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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4529 • Terça-feira, 10 de Junho de 2014 10 PATACAS PUB FOTO ARQUIVO Juventude Dinâmica exige preservação de relíquias “in loco” A Associação Juventude Di- nâmica apelou ao Governo para preservar o local onde foram descobertas relíquias da Idade do Bronze, ao invés de as colocar num museu. Lei Kuok Keong, responsável da associação que entregou on- tem uma petição na sede do Governo com várias questões dirigidas ao presidente do Instituto Cultural, invocou a Lei de Salvaguarda do Patri- mónio Cultural, considerando que as peças têm um interes- se cultural relevante e o local onde foram descobertas em Coloane possui igualmente valor de estudo sobre a vida naquela época. A associação criticou a falta de profissiona- lismo do Executivo, já que até alguns moradores participa- ram nas escavações. Lei Kuok Keong apelou ao Governo para suspender todos os tipos de obras naquele terreno por forma a não danificar as relí- quias e preservar o local sem quaisquer alterações. Nesse sentido, exortou o Governo a convidar especialistas do Inte- rior da China ou Taiwan para avaliar as peças. Associação de Jovens Macaenses vive fase de crescimento ESQUEMA DE INCENTIVO INCLUI 300 PATACAS POR CONVIDADO Macau subsidia casamentos de turistas Numa aposta declarada em consolidar Macau como destino de referência para casamentos, o Governo da RAEM tem vindo a oferecer um “incentivo” de 300 pa- tacas por cada convidado estrangeiro. Com este seg- mento turístico em alta, “resorts” como o Galaxy ou Ve- netian estão a apostar sobretudo em mercados como o indiano, que já só é superado por Hong Kong na tabela de atribuição de subsídios governamentais. Em Macau, os casamentos indianos custam, no mínimo, cerca de 3,5 milhões de patacas. Págs. 2 e 3 GDI quer aterro pronto em Novembro O Gabinete para o Desenvolvi- mento de Infra-estruturas ga- rantiu estar a “envidar todos os esforços” para finalizar até No- vembro a empreitada de execu- ção do aterro da zona A. Os atra- sos motivaram críticas de vários deputados. Pág. 7 Rede distribuía fichas falsas A PJ deteve o alegado líder de um grupo criminoso que colo- cava fichas falsas em circulação num casino do COTAI. Os pre- juízos totais ascendem a 100 mil dólares de Hong Kong. Pág. 6 Cesário elogia “evolução” dos serviços consulares O secretário de Estado das Co- munidades reagiu ontem às queixas de representantes dos emigrantes portugueses sobre o atendimento nos consulados. Cesário admitiu falhas mas tam- bém alguns progressos. Última Encanto do 10 de Junho longe de Portugal Três estagiários do INOV-Con- tacto que vão passar, pela pri- meira vez, o 10 de Junho fora de Portugal, consideram que o facto de comemorarem a data em Ma- cau reforça os sentimentos pa- trióticos. Centrais Pág. 5 Pág. 4 Transportes Grupo Nam Kwong passa a dominar serviços de autocarros Cultura Gary Ngai acusa Governo de desinteresse pela América Latina Págs. 12 e 13 Mundial de futebol Ronaldo testa hoje contra a República da Irlanda Pág. 9

ESQUEMA DE INCENTIVO INCLUI 300 PATACAS POR … · 2017-03-28 · enquanto destino de casamentos, sendo apenas supe-rada pela antiga colónia britânica. Os dados estatísticos fornecidos

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Director José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo Sérgio Terra • Nº 4529 • Terça-feira, 10 de Junho de 2014 10 PATACAS

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ARQ

UIVOJuventude Dinâmica

exige preservação de relíquias “in loco” A Associação Juventude Di-nâmica apelou ao Governo para preservar o local onde foram descobertas relíquias da Idade do Bronze, ao invés de as colocar num museu. Lei Kuok Keong, responsável da associação que entregou on-tem uma petição na sede do Governo com várias questões dirigidas ao presidente do Instituto Cultural, invocou a Lei de Salvaguarda do Patri-mónio Cultural, considerando que as peças têm um interes-se cultural relevante e o local onde foram descobertas em Coloane possui igualmente valor de estudo sobre a vida naquela época. A associação criticou a falta de profissiona-lismo do Executivo, já que até alguns moradores participa-ram nas escavações. Lei Kuok Keong apelou ao Governo para suspender todos os tipos de obras naquele terreno por forma a não danificar as relí-quias e preservar o local sem quaisquer alterações. Nesse sentido, exortou o Governo a convidar especialistas do Inte-rior da China ou Taiwan para avaliar as peças.

Associaçãode Jovens Macaenses

vive fase de crescimento

ESQUEMA DE INCENTIVO INCLUI 300 PATACAS POR CONVIDADO

Macau subsidiacasamentos de turistasNuma aposta declarada em consolidar Macau como destino de referência para casamentos, o Governo da RAEM tem vindo a oferecer um “incentivo” de 300 pa-tacas por cada convidado estrangeiro. Com este seg-mento turístico em alta, “resorts” como o Galaxy ou Ve-

netian estão a apostar sobretudo em mercados como o indiano, que já só é superado por Hong Kong na tabela de atribuição de subsídios governamentais. Em Macau, os casamentos indianos custam, no mínimo, cerca de 3,5 milhões de patacas. Págs. 2 e 3

GDI quer aterropronto em NovembroO Gabinete para o Desenvolvi-mento de Infra-estruturas ga-rantiu estar a “envidar todos os esforços” para finalizar até No-vembro a empreitada de execu-ção do aterro da zona A. Os atra-sos motivaram críticas de vários deputados.

Pág. 7

Rede distribuía fichas falsasA PJ deteve o alegado líder de um grupo criminoso que colo-cava fichas falsas em circulação num casino do COTAI. Os pre-juízos totais ascendem a 100 mil dólares de Hong Kong.

Pág. 6

Cesário elogia “evolução” dos serviços consularesO secretário de Estado das Co-munidades reagiu ontem às queixas de representantes dos emigrantes portugueses sobre o atendimento nos consulados. Cesário admitiu falhas mas tam-bém alguns progressos. Última

Encanto do 10 de Junholonge de PortugalTrês estagiários do INOV-Con-tacto que vão passar, pela pri-meira vez, o 10 de Junho fora de Portugal, consideram que o facto de comemorarem a data em Ma-cau reforça os sentimentos pa-trióticos.

Centrais

Pág. 5

Pág. 4

TransportesGrupo Nam Kwong passa a dominar serviçosde autocarros

CulturaGary Ngai acusa Governode desinteresse pelaAmérica Latina

Págs. 12 e 13

Mundial de futebolRonaldo testa hojecontra a Repúblicada Irlanda

Pág. 9

02 JTM | LOCAL Terça-feira, 10 de Junho de 2014

Propriedade: Tribuna de Macau, Empresa Jor na lística e Editorial, S.A.R.L. • Administração: José Rocha Dinis • Director: José Rocha Dinis • Director Editorial Executivo: Sérgio Terra • Grandes Repórteres: Fátima Almeida e Raquel Carvalho • Redacção: Sandra Lobo Pimentel (editora), André Jegundo, Liane Ferreira, Pedro André Santos, Susana Diniz e Viviana Chan • Correspondentes: Helder Almeida (Portugal) e Rogério P. D. Luz (Brasil) Colaboradores: Helder Fernando e Vitor Rebelo • Colunistas: Albano Martins, António Ribeiro Martins, Carlos Frota, Daniel Carlier, Francisco José Leandro, João Botas, João Figueira, Jorge Rangel e Luíz de Oliveira Dias • Grafismo: Rita Cameselle e Suzana Tôrres • Serviços Administrativos e Publicidade: Joana Chói ([email protected]) • Agências: Serviços Noticiosos da Lusa, Xinhua e Rádio ONU • Impressão: Tipografia Welfare, Ltd • Administração, Direcção e Redacção: Calçada do Tronco Velho, Edifício Dr. Caetano Soares, Nos4, 4A, 4B - Macau • Caixa Postal (P.O. Box): 3003 • Telefone: (853) 28378057 • Fax: (853) 28337305 • Email: [email protected] (serviço geral)

JORNAL TRIBUNA DE MACAU

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S PR

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ENTS

APOIO DE 300 PATACAS POR PESSOA PARA FOMENTAR CERIMÓNIAS MILIONÁRIAS

Governo subsidia convidadospara “importar” casamentosPara afirmar Macau como destino de casamentos, o Governo tem vindo a oferecer uma ajuda financeira de 300 patacas por convidado. Com este segmento turístico em alta, grandes “resorts” como o Galaxy ou Venetian estão a apostar sobretudo em mercados como o indiano, que já só é superado por Hong Kong na tabela de atribuição de subsídios governamentais. Em Macau, os casamentos indianos custam, no mínimo, cerca de 3,5 milhões de patacas

Liane Ferreira

Em 2013, Macau registou a entrada de 160.019 tu-ristas indianos, o que representou um aumento de 6,1%, quando comparado com 2012. Muitos

destes visitantes vieram participar em cerimónias de casamentos, componente do sector turístico que tem merecido atenção redobrada não só das empresas como do Governo, que desde 2012 passou a atribuir subsídios para a realização de celebrações matrimo-niais no território.

Segundo revelou ao JTM a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), o “esquema de incentivo de casamen-tos” prevê a atribuição no máximo de 300 patacas por cada convidado. Embora não seja expressivo, esse mon-tante também não é totalmente desprezível se tivermos em conta que os beneficiários do Fundo de Segurança Social em Macau recebem um subsídio de casamento de 1.800 patacas, incluindo já a actualização aprovada no mês passado.

O esquema de incentivo da DST requer que cada ca-samento deve incluir, no mínimo, a vinda de 50 convida-dos estrangeiros, com estadia de dois dias consecutivos numa unidade hoteleira.

Outra das condições do plano estipula que o apoio financeiro só pode ser atribuído quando os serviços são providenciados por empresas registadas em Macau e cujo capital seja detido em pelo menos 50 por cento por residentes locais. No entanto, o leque das excepções a essa regra é bastante alargado, ao abranger centros de exposições e convenções, hotéis e agências de viagem.

Apesar do programa de incentivo do Governo ter sido mais direccionado para o Japão, Taiwan e Hong Kong, a Índia tem revelado especial atracção por Macau enquanto destino de casamentos, sendo apenas supe-rada pela antiga colónia britânica. Os dados estatísticos

fornecidos pela DST ao JTM indicam que, só em 2013, o Governo de Macau subsidiou um total de 604 convi-dados “estrangeiros” de casamentos, dos quais 65 por cento eram provenientes de Hong Kong e 33 por cento da Índia. Tendo em conta o valor unitário do subsídio, o total investido pela RAEM terá assim ultrapassado 180 mil patacas.

“O turismo de casamentos é um sector com grande potencial, pelo que a DST vai continuar a encorajar vi-sitantes, organizações e empresas a escolherem Macau como destino para casar”, frisaram os Serviços de Turis-mo. Nesse sentido, de acordo com o organismo, “a es-tratégia de incentivo vai continuar a ser implementada durante este ano, de forma a promover” este segmento em Macau.

Para além do incentivo monetário, são ainda ofere-cidos “kits” de boas-vindas e visitas grátis ao Museu do Grande Prémio e do Vinho.

Casamentos indianos mais simplescustam pelo menos 3,4 milhões

Mas, será que o subsídio de 300 patacas é um incen-tivo de peso para atrair casamentos com elevadas expec-tativas e custos? Segundo agentes do sector, esse apoio não faz naturalmente a diferença, mas os convidados são incentivados a requerê-lo.

Um casamento indiano de três dias em Macau pode custar cerca de 17.000 patacas por pessoa, incluindo cus-tos de viagem, estadia, alimentação e entretenimento básico. O montantes foi avançado ao JTM por Pryianka, gerente da “Prasang Events”, empresa sediada na Índia que é parceira do “Galaxy Macau” desde 2012, quando as duas partes organizaram, no intervalo de 48 dias, o primeiro casamento indiano naquele “resort” do COTAI.

Com grupos que variam entre os 200 e os 400 convi-dados, os casamentos indianos em Macau acabam por acarretar assim investimentos entre 3,4 e 6,8 milhões de

patacas para as famílias dos nubentes, excluindo gastos não directamente relacionados com a cerimónia em si ou estadias. Atendendo aos mesmos valores médios, o sub-sídio total concedido pela DST para uma boda indiana com 200 convidados ronda 60.000 patacas.

Segundo Pryianka, o principal problema que a “Pra-sang Events” enfrenta no planeamento destas festas não são os vistos, mas o tempo necessário ao controlo de tantas pessoas nos postos fronteiriços, visto que todos os passaportes precisam de ser obviamente inspecciona-dos. Outro obstáculo prende-se com a subida das tarifas hoteleiras em Macau, especialmente aos fins-de-semana, devido ao aumento de turistas no território.

A falta de quartos disponíveis no “Galaxy Macau” também é outro problema, no entanto, Pryianka mostra--se confiante de que a questão será resolvida com a con-clusão da segunda fase do complexo, havendo já casa-mentos marcados para 2015.

Na qualidade de consultora oficial do “Galaxy Ma-cau” na Índia, a “Prasang Events” tem como função au-mentar a visibilidade o “resort” naquele mercado, “pro-mover a região como um destino de casamentos para os indianos” e funcionar como “ponte” entre o complexo turístico e as empresas de eventos indianas, explicou a mesma responsável.

Pryianka salientou ainda que as acções de promoção e marketing são dirigidas a um conjunto muito limitado e específico de organizadores de eventos, bem como a revistas indianas dedicadas a casamentos.

“Em oito meses, recebemos cerca de 48 pedidos de informação para casamentos e eventos empresariais em Macau”, afirmou, ressalvando que isso demonstra o in-teresse crescente pelo território.

Segundo a gerente da “Prasang Events”, o que torna Macau tão apetecível para os casais indianos é o facto de “ter um coeficiente equilibrado de luxo e bom entre-tenimento, sendo bastante conveniente em termos lo-

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 03

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gísticos, em horários de voos e ligações aéreas disponíveis, embora os custos de estacionamento para os voos charter seja elevado”.

A “Harjais”, agência de organização de casamentos indiana explicou ao JTM que um casamento típico no exterior pode durar até quatro dias.

Normalmente uma festa no final do dia da chegada antecede o casamento, mais tradicional, com a procissão dos noivos e uma cerimónia de acordo com os rituais tradicionais. O terceiro dia é o das “bodas”, com muita dança e comida, e o quarto dia é destinado aos preparati-vos para o regresso à Índia.

O que todos estes dias têm em co-mum é a componente turística, que in-clui visitas guiadas a locais históricos, a centros comerciais e parques.

Como as cerimónias são planeadas até ao mais ínfimo pormenor entre os noivos e a organização, as extravagân-cias são algo de normal.

O “Galaxy Macau” revelou que já houve uma procissão com cavalos para entrada dos noivos e uma das piscinas foi totalmente coberta com vidro, para que a cerimónia se realizasse em cima da água. Por norma, um chefe indiano está à disposição para a criação de menus to-talmente personalizados.

No caso do “Venetian Macau”, as gôndolas são retiradas da água e coloca-das em exposição no salão de festas, para que os convidados possam tirar fotogra-fias.

Contactado pelo JTM, o “Galaxy Macau” escusou-se a revelar o número de casamentos indianos organizados, porém, no caso do “Venetian”, o depar-tamento de marketing adiantou que o “resort” acolhe entre dois a três grandes eventos do género por ano.

Durante a fase de planeamento da cerimónia, a equipa de organizadores do “Galaxy” normalmente aconselha o casal a informar os seus convidados sobre o apoio financeiro prestado pelo governo para que possam candidatar-se.

Sessões de pré-casamento também estão em alta

Esta “moda” dos casamentos no es-trangeiro é também visível no sector da fotografia, com o surgimento do “pre--wedding” no exterior. Nesta variante, os casais viajam para tirar fotografias da união, sem a terem ainda consagrado ofi-cialmente.

Jerome Gogh, um fotógrafo de Singa-pura mas casado com uma residente de Macau, dedica-se exclusivamente a foto-grafar casamentos, focando-se cada vez mais no sector dos “pré-casamentos” no estrangeiro.

O fotógrafo revelou ao JTM que o nú-mero de casais a procurar Macau é cada vez maior. “A mistura da cultura e arqui-tectura portuguesa e chinesa juntamente com os casinos modernos e igrejas históri-cas tornam Macau num local interessante para os casais, que vêm tirar as fotogra-fias e passar férias ao mesmo tempo”, ex-plicou Jerome Gogh.

Com clientes das Ilhas Maurícias e do Canadá, o fotógrafo adiantou que “a maioria dos casais são de Singapura e de Hong Kong”.

Um casal interessado em fazer uma sessão de “pre- wedding” no território pode contar em gastar um valor base de 18.000 dólares de Hong Kong, que não inclui viagens, alojamento nem alimen-tação.

“Está a correr muito bem e vejo que 2014 e 2015 vão ser óptimos anos para o negócio”, rematou o fotógrafo.

Terça-feira, 10 de Junho de 201404 JTM | LOCAL

Travessa da Misericórdia, Nº. 7 Tel: 28337503, 28337504 Fax: 28336957

Santa Casa da Misericórdia de Macau

felicita a Comunidade Portuguesa

por ocasião do Dia de Portugal,

de Camões e das Comunidades Portuguesas

Av. de Sidónio Pais, Nº 49B, r/c, Edf. China Plaza, Macau.Tel: 28788813 Fax: 28788223

E-mail: [email protected]

felicita a

Comunidade Portuguesa

por ocasião

do Dia de Portugal,

de Camões e das

Comunidades Portuguesas

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JTM

GRUPO ESTATAL CHINÊS SUBSTITUI REOLIAN E PASSA A DOMINAR AUTOCARROS

Nam Kwong com contrato de três anosCriada pelo grupo estatal chinês Nam Kwong, a companhia Nova Era vai assumir os serviços de autocarros da falida Reolian. Liderada por O Hoi Fan, directora geral da China Travel Service, e pelo empresário Ng Fok, a nova empresa garantiu, para já, um contrato de três anos e 27 linhas de autocarros, revelou ontem o director da DSAT

Viviana Chan

O grupo Nam Kwong vai domi-nar o mercado de serviços de autocarros em Macau, graças

à sua posição maioritária na estrutura accionista da Sociedade de Transportes Colectivos de Macau (TCM) e da Ma-cau Nova Era de Autocarros Públicos, empresa que vai substituir a Reolian e cuja designação foi ontem finalmente desvendada, através de um despacho do Chefe do Executivo delegando po-deres no Secretário para os Transportes e Obras Públicas para outorgar a escri-tura pública relativa ao respectivo con-trato de concessão do serviço público de transportes colectivos rodoviários de passageiros.

À tarde, em declarações aos jornalis-tas, o director dos Serviços para os As-suntos de Tráfego (DSAT) revelou que o prazo do contrato com a Nova Era, cuja lista de accionistas integra a Nam Kwong, TCM e outra subsidiária do grupo estatal, vai fixar-se em três anos e a nova companhia irá gerir um total de 27 linhas de autocarros na RAEM. Wong Wan recordou que a concessio-nária irá assumir o património da Reo-lian, companhia que avançou com um pedido de falência em Outubro do ano

passado. Salientando que os critérios de se-

lecção tiveram em conta a experiência da TCM na operação de serviços de transportes públicos, Wong Wan elo-giou ainda o “compromisso social” da companhia Nova Era, porque “aceitou assumir esta missão através da conces-são pública”. “A decisão foi tomada na sequência de uma ponderação sobre a realidade de Macau”, assegurou.

O director da DSAT reiterou ainda que, no âmbito do contrato de conces-são, além de comprar os bens da Reo-

lian, a Nova Era terá de manter o nível dos salários e outros tipos de regalias dos funcionários que pertenciam à em-presa falida. A Reolian tem mais de 500 funcionários e transporta mais de 160 mil passageiros diariamente.

Questionada sobre as preocupações da população relativamente ao domínio dos transportes públicos em Macau por parte de uma empresa estatal da China, o mesmo responsável contrapôs que as autoridades locais dão mais importan-tes à competência da operadora. Wong Wan frisou ainda que a TCM e a Nova

Era vão funcionar de forma indepen-dente e os contratos envolvem exigên-cias distintas.

O líder máximo da DSAT disse ainda que, imediatamente após a publicação do despacho do Chefe do Executivo, o organismo enviou pessoal aos 16 termi-nais de autocarros para tranquilizar os funcionários da Reolian. “Em princípio, os funcionários compreenderam esta decisão”, disse, ao voltar a expressar confiança numa transição estável dos serviços de autocarros.

O Hoi Fan e Ng Foklideram Nova Era

O Hoi Fan, directora geral da China Travel Service, companhia que integra o grupo Nam Kwong, e o empresário Ng Fok ocupam os cargos de presiden-te e vice-presidente da Macau Nova Era de Autocarros Públicos, empresa que só foi criada no final de Abril deste ano. Segundo certidões obtidas pelo JTM na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis, a maioria dos sócios da Nova Era também pertence à TCM, empresa que foi adquirida pela Nam Kwong em 2011.

Recorde-se que, em Agosto de 2011, o Governo concedeu os serviços de transporte público a três companhias: Transmac, TCM e Reolian.

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 05Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 05

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ASSOCIAÇÃO PARTE NO SÁBADO PARA PORTUGAL PARA ACTIVIDADE DE INTERCÂMBIO

Jovens macaenses a caminho dos 100 membrosO projecto de reunir os jovens macaenses em torno de uma associação trouxe um impacto “positivo” à participação dos mais novos nos assuntos relacionados com a comunidade e Macau em geral. Jorge Valente, um dos membros fundadores do grupo, faz um balanço satisfatório dos quase dois anos de actividade. A associação, que está a caminhar para os 100 membros, desloca-se este mês a Portugal

Fátima Almeida

Formada oficialmente há quase dois anos, a Associação de Jo-vens Macaenses faz um “balanço

positivo” do seu tempo de actividade, que já conseguiu fazer com que os mais novos da comunidade se mostrassem mais activos, disse ao JTM Jorge Va-lente. “Estamos em linha com o que pretendemos. Pessoalmente sabia que haveria participação na associação, mas não se sabia de antemão quem estaria interessado”, referiu o presidente da Assembleia-Geral da Associação de Jo-vens Macaenses, da qual é também um dos membros-fundadores.

A meta mais difícil foi chegar aos 50 membros, número que depois de ultrapassado faz a associação acreditar que registará o centésimo associado a breve prazo. “Ainda não atingimos os 100 membros, mas estamos nesse cami-nho”, sublinhou Jorge Valente.

Um dos objectivos já concretizados foi aumentar a participação dos jovens macaense nos assuntos da comunidade e da sociedade em geral, uma vez que esta plataforma lhes permitiu reuni-rem-se e trabalharem mais activamen-te. “Antes, muitos dos nossos jovens não participavam [nos assuntos da co-munidade]”, explicou Jorge Valente.

As actividades desenvolvidas ao longo dos últimos dois anos têm aju-dado a perceber quais são os interesses

dos jovens de Macau e assim angariar mais sócios. “Como uma nova asso-ciação as pessoas estão curiosas para saber qual será o objectivo, mas pouco a pouco vão ganhando confiança”, refe-riu por sua vez Duarte Alves. Segundo

o presidente da direcção da associação, o primeiro ano de trabalho serviu para “estabelecer as raízes”.

A Associação de Jovens Macaenses pretende continuar a envolver-se em acontecimentos locais, participar nas

consultas públicas organizadas pelo Governo, organizar torneios desporti-vos, mas não só. O intercâmbio com o mundo exterior é outra das vertentes que o grupo continuará a explorar e a qual tem assumido um papel importan-te, explicou Duarte Alves.

Depois de se ter deslocado a Pe-quim, a associação prepara-se para voar para Portugal já no sábado com uma comitiva que irá integrar cerca de três dezenas de jovens. “Já fizemos duas ou três visitas à China Continen-tal e temos levado pessoas novas que antes não tinham participado nas acti-vidades”, disse Duarte Alves ao JTM, notando que durante estas deslocações têm recebido “feedback” positivo para continuar a desenvolver o trabalho da associação.

Além do intercâmbio cultural, a deslocação a Portugal, que marca dois anos de actividade, inclui eventos de cariz económico e comercial. Duarte Al-ves, que liderará a delegação, remeteu mais comentários sobre os pormenores da viagem para mais tarde, referindo ainda assim que os objectivos destes in-tercâmbios passam não só por mostrar os países ou cidades que visitam, “mas também criar laços de amizades com as associações” locais.

Até 22 de Junho os jovens macaen-ses vão reunir-se com departamentos governamentais e associações juvenis e planeiam passar por cidades como Lis-boa, Coimbra, Porto e Guimarães.

COMISSÃO LANÇOU ACÇÕES DE FORMAÇÃO

Trabalhos eleitorais mobilizam 500 pessoasA Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo prometeu dar ênfase à formação das centenas de pessoas que vão apoiar a eleição marcada para 29 de Junho. Nesse dia serão eleitos os membros do colégio eleitoral responsável pela escolha do próximo líder do Governo

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GCS

Jorge Valente e Duarte Alves estão satisfeitos com o aumento dos membros da associação

As acções de formação para os trabalhos re-lacionados com a eleição dos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo,

agendada para o próximo dia 29, arrancaram ontem com o objectivo de “permitir que o pessoal envol-vido no processo conheça e compreenda, de forma detalhada, os procedimentos de votação, com des-taque especial para o padrão de escrutínio electró-nico de votos”, anunciou a Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), ao su-blinhar o seu empenho em “garantir o sucesso do acto eleitoral”.

De acordo com informações disponibilizadas pela Comissão, cerca de 500 pessoas vão apoiar os trabalhos do acto eleitoral. Só ontem à tarde, a CAE-CE contou com a presença de mais de 200 trabalha-dores da Função Pública, oriundos de 41 serviços públicos, numa sessão de apresentação sobre os tra-balhos a desenvolver em duas fases: a eleição dos membros da Comissão Eleitoral e a própria eleição do Chefe do Executivo.

Relativamente à primeira etapa do processo, a presidente da CAECE alertou os presentes para o facto de ter sido abolido o regime do mecanismo de “candidato automaticamente eleito” na eleição dos membros da Comissão Eleitoral. Ou seja, “indepen-

dentemente do número de indivíduos propostos em eleição interna de cada sector ser igual ou superior aos assentos atribuídos, os membros representantes desse sector terão de ser eleitos por votação”.

A juíza Song Man Lei salientou ainda que a con-cepção e forma de preenchimento do boletim de voto são diferentes do passado, devido à introdu-ção da contagem electrónica de votos.

Durante a manhã, a Comissão também se reuniu para deliberar sobre os critérios dos votos válidos para a eleição do colégio eleitoral, tendo Song Man Lei voltado a alertar para a proibição de alguns ac-tos durante a campanha eleitoral e dentro da câma-ra de voto, incluindo o uso do telemóvel, máquina fotográfica e outros aparelhos electrónicos.

Durante a campanha, se os candidatos dos di-ferentes sectores ou subsectores assim o considera-rem necessário, a CAECE poderá providenciar um local para a organização de actividades, no entanto, segundo a Comissão, “esta questão ainda está em fase de contactos”.

Em declarações aos jornalistas, Song Man Lei comentou ainda o caso de um cidadão que questio-nou a publicação dos nomes que assinam os Bole-tins de Propositura, durante um programa de rádio transmitido na semana passada. Para a CAECE, “a

publicitação dos contactos tem como objectivo dar conhecimento aos membros do sector representado e é feita nos termos da lei”.

Terça-feira, 10 de Junho de 201406 JTM | LOCAL

felicita

a Comunidade Portuguesa

por ocasião

do Dia de Portugal,

de Camões e das

Comunidades Portuguesas

CONSELHO DAS

COMUNIDADES PORTUGUESAS

Associação dos Macaenses

felicita a

Comunidade Portuguesa

por ocasião

do Dia de Portugal,

de Camões e das

Comunidades PortuguesasAvenida da Amizade, Nºs 273-279, r/c - Macau

Tel: 28595512, 28570004, 28786684 Fax: 28516856, 28533975 Website: http://www.atfpm.org.mo

E-mail: [email protected]

felicita

a Comunidade Portuguesa

por ocasião

do Dia de Portugal,

de Camões e das

Comunidades Portuguesas

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ARQ

UIVO

DETIDO LÍDER DE GRUPO QUE LESOU CASINOS

Rede distribuía fichas falsasUm jovem de 20 anos, residente de Hong Kong, foi detido no Terminal Marítimo por suspeita de burla e organização criminosa. A rede que liderava colocava fichas falsas em circulação num casino do COTAI, causando um prejuízo total de 100 mil dólares de Hong Kong

APANHADOS A ENTREGAR PANFLETOS DE “MASSAGENS”

Azar no jogo levou-os para trabalho ilegalAs autoridades detiveram três homens que distribuíam panfletos para “massagens” em três casos distintos, mas que estarão relacionados. Os indivíduos dizem ter sido abordados por um homem que lhes pagou 200 dólares de Hong Kong para fazerem a distribuição

Numa operação de combate à prostituição, agentes da Polícia de Segurança Públi-

ca abordaram três homens que esta-vam a distribuir panfletos de casas de prostituição às pessoas que pas-savam na rua.

No primeiro caso, na Rua Luís Gonzaga Gomes, encontraram o primeiro homem que, para além de distribuir os panfletos, ainda espa-lhava alguns pelo chão. Segundo a polícia, o homem confessou que veio jogar nos casinos e perdeu todo o dinheiro. Posteriormente foi abor-dado por um homem que se prestou a ajudá-lo, pagando-lhe 200 dólares de Hong Kong para distribuir os panfletos.

O segundo homem foi detido na mesma rua em situação idêntica, e contou uma história com contornos semelhantes, levando a polícia crer que os casos estavam ligados.

O terceiro detido foi interceptado na zona do NAPE. Numa bolsa tra-zia 1.250 cartões pornográficos que disse terem-lhe sido entregues tam-bém por um homem, num casino da zona central.

As autoridades ainda não conse-guiram identificar o “angariador” dos distribuidores, pelo que o caso continua em investigação.

Furtou vieiras no supermercadoUma residente de 47 anos foi de-

tida num supermercado na zona das

Portas do Cerco, depois de ter tenta-do sair do estabelecimento com um saco de vieiras secas dentro da mala.

Ao sair do estabelecimento, o alarme disparou e a mulher acabou retida pelos seguranças da loja que chamaram as autoridades. Aos agen-tes da PSP, a suspeita começou por dizer que não tinha justificação para o furto mas mais tarde disse ter-se esquecido da carteira e que as viei-ras eram para o jantar.

S.D.

FOTO

ARQ

UIVO

Susana Diniz

A Polícia Judiciária (PJ) deteve aquele que considera ser o cabe-cilha de uma organização crimi-

nosa que utilizava fichas falsas em casi-nos do território.

O caso começou a ser investigado em Abril deste ano, quando os respon-sáveis da tesouraria de um casino do COTAI detectaram sete fichas de 10 mil dólares de Hong Kong. Uns dias mais tarde, o casino recebeu queixas de três jogadores que receberam três fichas do mesmo género.

Através das câmaras de vigilância, a PJ conseguiu identificar e deter dois homens, residentes de Hong Kong, que faziam circular as fichas por diversas me-sas de jogo.

Na sexta-feira, no Terminal Marítimo do Porto Exterior, a PJ deteve um resi-dente de Hong Kong, de 20 anos, ao reen-trar no território. O suspeito, que tinha sido identificado também pelas câmaras de videovigilância do casino acabou por

contar que era responsável por angariar “jogadores” que utilizassem fichas falsas durante o jogo, tentando trocá-las por verdadeiras.

A PJ continua a investigar o caso, mas acredita que não haverá mais fichas fal-sas em circulação. O caso foi entregue ao Ministério Público.

100 mil para pagar resgate falsoUma residente de 62 anos apresentou

queixa na PJ por ter sido vítima de burla. Segundo contou às autoridades, na sexta--feira recebeu uma chamada de um ho-mem que disse ter o seu filho e a pedir um resgate de 250 mil patacas.

Sem dinheiro para pagar, a vítima dis-se ao homem que só conseguia transferir 100 mil patacas. Acordaram então que a vítima teria que fazer a transferência a partir de um balcão no Continente.

A mulher passou a fronteira e em Zhuhai transferiu o dinheiro para a conta indicada. Quando voltou a Macau, ligou ao filho e desfez o mistério. Acabou por apresentar queixa na PJ que está a inves-tigar o caso.

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 07

DEPUTADOS TÊM MOSTRADO PREOCUPAÇÃO COM ATRASOS NA EXECUÇÃO NA ZONA A

GDI acelera andamento dos novos aterros O Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) garante “envidar todos os esforços” para acelerar o andamento da empreitada de execução do aterro da zona A. O atraso das obras em questão mereceu atenção por parte de vários deputados na última sessão plenária da Assembleia Legislativa

Passagem pedonal do COTAI no início de 2015

Segundo o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI), a passagem superior para peões localizada junto à rotunda do Istmo vai estar pronta no primeiro trimestre do próximo ano. O custo da empreitada está fixado em cerca de 140 milhões de patacas, mas o GDI não confirma nem desmente derrapagens orçamentais na obra. “Ainda não chegou a fase de liquidação, portanto, não tenho resposta para essa questão”, referiu ontem o engenheiro Wong Sau Yan, do GDI, citado pela Rádio Macau, durante uma visita às obras. A passagem pedonal conta com um raio de 62 metros, e vai ser servida por cinco pontos de entrada, cada um com elevadores e escadas rolantes. Ainda segundo o GDI, a obra tem como objectivo “interligar a Vila da Taipa e as novas zonas urbanas”, e faz parte de um plano do Governo para aliviar o movimento de pessoas e veículos no Cotai.

• • • BREVES

Protestos contra bomba de gasolinana zona do “Hotel Regency”Um grupo de moradores vai protestar hoje à noite, em frente ao “Hotel Regency”, contra a construção de uma bomba de gasolina naquele local da Taipa, considerado como uma zona verde. De acordo com a página online “Macau Concealers”, os moradores descobriram os planos para a realização obra quan-do o terreno foi fechado, decidindo colocar cartazes nas placas a mostrar a sua discórdia com o projecto. Segundo foi publicado em Boletim Oficial, o Gover-no cedeu o espaço à companhia “Caltex” em troca de um terreno situado na Areia Preta, que será des-tinado para obras do Metro Ligeiro.

Políticas linguísticas debatidasna Livraria PortuguesaLouis-Jean Calvet vai estar na Livraria Portugue-sa na quinta-feira, pelas 13:00, para proferir uma conferência, em francês, sobre políticas linguísti-cas. Segundo os organizadores - Alliance Française de Macau e Livraria Portuguesa – “a conferência dará noções de política linguística (intervenção do Estado sobre a língua ou sobre as relações entre as línguas) e de planificação linguística (elaboração, implementação de uma política linguística)”. Em análise estarão ainda exemplos de diferentes países do mundo. Nascido na Tunísia, Louis-Jean Calvet é actualmente professor na Universidade de Proven-ce (Aix-Marseille 1) e autor de mais de 20 livros, traduzidos em cerca de 20 idiomas.

COUTINHO QUESTIONA LUCROS “ENORMES” DA TURBOJET

Aumento de tarifas de ferries“não era necessário”A forte subida dos lucros da TurboJet demonstra que a saúde financeira da empresa não dependia do aumento de tarifas aprovado pelo Governo, acusou Pereira Coutinho, apelando ainda à melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores dos serviços marítimos

Os resultados do exercício financeiro de 2013 da TurboJet despertaram a atenção de José Pereira Coutinho pelo facto da

subsidiária da Shun Tak ter visto os seus lucros aumentarem 154% para 165 milhões de dólares de Hong Kong. “Este enorme aumento nos lu-cros no espaço de um ano, deveu-se a um pedido de aumento de tarifas de 13%, superior ao valor da inflação em 2012, feito pela empresa e apro-vado pelo Governo em 2013”, salienta o deputa-do numa interpelação escrita, ao recordar que “a empresa, que transporta milhões de passageiros, tinha adquirido mais sete embarcações em 2013 e justificou o pedido de aumento de tarifas com a subida dos custos de operação dos ferries, nomea-damente o aumento do preço dos combustíveis e dos salários dos trabalhadores”.

Para Pereira Coutinho, os lucros apurados em 2013 mostram que “não era necessário o aumento de tarifas aprovado pelo Governo para manter a saúde financeira da empresa”.

Nesse contexto, o deputado questiona se o Go-verno “obteve alguma informação ou fez algum estudo a respeito da necessidade desse aumento para garantir a solidez financeira do serviço de transporte marítimo da empresa”.

Na mesma interpelação, Pereira Coutinho pre-tende ainda saber se o Governo vai tomar alguma medida, “seja no sentido de reduzir a tarifa” ou de “impor uma melhoria nas condições de traba-lho dos trabalhadores afectos ao serviço de trans-porte marítimo”, incluindo aumentos remunera-tórios e a diminuição do tempo de trabalho, entre outros aspectos. Desse modo, segundo defende, “o aumento das tarifas, que constitui um sacrifí-cio para os utentes”, permitiria pelo menos “be-neficiar com justiça os trabalhadores em vez de enriquecer ainda mais os accionistas da empresa”.

O deputado exorta também o Governo “a dili-genciar no sentido de ser abolida a regra segundo a qual os bebés a partir de um ano de idade pa-gam bilhete de adulto”.

O GDI emitiu ontem um comu-nicado relativo à empreitada de execução de aterros da zona

A, dos novos aterros urbanos, que têm preocupado vários deputados devido a atrasos nas obras. “O GDI tem vin-do a implementar rigorosamente as supervisões e controlos face ao anda-mento do empreendimento, instando e exigindo à entidade adjudicatária para concretizar a execução dos diver-sos trabalhos do empreendimento, de acordo com o programa do progresso já aprovado, na premissa de cumprir o preço contratual em prol da garantia do prazo e da segurança de execução para concluir a obra na qualidade e quantidade”, refere a entidade em co-

municado.Face ao atraso verificado na execu-

ção da empreitada, o GDI instou para que sejam seguidas as disposições em conformidade com o programa do concurso e caderno de encargos, não só nos termos do contrato como tam-bém da própria lei, para que os traba-lhos sejam concluídos dentro do prazo previsto.

A entidade adjudicatária aumen-tou a mobilização dos recursos em termos dos equipamentos, materiais, entre outros, e planificou a implemen-tação do horário de operação durante 24 horas para recuperar o andamento, comprometendo a conclusão da em-preitada em conformidade com a data

de conclusão contratualmente previs-ta em 14 de Novembro de 2015.

Actualmente estão em realização simultânea seis parcelas principais dos trabalhos na execução do aterro, nomeadamente a dragagem dos di-ques e construção dos diques, aterros

para formação das zonas terrestres, construção do dique de separação, produção dos blocos especiais de be-tão dos diques e a execução da deslo-cação e instalação do emissário para águas tratadas da ETAR da Península de Macau.

Entidade adjudicatária aumentou a quantidade dos materiais na empreitada de execução do aterro da zona A dos novos aterros urbanos

Terça-feira, 10 de Junho de 201408 JTM | PUBLICIDADE

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 09

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felicita a

Comunidade Portuguesa

por ocasião

do Dia de Portugal,

de Camões e das

Comunidades Portuguesas

Alameda Dr. Carlos d’Assumpcao, nº 263 Edf. China Civil Plaza, 20 Andar, Macau

Tel: (853) 2875 7962 Fax: (853) 2875 7964 Website: www.aciml.org.mo

EVENTO COMEÇA NO DOMINGO

Gastronomia, literatura e cinema no Festival Latino americanoA MAPEAL realiza pela segunda vez no território o Festival Cultural Latino Americano, mas Gary Ngai, presidente da associação, lamentou ao JTM as dificuldades que a organização tem que enfrentar. O festival vai trazer a Macau representantes de cerca de 10 países e terá uma vertente literária, cinematográfica e gastronómica

Susana Diniz

Apesar de vários obstáculos, será já no próxi-mo domingo a cerimónia de inauguração do Festival Cultural Latino Americano, organi-

zado pela Associação de Macau para a Promoção e Intercâmbio entra a Ásia-Pacífico e a América Lati-na (MAPEAL na sigla inglesa).

Em declarações ao JTM, Gary Ngai, presidente da associação, salientou as dificuldades encontra-das ao longo dos anos e os obstáculos que impedi-ram uma realização mais frequente do festival. “Os países da América Latina estão em expansão. Não consigo compreender porque é que o Governo não apoia este intercâmbio”, frisou Gary Ngai.

O festival vai trazer ao território três ‘chefs’ re-conhecidos da gastronomia latino-americana. Juan Miguel Prada, do México, Maria Rosa Vasquez, do Perú e Sebastian José Guevara da Argentina já confirmaram a presença no território numa verten-te gastronómica do certame. “Queremos mostrar o que de melhor se come na América Latina”, expli-cou Ngai.

O evento pretende “dar a conhecer, na China, a cultura da América Latina”. “Há cada vez mais pes-soas interessadas nos países do outro lado do mun-do, mas o Governo tem tido uma atitude muito pas-siva”, criticou o presidente da MAPEAL, frisando a importância de se criar uma ponte entre os “dois mundos” com Macau no centro. “Em Macau ainda se fala português, do outro lado temos o Brasil e nos outros países, o espanhol é facilmente entendi-do por falantes da língua portuguesa”.

O programa do Festival Cultural Latino Ameri-

cano é também composto por uma parte de semi-nários e de concursos literários. “Vamos mostrar a literatura latino americana, que tanto sucesso faz um pouco por todo o mundo”, referiu o responsá-vel. O concurso literário está aberto aos estudantes e residentes de Macau que devem escolher textos de autores latinos e apresentar comentários sobre os mesmos.

O cinema também é parte integrante. O festival pretende dar a conhecer documentários sobre al-guns países “Cuba é um deles” e algumas longas e curtas metragens. “Penso que estando na Ásia, as pessoas só conhecem o Brasil, esquecendo-se que há todo um mundo para além disso”, relembrou Gary Ngai.

O presidente da MAPEAL garantiu, por outro lado, que a associação já conta com o apoio do Go-verno Central. “Pequim já aprovou o nosso projec-to, mas o pedido está na secretária de Chui Sai On há mais de um ano. Penso que este Chefe do Execu-tivo tem pouca visão, julga que o futuro de Macau passa apenas pelo jogo e não dá apoio a projectos deste género”, frisou.

Outro projecto da MAPEAL é criar um mestrado em Estudos Latinos, que abranja disciplinas de Po-lítica, Cultura, Língua, História e Direito. “Estamos a tentar organizar o processo com a Universidade de São José e até já entregámos um projecto no Ga-binete de Apoio ao Ensino Superior, mas ainda não obtivemos qualquer resposta do Governo”, disse Gary Ngai.

O Festival Cultural Latino Americano vai prolon-gar-se até Setembro e passará por diversos pontos do território. A iniciativa da MAPEAL contará com a presença de representantes de cerca de dez países da América Latina.

Terça-feira, 10 de Junho de 201410 JTM | LOCAL

Liane Ferreira

ESTAGIÁRIOS DO INOV-CONTACTO VIVEM NOVA EXPERIÊNCIA EM MACAU

10 de Junho fora de Portugal “exacerba” espírito de patriotismoTrês portugueses a viver pela primeira vez o 10 de Junho fora do seu país falam da experiência de estar em Macau e de como a data tem um peso diferente, marcado pelas saudades e reforço dos sentimentos patrióticos

Por ocasião do Dia de Portugal, de Ca-mões e das Comunidades Portugue-sas, o JTM foi falar com três portu-

gueses que passam pela primeira vez o 10 de Junho fora do país. Tal como os grandes Descobridores portugueses, não sabiam para que parte do mundo iriam quando se inscreveram no programa de estágios INOV-Contacto, porém, dizem-se muito satisfeitos com a experiência em Macau e até mais “patriotas”, agora que vivem no estrangeiro.

Chegados ao território em Janeiro, Cá-tia Duarte, Bernardo Dias e Tiago Assun-ção, de 27, 28 e 30 anos, respectivamente, são representantes do espírito de aventura português e do desejo de internacionaliza-ção.

“Apesar de não ser feriado cá, sente-se mais o patriotismo”, afirmou Cátia Duarte, consultora jurídica.

“É um feriado muito importante, ainda por cima é o Dia de Camões, exponente máximo da nossa cultura e representante dos Descobrimentos”, declarou, confes-sando sentir-se em parte como os Navega-dores portugueses, já que quando se can-didatou não sabia para onde iria. “É como os Descobrimentos. E Camões representa todo este espírito de aventura”, explicou.

“É o primeiro 10 de Junho que passo fora de Portugal e agora tem mais signifi-cado. Faz-nos pensar no nosso país (…), no estado em que está neste momento”, disse Cátia Duarte. Para a estagiária do INOV--Contacto, as “questões de patriotismo também podem ser influenciadas pelo que se vive actualmente em Portugal”.

Revelando que se não fosse o facto de estar em Macau com o apoio do Governo português não viria para este lado do Mun-do, Cátia Duarte adiantou que se sente mui-to grata pela oportunidade de experienciar uma “mudança radical”, comparativamen-te ao local onde estava, e por poder concre-tizar os seus “objectivos de internacionali-zação”.

A jovem consultora confessou que “vir para Macau foi óptimo, porque como a nos-sa cultura ainda é muito forte aqui, senti que iria ser mais fácil a adaptação, algo que se veio a confirmar”.

Este meio termo entre a cultura chinesa e portuguesa permite-lhe ainda apaziguar as saudades. “A calçada é portuguesa, no trabalho tenho portugueses e muitas vezes ainda parece que lá estou, mas obviamente a cultura chinesa está em peso”, disse.

Outro aspecto que ajuda a acalmar as saudades, que sente da família, dos ami-gos, da comida e do tempo, é o facto de ter sido muito bem recebida pela comunidade portuguesa no território. “Acho que é uma comunidade muito activa”, disse, admitin-do que esta representa bem o espírito por-tuguês e que a Casa de Portugal tem um papel importante na divulgação da cultura nacional.

Em Macau gosta sobretudo da “impro-babilidade”. “O mais engraçado aqui é o improvável, é o facto de ser uma cidade chi-nesa, mas andarmos na rua e encontrarmos um português. Gosto da improbabilidade de estar na China e de ter uma comunidade portuguesa tão vincada”, frisou.

Experiência muito positiva em MacauBernardo Dias, que trabalha numa em-

presa de exportação de vinhos, também vive pela primeira vez o 10 de Junho fora de Portugal, com saudades da família e dos amigos. “A saudade está sempre presente, mas acho que por estarmos fora tornamo--nos mais patriotas”.

Assegurando que a experiência em Ma-cau está a ser muito positiva e que acha que “a comunidade portuguesa representa bem o espírito” nacional, Bernardo Dias também admitiu que tinha uma ideia diferente rela-tivamente à presença da língua portuguesa no território. Antes de chegar, pensava que

se falava mais português do que acontece na realidade.

De Macau, gosta da diversidade cultu-ral, “da vida dos casinos e de ser um bocadi-nho de Portugal no outro lado do mundo”. No entanto, o estagiário nota que a comida de casa continua a ter “outro sabor”.

Mesmo assim, não é o sabor diferente da gastronomia que o impede de permanecer na RAEM, já que em princípio continuará a trabalhar no território, depois do final do estágio.

Admitindo que se empenhou por con-tinuar em Macau, o estagiário já começa a sentir as primeiras preocupações no que diz respeito à fixação de residência em Ma-cau, afirmando que tem a noção “de que é cada vez mais difícil obter o BIR”.

Tal como os dois colegas do programa INOV, Tiago Assunção também concorda que o facto de estarem fora de Portugal “exacerba” o sentimento de patriotismo.

“Com certeza que este 10 de Junho tem

um peso e significado diferentes do que se estivesse em Lisboa. Em Portugal seria mais um feriado, enquanto que aqui, faz- nos pensar no significado deste dia e na importância que tem para as comunidades portuguesas”, salientou.

Na perspectiva de Tiago Assunção, “ser patriota é gostar, promover e defender o nosso país e em regra geral, de cada vez que estamos fora e temos a oportunidade de falar de Portugal acabamos sempre por falar bem, apesar de internamente ou de entre nós falarmos mal ou acharmos que lá podia ser de outra maneira”. “Em contacto com outras civilizações, acabamos sempre por puxar ao máximo os aspectos positivos e não dar tanto relevo ao menos positivos”, adicionou.

“As saudades são um traço típico do português e eu não fujo à regra”, disse. No entanto, a “vida intensa” no território co-loca em segundo plano as saudades, que admitiu virem à superfície em momentos

Cátia Duarte não esquece a crise vivida em Portugal Bernardo Dias tem saudades da comida portuguesa

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LOCAL 11

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ESTAGIÁRIOS DO INOV-CONTACTO VIVEM NOVA EXPERIÊNCIA EM MACAU

10 de Junho fora de Portugal “exacerba” espírito de patriotismo

EXPOSIÇÃO INAUGURADA HOJE NA RESIDÊNCIA CONSULAR

Carlos Marreiros homenageia escritores e poetasAbre hoje ao público a exposição de pintura “Letras”, da autoria de Carlos Marreiros. Os trabalhos centram-se em figuras da literatura e procuram servir como uma espécie de homenagem do autor a escritores e poetas

Pedro André Santos

São ao todo 22 obras, algumas realizadas há mais de três décadas, muitas das quais expostas ao público pela primeira vez. A galeria de arte da residência do

cônsul português acolhe trabalhos de pintura de Carlos Marreiros que já foram vistos por Cavaco Silva, pois fo-ram parte integrante do programa oficial restrito da visita do Presidente da Repúbli-ca a Macau.

Sobre os trabalhos que compõe “Letras”, nome da mostra de tra-balhos, o autor referiu ao JTM que fazem “referên-cia a figuras e grandes pessoas das letras, da li-teratura e da poesia”. Ca-mões, Camilo Pessanha, “ambos muito ligados a Macau”, Fernão Mendes Pinto, Fernando Pessoa e Almada Negreiros são alguns dos autores que integram os trabalhos de Carlos Marreiros, e que poderão ser vistos na ex-posição na residência consular até 25 de Junho.

“É a homenagem que eu faço aos escritores e aos poe-tas porque gosto de poesia e de literatura, mas também porque cada vez são mais mal tratados. Os poetas não conseguem quase publicar poesia porque vende-se pou-co, ou não se vende, mas os escritores, só aqueles famosos é que ganham dinheiro. Hoje as pessoas quase não lêem, só vêem títulos e imagens. Os intelectuais e os escritores, principalmente, não lhes é pedida opinião”, lamenta Car-los Marreiros.

Segundo o autor, fala-se actualmente da importância da opinião de pessoas, apelidados de “peritos”, que “não se sabe bem do quê”. “Um poeta às vezes prevê o futuro com mais profundidade do que os ditas analistas políti-cos, e, por isso, merece a minha solidariedade e homena-gem”, acrescentou Marreiros, sublinhando a sua “dedica-

ção especial e atenção” aos homens das letras.A reunião destes trabalhos no mesmo espaço é tam-

bém algo inédito, referiu o arquitecto, que se mostrou muito agradado com o resultado final. “Nunca juntei estes quadros numa exposição já com alguma dimensão. Tenho feito os quadros ao longo de 30 anos só sobre poetas, e jun-tar todos estes quadros com a mesma temática, e até com muita coerência, num único espaço é algo que nunca tinha feito, e fiquei agradado”, acrescentou Carlos Marreiros.

Apesar de ser apenas hoje inaugurada ao público, a

mostra de trabalhos foi vista pelo Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, aquando da sua última visita ao território. Mesmo com uma agenda apertada, o Chefe de Estado português teve uma reacção “extremamente po-sitiva” e que espantou o autor da exposição. “Conheci-o nos anos 80, quando era Primeiro-Ministro e inaugurou o Arquivo Histórico de Macau, mas foi um conhecimento meramente formal. A imagem que se transmite dele é que é muito reservado e comedido, e aqui em Macau espantou as pessoas, sorrindo, e eu fiquei espantado também por-que não só fez elogios, com palavras muito gentis, como se interessou com perguntas”, acrescentou o artista.

Alguns dos trabalhos patentes na residência consular foram disponibilizados por coleccionadores privados, en-quanto que os restantes poderão vir a ser adquiridos pos-teriormente, adiantou Carlos Marreiros.

Exposição integrou programa oficial restrito da visita de Cavaco Silva a Macau

Pintura faz referência a autores literários e de poesiaTrabalhos estarão patentes na residência consular até ao fim do mês

Três portugueses a viver pela primeira vez o 10 de Junho fora do seu país falam da experiência de estar em Macau e de como a data tem um peso diferente, marcado pelas saudades e reforço dos sentimentos patrióticos

um peso e significado diferentes do que se estivesse em Lisboa. Em Portugal seria mais um feriado, enquanto que aqui, faz- nos pensar no significado deste dia e na importância que tem para as comunidades portuguesas”, salientou.

Na perspectiva de Tiago Assunção, “ser patriota é gostar, promover e defender o nosso país e em regra geral, de cada vez que estamos fora e temos a oportunidade de falar de Portugal acabamos sempre por falar bem, apesar de internamente ou de entre nós falarmos mal ou acharmos que lá podia ser de outra maneira”. “Em contacto com outras civilizações, acabamos sempre por puxar ao máximo os aspectos positivos e não dar tanto relevo ao menos positivos”, adicionou.

“As saudades são um traço típico do português e eu não fujo à regra”, disse. No entanto, a “vida intensa” no território co-loca em segundo plano as saudades, que admitiu virem à superfície em momentos

mais calmos. Jogador na equipa de futebol da Casa de

Portugal, Tiago Assunção asseverou que a “integração foi muito fácil e boa”, pelo que os contactos estabelecidos a nível profissio-nal e pessoal lhe permitiram conhecer “ou-tros portugueses “que partilham das ânsias e sentimentos em relação a estar fora do país”.

A estagiar como consultor jurídico num escritório de advogados, declarou que já “tem muitas e boas memórias” de Macau, onde descobriu a diversidade cultural que procurava e não encontrava em Portugal, porém, ainda está a pensar nas possibili-dades que existem de ficar pelo Oriente.

Também Cátia Duarte admite que o futuro profissional está por decidir, man-tendo o mesmo “espírito aberto” com que veio, não descartando a possibilidade de ficar no território. “Tendo um proposta boa, que compense, não tenho quaisquer problemas em ficar por Macau”, explicou.

Tiago Assunção não foge à regra do espírito saudosista

CurtasPRESIDENTE DILMA FALHA JOGO DE ABERTURAA presidente do Brasil, Dilma Rousse-ff, cancelou a presença na cerimónia de abertura do Campeonato do Mun-do, no dia 12 no Arena Corinthians, em São Paulo. A decisão prende-se com a crescente onda de protesto contra a realização da prova no país. O governo brasileiro será assim representado pelo Ministro do Desporto, Aldo Rebelo.

CAMARÕES ACORDAM VERBASE VIAJAM PARA O BRASILA selecção camaronesa decidiu final-mente viajar para o Brasil após os fute-bolistas terem acordado os prémios de participação no Mundial. Além de 76 mil euros de participação, os jogadores pretendiam receber uma percentagem da receita da Federação camaronesa no Brasil, algo que ficou fixado nos 6%.

IMMOBILE EM DESTAQUENA GOLEADA DA ITÁLIAA selecção italiana encerrou os jogos amigáveis de preparação com uma vitó-ria de 5-3 sobre a equipa do Fluminense. O avançado Immobile foi a grande figu-ra da partida, ao apontar um “hat-trick”, cabendo a Insigne apontar os outros dois tentos da “squadra azzurra”.

MERCADO NEGRO VALE OITO DETENÇÕESA polícia do Rio de Janeiro informou que foram detidas oito pessoas por ten-tar vender bilhetes para o Campeonato do Mundo pelo dobro do preço real. Os suspeitos, que trabalham para o con-sórcio que renovou o estádio do Mara-canã, são acusados de tentar vender, a preços especulativos, ingressos válidos para vários jogos da fase de grupos da competição.

FRANÇA “ESMAGA”SELECÇÃO JAMAICANAA França encerrou com chave de ouro a sua preparação para o Mundial com uma goleada frente à Jamaica, por 8-0, na despedida perante o seu público, no Estádio Pierre-Mauroy, em Lille. Yohan Cabaye, Blaise Matuidi, por duas vezes, Karim Benzema, também com um “bis”, Olivier Giroud e Antoine Griezmann, com outros dois golos, foram os marca-dores de serviço na selecção francesa.

TREINADOR ALEMÃO QUER TÍTULO MUNDIALJoachim Low, que já orientou a Alema-nha em dois Europeus e num Mundial, admitiu em entrevista à FIFA que quer vencer o Campeonato do Mundo. “Sei do que somos capa-zes, sei que temos hi-póteses. Tudo o que posso dizer é que queremos ser cam-peões mundiais!”, afirmou o técnico da Mannschaft, que defronta a selec-ção portuguesa no dia 16, em Sal-vador da Bahia.

12 JTM | LOCAL

Há muitos anos que a Bélgica não se apresentava num Cam-peonato do Mundo com uma

selecção tão prometedora. Nomes como os de Courtois, Kompany, Van Buyten, Verthongen, Fellaini, Witsel, Mirallas, Benteke ou Lukaku, entre outros, já entraram no léxico dos adeptos do fu-tebol e é com muita curiosidade que se aguarda a prestação dos Diables Rou-ges no Brasil, até pela forma descontraí-da como conseguiram a qualificação.

E depois, claro, há Eden Hazard, pouco mais de um metro e setenta de gente com um talento inacreditável. Aos 23 anos, o médio que também é ex-tremo conseguiu chegar ao topo, ambi-ção que lhe corria nas veias desde que muito cedo tornou a bola na sua grande amiga. “Não direi que fosse um obses-são mas era preciso que ele estivesse sempre a jogar”, revelou o pai Thierry.

E muito jovem rumou a França para desenvolver as suas aptidões naturais: técnica fora do comum, velocidade es-tonteante, capacidade de raciocínio.

Com a camisola do Lille estreou-se na Ligue 1, apesar de no primeiro ano apenas ter feito quatro jogos, rumando, no resto do tempo, à segunda equipa do clube para continuar a acumular minu-tos.

Quando marcou o primeiro golo sénior, aproveitando um ressalto num canto para rematar de fora da área – ou-tro dos seus inúmeros atributos – e ba-ter o guarda-redes do Auxerre, rapida-

mente se percebeu que o futuro do Lille estava ali.

E quem apostou nisso não se enga-nou: em 2010/11, o clube conquistou a dobradinha, muito por acção do jovem médio, autor de 12 golos nas duas com-petições. Ainda ficou mais um ano em França mas a saída era inevitável e foi o Chelsea que se chegou à frente.

Em Londres, e apesar de um punha-do de grandes exibições, ainda não con-seguiu a regularidade que se espera de um jogador de topo, isto apesar de ter sido, esta temporada, eleito o melhor jogador jovem da Premier League.

“Ronaldo e Messi são Ronaldo e Messi. Hazard é provavelmente o jo-vem jogador com mais hipóteses de chegar a esse nível mas dêem-lhe tem-po”, afirmou em Fevereiro, José Mouri-nho, com quem se desentendeu após a eliminação da Champions. O português acusou-o de não trabalhar a 100% para a equipa, repetindo, aliás, a acusação que o seleccionador George Leekens já lhe tinha feito em 2010.

Marcar golos antes de nascerSe há jogador que se pode orgulhar

de “praticar” futebol desde o útero ma-terno chama-se Eden Hazard. Se há muitos casos de jogadores com pais que também foram praticantes com algum destaque, o certo é que o internacional belga pode dizer o mesmo da mãe – professora de educação física.

Carine era também futebolista (ac-tuou mesmo na I Divisão belga de fu-tebol feminino, jogando a ponta-de--lança) e só deixou de praticar quando

já estava no terceiro mês de gestação de Eden. “Ia com o meu próprio pai aos jo-gos. Mais tarde também joguei e posso dizer que ele marcou os primeiros golos mesmo antes de nascer”, revelou orgu-lhosa.

O futebol é, para os Hazard, um ver-dadeiro assunto de família. O pai Thier-ry também foi futebolista, actuando na II Divisão ao serviço do La Louvière, onde era trinco, e os três irmãos mais novos seguem pelo mesmo caminho. Thorgan foi contratado pelo Chelsea em 2012 e esteve este ano emprestado ao Zulte Waregem e até já tem uma in-ternacionalização; Kylian é avançado e jogou no White Star Bruxelles; e Ethan, o mais novo, começou a dar os primei-ros passos no Tubize, tal como o mano mais velho.

Já a casa dos Hazard em Braine--le-Comte, a 50 km da fronteira com a França, não podia estar situada senão na Rua do Estádio, a cinco metros de um relvado onde todos os filhos come-çaram a dar os primeiros toques.

O sucesso de Hazard, que começou a jogar aos quatro anos, é assim perfei-tamente natural e há muito tempo que um belga não chegava tão longe. Com a transferência para Inglaterra, o médio recebe 11,5 milhões de euros anuais de salários, além de prémios a rondar os 300 mil euros. A vida ao lado de Na-tasha, com quem se casou em Abril de 2012, tem tudo para ser tranquila. E, quem sabe, daqui a uns anos ouviremos falar de Yannis ou de Leo, os dois reben-tos do casal.

JTM/DN

Nuno Coelho

É belga mas foi nos franceses do Lille que despontou. Lesto, o Chelsea contratou-o e ofereceu-lhe um ordenado anual de 11,5 milhões de euros. Criado numa família de futebolistas, Hazard é a esperança maior de uma selecção que pode cruzar-se com Portugal nos oitavos

Data de nascimento:07/01/1991 (23 anos)

Naturalidade: La Louvière

Altura: 1,73 m

Peso: 74 kg

Clube actual:Chelsea (Inglaterra)

Trajecto:Lille (2007/08 a 2011/2012); Chelsea desde 2012/2013

Títulos:Liga Europa (2012/13); Liga Francesa (2010/11); Taça de França (201/11)

Estreou-se na selecção belga em 19/11/2008 contra o Luxemburgo (1-1)

EDENHAZARD

Terça-feira, 10 de Junho de 2014

Talento à espera de trabalho e tempo

A selecção portuguesa encerra hoje o estágio de preparação para o Mundial2014, monopolizado pela incerteza sobre a recuperação de Cristiano Ronaldo, ao defrontar a República da Irlanda, num jogo particular marcado para New Jersey

SELECÇÃO PORTUGUESA DEFRONTA HOJE A IRLANDA

Ronaldo em campo no último teste

O avançado, melhor marcador da história da equipa lusa, com 49 golos, passou ao lado

dos relvados durante a preparação realizada em Portugal, devido a dores musculares na coxa esquerda e uma tendinose rotuliana, começando por treinar de forma condicionada nos Es-tados Unidos antes de passar ao tra-balho sem limitações aparentes.

Ronaldo deverá fazer, frente à Irlan-da, os seus primeiros minutos na pre-paração para o Mundial, mas se Paulo Bento não quiser arriscar, a selecção nacional pode partir para o Brasil, o que acontecerá imediatamente após o encontro do estádio MetLife, em New Jersey, sem que o melhor futebolista do Mundo em 2013 tenha jogado nos três desafios de ensaio para a fase final do Campeonato do Mundo.

A equipa das “quinas” procura man-ter-se na senda das vitórias, depois do “nulo” frente à Grécia, em Portugal, e do triunfo por 1-0 sobre o México, já nos Es-tados Unidos.

Se no confronto com os gregos Paulo Bento apresentou um “onze” sem seis jogadores que foram titulares durante a fase europeia de apuramento e um siste-ma táctico pouco habitual (4-4-2), na par-tida com os mexicanos, o seleccionador

nacional regressou ao 4-3-3, já com Fábio Coentrão e Moutinho, embora testando o lateral como médio interior esquerdo. Eduardo voltou a receber a preferência na baliza em detrimento de Rui Patrício.

Ausentes estiveram Cristiano Ronal-do e o médio Raul Meireles, que entretan-to já trabalham com o grupo, mantendo--se a incerteza quando à sua utilização neste jogo, enquanto Pepe continua a treinar à parte e o guardião Beto não tem saído do ginásio.

O jogo com a República da Irlanda pode ajudar a perceber a relação de for-ças entre a selecção portuguesa e a ger-mânica, que venceu de forma incontes-tada o grupo C de qualificação, no qual os irlandeses foram quartos classificados, tendo perdido por 6-1 em Dublin e por 3-0 em Colónia.

Portugal vai defrontar pela 13ª vez a República da Irlanda e, apesar de ter um saldo positivo de seis triunfos, con-tra quatro derrotas e dois empates, não ganhou nenhum dos últimos três jogos, entre os quais os dois da fase de apura-mento para o Mundial2002, ainda que isso não tenha impedido a qualificação para a fase final.

O encontro entre Portugal e República da Irlanda, o último teste da equipa nacio-nal antes do arranque do Mundial2014,

tem início marcado para as 19:00 horas (7h em Macau), no estádio MetLife, em New Jersey, cidade onde a comitiva lusa ficou instalada durante o estágio nos Es-tados Unidos.

A selecção portuguesa viaja logo após

o jogo para o Brasil, estando a chagada prevista para as 10:00 horas (21:00 em Macau) de amanhã, em Campinas, no estado de São Paulo, local escolhido para funcionar como “quartel-general” duran-te o torneio.

CR7 poderá estrear-se nos jogos de preparação frente aos irlandeses

A Ferry Street, conhecida pelas inúmeras lojas de Portugal, recebeu cerca de duas centenas de milhares de pessoas, com o vermelho da

bandeira a ser a cor dominante e a camisola da selec-ção portuguesa de futebol a indumentária mais usa-da, numa festa a que não quiseram faltar pessoas de muitas outras nacionalidades.

A presença da selecção a estagiar ali bem perto, a cerca de 30 quilómetros, trouxe uma alegria especial a muitos destes portugueses, embora no domingo a de-silusão e alguma mágoa marcasse também as pessoas, devido à ausência na festa dos dirigentes desportivos da selecção.

A voz do descontentamento é a de Fernando Gri-lo, presidente da União dos Clubes Luso-Americanos de New Jersey e organizador da parada, que, embora garanta total apoio à selecção, até porque houve “cen-tenas de pessoas que se deslocaram 1.000 quilómetros para ir e vir de Boston para estarem” com a equipa, lamenta a distância dos dirigentes.

“Infelizmente, a colaboração dos dirigentes tem deixado muito a desejar. Eles estarem aqui a 20 qui-lómetros ou a 2.000 é exatamente a mesma coisa. Não houve a mínima preocupação da parte deles, a mínima aproximação. Leva-me a pensar que os dirigentes vêm fazer turismo. Quando nós temos individualidades como o Humberto Coelho e o João Pinto, que estão com a selecção, e nós temos 19 as-sociações aqui e não há o mínimo de intercâmbio?”, questionou.

Fernando Grilo considerou que os dirigentes “teriam a obrigação de fazer uma certa convivência, porque estão numa área que tem 150 mil portugue-

COMITIVA DA SELECÇÃO NÃO MARCOU PRESENÇA EM NEWARK

Festa “agridoce” do Dia de PortugalCentenas de milhares de pessoas assistiram no domingo à tradicional parada do Dia de Portugal, em Newark, que juntou polícias, ranchos folclóricos e escolas

ses e não se aproximam deles, não fazem o mínimo esforço”.

“Os jogadores não têm nada a ver com esta situa-ção. Eles têm um trabalho a fazer e nós apoiamo-los totalmente e vão poder ver isso na terça-feira [jogo particular com a Irlanda, em New Jersey]”, garantiu Fernando Grilo.

Voltando à parada, o presidente da União dos Clu-bes Luso-Americanos de New Jersey recordou um pouco da história do evento e agradeceu a São Pedro pelo bom tempo que se fez sentir, até porque “normal-mente chove durante este fim-de-semana”.

“Isto começou há 35 anos. E começou unicamente com as pessoas a virem para a rua, a venderem os

seus produtos no passeio e expressarem o amor a Portugal. Depois desen-volveu-se para aquilo que é hoje”, relembrou.

Os hinos dos Estados Unidos e de Portugal, gritos de vivas aos dois países abriram a cerimó-nia, na qual estiveram o cônsul-geral de Portu-gal em New Jersey, Pe-dro Soares de Oliveira, o actual “mayor” de Ne-wark Luís Quintana e o seu sucessor Ras Baraka e o xerife do condado de Essex, Armando Fon-toura, cujas forças abri-

ram a parada.Depois das motos, carros, camiões, blindados e

outras viaturas da polícia terem percorrido a Ferry Street, seguiram-se os mais de 80 grupos que par-ticiparam na parada, em que, de acordo com a or-ganização, desfilou cerca de um milhar de pessoas.

Os mais de 30 graus que se faziam sentir às 14:00, quando começou a parada, não afastaram da rua as pessoas, que aplaudiram as passagens de bombos, ranchos folclóricos, associações de polícias e milita-res, casas de várias regiões do país, associações locais, escolas, com as tradicionais “majoretes” e “cheerlea-ders” americanas.

JTM/Lusa

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | DESPORTO 13

Terça-feira, 10 de Junho de 201414 JTM | ROTEIRO

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51 NGC12:30 Born To Ride 13:25 Live Like An Animal 14:20 Science of Stupid 15:15 D-Day Sacrifice 16:10 King Fishers 17:05 My Sri Lanka With Peter Kuruvita 18:00 Evolutions 19:00 Born To Ride 20:00 World’s Creepiest Killers 21:00 Wild Case Files 22:00 Taboo USA 23:00 Taboo 00:00 Drugs Inc

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A programação é da responsabilidade das estações emissoras

21:20

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CINETEATROS1 Maleficient (3D)19:15

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TORRE DE MACAUMalefiecient (3D)14:30 • 16:30 • 19:30• 21.30

GALAXYTHEATER VÁRIOSThe Amazing Spider - Man 2 (3D) - 14:10 • 16:10

THEATER 6Godzilla (3D) - 14:20

THEATER VÁRIOSOverheard 3 - 14:30 • 15:40 • 18:1018:50 • 20:40 • 21:20 • 22:50

THEATER VÁRIOSX-Men: Days of Future Past (3D) - 15:40 • 16:30 • 16:4018:10 • 18:50 • 20:40 • 21:20 • 22:50

THEATER VÁRIOSMaleficient (3D) -14:20 • 14:40 • 17:00 • 19:00 • 20:5521:15 • 23:00 • 23:50

THEATER VÁRIOSEdge of Tomorrow - 15:25 • 16:40 • 18:10 • 19:10 • 20:35 • 23:10

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | ACTUAL 15

FOTO

ARQ

UIVO

O atestado de maturidade de um povo reside na capacidade de se examinar com objectividade e rigor, quer olhan-

do o passado, quer analisando o presente e projectando o futuro.

É um exercício difícil para qualquer comu-nidade, este da auto-análise.

E é difícil porque, durante séculos, as co-munidades nacionais foram-se consolidando, na gestação de lendas e heróis justificadores, cuja presença é de todas as culturas e de todas as civilizações. É universal.

Lendas e heróis necessários, é todavia da hiperbolização da narrativa que resultam fre-quentemente as desfocagens. E a inerente di-ficuldade de nos reconhecermos, perante o es-pelho ou espelhos da realidade.

******Importa dizer liminarmente que a reflexão

sobre o que um povo é - não se consubstancia, e muito menos se esgota, no discurso político, ou no debate político.

Às vezes, muitas vezes, enganamo-nos de registo. E de interlocutores. Dispensemos os políticos de mais essa responsabilidade!

O discurso e o debate políticos incidem so-bre o presente, numa natural perspectiva de futuro, mormente do futuro imediato.

A classe política não é destinatária, mas co--participante, nessa outra reflexão mais geral, como cidadãos que somos todos.

Reflexão que tem como parâmetros a His-tória, a Geografia, a Língua, a Cultura, a Eco-nomia etc.

O exercício mais geral a que me venho re-ferindo é a soma total do que fomos, do que somos e do que queremos e podemos ser.

É um exercício destituído de forçada una-nimidade. E mesmo um teste à nossa coesão, onde eventualmente sobressaem fracturas.

Mas o que a experiência democrática nos deu foi esse “viver em paz com as diferenças”, com as contradições, inaugurando há décadas uma era onde não é crime divergir ou discor-dar. Porque ninguém tem, felizmente, o mono-pólio da verdade.

******Uma das obras mais interessantes que li, há

mais de duas décadas creio - e que preciso aliás de voltar a ler - é a reflexão do Prof. Eduardo Lourenço sobre a maneira de ser português e que tem por título O Labirinto da Saudade.

É um retrato sem complacência do que so-mos, pintado por um intelectual que adquiriu uma vantagem muito precisa sobre outros es-critores portugueses que tentaram igualmente a nossa auto-biografia como povo: ganhou dis-tância.

E, com ela, parâmetros de objectividade que dificilmente se conseguem, se estamos de-masiado impregnados desse caldo de cultura lusitano - tão acolhedor, mas por vezes tão té-pido - com que nos auto-justificamos - mais do que nos explicamos.

É sabido que, por temperamento colectivo, oscilamos entre extremos de confiança e supe-rioridade - e o seu oposto.

Que muitas vezes somos, para nos próprios, os melhores do mundo, embora nos persiga aquela ideia doentia da “cauda da Europa”, em muitos índices que nos não prestigiam.

Somos assim, ao mesmo tempo, navegado-res e velhos do Restelo, emigrantes ousados nos confins da terra ou gente tímida que nunca se aventurou, para além do seu canto.

Somos como todos os povos. É essa a nossa vantagem, a nossa força.*Ex-embaixador de Portugal nas Coreias, ASEAN

e Indonésia. Docente da Universidade de S. José.

Portugal: auto-retrato

OBSERVATÓRIOCarlos Frota*

CHINA

Pequim alerta para “armadilha”na democracia ocidental Alguns países da Ásia Ocidental e norte de África “caíram na mania da democracia-estilo ocidental”, facto que causou “intermináveis lutas internas” e não trouxe “felicidade ou estabilidade”, considera o jornal do órgão central do Partido Comunista Chinês

O mais influente jornal chinês proclamou ontem que a “democracia-estilo ocidental é uma arma-dilha”, afirmando que a defesa daquela forma de

governo “se tornou numa grande bengala para alguns países exercerem hegemonia e um novo intervencionis-mo”.

“Copiar a democracia estilo ocidental conduzirá provavelmente ao desastre” e “a política de rua conduz habitualmente à desordem interna e até à guerra civil”, refere um comentário difundido pelo Diário do Povo, jornal do órgão central do Partido Comunista Chinês.

O texto de opinião, difundido menos de uma sema-na após o 25º aniversário da sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, reconhece que “a democracia é boa”, mas sustenta que “deve ser alcançada de diferentes formas em diferentes países”.

“Para os Estados Unidos da América e outros países ocidentais, tudo o que esteja de acordo com os seus inte-resses e aceite a sua manipulação é democracia, enquan-to os que não se enquadram na norma não são”, diz o Diário do Povo.

Segundo o jornal, “alguns países na Ásia Ocidental e norte de África caíram na mania da democracia-estilo ocidental, o que provocou irreparáveis divisões e inter-mináveis lutas internas, e não felicidade ou estabilida-de”.

O texto exorta a população chinesa a “estar muito alerta contra a armadilha da democracia-estilo ociden-tal” e “manter-se firme na via de desenvolvimento polí-tico com características chinesas”.

No plano económico, o PCC já defende a abertura da

China ao capital privado e aos “avançados métodos de gestão ocidentais”, mas não abdica do “seu papel diri-gente”.

O movimento pró-democracia da Praça Tiananmen, iniciado por estudantes e esmagado pelo exército no dia 4 de junho de 1989, é visto pelas autoridades como “uma rebelião contrarrevolucionária”. Centenas de morreram pessoas e milhares de outras foram presas ou exilaram--se, mas 25 anos depois, o PCC considera que o sucesso económico alcançado entretanto pela China justificam as “firmes medidas” então tomadas.

JTM com Lusa

JAPÃO

Abe quer retomar caça às baleiasO Governo do Japão prometeu esforços redobrados para recomeçar a caça às baleias

O Primeiro-Ministro japonês disse ontem ao Parlamento que irá aumentar os esforços

para recomeçar a caça de baleias, apesar de um tribunal das Nações Unidas proibir a morte de cetáceos na Antártida. Os comentários do governante colocam-no em rota de colisão com as associações contra a morte e comercialização de baleias, que esperavam que a decisão judi-cial terminasse de vez com esta prá-tica nipónica.

“Quero recomeçar a comerciali-zação de baleias, conduzindo pes-quisa para obter dados científicos indispensáveis à gestão dos recur-sos das baleias”, disse Shinzo Abe numa comissão parlamentar. “Para isso, vou aumentar os esforços para obter a compreensão da comunida-de internacional”, acrescentou.

Abe argumentou que, ao contrá-rio da percepção dos estrangeiros, segundo a qual as comunidades organizadas em torno desta prática matam os animais sem misericór-dia, as cidades piscatórias apreciam a carne de baleia e mostram respeito para com estes mamíferos, organi-

zando serviços religiosos no final de cada temporada de caça.

De acordo com o responsável, citado pela AFP, “é lamentável que esta parte da cultura japonesa não seja compreendida”.

O ministro da Agricultura e Pescas japonês afirmou no final de Abril estar disposto a manter a caça de baleias no Pacífico Norte, apesar da recente decisão do Tribunal In-ternacional de Justiça (TIJ) de orde-nar o cancelamento do programa de captura na Antártida.

De acordo com a agência japo-nesa Kyodo, Yoshimasa Hayashi

disse que o ministério vai defender o programa para “manter a cultu-ra de consumo de baleia e garantir o fornecimento de carne de baleia”, sempre que seja sustentável para po-pulações dos cetáceos.

O governo japonês declarou que vai aceitar a decisão do TIJ, de 31 de Março, a determinar o cancelamen-to do programa de pesca com fins científicos no oceano Antártico por considerar que o objectivo deste pro-grama não se ajusta às exigências da legislação internacional. Apesar da sentença só afectar as campanhas na Antártida, a decisão podia ameaçar o programa de caca de baleias, tam-bém para fins científicos, no Pacífico Norte.

Hayashi admitiu que o governo nipónico ainda não tomou uma deci-são sobre se a frota do Pacífico Norte vai zarpar no final deste mês, como é hábito, para dar início à campanha anual. Além deste segundo programa de pesca científica, o Japão continua a capturar, para fins comerciais, espécies mais pequenas de cetáceos, incluindo golfinhos, junto às suas costas.

JTM com Lusa

Terça-feira, 10 de Junho de 201416 JTM | OPINIÃO

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JOSÉ NOVO FRANCISCO

A família de JOSÉ NOVO FRANCISCO

vem a público agradecer a amigos e demais familiares,

a presença no velório e funeral do seu ente querido,

bem como as consolações e manifestações de solidariedade.

E vem informar que a missa de 30º dia irá ter lugar

no dia 13 de Junho (sexta-feira), pelas 18H00, na Igreja da Sé.

A família enlutada agradece antecipadamente a presença nas cerimónias

1ª Vez

Proc. Liquidação do Activo nº CV1-05-0001-CFI-C 1° Juízo Cível

Requerente: Bank of China Limited, rcom sede em Pequim e sucursal na Av. Dr. Mário Soares, nº 323, Macau.Falida: Agência Comercial Peking Macau, Limitada, com sede em Macau, na Avenida da Praia Grande, nº 366-377, Edifício Keng Ou, 23º e 24º andares.

FAZ-SE SABER, que no dia 01 de Julho de 2014, pelas 10:30, na sala de diligência nº 2 deste Tribunal e no processo acima indicado, se procederá à venda por meio de propostas em carta fechada, dos seguintes bens apreendidos:

MÓVEISVerba nº 1

Quota que a falida detém na sociedade denominada Indústria Alimentares Keng Fat, Limitada, em chinês romanizado Keng Fat Iao Han Cong Si e, em inglês Keng Fat Company, Limited, registada na C.R.C.B.M. sob o nº 3425 (SO) - por MOP$35.000,00. Valor base de venda: MOP$35.000,00 (trinta e cinco mil patacas) - correspondente a 70% do seu valor nominal.

Verba nº 2Quota que a falida detém na sociedade denominada Jing Qing - Fomento Predial, Comercial e Industrial, Importação e Exportação, Limitada, em chinês romanizado Jing Qing Fa Zhan You Xian Gong Si e, em inglês Jing Qing Company, Limited, registada na C.R.C.B.M. sob o nº 12680 (SO) - por MOP$30.000,00, correspondente a 30% do seu valor nominal. Valor base de venda: MOP$30.000,00 (trinta mil patacas).

São convidados todos os interessado na compra dos bens supra descritos a entregar na Secretaria deste Tribunal, as suas propostas, até ao dia 01 de Julho de 2014, pelas 10:30, e o preço das propostas devem ser superior ao valor acima indicado devendo o envelope da proposta, conter, a indicação de “PROPOSTA EM CARTA FECHA-DA” bem como o “NÚMERO DO PROCESSO - LIQUIDAÇÃO DO ACTIVO Nº CV1-05-0001-CFI-C”.

No dia da abertura das propostas, podendo os proponentes assistir ao acto.É o Administrador de Falência, Sr. Choi Wing Ming, com domicílio profissional

em Macau, na Avenida Dr. Mário Soares, nº 323, Edifício do Banco da China, que está obrigado, durante o prazo dos editais e anúncio, a prestar informações necessárias a quem pretenda fazer proposta, podendo fixar as horas em que, durante o dia, facultará a inspecção.

Aos 26 de Maio de 2014.

O Magistrado do Ministério PúblicoAntónio Vidigal

O Escrivão Judicial Adjunto,Ho Lap Chi

“JTM” - 10 de Junho de 2014

TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE JUÍZO CÍVEL

ANÚNCIO

Ferré, mas também Boris Vian (a cuja música cheguei depois de o saber es-critor), Gainsburg, entre outros.

A norte-americana Time fazia, en-tretanto, capa com Aznavour, classi-ficando-o como o melhor cantor do século XX. Consequência do enorme sucesso de “She”, cantado em inglês e top de vendas, no anos 70? Indiferen-te à nova coroa que lhe estendiam lá continuava ele, em alemão ou italia-no, mas também em inglês - embora sem nunca perder aquele acento fran-cês um tudo nada semelhante ao do inspector Clouseau, que o britânico Peter Sellers tão genialmente paro-diou -, a somar êxitos e a superar o seu grande ídolo e fonte inspiradora, Charles Trenet.

Foi preciso eu passar dos 40 para, finalmente, me render e entender em toda a sua plenitude aquela que para mim é a sua canção-símbolo: “La Bo-hème”. Bem sei que ele avisa logo aos primeiros acordes, que vai falar de um tempo, isto é, de uma forma de viver e sentir que os mais jovens não podem perceber (“Je parle d´un temps/ que les moyens de vingt ans/ ne peuvent pas connaitre”). E depois é Montmartre e uma certa Paris que, na realidade, foi preciso ter tido a oportunidade de conhecer e viver para a entender.

Regularmente, com quem mata saudades de uma velha amizade, vi-sito essa música e deixo-me ir com ela até Montmartre e aos 20 anos que ela evoca na vida de um pintor. Re-vejo nela a mesma melancolia que en-

Charles Aznavour fez 90 anos o mês passado e está a meio de uma tournée que já o levou a

Varsóvia e Barcelona, antes de can-tar em Roma e seguir para os Estados Unidos. A canção francesa, hoje, ven-cida e ostracizada pela cultura MTV - seja lá esta o que for - é uma espécie de segredo das gerações com mais de 40 anos, que cresceram a ouvir can-ções ainda dentro de grandes teatros, onde a voz, a capacidade interpre-tativa e o/a cantor(a) eram o centro de um espetáculo sem truques nem efeitos especiais. Aos 90 anos, Azna-vour já não é o homem que sozinho dominava o palco nas décadas de 50 e 60, como Leonard Cohen e outros. Percebe-se. A fragilidade vocal tem de ser compensada com bons coros e melhores orquestrações - embora este sempre tivesse sido, como em Sinatra, um elemento presente ao longo de toda a carreira do artista.

Pertenço à geração que começou por ser francófona. A minoria dos que no meu tempo de adolescente conseguia estudar e fazer o liceu, ti-nha cinco anos de Francês e apenas três de Inglês. Por isso muitos de nós aprendemos Inglês com os Beatles ou os Stones, alguns com Dylan, Cat Ste-vens ou até Sinatra. Mas o Francês é que era...

Para mim, no entanto, a canção francesa - passada a infância a ouvir Adamo, France Gall, Sylvie Vartan ou Michel Polnareff - era e foi Brassens, Regianni, Joe Dassin e, claro Piaff e Bécaud, o famoso “monsieur 100 mil volts”. Pelo meio ia ouvindo um tal Aznavour, já estrela feita e com os pri-meiros milhões de discos vendidos. Mas o final da adolescência e toda a turbulência social e política da época leva-me para Brell (ainda hoje uma referencia incontornável) e para Léo

A memória da Boémia

CHOVER NO MOLHADOJoão Figueira*

contro no triste poema de Manuel da Fonseca, “Domingo”, que também nos fala de um pintor que “deslumbrado se matou”.

Nunca se poderá dizer que chega-mos tarde a um poema ou a música. Às vezes eles estão lá, anos à nossa espera. Para que entremos neles e os entendamos em toda a sua plenitude na altura certa. Ou que os comple-temos com a nossa versão interior a que alguns chamam memória. Ainda bem que só cheguei à “Bohème” de Aznavour como quem chega depois de uma ressaca. Ou seja, com arcaboi-ço para a perceber e sentir. Porque se nunca vivi os 20 anos de Montmarte, estou certo que só é possível entender toda aquela nostalgia de uma vida que já só existe enquanto memória, no momento em que também tivermos a nossa em função da vida que vivemos. E quanto mais intensa ela tiver sido,

melhor será a reinvenção dessa Boé-mia distante.

Aznavour, que canta a nostalgia e a Boémia não vive do passado. O seu projecto, depois da tournée que está a realizar, é continuar as caminhadas matinais na sua quinta para onde se mudou há uns 20 anos, na Provença. E, como ele próprio já afirmou, ir pre-parando a sua retirada quando com-pletar 100 anos e nessa altura festejar o aniversário que o mês passado não assinalou.

Daqui a 10 anos, se tudo se passar assim, voltaremos a escutar “La Bohè-me” e, porventura pela primeira vez, perceberemos a essência das palavras de Léo Ferré quando nos dizia na sua maneira de falar a cantar: “Avec le temps tout s´en va”.

* Professor de Jornalismo na Universida-de de Coimbra e ex-residente em Macau.

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | OPINIÃO 17

Dito(...) “O maior contributo de Chui Sai On nestes cinco anos foi ter apresentado uma proposta de lei que expôs de for-ma cristalina as assimetrias de Macau. Nunca foi tão óbvio para a chamada geração pós anos 1980 que não tem salários mais altos, nem uma casa pró-pria, nem segurança social por causa do sistema político” (...)

• • • HÁ 20 ANOSIn “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau”

10/06/1994

SECRETÁRIO DE ESTADO VEIO AO 10 DE JUNHOAs comemorações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comuni-dades, “devem ter um sentido de futu-ro, além da dimensão histórica”, disse o secretário de Estado Paulo Teixeira Pinto à chegada a Macau. “Além do carácter histórico, assinalar o dia de 10 de Junho tem também de ser comemo-rar a portugalidade” numa perspectiva actual, disse o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Paulo Teixeira Pinto, que representa o Primeiro-Ministro e o Presidente da República nas comemorações oficiais do 10 de Junho no Território, manifes-tou-se “honrado e responsabilizado”, pelo significado de representar Portu-gal no Dia de Camões em Macau.

COMEMORAÇÕES DO 10 DE JUNHO: A CHUVA NÃO ESTRAGOU A FESTAApesar da chuva que caiu quase inin-terruptamente desde sexta-feira até domingo, tanto o Dia 10 de Junho como a romagem à Gruta de Camões e todas as restantes celebrações que se lhe seguiram, incluindo as provas desportivas, não deixaram de contar com muita gente que, com a ajuda de guarda-chuvas e gabardines de plásti-co, enfrentaram o mau tempo. No seu discurso o governador Rocha Vieira afirmou, em primeiro lugar, que “ao longo da sua história os portugueses têm sabido assimilar as mudanças es-truturais, sem perder a sua identidade, sem atraiçoar o seu passado”, e “sem perder a vitalidade da sua cultura”. E na sequência destas afirmações, disse ainda: “esse são os exemplos que ce-lebramos hoje e que são a base sólida em que devemos sustentar as nossas reflexões para o futuro”. Mais adiante, o Governador sublinhou: “Um regime de transição como aquele que vivemos em Macau é, pela sua própria nature-za, um factor de incerteza”, acrescen-tando, no entanto, que “a incerteza que existe em Macau não é do mesmo tipo da que encontramos nas relações internacionais e nos processos de mu-dança em casa sociedade”. E acentuou, “se soubermos concretizar de modo adequado a nossa incerteza natural, se soubermos concretizar de modo ade-quado o nosso processo de transição, estaremos a criar uma oportunidade de grande valor para que Macau, e to-dos os que escolherem continuar a vi-ver aqui, se integrem de modo positivo na estratégia de desenvolvimento que está a ser concretizada nesta parte do mundo”.

Sónia Nunes, in “Ponto Final”

Se nem Passos Coelho vai ao Brasil nem a gente al-moça umas eleições antecipadas, então que entre já a bola.

Jogo de abertura do Mundial 2014, Brasil-Croácia, na próxima quinta-feira. Reparem no camisola 22 da Croá-cia, talvez nem alinhe, deve estar no banquinho dos su-plentes. No momento do hino, ele leva a mão ao coração e canta os imorredouros versos “Lijepa nasa domovi-no...”, e assim por diante.

A seguir, vem o hino da casa e as bancadas do Estádio Arena, em São Paulo, lançam o emocionante: “Ouviram do Ipiranga/ Às margens plácidas...”

Reparem outra vez no 22: ele também canta esse hino! A mãe pediu.

A mãe dele, Dona Joelma, pediu a Eduardo Alves da Silva, nascido carioca e avançado croata, para não esque-cer o que se passou antes do grito do Ipiranga pessoal que ele deu aos 15 anos e foi jogar para o Dínamo de Zagreb.

O Mundial é como o mundo, uma deslocalização constante.

Querem outra história deste mundo novo? A seleção argelina: levou 23 jogadores, como todas as outras. Com este porém: a imensa maioria, 15, nasceu em França. Mas como o mundo futebolístico é um laboratório de vasos comunicantes, os magrebinos que a França perdeu recu-perou-os com oito negros africanos, são oito, de primeira geração já nascida em solo francês.

E das 32 equipas na fase final do Mundial, só cinco (Brasil, Colômbia, Coreia do Sul, Honduras e Rússia) ain-da não alinham com naturalizados...

A bola, se repararem bem, ilustra a forma da Terra.JTM/DN

UM PONTO É TUDOFerreira Fernandes

1. Em meados de Setembro do ano passado, o jovem activista do Novo Macau, Jason Chao,

sofria uma grande derrota política e dava sinais de que se tratava de um cometa, em vias de desaparecimen-to.

A excessiva ambição do Novo Macau, ao concorrer com várias lis-tas próprias, não deu resultados na contenda eleitoral e Jason foi a prin-cipal vítima.

Ele próprio disse que iria analisar muito bem o que se passou e tirar ilações para o futuro...

Mas, graças à falta de habilidade e estratégia dos governantes, ei-lo de volta! Jason, Jason Chao!

Foi Jason e o colega Sulu Sou que organizaram as grandes manifesta-ções que abalaram o Chefe do Exe-cutivo e o governo. O diploma do regime de garantias acabou por ser a gota de água da insatisfação geral que se alastra em Macau devido à ausência de medidas efectivas que preservem a qualidade de vida dos cidadãos.

Dois jovens, dois miúdos, contri-buíram para o recuo das autoridades que, durante anos a fio, descuraram a bolha do imobiliário e o aumento brutal do custo de vida.

Agora, surgem deputados, do arco da governação, muito preocu-pados com a situação quando, até re-centemente, faziam o mesmo discur-so de sempre - a culpa é do mercado e o mercado é sagrado.

A questão é que esses deputa-dos não têm credibilidade e distan-ciamento suficiente da questão do imobiliário para analisarem a fundo o problema e encontrarem soluções que não prejudiquem, ainda mais, a

O regresso de Jason, Jason Chao

população. É que eles são todos pro-prietários, não são parte da solução, são parte do problema!

Sendo absolutamente legítimo que proprietários procurem o lucro para as suas actividades, a rédea sol-ta que o governo, generosamente, lhes deu, tornou a situação insus-tentável e irrespirável.

Foi essa janela de oportunidade que contribuiu para a nova reencar-nação de Jason Chao. E ele promete mais manifestações...

2 . O Papa Francisco levou a cabo uma iniciativa inédita e merece-dora dos mais elogios. Reuniu,

para orações pela paz, os presiden-tes de Israel e da Autoridade Pales-tiniana.

Tanto Shimon Peres como Mah-moud Abbas são das personalidades mais moderadas e abertas dos po-vos que lideram. O cerne da questão israelo-palestiniana é, no entanto, a falta de qualidade dos seus prin-cipais actores, incapazes de terem a coragem de que fala o Papa para fa-zer a paz.

Peres não é primeiro-ministro, Abbas vive entre o colete de forças da Fattah e do Hamas...A eterniza-ção do conflito é uma consequência da intransigência de Israel e do esta-do militarista israelita e do radicalis-mo de forças como o Hamas.

Israel não está interessado em

conviver, paredes meias, com um es-tado palestiniano, uma óptima des-culpa para não procurar a paz...

O Hamas não reconhece o estado de Israel, uma óptima desculpa para manter a violência contra alvos israe-litas...

Depois, os Estados Unidos há muito se demitiram da missão de in-termediar o diferendo. Os presiden-tes norte-americanos, incluindo Ba-rack Obama, são reféns dos grupos de pressão judaicos, muito podero-sos nos Estados Unidos.

Já não há gente com a bravura de Ytzahk Rabin, o dirigente israelita que procurou a paz. Por isso, seria assassinado...

O gesto do Papa é magnífico, mas o Sumo Pontífice não tem interlo-cutor em Israel e na Palestina. Ali, armas, mísseis e sangue falam mais alto.

3. O maior espectáculo do mundo vai começar dentro de dias no Brasil. Quase diria que o mundo

vai parar para assistir ao Mundial.As possibilidades de Portugal,

para chegar ao título, parecem-me diminutas. Não chega ter o melhor jogador da actualidade, Cristiano Ronaldo, o resto do plantel é fraco e não permite muitas soluções.

Para mim, o favorito é o Brasil- joga em casa, possui uma excelente selecção e o treinador indicado para este tipo de competição, Scolari, pois claro.

É só lembrarmo-nos como o Bra-sil venceu a Taça das Confederações, um verdadeiro passeio. Mas Argenti-na, Alemanha, Espanha, França, Itá-lia e Bélgica estão à espreita.

Comecem lá já este Mundial...* Jornalista

UM OUTRO OLHARJorge Silva*

Das trincheiras de há cem anos ao Mundial

Terça-feira, 10 de Junho de 201418 JTM | LAZER

Angelina Jolie celebrou aniversário na ChinaAngelina Jolie festejou o seu 39º aniversário, na China, onde foi promover o filme “Maleficent”, que protagoniza. A actriz teve direito a um bolo de aniversário e a ouvir os parabéns cantados em chinês. Enquanto soprava as velas, Jolie pediu um desejo: “Todos os anos, o meu desejo é que os meus filhos se mantenham saudáveis”. Angelina Jolie visitou a China na companhia do marido Brad Pitt e dos seis filhos do casal.

Jennifer Lopez falhaabertura do MundialJennifer Lopez não vai participar na cerimónia de abertura do Campeonato do Mundo de futebol de 2014, na quinta-feira, em São Paulo, por “razões de produção” não especificadas. A cantora gravou o hino oficial do Mundial2014, “We Are One”, com o “rapper” Pitbul, a cantora brasileira Cláudia Leitte e o grupo de percussão brasileiro Olodum. Na Arena Corinthians, em São Paulo, a cantora de ascendência porto-riquenha deveria interpretar o hino juntamente com aqueles artistas no final da cerimónia de abertura do Mundial.

Will Smith pode interpretar drama de jogador da NFLWill Smith, de 45 anos, poderá participar num drama ainda sem título, baseado num artigo da GQ, “Game Brain”, que se centra na vida de um jogador da NFL, a liga de futebol norte-americano. O artigo conta a história de um neuropatologista forense que descobriu uma encefalopatia traumática crónica a um jogador de futebol americano e consciencializou o público sobre os perigos dos traumas de impacto e outras formas de lesões na cabeça. Peter Landesman, que dirigiu o filme “Parkland”, vai escrever o guião deste drama e também irá realizá-lo.

Uma australiana apaixonadapelo Bayern de MuniqueKiki Vidis é uma australiana de 23 anos que se tornou estrela de filmes para adultos a partir dos 18 anos. Devido à profissão divide o tempo entre a Austrália e os Estados Unidos, mas tem uma paixão algo peculiar, confessando-se adepta do Bayern Munique. Esse gosto surgiu após ter realizado uma sessão fotográfica para o campeão germânico de futebol e o amor perdura até aos dias de hoje.

Terça-feira, 10 de Junho de 2014 JTM | LAZER 19

Gente Gira Envie as suas fotos para: [email protected]

O que falta em Macau? por Cindy U

Em Macau vive-se bem, temos um território mais ou menos tranquilo e apesar de haver

sempre muita gente nas ruas, é um local pacífico. No entanto, como em todos os luga-res, nem tudo é perfeito e penso que muitas coisas poderiam e deveriam ser feitas para melhorar a qua-

lidade de vida dos moradores. Por um lado, penso que o Governo devia travar um pouco a entrada de turistas pois as ruas estão intransitáveis e para o cida-dão comum é um grande incómodo ter que atraves-sar constantemente um mar de gente. Os milhares de turistas que entram diariamente causam também outros problemas, como o do lixo nas ruas. Não há

respeito nas filas, deitam lixo para o chão e não se comportam de uma maneira civilizada, exigindo se-rem tratados como reis, quando não respeitam nada nem ninguém. Por outro lado, penso que a rede de transportes pública também deveria ser melhorada, pois existem poucos autocarros para o número de utilizadores diário.

Duas gerações

divertem-se nas Bahamas

Ivone Carion usufruiu de umas férias de sonho nas

Bahamas na companhia da família. Na foto surge com o neto Braedon Queeley,

numa ponte de corda no “resort” onde ficaram

hospedados.

Convidadas especiais em dia de casamento

O casamento do filho de Fátima Branco contou com duas convidadas especiais. As avós do noivo fizeram questão de viajar até Portugal para poderem assistir

ao dia mais feliz da sua vida.

Festas de fim de cursoO fim do ano lectivo está à porta e as comemorações multiplicam-se por todos os

estabelecimentos de ensino do território. A turma finalista do curso de Estudos Portugueses da Universidade de Macau também não passou ao lado das celebrações,

e acabou por tirar esta fotografia de grupo, para mais tarde recordar.

Campeões de Voleibol na EPMA Escola Portuguesa de Macau já iniciou as comemorações do Dia de

Portugal, no âmbito das quais foi organizado um campeonato de voleibol. Nicole Marcelo e a sua equipa venceram a competição, conquistando o direito a subir ao pódio e a tirar esta fotografia que orgulhosamente

partilhou nas redes sociais.

20 JTM | ÚLTIMA Terça-feira, 10 de Junho de 2014 • Fecho da Edição • 00:15 horas

Em mensagem especial Cavaco Silvaapelou à ajuda dos emigrantesO Presidente da República apelou ontem às comunidades portuguesas no estrangeiro para que contribuam para o desenvolvimento do país, reconhecendo que apesar do caminho feito os portugueses continuam insatisfeitos. “Apesar do caminho que fizemos, continuamos insatisfeitos. É saudável que assim seja. É sinal de que não nos resignamos, que ambicionamos viver num país melhor. Num país que atraia o regresso dos que partiram e onde os nossos filhos e netos possam usufruir de maiores níveis de bem-estar”, disse o Chefe de Estado, numa mensagem às comunidades portuguesas no estrangeiro, por ocasião do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Dirigindo-se àqueles que são os “embaixadores de Portugal” nos países onde vivem e trabalham, Cavaco Silva reiterou que o seu exemplo, determinação e a forma como representam o país são “motivo de orgulho e de esperança”. “Este ano, celebramos os 40 anos do 25 de Abril. Aproveitei a data para promover uma reflexão sobre o aprofundamento da cidadania democrática, a cultura do compromisso e a importância do conhecimento e da inovação para o desenvolvimento económico e social do nosso país”, recordou o Chefe de Estado, considerando que os portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro têm, também eles, “o dever cívico de projectar no futuro as ambições desse Abril de 1974 e de manter vivo este legado”. Na mensagem o PR fez ainda alusão às visitas que tem realizado ao estrangeiro, onde encontrou “portugueses notáveis”, comunidades de portugueses e luso-descendentes com uma “extraordinária vitalidade” e “que gozam de grande prestígio junto dos países de acolhimento”. “Milhares de portugueses, apesar de viverem longe, querem cultivar e reforçar os laços com a sua terra de origem. Com elevado espírito de patriotismo, as comunidades portuguesas no estrangeiro têm-me transmitido, em múltiplas ocasiões, o seu interesse em contribuir para o desenvolvimento do país. É esse, precisamente, o apelo que vos dirijo”, sublinhou Cavaco Silva, agradecendo “pelo muito que fazem” por Portugal. “Portugal agradece”, acrescentou.

Hong Kong recusa casamentos homossexuais no consulado britânicoO governo de Hong Kong recusou permitir que o casa-mento entre pessoas do mesmo sexo no consulado geral britânico, anunciaram ontem as autoridades do Reino Unido, provocando fortes críticas de grupos de direitos de homossexuais. O departamento de assuntos externos bri-tânico anunciou recentemente que iria permitir que a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo nas suas representações diplomáticas em países onde este é ilegal. No entanto, esta possibilidade estava condicionada à aprovação das autoridades locais. A recusa de Hong Kong contrasta com o consentimento por parte de países como a China, Rússia, Azerbaijão e Filipinas, muitas vezes criticados pelos parcos direitos concedidos aos homossexuais. “Antes da legislação do Reino Unido que rege os casamentos homossexuais ter sido implementada no início deste mês, perguntámos ao Governo de Hong Kong se dava autorização para a realiza-ção destas cerimónias aqui”, disse um porta-voz do consulado, citado pela AFP, indicando que o Governo da antiga colónia britânica recusou essa possibilidade, algo que gerou já indignação por parte de grupos locais de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros (LGBT). Nigel Collett, secretário do grupo de defesa dos direitos dos homossexuais “Rosa Alliance”, acusou o Gover-no da RAEHK de “negar qualquer forma de ampliação de direitos” para os homossexuais na cidade. “Moscovo e Pequim têm tido uma visão mais sensata para algo que não diz respeito aos seus cidadãos”, disse à AFP. O Governo de Hong Kong ainda não comentou a sua decisão.

Velejador português chegou ao Brasilapós viagem solitária para apoio à selecçãoO navegador solitário Ricardo Diniz chegou, ontem, a Salvador da Baía, no Brasil, completando a viagem iniciada a 23 de Abril em Lisboa, com o objetivo de homenagear a selecção portu-guesa de futebol que vai parti-cipar no Mundial2014. Segundo o jornalista João Paulo Diniz, pai do velejador e ex-residente em Macau, o navegador português chegou à baía de Todos os Santos cerca da meia-noite local, pelas 3 horas em Portugal Continental. A bordo do “Fly TAP”, veleiro de 20 metros, 23 de mastro e três de lastro, Ricardo Diniz completou a viagem em 42 dias, tendo feito escalas na Madeira e em Cabo Verde. A bordo, e além de uma bandeira de Portugal, o velejador solitário levou também uma garrafa de grandes dimensões com milhares de mensagens enviadas via internet por portugueses de todo o mundo, impressas em papel de cortiça e que será entregue à selecção lusa.

José Cesário fala em “evolução significativa”, apesar das queixas nos serviços consularesO secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, comentou ontem as queixas de vários representantes dos emigrantes portugueses sobre o atendimento nos consulados, considerando que “são situações que reconheci” e “que existem”, embora de forma pontual. No entanto, José Cesário faz questão de salientar o trabalho que tem vindo a ser feito em prol das comunidades. “Com as permanências consulares que iniciámos há praticamente dois anos, estamos hoje a fazer serviço consular em mais de 130 cidades em que não estávamos. Houve postos que foram fechados, alguns no passado, outros na vigência do actual Governo, que entretanto já reabriram com tipologias diferenciadas, mas em que é garantido um serviço de atendimento permanente às pessoas”, disse o secretário de Estado das Comunidades, citando os exemplos de Clermont Ferrand, Nantes ou Andorra. “É evidente que reconheço essas falhas, mas também tenho que colocar estas questões como uma evolução muito significativa”, acrescentou o governante português. José Cesário está em Macau por ocasião das comemorações do Dia de Portugal. O programa da visita inclui encontros com várias associações do território, como a Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) e Associação dos Macaenses (ADM). Sobre a deslocação a Macau, José Cesário destaca a importância de voltar a contactar não só com a comunidade portuguesa, como também com o território. “Sei que este dia é muito especial, e é importante que seja sinalizado também com a presença de membros do Governo. É evidente que ainda há pouco tempo aqui esteve o Presidente da República, é um factor muito importante para demonstrar o interesse das autoridades nacionais em manter uma relação de grande proximidade com o território”, concluiu. P.A.S.

O Presidente português esteve recentemente em Macau

Levantado recolher obrigatório em mais três zonas turísticas da TailândiaA junta militar da Tailândia anunciou, ontem à noite, ter levanta-do o recolher obrigatório em mais três zonas turísticas do país. As zonas beneficiadas são o distrito de Hat Yai, no sul, e as ilhas de Chang, no leste, e Phangan, no sul, de acordo com a ordem emitida pela Junta Militar no poder, a qual surge dois dias depois de se terem levantado as restrições nas províncias de Krabi e Phang Nga e nos distritos de Hua Hin e Cha-am, todos no litoral do sul. Com as três novas zonas sobe para dez o número de destinos turísticos na Tailândia em que foi levantado o recolher obrigatório. O recolher obrigatório – imposto entre a meia-noite e as quatro da madruga-da – continua em vigor no resto do país, incluindo na capital, Banguecoque.

Desmantelada rede de apostas ilegais em Hong Kong e ChinaAs polícias de Hong Kong e da China desmantelaram uma rede de apostas ilegais em jogos de futebol e corridas de cavalos com registos de 750 milhões de dólares de Hong Kong. A operação po-licial terá permitido, segundo a estação de rádio RTHK, de Hong Kong, desmantelar aquele que era o maior sindicato ilegal de jogo transfronteiriço. Durante as rusgas efetuadas na operação, as polícias encontraram 11 milhões de dólares de Hong Kong em dinheiro e detiveram 26 suspeitos, incluindo o alegado cabecilha da rede. Três pessoas foram detidas no continente chinês.