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Estado de Goiás

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Estado de Goiás

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL JOÃO LEITE -

APA JOÃO LEITE

PLANO DE MANEJO

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GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DE MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS,

INFRAESTRUTURA, CIDADES E ASSUNTOS METROPOLITANOS

APA JOÃO LEITE

PLANO DE MANEJO

Junho de 2009 (Revisado em maio de 2015)

Estado de Goiás

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Dados Internacionais de Catalogação naPublicação (CIP)

(GPT/BC/UFG)

Plano de Manejo APA João Leite / SEMARH /ITCO - Goiânia, 2007.

264 f. il. color.

Bibliografia: f. 219.

Inclui lista de figuras, de quadros, de tabelas.

Anexos: f. 221.

1. Proteção ambiental (Plano de manejo) - Bacia do RioJoão Leite - (GO) 2. Áreas de conservação de recursosnaturais - APA 3. Gestão ambiental - Solos -Conservação I. SEMARH II. ITCO III. Título.

CDU:504.06(811.7)

Convênio SANEAGO, SEMARH nº 501 (Contrato deEmprétimo BID n° 1414-OC-BR)

Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos -SEMARH

Rua 82, s/n, Centro - Palácio Pedro Ludovico Teixeira, 1ºandar

CEP: 74.083-010 Goiânia-GO

Tel: (62) 3201-5188 Fax: (62) 3201-5179

www.semarh.goias.gov.br

[email protected]

SANEAMENTO DE GOIÁS S/A - SANEAGO

ASEME

Avenida Fued José Sebba, nº 570, Jardim Goiás.

Tel: (62) 3243-6612 / Fax (62) 3218-1797

www.saneago.com.br

[email protected]

1ª Revisão

Realizada em Maio de 2015

Edição final: Marcelo Alves Pacheco

Gestor de Recursos Naturais

Gerência de Compensação Ambiental e Áreas

Protegidas/SPAUC/SECIMA

ESTADO DE GOIÁSSECRETARIA DE MEIO AMBIENTE,

RECURSOS HÍDRICOS,INFRAESTRUTURA, CIDADES EASSUNTOS METROPOLITANOS

SECIMA

Marconi Perillo

Governador do Estado de Goiás

Vilmar da Silva Rocha

Secretário Estadual de Meio Ambiente,

Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades

e Assuntos Metropolitanos

Jacqueline Vieira da Silva

Superintendente Executiva de Meio

Ambiente e Recursos Hídricos

José Leopoldo de Castro Ribeiro

Superintendente de Proteção Ambiental e

Unidades de Conservação

Eric Rezende Kolailat

Gerente de Compensação Ambiental e

Áreas Protegidas

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LISTA DOS PARTICIPANTES

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DO CENTRO-OESTE -ITCO

Coordenação Geral

Jadson de Araújo Pires Tecnólogo em Saneamento Ambiental Especialista CREA-GO 5430/D

Alfredo Palau Peña Biólogo / Ecólogo Mestre CRBio 16034/4-D

Meio Físico

Gilmar Assis Pagotto Geólogo Graduado CREA 4179/D

Ataualpa Nasciutti Veloso Engenheiro Sanitarista Especialista CREA 2933/D

Rosane Gama Oliveira Lima Geógrafa Especialista CREA 7518/D

Valter Casseti Geógrafo Doutor CREA 7305/D

Virlei Álvaro de Oliveira Engenheiro Agrônomo Doutor CREA 1649/D

Meio Biótico

Alfredo Palau Peña Biólogo / Ecólogo Mestre CRBio 16034/14D

Cláudio Veloso Mendonça Biólogo Especialista CRBio 44077/4-D

Nilo Cesar da Silva Biólogo Especialista CRBio 30289/4-D

Pablo Vinícius Clemente Mathias Biólogo Mestre CRBio 37190/4-D

Luciano Mateus Passos Biólogo Graduado CRBio 37190/4-D

Vivianne C. Novais Soares Bióloga Graduada CRBio 49807/4-D

Cássio Henrique Giusti Cezare Engenheiro Florestal Graduado CREA 5061029797/D SP

Erides Campos Antunes Engenheiro Florestal Doutor CREA GO 5447/D

Raphael de Oliveira Borges Geógrafo Graduado CREA 12686/D-GO

Meio Sócio-Econômico

Ataualpa Nasciutti Veloso Engenheiro Sanitarista Especialista CREA GO 2933/D

Cleide Lúcia Prudente Pires Advogada Graduada OAB 4563

Alan Francisco de Carvalho Sociólogo Mestre DRT RJ 386

Jadson de Araújo Pires Tecnólogo em Saneamento Ambiental Especialista CREA-GO 5430/D

Renato Pedrosa Tecnólogo em Saneamento Ambiental Especialista CREA-GO 5301/D

Fabianne Garcia V. Bassi de Carvalho Engenheira Agrônoma Especialista CREA GO 7061/D

Marina de Azevedo Caetano Bicalho Tecnóloga em Saneamento Ambiental Especialista CREA GO 12781/D

Álvaro Sampaio de Lima Engenheiro Civil Especialista CREA GO 4278/D

Jerônimo Rodrigues da Silva Químico Mestre CRQ 12100119

Aldo Muro Júnior Advogado Mestre OAB 18038

Eric Fischer Rempe Biólogo Doutorando CRBio 3867/02

Rosiclér Theodoro da Silva Arqueóloga Doutora -

Geoprocessamento

Valdeir Francisco de Paula Engenheiro Civil Doutor CREA GO 6487/D

Plano de Manejo da APA João Leite5

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LISTA DOS ESTAGIÁRIOS - ITCO

Ana Elizabeth A. F. dos Santos - Granduanda do curso de Biologia

Lígia Raquel Matos de Oliveira - Graduanda do curso de Tecnologia em Geoprocessamento

Renata Araújo Prudente Pires - Graduanda do curso de Engenharia Ambiental

Ricardo Araújo Prudente Pires - Granduando do curso de Biologia

SEMARH - EQUIPE TÉCNICA

Aquíria Alvarenga Pereira

Crysthian Carollyne Vieira de Almeida

Emiliano Lobo de Godoi

Juliana Ferreira Leite

Katiany Lucas Rossi

Kharen de Araújo Teixeira

Lívia Lima Leite

Luciana Calaça Manoel

Marcelo Alves Pacheco

Paulo Henrique Vicente de Paiva

SANEAGO

Caio Antonio de Gusmão

Ivaltenir Barros Garrijo

João Guimarães de Barros

Perla de Oliveira Borges

Vanessa de Oliveira Valeriano

COMUNIDADE

PREFEITURAS MUNICIPAIS DE GOIÂNIA, ANÁPOLIS, TEREZÓPOLIS DE GOIÁS, GOIANÁPOLIS, CAMPO LIMPO DE GOIÁS, OURO VERDE DE GOIÁS E NERÓPOLIS.

IBAMA

AGMA

UNIVERSIDADES: UFG, UCG, UEG

BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL

SUBGRUPAMENTO DE BOMBEIROS DE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

FAEG

SEPLAN

SEAGRO

AGÊNCIA RURAL

AGETUR

AGETOP

SEMMA, AMMA E CONMDEMA

COBAMP

FAEG

COOPERSOL

ONGS ARCA, VALE VIVO, AJOL, INSTITUTO GOYA, GEOAMBIENTE, ECOVILA SANTA BRANCA, SGOPA, COLETIVO JOVEM, CERRADO VIVO, PRÓ-TARTARUGA, PATRULHA ECOLÓGICA DE GOIÁS

Plano de Manejo da APA João Leite6

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SIGLASAE Área de EstudoAGETOP Agência Goiana de Transportes e Obras PúblicasAGETUR Agência Goiana de TurismoAGMA Agência Goiana do Meio AmbienteAHCUC Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso ControladoAHCUE Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso EspecialAHUC Área Ambiental Homogênea de Uso Urbano ControladoAMMA Agência Municipal do Meio AmbienteANA Agência Nacional de ÁguasAPA Área de Proteção AmbientalAPP Área de Preservação PermanenteBPMA Batalhão de Polícia Militar AmbientalCBMGO Corpo de BombeirosCDB Convenção sobre Diversidade BiológicaCEMAM Conselho Estadual de Meio AmbienteCERH Conselho Estadual de Recursos HídricosCOBAMP Comitê Bacias Hidrográfica do Meia PonteCONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteCOOPERSOL Cooperativa de Olarias da RegiãoDAIA Distrito AgroindustrialETE Estação de Tratamento de EsgotoFAEG Federação da Agricultura do Estado de GoiásFEMA Fórum Empresarial para o Meio AmbienteIBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais RenováveisIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de ServiçosIPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionalITCO Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-OesteMMA Ministério do Meio AmbienteOGMs Organismos Geneticamente ModificadosONG Organização não GovernamentalPBA Plano Básico AmbientalPEAMP Parque Estadual Altamiro de Moura PachecoPNMA Programa Nacional do Meio AmbienteRCE Reduções Certificadas de EmissõesRE Região de EstudoRL Reserva LegalRMG Metropolitana de GoiâniaRPPN Reserva Particular e do Patrimônio NaturalSANEAGO Saneamento de Goiás S/AS.A.F. Sistema de Agro-floresta diversificadaSEAGRO Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e AbastecimentoSEMARH Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos HídricosSECIMA Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos

MetropolitanosSEMMA Secretaria Municipal do Meio AmbienteSEPIN Secretaria de Planejamento e Infra-EstruturaSEPLAN Secretaria de PlanejamentoSEUC Sistema Estadual de Unidades de ConservaçãoSIAD Sistema Integrado de Alerta ao DesmatamentoSIDRA Sistema IBGE de recuperação automáticaSIG Sistema de Informação GeográficaSNUC Sistema Nacional de Unidades de ConservaçãoUC Unidade de ConservaçãoUCG Universidade Católica de GoiásUEG Universidade Estadual de GoiásUFG Universidade Federal de GoiásZA Zona de AmortecimentoZPRJL Zona de Proteção do Reservatório Ribeirão João LeiteZPVS Zona de Proteção da Vida Silvestre

Plano de Manejo da APA João Leite7

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO............................................................................................................................141. MISSÃO DA APA.......................................................................................................................162. CENÁRIOS................................................................................................................................17

2.1. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA PARA CONSERVAÇÃO.......................................................172.2. CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO...............................172.3. BARRAGEM E RESERVATÓRIO DO RIO JOÃO LEITE.....................................................182.4. IMPORTÂNCIA SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO................................................182.5. INTEGRAÇÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO COM A POPULAÇÃO NA APA............182.6. USO DA TERRA...............................................................................................................192.7. POLÍTICAS PÚBLICAS NA APA JOÃO LEITE..................................................................19

3. MATRIZ DE PLANEJAMENTO..................................................................................................303.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO...................................................................................31

4. IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS NA GESTÃO..................................................335. QUADRO SOCIOAMBIENTAL DA APA......................................................................................35

5.1. ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................................................355.2. PROCESSO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO RECENTE........................................................385.3. CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA DA APA..................................................................405.4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL..................................................................................................575.5. ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE MEIO AMBIENTE...................................................................595.6. ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS - ONG’S.......................................................605.7. ESTRUTURA FUNDIÁRIA................................................................................................635.8. SANEAMENTO AMBIENTAL............................................................................................70

5.8.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA...............................................................................705.8.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO...............................................................................725.8.3. EFLUENTES INDUSTRIAIS..................................................................................745.8.4. RESÍDUOS SÓLIDOS...........................................................................................77

5.9. ASPECTOS CULTURAIS E HISTÓRICOS.........................................................................795.9.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA..............................................................................79

5.10. INFRA-ESTRUTURA NA APA...........................................................................................835.10.1. SAÚDE E EDUCAÇÃO..........................................................................................835.10.2. TURISMO.............................................................................................................835.10.3. REDE DE SERVIÇOS............................................................................................855.10.4. COMUNICAÇÃO...................................................................................................855.10.5. ENERGIA ELÉTRICA............................................................................................855.10.6. TRANSPORTE......................................................................................................86

5.11. ATIVIDADES CONFLITANTES - APA JOÃO LEITE..........................................................865.11.1. IMPACTOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA APA JOÃO

LEITE...................................................................................................................865.12. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL.............................................................................91

5.12.1. CLIMA..................................................................................................................915.12.2. GEOLOGIA...........................................................................................................935.12.3. GEOMORFOLOGIA...............................................................................................955.12.4. SOLOS.................................................................................................................98

5.12.4.1. LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO, TEXTURA ARGILOSA..........................1005.12.4.2. LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO........................................................1005.12.4.3. ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO.....................................................................1005.12.4.4. ARGISSOLO VERMELHO........................................................................................1015.12.4.5. CAMBISSOLO HÁPLICO..........................................................................................1015.12.4.6. PLINTOSSOLO PÉTRICO........................................................................................1015.12.4.7. PLINTOSSOLO HÁPLICO........................................................................................1015.12.4.8. NEOSSOLO FLÚVICO.............................................................................................102

Plano de Manejo da APA João Leite8

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5.12.5. HIDROGRAFIA...................................................................................................1025.12.5.1. AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS......1045.12.5.2. AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE HIDROGEOLÓGICA.....................................1045.12.5.3. DINÂMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS............................................................106

5.13. DINÂMICA DOS PROCESSOS E IMPACTOS ASSOCIADOS...........................................1065.14. QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE...............................................1085.15. LIMNOLOGIA.................................................................................................................1135.16. FONTES POTENCIALMENTE POLUIDORAS NA BACIA.................................................1145.17. ASPECTOS BIÓTICOS...................................................................................................118

5.17.1. FLORA...............................................................................................................1185.17.1.1. SIMPLIFICAÇÃO DA PAISAGEM COMO RESULTADO DO PROCESSO DE

FRAGMENTAÇÃO....................................................................................................1195.17.1.2. PROPOSTA DE CORREDORES E INICIATIVAS PARA MITIGAR A

FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM..........................................................................1225.17.2. FAUNA...............................................................................................................123

5.17.2.1. ESPÉCIES AMEAÇADAS.........................................................................................1245.17.2.2. ICTIOFAUNA............................................................................................................125

5.18. O FOGO E FENÔMENOS NATURAIS..............................................................................1275.18.1. IMPACTO DO FOGO SOBRE A FAUNA E FLORA NAS UCS...............................131

6. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS E ESTRATÉGICAS...................1346.1. ÁREAS AMBIENTAIS ESTRATÉGICAS..........................................................................137

6.1.1. EXPANSÃO URBANA DAS CIDADES QUE INTEGRAM A APA, COM A IMPLICAÇÃO DA PERDA DE HABITATS NATURAIS, PRESSÃO À BIODIVERSIDADE E DESCONTINUIDADE DOS PROCESSOS ECOLÓGICOS;.. .137

6.1.2. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE MANANCIAIS PARA O ABASTECIMENTO URBANO DAS CIDADES DE TEREZÓPOLIS DE GOIÁS E CAMPO LIMPO DE GOIÁS................................................................................................................138

6.2. PROGRAMAS PARA TODAS AS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS.........................1396.2.1. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C1..................................1396.2.2. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C2..................................1396.2.3. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C3..................................140

7. VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO.............................................................1417.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO.......................................................................142

8. AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA APA JOÃO LEITE.................................................................1438.1. NORMAS GERAIS DA UC...............................................................................................1438.2. RECOMENDAÇÃO..........................................................................................................145

8.2.1. PARA ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVAS LEGAIS..........1458.2.2. GESTÃO DA APA...............................................................................................1458.2.3. USO DO SOLO...................................................................................................1478.2.4. TURISMO E LAZER............................................................................................1488.2.5. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS.......................................................148

8.3. LIMITAÇÕES..................................................................................................................1488.3.1. PARA ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE.............................................1488.3.2. USO DO SOLO...................................................................................................148

8.4. RESTRIÇÕES.................................................................................................................1498.4.1. USO DO SOLO...................................................................................................149

9. PROPOSTA DE ZONEAMENTO PARA APA.............................................................................1499.1. CONDIÇÕES DE OCUPAÇÃO.........................................................................................1509.2. PECULIARIDADES AMBIENTAIS...................................................................................1509.3. METODOLOGIA..............................................................................................................151

9.3.1. SEQÜÊNCIA METODOLÓGICA..........................................................................1519.4. IDENTIFICAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DO ZONEAMENTO FASE I..................................153

9.4.1. ZONA DE PROTEÇÃO DO RESERVATÓRIO RIBEIRÃO JOÃO LEITE - ZPRJL...1559.4.1.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................1559.4.1.2. OBJETIVO GERAL...................................................................................................155

Plano de Manejo da APA João Leite9

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9.4.1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................1559.4.1.4. LIMITES....................................................................................................................1569.4.1.5. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................1569.4.1.6. INDICADORES.........................................................................................................1569.4.1.7. NORMAS GERAIS....................................................................................................157

9.4.2. ZONA DE PROTEÇÃO DA VIDA SILVESTRE - ZPVS..........................................1579.4.2.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................1579.4.2.2. OBJETIVO GERAL...................................................................................................1579.4.2.3. LIMITES....................................................................................................................157

9.4.3. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO CONTROLADO 1- AHCUC-1............................................................................................................1609.4.3.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................1609.4.3.2. OBJETIVO GERAL...................................................................................................1609.4.3.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................1609.4.3.4. PRESSUPOSTOS....................................................................................................1609.4.3.5. LIMITES....................................................................................................................1609.4.3.6. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................1629.4.3.7. INDICADORES.........................................................................................................1629.4.3.8. NORMAS GERAIS....................................................................................................162

9.4.4. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO CONTROLADO 2- AHCUC-2............................................................................................................1639.4.4.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................1639.4.4.2. OBJETIVO GERAL...................................................................................................1639.4.4.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................1639.4.4.4. PRESSUPOSTOS....................................................................................................1649.4.4.5. LIMITES....................................................................................................................1649.4.4.6. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................1669.4.4.7. INDICADORES.........................................................................................................1669.4.4.8. NORMAS GERAIS....................................................................................................166

9.4.5. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO CONTROLADO 3- AHCUC-3............................................................................................................1679.4.5.1. DEFINIÇÃO...............................................................................................................1679.4.5.2. OBJETIVO GERAL...................................................................................................1679.4.5.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................1679.4.5.4. PRESSUPOSTOS....................................................................................................1679.4.5.5. LIMITES....................................................................................................................1689.4.5.6. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................1689.4.5.7. INDICADORES.........................................................................................................168

Plano de Manejo da APA João Leite10

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Plano de Manejo da APA João Leite11

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10. INDICAÇÃO DE ÁREAS PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E CORREDORESECOLÓGICOS.........................................................................................................................179

11. FORMULAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS PROGRAMAS DE AÇÕES.........................................18212. PROGRAMAS DO PLANO DE MANEJO...................................................................................184

12.1. PROGRAMA CONHECIMENTO.......................................................................................18512.1.1. SUBPROGRAMA DE PESQUISA.........................................................................18512.1.2. SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL......................................187

12.2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL..........................................................................18712.2.1. SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL..................................................18812.2.2. SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO E MANEJO.....................................................18912.2.3. SUBPROGRAMA DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO.......................191

12.3. PROGRAMA GESTÃO INTERINSTITUCIONAL..............................................................19212.3.1. SUBPROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO.....................................................19212.3.2. SUBPROGRAMA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PLANO DE MANEJO

...........................................................................................................................19413. SISTEMA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA DA APA................................................................196

13.1. MATRIZES.....................................................................................................................19713.1.1. INSTITUCIONAL................................................................................................19713.1.2. LÓGICA DO PLANO DE GESTÃO.......................................................................198

13.2. AÇÕES DE MANEJO......................................................................................................19813.3. CRONOGRAMA FÍSICO..................................................................................................20713.4. RECURSOS FINANCEIROS, HUMANOS E LOGÍSTICOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO

PLANO DE MANEJO......................................................................................................21113.5. DIVULGAÇÃO DO PLANO DE MANEJO.........................................................................21413.6. HORIZONTE DO PLANO DE MANEJO...........................................................................214

14. MONITORIA E AVALIAÇÃO....................................................................................................21514.1. DO PLANO OPERATIVO.................................................................................................21614.2. DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO..................................................................................21814.3. EXTERNA.......................................................................................................................21814.4. MONITORAMENTO SOCIOAMBIENTAL.........................................................................218

15. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................................................22016. ANEXOS..................................................................................................................................222

LISTA DE FIGURASFIGURA 1: FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO PARA

ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA FASE I..............................................32FIGURA 2: LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO DA APA JOÃO LEITE...................................35FIGURA 3: IMAGEM SATÉLITE DO USO DO SOLO ATUAL DA ÁREA DA APA JOÃO LEITE.........37FIGURA 4: PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS MUNICÍPIOS NA COMPOSIÇÃO DA ÁREA TOTAL

DA REGIÃO DE ESTUDO - 2000...................................................................................41FIGURA 5: PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS MUNICÍPIOS NA COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO

TOTAL DA REGIÃO DE ESTUDO - 2000.......................................................................41FIGURA 6: DENSIDADE DEMOGRÁFICA NOS MUNICÍPIOS E NA REGIÃO DE ESTUDO - 2000....42FIGURA 7: VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO, SEGUNDO OS CENSOS DEMOGRÁFICOS.

1970 = 100,0% NA REGIÃO DE ESTUDO.....................................................................43FIGURA 8: VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE

ESTUDO - 1970 = 100,0%............................................................................................44FIGURA 9: EVOLUÇÃO DA TAXA DE URBANIZAÇÃO...................................................................46FIGURA 10:................................................................................................TAXA DE URBANIZAÇÃO

.....................................................................................................................................46FIGURA 11:.............................................................................................................RAZÃO DE SEXO

.....................................................................................................................................48

Plano de Manejo da APA João Leite12

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FIGURA 12:..............................................................................................RAZÃO DE DEPENDÊNCIA.....................................................................................................................................49

FIGURA 13:............................................................................POPULAÇÃO DE MENOS DE 15 ANOS.....................................................................................................................................50

FIGURA 14:......................................................................................POPULAÇÃO DE 15 A 64 ANOS.....................................................................................................................................50

FIGURA 15:..................................................................................POPULAÇÃO DE 65 ANOS E MAIS.....................................................................................................................................51

FIGURA 16:.......................................................................................ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO.....................................................................................................................................51

FIGURA 17:.......DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE IMIGRANTES NOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DAAPA - 1996...................................................................................................................54

FIGURA 18:............................VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO.....................................................................................................................................55

FIGURA 19:....................POPULAÇÃO DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ALFABETIZADAS - 2000......................................................................................................................................56

FIGURA 20:................................................ESTABELECIMENTOS RURAIS POR MUNICÍPIO - 1996......................................................................................................................................64

FIGURA 21:...............................ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS RURAIS POR MUNICÍPIO - 1996.....................................................................................................................................65

FIGURA 22: ESTABELECIMENTOS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, POR CONDIÇÃO DOPRODUTOR, 1996........................................................................................................65

FIGURA 23:.ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, POR CONDIÇÃODO PRODUTOR - 1996..................................................................................................66

FIGURA 24:..........................................UTILIZAÇÃO DAS TERRAS NA REGIÃO DE ESTUDO - 1996.....................................................................................................................................67

FIGURA 25:........................................IMÓVEIS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, POR DIMENSÃO.....................................................................................................................................68

FIGURA 26:.....................ÁREA DOS IMÓVEIS RURAIS NA REGUÃO DE ESTUDO, POR DIMENSÃO.....................................................................................................................................69

FIGURA 27:.............................................MAPA DA LOCALIZAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS.....................................................................................................................................82

FIGURA 28: CULTURAS DA BANANA, TOMATE E CHUCHU NO ENTORNO DE ANÁPOLIS EPOMAR DE MANGA EM OURO VERDE DE GOIÁS........................................................87

FIGURA 29:. POMAR DE MEXERICAS, AO FUNDO MATA CILIAR DO RIO JOÃO LEITE E PREPARODA TERRA PARA PLANTIO DE BATATA E MANDIOCA................................................87

FIGURA 30:............................PLANTAÇÃO DE CARÁ, IRRIGADA POR ASPERSÃO, E BETERRABA......................................................................................................................................87

FIGURA 31:...............PLANTAÇÃO DE ABOBRINHA E DETALHE DA IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO......................................................................................................................................88

FIGURA 32:.......................................................DEPÓSITO DE ARGILA EM CERÂMICA, ANÁPOLIS......................................................................................................................................88

FIGURA 33:.DETALHE DE ÁREA DE EXTRAÇÃO DE ARGILA, CAMPO LIMPO DE GOIÁS, MARGEMDA GO 330....................................................................................................................88

FIGURA 34:..........CHEIA DO RIO JOÃO LEITE NO CRUZAMENTO COM A FERROVIA NORTE-SUL,CAMPO LIMPO DE GOIÁS............................................................................................89

FIGURA 35:.............................................................................................EROSÃO DE GOIANÁPOLIS.....................................................................................................................................89

FIGURA 36:..........................EROSÃO NA FAZENDA DO DIONÍSIO, MUNICÍPIO DE GOIANÁPOLIS......................................................................................................................................89

FIGURA 37:............ÁREA UTILIZADA PARA DESPEJO DE LIXO; CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL EMÁREAS DE RISCO E DESPEJO DE LIXO, VILA SÃO JOÃO...........................................90

Plano de Manejo da APA João Leite13

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LISTA DE QUADROSQUADRO 1: MATRIZ DE PLANEJAMENTO PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA

JOÃO LEITE (FASE-I)...................................................................................................31QUADRO 2: IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES COM ENVOLVIMENTO NA GESTÃO

DA APA.........................................................................................................................34QUADRO 3: PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA REGIÃO DA APA........................................................39QUADRO 4: NÚCLEOS URBANOS E MUNICÍPIOS LIMÍTROFES DOS MUNICÍPIOS DA APA..........40QUADRO 5: TAXA MÉDIA GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO ANUAL DA POPULAÇÃO - 1991/2000.

44QUADRO 6: EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO NA REGIÃO DA APA.................................45QUADRO 7: POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DISTRITOS DA REGIÃO DA APA................................47QUADRO 8: POPULAÇÃO RESIDENTE POR SEXO. (%)...................................................................47QUADRO 9: POPULAÇÃO RESIDENTE GRUPOS DE IDADE............................................................52QUADRO 10: PESSOAS NÃO RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA ATUAL EM 01/09/91

POR ORIGEM DO MOVIMENTO MIGRATÓRIO E SEXO - 1996.....................................53QUADRO 11: SITUAÇÃO DA MIGRAÇÃO NA REGIÃO DA APA......................................................53QUADRO 12: POPULAÇÃO RESIDENTE ESTIMADA E DENSIDADE DEMOGRÁFICA, SEGUNDO OS

MUNICÍPIOS - 2001 - 05...............................................................................................54QUADRO 13: POPULAÇÃO RESIDENTE ESTIMADA E DENSIDADE DEMOGRÁFICA, SEGUNDO OS

MUNICÍPIOS - 2001 - 05...............................................................................................55QUADRO 14: POPULAÇÃO RESIDENTE DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ALFABETIZADA E

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS - 1991 E 2000....................56QUADRO 15: COOPERATIVAS NA REGIÃO DE ESTUDO................................................................57QUADRO 16: CONDIÇÃO DO PRODUTOR.......................................................................................66QUADRO 17: UTILIZAÇÃO DAS TERRAS, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DA APA - 1996

68QUADRO 18: IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO INCRA, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS (RE).

POSIÇÃO: OUTUBRO / 2003........................................................................................69QUADRO 19: ATENDIMENTO POR SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA...........................70QUADRO 20: PROJEÇÕES DAS POPULAÇÕES URBANAS E DAS DEMANDAS DE ÁGUA..............71QUADRO 21: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM ANÁPOLIS........................................................73QUADRO 22: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM CAMPO LIMPO DE GOIÁS................................73QUADRO 23: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM GOIANÁPOLIS..................................................73QUADRO 24: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM NERÓPOLIS.....................................................74QUADRO 25: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM OURO VERDE DE GOIÁS..................................74QUADRO 26: EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM TEREZÓPOLIS DE GOIÁS................................74QUADRO 27: IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA APA E PEAMP

ESTUDADOS NO PROJETO DE LEVANTAMENTO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM NO RIO JOÃO LEITE - GO...........................................................................80

QUADRO 28: SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS LOCALIZADOS NO PROJETO DE LEVANTAMENTO, MONITORAMENTO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO E HISTÓRICO CULTURAL DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA CONSTRUÇÃO DA FERROVIA NORTE/ SUL, NO ESTADO DE GOIÁS (TRECHO ANÁPOLIS - OURO VERDE DE GOIÁS).

81QUADRO 29: DEMONSTRATIVO DO QUANTITATIVO DA INFRA-ESTRUTURA E CAPACIDADE NA

SAÚDE E EDUCAÇÃO...................................................................................................83QUADRO 30: DEMONSTRATIVO DO NÚMERO DE EMPRESAS E INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS.....85QUADRO 31: QUANTITATIVO DE CONSUMIDORES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA..........85QUADRO 32: BALANÇO HÍDRICO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE...............................................91QUADRO 33: FONTES POTENCIALMENTE POLUIDORAS NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE........114QUADRO 34: FONTES POTENCIAIS DE CONTAMINAÇÃO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE........115

Plano de Manejo da APA João Leite14

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QUADRO 35: USO DO SOLO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) JOÃO LEITE (< 2001).120

QUADRO 36: TOTAL DAS CLASSES DE REMANESCENTES E DE USO E OCUPAÇÃO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE..................................................................................................120

QUADRO 37: COMPARAÇÃO DA SOMA DE REMANESCENTES COM A SOMA DOS DEMAIS USOS DO SOLO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE.................................................................122

QUADRO 38: VALORES DE IMPORTÂNCIA E MÉDIA PARA ANÁLISE DOS AMBIENTES AMOSTRADOS............................................................................................................123

QUADRO 39: HISTÓRICO DA OCORRÊNCIA DE FOGO E INCÊNDIOS FLORESTAIS NO PEAMP.130QUADRO 40: IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS..................................135QUADRO 41: AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA QUANTO ÀS RESTRIÇÕES NA APA - 2006/2007.......143QUADRO 42: DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS NO ZONEAMENTO.....................................................176QUADRO 43: CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS DIFERENTES ZONAS/ÁREAS E CRITÉRIOS

USADOS PARA SUA DEFINIÇÃO NA APA JOÃO LEITE.............................................177QUADRO 44: MATRIZ INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DA APA JOÃO LEITE (GOIÂNIA, 2007).

197QUADRO 45: MATRIZ LÓGICA DO PLANO DE GESTÃO...............................................................199QUADRO 46: QUADRO DEMONSTRATIVO DAS AÇÕES A SEREM EXECUTADAS NO PLANO DE

MANEJO DA APA JOÃO LEITE NAS DIFERENTES ÁREAS OU ZONAS AMBIENTAIS (GOIÂNIA, 2007)........................................................................................................202

QUADRO 47: CRONOGRAMA FÍSICO DA IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS DO PLANO DE MANEJO DA APA JOÃO LEITE (GOIÂNIA, 2007).......................................................208

QUADRO 48: CRONOGRAMA FINANCEIRO ESTIMADO PARA O PLANO DE MANEJO DA APA JOÃO LEITE...............................................................................................................213

QUADRO 49: CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO/MONITORIA PARA O PLANO DE GESTÃO...219QUADRO 50: MONITORIA FÍSICO-FINANCEIRO DO PLANO OPERATIVO ANUAL.......................219QUADRO 51: MONITORIA DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO.......................................................219

LISTA DE ANEXOSANEXO 1.DECRETO ESTADUAL Nº 5.704/2002...........................................................................223ANEXO 2.DECRETO ESTADUAL N 5.845/2003...........................................................................225ANEXO 3.DECRETO FEDERAL N° 4.339/2002.............................................................................226ANEXO 4.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DE PLANEJAMENTO -

01.06.2006...................................................................................................................250ANEXO 5.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DE PLANEJAMENTO -

30.08.2006...................................................................................................................251ANEXO 6.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DE PLANEJAMENTO -

21.11.2006...................................................................................................................252ANEXO 7.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DE PLANEJAMENTO -

12.04.2007...................................................................................................................253ANEXO 8.DESCARGA MÉDIA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006).................254ANEXO 9.DESCARGA MÁXIMA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006)..............254ANEXO 10....................DESCARGA MÍNIMA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006)

.....................................................................................................................................254ANEXO 11...............................................QUADROS-SÍNTESE DAS OFICINAS DE PLANEJAMENTO

.....................................................................................................................................255ANEXO 12.............................................................................................LEI FEDERAL Nº 6.938/1981

.....................................................................................................................................260

APRESENTAÇÃO

Plano de Manejo da APA João Leite15

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O presente Plano de Manejo Fase I para a Área de Proteção Ambiental João Leite -

APA João Leite, traz a Identificação dos Agentes Envolvidos na Gestão da APA, Elaboração do

Quadro Socioambiental, Zoneamento, Indicação de Áreas para Conservação e Programas e

Ações.

O Plano de Manejo da APA e o Plano de Manejo Fase II do Parque Estadual Altamiro

de Moura Pacheco (PEAMP) fazem parte do Programa de Implantação de Unidades de

Conservação (C1) do PBA da Barragem do Ribeirão João Leite.

O Programa C1, juntamente com os demais programas dos meios físico, biótico e

antrópico, em especial: Programa de Ordenamento Territorial e Uso do Solo em torno do

Reservatório, Programa de Educação Ambiental, Plano de Recreação e Lazer Ecológico, e

Programa de Descontaminação da Área, são fundamentais para a preservação das águas na

Bacia do Rio João Leite (comumente chamado de Ribeirão pela população goiana),

consequentemente para a proteção do reservatório a ser formado e para a melhoria de

qualidade de vida da população abastecida. A boa qualidade da água bruta, além de implicar

na qualidade de vida é fundamental para facilitar o tratamento visando a potabilidade,

influenciando inclusive na redução do custo.

A Identificação dos Agentes Envolvidos na Gestão da APA e a Elaboração do Quadro

Socioambiental demonstram a atual condição sócio-ambiental da Bacia do Rio João Leite

com enfoque às possíveis ações ambientais que serão realizadas. Dessa maneira, o

Programa C1 procurou interagir com os diagnósticos realizados para o Programa D-3 -

Educação Ambiental.

Visando uma análise mais abrangente, a equipe multidisciplinar adotou a definição de

região de estudo (RE) os sete municípios em sua totalidade, embora alguns destes não

estejam totalmente dentro da área da Bacia do Rio João Leite, poderão exercer pressão sobre

a mesma. Essa análise permitirá uma melhor tomada de decisão quando da implantação das

unidades de conservação.

A caracterização socioeconômica abrangeu o processo histórico de ocupação recente

da bacia, a dinâmica demográfica, levantamento dos órgãos municipais do meio ambiente, as

organizações não governamentais com atuação ambiental, a estrutura fundiária e os aspectos

do saneamento ambiental.

Plano de Manejo da APA João Leite16

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A caracterização geoambiental (aspectos abióticos) contemplou além das

caracterizações geológica, geomorfológica, pedológica, climatológica e hidrográfica, uma

análise da dinâmica dos processos e impactos associados e a qualidade da água da Bacia do

Rio João Leite.

Nos aspectos bióticos, foram caracterizadas a flora e fauna local e, em especial, as

espécies ameaçadas e os corredores ecológicos. Quanto aos aspectos liminológicos, procurou-

se estabelecer o nível de degradação e a capacidade de autodepuração dos ambientes fluviais.

As principais fontes potencialmente poluidoras da bacia foram levantadas e

identificadas, ilustradas e georreferenciadas.

Desta forma, com base no diagnóstico da APA (Identificação de Agentes Envolvidos e

Quadro Socioambiental) e nas Oficinas de Planejamento, são estabelecidos os objetivos

específicos de manejo da UC e, em seguida, uma gradação de uso para a área colocada no

zoneamento. Posteriormente, são identificadas as áreas estratégicas nas quais serão

propostas as linhas de atuação nos diferentes temas programáticos, agrupadas nas ações

gerenciais gerais. Aquelas são compostas por atividades, subatividades e normas específicas.

As normas gerais de manejo estabelecem a orientação para procedimentos genéricos da

Unidade.

Finalmente, é estabelecido um cronograma físico-financeiro onde são detalhados os

custos prováveis para as ações propostas, permitindo uma estimativa do custo total ou parcial

para a implementação do Plano de Manejo, identificando ainda fontes potenciais de

financiamento, num horizonte de cinco anos.

Os Projetos Específicos detalharão, posteriormente, algumas atividades propostas, em

especial aquelas que envolvem conhecimentos peculiares, tais como os projetos construtivos.

A monitoria e a avaliação do Plano de Manejo fornecerão novas informações para o

diagnóstico e a revisão do planejamento, retro-alimentando e aprimorando o manejo da UC.

A presente versão do Plano de Manejo da APA João Leite contém as alterações

aprovadas pela Portaria SEMARH nº 768/2014-GAB (Processo SEMARH nº 19379/2014), de

18 de dezembro de 2014. Tal Portaria consolidou os resultados das discussões realizadas no

âmbito do Grupo de Trabalho Multi-institucional de Avaliação do Plano de Manejo da APA João

Leite, após a oitiva do Conselho Consultivo da APA e avaliação final da SEMARH.

Plano de Manejo da APA João Leite17

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1. MISSÃO DA APA

A APA João Leite, criada pelo Decreto Estadual nº 5.704/2002 (Anexo 1) e delimitada

pelo Decreto Estadual nº 5.845/2003 (Anexo 2), praticamente coincide, em parte, com a Bacia

Hidrográfica do Rio João Leite. É uma unidade de conservação de uso sustentável necessária

para proteger os recursos naturais e garantir a sustentabilidade da região e a melhoria da

qualidade de vida da população local. Esta unidade de conservação possui os seguintes

objetivos:

1. Proteger os recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio João Leite;

2. Assegurar condições para o uso do solo compatíveis com a preservação dos

recursos hídricos;

3. Conciliar as atividades econômicas e a preservação ambiental;

4. Proteger os remanescentes do Bioma Cerrado;

5. Melhorar a qualidade de vida da população local por meio de orientação e do

disciplinamento das atividades econômicas;

6. Disciplinar o turismo ecológico e fomentar a educação ambiental, entre outros.

O Plano de Manejo Fase I da Área de Proteção Ambiental João Leite será composto

pelos seguintes capítulos:

1. Identificação dos Agentes Envolvidos na Gestão;

2. Elaboração do Quadro Socioambiental;

3. Sistema de Informação;

4. Formulação do Plano e dos Programas de Ação;

5. Zoneamento Ambiental Fase I (Áreas Homogêneas e Estratégicas);

6. Sistema de Gestão; e

7. Procedimentos de Monitoria, Avaliação e Revisão do Plano de Gestão.

Plano de Manejo da APA João Leite18

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2. CENÁRIOS

A seguir é feito uma descrição dos principais aspectos que podem permitir um

entendimento dos cenários atual e futuro para a APA João Leite.

2.1. IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA PARA CONSERVAÇÃO

A APA está inserida na Biorregião Cerrado, na Bacia Hidrográfica do Rio João Leite,

que integra o Rio Meia Ponte, Paranaíba e finalmente o Paraná. Assim, representa todo o

potencial para conservar a paisagem nos aspectos físicos e biológicos das formações de matas

estacionais (matas secas), assim como a sua beleza cênica, podendo integrar-se aos

corredores ecológicos e ou outras estratégias de conservação integradas aos ecossistemas

protegidos da região (gestão de mosaico).

A Bacia do Rio João Leite é predominantemente constituída por matas ciliares, de

galeria e outras formações densas. Essas características de vegetação ripária favorecem a

condição de deslocamento da fauna silvestre, principalmente terrestre, interligando uma

heterogeneidade de habitats do Cerrado e podendo ser consideradas como zonas ecótonas.

Estas características também são importantes para a flora porque contribuem com a

disseminação das plantas, garantindo a diversidade vegetal nos diferentes ambientes na região

da Bacia do Rio João Leite e mesmo o Bioma Cerrado.

2.2. CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO

O patrimônio cultural da APA João Leite é bem conhecido, principalmente em função

dos estudos realizados para os projetos da Barragem/Reservatório João Leite e da Ferrovia

Norte/Sul, existindo em torno de 57 registros no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Os estudos na APA indicam uma ocupação desde o período pré-histórico até o período

histórico, conforme observado na pesquisa bibliográfica para a região. Os assentamentos pré-

históricos pertencem aos grupos de agricultores ceramistas e caçadores-coletores.

Plano de Manejo da APA João Leite19

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2.3. BARRAGEM E RESERVATÓRIO DO RIO JOÃO LEITE

As políticas estaduais de recursos hídricos e de meio ambiente vem sendo

criteriosamente aplicadas no caso da construção da barragem e do reservatório do Rio João

Leite. São muitas as ações com esses objetivos dentro da APA, destacando-se a existência do

Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco (PEAMP) e do Parque Estadual do João Leite, os

quais envolvem todo o reservatório de abastecimento público.

2.4. IMPORTÂNCIA SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Pela facilidade de acesso das principais instituições de pesquisa de Goiás e dentro do

contexto biorregional do cerrado, a APA João Leite apresenta um potencial para a pesquisa

dos recursos naturais, arqueológicos e sociais. São conhecidos e estão sendo realizados

diversos estudos socioambientais na APA, principalmente na área de influência da

Barragem/Reservatório João Leite, concomitantemente à elaboração dos Planos Diretores dos

Municípios de Anápolis, Terezópolis de Goiás, Goianápolis e Nerópolis.

Destaca-se a elaboração do Plano de Manejo Fase II do PEAMP, unidade de

conservação de proteção integral totalmente inserida na área da APA.

2.5. INTEGRAÇÃO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO COM A POPULAÇÃO

NA APA

Apesar de a APA estar inserida na principal região do Estado e possuir características

socioambientais extremamente importantes para a qualidade de vida da população diretamente

beneficiada (aproximadamente 75.214 pessoas), bem como de todo o Estado, ainda não

existe, por grande parte destas pessoas, uma visão clara do potencial de uso sustentável,

podendo constituir uma importante fonte de recursos financeiros para a região.

A adequada interação dos diversos programas ambientais em execução na área,

caminhando para uma gestão ambiental na APA, tem condições reais de aumentar o

envolvimento da população com esta unidade de conservação.

Plano de Manejo da APA João Leite20

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2.6. USO DA TERRA

A APA, com aproximadamente 720 km², apresenta um gradiente de uso da terra

compreendendo desde áreas de conservação ambiental, como Parque Estadual e Reserva

Particular do Patrimônio Natural (RPPN), até áreas altamente adensadas, como vários bairros de

Anápolis e as cidades de Terezópolis de Goiás e Campo Limpo de Goiás. Destaca-se ainda que

mais de 60% da área é ocupada pela agropecuária.

A APA abriga também o reservatório do Rio João Leite, formado com objetivo de

abastecer a região de Goiânia, contando com área de aproximadamente 1.040 hectares,

definindo claramente que a pressão pela qualidade das águas terá grandes reflexos no uso do

solo.

Além da Barragem e do Reservatório do Rio João Leite, a APA abriga parte de

importantes infra-estruturas para o país como a BR-153 e a ferrovia Norte/Sul. O uso do solo

para fins industriais é pequeno destacando-se o setor mineral.

2.7. POLÍTICAS PÚBLICAS NA APA JOÃO LEITE

A partir da Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB, assinada durante a

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992

na cidade do Rio de Janeiro, e ratificada pelo Congresso Nacional, estabeleceu-se como

objetivos a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus

componentes e a repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos

recursos genéticos, mediante, inclusive, o acesso adequado aos recursos genéticos e a

transferência adequada de tecnologias, levando em conta todos os direitos sobre tais recursos

e tecnologias, e mediante financiamento adequado.

Assim, objetivando cumprir os objetivos da CDB, o Brasil definiu sua Estratégia Nacional

de Biodiversidade composta por avaliações estratégicas e discussões junto à sociedade civil,

que possibilitaram a elaboração da Política Nacional da Biodiversidade, editada através do

Decreto Federal n.º 4.339/2002. (Ver Anexo 3).

Conforme o Regulamento Interno da antiga Secretaria do Meio Ambiente e dos

Recursos Hídricos – SEMARH, hoje Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos,

Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos – SECIMA, é uma de suas atribuições a

formulação e coordenação da Política Estadual de Biodiversidade e Florestas. Tal atividade

Plano de Manejo da APA João Leite21

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encontra-se sob a coordenação da Superintendência de Proteção Ambiental e Unidades de

Conservação, que possui, entre outras, as seguintes atribuições:

Promover a coordenação, orientação e supervisão das atividades de preservação,

conservação, pesquisa e uso sustentável da biodiversidade no Estado;

Coordenar a formulação e implementação da política estadual de biodiversidade;

Promover o mapeamento, inventário e monitoramento da cobertura vegetal e da

fauna silvestre;

Promover a implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação;

Promover o mapeamento, a definição e o monitoramento das áreas consideradas

prioritárias para a conservação da biodiversidade no Estado;

Proceder a execução de ações que garantam a segurança genética da fauna e flora

do Estado.

Plano de Manejo da APA João Leite22

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3. MATRIZ DE PLANEJAMENTO

Para cada componente do Plano de Manejo foi seguida a metodologia proposta pelo

“Roteiro Metodológico para Gestão de Área de Proteção Ambiental”. Foram elaboradas

matrizes de planejamento e avaliação, bem como, delimitados os níveis de abordagem para o

quadro sócio-ambiental.

O Plano de Manejo foi elaborado de forma participativa, onde os envolvidos, como a

direção da unidade de conservação, a sociedade em geral e outras organizações

governamentais e não-governamentais, tiveram sua participação assegurada, visando atingir

um maior sucesso na consecução dos objetivos das unidades de conservação.

O comprometimento das diferentes partes foi implementado a partir de uma estratégia

participativa através de etapas que permearam a elaboração do plano de manejo, como por

exemplo: organização do planejamento; a coleta e análise de informações básicas disponíveis;

reconhecimento e levantamento de campo e uso de reuniões e oficinas de planejamento.

Nas etapas de planejamento, reconhecimento e levantamentos de campo estavam,

quando possível, presentes pelo menos um técnico da SEMARH e/ou representante do

Conselho Consultivo da APA João Leite.

O Sistema de Informação que é uma ferramenta de fundamental relevância, estruturado

fase a fase no desenvolvimento do Plano, visto que o mesmo permitirá a organização e

disposição espacial dos dados levantados e dará apoio e sustentação às ações do Plano de

Gestão e Zoneamento. Para a apresentação do Zoneamento Ambiental na fase I, que

apresenta as Áreas Homogêneas e suas normas ambientais e a formulação do Plano e

Programas de Ação, foram considerados o quadro sócio-ambiental, o contexto interno e

externo da APA e as tendências observadas relativas aos fatores selecionados do quadro

sócio-ambiental.

Por fim, com o objetivo de verificar as atividades programadas no Plano de Gestão,

contribuir para a programação do Plano Operativo Anual e fornecer uma visão global do Plano

de Manejo, são estabelecidos procedimentos de monitoria, avaliação e revisão.

Plano de Manejo da APA João Leite23

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A elaboração do Plano de Manejo da APA João Leite tem como marco ações

participativas desde seu planejamento e execução até sua aprovação pelo conselho consultivo

da APA.

No Quadro 1 e na Figura 1 indicamos as atividades para a elaboração do Plano de

Manejo, os produtos esperados e a participação através de dois mecanismos, Reunião Técnica

envolvendo SEMARH, instituições de ensino e pesquisa e executores dos PBAs, e Oficina de

Planejamento envolvendo a sociedade civil, desde cidadão comum, lideranças comunitárias, o

próprio conselho consultivo e organizações não governamentais.

QUADRO 1: MATRIZ DE PLANEJAMENTO PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DAAPA JOÃO LEITE (FASE-I).

DESCRIÇÃOSUMÁRIA

INDICADORES PRESSUPOSTOS

Objetivo - Elaboraçãodo Plano de Manejo daAPA João Leite Fase-I

Resultados

R1 - Identificação dosagentes envolvidos

Organizações governamentais e não governamentais,instituições de pesquisa, conselhos e federações entre

os 7 municípios que integram a APA

Reuniões técnicas, visitas àsinstituições e oficinas de

planejamento

R2 - QuadroSocioambiental

Levantamento de dados secundários e primários com aelaboração do diagnóstico da APA

Mobilização de equipemultidisciplinar, visitas a campoe reuniões técnicas e oficina de

planejamentoR3 - Oficina dePlanejamento

Apresentação do Quadro SocioambientalOficina de planejamento com o

conselho consultivo da APAR4 - ZoneamentoAmbiental Fase I

Identificação das áreas homogêneas, recomendações enormas

Base cartográfica e cruzamentodos mapas temáticos

R5 - Programas eAções

Elaboração dos programas e identificação das açõesQuadro Socioambiental erecomendações/normas

R6 - Oficina dePlanejamento

Apresentação do zoneamento e programas e açõesVisita aos municípios e Oficina

de planejamento com oconselho consultivo da APA

R7 - Monitoria eAvaliação

Apresentação dos quadros de monitoramento eavaliação

Reunião Técnica

R8 - Sistema deGestão

Apresentação do plano de gestão integrada Reunião Técnica

R9 - Aprovação doPlano

Publicação da Portaria aprovando o Plano de ManejoReunião técnicas e com o

Conselho Consultivo da APA

3.1. HISTÓRICO DO PLANEJAMENTO

A partir do início dos trabalhos foram realizadas 4 oficinas de planejamento com o

principal enfoque a gestão participativa da evolução do plano de manejo da APA, através da

significativa representação e participação do Conselho Consultivo da APA e de outros

representantes de instituições (as listas de presenças constam nos Anexos 4, 5, 6 e 7). Além

da realização de visitas técnicas em todos os municípios que integram a APA com o propósito

Plano de Manejo da APA João Leite24

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de assegurar a participação e o comprometimento das ações levantadas, com foco nas

prefeituras e suas respectivas secretarias, bem como nas câmaras dos vereadores.

Com a equipe técnica da SEMARH foram realizadas reuniões técnicas de

acompanhamento e da evolução dos estudos, com a participação de outras instituições como o

Batalhão de Polícia Militar Ambiental e Corpo de Bombeiros.

FIGURA 1:FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO PARAELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO DA APA FASE I.

Plano de Manejo da APA João Leite25

Mobilização/Planejamento

Levantamento, Revisão e Sistematização das

Informações Disponíveis

Elaboração do Quadro Sócio-

AmbientalIdentificação dos

Agentes Envolvidos

Sistema de Informação

Zoneamento Ambiental Fase -1

Plano e Programas de Ações

Sistema de Gestão

Procedimento de Monitoria e Avaliação da APA

Apresentação do Plano de

Manejo

SIG

Reunião Técnica

Reunião

Técnica

Oficina Conselho Consultiv

o

Oficina de Planejame

nto

Oficina de Planejame

nto

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4. IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES ENVOLVIDOS NA GESTÃO

Neste Plano de Manejo a identificação dos agentes envolvidos teve como base

referencial os integrantes do Conselho Consultivo da APA João Leite e procurou agregar novas

instituições e organizações.

Na elaboração do quadro socioambiental através de reuniões técnicas realizadas entre

as equipes técnicas do ITCO, da SEMARH e da SANEAGO, foi estabelecido que os agentes

envolvidos na gestão da APA seriam agrupados da seguinte forma:

Conselho Consultivo da APA;

Associações de Produtores;

Gestores Públicos Municipais e Estaduais;

Instituições de Ensino;

ONG’s Socioambientais;

Líderes Comunitários;

Associações Comunitárias;

Representantes Empresariais.

O Quadro 2 apresenta uma descrição sucinta das instituições atuantes na Gestão da

APA.

Plano de Manejo da APA João Leite26

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QUADRO 2: IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DAS INSTITUIÇÕES COM ENVOLVIMENTO NA GESTÃO DA APA

AGENTES SIGLAS PRINCIPAIS EXPECTATIVAS INTERESSES FUNÇÕES/ATIVIDADES POTENCIAIS LIMITAÇÕES/PROBLEMAS

Secretaria de Estado do MeioAmbiente e dos Recursos

HídricosSEMARH

Gestão Participativa, implementação do Plano deManejo na solução dos problemas socioambientais

da APA

Gestão e definiçãopolíticas ambientais.

Gestor da UC

Elaboradora da política estadual domeio ambiente; estabelecer

convênios e parcerias para aGestão da UC

Recursos financeiros, humanos ecaracterísticas institucional pouco

executiva.

Secretaria de Estado doPlanejamento e

DesenvolvimentoSEPLAN

Implementação do plano na solução dosproblemas socioambientais da APA

GestãoPlanejamento e captação de

recursosOrdenador da política estadual de

planejamentoPouca prioridade para as ações

ambientais

Secretaria de Estado deAgricultura Pecuária e

AbastecimentoSEAGRO

Implementação do plano na solução dosproblemas socioambientais da APA

Gestão ParticipativaCapacitação, implantação de

tecnologia

Executor da política estadual daagricultura e pecuária, estabelecer

convênios e parcerias paraatividades na APA

Predominância do fomento em relação àpreservação ambiental

Agência Goiana do MeioAmbiente

AGMAGestão Participativa, implementação do plano nasolução dos problemas socioambientais da APA

Participar da GestãoApoiar o controle e monitoramento

ambiental, educação ambiental

Órgão gerenciador da políticaambiental (controle, pesquisa e

educação ambiental)

Deficiência de técnicos, de recursosfísicos e pouca aplicação da gestão

ambiental pública.

Agência Goiana deDesenvolvimento Rural e

FundiárioAgência Rural

Implementação do plano na solução dosproblemas socioambientais da APA

Gestão ParticipativaCapacitação, implantação de

tecnologia, apoio técnico

Executora da política estadual daagricultura e pecuária; estabelecer

convênios e parcerias paraatividades na APA

Deficiência de equipe técnica treinada.

Agência Goiana de Turismo AGETURImplementação do plano na solução dos

problemas socioambientais da APAGestão Participativa

Capacitação e implantação deprogramas para a APA

Executor da política estadual para oturismo estabelecer convênios e

parcerias para atividades de turismona APA

Falta de foco e ações ambientais naárea.

Agência Goiana deTransportes e Obras Públicas

AGETOPConstrução e manutenção da infra-estrutura viária

da unidadeGestão

Fiscalização, monitoramento eacompanhamento

Prevenção à poluição hídrica,queimadas e erosão do solo

Recursos financeiros

Instituições Municipais doMeio Ambiente*

SEMA, AMMA e CONMDEMAGestão participativa, implementação do plano nasolução dos problemas socioambientais da APA,

consolidação e fortalecimento dos planos diretoresGestão participativa

Educação ambiental, controle emonitoramento

Executor da política municipal domeio ambiente, estabelecer

convênios e parcerias para aGestão da UC

Recursos financeiros e humanos

Saneamento de Goiás S.A. SANEAGOImplementação do plano na solução dos

problemas socioambientais da APA principalmentequanto aos recursos hídricos

Gestão participativaSaneamento, gerenciamento do

reservatório da Barragem do JoãoLeite

Recursos financeiros, equipetécnica na região

Atribuições institucionais, usuáriapública dos recursos hídricos

Batalhão de Polícia MilitarAmbiental

BPMAParticipação da gestão no apoio dos programas de

fiscalização e educação ambientalGestão participativa

Apoiar o controle e monitoramentoambiental (fiscalização), educação

ambiental

Órgão fiscalizador do meioambiente

Recursos financeiros e equipamentos

Corpo de Bombeiros CBMGOParticipação da gestão no apoio dos programascontrole e monitoramento e educação ambiental

Gestão participativaApoiar o controle e monitoramentodos incêndios florestais, aceiros,

educação ambientalPrevenção e combate a incêndios Recursos financeiros e equipamentos

ONGs*

ARCA, Vale Vivo, AJOL, InstitutoGoya, GEOAMBIENTE, EcoVilaSanta Branca, SGOPA, Coletivo

Jovem, Cerrado Vivo, Pró-Tartaruga

Gestão Participativa, melhoria da qualidadesocioambiental da APA

Participação dagestão no apoio dos

programas comenfoque principal

educação ambiental

Sensibilização e execução deprojetos para a conservação do

meio ambiente e seu usosustentável

Conhecimento ambiental e recursoshumanos

Recursos financeiros, técnicos e físicos

Universidades* UCG, UFG e UEGCriação de um campo de pesquisa, melhoria da

qualidade socioambiental da APA para aconservação da biodiversidade

Apoiar os programaspara a gestão da APA

Geração e aplicação deconhecimentos, educação ambiental

Apoio às pesquisa, recursoshumanos (docentes e acadêmicos),

banco de informações

Falta de foco na interação dosresultados das pesquisas com a

comunidade local.

Comitê da Bacia Hidrográficado Meia Ponte

COBAMPImplementação do plano na solução dos

problemas socioambientais da APA principalmentequanto aos recursos hídricos

Apoiar os programaspara a gestão da APA

Gestão da bacia hidrográfica doMeia Ponte

Fortalecimento da gestão do APAConsolidação do próprio Conselho em

suas prerrogativas

Federação da Agricultura doEstado de Goiás

FAEGImplementação do plano na solução dos

problemas socioambientais da APAParticipação da

gestãoCapacitação e apoio técnico Buscar recursos financeiros Prioridade para ações de fomento

Cooperativa de Olarias daRegião

COOPERSOLImplementação do plano na solução dos

problemas socioambientais da APAParticipação da

gestãoRecuperação de áreas degradadas Organização social

Falta de recursos técnicos e de boaspráticas ambientais

* As várias instituições foram agrupadas em um grupo para cada.

Plano de Manejo da APA João Leite27

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5. QUADRO SOCIOAMBIENTAL DA APA

5.1. ASPECTOS METODOLÓGICOS

Para esse diagnóstico, considerou-se como Região de Estudo (RE), os municípios de

Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Goianápolis, Goiânia, Nerópolis, Ouro Verde de Goiás e

Terezópolis de Goiás, por fazerem parte da Bacia do Rio João Leite e por compreenderem a

Área de Proteção Ambiental - APA João Leite e a Barragem / Reservatório no Rio João Leite

(componentes do Programa de Água e Saneamento de Goiânia). A seguir a Figura 2 ilustra a

localização da região de estudo e a Bacia do Rio João Leite.

FIGURA 2:LOCALIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO DA APA JOÃO LEITE.

Plano de Manejo da APA João Leite28

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Territorialmente os municípios da RE contribuem de modo diferenciado para a formação

da APA: Terezópolis de Goiás e Campo Limpo de Goiás participam com a totalidade de suas

áreas; Goianápolis, na sua maior parte e, os demais, contribuem com parcela menor de seus

territórios. Em alguns casos, a APA englobou áreas urbanas e rurais, como em Anápolis,

Campo Limpo de Goiás, Goianápolis e Terezópolis de Goiás e, em outros, somente áreas

rurais, casos de Nerópolis, Goiânia e Ouro Verde de Goiás.

A Figura 3 - ilustra o atual uso do solo dos municípios que compõem a Bacia do Rio

João Leite que abriga a barragem e o reservatório de abastecimento público.

Indicadores demográficos referentes à região da APA, apresentados neste relatório,

foram obtidos de fontes institucionais, basicamente através do banco de dados SIDRA, do IBGE.

Já com relação à APA, algumas estimativas de população tiveram que ser feitas, devido a

inexistência de dados agregados para as áreas específicas. Nesses casos, utilizou-se como

critério básico o tamanho da área do município ocupada pela APA, projetando-se a mesma

proporção para o contingente populacional. Para cada município, estimou-se do seguinte modo:

Anápolis - para o cálculo da população urbana partiu-se a mancha urbana da sede

municipal em uma grade constituída de 240 quadrados de igual tamanho. Em seguida, dividiu-

se a população da sede municipal, 274.227 pessoas, pelo total de quadrados, chegando-se ao

número de 1.143 pessoas. Considerando-se que a APA abrange 50 quadrados, chega-se

então, ao número de 57.150 pessoas residentes na área em Anápolis.

Goialândia, distrito de Anápolis, foi abrangido na sua totalidade pela APA, possui 987

pessoas e, quanto à população rural, considerou-se, visualmente, a proporção aproximada da

área rural abrangida pela APA (1/7), estendendo-se a mesma proporção para a estimativa do

contingente populacional, de modo que, se a população rural do município em 2000 era de

7.914 pessoas, então 1.131 delas seriam residentes na área da APA. Chega-se assim, no

município de Anápolis, ao número de 59.268 pessoas residentes na APA.

Campo Limpo de Goiás - o total da população urbana e rural, do município.

Goianápolis - toda a população rural (866 pessoas) e, 28% dos domiciliados na

sede municipal (2.736 pessoas), portanto 3.602 pessoas.

Goiânia - a população residente na APA pode praticamente ser desconsiderada em

função de seus limites, que não abrangem povoados, vilas ou bairros.

Plano de Manejo da APA João Leite29

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FIGURA 3:IMAGEM SATÉLITE DO USO DO SOLO ATUAL DA ÁREA DA APA JOÃOLEITE (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite30

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Nerópolis - aproximadamente 1/3 de sua população rural, equivalente a 442

pessoas.

Ouro Verde de Goiás - cerca de 1/5 de sua área rural, correspondente a 359

pessoas.

Terezópolis de Goiás - toda a população urbana e rural do município com 6.266

habitantes.

5.2. PROCESSO HISTÓRICO DE OCUPAÇÃO RECENTE

O processo de ocupação demográfica recente da região da APA remonta ao século

XVII com a chegada de colonizadores à região de Goiás, inicialmente, no contexto das

entradas e bandeiras, da busca por ouro e, posteriormente, com a decadência da mineração e

a expansão da atividade agropecuária nos séculos XVIII e XIX. Goiás, em especial o centro -

sul (o Mato Grosso Goiano), gradativamente tornou-se destino de imigrantes mineiros e

paulistas, e posteriormente de distintas regiões do país.

No decorrer do século XX, a região Centro-Oeste e, particularmente Goiás, tornaram-se

objeto da ação governamental federal, com destaque para a chamada marcha para o oeste.

Dentre as políticas de interiorização das décadas de 1940 e 1950 consubstanciadas nos

diversos programas, projetos e ações, citam-se: estrada de ferro; criação de Goiânia;

implantação de colônias agrícolas; implantação dos eixos rodoviários federais, como as BRs

010, 020, 050, 060, 153, 452 e 364 e a fundação de Brasília. A ocupação do território

intensificou-se significativamente tornando a região, particularmente no eixo Goiânia - Anápolis,

mais tarde, Goiânia - Anápolis - Brasília, num dos principais destinos migratórios do país.

Outros fatores que corroboraram com essa intensificação foram: a extensão da estrada

de ferro vinda do Triângulo Mineiro até Anápolis, entroncamento rodoviário para o norte do

país, e a criação de Goiânia. Foram marcos decisivos na ocupação desta parcela do território

goiano. Segundo ESTEVAM (1997, pg. 114 - 5),

“Goiânia, ao apresentar uma ”possibilidade geográfica” no interior dopaís, foi palco de elevada imigração desde seus primeiros anos de existência.O atrativo principal para o surto imigratório foi a existência de largas faixas deterras férteis e matas - até então inexploradas - na área de abrangência danova capital. A zona de rico potencial agrícola - conhecida como “Mato Grossode Goiás” - começou a ser penetrada em função da construção de Goiânia (...)A construção da nova capital, deste modo, ao ensejar correntes imigratórias,

Plano de Manejo da APA João Leite31

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foi responsável pelos lançamentos de germes de transformação nas estruturassocioeconômicas do centro - sul do Estado. Suas terras foram paulatinamentesendo conhecidas tornando-se cativante opção para assentamento deimigrantes rurais que passaram a se movimentar pelo campo brasileiro. Apropaganda oficial nos anos trinta - ressaltando a nível nacional aspossibilidades econômicas de Goiás - colaborou para que imigrantes de outrosestados, principalmente a partir de 1935, ocupassem as adjacências da novacapital e adentrassem as florestas virgens da zona do Mato Grosso de Goiás.O desbravamento desta área, situada no centro - sul do estado, foi tamanhoque, entre 1920 - 1940, 34,0% do estoque de matas do Estado foi destruído. Omunicípio de Goiânia atingiu 48.165 habitantes em 1940. Na área em que foiedificada a cidade existiam, em 1920, apenas dois pequenos municípios(Campinas e Trindade) cuja população somava no máximo 10.000moradores”.(pg. 114 - 115)

A opção pelo modal rodoviário, fortaleceu o eixo Goiânia - Anápolis no processo de

integração nacional. Ainda segundo ESTEVAM (1997, pg. 114 - 5),

A partir da década de 1970, a região aprofundou sua condição de“periferia imediata” do núcleo dinâmico nacional servindo de base paraintegração do norte do país. Em função do crescimento de Brasília, daexpansão dos troncos rodoviários e do apoio governamental à modernizaçãoagrícola dos cerrados, a região - como um todo - teve seu número dehabitantes multiplicado nas últimas décadas.

A ocupação da região da APA e sua acentuada expansão demográfica, com relevância

para a segunda metade do século XX, provocaram a fragmentação de territórios municipais e a

criação de municipalidades a partir, principalmente, de Anápolis, o mais antigo e o que mais

contribuiu com a formação de outros municípios, conforme mostrado no Quadro 3 a seguir.

QUADRO 3: PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA REGIÃO DA APA

MUNICÍPIO

LEI DE CRIAÇÃO

MUNICÍPIODE ORIGEM

LOCALIZAÇÃO

N° DATAMICRORREGIÃO

(IBGE)REGIÃO DE

PLANEJAMENTO

Anápolis 811 15/12/1887 Pirenópolis Anápolis Centro Goiano (Eixo BR 153)

Campo Limpo deGoiás (Rodrigues

Nascimento)13133 21/07/1997 Anápolis Anápolis Centro Goiano (Eixo BR 153)

Goianápolis 2.142 14/11/1958 Anápolis GoiâniaRegião Metropolitana de

Goiânia

GoiâniaDecreto

32702/08/1935

Anápolis,Bela Vistade Goiás.

GoiâniaRegião Metropolitana de

Goiânia

Nerópolis 104 03/08/1948 Anápolis Goiânia Região Metropolitana de

Plano de Manejo da APA João Leite32

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Goiânia

Terezópolis de Goiás 11704 29/04/1992 Goianápolis GoiâniaRegião Metropolitana de

Goiânia

Ouro Verde de Goiás 4.592 01/10/1963 Anápolis Anápolis Centro Goiano (Eixo BR 153)FONTE: IBGE / Assembléia Legislativa de Goiás.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística

A partir da criação de Goiânia, nos anos 1930, um novo município foi surgindo a cada

década: Nerópolis (1948), Goianápolis (1958), Ouro Verde de Goiás (1963), Terezópolis de

Goiás (1992) e Campo Limpo de Goiás (1997). Seguramente, entre 1963 e 1988 outros não

foram criados devido o controle político por parte do regime militar.

Os municípios da APA e os respectivos povoados, distritos ou aglomerados, bem como

os municípios com os quais mantêm limites geográficos, estão representados no Quadro 4, a

seguir.

QUADRO 4: NÚCLEOS URBANOS E MUNICÍPIOS LIMÍTROFES DOS MUNICÍPIOS DA APA

MUNICÍPIODISTRITOS,

POVOADOS EAGLOMERADOS

MUNICÍPIOS LIMÍTROFES

AnápolisGoialândia, Interlândia,Joanápolis e Souzânia.

Abadiânia, Campo Limpo de Goiás, Gameleira de Goiás,Goianápolis, Leopoldo de Bulhões, Nerópolis, Ouro Verde de

Goiás, Petrolina de Goiás, Pirenópolis e Terezópolis de Goiás.Campo Limpo de Goiás(Rodrigues Nascimento)

- Anápolis e Ouro Verde de Goiás.

Goianápolis Marinápolis.Anápolis, Bonfinópolis, Goiânia, Leopoldo de Bulhões,Nerópolis, Senador Canedo e Terezópolis de Goiás.

Goiânia Vila RicaAbadia de Goiás, Aparecida de Goiânia, Aragoiânia,

Goianápolis, Goianira, Nerópolis, Santo Antônio de Goiás,Senador Canedo e Trindade.

Nerópolis -Anápolis, Goianápolis, Goiânia, Nova Veneza, Ouro Verde de

Goiás, Santo Antônio de Goiás e Terezópolis de Goiás.

Terezópolis de Goiás Miranápolis. Anápolis, Goianápolis e Nerópolis.

Ouro Verde de Goiás -Anápolis, Campo Limpo de Goiás, Damolândia, Nova Veneza,

Nerópolis e Petrolina de Goiás.FONTE: IBGE / Assembléia Legislativa de Goiás.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística

Alguns distritos na região da APA, mostrados no Quadro 4, podem provocar novas

fragmentações, com destaque para o município de Anápolis que possui 4 aglomerados

urbanos. Goiânia apresenta-se como uma metrópole regional com raio de influência que

alcança a região norte do país pelo eixo Brasília - Goiânia, um dos doze sistemas urbanos

regionais mais dinâmicos do país, segundo estudos recentes sobre a expansão da área urbana

brasileira.

Plano de Manejo da APA João Leite33

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5.3. CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA DA APA

A RE é composta por 7 municípios e ocupa uma área de 2.776,8 km2, 0,81% da área

total do Estado de Goiás. Anápolis e Goiânia concentram a maior parte de seu território, 40%

no primeiro e 28%, no segundo, portanto um total de 65%, ver Figura 4 a seguir.

Plano de Manejo da APA João Leite34

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FIGURA 4:PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS MUNICÍPIOS NA COMPOSIÇÃO DAÁREA TOTAL DA REGIÃO DE ESTUDO - 2000.

FONTE: Censo Demográfico

A população da Bacia do Rio João Leite, dentro da região de estudo é de

aproximadamente 130.605 habitantes. Chegou-se a esse número com base nos dados desta

caracterização, adotando-se os critérios aqui estabelecidos e anteriormente descritos.

Já a população residente exclusivamente dentro dos limites da APA João Leite, é de

aproximadamente 75.214 pessoas.

Os municípios da APA possuíam um contingente de 1.429.825 habitantes no ano 2000,

correspondendo a 28,57% da população do Estado de Goiás. Goiânia com 76,4% e Anápolis com

20,14%, as duas maiores cidades da RE reuniam mais de 96% de sua população. O restante

distribuem-se entre Nerópolis (1,29%), Goianápolis (0,74%), Terezópolis de Goiás (0,35%), Campo

Limpo de Goiás (0,32%) e, Ouro Verde de Goiás (0,3%). Ver Figura 5, a seguir.

FIGURA 5:PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL DOS MUNICÍPIOS NA COMPOSIÇÃO DAPOPULAÇÃO TOTAL DA REGIÃO DE ESTUDO - 2000.

FONTE: Censo Demográfico

Plano de Manejo da APA João Leite35

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A APA situa-se na área mais populosa do Estado de Goiás e é, em boa parte,

circundada pela região Metropolitana de Goiânia (RMG). Esse fato tem forte relevância, vez

que Goiânia estimula o crescimento demográfico de municípios conurbados, como é o caso de

Aparecida de Goiânia, localizada ao sul da Capital, na região oposta à APA João Leite,

considerado o 2° município mais populoso do estado, com 336.392 habitantes em 2000.

A região da APA possui uma das densidades demográficas mais altas do país (514,9

hab/km2), dados de 2000, muito acima da estadual (14,69 hab/km2) e, nacional (19,92

hab/km2). (Figura 6)

FIGURA 6:DENSIDADE DEMOGRÁFICA NOS MUNICÍPIOS E NA REGIÃO DE ESTUDO -2000.

FONTE: Censo Demográfico

A ocupação da região da APA intensificou-se fortemente nos anos 1960 e 1970, com a

expansão da fronteira agrícola em Goiás, o surgimento da agroindústria e a criação de uma

ampla e complexa rede de serviços na capital. A Figura 7, a seguir, apresenta a evolução da

população, expressa na sua variação percentual nas contagens dos censos demográficos a

partir de 1970.

Nota-se que o censo de 1980 registrou, para a região da APA, uma variação acentuada

de sua população, correspondente a um crescimento de cerca de 80% em relação ao censo de

1970, situação que se repete para o Brasil e o Estado de Goiás, mas estes com índices

inferiores. A acentuada queda do ritmo de crescimento da população goiana e da região em

estudo vincula-se à criação do Estado do Tocantins, quando, a partir do Censo de 1991, sua

população foi subtraída do contingente do Estado de Goiás.

Plano de Manejo da APA João Leite36

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FIGURA 7:VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO, SEGUNDO OS CENSOSDEMOGRÁFICOS. 1970 = 100,0% NA REGIÃO DE ESTUDO

FONTE: Censo Demográfico

Portanto, na década de 1970, a região da APA foi acrescida em 411.734 pessoas; entre

1980 e 1991, mais 278.068; e, entre 1991 e 2000, mais 233.445, somando, ao final do período,

um total de 1.065.063 pessoas.

Ao observar os municípios que compõem a APA, no gráfico da Figura 8 abaixo,

percebem-se situações diferenciadas, onde Goiânia e Anápolis reproduzem a mesma

tendência da região da APA. Isto acontece certamente porque estes municípios contribuem

com cerca de 96% na formação de sua população total, influenciando fortemente o conjunto de

seus indicadores demográficos.

Com os demais municípios, aqueles existentes em 1980, no entanto, somente Nerópolis

conseguiu um crescimento expressivo nos anos 1970 e manteve uma tendência ascendente

nos anos 1980 e 1990, fato que não ocorreu com Goianápolis e Ouro Verde de Goiás.

Goianápolis, que teve um crescimento discreto nos anos 1970, retoma altas taxas na

década de 1980, diminuindo fortemente nos anos 1990, fato que pode estar vinculado à

emancipação de Terezópolis de Goiás. Por último, Ouro Verde de Goiás, que perde

significativa parcela de sua população nos anos 1970, retoma o crescimento positivo nos anos

1980, arrefecendo-se nos anos 1990. De todo modo, nos anos 1960, 1970 e 1980, municípios

interioranos com fortes características rurais perderam população, intensificando o processo de

urbanização brasileiro, fato também observado na região da APA (Figura 8).

Plano de Manejo da APA João Leite37

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FIGURA 8:VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃODE ESTUDO - 1970 = 100,0%

Nota: Exclusive Campo Limpo de Goiás e Terezópolis de Goiás, criados nos anos 1990.FONTE: Censo Demográfico

Mas a tendência que marca o decênio de 1990 é o arrefecimento generalizado das

taxas de crescimento, mesmo em relação a Nerópolis, onde continuaram ascendentes.

Segundo o IBGE, no interstício 1980/91, o Brasil foi surpreendido pelo mais baixo índice de

crescimento populacional dos últimos decênios e pela primeira vez, desde a sistematização

dos censos, esse percentual ficou abaixo dos 2%, situação que reflete a chamada transição

demográfica, redução da fecundidade e da mortalidade e a conseqüente elevação da

expectativa de vida.

De fato, na década de 1990, as taxas de crescimento foram bastante reduzidas

comparativamente às décadas anteriores. Nerópolis é o município da APA que registrou os

maiores índices, possivelmente na esteira da tendência de crescimento de cidade de médio

porte, observada nos anos 1990 (Quadro 5).

QUADRO 5: TAXA MÉDIA GEOMÉTRICA DE CRESCIMENTO ANUAL DA POPULAÇÃO - 1991/2000.

BRASIL, UNIDADE DA FEDERAÇÃO EMUNICÍPIO.

TAXA DE CRESCIMENTO (% A.A.)TOTAL

Brasil 1,64Estado de Goiás 2,46

Anápolis 2,08Campo Limpo de Goiás -

Goianápolis -0,05Goiânia 1,91

Nerópolis 4,06Ouro Verde de Goiás 0,26Terezópolis de Goiás -

FONTE: Censo Demográfico

Plano de Manejo da APA João Leite38

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Entre os censos demográficos de 1970 e 2000, que registraram modificações

processadas na estrutura da população no período de 1960 a 2000, portanto durante 40 anos,

podem ser observadas significativas alterações no perfil da população brasileira, notoriamente

no que se refere à sua distribuição espacial, com reflexo direto sobre a APA

O processo de modernização conservadora do campo, implementado a partir da década

de 1960, por certo, está baseado no intenso êxodo rural no país, resultando no crescimento

desordenado dos centros urbanos. Acrescente-se a isso o fato de Goiânia ter sido concebida e

edificada, precipuamente, como cidade - sede cuja incumbência seria a da administração

política do estado, portanto, atividade fundamentalmente urbana. Estas duas ordens de fatores

imprimiram à região da APA um grau de urbanização dos mais elevados do país, como pode

ser verificado no Quadro 6, a seguir.

QUADRO 6: EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO NA REGIÃO DA APA

BRASIL,UNIDADE DAFEDERAÇÃOE MUNICÍPIO

SITUAÇÃO DO DOMICÍLIO X ANO

URBANA RURAL

1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000

Brasil 52.097.260 80.437.327 110.990.990 137.953.959 41.037.586 38.573.725 35.834.485 31.845.211

Goiás 1.239.088 2.401.098 3.247.676 4.396.645 1.698.941 1.459.076 771.227 606.583

Anápolis 90.747 163.096 226.925 280.164 14.282 16.916 12.453 7.921

Goianápolis 1.822 2.785 8.594 9.805 5.518 4.784 2.122 866

Goiânia 363.006 703.640 913.485 1.085.806 17.767 13.879 8.737 7.201

Nerópolis 4.248 7.100 11.306 17.253 3.487 2.268 1.681 1.325

Ouro Verdede Goiás

1.866 1.686 2.144 2.565 3.835 2.158 2.115 1.793

Terezópolisde Goiás

0 0 0 3.616 0 0 0 1.467

FONTE: Censo Demográfico

Todos os municípios apresentaram redução de seus contingentes: em 1970 a

população rural da região da APA era de 40.005 pessoas e, em 2000, era apenas 21.018.

Inversamente, a população urbana cresceu mais de 300%, passando de 461.689 para

Plano de Manejo da APA João Leite39

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1.494.117. Fato este que reflete o que ocorre em todo o país, a Figura 9, a seguir, ilustra essa

análise.

FIGURA 9:EVOLUÇÃO DA TAXA DE URBANIZAÇÃO

FONTE: Censo Demográfico

Verifica-se que a região da APA possui uma elevada taxa de urbanização, Figura 10,

desde o censo demográfico de 1970, antecipando-se, consideravelmente, do processo de

urbanização do Estado de Goiás e do Brasil. Dos municípios que compõem a APA, Goiânia e

Anápolis são os que possuem as mais elevadas taxas de urbanização e, no pólo oposto, estão

Ouro Verde de Goiás e Terezópolis de Goiás.

FIGURA 10: TAXA DE URBANIZAÇÃO

FONTE: Censo Demográfico

Plano de Manejo da APA João Leite40

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A APA possui outras áreas urbanizadas fora das sedes municipais: Goialândia,

Interlândia, Joanápolis e Souzânia, em Anápolis e Vila Rica, em Goiânia: entre 1991 e 2000, a

população desses distritos cresceu 23,34%, um pouco acima da media da região da APA

(Quadro 7).

QUADRO 7: POPULAÇÃO RESIDENTE NOS DISTRITOS DA REGIÃO DA APA

MUNICÍPIO E DISTRITOANO

1991 1996 2000

Goialândia - Anápolis 956 1.222 987

Interlândia - Anápolis 1.659 1.692 1.598

Joanápolis - Anápolis 861 887 843

Souzânia - Anápolis 1.559 1.608 1.623

Vila Rica - Goiânia 0 0 1.615

Total 7.026 7.405 8.666

FONTE: Censo Demográfico

A distribuição da população por sexo é um importante indicador na definição do seu

perfil socioeconômico e cultural, assim como na definição de políticas públicas voltadas para

segmentos populacionais específicos. Observa-se no Quadro 8 a seguir que, desde o censo

de 1970, os municípios da região da APA seguem a mesma tendência, observada para Goiás,

de elevação da participação feminina, atingindo um pleno equilíbrio em 2000.

QUADRO 8: POPULAÇÃO RESIDENTE POR SEXO. (%)

BRASIL, UNIDADE DAFEDERAÇÃO E MUNICÍPIO.

SEXOANO

1970 1980 1991 1996 2000

BrasilHomens 49,74 49,70 49,37 49,30 49,22Mulheres 50,26 50,30 50,63 50,70 50,78

GoiásHomens 51,16 50,89 50,15 50,00 49,82Mulheres 48,84 49,11 49,85 50,00 50,18

AnápolisHomens 49,06 49,71 48,96 48,88 48,77Mulheres 50,94 50,29 51,04 51,12 51,23

GoianápolisHomens 51,66 53,40 52,76 52,25 51,48Mulheres 48,34 46,60 47,24 47,75 48,52

GoiâniaHomens 49,10 48,66 47,78 47,78 47,67Mulheres 50,90 51,34 52,22 52,22 52,33

NerópolisHomens 50,20 50,11 50,20 49,89 49,81Mulheres 49,80 49,89 49,80 50,11 50,19

Ouro Verde de GoiásHomens 52,39 53,51 52,12 52,01 52,04Mulheres 47,61 46,49 47,88 47,99 47,96

Terezópolis de GoiásHomens - - - 51,90 50,88Mulheres - - - 48,10 49,12

FONTE: Censo Demográfico

Historicamente, a distribuição da população por sexo em Goiás registra um ligeiro

predomínio do masculino, situação que se altera no censo demográfico de 2000, quando o

Estado atinge uma razão de sexo de 99,3 homens para cada 100 mulheres, mais próximo doPlano de Manejo da APA João Leite

41

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índice observado para o Brasil (96,9). Este fato pode ser explicado, em parte, pela tendência

de urbanização acelerada da população do Estado.

FIGURA 11: RAZÃO DE SEXO

FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1980,1991 e 2000.

Na Figura 11 nota-se que essa situação se reproduz mais intensamente na região da

APA, percebendo-se que a redução do peso da população masculina acompanha a elevação

das taxas de urbanização dos municípios e vice-versa. A rigor, esse fato está condicionado por

fatores socioeconômicos, particularmente no que se refere às oportunidades de emprego de

modo que, onde predominam atividades do setor primário, tende a prevalecer o sexo masculino

e, onde as oportunidades são oriundas do terciário, o sexo feminino tende a ser majoritário. De

fato, na região da APA, nos municípios cuja economia tem um perfil mais rural, o masculino

predomina sobre o feminino, como em Ouro Verde de Goiás (52,04%), Terezópolis de Goiás

(50,88%) e Goianápolis (51,48%), inversamente ao que ocorre em Anápolis e Goiânia.

A razão de dependência revela o peso da população considerada inativa (0 a 14 anos e

65 anos e mais) sobre a potencialmente ativa (15 a 64 anos). Quando a soma de inativos é

inferior à dos ativos há, então, uma oportunidade demográfica de desenvolvimento.

A Figura 12, demonstra um gradativo declínio da razão de dependência em todo o país,

fato este relacionado ao processo de transição demográfica. Segundo o IBGE, os dados do

censo de 2000 indicam que “o declínio generalizado da fecundidade no país, conjugado à

redução da mortalidade, contribuiu de forma decisiva para as mudanças processadas na

composição por idade da população. Tais alterações caracterizaram o início do processo de

envelhecimento da população brasileira”.

Plano de Manejo da APA João Leite42

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FIGURA 12: RAZÃO DE DEPENDÊNCIA

FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.

Observa-se pela figura anterior que o declínio é generalizado e ocorre também nos

municípios da APA, ainda que de modo diferenciado: naqueles com taxas de urbanização mais

elevadas, como Anápolis e Goiânia, a razão de dependência é menor, contrariamente ao que

ocorre em Terezópolis de Goiás e Goianápolis.

De fato, quando se compara os dados dos censos de 1991 e 2000, verificam-se

significativas alterações na participação percentual das faixas etárias, que se expressam na

redução da participação percentual das crianças (0 a 14 anos), e no aumento dos adultos (15 a

64 anos) e idosos (65 anos e mais), tanto para o Brasil, quanto para o Estado de Goiás e os

municípios da APA. Essas alterações relacionam-se à já assinalada fase de transição

demográfica que consiste na redução das taxas de fecundidade e mortalidade e elevação da

expectativa de vida, ocasionando o envelhecimento da população.

As três figuras, a seguir, explicitam as tendências demográficas nos últimos 40 anos, no

que se refere à participação dos grupos etários na composição da população total. O primeiro

indica, por um lado, que o peso percentual do grupo de menos de 15 anos, na composição da

população da região da APA, é menor, Figura 13, comparativamente ao do Estado de Goiás e

do Brasil e, por outro lado, que a mesma tendência de queda reproduz-se para as três

unidades territoriais.

Plano de Manejo da APA João Leite43

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FIGURA 13: POPULAÇÃO DE MENOS DE 15 ANOS

FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.

Afirma-se que, desde a década de 1960, no decênio de 1980, incidiu, com maior

evidência, mudanças mais acentuadas do processo de transição demográfica no Estado de

Goiás. Percebe-se pela Figura 14, que a região da APA acompanha a linha de tendência do

Brasil e de Goiás quanto ao aumento da população adulta, mas com índice que ultrapassa a

média nacional e estadual. Conclui-se que, desde os anos 1960, a participação deste grupo na

composição etária da população é superior à média brasileira e goiana.

Um outro fator relaciona-se às características dos imigrantes. A rigor, em regiões de

rota de migração, como historicamente se constituiu a região da APA, tende a predominar a

população adulta, aquela em condições de exercer atividades econômicas.

FIGURA 14: POPULAÇÃO DE 15 A 64 ANOS

Plano de Manejo da APA João Leite44

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FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.

Como já indicado, a transição demográfica eleva consideravelmente o contingente de

pessoas de 65 anos e mais de idade, tendência explicitada, desde o censo de 1970. A região

da APA acompanha a média do Estado de Goiás, posicionando-se abaixo da média nacional,

ou seja, comparativamente ao Brasil, possui uma participação menor de idosos na composição

da sua população (Figura 15).

FIGURA 15: POPULAÇÃO DE 65 ANOS E MAIS

FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.

A elevação da expectativa de vida e da vida média do brasileiro proporciona o aumento

do índice de envelhecimento da população. Nota-se que o índice se situa entre a média

estadual e a nacional, isto porque, comparativamente ao Brasil, possui, proporcionalmente, um

percentual menor de idosos e de jovens e uma participação significativamente maior de

população adulta (Figura 16).

FIGURA 16: ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO

Plano de Manejo da APA João Leite45

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FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000.

Voltando a atenção para os municípios da APA no que se refere à participação dos

grupos etários na formação de suas respectivas populações, constata-se no Quadro 9 que, em

geral, obedecem ao padrão estadual, nacional e da região da APA com ligeiras alterações.

Uma diferença que se pode destacar refere-se aos casos de Anápolis e Goiânia, onde há uma

menor participação percentual do grupo de até 14 anos e uma maior participação percentual do

grupo de 15 a 64 anos, comparativamente à maioria dos municípios da APA, especialmente,

aqueles com características predominantemente rurais.

QUADRO 9: POPULAÇÃO RESIDENTE GRUPOS DE IDADE

MUNICÍPIOGRUPOS DE

IDADE

POPULAÇÃO RESIDENTE

(HABITANTE) (PERCENTUAL)

1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000

Região deEstudo

Total 507.648 920.057 1.198.220 1.425.098 100,00 100,00 100,00 100,00

Menos de 15anos 209.945 332.495 377.664 375.336 41,35 36,13 31,5 26,33

15 a 64 anos 285.010 561.699 773.581 983.847 56,14 61,05 64,56 69,03

65 anos e mais 12.693 25.863 46.975 65.908 2,5 2,8 3,9 4,6

Anápolis

Total 105.029 180.012 239.378 288.085 100,00 100,00 100,00 100,00

Até 14 anos 44.572 67.826 78.092 81.699 42,43 37,69 32,62 28,36

15 a 64 57.855 107.187 152.167 191.971 55,08 59,54 63,58 66,64

65 e mais 2.374 4.924 9.119 14.369 2,26 2,73 3,81 4,99

Plano de Manejo da APA João Leite46

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MUNICÍPIOGRUPOS DE

IDADE

POPULAÇÃO RESIDENTE

(HABITANTE) (PERCENTUAL)

1970 1980 1991 2000 1970 1980 1991 2000

Goianápolis

Total 7.340 7.569 10.716 10.671 100,00 100,00 100,00 100,00

Até 14 3.503 3.284 3.933 3.353 47,73 43,39 36,7 31,42

15 a 64 3580 4024 6.392 6.867 48,77 53,15 59,66 64,34

65 e mais 2515 2696 4431 455 34,27 35,61 41,35 4,22

Goiânia

Total 380.773 717.519 922.222 1.093.007 100,00 100,00 100,00 100,00

Até 14 155.870 256.118 288.683 280.300 40,94 35,7 31,31 25,65

15 a 64 216.441 443.049 602.332 763.264 56,84 61,74 65,3 69,84

65 e mais 7.512 17.749 31.207 49.442 1,98 2,48 3,38 4,51

Nerópolis

Total 7.735 9.368 12.987 18.578 100,00 100,00 100,00 100,00

Até 14 3.364 3.745 4.420 5.529 43,5 39,97 34,04 29,76

15 a 64 4.202 5.284 7.997 12.141 54,33 56,4 61,59 65,34

65 e mais 163 332 570 907 2,1 3,55 4,38 4,88

Ouro Verdede Goiás

Total 5.701 3.844 4.259 4.358 100,00 100,00 100,00 100,00

Até 14 2636 1522 1349 1245 46,24 39,59 31,67 28,56

15 a 64 anos 2932 2155 2724 2845 51,43 56,06 63,95 65,29

65 anos e mais 129 162 186 268 2,27 4,22 4,36 6,14

Terezópolisde Goiás

Total - - - 5.083 - - - 100,00

Até 14 anos 1592 31,32

15 a 64 - - - 3282 - - - 64,57

65 e mais - - - 209 - - - 4,1FONTE: IBGE, Censo Demográfico 1980, 1991 e 2000.

A migração é um importante componente quando se procura investigar a dinâmica

demográfica de uma determinada região. A contagem populacional de 1996, em que pese seus

dez anos de realização, permite avaliar alguns aspectos referentes à migração recente na

região da APA, como se pode observar no Quadro 10.Plano de Manejo da APA João Leite

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Em 1996, das 4.514.967 pessoas residentes no Estado de Goiás, 550.829 (12,2%)

eram imigrantes, sendo a maior parte (52,02%) de outra unidade da federação. Desses

imigrantes, 117.420, ou seja, 21,3% se dirigiram para os diversos municípios da APA. Portanto,

de 1991 a 1996 a região da APA recebeu 117.420 imigrantes.

QUADRO 10:PESSOAS NÃO RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA ATUAL EM 01/09/91POR ORIGEM DO MOVIMENTO MIGRATÓRIO E SEXO - 1996

UNIDADE DAFEDERAÇÃOE MUNICÍPIO

PESSOAS NÃO RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE RESIDÊNCIA ATUAL EM 01/09/91

(PESSOAS) (PERCENTUAL)

TO

TA

L

OU

TR

A U

NID

AD

E D

A F

ED

ER

ÃO

ME

SM

A U

NID

AD

E D

AF

ED

ER

ÃO

PA

ÍS E

STR

AN

GEI

RO

IGN

OR

AD

O

TO

TA

L

OU

TR

A U

NID

AD

E D

A F

ED

ER

ÃO

ME

SM

A U

NID

AD

E D

AF

ED

ER

ÃO

PA

ÍS E

STR

AN

GEI

RO

IGN

OR

AD

O

Goiás 550.829 288.627 258.131 1.449 2.622 100,00 52,40 46,86 0,26 0,48

Anápolis 20.541 9.233 11.061 171 76 100,00 44,95 53,85 0,83 0,37

Goianápolis 1.778 262 1.494 0 22 100,00 14,74 84,03 - 1,24

Goiânia 90.976 50.794 39.037 734 411 100,00 55,83 42,91 0,81 0,45

Nerópolis 2.383 514 1.858 2 9 100,00 21,57 77,97 0,08 0,38

Ouro Verdede Goiás

364 42 318 2 2 100,00 11,54 87,36 0,55 0,55

Terezópolisde Goiás

527 157 363 1 6 100,00 29,79 68,88 0,19 1,14

APA 117.420 61.090 54.885 910 535 100,00 52,02 47,92 0,77 045

FONTE: IBGE - Contagem da População

Os imigrantes tiveram pesos diferenciados na formação do contingente total dos

municípios, como pode ser verificado no Quadro 11, variando de 8,1%, em Ouro Verde de

Goiás, a 17,44%, em Goianápolis.

QUADRO 11:SITUAÇÃO DA MIGRAÇÃO NA REGIÃO DA APA

MUNICÍPIOPOPULAÇÃO EM

1996MIGRANTES

PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL EMRELAÇÃO Á POPULAÇÃO TOTAL

Goiás 4.514.967 550.829 12,2

Anápolis 264.975 20.541 7,7

Goianápolis 10.191 1.778 17,44

Plano de Manejo da APA João Leite48

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Goiânia 1.003.477 90.976 9,0

Nerópolis 15.241 2.383 15,6

Ouro Verde de Goiás 4.513 364 8,1

Terezópolis de Goiás 4.422 527 11,9FONTE: IBGE - Contagem da População

Mas quando se considera o município de destino da maior parte dos imigrantes,

constata-se pela Figura 17, que Goiânia (78,1%) e Anápolis (17,6%) foram os preferidos e,

juntos, abrigaram quase 100 mil pessoas em 05 anos.

FIGURA 17:DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DE IMIGRANTES NOS MUNICÍPIOS DAREGIÃO DA APA - 1996

FONTE: IBGE - Contagem da População

A Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás elaborou projeções populacionais

para os municípios da APA e, considerando-se as estimativas demográficas para 2005, a

população total teria atingido a casa dos 1.566.453 pessoas, ou seja, 141.318 pessoas a mais,

comparativamente a 2000. Conseqüentemente, se em 2000 havia 51 pessoas/km2, em 2005

tiveram que receber mais 50 pessoas no mesmo espaço (Quadro 12).

QUADRO 12:POPULAÇÃO RESIDENTE ESTIMADA E DENSIDADE DEMOGRÁFICA, SEGUNDO OSMUNICÍPIOS - 2001 - 05.

MUNICÍPIOSPOPULAÇÃO DENSIDADE

DEMOGRÁFICA(HAB/KM²)

TAXA MÉDIA GEOMÉTRICADE CRESCIMENTO ANUAL1996 2000

ESTIMATIVA

Plano de Manejo da APA João Leite49

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2005 2000 2005 1996/00 2000/05Estado deGoiás

4.514.967 5.003.228 5.619.917 16,52 2,60 2,35

Anápolis 264.975 288.085 313.412 267,71 341,27 2,11 1,70Goianápolis 10.191 10.671 12.825 65,49 78,98 1,16 3,75Goiânia 1.003.477 1.093.007 1.201.006 1.472,96 1.624,10 2,16 1,90Nerópolis 15.241 18.578 22.081 90,95 108,13 5,07 3,52Ouro Verdede Goiás

4.513 4.358 4.420 20,71 21,08 -0,87 0,28

Terezópolisde Goiás

4.422 5.083 6.085 47,45 56,88 3,54 3,66

FONTE: IBGE (1) Estimativa pelo método logístico Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005

Nas estimativas, as taxas médias geométricas de crescimento anual para Anápolis e

Goiânia no período 2000/2005 são inferiores às de 1996 / 2000, até porque este período é

menor em um ano. Para alguns municípios, aqueles territorial e demograficamente menores, as

taxas são consideravelmente mais elevadas, podendo-se supor o fortalecimento da tendência

de desconcentração de algumas cidades maiores, para outras de porte menor. É preciso

lembrar que na década de 1990, o Estado de Goiás teve uma taxa de crescimento quase um

ponto percentual acima da média brasileira, semelhante ao que ocorreu com Goiânia e

Anápolis.

Observa-se pela Figura 18, a seguir, que as variações percentuais do conjunto da

população a cada cinco anos têm ficado na casa dos 9%, mantendo essa média até 2005,

então se contabilizará ao final do decênio mais 135 mil pessoas na região da APA, ou seja, em

torno de 280 mil pessoas a mais, relativamente a 2000.

FIGURA 18: VARIAÇÃO PERCENTUAL DA POPULAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

FONTE: IBGE (1) Estimativa pelo método logísticoElaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005Nota: 1991 = 100,0%

Plano de Manejo da APA João Leite50

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A já elevada taxa de urbanização da região da APA, segundo as estimativas, terá um

reduzido acréscimo, passando de 98,52% para 98,85% e, Goiânia e Anápolis alcançando a

casa dos 99,25% e 99,27%, respectivamente, ver Quadro 13, a seguir.

QUADRO 13:POPULAÇÃO RESIDENTE ESTIMADA E DENSIDADE DEMOGRÁFICA, SEGUNDO OSMUNICÍPIOS - 2001 - 05.

MUNICÍPIOS POPULAÇÃO

TOTAL URBANA RURALABSOL. % ABSOL. % ABSOL. %

Estado de Goiás 5.619.917 100,0 5.064.626 90,12 555.291 9,88Anápolis 313.412 100,0 311.123 99,27 2.289 0,73Goianápolis 12.825 100,0 11.843 92,34 982 7,65Goiânia 1.201.006 100,0 1.192.031 99,25 8.975 0,75Nerópolis 22.081 100,0 20.972 94,97 1.109 5,03Ouro Verde de Goiás 4.420 100,0 2.761 62,46 1.659 37,54Terezópolis de Goiás 6.085 100,0 3.437 56,48 2.648 43,52

FONTE: IBGE (1) Estimativa pelo método logístico Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005

Os indicadores demográficos permitem afirmar que a região da APA é acentuadamente

populosa, e que sua elevada densidade demográfica se concentra nas cidades, situação que

se verifica fundamentalmente em Goiânia e Anápolis. Os dados indicam ainda que a população

da área continuará em crescimento, ainda que em ritmo mais lento.

A taxa média de alfabetização na região da APA (excluindo-se Campo Limpo de Goiás),

em 2000, atinge o índice de 87,9%, portanto, ligeiramente abaixo da média estadual de 89,2%,

e acima da nacional, de 87,18% (IBGE, 2006). Figura 19.

FIGURA 19: POPULAÇÃO DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ALFABETIZADAS - 2000.

FONTE: IBGE - Censo Demográfico

Plano de Manejo da APA João Leite51

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De outro modo, a maior parte dos demais municípios, possui índices de alfabetização

abaixo do estadual e do nacional, apresentando grande melhoria ocorrida na década de 1990,

como se pode verificar no Quadro 14, a seguir.

QUADRO 14:POPULAÇÃO RESIDENTE DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, ALFABETIZADA E TAXADE ALFABETIZAÇÃO, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS - 1991 E 2000.

MUNICÍPIOS

1991 2000

TOTALALFABETIZAD

A

TAXA DEALFABETIZAÇÃO

(%)TOTAL

ALFABE-TIZADA

TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (%)

Goiás 3.110.434 2.575.908 82,82 4.033.691 3.598.044 89,2Anápolis 188.245 164.713 87,5 234.488 215.775 92,02

Goianápolis 8.143 5.675 69,69 8.421 7.095 84,25Goiânia 732.913 675.284 92,14 911.064 867.412 95,21

Nerópolis 10.070 8.141 80,84 14.966 13.127 87,71Ouro Verde de

Goiás3.379 2.575 76,21 3.542 3.041 85,86

Terezópolis deGoiás

- - - 4.011 3.305 82,4

FONTE: IBGE Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005 (1) Município instalado em 1º de janeiro de 2001.

5.4. ORGANIZAÇÃO SOCIAL

As sociedades contemporâneas têm como uma de suas principais características a

complexidade, expressa na diversidade e adversidade mediante a constituição e relação entre

grupos sociais. Neste contexto tornam-se comuns, os conflitos sociais, quando, então,

emergem os atos sociais coletivos.

A APA abriga uma diversidade de sociedades urbanas e rurais, desde núcleos urbanos

extremamente reduzidos, como é o caso de Ouro Verde de Goiás, até outros extremamente

complexos, como é o caso de Goiânia e Anápolis que, somados, chegam a mais de 1 milhão

de habitantes.

De maneira geral, pode-se diferenciar dois grupos de sociedades na APA. Um primeiro

grupo constituído por sociedades com maior contingente populacional e com característica

mais urbana, vinculada às atividades industriais e de serviços. Aqui se incluem os municípios

de Goiânia e Anápolis. Já o segundo grupo, onde entram todos os demais municípios, tem

características mais vinculadas às atividades rurais. Portanto, nos municípios do primeiro grupo

há uma diversidade significativamente maior dado à complexidade das relações sociais

(políticas, culturais, ambientais, etc.), e a diversidade de grupos de interesses presentes em

Plano de Manejo da APA João Leite52

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sua vida cotidiana. Já no segundo grupo, prevalecem organizações mais vinculadas às

atividades rurais, como são os casos das cooperativas, especialmente de laticínios e sindicatos

rurais patronais e de trabalhadores (Quadro 15).

QUADRO 15:COOPERATIVAS NA REGIÃO DE ESTUDO

MUNICÍPIOS COOPERATIVAS

Anápolis

Cooperativa de Produção dos Profissionais de Manutenção de Veículos Automotores de Anápolis -COPERAUTO

Cooperativa de Trabalho Médico - UNIMED / Anápolis

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo Médicos e Outros Profissionais da Saúde de Anápolis e Região -UNICDI

Cooperativa Crédito Rural de Anápolis Ltda CDIRURAL - CAPA

Goiânia

Cooperativa Industrial de Suinocultura do Estado de Goiás Ltda - COOPERSUINOS

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Com. de Confecção de Goiânia Ltda - CDIGOÍAS - LOJCD

Cooperativa de Ensino Superior de Goiás - COESGO

Cooperativa Habitacional dos Servidores Militares e Civis - COHASMIC

Cooperativa Agronegócio de Avestruz Centro - Oeste - COOVESTRUZ

Cooperativa Central de Laticínios de Goiás - CENTROLEITE

Cooperativa de Usuários de Assistência Médica - USIMED / GOIÂNIA

Cooperativa de Consumo dos Motoristas de Goiânia Ltda - MOTORISTA DE GOIÂNIA

Cooperativa Mista dos Servidores da Universidade Federal de Goiás e demais Trabalhadores de EmpresasPúblicas e Privadas do Estado de Goiás - COOPER-UFG

Cooperativa de Materiais para Construção do Estado de Goiás - COOPER-DE

Cooperativa de Crédito Rural Goiáscarne Ltda - CDIGOIÁS CARNE

Cooperativa Central de Crédito de Goiás Ltda - SICOOB GOIÁS CENTRAL

Cooperativa de Crédito Rural dos Agropecuaristas de Goiânia Ltda - CDIGOIÁS CDISGPA

Cooperativa Goiana de Economia de Crédito Mútuo dos Profissionais da Saúde Ltda - UNICD-GOIÂNIA

Central das Cooperativas de Crédito do Brasil Central - UNICD BRASIL CENTRAL

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Advogados Goiânia - CDIJUR

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Bancários Goiânia Ltda - CDIGOIÁS CDIFORTE

Cooperativa de Crédito Mútuo dos Engenheiros e Arquitetos das Microrregiões de Goiânia e Anápolis Ltda -CDIGOIÁS ENGECD

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo de Servidores e Funcionários da Secretaria da Fazenda doEstado de Goiás - CDIGOIAS CDIAFFEGO

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Profissionais de Saúde de Goiânia e região Ltda -CDIGOIÁS CDISAÚDE

Cooperativa de Crédito Mútuo dos Médicos das Microrregiões de Goiânia e Anápolis -CDIGOIÁS CDMED

Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Cortos de Seg. Cap. de Pv. Privadas da MicrorregiãoGoiânia - CDIGOIÁS CDICOR

Cooperativa de Crédito Mútuo dos Servidores da Polícia Federal e Policiais Rodoviários Federais e demaisServidores Públicos Federais em Goiás - CDIGOIÁS FEDERALCD

Cooperativa Habitacional Santa Luzia Ltda - HAB SANTA LUZIA

Cooperativa Habitacional dos Trabalhados Autônomos - COHATA

Cooperativa dos Médicos Radiologistas do Estado de Goiás - COOPERAD

Federação das Unimeds do Estado Goiás e Tocantins -FEGOTO

Goiânia Clinica Sociedade de Cooperativas de Servidores Médicos Hospitalares Ltda - GOIÂNIA CLINICA

Cooperativa Médica do Estado de Goiás Ltda - COMEGO

Cooperativa de Trabalho Médico - UNIMED/GOIÂNIA - Cooperativa de Trabalho de Cirurgiões Dentistas -UNIODONTO GOIÂNIA

Federação das Cooperativas Odontológicas do Estado de Goiás, Tocantins e Distrito Federal -

Plano de Manejo da APA João Leite53

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MUNICÍPIOS COOPERATIVASFEDERAÇÃO DAS UNIODONTOS

Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas de Goiás Ltda - COOPANEST

Cooperativa de Reciclagem de Lixo - COOPC

Cooperativa dos Profissionais de Formação de Condutores de Veículos do Estado de Goiás -COOPERTRAN

Cooperativa dos Profissionais em Gestão de Agronegócio - AGROCOOP

Goiânia

Cooperativa de Prestação de Serviços Multidisciplinares do Estado de Goiás - MUNDCOOP

Federação das Cooperativas de Trabalho do Estado de Goiás - FETRABALHO

Cooperativa de Serviços Técnicos para o Desenvolvimento Rural - COOSTEC

Cooperativa dos Técnicos de Manutenção de Equipamentos para Postos de Abastecimento deCombustíveis - COOPERMAN

Cooperativa de Vendedores - Univendas de Goiás e Tocantins Ltda

Cooperativa de Trabalhadores de Serviços para o Desenvolvimento Solidário da Economia Comunitária -COOPERSOL

Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos do Estado Goiás - COOTRAUGO

Cooperativa dos Médicos Veterinários de Goiás - UNIMEV

Cooperativa de Trabalhadores na Prestação de Serviços Multidisciplinares do Estado de Goiás - COPSGO

Cooperativa dos Condutores de Motocicletas do Estado de Goiás - COOPMEGO

Cooperativa de Transportes União - COOPERUNIDOS

Cooperativa dos Transportados de Petróleo e Derivados - COOPERTRANSP

Cooperativa de Transporte de Cargas e Passageiros - TRANSCOOP

Cooperativa União do Brasil Ltda - COOPHERAUNIÃO

Cooperativa de Transporte de Passageiros e Cargas em Geral

Nerópolis

Cooperativa de Eletrificação Rural de Nerópolis Ltda - CERNE.

Cooperativa de Trabalho dos Agentes de Desenvolvimento Rural - COOPERADR

FONTE: SEPLAN

Verifica-se ainda, pelo quadro anterior, a inexistência de cooperativas nos municípios de

Campo Limpo de Goiás, Goianápolis, Ouro Verde de Goiás e Terezópolis de Goiás. De fato

são os municípios com menor população e com vida rural mais intensa. Ao contrário, quanto

maior a população, mais complexo o núcleo urbano e, conseqüentemente, mais numerosos e

diversos são os grupos de interesse e suas organizações, haja vista a grande quantidade e

diversidade de cooperativas na capital.

No caso específico deste estudo tomam particular relevância as organizações sociais

focadas na questão ambiental. No levantamento verificou-se que em todos os municípios da

APA há órgãos governamentais voltados ao meio ambiente, como pode ser constatado pela

lista abaixo.

5.5. ÓRGÃOS MUNICIPAIS DE MEIO AMBIENTE

Município de Anápolis:

Prefeito: Pedro Fernando Sahium

Plano de Manejo da APA João Leite54

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Secretário Municipal do Desenvolvimento Urbano Sustentável: Fábio Maurício Corrêa.

Diretor de Meio Ambiente: Luiz Henrique Fonseca Ribeiro

Contato: (62) 3902-1239

Município de Campo Limpo de Goiás:

Prefeito: Joaquim Silveira Duarte

Secretário de Meio Ambiente, Transporte e Ação Urbana: Altamiro Gomes da Silva

Contato: (62) - 3345-1402 / 3345-1278

Município de Goiânia:

Prefeito: Íris Rezende Machado

Presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente: Clarismino Luiz Pereira Júnior

Contato: (62) 3524-1421/3524-1416

Município de Goianápolis:

Prefeito: Waldecino Ferira Neto

Secretário de Meio Ambiente: Cláudio Zilmar Schumacher

Contato: (62) 3341-2065 / 2017

Município de Nerópolis:

Prefeito: Wilmar Martins Teixeira

Secretária de Ação Urbana, Meio Ambiente, Habitação e Obras: Sônia Maria Teixeira

Contato: (62) - 3513-1307 ramal 214

Município de Terezópolis de Goiás:

Prefeito: Uilton Pereira dos Santos

Secretário de Ordenamento, Ação Urbana, Indústria, Comércio e Meio Ambiente: João Luiz Freitas Neto

Contato: (62) 3348-1388

Município de Ouro Verde de Goiás:

Prefeito: Anízio Florentino Alves

Secretária de Saúde e Meio Ambiente: Renata Juliana dos Santos

Contato: (62) - 3342-1122 / 3342-1222

Plano de Manejo da APA João Leite55

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Consideram-se ainda fundamentais as organizações com responsabilidades

urbanísticas do município de Goiânia, como a Secretaria de Planejamento Municipal

(SEPLAM), assim como o órgão gestor da região Metropolitana de Goiânia, junto à Secretaria

de Planejamento do Estado de Goiás (SEPLAN).

Interlocutores fundamentais são os conselhos: Estadual de Meio Ambiente (CEMAM) e

de Recursos Hídricos (CERH) e os comitês: da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte, de Gestão

do PEAMP e o Conselho Consultivo da APA João Leite.

5.6. ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS - ONG’S.

As Organizações Não Governamentais - ONG’s, estão presentes principalmente em

Goiânia, como demonstrado a seguir:

ANÁPOLIS

- Associação Anapolina de Proteção ao Meio Ambiente - AAPMA

CNPJ: 01.231.091/0001-39

Endereço: Rua Calixto Abdala, nº 76 - Bairro: Centro - CEP: 74000-000

Telefone: (62) 3324.2089 - Fax: (62) 3324.0179

GOIÂNIA

- Associação Brasileira Para Conservação das Tartarugas - Pró-Tartaruga

CNPJ: 37.285.582/0001-00

Endereço: Rua 4, 515 - Ed. Parthenon Center, sala 1207 - Bairro: Centro - CEP: 74020-060

Telefone: (62) 3223 9216 - Fax: (62) 3223 9216

E-mail: [email protected]

- Fundação Pró-Cerrado

CNPJ: 86.819.323/0001-27

Diretor secretário Geral: Adair Antônio de Fitas Meira

Endereço: Av. H esquina com Rua 72 - Parque das Crianças - Bairro: Jardim Goiás

CEP: 74810-070

Telefone: (62) 3846.6189 - Fax: (62) 3846.6184

E-mail: [email protected]

Plano de Manejo da APA João Leite56

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- Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado - CEDAC

CNPJ: 03.786.980/0001-98

Diretor Executivo: Roni Barbosa

Endereço: Rua C-233 s/n, Quadra 572, Lote 02 - Bairro: Setor Nova Suíça - CEP: 74290-040

Telefone: (62) 3251.6281 - 3251.4075 - Fax: (62) 3251.4075

E-mail: [email protected]

- Instituto Brasil Central (do Cerrado) - IBRACE

CNPJ: 02.042.513/0001-90

Pres.: Alda Maria Borges Cunha

Endereço: Rua 1ª Avenida, 364 - Bairro: Setor Universitário - CEP: 74605-020

Telefone: (62) 3202 1620 - 3225.2801 - Fax: (62) 3202 2161 - 3212.1738 -

E-Mail: [email protected]

- Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente - ARCA

End: Av. Universitária, 1440 Departamento de Arquitetura da UCG St. Universitário

CEP 74605-010 - CNPJ: 00.904.326/0001-43

Fone: 218-5768

Pres.: Miraci Kuramoto Nucada

Endereço: Rua 240, nº 129 - ST Universitário - Bairro: Setor Marista - CEP: 74605-170

Telefone: (62) 3241.6987 - Fax: (62) 3241.6987

Rua 240 Qd. 94 Lt. 15 n° 129, Setor Universitário

Telfax: (0**62) 3565-2588

E-mail: [email protected] / [email protected]

- Grupo Nativa

Pres.: Fábio Martinelli

Rua C-197, Qd. 497 Lt. 02, Jardim América - CEP: 74270-030

Tel.: (0**62) 3252-1663 / Fax: (0**62) 3285-7752

E-Mail: [email protected]

- Sociedade de Defesa dos Recursos Naturais - SODERNA

Pres.: Marilda da Conceição Ribeiro (3524-8517/3524-8520)

Campus Samambaia, Prédio ICB - 1 (térreo) - CEP: 74001-970

Tel.: (0**62) 521-1186 - Fax: (0**62) 521-1190

E-Mail: [email protected]

- Gente do Meio Ambiente - GEMA

Pres.: Milton Torres Mendes

Alameda Couto Magalhães, 459, Apt. 904 Setor Bela Vista Ed. Sangal - CEP: 74823-410

Tel.: (0**62) 3255-1008/ 9977-8964

E-Mail: [email protected]

- Sociedade Protetora dos Animais

Pres.: Dr. Randow Barbosa de Moura

Plano de Manejo da APA João Leite57

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Av. Deputado Jamel Cecílio n° 2025, Setor Pedro Ludovico - CEP: 74093-250

Tel.: (0**62) 3242-0598 - Fax: (0**62) 3241-6556

- Instituto Goyá

Pres.: Marco Antônio Sperb Leite (casa-2921074)

Rua 2, n°230, sala 310, Ed.Carlos Chagas, Centro - CEP: 74013-020

Telefax: 3225-2474 - Goiânia - GO

E-Mail: [email protected]

- Grupo Espeleológico Goiano - GCO

Pres.: Eliana Lopes de Carvalho

Rua 58 Qd. 106 Lt. 09 n° 94 Ed. Valdemar Dutra Apt. 104 - CEP: 74055-170 - Goiânia-GO

Tel.: 3233-8302 (Emílio- casa) ou 9616-7477(PT)

- Associação Cultural Bernardo Élis dos Povos do Cerrado

Pres.: José Lino Curado

Rua C-237, n°189 - Jardim América. - CEP:74290-140

Telefax: 3274-1384

E-mail: [email protected]

- Fundo para a Conservação da Onça - Pintada - Jaguar Conservation Fund

Pres.: Leandro Silveira

Av. Perimetral Norte, n° 10999, Lt. 103, residencial Mirante do Sol, Goiânia II -

CEP: 74665-150

Fone: (62) 9953-7566 - Ana / 919-3171 - Fax: 3215-5653 (provisório)

E-mail: [email protected]

- GEOAMBIENTE - Associação dos Agentes Ambientais do 3° Setor - Grupo Voluntário do Estado de Goiás

Pres.: Antônio Souto

Av. Goiás n°112 sala 705 Ed. Tropical - Centro - CEP: 74010-010

Plano de Manejo da APA João Leite58

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Fone: 3224-3129/3224-0202 Fax: 3223-9068

TEREZÓPOLIS DE GOIÁS

- Fazenda Santa Branca

Proprietário: Jeremias Lunardelli Neto

CEP: 75001-970 - Anápolis - GO Caixa Postal 433

CEP: 75175-000 - Terezópolis de Goiás - GO Caixa Postal 19

Telefax: (0**62) 3314-4777

E-Mail: [email protected]

- Associação dos Moradores da Fazenda Santa Branca

Pres.: Joilton Alves Baião

CEP: 75001-970 - Anápolis - GO Caixa Postal 433 -

CEP: 75175-000 - Terezópolis de Goiás - GO Caixa Postal 19

Telefax: (0**62) 3314-4777

E-Mail: [email protected]

- Patrulha Ecológica

Pres. Vicente de Paula Pinto

Rua 105, nº 382 - Setor Sul

Cep: 74.080-300 - Goiânia -GO

Fone: (062) 3223-0475

5.7. ESTRUTURA FUNDIÁRIA

Na constituição da estrutura fundiária na região da APA, dois fatos devem ser

considerados: primeiro, a construção de Goiânia e o impacto sob a valorização das terras na

região e, segundo, que ela se insere no contexto da chamada “expansão da fronteira agrícola”,

processo que teve como pano de fundo a modernização conservadora do campo, vez que

implicou no uso intensivo de novas técnicas e tecnologias de cultivo e manejo, especialmente

de grãos, como o milho e a soja, mas sem a versão do processo de concentração fundiária e

sem a extensão dos direitos trabalhistas aos trabalhadores do campo.

Por outro lado,

“a dinamização do mercado de terras que possibilitou a penetraçãodos empresários rurais que com o emprego do capital financeiro, aceleraram oprocesso (...); aumentou a produção, contudo, não cresceu o número detrabalhadores, já que o modelo visa o uso de tecnologias e reduzida mão-de-obra. Desse modo, o campo funcionou e ainda pode ser percebido, (...), como

Plano de Manejo da APA João Leite59

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um atrativo de capitais e não de trabalhados”. (MESQUITA (1993; apudSOUZA, FITAS E MENDONÇA, 2006).

Daí que, há dois aspectos neste processo que se determinam mutuamente: por um

lado, ocorre um acelerado crescimento da produção e da produtividade, e, por outro, o êxodo

de camponeses para a cidade elevando sobremaneira as taxas de urbanização das cidades

brasileiras, acentuando a má qualidade das condições de vida, especialmente dos migrantes.

Dentre outras conseqüências do modelo adotado no Brasil, destaca-se ainda que:

O processo de “ocupação racional” do cerrado acarretoutransformações profundas na paisagem. O desmatamento, a mecanização, ascorreções químicas provocaram desequilíbrios ambientais e o cerrado perdeue perde, pouco a pouco, sua identidade e especificidades ambientais. Ocerrado foi e continua sendo ocupado de forma desordenada e acelerada, indoalém da capacidade de resistência e recuperação de seus subsistemasnaturais e artificiais. Ferreira (2001),

Deste modo, a ocupação capitalista do cerrado goiano, particularmente no sul, sudeste e

sudoeste do Estado, tem proporcionado forte alteração na paisagem com o intensivo uso dos

cursos hídricos, desmatamento com progressivo empobrecimento da fauna e flora e utilização de

produtos químicos, proporcionando, deste modo, um intensivo processo de degradação ambiental.

Os dados do Censo Agropecuário do IBGE do ano de 1995/6 revelam que nos 6 municípios

da APA, havia 2.624 estabelecimentos rurais ocupando uma área de 184.919 ha. Nota-se pelas

Figuras 20 e 21, a seguir, que Goiânia e Anápolis reúnem a maior parte dos imóveis e das áreas.

FIGURA 20: ESTABELECIMENTOS RURAIS POR MUNICÍPIO - 1996.

FONTE: IBGE.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.

Plano de Manejo da APA João Leite60

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FIGURA 21: ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS RURAIS POR MUNICÍPIO - 1996

FONTE: IBGE. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005

Observa-se pelas Figuras 22 e 23 e Quadro 16, que a principal condição do produtor é

a de proprietário (95,6%), seguida pelos arrendatários e ocupantes, situação que se produz

quando da distribuição das terras.

FIGURA 22: ESTABELECIMENTOS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, POR CONDIÇÃODO PRODUTOR, 1996

FONTE: IBGE. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.

Plano de Manejo da APA João Leite61

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FIGURA 23: ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, PORCONDIÇÃO DO PRODUTOR - 1996

FONTE: IBGE. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.

Quando se compara com a média do Estado de Goiás, nota-se que na região da APA a

proporção de proprietário é menor, sendo maior, no entanto, a condição de arrendatário. Dos

municípios que compõem a APA, Terezópolis de Goiás é o que possui maior índice de

arrendatários (16,8%).

QUADRO 16:CONDIÇÃO DO PRODUTOR

CONDIÇÃO DOPRODUTOR

BRASIL, UNIDADE DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIO X ÁREA DOSESTABELECIMENTOS

ESTABELECIMENTO ÁREA

N° % HECTARES %

Goiás 111.791 100,0 27.472.648 100,0

Proprietário 101.152 90,5 26.067.420 94,9

Arrendatário 3.965 3,5 753.103 2,7

Parceiro 992 0,9 86.920 0,3

Ocupante 5.682 5,1 565.205 2,1

Região de Estudo 2.624 100,0 184.919 100,0

Proprietário 2.375 90,5 176.832 95,6

Arrendatário 140 5,4 3.814 2,1

Plano de Manejo da APA João Leite62

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CONDIÇÃO DOPRODUTOR

BRASIL, UNIDADE DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIO X ÁREA DOSESTABELECIMENTOS

ESTABELECIMENTO ÁREA

N° % HECTARES %

Parceiro 22 0,8 613 0,3

Ocupante 87 3,3 3.660 2,0

Anápolis 1.175 100,0 82.473 100,0

Proprietário 1.107 94,2 79.906 96,9

Arrendatário 41 3,5 1.277 1,5

Parceiro 7 0,6 375 0,5

Ocupante 20 1,7 915 1,1

Goianápolis 97 100,0 8.763 100,0

Proprietário 89 91,7 8.623 98,4

Arrendatário 6 6,2 100 1,1

Parceiro 1 1,0 39 0,4

Ocupante 1 1,0 1 0,1

Total

Goiânia 536 100,0 33.292 100,0

Proprietário 434 81,0 30.918 92,9

Arrendatário 47 8,8 1.278 3,8

Parceiro 9 1,7 118 0,3

Ocupante 46 8,6 978 2,9

Total

Nerópolis 301 100,0 22.090 100,0

Proprietário 273 90,7 21.107 95,5

Arrendatário 22 7,3 842 3,8

Parceiro 1 0,3 5 0,02

Plano de Manejo da APA João Leite63

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CONDIÇÃO DOPRODUTOR

BRASIL, UNIDADE DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIO X ÁREA DOSESTABELECIMENTOS

ESTABELECIMENTO ÁREA

N° % HECTARES %

Ocupante 5 1,7 136 0,6

Ouro Verde de Goiás 307 100,0 18.541 100,0

Proprietário 293 95,4 17.017 91,8

Arrendatário 3 1,0 31 0,17

Parceiro 2 0,65 58 0,3

Ocupante 9 2,9 1.435 7,7

Terezópolis de Goiás 113 100,0 9.562 100,0

Proprietário 93 82,3 9.386 98,2

Arrendatário 19 16,8 170 1,8

Parceiro - - - -

Ocupante 1 0,7 6 0,06FONTE: IBGE. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.

Verifica-se pela Figura 24, que o principal uso das terras na região da APA é com

pastagens naturais e artificiais, seguido pelas lavouras permanentes e temporárias.

FIGURA 24: UTILIZAÇÃO DAS TERRAS NA REGIÃO DE ESTUDO - 1996

Plano de Manejo da APA João Leite64

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FONTE: IBGE. Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.

O Quadro 17 informa que o padrão da região da APA se estende, com ligeiras

modificações, a todos os municípios. No entanto, quando se compara com o padrão estadual,

percebe-se que alguns municípios se distanciam bastante da média no que refere à utilização

de matas naturais e plantadas. Os índices de Goianápolis e Terezópolis de Goiás são

praticamente a metade da média estadual.

QUADRO 17:UTILIZAÇÃO DAS TERRAS, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DA APA - 1996

MUNICÍPIOS

UTILIZAÇÃO DAS TERRAS (HA.)

ÁREA TOTAL(1)

LAVOURASPERMANENTES ETEMPORÁRIAS

PASTAGENSNATURAIS EARTIFICIAIS

MATAS NATURAIS EPLANTADAS

LAVOURAS EMDESCANSO E

PRODUTIVAS NÃOUTILIZADAS

ABSO-LUTA

%ABSO-LUTA

%ABSO-LUTA

%ABSO-LUTA

%ABSO-LUTA

%

Estado de Goiás 27.472.648 100,0 2.174.853 7,9 19.404.696 70,6 3.847.306 14,0 803.190 2,9

Anápolis 82.474 100,0 9.970 12,1 61.521 74,6 6.230 7,5 1.818 2,2

Goianápolis 8.762 100,0 1.366 15,6 5.956 68,0 613 7,0 284 3,2

Goiânia 33.293 100,0 3.697 11,1 23.973 72,0 3.483 10,5 187 0,6

Nerópolis 22.090 100,0 2.774 12,6 16.102 72,9 1.971 8,9 517 2,3Ouro Verde de

Goiás18.541 100,0 2.203 11,9 14.261 76,9 1.055 5,7 362 1,9

Terezópolis deGoiás

9.561 100,0 1.049 11,0 7.165 74,9 644 6,7 382 4,0

FONTE: IBGE Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005 (1) Inclusive terras inaproveitáveis

Esse alto percentual, comparativamente à média estadual e nacional de utilização das

terras com pecuária extensiva, tende a inibir o surgimento de outras formas de relações sociais

de acesso à terra, que não a de proprietário.

A análise da dimensão dos imóveis rurais torna-se relevante para se avaliar a

capacidade de inserção das pessoas no processo produtivo, assim como a sua capacidade de

auferir renda. Observa-se pela Figura 25, que a pequena propriedade predomina amplamente

sob as demais dimensões, seguindo o padrão estadual.

FIGURA 25: IMÓVEIS RURAIS NA REGIÃO DE ESTUDO, POR DIMENSÃO

Plano de Manejo da APA João Leite65

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FONTE: Instituto Nacional de Colonização e forma Agrária - INCRA.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.Nota: Pequena propriedade - até 4 módulo fiscal. Média propriedade - mais de 4,1 à 15 módulo fiscal. Grande propriedade - mais de 15,1 módulo fiscal.

Quanto à distribuição das terras, nota-se que o padrão da região da APA se diferencia do

estadual em função da menor concentração das terras nas grandes propriedades (Figura 26).

FIGURA 26: ÁREA DOS IMÓVEIS RURAIS NA REGUÃO DE ESTUDO, POR DIMENSÃO

FONTE: Instituto Nacional de Colonização e forma Agrária - INCRA.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.Nota: Pequena propriedade - até 4 módulo fiscal. Média propriedade - mais de 4,1 à 15 módulo fiscal. Grande propriedade - mais de 15,1 módulo fiscal.

Verifica-se no Quadro 18, que em Nerópolis e Goianápolis há uma participação maior

de pequenos proprietários.

QUADRO 18: IMÓVEIS RURAIS CADASTRADOS NO INCRA, SEGUNDO OS MUNICÍPIOS (RE).POSIÇÃO: OUTUBRO / 2003.

Plano de Manejo da APA João Leite66

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UNIDADE DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIO

IMÓVEIS

QUANTIDADE ÁREA (HA.)

ABSOL. % ABSOL. %

Estado de Goiás 146.461 100,0 30.956.930,40 100,0

Pequena propriedade 103.205 70,46 5.034.458,20 16,26

Média propriedade 31.168 21,28 9.104.528,30 29,41

Grande propriedade 12.088 8,25 16.817.943,90 54,32

Região de Estudo 3502 100,0 183.465,8 100,0

Pequena propriedade 2.663 76,0 49.449,7 26,9

Média propriedade 657 18,8 72.852,3 39,7

Grande propriedade 182 5,2 61.163,8 33,3

Anápolis 1.477 100,0 80.284,80 100,0

Pequena propriedade 1.160 78,6 22.752,50 28,4

Média propriedade 263 17,8 31.937,00 39,8

Grande propriedade 54 3,6 25.595,30 31,8

Campo Limpo de Goiás 8 100,0 472,1 100,0

Pequena propriedade 6 75 118,9 25,2

Média propriedade 2 25 353,2 74,8

Grande propriedade - - - -

Goianápolis 249 100,0 21.378,20 100,0

Pequena propriedade 196 78,7 4.984,80 23,3

Média propriedade 38 15,3 5.410,40 25,3

Grande propriedade 15 6,0 10.983,00 51,4

Goiânia 1.043 100,0 38.981,90 100,0

Pequena propriedade 725 69,5 7.051,60 18,1

Média propriedade 232 22,2 12.089,00 31,0

Grande propriedade 86 8,2 19.841,30 50,1

Plano de Manejo da APA João Leite67

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UNIDADE DA FEDERAÇÃO E MUNICÍPIO

IMÓVEIS

QUANTIDADE ÁREA (HA.)

ABSOL. % ABSOL. %

Nerópolis 284 100,0 15.956,00 100,0

Pequena propriedade 235 82,7 6.170,70 38,7

Média propriedade 41 14,4 5.400,00 33,8

Grande propriedade 8 2,8 4.385,30 27,5

Ouro Verde de Goiás 316 100,0 16.923,80 100,0

Pequena propriedade 259 82,0 6.410,10 37,9

Média propriedade 45 14,2 5.739,80 33,9

Grande propriedade 12 3,8 4.773,90 28,2

Terezópolis de Goiás 36 100,0 1.894,80 100,0

Pequena propriedade 27 82 599 31,6

Média propriedade 9 18 1.295,80 68,4

Grande propriedade - - - -FONTE: Instituto Nacional de Colonização e forma Agrária - INCRA.Elaboração: SEPLAN-GO / SEPIN / Gerência de Estatística Socioeconômica - 2005.Nota: Pequena propriedade - até 4 módulo fiscal. Média propriedade - mais de 4,1 à 15 módulo fiscal. Grande propriedade - mais de 15,1 módulo fiscal.

5.8. SANEAMENTO AMBIENTAL

5.8.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

As áreas urbanas dos municípios situados à montante da barragem apresentam bons

índices de atendimento, como mostra o Quadro 19, elaborado com informações obtidas em

relatórios da SANEAGO referentes a Fevereiro de 2004:

QUADRO 19:ATENDIMENTO POR SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

LOCALIDADE POPULAÇÃO (HAB)

Plano de Manejo da APA João Leite68

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ÍNDICE DEATENDIMENTO (%)

LOCALIZAÇÃO NA BACIAJOÃO LEITE

URBANA ATENDIDA

Terezópolis de Goiás 4.926 4.143 84 Sim

Goianápolis 10.141 8.924 88 Parcialmente

Nerópolis 24.686 19.616 79 Não

Campo Limpo de Goiás 3.721 3.721 100 Sim

Anápolis 297.774 286.519 96,2 Pequena parteFONTE : SANEAGO 2004.

Das cidades constantes do quadro anterior, captam água para seus sistemas de

abastecimento na Bacia do Rio João Leite:

Terezópolis de Goiás: cujo manancial é o Córrego Macacos, onde a capacidade de

captação é de 20 l/s;

Campo Limpo de Goiás: cujo manancial é o Rio João Leite, onde a capacidade de

captação é de 18,00 l/s.

As demais cidades se abastecem de mananciais localizados fora da Bacia do Rio João

Leite:

Goianápolis: faz sua captação no Ribeirão Sozinha da Bacia do Rio Caldas e em

poços profundos;

Nerópolis: capta águas no Córrego Água Branca da Bacia do Córrego Café e em

poços profundos;

Anápolis: sua captação é feita na Bacia do Ribeirão Piancó e em poços profundos.

É também captada água do Rio Caldas para abastecimento do DAIA.

Para as localidades cujas captações são efetuadas em águas superficiais da Bacia do Rio

João Leite (Terezópolis de Goiás e Campo Limpo de Goiás), as projeções das demandas

domésticas para o ano 2025 foram avaliadas a partir dos critérios adotados pela SANEAGO no

projeto do Sistema de Esgotamento Sanitário da localidade de Terezópolis de Goiás, (CTE-2003).

Foram efetuadas as projeções do crescimento demográfico das populações urbanas

para períodos de 5 em 5 anos, até o ano de 2025, assim como das demandas médias de água,

Plano de Manejo da APA João Leite69

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avaliadas considerando uma taxa média de consumo de 150 l/hab/dia. Os resultados dessas

projeções são mostrados no Quadro 20, a seguir.

A partir dos dados mencionados anteriormente, conclui-se que os atuais sistemas de

abastecimento de água dessas localidades já apresentam capacidades de captação superiores

às demandas previstas para o ano 2025.

QUADRO 20:PROJEÇÕES DAS POPULAÇÕES URBANAS E DAS DEMANDAS DE ÁGUA

COMUNIDADE ANOPOPULAÇÃO (HAB)

ATENDIMENTO (%)DEMANDA

MÉDIA (L/S)TOTAL ATENDIDA

TEREZÓPOLIS DEGOIÁS

(1)

2003 4.051 3.403 84 5,92005 4.346 3.911 90 6,82010 5.085 5.085 100 8,82015 5.824 5.824 100 10,12020 6.564 6.564 100 11,42025 7.304 7.304 100 12,7

CAMPO LIMPO DEGOIÁS

(2)

2003 3.721 3.721 100 6,52005 3.993 3.993 100 6,92010 4.672 4.672 100 8,12015 5.351 5.351 100 9,32020 6.030 6.030 100 10,52025 6.709 6.709 100 11,6

Populações de 2003, 2013 (5.528 hab) e 2025 extraídas do estudo da CTE para a SANEAGO, demais valores obtidos por interpolação;

(2) População de 2003 obtida no relatório de atendimento pelo sistema de abastecimento de água da SANEAGO, demais valores calculados proporcionalmente às projeções de Terezópolis de Goiás.

5.8.2. ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Das localidades situadas na Bacia do Rio João Leite (APA), à montante da barragem,

somente Anápolis (apenas uma pequena parte da área urbana desta cidade localiza-se na

bacia) conta com sistema de esgotamento sanitário.

O atendimento por coleta no município de Anápolis é da ordem de 52,9%, sendo que na

região específica da Bacia do Rio João Leite o índice é bastante elevado e todo o esgoto

coletado é revertido para tratamento na Bacia do Ribeirão das Antas, receptor final.

A cidade de Anápolis conta com um Plano Diretor de Água e Esgotamento Sanitário

elaborado em 2001, o qual prevê o atendimento da totalidade da parte da sua área urbana

situada na Bacia do João Leite por sistema de coleta dos esgotos sanitários e a versão destes

esgotos, por calque, para tratamento na ETE situada na Bacia do Ribeirão das Antas.

Plano de Manejo da APA João Leite70

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Em Terezópolis de Goiás, a SANEAGO está implantando um Sistema de Esgotamento

Sanitário de Terezópolis de Goiás (TDE-2003), o qual apresenta as seguintes características

principais:

Horizonte do Projeto - Ano 2025;

População urbana ano 2003 - 4.051 habitantes;

Projeção da população urbana para o ano de 2025 - 7.304 habitantes;

Índice de atendimento em 2025 - 95%;

População atendida em 2025 - 6.938 habitantes;

Vazão média total coletada (esgoto + infiltração) 2025 - 10,31 l/s.

A estação de tratamento de esgotos, com capacidade para atender às condições de

horizonte do projeto, foi concebida levando em conta que os seus efluentes tratados serão

lançados em um corpo receptor formador do reservatório João Leite, assim o seu processo

prevê além da remoção de cargas orgânicas e de coliformes, também de fósforo e de

nutrientes.

A área da futura ETE localiza-se próxima ao encontro do Córrego dos Macacos com o

Rio João Leite e será constituída por um sistema compacto com atos anaeróbios seguidos de

remoção físico-química de nutrientes e de carga orgânica através de floculação química,

flotação por ar dissolvido e desinfecção final com ultravioleta (UV).

Dados do projeto dão as seguintes eficiências de remoção na ETE e correspondentes

concentrações no efluente tratado, no final do plano:

Carga Orgânica - remoção 98,62 % - concentração: DBO=8,22 mg/l;

Coliformes - remoção 99,9999 % - concentração < 10 NMP/100ml;

NTK (Nitrogênio Total Kjeldahl) – remoção 95 % - concentração 0,13 mgN/l;

Fosfato total - remoção 95 % - concentração 0,04 mgP/l.

Goianápolis não conta ainda com estudos e projetos para a implantação de sistemas de

esgotamento sanitário e como o seu núcleo urbano situa-se, em sua maior parte, fora da Bacia

Plano de Manejo da APA João Leite71

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do Rio João Leite, é recomendável que em um projeto adote-se a solução de verter a parte dos

esgotos coletados na área desta bacia para outra, evitando o lançamento, mesmo tratado, no

reservatório João Leite.

Campo Limpo de Goiás também não conta ainda com estudos e projetos para a

implantação de sistema de esgotamento sanitário.

Os Quadros 21 a 26, a seguir, resumem o atendimento de abastecimento de água e

coleta de esgotos na RE.

QUADRO 21:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM ANÁPOLIS

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) 1.116.553 1.103.354 1.134.781 1.146.766 1.154.478 1.157.789

Água-Ligações (nº) 65.480 67.179 69..428 71.568 73.739 74.521

Esgoto-Extensão de Redes (m) 492.002 492.407 492.407 492.875 493.282 493.873

Esgoto-Ligações (nº) 33.118 34.098 35.429 36.334 36.860 37.517FONTE: SEPLAN

QUADRO 22:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM CAMPO LIMPO DE GOIÁS 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) ... 10.020 10.339 10.339 11.147 13.281

Água-Ligações (nº) ... 781 806 1.035 1.091 1.097

Esgoto-Extensão de Redes (m) ... - - - - -

Esgoto-Ligações (nº) ... - - - - -

FONTE: SEPLAN

QUADRO 23:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM GOIANÁPOLIS

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) 39.448 39.448 39.448 39.448 39.448 39.448

Água-Ligações (nº) 2.176 2.265 2.314 2.351 2.307 2.361

Esgoto-Extensão de Redes (m) - - - - - -

Esgoto-Ligações (nº) - - - - - -

FONTE: SEPLAN

QUADRO 24:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM NERÓPOLIS

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) 65.617 66.492 67.110 67.110 69.040 69.096

Água-Ligações (nº) 4.337 4.736 4.993 5.154 5.254 5.414

Esgoto-Extensão de Redes (m) - - - - - -

Esgoto-Ligações (nº) - - - - - -

FONTE: SEPLAN

QUADRO 25:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM OURO VERDE DE GOIÁS

Plano de Manejo da APA João Leite72

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2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) 12.405 12.405 12.475 12.475 13.049 13.049

Água-Ligações (nº) 817 824 833 842 860 881

Esgoto-Extensão de Redes (m) - - - - - -

Esgoto-Ligações (nº) - - - - - -

FONTE: SEPLAN

QUADRO 26:EVOLUÇÃO DO ATENDIMENTO EM TEREZÓPOLIS DE GOIÁS

2000 2001 2002 2003 2004 2005

Água-Extensão de Redes (m) 30.935 30.935 30.935 30.935 30.977 30.977

Água-Ligações (nº) 910 1.067 1.104 1.146 1.199 1.231

Esgoto-Extensão de Redes (m) - - - - - -

Esgoto-Ligações (nº) - - - - - -

FONTE: SEPLAN

5.8.3. EFLUENTES INDUSTRIAIS

O Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio João Leite, baseado em

informações cedidas pela SEMARH, indica as principais indústrias como fontes poluidoras

instaladas na RE e que são de interesse para o futuro reservatório do João Leite.

Para Goiânia somente são indicados os estabelecimentos localizados à montante da

confluência do Rio João Leite com o Rio Meia Ponte, assim como para Anápolis estão

registrados somente os estabelecimentos localizados na própria Bacia do Rio João Leite.

Foram relacionados ao todo 49 estabelecimentos, dos quais apenas 27 localizam-se na

Bacia do Rio João Leite, e 10 destes, situados em Goiânia, estão à jusante da barragem.

Dentre os 49 estabelecimentos, 4 referem-se a aterros sanitários dos municípios de Nerópolis,

Ouro Verde de Goiás, Goianápolis e Terezópolis de Goiás.

Os dados fornecidos não incluem as características qualitativas dos efluentes, não

sendo completos quanto aos aspectos quantitativos, no entanto são suficientes para que se

iniciem atividades de cadastramento e outorga, amostragem dos efluentes e determinação de

suas características quantitativas e qualitativas nos casos de interesse para fiscalização.

Os dez estabelecimentos relacionados em Goiânia localizam-se à jusante da barragem

João Leite, portanto não interferem na qualidade da água do reservatório.

Estão localizados no município de Nerópolis 14 estabelecimentos, sendo um deles o

aterro sanitário dos resíduos sólidos da cidade; todos estão situados fora da Bacia do Rio João

Plano de Manejo da APA João Leite73

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Leite.

Em Anápolis e Campo Limpo de Goiás das dez indústrias relacionadas que se situam

na Bacia do Rio João Leite, sete estão na área urbana da cidade de Anápolis e têm seus

efluentes despejados em fossas. Das três situadas na zona rural, uma despeja em fossa, outra,

um abatedouro de suínos situado no município de Campo Limpo de Goiás, lança seus

efluentes em lagoas de contenção antes de lançá-los no Ribeirão Jurubatuba, e uma terceira,

uma piscicultura, lança seus efluentes, sem tratamento, no Córrego Pindobal.

Em Goianápolis foram relacionados sete estabelecimentos, dos quais apenas três

situam-se na Bacia do Rio João Leite, sendo duas granjas e uma indústria alimentícia (fábrica

de farinha) que não produzem efluente industrial. O aterro sanitário de Goianápolis é um dos

situados fora da Bacia do Rio João Leite.

Os quatro estabelecimentos relacionados no município de Ouro Verde de Goiás estão

situados fora da Bacia do Rio João Leite, inclusive o seu aterro sanitário.

O município de Terezópolis de Goiás situa-se inteiramente na Bacia do Rio João Leite.

Entre os quatro estabelecimentos relacionados estão uma fábrica de piscinas de fibra que não

produz efluente industrial, o aterro sanitário da cidade, uma granja de suínos que utiliza seus

efluentes em fertirrigação e uma indústria alimentícia (descarregamento de tomate e milho e

empacotamento), cujo efluente, constituído apenas de água de lavagem de verduras e de

limpeza de pisos, é conduzido para pré-tratamento seguido de lagoas de contenção.

Quanto à potencialidade dos efluentes desses estabelecimentos de comprometerem a

qualidade das águas do futuro reservatório, o Plano Diretor de Recursos Hídrico da Bacia do

Rio João Leite, faz as seguintes considerações:

- as indústrias com maior poder de poluição encontram-se nas áreas urbanas de

Anápolis e de Goiânia. As da área urbana de Anápolis despejam seus efluentes em fossas, e

as de Goiânia, além de situarem-se à jusante da barragem, despejam seus efluentes na rede

da SANEAGO. Estes estabelecimentos, portanto, se cumprirem o relatado, não são, em

condições normais de operação, poluidores do manancial superficial;

- das indústrias de Anápolis e Campo Limpo de Goiás situadas fora do perímetro

urbano de Anápolis, o Frigorífico Serviços Ltda. situado em Campo Limpo de Goiás, é o

estabelecimento que apresenta maior potencial poluidor através de possíveis cargas orgânicas,

apesar de passar seus efluentes por uma lagoa de contenção antes de descarregá-los no

Ribeirão Jurubatuba;

Plano de Manejo da APA João Leite74

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- os estabelecimentos de Goianápolis e de Terezópolis de Goiás situados na bacia

são granjas ou empresas de manuseio de produtos agrícolas, todos aparentemente com baixo

potencial de poluição por cargas orgânicas.

Quanto ao uso, por esses estabelecimentos, das águas da Bacia do Rio João Leite, o

referido Plano Diretor, faz as seguintes considerações:

- as indústrias localizadas nas áreas urbanas de Goiânia e Anápolis utilizam água

fornecida pelos sistemas públicos da SANEAGO;

Os demais estabelecimentos são de baixo consumo de água, além de não

apresentarem características de incorporar água aos seus produtos, portanto devem retornar a

quase totalidade das águas captadas para o manancial, como no caso das granjas e piscicultura.

Conclui-se, pois, que “da análise dos dados fornecidos no levantamento efetuado, os

estabelecimentos situados na Bacia do Rio João Leite não apresentam, na situação atual,

grande potencial poluidor das águas superficiais da região, também não se constituindo em

grandes usuários de águas dos mananciais superficiais em estudo”.

O Plano Diretor recomenda ainda:

complementação da relação e cadastramento dos estabelecimentos;

verificação das condições reais dos sistemas de tratamento e destinação final dos

efluentes de todos os estabelecimentos, mesmo aqueles que despejam em fossas e/ou nas

redes da SANEAGO;

coleta de amostras dos efluentes e caracterização qualitativa e quantitativa dos

mesmos;

coleta de elementos necessários às outorgas de uso das águas tanto para consumo

como para recebimento de efluentes;

fiscalização dos estabelecimentos com verificação das características dos efluentes

despejados e dos volumes de água captados.

5.8.4. RESÍDUOS SÓLIDOS

A parte da cidade de Anápolis situada na Bacia do Rio João Leite é atendida pelo

serviço de coleta de Anápolis, sendo os resíduos coletados conduzidos para destinação final

Plano de Manejo da APA João Leite75

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fora desta bacia. No entanto, foram identificadas falhas na coleta com lançamentos em

diversos locais da própria Bacia do Rio João Leite.

Terezópolis de Goiás conta com um serviço de coleta que abrange toda a área urbana e

também condomínios rurais sendo coletados cerca de 4000 kg/dia de resíduos. O lixo é

disposto em aterro controlado, em operação desde 2002. Este aterro é composto por

trincheiras individualizadas para resíduo hospitalar e resíduo de lixo doméstico e de um

sistema de tratamento do chorume composto de uma lagoa anaeróbia e lagoa facultativa

Está instalado e em início de funcionamento, na área do aterro, um galpão estruturado

e equipado para efetuar a reciclagem de material. A área de disposição final está localizada

na Bacia do Rio João Leite, a cerca de 3,5 km da área urbana, na região do Distrito do Grama.

Goianápolis conta com um sistema de coleta sendo a disposição final feita em lixões

situados fora da Bacia do Rio João Leite.

Em Campo Limpo de Goiás, a coleta e a disposição dos resíduos sólidos são feitas pela

própria Prefeitura Municipal em dias alternados, abrangendo toda a área urbana.

O material coletado é disposto a céu aberto, em terreno da Prefeitura Municipal, sem

qualquer critério para a seleção e disposição, localizado a cerca de 10 km da sede do

município, na Bacia do Rio João Leite.

Em Ouro Verde de Goiás e Nerópolis, as disposições finais dos seus resíduos sólidos

localizam-se fora da Bacia do Rio João Leite.

A conclusão, após essas análises, é que dos municípios que ocupam a área da Bacia

do Rio João Leite somente os de Terezópolis de Goiás e de Campo Limpo de Goiás estão

inteiramente situados na bacia, e somente estes tem suas instalações destinadas à disposição

final dos seus resíduos sólidos na bacia. Todos os demais municípios dão destino final a seus

resíduos sólidos em áreas fora da Bacia do Rio João Leite.

É recomendável a manutenção dessa situação de forma que cause menos prejuízo à

qualidade das águas do Rio João Leite.

Nas cidades da RE apenas Goianápolis conta com um projeto para o seu sistema de

limpeza pública, elaborado em 2002 pela SEMARH. Esse projeto prevê as seguinte medidas:

Plano de Manejo da APA João Leite76

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desativação dos lixões e recuperação das suas áreas;

implantação de uma Central Completa de tratamento e disposição dos resíduos, na

bacia do Ribeirão Sozinha, portanto fora da Bacia do Rio João Leite, composta de:

usina de reciclagem;

pátio de compostagem;

aterro sanitário com tratamento do líquido percolado.

Na fase inicial de operação do empreendimento funcionará apenas o aterro sanitário.

O Plano Diretor de Recursos Hídricos para a Bacia do Rio João Leite apresentou as

seguintes sugestões para as demais cidades da RE em relação aos resíduos sólidos:

Anápolis - ampliação do serviço de coleta na área situada na Bacia do Rio João

Leite com a eliminação dos lixões e recuperação de suas áreas, mantendo a destinação final

dos resíduos em área localizada fora da Bacia do Rio João Leite;

Terezópolis de Goiás - continuidade da operação do aterro controlado em

funcionamento desde o ano de 2002 e que sejam elaborados estudos para acompanhamento e

controle das atividades de coleta e disposição final do lixo, com vistas à ampliação das

atividades de reciclagem e coleta seletiva em início de funcionamento;

Campo Limpo de Goiás - melhoria do sistema de coleta e a eliminação de

eventuais lixões com recuperação de suas áreas e a implantação de coleta seletiva e

reciclagem e que seja contratada a elaboração de um projeto e a implantação de instalações

adequadas para a destinação final dos resíduos nos anos vindouros. Essas instalações

poderão constituir-se de aterros sanitários localizados na área onde atualmente é feita a

disposição dos resíduos, ou nas proximidades dela;

Ouro Verde de Goiás e Nerópolis - recomenda-se que esses municípios

continuem efetuando a destinação final dos seus resíduos sólidos fora da Bacia do Rio João

Leite, como fazem atualmente.

Plano de Manejo da APA João Leite77

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5.9. ASPECTOS CULTURAIS E HISTÓRICOS

Na realização de levantamentos arqueológicos, existem duas funções essenciais: a

localização de sítios arqueológicos e a estimativa dos tipos de sítios esperados em uma dada

região ou localidade. Para isso, os arqueólogos utilizam basicamente dois tipos de

procedimentos metodológicos, bastante conhecidos e aplicados na pesquisa arqueológica. O

primeiro, denominado levantamento oportunístico, que envolve o reconhecimento de áreas a

partir de fontes orais e documentais, bem como de informações provenientes de pesquisas

previamente realizadas na região em estudo. Este procedimento foi selecionado para esta

pesquisa, tendo em vista a realidade financeira do projeto. O segundo, conhecido como

levantamento probabilístico ou sistemático, envolve a aplicação de métodos matemáticos e

cartográficos para a escolha e definição das unidades amostrais. Este procedimento

metodológico envolve significativos recursos financeiros, tempo e pessoal qualificado.

Os trabalhos de gabinete envolveram uma intensa pesquisa em fontes bibliográficas,

incluindo-se aqui consultas a pesquisadores, ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional (IPHAN) e instituições de pesquisas nos municípios que integram a APA.

O Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da Universidade Católica de Goiás, no

início do ano de 2000 desenvolveu pesquisas sistemáticas na área de influência do

reservatório da barragem do Rio João Leite, possibilitando a localização, cadastro e escavação

de inúmeros sítios arqueológicos de valor pré-histórico e histórico.

5.9.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

Na área da APA João Leite, existem aproximadamente 57 sítios arqueológicos dos

quais alguns foram objeto de pesquisas detalhadas, enquanto outros, apenas cadastrados no

Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional (IPHAN).

Estas áreas atestam uma ocupação desde o período pré-histórico até o período

histórico, conforme observado na pesquisa bibliográfica para essa área. As cronologias dos

assentamentos pré-históricos pertencentes aos grupos de agricultores ceramistas variam entre

2.280 +/- 60 anos A. P. e 1.220 +/- 50 anos A. P, enquanto que para os grupos de caçadores-

coletores ainda não existem datações absolutas e nem mesmo sítios arqueológicos

relacionados a esses grupos.

Plano de Manejo da APA João Leite78

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As primeiras pesquisas realizadas nessa área remontam ao final de década de 1990,

quando foram identificados alguns sítios arqueológicos pertencentes a grupos de agricultores

ceramistas pré-coloniais, localizados à margem direita da BR-153, e no interior do próprio parque.

As pesquisas arqueológicas mais recentes realizadas na área da APA estão centradas

no Projeto de Levantamento e Resgate do Patrimônio Arqueológico da Área Diretamente

Afetada pela Construção da Barragem no Rio João Leite - GO (Quadro 27) e no Projeto de

Levantamento, Monitoramento e Resgate do Patrimônio Arqueológico e Histórico Cultural da

Área Diretamente Afetada pela Construção da Ferrovia Norte/ Sul, no estado de Goiás (trecho

Anápolis - Ouro Verde de Goiás), ainda em andamento na parte norte da RE (Quadro 28).

QUADRO 27: IDENTIFICAÇÃO E LOCALIZAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS NA APA E PEAMPESTUDADOS NO PROJETO DE LEVANTAMENTO E RESGATE DO PATRIMÔNIOARQUEOLÓGICO DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA CONSTRUÇÃO DABARRAGEM NO RIO JOÃO LEITE - GO.

NOME DO SÍTIO MUNICÍPIO LOCALIZAÇÂO UTM TIPO PROJETO

1- Macaúba Goianápolis PEAMP 81 70880/069 6900 Pré-histórico Barragem João Leite2- Corrente Goianápolis PEAMP e APA 81 70366/ 069 5882 Pré-histórico Barragem João Leite

3- Dois Irmãos Goiânia e Nerópolis APA 81 69648/ 069 3211 Histórico Barragem João Leite

4- Ipê Goianápolis APA 81 70652/ 069 5056 Pré-histórico Barragem João Leite

5- Barreiro Goiânia APA 81 68127/ 069 4069 Pré-histórico Barragem João Leite

6- Açude da Onça 1 Goiânia e Goianápolis APA 81 69029/ 069 3783 Histórico Barragem João Leite

7- Açude da Onça 2 Goiânia e Goianápolis APA 81 69290/ 069 3589 Histórico Barragem João Leite

8- Açude da Onça 3 Goiânia e Goianápolis APA 81 69147/ 069 3923 Histórico Barragem João Leite

9- Açude da Onça 4 Goiânia e Goianápolis APA 81 69419/ 069 3951 Histórico Barragem João Leite

10- João Leite 2 Goiânia APA 81 66930/ 069 0362 Pré-histórico Barragem João Leite

11- Hudston 1Nerópolis e Terezópolisde Goiás

APA81 74435/ 070 0650 Pré-histórico Barragem João Leite

12- Hudston 2Nerópolis e Terezópolisde Goiás

APA 81 74423/ 070 0302 Pré-histórico Barragem João Leite

13- TitaNerópolis e Terezópolisde Goiás

APA81 73850/ 070 0410 Pré-histórico Barragem João Leite

14- Gameleira Goiânia APA 81 68579/ 069 1907 Histórico Barragem João Leite

15- Bananeira Terezópolis de Goiás PEAMP e APA 81 72814/ 070 0096 Pré-histórico Barragem João Leite

16- Pau D’Óleo PEAMP PEAMP 81 72203/ 069 7458 Pré-histórico Barragem João Leite

17- Bandeira Goiânia e Nerópolis APA 81 70427/ 069 4126 Histórico Barragem João Leite

18- Cana Brava Nerópolis PEAMP 81 71195/ 069 6179 Pré-histórico Barragem João Leite

19- Casa Grande Goianápolis PEAMP 81 71895/ 069 8525 Histórico Barragem João Leite

20- PaineiraNerópolis e Terezópolisde Goiás

APA 81 73626/ 069 9768 Pré-histórico Barragem João Leite

21- Lobeira PEAMP PEAMP 81 71877/ 069 6825 Pré-histórico Barragem João Leite

22- Tapera Goiânia e Goianápolis APA 81 67438/ 069 3063 Histórico Barragem João Leite

23- Goiabeira PEAMP PEAMP 81 69566/ 069 7667 Histórico Barragem João Leite

24- Mandioca Terezópolis de Goiás APA 81 72911/ 069 9889 Histórico Barragem João Leite

*25 - Santa HelenaNerópolis e Terezópolisde Goiás

APA 81 71133/ 069 4484 Pré-histórico Barragem João Leite

*26 - Arranha Gato Goiânia APA 81 67970/ 069 1308 Pré-histórico Barragem João Leite

*27 - Japonês Terezópolis de Goiás APA 81 73386/ 070 0305 Pré-histórico Barragem João Leite

*28 - Eucalipto PEAMP PEAMP 81 71986/ 069 8414 Pré-histórico Barragem João Leite

Plano de Manejo da APA João Leite79

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*sítios considerados como locais de duvidosas áreas arqueológicas, após análise do material em laboratório.

O primeiro localizou 28 sítios arqueológicos, sendo 17 pré-históricos e 11 históricos,

estão dentro da área do Parque. Ressalta-se que, quatro sítios foram considerados como de

material de procedência duvidosa (Quadro 27).

O segundo projeto está em desenvolvimento, mas até o momento localizou e cadastrou,

29 sítios arqueológicos, sendo 08 pré-históricos e 21 históricos (Quadro 28). Ressalta-se que,

as informações sobre esse projeto ainda são consideradas primárias, tendo em vista que as

atividades de resgate foram iniciadas em março de 2007. Na Figura 27 é apresentado o Mapa

com a localização dos Sítios Arqueológicos.

QUADRO 28:SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS LOCALIZADOS NO PROJETO DE LEVANTAMENTO,MONITORAMENTO E RESGATE DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO E HISTÓRICOCULTURAL DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA PELA CONSTRUÇÃO DA FERROVIANORTE/ SUL, NO ESTADO DE GOIÁS (TRECHO ANÁPOLIS - OURO VERDE DEGOIÁS).

NOME DO SÍTIO MUNICÍPIO UTM TIPO PROJETO

1. Ipê Campo Limpo de Goiás 81 94832/70 5910 Histórico Ferrovia norte/sul

2. Canal Campo Limpo de Goiás 81 95080/ 70 5360 Histórico Ferrovia norte/sul

3. João leite Campo Limpo de Goiás 81 96061/ 70 4082 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

4. Mata pasto Campo Limpo de Goiás 81 94876/ 70 2927 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

5. Conceição Campo Limpo de Goiás 81 94495/ 70 2544 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

6. Maria mendes Campo Limpo de Goiás 81 94686/ 70 2790 Histórico Ferrovia norte/sul

7. Cará Nerópolis 81 93679/ 69 7740 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

8. Mangueira Nerópolis 81 93793/ 69 6069 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

9. Bananeiras Nerópolis 81 93804/ 69 4778 Histórico Ferrovia norte/sul

10. Represa Nerópolis 81 94693/ 69 3656 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

11. Taboa Ouro Verde de Goiás 81 97980/ 69 0308 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

12. S1 Ouro Verde de Goiás 81 98640/ 68 9293 Histórico Ferrovia norte/sul

13. S2 Ouro Verde de Goiás 82 00161/ 68 4989 Histórico Ferrovia norte/sul

14. S3 Ouro Verde de Goiás 82 02935/ 68 3583 Histórico Ferrovia norte/sul

15. Casa azul44 Ouro Verde de Goiás 82 03320/ 68 346081 Pré-histórico Ferrovia norte/sul

16. Ponto 1 Ouro Verde de Goiás 99743/ 68 4855 Histórico Ferrovia norte/sul

17. Ponto 2 Ouro Verde de Goiás 82 02638/ 68 3620 Histórico Ferrovia norte/sul

18. Ponto 3 Ouro Verde de Goiás 82 03425/ 68 3512 Histórico Ferrovia norte/sul

19. Ponto 4 Não informado 70 2710/ 8194721 Histórico Ferrovia norte/sul

20. Ponto 5 Não informado 70 2070/ 81 94940 Histórico Ferrovia norte/sul

21. Ponto 6 Não informado 70 0890/ 81 94920 Histórico Ferrovia norte/sul

22. Ponto 7 Não informado 70 3240/ 81 93887 Histórico Ferrovia norte/sul

23. Ponto 8 Não informado 70 2013/ 81 93646 Histórico Ferrovia norte/sul

24. Ponto 9 Não informado 69 9923/ 81 92859 Histórico Ferrovia norte/sul

25. Ponto 10 Não informado 69 9558/ 81 92796 Histórico Ferrovia norte/sul

26. Ponto 11 Não informado 69 560/9 81 93478 Histórico Ferrovia norte/sul

Plano de Manejo da APA João Leite80

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NOME DO SÍTIO MUNICÍPIO UTM TIPO PROJETO

27. Ponto 12 Não informado 69 2909/ 81 95406 Histórico Ferrovia norte/sul

28. Ponto 13 Não informado 69 2703/ 81 95634 Histórico Ferrovia norte/sul

29. Ponto 14 Não informado 69 1195/ 81 96763 Histórico Ferrovia norte/sul

FIGURA 27: MAPA DA LOCALIZAÇÃO DOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite81

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5.10. INFRA-ESTRUTURA NA APA

Dos municípios que compõem a APA sem dúvidas Goiânia e Anápolis se destacam e

são bem diferenciados dos outros municípios em termos de infra-estrutura urbana, tanto física

quanto social, sendo então referência para os demais.

Hierarquicamente Goiânia vem em primeiro lugar bem a frente de Anápolis, que é a

segunda e posteriormente, Nerópolis com uma pequena infra-estrutura. Os demais apresentam

uma alta dependência dos dois municípios pólos, principalmente Goiânia, como fica

demonstrado nas análises e quadros por itens, a seguir.

5.10.1. SAÚDE E EDUCAÇÃO

Dos leitos hospitalares existentes na região 80% deles estão em Goiânia e 18,5% em

Anápolis dando uma exata condição da predominância dos dois municípios, o mesmo ocorre na

área educacional, onde 77,5% das escolas estão em Goiânia e 18,8% em Anápolis (Quadro 29).

QUADRO 29:DEMONSTRATIVO DO QUANTITATIVO DA INFRA-ESTRUTURA E CAPACIDADE NASAÚDE E EDUCAÇÃO

MUNICÍPIOSSAÚDE - 2006 EDUCAÇÃO - 2005

HOSPITAIS LEITOS ESCOLAS ALUNOS DOCENTESAnápolis 23 1.469 180 85.623 3.771Campo Limpo de Goiás 0 0 2 1.659 65Goianápolis 1 26 8 3.182 117Goiânia 106 6.274 741 326.731 16.362Nerópolis 1 115 14 6.439 271Ouro Verde de Goiás 1 22 3 1.273 64Terezópolis de Goiás 0 0 7 1.733 74

FONTE: SEPLAN-GO 2007

5.10.2. TURISMO

No âmbito da APA João Leite há uma diversidade de manifestações culturais e

tradicionais, de acordo com as características sócio-culturais da região como são os casos da

Festa do Peão de Campo Limpo de Goiás, a Exposição Agropecuária de Goiânia, a Festa do

Tomate em Goianápolis e a Festa da Beterraba, que nos últimos anos não ocorre mais devido

o déficit de produção do tubérculo em Ouro Verde de Goiás.

Plano de Manejo da APA João Leite82

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As festas comumente atraem um grande número de visitantes especialmente de

municípios circunvizinhos e têm uma forte importância econômica e cultural. Em

Goianápolis, a equipe do meio sócio-econômico entrevistou a Sra. Marlene A. de Oliveira,

responsável pelo Departamento de Pessoal da Prefeitura de Goianápolis, com o objetivo de

se conhecer melhor sobre a festa e sua importância para o município1. A Festa do Tomate

acontece sempre na 2ª quinzena do mês de julho de acordo com a Lei Municipal nº 430, de

17 de Abril de 1984, e desde sua primeira edição realizada na mesma data da citada lei,

com o objetivo de confraternização entre os horticultores do município de Goianápolis e

municípios circunvizinhos, permitindo assim uma maior divulgação e comercialização de

seus produtos.

Com a duração média de 7 dias, a festa tem como principais eventos o Concurso Papa-

Tomate, Rainha do Tomate e Melhor produtor de Tomate atraindo um público das mais

diversas regiões do estado, que varia entre 2 mil e 5 mil pessoas diárias. Apesar do grande

fluxo, a prefeitura municipal tenta manter a tradição cultural com shows musicais e incentivos

aos produtores locais, já que durante alguns anos a produção do tomate no município vem

perdendo espaço para outras culturas.

A região de Goiânia e Anápolis não apresenta grandes atrativos nesse setor, existindo

basicamente o turismo “de negócio”, ligado a eventos como congressos, seminários e algumas

festas tradicionais, onde pode-se destacar a Exposição Agropecuária de Goiânia, considerada

a maior do Brasil, que ocorre anualmente no mês de maio.

Goiânia funciona, também, como um entreposto e base de apoio para alcançar algumas

áreas de grande chamativo ao turismo como Caldas Novas, Três Ranchos, Rio Araguaia, Alto

Paraíso, Terra Ronca e outros.

Em menor proporção, ocorre o mesmo com Anápolis, considerada a “capital econômica

de Goiás”, confirmando a sua vocação comercial e industrial, com vários equipamentos de

infra-estrutura de porte, onde se destaca o Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA, o maior e

mais bem estruturado do estado.

1

OBS:. Os dados foram coletados na sede da Prefeitura Municipal de Goianápolis. As edições e aprogramação são de responsabilidade do Órgão Gestor Municipal, vez que, cada edição pode sofrer alteração.

Plano de Manejo da APA João Leite83

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O turismo ecológico na área está restrito a pequenos empreendimentos de lazer que

atende basicamente a população local, nesse aspecto destaca-se a Unidade Ecológica Santa

Branca no município de Terezópolis de Goiás, trata-se de uma “fazenda ecológica” particular,

que explora comercialmente o turismo dito ecológico.

5.10.3. REDE DE SERVIÇOS

Também nesse setor nota-se uma grande discrepância, em termos de potencial de

apoio a APA, entre os municípios envolvidos com grande prevalecia de Goiânia e em seguida

Anápolis, como pode ser visto no Quadro 30. Goiânia representa mais de 85% de toda a rede

de serviços oficialmente registradas, vindo Anápolis em seguida com pouco menos de 13%,

isto é, as duas somam 98% do total.

QUADRO 30:DEMONSTRATIVO DO NÚMERO DE EMPRESAS E INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS

MUNICÍPIOSREDE DE SERVIÇOS

EMPRESAS EXISTENTES INSTITUIÇÕES BANCÁRIASAnápolis 2.805 26

Campo Limpo de Goiás 32 0Goianápolis 63 01

Goiânia 18.808 173Nerópolis 204 02

Ouro Verde de Goiás 21 0Terezópolis de Goiás 32 0

FONTE: SEPLAN-GO 2007

5.10.4. COMUNICAÇÃO

Na área de comunicação ocorre uma grande concentração nos dois municípios pólos,

muito embora todos os demais sejam atendidos em praticamente todos os setores por

integrarem uma área de abrangência de todos os sinais de comunicação como rádio, televisão,

telefonia móvel ou fixa e também de jornais, todos os municípios recebem diariamente jornais

da capital.

5.10.5. ENERGIA ELÉTRICA

Todos os municípios da região são servidos com rede de energia elétrica com um

atendimento de praticamente 100% da população seja urbana ou rural (Quadro 31).

QUADRO 31:QUANTITATIVO DE CONSUMIDORES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

Plano de Manejo da APA João Leite84

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MUNICÍPIOSENERGIA ELÉTRICA - 2005

CONSUMIDORES CONSUMO (MWH)

Anápolis 113.041 456.570Campo Limpo de Goiás 1.796 9.391

Goianápolis 3.705 8.884

Goiânia 468.954 2.014.577

Nerópolis 7.503 37.177

Ouro Verde de Goiás 1.253 3.497

Terezópolis de Goiás 1.890 4.461

FONTE: SEPLAN-GO 2007

5.10.6. TRANSPORTE

A localização da APA João Leite é muito privilegiada em relação à infra-estrutura de

transporte com destaque para a BR-153/GO-060, que interliga Goiânia, Terezópolis de Goiás e

Anápolis no lado leste da APA. A GO-080 é uma das principais estradas do Estado, ligando

pelo lado oeste da APA, Goiânia a Nerópolis, Ouro Verde de Goiás e Campo Limpo de Goiás,

e a GO-222 que liga Nerópolis a Anápolis margeando as nascentes do Rio João Leite.

Toda região da APA é muito bem servida por linhas de ônibus regulares de quase todas

as empresas que circulam pelo estado, bem como, vans particulares e transportes rurais das

Prefeituras Municipais.

5.11. ATIVIDADES CONFLITANTES - APA JOÃO LEITE

As atividades conflitantes ou potencialmente conflitantes foram identificadas através de

observação de campo e de entrevistas a produtores e autoridades locais nos municípios da

APA João Leite. Considerou-se como atividades conflitantes aquelas que levam riscos diretos

aos recursos ambientais da APA, ensejando usos não sustentáveis da unidade de conservação.

Em relação à ocupação e uso do solo na APA João Leite, três situações de conflito

foram identificadas: a questão das indenizações de proprietários de imóveis afetados pela

barragem do João Leite; o ceticismo de autoridades municipais e produtores rurais de Campo

Limpo de Goiás em relação à real eficácia de estudos e projetos ambientais (PNMA II e PBA’s

da APA); e, a idéia particularmente presente em Campo Limpo de Goiás e Ouro Verde de

Goiás de que os estudos da APA irão beneficiar somente Goiânia (com água de melhor

qualidade para seu abastecimento), restando para os demais municípios a parte ruim,

entendida como o conjunto de restrições quanto ao uso do solo e da água.

Plano de Manejo da APA João Leite85

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5.11.1. IMPACTOS DAS PRINCIPAIS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA

APA JOÃO LEITE.

Em todos os municípios visitados, um dos principais problemas apontados pelos

entrevistados é o uso indiscriminado e sem adequado manejo de agrotóxicos, nas atividades

agropecuárias visto que as principais culturas, especialmente olerícolas, “exigem” o uso destes

produtos que são cultivados em toda a APA. Não bastasse o dano ambiental, foi citado o uso

de “agrotóxico do Paraguai”, que custaria, no mercado, aproximadamente 1/3 do valor do

produto legal. (Figuras 28 a 31)

Plano de Manejo da APA João Leite86

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FIGURA 28: CULTURAS DA BANANA, TOMATE E CHUCHU NO ENTORNO DEANÁPOLIS E POMAR DE MANGA EM OURO VERDE DE GOIÁS.

FIGURA 29: POMAR DE MEXERICAS, AO FUNDO MATA CILIAR DO RIO JOÃO LEITE EPREPARO DA TERRA PARA PLANTIO DE BATATA E MANDIOCA.

FIGURA 30: PLANTAÇÃO DE CARÁ, IRRIGADA POR ASPERSÃO, E BETERRABA.

Plano de Manejo da APA João Leite87

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FIGURA 31: PLANTAÇÃO DE ABOBRINHA E DETALHE DA IRRIGAÇÃO PORASPERSÃO.

As obras de construção da ferrovia Norte-Sul e a extração mineral de argila e pedra,

também são ditas como atividades conflitante, visto que não ocorre de modo sustentável,

ameaçando nascentes e causando erosões graves ao solo. (Figuras 32 a 36)

FIGURA 32: DEPÓSITO DE ARGILA EM CERÂMICA, ANÁPOLIS.

FIGURA 33: DETALHE DE ÁREA DE EXTRAÇÃO DE ARGILA, CAMPO LIMPO DEGOIÁS, MARGEM DA GO 330

Plano de Manejo da APA João Leite88

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FIGURA 34: CHEIA DO RIO JOÃO LEITE NO CRUZAMENTO COM A FERROVIA NORTE-SUL, CAMPO LIMPO DE GOIÁS.

FIGURA 35: EROSÃO DE GOIANÁPOLIS

FIGURA 36: EROSÃO NA FAZENDA DO DIONÍSIO, MUNICÍPIO DE GOIANÁPOLIS.

Plano de Manejo da APA João Leite89

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A expansão da ocupação urbana da APA em Anápolis configura-se um outro problema

detectado. Cerca de 20% do município de Anápolis está dentro dos limites da APA João Leite,

incluindo parte do seu perímetro urbano, onde foram observados os conflitos de uso e

ocupação do solo mais relevantes.

Percorrendo todo o limite da APA dentro do perímetro urbano de Anápolis, pôde-se

perceber que o processo de urbanização não planejado favoreceu situações como as

observadas a campo, sejam elas, despejo de lixo doméstico, de construção e lançamento de

esgoto em áreas de nascentes e construções residenciais em áreas de risco. (Figuras 37 e 38)

FIGURA 37: ÁREA UTILIZADA PARA DESPEJO DE LIXO; CONSTRUÇÃO RESIDENCIALEM ÁREAS DE RISCO E DESPEJO DE LIXO, VILA SÃO JOÃO.

FIGURA 38: DETALHE DESPEJO DE LIXO, VILA SÃO JOÃO; LIXO, EMISSÁRIO DEESGOTO EM APP NA RUA JOSÉ BONIFÁCIO, BAIRRO SÃO LOURENÇO

Plano de Manejo da APA João Leite90

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5.12. CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL

As informações a respeito dos parâmetros físicos da Bacia do Rio João Leite foram

extraídos de Nascimento (1998) juntamente com as citações de outras bibliografias por ela

feitas. Pequenas considerações foram acrescentadas nesse trabalho, bem como

considerações de ordem mais técnica foram abolidas.

5.12.1. CLIMA

O clima na bacia se individualiza por duas estações distintas: uma chuvosa,

correspondente a sete meses, de outubro a abril, com precipitação acima de 100mm mensais,

equivalentes a 89,2% do total pluviométrico anual, e uma seca, correspondente a cinco meses,

de maio a setembro, com precipitação mensal inferior a 50mm. O ritmo pluviométrico encontra-

se relacionado à dinâmica atmosférica regional representada pelas massas intertropicais

(Tropical Atlântica e Equatorial Continental) e extratropical (Polar). As chuvas encontram-se

relacionadas principalmente à ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) que corresponde

ao encontro da umidade proveniente das instabilidades de noroeste (Massa Equatorial

Continental) e a Massa Polar Continental. A estiagem é marcada pelo domínio espacial da

Massa Tropical Atlântica que gera estado de estabilidade atmosférica. Essa dinâmica

apresenta variações anomálicas atribuídas ao fenômeno ENOS (El Niño e Oscilação Sul) comoPlano de Manejo da APA João Leite

91

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registradas nos anos de 1977 e 1986, caracterizados por deficiências hídricas (anos secos) ou

nos anos de 1982 e 1985 por excedentes hídricos (anos chuvosos).

A distribuição pluviométrica na bacia encontra-se associada ao fator topográfico: maiores

índices na seção setentrional (1.711mm anual em Ouro Verde de Goiás e 1.650mm em Anápolis) e

menores na porção centro-meridional (1.633mm em Goianápolis e 1.605mm em Goiânia) (Figura

39).

Também a temperatura encontra-se relacionada ao fator topográfico, registrando-se

valores em torno de 20ºC em Ouro Verde de Goiás (1.000m de altura), 21,1ºC em Goianápolis

(900m), 22,4ºC em Anápolis (1.017m) e 23,2ºC em Goiânia (741m).

A relação entre a evapotranspiração potencial e a precipitação, componentes do

balanço hídrico, oferecem os seguintes resultados (Quadro 32).

QUADRO 32:BALANÇO HÍDRICO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE

ESTAÇÃO EXCEDENTE HÍDRICO (MM) DEFICIÊNCIA HÍDRICA (MM) TIPO CLIMÁTICOOuro Verde de Goiás 932 149

Úm

ido

MesotérmicoGoianápolis 816 170Anápolis 804 209Goiânia 664 225 Megatérmico

FONTE : Agencia Nacional de Águas (ANA, 2006)

Plano de Manejo da APA João Leite92

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FIGURA 39: MAPA DE PRECIPITAÇÃO TOTAL NA APA JOÃO LEITE. (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite93

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Com base na classificação climática de THORNTHWAITE & MATHER (1955), as

localidades posicionadas no Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba se individualizam por um

clima úmido mesotérmico (temperatura média anual até 22ºC), enquanto Goiânia apresenta um

clima úmido megatérmico (temperatura média anual acima de 23ºC).

5.12.2. GEOLOGIA

A bacia desenvolve-se sobre terrenos metamórficos de idades arqueana e proterozóica,

refletindo uma evolução policíclica, cujos elementos estratigráficos, estruturais e mineralógicos

originais foram alterados pela superposição dos eventos tectônicos subseqüentes, dificultando

o entendimento ou reconstituição de uma coluna estratigráfica precisa. Com base na natureza

petrográfica a CPRM (1994) subdividiu o complexo em dois conjuntos (Figura 40): Granulitos

Ortoderivados (rocha metamórfica de origem ígnea) e Granulitos Paraderivados (rocha

metamórfica de origem sedimentar).

As unidades geológicas, caracterizadas a partir das características tectogenéticas e

ambientais encontram-se assim individualizadas:

Complexo Anápolis-Itauçu, que compreende ampla região de rochas granulíticas

como os gnaisses, migmatitos, granito-gnaisses e anfibolitos. Ocorrem ainda quartzitos e

granulitos marcados por complexo regime tectônico;

Intrusões, que correspondem a pequenos corpos de forma alongada, geralmente de

natureza granito-tonalítica, foliados e com estrutura gnáissica, encaixados nas rochas do

Complexo, normalmente associadas a zonas de falhamentos ou de cisalhamentos;

Seqüência metavulcano-sedimentar, representada por pequena faixa de rocha a

leste da bacia, com predomínio de talcoxistos, clorita xistos, anfiboolitos, granulitos e

quartzitos;

Coberturas detrito-lateríticas que são depósitos espessos, areno-argilosos,

avermelhados (latossolos), contendo blocos de quartzo, quartzito e laterita;

Depósitos aluvionares quaternários correspondem a sedimentos fluviais em

planícies marginais, constituídos por argilas, areias finas e grossas, cascalhos finos e

grosseiros, inconsolidados.

Plano de Manejo da APA João Leite94

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FIGURA 40: MAPA GEOLÓGICO (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite95

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A sucessão de eventos, do Arqueano ao Cenozóico, que envolveu intensa

movimentação tectônica e extensas atividades erosivas, responsáveis pelos pediplanos,

dissociou a relação litologia e relevo. Assim, rochas do Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu

podem ser encontradas tanto em áreas de relevo bastante arrasado, como na seção centro-

meridional da bacia, com escassos afloramentos e coberturas de solos bem desenvolvidos,

quanto em áreas de relevos bem preservados e com bons afloramentos, a exemplo da porção

setentrional da bacia.

Evidências das atividades tectoestruturais são constatadas na própria organização da

drenagem, como linhas de falhamentos onde se acomodam os Córregos Jurubatuba e das

Pedras, e no Rio João Leite, a partir da confluência desses dois córregos formadores da

drenagem principal. Também se evidencia essa influência ao longo do Córrego dos Inhames, e

em zonas de cisalhamentos no sistema transversal (WNW-ESE ou NW-SE), orientando seções

hidrográficas ou originando angularidades como no Ribeirão Jenipapo e nos Córregos da

Glória, da Cunha e Barreiro.

5.12.3. GEOMORFOLOGIA

O mapeamento geomorfológico exibe nítida distinção entre as formas mais elevadas, na

borda da bacia, correspondentes ao Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, e as formas menos

elevadas, ao centro, correspondentes ao Planalto Rebaixado de Goiânia, onde formas

residuais, testemunhas do relevo mais elevado da borda da bacia, se destacam

topograficamente (Figura 41 - Mapa Geomorfológico e Figura 42 - Mapa Hipsométrico).

O Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba corresponde a uma área de aproximadamente

289km2, o que representa 37,5% de sua área total. É representado de forma contínua pelo

relevo das bordas norte, nordeste, leste e sudeste da bacia, constituindo o divisor de águas de

outras bacias circunvizinhas. A oeste apresenta-se de forma descontínua, com pequenas

elevações. Sua área de maior expressão espacial localiza-se no Parque Ecológico de Goiânia,

nos interflúvios Tamanduá-Carapina e Cana Brava-Seco.

Uma das características morfológicas marcantes da unidade geomorfológica mais

elevada é o predomínio das formas convexas, localmente retilíneas, recobertas por Argissolos

pouco profundos. Para OLIVEIRA (1994), a presença do horizonte B textural, de menor

permeabilidade, condiciona maior vulnerabilidade à erosão superficial (em sulcos e laminar), o

que é agravado quando ocorre em declives acentuados.

Plano de Manejo da APA João Leite96

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FIGURA 41: MAPA GEOMORFOLÓGICO (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite97

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FIGURA 42: MAPA HIPSOMÉTRICO (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite98

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A borda norte da bacia hidrográfica constitui o divisor de águas das Bacias Platina e

Amazônica. As altitudes situam-se entre 1000 e 1100m e configuram extenso chapadão que se

prolonga para norte além dos limites da Bacia do Rio João Leite. Na bacia, o chapadão é

representado por estreita faixa descontínua, que, dada a evolução natural da bacia de

drenagem, sofre os efeitos da erosão regressiva, originando vertentes íngremes, de formas

convexas e retilíneas, que estabelecem o limite meridional do chapadão (que constitui uma

superfície de cimeira regional).

A estrutura superficial nessa unidade é representada por concreções ferruginosas,

constituindo verdadeiras bancadas, inumadas ou não por solos e por fragmentos de material

rochoso, por vezes ferruginizado, dispostos caoticamente na superfície, em horizontes de espessuras

variadas, eventualmente inumados, originando pavimentos detríticos (MAMEDE et al.1981).

O Planalto Rebaixado de Goiânia estende-se por toda parte central da área, em

extensas formas tabulares ou em formas suavemente convexas. Corresponde a uma extensão

de 471,6km2, equivalentes a 61% de sua superfície total. Suas altitudes vão de 850m a norte, a

720 m a sul, no baixo curso do Rio João Leite. Constitui, ao contrário da unidade limítrofe, uma

área onde predomina a deposição e não o transporte de sedimentos, fato evidenciado pelo

predomínio absoluto de solos profundos como os latossolos. Dessa superfície emergem

relevos residuais testemunhos da superfície mais elevada do Planalto do Alto Tocantins-

Paranaíba, observados ao norte e nordeste de Goialândia. É também nessa superfície que se

instalaram planícies e terraços fluviais, especialmente ao longo do Rio João Leite, do Ribeirão

Jurubatuba e do Córrego Mato Grosso. No Rio João Leite, estendem-se, de forma descontínua,

ao longo de quase todo o seu curso, alcançando maior expressão espacial a oeste de

Terezópolis de Goiás. Ao longo dos outros cursos d’água sua expressão geográfica não é

muito significativa.

5.12.4. SOLOS

Ocorre uma grande variedade de solos na Bacia do Rio João Leite. Entretanto, em

extensão geográfica predominam os latossolos vermelhos distróficos, textura argilosa, que se

assentam preferencialmente sobre os relevos suavemente convexos. Na borda norte, onde o

relevo apresenta-se mais movimentado, há um predomínio dos argissolos vermelho-amarelos,

que também recobrem relevos mais elevados e aguçados em outras partes da bacia.

Plano de Manejo da APA João Leite99

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OLIVEIRA (1996) elaborou o mapeamento dos solos da bacia (Figura 43), cujas principais

classes são a seguir descritas sucintamente com respectivas características.

FIGURA 43: MAPA DE RECONHECIMENTO DE ALTA DENSIDADE DOS SOLOS (VERANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite100

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5.12.4.1.LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO, TEXTURA ARGILOSA

São, em geral, profundos, com constituição mineral e de boa drenagem, muito

intemperizados, com baixa fertilidade natural, razoável resistência à erosão superficial e grande

uniformidade de características ao longo do perfil.

Na área de estudo esses solos ocorrem nas chapadas e chapadões, evoluídos ora a

partir de sedimentos da cobertura terciária-quaternária detrítico-laterítica (TQdl) que recobrem

os chapadões, ora de sedimentos retrabalhados que recobrem litologias pré-cambrianas. São

muito importantes na área, quer pelas grandes extensões que ocupam, quer pelo relativo

elevado potencial agropecuário, que é condicionado pela ausência de impedimentos físicos à

mecanização, relevo de baixa declividade e boa permeabilidade ou drenagem interna.

Requerem, para sua utilização plena, o uso de corretivos químicos, sendo, porém suscetíveis a

compactações mecânicas efetuadas no preparo ao cultivo.

5.12.4.2.LATOSSOLO VERMELHO DISTROFÉRRICO

Ocorrem associados aos latossolos vermelhos distróficos e têm sua origem atribuída a

rochas anfibolíticas. Ocorrem muito localmente, não alcançando representatividade como solo

dominante na escala trabalhada.

5.12.4.3.ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO

Ao contrário dos latossolos, apresentam uma considerável diferenciação de horizontes

ao longo do perfil, particularmente quanto às características de cor, textura e estrutura, além da

presença de cerosidade. A presença do horizonte B textural de menor permeabilidade

condiciona uma maior vulnerabilidade à erosão superficial (em sulcos e laminar), o que é

agravado pela sua ocorrência em declives acentuados, de relevos caracterizados como

ondulados e fortemente ondulados.

A maioria da área apresenta boa fertilidade natural, o que lhes confere o caráter

eutrófico. A presença de cascalhos se caracteriza como fator limitante à plena utilização

agrícola, ao lado de relevo declivoso, que dificulta a mecanização agrícola. O uso mais comum

verificado nesse tipo de solo é a pastagem.

Plano de Manejo da APA João Leite101

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5.12.4.4.ARGISSOLO VERMELHO

Também se caracteriza pela ocorrência de um horizonte B do tipo textural, diferindo do

argisssolo vermelho-amarelos quanto à coloração, com tonalidades vermelho-escuras ao longo

de todo o perfil e quanto ao gradiente textural, que é inferior, visto que no caso desta área a

maioria destes solos é proveniente do segmento anteriormente denominado Terras Roxas

Estruturadas Similares.

Os aspectos de relevo, uso agrícola e vulnerabilidade à erosão são semelhantes ao do

argissolo vermelho-amarelo.

5.12.4.5.CAMBISSOLO HÁPLICO

Em nível significativo (como dominantes), estes foram identificados nas proximidades

de Goianápolis e Anápolis. Em geral, ocorrem nas encostas, em condições de relevo muito

declivoso. Na maioria das vezes são cascalhentos, o que, junto às condições de relevo, são

desaconselháveis ao aproveitamento agrícola, ficando mais restritos às pastagens, quando

não, à vegetação natural.

5.12.4.6.PLINTOSSOLO PÉTRICO

Assim foram caracterizados os solos minerais bem drenados, geralmente profundos e

que se notabilizam pela ocorrência de concreções lateríticas (petroplintita) em grande

quantidade, misturadas à massa do solo, o que é extremamente limitante ao desenvolvimento

vegetal.

Esses solos, nesta região, estão ligados à exposição das bancadas ferruginosas das

coberturas detrítico-lateríticas, posicionando-se geralmente em seus bordos. Não são

aproveitáveis ao uso agrícola, sendo muito utilizados como material para a construção de

estradas.

5.12.4.7.PLINTOSSOLO HÁPLICO

Trata-se de solos relativamente jovens, ou moderadamente desenvolvidos, minerais e

muito mal drenados. Ocorrem em ambientes rebaixados sujeitos à presença do nível de água à

superfície ou próximo a ela na maior parte do tempo, em condições propícias à acumulação de

materiais orgânicos.

Plano de Manejo da APA João Leite102

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Evoluem geralmente a partir de sedimentos depositados nas planícies de inundação

dos ribeirões e córregos, assim como os Neossolos Flúvicos, dos quais se diferenciam,

principalmente, em função das condições de drenagem interna.

Geralmente estão cobertos por vegetação de Campo Úmido, particularmente

ciperáceas. Têm fertilidade natural variável (eutróficos e distróficos) e ocorrem na área

associados a Neossolo Flúvico, na planície do Rio João Leite. A sua utilização agrícola requer

um adequado manejo da água do solo, como, por exemplo, a construção de drenos artificiais.

5.12.4.8.NEOSSOLO FLÚVICO

Na área em questão foram constatados como componentes secundários junto aos

Plintossolos Háplicos, na planície do Rio João Leite.

Originam-se de sedimentações aluvionares sucessivas, de natureza variada,

condicionadas pela dinâmica de cheias do Ribeirão. Encontram-se ao longo da planície

constituindo as áreas não inundáveis permanentemente, tais como diques marginais atuais ou

antigos. A vegetação é de porte maior do que a que cobre os Plintossolos Háplicos sendo

comum a presença da palmeira bacuri. Podem suportar bons cultivos e pastagens, por conta

de sua elevada fertilidade natural. A principal limitação é a possibilidade de inundação em

períodos de cheias mais pronunciadas.

5.12.5. HIDROGRAFIA

A Bacia do Rio João Leite abrange sete municípios (seis parcialmente: Goiânia,

Anápolis, Nerópolis, Goianápolis, Terezópolis de Goiás e Ouro Verde de Goiás; e um município

em sua integridade: Campo Limpo de Goiás), além do distrito de Goialândia que pertence ao

município de Anápolis. Insere-se na Bacia do Rio João Leite que tem como nível de base

regional o Rio Paranaíba, todos componentes da macrobacia do Rio Paraná.

O limite setentrional da Bacia do Rio João Leite é feito pela Serra dos Pirineus, onde

existem remanescentes do pediplano de cimeira regional (1.000 a 1.100 m), grande divisor das

Bacias Platina (Rio Paranaíba) e Amazônica (Rio Tocantins). A partir de então, o curso em

questão e seus tributários, drenam o Planalto de Goiânia, caracterizado pelo cinturão granulítico.

A imposição estrutural responde pelo domínio do padrão de drenagem do tipo

dendrítico, com presença de angularidades e orientações tectônicas, como no baixo curso,

próximo à confluência com o Rio Meia Ponte (700 m).

Plano de Manejo da APA João Leite103

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A Bacia do Rio João Leite, com uma área de 771,51km2, apresenta forma alongada no

sentido NNE-SSW, o que caracteriza a possibilidade de fluxo rápido. A configuração da

drenagem atual encontra-se relacionada aos fatores morfoestruturais como a disposição das

seqüências litoestratigráficas (WNW-ESE), processos de falhamentos ou zonas de

cisalhamentos (NNE e NNW) e atividades erosivas comandadas pelo sistema fluvial

associadas a processos epirogenéticos pós-cretáceos. Como exemplo, a borda setentrional da

bacia, correspondente ao Planalto do Alto Tocantins-Paranaíba, é separada do Planalto

Rebaixado de Goiânia, provavelmente, por extenso falhamento de sentido NNW-ESSE no

Córrego das Pedras, e de sentido E-W para o Córrego Jurubatuba. Outras evidências

tectoestruturais são registradas na bacia, com destaque para a superimposição do Rio João

Leite em seqüência quartzítica que foi aproveitada como eixo do barramento do reservatório.

No limite norte da bacia afloram as nascentes do Rio João Leite. Seus principais

formadores, o Córrego das Pedras a noroeste e o Córrego Jurubatuba a leste, juntam-se a 1

km a sudoeste da localidade de Campo Limpo de Goiás (antiga Rodrigues do Nascimento),

formando o curso principal do Rio João Leite, com aproximadamente 135 km de extensão. Sua

foz encontra-se na junção com o Rio Meia Ponte, que corta a parte norte da cidade de Goiânia.

Com base nos dados de 1975 a 2006, a vazão média na captação João Leite é de 11,2

m3/s (Anexo 8), com variações seqüenciais anuais acima de 16 m3/s, como nos anos de 1992

(18,3 m3/s) e 1993 (16,6 m3/s) e abaixo de 8 m3/s, como nos anos de 1996 (6,3 m3/s) e 1997

(7,2 m3/s).

O rítmo fluviométrico anual apresenta estreita correspondência com a distribuição

pluviométrica (Figura 44), registrando-se pequeno retardo da vazão, em aproximadamente 1

mês, explicado pelo balanço hidrológico quanto à retirada e principalmente a reposição hídrica

do solo: o início da vazante se dá a partir de junho e o restabelecimento da cheia a partir de

novembro.

No período de novembro a maio a vazão média mensal supera os 10 m3/s, com

destaque para os meses de fevereiro e março, com médias acima de 16 m3/s (16,1 e 17,1 m3/s,

respectivamente), e abaixo desse valor no período de junho a outubro, com destaque para os

meses de agosto e setembro, com descargas abaixo de 6 m3/s (5,2 e 5,7 m3/s,

respectivamente).

Plano de Manejo da APA João Leite104

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FIGURA 44: RELAÇÃO VAZÃO E PRECIPITAÇÃO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE(1975/2006)

Relação vazão e precipitação na bacia do rio João Leite

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

vazã

o (m

3/s)

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

prec

ipita

ção

(mm

)

vazão precipitação

FONTE: ANA 2006

As descargas máximas (Anexo 9) apresentam média anual de 39,5 m3/s, com extrema

de 75,6 m3/s, registrada em abril de 1988. As máximas extremas mensais, acima de 50 m3/s,

ocorreram nos anos de 04/1988 (75,6 m3/s), 02/1992 (53,3 m3/s) e 03/1994 (51,8 m3/s). As

descargas mínimas (Anexo 10) apresentam média anual de 3,1 m3/s, com mínimas mensais

extremas, abaixo de 2 m3/s, nos anos de 10/1977 (0,9 m3/s), 10/1978 (0,6 m3/s), 10/1991 (1,6

m3/s), 07/1999 (1,8 m3/s) e 10/2002 (1,9 m3/s).

5.12.5.1. AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE DOS RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

Segundo observações realizadas em campo e com base em modelos hidrogeológicos,

as melhores condições de armazenamento hídrico em subsuperfície encontram-se

relacionadas às superfícies pediplanadas, enquanto no interior da bacia, onde prevalecem

rochas granulíticas com depósitos de coberturas variáveis, o fluxo superficial é mais

significativo. A descarga média anual na captação do João Leite é de 12,4m³/s (ANA 2006).

5.12.5.2.AVALIAÇÃO DA POTENCIALIDADE HIDROGEOLÓGICA

Os resultados desse potencial mostram que a bacia encontra-se com distância taxonômica

entre 4,5 e 6,0. O potencial hidrogeológico apresenta 3 classificações: médio tendendo a fraco com

percentual de 75,03, médio 7,23 e médio tendendo a bom com 17,74. A subdivisão apresentada

Plano de Manejo da APA João Leite105

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permitiu evidenciar o significado de cada um dos parâmetros no estabelecimento da distância

taxonômica que apresentaram índices entre 4,8 e 5,4 (ANA 2006) (Figura 45).

FIGURA 45: MAPA DO PONTENCIAL HIDROGEOLÓGICO (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite106

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5.12.5.3.DINÂMICA DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Modelo de superfície potenciométrica única sem confinamento. Apresenta forma de

circulação mais simples e que ocorre na maior parte das áreas onde aqüíferos anisotrópicos de

natureza fissural são recobertos por espessos solos.

Modelo de superfície potenciométrica única com confinamento. Caracteriza-se por

apresentar aqüíferos porosos ou pouco porosos recobrindo sistemas fraturados. O meio

intergranular superficial é representado por solos rasos e saprolitos relativamente espessos,

comumente desenvolvidos a partir de rochas granulíticas.

Existem dados de 122 poços tubulares perfurados na área da bacia ou em suas imediações

cadastrados pela AGIM (2002), permitindo-se visualizar que ocorrem quase que exclusivamente na

seção setentrional de Anápolis e ao norte de Goiânia, com apenas uma informação no município

de Ouro Verde de Goiás (Figura 46). Grande parte da Bacia do Rio João Leite não apresenta

dados de poços tubulares profundos, o que impede uma melhor avaliação desses parâmetros e

relações com o comportamento dos aqüíferos. No baixo Rio João Leite a vazão máxima de

12,7m3/hora ocorre próximo ao leito do referido curso, em linha de falhamento relacionada à

granulitos ortoderivados. Portanto, nas áreas dissecadas dominadas pelos granulitos, orto ou

paraderivados, o índice de fraturamento assume relevância no potencial hidrogeológico.

5.13. DINÂMICA DOS PROCESSOS E IMPACTOS ASSOCIADOS

Com base na avaliação dos componentes abióticos da paisagem, registram-se

importantes correlações para uma caracterização da vulnerabilidade da Bacia do Rio João

Leite aos processos erosivos. A superposição dos parâmetros abióticos leva a admitir que as

áreas mais vulneráveis à erosão correspondem àquelas de maior dissecação, ou seja, as áreas

representadas por formas aguçadas e secundariamente por áreas convexas (de maior domínio

espacial). Seções lineares caracterizadas por rupturas de declives, também se inserem nas

formas de maior vulnerabilidade.

As formas aguçadas, registradas na seção centro-setentrional da bacia, a norte de

Goialândia, encontram-se relacionadas às intrusões graníticas e à tectônica quebrante,

individualizadas por Cambissolos Háplicos. Essas características, aliadas ao intenso

desmatamento, favorece o desenvolvimento de ravinas e eventualmente de boçorocas, onde o

escoamento concentrado assume relevância.

Plano de Manejo da APA João Leite107

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FIGURA 46: MAPA POÇOS TUBULARES PROFUNDOS (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite108

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As formas convexas apresentam comportamento variável, indo de suavemente

convexas, como na seção meridional da bacia, até fortemente convexas, a exemplo de

praticamente toda borda oriental, ocidental e setentrional da bacia, principalmente a noroeste

de Anápolis. Encontram-se associadas ao Complexo Granulítico Anápolis - Itauçu, gerando os

Argissolos Vermelho e Vermelho-Amarelo. Nesse caso, o horizonte Bt favorece o

desenvolvimento de erosão superficial, principalmente nas áreas de maior declive e onde se

registram derivações antropogênicas (cultivos e pastagens).

As formas tabulares, que prevalecem na porção centro-setentrional da bacia,

contornando as formas aguçadas, integram o Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu,

caracterizadas por latossolos vermelhos. Por corresponderem a relevos planos, com vales

convexos, favorecem o desenvolvimento da infiltração, atenuando os processos erosivos.

Contudo, referem-se a áreas de uso intensivo do solo, tanto destinado às atividades

agropastoris como às olarias, principalmente ao longo dos Córregos Jurubatuba e das Pedras.

Essa última representa importantes impactos erosivos por resultarem em escavações

(barreiros) normalmente nas margens dos cursos d´água.

Estudos desenvolvidos por NASCIMENTO (1998), utilizando-se da Equação Universal de

Perdas de Solo (WISCHMEIER, 1959) mostram a expectativa de erosão em 30 microbacias

hidrográficas da Bacia do Rio João Leite, constatando-se que as áreas de maior risco encontram-

se localizadas nas proximidades de Anápolis e Goianápolis. Observações de campo realizadas

na bacia mostram que os principais agentes promotores de atividades erosivas correspondem

aos “barreiros”, trilhas de gado, plantio agrícola e de eucalipto sem adoção de práticas

conservacionistas ou manejo adequado. Grande parte desses problemas encontra-se localizada

nas sub-bacias dos Córregos Jurubatuba e das Pedras, uma vez que correspondem ao pólo de

olarias, onde proliferam os “barreiros” para a extração de material (argilas) e onde se concentram

as maiores extensões de plantio de eucalipto para a sustentação dos fornos das cerâmicas.

Deve-se considerar ainda o uso da água para a irrigação de horticulturas que carece de

processo de ordenamento territorial.

5.14. QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE

De acordo com o texto legal, a qualidade das águas no Rio João Leite e seus

tributários, e conseqüentemente no trecho do futuro reservatório, é classe II. (Resolução

CONAMA 357/2005). Os relatórios do PBA da Barragem/Reservatório, em especial o B-8 e

Plano de Manejo da APA João Leite109

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Limnológico referenciam as análises com padrões de qualidade da classe II, enquanto que o

relatório final do Programa C6, “Capacidade de Assimilação de Cargas Tóxicas e Orgânicas”,

referencia as análises com padrões de qualidade da classe III.

É importante manter as coleções d’água da Bacia do Rio João Leite no mínimo em

classe II. Há que se estabelecer ações e programas ambientais com metas para se chegar ao

enquadramento oficial de classe I, especialmente o trecho do reservatório.

Foram disponibilizados dados de análise de qualidade da água dos programas B-8, C-5,

monitoramento limnológico e laudos de análise da SANEAGO em 04/06/2006. Estes dados são

indicativos para a influência das atividades antrópicas urbanas e rurais em diferentes pontos da

Bacia do Rio João Leite.

A seguir apresenta-se, para alguns parâmetros físico-químicos, uma compilação dos

dados de monitoramento da qualidade da água apresentados nos seguintes documentos

disponibilizados:

Relatório Final, Roriz, 2005 - Limnologia, Plancton e Plantas aquáticas (B4+5+6).

13º Relatório de Progresso, DBO ENGENHARIA (2005) - Monitoramento e

Acompanhamento dos Impactos Gerados pelo Empreendimento (B8).

Relatório Final do Programa C6 - Capacidade de Assimilação de Carga Tóxica e

Orgânica.

Análise Físico-Química e Exame Bacteriológico, SANEAGO 07/06/2006.

Relatório Final, Neotrópica (2005) - Determinação dos Indicadores Ambientais para

Avaliação de Medidas de Conservação de Solo na Região Piloto do Ribeirão das Pedras

Nascente do Rio João Leite (CS).

Turbidez: verifica-se nos relatórios dos Programas B8, B4, B5 e B6 que no período das

chuvas há um aumento significativo deste parâmetro indicando a necessidade de um controle

das fontes. Segundo o relatório limnológico, medidas de controle local serão insuficientes para

garantir uma baixa turbidez no reservatório, o que reforça a necessidade de controle das

atividades em toda a APA.

A implementação de curvas de nível e práticas que conservem o solo e fomentem a

infiltração da água da chuva, o controle das atividades de extração de argila e das atividades

de terraplanagem, assim como, o controle do aporte de cargas orgânicas por efluentes urbanos

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(esgoto) e por atividade agropastoril podem manter a turbidez dentro do padrão de qualidade

ambiental recomendado. O Relatório CS apresenta resultados interessantes neste sentido.

Óleos e graxas: A maioria das análises realizadas nos Programas B8, B4, B5 e B6 e

pela SANEAGO apresentaram valores (levemente) em desacordo com os padrões de

qualidade ambiental (virtualmente ausentes), havendo algumas discrepâncias. Segundo os

relatórios B4, B5 e B6, as concentrações de óleos e graxas não apresentam nenhum padrão de

variação espacial ou temporal definido. Esta constatação reforça a suspeita de que as

principais fontes de contaminação estão ligadas às atividades urbanas e ao transporte por

veículos automotivos por rodovias e estradas.

Diversas atividades existentes na bacia podem estar contribuindo para o aporte de

óleos e graxas para os corpos d’água superficiais, tais como, postos de gasolina, oficinas

mecânicas públicas e privadas, garagens de tratores, caminhões, ônibus e veículos

automotivos, pátios de carros batidos e apreendidos nos postos da Polícia Rodoviária Federal,

assim como, o próprio “pingamento” de óleo sobre o asfalto e seu transporte pela drenagem

sem barreiras de contenção apropriadas. É possível que ainda sejam identificadas fontes de

óleos e gorduras animais e vegetais.

A adequação destas atividades às boas práticas de gestão ambiental, além do

atendimento à legislação ambiental, deverá reduzir os riscos ligados ao potencial impactante

destas atividades. O maior risco ambiental para o reservatório, vem da BR 153, por onde

trafegam diariamente caminhões transportando óleos combustíveis e óleos vegetais.

Oxigênio Dissolvido (OD) e Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): Os dados nos

documentos apresentam bons valores de OD e DBO ao longo da bacia, indicando que o

processo de autodepuração ainda é suficiente para assimilar as cargas atuais de matérias

orgânicas. Pontualmente são observadas análises preocupantes com valores próximos e em

desacordo com os respectivos padrões de qualidade. Os relatórios limnológicos dos Programas

B4, B5 e B6 levanta a hipótese de que em regiões mais profundas do futuro reservatório,

possam ocorrer trechos de hipoxia. O Relatório final do Programa C6, sobre a assimilação de

cargas orgânicas, apresenta análises da demanda química de oxigênio (DQO), tendo

encontrado na terceira e quarta amostragem valores acima da média principalmente em locais

do rio próximos a pontes e lançamentos de efluentes.

As situações pontuais de degradação indicadas por estes parâmetros, apresentam hoje

uma situação de alerta amarelo, ou seja preocupante. As previsões de aumento da ocupação

urbana com aumento das cargas orgânicas e de retração da vegetação marginal, responsável

Plano de Manejo da APA João Leite111

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pela autodepuração na Bacia do Rio João Leite, elevam ainda mais esta preocupação,

tornando imprescindíveis ações de controle e tratamento de todas as cargas orgânicas urbanas

e rurais na Bacia do Rio João Leite.

Por este motivo, o controle de cargas orgânicas agro-pastoris (suinocultura, confinamento

de gado, avicultura, etc.), urbanas (esgotamento sanitário de loteamentos, bairros, estações de

tratamento, aterros, lixões, etc.) deve ser realizado. Essa atividades deve além de atender a

legislação ambiental pertinente, implementar boas práticas de gestão ambiental empresarial.

Índices de coliformes fecais e termotolerantes: Os dados apresentaram, em

períodos pertinentes, medições pontuais em discordância com os padrões de qualidade

ambiental. Torna-se necessário o tratamento adequado dos esgotos sanitários, seja em ETE

centralizadas, seja em tratamentos insulares adequados. Atividades de suinocultura e pecuária

confinada devem atender a legislação ambiental e implementar boas práticas de gestão

ambiental empresarial.

Fósforo total (P-Total): Em todos os documentos onde este parâmetro foi medido,

foram observadas análises em desacordo com os padrões de qualidade ambiental, indicando

um elevado teor deste nutriente freqüentemente presente em fertilizantes. Segundo os

Relatórios limnológicos dos Programas B4, B5 e B6 as concentrações de P-Total encontradas

são preocupantes, principalmente para a qualidade ambiental do futuro reservatório, pois o

fosfato é um dos nutrientes limitantes que em baixas concentrações, inibe a proliferação de

fitoplâncton e macrófitas aquáticas e em elevadas concentrações, possibilita a sua proliferação

excessiva.

A aplicação de fertilizantes é apontada como principal responsável pelas concentrações de

fosfato na água, sendo necessário controlar e limitar a aplicação indiscriminada de fertilizantes.

Deve-se também incentivar os produtores rurais a recomporem as várzeas, a vegetação ciliar e

APPs, pois as raízes de árvores e arbustos funcionam como um filtro para o aporte difuso de

nutrientes carreados por lixiviamento das áreas agropastoril. Além disto, é necessário seguir um

controle adequado dos solos que evite as perdas por erosão destes nutrientes para o ambiente,

caracterizando desperdício de recursos financeiros para os produtores rurais.

Agrotóxicos: Apesar de ter sido requerido com insistência, no Relatório Bimestral nº 7

do Programa de Descarte de Embalagens de Produtos Perigosos e de Controle de Uso de

Agrotóxicos na Bacia do Rio João Leite, UFG, 2005, não foram apresentados os dados das

análises de agrotóxicos em amostras de água e de solo realizados na Bacia do Rio João Leite.

Plano de Manejo da APA João Leite112

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Metais pesados: As análises de Fe indicam uma concentração elevada nas amostras

de água. É possível que esta concentração mais elevada esteja associada às características

geoquímicas das rochas e dos solos da região. Porém é necessário checar esta hipótese.

O Relatório final do Programa C6, não apresenta em suas conclusões preocupação

com metais pesados, recomendando apenas a manutenção das campanhas de

monitoramento. O levantamento e avaliação de eventuais fontes industriais não faziam parte do

escopo deste trabalho.

O Relatório final do Programa de Determinação dos Indicadores Ambientais para

avaliação de medidas de conservação de solo na região piloto do Ribeirão das Pedras nascente

do Rio João Leite, apresenta dados de melhoria significativa dos parâmetros de qualidade

ambiental em momentos anteriores e posteriores às medidas de recuperação das nascentes.

Os dados apresentam em resumo:

uma “notável” redução na temperatura da água (+).

elevação do OD (+).

grande redução dos valores de ortofosfato, turbidez e sólidos suspensos (+).

grande aumento do nitrogênio amoniacal e nitrato ( - ).

aumento de biodiversidade de macroinvertebrados bentônicos (+).

É preocupante o fato de se ter justificado a elevação dos parâmetros de nitrogênio, com

o período de seca, o que relativisa também os dados de turbidez e sólidos suspensos.

Foi ressaltado que o monitoramento físico-químico por amostragens esporádicas (não

contínuas) apresenta uma “fotografia” momentânea da situação ambiental, que em poucas

horas pode ser muito distinto do amostrado. Assim sendo, amostras individuais de água são

pouco representativas para a caracterização da situação físico-química encontrada no

ambiente. A realização de campanhas em diferentes pontos ao longo de séries temporais, faz

com que em conjunto seja possível avaliar o aporte dos diferentes nutrientes e dos

contaminantes das bacias hidrográficas.

Uma resposta mais fiel e confiável sobre a qualidade ambiental é obtida através do

monitoramento da composição específica e das alterações na abundância de espécies

Plano de Manejo da APA João Leite113

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planctônicas e bentônicas, uma vez que estas comunidades animais e vegetais estão expostas

às condicionantes ambientais, 24 horas por dia, 30 dias por mês e 12 meses no ano. O

Relatório final de Determinação dos Indicadores Ambientais para avaliação de medidas de

conservação de solo na região piloto do Ribeirão das Pedras nascente do Rio João Leite,

sugeriu a realização de biomonitoramento com macroinvertebrados bentônicos.

5.15. LIMNOLOGIA

Segundo Roriz (2005), as características lóticas com elevada turbulência e turbidez do

Rio João Leite e seus afluentes podem explicar as baixas concentrações de clorofila-a

mensuradas entre Dez/03 e Set/05.

A análise das amostras da comunidade fitoplanctônica resultou na identificação de 102

táxons distribuídos entre 10 grupos: Bacillariophyceae (37), Chlorophyceae (22), Cyanobacteria

(13), Euglenophyceae (12), Chrysophyceae (6), Cryptophyceae (5), Zygnemaphyceae (4),

Dinophyceae (2), Xanthophyceae (1) e Oedogoniophyceae (1).

Quanto à riqueza de espécies fitoplanctônicas, os tributários, como o Macaúba (43) e o

Palmito (35) apresentaram maior riqueza, esta diferença pode ser explicada através das

características hidrodinâmicas dos ambientes onde foram coletadas as amostras. Quanto à

abundância fitoplanctônica foram registrados baixos valores de densidade e biomassa.

Nas amostras de zooplâncton, foram registrados 72 táxons: protozoários testáceos (31),

rotíferos (24), cladóceros (9) e copépodos (8). Em geral, os valores de densidade foram baixos

durante todo o período de monitoramento, havendo, no entanto resultados em dois pontos que

evidenciaram uma tendência de incremento nos valores destes atributos no mês de setembro.

Com relação à composição, riqueza de espécies e abundância, foram observadas

diferenças marcantes entre os pontos de amostragem no João Leite e no Córrego Palmito. As

condições lênticas do Palmito levam ao predomínio de espécies verdadeiramente planctônicas,

sendo que a estrutura da comunidade encontrada pode indicar as características que serão

encontradas após a formação do reservatório.

As assembléias de plantas aquáticas, no trecho monitorado do Rio João Leite são

caracterizadas pela presença de táxons emergentes. O grupo ecológico das plantas flutuantes

livres (e.g. Salvinia) têm maior potencial de colonizar o reservatório nas áreas protegidas da

ação do vento e com menor fluxo de água.

Plano de Manejo da APA João Leite114

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A partir da análise deste relatório Roriz (2005), podemos concluir que o ambiente

aquático do João Leite e seus tributários, no que diz respeito aos dados limnológicos

amostrados, apresenta-se alterado, mas não degradado, indicando que a capacidade de

autodepuração dos ambientes fluviais ainda consegue absorver as cargas orgânicas e tóxicas

lançadas na bacia. Há porém, indícios de stress para alguns parâmetros, como o P-Total. Para

garantir a boa qualidade dos ambientes lóticos do Rio João Leite e seus tributários e dos

ambientes lênticos no futuro reservatório, é importante evitar o aporte de fosfato e outros

nutrientes, através do controle de atividades agropastoris, do tratamento de efluentes

domésticos e industriais e da redução de cargas tóxicas, em especial de óleos e graxas, vindas

das rodovias e estradas que cortam toda a Bacia do Rio João Leite.

5.16. FONTES POTENCIALMENTE POLUIDORAS NA BACIA

FIALHO, 2005a e FIALHO 2005b, realizaram a caracterização das fontes

potencialmente poluidoras levantadas na área da Bacia do Alto Meia Ponte. Através da

plotagem dos pontos na área da APA, chegou-se à seguinte lista de atividades (Quadro 33):

QUADRO 33:FONTES POTENCIALMENTE POLUIDORAS NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE

PONTO NOMECOORDENADAS

X Y12 Doce Vida Polpas 690860 816163516 Tks Farmaceutica Ltda 687418 816293277 Ind. De Massas Alimentíceas 687979 815994278 Foliar Agricultura 691113 816170479 Artfarma Com. E Ind. 688328 816052080 Aline Ind. De Alimentos 688499 816077181 Tapajós Ind. E Com. 689563 816115282 Detergol - Ind. Detergentes 690744 816155992 Marques Antônio Ribeiro 687349 8163915

226 Eliana Mendes Campos 717208 8196537227 Pedro Catarina Filho 717111 8196963228 Valtercides Pereira 716558 8197724229 Itamaraty Ind. E Com. 716475 8197788230 Frigossuino 717471 8194664231 Cerealista Manchester 714215 8193884232 Cereal Cereais Ara 717358 8196548233 Frigorífico Servic 704530 8196238234 Frinápolis Ind. E Com. 717091 8195943235 Free Pesca-Marcos 707487 8188281246 Piscicultura Sergio 709818 8176820250 Improagro 712251 8175258251 Granja Santa Teresa 706969 8178456277 Akesse Centro Oeste 703007 8177582278 Aterro Sanitário 702621 8173847279 Estância Da Vovó 705687 8181864280 Saty Alimentos Ltda. 702731 8177606

Plano de Manejo da APA João Leite115

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Em visitas da equipe técnica à Ouro Verde de Goiás, Campo Limpo de Goiás, Anápolis,

Terezópolis de Goiás, Goianápolis, Nerópolis e Goiânia, realizadas nos dias 12 e 13 de junho

de 2006, 11 e 24 de julho de 2006, foram identificadas as seguintes tipologias de atividades

potencialmente poluidoras e degradadoras, além da identificação. O Quadro 34 apresenta um

documentário fotográfico de algumas fontes de poluição presentes na Bacia do Rio João Leite.

QUADRO 34:FONTES POTENCIAIS DE CONTAMINAÇÃO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE

Extração de barro (argila) em Campo Limpo de Goiás(12/07/06).

Há relatos e são identificadas em imagens de satélitediversas cavas e áreas de extração de argila.

Olaria em Campo Limpo de Goiás.

Oficinas mecânicas em Terezópolis de Goiás (11/07/06)Extração de cascalho em Anápolis, entre a malha urbana eas nascentes que levam ao Ribeirão Jurubatuba. (24/07/06)

Plano de Manejo da APA João Leite116

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Drenagem das águas pluviais da BR 153, Terezópolis deGoiás em (24/07/06)

Foram plotados 8 postos de Gasolina ao longo do trecho daBR 153 que cruza a APA João Leite, BR 153, em

(24/07/06). Uma parte dos postos possuía lava a jato, boxde troca de óleo, borracharia, oficina mecânica e

restaurante.

Gado e curral localizados junto a vale em Terezópolis deGoiás, com risco de lançamento de carga orgânica.

(24/07/06).

Oficina e “cemitério” de carcaças de caminhões na áreaurbana de Anápolis acima da nascente que leva ao

Jurubatuba, (24/07/06)

Tanque de óleo exposto na obra, situada às margens daBR 153, mas fora da APA João Leite. É provável, que esta

atividade potencialmente poluidora, também ocorra nasobras na região da APA. (24/07/06)

Saída da caixa de gordura em posto de gasolina, drenandopara nascentes que levam ao Ribeirão Jurubatuba

(24/07/06)

Plano de Manejo da APA João Leite117

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Avicultura às margens da BR 153 em Terezópolis deGoiás, (24/07/06)

Com a queima da faixa marginal de vegetação ao longo daBR 153, o solo fica desprotegido, perde sua capacidade detamponamento e retenção de eventuais derramamentos na

pista. As cinzas e um maior escorrimento superficialpromovem o carreamento do lixo da BR para os corpos

d’água - Terezópolis de Goiás em (24/07/06).

Pecuária extensiva e área de pasto com alto grau deerosão e degradação, em Terezópolis de Goiás (24/07/06).

Pátio de carros batidos e apreendidos do Posto da PolíciaRodoviária Federal localizado à beira do PEAMP (Pq. dos

Ipês) (24/07/06)

Transporte de óleo e de cargas perigosas pela BR 153.Posto da Polícia Rodoviária Federal localizado à beira do

PEAMP (Pq. dos Ipês) (24/07/06)

Expansão da malha urbana de Anápolis. Foto tirada nodivisor de águas para a APA João Leite. A área fotografada

está fora da APA, mas a imagem é representativa paraimpactos ligados à expansão da malha urbana sobre asmuitas nascentes formadoras do Jurubatuba. Anápolis

(24/07/06)

Plano de Manejo da APA João Leite118

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Captação de água, provavelmente irregular, às margens deRibeirão afluente do Meio Ponte. Bairro Jardim Guanabara

em Goiânia (24/07/06)

Plano de Manejo da APA João Leite119

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5.17. ASPECTOS BIÓTICOS

5.17.1. FLORA

A Bacia do Rio João Leite, devido as suas dimensões e abrangências, não poderiam

deixar de apresentar várias fitofisionomias do Bioma Cerrado.

O Bioma Cerrado está localizado basicamente no Planalto Central do Brasil e ocorre em

um gradiente de formas fisionômicas, dependendo do aspecto do substrato, da profundidade,

do grau de saturação e do efeito do fogo. Este Bioma é o segundo maior da América do Sul,

que cobre 20% do território brasileiro, superado apenas pela Floresta Amazônica (RIBEIRO &

WALTER, 1998).

O cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em

biodiversidade, com mais de 10.000 espécies vegetais, sendo 4.400 endêmicas (IBAMA,

2001). Segundo a mesma publicação, são onze os tipos fitofisionômicos gerais, enquadrados

em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas

(Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo,

Campo Rupestre e Campo Limpo de Goiás), muitos dos quais apresentam subtipos (RIBEIRO

E WALTER, 1998).

Na área da Bacia do Rio João Leite as fitofisionomias mais significativas são: mata

seca, cerrado, mata de galeria e mata ciliar. Por esta razão é prioritária a identificação e a

garantia de preservação e recuperação dos restos de mata ciliar e de sucessões ecológicas

existentes à montante e à jusante do alagamento. É imprescindível a inclusão destas áreas nos

Planos Diretores de Ordenação Territorial Municipal, assim como a transformação destas áreas

em Unidades de Conservação municipais, estaduais ou particulares mais restritivas e seguras

que uma APA.

O manejo da vegetação pioneira que se instalará nas margens inundáveis do

reservatório deve acompanhar as variações de nível entre períodos de seca e chuva. Não

encontramos informações suficientes para analisar as estratégias de manejo desta faixa de

modo a reduzir processos erosivos e a garantir o acesso à água de animais terrestres,

provendo a estes abrigo, assim como, alimento.

Plano de Manejo da APA João Leite120

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5.17.1.1.SIMPLIFICAÇÃO DA PAISAGEM COMO RESULTADO DO PROCESSO DE

FRAGMENTAÇÃO

Um exemplo da simplificação da paisagem em uma parcela da Bacia do Rio João Leite

foi estudada por SEMARH (2005). Esses autores, na região do entorno do PEAMP, detectaram

uma paisagem extremamente modificada pela ação antrópica, em especial, pela agropecuária.

As maiores áreas ainda naturais são exatamente as áreas do PEAMP com fragmentos acima

de 1.900 ha. Além do PEAMP, apenas a área da Fazenda Santa Branca ainda possui mais de

1.000 ha. Estas áreas representam apenas 0,07 por cento das áreas naturais na região

amostrada (SEMARH, 2005).

Cinqüenta e seis por cento dos fragmentos dentro do “buffer” de 15 km ao redor do

PEAMP, são menores ou iguais a 1 hectare; trinta e três por cento são maiores que 1 hectare

e menores ou iguais à 10 hectares; dez por cento são menores que 100 hectares mas

maiores que 10 hectares; e 0,09 por cento maiores que 100 hectares e menores que 1.000

hectares. Os fragmentos representam 19% da área amostral, de um total de 157.609 ha

(SEMARH, 2005).

A ocupação histórica no “buffer“ de 15 km, aliada à presença de áreas urbanas, se

traduz em um isolamento muito grande e em problemas de dispersão para as espécies da flora

que dependem da zoocoria para propagar suas sementes. Existe, portanto, um risco grande de

depressão endogâmica das populações destas espécies, em especial o pequi (Caryocar

brasiliensis) e o buriti (Mauritia flexuosa), que dependem de animais para dispersar as suas

sementes, correndo, portanto, risco de serem extintas localmente (SEMARH, 2005). A coleta

de sementes de espécimes da área a ser alagada, aliada a um replantio de mudas em

atividades de recuperação de ambientes degradados, pode reduzir as perdas genéticas e o

risco de extinção local destas espécies.

Segundo dados da Associação para a Recuperação e Conservação do Ambiente -

ARCA (2001) citada por SEMARH (2006), a Bacia do Rio João Leite possui apenas 20,9% de

suas terras com cobertura vegetal nativa, desse valor 6% estão na forma de unidade de

conservação de uso indireto, neste caso o Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco. O

mesmo autor coloca que 75% da área da Bacia Hidrográfica João Leite, na época do estudo,

estava destinada ao uso agropecuário. Os outros valores encontrados pelo autor constam no

Quadro 35.

Plano de Manejo da APA João Leite121

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QUADRO 35:USO DO SOLO NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) JOÃO LEITE (< 2001).USO DO SOLO ÁREA OCUPADA (HA) REPRESENTATIVIDADE NA APA (%)Vegetação nativa 15.066 20.9Agropecuária 54.542 75.6Área urbana 1.510 2.1Área degradada 430 0.6Pivôs 307 0.4Reflorestamento 136 0.2Represas e lagoas 125 0.2

FONTE: ARCA, 2001 citado por SEMARH (2006)

Borges (2007, no prelo), por meio e segmentação e interpretação da imagem Landsat 7

ETM+ de abril de 2003, efetuou o mapeamento em escala 1:50.000 das classes de

remanescentes de vegetação e de uso e ocupação do solo na Bacia do Rio João Leite. As

classes de vegetação seguiram a classificação do IBGE (1991).

O Quadro 36 traz a distribuição de áreas por classe de remanescente de vegetação e

de uso e ocupação, pouco mais de 27% da bacia encontra-se recoberta por remanescentes de

vegetação (Figura 47), contudo esse dado não expressa o nível de proteção, o estado de

conservação e a capacidade biótica desses remanescentes. Vale destacar que dentre os municípios

com maiores percentagens de remanescentes de vegetação na Bacia Goiânia, Goianápolis e

Nerópolis devem suas contribuições em parte ao Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco

(PEAMP) que está circunscrito em seus limites. Já, em Terezópolis de Goiás, a percentagem

se deve, em parte, à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e às Reservas Legais

da Fazenda Santa Branca. O Quadro 37 faz uma comparação das áreas ocupadas por

remanescentes de vegetação coma as áreas ocupadas com os demais usos do solo na Bacia do

Rio João Leite.

QUADRO 36:TOTAL DAS CLASSES DE REMANESCENTES E DE USO E OCUPAÇÃO NA BACIA DORIO JOÃO LEITE.

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO AREA (HA) AREA (%)Área agrícola 5.392,3159 7,00Área urbanizada 3.329,5791 4,32Sítio da barragem do João Leite 30,0787 0,04Extração de argila 116,3256 0,15Floresta Estacional Decídual submontana + Mata de Galeria 2.982,7526 3,87Floresta Estacional Decidual submontana 3.401,6279 4,41Floresta Estacional Semidecidual submontana 6.329,0535 8,21Floresta Semidecidual Submontana + mata de galeria 2.593,6755 3,36Massa d'água 226,4846 0,29Mata de Galeria 4.462,2931 5,79Pastagem plantada 32.712,1554 42,44Pasto sujo 14.197,4481 18,42Reflorestamento 206,0194 0,27Savana Arborizada + Mata de Galeria 670,3752 0,87Savana Arborizada 267,8727 0,35Savana Florestada 165,9443 0,22

Plano de Manejo da APA João Leite122

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TOTAL (área da bacia) 77.084,0017 100,00

FIGURA 47: MAPA DE REMANESCENTES DE VEGETAÇÃO E USO DO SOLO (VERANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite123

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QUADRO 37:COMPARAÇÃO DA SOMA DE REMANESCENTES COM A SOMA DOS DEMAIS USOSDO SOLO NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE.

CATEGORIA HA %Uso do Solo 56.210,4069 72,9210Remanescentes de vegetação 20.873,5948 27,0790TOTAL (área da bacia) 77.084,0017 100,000

Para reverter este quadro de fragmentação da vegetação nativa, torna-se necessária a

recuperação e averbação das áreas de reserva legal, assim como a recomposição de áreas

permanentes de preservação.

5.17.1.2.PROPOSTA DE CORREDORES E INICIATIVAS PARA MITIGAR A

FRAGMENTAÇÃO DA PAISAGEM

Corredores, no sentido convencional, são percebidos como elos contínuos de ligação

entre partes de um ambiente. Funcionalmente, deve propiciar o fluxo gênico para que as

populações desse ambiente mantenham a sua diversidade genética, requisito para a sua

estabilidade e saúde (SAUNDERS et al., 1987 e SAUNDERS et al., 1991 citados por FELFILI,

2003)

Torna-se de crucial importância, a manutenção de uma paisagem composta de

remanescentes de vegetação natural de cerrado, matas ciliares e de galeria no entorno das

florestas estacionais para manter a conectividade entre os fragmentos (FELFILI, 2003). Os

programas de governo que fomentam a proteção e recuperação das nascentes e APP’s na

APA João Leite são fundamentais para a manutenção do fluxo gênico já existente nos

fragmentos daquela unidade. É, portanto fundamental que iniciativas de governo estimulem o

aumento desse fluxo gênico, por meio do aumento da conectividade entre os fragmentos de

vegetação nativa existentes na APA, para que as espécies animais, consideradas os maiores

dispersores de propágulos, tenham condições de percolar melhor a matriz fragmentada da

unidade.

O corredor natural para a vegetação aquática e para as espécies de mata ciliar, que se

apresentava intacto e preservado, já foi drasticamente reduzido com a construção da barragem

e será totalmente fechado com o enchimento do reservatório. Não há como propor caminhos

alternativos. Uma compensação parcial seria a recuperação das APPs ao longo do alto, médio

e baixo cursos do João Leite, assim como, ações que promovam a troca gênica entre

espécimes vegetais à jusante e à montante do barramento.

Plano de Manejo da APA João Leite124

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5.17.2. FAUNA

Do ponto de vista ecológico, a fauna apresenta duas características marcantes para o

diagnóstico ambiental. A primeira é a enorme diversidade de habitats que ocupam. A segunda

é o hábito alimentar diversificado, que faz com que as populações sofram pressões ou sejam

favorecidas pelas atividades antrópicas. Assim, a fauna é considerada indicadora da

degradação ambiental, por ser comumente favorecida pelo desmatamento ou pela

dependência da cobertura vegetal florestada, sendo grupo, em geral, com facilidade de

amostragem e alta susceptibilidade às possíveis mudanças ambientais.

A Bacia do Rio João Leite abriga espécies de anfíbios, répteis, aves, mamíferos e

peixes importantes pelo papel que desempenham na cadeia alimentar ou por estarem

virtualmente ameaçadas pela alteração dos habitats.

Na compilação dos levantamentos realizados na área da Bacia do Rio João Leite foram

levantados (dados secundários) um total de 36 espécies de anfíbios, 49 espécies de répteis,

230 espécies de aves, 71 espécies de mamíferos e 57 espécies de peixes. Essas espécies

registradas coincidem com a lista elaborada na avaliação realizada no período de 12 a 14 de

julho em Brasília, coordenada pelo MMA, para atualização das áreas e ações prioritárias para a

conservação, uso sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos biomas

Cerrado e Pantanal, que identificou 93 espécies de anfíbios, 7 mamíferos, 63 aves, 56 lagartos,

34 peixes, 3 quelônios e um jacaré como espécies alvo para conservação.

Na análise das áreas amostradas, comparando-se os diferentes ambientes, atribuindo

valores de 1 a 5 (Quadro 38) quanto à riqueza, às espécies potenciais e aos habitats

(diversidade, fragilidade e qualidade). O principal indicativo foi perda de hábitat (diversidade de

habitats) com redução da riqueza de espécies e a fragilidade com uso do solo e fogo. O

cerrado e a mata seca, podem garantir a manutenção da diversidade, lembrando que o cerrado

apresenta maior fragilidade na perda de habitats pela fragmentação no uso do solo e a mata

seca maior fragilidade com as queimadas e incêndios florestais.

QUADRO 38:VALORES DE IMPORTÂNCIA E MÉDIA PARA ANÁLISE DOS AMBIENTESAMOSTRADOS.

PONTORIQUEZA DE

ESPÉCIESESPÉCIES

POTENCIAISFRAGILIDADEDO HABITAT

QUALIDADEDOS

HABITATS

DIVERSIDADEDE HABITATS

MÉDIA

1 - Cerrado Antropizado 2 1 5 3 2 2,62 - Cerrado 5 4 4 4 1 3,63 - Mata Seca 5 4 3 5 1 3,6

Plano de Manejo da APA João Leite125

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4- Áreas em recuperação 2 2 4 3 2 2,65- Barragem 1 1 5 1 2 2,0

Assim, a garantia da manutenção dos ambientes principalmente das matas ripária é

importante para assegurar a diversidade da fauna existente na região.

O conjunto PEAMP/PEJoL, por estar incluído na APA João Leite, é considerado

essencial para a manutenção destes ambientes uma vez que possui um bom grau de

conservação e uma área total de quase 5.000 hectares.

5.17.2.1. ESPÉCIES AMEAÇADAS

O baixo número de espécies ameaçadas de extinção na Região da Bacia do Rio João

Leite, domínio do cerrado, se deve ao fato de ainda não terem sido elaboradas as listas

estaduais (por exemplo de Goiás) e ou municipais (Goiânia e Anápolis), onde na elaboração

destas serão acrescidas várias espécies não listadas para o cerrado na lista oficial IN003-

03MMA) (Fundação Biodiversitas 2005).

Segundo a nova lista da fauna brasileira ameaçada de extinção (IN003-03MMA)

identificamos para o bioma cerrado 20 espécies de aves em três categorias e 13 mamíferos em

uma categoria, principalmente pela destruição do habitat, desmatamento, queimadas e caça

(Fundação Biodiversitas 2005).

Desta fauna ameaçada na área da Bacia do Rio João Leite, os mamíferos de médio

porte (veados, felinos, canídeos e tamanduás) são os mais ameaçados por dependerem de

grandes áreas, e se sujeitando, em suas travessias para abrigo ou caça, ao impacto da rodovia

devido ao tráfego de veículos automotores. Não se tem dados sobre atropelamento nas

rodovias estaduais e vias municipais que cruzam toda a região da Bacia do Rio João Leite.

Uma pesquisa na BR 060/153, que liga a cidade de Goiânia a Terezópolis de Goiás

indica um índice de 1 animal/25km/ano, superando o número de 50.000 animais/ ano nas

principais rodovias (Malheiros,2004). Esta situação será agravada com o alagamento, pois os

poucos “passa-bichos” existentes serão inundados. Torna-se imprescindível a construção de

novos e eficientes “passa-bichos” junto aos afluentes do João Leite para retirar os animais da

rodovia. Além disto, nos pontos de maior risco de atropelamento, deverão ser instaladas

barreiras eletrônicas de velocidade.

Plano de Manejo da APA João Leite126

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A tendência atual do desenvolvimento é reduzir ainda mais os fragmentos dos

ecossistemas naturais, acelerando a gradativa redução de biodiversidade animal em toda a

Bacia do Rio João Leite. A recuperação e averbação das áreas de reserva natural, assim como

a recomposição das APPs podem aliviar um pouco esta pressão sobre os animais. Para os

mamíferos de porte médio (veados, felinos, canídeos e tamaduás) a atual fragmentação dos

biomas, aliada à intensificação da ocupação antrópica e à falta de programas específicos de

proteção, poderão ocasionar a extinção local destes em, aproximadamente, dez anos.

O conhecimento atual de variabilidade genética somada à distribuição geográfica das

espécies da fauna silvestre, cria o conceito de conservação por compartilhamento para a

maioria das espécies em condições ambientais similares, o que é chamado de Ecorregiões.

A característica da Bacia do Rio João Leite, que quase na totalidade das suas áreas

apresentam uma vegetação ripária e outras formações densas, favorece a condição de

deslocamento da fauna silvestre, principalmente terrestre. Esta formação interliga em uma

sucessão ecológica uma heterogeneidade de habitats do cerrado, única pelo alto grau de

preservação na Bacia do Rio João Leite e na Bacia do Meia Ponte podendo ser consideradas

como zonas ecótonas.

5.17.2.2.ICTIOFAUNA

O Relatório Técnico Final do Projeto: Monitoramento e Manejo da Ictiofauna do Rio

João Leite - Elaboração de Programas Ambientais do Programa de Abastecimento de Água e

Saneamento de Goiânia, apresenta as seguintes conclusões:

A caracterização do nível trófico das espécies de peixes na bacia apresentou cinco (5)

grupos: herbívoros, invertívoros aquáticos, invertívoros terrestres, ictiófagos e detritívoros.

A predominância de espécies invertívoras observadas parece estar relacionada com a

geomorfologia dos ambientes aquáticos amostrados, ou seja, são córregos estreitos e pouco

profundos, cobertos pela vegetação (mata ciliar), a qual é responsável pelo fornecimento de

alimento de origem alóctone (insetos, folhas, frutos, flores). Isto também é válido para o canal

principal do rio.

Os detritívoros constituem outro grupo de destaque. Somente uma das 24 espécies

amostradas era predominantemente ictiófaga. O enchimento do reservatório trará como

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conseqüência uma redução da diversidade de grupos tróficos e uma substituição a médio e longo

prazo dos grupos tróficos hoje predominantes e dependentes das matas ciliares a serem alagadas.

O autor divide os pontos de amostragem da seguinte forma:

Córregos interceptados pela BR 153;

Córregos localizados na área de influência direta (futuro reservatório);

Canal principal do ribeirão, dividido em 3 trechos: montante, intermediário e à

jusante.

Nos córregos interceptados pela BR 153 há uma redução da abundância, riqueza e

diversidade de espécies entre as amostras realizadas à montante da BR 153 em relação às

amostras realizadas a jusante. Este fato provavelmente está relacionado a uma situação de

barreira exercida pela rodovia, uma vez que as passagens artificiais desfavorecem o

deslocamento jusante-montante. Após o enchimento, espera-se uma diminuição da riqueza

e diversidade de espécies nestes córregos. É recomendável monitorar a qualidade da água

dos trechos dos córregos localizados à montante junto à BR 153, pois em decorrência de

reduzida troca de água pode se desenvolver uma situação de eutrofização nestes

ambientes.

Os córregos localizados na área de influência direta do futuro reservatório apresentam

elevados valores de abundância, riqueza e diversidade, provavelmente associados ao grau de

preservação ambiental da região. A ictiofauna com as características ecológicas descritas

tenderá a desaparecer em decorrência do alagamento. Espera-se uma diminuição da riqueza e

da diversidade de espécies, assim como, uma modificação na predominância de espécies nos

córregos amostrados.

Ao longo do trecho amostrado do Rio João Leite, observa-se uma homogeneidade no

que diz respeito à riqueza, diversidade de espécies e abundância (exceto o ponto JL3). As

espécies dominantes são, na sua maioria, de grande tamanho. Foram identificadas seis (6)

espécies de peixes de interesse comercial para consumo humano, assim como, uma grande

quantidade de espécies pequenas utilizadas na aquariofilia. Oligosarcus plantinae é uma

espécie regional restrita ao Rio Paranaíba e seus afluentes, no Estado de Goiás. Foram

identificadas cinco (5) espécies com hábitos migratórios, principalmente com fins

reprodutivos.

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Ao longo do canal principal, observa-se também uma estrutura da comunidade de

peixes influenciada pela posição geográfica. À montante, o canal do rio é estreito,

relativamente pouco profundo (<2m) e com forte correnteza, fazendo com que as espécies

presentes sejam pequenas (<50mm). Nas regiões intermediárias do rio, onde afloramentos

rochosos são freqüentes, as espécies associadas são de maior tamanho (>50mm) e

bentônicas. Nas regiões à jusante, o rio é largo e profundo permitindo a presença de espécies

grandes (>100mm).

Com o enchimento do reservatório, este ambiente será drasticamente alterado. Pode-se

esperar um deslocamento das populações de peixes que habitam hoje os afluentes a serem

alagados para os afluentes e o canal principal situados à montante do alagamento.

A região à jusante do barramento deverá sofrer alterações em decorrência da vazão

controlada. Espécies migratórias nativas amostradas à jusante e à montante do futuro

reservatório, tais como Prochilodus lineatus e Steindachnerina insculpta, terão suas vias

migratórias interrompidas.

A espécie exótica Tilapia rendalli se encontra presente em represas da área de

inundação, em represas da APA e em 54% dos pontos amostrados. Embora nas amostras

realizadas seja baixa sua freqüência, suas características bio-ecológicas permitem que esta

possa aumentar rapidamente sua abundância em decorrência da transformação do

ambiente lótico existente hoje, em lêntico na área de alagamento. Este peixe exótico

apresenta certas vantagens com relação aos peixes locais, tais como a resistência a baixos

teores de oxigênio (comuns nos estratos inferiores de lagos), proteção de prole e alta

capacidade reprodutiva, sendo esperada sua ocorrência em 100% dos pontos amostrados.

A maioria das espécies analisadas apresentam aumento da RGS (estão prontos para

reproduzir) no período de agosto a fevereiro, ou seja, entre o final do período seco e o meio do

período chuvoso.

5.18. O FOGO E FENÔMENOS NATURAIS

O fogo é um elemento natural do Cerrado e está presente neste bioma há pelo menos

34.000 anos (RIBEIRO, 1994). A discussão sobre a utilização e manejo do fogo no Cerrado, no

entanto ainda não chegou a resultados conclusivos, uma vez que o fogo hoje em dia ocorre

com freqüência muito maior que outrora e as áreas naturais são cada vez menores, talvez

Plano de Manejo da APA João Leite129

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aumentando o impacto de incêndios freqüentes. Assim, o fogo deve ser considerado no

planejamento de áreas de preservação no Domínio Cerrado (MALHEIROS, 2004).

Em qualquer latitude e em qualquer ecossistema (NEPSTAD et al. 1999), os três

ingredientes de um incêndio são: combustível (Biomassa), clima seco ( baixa umidade relativa

do ar) e uma fonte de ignição (natural ou antropogênica). Assim, as características ambientais

no bioma cerrado apresenta-se bem propícias para a propagação de incêndios.

Os incêndios florestais podem ser divididos em duas categorias principais: os rasteiros

(consumo de folhas e ramos secos no chão, que podemos chamar de serrapilheira) e os de

copa (consumo da biomassa acima do solo como os troncos e copas das árvores) (NEPSTAD

et al. 1999).

Até 2002, a região da APA em especial o PEAMP, sofria todos os anos com incêndios

catastróficos, que consumiam a maior parte de sua área. Em 1998 (maior incêndio florestal) o

fogo consumiu praticamente 90% da totalidade do Parque. A partir de 2002, com o inicio da

implantação e manutenção dos aceiros, que auxiliam no combate a incêndios, minimizou-se a

ação do focos de incêndio florestal no PEAMP, mas ainda sendo insuficientes precários de

difícil mobilidade, dificultando ainda o combate ao fogo. O destaque foi a trilha tamanduá onde

de 600 a 600 metros implantou-se áreas de manobra importante para dar agilidade ao

combate. Nos anos subseqüentes outros aceiros foram implementados, sendo em 2004 com a

implantação do batalhão do corpo de bombeiros no PEAMP o marco inicial para o controle mas

efetivo do fogo.

Os incêndios até então foram catastróficos principalmente pela falta de manutenção

dos aceiros e do planejamento contra incêndios em UCs (Projeto Corta Fogo da Agencia

Ambiental de Goiás), com um acumulo de matéria orgânica seca principalmente nas margens

da BR-153. Nestas condições, qualquer foco de fogo tornava-se incontrolável. É importante

ressaltar que se está sujeito ao acúmulo de biomassa na BR-153, entorno e áreas alteradas

do PEAMP.

O impacto do fogo sobre a biodiversidade é pouco conhecido, não sendo registrados

nem estimados os relatos de animais queimados. Em relatos do Corpo de Bombeiros, Batalhão

da Polícia Militar Ambiental e Servidores da SEMARH enfocaram o impacto do fogo sobre a

fauna silvestre.

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Na Figura 48 estão indicados os focos de incêndio na APA de 2001 a 2005, e no

Quadro 39 um breve histórico sobre os incêndios florestais no PEAMP de 1993 a 2006.

FIGURA 48: INDICAÇÃO DOS FOCOS DE INCÊNDIO NA APA DE 2001 A 2005 (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite131

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QUADRO 39:HISTÓRICO DA OCORRÊNCIA DE FOGO E INCÊNDIOS FLORESTAIS NO PEAMP

PERÍODOFREQÜÊNCIA

(ANUAL/BIANUAL/TRIANUAL)

INTENSIDADE(ALTA/MÉDIA/

BAIXA)

TAMANHODA ÁREA

ÉPOCA(ESTAÇÃODO ANO)

ORIGEM INFORMAÇÃO

Antes de1993

Anual MédiaGrandes

áreasJunho a

novembroAntropogênica Relatos

1993-1999 Anual Alta 90%Junho a

novembroAntropogênica SEMARH, BPMA e CB

2000-2006 Anual BaixaPequenas

áreasJunho aoutubro

Antropogênica SEMARH, BPMA e CB

As origens de fogo na APA são na sua maioria por causas antropogênicas, no uso

tradicional do fogo na preparação do solo e renovação da pastagem, nas propriedades do

entorno e o mais freqüente usuários da BR-153 principalmente andarilhos. Estas duas origens

apresentam características e respostas diferentes, principalmente pela época de ocorrência e

intensidade do foco de fogo.

De forma geral, queimadas no cerrado e em áreas úmidas abertas (campo úmido,

campo de murunduns, brejos e, em menor grau, buritizais) apresentam como resposta rápida

reposição de fitomassa e alterações fenológicas, como o sincronismo ou picos de floração.

Pelo longo histórico de queima, estas áreas apresentam comunidades bem resistentes

ao fogo, onde estas espécies apresentam estratégias fisiológicas (rápida recuperação com

curto aporte de nutrientes logo após a queimada), morfológicas (proteção de gemas abaixo da

superfície) e ecológicas (sincronismo da floração ou germinação associado à queimada,

estratégia que favorece a ocupação de espaços abertos após o fogo).

A biomassa o tipo de formação vegetal, as características ambientais da época da

queima podem determinar a intensidade do fogo e os diferentes efeitos sobre a área queimada,

desde uma diminuição da biomassa com regeneração a morte das fisionomia com alteração da

paisagem. Não existem ainda dados disponíveis sobre os efeitos das queima e ou incêndios

florestais na APA, mas é esperado que diferentes freqüências e intensidades determinem

respostas diferentes.

Lembramos que as queimadas em Cerrados são predominantemente de superfície, o

componente herbáceo/arbustivo é o mais intensamente atingido durante a passagem do fogo

(Figura 49 e 50). Para uma formação florestal como as matas secas (formação florestal com

maior percentagem de ocorrência na APA) este componente é muito importante para a

estrutura da floresta e tem agravante muito maior que nas formações savânicas (Campos e

Cerrado strictu senso), segundo Nascimento (2001) podendo gerar efeitos catastróficos, em

Plano de Manejo da APA João Leite132

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outros ambientes florestais como a floresta amazônica os incêndios rasteiros podem eliminar

até 80% da biomasssa acima do solo e causar grandes e desconhecidos impactos sobre a

fauna e flora (NEPSTAD et al. 1999).

Um fato importante relatado já para as florestas da Amazônia e a savanização, que é a

mudança da paisagem com perda da diversidade biológica pela ação sucessiva do fogo

(NEPSTAD et al. 1999).

FIGURA 49: ÁREA DE PAISAGEM DECERRADO NO PEAMP COM VISUALIZAÇÃODO COMPONENTE HERBÁCEO/ARBUSTIVOCOM PREDOMINÂNCIA DAS GRAMÍNEAS.

FIGURA 50: ÁREA DE PAISAGEM DECERRADO QUEIMADA NO PEAMP COM

ELIMINAÇÃO DO COMPONENTEHERBÁCEO/ARBUSTIVO

PRINCIPALMENTE DAS GRAMÍNEAS EALTA EXPOSIÇÃO DO SOLO.

5.18.1. IMPACTO DO FOGO SOBRE A FAUNA E FLORA NAS UCS

Em estudos realizados após incêndios no P.N das EMAS por SILVEIRA et al. (1999)

demonstram que a mortalidade de mamíferos é muito alta, tendo encontrado 13 tamanduás-

bandeiras, 2 tatus-canastras e uma anta mortos pelo fogo, em um transecto ao longo das

estradas do Parque, amostrando uma área total de 2052 ha.

A simplificação da fauna pode ser atenuada pelos incêndios florestais, em estudos em

áreas de cerrado no estado de São Paulo varias espécies de aves não estão mais presentes

nos inventários (WILLIS e ONIKI 1988), que pode estar relacionado a alterações na dinâmica

das comunidades devido à maior exposição ao sol e a predadores e perde de recursos em

espécies especialistas. Já para a herpetofauna o fogo não tem se mostrado como um vilão

para sua simplificação, pela características de facilmente utilizarem cavidades no solo (buracos

de tatu, cupinzeiros e sauveiros).

Plano de Manejo da APA João Leite133

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Em áreas queimadas e aceiros em unidades de conservação, foi observado o aumento

do uso da área queimada por comunidades de herbívoros (FRUTUOSO,1999 e RODRIGUES,

1996), este fato pode ser pelo aumento de recurso alimentar nos períodos da seca pela rebrota

nas áreas queimadas (RODRIGUES, 1996).

Assim, o planejamento na implantação de aceiros deve levar em conta esta

aproximação da fauna herbívora, para não expor negativamente esta fauna.

Em resumo, incêndios de grandes proporção e intensidade são extremamente

prejudicais à fauna, ao passo que incêndios de baixa intensidade não causam grandes danos e

são até benéficos para a fauna. No entanto trabalhos mais específicos sobre o impacto do fogo

e o comportamento de vertebrados com respeito a queimadas são extremamente necessários

para embasar revisões futuras do plano de manejo da Unidade.

Um fato já conhecido é que o fogo age também de forma negativa à UC por favorecer a

colonização e de espécies exóticas principalmente a braquiária (Brachiaria spp.) e o capim-

gordura (Melinis minutiflora) que ocupam as áreas de borda das formações vegetal nativa e

também nos acessos e aceiros.

A invasão de espécies de plantas exóticas tem sido considerada uma das maiores

ameaças à manutenção da biodiversidade em áreas de conservação (MACDONALD, 1994).

Além disso, a invasão de espécies de plantas exóticas pode aumentar o risco e a intensidade

de incêndios em algumas Unidades de Conservação.

A localização de espécies de plantas invasoras na APA está relacionada principalmente

às áreas alteradas e ou gradeadas oriundas das atividades da área quando da Fazenda

anterior a criação do parque, as vias de acessos e aceiros.

A espécie Melinis minutiflora é uma gramínea perene proveniente da África tropical,

introduzida no Brasil como pasto para o gado. Esta suprime o crescimento das espécies

nativas pelo seu adensamento, fornecendo muita biomassa facilitando a propagação do fogo e

tem grande poder de regeneração e colonização da área queimada.

A savanização é um efeito negativo para as formações vegetais florestadas, no parque

conhecidas como as matas secas, com a simplificação da sua diversidade pelo efeito de borda

com o aumento da intensidade luminosa no solo e perda de umidade, permitindo ainda a

colonização de gramíneas que aumentara a biomassa.

Plano de Manejo da APA João Leite134

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Assim, o manejo do fogo em áreas protegidas deve estar voltado em primeiro lugar à

conservação da biodiversidade, e em segundo lugar para garantir a segurança das demais

atividades desenvolvidas na área.

As atividades de prevenção incluem todas as atividades executadas para dar condições

ao Parque de prevenir-se de incêndios antropogênicos indesejáveis, avaliar e acompanhar

queimadas naturais e assegurar a efetiva supressão do fogo em caso de necessidade. O

controle inclui as atividades de combate aos focos e ou incêndios florestais, sendo

posteriormente monitorados para avaliação dos efeitos ou impactos.

Lembramos que a atividade de combate aos incêndios na região sempre foi difícil

devido, principalmente, às características da vegetação, relevo e às deficiências de infra-

estrutura e equipamentos na área.

Não foram identificados fenômenos naturais na APA como enchentes, abalos sísmicos

e terremotos e outros.

Plano de Manejo da APA João Leite135

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6. IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS E

ESTRATÉGICAS

A opção de trabalhar com enfoque participativo levou a definição de alguns princípios

que norteiam a identificação das áreas ambientais homogêneas, como:

1 - Os agentes envolvidos são os autores do Planejamento (quadro - socioambiental,

zoneamento e programas) - o papel da consultoria é de mediar o processo de negociação entre o

órgão gestor, agentes envolvidos e organizações parceiras nas decisões sobre o plano de manejo.

2 - Processo cumulativo integrando a contribuição dos diversos atores interessados -

para garantir um processo participativo todos os produtos passíveis de apropriação pelos

agentes envolvidos, principalmente o conselho consultivo da APA, privilegiou um processo de

elaboração gradual,1ª.Oficina de Planejamento (metodologia e plano de trabalho); 2 ª.Oficina de

Planejamento (Diagnóstico - levantamento dos pontos fracos e fortes que envolvem a UC);

Reuniões Técnicas com SEMARH, Todos os municípios (Secretarias do Meio Ambiente, S.

Agricultura e outras com o envolvimento das câmaras legislativas e produtores rurais);

Coordenadores dos Planos Diretores Goianápolis, Nerópolis, Terezópolis de Goiás e Anápolis;

ONGs e Pesquisadores; e 3 ª.Oficina de Planejamento (Planejamento: Zoneamento/Programas).

3 - Considerar antecedentes de ocupação e uso dos recursos - a definição das áreas

homogêneas e sua localização considerou parâmetros ecológicos e socioeconômicos. O

desenvolvimento sustentável pressupõe a compatibilização das necessidades humanas com as

potencialidades, limitações e fragilidades dos ecossistemas.

4 - O zoneamento ambiental estabelecerá normas e diretrizes de uso e ocupação a partir

da definição de categorias de controle. São essas: recomendações, limitações e usos proibidos.

4.1- Recomendações - são categorias de uso e ocupação do espaço compatíveis

as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental.

4.2- Limitações - são categorias de uso e ocupação do espaço já existentes na

APA, incompatíveis com as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental

e que ficam sujeitas à adoções de medidas para redução de sua desconformidade.

Plano de Manejo da APA João Leite136

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4.3- Usos Proibidos - são categorias de uso e ocupação do espaço incompatível

com as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental e cuja instalação ou

viabilização não deverá ser aprovada em qualquer hipótese.

5 - Garantir maior proteção dos recursos hídricos e a biodiversidade na APA,

principalmente do PEAMP - a identificação de áreas ambientais homogêneas proposta buscou

garantir a preservação de áreas com uma maior representatividade da biodiversidade e

qualidade da água.

6 - Consulta a especialistas - a consulta a especialistas serviu essencialmente para

validar o pré-zoneamento proposto e levantar sugestões para finalização das áreas ambientais

homogêneas.

Para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação e das APAs (SNUC e

SEUC), como um todo, e ao objetivo específico da APA, foi estabelecido as seguintes áreas

ambientais homogêneas (Quadro 40) (Figura 51):

1. Área Ambiental Homogênea Reservatório Rio João Leite;

2. Área Ambiental Homogênea PEAMP;

3. Área Ambiental Homogênea de Uso do Solo Controlado 1;

4. Área Ambiental Homogênea de Uso do Solo Controlado 2;

5. Área Ambiental Homogênea de Uso do Solo Controlado 3.

QUADRO 40: IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS

ÁREASAMBIENTAIS

HOMOGÊNEAS

INDICADORES

ESTADO DECONSERVAÇÃO

ALTERAÇÃODOS

ECOSSISTEMAS

VALORES PARA APROTEÇÃO DA

BIODIVERSIDADE

PROCESSOS DEUSO E OCUPAÇÃO

DO TERRITÓRIO

ReservatórioRio João Leite

Bom estado deconservação

Alteração dapaisagemquando do

enchimento doreservatório

Recuperação da faixa deproteção, importante para aconectividade e formação de

corredores ecológicos na BaciaJoão Leite

Atualmente a áreapertence ao estado

(SANEAGO)

PEAMPBom estado deConservação

Unidade deconservação deproteção integral

Maiores fragmentos de matasestacionais conservados na

Bacia João Leite

área pertence aoestado

Uso do SoloControlado 1-

C1

Moderado estadode conservação

Com alteração dapaisagem natural

Manutenção da biodiversidadeDesordenado com

média vunerabilidade

Uso do SoloControlado 2-

C2

Baixo grau deconservação

Com alteração dapaisagem naturalperda de APPs e

déficit de RL

Manutenção da biodiversidade,dos recursos hídricos

cabeceiras do Rio João Leite(principalmente do RibeirãoJurubatuba e Córrego das

Pedras) e qualidade da águapara abastecimento urbano

Desordenado comalta vunerabilidade

Plano de Manejo da APA João Leite137

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Uso do SoloControlado 3-

C3

Moderado estadode conservação

Com alteração dapaisagem naturalAPPs e déficit de

RL

Manutenção da biodiversidade,qualidade da água paraabastecimento urbano

Desordenado, commédia vulnerabilidade

Plano de Manejo da APA João Leite138

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FIGURA 51: MAPA DAS ÁREAS HOMOGÊNIAS (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite139

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6.1. ÁREAS AMBIENTAIS ESTRATÉGICAS

As Áreas Ambientais Estratégicas são unidades de espaço que apresentam riscos

eminentes aos atributos naturais da APA, exigindo intervenções urgentes de caráter corretivo.

Os critérios de identificação normalmente resultam em áreas que sofrem impactos ambientais

de grande significância, como por exemplo, áreas com ocupação urbana desordenada, áreas

de risco para a saúde humana ou para qualidade de vida.

Para a APA João Leite, foram identificados dois grupos de áreas ambientais

estratégicas sendo: a de Expansão Urbana e a de Preservação e Conservação de Mananciais,

conforme descritas a seguir.

6.1.1. EXPANSÃO URBANA DAS CIDADES QUE INTEGRAM A APA, COM

A IMPLICAÇÃO DA PERDA DE HABITATS NATURAIS, PRESSÃO À

BIODIVERSIDADE E DESCONTINUIDADE DOS PROCESSOS ECOLÓGICOS;

Correspondem a situações específicas de vulnerabilidade e podem ampliar as

ocorrências protegidas pelo Código Florestal.

Objetivo Geral

Garantir a proteção dos remanescentes da mata seca e demais formações vegetais,

ainda não protegidos ou transformadas em Unidades de Conservação em toda área da APA.

Objetivos Específicos

Garantir a conservação e os processos ecológicos dos remanescentes da mata

seca e outras formações.

Recuperar nascentes, APPs e RL.

Consolidar o corredor ecológico com o PEAMP.

Pressupostos

1-proteção dos recursos hídricos e remanescentes de mata seca;

2-corredores ecológicos do PEAMP;

Plano de Manejo da APA João Leite140

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3-alto grau de conservação de APPs e Reservas Legais;

4-proximidade do PEAMP e Reservatório do Rio João Leite.

Ação Emergencial

Desenvolver procedimentos legais a nível dos municípios visando consolidar a inibição

de novos parcelamentos do solo tanto a nível rural como urbano.

Implementar ações para coleta e tratamento de esgotos e resíduos sólidos.

6.1.2. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE MANANCIAIS PARA O

ABASTECIMENTO URBANO DAS CIDADES DE TEREZÓPOLIS DE GOIÁS E

CAMPO LIMPO DE GOIÁS.

São aquelas destinadas à conservação, recuperação e manejo de mananciais onde é

vedado o parcelamento do solo urbano e rural.

Objetivo Geral

Garantir a proteção da micro-bacia dos mananciais que abastecem as cidades de

Terezópolis de Goiás e Campo Limpo de Goiás.

Objetivos Específicos

Garantir a recarga e qualidade da água das micro-bacias do Córrego dos Macacos

para o abastecimento na cidade de Terezópolis de Goiás e Rio João Leite para o

abastecimento de Campo Limpo de Goiás.

Recuperar nascentes, APPs e RL.

Consolidar o corredor ecológico com o PEAMP.

Pressupostos

1 - proteção dos recursos hídricos e zona de recarga;

2 - manancial de abastecimento humano;

3 - baixo grau de conservação de APPs e Reservas Legais;

4 - área com grandes passivos ambientais;

Plano de Manejo da APA João Leite141

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5 - proximidade de sedes ou zona urbana de municípios.

Ação Emergencial

Recuperação e manejo de mananciais.

Inibição de novos parcelamentos do solo urbano e rural.

6.2. PROGRAMAS PARA TODAS AS ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS

Ecoturismo para a região da APA

Incentivos - parte do ICMS verde deve chegar ao produtor

Redução de ITR

Royalties sobre o valor da água a ser repassado para os agricultores cadastrados

que cumprirem as recomendações do Plano de Manejo da APA

Pesquisa sobre variedades adequadas à utilização em agricultura orgânica

Programa de Fiscalização de desmatamento, de resíduos, de APP, de uso de

agrotóxicos.

Programa de incentivo de práticas agroecológicas

Programa de Promoção de Cercamento de APP

Programa de Esclarecimento de Proprietários

Programa de Difusão da Fossa Correta

6.2.1. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C1

Programa de Tratamento de Esgoto Rural e Urbano

Objetivos:

Criar mecanismos de parcerias entre os municípios da APA e órgãos

governamentais para a utilização e implantação de tecnologias alternativas de baixo impacto

no tratamento do esgoto rural e urbano.

6.2.2. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C2

Plano de Manejo da APA João Leite142

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Programa de Recuperação de Nascentes na Zona 2

Objetivos:

Recuperar as áreas degradadas com plantio de espécies nativas

Promover o cercamento das áreas plantadas

Fazer bacias de contenção, terraços e curvas de nível nas proximidades das

nascentes

Realizar monitoramento periódico da área a ser recuperada (em recuperação)

6.2.3. PROGRAMA PARA ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA C3

Programa de Educação Ambiental

Objetivos:

Conscientizar a população, sensibilizando-a da importância da preservação e

conservação da APA, bem como das diretrizes e normas impostas pelo Plano de Manejo.

Plano de Manejo da APA João Leite143

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7. VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO

Historicamente o processo de planejamento de Unidades de Conservação no Brasil era

realizado segundo a metodologia de planejamento de programas e subprogramas de manejo

(MILLER, 1997). Após 2002, passou a serem utilizadas as diretrizes estabelecidas no “Roteiro

Metodológico para a Gestão de Áreas de Proteção Ambiental” do IBAMA (2001) por uma nova

abordagem metodológica: Planejamento por áreas de atuação.

Esta metodologia de planejamento por áreas de atuação visa estruturar as ações nas

Unidades de Conservação numa abordagem espacial e mantém a possibilidade de uma visão

programática destas. Com a incorporação da ferramenta de planejamento estratégico, são

identificadas objetivamente as condições positivas e negativas que catalisam o tratamento das

ações a serem empreendidas na APA.

Define-se assim a nova Metodologia de Planejamento por áreas de atuação: é aquela que,

identificando as áreas focais para atuação da administração da Unidade de Conservação, tanto em

seu interior quanto em seu exterior (áreas estratégicas), estabelece as ações a serem

desenvolvidas em cada uma destas áreas, organizando seu planejamento segundo temas de ação.

Desta forma, com base no diagnóstico da APA (Identificação de Agentes Envolvidos e

Quadro Socioambiental), são estabelecidos os objetivos específicos de manejo da UC e, em

seguida, uma gradação de uso para a área colocada no zoneamento. Posteriormente, são

identificadas as áreas estratégicas nas quais serão propostas as linhas de atuação nos

diferentes temas programáticos, agrupadas nas ações gerenciais gerais. Aquelas são

compostas por atividades, subatividades e normas específicas. As normas gerais de manejo

estabelecem a orientação para procedimentos genéricos da Unidade.

Finalmente, é estabelecido um cronograma físico-financeiro onde serão detalhados os

custos prováveis para as ações propostas, permitindo uma estimativa do custo total ou parcial

para a implementação do Plano de Manejo, identificando ainda fontes potenciais de

financiamento, num horizonte de cinco anos.

Os Projetos Específicos detalharão posteriormente algumas atividades propostas, em

especial aquelas que envolvem conhecimentos peculiares, tais como os projetos construtivos.

Plano de Manejo da APA João Leite144

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A monitoria e a avaliação do Plano de Manejo fornecerão novas informações para o

diagnóstico e a revisão do planejamento, retro-alimentando e aprimorando o manejo da UC.

Após esta análise em epígrafe serão feitos estudos complementares ou atualizadas as

informações disponíveis para subsidiar a revisão do plano de manejo para aí então, serem

propostos novos programas e atividades, ou até mesmo reforçando as propostas existentes.

7.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO

A APA, inserida no contexto de unidade de uso sustentável (Lei 9985/2000-SNUC e Lei

14247/2002-SEUC), tem como objetivo básico proteger os recursos naturais e garantir a

sustentabilidade da região e melhoria da qualidade de vida da população local.

De acordo com o seu Decreto de Criação, n.º 5.704/2002, a APA tem o objetivo de

proteger a fauna, a flora e os recursos naturais, em ordem a garantir o aproveitamento

sustentável e são estes os principais:

Proteger os recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio João Leite;

Assegurar condições para o uso do solo compatíveis com a preservação dos

recursos hídricos;

Conciliar as atividades econômicas e a preservação ambiental;

Proteger os remanescentes do Bioma Cerrado;

Melhorar a qualidade de vida da população local por meio de orientação e do

disciplinamento das atividades econômicas;

Disciplinar o turismo ecológico e fomentar a educação ambiental, entre outros.

Plano de Manejo da APA João Leite145

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8. AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA DA APA JOÃO LEITE

No Quadro 41, a seguir, a avaliação estratégica da APA, apresenta forças restritivas

(pontos negativos) e forças impulsoras (pontos positivos), evidenciando o resultado das

principais pressões humanas.

QUADRO 41: AVALIAÇÃO ESTRATÉGICA QUANTO ÀS RESTRIÇÕES NA APA - 2006/2007

FORÇA AMBIENTE INTERNO PREMISSAS

Restritivas

Pontos fracos1. Queimadas2. Caça3. Atropelamentos da fauna4. Atividades de agropecuária (quanto a forma de uso) 5. Degradação ambiental6. Atividades impactantes7. Áreas com vulnerabilidade à erosão8. Mineração9. Proximidades de grandes centros urbanos

Defensiva ou de recuperação1. Fiscalização2. Conscientização3. Melhoria no uso do solo4. Recuperação de áreas degradadas5. Redução da velocidade na rodovia

Impulsoras

Pontos fortes1. Riqueza de espécies2. Exclusividade da composição vegetal3. Diversidade de ambientes4. Bacia de abastecimento de Goiânia5. Zona de amortecimento para o PEAMP

Ofensivas ou de avanço1. Implantação do Plano de Manejo

Este quadro foi construído a partir da consolidação dos resultados das sugestões da 2ª

Oficina de Planejamento, trabalho participativo que envolveu não somente o Conselho

Consultivo como também técnicos e representantes governamentais e sociais inseridos ou

atuantes na APA. As sugestões apresentadas nas oficinas foram trabalhadas e incorporadas

nos estudos do Quadro Socioambiental (Relatório 2) e no Planejamento/Zoneamento como

Recomendações, Limitações e Restrições sendo a base dos Programas/Ações (Anexo 11 -

Quadros-síntese das oficinas de planejamento).

8.1. NORMAS GERAIS DA UC

São princípios ou preceitos que estabelecem, regulamentam e esclarecem as atividades

a serem desenvolvidas nas zonas internas da APA, estando abaixo elencados:

deverá ser nomeado por portaria ou outro instrumento legal o Supervisor da APA;

quaisquer usuários que utilizarem as infra-estruturas e equipamentos da APA serão

responsáveis por danos a eles causados, decorrentes do manuseio e/ou uso inadequado;

Plano de Manejo da APA João Leite146

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as pesquisas a serem realizadas na APA deverão ter a autorização do Órgão

competente conforme Resolução CEMAm 29/2003, e os pesquisadores/técnicos legalizados

poderão utilizar-se de instrumentos e equipamentos pertinentes à prática de atividades

científicas;

os materiais coletados na APA serão vistoriados e os trabalhos/relatórios

produzidos, por quaisquer pesquisa, deverão ser disponibilizados à APA e incorporados ao seu

acervo;

nenhuma atividade humana poderá comprometer a integridade da área, inclusive as

atividades de turismo;

a fiscalização deverá ser permanente e sistemática;

são proibidas a caça, a pesca profissional, o extrativismo ilegal de recursos naturais,

a coleta e a apanha de espécimes da fauna em todas as zonas de manejo, ressalvadas

aquelas com finalidades científicas, desde que autorizadas ou licenciadas pela instância

competente.

a reintrodução de espécimes somente será permitida quando indicadas por

pesquisas científicas e autorizadas pela SEMARH, mediante projeto específico e considerando

a capacidade ambiental da APA;

todos os focos de incêndio que ocorrerem na APA devem ser comunicados ao

Supervisor da Unidade, ao Corpo de Bombeiros e à SEMARH, para as providências cabíveis;

na faixa de 2 km contígua às áreas do PEAMP e nas APPs que margeiam os cursos

d’água da APA João Leite, fica permitido somente o uso de agrotóxico2 da Classe IV (pouco ou

muito pouco tóxico) faixa verde;

a unidade deverá desenvolver um programa de conscientização sobre o uso de

agrotóxicos no entorno desta prevendo, possível manuseio inadequado;

o cultivo da terra será feito de acordo com sua aptidão agrícola e as práticas de

conservação do solo recomendadas pelos órgãos oficiais de extensão rural e meio ambiente;

o transporte de produtos perigosos, dentro e contígua à APA, deverá seguir as

normas dispostas em legislação vigente e/ou específica;

2 agrotóxicos - "os produtos e os componentes de processos físicos, químicos ou biológicos destinados ao uso nos setores deprodução, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas nativas ouimplantadas e de outros ecossistemas e também em ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar acomposição da flora e da fauna, a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como substânciase produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores do crescimento”. (Lei Federal nº 7.802, de11/07/89, regulamentada através do Decreto 98.816, de 11/01/90, no seu Artigo 2º, Inciso I).

Plano de Manejo da APA João Leite147

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todos os empreendimentos que não estejam de acordo com o estabelecido terão um

prazo de cinco anos para regularização, a partir da data de aprovação do Plano de Manejo;

a vegetação nativa nas APPs e das RL deverá ser conservada ou recuperada, se

necessário;

não poderão ser utilizadas cercas elétricas nas APPs e RLs, para que não venham

a interferir nas áreas que potencialmente podem funcionar como corredores ecológicos;

toda a queima legal e controlada, para renovação de pastagem ou limpeza das

propriedades na APA, deverá ser comunicada à Gerência desta;

não será permitida a instalação de carvoarias e novas cerâmicas na APA.

8.2. RECOMENDAÇÃO

São medidas auxiliares norteadores compatibilizando o uso e ocupação do espaço às

funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental.

8.2.1. PARA ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVAS

LEGAIS

estimular uma faixa de proteção de APP para 50 (cinqüenta) metros, sendo que 20

metros podem ser agroflorestas (essências e frutos);

intensificar a fiscalização nas áreas de APPs e RL, sobremaneira, a extração ilegal

de argila nas mesmas.

promover o aumento de locais de dessedentação artificiais, evitando o uso de APPs;

incentivar o aumento da RL de floresta nativa de 20% para 30% da área das

propriedades promovendo conectividade com as APPs;

reduzir o desmatamento, particularmente nos ambientes com maior

representatividade e proximidade às APPs, RLs estabelecidas.

minimizar a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais

de criação da pecuária extensiva.

Plano de Manejo da APA João Leite148

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8.2.2. GESTÃO DA APA

incentivar maior participação do Conselho Consultivo na elaboração, fiscalização e

aplicação dos programas;

realizar ou sugerir um estudo de capacidade e viabilidade ambiental para atividades

instaladas e para subsidiar o licenciamento das posteriores;

gestionar junto aos Órgãos licenciadores a participação da Gerência da APA no

licenciamento ambiental, quando este puder interferir na administração ou patrimônios (natural

ou construído) desta;

definir novas ou redirecionar normas para implantação de novos empreendimentos,

sem prejuízo das exigências e recomendações do órgão ambiental responsável pela

concessão da licença aos mesmos;

promover palestras orientativas sobre as vantagens ecológicas, econômicas dos

produtos orgânicos e da preservação dos recursos naturais;

fomentar programas de reflorestamento com espécies nativas, incentivando

pastagens sombreadas;

incentivar o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, orientando sua

identificação, coleta, e preservação, além de outros bancos de germoplasma de interesse

diversos;

difundir a geração, adaptação e transferência de técnicas e práticas eficientes no

uso da terra, da água; além de organizar cursos de capacitação para produtores com vistas ao

melhor uso de tecnologias;

Promover ações junto aos produtores com objetivo de converter a produção

convencional em orgânica, desenvolvendo ações que garantam a comercialização e o

escoamento da mesma;

estabelecer parcerias entre órgãos públicos e privado, instituições de ensino e

pesquisa, ONGs e produtores visando à assistência técnica aos gestores da APA para

cumprimento das proposituras;

Plano de Manejo da APA João Leite149

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fortalecer o Conselho Estadual de Recursos Hídricos, Comitê da Bacia Hidrográfica

do Meia Ponte (COMBAMP), com intuito de cooperar na formulação dos planos das

microbacias junto aos Municípios da Bacia do Rio João Leite;

implantar e desenvolver o monitoramento da qualidade dos recursos hídricos, com

base nos dados dos postos fluviométricos, pluviométricos e dos poços tubulares existentes na

Bacia do Rio João Leite;

identificar, quali e quantitativamente, os principais produtos regionais com potencial

para o mercado orgânico;

incentivar a pesquisa científica contínua sobre a diversidade e dinâmica

populacional da flora e fauna para dar sequência aos inventários bióticos realizados na APA,

formando e alimentando o seu banco de dados;

sensibilizar a comunidade da importância desta UC, pela divulgação dos seus

programas para torná-la co-partícipe na conservação dos componentes abióticos e bióticos;

identificar áreas de potencial valor para a criação de UC públicas ou particulares

(RPPNs) para garantir os processos biológicos dos espécimes florísticos e faunísticos, além

das já indicadas no Plano de Manejo Fase I;

buscar mecanismos de financiamentos para aquisição das áreas acima, quando do

interesse púbico;

articular junto aos lindeiros a possibilidade das RLs serem alocadas confrontante ao

PEAMP, a fim de estabelecer conectividade, e auxiliá-los na regularização da averbação das

mesmas, num prazo de dois anos após aprovação do Plano de Manejo;

ministrar cursos e treinamentos aos moradores das zonas rurais quanto ao

desenvolvimento sustentável, agronegócios, agricultura orgânica, elaboração e execução de

projetos, legislação ambiental e fiscal;

realizar o levantamento, vistoria e monitoramento da situação atual dos

empreendimentos instalados na APA, com relação os cuidados e controles ambientais e exigir

sua correção, se for o caso;

assegurar às comunidades facilidades no acesso aos bens e serviços implantados

na APA, promovendo equidade no desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das

populações locais;

Plano de Manejo da APA João Leite150

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avaliar, periodicamente, o grau de conscientização, absorção e aceitação pela

comunidade local, dos procedimentos adotados no gerenciamento da área;

8.2.3. USO DO SOLO

incentivar na Área Ambiental Homogênea 1 (Relatório 2- Quadro Sócio-Ambiental

da APA João Leite) o uso de sistema de agro-floresta (S.A.F.);

adotar para todas as Áreas Ambientais Homogêneas da APA (Relatório 2- Quadro

Sócio-Ambiental da APA João Leite) técnicas de manejo que evitem as queimadas e

desmatamentos desnecessários (tipo MANEJÃO);

incentivar plantio direto, culturas permanentes e diversificadas e tentar restringir a

expansão de monoculturas;

fomentar, nas Áreas Ambientais Homogêneas de Conservação de Uso Controlado 2

e 3, o aumento da área mínima do módulo rural, que é de 20.000 m2 para 50.000m².

8.2.4. TURISMO E LAZER

incrementar a visitação com finalidade de educação ambiental por trilhas

monitoradas nas Zonas de Proteção Ambiental e Áreas Ambientais Homogêneas de

Conservação.

8.2.5. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

recuperar as erosões nos locais de nascentes, visando à melhoria na área de

recarga da bacia superficial;

8.3. LIMITAÇÕES

São ações limitadoras no uso e ocupação dos espaços já existentes na APA e estão

sujeitas à adoção de medidas para reduzir a sua desconformidade.

8.3.1. PARA ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

Plano de Manejo da APA João Leite151

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limitar a implantação de infra-estrutura, bem como o tráfego de veículo, na área de

inundação do reservatório e sua faixa de proteção, somente para fins de fiscalização e controle

ambiental;

8.3.2. USO DO SOLO

Limitar:

a exploração de areia e argila (principalmente, desta nos municípios de Campo

Limpo e Ouro Verde de Goiás.

a exploração de jazidas minerais;

definir normas de manejo junto ao CEMAm e Conselho Consultivo da APA;

a aplicação de agrotóxicos na Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso

Controlado 1 (Relatório 2- Quadro Sócio-Ambiental da APA João Leite) a menos de 100 (cem)

metros do manancial e a 2km do PEAMP.

8.4. RESTRIÇÕES

São ações incompatíveis com as funções e diretrizes da APA e cuja adoção ou

viabilização, quando cabível, deverá ocorrer com aprovação da SEMARH e Conselho Consultivo.

restringir o uso do fogo controlado, somente quando necessário na APA;

impedir a supressão de vegetação nativa na APA João Leite;

8.4.1. USO DO SOLO

coibir o fogo indiscriminado e sem conhecimento da Gerência da APA;

coibir o uso de agrotóxicos sem estudos e receituários agronômicos pertinentes;

proibir na Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 1 (Relatório

2- Quadro Sócio-Ambiental da APA João Leite) o parcelamento do solo para fins urbanos;

Proibir o sub-parcelamento do módulo rural e garantir a permanência de 80% de

área permeável.

Plano de Manejo da APA João Leite152

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9. PROPOSTA DE ZONEAMENTO PARA APA

De acordo com o Art 2º do SNUC, entende-se por zoneamento a “definição de setores

ou zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas,

com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da UC

possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”.

Zona são células, setores ou parcelas homogêneas que expressam espacialmente os

padrões físico-bioticos, bem como características dos processos de uso e ocupação do solo.

As zonas identificadas neste documento foram baseadas pelo “Roteiro Metodológico

para a Gestão de Áreas de Proteção Ambiental” do IBAMA (2001), que estabelece os “Critérios

para Identificação das Áreas Ambientais Homogêneas”, no reconhecimento das condições de

ocupação e peculiaridades levantadas no diagnóstico da APA (Identificação de Agentes

Envolvidos e Quadro Socioambiental).

Estes critérios de subdivisão da APA em Áreas Ambientais Homogêneas iniciam-se pelo

conhecimento dos locais em condições de ocupação e das peculiaridades ambientais que

abrangem o território e são os abaixo contextualizados:

9.1. CONDIÇÕES DE OCUPAÇÃO

sub-bacias que são destinadas a mananciais ou a disposição de efluentes, sofrendo

problemas graves de poluição;

ocupação agrícola com pacotes tecnológicos inadequados ao padrão do solo,

acarretando desequilíbrio nos processos naturais;

áreas com predomínio de baixa densidade populacional, ligadas às atividades

rurais;

atividade de silvicultura, em terrenos com padrão geomorfológicos acidentados,

serranos ou montanhosos, onde devem ser incentivadas formas de manejo mais aptas e

produtivas, voltadas ao desenvolvimento de economias de interesse ambiental e social;

áreas urbanas em expansão e com adensamento populacional por atividades de

mão-de-obra.

Plano de Manejo da APA João Leite153

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9.2. PECULIARIDADES AMBIENTAIS

grandes mosaicos de paisagem (componente biótico e abiótico);

territórios em expansão ou retração da biodiversidade;

exemplares de um bioma ou biótopo, áreas-núcleo e corredores;

padrão geomorfológicos e terrenos com características geotécnicas vulneráveis,

submetidos a formas de ocupação urbana intensiva e degradadas, em termos físicos e sanitários;

concentrações de acervo arqueológico ou paleontológico;

núcleos populacionais remanescentes que guardam marcas culturais;

áreas com potencial paisagístico e atributos climáticos, hidrológicos ou culturais

para atividade de turismo ambiental;

centros e nucleações urbanas ou loteamentos de recreio em expansão direcionados

para áreas com formações vegetacionais de bioma e biótopos a preservar.

9.3. METODOLOGIA

O Zoneamento foi desenvolvido a partir de um trabalho preliminar envolvendo as equipes

do ITCO, SEMARH e SANEAGO, seguido de consultas com o Conselho Consultivo e outros atores

representantes das comunidades inseridas na APA. A seqüência metodológica implementada

buscou manter o enfoque participativo adotado desde o início da elaboração do Plano de Manejo.

Os dados para a formulação das Áreas Ambientais Homogêneas (pré-zoneamento) foram

obtidos a partir da análise das cartas temáticas de geomorfologia, geologia, solos e aptidão

agrícola, potencial hidrológico, gerando o mapa de vulnerabilidade do meio físico e da vegetação,

com a utilização de mosaico de Imagens do satélite CBERS 2, sensor CCD, de julho de 2005,

georreferenciada por GPS de navegação, composição R3B2G4, com resolução espacial de 20 m,

e Mosaico de imagens do satélite QuickBird de abril e maio de 2006, georreferenciada com GPS

geodésico, ortorretificada, composição R3G2B1 e resolução espacial de 0,61 cm. Foram utilizados

também visitas a campo, amostragens e análises laboratoriais.

A atualização das informações em escala 1:50.000, e a revisão de literatura específica

sobre estudos ambientais realizados na APA forneceram elementos adicionais para a

caracterização dos recursos existentes nas diferentes áreas propostas no zoneamento. Os

resultados deste Diagnóstico e as Oficinas de Planejamento orientaram à formulação das

normas de uso das áreas de manejo.

Plano de Manejo da APA João Leite154

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9.3.1. SEQÜÊNCIA METODOLÓGICA

(i) Etapa preparatória: o técnico responsável pelo SIG compilou e revisou imagens e

feições já existentes; produziu a base cartográfica da APA João Leite na escala 1:50.000; fez

consultas aos coordenadores de cada meio (Físico, Biótico e Socioeconômico) na elaboração do

quadro sócio-ambiental para produção dos mapas temáticos na escala 1:50.000 (Figura 52).

FIGURA 52: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DE ZONEAMENTO FASE I DA APAJOÃO LEITE: ETAPA PREPARATÓRIA - GERAÇÃO DE DADOS, OUTUBRO/2006.

(ii) Etapa exploratória: os técnicos do ITCO, com base no diagnóstico (Quadro Sócio-

ambiental), exploraram as possibilidades, fazendo a sobreposição de cartas temáticas e listando as

áreas ambientais homogêneas compatíveis com a realidade da APA. Deste trabalho resultou um

primeiro esboço do Zoneamento e das normas de uso de cada área proposta (Figura 53).

FIGURA 53: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DE ZONEAMENTO FASE I DA APAJOÃO LEITE: ETAPA EXPLORATÓRIA - ZONAS/ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS.

OUTUBRO/2006.

Plano de Manejo da APA João Leite155

IMAGEM SATÉLITE

Base Cartográfica da APA 1:50.000

Oficina de Planejamento

Bases Oficiais

Quadro Sócio-

ambiental

MAPAS TEMÁTICOS

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(iii) Consolidação do Zoneamento: O esboço desenvolvido na etapa anterior foi

aperfeiçoado em um trabalho coletivo nas oficinas de planejamento, realizadas em duas

reuniões específicas com o Conselho da APA e outros representantes das comunidades

inseridas na mesma, como também reuniões técnicas. As sugestões apresentadas nas oficinas

foram incorporadas nos estudos do Quadro Socioambiental e Planejamento / Zoneamento

(Figura 54).

FIGURA 54: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA DE ZONEAMENTO FASE I DA APAJOÃO LEITE: ETAPA CONSOLIDATÓRIA - ZONAS/ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS,

CONCEITUAÇÃO, NORMAS E PROGRAMAS, OUTUBRO/2006.

9.4. IDENTIFICAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DO ZONEAMENTO FASE I

O Zoneamento é uma das atividades centrais do processo de preparação do Plano de

Manejo. No caso específico da APA, a opção de trabalhar com um enfoque participativo levou

Plano de Manejo da APA João Leite156

Mapa de Vulnerabilidade do Meio Físico

ZONAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS DE

PROTEÇÃO

Mapas Temáticos do Meio Físico

Mapa de Remanescentes de

Vegetação

Mapa Atual do Uso do Solo

ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS DE

CONSERVAÇÃO

ZONAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS DE

PROTEÇÃO

ÁREAS AMBIENTAIS HOMOGÊNEAS DE CONSERVAÇÃO

ZONEAMENTO FASE I APA DO JOÃO LEITE

OFICINA DE PLANEJAMENTO

Reunião Técnica

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a definição de alguns princípios que norteiaram a elaboração do zoneamento ambiental fase I,

como:

1- Os agentes envolvidos são os autores do Planejamento (zoneamento e programas) -

o papel da consultoria foi de mediar o processo de negociação entre o órgão gestor, agentes

envolvidos e organizações parceiras nas decisões sobre o zoneamento e programas.

2- Processo cumulativo integrando a contribuição dos diversos atores interessados -

permitiu garantir um processo participativo com todos os produtos passíveis de apropriação

pelos agentes envolvidos, principalmente o conselho consultivo da APA; privilegiou um

processo de elaboração gradual do Planejamento, 1ª.Oficina (metodologia e plano de trabalho);

2 ª.Oficina (diagnóstico - levantamento dos pontos fracos e fortes que envolvem a UC);

Reuniões Técnicas com a SEMARH, os municípios pertinentes (Secretarias do Meio Ambiente,

S. Agricultura e outras com o envolvimento das câmaras legislativas e produtores rurais);

Coordenadores dos Planos Diretores de Goianápolis, Nerópolis, Terezópolis de Goiás e

Anápolis; ONGs e Pesquisadores; e 3ª Oficina (Planejamento: Zoneamento/Programas)

(Anexos 4 a 7 - Atas e listas de presenças das Oficinas).

3- Consideração dos antecedentes de ocupação e uso atual dos recursos naturais - A

análise das tendências de ocupação da APA sugerem principalmente a aceleração dos

desmatamentos para implantação de loteamentos, monocultivos, exploração mineral (argila e

areia) com consequente aumento da fragmentação dos remanescentes florestais e isolamento

do PEAMP. Este cenário levou à opção por um zoneamento que favorecesse uma menor

pressão de exploração sobre os recursos naturais existentes na APA. Assim, a definição das

áreas ambientais homogêneas e sua localização considerou parâmetros ecológicos e

socioeconômicos no cruzamento dos mapas temáticos produzidos no diagnóstico da APA

(Identificação de Agentes Envolvidos e Quadro Socioambiental). Ressalta-se que o

desenvolvimento sustentável pressupõe a compatibilização das necessidades humanas com as

potencialidades, limitações e fragilidades dos ecossistemas.

4- o estabelecimento de normas e diretrizes de uso e ocupação a partir da definição de

categorias de controle. São elas:

4.1- Recomendações - são categorias de uso e ocupação do espaço compatíveis as

funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental;

Plano de Manejo da APA João Leite157

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4.2- Limitações - são categorias de uso e ocupação do espaço já existentes na APA,

limitadoras com as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental e que ficam

sujeitas a adoções de medidas para redução de sua desconformidade;

4.3- Restrições - são categorias de uso e ocupação do espaço incompatíveis com as

funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental e cuja instalação ou viabilização

quando cabível deverá ocorrer com aprovação da SEMARH e Conselho Consultivo;

5- Garantia de uma maior proteção à biodiversidade do PEAMP - o zoneamento proposto

buscou garantir a preservação de áreas com uma maior representatividade da biodiversidade;

6- Evasão de linhas secas no limite das zonas - com exceção das linhas físicas como

estradas e acessos (aceiros), evitou-se ao máximo o uso de linhas secas. Assim, sempre que

possível, foi usado divisores de água e acidentes naturais de fácil identificação do local;

7- Consulta a especialistas - serviu essencialmente para validar o pré-zoneamento

proposto e levantar sugestões para finalização do zoneamento.

Para atender aos objetivos gerais das Unidades de Conservação e das APAs (SNUC e

SEUC), como um todo, e ao objetivo específico da do João Leite, e o que estabelece a

Zoneamento Ambiental Fase I do “Roteiro Metodológico para a Gestão de Áreas de Proteção

Ambiental” do IBAMA (2001) foi estabelecido o zoneamento da unidade seguindo a estrutura

de Áreas Ambientais Homogêneas, com a exceção da inclusão das Zonas Ambientais.

Foram consideradas Zonas Ambientais as Áreas Homogêneas de Proteção que

independentemente das ações de gestão da APA já são áreas definidas com peculiaridades e

condições de ocupação de caráter de proteção, a exemplo, o Reservatório da Barragem do

João Leite e sua faixa de proteção como o PEAMP que é uma UC de proteção integral.

Assim, a estrutura final do zoneamento ambiental da APA João Leite é composta por 2

zonas de proteção e 5 áreas ambientais homogêneas:

Zonas de Proteção:

do Reservatório Ribeirão João Leite (ZPRJL);

da Vida Silvestre (ZPVS);

Áreas Ambientais Homogênea de:

Conservação de Uso Controlado 1, 2 e 3;

Uso Urbano Controlado 1;

Plano de Manejo da APA João Leite158

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Conservação de Uso Especial 1.

9.4.1. ZONA DE PROTEÇÃO DO RESERVATÓRIO RIBEIRÃO JOÃO LEITE

- ZPRJL

9.4.1.1. DEFINIÇÃO

É uma zona de maior restrição, onde são proibidas atividades antrópicas atípicas e que

tem como finalidade proteger a faixa de proteção do Reservatório Barragem João Leite.

9.4.1.2. OBJETIVO GERAL

Garantir a proteção do Reservatório João Leite, recuperar e preservar o ambiente

natural, possibilitando a realização de pesquisa científica.

9.4.1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Recuperar toda a faixa de proteção com vegetação nativa, assegurando maior proteção

ao reservatório;

Garantir a continuidade dos processos naturais de sucessão ecológica dos

ecossistemas que, entre outras condições, contribuirão de forma efetiva à estabilização dos

corredores ecológicos;

Favorecer a pesquisa científica.

9.4.1.4. LIMITES

O limite desta zona está compreendido entre a Zona de Proteção de Vida Silvestre

(ZPVS) e o limite da APA João Leite, em sua porção sudoeste, além da área do próprio

Reservatório. Esta zona ocupa uma área de 1.966,1 ha, o que corresponde a 2,7 % da APA.

9.4.1.5. RESULTADOS ESPERADOS

Vegetação marginal ao reservatório recuperada e protegida;

Conhecimentos científicos sobre a área ampliados;

Processos de erosão contidos e minimizados;

Refúgio para a fauna local assegurado.

Plano de Manejo da APA João Leite159

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9.4.1.6. INDICADORES

Aumento na área de faixas de proteção recuperadas;

Inexistência e/ou minimização de ocorrências de desmatamento, do extrativismo

vegetal e caça aleatórios e ilegais;

Diminuição da área de assoreamento dos Córregos Palmito, Carapina, Seco, Onça,

da Grama, Cana Brava e Bandeira;

Vulnerabilidade controlada, mensurada de acordo com o fator avaliado.

9.4.1.7. NORMAS GERAIS

As atividades permitidas serão a pesquisa, o monitoramento ambiental e a fiscalização.

Aconselha-se a interpretação dos atributos desta seja através de folhetos e/ou recursos

indiretos, inclusive aqueles oferecidos no Centro de Visitantes da SANEAGO e PEAMP/PEJoL.

Recomenda-se a não instalação de qualquer infra-estrutura, a não ser para fiscalização,

controle e sinalização.

É proibido o tráfego de veículos no interior desta zona, exceto em ocasiões especiais e

voltadas à proteção, monitoramento e fiscalização permanentes do Reservatório.

Tanto as atividades de pesquisa científica quanto às de proteção serão permitidas,

desde que não comprometam o reservatório.

As pesquisas desenvolvidas necessitam de autorização especial da SECIMA, que

analisará o assunto à luz da legislação vigente.

9.4.2. ZONA DE PROTEÇÃO DA VIDA SILVESTRE - ZPVS

9.4.2.1. DEFINIÇÃO

É aquela constituída pelo Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco – PEAMP e pelo

Parque Estadual do João Leite – PEJoL, sendo uma zona com restrição e zoneamento próprios

definidos no Plano de Manejo das unidades.

9.4.2.2. OBJETIVO GERAL

Plano de Manejo da APA João Leite160

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Manter a integridade do PEAMP e do PEJoL, permitindo a pesquisa e o uso público

com facilidade para fins educativos e recreativos, além da proteção.

9.4.2.3. LIMITES

Esta zona corresponde à delimitação do PEAMP e do PEJoL. Totaliza uma área de

5.041,1 ha, o que corresponde a 7,1 % da APA.

Plano de Manejo da APA João Leite161

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FIGURA 55: MAPA DE SETORIZAÇÃO DO PEAMP (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite162

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9.4.3. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO

CONTROLADO 1- AHCUC-1

9.4.3.1. DEFINIÇÃO

Admite o uso moderado e auto-sustentável dos recursos naturais, sendo regulado com

limitações de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas. Esta zona integra as áreas

contíguas às Zonas de Proteção do Reservatório Barragem João Leite e Vida Silvestre.

9.4.3.2. OBJETIVO GERAL

Garantir a conservação do ambiente.

9.4.3.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Permitir o uso controlado do solo nas atividades agrícolas e/ou pecuárias, implantando

e ou recuperando modelos para conservação do solo (terraceamento, plantio direto, entre

outros) e tendenciar às mudanças na produção para produtos orgânicos (agroecológicos).

recuperar APPs, RL e áreas de erosões;

garantir uma zona tampão para o PEAMP e o PEJoL;

prevenir incêndios florestais;

consolidar o corredor ecológico PEAMP/PEJoL/APA.

9.4.3.4. PRESSUPOSTOS

proteção dos recursos hídricos e do PEAMP/PEJoL;

uso do solo com predominância agropecuária;

busca de novos padrões tecnológicos de produção agropecuária;

baixo grau de conservação de APPs e RL;

formação dos corredores ecológicos;

área limítrofe ao PEAMP e ao PEJoL.

Plano de Manejo da APA João Leite163

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9.4.3.5. LIMITES

Esta zona é composta por 5 Blocos:

- O Bloco I tem início no ponto 29 (695056.77519 E; 8178549.05213 N) no limite da

APA, daí segue a 200m ao sul da GO 466 até o ponto 30 (701117.51641 E; 8177712.14396 N)

no limite oeste da faixa de proteção do Reservatório João Leite. Segue (pela faixa de proteção)

em direção sudoeste até o ponto 31 (699153.49879 E; 8172975.77847 N) no limite do PEAMP,

prossegue por este em direção oeste até o ponto 32 (695310.98576 E; 8171230.3212 N) na

faixa de proteção, segue por esta em direção sudoeste até o ponto 33 (690301.19572 E;

8172521.72286 N), daí segue a 200m ao leste da GO 433 até o ponto 34 (690565.77876 E;

8174780.33222 N) no limite da APA, segue pelo limite até o ponto 29 Inicial. Área: 4.611,234

ha.

- O Bloco II tem início no ponto 35 (702272.87141 E; 8177318.31555 N) no perímetro

urbano de Terezópolis de Goiás. Segue pelo perímetro em direção sudoeste até o ponto 36

(702374.61983 E; 8175555.83561 N), daí segue a 200m ao oeste da BR153/BR060 até o

ponto 37 (700832.03990 E; 8173982.71084 N) no limite leste da faixa de proteção do

reservatório, segue por este em direção norte até o ponto 38 (701704.65492 E; 8177471.10890

N), daí segue a 200m ao sul da GO 466 até o ponto 35 inicial. Área: 254.09 ha.

- O Bloco III tem início no ponto 39 (704899.80705 E; 8175656.59109 N) no limite de

Terezópolis de Goiás, segue por este em direção sudoeste até o ponto 40 (703162.27568 E;

8175793.79957 N), daí segue a 200m ao leste da BR153/BR060 até o ponto 41 (701006.37028

E; 8173498.18316 N) no limite leste da faixa de proteção. Segue por esta em direção sul até o

ponto 42 (700664.10396 E; 8171909.0267 N) no limite do PEAMP, segue por este até o ponto

43 (700906.01880 E; 8167606.62839 N) no limite da APA, segue por esta em direção nordeste

até o ponto 44 (707676.10064 E; 8168325.85268 N), daí segue a 200m ao oeste da GO 415

até o ponto 51 (708340.16798 E; 8168587.23496 N) na nascente de uma drenagem

intermitente, desce por esta até o ponto 45 (706690.24884 E; 8174521.5174 N) em uma

estrada não pavimentada que dá acesso a Terezópolis de Goiás. Segue pela estrada até o

ponto 39 inicial. Área: 4.611,234 ha.

- O Bloco IV tem início no ponto 55 (696061.77291 E; 8170172.86270 N) no limite leste

da faixa de proteção com o limite do PEAMP. Segue deste em direção sudeste até o ponto 56

(696883.62168 E; 8168569.4942 N), daí segue a 200m ao oeste da BR153/BR060 até o ponto

57 (696707.41894 E; 8167652.44176 N) no limite do PEAMP. Segue por este em direção oeste

Plano de Manejo da APA João Leite164

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até o ponto 63 (695368.22324 E; 8168134.49884) no limite leste da faixa de proteção, segue

por esta em direção nordeste até o ponto 55 inicial. Área: 296,153 ha.

- O Bloco V tem início no ponto 52 (700489.30991 E; 8166780.42989 N) no limite do

PEAMP, segue por ele em direção oeste até o ponto 53 (697312.58081 E; 8168688.26509 N),

daí segue a 200m ao leste da BR 153/BR060 até o ponto 54 (696510.13981 E; 8166430.87711

N) no limite da APA, segue por esta em direção nordeste até o ponto 52 inicial. Área: 502,536

ha.

Esta zona ocupa uma área de 10.024,594 ha, o que corresponde a 14,0 % da APA.

9.4.3.6. RESULTADOS ESPERADOS

bom uso e conservação do solo;

APPs e RL recuperadas;

diminuição do assoreamento dos Córregos Palmito, Lama, Cedro, Mombuca,

Bandeira, Cana Brava, Seco, Algodoal, Maria Paula (Macaquinho/Fundão), do Rosa, Grama,

Carapina, Macaúba, Matão e Balsamo;

focos de incêndios reduzidos;

produção de produtos orgânicos (Agroecológicos);

corredor Ecológico PEAMP/PEJoL/APA consolidado;

sítios Arqueológicos preservados.

9.4.3.7. INDICADORES

aumento no número de terraços, área de APPs e RL recuperadas.

incremento na produção e produtividade orgânica (agroecológicos);

diminuição na ocorrência de focos de incêndio.

9.4.3.8. NORMAS GERAIS

As atividades permitidas serão agricultura, pecuária e o ecoturismo, desde que

assegurem a manutenção dos ecossistemas naturais, devendo atender ainda os seguintes

aspectos:

incentivar amplamente a agricultura orgânica;

Plano de Manejo da APA João Leite165

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promover e incentivar a silvicultura e agroflorestas;

as queimadas só poderão ser realizadas dentro dos mais rigorosos controles e

manejos, bem como, previamente legalizadas;

as propriedades deverão estar devidamente cercadas, garantindo a contenção da

criação para as áreas de APPs, RL e Zonas de Proteção Barragem João Leite e de Proteção

Vida Silvestre;

deve ser assegurado no mínimo o já estabelecido em lei para a preservação e

conservação das áreas de Nascentes (raio de 50 metros), APP (30 metros de cada lado) e RL

(20% da propriedade);

não será permitida a implantação de Loteamentos urbanos e rurais nesta zona;

não será permitida quaisquer atividades antrópicas que gerem impactos ambientais

significativos, com efeitos na integridade do PEAMP/PEJoL.

Esta zona poderá comportar sinalização educativa, interpretativa ou indicativa e será

intensamente fiscalizada.

Os esgotos deverão receber tratamento suficiente para não contaminarem rios,

córregos, nascentes ou reservatório e priorizar tecnologias alternativas de baixo impacto.

Atividades de educação ambiental e científicas deverão ser intensificadas nesta Zona.

9.4.4. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO

CONTROLADO 2- AHCUC-2

9.4.4.1. DEFINIÇÃO

É a zona que admite uso moderado e auto-sustentável dos recursos naturais, regulada

com limitação de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas. Integra as áreas de

nascente dos formadores do Córrego das Pedras e Ribeirão Jurubatuba, contíguas até os

cursos de 2ª ordem.

9.4.4.2. OBJETIVO GERAL

Garantir a conservação dos recursos hídricos, nascentes dos formadores do Córrego

das Pedras e Ribeirão Jurubatuba.

Plano de Manejo da APA João Leite166

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9.4.4.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Permitir o uso controlado do solo nas atividades agrícolas e/ou pecuárias, implantando

e/ou recuperando modelos para conservação do solo (terraceamento, plantio direto, entre

outros) e tendenciar a mudanças na produção para produtos orgânicos (agroecológicos);

recuperar nascentes, APPs, RL e áreas de erosões;

consolidar o corredor ecológico na PEAMP/PEJoL/APA.

9.4.4.4. PRESSUPOSTOS

proteção dos recursos hídricos e zona de recarga;

busca de novos padrões tecnológicos de produção agropecuária;

baixo grau de conservação de APPs e RL;

área apresenta vulnerabilidade à erosão;

área com grandes passivos ambientais;

proximidade de sedes ou zonas urbanas de municípios.

9.4.4.5. LIMITES

Esta zona está presente na porção norte, noroeste e nordeste da APA pelas cabeceiras

do Córrego das Pedras e Olaria e Ribeirões Jurubatuba e Jenipapo, seguindo pelos seus

tributários de primeira ordem até a confluência da formação dos afluentes de segunda ordem,

tendo como limite a Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 3.

- O Bloco I inícia no ponto 1 (694321.41691 E, 8205434.56316 N) no limite da APA, daí

segue à distância de 200m ao norte da GO 330/GO 433 até o ponto 2 (697649.01676 E,

8202764.40754 N) localizado à 200m ao norte do cruzamento da GO 330/GO 433 com a

estrada municipal não pavimentada, segue a 200m desta até o ponto 3 (703227.98012 E,

8203650.84401 N) no limite da APA, segue por este até o ponto 1 inicial. Área: 1.879,161 ha.

- O Bloco II tem início no ponto 4 (698468.14585 E, 8202575.13459 N) à 200m ao leste

do cruzamento da estrada municipal não pavimentada com a GO 330/GO 433 seguindo por

esta rodovia ao norte à distância de 200m até o ponto 5 (715063.95673 E, 8198519.35413 N)

no limite oeste do perímetro urbano de Anápolis. Segue pelo limite sentido sudeste até o ponto

6 (714885.25667 E, 8194181.63363 N) em uma drenagem, desce por ela até o Córrego

Plano de Manejo da APA João Leite167

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Frigorífico, segue por ele até o Córrego Mato Grosso, segue por este até o Ribeirão

Jurubatuba, seguindo por este até o ponto 7 (704953.53957 E, 8196458.18919 N) na

confluência com o Córrego Intendência, daí segue em direção noroeste à 200m da GO 330 até

chegar ao ponto 8 (704799.68066 E, 8196496.80846 N) no limite leste do perímetro urbano de

Campo Limpo de Goiás. Segue pelo limite em direção noroeste até o ponto 9 (703018.38978 E,

8198230.40269 N) seguindo à 200m ao norte da GO 330, até chegar ao ponto 4 inicial. Área:

8.011,876 ha.

- O Bloco III tem início no ponto 10 (693923.24549 E, 8205158.93693 N) no limite da

APA João Leite, daí segue à 200m ao norte da GO 330/GO 433 até o ponto 11 (703352.03602

E, 8197324.71628 N), daí segue à 200m norte da GO 451 até o ponto 12 (695766.47763 E,

8195979.92411 N) no limite da APA João Leite, seguindo por este até o ponto 10 inicial. Área:

4.444,426 ha.

- O Bloco IV tem início no ponto 13 (695502.95990 E, 8193411.13581 N) à 200m ao sul

da Ferrovia Norte/Sul com uma drenagem intermitente. Desce por ela até o Córrego da Posse,

segue por este, até o encontro com o Córrego Furnas. Segue por este até o ponto 14

(700271.16322 E, 8188646.13505 N), daí segue à 200m ao norte da GO 222 até o ponto 15

(696529.10517 E, 8188226.67129 N) no limite da APA João Leite, segue por este até o ponto

16 (694389.73180 E, 8193805.66139 N), daí segue à 200m ao sul da ferrovia Norte/Sul até o

ponto 13 inicial. Área: 2.010,862 ha.

- O Bloco V tem início no ponto 17 (696665.46417 E, 8187850.50487 N) no limite da

APA João Leite, daí segue à 200m ao sul da GO 222 até o ponto 18 (699953.64461 E,

8188291.69069 N) no Córrego Furnas. Segue por este até o ponto 19 (698592.51056 E,

8186756.13684 N) e daí em rumo certo até o ponto 20 (698083.24864 E, 8186369.04561 N) no

limite da APA João Leite, segue pelo limite até o ponto inicial 17. Área: 355,039 ha.

- O Bloco VI tem início no ponto 23 (708412.50103 E, 8188092.85739 N) à 200m ao sul

da GO 222 no Córrego Gueirobal, segue por este até sua nascente no ponto 24 (708982.03541

E, 8185110.06786 N) daí segue em rumo certo até o ponto 25 (708560.10903 E,

8185072.66735 N) na nascente de uma drenagem, segue por ela até o Córrego da Olaria.

Segue por este até o encontro com o Córrego da Lagoinha. Segue por este até a sua nascente

no ponto 26 (711167.03373 E, 8180744.83208 N), daí segue à 200m ao leste da BR153/BR060

até o ponto 27 (715399.52089 E, 8185277.11172 N) no limite sudoeste do perímetro urbano de

Anápolis. Segue por este sentido norte até o ponto 28 (715519.82479 E, 8191702.08600 N),

daí segue a 200m ao sul da GO 222 até o ponto 23 inicial. Área: 4.862,341 ha.Plano de Manejo da APA João Leite

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Esta zona ocupa uma área de 21.563,705 ha, o que corresponde a 30,2 % da APA.

9.4.4.6. RESULTADOS ESPERADOS

bom uso e conservação do solo;

nascentes, APPs e RL recuperadas;

diminuição do assoreamento dos Córregos Furnas, Cambarú, Posse, Mata Pasto,

Pereira, Pedras, do Félix, Palmito, Barreira, Matias Alves, Capuava, Frigorífico e Lagoinha;

focos de incêndios reduzidos;

produção de produtos orgânicos (Agroecológicos);

corredor ecológico PEAMP/PEJoL/APA consolidado.

9.4.4.7. INDICADORES

aumento no número de terraços, área de APPs e RL recuperadas;

incremento na produção e produtividade orgânica (agroecológicos);

diminuição de ocorrência de focos de incêndio.

9.4.4.8. NORMAS GERAIS

Deverá ser incentivada a agricultura orgânica.

Fica proibida a realização de queimadas sem autorização do órgão competente.

A propriedade deverá estar devidamente cercada, garantindo a contenção da criação

para as áreas de nascentes, APPs e RL.

Deve ser assegurado no mínimo o já estabelecido em lei para a preservação e

conservação das áreas de Nascentes (raio de 50 metros), APP (30 metros de cada lado) e RL

(20% da propriedade).

Não será permitido o parcelamento inferior a 3 ha nesta zona.

Não será permitida a implantação de novos empreendimentos que causem a supressão

de vegetação nativa remanescente.

Os esgotos deverão receber tratamento suficiente para não contaminarem rios,

córregos, nascentes ou reservatórios e priorizar tecnologias alternativas de baixo impacto.

Esta zona será intensamente fiscalizada.

Plano de Manejo da APA João Leite169

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Atividades de educação ambiental deverão ser maximizadas;

Priorizar estudos sobre o potencial para mineração nesta zona.

Dar preferência na recuperação de nascentes em áreas de extração de argila.

9.4.5. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO

CONTROLADO 3- AHCUC-3

9.4.5.1. DEFINIÇÃO

É a zona que admite uso moderado e auto-sustentável dos recursos naturais, este

regulado de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas. Integra as áreas contíguas

aos cursos d’água não protegidos pelas Zonas de Proteção do Reservatório Barragem João

Leite e Vida Silvestre e Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 2.

Dentro desta zona de conservação estão estabelecidas as Áreas de Proteção Especial

e as Áreas de Especial Proteção.

9.4.5.2. OBJETIVO GERAL

Garantir a conservação dos recursos hídricos.

9.4.5.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Permitir o uso controlado do solo nas atividades agrícolas e/ou pecuárias, implantando

e ou recuperando modelos para conservação do solo (terraceamento, plantio direto, entre

outros) e mudanças na produção para produtos orgânicos (agroecológicos);

recuperar nascentes, APPs e RL;

consolidar o corredor ecológico na APA.

9.4.5.4. PRESSUPOSTOS

proteção dos recursos hídricos e zona de recarga;

busca de novos padrões tecnológicos de produção agropecuária;

baixo grau de conservação de APPs e RL;

área com grandes passivos ambientais.;

Plano de Manejo da APA João Leite170

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proximidade de sedes ou zonas urbanas de municípios.

9.4.5.5. LIMITES

Esta zona está presente na porção interna da APA pelo Rio João Leite, Córrego das

Pedras e Ribeirão Jurubatuba e seus tributários Córregos Algodoal, Descoberto, Farias,

Barreiro, do Alangá, Fundão, Furnas, Cambarú, Posse, do Cunha, Mata Pasto, Poções e Jarivá

pela margem direita do Córrego Pedras e Rio João Leite e Félix, Barreiro pela margem

esquerda do Córrego das Pedras e Bananal e da Intendência pela margem direita do Ribeirão

Jurubatuba e da Lagoinha, Mato Grosso, Invernada, Jenipapo, Guariroba, Olaria, Lagoinha,

Fundão, Macaquinho, do Rosa e Grama pela margem esquerda dos Ribeirões Jurubatuba e

João Leite, fora das Zonas de Proteção do Reservatório Barragem João Leite e Vida Silvestre e

Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 2, tendo como limite oeste,

norte e leste a Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 2 (AHCUC-2) e

ao Sul a Área Ambiental Homogênea de Conservação de uso Controlado 1 (AHCUC-1). Ocupa

uma área de 18.155,841 ha correspondendo a 25,4 % da APA.

9.4.5.6. RESULTADOS ESPERADOS

bom uso e conservação do solo;

nascentes, APPs e RL recuperadas.

diminuição do assoreamento do Rio João Leite e Ribeirão Jurubatuba e Jenipapo e

dos Córregos Pedras, Guariroba, Lagoa, Fundão e Macaquinho;

focos de incêndios reduzidos;

produção de produtos orgânicos (Agroecológicos);

corredor ecológico PEAMP/APA consolidado.

9.4.5.7. INDICADORES

aumento no número de terraços, área de APPs, RL e nascentes recuperadas;

incremento na produção e produtividade orgânica (Agroecológicos);

diminuição de ocorrência de focos de incêndio.

Plano de Manejo da APA João Leite171

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9.4.5.8. ÁREAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO DE MANANCIAIS

São aquelas destinadas à conservação, recuperação e manejo de mananciais onde é

vedado o parcelamento do solo urbano e rural.

Objetivo Geral

Garantir a proteção da micro-bacia do Córrego dos Macacos.

Objetivos Específicos

garantir a recarga e qualidade da água da micro-bacia do Córrego dos Macacos

para o abastecimento na cidade de Terezópolis de Goiás;

recuperar nascentes, APPs e RL;

consolidar o corredor ecológico do PEAMP/PEJoL/APA.

Pressupostos

proteção dos recursos hídricos e zona de recarga;

manancial de abastecimento humano;

baixo grau de conservação de APPs e RL;

área com grandes passivos ambientais;

proximidade de sedes ou zonas urbanas de municípios.

Limites

Esta área está presente na porção interna da Área Ambiental Homogênea de

Conservação de Uso Controlado 3, na micro-bacia do Córrego dos Macacos e se expandindo

até o Córrego do Rosa.

- Seu limite tem início no ponto 47 (704376.80597 E; 8176948.94473 N) a 200m da

BR153/BR060, e daí segue a 200m do Córrego Macaquinho e seus afluentes até atingir o

ponto 48 (710690.00411 E; 8175304.14749 N) em uma drenagem intermitente, seguindo por

ela até sua nascente e daí em rumo certo até o ponto 49 (710975.42985 E; 8175051.86049 N)

no perímetro urbano de Goianápolis. Segue pelo perímetro em direção sul até o ponto 50

(711117.97338 E; 8172785.25929 N), daí segue a 200m ao oeste da GO 415 até o ponto 51

(708340.16798 E; 8168587.23496 N) na nascente de uma drenagem intermitente, segue por

ela até o Córrego Macaquinho, segue por este até o ponto 45 (706690.24884 E;Plano de Manejo da APA João Leite

172

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8174521.51749 N), na ponte de uma estrada não pavimentada que dá acesso a Terezópolis de

Goiás. Segue por esta estrada até o ponto 39 (704899.80705 E; 8175656.59109 N) no

perímetro urbano de Terezópolis de Goiás. Segue pelo perímetro em direção nordeste até o

ponto 46 (704065.94978 E; 8176690.68716 N), daí segue a 200m ao leste da BR153/BR060,

até o ponto 47 (704376.80597 E; 8176948.94473 N) inicial. Esta zona ocupa uma área de

2.170,813 ha, o que corresponde a 3,0 % da APA.

Resultados Esperados

bom uso e conservação do solo;

nascentes, APPs e RL na bacia do Córrego dos Macacos recuperadas;

diminuição do assoreamento e passivos ambientais dos Córregos Macaquinho,

Macacos e Rosa;

quantidade e qualidade da água garantida;

corredor ecológico PEAMP/PEJoL/APA consolidado.

Indicadores

número de habitações com abastecimento de água em Terezópolis de Goiás;

número de nascentes, área de APPs e RL e de passivos ambientais recuperados.

9.4.5.9. ÁREAS DE PROTEÇÃO ESPECIAL DE VULNERABILIDADE

Correspondem a situações específicas de vulnerabilidade e podem ampliar as

ocorrências protegidas pelo Código Florestal.

Objetivo Geral

garantir a proteção dos remanescentes de mata seca, não protegidos pelo PEAMP

e pelo PEJoL na APA.

Objetivos Específicos

garantir a conservação e os processos ecológicos dos remanescentes de mata

seca;

recuperar nascentes, APPs e RL;

consolidar o corredor ecológico do PEAMP/PEJoL/APA.

Plano de Manejo da APA João Leite173

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Pressupostos

proteção dos recursos hídricos e remanescentes de mata seca;

corredores ecológicos do PEAMP/PEJoL/APA;

alto grau de conservação de APPs e RL;

proximidade com o PEAMP, o PEJoL e o Reservatório do Rio João Leite.

Limites

Esta área está presente na porção interna da Área Ambiental Homogênea de

Conservação de Uso Controlado 3 na micro-bacia dos Córregos do Fundão na margem

esquerda do Rio João Leite e Córregos do Alonga e do Seco e Algodoal na margem direita.

As Áreas de Proteção Especial de Vulnerabilidade são duas:

A APEV I tem início no ponto 19 (699997,27510 E; 8188334,79813 N) à 200m da GO

222 com o Córrego Furnas, segue por este até o ponto 20 (698636,14156 E; 8186799,24411

N), daí segue em rumo certo até o ponto 21 (698126,87978 E; 8186412,15279 N) no limite da

APA. Segue pelo limite até o ponto 22 (696620,36307 E; 8181439,89004 N), daí em rumo certo

até a nascente do Córrego dos Farias. Segue pelo córrego até o encontro com o Rio João

Leite, sobe por este até o ponto 23 (702860,80702 E; 8187235,68070 N), daí segue a 200m ao

sul da GO 222 até o ponto 19 Inicial. Área: 3.151,046 ha.

-A APEV II tem início no ponto 48 (710690.00411 E; 8175304.14749 N), em uma

drenagem intermitente, segue por ela até sua nascente e daí em rumo certo até o ponto 49

(710975.42985 E; 8175051.86049 N) no perímetro urbano de Goianápolis, segue pelo

perímetro em direção nordeste até o ponto 58 (711827.00000 E; 8175029.69378 N), daí segue

a 200m ao oeste da GO 415 até o ponto 59 (712237.67853 E; 8177161.3978N) no perímetro

urbano descontínuo de Goianápolis. Segue por ele em direção sudoeste até o ponto 60

(711532.35836 E; 8178699.03751 N), daí segue a 200m a oeste da GO 415 até o ponto 61

(711156.19660 E; 8179847.04439 N) no perímetro urbano descontínuo de Goianápolis. Segue

por este sentido sudoeste até o ponto 62 (710328.04951 E; 8180099.21670 N), daí segue a

200m ao leste da BR153/BR060 até atingir o ponto 63 (706826.57819 E; 8178652.07793 N).

Deste segue em rumo certo até o ponto 64 (707147.38649 E; 8178589.45458 N) no Córrego

Fundão, segue por este até o ponto 65 (708165.50849 E; 8178564.26797 N) no encontro com

uma drenagem intermitente, segue pela drenagem até o ponto 48 Inicial. Área: 1.270,440 ha.

Plano de Manejo da APA João Leite174

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Ocupa 4.421,487 ha da Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso

Controlado 3 correspondendo a 6,2 % da APA.

Resultados Esperados

bom uso e conservação do solo nas áreas limítrofes;

nascentes, APPs e RL na Bacia do Córrego dos Fundão, do Alonga, Seco e

Algodoal recuperadas;

diminuição do assoreamento e passivos ambientais;

conectividade dos fragmentos com a ZPVS e ZPRJL;

corredor ecológico PEAMP/PEJoL/APA consolidado.

Indicadores

aumento: da área de fragmentos conectados, número de espécimes da flora e fauna

estabelecida, e área de APPs, RL e de passivos ambientais recuperados.

9.4.5.10.NORMAS GERAIS PARA AHCUC-3

Deverá ser incentivada a agricultura orgânica.

Fica proibida a realização de queimadas sem autorização do órgão competente.

A propriedade deverá estar devidamente cercada, garantindo a contenção da criação

para as áreas de nascente, APPs e RL.

Deve ser assegurado no mínimo o já estabelecido em lei para a preservação e

conservação das áreas de Nascentes (raio de 50 metros), APP (30 metros de cada lado) e RL

(20% da propriedade).

Não será permitido o parcelamento inferior a 3 ha nesta zona.

Não será permitida a implantação de novos empreendimentos que causem a supressão

de vegetação nativa remanescente.

Os esgotos deverão receber tratamento suficiente para não contaminarem rios,

córregos, nascentes ou reservatórios, priorizando tecnologias alternativas de baixo impacto.

Esta zona será intensamente fiscalizada e atividades de educação ambiental deverão

ser intensificadas.

Plano de Manejo da APA João Leite175

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Deve ser assegurada a conectividade parcial ou total dos fragmentos florestais nesta

área para consolidar o corredor ecológico.

9.4.6. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE USO URBANO CONTROLADO

1- AHUC-1

9.4.6.1. DEFINIÇÃO

É a zona que compreende as sedes municipais ou parte delas inseridas na APA e que

se destina a propiciar o vetor de expansão urbana por meio do uso controlado, permitindo a

ocupação de baixa densidade e critérios específicos à conservação dos recursos naturais.

9.4.6.2. OBJETIVO GERAL

Disciplinar o vetor de ocupação urbana.

9.4.6.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

controlar a expansão urbana em áreas de risco, nascentes e APPs.

recuperar nascentes e as APPs.

9.4.6.4. PRESSUPOSTOS

ocupação de áreas de risco, de nascentes e APPs;

baixo grau de conservação dos recursos naturais;

área com grandes passivos ambientais.

9.4.6.5. LIMITES

Esta zona está presente nos municípios de Campo Limpo, Anápolis, Goianápolis e

Terezópolis de Goiás.

Ocupa uma área de 2.909,231 ha correspondendo a 4,1 % da APA.

9.4.6.6. RESULTADOS ESPERADOS

contensão da expansão urbana para as áreas de risco;

proteção das nascentes e APPs do Ribeirão Jurubatuba e Córrego dos Macacos;

Plano de Manejo da APA João Leite176

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diminuição do assoreamento do Córrego das Pedras e Ribeirão Jurubatuba e dos

Macacos.

9.4.6.7. INDICADORES

diminuição da expansão urbana e ocupação de áreas de risco;

aumento da diversidade e abundância de espécies nativas nas áreas de nascentes

e APPs.

9.4.6.8. NORMAS GERAIS

Deve ser assegurado no mínimo o já estabelecido em lei para a preservação e

conservação das áreas de Nascentes (raio de 50 metros) e APP (30 metros de cada lado).

Os materiais para a construção ou a reforma de quaisquer infra-estruturas no loteamento

não poderão ser retirados dos recursos naturais destinados a preservação nesta área.

Atividades de educação ambiental deverão ser intensificadas nesta Zona.

Os empreendimentos que envolvam novos parcelamentos do solo deverão apresentar,

no processo de licenciamento ambiental, projeto de drenagem pluvial que contemple a

implantação de bacia de detenção com sistema separador de resíduos sólidos, sistema

dissipador de energia hidráulica e sistema de infiltração que reduza no mínimo 30% do

escoamento superficial direto, considerando um período de retorno T=10 anos.

Cada lote individual deve manter no mínimo 25% de sua área permeável.

Pode ser admitido, para os lotes de natureza comercial ou industrial, a manutenção de

até 15% de área permeável, complementada com a implantação de estruturas de infiltração

dimensionadas para reduzir no mínimo 10% do escoamento superficial direto.

Os novos empreendimentos devem apresentar projeto de sistema de coleta e

tratamento de esgoto sanitário que contemple a remoção de sólidos grosseiros, flutuantes e em

suspensão, matéria orgânica, nutrientes e agentes patogênicos em valores equivalentes aos

obtidos em sistemas de tratamento de efluentes de nível secundário.

Os novos empreendimentos localizados no Município de Terezópolis de Goiás devem

apresentar projeto de sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário que contemple a

remoção de sólidos grosseiros, flutuantes e em suspensão, matéria orgânica, nutrientes ePlano de Manejo da APA João Leite

177

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agentes patogênicos em valores equivalentes aos obtidos em sistemas de tratamento de

efluentes de nível terciário.

A implantação de novos parcelamentos do solo fica condicionada à contiguidade do

empreendimento proposto a outro parcelamento implantado e com no mínimo 30% de

ocupação, esta entendida como percentual de unidades edificadas e habitadas, mesmo com a

interposição de barreiras naturais, exceto para projetos habitacionais de interesse social.

Para as áreas descontínuas propostas para a ampliação da Área de Uso Urbano

Controlado o critério de contiguidade será adotado a partir do segundo empreendimento

implantado.

As áreas objeto de loteamento deverão possuir acesso direto às vias públicas

consolidadas.

Para o caso da não existência de via de acesso direto caberá ao parcelador apresentar

documento hábil que garanta a doação ao município da área necessária, quando do registro do

empreendimento, acompanhado de Termo de Compromisso, mediante caução depositada pelo

parcelador, no qual será definida a responsabilidade e os prazos para a execução do acesso.

Os parcelamentos do solo para fins urbanos pleiteados em Terezópolis de Goiás, na

faixa de terras compreendida entre o Ribeirão João Leite e a Rodovia Federal BR-060/153,

deverão ser obrigatoriamente implantados sob a forma de condomínio.

Os parcelamentos do solo para fins urbanos pleiteados em Anápolis deverão ser

obrigatoriamente implantados sob a forma de condomínio.

9.4.7. ÁREA AMBIENTAL HOMOGÊNEA DE CONSERVAÇÃO DE USO

ESPECIAL 1- AHCUE-1

9.4.7.1. DEFINIÇÃO

É a zona que compreende as faixas de proteção das rodovias pavimentadas e ferrovias

que cortam ou limitam a APA e que se destina a propiciar o vetor de ocupação por meio do uso

controlado, permitindo a ocupação de baixa densidade e critérios específicos à conservação

dos recursos naturais.

Plano de Manejo da APA João Leite178

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9.4.7.2. OBJETIVO GERAL

Disciplinar o vetor de ocupação urbana, comercial e industrial.

9.4.7.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Controlar a ocupação urbana, comercial e industrial nas áreas de proteção das rodovias

e ferrovia.

Fiscalizar e monitorar a ocupação.

9.4.7.4. PRESSUPOSTOS

ocupação de áreas de risco, de nascentes e APPs;

baixo grau de conservação dos recursos naturais;

área com grandes passivos ambientais e vulnerabilidade;

alto índice de mortalidade da fauna silvestre e de queimadas;

presença de Sítios Arqueológicos

9.4.7.5. LIMITES

Esta zona está presente na faixa contínua de 100 metros em ambos os lados das

rodovias pavimentadas e ferrovia, com exceção nas regiões das ZPVS e ZPRJL.

Esta zona ocupa uma área de 4.807,5 ha correspondendo a 6,7 % da APA.

9.4.7.6. RESULTADOS ESPERADOS

contensão da ocupação urbana, comercial e industrial para as áreas de risco;

proteção das nascentes, córregos e APPs;

diminuição dos atropelamentos da fauna silvestre e do assoreamento nos córregos

e do total das queimadas nas faixas de domínio;

conservação dos Sítios Arqueológicos.

9.4.7.7. INDICADORES

estabilização na ocupação nas margens das rodovias e ferrovia;

Plano de Manejo da APA João Leite179

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decréscimo na ocupação de áreas de risco, no assoreamento dos córregos, no

número de animas atropelados e no de queimadas.

9.4.7.8. NORMAS GERAIS

Deve ser assegurado no mínimo o já estabelecido em lei para a preservação e

conservação das áreas de Nascentes (raio de 50 metros) e APP (30 metros de cada lado).

Não será permitida a implantação de novos empreendimentos causadores de impacto

ambiental no trecho lindeiro à Rodovia BR 060/153 a partir da Zona de Proteção de Vida

Silvestre (PEAMP/PEJoL) até o trevo de acesso à sede municipal de Goianápolis.

Atividades de educação ambiental deverão ser intensificadas nesta Zona para

conter/reduzir a ocupação e o número de animais atropelados.

Não utilizar o fogo para limpeza da área de domínio.

9.4.8. QUADRO SÍNTESE E MAPA DO ZONEAMENTO

No Quadro 42 é apresentada a quantificação e o percentual das áreas no Zoneamento

para as diferentes zonas estabelecidas para a APA, e o Quadro 43 a identificação e os critérios

que foram usados para sua escolha, as características e os usos conflitantes de cada uma delas.

Na Figura 5 está representado o Zoneamento Ambiental Fase I da APA João Leite.

QUADRO 42: DISTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS NO ZONEAMENTO

LOCAIS ÁREA (ha) PERCENTUALZona de Proteção do Reservatório Rio João Leite (ZPRJL) 1.966,126 2,7Zona de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS) 5.041,076 7,1Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 1 (AHCUC-1) 10.024,594 14,0Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 2 (AHCUC-2) 21.563,705 30,22Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Controlado 3 (AHCUC-3) 18.155,841 25,4

Área de Especial Proteção de Mananciais (AEPM) 2.170,813 3,0Área de Proteção Especial de Vulnerabilidade (APEV) 4.421,487 6,2

Área Ambiental Homogênea de Uso Urbano Controlado 1 (AHUC-1) 2.909,231 4,1Área Ambiental Homogênea de Conservação de Uso Especial 1 (AHCUE-1) 4.807,5 6,7TOTAL 71.355,977 100

Plano de Manejo da APA João Leite180

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QUADRO 43:CARACTERIZAÇÃO GERAL DAS DIFERENTES ZONAS/ÁREAS E CRITÉRIOS USADOS PARA SUA DEFINIÇÃO NA APA JOÃO LEITE.

Zonas/ÁreasCritérios deZoneamento

Intensidade(A/M/B)

Caracterização Geral dos MeiosPrincipaisConflitos

Uso PermitidoFísico Biótico Socioeconômico

Proteção

Áreas núcleo (UC):Riqueza de espécies:Grau de conservação:

Suscetibilidade:Representatividade:

AAAAA

Vulnerabilidade domeio físico e do

reservatório

PEAMP eremanescentes de

mata seca.

Ausência de infra-estrutura

Uso semcontrole,coleta ecaça e Incêndios

Pesquisa CientíficaProteção

Conservação1

Representatividade:Riqueza de espécies:

Suscetibilidadeambiental:

Grau de conservação:Variabilidade de uso:

Infra-Estrutura:

AAAMMM

Latossolos. Solofrágil e

relativamenteconservado.

Recursos hídricospreservados.

Locais levementeantropizados, comexistência de biota

importante paragarantir os processos

ecológicos doPEAMP/PEJoL.

Baixa presença humanae Presença de alguma

infra-estrutura (estradase aceiros)

Uso do solo emAPPs e nascentes,

acesso fácil aoPEAMP e

Reservatório,trânsito de

veículos, coleta,caça e incêndios

ProteçãoFiscalização

Pesquisa CientíficaEd. Ambiental Usodo solo controlado

Conservação2

Grau de conservação:Presença de infra-

estrutura;Suscetibilidade

ambiental:Acessibilidade:

MAAA

ArgissoloVermelho-Amarelo,nascentes e APPs

parcialmenteprotegidos.

Vegetação de APPs enascentes

Grande número depequenos produtores

rurais

Uso do solo emAPPs e nascentes

ProteçãoFiscalização

Pesquisa, Ed.Ambiental, Uso do

solo controlado

Conservação3

Grau de conservação:Representatividade

(Áreas núcleo):Riqueza de espécies:

Suscetibilidadeambiental:

MAMM

Argisolo eLatossoloVermelho,

Recursos hídricosparcialmenteprotegidos.

Fauna e florarepresentativa da

região.

Média presença humanae Presença de infra-

estruturas.

Uso do solo emAPPs e nascentes

ProteçãoFiscalização

Pesquisa, Ed.Ambiental, Uso do

solo controlado

Urbana 1Suscetibilidade

ambiental:Infra-Estrutura:

AA

Vulnerabilidade domeio físico

Simplificação da florae fauna

Grande presença deinfra-estruturas.

Erosão e baixaqualidadeambiental

Proteção,Fiscalização e Uso

Controlado

Uso Especial1

Suscetibilidadeambiental:

AVulnerabilidade do

meio físico

Fragmentação esimplificação da flora

e fauna

Presença de infra-estruturas.

Erosão emortalidade da

fauna

Proteção,Fiscalização e Uso

Controlado

Plano de Manejo da APA João Leite181

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Obs: A - Alta; M - Média e B - Baixa

Plano de Manejo da APA João Leite182

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FIGURA 56: MAPA DE ZONEAMENTO DA APA (VER ANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite183

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10. INDICAÇÃO DE ÁREAS PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE

CONSERVAÇÃO E CORREDORES ECOLÓGICOS

Para garantir os processos ecológicos do PEAMP e do PEJoL e a gestão integrada dos

recursos naturais da APA faz-se necessário a aquisição de novas áreas para implantação de

UCs ou Corredores Ecológicos.

Os Corredores Ecológicos são porções de ecossistemas naturais ou seminaturais,

ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e movimento da

biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a

manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas com extensão

maior do que aquelas das unidades individuais (SNUC - Lei nº 9.985, de 18/07/2000).

Identificou-se 6 áreas prioritárias com características homogêneas de tipologia vegetal

para implantação de Ucs ou Corredores Ecológicos, garantindo a conectividade dos

fragmentos com áreas do PEAMP/PEJoL:

Área 1- Fazenda Santa Branca, com um fragmento matriz de aproximadamente

1.735,324 ha de área preservada de mata seca e mata ciliar na margem direita do Rio João

Leite;

Área 2- Córrego Fundão, com um fragmento matriz de aproximadamente 1,287,422 ha

de área conservada de mata seca na margem esquerda do Rio João Leite na microbacia do

Córrego Fundão;

Área 3 e 4- Parque Estadual do João Leite, fragmentos que constituem as ombreiras da

barragem Rio João Leite, apresentando uma área preservada de aproximadamente 247,448 ha

para o fragmento matriz 3 e 757,036 ha para o fragmento matriz 4 que integra a microbacia do

Córrego Palmito até a margem direita;

Área 5- Propriedade contígua ao Bloco 1 do PEAMP, com um fragmento matriz de

aproximadamente 184,819 ha de mata seca preservado.

Área 6- Serra da Canastra, fragmento de 346,382 ha de mata seca na Serra da

canastra, localizada extra-Bacia do Rio João Leite, na proximidade da Área 5 e Bloco

Plano de Manejo da APA João Leite184

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Tamanduá do PEAMP, drenada pelos Córregos do Baixadão, da Canastra e Ribeirão

Bonsucesso.

Estas áreas apresentam uma importância na implantação de dois corredores ecológicos

sendo um pela margem direta e outro pela margem esquerda do Reservatório João Leite e

PEAMP/PEJoL.

É importante lembrar que este corredor tem como eixo principal o Reservatório João

Leite e seus tributários Palmito, Bandeira, Cana Brava, Seco, Algodoal, Descoberto, Farias,

Barreiro, do Alanga e Fundão pela margem direita e Carapina, Grama, Rosa, Macaquinho e

Fundão pela margem esquerda que se liga as matrizes (fragmentos preservados ou

conservados). Assim, o cumprimento do Novo Código Florestal garantirá a existência de dois

corredores a partir das APPs preservadas e recuperadas e a consolidação das Reservas

Legais, como também o reflorestamento das áreas degradadas do PEAMP/PEJoL conectando

em faixas contíguas. Mas a garantia dos processos terá que ser reforçada com a aquisição das

áreas prioritárias, remanescentes das matas secas e ciliares supra citados.

Na Figura 57 estão estabelecidos os fragmentos matrizes e a área (segmento) dos

corredores ecológicos.

Plano de Manejo da APA João Leite185

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FIGURA 57: MAPA DE IMPLANTAÇÃO DE UCS E CORREDORES ECOLÓGICOS (VERANEXO)

Plano de Manejo da APA João Leite186

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11. FORMULAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS PROGRAMAS DE

AÇÕES

A opção de trabalhar com enfoque participativo levou a definição de alguns princípios

que norteiam a elaboração dos programas de ações, como:

1- Os agentes envolvidos são os autores do Planejamento (zoneamento e programas) -

o papel da consultoria é de mediar o processo de negociação entre o órgão gestor, agentes

envolvidos e organizações parceiras nas decisões sobre o zoneamento e programas.

2- Processo cumulativo integrando a contribuição dos diversos atores interessados -

para garantir um processo participativo todos os produtos passíveis de apropriação pelos

agentes envolvidos, principalmente o conselho consultivo da APA na 1ª Oficina de

Planejamento (metodologia e plano de trabalho), 2ª Oficina de Planejamento (Diagnóstico -

levantamento dos pontos fracos e fortes que envolvem a UC), Reuniões Técnicas com a

SEMARH e em todos os municípios (Secretarias do Meio Ambiente, S. Agricultura e outras,

com o envolvimento das câmaras legislativas e produtores rurais), Coordenadores dos Planos

Diretores Goianápolis, Nerópolis, Terezópolis de Goiás e Anápolis; ONGs e Pesquisadores e a

3ª Oficina de Planejamento (Planejamento: Zoneamento/Programas), o que privilegiou um

processo de elaboração gradual na construção dos quadros Matrizes de

Problematização/Expectativas (Ações)/Potencial de Colaboração e Matriz Lógica do Plano de

Gestão.

3- Considerar antecedentes de ocupação e uso dos recursos - as definições dos

programas de ações são para áreas homogêneas estabelecidas e ou geral para a APA. As

atividades devem alcançar a sustentabilidade da APA e minimizar seu uso desordenado

compatibilizando as necessidades humanas com as potencialidades, limitações e fragilidades

dos ecossistemas.

4- os programas de ações também têm como base as contribuições levantadas e

discutidas quanto às recomendações, limitações e restrições para uso na APA.

4.1- Recomendações - são categorias de uso e ocupação do espaço compatíveis com

as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental.

Plano de Manejo da APA João Leite187

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4.2- Limitações - são categorias de uso e ocupação do espaço já existentes na APA,

incompatíveis com as funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental e que ficam

sujeitas à adoções de medidas para redução de sua desconformidade.

4.3- Restrições - são categorias de uso e ocupação do espaço incompatível com as

funções e diretrizes de uma determinada zona ambiental e cuja instalação ou viabilização

deverá ser aprovada pela SECIMA e Conselho Consultivo.

5- Garantir maior proteção à biodiversidade da APA.

6- Consulta a especialistas - a consulta a especialistas serviu essencialmente para

validar as propostas de programas.

Plano de Manejo da APA João Leite188

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12. PROGRAMAS DO PLANO DE MANEJO

Os programas do Plano de Manejo da APA João Leite consideram fundamentalmente

os objetivos previstos para a Unidade de Conservação, que são:

- Proteger os recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio João Leite;

- Assegurar condições para o uso do solo compatíveis com a preservação dos recursos

hídricos;

- Conciliar as atividades econômicas e a preservação ambiental;

- Proteger os remanescentes do Bioma Cerrado;

- Melhorar a qualidade de vida da população local por meio de orientação e do

disciplinamento das atividades econômicas;

- Disciplinar o turismo ecológico e fomentar a educação ambiental, entre outros.

Os programas propostos compreendem um conjunto de atividades que seguem

cronogramas variáveis (alguns interdependentes) de acordo com as diferentes necessidades

de conhecimento e controle ambiental a partir do zoneamento. Tais programas estão

estruturados em três linhas básicas conforme roteiro metodológico (IBAMA 2001): Programa de

Conhecimento (Subprogramas de Pesquisa e monitoramento); Programa Gestão Ambiental

(Subprogramas de Educação Ambiental, Proteção e Manejo, Alternativas de Desenvolvimento)

e Programa Gestão Interinstitucional (Subprogramas de Operacionalização e Avaliação e

Acompanhamento) (Figura 58).

Plano de Manejo da APA João Leite189

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FIGURA 58: FLUXOGRAMA DOS PROGRAMAS E SUBPROGRAMAS DO PLANO DEMANEJO DA APA JOÃO LEITE, GOIÂNIA/2007.

12.1. PROGRAMA CONHECIMENTO

Como atividades do Programa de Conhecimento estão: definir e orientar as áreas

temáticas a serem investigadas, conhecer detalhadamente os recursos naturais da APA para

subsidiar o seu manejo sustentável, mapear áreas críticas para manutenção da biodiversidade,

pesquisar o uso dos habitats pela fauna local, selecionar indicadores para facilitar o

monitoramento, caracterizar os visitantes, treinar e aperfeiçoar os profissionais técnicos e

pesquisadores e proporcionar intercâmbio com a comunidade científica.

12.1.1. SUBPROGRAMA DE PESQUISA

O objetivo deste subprograma é formar um banco de dados e fornecer subsídios para a

conservação e o manejo sustentável dos recursos naturais e culturais da APA, estando

relacionado a estudos, pesquisas científicas, ao monitoramento ambiental e geração de

tecnologias que subsidiem a gestão da Unidade de Conservação. As pesquisas e

monitoramento devem focar os Meios Físico, Biótico, Sócio-econômico e a multidisciplinariedade.

Os principais requisitos do Subprograma de Pesquisa constituem: utilizar pessoal

capacitado, estabelecer normas, procedimentos de pesquisa e critérios para elaboração de

convênios com centros de pesquisa.

Plano de Manejo da APA João Leite190

PROGRAMAS DO PLANO DE MANEJO

AMBIENTAL

Subprograma de Pesquisa

INTERINSTITUCIONAL

CONHECIMENTO

Subprograma de Monitoramento

Subprograma de Educação Ambiental

Subprograma de Operacionalização

Subprograma de Alternativas de

Desenvolvimento

Subprograma de Proteção e Manejo

Subprograma de Avaliação e

Acompanhamento

GESTÃO

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As pesquisas em andamento ou concluídas dentro da APA deverão ser inscritas em um

banco de dados, com informações sobre o pesquisador principal, instituição, tema de trabalho,

objetivos, área onde deverá ser ou foi realizada a pesquisa, início e término, conclusões e

produtos esperados e obtidos.

A análise crítica dessas pesquisas deverá auxiliar na determinação dos critérios de

seleção para novos estudos a serem realizados na APA, que deverão ser enviados à SECIMA

a fim de receber anuência. Uma câmara técnica, juntamente com o Conselho Consultivo,

deverá definir os critérios de análise, seleção, julgamento e recomendações para as propostas

a serem desenvolvidas.

A definição das prioridades de pesquisa deverá ser estabelecida pela câmara técnica,

considerando os objetivos da APA, dos programas de manejo e dos trabalhos até então realizados.

Deverá ser estabelecida uma forma de acompanhamento e avaliação de cada projeto

selecionado. As propostas de pesquisa deverão justificar sua relevância acordada com os programas

de manejo, definindo claramente seus objetivos, metodologia e produtos finais esperados.

Para abranger a grande diversidade de elementos naturais e culturais existentes na

APA, cada ação deverá ser constituída de projetos específicos. Nesta Fase I do Plano de

Manejo foram sugeridas 6 Ações de Projetos:

Ação 1- Promover um estudo de capacidade e viabilidade ambiental de mineração na APA;

Ação 2- Avaliar a viabilidade de aplicação de agrotóxicos de acordo com as

recomendações de cada zona ambiental da APA;

Ação 3- Identificar e preservar nos remanescentes das matas nativas, bancos de

germoplasma para indivíduos de interesse ecológico/econômico;

Ação 4- Identificar áreas de extrema importância na criação de unidades de

conservação públicas (de proteção integral e/ou uso sustentável) ou particulares (RPPNs) para

garantir os processos ecológicos da flora e fauna consolidando os corredores ecológicos

PEAMP/PEJoL/APA;

Ação 5- Desenvolver estudos de identificação dos principais produtos da região com

potencial para o mercado orgânico;

Plano de Manejo da APA João Leite191

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Ação 6- Levantar e vistoriar a situação atual das indústrias e demais atividades

potencialmente poluidoras instaladas na APA, com relação ao licenciamento e gestão

ambiental e promover sua correção, caso necessário.

12.1.2. SUBPROGRAMA DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

Tem como principais objetivos avaliar periodicamente as condições ambientais da área

da APA e acompanhar e monitorar: o funcionamento, evolução dos ecossistemas naturais e

alterados, o sucesso dos programas de manejo e documentar o desenvolvimento das

características sócio-econômicas regionais e seus impactos e riscos sobre a APA.

Esse subprograma deve trabalhar com os indicadores selecionados no âmbito do

Subprograma Pesquisa.

Para implementação deve ser elaborado um plano de monitoramento ambiental contendo

objetivos, justificativas, métodos e equipamentos necessários para acompanhar cada parâmetro

ambiental identificado, na perspectiva do cumprimento dos diversos programas de manejo.

Nesta Fase I do Plano de Manejo para o subprograma de monitoramento ambiental

foram definidos 3 Ações de Projetos:

Ação 1- Monitoramento da evolução do uso do solo e das atividades que ocorrem na

APA com análises periódicas dos possíveis impactos sobre a mesma;

Ação 2- Monitoramento com avaliação periódica do estado e integridade dos

ecossistemas e das populações de espécies vegetais e animais, especialmente as críticas,

presentes na APA;

Ação 3- Monitoramento dos dados dos postos fluviométricos, pluviométricos e dos poços

tubulares existentes na Bacia do Rio João Leite, assim como também a qualidade da água.

12.2. PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL

O Programa é composto por subprogramas: Educação Ambiental (Divulgação e

“Marketing”, Desenvolvimento Social, Lazer e Ecoturismo); Proteção e Manejo e Alternativas de

Desenvolvimento.

Plano de Manejo da APA João Leite192

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Entre as atividades previstas neste Programa com a comunidade inserida na APA estão:

avaliar os principais atores sociais e suas possíveis interações com a Unidade de Conservação,

definir estratégias de ação para integração da comunidade com a APA, buscar parcerias para

atingir os objetivos do manejo da APA e propiciar o desenvolvimento das comunidades.

O principal requisito desse programa compreende a utilização de pessoal capacitado.

12.2.1. SUBPROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Desenvolvido para promover a integração com a comunidade visando a conscientização

dos atores que desenvolvem ou desenvolverão algum tipo de atividade na APA e transformar a

população residente na APA em agentes de proteção do patrimônio natural, sensibilizando

sobre as necessidades de usar os recursos naturais de forma adequada.

Além de atender às possíveis solicitações de caráter educativo e social traduzidas por

projetos especiais, este subprograma deve manter contato permanente com os moradores e

produtores rurais da APA, ou suas associações, de forma a solucionar conflitos de interesses,

evitando que estes atinjam proporções indesejáveis.

Nesta Fase I do Plano de Manejo foram sugeridas para o subprograma de Educação

Ambiental 14 Ações de Projetos:

Ação 1- Mediar inter-relações com proprietários rurais do entorno imediato das Zonas

de Proteção na perspectiva de diminuir os riscos e impactos de suas atividades sobre estas;

Ação 2- Divulgar e demonstrar o papel social, cultural e ecológico da APA;

Ação 3- Auxiliar e/ou participar de eventos e outras atividades de cunho educativo,

promovidos por rádios, redes de TV, prefeituras, ONGs, sindicatos, etc.;

Ação 4- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização

e aplicação dos programas;

Ação 5- Incentivar o plantio direto, culturas permanentes e diversificadas e uso de

matéria orgânica;

Ação 6- Sensibilizar a população da importância da recuperação da área de recarga

dentro e fora da bacia superficial;

Plano de Manejo da APA João Leite193

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Ação 7- Promover seminários e outras atividades para a orientação sobre os efeitos

danosos do uso de agrotóxicos na APA; incentivar praticas de cultivo orgânico visando à

obtenção de cotação comercial superior, bem como à preservação do aquífero, do qual

depende a vida das populações locais e regionais;

Ação 8- Incentivar o aumento da reserva legal de floresta nativa de 20% para 30% da

área das propriedades promovendo conectividade com as APPs;

Ação 9- Incentivar uma faixa de proteção de APP para 50 (cinqüenta) metros, sendo

que 20 metros podem ser agroflorestas (essências e frutas);

Ação 10- Sensibilizar a população quanto às medidas de controle da extração de lenha

para consumo industrial;

Ação 11- Estimular o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, tais como o

pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras e proibir sua

derrubada;

Ação 12- Promover a valorização e aproveitamento dos frutos regionais;

Ação 13- Sensibilizar aos proprietários rurais quanto a degradação da cobertura vegetal

natural pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva;

Ação 14- Incrementar a visitação com finalidade à educação ambiental por uma trilha

monitorada, pelo PEAMP/PEJoL até o reservatório.

12.2.2. SUBPROGRAMA DE PROTEÇÃO E MANEJO

O Subprograma de Proteção e Manejo foi desenvolvido para manter a integridade física

da APA, recuperando seus recursos naturais, biodiversidade e ecossistemas, através de linhas

de ações básicas direcionadas à prevenção e controle.

Este subprograma foi subdividido em ações de Recuperação, Conservação,

Fiscalização/Controle e Incêndios, os quais estão estruturados em 23 Ações de Projetos, assim

constituídos:

Plano de Manejo da APA João Leite194

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I - Recuperação hidrogeomórfica da APA

Ação 1- Promover a recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial;

Ação 2- Promover a recuperação de erosões nas áreas de nascentes.

II - Conservação

Ação 3- Reduzir o desmatamento, particularmente nos ambientes com maior

representatividade e proximidade às APPS, Reservas Legais estabelecidas;

Ação 4- Promover mecanismo de captação de água para animais evitando o uso de

APPs;

Ação 5- Incentivar o cercamento das APPs em áreas com alto grau de degradação;

Ação 6- Evitar a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos

animais de criação da pecuária extensiva;

Ação 7- Restringir a expansão de monoculturas;

Ação 8- Adotar medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial.

III - Fiscalização/Controle

Ação 9- Intensificar a fiscalização nas áreas de APPs e reservas legais quanto à

extração de argila;

Ação 10- Controlar o uso de agrotóxicos considerando a vazão do manancial, o efeito

residual e a absorção pelo solo para cada aquífero existente;

Ação 11- Fiscalizar os pesque-pague na APA quanto ao tratamento de efluentes;

Ação 12- Controlar a exploração de jazidas minerais;

Ação 13- Controlar a exploração de argila e areia;

Ação 14- Controlar a retirada de argila no município de Ouro Verde de Goiás;

Ação 15- Controlar a remoção do solo;

Ação 16- Promover o rigoroso controle sanitário dos rebanhos animais;

Ação 17- Controlar o uso para agropecuária na AHCUC 2;

Plano de Manejo da APA João Leite195

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Ação 18- Impedir a supressão de vegetação nativa na APA João Leite;

Ação 19- Controlar o uso de agrotóxicos na AHCUC-1 a menos de 100 (cem) metros

dos mananciais;

Ação 20- Impedir o parcelamento do solo urbano na AHCUC-1;

Ação 21- Controlar na AHCUC 2 e 3 o parcelamento do solo menor que o modulo rural.

IV - Prevenção de Incêndios Florestais

Ação 22- Adotar procedimentos de controle e combate das queimadas;

Ação 23- Adotar procedimentos de prevenção e combate a Incêndios Florestais;

12.2.3. SUBPROGRAMA DE ALTERNATIVAS DE DESENVOLVIMENTO

Este subprograma visa incentivar os usuários da APA a implementar outras atividades

econômicas sustentáveis, dando-lhes alternativas atrativas economicamente, substituindo o

uso predatório dos recursos naturais.

Nesta Fase I do Plano de Manejo foram sugeridas para o subprograma de Alternativas

de Desenvolvimento 8 Ações de Projetos:

Ação 1- Estimular a implantação de empreendimentos auto-sustentáveis como: a

agricultura orgânica e o ecoturismo;

Ação 2- Incentivar na AHCUC 1 o uso de sistema de agro-floresta diversificada (S.A.F.);

Ação 3- Fomentar programas de reflorestamento com espécies nativas, incentivando

pastagens sombreadas;

Ação 4- Incentivar o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, promover a

valorização e aproveitamento de seus frutos (tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-

de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras espécies) e proibir sua derrubada;

Ação 5- Promover a geração, adaptação, difusão e transferência de técnicas e praticas

eficientes no uso das terras, da água e da mão de obra; organizar cursos de capacitação de

produtores rurais para o uso tecnologias adequadas aos objetivos da APA;

Plano de Manejo da APA João Leite196

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Ação 6- Promover ações junto aos produtores com objetivo de converter a produção

convencional em produção orgânica;

Ação 7- Promover cursos e treinamentos sobre desenvolvimento rural sustentável,

gestão do agronégocio e legislação ambiental e fiscal;

Ação 8- Fomentar a instalação de novos estabelecimentos industriais e comerciais para

a produção ecologicamente correta na APA.

12.3. PROGRAMA GESTÃO INTERINSTITUCIONAL

12.3.1. SUBPROGRAMA DE OPERACIONALIZAÇÃO

O Subprograma de Operacionalização contempla o conjunto das atividades

administrativas a serem desenvolvidas para a implantação do Plano de Manejo além da própria

gestão da APA.

Tem como principais objetivos: dotar e manter na APA pessoal, equipamentos e instalações

para implantar e implementar o plano de manejo; monitorar periodicamente o andamento e o

sucesso dos objetivos da APA, dos programas estabelecidos e do Plano de Manejo.

Como atividades do Programa de Operacionalização estão: definir, priorizar e prover

condições logísticas para operacionalização dos demais programas e subprogramas de

manejo; supervisionar e avaliar criticamente todos os programas de manejo; executar e

supervisionar as atividades administrativas e de manutenção de rotina; planejar, coordenar e

participar da execução de levantamentos necessários ao conhecimento, manejo e proteção da

APA; planejar e definir a necessidade e a localização de cada infra-estrutura e equipamento,

solicitar e acompanhar sua execução e normatizar seus usos; propor, solicitar e subsidiar o

desenvolvimento das atividades relativas à regularização fundiária, em termos de áreas à

serem adquiridas; propor, fomentar, analisar e acompanhar os projetos de pesquisa de

interesse no âmbito da APA; e viabilizar o apoio logístico para execução destes.

Os principais requisitos do Subprograma de Operacionalização constituem: utilizar

pessoal capacitado técnica e administrativamente, corpo funcional que normatizará os

procedimentos para administração dos serviços internos e de terceiros; promover integração de

órgãos e entidades afins, viabilizando trabalhos em parcerias; adquirir material de consumo e

equipamentos, acompanhar convênios, etc.

Plano de Manejo da APA João Leite197

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Administração, infra-estrutura e logística

Tem como prioridades a administração de recursos humanos e financeiros, a execução

de obras civis, compra e gerenciamento de equipamentos e veículos e elaboração de

convênios com universidades, institutos de pesquisa, ONGs, prefeituras, etc.

Manutenção

Objetiva o cuidado na manutenção e/ou reparo das benfeitorias, máquinas, motores,

ferramentas, equipamentos e veículos, das vias de acesso, trilhas e aceiros; efetuar a coleta,

definir a disposição das lixeiras e as normas de armazenamento e destinação dos resíduos

sólidos; além de elaborar um plano de conservação anual dos imóveis, equipamentos,

mobiliário, trilhas, sinalização, etc.

Cooperação Institucional

Realiza todas as atividades inerentes aos convênios para execução de obras civis,

cessão de servidores, compra de equipamentos e veículos, projetos de pesquisa e outras que

necessitem de apoio interno/externo.

Normatiza os procedimentos dos serviços internos e de terceiros; propõe, elabora e

acompanha convênios com universidades, institutos de pesquisa, ONGs, prefeituras e

empresas privadas.

Comunicação

Tem por objetivo divulgar ao público os recursos, programas e benefícios da APA. Para o

cumprimento desse objetivo deverão ser elaborados folhetos, vídeos e apresentações audiovisuais

divulgando a UC e seus benefícios ambientais e sociais. Também deverá ter como produto a

elaboração de um roteiro mínimo de apresentação da APA, disponível no Centro de Visitantes do

PEAMP.

Nesta Fase I do Plano de Manejo foram sugeridas para o subprograma de

Operacionalização 10 Ações de Projetos:

Ação 1- Realizar a gestão administrativa da APA;

Ação 2- Disseminar políticas de crédito para produção agroecológica na APA;

Ação 3- Promover as boas práticas na APA para a rede bancária, objetivando

financiamentos prioritários;

Plano de Manejo da APA João Leite198

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Ação 4- Desenvolver ações que garantam a comercialização e o escoamento da

produção ecologicamente correta;

Ação 5- Estabelecer parcerias entre agências públicas, instituições de ensino e

pesquisa, ONGs e produtores visando a ações práticas de assistência técnica às boas práticas

no usos do solo;

Ação 6- Incentivar permanentemente a pesquisa científica sobre a diversidade e

dinâmica populacional da flora e fauna para dar continuidade aos inventários florísticos e

faunísticos realizados na APA;

Ação 7- Divulgar junto às comunidades os programas de conservação, uso e

monitoramento da flora e fauna para torná-los co-partícipes;

Ação 8- Fomentar a adoção de “selos verdes” e da certificação dos produtos

ecologicamente corretos produzidos na APA;

Ação 9- Definir novas regras para implantação de indústrias e outros empreendimentos,

sem prejuízo das exigências e recomendações do órgão ambiental responsável pela

concessão da licença aos empreendimentos;

Ação 10- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na

fiscalização e aplicação dos programas.

12.3.2. SUBPROGRAMA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO

PLANO DE MANEJO

Este subprograma avalia e acompanha os programas e projetos de manejo, para

garantir a conciliação do uso dos recursos naturais e a qualidade de vida da região. Os

principais objetivos das ações deste subprograma são apresentados a seguir.

Ação 1- Monitoramento e Avaliação dos Projetos:

Acompanhar e avaliar sistematicamente a implementação do Plano de Manejo, através

de indicadores específicos de cada subprograma e projeto, e identificar as principais

deficiências/dificuldades observadas, indicando as adequações necessárias para o

cumprimento das metas estabelecidas em cada projeto.

Disponibilizar aos usuários da APA as informações coletadas e sistematizadas em

banco de dados.

Plano de Manejo da APA João Leite199

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Ação 2 - Monitoramento e Avaliação Integrada do Plano de Manejo:

Acompanhar a evolução e o desenvolvimento do ambiente físico e dos recursos

naturais existentes na Unidade de conservação, conhecer e acompanhar os impactos das

atividades previstas no Plano de Manejo em consonância com o diagnóstico da UC e obter

dados específicos e sistemáticos que subsidiem a reavaliação periódica do Plano de Manejo.

Para esse Subprograma de Avaliação e Acompanhamento do Plano de Manejo estão

definidos os protocolos para Monitoria e Avaliação do Plano de Manejo no Roteiro

Metodológico (IBAMA 2001).

Plano de Manejo da APA João Leite200

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13. SISTEMA DE GESTÃO ADMINISTRATIVA DA APA

A Gestão ambiental objetiva a condução dos processos de interação entre o homem e

os componentes físicos e bióticos do meio. Desta forma, as condições de ocupação do solo, a

exploração dos recursos naturais e a organização social são definidos e controlados de forma a

garantir a sustentabilidade do desenvolvimento (IBAMA 1998).

Os instrumentos de gestão ambiental estão estabelecidos na Política Nacional do Meio

Ambiente, instituída pela Lei Federal n° 6.938/1981 (Anexo 12).

O Sistema de Gestão deve ser executado como um projeto de co-gestão entre os

administradores da UC, Conselho Consultivo e os moradores da APA, desenvolvendo

mecanismos de ações eficazes para execução do Plano de Gestão da unidade.

A co-gestão é a participação de uma ou mais entidades qualificadas compartilhando

junto com o órgão administrador (SECIMA) as decisões para o gerenciamento da unidade de

conservação APA (IBAMA 1998).

Uma estratégia importante para início do processo de co-gestão da APA deve procurar

estabelecer termos de cooperação técnica com todos os órgãos do governo nas três esferas

nas diversas competências para que assumam e ou permitam a implantação do planejamento

da APA.

Concomitantemente deve ser fortalecido o Conselho Consultivo da APA já criado, com

revisões das instituições envolvidas e novas nomeações, que garantam a representação dos

habitantes da APA.

Importante também é a integração com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia

Ponte para coesão das ações que envolvem a gestão de bacias.

Tendo em vista que a APA compreende uma área de aproximadamente 72.000 ha e

abrange 7 municípios, sua gestão deve ser muito bem articulada de modo a evitar

sobreposição de atribuições, conflitos de competência e desperdício de recursos.

Na APA vivem aproximadamente 75.214 habitantes (Censo, IBGE 2000), com hábitos,

costumes e interesses diversos e nem sempre sustentáveis. Pelas proximidades das duas

maiores cidades do Estado – Goiânia e Anápolis – foi estabelecido um modelo de produção

econômica baseado no setor primário, com influência marcante do setor secundário.

Plano de Manejo da APA João Leite201

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Assim, a forma de produção e de uso do solo na APA deve ser direcionada para a

adoção das “boas práticas” na atividade agropecuária, buscando o equilíbrio com o meio

ambiente.

Conselho Consultivo da APA João Leite

O SNUC (Lei 9.985/2000) e o SEUC (Lei Estadual 14.247/2002) asseguram as

atribuições do conselho da APA João Leite, criado pela Portaria Estadual 024/2003 como um

órgão colegiado de caráter consultivo para apoiar suas ações de implementação e a sua

gestão. Este conselho foi inicialmente composto por 37 entidades, sendo 10 órgãos públicos

estaduais, 08 Prefeituras da região, 07 entidades de classe, 06 ONGs, 01 comitê de bacia

hidrográfica e 05 entidades de ensino.

13.1. MATRIZES

13.1.1. INSTITUCIONAL

Foram relacionados os órgãos federais, estaduais e municipais comprometidos com a

proteção do meio ambiente da região da APA, as universidades, assim como, as organizações

não governamentais, sindicatos e associações de moradores que possam ser responsáveis ou

colaborar na execução das ações estratégicas definidas no Plano de Manejo, sob a orientação

do Conselho Consultivo da APA, com uma breve descrição e prováveis competências na

gestão da APA (Quadro 44).

QUADRO 44:MATRIZ INSTITUCIONAL PARA A GESTÃO DA APA JOÃO LEITE (GOIÂNIA, 2007).

INSTITUIÇÕES DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO COMPETÊNCIA NA GESTÃO

Secretaria de Meio Ambiente, RecursosHídricos, Infraestrutura, Cidades e

Assuntos MetropolitanosExecutora da política estadual do meio ambiente

Gestora da UC

Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento

Ordenadora da política estadual Co-Gestora

Secretaria de Estado de Agricultura Pecuária e Abastecimento

Executora da política estadual da agricultura e pecuária,

Capacitação, implantação de tecnologia

Agência Goiana do Meio AmbienteExecutora da política estadual do meio ambiente, fiscalizador e licenciador

Apoia no controle e monitoramento ambiental, educação ambiental

Agência Goiana de Desenvolvimento Rural Executora da política estadual da Capacitação, implantação de

Plano de Manejo da APA João Leite202

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INSTITUIÇÕES DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO COMPETÊNCIA NA GESTÃO

e Fundiário agricultura e pecuária tecnologia, apoio técnico

Agência Goiana de TurismoExecutora da política estadual para oturismo

Capacitação e implantação de programas turísticos para a APA

Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas

Executora das obras estaduais Co-Gestora

Secretarias Municipais do Meio Ambiente*Executoras da política municipal do meio ambiente,

Educação ambiental, controle e monitoramento

Saneamento de Goiás SA.Saneamento, Gerenciamento do Reservatório da Barragem do João Leite

Co-Gestora

Batalhão de Polícia Militar Ambiental Órgão fiscalizador do meio ambienteApoiar o controle e monitoramento ambiental (fiscalização), educação ambiental

Corpo de Bombeiros Prevenção e combate a incêndios Apoia no controle e monitora-mento dos incêndios florestais, aceiros, educação ambiental

ONGs* ARCA, Vale Vivo, AJOL, Instituto Goya, GEOAMBIENTE, EcoVila Santa Branca, SGOPA, Coletivo Jovem, CerradoVivo, Pró-Tartaruga

Conhecimento ambiental e recursos humanos

Co-Gestores, sensibilizar e executar deprojetos para a conservação do meio ambiente e seu uso sustentável

Universidades* UCG, UFG e UEGInstituições de Ensino, Pesquisa e banco de informações

Gerar e disseminar conhecimentos e educação ambiental

Comitê Bacias Hidrográfica do Meia PonteGestão da Bacia Hidrográfica do Meia Ponte

Co-Gestor

Federação da Agricultura do Estado de Goiás

Representação dos interesses do produtor rural

Co-Gestora, capacitação e apoio técnico

Cooperativa de Olarias da Região Organização social Co-Gestora

* Instituições dentro da APA.

13.1.2. LÓGICA DO PLANO DE GESTÃO

A matriz Lógica de Gestão apresentada no Quadro 2 é o resultado da 3ª Oficina de

Planejamento (Zoneamento/Programas) com a adequação à estrutura lógica sugerida no

Roteiro Metodológico (IBAMA 2001), partindo dos objetivos ou missão da APA João Leite até

às ações. Nesta matriz são destacados os objetivos/resultados esperados, indicadores,

pressupostos e meios de verificação, que nortearão o Plano de Gestão e servirão também para

a fase posterior de monitoria e avaliação.

Plano de Manejo da APA João Leite203

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13.2. AÇÕES DE MANEJO

Estas ações a serem desenvolvidas na APA deverão sempre respeitar a legislação

ambiental vigente. As atividades específicas para o desenvolvimento e implementação de cada

programa de manejo nas zonas definidas para a APA são apresentadas no Quadro 45.

Plano de Manejo da APA João Leite204

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QUADRO 45:MATRIZ LÓGICA DO PLANO DE GESTÃO

Plano de Manejo da APA João Leite205

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PROGRAMAS DE MANEJO Objetivo/Resultados Esperados Indicadores Pressupostos Principais AçõesMeio de Verificação

Programa Conhecimento

Subprograma de Pesquisa

Formar um banco de dados e fornecer subsídiospara a conservação e o manejo sustentável dosrecursos naturais e culturais; Definir e orientar asáreas temáticas a serem investigadas, conhecerdetalhadamente os recursos naturais, mapear

áreas críticas para manutenção da biodiversidade,pesquisar o uso dos habitats pela fauna local,

selecionar indicadores para facilitar omonitoramento, proporcionar subsídios para o

manejo sustentável dos recursos naturais,conhecer características dos visitantes, dar

oportunidade ao treinamento e aperfeiçoamentoprofissional dos técnicos e pesquisadores, eproporcionar intercâmbio com o comunidade

científica.

Número de: pesquisasbásicas e aplicadas;

áreas mapeadas paramanutenção da

diversidade;cursos e seminários;

convênios com centro depesquisa

Recursos Financeiros;Recursos Humanos

Especializados;Elaboração de convênioscom centros de pesquisa

Ação 1- Promover um estudo de capacidade e viabilidade ambiental de mineração na APA;Ação 2- Avaliar a viabilidade de aplicação de agrotóxicos de acordo com as recomendações de

cada zona ambiental da APA;Ação 3- Identificar e preservar nos remanescentes das matas nativas, bancos de germoplasma

para indivíduos de interesse ecológico/econômico;Ação 4- Identificar áreas de extrema importância na criação de unidades de conservação

públicas (de proteção integral e/ou uso sustentável) ou particulares (RPPNs) para garantir osprocessos ecológicos da flora e fauna consolidando os corredores ecológicos

PEAMP/PEJoL/APA;Ação 5- Desenvolver estudos de identificação dos principais produtos da região com potencial

para o mercado orgânico;Ação 6- Levantar e vistoriar a situação atual das indústrias e demais atividades potencialmente

poluidoras instaladas na APA, com relação ao licenciamento e gestão ambiental e promover suacorreção, caso necessário.

Visitas a campo, cursos eseminários.

Subprograma deMonitoramento Ambiental

Avaliar periodicamente as condições ambientaisdos componentes bióticos e abióticos; acompanhar

e monitorar: o funcionamento e evolução dosecossistemas naturais e alterados, o sucesso dos

programas de manejo e a evolução dasocioeconomia regional e seus impactos e riscos

sobre a APA

Número de: pesquisasbásicas e aplicadas;

áreas mapeadas paramanutenção da

diversidade;áreas destinadas a

recuperação;impactos identificados e

avaliados.

Recursos Financeiros;Recursos Humanos

Especializados;Elaboração de: convênioscom centros de pesquisa

e um plano demonitoramento ambiental.

Ação 1- Monitoramento da evolução do uso do solo e das atividades que ocorrem na APA comanálises periódicas dos possíveis impactos sobre a mesma;

Ação 2- Monitoramento com avaliação periódica do estado e integridade dos ecossistemas edas populações de espécies vegetais e animais, especialmente as críticas, presentes na APA;

Ação 3- Monitoramento dos dados dos postos fluviométricos, pluviométricos e dos poçostubulares existentes na Bacia do Rio João Leite, assim como também a qualidade da água.

Visitas a campo das áreasmonitoradas e uso deGeoprocessamento.

Programa de GestãoAmbiental

Subprograma de EducaçãoAmbiental

Promover a integração com a comunidade para aconscientização do conjunto dos atores que

desenvolve(rá) algum tipo de atividade etransformar a população residente na APA emagentes de proteção do patrimônio natural, os

sensibilizando sobre as necessidades de usar osrecursos naturais de forma adequada:

Intermediar soluções em conflitos de interesses,evitando que estes atinjam proporções indesejáveis

Número de: atoresenvolvidos;

pessoas sensibilizadas;municípios envolvidos;projetos de educaçãoambiental aplicados;conflitos atendidos

Sensibilização eMobilização daComunidade.

Ação 1- Mediar inter-relações com proprietários rurais do entorno imediato das Zonas de Proteçãona perspectiva de diminuir os riscos e impactos de suas atividades sobre estas;

Ação 2- Divulgar e demonstrar o papel social, cultural e ecológico da APA;Ação 3- Auxiliar e/ou participar de eventos e outras atividades de cunho educativo, promovidos por

rádios, redes de TV, prefeituras, ONGs, sindicatos, etc.;Ação 4- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização e aplicação

dos programas;Ação 5- Incentivar o plantio direto, culturas permanentes e diversificadas e uso de matéria

orgânica;Ação 6- Sensibilizar a população da importância da recuperação da área de recarga dentro e fora

da bacia superficial;Ação 7- Promover seminários e outras atividades para a orientação sobre os efeitos danosos do

uso de agrotóxicos na APA; incentivar praticas de cultivo orgânico visando à obtenção de cotaçãocomercial superior, bem como à preservação do aqüífero, do qual depende a vida das populações

locais e regionais;Ação 8- Incentivar o aumento da reserva legal de floresta nativa de 20% para 30% da área das

propriedades promovendo conectividade com as APPs;Ação 9- Incentivar uma faixa de proteção de APP para 50 (cinqüenta) metros, sendo que 20

metros podem ser agroflorestas (essências e frutas);Ação 10- Sensibilizar a população quanto às medidas de controle da extração de lenha para

consumo industrial;Ação 11- Estimular o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, tais como o

pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras e proibir suaderrubada;

Ação 12- Promover a valorização e aproveitamento dos frutos regionais;Ação 13- Sensibilizar aos proprietários rurais quanto a degradação da cobertura vegetal natural

pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva;Ação 14- Incrementar a visitação com finalidade à educação ambiental por uma trilha

monitorada, pelo PEAMP até o reservatório.

Oficinas;Seminários Temáticos;

Jornada Científica

Subprograma de Proteção eManejo

Manter a integridade física da APA, recuperandoseus recursos naturais, biodiversidade e

ecossistemas, através de linhas de açõesbásicas direcionadas à prevenção e controle

Número de: APPsrecuperadas;

erosões identificadas,erosões

recuperadas;

Recursos financeiros esensibilização da

comunidade

I - Recuperação hidrogeomórfica da APAAção 1- Promover a recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial;

Ação 2- Promover a recuperação de erosões nas áreas de nascentes.II - Conservação

Ação 3- Reduzir o desmatamento, particularmente nos ambientes com maior

Vistoria em campo;Relatórios dos órgão

competentes;Geoprocessamento.

Plano de Manejo da APA João Leite206

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PROGRAMAS DE MANEJO Objetivo/Resultados Esperados Indicadores Pressupostos Principais AçõesMeio de Verificação

desmatamentosregistrados em APP’s e

RL;jazidas minerais;jazidas mineraisacompanhadas;pesque-pague;autorizações de

queima;incêndios florestais;combate a incêndios

florestais;notificações ou multas

por degradaçãoambiental;

notificações ou multaspor degradação

ambiental.

representatividade e proximidade às APPS, Reservas Legais estabelecidas;Ação 4- Promover mecanismo de captação de água para animais evitando o uso de APPs;

Ação 5- Incentivar o cercamento das APPs em áreas com alto grau de degradação;Ação 6- Evitar a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais de

criação da pecuária extensiva;Ação 7- Restringir a expansão de monoculturas;

Ação 8- Adotar medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial.III - Fiscalização/Controle

Ação 9- Intensificar a fiscalização nas áreas de APPs e reservas legais quanto à extração deargila;

Ação 10- Controlar o uso de agrotóxicos considerando a vazão do manancial, o efeito residuale a absorção pelo solo para cada aqüífero existente;

Ação 11- Fiscalizar os pesque-pague na APA quanto ao tratamento de efluentes;Ação 12- Controlar a exploração de jazidas minerais;

Ação 13- Controlar a exploração de argila e areia;Ação 14- Controlar a retirada de argila no município de Ouro Verde de Goiás;

Ação 15- Controlar a remoção do solo;Ação 16- Promover o rigoroso controle sanitário dos rebanhos animais;

Ação 17- Controlar o uso para agropecuária na AHCUC 2;Ação 18- Impedir a supressão de vegetação nativa na APA João Leite;

Ação 19- Controlar o uso de agrotóxicos na AHCUC-1 a menos de 100 (cem) metros dosmananciais;

Ação 20- Impedir o parcelamento do solo urbano na AHCUC 1;Ação 21- Controlar na AHCUC 2 e 3 o parcelamento do solo menor que o modulo rural.

IV - Prevenção de Incêndios FlorestaisAção 22- Adotar procedimentos de controle e combate das queimadas;

Ação 23- Adotar procedimentos de prevenção e combate a Incêndios Florestais;

Subprograma deAlternativas de

Desenvolvimento

Incentivar os usuários da APA a implementaroutras atividades econômicas sustentáveis,

fornecendo-lhes alternativas atrativassubstituindo o uso atual dos recursos naturais

Número de:empreendimentos

sustentáveis;sistemas de agro

floresta implantados;produtores treinados e

capacitados;

Recursos financeiros eSensibilização da

comunidade.

Ação 1- Estimular a implantação de empreendimentos auto-sustentáveis como: a agriculturaorgânica e o ecoturismo;

Ação 2- Incentivar na AHCUC 1 o uso de sistema de agro-floresta diversificada (S.A.F.);Ação 3- Fomentar programas de reflorestamento com espécies nativas, incentivando

pastagens sombreadas;Ação 4- Incentivar o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, promover a

valorização e aproveitamento de seus frutos (tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras espécies) e proibir sua derrubada;

Ação 5- Promover a geração, adaptação, difusão e transferência de técnicas e praticaseficientes no uso das terras, da água e da mão de obra; organizar cursos de capacitação de

produtores rurais para o uso tecnologias adequadas aos objetivos da APA;Ação 6- Promover ações junto aos produtores com objetivo de converter a produção

convencional em produção orgânica;Ação 7- Promover cursos e treinamentos sobre desenvolvimento rural sustentável, gestão do

agronégocio e legislação ambiental e fiscal;Ação 8- Fomentar a instalação de novos estabelecimentos industriais e comerciais para a

produção ecologicamente correta na APA.

Visitas a campo;Relatórios dos órgãos

competentes;Seminários;

Cursos de capacitação;Feiras de agronegócios;

Programa GestãoInterinstitucional

Subprograma deOperacionalização

Dotar e manter na APA pessoal, equipamentos einstalações para cumprir o plano de manejo;monitorar periodicamente o andamento e o

sucesso dos objetivos da APA, dos programasestabelecidos e do Plano de Manejo.

Número de: servidoresqualificados;

infra-estruturasimplantadas;

projetos acompanhadose executados;equipamentos

adquiridos e/ou emfuncionamento;

convêniosestabelecidos;

incentivosestabelecidos.

Recursos financeiros;celebração de convênios

e cooperação técnica.

Ação 1- Realizar a gestão administrativa da APA;Ação 2- Disseminar políticas de crédito para produção agroecológica na APA;

Ação 3- Promover as boas práticas na APA para a rede bancária, objetivando financiamentosprioritários;

Ação 4- Desenvolver ações que garantam a comercialização e o escoamento da produçãoecologicamente correta;

Ação 5- Estabelecer parcerias entre agências públicas, instituições de ensino e pesquisa,ONGs e produtores visando a ações práticas de assistência técnica às boas práticas no usos

do solo;Ação 6- Incentivar permanentemente a pesquisa científica sobre a diversidade e dinâmicapopulacional da flora e fauna para dar continuidade aos inventários florísticos e faunísticos

realizados na APA;Ação 7- Divulgar junto às comunidades os programas de conservação, uso e monitoramento

da flora e fauna para torná-los co-partícipes;Ação 8- Fomentar a adoção de “selos verdes” e da certificação dos produtos ecologicamente

corretos produzidos na APA;Ação 9- Definir novas regras para implantação de indústrias e outros empreendimentos, sem

Relatóriostécnicos/administrativos da

gerência da APA e dosresultados dos

Programas/Ações eReuniões Administrativas.

Plano de Manejo da APA João Leite207

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PROGRAMAS DE MANEJO Objetivo/Resultados Esperados Indicadores Pressupostos Principais AçõesMeio de Verificação

prejuízo das exigências e recomendações do órgão ambiental responsável pela concessão dalicença aos empreendimentos;

Ação 10- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização eaplicação dos programas.

Subprograma de Avaliaçãoe Acompanhamento do

Plano de Manejo

Acompanhar e avaliar sistematicamente aimplementação do Plano de Manejo, através deindicadores específicos de cada subprograma;Identificar as principais deficiências/dificuldades

observadas;Indicar as adequações necessárias para o

cumprimento das metas estabelecidas em cadaProjeto;

Sistematizar as informações coletadas paraalimentar banco de dados existente paradisponibilizar aos usuários da Unidade.

Número de: programasavaliados;

deficiências e/ouadequações

observadas naaplicação doprogramas.

Recursos Humanosqualificados

Ação 1- Monitoramento e Avaliação dos Projetos.Ação 2 - Monitoramento e Avaliação Integrada do Plano de Manejo.

Relatório de Monitoramentoe Avaliação do Plano de

Manejo: RelatórioCronograma Físico-

Financeiro/Monitoria eRelatório da Monitoria

Físico-Financeira do PlanoOperativo Anual;

Plano de Manejo da APA João Leite208

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QUADRO 46: QUADRO DEMONSTRATIVO DAS AÇÕES A SEREM EXECUTADAS NO PLANO DE MANEJO DA APA JOÃO LEITE NAS DIFERENTESÁREAS OU ZONAS AMBIENTAIS (GOIÂNIA, 2007)

PROGRAMAS DE MANEJO AHCUC-1 AHCUC-2 AHCUC-3 ZPRRJL ZPVS AHCUE-1 AHUUC

Programa Conhecimento

Subprograma de Pesquisa

Ação 1- Promover um estudo de capacidade e viabilidade ambiental de mineração naAPA;

X X

Ação 2- Avaliar a viabilidade de aplicação de agrotóxicos de acordo com as recomendações de cada zona ambiental da APA;

X X X

Ação 3- Identificar e preservar nos remanescentes das matas nativas, bancos de germoplasma para indivíduos de interesse ecológico/econômico;

X X X X X X

Ação 4- Identificar áreas de extrema importância na criação de unidades de conservação públicas (de proteção integral e/ou uso sustentável) ou particulares (RPPNs) para garantir os processos ecológicos da flora e fauna consolidando os corredores ecológicos PEAMP/PEJoL/APA;

X X X

Ação 5- Desenvolver estudos de identificação dos principais produtos da região com potencial para o mercado orgânico;

X X X X

Ação 6- Levantar e vistoriar a situação atual das indústrias e demais atividades potencialmente poluidoras instaladas na APA, com relação ao licenciamento e gestãoambiental e promover sua correção, caso necessário.

X X X X X

Subprograma de Monitoramento Ambiental

Ação 1- Monitoramento da evolução do uso do solo e das atividades que ocorrem na APA com análises periódicas dos possíveis impactos sobre a mesma;

X X X X X

Ação 2- Monitoramento com avaliação periódica do estado e integridade dos ecossistemas e das populações de espécies vegetais e animais, especialmente as críticas, presentes na APA;

X X X X X X

Ação 3- Monitoramento dos dados dos postos fluviométricos, pluviométricos e dos poços tubulares existentes na Bacia do Rio João Leite, assim como também a qualidade da água.

X X X X X X X

Programa de Gestão Ambiental

Subprograma de Educação Ambiental

Ação 1- Mediar inter-relações com proprietários rurais do entorno imediato das Zonas de Proteção na perspectiva de diminuir os riscos e impactos de suas atividades sobre

X X X X X

Plano de Manejo da APA João Leite209

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PROGRAMAS DE MANEJO AHCUC-1 AHCUC-2 AHCUC-3 ZPRRJL ZPVS AHCUE-1 AHUUC

estas;

Ação 2- Divulgar e demonstrar o papel social, cultural e ecológico da APA; X X X X X

Ação 3- Auxiliar e/ou participar de eventos e outras atividades de cunho educativo, promovidos por rádios, redes de TV, prefeituras, ONGs, sindicatos, etc.;

X X X X X X X

Ação 4- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização e aplicação dos programas;

X X X X X X X

Ação 5- Incentivar o plantio direto, culturas permanentes e diversificadas e uso de matéria orgânica;

X X X

Ação 6- Sensibilizar a população da importância da recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial;

X X X X

Ação 7- Promover seminários e outras atividades para a orientação sobre os efeitos danosos do uso de agrotóxicos na APA; incentivar praticas de cultivo orgânico visando à obtenção de cotação comercial superior, bem como à preservação do aqüífero, do qual depende a vida das populações locais e regionais;

X X X

Ação 8- Incentivar o aumento da reserva legal de floresta nativa de 20% para 30% daárea das propriedades promovendo conectividade com as APPs;

X X X

Ação 9- Incentivar uma faixa de proteção de APP para 50 (cinqüenta) metros, sendo que 20 metros podem ser agroflorestas (essências e frutas);

X X X X X

Ação 10- Sensibilizar a população quanto às medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial;

X X X

Ação 11- Estimular o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras e proibir sua derrubada;

X X X X X X X

Ação 12- Promover a valorização e aproveitamento dos frutos regionais; X X X X

Ação 13- Sensibilizar aos proprietários rurais quanto a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva;

X X X

Ação 14- Incrementar a visitação com finalidade à educação ambiental por uma trilha monitorada, pelo PEAMP até o reservatório

X X X X X

Subprograma de Proteção e Manejo

I - Recuperação hidrogeomórfica da APA

Ação 1- Promover a recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial;

X X X

Ação 2- Promover a recuperação de erosões nas áreas de nascentes. X X X X

II - Conservação

Plano de Manejo da APA João Leite210

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PROGRAMAS DE MANEJO AHCUC-1 AHCUC-2 AHCUC-3 ZPRRJL ZPVS AHCUE-1 AHUUC

Ação 3- Reduzir o desmatamento, particularmente nos ambientes com maior representatividade e proximidade às APPS, Reservas Legais estabelecidas;

X X X X X

Ação 4- Promover mecanismo de captação de água para animais evitando o uso de APPs;

X X X

Ação 5- Incentivar o cercamento das APPs em áreas com alto grau de degradação; X X X

Ação 6- Evitar a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva; X X X

Ação 7- Restringir a expansão de monoculturas; X X X

Ação 8- Adotar medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial. X X X

III - Fiscalização/Controle

Ação 9- Intensificar a fiscalização nas áreas de APPs e reservas legais quanto à extração de argila;

X X X

Ação 10- Controlar o uso de agrotóxicos considerando a vazão do manancial, o efeitoresidual e a absorção pelo solo para cada aqüífero existente; X X X

Ação 11- Fiscalizar os pesque-pague na APA quanto ao tratamento de efluentes; X X X

Ação 12- Controlar a exploração de jazidas minerais; X X

Ação 13- Controlar a exploração de argila e areia; X

Ação 14- Controlar a retirada de argila no município de Ouro Verde de Goiás; X

Ação 15- Controlar a remoção do solo; X X X X X

Ação 16- Promover o rigoroso controle sanitário dos rebanhos animais; X X X

Ação 17- Controlar o uso para agropecuária na AHCUC 2; X

Ação 18- Impedir a supressão de vegetação nativa na APA João Leite; X X X X X

Ação 19- Controlar o uso de agrotóxicos na AHCUC-1 a menos de 100 (cem) metros dos mananciais;

X

Ação 20- Impedir o parcelamento do solo urbano na AHCUC 1; X

Ação 21- Controlar na AHCUC 2 e 3 o parcelamento do solo menor que o modulo rural.

X

IV - Prevenção de Incêndios Florestais

Ação 22- Adotar procedimentos de controle e combate das queimadas; X X X X X

Plano de Manejo da APA João Leite211

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PROGRAMAS DE MANEJO AHCUC-1 AHCUC-2 AHCUC-3 ZPRRJL ZPVS AHCUE-1 AHUUC

Ação 23- Adotar procedimentos de prevenção e combate a Incêndios Florestais; X X X X X X X

Subprograma de Alternativas de Desenvolvimento

Ação 1- Estimular a implantação de empreendimentos auto-sustentáveis como: a agricultura orgânica e o ecoturismo; X X X X X

Ação 2- Incentivar na AHCUC 1 o uso de sistema de agro-floresta diversificada (S.A.F.);

X

Ação 3- Fomentar programas de reflorestamento com espécies nativas, incentivando pastagens sombreadas; X X X X X

Ação 4- Incentivar o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, promover a valorização e aproveitamento de seus frutos (tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras espécies) e proibir sua derrubada;

X X X X X

Ação 5- Promover a geração, adaptação, difusão e transferência de técnicas e praticas eficientes no uso das terras, da água e da mão de obra; organizar cursos de capacitação de produtores rurais para o uso tecnologias adequadas aos objetivos da APA;

X X X

Ação 6- Promover ações junto aos produtores com objetivo de converter a produção convencional em produção orgânica; X X X

Ação 7- Promover cursos e treinamentos sobre desenvolvimento rural sustentável, gestão do agronégocio e legislação ambiental e fiscal; X X X

Ação 8- Fomentar a instalação de novos estabelecimentos industriais e comerciais para a produção ecologicamente correta na APA. X X X X X

Programa Gestão interinstitucional

Subprograma de Operacionalização

Administração, Infra-estrutura e Logística

Manutenção

Cooperação Institucional

Comunicação

Ação 1- Realizar a gestão administrativa da APA; X X X X X X X

Ação 2- Disseminar políticas de crédito para produção agroecológica na APA; X X X X X X X

Plano de Manejo da APA João Leite212

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PROGRAMAS DE MANEJO AHCUC-1 AHCUC-2 AHCUC-3 ZPRRJL ZPVS AHCUE-1 AHUUC

Ação 3- Promover as boas práticas na APA para a rede bancária, objetivando financiamentos prioritários; X X X X X X X

Ação 4- Desenvolver ações que garantam a comercialização e o escoamento da produção ecologicamente correta; X X X X X X X

Ação 5- Estabelecer parcerias entre agências públicas, instituições de ensino e pesquisa, ONGs e produtores visando a ações práticas de assistência técnica às boas práticas no usos do solo;

X X X X X X X

Ação 6- Incentivar permanentemente a pesquisa científica sobre a diversidade e dinâmica populacional da flora e fauna para dar continuidade aos inventários florísticos e faunísticos realizados na APA;

X X X X X X X

Ação 7- Divulgar junto às comunidades os programas de conservação, uso e monitoramento da flora e fauna para torná-los co-partícipes; X X X X X X X

Ação 8- Fomentar a adoção de “selos verdes” e da certificação dos produtos ecologicamente corretos produzidos na APA; X X X X X X X

Ação 9- Definir novas regras para implantação de indústrias e outros empreendimentos, sem prejuízo das exigências e recomendações do órgão ambiental responsável pela concessão da licença aos empreendimentos;

X X X X X X X

Ação 10- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização e aplicação dos programas. X X X X X X X

Subprograma de Avaliação e Acompanhamento do Plano de Manejo

Ação 1- Monitoramento e Avaliação dos Projetos. X X X X X X X

Ação 2 - Monitoramento e Avaliação Integrada do Plano de Manejo. X X X X X X X

Plano de Manejo da APA João Leite213

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13.3. CRONOGRAMA FÍSICO

O cronograma físico é apresentado no Quadro 47, sendo um indicativo geral da

implantação do Plano de Manejo da APA, com o fluxo de cada um dos programas a serem

executados.

A expectativa é de que nos 5 anos de execução do Plano de Manejo sejam implantados

os principais projetos/ações de cada subprograma, de modo que na revisão a ser realizada

nessa oportunidade seja possível discutir e efetuar eventuais ajustes nas propostas

apresentadas inicialmente.

A implantação da maioria dos projetos de manejo deve ser efetuada em parceria com

representantes de outras instituições e entidades que possam dar apoio, incluindo a

comunidade da APA.

Programas/Subprogramas prioritários na implementação do Plano de Manejo:

1- Programa de Conhecimento poderá ser iniciado imediatamente. No entanto, deverão

ser estabelecidas normas para pesquisa na APA e elaborado roteiro para apresentação dos

projetos. Para apoiar a gestão da UC e subsidiar as futuras revisões, deverão ser elaboradas

as linhas temáticas prioritárias.

2- Programa de Gestão Ambiental em parte já está em andamento dentro dos PBAs D-3

(Educação Ambiental de Interação com a Sociedade e de Ação Institucional para a

Conservação Ambiental da Bacia do Rio João Leite) e D-5 (Plano de Recreação e Lazer

Ecológico), faltando otimizar os programas de proteção, manejo e desenvolvimento econômico.

3- Programa de Gestão Interinstitucional também deverá ser iniciado tão logo seja

aprovado o Plano de Manejo uma vez que dará suporte logístico para a implementação dos

demais programas. Para a organização da APA e para torná-la mais eficiente na gestão, seus

servidores deverão preferencialmente ser dos quadros permanentes da SECIMA ou de

instituições públicas da União ou do Estado de Goiás.

Plano de Manejo da APA João Leite214

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QUADRO 47:CRONOGRAMA FÍSICO DA IMPLANTAÇÃO DOS PROGRAMAS DO PLANO DE MANEJO DA APA JOÃO LEITE (GOIÂNIA, 2007).

PLANO DE MANEJO 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano RevisãoPrograma Conhecimento

Subprograma de PesquisaAção 1- Promover um estudo de capacidade e viabilidade ambiental de mineração na APA; X XAção 2- Avaliar a viabilidade de aplicação de agrotóxicos de acordo com as recomendações de cada zona ambiental da APA; X XAção 3- Identificar e preservar nos remanescentes das matas nativas, bancos de germoplasma para indivíduos de interesse ecológico/econômico;

X

Ação 4- Identificar áreas de extrema importância na criação de unidades de conservação públicas (de proteção integral e/ou uso sustentável) ou particulares (RPPNs) para garantir os processos ecológicos da flora e fauna consolidando os corredores ecológicos PEAMP/PEJoL/APA;

X

Ação 5- Desenvolver estudos de identificação dos principais produtos da região com potencial para o mercado orgânico; XAção 6- Levantar e vistoriar a situação atual das indústrias e demais atividades potencialmente poluidoras instaladas na APA, comrelação ao licenciamento e gestão ambiental e promover sua correção, caso necessário.

X X

Subprograma de Monitoramento AmbientalAção 1- Monitoramento da evolução do uso do solo e das atividades que ocorrem na APA com análises periódicas dos possíveis impactos sobre a mesma;

X X X X X X

Ação 2- Monitoramento com avaliação periódica do estado e integridade dos ecossistemas e das populações de espécies vegetais e animais, especialmente as críticas, presentes na APA;

X X X X X X

Ação 3- Monitoramento dos dados dos postos fluviométricos, pluviométricos e dos poços tubulares existentes na Bacia do Ribeirão João Leite, assim como também a qualidade da água.

X X X X X

Programa de Gestão AmbientalSubprograma de Educação Ambiental

Ação 1- Mediar inter-relações com proprietários rurais do entorno imediato das Zonas de Proteção na perspectiva de diminuir os riscos e impactos de suas atividades sobre estas;

X X X X X

Ação 2- Divulgar e demonstrar o papel social, cultural e ecológico da APA; X X X X XAção 3- Auxiliar e/ou participar de eventos e outras atividades de cunho educativo, promovidos por rádios, redes de TV, prefeituras, ONGs, sindicatos, etc.;

X X X X X

Ação 4- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização e aplicação dos programas; XAção 5- Incentivar o plantio direto, culturas permanentes e diversificadas e uso de matéria orgânica; X XAção 6- Sensibilizar a população da importância da recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial; X XAção 7- Promover seminários e outras atividades para a orientação sobre os efeitos danosos do uso de agrotóxicos na APA; incentivar praticas de cultivo orgânico visando à obtenção de cotação comercial superior, bem como à preservação do aqüífero, do qual depende a vida das populações locais e regionais;

X X

Ação 8- Incentivar o aumento da reserva legal de floresta nativa de 20% para 30% da área das propriedades promovendo conectividade com as APPs;

X X

Ação 9- Incentivar uma faixa de proteção de APP para 50 (cinqüenta) metros, sendo que 20 metros podem ser agroflorestas (essências e frutas);

X X

Plano de Manejo da APA João Leite215

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PLANO DE MANEJO 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano RevisãoAção 10- Sensibilizar a população quanto às medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial; X XAção 11- Estimular o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras e proibir sua derrubada;

X X X X X

Ação 12- Promover a valorização e aproveitamento dos frutos regionais; X XAção 13- Sensibilizar aos proprietários rurais quanto a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva;

X

Ação 14- Incrementar a visitação com finalidade à educação ambiental por uma trilha monitorada, pelo PEAMP até o reservatório X X X X XSubprograma de Proteção e Manejo

I - Recuperação hidrogeomórfica da APAAção 1- Promover a recuperação da área de recarga dentro e fora da bacia superficial; X XAção 2- Promover a recuperação de erosões nas áreas de nascentes. X XII - ConservaçãoAção 3- Reduzir o desmatamento, particularmente nos ambientes com maior representatividade e proximidade às APPS, Reservas Legais estabelecidas;

X X

Ação 4- Promover mecanismo de captação de água para animais evitando o uso de APPs; X XAção 5- Incentivar o cercamento das APPs em áreas com alto grau de degradação; XAção 6- Evitar a degradação da cobertura vegetal natural pelo pisoteamento dos animais de criação da pecuária extensiva; X XAção 7- Restringir a expansão de monoculturas; X X X X X XAção 8- Adotar medidas de controle da extração de lenha para consumo industrial. X XIII - Fiscalização/ControleAção 9- Intensificar a fiscalização nas áreas de APPs e reservas legais quanto à extração de argila; XAção 10- Controlar o uso de agrotóxicos considerando a vazão do manancial, o efeito residual e a absorção pelo solo para cada aqüífero existente;

X

Ação 11- Fiscalizar os pesque-pague na APA quanto ao tratamento de efluentes; XAção 12- Controlar a exploração de jazidas minerais; XAção 13- Controlar a exploração de argila e areia; XAção 14- Controlar a retirada de argila no município de Ouro Verde de Goiás; XAção 15- Controlar a remoção do solo; XAção 16- Promover o rigoroso controle sanitário dos rebanhos animais; XAção 17- Controlar o uso para agropecuária na AHCUC 2; X XAção 18- Impedir a supressão de vegetação nativa na APA João Leite; XAção 19- Controlar o uso de agrotóxicos na AHCUC-1 a menos de 100 (cem) metros dos mananciais; XAção 20- Impedir o parcelamento do solo urbano na AHCUC 1; X X X X X XAção 21- Controlar na AHCUC 2 e 3 o parcelamento do solo menor que o modulo rural. X X X X X XIV - Prevenção de Incêndios FlorestaisAção 22- Adotar procedimentos de controle e combate das queimadas; X X X X X XAção 23- Adotar procedimentos de prevenção e combate a Incêndios Florestais; X X X X X X

Subprograma de Alternativas de DesenvolvimentoAção 1- Estimular a implantação de empreendimentos auto-sustentáveis como: a agricultura orgânica e o ecoturismo; X XAção 2- Incentivar na AHCUC 1 o uso de sistema de agro-floresta diversificada (S.A.F.); X X

Plano de Manejo da APA João Leite216

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PLANO DE MANEJO 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano RevisãoAção 3- Fomentar programas de reflorestamento com espécies nativas, incentivando pastagens sombreadas; X XAção 4- Incentivar o plantio das espécies vegetais de interesse extrativista, promover a valorização e aproveitamento de seus frutos (tais como o pequizeiro, a faveira, o baru, o pau-de-óleo, o angico e o barbatimão, entre outras espécies) e proibir sua derrubada;

X X

Ação 5- Promover a geração, adaptação, difusão e transferência de técnicas e praticas eficientes no uso das terras, da água e da mão de obra; organizar cursos de capacitação de produtores rurais para o uso tecnologias adequadas aos objetivos da APA;

X X

Ação 6- Promover ações junto aos produtores com objetivo de converter a produção convencional em produção orgânica; X XAção 7- Promover cursos e treinamentos sobre desenvolvimento rural sustentável, gestão do agronégocio e legislação ambientale fiscal;

X X X X X

Ação 8- Fomentar a instalação de novos estabelecimentos industriais e comerciais para a produção ecologicamente correta na APA.

X X

Programa Gestão interinstitucionalSubprograma de Operacionalização

Administração, Infra-estrutura e LogísticaManutençãoCooperação InstitucionalComunicaçãoAção 1- Realizar a gestão administrativa da APA; X X X X XAção 2- Disseminar políticas de crédito para produção agroecológica na APA; X XAção 3- Promover as boas práticas na APA para a rede bancária, objetivando financiamentos prioritários; X XAção 4- Desenvolver ações que garantam a comercialização e o escoamento da produção ecologicamente correta; XAção 5- Estabelecer parcerias entre agências públicas, instituições de ensino e pesquisa, ONGs e produtores visando a ações práticas de assistência técnica às boas práticas no usos do solo;

X

Ação 6- Incentivar permanentemente a pesquisa científica sobre a diversidade e dinâmica populacional da flora e fauna para dar continuidade aos inventários florísticos e faunísticos realizados na APA;

X X X X X

Ação 7- Divulgar junto às comunidades os programas de conservação, uso e monitoramento da flora e fauna para torná-los co-partícipes;

X X X X X X

Ação 8- Fomentar a adoção de “selos verdes” e da certificação dos produtos ecologicamente corretos produzidos na APA; XAção 9- Definir novas regras para implantação de indústrias e outros empreendimentos, sem prejuízo das exigências e recomendações do órgão ambiental responsável pela concessão da licença aos empreendimentos;

X

Ação 10- Incentivar a maior participação do Conselho Consultivo da APA na fiscalização e aplicação dos programas. XSubprograma de Avaliação e Acompanhamento do Plano de Manejo

Ação 1- Monitoramento e Avaliação dos Projetos. X X X X X XAção 2- Monitoramento e Avaliação Integrada do Plano de Manejo. X X X X X X

Plano de Manejo da APA João Leite217

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13.4. RECURSOS FINANCEIROS, HUMANOS E LOGÍSTICOS PARA

IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

Há necessidade de se utilizar alguns instrumentos para a viabilização do plano de manejo e

da gestão da APA João Leite, uma vez que a unidade não possui orçamento próprio (Quadro 48).

Estes são:

1- Engajamento do Conselho Consultivo para agregar apoio político e institucional, além

de auxiliar na sensibilização das comunidades locais e regionais sobre a necessidade de

conservação do meio ambiente e de proporcionar a inserção da UC no desenvolvimento

socioeconômico da região.

2- Parcerias - A formalização de parcerias com Instituições de ensino e pesquisa,

Prefeituras e ONG’s de cunho ambiental, através de termos de cooperação e/ou convênios,

tem-se mostrado instrumento eficaz na gestão de Unidades de Conservação;

3- Conversão de multas - Negociar com a Justiça Estadual e Federal e Ministério

Público para que haja direcionamento das sentenças judiciais advindas de crimes ambientais

para a área da APA.

4- Compensação Ambiental (Art.36 da Lei do SNUC § 3º): quando o empreendimento afetar

Unidade de Conservação especifica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se

refere o capítulo deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável

por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao grupo de Proteção

Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo;

Existe um trecho de da Ferrovia Norte Sul atravessando a APA, entre os municípios de

Ouro Verde de Goiás, Campo Limpo de Goiás e Anápolis. Um empreendimento desta categoria

oferece compensação ambiental e deve ser estudada a possibilidade de parte ser para

implantação dos programas do Plano de Manejo.

5- Voluntariado: o trabalho voluntário pode, até certo ponto, amenizar deficiências no

manejo da UC decorrentes da carência no quadro de servidores. Este serviço representa uma

complementação da força de trabalho na Unidade além de ser uma atividade educativa de

grande efetividade e uma poderosa ferramenta para ganhar simpatizantes para a conservação

da natureza e da própria APA. Outro grande benefício é a agregação de conhecimento e

habilidades diversas às já existentes na Unidade, complementando e aumentando o espectro

Plano de Manejo da APA João Leite218

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de ações no manejo, além da troca de experiências entre voluntários e servidores,

enriquecedora para ambas as partes.

Plano de Manejo da APA João Leite219

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QUADRO 48:CRONOGRAMA FINANCEIRO ESTIMADO PARA O PLANO DE MANEJO DA APA JOÃO LEITE

PROGRAMAS

RECURSOS ESTIMADOS PARA IMPLANTAÇÃO/ ANO

PRIMEIRO ANO/TRIMESTREANO II ANO III ANO IV ANO V TOTAL

I II III IV Total Ano

Conhecimento 60.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00 240.000,00 240.000,00 90.000,00 90.000,00 90.000,00 750.000,00

Gestão Ambiental 80.000,00 70.000,00 70.000,00 70.000,00 290.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00 60.000,00 530.000,00

GestãoInterinstitucional

50.000,00 50.000,00 50.000,00 500.000,00 200.000,00 200.000,00 200.000,00 200.000,00 200.000,00 1.000.000,00

Total dosProgramas

730.000,00 500.000,00 350.000,00 350.000,00 350.000,00 2.280.000,00

Convênios *5%

SEMARH(Orçamento da UC)

*30%

CompensaçãoAmbiental

*5%

FNMA/FEMA *50%

ONGs Nacionais /Internacionais

*5%

Outros (conversãode multas, crédito

carbono)*5%

Plano de Manejo da APA João Leite220

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* Valor recomendado em percentagem; - memória de cálculo para os projetos: 1) 30.000,00 reais por projeto/ano com aplicação imediata sem aquisição de material

permanente; 2) 50.000,00 reais por projeto/ano com aquisição de material permanente e ou infra-estrutura.

Plano de Manejo da APA João Leite221

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13.5. DIVULGAÇÃO DO PLANO DE MANEJO

O Conselho Consultivo, também como um órgão gestor da APA e a SECIMA, como

órgão administrador, devem realizar uma ampla divulgação do Plano de Manejo, destacando

seu zoneamento e programas/ações, um componente fundamental de seu sucesso para que

se tornem claros seus objetivos e normas que os precedem. É importante que todos os atores

da APA percebam que suas atividades tem que estar relacionadas quanto a missão da

unidade.

13.6. HORIZONTE DO PLANO DE MANEJO

O Plano de Manejo Fase I da APA João Leite foi elaborado tendo como base o estágio

atual do uso e ocupação do solo na região e o planejamento para sua gestão.

Este Plano de Manejo abrange um horizonte de planejamento de 05 anos, a contar da

data de sua aprovação, devendo ser atualizado de forma regular a cada quinquênio (5 anos).

No entanto, poderá ser revisto a qualquer momento desde que ocorra fato relevante que

justifique, fundamentado por razões sociais, econômicas, ambientais e/ou estratégicas.

Plano de Manejo da APA João Leite222

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14. MONITORIA E AVALIAÇÃO

Segundo o Roteiro Metodológico (IBAMA 2001), a monitoria e avaliação têm como

objetivo verificar e corrigir a execução das atividades previstas no Plano de Gestão

Administrativa da APA, contribuir para a programação de atividades de cada Plano Operativo

Anual e fornecer uma visão global da implementação do Plano de Manejo para uma possível

mudança de Fase.

A monitoria deverá não só, documentar sistematicamente o processo de implantação,

mas também, identificar eventuais desvios na execução das atividades propostas fornecendo

as ferramentas para a sua avaliação.

Caso sejam detectados desvios com relação ao plano de manejo, deverão ser

propostas ações corretivas para ajuste ou replanejamento das atividades. Caso seja

necessário deverão ser propostos e desenvolvidos novos projetos específicos relacionados à

proteção da APA, devidamente justificados se atendo aos objetivos da ação.

Quando existirem ações parcialmente ou não realizadas, estas deverão ser justificadas

fornecendo subsídios para a reprogramação.

Os cronogramas físico e financeiro deverão ser atualizados anualmente, com base na

monitoria e avaliação.

Pelo Roteiro Metodológico (IBAMA, 2001), a monitoria da implementação do Plano de

Gestão deverá ser plurianual (5 anos ou até a próxima revisão), em que, o chefe ou técnico

designado por ele preencherá o formulário. (Quadro 6.), e o encaminhará para a SECIMA a fim

de que seja feita a avaliação e o acompanhamento.

A monitoria e avaliação são realizadas através de um formulário com 10 campos. Os

campos 1,2,3,4 (“previsto”) e 5 estão preenchidos no Zoneamento/Planejamento Fase I. A

coluna do campo 4 (“utilizado”) e os campos 6, 7, 8, 9 e 10 são preenchidos no momento da

monitoria das ações.

Interpretação dos Campos:

Plano de Manejo da APA João Leite223

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(1) - Refere-se às ações e atividades previstas em cada programa e subprograma do

Plano de Manejo;

(2) - Pessoas/instituições responsáveis pela implementação da atividade;

(3) - Marcar o período em que a atividade deve ser desenvolvida;

(4) - Colocar os recursos financeiros previstos para a atividade do Plano de Manejo e os

utilizados até a data da monitoria;

(5) - Estabelecer o indicador do resultado previsto e a quantidade relativa do indicador;

(6) - Colocar a quantidade executada do indicador;

(7) - No momento da monitoria, indicar o desvio encontrado em relação ao programado,

da seguinte forma: A: Desvio Forte; B: Desvio Médio; C: Desvio Leve;

(8) - Identificar a razão do desvio.

(9) - Indicar as medidas já tomadas para corrigir o desvio ou estabelecer as ações que

ainda são necessárias para o mesmo.

(10)- Realizar quaisquer observação necessária no momento da elaboração do Plano

de Manejo ou no momento da monitoria.

14.1. DO PLANO OPERATIVO

A gerência da APA deverá elaborar um Plano Operativo Anual (POA), com base no

Cronograma Físico-Financeiro (Plano Plurianual) estabelecido pelo órgão gestor (SECIMA).

Após elaboração do POA, a APA deverá desenvolver um calendário de monitoria, onde

se recomenda monitorar:

o inicio de cada uma das atividades, verificando se os recursos básicos necessários

para iniciar as atividades estão disponíveis;

a execução da atividade, em períodos ou etapas estrategicamente estabelecidos em

função de sua duração e da importância de se ter um melhor controle;

Plano de Manejo da APA João Leite224

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o final da atividade, aferindo o alcance das metas planejadas em termos físicos e

financeiros.

Trimestralmente, a gerência deverá registrar o alcance das metas nos prazos previstos,

de acordo com o Quadro 50. Após, elaborar um relatório consolidado de monitoria e avaliação

do POA a ser encaminhado a SECIMA.

Interpretação dos Campos:

(1) - Refere-se ao código da atividade prevista em cada programa e subprograma do

Plano de Manejo.

(2) - Descrição da Atividade.

(3) - Código de cada uma das tarefas das atividades.

(4) - Descrição da tarefa.

(5) - Especificação dos insumos necessários para realizar a tarefa ou produto.

(6) - Deve-se marcar o período em que a tarefa deve ser desenvolvida.

(7) - Especificar a data em que ficou pronto o projeto para a obra, a especificação para

bens ou o termo de referencia para os serviços.

(8) - Especificar a data em que foi emitida a solicitação do bem, obra ou serviço.

(9) - Especificar a data em que foi aberto o processo.

(10)- Especificar a data em que o edital ficou pronto.

(11) - Especificar a data em que foi publicado o edital.

(12) - Especificar a data de julgamento da licitação.

(13) - Especificar a data de homologação do julgamento.

(14) - Especificar a data em que foi efetuado o empenho do recurso.

(15) - Especificar a data em que foi assinado o contrato ou ordem de entrega dos bens.

Plano de Manejo da APA João Leite225

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(16) - Especificar as datas em que foram recebidos os bens, serviços ou obras

(17) - Indicar o valor programado para a tarefa.

(18) - Indicar o valor empenhado para a tarefa.

(19) - Indicar o valor pago pela tarefa.

14.2. DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO

A monitoria e avaliação da matriz de planejamento é realizada pelo Conselho Consultivo

da APA nas datas previstas pelos indicadores dos Programas e pressupostos conforme

Quadro 49.

14.3. EXTERNA

A avaliação da implementação do Plano de Gestão deverá ser executada por uma

equipe da SECIMA não partícipe da gerência da APA, anualmente, com base nos dados de

relatórios do Plano, podendo ser realizadas vistorias em campo para comprovação e

contribuição, com recomendações para a revisão e atualização dos Programas.

14.4. MONITORAMENTO SOCIOAMBIENTAL

Segundo o Roteiro Metodológico (IBAMA, 2001) os objetivos do monitoramento

socioambiental são monitorar a evolução das condições de conservação e preservação da

biodiversidade da APA, assim como a eficiência da aplicação das políticas e normas

ambientais, através da definição, medição e acompanhamento de parâmetros ambientais.

Plano de Manejo da APA João Leite226

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QUADRO 49:CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO/MONITORIA PARA O PLANO DE GESTÃO.

AÇÕES(1)

RESPONSÁVEL(2)

CRONOGRAMA(3) ANO

IANO

II

RESULTADOSFINANCEIROS (4)

RESULTADO FÍSICO (5) EXECUTADO(6)

DESENVOLVIMENTO(7)

DESVIO(8)

MEDIDASDE AJUSTE

(9)

OBSERVAÇÕES(10)

I II III IV PREVISTO UTILIZADO INDICADOR QUANTIDADE

QUADRO 50:MONITORIA FÍSICO-FINANCEIRO DO PLANO OPERATIVO ANUAL

ATIVIDADES TAREFASESPECIFICAÇÕES

DOS INSUMOS/PRODUTOS (05)

CRONOGRAMA(06)

REALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA E FÍSICAREALIZAÇÃO FINANCEIRA

PROCEDIMENTO INICIAL PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOSPROCEDIMENTOS

FINAIS

DIG

O(0

1) DE

SC

RIÇ

ÃO

(02)

DIG

O(0

3) DE

SC

RIÇ

ÃO

(04)

J F . . . D

ESP

EC

IFIC

ÃO

DO

PR

OJE

TO

(07)

EM

ISS

ÃO

PC

SS

(08)

PR

OC

ES

SA

DO

ME

RO

(09)

ED

ITA

L EL

AB

OR

AD

O(1

0)

ED

ITA

L PU

BLI

CA

DO

(11)

LIC

ITA

ÇÃ

O(1

2)

LIC

ITA

ÇÃ

O(1

3) EMP

EN

HA

DO

(14)

CO

NT

RA

TO

ASS

INA

DO

(15)

RE

CE

BID

O E

XE

CU

TA

DO

(16)

PR

OG

RA

MA

DO

(17)

EM

PEN

HA

DO

(18)

PA

GO

(19)

QUADRO 51:MONITORIA DA MATRIZ DE PLANEJAMENTO

DATA DAMONITORIA

OBJETIVOS, RESULTADOS EPRESSUPOSTOS

INDICADORESMEIOS DE

VERIFICAÇÃOALCANÇADO

AVALIAÇÃODOS DESVIOS

CAUSAS DOSDESVIOS

AÇÕESCORRETIVAS

OBSERVAÇÕES

Plano de Manejo da APA João Leite227

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15. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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FIALHO, A. P. Caracterização das Fontes Potencialmente Poluidoras Levantadas na Área da Baciado Alto Meia Ponte. Goiânia, 2005.

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Plano de Manejo da APA João Leite229

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SANEAGO, 2005. RORIZ, Comércio e Serviços Ltda. Projetos Básicos Ambientais: Limnologia,Fitoplâncton, Zooplâncton e Macrófitas Aquáticas. Barragem do Ribeirão João Leite. Goiânia: Roriz, 2005. (12ºRelatório).

SANEAGO, 2005. UFG, Escola de Agronomia e de Engenharia de Alimentos. Projeto C6 - Estudos decapacidade de assimilação de resíduos tóxicos e de carga orgânica pelo reservatório. Goiânia: Ufg, 2005.(Relatório Final).

SANEAGO, 2006. FUNAPE, Fundação de Apoio à Pesquisa - Ufg. Área a jusante e a montante doPEAMP. Goiânia: Funape, 2006. (Relatório Final).

SANEAGO, 2006. FUNDAÇÃO AROEIRA; CBA; UCG. Monitoramento e manejo da ictiofauna doRibeirão João Leite - Elaboração de programas ambientais do programa de abastecimento de água esaneamento de Goiânia. Goiânia, 2006. (Relatórios técnicos parciais e final).

SANEAGO. Barragem do João Leite. Disponível em: <http://www.saneago.com.br> Acesso em: 03 dejulho de 2006.

SEMARH, 2005. Inventário de Flora do Parque Estadual Altamiro de Moura Pacheco e Parque dosIpês. FUNATURA - Fundação Pró-Natureza. SEMARH/FEMA.

SEMARH. Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Disponível em:<http://www.semarh.goias.gov.br>. Acesso em: 17 de maio de 2006.

SEPLAN-GO, 2007. Disponível em: http://www.seplan.go.gov.br.

SNUC, 2000. Lei no. 9.985 de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de

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Plano de Manejo da APA João Leite230

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16. ANEXOS

1 - Decreto Estadual nº 5.704/2002

2 - Decreto Estadual n 5.845/2003

3 - Decreto Federal n° 4.339/2002

4 - Ofício, ATA, Convite e Lista de presença da oficina de planejamento - 01.06.2006

5 - Ofício, ATA, Convite e Lista de presença da oficina de planejamento - 30.08.2006

6 - Ofício, ATA, Convite e Lista de presença da oficina de planejamento - 21.11.2006

7 - Ofício, ATA, Convite e Lista de presença da oficina de planejamento - 12.04.2007

8 - Descarga média mensal na Bacia do Rio João Leite (1975/2006)

9 - Descarga máxima mensal na Bacia do Rio João Leite (1975/2006)

10 - Descarga mínima mensal na Bacia do Rio João Leite (1975/2006)

11 - Quadros-síntese das oficinas de planejamento

12 - Lei Federal nº 6.938/1981

Plano de Manejo da APA João Leite231

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ANEXO 1. DECRETO ESTADUAL Nº 5.704/2002

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁSGabinete Civil da Governadoria

Superintendência de Legislação

Cria a Área de Proteção Ambiental (APA)João Leite e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições constitucionais e legais,tendo em vista o que consta do Processo nº 18830668, o que dispõem os arts. 6º, incisos III e V, 127, §1º, incisos I, II e III, 128, incisos I, II, III e V, 130 e 143, todos da Constituição Estadual, nos termos dosarts. 2º e 8º da Lei federal 6.902, de 27 de abril de 1981, do art. 9º, inciso VI, da Lei federal 6938, de 31de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, da Lei federal 9.985, de18 de julho de 2000, do art. 25 da Lei estadual 12.596, de 14 de março de 1995, regulamentada peloDecreto nº 4.593, de 13 de novembro de 1995, da Lei 14.247, de 29 de julho de 2002, e da Resolução nº004/2002 do Conselho Estadual do Meio Ambiente,

DECRETA:

Art. 1º. Fica criada a Área de Proteção Ambiental (APA) João Leite, abrangendo toda a baciahidrográfica do Ribeirão João Leite, localizada nos Municípios de Goiânia, Terezópolis de Goiás,Goianápolis, Nerópolis, Anápolis, Campo Limpo, Ouro Verde de Goiás e nas suas águas jurisdicionais.

Art. 2º. A APA João Leite tem por objetivo:

I - proteger os recursos hídricos da bacia hidrográfica do Ribeirão João Leite;

II - assegurar condições para o uso do solo compatíveis com a preservação dos recursoshídricos;

III - conciliar as atividades econômicas e a preservação ambiental;

IV - proteger os remanescentes do bioma cerrado;

V - melhorar a qualidade de vida da população local por meio de orientação e do disciplinamentodas atividades econômicas;

VI - disciplinar o turismo ecológico e fomentar a educação ambiental.

Art. 3º. Para a implantação da APA João Leite será realizada consulta pública à população locale às partes interessadas, no prazo de até noventa dias da publicação deste Decreto, para auxiliar naidentificação da exata localização, dimensão e limites da unidade.

Parágrafo único. No processo de consulta de que trata o caput, o administrador da APA éobrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partesinteressadas.

Art. 4º. Caberão à Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH aimplantação e a administração da APA João Leite.

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Parágrafo único. Para o fim previsto no caput deste artigo, a SEMARH poderá firmar convênios eacordos com órgãos e entidades públicas ou privadas, sem prejuízo de sua competência.

Art. 5º. Na implantação e gestão da APA João Leite serão adotadas, dentre outras, as seguintesmedidas:

I - elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico a ser regulamentado por decreto, definindoas atividades a serem permitidas ou incentivadas em cada zona e as que deverão ser restringidas ouproibidas;

II - utilização dos instrumentos legais e dos incentivos financeiros governamentais paraassegurar a proteção da biota, o uso racional do solo e outras medidas referentes à salvaguarda dosrecursos ambientais;

III - aplicação de medidas legais destinadas a impedir ou evitar o exercício de atividadescausadoras de degradação da qualidade ambiental;

IV - divulgação das medidas previstas neste Decreto, objetivando o esclarecimento dacomunidade local sobre a APA e suas finalidades;

V - promoção de programas específicos de educação ambiental, extensão rural e saneamentobásico;

VI - incentivo à criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN pelosproprietários rurais cujas propriedades encontram-se inseridas, no todo ou em parte, nos limites da APA.

Art. 6º. Os investimentos e financiamentos a serem concedidos por órgãos e entidades daadministração pública direta ou indireta, da iniciativa privada e de organismos internacionais, destinadosà região compreendida pela APA, serão previamente compatibilizados com as diretrizes estabelecidasneste Decreto e com aquelas estabelecidas no seu Zoneamento Ecológico-Econômico e normatizaçõesposteriores.

Art. 7º. A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos expedirá os atos normativoscomplementares ao cumprimento deste Decreto.

Art. 8º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 27 de dezembro de 2002, 114o

da República.

MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR

Walter José Rodrigues

Carlos Antônio Silva

(D.O. de 27-12-2002)

Este texto não substitui o publicado no D.O. de 27.12.2002.

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ANEXO 2. DECRETO ESTADUAL N 5.845/2003.

GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁSGabinete Civil da Governadoria

Superintendência de Legislação.

Dispõe sobre a localização, dimensão e limites daÁrea de Proteção Ambiental - APA João Leite.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS, no uso de suas atribuições constitucionais e legaise tendo em vista o que consta do Processo nº 23513250,

D E C R E T A :

Art. 1º. A Área de Proteção Ambiental João Leite, criada pelo Decreto nº 5.704, de 27 dedezembro de 2002, com perímetro de 143,66 Km e área total de 721,28 Km², abrange toda a baciahidrográfica do Ribeirão João Leite e possui a seguinte delimitação: começa no ponto de coordenadasUTM 688967/8167343, Zona 22, na confluência do Rio João Leite com um afluente de sua margem direita,próxima à Fazenda Toqueira (1). Segue-se por este córrego até sua cabeceira e depois em direção oesteaté encontrar a rodovia GO-080, que liga Goiânia a Nerópolis (2). Segue-se por esta rodovia até acabeceira do Córrego Mombuca (3). Segue-se pelo divisor de águas do Rio João Leite e Ribeirão Capivaraaté cruzar a rodovia GO-57 Anápolis - Nerópolis (4). Segue-se pelo divisor das águas, rumo Noroeste, atéatingir o ponto mais alto da Serra Pelada, próximo a localidade de Posse (5). Segue-se direção Nordeste,sempre pelo divisor de águas, até a Serra da Pedra Sabão (6), continuando pelo divisor de águas atéatingir o ponto mais alto, próximo à localidade de Ouro Verde (7). Tomando-se direção aproximadamenteSudeste, segue-se pelo divisor de águas da Bacia do Rio João Leite e do Rio Padre Souza até a rodoviaque liga Anápolis e Souzânia (8), nas cabeceiras do Piancó. Segue-se por esta rodovia (GO-153) até acidade de Anápolis (9). Na zona urbana, segue-se pelo divisor até a rodovia GO-57, seguindo pela mesmaaté cruzar com a rodovia que liga esta à BR-060/153 (10). Segue-se por esta rodovia, próxima à margemesquerda do Rio das Antas, até a BR 060/153 (11). Segue-se pela BR-060/153 em direção a Goiânia, até otrevo de Goianápolis (12). Segue-se pela rodovia que dá acesso à cidade de Goianápolis (antiga rodoviaGoiânia-Anápolis), passando pela zona urbana e continuando pela mesma estrada até a cabeceira doRibeirão Bonsucesso (13). Segue-se pelo divisor de águas, direção aproximada Sudoeste, passando pelaslocalidades de Carapina e Lajeado, até atingir a BR-060/153 (14). Segue-se por esta rodovia, sentidoGoiânia, por cerca de 2,5 Km, continuando no limite do Parque Ecológico dos Ipês, até a cabeceira dedrenagem na localidade de Entre-Serra (15). Segue-se pela drenagem até sua confluência com o Rio JoãoLeite (16). Segue-se pelo Rio João Leite até o ponto inicial (1).

Art. 2º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DE GOIÁS, em Goiânia, 10 de outubro de 2003, 115º daRepública.

MARCONI FERREIRA PERILLO JÚNIOR

Walter José Rodrigues

Paulo Souza Neto

(D.O. de 15-10-2003)

Este texto não substitui o publicado no D.O. de 15.10.2003.

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ANEXO 3. DECRETO FEDERAL N° 4.339/2002

Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

Institui princípios e diretrizes para a implementação daPolítica Nacional da Biodiversidade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, daConstituição, e

Considerando os compromissos assumidos pelo Brasil ao assinar a Convenção sobreDiversidade Biológica, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento - CNUMAD, em 1992, a qual foi aprovada pelo Decreto Legislativo no 2, de 3 defevereiro de 1994, e promulgada pelo Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998;

Considerando o disposto no art. 225 da Constituição, na Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981,que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, na Declaração do Rio e na Agenda 21, ambasassinadas pelo Brasil em 1992, durante a CNUMAD, e nas demais normas vigentes relativas àbiodiversidade; e

Considerando que o desenvolvimento de estratégias, políticas, planos e programas nacionais debiodiversidade é um dos principais compromissos assumidos pelos países membros da Convençãosobre Diversidade Biológica;

DECRETA:

Art. 1° Ficam instituídos, conforme o disposto no Anexo a este Decreto, princípios e diretrizespara a implementação, na forma da lei, da Política Nacional da Biodiversidade, com a participação dosgovernos federal, distrital, estaduais e municipais, e da sociedade civil.

Art. 2° Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 22 de agosto de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Carlos Carvalho

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 23.8.2002

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A N E X O

Da Política Nacional da Biodiversidade

Dos Princípios e Diretrizes Gerais da Política Nacional da Biodiversidade

1. Os princípios estabelecidos neste Anexo derivam, basicamente, daqueles estabelecidos naConvenção sobre Diversidade Biológica e na Declaração do Rio, ambas de 1992, na Constituição e nalegislação nacional vigente sobre a matéria.

2. A Política Nacional da Biodiversidade reger-se-á pelos seguintes princípios:

I - a diversidade biológica tem valor intrínseco, merecendo respeito independentemente de seuvalor para o homem ou potencial para uso humano;

II - as nações têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos biológicos, segundosuas políticas de meio ambiente e desenvolvimento;

III - as nações são responsáveis pela conservação de sua biodiversidade e por assegurar queatividades sob sua jurisdição ou controle não causem dano ao meio ambiente e à biodiversidade deoutras nações ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional;

IV - a conservação e a utilização sustentável da biodiversidade são uma preocupação comum àhumanidade, mas com responsabilidades diferenciadas, cabendo aos países desenvolvidos o aporte derecursos financeiros novos e adicionais e a facilitação do acesso adequado às tecnologias pertinentespara atender às necessidades dos países em desenvolvimento;

V - todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povoe essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se, ao Poder Público e à coletividade, o dever dedefendê-lo e de preservá-lo para as presentes e as futuras gerações;

VI - os objetivos de manejo de solos, águas e recursos biológicos são uma questão de escolhada sociedade, devendo envolver todos os setores relevantes da sociedade e todas as disciplinascientíficas e considerar todas as formas de informação relevantes, incluindo os conhecimentoscientíficos, tradicionais e locais, inovações e costumes;

VII - a manutenção da biodiversidade é essencial para a evolução e para a manutenção dossistemas necessários à vida da biosfera e, para tanto, é necessário garantir e promover a capacidade dereprodução sexuada e cruzada dos organismos;

VIII - onde exista evidência científica consistente de risco sério e irreversível à diversidadebiológica, o Poder Público determinará medidas eficazes em termos de custo para evitar a degradaçãoambiental;

IX - a internalização dos custos ambientais e a utilização de instrumentos econômicos serápromovida tendo em conta o princípio de que o poluidor deverá, em princípio, suportar o custo dapoluição, com o devido respeito pelo interesse público e sem distorcer o comércio e os investimentosinternacionais;

X - a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação domeio ambiente deverá ser precedida de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

XI - o homem faz parte da natureza e está presente nos diferentes ecossistemas brasileiros hámais de dez mil anos, e todos estes ecossistemas foram e estão sendo alterados por ele em maior oumenor escala;

XII - a manutenção da diversidade cultural nacional é importante para pluralidade de valores nasociedade em relação à biodiversidade, sendo que os povos indígenas, os quilombolas e as outrascomunidades locais desempenham um papel importante na conservação e na utilização sustentável dabiodiversidade brasileira;

XIII - as ações relacionadas ao acesso ao conhecimento tradicional associado à biodiversidadedeverão transcorrer com consentimento prévio informado dos povos indígenas, dos quilombolas e dasoutras comunidades locais;

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XIV - o valor de uso da biodiversidade é determinado pelos valores culturais e inclui valor de usodireto e indireto, de opção de uso futuro e, ainda, valor intrínseco, incluindo os valores ecológico,genético, social, econômico, científico, educacional, cultural, recreativo e estético;

XV - a conservação e a utilização sustentável da biodiversidade devem contribuir para odesenvolvimento econômico e social e para a erradicação da pobreza;

XVI - a gestão dos ecossistemas deve buscar o equilíbrio apropriado entre a conservação e autilização sustentável da biodiversidade, e os ecossistemas devem ser administrados dentro dos limitesde seu funcionamento;

XVII - os ecossistemas devem ser entendidos e manejados em um contexto econômico,objetivando:

a) reduzir distorções de mercado que afetam negativamente a biodiversidade;

b) promover incentivos para a conservação da biodiversidade e sua utilização sustentável; e

c) internalizar custos e benefícios em um dado ecossistema o tanto quanto possível;

XVIII - a pesquisa, a conservação ex situ e a agregação de valor sobre componentes dabiodiversidade brasileira devem ser realizadas preferencialmente no país, sendo bem vindas asiniciativas de cooperação internacional, respeitados os interesses e a coordenação nacional;

XIX - as ações nacionais de gestão da biodiversidade devem estabelecer sinergias e açõesintegradas com convenções, tratados e acordos internacionais relacionados ao tema da gestão dabiodiversidade; e

XX - as ações de gestão da biodiversidade terão caráter integrado, descentralizado eparticipativo, permitindo que todos os setores da sociedade brasileira tenham, efetivamente, acesso aosbenefícios gerados por sua utilização.

3. A Política Nacional da Biodiversidade aplica-se aos componentes da diversidade biológicalocalizados nas áreas sob jurisdição nacional, incluindo o território nacional, a plataforma continental e azona econômica exclusiva; e aos processos e atividades realizados sob sua jurisdição ou controle,independentemente de onde ocorram seus efeitos, dentro da área sob jurisdição nacional ou além doslimites desta.

4. A Política Nacional da Biodiversidade reger-se-á pelas seguintes diretrizes:

I - estabelecer-se-á cooperação com outras nações, diretamente ou, quando necessário,mediante acordos e organizações internacionais competentes, no que respeita a áreas além dajurisdição nacional, em particular nas áreas de fronteira, na Antártida, no alto-mar e nos grandes fundosmarinhos e em relação a espécies migratórias, e em outros assuntos de mútuo interesse, para aconservação e a utilização sustentável da diversidade biológica;

II - o esforço nacional de conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica deveser integrado em planos, programas e políticas setoriais ou intersetoriais pertinentes de formacomplementar e harmônica;

III - investimentos substanciais são necessários para conservar a diversidade biológica, dosquais resultarão, conseqüentemente, benefícios ambientais, econômicos e sociais;

IV - é vital prever, prevenir e combater na origem as causas da sensível redução ou perda dadiversidade biológica;

V - a sustentabilidade da utilização de componentes da biodiversidade deve ser determinada doponto de vista econômico, social e ambiental, especialmente quanto à manutenção da biodiversidade;

VI - a gestão dos ecossistemas deve ser descentralizada ao nível apropriado e os gestores deecossistemas devem considerar os efeitos atuais e potenciais de suas atividades sobre os ecossistemasvizinhos e outros;

VII - a gestão dos ecossistemas deve ser implementada nas escalas espaciais e temporaisapropriadas e os objetivos para o gerenciamento de ecossistemas devem ser estabelecidos a longoprazo, reconhecendo que mudanças são inevitáveis.

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VIII - a gestão dos ecossistemas deve se concentrar nas estruturas, nos processos e nosrelacionamentos funcionais dentro dos ecossistemas, usar práticas gerenciais adaptativas e assegurar acooperação intersetorial;

IX - criar-se-ão condições para permitir o acesso aos recursos genéticos e para a utilizaçãoambientalmente saudável destes por outros países que sejam Partes Contratantes da Convenção sobreDiversidade Biológica, evitando-se a imposição de restrições contrárias aos objetivos da Convenção.

Do Objetivo Geral da Política Nacional da Biodiversidade

5. A Política Nacional da Biodiversidade tem como objetivo geral a promoção, de formaintegrada, da conservação da biodiversidade e da utilização sustentável de seus componentes, com arepartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos, decomponentes do patrimônio genético e dos conhecimentos tradicionais associados a esses recursos.

Dos Componentes da Política Nacional da Biodiversidade

6. Os Componentes da Política Nacional da Biodiversidade e respectivos objetivos específicos,abaixo relacionados e estabelecidos com base na Convenção sobre Diversidade Biológica, devem serconsiderados como os eixos temáticos que orientarão as etapas de implementação desta Política.

7. As diretrizes estabelecidas para os Componentes devem ser consideradas para todos osbiomas brasileiros, quando couber.

8. Diretrizes específicas por bioma poderão ser estabelecidas nos Planos de Ação, quando daimplementação da Política.

9. A Política Nacional da Biodiversidade abrange os seguintes Componentes:

I - Componente 1 - Conhecimento da Biodiversidade: congrega diretrizes voltadas à geração,sistematização e disponibilização de informações que permitam conhecer os componentes dabiodiversidade do país e que apóiem a gestão da biodiversidade, bem como diretrizes relacionadas àprodução de inventários, à realização de pesquisas ecológicas e à realização de pesquisas sobreconhecimentos tradicionais;

II - Componente 2 - Conservação da Biodiversidade: engloba diretrizes destinadas àconservação in situ e ex situ de variabilidade genética, de ecossistemas, incluindo os serviçosambientais, e de espécies, particularmente daquelas ameaçadas ou com potencial econômico, bemcomo diretrizes para implementação de instrumentos econômicos e tecnológicos em prol da conservaçãoda biodiversidade;

III - Componente 3 - Utilização Sustentável dos Componentes da Biodiversidade: reúne diretrizespara a utilização sustentável da biodiversidade e da biotecnologia, incluindo o fortalecimento da gestãopública, o estabelecimento de mecanismos e instrumentos econômicos, e o apoio a práticas e negóciossustentáveis que garantam a manutenção da biodiversidade e da funcionalidade dos ecossistemas,considerando não apenas o valor econômico, mas também os valores sociais e culturais dabiodiversidade;

IV - Componente 4 - Monitoramento, Avaliação, Prevenção e Mitigação de Impactos sobre aBiodiversidade: engloba diretrizes para fortalecer os sistemas de monitoramento, de avaliação, deprevenção e de mitigação de impactos sobre a biodiversidade, bem como para promover a recuperaçãode ecossistemas degradados e de componentes da biodiversidade sobreexplotados;

V - Componente 5 - Acesso aos Recursos Genéticos e aos Conhecimentos TradicionaisAssociados e Repartição de Benefícios: alinha diretrizes que promovam o acesso controlado, com vistasà agregação de valor mediante pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico, e a distribuição dosbenefícios gerados pela utilização dos recursos genéticos, dos componentes do patrimônio genético edos conhecimentos tradicionais associados, de modo que sejam compartilhados, de forma justa eeqüitativa, com a sociedade brasileira e, inclusive, com os povos indígenas, com os quilombolas e comoutras comunidades locais;

VI - Componente 6 - Educação, Sensibilização Pública, Informação e Divulgação sobreBiodiversidade: define diretrizes para a educação e sensibilização pública e para a gestão e divulgaçãode informações sobre biodiversidade, com a promoção da participação da sociedade, inclusive dospovos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, no respeito à conservação dabiodiversidade, à utilização sustentável de seus componentes e à repartição justa e eqüitativa dos

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benefícios derivados da utilização de recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e deconhecimento tradicional associado à biodiversidade;

VII - Componente 7 - Fortalecimento Jurídico e Institucional para a Gestão da Biodiversidade:sintetiza os meios de implementação da Política; apresenta diretrizes para o fortalecimento da infra-estrutura, para a formação e fixação de recursos humanos, para o acesso à tecnologia e transferência detecnologia, para o estímulo à criação de mecanismos de financiamento, para o fortalecimento do marco-legal, para a integração de políticas públicas e para a cooperação internacional.

Do Componente 1 da Política Nacional da Biodiversidade - Conhecimento daBiodiversidade

10. Objetivos Gerais: gerar, sistematizar e disponibilizar informações para a gestão dabiodiversidade nos biomas e seu papel no funcionamento e na manutenção dos ecossistemas terrestrese aquáticos, incluindo as águas jurisdicionais. Promover o conhecimento da biodiversidade brasileira,sua distribuição, seus determinantes, seus valores, suas funções ecológicas e seu potencial de usoeconômico.

10.1. Primeira diretriz: Inventário e caracterização da biodiversidade. Levantamento,identificação, catalogação e caracterização dos componentes da biodiversidade (ecossistemas, espéciese diversidade genética intra-específica), para gerar informações que possibilitem a proposição demedidas para a gestão desta.

Objetivos Específicos:

10.1.1. Instituir e implementar programa nacional de inventários biológicos integrados a estudosdo meio físico, com ênfase em grupos taxonômicos megadiversos abrangendo os diferentes habitats eregiões geográficas do país, preferencialmente realizados em áreas prioritárias para conservação,estabelecendo-se protocolos mínimos padronizados para coleta, com obrigatoriedade do uso decoordenadas geográficas (georreferenciamento).

10.1.2. Promover e apoiar pesquisas voltadas a estudos taxonômicos de todas as espécies queocorrem no Brasil e para a caracterização e classificação da biodiversidade brasileira.

10.1.3. Instituir um sistema nacional, coordenado e compartilhado, de registro de espéciesdescritas em território brasileiro e nas demais áreas sob jurisdição nacional, criando, apoiando,consolidando e integrando coleções científicas e centros de referência nacionais e regionais.

10.1.4. Elaborar e manter atualizadas listas de espécies endêmicas e ameaçadas no país, demodo articulado com as listas estaduais e regionais.

10.1.5. Promover pesquisas para identificar as características ecológicas, a diversidade genéticae a viabilidade populacional das espécies de plantas, animais, fungos e microrganismos endêmicas eameaçadas no Brasil, a fim de subsidiar ações de recuperação, regeneração, utilização sustentável econservação destas.

10.1.6. Promover pesquisas para determinar propriedades e características ecológicas,biológicas e genéticas das espécies de maior interesse para conservação e utilização socioeconômicasustentável, principalmente espécies nativas utilizadas para fins econômicos ou que possuam grandevalor para povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais.

10.1.7. Mapear a diversidade e a distribuição das variedades locais de espécies domesticadas eseus parentes silvestres.

10.1.8. Inventariar e mapear as espécies exóticas invasoras e as espécies-problema, bem comoos ecossistemas em que foram introduzidas para nortear estudos dos impactos gerados e ações decontrole.

10.1.9. Promover a avaliação sistemática das metodologias empregadas na realização deinventários.

10.1.10. Estabelecer mecanismos para exigir, por parte do empreendedor, de realização deinventário da biodiversidade daqueles ambientes especiais (por exemplo canga ferrífera, platôsresiduais) altamente ameaçados pela atividade de exploração econômica, inclusive a mineral.

10.1.11. Apoiar a formação de recursos humanos nas áreas de taxonomia, incluindo taxônomose auxiliares (parataxônomos).

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10.1.12. Promover a recuperação e a síntese das informações existentes no acervo científicobrasileiro, principalmente teses e dissertações.

10.1.13. Promover o mapeamento da biodiversidade em todo o território nacional, gerar edistribuir amplamente mapas da biodiversidade brasileira, resguardando-se o devido sigilo deinformações de interesse nacional.

10.1.14. Promover a repatriação das informações sobre a biodiversidade brasileira existentes noexterior.

10.2. Segunda diretriz: Promoção de pesquisas ecológicas e estudos sobre o papeldesempenhado pelos seres vivos na funcionalidade dos ecossistemas e sobre os impactos dasmudanças globais na biodiversidade.

Objetivos Específicos:

10.2.1. Promover pesquisas para determinar as propriedades ecológicas das espécies e asformas de sinergia entre estas, visando a compreender sua importância nos ecossistemas.

10.2.2. Promover estudos, preferencialmente nas áreas prioritárias para conservação dabiodiversidade e nas unidades de conservação, sobre o funcionamento de comunidades e ecossistemas,sobre dinâmica e situação das populações e sobre avaliação de estoques e manejo dos componentes dabiodiversidade.

10.2.3. Fortalecer e expandir pesquisas ecológicas de longa duração, preferencialmente emunidades de conservação.

10.2.4. Promover pesquisas para determinar o efeito da dinâmica das mudanças globais sobre abiodiversidade e a participação das espécies nos processos de fluxo de matéria e energia e dehomeostase nos ecossistemas.

10.2.5. Promover pesquisas sobre os efeitos das alterações ambientais causadas pelafragmentação de habitats na perda da biodiversidade, com ênfase nas áreas com maiores níveis dedesconhecimento, de degradação e de perda de recursos genéticos.

10.2.6. Promover o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de ferramentas de modelagem deecossistemas.

10.2.7. Promover e apoiar a pesquisa sobre impacto das alterações ambientais na produçãoagropecuária e na saúde humana, com ênfase em dados para as análises de risco promovidas pelosórgãos competentes das áreas ambiental, sanitária e fitossanitária.

10.3. Terceira diretriz: Promoção de pesquisas para a gestão da biodiversidade. Apoio àprodução de informação e de conhecimento sobre os componentes da biodiversidade nos diferentesbiomas para subsidiar a gestão da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

10.3.1. Promover e apoiar pesquisa sobre biologia da conservação para os diferentesecossistemas do país e particularmente para os componentes da biodiversidade ameaçados.

10.3.2. Promover e apoiar desenvolvimento de pesquisa e tecnologia sobre conservação eutilização sustentável da biodiversidade, especialmente sobre a propagação e o desenvolvimento deespécies nativas com potencial medicinal, agrícola e industrial.

10.3.3. Desenvolver estudos para o manejo da conservação e utilização sustentável dabiodiversidade nas reservas legais das propriedades rurais, conforme previsto no Código Florestal.

10.3.4. Fomentar a pesquisa em técnicas de prevenção, recuperação e restauração de áreas emprocesso de desertificação, fragmentação ou degradação ambiental, que utilizem a biodiversidade.

10.3.5. Promover e apoiar pesquisas sobre sanidade da vida silvestre e estabelecer mecanismospara que seus dados sejam incorporados na gestão da biodiversidade.

10.3.6. Promover e apoiar pesquisas para subsidiar a prevenção, erradicação e controle deespécies exóticas invasoras e espécies-problema que ameacem a biodiversidade, atividades daagricultura, pecuária, silvicultura e aqüicultura e a saúde humana.

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10.3.7. Apoiar estudos sobre o valor dos componentes da biodiversidade e dos serviçosambientais associados.

10.3.8. Apoiar estudos que promovam a utilização sustentável da biodiversidade em benefício depovos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, assegurando sua participação direta.

10.3.9. Atualizar as avaliações de áreas e ações prioritárias para conservação, utilizaçãosustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade.

10.3.10. Definir estratégias de pesquisa multidisciplinar em biodiversidade.

10.4. Quarta diretriz: Promoção de pesquisas sobre o conhecimento tradicional de povosindígenas, quilombolas e outras comunidades locais. Apoio a estudos para organização e sistematizaçãode informações e procedimentos relacionados ao conhecimento tradicional associado à biodiversidade,com consentimento prévio informado das populações envolvidas e em conformidade com a legislaçãovigente e com os objetivos específicos estabelecidos na segunda diretriz do Componente 5, prevista noitem 14.2.

Objetivos Específicos:

10.4.1. Desenvolver estudos e metodologias para a elaboração e implementação deinstrumentos econômicos e regime jurídico específico que possibilitem a repartição justa e eqüitativa debenefícios, compensação econômica e outros tipos de compensação para os detentores dosconhecimentos tradicionais associados, segundo as demandas por eles definidas.

10.4.2. Desenvolver estudos acerca do conhecimento, inovações e práticas dos povosindígenas, quilombolas e outras comunidades locais, respeitando, resgatando, mantendo e preservandoos valores culturais agregados a estes conhecimentos, inovações e práticas, e assegurando aconfidencialidade das informações obtidas, sempre que solicitado pelas partes detentoras destes ouquando a sua divulgação possa ocasionar dano à integridade social, ambiental ou cultural destascomunidades ou povos detentores destes conhecimentos.

10.4.3. Apoiar estudos e iniciativas de povos indígenas, quilombos e outras comunidades locaisde sistematização de seus conhecimentos, inovações e práticas, com ênfase nos temas de valoração,valorização, conservação e utilização sustentável dos recursos da biodiversidade.

10.4.4. Promover estudos e iniciativas de diferentes setores da sociedade voltados para avaloração, valorização, conhecimento, conservação e utilização sustentável dos saberes tradicionais depovos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, assegurando a participação direta dosdetentores desse conhecimento tradicional.

10.4.5. Promover iniciativas que agreguem povos indígenas, quilombolas, outras comunidadeslocais e comunidades científicas para informar e fazer intercâmbio dos aspectos legais e científicos sobrea pesquisa da biodiversidade e sobre as atividades de bioprospecção.

10.4.6. Promover a divulgação junto a povos indígenas, quilombolas e outras comunidadeslocais dos resultados das pesquisas que envolvam seus conhecimentos e dos institutos jurídicosrelativos aos seus direitos.

10.4.7. Apoiar e estimular a pesquisa sobre o saber tradicional (conhecimentos, práticas einovações) de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, assegurando a suaintegridade sociocultural, a posse e o usufruto de suas terras.

Do Componente 2 da Política Nacional da Biodiversidade - Conservação daBiodiversidade

11. Objetivo Geral: Promover a conservação, in situ e ex situ, dos componentes dabiodiversidade, incluindo variabilidade genética, de espécies e de ecossistemas, bem como dos serviçosambientais mantidos pela biodiversidade.

11.1. Primeira diretriz: Conservação de ecossistemas. Promoção de ações de conservação insitu da biodiversidade e dos ecossistemas em áreas não estabelecidas como unidades de conservação,mantendo os processos ecológicos e evolutivos e a oferta sustentável dos serviços ambientais.

Objetivos Específicos:

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11.1.1. Fortalecer a fiscalização para controle de atividades degradadoras e ilegais:desmatamento, destruição de habitats, caça, aprisionamento e comercialização de animais silvestres ecoleta de plantas silvestres.

11.1.2. Desenvolver estudos e metodologias participativas que contribuam para a definição daabrangência e do uso de zonas de amortecimento para as unidades de conservação.

11.1.3. Planejar, promover, implantar e consolidar corredores ecológicos e outras formas deconectividade de paisagens, como forma de planejamento e gerenciamento regional da biodiversidade,incluindo compatibilização e integração das reservas legais, áreas de preservação permanentes e outrasáreas protegidas.

11.1.4. Apoiar ações para elaboração dos zoneamentos ecológico-econômicos, de abrangêncianacional, regional, estadual, municipal ou em bacias hidrográficas, com enfoque para o estabelecimentode unidades de conservação, e adotando suas conclusões, com diretrizes e roteiro metodológicomínimos comuns e com transparência, rigor científico e controle social.

11.1.5. Promover e apoiar estudos de melhoria dos sistemas de uso e de ocupação da terra,assegurando a conservação da biodiversidade e sua utilização sustentável, em áreas fora de unidadesde conservação de proteção integral e inclusive em terras indígenas, quilombolas e de outrascomunidades locais, com especial atenção às zonas de amortecimento de unidades de conservação.

11.1.6. Propor uma agenda de implementação de áreas e ações prioritárias para conservação dabiodiversidade em cada estado e bioma brasileiro.

11.1.7. Promover e apoiar a conservação da biodiversidade no interior e no entorno de terrasindígenas, de quilombolas e de outras comunidades locais, respeitando o uso etnoambiental doecossistema pelos seus ocupantes.

11.1.8. Fortalecer mecanismos de incentivos para o setor privado e para comunidades locaiscom adoção de iniciativas voltadas à conservação da biodiversidade.

11.1.9. Criar mecanismos de incentivos à recuperação e à proteção de áreas de preservaçãopermanente e de reservas legais previstas em Lei.

11.1.10. Criar estratégias para a conservação de ecossistemas pioneiros, garantindo suarepresentatividade e função.

11.1.11. Estabelecer uma iniciativa nacional para conservação e recuperação da biodiversidadede águas interiores, da zona costeira e da zona marinha.

11.1.12. Articular ações com o órgão responsável pelo controle sanitário e fitossanitário comvistas à troca de informações para impedir a entrada no país de espécies exóticas invasoras que possamafetar a biodiversidade.

11.1.13. Promover a prevenção, a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras quepossam afetar a biodiversidade.

11.1.14. Promover ações de conservação visando a manutenção da estrutura e dos processosecológicos e evolutivos e a oferta sustentável dos serviços ambientais.

11.1.15. Conservar a biodiversidade dos ecossistemas, inclusive naqueles sob sistemasintensivos de produção econômica, como seguro contra mudanças climáticas e alterações ambientais eeconômicas imprevistas, preservando a capacidade dos componentes da biodiversidade se adaptarem amudanças, inclusive as climáticas.

11.2. Segunda diretriz: Conservação de ecossistemas em unidades de conservação. Promoçãode ações de conservação in situ da biodiversidade dos ecossistemas nas unidades de conservação,mantendo os processos ecológicos e evolutivos, a oferta sustentável dos serviços ambientais e aintegridade dos ecossistemas.

Objetivos Específicos:

11.2.1. Apoiar e promover a consolidação e a expansão do Sistema Nacional de Unidades deConservação da Natureza - SNUC, com atenção particular para as unidades de proteção integral,garantindo a representatividade dos ecossistemas e das ecorregiões e a oferta sustentável dos serviçosambientais e a integridade dos ecossistemas.

Plano de Manejo da APA João Leite242

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11.2.2. Promover e apoiar o desenvolvimento de mecanismos técnicos e econômicos para aimplementação efetiva de unidades de conservação.

11.2.3. Apoiar as ações do órgão oficial de controle fitossanitário com vistas a evitar a introduçãode pragas e espécies exóticas invasoras em áreas no entorno e no interior de unidades de conservação.

11.2.4. Incentivar o estabelecimento de processos de gestão participativa, propiciando a tomadade decisões com participação da esfera federal, da estadual e da municipal do Poder Público e dossetores organizados da sociedade civil, em conformidade com a Lei do Sistema Nacional de Unidadesde Conservação da Natureza - SNUC.

11.2.5. Incentivar a participação do setor privado na conservação in situ, com ênfase na criaçãode Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN, e no patrocínio de unidade de conservaçãopública.

11.2.6. Promover a criação de unidades de conservação de proteção integral e de usosustentável, levando-se em consideração a representatividade, conectividade e complementaridade daunidade para o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

11.2.7. Desenvolver mecanismos adicionais de apoio às unidades de conservação de proteçãointegral e de uso sustentável, inclusive pela remuneração dos serviços ambientais prestados.

11.2.8. Promover o desenvolvimento e a implementação de um plano de ação para solucionar osconflitos devidos à sobreposição de unidades de conservação, terras indígenas e de quilombolas.

11.2.9. Incentivar e apoiar a criação de unidades de conservação marinhas com diversos grausde restrição e de exploração.

11.2.10. Conservar amostras representativas e suficientes da totalidade da biodiversidade, dopatrimônio genético nacional (inclusive de espécies domesticadas), da diversidade de ecossistemas e daflora e fauna brasileira (inclusive de espécies ameaçadas), como reserva estratégica para usufrutofuturo.

11.3. Terceira diretriz: Conservação in situ de espécies. Consolidação de ações de conservaçãoin situ das espécies que compõem a biodiversidade, com o objetivo de reduzir a erosão genética, depromover sua conservação e utilização sustentável, particularmente das espécies ameaçadas, bemcomo dos processos ecológicos e evolutivos a elas associados e de manter os serviços ambientais.

Objetivos Específicos:

11.3.1. Criar, identificar e estabelecer iniciativas, programas e projetos de conservação erecuperação de espécies ameaçadas, endêmicas ou insuficientemente conhecidas.

11.3.2. Identificar áreas para criação de novas unidades de conservação, baseando-se nasnecessidades das espécies ameaçadas.

11.3.3. Fortalecer e disseminar mecanismos de incentivo para empresas privadas ecomunidades que desenvolvem projetos de conservação de espécies ameaçadas.

11.3.4. Implementar e aperfeiçoar o sistema de autorização, vigilância e acompanhamento decoleta de material biológico e de componentes do patrimônio genético.

11.3.5. Promover a regulamentação e a implementação de reservas genéticas para protegervariedades locais de espécies silvestres usadas no extrativismo, na agricultura e na aqüicultura.

11.3.6. Implementar ações para maior proteção de espécies ameaçadas dentro e fora deunidades de conservação.

11.3.7. Promover e aperfeiçoar as ações de manejo de espécies-problema em situação dedescontrole populacional.

11.3.8. Estabelecer mecanismos para tornar obrigatória a inclusão, em parte ou no todo, deambientes especiais que apresentam alto grau de endemismo ou contenham espécies ameaçadas nasZonas Intangíveis das Unidades de Conservação de Uso Sustentável.

11.3.9. Estabelecer medidas de proteção das espécies ameaçadas nas terras indígenas e nasterras de quilombolas.

Plano de Manejo da APA João Leite243

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11.4. Quarta diretriz: Conservação ex situ de espécies. Consolidação de ações de conservaçãoex situ de espécies e de sua variabilidade genética, com ênfase nas espécies ameaçadas e nasespécies com potencial de uso econômico, em conformidade com os objetivos específicos estabelecidosnas diretrizes do Componente 5.

Objetivos Específicos:

11.4.1. Desenvolver estudos para a conservação ex situ de espécies, com ênfase nas espéciesameaçadas e nas espécies com potencial de uso econômico.

11.4.2. Desenvolver, promover e apoiar estudos e estabelecer metodologias para conservação emanutenção dos bancos de germoplasma das espécies nativas e exóticas de interesse científico ecomercial.

11.4.3. Promover a manutenção, a caracterização e a documentação do germoplasma deplantas, animais, fungos e microrganismos contido nas instituições científicas e nos centros nacionais eregionais, de maneira a estabelecer coleções nucleares para fomentar programas de melhoramentogenético.

11.4.4. Integrar iniciativas, planos e programas de conservação ex situ de espécies, com ênfasenas espécies ameaçadas e nas espécies com potencial de uso econômico.

11.4.5. Promover a conservação ex situ visando à obtenção de matrizes animais e vegetais,inclusive microrganismos, de espécies ameaçadas ou com potencial de uso econômico para formaçãode coleções vivas representativas.

11.4.6. Ampliar, fortalecer e integrar o sistema de herbários, museus zoológicos, coleçõesetnobotânicas, criadouros de vida silvestre, jardins botânicos, arboretos, hortos florestais, coleçõeszoológicas, coleções botânicas, viveiros de plantas nativas, coleções de cultura de microrganismos,bancos de germoplasma vegetal, núcleos de criação animal, zoológicos, aquários e oceanários.

11.4.7. Integrar jardins botânicos, zoológicos e criadouros de vida silvestre aos planos nacionaisde conservação de recursos genéticos animais e vegetais e de pesquisa ambiental, especialmente emáreas de alto endemismo.

11.4.8. Criar e fortalecer centros de triagem de animais e plantas silvestres, integrando-os aosistema de zoológicos e jardins botânicos, para serem transformados em centros de conservação defauna e de flora.

11.4.9. Criar centros e promover iniciativas para a reprodução de espécies ameaçadas,utilizando técnicas como inseminação artificial, fertilização in vitro, entre outras.

11.4.10. Incentivar a participação do setor privado na estratégia de conservação ex situ dabiodiversidade.

11.4.11. Promover medidas e iniciativas para o enriquecimento da variabilidade genéticadisponível nos bancos de germoplasma, estabelecendo coleções representativas do patrimônio genético(animal, vegetal e de microrganismos).

11.4.12. Estabelecer e apoiar iniciativas de coleta para aumentar a representatividade geográficados bancos de germoplasma.

11.4.13. Criar e manter bancos de germoplasma regionais e coleções de base para aconservação da variabilidade genética, promovendo principalmente a conservação de espécies nativassub-representadas em coleções, variedades locais, parentes silvestres, espécies raras, endêmicas,ameaçadas ou com potencial econômico.

11.4.14. Estabelecer iniciativas de coleta, reintrodução e intercâmbio de espécies nativas deimportância socioeconômica, incluindo variedades locais de espécies domesticadas e de espéciesameaçadas, para manutenção de sua variabilidade genética.

11.4.15. Apoiar e subsidiar a conservação e a ampliação de bancos de germoplasma deespécies introduzidas, com fins econômicos ou ornamentais, mantidas por entidades de pesquisa,jardins botânicos, zoológicos e pela iniciativa privada.

11.4.16. Ampliar os programas nacionais de coleta e conservação de microrganismos do solo deinteresse econômico.

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11.4.17. Integrar as ações de conservação ex situ com as ações de gestão do acesso a recursosgenéticos e repartição de benefícios derivados da utilização do conhecimento tradicional.

11.4.18. Apoiar as ações de órgão oficial de controle sanitário e fitossanitário no que diz respeitoao controle de espécies invasoras ou pragas.

11.5. Quinta diretriz: Instrumentos econômicos e tecnológicos de conservação dabiodiversidade. Desenvolvimento de instrumentos econômicos e tecnológicos para a conservação dabiodiversidade.

Objetivos Específicos:

11.5.1. Promover estudos para a avaliação da efetividade dos instrumentos econômicos para aconservação da biodiversidade.

11.5.2. Criar e consolidar legislação específica relativa ao uso de instrumentos econômicos quevisem ao estímulo à conservação da biodiversidade, associado ao processo de reforma tributária.

11.5.3. Desenvolver instrumentos econômicos e legais para reduzir as pressões antrópicas sobrea biodiversidade, associado ao processo de reforma tributária.

11.5.4. Desenvolver instrumentos econômicos e instrumentos legais para cobrança pública,quando couber, pelo uso de serviços ambientais, associado ao processo de reforma tributária.

11.5.5. Promover a internalização de custos e benefícios da conservação da biodiversidade(bens e serviços) na contabilidade pública e privada.

11.5.6. Estimular mecanismos para reversão dos benefícios da cobrança pública pelo uso deserviços ambientais da biodiversidade para a sua conservação.

11.5.7. Criar e implantar mecanismos tributários, creditícios e de facilitação administrativaespecíficos para proprietários rurais que mantêm reservas legais e áreas de preservação permanenteprotegidas.

11.5.8. Aprimorar os instrumentos legais existentes de estímulo à conservação da biodiversidadepor meio do imposto sobre circulação de mercadoria (ICMS Ecológico) e incentivar sua adoção em todosos estados da federação, incentivando a aplicação dos recursos na gestão da biodiversidade.

Do Componente 3 da Política Nacional da Biodiversidade - Utilização Sustentável dosComponentes da Biodiversidade

12. Objetivo Geral: Promover mecanismos e instrumentos que envolvam todos os setoresgovernamentais e não-governamentais, públicos e privados, que atuam na utilização de componentes dabiodiversidade, visando que toda utilização de componentes da biodiversidade seja sustentável econsiderando não apenas seu valor econômico, mas também os valores ambientais, sociais e culturaisda biodiversidade.

12.1. Primeira diretriz: Gestão da biotecnologia e da biossegurança. Elaboração eimplementação de instrumentos e mecanismos jurídicos e econômicos que incentivem odesenvolvimento de um setor nacional de biotecnologia competitivo e de excelência, com biossegurançae com atenção para as oportunidades de utilização sustentável de componentes do patrimônio genético,em conformidade com a legislação vigente e com as diretrizes e objetivos específicos estabelecidos noComponente 5.

Objetivos Específicos:

12.1.1. Elaborar e implementar códigos de ética para a biotecnologia e a bioprospecção, deforma participativa, envolvendo os diferentes segmentos da sociedade brasileira, com base na legislaçãovigente.

12.1.2. Consolidar a regulamentação dos usos de produtos geneticamente modificados, combase na legislação vigente, em conformidade com o princípio da precaução e com análise de risco dospotenciais impactos sobre a biodiversidade, a saúde e o meio ambiente, envolvendo os diferentessegmentos da sociedade brasileira, garantindo a transparência e o controle social destes e com aresponsabilização civil, criminal e administrativa para introdução ou difusão não autorizada deorganismos geneticamente modificados que ofereçam riscos ao meio ambiente e à saúde humana.

Plano de Manejo da APA João Leite245

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12.1.3. Consolidar a estruturação, tanto na composição quanto os procedimentos de operação,dos órgãos colegiados que tratam da utilização da biodiversidade, especialmente a Comissão TécnicaNacional de Biossegurança - CTNBio e o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético - CGEN.

12.1.4. Fomentar a criação e o fortalecimento de instituições nacionais e de grupos de pesquisanacionais, públicos e privados, especializados em bioprospecção, biotecnologia e biossegurança,inclusive apoiando estudos e projetos para a melhoria dos conhecimentos sobre a biossegurança eavaliação de conformidade de organismos geneticamente modificados e produtos derivados.

12.1.6. Apoiar e fomentar a formação de empresas nacionais dedicadas à pesquisa científica etecnológica, à agregação de valor, à conservação e à utilização sustentável dos recursos biológicos egenéticos.

12.1.7. Apoiar e fomentar a formação de parcerias entre instituições científicas públicas eprivadas, inclusive empresas nacionais de tecnologia, com suas congêneres estrangeiras, objetivandoestabelecer e consolidar as cadeias de agregação de valor, comercialização e retorno de benefíciosrelativos a negócios da biodiversidade.

12.1.8. Apoiar e fomentar a formação de pessoal pós-graduado especializado em administraçãode negócios sustentáveis com biodiversidade, com o objetivo de seu aproveitamento pelos sistemaspúblicos e privados ativos no setor, conferindo ao país condições adequadas de interlocução com seusparceiros estrangeiros.

12.1.9. Exigir licenciamento ambiental de atividades e empreendimentos que façam uso deOrganismos Geneticamente Modificados - OGM e derivados, efetiva ou potencialmente poluidores, nostermos da legislação vigente.

12.1.10. Apoiar a implementação da infra-estrutura e capacitação de recursos humanos dosórgãos públicos e instituições privadas para avaliação de conformidade de material biológico, certificaçãoe rotulagem de produtos, licenciamento ambiental e estudo de impacto ambiental.

12.2. Segunda diretriz: Gestão da utilização sustentável dos recursos biológicos. Estruturação desistemas reguladores da utilização dos recursos da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

12.2.1. Criar e consolidar programas de manejo e regulamentação de atividades relacionadas àutilização sustentável da biodiversidade.

12.2.2. Promover o ordenamento e a gestão territorial das áreas de exploração dos recursosambientais, de acordo com a capacidade de suporte destes e de forma integrada com os esforços deconservação in situ da biodiversidade.

12.2.3. Implementar ações que atendam às demandas de povos indígenas, de quilombolas e deoutras comunidades locais, quanto às prioridades relacionadas à conservação e à utilização sustentáveldos recursos biológicos existentes em seus territórios, salvaguardando os princípios e a legislaçãoinerentes à matéria e assegurando a sua sustentabilidade nos seus locais de origem.

12.2.4. Desenvolver e apoiar programas, ações e medidas que promovam a conservação e autilização sustentável da agrobiodiversidade.

12.2.5. Promover políticas e programas visando à agregação de valor e à utilização sustentáveldos recursos biológicos.

12.2.6. Promover programas de apoio a pequenas e médias empresas, que utilizem recursos dabiodiversidade de forma sustentável.

12.2.7. Promover instrumentos para assegurar que atividades turísticas sejam compatíveis coma conservação e a utilização sustentável da biodiversidade.

12.2.8. Promover, de forma integrada, e quando legalmente permitido, a utilização sustentável derecursos florestais, madeireiros e não-madeireiros, pesqueiros e faunísticos, privilegiando o manejocertificado, a reposição, o uso múltiplo e a manutenção dos estoques.

12.2.9. Adaptar para as condições brasileiras e aplicar os princípios da AbordagemEcossistêmica no manejo da biodiversidade.

Plano de Manejo da APA João Leite246

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12.3. Terceira diretriz: Instrumentos econômicos, tecnológicos e incentivo às práticas e aosnegócios sustentáveis para a utilização da biodiversidade. Implantação de mecanismos, inclusive fiscaise financeiros, para incentivar empreendimentos e iniciativas produtivas de utilização sustentável dabiodiversidade.

Objetivos Específicos:

12.3.1. Criar e consolidar legislação específica, relativa ao uso de instrumentos econômicos quevisem ao estímulo à utilização sustentável da biodiversidade.

12.3.2. Criar e fortalecer mecanismos de incentivos fiscais e de crédito, para criação e aplicaçãode tecnologias, empreendimentos e programas relacionados com a utilização sustentável dabiodiversidade.

12.3.3. Promover incentivos econômicos para o desenvolvimento e a consolidação de práticas enegócios realizados em unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável, emterritórios quilombolas, terras indígenas e demais espaços territoriais sob proteção formal do PoderPúblico.

12.3.4. Promover a internalização de custos e benefícios da utilização da biodiversidade (bens eserviços) na contabilidade pública e privada.

12.3.5. Identificar, avaliar e promover experiências, práticas, tecnologias, negócios e mercadospara produtos oriundos da utilização sustentável da biodiversidade, incentivando a certificação voluntáriade processos e produtos, de forma participativa e integrada.

12.3.6. Estimular o uso de instrumentos voluntários de certificação de produtos, processos,empresas, órgãos do governo e outras formas de organizações produtivas relacionadas com a utilizaçãosustentável da biodiversidade, inclusive nas compras do governo.

12.3.7. Promover a inserção de espécies nativas com valor comercial no mercado interno eexterno, bem como a diversificação da utilização sustentável destas espécies.

12.3.8. Estimular a interação e a articulação dos agentes da Política Nacional da Biodiversidadecom o setor empresarial para identificar oportunidades de negócios com a utilização sustentável doscomponentes da biodiversidade.

12.3.9. Apoiar as comunidades locais na identificação e no desenvolvimento de práticas enegócios sustentáveis.

12.3.10. Apoiar, de forma integrada, a domesticação e a utilização sustentável de espéciesnativas da flora, da fauna e dos microrganismos com potencial econômico.

12.3.11. Estimular a implantação de criadouros de animais silvestres e viveiros de plantasnativas para consumo e comercialização.

12.3.12. Estimular a utilização sustentável de produtos não madeireiros e as atividades deextrativismo sustentável, com agregação de valor local por intermédio de protocolos para produção ecomercialização destes produtos.

12.3.13. Estimular a implantação de projetos baseados no Mecanismo de DesenvolvimentoLimpo do Protocolo de Quioto que estejam de acordo com a conservação e utilização sustentável dabiodiversidade.

12.3.14. Incentivar políticas de apoio a novas empresas, visando à agregação de valor, àconservação, à utilização sustentável dos recursos biológicos e genéticos.

12.4. Quarta diretriz: Utilização da biodiversidade nas unidades de conservação de usosustentável. Desenvolvimento de métodos para a utilização sustentável da biodiversidade e indicadorespara medir sua efetividade nas unidades de conservação de uso sustentável.

Objetivos Específicos:

12.4.1. Aprimorar métodos e criar novas tecnologias para a utilização de recursos biológicos,eliminando ou minimizando os impactos causados à biodiversidade.

12.4.2. Desenvolver estudos de sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural dautilização dos recursos biológicos.

Plano de Manejo da APA João Leite247

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12.4.3. Fomentar o desenvolvimento de projetos de utilização sustentável de recursos biológicosoriundos de associações e comunidades em unidades de conservação de uso sustentável, de forma aintegrar com a conservação da biodiversidade.

12.4.4. Estabelecer critérios para que os planos de manejo de exploração de qualquer recursobiológico incluam o monitoramento dos processos de recuperação destes recursos.

Do Componente 4 da Política Nacional da Biodiversidade - Monitoramento, Avaliação,Prevenção e Mitigação de Impactos sobre a Biodiversidade.

13. Objetivo Geral: estabelecer formas para o desenvolvimento de sistemas e procedimentos demonitoramento e de avaliação do estado da biodiversidade brasileira e das pressões antrópicas sobre abiodiversidade, para a prevenção e a mitigação de impactos sobre a biodiversidade.

13.1. Primeira diretriz: Monitoramento da biodiversidade. Monitoramento do estado das pressõese das respostas dos componentes da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

13.1.1. Apoiar o desenvolvimento de metodologias e de indicadores para o monitoramento doscomponentes da biodiversidade dos ecossistemas e dos impactos ambientais responsáveis pela suadegradação, inclusive aqueles causados pela introdução de espécies exóticas invasoras e de espécies-problema.

13.1.2. Implantar e fortalecer sistema de indicadores para monitoramento permanente dabiodiversidade, especialmente de espécies ameaçadas e nas unidades de conservação, terrasindígenas, terras de quilombolas, áreas de manejo de recursos biológicos, reservas legais e nas áreasindicadas como prioritárias para conservação.

13.1.3. Integrar o sistema de monitoramento da biodiversidade com os sistemas demonitoramento de outros recursos naturais existentes.

13.1.4. Expandir, consolidar e atualizar um sistema de vigilância e proteção para todos osbiomas, incluindo o Sistema de Vigilância da Amazônia, com transparência e controle social e com oacesso permitido às informações obtidas pelo sistema por parte das comunidades envolvidas, incluindoas populações localmente inseridas e as instituições de pesquisa ou ensino.

13.1.5. Instituir sistema de monitoramento do impacto das mudanças globais sobre distribuição,abundância e extinção de espécies.

13.1.6. Implantar sistema de identificação, monitoramento e controle das áreas de reserva legale de preservação permanente.

13.1.7. Estimular o desenvolvimento de programa de capacitação da população local, visando àsua participação no monitoramento da biodiversidade.

13.1.8. Apoiar as ações do órgão oficial responsável pela sanidade e pela fitossanidade comvistas em monitorar espécies exóticas invasoras para prevenir e mitigar os impactos de pragas edoenças na biodiversidade.

13.1.9. Realizar o mapeamento periódico de áreas naturais remanescentes em todos os biomas.

13.1.10. Promover o automonitoramento e sua publicidade.

13.2. Segunda diretriz: Avaliação, prevenção e mitigação de impactos sobre os componentes dabiodiversidade. Estabelecimento de procedimentos de avaliação, prevenção e mitigação de impactossobre os componentes da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

13.2.1. Criar capacidade nos órgãos responsáveis pelo licenciamento ambiental no país paraavaliação de impacto sobre a biodiversidade.

13.2.2. Identificar e avaliar as políticas públicas e não-governamentais que afetamnegativamente a biodiversidade.

13.2.3. Fortalecer os sistemas de licenciamento, fiscalização e monitoramento de atividadesrelacionadas com a biodiversidade.

Plano de Manejo da APA João Leite248

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13.2.4. Promover a integração entre o Zoneamento Ecológico-Econômico e as ações delicenciamento ambiental, especialmente por intermédio da realização de Avaliações AmbientaisEstratégicas feitas com uma escala regional.

13.2.5. Apoiar políticas, programas e projetos de avaliação, prevenção e mitigação de impactossobre a biodiversidade, inclusive aqueles relacionados com programas e planos de desenvolvimentonacional, regional e local.

13.2.6. Apoiar a realização de análises de risco e estudos dos impactos da introdução deespécies exóticas potencialmente invasoras, espécies potencialmente problema e outras que ameacema biodiversidade, as atividades econômicas e a saúde da população, e a criação e implementação demecanismos de controle.

13.2.7. Promover e aperfeiçoar ações de prevenção, controle e erradicação de espécies exóticasinvasoras e de espécies-problema.

13.2.8. Apoiar estudos de impacto da fragmentação de habitats sobre a manutenção dabiodiversidade.

13.2.9. Desenvolver estudos de impacto ambiental e implementar medidas de controle dos riscosassociados ao desenvolvimento biotecnológico sobre a biodiversidade, especialmente quanto àutilização de organismos geneticamente modificados, quando potencialmente causador de significativadegradação do meio ambiente.

13.2.10. Aperfeiçoar procedimentos e normas de coleta de espécies nativas com fins técnico-científicos com vistas na mitigação de seu potencial impacto sobre a biodiversidade.

13.2.11. Desenvolver iniciativas de sensibilização e capacitação de entidades da sociedade civilem práticas de monitoramento e fiscalização da utilização dos recursos biológicos.

13.2.12. Promover, juntamente com os diversos atores envolvidos, o planejamento da gestão dabiodiversidade nas zonas de fronteiras agrícolas, visando a minimizar os impactos ambientais sobre abiodiversidade.

13.2.13. Intensificar e garantir a eficiência do combate à caça ilegal e ao comércio ilegal deespécies e de variedades agrícolas.

13.2.14. Desenvolver instrumentos de cobrança e aplicação de recursos auferidos pelo uso deserviços ambientais para reduzir as pressões antrópicas sobre a biodiversidade.

13.2.15. Apoiar a realização de inventário das fontes de poluição da biodiversidade e de seusníveis de risco nos biomas.

13.2.16. Apoiar ações de zoneamento e identificação de áreas críticas, por bacias hidrográficas,para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos.

13.2.18. Apoiar estudos de impacto sobre a biodiversidade nas diferentes bacias hidrográficas,sobretudo nas matas ribeirinhas, cabeceiras, olhos d´água e outras áreas de preservação permanente eem áreas críticas para a conservação de recursos hídricos.

13.2.19. Estabelecer mecanismos para determinar a realização de estudos de impactoambiental, inclusive Avaliação Ambiental Estratégica, em projetos e empreendimentos de larga escala,inclusive os que possam gerar impactos agregados, que envolvam recursos biológicos, inclusive aquelesque utilizem espécies exóticas e organismos geneticamente modificados, quando potencialmentecausadores de significativa degradação do meio ambiente.

13.3. Terceira diretriz: Recuperação de ecossistemas degradados e dos componentes dabiodiversidade sobreexplotados. Estabelecimento de instrumentos que promovam a recuperação deecossistemas degradados e de componentes da biodiversidade sobreexplotados.

Objetivos Específicos:

13.3.1. Promover estudos e programas adaptados para conservação e recuperação de espéciesameaçadas ou sobreexplotadas e de ecossistemas sob pressão antrópica, de acordo com o Princípio doPoluidor-Pagador.

Plano de Manejo da APA João Leite249

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13.3.2. Promover a recuperação, a regeneração e o controle da cobertura vegetal e dos serviçosambientais a ela relacionados em áreas alteradas, degradadas e em processo de desertificação earenização, inclusive para a captura de carbono, de acordo com o Princípio do Poluidor-Pagador.

13.3.3. Promover a recuperação de estoques pesqueiros sobreexplotados, inclusive pelaidentificação de espécies alternativas para o redirecionamento do esforço de pesca.

13.3.4. Estimular as pesquisas paleoecológicas como estratégicas para a recuperação deecossistemas naturais.

13.3.5. Apoiar povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais na elaboração e naaplicação de medidas corretivas em áreas degradadas, onde a biodiversidade tenha sido reduzida.

13.3.6. Identificar e apoiar iniciativas, programas, tecnologias e projetos de obtenção degermoplasma, reintrodução e translocação de espécies nativas, especialmente as ameaçadas,observando estudos e indicações referentes à sanidade dos ecossistemas.

13.3.7. Apoiar iniciativas nacionais e estaduais de promoção do estudo e de difusão detecnologias de restauração ambiental e recuperação de áreas degradadas com espécies nativasautóctones.

13.3.8. Apoiar criação e consolidação de bancos de germoplasma como instrumento adicional derecuperação de áreas degradadas.

13.3.9. Criar unidades florestais nos estados brasileiros, para produção e fornecimento desementes e mudas para a execução de projetos de restauração ambiental e recuperação de áreasdegradadas, apoiados por universidades e centros de pesquisa no país.

13.3.10. Promover mecanismos de coordenação das iniciativas governamentais e de apoio àsiniciativas não-governamentais de proteção das áreas em recuperação natural.

13.3.11. Promover recuperação, revitalização e conservação da biodiversidade nas diferentesbacias hidrográficas, sobretudo nas matas ribeirinhas, nas cabeceiras, nos olhos d’água, em outrasáreas de preservação permanente e em áreas críticas para a conservação de recursos hídricos.

13.3.12. Promover ações de recuperação e restauração dos ecossistemas degradados e doscomponentes da biodiversidade marinha sobreexplotados.

Do Componente 5 da Política Nacional da Biodiversidade - Acesso aos RecursosGenéticos e aos Conhecimentos Tradicionais Associados e Repartição de Benefícios.

14. Objetivo Geral: Permitir o acesso controlado aos recursos genéticos, aos componentes dopatrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados com vistas à agregação de valormediante pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico e de forma que a sociedade brasileira, emparticular os povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, possam compartilhar, justa eeqüitativamente, dos benefícios derivados do acesso aos recursos genéticos, aos componentes dopatrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade.

14.1. Primeira diretriz: Acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios derivados dautilização dos recursos genéticos. Estabelecimento de um sistema controlado de acesso e de repartiçãojusta e eqüitativa de benefícios oriundos da utilização de recursos genéticos e de componentes dopatrimônio genético, que promova a agregação de valor mediante pesquisa científica e desenvolvimentotecnológico e que contribua para a conservação e para a utilização sustentável da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

14.1.1. Regulamentar e aplicar lei específica, e demais legislações necessárias, elaboradas comampla participação da sociedade brasileira, em particular da comunidade acadêmica, do setorempresarial, dos povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, para normalizar a relaçãoentre provedor e usuário de recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e deconhecimentos tradicionais associados, e para estabelecer as bases legais para repartição justa eeqüitativa de benefícios derivados da utilização destes.

14.1.2. Estabelecer mecanismos legais e institucionais para maior publicidade e para viabilizar aparticipação da sociedade civil (organizações não-governamentais, povos indígenas, quilombolas eoutras comunidades locais, setor acadêmico e setor privado) nos conselhos, comitês e órgãos

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colegiados que tratam do tema de gestão dos recursos genéticos e dos componentes do patrimôniogenético.

14.1.3. Identificar as necessidades e os interesses de povos indígenas, quilombolas, outrascomunidades locais, proprietários de terras, empresas tecnológicas nacionais e de agentes econômicos,órgãos governamentais, instituições de pesquisa e de desenvolvimento na regulamentação de sistemade acesso e de repartição justa e eqüitativa de benefícios oriundos da utilização de recursos genéticos edos componentes do patrimônio genético.

14.1.4. Definir as normas e os procedimentos para a coleta, o armazenamento e para a remessade recursos genéticos e de componentes do patrimônio genético para pesquisa e bioprospecção.

14.1.5. Implantar e aperfeiçoar mecanismos de acompanhamento, de controle social e denegociação governamental nos resultados da comercialização de produtos e processos oriundos dabioprospecção, associados à reversão de parte dos benefícios para fundos públicos destinados àpesquisa, à conservação e à utilização sustentável da biodiversidade.

14.1.6. Estabelecer contratos de exploração econômica da biodiversidade, cadastrados ehomologados pelo governo federal, com cláusulas claras e objetivas, e com cláusulas de repartição debenefícios aos detentores dos recursos genéticos, dos componentes do patrimônio genético e dosconhecimentos tradicionais associados acessados.

14.1.7. Apoiar ações para implementação de infra-estrutura, de recursos humanos e recursosmateriais em conselhos e órgãos colegiados que tratam da gestão de patrimônio genético, inclusive oConselho de Gestão do Patrimônio Genético.

14.2. Segunda diretriz: Proteção de conhecimentos, inovações e práticas de povos indígenas, dequilombolas e de outras comunidades locais e repartição dos benefícios decorrentes do uso dosconhecimentos tradicionais associados à biodiversidade. Desenvolvimento de mecanismos queassegurem a proteção e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados do uso deconhecimentos, inovações e práticas de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais,relevantes à conservação e à utilização sustentável da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

14.2.1. Estabelecer e implementar um regime legal sui generis de proteção a direitos intelectuaiscoletivos relativos à biodiversidade de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, com aampla participação destas comunidades e povos.

14.2.2. Estabelecer e implementar instrumentos econômicos e regime jurídico específico quepossibilitem a repartição justa e eqüitativa de benefícios derivados do acesso aos conhecimentostradicionais associados, com a compensação econômica e de outros tipos para os detentores dosconhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, segundo as demandas por estes definidas eresguardando seus valores culturais.

14.2.3. Estabelecer e implementar mecanismos para respeitar, preservar, resgatar, proteger aconfidencialidade e manter o conhecimento, as inovações e as práticas de povos indígenas, quilombolase outras comunidades locais.

14.2.4. Regulamentar e implementar mecanismos e instrumentos jurídicos que garantam aospovos indígenas, aos quilombolas e às outras comunidades locais a participação nos processos denegociação e definição de protocolos para acesso aos conhecimentos, inovações e práticas associadosà biodiversidade e repartição dos benefícios derivados do seu uso.

14.2.5. Desenvolver e implementar mecanismos sui generis de proteção do conhecimentotradicional e de repartição justa e eqüitativa de benefícios para os povos indígenas, quilombolas, outrascomunidades locais detentores de conhecimentos associados à biodiversidade, com a participaçãodestes e resguardados seus interesses e valores.

14.2.6. Estabelecer iniciativas visando à gestão e ao controle participativos de povos indígenas,quilombolas e outras comunidades locais na identificação e no cadastramento, quando couber, deconhecimentos tradicionais, inovações e práticas associados à utilização dos componentes dabiodiversidade.

14.2.7. Estabelecer, quando couber e com a participação direta dos detentores do conhecimentotradicional, mecanismo de cadastramento de conhecimentos tradicionais, inovações e práticas,

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associados à biodiversidade, de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, e de seupotencial para uso comercial, como uma das formas de prova quanto à origem destes conhecimentos.

14.2.8. Promover o reconhecimento e valorizar os direitos de povos indígenas, quilombolas eoutras comunidades locais, quanto aos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade e darelação de mútua dependência entre diversidade etnocultural e biodiversidade.

14.2.9. Elaborar e implementar código de ética para trabalho com povos indígenas, quilombolase outras comunidades locais, com a participação destes.

14.2.10. Assegurar o reconhecimento dos direitos intelectuais coletivos de povos indígenas,quilombolas e outras comunidades locais, e a necessária repartição de benefícios pelo uso deconhecimento tradicional associado à biodiversidade em seus territórios.

Do Componente 6 da Política Nacional da Biodiversidade - Educação, SensibilizaçãoPública, Informação e Divulgação sobre Biodiversidade.

15. Objetivo Geral: Sistematizar, integrar e difundir informações sobre a biodiversidade, seupotencial para desenvolvimento e a necessidade de sua conservação e de sua utilização sustentável,bem como da repartição dos benefícios derivados da utilização de recursos genéticos, de componentesdo patrimônio genético e do conhecimento tradicional associado, nos diversos níveis de educação, bemcomo junto à população e aos tomadores de decisão.

15.1. Primeira diretriz: Sistemas de informação e divulgação. Desenvolvimento de sistemanacional de informação e divulgação de informações sobre biodiversidade.

Objetivos Específicos:

15.1.1. Difundir informações para todos os setores da sociedade sobre biodiversidade brasileira.

15.1.2. Facilitar o acesso à informação e promover a divulgação da informação para a tomada dedecisões por parte dos diferentes produtores e usuários de bens e serviços advindos da biodiversidade.

15.1.3. Instituir e manter permanentemente atualizada uma rede de informação sobre gestão dabiodiversidade, promovendo e facilitando o acesso a uma base de dados disponível em meio eletrônico,integrando-a com iniciativas já existentes.

15.1.4. Identificar e catalogar as coleções biológicas (herbários, coleções zoológicas, demicrorganismos e de germoplasma) existentes no país, seguida de padronização e integração dasinformações sobre as mesmas.

15.1.5. Mapear e manter bancos de dados sobre variedade locais, parentes silvestres dasplantas nacionais cultivadas e de cultivares de uso atual ou potencial.

15.1.6. Instituir e implementar mecanismos para facilitar o acesso às informações sobre coleçõesde componentes da biodiversidade brasileira existentes no exterior e, quando couber, a repatriação domaterial associado à informação.

15.1.7. Apoiar e divulgar experiências de conservação e utilização sustentável da biodiversidade,inclusive por povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, quando houver consentimentodestes e desde que sejam resguardados os direitos sobre a propriedade intelectual e o interessenacional.

15.1.8. Divulgar os instrumentos econômicos, financeiros e jurídicos voltados para a gestão dabiodiversidade.

15.1.9. Organizar, promover a produção, distribuir e facilitar o acesso a materiais institucionais eeducativos sobre biodiversidade e sobre aspectos étnicos e culturais relacionados à biodiversidade.

15.1.10. Promover a elaboração e a sistematização de estudos de casos e lições aprendidasquanto à gestão sustentável da biodiversidade.

15.1.11. Criar mecanismos de monitoramento da utilização de dados, do acesso às redes debancos de dados e dos usuários dessas redes, visando à repartição dos benefícios oriundos do uso dasinformações disponíveis na rede.

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15.1.12. Promover e apoiar programas nacionais de publicações científicas sobre temasreferentes à biodiversidade, e incentivar a valorização das publicações nacionais relativas à diversidadebiológica das instituições ligadas à pesquisa e ao ensino.

15.2. Segunda diretriz: Sensibilização pública. Realização de programas e campanhas desensibilização sobre a biodiversidade.

Objetivos Específicos:

15.2.1. Promover e apoiar campanhas nacionais, regionais e locais para valorização e difusão deconhecimentos sobre a biodiversidade, ressaltando a importância e o valor da heterogeneidade dosdiferentes biomas para a conservação e para a utilização sustentável da biodiversidade.

15.2.2. Promover campanhas nacionais de valorização da diversidade cultural e dosconhecimentos tradicionais sobre a biodiversidade.

15.2.3. Promover campanhas junto aos setores produtivos, especialmente os setoresagropecuário, pesqueiro e de exploração mineral, e ao de pesquisas sobre a importância das reservaslegais e áreas de preservação permanentes no processo de conservação da biodiversidade.

15.2.4. Criar novos estímulos, tais como prêmios e concursos, que promovam o envolvimentodas populações na defesa das espécies ameaçadas e dos biomas submetidos a pressão antrópica,levando-se em consideração as especificidades regionais.

15.2.5. Promover e apoiar a sensibilização e a capacitação de tomadores de decisão,formadores de opinião e do setor empresarial quanto à importância da biodiversidade.

15.2.6. Estimular a atuação da sociedade civil organizada para a condução de iniciativas emeducação ambiental relacionadas à biodiversidade.

15.2.7. Divulgar informações sobre conhecimentos tradicionais, inovações e práticas de povosindígenas, quilombolas e outras de comunidades locais e sua importância na conservação dabiodiversidade, quando houver consentimento destes.

15.2.8. Sensibilizar povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais sobre aimportância do conhecimento que detêm sobre a biodiversidade, possibilitando ações de conservação,de utilização sustentável da biodiversidade e de repartição dos benefícios decorrentes do uso dosconhecimentos tradicionais associados à biodiversidade.

15.2.9. Divulgar a importância da interação entre a gestão da biodiversidade e a saúde pública.

15.2.10. Promover sensibilização para a gestão da biodiversidade em áreas de uso público.

15.2.11. Desenvolver, implementar e divulgar indicadores que permitam avaliar e acompanhar aevolução do grau de sensibilização da sociedade quanto à biodiversidade.

15.2.12. Promover a integração das ações de fiscalização do meio ambiente com programas deeducação ambiental, no que se refere à biodiversidade.

15.2.13. Promover cursos e treinamentos para jornalistas sobre conceitos de gestão dabiodiversidade.

15.3. Terceira diretriz: Incorporação de temas relativos à conservação e à utilização sustentávelda biodiversidade na educação. Integração de temas relativos à gestão da biodiversidade nos processosde educação.

Objetivos Específicos:

15.3.1. Fortalecer o uso do tema biodiversidade como conteúdo do tema transversal meioambiente proposto por parâmetros e diretrizes curriculares nas políticas de formação continuada deprofessores.

15.3.2. Promover articulação entre os órgãos ambientais e as instituições educacionais, paraatualização contínua das informações sobre a biodiversidade.

15.3.3. Introduzir o tema "biodiversidade" nas atividades de extensão comunitária.

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15.3.4. Incorporar na educação formal os princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica eda etnobiodiversidade, atendendo ao princípio da educação diferenciada para povos indígenas,quilombolas e outras comunidades locais.

15.3.5. Estimular parcerias, pesquisas e demais atividades entre universidades, organizaçõesnão-governamentais, órgãos profissionais e iniciativa privada para o aprimoramento contínuo dosprofissionais de educação.

15.3.6. Promover a formação inicial e continuada dos profissionais de educação ambiental, noque se refere à biodiversidade.

15.3.7. Promover a capacitação dos técnicos de extensão rural e dos agentes de saúde sobre otema "biodiversidade".

15.3.8. Promover iniciativas para articulação das instituições envolvidas com educação ambiental(instituições de ensino, de pesquisa, de conservação e da sociedade civil) em uma rede de centros deeducação ambiental, para tratar do tema "biodiversidade".

15.3.9. Estabelecer a integração entre os ministérios e os demais órgãos de governo para aarticulação das políticas educacionais de gestão da biodiversidade.

15.3.10. Fortalecer a Política Nacional de Educação Ambiental.

Do Componente 7 da Política Nacional da Biodiversidade - Fortalecimento Jurídico e

Institucional para a Gestão da Biodiversidade.

16. Objetivo Geral: Promover meios e condições para o fortalecimento da infra-estrutura depesquisa e gestão, para o acesso à tecnologia e transferência de tecnologia, para a formação e fixaçãode recursos humanos, para mecanismos de financiamento, para a cooperação internacional e para aadequação jurídica visando à gestão da biodiversidade e à integração e à harmonização de políticassetoriais pertinentes à biodiversidade.

16.1. Primeira diretriz: Fortalecimento da infra-estrutura de pesquisa e gestão dabiodiversidade. Fortalecimento e ampliação da infra-estrutura das instituições brasileiras, públicas eprivadas, envolvidas com o conhecimento e com a gestão da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

16.1.1. Recuperar a capacidade dos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMApara executar sua missão em relação ao licenciamento e à fiscalização da biodiversidade.

16.1.2. Aprimorar a definição das competências dos diversos órgãos de governo de forma aprevenir eventuais conflitos de competência quando da aplicação da legislação ambiental pertinente àbiodiversidade.

16.1.3. Fortalecer o conjunto de unidades de conservação e sua integração no SISNAMA.

16.1.4. Estimular iniciativas para a criação de bases de pesquisa de campo permanente emunidades de conservação de proteção integral em cada um dos biomas brasileiros.

16.1.5. Promover o fortalecimento da infra-estrutura e a modernização das instituições brasileirasenvolvidas com o inventário e a caracterização da biodiversidade, tais como coleções zoológicas,botânicas e de microrganismos, bancos de germoplasma e núcleos de criação animal.

16.1.6. Fortalecer instituições científicas com programas de pesquisa, criando, quandonecessário, centros específicos em cada um dos biomas visando a fortalecer a pesquisa sobre recursosbiológicos e suas aplicações.

16.1.7. Adequar a infra-estrutura das instituições que trabalham com recursos genéticos,componentes do patrimônio genético e conhecimentos tradicionais para conservar de forma segura, acurto, a médio e em longo prazo, espécies de interesse socioeconômico e as culturas de povosindígenas, quilombolas e outras comunidades locais do país.

16.1.8. Apoiar programas de pesquisa e de infra-estrutura voltados para o conhecimentotradicional de povos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, com a participação destes.

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16.1.9. Apoiar a participação efetiva de especialistas das diferentes regiões do país emprogramas de seqüenciamento genético e outros programas para o desenvolvimento de tecnologias apartir da utilização de recursos biológicos.

16.1.10. Formalizar e fortalecer centros de referência depositários de organismos associados aprodutos e processos patenteados no Brasil.

16.1.11. Promover a integração de programas e ações da esfera federal, das estaduais e dasmunicipais e da sociedade civil organizada, relacionados à pesquisa, à formação de recursos humanos,a programas e projetos em áreas relacionadas à biodiversidade.

16.1.12. Incentivar a formação e consolidação de redes nacionais de pesquisa, desenvolvimentotecnológico e gestão da biodiversidade, como forma de promover e facilitar o intercâmbio sobrebiodiversidade entre diferentes setores da sociedade.

16.1.13. Criar estímulos à gestão da biodiversidade, tais como prêmios a pesquisas e projetos deconservação e utilização sustentável.

16.1.14. Criar estímulos para organizações não-governamentais que atuam na proteção dabiodiversidade.

16.1.15. Apoiar a criação de centros de documentação especializados para cada um dos biomasbrasileiros para facilitar a cooperação científica dentro e fora do país.

16.1.16. Estimular o desenvolvimento de programa de apoio a publicações científicas sobre abiodiversidade brasileira, particularmente guias de campo, chaves taxonômicas, catalogação eletrônicade floras e faunas, revisões sistemáticas, monografias e estudos etnobiológicos.

16.2. Segunda diretriz: Formação e fixação de recursos humanos. Promoção de programas deformação, atualização e fixação de recursos humanos, inclusive a capacitação de povos indígenas,quilombolas e outras comunidades locais, para a ampliação e o domínio dos conhecimentos e dastecnologias necessárias à gestão da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

16.2.1. Instituir programas de formação, atualização e fixação de recursos humanos eminstituições voltadas para o inventário, a caracterização, a classificação e a gestão da biodiversidade dosdiversos biomas do país.

16.2.2. Reduzir as disparidades regionais, estimulando a capacitação humana e institucional emgestão da biodiversidade, inclusive em biotecnologia, promovendo a criação de mecanismosdiferenciados para a contratação imediata nas instituições de ensino e pesquisa em regiões carentes erealizando a fixação de profissionais envolvidos com a capacitação em pesquisa e gestão dabiodiversidade.

16.2.3. Fortalecer a pós-graduação ou os programas de doutorado em instituições de pesquisanos temas relacionados aos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica.

16.2.4. Apoiar a capacitação e a atualização de povos indígenas, quilombolas e outrascomunidades locais quanto à gestão da biodiversidade, especialmente para agregação de valor ecomercialização de produtos da biodiversidade derivados de técnicas tradicionais sustentáveis.

16.2.5. Apoiar formação ou aperfeiçoamento em gestão da biodiversidade de técnicos que atuemem projetos ou empreendimentos com potencial impacto ambiental.

16.2.6. Apoiar iniciativas de ensino a distância em áreas relacionadas à biodiversidade.

16.2.7. Promover a ampla divulgação dos termos da legislação de acesso aos recursosgenéticos, aos componentes do patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados juntoaos setores relacionados a esta temática.

16.2.8. Promover cursos e treinamentos para servidores públicos, inclusive juízes, membros doMinistério Público, polícia federal, civil e militar nos campos de gestão e proteção da biodiversidade.

16.2.9. Promover e apoiar a formação de recursos humanos voltados para o desenvolvimento ea disseminação de redes de informação sobre biodiversidade.

16.2.10. Capacitar pessoal para a gestão da biodiversidade em unidades de conservação.

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16.2.11. Promover eventos regionais para os povos indígenas, quilombolas e outrascomunidades locais com o objetivo de divulgar e esclarecer os termos da legislação de acesso arecursos genéticos, e capacitar agentes locais.

16.2.12. Estimular a cooperação entre governo, universidades, centros de pesquisa, setorprivado e organizações da sociedade civil na elaboração de modelos de gestão da biodiversidade.

16.2.13. Apoiar a cooperação entre o setor público e o privado para formação e fixação derecursos humanos voltados para o desempenho de atividades de pesquisa em gestão da biodiversidade,especialmente no que tange à utilização de recursos biológicos, manutenção e utilização dos bancos degermoplasma.

16.3. Terceira diretriz: Acesso à tecnologia e transferência de tecnologia. Promoção do acesso àtecnologia e da transferência de tecnologia científica nacional e internacional sobre a gestão dabiodiversidade brasileira.

Objetivos Específicos:

16.3.1. Criar e apoiar programas que promovam a transferência e a difusão de tecnologias emgestão da biodiversidade.

16.3.2. Apoiar o intercâmbio de conhecimentos e tecnologias em temas selecionados e em áreasdefinidas como prioritárias para a gestão da biodiversidade, inclusive com centros de referênciainternacionais e estrangeiros.

16.3.3. Estabelecer mecanismos facilitadores do processo de intercâmbio e geração deconhecimento biotecnológico com seus potenciais usuários, resguardados os direitos sobre apropriedade intelectual.

16.3.4. Promover o aperfeiçoamento do arcabouço legal brasileiro no que diz respeito ao acessoà tecnologia e à transferência de tecnologias.

16.3.5. Estabelecer iniciativa nacional para disseminar o uso de tecnologias de domínio públicoúteis à gestão da biodiversidade.

16.3.6. Implantar unidades demonstrativas de utilização de tecnologias para conservação eutilização sustentável da biodiversidade.

16.3.7. Promover a cooperação para a certificação de tecnologias transferidas dos paísesdesenvolvidos para o país.

16.3.8. Definir e implementar normas e procedimentos para o intercâmbio de tecnologias deutilização de recursos genéticos e biológicos, com transparência e assegurando os interesses nacionais,da comunidade acadêmica e dos povos indígenas, quilombolas e outras das comunidades locais.

16.4. Quarta diretriz: Mecanismos de financiamento. Integração, desenvolvimento efortalecimento de mecanismos de financiamento da gestão da biodiversidade.

Objetivos Específicos:

16.4.1. Fortalecer os fundos existentes de financiamento para a gestão da biodiversidade.

16.4.2. Estimular a criação de fundos de investimentos para a gestão da biodiversidade,incentivando inclusive a participação do setor empresarial.

16.4.3. Apoiar estudo para a criação de um fundo fiduciário ou outros mecanismos equivalentes,capazes de garantir a estabilidade financeira para implementação e manutenção de unidades deconservação, inclusive para regularização fundiária.

16.4.4. Estimular a criação de fundos ou outros mecanismos, geridos de forma participativa porpovos indígenas, quilombolas e outras comunidades locais, que promovam a repartição justa e eqüitativade benefícios, monetários ou não, decorrentes do acesso aos recursos genéticos, aos componentes dopatrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados.

16.4.5. Fortalecer a atuação em prol da biodiversidade dos órgãos estaduais de fomento àpesquisa em todos os estados.

16.4.6. Promover mecanismos que visem a assegurar a previsão e a aplicação de recursosorçamentários bem como de outras fontes para a gestão da biodiversidade.

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16.4.7. Estimular a criação de linhas de financiamento por parte dos órgãos de fomento àpesquisa, direcionadas à implementação dos planos de pesquisa e à gestão da biodiversidade emunidades de conservação e em seu entorno.

16.4.8. Estimular a criação de linhas de financiamento para empreendimentos cooperativos epara pequenos e médios produtores rurais que usem os recursos da biodiversidade de formasustentável.

16.4.9. Estimular a participação do setor privado em investimentos na gestão da biodiversidadedo país.

16.4.10. Estimular a criação de mecanismos econômicos e fiscais que incentivem o setorempresarial a investir no inventário e na pesquisa sobre conservação e utilização sustentável dabiodiversidade do país, em parceria com instituições de pesquisa e setor público.

16.4.11. Fomentar mediante incentivos econômicos, a conservação e a utilização sustentável dabiodiversidade nas áreas sob domínio privado.

16.5. Quinta diretriz: Cooperação internacional. Promoção da cooperação internacional relativa àgestão da biodiversidade, com o fortalecimento de atos jurídicos internacionais.

Objetivos Específicos:

16.5.1. Fortalecer a preparação e a participação de delegações brasileiras em negociaçõesinternacionais relacionadas aos temas da biodiversidade.

16.5.2. Promover a implementação de acordos e convenções internacionais relacionados com agestão da biodiversidade, com atenção especial para a Convenção sobre Diversidade Biológica e seusprogramas e iniciativas.

16.5.3. Estabelecer sinergias visando à implementação das convenções ambientais assinadaspelo país.

16.5.4. Apoiar a negociação de acordos e convênios, justos e com benefícios para o país, para ointercâmbio de conhecimentos e transferências de tecnologia com centros de pesquisa internacionais eestrangeiros.

16.5.5. Fortalecer a cooperação internacional em pesquisas, programas e projetos relacionadoscom o conhecimento e com a gestão da biodiversidade, e agregação de valor aos seus componentes,em conformidade com as diretrizes do Componente 5.

16.5.6. Apoiar a participação dos centros de pesquisa nacionais em redes internacionais depesquisa, desenvolvimento de tecnologias e programas relacionados ao conhecimento e à gestão dabiodiversidade.

16.5.7. Identificar e estimular a utilização de mecanismos constantes de acordos internacionaisque possam beneficiar a conservação e a utilização sustentável da biodiversidade, incluindo a utilizaçãodo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

16.6. Sexta diretriz: Fortalecimento do marco-legal e integração de políticas setoriais. Promoçãode ações visando ao fortalecimento da legislação brasileira sobre a biodiversidade e da articulação, daintegração e da harmonização de políticas setoriais.

Objetivos Específicos:

16.6.1. Promover o levantamento e a avaliação de todo o quadro normativo relativo àbiodiversidade no Brasil, com vistas em propor a adequação para a gestão da biodiversidade.

16.6.2. Consolidar a legislação brasileira sobre a biodiversidade.

16.6.3. Promover a articulação, a integração e a harmonização de políticas setoriais relevantespara a conservação da biodiversidade, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição debenefícios derivados da utilização de recursos genéticos, de componentes do patrimônio genético e deconhecimento tradicional associado.

17. ARCABOUÇO JURÍDICO INSTITUCIONAL

17.1. Muitas iniciativas institucionais em andamento no Brasil têm relação com os propósitos daConvenção sobre Diversidade Biológica - CDB e com as diretrizes e objetivos desta Política Nacional da

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Biodiversidade. Planos, políticas e programas setoriais necessitam de ser integrados, de forma a evitar-se a duplicação ou o conflito entre ações. A Política Nacional da Biodiversidade requer que mecanismosparticipativos sejam fortalecidos ou criados para que se articule a ação da sociedade em prol dosobjetivos da CDB. A implementação desta política depende da atuação de diversos setores e ministériosdo Governo Federal, segundo suas competências legais, bem como dos Governos Estaduais, do DistritoFederal, dos Governos Municipais e da sociedade civil.

17.2. Tendo em vista o conjunto de atores e políticas públicas que, direta ou indiretamente,guardam interesse com a gestão da biodiversidade e, portanto, com os compromissos assumidos peloBrasil na implementação da CDB, é necessário que a implementação da Política propicie a criação ou ofortalecimento de arranjos institucionais que assegurem legitimidade e sustentabilidade no cumprimentodos objetivos da CDB, no que se refere à conservação e à utilização sustentável da biodiversidade e àrepartição justa e eqüitativa dos benefícios decorrentes de sua utilização.

17.3. Na implementação da Política Nacional da Biodiversidade, caberá ao Ministério do MeioAmbiente:

a) articular as ações da Política Nacional da Biodiversidade no âmbito do SISNAMA e junto aosdemais setores do governo e da sociedade;

b) acompanhar e avaliar a execução dos componentes da Política Nacional da Biodiversidade eelaborar relatórios nacionais sobre biodiversidade;

c) monitorar, inclusive com indicadores, a execução das ações previstas na Política Nacional daBiodiversidade;

d) formular e implementar programas e projetos em apoio à execução das ações previstas naPolítica Nacional da Biodiversidade e propor e negociar recursos financeiros;

e) articular-se com os demais ministérios afetos aos temas tratados para a elaboração eencaminhamento de propostas de criação ou modificação de instrumentos legais necessários à boaexecução da Política Nacional da Biodiversidade;

f) promover a integração de políticas setoriais para aumentar a sinergia na implementação deações direcionadas à gestão sustentável da biodiversidade (conservação, utilização sustentável erepartição de benefícios), evitando que estas sejam conflituosas; e

g) estimular a cooperação interinstitucional e internacional para a melhoria da implementaçãodas ações de gestão da biodiversidade.

17.4. A implementação da Política Nacional da Biodiversidade requer instância colegiada quebusque o cumprimento dos interesses dessa Política Nacional da Biodiversidade junto ao governofederal, zele pela descentralização da execução das ações e vise assegurar a participação dos setoresinteressados.

17.5. Buscará, igualmente, essa instância colegiada cuidar para que os princípios e os objetivosda Política Nacional da Biodiversidade sejam cumpridos, prestando assistência técnica em apoio aosagentes públicos e privados responsáveis pela execução de seus componentes no território nacional.

17.6. O Ministério do Meio Ambiente, por intermédio do Programa Nacional da DiversidadeBiológica - Pronabio, instituído pelo Decreto no 1.354, de 29 de dezembro de 1994, coordenará aimplementação da Política Nacional da Biodiversidade, mediante a promoção da parceria entre o PoderPúblico e a sociedade civil para o conhecimento, a conservação da biodiversidade, a utilizaçãosustentável de seus componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados de suautilização.

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ANEXO 4. OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DEPLANEJAMENTO - 01.06.2006

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ANEXO 5.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DEPLANEJAMENTO - 30.08.2006

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ANEXO 6.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DEPLANEJAMENTO - 21.11.2006

Plano de Manejo da APA João Leite261

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ANEXO 7.OFÍCIO, ATA, CONVITE E LISTA DE PRESENÇA DA OFICINA DEPLANEJAMENTO - 12.04.2007

Plano de Manejo da APA João Leite262

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ANEXO 8. DESCARGA MÉDIA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006)

Média 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 média

Jan 7,49 16,4 14,8 22,7 21,1 11,9 19,7 19,7 13,7 17,8 12,4 10,1 15,2 10,5 20,4 12,4 19 24 19,8 23,1 9,97 10,5 8,05 6,69 16,5 13,5 16,9 10,7 12,8 12 9,79 14,8

Fev 11,1 6,17 15,9 13,4 23,3 28 9,83 20,7 24,6 12,7 14,8 12,2 11,2 24,6 12 16,9 17,2 27,6 25,2 17,2 18,1 9,12 8 16,3 5,78 15,2 14,4 21,1 15,3 14,4 15,9 16,1

Mar 10,1 13,5 12,6 14,7 24,4 18,1 15,5 26,6 24,6 14,6 14,1 11,1 12,5 25,1 14,3 16,8 23 25 22,2 26,7 15,1 9,52 12,1 13,9 7,53 17,5 15,4 16,2 18 20,9 17,1

Abr 9,19 12,6 12 15,9 15,2 13,4 23,6 21,9 11,7 13,2 8,89 11,4 22,6 11,1 15,7 21,7 23,1 19,5 16,6 14,3 9,15 8,99 9,87 3,85 15,8 11,1 15,4 20 11,9 22 14,7

Mai 8,24 9,08 7,66 10,9 11,4 9,35 17,2 13 9,29 7,67 8,65 9,47 17,8 6,76 11,8 12,2 15,8 16,2 10,5 11,2 5 7,31 4,81 3,51 9,92 8,07 8 11,7 7,96 13 10,1

Jun 4,97 4,95 6,2 6,53 9,44 9,37 7,41 10,8 10,1 7,37 6,62 6,46 7,45 13 5,51 9,65 10,3 12 14,3 7,17 7,82 3,51 7,45 4,09 2,81 5,48 7,48 5,74 5,8 8,54 5,8 8,98 7,6

Jul 4,6 4,7 3,98 4,7 7,06 8,07 5,85 7,74 9,05 6,12 6,12 5,88 6,37 10,3 4,7 9,29 8,99 9,58 12,4 7,2 5,64 3,65 5,29 2,98 2,41 4,53 5,09 4,26 4,54 6,4 4,21 6,89 6,2

Ago 3,67 3,07 2,94 2,71 5,79 6,59 3,83 6,84 6,57 6,6 5,33 6,4 5,92 7,74 5,67 7,26 7,39 6,67 11,7 4,92 4,24 3,36 4,46 2,6 3,87 3,82 3,38 3,77 4,58 3,45 5,2

Set 3,97 5,43 2,74 2 7,35 5,54 4,63 6,54 5,72 7,43 4,96 5,18 8,54 4,85 9,26 7,43 7,39 13,4 11,6 4,15 3,59 3,94 3,82 6,1 4,92 3,76 3,54 3,6 3,27 5,7

Out 4,42 7 2,75 4 5,14 5,45 15 15,1 6,57 8,12 7,2 5,57 8,24 8,73 4,17 8,74 8,72 17,3 12,5 4,1 5,45 5,48 4,17 3,56 3,5 7,63 2,9 4,59 5,86 3,32 6,8

Nov 7,19 11,7 7,89 9,99 8,86 8,32 19,5 10,5 12,8 7,88 8,32 6,05 14,8 13,5 11,8 9,96 10,8 22,6 12,5 12 5,62 6,9 6,3 9,81 6,13 11,3 10,2 5,73 6,54 7,26 7,37 10,0

Dez 9,39 17,3 8,13 15,7 9,18 12,8 22,3 18,5 11,1 11,1 8,7 9,04 18,1 10,6 24,8 9,97 17,4 27,4 16,6 23,8 12,3 6,48 7,72 8,73 8,8 15,9 10,9 9,72 8,22 18,1 13,6

Média 8,2 8,4 9,0 12,5 12,5 11,5 15,3 13,8 9,7 9,6 8,2 10,3 14,5 10,0 12,0 13,1 18,3 16,6 12,8 10,5 6,3 7,2 10,1 9,0 9,1 11,2Fonte: ANA 2006

ANEXO 9. DESCARGA MÁXIMA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006)Máxima 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Máxima Média

Jan 19,4 21,1 43,4 46,1 48,1 36,9 18,5 40,7 31,3 24,9 28,2 16,1 16,7 21,5 15,1 28,2 23,5 30,9 30,6 33,7 44,3 17 26 16,5 15,2 32,3 23,8 49 23,2 22,1 25,4 23,8 49,0 27,9

Fev 30,2 18,6 23,9 23,3 41,3 46,1 15,7 43,4 46,1 17,4 20,7 19,4 15,1 46,1 22,4 22,3 27,5 53,3 29,1 22,1 24,3 18,4 15,6 41,2 11,3 30,7 24,6 39,2 28,8 41,9 24,3 53,3 28,5

Mar 28,6 32,8 18,5 26,4 35,4 23,1 40,7 35,6 42,1 29,6 18,1 19,2 20 43,4 22 22,3 41 38,1 28,2 51,8 30,4 17,4 25,4 35 16,1 35,7 35,7 36,4 32,3 32,3 51,8 30,5

Abr 15,1 21,5 20,4 26,2 20,7 34,7 44,5 33,2 17 22,1 11,6 17,4 75,6 18,8 24,9 38,4 28,6 24,7 22,4 35,7 24,9 17,4 38,5 5,27 34,3 21,6 24,6 40,9 30,4 48,4 75,6 28,0

Mai 7,27 20,4 14,7 9,81 19,6 13,4 13,4 29,7 15,9 13,5 9,15 11,6 17,8 22,3 11,6 14,4 16,7 20,4 17,8 12,8 17,7 6,12 13,4 5,95 9,98 17,9 11,3 10 20,5 10,6 22,1 29,7 14,8

Jun 5,41 5,69 7,89 9,15 17,8 9,95 9,54 14,9 11,8 8,02 6,94 9,02 7,89 14,7 6,28 10,1 10,9 13,4 15,4 9,15 9,15 4,16 17,9 5,27 3,54 6,38 9,15 7,18 6,81 10 7,33 10,2 17,9 9,4

Jul 6,55 5,78 5,63 5,84 8,01 9,68 7,65 9,95 14,2 6,96 6,6 10,5 6,72 11,6 9 13,6 9,81 10,9 13,4 9,32 6,58 5,21 6,23 3,31 2,75 4,98 5,95 4,86 5,1 7,8 5,27 7,97 14,2 7,7

Ago 4,05 3,59 4,45 3,48 6,83 7,29 4,64 10,5 7,89 8,46 6,49 17,1 7,89 8,63 24,1 8,13 8,26 8,01 13,4 5,8 5 4,63 5,07 3,09 6,16 5,1 4,18 4,28 5,61 4,07 24,1 7,2

Set 7,17 14,7 3,82 2,93 13,6 7,89 6,16 9,54 7,89 9,15 8,38 6,49 12,8 6,49 26,3 11,5 10,2 20,4 13,4 4,78 5,07 4,78 5,07 10,6 17,4 12,3 4,98 4,07 7,18 26,3 9,5

Out 8,02 16,2 7,65 12,8 7,65 10,5 30,4 31,6 9,68 14,7 17,4 9,15 16,7 17,6 7,7 13,6 15,4 26,4 14,2 5,91 11,5 15,6 6,01 6,38 9,49 6,81 17,2 4,98 10,8 11,5 4,98 31,6 12,9

Nov 19,4 29,7 24,7 22,3 27,5 11,6 24,3 13,8 34,1 16,2 16,7 11,9 24,3 20,7 31,5 20,4 19,1 29,3 15,1 22,7 7,53 15,6 15,2 20 16,3 27,9 14,7 10,2 17,7 17 18,4 34,1 19,9

Dez 32,8 30,4 16,1 31,3 15,7 20 36,1 38,1 15,4 22,5 24,3 18,7 37,6 16,6 39,8 20,7 28,2 43,1 30,6 31,3 38,9 7,8 15,6 17 17,7 39,5 22,7 23,2 16,5 44,3 44,3 26,4

máxima 32,8 32,8 43,4 46,1 48,1 46,1 40,7 44,5 46,1 29,6 28,2 19,4 37,6 75,6 39,8 28,2 41 53,3 30,6 51,8 44,3 24,9 26 41,2 17,7 39,5 35,7 49 36,4 40,9 44,3 48,4 75,6 39,5

média 17,8 16,0 17,8 22,3 18,1 20,1 26,9 22,5 15,7 15,4 13,4 16,7 25,4 19,5 17,5 20,7 26,9 20,5 19,3 19,7 11,8 14,1 17,5 19,0 18,6 19,3 26,9 19,0Fonte: ANA 2006

ANEXO 10. DESCARGA MÍNIMA MENSAL NA BACIA DO RIO JOÃO LEITE (1975/2006)Mínima 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Mínima Média

Jan 4,71 9,95 6,83 11,6 8,26 8,76 4,74 15,2 9,99 11 9,41 7,89 11,8 7,7 15,1 6,94 7,65 16,7 8,64 11,7 6,58 6,72 5,36 4,18 8,48 7,8 8,48 7,02 6,11 8,14 5,95 4,2 8,7

Fev 6,76 4,13 12,4 6,83 15,1 16,4 7,29 13,9 16,1 9,51 10,9 8,01 8,38 11,5 8,6 14,7 10,9 19,1 20 12,8 12,6 6,23 5,58 7,13 4,07 5,27 8,98 12,6 8,31 14,1 7,8 9,85 4,1 10,5

Mar 5,23 5,88 9,54 8,13 15,7 13,4 8,13 20,6 18,2 10,9 11,9 8,51 9,41 18,3 10,5 14,4 11,6 16,7 18,3 15,6 10,2 7,26 7,4 7,4 4,86 6,45 6,28 8,31 14,3 8,14 11,7 4,9 11,1

Abr 6,86 8,01 8,51 11,1 11,9 11,1 16,1 14,9 9,63 8,63 6,16 9,15 9,54 7,09 11,9 7,77 16,7 16,7 11,7 10,9 6,01 6,86 5,61 2,85 9,49 8,14 9,15 13,4 8,81 14,3 2,9 10,0

Mai 5,6 6,72 6,27 9,15 9,95 7,41 13 11,9 7,91 6,6 7,17 7,89 13,9 5,2 10,1 10,9 13,4 15,1 4,5 8,81 3,96 6,12 3,71 2,7 8,14 7,02 6,81 10 6,81 10,4 2,7 8,2

Jun 4,38 4,05 4,64 5,13 8,13 8,89 6,16 8,26 8,38 6,55 6,38 5,74 6,72 11,6 4,79 9,15 9,54 11,1 13,4 5,29 6,58 2,92 6,12 3,31 2,65 4,98 5,95 4,74 4,98 7,33 4,98 7,97 2,7 6,6

Jul 4,05 3,37 3,08 3,57 6,49 7,29 4,64 6,16 6,49 5,23 5,63 5,13 5,74 8,76 3,08 7,65 8,26 8,26 11,1 5,69 2,75 2,75 4,92 2,65 1,83 4,07 4,28 3,62 4,07 5,27 3,62 5,27 1,8 5,1

Ago 3,16 2,25 2,41 1,95 4,93 5,63 2,93 5,22 5,33 4,97 4,93 4,36 5,22 6,49 1,39 6,38 6,06 5,95 8,01 3,72 3,35 2,51 3,72 2,22 3,31 2,97 2,85 3,38 3,88 2,75 1,4 4,1

Set 3,16 2,43 2,08 0,923 5,53 4,45 3 4,74 4,64 5,97 4,09 4,18 5,33 2,93 1,08 6,16 6,06 1,89 9,41 3,21 2,6 2,71 3,35 3,62 2,85 2,28 2,97 2,97 2,16 0,9 3,7

Out 3,44 3,3 0,879 0,6 3,48 2,85 6,16 7,06 4,54 4,97 5,13 4,09 5,43 5,33 1,18 6,06 1,59 10,9 10,6 3,35 2,98 2,6 2,98 2,56 2,35 4,07 1,92 2,97 2,85 2,16 0,6 3,9

Nov 4,05 8,92 3,48 4,27 5,03 6,49 13,3 7,53 6,38 5,32 5,74 4,27 8,63 9,13 4,4 6,38 7,89 17,8 9,54 2,54 4,36 4,03 3,78 5,1 2,97 4,62 4,07 3,71 3,71 4,18 3,79 2,5 6,0

Dez 4,21 7,06 4,36 9,28 7,77 9,28 16,4 9,28 9,04 8,24 4,93 5,33 12,4 8,6 17,5 6,38 10,9 19,2 11,8 20,2 4,56 5 5,29 5,27 4,5 9,15 7,12 3,15 4,39 8,81 3,2 8,6

Mínima 3,2 2,3 0,9 0,6 3,5 2,9 2,9 4,7 4,5 5,0 4,1 4,1 5,2 2,9 1,1 6,1 1,6 1,9 8,0 2,5 2,6 2,5 3,0 2,2 1,8 2,4 2,9 1,9 3,0 2,9 2,2 5,3 0,6 3,1

Média 4,9 5,6 5,2 8,7 8,7 7,9 9,7 10,1 7,4 7,2 6,0 7,7 9,8 6,0 9,5 8,2 12,4 13,4 8,1 6,8 4,4 5,2 4,6 6,0 5,4 7,4 5,7 4,4 7,5Fonte: ANA 2006

Plano de Manejo da APA João Leite263

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ANEXO 11. QUADROS-SÍNTESE DAS OFICINAS DE PLANEJAMENTO

MEIO FÍSICO

Aspecto AmbientalApontado

LocalPontos Fortes Pontos Fracos Expectativa Potencial de ColaboraçãoPEAMP

/PEJoLAPA ZA

Cercamento de APP´sMaior delimitação

e conservaçãodas APP´s.

Alto custo paracercar totalmente as

APP´s.

Utilização da madeira do desmatamento daárea do lago para cercar as APP´s

SANEAGO, PEAMP/PEJoL ePrefeituras

Racionalizar exploraçãomineral.

x xMenor impactoambiental na

região.

Falta de fiscalizaçãoe cumprimento das

leis.

Fiscalização exaustiva nos limites da APA eRE evitando degradação ambiental.

DNPM e SECIMA

Impedir implantação deprojetos de grande

impacto e limitar expansãourbana

x xMotivação por

interessesfinanceiros.

Evitar ao máximo mudanças antrópicas naregião e conter o avanço imobiliário.

Prefeituras, SECIMA,PEAMP/PEJoL

Expandir a RE em relaçãoà áreas de recarga,

racionalizar o uso da águapara irrigação e preservar

nascentes em solosurbanos.

x x x

Preservar emanter oequilíbrio

ambiental ehídrico da região.

Muitas áreas emsolos urbanos.

Algumas bastanteantropizadas

Conscientizar / Coibir o mal uso da água /Preservar e reabilitar as nascentes e áreas derecarga / Determinar áreas prioritárias para a

manutenção do equilíbrio hídrico a jusante dasnascentes.

Prefeituras, ONG’s ePEAMP/PEJoL

Poluição dos recursoshídricos

x x x

Manter aqualidade da

água e dos seresvivos que

dependem dela.

Falta de fiscalizaçãono uso de

defensivos agrícolase escoamento deesgoto na bacia.

Conscientizar / Coibir o mal usoPrefeituras, EMBRAPA,ONG’s e PEAMP/PEJoL

Plano de Manejo da APA João Leite264

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MEIO BIÓTICO

Aspecto Ambiental

Apontado

Local

Pontos Fortes Pontos Fracos Expectativa Potencial de ColaboraçãoPEAMP/PEJoL

APA ZA

Animais Atropelados x x xFluxo gênico entre as

populaçõesSimplificação da

diversidade

Diminuir morte de animais( Passa-bicho / Sinalização educativa /

Redutores de velocidade) /Monitoramento / Pesquisa.

DNIT, PRF, PEAMP/PEJoL,BPMF e ONGs

Importância da Mata Seca x x x

Sustentabilidade ecapacidade suporte do

PEAMP e RE; Averbaçãode reservas legais na

área.

Simplificação dadiversidade defauna e flora

Fomentar e incentivar a preservação daMata Seca / Manter e expandir afitofisionomia / Inventariamento

floristicco / Banco de germoplasma daMata Seca.

Prefeituras Municipais,Conselho Consultivo da APA,

Universidades Regionais,EMBRAPA e PEAMP/PEJoL

Corredores de migração /Fluxo da fauna /

Fragmentação ambiental /Perda de Habitats

x x x

Sustentabilidade ecapacidade suporte doPEAMP/PEJoL e RE na

manutenção do fluxogenético / Conservação

da fauna e flora ecomunicação entrebiomas vizinhos.

Simplificação dadiversidade defauna e flora eextinção local e

regional

Pesquisa / Histórico da fragmentação /Estudo das populações / Recuperação

de áreas prioritárias / União dosfragmentos e Monitoramento.

Prefeituras Municipais,Conselho Consultivo da APA,

Universidades Regionais ePEAMP/PEJoL

Ataque (de/a) animaissilvestres.

x x

Diminuição daspopulações;

Desgaste comvisinhos

Evitar acidentes com a população eanimais domésticos / Evitar ataque de

animais domésticos e humanos aanimais silvestres /Estudos de animais

peçonhentos na região /Educaçãoambiental /Monitorar e alertar para oproblema de animais domésticos na

região.

Universidades Regionais,ONGs e PEAMP/PEJoL

Plano de Manejo da APA João Leite265

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Aspecto Ambiental

Apontado

Local

Pontos Fortes Pontos Fracos Expectativa Potencial de ColaboraçãoPEAMP/PEJoL

APA ZA

Queimadas x x x

Simplificação dapaisagem; Perda

de habitat;Diminuição das

populações;Emissão depoluentes na

atmosfera

Evitar a destruição da fauna e flora localassim como a emissão de poluentes na

atmosfera/ Educação ambiental /Prevenção e monitoramento de

possíveis focos de incêndio / Vias deacesso no PEAMP que possibilitem uma

ação rápida caso haja incêndio /Aceiros.

Prefeituras Municipais,Conselho Consultivo da APA,Corpo de Bombeiros, ONGs

e PEAMPPEJoL

Fauna ameaçada,endêmica e vulnerável.

xManutenção das

populaçõesSimplificação e

extinção

Priorizar a conservação da fauna e floraameaçada, endêmica ou vulnerável /Monitoramento constante / Estudo e

identificação das populações prioritáriaspara conservação e manejo.

Universidades regionais ePEAMP/PEJoL

APP´s e Reservas Legais. x x

Corredores de migração /Fluxo da fauna /Diminuição daFragmentação

ambiental /Aumento daConectividade e de

Habitats

Fragmentação;Perda de habitas;Simplificação da

fauna e flora

Educação ambiental /Programa deaverbação das reservas

legais/Programa de recuperação deAPP’s

Prefeituras Municipais,Conselho Consultivo da APA,

EMBRAPA ONGs ePEAMP/PEJoL

Expansão imobiliária /Grandes

empreendimentos.x x

Fragmentação;Perda de habitas;Simplificação da

fauna e flora;Aumento de

fontes poluidoras

Controlar e impor ordenamento territorialna APA e RE / Evitar invasões e

empreendimentos com alto impactoambiental em toda a região/

Monitoramento constante / Manejo econtrole de fontes poluidoras na área

Prefeituras Municipais,Conselho Consultivo da APA

e PEAMP/PEJoL

Plano de Manejo da APA João Leite266

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Aspecto Ambiental

Apontado

Local

Pontos Fortes Pontos Fracos Expectativa Potencial de ColaboraçãoPEAMP/PEJoL

APA ZA

Trilhas / Vias de acesso /Visitação do

PEAMP/PEJoLx

Recreação, Lazer ePesquisa no

PEAMP/PEJoL

Uso desordenadodo PEAMP;Aumento do

impacto sobre afauna e flora doPEAMP/PEJoL

Estudos de viabilidade de novas trilhas /Estudos que diagnostiquem o potencialdo PEAMP/PEJoL para a contemplação

cênica, recreativa, educacional,ecológica, lazer e pesquisas;

Manutenção de trilhas ecológicas /Facilitar o acesso ao PEAMP/PEJoL e

deslocamento interno / Incentivar apopulação e promover o uso e visitaçãodo PEAMP/PEJoL, representando umpotencial de auto-sustento do parque.

OBS: Nem toda a área do PEAMP está cercada ?. / Atenção especial ao perigo de acidentes com cargas perigosas transportadas nas estradas

Plano de Manejo da APA João Leite267

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SÓCIO AMBIENTAL

ASPECTO AMBIENTALAPONTADO

LOCALPONTOS FORTES PONTOS FRACOS EXPECTATIVA

POTENCIAL DECOLABORAÇÃOPEAMP

/PEJoLAPA ZA

Recursos hídricos x x xBoa qualidade e

quantidade / Importânciaestratégica para o estado

Pressão sobre a zona derecarga / Uso de pivot´scentrais / Aumento da

demanda porabastecimento.

Uso sustentável dos recursoshídricos (pesca esportiva -lazer - etc) / Melhoria daquantidade e quantidade.

Comitê consultivo, ONG´s,Conselhos, Governo,

Comunidade.

Crescimentopopulacional

x x

Possibilidade de maiorfiscalização dos recursos

naturais / Aumento dorepasso de recusros

governamentais.

Aumento da geração delixo / Pressão sobre osrecursos naturais e a

infra-estrutura.

Redução do consumo derecursos naturais / Redução do

crescimento populacional.

Secretaria de Saúde,Educação e Planejamento

Municipal e Estadual.

Uso e ocupação do solo x x x

Existência de unidades deconservação / Trabalhosde educação ambiental /Unidades de produção

orgânica.

Uso e manejo inadequadodo solo / Expansãourbana / Disposição

inadequada dos resíduossólidos.

Criação de RPPN´s / Usosustentável do solo /

Agricultura sustentável.

Prefeituras, EMBRAPA, ONG’se PEAMP/PEJoL

Produção x xCapacidade de

abastecimento deprodutos agrícolas

Uso indiscriminado deagrotóxicos e fertilizantes.

Ordenamento territorial eprodução sustentável.

Prefeituras, Conselhoconsultivo da APA, SEMARH e

PEAMP/PEJoL

Modo de Vida x x Falta da cultura.Criação de incentivo para

fortalecimento da cultura daAPA.

Prefeituras, ONG’s ePEAMP/PEJoL

Plano de Manejo da APA João Leite268

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EDUCAÇÃO AMBIENTAL

ASPECTOAMBIENTALAPONTADO

LOCALPONTOS FORTES PONTOS FRACOS EXPECTATIVA

POTENCIAL DECOLABORAÇÃOPEAMP

/PEJoLAPA ZA

Prevenção e combatea incêndio.

x x xEvitar perda da biodiversidade

e de recursos econômicos.

Falta de conscientização efalta de material para

divulgação.

Evitar focos de incêndio. Padronizar a açãoe prevenção.

Prefeituras, BCBombeiros, ONG’s e

PEAMP/PEJoL

Segurança ematividades deecoturismo

x x xEvitar acidentes ou perda de

vidasFalta de controle e

orientação.

Atividades responsáveis e bem planejadas/Formação profissional de um grupo

dedicado a organizar e gerenciar atividadesde ecoturismo..

BC Bombeiros,ONG’s e

PEAMP/PEJoL

Contaminação pordefensivos agrícolas

x x x Evitar contaminação Falta controle, fiscalização.

Uso racional dos defensivos agrícolas eresponsabilidade ambiental /Educação

Ambiental/ Rigor na fiscalização em áreasmais prioritárias

Prefeiruras,EMBRAPA, ONG’s e

PEAMP/PEJoL

Falta de monitores emeducação ambiental

x x x

Efetivo do Corpo deBombeiros e PM /

Conscientização dapopulação.

Falta de cursos, material emetodologia.

Formação de multiplicadores em educaçãoambiental/ intensificação de programas e

campanhas de educação ambiental

Prefeituras, BCBombeiros, BPMA,

ONG’s ePEAMP/PEJoL

Acidentes comprodutos perigosos nas

rodoviasx x x

Existência de unidade doCorpo de bombeiros e da PM.

Falta de equipamentos einstrução.

Evitar acidentes com potencial de gravedano ecológico / Monitoramento das

estradas dentro da APA e principalmentena área que corta o PEAMP e aos cursos

d’água / Educação Ambiental/ Sinalização/Plano de Ação

DNIT, PRF BCBombeiros, BPMA,

ONGs ePEAMP/PEJoL

Sinalização educativa x x x Informação e conscientização.Falta de placas e de

incentivos.

Educar de forma dinâmica e interativa comimagens e mensagens/aumentar as

sinalizações

Prefeituras, DNIT,PRF, BC

Bombeiros ,BPMAONGs e

PEAMP/PEJoLFalta participação

governamental a nívelmunicipal (SEMA´s)

x x x Fortalecimento na Gestão.Falta de Gestão / Falta deretorno das informações /

Falta de integração.

Envolvimento dos municípios / Integração econtinuidade da gestão para melhor

comunicação interna e informação externa.

SECIMA ePEAMP/PEJoL

Falta de informaçõessobre a barragem e o

reservatório.x x

Maior esclarecimento para apopulação. Multiplicadores da

informação.

Falta de acesso á informaçãotécnica.

Difusão da informação e esclarecimentogeral sobre a barragem e o reservatório de

acumulação.SANEAGO

Caça e pesca. x x xManutenção da

biodiversidade. Possibilidadede pesca esportiva.

Predação e possível extinçãoda fauna no local / Falta de

fiscalização fora do PEAMP.

Eliminar por completo qualquer atividade decaça ou pesca/ Verificar a possibilidade de

pesca esportiva na área do PEAMP.

BPMAONGs

Plano de Manejo da APA João Leite269

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ANEXO 12. LEI FEDERAL Nº 6.938/1981

Presidência da RepúblicaSubchefia para Assuntos Jurídicos

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, edá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eusanciono a seguinte Lei:

Art 1º. Esta Lei, com fundamento no art. 8º, item XVII, alíneas c, h e i , da Constituição Federal,estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação,constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui oCadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental.

Da Política Nacional do Meio Ambiente

Art 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria erecuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições aodesenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade davida humana, atendidos os seguintes princípios:

I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambientecomo um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o usocoletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;

Ill - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteçãodos recursos ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas;

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade,objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Art 3º. Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio

Plano de Manejo da APA João Leite270

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ambiente;

III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ouindiretamente:

a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;

e) lançem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ouindiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;

V - recursos ambientais, a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, osestuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

Dos Objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente

Art 4º. A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade domeio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrioecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dosMunicípios;

III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas aouso e manejo de recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racionalde recursos ambientais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informaçõesambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidadeambiental e do equilíbrio ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional edisponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danoscausados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Art 5º. As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formuladas em normas eplanos, destinados a orientar a ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dosTerritórios e dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental emanutenção do equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta Lei.

Parágrafo único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas emconsonância com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

Do Sistema Nacional do Meio Ambiente

Art 6º. Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dosMunicípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção emelhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assimestruturado:

I - Órgão Superior: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, com a função de assistiro Presidente da República na formulação de diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente;

Plano de Manejo da APA João Leite271

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II - Órgão Central: a Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, do Ministério do Interior, àqual cabe promover, disciplinar e avaliar a implantação da Política Nacional do Meio Ambiente;

III - Órgãos Setoriais: os órgãos ou entidades integrantes da Administração Pública Federal,direta ou indireta, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, cujas entidades estejam, totalou parcialmente, associadas às de preservação da qualidade ambiental ou de disciplinamento do uso derecursos ambientais;

IV - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução deprogramas e projetos e de controle e fiscalização das atividades suscetíveis de degradarem a qualidadeambiental;

V - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalizaçãodessas atividades, nas suas respectivas áreas de jurisdição.

§ 1º - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarãonormas supletivas e complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os queforem estabelecidos pelo CONAMA.

§ 2º - Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderãoelaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior.

§ 3º - Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverãofornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoalegitimamente interessada.

§ 4º - De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar umaFundação de apoio técnico e científico às atividades da SEMA.

Do Conselho Nacional do Meio Ambiente

Art 7º. É criado o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, cuja composição,organização, competência e funcionamento serão estabelecidos, em regulamento, pelo Poder Executivo.

Parágrafo único - Integrarão, também, o CONAMA:

a) representantes dos Governos dos Estados, indicados de acordo com o estabelecido emregulamento, podendo ser adotado um critério de delegação por regiões, com indicação alternativa dorepresentante comum, garantida sempre a participação de um representante dos Estados em cujoterritório haja área crítica de poluição, asssim considerada por decreto federal;

b) Presidentes das Confederações Nacionais da Indústria, da Agricultura e do Comércio, bemcomo das Confederações Nacionais dos Trabalhadores na Indústria, na Agricultura e no Comércio;

c) Presidentes da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e da Fundação Brasileira para aConservação da Natureza;

d) dois representantes de Associações legalmente constituídas para a defesa dos recursosnaturais e de combate à poluição, a serem nomeados pelo Presidente da República.

Art 8º. Incluir-se-ão entre as competências do CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta da SEMA, normas e critérios para o licenciamento deatividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelaSEMA;

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e daspossíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais,estaduais e municipais, bem como a entidades privadas, as informações indispensáveis ao exame damatéria;

III - decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio,sobre as multas e outras penalidades impostas pela SEMA;

Plano de Manejo da APA João Leite272

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IV - homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação deexecutar medidas de interesse para a proteção ambiental; (VETADO);

V - determinar, mediante representação da SEMA, a perda ou restrição de benefícios fiscaisconcedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participaçãoem linhas de fiananciamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição porveículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidadedo meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

Dos Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente

Art 9º. São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II - o zoneamento ambiental;

III - a avaliação de impactos ambientais;

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;

V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção detecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

VI - a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevanteinteresse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal;

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidasnecessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.

Art 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividadesutilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como oscapazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento porórgão estadual competente, integrante do SISNAMA, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.

§ 1º - Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicadosno jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação.

§ 2º - Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trataeste artigo dependerá de homologação da SEMA.

§ 3º - O órgão estadual do meio ambiente e a SEMA, esta em caráter supletivo, poderão, senecessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividadesgeradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidosdentro das condições e limites estipulados no licenciamento concedido.

§ 4º - Caberá exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os Governos Estadual eMunicipal interessados, o licenciamento previsto no " caput " deste artigo, quando relativo a pólospetroquímicos e cloroquímicos, bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei.

Art 11. Compete à SEMA propor ao CONAMA normas e padrões para implantação,acompanhamento e fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundasdo próprio CONAMA.

§ 1º - A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidadeambiental serão exercidos pela SEMA, em caráter supletivo da atuação do órgão estadual e municipalcompetentes.

Plano de Manejo da APA João Leite273

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§ 2º - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades,públicas ou privadas, objetivando a preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados porprocessos de exploração predatórios ou poluidores.

Art 12. As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão aaprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e aocumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.

Parágrafo único - As entidades e órgãos referidos no " caput " deste artigo deverão fazer constardos projetos a realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de degradaçãoambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.

Art 13. O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas ao meio ambiente, visando:

I - ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir adegradação da qualidade ambiental;

II - à fabricação de equipamentos antipoluidores;

III - a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais.

Parágrafo único - Os órgãos, entidades, e programas do Poder Público, destinados ao incentivodas pesquisas científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio aosprojetos que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis na área ambiental eecológica.

Art 14. Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, onão cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danoscausados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo,a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos dereincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiversido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.

II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;

III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentosoficiais de crédito;

IV - à suspensão de sua atividade.

§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambientee a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidadepara propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

§ 2º - No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do MeioAmbiente a aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste artigo.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restriçãoou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios,incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA.

§ 4º - Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento de detritos ou óleoem águas brasileiras, por embarcações e terminais marítimos ou fluviais, prevalecer o disposto na Lei nº5.357, de 17 de novembro de 1967.

Art 15. É da competência exclusiva do Presidente da República, a suspensão prevista no incisoIV do artigo anterior por prazo superior a 30 (trinta) dias.

§ 1º - O Ministro de Estado do Interior, mediante proposta do Secretário do Meio Ambiente e/oupor provocação dos governos locais, poderá suspender as atividades referidas neste artigo por prazonão excedente a 30 (trinta) dias.

Plano de Manejo da APA João Leite274

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§ 2º - Da decisão proferida com base no parágrafo anterior caberá recurso, com efeitosuspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, para o Presidente da República.

Art 16. Os Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios poderão adotarmedidas de emergência, visando a reduzir, nos limites necessários, ou paralisar, pelo prazo máximo de15 (quinze) dias, as atividades poluidoras.

Parágrafo único - Da decisão proferida com base neste artigo, caberá recurso, sem efeitosuspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, ao Ministro do Interior.

Art 17. É instituído, sob a administração da SEMA, o Cadastro Técnico Federal de Atividades eInstrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que sedediquem à consultoria técnica sobre problemas ecológicos ou ambientais e à indústria ou comércio deequipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmentepoluidoras.

Art 18. São transformadas em reservas ou estações ecológicas, sob a responsabilidade daSEMA, as florestas e as demais formas de vegetação natural de preservação permanente, relacionadasno art. 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 - Código Florestal, e os pousos das aves dearribação protegidas por convênios, acordos ou tratados assinados pelo Brasil com outras nações.

Parágrafo único - As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degradarem reservasou estações ecológicas, bem como outras áreas declaradas como de relevante interesse ecológico,estão sujeitas às penalidades previstas no art. 14 desta Lei.

Art 19. (VETADO).

Art 20. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art 21. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 31 de agosto de 1981; 160º da Independência e 93º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Mário David Andreazza

Plano de Manejo da APA João Leite275

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