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ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA … · habitacionais do campo, ... lhe agradasse e ali soltavam algumas cabeças de gado bovino e cavalar. ... Visitas de campo nas propriedades

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ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE - UNICENTRO

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ESPACIAL DA AGROPECUÁRIA DE CANDÓI - PR

GUARAPUAVA

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2011

NERCI LIMA DE SOUZA

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ESPACIAL DA AGROPECUÁRIA DE CANDÓI - PR

Caderno Pedagógico apresentado ao PDE-UNICENTRO, da Secretaria de Estado da Educação, pela Professora-PDE Nerci Lima de Souza, sob a orientação do Professor: Pierre Alves da Costa Guarapuava/Pr.

GUARAPUAVA

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2011

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SUMÁRIO

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................... 3.

2. APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 4.

3. JUSTIFICATVA ..................................................................................................... 5.

4. OBJETIVOGERAL E ESPECIFICOS .................................................................... 8.

4.1. OBJETIVOS ESPECIFICOS .................................................................... 8.

5. METODOLOGIA .................................................................................................... 9.

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 11.

7. PROCEDIMENTO / MATERIAL DIDÁTICO ........................................................ 14.

8. UNIDADE – CONTEÚDOS ................................................................................. 16.

8.1 - As conquistas Históricas das Expedições que Passaram pelo Candói ..... 16.

8.2 Candói distrito de Guarapuava fez Parte da Fundação ............................... 23.

8.3 Primeiros Tempos Vividos ........................................................................... 26.

8.4 O Que é Sesmaria ....................................................................................... 28.

8.5 Surgiram as Sesmarias ................................................................................ 30.

8.6 Pecuária – A partir das Sesmarias ............................................................... 32.

8.7 A criação de Gado no Paraná ...................................................................... 34.

8.8 Fazenda Igrejinha ........................................................................................ 37.

8.9 Um pioneiro da História de Candói .............................................................. 40.

8.10 Localização Geográfica do Município ........................................................ 41.

8.11 AGROPECUÁRIA DO MUNICÍPIO DE CANDÓI ............................................... 43.

8.12 ENTREVISTA PARA AULA DE CAMPO ................................................... 48.

AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 51.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 52.

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Nerci Lima de Souza.

Área PDE: Geografia.

NRE: Guarapuava.

Professor Orientador: Professor: Pierre Alves da Costa.

IES vinculada: UNICENTRO.

Escola de Implementação: Colégio Estadual Santa Clara.

Público objeto da intervenção: Para os alunos do ensino Médio do município de

Candói –PR.

Tema de Estudo do Professor PDE: AS PERSPECTIVAS HISTÓRICA E

GEOGRÁFICA DA AGROPECUÁRIA DO MUNICIPIO DE CANDÓI.

Título: DIAGNÓSTICO SÓCIO-ESPACIAL DA AGROPECUÁRIA DE CANDÓI – PR.

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2. APRESENTAÇÃO

Este material tem como subsídios teóricos que ampliem a bagagem

pedagógica do conhecimento do aluno do Ensino Médio, sendo que está direcionado

a discussão que consiste sobre “Agropecuária do município de Candói”. Vem

apontar-se para as necessidades de formular ações permanentes e integradas aos

conteúdos curriculares e ao Projeto Político Pedagógico. Por um lado pretende-se

despertar à reflexão Histórica e Geográfica da Agropecuária do município, pois os

agricultores passam por falta de políticas públicas, que vem se arrastando por

muitos anos. É através dessas questões advindas dos trabalhos agrícolas, que se

apresentam as dificuldades dos jovens, filhos dos agricultores, em permanecerem

no campo, vindo para à cidade em busca de trabalho, as vezes sem conhecimento

de causa.Por este motivo, se devem as tomadas decisões e estímulos no processo

geral agrário.

Portanto, o caderno pedagógico vai se deter nos conteúdos que contemple a

“História e a Geografia”, para os profissionais da rede pública de ensino, e para os

demais interessados, não só na transformação da realidade, que estão inseridos na

sociedade candoiana, mas também nas mediações da aprendizagem e na práticas

comprometidas com interesses de mudanças e nas perspectivas em relação ao

nosso meio agropecuário em que vivemos.

Escola de implementação: Colégio Estadual Santa Clara – Município de

Candói

Público objeto da intervenção: alunos, pais, agricultores e professores.

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3. JUSTIFICATVA

Sabe-se que o Município de Candói, vem passando por várias transformações

na agropecuária sejam, ambientais, históricas e geográficas e as formas físicas e

habitacionais do campo, e suas organizações da época passada de toda sua

natureza física, humana, no trabalho para que possamos compreender os dias

atuais deste município forma crítica.

Neste projeto vai se estudar a conquistados campos naturais, coberto pela

mata nativa de Guarapuava e de Palmas, somente no início do século XIX, por

iniciativa oficial e particular, sobretudo por influência de suas posições geográficas

estratégias de proximidade à fronteira das colônias espanholas (não firmemente

delimitada) e da expansão da atividade tropeiro que, dava suporte à mineração do

ouro em outras regiões do país. Com a expansão da sociedade campeira para o

Terceiro Planalto, também, do sistema de sesmarias, que ocupou os campos

naturais. Assim, é possível afirmar que os grupos pecuaristas da região de

Guarapuava nada mais são do que os descendentes dos antigos tropeiros das

fazendas dos Campos Gerais. (Silva, 2007. p.44).

Para obter uma propriedade nos Campos Gerais, o interessado mandava um

preposto seu acompanhado por dois ou três escravos. Escolhiam uma paragem que

lhe agradasse e ali soltavam algumas cabeças de gado bovino e cavalar. Alguns

anãos mais tarde, alegando posse, o proprietário requeria a El-Rey e solicitava a

concessão da sesmaria. As propriedades possuíam entre 4 e 8 mil alqueires

paulistas. (Wachowicz, 2010. p.95).

Brasil ainda é muito comum vermos o que ocorria antigamente, quando

aparecem as questões do agricultor familiar, qual é sua importância e seu

desenvolvimento local e para a segurança de suas propriedades, para que não

houvesse divisões de suas terras por obterem grandes propriedades, então o filho

casa-se com parentes ou vizinhos, mas família do agricultor era responsável pela

mão de obra dos meios de produção, assim assume o trabalho no estabelecimento

produtivo.

Estes colonos procuraram construir a sua identidade neste novo espaço, bem

como identificando os fatores naturais, que eram responsáveis pelas diferenciações

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ocorridas nas desigualdades dos espaços agrários, e nos sistemas produtivas atuais

do Município de Candói.

A paisagem natural era definida pela composição orgânica dos elementos

naturais (clima, vegetação, relevo, solo, fauna, hidrografia, etc.) que diferenciavam

áreas de extensões variáveis. A paisagem cultural, por sua vez era vista como

resultado de um relacionamento harmonioso entre os objetos/elementos naturais e o

homem, agente que se adaptava às condições naturais (em termo biológicos) e,

também, usava elementos do meio em seu benefício, por meio de técnicas que era

capaz de desenvolver (DCE – 2008).

A proposta é provida de deferentes análises dos sistemas de produção

agrícolas para que permitam alternativas de intervenções de melhorias qualificadas

nos diferentes entre os tipos de agricultores, como: pequeno, médio, grande e os

assentamentos rurais constituem uma desigualdade entre os proprietários.

Ao considerar que a difusão da agropecuária cientifica e do agro negócio de

forma extremamente excludente, acentuada pela história de desigualdades sociais e

territoriais, além de criar essas desigualdades, procura-se apresentar alguns

impactos negativos diante do capitalismo globalizado que interfere nos elementos

sociais da estrutura agrária. Que sobressaem especialmente, a concentração da

estrutura fundiária, impondo-o uma nova dinâmica no mercado de terras, e a

proletarização nas relações de trabalho, formando-se um mercado de trabalho

agrícola formal. ( ELIAS, 1996, P. 30).

A paisagem rural não pode ser considerada somente como uma espécie de

“aparência” do espaço agropecuário produzido, ou seja, seu aspecto visível. Há que

se respeitar o pluralismo e a diversidade do pensamento na ciência geográfica.

Prender-se a uma única forma de encarar o mundo. Neste enfoque do real,

buscando explicações geográfica para reconhecer aspectos da realidade omitidos

por muitas interpretações. (FAJARDO, 2008, P. 59).

O projeto de Intervenção Pedagógica será desenvolvido no Colégio Estadual

Santa Clara de Candói, nas 2ª série A, do ensino médio, e Escola Técnica Casa

familiar Rural com a 1ª série A, será aplicado em formas de leituras de textos das

teorias vividas para buscar novas perspectivas modernas no sistema de interação do

desenvolvimento econômico, através de associações com os órgãos públicos que

compete ao município e ao Estado do Paraná.

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Portanto, o tema de pesquisa a ser desenvolvido é ligado à história e a

geografia econômica, que ocorreu no Paraná, em destaque a função dos pernoites

nos locais como: o rio Negro, Palmeira, Ponta Grossa, Iapó (Castro), Jaguariaíva,

Palmas, Guarapuava, pois o rio Iguaçu que esta na parte sudeste do município de

Candói era uma das travessias do gado do Rio Grande do Sul ao SUL de São Paulo,

então procuramos fazer uma abordagem sobre esses relevantes temas através do

processo histórico desenvolver-se a criação de gado e mais tarde a evolução da

agricultura sendo este município voltado para agropecuária, devemos buscar

alternativas junto aos órgãos públicos para que permanência dos jovens no campo,

para que criem novas metas de trabalho através do associativismo rural, evitando o

êxodo rural.

Outras questões a serem refletidas são: a conservação do meio ambiente o

das pequenas e médias propriedades que praticam a agricultura de subsistência. As

intenções aqui apontadas esta dirigidas para horizontes divergentes, mas que

devem ser orientados na sua conservação. Também como objetivo incentivar o

cooperativismo e à agricultura familiar, ao desenvolvimento de projetos pedagógicos

em parceria com entidades de pesquisas e Assistências Técnicas e Extensão Rural-

EMATER/PR e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária-EMBRAPA e com

outros órgãos públicos e privados. Buscar aplicações de inovações e parcerias com

empresas agropecuárias privadas com estímulos à criatividade, o uso de tecnologia

de ponta, a transformação das propriedades em empresas rurais para atingir um

desenvolvimento eficaz e eficiente, e a formação de empreendedores na

agropecuária.

“Promover uma agropecuária do futuro”, adequando sua proposta de “valores

humanos” às atividades rurais e levando modernos conhecimentos aos jovens do

campo, orientados pelo pelos princípios do desenvolvimento, deve ser construída

sociedade humana e transformadora nas comunidades rurais.

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4. OBJETIVOGERAL E ESPECIFICOS

O presente trabalho tem como objetivo conhecer a organização do espaço e

histórico agropecuário do Município de Candói e as múltiplas relações físicas, e os

problemas agrários, sociais e econômicos.

4..1. OBJETIVOS ESPECIFICOS

a) Enfatizar os problemas agropecuários, focalizando uma reflexão de seu

desenvolvimento econômico do Município de Candói.

b) Trabalhar junto às instituições de ensino, com os alunos do ensino médio a

ser feito uma pesquisa prévia da pluralidade cultural do município e o

desenvolvimento histórico dos povos antigos e atuais, e suas políticas sociais

econômicas.

c) Levantar os problemas agrários das diferentes épocas, e as suas causas que

demarcaram a atualidade. Através de discussões críticas que leve o aluno uma

reflexão criativa.

d) Buscar alternativas através de associativismo agropecuário, junto a Emater e

outros órgãos.

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5. METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos são recursos utilizados no de decorrer da

pesquisa, com elementos pedagógicos complexo, que precisa ser aprofundados ao

tema do trabalho, adaptado ao nível cognitivo do jovem. O papel do professor é de

orientador e deve ter muito cuidado ao motivar seus alunos para pesquisa, buscando

um levantamento dos conhecimentos dos alunos sobre o assunto através da

comunicação para que possam ser ampliados esses conhecimentos e assim ocorre

o processo todo. Teremos algumas etapas subseqüentes e indispensáveis:

1. A apresentação do tema a ser estudado é fundamentalmente levantar-se o

conhecimento sobre o assunto. Assim possibilita a “tempestade cerebral” é uma

técnica que possibilite a comunicação de todos os alunos. E o professor devera

provocar o trabalho e ao mesmo registrar as falas com muito cuidado, dando

auxilio no vocabulário e nas expressões utilizadas, as duvidas devem ser

esclarecidas para que haja aprendizagem. Este primeira passo será feito em sala

de aula.

2. Após apresentação do projeto devemos ampliar esses conhecimentos através da

organização de questionários, sendo 50% fechado e 50% aberto, para ser

aplicado ao um número de mais ou menos 30 agricultores. Estes questionários

devem ser formulados de acordo com o tipo de propriedade agrícola. Os

levantamentos a serão discutidos com os alunos.

3. Entrevistas com técnicos ou profissionais da área, buscando esclarecimento da

pesquisa propriamente dita, buscando o papel que desempenha cada um dentro

da agropecuária, que será feito em grupo de alunos, em horário o contrário à

aula, pois este vão ao encontro deles na suas determinadas secretarias.

4. Visitas de campo nas propriedades de assentados, pequenas propriedades,

médios e aos grandes proprietários, onde o professor e os alunos procuram à

exploração da vivência do proprietário de forma teórica e de forma concreta, e

relevante das necessidades dos proprietários. Para que isso aconteça deverá ser

elaborado um cronograma de trabalho antecipado. Ao ser selecionadas as áreas

agrícolas, pois em nossa região possuem 05 núcleos, aonde iremos aos

encontros dos agricultores.

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5. No ambiente escolar será como intervenção pedagógica, serão apresentadas em

forma de palestras, com troca de experiências com os alunos filhos de

agricultores, procurando aprimorar mais seus conhecimentos científicos.

6. Análise e discussão de tabelas da produção do município tanto de grãos como

de produção da pecuária, através de pesquisas com as cooperativas como:

Coamo, Agrária, Cofferai e outras.

7. Levantamentos de dados junto ao IBGE, secretária municipal e estadual de

agricultura de Candói e a EMATER.

A função da pesquisa se espera que os jovens tenham uns conhecimentos

adquiridos nas formas diversas: do simples relato oral e leituras referentes ao tema,

feito em sala de aula, confecção do mapa agrícola por núcleo, encenação

apresentada tanto para turma, quanto para outra, o trabalho elaborado sob forma de

painel, exposição, feira, etc., ou ainda, de trabalho escrito (relatório, poesia, musica,

redação, etc.,), eventualmente ilustrado com mapa, gráfico e fotos.

E no final de todos os trabalhos realizados será desenvolvido um artigo sobre:

DIAGNÓSTICO SÓCIO-ESPACIAL DA AGROPECUÁRIA DE CANDÓI – PR.

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6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Camargo (1929) coloca - se os primeiros povoadores de Guarapuava,

mediante requerimento, eram cedidos sesmarias. Sendo que as primeiras foram

requeridas em 1818. Em virtude a imensa área de campos de boa palha, mas de

terra fraca para a lavoura, só aproveitaria para sobrevivência sendo prejuízo ao

Estado. Então deu-se destaque em primeiro lugar à criação de gado, por ter

vastíssimos prados de pastagens, água em abundância e um clima propicio ao

desenvolvimento das espécies domesticas que constituem a indústria campestre.

E a partir dessa questão vai procurar discutir a colonização da época, e a

divisão das sesmarias. Sendo que o Município de Guarapuava era considerado a

maior centro pastoril do Estado do Paraná, pois a criação de gado representava

maior receita do montante da riqueza.

Ainda menciona os meios físicos naturais “campos naturais que serviam de

alimento para o gado” que foram usados sem muito trabalho, pois este processo

veio contribuir fortemente para o desenvolvimento social de muitos fazendeiros.

Marcondes (1998, p. 49 – 54), nos mostra as lutas que o povo guarapuavano,

teve que conquistar o seu pedaço de Terra para trabalhar. Foram adotados os usos

e costumes dos povos indígenas, que aqui viviam e que foram passados de geração

a geração.

A vida desses povos eram diferentes há muitos anos atrás, assim, na

população atual, ainda há resquícios do passado. E conserva nas famílias o medo

de perder as suas terras, fazendo com que seus filhos se casarem com parente.

Ferreira (1996) coloca uma síntese histórica da formação do município de

Candói que tem a sua delimitação geográfica e os aspectos gerais devido à

emancipação do município Mãe Guarapuava, e têm uma área de limite entre os rios

Cavernoso, Jordão e o rio Iguaçu.

Nesta citação será mostrada a história do município de Candói e sua

emancipação, também os aspectos geográficos e os limites do município.

Camargo (2001, p. 136 – 149), descreve sobre o Paraná agrícola por

excelência, que vive sob o regime da policultura, cultivando plantas tropicais e

temperadas, sendo considerado o celeiro agrícola do Brasil.

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Coloca-se em destaque a criação de gado, que foi incentivado pelos

Vicentinos no Paraná, e que nos dias atuais se pratica sob sistemas extensivo e

intensivo, eram destinados a recria para o corte e o leite, construindo uma fonte de

riqueza do Estado. E além de outras atividades que se destacam: a galináceas,

abelha e struthios (avestruz).

Aqui está bem frisado que o Paraná é um celeiro do Brasil, principalmente em

grãos, que produzidos na agricultura paranaense, com uma variedade muito grande

de sementes. E na pecuária conta-se com grande quantidade de raças. E também

na produção de leite, carne e outros produtos.

Wachowicz (1995, p.141), escreve-se que meados do século XIX, era o

território paranaense ainda uma região mal povoada, com sertões brutos e

desabitada, inclusive em áreas não muito distantes de Curitiba. Os índios hostis

amedrontavam com suas correrias a população existente em núcleos raros,

pequenos e dispersos, localizados no interior, como Guarapuava, Palmas, Rio

Negro, Castro, Tibagi etc. O mesmo receio e desconfiança ocorriam com os

tropeiros que faziam ligação de São Paulo com o Rio Grande do Sul, especialmente

no trecho ao Sul, especialmente no trecho ao sul do Rio Negro, na chamada Estrada

da Mata. Eram ali os tropeiros molestados pelos índios xokleng (botocudos), sempre

prontos a um ataque de surpresa.

Já sabiam que aqui nestas terras eram cheia de índios, pois muitos tropeiros

sem conhecimento procuravam passar por essas regiões, assim eram surpreendidos

por eles, e como estavam com medo de perder suas terras, então atacavam esses

tropeiros.

Santos, (2001) fala sobre os campos do Paraná que participaram ativamente

desta nova conjuntura econômica, no papel de fornecedores, principalmente, de

gado. A ocupação dos Campos Gerais a pecuária e o comercio de muares

mantinham largo predomínio sobre a economia local. Com a formação das fazendas

de gado bovino, desde o século XVIII havia atraído emigrante português e outros no

século XIX.

A extensão da ocupação dos campos limpos do segundo e terceiro planalto

se processam, principalmente, neste século. A expansão do povoamento na

ocupação dos campos de Guarapuava e Palmas, durante a primeira metade do

século XIX, revelam as pretensões expansionistas da economia da pecuária.

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Santos (2001, p.48) toma como exemplo o problema do uso da Terra num

país. O uso da terra tem que ser definido primeiro como um subsistema no interior

do sistema espacial.

Num determinado momento o uso da terra é o resultado da apropriação total

do espaço rural, a qual tem, em cada lugar formas especificas.

Mas para Milton Santos, (2008) o uso da Terra tem umas histórias de vida na

sua ocupação espacial que a determina como foi realizada a procriação. Pois

algumas formas não desaparecem as marcas do passado devido a sua estrutura

particular.

Schneider (2003, p.41), fala da agricultura familiar é aquela em que a gestão,

a propriedade e a maior parte do trabalho vêm de individuo que mantêm entre si

laços de sangue ou casamento. Que esta definição não seja unânime e muitas

vezes tampouco operacional é perfeitamente compreensível, já que os diferentes

setores sociais e suas representações constroem categorias científicas que servirão

a certas finalidades praticas: a definição de agricultura familiar, para fins de

atribuição de crédito, pode não ser exatamente a mesma daquela estabelecida com

finalidades de qualificação estatística num mundo acadêmico. O importante é que

estes três atributos básicos (gestão, propriedade e trabalho familiares) estão

presentes em todas elas.

Pires, (2003), descreve a relação entre cooperativismo e agricultura familiar

ganha destaque no mundo do mercado pela forte competitividade que caracteriza a

globalização da economia. Nesse contexto, a união de forças via associativismo e

cooperativismo constitui uma prerrogativa para a sustentabilidade da unidade

produtiva e do negócio (PIRES, 2003). No âmbito da agricultura familiar, a criação

de associações e cooperativas vem sendo destacada pela literatura como um canal

importante de produção, organização de produção, agregação de valor e de

comercialização da produção.

A Revista do SESB - DERAL, 2003, fala do associativismo cadastral agrícola

do Paraná e outros órgãos do governo do Estado, que são os de recursos a serem

aplicados nos municípios paranaenses, pelos agricultores que devem ser aplicados

para benefícios nas unidades familiares de produção, marginalizada do processo.

Preferencialmente, deverá ser dada ênfase aos créditos de investimentos

agropecuários.

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7. PROCEDIMENTO / MATERIAL DIDÁTICO

A abordagem desses conteúdos estruturantes são enfatizados no currículo

escolar, pois buscam analisar, para entender como constitui o espaço geográfico, A

final, as relações Sociedade ↔ Natureza são movidas pela produção da

materialidade necessária para a existência humana, e pelas relações sociais e de

trabalho que organizam essa produção. Tais fundamentos foram incorporados pela

teoria da Geografia quando a matriz teórica do materialismo histórico dialético

passou a integrar o pensamento geográfico e histórico. (DIRETRIZES, Curriculares

da Educação Básica, p.70)

Este material pedagógico tem como objetivo é estimular nos alunos o

desenvolvimento de uma consciência e de um tipo de raciocínio a respeito da

especialidade dos elementos naturais e sociais. Isso porque tais elementos fazem

parte, direta ou indiretamente, da experiência dos alunos. Tomar consciência da

especialidade desses elementos em determinado período (histórico e geográfico), ou

seja, reconhecer o modo o espaço que é organizado em razão das dinâmicas

naturais e sociais, é fundamental para o desenvolvimento de práticas sociais e da

cidadania.

O educador e pesquisador Vygotsky 91896- 1934) defendia a idéia de que o

aluno deve participar ativamente de seu processo de construção de conhecimento,

que é realizado com base na cultura e no contexto de que ele faz parte. Ainda

segundo Vygotsky, não se adquirem conceitos memorizando-os ou acumulando

conteúdo trabalhado em sala de aula de forma pronta e acabado.

As formulações de Vygotsky sobre esse complexo processo de formação de

conceitos ajudam os professores a encontrarem caminhos no ensino para cumprir

objetivos desenvolvimentos intelectuais dos alunos, com a contribuição específica

das matérias básicas do currículo escolar, como da Geografia. Com efeito, os

conteúdos dessa disciplina têm como um dos eixos de estruturação os

desdobramentos de conceitos, caso amplos da ciência a que correspondem, e são

encaradas como instrumentos para o desenvolvimento dos alunos.

Coma preocupação em tornar o trabalho em sala de aula dinâmico e

motivador, e entendendo que a função do professor é mediar a apropriação do

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conhecimento pelos alunos, procurando desenvolver um material que estimule a

compreensão dos temas abordados e a realização de atividades variadas e

contextualizada. Visando uma formação social crítica e solidaria, entendemos ser

necessário, ainda, reconhecer as especificidades Culturais, sociais e econômicas

dos alunos, seus trajetos de vida e seus estilos, aprendizagem. Para que esse

processo obtenha sucesso, é necessário também que o aluno obtenha uma postura

de ativa, autônoma e responsável em relação à rotina de estudos, portanto, é

importante que o professor e material didático o ajudem perceber com clareza os

objetivos da aprendizagem. Dessa maneira, a negociação do professor x aluno é

mais fluida e possibilita a maior troca do conhecimento.

Os conceitos de língua portuguesa referem-se ao conhecimento de ordem

geral da língua como forma de expressão e comunicação utilizada em sala de aula,

no cotidiano do aluno.

O professor precisam ter o cuidado de verificar a aquisição, dos conceitos

utilizados no dia a dia de suas aulas na determinada disciplina. Recomenda-se

trabalhar, com o mesmo texto na aula de português.

O conceito na matemática pode ser trabalhado, as medidas que representam

as sesmarias, o alquere, a hectare e outras medidas que são usadas no campo.

Então o professor pode se apropriar dos conhecimentos dos alunos ou fazer com,

que eles pesquisem com os pais e vizinhos.

Na ocasião do curso de formação continuada observou-se que, geralmente, e

o professor fica surpreso com a quantidade de conceitos de ordem matemática

presente nos textos. Desse modo, recomenda-se a verificação do entendimento

dessas noções por parte dos alunos do Ensino Médio, lembrando-se de que, nem

sempre, são trabalhadas de modo sistemático na escola. E as demais disciplina

também pode se apropriar desses conhecimentos.

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8. UNIDADE - CONTEÚDOS

8.1 - As conquistas Históricas das Expedições que Passaram

pelo Candói

A história do imenso território paranaense, onde se situa os Campos de

Guarapuava, também do município de Candói por ser reestruturada, mostra que faz

parte desse contexto Histórico, onde se caracteriza em quatro etapas, que se

demarcaram os fatos:

• A 1ª Etapa: A denominação espanhola do Vera.

• A 2ª Etapa: Conquistas e destruições operadas pelos paulistas.

• A 3ª Etapa: A reconquista portuguesa e brasileira.

• A 4ª Etapa: A expedição contou com ajuda de Pahy.

Na primeira etapa: Devido ao fato ameaçador da Espanha ter voltado a

discutir as fronteiras na América, as autoridades portuguesas enviaram expedições

militares aos Sertões do Tibagi, para o seu reconhecimento e pose. Pois a história

de Guarapuava mostra também a história de nosso município de Candói.

Aos cronistas espanhóis atribuiu a descoberta de Guairá e do Paraguai, e o

audacioso português, Aleixo Garcia que supõe ter vindo ao Brasil na amando de

André Gonçalves, o qual partiu de Lisboa, a 16 de agosto de 1501, para explorar as

costas brasileiras, ao afirmar a posse com a coroa portuguesa, por implantações de

padrões com armas lusitanas. André Gonçalves manda explorar o exterior do país, e

que Aleixo Garcia preparasse empresas audaciosas. Sendo corajoso, valente e o

aventureiro soldado partiu para o litoral Paulista, com uma pequena escolta que

acompanharam até o Oeste, atravessou os Campos de Piratininga, chegando ao

lugar onde se ergueu a Itapetininga. Passou por vários rios como: Cinzas, Tibagi e

foi um pouco após a foz do rio Topo, e depois atravessou o sertão do Tibagi e o Ivaí.

Perto da confluência do Rio Corumbataí, passou o rio Ivaí em direção ao vale

do Piquiri, em cujo rio, ele conseguiu navegar, indo transpor no Rio Paraná, próximo

dos Setes Quedas. Estava, pois descoberto o imenso território de Guarapuava, que

se transformou e muitos municípios.

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Com passar dos anos, outras expedições portuguesa já estiveram no Rio

Paraná, exceto a de Jorge Sedenho, com 60 soldados que chegaram as margens do

Rio Paraná, falecendo nesta ocasião o comandante.

Foi esse o início do domínio Castelhano seguiu da nascente do rio Iguaçu e,

segundo outros, com mais *verossimilhança1, nas proximidades desse rio e do

Paraná. D. Alvar Nuñez Cabeza de Vaca que em 1541 partiu da costa de Santa

Catarina em direção para o Paraguai e toma solenemente a posse do Rio Paraná

para Coroa Castelar.

Veja a história deste bandeirante registrou assim o cronista da expedição:

“quando nos aproximamos deste rio, soubemos, por informação dos índios, que o

mesmo se lança no Paraná, também chamado rio da Prata, e que nas margens

destes dois cursos de água os indígenas tinham mortos os portugueses mandado

por Martim Affonso de Souza para descobrir este país”. (Martins Romário, 1955;

p.17).

Então os índios carijós procuravam amedrontar as expedições, pois eles eram

os únicos habitantes da região, e sempre estavam atentos na defesa da terra.

Logo após os jesuítas espanhóis de um lado e as autoridades de outro lado,

estenderam os seus domínios por toda a zona compreendida entre o Rio

Paranapanema e o Rio Iguaçu.

Nessa época surgiram cidades e vilas florestais, tais como: A cidade Real de

Guairá, Vilas Florestais, Santo Inácio de Pirapó, Santa Maria, São José e tantas

outras reduções florestais. (MARTINS, Romário, 1995, p. 16ª 18).

A segunda Etapa: Em 1628, a expedição paulista Antônio Raposo,

composta por 900 mamelucos e 2000 índios tupis, enfrentavam as primeiras

reduções dos índios guaranis da República do Guairá, e no ano de 1631. A obra do

extermínio estava concluída.

Escravizados os índios destruíram o Guairá, enquanto os jesuítas fugiram

para a margem meridional do Uruguai, onde fundaram os treze povos das novas

missões.

Guarapuava e todo vasto sertão do Oeste caíram em abandono, às hordas

indígenas de diversas origens veio habitá-la.

As aventuras duraram aproximadamente um século e meio, no período da

guerra entre a Espanha e Portugal que durou período do reinado de D. José, e a

1 Qualidade do que é verossímil.

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ocupação dos castelhanos a mando de D. Pedro Cevalhos, já no Brasil em Viamão,

localizado no Rio Grande do Sul, veio demonstrar aos portugueses a necessidade

de ocupar as fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Madri. (MAARCONDES,

Gracita Gruber; 1998 p. 30).

Terceira Etapa: O inteligente Morgado de Mateus, governava a Capitania de

São Paulo. E D. Luiz Antônio de Souza B. Mourão, o valioso cooperador do ministro

Marques de Pombal. A sua capitania estava ameaçada pela conquista dos

castelhanos que então, eram os senhores do Rio Grande do Sul e de Santa

Catarina. O Morgado Mateus depois de fortificar os rios Pelotas e Lages, idealizou o

plano de conquistar o Paraguai.

Fracassaram os projetos, os castelhanos ficaram frustrados na defesa do Rio

Grande do Sul, enviando reforços para província, só então os portugueses poderiam

recuperá-lo. De Curitiba também partiram expedições com destino a diversos pontos

da fronteira e com instruções secretas comandada pelo Tenente Cândido Xavier de

Almeida, que substituiu o Tenente Bruno da Costa, que descobre a 8 de setembro

de 1771, os famosos Campos de Guarapuava. Uma dessas expedições, a comando

do Tenente Cândido Xavier de Almeida e Souza, com alguns homens a cavalo e

outros em canoas desceram o grande rio que os índios chamavam de “Iguaçu”.

Depois de nove dias de viagem, passaram pelos Campos de Candói, e esse

homens pernoitaram próximo a um funil ou incatilado2, isto é, o local do rio

Capivaruçú (Jordão), que deságua no rio Iguaçu. Hoje esses locais estas submersas

pela represa da Usina Nei Braga, que esta entre os municípios de Reserva do

Iguaçu, Foz do Jordão e Mangueirinha.

O coronel Afonso Botelho resolveu conquistar Guarapuava, com a elite da

polícia curitibana ordenado aos Tenentes Cândido Xavier e Felipe Santiago, que

abriram picada entre o rio Iguaçu e os referentes Campos. Devido ao fato

ameaçador pela a Espanha ter voltado a discutir as fronteiras na América, as

autoridades portuguesas enviaram expedições militares para os sertões do Tibagi,

para o seu reconhecimento e posse. Pois a história de Guarapuava também é a

história de Candói como mostra no texto.

Passavam-se os dias e o forte da expedição deixava o local no dia 13 de

dezembro se dirigia acima da Foz do Rio Pinhão, ocorrendo então um episodio

2 Lugar estreito entre os dois rios, como forma de um canto entre os rios.

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muito interessante, pois foi através dele, que naquele local, juntamente com a

corrente de água teve uma nova denominação. E o vau era de difícil travessia, muito

escorregadio, de sorte que diversos animais caíram, molhando seus respectivos

cavaleiros.

Afonso Botelho foi um dos que se viu novamente batizado, e foi salvação para

terminar a travessia, porém, desejava chegar enxuto à outra margem. Então

denominou de rio Jordão.

E prosseguiram sua viagem, afastando-se cerca de dez léguas do Porto de

Pinhão, procurando um lugar mais conveniente para levantar uma povoação

definitiva.

Encontrando sempre com índios, que tratavam muito bem, presenteando com

objetos e recebendo, em troca, pinhão, aves, etc. O tempo foi passando, certo dia,

Botelho sentou-se à margem esquerda do rio Jordão, a espera que os índios os

procurassem, e esse dia era Natal.

Só a 08 de janeiro de 1772 eles apareceram em grande número, trazendo

muitos presentes, entre os quais, bolos de milho de aspecto repugnante, que, mais

tarde se verificou que estavam envenenados; e não foi só isso: invadiram também o

acampamento pacificamente, levando o que encontravam para o outro lado do rio.

Graças a alguns cavalos, os soldados puderam escapar, mas, os que estavam a pé

foram mortos pelos índios.

O fato causou estranheza a todos, até o próprio tenente-coronel, que

passaram a temer o grande número de índios que ali existia. Pois este local era

onde se sonhava em criar uma povoação, e foi posto de lado essa idéia, porque

jamais teria condições de tranqüilidade e sobrevivência sujeitas a possível

carnificina.

Em 18 de janeiro, as expedições de Cândido Xavier e Afonso Botelho

resolveram regressar separadamente. Sendo que Cândido voltou pela mesma

picada que fez indo embarcar no Porto da Vitória, enquanto que Afonso Botelho

resolveu regressou pelo Porto Esperança, que foi mantido durante longo tempo, sob

o comando de Francisco Martins Lustosa.

Já o tenente-coronel Afonso Botelho permaneceu nos Campos de

Guarapuava ensinou-lhe certamente, como eram poucos os recursos que

dispunham para tentar um comprometimento de tal ordem, e levou um termo para

comprovar que esta terra, grande em tamanho, ganha de muitos países.

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Todos esses fatos foram levados ao conhecimento do português, por

intermédio de D. Luiz Souza. A 21 de abril de 1774, era autorizada uma Ordem

Régia que determinava, além de outras coisas, a suspensão temporária das

expedições dos sertões do Ivaí e do Tibagí.

Naquela época viviam sob o domínio português, as coisas iam dificultando-se

pela falta de confiança do governo das expedições.

O território de Guarapuava esteve em poder dos indígenas mais ou menos 37

anos.

Com a chegada da família Real no Brasil, foi realizada uma nova tentativa

para a conquista, lavrando-se a carta régia, em 1º de abril de 1809 que determinava

outra expedição organizada com 200 homens sob o comando do Tenente Coronel

Diogo Azevedo Portugal, e dois missionários: o Padre Francisco das Chagas de

Lima e o rei Nolasco da Sagrada Família.

A expedição de 1ª de agosto de 1809 entra pela mata e chega aos campos a

17 de julho de 1810, fundando 8 dias depois, a povoação do Atalaia.

Em 1820 fundaram a Freguesia de Nossa Senhora do Belém, segundo a

dedicação do Padre Chagas de Lima, mais uma vez seria fracassada a conquista de

Guarapuava. (MARCONDES, Gracita Gruber; 1998 p. 31).

A quarta Etapa: Graças o índio Pahy que se mostrou fiel ajudando os

brancos a catequizar os índios, mas a sete de agosto de 1812, que chegou de livre

espontânea vontade na Atalaia que contava com 312 bárbaros.

A catequização iniciou com a ajuda de Pahy, pois assim que o Padre Chagas

começou a fazer-se compreendido pelos índios, fez uma campanha contra a

poligamia. Sem dúvida eram naturais os silvícolas estranharem as mudanças, com o

passar de o tempo apareceu no aldeamento uma forte peste que, inclusive, se fez

várias vitimas.

Já 1813, houve um desaparecimento quase total dos índios, pois a própria

peste fez com que eles se afastassem, ficando apenas 25 índios entre os quais,

Phay com sua mulher s filhos.

Com o passar do tempo eles voltaram para o aldeamento, pois os índios

Votorões, com o seu cacique Candói, que tinham um espírito de vingança por terem

matado o seu genro Capanema, próximo ao rio Iguaçu os ameaçavam aos

extermínios dos brancos.

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O índio Candói e seus companheiros eram duros e cruéis, reconhecidos

como uma das tribos mais ferozes que existiam na região.

E ele tinha com lema: “Morremos, mas não nos entregamos”. O cacique

Candói chegou a cravar uma lança em seu coração quando viu que suas tribo

estava sendo vencida. Não se entregaram de modo algum.

No passado o município de Candói, pois nesta região viviam os índios

Votorões nas suas aldeias próximo ao rio Iguaçu, onde faziam suas aldeias, quando

saiam para os campos era para caçar. Mas sempre os índios colocam seus nomes

referentes a natureza, então é nome do cacique Candói, que significa: em

caingangue. Candoy = “Clareira na Mata”.

Os moradores das Vilas de Curitiba, Castro e Lapa, 1813, reclamavam os

prejuízos causados pelos desertores da expedição de Guarapuava, com despesas

que se viam obrigados a dar hospedagem aos que lá se dirigiam.

Essas reclamações, desentendimentos e divergências, desgostaram a Junta

Real da expedição de tal maneira que, em 9 de dezembro de 1817, se publicavam

ordens de São Paulo, mandando recolher “ os interesses à borda dos Campos

Gerais’ (a tropa militar e todo o trem real).

Padre Chagas poderia ficar na Atalaia completamente desligado das

expedições e, sem honorários de 1º capelão. Com determinação retiram os

soldados, sob comando de Diogo Pinto de Azevedo de Portugal, em fevereiro de

1818, enquanto que alguns por aqui mesmo com esforços missionários, ao lado dos

primeiros povoadores, estabelecendo suas moradias, adquirindo suas primeiras

fazendas de criação de gado, enfim, tudo que mais tarde viesse a ter valor.

(CAMARGO, D. Affonso A.; 1928 p. 145).

Palavras e seus significados,

* impunham = que ficou sem punição; que não foi reprimido.

Objetivo da atividade é passar o texto para um tipo esquemático de explicação.

Atividades

1- Usando a ordem cronológica do tempo: O aluno tem que analisar as etapas

seqüenciais da história das expedições que passaram por esta região,

tratando dos fatos que aconteceram que estão relacionados nos textos. Após

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essa atividade fazer uma discussão em grupo para avaliar as diferentes

formas de apropriação do texto.

2 – Júri Simulado. Como avaliação.

Objetivo: Desenvolver a capacidade de expressar claramente as idéias, baseando-

se em argumentos.

Estimula o senso crítico.

Procedimento:

a) Após a percepção, apresenta-se um problema ou uma situação tirada da aula

integrada, e escolha o Réu, isto é, alguém envolvido na situação apresentada.

b) Em seguida divida a classe em 02 equipes.

- A primeira vai preparar a argumentação a favor do Réu.

- A segunda vai preparar a argumentação para acusar o Réu.

c) Cada equipe escolhe o relator, que será o advogado (acusação – defesa)

conforme o papel de cada equipe.

d) Depois de um determinado tempo, o Professor escolhe entre os alunos o juiz e

cinco jurados.

e) A apresentação deverá ser feita com um semicírculo, destacando o corpo de

jurados e os advogados.

f) ao final, o corpo de jurados condena ou absolve o Réu e o juiz elabora a

sentença.

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8.2 Candói distrito de Guarapuava fez Parte da Fundação

Fonte: governo do Município – Guarapuava. Nossa Gente Conta Nossa Historia. 1986.

Dom José desamparava Guarapuava e, ordenava o regresso do “Trem Real”

e que resolvesse a conquista da Paróquia Perpétua, graças a representação do

catecismo, reforçadas as informações prestadas pelo Padre Chagas, em 7 de julho

de 1818. Essas medidas foram tomadas depois de uma longa viagem que o

missionário fez naquele ano em São Paulo.

Em São Paulo, o governo ficou a para dos acontecimentos mostrados, que

não eram destituídas de verdades, e sim de acusações que continuavam a se fazer

a Diogo Pinto de Azevedo Portugal, já era velho e doente, e não podia cuidar da

expedição.

Dessas conseqüências a 14 de setembro de 1818, foi nomeado o

comandante interino da povoação de Guarapuava o Tenente Antônio da Rocha

Loures, veio em companhia do Padre Chagas, tendo deixado Linhares em1819.

Como as petições do Missionário iam sendo satisfeitas, a 4 de setembro do

mesmo ano, concedia uma “Sesmaria” para a catequese dos índios de Guarapuava,

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no campos situada entre o Rio Coutinho e Lajeado Grande, em 11 de novembro o

Rei criava, por alvará, da “Freguesia de Nossa Senhora de Belém” e no mês

seguinte era expedida a Carta Régia ordenando que dispensasse anualmente a

quantia de 200 mil réis para arrecadação da Matriz.

Dado a essa resolução então a conquista de Guarapuava se concretizou.

Logo o pensamento de ambos, era definir a povoação. Mas, para isso era preciso

calma, estudos e consultar a opinião dos povoadores. As opiniões não foram todas

favoráveis, apesar de existir uma igrejinha coberta de capim e um bom número de

casas já arruadas.

A primeira povoação quase a beira do sertão, em terreno um pouco

acidentado outros nos campos, não apresentava requisitos exigidos para de uma

futura cidade.

Enquanto uns preferiam a chapada do Morro Chato ou Morro do Padre, nos

Campos de Pinhão, outros queriam pelo Pontão dos Estacados, pouco além do

Campo Real. Chagas examinou os lugares apontados pouco mais de légua e meio

do Atalaia, entre o rio Coutinho e o rio Jordão.

Ali havia água em quantidade, a disposição dos terrenos era perfeitamente

compatível com o futuro desenvolvimento da povoação. Nas redondezas havia

capões para o fornecimento de lenha, pouco mais distante, à margem do rio Jordão,

abundante em madeiras de lei, e de solo fértil e favorável à agricultura, e o

panorama embora menos empolgante de outros lugares, não deixava de ser

encantador.

Na manhã de nove de dezembro de 1819, o Tenente Rocha Loures, o Padre

Chagas e várias pessoas que se achava mo Atalaia, em uma colina de suaves

encostas, puseram os primeiros fundamentos e fizeram demarcações da povoação,

a Freguesia e a Igreja “Nossa Senhora de Belém”, onde se determinou que no

centro da povoação, se fizesse um lugar quadrado com 900 braças de lado,

devendo levantar na parte superior a Igreja e a casa do vigário e o coadjutor.

Para os lados ficaram as casas dos empregados e, na parte mais baixa,

desceram três ruas na largura de 80 braças. Quando tivesse construída a povoação

ocuparia, um terreno de 200 braças pó 150. (IZIDORO, Heitor Francisco; 1971 p.26).

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Objetivo da atividade é explorar o texto histórico em que os alunos possam

entender os momentos que ocorreram os fatos.

1 - Fazendo a comparação do passado com o presente. Pode ainda, partir dos

problemas, expor com clareza e expor com clareza o mesmo e seguir buscado com

os alunos uma solução, fazendo o trabalho de contextualização histórica e

geográfica.

2 – Trabalhando com mapas das sesmarias, fazendo com o aluno possa obter uma

visão razoável da época, entendo as diferenças, grandezas diversas e ordens dos

fatos geográficos relativos a um mesmo espaço, assim como espaços diferentes, em

escalas diversas. A avaliação será as analises e interpretações dos fatos

observados pelos alunos. Descrever um texto interpretativo do documento

observado.

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8.3 Primeiros Tempos Vividos

Padre Chagas fez que seu povo nunca mais esquecesse. E os companheiros

na povoação nascente, dois escravos, sendo um deles que o acompanhava e o

outro o “El Rei”, dois soldados que Rocha Loures cedeu em sua defesa, e dez índios

de confiança, criados todos em sua própria casa.

Trabalhavam nas obras de edificações, e aos domingos e dias santos iam

rezar a missa na capelinha do Atalaia. E Rocha Loures ficou ao lado dos índios.

Mas a 15 de setembro de 1821, os índios ficaram sós no aldeamento, sob a

chefia de Luiz Tigre Cacon. Era um número de 126.

Já nesse tempo em Guarapuava, possuía 8 casas grandes e 6 pequenas

todas cobertas de palha, porque não havia fabricas de telhas. A população da

Freguesia e seus arredores elevam-se então 180 pessoas, sem contar os índios.

O povoado crescia lentamente, enquanto Rocha Loures distribuía em

“Sesmaria” quase todos os campos de Candói, a margem direta do Jordão e a

Margem esquerda até o Rio Pinhão.

Os rebanhos cresciam assustadoramente, a pastagem nos campos era

nativa, pois a criação de gado apreciava. E na medida em que a população crescia

mais constantes se tornavam os pedidos de Sesmaria. Uns aproveitavam-se das

concessões, enviando capatazes com rebanhos de ovelhas, tropa de gado para os

campos, enquanto que outros procuravam obtê-los na esperança de ser-lhes

facilitado em aproveitamento futuro.

Ficam em Guarapuava numerosos rincões completamente vazios de rezes.

Isso prejudicou certamente o progresso da região, alguns solicitadores de campos

não foram atendidos nas petições, em virtude de achar-se a campanha

completamente distribuída embora parcialmente ocupada.

O presidente da Província de São Paulo, Lucas Antônio Monteiro de Barros

deu um prazo de um ano para os “sesmeiro3” aproveitarem os seus campos, sob

pena de findou esse prazo seriam dado a outras pessoas que quisessem aproveitá-

los. E então ele chamou atenção de Rocha Loures, para acabá-la com as desordens

continuas praticada por alguns habitantes.

3 sesmeiro é o proprietário das Sesmarias que media seis léguas quadrada.

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Por mais que se evitassem era impossível que não ocorressem fatos

desagradáveis no meio dos povoadores, visto que entre eles haviam muitos de má

índole, gente que não era amiga do trabalho, e para lá se dirigiam sob influência da

lendária riqueza de outras eras. As demais eram os primeiros tempos foi um lugar de

degredados. Em 1822. Ali chegaram escoltados sete desterrados (IZIDORO, Heitor

Francisco, 1971; p. -38).

Objetivo é trabalhar com o texto histórico, permitindo uma reflexão e

construção autônoma a produção de um saber. Isso significa ultrapassar exercícios

mais comuns de identificação ou de reprodução (memorização) de um conteúdo

recebido passivamente pelo estudante.

Analise narrativa: Qual a idéia principal do texto? E que argumento os personagens

mostram? Como era o ambiente espacial da época?

Quais são os valores promovidos naquela época? Como é encarada á vida que eles

levam à civilização, o meio ambiente, a questão indígena?

Corrente do saber

Objetivo: - Avaliar a capacidade de fixação das idéias.

- Apresenta o conteúdo estudado.

Procedimento:

a) O professor divide a turma em pequenos grupos para estudar o conteúdo

apresentado no texto.

b) Em seguida, os alunos formarão um grande círculo.

c) Espontaneamente, um dos integrantes dirige-se ao centro do circulo e dá

inicio à apresentação do tema estudo.

d) Depois, outro se levanta, e dá continuidade do assunto e assim

sucessivamente, formando uma grande corrente.

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8.4 O Que é Sesmaria

No direito antigo, pedaço de terra devoluta ou cuja cultura foi abandonada e

que se tirava ao proprietário presuntivo para dar a cultivador sesmeiro. O regime

jurídico das sesmarias provém de sistema adotado no município medieval para

distribuição de terras comunais. Opondo-se a essa tradição, a nobreza, senhora dos

bens rústicos, privatizou a terra, obrigando a política municipal a abandonar as

velhas praxes. Essa apropriação, no séc. XIV, perturbou o plantio, crise que

acelerou, acidentalmente com grande peste de 1348, na qual teria perecido um terço

da população portuguesa, com a conseqüência dificuldade de recrutar

trabalhadores, D. Afonso IV, para atalhar o mal, restaurou o statu quo ante a peste

(1349), que D. Fernando I, provavelmente em 1375, expediu a célebre lei das

sesmarias, que vinculava a terra ao seu aproveitamento, mediante vigilância pública.

As ordenações (Manuelinas e Filipinas) estabelecerão as condições do exercício da

propriedade da Terra.

No Brasil, o direto de conceder sesmarias cabia aos delegados do rei na

colônia. Martim Afonso de Sousa, pela carta régia de 1530, foi o primeiro a ter essa

competência, em relação às terras que fosse descobrindo. Estabelecidas as

capitanias hereditárias, o poder de distribuir sesmarias passou aos donatários e

governadores. Em 1822notava um observador que as terras estavam quase todas

repartidas, salvo as habitadas pelos índios e as inaproveitáveis. O regime

latifundiário estabelecera-se. A 17-VII-1822, uma resolução do governo sela o termo

de um ciclo econômico, suspendendo a concessão de terras de sesmaria até que

nova lei regulasse o assunto. A lei nº. 601, de 18-IX-1850, considera públicas todas

as terras não comprometidas no domínio privado, sob a categoria de devolutas.

Seriam regulares as propriedades constituídas por qualquer título legitimo, por

concessão de sesmarias não caídas em comisso, por concessão de sesmarias em

comisso, mas revalidadas por lei, e, finalmente, por posses legitimadas, apesar de

não fundarem em título legitimo. (BARSA, Enciclopédia; 1995 v. 14, p.252).

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* Em síntese, os conceitos fundantes da Geografia podem ser assim

enumerados: o espaço, o tempo, a escala e a representação. Desse modo, sugere-

se que esses conceitos fundantes sejam utilizados na composição de qualquer

proposta curricular para a Geografia. A associação e a continuidade no processo de

construção desses conceitos são a garantia da aquisição de competência em

Geografia. O fruto dessa competência é a autonomia do aluno no saber-fazer

geográfico. A ausência de um desses conceitos – a sua apreensão deficitária –

compromete a qualidade do raciocínio global, de síntese e de generalizações

essenciais à autonomia pretendida. Por outro lado, o entendimento dos processos e

a aquisição operatória de habilidades Cognitivas não devem ser realizados,

meramente, a partir da memorização. Uma noção memorizada pode, ao longo do

tempo, ser esquecida, ao passo que uma noção entendida será reconstituída pelo

aluno diante de uma situação-problema por meio do raciocínio lógico (Segundo

Lesann, Janine; 2009 p. 42).

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8.5 Surgiram as Sesmarias

Ao ocupar e colonizar o Brasil um desafio para o reino com mais ou menos

dois milhões de habitantes. Como fizera com o extrativismo do pau-brasil, o Estado

português vai entregar aos particulares o ônus dessa tarefa.

A partir das informações enviadas por Martim Afonso o litoral brasileiro foi

dividido em 14 faixas linear – as Capitanias Hereditárias. Repetia-se a experiência

nas Ilhas: da Madeira, o Porto de Santo, dos Açores, Cabo Verde, de São Tomé e

Príncipe.

Devido ao fato ameaçado pela Espanha ter voltado a discutir as fronteiras na

América, as autoridades portuguesas enviaram expedições militares aos Sertões do

Tibagi, para o seu reconhecimento e posse.

O Território de Angola no continente africano, as capitanias foram entregues a

doze donatários da pequena nobreza, dependente do Estado. Alguns chegaram a vir

para ao Brasil. Com pequeno interesse e de pequena expressão econômica desses

“aventureiros”, Não atraídos pela Terra. Então D. João III lhes concedeu amplos

poderes: são os “reis” das Hereditárias. A ideologia feudal que associa poder e

prestigio, com grandes domínios territoriais, também incentiva a vinda para a

colônia.

Juridicamente a ocupação da terra é assegurada pela Carta de Doação e pelo

Foral. Real Capão alto concedido ao domínio ao donatário grande propriedades de

terras, isenta de qualquer tributo, exceto o dizimo. Ainda segundo a doação eram

privilegiados com auxilio do governo.

O Farol funcionava como um código tributário, definido que a renda dos

produtos da Terra pertencia ao donatário e a dos produtos do subsolo, da mata e do

mar pertencia a “Coroa”. Através dele o donatário concedia Sesmaria, não podendo

retomá-las o que era exclusivo do rei.

Baseado em donatários cujos capitães tinham poderes judiciários, políticos e administrativos, esses processos da colonização era tido como características medievais: Estruturavam, assim, tanto a propriedade como Estado, sob os mesmos moldes e princípios que regiam os domínios feudais: grandes extensões territoriais entregues os senhores dotadas de poderes absolutos sobre as pessoas e as coisas” (Guimarães, A. P, 1980 p. 49).

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As Sesmarias eram grandes extensões de terras incultas que o Governo de

São Paulo doava através do Tenente Rocha Loures. Este distribuíra toda a região

que pertencia à margem direita e a esquerda do Rio Jordão, até o rio Pinhão, pois a

população guarapuavana crescia lentamente.

A maioria veio de Palmeira (PR) e São Paulo para trabalhar na pecuária e

aqui adquiriram suas terras, pois uma sesmaria possuía “seis léguas quadrada”. E

algumas pessoas chegaram a possuir dezoito léguas de terras, constituindo-se em

nove fazendas. Então os rebanhos cresciam e as pastagens dos campos facilitavam

a alimentação para o gado.

A partir de 1730, as tropas de gado seguiam o trajeto da Estrada Real de

Viamão, que ligava Vacaria do Rio Grande do Sul, Lages (SC), Rio Negro, Lapa,

Ponta Grossa, Castro, Jaguaraiva (PR), Itararé, Itapetininga e Sorocaba (SP).

Mais tarde abriram a Estrada das Missões ou Caminhos de Palmas passando

PR,Guarapuava, muitos tropeiros escolheram essa via, porque apesar de mais

perigosa devido aos ataques dos índios de Nonoay, encurtavam em 40 léguas o

trajeto até Sorocaba, o terreno era mais seco e com grandes extensões de campos.

Também era muito menor o número de rios que teriam que ser atravessados a nado.

Essa atividade era perigosa, pois além das distâncias e dificuldades da

viagem. (CAMARGO, Dr. Affonso A. 1928, p. 184).

Partindo do debate podemos propor para os alunos questões como, por

exemplo. E como surgiram as sesmarias? Escreva como foi feita a divisão das

terras na época de Martim Afonso de Souza.

Outra possibilidade é uma leitura crítica da do texto, procurando identificar o

desenrolar dos fatos históricos da colonização, até chegar realmente nas Sesmarias.

E porque surgiram as Sesmarias? Que tipo de produção era realizada pelos

sesmeros? Eles ajudam a construir sua identidade local?

Também o professor pode trabalhar com o mapa do Tropeirismo, fazendo

com que os alunos possam descrever os trajetos feitos pelas tropas, na leitura do

mapa.

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8.6 Pecuária – A partir das Sesmarias

A pecuária com seu desenvolvimento compreendiam os seus municípios

vizinhos de Palmas, Clevelândia e Guarapuava dispõem dos melhores elementos

para a indústria pastoril, mas nessa época Guarapuava contava com as principais

fazendas da própria cidade (Guarapuava), Pinhão, Laranjeira, Lagoa Seca, Candoy,

e Palmerinha, pois esses lugares faziam parte dos Campos de Guarapuava.

FIG

URA 01 CARTOGRAMA DIVISÃO SESMARIA PELO PADRE CHAGAS – 1821.

FONTE – Acervo do Arquivo do Estado de São Paulo.

Os resultados do processo colonizador em comum deste o iniciam do

povoamento, da agricultura diversificada para subsistência dos fazendeiros e

trabalhadores de origem européia, com pouca participação de escravos africanos.

Nos campos onde proliferava a pecuária extensiva, o elemento luso-brasileiro

utilizou como mão –de - obra barata, o índio, o mameluco e o negro em pequena

escala.

A região de Candói dispõe dos melhores elementos para o desenvolvimento

da indústria pastoril, pelas dificuldades dos meios de transporte e mais ainda pela

facilidade que apresentam desses dois fatores da riqueza paranaense: erva-mate e

o pinheiro.

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Das criações de gado vaccum, muar, caprino e lanígero, a primeira e mais

desenvolvida, já de cuidando da introdução de animais de raças, como o zebu, a

cavalar de garanhões e éguas, visando o aperfeiçoamento. O gado de lanígero e o

caprino não tiveram merecidos cuidados, principalmente o primeiro, que era atender

desejo da exploração que resultaria lucro rápido.

Cada alqueire de campo comporta mais ou menos 30 cabeças de gado

bovino.

Vejam os quadros que demonstram as fazendas das Sesmarias -1929

PRINCIPAIS FAZENDAS FAZENDEIROS DO DISTRITO DA LAGOA SECA1. Lagoa Seca - Dona Carolina Virmond de Queiroz e herdeiros2. Curucáca - Dona Carolina Virmond de Queiroz e herdeiros3. Limoeiro - Dona Carolina Virmond de Queiroz e herdeiros4. Campo Real - Annibal Virmond5. Capão Redondo - Dona Eponina W. Virmond6. Porungos - Sérgio de Lima Rocha7. Lagoa Seca - Antonio Teixeira de Abreu8. Bebinha - Antonio Mendes de Araújo9. Caracu - Dona Maria Mendes de Araújo e família10. ........... - Domingos Valin11. Poço - Bernardino Roseira de Lacerda

Fonte: Camargo, Dr. Affonso Alves, 1928; p. 110

PRINCIPAIS FAZENDAS DO

MUNICIPIO DE CANDÓI

FAZENDEIROS DO MUNICÍPIO DE CANDÓI

1. Capão Alto - Herd. do falecido Antonio de França Loures2. Capão Alto - João Simão Gonçalves de Andrade3. Cadeado - Manoel Lopes de Araújo4. Jacu - Sebastião Mendes de Araújo5. Caracu - D. Maria Mendes de Araújo e filhos6. Candoy - Horacio Saul de Araújo7. Floresta - Augusto Gomes de Oliveira8. S. Pedro - Emilio Casttelar Araújo9. Laje - Octciliano de Araújo10.Boca apertada - Domingos Lopes

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Fonte: Camargo, Dr. Affonso Alves, 1928; p. 110

Objetivo: Na tabela podemos identificar os dado geográficos representados no

gráfico.

1 – Reler a representação dos dados geográfica na tabelas.

a) Para cada uma das tabelas abaixo, identificar:

1 – os conjuntos de dados por tema;

2 - a quantidade de temas;

3 - os tipos de dados de cada tema.

8.7 A criação de Gado no Paraná

Orgulhosamente o Paraná exibiu uma imensa área de campos de boa palha

na generalidade, mas de terra fraca que a lavoura só aproveitará com grandes

dispêndios, este Estado deve ser encarado, em primeiro lugar, com uma região

pastoril, porque contava com prados de pastagem, águas em abundância e um clima

propício para o desenvolvimento das espécies domésticas que constituem a

indústria campestre.

A criação de gado no Paraná pode representar na receita publica a verba de

maior monte, pois nessa época seria maior riqueza industrial do Estado precário se

apresentava.

Alguns fatores desencadearam sucessivamente para o recuo: a abolição da

escravatura, a Companhia Frigorífica, de triste memória, e a Revolução de 94.

A princesa Regente na qual, lançou pesadas penas, para os fazendeiros que

tivessem escravos em cativeiros, precisamos convir que a retirada brusca do braço

trabalhador veio deferir um golpe mortal nessa indústria até então muito prospera.

O negro fazia todo o serviço: então tinha o capataz, o “pião”, o agricultor, etc.

Aos filhos da família eram como adorno e só sentiam a necessidades de ação na

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falta dos chefes e mesmo que sabiam fazer pouca coisa, tinham a fazer porque o

serviço estava mais ou menos organizado, sob direção do escravo capataz.

Por este motivo o moço ou o “sinho-moço” não aprendera a trabalhar

suficientemente; para trabalhar tinha o escravo. Para isso o ex-escravo deveria

receber salário pelo seu trabalho.

As fazendas ficaram sem os homens de trabalho, e estava desabituado

desembolsar dinheiro para o salário do trabalhador, pois os escravos não exigiam

salário. Com isso o fazendeiro tenta, então a fazer o serviço com seus próprios

filhos, mas não correspondiam às expectativas, assim começou a desorganização e

desanimo assombrou quase todos os fazendeiros.

A Companhia Frigorífica pastoril Brasileira veio encontra a indústria

campesina no Paraná – embaraçosa devido à vida inexperiente... E outro fato que

também é que tinham que adquirem as rezes viva, mas à distância eram centenas

de léguas que o fazendeiro tinha que levar o gado caminhando. Porque não havia

estradas. E os campos muito vastos.

Os campos tinham conceitos desfavoráveis, que faziam os fazendeiros da

qualidade de nossos campos. É de fato, que no passado desencadeava a indústria

pastoril no rico Estado do Sul brasileiro, alguns proprietários desistiam dos Campos

Gerais. Seno que até hoje prevalece à opinião de não ser útil.

Muitos fazendeiros cometeram grandes erros queimando na primavera para

obter alimento para o gado. È sabido que a vegetação, não só aqui como em todo

mundo, ostenta o seu maior vigor na estação primaveril! A planta dorme no inverno e

aos primeiros bafejos de calor salta, agita-se numa anciã de vida e crescimento. Por

isso, os “grandes verdes do cedo”, excedente as necessidades dos animais, logo

“amadurecem” isto é, as palhas endurecem e depois não presta mais. O que se

requer no campo de criação para que a industria prosperará não é a “engorda”

imediatamente após a entrada do verão: é a “engorda” crescente durante o veranil

“para que o gado resista durante a estação fria”. E o inverno é o maior inimigo do

criador.

As vantagens que trazem as “grandes queimadas retardadas”. É

conhecimento de todas as “macegas maduras” são verdadeiros depositários de

“bernes e carrapatos” e outras coisas que aflige o gado.

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As queimadas em parcelas crescentes do “cedo para o tarde prepara a

criação para resistir o inverno: e prepara o gado para não morrer no inverno: destas

axiomáticas4 verdades é não afastar o gado.

As divisões dos campos são tão necessárias como às repartições em um

domiciliam. São raras as fazendas fechadas e poucas tinham “invernadas5”

separadas. Até então o escravo, a cavalo servia de fecho, montava ronda e fazia

todos os dias, embora andando léguas o “reponte6” ou dava a “volteada” para

obrigar o gado a “aquerenciar”, nos domínios da fazenda.

Esse processo não podia ser continuado, as divisões se *impuham, mas não

foram feitas. Acredita-se que hoje todos estão convencidos que só poderão merece

o nome de fazendeiro aqueles que têm seus campos fechados.

Avançaram que para o regime das queimadas e para se alcançar resultados

compensadores na exploração da indústria pastoril “as pequenas divisões” foram

uma vantagem inestimável. Assim foram feitas invernadas, cuja capacidade “de

engordar oitocentas cabeças de bovinos a mil e duzentas rezes, e sim sob - dividida

em cinco ou seis lotes”.

Um campo retangular de seis quilômetros pó dois eram dividido em cinco

potreiros de mil duzentos metros por dois quilômetros cada um. Então era feito a

rotação das queimadas durante o ano. E também se fazia a rotação do gado nas

invernadas. Assim o gado teria alimento o ano todo, neste caso permanecer dez ou

quinze dias e depois irá terminar de engordar no ultimo lote, ou até mesmo voltando

ao quarto lote se fosse preciso.

Pelo método de “rotação” semelhante ao que se prática na lavoura para se

conservar a terra sempre forte.

Pelo método que viemos expor o gado nunca “lambera” cinzas (o que

entendemos ser absolutamente desnecessário), porém entrará desde logo na

pastagem “alto” o que lhe assegura uma mais rápida “engorda”. Para aqueles que

entendem que as cinzas são indispensáveis, aconselhamos administra-la junto com

o sal.

A acumulação de gado em um pequeno pasto “enriquece a Terra” com as

defecções animais e assim vai preparando a transformação do campo que só

precisava para melhorar a indústria.

4 Que encerra axioma; claro; evidente; incontestável.5 Lugar fechado através de cerca onde se coloca o gado para engordar.6 Tocar o gado para próximo da casa da fazenda.

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Outra vantagem de importante monta: - uma pessoa pode “voltear” a “costear”

o gado, o não acontece com as grandes “invernadas” que exigem

consideravelmente número de piões.

Entendemos, entretanto que, para criação rústica, o gado velho, o gado

ibérico, selecionado com método, é sempre preferível às “raças entabuladas” da

Europa; - a aclimação de quatrocentos anos justifica a preferência que damos ao

nosso gado crioulo.

Texto de Edmundo Mercer, que esta no livro - Guarapuava; Dr. Affonso Alves

de Camargo; Editora: Olivero, 2ª edição, 1928.

8.8 Fazenda Igrejinha

Muitos desconhecem as antigas “Sesmarias”, que estão localizadas no distrito

da Lagoa Seca, e esta fazenda pertencia ao saudoso Capitão José Tavares de

Miranda Lacerda, e passaram por vários proprietários, mas no passado existiam

muitas sesmarias nesta região.

A história conta que no passado o Padre Chagas Lima, catequizava as hordas

silvícolas encontradas nestes campos, pela expedição comandada pelo tenente-

coronel Diogo Pinto de Azevedo Portugal, no de 1810.

Nos campos da Igrejinha, erguem-se antigas sepulturas em um destes

cemitérios de índios, que assinalavam grandes combates que caíram no campo de

luta.

Naquele lugar, segundo rezam as crônicas de então, enfrentaram-se as lutas

do terríveis índio Candoy, cujos todos assentavam nos altos campos de seu nome

,com a multidão aguerridas de Pahy e Gacon, dos campos de São João e Baú –

grande tribo que estendia as suas carreiras até as povoações de Tibagi e foi,

submetida à catequese sendo aldeada na “Atalaia”.

Entre essas famílias da tribo “Camé existiam antigas rixas, motivadas pela

cobiça, de troféu de guerra”. Muitos anos disputavam entre si, um facão, já por fim

reduzida a simples fragmento de “folha”, mas brilhante e limpo, guardado com

carinho pela tribo vencedora das outras, foi visto por dos primeiros fazendeiros.

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Talvez tivesse pertencido aos soldados de Afonso Botelho, massacrado nos campos

“Curucáca” - hoje nesses campos é distrito da Lagoa Seca do município de Candói.

Por esse motivo, ou por outros de tal natureza, os índios da costa de São

João resolveram atacar o velho “Candoy” cacique temido pelas as hordas do

Chupim e Campo Erê (distrito da Paz), obrigando-os ele a concentrarem-se próximo

do rio Uruguai ou “Goyo-en”, aliando-se com as de Nonoay, para a resistência ao

velho guerreiro.

Pahy, com lealdade, avisou Candoy, que não querendo esperar na sua aldeia,

marchava o seu encontro que realizou – se dias depois no ponto elevado, onde

avulta sepultura de que falhos. Durante três dias a luta fratricida, morrendo muitos

índios de ambas as partes. E os chefes Pahy e Gacon, desanimados, vendo-se em

perigo de ser perseguido por Candoy, fizeram tréguas, retirando-se, depois de

sepultarem os mortos parcialmente em demanda de seus toldos. E morreram muitos

índios.

Nos anos de 1817 e 1818, assomou uma manhã, no alto da sepultura, um

grupo de cavaleiros compostas por moradores do Atalaia e alguns soldado do

destacamento da nova colônia.

A escolta era dirigida, pelo Padre Chagas que voltando de uma excursão aos

campos de Candoy, onde levaram sacramento do batismo, e convertido à religião

católica, desobediente e velho “Candoy”, que já se encontrava enfermo submisso.

Os sucessos havidos entre os índios ali aldeídos e os índios Candoyense,

resolveram visitar os campos de luta e ali acampou e andaram construir uma cabana

de ramos e folhas de árvores, onde no dia seguinte celebrou a missa, rasam

Naquele lugar, segundo rezam as crônicas de então, enfrentaram-se as lutas do

terrível índio Candoy, cujos todos assentavam nos altos campos de seu nome, com

a multidão aguerrida de Pahy e Gacon, dos campos de São João e Baú – grande

tribo que estendia as suas carreiras até as povoações de Tibagi e foi submetida à

catequese sendo aldeada na “Atalaia”.

Entre essas famílias da tribo “Camé existiam antigas rixas, motivadas pela

cobiça, de troféu de guerra”. Muitos anos disputavam entre si, um facão, já por fim

reduzida a simples fragmento de “folha”, mas brilhante e limpo, guardado com

carinho pela tribo vencedora das outras, foi visto por dos primeiros fazendeiros.

Talvez tivesse pertencido aos soldados de Afonso Botelho, massacrado nos campos

“Curucáca” - hoje nesses campos é distrito da Lagoa Seca do município de Candói.

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A escolta era dirigida, pelo Padre Chagas que voltando de uma excursão aos

campos de Candoy, onde levaram sacramento do batismo, e convertido à religião

católica, desobediente e velho “Candoy”, que já se encontrava enfermo submisso.

Os sucessos havidos entre os índios ali aldeias dos índios Candoyense,

resolveram visitar os campos de luta e ali acampou e andaram construir uma cabana

de ramos e folhas de árvores, onde no dia seguinte celebrou a missa, rezando pelos

descansos eternos dos rudes filhos da selva. (CAMARGO, Dr. A., 1928 211).

Aqueles campos perpetuo-se na denominação de Igrejinha.

Segundo a professora Gracita G. M. escreve esses relatos: “os camés eram “dóceis” e facilmente se deixavam catequizar. Os votorões eram “semi- bárbaros e ‘’vadios”, fugindo para o sertão cada vez que lhes era dado qualquer serviço na roça ‘reúna (roça coletiva do aldeamento). Os cayeres ou dorins (apelidados de macacos) eram rudes e bárbaros e não se deixavam catequizar”.

Introdução: O professor deve apresentar a atividade, falando sobre os indígenas do

Paraná, e seus confrontos que eles tinham entre as tribos.

Em seqüência do trabalho tem como objetivo mostrar a relação entre as tribos, seus

comportamentos e suas organizações, e modelo de sociedade os mesmo viviam.

Trabalhar com mapas do Paraná e Paraná indígena paranaense.

1 – Trabalho em grupos, sendo que mais de um grupo deverá analisar o mesmo

mapa.

A analise do mapa deve levar os alunos definir as fronteiras das tribos indígenas em

seus determinados municípios de reservas, procurando fazer um texto da leitura do

mapa.

2 – Estudo do texto.

Orientar a leitura do texto. Especificando as tribos que viviam no município de

Candói.

a) Leitura individual

b) Anotar as dúvidas

c) Pode ser feito em duplas.

d) Apresentar dúvidas, coletivamente com orientação do professor.

3 – Leituras complementares.

a) Livro: Guarapuava: História de Luta e Trabalho, Gracita Gruber Marcondes.

b) Livro: Terra e Gente DO PARANÁ, Romário Martins.

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4 – Os alunos deverão escrever o que pensam sobre as tribos indígenas

paranaense, e seu modo de viver.

5 – Discussão dos textos dos alunos. Síntese apresentada pelo professor.

8.9 Um pioneiro da História de Candói

O ato de desbravador da região de Candói coube ao capitão Manoel Elias de

Araújo e sua esposa, Clara Madalena dos Santos, donos de grandes áreas de terras

entre os rios Cavernosos, Jordão e Iguaçu. O casal não teve filhos e adotaram uma

criança, que batizaram de Ponciano José de Abreu, e que mais tarde estudou para

padre. Então o padre Ponciano foi vigário da Freguesia de Nossa SENHORA DA

Conceição do Tamanduá, hoje Palmerinha, no período de 1825 a 1832.

Segundo o pesquisador José Carlos Veiga Lopes “o índio Candoy se encontra

enfermo e batizado pelo padre Chagas com o nome Hipólito no dia 13 de agosto de

1812, pois o chamavam de “Candoy”“. Os terrenos foram concedidos pelo

governador ao tenente Manoel Elias de Araújo, se casou com Clara Madalena dos

Santos, em 12 de janeiro de 1783, onde foram morar na fazenda do Pugas, em

Palmerinha. Ele faleceu em maio de 1829.

Os campos de Guarapuava foram organizados pelo padre Chagas em 1821,

com a divisão das propriedades seis respectivos donos, nenhuma esta em nome de

Manoel Elias de Araújo, e no lugar onde está atualmente o município de Candói, que

faz parte do Campo Real e Campo do Norte, a doação deve ter sido posteriormente

ao padre que herdou a Fazenda Candoy.

A pesar de ser padre Ponciano José de Araújo e de Dona Maria Rita de

Almeida descendestes dos antigos moradores dos campos de Guarapuava. Ele

reconheceu seus filhos como:

- O capitão Candido de Almeida e Araújo foi proprietário da fazenda “Santa

Clara”, era dedicado o melhor da sua atividade de homem empreendedor. Nesta

propriedade viveu o capitão Horacio Saul de Araújo, proprietários das Águas

Minerais de “santa Clara” e da fazenda “Candoy”.

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- E os demais filhos foram: Pedro Alexandrino de Araújo e João de Abreu

Araújo, então deixou como herança a seus filhos uma sesmaria de campos de

criar, logradores e matas, medindo duas léguas de comprimento e quatro de fundo,

dividido ao sul pelo rio Jordão, ao norte pelo rio Cavernoso, a leste pelo ribeirão

denominado Candói e a oeste por diversos, entre os quais o rio Jordão e o arroio

Corvo branco.

8.10 Localização Geográfica do Município

Fonte: www.ipardes.gov.br

O Município de “Candói” na região Centro Sul do Estado do Paraná, e no

Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava que se assenta sobre as lavas

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vulcânicas da Serra Geral. É o maior derrame de lavas vulcânicas do globo, que se

estende de Goiás ao Rio Grande do Sul. Essas lavas formaram solos muito férteis.

Sua área territorial é de 1.509,059 km².

Distancia de sede municipal à capital do Estado é de 324,20Km.

A altitude é de 880metros de altura. E a mais alta é de 1040 metros na

Fazenda Capão Redondo.

As coordenadas geográficas do município são:

“Latitude 25º34’20” Sul.

Longitude 52º03’21” W OU Oeste.

O Município de Candói é uma pequena parcela do Estado do Paraná.

O Estado compõem de 399 municípios.

A cidade é formada por vários bairros. E conta com os distritos que são:

Lagoa Seca. São Pedro, Rio Novo, Paz e Cachoeira, e próximo deles estão a zona

rural.

Fonte: www.ipardes.gov.br

Limites do Município: Norte e Leste – Guarapuava.

Nordeste – Canta Galo

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Oeste – Virmond e Porto Barreiro

Sul – Foz do Jordão e Chopinzinho. Sudeste – Pinhão.

8.11 AGROPECUÁRIA DO MUNICÍPIO DE CANDÓI

A pecuária nos últimos anos evoluiu muito. Tornou-se racial, os animais foram

confinadas em pastos plantados e adotados as mais avançadas técnicas modernas,

como transferência de embrião (gado Charolês da França), inseminação artificial e

outras.

Atualmente apresenta-se com as mais variadas raças européias e indianas.

Seus rebanhos de gado Charolês, Simental, Nelore, Limousin, Jersey, Holandês,

Gir, etc., possuem valor genético.

Segundo C. FURTADO,”a economia mineira, através de seus efeitos

indiretos, permitiu que articulassem as diferentes regiões do Sul do país”. No que se

refere ao Paraná, essa articulação é representada, no inicio, pela utilização do

campo limpo para a criação de gado. Estimulados pelas demandas dos mercados

centrais (de mineração), os campos do Paraná se integraram rapidamente a esta

nova conjuntura econômica, no papel de fornecedores, principalmente, de gado.

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EFETIVO DE PECUÁRIA E AVES- 2009EFETIVOS NÚMERORebanho de bovinos 32.900Rebanho de suínos 16.950Rebanho de vacas ordenhadas 5.725Rebanho de ovinos 4.900Rebanho de ovinos tosquiados 4.700Rebanho de eqüinos 2.765Rebanho de caprinos 1.270Rebanho de muares 145Rebanho bubalinos 40Galináceos (galinha, frango, galos (as) e pintos). 16.950

Tabela - 1- FONTE: IBGE – Produção da Pecuária Municipal

Na tabela -1 – mostra o número de cabeças de animais existente no

município de Candói, pois este coeficientes permite visualizar o crescimento da

economia, que atende os setores alimentares.

Entre os ovinos são presentes as seguintes raças: Down, Texel, Sulffork, Ell

de France, Hampshire, etc...

A Hampshire, uma das Down, da Inglaterra, de grande precocidade. Esta

entre as raças produtoras de carne. Então a ovinocultura teve maior

desenvolvimento nas regiões pastoris entre os paralelos de 25º a 45º de latitude, em

ambos os hemisférios. As finalidades de sua exploração variam, podendo ser a

principal de lã, a carne, a pele ou o leite. Na produção de carne os ovinos são

criados em pequenos rebanhos, em forma intensiva, tal como acontece com a

produção de pele e leite.

Na criação de eqüinos e os muares, não temos grandes destaques, pois

esses animais são utilizados para o transporte do pequeno agricultor. Os cavalos até

hoje são usados para o pião para voltear o gado nas grandes fazendas. E também

à anos atrás foi algo do comércio.

A criação da suinocultura teve destaque na época do porco-de-safra, mas

atualmente é em pequena escala, pois a criação de hoje é só para subsistência do

agricultor.

Os caprinos são criados mais para a subsistência do agricultor. E ao demais

aparece em pequena escala, as galináceas tanto a carne, e com os ovos são

alimentos que possui um valor adicional e valor de produção gerada na economia do

município.

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PRODUÇÃO DE ORIGEM ANIMAL - 2009

PRODUTOS VALOR R$ 1000,00 PRODUÇÃO UNIDADE

Lã 28 11.200 KgLeite 3.878 7.050 Mil litrosMel de abelha 36 7.200 KgOvos de galinha 117 90 Mi dúzias

Tabela – 2 -FONTE: IBGE – Produção da Municipal

A tabela 2 - Entre tanto, de acordo com a evolução do perfil da estrutura

produtiva municipal pode ser mais bem caracterizada considerando a definição

menos restrita, segundo os índices maiores indicam importante crescimento da

economia.

O perfil econômico na pecuária ressalta que de forma geral, a produção e a

renda respondem com menor intensidade, que a mão de obra trabalhadora esta

campo, principalmente nas grandes fazendas.

PRODUÇÃO AGRICOLA

PRODUTOS ÁREA COLHIDA

(há)

PRODUÇÃO

(t)

RENDIMENTO

MÉDIO (kg/há)

VALOR

(R$ 1000,00)Cevada 5.800 17.980 3.100 8.091Feijão 4.800 4.135 861 7.030Fumo (em folha 90 160 1.778 800Laranja 40 1.320 33.000 132Mandioca 130 2.730 21.000 1.365Melancia 2 58 29.000 41Milho 23.300 149.660 6.711 47.293Pêssego 3 10 3.333 10Soja 39.255 84.680 2.157 55.042Tomate 17 180 10.588 123Trigo 2.300 5.750 2.500 2.875Uva 5 48 9.600 72

Tabela -3 - FONTE: IBGE – Produção da Municipal

Na tabela – 3- Que o sistema de produção do municipal foi implantada após

de tomar conhecimento da experiência pioneiras do Estado e particulares grandes

colônias que estão ligadas a economia paranaense.

Com a chegada dos imigrantes e seus descendentes dedicou-se a lavoura.

Onde desbravaram os terrenos íngremes e acidentados, esses moldes aconteciam,

no Estado do Paraná, Santa Catarina e prolongaram até o Rio Grande do Sul.

A agricultura passou por várias fases:

- Uma agricultura braçal, colônia, sem mecanização, a base da tração animal;

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A partir dos anos 50, a agricultura passou a ser mecanizada, com

financiamento bancário. Utilizou grandes áreas de campos, antes era usado como

pastagem para criação de gado. Com a mais moderna produção agrícola são

usados os insumos para preparação e correção do solo, com uso de tratores,

colheitadeiras e outros. (RODRIGUES, Rossana L. et; 2006 p. 83)

Com a modernização a agricultura ganha destaque em todo Paraná. O

Estado paranaense é privilegiado por Deus, com suas grandes possibilidades na

vida agrícola. Em decorrência das condições físicas que apresenta, basta que sejam

introduzidas novas técnicas e novas culturas para que atinja maior soerguimento

econômico entre os demais Estados da Federação Brasileira.

Então o “Município de Candói” com um clima ameno, e suas condições físicas

favoráveis às mais diversas culturas. Tornou-se grande exportador de grãos.

Culturas de verão: 1º lugar - milho

2º lugar-soja

3º lugar-feijão

Culturas de inverno: 1º lugar - cevado

2º lugar - trigo

3º lugar – laranja

Em menor escala, centeio, amendoim, cana de açúcar, mandioca, batata

doce entre outras. A horticultura esta ganhando destaque. A fruticultura se destaca

nas áreas da Ilha do Alagado, onde raramente não ocorre o fenômeno da geada,

pois em decorrência do alagamento, o clima torna-se extremamente viável. Várias

frutas são cultivadas tais como: laranja, banana, abacaxi, mamão, abacate e outras.

Todas as nossas culturas apresentam uma produtividade média um pouco

acima da média nacional, em especial o milho, devido a alta tecnologia empregada

na cultura, principalmente nas grandes propriedades.

NAS ÁREAS AGROPECUÁRIAS TEM A SEGUNDAS ATIVIDADES ECONÔMICAS

Atividades econômicas Estabelecimento Área (ha)-1Horticultura e floricultura 93 274Lavoura permanente 24 565Lavoura Temporária 1.031 76.725Pecuária de outros animais 614 19.126

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Pesca 1 XProdução florestal de florestas plantadas 9 252Produção de sementes, mudas e outras formas de

propagação vegetal.

8 344

TOTAL 1.780 97.288Tabela 4 – FONTE: IBGE- Censo Agropecuário – 2010

Na tabela 4 – Mostra o (1). A soma das parcelas não corresponde ao total

porque os dados das Unidades Territoriais com menos de três informantes estão

desindentificados com o “x”.

Todas as nossas culturas apresentam uma produtividade média um pouco

acima da média nacional, em especial o milho, devido à alta tecnologia empregada

na cultura, principalmente nas grandes propriedades.

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8.12 ENTREVISTA PARA AULA DE CAMPO

A aula em campo são algumas práticas pedagógicas para a disciplina de

Geografia atrelada aos fundamentos teóricos destas Diretrizes tornam-se

importantes instrumentos para compreensão do espaço geográfico, dos conceitos e

das relações socioespaciais nas diversas escalas geográficas.

Grande Propriedade

1- Há quantos anos o senhor mora nesta propriedade? E de onde o senhor

veio? E as suas terras foi comprada ou herdada de seus pais?

2- Qual o motivo que o senhor veio morar neste lugar? Gosta do seu trabalho que

faz?

3 - Quais os produtos agrícolas que mais produz em sua propriedade? E tem uma

estimava da colheita por “alqueire ou hectare”? De quantas sacas?

4 - E na pecuária, quais as raças de gado que mais se destaca na produção de

carne e de leite?

5 - Quais os tipos de pastagens utilizados para alimento para o gado. E quantas

cabeças de gado são colocadas por alqueire ou por hectare?

6 - Na sua propriedade possuem confinamento para a engorda do gado?

7 - O senhor faz parte de alguma cooperativa para comprar seus insumos

agrícolas? E até mesmo para entregar os seus produtos?

Média propriedade

1 - Há quantos anos o senhor mora nesta propriedade? E de onde o senhor veio? E

as suas terras foram compradas ou herança de família?

2 - Qual o motivo que o senhor veio morar neste lugar? Gosta do seu trabalho que

faz?

3 Quais os produtos agrícolas que mais produz em sua propriedade? E tem uma

estimava da colheita por “alqueire ou hectare”? De quantas sacas -

4 – Quais os produtos que mais se destacam nas colheitas de sua propriedade? E

são usados insumos? E o senhor é associado em alguma cooperativa? E você usa o

Pronaf outros meios de empréstimos?

5 – Em sua propriedade são usadas maquinas, tanto para o plantio, quanto para a

colheita?

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6 – Quais as raças de gado que o senhor tem em sua propriedade? São criadas

para vender ou para o seu próprio consumo? Ou é gado leiteiro? Qual a cooperativa

que compra?

Pequena Propriedade ou Assentamentos

1- Há quantos anos o senhor mora nesta propriedade? E de onde o senhor veio? E

as suas terras foram compradas ou herança de família?

2 - Qual o motivo que o senhor veio morar neste lugar? Gosta do seu trabalho que

faz?

3 - Quais os produtos agrícolas que mais produz em sua propriedade? E tem uma

estimava da colheita por “alqueire ou hectare”? De quantas sacas?

4 – Quais os produtos que mais se destacam nas colheitas de sua propriedade? E

são usados insumos? E o senhor é associado em alguma cooperativa? E você usa o

Pronaf outros meios de empréstimos?

5 – Em sua propriedade são usadas maquinas, tanto para o plantio, quanto para

colheita?

6 – Quais as raças de gado que senhor cria em sua propriedade? É criado vender

ou para o seu próprio consumo? Ou é gado leiteiro? Qual a cooperativa que

compra?

Trabalho em Campo

O trabalho em campo possibilita o aluno vivenciar o teórico de forma concreta,

cabendo ao professor ter consciência da necessidade de adequá-la ao nível de seus

alunos. Um trabalho em apresenta três fases diferentes: o planejamento, o trabalho

em si o retorno.

Para organizar uma de assim, o professor delimitará previamente o trajeto e

estabelecera contatos com possíveis entrevistados. Feito isso, mobilizará os alunos

para o trabalho, explicará detalhadamente como será cada etapa e quais os

objetivos a serem atingidos.

Em seguida, o professor definirá para o grupo qual é o elemento integrador da

saída ao campo. Numa aula de área rural, o eixo pode ser conhecimento do entorno,

a identificação especifica do lugar, a ocupação histórica e os atuais eixos

econômicos, entre outros. Em sala de aula, é necessário trabalhar, previamente,

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aspectos como o processo de ocupação e desenvolvimento da área visitada e suas

relações com espaços mais amplos, na escala geográfica.

Numa próxima aula, o professor e os alunos, em grupo de trabalho, organizam

as informações colhidas, Cada grupo prepara a comunicação de seus resultados do

modo previamente escolhido pela turma. A avaliação do trabalho em campo pode

ser feita de diversas maneiras, desde que sejam acordadas na fase de

planejamento.

A aula de campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas

atividades práticas, tais com: consultas bibliográficas (livros e periódicos) analisem

de fotos antigas, interpretação de mapas, entrevista com agricultores, elaboração de

maquetes, murais etc. (NIDELCFF, 1986).

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AVALIAÇÃO

Avaliação faz parte do processo pedagógico e, por isso, deve tanto

acompanhar a aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor.

Numa concepção tradicional, a avaliação da aprendizagem é reduzida a um

momento, em geral no final de um programa ou de u, determinado período, no qual

o aluno devolve ao professor o que ele recebeu e, de preferência, exatamente como

recebeu. (DCE; 2006, P.49).

Propõe-se, nestas Diretrizes, que a avaliação deve tanto acompanhar a

aprendizagem dos alunos quanto nortear o trabalho do professor. Para isso, deve se

construir numa continua ação reflexiva sobre o fazer pedagógica. Nessa perspectiva,

A avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo (como

hoje é concebida) para se transformar na busca incessante de compreensão das

dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de

conhecimento (HOFFMANN, 1993, p. 21).

Pois avaliação hoje pode considerar-se que o aluno se aproprie do

conhecimento em diferentes caminhos para que todos aprendam e participem das

aulas, e das atividades propostas pelo professor. Sabe-se que uma sala de aula tem

diferentes alunos de ritmos de aprendizagem, por isso, se deve dar diferentes

possibilidades de intervenções pedagógicas.

O processo de aprendizagem discutido por Vygotsky é condicionado pelo

conflito/ confronto entre as idéias, os valores, os posionamentos políticos, a

formação conceitual prévia dos alunos e as concepções cientificas sobre tais

elementos. Esse método pedagógico dialético possibilita a (re) construção do

conhecimento, em que o processo de aprendizagem atinge, ao longo da

escolarização, diferentes graus de complexidade de acordo com o desenvolvimento

cognitivo dos alunos (CALVALCANTI, 2005)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMARGO, Dr Afonso Alves. Guarapuava. Curitiba: Editora Olivero, 1929.

DCE, Geografia, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba; 2006 Editoras: Editora MEMVAVMEM.

FERREIRA, João Carlos Vicente. O Paraná e seus Municípios. Maringá PR: Memória Brasileira, 1996.

ELIAS, Denise (org). O novo espaço da produção globalizada: Baixo Jaguaribe (CE). Fortaleza: Funece, 2002b.

FAJARDO, Sergio. Territorialidades Corporativas no Rural Paranaense. Guarapuava: Unicentro, 2008.

GOVERNO DO PARANÁ, Revista “Perfil da agropecuária paranaense”. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento - SEAB, Departamento de Economia Rural-DERAL, Curitiba, 2003.

IZIDORO, Heitor Francisco. Guarapuava das Sesmarias a Itaipu. Curitiba PR, Gráfica Vicentina Ltada, 1976.

LESANN, Janine, Geografia no ensino fundamental. Belo Horizonte, MG: Argvmentvm, 2009.

SANTOS, Milton. Da Totalidade ao Lugar. -1ª ed., 1.reimpr.- São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDICAÇÃO Superintendência da Educação. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná. Curitiba; 2006 Editoras: Editora MEMVAVMEM.

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WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. 7ª edição - Curitiba: editora Gráfica Vicentina Ltada., 1995.

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VYGOTSKY, Lev Semenovich. Teoria e Método em Psicologia. 3ª edição - São Paulo, 2004.

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