Espirito & Matéria

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    1/238

    Esprito / Matria

    1

    Jos Lacerda de Azevedo

    Esprito / Matria

    Novos Horizontes Para A Medicina

    7 Edio 2002

    Ficha Catalogrfica

    Elaborada por Miriam Moema Loss CRB-10/801

    A994e Azevedo, Jos Lacerda deEsprito/Matria: novos horizontes para a Medicina

    / Jos Lacerda de Azevedo. - Porto Alegre.296 p. : il.

    1. Espiritismo 2. Espiritismo - Medicina 3. Medicina - Espiritismo I. Ttulo

    CDU 133.9133.9:6161:133.9

    Direitos reservados Jos Lacerda de Azevedo

    VECGrfica e Editora Ltda.Rua Marista, 279 - Fones/Fax: (51) 3336-3707/3339-4641CEP 90520-120 - Partenon - Porto Alegre - [email protected]

    AMaria Evangelina Lacerda de Azevedo, minha me (que plasmou meu corpo fsico);

    Arzelinda De Barros Lacerda, minha tia materna (que formou meu esprito), eYolanda Lacerda De Azevedo, minha esposa (a quem devo todas as realizaes materiais eespirituais),

    Preito de Amor.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    2/238

    Esprito / Matria

    2

    Agradecimento

    Nosso preito de gratido aos ilustres presidentes do Hospital Esprita de Porto Alegre,

    Dr. Conrado FerrarieSr. Joo Amado Venncio.

    ambos falecidos. O primeiro, fundador dos trabalhos espirituais na "Casa do Jardim", com atcnica da Apometria. O segundo, seu continuador.

    Hoje, desligados do Hospital Esprita, podemos bem avaliar o desassombro e a integridadede carter desses dirigentes. Com serenidade fraterna eles nos deram irrestrito apoio desde osmovimentos iniciais, permitindo que medrassem as primeiras sementes de tcnicas maisavanadas, no campo do mediunismo.

    Este livro dedicado a todos quantos trabalham no campo do psiquismo, dosmdiuns aos mdicos.

    Jardim Desvelado

    Este livro conseqncia natural da silenciosa atividade da Casa do Jardim de Porto

    Alegre, ao longo de mais de vinte anos. No se trata de obra de um indivduo, mas de todo umgrupo de pessoas das mais variadas condies sociais e culturais (mdicos, advogados,engenheiros, militares, tcnicos, donas de casa, operrios, estudantes etc.), irmanadas pelo ideal dealiviar no s sofrimentos psquicos como tambm doenas que abrangem quase todos os registrosda patologia mdica. Na base deste ideal. incandescia-nos o Amor. E bem possvel que tenhamoschegado a praticar a Caridade. embora nos sintamos meros instrumentos de uma Realidade cujasfmbrias apenas tocamos.

    Ao longo desses muitos anos de perseverante esforo, a vontade de servir nos colocou emcontato com variados e incontveis fenmenos psquicos. dando-nos oportunidade de pesquisarcausas e evoluo. bem como o comportamento dos doentes. Da repetio dos fenmenos surgiramhipteses de equacionamento que foram se transformando em solues. E em Leis.

    exatamente isso que o leitor encontrar aqui. Ver como certos "mistrios" secondensaram em hipteses que, em seguida, se cristalizaram em Leis ao longo de caudaloso fluxode fatos e histrias clnicas, de fenmenos e formulaes.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    3/238

    Esprito / Matria

    3

    Uma Flor

    Foi numa manh fria de maio de 1985 que conheci o Dr. Jos Lacerda de Azevedo. A"Cara do Jardim" do Hospital Erpwa de Porto Alegre regurgitava de gente espera deatendimento, pessoas de todas as classes sociais, que ali chegavam no rastro de uma esperana de

    cura. Como todos os outros, eu esperava.Quando meu nome foi anunciado, entrei em corredor transitado por pessoas de jaleco

    azul. Lembro-me de que me dirigi a mais de um dos tranqilos senhores grisalhos, pensando quealgum deles fosse o Dr. Lacerda.

    Encontrei-o, por fim. E surpreendi-me.O homem me pareceu humilde at na estatura, olhar doce mas amorosamente vivo.

    Irradiava f, uma luminosa determinao que esvoaava em cada gesto suave, na mansido davoz, nas contraes dos lbios fortes. Naquele primeiro momento no lhe vi a idade sessentona, asvestes simples, os cabelos embranquecidos em torno da discreta calva. Encantei-me com aquelasilenciosa compaixo escondida em sorriso que parecia sempre prestes a desabrochar, ofuscava-

    me aquela sinceridade mansa, aberta de par em par.Eu no sabia. Naquele momento estava nascendo, acompanhada de indefinvel venerao,talvez a mais profunda amizade que a vida poderia me oferecer.

    Devagar, em contatos que se tomaram mais e mais freqentes, fui conhecendo em detalhesum trabalho espiritual de enorme importncia, realizado com admirvel persistncia durantecerca de um quarto de sculo. Paciente e silenciosamente, o Grupo liderado pelo Dr. Lacerdavinha explorando dimenses do Esprito, ousando penetrar em Universos escondidos pelaslimitadas percepes de nossos sentidos. Hipteses foram se cristalizando em Leis, Leis quetransformam em coisas simples e naturais muitos mistrios antigos, Leis provadas e comprovadasdurante muitos e seguidos anos. Para discusso dos fenmenos (tanto velhos e clssicos comonovos), para formulao de hipteses sobre causas, inter-relaes, alcance de efeitos e possveis

    Leis, para as permanentes decifraes era necessrio estudo contnuo, ateno de microscopista eao mesmo tempo de astrnomo, um olho nos princpios da Fsica Nuclear ou Quntica e o outronos mais amplos horizontes do pensamento filosfico, em seu vo pelo Esprito e pelo Cosmo.Uma tarefa formidvel, sem dvida. Mas que de forma alguma poderia ser realizada com tantosxitos, descobertas e curas, se no estivesse centrada nos ensinamentos do Divino Mestre e se notivesse merecido a cobertura e proteo de Mentores espirituais de elevadssimo grau evolutivo.

    Diante dos horizontes que o trabalho permanentemente abria, vi no Dr. Lacerda e seuscompanheiros a sabedoria dos que se sabem eternos aprendizes. Era como se as gigantescassurpresas com que agora se defrontavam - decifrando-as - no fossem diferentes daquelesfenmenos de que trataram nas primeiras reunies do Grupo pioneiro, quando o trabalho serestringia quase que apenas s reflexes sobre o Evangelho e doao de fluidos energticospara uso dos Espritos caridosos, em sua faina samaritana.

    Pesquisa, permanente pesquisa. Cuidadosa vigilncia contra preconceitos, fanatismos,fantasias e, principalmente, contra vaidades. Ousar, experimentando: pr prova, ad nauseam, oconhecimento recm-adquirido, de modo a dar-lhe consistncia de diamante. Enxergar oDesconhecido no como algo aterrador, mas simplesmente novo espera de desbravamento quedever torn-lo velho, um dia. Ter os olhos muito abertos, sempre, mas imersos na Eternidade.Embora empurrando a mente at os limites quase impensveis, abrir, ao mesmo tempo, o corao;

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    4/238

    Esprito / Matria

    4

    amar com Amor que tudo abarque, sentir em si prprio pulsar a Humanidade de todos os temposem todos os planos de Vida - eis o resumo incompleto das facetas que vi na postura com quelabutam os trabalhadores da Casa do Jardim. Na base de tudo, a caridade. No a untuosa, aquelato sublinhada e calculadamente consciente que chega a se contaminar do seu oposto. Caridadelmpida, luminosa, Natural. E, por isso mesmo, humilde como violeta.

    Conheci Grupos idnticos em Braslia, independentes, mas usando tcnicas econhecimentos da "Casa do jardim". Ali, os mdicos Victor Ronaldo e Edson Veiga h anos jtrabalhavam no silncio e igual constncia, com assombrosos resultados. Havia Grupos emPelotas, Santa Maria, Rio de janeiro.

    Mas se eram tantos os comprovados xitos desses Grupos, por que no se divulgavam osconhecimentos arduamente acumulados, de modo que brilhassem "sobre o candeeiro, para quedessem luz a todos"? Soube: havia um livro em fase final de preparao, obra que deveria sereditada assim que concluda.

    Procurei o autor, Dr. Lacerda. Ele me passou os originais do livro ainda inacabado, doisespessos calhamaos redigidos em fins-de-semana e nas poucas horas de fazer de seu trabalho demdico e na "Casa de jardim".

    Li. E gostei.Meu entusiasmo foi espontneo como o impulso de me oferecer para auxiliar na reviso

    final. Nisso eu poderia colaborar. Ainda que pequeno meu servio, mal ou bem eu queriacolaborar.

    Para minha alegria, o Dr. Lacerda aceitou.Comecei, ento, meu trabalho de escriba, atrevendo-me a burilar textos alheios. No

    princpio a responsabilidade me assustou e quase me arrependi. Sentia-me lidando com palavrasimportantes demais. Se eu cometesse uma involuntria falsificao de conceito bsico, seria difcilencontrar modo ou oportunidade de me redimir do erro, fosse perante o autor, fosse ante seusleitores.

    Vrias vezes falei sobre isso ao Dr. Lacerda. Apresentei exaustivas verses de textos,medroso at mesmo de vrgulas, julgando-me temerrio por ter ousado transposies, cortes euma ou outra sntese. Ele sorria dos meus pruridos culposos. Quase sempre aprovava, masreprovava tambm - com a sem-cerimnia e espontaneidade de um pai. Discutimos, algumasvezes. E, no trajeto para o texto definitivo, tive lies de Fsica, Qumica, Botnica, Biologia,Histria, Filosofia, Medicina, Farmacologia, Espiritismo etc., e sobre assuntos que nenhum livroensina. Procurando dar, vi-me enriquecido.

    Certo dia, falando do livro ainda sem ttulo nem editor, pedi ao Dr. Lacerda o privilgio deescrever umas duas ou trs pginas de introduo obra. Ele concordou de pronto, irradiandoalegria. "Mas h um detalhe" acrescentei. "Meu nome no poder aparecer. O texto ter comoautor um escritor annimo."

    O Dr. Lacerda protestou. Mas eu sabia que estava certo, certeza imensa de que se sabemnimo ante as dimenses da construo de que ele era o arquiteto visvel, ajudado por outrosconstrutores de carne e osso, mdicos, advogados, engenheiros, oficiais das Foras Armadas,tcnicos, donas-de-casa, etc.. Havia ainda a causa e fulcro de todo o trabalho, os construtoresinvisveis, Espritos Superiores que orientam e assistem a atividade de conjunto dos Grupos e cadaum deles isoladamente.

    Com efeito, eu nada constru. Pude to-somente polir palavras, escriba que sou. E, seandei certo em meu trabalho, nem mesmo nisto posso me arrogar algum mrito. Fiz tudo por

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    5/238

    Esprito / Matria

    5

    amor. Amor que os trabalhadores da "Casa do Jardim" sem querer me infundiram, fazendo-mepensar na ventura que voc, leitor irmo, haver de sentir, lendo este livro.

    Agora que, abertas estas pginas, voc est prestes a fru-las, confesso que a finalidadenica deste meu depoimento o prazer de oferec-lo a voc como se fosse flor. Singela flor queponho em seu corao, no instante em que voc entra numa festa de Luz.

    Um escritor annimoNosso Prisma

    Muitos so os espritas que no se interessam pelos fenmenos da alma. Chegam mesmo adesprez-los, seja por no os compreenderem, seja por comodismo imobilista. Preferem umEspiritismo que enxergam como uma religio. E religio em moldes j ultrapassados: um ninho decertezas transcendentais. onde as pessoas se acomodem, fabriquem dogmas, intocveisortodoxias, carismas, mitos ... e bem delineados limites investigao, por mais sadia enecessria que seja.

    Em respeito a essas pessoas, acreditamos ser conveniente proclamar, desde j e no prtico

    de entrada desta obra, a nossa posio frente a tema to importante quanto complexo, de modoque se possa antever o contedo destas pginas.Cremos que a finalidade bsica da Doutrina Esprita redimir os homens. E redimir

    evangelizando-os, elevando-lhes os sentimentos e pensamentos, aperfeioando-os de modo acoloc-los em condies vibratrias que lhes permitam evoluo espiritual rpida e segura. Nose deve desejar da Doutrina que ela transforme todos os homens em cientistas, pois a Cincia no sinnimo de elevao espiritual; pelo contrrio, apenas instrumento desta. Sabe-se, saciedade, que esforos intelectuais, pura e simplesmente, no levam meta; ridos, despovoadosde vivncias, s passam a ter fecundidade quando submergidos na prtica da caridade evanglica.Julgamos de fundamental importncia, por isso, incrementar a faceta religiosa do Espiritismo portodos os modos e meios a nosso alcance, porque ela constitui um alicerce indestrutvel para a

    elevao espiritual das criaturas e da Humanidade como um todo.Cremos tambm que a religio, unindo a criatura ao Criador, deve ser entendida e vistaem sua natural amplitude, isto , dentro de um contexto csmico. Precisa ser vivida de modoarejado, cada criatura se sentindo imersa em sua prpria eternidade, aberta a horizontes infinitos,e ungida de f inabalvel - porque sempre pronta iluminao, pesquisa e ao aprendizado. Umavez que a criatura vislumbre o Cristo Csmico em si prpria, a meta se torna prxima. E a atrai.

    Cremos que a Doutrina Esprita, em respeito s prprias formulaes e ampla viso deseu Fundador, no deve enveredar pela trilha fcil e descendente dos decadentes. Estaramos,assim, no bojo de mais uma religio esttica, limitada por dogmatismos sectrios e infestada departicularismos e personalismos rasteiros. Infelizmente, esta degradao j se esboa noEspiritismo. Em prejuzo do Esprito.

    Cremos que a intolerncia religiosa e o culto artificial da pureza doutrinria soincompatveis com os horizontes da Doutrina dos Espritos, dinmica e sempre atual por suaprpria natureza, ensejando progresso e aprendizado contnuos. Limitar-se ao passado, em nomede pureza e cnones ortodoxos, voltar a cair no poo de onde KARDEC e os Espritos quiseramtirar a Humanidade. No podemos esquecer: foi, precisamente, invocando a pureza da LeiMosaica, que o Sindrio crucificou JESUS. A intolerncia medieval tambm invocou a pureza dos

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    6/238

    Esprito / Matria

    6

    ensinamentos de CRISTO para levar milhares de criaturas morte, em fogueiras infamantes ecrceres infectos.

    No possvel o Amor sem Liberdade. O Amor Verdade, tambm.Este o nosso prisma.

    I - Parte

    Cincia do Esprito

    1. Generalidades

    Cincia (do latim "scientia", de "scire", saber) em sentido restrito o conhecimento que setem de uma coisa. Em sentido lato, designa o saber que se adquire pela leitura, estudo, meditao;ou, tambm. o somatrio de conhecimentos restritos que se tem das coisas e fatos relacionados adeterminado objeto, ou a conjunto de objetos. O conhecimento de todos os fenmenos observadosse chama, genericamente, Cincia. o conhecimento sistematizado.

    A Cincia pode ser dividida em ramos, conforme seu objeto. Temos cincias fsicas,

    econmicas, humanas, morais ... e psquicas - estas, o mais recente horizonte dos conhecimentossobre o Homem. Mtodos e normas especificas orientam as investigaes de cada uma das cinciasexperimentais. E experimentais so tambm as cincias psquicas, embora se valham de mtodosque se poderia denominar, com certa propriedade, de mente-experimentais.

    2. Cincias psquicas, um desafio

    Em todas as cincias - sejam fsicas, qumicas ou segmentos das biolgicas h postulados (eparmetros deles derivados) sem os quais no se podem armar equaes ou solues, nem concluirresultados mensurveis de experincias.

    Quando se trata de investigao em planos transcendentes (como os que envolvem aexistncia da alma, por exemplo), o cientista fica inibido de aceitar concluses a priori, pois se vexplorando terreno novo e movedio, onde a investigao se toma complexa.

    Tal perplexidade compreensvel, pois o campo escapa ao prosaico domnio dos cincosentidos. Tudo parece vago, impalpvel, voltil em excesso - quando no fantstico.

    Padecendo do temor de confundir Cincia e Religio, a aceitao dessa invisvel Realidadese prejudica tambm pelas controvertidas explicaes que lhes do as diversas confissesreligiosas, conflitantes em muitos aspectos. Para aumentar as dificuldades, h a considerar queReligio e Metapsquica cheiram a mortos, fantasmas etc., tangenciando a atmosfera das lendas emitos.

    Frente a esses obstculos, a Cincia se mostra confusa. Insegura, talvez. Mas esta atitude

    tem razes no Passado.

    3. As razes da insegurana

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    7/238

    Esprito / Matria

    7

    Subordinada durante sculos aos dogmas da Escolstica medieval, mal libertada, noRenascimento, dos grilhes estticos e anti-experimentais, foi com verdadeira volpia que aCincia se lanou pesquisa objetiva, na fruio de uma liberdade arduamente conquistada. Essapostura de fruio juvenil vem ela anacronicamente mantendo, com a agravante de se tercarunchado de preconceitos to viscosos como os dogmas que enfrentou. Ela no acredita em

    demnios, bem verdade. Mas repele, com desprezo idntico ao dos antigos inquisidores e amesma falsa superioridade, todos quantos informem alguma coisa sobre o universo desconhecidoque existe alm do nosso, tridimensional. Fenmenos que no fizerem oscilar agulhas no tmcomprovao fsica; logo, esto proibidos de existir.

    Qual a face do medo, hoje?Juvenil embora as rugas de muitos sculos; juvenil porque ainda no viu esvair-se seu

    delimitado mo de pesquisas, a Cincia insiste na distoro de s considerar pesquisveis osslidos das trs dimenses cartesianas. As cincias psquicas, por exemplo, conquanto tratem damente, restringem seu objeto exclusivamente a criaturas vivas; quaisquer outras realidadesontolgicas tm sido postas de lado pelos cientistas - que as consideram irreais ou improvveis,porque no as enxergam nem sentem. Todos os fenmenos que essas realidades ontolgicasprovocam nos seres humanos vm sendo estudados unicamente como produto do crebro vivo, esempre vinculados atividade mental.

    Foi com essa atitude tempor que a Cincia chegou ao nosso tempo, avanando sempre,mas sfrega em solucionar tudo que ainda a desafie no filo por ela delimitado. A Fsica e aQumica, por exemplo, se lanaram a tantas pesquisas, com tamanho volume de resultados einformaes que, em escassos 80 anos, foi ultrapassado o acervo cientfico de toda a Histria daHumanidade, nesses campos. Com isso, foi possvel pormos os ps na lua e sondar melhor ocosmo, alm do desenvolvimento de uma tecnologia de que a indstria avidamente se aproveitou(para criar armas mortferas e produzir comodidades).

    Absorvida, ainda e sempre, por interesses materiais e imediatistas - no que pe suas efusesde adolescente encruada - natural que a Cincia no tenha interesse no estudo de fenmenoscujas razes descem a campos tidos como imateriais, dimenses de Espao diferentes da nossa;fenmenos de indiscutvel realidade, mas que no quer reconhecer to-somente porque eles nopodem ser cheirados, medidos, pesados. (Essas dimenses, por se encontrarem em algum lugaralm do plano fsico, poderiam ser chamadas metafsicas. com este termo, e em seu sentido maissimples, que nos referimos a esses fenmenos. No se veja na palavra algum indcio de lucubraoabstrata; meta significa "alm de"; "metafsica", portanto, indica simplesmente o que se encontrafora do campo fsico).

    4. Eppur si muove!*

    (*) Exclamao de Galileu, que a teria sussurrado para si mesmo perante o Tribunal daInquisio. Condenado a renegar suas idias sobre os movimentos da Terra. submeteu-se aosjuizes, mas disse: contudo ela se move!

    Eppur si muove. Fenmenos "inexplicveis" e de crescente intensidade vm intrigando oscientistas desde meados do sculo XIX. Manifestam-se em criaturas especialmente dotadas,conhecidas como "mdiuns", "sensitivos", "profetas", "curandeiros", "videntes" etc. Em algumas

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    8/238

    Esprito / Matria

    8

    delas do-se fenmenos de premonio; h as que apresentam telecinesia; muitas a psicografia, oupsicofonia e outros fenmenos, todos j comprovados cientificamente e, muitos, at incorporadosao quotidiano de pessoas e comunidades. de pensar que, no obstante sua insofismvelevidncia, ainda exista quem, em nome de uma atitude cientfica adolescente, se empenhe emneg-los com fantico desdm.

    Isso no poder durar indefinidamente. Encurralada por verdadeira avalanche de fatos,empurrada a confirmar a existncia de algo que teria de chamar de "alma" , "esprito" ou "sede davida" (com sobrevivncia aps a morte), a Cincia est sendo compelida a abrir alguma vlvula deescape. Ter que satisfazer, de algum modo, as presses que sofre desde o sculo passado: ouinvestiga e d explicao definitiva para a catadupa de importantssimos fenmenos, ou confessade vez seu dogmatismo cego, sua imatUridade e o medo das manifestaes dos mortos.

    Eis o problema, o Grande Desafio de nossa poca. E o impasse, tambm.No Passado, apesar das desastrosas e inapelveis decises de tribunais cientficos, pioneiros

    desassombrados realizaram trabalhos de imenso valor. Em fins do sculo XVIII, MESMER tratougrande nmero de pacientes com mtodo novo, baseado no magnetismo animal; provocou grandealvoroo na Frana. Depois dele vieram (entre outros) LIBEAULT e BERNHEIM, que fundaram aEscola de Nancy; CHARCOT, na Salpetrire, e outras Escolas. Em 1872, RICHET batizou deMetapsquica a nova cincia, que se ocupava de fenmenos para alm do psiquismo. Estava abertaa porta para a sistemtica investigao da realidade do Esprito. .

    O neologismo criado tratava de fatos na poca inexplicveis, todos vinculados aopsiquismo humano. Estudando durante muitos,anos alguns sensitivos de reconhecidos poderesmentais, RICHET definiu a Metapsquica como a cincia que tem por objeto o estudo dosfenmenos mecnicos ou psicolgicos devido a foras que parecem inteligentes, ou a poderesdesconhecidos - latentes na inteligncia humana. Abrange, portanto, os fenmenos de criptestesia,isto , a faculdade do conhecimento de algo oculto (por processo que ainda desconhecemos); atelecinesia, ou seja, ao mecnica pondervel, distncia, movendo objetos pesados sem ocontato humano; e materializao dos mortos, exaustivamente estudada por William CROOKES.(Com o nome de ectoplasmia, termo criado por RICHET, designamos, atualmente, a antiga eimpropriamente denominada "materializao": aparecimento, sob condies especiais, de objetos eat seres humanos completos - vivos e inteligentes - egressos do universo paralelo a que nosreferimos.) Modernamente, surgiu com RHINE a parapsicologia. Com novos mtodos deinvestigao, estatsticos sobretudo, ela visa obter provas matemticas das manifestaes psquicasque escapam ao domnio da psicologia. Embora sem a profundidade de RICHET, RHINE desenvolvegigantesco trabalho de pesquisa laboratorial a respeito de fenmenos como telepatia, precognio,clarividncia etc. Em experimentos que se prolongaram por mais de vinte anos, observoupacientemente grande nmero de pessoas, chegando a resultados matemticos que se podeconsiderar irrefutveis.

    Uma das razes, no entanto, pelas quais o trabalho de RHINE adquiriu status de cincia. foiprecisamente no ter ele se "aventurado" a tocar em fatos ligados a espritos (tais comomodelagens ectoplsmicas, aparies, psicofonia, psicografia etc.) Por alguma razo especial, massobremaneira significativa, o pesquisador no quis se envolver com qualquer fenmeno cuja causapudesse ser atribuda aos "mortos", nem desenvolveu esforo algum para penetrar no universodimensional que eles habitam. Respeitou um tabu cientfico, ainda que de rano medieval. E foirespeitado.

    Tal fato exsuda bvia ironia. E leva a indagar: por que a Cincia tem medo da Religio?

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    9/238

    Esprito / Matria

    9

    Parece dramaticamente necessrio - e urgente - que os cientistas de hoje alijem de seusombros o fardo dos preconceitos obsoletos, a fim de que um universo fabuloso (vislumbrado, porenquanto, por uma minoria) adquira alvar de realidade e veja reconhecida sua cidadaniacientfica. S assim, libertos de conceitos e idias entravantes, nossos investigadores poderotransformar-se nos coprnicos e galileus de que estamos necessitando.

    Sabemos de psiquistas que hoje, neste exato momento em que escrevemos, se empenhamem descobrir caminhos e desvelar mundos. Esses desbravadores podem se extasiar com a viso donovo que se estende no espao que circunda a Terra, paragens invisveis para os olhos carnais,mundo indevassvel para as criaturas comuns, e, no entanto, palpvel para as pessoas que, dotadasde sentidos mais aguados, podem captar e registrar radiaes eletromagnticas incomuns.

    5. O admirvel velho mundo novo

    Poucas so, ainda, as criaturas capazes de perceber dimenses diferentes da nossa. paraalm da estreita janela que vai de 4.000 a 8.000 ( - angstrom - medida de distncia. Vale 0.1 x10-8 cm. decimilimicro) do espectro visvel; por essa reduzida fenda vibratria - e s por ela -chega a percepo de tudo que nos cerca. para as pessoas comuns. Para os sensitivos, a janela seabre de par em par, e eles se transportam s regies vizinhas ao nosso planeta (embora integrantesdele), espaos cheios de vida e atividade. Eles podem visitar os cus de que falam religies, ondeh moradas, edifcios, templos semelhantes aos da Terra, veculos e os mais diversos aparelhos,tudo com aparncia e uso semelhante aos nossos. So homens como ns, os habitantes dessemundo. Seres humanos, sim. (H quem se recuse at mesmo a imagin-los!) Mas que j no tmcorpo, abandonado no cemitrio pelo fenmeno da morte. Livres do invlucro de carne, essascriaturas esto fora do alcance de nossa vista, que s capta formas densas dos corpos materiais. Lno seu universo elas conservam sua cor, roupas e objetos como se estivessem na Terra. Tudo, ali, to slido como no nosso mundo - o que no de espantar: a percepo das formas relativa;funo do meio espacial.

    6. O porqu deste livro

    precisamente a, nesse universo paralelo, que vimos operando h mais de duas dcadas,ousando desbravar tambm. A ele desejamos conduzir investigadores que lhe desvendem as leis,descobrindo os seres que o habitam e as influncias, salutares ou terrivelmente malficas, quepossam ter sobre ns. (Apenas para ilustrao. podemos apontar. dentre as malficas, muitasenfermidades psquicas j identificadas pelos mdicos, mas de etiologia desconhecida pelaMedicina).

    Nosso objetivo, nesse livro, mostrar um mundo novo e apontar os meios de chegar at ele.Nem to novo, verdade, pois que velho como o Planeta. E "chegar" talvez no seja o termo exato.pois se trata apenas de perceb-lo. De qualquer modo, podemos garantir que sua exploraoequivale a uma viagem.

    A viagem nesse mare tenebrosum, no entanto, exige certo condicionamento mental, comaceitao de premissas aparentemente inslitas, hipteses de trabalho. Essas premissas. frisamos.so formuladas cientificamente; no as consideramos dogmas de f ou postulados religiosos, pois

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    10/238

    Esprito / Matria

    10

    nossa investigao exclui qualquer proselitismo. Move-nos o objetivo de encontrar aplicaesprticas e universais em benefcio de toda a Humanidade e no de faces. De novo. teremos oespao dimensional- sede das causas. E tambm o objeto da pesquisa: o Homem que existe almdo Homem.

    Como j expusemos, a Cincia estabelece parmetros e procedimentos fundamentais, a fim

    de armar equaes que correspondam aos fatores observados e promovam o relacionamentoanaltico das leis em jogo. Tal como acontece na Matemtica, chamamos fatores da equao oselementos que dela participam.

    Seja qual for o nvel em que operemos, fsico ou metafsico, o desenrolar do processo seguenormas idnticas ao mtodo operacional e laboratorial que orienta as pesquisas fsicas, de vez quetodos os resultados convergem para o mundo fenomnico (isto , para o mundo visvel), pelapresena, neste, do fato observado.

    Como o prprio nome indica, fenmeno "aquilo que aparece", pois a palavra, em grego,tem relao com o verbo "aparecer". Tudo que aparece no mundo visvel fenmeno: manifesta-se, torna-se objetivo. Quando lidamos com fenmenos metafsicos, contudo, o aparecimento e ainvestigao se tornam mais complexos. Passamos a operar em outra dimenso, abordvel somenteatravs dos processos analticos de raciocnio. Se o mundo fsico, percebido diretamente pelossentidos, j dificulta a identificao de suas leis, imagine-se o quanto ser difcil a pesquisa doshorizontes da mente. Apesar disso e de todos os obstculos, no entanto, a sistemtica observaode tnues manifestaes fenomnicas (filtradas para nossa dimenso) tem possibilitadosurpreender elementos valiosos e muitas inestimveis informaes sobre esse universo paralelo. possvel, portanto, estabelecer - de forma slida - normas de investigao que nos permitemexplorar e provar a existncia desse universo, com a descoberta de meios de atingi-lo.

    Esse campo ou universo tem identidade prpria e propriedades diversas das do nosso.Quanto s formas no h diferenas muito apreciveis, em relao ao nosso mundo. Nas regiesmais evoludas se observa enorme avano tecnolgico, muito superior ao nosso. (Podemos dizer,sem medo de errar, que todo nosso desenvolvimento cientfico vem de l.) Mas nas zonasinferiores seus habitantes vivem em dor e sofrimento, pois as leis morais sempre regem ocomportamento do Homem e determinam seu destino - como, alis, afianam as religies.

    Embora possa surpreender. esse mundo se subordina s mesmas leis que nos regem. Temosobservado que a Lei da Gravitao, da Queda dos Corpos e todas as outras conhecidas da Fsica eda Qumica atuam tambm l, desafiando a argcia dos sbios.

    Pretendemos oferecer aos estudiosos mtodos e tcnicas para entrar nessas fronteiras.Como nosso trabalho observa normas metodolgicas utilizadas pelas cincias experimentais,esperamos que no cause surpresa o fato de nos valermos da mesma sistemtica de investigao e,de um modo geral, de idnticos mtodos de abordagem.

    7. Conhecimento do Esprito, cincia experimental

    Para que nenhuma dvida paire quanto ao nosso propsito, explicitaremos alguns conceitose definies.

    Por mtodo entendemos o conjunto de regras estabelecidas para que um dado sujeito atinjao conhecimento de um dado objeto.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    11/238

    Esprito / Matria

    11

    Sob o ponto de vista do sujeito, h o mtodo dedutivo (tambm chamado analtico oudivergente) que parte dos princpios gerais para deles extrair fatos particulares. ( o mtodo porexcelncia da Filosofia e Matemtica.) J o indutivo, sinttico ou convergente, toma como pontode partida o fato ou conjunto de fatos particulares para progressivamente, por comparao, chegara leis ou princpios gerais.

    Quanto ao objeto, os mtodos so especficos. E tantos quantos os objetos que investigam.Em nosso trabalho de mais de duas dcadas, sempre que nos defrontamos com umfenmeno que se repete, procuramos observ-lo com ateno durante certo tempo, a fim dedimension-lo em suas propores, avaliando-lhe durao, intensidade, constncia. variaes sutis,abrangncia espacial, repetividade etc. Uma vez levantados todos esses dados, tentamos encontrara Lei que o determina, j que no h fenmeno sem Lei. Para tanto, estabelecemos uma hiptesede trabalho: procuramos imaginar como se processa o fenmeno, criando a frmula que, emboraarbitrria, mais se aproxime da realidade observada.

    Passamos novamente a observar, agora com maior ateno, o desenrolar do fenmeno e aexatido da Lei hipottica. Se: o fenmeno se comportar em estrita concordncia com a imaginadaLei, esta resultar comprovada. E legtima.

    Armados do conhecimento da Lei. repetimos o fenmeno tantas vezes quanto possvel, paraconfirmar a exatido da descoberta. Claude BERNARD dizia: o fato sugere a idia, a idia dirige aexperincia e a experincia controla a hiptese.

    Estabelecida a Lei maior, partimos para a observao das pequenas variaes do fenmeno,de vez que as mnimas variaes esto sujeitas tambm a leis menores que atuam junto Leiprincipal mas independentemente desta. Se todas as variaes menores forem determinadas e suascausas conhecidas, o fenmeno est plenamente elucidado, com seu cortejo de leis. Formulamos,s ento, a teoria geral do fato estudado.

    Partimos, portanto, do fenmeno isolado, ou seja, do particular para o geral; do fato nicopara a Lei geral que rege os fatos (ou fenmenos) semelhantes. Nisso consiste o mtodo clssicoda cincia experimental - o indutivo - to bem empregado pelos atuais pesquisadores e seuspredecessores do sculo XIX.

    Para ilustrao, apresentaremos pequeno exemplo:

    Primeiro experimento

    Se um objeto leve (uma bola de papel, porexemplo) for solto de uma pequena distncia dosolo, cair em determinada rea do cho,perpendicular ao ponto de onde foi solto. Emesmo que a experincia seja repetida vriasvezes, o ponto de queda ser o mesmo. Estamosdiante da Lei de Queda dos Corpos, precisamente,da "Lei da Queda Livre", cuja origem est nagrande Lei da Gravitao Universal.

    Segundo experimento

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    12/238

    Esprito / Matria

    12

    Numa das experincias, verificamos que o objeto sofreu desvio na queda, atingindo outroponto do solo. Repetindo a experincia, poderemos at mesmo calcular o ngulo do desvio.Investigando, descobrimos a presena de leve aragem soprando lateralmente - causa do desvio.

    Nesse caso, uma nova Lei age junto primeira, independente mas bastante forte paramodificar o resultado da experincia inicial. A essa outra Lei chamamos Lei Menor ou secundria.

    (Os fenmenos naturais vm sempre acompanhados de uma srie de Leis secundrias.).A observao constante e a longa experincia adquirida so os elementos que nos tmpermitido identificar diversas leis que regem fenmenos e suas interaes.

    ***

    Com tais explanaes introdutrias, possvel passarmos abordagem da sistemtica detrabalho que nos ensejou devassar os horizontes paralelos mais prximos ao nosso. Horizontes,alis, sobremaneira importantes, pois de l influenciada a maioria dos seres humanos, embora suaignorncia quase absoluta quanto a questo de tal magnitude.

    Advertimos, desde logo, que ser necessrio aceitar premissas novas. Sem elas no hpossibilidade de compreender como tudo se processa. No haver perigo em acolh-las: nenhumadelas constituir dogma de f, embora a aparncia. So apenas elementos matemticos que,dispostos com mtodo, conduziro a equaes e resultados surpreendentes.

    Como primeira e imprescindvel hiptese de trabalho ser preciso admitir a realidade domundo espiritual, a existncia dos espritos, e a possibilidade de serem reais e, portanto, legtimosfenmenos - embora escapem aos nossos sentidos. Se comprovada essa realidade pelaexperimentao, chegaremos s Leis - essas pontes para o "desconhecido" ou "oculto".

    Que se desarmem as mentes. Deixemos cair as barreiras dos preconceitos cientficos oureligiosos e avancemos rumo aos horizontes novos. Na viagem, possvel que se compreendamainda melhor a razo e os objetivos deste livro.

    Mesmo porque no h razo para preconceitos cientficos, pois a Cincia no defendeprivilgios; a Cincia neutra e aceita qualquer fato comprovado. Os preconceitos estagnantes soentraves cultivados pelos cientistas, que costumam falar em nome da Cincia ao defender seusposicionamentos.

    Se eles fossem realmente cientistas, estariam investigando qualquer fenmeno fsico oumetafsico, com igual iseno de nimo.

    O Homem-Esprito

    Desde a mais remota Antiguidade o conjunto homem-esprito tem sido objeto de estudo eespeculaes. O conhecimento de nossa - essncia era constante preocupao dos povos antigos,que de sua importncia tinham mais conscincia do que ns, separados deles por milnios decultura, recentes conquistas cientficas e retumbantes avanos tecnolgicos.

    Pelo que se depreende das pginas da Histria, essa conscincia efetivamente diminuiu aoinvs de se intensificar, talvez porque nos tenhamos distrado, ao longo dos milnios, com osperigosos brinquedos dos fanatismos religiosos e com matemticos jogos de construir e destruir oque no essencial. Distrados, distraiu-se tambm nossa Cincia: por falta de atitude cientfica -

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    13/238

    Esprito / Matria

    13

    gritante paradoxo - ela hesita em explorar e conhecer a viva realidade de nossa essncia (ouesprito).

    1. A sabedoria dos antigos

    Sbios da Antiguidade chegaram a conhecer o Homem-Esprito muito melhor do que pdeconceber toda nossa ideao moderna. Ainda estamos andando em crculos em tomo da existnciaou no da alma. Eles, aceitando a realidade do esprito, se preocuparam em dar o passo seguinte:investigar o modo ou processo de ligao dos dois.

    Essa pesquisa deu muitos frutos, de que restam algumas sementes.O estudo comparativo das vrias concepes sobre a composio do Homem, ao longo dos antigoscolgios iniciticos, escolas filosficas e diversas confisses religiosas, apresenta notriasdificuldades porque complexo e, nos detalhes, confuso. Ao longo das eras e idiomas, no entanto,subjacente nas variadas terminologias uma certeza comum brilha e aparece como fundamental:sbios e escolas dizem basicamente a mesma coisa quando aludem s etapas vibratrias de que secompe o Homem.

    A existncia de um sistema intermedirio entre a essncia ou esprito puro, de um lado. ecorpo fsico, de outro, era teoricamente dedutvel pela Lgica e tambm imperativo de ordemtcnica, uma vez que s esse veculo pode tomar possvel a atuao do Esprito na Matria,organizando-a. Em outras palavras, a fixao do esprito no corpo teria de implicar a existncia deum rgo qualquer, muito especial, com plasticidade bastante para se ajustar s freqnciasvibratrias dos dois, acoplando-os.

    Esse rgo (na verdade, um corpo) foi detectado por sensitivos da Antiguidade, tanto queera matria de curriculum nas escolas iniciticas.

    Atravs de pocas e povos, variaram denominaes e detalhes. Na ndia vdica, essemediador era "Mana-maya-kosha"; antigos egpcios chamavam-no "Kha"; os persas, no Zend-Avesta, "Boadhas"; os gregos, "Eidolon"; para Aristteles, era o "Corpo Sutil"; na escola neo-platnica de Alexandria era conhecido como "Astroied", isto , semelhante aos astros, devido cor; era o "Corpo Fludico" de Leibnitz; o "Perisprito" de Allan Kardec ou a "Alma" de Paulo deTarso.

    Para o apstolo Paulo. o Homem um complexo integrado por trs partes distintas - corpo,alma e esprito(*) - em que a alma tem a ntida funo de mediador plstico:

    O Deus da paz vos conceda santidade perfeita e que vosso esprito, vossa alma e vossocorpo sejam guardados de modo irrepreensvel para o dia da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.

    1 Tessalonicenses - 5:23

    (*) - Paulo distinguia a alma do esprito, coisa que psteros, no s da religio catlica mas mesmodo espiritismo, no fazem: confundem alma com esprito, em sinonmia inaceitvel. Para os espritas, alma

    e esprito so a mesma coisa. havendo o perisprito como intermedirio entre os dois planos: fsico eespiritual. A abrangncia do conceito torna-o difuso e excessivamente genrico, pois no atenta fisiologiadesse perisprito nem s peculiaridades da unio entre ele e o esprito ou entre ele e o corpo fsico.

    Na Patrologia Latina notamos pensadores do cristianismo primitivo, sobretudo os da Escolade Alexandria, esposarem a tese do rgo intermedirio entre esprito e corpo; dentre outros.Atansio, Fulgncio. Arnbio, Baslio, Orgenes, Justino. Mincio, Ambrsio, Cirilo de

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    14/238

    Esprito / Matria

    14

    Alexandria e Santo Agostinho. J religies como o Islamismo, Judasmo e as que integram oCristianismo atual, todas do o Homem como binrio: composto de alma ou esprito e corpomaterial.

    2. O setenrio - Origem e importnciaUns poucos ocidentais e a grande maioria das religies orientais tm ensinado uma

    constitUio mais complexa do Homem-Esprito: sete componentes interpenetrados, os maisdifanos ocupando a mesma poro espacial dos mais densos, perfeitamente definidos masvibrando em dimenses espaciais diferentes - onde as propriedades, funes e manifestaes sodistintas. .

    Antiqssima, essa concepo teve bero na ndia, nos sbios que erigiram a FilosofiaVedanta. Os antigos egpcios, nos mistrios de Tebas ou de Mnfis, tambm a ensinavam. Emcentros iniciticos greco-romanos o setenrio era fundamento esotrico de cultos medinicos.Teosofistas, rosacruzes, antroposofistas, esoteristas e todas as correntes neo-espiritualistas oadotaram tambm, considerando-o a verdadeira composio estrutural do ser humano.

    Estudando-o, os antigos magos empregaram seus conhecimentos na obteno de resultadosprticos: tratamento de enfermos, investigaes psquicas e manipulao de foras da Natureza.Aplicando foras mentais magnticas em candidatos iniciao, chegaram a separar e destacarcomponentes do setenrio (corpos invisveis) para desenvolver poderes latentes (clarividncia, porexemplo) e dominar as foras da Natureza (magia natural).

    Algumas destas tcnicas, de aplicao e resultados muito restritos, foram repetidas comextraordinrio xito por investigadores do sculo passado. Eles puderam de.compor o Homem-Esprito em seus diversos corpos, atravs de passes magnticos intensamenteaplicados em sensitivos muito vibrteis, LANCELIN, H. P. BLAVATSKY, A. DE ROCHAS e BARADUCconfirmaram com seus experimentos o que os antigos j sabiam, compelindo as cincias psquicasa considerar a realidade da mltipla composio estrutural do Homem.

    Essas importantssimas pesquisas (que, no entanto, ainda no foram encampadas pelaCincia) podem ser divididas em dois grupos, conforme se fundamentam no ternrio ou setenrio.

    O ternrio fcil de ser entendido. porque simples. Mas no explica a maioria dosfenmenos psquicos do mediunismo. J o setenrio, conquanto mais complexo porquedesdobramento do ternrio (esprito - alma - corpo) em seus elementos fundamentais. permitecompreender fenmenos psquicos com mais nitidez. Alm disso, abre variadas hipteses detrabalho para, dentre outros campos de investigao,

    - a pesquisa das causas de curas consideradas "milagrosas" ou impossveis";- o conhecimento de fatos ocorridos em vidas anteriores e das reminiscncias gravadas na

    conscincia atual;- o apagamento de lembranas incmodas de fatos desarmnicos de vidas anteriores.

    3. O bloqueio esprita

    lamentvel que os espritas estejam impedidos de contribuir para o progresso dessasinvestigaes, porque bloqueados pelo conceito kardequiano de perisprito. Ser necessrio que

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    15/238

    Esprito / Matria

    15

    alarguem seus conhecimentos em torno e alm desse conceito para que possam comear acompreender as funes de todos os mediadores plsticos que existem entre o esprito puro e ocorpo fsico.

    Como a Teosofia j identificou e deu nomes s etapas da seriao estrutural, aos espritasbastaria incorporar este antigo conhecimento sua maravilhosa Doutrina admitindo o setenrio.

    Nisso no haveria despropsito e tampouco novidade:ANDR LUIZ

    iniciou a distino dos setecorpos, de modo ntido, na extraordinria obra que Francisco XAVIER psicografou. Alm disso,pela psicografia de Erclio MAES, RAMATIS segue a tradio oriental e tambm adota o setenrio.

    4. Os sete corpos. Ou campos, ou dimenses.

    De acordo com a concepo setenria. o Homem-Esprito se compe de dois estratosdistintos: a TRADE DIVINA, constituda do "Eu Crstico", e o QUATERNRIO INFERIOR, ligado personalidade e mutvel como ela. Nestes estratos, cada srie ou corpo tem denominao ecaractersticas distintas, funes especificas e manifestao limitada ao campo ou dimenso a queest adstrito, pois cada um destes corpos vibra em universo dimensional distinto.

    De forma esquemtica, eis a seriao, do Esprito Matria:

    I - Corpo Fsico

    O corpo fsico a carcaa carnosa em que vivemos, algo semelhante a um escafandro,pesado e quase incmodo, de que nos utilizamos para atuar no meio fsico. E constitudo decompostos qumicos habilmente manipulados pelo fenmeno chamado vida.

    Na verdade, h vida em cada elemento destes compostos qumicos, e tudo vida dentro dens. Existimos com nossa Vida maior sediada num composto de mirades de vidas menores,organizando-o.

    Porque constitudo de matria, nosso corpo opera no meio fsico com facilidade, pois corpoe meio fsico pertencem mesma dimenso eletromagntica.

    II - Corpo Etrico

    tmicoBdicoMentalMental inferiorAstral

    "Eu" - Trade divinaIndividualidade(Ternrio superior)Corpos espirituais

    Etrico

    Somtico"Ego" - Quaternrio inferior

    PersonalidadeCorpos materiais

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    16/238

    Esprito / Matria

    16

    Como o nome indica, esse corpo tem estrutura extremamente tnue, invisvel porquedifana, de natureza eletromagntica densa mas de comprimento de onda superior ao da luzultravioleta, razo por que facilmente dissociado por esta, quando exsudado do corpo fsico.Pode-se dizer que se trata de matria quintessenciada, tangenciando a imaterialidade.

    O equilbrio fisiolgico reflete a harmonia que reina no cosmo, e o corpo etrico tem porfuno estabelecer a sade automaticamente, sem interferncia da conscincia. Distribuindo asenergias vitalizantes pelo corpo fsico, ele cuida para que as funes vitais, permaneamequilibradas e o conjunto corporal conserve seu equilbrio harmnico. Promove, assim, ascicatrizaes de ferimentos, a cura de enfermidades localizadas etc.

    Reflita-se, portanto, sobre a importncia dessa estrutura energtica que, embora noconhecida pela Medicina,Eppur si muove.

    Funcionando como mediador plstico entre o corpo astral (corpo mais grosseiro do esprito)e o fsico, o corpo ou duplo etrico de natureza material: pertence aos domnios do homem-carne.H quem chegue a confundi-lo com o corpo astral, chamando-o simplesmente de "duplo". Parabem estabelecer diferenas e prevenir confuses, sempre acrescentaremos a especificao "etrico"quando o tratarmos de "duplo" .

    1 - Constituio e propriedades - O ectoplasma

    Em situaes normais o corpo etrico no se separa do corpo somtico da criatura viva, aocontrrio dos corpos astral e mental; ele fsico, est jungido carne. Quando separado atravs deenergia vinda de fora do corpo, isso acontece por momentos apenas, em distncia tambmreduzida. Embora essa dificuldade. o coronel AIGLUN DE ROCHAS, investigador francs do fim dosculo passado, conseguiu separ-lo pela primeira vez do corpo fsico de um mdium, por meio deexaustivos passes magnticos. Por essa histrica experincia o corpo etrico pde ser identificado.

    Sabe-se, hoje, que esse corpo constitudo de material a que RICHET deu o nome deectoplasma. Trata-se, com efeito, de substncia semelhante a um plasma, fludo fino que tem apropriedade de se condensar logo que exsudado do corpo do doador. Sai pelos poros e cavidadesnaturais e vem sendo utilizado nas sesses espritas de "efeitos fsicos" (impropriamente chamadasde "materializao", porque nelas costumam aparecer espritos materializados com essa substncia,que um ou vrios doadores exsudam). O corpo etrico desempenha funo tambm importante nosfenmenos de tele-transporte, de dissoluo de objetos e em todos os outros que exijam energiasmais pesadas. Invisvel em estado natural. possui individualidade prpria mas no tem conscincia,apesar de intimamente acoplado ao corpo fsico.

    Enquanto o corpo somtico composto por slidos, lquidos e gases que formam clulas,tecidos, rgos e aparelhos, o corpo etrico constitudo pelos mesmos elementos e minerais,estruturados, porm, em estado to tnue que escapa por inteiro ao crivo laboratorial - a no serquando o corpo exteriorizado e condensado suficientemente, de modo a se tornar visvel epalpvel: nestas anormais condies, fragmentos foram analisados em laboratrio, constatando-sea dominncia de elementos protenicos semelhantes aos dos rgos carnais.

    O estado de extrema fluidez provado pela ao dos raios luminosos. O ectoplasmaexsudado, uma vez exposto luz, sofre imediata disperso; isso acontece porque a energia radianteda luz mais intensa do que a energia de coeso molecular do ectoplasma, principalmente a

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    17/238

    Esprito / Matria

    17

    energia luminosa mais intensa - de comprimento de onda mais curto - espectros violeta eultravioleta. Por essa razo os trabalhos de efeitos fsicos devem comear em absoluta escurido,at que a massa exsudada se adense o bastante para adquirir coeso que torne possvel a resistnciaao bombardeio fotnico. Atingido certo adensamento da massa ectoplsmica, o espritomanifestante pode submeter-se luz normal. vontade.

    Embora parea fantasma, o corpo etrico no espiritual e se dissolve com a morte, aocabo de algumas horas. s vezes visto nos cemitrios, em forma de nuvem leve que aos poucosse dissolve. Como j frisamos, no tem conscincia. E pode servir de alimento vital para espritoshumanos inferiores e imensa variedade de seres habitantes do astral, principalmente oszoologicamente inferiores e os que costumam freqentar cemitrios. Clarividentes sem experinciano raro confundem esses duplos etricos desativados (casces) com fantasmas de mortos.

    Parece que o corpo astral dos desencarnados - isto , o corpo espiritual mais inferior - porser mais denso, carrega consigo massas maiores ou menores de corpo etrico. Conforme o grauevolutivo de seu possuidor, esse corpo astral se apresenta mais ou menos denso (ou seja: mais oumenos pesado) e vai lentamente perdendo esses resqucios materiais. Sabe-se que a evoluo doesprito caracterizada pela desmaterializao progressiva dos envoltrios mais densos do esprito.

    2 - Doenas etricas

    Grande nmero de doenas que se considera radicadas no corpo fsico tm como sede, narealidade, o substrato anatmico da organizao etrica. dali que passam para o corpo somtico,onde aparecem como disfuno vital. Tal fato, apenas um dentre muitos deveria merecer doscientistas mdicos uma ateno cuidadosa, pois abre campos de investigao ainda no devassadospor lentes e escalpelos.

    Essa pesquisa, no entanto, nem mesmo dos espritas vem recebendo ateno, amarrados,quase todos eles, excessiva amplitude do conceito de "perisprito". Por enquanto eles nada sabem(tampouco procuram saber) acerca da fisiologia do corpo etrico. Chega a ser surpreendente oquanto esto prximos, nesse particular, dos materialistas e outros (includos, nestes, algunscientistas).

    3 - Os conhecimentos dos teosofistas

    Alm de ter sido identificado saciedade por vrios investigadores, o duplo etrico jrecebeu definies e descries bem objetivas no livro "Estudo sobre a conscincia" , da teosofistaANNIE BESANT:

    a vitalidade, a energia construtora que coordena as molculas fsicas e as rene numorganismo, ou, antes, esta fora do Sopro de Vida Universal de que um organismo se apropriadurante o breve perodo de tempo ao qual damos o nome de Vida.

    A designao de "duplo etrico" exprime a natureza e a constituio da parte mais sutil donosso corpo fsico; esta designao , pois, significativa e fcil de reter. Este elemento, o "duploetrico", formado por teres variados, e duplo porque constitui uma duplicata no nosso corpofsico, sua sombra por assim dizer.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    18/238

    Esprito / Matria

    18

    O duplo etrico perfeitamente visvel ao olho treinado do clarividente; sua cor de umcinzento violceo e sua contextura grosseira ou fina segundo a qualidade e naturezacorrespondente do corpo fsico.

    graas ao duplo etrico que a fora vital- o prana - circula ao longo dos nervos e lhespermite atuar como transmissores da motricidade e da sensibilidade s impresses externas. As

    faculdades, os poderes do pensamento, do movimento, da sensibilidade, no residem na substncianervosa, quer fsica, quer etrea. So modos de atividade do ego, (1) operando nos seus corpos ouveculos mais internos; mas sua expresso sobre o plano fsico tomada possvel pelo Sopro deVida que circula ao longo dos filetes nervosos e em volta das clulas nervosas.

    (1) - Por "ego" a autora quer se referir ao Esprito imortal. Preferimos, por mais didtica, adenominao de Rohden: "EU" para designar o Esprito eterno e "ego" quando se trata da personalidade.(N.A.)

    Durante o sono natural, o ego, (2) a alma exterioriza-se para fora do corpo fsico, deixandoconjuntamente as duas partes: grosseira e etrea (corpo fsico e duplo etrico). morte, a almaexterioriza-se tambm, mas desta vez definitivamente, arrastando consigo o duplo etrico queabandona, completa e definitivamente, o corpo fsico.

    (2) - A autora novamente se refere ao Esprito e confunde "alma" com "Esprito". (N.A.) . - Os

    grifos so da autora.Este duplo etrico aparece, s vezes, na cmara morturia, imediatamente aps a morte,

    mas sempre a pequena distncia do cadver. ainda o duplo etrico, a causa determinante dasnumerosas aparies dos fantasmas, errando em volta do tmulo onde jaz o corpo fsico quevitalizou durante a vida.

    4 - Uma ponte entre o fsico e o astral

    Por intermdio da estrutura etrica todos os atos volitivos, os desejos, as emoes equaisquer manifestaes da conscincia superior passam a atuar sobre o corpo fsico ou, mais

    precisamente, sobre o crebro carnal.Ela promove a necessria degradao de freqncia entre o campo espiritual do astral e o

    campo fsico.A atuao mais espetacular do duplo etrico ocorre nas sesses de efeitos fsicos. So

    trabalhos bastante raros, que dependem de preparao e cuidados especiais por parte de assistentese operadores.

    Para que um esprito se materialize at o ponto de poder. ser tocado, apalpado, pesado etc., necessrio que sua forma espiritual se revista de substncia material. Essa substncia - oectoplasma - provm do duplo etrico de um mdium doador. Exsudada pelos poros e cavidadesnaturais, da aparece, a principio, em forma de uma espcie de gs pesado, denso, que aos poucosvai se condensando; toma forma pastosa, plstica, e o esprito comunicante com ela vai se

    revestindo, at mostrar-se com o corpo que possua quando encarnado. Com esse novo corpo, que contrapartida do seu corpo astral, o desencarnado pode permanecer entre os vivos por algumtempo, contado em minutos: ouve, fala, caminha, toca e tocado, em tudo semelhante a umhomem comum, vivo. No sculo passado, o renomado cientista William CROOKES investigoudurante dois anos consecutivos a materializao do esprito Katie King. O caso, clssico, tevejustificada repercusso por dois motivos: a indiscutvel credibilidade de CROOKES e o assentimentodo esprito em servir s pesquisas cientficas.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    19/238

    Esprito / Matria

    19

    Nos fenmenos medinicos comuns, bem menos espetaculares, a importncia dessemediador quase no aparece: no palpvel. Sem ele, no entanto, a comunicao entre os camposastral e fsico seria impossvel por falta de ponte: todo esprito comunicante, que atue ligado aomdium, tem que usar esse estgio intermedirio de freqncia que permita acoplamentoressonante com o sistema nervoso do mdium, at a modulao do pensamento do esprito e sua

    expresso pela psicografia, psicofonia e outros meios.

    5 - Efeito Kirlian*

    (*) Efeito Kirlian - Leva o nome do pesquisador russo contemporneo. Semyon KIRLIAN, deKrasnodar.

    Para quem prefere provas obtidas em laboratrio, o Efeito Kirlian interessante.Uma irradiao luminosa, fenmeno eletromagntico conhecido como "efeito Corona",

    aparece em redor dos objetos em que aplicada uma corrente eltrica de tenso e freqncia altas.Na produo dessa corrente costuma-se usar uma bobina de induo de TESLA.

    Seres inanimados (por exemplo: metais) tm emanao luminosa regular, um halo comdimenso, de forma e luminosidade uniformes. Nos seres vivos o halo se modifica conforme ascondies da criatura submetida corrente eltrica.

    Essas alteraes na forma e intensidade do halo refletem o dinamismo vibratrio do campo(ou Corpo) etrico. De modo algum constituem o retrato da aura, e muito menos do corpo astral,como acreditam alguns espritas. So manifestaes fsicas, porque do corpo etrico.

    Estados patolgicos podem modificar o padro do eflvio eltrico e o efeito Kirlianindicar que algo anormal est acontecendo com aquele organismo. A razo disso que as doenasafetam sempre e em primeiro lugar o equilbrio energtico do campo (ou corpo) dinmico(etrico), alterando-lhe a forma - e tambm o efeito.

    III - Corpo Astral

    No sculo segundo da nossa era, Orgenes, filsofo da Escola Neo-platnica, ensinava queo esprito tem um corpo vaporoso, a "aura". No sculo IV, So Cirilo de Jerusalm diz: "As almasdos defuntos tm corpos mais sutis que os corpos terrestres. O nome esprito genrico e comum:designa-se por esprito tudo o que no tem corpo espesso e pesado". Na mesma poca, SantoHilrio de Poitiers afirma: "No h coisa alguma na Natureza e na Criao, seja no cu, seja naTerra, seja entre as coisas visveis, seja entre as invisveis, que no seja corporal. Mesmo as almas,seja durante a vida, seja depois da morte, conservam alguma substncia corporal, porque necessrio que tudo que criado o seja em alguma coisa" .

    Todos os pensadores da Igreja primitiva faziam distino, como Paulo de Tarso, entre oesprito (pneuma), a alma intermediria (psiqu) e o corpo fsico, grosseiro (soma). Joo deTessalnica, no 2 conclio de Nicia, declara: "Os anjos, os arcanjos e tambm as almas so, naverdade, espirituais, mas no privadas de corpos. So dotadas de um corpo tnue, areo, gneo"(Citaes da obra de Antnio FREIRE - DA ALMA HUMANA - Ed. FEB).

    Essa alma - de que tantos autores antigos demonstravam ter surpreendente conhecimento -recebeu de Kardec o nome genrico de "perisprito". Nesta denominao foram abrangidos os

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    20/238

    Esprito / Matria

    20

    diversos corpos "sutis , at mesmo o etrico - que, no entanto, fsico. Para Kardec so sinnimos,portanto, "alma" e "esprito". Para ns, "alma" e "perisprito" que deveriam ser sinnimos -ambas as expresses designando o conjunto de envoltrios do esprito, desde o corpo astral aosoutros, mais sutis (com obvia exceo do etrico). Convm ter sempre presente essa diferenaconceitual, para evitar futuras distores no entendimento da matria deste livro.

    Tudo indica que a "alma" a que se referiam estes e outros sbios na verdade o corpoastral.

    1 - Importncia e densidade

    D-se o nome de corpo astral ao invlucro espiritual mais prximo matria, tanto quefacilmente pode ser visto pelos clarividentes. Todos os espritos que incorporam em mdiunspossuem esta estrutura corprea sutil. Ela to necessria para a manifestao do esprito, nadimenso em que se encontra (astral), como o corpo para os humanos.

    com este corpo que os espritos vivem na dimenso astral; os que se comunicamhabitualmente nas sesses espritas possuem este veculo mais ou menos denso, conforme o grauevolutivo do seu possuidor. Aqueles que j no o possuem, porque mais evoludos, comunicam-secom os mdiuns por sintonia mental, sem incorporao.

    O corpo astral no tem a mesma densidade em todas as criaturas humanas. Variagrandemente de massa, de tal modo que o homem desencarnado possui verdadeiro peso especficoque, em Fsica, resultado da massa de um corpo dividida por seu volume: Pe = M/v. Este estadode maior ou menor densidade que diferencia os espritos: quando desencarnados, somos quaseautomaticamente localizados na regio ou faixa vibratria do mundo espiritual que for maiscompatvel com nosso peso especfico.

    2 - A erraticidade

    Os espritos muito materializados vivem na erraticidade, junto s criaturas encarnadas.Chama-se erraticidade o estado de existncia sem finalidade objetiva e til, em que se

    encontram espritos desencarnados. Embora esse estado tenha como causa primordial odesconhecimento da evoluo e do papel do esprito no contexto csmico, essa angustiosaperplexidade existencial se agrava na medida em que concorrem outros fatores: ignorncia edesesperana quanto s possibilidades de evoluo, por exemplo; apego a bens materiais, pessoasetc.; contnua revolta por se julgar impotente para agir diretamente sobre a natureza, como osencarnados; e, alm da natural dificuldade de adaptao ao novo meio, todas as distores deavaliao (em que se incluem as de si prprio), bem como inumerveis outros fatores de ordempessoal, moral e material que perturbam o recm-desencarnado.

    Se no forem essencialmente perversos, esses espritos errantes facilmente soencaminhados a estncias de aprendizagem e recuperao existentes no astral; para tanto, bastaorient-los com segurana.

    Junto com a orientao, podemos usar um meio mais rpido de convenc-los. Se, antes demais nada, eles forem tratados, se os limparmos, trocarmos suas vestes; se eles tiverem curadassuas enfermidades, feridas e dores, mesmo os mais ignorantes e empedernidos se esperanam e se

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    21/238

    Esprito / Matria

    21

    decidem a evoluir, trabalhando e aprendendo. Essa mudana de atitude bem compreensvel.Espritos sem evoluo costumam conservar os estados de sofrimento que os levaram morte,vivendo, por vezes, sofrimentos intensos durante anos a fio. Quando se vem livres, em minutos,desse horrvel prolongamento da agonia (atravs do emprego de fortes jatos de energias curativas,como veremos adiante), essas pobres criaturas desabrocham para o amor.

    3 - O "purgatrio"

    As zonas do astral inferior so habitadas por espritos culpados de constantes desvios daHarmonia Csmica. Eles devem esgotar, ali, densas massas de magnetismo inferior (isto , debaixa freqncia vibratria) aderidas ao corpo astral pelo desequilbrio em que viveram. Muitoscarregam massas magnticas alheias, conseqncia de ferimentos fsicos infligidos s suas vtimas- cujo sangue, naquela dimenso, se comporta como elemento vivo. Veculo da vida, nosso sangueest impregnado de magnetismo animal. Esse magnetismo adere e fica pesando no organismoastral do criminoso (em obedincia Lei do Karma). Desencarnado, o culpado sofre enormementecom isso; dever purgar tais energias negativas em locais destinados a essas expiaes, que comfreqncia se arrastam por anos a fio. o "purgatrio" de que fala a Igreja Catlica, bemvislumbrado e descrito pelos Pais da Igreja.

    A medida que evoluem, os espritos vo perdendo o corpo astral, tornando-se cada vez maisdifanos viso dos clarividentes, at o ponto de no poderem ser percebidos. Com o tempo eevoluo, perdem totalmente esse corpo, ficando de posse apenas dos outros envoltrios espirituaismais sutis. Mas todos esses envoltrios perispirituais so, ao seu tempo, tambm abandonados, atrestar unicamente o Esprito puro, na plenitude Crstica. Neste estado os espritos gozam da "visode Deus" , como tm afirmado iluminados de todas as pocas.

    4 - Os mdiuns astrais

    ANDR LUIZ e outros mensageiros espirituais nos falam de um fato aparentemente estranho:a necessidade de mdiuns entre os desencarnados habitantes do astral para que possam recebercomunicaes de espritos superiores (que, por evoluo, perderam os envoltrios mais densos)com esclarecimentos e orientaes para todos os que vivem em comunidades astrais deaprendizado e trabalho. Essas entidades superiores normalmente no so vistas pelos espritosainda vestidos de corpo astral, da mesma forma que seres humanos no costumam enxergarespritos.

    As revelaes de ANDR LUIZ chocaram os espritas ortodoxos - ignorantes dessa realidadee da fisiologia da alma - levando muitos deles a repudiar, como fantasia, todo um tesouro deinformaes. No entanto, o fenmeno lgico e conseqncia natural do processo de encarnao.Com efeito, encanar implica mergulho na Matria. com adensamento cada vez maior de invlucrosou "corpos". Afirma RAMATIS que o maior e inenarrvel sofrimento de JESUS no foi causadopelas dores fsicas ou crucifixo; a verdadeira Paixo foi o processo de adensamento de um espritoque era Luz Absoluta, at manifestar-se no plano material: CRISTO suportou-o durante cerca de milanos, durante os quais foi paulatinamente retomando todos seus corpos espirituais, que h milnioshaviam sido abandonados. Isso talvez explique porque o profeta ISAIAS falou do Divino Mestresempre no presente, embora a setecentos anos antes da vinda do CRISTO:

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    22/238

    Esprito / Matria

    22

    "... porque um menino nos nasceu,um filho nos foi dado:a soberania repousa sobre seus ombrose ele se chama:

    Conselheiro Admirvel, Deus Forte,Pai Eterno, Prncipe da Paz."Isaias. 9:5

    5 - Fenmenos de desdobramento

    Sob determinadas circunstncias, artificiais ou naturais, pode o corpo astral separar-se docorpo fsico, levando com ele todos os outros envoltrios e o prprio esprito. Normalmente, issoacontece durante o sono, quando o indivduo perde a conscincia e as funes vitais so rebaixadasao mnimo indispensvel s trocas metablicas.

    Muitos sensitivos podem se ausentar do corpo com cena facilidade, em transe espontneo.Mas isso pode ocorrer tambm a pessoas comuns, em circunstncias patolgicas ou especiais,como choque emotivo fone, enfraquecimento por molstias prolongadas, hemorragias volumosas,choques cirrgicos e outros estados anmalos. As pessoas vo a lugares distantes. podem descrev-los. avaliar seus atos e os alheios. ter sensaes fsicas. tudo isso no pleno gozo da conscincia -graas ligao com o crebro fsico, atravs do cordo de prata.

    6 - O cordo de prata

    Seja qual for a distncia a que estiver do corpo, o esprito se mantm ligado a ele por essecordo de que falam iniciados de todas as pocas e at mesmo a bblia:

    "Antes que se rompa o cordo de prata,que se despedace a lmpada de ouro,antes que se quebre a bilha na fonte,e que se fenda a roldana sobre a cisterna ..."

    Eclesiastes, 12:6

    Se se rompe, porm, a morte chega. Irreversvel.Segundo relatos de espritos, quando entidades superiores rompem esse cordo, por ocasio

    da morte, produz-se relmpago de luz intensa, pela liberao de energia.

    Constitudo por alguma forma de energia de alta intensidade, este fio luminoso e brilhantese liga ao corpo fsico atravs do duplo etrico, no qual se enraza atravs da cabea e de miradesde conexes filiformes que abrangem toda a estrutura etrica. Teria semelhana com um cabo dealta tenso se no fosse inconcebivelmente dctil; pode afinar-se at espessuras mnimas,permitindo que o esprito de uma pessoa viva se distancie do corpo fsico (e do etrico) pormilhares de quilmetros, em viagens astrais. Ele no se rompe e mantm o esprito como dono e

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    23/238

    Esprito / Matria

    23

    diretor do corpo: atravs de processo maravilhoso, ainda no desvendado, todas as funes vitaisdo nosso organismo so preservadas.

    7 - O desdobramento apomtrico

    At com mais eficincia, o esprito pode afastar-se do corpo fsico por imposio denatureza magntica, comandado por pessoa treinada. Nisto reside a Apometria matria principaldeste livro - tcnica de largo uso para tratamento de espritos encarnados ou desencarnados. Estefenmeno, a que chamamos "desdobramento apomtrico", abriu-nos as portas para a investigaosistemtica da dimenso astral, verdadeiro universo paralelo ao nosso.

    Constatamos que, com o tempo, sensitivos treinados no desdobramento apomtricoadquirem tal conscincia de suas potencialidades e limitaes que se deslocam nessa dimensocomo se estivessem no plano fsico. Vo a outros locais s vezes longnquos, trabalham. auxiliam,tratam de enfermos espirituais encarnados ou desencarnados lado a lado com espritosdesencarnados socorristas. aos quais prestam inestimvel auxlio.

    8 - Propriedades e funes do corpo astral

    Esta facilidade de separar-se do corpo fsico caracterstica do corpo astral. Imaterial e denatureza magntica, no tem constituio fludica como o duplo etrico; no se condensa etampouco forma objetos materializados, pois de natureza completamente diversa da matria. Noentanto, pode ser modelado pela ao da fora mental. com relativa facilidade. Desta propriedadenos servimos em tcnica de tratamento de espritos enfermos, aleijados, mutilados ou feridos, queainda sentem os sofrimentoS das enfermidades que lhes provocaram a morte. Mas desde jpodemos adiantar que todos eles so recompostos em sua forma normal e estado fisiolgico hgido,pela projeo de energia curativa mentalmente emitida pelo operador (pulsos energticoscomandados por contagem pausada, em geral at sete ou dez). .

    Uma das mais importantes funes do corpo astral a da sensibilidade. Sabemos que elareside nesse campo ou dimenso; o corpo fsico apenas transmite estmulos recebidos, cabendo estrutura o registro da sensao dolorosa ou de prazer. Os vcios so de natureza psquicaexatamente por causa disso; sua origem est no astral: o astral que sente. Por esta razo, levamosconosco os nossos vcios e paixes. ao morrermos; se fosse de modo diverso, no haveria motivopara desencarnados continuarem sofrendo dores de natureza fsica. nem serem portadores dedeformaes dolorosas como se constata, em reunies espritas.

    A sensao a mais grosseira forma de sentimento. Primria. Instintiva. J. a emoo temmais complexidade, ligando-se ao desejo; pode ser exacerbada at atingir a anormalidade dapaixo. Mas no nos esqueamos que tanto sensaes como emoes so estados muitoimportantes de conscincia, pois do colorido e fora aos nossos atos.

    A luta maior que travamos - contra ns mesmos, em favor de nossa evoluo consisteprecisamente em refrear, policiar e dominar desejos e sentimentos, principalmente as paixes.Desde os impulsos instintivos e animais, como a fome, sede, desejo sexual, at os sentimentoselevados como o amor ao prximo, solidariedade, amizade, afeto, ternura etc., ou as desenfreadaspaixes de posse, poder ou concupiscncia. todas as emoes e desejos se manifestam no mundo

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    24/238

    Esprito / Matria

    24

    astral. Desse corpo, e por evoluo, os sentimentos se devam e passam a outros nveis deconscincia, prprios de espritos superiores.

    9 - Alimentos e "morte" do corpo astral

    Nosso corpo astral perde energia constantemente, necessitando de suprimento energticopara sua sustentao, tal qual o corpo fsico. Mas a natureza deste alimento varia muito; vai doscaldos proticos necessrios aos espritos muito materializados, fornecidos pelas casas de socorrono astral, at as quintessenciadas energias que alimentam os espritos superiores, colhidas (atravsda prece) diretamente do infinito reservatrio de energia csmica.

    Espritos habitantes do astral inferior. ainda bastante animalizados. costumam comer atmesmo alimentos humanos. Se: houver perda de energias sem a necessria reposio,principalmente em decorrncia de paixes, o esprito pode perder o corpo astral; ficar reduzido aovide inativo, conforme nos relata ANDR LUIZ.

    A forma normal de se perder este corpo, no entanto, por evoluo; assim como se perde ocorpo fsico pela morte, perde-se tambm o astral. Os espritos que j no o possuem mais, porquemuito evoludos, no podem ser vistos pelos moradores mais grosseiros desse plano - como jvimos.

    Em sntese: a evoluo faz com que nos afastemos cada vez mais de organizaes densas,prprias da matria, at abandon-las por completo. A involuo, por outro lado, pode tambm noslevar este corpo - exatamente como se perde o corpo fsico em conseqncia de vcios e paixes.

    IV - Corpo Mental

    Este o veculo de que se utiliza o eu csmico para se manifestar como intelecto concreto e

    abstrato; nele a vontade se transforma em ao, depois da escolha subjacente ao ato volitivo.Campo do raciocnio elaborado, dele brotam os poderes da mente, os fenmenos da cognio,memria e de avaliao de nossos atos, pois que sede da conscincia ativa, manifestada.Enquanto do corpo astral fluem a sensibilidade fsica e as emoes, o veculo mental pode serconsiderado fonte da intelectualidade.

    De certa forma, o corpo mental ainda constitui invlucro inferior, pois padece dahorizontalidade desses fenmenos ou funes a que se convencionou chamar "intelecto" . Somenteem nveis superiores de conscincia - em que esto presentes, no mais alto grau, as virtudes queresultam do afetivo amor por todos os seres - pode manifestar-se a espiritualidade mais elevada,nossa essncia.

    1 - Mental concreto e mental abstrato

    Este campo, corpo ou dimenso do Homem-Esprito costuma ser dividido em dois, paramelhor compreenso:

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    25/238

    Esprito / Matria

    25

    - Corpo mental concreto, chamado tambm de mental inferior: trata de percepes simplese bem objetivas, como, por exemplo, as de objetos materiais, pessoas, casas, veculos, etc.:

    - Corpo mental abstrato, corpo causal ou mental superior: elabora e estrutura princpios eidias abstratas, buscando snteses ou concluses que, por sua vez, so geradoras de novas idias -

    assim ad infinitum - processo responsvel pelo avano cientfico e tecnolgico, alm de todo onosso embasamento filosfico.

    EXEMPLOS:

    - a percepo de um cubo atravs dos sentidos (conhecendo seu tamanho, cor, arestas, peso,cheiro, gosto e o som que possa fazer ao cair ou tocar outro objeto) constituem funes tpicas docorpo mental concreto ou inferior. Ele registra aquilo que, exterior nossa pele, impressiona nossosistema nervoso.

    - avaliar volume, rea, peso e propriedades desse mesmo cubo, por comparao com outrosobjetos semelhantes ou atravs de mtodo mais sofisticado: formular teorias geomtricas,relacionando smbolos e leis: essas so algumas das funes tpicas do corpo mental superior.

    2 - Aura - Projees mentais

    O corpo mental tem forma aproximadamente ovide, envolvendo o corpo fsico. Suaspores perifricas constituem a aura, que tem tamanho e cores variveis de acordo com afreqncia dos campos vibratrios gerados pelos pensamentos. Aos clarividentes fcil perceber oque se passa na mente das criaturas: pensamentos bons tm cores claras, cristalinas, brilhantes; osinferiores (dio, inveja, maldade, vingana. etc.) apresentam cores escuras, densas e desagradveis.A aura, portanto, revela a nota tnica do campo mental das pessoas. A energia da mente pode ser

    projetada no espao atravs de estruturas conhecidas como formas-pensamento. Constitudas deum ncleo de energia com forma moldada pela mente que as projeta, elas podem prejudicar oubeneficiar as pessoas que visam, conforme a vontade de quem as crie - consciente ouinconscientemente. Negativas, assumem formas de dardos, setas, projteis ou campo turvo, porexemplo. Positivas, com mais eficincia tomam as formas que o operador desejar; podemos, porexemplo, empregar a energia da mente tambm para beneficiar espritos desencarnados, limpando-os, vestindo-os e alimentando-os, no objetivo de melhorar suas condies espirituais.

    O campo natural dessa energia o mental. Projetada, ela normalmente atua primeiro sobreo campo ou corpo mental de outros seres, da passando para os corpos ou campos astral e etrico,para enfim agir sobre o fsico, j convertida em ao psicomotora. Se lanada com emoes,porm, se revestir de massas magnticas tanto mais densas e turvas quanto mais baixas (e

    negativas) forem as freqncias vibratrias das emoes; nestes casos, em que se inclui a geraode formas-pensamento, a energia mental emitida atingir primeiro e diretamente: o corpo astral dacriatura visada, de onde passar para o etrico e, em seguida, o fsico.

    O pensamento fora viva - nunca esqueamos. A energia que projeta proporcional potncia da mente e fora de vontade do emissor.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    26/238

    Esprito / Matria

    26

    3 - Outras propriedades

    No se conhece, na intimidade, a fisiologia desse campo, estrutura, dimenso ou corpo quechamamos "mental". Tudo indica, porm, que seja de natureza magntica, com freqncia

    vibratria muito superior do corpo astral. Que a energia mental de natureza magntica parecemindicar experincias que vimos fazendo desde h doze anos, e das quais se originou uma dasnossas mais interessantes tcnicas, em tratamentos de desobsesso: a despolarizao dos estmulosda memria, de que trataremos adiante.

    Por pertencer a universo dimensional prprio, o corpo mental apresenta propriedade efunes especficas, alm de ao mais poderosa e penetrante que a do corpo astral. Com efeito,considerando que a energia de um camporadiante, de qualquer comprimento de onda, igual a Constante de Planck multiplicadapela freqncia da onda - isto , W = h.v - ocorpo mental deve necessariamente termuito maior energia de propagao que osmais densos, como o astral, etrico ou fsico.

    Esta energia irradiada no uniforme. Varia enormemente de freqncia, segundo aqualidade ou natureza do pensamento: se grosseiro, se veicular interesses inferiores ou se malfico(revestido de emoes de dio, agresso ou inveja, por exemplo), ter freqncia muito baixa. Aenergia ser de escassa penetrao, mas o pensamento ter massa. E se essa massa malfazejaalcanar a estrutura astral da vtima, poder aderir a da (principalmente se coincidir com algumabaixamento da tnica de freqncia da pessoa), prejudicando-a sobremaneira. o caso dasprticas de magia negra, que tendem a tornar cada vez mais baixas as vibraes das pessoasvisadas, causando-lhes sofrimentos e angstias indefinveis, mal-estar, sensaes de abafamentoetc. Ao contrrio, se o pensamento for impregnado de bondade, compaixo, amor, solidariedade(tudo, enfim, que tenda harmonia), a criatura visada haver de se sentir bem, esperanosa, feliz,com sensao de indefinvel leveza. Isso se explica pela freqncia da emisso, pois vibraessuperiores tnica da pessoa do-lhe bem-estar; se inferiores, o efeito ser oposto.

    O pensamento, como se v, pode ser criador ou destrutivo.Se a criatura possui uma freqncia elevada como nota tnica de sua personalidade, as

    formas-pensamento negativas no tm condies de aderir ao seu corpo astral: soautomaticamente repelidas. Nada se envisca estrutura corporal-espiritual das criaturas em que abondade e a pureza so caractersticas dominantes; formas-pensamento malficas s podem atingirpessoas que estejam em faixa vibratria compatvel.

    4 - Ressonncia mental

    O corpo mental muito ou pouco refinado, na medida do grau de desenvolvimentointelectual e moral. Ao pensar, o Eu imprime vibrao especfica no campo ou estrutura mental,com o estado vibratrio se propagando em todas as direes - como alis, acontece comfenmenos de que se ocupa a Fsica. Ao receber, essa energia com onda de comprimento fixo,

    Equao de Planck da Fsica Quntica:W = energiah = constante de Planck (6.6128273 x 10-27 erg/s)v = freqncia

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    27/238

    Esprito / Matria

    27

    todos os campos ou estruturas (corpos) mentais que estiverem na mesma freqncia, ou emharmonia com da, entram em ressonncia vibratria.

    Se o pensamento for de natureza elevada, os seres afinados vibraro nessa nota tnica,reforando a onda inicial. Com pensamentos malficos ou de baixo nvel moral acontece o mesmo. fcil, por isso, compreender a importncia de se manter a to decantada higiene mental e os bons

    pensamentos, a pureza de corao recomendada por Mestres, iniciados e espritos evoludos detodas as eras. Vivemos atolados em ambiente de baixo nvel vibratrio, onde predominamemanaes passionais e interesses materiais rasteiros, imediatistas: um oceano de baixasfreqncias. Se cultivarmos pensamentos e atitudes de elevado padro moral, essas emanaesinferiores no nos atingiro. Mas se procedermos de modo inverso, estaremos sintonizando essasfaixas negativas, rebaixando nosso tnus vibratrio mental e, em conseqncia, afundando emprocesso de inferiorizao que implica sofrimento, conflitos e doenas.

    5 - As "noures"

    PIETRO UBALDI chama as ondas de pensamento de noures - "correntes" de pensamento.Delas, as superiores tm aspectos criadores, pois que, ao incidir em seres j de si harmnicos ereceptivos, podem despertar neles os mesmos pensamentos de que so portadoras. Atuam de modofecundante e, nisso, tm extraordinria semelhana com os fatores exteriores que fazem despertar,germinando, a Vida que uma semente tem. Por exemplo: se uma onda de pensamento msticoatingir um materialista (para quem a devoo desprezvel ou mesmo desconhecida), podedespertar nele idias sobre religio, alguma curiosidade para com determinada abstrao, oufenmeno semelhante. As noures provocam ondas afins; emitido, o pensamento de devoovibrar, suscitando devoo; mas o objeto desta pode ser diferente, conforme o corpo mental decada receptor. Em suma, a onda mental transmite o fio do pensamento. Mas o tecido e sua cor soobra do corpo mental do receptor.

    Embora nossa abordagem desse campo mental seja de molde a transmitir noes (e, porisso, superficial) o leitor deve ter compreendido o essencial: o pensamento fora viva. Isso, porenquanto, o bastante.

    6 - O que nos reserva o estudo do corpo mental?

    Temos elementos analticos para admitir que o plano mental vibra em outra dimenso,situada alm do Tempo e do Espao. Ela sede de todos os fenmenos de clarividncia, telepatia eprecognio. Por transcender s dimenses cartesianas, a que os outros corpos inferiores estosubordinados (astral, etrico e somtico), pode o sensitivo que se: projetar a essa dimensoconhecer fatos passados com preciso de detalhes, predizer o futuro e adivinhar o pensamento doscircunstantes.

    O Homem, vivendo ainda nos estreitos moldes atvicos, fruto dos milnios de sua evoluo- que o jugula vivncia material -, no despertou para o conhecimento desses novos horizontes,por isso no sabe nem acredita nessas possibilidades. Assim como tambm no sabe: (ou no cr)no universo dimensional do plano astral, o que o leva a negar sua realidade - e os espritos deroldo. Nessas condies, somente "sabe" as coisas mais imediatas e comezinhas de sua vida de

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    28/238

    Esprito / Matria

    28

    relao, no plano fsico, e julga que s as manifestaes relativas a ela constituem a realidadeexistente.

    Por essa razo, um filsofo sentenciou: "O homem somente: sabe e entende aquilo que lhepermite a ordem natural das coisas; fora disso, no pode nem sabe mais".

    No entanto, dentro dele mesmo, em nveis inacessveis ao comum dos mortais, coisas

    insuspeitadas existem, e poderes no vislumbrados ainda esto desconhecidos, embora presentes. possvel, ento, pensar-se que esses arcanos da Natureza, ainda selados para a grandemassa de profanos, possam ser desvendados queles que "... tenham olhos de ver" .

    7 - Tempo e Espao no existem na dimenso mental

    O Homem vive jungido s formas atvicas no mecanismo de pensar e reagir aos estmulos,fruto dos milnios de sua evoluo biolgica. Assim. seu psiquismo extremamente embotado.frente s realidades psquicas de que portador. o que vale dizer que ele no desenvolveu essasfaculdades que lhe so inerentes. Embora esteja equipado pela natureza, no natural evoluir daespcie. com um sistema nervoso central bastante desenvolvido. no aprendeu a usar oprosencfalo astral e mental. Essa a razo pela qual limita-se a viver existncia praticamenteconstituda de respostas imediatas aos estmulos do meio ambiente. Mesmo o raciocnio. ou seja. aavaliao de valores que a vivncia na carne lhe proporciona. limitado ao uso do psiquismo aonvel material, justamente por no conhecer (e no acreditar) em outra espcie de psiquismo.

    Vive o ser humano preso, bloqueado pelas trs dimenses cartesianas, em que os valores deEspao e de Tempo so dominantes. Dentro dessas barreiras se estiola, incapaz de empreendersaltos mais amplos, alm dos parmetros do espao-tempo - o que lhe perfeitamente possvel -em aventuras que dariam a seus olhos atnitos horizontes novos, prenhes de possibilidadesextraordinrias, como vislumbrar o Passado ou conhecer antecipadamente o Futuro.

    Suspeita o homem, por acaso, a possibilidade de saltos fora dessas dimenses materiais edos parmetros do Espao e do Tempo? Se assim acontecesse, o Passado e o Futuro tornar-se-iampresentes, pois Tempo e Espao so duas condies existenciais que dominam todo o nosso mundofsico-mental. e dificilmente conseguimos libertar-nos dessa tirania natural.

    Essa aventura pode ser empreendida por todos aqueles que a desejarem. j que alguns(muito raros) dentre a populao humana tm conseguido predizer o futuro, com muita preciso,sculos antes dos eventos se realizarem, assim como ver a grandes distncias fatos que se estorealizando no momento.

    Sempre constituiu mistrio a posse dessas qualidades, sendo que tais seres foram vtimas daperseguio religiosa, ou divinizados pela massa annima.

    Eles mesmos, os sensitivos detentores desses poderes, no sabiam explicar taispropriedades. No entanto, estudando melhor esses fenmenos, chegamos concluso de que elesnada mais so do que manifestaes do horizonte dimensional do corpo mental. Quando o serconsegue transportar-se para essa dimenso e penetrar integralmente em seus parmetros, tempossibilidade de esquadrinhar os escaninhos do Tempo. e vislumbrar fatos que se situam alm dotempo presente.

    A profecia toda alicerada nessas possibilidades.O que falta aos homens justamente: tcnicas apropriadas que propiciem tais

    possibilidades, e treino suficientemente acurado para procurar ver aquilo que desejar, no momento.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    29/238

    Esprito / Matria

    29

    Pretendemos delimitar o campo dessas possibilidades, balizando o terreno para queinvestigadores futuros disponham de condies referenciais mais precisas. para investigaessistemticas de maior mbito nessas dimenses, que transcendem o Espao e o Tempo. Liberto daslimitaes atuais, o homem do futuro poder devassar esses horizontes, gozando ento de poderesque o faro dono de imensas realizaes construtivas que contribuiro para facilitar sua existncia.

    V - Corpo Buddhi

    Quase nada se pode: dize:r sobre a estrutura vibratria (ou campo, corpo, ou dimenso)mais prxima do esprito. To distante est este corpo de nossos padres fsicos e de nossos meiosde expresso que no h com que compar-lo, descrevendo-o. possvel dizer que buddhi operisprito na acepo etimolgica do termo: constitui a primeira estrutura vibratria que,envolvendo o esprito. manifesta-o de modo ativo.

    H pouco tempo, no entanto. nos foi permitido descobrir interessante propriedade dessaestrutura, que pode ser usada - e de modo bastante prtico - no tratamento de encarnados e

    desencarnados (pois ambos so, antes de mais nada, espritos).Sendo, este corpo, atemporal (como tambm o mental superior), vimos usando a tcnica deatingir essa dimenso superior das criaturas para, de l, vasculhar seu Passado. Temos conseguidodetectar, assim, situaes anmalas - vivncias muito dolorosas sedimentadas no Tempo, nostenussimos estratos de um Passado escondido porque muito remoto, quando no remotssimo.

    Estratos tenussimos, dissemos. Mas nem por isso inativos.Em face da Lei Csmica que tem seu enunciado mais simples na sentena "... teus pecados

    te encontraro" (Num. 32-23), toda a desarmonia provocada por um ser consciente passa a vibrarna conscincia do transgressor at que se dissolva totalmente a anormalidade, o que abrange tantocausas como conseqncias. Como qualquer ato desarmnico tem fora viva, o ambiente psquicodo agente da perturbao passa a apresentar a nota tnica da desarmonia.

    Conforme j observamos exaustivamente, em tais casos a pessoa perde o maior bem doesprito - A PAZ. Sofre muito, chega a se considerar uma irremissvel sofredora; sensao que, porsinal, denota o profundo enraizamento do mal de conscincia que. no raro, j lhe afetou vrias ouinmeras existncias.

    Sofrimento assim profundo s se atenua ou resolve atravs da dissoluo dos focosdesarmnicos. E isso s pode ser conseguido. pelo que sabemos, de duas maneiras. Uma delas aelevao espiritual do prprio transgressor, despertado para a vivncia do Amor e da prtica dobem aos seus semelhantes; a outra a aplicao de tcnica especfica, com projeo de energiasmanipuladas por operadores capacitados.

    VI - O Corpo tmico Ou Esprito EssnciaHaveria alguma forma de definir Aquilo que, por definio, transcende smbolos e

    palavras?Qualquer tentativa de descrever o que designamos por "Esprito" resultar deficiente

    porque, para isso, a ineficcia das palavras tem sido comprovada ao longo dos milnios esucessivas civilizaes.

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    30/238

    Esprito / Matria

    30

    Clssicos, contudo, e milenares. os conceitos da filosofia vdica continuam os maisesclarecedores, por sua transparncia. Segundo os Vedas. o Ser Uno e Universal - Brahman (oImanifestado), transcendente e eterno - ao se manifestar se torna imanente em sua temporriaAo; os indivduos d'Ele emanados contm sua Essncia assim como o Pensador est em seuspensamentos. O Absoluto, o Universal, manifesta-se em cada um dos seres individualizados, por

    menores que sejam; mas exatamente por ser Absoluto, e, assim, escapar a todo entendimentohumano, transcende a tudo que tem existncia.A esse onipresente Absoluto manifestado e manifestando cada indivduo, d-se o nome de

    Atman ou Esprito. O "corpo" tmico ou "Esprito" puro, esse Eu Csmico constitui a EssnciaDivina em cada ser criado. Somos idnticos a Deus pelo Ser (Essncia), mas diferentes d'Ele peloexistir: Deus no "existe"; Deus , eternamente presente.

    No deve ter sido por outra razo que Jesus disse: "Vs sois Deuses."Uma vez ensinava certo guru para um discpulo, que se sentia deprimido frente a

    dificuldades da existncia:"Deves ver-te como de fato s: um esprito em roupagem terrena. A verdadeira pessoa, o

    "Eu" que s, no esse teu corpo, como eu no sou este meu corpo - coisas frgeis e sofredoras.Somos Espritos imortais e divinos. Fortes e indestrutveis. Sempre tendentes a melhorar, aaperfeioar, a apurar nossas qualidades. Estamos neste momento em misso aqui na Terra, que nosabemos qual seja, mas que fatalmente ser para o nosso bem".

  • 7/28/2019 Espirito & Matria

    31/238

    Esprito / Matria

    31

  • 7/28/20