário após a inclusão da

Classe C no consumo de entretenimento e cultura: o cenário brasileiro de

exibição encontra-se com uma oferta ainda abaixo da capacidade de consumo

do mercado, o que representa novas oportunidades de negócio que surgem

para atender a demandas mais específicas de cada um dos segmentos,

sobretudo os de categoria social mais abastada e idade mais elevada que

constituem o mercado de luxo.

Esse foi um dos fatores motivadores da pesquisa em curso. A

concorrência no setor de exibição, por um lado, fez surgir um novo produto –

as salas especiais de exibição, caracterizadas tanto pelas salas IMAX © quanto

pelas salas VIP e, por outro, ainda há dúvidas sobre quais são efetivamente as

expectativas dos consumidores em relação a essas salas.

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440

Quem serão os usuários típicos dessas salas de luxo? O público alvo

será o mesmo que prioriza o estacionamento vip nos shoppings ou a classe

executiva em viagens de avião? Consumidores sofisticados que preferem pagar

mais por um serviço de melhor qualidade? Salas para os cinéfilos? Para os

antenados? Para os que buscam a emoção de um parque de diversão?

Que serviço cada segmento espera receber? Sofisticação,

privacidade, exclusividade e conforto seriam as palavras que definem essa

tendência? O prazer de degustar comidinhas diferentes em bombonières

gourmets? Café, com bombonière exclusiva? Bar com drinks especiais?

Ser recepcionado num foyer agradável? Ser bem atendido e assistir

as exibições em poltronas automatizadas que aguçam os sentidos? Salas

equipadas com superventiladores, luzes estroboscópicas, raios laser, fumaça,

aromas, borbulhas e poltronas com vibração, queda e balanço para transportar

o espectador para “outro mundo de emoção”?

Desfrutar de um filme em boa companhia, em ambiente

aconchegante, com conforto acima do encontrado nas salas de exibição

tradicionais? Sistema de som e projeção de última geração, com telas grandes?

Poltronas equipadas com sistema para atendimento personalizado? Maior

espaço entre elas? Quantidade reduzida de assentos? Serviço de bar durante a

sessão? Programação especial ou que agrade a todos os estilos? Vendas pela

internet, terminais de autoatendimento e uso de tecnologia para reduzir fila?

Assento numerado? Óculos 3D confortáveis para todos os tamanhos?

Questões para conhecer se o novo serviço oferecido ao mercado

atrairá e reterá de modo sustentável parcela significativa de mercado, fazendo

com que os consumidores não desejem mais ir às antigas salas ou conhecer se

esse serviço representa um forte concorrente aos padrões mais antigos, que

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441

deverão se adaptar com o passar do tempo, de modo semelhante ao que

ocorreu com o surgimento do multiplex em 1997 ainda permanecem sem

respostas.

Ainda que estas salas de luxo possuam custos operacionais maiores,

também já apresentem taxa de ocupação média maior, o que as têm

transformado em caso de sucesso, sobretudo porque o ganho com os serviços

complementares de bombonière, bar e café são maiores nessas salas.

Constata-se que o público está exposto a um novo padrão de

qualidade, ainda que de preço mais elevado, e não se sabe, ao certo, o quão

relevante ele é, vis a vis o preço praticado pelo mercado, mesmo que como

novidade esteja atraindo público significativo.

Até que ponto as novas salas de exibição podem canibalizar o

público das salas existentes ou se existe uma real necessidade de adequação ao

novo padrão e, em caso positivo, em que nível será adotado esse novo conceito

de serviço pelo consumidor. Estas são perguntas que não querem calar, mesmo

que a experiência internacional indique uma tendência de crescimento do

mercado de luxo em geral e destas salas em particular.

Apesar de Bourguignon e Botelho (2005) apontarem que o

segmento que se destacava, em 2005, era o de jovens, especialmente

adolescentes, nesta pesquisa, a faixa etária limite inferior foi a de maiores de 17

anos pela exigência de renda elevada para uso das salas VIP e pelo próprio

modo sofisticado de usufruir do serviço, incomum entre os adolescentes.

Entretanto, cabe destacar que o adolescente de outrora virá a ser um

jovem adulto, adulto e sênior, com capacidade de renda maior e exigências

refinadas relacionadas aos seus hábitos anteriores de consumo.

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442

Convém ressaltar, ainda, a partir da síntese de Bourguignon e

Botelho (2005) que a pesquisa é inovadora não apenas no Brasil como no

mundo e essa inovação foi percebida pelos participantes da pesquisa de campo

como algo bastante positivo.

De acordo com Moura (2003, apud Bourguignon e Botelho 2005),

por falta de interesse dos historiadores profissionais, o cinema e sua história

estão ligados aos intelectuais de esquerda que produziram efetivamente, nos

anos 50, os primeiros textos que fundaram uma história do cinema brasileiro.

Por ter tantos significados atrelados ao cinema, são encontrados

variados tipos de publicações, de diversos tamanhos sobre essa indústria

(Bourguignon e Botelho, 2005).

Entretanto, no que se refere às pesquisas relacionadas à demanda

por cinema, percebe-se que, mesmo internacionalmente, não tem sido dada

muita importância ao que pensa, sente e espera o consumidor.

De acordo com Dewenter e Westermann (2005, apud Bourguignon

e Botelho 2005), havia esse tipo de estudo para o mercado britânico (seis

trabalhos), para mercado espanhol (dois trabalhos) e um terceiro estudo de

Cuadrado e Frasquet (1999), que avaliava o público consumidor de modo a

segmentar o mercado de jovens espanhóis (definido em faixa etária de 14 a 35

anos), de acordo com os seus usos e objetivos ao ver um filme, identificando

três categorias de espectadores: sociais, apáticos e cinéfilos.

De algum modo, os mesmos tipos foram encontrados em nossos

grupos de discussão, tanto em São Paulo, como no Rio de Janeiro. Por isto, há

mais de um conceito de sala VIP possível de ser adotado para atingir mais

especificamente cada um dos segmentos.

Page 444: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

443

Os apáticos podem ser incluídos entre os sociais, entretanto são

bastante diferentes quanto às demandas dos cinéfilos para fins de definição de

conceito a ser adotado. Conhecer a proporção de cada um desses tipos no

universo de consumidores para auxiliar na definição do conceito de sala luxo a

ser adotado é fundamental e a pesquisa quantitativa é o meio para isto.

O que, portanto, existe na literatura de maneira mais comum é uma

abordagem visando a compreender a demanda agregada por cinema, através de

modelos macroeconômicos, como, por exemplo, para o mercado alemão,

assim como para o mercado espanhol.

Salas de Cinema

A cadeia produtiva da indústria cinematográfica é composta por três

elos básicos: produção, envolvendo todos os aspectos necessários à realização

de um filme, em que interagem proprietários de estúdios e locações,

produtores, cineastas, roteiristas, atores e demais membros da equipe técnica;

distribuição, depois de pronto, o filme deve ser negociado com uma

distribuidora, que se encarregará de comercializá-lo e exibição, caracterizada

pela veiculação do produto audiovisual nas salas de projeção. A revitalização do

cinema nacional faz com que o estudo desta etapa ganhe relevância.

A década de 90 foi marcada por um crescimento de rentabilidade do

setor no Brasil da ordem de 700%, com produções nacionais passando a

competir com produções americanas nas salas de projeções brasileiras, além de

ter vários filmes indicados ao Oscar, em categorias tradicionalmente ocupadas

por filmes americanos, a partir de 1997 (Lima e Ayrosa, 2004 apud

Bourguignon e Botelho 2005).

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444

Segundo Almeida e Butcher (2003, apud Bourguignon e Botelho

2005) e a Revista Shopping Centers (2000, apud Bourguignon e Botelho 2005),

o número de salas de exibição no país estava na metade da capacidade

possuída, o que significava que se o número das salas existentes fosse dobrado,

poder-se-ia ainda manter um bom nível de mercado para cada ofertante. O

Brasil possuía uma sala de cinema para cada 105.000 habitantes, enquanto que

nos Estados Unidos esse número seja para 10.000 habitantes.

Como resultado, Bourguignon e Botelho (2005) identificaram que

mais de 80% dos respondentes iam ao cinema mais de uma vez por mês, sendo

o valor mais freqüente a ida quinzenal ao cinema – o que sinaliza uma alta

demanda por cinema entre os jovens. Essa frequência não deve ser diferente

entre os que possuem mais idade e maior renda.

Destaca-se, ainda, que a criação de salas de luxo no mundo data de

1997, quando o grupo Cinépolis inaugurou salas na Cidade do México.

(ARAUJO, 2011).

No Brasil, a novidade surgiu no Shopping Cidade Jardim, em São

Paulo, em 2011, praça que detém a maior quantidade de salas diferenciadas.

Inaugurada pelo Grupo Cinemark, lançou o conceito de sala assinada – sala

Bradesco Prime (SALEM, 2012).

A sala de luxo fez tanto sucesso que, no início, o preço era menor,

mais ao ouvir os clientes, as redes de exibição o aumentaram, porque “o serviço

vale” e as salas têm estado lotadas. Os próprios clientes declaram querer que a

exclusividade e a qualidade sejam mantidas e, por isto, estão dispostos a pagar

mais pelo serviço (SALEM, 2012), inclusive como símbolo de status.

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445

As redes também utilizam a estrutura construída para realizar outros

eventos, aproveitando o impacto da telona. O recurso audiovisual do cinema

tem um poder de fixação da mensagem infinitamente maior do que outros

meios de comunicação. São realizadas desde festas infantis e empresariais a

casamentos e existem propostas inusitadas de clientes. (Cotta apud Salem,

2012)

Eventos culturais e de moda, palestras e sessões fechadas, além da

exibição de óperas, de ballets e de eventos esportivos, inclusive ao vivo, tem

ocorrido neste segmento.

Outro ponto reforçado nestas salas é o fato de não ter pessoas

atrapalhando a sessão, mesmo em filmes de fã, como Amanhecer, da série

Crepúsculo, capaz de atrair muita gente. Essa sala atraiu quem deseja ter a

experiência de ver seu filme favorito da melhor maneira possível (Salem, 2012)

Percepção Expedita sobre Aspectos Encantadores e

Desconfortáveis das Salas de Luxo

Durante a pesquisa de campo, foram coletadas declarações do que

mais encantava o consumidor nestas salas, antes da discussão em grupo. O

resultado, apresentado no Apêndice B, revela que é o conforto que encanta a

todos os segmentos pesquisados, em geral muito associado à poltrona.

Este resultado positivo é confirmado pela alta frequência da resposta

que nada incomoda.

Entretanto, há aspectos recorrentes citados como incômodos tais

como preços, temperatura do ar condicionado e barulho na sala.

Page 447: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

446

A utilização destas informações para redesenhar procedimentos

operacionais pode ser útil.

Reflexões sobre o Conceito de Sala Vip Extraídas das Discussões

em Grupo

Definir um conceito de serviço é um passo estratégico para a

conquista de mercado.

De imediato, a pergunta que surge é que conceito de serviço para

quem e em que ocasião?

O foco a ser dado no(s) elemento(s) que será(o) utilizado(s) como

diferencial(is) de marketing deve ser escolhido com muita atenção porque em

sua operação não pode haver falha para que a excelência pretendida seja

alcançada e o segmento alvejado de consumidores seja atraído e retido

lealmente.

Mas o que focar em um mercado tão competitivo: qualidade do

serviço, preço ou um mix adequado de ambos? E que variável indicadora de

qualidade utilizar para a diferenciação? As características da sala e sua

localização? A programação? Serviços complementares para o segmento alvo?

O mercado de luxo é muito sensível à variação da qualidade de

serviço.

O posicionamento estratégico desejado pela empresa e a escolha da

combinação adequada ´segmento-alvo – atributos de serviço de exibição –

preço´ são os elementos chave para o sucesso em um setor que requer um

capital investido muito alto.

Page 448: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

447

Pode-se afirmar, com certo grau de precisão, que há três grupos de

possíveis consumidores para salas de exibição de luxo: os sofisticados

socialmente antenados, incluindo nesse grupo os apáticos, que se comportam

como seguidores da tendência; os cinéfilos e os que buscam emoções

diferentes. Seria necessário realizar pesquisas mais específicas para conhecer

melhor cada um desses segmentos, tanto qualitativa, quanto quantitativamente.

A escolha do cinéfilo como segmento alvo requer conceituar a sala

de exibição de luxo como um centro cultural e administrá-la como tal,

oferecendo requinte cultural na programação para além dos filmes, como, por

exemplo, debates e informações complementares sobre o que estiver sendo

exibidos, festivais temáticos, por diretor, por ator etc.

Para esse consumidor, possivelmente o que mais interessa é o

espetáculo e um ambiente adequado para que ele possa deleitar-se com o que

assiste confortavelmente. A possibilidade de existir uma sala assinada ou

horários assinados dirigidos a esse público, por um crítico de arte ou um

parceiro que empreste personalidade semelhante, talvez possa significar

inovação no segmento. O elemento chave de competição será a programação e

sua administração cada exibição como um mini evento. É possível que seja um

segmento de tamanho menor, mas com grau de frequência e lealdade bastante

altos. Há que se avaliar por meio de uma pesquisa quantitativa o tamanho

desse segmento e suas demais características.

A escolha do “sofisticado antenado” como segmento alvo, que

carrega também o apático, provavelmente, é o maior segmento. O conceito

relacionado a este segmento deve ter uma personalidade própria – que pode

ser investigada em uma pesquisa quantitativa – que expresse facilidade,

exclusividade, glamour, conforto, novidade. Quer ter uma experiência única

Page 449: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

448

especial e, ao mesmo tempo, se sentir em casa sendo reconhecido como

alguém muito especial para poder contar para os amigos. Adora o status que

isto lhe confere. Todo tipo de exibição exclusiva lhe interessa. Os

blockbusters, também, porque usa o cinema como um espaço de curtição

social.

Para este segmento, os elementos relacionados aos mimos, pequenas

surpresas a cada vez, que podem ser promocionais, e aos serviços

complementares são fundamentais. Entrar na sala de exibição a cada vez como

se ela estivesse sendo inaugurada e nunca houvesse sido usada é o que deseja

do padrão de atendimento e qualidade do serviço - impecável. Aqui a

competição com as demais salas se dará pelas características da sala e dos

serviços complementares, bem como pela qualidade dos parceiros

promocionais que forem atraídos. Novidades na programação são bem vindas,

como por exemplo, permitir que assistam a um espetáculo à distância ao vivo

com todo o conforto e sofisticação, ainda que seja um jogo de futebol.

Concorrer pelas características da sala requer investimentos significativos em

um mercado em que os players possuem fôlego financeiro alto. O elemento

programação novamente talvez possa desempatar este jogo.

A escolha “dos que buscam emoções diferentes como se

estivessem em um parque de diversão” como segmento alvo requer um alto

investimento na sala de exibição para criar efeitos especiais associados ao filme.

O tamanho desse segmento também é uma questão a ser investigada na

pesquisa quantitativa. Uma sala assinada exibindo apenas filmes que

provoquem muita emoção talvez seja uma alternativa.

Um conceito possível é operar a sala existente multiconceito de

forma impecável de modo que um conceito não atrapalhe ao outro, conceitos

Page 450: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

449

operados em horários claramente marcados com personalidade específica e

própria para cada segmento. Se houver interesse em atender inclusive o que

busca emoções a sala teria que ser 4D, cuja viabilidade econômico – financeira

precisaria ser avaliada.

O conceito geral hoje usado precisa ser mais bem trabalhado para

produzir no consumidor uma percepção de identificação com sua

personalidade, variando em função dos frequentadores de cada hora do dia, de

cada dia da semana, de cada semana no mês e de cada mês no ano. Isto fará

com que se identifiquem e queiram voltar para um espaço de prazer, vital

diante do stress contemporâneo. Requer um permanente monitorar para

conhecer quem é o usuário e o que ele espera em um mundo borbulhante de

ofertas em seu entorno.

A disputa nesse segmento de luxo é pelo tempo livre e pela atenção

do consumidor, que quer nesses momentos de relaxamento tirar o melhor

proveito possível de todas as suas experiências. Essa característica requer

refinamento de observação e de operação – uma integração sistêmica e

funcional entre marketing, operações e recursos humanos, com o adequado

suporte financeiro - para que os ajustes possam ser realizados tempestivamente

e sejam capazes de proporcionar ao consumidor algo que ele não esperava, mas

que fica encantado ao receber.

O principal é uma experiência encantadora do começo ao fim, desde

a compra do ingresso à saída, em que o consumidor se sinta incentivado a

pertencer ao clube de fidelidade exclusivo e especial. Por isso, tudo deve estar

conceituado e operando dentro do conceito, inclusive o cardápio, os banheiros,

o foyer etc.

Page 451: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

450

A escolha “definitiva" de “conceito único” a ser adotado como o

conceito de sala VIP requer reflexão também sobre outros aspectos que

resumidamente são apresentados a seguir.

Quais as cidades com maior número de consumidores classe A

entre as praças no Brasil? As classes A dessas cidades possuem perfil

semelhante em termos de hábitos e interesses? A forma de encantá-las é

semelhante? Rio de Janeiro, depois de Brasília e São Paulo, onde já opera,

possui a de maior concentração desse tipo de consumidor? Curitiba seria uma

alternativa? Onde estão os consumidores classe A no Rio de Janeiro?

Essas respostas devem ser precisamente respondidas para subsidiar a

decisão de qual sala deve ser operada como sala de luxo e que conceito deve

ser adotado em seu projeto e operação.

A localização da sala é uma variável fundamental porque a

conveniência da proximidade entre serviço de entretenimento de luxo e

consumidores é muito importante uma vez que esse consumidor procura

exclusividade, facilidade e glamour, entre outras coisas.

Para ajudar a responder essas questões, foram analisadas as

tendências apresentadas por Ventura (2010) e adaptadas ao segmento sob

estudo, observando-se as seguintes oportunidades:

o Consumo exigente: reforça a tendência de ampliação das salas

de exibição de luxo que apresente na abertura da sessão os

certificados de qualidade e segurança para transmitir

tranquilidade ao consumidor e a sensação de cuidado especial –

personalizado;

Page 452: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

451

o Consumo +60: requer programação desenhada adequadamente

para os hábitos específicos desse consumidor e localização da sala

em bairros onde haja concentração expressiva desse segmento;

o Consumo saudável: requer cardápio da bombonière, do café e

do bar com opções que valorizem a saúde com opções

vegetarianas, orgânicas, light e diet, mencionadas na pesquisa de

campo qualitativa.

o Consumo responsável: requer o uso de materiais na sala de

exibição, como o couro ecológico das poltronas e o papel

reciclado no material de divulgação; na própria programação, a

transmitassão de filmes para contribuir para aumentar a

consciência de cuidado socioambiental, bem como intensificação

de ações para responder às exigências éticas, sobretudo com as

minorias, e de eficiência no processo produtivo, sobretudo,

energética e de consumo de água, presentes no mercado

consumidor, cada dia mais. Esse cuidado também pode ser

usado como elemento de divulgação e construção de imagem

para atrair e tornar leal o público.

o Consumo de baixa renda: requer programação e salas de

exibição voltadas para esse público com preços compatíveis com

seu poder aquisitivo, associadas à ação de responsabilidade social

de empresas que queiram patrocinar cultura para esse segmento

social e que ele os faça sentir em ascensão social.

o Consumo precoce: requer compreender melhor o que as

crianças e adolescentes gostariam de assistir em uma sala de

cinema de luxo e o que classificam como luxo que as atrai.

o Consumo online: requer intensificação da venda de bilhetes

online, com uso de tecnologia que facilite a entrada no cinema

Page 453: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

452

sem filas – reconhecimento de códigos virtuais em ipads e

celulares, por exemplo;

o Consumo prático: essa tendência reforça a importância da

localização da sala de exibição de luxo próxima ao seu

consumidor, o uso das tecnologias disponíveis para eliminar filas

e facilitar acesso, como parceria com estacionamentos, inclusive

VIP, também bastante mencionado nas pesquisas de campo.

o Consumo em nichos: investigar mais especificamente o conceito

esperado de sala de exibição de luxo para mercados (públicos)

específicos (portadores de necessidades especiais, famílias

unipessoais, LGBT, consumidores específicos de cada um dos

gêneros de filme, entre outros), realizando estudos mais

específicos de segmentação de mercado a partir de pesquisas de

marketing, tanto qualitativa quanto quantitativa.

Por exemplo, a fim de atender ao crescente consumo individual das

famílias unipessoais, as características da sala de espera, da sala de exibição e a

programação para o consumo individual devem ser adaptadas, tornando a ida

ao cinema sozinho um espaço em que as pessoas possam permanecer sozinhas,

se desejarem, ou possam se encontrar socialmente de forma espontânea - nas

diversas faixas etárias, sobretudo as mais velhas, que, mesmo se sentindo

solitárias e desejando deixar de sê-lo, não possuem espaço adequado e lúdico

para socialização, para além do trabalho. Happy hours, eventos que promovam

a conversa informal entre eles, certamente, serão bem vindos. Uma pesquisa

quantitativa poderá revelar o tamanho desse segmento. Esses consumidores

individuais costumam ser frequentes e leais “por se presentearem” com bons

momentos, se dizendo “você merece” ou “permita-se viver este momento”.

Com a vida corrida, estas salas são uma forma das pessoas se darem um

Page 454: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

453

presente e fazerem tudo em um lugar só – se encontrarem, se informarem, se

divertirem, se alimentarem... É um nicho de lazer de luxo que pode levar o

consumidor a sonhar acordado – viajar mundo a fora em experiências diversas -

em um lugar sofisticado e confortável, mas bastante “familiar”.

Exclusividade realmente importa do início ao fim do processo de

consumo.

21.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Convêm ressaltar que se torna, ainda, mais relevante esta pesquisa

pelo que ela revela em relação às salas de luxo, experiência muito recente e sem

informação consistente o suficiente. Uma típica ação de inteligência estratégica.

Em síntese, circulam nas expectativas dos clientes quatro conceitos

identificados:

o Sala de luxo a ser administrada como centro cultural requintado;

o Sala de luxo a ser administrada como centro de entretenimento

exclusivo e glamoroso;

o Sala de luxo a ser administrada como espaço de busca de

emoções com em um parque de diversão;

o Sala de luxo a ser administrada com conceito híbrido em que, em

cada horário, há um conceito sendo operado, sem que haja

conflito com a administração dos demais horários para que todos

os públicos possam ser atingidos. Este é o mais desafiante em

todos os aspectos, desde o arquitetônico ao operacional, pelo

risco de desatender a todos.

Page 455: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

454

21.5 REFERÊNCIAS

ABEP. Critério Brasil 2011. Disponível em

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kinoplex-e-uci-investem-na-expansao-dos-cinemas-de-luxo.html>. Acesso em 23

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<http://macroplan.com.br/Documentos/ArtigoMacroplan2010817182941.pdf>.

Acesso em dez de 2011

Page 458: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

457

APÊNDICE A

PLANILHA COMPARATIVA ENTRE SALAS DE CINEMA DE LUXO

NO BRASIL E NO MUNDO

Item/Cinema Kinoplex

Platinum Cinépolis VIP

Cinemark

Bradesco Prime)

Cadeiras

Reclináveis

manualmente –

Courino azul

Reclináveis de

forma eletrônica –

Courino marrom

(as maiores)

Reclináveis

eletronica -

Courino preto

Tela Normal Normal Normal

Projeção 3D 3D 3D

Bombonière VIP Possui cardápio

diferenciado

Possui cardápio

diferenciado

bastante sofisticado

e caro

Possui cardápio

diferenciado e caro

Bilheteria VIP Não possui Possui Não possui

Acionamento de

garçom dentro da

sala

Não Possui Possui Possui

Luminárias no

interior da sala Não possui Possui Não possui

Foyer VIP Possui Possui bem amplo

e sofistcado, mas

muito sóbrio com

Possui, bem

decorada e mais

leve

Page 459: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

458

Item/Cinema Kinoplex

Platinum Cinépolis VIP

Cinemark

Bradesco Prime)

musica classica

ambiente

Bandeja Volante

para alimentos Possui Possui/feia e bruta

Não Possui/ possui

aparador individual

no braço da cadeira

Idade mínima Não Informado Não Informado Não Informado

Lugar marcado Não Informado Sim sim

Acesso para

cadeirantes Não Informado Dificultado dificultado

Preço Não Informado Não informado Não Informado

Número de

cadeiras Não Informado Não Informado Não Informado

Cadeiras Duplas

Sim sim

Sistema de Som Não Informado Não Informado Não Informado

Page 460: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

459

Item/Cinema Cineplex - Canadá Cineworld -

Inglaterra

Shoppings dos

Estados Unidos

Cadeiras Tamanho Oversize

Premium Reclináveis

Reclináveis - 148

seats

Tela Normal Normal Não Informado

Projeção 3D 3D Não Informado

Bombonière VIP Não Informado Não Informado Possui um bar com

Happy Hour

Bilheteria VIP Não Informado Não Informado Não Informado

Acionamento de

garçom dentro da

sala

Possui Não Informado Possui

Luminárias no

interior da sala

Não Informado Não Informado

Foyer VIP Possui Não Informado Não Informado

Bandeja Volante

para alimentos Possui Não Informado Não Informado

Idade mínima Sim (19+) Não Informado 21+

Lugar marcado Possui Não Informado Não Informado

Page 461: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

460

Item/Cinema Cineplex - Canadá Cineworld -

Inglaterra

Shoppings dos

Estados Unidos

Acesso para

cadeirantes Possui Não Informado Não Informado

Preço U$18,99 Não Informado Não Informado

Número de

cadeiras Não Informado Não Informado 148

Cadeiras Duplas

Sistema de Som Não Informado Ajustável Não Informado

Item/Cinema

Jackie Chan

theatre - Pequim

(China)

Fulkey Cinemas -

Hong Kong

(China)

Kawakita - Japão

Cadeiras Reclináveis - em

courino marrom

conforto de luxo

poltrona

Tela Não Informado

Não informado

Projeção 3D

Não informado

Bombonière VIP Não Informado

Restaurante com

pagotes especias e

comida chinesa

Não informado

Bilheteria VIP Não Informado Não informado Não informado

Page 462: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

461

Item/Cinema

Jackie Chan

theatre - Pequim

(China)

Fulkey Cinemas -

Hong Kong

(China)

Kawakita - Japão

Acionamento de

garçom dentro da

sala

Não Informado Possui Não informado

Luminárias no

interior da sala Possui Não informado Não informado

Foyer VIP Possui Não informado

Uma sala especial é

dedicada a

materiais

relacionados à

Kawakitas e

cinema. Ele inclui

uma variedade de

livros e revistas,

bem como

terminais de

computador para

navegar banco de

dados de filmes on-

line.

Bandeja Volante

para alimentos Não Informado Não informado Não informado

Idade mínima Não Informado

Não informado

Lugar marcado Não Informado

Não informado

Acesso para

cadeirantes Não Informado

Não informado

Preço Não Informado Não informado Não informado

Número de 30 Não informado

Page 463: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

462

Item/Cinema

Jackie Chan

theatre - Pequim

(China)

Fulkey Cinemas -

Hong Kong

(China)

Kawakita - Japão

cadeiras

Cadeiras Duplas

Não informado

Sistema de Som Não Informado som surround

digital,

Item/Cinema MyVue -

Alemanha

New lux cinemas -

Madrid (Espanha)

Cinema City –

Lisboa (Portugal)

Cadeiras

Cadeira de couro

com suporte para

copos na parte

traseira do resto do

braço

Cadeira de couro

com suporte para

copos na parte

traseira do resto do

braço

Os espaços estão

equipados com

poltronas

reclináveis em pele,

que permitem o

ajuste das costas e

do apoio dos pés

até encontrar

aquela que é a sua

posição ideal.

Tanto conforto irá

levá-lo a pensar que

está em sua casa.

Tela Não informado Não informado Não foi informado

Projeção Não informado Não informado Não foi informado

Bombonière VIP Não informado Não informado

Não foi informado,

porém o site

informa que é

possível “usufluir o

Page 464: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

463

Item/Cinema MyVue -

Alemanha

New lux cinemas -

Madrid (Espanha)

Cinema City –

Lisboa (Portugal)

lugar 30 minutos

antes e apreciar

uma boa

champanhe”

Bilheteria VIP Não informado Não informado Não foi informado

Acionamento de

garçom dentro da

sala

Não informado Não informado Não foi informado

Luminárias no

interior da sala Não informado Não informado Não foi informado

Foyer VIP Não informado Não informado Não foi informado

Bandeja Volante

para alimentos Não informado Não informado Não foi informado

Idade mínima Não informado Não informado Não foi informado

Lugar marcado Não informado Não informado Não foi informado

Acesso para

cadeirantes Não informado Não informado Não foi informado

Preço

Não informado Não foi informado

Número de

cadeiras

Adulto: \ 200

crianças: \ 100 e

Para exposições

especiais

Adulto: \ 400

crianças: \ 200

Não informado Não foi informado

Page 465: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

464

Item/Cinema MyVue -

Alemanha

New lux cinemas -

Madrid (Espanha)

Cinema City –

Lisboa (Portugal)

Cadeiras Duplas Não Informado Não informado Não foi informado

Sistema de Som Não Informado Não informado Não foi informado

Não informado Não informado Não foi informado

Page 466: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

465

APÊNDICE B

PALAVRAS DESCRITORAS DO ENCANTAMENTO E INCÔMODO

DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA NAS SALAS DE LUXO

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCÔMODOS

São Paulo

> 45 anos

3D (2)

assentos marcados

Conforto,

Dimensões da Poltrona,

Conforto da Cadeira -

Atributo Exclusivo da Sala

Vip

espaço,

instalações

o atendimento

praticidade,

recepção

salas confortáveis

som (2), som ambiente

3D

cadeira com um braço para

dois111

frio de ar condicionado,

muito cheio

Não Houve Incômodo (3),

Preço(2), Preço da

Lanchonete,

peso do óculos,

rebarbas do óculos 3D

111

Certamente de uma sala tradicional – aqui o participante indicou que ainda não havia ido à uma sala

VIP, ainda que tenha declarado diferente

Page 467: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

466

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCÔMODOS

tudo.

Rio de Janeiro

> 45 anos

Conforto

novidade

ofertas diferenciadas

Poltronas Muito

Confortáveis

refugio

seletividade

Sem resposta: 2

incomodariam ( numa sala

VIP ) atitudes fora de

medidas

NADA (4),

Sem resposta:3

São Paulo/

35 a 44 anos

Atendimento

beleza da sala

CONFORTO DAS

POLTRONAS

CONFORTO(3),

ESPAÇO ENTRE AS

POLTRONAS (2),

imagem,

Imax,

BARULHO DAS

PESSOAS COMENDO

PIPOCA, MUITA

GENTE

CONVERSANDO

dava a impressão que eu

estava numa sala

nada

preço - beneficio,

serviço nem sempre

condizente,

Page 468: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

467

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCÔMODOS

poucos lugares

salas novas,

som,

sujeira,

tamanho da tela pequeno

Rio de janeiro

35 a 44 anos

CONFORTO (5)

COMODIDADE

CONFORTO DA

POLTRONA,

POLTRONA (2) chaise

longe confortável

receber um cobertor

embalado num plástico, ao

entrar na sala

VIP

visão da tela

ambiente aconchegante,

serviços de comida na

poltrona,

espaço(2)

comida,

atendimento,

sinalização,

mapa da sala na hora da

compra,

NADA (3),

ar muito gelado (2)

Sem resposta:3

Page 469: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

468

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCÔMODOS

ambientação ,

serviços,

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCOMODOS

São Paulo

25 a 34 anos

a tecnologia que envolve a

sala

atendimento (1),

CONFORTO (6),

POLTRONAS

CONFORTÁVEIS,

qualidade da sala,

qualidade de vídeo,

VALORES, VALORES

ALTOS

NADA (2),

poucas unidades

ar condicionado

Sem resposta: 4

Rio de Janeiro

25 a 34 anos

CADEIRAS, CONFORTO

DAS POLTRONAS

CONFORTO (3),

privacidade

bar exclusivo (Rio design)

NADA (2),

preço,

ar condicionado muito forte

apesar das cadeiras serem

confortáveis, elas necessitariam

de um espaço maior para

acomodá-las, evitando

desconforto para ajustá-las e na

passagem das pessoas

Sem resposta: 2

São Paulo/

17 a 25 anos

CONFORTO,

CONFORTO DA

CADEIRA,

tamanho e a curvatura da

tela112

sem resposta:3

preço,

apoio para cabeça,

o óculos 3D

sem resposta: 3

Rio de Janeiro a possibilidade de viver uma

112

Indicação de que o participante provavelmente não usou ainda uma sala VIP

Page 470: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

469

LOCAL / FAIXA

ETÁRIA

ENCANTOS INCOMODOS

17 a 25 anos nova experiência e desfrutar

serviços top de linha,

acomodação,

apresentam serviços

diferenciados quanto as

comidas e bebidas

MAIS CONFORTÁVEIS,

O CONFORTO DAS

POLTRONAS, OUVI

DIZER QUE OS

ASSENTOS SÃO

DIFERENCIADOS,

tratamento ao cliente,

tudo na sala

Temperatura do ar,

o fato de serem servidas

refeições e outras coisas mais

elaboradas nas salas,

preço muito mais elevado que

as das salas regulares

Sem resposta: 3

Page 471: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

470

CAPÍTULO 22

Comunicação e Realidade Brasileira: um projeto didatico-

pedagógico para formar cidadãos

Page 472: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

471

22. COMUNICAÇÃO E REALIDADE BRASILEIRA: UM

PROJETO DIDATICO - PEDAGÓGICO PARA FORMAR

CIDADÃOS113

Profª Drª Fátima Sobral Fernandes114 Prof. Dr. Eduardo Refkalesfsky115

É mais difícil quebrar um preconceito do que um átomo.

Entretanto, não se deve ir atrás de objetivos fáceis. É preciso buscar o que só pode ser alcançado por meio dos maiores esforços.

A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado. A imaginação envolve o mundo. Tenha

em mente que tudo que você aprende na escola é trabalho de muitas gerações. Tudo isso é posto em sua mão como sua herança

para que você receba-a, honre-a, acrescente a ela e, um dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos.

Albert Einstein 116

113

Baseado na proposta didático- pedagógica implementada na ECO entre 2009 e 2011 na disciplina

Comunicação e Realidade Brasileira (CRB) ministrada no ciclo básico do curso de Comunicação

Social e no projeto apresentado na 10ª edição do Prêmio Ethos – Valor em 2010. 114

Ministrou a disciplina CRB entre 2009 e 2011 na ECO/UFRJ

115Ministrou a disciplina CRB entre 2009 e 2011 na ECO/UFRJ. Publicitário, é professor da Escola de Comunicação da Universidade

Federal do Rio de Janeiro (ECO / UFRJ). É doutor em Comunicação e pesquisador da área de

Marketing e Estratégias de Comunicação. É co-autor do livro "Fronteiras da Pubicidade" (Editora

Sulina). Coordenou a coleção "Administração e Negócios" da Editora Rocco.

116 Nascido em Ulm, 14 de março de 1879, e falecido em Princeton, 18 de abril de 1955, físico alemão

radicado nos Estados Unidos da América que revolucionou a física com sua teoria da relatividade.

Page 473: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

472

22.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo, que encerra um ciclo de pesquisas realizadas pela

Equipe LIMK, apresenta-se uma das mais ousadas e polêmicas de suas

pesquisas: a que tentou introduzir uma inovação didática.

Concebida em parceria por dois professores do Departamento de

Métodos e Áreas Conexas e da Equipe LIMK, desejava-se eliminar algumas

lacunas que eram percebidas no ciclo básico do curso de Comunicação Social:

falta de conhecimento da Universidade no estudante recém-ingressado, falta de

hábito de estudar pesquisando dentro de uma filosofia de aprender a aprender,

falta de práticas colaborativas de aprendizagem coletiva e desconhecimento de

metodologia cientifica e redação própria para este fim.

Além disso, como a disciplina era ministrada em três turmas por dois

professores diferentes, desejava-se que houvesse a maior homogeneidade

possível na transmissão de conteúdo para todas as turmas, para evitar que,

dependendo da turma em que o estudante estivesse inscrito ela tivesse contato

com um conteúdo e não com outro, em função das diferenças de abordagem

entre professores, uma vez que se está em um curso de formação profissional e

não de especialização, questão apontada como oportunidade de melhoria por

muitos estudantes.

A seguir, apresenta-se a proposta, tal qual foi implementada. O

conteúdo produzido pelos estudantes que cursaram a disciplina – todos os

estudantes ingressantes na ECO em 2009 e 2010 - foi apresentado em algumas

jornadas científicas e criou a oportunidade de, concretamente, construir um

olhar crítico sobre os meios de comunicação, permitindo a identificação do

perfil de cada um a partir de uma análise estruturada de conteúdo, bem como

Page 474: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

473

foi possível perceber quantas representações da realidade brasileira circulam

com a possibilidade de formar a opinião publica, determinante no processo de

tomada de decisão político contemporâneo, como tem sido experimentado e

observado no Brasil de 2013, em que a democracia representativa vive uma de

suas maiores crises, porque os que tomam decisão não as tomam considerando

as prioridades percebidas pela sociedade, os que executam as decisões não as

bem executam e como não há ideais norteando a ação humana, se assiste a um

movimento espontâneo de descontentamento que poderia ter sido previsto nos

fatos portadores de futuros noticiados nos anos passados para olhos e ouvidos

atentos ao outro.

22.2 TÍTULO DA DISCIPLINA:

o Comunicação e Realidade Brasileira

22.3 CARGA HORÁRIA

o 4 horas semanais em sala de aula (terças e quintas feiras), durante

15 semanas de aula, totalizando 60 horas semestrais.

22.4 OBJETIVOS:

o Desenvolver consciência crítica de cidadão no futuro profissional

de Comunicação Social, por meio da análise dos meios de

comunicação e da representação social da realidade brasileira por

eles veiculada;

o Capacitar o estudante a entender o grau de sustentabilidade da

realidade brasileira, considerando seus aspectos político,

econômico, científico-tecnológico, psicossocial e de defesa;

Page 475: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

474

o Capacitar o estudante a identificar como os principais meios de

comunicação social (jornais, revistas, livros, rádio, televisão e

mídias digitais) retratam e interpretam a realidade brasileira;

o Estimular a formação de uma comunidade de ensino-

aprendizagem, constituída pelas três turmas de primeiro período,

capaz de interagir colaborativa e continuamente, a fim de

produzir conhecimento de caráter transdisciplinar baseado em

pesquisa de campo sobre a realidade brasileira e sobre os meios

de comunicação;

o Desenvolver no estudante suas habilidades de relacionamento

interpessoal de modo a integrar o pensar, o sentir e o agir

socialmente responsável, bem como suas habilidades de trabalho

em equipe, com visão sistêmica e holística;

o Aprimorar o processo de ensino-aprendizagem da disciplina

Comunicação e Realidade brasileira, em seu terceiro ciclo de

implementação, a partir do feedback recolhido de seus

estudantes a cada período letivo.

22.5 EMENTA:

o Formação da sociedade brasileira em seus aspectos econômicos,

sociais e políticos, com ênfase na estrutura e desenvolvimento dos

diferentes meios de comunicação visando à sustentabilidade do

País.

Page 476: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

475

22.6 JUSTIFICATIVA:

A disciplina Comunicação e Realidade Brasileira compõe o conjunto

de disciplinas obrigatórias do primeiro período do Ciclo Básico do Curso de

Graduação de Comunicação Social.

Foi criada na Reforma Curricular de 2000, visando a permitir aos

estudantes de primeiro período a construção de uma visão geral, crítica e

humanista, tanto dos meios de comunicação, quanto da realidade brasileira por

eles representada, de modo a aproveitar melhor todas as disciplinas de caráter

mais especifico que fazem parte de sua formação profissional.

No primeiro período letivo de 2009, o projeto didático-pedagógico

dessa disciplina foi inovado pelos novos docentes responsáveis, para que seus

objetivos fossem mais bem cumpridos com base em uma pedagogia

construtivista, que privilegia desenvolver a capacidade de aprender a aprender

dos discentes, por meio da integração das atividades de ensino e pesquisa na

graduação.

Estando em seu terceiro ciclo de implementação e já tendo sido

treinados cerca de 250 estudantes, a disciplina sofre ajustes a cada período

letivo para criar mecanismos de aperfeiçoamento contínuo do processo ensino

– aprendizagem, baseado na integração do binômio ensino-pesquisa.

Neste período, a ênfase adotada nos ajustes introduzidos é a adoção

do uso de ferramentas colaborativas na internet para facilitar o trabalho coletivo

de pesquisa envolvendo os cerca de 120 estudantes do período distribuídos em

18 equipes, 6 em cada uma das três turmas, duas vespertinas e uma noturna.

Assim, ênfase nas aulas introdutórias sobre metodologia cientifica foi acentuada.

Page 477: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

476

O princípio norteador das inovações adotadas é a promoção do

desenvolvimento de cidadãos capazes de atuar profissionalmente no setor de

comunicação social, em qualquer de suas atividades, pensando, sentindo e

agindo de modo integrado, ético e transparente no sentido de preservar os

recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a

diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais, dentro de seus

limites e possibilidades de atuação.

22.7 METODOLOGIA DO CURSO

O curso está organizado em torno de Aulas Expositivas, Leitura

Dirigida, Pesquisa de Campo, Seminários e Relatórios de Pesquisa de Campo e

participação em Atividades Complementares.

As Aulas Expositivas serão ministradas a partir de textos

previamente selecionados, conforme cronograma apresentado no Anexo A,

para Leitura prévia por parte dos alunos. Nesse sentido, as aulas consistem em

aprofundamento ou contextualização dos conteúdos das leituras, bem como no

esclarecimento de dúvidas. O conteúdo dos textos será utilizado nas avaliações,

ainda que não seja apresentado nas aulas expositivas. Portanto, o não

acompanhamento do cronograma de leitura prévia acarretará em prejuízos para

a compreensão do conteúdo e para a participação nas aulas.

Nas primeiras aulas, serão ministrados conteúdos básicos sobre a

importância estratégica da universidade e da unidade de ensino na qual a

disciplina é ministrada, a conceituação do campo da comunicação social, os

fundamentos da produção de conhecimento e da metodologia de pesquisa

científica nesse campo e o ensino de técnicas de apresentação escrita e oral.

Page 478: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

477

Nas aulas seguintes, abordam-se os temas do livro texto — Desafios

Brasileiros na Era dos Gigantes, de Samuel Pinheiro Guimarães (Ed.

Contraponto) — que será a base para a pesquisa de campo e para a realização

dos seminários e relatórios de pesquisa.

A Pesquisa de Campo, cuja metodologia de trabalho está

apresentada no Anexo B, tem por objetivo levar o estudante a analisar a

representação da realidade brasileira por parte dos meios de comunicação de

massa. Consistirá em trabalho de pesquisa documental, análise e cruzamento

das informações encontradas com os textos de referência do curso e com as

análises realizadas pelos demais estudantes alocados nas diversas equipes de

pesquisa de cada uma das três turmas visando a identificar as características

específicas de cada meio de comunicação e como cada um deles representa a

realidade brasileira em todos os seus aspectos.

As turmas serão divididas, pelos professores, em equipes com até

oito integrantes. Cada equipe será responsável pela análise do conteúdo de

determinados veículos de comunicação para extrair dele a representação social

existente sobre a realidade brasileira e para compreender como é estruturada

sua linguagem para construir tal representação. Esta análise compreende o

acompanhamento diário dos veículos sob análise para identificar as matérias

associadas aos temas constantes no cronograma de aulas e leituras da disciplina.

O ambiente de encontro das equipes de mesma turma consistirá na

sala de aula e, das equipes de turmas diferentes será virtual, em grupo de

discussão (Googlegroups), que congregará os 120 estudantes e será mediado

pelos professores e pelos 15 monitores, e no espaço de compartilhamento de

documentos oferecido pelo Google (Googledocs).

Page 479: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

478

É importante que as equipes estabeleçam, inicialmente, um termo de

compromisso de trabalho em equipe, conforme apresentado no Anexo C, e

que definam mecanismo regular de acompanhamento, avaliação, fichamento e

redação do material de pesquisa, para que, com isso, possam evitar excesso de

trabalho ao final do período e a perda do encadeamento lógico dos conteúdos.

É fortemente recomendável que as equipes, em seu termo de compromisso,

estabeleçam, desde o início, uma rotina de encontros e reuniões de trabalho,

bem como a divisão de tarefas.

Ao longo do curso, cada equipe apresentará Seminários sobre os

resultados parciais de sua pesquisa, conforme o cronograma de aulas e leituras

da disciplina. Esses resultados deverão ser entregues por escrito em Relatórios

Parciais de Pesquisa de Campo e apresentados oralmente.

Cada apresentação oral ficará a cargo de um integrante da equipe,

que deverá apoiar sua apresentação em slides, elaborados em Power Point,

preferencialmente no Modo de Compatibilidade PPT 2003, visto que o Office

2007 não é compatível com grande parte dos softwares instalados nos

computadores disponíveis. Não serão aceitos outros formatos, como PDF.

Haverá uma aula prévia sobre as técnicas de apresentação e a sala de aula

dispõe de computador e Datashow.

As instruções específicas sobre a elaboração da parte escrita

(Relatórios Parciais da Pesquisa de Campo) e sobre a apresentação oral serão

distribuídas inicialmente nas aulas de metodologia cientifica e de técnicas de

apresentação e atualizadas ao longo do curso.

Ao final da disciplina, as equipes entregarão, por escrito, o Relatório

Final da Pesquisa de Campo, conforme as instruções anteriormente

Page 480: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

479

mencionadas, e também realizarão uma apresentação oral com a participação

de todos os integrantes.

O material das exposições orais dos Seminários e dos Relatórios

Parciais e Final da Pesquisa de Campo devem ser postados, até 12 horas do dia

seguinte à apresentação, na página da disciplina na internet, a ser informada por

email, bem como senha e login.

Além dos trabalhos em sala de aula, das leituras dirigidas e da

pesquisa de campo, haverá Atividades Complementares extra-classe de caráter

obrigatório, que serão indicadas no decorrer do curso, tais como palestras e

visitas técnicas.

22.8 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

A avaliação da disciplina consiste em:

o Duas provas (P1 e P2) individuais, sem consulta, com os temas

indicados no programa, considerando todo o conteúdo de todos

os textos adotados, aulas expositivas, relatórios de pesquisa de

campo e suas respectivas apresentações orais;

o Relatórios parciais de pesquisa de campo (RPi), entregues ao

longo do curso, no dia das apresentações dos seminários,

incluindo a cópia dos slides; também será avaliada a pontualidade

da colocação do material na página da disciplina, dentro do prazo

estabelecido;

o Seminários (S_IND) individuais de apresentação oral dos

resultados parciais da pesquisa, ao longo do curso;

o Relatório final de pesquisa de campo (RF) em grupo;

Page 481: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

480

o Seminário Final em grupo para apresentação oral do RF

(SF_COL)

o Participação nas atividades complementares extraclasses (AC)-

100% de freqüência nessas atividades;

o Notas extras (NE≤ 1): assiduidade pontual (ASS) (100% de

presença e pontualidade nas aulas e atividades complementares ≤

0,5) e participação nas aulas (PART ≤ 0,5) (50% de contribuições

positivas avaliadas por seu grupo (PARTi) e 50% pelos

professores (PARTPROFs)).

o Prova Final (PF), compreendendo toda a matéria do curso;

estarão dispensados desta avaliação os alunos que obtiverem a

nota parcial do semestre no período igual ou superior a 7,0.

NOTA PARCIAL DO SEMESTRE = NPS

NPS = 0,2*P1+0,3*P2+ 0,3*RPE+0,1*S+0,1*AC≥ 7,0

RPE={[(RP1+RRP2+RP3+RP4+RP5+RP6+RP7+RP8)/8]*0,50+RF*0,5}

S= [(0,7*S_IND)+(0,3*SF_COL)]

NOTA FINAL PARA APROVAÇÃO = NFA

NFA = [0,6*Nota Parcial do Semestre + 0,4*PF] + NE ≥ 5,0.

NE= ASS+PART

PART= 0,25* (∑ PART i )/90 + 0,25* (PARTPROFs/10) ≤ 0,5

∑ PART i = part1+part2+part3+part4+part5+part6+part7+part8+part9

Page 482: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

481

PART i = nota atribuída pela equipe a cada um dos seus participantes

e informada aos professores a cada entrega de relatório parcial e final, em

função da participação na elaboração de cada um dos relatórios parciais.

Deverá ser indicada na folha de rosto do relatório, conforme modelo

apresentado no Anexo B.

PARTPROF = nota de participação atribuída pelos professores ao

final do semestre.

22.9 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

O conteúdo programático está organizado pelos temas apresentados,

a seguir, abrangendo diversos aspectos complementares da realidade brasileira,

que serão analisados separada ou conjuntamente do seguinte modo:

O que é realidade?

O que é comunicação?

O que é teoria?

Metodologia cientifica

Técnicas de apresentação oral e escrita

Poder Político:

o Comunicação e Constituição

o Desenvolvimento Sustentável e Macroestrutura de Poder

Poder Econômico:

Page 483: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

482

o Realidade Econômica Brasileira e Desenvolvimento

Sustentável

o Mercado de Trabalho em Comunicação Social

Poder Científico e Tecnológico:

o Desenvolvimento Sustentável e Inserção do Brasil na

Produção Científica – Tecnológica Mundial

Poder Psicossocial:

o Desenvolvimento Sustentável e Educação e Cultura

o Meio Ambiente, Saúde e Desenvolvimento Sustentável

Política de Defesa:

o Política de Defesa e Desenvolvimento Nacional Sustentável

22.10 PLANEJAMENTO DAS AULAS

O planejamento das aulas, bem como a indicação de leituras

obrigatórias e complementares está apresentado no Anexo A, Cronograma de

Aulas e Leituras.

22.11 REFERÊNCIAS

ABRAMO, C.W. O telhado de vidro do relativismo, Folha de São Paulo,

São Paulo, 15 set. 1996.

ABREU, Guilherme Mattos. Amazônia Azul. Disponível em: <

http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&>

Acesso em: 11/05/10

Page 484: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

483

ALMEIDA, Beto. Recomendações da Primeira Conferência Nacional de

Comunicação – Disponível em: <

http://proconferencia.org.br/textos/confecom-uma-primeira-vitoria-uma-nova-

etapa-na-longa-luta/ > Acesso em 11/05/10

ALVES, Rubem. O retorno é terno, Campinas: Papirus, capítulo 12.

ARMAND e MATTELART, Michèle. História das teorias da comunicação,

Paris: Éditions La Découverte Et Syros, 1995, 1997, p. 48.

BARBOSA, José Henrique & VAZ, Paulo. Reforma curricular ECO/UFRJ –

Disponível em: < www.geocities.com/ufrjeco > Acesso em: 15 abril 2010

Brasil. Constituição Brasileira (Título I, "Dos princípios fundamentais";

Título II, cap. I, "Dos direitos e deveres individuais e coletivos"; Título

VIII, cap. V, "Da comunicação Social") – Disponível em:

<http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&

>Acesso em: 11/05/10

CARVALHO, J. M. Como escrever a tese certa e vencer, O Globo, Rio de

Janeiro, p.7, 16 dez. 1999.

CORDEIRO, Jorge. Globo opta por co-produções na TV. Valor Econômico,

28/08/02.

DUARTE,J. F. O que é Realidade, 10 ed. São Paulo: Brasiliense. 1994. 101 p.

Entrevista de Mino Carta em Salvador. Jornal A Tarde – Disponível em: <

http://www.4shared.com/account/dir/19517933/94cbec90/sharing.html?&>

Acesso em: 11 maio 2010

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 11-14, 431-447.

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 15-71, 97-114, 243-300, 339-365.

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 147-174, 367-385, 387-429.

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 73-96.

Page 485: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

484

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 225-242.

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 175-224.

GUIMARÃES, S. P. Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes, Rio de

Janeiro: Editora Contraponto, 2005, p. 301-337.

HOINEFF, Nelson. DUAS CARAS: A gaiola se abre. E a audiência voa.

Observatório da Imprensa, Segunda-feira, 10 de maio de 2010 ISSN 1519-

7670 - Ano 15 - nº 454 - 9/10/2007.

KAY, J. A simplicidade tem um preço, The Economist/Valor Econômico,

2002.

LAGE, N. “A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa

jornalística”. Ser repórter. Rio de Janeiro: Record. 2001. P.9-28

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DO BRASIL. Políticas

Nacionais de Educação e Cultura. Disponível em:<

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf > e

<http://www.cultura.gov.br/site/categoria/politicas/plano-nacional-de-cultura >

Acesso em: 11 maio 2010

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES (2009), Caderno de Propostas

aprovadas. 1ª Conferência Nacional de Comunicação - CONFECOM,

Brasília.2009

PEREIRA, O. O que é teoria, 10 Ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 123p.

REFKALEFSKY, Eduardo / DURÃES, Aline. Segmentação na propaganda

religiosa: Bola de Neve Church e o evangelho. Intercom – Sociedade

Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXX Congresso

Brasileiro de Ciências da Comunicação – Santos – 29 de agosto a 2 de

setembro de 2007.

REFKALEFSKY, Eduardo e DURÃES, Aline. Bola de Neve Church:

alternativa contemporânea e segmentada do Evangelho. Anais do I

Eclesiocom. São Bernardo do Campo,Umesp, 2006.

REFKAFELFSKY, Eduardo. Comunicação e Posicionamento da Igreja

Universal do Reino de Deus: um estudo de caso do Marketing Religioso.

Page 486: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

485

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB – 6 a 9 de

setembro de 2006.

REFKALESFSKY, Eduardo. Publicidade e Propaganda nas igrejas

pentecostais no Brasil: para além da Indústria Cultural e da

Espetacularização. NP 03 – Publicidade, Propaganda e Marketing (Seção

temática: Propaganda religiosa), do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da

Intercom.

ROCKEFELLER, Steven C (2000), The Earth Charter. Lançada no Palácio da

Paz (Peace Palace) em The Hauge – Netherlands - 29 de Junho de 2000.

SISTEMA DE BIBLIOTECA. Manual para elaboração de dissertações e

teses– Disponível em: < www.sibi.br/publicacoes_sibi.html > Acesso em: 14

abril 2010

SOARES, Letícia e REFKALEFSKY, Eduardo. Novas estratégias de

comunicação religiosa da Assembléia de Deus: pentecostalismo no século

21. Eclesiocom – Cátedra UNESCO de Comunicação para o Desenvolvimento

Regional, II Colóquio de Comunicação Eclesial, São Paulo.

TAVARES, Dirceu / LIMA, Gabriela. Controle Panóptico no Big Brother

Brasil: uma estratégia de Marketing de Relacionamento. Intercom –

Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXVIII

Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UERJ – 5 a 9 de setembro

de 2005

TELLES, C. Q. Manual do cara-de-pau, 3ª Ed. São Paulo: Editora Best

Seller. 1991.

VERÍSSIMO, Luiz. Voracidade. Jornal do Brasil, 17/09/1997, p. 11

VERISSIMO, L. F. Robinho e o paradoxo, O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 01

dez. 1997.

VERISSIMO, L. F. Professor Pelé, O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 02 out.

2002.

WEIL, Pierre & TOMPAKOW, Roland. O corpo fala, 19ª Ed. Petrópolis:

Editora Vozes. 1988. P. 25-37 1997.

Page 487: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

486

APÊNDICE A

CRONOGRAMA DE AULAS E LEITURAS

CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA

LEITURA

COMPLEMENT

AR

Apresentação de Disciplina

(com dinâmica) - -

Tema 1: Apresentação de

UFRJ / CFCH / ECO

Realidade Universitária

"Programa de Curso"; "Reforma

curricular ECO/UFRJ";

"Questionário de autoavaliação".

Páginas UFRJ e

ECO

Tema 2 e Tema 3: "O que

é Teoria?" e "O que é

Realidade?"

"O que é teoria?" Otaviano

Pereira, Editora: brasiliense;

Devolução do Questionário. "O

que é realidade?"

João Francisco Duarte Junior,

Editora: Brasiliense.

Tema 4: "Técnicas de

apresentação"

"O Corpo fala"(25-37) Autor:

Weil, Pierre; Tompakow,

Roland, Editora: Vozes.

-

Tema 5: "O que é

Metodologia?"

"Como escrever a tese certa e

vencer"; Manual para elaboração

de dissertações e teses da UFRJ

http://www.sibi.ufrj.br/publicacoe

s_sibi.html (Manual para

elaboração e normalização de

dissertações e teses); Texto da

Professora Fátima e do Professor

Ref sobre o trabalho final

(PESQUISA DE CAMPO-

METODOLOGIA).

-

Tema 5: "O que é

Metodologia?"

"Como escrever a tese certa e

vencer"; Manual para elaboração

de dissertações e teses da UFRJ

http://www.sibi.ufrj.br/publicacoe

s_sibi.html (Manual para

elaboração e normalização de

dissertações e teses); Texto da

Professora Fátima e do Professor

Ref sobre o trabalho final

(PESQUISA DE CAMPO-

METODOLOGIA).

-

Page 488: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

487

CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA

LEITURA

COMPLEMENT

AR

Tema 6: O que é

comunicação?

"Ser repórter", de Nilson Lage

(pag. 10-28); "UPGA" (pag. 4-5;

7-8; 10); "O telhado de vidro do

relativismo"; "Robinho" e "Pelé"

"Manual do cara-

de-pau"; "A

simplicidade tem

um preço"

PROVA 1 (Temas 1 a 6) - -

Tema 7: "Comunicação e

Constituição "

DB Prefácio Helio Jaguaribe;

"Constituição" (Título I, "Dos

princípios fundamentais"; Título

II, cap. I, "Dos direitos e deveres

individuais e coletivos"; Título

VIII, cap. V, "Da comunicação

Social")

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&); "Recomendações da

Primeira Conferência Nacional

de

Comunicação"(http://proconfere

ncia.org.br/textos/confecom-

uma-primeira-vitoria-uma-nova-

etapa-na-longa-luta/); Carta da

Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

Entrevista de Mino

Carta em Salvador

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&);

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 7 - -

Visita Tecnica / Tema 8:

"Desenvolvimento

Sustentável e

Macroestrutura de Poder"

Livro Texto cap.1 - "Os donos

do poder: A macroestrutura";

Livro Texto cap.3 - "Casa-

Grande e Senzala: Direitos

humanos e poder"; Livro Texto

cap.8 - "Quinhentos anos de

periferia: A inserção"; Livro

Texto cap.10 - "Omulato y

Martin Fierro: A América do

Sul"; "Constituição"(Títulos III e

IV)

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

"Receita americana

para reprodução da

elite"; Carta de

Pero Vaz de

Caminha

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&);

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

Page 489: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

488

CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA

LEITURA

COMPLEMENT

AR

html?&); Carta da Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 8 - -

Tema 9: "Realidade

Econômica Brasileira e

Desenvolvimento

Sustentável"

Livro Texto cap.5 - "O

alquimista: Capital e Estado";

Livro Texto cap.11 - "Prebish y

Furtado: Soberania e integração";

Livro Texto cap.12 - "Grande

Sertão Veredas: O Mercosul do

mundo"; Carta da Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 9 - -

Tema 10: "Mercado de

Trabalho em Comunicação

Social"

Livro Texto cap.2 - "O Cortiço:

População e desemprego"; "Filho

de leitor, leitor é"; "Globo opta

por co-produções"; "Duas caras";

Carta da Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&).

Comunicação e

novas estratégias

organizacionais"; "E

agora o marketing

diz que diz";

"Círculos difundem

idéias de Chávez

no Brasil";"Vivendo

na era da atração"

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&);

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Page 490: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

489

CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA

LEITURA

COMPLEMENT

AR

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 10 - -

Tema11: "Inserção do

Brasil na Produção

Científica-Tecnológica

Mundial"

Livro Texto cap.4 - "Eles não

usam black tie: Emprego e

tecnologia"; Carta da Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 11 - -

Tema 12:

"Desenvolvimento

Sustentável e Educação e

Cultura"

Livro texto cap.7 - "Macunaíma:

Subdesenvolvimento e cultura";

"Comunicação, Posicionamento

e MKT da IURD"; Textos de

Rubem Alves; Políticas nacionais

de Educação

"http://portal.mec.gov.br/arquivos

/pdf/pne.pdf" e Cultura

"http://www.cultura.gov.br/site/cat

egoria/politicas/plano-nacional-

de-cultura/"; Carta da Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

"Quadro

evangélico";

"Controle

panóptico do

BBB";

"Publicidade e

propaganda nas

igrejas

pentecostais"; "Bola

de Neve Church";

"Voracidade";

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 12

Tema 13: "Meio Ambiente,

Saúde e Desenvolvimento

Sustentável"

Livro Texto cap.6 - "O paraíso

perdido: Território e Amazônia";

texto "Amazônia Azul"

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&) ; Política Nacional de

Meio Ambiente;

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

Page 491: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

490

CONTEÚDO

PROGRAMÁTICO LEITURA OBRIGATÓRIA

LEITURA

COMPLEMENT

AR

http://www.planalto.gov.br/ccivil_

03/Leis/L6938.htm ; Carta da

Terra(http://www.4shared.com/ac

count/dir/19517933/94cbec90/sh

aring.html?&)

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 13 - -

Tema 14: "Política de

Defesa e Desenvolvimento

Nacional Sustentável"

Livro Texto cap.9 - "A onça e o

gato: Ameaças e estratégia";

"Política de Defesa Nacional"

(site: defesa.gov.br); Carta da

Terra

(http://www.4shared.com/account

/dir/19517933/94cbec90/sharing.

html?&)

Relatório de

propostas

aprovadas da

CONFECOM

(http://www.4share

d.com/account/dir/

19517933/94cbec9

0/sharing.html?&)

Apresentação dos grupos

sobre o Tema 14

Entrega da minuta; Sorteio da

ordem de apresentação -

PROVA 2 (Temas 1 a 6 +

Temas 7 a 14) - -

Apresentação Final dos

trabalhos Entrega do trabalho final -

Apresentação Final dos

trabalhos - -

Apresentação Final dos

trabalhos - -

Avaliação de Disciplina

(Entrega de Resultados) - -

PROVA FINAL - -

Page 492: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

491

APÊNDICE B

METODOLOGIA DE TRABALHO DA PESQUISA DE CAMPO

Neste anexo, sintetizam-se as etapas da metodologia da Pesquisa de

Campo a ser realizada na disciplina Comunicação e Realidade Brasileira,

servindo como esclarecimento e como referência durante o processo de ensino-

aprendizagem. Trata-se de um complemento às informações apresentadas no

Programa da Disciplina.

Com essa Pesquisa de Campo, tem-se como objetivo principal avaliar de

que maneira a Realidade Brasileira é representada por intermédio dos

diferentes meios de Comunicação (jornal impresso, revista, rádio, televisão

aberta, internet) e respectivos veículos para complementar as discussões

temáticas que ocorrem em sala de aula, de modo a desenvolver uma percepção

sobre qual é a agenda de discussão de cada uma das expressões de poder

nacional: política, econômica, cientifica e tecnológica, psicossocial e de defesa

nacional associadas ao desenvolvimento sustentável do País.

Como objetivos secundários, mas não menos importantes, têm-se a

familiarização dos estudantes de comunicação com uma análise mais detalhada

das matérias veiculadas pelos principais meios de comunicação nacionais a fim

de desenvolverem uma visão crítica sobre eles e uma aproximação com técnicas

e métodos de pesquisa científica e de análise de conteúdo das matérias.

A metodologia de identificação da representação social da realidade

brasileira difundida pelos veículos de comunicação consiste na análise

comparada de matérias veiculadas, relacionadas a temas pré-determinados no

programa da disciplina referentes às expressões do poder nacional, como está

descrito nas próximas seções e realizada de forma colaborativa em equipe entre

equipes de todas as turmas.

Page 493: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

492

O trabalho de pesquisa requer cuidado minucioso de busca de

informação, bem como de registro adequado que possa permitir a

rastreabilidade posterior da informação, assim, deve-se sempre mencionar as

fontes onde foram obtidas as informações, segundo padrão definido no Manual

da Universidade para tal fim.

Cabe lembrar também que os relatórios parciais, nada mais são do que

capítulos do relatório final que estarão sendo elaborados passo a passo. Assim,

não há diferença entre o capítulo 1 do relatório parcial e o capítulo 1 do

relatório final, quando a equipe já tiver realizado as modificações dos capítulos

segundo os padrões indicados nas correções parciais realizadas pelos

professores e assim sucessivamente.

A metodologia de trabalho consiste nas seguintes etapas a seguir

descritas:

i. Estabelecer termo de compromisso de trabalho em equipe;

ii. Definir os critérios de avaliação das matérias (QUADRO 1-

Googledocs)

iii. Identificar o perfil oficial dos veículos de comunicação atribuídos

à equipe; (QUADRO 2- Googledocs)

iv. Selecionar um assunto relacionado ao tema para buscar como foi

traduzido em matéria em cada um dos veículos atribuídos à

equipe; (QUADROS 3 e 4 - Googledocs)

v. Analisar, individualizadamente, a matéria selecionada de cada

veículo; (QUADRO 5 - Googledocs)

vi. Comparar o resultado da análise realizada de cada matéria com

matérias dos outros veículos da equipe; (comparação restrita

entre meios) (QUADRO 5 - Googledocs).

vii. Comparar o resultado da análise realizada de cada matéria com

matérias do mesmo veículo sobre os temas anteriores; com as

Page 494: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

493

características encontradas nos veículos da equipe com a análise

das outras turmas sobre os mesmos veículos; (QUADROS 6 a 31

- Googledocs)

viii. Comparar as características típicas dos diversos veículos de um

mesmo meio de comunicação; (QUADRO 32 a 36 -

Googledocs)

ix. Comparar as peculiaridades dos diversos veículos de um mesmo

meio de comunicação; (QUADRO 37 a 41 - Googledocs)

x. Identificar as características típicas dos diversos meios de

comunicação; (QUADRO 42 - Googledocs)

xi. Identificar as características típicas dos diversos meios de

comunicação; (QUADRO 43 - Googledocs)

xii. Comparar as representações de realidade brasileira encontradas

nos veículos da equipe em cada uma das expressões do poder

nacional com a análise realizada pelas demais equipes;

(QUADRO 44 - Googledocs) e verificar o seu grau de

sustentabilidade.

Estabelecendo termo de compromisso de trabalho em equipe

A qualidade do trabalho em equipe depende do grau de

compromisso de cada um de seus membro com o trabalho de todos. Haverá

uma aula em que os professores tratarão dessa temática e mostrarão que

trabalhar em equipe é estabelecer acordos negociados de qualidade e

quantidade de trabalho para cada componente da equipe, associados à entrega

no prazo. Assim planejar, executar e avaliar o que foi realizado individualmente

e em equipe é fator chave de sucesso.

Page 495: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

494

Cabe destacar, também, que a vida de uma equipe possui um ciclo

que deve ser harmoniosamente administrado por ela para que os conflitos

existentes sejam apenas os ricos em conteúdo e que sirvam para produzir as

melhores análises possíveis em função da dedicação e da precisão da equipe,

começando por encantamento natural entre membros da equipe,

enfrentamento de turbulências, aprendizado relacionado a trabalhar em equipe

e administração da separação da equipe após a conclusão do trabalho final.

Para facilitar esta tarefa da equipe, está apresentado no Anexo C,

modelo de termo de compromisso de trabalho em equipe.

Definição dos critérios de avaliação das matérias veiculadas nos

meios de comunicação:

As diversas categorias de critérios de análise estão mais voltadas para

a mídia impressa. Recomenda-se que as equipes realizem as adaptações

necessárias para a mídia eletrônica/ digital, no que couber ou necessitar. Em

caso de dúvida, consultem os professores.

a) Categoria: Tipo de matéria: (QUADRO 1- Google docs)

Gênero da matéria: artigo, notícia ou reportagem?

Descritiva, hibrida ou opinativa?

Analítica ou sintética?

Abordagem simples ou complexa?

Grau de profundidade? Profunda ou superficial? (QUADRO 1-

Google docs)

Localização da matéria no veiculo (mídia impressa): seção;

chamada na primeira página (acima ou abaixo da dobra)?

Page 496: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

495

Localização da matéria no veículo (mídia eletrônica e digital):

programa, horário,

Espaço ocupado (mídia impressa: número de colunas do título;

acima ou abaixo da dobra, centimetragem; mídia digital:

secundagem, número de repetições,)?

Uso de fotografias, ilustrações, imagens, infográficos ou outros

elementos visuais de apoio?

b) Categoria: Análise da estrutura de notícia (QUADRO 1- Google docs)

Formatação do título (verbal ou nominal)?

Ordenação das informações (pirâmide invertida ou não)?

Característica da abertura da notícia (lide, nariz de cera ou

narrativa cronológica)?

Matéria contextualizada ou fragmentada?

Direta ou indireta?

Estilo formal ou informal?

Impessoal ou pessoal?

Objetiva ou subjetiva?

Enfoque? (relacionado à visão de mundo que orienta a matéria,

etc.)

Uso de declarações textuais (citação direta ou indireta? de

autoridade ou de especialista? etc.)

d) Categoria: Atributos de linguagem: (QUADRO 1- Google docs)

Principais substantivos, agrupados por campo semântico

semelhante, indicando freqüência de incidência e a imagem

positiva, negativa ou neutra gerada;

Page 497: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

496

Principais verbos, agrupados por campo semântico semelhante,

indicando freqüência de incidência e a imagem positiva, negativa

ou neutra gerada;

Principais adjetivos agrupados por campo semântico semelhante,

indicando freqüência de incidência e a imagem positiva, negativa

ou neutra gerada;

e) Categoria: Impressões causadas (QUADRO 1- Google docs):

Intenção da matéria?

Quais as proposições apresentadas?

o Quais as principais afirmações positivas sobre o tema?

o Quais as principais afirmações negativas sobre o tema?

o Quais as principais afirmações neutras sobre o tema

Grau de neutralidade da matéria?

Grau de imparcialidade?

Privilegia interesse público ou privado?

Inspira estar associada à veracidade?

Gera credibilidade?

Estabelece boa relação com seu público?

Gera reflexão?

Grau de exatidão inspirado?

Comparação do conteúdo da matéria com o conteúdo dos textos

de referência das aulas. (Cada equipe deve comparar a

abordagem da matéria analisada e apontar semelhanças e

diferenças encontradas em relação aos pontos de vista sobre o

tema expressos nos textos de referência)

Que visão de mundo deve ter o responsável pela matéria?

Page 498: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

497

Qual a frase síntese que pode ser elaborada com as palavras mais

freqüentes encontradas na matéria que expresse sua opinião

sobre o tema em debate e seja possa expressar o núcleo da

representação social desse aspecto da realidade brasileira?

Identificação do perfil oficial do veiculo

A seguir, apresenta-se a relação dos veículos de Comunicação para

cada equipe:

QUADRO 1: Veículos de comunicação atribuídos a cada equipe

Equipe Jornal Revista Rádio TV Internet

1 O Globo Veja Bandnews FM Record Uol

2 Folha de SP Istoé CBN Globo IG

3 Estado de SP Época Tupi AM TV Brasil

(TVE)

CMI

4 Jornal do Brasil Carta Capital CBN Bandeirantes Yahoo

5 O Dia Caros Amigos Bandnews FM Rede TV! G1

6 Valor

Econômico

Exame Tupi AM Globo Mídia sem

Máscara

Cada equipe deve caracterizar a história, a política editorial, missão,

visão de mundo, valores, público-alvo etc.e tudo mais que bem expressar a

forma como o veiculo se apresenta ao mundo, incluindo, suas estratégias

competitivas, suas principais fontes de receita, seus proprietários, como são

percebidos pela sociedade brasileira e quaisquer outras características que os

contextualizem histórica, política e economicamente. (QUADRO 2 –

Googledocs)

Para que não haja cópia de trabalho de uma equipe pela outra de

outra turma, nas colunas dos quadros do Googledocs, onde forem apresentadas

as semelhanças e diferenças entre as análises das diversas equipes, a cada

Page 499: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

498

semana a equipe de uma das turmas ficará responsável por preencher o

conteúdo e as das outras duas turmas realizarão verifcações parciais e finais.

Apresenta-se, a seguir, um exemplo do quadro de atribuições de

responsabilidade semanal de cada equipe em termos de produzir conteúdo ou

verificar conteúdo.

QUADRO 2: Primeira Matriz de atribuição de responsabilidades (tema 7)

Equipe Turma 1 Turma 2 Turma 3

1 Produz conteúdo Verificação Inicial de

Conteúdo

Verificação final de

observações da turma

2 e conteúdo da

turma1

2

Verificação final de

observações da

turma 3 e conteúdo

da turma2

Produz conteúdo Verificação Inicial de

Conteúdo

3 Verificação Inicial

Conteúdo

Verificação final de

observações da turma1 e

conteúdo da turma3

Produz conteúdo

4 Produz conteúdo Verificação Inicial de

Conteúdo

Verificação final de

observações da turma

2 e conteúdo da

turma1

5

Verificação final de

observações da

turma3 e conteúdo

da turma2

Produz conteúdo Verificação Inicial de

Conteúdo

6 Verificação Inicial

de Conteúdo

Verificação final de

observações da turma1 e

conteúdo da turma 3

Produz conteúdo

As demais etapas de pesquisa constituem-se em análises e

comparações que serão realizadas a partir dos registros de cada equipe em cada

um dos Quadros do Googledocs, indicados anteriormente, em sua ordem

crescente e conforme indicações nas colunas e linhas.

Page 500: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

499

Os registros nos quadros do Googledocs não encerram o trabalho.

Toda a descrição deste fazer, bem como suas principais conclusões, devem

estar expressa nos Relatórios parciais e final de pesquisa.

A fim de facilitar a organização das idéias e a apresentação dos

resultados da pesquisa de campo, tanto oralmente quanto por escrito,

apresenta-se uma proposta de sumário para os relatórios Parciais e para o

Relatório Final, explicitando-se os objetivos de cada Capítulo em ordem

inversa, para destacar os objetivos finais a serem alcançados ao final de

pesquisa e da disciplina e, depois, os passos seqüenciais para chegar a eles.

Lembra-se que a formatação do relatório segue as regras de

apresentação escrita do Manual do SIBI da UFRJ. É recomendável que

leiam e tirem as dúvidas que surgirem para evitar retrabalho.

PROPOSTA DE SUMÁRIO DO RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA

Aplicação do Conceito Jornalístico “Pirâmide invertida” para explicitar os

objetivos de cada capítulo

Capítulo 7 — Considerações finais

Objetivos: Descrever sinteticamente a representação social sobre a realidade

brasileira, articulando seu estágio de desenvolvimento com o conceito de

desenvolvimento veiculado na Carta da Terra; Apresentar sinteticamente as

principais características de cada meio de comunicação e as peculiaridades

encontradas durante a pesquisa; Comentários adicionais sobre o conteúdo do

trabalho; Avaliação do processo de ensino aprendizagem etc.

Capítulo 6 — REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA

REALIDADE BRASILEIRA

Page 501: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

500

Objetivo: Demonstrar como cada um dos Veículos da equipe representa a

Realidade Brasileira, em seus diversos aspectos e comparar seus achados com a

das demais equipes de pesquisa.

Capítulo 5 — COMPARAÇÃO ENTRE OS MEIOS

Capítulo 4 — CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO

Objetivo: Para ambos, estabelecer comparações com base nas análises do

capítulo 3, para ressaltar as principais características de cada veículo de

comunicação e suas especificidades, bem como de cada meio respectivamente.

Capítulo 3 — ACHADOS DA EQUIPE

Objetivo: Apresentar a análise individualizada dos veículos, a partir de cada

uma das matérias analisadas por tema e usando os critérios definidos em

conjunto no início do curso.

Capítulo 2 — METODOLOGIA

Objetivo: Mostrar a BASE, os FUNDAMENTOS, de todo o processo que

terminará nas conclusões a serem apresentadas no capítulo 7. Equivale, na

Publicidade, à EVIDÊNCIA DE APOIO, aquilo que comprova que uma

afirmação é verdadeira. Se alguém discordar das conclusões no capítulo 6, ou

dos passos em qualquer outra etapa, será confrontado com o Capítulo 2, que

demonstrará que a análise não representa um mero "achismo", como

(infelizmente) existe em muitos trabalhos acadêmicos de Comunicação Social e

Ciências Humanas, em geral (vide "O telhado de vidro do relativismo"). A

metodologia é fundamental para explicar como se chega ao resultado final.

Capítulo 1 — INTRODUÇÃO

Objetivo: Contextualizar o estudo, mostrando a justificativa da importância

(1.2), os objetivos (1.3) e a estrutura (1.4) do que será apresentado. O Capítulo

Page 502: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

501

revela que o Trabalho "não caiu do céu", mas foi produto de uma indagação

situada no tempo e no espaço.

Portanto, esta PIRÂMIDE INVERTIDA (vide aula sobre

Comunicação e o Lide) dos Capítulos pode esclarecer melhor o que é MEIO e

o que é o FIM no trabalho de pesquisa, bem como o encadeamento, a razão de

ser e os objetivos específicos de cada parte / capítulo / seção.

Por isso, O TRABALHO SÓ ESTARÁ REALMENTE

COMPLETO NO CAPÍTULO 7, como pode ser percebido pelo

encadeamento lógico das partes.

Não se trata de um trabalho de "Jornalismo Comparado", ou

"Comunicação Comparada": as comparações são um MEIO, uma metodologia

de análise, para tentar responder a pergunta central (e final) da disciplina:

COMO OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO REPRESENTAM A

REALIDADE BRASILEIRA? (Estudo de caso dos Veículos X, Y, Z)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contexto do problema da pesquisa

1.2 Justificativa da relevância

1.3 Objetivos

1.4 Organização do relatório

2 METODOLOGIA DE PESQUISA

2.1 Descrição das etapas da pesquisa

2.2 Definição dos critérios de análise das matérias

2.3 Organização da equipe para produzir a pesquisa

2.4 Descrição do objeto de estudo: síntese das matérias selecionadas

2.4.1 Tema 07

Page 503: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

502

2.4.2 Tema 08

2.4.3 Tema 09

2.4.4 Tema 10

2.4.5 Tema 11

2.4.6 Tema 12

2.4.7 Tema 13

2.4.8 Tema 14

3 ACHADOS DA EQUIPE

3.1 Sobre Jornal

3.1.1 Tema 07

3.1.2 Tema 08

3.1.3 Tema 09

3.1.4 Tema 10

3.1.5 Tema 11

3.1.6 Tema 12

3.1.7 Tema 13

3.1.8 Tema 14

3.2 Sobre Revista

3.2.1 Tema 07

3.2.2 Tema 08

3.2.3 Tema 09

3.2.4 Tema 10

3.2.5 Tema 11

3.2.6 Tema 12

3.2.7 Tema 13

3.2.8 Tema 14

3.3 Sobre Radio

Page 504: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

503

3.3.1 Tema 07

3.3.2 Tema 08

3.3.3 Tema 09

3.3.4 Tema 10

3.3.5 Tema 11

3.3.6 Tema 12

3.3.7 Tema 13

3.3.8 Tema 14

3.4 Sobre TV

3.4.1 Tema 07

3.4.2 Tema 08

3.4.3 Tema 09

3.4.4 Tema 10

3.4.5 Tema 11

3.4.6 Tema 12

3.4.7 Tema 13

3.4.8 Tema 14

3.5 Sobre Internet

3.5.1 Tema 07

3.5.2 Tema 08

3.5.3 Tema 09

3.5.4 Tema 10

3.5.5 Tema 11

3.5.6 Tema 12

3.5.7 Tema 13

3.5.8 Tema 14

3.6 Sobre a Realidade Brasileira

Page 505: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

504

3.6.1 Tema 07

3.6.2 Tema 08

3.6.3 Tema 09

3.6.4 Tema 10

3.6.5 Tema 11

3.6.6 Tema 12

3.6.7 Tema 13

3.6.8 Tema 14

4 CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

4.1 Jornal

4.1.1 Características Típicas

4.1.2 Peculiaridades

4.2 Revista

4.2.1 Características Típicas

4.2.2 Peculiaridades

4.3 Radio

4.3.1 Características Típicas

4.3.2 Peculiaridades

4.4 TV

4.4.1 Características Típicas

4.4.2 Peculiaridades

4.5 Internet

4.5.1 Características Típicas

4.5.2 Peculiaridades

5 COMPARAÇÃO ENTRE OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

5.1 Características comuns

5.2 Peculiaridades

Page 506: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

505

6 REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA REALIDADE BRASILEIRA

6.1 Síntese dos achados

6.2 Avaliação do grau de sustentabilbidade

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Page 507: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

506

APÊNDICE C

MODELO DE ORGANIZAÇÃO DO TERMO DE COMPROMISSO DE

TRABALHO EM EQUIPE

1. Nome da Equipe

2. Nome e Contato dos Integrantes da Equipe (telefone e e-mail)

3. Descrição da Personalidade da Equipe

4. O que é trabalhar em equipe?

5. Regras de ouro de convivência em equipe:

6. Critérios de avaliação da participação dos membros da equipe

7. Cronograma semestral de reuniões, indicando data, hora e local da reunião

8. Email da equipe (gmail):

Page 508: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

507

EPÍLOGO

Profa. Dra. Fátima Sobral Fernandes

Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes,

a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça,

sou grato a esses professores.

Khalil Gibran117

Epílogo, do grego epílogos – conclusão – e do latim epilogus, é uma

parte de um texto, no final de uma obra, que constitui a sua conclusão ou

remate.

Neste caso, caro Leitor, a Equipe LIMK está agradecida por você ter

se interessado por sua produção cientifica.

Espera-se que o conteúdo desta obra tenha sido útil para ampliar

seus conhecimentos sobre o Espírito Brasileiro e sobre o que pensa o

universitário sobre a agenda política brasileira de discussões.

Se a obra lhe foi útil, solicitamos que a recomende para leitura de

amigos e nos ajude a divulgá-la.

117

Nascido em Bicharre, 6 de janeiro de 1883, morreu em Nova Iorque, 10 de abril de 1931, também

conhecido simplesmente como Khalil Gibran, foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta,

conferencista e pintor de origem libanesa, cujos escritos, eivados de profunda e simples beleza e

espiritualidade, alcançaram a admiração do público de todo o mundo.

Page 509: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

508

Caso tenha sugestões ou questões a levantar motivadas pela obra, nos

deixe saber como solicitamos na Nota dos Autores, que consta do início da

obra, e desde já suplicamos benevolência em relação aos eventuais problemas

de editoração.

Se de fato gostou e quiser retribuir a contribuição recebida por meio

dela, eleja um projeto de responsabilidade socioambiental de sua preferência e

faça uma doação no valor que julgar próprio ao que recebeu.

Decidimos divulgar a obra gratuitamente para permitir esta troca de

valor. Solicitamos apenas que nos avise a quem fez a doação para que

possamos registrar os efeitos de nosso trabalho e desde já muito obrigada.

([email protected] ou [email protected])

O futuro dessa equipe com minha aposentadoria sofrerá alterações,

mas de certo que o destino final das personagens dessa história – os estudantes

do LIMK, futuros profissionais de diversos setores da vida produtiva do País

ficará enriquecido se soubermos que nossa produção produziu efeitos. Avise-

nos se publicar algo citando nossa obra. Teremos imenso prazer em também

sermos seus leitores.

Despedimo-nos, sugerindo que consulte os outros volumes da Série

Visão Universitária, editados pelo Conselho de Minerva, cuja relação encontra-

se a seguir:

Volume 1: Ética e Relações Internacionais

Volume 2: no prelo

Volume 3: no prelo

Page 510: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

509

Voluma 5: Marketing Digital Para Aprendizes: o que é, para que

serve e como fazer.

Volume 6: Em busca da excelência na gestão: coaching para

pequenos empreendedores

Page 511: Espírito Brasileiro: um olhar universitário

510

Organizadora

Fátima Sobral Fernandes Co-organizadores

Sebastião Amoêdo Luiz Sólon Gallotti

Claudete Lima AUTORES UNIVERSITÁRIOS DA UFRJ