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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA Estabelecimento de um modelo celular para o estudo de hipertrofias cardíacas mediadas pela inflamação: o papel de peptídeos vasoativos na modulação de COX-2 e PTEN Walmir da Silva 2013

Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

Estabelecimento de um modelo celular para o estudo de

hipertrofias cardíacas mediadas pela inflamação: o papel

de peptídeos vasoativos na modulação de COX-2 e PTEN

Walmir da Silva

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

Estabelecimento de um modelo celular para o estudo de

hipertrofias cardíacas mediadas pela inflamação: o papel

de peptídeos vasoativos na modulação de COX-2 e PTEN

Walmir da Silva

Orientadora

Karen Cristiane Martinez de Moraes

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Biotecnologia da Universidade Federal de

Ouro Preto como requisito parcial para

obtenção do Título de Mestre em

Biotecnologia

Ouro Preto

2013

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I

“Volta teu rosto sempre na direção do sol, e então, as sombras

ficarão para trás.”

Da vinci, L.

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II

Dedico este trabalho a todas as pessoas que são importantes para mim.

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III

SUMÁRIO

SUMÁRIO ............................................................................................................................... III

AGRADECIMENTOS: ........................................................................................................... V

RESUMO ................................................................................................................................. VI

ABSTRACT ...........................................................................................................................VII

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... VIII

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. IX

ABREVIATURAS .................................................................................................................. XI

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

1.1 Importância epidemiológica ........................................................................................ 2

1.2 O modelo celular e a biotecnologia ............................................................................. 3

1.3 O Sistema Renina-Angiotensina nas hipertrofias cardíacas ........................................ 4

1.4 Hipertrofia Cardíaca e Processo Inflamatório.............................................................. 9

1.5 Correlação das proteínas PTEN e COX-2 na instalação do processo hipertrófico de

origem inflamatória ............................................................................................................... 13

1.6 Sinalização Celular nas Hipertrofias Cardíacas de origem inflamatória ................... 15

1.7 miRNAs e o processo hipertrófico ............................................................................. 20

1.8 Justificativa ................................................................................................................ 23

2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 24

2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 25

2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 25

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................... 26

3.1 Técnicas básicas de Biologia Molecular .................................................................... 27

3.2 Cultura celular e simulação de condições hipertróficas/ inflamatórias. .................... 27

3.3 Viabilidade Celular .................................................................................................... 27

3.4 Análise da expressão do mRNA dos receptores de Ang II e Ang-(1-7) .................... 28

3.5 Microscopia de Fluorescência ................................................................................... 30

3.6 Mensuração da área celular ........................................................................................ 31

3.7 Dosagem de Prostaglandina E2 ................................................................................. 31

3.8 Análise da expressão gênica por qRT-PCR ............................................................... 31

3.8 Análise da expressão proteica .................................................................................... 35

3.10 Análise da expressão de miRNA ............................................................................... 37

3.11 Análises de bioinformática ....................................................................................... 38

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IV

3.12 Análises estatísticas ................................................................................................... 39

4. RESULTADOS ................................................................................................................ 40

4.1 Ang II a 10 µM e Ang-(1-7) a 1 µM não causam morte celular da linhagem H9c2 . 41

4.2 Receptores AT1b e Mas são expressos em células H9c2 .......................................... 42

4.3 Ang II promoveu aumento da área celular em H9c2 ................................................. 43

4.4 Prostaglandina E2 aumenta em 12h de indução com Ang II e Ang-(1-7) em células

H9c2......................................................................................................................................44

4.5 Expressão de genes marcadores de hipertrofia cardíaca são modulados quando

induzido com Ang II e Ang-(1-7) ......................................................................................... 45

4.6 Ang II e Ang (1-7) promove modulação na expressão gênica de fatores

transcricionais ....................................................................................................................... 47

4.7 Níveis do mRA de Cox-2, Pten e Akt podem estar correlacionados entre si num

processo de regulação diante ação da Ang II e Ang-(1-7) .................................................... 49

4.8 COX-2 e PTEN podem estar envolvidos num mecanismo de corregulação quando

induzidos por Ang II ............................................................................................................. 51

4.9 Ang-(1-7) modula diferencialmente a expressão das proteínas COX-2 e PTEN ...... 52

4.10 Ang II promove aumento da expressão dos miRNAs miR-1, -21, -26a e -26b ......... 53

4.11 miRNAs – 1, -21, -26a, -26b podem modular a expressão de outros genes

relacionada a via hipertrófica/ inflamatória .......................................................................... 54

5. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 56

6. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 69

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 71

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V

AGRADECIMENTOS:

A Ouro Preto, que me deu a alegria de fazer parte da sua história e aqui fazer amigos que levarei por

toda minha vida.

À Profa. Dra. Karen Cristine Martinez de Moraes, pela oportunidade.

À Profa. Dra Renata Guerra de Sá e ao Prof. Dr. William de Castro Borges pelas brilhantes aulas

ministradas e pelas colaborações. Obrigado pela inspiração.

Ao Professor Dr. Luis Carlos Crocco Afonso, pela concessão do uso de seu laboratório e

equipamentos.

Ao Professor Dr. Robson Augusto Souza dos Santos pelas discussões e reagentes cedidos.

Aos amigos do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Cíntia, Márcia, Suianne, Nathália,

Roberta, Karina, Isabel, Soraya, Ester, Amanda, Pricila, Nayara, Andréa, Victor, Leandro, Fabiano,

Felipe e Kelvin, pela excelente e divertida convivência.

Aos amigos do Laboratório de Bioquímica Metabólica pelas boas gargalhadas juntos, sempre nos

considerei um só grupo.

Aos professores, funcionários e colegas dos demais laboratórios do NUPEB.

Ao Rafael, por ter sido tão bom companheiro, por sempre me incentivar e me inspirar em momentos

importantes.

À Cíntia, minha irmã de Ouro Preto, obrigado por me receber de braços abertos na sua vida. Uma

amizade sincera vale mais que qualquer riqueza. Ainda temos muito pela frente. Obrigado por tudo

querida!

Aos meus irmãos de casa, Rodrigo, Diogo e Walyson pela fantástica convivência e em especial as

queridas Valquíria e Suianne. Sentirei muita falta do nosso convívio.

Aos amigos Patrícia, Rory, Helton e Mateus pelas boas risadas e por tornarem minha estadia em Ouro

Preto mais agradável.

À minha querida família, Sandra, Waldir e Mateus.

Aos meus queridos avós pelo imenso amor e incentivo.

Aos meus queridos amigos de longa data que sempre torceram por mim Bruna, Débora, Tainara,

Thaynara, Roberta, Ricardo, Sonaire, Carollina e Thaís. Vocês são muito importantes para mim.

E em especial aos meus queridos e eternos amigos Ramsés, Lupi, Tuíte, Lipi e o Milo.

À Universidade Federal de Ouro Preto e ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, pela

oportunidade e pelo apoio acadêmico e institucional.

À FAPEMIG e ao CNPq pelo incentivo à capacitação e ao desenvolvimento da ciência através de

apoio financeiro.

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VI

RESUMO

Trabalhos recentes têm demonstrado a importância do Sistema Renina-Angiotensina (SRA)

na modulação das hipertrofias cardíacas e atenção especial vem sendo dada aos peptídeos

vasoativos, Angiotensina II (Ang II) e a Angiotensina-(1-7) [Ang-(1-7)], devido aos seus

efeitos antagônicos nas hipertrofias, além do envolvimento destes na modulação dos níveis da

enzima ciclooxigenase-2 (COX-2), importante na produção de Prostaglandina E2 (PGE2), que

direta ou indiretamente está envolvida com a resposta hipertrófica cardíaca quando mediada

pela inflamação. Outro importante elemento no desenvolvimento do processo inflamatório

crônico é a proteína supressora tumoral PTEN. Em tumores, onde a inflamação crônica esta

presente, alguns estudos correlacionam a diminuição dos níveis de PTEN com a modulação

da proteína COX-2, entretanto esta correlação ainda é obscura. Assim, no presente estudo,

considerando-se um paralelismo molecular existente entre o processo inflamatório tumoral e

os mecanismos hipertróficos/ inflamatórios cardíacos nós focamos nos processos de co-

regulação de PTEN e COX-2 em cultura de células cardíacas tratadas com os peptídeos

vasoativos Ang II e Ang-(1-7), visando a caracterização de marcadores moleculares e um

futuro desenvolvimento de fármacos. Nossos resultados mostraram que as concentrações

utilizadas dos peptídeos vasoativos não foram citotóxicas para o nosso modelo de estudo.

Frente aos tratamentos, a análise da expressão gênica realizada através de reações de

polimerização em cadeia (PCR) focou-se nos genes Cox-2, Pten, fatores transcricionais,

marcadores de hipertrofia, assim como outros elementos correlacionados ao nosso modelo de

estudo. Paralelamente, as análises proteícas por Western blot, demonstraram uma possível

correlação entre COX-2 e PTEN quando da utilização do peptídeo Ang II. Baseado nessa

observação, procuramos ainda analisar um possível mecanismo de regulação pós-

transcricional, pela análise da expressão miRNAs nas culturas cardíacas estimuladas com a

Ang II. Em conjunto os resultados deste trabalho demonstram que há um possível mecanismo

de corregulação entre COX-2 e PTEN, além do possível envolvimento dos miR-26a e miR-

26b na regulação dos níveis de PTEN, mostrando que o modelo celular estabelecido é

funcional pra estudo das hipertrofias cardíacas mediado pela inflamação e colaborará com as

etapas subsequentes na caracterização de marcadores moleculares como potenciais alvos

terapêuticos.

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VII

ABSTRACT

Recent studies have shown the importance of the Renin-Angiotensin System (RAS) in

modulating cardiac hypertrophy and special attention is being given to vasoactive peptides,

Angiotensin II (Ang II) and Angiotensin-(1-7) [Ang-(1-7 )], due to its antagonistic effects on

hypertrophy, in addition to their involvement in the modulation of the levels of the enzyme

Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which

is directly or indirectly involved in the hypertrophic response when mediated cardiac

inflammation. Another important element in the development of chronic inflammation is the

tumor suppressor protein PTEN. In tumors where chronic inflammation is present, some

studies correlated the decreased levels of PTEN protein with the modulation of COX-2;

however, this correlation is still unclear. Thus, in this study, considering a parallel between

the molecular inflammation and tumor mechanisms hypertrophic / inflammatory heart we

focus on the processes of co-regulation of PTEN and COX-2 in cultured heart cells treated

with vasoactive peptides Ang II and Ang-(1-7), aiming at the characterization of molecular

markers and future drug development. Our results showed that the concentrations of

vasoactive peptides used were not cytotoxic for our study model. Front to the treatment, the

gene expression analysis performed by polymerase chain reaction (PCR) focussed on the

Cox-2, Pten, transcriptional factors, markers of hypertrophy genes, as well as other elements

related to our study design. Simultaneously, the protein analysis by Western blot

demonstrated a correlation between COX-2 and PTEN as the use of the peptide Ang II. Based

on this observation, we further analyze a possible mechanism of post-transcriptional

regulation, the expression analysis of miRNAs in cardiac cultures stimulated with Ang II.

Combining the results of this study demonstrate that there is a possible mechanism of co-

regulation between COX-2 and PTEN, and the possible involvement of miR-26a and miR-26b

in regulating levels of PTEN, showing that the cellular model is established to study

functional of cardiac hypertrophy mediated by inflammation and collaborate with subsequent

steps in the characterization of molecular markers as potential therapeutic targets.

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VIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Oligonucleotídeos utilizados para análise da expressão relativa dos receptores de

Ang II e Ang-(1-7).

Tabela 2 - Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para análise da expressão relativa dos

genes.

Tabela 3 - Slope, Eficiência e R2 dos iniciadores utilizados através de uma curva de

eficiência.

Tabela 4 - Oligonucleotídeos iniciadores utilizados na expressão gênica relativa de miRNA

envolvidos no processo hipertrófico mediado por inflamação.

Tabela 5 - miRNAs e seus alvos envolvidos no processo hipertrófico mediado por

inflamação.

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IX

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação sumarizada das ações da Ang II via receptores AT1 e AT2 e Ang-

(1-7) via receptor Mas.

Figura 2 - Ilustração das vias de formação dos peptídeos do SRA.

Figura 3 - Cascata enzimática da síntese das Prostaglandinas (PGS).

Figura 4 - Representação da interação molecular entre as proteínas PTEN e COX-2 na

modulação do processo hipertrófico mediado por infamação.

Figura 5 - Esquema mostrando as principais vias de sinalização celular no processo

inflamatório/hipertrófico quando induzido pelo peptídeo vasoativo Angiotensina II em células

cardíacas.

Figura 6 - Esquema mostrando as principais vias de sinalização celular no processo

inflamatório/hipertrófico quando induzido pelo peptídeo vasoativo Angiotensina-(1-7) em

células cardíacas.

Figura 7 - Esquema de biossíntese de microRNA.

Figura 8 - Amplificação de β-actina obtida do cDNA sintetizado a partir da extração de RNA

total de células H9c2.

Figura 9 - Plot de amplificação referente à curva de eficiência do gene β-actina.

Figura 10 - Curva padrão referente ao gene β-actina.

Figura 11 - Avaliação da proliferação e viabilidade de células H9c2.

Figura 12 - Expressão relativa do mRNA dos receptores AT1a, AT1b, AT2 e Mas.

Figura 13 - Avaliação da hipertrofia das células H9c2 pela mensuração da área celular.

Figura 14 - Dosagem dos níveis de Prostaglandina E2.

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X

Figura 15 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes marcadores de

hipertrofia cardíaca Anf, Bnp e β-Myhc mediante a indução celular com Ang II 10 µM.

Figura 16 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes marcadores de

hipertrofia cardíaca Anf, Bnp e β-Myhc mediante a indução celular com Ang-(1-7) 1 µM.

Figura 17 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes Nf-κB, Nfat-3 Fos e

Jun mediante a indução celular com Ang II a 10 µM.

Figura 18 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes Nf-κB, Nfat-3 Fos e

Jun mediante a indução celular com Ang-(1-7) a 1 µM.

Figura 19 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes Cox-2 Pten e Akt

mediante a indução celular com Ang II a 10 µM.

Figura 20 - Expressão relativa do mRNA pelo método do 2-ΔCt

dos genes Cox-2 Pten e Akt

mediante a indução celular com Ang-(1-7) a 1 µM.

Figura 21 - Análise da expressão relativa das proteínas COX-2 e PTEN por Western Blotting,

quando da indução por Ang II 10 µM.

Figura 22 - Análise da expressão relativa das proteínas COX-2 e PTEN por Western Blotting,

quando da indução por Ang-(1-7) 1 µM.

Figura 23 - Análise da expressão relativa dos miR-1 e miR-21 em células H9c2 induzidas

com o peptídeo vasoativo Ang II.

Figura 24 - Análise da expressão relativa dos miR-26a e miR-26b em células H9c2 induzidas

com o peptídeo vasoativo Ang II.

Figura 25 - Diagrama ilustrando a interação entre miRNAs e seus alvos relacionados ao

processo hipertrófico mediado por inflamação.

Figura 26 - Esquema do mecanismo de corregulação das proteínas COX-2 e PTEN no

modelo celular para estudo das hipertrofias mediada por inflamação quando induzida por

peptídeos vasoativos.

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XI

ABREVIATURAS

AP-1 – Ativador de Proteína 1

AT1ar – Receptor de angiotensina AT1a

AT1br – Receptor de angiotensina AT1b

AT2r – Receptor de angiotensina AT2

ANG II – Angiotensina II

ANG-(1-7) – Angiotensina-(1-7)

Anf – Fator natriurético Atrial

AKT/PKB – Proteína Quinase B

Bnp – Peptídeo Natriurético cerebral

Β-Myhc – Cadeia pesada de β-miosina

BSA – Albumina Sérica Bovina

cAMP – Adenosina Monofosfato cíclica

PTGS2/Cox-2 – Ciclooxigenase-2

PTGS1/Cox-1 - Ciclooxigenase-1

CO2 – Dióxido de Carbono

DAG – Dialcilglicerol

DAPI – 4',6-diamidino-2-fenilindol

DMEM - Dulbecco’s Modified Eagle’s Medium

DMSO –Dimetilsulfóxido

dNTP – Desoxirribonucleotídeos Fosfatados

EDTA: Ácido etilenodiamino tetra-acético

ECA 1 – Enzima conversora de Angiotensina I

ECA 2 - Enzima conversora de Angiotensina II

ERK – Quinases reguladoras de sinal extracelular

GPCR – Receptor Acoplado a Porteína G

GSK-3β – Glicogênio Sintase Quinase- 3β

HCl – Ácido Clorídrico

IGg – Imunoglobulina G

JNK – Quinase c-jun N-terminal

KCl – Cloreto de Potássio

mA – mili Amperagem

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XII

MAPK – Proteínas Quinases Ativadas por Mitógenos

Mas r – Receptor de angiotensina MAS

MgCl2 – Cloreto de Magnésio

miRNA – microRNA

mRNA – RNA mensageiro

MTT – (3-(4,5-Dimetiltiazol-2-yl)-2,5- brometo difeniltetrazolio

NaCl – Cloreto de Sódio

Na2HPO4 – Fosfato de Sódio

Nf-Κb – Fator nuclear - Κb

NFAT – Fator nuclear ativado por Células T

PCR – Reação em cadeia pela polimerase

Pten – Fosfatase e Tensina homóloga

PLA2 – Fosfolipase A2

PLC – Fosfolipase C

PLD – Fosfolipase D

PKA – Proteína Quinase A

PKC – Proteína Quinase C

PBS – Tampão salino Fosfatado

PBS-EDTA – Tampão salino Fosfatado com ácido etilenodiamino tetra-acético

PVDF - Difluoreto de polivinilideno

PGE2 – Prostaglandina E2

PGs – Prostaglandinas

PIP-3 – Fosfatidil Inositol 3 Fosfato

PIP-2 – Fosfatidil Inositol 2 Fosfato

PI3K – Fosfatidil Inositol 3 Quinase

PDK1 – Quinase 1 dependente de fosfoinositídeos-3

Pri-miRNA – miRNA primário

Pré-miRNA – Precursor de miRNA

qRT-PCR – Reação em cadeia pela polimerase quantitativa acoplada a transcrição reversa

RISC – Complexo TBS-T - Tampão de Tris Salina com Tween-20

RNAi – RNA de interferência

SDS-PAGE – Eletroforese em gel de poliacrilamina com gradient deesnaturante

SDS – Sulfato dodecil de sódio

SRA – Sistema Renina Angiotensina

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XIII

TBS – Tampão de Tris Salina

Tris-HCl – Trisaminometado com Ácido Clorídrico

Tm – Temperatura de anelamento

TGF-β – Fator transformador de crescimento β

V - Voltagem

%CG – Conteúdo Citosina-Guanina

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1

1. INTRODUÇÃO

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2

1.1 Importância epidemiológica

Os avanços na produção científica e na geração de tecnologias nos últimos anos

proporcionaram o desenvolvimento de novas abordagens clínicas e farmacológicas que

refletiram diretamente numa maior longevidade da população. Entretanto, algumas doenças,

entre elas as cardiomiopatias, são caracterizadas como um problema de saúde pública, uma

vez que são consideradas como uma das maiores causas de morbidade e mortalidade mundial

(Braunwald e Bristow, 2000; Paule et al., 2007).

As doenças cardiovasculares têm ampla incidência mundial, entretanto, o número de

indivíduos afetados e as sequelas dessas complicações patológicas se correlacionam

inversamente à qualidade de vida da população. Este fenômeno se deve principalmente a

diferenças no investimento governamental em prevenção, controle e tratamento. Países em

desenvolvimento e subdesenvolvidos apresentam taxas semelhantes de incidência e juntos,

são responsáveis por mais de 80% dos casos registrados em todo mundo. Por outro lado,

países desenvolvidos apresentam uma menor taxa de morbimortalidade (OMS, 2012).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2012) mostram que as doenças

cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, tendo grande importância clínica,

epidemiológica e financeira. Em 2008, foram estimados cerca de 17,3 milhões de óbitos

decorrentes das alterações patológicas oriundas de doenças cardiovasculares, representando

30% das causas de morte mundial. Registros da OMS, (2012) apontam ainda que em 2011

somente as doenças cardíacas e suas complicações, foram responsáveis por cerca de 9 milhões

de óbitos e ainda estima-se que em 2030 aproximadamente 23,6 milhões de pessoas morrerão

em decorrência dessas patologias. No Brasil, no ano 2000, foram registrados

aproximadamente 261.000 óbitos decorrentes de doenças do sistema cardiovascular e,

comparando-se este ano com a década anterior, observou-se um aumento de

aproximadamente 22% no número de obtidos, atingindo o valor de 320.074 indivíduos

(Brasil, 2009). As cardiomiopatias foram, portanto, responsáveis por 31,8% do número total

de óbitos registrados no Brasil em 2009, sendo que a população mais atingida foi a idosa com

idade acima de 54 anos e a incidência aumenta para 40% em indivíduos na faixa etária entre

60 e 70 anos.

Considerando-se a importância das cardiomiopatias e que dentre as anomalias que

conduzem a falha do sistema circulatório, as hipertrofias cardíacas assumem posição ímpar

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3

há, portanto, a necessidade de se estudar e compreender melhor os mecanismos moleculares

envolvidos na instalação da hipertrofia de cardiomiócitos mediada pela inflamação.

1.2 O modelo celular e a biotecnologia

O grande desafio da ciência sempre esteve em aplicar os conhecimentos obtidos nos

laboratórios de pesquisa básica na geração de novos produtos para melhoria na qualidade de

vida. Desde os primórdios da história humana a observação da natureza e a experimentação

geravam conhecimentos que ao serem aplicados pelo homem trouxeram melhorias às suas

vidas como na agricultura, meteorologia, técnicas de conservação de alimentos, produção de

bebidas, uso de plantas para melhoria da saúde entre outras (Bolls, 1991; Min-Hsien, Song-

Bin, Gwo-Bin, 2010). A partir de meados do século XX, os avanços na área das ciências

biológicas e o domínio de técnicas que viabilizaram o isolamento de células vegetais e

animais e a manipulação genética das mesmas, proporcionou o desenvolvimento de cultura de

células e de tecido in vitro e/ou como aceito por muitos pesquisadores ex-vivo. Desde então,

houve grandes avanços em termos técnicos na utilização de cultura destas células como

modelo de biologia experimental (Bolls, 1991). Assim, utilizando-se da metodologia da

cultura celular mecanismos moleculares, bioquímicos e fisiológicos envolvidos no

desenvolvimento tecidual, seja nos estados patológico ou fisiológico, assim como os

mecanismos de interação entre diferentes moléculas de um mesmo organismo puderam ser

investigados de maneira mais pontual e direta poupando modelos experimentais in vivo. Este

evento também abriu precedentes para que o conhecimento gerado pela pesquisa básica

desenvolvida pela utilização do modelo celular se tornasse uma ferramenta chave na geração

de tecnologia para a comercialização de produtos, por exemplo, medicamentos para o

tratamento de doenças. Marco relevante na aplicação da cultura de células na biotecnologia

ocorreu em 1954, quando pela primeira vez, foram utilizadas células renais de macaco para

produção de vacina contra pólio e em modelo similar, onde células também foram utilizadas

para a produção de vacina veterinária contra febre aftosa (Min-Hsien, Song-Bin, Gwo-Bin,

2010). Desde então, diversos estudos têm utilizado o modelo celular como ferramenta básica

na compreensão do funcionamento e do equilíbrio celular sob diversas condições (Hall,

1988).

Dentro desse contexto, a utilização do modelo celular viabiliza o detalhamento de

questões fisiológicas e bioquímicas envolvidas no equilíbrio celular. Esse conhecimento é

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4

certamente revertido em ferramentas da biotecnologia moderna. Atualmente, a produção de

organismos geneticamente modificados, peptídeos sintéticos utilizados na produção de

vacinas, hormônios e drogas deve grande parte do seu sucesso à tecnologia do DNA

recombinante aliada ao modelo de cultura celular. Portanto, validar um modelo de estudo para

investigações das hipertrofias cardíacas mediadas por inflamação, é um importante passo para

a geração de produtos para a indústria biotecnológica. O detalhamento de mecanismos

moleculares envolvidos no desenvolvimento dessas patologias é essencial para que

marcadores moleculares correlacionados as patogenias possam ser identificados e modulados

no intuito de se reverter o quadro patológico. Dessa maneira, o presente projeto procurou

investigar mecanismos de atuação de peptídeos vasoativos na regulação cruzada das proteínas

COX-2 e PTEN, conectando os mecanismos da hipertrofia cardíaca induzida pela inflamação

com elementos supressores tumorais.

1.3 O Sistema Renina-Angiotensina nas hipertrofias cardíacas

Alterações cardiovasculares causadas como respostas adaptativas frente a alterações

hemodinâmicas ou mesmo hormonais no sistema circulatório, têm sido consideradas como

um importante fator de risco para o desenvolvimento da hipertrofia cardíaca do ventrículo

esquerdo (Franchini, 2001). Um dos fatores que contribui com o aparecimento das

hipertrofias cardíacas e que tem sido bastante evidenciado na literatura é a participação do

Sistema Renina-Angiotensina (SRA) em situações patológicas tais como hipertensão arterial,

infarto do miocárdio ou hiperatividade simpática (Baker e Chernin, 2004; Franchini, 2001;

Gray, 1998; RE, 1987).

Em 1987, foi descrita uma molécula obtida do rim de coelho que possuía a capacidade

de elevar a pressão arterial, a renina (Tigerstedt e Bergmann, 1987). Mais tarde em 1939,

Munoz et al. isolaram uma substância com capacidade vasoconstritora do sangue venoso renal

de cães com constrição da artéria renal, tendo sido denominada por eles de hipertensina. Page

e Helmer (1940) após injetar essa substância em um animal normal observaram que havia

uma atividade vasoconstritora, e então, denominaram esta substância de angiotonina. Mais

tarde alguns estudos mostraram tratar-se das mesmas substâncias. Os termos foram agregados

como angiotensina. Trabalhos futuros que se seguiram esclareceram o mecanismo de

formação das angiotensinas e seu papel na fisiologia cardiovascular (Francini, 2001).

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O SRA corresponde a um sistema hormonal endócrino, cujo principal papel está

relacionado com o controle da pressão arterial e da homeostasia hidroeletrolítica do

organismo (Fleming, 2005). Na visão clássica do SRA a síntese dos seus peptídeos efetores

ocorre através de uma cascata de eventos onde, a proteína Renina é sintetizada e armazenada

na circulação renal pelas células justaglomerulares das paredes das arteríolas aferentes do

glomérulo renal na forma de uma proenzima, sendo esta liberada após alterações do padrão

hemodinâmico e hidroeletrolítico do sistema circulatório como, alterações na reabsorção de

Na+, aumento ou diminuição da pressão nos vasos ou ativação de adrenoceptores. A

proenzima liberada de 406 aminoácidos é processada a uma pró-renina, que por sua vez é

ativada por uma proteína ainda desconhecida que remove 43 aminoácidos da região N-

terminal desta proteína (RE, 2004).

Uma vez ativada a Renina atua sobre seu substrato, o Angiotensinogênio, que é

sintetizado e liberado na circulação pelo fígado, onde sua síntese é estimulada por diversos

hormônios, incluindo glicocorticoides, hormônio tireoidiano e Angiotensina II. Assim, o

angiotensinogênio é clivado e convertido a Angiotensina I por ação da renina plasmática ativa

(Coates, 2003). Neste contexto, insere-se a Enzima Conversora de Angiotensina-I (ECAI) que

é uma proteína de membrana com sítios ativos expostos para o espaço extracelular. Existem

duas isoformas que são expressas em tecidos de mamíferos. A germinativa, que apresenta

somente um domínio catalítico (C- terminal), e a somática que apresenta dois domínios

catalíticos (N e C-terminal). Na última, os dois domínios tem afinidades por diferentes

substratos e sobre diferentes condições químicas, onde o domínio C-terminal é o responsável

principalmente pela conversão da Ang I a Ang II especialmente no leito vascular pulmonar

(Coates, 2003).

Após sua síntese, a Ang II liga-se aos seus receptores específicos em órgãos-alvos

regulando a homeostase cardiovascular, a pressão arterial e o equilíbrio hidroeletrolítico, tanto

em condições fisiológicas quanto patológicas (Dzau et al., 1988). A Ang II liga-se com alta

afinidade em seus receptores localizados na superfície celular. Há dois tipos principais de

receptores bem caracterizados AT1 e AT2, ambos distribuídos diferentemente em tecidos

centrais e periféricos. Segundo Unger et al. (2002), o receptor AT1 é um receptor com sete

domínios transmembrana, composto de 359 aminoácidos e um peso de 40 kDa, encontrando-

se acoplado a proteína G. Sua sinalização envolve fosfolipase A, C e D, inositol fosfato,

canais de cálcio e uma variedade de serina/treonina e tirosina quinase. Unger et al.(2002),

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ainda relata que o receptor AT1 está presente em tecidos somáticos e cerebrais,

predominantemente em órgãos e tecidos relacionados com o balanço eletrolítico e regulação

da pressão sanguínea, como glândulas adrenais, células do músculo liso vascular, rim e

coração e que sua estimulação medeia também o crescimento e proliferação de células do

músculo liso vascular. Está envolvida ainda em várias doenças cardiovasculares, renais e

cerebrais, tais como hipertrofia do ventrículo esquerdo, hipertrofia da camada média vascular,

arritmias cardíacas, aterosclerose e glomerulosclerose (Figura 1) (Sadoshima, Izumo, 1993).

Muito se sabe sobre os efeitos da Ang II sobre seu receptor AT1. Em ratos duas

isoformas deste receptor são conhecidas e elas possuem 95% de identidade entre suas

sequencias de aminoácidos. Funcionalmente e farmacologicamente esses dois subtipos do

receptor AT1 são indistinguíveis (Phillips, Speakman e Kimura, 1993). Por sua vez, o

receptor AT2 também é uma proteína com sete domínios transmembrana e possui

aproximadamente 34% de homologia com o receptor AT1. Possui 363 aminoácidos e é

altamente expresso em tecidos fetais, porém, após o nascimento seus níveis caem

significativamente sugerindo sua correlação com os mecanismos moleculares no

desenvolvimento fetal. Além disso, estudos apontam que a expressão desse receptor também

aparece elevada na insuficiência cardíaca, nos processos de reparo após infarto, em lesões de

pele e no sistema nervoso (Unger et al., 2002). O conjunto de dados sugere que o receptor

AT2 esteja envolvido no controle da proliferação e diferenciação celular, angiogênese,

regeneração tecidual e apoptose (Unger et al., 2002; Phillips, Speakman e Kimura, 1993). Um

sumário das particularidades fisiológicas e funcionais dos receptores AT1 e AT2 estão

representados na Figura 1.

A Ang II é o principal produto ativo do SRA, porém, há ainda outros peptídeos

menores que são gerados no sistema cardiovascular a partir da Ang I e da Ang II. Ações

periféricas e centrais do SRA podem ser mediadas por essas sequências menores dos

peptídeos de angiotensina, incluindo Angiotensina-III (Ang-III), Angiotensina-IV (Ang IV) e

Angiotensina-(1-7)(Gembardt et al., 2005) (Figura 2).

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Figura 1 - Representação sumarizada das ações da Ang II via receptores AT1 e AT2 e Ang-

(1-7) via receptor Mas. Silva, 2013.

A angiotensina–(1-7) é um dos peptídeos da família das angiotensinas que possui

atividade biológica, sendo formada por uma via independente da ECA somática.

Recentemente foi descoberta em humanos e roedores uma nova enzima análoga a ECA com

alta especificidade para clivar angiotensinas. A ECA2, que possui 805 aminoácidos, inclui

uma sequência N-terminal e um único sítio catalítico, apresentando 42% de homologia com a

ECA somática, possuindo diferenças no que diz respeito à especificidade de substrato e sua

atividade não ser alterada pelos inibidores clássicos da ECA. No sistema cardiovascular, a

expressão da ECA2 ocorre predominantemente nas células endoteliais das artérias, arteríolas e

vênulas no coração e no rim (Gembardt et al., 2005).

Hipertrofia cardíaca e do músculo liso; Liberação de aldosterona Supressão de renina; Vasoconstrição; Retenção renal de Na+ e água; ↑Matrix extracelular; Arritmias; ↑Contratilidade Cardíaca ↑Secreção de endotelina

Desenvolvimento Fetal e diferenciação celular; Inibição do crescimento e proliferação celular; Modulação da matriz Extracelular; Apoptose; Reparo tecidual; Vasodilatação; Desenvolvimento do trato urinário e renal; Proteção isquêmica.

Ação antiproliferativa; Redução de arritmias de reperfusão; Antihipertrófico; Vasodilatação; Facilitação do barorreflexo; Modulação da atividade simpática.

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Figura 2 - Ilustração das vias de formação dos peptídeos do SRA. ECA, enzima conversora

de angiotensina; ECA2, enzima conversora de angiotensina 2; PEP, prolilendopeptidase;

NEP, endopeptidase neutra; PCP, prolilcarboxipeptidase; AP, aminopeptidases. Modificado

de Leung e Carlsson (2001).

No sistema cardiovascular a ECA2 cliva a Ang I gerando o peptídeo Ang-(1-9), que

pode em seguida ser convertido a Ang-(1-7) e essa por sua vez pode ser inativada pela ECA

somática ou outras peptidases ao resíduo inativo Ang-(1-5). A ECA2 pode também

metabolizar diretamente a Ang II para gerar Ang-(1-7). A Ang-(1-9) e a Ang-(1-7) não podem

ser hidrolisadas pela ECA2. Essas ações sugerem ser a ECA2 a principal via de formação da

Ang-(1-7) (Donoughe et al., 2000).

A Ang-(1-7) juntamente com a Ang II, são considerados os principais efetores do

SRA. O papel da Ang-(1-7) como importante peptídeo com ações biológicas distintas dentro

do SRA, foram mostrados em estudos usando o antagonista seletivo das ações da Ang-(1-7), o

D-[Ala7]-Ang-(1-7) (A-779), que forneceram evidências de um receptor para a Ang-(1-7)

distinto dos receptores AT1 e AT2 da Ang II. Santos et al., (2003) caracterizaram o receptor

específico para Ang-(1-7), o protoncogene Mas.

Alguns trabalhos demonstram que a Ang-(1-7) atua como um peptídeo

contrarregulador dentro do sistema renina-angiotensina. A Ang-(1-7) pode atuar como um

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modulador da ECA tanto no domínio N-terminal da enzima, no qual atua como substrato,

como no domínio C-terminal no qual atua como um inibidor (Tom et al., 2001). Além de

inibir a ECA a Ang-(1-7) inibe as ações da Ang II competindo pela ligação em receptores

AT1 (Ueda et al., 2000; Rowe et al., 1995), alterando a sinalização dos efeitos da Ang II

possivelmente por interferir na disponibilidade de cálcio intracelular (Chansel et al., 2001).

Além disso, a Ang-(1-7) antagoniza os efeitos deletérios da Ang II sobre o aparelho

cardiovascular pela potenciação dos efeitos da bradicinina (Li et al., 1997).

Estudos recentes têm demonstrado que a Ang-(1-7) apresenta ainda efeitos

antiproliferativos e cardioprotetores, contrários aos observados para Ang II (Strawn et al.,

1999). Estes mesmos autores demonstraram ainda que a Ang-(1-7) reduz o crescimento das

células do músculo liso vascular após lesão. Paralelamente, Tallant et al., (2005)

demonstraram que a Ang-(1-7) inibiu o crescimento dos cardiomiócitos através da ativação do

receptor Mas, modulando a síntese de proteínas e a atividade de MAPKs envolvidas com a

hipertrofia de cardiomiócitos. Além disto, Iwata et al., (2005) demonstraram que a Ang-(1-7)

se liga a receptores específicos nos fibroblastos cardíacos, reduzindo os efeitos pró-fibróticos

e hipertróficos da Ang II.

1.4 Hipertrofia Cardíaca e Processo Inflamatório

A hipertrofia cardíaca é uma resposta adaptativa à sobrecarga funcional imposta as

células cardíacas (Dorns et al., 2003). Caracteriza se como um crescimento celular na

ausência de divisão em células já terminantemente diferenciadas como, por exemplo, em

cardiomiócitos. Apesar de evidências epidemiológicas considerarem a hipertrofia miocárdica

como um fator de risco para a ocorrência de diversas doenças cardíacas (Levy et al., 1990), a

resposta hipertrófica nem sempre leva a essa condição. Um exemplo dessa adaptação é o

aumento da massa ventricular esquerda após o nascimento, durante a gestação ou mesmo em

atletas, caracterizando um quadro de hipertrofia fisiológica.

O aumento no volume das células musculares cardíacas pode ser desencadeado por

vários estímulos de origem externa ou interna, hormonais ou mecânicos que podem conduzir

a múltiplas vias de sinalização celular, mudança no padrão de expressão gênica, aumento da

síntese proteica e reorganização de proteínas contráteis nas unidades sarcoméricas dos

cardiomiócitos (Altamirano et al., 2009; Knoll et al., 2003; Petersen e Burleigh, 2003).

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A sinalização molecular resulta em alterações celulares e no padrão transcricional dos

cardiomiócitos, que culminam na redução na capacidade de contração miocárdica,

sobrecarregando o coração em sua função de bombeamento sanguíneo objetivando manter a

homeostasia cardiovascular. Essa disfunção fisiológica é responsável pela hipertrofia, que se

prolongada conduz à falha cardíaca (Frey e Olson, 2003). Além de estudos moleculares

apontarem uma remodelação no citoesqueleto (Monreal et al., 2008; Chien, 1999), alterações

na sinalização adrenérgica (Lefkowitz et al., 2000) e nos níveis de cálcio intracelular

(Chakraborti et al., 2007; Marks, 2002), assim como aumento na demanda energética das

células do coração hipertrofiado (Taegtmeyer, 2002), algumas particularidades das vias

moleculares nas hipertrofias cardíacas ainda permanecem obscuras.

Cardiomiócitos são células que respondem prontamente a estímulos celulares. Além

de marcadores fenotípicos da hipertrofia, também são detectados aumentos nos níveis de

mRNAs do Fator natriurético atrial (ANF), do Peptídeo natriurético cerebral (BNP) do Fator

transformador de crescimento-b (TGF-b) e de mRNAs de outros genes de expressão

acentuada no início do desenvolvimento como c-fos, c-jun, erg-1 e c-myc (Mendez e La

Pointe, 2005). Também é detectado aumento do depósito de tecidos conectivos no coração na

matriz extracelular, que contribuem acentuadamente com a fibrose do órgão, característica

marcante da hipertrofia patológica, causando redução na viscoelasticidade e contribuindo com

a disfunção sistólica e diastólica (Brower et al., 2006).

Diversos estímulos entre eles os de origem mecânica, fatores de natureza neural,

fatores envolvidos nas sinalizações autócrina/parácrina podem contribuir com o

desenvolvimento das hipertrofias cardíacas. Dentre estes, atenção especial vem sendo dada à

proteína Ciclooxigenase-2 (COX-2), que é um fator proteico diretamente relacionado a

processos inflamatórios, uma vez que esta é responsável pela síntese da Prostaglandina E2

(PGE2) descrita por atuar a favor da instalação de um quadro pró-inflamatório. (Mendez e La

Pointe, 2002; Bamba et al., 1998).

A COX-2 pertence ao grupo das ciclooxigenses ou Prostaglandina G/H sintases que

são oxigenases que atuam na formação de peróxidos bicíclicos a partir da oxigenação de

ácidos graxos poliinsaturados (Marnett et al.,1999). Duas isoformas principais desta proteína

são conhecidas. A COX-1 que é a enzima de expressão constitutiva presente na maioria dos

tecidos, e a COX-2, que em muitos tipos celulares é a forma induzível em resposta a vários

estímulos, inclusive a citocinas (LaPointet al., 2004; Vane et al., 1998). LaPoint e Isenovic

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(1999) estudando a função de COX-2 demonstraram que em cardiomiócitos, assim como em

outros tecidos, a proteína se encontra em baixíssimos níveis em condições normais porque o

mRNA de COX-2 é rapidamente degradado, mas é prontamente expressa, via atuação do fator

de transcrição NF-B, além do aumento da estabilidade deste mRNA (Sully et al., 2004;

Warner e Mitchell, 2004; Shao et al., 2000; Sadoshima e Izumo, 1993), mediante uma

resposta inflamatória ou outras condições patofisiológicas. Esta relação pode ser explicada

pelo fato da COX-2 ser a enzima limitante da produção de prostaglandina (PG), importante

mediador inflamatório pela via do Ácido Araquidônico (AA) (Smith e Marnett, 1991; Vane e

Botting, 1990).

Estudos apontam que em cardiomiócitos humanos originados de corações com falhas

cardíacas, são identificadas alterações nos níveis da proteína COX-2 (Wang et al., 2009;

Wong et al., 1998;). LaPointe et al., (2004) demonstraram que a inibição da COX-2 em

miocárdios infartados diminuiu a hipertrofia e a fibrose das células cardíacas de ratos.

Demonstraram ainda que diante um processo inflamatório, cardiomiócitos ventriculares de

ratos neonatais apresentam um aumento local da proteína COX-2, que possui ação

fundamental na via de síntese das prostaglandinas. A PGE2 é sintetizada a partir de estímulos

que ativam a fosfolipase A2 cálcio dependente (PLA2) que atua hidrolisando fosfolipídeos da

membrana plasmática produzindo o ácido araquidônico (AA). Um anel ciclopentano é então

formado e, a enzima COX, através do seu sítio ciclooxigenase, introduz quatro átomos de

oxigênio. O sítio hidroxiperoxidase da COX catalisa a transferência de 2e- de um grupamento

15-hidroxiperoxi para um grupamento 15-hidroxila dando origem à prostaglandina G2

(PGG2) que é convertida em prostaglandina H2 (PGH2), substrato de diversas enzimas

conhecidas como prostaglandinas sintases. Estas enzimas são responsáveis pela produção de

diversas PGs, dentre elas a prostaglandina E2 (PGE2), que é a mais abundante no corpo

humano e está relacionada com a resposta imunológica. Além das PGs, tromboxano e

prostaciclinas também são produzidos nesta via como mostrado na Figura 3 (Wang, 2007;

Greenhough et al., 2009).

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Figura 3 - Cascata enzimática da síntese das Prostaglandinas (PGS). Adaptado de Mollace et

al.(2005).

As PGs atuam na célula através da sua ligação aos receptores transmembrana acoplados

à proteína G denominados EPs possuindo 4 isoformas. Quando ativados estes receptores

estimulam diferentes vias de sinalização, algumas delas envolvidas com o aumento ou

diminuição de cAMP, ativação de trifosfato inositol e aumento dos níveis de cálcio

intracelular (Dorsan e Gutkind, 2007; Sugimoto e Narumiya, 2007). Diversos trabalhos

utilizando diferentes tipos de células têm correlacionado o aumento dos níveis de PGE2 com a

instalação de um quadro pró-inflamatório que quando prolongado, pode conduzir ao

desenvolvimento de doenças relacionadas a um processo inflamatório crônico, como por

exemplo, tumores e hipertrofia (Greenhough et al., 2009; Langenbach et al., 1999).

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1.5 Correlação das proteínas PTEN e COX-2 na instalação do processo hipertrófico

de origem inflamatória

Considerando-se os mecanismos de ação da proteína COX-2 num organismo, nas

células tumorais e cardíacas evidências crescentes indicam uma correlação do processo

inflamatório mediado pela proteína COX-2 com os mecanismos de ação da proteína

supressora tumoral PTEN (St-Germain et al., 2004).

A proteína PTEN, fosfatase e tensina homóloga, foi identificada em 1997 (Li et al.,

1997) como um gene supressor tumoral frequentemente mutado ou deletado em câncer. PTEN

é uma proteína envolvida diretamente com o ciclo celular e conhecida por atuar em

mecanismos tumorais, na migração e sobrevivência celular, e na apoptose (Lee et al., 2008;

Yamada e Araki, 2001). Foi demonstrado ainda o papel dessa proteína na própria

morfogênese cardíaca e na angiogênese pós-natal (Hamada et al., 2005). Diversos autores

(Oudite et al., 2008; Schwartzbauer e Robbins, 2001) mostraram também que a perda e/ou

inativação de PTEN na fase adulta pode atenuar o desenvolvimento de hipertrofias

patológicas e falhas cardíacas, demonstrando assim, a relevância dessa proteína nas

hipertrofias cardíacas.

A proteína PTEN se caracteriza como uma tirosina fosfatase. É a principal molécula

reguladora negativa de fosfatidilinositol (3,4,5)-trifosfato (PIP3) e da via de sinalização

celular mediada pela proteína Akt/PKB (proteína quinase B) (Oudit et al., 2004)(Figura 4)

que pode também ter sua atividade modulada pela Ang II e Ang-(1-7). A sinalização por

PTEN é um processo evolutivamente conservado em diferentes espécies, reforçando a sua

relevância para a manutenção da integridade do organismo (Oudit et al., 2004). A enzima

PI3K (Fosfatidilinositol-3 quinase) fosforila fosfatidilinositol (4,5)-bifosfato (PIP2) no

segundo mensageiro fosfatidilinositol (3,4,5)-trifosfato (PIP3), cujos níveis controlam a

atividade da Quinase 1 dependente de fosfoinositídeos-3 (PDK-1) e subsequentemente a

atividade de Akt. PTEN atua nesta via de sinalização molecular por atuar na reversão de PIP3

a PIP2, controlando os níveis de PIP3 e com isso as reações dependentes de Akt (Mocanu e

Yellon, 2007).

Tem sido demonstrado que a relação entre o aumento na expressão de COX-2 e

diminuição na expressão de PTEN pode estar correlacionado entre si e juntos com a

malignidade de tumores (Serra et al., 2012; Roos et al., 2007). Estudos demonstram ainda que

em células tumorais, PTEN correlaciona-se de maneira indireta com a expressão de COX-2,

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modulando a atividade de Akt que estimula a síntese da ciclooxigenase (Covey et al., 2007;

St-Germain et al., 2004). Um estudo realizado por Lee et al., (2008) com macrófagos

Raw.264.7, a indução do processo inflamatório com lipopolissacarídeo (LPS) pode ser

modulado pelos níveis de PTEN. Ainda, Li et al., (2011) demonstram o efeito negativo da

proteína COX-2 na atividade de PTEN, considerando-se, que COX-2 estimula a fosforilação

de PTEN em vários dos seus resíduos de serina e treonina pela mediação da proteína caseína

quinase 2 (CK2), inativando a atividade fosfatásica de PTEN, e amplificando o processo

proliferativo nos osteoblastos. Provavelmente os mecanismos pró-inflamatórios

desencadeados por COX-2 também favoreçam a retro inibição de PTEN, amplificando o

processo inflamatório como exemplificado na Figura 4.

De maneira geral, COX-2 está envolvida nos processos inflamatórios, mas a

regulação das vias de sinalização celular envolvidas na síntese dessa proteína em hipertrofia

cardíaca ainda precisa ser compreendida.

Figura 4 - Representação da interação

molecular entre as proteínas PTEN e

COX-2 na modulação do processo

hipertrófico mediado por infamação. Silva,

2013.

CK2

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1.6 Sinalização Celular nas Hipertrofias Cardíacas de origem inflamatória

A Ang II, um dos principais peptídeos efetores do SRA, possui um papel crítico que

afeta o funcionamento de órgãos incluindo o coração. Estimulação aguda por este peptídeo

regula o equilíbrio hidroeletrolítico, a vasoconstrição e modula a pressão sanguínea, enquanto

a estimulação crônica pode conduzir a um quadro hipertrofia em cardiomiócitos e a

hiperplasia em fibroblastos (Mehta e Griendling, 2006). Outro efetor importante do SRA é o

peptídeo Ang-(1-7) que atua como um peptídeo contrarregulador dentro do sistema renina-

angiotensina (Tom et al., 2001). Este peptídeo inibe as ações da Ang II competindo pela

ligação em receptores AT1 (Ueda et al., 2000; Rowe et al., 1995), alterando a sinalização dos

efeitos da Ang II possivelmente por interferir na disponibilidade de cálcio intracelular

(Chansel et al., 2001). Estudos recentes têm demonstrado que a Ang-(1-7) apresenta ainda

efeitos antiproliferativos e cardioprotetores, contrários aos observados para Ang II. Strawn et

al. (1999) demonstraram ainda que a Ang-(1-7) reduz o crescimento das células do músculo

liso vascular após lesão. Sabendo da importância desses peptídeos no desenvolvimento das

hipertrofias, diversos estudos têm focado nas vias pelas quais ocorre a sinalização celular que

conduz a este quadro. Diversos autores têm demonstrado que os peptídeos Ang II e Ang-(1-7)

ao se ligarem nos seus receptores específicos, AT1 e AT2 para a Ang II e, Mas e AT1 para

Ang-(1-7), desencadeiam a sua ativação e consequentemente ativação em cascata de diversas

proteínas envolvidas na ativação de um padrão transcricional característico das hipertrofias

induzidas pelo SRA.

Uma vez ligada ao receptor AT1, a Ang II ativa uma cascata de sinalização que regula

vários efeitos patofisiológicos. Tradicionalmente a via de sinalização induzida por este

peptídeo vasoativo tem sido dividida em duas classificações, sinalização acoplada à proteína

G e sinalização não acoplada a proteína G (Mehta e Griendling, 2007). Proteína G é uma

proteína heterotrimérica acoplada ao receptor (GPCR) e consiste em sete domínios

transmembranas que se dividem em três subunidades (α, β e γ)(Rockman et al., 2002). A

ligação de uma agonista leva a dissociação das subunidades Gα e Gβγ, seguida da ativação

das vias de sinalização à jusante (Gutkind, 1998 a, b; Rockman et al., 2002).

D’Angelo et al., 1997, demonstraram que camundongos transgênicos

superexpressando Gαq desenvolveram hipertrofia cardíaca. Porém, camundongos que não

expressam a proteína G (αq/11) nos cardiomiócitos e camundongos transgênicos expressando

um peptídeo que inibe Gq acoplado ao receptor, não mostrou desenvolvimento de hipertrofia

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ou resposta a sobrecarga de pressão (Akhter et al., 1998; Wettschureck et al., 2001).

Juntos esses estudos sugerem que a sinalização pela proteína G (αq/11) é importante para a

indução da hipertrofia patológica.

A ativação dos receptores AT1 acoplados a proteína G pela Ang II, promove a

ativação de Fosfatidil-inositol -3 -quinase [PI3K (p110γ)] que esta envolvida na ativação de

vias que conduzem a um estresse e diminuição na contratilidade cardíaca. Camundongos com

o gene da PI3K(P110γ) deletado mostraram menor hipertrofia e fibrose sugerindo, portanto,

que a ativação do subtipo PI3K(P110γ)/AKT estaria envolvido na instalação do processo

inflamatório/hipertrófico (Oudit et al., 2003).

AKT ou proteína quinase B é uma proteína quinase Serina-Treonina altamente

expressa no tecido cardíaco de ratos e está relacionado ao crescimento celular e tecidual.

Estudos têm demostrado uma redução do volume tecidual em camundongos quando o gene

que codifica para esta proteína encontra-se deletado ou mutado (Matsui e Rosenzweig, 2005).

Além disto, têm-se sugerido que a isoforma AKT1 esteja relacionada ao crescimento

hipertrófico, uma vez que a sua deleção diminuiu o quadro de hipertrofia em camundongos

(DeBosch et al., 2006b). St-Germain et al., (2004) demonstraram em seus estudos uma

correlação entre a ativação de AKT e a ativação do fator transcricional Nf- κB onde, AKT

fosoforilada promove a fosforilação do IκB nos resíduos de serina marcando-o para

ubiquitinação e degradação pelo proteassoma com respectivo aumento da expressão da

proteína COX-2. Portanto, alteração na expressão de PTEN que inversamente regula os níveis

de AKT, poderia influenciar a expressão da enzima COX-2, envolvida no processo

hipertrófico mediado por inflamação.

AKT fosforilada promove ativação de elementos sinalizadores a jusante como a

Calcineurina, uma fosfatase que atua sobre Nfat-3 (Figura 5) (Macián et al., 2001). A

remoção de um grupo fosfato do fator trancricional Nfat-3 torna-o ativo, promovendo assim,

sua translocação do citoplasma para o núcleo onde exercerá suas funções como fator

transcricional, fundamental na transcrição de genes relacionados à hipertrofia (Macián et al.,

2001). A Ang II promove ainda a inativação da Glicogênio Sintase Quinase-3β (GSK-3β) que

é considerada um potente inibidor da via à jusante de calcineurina atuando como reguladora

desta via onde GSK-3β fosforilaria Nfat-3 e assim promoveria sua exportação do

núcleo(Abrahan et al., 2012).

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17

Por outro lado, a Ang II pode se ligar aos receptores AT1 acoplados à proteína G

levando a ativação de Gαq/11 à jusante e de proteínas sinalizadoras incluindo Fosfolipase A2

(PLA2), Fosfolipase C (PLC), Fosfolipase D (PLD). Proteína quinases ativadoras de

mitogênese (MAPKs), Proteína Quinase A (PKA) e Proteína quinase C (PKC) como pode ser

observado na figura 5 (Ushio-Fukai et al., 1999).

Particularmente, a Ang II tem sido descrita como um elemento capaz de fosforilar e

ativar PLA2, que, conforme descrito anteriormente, leva a ativação da via do ácido

araquidônico e de metabólitos essenciais na manutenção do tônus vascular e além disto

modula o processo inflamatório pela produção de prostaciclinas, prostaglandinas e

tromboxanos. Há também a ativação de PLC que conduz a produção Inositol-1, 4, 5-trifosfato

(IP3) e Diacilglicerol (DAG), como mensageiros secundários. O IP3 produzido se liga a seus

receptores na membrana do retículo sarcoplasmático, abrindo os canais de Ca+2

e aumentado o

influxo para o citoplasma (Yan et al., 2003) e DAG ativa PKC que atua como efetor da

ativação das vias Ras/Raf/MEK/ERK. Estas moléculas contribuem com as propriedades

vasoconstritoras da ativação do receptor AT1 e levam a Ang II a promover a transcrição de

genes relacionados ao crescimento celular (Figura 5). PLD ativada promove a hidrólise de

fosfatidilcolina (PC) e ácido fosfatídico (PA). E este rapidamente converte DAG levando a

ativação de PKC (Touyz et al., 2000). As MAPKs entre elas Quinases Reguladoras de Sinal

Extracelular (ERK1/2), JNK e p38 MAPKs também são ativadas por Ang II e estão

envolvidas na síntese proteica, transporte, regulação do volume celular, expressão gênica e

crescimento celular (Sugden et al., 1997). As quinases serina/treonina também desempenham

fundamental papel na hipertrofia inflamatória cardíaca. PKC é considerada uma proteína

sinalizadora essencial, podendo ser ativada diretamente pela proteína G ou por outros

elementos envolvidos na sinalização celular, e também ativa proteínas quinases relacionados

com a transcrição de genes promotores da hipertrofia celular (Dorne e Force, 2005).

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Figura 5 - Esquema mostrando as principais vias de sinalização celular no processo

inflamatório/hipertrófico quando induzido pelo peptídeo vasoativo Angiotensina II em células

cardíacas (Silva, 2013).

Tanto nas vias sinalização celular mediada pelos receptores de Ang II acoplado a

proteína G, quando nas vias independentes desta proteína, há uma ativação de fatores

transcricionais envolvidos na transcrição de genes relacionados ao processo hipertrófico e

inflamatório, entre eles o NF-κB, o AP-1, Nfat-3. Estudos apontam que esses fatores de

transcrição também se encontram em seu estado ativado em muitos processos inflamatórios

em cardiomiócitos (Smeets et al., 2008), e que a utilização de inibidores COX-2 atenua os

efeitos da Ang II nessas células (Wu et al., 2005; Wang et al., 2010), corroborando mais uma

vez com a existência de uma ligação na sinalização celular nessas células, sugerindo a

ativação de processos inflamatórios/ hipertróficos.

Sabendo que a Ang-(1-7) pode exercer efeitos opostos àqueles propostos para a Ang II

atuando na melhoria das funções cardíacas (Ferreira et al., 2005; Grobe et al., 2007; Wang et

al., 2010; Ferrario, 2011; Kar et al., 2011) e na própria homeostase cardíaca pela redução da

produção de colágeno pelos fibroblastos cardíacos, pela modulação da ativação de quinases e

a própria redução da enzima COX-2 (Collum et al., 2012), atuando assim modulando a

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resposta celular na contramão àquela sugerida para a Ang II .As ações antagônicas da Ang(1-

7) (Figura 6) se devem pela inibição da atividade de ECA na síntese de Ang II, na modulação

da ativação de MAPK envolvidas na transcrição de genes relacionados à hipertrofia (Gomes

et al., 2012), além da fosforilação de AKT/ PKB, que apresenta mecanismos específicos de

atuação nos diferentes tecidos (Munoz et al., 2010). Mc Collum et al., (2012) demonstraram

que Ang-(1-7) inibe a fosforilação e ativação de MAPK, como as ERK1/2, p38 e JNK e

consequentemente dos fatores transcricionais por elas ativadas como o NF-κB e o AP1

relacionados à transcrição de COX-2. A inibição destas MAP K também está relacionada com

a diminuição da síntese de prostaglandina E2 por células hepáticas, e também do processo

inflamatório e fibrose, sugerindo, portanto, que esta via de sinalização celular poderia no

tecido cardíaco conduzir a um quadro inflamatório/hipertrófico.

Estudos têm demonstrado ainda que Ang-(1-7) ativa receptores Mas acoplados a

proteína G promovendo uma indução e ativação da via PI3K(p110α) /AKT e esta estaria

envolvida no bloqueio dos efeitos da Ang II na promoção da hipertrofia patológica

(McMullen et al., 2004b). Assim como, Ang-(1-7) pode modular a ativação do fator

transcricional Nfat-3, impedindo sua translocação para o núcleo e a ativação de genes

relacionados à hipertrofia (Gomes et. al., 2012). A Ang-(1-7) ainda modula a atividade de

GSK-3β impedindo sua inativação, e consequente inibição da ativação do fator transcricional

Nfat-3. A modulação destas duas proteínas Nfat-3 e GSK-3β pela Ang-(1-7) têm reforçado o

papel anti-hipertrófico deste peptídeo (Gomes et. al., 2012).

Nas vias de sinalização AKT/Nfat-3, Pten, é uma importante proteína envolvida na

regulação dos níveis de PIP3, uma vez que esta proteína, ao contrário de PI3K que fosforila

PIP2 a PIP3, Pten possui atividade fosfatásica convertendo PIP3 a PIP2, regulado assim, as

vias de sinalização subsequentes como exemplificado na Figura 6 (Oudit et al., 2004). Assim

faz-se necessário conhecer o padrão de expressão desta proteína em células induzidas tanto

com Ang II, quanto com Ang-(1-7) e estabelecer vias de conexão entre estas proteínas e sua

influencia na expressão de COX-2 essencial na instalação do processo

inflamatório/hipertrófico.

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Figura 6 - Esquema mostrando as principais vias de sinalização celular no processo

inflamatório/hipertrófico quando induzido pelo peptídeo vasoativo Angiotensina-(1-7) em

células cardíacas (Silva, 2013).

1.7 miRNAs e o processo hipertrófico

A regulação precisa da expressão gênica é vital para o desenvolvimento dos

organismos vivos. E esta regulação depende de múltiplos mecanismos que ocorrem a nível

transcricional, pós-transcricional e pós-traducional (Busk e Cirera, 2010). Entre eles

demonstrou-se um mecanismo de controle da expressão gênica que é dado por ação de

pequenos RNAs de interferência, os MicroRNAs (miRNAs) (Ambros, 2003; Winter et al.,

2009). miRNAs são pequenas moléculas de RNA fita simples que possuem entre 20 a 23

nucleotídeos, endógenas, envolvidos na regulação da expressão pós-transcricional de genes,

ligando-se a sequencias específicas de mRNA promovendo a sua degradação ou a repressão

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da tradução (Bartel, 2004; Winter et al., 2009). Atuam principalmente pelo seu pareamento à

região 3’ não traduzida de mRNAs alvos, que podem ser vários para um mesmo miRNA (Liu

e Olson, 2010; Lewis et al, 2005). miRNAs têm sido descritos envolvidas em processos

biológicos entre eles o desenvolvimento de patologias cardiovasculares (Barry et al., 2008;

Scalbert e Bril, 2008).

A biogênese destes miRNAs ocorre por meio da sua transcrição por uma RNA

polimerase II que origina uma molécula primária denominada miRNA primário (pri-miRNA),

que contém desde um a múltiplos miRNAs. Essas moléculas são encontradas em regiões

intergênicas, intrônicas ou em exôns do genoma. Os pri-miRNAs possuem uma estrutura em

hairpin e são clivados por ribonuclease III. Quando localizado ainda no núcleo, esses pri-

miRNAs são clivados pela enzima Drosha (Winter et al., 2009; Bartel, 2004; Lee et al.,

2004), formando assim, pré-miRNAs com cerca 60 nucleotídeos. Essas moléculas originadas

são translocadas para o citoplasma pelo complexo Exportina5/Ran-GTP e então clivados pela

enzima Dicer, uma outra ribonuclease III, clivando essas moléculas precursoras em duplexes

com 20 - 23 nucleotídeos (Chendrimada et al, 2005). Na maioria das vezes umas das fitas do

duplex se transforma no miRNA maduro e a outra fita é degradada (Liu e Olson, 2010). A

molécula de miRNA maduro é então incorporada ao Complexo Indutor de Silenciamento de

RNA (RISC) que esta envolvido no processo de RNA interferência (RNAi), pelo

reconhecimento de alvos específicos (Khvorova et al., 2003; Schwarz et al., 2003), quando

parcialmente pareado com a molécula alvo promove a inibição da sua tradução ou

completamente pareado à molécula direciona-a para degradação (Fillipowicz et al., 2008).

Assim, miRNAs maduros possuem a capacidade de interferir na tradução de proteínas,

interferindo na expressão gênica. Um esquema mostrando a biossíntese de miRNAs pode ser

visualizado na Figura 7.

Estudos vêm sendo realizados no intuito de se identificarem miRNAs relacionados a

processos hipertróficos cardíacos (Zhu et al, 2011; Thum, 2007; Yang et al., 2007). Em

tumores o miR-26b parece se correlacionar com a modulação dos níveis de PTEN (Tay et al.

2001), além do miR-1 e miR-21 que tem sido demonstrado regular diretamente o processo

hipertrófico (Wang e Yang, 2012; Yang, et al., 2007), o que sugere que PTEN poderia atuar

de maneira direta ou indireta no controle de vias inflamatórias cardíacas. Contudo, até o

momento nenhum estudo foi realizado buscando se detectar a expressão de miRNAs no

processo hipertrófico cardíaco mediado pela inflamação em modelo celular de hipertrofia

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induzida por peptídeos vasoativos e a sua correlação com a expressão de supressores

tumorais, considerando-se que em células tumorais a inflamação crônica é característica

marcante.

Figura 7 - Esquema da Biossíntese de miRNAs. Adaptado de Winter et al. (2009).

A atividade pró-inflamatória da proteína ciclooxigenase-2 (COX-2) é apontada como

importante na regulação desse mecanismo hipertrófico mediado por inflamação (Mollace et

al., 2005; Mendez e La Pointe, 2002; Bamba et al., 1998). Diversos estudos apontam alguns

miRNAs envolvidos na regulação dos níveis da enzima COX-2. Jing et al.(2005),

demonstraram que miR-16, ao se ligar a porção 3’-UTR do mRNA Cox-2 promove a sua

degradação. Outros estudos detectaram também o miR-26a/b (Ji et al., 2010), o mir-101

(Strillacci et al., 2009) como elementos moduladores dos níveis de COX-2. Em paralelo,

estudos com proteína PTEN demonstram seu envolvimento nas hipertrofias cardíacas

patológicas (Cheng e Zhang, 2010; Oudit et al., 2008; Jacobshagen et al., 2008; Mocanu e

Yellon, 2007 Crackower et al., 2002). Estudos ainda demonstram que a regulação negativa da

proteína PTEN favorece processos inflamatórios, além de alguns miRNAs possuírem

afinidade por ambas as proteínas (Li et al., 2011; St-Germain et al., 2004) sugerindo que

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PTEN poderia atuar de maneira direta ou indireta no controle de vias inflamatórias cardíacas,

considerando-se a competição endógena de microRNAs comuns a Cox-2. Assim a validação

de um modelo no qual pudesse estabelecer os possíveis mecanismos de regulação dos níveis

das proteínas COX-2 e PTEN no processo hipertrófico inflamatório, e levantando o possível

envolvimento de miRNAs no controle da expressão destas proteínas, seria de grande

importância para agregar conhecimento ao estudo destas patologias.

1.8 Justificativa

O aumento nos níveis da proteína COX-2 apontam a sua importância no papel

inflamatório relacionando a com as hipertrofias cardíacas. Além disto, estudos da proteína

PTEN demonstram seu envolvimento direto nas hipertrofias cardíacas patológicas e que sua

regulação negativa favorece processos inflamatórios. Assim, estabelecer um modelo funcional

de estudo baseado em cultura celular, visando o futuro desenvolvimento pela indústria

farmacêutica de métodos de diagnósticos e tratamentos, viabiliza a proposta do presente

estudo em validar um modelo celular para estudo das hipertrofias cardíacas mediadas por

inflamação, além de investigar uma possível correlação entre proteínas COX-2 e PTEN,

importantes em processos inflamatórios tumorais e cardíacos.

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2. OBJETIVOS

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2.1 Objetivo Geral

Estabelecer um modelo celular para estudo da modulação dos níveis das proteínas

COX-2 e PTEN, quando do estímulo com agentes indutores da hipertrofia cardíaca mediada

por inflamação.

2.2 Objetivos Específicos

Padronização das condições da cultura de células H9c2;

Validação da concentração dos peptídeos vasoativos utilizados na cultura celular em

ensaios de citotoxidade;

Avaliar a expressão de receptores específicos para os agentes indutores Ang II e Ang-

(1-7);

Determinação de mecanismos hipertróficos/ inflamatórios na cultura celular pela

mensuração da área celular e pela mensuração dos níveis de PGE2;

Analisar o padrão de transcrição de genes envolvidos na indução do processo

hipertrófico mediado por inflamação;

Acompanhar os níveis de expressão proteica de PTEN, COX-2 e da proteína

constitutiva β-Actina, nos diferentes ensaios celulares;

Analisar o padrão de transcrição de miRNAs potencialmente moduladores dos níveis

das proteínas estudadas;

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

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3.1 Técnicas básicas de Biologia Molecular

Técnicas usuais em biologia molecular utilizadas encontram-se descritas em Sambrook

et al. (2001).

3.2 Cultura celular e simulação de condições hipertróficas/ inflamatórias.

Culturas da linhagem celular H9c2 (American Type Culture Collection, ATCC: CRL-

1446), oriundas de tecido cardíaco de embrião de rato, foram crescidas em garrafas de 175cm2

com meio Dulbecco’s Modified Eagle’s Medium (DMEM) suplementado com 10% de soro

bovino fetal (FBS) (Gibco®), 100 unidades (U)/ ml de antibiótico-antimitótico (Penicilina e

Estreptomicina/Gibco®

) a 37°C e em atmosfera contendo 5% CO2.

Culturas da linhagem celular H9c2 ao atingirem confluência de aproximadamente 80%

foram ou não estimuladas a desenvolver condições simuladoras de hipertrofias com Ang II

(Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA) a 10 µM, e também induzidas por Ang-(1-7)(Sigma-

Aldrich, St. Louis, MO, USA) a 1 µM descrita por muitos autores como possuindo um efeito

oposto aos observados quando induzidos por Ang II. As células foram incubadas a 37°C em

5% CO2. As amostras foram coletadas previamente a indução com os peptídeos (tempo de 0

h) e após 2, 6, 12, 24 e 48 horas de indução com os mesmos.

3.3 Viabilidade Celular

O teste do MTT (3-(4,5-Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide)

baseia-se na redução dos sais amarelos de tetrazólio por redutases mitocondriais de células

metabolicamente ativas. Nesse ensaio formam-se, intracelularmente, cristais azuis que são

solubilizados e posteriormente analisados por espectrofotometria. Deste modo, quanto menor

for a viabilidade celular, menor será a redução do MTT e menor o sinal espectrofotométrico.

A determinação da viabilidade celular foi realizada adaptando-se a metodologia

descrita por Mosman et al. (1983). Para análise da viabilidade, as células foram incubadas por

0 h, 2h, 6h, 12h, 24h e 48h a 37ºC em atmosfera de 5% CO2 e quando atingiram confluência

de 80% foram induzidas com os peptídeos Ang II a 10 µM (Smmets et al., 2008 ) e Ang-(1-7)

a 1 µM (Santos et al., 2003). O sobrenadante das células foi recolhido e posteriormente

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adicionado 100 µL de meio de cultura novo na concentração final de 0,5 mg/mL. A seguir, a

placa foi incubada em estufa de cultura por 3 horas até a formação de cristais de formazam. O

sobrenadante contendo meio e MTT foram removidos e os cristais formados foram

dissolvidos em 100µL de DMSO sob agitação por 30 minutos. A leitura da absorbância em

570 nm foi realizada em leitor de microplacas utilizando-se o solvente DMSO como branco.

3.4 Análise da expressão do mRNA dos receptores de Ang II e Ang-(1-7)

3.4.1 Extração de RNA total e obtenção do cDNA

Células da linhagem H9c2 foram crescidas e induzidas conforme anteriormente

descrito. Em seguida, as células aderidas a uma garrafa de 175 cm2

com aproximadamente um

número total de 1,5 x 106

foram coletadas e o RNA total destas células foram extraído

utilizando-se 1mL de TRIzol™ Reagent (Invitrogen), a amostra foi homogeneizada. A seguir

a fração insolúvel do homogenato foi precipitada por centrifugação a 12.000g por 10 minutos

a 4ºC e o sobrenadante foi coletado e transferido para um novo microtubo de 1,5 mL e

incubado por 5 minutos a temperatura ambiente para permitir a completa dissociação dos

complexos de nucleoproteínas. Foram então adicionados 0,2 mL de clorofórmio (Sigma – St.

Louis, Mo, USA) para cada um 1 mL de TRIzol™. A mistura foi homogeneizada com o

auxílio de um vórtex e incubados a temperatura ambiente por 3 minutos.

Posteriormente as amostras foram centrifugadas a 12.000 g por 10 minutos a 4ºC. A

fase aquosa foi transferida para um novo tubo. Para precipitar o RNA presente nesta fase,

utilizou-se 0.5 mL de Álcool Isopropílico para cada 1 mL de TRIzol™ utilizado

anteriormente. Esta mistura foi incubada a temperatura ambiente por 10 minutos e seguiu-se

com uma centrifugação a 12.000 g por 10 minutos a 4ºC. A seguir foi feita a lavagem do pelet

contendo o RNA precipitado com 1 mL de Etanol 70% e centrifugado a 7.500 g por 5 minutos

a 4 ºC. O sobrenadante foi então removido e o pelet secado a temperatura ambiente por 5

minutos. A pureza e a quantificação dos RNAs foram determinados utilizando

espectrofotômetro para avaliar as relações entre os comprimentos de onda 260/280 nm e

260/230 nm indicativos de pureza da amostra.

Além dos parâmetros avaliados no espectrofotômetro, a qualidade dos RNAs extraídos

foram ainda realizados utilizando uma alíquota desta amostra para a transcrição reversa e

polimerização em cadeia do gene normalizador β-actina.

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Figura 8 - Amplificação de β-actina obtida do cDNA sintetizado a partir da

extração de RNA total de células H9c2. O RNA total foi extraído utilizando o reagente

TRIzol™ e seguindo-se as recomendações do fabricante. Foram utilizadas células H9c2

induzidas com Ang II e Ang-(1-7) respectivamente nas concentrações de 10 µM e 1 µM nos

tempos 0h, 2h, 6h, 12h, 24h e 48h. Foi realizada a síntese do cDNA por transcrição reversa e

este utilizado para realização da PCR do normalizador β-actina.

A primeira fita do cDNA foi sintetizada utilizando 1µg de RNA total extraído e o Kit

High Capacity RT-PCR System® (Applied Biosystems), seguindo as recomendações do

fabricante. Para as reações, 1µg de RNA total; 10 mM de oligonucleotídeos randômicos (10x

RT Random primer); 10 mM de dNTPs [ 25x dNTP Mix (100 mM)]; 1,25 U da enzima Muiti

ScriptTM

Reverse Transcriptase, e água livre de RNAse para um volume final de 10µL. A

mistura foi incubada a 25ºC por 10 minutos, seguidos de 120 minutos a 37ºC e 85º por 5

minutos, com o auxilio de um termociclador. A amostra ficou estocada a -20º até o momento

do uso.

3.4.2 Reação de PCR Semi-Quantitativo

A técnica de PCR semi-quantitativo foi utilizada para verificar o perfil da expressão

relativa dos receptores de Ang II e Ang-(1-7). Para isto, primeiramente foram desenhados

oligonucleotídeos específicos conforme demonstrado na Tabela 1. As reações de

polimerização em cadeia (PCR) foram realizadas em volume final de 25 μl, utilizando 3 μl de

cDNA na sua concentração real; 0,4 μM de cada oligonucleotídeo; 1,5 mM de MgCl2; solução

tampão para PCR (1X), 250 μM de dNTP e 1,25 U da enzima Taq DNA polimerase. A

amplificação foi conduzida em termociclador com o programa: 95ºC por 3 minutos uma vez,

95ºC por 1 minuto seguido da da temperatura de anelamento específica para o primer em

questão por 1 minuto, seguido de 72°C por 45 segundos durante 36 ciclos e a 72ºC por 10

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30

minutos. A visualização dos produtos amplificados (amplicons) foi feita em gel de agarose a

0,8% seguindo metodologia básica descrita em Sambrook et al. (2001).

Tabela-1. Oligonucleotídeos utilizados para análise da expressão relativa dos receptores de

Ang II e Ang-(1-7)

Gene receptor Sequencia Tm

Agtr1a F:5' CGCCCTTCGGATAACATG 60°C

R:5' CCCACCAATCCATCCAGC 61°C

Agtr1b F:5' GGGTTCAAAGCCTGCAAG 59°C

R:5' AGTACCCTCCTCCCTAACC 58°C

Agtr2 F:5' GGCTCTTTGGACCTGTGATG 60°C

R:5' AAGGCAATCCCAGGACAG 59°C

MAS F:5' ATATGACATCCTTTGCTGAG 53°C

R:5' CTCTCGGCTTTGTGGAGAAC 54°C

3.5 Microscopia de Fluorescência

1,5 x 104

células H9c2 foram cultivadas sobre lamínulas em placas de 24 poços,

próprias para cultivo celular. As células foram crescidas até atingirem 80% de confluência

para realização das induções com os peptídeos vasoativos. Em seguida o material foi fixado

em formaldeído a 3.8% por 7 minutos a 37ºC e lavado 3 vezes por 6 minutos com solução

salina de fosfato (PBS) 0,5 x (1 x PBS 137 mM de NaCl, 2,7 mM de KCl, 10 mM de

Na2HPO4, 2 mM de KH2PO4 e água deionizada para completar 1 litro) sob agitação constante.

Em seguida, as lamínulas contendo as células foram incubadas com solução de albumina

bovina (BSA) a 1% por 2 h para bloquear marcações inespecíficas. As células foram então

utilizadas nas marcações fluorescente do núcleo e do citoesqueleto.

Para a marcação do citoesqueleto material foi incubado com Faloidina–TRICT

(Sigma) a 100μg/ mL em solução de BSA a 1% por 1 h e 30 min, e lavado 3 vezes

consecutivas em PBS 0,5 X por 6 minutos. Em seguida as lâminas foram incubadas com o

marcador nuclear DAPI (4,6 diamino-2-fenilindol) a 3,33 ng/ mL diluídas em PBS 1 x, por 3

minutos, e extensivamente lavadas novamente com PBS. Em seguida as lamínulas foram

analisadas com o auxílio de um microscópio de epifluorescência modelo Leica DMLB com

sistema fotográfico Leica MPS-30.

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31

3.6 Mensuração da área celular

Imagens foram capturadas no aumento de 40x e as imagens obtidas foram analisadas

com o auxilio do programa ImageJ ®

versão 1.45S, Wayne Hasband. Para as análises

realizadas em cada condição estudada foram utilizados um N=100 células.

3.7 Dosagem de Prostaglandina E2

O sobrenadante das células induzidas com os peptídeos Ang II a 10 µM e Ang-(1-7) a

1 µM em diferentes intervalos de tempos foram coletados para análise da produção de

Prostaglandina E2 (PGE2) utilizando-se o produto comercial Prostaglandin E2 EIA-

Monoclonal®

(Cayman Chemical Company). Essa análise se baseia no método de ELISA

competitivo entre PGE2 e PGE2-Acetilcolinesterase conjugado. A análise da absorbância foi

realizada em um comprimento de onda de 412 nm. Os procedimentos foram realizados de

acordo com as instruções fornecidas pelo fabricante.

3.8 Análise da expressão gênica por qRT-PCR

3.8.1 Extração do RNA total e obtenção do cDNA

A extração do RNA total e a obtenção do cDNA foram realizados conforme descrito no

item 3.4.1.

3.8.2 Oligonucleotídeos

Os oligonucleotídeos para os genes em estudo, foram baseados nas sequencias de

mRNA disponível no banco de dados de nucleotídeos de Rattus Norvegicus do NCBI

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/nucleotide) e desenhados pelo programa GeneRunner 3.05. A

Tabela 2 apresenta as especificações dos oligonucleotídeos.

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32

Tabela-2. Oligonucleotídeos iniciadores utilizados para análise da expressão relativa dos

genes.

Gene Primer Nº de Acesso

F:5' CAGCCCACCAACTTACAATG

R:5' CATCAGCCACAGGAGGAAG

F:5' CCAGGACCAGAGGAAACC

R:5' GTCATTATCCGCACGCTC

F:5' GCTTACTGAGAACCGTGTCC

R:5' GGTCGTGGGTCTGGAATG

F:5' GATTTGTCCAGTGCAGCCAG

R:5' CACCCTCATCCCTACATTGC

F:5' TGCGACAGATGGGCTACAC

R:5' TGTGGAGGAGGACGAGAGAG

F:5' TGGGCTCCTTCTCCATCACC

R:5' GCCAAAAGGCCAGGAAGAGG

F:5' CAGAACAATCCACGATGCAG

R:5' GCTGTCTCTGAGCCATTTCC

F:5' GCCTACCTCATGGGACTGAA

R:5' ACTTCTGCCCTTTGGTGAC

F:5' TCCGTCTCTAGTGCCAAC

R:5' ACGGAGGAGACCAGAGTG

F:5' CATCGCTGCCTCCAAGTG

R:5' TGCCACCTGTTCCCTGAG

F:5' TGGTGGGTATGGGTCAGAAG

R:5' CAATGCCGTGTTCAATGG

M25297.1

NM_001256509.1

NM_021836.2

NM_031144.3

bnp

fos

jun

β-actina

Βmyhc NM_017240.1

M27498.1

cox-2

pten

akt1

nfat-3

nf-κb

anf

NM_017232.3

NM_031606.1

NM_033230.1

NM_001108447.1

NM_001276711.1

3.8.3 Reação de PCR quantitativa em tempo real (qRT-PCR)

Para análise da expressão dos genes em estudo foi utilizada a técnica de PCR em

tempo real. As reações foram realizadas com Kit SYBR® Green PCR Master Mix (Applied

Biosystems) em placas de 96 poços (MicroAmp® Optical 96 Well Reacion Plate – Applied

Biosystems) e seladas com o adesivo óptico (MicroAmpTM

Optical Adhesive Film – Applied

Biosystems) ao final do procedimento. Foram pipetados 0,75µM de Oligonucleotídeos; 2µL

de cDNA diluído 10 vezes e 5µL de SYBR® Green PCR Master Mix, totalizando um volume

de reação em cada poço de 10 µL. Os ensaios foram realizados em triplicata biológica para

todos os genes avaliados, com o controle endógeno presente em todas as placas. Os valores de

baseline (ciclos iniciais em que há pequenas alterações na fluorescência) foram ajustados pra

3-15 ciclos. O threshold, desvio padrão médio do repórter normalizado (Rn) para os ciclos

iniciais da PCR multiplicado por um valor ajustável, foi ajustado à região associada ao

crescimento exponencial do produto da PCR e, portanto, fixado em 0,2 para todas as

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33

amostras, uma vez que se comparou o mesmo gene em diferentes grupos. O Rn refere-se à

relação entre intensidade de fluorescência emitida pelo corante repórter pela intensidade de

fluorescência emitida pelo corante da referência passiva (ROX).

As análises foram feitas pelo método de quantificação relativa da expressão gênica

(ΔCT), que permite quantificar diferenças no nível de expressão de um alvo específico entre

diferentes amostras. Os níveis dos genes alvos foram normalizados pelos níveis do controle

endógeno. Os resultados foram lançados por uma fórmula aritmética que considera a

quantidade do alvo normalizado (2-ΔCt

). A reação de qRT-PCT foi conduzida conforme

programação contida no aparelho ABI 7500 Applied Biosystems.

Para determinar as eficiências relativas da amplificação dos alvos e do controle

endógeno, foram construídas curvas padrões para cada amplicon a partir de uma mesma

amostra. O ensaio foi realizado em triplicata e a concentração dos iniciadores foi de 2,5 µM.

A curva padrão foi representada por um gráfico de regressão linear semi log do valor de CT

(eixo y) em comparação ao log da quantidade inicial do ácido nucleico (eixo x). Foi utilizado

o cDNA de 0 h em cinco diluições seriadas de 10 vezes, como mostrado na Figura 09.

O slope da curva padrão foi usado para estimar a eficiência de amplificação (Tabela

3). Uma reação 100% eficiente produzirá um aumento de dez vezes no amplicon da PCR a

cada 3,32 ciclos durante a fase exponencial de amplificação (log2 10 = 3,3219), ou seja, o

amplicon dobra em quantidade durante a fase geométrica. O cálculo da estimativa da

eficiência (E) foi calculado pela fórmula: E= (10-1/slope

-1) x 100. Os iniciadores foram

considerados apropriados para avaliar a expressão gênica pelo sistema SYBR®

Green quando

apresentaram eficiência de reação acima de 80% e abaixo de 120%. Os valores de baseline

foram ajustados para 3,15 ciclos e o threshold fixado em 0,2 para todas as amostras (Figura

10).

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34

Figuara 9 - Plot de amplificação referente à curva de eficiência do gene β-actina. Em x

está demonstrado o valor dos ciclos de PCR e em Y os valores de ΔRn. Foi utilizado cDNA

0h e uma diluição seriada de 6 vezes.

Figura 10 - Curva padrão referente ao gene β-actina. Em x estão demonstrados os valores

de log da concentração de cDNA e em y os valores de CT correspondente a cada diluição. Os

valores de slope e de coeficiente de linearidade estão representados a direita do gráfico. Foi

utilizado cDNA de 0h e uma diluição serial de 6 vezes.

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35

3.8.4 Curva de dissociação dos amplicons

Foram realizadas análises da curva de dissociação dos amplicon para identificar a

formação de produtos inespecíficos no final de cada corrida, possivelmente geradas a partir de

excesso de temperatura. Na medida em que os amplicons desnaturam, o sinal fluorescente

emitido pelo SYBR® Green foi reduzido e a temperatura em que metade do produto da PCR

estava dissociada foi medida. O gráfico resultante permitiu verificar se houve um ou mais

produtos de PCR presentes em cada reação devido a diferenças de temperatura de melting

(Tm), específicas e dependentes do tamanho do fragmento e do conteúdo de GC (%GC). A

Tm desejada foi acima de 80ºC.

Tabela-3. Slope, Eficiência e R2 dos iniciadores utilizados através de uma curva de eficiência.

Oligonucleotídeo Slope Eficiência R2

Anf -3,275801000 101,96 0,101080000

Bnp -3,625801000 88,71 0,903876000

β-Myhc -3,486619800 98,06 0,101983000

Cox-2 -3,325647000 99,84 0,996758000

Pten -3,309091000 100,53 0,991358000

Akt -3,223309000 104,28 0,960000000

Nfat-3 -3,430156000 95,67 0,964073000

Nf-κB -3,563979000 90,80 0,979865000

Fos -3,369452000 98,05

0,919624000

Jun -3,616497000 89,02

0,996179000

β-actina -3,309091000 100,53 0,901338000

3.8 Análise da expressão proteica

3.8.1 Preparação do extrato bruto

Para a avaliação dos níveis de expressão proteica, células da linhagem H9c2 foram

crescidas, induzidas e coletadas conforme especificações anteriores. Após a tripsinização

celular e neutralização da enzima pela adição de meio de cultura contendo soro, seguida por

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36

lavagens com PBS, as células foram ressuspensas em 200 l de tampão de lise (50 mM Tris-

HCl, pH 7.9, 150 mM NaCl, 0.01% Triton X-100) contendo 1mM de Coquetel de inibidores

de proteases para extrato de células de mamíferos obtidos da Sigma®

e incubadas a 4C por 30

minutos. O lisado foi então homogeneizado por sonicação e posteriormente centrifugado a

10.000 g por 15 minutos sob refrigeração de 4ºC. O sobrenadante foi recolhido e as proteínas

quantificadas em espectrofotômetro seguindo se o protocolo descrito por Bradford, 1976. Para

construção da curva padrão, utilizamos uma concentração padrão de albumina sérica bovina

(BSA) a 20 µg/mL em diversas em diluições.

3.8.5 Eletroforese em gel desnaturante de poliacrilamida

O extrato proteico total foi analisado por SDS-PAGE. Cerca de 50 µg juntamente com

tampão da amostra [100 mM Tris-HCl, pH 6.8, 20% (w/v) glicerol, 4% (w/v) SDS, 0.001%

(w/v) azul de bromofenol] contendo 5% de -mercaptoetanol na proporção 1:1, foram

misturados para análise das proteínas. Cada uma das amostras foram desnaturadas a 95C por

5 minutos e em seguida separadas em géis de poliacrilamida a 10%. A corrida ocorreu a 200

V e 20 mA durante aproximadamente 1 h e 30 minutos. Os resultados obtidos após

eletroforese das amostras em SDS-PAGE foram observados pela coloração do gel em solução

de Azul de Coomassie G250 por aproximadamente 2 horas a temperatura ambiente, seguido

de descoloração com solução descorante para SDS-PAGE para visualização das bandas por

igual período de tempo.

3.8.6 Western blotting

Após a corrida eletroforética os géis foram preparados para a transferência das

proteínas para membranas de difluoreto de polivinilideno (PVDF). Os géis foram submersos

em solução de transferência (25 mM Tris-HCl, 0,192 M de glicina, 10% metanol) por 5

minutos e as transferências foram realizadas por 2 h 30 minutos a uma corrente elétrica fixa

de 250 mA pelo em aparelho transferidos do tipo Semi-Dry. Após o término da transferência

as membranas foram bloqueadas em Blotto [5% de Leite em pó desnatado contendo TBS (150

mM NaCl, 50 mM Tris-HCl pH 7.6) e durante 3 h. Após o bloqueio, as membranas foram

lavadas 3 vezes com TBS-T durante 5 minutos. Após o bloqueio, as membranas foram

incubadas com os anticorpos primários policlonais de coelho de PTEN (Sigma), COX-2

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37

(Cayman) e -actina (Santa Cruz Biotechnology). Os anticorpos foram diluídos em TBS

respectivamente nas concentrações de 1:200, 1:250 e 1:250. As incubações foram realizadas

em um período onde as membranas foram mantidas agitando por 4 horas a 4ºC e um período

overnight a 4ºC. Após a incubação com os anticorpos primários, as membranas foram lavadas

3 vezes durante 5 minutos com TBS-T para retirar os anticorpos que não se ligaram à

membrana e, então, incubadas a com o anticorpo secundário policlonal anti IgG de Coelho

conjugado a peroxidase (Cayman) diluído com TBS na razão 1:6.000. As membranas foram

incubadas com esse anticorpo por um intervalo de 5 h sob agitação e a temperatura ambiente.

Realizadas as incubações, as membranas foram lavadas para retirada dos anticorpos

secundários não ligados e em seguida reveladas. A detecção de sinais foi realizada com o

Western Blotting Luminol Reagent Kit (GE) de acordo com as especificações do fornecedor.

Após a revelação e secagem dos filmes, as bandas foram quantificadas por análise

computadorizada de imagem (com auxílio do software Quantity One®

, Biorad onde a

densidade ótica de cada banda foi aferida. Inicialmente o sistema de análise calcula a média

dos valores de densidade ótica para a região delimitada pelo operador. Esta região deve ter

uma área suficiente para abrigar todas as bandas (uma de cada vez) visíveis no filme, não

devendo ser alterada, quando se passa a analisar outra banda. O valor final de intensidade

relativa pode ser expresso de forma absoluta ou como razão, quando comparada com a

intensidade relativa de outras bandas.

3.10 Análise da expressão de miRNA

A expressão de miRNAs envolvidas nos processos de inflamação e hipertrofia

cardíacas, foi realizado antes e após o estímulo das células com peptídeos vasoativos de

efeitos potencialmente antagônicos. Ang II e Ang 1-7 respectivamente a 10 µM e 1 µM

(Smmets et al., 2008 e Santos et al., 2003). A indução foi realizada nos intervalos de 0, 2, 6,

12, 24 e 48 horas, buscando-se com isso validar a relevância destas moléculas no controle da

regulação gênica da via inflamatória/ hipertrófica cardíaca e compreender o potencial destas

na modulação dos níveis dos mRNAs e das proteínas COX-2 e PTEN, uma vez que alguns

miRNAs comuns aos mRNAs de tais proteínas são identificados.

Para essas análises, células da linhagem H9c2 foram crescidas como descrito

anteriormente. As culturas (aproximadamente 106 células) foram utilizadas na preparação de

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38

extratos de mRNA total enriquecidos com miRNAs com a utilização do miRNAse mini kit

(Qiagen®).

A transcrição reversa foi realizada com os reagentes Miscript II RT Kit (Qiagen®

),

seguindo as recomendações do fornecedor. Para as análises de PCR em tempo real o miScript

SYBR®

Green PCR Kit (Qiagen®

)foi utilizado primers para os miRNAs de interesse (Tabela

3) foram desenhados baseado na sua sequencia madura disponíveis em banco de dados Blast

(www.ncbi.lm.nih.gov/Blast), mirDB (http://mirdb.org/miRDB/), MiRBase

(http://www.mirbase.org/), TargetScan (http://www.targetscan.org/). As análises dos resultados

foram feitas utilizando-se o método do ΔCt, para calcular a expressão gênica relativa dos

miRNAs em estudo, conforme o boletim técnico do fabricante do aparelho de qPCR7500

(Applied Biosystems - Life Technologies).

Tabela- 4. Oligonucleotídeos iniciadores utilizados na expressão gênica relativa de miRNA

envolvidos no processo hipertrófico mediado por inflamação.

Gene Primer

miR-1 F:5' TGGAATGTAAAGAAGTGTGTAT

miR-21 F:5' TAGCTTATCAGACTGATGTTGA

miR-U6 F: 5' TGGCCCCTGCGCAGGATG

miR-26a F:5' TTCAAGTATCCAGGATAGGCT

mir-26b F: 5' TTCAAGTAATTCAGGATAGGT

3.11 Análises de bioinformática

Utilizando ferramentas básicas de bioinformáticas disponíveis na internet tais como

Blast (www.ncbi.lm.nih.gov/Blast), mirDB (http://mirdb.org/miRDB/), MiRBase

(http://www.mirbase.org/), TargetScan (http://www.targetscan.org/) buscou-se sequencias de

miRNAs maduros que estariam supostamente correlacionadas a modulação dos níveis das

proteínas COX-2 e PTEN envolvidas no processo de instalação da hipertrofia mediada por

inflamação. Mais tarde estes dados também foram utilizando no programa Cytoscape®

Versão

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39

2.8.1 com o qual foi montado um diagrama mostrando padrão de interação entre os miRNAs

escolhidos com os alvos relacionados às vias de hipertrofia e inflamação.

3.12 Análises estatísticas

As análises estatísticas foram realizadas através do programa Graph Pad Prism®,

onde as médias ± SD foram obtidas e para tomada da significância empregou-se o teste

estatístico One Way ANOVA seguindo de teste de Dunnett, sendo que valores de p ≤ 0,05

foram considerados estatisticamente significantes.

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40

4. RESULTADOS

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41

4.1 Ang II a 10 µM e Ang-(1-7) a 1 µM não causam morte celular da linhagem H9c2

Nos ensaios de viabilidade celular pelo método de MTT, células da linhagem H9c2

foram induzidas com os peptídeos vasoativos angiotensina II e Ang-(1-7) nas concentrações

de 10 µM e 10 µM respectivamente em diferentes intervalos de tempo. A Figura 11 apresenta

os resultados obtidos, que não demonstraram alteração significativa na viabilidade das células

analisadas.

A B

Ang II

0 h 2 h 6 h 12 h 24 h 48 h0

5.0×103

1.0×104

1.5×104

Tempo de Indução com AngII

Via

bil

ida

de

Ce

lula

r

Ang-(1-7)

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

5.0×103

1.0×104

1.5×104

2.0×104

Tempo de Indução com Ang-(1-7)

Via

bil

ida

de

Ce

lula

r

Figura 11 - Avaliação da proliferação e viabilidade de células H9c2. Células cultivadas em

tempos de 0h, 2h, 6h, 12h, 24h e 48h de indução com os fármacos Ang II (A) e Ang-(1-7) (B)

a 10 µM e 1 µM respectivamente. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e

técnica, onde *p<0,05; **p<0,01 e ***p<0,001.

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42

4.2 Receptores AT1b e Mas são expressos em células H9c2

Para avaliar a expressão dos genes dos receptores específicos para Ang II e Ang-(1-

7), após o tratamento das células H9c2 com os peptídeos vasoativos, foram realizados PCR

semi-quantitativa, para os receptores AT1a, AT1b, AT2. Nas células H9c2 não houve a

expressão dos receptores AT1a e AT2 nos diferentes intervalos de indução celular (dados não

mostrados). Por outro lado, para os receptores AT1b e Mas houve expressão dos seus

respectivos mRNA para células induzidas com Ang II e Ang-(1-7). A Figura 12 apresenta os

resultados.

A B

Receptor AT1b

0H 2H 6H 12H 24H 48H0.0

0.5

1.0

1.5

*** ***

Tempo de indução com Ang II

Nív

eis

re

lativo

s d

e e

xp

ressã

o

Receptor MAS

0H 2H 6H 12H 24H 48H0.0

0.5

1.0

1.5

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lativo

s d

e e

xp

ressã

o

C D

Receptor AT1b

0H 2H 6H 12H 24H 48H0.0

0.5

1.0

1.5

** ****

*

Tempo de Indução com Ang1-7

Nív

eis

re

lativo

s d

e e

xp

ressã

o

Receptor MAS

0H 2H 6H 12H 24H 48H0.0

0.5

1.0

1.5

*** ******

***

Tempo de Indução com Ang-(1-7)

Nív

eis

re

lativo

s d

e e

xp

ressã

o

Figura 12 - Expressão relativa do mRNA dos receptores AT1a, AT1b (Dados não

mostrados), AT2 (Dados não mostrados) e Mas por Reação em cadeia pela Polimerase Semi-

Quantitativa quando as células H9c2 foram submetidas à indução com Ang II e Ang-(1-7) em

diferentes intervalos de tempos. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e

técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

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43

4.3 Ang II promoveu aumento da área celular em H9c2

Considerando-se os efeitos vasodilatadores e hipertróficos dos peptídeos analisados, nas

condições estudadas, as células H9c2 induzidas com Ang II a 10 µM (Figura 13A)

apresentaram aumento significativo na média da área celular a partir de 6 horas de indução,

atingindo um aumento máximo em 12 horas de indução e com Ang-(1-7) a 1 µM (Figura

13B), não houve aumento significativo da média da área celular.

A B

AngII

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

2

4

6

8

***

***

******

Tempo de Indução com AngII

Are

a c

elu

lar

rela

tiva e

m µ

M

Ang-(1-7)

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

1

2

3

4

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Are

a c

elu

lar

rela

tiva e

m µ

M

C

Figura 13 - Avaliação da hipertrofia das células H9c2 pela mensuração da área quando as

células foram induzidas por Ang II (A) e Ang-(1-7) (B) nos tempos de 0h, 2h, 6h, 12h, 24h e

48h. Imagens da marcação com Dapi e Faloidina-TRICT em células induzidas com Ang II a

10 µM e Ang-(1-7) a 1 µM por 12 horas (C) para delimitação da área celular. Os

experimentos foram realizados em triplicata biológica e técnica e foram mesuradas 100

células para cada condição estudada, onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

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44

4.4 Prostaglandina E2 aumenta em 12h de indução com Ang II e Ang-(1-7) em

células H9c2

A análise de Prostaglandina E2 (PGE2) demonstra de maneira indireta a atividade da

enzima COX-2 e a ativação da via do ácido araquidônico, servindo para validação do efeito

dos peptídeos vasoativos estudados e seus mecanismos de ação pró-inflamatórios/

hipertróficos. Para essa análise, células da linhagem celular H9c2 foram induzidas com Ang II

e Ang-(1-7) e o sobrenadante das culturas foi coletado para análises.

Quando as células foram induzidas com Ang II (Figura 14A) houve uma diminuição

significativa da síntese de PGE2 nos intervalos de 2 h e 6 h em relação ao grupo controle

(células não induzidas). Por outro lado quando induzidas por 12h, as células aumentaram a

síntese de PGE2 duas vezes em relação ao controle. Porém este nível voltou a cair após 24 h e

48 h de indução. Quando analisado a síntese de PGE2 pelas células induzidas com Ang-(1-7)

(Figura 14B), houve uma resposta semelhante àquela ocorrida quando da indução com Ang II.

Inicialmente a Ang-(1-7) promoveu uma diminuição da síntese deste eicosanóide, porém, com

12 h de indução, houve um aumento significativo de cinco vezes em relação ao grupo

controle. Da mesma forma, nos intervalos de 24 h e 48 h houve uma diminuição dos níveis de

PGE2.

A B

Ang II

0 h 2 h 6 h 12 h 24 h 48 h0

100

200

300

***

*

**

** **

Tempo de Indução com AngII

Co

nc

en

tra

çã

o e

m p

g/m

L

Ang(1-7)

0 h 2 h 6 h 12 h 24 h 48h0

200

400

600

***

***

* ***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Co

nc

en

tra

çã

o e

m p

g/m

L

Figura 14 - Dosagem dos níveis de Prostaglandina E2 (não sei se isso cabe aqui...) onde as

células foram induzidas por Ang II (A) e Ang-(1-7) (B) nos tempos de 0 h, 2 h, 6 h, 12 h, 24 h

e 48 h. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e técnica, onde *p<0,05,

**p<0,01 e ***p<0,001.

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45

4.5 Expressão de genes marcadores de hipertrofia cardíaca são modulados quando

induzido com Ang II e Ang-(1-7)

A análise da expressão relativa dos mRNAs de genes relacionados ao processo

hipertrófico foram realizadas pelo método de qRT-PCR quando as células foram induzidas

com Ang II. O mRNA de Anf (Figura 15A), mostrou uma variação nos níveis de expressão

nos intervalos de 2 e 6 horas de indução, com respectivo aumento e diminuição significativos

em relação ao grupo controle. Por outro lado, a análise do mRNA de Bnp (Figura 15B)

revelou um aumento significativo de quatro vezes em relação ao grupo controle no intervalo

de 2 horas de indução. Ainda, analisando o mRNA de β-Myhc (Figura 15C), houve uma

aumento significativo do níveis de expressão nos intervalos de 12 e 24 horas de indução com

diminuição em 48 horas quando comparado com o grupo controle.

A B

Anf

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

*

*

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Bnp

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

1

2

3

4

5

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

-MYHC

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

***

****

*

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 15. Expressão relativa do mRNA

pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes

marcadores de hipertrofia cardíaca Anf

(A), Bnp (B) e β-Myhc (C) mediante a

indução celular com Ang II e Ang-(1-7)

respectivamente a 10 µM e 1 µM. A

normalização foi feita em relação à

expressão de β-actina. Os experimentos

foram realizados em triplicata biológica

e técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e

***p<0,001.

Page 61: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

46

Ainda foram analisados os níveis do mRNA de genes relacionados ao processo

hipertrófico em células da linhagem H9c2 induzidas com Ang-(1-7). Não houve alteração

significativa nos níveis de expressão do mRNA de Anf em todos intervalos de tempo de

indução quando comparados com o controle (Figura 16A). Por outro lado, ao se analisar os

níveis do mRNA de Bnp (Figura 16B), houve uma diminuição significativa em todos os

intervalos de tempo de indução. Analisou-se também os níveis de expressão relativa do

mRNA de β-Myhc (Figura 16C), onde observou-se uma variação nos níveis de expressão nos

diferentes intervalos de tempo. Em 2, 6 e 12 horas de indução houve uma diminuição

significativa em comparação com o grupo controle, voltando a expressão aos níveis basais em

24h com posterior aumento da expressão em 48h de indução.

A B

Anf

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Bnp

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

******

***

******

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

-MYHC

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

***

***

***

*

***

***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 16. Expressão relativa do mRNA

pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes

marcadores de hipertrofia cardíaca Anf

(A), Bnp (B) e β-Myhc (C) mediante a

indução celular com Ang-(1-7) 1 µM. A

normalização foi feita em relação à

expressão de β-actina. Os experimentos

foram realizados em triplicata biológica

e técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e

***p<0,001.

Page 62: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

47

4.6 Ang II e Ang (1-7) promove modulação na expressão gênica de fatores

transcricionais

Em células induzidas com o peptídeo vasoativo Ang II foi analisado o mRNA de Nf-

κB (Figura 17A), onde observou-se uma diminuição significativa nos níveis de expressão

relativa deste mRNA a partir de 12 horas de indução. Além disto, os níveis de expressão do

mRNA de Nfat-3 (Figura 17B) diminuiu significativamente em todos os tempos analisados.

Por outro lado, os níveis de expressão relativa do mRNA de Fos (Figura 17C) e Jun (Figura

17D), mostrou-se aumentado significativamente nos tempos de 6 e 12 horas de indução

quando comparados com o controle.

A B

Nf-kb

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

******

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Nfat-3

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

***

*** ******

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C D

Fos

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

***

*

******

***

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Jun

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

**

***

*

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 17. Expressão relativa do mRNA pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes Nf-κB (A), Nfat-3

(B) Fos(C) e Jun (D) envolvidos na sinalização celular da hipertrofia cardíaca mediada por

inflamação mediante a indução celular com Ang II a 10 µM. A normalização foi feita em

relação à expressão de β-actina. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e

técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Page 63: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

48

A análise de expressão destes mRNAs também foi realizada após o tratamento com

Ang (1-7). Os mRNAs de Nf-κB ( Figura18A), Nfat-3 (Figura 18B), Fos (Figura 18C) e Jun

(Figura 18D) mostrou uma diminuição significativa nos níveis de expressão relativa deste

mRNAs.

A B

Nf-kb

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

******

******

***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Nfat-3

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

*

***

*** *** ***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C D

Fos

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

*** ***

***

***

***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Jun

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

***

***

*** ***

***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 18. Expressão relativa do mRNA pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes Nf-κB (A), Nfat-3

(B) Fos (C) e Jun (D) envolvidos na sinalização celular da hipertrofia cardíaca mediada por

inflamação mediante a indução celular com Ang-(1-7) a 1 µM. A normalização foi feita em

relação à expressão de β-actina. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e

técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Page 64: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

49

4.7 Níveis do mRA de Cox-2, Pten e Akt podem estar correlacionados entre si num

processo de regulação diante ação da Ang II e Ang-(1-7)

Células H9c2 foram cultivadas e induzidas com Ang II para análise do padrão de

expressão relativo de mRNA de genes pertencentes às vias que levam ao desenvolvimento da

hipertrofia cardíaca induzida por inflamação. Houve aumento significativo de sete vezes na

expressão relativa do mRNA de Cox-2 no tempo de 2h de indução (Figura 19A). Analisando

ainda a expressão do mRNA de Pten (Figura 19B), também houve um aumento significativo

nos níveis de expressão relativa deste mRNA nos intervalos de tempo de 2, 6 e 12 horas de

indução. Ainda, os valores da expressão relativa do mRNA de Akt1 mostrou-se

significativamente reduzidos em todos os intervalos de tempo quando as células foram

induzidas com Ang II (Figura 19C).

A B

Cox-2

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

2

4

6

8

10

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Pten

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

1

2

3

4

5

*

******

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

Akt

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

***

******

*** ***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 19. Expressão relativa do mRNA

pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes Cox-2

(A), Pten (B) e Akt (C) envolvidos na

sinalização celular da hipertrofia

cardíaca mediada por inflamação

mediante a indução celular com AngII a

10 µM. A normalização foi feita em

relação à expressão de β-actina. Os

experimentos foram realizados em

triplicata biológica e técnica, onde

*p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Page 65: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

50

Em relação as análise com o peptídeo Ang-(1-7) o mRNA de Cox-2 se mostrou

significativamente aumentando nos intervalos de tempos de 2 e 6 horas de indução, com pico

de cerca de 11 vezes aumentado em relação ao controle no tempo de 2 horas (Figura 20A). Os

níveis basais foram reestabelecidos nos tempos de 12 e 24 horas de indução, com conseguinte

aumento em 48 horas de indução. Por outro lado a expressão relativa do mRNA de Pten

mostrou-se majoritariamente reduzido quando da indução por Ang-(1-7) (Figura 20B), exceto

no intervalo de tempo de 6 horas, onde os níveis de expressão relativos deste mRNA

permaneceram em níveis basais. Ainda, analisando os níveis de expressão relativa do mRNA

de Akt, houve um aumento significativo em 2 horas de indução com Ang-(1-7) e uma

diminuição deste mRNA após 48 horas de indução (Figura 20C).

A B

Cox-2

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

5

10

15

***

***

***

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o Pten

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

*** *** ******

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

Akt

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0***

*

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 20. Expressão relativa do mRNA

pelo métodos do 2-ΔCt

dos genes Cox-2

(A), Pten (B) e Akt (C) envolvidos na

sinalização celular da hipertrofia

cardíaca mediada por inflamação

mediante a indução celular com Ang-(1-

7) a 1 µM. A normalização foi feita em

relação à expressão de β-actina. Os

experimentos foram realizados em

triplicata biológica e técnica, onde

*p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Page 66: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

51

4.8 COX-2 e PTEN podem estar envolvidos num mecanismo de corregulação quando

induzidos por Ang II

A identificação e quantificação dos níveis de expressão proteica respectivamente por

Western Blotting e densitometria revelaram um aumento significativo nos níveis de expressão

da proteína COX-2 quando induzidas com Ang II (Figura 21A) nos tempos de 2, 6 e 12 horas

de indução quando comparado com o controle. Em 24 horas de indução houve aumento em

relação aos níveis basais de expressão desta proteína, continuando a aumentar em 48 horas de

indução. Por outro lado, a quantificação dos níveis de expressão da proteína PTEN mostrou

uma redução significativa em relação ao seu padrão de expressão basal nos intervalos de

tempos de 2, 6 e 12 horas de indução com Ang II (Figura 21B). Após 24 horas de indução, o

nível de expressão desta proteína retornou aos níveis basais, com conseguinte redução no

intervalo de 48 horas de indução.

A B

Cox-2

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

1

2

3

4

***

***

*

******

***

**

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Pten

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

******

*** ***

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

Figura 21 - Análise da expressão relativa das proteínas COX-2 e PTEN por Western Blotting,

tomando a proteína β-actina como normalizadora quando as células foram induzidas com Ang

II 10 µM. As quantificações das proteínas por densitometria representadas pelos gráficos A e

B, respectivamente para COX-2 e PTEN, além do padrão de bandas identificadas,

representadas em C. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e técnica, onde

*p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Page 67: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

52

4.9 Ang-(1-7) modula diferencialmente a expressão das proteínas COX-2 e PTEN

Níveis de expressão das proteínas COX-2 e PTEN foram investigados após o

tratamento celular com Ang-(1-7). Na Figura 22A observamos um aumento significativo nos

níveis de expressão desta proteína em relação ao controle nos tempos de 2, 6, 12 e 24 horas de

indução, retornando aos níveis basais 48 horas. Em relação à proteína PTEN (Figura 22B),

após o tratamento com o peptídeo Ang-(1-7), os níveis da proteína supressora tumoral decaem

em todos os intervalos de indução.

A B

Cox-2

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

*** ** *** ******

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Pten

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

***

***

***

***

**

Tempo de Indução com Ang(1-7)

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

C

Figura 22. Análise da expressão relativa das proteínas COX-2 e PTEN por Western Blotting,

tomando a proteína β-actina como normalizadora quando induzidas com Ang-(1-7) 1 µM. As

quantificações das proteínas por densitometria representadas pelos gráficos A e B,

respectivamente para COX-2 e PTEN, além do padrão de bandas identificadas, representadas

em C. Os experimentos foram realizados em triplicata biológica e técnica, onde *p<0,05,

**p<0,01 e ***p<0,001.

Page 68: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

53

4.10 Ang II promove aumento da expressão dos miRNAs miR-1, -21, -26a e -26b

Considerando se os resultados obtidos quando da modulação das proteínas PTEN e

COX-2 após as células terem sido induzidas com Ang II a 10 µM em diferentes intervalos, os

miRNAs miR-1, -21, -26a e -26b foram analisados. Os resultados obtidos mostraram que o

miR-1 teve uma expressão relativa aumentada em 7 vezes em relação ao controle (Figura

23A). Ainda, quando analisado os níveis de expressão relativa do miR-21 (Figura 23B),

notou-se uma queda significativa na expressão deste miRNA no tempo de 24 horas e logo em

seguida, no intervalo de 48 horas de indução houve um aumento significativo de 3 vezes em

relação ao controle.

A B

miR-1

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

2

4

6

8 ***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

miR-21

0h 2h 6h 12h 24h 48h0

1

2

3

**

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 23. Análise da expressão relativa dos miR-1(A) e -21(B) em células H9c2 induzidas

com os peptídeos vasoativo AngII a 10 µM foi realizada pelo método do 2-ΔCt

. A

normalização foi feita em relação à expressão do miRU6. Os experimentos foram realizados

em triplicata biológica e técnica onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

Ainda, dados obtidos da análise do perfil de expressão gênica relativa do miR-26a

(Figura 24A) mostrou que há uma aumento significativo nos níveis de expressão deste

miRNA no intervalo de 6 horas de indução. Esta análise também revelou uma queda na

expressão gênica relativa do miR-26b (Figura 24B) após 24 horas de indução com Ang II.

Porém, no intervalo de 48 horas de indução, o efeito foi oposto ao observado no tempo

anterior, com um aumento significativo de 2 vezes na expressão deste miRNA.

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54

A B

miR-26a

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

miR-26b

0h 2h 6h 12h 24h 48h0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

**

***

Tempo de Indução com AngII

Nív

eis

re

lati

vo

s d

e e

xp

res

o

Figura 24. Análise da expressão relativa dos miR-26a(A) e -26b(B) em células H9c2

induzidas com os peptídeos vasoativo AngII a 10 µM foi realizada pelo método do 2-ΔCt

. A

normalização foi feita em relação à expressão do miRU6. Os experimentos foram realizados

em triplicata biológica e técnica, onde *p<0,05, **p<0,01 e ***p<0,001.

4.11 miRNAs – 1, -21, -26a, -26b podem modular a expressão de outros genes

relacionada a via hipertrófica/ inflamatória

Para identificar potenciais alvos dos miRNAs -1, -21, -26a, -26b, ferramentas básicas

de bioinformáticas disponíveis na internet tais como Blast (www.ncbi.lm.nih.gov/Blast),

mirDB (http://mirdb.org/miRDB/), MiRBase (http://www.mirbase.org/), TargetScan

(http://www.targetscan.org/) foram utilizadas para busca de putativos alvos. Pelo fato dos

miR não necessitarem de pareamento perfeito com seus alvos, muitas vezes a busca gera listas

extensas de alvos validados. Dentre os alvos já validados, foram selecionados aqueles

relacionados à via envolvida na promoção do processo hipertrófico mediado por inflamação.

Estes alvos podem ser visualizados na Tabela 5. Baseado nessa análise uma pequena rede de

interação entres os miRNAs analisados e os alvos que eles poderiam regular no processo

hipertrófico mediado por inflamação é representada na Figura 25.

Page 70: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

55

Tabela-5. miRNAs e seus alvos envolvidos no processo hipertrófico mediado por

inflamação.

miR SCORE ALVO miR SCORE ALVO

miR-1 70 Akt miR-21 76 Proteina G

miR-1 66 PLA2 miR-21 50 PI3K

miR-1 57 PKA miR-21 62 PLA2

miR-1 52 MAPK miR-21 54 Nfat-3

miR-26a 54 PTGS2 miR-26b 72 AP1

miR-26a 94 SUMO1 miR-26b 77 Nfat-3

miR-26a 78 Ub spec peptidasemiR-26b 56 Akt

miR-26a 79 PLA2 miR-26b 53 MapK 4

miR-26a 86 Pten miR-26b 51 Ras

Figura-25. Diagrama ilustrando a interação entre miRNAs e seus alvos relacionados ao

processo hipertrófico mediado por inflamação.

Page 71: Estabelecimento de um modelo celular para o estudo das ...‡ÃO... · Cyclooxygenase-2 (COX-2), important in the production of Prostaglandin E2 (PGE2), which is directly or indirectly

56

5. DISCUSSÃO

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57

Cultura de células de mamíferos tem desempenhado um papel importante no avanço das

pesquisas na área biomédica refletindo numa melhoria da qualidade de vida humana,

principalmente a partir da década de 1950. Este modelo de estudo, tem sido considerado um

fator chave a investigação biotecnológica e para o desenvolvimento de novas estratégias

terapêuticas. A técnica da cultura celular é considerada uma importante ferramenta na

descoberta de hormônios, fatores de crescimento e outros componentes biológicos essenciais

para a compreensão dos processos fisiológicos e patológicos a nível molecular (McKeehan et

al. 1990; Min-Hsien, Song-Bin, Gwo-Bin, 2010). Os benefícios da cultura de células de

mamíferos têm se mostrado cada vez mais importante para a produção de novos produtos

biofarmacêuticos, incluindo anticorpos monoclonais e citoquinas, bem como o fornecimento

de uma nova estratégia para a geração de vacinas (Merten, 2006). Tendo em vista sua

importância para produção de novos produtos biotecnológicos voltados ao diagnóstico ou

mesmo tratamento de certas doenças, incluindo doenças cardiovasculares, seria importante o

estabelecimento de um modelo celular, no qual os mecanismo moleculares envolvidos no

desenvolvimento das hipertrofias cardíacas mediadas por inflamação pudessem ser melhor

compreendidos.

Paralelamente, trabalhos recentes têm demonstrado a importância do SRA,

principalmente da Ang II e da Ang-(1-7), no desenvolvimento das hipertrofias dos

cardiomiócitos (Zhang et al., 2007; Oigman e Neves 2000). Assim como a importância

destes peptídeos na modulação dos níveis da enzima COX-2, importante na produção de

PGE2 apontada como um fator pró-inflamatório atuante na instalação do processo hipertrófico

mediado por inflamação (Ohnaka et al., 2000). Outro elemento importante no

desenvolvimento do processo inflamatório crônico é o supressor tumoral PTEN, que em

tumores apresenta-se frequentemente deletado ou mutado (Li et al., 2011), visto que a

diminuição da síntese desta proteína está intimamente relacionada ao desenvolvimento de um

quadro inflamatório crônico, além de ter sido descrito que a diminuição dos níveis de PTEN

está relacionado à modulação da proteína COX-2 em tumores (Serra et al., 2012). Portanto,

neste trabalho, procuramos estabelecer um modelo celular que nos auxiliasse a entender

melhor a ligação entre as proteínas COX-2 e PTEN num processo de corregulação dos seus

níveis de expressão, e também avaliar o envolvimento de pequenas moléculas reguladoras da

expressão gênica destas proteínas em um modelo de hipertrofia cardíaca mediado por

inflamação induzida por peptídeos vasoativos do SRA (Wang e Yang, 2012; Cheng et al.,

2007).

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58

Encontram-se descritos na literatura trabalhos utilizando diferentes concentrações que

variam de 1 nM a 100 µM para a Ang II (Pellieux et al., 2009; Ohnaka et al., 2000; Liu et al.,

1998; Orth et al., 1995; Sadoshima e Izumo, 1993; Wolf et al., 1993) e 1 nM a 100 nM para

Ang-(1-7) (Sampaio et al., 2007; Zhang et al., 2007; Santos et al., 2003; Machado, Santos e

Andrade, 2000). Utilizando dados da literatura como referência (Smmets et al., 2008), células

da linhagem H9c2 foram induzidas com os peptídeos vasoativos Ang II a 10 µM, em

diferentes intervalos. No ensaio de viabilidade celular, não houve alteração significativa no

número de células (Figura 11A). Em seu trabalho Li et al. (2010) avaliaram a citotoxidade da

Ang II em concentrações que variavam de 1 nM a 10 µM sobre células da musculatura lisa

vascular e também constataram que não houve alteração na viabilidade celular. Por outro

lado, Pang et al. (2003) analisando a viabilidade de células obtidas de cultura primária de

ratos neonatos, observaram que houve uma diminuição do número após 48 h de indução com

Ang II a 10 µM. Ao avaliarmos ainda a viabilidade celular das mesmas células quando da

indução pelo peptídeo vasoativo Ang-(1-7) a 1 µM como descrito por Santos et al. (2003),

observou-se que também que não houve alteração significativa da viabilidade celular (Figura

11B). Corroborando com nossos resultados, Zhang et al. (2010) demonstraram que a Ang-(1-

7) a 1 µM também não alterou significativamente o número de células glomerulares. Porém,

McKay et al. (1998) avaliando a viabilidade de células da musculatura lisa vascular

constataram que houve um aumento no número de células após 48 horas de indução com

Ang-(1-7) a 1nM. Sugere-se que esta diferença nos resultados se deva a diferença nas

concentrações utilizadas e aos tipos celulares. Assim, nossos dados mostram que as

concentrações utilizadas não foram capazes de promover morte celular e estas concentrações

foram utilizadas para a realização dos ensaios seguintes. A análise de viabilidade celular foi

realizada com o objetivo de validar, em nosso modelo celular, as concentrações descritas na

literatura em modelos de estudo diferente ao que utilizamos.

Ao utilizarmos peptídeos vasoativos com efeitos antagônicos em linhagem celular

cardíaca, precisamos verificar a presença de receptores específicos para cada um dos

peptídeos utilizados. Dessa maneira, células H9c2 induzidas com os diferentes peptídeos

foram utilizadas para análise da expressão do mRNA dos receptores AT1a, AT1b, AT2 e

Mas. Os resultados obtidos mostram que quando da indução com Ang II não houve expressão

do mRNA dos receptores AT1a e AT2 (dados não mostrados), o mesmo acontecendo quando

estas células foram induzidas com Ang-(1-7). A ausência da expressão do mRNA do receptor

AT1a pode ser devido a sua expressão ser exclusiva ao período de desenvolvimento fetal dos

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tecidos conforme demonstrado por Shanmugam, et al (1994). Ainda Moalic et al. (1989) e

Viswanathan et al. (1991) descreveram que o mRNA do receptor AT2 é também altamente

expresso em tecidos em desenvolvimento fetal, porém, sua expressão diminui

significativamente após o nascimento. Isto, de fato, poderia ocorrer no nosso modelo celular

uma vez que apesar das células da linhagem H9c2 serem células neonatais, elas respondem a

estímulos como cardiomiócitos adultos de cultura primária (Watkins, Borthwick e Arthur,

2012; Wollert e Drexler, 1999).

Analisando ainda a expressão dos mRNAs dos receptores AT1b e Mas, quando as

células foram induzidas com Ang II (Figura 12A/B) e Ang-(1-7) (Figura 12C/D), houve a

expressão do mRNA destes receptores. Shanmugam, et al (1994) demonstraram que a

isoforma AT1b do receptor encontra-se se expressa predominantemente em tecidos cardíacos

adultos, e modulam a resposta ao peptídeo Ang II . Analisando ainda a expressão do receptor

MAS, específico para a Ang-(1-7), foram identificados aumento dos níveis de expressão deste

mRNA. Em seu trabalho Filho et al. (2007) também demonstraram um aumento na expressão

deste mRNA em células cardíacas de cultura primária induzidas com Ang-(1-7). Nossos

resultados sugerem, portanto, que estes receptores podem estar sendo expressos no nosso

modelo de estudo, contudo, uma limitação do nosso trabalho foi não avaliar os níveis de

expressão proteica destes receptores, que muitas vezes podem não corresponder com os níveis

do seu respectivo mRNA.

Considerando os efeitos do SRA sobre a modulação do processo hipertrófico mediado

por inflamação. Foram avaliados também os efeitos destes peptídeos vasoativos sobre o

aumento da área celular. Quando induzidas com Ang II (Figura 13A) as células H9c2

apresentaram um aumento da área celular após seis horas de indução. Backer et al. (2004)

demonstraram em seu trabalho utilizando cardiomiócitos de ratos neonatos que a Ang II

promove um aumento da área celular e também aumento da utilização de H3-Leucina e H

3-

Timidina indicando um aumento da síntese de proteínas e DNA respectivamente. Ainda,

Gomes et al. (2009) demonstraram um aumento no volume de células cardíacas de ratos

neonatos. Juntos estes dados sugerem um aumento da atividade metabólica destas células

relacionando-o ao aumento da área celular. Por outro lado, quando as células foram induzidas

com a Ang-(1-7) (Figura 13B) não houve aumento significativo da área celular. Em seu

trabalho Tallant, et al (2005) demonstraram que Ang-(1-7) promove inibição do crescimento

celular em cardiomiócitos de ratos neonatos via receptor MAS. Estes dados reforçam a ideia

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deste peptídeo atuar em via oposta a aquela promovida pela Ang II, reforçando também a

veracidade dos resultados por nós obtidos.

Além dos marcadores fenotípicos da hipertrofia cardíaca, alguns autores descrevem a

alteração nos níveis de alguns mRNA expressos durante o desenvolvimento fetal cardíaco

como marcadores de alterações patológicas neste tecido (Bianciotti e Bold, 2000). Analisando

os níveis de expressão relativa dos mRNA de Anf, Bnp e β-Myhc, notamos que quando H9c2

foram induzidas com Ang II houve aumento na expressão de Anf (Figura 15A) após 2 horas

de indução, o mesmo ocorrendo com os níveis de Bnp (Figura 15B). Por outro lado, os níveis

de expressão de β-Myhc (Figura 15C) aumentaram somente após 48 horas de indução

indicando uma possível remodelação tardia das miofibrilas. Corroborado com nossos achados,

em seu estudo in vivo, Izumo et al. (1987), demonstraram que em corações de ratos com

alterações cardíacas, houve uma aumento da expressão do mRNA de β-Myhc após dois dias

de estímulo, destacando o efeito tardio que este peptídeo exerce na remodelação cardíaca.

McGrath et al. (2012) trabalhando em modelo in vivo, demonstraram em seu trabalho o

aumento dos níveis do transcrito e da proteína de Anf e Bnp de acordo com a evolução do

quadro hipertrófico, contudo, estes aumentos foram detectados somente após 2, 7 e 28 dias de

estímulos, caracterizando os assim, como bons marcadores num período longo de indução.

Considerando essas observações podemos interpretar que a baixa expressão destes

marcadores nos intervalos de indução celular que utilizamos como mais um dado positivo de

validação do nosso modelo de estudo. Ainda, quando a indução foi realizada com a Ang-(1-7)

os níveis de expressão do mRNA do Anf (Figura 16A) não alterou. Contudo os níveis de

expressão do Bnp (Figura 16B) diminuíram possivelmente devido a ação anti-hipertrófica do

peptídeo indutor. Observando ainda os níveis de expressão do mRNA de β-Myhc (Figura

16C) houve um aumento somente após 48 horas de indução e assim como na indução por Ang

II podendo ser indicativo de remodelamento das miofibrilas cardíacas.

A sensibilização de receptores de membrana pelos peptídeos vasoativos, ativa

diferentes vias de sinalização que promoveram a expressão de genes relacionados ao processo

hipertrófico/inflamatório, entre eles alguns relacionados à síntese de eicosanoides

fundamentais na manutenção da homeostasia cardiovascular. Neste contexto surge a PGE2,

considerada um fator pró-inflamatório devido sua atuação na modulação da resposta

inflamatória, foi utilizada para medir de maneira indireta a atividade da enzima COX-2 e

assim relacioná-la ao estabelecimento do estímulo hipertrofiante em nossa cultura celular

assim como descrito na literatura (Mendez e La Pointe, 2002). Estudando o papel dos

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61

peptídeos vasoativos na síntese de PGE2, Rao et al. (1994) demostraram que em células

musculares lisas eles fosforilam PLA2 , enzima essencial na síntese do ácido araquidônico,

reforçando a atividade moduladora dos mesmos sobre a síntese de PGE2. Em nosso modelo o

ensaio de dosagem deste eicosanoide em células induzidas com ambos os peptídeos

vasoativos foram observados aumentos da síntese de PGE2 após 12 horas de indução (Figura

14A/B). Scharschmidt e Dunn (1983) também demonstraram um aumento da síntese de PGE2

quando células glomerulares foram induzidas com Ang II. Paralelamente também observamos

aumentos nos níveis de expressão da proteína COX-2 neste intervalo em ambas às condições

estudadas (Figuras 19A e 20A), sugerindo uma coordenação na síntese deste prostanoide.

Ainda observamos, quando da indução com Ang II, que no intervalo de 12 h ocorreu o maior

aumento da área celular (Figura 13A), correlacionando assim o aumento na síntese de PGE2 e

dos níveis de COX-2 com o aumento do volume celular. Corroborando com nossos

resultados Mendez e La Point (2005) demonstraram que em cultura primária de células

ventriculares induzidas com PGE2, houve um aumento do tamanho celular e da expressão de

Anf e Bnp reforçando assim, o envolvimento da PGE2 no desenvolvimento da hipertrofia de

cardiomiócitos, e reforçando mais uma vez o potencial do nosso modelo celular na elucidação

de particularidades mecanísticas do processo hipertrófico/ inflamatório visando uma futura

aplicação terapêutica.

Além da ativação da via de sinalização relacionada à síntese de PGE2, estes estímulos

podem sensibilizar outras vias de sinalização ativando alguns fatores transcricionais

fundamentais na promoção do processo hipertrófico. Conhecer as particularidades de vias

pelas quais estes estímulos podem conduzir a um quadro patológico em células cardíacas é

importante, uma vez que conhecer um ponto crítico no controle da expressão de genes

relacionado ao processo hipertrófico cardíaco poderia ser útil desenvolvimento de métodos

inibitórios desta ativação transcricional. Considerando-se nosso modelo de estudo como uma

ferramenta de estudo na elucidação das particularidades mecanísticas do processo hipertrófico

cardíaco mediado pela inflamação, e diante dados resultados preliminares, células H9c2 foram

induzidas com Ang II. Assim como Wong et al. (1998) e Appleby et al., (1994)

demonstraram em seus trabalhos o envolvimento do fator transcricional Nf-κB na expressão

de Cox-2, nossos resultados demonstraram uma expressão basal do mRNA de Nf-κB (Figura

17A) até 6 horas de indução e após esse intervalo os níveis transcricionais de NF-kb

diminuiram. Quando comparados com os níveis de expressão do mRNA de Cox-2,

curiosamente nossos dados mostram uma correlação entre os níveis de Nf-κB com aumento

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nos níveis de expressão de Cox-2, indicando um possível envolvimento desse fator

transcricional na ativação do gene cox-2. A queda dos níveis do mRNA deste fator

transcricional no nosso modelo de estudo pode ser devido ao tempo de indução com o agente

hipertrofiante, uma vez que trabalhos mostram o envolvimento deste fator transcricional em

intervalos maiores de indução ou ainda sua ativação estar ligada a outras vias de sinalização

que não pelas MAPKs, podendo ser alternativamente mediado pelas vias PI3K/AKT e

Cálcio/NFAT-3 (Li et al., 2004). Comprando ainda os níveis do mRNA de Pten e Nf-κB,

parece não haver correlação entre eles. Contudo, Vasudevan et al(2004) mostraram que Nf-κB

está envolvido com a supressão da expressão de Pten, assim como, a restauração dos níveis de

Pten regulou os níveis de expressão de Nf-κB, portando envolvendo-se indiretamente. Quando

da indução com Ang-(1-7) (Figura 18A) as células mostraram em todos os tempos uma

redução da expressão deste mRNA. Este resultado talvez seja pelo fato de Ang-(1-7) como

descrito anteriormente, antagonizar os efeitos promovidos pela Ang II.

Tomando os níveis de expressão de Fos e Jun juntos, podemos sugerir um possível

envolvimento do fator transcricional AP-1, uma vez que este se caracteriza como um

heterodímero constituído por Fos e Jun (Sharma e Richards, 2000). Na indução por Ang II

poderia haver a participação deste fator transcricional, uma vez que foi observado um

aumento coordenado nos níveis destes mRNAs no mesmo intervalo (Figuras 17C e D). De

fato, Zohn et al. (1995) demonstraram em seu trabalho o envolvimento da Ang II na

promoção da ativação do fator transcricional AP-1 dimerizados por Fos e Jun. Além disto,

Alport et al. (2000) demonstraram em seu trabalho que AP-1 possui sítios de ligação na

região promotora do gene Cox-2 e que juntamente com Nf-κB promovem um aumento na

expressão deste mRNA. Quando comparado os níveis de expressão do mRNA de Fos e Jun

com os de Pten, houve um aumento de ambos transcritos o que poderia indicar um possível

envolvimento. Por outro lado, Koul et al. (2007) estudando células de glioma demonstraram

que Pten diminui a expressão de AP-1. Quando induzidos com Ang-(1-7) não houve aumento

da expressão do mRNA de Fos e Jun (Figura 18C e D). Corroborando com nossos achados,

Mc Collum et al. (2012) quando da indução por Ang-(1-7) demonstraram a inibição da

fosforilação de MAPKs como ERK1/2, p38 e JNK importantes na ativação do AP-1.

Paralelamente, a análise da expressão do mRNA Nfat-3 em ambas as condições

(Figura 17B e 18B) desencadeou uma sutil modulação no nível de expressão desse gene.

Diferente dos nossos resultados Abrahan et al. (2012) mostram em seus estudos que Ang II

promove aumento intracelular de cálcio, que estimula a expressão de genes da via

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calcineurina/ NFAT. Ainda, Macián et al (2001) relataram o envolvimento de um mecanismo

na transativação positiva da ação do fator transcricional NFAT por outros elementos

promotores como AP-1, Nf-κB e GATA que podem interagir entre si na promoção do

crescimento de cardiomiócitos ou mesmo na promoção da expressão de Cox-2. Esse

mecanismo talvez explique a expressão basal ou baixa desses fatores transcricionais.

Utilizando um modelo celular para estudo do processo hipertrófico mediado por

inflamação, e sabendo do possível envolvimento de COX-2 e PTEN em células tumorais, foi

avaliado a correlação da expressão dos mRNA de Cox-2, Pten e Akt, para estabelecer uma

possível correlação entre essas moléculas neste modelo de estudo. Quando induzidas com

Ang II estas células aumentaram o mRNA de Cox-2 após duas horas de indução e retornaram

aos níveis basais nos tempos seguintes (Figura 19A). Estes dados são suportados por Ohnaka

et al (2000) que em seus experimentos demonstraram o envolvimento da Ang II induzindo o

aumento do mRNA Cox-2 de maneira dose dependente e, quando utilizado um inibidor

seletivo dos receptores AT1, Losartan, não foi observado aumento na expressão deste mRNA.

Por outro lado, observando os níveis de Pten (Figura 19B), notamos uma permanência nos

níveis basais exatamente em 2 horas e aumentando nos tempos seguintes, exatamente quando

Cox-2 retornou aos níveis basais. Estes resultados chamaram nossa atenção uma vez que já foi

descrito em tumores uma possível correlação entre estas duas moléculas, num mecanismo de

regulação entre si (Serra et al., 2012). Ainda nesta condição, Akt apenas diminuiu sua

expressão (Figura 19C), indicando um mecanismo de controle da ativação da expressão de

genes relacionados ao processo hipertrófico. St-Germain et al. (2004) reforçando esta ideia,

demonstraram que AKT é importante na ativação do fator transcricional Nf-κB, portanto, a

diminuição dos níveis de expressão de Akt, além de interferir na via AKT/NFAT-3, também

poderia interferir na expressão de COX-2 que curiosamente tem os níveis de expressão do seu

mRNA majoritariamente reduzidos.

Por outro lado, analisando os níveis de expressão destes mesmos mRNAs quando da

indução por Ang-(1-7), os níveis de expressão relativa de Cox-2 mostraram-se aumentados

nos intervalos de 2 e 48 horas (Figura 20A). Este aumento dos níveis do mRNA de Cox-2

pode ser explicado pelo fato de Ang-(1-7) em certas concentrações também possuir a

capacidade de estimular, pela ativação de vias de sinalização cruzadas a atividade PLA2 e de

MAPK (Mubarack et al., 1998). Ao contrário do que observamos para Cox-2, Pten mostrou-

se diminuído nestes intervalos de tempo (Figura 20B) e Akt aumentou somente após 2 horas

de indução (Figura 20C). Estes resultados mostram mais uma vez uma correlação entre o

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aumento dos níveis de Cox-2 com a diminuição dos níveis de Pten e vice e versa no nosso

modelo celular, além dos efeitos sobre Pten e Cox-2 terem sido opostos aos observados

quando mediado por Ang II.

A análise os níveis de expressão das proteínas COX-2 e PTEN, correlacionando os

entre si e com seus respectivos mRNAs tornam-se importantes na geração de conhecimento

de mecanismos básicos de funcionamento deste modelo celular dentro da sinalização celular

de interesse em nosso modelo de estudo. Ao analisarmos os níveis de expressão da proteína

COX-2 diante da indução com Ang II, notamos que houve um aumento da expressão desta

proteína em todos os intervalos (Figura 21A), fato também observado por Ohnaka et al

(2000). Ao correlacionarmos os níveis de expressão desta proteína com os níveis de expressão

da proteína PTEN, notamos que exatamente nos intervalos de tempo onde os níveis de COX-2

encontram-se elevados, os níveis de PTEN encontram-se diminuídos (Figura 21B). Dong et

al. (2013) demonstrou em seu estudo que Ang II induz a diminuição dos níveis de expressão

da proteína PTEN e que quando utilizado o antagonista do receptor AT1, Losartan, houve um

aumento na expressão desta proteína, além disto, a diminuição dos níveis de PTEN poderiam

de maneira indireta, pela via AKT, promover o aumento nos níveis de COX-2 (Figura 26).

Este aspecto foi observado para os níveis de expressão do mRNA, o que poderia sugerir um

mecanismo de modulação entre estas proteínas. Contudo, para compreendermos melhor a

mecanística do processo, futuros experimentos de RNA de interferência (RNAi) serão

realizado.

Comparando-se ainda a proteína com o mRNA Cox-2, nota-se que este volta a níveis

basais após 6 horas de indução, porém, os níveis proteicos permanecem aumentados. Uma

explicação pode ser sugerida pela observação descrita em Ohanaka et al., (2000) que a Ang II

possuir a capacidade de estabilizar o mRNA de Cox-2, aumentando assim, seu tempo de meia

vida. Neste mesmo intervalo foram analisados os níveis de expressão da proteína PTEN, onde

se notou majoritariamente diminuição nos níveis da proteína corroborando com Wu e He,

(2005), que utilizaram cardiomiócitos de ratos neonatais e demonstraram que a Ang II

promove diminuição da expressão de PTEN. Li et al. (2010) estudando como COX-2 poderia

interferir na via AKT, demonstraram em seu estudo que o aumento dos níveis de COX-2

poderia de maneira indireta ativar a Caseína quinase-2 (CK-2), envolvida na fosforilação de

algumas proteínas preferencialmente em resíduos de serina e treonina, inclusive a proteína

PTEN, tornando-a inativa na sua função fosfatásica, promovendo assim aumento dos níveis

de PIP3/AKT/NFAT-3 e indiretamente COX-2.

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Analisando os níveis de expressão destas proteínas diante a ação da Ang-(1-7), notou-

se um aumento nos níveis da COX-2 nos intervalos de 2 h, 12 h e 24 horas de indução (Figura

22A). Em paralelo, houve um aumento dos níveis de expressão do mRNA deste gene nos

tempos de 2 e 6 horas retornando aos níveis basais em 12 e 24 horas, para novamente ter um

aumento de expressão significativa no intervalo de 48 h. Pela análise dos resultados podemos

sugerir que a variação nos níveis proteicos de maneira não sincronizada com os níveis de

mRNA, deva-se a alteração na cinética de degradação da molécula mensageira e ao estímulo

latente do peptídeo, que estimula o aumento do nível transcricional de Cox-2 após 48 h de

incubação com a cultura celular. Ainda acompanhando os níveis de expressão da proteína

PTEN (Figura 22B), observou-se uma queda acompanhando a diminuição dos níveis de

expressão do mRNA deste gene. Este resultado pode ser explicado por ação da Ang-(1-7)

como agente promotor da diminuição dos níveis de expressão de importantes fatores

transcricionais envolvidos no processo hipertrófico no nosso modelo celular.

A correlação dos níveis de expressão do mRNA e da proteína PTEN quando da

indução com Ang II, mostrou uma interessante relação entre estas moléculas. Devido aos

curiosos resultados obtidos quando da indução por este peptídeo, foram avaliados os níveis de

expressão de alguns miRNAs que possuem sítio de ligação na região 3’UTR no mRNAs de

Cox-2 e Pten e assim a suposta capacidade controle da sua expressão gênica. Neste contexto,

os miRNAs se tornam ferramentas importantes no estabelecimento de um método de

diagnóstico ou tratamento das hipertrofias cardíacas mediadas por inflamação.

Os níveis de expressão relativa do miR-1 aumentou no intervalo de 48 horas de

indução com Ang II (Figura 23A), indicando portanto seu possível envolvimento com as

instalação de um quadro de hipertrofia, uma vez que encontra-se descrito na literatura seu

envolvimento com a promoção desta alteração em células cardíacas (Wang e Yang, 2012).

Avaliando também a expressão do miR-21 (Figura 23B), há uma aumento na sua expressão

após 48 horas de indução correlacionando o com uma redução dos níveis de expressão da

proteína PTEN. De fato, Meng et al. (2007) estudando o desenvolvimento de câncer

hepatocelular, notaram que houve um aumento da expressão do miR-21 e uma diminuição

dos níveis proteicos de PTEN. Também foram realizados inibição e superexpressão deste

miRNA e assim confirmaram sua influência na expressão de PTEN. Roy et al. (2009) também

demonstraram o envolvimento do miRNA-21 na diminuição dos níveis de expressão de

PTEN. Juntos estes resultados apontam o miR-21 como importante elemento envolvido na

regulação de PTEN e indiretamente de COX-2, ampliando as possibilidades de investigação

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do processo hipertrófico medido por inflamação neste modelo celular. De fato este miRNA já

têm sido relacionado ao processo hipertrófico em células da musculatura lisa vascular (Yang,

et al., 2007). Também foram analisados os níveis de expressão do miR-26a onde notamos um

aumento significativo da sua expressão no tempo de 6 horas. No mesmo intervalo foi

observado diminuição dos níveis de expressão de PTEN (Figura 24A), havendo, portanto,

indício de um mecanismo de controle da expressão de PTEN pelo miR-26a. Da mesma forma,

Kin et al. (2010) demonstraram em seu estudo, o aumento na expressão deste miRNA e sua

correlação com a diminuição da expressão de PTEN na proliferação e crescimento celular em

células tumorais. Quando comparadas com os níveis de expressão de COX-2, não houve

relação uma vez que ambos, miR-26a e proteína estavam aumentados neste intervalo. Esta

diferença nos resultados pode ser explicado devido à diferença no tipo de célula utilizada, o

que implica numa resposta celular diferente.

Por fim, foram também analisados os níveis de expressão do miR-26b em células

induzidas com Ang II (Figura 24B), onde observamos um aumento dos níveis de expressão

após 48 horas de indução, não correlacionando diretamente com os níveis de expressão da

proteína COX-2 no nosso modelo celular. Porém, Ji et al. (2010) demonstraram o

envolvimento do miR-26b na regulação da expressão de COX-2. Analisando também o efeito

da expressão deste miRNA sobre PTEN, notamos um possível efeito regulador na sua

expressão. De fato, como já mencionado, quando há redução dos níveis de expressão de

PTEN, há uma aumento dos níveis de COX-2 indicando um possível envolvimento indireto

deste miRNA. Para estabelecermos uma correlação mais confiável entre os miRNAs e os

mRNA que eles poderiam regular, seria necessário a realização de uma super-expressão ou

repressão da expressão destes miRNAs, para assim, avaliarmos os reais efeitos destes sobre as

moléculas de mRNA que eles regulariam.

Como alguns dos miRNAs analisados não mostraram um possível envolvimento na

regulação da expressão de COX-2 e PTEN no nosso modelo de estudo, utilizando ferramentas

de bioinformática disponíveis na internet, foram buscados outros alvos para os miRNAs

analisados que estariam envolvidos na instalação do processo hipertrófico mediado por

inflamação. Para o miR-1 foram identificados possíveis alvos envolvidos indiretamente na

expressão de COX-2 e PTEN como AKT que possui papel fundamental na regulação da via

Calcineurina/NFAT, além de possuir sítios de ligação na região promotora de COX-2 e assim

regular diretamente sua expressão. PLA2 também seria uma importante alvo deste miRNA e

sua regulação limitaria a produção de PGE2 pela COX-2 modulando assim, o processo

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inflamatório. Apesar de estímulos conduzirem a ativação MAPK, sua regulação por este

miRNA influenciaria na ativação de importantes fatores transcricionais promotores da

hipertrofia, além de regular os níveis de PKA envolvido na sinalização depende de Cálcio.

Para o miR-21 foram identificados alvos como a Proteína G, elemento fundamental na

promoção da hipertrofia cardíaca induzida pelos peptídeos vasoativos do SRA, Também foi

relatado o envolvimento deste miRNA regulando PI3K, envolvido na via de sinalização

AKT/NFAT, além de regular os níveis de expressão do fator transcricional NFAT,

relacionado a expressão de genes hipertróficos. Também regula a expressão gênica de PLA2

influenciando indiretamente a expressão de COX-2 e PTEN.

Os alvos descrito para o miR-26a, também estão envolvidos na modulação do

processo hipertrófico mediado por inflamação tais como PLA2, SUMO e Ubiquitina. Por fim

os alvos do miR-26b potencialmente envolvidos na modulação da expressão de COX-2 e

PTEN são os fatores transcricionais AP-1 e NFAT-3, além de AKT, MAPK e Ras. Todos

estes alvos como descrito anteriormente, são importantes elementos envolvidos diretamente

ou indiretamente na instalação do processo hipertrófico e inflamatório quando da indução

pelos peptídeos vasoativos do SRA. Assim, foi montado uma pequena rede (Figura 25) que

mostra a interação dos miRNAs analisados com outros possíveis alvos que poderiam regular

relacionados as vias que conduzem a hipertrofia cardíaca mediada por inflamação e ainda

poderiam ser possíveis alvos de investigações futuras utilizando o modelo celular que

estabelecemos.

O conjunto destes resultados foi importante para a obtenção de um modelo de estudo

das hipertrofias cardíacas mediadas por inflamação, além disto, neste modelo celular parece

haver um mecanismo de co-regulação entre as proteínas COX-2 e PTEN modulando assim o

processo hipertrófico/inflamatório e também o possível envolvimento de um mecanismo de

controle pós-transcricional na expressão destas proteínas mediado pelos miRNAs miR-26a e

miR-26b como sumarizado na figura 26. Assim, o conhecimento gerado poderá futuramente

promover o desenvolvimento de um produto biotecnológico para diagnóstico ou mesmo

tratamento de hipertrofias cardíacas inflamatórias, importante alteração nas doenças

cardiovasculares.

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Figura 26. Esquema do mecanismo de co-regulação das proteínas COX-2 e PTEN no

modelo celular para estudo das hipertrofias mediada por inflamação quando induzida por

peptídeos vasoativos.

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6. CONCLUSÕES

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70

1. O modelo celular estabelecido funciona para estudo das hipertrofias cardíacas mediada

pela inflamação, possuindo assim uma aplicação na pesquisa dos mecanismo

moleculares da hipertrofia.

2. Angiotensina II a 10 µM e Angiotensina-(1-7) a 1 µM não promoveram a diminuição

na viabilidade celular de células H9c2.

3. Células H9c2 expressam mRNA dos receptores AT1b e Mas.

4. Ang II e Ang-(1-7) modulam os níveis de expressão dos marcadores de alterações

cardíacas ANF, BNP e MYHC-β.

5. Ang II e Ang-(1-7) modulam da síntese de PGE2.

6. Ang II induz aumento da área celular enquanto a Ang-(1-7) não.

7. Ang II promove modulação dos níveis de expressão dos fatores transcricionais Nf-κB,

Fos e Jun (AP-1), porém não altera os níveis de Nfat-3, reforçando seu papel como

indutor de hipertrofia neste modelo celular.

8. Ang-(1-7) não promoveu aumento dos níveis de expressão dos fatores transcricionais

Nf-κB, Fos e Jun (AP-1) e Nfat-3.

9. Em ambas as condições de indução, COX-2 e PTEN parecem envolver-se num

mecanismo de co-regulação no modelo celular hipertrófico/inflamatório.

10. Em células induzidas com Ang II, os miR-26a e 26b podem estar relacionados

diretamente com a regulação da expressão de PTEN e indiretamente de COX-2.

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