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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810) (CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ANIMAIS NO ZOOLÓGICO DO PARQUE DE DOIS IRMÃOS, RECIFE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO SETEMBRO DE 2013

ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810 ... · Diaemus youngii é conhecido como o morcego vampiro de asas brancas, sendo considerada a mais rara das três espécies

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810)

(CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ANIMAIS NO

ZOOLÓGICO DO PARQUE DE DOIS IRMÃOS, RECIFE

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

SETEMBRO DE 2013

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810)

(CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ANIMAIS NO

ZOOLÓGICO DO PARQUE DE DOIS IRMÃOS, RECIFE

TCC apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso como requisito para incremento da Disciplina Eletiva do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

Autor: Robson Gomes de FreitasOrientador: Dr. Luiz Augustinho Menezes da Silva Núcleo de Biologia/CAV/UFPE

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

SETEMBRO DE 2013

ROBSON GOMES DE FREITAS

ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810)

(CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ANIMAIS NO

ZOOLÓGICO DO PARQUE DE DOIS IRMÃOS, RECIFE

Aprovada em ____/____/____

Banca examinadora

Orientador: _____________________________________ Prof. Luiz Augustinho Menezes da Silva Núcleo de Biologia UFPE/CAV

Examinador: ____________________________________ Prof. Kênio Erithon Cavalcante Lima Núcleo de Biologia UFPE/CAV

Examinador: ____________________________________ Tecª. Anna Carla Feitosa Ferreira de Souza Núcleo técnico/CAV- UFPE

A minha mãe Iracema Gomes de Freitas

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Reginaldo Gomes de Freitas e Iracema Gomes de Freitas, que mesmo em meio a tantas dificuldades sempre deram apoio para que eu conseguisse chegar a Universidade.

A minha família, Elizângela Maria da Silva minha esposa e Luan Vinícius Silva de Freitas meu filho, pelo apoio incondicional em todos os meus projetos e por estarem sempre comigo nos momentos difíceis.

Ao meu orientador Luiz Augustinho, pela paciência e dedicação nos momentos de orientações que contribuíram significativamente para a minha formação profissional.

A todos os meus companheiros do GEMNE pela contribuição para a realização desse trabalho e pelo companheirismo nas longas noites frias.

Aos meus amigos do zoológico do PEDI: Denison, Daniel e Marina pela contribuição para a realização desse trabalho, ajudando em todos os momentos necessários disponibilizando seu tempo livre em todas as noites de capturas.

A direção do Parque Estadual de Dois Irmãos pela disponibilidade de abraçar e apoiar esse trabalho.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL..........................................................................................1

OBJETIVOS.............................................................................................................6

REFERÊNCIAS.......................................................................................................7

RESUMO................................................................................................................12

INTRODUÇÃO......................................................................................................13

MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................14

RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................17

REFERÊNCIAS.....................................................................................................28

ESTE TRABALHO ESTÁ SENDO APRESENTADO NA FORMA DE ARTIGO SEGUNDO AS NORMAS DA REVISTA CIÊNCIA ANIMAL BRASILEIRA, ESTANDO ESTAS NORMAS EM ANEXO.

INTRODUÇÃO GERAL

Os morcegos hematófagos estão representados pelas espécies Desmodus

rotundus (E. Geoffroy, 1810), Diphylla ecaudata (Spix, 1823) e Diaemus youngii

(Jentink, 1893) (ALENCAR et al., 1994), são animais gregários que se organizam em

colônias, com média de 10 a 100 morcegos, podendo esse número ser bem elevado em

ambientes com maior oferta de alimento (WILKINSON, 1985), possuindo como

características que os distinguem das outras espécies de morcegos, o apêndice nasal

rudimentar, de estrutura discóide em forma de ferradura ou como protuberância

(UIEDA et al., 2008). Não possuem cauda, e o uropatágio é reduzido enquanto as

pernas, antebraços e polegares são longos, sendo esses últimos espessados e usados

como pés para andar, saltar ou escalar de forma quadrúpede (ALTENBACH, 1979;

GREENHALL et al.,1983).

Os hematófagos podem ser agrupados por todos apresentarem folha nasal em

forma de ferradura e podem ser diferenciados entre si. Diphylla ecaudata, é a menor

espécie, não possui membrana interfemural muito desenvolvida na parte central, sendo

o antebraço e as pernas revestidos por muitos pelos, não havendo vestígios de cauda. O

polegar é mais curto e sem almofadas sendo o corpo mais robusto, porem menor do que

o do D. rotundus. As orelhas são mais arredondadas e mais largas, e os globos oculares

são grandes e salientes, possuindo pés pequenos e os dedos com unhas fracas

(PICCININI et al., 1991). Diaemus youngii é conhecido como o morcego vampiro de

asas brancas, sendo considerada a mais rara das três espécies de hematófagos, ocorrendo

principalmente em áreas de florestas preservadas (KOOPMAN, 1988; REIS et al.,

2011). Possui como característica as pontas das asas brancas e polegares com apenas

uma almofada, possuindo glândulas odoríferas modificadas que ficam visíveis fora da

boca quando o animal é perturbado exalando um odor ofensivo (PINTO et al., 2007).

os morcegos hematófagos, tem ampla distribuição no Novo Mundo, ocorrendo

desde o norte do México, América Central e até o norte da Argentina,são animais

tipicamente latino-americanos (KOOPMAN, 1988)

(MACNAB,1973; GREENHALL et al., 1983; KOOPMAN, 1988) apresentando

um padrão de atividade mais intenso no intervalo entre 19 e 23h sendo encontrados em

todos os meses do ano, inclusive em noites frias (CRESPO et al., 1961; GREENHALL

et al., 1983). Em função de seu habito alimentar e de sua importância econômica devido

à transmissão da raiva, é uma das espécies mais bem conhecidas e estudadas do mundo

(BERNARD, 2005). Apresenta um sentido olfatório bem desenvolvido (MANN, 1960;

GREENHALL et al., 1971 e SCHMIDT,1973) e possui grandes olhos e boa acuidade

visual em relação aos outros morcegos, seu sistema de ecolocalização usa chamadas de

baixa intensidade, para a detecção de objetos grandes (CHASE, 1972). Apresenta

anatomicamente apêndice nasal em formato de ferradura, pelagem brilhante de

coloração acinzentada, longo polegar com três almofadas e lábio inferior sulcado

(VIZOTTO & TADDEI, 1973; GREENHALL et al., 1983; BREDT et al., 1999). Os

incisivos superiores são longos e cortantes, permitindo abrir uma ferida para sua

alimentação (FERNANDEZ et al., 1988; UIEDA et al., 2008). Esses morcegos tem

cerca de 35 cm de envergadura, pesam entre 25 e 40 gramas e, quando comparados às

outras espécies, podem ser considerados de médio porte (GREENHALL et al., 1983).

Apesar de consumirem exclusivamente sangue, os morcegos hematófagos

diferem quanto à preferência, D. rotundus é generalista quanto a esse hábito, alimenta-

se de sangue de mamíferos e aves com preferência para o de mamíferos. Diphylla

ecaudata e D. youngi alimentam-se de sangue de aves, e raramente completam sua dieta

com mamíferos, essa ultima condição foi registrada apenas em laboratório (UIEDA,

1993; BRASS, 1994; GREENHALL & SCHUTT, 1996). Segundo Mialhe (2010) os

morcegos hematófagos comumente forrageiam em uma área de 5 a 8 km ao redor do

abrigo diurno, podendo chegar em certas regiões a uma distância de 15 a 20 km em

rotas de voo regularmente usadas.

A saliva possui proteínas anticoagulantes que têm sido objeto de diversos

estudos médicos-farmacológicos, relacionados a tratamentos para desobstrução de

vasos, e prevenção de infartos e derrames (BERNARD, 2005). Sua língua sulcada

permite ao sangue fluir por capilaridade para o interior da boca, apresenta estomago e

rins especializados na absorção e processamento do plasma sanguíneo, e possui sensores

térmicos localizados no apêndice nasal, que permitem detectar áreas mais intensamente

vascularizadas na pele da presa (GREENHALL et al., 1983; BERNARD, 2005).

Por seu ataque ao gado, D. rotundus vêm causando considerável perda

econômica na America Latina (GREENHALL et al., 1983). Têm sido alvo de

autoridades científicas e governamentais devido ao fato de serem vetores de doenças de

animais domésticos e de criação. (MITCHELL & BURNS, 1972). A nocividade do D.

rotundus para a criação de herbívoros, além da espoliação, apresenta-se na transmissão

da raiva, quando infectado pelo vírus rábico (BRASIL, 2009) sendo esta espécie

segundo a normativa do IBAMA nº 141 de 19 de dezembro de 2006, a única espécie de

morcego regulamentada para o controle e o manejo ambiental da fauna sinantrópica

nociva (BRASIL, 2006).

Dentre as zoonoses, a raiva continua sendo um dos grandes problemas relativos

à saúde animal e saúde pública, não só em nosso país, como em grande parte do mundo,

é uma infecção viral exclusiva dos mamíferos, e que afeta o sistema nervoso levando o

indivíduo infectado a morte (SOUZA, 2005). A cadeia epidemiológica da raiva é

didaticamente dividida em quatro ciclos: aéreo, urbano, silvestre e rural (KOTAIT et al.,

1998), sendo o D. rotundus o principal vetor de transmissão da raiva no ciclo rural com

a transmissão da doença aos herbívoros (BATISTA et al., 2007).

Quando se consideram os morcegos hematófagos, o risco de transmissão de

raiva é maior, uma vez que os animais de criação, especialmente o gado, na zona rural

brasileira sofrem séria ameaça em função dos ataques desses morcegos. Nos últimos

anos, em vários Estados, foram diagnosticados casos humanos, caninos e felinos

transmitidos por quirópteros (OPORTO et al., 2009; MIALHE, 2010). Os casos de

ataques a seres humanos ocorrem principalmente na região Amazônica (SCHNEIDER

et al., 1996; 2001; BREDT et al., 1998; ELKHOURY et al., 2001; CARNEIRO et al.,

2005), mas com registros também em outras regiões do país como Paraná e Bahia

(WADA, 2011), inclusive em Pernambuco na área metropolitana do Recife (JORNAL O

ESTADÃO, 2006).

A presença de D. rotundus em áreas urbanas representa um maior risco na

transmissão do vírus rábico, uma vez que, se estes exemplares estiverem albergando o

vírus rábico, funcionarão como vetores do vírus para mamíferos domésticos de pequeno

a grande porte, criados em áreas urbanas, ou diretamente ao homem. Devido ao risco da

transmissão da raiva em consequência do desequilíbrio de sua população, a presença de

D. rotundus deve ser monitorada e medidas de manejo adequadas devem ser tomadas

para diminuir as suas populações e evitar as agressões.

O interesse no manejo do D. rotundus propiciou um melhor conhecimento de sua

biologia e de seu papel no ecossistema, gerando o desenvolvimento de métodos

eficientes e viáveis de controle de suas populações (TADDEI et al., 1991; ALMEIDA et

al., 2002). O controle do D. rotundus tem sido realizado modernamente através de três

principais métodos: captura dos morcegos, tratamento de morcegos com pasta tópica a

base de difenadiona ou de warfarina e tratamento tópico nas espoliações nos animais

agredidos (MITCHELL & BURNS, 1974). O controle está baseado na utilização dessas

substâncias anticoagulantes, especificamente a warfarina, onde os métodos de controle

devem ser seletivos e executados corretamente, de tal forma a atingir unicamente

morcegos hematófagos da espécie D. rotundus, não causando dano ou transtorno algum

a outras espécies, que desempenham papel importante na manutenção do equilíbrio

ecológico na natureza. (ALENCAR et al., 1986; PICCININI et al., 1998).

Os métodos de controle de D. rotundus também englobam medidas de restrição

ao acesso a presa (controle mecânico). Os métodos restritivos buscam evitar agressões

por hematófagos a animais e a humanos. Esses métodos incluem a utilização de

barreiras que protejam os animais dos morcegos hematófagos, como barreira de luz e

barreiras físicas com telas, podendo ser utilizada em pequenas áreas, em relação a um

pequeno número de animais, impedindo o acesso dos morcegos aos animais, esses

métodos não matam, o morcego apenas restringindo seu acesso a fonte de alimento.

Também existem alguns métodos restritivos usados empiricamente pela população,

como alho, garrafa vazia e óleo queimado que carecem de comprovação científica

(BRASIL, 1998; VON ZUBEN et al., 2006).

Para a vigilância epidemiológica da raiva está estabelecido um sistema de

informações, que compreende a notificação obrigatória de casos e informes contínuos

(BRASIL, 2005). Os órgãos oficiais deverão manter um diagnóstico atualizado da

situação epidemiológica, avaliando a distribuição e os fatores condicionantes de

propagação, de maneira a permitir a adoção imediata de medidas de controle/profilaxia

da raiva. Devem ser avaliados os critérios que definam a prioridade de atendimento das

notificações, como número de animais suspeitos de estar acometido pela raiva, número

de animais espoliados por D. rotundus e número médio de espoliações em um único

animal (KOTAIT et al, 1998).

A espoliação de animais em zoológicos por morcegos hematófagos toma uma

proporção mais alarmante quando são constantemente espoliados pelos morcegos, pois

apresentam elevados riscos de contraírem a doença, principalmente quando se encontra

em áreas de risco, próximo a local com registro de raiva. Além disso, as feridas

causadas pelos morcegos podem servir como porta de entrada para outros patógenos e

para a instalação de miiases (ROSENTHAL, 1972; GREENHALL et al., 1983).

Diferentes espécies de aves e mamíferos fazem parte da dieta desse hematófago,

inclusive animais da fauna exótica que se encontram no plantel dos zoológicos onde

haja a incidência de morcegos hematófagos. A partir destes problemas foi proposto o

levantamento e acompanhamento da atividade de morcegos hematófagos, a fim de

minimizar a espoliação a aves e mamíferos do plantel bem como diminuir a população

de D. rotundus na área em estudo e propor medidas de manejo ambiental nos recintos

dos animais do zoológico.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Acompanhar a atividade de morcegos hematófagos no Zoológico do Parque

Estadual de Dois Irmãos, Recife.

Objetivo específico

• Levantar as espécies de hematófagos ocorrentes no zoológico;

• Registrar a presença de agressões por morcegos hematófagos nos animais

do plantel;

• Identificar abrigos de morcegos hematófagos;

• Propor medidas de manejo ambiental dos recintos a fim de diminuir os

casos de espoliação.

• Controlar a população de D. rotundus na área em estudo;

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ESPOLIAÇÃO DE Desmodus rotundus (E. GEOFFROY, 1810)

(CHIROPTERA: PHYLLOSTOMIDAE) EM ANIMAIS NO

ZOOLÓGICO DO PARQUE DE DOIS IRMÃOS, RECIFE

RESUMO Entre os hematófagos, Desmodus rotundus, é o que apresenta a mais ampla

distribuição ocorrendo em todas as regiões do Brasil, principalmente em áreas com

grande aumento na criação de gado, ondea sua presença em áreas urbanas representa um

maior risco na transmissão do vírus rábico para mamíferos de pequeno a grande porte

ou diretamente ao homem. A espoliação em animais de zoológicos toma uma proporção

mais alarmante, pois apresentam elevados riscos de contraírem a doença, principalmente

quando se encontram em áreas de risco. A partir destes problemas foi proposto o

levantamento e acompanhamento da atividade de morcegos hematófagos, a fim de

minimizar a espoliação a aves e mamíferos do plantel, bem como diminuir a população

de D. rotundus na área em estudo e propor medidas de manejo ambiental nos recintos

dos animais do zoológico. Foram capturados seis D. rotundus, havendo registro de 27

eventos de espoliações em cinco espécies do plantel: quatro mamíferos (Cervo nobre,

Cervo sambar, Hipopótamo e Camelo) e uma ave (Avestruz). Após as medidas de

controle químico verificou-se redução das espoliações em todos os animais agredidos

não sendo constatada espoliação nos animais do zoológico nos meses após o trabalho,

podendo a eficiência do controle está associada ao controle químico, tamanho reduzido

da(s) colônia(s) existente(s) na área ou em áreas afastadas e medidas de manejo

ecológico nos recintos dos animais agredidos no zoológico.

Palavras-chave: Atividade, controle, Desmodontinae, Epidemiologia, Morcegos.

INTRODUÇÃO

Os morcegos hematófagos estão representados pelas espécies Desmodus

rotundus (E. Geoffroy, 1810), Diphylla ecaudata (Spix, 1823) e Diaemus youngii

(Jentink, 1893) (ALENCAR et al., 1994). Possuem como características que os

distinguem das outras espécies de morcegos, o apêndice nasal rudimentar, de estrutura

discóide em forma de ferradura (UIEDA et al., 2008). As pernas, antebraços e polegares

são longos, sendo esses últimos usados como pés para andar, saltar ou escalar de forma

quadrúpede (ALTENBACH, 1979; GREENHALL et al.,1983).

Apesar de consumirem exclusivamente sangue, os morcegos hematófagos

diferem quanto à preferência, D. rotundus é generalista, alimenta-se de sangue de

mamíferos e aves com preferência para o de mamíferos, D. ecaudata e D. youngi

alimentam-se de sangue de aves, e raramente completam sua dieta com mamíferos, essa

ultima condição foi registrada apenas em laboratório (UIEDA, 1993; BRASS, 1994;

GREENHALL & SCHUTT, 1996).

Dentre os hematófagos, D. rotundus tem ampla distribuição, ocorrendo desde o

norte do México, América Central e até o norte da Argentina (KOOPMAN, 1988). Em

função de seu habito alimentar e de sua importância econômica devido à transmissão da

raiva, é uma das espécies mais bem conhecidas e estudadas do mundo (BERNARD,

2005). Por seu ataque ao gado, vêm causando considerável perda econômica na America

Latina (GREENHALL et al., 1983). Sendo esta espécie segundo a normativa IBAMA nº

141, de 19 de dezembro de 2006, a única dentre morcego regulamentada para o controle

e o manejo ambiental da fauna sinantrópica nociva (IBAMA, 2006).

Desmodus rotundus é o principal vetor de transmissão da raiva no ciclo rural

com a transmissão da doença aos herbívoros (BATISTA et al., 2007). Nos últimos anos,

em vários Estados, também foram diagnosticados casos humanos, caninos e felinos

transmitidos por quirópteros (OPORTO et al., 2009; MIALHE, 2010). Sendo

necessárias medidas constantes de monitoramento e manejo adequado para diminuir as

populações e evitar a transmissão da raiva.

Para a vigilância epidemiológica da raiva, está estabelecido um sistema de

informações, que compreende a notificação obrigatória de casos, e informes contínuos

(BRASIL, 2005). Os órgãos oficiais deverão manter um diagnóstico atualizado da

situação epidemiológica, avaliando a distribuição e os fatores condicionantes de

propagação, de maneira a permitir a adoção imediata de medidas de controle/profilaxia

da raiva (KOTAIT et al., 1998).

O controle do D. rotundus tem sido realizado modernamente através de três

principais métodos: captura dos morcegos, tratamento de morcegos com pasta tópica a

base de warfarina e tratamento tópico nas espoliações nos animais agredidos

(MITCHELL & BURNS, 1974; FLORES CRESPO & RUIZ, 1975). Os métodos de

controle de D. rotundus também englobam medidas de restrição (controle mecânico),

que buscam evitar agressões por hematófagos a animais e a humanos. Incluindo a

utilização de barreiras que protejam os animais dos morcegos hematófagos esses

métodos não matam, o morcego apenas restringindo seu acesso a fonte de alimento

(BRASIL, 1998; VON ZUBEN et al., 2006).

Diferentes espécies de aves e mamíferos fazem parte da dieta desse hematófago,

inclusive animais da fauna exótica que se encontram no plantel dos zoológicos onde

haja a incidência de morcegos hematófagos. A espoliação desses animais por morcegos

hematófagos toma uma proporção mais alarmante quando são constantemente

espoliados, pois apresentam elevados riscos de contraírem a doença, principalmente

quando se encontra em áreas de risco, próximo a local com registro de raiva, devendo

sempre existir nessas áreas uma atividadede constante de acompanhamento dos

morcegos hematófagos com levantamentos de abrigos e agressões, havendo sempre a

realização do controle das populações desses animais seja por métodos químicos ou por

medidas de manejo ambiental a fim de diminuir os casos de espoliação.

Este trabalho teve por finalidade acompanhar a atividade de morcegos

hematófagos D. rotundus no Zoológico, registrando a presença de agressões nos animais

do plantel e propor medidas de controle da população desse morcego na área de estudo.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo

O Parque Estadual Dois Irmãos (PEDI), um fragmento de Mata Atlântica

localizado no município de Recife, Estado de Pernambuco (8°7’30”S e 34°52’30”W)

(TEIXEIRA 2004) limita-se ao norte com o campus da Universidade Federal Rural de

Pernambuco, e a leste com as comunidades de Sítio dos Pintos e córrego da fortuna; a

oeste com a BR-101 norte e ao sul com o rio Camaragibe, um afluente do rio Capibaribe

(PROPLAN, 2007 in LEAL, 2007). A reserva do PEDI, considerada uma das maiores

áreas de Mata Atlântica de Pernambuco tendo 387,4 ha de mata atlântica, proporciona

aos visitantes conhecer o ecossistema, suas plantas e seus animais nativos. Inserido no

Parque encontra-se o zoológico do Recife que ocupa 14 há da área.

O zoológico do PEDI, é uma área de conservação aberta à visitação do público,

dividido em setores: administrativo, museu, Centro de Educação Ambiental, quarentena,

divisão de veterinários e biólogos e toda área estrutural propriamente dita do zoológico.

No centro do zoológico está localizado o Açude do Meio sendo o Zoo cercado por áreas

de mata atlântica. Lá vivem cerca de 690 animais entre aves, répteis e mamíferos

distribuídos em 127 espécies, tanto nativas do Brasil quanto exóticas. Vinculado à

Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado de Pernambuco, o Parque

Dois Irmãos representa os zoológicos do Norte e Nordeste e se destaca pelos eventos

pioneiros e atividades inovadoras nas áreas de educação ambiental e reprodução de

animais em cativeiro.

Captura dos morcegos

As coletas foram realizadas mensalmente entre setembro de 2011 a julho de

2012 durante três dias consecutivos, em noite de lua minguante ou nova (ESBÉRARD,

2007) com licença do IBAMA. E se concentraram em pontos onde foi confirmada a

atividade de morcegos hematófagos, e em áreas potenciais próximas a fontes de

alimento (nos recintos de aves e mamíferos) estabelecendo-se os seguintes sítios de

captura:

Sitio 01 Avestruz (S 08°00’46.1s e WO 34°56’42.4s) Área compreendida pelos recintos

do avestruz (Struthio camelus) (Lineu, 1758), pavão (Pavo cristatus) (Lineu, 1758) e

ganso (Anser anser) (Lineu, 1758), circundado por um pequeno lago artificial que

abriga tartarugas da Amazônia, separado a dez metros dos recintos da ema (Rhea

americana) (Lineu, 1758) e do emú (Dromaius novaehollandiae) (Lineu, 1758),

seguindo em direção a praça em frente aos recintos dos pequenos carnívoros e dos

catetos (Tayassu tajacu) (Lineu, 1758).

Sítio 02 Cervídeos (S 08°00’37.6s e WO 34°56’42.9s) composto pelos recintos do

cervo nobre (Cervus elaphus) (Lineu, 1758), veado catingueiro (Mazama gouazoupira)

(G. Fischer, 1814), filhotes de cervo sambar (Cervus unicolor) ( Kerr, 1792) e uma

grande área livre de aproximadamente 50m com algumas árvores separando os

cervídeos dos primatas. O recinto do hipopótamo (Hippopotamus amphibius) (Lineu,

1758) está localizado as margens do Açude do Meio.

Sitio 03 Lhama/Camela (S 08°00’33.6s WO 34°56’45.0s), compreende a área formada

entre os recintos das Lhamas (Lama glama) (Lineu, 1758), e camelos (Camelus

bactrianus) (Lineu, 1758) bem como os recintos dos grandes felinos.

Sitio 04 Quarentena/camela (S 08°00’46.6s e WO 34°56’39.3s) localizado ao lado da quarentena e divisão de veterinários e biólogos do zoológico, ficando o novo recinto do camelo as bordas da mata. Sitio 05 trilhas (S 08°00’32.2s WO 34°56’43.7s) foram armadas redes esporadicamente

em algumas trilhas dentro da mata do PEDI, como a trilha dos macacos e na clareira em

possíveis corredores de vôos que podem ser utilizados pelos morcegos.

Para captura dos morcegos foram utilizadas seis redes de neblina ou “mist-nets,”

medindo 12m de comprimento por 2m de largura e malha de 36 mm. Distribuídas nos

sítios de captura, nos possíveis locais de passagem dos morcegos, nas rotas de forrageio

e nas saídas de seus abrigos dentro e/ou fora dos recintos. Estas eram examinadas em

intervalos de aproximadamente 15 minutos, iniciados às 17h e encerrando-se após as

24h.

B

Após a captura, os animais eram retirados da rede com cuidados especiais o mais

rápido possível, tentando diminuir o estresse do animal. Eram levantadas informações

sobre a espécie, sexo, condição reprodutiva, classe etária, horário de captura, peso e

medida de antebraço dos animas, sendo os não hematófagos posteriormente liberados

próximo ao local de captura após o fechamento das redes.

Identificação dos abrigos

A localização dos abrigos foi feita a partir de caminhadas diurnas uma vez por

semana na área do estudo, vistoriando os possíveis locais que pudessem servir de abrigo

tais como manilhas, bueiros, caixas de água, cambeamentos, recintos, ocos de arvores,

residências abandonadas entre outras. Os abrigos foram confirmados pela visualização

direta dos espécimes em seu interior e/ou por vestígios deixados pelos mesmos, tais

como marcas nas entradas dos abrigos, sons emitidos pelos animais e odor característico

das colônias. Nos abrigos os animais eram capturados com o auxílio de puçás ou de

redes armadas na saída dos mesmos.

Montagem da coleção de referência

Espécimes destinados à coleção científica foram preparados e medidos seguindo

as orientações de Vizotto e Taddei (1973), para posteriormente serem depositados na

Coleção de mamíferos Deoclécio Guerra da UFPE. Os quirópteros foram identificados

seguindo os critérios de: Laval (1973), Vizotto e Taddei (1973), Marques-Aguiar

(1994), Simmons e Voss, (1998), Taddei et al,. (1998), Gregorin e Taddei (2002) e

Gardner (2007) entre outros.

Registro dos casos de espoliação

O levantamento das agressões era realizado semanalmente vistoriando os

animais do plantel e registrando o número de espoliações, datas e localização anatômica

das agressões. Também foram tomadas informações pertinentes a agressões anteriores

que estavam em livro de registro documentado na divisão de veterinários e biólogos na

quarentena.

Controle de Desmodus rotundus

Os D. rotundus capturados no zoo receberam o tratamento químico com pasta

vampiricida a base de Warfarina a 2% aplicada no dorso e posteriormente soltos,

seguindo as recomendações de Piccinini et al.,(1985) e BRASIL, (2009). Além de

controle químico foi efetuado o controle mecânico que visa o manejo ecológico dos

recintos evitando assim a sua aproximação das fontes de alimento (PICCININI, 1986).

RESULTADOS E DISCUSSÃODos 285 morcegos capturados seis eram hematófagos de uma única espécie (D.

rotundus) havendo registro de outra espécie de hematófago D. ecaudata na área

(DAHER, 2004). Além dos hematófagos, foram capturadas 19 outras espécies (Tabela

01) de diferentes hábitos alimentares, provenientes de capturas em abrigos ou em áreas

livres, pode-se ainda incluir na lista Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767) e Artibeus

obscurus (Schinz, 1821) registradas por (CRUZ et al., 1998; DAHER, 2004),

totalizando 23 espécies. Conforme (Tabela: 01)

Vale ressaltar o primeiro registro de Promops nasutus (Spix, 1823) para a Mata

Atlântica em Pernambuco. Recentemente essa espécie foi registrada pela primeira vez

para o Estado por Silva et al (2012) em área de Caatinga no Sertão de Pernambuco. Na

região Nordeste Reis et al (2007) e Mendes et al (2009) citam que P. nasutus já havia

sido registrado na Bahia e Pacheco et al (2010) diz que a espécie é considerada rara em

todos os Estados da União, evidenciando a importância dos estudos mais intensivos

com quirópteros principalmente nas regiões norte e nordeste.

(Tabela: 01) Relação das espécies capturadas no zoológico de dois irmãos e respectivo

padrão alimentar e número de capturas

Família Espécie Padrão

alimentar

Número de capturas

Livre AbrigoEmballonuridae Rhynchonycteris naso Insetívoro 1

Saccopteryx leptura Insetívoro 1Noctilionidae Noctilio leporinus Piscívoro 2Phyllostomidae Artibeus fimbriatus Frugívoro 16

Artibeus lituratus Frugívoro 20Artibeus cinereus Frugívoro 25Artibeus planirostris Frugívoro 102Carollia perspicillata Frugívoro 77 2Chiroderma villosum Frugívoro 5Desmodus rotundus Hematófago 6

Glossophaga soricina Nectarívoro 7Lophostoma brasiliensis Insetívoro 1Lophostoma silvicola Insetívoro 1

Micronycteris megalotisInsetívoro 1

Phyllostomus discolor Onívoro 9

Platyrhrinus lineatus FrugívoroSturnira lilium Frugívoro 3

Vespertilionidae Myotis lavali Insetívoro 1Myotis sp Insetívoro 4

Molossidae Promops nasutus Insetívoro 1TOTAL 20 6 282 3

Abrigos

Na área do zoológico (n=4) e no seu entorno (n=5) foram registrados nove

abrigos usados por morcegos de seis espécies entre insetívoros e frugívoros:

Saccopteryx leptura (Schreber, 1774) (n=1), Rhynchonycteris naso (Wied-

Neuwied,1820) (n=1), Artibeus lituratus (Olfers,1818) (n =2 ), Carollia perspicillata

(Linnaeus,1758) (n =2 ), Glossophaga soricina (Pallas, 1766) (n =2 ) e um pequeno

Phyllostominae (n =1 ) não capturado.

De acordo com Pacheco et al., (2010) os abrigos preferenciais de morcegos

sinantrópicos são coberturas com laje ou forro, espaços diversos e coberturas sem laje

ou forro, seguido de folhagens, edificações desabitadas e juntas de dilatação sendo essas

situações encontradas facilmente nas dependências do zoológico do PEDI e nos recintos

dos animais. A aproximação dos morcegos a áreas antrópicas pode ser uma adaptação

dos mesmos às construções humanas, em substituição às cavernas, ocos de árvores e

outros tipos de abrigos naturais (KUNZ, 1982) que podem está diminuído nas áreas

naturais. Segundo Cortes et al (1994) a localização de abrigos possibilita estratégias

para monitoramento dos morcegos, uma vez que medidas adequadas podem ser

tomadas para evitar o contato entre os morcegos e os animais do plantel, quando esses

abrigos estiverem próximos aos recintos.

Tabela: 02 Registros de abrigos nas dependências do Parque Estadual dois Irmão

Espécie de abrigos Tipo de abrigo LocalizaçãoSaccopteryx leptura Parede coberta de laje a 4

metros de alturaPróximo à quarentena

Rhynchonycteris naso Cobertura da área de alimentação dos filhotes de

Recinto de o cervo sambar (filhotes) Recinto dos

cervo sambar, coberto por telhas de amianto.

Pelicanos

Phyllostominae Caixa da bomba de água, construída de alvenaria com 1,5 mtros de altura por 50 cm de comprimento, teto de laje, e um portão.

Próximo aos felinosCaixa da Bomba

Artibeus lituratus Casa abandonada Próximo ao açude da prataCasa Abandonada

Caixas de água da compesa, construídas de alvenaria e laje com uma abertura superior que serve de entrada para os morcegos*

Dentro da mata

Carollia perspicillata Cambeamento desativado Próximo aos felinos,

* descrição anterior Próximo ao açude da prata

Casa abandonada Dentro da mata

Glossophaga soricina * descrição anterior Dentro da mata

Abrigos localizados nas dependências do Zoológico

Recinto do Cervo Sambar - foi localizado um abrigo, ocupado por uma colônia

de R.naso, com seis animais usando a cobertura do local de alimentação dos cervídeos,

Bradbury & Vehremcamp (1976) e Nogueira & Pol (1998) afirmam que as colônias

dessa espécie podem variar de 3 a 80 indivíduos, e segundo Plumpton & Jones (1992)

e Kunz et al (1996), que os abrigo de R. naso, são relativamente fáceis de localizar pois

esses quirópteros são encontrados em áreas adjacentes ou sobre cursos d’água utilizando

construções humanas como pontes e construções de alvenaria se abrigando em refúgios

bem iluminados , não apresentando aversão à luz, possibilitando a ocupação de habitats

muito pouco explorados por outros morcegos. Situação essa encontrada no zoológico,

tendo o abrigo aproximadamente três metros de altura, o teto todo forrado por telhas de

amianto fixadas em hastes de metal transversal fixando-se nestas, os animais da colônia

com a região anterior do corpo paralela as telhas. Ficando o abrigo adjacente ao açude

do meio. Os morcegos aparentemente não se incomodavam com o barulho causado

pelos animais do recinto, tratadores e visitantes do parque, saindo do abrigo para

forrageio por volta das 17:00 horas, horário esse que inicia o forrageio (DALQUEST,

1957). Esta espécie apresenta fidelidade aos seus abrigos, permanecendo neles durante

longos períodos ate em caso de estresse (LEWIS, 1995).

Recinto dos pelicanos - foi localizado um abrigo com uma colônia de S.

leptura, com seis animais. O abrigo fica localizado na parte posterior do recinto perto da

porta de entrada a uma distância do solo de aproximadamente quatro metros de altura,

fixando-se os animais da colônia na parte da laje em um pequeno recanto da parede.

Polanco et al., (1992) afirmam que esses morcegos preferem utilizar abrigos naturais

como cavernas, troncos e ocos de árvores, blocos de pedra, porém são comumente

encontrados em construções humanas, incluindo ruínas. Os morcegos habitavam um

local silencioso e protegido da luz solar, ficando agitados com a proximidade de alguns

funcionários do zoológico, saindo do abrigo apenas ao entardecer para forrageio de

pequenos insetos, tal comportamento também foi descrito por Nogueira et al (2002).

Recinto do leão- foi localizado um abrigo de C. perspicillata com 11 animais

em um cambeamento desativado construído de alvenaria, com teto de laje coberto com

uma lona preta. Esses morcegos geralmente habitam áreas de florestas utilizando como

abrigo cavernas, minas, fendas de rochas, ocos de árvores, tubulações, além de

edificações urbanas. Esses animais podem formar pequenos grupos de indivíduos até

colônias que podem chegar a milhares de espécimes (NOWAK, 1994; MIKICH et al.,

2003; GONSALVES & GREGORIN, 2004). Pacheco et al (2010) afirmam que a

riqueza desses morcegos em construções humanas é influenciada principalmente pela

disponibilidade de abrigos e por fatores como dimensões, amplitude, tipo de material do

qual é constituído, além de fatores abióticos como luminosidade, umidade e

temperatura, já que a maioria procura características semelhantes às encontradas nos

refúgios naturais. O abrigo encontrado no cambeamemnto é bastante escuro e

silencioso, apresentando as características citadas no trabalho de Pacheco et al (2010).

Os morcegos ficavam agitados com a presença humana saindo em direção à mata;

porém, logo retornando ao abrigo, Lima (2008) afirma que essa permanência nos

abrigos se dá possivelmente pelo fato dessa espécie estar bastante adaptada a

perturbações antrópicas.

Caixa da Bomba - de aproximadamente um metro de altura por um de

comprimento localizado perto dos recintos dos grandes felinos, foram observados três

morcegos (pequenos Phyllostominae) não sendo possível a identificação da espécie. Foi

observado que os morcegos, não se incomodavam com o barulho da bomba de água que

fica ligada a maior parte do dia. Após a tentativa de captura, os animais abandonaram o

abrigo, e não foram mais visualizados no mesmo.

Abrigos localizados nas áreas adjacentes

Casa abandonada - localizada na trilha do Açude da Prata, é formada por um

piso térreo e um primeiro andar com escadarias e pisos de madeira. Nesse abrigo foram

visualizados sete animais sendo dois A. lituratus e cinco C. perspicillata nos forros do

telhado e embaixo da escadaria, ambientes protegidos da luz solar e bastante

silenciosos, estando os morcegos sempre presentes em outras visitas ao abrigo. esses

morcegos apresentam características ecológicas das espécies que vivem em áreas

modificadas pelo homem conforme os trabalho de Lima, (2008) e Bredit et al (1996)

que dizem que morcegos procuram abrigos em construções humanas devido as

semelhanças com os abrigos naturais como temperatura, umidade, amplitude e proteção

da luz. Favorecendo esses ambientes urbanos, sem planejamento adequado, o

estabelecimento desses morcegos fitófagos (HARMANI et al., 1996; FENTON, 1997).

Caixas de coleta de água da Compesa – localizadas na trilha do Açude da Prata

possuem aproximadamente dois metros quadrados com uma pequena abertura na parte

superior por onde os morcegos entravam. Foram identificadas três espécies utilizando as

caixas como abrigo: C. perspicillata, G. soricina e A. lituratus. Em seus trabalhos Uieda

et al (2007) e Trajano (1984) descrevem que as espécies frugívoras exploram uma

grande variedade de abrigo tanto em áreas naturais como em áreas antropizadas, onde

espécies fitófagas utilizam cavernas com C. perspicillata e A. lituratus sendo as mais

presentes nesses ambientes, utilizando também 15 espécies de plantas como poleiro

diurno .

As colônias localizadas nas caixas de água em meio à Mata Atlântica mesmo

dispondo de uma área natural repleta de abrigos naturais deram preferência a abrigos

artificiais pelo fato de apresentarem características semelhantes a cavernas ficando os

animais bem agitados com a presença humana. Em visitas posteriores foi constatado que

os morcegos continuam utilizando as caixas como abrigo. Pacheco et al (2007) diz que

quando respeitadas as áreas de preservação permanente, estas podem apresentar papel

de extrema importância para as populações de morcegos, ofertando abrigos e recursos

alimentares diminuindo a interação desses animais com o homem.

Durante a busca por abrigos não foram identificados abrigos de hematófagos

tanto nas áreas internas do zoo quanto nas áreas de mata percorridas, segundo Taddei et

al (1991), Côrtes et al (1994) e Uieda et al (2008) esses animais utilizam basicamente

abrigos diurnos internos, que fornecem um ambiente mais seguro, estável e prolongado.

Esse fato pode estar associado à presença dos abrigos em áreas internas da mata em que

não foi possível ter acesso, ou em áreas rurais vizinhas ao PEDI, pois Reis et al (2007)

diz que a presença de D. rotundus è frequentemente associada a áreas rurais com

animais de criação.

Em seus trabalhos Pianka, (1994) e Stotz et al, (1996), mostram que os

morcegos das áreas abertas como o zoológico do PEDI, utilizam construções feitas

pelos homens denotando pouca seletividade e baixa sensitividade dos morcegos aos

distúrbios ambientais.

Atividade alimentar de hematófagos

No zoológico foram registrados 27 eventos de espoliações em cinco espécies do

plantel, quatro mamíferos (cervo nobre; cervos sambar; camelo e hipopótamo) e uma

ave (avestruz). Esberard et al., (1994) cita em seu trabalho, que no zoológico da

fundação Rio zoo, há notável preferência do D. rotundus pelas mesmas espécies de

animais encontradas no zoológico de dois irmãos no Recife, divergindo apenas no

ataque das aves onde além do avestruz, foram agredidos a Ema o Pavão e o ganso, e da

anta encontrados nos dois zoológicos sendo a da fundação Rio-zoo constantemente

espoliada. Entre os animais agredidos no zoológico do Recife destacaram-se os filhotes

de cervo Sambar, o cervo nobre adulto e a camela com o maior número de espoliações.

Entre os problemas causado por D. rotundus em sua atividade alimentar, além da

constante espoliação e sangria nos animais levando a quadro de anemia, o mesmo pode

trazer grandes prejuízos por causa da transmissão da raiva aos herbívoros

(GREENHALL et al,. 1983), incluindo ai o plantel do zoológico que é composto de

animais selvagens; nativos e exóticos, Uieda (2008) diz que as espoliações presentes em

vários mamíferos inclusive na fauna de zoológico pode ser pela variação no uso de

diferentes presas por D. rotundus que vai de aves a mamíferos de grande e pequeno

porte e Altringham (1996) afirma que esses morcegos preferem sangue de mamíferos

de grande porte como os animais do plantel do zoológico de dois irmãos.

Cervo - Sambar: dos animais agredidos no zoológico, os filhotes de cervo sambar

eram os que apresentavam maior número de agressões em intervalos de tempo muito

curto, de aproximadamente três dias. No início do registro, a fêmea era a que sofria o

maior número de espoliações (cinco), localizadas na região posterior perto da vulva, o

macho apresentou (duas) espoliações nos testículos.

Cervo-Nobre: apresentou no período da pesquisa quatro espoliações nas seguintes

regiões: uma na região medial da face interna do membro posterior esquerdo, uma no

membro posterior esquerdo e duas no dorso perto da axila

Camelo: apresentou cinco eventos de espoliação na axila do lado esquerdo perto da

região torácica durante os três meses iniciais do estudo, cessando as agressões quando o

animal foi separado para um recinto perto da quarentena.

Lhama: os dois animais do recinto sofreram quatro espoliações na região dos testículos,

durante o primeiro mês do estudo, quando compartilhavam o recinto com os camelos,

porém as agressões pararam quando o camelo foi separado e levado para o recinto da

quarentena.

Hipopótamo: apresentou três eventos de espoliação nos primeiros meses do estudo,

perto da orelha, no dorso e no tórax.

Avestruz: foram visualizadas quatro espoliações nas seguintes regiões: Porção superior

da cocha (1), região posterior do corpo próximo à cloaca (2). É a única ave agredida do

zoológico mesmo o recinto apresentando algumas barreiras como um cercado telado

alto rodeado com arvores não sendo encontradas nos recintos adjacentes de outras aves,

havendo uma possível preferência por esse animal. Em uma das noites o animal

encontrava-se deitado no chão e ao levantar-se um morcego alçou voo, o mesmo estava

sangrando o animal na porção superior da cocha (1). Essa interação pode está

diretamente relacionada ao fato do avestruz apresentar alguma característica

comportamental que facilite o contato do D. rotundus tornando o avestruz uma presa

fácil para os morcegos hematófagos do zoológico de dois irmãos.

Quando D. rotundus se alimentam em mamíferos de grande porte espoliam todas

as regiões corporais, preferindo os membros anteriores, posteriores, cernelha, cotovelo,

pernas, vulva e anus (PICCININI et al., 1985b; SOUZA et al., 2007). Arruda et al

(2010) também constataram a preferência dessas partes anatônicas em estudos feitos

com búfalos, constatando pontos de espoliações semelhantes aos encontrados no

cervídeo do zoológico, denotando seletividade de D.rotundus a essas áreas anatômicas,

independente se o animal e selvagem ou de criação, podendo esta ser uma estratégia de

sangria mais eficiente para o hematófago.

Controle de Hematófagos

Controle Químico

No camelo foram realizadas algumas aplicações tópicas nos ferimentos causados

pela espoliação constante, usando-se o método seletivo indireto, de acordo com as

normas do ministério da agricultura, pecuária e abastecimento (BRASIL, 2005).

(tabela: 03) Número de D. rotundus capturados no Zoológico

Sexo Mês/ ano horário Sítio de captura Localização da rede de captura

Feminino Setembro/2011 19:45 Sítio dos cervídeos Próximo aos primatas

Novembro/2011 17:00 Sítio dos cervídeos Recinto cervo nobre

MasculinoDezembro/2011

21:00 Sítio dos cervídeos Próximo aos primatas

20:30 Sítio dos cervídeos Recinto do cervo nobre

20:40 Sítio dos cervídeos Recinto do cervo nobre

Janeiro/2012 24:30 Camelo/ quarentena Recinto da camêla

No mês de agosto de 2011, foi encontrado um D. rotundus morto no recinto das

lhamas onde ficava o camelo, o morcego foi encaminhado para análise rábica, sendo

negativo. Em uma pré-vistoria no zoológico antes do inicio do controle, foram

capturados cinco D. rotundus que tiveram a pasta vampiricida aplicada no dorso e logo

em seguida foram soltos, não sendo estes registrados no banco de dados que

provavelmente contribuíram para a grande redução da presença desses morcegos na área

do zoológico estando o morcego encontrado morto associado diretamente com o

controle químico sofrido na pré-vistoria tendo em vista que esse morcego foi encontrado

duas semanas após a aplicação da pasta vampiricida.

Controle mecânico – Arquitetura e manejo dos animais

Dos seis animais do plantel que foram espoliados pelo D. rotundus, seus

recintos apresentavam problemas que facilitavam o acesso direto do morcego aos

animais em questão. Medidas de manejo ecológico dos recintos com a implementação

de barreiras mecânicas podem resolver o problema (JARDIM, 2011).

Cervo Nobre: Nesse recinto existem alguns danos estruturais no cambeamento, o teto

apresenta uma enorme abertura que facilita a entrada do morcego hematófago, ficando

inviável a contenção do animal nessa área durante o período noturno para evitar as

espoliações. Sendo de estrema necessidade o fechamento dessa abertura com um

telhado ou cobrir todo o recinto do animal com uma tela metálica de malha fina que

evite a entrado do morcego.

Cervo Sambar: No recinto dos filhotes de cervo sambar, seu recinto é bem amplo,

apresentava alguns problemas estruturais no cambeamento, como falta de porta

impedindo que os animais fiquem reclusos nessa área no período noturno, facilitando o

acesso do morcego hematófago aos dois animais, sendo esse problema resolvido com

portas elevatórias postas no cambeamento para a reclusão dos animais.

Avestruz: O recinto do avestruz é um cercado todo envolto de tela metálica. Para a

diminuição da espoliação no avestruz, foram instalados refletores que são ligados

diariamente no período noturno, pois se constatou que essa é muito eficiente conta o

morcego hematófago que é fotofóbico (GOMES & UIEDA, 2004.; LIMA et al ., 2005.;

GOMES et al., 2006; FERRAZ et al., 2007), ficando evidente a ausência de ataque

depois do manejo.

Camelo: Com relação às condições estruturais do recinto do camelo, este era localizado

em frente ao recinto do leão, e as margens do açude do meio albergando em suas

dependências duas lhamas. O recinto é muito amplo e não apresentava cobertura e

cambeamento para a reclusão dos animais no período noturno, sendo o camelo

transferido para outro recinto menor em uma área separada ao lado da quarentena,

construído com madeira e uma cobertura para maior proteção do animal onde foi

adotada a mesma medida de projeção de refletores usada no avestruz, constatando-se

uma redução dos ataques ao animal no novo recinto.

Hipopotamo: O hipopótamo, por se tratar de um animal de grande porte, apresenta um

recinto amplo com uma cobertura para proteção do animal do sol, e um pequeno lago

artificial já que o animal passa maior parte do tempo na água, facilitando o contato

direto do animal com o morcego hematófago se fazendo necessária uma iluminação de

refletores no período noturno para evitar a espoliação pelo morcego hematófago.

Verificou-se uma diminuição das espoliações em todos os animais agredido

após algumas medidas de controle químico dos hematófagos e algumas medidas de

manejo dos recintos. Oliveira et al (2009) citam que a redução nos eventos espoliativos

por D. rotundus, só poderá ser reduzido por meio do monitoramento da população

associado a uma atividade contínua de vigilância epidemiológica e controle químico

(SCHNEIDER et al., 1996, KOTAIT, 1998 ). Não havendo após todas as medidas de

controle químico e mecânico, registro de espoliação nos animais do zoológico,

evidenciando a eficiência do monitoramento do D. rotundus na região.

Problemas associados a morcegos não-hematófagos

Foram analisadas as interações dos morcegos não hematófagos com outros

animais do zoológico, estes podiam entrar em contato com os espécimes do plantel ao

fazer uso dos recintos como abrigo ou adentrar nos mesmos na busca por alimento,

principalmente os frugívoros que frequentemente entravam em recintos na busca de

frutas fornecidas como alimento aos animais do zoo. Visualizando por diversas vezes

alguns espécimes oportunistas que rotineiramente entravam no período noturno nos

recintos de alguns animais que se alimentam dessas frutas, para consumirem o alimento.

Este evento era sempre observado no recinto dos coandús e na área de nutrição onde as

frutas são estocadas, localizada próximo à quarentena.

O recinto dos coandús apresenta algumas avariações estruturais de fácil

resolução, sendo esse recinto composto por uma grade frontal e uma grade no teto que

chega aproximadamente a metade do recinto, estas grades são muito abertas facilitando

a entradas de alguns morcegos frugívoros em busca de alimento. Para que o

comportamento dos morcegos em relação a esse recinto seja amenizado, se faz

necessário botar uma tela metálica de malha fina dificultando à entrada dos morcegos

nesse recinto, diminuindo consequentemente a interação dos coandus com os morcegos

evitando alguns problemas de saúde animal como a transmissão da raiva e outras

zoonoses tanto para os coandús como para os morcegos. A área de nutrição do

zoológico possui entradas de ar ao redor de toda a cumeeira que facilitava a entrada de

alguns morcegos atrás de alimento, porem algumas medidas foram tomadas sendo

colocadas telas de malha fina em todas as entradas de ar, impedindo a entrada dos

morcegos no ambiente e conseqüentemente a diminuição dos danos causados às frutas

utilizadas na alimentação dos animais do zoológico.

Em seu trabalho Jardim (2011) diz que todos os morcegos, independente do seu

hábito alimentar, podem morder se forem indevidamente manipulados ou perturbados, e

que a presença de morcegos em edificações, pode ocasionar alguns problemas

associados a sua presença no local. As ações recomendadas para auxiliar na solução de

problemas causados por morcegos envolvem um monitoramento constante e adequação

das edificações para evitar os problemas decorrentes da instalação de colônias.

Recomenda-se vedar todas as juntas de dilatação de prédios, espaços existentes entre

telhas e parede, cumeeiras, pontos de luz, chaminés, bem como qualquer abertura no

telhado que possa permitir a instalação dessas colônias e consequentemente minimizar

os problemas associados aos morcegos.

CONCLUSÃO

O controle químico e o manejo ecológico cessaram as espoliações nos animais.

A rápida eficiência do controle e o baixo número de capturas podem ser devido ao

tamanho reduzido da(s) colônia(s) existente(s) na área de estudo, ou em áreas proximas

ao PEDI que possuam criações de animais.

A interação com morcegos não hematófagos está diretamente ligada com

problemas estruturais encontrados nos recintos e no local de estocagem de frutas.

O manejo adequando dos recintos e dos animais do plantel podem evitar as

agressões pelos hematófagos sem necessariamente haver a necessidade de controle

químico.

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Exemplos de referências

Trabalho em Periódicos:

PRADO, O.P.P.; ZEOULA, L.M.; MOURA, L.P.P. FRANCO, S. L.; PRADO, I. N. do;

JACOBI, G. Efeito da adição de própolis e monensina sódica na digestibilidade e

características ruminais em bubalinos alimentados com dietas a base de

forragem. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.9, p.2055-2065, 2010.

Livros:

BURLEY, R.W.; VADEHRA, D.V. The Avian Egg: Chemistry and Biology. John Wiley

and Sons, New York, NY, 372p, 1989. p 68–71.

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