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ESQUIZOFRENIA
Maria Helena Ribeiro da Silva
ESQUIZOFRENIAEpidemiologia
• Existe em todas as culturas e em todos os países, mas a prevalência varia
• Incidência igual nos dois sexos, mas aparecimento mais precoce nos homens, com pior prognóstico
• Incidência anual – 10 a 20 / 100 000
• Prevalência de ponto – 4 / 1 000; risco ao longo da vida de sofrer de esquizofrenia -1%
• Idade de aparecimento – início da idade adulta ( 20% recuperarão completamente)
Esquizofrenia CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Fase aguda 1. Sintomas característicosSintomas de 1ª linha – inserção, roubo, difusão do pensamento; - alucinações auditivas na 3ª pessoa, alucinações do tipo “comentário constante”,
eco do pensamento; -fenómenos de passividade do pensamento, sentimentos ou acções; -percepção delirante;
Ideias delirantes bizarras
Comportamento estranho
Desorganização do pensamento
Falta de autocrítica
Período prodrómico de declínio do desempenho e evitamento social
Esquizofrenia – Fase aguda
2. Critério de duração sintomas presentes durante um mínimo de 1
mês
3. Principais critérios de exclusão não ser secundário a elevação ou
depressão do humor sem causa orgânica demonstrável (ex.
abuso de anfetaminas, epilepsia do lobo temporal)
SUBTIPOS DE ESQUIZOFRENIA AGUDA
1. PARANOIDE – delírios persecutórios, alucinações habitualmente auditivas
- é a forma mais frequente, a personalidade fica relativamente preservada
2. DESORGANIZADA (HEBEFRÉNICA) - desorganização do pensamento, comportamento estranho, delírios bizarros, humor
lábil ou inapropriado - início mais precoce, mau prognóstico, personalidade pré-mórbida frequentemente
esquizoide
3. CATATÓNICA - sinais motores: ecopraxia/ ecolalia, obediência automática, ambitendência, posturas
(catalepsia), flexibilidade cérea
4. INDIFERENCIADA - mistura das anteriores
? ESQUIZOFRENIA SIMPLES
CARACTERÍSTICAS CLÍNICASFase crónica
1. Sintomas negativos
- embotamento afectivo - falta de iniciativa - pobreza do discurso - auto-negligência - isolamento social
2. Outras características - os sintomas positivos são persistentes ou recorrem em fase de
stress - é frequente haver déficit cognitivo ligeiro
EsquizofreniaDiagnóstico diferencial (fase aguda)1. Outras psicoses funcionais:
perturbação delirante
depressão psicótica
episódio maníaco
perturbação esquizo-afectiva
perturbação esquizo-típica
psicose puerperal
2. Psicoses orgânicas
p. induzidas por drogas
efeitos laterais de medicação (L-dopa, corticoides, anti-maláricos)
epilepsia do lobo temporal
delirium
demência
traumatismo craniano
d. de Huntington
SIDA
LED
sífilis
EsquizofreniaEtiologia
Factores predisponentes genéticos complicações obstétricas e infecções víricas
Factores precipitantes (psico-sociais) interacções familiares (níveis altos de emoção expressa) acontecimentos de vida abuso de tóxicos
EsquizofreniaAlterações cognitivas
• Capacidade intelectual – 2/3 têm alterações do QI verbal e não verbal• Memória – ¼ têm algum tipo de alterações• Função executiva (inclui pensamento abstracto e processamento de
informação complexa) – ½ têm pior performance• Função motora – prejudicados nos testes de destreza manual• Atenção – 2/3 têm alterações• Linguagem – afectada sobretudo linguagem expressiva
• Alterações neurocognitivas subtis existem antes do aparecimento dos sintomas psicóticos produtivos e podem estar presentes em familiares não doentes
• As alterações neurocognitivas têm grande influência no funcionamento social e ocupacional
Esquizofrenia Tratamento
1. Fase aguda internamento anti-psicóticos ECT benzodiazepinas
- determinar o contexto - avaliar circunstâncias pessoais actuais - avaliar necessidades e riscos
Informação ao doente e à família
Esquizofrenia Tratamento
2. Após crise aguda
- prevenir recidivas
- optimizar nível de funcionamento
( intervenções psicológicas e sociais)
Esquizofrenia Prognóstico
• 1/3 – evolução crónica deteriorante• 1/4 - evolução favorável ( 1 ou 2 episódios com
recuperação completa )• Um pouco menos de ½ - evolução moderada
com recaídas e alguns déficits persistentes• 10% suicidam-se
Importância da detecção precoce para melhorarresposta ao tratamento no primeiro episódio
Factores que influenciam o prognóstico
Factor Bom prognóstico Mau prognóstico
demográfico Sexo feminino
casada
Sexo masculino
solteiro
genético História familiar de doença afectiva
História familiar de esquizofrenia
início Boa adaptação pré-mórbida
Início agudo
Acontecimento precipitante
Tratamento precoce
Traços esquizoides
Início insidioso
Duração longa de psicose não tratada
sintomas Sintomas afectivos Sintomas negativos
Obsessões
Delírios bizarros
psicossocial Boa resposta ao tratamento Emoção expressa elevada
Abuso de tóxicos
Esquizofrenia Intervenção precoce
• Duração de psicose não tratada é geralmente de 3-6 meses
• Quanto maior o atraso do tratamento pior a resposta
• São preferíveis os novos anti-psicóticos
• Problema da identificação da fase prodrómica
PERTURBAÇÕES RELACIONADAS COM A
ESQUIZOFRENIA1. PERTURBAÇÃO ESQUIZO-AFECTIVA - critérios de esquizofrenia e de doença bipolar no mesmo episódio
2. PERTURBAÇÕES DELIRANTES ( PSICOSES PARANOIDES)
3. PERTURBAÇÃO ESQUIZOTÍPICA - contacto frio, distante, desconfiado
- comportamento excêntrico
- evitamento dos contactos sociais
- crenças estranhas e pensamento mágico
- discurso vago, metafórico
- duração superior a dois anos
Perturbações delirantes (Psicoses Paranoides)
1.Perturbação delirante aguda (psicose psicogénea, psicose reactiva breve)
- aparecimento agudo - < 2 semanas - remissão rápida
2. Perturbação delirante persistente (psicose paranoide crónica)
- duração superior a 3 meses - delírios sistematizados e muitas vezes encapsulados - factores de risco: isolamento social, surdez, personalidade paranoide exemplos: ciúme patológico psicose hipocondríaca erotomania “folie à deux”