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E N S A N O O R E P ,. REPENSANDO A HISTÓRIA N S A N O O R E P E :ESTADOS UNIDOS DAcoLÕNIA À INDEPENDÊNCIA LEANDRO ·KARNAL Copyrighl © 1990 Leandro Karnal Coleção REPENSANDO A HISTÓRIA GERAL 1ª edição: 1990 3ª edição: 1996 Concepção: Jaime Pinsky Coordenação: Hilário Franco Júnior e Braz Aquino Brancato Projeto de Capa: Sylvio de Ulhoa Cintra Filho Ilustração de Capa: Monumento do Monte Rushmore com os presidentes G. . Washington, Th. Jefferson, A. lincoln e Th, Roosevelt es- culpidos no granito por G. Borglum Revisão: Denilson Gobbo Nalim eAna Lúcia Rodrigues Composição: Veredas Editorial Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Karnal, Leandro. Estados Unidos: da colônia à independência/Leandro Karnal. 3! ed. _ São Paulo: Contexto•.19'9.6. - (Coleção Repensando a história geral). . Bibliografia. 1. Estados Unidos - História 2. Estados Unidos - História _ Período colonial, ca. 1600-1775 I. Título. li. Série . . ISBN 85-85134-68-2 .90-0.157 COO-973 COO-973.2 índices para catálogo sistemático: 1. Estados Unidos: História 2.. Estados Unidos: História: Período colonial .l I ~ ; 1996 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na formada"lei. Todos os direitos reservados à .' EDITORA CONTEXTO (Editora Pinsky Ltda.) Editor: Jaime Pinsky Caixa Postal: 11441 - CEP: 05422-970 Fone: (011) 832-5838 - Fax: (011) 832-3561 .

Estados Unidos - da colônia à independência

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E N S A N O OR E P,.

REPENSANDO A HISTÓRIA

N S A N O OR E P E

:ESTADOS UNIDOSDAcoLÕNIA À INDEPENDÊNCIA

LEANDRO ·KARNAL

Copyrighl © 1990 Leandro KarnalColeção REPENSANDO A HISTÓRIA GERAL1ª edição: 19903ª edição: 1996Concepção: Jaime PinskyCoordenação: Hilário Franco Júnior e Braz Aquino BrancatoProjeto de Capa: Sylvio de Ulhoa Cintra Filho

Ilustração de Capa: Monumento do Monte Rushmore com os presidentes G.. Washington, Th. Jefferson, A. lincoln e Th, Roosevelt es-

culpidos no granito por G. BorglumRevisão: Denilson Gobbo Nalim eAna Lúcia RodriguesComposição: Veredas Editorial

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Karnal, Leandro.

Estados Unidos: da colônia à independência/Leandro Karnal. 3! ed. _ São Paulo:Contexto•.19'9.6. - (Coleção Repensando a história geral). .

Bibliografia.

1. Estados Unidos - História 2. Estados Unidos - História _ Período colonial,ca. 1600-1775 I. Título. li. Série .

. ISBN 85-85134-68-2

.90-0.157 COO-973COO-973.2

índices para catálogo sistemático:1. Estados Unidos: História2..Estados Unidos: História: Período colonial.l

I~;1996Proibida a reprodução total ou parcial.Os infratores serão processados na formada"lei.Todos os direitos reservados à .'EDITORA CONTEXTO (Editora Pinsky Ltda.)Editor: Jaime PinskyCaixa Postal: 11441 - CEP: 05422-970Fone: (011) 832-5838 - Fax: (011) 832-3561 .

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dade.lOs EUA permanecem, no nosso imaginário, a terra da sofistica-ção e do método, dos computadores e da eficiência. A isto somam-seo poder mundial que os EUA assumiram após as guerras mundiais e aforça dos meios de comunicação norte-americanos na definição desteimaginário.

2. A imagem básica que o cinema americano criou está ligada ao con-flito índio/cowboy. Há uma explicação para a força desta imagem?R. Ao longo do livro eu tratei da questão do índio na visão norte-ame-ricana e ibérica. Os colonos ingleses foram expandindo a colonizaçãoe deixando o índio de fora Isto faz parte da concepção de mundo que .exclui o outro, no caso, o' índio. No imaginário norte-americano, o índioé hostil, ataca o branco', rapta mulheres e come criancinhas. O índiobrasileiro é o Peri de Alencar: educado, inteligente e irreal. A visão ibé-rica procurou formar império, onde havia súditos, mesmo que explora-dos. A inglesa não foi assim, conforme veremos no livro.

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3. Ao longo do livro, você faz várias comparações entre EUA e Améri-ca Latina. Como você se situa nesta compereçêor ,

. R. Pergunta difícil... Acho a história comparativa perigosa, mas achoque os riscos são menores que os prazeres de fazê-Ia. Ao pensar con-juntamente os EUA e a América Latina, traduzo uma parte deste ima-ginário de que falei nas respostas anteriores. Gostaria somente quetodos nós pudéssemos ser chamados de americanos. O Brasil e o Mé-xico são América há mais tempo que os EUA. Acho fundamental pen-sar a América em conjunto. Não podemos separar na historiografia oque a história e a geografia criaram juntas.

4. A URSS e o bloco socialista estão tomando iniciativas que aproxi-mam o mundo soviético do capitalismo liberal. Isto pode ser um sinalde que o mundo se encaminha para um modelo norte-americano?R. É difícil, em primeiro lugar, saber o que é este "modelo americano".Nova York e Wall Street não são o conjunto-universo dos EUA. A esta-bilidade da economia norte-americana, para existir, tem de exportarinstabilidades para outras áreas. Não é possível que todos se tomemnovos EUA, pois o sistema de multinacionais, por exemplo, exige aexistência de centro e periferia. Vivemos uma onda liberal, como já vi-vemos ondas socialistas. É um tédio imenso imaginar que este seja oestágio final da humanidadé.

, Fazer um livro sobre os Estados Unidos da América no perfodo colonial éuma tarefa que apresenta várias dificuldades. A primeira delas é a contradição queo título traz; não há Estados Unidos-Colônia. Havia, isto sim, um grupo de trezecolônias espalhadas pela costa leste da América do Norte. Estas colônias nãotinham unidade política ou geográfioa. Assim, não há EUA coloniais. Há tão-somente as treze colônias da América do Norte.

Quando falamos de colonização inglesa na América, encontramos outroproblema: há vários projetos diferentes para ela. Para fins didáticos, todos os li-vros acabam fazendo generalizações que conferem uma unidade artificial paraa América anglo-saxônica.

É importante lembrar também que os EUA assumiram uma importânciaglobal no século XX. Diante desta importância, foram freqüentes as históriasescritas de "frente para trás". Em outras palavras, procurava-se encontrar noperfodo colonial os motivos para o grande desenvolvimento dos EUA. Esta his-tória tem como grande defeito valorizar somente aquilo que frutificou, deixandode lado o que morreu, aquilo que não "explica" o presente.

Alguns dos problemas que citamos são maiores do que o espaço destelivro. A história de toda a América, hoje, está em grande fermentação. Felizmente,tudo o que dissermos aqui pode, dentro em breve, estar superado. Felizmente _porque isto é sinal de que as verdades tradicionais e consagradas da AméricaLatina e Anglo-Saxônica estão sendo questionadas, revistas, contestadas.

Neste livro, apresentaremos tanto algumas verdades tradicionais comonovas questôes que as reflexôes sobre .aAmérica estão despertando.

O material aqui encontrado atende aos pontos centrais dos conteúdossobre os EUA coloniais e elementos que fogem dos proqramas tradicionais.

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Esperamos que, ao final deste livro, o leitor compreenda melhor a Améri-ca, tão diferente e fascinante, assumindo uma posição mais crftica em relaçãoàs questões de sua história. Essa América onde franceses, espanhóis, ingle-ses e portugueses construfram um Novo Mundo, do qual, inevitavelmente, hojefazemos parte.

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Colônias inglesas que ocupavam a região litorânea da costa Oeste dos atuaisEUA. Ao norte as colônias francesas e, ao sul, as espanholas.(Fonte: The Penguin Atlas of North American History, de Colin Me Evedy, Pen-guin Books.)

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VERDADE DIDÁTICA

Quando penso que aqui na Terra o que é excelente em tudoquando existe é coisa dum momento, que sobre cada peça em palco

tão imenso a influência do céu age secreta mente •.•(Shakespeare - Soneto 'XV)

Falamos na introdução das dificuldades da apresentação de umaverdade de .Iorrna didática. Para tomá-Ia simples e acessível, elimi-namos as exceções, uniformizamos o todo até deixá-lo harrriônico esem falhas, negando, assim, a própria história.

Uma das mais tradicionais "verdades didáticas" sobre a coloniza-ção inglesa incfui, por oposição, a colonização ibérica. Esta "verdade"descreve colônias de exploração e colônias de povoamento.

As colônias de exploração, é claro, seriam as ibéricas. Como dizo nome, as áreas colonizadas por Portugal e Espanha existiriam ape-nas para enriquecer as metrópoles. Neste tipo de colônia, as pessoassairiam .da Europa apenas para enriquecer e voltar ao país de origem.Esta verdade tão cômoda explica o subdesenvolvimento de paísescomo Peru, Brasil e México: todos eles foram colônias de exploração ...

As verdades didáticas costumam ser duplas.· O oposto de colô-nias de exploração seriam as de povoamento. Para essas, as pessoasiriam não para enriquecer e voltar, mas para morar na nova terra. Logo,sua atitude não seria predatória, mas preocupada com o desenvolvi-mento local. Isto explicaria o grande desenvolvimento das áreas anglo-saxônicas, como os EUA e Canadá.

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Há uma idéia associada a esta que versa sobre a qualidade doscolonos. Para as colônias de exploração as metrópoles enviariam o"resto": aventureiros sem valor que chegariam aqui com olhos fixos nacobiça e no desejo de ascensão. As colônias de povoamento recebe-riam o que houvesse de melhor nas metrópoles, gente de valor queperseguida na Europa, viria,resignada, com seus bens e cultura para oNovo Mundo.

Este argumento por vezes implica posições ainda mais absurdas,posto que racistas: os ingleses seriam uma raça mais. desenvolvida; os

. portugueses e espanhóis, pelo contrário, uma raça inferior.

Pedaços desta "verdade" ou ela inteira fizeram sucesso tanto naliteratura de direita como na de esquerda O problema é que, indepen-dentemente da ideologia do autor, elas são tão boas para explicar tantacoisa, que foram aclamadas como corretas. Só muito recentemente vi-sões novas e mais fiéis aos documentos que temos foram contestandoestas posições.

Já há várias décadas um escritor brasileiro, Vianna Moog, ao es-crever Bandeirantes e Pioneiros! contestava várias destas posturas.Nesta obra o autor recusa primeiramente a idéia de raça como ele-mento definidor para o sucesso ou não de uma civilização. Hoje vamosmais lonqe e podemos afirmar que, diante da biologia, a própria idéiade "raça" apresenta problemas, já que todos os Seres humanos perten-cem à mesma espécie. A idéia de raça é antes fenômeno ideológicoque biológico.

Prosseguindo, Vianna Moog, ao explicar as diferenças entre bra-sileiros e americanos, prefere fatores geográficos e culturais. Quantó àgeografia, Moog destaca para os EUA as. facilidades de planíciesimensas e de rios excelentes para a navegação como o Mississipi. Anatureza americana, ao contrário da brasileira, facilita em muito o tra-balho do colonizador. Sem apelar para teses de determinismo geográ-fico, o autor atribui grande importãncia para o clima, relevo e hidrogra-fia da América do Norte.

Do ponto de vista cultural, Vianna Moog traça o paralelo entre a, postura colonizadora católica e protestante. Na Idade Média a Igreja, proibia o lucro e o juro, punidos como crimes. O ideal católico era a

salvação da alma; o progresso econômico era visto com desconfiançaDemônio e riqueza eram constantemente associados na ética católicae medieval.

Os protestantes, porém, particularmente os calvinistas, desenvol-veram' uma ética religiosa oposta Deus ama o trabalho e a poupança:o dinheiro é sinal externo da, graça de Deus. O ócio é pecado, o luxotambém: assim falava o austero advogado Calvino na Suíça Protes-tantismo e capitalismo estão associados profundamente, conformeanalisou Max Weber, citado por Moog.

Lembrando estes fatores, Moog destaca como as colonizaçõesdo Brasil e EUA foram baseadas em pressupostos diferentes. Mesmoque hoje possamos identificar muitos pontos falhos nos argumentos deMoog, não há dúvida de que ele abriu, no Brasil, caminho para muitasreflexões sobre a América.

Mais recentemente, Richard Morse, com seu Espelho de Próspe-ro traçou outros caminhosinteressanles para esta questão. Basica-mente, Morse af!rma que o dito subdesenvolvimento da América Lati-na é uma opção cultural. Em outras palavras, o mundo ibérico não 1':cou como está hoje por incompetência ou acidente, mas porque assimo desejou. As diferenças entre a América anglo-saxônica e a ibéricasão frutos de "escolhas políticas", como diz o autor.

A expressão de Morse pode gerar dúvidas. O que significaria, naverdade, "desejo e opção"? Não se trata aqui de tornar a América ibé-rica um indivíduo, como se o continente tivesse uma vontade própria,fizesse escolhas ou apresentasse desejos ... Morse destaca aqui a açãodos construtores da história da América Ibérica, os homens que nelaviveram e vivem, que criaram neste espaço um mundo de acordo comsuas visões. Claro que não é possível tratar esses homens como se ti-vessem uma visão clara do que seria o futuro, profetas e críticos dasociedade que construíam. Mas deve-se afastar, segundo Morse, aidéia de acidente, como se a América Latina fosse fruto do acaso.

Até que ponto as idéias de Morse estariam corretas? Vamos aosfatos. O primeiro deles, que contesta várias idéias sobre a colonização'da América, é que a ibérica foi, em quase todos os sentidos, mais or-ganizada, planejada e metódica que a anglo-saxônica. Caso atribua-mos valor à organização, é inegável que a colonização ibérica foi mui-to "melhor" que a anglo-saxônica.

Na verdade, só podemos falar em projeto colonial nas áreas por-tuguesa e espanhola. Só nelas houve preocupação constante e siste-mática quanto às questões da América. A colonização da América do

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Norte inglesa, por razões que veremos melhor no capítulo seguinte, foiassistemática.

No século XVII, quando a América Espanhola já apresentava uni-versidade, bispados, produções literárias e artísticas de várias gera-ções, a costa inglesa da América do Norte era um amontoado de pe-quenas aldeias atacadas por índios e rondadas pela fome.

Portugal e Espanha mandavam para a América, na época daconquista, alguns de seus membros mais ilustres e preparados. Dentreos .primeiros franciscanos que. foram ao México, por exemplo, estavaPedro de. Gante, parente do próprio imperador. No Brasil, a nova e en-tusiasmada ordem dos jesuítas veio junto. com o primeiro governadorgeral. Nem de longe podemos afirmar que semelhante fenômeno te-nha ocorrido na fase da conquista da América Inglesa.

Decorridos cem anos do início da colonização, caso comparás-semos as duas Américas, constataríamos que a ibérica é muito maisurbana, com mais comércio, maior população e produções culturais eartísticas mais "desenvolvidas" que a inglesa Exatamente aí vai residira maior facilidade dos colonos norte-americanos em proclamarem suaindependência. Os maus casamentos terminam antes dos bons. A fal-ta de um efetivo projeto colonial foi que aproximou os EUA da indepen-dência. As treze colônias nascem sem a tutela direta do Estado. É por tersido "fraca", como veremos adiante, que a colonização inglesa deu ori-gem à primeira independência vitoriosa da América.

Continuando neste caminho, notamos elementos que não con-firmam a idéia de exploração ou povoamento. O mundo ibérico dá aidéia de permanência. Construir e reformar permanentemente, ao lon-go de três séculos, uma catedral como a da cidade do México não éatitude típica de quem quer apenas enriquecer e voltar para a Europa.A solidez das cidades coloniais espanholas, seus traçados urbanos esuas pesadas construções não são harmônicas com um projeto de ex-ploração imediata.

As pessoas que falam destes "ideais" de enriquecimento fácil pa-recem imaginar que um espanhol cobiçoso embarcava num avião emSevilha e, horas depois, desembarcava na América. Estas pessoas nãolevam em conta o imenso desconforto de uma viagem de navio, ondeo desconhecido se aliava a provisões podres e altos riscos de naufrá-gios, piratas e corsários.

O europeu que viesse para a América, em primeiro lugar, deveriaser de uma coragem extrema. Uma vez aqui, sua volta era extrema-mente difícil. Em pleno século XIX, Simón Bolivar, membro de umadas famílias mais ricas e ilustres daArnérica, teve dificuldades em ob-ter licença para estudar na Europa. É óbvio que a atração das riquezas.da América foi forte. No entanto, é óbvio também que apenas as auto-ridades metropolitanas tinham liberdade de ir e vir.

Em se tratando da colonização ibérica, devemos seguir o conse-lho de Janice Theodoro da Silva: "desconfiar da empresa e degustar aepopéia". A epopéia incluiu a exploração mercantilista, mas não redu-ziu-se a ela.

Não é, certamente, nesta redução de exploração e povoamentoque encontraremos as respostas para: as diferenças tão gritantes naAmérica. Tentar explicar o caso da colonização inglesa em particular éo que tentaremos a seguir.

AS treze colônias originais

Nome Fundada por Ano

1) Virgfnia C. Londres 1607-Companhia deLondres -

2) New Hampshire John Mason e outros 16233) Massachusetls separatistas puritanos 1620-1630

(Plymouth).4) Maryland Lord Baltimore 1634

5) Connecticut Emigrantes de Mass 1635

6) Rhode Island Roger Williams 16367) Carolina do Norte Emigrantes de Virgfnia 1653

8) Nova York Holanda 16139) Nova Jersey Barkeley Carteret 1664

10) Carolina do Sul oito nobres 1670

11) Pensilvânia William Penn 1681

12) Oelaware Suécia 1638

13) Georgia George Oglethorpe 1733

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