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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
COLÉGIO POLITÉCNICO DA UFSM
CURSO TÉCNICO EM GEOPROCESSAMENTO
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO COM ÊNFASE
EM GEOPROCESSAMENTO E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
MIRIAM DOS SANTOS SOUZA
Santa Maria, RS, Brasil
2015
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO COM ÊNFASE
EM GEOPROCESSAMENTO E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Por
Miriam dos Santos Souza
Relatório de Estágio apresentado ao Curso Técnico em
Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como requisito
parcial para obtenção do título de
Técnico em Geoprocessamento
Orientador: Prof. Dr. Elódio Sebem
Santa Maria, RS, Brasil
2015
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova o Relatório de Estágio
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM
GEOPROCESSAMENTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL
elaborado por
Miriam dos Santos Souza
como requisito parcial para obtenção do título de
Técnico em Geoprocessamento
COMISSÃO EXAMINADORA:
Profº Dr. Elódio Sebem
(Orientador do Estágio)
Prof. Dr. Valmir Viera
(Coordenador do Curso)
Fernanda Crestani da Silva
(Engenheira Florestal)
Santa Maria, 10 de junho de 2015.
Universidade Federal de Santa Maria
Colégio Politécnico da UFSM
Curso Técnico em Geoprocessamento
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM
GEOPROCESSAMENTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Relatório de Estágio realizado na
TECNOCAMPO REPRESENTAÇÕES LTDA.
Elaborado por
Miriam dos Santos Souza
Prof. Dr. Elódio Sebem
(Orientador)
Gisele Gomez de Oliveira
(Supervisor da empresa)
Miriam dos Santos Souza
(Estagiário)
Santa Maria, 10 de junho de 2015.
RESUMO
Relatório de Estágio
Colégio Politécnico da UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO COM ÊNFASE EM
GEOPROCESSAMENTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL
AUTOR: MIRIAM DOS SANTOS SOUZA
ORIENTADOR: PROFº DR. ELÓDIO SEBEM
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de junho de 2015.
Este relatório de estágio teve a finalidade proporcionar conhecimento na área do Geoprocessamento, a aprendizagem através de atividades práticas, e vivenciar situações reais que contribuam para um acréscimo de informações. O estágio curricular supervisionado foi realizado na Empresa Tecnocampo, tendo início dia 05 de janeiro de 2015 e se estendeu até 27 de fevereiro do mesmo ano, totalizando 200 horas de atividades. Durante este período foram realizadas atividades na área de Georreferenciamento, Licenciamento Ambiental e Outorga do uso da água. O estágio teve como Orientador o Professor Doutor Engenheiro Florestal Elódio Sebem e como supervisora Gisele Gomez de Oliveira. A empresa Tecnocampo atua diretamente com serviços de medições de campo, obras de barragens, laudos, perícias, pivô de irrigação, georreferenciamento, entre outras atividades. Essa oportunidade de estágio trouxe a experiência de trabalho, de utilizar o conhecimento teórico adquirido durante as aulas, bem como a chance de convívio direto com a realidade de produtores e empresas rurais além da exposição ao mercado de trabalho.
Palavras-Chave: Geoprocessamento. Georreferenciamento. Licenciamento Ambiental.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 7
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................. 8
2.1 SISTEMAS DE POSICIONAMENTO GLOBAL .................................................................. 8 2.2 ESTAÇÃO TOTAL ...................................................................................................... 9 2.3 LEVANTAMENTOS GEODÉSICOS ................................................................................ 9 2.4 TOPOGRAFIA ......................................................................................................... 10 2.5 SOFTWARES UTILIZADOS......................................................................................... 11 2.5.1 Desenho assistido por computador (CAD) ....................................................... 11 2.5.2 Posição ............................................................................................................. 12 2.6 VISUALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA ............................................................................... 13 2.7 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ................................................................................... 13 2.7.1 Licença Prévia (LP) .......................................................................................... 14 2.7.2 Licença de Instalação (LI) ................................................................................ 14 2.7.3 Licença de Operação (LO) ............................................................................... 14 2.8 LICENCIAMENTO E OUTORGA .................................................................................. 14 2.8.1 Uso da água ..................................................................................................... 15 2.8.2 Recursos hídricos sujeitos à outorga de direito de uso da água. ..................... 15 2.8.3 Para obter a outorga de direito de uso da água. .............................................. 16 2.8.4 Procedimento junto ao DRH para construção de uma barragem ..................... 16 2.9 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS -(DRH) ................................................... 18 2.10 FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL- FEPAM ................................... 18 2.11 SECRETARIAS DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E AGRONEGÓCIO -SEAPA................... 19
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................... 21
3.1 PRODUÇÃO DO MAPA .............................................................................................. 21 3.2 PRODUÇÃO DO CROQUI DE LOCALIZAÇÃO ................................................................. 22 3.3 PRODUÇÃO DO MAPA SOBRE A CARTA TOPOGRÁFICA DO EXÉRCITO BRASILEIRO ......... 22 3.4 BARRAGEM ........................................................................................................... 22 3.4.4 Perfil do corte transversal da barragem. ........................................................... 23 3.4.5 Perfil transversal do vertedouro ........................................................................ 24 3.4.6 Quadros de volume de águas e terras. ............................................................ 24 3.4.7 Memorial Descritivo da barragem/Açude.......................................................... 25 3.5 MATERIAIS COM DADOS DO PRODUTOR E DO RESPONSÁVEL TÉCNICO ......................... 25 3.5.1 Requerimento de Reserva de Disponibilidade Hídrica/Outorga. ...................... 25 3.5.2 Requerimento Check-List ................................................................................. 26 3.5.3 Cópia do Cartão do CNPJ (pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física). .............. 26 3.5.4 Ficha Cadastral de Usuário. ............................................................................. 26 3.5.5 ART do responsável pelo Laudo e levantamentos. .......................................... 26 3.5.6 Declaração de Inexistência de Conflito ............................................................ 27 3.5.7 Informar situação do empreendimento ............................................................. 27 3.5.8 Endereço .......................................................................................................... 27 3.5.9 Procuração ....................................................................................................... 27
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 28
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................... 29
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório visa descrever as atividades realizadas durante o período
corrente do estágio obrigatório supervisionado, que se compreendeu entre o dia 05
de janeiro a 27 de fevereiro de 2015, totalizando 200 horas, sendo 8 horas diárias,
completando assim a carga horária mínima exigida.
O estágio foi realizado na TECNOCAMPO REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS
LTDA. A empresa está localizada na Rua Serafim Valandro, número 845, sala 22, na
cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. A empresa presta serviços tais como
licença ambiental, laudo, outorga d’água, levantamento de barragens,
georreferenciamento, altimetria, planimetria, certificações junto ao INCRA, projetos de
custeio, projetos de irrigação, planejamento, assistência técnica rural. A equipe de
trabalho atual é composta pelos dois sócios da empresa que são Engenheiros
Agrônomos, duas Engenheiras Florestais, um Geógrafo e estagiários.
O estágio proporcionou aprendizados e conhecimentos na área de processos
de licenciamento ambiental para projetos de irrigação por aspersão, encaminhados
para a SEAPA e FEPAM, solicitação de outorga e disponibilidade hídrica para uso de
água de açudes e pontos de captação em projetos de irrigação no DRH, elaboraçãode
mapas georreferenciados das propriedades onde se encontram os projetos, assim
como produção de croquis de localização dos empreendimentos e localização do
mesmo na carta do exército, através do auxílio do software AutoCAD.
O estágio teve o objetivo de proporcionar ao futuro Técnico em
Geoprocessamento experiências reais na aplicação do geoprocessamento no
licenciamento ambiental, procurando preparar para o mercado de trabalho através de
conhecimentos práticos e teóricos. Além disso, adquirir conhecimentos sobre o
trabalho vivenciado, e contribuindo para aplicar novas metodologias nos aplicativos.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sistemas de Posicionamento Global
O GPS é um sistema de rádio navegação desenvolvido pelo Departamento de
defesa dos Estados Unidos (DoD) que tem a finalidade de servir como sistema de
navegação das Forças Armadas norte-americanas. Resultado da fusão de dois
programas do governo norte americano para desenvolver um sistema de navegação
de alcance global (Timatione System 621B), de responsabilidade da Marinha e da
Força Aérea, respectivamente. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2008, p.2) definiu–se “como um sistema de posicionamento por
satélites artificiais que proporciona informações de tempo e posição tridimensional
em qualquer instante e lugar do planeta”.
O sistema GPS pode ser usado por qualquer pessoa gratuitamente, desde que
haja sinais emitidos pelos satélites. Este sistema é utilizado para determinar a posição
de receptores na superfície da terra ou órbita. Segundo Rosa e Brito (1995), cada um
circunda a terra duas vezes por dia a uma altitude de 20.200km e a uma velocidade
de 11.265km/h.
Devido à alta acurácia que o sistema proporciona e também ao
desenvolvimento de tecnologias envolvidas nos receptores GPS, surge uma grande
comunidade usuária procurando serviços que vão desde navegação, posicionamento
geodésico, agricultura de precisão, levantamentos geodésicos para fins topográficos,
navegação, controle e monitoramento de frotas.
O sistema GPS permite que um usuário, em qualquer lugar da superfície
terrestre, tenha à sua disposição no mínimo quatro satélites para serem rastreados.
Isso permite que se realize o posicionamento em tempo real. Para usuários da área
de Geodésica uma vantagem muito importante da tecnologia GPS é que não há a
necessidade de intervisibilidade entre estações em relação aos métodos de
levantamento convencionais. O GPS também pode ser usado sobre quaisquer
9
condições climáticas. A navegação pelo GPS consiste na medida de distâncias entre
o usuário e quatro satélites. Conhecendo as coordenadas dos satélites em um
sistema de referência é possível calcular as coordenadas da antena do usuário no
mesmo sistema de referência dos satélites. Apenas três distâncias seriam suficientes
desde que não pertencentes ao mesmo plano do ponto de vista geométrico. Assim, o
problema se reduziria à solução de um sistema de três equações com três incógnitas.
A quarta medida é necessária devido ao não sincronismo entre os relógios dos
satélites e o do usuário, que adiciona uma incógnita ao problema.
2.2 Estação total
Nos dias atuais, a topografia faz, cada vez mais, uso da estação total, que são
os equipamentos óptico-mecânicos-eletrônicos, em substituição aos equipamentos
ditos apenas ópticos-mecânicos (como o teodolito, por exemplo). Segundo Moreira
(2003) a consequência desta substituição, se baseia na maior frequência o método de
nivelamento trigonométrico, onde antes se utilizava o levantamento trigonométrico
(devido a precisão requerida).
A estação total é um instrumento eletrônico capaz de medir ângulos e
distâncias, e, além disso, é capaz de armazenar dados coletados e realizar os cálculos
ainda a campo. Com o auxílio da trigonometria, os ângulos e distâncias podem ser
utilizados para calcular coordenadas das posições (X, Y, Z e Declividade) dos pontos
examinados, ou a posição do instrumento em relação a pontos conhecidos, em termos
absolutos.
2.3 Levantamentos Geodésicos
Segundo Moraes (2004) o objetivo da geodésia “é a determinação da forma da
superfície física terrestre, a determinação das dimensões da Terra, a determinação
do campo gravitacional externo e a averiguação das variações através do tempo”.
10
Compreende o conjunto de atividades focadas para as medições e observações que
determinam a forma, geoide e elipsoide, e dimensão do planeta. (IBGE,1999, p. 15).
Sendo esta ciência empregada na estrutura básica de mapeamento e levantamentos
geodésicos.
Os levantamentos geodésicos se dividem em três grupos:
a. Levantamento Geodésico de Alta Precisão(nacional):
i. - Científico: atende programas internacionais com objetivo científico e a
Sistemas Geodésicos Nacionais.
ii. - Fundamental (1º ordem): pontos para amarração e controle de trabalhos
geodésicos e cartográficos baseados em especificações internacionais a fim
de constituir um único sistema de referência.
b. Levantamentos Geodésicos de Precisão (nacional):
i. - Áreas mais desenvolvidas (2ºordem): densificação dos Sistemas Geodésicos.
ii. - Nacionais a partir de decomposição de pontos de amarração e controle de1º
ordem.
iii. - Áreas menos desenvolvidas (3ºordem): áreas remotas ou aquelas em que não
se justificam investimentos imediatos.
c. Levantamentos Geodésicos para fins Topográficos (local):
i. - De características locais são dirigidos ao atendimento de levantamentos no
horizonte topográfico. A fim de fornecer apoio básico às operações topográficas
de levantamento para mapeamento. Tais levantamentos permitem o controle
horizontal e vertical por meio da determinação de coordenadas geodésicas e
altimétricas.
2.4 Topografia
De acordo com Moraes (2004, p.3) topografia “é a ciência aplicada que trata
os princípios e métodos de determinação do contorno, das dimensões e da posição
11
de uma parte limitada da superfície terrestre, sem levarem conta a curvatura da
Terra”.
O objetivo da topografia é efetuar o levantamento em campo que possibilite a
determinação da posição de pontos e que permita a representação desses pontos.
2.5 Softwares de Geoprocessamento
2.5.1 Desenho assistido por computador (CAD)
O AutoCAD (Figura 1) é uma das ferramentas mais completas e utilizadas
existente no mercado, e teve início com a indústria aeroespacial e automobilística, no
final da década de 60. Desde então os projetos eram limitados a desenhos manuais
sujeitos a imprecisão. Na empresa, utiliza-se o aplicativo AutoCAD, que é usado
principalmente para a elaboração de peças de desenho técnico em duas dimensões
(X, Y) e para a criação de modelos tridimensionais (X, Y, Z). O sistema Cad contém,
entre seus inúmeros recursos, um editor gráfico com capacidade de criar e editar
elementos gráficos; edita textos e símbolos, além de ser uma estrutura organizada,
possui uma série de comandos que ajudam na elaboração de desenho como na
construção de linhas, círculos, arcos, hachuras, polígonos, retângulos, elipses.
É um aplicativo que tem uma arquitetura aberta e assim torna-se um ambiente
ideal para o desenvolvimento de aplicativos terceiros.
12
Figura 1 - Layout do Programa AutoCad 2012 (Miriam, 2015).
2.5.2 Posição
Este sistema se trata de um aplicativo profissional que é integrado ao AutoCAD,
e permite a elaboração de cálculos e desenhos de levantamentos topográficos com
funções que abrangem desde a transferência e/ou digitação de dados de estações
totais e GPS até a edição final dos desenhos. Este é composto por três módulos:
Módulo de Topografia e Volumes em ambiente Windows com recursos
responsáveis pelo processamento dos dados das informações coletados em campo,
cálculo de poligonais, criação, edição e apresentação dos desenhos, cálculo de curvas
de nível, volumes e muito mais.
Módulo de Georreferenciamento com todos os recursos necessários
para a geração de todos os desenhos e documentos necessárias para a certificação
de imóveis rurais, 100% de acordo com as normas do INCRA.
Módulo de Vias com os recursos necessários para o desenvolvimento
de projetos de estradas com traçados horizontais e verticais.
13
2.6 Visualização cartográfica
De acordo com Ramos (2005, p.33) “visualização é um processo de apreensão
do conhecimento”. A visualização científica, de tecnologia computacional visando
reforçar o processo de visualização despertou interesse no final dos anos 80.
Trata-se de uma nova maneira de conceber a cartografia digital. E dentro desta
nova ciência existe o processo de vetorização/rasterização onde ocorre a
transformação de um arquivo RASTER para um arquivo vetor (ponto, linha ou
polígono). Tal processo é trabalhado no meio computacional através de aplicativos de
geoprocessamento resultando em arquivos próprios, como os arquivos shapes no
ArcGIS e os arquivos.dxf/dwg no AutoCAD.
2.7 Licenciamento ambiental
O licenciamento ambienta trata-se de um procedimento administrativo pelo qual
o órgão ambiental autoriza a localização, instalação, operação e ampliação de
empreendimentos e de atividades utilizadoras de recursos ambientais, que sejam
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daqueles que possam causar
degradação ambiental.
Dessa forma a exigência de licenciamentos ambientais é cada vez mais
cobrada pelos órgãos públicos, para que os empreendimentos sejam compatíveis com
o desenvolvimento sustentável. Para a obtenção de outorga de uso de água e licenças
ambientais para irrigação são necessários que todos os agricultores apresentem
projetos técnicos aos órgãos estaduais (SEMA, FEPAM). As licenças ambientais para
funcionamento de atividades agrícolas e para irrigação são emitidas pela FEPAM em
âmbito estadual, porém dependendo do porte do empreendimento, tem casos em que
é feito o licenciamento pela própria prefeitura, quando o município for licenciador.
14
2.7.1 Licença Prévia (LP)
Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental
e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas
próximas fases de sua implementação (obras ainda não realizadas).
2.7.2 Licença de Instalação (LI)
Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo
determinante.
2.7.3 Licença de Operação (LO)
Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação (obras já em
atividade).
2.8 Outorga de Uso da Água
A outorga de direito do uso dos recursos hídricos faz parte dos instrumentos da
Polícia Nacional de Recursos Hídricos, estabelecidos no inciso III, do art. 5º da Lei
Federal nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997.
15
Objetiva assegurar o efetivo exercício dos direitos de acesso à água e o
controle qualitativo e quantitativo dos seus usos, ou seja, assegura ao seu usuário o
direito de captar água em local determinado de um corpo hídrico, com vazão, volume
e períodos definidos, bem como as finalidades de seu uso, sob determinadas
condições.
2.8.1 Uso da água
De acordo com o Decreto Estadual nº 37.033/96 que regulamenta a outorga de
Direito de Uso da Água no Rio Grande do Sul, entende-se como uso da água qualquer
utilização, serviço ou obra em recurso hídrico, independentemente de haver ou não
retirada de água, barramento ou lançamento de efluentes que altere seu regime ou
suas condições qualitativas ou quantitativas.
2.8.2 Recursos hídricos sujeitos à outorga de direito de uso da água.
De acordo com a Lei Estadual nº10.350/94, artigo29, dependerá da outorga do
uso da água qualquer empreendimento ou atividade que altere as condições
qualitativas ou quantitativas das águas superficiais ou subterrâneas, observados o
Plano Estadual de Recursos Hídricos e os Planos de Bacia Hidrográfica. Ex.:
a. derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo hídrico, para
consumo final (abastecimento público ou insumo de processo produtivo);
b. extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de
processo produtivo;
c. o lançamento em corpo hídrico de esgoto e demais resíduos líquidos ou
gasosos (tratados ou não) com o fim de sua diluição, transporte ou disposição
final;
d. o uso para fins de aproveitamento de potenciais hidrelétricos;
16
e. outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade de um recurso
hídrico, independem da retirada ou não de água, tais como dessedentação de animais,
manutenção da vida aquática, recreação, navegação e outros.
Órgão responsável pela outorga das condições quantitativas das águas é o
DRH (pela Divisão de Outorga e Fiscalização – DIOUT) da SEMA.
Órgão responsável pela outorga das condições qualitativas das águas é a
FEPAM.
2.8.3 Para obter a outorga de direito de uso da água.
Necessário que os responsáveis técnicos pelas solicitações de outorga
instruam processos contendo documentos, conforme Termos de Referência,
correspondentes ao tipo de intervenção no recurso hídrico. Tal encaminhamento dos
processos deve ser feito junto aos Balcões de Licenciamento Único (BLAUs), da
SEMA. Os documentos listados nos Termos de Referência para a elaboração dos
processos de outorga podem ser encontrados no site da SEMA (procurar em
Recursos Hídricos, outorga).
Os profissionais que estão aptos a instruir processos de solicitação de outorga
de direito de uso da água são aqueles devidamente habilitados junto ao CREA
(engenheiros civis, engenheiros agrônomos, engenheiros de minas, engenheiros
agrícolas ou profissionais vinculados ao CREA que tenham aperfeiçoamento na área
de hidrologia).
2.8.4 Procedimento junto ao DRH para construção de uma barragem
De acordo com a Leinº2.434/54 para construir uma barragem é preciso solicitar
uma autorização ao Estado e apresentar um projeto que deve ser avaliado sobre
ponto de vista construtivo, hidrológico e de estabilidade da obra.
17
O procedimento consiste em solicitar previamente à construção da obra e
mediante a apresentação de anteprojeto conforme os Termos de Referência à reserva
de disponibilidade hídrica junto ao DRH. Após obter a licença prévia(LP), fornecida
pelo órgão ambiental e, mediante a apresentação de projeto seguindo os Termos de
Referência, deve ser solicitada a outorga de direito de uso da água e a autorização
para construção da barragem ao DRH Quadro 1.
Barragens
Em Construção Documentos
Comuns Regularização
- Declaração de inexistência
de conflitos;
- Projeto CAD das
barragens;
- Declaração de
existência de barragem;
- Memorial descritivo; - ART; - Laudo fotográfico;
- Requerimento check-list; - Cartão CPF, cópia
CPF e RG; - Laudo técnico;
- Requerimento de
Disponibilidade hídrica; - Procuração;
- Requerimento check-
list;
- Planilha da SEMA.
- Croqui de
localização;
- Requerimento de
Outorga;
- Mapa da
propriedade; - Planilha excel SEMA.
- Carta do exército.
Quadro 1: Documentos para licenciamento de barragens (Miriam, 2015).
A construção de barragem deve ocorrer somente após a emissão dos
documentos acima citados e da expedição da Licença de Instalação (LI) junto ao
órgão ambiental. Após o envio de todos os documentos, o órgão responsável emitirá
um alvará de construção. Depois da construção da barragem deve ser solicitado o
alvará de conclusão da obra, ao DRH, mediante apresentação da Licença de
Operação, do relatório fotográfico e da ART de execução da obra.
18
2.9 Departamento de Recursos Hídricos (DRH)
O departamento é responsável pela:
a. elaboração do anteprojeto de lei do Plano Estadual dos Recursos Hídricos
através da compatibilização das propostas encaminhadas pelos Comitês de
Gerenciamento de Bacia Hidrográfica com os planos e diretrizes setoriais do
Estado.
b. coordenar e acompanhar a execução do Plano Estadual de Recursos
Hídricos;
c. propor ao Conselho de RH critérios para a outorga do uso da água dos corpos
de água sob o domínio estadual e liberar as suas autorizações;
d. regulamentar a operação e uso dos equipamentos e mecanismos de gestão
dos recursos hídricos (redes hidrometeorológicas, banco de dados
hidrometeorológicos, cadastros de usuários das águas);
e. elaborar relatório anual sobre a situação dos recursos hídricos no Estado para
apreciação pelos comitês, e;
f. auxiliar tecnicamente ao Conselho de Recursos Hídricos.
2.10 Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM
A Fundação Estadual de proteção Ambiental (FEPAM) é um dos principais
órgãos que regularizam a situação de pessoas físicas e jurídicas que tenham
trabalhos vinculados ao meio ambiente. Este órgão regulariza empreendimentos
silvipastoris, de mineração, indústria, transportes, terminais e depósitos, infraestrutura
e obras civis, urbanização e saneamento, entre outras situações em geral. Cada
situação passível de licenciamento ambiental é classificada como fonte poluidora de
baixo, médio e alto risco. Sendo proporcional às atividades o valor que será cobrado,
ou seja, quanto maior for o grau de poluição, maior será o custo do licenciamento.
Entre as etapas do licenciamento estão Licença Prévia (LP), Licença de Instalação
(LI) e Licença de Operação (LO).
19
Conforme o tipo de atividade é necessário que seja realizado o Estudo prévio
de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
para a requisição do licenciamento ambiental.
2.11 Secretarias da Agricultura, Pecuária e Agronegócio – SEAPA
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) é um órgão do
estado do Rio Grande Do Sul que serve de incentivo auxiliar o desenvolvimento do
produtor rural, através de programas vinculados a secretaria. entre eles o Mais Água,
Mais Renda. Este programa permite suporte aos agricultores para a implantação de
sistemas de irrigação nas propriedades, incentivando e facilitando a expansão da
irrigação, viabilizando estas práticas entre os agropecuaristas, consequentemente
aumentando a renda dos mesmos, e estimulando o crescimento da renda pública.
Seus benefícios, além da agilidade no licenciamento ambiental, agiliza a Outorga
precária do uso da água para açudes até 10 ha e áreas irrigadas até 100 ha.
Para que seja possível realizar a outorga dos açudes até 10 ha com maior
rapidez é necessário fazer o cadastro no Serviço de Informação, Cidadania e
Ambiente. (ICA) que é um sistema do DRH que integra as informações necessárias
para a gestão do meio ambiente, desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e
seus parceiros. Este apresenta o Cadastro Estadual de Usuários da Água. Este
Cadastro é validado pela SEAPA e serve como uma outorga precária e que é
disponibilizada mais rapidamente que a outorga normal do DRH. No entanto, essa
outorga é válida por um ano ou até o término do projeto. E junto com o
encaminhamento do projeto, solicitar junto ao DRH a outorga.
Com o registro no ICA, encaminha-se o processo para realizar o licenciamento
final dos pivôs junto a SEAPA.
Os documentos necessários para este licenciamento são:
ART
Procuração
Cópia CPF/RG
Cópia contrato com banco
20
Matrícula atualizada da terra
Contrato Parceria/Arrend.ou certidão de casamento
Fichas de adesão e subvenção
Formulário FEPAM
Licença de Operação geral
Memorial Descritivo
Ficha Técnica do pivô
Croqui de Localização
Mapa da propriedade
Projeto do açude e valores
ICA ou Outorga Precária
Após a análise desses documentos pela SEAPA e a consequente aprovação,
a FEPAM disponibiliza a licença de Operação (LO), não sendo necessária a Licença
Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI). Conforme o artigo 8°, da Instrução
Normativa Conjunta SEMA /FEPAM n° 001/2012 considera que a SEAPA deve prestar
contas à FEPAM, trimestralmente, dos açudes e sistemas de irrigação objetos da
Licença Ambiental do Programa ‘Mais Água, Mais Renda’. O inciso 2° do artigo 8°,
informa que à medida que forem concluídas as obras de implantação dos açudes a
SEAPA devem-se atualizar os dados fornecidos à FEPAM, com relatório técnico e
fotográfico. Seguindo o artigo 9° da mesma instrução normativa, a fiscalização e
controle das informações prestadas serão realizados, pela FEPAM através de
amostragem, com metodologia a ser definida e responsabilização solidária do
empreendedor, assistente técnico e produtor rural das informações prestadas.
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Devido ao interesse na área de Geoprocessamento e Licenciamento
Ambiental, pode-se obter experiência nesta área pois o estágio proporcionou
situações reais de trabalho. Não só conhecimentos práticos adquiridos através dos
ensinamentos por parte dos profissionais graduados, a Supervisora do Estágio Gisele
Gomez de Oliveira e Fernanda Crestani da Silva Engenheiras Florestais que foram
de fundamental importância, mas também o conhecimento baseado na experiência
do profissional de campo da empresa Tecnocampo, o Geógrafo Fernando Vargas.
Acarretando maior experiência na utilização de aplicativos como o AutoCAD e
ferramentas como o Excel, Google Earth. Resultando em produção técnica para a
elaboração de projetos de licenciamento ambiental, georreferenciamento e topografia
produzidos na empresa.
3.1 Produção de croqui do uso do solo
O levantamento topográfico da área e a locação da obra são realizados com
uma GPS Leica RTK. Os dados do levantamento foram processados no Sistema de
Automação Topográfica Posição, sendo este um programa completo para cálculo
topográfico, com sua interface baseada no AutoCAD.
Esses dados são repassados aos funcionários e estagiários e então, tendo a
coordenadas que foram levantadas a campo pelos colegas de escritório, a base é
retirada do site do IBGE (ppp), pode ser feita a visualização da propriedade no Google
Earth. Após esta visualização, é gerado o polígono da área e salva em formato (kml),
juntamente com uma imagem da área. Após esta etapa, importa-se o polígono em
(kml), e a imagem, esta que é escalada e georreferenciada dentro do aplicativo. Com
o polígono obtemos a localização correta do empreendimento e com a imagem
georreferenciada com os polígonos, podemos elaborar o mapa da propriedade, com
22
os diferentes usos do solo, construções, açudes, etc. No Anexo A está um exemplo
do croqui de uso de solo.
3.2 Produção do croqui de localização
O requerente da licença deve apresentar no projeto a localização do
empreendimento. Destaca as rodovias de acesso e limites da propriedade,
apresentando três pontos significativos de municípios que sejam próximos ao imóvel
para demonstrar uma melhor e mais fácil localização da área.
3.3 Produção do área sobre a carta topográfica do Exército Brasileiro
A Carta do Exército em Anexo B tem por função auxiliar na localização e
melhor compreensão de onde o empreendimento ficará localizado, sua situação
geográfica no terreno auxilia na identificação da bacia e dos cursos hídricos
(permanentes e intermitentes) sendo informado no mapa duas coordenadas, de
preferência cruzadas, o nome das folhas e sua nomenclatura devendo estar com
escala 1:50.000.
3.4 Barragem
Com o levantamento altimétrico realizado no campo, obtemos os dados para o
projeto de construção da barragem. Entre os dados recebidos estão as marcações
das cotas altimétricas, que darão o suporte para cálculos de áreas e volumes.
Os elementos gráficos são elaborados em escala apropriada, contendo
dimensões e cotas.
23
3.4.1 Planta Baixa do Maciço
A planta baixa do maciço apresenta as cotas e as formas de alagamento no
terreno. Esta projeção é importante para saber qual o comportamento que a bacia de
acumulação terá depois do barramento. As coordenadas desta planta já estando
disponíveis em (.dwg) pode ser desenhada e medida as suas cotas Anexo C.
3.4.2 Perfil do terreno e do maciço.
Com as cotas e a distância entre as bordas do açude de água pode se calcular
quais as dimensões o maciço deverá possuir para sua construção, Anexo D. Neste
exemplo pode-se observar a largura que o barramento terá. Também pode ser visto a
planta da taipa, com suas dimensões de largura e comprimento em metros. A largura
está condicionada à estabilidade e altura da barragem, à permeabilidade do aterro e
ao tipo de trânsito a que se destina.
3.4.4 Perfil do corte transversal da barragem.
O perfil do corte transversal da barragem no Anexo E, conta como parte do
material requerido pelo órgão fiscalizador ambiental. Este perfil serve como
instrumento auxiliar na construção da taipa, pois conta com informações relevantes
sobre a altura, comprimento e níveis normal e máximo de água.
24
3.4.5 Perfil transversal do vertedouro
Projetar e construir vertedouros adequados são parte obrigatória para
construção de barragens, Anexo F. Esta estrutura construída serve para escoar
grandes vazões provenientes de precipitações de grande intensidade que aconteçam
na bacia de captação, sem causar erosão ou transbordamento na barragem. O
vertedor foi dimensionado em função da vazão máxima estimada e está representado
no Anexo H.
3.4.6 Quadros de volume de águas e terras.
Através dos arquivos de campo gerados pelo GPS geodésico e posteriormente
trabalhados no AutoCAD pode-se fazer a montagem da planilha dentro do Excel afim
de saber qual o volume acumulado na cota normal na barragem ou açude a ser
construído em Anexo G. Esta planilha depois de ter sido calculada era digitada passo
a passo para o AutoCAD, percebendo a morosidade que era esta operação, busquei
informações de como importar planilhas inteiras do Excel para o AutoCAD. Após
verificar através de testes esta função, apresentei esta solução mais prática aos
colegas da empresa, o que tornou o trabalho mais prático e ágil.
Com as cotas fechadas dentro do desenho do açude, calculamos através do
AutoCad a área de cada cota. No Excel, são calculadas as áreas médias entre as
cotas. Com as áreas médias de cada cota mais a diferença de nível entre elas,
multiplicando-as, obtemos então o volume de cada nível.
A bacia de captação é calculada pela altimetria do Google Earth. Observa-se
as cotas ao redor do empreendimento, começa a fazer um polígono até onde as cotas
são maiores, onde as cotas começas a decrescer é que marcamos o dividor de águas.
Com o polígono pronto, é utilizado então a sua área para os cálculos da bacia de
captação.
25
3.4.7 Memorial Descritivo da barragem/Açude
O Memorial Descritivo é o projeto onde constam todos os dados, portanto se
define como o documento mais importante, com todos dados para o cálculo e
construção de uma barragem. Consiste de uma série de cálculos projetados e que
estão no Anexo H.
3.5 Dados do produtor e do responsável técnico
São as componentes requeridas pelo órgão responsável pela liberação do
Licenciamento Ambiental para a outorga de uso da água. Dependendo do
empreendimento têm-se mais ou menos documentos a serem anexados no Projeto.
A seguir uma exemplificação entre os documentos requeridos nos licenciamentos
feitos no estágio curricular.
3.5.1 Requerimento de Reserva de Disponibilidade Hídrica/Outorga.
No documento Requerimento de Reserva de Disponibilidade Hídrica/Outorga
enviado ao DRH, consta o nome do requerente, CPF, que solicita autorização para
construção/regularização de uma barragem e reserva de disponibilidade hídrica de
acordo com os tramites da lei, para intervir um determinado rio, arroio, laguna, etc,
através do empreendimento em questão, apontando a capacidade de armazenamento
e a localização do empreendimento.
26
3.5.2 Requerimento Check-List
O Requerimento de Chek-list é um roteiro de instrução de processos referentes
à outorga ou a reservas de disponibilidade hídrica para intervenção em recursos
hídricos, enviado ao DRH.
3.5.3 Cópia do Cartão do CNPJ (pessoa jurídica) ou CPF (pessoa física).
A cópia do Cartão CNPJ ou CPF do proprietário da terra onde se localiza a
intervenção no recurso hídrico, ou do arrendatário com procuração do proprietário
(mesmo da assinatura do requerimento);
3.5.4 Ficha Cadastral de Usuário.
A Ficha Cadastral de Usuário compreende a identificação do usuário e dos
responsáveis técnicos, identificando qual o objeto a ser requerido, em qual
modalidade o mesmo se encaixa e a finalidade da atividade exigindo informações
específicas a respeito destes itens.
3.5.5 ART do responsável pelo Laudo e levantamentos.
A anotação de responsabilidade técnica (ART) é um registro de contrato de
acervo técnico, onde consta os dados da ART, do contratado, do contratante, as
identificações da obra e o código de barras acompanhado de um boleto para que seja
efetuado o pagamento da taxa referente a determinada atividade.
27
3.5.6 Declaração de Inexistência de Conflito
A Declaração de inexistências de conflito é documento simples pode ser feito
pelo próprio proprietário(s) ou pelo(s) lindeiro(s), declarando que não existe nenhum
conflito em relação a obra referente a intervenção ao empreendimento com os
vizinhos.
3.5.7 Informar situação do empreendimento
Neste documento o proprietário deve declarar a situação junto ao órgão
ambiental e anexar licença vigente, se for o caso.
3.5.8 Endereço
Endereço completo do(s) proprietário(s) da terra, da barragem e do(s)
responsável(is) pelo Laudo.
3.5.9 Procuração
A procuração é um documento que define o outorgante e o outorgado, tendo a
finalidade de especificar a representação do outorgante junto a Fundação Estadual de
Proteção Ambiental (FEPAM). Este não é um documento obrigatório, apenas facilita
o andamento do processo, caso os clientes tenham que se ausentar.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A principal finalidade do estágio supervisionado é a inserção do estagiário no
mercado de trabalho. A execução de trabalhos que demandam conhecimentos
técnicos e específicos que possibilitem avaliar o preparo do aluno no âmbito do curso
Técnico m Geoprocessamento.
Em relação a formação do Curso Técnico em Geoprocessamento creio que
poderia ter mais aulas ou minicursos sobre a legislação ambiental, pois como vivenciei
no estágio o técnico convive com estas diariamente, e seu conhecimento e
atualização perante as leis, seriam de fundamental importância para entender os
processos junto aos órgãos ambientais.
Durante o período do estágio foi possível vivenciar diversas problemáticas,
desde a parte técnica computacional até o setor administrativo e de relacionamento
humano, que sempre estão ligados, e nos quais norteiam o sucesso de um
empreendimento seja ele qual for. A empresa Tecnocampo através da oportunidade
cedida, possibilitou as práticas vinculadas a utilização do aplicativo computacional
AutoCad para a geração dos mapas que compunham os processos de licenciamento,
licenciamento ambiental e outorga do uso da água.
Portanto, através do estágio teve-se a oportunidade de adquirir um acréscimo
de conhecimento essencial na área de Geoprocessamento, outorga do uso da água
e em parte do Licenciamento Ambiental. Foi possível colocar em prática os
conhecimentos teóricos adquiridos no Curso Técnico em Geoprocessamento. Através
do contato direto com os aplicativos que foram vistos em aula, tais como o AutoCAD
e o Excel. Os trabalhos de vetorização, de geoprocessamento, de produção de peças
necessárias para a elaboração de projetos de licenciamento e outorga de recursos
hídricos. Os objetivos específicos foram abordados de maneira satisfatória dentro do
período estipulado para a realização do estágio.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fundação Estadual De Proteção Ambiental - FEPAM. Rio Grande do Sul, 2002-2013. Disponível em:< http://www.fepam.rs.gov.br/>Acesso em: 19 de março de 2015. Geodésia. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia /default. shtm >. Acesso em 19 de março de 2015 . IBGE. Noções Básicas de Cartografia. Manuais técnicos em geociências. Rio de Janeiro: IBGE, nº8, 1999, 130 p. Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Recomendações para Levantamentos Relativo Estático– GPS. Disponível em: ftp://geoftp.ibge.gov.br/documentos/geodesia/pdf/recom_gps_internet.pdf>. Acesso em: 19 de março de 2015. Incra. Norma técnica para georreferenciamento de imóveis rurais. 2ªedição revisada, 2010. Moraes, C.V. Disciplina EGR 303 – Topografia I. Santa Maria/RS: UFSM, 2004. NBR 13133. Execução de levantamento topográfico (maio/1994).
Moraes, C.V. et al. Notas de aula: Geodésia e Topografia. Santa Maria/RS: UFSM,2010. Moreira, A.S.B. Nivelamento trigonométrico e nivelamento geométrico classe IIN as NBR 13.133: Limites e condições de compatibilidade. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos, 2003. Ramos, C.S. Visualização cartográfica e cartografia multimídia: conceitos e tecnologias. São Paulo: UNESP, 2005, 178 p. Rosa, R.; Brito, J. L. S.. Introdução ao geoprocessamento: Sistema de Informação Geográfica. Uberlândia: Edufu, 1996. 104p. Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio – SEAPA. Porto Alegre – RS. Disponível em: <http://www.saa.rs.gov.br Acesso em: 19 de março de 2015. Serviço Geográfico. Manual técnico: convenções cartográficas. Rio de Janeiro :DSG. 1975. Sirgas. Definición del Sistema de Referencia Geocêntrico para las Américas. Disponível em:<http://www.sirgas.org/index.php?id=52>. Acesso em: 19 de março de 2015.
30
ANEXO A – MAPA DA PROPRIEDADE
31
ANEXO B – CARTA DO EXÉRCITO NO LOCAL DA PROPRIEDADE
32
ANEXO C – PLANTA BAIXA DO MACIÇO
33
ANEXO D – PERFIL DO TERRENO E DO MACIÇO
34
ANEXO E – PERFIL DO CORTE TRANSVERSAL DA BARRAGEM
35
ANEXO F – PERFIL TRANSVERSAL DO VERTEDOURO
36
ANEXO G – QUADROS DE VOLUME DE ÁGUAS E TERRAS
37
ANEXO H – MEMORIAL DESCRITIVO DO PROJETO
BARRAGEM DE TERRA
MEMORIAL DESCRITIVO
1. OBJETIVO O presente estudo tem como objetivo a construção de uma barragem de terra, com
acumulação de água de escorrimento superficial para utilização na irrigação por
aspersão para lavoura de soja, milho, feijão, pastagem e etc.
2. RESPONSÁVEL TÉCNICO Levantamento e Projeto Eng. Agrônomo João Luiz Ciclano de Tal
Registro Profissional: CREA nº 18.436
3. EMPREENDEDOR Proprietário: Fulano de Tal
Endereço: Rua Dr. Fernando Chagas Carvalho n° 35/401 Centro
Cidade: Santa Maria / RS CEP: 97095-140
4. LOCALIZAÇÃO O EMPREENDIMENTO Denominação Fazenda Dona honorina
Município: Santa Maria / RS
Localidade: Santa Flora
Bacia Hidrográfica: Vacacaí
Sub Bacia Hidrográfica: Vacacai-Mirim
Coordenadas Geográficas: S 29°57’32.91” W 53°50’43.84”
Datum: SAD 69
38
5. ELEMENTOS HIDROLÓGICOS Áreas da bacia hidrológica: 26,29 ha
Precipitação anual média: 1.400 mm
Intensidade máxima de precipitação: 207 mm
Taxa média de evaporação diária: 6 mm
Tempo de retorno: 50 anos
Tempo de concentração: 24h
Coeficiente de deflúvio: 0,58
Vazão Máxima da Bacias Hidrográficas: 1,43 m³/s
Determinações: Qmax = (S x H x R) / T
Onde: Qmax = vazão máxima (m³/s)
S = área da bacia de contribuição (m²)
H = altura de precipitação máxima em 24 h (m)
R = coeficiente de deflúvio
T = tempo (24 horas em segundos)
6. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DOS RESERVATÓRIOS
6.1. Barragem 01 (Faixa) Área da bacia hidráulica: 18.522,9 m²
Cota máxima de acumulação: 6,3 m
Cota normal: 6 m
Cota mínima: 1 m
Volume normal: 47.985,7 m³
Volume útil: 47.473,7 m³
Maior comprimento: 0,213km
Altura das ondas: 0,80 m
Velocidade das ondas: 3,10 m/s
Determinações: ho = 0,76 + 0,36 L - 0,27 L
Onde: ho = altura de onda (m)
L = maior comprimento da bacia hidráulica (km)
V = 1,5 + 2ho Onde: V = velocidade máxima de onda (m)
39
ho = altura de onda (m)
7. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DOS MACIÇOS
7.1. Barragem 01 (Faixa) Comprimento: 194,02 m
Altura máxima: 7,0 m
Crista: 5,0 m
Talude de montante: 1 : 3
Talude de jusante: 1 : 2
Orla de segurança 1,0
Volume total: 15.745,9 m³
Determinações: hvROs
Onde: Os = orla de segurança (m)
R = revanche (m)
hv = lâmina d’água no vertedouro (m)
g
vR
2
² ho75,0
Onde: R = revanche (m)
v = velocidade da onda (m.s-¹)
g = aceleração gravitacional (m.s-¹)
ho = altura de onda
HLc 65,1
Onde: Lc = largura do coroamento ou crista (m)
H = altura máxima do maciço (m)
No local do assentamento dos maciços, deverá ser feito a decapagem com
a retirada de uma camada de solo orgânico em toda a área da base e com uma
profundidade aproximada de 0,50 m.
A construção será através da utilização de tratores de pneus, tracionando
caçambas hidráulicas (scraper), distribuindo camadas de solo com 0,15m de
espessura que será compactada pelo trânsito destas mesmas máquinas. Serão
40
obedecidas as inclinações de taludes conforme especificado, com enrocamento do
talude de montante utilizando pedras detonadas e a proteção do talude de jusante
com o plantio de gramíneas.
Na linha do eixo do maciço deverá ser aberta uma trincheira
longitudinalmente em toda a sua extensão, com largura de 3,0 m e profundidade de
1,0 m. Esta trincheira será preenchida com material argiloso para a formação do
núcleo e dificultar a infiltração de água no corpo do maciço.
8. VOLUME DE TERRA COMPACTADA 8.1. Barragem
QUADRO DE ÁREAS E VOLUMES DE TERRAS
Cotas Distâncias
(m) Gradiente
Áreas
(m²) D.N. Volumes (m³)
Somatório
volumes
(m³/2)
Vol.
Acumulados
(m³)
0,0 40,29 40 1611,6 1,0 1611,6
1,0 69,37 35 2427,95 1,0 2427,95 2.019,8 2.019,8
2,0 91,48 30 2744,4 1,0 2744,4 2.586,2 4.606,0
3,0 109,49 25 2737,25 1,0 2737,25 2.740,8 7.346,8
4,0 128,11 20 2562,2 1,0 2562,2 2.649,7 9.996,5
5,0 149,21 15 2238,15 1,0 2238,15 2.400,2 12.396,7
6,0 174,51 10 1745,1 1,0 1745,1 1.991,6 14.388,3
7,0 194,02 5 970,1 1,0 970,1 1.357,6 15.745,9
9. DEMONSTRATIVO DE ÁREAS E VOLUMES
QUADRO DE ÁREAS E VOLUMES DE ÁGUAS
Cotas Áreas (m) Média das áreas D.N. Volumes (m³) Vol. Acumulados (m³)
0,0 158,6
1,0 865,4 512,0 1,0 512,0 511,97
2,0 4.815,7 2.840,6 1,0 2.840,6 3.352,53
3,0 8.508,8 6.662,3 1,0 6.662,3 10.014,78
4,0 10.590,0 9.549,4 1,0 9.549,4 19.564,17
5,0 13.865,1 12.227,5 1,0 12.227,5 31.791,72
6,0 18.522,9 16.194,0 1,0 16.194,0 47.985,73
6,3 23.546,6 21.034,8 0,3 6.310,4 54.296,16
41
10. ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DOS VERTEDOUROS
10.1. Barragem
Cota 7,0
Largura do vertedouro: 2,0 m
Altura da lâmina d’água: 0,3 m
Vazão máxima: 1,43 m³/s
Determinações: ghh
QL
235,0
max
L = largura do vertedouro (m)
Qmax = vazão máxima da bacia hidrográfica (m³.s¹)
h = altura da lâmina d’água (m)
g = aceleração gravitacional (9,81 m.s-¹)
11. TOMADA DE ÁGUA E CONDUTO DE DESCARGA A tomada d’água para os Pivôs Centrais será diretamente na bacia de
acumulação através de bombeamento a qual será abastecida, quando necessário, por
captação (coordenadas S: 29°57’09.04”; W: 53°57’08.91”) localizada em sanga sem
denominação.
12. CONSTRUÇÃO DAS BARRAGENS Será realizada a decapagem da área sobre o maciço com a retirada do solo
orgânico com uma profundidade de 0,15m, com a sua deposição a jusante para
posterior aproveitamento na formação externa do talude, como forma de formar uma
área vegetada sobre o mesmo. Isto proporcionará uma proteção contra os processos
erosivos.
Na porção central da base do maciço será escavada uma trincheira com
dimensões de 4,0 m de largura e profundidade de aproximadamente 0,5 m ou até
42
alcançar solo mais argiloso. Esta trincheira será preenchida com o solo de maior teor
da argila encontrado na área de empréstimo.
A trincheira, a área decapada e o restante do volume do maciço, deverão
ser preenchidos com a deposição do solo em camadas de no máximo 0,20 m de
espessura e sofrendo um grau de compactação igual ou superior a 95,0 %. A
compactação se dará pela passagem das rodas da caçamba scraeper, sempre
atentando para o teor ideal de água no solo (umidade).
13. ENROCAMENTO
Largura do enrocamento 0,30m
Velocidade da onda 3,27
Coeficiente de talude 0,028
L = C v²
L = largura do enrocamento (m)
C = coeficiente em função do talude
v = velocidade da onda (m.s-¹)
14. CONSIDERAÇÕES
Os fatores de segurança estão preservados, devido que a jusante do
maciço da barragem somente ocorre à existência de lavouras pertencente ao
empreendedor além de que o volume de água armazenada ser de pequena
quantidade.
15. ASSINATURAS
Proprietário Responsável Técnico
Fulano de Tal Eng. Agrôn. João Luiz Ciclano de Tal
CREA nº 18.888