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ESTÁGIO SUPERVISIONADO V
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO V
VIVÊNCIA EM LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
MARIA DE FÁTIMA ALMEIDA
A Disciplina Vivência em Língua Portuguesa no Ensino Fundamental pretende visualizar a
linguagem em uso desenvolvendo práticas de leituras e leituras práticas a partir dos diversos gêneros
textuais/discursivos para a sala de aula. Propõe, como objetivo principal, a iniciação à docência e intervenção
escolar no que respeita à aplicação de conteúdos básicos da Língua Portuguesa em sala de aula (Leitura,
Produção Textual e Análise Lingüística). Iremos vivenciar os conteúdos já vistos na disciplina anterior: Estágio
Supervisionado de Linguística Aplicada à Língua Portuguesa no Ensino Fundamental que mostrou os
referenciais norteadores da Política Educacional do Brasil.
Revisitaremos alguns conceitos importantes para o estudo da Língua Portuguesa apresentados
pelos Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN`s que tratam de o que e o como se deve estudar no Ensino
Fundamental. O foco central revela a linguagem como interação verbal e mostra que ler e escrever sempre
foram modalidades que exigem habilidade e competência dos sujeitos que movimentam a linguagem. A leitura
não é neutra, ela é um processo de construção de sentido que envolve autor/leitor/texto e diferentes práticas
pedagógicas. Veremos que não lemos apenas livros, mas uma diversidade de gêneros que circulam em várias
esferas do nosso cotidiano. Assim, lemos para nos formar e nos informar, lemos para aprender e por prazer,
até para “viajar”. Lemos para nos comunicar, falar e escrever melhor.
A nossa metodologia propõe a divisão da disciplina em quatro módulos dispondo o conteúdo e
atividades que serão executadas pela turma. A primeira unidade versa sobre concepções de linguagem, de
leitura e de gêneros não-verbais abordando a aprendizagem significativa em que o sujeito será capaz de
interpretar, refletir, criar, construir, analisar. Mostraremos que lemos não só para aprender, mas também por
prazer. Na segunda unidade enfocaremos o trabalho com o ensino da leitura na sala de aula para aprender,
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usando os gêneros lendas, contos e fábulas para estimular a produção escrita e desenvolver a análise
lingüística também através dos textos escritos pelos alunos. A terceira unidade ressalta a leitura como
informação e se desenvolve a partir de gêneros da prática cotidiana como enrevista, cartas e bilhetes, receitas
e tem o objetivo de sugerir um plano de aula na perspectiva sociointeracionista de linguagem. A quarta
unidade enfoca o modo de ler como um processo criativo e capaz de formar leitores competentes para ler o
mundo modernizado. Utilizaremos debates, oficinas de leitura e produção textual, livros paradidáticos para
incentivar a leitura e elaboração de projetos pedagógicos para escolas do ensino fundamental. Vamos juntos
construindo caminhos que nos conduzam a uma educação melhor, de qualidade e solidária. Mãos a obra!
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UNIDADE I
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA À LUZ DOS PCN´S
Abordaremos os principais conceitos e discussões sobre o que dizem os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental. Recordamos o que sugerem como objetivo e
atividades que capacitem os alunos para atuarem, agirem e compreenderem as modalidades da leitura e da
escrita, enfatizando a análise linguística; Para tanto, enfatizamos alguns pontos importantes para que o aluno
seja capaz de:
compreender a cidadania como participação social e política, exercendo seus direitos e deveres no
âmbito social, cooperando e respeitando de forma solidária;
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, tomando
como base o diálogo como mediador de decisões coletivas;
Possuir um conhecimento das características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais
e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o
sentimento de pertinência ao País;
Utilizar as diferentes linguagens para se expressar e usufruir, seja em contextos públicos e privados,
visando atender as situações diversas de comunicação, assim por meio da linguagem verbal,
matemática, gráfica, plástica e corporal, entre outras.
Ter o domínio para utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos e assim adquirir e
construir conhecimentos;
Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o
pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando
procedimentos e verificando sua adequação.
A observância e a utilização desses objetivos não só ampliam a capacidade de uso da língua de modo
coerente, mas também auxiliam o aluno no processo da leitura e da comunicação oral e escrita.
Conceituando os termos: Linguagem, Gênero, leitura e texto.
Os estudos sobre a linguagem sempre estiveram presentes nas reflexões e questionamentos de
pesquisadores de todas as épocas e de t
profundamente essa temática. Atualizamos a discussão para recortar a visão que escolhemos para dar suporte
ao nosso estudo.
Bakhtin (1995), um filósofo russo, vê a linguagem como forma ou processo de int
concepção, o que o indivíduo faz ao usar a língua não é tão
ou transmitir informações a outro, mas sim realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor), por
meio dela o sujeito que fala, pratica ações. Esse processo é denominado de interação verbal na lingüística da
enunciação.
Mas, o que é linguagem?
por meio dela, damos forma e compreensão, às experiências cotidianas, reavaliando continuamente
os fatores externos, modificand
A capacidade de se comunicar por meio de código de linguagem é uma atividade que se faz presente
em todas as atividades humanas de comunicação.
É o conjunto de códigos pelo qual nos comunicamos uns com os outros. A
cultura de um povo, ela representa um dos mais fortes laços de união entre os membros de uma
comunidade e também representa a perpetuação de nossa história através dos tempos.
papel fundamental da linguagem: constituição de sujeit
- Você sabia que há diversos tipos de linguagem?
Por exemplo, a linguagem verbal:
O homem utiliza as palavras para o processo de comunicação nas modalidades oral ou escrita. É pela
utilização da linguagem verbal que expomos aos outros as nossas ideia
Link: Para ter maiores informações sobre os PCNler o material indicado:
PCN Língua Portuguesa pdf
Conceituando os termos: Linguagem, Gênero, leitura e texto.
Os estudos sobre a linguagem sempre estiveram presentes nas reflexões e questionamentos de
pesquisadores de todas as épocas e de todas as áreas do conhecimento que visam compreender
profundamente essa temática. Atualizamos a discussão para recortar a visão que escolhemos para dar suporte
Bakhtin (1995), um filósofo russo, vê a linguagem como forma ou processo de int
concepção, o que o indivíduo faz ao usar a língua não é tão-somente traduzir e exteriorizar um pensamento,
ou transmitir informações a outro, mas sim realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor), por
ue fala, pratica ações. Esse processo é denominado de interação verbal na lingüística da
por meio dela, damos forma e compreensão, às experiências cotidianas, reavaliando continuamente
os fatores externos, modificando-os, numa incessante troca com o outro.
A capacidade de se comunicar por meio de código de linguagem é uma atividade que se faz presente
em todas as atividades humanas de comunicação.
É o conjunto de códigos pelo qual nos comunicamos uns com os outros. A
cultura de um povo, ela representa um dos mais fortes laços de união entre os membros de uma
comunidade e também representa a perpetuação de nossa história através dos tempos.
papel fundamental da linguagem: constituição de sujeitos.
Você sabia que há diversos tipos de linguagem?
Por exemplo, a linguagem verbal:
O homem utiliza as palavras para o processo de comunicação nas modalidades oral ou escrita. É pela
que expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, por meio da
Link: Para ter maiores informações sobre os PCNler o material indicado:
PCN Língua Portuguesa pdf
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Os estudos sobre a linguagem sempre estiveram presentes nas reflexões e questionamentos de
odas as áreas do conhecimento que visam compreender
profundamente essa temática. Atualizamos a discussão para recortar a visão que escolhemos para dar suporte
Bakhtin (1995), um filósofo russo, vê a linguagem como forma ou processo de interação. Nessa
somente traduzir e exteriorizar um pensamento,
ou transmitir informações a outro, mas sim realizar ações, agir, atuar sobre o interlocutor (ouvinte/leitor), por
ue fala, pratica ações. Esse processo é denominado de interação verbal na lingüística da
por meio dela, damos forma e compreensão, às experiências cotidianas, reavaliando continuamente
A capacidade de se comunicar por meio de código de linguagem é uma atividade que se faz presente
É o conjunto de códigos pelo qual nos comunicamos uns com os outros. A língua é o solo comum da
cultura de um povo, ela representa um dos mais fortes laços de união entre os membros de uma
comunidade e também representa a perpetuação de nossa história através dos tempos.
O homem utiliza as palavras para o processo de comunicação nas modalidades oral ou escrita. É pela
s e pensamentos, por meio da
Link: Para ter maiores informações sobre os PCN´s
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diversidade de gêneros que circulam nas várias esferas de nosso cotidiano. Vemos que a linguagem é
imprescindível para nos expressarmos seja pela palavra, seja por outras formas de linguagens.
Na voz do filósofo Bakhtin (1999, p.95):
Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial. É assim que compreendemos as palavras e somente reagimos àquelas que despertam em nós ressonâncias ideológicas ou concernentes à vida.
Na voz do poeta Drummond:
Lutar com Palavras é a Luta Mais VãLutar com Palavras é a Luta Mais VãLutar com Palavras é a Luta Mais VãLutar com Palavras é a Luta Mais Vã
Lutar com palavras é a luta mais vã.
Entanto lutamos mal rompe a manhã.
São muitas, eu pouco.
Algumas, tão fortes como o javali.
Não me julgo louco.
Se o fosse, teria poder de encantá-las.
Mas lúcido e frio,
apareço e tento apanhar algumas
para meu sustento num dia de vida.
Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito
fogem e não há ameaça e nem há sevícia
que as traga de novo
ao centro da praça.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Poesia Completa'
acesso em 2009////10////13 12:00
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Na voz do lingüista Geraldi (2006, p. 67):
É neste sentido que a linguagem é uma atividade constitutiva: é pelo processo de
internalização do que nos era exterior que nos constituímos como os sujeitos que
somos (...) Por isso a língua não é um sistema fechado, pronto, acabado de que
poderíamos nos apropriar.
Nessa afirmação, a linguagem passa a ser considerada o lugar de constituição da subjetividade, o
sujeito se constitui e é constituído pela linguagem.
E a linguagem não-verbal?
A comunicação que não é feita por signos verbais nem pela escrita é realizada pela linguagem não-
verbal. A linguagem não-verbal é constituída por símbolos estabelecidos socialmente, gestos, tom de voz,
postura corporal, entre outros aspectos que possam oferecer sentido e significação ao processo de
comunicação estruturado para aquele domínio de linguagem. As artes, as danças, as pinturas e esculturas, os
gestos são exemplos de comunicação sem palavras.
“O Abaporú” de Tarsila de Amaral é um exemplo de linguagem não-verbal na pintura.
Ao pensamos no código de trânsito brasileiro e de outros países ocidentais compreendemos os
sinais de trânsito como uma linguagem universal que pode ser compreendida por qualquer usuário de
qualquer língua. Um motorista ao conduzir um veículo e visualiza o sinal vermelho, o que ela faz? Pára. A
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linguagem não-verbal revela o conteúdo significado, mesmo sem nenhum signo verbal a mensagem foi
transmitida porque todos conhecem o código apresentado. A luz vermelha já é suficiente para a compreensão
do que se quer dizer.
O semáforo nos transmite a ideia de atenção, de acordo com a cor apresentada no semáforo,
podemos saber se é permitido seguir em frente (verde), se é para ter atenção (amarelo) ou se é proibido
seguir em frente (vermelho) naquele instante.
Agora vejamos o que ocorre com essa outra imagem!
Descontextualizada, ela pode sugerir vários sentidos, mas no contexto do futebol o cartão vermelho
representa uma falta grave no jogo. Calma, seu juiz! Ou cartão vermelho nele.
E a linguagem Verbal e não-verbal?
Essa modalidade nos permite ler o que está dito no texto através das palavras e das imagens. Observe
o que assegura Chauí ( 1994):
Dizer que somos seres falantes significa dizer que temos e somos linguagem, que ela é uma criação humana (uma instituição sociocultural), ao mesmo tempo em que nos cria humanos (seres sociais e culturais). A linguagem é nossa via de acesso ao mundo e ao pensamento [...]. Ter experiência da linguagem é ter uma experiência espantosa: emitimos e ouvimos sons, escrevemos e lemos letras, mas, sem que saibamos como, experimentamos sentidos, significados, significações, emoções, desejos, idéias.
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A afirmação da autora nos remete ao fato de que uma das diferenças marcantes entre o ser humano e
os outros animais é a faculdade da linguagem. A linguagem é um sistema de signos que permite construir uma
interpretação da realidade através de sons, letras, cores, imagens, gestos etc. Dentre os exemplos de
linguagem, é importante destacar as línguas naturais (português, inglês, espanhol, chinês etc), que são
sistemas de signos linguísticos. Os signos linguísticos são os elementos de significação nos quais se baseiam as
línguas. Possuem uma dupla face: 1) a face do significante (o suporte para uma ideia; por exemplo, a
sequência de sons que se combinam nas palavras) e 2) a face do significado (a própria ideia ou conteúdo
intelectual).
A expressão que remete a imagem a seguir designa um pedido ou uma exigência. Todo o plano do
sentido dessa expressão se articula em sua imagem, som, gesto e letras.
Silêncio!
Vejamos, agora, como funciona a linguagem verbal, não-verbal e verbo-visual. Já sabemos que a
linguagem não é apenas um conjunto de palavras faladas ou escritas. Afinal, não nos comunicamos apenas
pela fala ou escrita, não é verdade?
A linguagem pode ser verbalizada, e daí vem à analogia ao verbo, uma imagem pode representar
uma idéia, uma expressão no plano simbólico, mas que já significa socialmente e que carrega todo um sentido
social.
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Há uma variedade lingüística e de gêneros que marcam as diversas situações humanas em vários
espaços e tempos. A linguagem está presente em qualquer atividade comunicativa do ser humano. Utilizamos
um código que se estabelece através de linguagem, uma representação do homem, pelo homem e para o
homem, a linguagem enquanto interação. Vejamos a interação palavra/imagem no gênero charge:
Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem verbal (óxente, pólo norte 2100)
e não-verbal (imagem: sol, cactus, pinguim).
Linguagem não-verbal permite que visualizemos o uso de imagens, figuras, desenhos, símbolos,
danças, tom de voz, postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos como meio de comunicação.
A linguagem não-verbal pode ser até percebida nos animais, quando um cachorro balança a cauda quer dizer
que está feliz ou coloca a cauda entre as pernas medo, tristeza. Dentro do contexto temos a simbologia que é
uma forma de comunicação não-verbal. Exemplos: sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras, uso
de cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem. É muito interessante observar que para manter
uma comunicação não é preciso usar a fala e sim utilizar uma linguagem, seja verbal ou não-verbal.
Observem, também, o uso simultâneo da linguagem verbo-visual na tirinha, articulando palavras
escritas e imagens ao mesmo tempo como temos no exemplo da tirinha da Turma da Mônica:
O que essa imagem transmite para você?
RESUMINDO, HÁ VÁRIOS TIPOS DE LINGUAGEM:
escrita: impresso
verbal: fala, canto
visual: arte, imagens
verbo-visual : propaganda – linguagem da publicidade
gestual: expressões faciais, posições do corpo
libras : linguagem dos mudos
O que essa imagem transmite para você?
RESUMINDO, HÁ VÁRIOS TIPOS DE LINGUAGEM:
linguagem da publicidade
gestual: expressões faciais, posições do corpo
libras : linguagem dos mudos
PENSE BEM - Não só nos comunicamos com linguagem, mas, com ela, fazemos muitas coisas: perguntamos, respondemos, pedimos, pensamos, agimos, criamos. A linguagem nos oferece várias possibilidades de nos expressarmos e nos mostrarmos no mundo e para o mundo.
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Não só nos comunicamos com linguagem, mas, com ela, fazemos muitas coisas: perguntamos, respondemos, pedimos, pensamos, agimos, criamos. A linguagem nos
expressarmos e nos mostrarmos no mundo e
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Espaço para Anotações do aluno:
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O ler e escrever a partir de gêneros textuais/discursivos na escola
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O trabalho com linguagem, especialmente coom os gêneros, na escola requer outra postura e, com já
vimos, uma prática pautada em concepções que envolvem conceitos de gêneros, de texto, de leitura e
produção. Essa postura exige muita dedicação e boa formação do professor para atuar na sala de aula. Nessa
visão sociointeracionista, ler e escrever tomam novas formas de aprendizagem exigindo dos leitores/escritores
outro modo de ver e lidar com linguagem. O mundo mudou, os meninos e as meninas mudaram, chegou
também a tecnologia para auxiliar na educação.
Segundo Bakhtin (1999, p.122), “se não existissem os gêneros do discurso e se não os dominássemos; se
tivéssemos de criá-los pela primeira vez no processo da fala; se tivéssemos de construir cada um de nossos
enunciados, a comunicação verbal seria quase impossível”.
Neste sentido, a leitura e a escrita são vistas como um modo de interação, um processo dialógico entre
vários componentes, professor e alunos, pois quem lê e escreve tem um objetivo, um propósito a comunicar
ou expressar. Quem escreve deverá responder para que e para quem se escreve e em que condições. Assim, o
sujeito ao escrever enuncia seu pensamento, seu entendimento, com um propósito definido, o de realizar a
comunicação de forma satisfatória. Assim a leitura é, pois, um processo de construção do sentido do texto.
É importante também reconhecermos o significado da escrita, para que possamos utilizá-la de modo
adequado. A escrita, nesta perspectiva dialógica, é definida como, “um evento comunicativo no qual
convergem ações lingüísticas, cognitivas e sociais”. (BEUGRANDE, 1997, p.10).
A definição de texto é preponderante para a compreensão de uma prática conjunta e ampla. O texto é
compreendido como um todo significativo. O entendimento do texto acontece por meio da atribuição de
sentido entre leitor, texto e autor. Não se escreve nem se lê uma charge ou propaganda da mesma que se
produz ou se faz a leitura de um conto ou um poema. Há textos verbais e não-verbais, textos longos e curtos,
textos em prosa e em verso, há texto para todo gosto, há texto para tudo!
Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita, dizemos que ele está
utilizando uma linguagem verbal, pois o código usado é a palavra. Tal código está presente quando falamos
com alguém, quando lemos, quando escrevemos. É pela palavra falada ou escrita que expomos aos outros
nossas ideias e pensamentos, interagimos por meio desse código verbal imprescindível em nossas vidas.
Veja como o poema de Vinícius de Morais corresponde a um belo exemplo de linguagem verbal,
através das palavras.
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Soneto de FidelidadeSoneto de FidelidadeSoneto de FidelidadeSoneto de Fidelidade
“De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.
O estudo dos gêneros, em especial nos últimos anos, tem crescido e buscado uma compreensão
ampla, tendo em vista a determinação dos PCN´s para uma nova prática metodológica de trabalho com a
leitura e a escrita na sala de aula. Nessa perspectiva, os (PCN´s, 1998, p.21) determinam que:
Todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções
comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos. As quais
geram novos usos sociais que os determinam. Os gêneros são, portanto,
determinados historicamente, constituindo formas relativamente estáveis de
enunciados, disponíveis na cultura.
Nas atividades que abordam os gêneros, destacamos a sua importância para a sala de aula, pois
sugerem novas metodologias a serem discutidas e trabalhadas na escola. Utilizar o novo não pelo simples fato
de ser novo, mas pela necessidade que se impõe de uma nova prática pedagógica para o ensino da leitura e da
escrita em sala de aula. Desse modo, vislumbramos em que está alicerçada a demanda social, cultural,
econômica e política de nossa sociedade. Assim, consequentemente, a sala de aula, não pode estar alheia às
novas respostas que a sociedade atual busca e questiona para a melhoria da educação.
Como produzir a leitura e a escrita na escola?
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Um primeiro passo proposto pelos PCN’s é interrogar sobre: O que se ensinar em Língua Portuguesa?
O que nossos alunos devem falar, ler e escrever?
O processo de ler e de escrever sempre foi o principal desafio de todo professor. Percebe-se que isso
não é uma realidade inerente apenas às séries iniciais do ensino fundamental, na aquisição da escrita, mas na
realidade educacional, essa é a preocupação principal do educador na sociedade mediatizada. Apesar de o
Estado apresentar uma proposta curricular de mudança e busca de aperfeiçoamento dos professores, ainda
temos de pensar muito sobre o desenvolvimento do sistema educacional e do aperfeiçoamento e formação
dos educadores.
Portanto, a linguagem escrita ou falada pode se apresentar de várias formas, dependendo de seu
objetivo comunicacional. Dominar a linguagem é saber usá-la de maneira adequada a seus destinatários,
adaptá-la às diferentes situações, aos diferentes registros de forma coerente com seus objetivos e assunto
tratado. Para Almeida (2004), ler e escrever são processos que se articulam e envolvem autor/leitor na
construção do texto. Saber ler é escrever é, sobretudo, ler o mundo em suas multifaces. A leitura tem uma
releveante função social e pode ser apresendada nos diferentes gêneros que circulam nas diversas esferas
sociais. Observem, no quadro abaixo, o esquema de como isso poderá ocorrer:
FUNÇÃO SOCIAL DA LEITURA
(Os Gêners na sociedade)
Informação
Artigos científicos
Editoriais
Notícias
Reportagens
Comunicação e cultura
Artigos diversos
Literatura
Música/MPB
Contos, Poesias
Orientação
Receita
Manual de instrução
Lazer
História em quadrinhos
Gibis
Tirinhas
Humor
Leia o quadrinho a seguir e chame a atenção dos alunos para a apresentação do tema e das linguagens utilizadas. Lembreproposta é
Agora é com você
Leia o quadrinho a seguir e chame a atenção dos alunos para a apresentação do tema e das linguagens utilizadas. Lembre-se que a proposta é ler para aprender e por prazer.
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Leia o quadrinho a seguir e chame a atenção dos alunos para a se que a
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Proposta de produção textual
O professor de qualquer ciclo do Ensino Fundamental, ao propor a produção escrita de textos ao
escola deverá apontar as condições em que esse texto será produzido. O que significa pensar em: para quem,
para que e qual o veículo ou esfera de circulação desse gênero produzido.
# Participe da enquete:
A enquete é um gênero textual que objeti
Participe respondendo:
1 Você costuma ler apenas o que a escola sugere e exige ou realiza outras leituras que escolhe? Caso faça,
quais são? Por quê?
1 Na sua opinião, que atividades de ensino dev
mais motivam a produção de texto no ensino fundamental?
2 Todos nós temos experiências de leitura. Conforme a sua vivência, você tem dificuldades em relação à
leitura? Caso tenha, o que sugere para mi
# Você é um leitor proficiente e sabe escrever belas narrativas. Conte de modo breve uma história que você
leu ou ouviu e gostou muito em sua infância.
Proposta de análise linguística
# Selecionar alguns dos textos produzid
culta neles existentes.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:quadrinhos, espalhar entre os alunos num círculo e pedir para que se observe o gênero, sua estrutura, sua função social, para que e quando são usadas as histórias em quadrinhos, quais as formas de linguagem encontradas no gênero. Após essa etapa de apresentação e discussão sobre os textos, sugerir a turma que construa uma História em quadrinhos sobre um fato do diaem equipe para estimular a interação entre os alunos e as ideias desenvolvidas em sala de aula sobre a linguagem.
O professor de qualquer ciclo do Ensino Fundamental, ao propor a produção escrita de textos ao
escola deverá apontar as condições em que esse texto será produzido. O que significa pensar em: para quem,
para que e qual o veículo ou esfera de circulação desse gênero produzido.
A enquete é um gênero textual que objetiva fazer um levantamento de opiniões sobre determinado tema.
1 Você costuma ler apenas o que a escola sugere e exige ou realiza outras leituras que escolhe? Caso faça,
Na sua opinião, que atividades de ensino devem predominar nas aulas de leitura e quais os gêneros que
mais motivam a produção de texto no ensino fundamental?
Todos nós temos experiências de leitura. Conforme a sua vivência, você tem dificuldades em relação à
leitura? Caso tenha, o que sugere para minimizá-las?
# Você é um leitor proficiente e sabe escrever belas narrativas. Conte de modo breve uma história que você
leu ou ouviu e gostou muito em sua infância.
Proposta de análise linguística
# Selecionar alguns dos textos produzidos pelos alunos para fazer a correção coletiva dos desvios de norma
SUGESTÃO DE ATIVIDADE: Trazer para a sala de aula várias Histórias em quadrinhos, espalhar entre os alunos num círculo e pedir para que se observe o gênero, sua estrutura, sua função social, para que e quando são usadas as histórias em quadrinhos, quais as formas de linguagem encontradas no gênero. Após essa etapa de apresentação e discussão sobre os textos, sugerir a turma que construa uma História em quadrinhos sobre um fato do dia-a-dia da escola ou da família. O trabalho deve ser realizado em equipe para estimular a interação entre os alunos e as ideias desenvolvidas em sala de aula sobre a linguagem.
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O professor de qualquer ciclo do Ensino Fundamental, ao propor a produção escrita de textos ao aluno na
escola deverá apontar as condições em que esse texto será produzido. O que significa pensar em: para quem,
va fazer um levantamento de opiniões sobre determinado tema.
1 Você costuma ler apenas o que a escola sugere e exige ou realiza outras leituras que escolhe? Caso faça,
em predominar nas aulas de leitura e quais os gêneros que
Todos nós temos experiências de leitura. Conforme a sua vivência, você tem dificuldades em relação à
# Você é um leitor proficiente e sabe escrever belas narrativas. Conte de modo breve uma história que você
os pelos alunos para fazer a correção coletiva dos desvios de norma
Trazer para a sala de aula várias Histórias em quadrinhos, espalhar entre os alunos num círculo e pedir para que se observe o gênero, sua estrutura, sua função social, para que e quando são usadas as histórias em quadrinhos, quais as formas de linguagem encontradas no gênero. Após essa etapa de apresentação e discussão sobre os textos, sugerir a turma que construa uma História em quadrinhos sobre
dia da escola ou da família. O trabalho deve ser realizado em equipe para estimular a interação entre os alunos e as ideias
A VIVÊNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO
Traremos do processo de produção da escrita ou modos de elaboração de texto que exige atenção,
boas leituras e bastante exercício de leitura e de escrita. Apresentaremos alguns conceitos, sugestões de
atividades de leitura e de escrita e mais alguma leituras complementares e gêneros que estimulem o processo
de produção na sala de aula.
A experiência com a escrita na escola
Podemos, a priori, tomar a escrita como resultado de uma ação física que implicará um traçar de
signos manualmente ou mecanicamente, ao pensarmos na máquina de escrever e no computador. Porém, não
podemos deixar de compreender que a escrita pode ser significativa de um conjunto de valores que
influenciam não só o conteúdo, como também a forma estética daquilo que foi escrito o que a aproxima da
noção de estilo. Segundo Roland Barthes ( 1953), este
dimensão vertical e solitária do pensamento” .
UNIDADE II
A VIVÊNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
Traremos do processo de produção da escrita ou modos de elaboração de texto que exige atenção,
boas leituras e bastante exercício de leitura e de escrita. Apresentaremos alguns conceitos, sugestões de
atividades de leitura e de escrita e mais alguma leituras complementares e gêneros que estimulem o processo
ia com a escrita na escola
Podemos, a priori, tomar a escrita como resultado de uma ação física que implicará um traçar de
signos manualmente ou mecanicamente, ao pensarmos na máquina de escrever e no computador. Porém, não
r que a escrita pode ser significativa de um conjunto de valores que
influenciam não só o conteúdo, como também a forma estética daquilo que foi escrito o que a aproxima da
. Segundo Roland Barthes ( 1953), este estilo é fruto de um impulso,
dimensão vertical e solitária do pensamento” .
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A VIVÊNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO
Traremos do processo de produção da escrita ou modos de elaboração de texto que exige atenção,
boas leituras e bastante exercício de leitura e de escrita. Apresentaremos alguns conceitos, sugestões de
atividades de leitura e de escrita e mais alguma leituras complementares e gêneros que estimulem o processo
Podemos, a priori, tomar a escrita como resultado de uma ação física que implicará um traçar de
signos manualmente ou mecanicamente, ao pensarmos na máquina de escrever e no computador. Porém, não
r que a escrita pode ser significativa de um conjunto de valores que
influenciam não só o conteúdo, como também a forma estética daquilo que foi escrito o que a aproxima da
é fruto de um impulso, “[…] É como uma
Neste momento, temos que retomar nossa discussão sobre a importância da leitura e sua relação
com a escrita. Para tanto, torna-se relevante seguirmos duas perspectivas: a leitura como fonte
que diríamos “O que escrever?” e também, como matriz de “como escrever?”. A partir desta relação
estabelecida entre leitura e escrita; surgem outras questões que remetem aos aspectos já apontados. Até que
ponto a leitura interfere ou influencia
Não basta saber falar e escrever, é necessário dominar a linguagem para participar da vida social.
Através da linguagem, as pessoas se comunicam, trocam opinião, têm acesso a informações e se colocam
como sujeitos pensantes e ativos em seu meio. Formar cidadãos ativos, reflexivos e críticos é uma postura do
ensino fundamental que engloba toda a realidade sócio
Entende-se por escritor todo aquele capaz de escrever
dessa forma, qualquer aluno poderaá ser um escritor. E é nessa perspectiva que o professor de Língua
Portuguesa deve encarar o processo de produção textual na escola com seus alunos. Das aulas de produção
textual devem sair escritores, capazes de escrever de forma coerente, objetiva e que se adeque ao fim para o
qual foi produzido.
Há uma gramática da fala e para termos acesso a ela é necessário respeitar a fala dos alunos,
respeitar a variedade lingüística e sem
registro ou reforço da fala. Mostrar que a escrita é uma forma de expressão verbal bem mais exigente e ligada
aos parâmetros normativos de nossa língua materna. Ler e escrever são ativ
exercitadas continuamente, pois são processos articulados e interdependentes. O processo de construção de
texto envolve os componentes: para quem se escreve, para que e em que condições se escreve.
O ensino tradicional da língua materna pode ser caracterizado por seu aspecto predominantemente
normativo e conceitual. Uma atenção privilegiada e discriminadora à ortografia, à produção e à sintaxe. No
referente à noção de texto usual que as escolas articu
uma forma que, apenas são abordados os aspectos ortográficos, sintáticos e morfológicos, desconsiderando
suas especificidades e intenções. No ambiente escolar, o texto é abordado como um produto, ignoran
assim, a dinamicidade de seu processo de significação, que inclui a consideração de estruturas, de
conhecimentos prévios partilhados, de múltiplos recursos semióticos, como a imagem e, ainda, as condições
Realizar atividades de leitura e escrita em sala, em que os alunos possam vivenciar esses processos, elaborando idéias e refletido sobre suas prática cotidianas.
Agora é com você
Neste momento, temos que retomar nossa discussão sobre a importância da leitura e sua relação
se relevante seguirmos duas perspectivas: a leitura como fonte
que diríamos “O que escrever?” e também, como matriz de “como escrever?”. A partir desta relação
estabelecida entre leitura e escrita; surgem outras questões que remetem aos aspectos já apontados. Até que
ponto a leitura interfere ou influencia na correção gramatical, na dita boa escrita?
Não basta saber falar e escrever, é necessário dominar a linguagem para participar da vida social.
Através da linguagem, as pessoas se comunicam, trocam opinião, têm acesso a informações e se colocam
ujeitos pensantes e ativos em seu meio. Formar cidadãos ativos, reflexivos e críticos é uma postura do
ensino fundamental que engloba toda a realidade sócio-histórica e a realidade dos próprios alunos.
se por escritor todo aquele capaz de escrever um texto adequado a determinado propósito,
dessa forma, qualquer aluno poderaá ser um escritor. E é nessa perspectiva que o professor de Língua
Portuguesa deve encarar o processo de produção textual na escola com seus alunos. Das aulas de produção
devem sair escritores, capazes de escrever de forma coerente, objetiva e que se adeque ao fim para o
Há uma gramática da fala e para termos acesso a ela é necessário respeitar a fala dos alunos,
respeitar a variedade lingüística e sempre orientar os alunos a utilizarem a linguagem escrita como apoio para
registro ou reforço da fala. Mostrar que a escrita é uma forma de expressão verbal bem mais exigente e ligada
aos parâmetros normativos de nossa língua materna. Ler e escrever são ativ
exercitadas continuamente, pois são processos articulados e interdependentes. O processo de construção de
texto envolve os componentes: para quem se escreve, para que e em que condições se escreve.
ensino tradicional da língua materna pode ser caracterizado por seu aspecto predominantemente
normativo e conceitual. Uma atenção privilegiada e discriminadora à ortografia, à produção e à sintaxe. No
referente à noção de texto usual que as escolas articulam, percebemos o trabalho com a leitura/escrita de
uma forma que, apenas são abordados os aspectos ortográficos, sintáticos e morfológicos, desconsiderando
suas especificidades e intenções. No ambiente escolar, o texto é abordado como um produto, ignoran
assim, a dinamicidade de seu processo de significação, que inclui a consideração de estruturas, de
conhecimentos prévios partilhados, de múltiplos recursos semióticos, como a imagem e, ainda, as condições
Realizar atividades de leitura e escrita em sala, em que os alunos possam vivenciar esses processos, elaborando idéias e refletido sobre suas prática
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Neste momento, temos que retomar nossa discussão sobre a importância da leitura e sua relação
se relevante seguirmos duas perspectivas: a leitura como fonte geradora do
que diríamos “O que escrever?” e também, como matriz de “como escrever?”. A partir desta relação
estabelecida entre leitura e escrita; surgem outras questões que remetem aos aspectos já apontados. Até que
Não basta saber falar e escrever, é necessário dominar a linguagem para participar da vida social.
Através da linguagem, as pessoas se comunicam, trocam opinião, têm acesso a informações e se colocam
ujeitos pensantes e ativos em seu meio. Formar cidadãos ativos, reflexivos e críticos é uma postura do
histórica e a realidade dos próprios alunos.
um texto adequado a determinado propósito,
dessa forma, qualquer aluno poderaá ser um escritor. E é nessa perspectiva que o professor de Língua
Portuguesa deve encarar o processo de produção textual na escola com seus alunos. Das aulas de produção
devem sair escritores, capazes de escrever de forma coerente, objetiva e que se adeque ao fim para o
Há uma gramática da fala e para termos acesso a ela é necessário respeitar a fala dos alunos,
pre orientar os alunos a utilizarem a linguagem escrita como apoio para
registro ou reforço da fala. Mostrar que a escrita é uma forma de expressão verbal bem mais exigente e ligada
aos parâmetros normativos de nossa língua materna. Ler e escrever são atividades que precisam ser
exercitadas continuamente, pois são processos articulados e interdependentes. O processo de construção de
texto envolve os componentes: para quem se escreve, para que e em que condições se escreve.
ensino tradicional da língua materna pode ser caracterizado por seu aspecto predominantemente
normativo e conceitual. Uma atenção privilegiada e discriminadora à ortografia, à produção e à sintaxe. No
lam, percebemos o trabalho com a leitura/escrita de
uma forma que, apenas são abordados os aspectos ortográficos, sintáticos e morfológicos, desconsiderando
suas especificidades e intenções. No ambiente escolar, o texto é abordado como um produto, ignorando-se,
assim, a dinamicidade de seu processo de significação, que inclui a consideração de estruturas, de
conhecimentos prévios partilhados, de múltiplos recursos semióticos, como a imagem e, ainda, as condições
Realizar atividades de leitura e escrita em sala, em que os alunos possam vivenciar esses processos, elaborando idéias e refletido sobre suas prática
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de produção: o contexto, os sujeitos envolvidos nessa ação de linguagem, as intenções comunicativas e o meio
de circulação do texto elaborado. São produzidos textos artificiais, padronizados, mal sequenciados e fora de
seu contexto de produção.
Eis aqui um bom exemplo de produção textual descontextualizada.
No período da volta às aulas, o professor, geralmente, sugere aos alunos uma redação sobre
as férias. Os alunos ficam sem noção do que irão escrever. Para alguns as férias são ótimas, mesmo
assim se torna uma atividade monótona e sem objetivo. A escola certamente reconhece e explica sua
ação, através da justificativa de que os textos narrativos são mais fáceis que os expositivos, por
refletirem uma realidade mais simples e imediata, mas não pensam sobre a contextualização dessa
atividade, como levar o aluno a compreender a intenção dele mesmo diante de sua produção.
Produção textual nos PCN`s
Os Parâmetros Curriculares Nacionais trazem uma proposta de atividade pautada nos gêneros
textuais/discursivo para motivar o aluno a manter contato com os mais diversos textos, tornando-o capaz de
se posicionar sócio-historicamente e de produzir textos coerentes e com objetivos.
Segundo os PCN de Língua Portuguesa ( 1997, p. 21):
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a escola deve viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente,
ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Isso inclui os textos das diferentes disciplinas, com os
quais o aluno se defronta sistematicamente no cotidiano escolar e, mesmo assim, na
consegue manejar, pois não há um trabalho planejado com essa finalidade. Um exemplo: nas
aulas de Língua Portuguesa, não se ensina a trabalhar com textos expositivos como os das
áreas de História, Geografia e Ciências Naturais; e nessas aulas também não, pois considera-
se que trabalhar com textos é uma atividade específica da área de Língua Portuguesa. Em
conseqüência, o aluno não se torna capaz de utilizar textos cuja finalidade seja compreender
um conceito, apresentar uma informação nova, descrever um problema, comparar
diferentes pontos de vista, argumentar a favor ou contra uma determinada hipótese ou
teoria. E essa capacidade, que permite o acesso à informação escrita com autonomia, é
condição para o bom aprendizado, pois dela depende a possibilidade de aprender os
diferentes conteúdos. Por isso, todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar a
utilizar os textos de que fazem uso, mas é a de Língua Portuguesa que deve tomar para si o
papel de fazê-lo de modo mais sistemático.
O trabalha com a escrita na escola tornou-se algo muito artificial, criaram receitas de como bem
escrever. Isso levou nosso sistema de educação a desenvolver métodos de trabalho com a escrita que
simplesmente fracassaram, demonstrando a falta de habilidade e competência de nossos alunos para
escrever, para se expressar através da escrita. Ainda que apenas com canetas, papel e principalmente ideias, é
possível extrapolarmos as paredes da sala de aula ou os muros da escola, produzindo textos coerentes e
desenvolvendo as competências e habilidades de língua materna.
Faz-se necessário que num primeiro momento, o professor chame a atenção do aluno para a
importância da escrita e onde ela é utilizada na sociedade, para então, através das práticas da leitura e
produção, podermos inserir o aluno no seu universo, trabalhando a escrita em suas diferentes funções.
Esse trabalho implica a tarefa não somente de levar para reflexão em sala de aula textos de
diferentes gêneros (informativos, lúdicos, literários...), mas principalmente, encaminhar a produção dentro de
parâmetros que estabeleçam a função social da escrita.
O trabalho de produção que deve ser realizado na escola não pode, de forma alguma, apresentar-se
descontextualizado, como se estivesse num mundo a parte da vida real dos educandos. Esses não irão
conhecer os gêneros, mas irão perceber a função social desses gêneros que eles já matém contato em sua
vivência diária.
A seguir, apresentamos um quadro com alguns gêneros que podem ser trabalhados no Ensino
Fundamental e revelam a função social da escrita:
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Algumas habilidades e competências de letramento no processo de ensino-aprendizagem no ensino
fundamental recebem tratamento especial, mais enfático e mais constante, dessa forma, podem auxiliar no
desenvolvimento das habilidades e competências com a Língua Materna:
• Modos de falar: a transição da língua oral para a língua escrita (regras fonológicas variáveis, marcadores discursivos, elementos dêiticos etc.);
• Modos de ler: a leitura de textos contínuos ou não, com compreensão de informações implícitas, processos de inferência, distinção entre fatos e opiniões etc;
• Modos de escrever: a produção de textos sociais de diferentes gêneros com os quais os alunos tenham ou venham a ganhar familiaridade. Nesse momento, especificamente, o educador deve orientar os alunos a perceberem o quão importante são os gêneros, como são articulados na sociedade, qual a função social dos textos que eles mantêm contato ou que possam vir a produzir.
Kleiman (2002), dentre outros autores, afirma que, principalmente a partir da proposta de
documentos oficiais – como os Parâmetros Curriculares Nacionais – de fundamentar o trabalho com o texto
nessa perspectiva, colocando o gênero explicitamente como objeto de ensino. Observa-se uma preocupação
crescente em apresentar aos alunos diferentes gêneros, o que fica bastante evidenciado nos manuais didáticos
que trazem um universo de gêneros para serem apresentados e trabalhados com os alunos. Nos Parâmetros
Curriculares para terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental/língua portuguesa, a relevância da noção de
gênero no ensino de leitura é um dos pontos mais enfocados.
Bakhtin (1997) traz a concepção de que os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições
de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou aquele
gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino,
trabalhando conceitos, função social e estrutura composicional de cada grupo de texto que constitui um
gênero.
Embora esses referenciais nacionais de
desencadeado um maior interesse pelo trabalho com os gêneros textuais, não se pode perder de vista que a
simples exposição a gêneros variados não implica necessariamente uma mudança significativa na prática
pedagógica da leitura. Nesse sentido, é preciso investigar como os avanços teóricos em relação à noção de
gênero têm-se traduzido na prática da escola, ou seja, como os gêneros estão sendo efetivamente abordados
nas aulas de leitura e produção.
Conforme Bakhtin, haverá tantos gêneros de discurso quanto houver atividades humanas. Portanto,
temos que nos direcionar as atividades humanas e sua relação com os gêneros textuais. Qual a função social
do gênero, como e para que está sendo empregado numa esfera espec
Afirma ainda Bakhtin (1997, p.284):
Uma dada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas condições, específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou seja, um dado tipo de ecomposicional e estilístico.
Distancia-se desta concepção de texto a definição de produto acabado, fechado em si mesmo. Para
Bakhtin ( 1997) o enunciado é um elo na cadeia da comunicação verbal e
questão do dialogismo, exatamente, por seu caráter responsivo ativo, o enunciado está ligado não só aos elos
anteriores como aos que lhe sucedem nessa cadeia de comunicação.
O dialogismo, na acepção bakhtiniana, opera emna interação entre autor e leitor ou entre diferentes leitores; seja nas relações do texto com outros discursos e textos e do texto com o contexto, pois há um vínculo indissolúvel entre linguagem e vios textos se constroem dialogicamente.
A produção e a interpretação de textos dependem desse diálogo constante entre fatores textuais e contextuais, em que cada palavra é resultado das trocas sociais por membros de grupos determinadhistoricamente. Portanto, os gêneros, embora marcados pela regularidade, são mutáveis por natureza e sujeitos a transmutação. Apreciem essas imagens e exercitem mais um gênero muito produtivo e motivador para leitura, discussão e produção textual
A leitura informativa é aquela que além de nos deixar a par dos acontecimentos científicos ou não,
também nos conduz aos debates e a discussões interessantes sobre temas polêmicos, sugestivos e atuais
LER PARA SE INFORMAR
trabalhando conceitos, função social e estrutura composicional de cada grupo de texto que constitui um
Embora esses referenciais nacionais de ensino de língua materna tenham, com certeza,
desencadeado um maior interesse pelo trabalho com os gêneros textuais, não se pode perder de vista que a
simples exposição a gêneros variados não implica necessariamente uma mudança significativa na prática
dagógica da leitura. Nesse sentido, é preciso investigar como os avanços teóricos em relação à noção de
se traduzido na prática da escola, ou seja, como os gêneros estão sendo efetivamente abordados
htin, haverá tantos gêneros de discurso quanto houver atividades humanas. Portanto,
temos que nos direcionar as atividades humanas e sua relação com os gêneros textuais. Qual a função social
do gênero, como e para que está sendo empregado numa esfera específica da sociedade?
Afirma ainda Bakhtin (1997, p.284):
Uma dada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas condições, específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou seja, um dado tipo de enunciado, relativamente estável do ponto de vista temático, composicional e estilístico.
se desta concepção de texto a definição de produto acabado, fechado em si mesmo. Para
Bakhtin ( 1997) o enunciado é um elo na cadeia da comunicação verbal e, portanto não pode ser separado da
questão do dialogismo, exatamente, por seu caráter responsivo ativo, o enunciado está ligado não só aos elos
anteriores como aos que lhe sucedem nessa cadeia de comunicação.
O dialogismo, na acepção bakhtiniana, opera em vários níveis: nas relações entre interlocutores, seja na interação entre autor e leitor ou entre diferentes leitores; seja nas relações do texto com outros discursos e textos e do texto com o contexto, pois há um vínculo indissolúvel entre linguagem e vios textos se constroem dialogicamente.
A produção e a interpretação de textos dependem desse diálogo constante entre fatores textuais e contextuais, em que cada palavra é resultado das trocas sociais por membros de grupos determinadhistoricamente. Portanto, os gêneros, embora marcados pela regularidade, são mutáveis por natureza e sujeitos a transmutação. Apreciem essas imagens e exercitem mais um gênero muito produtivo e motivador para leitura, discussão e produção textual.
A leitura informativa é aquela que além de nos deixar a par dos acontecimentos científicos ou não,
também nos conduz aos debates e a discussões interessantes sobre temas polêmicos, sugestivos e atuais
LER PARA SE INFORMAR
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trabalhando conceitos, função social e estrutura composicional de cada grupo de texto que constitui um
ensino de língua materna tenham, com certeza,
desencadeado um maior interesse pelo trabalho com os gêneros textuais, não se pode perder de vista que a
simples exposição a gêneros variados não implica necessariamente uma mudança significativa na prática
dagógica da leitura. Nesse sentido, é preciso investigar como os avanços teóricos em relação à noção de
se traduzido na prática da escola, ou seja, como os gêneros estão sendo efetivamente abordados
htin, haverá tantos gêneros de discurso quanto houver atividades humanas. Portanto,
temos que nos direcionar as atividades humanas e sua relação com os gêneros textuais. Qual a função social
ífica da sociedade?
Uma dada função (científica, técnica, ideológica, oficial, cotidiana) e dadas condições, específicas para cada uma das esferas da comunicação verbal, geram um dado gênero, ou
nunciado, relativamente estável do ponto de vista temático,
se desta concepção de texto a definição de produto acabado, fechado em si mesmo. Para
, portanto não pode ser separado da
questão do dialogismo, exatamente, por seu caráter responsivo ativo, o enunciado está ligado não só aos elos
vários níveis: nas relações entre interlocutores, seja na interação entre autor e leitor ou entre diferentes leitores; seja nas relações do texto com outros discursos e textos e do texto com o contexto, pois há um vínculo indissolúvel entre linguagem e vida. Em outras palavras,
A produção e a interpretação de textos dependem desse diálogo constante entre fatores textuais e contextuais, em que cada palavra é resultado das trocas sociais por membros de grupos determinados sócio-historicamente. Portanto, os gêneros, embora marcados pela regularidade, são mutáveis por natureza e sujeitos a transmutação. Apreciem essas imagens e exercitem mais um gênero muito produtivo e motivador
A leitura informativa é aquela que além de nos deixar a par dos acontecimentos científicos ou não,
também nos conduz aos debates e a discussões interessantes sobre temas polêmicos, sugestivos e atuais
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como esse apresentado nos textos que iremos ler. Trata-se do gênero reportagem e reporta-se a assuntos que
merecem destaque em nossos estudos.
Vista Aérea do Farol do Cabo Branco. Foto: Secretaria de Turismo da Paraíba.
O Farol localiza-se no topo de uma falésia no Cabo Branco, aproximadamente 4 km ao sul de
Tambaú. A caminhada pela praia é tranquila, mas a subida da falésia é íngreme.
Todos os passeios para o litoral sul incluem uma parada para fotos no Farol.
O farol tem um mirante com uma vista do mar (João Pessoa fica encoberta pelas árvores vizinhas),
tradicional ponto de fotografias. Em vista do seu potencial turístico, o Farol é tratado com certo descaso pelo
Governo.
Não há no local guias que expliquem a História do Farol. Ao redor do farol, há algumas lojinhas
vendendo artesanato, lanches, lembranças e cartões postais; costumava haver um restaurante de maior porte
com um pequeno bosque, mas encontra-se fechado (meados de 2008).
Não há atividade comercial ou cultural que seja relacionada à privilegiada posição geográfica do
Cabo. Esse descaso, contudo, é amplamente superado pelo que se observa na vizinha Ponta Seixas.
S.O.S falésia do Cabo Branco 18 de abril de 2009
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A falésia do Cabo Branco fica no extremo leste de João Pessoa, sendo um dos mais belos cartões postais da cidade, a
despeito de seu avançado processo de degradação. Confundida com a Praia da Ponta do Seixas tem, na sua parte superior, o
Farol do Cabo Branco. Ao fundo, está a Estação Ciência, que foi estruturada para ser mais um espaço para a cultura e a arte.
Todavia, a falésia do Cabo Branco está sendo destruída pelo avanço do mar na sua barreira, que nos últimos anos aumentou
muito devido ao aquecimento global. Comunidades científicas e políticas têm discutido sobre o que se deve fazer para a
preservação (proteção) desse ambiente.
O lugar é um dos mais visitados por turistas e pelos próprios pessoenses que desejam ter uma visão privilegiada do mar e
do nascer do sol, pois a cidade de João Pessoa foi presenteada com o reconhecimento singular de ser “o ponto mais oriental
das Américas”.
A demora com que as ações para a preservação da falésia sejam factíveis e “sentidas” pelas pessoas que conhecem a
urgência do Projeto de Engenharia Oceânica, anunciado pela Prefeitura de João Pessoa e noticiado pela imprensa Paraibana,
preocupa. Estudos estão sendo feitos através da SEMAN – Secretaria do Meio Ambiente para a possibilidade de se construir
arrecifes artificiais que protejam as barreiras da falésia, através do impedimento das correntes marítimas das marés altas.
Espero que esse Projeto ache “corações e mentes” capazes de fazê-lo acontecer, e que não sejam motivados apenas por
questões políticas, ou interesses particulares. Preservar a falésia do Cabo Branco é tarefa das mais urgentes e necessárias,
pois além de influenciar diretamente o turismo paraibano, mais que isso, tem a ver com a geografia da cidade, com a sua
história e que no final de tudo tem a ver com a história do próprio país.
Portanto, espero que o Prefeito Ricardo Coutinho consiga o feito de realizar as obras de um projeto eficiente que garanta a
preservação da falésia. Lembro ter lido no site da Prefeitura de João Pessoa (17/06/2005) anúncio da criação, por parte do
Prefeito, do “Parque do Cabo Branco”. Este projeto foi definido como “um plano de ocupação do solo para as áreas próximas
ao Altiplano Cabo Branco”. Essa área ficou definida como de “preservação natural, cabendo a obrigatoriedade da
contrapartida financeira aos novos empreendimentos particulares instalados no local”. As palavras do Prefeito foram:
“Estamos recuperando o atraso de anos... Do jeito que estava não servia a ninguém. Essa área vem sofrendo, ao longo dos
anos, um processo avançado de degradação. Os resquícios da nossa mata estavam sendo assassinados permanentemente. A
cidade voltou a ser planejada. Daqui para frente, vai haver uma convergência entre a ocupação da área e a preservação
ambiental. Ou se converge para esse ponto, ou não se avança. Esse é o caminho desse governo. Esse parque será uma
referência nacional. Vamos modificar o perfil turístico da cidade”.
Que eu e você alcancemos a concretização desse “sonho”: de termos um parque que seja referência nacional. Estamos
aguardando..... e torcendo.
http://www.paraibavip.com.br/turismo, acesso em 30 de Outubro de 2009.
ATIVIDADES: MOVIMENTOS INTERATIVOS NA SALA DE AULA
Como toda fala supõe alguém que esteja ouvindo, durante o debate instigado pelo educador sobre as
reportagens vistas e lidas, pode-se preparar os alunos para a troca de opin
apresentar e defender pontos de vista, argumentar e contra
retomam temas atuais e que estão inseridos na realidade dos alunos, podem ser realizadas diversas
atividades:
- Discutir com a classe um tema polêmico que esteja inserido na realidade social dos mesmos, dando
oportunidade e abertura para que os alunos se coloquem enquanto sujeitos ativos. Após essa etapa, pode
exigir a produção de um texto escrito, no qual o aluno poderá exp
-Jornalismo ao vivo, em bom português:
- Sugerir uma apresentação entre duas turmas do fundamental II sobre o tema já discutido;
- Estabelecer regras formais de oralidade para a apresentação, trabalhando as normas da lín
a variante da linguagem informal típica da oralidade.
É direito dos alunos não gostar da escolha de leitura apresentada pelo professor, já que é algo imposto,
será naturalmente rejeitado. Principalmente quando os alunos se deparam com textos
com os quais não têm nenhum repertório e quando se trata de um gênero totalmente desconhecido, sem
familiaridade com suas atividades. Portanto, a forma como o professor apresenta o livro ao aluno, a maneira
como o professor media o primeiro contato entre aluno e texto, podem estabelecer o sucesso dessa relação.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
- Identificar as opiniões sugeridas pelo gênero reportagem;
- Ampliar a compreensão dos leitores sobre um determinado assunto.
- Provocar Polêmica: um bom jeito de ensinar os alunos a argumentar
SUGESTÃO DE LEITURA:
- DUAS VEZES NÃO SE FAZ
Um Filme poema sobre a Ponta do Cabo Branco, extremo oriental das Américas, mostrando sua lenta degradação pelas correntes marítimas e o fluxo das marés, acentuando nas últimas décadas pela intervenção humana. Um grito de alerta para a preservação de um dos mais importantes monumentos naturais do Brasil.
DIREÇÃO E ROTEIRO: MARCUS VILAR
ATIVIDADES: MOVIMENTOS INTERATIVOS NA SALA DE AULA
Como toda fala supõe alguém que esteja ouvindo, durante o debate instigado pelo educador sobre as
se preparar os alunos para a troca de opiniões, em que eles poderão
apresentar e defender pontos de vista, argumentar e contra-argumentar. Diante de textos jornalísticos que
retomam temas atuais e que estão inseridos na realidade dos alunos, podem ser realizadas diversas
a classe um tema polêmico que esteja inserido na realidade social dos mesmos, dando
oportunidade e abertura para que os alunos se coloquem enquanto sujeitos ativos. Após essa etapa, pode
exigir a produção de um texto escrito, no qual o aluno poderá expor sua opinião e seus argumentos;
Jornalismo ao vivo, em bom português:
Sugerir uma apresentação entre duas turmas do fundamental II sobre o tema já discutido;
Estabelecer regras formais de oralidade para a apresentação, trabalhando as normas da lín
a variante da linguagem informal típica da oralidade.
É direito dos alunos não gostar da escolha de leitura apresentada pelo professor, já que é algo imposto,
será naturalmente rejeitado. Principalmente quando os alunos se deparam com textos
com os quais não têm nenhum repertório e quando se trata de um gênero totalmente desconhecido, sem
familiaridade com suas atividades. Portanto, a forma como o professor apresenta o livro ao aluno, a maneira
eiro contato entre aluno e texto, podem estabelecer o sucesso dessa relação.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Identificar as opiniões sugeridas pelo gênero reportagem;
Ampliar a compreensão dos leitores sobre um determinado assunto.
Provocar Polêmica: um bom jeito de ensinar os alunos a argumentar
SUGESTÃO DE LEITURA:
DUAS VEZES NÃO SE FAZ. Documentário, 12 minutos, DV – 2008
Um Filme poema sobre a Ponta do Cabo Branco, extremo oriental das Américas, mostrando sua lenta degradação pelas correntes marítimas e o fluxo das marés, acentuando nas últimas décadas pela intervenção humana. Um grito de alerta para a preservação de um dos mais importantes monumentos naturais do Brasil.
DIREÇÃO E ROTEIRO: MARCUS VILAR - PRODUÇÃO: DURVAL LEAL FILHO.
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Como toda fala supõe alguém que esteja ouvindo, durante o debate instigado pelo educador sobre as
iões, em que eles poderão
argumentar. Diante de textos jornalísticos que
retomam temas atuais e que estão inseridos na realidade dos alunos, podem ser realizadas diversas
a classe um tema polêmico que esteja inserido na realidade social dos mesmos, dando
oportunidade e abertura para que os alunos se coloquem enquanto sujeitos ativos. Após essa etapa, pode-se
or sua opinião e seus argumentos;
Sugerir uma apresentação entre duas turmas do fundamental II sobre o tema já discutido;
Estabelecer regras formais de oralidade para a apresentação, trabalhando as normas da língua padrão e
É direito dos alunos não gostar da escolha de leitura apresentada pelo professor, já que é algo imposto,
será naturalmente rejeitado. Principalmente quando os alunos se deparam com textos que tratam de temas
com os quais não têm nenhum repertório e quando se trata de um gênero totalmente desconhecido, sem
familiaridade com suas atividades. Portanto, a forma como o professor apresenta o livro ao aluno, a maneira
eiro contato entre aluno e texto, podem estabelecer o sucesso dessa relação.
Identificar as opiniões sugeridas pelo gênero reportagem;
Ampliar a compreensão dos leitores sobre um determinado assunto.
Provocar Polêmica: um bom jeito de ensinar os alunos a argumentar
2008
Um Filme poema sobre a Ponta do Cabo Branco, extremo oriental das Américas, mostrando sua lenta degradação pelas correntes marítimas e o fluxo das marés, acentuando nas últimas décadas pela intervenção humana. Um grito de alerta para a preservação de um dos mais importantes monumentos naturais do Brasil.
PRODUÇÃO: DURVAL LEAL FILHO.
Trazer livros com temas atuais ou apresentar um pouco da história do autor e do período em que o livro foi
escrito podem se tornar atrativos para estimular a leitura. Livros que f
televisão já trazem em si uma força de atração e motivação a leitura, dessa forma o professor pode e deve
trabalhar a obra nas duas versões apresentadas.
Neste sentido podemos sugerir atividades com os gêneros: Contos, poes
e trabalhados tanto em obras escritas como em filmes e desenhos animados.
Contos: Filme em Desenho animado.
A bela e a Fera (Christiane Angelotti adaptação da obra de Madame Leprince de Beaumont
Era uma vez um jovem príncipe que vivia no seu lindo castelo. Apesar de toda a sua riqueza ele era muito egoísta e não tinha amigos.
Numa noite chuvosa recebeu a visita de uma velhinha que lhe pediu abrigo só por aquela noite. Com um enorme mal humor ele se recusou a ajudar que aquela velhinha era uma bruxa disfarçada, que já ouvira diversas histórias sobre o egoísmo daquele jovem príncipe. Indignada com a sua atitude, ela lançou sobre ele um feitiço que o transformara numa fera horrível. Todos os seu criados haviam se transformado em objetos. O encanto só poderia ser desfeito se ele recebesse um beijo de amor.
Enquanto isso, numa vila distante dali, vivia um comerciante com sua filha chamada Bela. Eles eram pobres, mas muito felizes.
Bela adorava livros, histórias, vivia a contá
comerciante e viajava muito comparando e vendendo seus produtos diversos.
Um dia voltando de uma longa viajem, Maurício foi pego de surpresa por uma forte t
passou em frente a um castelo que parecia abandonado e resolveu pedir acolhida. Bateu à porta,
mas ninguém o atendeu. Como a porta do castelo estava aberta resolveu entrar se proteger da
chuva. Acendeu a lareira e encontrou uma garrafa de vinho
adormecendo. No dia seguinte uma Fera furiosa apareceu diante dele. Quis castigá
seu castelo e assim, o fez prisioneiro.
Trazer livros com temas atuais ou apresentar um pouco da história do autor e do período em que o livro foi
escrito podem se tornar atrativos para estimular a leitura. Livros que foram adaptados para o cinema ou
televisão já trazem em si uma força de atração e motivação a leitura, dessa forma o professor pode e deve
trabalhar a obra nas duas versões apresentadas.
Neste sentido podemos sugerir atividades com os gêneros: Contos, poesia e Fábulas. Textos já consagrados
e trabalhados tanto em obras escritas como em filmes e desenhos animados.
Contos: Filme em Desenho animado.
Christiane Angelotti adaptação da obra de Madame Leprince de Beaumont
m príncipe que vivia no seu lindo castelo. Apesar de toda a sua riqueza ele era muito egoísta e não tinha amigos.
Numa noite chuvosa recebeu a visita de uma velhinha que lhe pediu abrigo só por aquela noite. Com um enorme mal humor ele se recusou a ajudar a velhinha. Porém, o que ele não sabia é que aquela velhinha era uma bruxa disfarçada, que já ouvira diversas histórias sobre o egoísmo daquele jovem príncipe. Indignada com a sua atitude, ela lançou sobre ele um feitiço que o
el. Todos os seu criados haviam se transformado em objetos. O encanto só poderia ser desfeito se ele recebesse um beijo de amor.
Enquanto isso, numa vila distante dali, vivia um comerciante com sua filha chamada Bela. Eles
Bela adorava livros, histórias, vivia a contá-las para as crianças da vila. Seu pai, Maurício, era
comerciante e viajava muito comparando e vendendo seus produtos diversos.
Um dia voltando de uma longa viajem, Maurício foi pego de surpresa por uma forte t
passou em frente a um castelo que parecia abandonado e resolveu pedir acolhida. Bateu à porta,
mas ninguém o atendeu. Como a porta do castelo estava aberta resolveu entrar se proteger da
chuva. Acendeu a lareira e encontrou uma garrafa de vinho sobre a mesma. Após bebê
adormecendo. No dia seguinte uma Fera furiosa apareceu diante dele. Quis castigá
seu castelo e assim, o fez prisioneiro.
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Trazer livros com temas atuais ou apresentar um pouco da história do autor e do período em que o livro foi
oram adaptados para o cinema ou
televisão já trazem em si uma força de atração e motivação a leitura, dessa forma o professor pode e deve
ia e Fábulas. Textos já consagrados
Christiane Angelotti adaptação da obra de Madame Leprince de Beaumont)
m príncipe que vivia no seu lindo castelo. Apesar de toda a sua riqueza
Numa noite chuvosa recebeu a visita de uma velhinha que lhe pediu abrigo só por aquela a velhinha. Porém, o que ele não sabia é
que aquela velhinha era uma bruxa disfarçada, que já ouvira diversas histórias sobre o egoísmo daquele jovem príncipe. Indignada com a sua atitude, ela lançou sobre ele um feitiço que o
el. Todos os seu criados haviam se transformado em objetos. O
Enquanto isso, numa vila distante dali, vivia um comerciante com sua filha chamada Bela. Eles
las para as crianças da vila. Seu pai, Maurício, era
comerciante e viajava muito comparando e vendendo seus produtos diversos.
Um dia voltando de uma longa viajem, Maurício foi pego de surpresa por uma forte tempestade,
passou em frente a um castelo que parecia abandonado e resolveu pedir acolhida. Bateu à porta,
mas ninguém o atendeu. Como a porta do castelo estava aberta resolveu entrar se proteger da
sobre a mesma. Após bebê-la acabou
adormecendo. No dia seguinte uma Fera furiosa apareceu diante dele. Quis castigá-lo por invadir o
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A Fera decretou ao velho comerciante que este morreria por tal invasão. Aterrorizado, o
pobre homem suplicou:
- Deixa que me despeça da minha filha.
A Fera concedeu-lhe o pedido. De volta a sua casa, contou o ocorrido a sua filha. Sem medo,
ela decidiu voltar ao palácio com o pai.
Uma vez no palácio da Fera, Bela tomou coragem e fez uma proposta:
- Deixa meu pai ir embora. Eu ficarei no lugar dele.
A Fera concordou, e o pobre comerciante foi embora desolado.
A jovem permaneceu com a Fera no castelo, mas não era mantida na prisão, podia ficar em
um quarto ou na biblioteca, local que muito a agradava.
Bela tinha medo de morrer, mas percebia que a Fera a tratava bem a cada dia que passava.
Com o passar do tempo o monstro e a Bela foram ficando mais amigos. Ele se encantava com a forma
que a moça via o mundo, as pessoas a natureza. Sentia que ela o via de uma forma diferente, além da
sua aparência.
A Fera enfim havia se apaixonado, de verdade. Numa noite, ao jantarem, pediu-a em
casamento. Bela não aceitou, mas ofereceu sua amizade.
Apesar da tristeza, a Fera, aceitou o desejo da Bela.
Bela , por sua vez, passava dias muito agradáveis no castelo, sentia-se bem lá, porém com
muitas saudades do seu pobre pai.
Certo dia dia, Bela pediu permissão à Fera para visitar o seu pai.
- Voltarei logo - prometeu.
A Fera, que nada lhe podia negar, a deixou partir. Bela passou muitos dias cuidando de seu
pai, que estava doente, tinha envelhecido de tristeza pensando que tinha perdido a filha para
sempre. Quando Bela retornou ao palácio, encontrou a Fera no chão meio morta de saudade por sua
ausência. Então Bela soube o quanto era amada.
Bela se desesperou, também sentia um algo forte pela Fera. Amizade, amor compaixão.
- Não morras, caso-me contigo - disse-lhe chorando.
Comovida, a Bela beijou a Fera... e nesse momento o monstro transformou-se num belo
príncipe. Enfim, o encanto havia se desfeito. A Fera encontrou alguém que o amava de verdade, além
da sua aparência grotesca.
Afinal, a verdadeira beleza está no coração.
Trabalhar a linguagem nos diversos gêneros é uma forma interassante de co
compreender a função social da linguagem em contexto
Na proposta sociointeracionista, conforme Almeida (2004), a leitura é interação em que
interagem autor e leitor na construção do texto. O espaço da sala dea aula é o lugaar das interações e
das relações interpessoais que são fundamentais no processo de ensino e e aprendizagem.
Poesia: Versão escrita e Música expostos no portal:
arruda/porta-do-sol.html
Porta do sol – Renata Arruda
Somos a porta do Sol
Deste país tropical
Somos a mata verde, a esperança
somos o Sol do estremo oriental
A Lua fez um poema nas palhas do coqueral
Eu escrevi seu nome na areia
No coração do estremo oriental
A luz do interior
Brilhou na capital
E clareou o céu da Borborema
No Cariri no extremo oriental
Salve o sertão do brejo, a Borborema
Que vem saldar o extremo oriental
O calor do verão chegou pra te abraçar essa alegria é beira de mar (BIS)
Pesquise sobre o tema do poema e faça também o seu para ser compartilhado ecom os colegas e quem sabe até publicado no Jornal de sua cidade.
Agora é com você
Trabalhar a linguagem nos diversos gêneros é uma forma interassante de co
compreender a função social da linguagem em contexto
Na proposta sociointeracionista, conforme Almeida (2004), a leitura é interação em que
interagem autor e leitor na construção do texto. O espaço da sala dea aula é o lugaar das interações e
relações interpessoais que são fundamentais no processo de ensino e e aprendizagem.
Poesia: Versão escrita e Música expostos no portal: http://vagalume.uol.com.br/renata
Somos a mata verde, a esperança
A Lua fez um poema nas palhas do coqueral
Salve o sertão do brejo, a Borborema
Que vem saldar o extremo oriental
O calor do verão chegou pra te abraçar essa alegria é beira de mar (BIS)
Pesquise sobre o tema do poema e faça também o seu para ser compartilhado ecom os colegas e quem sabe até publicado no Jornal de sua
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Trabalhar a linguagem nos diversos gêneros é uma forma interassante de contrapor e
Na proposta sociointeracionista, conforme Almeida (2004), a leitura é interação em que
interagem autor e leitor na construção do texto. O espaço da sala dea aula é o lugaar das interações e
relações interpessoais que são fundamentais no processo de ensino e e aprendizagem.
http://vagalume.uol.com.br/renata-
Pesquise sobre o tema do poema e faça também o seu para ser compartilhado ecom os colegas e quem sabe até publicado no Jornal de sua
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SUGESTÃO DE OUTRAS ATIVIDADES DE LER, DE CONTAR E (EM) CANTAR
- O que você pode fazer para que seus alunos escrevam com competência?
Escolher um livro, um conto de fadas para trabalhar em sala de aula.
Pedir que os alunos redijam um texto, mesmo que ainda não saibam escrever no padrão normativo, pois a escrita competente é um processo de prática exaustiva que envolve educador e educando.
1. a classe examina a capa, o título e as ilustrações do livro. Hipóteses sobre a principal personagem e sua história são levantadas;
2. Sem ler o texto, só olhando as imagens, os alunos tentam contar a história do livro trabalhado;
3. A professora lê a história em voz alta para o grupo e pede aos alunos que a recontem. Eles podem, a todo momento, consultar o livro;
4. Cada aluno deve imaginar e desenhar uma outra versão do livro. Surgirá inúmeras figuras e novas caracterizações para a personagem principal.
5. Características da personagem imaginada pelos alunos são anotadas em cartolinas, assim elas podem interagir e conhecer os pontos de vista dos outros colegas;
6. Os alunos produzem uma outra versão em prosa para a história. A professora corrige os trabalhos e todos os alunos passam os textos a limpo;
7. Todos os textos reproduzidos e corrigidos são seram reunidos em um volume e um novo livro será elaborado.
Realizar uma tividade de mudança de gênero, onde os alunos individualmente possam escolher um outro gênero para reproduzir a mesma história do livro.
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UNIDADE III
AS PRÁTICAS DE LEITURA E AS LEITURAS PRÁTICAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
Caros alunos, nesta unidade refletiremos e aprenderemos alguns pressupostos metodológicos
quanto à realização do plano de aula, plano de curso, conceitos fundamentais para nossa pratica pedagógica.
Para inicio de conversa abordaremos a definição de planejamento, pois tendo como base este
conhecimento, podemos construir nosso plano de aula, de curso e o projeto da escola.
Apresentaremos ainda,algumas abordagens sobre pedagogia de projetos sob a orientação dos PCN`s,
uma oficina de análise do livro didático e sugestão de projeto para os alunos desenvolverem e tomarem como
exemplo.
O PLANEJAMENTO NA ESCOLA
Toda unidade escolar possui seu modo de organização e de funcionamento. O planejamento ajuda a
alcançar a eficiência; ou seja, a fim de que seja bem feito aquilo que se faz dentro dos limites previstos para
aquela execução. Mas, também visa à eficácia, pois, não importa apenas fazer bem, mas, fazer aquilo que é
importante que se faça. Danilo Gandim.
Podemos concluir, portanto, que
Na educação, o planejamento é importante porque é a partir dele que podemos articular conteúdos
e definir práticas educativas.
O planejamento educacional
ação, recursos e cronograma de atividades
lo. Requer objetivos a longo prazo.
O planejamento escolar:
processo de ensino e aprendizagem. O planejamento escolar consis
O planejamento pode ser definido como:
- Processo de prever necessidades.Menegolla).
- Processo contínuo e dinâmico de reflexão, de tomada de decisão, de colocação em prática e de acompanhamento. (
PLANEJAR É:
Podemos concluir, portanto, que
planejamento é importante porque é a partir dele que podemos articular conteúdos
planejamento educacional quando é feito em nível escolar, estabelece os princípios, estratégias de
ação, recursos e cronograma de atividades. Parte de um contexto e propõe medidas que venham a modificá
O planejamento escolar: compreende as atividades que dizem respeito a dinâmica da escola e do
processo de ensino e aprendizagem. O planejamento escolar consiste na prática de elaboração conjunta dos
pode ser definido como:
Processo de prever necessidades. (Maximiano
Processo contínuo e dinâmico de reflexão, de tomada de decisão, de colocação em prática e de acompanhamento. (Angelo Dalmas).
PLANEJAR É:
- Transformar a realidade numa direção escolhida.
- Todo planejamento requer clareza de intenções, objetivos e métodos.
- Organizar a própria ação.
- Dar clareza e precisão à própria ação.
- Pôr em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a ação
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planejamento é importante porque é a partir dele que podemos articular conteúdos
quando é feito em nível escolar, estabelece os princípios, estratégias de
. Parte de um contexto e propõe medidas que venham a modificá-
compreende as atividades que dizem respeito a dinâmica da escola e do
te na prática de elaboração conjunta dos
tomada de decisão, de colocação em prática e de
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planos (Plano Escolar, Plano de Ensino e Plano de Aula), com discussão pública, tendo como principal
característica o caráter processual, ou seja, é uma atividade constante de reflexão e ação.
O planejamento analisa continuamente a realidade escolar em suas contradições concretas e busca
soluções de problemas e tomada de decisões, tornando possível a revisão dos planos e projetos, corrigindo o
rumo das ações. A incorporação do planejamento no campo pedagógico não ocorre do mesmo modo em
todas as realidades educacionais. É possível identificar três concepções de planejamento presentes nas
tendências do campo educacional:
Planejamento como Princípio Prático: O planejamento feito sem grande preocupação ou formalização, basicamente pelo professor, tendo como horizonte a tarefa a ser desenvolvida em sala de aula. Uma vez elaborados, são retomados independente da realidade.
Planejamento Instrumental/Normativo: Neste caso, o aluno deve aprender exatamente aquilo que o professor planeja, reforçando a prática do ensino como mera transmissão. Instrução programada.
Planejamento Participativo: Nesta tendência o planejamento é um processo que parte de uma leitura de mundo. Neste processo, é necessário analisar e compreender a realidade, bem como buscar, através dos esforços, a participação conjunta nos processos educativos. O planejamento participativo implica em instrumento e metodologia, pois enquanto modelo técnico abre espaço especial para as questões políticas que cercam a educação.
Operações mentais envolvidas no planejamento
PREVER O QUE
PORQUE
IDENTIFICAR PARA QUE
COMO
ANALISAR QUANDO
ONDE
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DISCUTIR COM O QUE
PARA QUEM
Segundo Libâneo há três níveis de planos no cotidiano escolar:
- Da escola / instituição: É um documento que contém orientações gerais da escola; é onde se
expressam as concepções da instituição sobre o processo educativo. Estas concepções precisam estar
relacionadas socialmente. É um produto do trabalho coletivo.
- De ensino/ curso: Corresponde ao trabalho docente a ser desenvolvido no ano / módulo, dividido em
unidades seqüenciais, de acordo com as temáticas propostas; Neste plano, são apontados os objetivos
educacionais por área, atividade e disciplina. É no plano de ensino que se define os objetivos, métodos
e a prática avaliativa. É necessário conhecer a realidade dos alunos.(diagnóstico).
- De aula/de disciplina: É um detalhamento do plano de ensino. É desenvolvido para uma aula, ou
conjunto de aulas. Possui caráter específico para cada tema.
A seguir, trazemos como modelo um Plano de Aula, especificando cada conteúdo a ser abordado em
suas partes. Após estudo deste plano, realizar o seu plano de aula, como sugestão de atividade do Moodle.
PLANO DE AULA
Disciplina (ou grupo de disciplinas a que o plano corresponde)
Ciclo: (a qual o plano está direcionado)
Ano:
Nº aulas: (a que o plano corresponde)
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Justificativas:
Este item do plano deve responder a seguinte pergunta: Qual a importância e o papel da
matéria/conteúdo de ensino no desenvolvimento cognoscitivo dos alunos? Em outras
palavras, para que serve ensinar estes conteúdos deste modo aqui proposto? Resumindo,
a justificativa da disciplina deve responder a três questões básicas do processo didático: o
porquê, o para quê e como.
Objetivos gerais:
Os objetivos gerais se coadunam com o que desejamos alcançar com o trabalho docente
com os alunos.
Objetivos específicos:
Ao escrever a justificativa desta matéria/conteúdo, é possível definir o que se espera com
o conteúdo a ser assimilado. Os objetivos específicos correspondem aos resultados a
serem obtidos no processo de ensino/aprendizagem através de conhecimentos, conceitos,
habilidades (os objetivos específicos definem os conteúdos a serem aprendidos para
atingi-los).
Conteúdos (Unidades didáticas):
Os conteúdos são delimitados pelas unidades didáticas, e são definidos a partir dos
objetivos que se quer alcançar com o processo de ensino/aprendizagem.
Desenvolvimento metodológico:
É através do desenvolvimento metodológico que se articulam os objetivos e conteúdos
com métodos e procedimentos de ensino que provoquem a atividade mental e prática dos
alunos (através da resolução de situações problemas, trabalhos de elaboração mental,
discussões, exercícios etc).
Este item do plano deve responder as seguintes questões:
Que atividades o professor deve desenvolver de forma a orientar sistematicamente as atividades dos alunos adequadas aos conteúdos e aos objetivos?
Que atividades os alunos deverão desenvolver para atingir os objetivos propostos no plano?
Processos de avaliação (do processo, da aprendizagem)
Bibliografia (do professor)
Bibliografia (indicada para o aluno)
Neste segundo momento, prezados alunos, elencaremos alguns pressupostos da Didática como
referencial teórico-metodologico para nosso fazer em sala de aula. Vejamos:
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A didática como atividade pedagógica escolar
Conceito de didática: é uma disciplina da Pedagogia (estudo sistemático da educação) que se refere
aos conteúdos do ensino e aos processos para a construção do conhecimento
“A didática é definida como a ciência e arte do ensino” (Regina Haydt)
A Didática estuda:
=> O processo de ensino e aprendizagem
=> A relação professor-aluno
“A didática é, pois, uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através dos
seus componentes – os conteúdos escolares, o ensino e a aprendizagem – para, com o embasamento numa
teoria da educação, formular diretrizes orientadoras da atividade profissional dos professores”. (Libâneo)
Elementos da didática:
Instrução
Curriculo
Metodologia
Técnica
ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS
A nossa prática de sala de aula nos autoriza a reforçar a necessidade de o professor ser bem formado
e atualizado, pois a concepção que ele tem de educação de ensino refletem em sua prática pedagógica e
influencia na aprendizagem do aluno. Apontaremos alguns conceitos que são importantes que os
relembremos aqui, por exemplo:
Educação: é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade humana, necessária à existência
e funcionamento de todas as sociedades
Instrução: refere-se à formação intelectual, formação e desenvolvimento das capacidades
cognoscitivas mediante o domínio de certo nível de conhecimentos sistematizados.
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Ensino: corresponde a ações, meios e condições para a realização da instrução; contém, pois, a
instrução.
Educação Escolar: constitui-se um sistema de instrução e ensino com propósitos intencionais,
práticas sistematizadas e alto grau de organização, ligado intimamente às demais práticas sociais
Objeto de estudo da didática: O processo de ensino
=> O ensino viabiliza as tarefas da instrução e promove o aprendizado;
=> O processo de ensino inclui: os conteúdos, métodos, atividades e avaliação;
Definição do processo de ensino: sequência de atividades do professor e dos alunos , tendo em vista
a assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, através dos quais os alunos aprimoram
capacidades cognitivas.
Quando mencionamos que a finalidade do processo de ensino é proporcionar aos alunos os
meios para que assimilem ativamente os conhecimentos é porque a natureza do trabalho docente é a
mediação da relação cognoscitiva entre o aluno e as matérias de ensino. Resumindo: ensino não é só a
transmissão de informações mas também o meio de organizar a atividade de estudo dos alunos.
Ensinar e aprender, pois, são duas facetas do mesmo processo, e que se realizam em torno das
matérias de ensino, sob a direção do professor.
Os componentes do processo didático
A ação didática refere-se à relação entre o aluno e a matéria, com o objetivo de apropriar-se dela
com a mediação do professor. Entre a matéria, o professor e o aluno ocorrem relações recíprocas.
Elementos constitutivos do processo didático:
⇒ Os conteúdos: devem ser assimilados pelos alunos de um determinado grau;
⇒ A ação de ensinar: professor como mediador;
⇒ A ação de aprender: o aluno ativo
Desenvolvimento histórico da didática e tendências pedagógicas
Na Antiguidade Clássica (gregos e romanos) a ação pedagógica desenvolvida nos mosteiros, escolas,
universidades etc não era conhecida como Didática.
Como ensinavam?
Como aprendiam? Como liam?
Didática significa o estudo sistematizado, o processo de ensino passa a ser sistematizado. No século
XVII – inicio da teoria didática com a obra
Modernamente, com a evolução dos estudos linguísticos e do conhecimento temos, além do
planejamento necessário a cada aula, a cda atividade dentro e fora da escola, o chamado projeto da escola,
elaborado por cada uma das undades de en
modalidade de projeto escolar.
Pedagogia de projetos: orientação dos PCNs
As mudanças ocorridas nas relações sociais, familiares, pessoais, na educação, economia e
tecnologia, certamente, fizeram o mundo mudar. Nossa sociedade vive a era do conhecimento e nessa nova
fase é imprescindível a existência de sujeitos críticos, capazes de interagir no mundo de forma mais humana,
criativa e reflexiva. Os paradigmas são outros, no entanto, escola ai
sentindo a necessidade de mudança que requer uma outra forma de ensinar e aprender.
Desenvolvimento histórico da didática e tendências pedagógicas
Na Antiguidade Clássica (gregos e romanos) a ação pedagógica desenvolvida nos mosteiros, escolas,
etc não era conhecida como Didática.
Como aprendiam? Como liam?
Didática significa o estudo sistematizado, o processo de ensino passa a ser sistematizado. No século
inicio da teoria didática com a obra Didáctica Magna, de João Amós Comênio
Modernamente, com a evolução dos estudos linguísticos e do conhecimento temos, além do
planejamento necessário a cada aula, a cda atividade dentro e fora da escola, o chamado projeto da escola,
elaborado por cada uma das undades de ensino juntamentecom a comunidade. Observem como funciona essa
Pedagogia de projetos: orientação dos PCNs
As mudanças ocorridas nas relações sociais, familiares, pessoais, na educação, economia e
izeram o mundo mudar. Nossa sociedade vive a era do conhecimento e nessa nova
fase é imprescindível a existência de sujeitos críticos, capazes de interagir no mundo de forma mais humana,
criativa e reflexiva. Os paradigmas são outros, no entanto, escola ainda encontra
sentindo a necessidade de mudança que requer uma outra forma de ensinar e aprender.
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Na Antiguidade Clássica (gregos e romanos) a ação pedagógica desenvolvida nos mosteiros, escolas,
Didática significa o estudo sistematizado, o processo de ensino passa a ser sistematizado. No século
Modernamente, com a evolução dos estudos linguísticos e do conhecimento temos, além do
planejamento necessário a cada aula, a cda atividade dentro e fora da escola, o chamado projeto da escola,
sino juntamentecom a comunidade. Observem como funciona essa
As mudanças ocorridas nas relações sociais, familiares, pessoais, na educação, economia e
izeram o mundo mudar. Nossa sociedade vive a era do conhecimento e nessa nova
fase é imprescindível a existência de sujeitos críticos, capazes de interagir no mundo de forma mais humana,
nda encontra-se defasada, mesmo
sentindo a necessidade de mudança que requer uma outra forma de ensinar e aprender.
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Diante deste quadro, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) e Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) possuem uma característica inovadora:
“ao nortear a ação pedagógica através das referências e dos parâmetros básicos,
esse conjunto de leis permite ao educador grande autonomia de ação, capaz de levar
em conta, antes de tudo, as realidades de cada aluno, de sua escola e de sua região”.
A nova LDB exige explicitamente a elaboração de projetos pedagógicos que definem a
identidade, os objetivos e a metodologia a serem desenvolvidos pela escola.
A educação é um dos caminhos que pode levar ao desenvolvimento de cidadãos, portanto, não
podemos mais conceber uma escola que se encontra com a mesma filosofia e metodologia de ensinar da
época dos Jesuítas, que apenas se preocupe em fazer o aluno ler, escrever e contar, que mantenha os alunos
estáticos, ouvindo informações obsoletas, de forma mecânica, sem relacioná-las a sua vivência, a sua
realidade, sem distingui-las daquelas sem relevância.
Numa época de grande avanço das tecnologias, é necessário despertar nos alunos o prazer de
estudar, a importância do conhecimento, a necessidade de atuarem como cidadãos críticos, participativos e
conscientes de seu lugar sociohistórico e cultural e da relevância exercerem sua cidadania.
Sendo assim, a escola precisa ter uma ação pedagógica inovadora, capaz de romper com velhos
paradigmas, onde haja espaço para que os alunos produzam seus conhecimentos de forma crítica, autêntica,
criativa e dinâmica, investigando, questionando e interpretando as informações sem apenas recebê-las como
imposição.
Para tanto se faz necessário um trabalho a partir de projetos em que os alunos aprenderão
participando, investigando, interagindo, problematizando, seguindo as orientações do professor. Esse trabalho
torna o ensino mais atrativo, mais interessante, na medida em que desperta o interesse pela investigação, pela
busca, pelo questionamento, pelas possíveis respostas, além favorecer a interdisciplinaridade em diferentes
contextos. O trabalho na perspectiva de projetos gera situações reais e diversificadas e possibilita aos alunos
uma construção autônoma e responsável em que eles tomam decisões, fazem escolhas, executam e vão
adotando comportamentos e valores embasados em seus conhecimentos.
Nas experiências com projetos, os conteúdos trabalhados ganham vida, significado, porque não são
vistos isoladamente, mas integrados a um conjunto, conectado, interligado a outras disciplinas, na construção
do conhecimento. Portanto, a escola ao trabalhar com Pedagogia de Projetos, deverá inovar, criar,
experimentar e agir.
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Origem da PedagoOrigem da PedagoOrigem da PedagoOrigem da Pedagogia de Projetosgia de Projetosgia de Projetosgia de Projetos
“A discussão sobre Pedagogia de Projetos não é nova. Ela surgiu no início do século com John Dewey e
outros representantes da chamada “Pedagogia Ativa”. Já nessa época, a discussão estava embasada numa
concepção de que “educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve
representar a vida presente tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no pátio”
(Dewey, 1897) (Presença Pedagógica v.2 n.8 mar/abr 1996)
Desde o início do século XX se discute a respeito da contribuição da Pedagogia de Projetos par o
processo ensino-aprendizagem. A Pedagogia de Projetos nasceu e se desenvolveu principalmente nos Estados
Unidos e depois foi aplicado e experimentado na área pedagógica por John Dewey.
“Este, ao colocar em prática suas experiências, introduziu o compromisso livre e a
democracia, em que, propôs que a criança ao vir para a escola, vêm para resolver os
problemas presentes e não pensar em uma escola para o futuro”.
Existem várias definições entre os estudiosos desta nova postura metodológica de ensinar, do que
seja Projeto, chegando-se à uma definição que “Projeto é projetar-se, isto é, lançar-se, sair de onde se
encontra em busca de novas soluções” . O trabalho com projetos constitui uma das posturas metodológicas de
ensino mais dinâmica e eficiente, sobretudo pela sua força motivadora e aprendizagens em situação real, de
atividade globalizada e trabalho em cooperação.
Segundo Lúcia Helena Alvarez Leite:
“Ao participar de um projeto, o aluno está envolvido em uma experiência educativa
em que o processo de construção de conhecimento está integrado às práticas vividas.
Esse aluno deixa de ser, nessa perspectiva, apenas um aprendiz do conteúdo de uma
área de conhecimento qualquer. É um ser humano que está desenvolvendo uma
atividade complexa e que nesse processo está se apropriando, ao mesmo tempo, de
um determinado objeto do conhecimento cultural e ser formando como sujeito
cultural”.
Princípios didáticos para elaborar e orgaPrincípios didáticos para elaborar e orgaPrincípios didáticos para elaborar e orgaPrincípios didáticos para elaborar e organizar um projeto de trabalhonizar um projeto de trabalhonizar um projeto de trabalhonizar um projeto de trabalho
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Ao elaborar um trabalho com projetos, busca-se superar as práticas habituais, monótonas,
descontextualizadas do processo educacional por uma prática mais dinâmica, prazerosa e contextualizada,
proporcionando situações de aprendizagem em que os alunos aprendam fazer errando, acertando,
pesquisando, levantando hipóteses, experimentando, investigando, refletindo, construindo, intervindo,
concluindo com conteúdos diversificados, contextualizados, gerando situações de aprendizagem reais e
significativas, trabalhando os conteúdos de forma interdisciplinar e contextualizada.
Conforme Abrantes, o trabalho como projetos traz algumas características fundamentais:
• Um projeto envolve complexidade e resolução de problemas, possibilitando a análise, a interpretação e a crítica por parte dos alunos, isto é, a problematização dá subsídios para construir coletivamente uma questão que o grupo ou a classe debaterá, discutirá e irá fazer reflexões até chegar a novos conceitos ou construções de novos conhecimentos.
• O envolvimento, a responsabilidade e a autoria dos alunos são fundamentais em um projeto – neste termo todos os envolvidos, professores e alunos encontram-se no mesmo patamar de conhecimentos, ninguém é dono do saber. Alunos e professores abandonam as velhas práticas, como alunos passivos, prontos à tudo receber e o papel de professores também muda como transmissor de conhecimentos, passando a ser um mediador no processo de construção do conhecimento com os alunos e não para os alunos.
• A autenticidade é uma característica fundamental de um projeto – Nessa perspectiva, nenhum projeto é copiado, todos têm sua identidade, cada um é único, mesmo que seja duas turmas da mesma série, o projeto será diferente, pois as turmas são diferentes, cada turma tem o seu nível de aprendizagem.
• Um projeto busca estabelecer conexões entre vários pontos de vista, contemplando uma pluralidade de dimensões – Os caminhos do aprendizado não são únicos, há várias formas de se chegar a um conhecimento e o projeto é uma proposta que garante esta flexibilidade e diversidade de atividades. Os alunos ao se vêem diante de um problema significativo, defrontam-se com várias interpretações e com pontos de vistas diversos acerca da mesma questão.
Os projetos não trabalham apenas a escolha de um tema, mas abre espaço para refletir uma visão de
educação escolar na qual a experiência vivida e a cultura sistematizada interajam, possibilitando os alunos
estabelecer relações entre os conhecimentos construídos e sua vida cotidiana.
Na perspectiva de Lúcia (1996), ao se pensar no desenvolvimento de um Projeto, três momentos
devem ser considerados: problematização, desenvolvimento e síntese.
• Problematização – momento detonador do Projeto, quando o professor detecta o que os alunos sabem ou não sobre o tema em estudo. É, portanto, o ponto de partida para a sua organização.
• Desenvolvimento – implementação de ações traçadas para buscar respostas às questões e hipóteses levantadas na problematização. Criação de situações nas quais os alunos possam comparar pontos de vista, rever hipóteses, colocar novas questões, deparar com outros elementos postos pela Ciência, estratégias fundamentais para se alcançar êxito. Assim, é necessário que se criem propostas de trabalho que exijam atividades extra escolar que envolvam uso de bibliotecas municipais e/ou estaduais, participação de pessoas da comunidade para proferirem palestras, realização de seminários, debates, etc. Nesse processo, os alunos, ao confrontarem seus conceitos, suas experiências com o novo conhecimento, reformulam as hipóteses iniciais, num processo de
desequilíbrio e acomodação, no qual as convicções primárias vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas.
• Síntese – momento no qual a experiêndando significado às aprendizagens construídas, que serão utilizadas em outras situações.
Assim, o trabalho com Projetos consiste numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática
pedagógica e das teorias que lhe dão sustentação. Constitui alternativa para transformar o espaço escolar num
local aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dele participam.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PROJETOS
Os Projetos desenvolvidos em uma escola refletem os modos de pensar e agir das pessoas que
participam da sua elaboração. Assim, é preciso primeiro conhecer a realidade da escola para, a partir daí,
refletir sobre ela e planejar as ações para a construção da realidade de
contemplar as metodologias apropriadas para atender as necessidades individuais e sociais dos educandos.
Pensar no processo de construção de um projeto de leitura e de escritura requer uma reflexão inicial
sobre seu significado e importância. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo 12, inciso I, dá aos
estabelecimentos de ensino a incumbência de
escola tem a liberdade e a responsabilidade de con
planejando suas atividades de modo a responder às necessidades da sociedade, ou seja, atendendo ao que a
Você agora é o gestor da escola, reuna sua euipe e monte o projeto que será trabalhado na escla durante o ano letivo em vigor.
Agora é com você
Reuna um grupo para fazer a análise linguística dos desvios encontrados na escritura do projeto. Lembrecorrção é sempre coletiva e envolve a turma toda na discussão, correção e aprendizagem.
desequilíbrio e acomodação, no qual as convicções primárias vão sendo superadas e outras mais complexas vão sendo construídas.
momento no qual a experiência vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado às aprendizagens construídas, que serão utilizadas em outras situações.
Assim, o trabalho com Projetos consiste numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática
agógica e das teorias que lhe dão sustentação. Constitui alternativa para transformar o espaço escolar num
local aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dele participam.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PROJETOS
senvolvidos em uma escola refletem os modos de pensar e agir das pessoas que
participam da sua elaboração. Assim, é preciso primeiro conhecer a realidade da escola para, a partir daí,
refletir sobre ela e planejar as ações para a construção da realidade desejada. Nestas ações, faz
contemplar as metodologias apropriadas para atender as necessidades individuais e sociais dos educandos.
Pensar no processo de construção de um projeto de leitura e de escritura requer uma reflexão inicial
significado e importância. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo 12, inciso I, dá aos
estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica.
escola tem a liberdade e a responsabilidade de construir seu próprio projeto, definindo seus caminhos e
planejando suas atividades de modo a responder às necessidades da sociedade, ou seja, atendendo ao que a
Você agora é o gestor da escola, reuna sua euipe e monte o projeto que será trabalhado na escla durante o ano letivo em vigor.
Reuna um grupo para fazer a análise linguística dos desvios encontrados na escritura do projeto. Lembre-se que a corrção é sempre coletiva e envolve a turma toda na discussão, correção e aprendizagem.
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desequilíbrio e acomodação, no qual as convicções primárias vão sendo superadas e outras mais
cia vivida e a produção cultural sistematizada se entrelaçam, dando significado às aprendizagens construídas, que serão utilizadas em outras situações.
Assim, o trabalho com Projetos consiste numa mudança de postura, o que exige um repensar da prática
agógica e das teorias que lhe dão sustentação. Constitui alternativa para transformar o espaço escolar num
local aberto à construção de aprendizagens significativas para todos que dele participam.
senvolvidos em uma escola refletem os modos de pensar e agir das pessoas que
participam da sua elaboração. Assim, é preciso primeiro conhecer a realidade da escola para, a partir daí,
sejada. Nestas ações, faz-se necessário
contemplar as metodologias apropriadas para atender as necessidades individuais e sociais dos educandos.
Pensar no processo de construção de um projeto de leitura e de escritura requer uma reflexão inicial
significado e importância. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação em seu artigo 12, inciso I, dá aos
elaborar e executar sua proposta pedagógica. Dessa forma, a
struir seu próprio projeto, definindo seus caminhos e
planejando suas atividades de modo a responder às necessidades da sociedade, ou seja, atendendo ao que a
Você agora é o gestor da escola, reuna sua euipe e monte o projeto que será
Reuna um grupo para fazer a análise linguística dos desvios se que a
corrção é sempre coletiva e envolve a turma toda na
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sociedade espera dela. A autonomia permite à escola a construção de sua identidade e a torna sujeito
histórico de sua própria prática.
A ESTRUTURA DE UM PROJETOA ESTRUTURA DE UM PROJETOA ESTRUTURA DE UM PROJETOA ESTRUTURA DE UM PROJETO
Abaixo, expomos uma sugestão de elaboração de um Projeto Político Pedagógico. Sendo
assim, ressaltamos que ele é flexível e deve ser discutido e mesmo modificado conforme a realidade
de cada escola. Trata-se de uma sugestão, de um roteiro aberto às modificações.
TITULO DO PROJETO
1. INTRODUÇÃO
1.1 DETALHES DO PROJETO:
1.1.1 ORGÃO OU INSTITUIÇÃO
1.1.2 NOME DO RESPONSÁVEL;
1.1.3 INFORMAÇÕES COMO E-MAIL, TELEFONE;
1.1.4 LOCAL DA AÇÃO DO PROJETO;
1.1.5 PÚBLICO ALVO;
1.1.6 BENEFICIADOS;
1.1.7 DATA DE INÍCIO DO PROJETO
2 DESCRIÇÃO DO PROJETO
3 HISTÓRICO
4 OBJETIVOS
5 RESULTADOS ESPERADOS
6 RECURSOS DISPONÍVEIS PARA A EFETIVAÇÃO DO PROJETO
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UM EXEMPLO DE PROJETO DE LEITURA
Agora, trazemos para você um Projeto Político Pedagógico desenvolvido. Leia, reflita, analise seu
desenvolvimento, mas não esqueça que cada escola tem sua realidade, sua especificidade e, sendo assim, seu
PPP deve ser elaborado a partir da reflexão deste contexto, para poder provocar ações de mudança sobre ele.
Contagiar
Detalhes do Projeto
Orgão/Instituição
Responsável:
XXXXXXXXXXXXX
Nome do Responsável: XXXXXXXXXXXXX
Diretoria: PROFESSORA
E-mail: [email protected]
Telefone: XXXXXXXXXXX
Local da Ação: XXXXXXXXXX
Público Alvo: Crianças e adolescentes, desejo abranger o maior número de crianças e
adolescentes de baixo, médio poder aquisitivo.
Beneficiados: A escola e a comunidade.
Link Internet da(s)
ação(ões):
Descrição da Ação: Tem como objetivo contagiar a criança, adolescente e o adulto a ler livros, gibis,
poesias, músicas, cordéis e outros portadores textuais. Fazer rodízio de livros,
gibis e outros com o público alvo, estimulando através dos livros e diversos
portadores textuais a ler.
Histórico: O contagiar surgiu do projeto que desenvolvo na escola onde atuo e deu certo a
leitura em casa e leitura na escola, desde 1998 as crianças leem livros diversos,
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literaturas, clássicos, bem como seus familiares elas levam todo dia livros ou gibi
para casa daí senti a necessidade de expandir esta experiência a outras
instituições de ensino e a comunidade carente, levando os livros até o leitor é
um ato de amor, a experiência mostrou que o público alvo gostou e contagiou
não só a família mas aos amigos , em depoimento dos pais as crianças pedem
para compra livros e gibis lêem mais poesia empresta a primos, troca livros com
outros, acentua o processo de aquisição da linguagem escrita, oral e corporal, no
aspecto afetivo também pois os pais dedicam um tempo a seus filhos, bem como
melhora o universo discursivo, se familiariza com as letras e com as gravuras ,
incentiva a imaginação, levanta hipóteses, formula e reformula seus conceitos de
mundo, desperta para as artes plásticas e cênicas, dramatizações
Objetivos: Contagiar o individuo a ler, levar livros infantis, gibis, e outros portadores de
textos e objetos que transformem em histórias, a comunidade carente e outros.
Contagiar o público alvo a dramatizar, criar, contar e divulgar historias. Divulgar
através das ações e do público envolvido
Resultados esperados Contagiar leitores, Despertar o maior número de pessoas, adquirir material para
expandir para outros locais e que meu projeto seja divulgado para contagiar
outras pessoas
Recursos e meios para
execução:
Levar livros gibis e objetos para crianças e jovens, caixa decorada com fotos
extraídas dos catálogos de livros das editoras, catalogar os livros emprestados e
solicitar listas de livros que desejam lê prover relatos das histórias, criação de
histórias, dramatizações e outros, desenvolver rodas de leituras, poesias,
músicas... Educadores, pais, avós e profissionais e estudantes dois meses pra
cada etapa, emprestar livros, promover reconto, criação de histórias artes
plásticas e cênicas, palestra a educadores incentivando a divulgação do livro e
utilizá-lo nos conteúdos desenvolvidos na escola.
Realizadores:
Patrocinadores:
Apoiadores: A escola
Data de Início: XXXXXXXXXXXX
Data de Cadastramento: XXXXXXXXXXXXX
Endereço da Instituição: XXXXXXXXXXXXX
Cep da Instituição: XXXXXXXXXXXX
O USO DO LIVRO DIDÀTICO E PARADIDÁTICO
Abordaremos o modo como a escola deve trabalhar o Livro Didático, f
instrumento para o professor nas atividades de sala de aula e no incentivo à leitura e o Paraadidático
impoartante para leituraas complementares e prazerosas para o aluno aprender mais.
Apresentaremos oficinas de análise de livro didático e suge
outras atividades.
Livro didático: algumas reflexões
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Você já conhece os passos de elaboração de um Projeto na escola, também sabe que estes passos não são fechados, mas passíveis de mudanças, de reflexões, de reelaboração, pois cada projeto reflete a realidade de sua escola. Agora, reflita: após um processo participativo de elaboração de um Projeto, que ganhos são gerados para os membros da comunidade escolar?
UNIDADE IV
O USO DO LIVRO DIDÀTICO E PARADIDÁTICO
Abordaremos o modo como a escola deve trabalhar o Livro Didático, f
instrumento para o professor nas atividades de sala de aula e no incentivo à leitura e o Paraadidático
impoartante para leituraas complementares e prazerosas para o aluno aprender mais.
Apresentaremos oficinas de análise de livro didático e sugestões para os alunos desenvolverem
Livro didático: algumas reflexões
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Você já conhece os passos de elaboração de um Projeto na escola, também sabe que estes passos não são fechados, mas passíveis de mudanças, de reflexões, de reelaboração, pois cada projeto reflete a realidade de sua
Agora, reflita: após um processo participativo de elaboração de um Projeto, que ganhos são gerados para os membros da comunidade escolar?
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O USO DO LIVRO DIDÀTICO E PARADIDÁTICO
Abordaremos o modo como a escola deve trabalhar o Livro Didático, fundamental
instrumento para o professor nas atividades de sala de aula e no incentivo à leitura e o Paraadidático
impoartante para leituraas complementares e prazerosas para o aluno aprender mais.
stões para os alunos desenvolverem
Você já conhece os passos de elaboração de um Projeto na escola, também sabe que estes passos não são fechados, mas passíveis de mudanças, de reflexões, de reelaboração, pois cada projeto reflete a realidade de sua
Agora, reflita: após um processo participativo de elaboração de um Projeto, que ganhos são gerados para os membros da comunidade escolar?
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A preocupação com os livros didáticos em nível oficial, no Brasil, se inicia com a Legislação do Livro
Didático, criada em 1938 pelo Decreto-Lei 1006. Nesse período o livro era considerado uma ferramenta da
educação política e ideológica, sendo dado ao Estado a determinação de estabelecer um censor de qualidade
e organização desse material didático. Os professores faziam as escolhas dos livros, mas deveriam partir de
uma lista pré-determinada na base dessa regulamentação legal. Art. 208, Inciso VII da Constituição Federal do
Brasil, em que fica definido que o Livro Didático e o Dicionário da Língua Portuguesa são um direito
constitucional do educando brasileiro.
A Resolução/ CD/FNDE nº 603, de 21 de Fevereiro de 2001, passou a ser o mecanismo que organiza e
regula o Plano Nacional sobre o Livro Didático. O Ministério da educação e Cultura (MEC) criou várias
comissões para a avaliação dos livros didáticos, investindo na qualidade do mesmo. O processo de uma
determinação concreta sobre um critério mais seguro para a escolha do livro didático tem sido lento,
confrontando por vezes, a interesses editoriais o que distancia a ideia de orientação educacional. A este fato
acresce-se a limitada preparação dos professores para participar nos processos de seleção dos livros, tarefa
esta bastante exigente para um coletivo que pouco tem recebido em termos de saberes, competências,
habilidades, para tal fim, a partir de seus saberes como profissionais.
Temos assistido a uma veemente e importante discussão crítica sobre o Ensino Fundamental no
Brasil, dentre o que se destaca, a discussão sobre os livros didáticos para esse nível de escolaridade. Soares
(2001) traz uma importante discussão sobre a Reforma Curricular nos primeiros ciclos do Ensino Fundamental
e remete este fato a uma adequação dos novos livros didáticos para que correspondam as atuais exigências
de uma Educação no século XXI, no qual o conhecimento, os valores, as capacidades de resolver problemas,
aprender a aprender, assim como a "alfabetização científica e tecnológica" são elementos essenciais. O livro
didático deve ser, antes de qualquer coisa, uma fonte de conhecimento, capaz de orientar os processos para o
desenvolvimento da personalidade integral do educando.
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O livro didático não pode ser compreendido fora do seu contexto, pois ele é um produto cultural que
corrobora as ideologias de uma sociedade, de um determinado contexto histórico, assumindo dimensão
econômica, política e ideológica. Em relação à dimensão econômica, o LD é responsável por metade do
mercado editorial brasileiro. As dimensões político-ideológicas estão presentes nos conteúdos que são
tratados no LD e ratificam visões de mundo favoráveis às classes dominantes.
Nesse âmbito, o papel do educador e sua visão de mundo serão imprescindíveis para que se possa
lançar um olhar crítico e sensível à ideologia veiculada pelo LD. É interessante refletir que o LD não está, por
isso, condenado ao fim e nem devemos vê-lo como vilão, até porque ele é apenas um dos elementos do
processo de ensino-aprendizagem. Para que o livro didático faça parte de um processo educacional com
qualidade, o professor não deve usá-lo como uma "cartilha fechada", mas como um ponto de partida para o
desenvolvimento da aprendizagem.
Nesta unidade enfatizamos o tarabalho com os gêneros e elegemos a entrevista como amostra para
os alunos lerem para se informar e aprenderem com as refleões discutidas. Vamos ler com atenção a
entrevista de Magda Soares que reflete alguns questionamentos comuns em relação ao LD e para
compreendermos a importância dessa dicussão para o ensino de leitura e de escrita na escola.
Destaca-se, então a importância de se discutir o valor e a qualidade do livro didático, paradidático,
literário e técnico no processo de socialização do conhecimento. Soares (2001) nos apresenta uma proposta de
questionamento sobre a escolha do livro de didático. Poderemos observar dentro do gênero entrevista como a
autora se posiciona diante da escolha do livro didático. Veja e construa sua própria postura enquanto
educador diante da escolha do LD.
LIVRO DIDÁTICO CONTRA OU A FAVOR?
Entrevista de Magda Soares: O livro didático e escolarização da leitura.
www.scribd.com/doc/16312165/magda-soares.
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Magda Soares, doutora em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), estuda há
anos a importância do livro didático no dia-a-dia do magistério. Com mais de 24 obras publicadas sobre
letramento, linguagem, leitura, escrita e alfabetização, defende o livro didático na sala de aula, rebatendo
enfaticamente as críticas que fazem ao seu uso. Afirma que se trata de um erro histórico, já que o livro persistiu
ao longo dos séculos, sempre presente em todas as situações formais de ensino: "Professores e alunos,
avaliadores e críticos que manipulam os livros didáticos nem sempre se dão conta de que eles são o resultado
da longa história da escola e do ensino". O que não é aconselhável é usá-lo como uma imposição, uma
prescrição que deva ser seguida passo a passo. "O livro didático é necessário e eficaz, mas se deixar dirigir,
exclusivamente, por ele, é renunciar à liberdade que o professor tem, pode e deve ter", afirma em entrevista à
Nós da Escola.
Embora receba várias críticas, o livro didático continua sendo um importante instrumento de trabalho.
Por quê?
Magda Soares - Quatro questões estão presentes na pergunta, questões fundamentais em uma reflexão sobre
livro didático: primeiro, ao usar o verbo "continuar", a pergunta revela o reconhecimento da permanência do
livro didático ao longo do tempo; segundo, a pergunta caracteriza bem o livro didático, chamando-o de
"instrumento de trabalho"; terceiro, a pergunta qualifica esse instrumento de trabalho que é o livro didático
como "importante", caracterização com que concordo plenamente; finalmente, a pergunta menciona as "varias
críticas" que o livro didático recebe, críticas que é necessário discutir e rebater. Acho que seria interessante
comentar essas questões.
Quais são então as críticas feitas aos livros didáticos?
Magda Soares - As críticas que atualmente são feitas ao livro didático chegam a defender sua rejeição, sua
eliminação das salas de aula, como se ele fosse um material didático recém-inventado, de existência ainda
indefinida e perigosa, criado para oprimir e submeter os professores e enriquecer autores e editores. Um erro
histórico, porque o livro didático surgiu já na Grécia Antiga - Platão aconselhava o uso de livros de leitura que
apresentassem uma seleção do que havia de melhor na cultura grega; a partir daí, o livro didático persistiu ao
longo dos séculos, sempre presente em todas as sociedades e em todas as situações formais de ensino. Um
exemplo: "Os Elementos de Geometria", de Euclides, escrito em 300 a.C., circulou desde então e por mais de
vinte séculos como manual escolar; outros exemplos são os livros religiosos, abecedários, gramáticas, livros de
leitura que povoaram as escolas por meio dos séculos. Ao longo da história, o ensino sempre se vinculou
indissociavelmente a um livro "escolar", fosse ele livro "utilizado" para ensinar e aprender, fosse livro
propositadamente "feito" para ensinar e aprender. Professores e alunos, avaliadores e críticos que, hoje,
manipulam tão tranqüilamente os livros didáticos nem sempre se dão conta de que eles são o resultado de uma
longa história, na verdade, da longa história da escola e do ensino.
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Este vínculo do ensino com o livro didático limita o trabalho do professor?
Magda Soares - Uma das crítica feitas ao livro didático - e aqui continuo a rebater essas críticas - é que ele tira a
autonomia e liberdade do professor para buscar ou criar, ele mesmo, o material e as atividades com os quais
desenvolve o processo de ensino e de aprendizagem. Um dos pontos falhos dessa crítica é que ela não
considera, eu até diria "não respeita", as condições de trabalho que são dadas ao professor no Brasil, hoje. Outro
ponto falho é que não é propriamente o livro didático que tira a autonomia e liberdade do professor. O
professor que se deixa dirigir exclusivamente pelo livro didático está renunciando à autonomia e à liberdade
que tem, que pode ter e que deve ter. Essa autonomia e liberdade estão garantidas quando o professor usa o
livro didático apenas como um instrumento de trabalho, lançando mão dos textos e das atividades que o livro
propõe como uma facilitação de seu trabalho: alguém - o autor ou os autores do livro didático - com mais
tempo, mais vagar e quase sempre mais experiência, oferece a ele suporte para a realização de sua tarefa -
selecionou textos adequados, informações necessárias, atividades apropriadas, o que exige busca, pesquisa,
reflexão, coisas para as quais o professor dificilmente teria tempo ou condições. Qual o motivo da permanência
do livro didático na escola? Magda Soares - Apesar das grandes mudanças que a escola tem experimentado ao
longo do tempo, uma característica ela nunca perdeu, característica que é a sua própria essência: na escola,
ações e tarefas são ordenadas e hierarquizadas, alunos são distribuídos em grupos organizados por
determinados critérios - o ciclo, a série, a turma, o tempo é dividido e controlado, o trabalho obedece a
determinadas regras e rituais e é avaliado; sobretudo, na escola, são ensinados e aprendidos conhecimentos,
práticas sociais, habilidades e competências, selecionados no amplo campo da cultura, hierarquizados e
seqüenciados. Currículos, programas, materiais didáticos representam estratégias sociais e educacionais para
concretizar e operacionalizar essa seleção, hierarquização e seqüenciação. Nesse sentido, o livro didático foi
criado, e isso aconteceu antes mesmo de serem estabelecidos programas e currículos mínimos, como
instrumento para garantir a aquisição dos saberes escolares, isto é, daqueles saberes e competências
considerados indispensáveis para a inserção das novas gerações na sociedade, aqueles saberes que não é
permitido a ninguém ignorar. Além disso, ele fornece ao professor textos e propostas de atividades que
viabilizam a sua ação docente, o que é particularmente importante hoje, no Brasil, por causa das condições
atuais de trabalho dos professores que, para sobreviver, têm ou de se ocupar com aulas em dois e às vezes até
três turnos, ou de ter uma outra atividade, paralela à do magistério.
Desde 1995, o MEC vem desenvolvendo ações que visam à melhoria da qualidade do livro didático. A
qualidade dos livros melhorou?
Magda Soares - Considero de grande importância para a educação e o ensino a ação que o MEC vem exercendo
na área do livro didático: ao constituir comissões de especialistas para fixar critérios de qualidade do livro
didático e para avaliar os livros oferecidos por autores e editores, o MEC presta um grande serviço tanto à
| 169
escola pública, garantindo a qualidade dos livros entre os quais os professores podem escolher e que os alunos
podem receber, por meio do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), quanto à escola privada, que conta, para
orientar suas escolhas, com uma avaliação externa dos livros oferecidos no mercado. Os Guias de Livros
Didáticos publicados pelo MEC após cada avaliação, com as resenhas críticas dos livros assinalados, constituem
uma orientação preciosa para professores, tanto da escola pública quanto da escola privada. Ao longo dos anos
e das avaliações, os números comprovam que a qualidade dos livros vem melhorando significativamente: nas
primeiras avaliações, uma grande percentagem dos livros encaminhados ao MEC eram excluídos ou não
recomendados - em 1997, por exemplo, dos 511 livros para as primeiras séries do Ensino Fundamental
apresentados pelas editoras, foram recomendados apenas 66; nas últimas avaliações, diminuiu muito o número
de livros que as editoras submetem à apreciação e também o número de livros que as comissões rejeitam como
"não recomendados", o que indica que não só as próprias editoras vêm sendo mais criteriosas na seleção dos
livros que publicam, como também autores têm reformulado seus livros ou construído novos livros atentos aos
critérios de qualidade.
Quais os critérios para a escolha de um livro didático?
Magda Soares - Os Guias publicados pelo MEC apresentam os critérios utilizados para a avaliação dos livros
didáticos, esses mesmos critérios podem orientar a escolha de livros por uma escola ou professor. Se a escolha
for feita entre os livros avaliados e recomendados, aqueles que constam do Guia, já foram excluídos os livros
que ferem critérios que não podem deixar de ser considerados: um livro didático não pode apresentar conceitos
ou informações incorretas, não pode veicular preconceitos de classe, etnia, cor gênero, etc. Para além desses
critérios que valem para todo e qualquer livro, os critérios variam de disciplina a disciplina, porque cada uma
tem suas especificidades. Um critério fundamental de escolha, porém, é que o livro seja coerente com a
concepção que o professor tem da natureza do conteúdo que ensina e dos objetivos do ensino desse conteúdo,
seja adequado ás características de seus alunos e ao projeto político-pedagógico da escola. Como esses critérios
se fundamentam em aspectos que são ou devem ser comuns aos professores de uma mesma escola, no caso
das característica dos alunos e do projeto político pedagógico, ou comuns aos professores de uma mesma
disciplina, no caso da concepção da natureza e dos objetivos da disciplina, a escolha do livro didático não pode
ser responsabilidade de cada professor, não deve ser um ato individual, mas deve ser assumida pelo grupo de
professores, ora da escola como um todo, ora dos professores de uma determinada disciplina; deve ser um ato
coletivo.
O que explica a permanência de alguns títulos no mercado, durante décadas?
Magda Soares - É realmente um fenômeno interessante a questão do tempo durante o qual um determinado
livro didático permanece no mercado. Se tomamos uma perspectiva histórica, constatamos que esse tempo vai
se tornando cada vez mais curto, ao longo das décadas. No passado, houve livros didáticos com numerosas e
| 170
sucessivas edições utilizados por 40, 50 anos nas salas de aula; um exemplo é a "Antologia Nacional", de Fausto
Barreto e Carlos de Laet; publicada em 1895, dominou, por mais de 70 anos, o ensino de Português, com sua
última edição, a 43ª, em 1969. Nas últimas décadas, o número de edições de um mesmo livro didático é bem
menor, seu tempo de vida nas salas de aula e, portanto, no mercado, não ultrapassa, geralmente, cinco, seis
anos.
Por quê?
Magda Soares - Há várias razões para isso. Uma delas é que, enquanto até a década de 60 eram poucos os
livros didáticos oferecidos no mercado, a partir dessa década como conseqüência da grande expansão do
número de escolas e, portanto, do número de alunos e professores, cresce o número de consumidores do livro
didático e, por causa desse novo e promissor mercado, multiplicam-se os autores, os editores e, portanto, as
obras - a escolha se dispersa entre várias obras, uma obra é logo substituída por outra. Outra razão, esta talvez
mais importante, é que o avanço e a mudança dos conhecimentos e habilidades no mundo contemporâneo são
tão rápidos que quase se pode afirmar que o que se está ensinando hoje estará provavelmente ultrapassado no
ano que vem. Sendo assim, os livros didáticos, que não podem conter conceitos ou informações que se
tornaram errados ou inadequados, que devem incorporar novas concepções de aprendizagem, novas
metodologias, novos recursos, costumam ficar em pouco tempo ultrapassados e saem do mercado ou são
substituídos por nova versão que atualize a anterior.
Qual a diferença entre o livro didático e o paradidático? Há alguma tendência de um vir a substituir o
outro, no futuro?
Magda Soares - Livro didático e paradidático são diferentes quanto a seus objetivos e suas funções. O objetivo
do livro didático é apresentar uma proposta pedagógica de um conteúdo selecionado no vasto campo de
conhecimento em que se insere a disciplina a que se destina, organizado segundo uma progressão claramente
definida e apresentado sob forma didática adequada aos processos cognitivos próprios a esse conteúdo e ainda
própria à etapa de desenvolvimento e de aprendizagem em que se encontre o aluno. Sua função, como já foi
dito, é servir de suporte para o ensino, um instrumento de trabalho para o professor e aluno. Já o livro
paradidático tem por objetivo aprofundar ou ampliar um determinado tópico ou tema do conteúdo de uma ou
mais disciplinas; sua função não é a de dar suporte ao ensino e à aprendizagem, como o livro didático, mas é a
de auxiliar o ensino e a aprendizagem; uma outra diferença é que, enquanto o livro didático é concebido para
um uso sobretudo coletivo e, de certa forma, obrigatório, o paradidático é concebido para uma leitura individual
e freqüentemente facultativa. Quanto á segunda parte da pergunta - se há tendência de o paradidático
substituir o didático - eu diria que não; o livro didático tem objetivos e funções indissoluvelmente ligados à
própria essência e natureza da escola e do ensino, como comentei anteriormente, não pode ser substituído por
um material que tem objetivos e funções diferentes; o paradidático certamente contribui na busca dos objetivos
e no desempenho das funções que tem o livro didático, mas não tem condições de substituí
lembrar que os paradidáticos, que se multiplicaram nas últimas nas últimas décadas, vêm oferecer aos
professores uma valiosa alternativa, entre as muit
limitem ao livro didático, exerçam sua autonomia e liberdade para ir além dele, enriquecê
Por que o Brasil comemora o Dia Nacional do Livro Didático?
Magda Soares - Em um país que te
diferentes coisas, não poderia deixar de existir um Dia Nacional do Livro Didático, como forma de reconhecer e
valorizar esse tipo de livro que vem sendo, como defendi ao longo dessa entrevista
instrumento de trabalho para o ensino e a aprendizagem escolar, um importante coadjuvante da formação das
novas gerações, uma contribuição significativa ao trabalho do professor.
Oficina de análise do livro didático
- COMENTE COM OS COLEGAS O QUE APRENDEU COM ESSE GÊNERO. EM SEGUIDA, ELABORE UM TEXTO BEM BONITO OU UMA ENTRVISTA SOBRE O USO DO LIVRO DIDÁTICO EM DUAS ESCOLAS DIFERENTES.
Agora é com você
PENSE MAIS: Quais seus critérios de escolha para o LD? Qual a importância do LD na sala de aula e na metodologia do professor?
e no desempenho das funções que tem o livro didático, mas não tem condições de substituí
lembrar que os paradidáticos, que se multiplicaram nas últimas nas últimas décadas, vêm oferecer aos
professores uma valiosa alternativa, entre as muitas e várias outras de que eles dispõem, para que não se
limitem ao livro didático, exerçam sua autonomia e liberdade para ir além dele, enriquecê
Por que o Brasil comemora o Dia Nacional do Livro Didático?
Em um país que tem um pouco a mania dos "dias nacionais" para comemorar as mais
diferentes coisas, não poderia deixar de existir um Dia Nacional do Livro Didático, como forma de reconhecer e
valorizar esse tipo de livro que vem sendo, como defendi ao longo dessa entrevista
instrumento de trabalho para o ensino e a aprendizagem escolar, um importante coadjuvante da formação das
novas gerações, uma contribuição significativa ao trabalho do professor.
Oficina de análise do livro didático
COMENTE COM OS COLEGAS O QUE APRENDEU COM ESSE GÊNERO. EM SEGUIDA, ELABORE UM TEXTO BEM BONITO OU UMA ENTRVISTA SOBRE O USO DO LIVRO DIDÁTICO EM DUAS ESCOLAS DIFERENTES.
PENSE MAIS: Quais seus critérios de escolha para o LD? Qual a importância do LD na sala de aula e na metodologia do professor?
| 171
e no desempenho das funções que tem o livro didático, mas não tem condições de substituí-lo. Mas convém
lembrar que os paradidáticos, que se multiplicaram nas últimas nas últimas décadas, vêm oferecer aos
as e várias outras de que eles dispõem, para que não se
limitem ao livro didático, exerçam sua autonomia e liberdade para ir além dele, enriquecê-lo e ampliá-lo.
m um pouco a mania dos "dias nacionais" para comemorar as mais
diferentes coisas, não poderia deixar de existir um Dia Nacional do Livro Didático, como forma de reconhecer e
valorizar esse tipo de livro que vem sendo, como defendi ao longo dessa entrevista, um fundamental
instrumento de trabalho para o ensino e a aprendizagem escolar, um importante coadjuvante da formação das
COMENTE COM OS COLEGAS O QUE APRENDEU COM ESSE GÊNERO. EM SEGUIDA, ELABORE UM TEXTO BEM BONITO OU UMA ENTRVISTA SOBRE O
PENSE MAIS: Quais seus critérios de escolha para o LD? Qual a importância do LD na sala de aula e na
| 172
Atividade de análise de um livro didático:
Livro Escolhido para Análise:
Série/ Ano:
Critérios de análise de conteúdo teórico
PARÂMETRO FRACO REGULAR BOM EXCELENTE
Adequação a série
Clareza do texto(definições,
termos etc).
Nível de atualização do
texto
Grau de coerência entre as
informações apresentadas
no texto
Outras notificações
SIM NÃO
Apresentação de textos
| 173
complementares?
Conclusões sobre a análise do livro:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Critérios de análise de recursos visuais
PARÂMETRO FRACO REGULAR BOM EXCELENTE
Qualidade das ilustrações
Grau de relação com as
informações contidas no
texto.
Inserção ao longo do texto
Veracidade da informação
contida na ilustração
Possibilidade de
contextualização
Grau de
inovação(Originalidade/
criatividade)
Outras notificações
SIM NÃO
Induzem a interpretação incorreta?
Conclusões sobre a análise do livro:
| 174
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Critérios de análise das atividades propostas como complementação do conteúdo
ATIVIDADES SIM NÃO
Propõe questões ao final de
cada capítulo/tema?
As questões têm enfoque
multidisciplinar?
As questões priorizam a
problematização?
Propõe atividades em grupo e
projetos para trabalhar o
tema exposto?
As atividades são facilmente
executáveis?
As atividades têm relação
direta com o conteúdo
trabalhado?
Recursos complementares
(Atlas, Glossários, Cadernos
de exercícios, guia do
professor, etc)
| 175
Conclusões sobre a análise do livro:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
Livros Paradidáticos: possibilidades de aprender brincando
Os conhecimentos que o educando vai desenvolver ao longo de sua caminhada educacional estão
estreitamente relacionados ao livro paradidático que a escola trabalha ao longo do período, com seus alunos.
Por mais diversificadas que sejam as concepções e as práticas de ensino e aprendizagem, possibilitar
ao aluno a apropriação do conhecimento implica escolher uma abordagem metodológica, ser coerente em
relação a ela e, ao mesmo tempo, contribuir satisfatoriamente para a consecução dos objetivos, quer da
educação geral, quer da disciplina e do nível de ensino em questão.
Por outro lado, as estratégias propostas devem mobilizar e desenvolver várias competências
cognitivas básicas, como a compreensão, a memorização, a análise, a sintaxe, a formulação de hipóteses e o
planejamento. Portanto, o livro paradidático não poderá, em detrimento das demais, privilegiar uma única
dessas competências, sob pena de induzir a um domínio efêmero dos conteúdos escolares e comprometer o
desenvolvimento cognitivo do educando.
O livro paradidático precisa atender de um lado, os procedimentos, as informações e os conceitos
propostos nos manuais escolares devem ser corretos do ponto de vista das áreas do conhecimento a que se
vinculam. De outro ponto de vista, além de corretos, tais procedimentos, informações e conceitos devem ser
apropriados à situação didático-pedagógica a que servem. Em decorrência disso, necessitam atender ao
consenso dos diferentes especialistas e agentes educacionais quanto aos conteúdos mínimos a serem
contemplados e ás estratégias legítimas para a apropriação desses conteúdos. Na medida em que os currículos
são a expressão mais acabada desse consenso, é imprescindível que os livros paradidáticos considerem as
recomendações comuns às diferentes propostas curriculares estaduais e municipais em vigor.
É imprescindível que o livro paradidático venha acompanhado de orientações ao professor que
explicitem os pressupostos teóricos, de bibliografia e de sugestões de leituras que contribuam para sua
formação e atualização. Também se faz bastante importante que haja orientação para o corpo docente,
direcionando a articulação dos conteúdos do livro entre si e com outras áreas do conhecimento, trazendo,
ainda, proposta e discussão sobre a avaliação da aprendizagem.
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O livro paradidático é um recurso indispensável dentro do espaço escolar, pois o professor pode
utilizá-lo como suporte para planejar suas aulas, elaborar atividades, selecionar questões, ampliar seus
conhecimentos, elaborar avaliações. Para o aluno o mesmo torna-se indispensável, pois é através dele que o
mesmo interage com a história, desenvolve pesquisas, e conhece civilizações, povos e culturas que existiram
há centenas de anos.
A educação escolar caracteriza-se pela mediação didático pedagógica que se estabelece entre
conhecimentos práticos e teóricos. Por isso mesmo, seus procedimentos e conteúdos devem adequar-se tanto
á situação especifica da instituição escolar e do desenvolvimento do educando quanto aos diferentes saberes
a que se recorre. (RANGEL, 2000 p.08).
O livro paradidático é peça fundamental para o cumprimento do currículo escolar, pois com o livro o
aluno lê e resolve as atividades no próprio livro sem perca de tempo, sem o livro paradidático o professor tem
que tirar uma aula para copiar o conto, a fábula, a história, outra para copiar a atividade de leitura e
observação dos fatos e outra para copiar o conteúdo como foco, personagens, lição de vida ou moral da
história, todas essas ações poderiam ser realizadas em uma única aula se o professor tivesse o livro
paradidático como recurso facilitador da aprendizagem e da leitura.
Quando não há o livro na sala de aula o professor acaba por perder muito tempo copiando
conteúdos e atividades, e assim acaba por não conseguir cumprir com a proposta curricular. Portanto, não se
pode perder de vista que o objetivo último da educação escolar é “preparar o educando para o exercício da
cidadania” e “qualificá-lo para o trabalho”. E isto só se torna possível quando a escola dispõe de bons livros
paradidáticos de apoio facilitando assim o processo de ensino e aprendizagem.
A importância do livro paradidático para o desenvolvimento da leitura
Ler é essencial. Através da leitura, testa-se os próprios valores e experiências com as dos outros. No
final da leitura de cada livro, fica-se enriquecido com novas experiências, novas idéias, novas pessoas.
Eventualmente, fica-se conhecendo melhor o mundo, e um pouco mais de si mesmo.
O livro pode ser entendido como um documento escrito e assinado pela mão da humanidade, que
registra a vitória do saber sobre a calamidade da ignorância. Ele é o documento do passado, do presente e
uma visão profética do futuro, que ajuda a pessoa a entender o mundo, a vida e a si mesmo. (MENEGOLLA,
1991, p. 100).
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Ler é estimulante. Tal como as pessoas, os livros podem ser intrigantes, melancólicos, assustadores,
e por vezes, complicados. Os livros transportam as pessoas para outros tempos, outros lugares, outras
culturas. Os livros possibilitam que se vivencie em situações e dilemas que nunca poderia imaginar encontrar.
Os livros ajudam a sonhar e pensar.
Nada desenvolve mais a capacidade verbal que a leitura de livros. Na escola aprende-se gramática e
vocabulário. Contudo, essa aprendizagem nada é comparada com que se pode absorver de forma natural e
sem custo através da leitura regular de livros.
Alguns livros são simplesmente melhores que outros. Alguns autores veem com mais profundidade o
interior de personagens estranhas, e descrevem o que eles veem e sentem de uma forma mais real e efetiva.
As suas obras podem exigir mais dos leitores: consciência das coisas implicadas em vez de meramente
descritas, sensibilidade às nuances da linguagem, paciência com situações ambíguas e personagens
complicadas, vontade de pensar mais profundamente sobre determinados assuntos. Mas o esforço vale a
pena, pois esses autores podem proporcionar aventuras que permanecem na memória para toda a vida.
É essencial perseverar. A maioria da boa escrita é multi-facetada e complexa. É precisamente essa
diversidade e complexidade que faz da literatura uma atividade recompensatória e estimulante.
Muitas vezes um livro tem que ser lido mais de uma vez e com abordagens diferentes. Estas
abordagens podem incluir: uma primeira leitura superficial e relaxada para ficar com as principais idéias e
narrativas; uma leitura mais lenta e detalhada, focando as nuances dos textos, concentrando-nos no que nos
parece ser as passagens chave; e ler o texto de forma aleatória, andando para trás e para frente através do
texto para examinar características particulares tais como temas, narrativa, e caracterização dos personagens.
Segundo Ferreio( 2004) a necessidade de ler, de se informar, de estar atento aos grandes e
pequenos temas, de abandonar a passividade e opinar sobre tudo que nos cerca. A leitura nos dá a segurança
na construção da linguagem clara dizendo o que queremos dizer. A informação nos garante um nível
satisfatório de argumentos.
Todo leitor tem a sua abordagem individual, mas o melhor método, sem dúvida, de extrair o máximo
de um livro e lê-lo várias vezes.
A leitura é importante em todos os níveis educacionais. Portanto, deve ser iniciada no período de
alfabetização e continuar nos diferentes graus de ensino. Ela constitui-se numa forma de interação das
pessoas de qualquer área do conhecimento.
A leitura é uma atividade essencial a qualquer área do conhecimento. Está intimamente ligada ao
sucesso do ser que aprende. Permite ao homem situar-se com os outros. É também um recurso para combater
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a massificação executada principalmente pela televisão. Para o educando, o livro é ainda um importante
veículo para a criação, transmissão e transformação da cultura.
Através do hábito da leitura, o homem pode tomar consciência das suas necessidades, promovendo
a sua transformação e a do mundo.
O livro pode ser considerado como precioso recurso de ensino. No entanto, não é tão popular como
o giz, o quadro negro, o lápis e o caderno. É grande o número de livros aditados, com inúmeros títulos
diferentes que poderiam, se bem utilizados, concorrer para a melhoria da qualidade do ensino, Campos (1987,
p. 38) enfatiza que:
O professor tem a liberdade de escolher as obras didáticas para seus alunos em função do
conhecimento que tem dos livros, da escola e dos alunos. Pode ainda usar de materiais impressos para o
ensino de sua disciplina: dicionários, revistas, jornais e outros e, até mesmo, elaborar seus próprios textos,
incentivando assim as muitas formas de ler.
Mesmo assim, sugerimos alguns critérios de análise a serem considerados pelas escolas e seus
educadores, antes da adoção de um determinado livro didático ou paradidático:
• · Verificar se o livro incorpora os avanços da ciência, da técnica e das novas
• concepções pedagógicas e educacionais;
• · Verificar, em se tratando de nova edição ou de edição revisada, se o conteúdo e
sua abordagem foram atualizados;
• · Não adotar livros que contenham, basicamente, exercícios do tipo: identifique,
risque, sublinhe, siga o modelo, copie, resolva, arme, efetue, etc.;
• · Não adotar livros que veiculem concepções de mundo preconceituosas no
tocante à classe social, raça, etnia, ao gênero, credo, à idade, opção sexual, entre
outros;
• · Observar se os conteúdos trabalhados no livro se apresentem com clareza,
coerência e nível argumentativo consistente;
• · Observar que o livro, especialmente o de língua portuguesa, apresente vários
gêneros textuais, como por exemplo: publicidade, reportagem, conto, crônica,
noticia jornalística, bula, receita culinária, entre outros.
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Obviamente que as sugestões de critérios aqui apresentadas não pretendem fechar as diversas
outras possibilidades a considerar, quando da análise e escolha de um livro didático. Pretende-se, unicamente,
chamar a atenção dos educadores e das educadoras para a necessidade de analisarem criteriosamente os
recursos pedagógicos por eles utilizados para trabalhar os processos de leitura e escrita na sala de aula.
A aprendizagem da leitura sempre se apresenta intencionalmente como algo mágico, senão
enquanto ato, enquanto processo da descoberta de um universo desconhecido e maravilhoso. Freire (1985
p.43) diz: “ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém educa a si mesmo; os homens se educam em
comunhão, mediatizados pelo mundo”. Refletindo melhor, se poderia dizer: ninguém ensina ninguém a ler. O
aprendizado é em última instância, se desenvolva na convivência, cada vez mais com os outros e com o
mundo, naturalmente!
De tudo o que se pode observar, um grande e importante objetivo para o ensino é a formação de
um leitor maduro. A maioria dos autores consultados falam em leitor crítico. Tanto a primeira expressão
quanto a segunda expressam o grau de aprendizagem do educando e a sua formação para um leitor
consciente não depende somente de sua trajetória escolar.
É preciso que todos os profissionais envolvidos na educação tenham a consciência de que é
fundamental que o poder público estabeleça uma política educacional clara, com objetivos bem definidos, que
garanta atendimento escolar de boa qualidade a toda à população e, ao mesmo tempo, respeite as
diversidades sócio-culturais.
Mais algumas considerações sobre material didático
A necessidade de analisar os materiais didáticos utilizados no processo de ensino/aprendizagem de
língua materna é uma questão que vem preocupando muitos profissionais na área. Quando discutimos o
ensino/aprendizagem de língua, sobre outros aspectos, discutimos o que é linguagem e qual a sua importância
na formação dos cidadãos, da cultura e das ideologias. Em meio a tais questões, é necessário tecer alguns
comentários a respeito do livro didático.
O LD é um material fabricado, sendo assim, não permite que o professor questione sua elaboração,
estruturação e outros aspectos que o constituem, assumindo, portanto, um caráter autoritário. Além disso, o
LD nem sempre está de acordo com as atuais propostas metodológicas que visam à prática social da
linguagem. Outro ponto relevante é que o LD, na maioria das vezes, está distante da realidade em que está
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sendo utilizado. Faz-se necessário analisar o LD à luz das teorias que o fundamentam e verificar sua
compatibilidade com o perfil do aluno que se pretende formar.
O Livro Didático, enquanto recurso para o trabalho com a língua, pode se constituir como material de
apoio, assumindo caráter secundário, ou como material adotado, ou seja, referência principal. Tendo em vista
essas duas realidades, devemos questionar a adequação de tais materiais para o ensino de língua, bem como
suas implicações e repercussões em sala de aula.
As discussões que enfocam o LD são imprescindíveis, já que, na maioria das vezes, é o único material
didático utilizado pelos professores. Assim, acaba sendo depositário de um saber sacramentado a ser
transmitido, ratificando seu caráter autoritário. Como consequência disso, o LD passa a assumir uma única
leitura, visto que representa a estabilidade do conteúdo impresso.
A escola atual, conforme as mudanças ocorridas na esfera da educação, vem mudando sua atitude
em relação ao LD, trazendo questionamentos, por parte dos professores, sobre diversos aspectos que o
constituem. Há muitas críticas em relação ao LD: os livros são monótonos, são dissociados da realidade do
aluno, estão acima das condições financeiras dos alunos, trazem, quase sempre, os mesmos temas...
Essa postura, por parte da escola e dos professores, demonstra que o uso do livro didático já não é
tão absoluto e que outros materiais vão sendo levados para a sala de aula. Outro questionamento feito pelos
professores que corrobora com tal postura diz respeito à necessidade de atualização nos temas abordados no
LD, além das discussões propiciadas fora dos seus limites. A seguir, mostraremos os resultados de uma oficina
que teve como objetivo analisar um LD.
A coleção escolhida para a análise foi Linguagem, criação e interação. Chamou-nos a atenção o título
cujos elementos que o compõem apontam teoricamente para uma escolha: o sociointeracionismo. O título
propõe um diálogo entre os conceitos de linguagem, criação e interação, sugerindo que o processo no qual a
linguagem está inserida pressupõe o trabalho de produção e interação. Além disso, há um selo na capa que
indica que a coleção está “de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais”.
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Informações técnicas
Coleção: Linguagem, Criação e Interação
Autoras: Cassia Leslie Garcia de Souza e Márcia Paganini Cavéquia
Editora: Saraiva
Local: São Paulo
Ano: 1999
Considerações didático-pedagógicas
Conforme o manual do professor, esta coleção objetiva “trabalhar com propostas de atividades em
que ler, escrever, falar e escutar tornam-se atividades significativas”. De acordo com as autoras, “leitura,
produção de textos e conhecimentos linguísticos não devem ser abordados de maneira isolada, mas como um
todo indivisível, de modo que a linguagem seja enfocada enquanto instrumento de comunicação e interação
social”.
Batista (1997, pag. 3) afirma que “[...] no ensino de português, o que se ensina é o produto de uma
visão, entre outras coisas, do fenômeno da língua e do papel do seu ensino numa determinada sociedade”.
Na análise realizada a partir das primeiras páginas, verificamos que os quatro volumes (5, 6, 7 e 8)
têm inicialmente a apresentação de uma série de exercícios que são relacionados ao que cada um deles
oferece. Essa apresentação é intitulada Conheça seu Livro. Cada capítulo apresenta as seguintes seções:
1. Abertura: são atividades variadas para realizar com os colegas e essas atividades estão relacionadas com os
temas que serão desenvolvidos nas unidades;
2. Momento do texto: oportunidade de ler os mais diversos textos;
3. Painel do texto: apresenta textos informativos sobre elementos do texto recém lido ou que a ele se refiram
de alguma maneira. São informações acompanhadas de imagens variadas que têm como objetivo contribuir
com a leitura realizada;
4. Estudo do texto: propões questões de interpretação e compreensão. Apresenta ainda três subseções: Do
autor ao leitor, Indo além e O diálogo entre os textos;
5. Ampliação do vocabulário: propõe atividades diversificadas cuja função é o incentivo para uso frequente do
dicionário;
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6. Diversidade de expressão: seção destinada ao trabalho com diversas possibilidades de expressão, como
desenhos, colagens, dramatização, debates, entrevistas;
7. Questões de linguagem: discute as estruturas do texto, as diferenças entre a fala e a escrita, diferentes tipos
de texto, momento de compreender as marcas na fala, diversidade de expressão, linguagem verbal;
8. Produção de texto: oportunidade para a produção de uma variedade de textos;
9. Estudo da língua: momento de compreender como a língua é organizada e os conceitos gramaticais;
10. Caderno de análise textual: apresenta material complementar para realizar trabalho com diferentes
narrativas de origem oral: fábulas, lendas, contos, histórias mitológicas e anedotas.
Como já comentamos acima, a seção Abertura é feita através de um texto. São vários gêneros textuais
que procuram valorizar o conhecimento prévio do educando e antecipar o conteúdo de cada unidade. Em
seguida, tem-se o Momento do texto que, segundo as autoras, tem o objetivo de despertar o gosto dos alunos
pela leitura. Depois, vem o Painel de texto que traz elementos importantes acerca do texto estudado, sua
estrutura, seu (sua) autor (a). Algumas unidades apresentam uma pequena biografia do autor, às vezes,
depoimentos dele. Este é um aspecto interessante, pois, muitas vezes, informações como estas vêm apenas no
manual do professor.
Observamos, nesse estudo, que a variação linguística é explorada nas coleções. Existe o estudo da
linguagem formal e informal, bem como as múltiplas maneiras de falar. Fazem parte da variação lingüística, o
estudo da língua padrão e não padrão e os regionalismos. Para Ilari (1986, p.219), “respeitar esse material
lingüístico é, antes de mais nada, respeitar os educandos como pessoas que são. Isso é, no mínimo, uma boa
medida diplomática.”
Em relação à linguagem escrita e oral, a coleção demonstra preocupação com as duas modalidades. As
atividades relacionadas à escrita objetivam formar escritores competentes e capazes de produzir seus próprios
textos. Na seção Produção de texto, valoriza-se o processo de construção conforme as etapas: Você é o autor,
Você escreve para alguém, Você escreve com um objetivo. Estas etapas são necessárias para o processo de
construção do texto, pois o aluno estabelece os objetivos que deve alcançar.
Geraldi (1991, p. 160), estabelece as condições necessárias à construção de um texto:
• se tenha o que dizer;
• se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer;
• se tenha para quem dizer o que se tem a dizer;
• o locutor se constitui como tal, enquanto sujeito que diz o que diz, para quem diz (o que implica
responsabilizar-se, no processo, por suas falas);
• se escolhem as estratégias parar realizar.
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Dessa forma, a recepção do texto passa a ser outra, visto que a leitura do texto em busca de
desvios gramaticais dá espaço a leitura em busca de sentido. A palavra, então, volta para o aluno,
num movimento que promove interação entre a fala do aluno e do professor. Pelos aspectos
mencionados acima, a coleção cumpre com seu objetivo de formar escritores competentes, no
entanto, as etapas de construção tornam-se mecânicas na medida em que determina o destinatário e
os objetivos.
Referente à modalidade oral, a coleção considera que esta deve ter o mesmo privilégio que
a escrita. A seção Questões da linguagem traz questões como: diferentes tipos de texto, diferentes
formas de falar, linguagem verbal e não verbal, marcas da oralidade, diversidade de expressões e
outras. Estes pontos levam o educando à compreensão da importância de saber escutar.
Em relação aos aspectos gráficos, constamos pontos positivos e negativos. São pontos
positivos: formas gráficas em caixa alta, destacadas em negrito, entre outros. Pontos negativos:
ícones não muito atrativos, não há muita relação entre os desenhos gráficos e as atividades
propostas, além de outros. No que se referem aos preconceitos, a coleção procura evitá-los. O
volume 5, por exemplo, traz a imagem de um menino de cor branca, no volume 6, a imagem é de
uma menina africana, no volume 7 há uma menina índia e no volume 8, um menino de cor negra. A
coleção também mantém a igualdade de gêneros, são dois meninos e duas meninas.
Os livros também trazem uma abordagem histórica: culturas, documentários, fatos
marcantes da história, entre outros. A coleção é, portanto, satisfatória, é bem estruturado, explica
com clareza todas as partes que o compõem, traz uma boa fundamentação teórica, reflexões
interessantes sobre os aspectos linguísticos, a interdisciplinaridade e a cooperação em sala de aula.
Algumas considerações finais
Sabemos que formar cidadãos conscientes não é apenas tarefa da escola, mas de toda
sociedade, dos pais, dos educadores e dos educandos. No entanto, o papel do educador é
fundamental, pois o seu trabalho contribuirá ou não para formação de alunos com perfil de cidadãos.
Parte do trabalho do professor relaciona-se às escolhas, como por exemplo, a do livro didático que
além de escolhas didático-pedagógicas, são escolhas políticas.
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A análise que procedemos aqui demonstra algumas mudanças em relação à importância de
se conhecer o educando, seu contexto histórico-social, valorizar seu saber e buscar na sua vivência
diálogos com o que se aprende e se ensina em sala de aula. Por outro lado, também observamos
práticas que supervalorizam determinados aspectos da língua em detrimento de outros que acabam
expressando certos preconceitos já ultrapassados.
Dessa forma, percebemos o embate entre o arcaico e o novo (embora não seja assim tão
novo). E acaba ficando nas mãos do professor a tarefa de decisão. A melhor escolha estará
relacionada à formação do professor, a sua visão crítica, política, linquística, entre outras, que visam
à verdadeira formação para a cidadania.
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