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INTRODUÇÃO "Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento, afinal não há nada mais comum do que homens malsucedidos talentosos. Nem a genialidade, afinal existem gênios não recompensados. Nem educação, afinal o mundo está repleto de negligenciados cultos. Só a persistência e a determinação são onipotentes" - Calvin Coolidge Olá pessoal, aqui quem fala é a Professora Gabriela Xavier Eu sei que esse momento de preparação e de estudo exige, PRINCIPALMENTE, muita persistência e determinação, tendo em vista que o aprendizado e a memorização da disciplina é, muitas vezes, um exercício de repetição. Por essa razão, elaborei o 1º material de Direito Administrativo que é totalmente voltado para questões, dados estatísticos e que aponta os principais pontos da matéria. Essa apostila reúne todos os principais pontos da disciplina Direito Administrativo e foi elaborada com base em 3.000 questões cobradas nos últimos 3 anos pelas principais bancas de concursos públicos. Portanto, o que é REALMENTE cobrado por essas bancas vai estar em destaque. A metodologia utilizada na elaboração desse material foi idealizada e desenvolvida por mim, e ela irá mudar a sua forma de estudo e a maneira como você enxerga essa matéria. Esse trabalho é uma versão resumida do Manual de Direito Administrativo que será publicado no ano de 2017, pela Editora Saraiva e, haja vista o tamanho reduzido da apostila (em torno de 200 páginas), infelizmente, alguns pontos relevantes da matéria ficaram de fora. Todos aqueles que estiverem interessados em adquirir a versão estendida desse material devem entrar em contato com a nossa equipe pelo whatsapp (31) 98821-8889. Esse material, marca e logotipos são de propriedade de seus titulares. Todo o conteúdo está registrado sob direitos autorais submetido às leis brasileiras. Você deve ler essa apostila da seguinte forma: todas as partes destacadas em negrito vocês DEVEM ter muita atenção-> pontos essenciais da matéria; em cada capítulo, você poderá terá acesso a dados matemáticos a respeito dos pontos mais cobrados; todos os comentários inseridos fazem referência a questões cobradas nos últimos anos; ao final de cada capítulo, foi inserido um quadro resumo - leia antes da data da prova; o símbolo indica que aquele ponto da matéria é recorrentemente cobrado pelas bancas de concurso, ou seja, trata-se de questão REPETIDA. Portanto, atenção para não perder esse ponto fácil. os macetes estão destacados no texto, NÃO MENOSPREZEM a importância dessas brincadeiras. Facilitam, e MUITO, a memorização. Resolvam muitas, muitas, MAS MUITAS questões! Bons estudos e contem comigo Professora Gabriela Xavier Para entrar na lista de espera, acesse: www.gabrielaxavier.com.br whatsapp (31)98821-8889 instagram: @profgabrielaxavier facebook: Professora Gabriela Xavier

Esse material, marca e logotipos s ão de propriedade de

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INTRODUÇÃO

"Nada no mundo se compara à persistência. Nem o talento, afinal não há nada mais comum do que homens malsucedidos talentosos. Nem a genialidade, afinal existem gênios não recompensados. Nem educação, afinal o

mundo está repleto de negligenciados cultos. Só a persistência e a determinação são onipotentes" - Calvin Coolidge

Olá pessoal, aqui quem fala é a Professora Gabriela Xavier Eu sei que esse momento de preparação e de estudo exige, PRINCIPALMENTE, muita persistência

e determinação, tendo em vista que o aprendizado e a memorização da disciplina é, muitas vezes, um exercício de repetição. Por essa razão, elaborei o 1º material de Direito Administrativo que é totalmente voltado para questões, dados estatísticos e que aponta os principais pontos da matéria. Essa apostila reúne todos os principais pontos da disciplina Direito Administrativo e foi elaborada com base em 3.000 questões cobradas nos últimos 3 anos pelas principais bancas de concursos públicos. Portanto, o que é REALMENTE cobrado por essas bancas vai estar em destaque.

A metodologia utilizada na elaboração desse material foi idealizada e desenvolvida por mim, e ela irá mudar a sua forma de estudo e a maneira como você enxerga essa matéria. Esse trabalho é uma versão resumida do Manual de Direito Administrativo que será publicado no ano de 2017, pela Editora Saraiva e, haja vista o tamanho reduzido da apostila (em torno de 200 páginas), infelizmente, alguns pontos relevantes da matéria ficaram de fora. Todos aqueles que estiverem interessados em adquirir a versão estendida desse material devem entrar em contato com a nossa equipe pelo whatsapp (31) 98821-8889.

Esse material, marca e logotipos são de propriedade de seus titulares. Todo o conteúdo está registrado sob direitos autorais submetido às leis brasileiras.

Você deve ler essa apostila da seguinte forma:

todas as partes destacadas em negrito vocês DEVEM ter muita atenção-> pontos essenciais da matéria;

em cada capítulo, você poderá terá acesso a dados matemáticos a respeito dos pontos mais cobrados;

todos os comentários inseridos fazem referência a questões cobradas nos últimos anos;

ao final de cada capítulo, foi inserido um quadro resumo - leia antes da data da prova;

o símbolo indica que aquele ponto da matéria é recorrentemente cobrado pelas bancas de concurso, ou seja, trata-se de questão REPETIDA. Portanto, atenção para não perder esse ponto fácil.

os macetes estão destacados no texto, NÃO MENOSPREZEM a importância dessas brincadeiras. Facilitam, e MUITO, a memorização.

Resolvam muitas, muitas, MAS MUITAS questões!

Bons estudos e contem comigo Professora Gabriela Xavier

Para entrar na lista de espera, acesse: www.gabrielaxavier.com.br whatsapp (31)98821-8889 instagram: @profgabrielaxavier facebook: Professora Gabriela Xavier

122

AGENTE PÚBLICO

PONTOS MAIS COBRADOS – Os gráficos abaixo demonstram os pontos mais cobrados dessa matéria, quais sejam: servidores públicos que ocupam cargo de provimento efetivo, questões atinentes ao acesso a esses cargos, concurso público, estágio probatório, vencimentos e questões relativas ao PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR.

AGENTES PÚBLICOS

Agentes Políticos

Servidores Públicos (cargosde provimento efetivo)

Agentes em colaboração como poder público

Empregados Públicos

Detentores de cargo emcomissão

Contratações temporárias

0

10

20

30

40

50

60

Vida funcional doservidor (posse,

exercício, estágioprobatório,

vencimentos,subsídios...)

Acesso a cargo,emprego e

funções públicas(concurso público,validade, direitos

do aprovados)

Licenças eAfastamentos 12

Vedação àacumulação de

cargos eempregospúblicos

ProcessoAdministrativo

Disciplinar

Previdência doServidor Público

ASPECTOS IMPORTANTES

ASPECTOS IMPORTANTES

123

Conceito

O termo agente público é uma designação genérica que abrange todas as pessoas que desempenham funções públicas, mandato, cargo ou emprego estatal, de forma definitiva ou transitória, remunerada ou gratuita. Nesse sentido, o art. 2º da Lei 8.429/1992 define agente público como:

“Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.”

Portanto, os agentes políticos, os militares, os servidores públicos, os particulares em colaboração e todos aqueles que desempenham em algum momento a função estatal podem ser considerados agentes públicos.

Nomeação

Promoção

Reintegração

Readaptação

Reversão

Aproveitamento

Recondução

0 2 4 6 8 10 12

FORMA DE PROVIMENTO

Nomeação Promoção Reintegração Readaptação

Reversão Aproveitamento Recondução

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Remoção Redistribuição

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO

REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO

124

Agentes Políticos

Os agentes políticos são aqueles que exercem a função pública de alta direção do Estado e compõem a cúpula diretiva do Governo. A vinculação desses agentes com o Poder Público é uma vinculação estatutária, estabelecida mediante o ingresso desses à máquina estatal, em regra, por meio das eleições. Ex: Presidente da República, Parlamentares, Governadores, Prefeitos, Ministros, Secretários, etc. Destaca-se que os cargos de Ministro de Estado e Secretário são cargos políticos, haja vista que são cargos ligados à alta gestão, a despeito do fato de que o ingresso desses agentes à maquina estatal não ocorre através das eleições.

A competência dos agentes políticos encontra expressa previsão constitucional e, em virtude do alto escalonamento desses agentes, eles não estão sujeitos às regras gerais aplicáveis aos servidores públicos. Ademais, convém destacar que não há relação de hierarquia entre os agentes políticos. Assim, é incorreto afirmar que um governador ou secretário de Estado, por exemplo, esteja subordinado ao presidente da República.

Cumpre ressaltar que alguns autores, como Hely Lopes Meirelles, entendem que os magistrados e os membros do Ministério Público também se encontram inseridos nessa categoria de agentes políticos. Há, ainda, corrente que defende que os membros dos Tribunais de Contas são agentes políticos.

Servidores Efetivos

A palavra “efetivo” transmite a noção de continuidade, permanência, manutenção do agente na prestação daquela atividade. De fato, os cargos de provimento efetivo serão ocupados, em caráter definitivo, por agentes admitidos por meio de Concurso Público. Esses agentes, após aprovação no Concurso, estabelecem um vínculo estatutário (não contratual) com o ente estatal e poderão adquirir a tão sonhada estabilidade. Esse regime garante a estabilidade/permanência do servidor público no exercício de suas funções, protegendo-o contra influências políticas e partidárias.

O regime estatutário desses agentes é o regime adotado para fins de provimento de cargos públicos pelos entes da Administração Pública Direta, Autarquias, Fundações e Associações Públicas, ou seja, pelas entidades que possuem personalidade jurídica de direito público. Portanto, os servidores efetivos desempenham suas funções nessas entidades.

Assim, dispõe o caput do art. 41 da CF/88:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

FICA A DICA

Cumpre ressaltar que, devido ao fato de não se tratar de vínculo de natureza contratual, o ente público poderá promover alteração unilateral no regime aplicável aos servidores estatutários, desde que sejam respeitados os direitos adquiridos.

Portanto, o servidor público não tem direito adquirido à imutabilidade de seu regime jurídico, de sorte que não há violação a direito quando se altera, por exemplo, a jornada de trabalho ou escalonamento hierárquico da carreira.

Destaca-se que durante o período de três anos iniciais de exercício, denominado período probatório, o agente será submetido a uma avaliação especial de desempenho e a aquisição da estabilidade estará condicionada a um resultado

Posicionamento do

CESPE

ATENÇÃO: o servidor público não tem

direito adquirido à imutabilidade de seu

regime jurídico

QUESTÃO CESPE

O direito adquirido garante a imutabilidade

de regime jurídico e busca proteger os

direitos dos cidadãos contra as alterações

que o Estado realiza nas leis que regem o

serviço público.

Errado

125

satisfatório nessa avaliação. Essa avaliação tem a finalidade de verificar se o servidor, no exercício de suas funções, atende ao Princípio da Eficiência previsto no caput do artigo 37 da CR/88.

Contudo, é importante lembrar que a avaliação de desempenho não acontece apenas durante o estágio probatório. A referida avaliação também será promovida depois que o servidor já alcançou a estabilidade administrativa, pois este deve continuar sendo eficiente na prestação dos serviços.

Adquirida a estabilidade, o servidor somente poderá perder o cargo nas hipóteses previstas no §1º do art. 41 da CF/88:

Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

As hipóteses dos incisos I e II também estão elencadas na Lei 8.112/90:

“Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa”.

Para além das hipóteses elencadas acima, de forma excepcional, o §4º do art. 169 da Constituição Federal de 1988 admite a exoneração de servidores estáveis quando esta for imprescindível para o cumprimento do limite de despesa com pessoal estabelecido em Lei Complementar. Vejamos:

“Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. [...]” § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:

I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. [...]

Na situação descrita temos a hipótese de exoneração do servidor estável para fins de cumprimento dos limites de gastos com despesas de pessoal. Nesse caso, não será possível que a lei crie novo cargo, emprego ou função para suprir as mesmas atividades desempenhadas pelo servidor que foi exonerado, durante o prazo de quatro anos, nos termos do § 6° do art. 169 da CR/88:

“Art. 169,§ 6°. O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.”

Ademais, o servidor exonerado receberá, a título de indenização, um mês de remuneração relativo a cada ano de serviço prestado, em conformidade com o art. 169, §5° da CR/88:

§ 5° O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.

Destaca-se que para que esse servidor exonerado retorne aos quadros administrativos, o único caminho é prestar um novo concurso público.

Por fim, conforme estabelece o art. 19 da Lei Complementar n. 101/2000, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os seguintes percentuais de receita líquida:

• União: 50% • Estados: 60%

SEMPRE CAI

EM PROVA –

TEM QUE

DECORAR!

126

• Municípios: 60%

FICA A DICA - Demissão

Destaca-se que, no caso de servidores efetivos que ainda não são estáveis, a demissão deverá ser precedida de um processo que o Supremo Tribunal Federal denomina como processo administrativo simplificado. Afinal, ainda que o servidor não tenha adquirido a estabilidade, deve lhe ser assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, haja vista que a demissão, no Direito Administrativo, é uma PENALIDADE aplicada ao servidor público, seja ele estável ou não, aplicada em razão do cometimento de ilegalidade grave, como será visto adiante.

Nesse sentido, devemos lembrar que, caso verificado algum vício de legalidade ligado à aplicação da penalidade de demissão do servidor público, esse ato deverá ser anulado e, conforme determina o §2º do art. 41 da CF/88, o servidor que tiver seu ato de demissão anulado pela via judicial deverá ser reintegrado aos quadros do Poder Público:

“Art. 41, §2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.”

Ademais, o §3º do mesmo dispositivo ainda completa: §3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Requisitos para investidura em cargo público

A Lei nº 8.112/90 dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias e das fundações públicas de direito público federais. Essa norma estabelece em seu art. 5º que:

Art. 5º. São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; - estrangeiros na forma da lei II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos;

VI - aptidão física e mental.

Por fim, destaca-se que aos servidores públicos estatutários são garantidos alguns direitos trabalhistas, são eles: salário mínimo; garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento a do normal; gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; licença-paternidade, nos termos fixados em lei; proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

QUESTÃO DE PROVA

RECORRENTE. NÃO PERCA ESSE

PONTO!

127

#FICA A DICA

Conforme determinação da Lei nº 8.112/90 (art. 7º), “a investidura em cargo público ocorrerá com a posse."

Quanto ao trabalho noturno, a Lei nº 8.112/90 determina, em seu art. 75, que “o serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25%, computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.”

Cargo Público de Provimento Vitalício

Os cargos de provimento vitalício são aqueles que conferem ao ocupante a garantia de que somente poderá ser demitido diante do reconhecimento da prática de infração para a qual seja cominada a penalidade de demissão por meio de sentença judicial com trânsito em julgado.

Ademais, nos cargos vitalícios o estágio probatório é reduzido, tendo a duração de dois anos, após o qual o agente adquire a vitaliciedade. São detentores de cargo vitalício os Magistrados, membros do Ministério Público e membros do Tribunal de Contas.

Diferenças entre Cargo Efetivo e Cargo Vitalício

Cargo Efetivo Cargos vitalícios

Cargo Todos os cargos públicos, com exceção dos cargos vitalícios.

Magistrados, membros do Tribunal de Contas e membros do Ministério Público.

Estágio Probatório Estágio probatório de 3 anos. Estágio probatório de 2 anos.

Hipóteses de perda do cargo

Sentença judicial transitada em julgado; processo administrativo disciplinar; avaliação de desempenho e redução de despesas com pessoal.

Sentença judicial transitada em julgado.

#FICA A DICA

Todo cargo público (lembre-se da diferença entre cargo e emprego público) é condicionado ao Regime Jurídico Estatutário.

Agentes Militares

Os agentes militares formam uma categoria de servidores públicos, que possuem vinculação estatutária própria, organizados com base na hierarquia e na disciplina. Nos termos do art. 42 da CF/88 são militares:

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Também são agentes militares os integrantes das Forças Armadas, e o art. 142 da CF/88 dispõe que as Forças Armadas são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica.

Destaca-se que os agentes militares contribuem para o regime PRÓPRIO de previdência, conforme dispõe o caput do artigo 40 da CR/88:

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

QUESTÃO ESAF

Ao servidor público federal que prestar serviço entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas da manhã do dia seguinte, ainda que em regime de plantão, será devido ao pagamento de adicional noturno.

Correta

128

FICA A DICA

Os agentes militares possuem regime estatutário PRÓPRIO e uma das maiores diferenças em relação aos servidores públicos civis é a vedação ao direito de sindicalização, greve e filiação partidária aos militares.

Cargo Público de Provimento em Comissão

O cargo de provimento em comissão, conhecido como cargo de confiança, é aquele cujo ocupante pode ser livremente nomeado e exonerado, independentemente da realização de concurso público. Esse tipo de cargo encontra respaldo no art. 37, V da Constituição Federal:

Art. 37, V − As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais

mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Destaca-se que esses cargos são acessíveis a todos, sendo de livre nomeação ou exoneração, podendo esse agente ser desligado do cargo imotivadamente (exceção ao Princípio da Motivação), sem instauração de processo administrativo e sem direito ao contraditório e a ampla defesa. Contudo, convém destacar que, a despeito da exoneração tratar-se de uma exceção à obrigatoriedade de motivação dos atos administrativos, no caso em que a autoridade pública apresente motivo para exoneração e tal motivo for falso, em conformidade com a Teoria dos Motivos Determinantes o ato de exoneração será nulo, haja vista que o vício no motivo enseja o vício de legalidade no ato.

Os cargos de confiança estão relacionados às atribuições de direção, chefia e assessoramento (art. 37, V da CF/88).

FICA A DICA

Ao criar cargos públicos de provimento em comissão, o legislador deve fixar um percentual desses cargos destinado aos servidores que já são titulares de cargo público de provimento efetivo, de sorte que as vagas remanescentes serão destinadas à nomeação de qualquer pessoa, conforme escolha feita pela autoridade administrativa. Nesse caso, o servidor efetivo pode ser nomeado para exercer um cargo de direção, chefia ou assessoramento e receberá, adicionalmente à sua remuneração referente ao cargo efetivo, acréscimo decorrente do cargo em comissão.

Cargos em Comissão = X% servidores que ocupam cargo efetivo + X% Indivíduos que não possuem vínculo com a Administração;

Remuneração do servidor público estatutário nomeado para ocupar cargo em comissão: Remuneração referente ao cargo efetivo + X% Remuneração referente ao cargo em comissão;

Remuneração do indivíduo nomeado para ocupar cargo em comissão: Remuneração relativa ao Cargo em Comissão;

Os ocupantes dos cargos de provimento em comissão contribuirão para o Regime GERAL de Previdência Social do INSS estabelecido nos artigos 201 e segs. da CF/88, em conformidade com o artigo 40, §13 da CF/88.

ATENÇÃO – QUESTÃO RECORRENTE NAS PROVAS

As funções de confiança não se confundem com os cargos em comissão, visto que estes são ocupados transitoriamente, sem a necessidade de concurso, e aquelas só podem ser titularizadas por servidores públicos ocupantes de cargos efetivos.

Correta

129

Conforme entendimento do STF, as gestantes titulares de cargo de provimento em comissão gozam de estabilidade provisória. Segundo o Supremo Tribunal Federal:

“O acesso da servidora pública e da trabalhadora gestante à estabilidade provisória, que se qualifica como inderrogável garantia social de índole constitucional, supõe a mera confirmação objetiva do estado fisiológico de gravidez, independentemente, quanto a este, de sua prévia comunicação ao órgão estatal competente ou, quando for o caso, ao empregador. "

Ademais, o parágrafo único do art. 69 da Lei nº8.112/90 determina que: “a servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso”.

Função de Confiança

A Função Pública de Confiança encontra previsão no art. 37, V da CR/88:

“Art. 37, V. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; [...]”.

Portanto, conforme descrito acima, tanto no cargo público de provimento em comissão quanto na função de confiança deve haver uma relação de confiança entre aquele que nomeia e quem é nomeado, sendo que ambos são de livre nomeação e de livre exoneração e destinam-se às atividades de direção, chefia ou assessoramento.

TRADUÇÃO JURÍDICA

Como assim?

É importante não confundir os conceitos função de confiança e cargo em comissão. A função de confiança somente pode ser exercida por servidores públicos de carreira, exclusivamente no exercício das atribuições de direção, chefia e assessoramento. Portanto, ao contrário do cargo de comissão que é de livre nomeação e exoneração, a função de confiança depende de vinculação estatutária prévia com o serviço público. Ex.: um agente que ocupa o cargo de Procurador (vinculação estatutária prévia) e exerce a função de confiança de chefe da procuradoria.

1. Cargos em Comissão = X% Servidores que ocupam cargo efetivo + X% Indivíduos que não possuem vínculo com a Administração;

2. Função de Confiança: Servidores que ocupam cargo efetivo

O regime jurídico aplicável aos detentores de função pública é sempre o regime estatutário e o regime de previdência é o próprio do artigo 40 da CR/88.

Contratação Temporária

A Função Pública Temporária encontra previsão no art. 37, IX da CR/88:

QUESTÃO FCC

Servidora pública ocupante de cargo em comissão, no gozo de licença-gestante, tem direito à estabilidade provisória.

Correto

130

“Art. 37, IX. A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público.”

Portanto, a lei de cada ente federado deverá trazer um rol taxativo de hipóteses urgentes ou excepcionais, com caráter temporário, em que a Administração direta, as Autarquias e as Fundações Públicas poderão realizar contratações temporárias, tendo em vista relevante interesse público. A Lei 8.745/93 regulamenta a contratação temporária no âmbito dos órgãos da administração federal direta, bem como das Autarquias e Fundações Públicas. Nesse sentido, o art. 2º da Lei 8.745/93 estabelece:

Art. 2º Considera-se necessidade temporária de excepcional interesse público: I - assistência a situações de calamidade pública; II - assistência a emergências em saúde pública; III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; IV - admissão de professor substituto e professor visitante; V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; VI – atividades (...) VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade empresarial relativa à inovação. VIII - admissão de pesquisador, de técnico com formação em área tecnológica de nível intermediário ou de tecnólogo, nacionais ou estrangeiros, para projeto de pesquisa com prazo determinado, em instituição destinada à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação; IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo ministro de Estado do Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental na região específica (...).

Os casos urgentes são aqueles em que não há tempo suficiente para instaurar o concurso público.

FICA A DICA

A despeito do fato de que a referida contratação independe de concurso público, a mesma deverá ser feita mediante processo simplificado de seleção. Entretanto, nas hipóteses excepcionais (calamidade pública e emergência ambiental), tal processo simplificado é dispensado.

Esses servidores necessariamente contribuirão para o Regime Geral de Previdência Social − INSS dos artigos 201 e segs. da CR/88 e segundo o artigo 40, § 13° da mesma.

Emprego Público

Empregado público é o agente público que estabelece um vínculo contratual de emprego com a Administração Pública, regido pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). O referido vínculo celetista é menos protetivo que o regime estatutário (os empregados públicos não podem adquirir estabilidade) e será estabelecido junto às pessoas jurídicas de direito privado que compõem a Administração Pública Indireta (Empresas Públicas, Sociedade de Economia Mista e Fundações Públicas de Direito Privado).

FICA A DICA

Destaca-se a possibilidade de vinculação de empregados públicos às pessoas jurídicas de direito público que compõem a Administração Pública Direta e Indireta caso os mesmos tenham sido contratados antes da Constituição Federal de 1988, momento em que não havia restrição quanto ao vínculo de emprego nessas entidades.

QUESTÃO CESPE

Os agentes temporários que desempenham,

por tempo determinado, atividades de

excepcional interesse público são agentes

públicos cuja contratação somente pode ser

feita no âmbito da administração direta.

Errado

HIPÓTESES destacadas em negrito

COBRADAS NAS PROVAS DOS

ÚLTIMOS ANOS

131

A despeito do regime jurídico dos empregados ser estruturado pelo Direito do Trabalho, faz-se imperiosa a realização de Concurso Público para a constituição do mencionado vínculo contratual. Entretanto, mesmo diante da obrigatoriedade de prestar concurso público, os empregados não podem adquirir estabilidade.

Contudo, tal fato não significa dizer que esses agentes possam ser demitidos a qualquer tempo. A doutrina majoritária entende que os empregados públicos somente podem estar sujeitos à demissão devidamente motivada. Tal assertiva está fundamentada no fato de que o regime jurídico aplicado ao empregado público é predominantemente privado, mas não exclusivamente privado, sofrendo grande influência do regime jurídico de direito público. Entretanto, o Tribunal Superior do Trabalho tem se posicionado pela aplicabilidade da dispensa imotivada do empregado público. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, proferiu decisão em 2013 (Recurso Extraordinário 589.998 de março de 2013) no sentido de que é obrigatória a motivação da dispensa unilateral de empregado por Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista. Fiquem atentos!

Além disso, após a posse os empregados públicos não se sujeitam ao período de estágio probatório, mas a um período de experiência de 90 dias. Os empregados públicos contribuem necessariamente para o Regime GERAL de Previdência Social – INSS dos artigos 201 e segs. da CR/88 e artigo 40 § 13° da CR/88.

Agentes Particulares em Colaboração com o Poder Público

Trata-se dos particulares que não foram aprovados em Concurso Público e nem integram os quadros administrativos, ou seja, não possuem vinculação permanente e remunerada com o Estado. Contudo, exercem funções estatais.

As principais categorias de particulares que atuam em colaboração com o poder público são as seguintes:

Agentes delegados ou delegatórios: são particulares que exercem determinada atividade, obra ou serviço público, em regime de concessão, permissão ou autorização. Esses agentes exercem tais funções em nome próprio, por sua conta e risco e sob a fiscalização do ente delegante. Ex.: concessionárias prestadoras de serviço de transporte público.

Agentes honoríficos, convocados, nomeados, requisitados, designados: são agentes convocados ou nomeados para a prestação de um serviço público relevante (munus público), de caráter transitório e, em via de regra, sem remuneração. Ex.: jurados do Tribunal do Júri e mesários nas eleições.

Gestores de negócio ou Agentes Necessários: são agentes que atuam voluntária e espontaneamente em situações excepcionais, nas quais a Administração Pública não consegue, por si só, atender uma demanda emergencial. Ex.: particulares que auxiliam no resgate de pessoas em caso de enchentes ou catástrofes naturais.

Delegados de função ou ofício público: titulares de cartório.

Acesso a Cargos, Empregos e Funções Públicas

O art. 37, I da CF/88 determina que:

“Art. 37. I − os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;”

HIPÓTESE MAIS COBRADA

132

Destaca-se que, em conformidade com o dispositivo transcrito, via de regra, a nacionalidade brasileira (nata ou naturalizada) é um requisito para a ocupação de cargos, empregos e funções públicas. Contudo, excepcionalmente, os estrangeiros podem ser agentes públicos, desde que haja previsão legal.

Lado outro, o inciso II do art. 37 da CF/88, determina a obrigatoriedade, em regra, da realização de concurso público para se tornar servidor público:

“Art. 37, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”

O concurso público deve ser de provas ou de provas e títulos, proibidas contratações exclusivamente em razão da análise de títulos ou currículos.

A exigência do concurso público não se aplica em algumas situações, são elas: a) ocupação de cargo em comissão; b) funções de confiança − conferida aos detentores de cargo efetivo; c) contratação temporária nas hipóteses previstas; d) agentes políticos − ingressam mediante eleições; e) particulares que atuam em colaboração com a Administração; f) contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias; g) magistrados que ingressam no serviço público pelo quinto constitucional e os componentes dos Tribunais Superiores; h) contratação de professores nas Universidades Federais.

#FICA A DICA

Conforme estabelece a súmula 266 STJ, “o diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público”.

O acesso a alguns cargos (como o cargo de juiz ou de membro do Ministério Público) exige, no mínimo, três anos de atividade jurídica. O Supremo Tribunal Federal definiu que os três anos de atividade jurídica contam da data de conclusão do curso de direito e que o momento de comprovação da atividade jurídica é a data de inscrição no concurso.

Os critérios adotados pela banca examinadora de um concurso não podem ser revistos pelo Poder Judiciário.

Validade do Concurso

É importante destacar que, nos termos do art. 37, III da Constituição Federal, os concursos têm validade de dois anos, prorrogável por uma única vez, por igual período:

Art. 37, III. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

O referido prazo será contado da data de homologação do concurso. Destaca-se que o edital poderá estabelecer prazo menor de validade do que 2 anos. Entretanto, o prazo estabelecido vincula o prazo de prorrogação. Desse modo, caso tenha sido instaurado concurso público com a validade de 6 meses, o mesmo poderá ser prorrogado por mais 6 meses. Caso a validade do concurso público seja de 2 anos, o mesmo poderá ser prorrogado por mais 2 anos.

Conforme estabelece o art. 37, IV, da Constituição Federal: “durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego na carreira.”

133

Portanto, impõe-se a conclusão de um concurso para que novo concurso seja aberto, haja vista que “não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado” (art. 12, §2º da Lei 8.112/90).

Controle de Legalidade dos Concursos

A Administração, caso verifique ilegalidade no procedimento de seleção, deve anular o concurso público. Tal anulação pode ser realizada, ainda, pelo Poder Judiciário o qual desempenha o controle de legalidade sobre os atos e procedimentos administrativos, desde que provocado. Caso o candidato, prejudicado em razão dessa anulação, ajuíze mandado de segurança, destaca-se que o prazo de decadência para impetração de 120 dias conta-se da data do efetivo prejuízo sofrido pelo indivíduo e não da data de publicação do edital.

Conforme estabelece o Decreto 6.944/2009 à Administração Direta, Autarquias e Fundações Públicas em âmbito federal devem publicar integralmente, no Diário Oficial da União, edital de concurso com antecedência mínima de sessenta dias da realização da primeira prova (art. 18, I), salvo nos casos em que o ministro de Estado, mediante ato motivado, reduzir o referido prazo.

Tipos de Concurso

O concurso pode ser de provas ou de provas e títulos. O concurso de provas será realizado para a composição dos quadros relativos a cargos e empregos de menor complexidade. Os concursos de provas e títulos, por sua vez, referem-se ao provimento de cargos com maior complexidade. Nesse último caso, a ordem classificatória será definida pelo resultado da ponderação entre o resultado das provas e a pontuação de títulos.

Não se admite concurso público exclusivamente de títulos. A provas de títulos em concursos públicos não podem ostentar natureza eliminatória, tendo caráter exclusivamente classificatório.

São pressupostos para abertura de Concurso Público: a) necessidade de preenchimento das vagas; b) disponibilidade financeira para remuneração desses cargos. Destaca-se que a exigência de requisitos diferenciados ao acesso a determinado cargo somente se justifica quando a natureza ou complexidade da função a ser exercida exigir. Ex.: exigência de altura mínima para ocupação do cargo de delegado.

FICA A DICA

# FICA A DICA

Em decorrência do inciso I do art. 37 da CF/88 é vedado que os editais de concurso público estabeleçam exigências sem base legal, ou seja, a Administração não pode impor condições/requisitos para a participação no certame. Nessa medida, é importante destacar que o edital NÃO é instrumento idôneo para o estabelecimento de limite mínimo de idade para inscrição em concurso público, sendo que para que seja legítima tal exigência, é imprescindível a previsão em lei.

O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado Concurso, deve ser comprovado no momento de inscrição do certame.

Súmula vinculante 44: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Súmula 684 “É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público”.

A mera instauração de processo criminal ou inquérito policial não são suficientes para impedir o brasileiro de ocupar cargo público ou concorrer para tanto, afinal, conforme art. 5º, LVII da CF/88, “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

QUESTÃO CESPE

Segundo o entendimento recente do STF e do

STJ, o fato de haver instauração de inquérito

policial ou propositura de ação penal contra

candidato inscrito em concurso público é causa

para a sua eliminação do certame.

Errado

134

SÚMULA VINCULANTE Nº. 43: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação e concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”.

SÚMULA Nº 683 “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza do cargo a ser preenchido.”

SÚMULA VINCULANTE Nº 44 “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Conforme entendimento do STF, a legalidade dos exames psicotécnicos em prova de concurso público está condicionada ao preenchimento de três requisitos:

previsão legal (é insuficiente mera exigência no edital);

adoção de critérios objetivos e científicos;

possibilidade de revisão do resultado pelas vias recursais.

Direitos do Servidor aprovado em concurso

A aprovação em concurso público gera expectativa de direito à nomeação, isto é, a expectativa de direito é uma posição de vantagem desprovida de exigibilidade. Portanto, a Administração Pública não é obrigada a nomear os candidatos aprovados. Excepcionalmente, a Administração pode deixar de nomear até mesmo os candidatos aprovados dentro do número de vagas disponibilizadas no edital em virtude de fato grave, imprevisível e superveniente.

Entretanto, o candidato aprovado em concurso público tem direito de precedência, ou seja, durante o período de vigência do concurso o candidato aprovado tem prioridade na convocação em relação aos aprovados em um novo concurso. Além disso, as nomeações serão realizadas em conformidade com a ordem de classificação, ou seja, os candidatos possuem direito a não preterição na ordem classificatória.

Portanto, a jurisprudência e a doutrina vêm firmando entendimento de que algumas situações ensejam a transformação da mera expectativa em direito em DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO, quais sejam:

Hipótese de nomeação em preterição a ordem classificatória, ocorre quando a Administração Pública nomeia o 3º colocado e não o 1º colocado. Nessa situação, a mera expectativa de nomeação transforma-se em direito adquirido líquido e certo imediato à posse (amparado por mandado de segurança), uma vez que outro candidato foi nomeado em flagrante desrespeito à ordem classificatória;

Hipótese de contratação temporária para cargo cujo provimento poderia ser realizado por candidato aprovado em concurso público;

Hipótese em que ocorre a requisição de servidores para o exercício de cargo cuja função poderia ser realizada por candidato aprovado em concurso público;

MUITO

IMPORTANTE

QUESTÃO DE PROVA

De acordo com o entendimento mais recente do

STF, a administração não é obrigada a nomear os

candidatos aprovados no número de vagas

definidas no edital de concurso, desde que haja

razão de interesse público decorrente de

circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis e

supervenientes.

Correta

135

Hipótese de desistência do candidato aprovado na posição imediatamente anterior;

Hipótese que importe na prática de ato inequívoco da Administração que torne incontestável a necessidade do preenchimento de novas vagas.

Destaca-se que compete ao candidato o acompanhamento, via Diário Oficial ou internet, das publicações referentes ao concurso público. Entretanto, a Administração Pública tem o dever de intimar pessoalmente o candidato quando houver decurso de tempo razoável entre a homologação do resultado e a data da nomeação.

Reserva de vagas para portadores de deficiência

Conforme estabelece o §2º do art. 5, da Lei 8.112/90:

“Art. 5º, §2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso”.

A mencionada previsão decorre da proibição de discriminação ao trabalhador. Nesse sentido, serão reservadas vagas específicas que serão disputadas somente por portadores de deficiência, conforme regras estabelecidas no edital.

Cumpre ressaltar que a pessoa com deficiência física participará de concurso em igualdade de condições com os demais candidatos quanto ao conteúdo das provas, avaliação e critérios de aprovação, horário e local de aplicação e nota mínima exigida para todos os candidatos. Entretanto, esses candidatos irão concorrer a vagas disputadas somente entre os portadores de deficiência.

#FICA A DICA

O STF (MS 26.310/DF) entendeu que é válido o edital de concurso para o preenchimento de duas vagas que não reserva nenhuma para deficientes. Isso porque a reserva de uma vaga corresponderia a 50% das vagas, percentual este muito acima do percentual estabelecido pela lei.

Ocupantes de Cargo Público

O caput do art. 3º da Lei Federal nº 8.112/90 define cargo público como:

“Art. 3º, caput. Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura

organizacional que devem ser cometidas a um servidor”.

Neste sentido, o cargo público representa uma posição na estrutura organizacional da administração. O parágrafo único do art. 3º da Lei Federal nº 8.112/90 prescreve a necessidade de lei para a criação de cargos públicos:

“Art. 3º, parágrafo único Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão”.

QUESTÃO DE PROVA

Para o STJ, o candidato aprovado em

concurso público, mas classificado fora do

número de vagas previstas no edital,

tem direito subjetivo à nomeação se o

candidato imediatamente anterior na ordem

de classificação, aprovado dentro do

número de vagas e convocado, tiver

manifestado a sua desistência.

Correto

QUESTÃO DE PROVA

Conforme entendimento atual do STF, é dever da

Administração Pública nomear candidato

aprovado em concurso público dentro das vagas

previstas no edital, em razão do Princípio da Boa-

Fé e da proteção da confiança, salvo em situações

excepcionais caracterizadas pela necessidade,

superveniência e imprevisibilidade.

Correto

136

FICA A DICA

Momentos da vida funcional do servidor público: 1º − Aprovação em Concurso Público; 2º − Aprovação; 3º − Provimento; 4º − Posse; 5º − Exercício; 6º − Estágio Probatório; 7º − Confirmação; 8º − Estabilidade; 9º − Saída do Cargo.

Destaca-se que a criação, transformação e a extinção de cargo, emprego ou função sempre depende de lei. Entretanto, caso tratar-se de cargo vago, e somente nessa hipótese, o cargo poderá ser extinto mediante decreto (art. 84, VI, b da CF/88). Entretanto, atente-se ao fato de que algumas bancas de concursos entendem que a criação de empregos públicos nas Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista não depende de lei.

FICA A DICA

Definições:

Servidor Público: aquele investido em cargo público;

Provimento: ato administrativo constitutivo hábil a promover o ingresso na Administração. O provimento pode ser em cargo efetivo ou em cargo de comissão. Além disso, o provimento pode ser originário (Ex.: nomeação) ou derivado, o qual pressupõe relação jurídica prévia com o Estado (Ex.: promoção, remoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução).

Posse: ocorre com a assinatura do termo de posse, na qual irão constar as atribuições, deveres, responsabilidades e direitos inerentes ao cargo. O prazo para a posse é de 30 dias contados da publicação do ato de provimento, podendo se dar mediante procuração específica.

O prazo para posse será contado do término do impedimento se o servidor estiver em uma das seguintes situações na data de publicação do ato de provimento:

Licença por motivo de doença em pessoa da família;

licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro

licença para o serviço militar;

licença para capacitação

férias;

participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País;

convocação pelo júri e outros serviços obrigatórios por lei;

licença à gestante, à adotante e à paternidade;

licença para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo;

licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;

licença para capacitação, conforme dispuser o regulamento;

licença por convocação para o serviço militar;

deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;

participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no país ou no exterior, conforme disposto em lei específica.

Exercício: após a assinatura do termo de posse o servidor deverá entrar em exercício, ou seja, atuar no efetivo desempenho das atribuições do cargo ou função. O servidor tem o prazo de 15 dias para entrar em exercício, contados da data da posse, sob pena de exoneração da função de confiança;

LICENÇAS MAIS COBRADAS ESTÃO ASSINALADAS EM

NEGRITO

POSSE MEDIANTE PROCURAÇÃO

Atenção para os conceitos

de POSSE e EXERCÍCIO

137

Estágio Probatório: período de avaliação durante o qual se deve demonstrar capacidade e aptidão para o exercício do cargo, função ou emprego. Desse modo, o servidor deve demonstrar: assiduidade, disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. O prazo de duração do estágio probatório é de 3 anos, com exceção do estágio probatório relativo a cargos vitalícios cuja duração é de 2 anos. Além disso, durante o estágio probatório, o servidor terá direito somente às seguintes licenças e afastamentos: licença por motivo de doença na família; licença por afastamento do cônjuge ou companheiro; licença para serviço militar; licença para atividade política; afastamento para exercício de mandato eletivo; afastamento para estudo ou missão no exterior; afastamento para servir e organismo internacional no qual o Brasil participe; afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. Durante a licença, o período do estágio probatório estará suspenso;

# FICA A DICA

O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação.

Súmula Nº 22, STF: “o estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo”.

Súmula Nº 21, STF: “funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade”. Portanto, é nula a dispensa de servidor em estágio probatório sem o devido processo administrativo que garanta o contraditório e ampla defesa.

Destaca-se, ainda, o disposto no art. 1º da Lei 9717/98 :

“Art. 1o-A. O servidor público titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios ou o militar dos Estados e do Distrito Federal filiado a regime PRÓPRIO de previdência social, quando cedido a órgão ou entidade de outro ente da federação, com ou sem ônus para o cessionário, permanecerá vinculado ao regime de origem”

Avaliação especial de desempenho: avaliação ao qual o servidor está sujeito que, nos termos que a lei dispuser, será realizada quatro meses antes de encerrado o período de estágio probatório. Desse modo, sendo a avaliação favorável o servidor será efetivado, caso a avaliação seja desfavorável o servidor será exonerado (mediante processo administrativo simplificado, assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa);

Estabilidade: direito à permanência. O servidor estável somente perderá o cargo em razão de sentença judicial transitada em julgado, processo administrativo disciplinar (assegurado o direito ao contraditório e a ampla defesa), procedimento de avaliação periódico de desempenho e nas situações em que seja necessário a redução de despesas. Em conformidade com o art. 19 do ADCT , os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da Administração Direta, Autárquica e das Fundações Públicas , em exercício na data da promulgação da Constituição Federal, há pelo menos cinco anos, sem concurso público, são considerados estáveis no serviço público. Tal regra não se aplica aos ocupantes de cargos e funções de comissão, nem os que a lei define como de livre exoneração.

Vencimento: parcela fixa definida em lei para remunerar uma determinada carreira de servidores estatutários – valor fixado em lei. O vencimento acrescido das vantagens de caráter permanente é

O direito à licença e afastamento do servidor em

estágio probatório tem sido recorrente nas

provas!

Licenças para tratamento de assuntos particulares

poderão ser concedidas, por discricionariedade

da administração pública, a servidor ocupante de

cargo efetivo, ainda que esteja cumprindo o

estágio probatório, pelo prazo de até três anos

consecutivos, desde que sem remuneração.

Errado

MACETE:

Servidor em estágio probatório não abre a MA

TRA CA! Isso é, não tem direito a licença para:

MAndato Classista;

TRAtar de assuntos particulares;

CApacitação.

138

irredutível, podendo haver redução em algumas situações, como nos casos de redução de valores ao teto constitucional.

Vencimentos (no plural): é sinônimo de remuneração e significa o conjunto de todas as parcelas remuneratórias, permanentes ou não, recebidas pelo servidor estatutário. Assim, os vencimentos são compostos pela soma do vencimento-básico mais todas as vantagens pecuniárias (adicionais, gratificações e verbas indenizatórias). O vencimento do servidor somadas as vantagens permanentes é irredutível (respeitado o valor do teto constitucional), sendo vedado o recebimento de remuneração inferior a um salário mínimo (O VENCIMENTO PODE SER INFERIOR ao salário mínimo, os vencimentos NÃO). Destaca-se que somente mediante lei poderá haver alteração na remuneração dos servidores públicos.

O vencimento, remuneração e proventos não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, salvo nos casos de prestação de alimentos.

#FICA A DICA

É expressamente proibida a prestação de serviços gratuitos.

Subsídio: subsídio é o montante remuneratório único que exclui a possibilidade de percepção de outras vantagens pecuniárias variáveis. Deve ser fixado por lei específica, e encontra-se previsto no artigo 39, §§ 4° e 8° da CR/88, segundo o qual:

“Art. 39, § 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. Art. 39, §4°. O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os ministros de Estado e os secretários estaduais e municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.”

Indenizações: trata-se das gratificações ou adicionais que não são incorporados ao vencimento. Ex: ajuda de custo por mudanças, ajuda de custo por falecimento, diárias por deslocamento, indenização de transporte, auxílio-moradia. No caso de recebimento de diárias, se o agente não se afastar da sede por algum motivo de força maior, o servidor público ficará obrigado a restituir integralmente o valor recebido, no prazo de cinco dias.

Férias: o servidor tem direito a 30 dias de férias, que podem ser acumuladas em até 02 períodos. O servidor deve completar o período de 12 meses de exercício para ter direito a usufruir das férias. As férias do servidor somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.

#FICA A DICA

Conforme entendimento do STJ, “quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público.” (REsp 1244182/PB, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, julgado em 10/10/2012).

QUESTÃO DO CESPE Além do vencimento, poderão ser pagos ao servidor indenizações, gratificações e adicionais, vantagens que serão incorporadas ao seu vencimento.

Errado

QUESTÃO FGV A convocação para júri constitui hipótese de interrupção das férias de servidor público.

Correto

139

A corte superior também já se posicionou acerca do auxílio-transporte, definindo que ele tem o escopo de custear as despesas com o deslocamento dos servidores do local de trabalho para a residência (e vice-versa), independentemente de o mesmo ser realizado por meio de veículo próprio ou coletivo municipal, intermunicipal ou interestadual.

Teto Remuneratório

O teto remuneratório refere-se ao limite máximo de remuneração para quaisquer agentes públicos (art. 37, XI, Constituição Federal e Emenda Constitucional n. 41/2003), incluídas as vantagens de qualquer natureza, sendo que esta não poderá exceder o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (R$39.200,00), sendo que:

O teto nos Municípios é o subsídio do Prefeito;

O teto nos Estados e Distrito Federal: subsídio do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados estaduais e distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça (limitado a 90,25% do subsídio mensal do ministro do STF) no âmbito do Poder Judiciário, extensivo também aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e Defensores Públicos.

Cumpre destacar que, em conformidade com o art. 37, §9º da Constituição Federal, as Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e suas subsidiárias estão submetidas ao teto remuneratório quando receberem recursos oriundos da Administração Pública Direta para pagamento de custeio e despesa de pessoal.

Também convém destacar que, nos termos do art. 37, X da CF/88, “a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”

FICA A DICA

A jurisprudência vem entendendo que excluem-se do teto remuneratório as verbas indenizatórias, benefícios previdenciários, remuneração decorrente de cargos públicos de magistério acumuláveis, e o exercício de função cumulativa.

Licenças

A Lei 8.112/90 estabelece algumas hipóteses de concessão de licença:

a) Por motivo de doença de familiar (art.83): será concedida sem prejuízo dos vencimentos. Trata-se de uma decisão vinculada da Administração Pública, contudo, a licença será deferida apenas se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. Ademias, é vedado o exercício de atividade remunerada durante o período da licença por motivo de doença de familiar.

b) Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro (art. 84): concedida por prazo indeterminado (e sem remuneração) para o servidor acompanhar o cônjuge que foi deslocado dentro do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos poderes Executivo e Legislativo.

c) Para o serviço militar (art. 85): concedida com remuneração; d) Para exercício de atividade política (art. 86): concedida sem remuneração para servidor eleito;

QUESTÃO CESPE

No cômputo do limite remuneratório (chamado de teto constitucional), devem ser consideradas todas as parcelas percebidas pelo agente público, incluídas as de caráter indenizatório.

Errado

140

e) Para capacitação profissional (art. 87): a cada quinquênio (05 anos) de efetivo exercício, o servidor poderá afastar-se do exercício do cargo efetivo para participar de curso de capacitação profissional, no interesse da Administração, sem prejuízo da remuneração, por até três meses. Caso o servidor não usufrua desse benefício, não haverá cumulação, ou seja, a lei não permite a acumulação de dois períodos de licença-capacitação;

f) Para tratar de interesses particulares (art. 91): será concedida a critério da Administração para ocupante de cargo efetivo, pelo prazo de 3 anos sem remuneração. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço;

g) Para o desempenho do mandato classista (art. 92). Afastamento

A Lei 8.112/90 prevê hipóteses de afastamento, são elas:

Para servir a outro órgão ou entidade (art. 93);

Para o exercício de mandato eletivo (art. 94);

Para estudo ou missão no exterior (art. 95);

Para participação de programa de pós-graduação stricto sensu no país (art. 96-A).

O servidor público pode, ainda, ausentar-se, sem prejuízo da remuneração:

Por um dia para doação de sangue;

Por dois dias, para se alistar como eleitor;

Por oito dias em razão de casamento, falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados (...).

Para se ausentar do país para estudo ou missão oficial, o servidor deve atender às exigências

previstas nos arts. 95 e 96 da Lei nº 8.112: “Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do país para estudo ou missão oficial, sem autorização do presidente da República, presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e presidente do Supremo Tribunal Federal. §1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. §2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. §3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática. §4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.”

O afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país será concedido apenas se a participação não puder ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. Ademias, deve haver o interesse da Administração, pois esse afastamento não comprometerá a percepção de remuneração pelo agente.

QUESTÃO CESPE

Como medida que contribui para a melhoria da qualidade de vida do servidor público, lhe é facultado optar pela acumulação de períodos de licença-capacitação, caso não seja possível usufruí-los após cada período aquisitivo.

Errado

QUESTÃO DE PROVA

Em conformidade com a Lei n.º 8.112/1990, o

servidor público poderá ser afastado do Brasil

para missão oficial por tempo indeterminado.

Errado

141

Ademais, o servidor terá que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao período do afastamento concedido. Se caso esse servidor solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria antes do cumprimento desse período de permanência, será obrigado e ressarcir o órgão ou entidade pelos gastos em seu aperfeiçoamento.

Afastamento para exercício de mandato eletivo

Nos termos do art. 38 da CF/88:

“Art. 38. Ao servidor público da Administração Direta, Autárquica e Fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;”

Destaca-se que quando o agente público, que ocupa cargo ou emprego público, passa a exercer mandato eletivo, a regra é que ele fique afastado do exercício daquela atividade, percebendo apenas o subsídio referente ao mandato eletivo. Contudo, o agente poderá exercer mandato de vereador e, caso houver compatibilidade de horários, poderá perceber tanto as vantagens remuneratórias referentes ao cargo efetivo, vitalício ou emprego público como o subsídio referente ao cargo eletivo. Vejamos o que dispõe o inciso III do art. 38 da CF/88:

“Art. 38, III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior.”

Por fim, os incisos IV e V do mesmo dispositivo prescrevem que:

“Art. 38, IV. Em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V. Para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.”

#FICA A DICA

Importante salientar que a Lei 8.112/90 também institui um rol de deveres de fazer e não fazer para os servidores:

“Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;

QUESTÃO FCC

É dever do servidor público obedecer às ordens

superiores, exceto quando contaminadas de

algum vício ilegal. Nessa situação, o servidor

tem por obrigação descumprir a ordem e

representar contra seu superior hierárquico.

Correta

QUESTÃO CESPE

É dever do servidor público civil da União zelar pela economia do material e pela conservação

do patrimônio público.

Correto

142

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. Art. 117. Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.”

Formas de Provimento

Provimento é o ato administrativo de preenchimento de cargo público, regulamentado no Brasil pela Lei Nº 8.112, de 11 de novembro de 1990. De acordo com a legislação, o provimento poderá se dar mediante nomeação, promoção, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.

Nomeação

Trata-se da única hipótese de provimento ORIGINÁRIO, dependendo de prévia aprovação em concurso público, no caso de servidor ocupante de cargo efetivo, ou para ocupação de cargo de comissão de livre nomeação e exoneração que independe da aprovação em Concurso. Nos termos do art. 9 da Lei 8.112/90:

“Art. 9º A nomeação far-se-á: I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de /confiança vagos.

ATENÇÃO PARA OS PONTOS EM NEGRITO

QUESTÃO CESPE Servidor técnico legislativo da Câmara dos Deputados em gozo de licença para tratar de interesses particulares poderá participar da gerência de sociedade privada, sendo-lhe vedado apenas o exercício de atos de comércio.

Errado