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DIP AULA 1 INTRODUÇÃO AO DI 1 – A NORMA INTERNACIONAL: origem, natureza e fundamento - Há quem entenda que a Norma Internacional é tão antiga quanto o homem; Outros, defendem a sua origem na formação dos Estados - Advém da necessidade de inter-relacionamento entre os Estados - É de Direito Publico 1.1 – CARACTERÍSTICAS 1) SÃO POUCAS 2) SÃO ABSTRATAS 3) ESTABELECEM COMPETÊNCIA SEM O CORRESPONDENTE AO DIREITO MATERIAL 4) SÃO RELATIVAS (CADA ESTADO TIRA SUA PRÓPRIA INTERPRETAÇÃO) 5) A OBRIGATORIEDADE DA NORMA VEM LENTAMENTE 2 – PROCESSO EVOLUTIVO DO DIREITO INTERNACIONAL 2.1 – Grécia - a atividade jurisdicional das cidades estados 2.2 – Roma - o Jus Gentium 2.3 – Período medieval - o direito da terra (territorialidade) 3 - DEFINIÇÃO DO DI “ É o conjunto de regras e instituições jurídicas que regem a sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e a promover o desenvolvimento” 4 – A JURIDICIDADE DO DI 4.1 – O que é jurídico ? - A divisão em jus cogens e jus permissivum – explicar

Estacio de Sa- Dipi

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DIP

AULA 1

INTRODUÇÃO AO DI

1 – A NORMA INTERNACIONAL: origem, natureza e fundamento

- Há quem entenda que a Norma Internacional é tão antiga quanto o homem; Outros, defendem a sua origem na formação dos Estados

- Advém da necessidade de inter-relacionamento entre os Estados- É de Direito Publico

1.1 – CARACTERÍSTICAS

1) SÃO POUCAS2) SÃO ABSTRATAS3) ESTABELECEM COMPETÊNCIA SEM O CORRESPONDENTE AO DIREITO

MATERIAL4) SÃO RELATIVAS (CADA ESTADO TIRA SUA PRÓPRIA INTERPRETAÇÃO)5) A OBRIGATORIEDADE DA NORMA VEM LENTAMENTE

2 – PROCESSO EVOLUTIVO DO DIREITO INTERNACIONAL

2.1 – Grécia- a atividade jurisdicional das cidades estados

2.2 – Roma - o Jus Gentium

2.3 – Período medieval- o direito da terra (territorialidade)

3 - DEFINIÇÃO DO DI

“ É o conjunto de regras e instituições jurídicas que regem a sociedade internacional e que visam estabelecer a paz e a justiça e a promover o desenvolvimento”

4 – A JURIDICIDADE DO DI

4.1 – O que é jurídico ?- A divisão em jus cogens e jus permissivum – explicar

5 – CORRENTES NEGATIVISTAS

5.1 – NEGADORES PRÁTICOS

entendem que a força coativa do direito internacional nunca será maior que a força dos estados

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5.2 – NEGADORES TEÓRICOS

mera normas de cortesiamera normas morais

6 – DI x OUTROS RAMOS DO DIREITO

AULA 2

SOCIEDADE INTERNACIONAL

1 - Introdução

- O que é sociedade ? Ocorre das relações recíprocas dos indivíduos

- O DIP é tão velho como a sociedade

- O Estado nasce na baixa idade média e no Renascimento – coletividade

2 – Origem

- Começo na Europa Ocidental – nasceu interestatal

3 – Descrição da Sociedade Internacional

3.1 ) O que é.

Quem compõem a sociedade internacional ? São os entes cuja força exerce um papel no cenário internacional. Sendo a maioria dos entes possuidores de direitos e deveres. Verdadeiros sujeitos de Direito.

3.2 ) principais componentes e movimentos.

O principal sujeito é o Estado – ente originário

- Movimentos: Blocos de países – Estado liderMultinacionais – Estado Matriz

3.2.1) Século XX – Quem atua ?

- Organizações internacionais – Ong´s – WWF, etc - Entidades Religiosas

- Conselho Mundial das Igrejas (1948) – unificar a atuação- Entidades Sindicais

- Internacional Comunista – extinta- Federação Sindical Mundial- Internacional Socialista (1951) – com Congresso

- Blocos Econômicos

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4 – Sociedade ou Comunidade ?

Comunidade – formação natural, vontade orgânica – Teoria NaturalSociedade – formação voluntária, vontade refletida – Teoria Contratual

5 – Do Fundamento e da existência da Sociedade Internacional

Várias pessoas negam a existência da sociedade internacional.

a) o estado é o ser mais elevado de vida socialb) A Sociedade Internacional não possui uma autoridade superiorc) Entre os Estados só existe guerra

5.1 - correntes: positivista – a sociedade internacional advém da vontade dos Estados (critica: não explica como um Estado novo se filia)

jusnaturalista – O homem é um ser “antologicamente social”, sendo a sociedade internacional sua expressão mais ampla

6 – Características da Sociedade Internacional

a) Universal – abrange todos os entes do globo terrestreb) Paritária – porque existe igualdade jurídicac) Aberta – pois, se preenchidos determinados requisitos, pode-se entrar sem ser convidadod) Não possui uma organização Internacional como a interna – Ela não é um superestado – existe o

direito de autotutelae) O direito que nela se manifesta é originário – Não se fundamenta em outro direito positivof) Tem poucos membros – salienta as características individuais de cada membro

7 – Os novos Estados e o DIP

- O DIP clássico (europeu) ainda privilegia uma casta da sociedade mundial- A revisão do DIP após o processo de independência dos países afro-asiáticos- A divisão do mundo em blocos de desenvolvimento- A NOVA ORDEM – A GLOBALIZAÇÃO

AULA 3

FUNDAMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL

1 – O QUÊ É FUNDAMENTO ?

Não devemos confundir fundamento com fonte

Fundamento é o que torna uma norma obrigatóriaFonte é a maneira pela qual a norma se manifesta

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Kelsen confundia os conceitos

2 – TEORIAS

2.1 – AS MAIS ANTIGAS

2.1.1 – Teoria Utilitária (Benthan e Story): nascem do interesse e utilidade mútuos, do sentimento dos inconvenientes que resultariam de uma doutrina contrária e de uma espécie de necessidade moral de fazer justiça, a fim de que, em troca, nos seja feita justiça”

2.2.2 – Teoria Nacionalista (Stanislaw Mancini): A nação seria o único sujeito de DI

2.2 – CLASSIFICAÇÃO

Podem ser:a) Voluntaristas: defendem o fundamento na VONTADE DOS ESTADOS b) Objetivistas: defendem o fundamento em PRINCÍPIOS GERAIS acima dos estados

2.2.1 – Voluntaristas

PRINCIPAL CRÍTICA: COMO GARANTIR O DI CONTRA A INSTABILIDADE DO ESTADO?

2.2.1.1 – Teoria da Autolimitação: em que o Estado seria absoluto em sua soberania, na manifestação de sua vontade e que ele próprio teria que respeitar o direito por ele estabelecido ( Georg Jellinek)

CRÍTICA: Aguillar Navarro: “um direito que se obriga à vontade do interessado não pode pretender ser considerado como tal”

OBS.: Segundo Verdross, em Roma já se falava em autolimitação pois os tratados celebrados eram jurados para cada um dos deuses das partes, o que, se fossem desrespeitados, acarretaria sanções divinas

2.2.1.2 – Teoria da Vontade Coletiva (Heinrich Triepel): O DI se fundamentaria na vontade coletiva dos Estados, materializando-se expressamente no tratado-lei e tacitamente no costume

CRÍTICA: 1) não podemos explicar o ingresso de um Estado novo no cenário internacional, visto que tal Estado ainda não tinha vontade pois não existia.

2) A vontade coletiva não pode ser demonstrada3) Triepel se baseia em elementos estranhos ao voiluntarismo, pois o Estado poderia retirar a sua vontade individual da coletiva

2.2.1.3 - Teoria do Consentimento das nações (doutrina inglesa: Oppenheim): Difere-se da doutrina da vontade coletiva pois entende que a vontade é a majoritária, não desconsiderando a vontade individual do Estado.

CRÍTICA: A mesma dos outros

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2.2.1.4 – Teoria da Delegação do Direito Interno ( Max Wenzel): Fundamenta o DI nas Constituições Internas do Estado.

CRITICA: Se assim fosse poderíamos desvincularmo-nos dos tratados mudando a Constituição. Tal fato não acontece.

2.2.2 – Teorias Objetivistas

2.2.2.1 – Teoria dos Direitos Fundamentais do Estado ( Martin Wolff) : Baseia a Obrigatoriedade do DI estaria no fato dos Estados viverem em autêntico estado da natureza, visto que nãoi foi organizada um Superestado. Os Estados possuiriam direitos naturais ou fundamentais pelo simples fato de existirem.

OBS: PARA ALGUNS AUTORES ESTA TEORIA DEVERIA SER ESTUDADA ENTRE AS VOLUNTARISTAS

CRITICA: O Estado de natureza nunca existiu e se existisse levaria somente ao direito de autotutela primordialmente e não aos direitos fundamentais

2.2.2.2 – Teoria da Norma-base (Kelsen): Todo o conhecimento levaria a unidade. Construiu a teoria da pirâmide e dos degraus.

Para Kelsen a norma fundamental não precisa de justificação.

Logo em seguida abandona essa linha de raciocínio e passa a considerar como NORMA FUNDAMENTAL O COSTUME CONSTITUÍDO PELA NORMA RECÍPROCA ENTRE OS ESTADOS

CRÍTICA: Kelsen não explica por que a norma costumeira pode ser obrigatória.

2.2.2.3 – Teoria da norma Pacta Sunt Servanda (Anzilotti)

Não se prende a teoria de kelsen, visto que entende ser a Pacta Sunt Servanda “um valor jurídico absoluto, indemonstrável e que serve de critério formal para diferenciar o as normas internacionais das demais”

CRITICA : a) Não explica como o costume é obrigatório b) Temos que lidar com uma norma indemostrável

2.2.2.4 – Tese Sociológica (Duguit)

Considera o homem um fruto do meio social (Durkheim)

Sendo assim, observa que a própria solidariedade social faz com que o DI se torne obrigatório, pois proíbe tudo aquilo que pode causar uma desordem social e, ao mesmo tempo, ela ordena tudo aquilo pode manter e desenvolver o fato social.

CRÍTICA : existem necessidades morais que não necessariamente são de solidariedade social

2.2.2.5 – Tese Jusnaturalista

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Fundada por Santo Agostinho e São Tomá de Aquino

Funda-se na Obra de São Tomás de Aquino os conecitos de ideal e justiça

Verdross - Normas que resultam da natureza racional e social do homem

Louis Le Fur – 3 princípios : A) O pacta sunt servandaB) O respeito a autoridade C) Todo o dano injustamente causado deve ser reparado

POSICIONAMENTO

PONTO 4DIREITO INTERNACIONAL VS DIREITO INTERNO

1 – CELEUMA

AS QUESTÕES DE CONFLITOS

2 – AS TESES

2.1 – TEORIA DUALISTA (TRIEPEL E ANZILOTTI)

Chamada por Triepel de Teoria da Incorporação

Verdross denominou-a de Dualista, sendo aceita por Triepel

São dois ordenamentos distintos.

O único responsável pela não incorporação do tratado no direito internacional é o Estado

2.2 – Teoria Monista (Kelsen)

defende que as duas ordens jurídicas são a mesma

2.2.1 – TEORIA MONISTA COM PRIMAZIA NO DIREITO INTERNACIONAL

Kelsen defendia a nulidade de ato interno contrário a Lei internacional (monismo radical)

Verdross defendeu a anulabilidade da Lei interna que seja contrária a Lei internacional (monismo moderado)

INTERNATIONAL LAW IS PART OF THE LAW OF THE LAND

É a de maior peso !!!!

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DIREITO COMPARADO: Constituições que incorporaram a teoria: FRANÇA, ITALIA ETC

2.2.2 – TEORIA MONISTA COM PRIMADO NO DIREITO INTERNO (HEGEL, DOUTRINA RUSSA, WESEL)

O DI tira sua obrigatoriedade do Direito Interno

2.2.3 – TEORIA CONCILIADORA

Doutrina Espanhola – sustentam que existe uma independência entre os dois ordenamentos jurídicos, coordenadas no entanto pelo direito natural. Admite ainda a responsabilidade internacional, caso uma regra de direito interno viole norma de direito internacional

Existem outras de menor importância

3 – MODOS DE INCORPORAÇÃO DO DI NO DIREITO INTERNO

3.1 – Teoria da Transformação: o DI precisa ser convertido em direito interno (EUA)

3.2 – Teoria da Execução: exige um ato intra-estatal, sendo que a norma de DI não é transformada permanecendo DI

3.3 – Teoria da Incorporação: dá validade imediata a norma de DI

4 – Pratica Internacional

Primazia do DI

O problema dos tratados

A CEE: A CORTE DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS – luta para que o direito comunitário tenha prevalência sobre o direito interno dos Estado membros, sendo obrigatórios para os juízes internos.

O Tratado de Maastricht já consagrava esta necessidade.

5 – No Brasil

Regulando a matéria: Parágrafos 2 e 3 º do Art. 5º da CRFBArt 49, inc IArt 84, inc VIIIArt 105, Inc III, a Art 102, III, bArt 109, III

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Art 98 da CTN: “ que os tratados e convenções revogam ou modificam a legislação tributária interna e serão observados pela que lhe sobrevenha”

O STJ passou a adotar uma interpretação restritiva

Art 5º CP

O STF decidiu que uma Lei revoga um tratado equiparando o Tratado a Lei ordinária

6 – A QUESTÃO DO DIREITO COMUNITÁRIO

PONTO 5

AS FONTES DO DI

FONTE – É O MODO PELO QUAL O DIREITO SE MANIFESTA

1 – CLASSIFICAÇÃO

A) QUANTO A ORIGEM

FONTE FORMAL – São fontes do direito aqueles fatos ou aqueles atos aos quais um determinado ordenamento jurídico atribui idoneidade ou capacidade de produzir norma jurídica.

FONTE MATERIAL – Os fatos históricos, sociais e econômicos que fizeram a fonte formal aparecer

História da fonte de água

B) QUANTO A SUA EXTERIORIZAÇÃO FONTES ESCRITAS – tratados

FONTES NÃO ESCRITAS – costume

C) QUANTO A ABRANGÊNCIA

FONTES CONVENCIONAIS – Tratados

FONTES DE BASE AUTORITÁRIA – Lei Internacional

2 – AONDE ENCONTRA-LAS

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ESTATUTO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA – ART 38

1 – a Corte, cuja a função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:

a) as convenções internacionais , quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes.

b) O costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo de direitoc) Os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadasd) Sob ressalva da disposição 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais

qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.

OBS – o art 59 diz que as decisões só farão coisa julgada entre as partes

- o texto econtra-se me vigor- as fontes do DIP são os tratados o costume e os princípios gerais de direito- Modernamente tem-se colocado os ATOS UNILATERAIS E A LEI INTERNACIONAL- Não há hierarquia formal entre as fonte, tendo o mesmo valor. Não obstante fica mais fácil provar o

Tratado que o costume

3 – O COSTUME

- O Costume foi a principal fonte do DI em virtude da sociedade internacional ser descentralizada- O DI nasceu sob a forma costumeira e ainda se apresenta como uma sociedade descentralizada- A codificação do DI ainda é insipiente

3.1 – O QUE É ?

Pratica reiterada de atos

3.2 – COMO SURGIU ?

A adoção de determinada prática advinha da comodidade e respondiam as necessidades dos Estados

3.3 – O RESSURGIMENTO.

- Com a positivação do DI a tendência foi deixar de lado regras costumeiras- Ocorre que para a não adesão de determinados tratados tem-se argumentado a contrariedade de

determinado costume

3.4 – FUNDAMENTOS DA OBRIGATORIEDADE

È o mesmo problema da obrigatoriedade do DI

Page 10: Estacio de Sa- Dipi

A melhor tese é a Teoria Sociológica- Objetivista

3.5 – ELEMENTOS

- MATERIAL OU OBJETIVO– (IVETERATA CONSUETUTO) - é a repetição uniforme de atos em ocorrência semelhantes

- a uniformidade não precisa ser em todos os detalhes, basta que seja usado por uma grande parcela da sociedade internacional

- PSICOLÓGICO OU SUBJETIVO– é a crença de que a norma obedecida é obrigatória

- Serve para diferenciar os costumes dos usos. Os primeiros acarretam responsabilidade internacional, o segundo não

- O ASSENTIMENTO DOS ESTADOS – Os Estados devem assentir na utilização da norma costumeira

- somente aceito por alguns doutrinadores- está de acordo com o art 38 da CIJ, 1 , b- utilizado pelos Estados em desenvolvimento e pela doutrina soviética para sua proteção

obs – O PRAZO – depende do prazo a existência de um costume ??? NÃO

OS ESTADOS SUBDESENVOLVIDOS TEM CRITICADO A APLICAÇÃO DO COSTUME:

A) É DIFÍCIL A SUA PROVAB) A SUA FORMAÇÃO É LENTA E ESTES ESTADO PRECISAM DE SOLUÇÕES RÁPIDAS

Obs – O COSTUME NÃO TEM APLICABILIDADE NAS RELAÇÕES DE DIREITO INTERNACIONAL ECONÔMICO

3.6 – COMO SE PROVA ?

- Declarações políticas- Correspondências diplomáticas- Recomendações das organizações internacionais – depende da quantidade de Estados que participou da

votação – a entidade concentradora é a ONU

O PROBLEMA É SABER QUANDO UM COSTUME PASSA DE LEGE FERENDA PARA LEGE LATA

3.7 – O FIM.

- Quando cai em desuso- Quando um Tratado regula a matéria, como ao contrário- Por um novo costume

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PONTO 7TRATADOS - CONTINUAÇÃO

PRODUÇÃO DO TEXTO CONVENCIONAL

1 – COMPETÊNCIA NEGOCIAL

Cuida-se de quem está habilitado a agir em nome das personalidades jurídicas de direito internacional

Chefe de Estados e Chefes de Governo – distinção – tem poderes irrestritos de negociação

1.1 – PLENIPOTENCIÁRIOS – que possui a carta de plenos poderes

Ministros das Relações Exteriores – tem representatividade derivada

Chefes das missões diplomáticas – tem representatividade ainda mais restrita´- só não precisa da carta de plenos poderes em negociações bilaterais

A Convenção de Viena estabelece que os chefes das missões diplomáticas só tem poderes para fechar o acordo e não para assinar o Tratado

É o Chefe de Estado o responsável pela emissão da carta de plenos poderes e deverá ser apresentada antes do início das negociações

Todos os outros servidores públicos e até ministros necessitam da carta de plenos poderes para serem agentes habilitados

Nas Organizações Internacionais é o SECRETÁRIO GERAL, ou o funcionário que encabeça o quadro administrativo que conclui tratados.

1.2 – DELEGAÇÕES –É o grupo de assessores, delegados e suplentes que acompanham o plenipotenciário nas negociações, sempre subordinados à hierarquia do chefe da delegação.

Não podem os que fazem parte do grupo tomar decisões ou assinar tratados, cabendo tão somente ao chefe da missão este papel.

O Chefe da Missão não será necessariamente um diplomata podendo ser qualquer um.

OBS – Na OIT não acontece assim, podendo os delegados classistas e os representantes sindicais interferirem diretamente

2 – NEGOCIAÇÃO BILATERAL

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DIFERENÇA ENTRE VERSÃO AUTÊNTICA (é a que se produz no curso das negociações) E VERSÃO OFICIAL (é a que, sob responsabilidade dos Estados, se produz no seu próprio idioma, a partir dos textos autênticos) DO TRATADO

- O instrumento hábil para a autenticação é a assinatura- Ocorre por vezes que os representantes, sem a carta de plenos poderes, somente rubricam.

Apesar de não ser correto a prática internacional tém aceito tal chancela com efeito de assinatura.

COM A ASSINATURA O TRATADO ESTÁ CELEBRADO ?

Hipóteses da utilização do idioma:

A) LAVRADO NUMA ÚNICA VERSÃO AUTÊNTICA

Isto é lavrado em um único idioma. Acontece nos casos em que o Tratado é firmado entre estados que utilizam o mesmo vernáculo. Quando não, foi utilizado o latim e depois o Francês. Hoje não é mais utilizado, salvo na primeira hipótese.

B) LAVRADO EM DUAS VERSÕES AUTÊNTICAS E DE IGUAL VALOR

O problema é a interpretação. É o preferido pela prática internacional

C) LAVRADO EM MAIS DE DUAS VERSÕES, TODAS AUTÊNTICAS E DE IGUAL VALOR

Comum nos Tratados multilaterais ou quando um dos Estados é plurilíngue

D) LAVRADO EM DUAS OU MAIS VERSÕES AUTÊNTICA, MAS COM PRIVILÉGIO ASSEGURADO A UMA ÚNICA, PARA EFEITO DE INTERPRETAÇÃO

Faz-se duas versões autênticas e uma outra em um terceiro idioma para fins de interpretação

OBS – A ONU utiliza o inglês, o francês, o árabe, o russo e chinês

3 – NEGOCIAÇÃO PLURILATERAL

- Normalmente é efetuada uma conferência diplomática- O custo da conferência é de quem sedia- Estabelece-se um regulamento interno, distribuindo os Estados em comissões para a discussão dos

assuntos. Este regulamento é levado a plenário pelo estado sede que assim pode ser aprovado.

3.1 – O SISTEMA DO CONSENSO

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2/3 dos presentes e votantes3.2 – A NÃO ASSINATURA

É mais um ato político do que propriamente jurídico

4 – ESTRUTURA DOS TRATADOS

1 – Preambulo2 – Parte dispositiva3 – Anexos

O preâmbulo traça linhas gerais nas quais aquele tratado foi estabelecido

A parte dispositiva é o que vincula, tendo forma jurídica (ou artigos ou cláusulas)

OBS – Não é incomum que a Jurisprudência internacional se baseie nos preâmbulos como forma do preenchimento de lacunas nos Tratados (Rousseau)

Os anexos trazem normalmente configurações gráficas ou listas a que o texto dispositivo se referiu.

AULA 9TRATADOS

EXPRESSÃO DE CONSENTIMENTO

1 – Assinatura

É o ato pelo qual os representantes dos países signatários põe termo a uma negociação

Em alguns acordos tal ato representa a vontade final do Estado

Exemplos:

VACATIO LEGIS

Acordo Brasil - Colômbia de assistência recíproca para a prevenção do uso e tráfico ilícitos de substâncias estupefacientes e psicotrópicas:

Art VIII – O presente acordo entra em vigor sessenta dias depois da data de sua assinatura

Feito em Bogotá, aos 12 dias do mês de março de 1981, em dois originais, nas línguas portuguesa e espanhola, sendo ambos os textos igualmente autênticos

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VIGÊNCIA IMEDIADA

Protocolo Brasil – R.F. da Alemanha sobre cooperação científico financeira

Art 8. O presente protocolo entrará em vigor na data de sua assinatura.

Feito em Brasília, aos j12 dias do mês de junho de 1981, em dois originais, cada um nos idiomas português e alemão, sendo ambos os textos igualmente autênticos.

IMPORTÂNTE: DEPOIS DE ASSINADO O ACORDO JÁ ESTÁ CONSUMADO. NÃO HÁ RETRATAÇÃO POSSÍVEL, ESCORADO NA REGRA DO PACTA SUNT SERVANDA

2 – Intercâmbio Instrumental – Troca de Notas – Tratados Bilaterais

A expressão de consentimento pode ficar na dependência de ulterior manifestação de vontade.

Neste caso a transmissão das notas é o ato que fixa a vontade dos convenentes, compromissando-os

Pode ser:

Simultânea – no ato, as partes trocam as notas – bilateral

Não simultânea – remete-se a NOTA-PROPOSTA e recebe-se a NOTA – RESPOSTA

3 – Ratificação – Tratados multilaterias

É o ato unilateral que um sujeito de direito internacional, signatário de um tratado, exprime definitivamente, no plano internacional, sua vontade de obrigar-se.

Vários outros são os conceitos encontrados, que não se adequam ao verdadeiro sentido da expressão:

a) O ato do órgão estatal próprio que exprime a vontade do Estado de se obrigar por um tratado – é denominado de ratificação no sentido constitucional – NÃO É CORRETO VISTO QUE NA MAIORIA DOS ESTADOS A RATIFICAÇÃO NÃO SE FORMALIZA INTERNAMENTE

b) O próprio documento, selado ou de outro modo autenticado, em que o Estado exprime sua vontade de se obrigar pelo tratado – CONFUNDE-SE O DOCUMENTO COM O ATO (PROCURAÇÃO AO INVÉS DE MANDATO)

c) Avulsa e popularmente, a aprovação do tratado pela legislatura, ou outro órgão estatal cujo o consentimento possa ser necessário – TOTALMENTE ERRADO

3.1 – Características

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Antigamente a ratificação era uma forma de controle dos plenipotenciários por seus governantes

Era raro a submissão do pacto ao poder legislativo, ocorre que com as comunicações lentas e difíceis ficava muito arriscado para o governante que seu plenipotenciário ajustasse sem o seu conhecimento..

Rousseau justifica a manutenção contemporânea do instituto:

a) A importância da matéria tratada requer o pronunciamento pessoal do chefe do estadob) A pratica previne qualquer abuso do plenipotenciário, bem como vícios de

consentimentoc) Propicia a oitiva do legislativo na formação da vontade do Estado

3.1.1 – Competência

É matéria exclusiva do ordenamento jurídico interno de cada Estado.

Em regra cabe ao Chefe de Estado tal poder

Não obstante a tal regra, se for outra e o primeiro ministro por sua conta quiser ratificar um tratado, aos olhos da sociedade internacional, poderá fazê-lo. A Convenção de Viena estipula A PRESUNÇÃO DE QUE OS CHEFES DE GOVERNO E MINISTROS DO EXTERIOR SÃO COMPETENTES PARA TODOS OS ATOS RELATIVOS À CONCLUSÃO DE UM TRATADO

3.1.2 – Discricionariedade

É ato discricionário do Chefe de Estado

Não existe obrigatoriedade na ratificação

O Brasil não ratificou a Convenção Sanitária que firmara com a Argentina e o Uruguai em 1873, nem o Tratado Argentino-Brasileiro de 1890 sobre as fronteiras das missões (o CONGRESSO NACIONAL NÃO APROVOU), nem o Tratado de amizade e comércio com a Pérsia em 1903 (O EXECUTIVO NÃO APROVOU, APÓS APROVAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL)

Pode existir um prazo para a ratificação – ocorre que a maioria dos tratados que fixa prazo são ABERTOS DE ADESÃO (Exemplo: Lei Uniforme de Genebra – exigia que os termos de ratificação fossem depositados até 1 de setembro de 1932. O Brasil não depositou aderindo à Convenção a posteriori)

3.1.3 – Irretratabilidade

Realizado o acordo vige em regra o princípio da irretratabilidade

Duas situações:

a) O período em que a ratificação de uma das partes aguarda a da outra, nos acordos bilaterais; ou aquele em que as primeiras ratificações aguardam o alcance do quorum, nos acordos coletivos.

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b) Depois em que está consumado o pacto bilateral pela dupla ratificação, ou o pacto coletivo, pelo alcance do quorum, as partes esperam um lapso de acomodação, previsto no próprio texto – 30, 60 ou 90 dias (como o texto dispuser)

No Segundo caso o pacto já está formado, apesar de não estar em vigor, prevalecendo o PACTA SUNT SERVANDA

No Primeiro o que ocorre é que o Tratado não está juridicamente formalizado, sendo obrigatório a irretratabilidade pelos princípios da boa-fé e da segurança das relações jurídicas.

Se houver demora injustificável poderá o Estado levantar seu consentimento que deverá ser visto no caso em concreto

3.2 – Forma – Expressa, podendo ser oral (reunião pública de chefes de estado), escrita por meio telegráfico, etc...

Não se admite a forma tácita.

3.3 – Depositário – É aquele que recebe os instrumentos de ratificação, as adesões e as notificações de denúncia.

Antigamente era o Estado que sediou a Conferência

No pós 2º Guerra a incumbência recai sobre os Organismos Internacionais - ONU

Modernamente recai sobre um alto funcionário destes Organismos Internacionais – ONU

4 – Pressupostos Constitucionais

Matéria alheia ao direito interno

A aprovação por parlamento, com vistas a repartição dos poderes, visando o treaty-making power entre o legislativo e o executivo

O Modelo Francês – a aprovação parlamentar constitui pressuposto para a confirmação do tratado de acordo com a sua Constituição

O Modelo Inglês – O Governo é livre para negociar. Ocorre que o Tratado só terá valor se houver um ato parlamentar incorporando o tratado no ordenamento interno – Teoria Dualista – Se de algum modo interferir na vida do cidadão britânico

O Modelo Americano – O Governo teria que ouvir o Senado, que só com aprovação de 2/3 o tornaria válido. Ocorre que utilizou-se uma interpretação restritiva para a palavra “Treaties” fez com que fosse possível ao Executivo americano firmar acordos que não necessitariam da anuência parlamentar.

Foi no Governo de George Whashintong que começou a existência dos Acordos Executivos

4.1 – O sistema Brasileiro

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O art 49, I da CRFB - ajustes, convênios, tratados – Maximiliano entendeu que esta superabundância era necessária

Clovis Beviláqua – não se pode fazer tratados sem a oitiva do Congresso Nacional

Três são os possíveis acordos executivos no Brasil:

a) que consignam simplesmente a interpretação de cláusulas de tratados já vigentes

b) que decorrem, lógica e necessariamente de algum tratado vigente e são seu complemento

c) modus vivendi – quando objetiva deixar as coisas somente como estão ou estabelecer base para uma negociação futura (pactum de contrahendo)

ROTINA DIPLOMÁTICA – quantos consulados poderão ser abertos no Brasil; romper estabelecer relações diplomáticas; atuação de representantes brasileiros em Organismos Internacionais

Características do acordo executivo:

a) reversibilidadeb) dotação orçamentária

4.2 – Procedimento Parlamentar

CHEFE DO EXECUTIVO – pode tudo, PODE APRESENTAR QUANDO QUISER AO CN – SÓ NÃO PODE RATIFICAR

Remete MENSAGEM AO CN, ACOMPANHADA DE INTEIRO TEOR DO TRATADO

CONGRESSO NACIONAL – REFERENDA –

MATÉRIA DISCUTIDA SEPARADAMENTE: PRIMEIRO NA CÂMARA E DEPOIS NO SENADO

SE APROVA

O CN EMITE UM DECRETO LEGISLATIVO

SE REPROVA

COMUNICA AO CHEFE DE ESTADO

CHEFE DE ESTADO – NÃO ESTÁ OBRIGADO A RATIFICAR

PROMULGAÇÃO – É o ato jurídico, de natureza interna, pelo qual o Governo de um Estado afirma ou atesta a existência de um Tratado por ele celebrado e o preenchimento das formalidades exigidas para a sua conclusão, e além disto, ordena sua execução dentro dos

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limites aos quais se estende a competência estatal. DECRETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

PUBLICAÇÃO

PODE UM DECRETO LEGISLATIVO REVOGAR OUTRO DECRETO LEGISLATIVO EM MATÉRIA DE APROVAÇÃO DE TRATADOS ?

5 – A Ratificação Inconstitucional

Duas formas:

a) inconstitucionalidade intrinseca – sem a aprovação do legislativob) inconstitucionalidade extrínseca – com alguma inconstitucionalidade

Melhor corrente entende que o Tratado é nulo quando violação for notória e sua validade no caso contrário.

A Convenção de Viena estipula que a nulidade de um Tratado só pode ser invocada quando a violação for notória

6 – ADESÃO

É a cláusula inserida em um tratado que permite a um estado não contratante se tornar parte dele.

Só é possível quando o Tratado a previu expressamente.

Pode se dar para todos os Estados ou só para uma parte deles (Regionalizado)

ADESÃO COM RESERVA DE RATIFICAÇÃO

Em princípio a adesão não deveria estar sujeita a ratificação, pois de ante mão o Estado já deveria Ter refletido sobre ele. Ocorre que é possível tal conduta na pratica internacional, entendendo o secretariado da ONU que tal adesão é um simples instrumento de notificação do interesse daquele Estado em aderir ao Tratado.

Se dá por ato unilateral e consiste em uma declaração dirigida ao governo incumbido pelos contratantes de receber a adesão.

Pode se dar a ADESÃO IMPERFEITA

7 – RESERVA

A Convenção de Viena define :

Significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação e denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar, ou aprovar um Tratado, ou a ele aderir, com o

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objetivo de excluir ou modificar os efeitos jurídicos de certas disposições do Tratado em sua aplicação a esse Estado.

CONDIÇÕES DE VALIDADE:

a) de forma – a reserva deve ser apresentada por escrito pelo poder competente dentro do Estado

b) de fundo – é a aceitação da reserva pelos outros contratantes

OBSERVAÇÕES:

A) A reserva pode ser feita tanto no momento da assinatura quanto no momento da ratificação; em ambos os casos abre-se a possibilidade de algum pactuante objetar a reserva

B) Presume-se um Tratado multilateral, pois a manifestação de insatisfação com o texto pactuado deve ser mínima, sem prejudicar o teor do Tratado

C) Não cabe em Tratados BilateraisD) No texto do Tratado já se estabelece quais cláusulas são passíveis de reserva e quais não

são, ou se é possível a reserva

O PODER LEGISLATIVO PODE ABONAR AS RESERVAS REALIZADAS PELO PODER EXECUTIVO OU CRIAR RESTRIÇÕES A OUTRAS PARTES DO TRATADO?

Majoritária: Entende que não poderia pois não haveria representatividade internacional, além de prejudicar o teor do Tratado

Minoritária: diz que poderia, visto o parlamento estar interferindo em futura norma jurídica interna

AS OBJEÇÕES

SÓ ALTERA AS DISPOSIÇÕES DO TRATADO ENTRE AS PARTES (QUE RESERVOU E QUE OBJETOU)

Pouca há para se falar se o Tratado já dispõe sobre o assunto

Ocorre que se não dispõe temos:

Se o autor da Reserva entende cabível por atender a finalidade de os objetivos do Tratado e outro Estado Objetar, terá este que esclarecer se considera vigente o Tratado como um todo ou não.

SISTEMA DA ONU

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a) as reservas que atingem o objeto e a finalidade do Tratado devem ser aceitas por todas as partes, uma única objeção é suficiente para que o Estado seja excluído da convenção

b) as Reservas sobre as partes secundárias podem ser mantidas mesmo quando elas não são aceitas por todas as partes.

RETIRADA DA RESERVA e da OBJEÇÃO

Possível e incentivada

8 – A REVISÃO E AS EMENDAS

Geralmente realizadas por motivos políticos, serve para uma re-análise do Tratado

Distingue-se da Emenda no que tange ao conteúdo da re-análise: se a matéria for de cunho primário (normas fundamentais), é revisão; se for secundária (normas não tão importantes) é emenda.

Pode ser feita:

a) judicialmenteb) por negociação diretac) por um órgão internacional

No Brasil a Emenda ou a revisão também tem que passar pelo crivo do parlamento /(Decreto Legislativo)

8 – VÍCIOS DE CONSENTIMENTO

São vícios inerentes aos atos jurídicos que inibem a formação completa da vontade

8.1 - Consentimento Expresso com agravo ao Direito Público Interno

É a inconstitucionalidade já estudada para a ratificação, isto é,

É o ilícito praticado pelo Poder Executivo no plano do Direito Internacional, num consentimento a que não se encontra constitucionalmente habilitado.

A Convenção de Viena no seu Art 46

1 – Um Estado não poderá invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-se3 por um Tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu direito interno sobre competência para concluir Tratados, a não ser que essa violação seja manifesta e diga respeito a uma regra de seu direito interno de importância fundamental

A regra de “importância fundamental” é em princípio a que se exprime da Lei Maior.

8.2 – Erro

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Erro de Direito – noção não exata das conseqüências jurídicas dos atos – não aplicável

Erro de Fato – noção não perceptível dos fatos existentes sobre o negócio jurídico ( o mais comum é um mapa mal feito, etc)

8.3 – Dolo

Dolus Malus – intenção de enganar uma das partes nas qualidades (nulo)

Dolus Bonus – exagero nas qualidades do produto ou serviço

8.4 – Corrupção

Emissão de vontade em troca de vantagem pecuniária ou outra

8.5 – Coação sobre o negociador

Um exemplo na história foi o caso do Rei Henrique V que ficou preso dois meses pelo Papa Pascoal II para forçar a conclusão de uma concordata

8.6 – Coação sobre o Estado

O art 52 da Convenção de Viena:

É nulo um tratado cuja conclusão foi obtida pela ameaça ou o emprego da força em violação dos princípios de direito internaiconal incorporados na Carta das nações Unidas.

9 – A VIGÊNCIA DO TRATADO

VIGÊNCIA CONTEMPORÂNEA – no momento do assentimento

VIGÊNCIA DIFERIDA – VACATIO LEGIS

10 – o REGISTRO E A PUBLICIDADE (já explicado)

O SISTEMA DA SDN

O SISTEMA DA ONU

11 – CONFLITOS ENTRE TRATADOS

DEVE SER RESOLVIDO PELOS SEGUINTES PRINCÍPIOS

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a) IDENTIDADE DA FONTE DE PRODUÇÃO NORMATIVA

Se as mesma partes e a mesma matéria – prevalece a posterior sobre a anterior

LEX POSTERIOR DEROGAT PRIORI

LEX SPECIALIS DEROGAT GENERALI

b) DIVERSIDADE DA FONTE DE PRODUÇÃO NORMATIVA

Estado A celebra um aliança ofensiva com Y e faz um pacto de aliança defensiva com X. Se Y e X entrarem em guerra o que fazer?

A obediência a um Tratado se fará por questões políticas pois de qualquer forma estará infrigindo o Pacta Sunt Servanda.

Quando todos forem filiados a ONU temos como resolver:

O art 103 da Carta da ONU estipula:

No caso de conflito entre obrigações dos membros das Nações Unidas em virtude da presente carta e as obrigações resultantes de qualquer outro acordo internacional, prevalecerão as obrigações assumidas em virtude da presente carta.

O problema ocorre quando das obrigações assumidas com outro Estado, não signatário da Carta da ONU. Haverá sempre algum tipo de responsabilidade internacional

Não há problema se todos forem signatários da carta da ONU. O problema se resolve em favor da Carta.

12 – EXTINÇÃO DOS TRATADOS

A) O Cumprimento da Cláusula EstipuladaB) Vontade das partesC) Decurso do PrazoD) Impossibilidade de Execução – cláusula Rebus Sic Stantibus – INVOCA UM

ACORDO DE EXTINÇÃO E NÃO UMA DENUNCIA UNILATERALE) Denúncia unilateral – só é possível se estiver expresso no contratoF) Guerra

13 - CONSEQUÊNCIAS DA EXTINÇÃO DO TRATADO

Responsabilidade internacional – sanções diplomáticas, econômicas e bélicas

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PONTO 10

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

1 – CONCEITO

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL : É uma associação voluntária de sujeitos de direito internacional, constituida por ato internacional e disciplinada nas relações entre as partes por normas de direito internacional, que se realiza em um ente de aspecto estável, que possui um ordenamento jurídico interno próprio e é dotado de órgãos e institutos próprios, por meio dos quais realiza as finalidade comuns de seus membros mediante funções particulares e o exercício de poderes que lhe foram conferidos.

2 – ATO INSTITUTIVO

São criadas por meio de Tratados ou Convenções

A composição é variável, podendo haver adesões e retiradas

Os Tratados de formação das OI tem as seguintes características:

a) não tem prazo de duraçãob) a execução é feita por vários atosc) a própria organização os interpretad) no silêncio do tratado os Estados não podem denunciá-loe) o Tratado tem primazia sobre outros Tratadosf) Não está sujeito a reservas

3 – A PERSONALIDADE JURÍDICA

Tem personalidade jurídica de direito internacional

Pode firmar Tratados, convenções, possuir bens , estar em juízo, etc...

Tem personalidade INDEPENDENTE DE SEUS MEMBROS

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Sua personalidade começa a existir no momento em que ela começa a funcionar efetivamente

4 – CLASSIFICAÇÃO

4.1 – QUANTO AS SUAS FINALIDADES

GERAIS – predominantemente POLÍTICAS (ONU)

ESPECIAL – POLÍTICOS (CONSELHO DA EUROPA), ECONÔMICO ( FMI), MILITARES (OTAN), CIENTÍFICOS (UNESCO), SOCIAIS (OIT), etc...

4.2 – QUANTO AO SEU ÂMBITO TERRITORIAL

PARAUNIVERSAIS – aquelas que não tem qualquer limitação geográfica para que um Estado venha a ser membro

REGIONAIS – o Tratado institutivo limita o seu âmbito de atuação

4.3 – QUANTO A NATUREZA DOS PODERES EXERCÍDOS

ORGANIZAÇÕES INTERGOVERNAMENTAIS (OEA, ONU)–

a) os órgãos são constituídos pela por representantes dos Estados b) as decisões são tomadas por unanimidade ou maioria qualificadac) os próprios Estados executam as decisões dos órgãos

ORGANIZAÇÕES SUPRANACIONAIS (CEE)

a) pela existência de órgãos em que os titulares atuam em nome próprio e não como representantes dos Estados

b) as votações são por maioriac) as decisões são exeqüíveis dentro dos Estados membros sem qualquer

outra autorização interna

4.4 – QUANTO AOS PODERES RECEBIDOS

ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO – coordenam as atividades dos membros

ORGANIZAÇÃO DE INTEGRAÇÃO – impõe aos seus membros suas decisões

5 – PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES

As OI tem tal como os representantes dos Estados imunidades e privilégios consagrados nos acordos internacionais, concluídos entre ela e os Estados Membros

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A ONU tem por força até de sua personalidade jurídica e por aprovação da Assembleia Geral direitos

a) bens tenham imunidade de jurisdiçãob) os locais e os arquivos são invioláveisc) as sua rendas e bens gozam de isenção de imposto diretod) seus representantes gozam de imunidades diplomáticase) as exportações e importações são facilitadas

5 – PRINCIPAIS ÓRGÃOS

ASSEMBLEIA GERAL - onde todos os Estados tem assento, voz e voto, em condições igualitárias – configura-se o centro de atuação legislativa

SECRETARIA – órgão de caráter administrativo, composto por servidores neutros

CONSELHO PERMANENTE – tem competência executiva sendo seu funcionamento initerrupto – se diferencia da Assembleia geral pelo seu funcionamento.

6 – ADMISSÃO E RETIRADA DE MEMBROS

É sempre disciplinada pelo ato institutivo

Deve sempre ser observado três elementos para a admissão

a) limites de abertura – pode se regional, mundial, etcb) adesão a cartac) aceitação dos outros membros

Para a retirada, observados 2 elementos

a) tem que haver um pré aviso – o prazo de 2 anos é comum (OIT, OEA)b) tem que estar em dia com as obrigações financeiras

7 – A ONU

SEDE EM NOVA YORK

NATUREZA JURÍDICA – É UMA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL, INTERGOVERNAMENTAL

7.1 – ÓRGÃO

7.1.1 - CONSELHO DE SEGURANÇAASSEMBLEIA GERALCONSELHO ECONÔMICO E SOCIALCONSELHO DE TUTELASECRETARIADO

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CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA

7.1.2 – ÓRGÃOS SUBSIDIÁRIOS

OITOMSUNESCO

7.2 – CONSELHO DE SEGURANÇA – ART 24 CARTA DA ONU

POUCO EFETIVA NA GUERRA FRIA

ÓRGÃO PERMENENTE

7.2.1 – MEMBROS

MEMBROS PERMANENTES - OS CINCO VENCEDORES

QUESTÃO DO URSS (substituida pela Rússia em 1991)

MEMBROS NÃO PERMANENTES

10 ESTADOS – 5 afro-asiáticos, 2 américa latina, 1 leste europeu, 2 europa ocidental e outros Estados

PRAZO – 2 ANOS, SEM REELEIÇÃO

ESTADOS QUE MAIS ATUARAM – BRASIL, ARGENTINA, JAPÃO, INDIA, CANADÁ

7.2.2 – AS DISCUSSÕES – art 27

AS DECISÕES DO CONSELHO DE SEGURANÇA DEVEM SER CUMPRIDAS

QUESTÕES –

A) DE NATUREZA PROCESSUAL (9 MEMBROS)B) OUTROS ASSUNTOS ( 9 MEMBROS, COM VOTO AFIRMATIVO DOS 5

GRANDES

A CONFERÊNCIA DE IALTA – resolvido definitivamente que os grandes teriam direito a VETO

O VETO FOI INSTITUÍDO PARA DEFENDER OS INTERESSES DOS 5 GRANDES, ACABOU SENDO UTILIZADO PARA OUTROS ASSUNTOS

PARA OCORRER TEMOS QUE TER A NEGATIVA DE UM DOS GRANDES, NÃO BASTANDO SUA ABSTENÇÃO OU AUSÊNCIA

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O CONSENSO – FORMA DE DECISÃO EM QUE OS MEMBROS NÃO VOTAM – A DECISÃO É DO PRESIDENTE DO CONSELHO

7.2.3 – FUNÇÕES

A) REGULAMENTAR OS LITÍGIOS ENTRE OS ESTADOS MEMBROS (art 33 a 38 da carta da ONU)

B) REGULAMENTAÇÃO DE ARMAMENTOS ( art 26)C) AGIR NOS CASO DE AMEAÇA A PAZ E DE AGRESSÃO ( art 29 a 51) D) DECIDIR SOBRE AS MEDIDAS A SEREM TOMADAS PARA O

CUMPRIMENTO ( art 94, par 2)

7.3 – ASSEMBLÉIA GERAL

TODOS OS ESTADOS MEMBROS

ÓRGÃO PERMANENTE

7.3.1 – FUNÇÕES

A) DISCUTIR E FAZER RECOMENDAÇÕES SOBRE QUAISQUER QUESTÕES OU ASSUNTOS QUE ESTIVEREM DENTRO DAS FINALIDADES DA PRESENTE CARTA OU QUE SE RELACIONAREM COM AS ATRIBUIÇÕES E FUNÇÕES DE QUALQUER DOS ÓRGÃOS NELA PREVISTOS ( art 10 carta da ONU)

B) DISCUTIR E FAZER RECOMENDAÇÕES SOBRE DESARMAMENTO E REGULAMENTAÇÃO DE ARMAMENTOS

C) CONSIDERAR OS PRINCÍPIOS GERAIS DE COOPERAÇÃO NA MANUTENÇÃO DA PAZ E DA SEGURANÇA INTERNACIONAIS ( art 11)

D) RECOMENDAÇÕES PARA A SOLUÇÃO PACÍFICA DE QUALQUER SITUAÇÃO INTERNACIONAL

8 – O MERCOSUL

A ALALC - 1960 ( Associação Latino americana de livre comércio) E A ALADI – 1980 (Associação Latino Americana de Integração )

POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNACIONAL

Conhecido como TRATADO DE ASSUNÇÃO – 23/06/91

8.1 – OBJETIVOS

Estabeleceu mecanismos destinados a formação de uma zona de livre comércio e de uma união aduaneira na sub-região, criando meios para ampliar as atuais dimensões dos mercados nacionais, condição fundamental para acelerar o processo de desenvolvimento econômico com justiça social. (preambulo do Tratado de Assunção)

8.2 – MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

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A) LIBERALIZAÇÃO COMERCIAL – REDUÇÃO DE TARÍFAS PROGRESSIVAS (TARIFA 0 EM 31/12/94

B) COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS MACROECONÔMICASC) TARIFA EXTERNA COMUMD) CONSTITUIÇÃO DE UM SISTEMA GERAL DE CONTROVÉRSIASE) UMA LISTA DE EXCEÇÕES AO PROGRAMA DE LIBERAÇÃO COMERCIAL

PARA CHAMADOS PRODUTOS SENSÍVEIS

8.3 – PRINCIPAIS PRINCÍPIOS

8.3.1 – CLÁUSULA DE SALVAGUARDA

Um determinado Estado pode solicitar aos demais Estados-membros permissão para não cumpri determinada cláusula que esteja ameaçando seu equilibrio econômico

8.3.2 – PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE (art 2 do Tratado)

É a reciprocidade de direitos e obrigações entre os Estados pactuantes

8.3.3 – CLÁUSULA DA NAÇÃO MAIS FAVORECIDA

É aquela que em um Tratado se estipula que os Estados contratantes se outorgarão as vantagens mais consideráveis que eles tenham concedido, ou possam a vir a conceder, no futuro, a um terceiro Estado, sem que seja necessária uma nova convenção entre eles

NÃO É APLICADA EM CASOS DE SEGURANÇA NACIONALAULA

ORGANISMOS INTERNACIONAIS

1 - BIRD – Banco Internacional de Desenvolviemtno e Reconstrução – Banco Mundial

Ligado a ONU

Só pode ser membro do BIRD que for do FMI

Diferencia-se do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento

Funções: 1) Desenvolvimento regional2) Emprestimos a juros altos e moeda forte

2 – GATT – Acordo Geral de Tarifas e Comércio

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Não é uma organização internacional

É intimamente ligada a ONU – Seu Diretor Geral tem assento em comité presidido pelo Secretário Geral da ONU

Funções: 1) Promover o pleno emprego2) Incrementar o comércio internacional

As rodadas de negociação às vezes duram anos...

A OMC – Organização Mundial do Comércio – surge em 1994 na rodada de negociações do GATT no Uruguai

Função: 1) É o foro para as negociações entre seus membros2) Administrar o entendimento relativo às normas e procedimentos que regem a solução

de controvérsias3) Fiscalizar o comércio internacional

ACEITA CLÁUSULAS DE SALVAGUARDA PARA A PROTEÇÃO DE ESTADOS SUBDESENVOLVIDOS

No GATT os países tinham liberadade de serem protecionistas; na OMC adota-se o livre comércio

Os litígios comerciais internacionais são resolvidos através de consulta à OMC que forma um Grupo especial com 60 dias para indicar a solução para a controvérsia

Podem haver outros tipos de composição como os Bons Ofícios, a Mediação e a Conciliação

O GATT 94 ( que criou a OMC) continua vigorando, sendo a OMC integrante do acordo.

As regras do GATT são um ramo independente do Direito Internacional

3 - A EUROPA

CEE – Comunidade Economica Europeia – 1957 – Tratado de Roma – Queda das Barreiras em 1992

EUROTOM – Comunidade Européia de Energia Atômica - 1957

CECA – Comunidade Européia do Carvão e do Aço – 1952

4 – Na Africa

UDEAC – União Aduaneira e Econômica da Africa Central - 1964 – Camarões, Congo, Gabão, Chade, etc

Organização da Unidade Africana – conta com quase todos os Estados africanos

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Funções: 1) incrementar a cooperação entre seus membros2) estabelecer a unidade e a solidariedade entre os Estados Africanos

4 – Nas Américas

A OEA – Organização dos Estados Americanos – 1948 – na carta de Bogotá

Funções:1) assegurar a paz no continente2) promover o bem estar social

Grupo Andino – 1969 – Chile, Peru, Equador, Colombia e Bolívia

Funções: Desnvolvimento da Região

Foi criado um parlamento andino – 1979 – TEM PERSONALIDADE INTERNACIONAL

O MERCOSUL – já falado

O NAFTA – 1993 – México, EUA e Canada – o prazo para entrar perfeito funcionamento é de 15 anos (2008)

O ALCA – Englobaria toda a América num único bloco econômico – tem severas dificuldades para seu implemento

AULA 8SOLUÇÃO DE LITÍGIOS INTERNACIONAIS

1 – Apresentação

A renúncia a guerra

Vários atos que consagram:

- Convenção Européia para a solução pacífica dos litígios internacionais – 1957- Ato Geral para a solução pacífica dos Litigios Internacionais – SDN – 1928- Carta da ONU – art 2º, alinea 3- OEA – art 2º, letra b

Litígio – definição jurídica

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Definição para o direito internacional –CARTA DA ONU – situação que possa dar origem a uma controvérsia.

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA - quando é inserido no tratado a promessa de solução pacífica dos litígios.

2 – Modos de solução

Podem ser Diplomáticos, jurídicos e políticos

2.1 - Diplomáticos

2.1.1 – negociações diplomáticas – bilaterais ou multilaterais (congressos)

Conferências de cúpula – normalmente para solucionar uma crise

2.1.2 – serviços amistosos – são os prestados sem aspecto oficial, podendo ser por seus diplomatas

2.1.3 – Bons Ofícios – São os atos por meio dos quais uma terceira potência procura aplainar e abrir a via de negociações das partes interessadas ou de reatar as negociações que foram rompidas

O TRATADO DE BOGOTÁ - PODEM SER CIDADÃOS DOS PAÍSES

Portugal em 1864 interpôs BONS OFICIOS entre a INGLATERRA E O BRASIL

2.1.4 – Mediação – O ato pelo qual um ou vários Estados, seja a pedido das partes em litígio, seja por sua própria iniciativa, aceitam livremente, seja por consequência de estipulações anteriores, se fazerem intermediários oficiais de uma negociação com a finalidade de resolver pacificamente um litígio, que surgiu entre dois ou mais Estados.

A DIFERENÇA DE MEDIAÇÃO PARA BONS OFÍCIOS:

- O papel do mediador é mais ativo

A MEDIAÇÃO PODE SER OFERECIDA OU SOLICITADA – A RECUSA NÃO CAUSA ANIMOSIDADE

PODE SER: A) INDIVIDUAL OU COLETIVA

B) FACULTATIVA (regra) OU OBRIGATÓRIAObs.. algumas convenções americanas proibiam a guerra antes da tentativa de solução via mediação

PACTO DE BOGOTA: NORMAS:

A) O mediador será escolhido mediante comum acordo das partesB) O mediador não fará relatórioC) Tem dois meses para chegar a um nome para o mediadorD) Tem 5 meses para resolver o litígio

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Senão, recorre-se a outro modo de solução

MEDIÇÃO ESPECIAL : Convenção de HAIA 1899 – QUANDO AMEAÇAR A PAZ – Os estados devem escolher um estado em que confiam, que terá o prazo de 30 dias para resolver o litígio, prazo em que as partes não poderão tratar do conflito, ficando a cargo dos ESTADOS MEDIADORES.

O art 33 da Carta da ONU – recusada ou aceita a proposta de mediação, cessam as funções do mediador.

A ONU pode ser mediadora na figura do seu SECRETÁRIO GERAL

2.2 – Jurídico

2.2.1 – Comissões de inquérito – O processo consiste na formação de uma comissão de investigadores, cuja a única missão é a apuração dos fatos, mas sem se pronunciarem sobre as responsabilidades.

Convenção de Haia (1907, 1923 e 1948) – Normatização –

a) As Comissões internacionais seriam formadas por Tratado concluído entre as partes litigantes

b) Se a convenção não designar a sede da comissão, esta se instalará em Haiac) As partes podem designar agentes especiais para acompanhar os trabalhos da

comissãod) Existe o Contraditórioe) As sessões são secretasf) Não é obrigatório o relatóriog) A decisão é por maioria

2.2.2 – Conciliação – A mediação é confiada não a um Estado, mas a um órgão independente (COMISSÃO), completamente livre de influências políticas.

A COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PROPÕE UMA SOLUÇÃO, NO QUE DIFERE DA COMISSÃO DE INQUÉRITO

O RELATÓRIO TAMBÉM NÃO É OBRIGATÓRIO

TEM BASICAMENTE AS MESMAS FUNÇÕES DA COMISSÃO DE INQUÉRITO

2.2.3 – SOLUÇÃO JUDICIÁRIA – É um tribunal criado anteriormente ao caso em concreto para a dissolução do conflito internacional, desenvolvendo jurisprudência

USADA PELOS ESTADOS NOS SEGUINTES CASOS:

a) assuntos ligados a acontecimentos excepcionais (guerras internas, descolonizaçãob) proteção de bens e pessoas

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c) questões de direito das organizações internacionaisd) atribuição e exercício de jurisdição

2.2.4 – SOLUÇÃO ARBITRAL – O tribunal arbitral é constituido pelas partes litigantes, descontituindo-se com a solução do litígio

3 – Política – resolvida pelos organismos internacionais

4 – NO ÂMBITO DA ONU

Regulado pelo art 33 da Carta da ONU – determina que nas controversas de ameaça à manutenção de paz e da segurança internacional as partes litigantes deverão chegar à solução pacífica por qualquer um dos modos existentes. Se não for resolvida deverá ser submetida ao Conselho de Segurança (NO CASO DE AMEAÇA A PAZ O CONSELHO PODE ORDENAR A EXECUÇÃO DA SOLUÇÃO DE FUNDO)

5 – NO ÂMBITO DA OEA

Temos a CONSULTA : é a troca de opiniões entre dois ou mais governos, interessados direta ou indiretamente num litígio internacional, com vistas a solução pacífica deste

Na OEA temos a REUNIÃO DE CONSULTA DOS MINISTROS DAS RELAÇÕES EXTERIORES.

AULA 9ARBITRAGEM INTERNACIONAL

1 – DEFINIÇÃO

Modo pacífico de solução dos litígios internacionais por meio de juízes escolhidos pelas partes litigantes

Incide sobre todas as formas de litígios, podendo ser jurídicos ou não

Apareceu como a conhecemos na Grécia e também foi utilizada em Roma

Regras dadas pela Convenção de Haia de 1907 e pelo Ato Geral de 1928 (SDN)

PODE SER:

A) FACULTATIVA : quando não existe tratado anterior ao litígio obrigando a uma solução arbitralB) OBRIGATÓRIA: quando existe (CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA)

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2 – FORMAS

1) Realizada por Chefes de Estados

Existia a figura do árbitro natural – Imperador e o Papa – Tinham uma superioridade em relação aos demais – Período medieval

Continuou com os Chefes de Estado, porém sem superioridade

Vantagens:

a) o processo é mais simplesb) a autoridade do soberano é uma garantia da execução da sentença

Desvantagem:

a) O árbitro não tem conhecimento do assunto; os jurisconsultos ficam sem respoansabilidadeb) As decisões não são motivadas, por medo que a motivação vire-se contra o Estado.

2) Realizada por Comissões Mistas

Inicialmente formada por dois membros (um de cada Estado)

COMISSÃO MISTA ARBITRAL - Desenvolveu-se para vários integrantes, em número impar, com um superárbitro (ENTRE NACIONAIS DE UM TERCEIRO ESTADO)

ABRIU-SE CAMINHO PARA A FORMAÇÃO DE UM TRIBUNAL

Vantagens:

a) a questão é resolvida pelos próprios interessadosb) competência dos comissáriosc) as decisões são motivadas

Desvantagens:

a) normalmente a decisão já é conhecida de antemãob) algumas vezes o superárbitro é escolhido de um dos Estados litigantes

3) Realizada por Tribunal

A maioria dos membros não é nacional dos estados litigantes

É a mais evoluída e a mais utilizada

3 – CARACTERÍSTICAS

a) as partes fixam livremente o objeto do litígio b) os árbitros são escolhidos pelas partesc) a decisão é obrigatória

O Compromisso Arbitral é um Tratado Internacional

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É com base no Compromisso Arbitral que a CIJ se basea para julgar os litígios. Se não houver aplica-se o disposto no art 38 do Estatuto da CIJ

4 – O TRIBUNAL

Com base no COMPROMISSO ARBITRAL ( o acordo de vontades entre as partes litigantes, destinado a submeter o litígio à solução arbitral) é que se monta o TRIBUNAL.

Deve conter:

a) o compromisso de se submeter a arbitragemb) o objeto do litígioc) o método de formar o Tribunal e o número de árbitros

Pode conter:

a) as regras de direito a serem seguidas pelo Tribunal e se pode julgar por EQUIDADEb) o número de membros para a formação de quorumc) a maioria necessária para a sentençad) a língua adotadae) etc

Árbitros: chefes de Estados, Jurisconsultos, etc

Obs.: No caso de Chefes de Estados é o cargo que importa e não a pessoa

4.1 – AS REGRAS DA ONU

O Ato Geral de 1928 da SDN determinou que o Tribunal fosse composto por 5 membros

Um de cada Estado litigante e 3 entre nacionais de terceiras potências

a) se no prazo de três meses o Tribunal não for constituído o presidente da CIJ ou o Vice presidente ou o juiz mais antigo nomeará os árbitros

b) o Tribunal deve Ter número impar, de preferência 5 juízesc) o Tribunal é considerado constituído pela escolha do Presidented) os árbitro devem ser competentes em Direito Internacional

A DESQUALIFICAÇÃO DO ÁRBITRO: pode ocorrer por fato anterior desconhecido ou por fraude, ou por fato posterior a constituição do Tribunal – deve ser decidida pelo próprio Tribunal

Se for um só árbitro ou se tratar do Presidente do Tribunal, o caso deve ser levado a CIJ

4.2 – O PROCESSO – MODELO DA ONU 1958

- As partes designam agentes para representá-las, que podem estar representadas por advogados e assistidos por jurisconsultos

- O processo tem duas fazem: a escrita e os debates orais- Cabe o contraditório- Poderá haver prova pericial e testemunhal, fora a documental- O Tribunal poderá conceder medidas provisórias visando resguardar os

direitos das partes

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- A revelia não induz confissão; o Tribunal terá que julgar conforme o direito e os fatos

- As deliberações são secretas

O PROCESSO SUMÁRIO (causas de pequena monta) Convenção de Haia 1907

- cada parte escolhe um árbitro; os árbitros escolhem um superárbitro (senão retira-se os nomes da Lista Geral de árbitros da ONU)

- não há fase de debates orais

OBS – SÓ FOI UTILIZADO UMA VEZ PELA Crte Permanente de Arbitragem

4.3 – A DECISÃO

- A sentença arbitral é obrigatória para as partes litigantes com base no Pacta Sunt Servanda

- Possui duas partes: a exposição de motivos e a parte dispositiva

- O modelo da ONU permite o voto em separado, salvo se o Compromisso Arbitral dispuser em contrário

- Não é executória

- Cabe recurso:

a) de interpretação (3 meses ao mesmo Tribunal ou a CIJ)

b) de anulação ( a) excesso de poderes; b)corrupção; c)erro na motivação ou violação de um princípio fundamental; d) nulidade do Compromisso Arbitral) o prazo é de 6 meses a partir ou do conhecimento da nulidade ou da corrupção (b e d) ou da sentença (a e c); no caso de B e D o prazo maximo é de 10 anos)

c) de revisão ( a)descoberta de fato novo, sem que seja por negligência da parte que se beneficiou dela (6 meses do conhecimento, no limite de 10 anos)

5 – A CORTE INTERNACIONAL DE ARBITRAGEM

CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO

Artigos da CF: art 5º, XXXI, LI, LII, art 12, art 14, art 22, pars 2º e 4º, art 15, I, art 22, XIII, XV, art 102, I, g, art 109, X, art 181, art 190, art 222, art 227, par 5º

Quem é estrangeiro ?

Quem é nacional ?

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Art 12 CF – leitura

“b”, inc I – O quê se entende por “a serviço da República Federativa do Brasil”

Maioria – todas as unidades da federação, inclusive autarquias – advém de todo o encargo derivado de poderes da União, Estados e Municípios.

Celso Antonio Ribeiro Bastos – Só a União, pois as outras não detêm capacidade externa de representação

Condições para a naturalização:

Art 112 da Lei 6815/80, com alterações da Lei nº 6964/81

O art 113 da Lei 6815/80, diminui em alguns casos o que estipulado no III, 112, Lei 6815/80 Naturalização pela CF – 15 anos e bons antecedentes – não pode ser denegada. Art 112, II, b

Quanto ao 112, II, a – temos regras especiais relativas aos porugueses

A CONDIÇÃO DE ESTRANGEIRO (Ádvena)

Histórico:

Na India o estrangeiro era considerado abaixo dos animais domésticos, acima apenas dos animais selvagens

O povo egipcio considerava o trabalho na construção das pirâmides apropriado somente para estrangeiros – o labor servil não era coisa de nacionais

Já na Grécia e em Roma os estrangeiros eram qualificados pelo interesse que as sociedades tinham sobre o ingresso destes estrangeiros no território nacional

Com a intensificação das relações comerciais tais distinções foram acabando !!!