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1 PARTE I F UNDAMENTOS DA ESTÁTICA VETORIAL O estudo da estática dos corpos rígidos requer a aplicação de operações com vetores. Estes entes matemáticos são definidos para representar as grandezas físicas que se comportam diferentemente das grandezas escalares. Estas operam como números reais, enquanto que as grandezas vetoriais são dependentes também da direção (reta suporte e sentido) em que atuam. 1.1 REGRA DO PARALELOGRAMO Todas as grandezas vetoriais têm sua regra de adição baseada no princípio do paralelogramo. Este princípio, cuja origem se dá em fatos experimentais, diz que a soma de dois vetores segue o procedimento mostrado na Figura 1.1. Figura 1.1 - Adição de dois vetores: C = A + B. Portanto, as características do vetor-soma C da equação B A C (1.1) A B + = A B C // A // B θ

Estatica Aplicada I

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  • 1

    PARTE I

    FUNDAMENTOS DA ESTTICA VETORIAL

    O estudo da esttica dos corpos rgidos requer a aplicao de operaes

    com vetores. Estes entes matemticos so definidos para representar as grandezas

    fsicas que se comportam diferentemente das grandezas escalares. Estas operam

    como nmeros reais, enquanto que as grandezas vetoriais so dependentes tambm

    da direo (reta suporte e sentido) em que atuam.

    1.1 REGRA DO PARALELOGRAMO

    Todas as grandezas vetoriais tm sua regra de adio baseada no princpio

    do paralelogramo. Este princpio, cuja origem se d em fatos experimentais, diz

    que a soma de dois vetores segue o procedimento mostrado na Figura 1.1.

    Figura 1.1 - Adio de dois vetores: C = A + B.

    Portanto, as caractersticas do vetor-soma C da equao

    BAC (1.1)

    A B

    + =

    A

    B C

    // A

    // B

  • 2

    podem ser obtidas utilizando as relaes geomtrica de um tringulo qualquer,

    conforme mostrado na Figura (1.2).

    Figura 1.2 - Adio dos vetores A e B.

    Representando os mdulos dos vetores por a, b e c, podemos obter as

    caractersticas do vetor soma atravs das leis do cosseno e do seno :

    cos2cos2 22222 babababac (1.2)

    e

    ccba

    sensensensen (1.3)

    Atravs do princpio do paralelogramo podemos concluir que

    i - AAA 2

    ii - 0AAAA )(

    1.2 DECOMPOSIO DE VETORES

    Dado um vetor, deseja-se realizar sua decomposio em componentes, isto

    , em parcelas cuja soma seja igual ao prprio vetor . H infinitas decomposies

    possveis de um dado vetor. Para que a decomposio seja nica devemos procurar

    o nmero mnimo de parcelas que fazem a composio . No plano a decomposio

    de um vetor nica, dada duas direes independentes. Veja o resultado na Figura

    1.3. A decomposio espacial nica quando dadas trs direes linearmente

    independentes, conforme mostra a Figura 1.5.

    B

    A

    C

  • 3

    Figura 1.3 - Componentes do vetor A nas direes u e v: Au + Av = A.

    Frequentemente conveniente trabalhar com componentes em direes

    ortogonais ou cartesianas. Veja a Figura 1.4.

    Figura 1.4 - Componentes ortogonais do vetor A: Ax + Ay = A.

    A decomposio de um vetor em trs componentes independentes pode

    tambm ser obtida em componentes no ortogonais ou ortogonais, no espao tri-

    dimensional. Veja as figuras 1.5 e 1.6.

    u

    Au

    Av A

    // u

    // v

    v

    x Ax

    Ay A

    // x

    // y

    y

  • 4

    Figura 1.5 - Componentes do vetor a nas direes u, v e w: Au + Av + Aw = A.

    Figura 1.6 - Componentes ortogonais do vetor A: Ax + Ay + Az = A.

    1.3 VETORES NO SISTEMA CARTESIANO

    A escolha do sistema de projeo feita de forma a facilitar as operaes

    matemticas com grandezas vetoriais. Por esta razo, o sistema de coordenadas

    ortogonais xyz conveniente e ser utilizado.

    Dado um vetor a pode-se decomp-lo em trs coordenadas ortogonais,

    conforme visto no item anterior. Observemos que a decomposio espacial

    equivale a duas decomposies ortogonais no plano.

    u

    Au

    Aw

    A

    // u

    // w

    w

    Av

    // v

    v

    x Ax

    Ay

    a

    // x

    // y

    z

    Az

    // z

    y

  • 5

    Figura 1.7 - Componentes cartesianas do vetor A.

    Da figura 1.7, podemos escrever a soma de componentes no plano xy como

    yxxy AAA (1.4)

    e a soma resultante, em outro plano,

    zyxzxy AAAAAA (1.5)

    Definimos o versor uA da direo de A como o vetor unitrio que tem a mesma

    direo de A, ou seja

    AA uAAA

    Au (1.6)

    onde o mdulo do vetor A dado por

    2

    z

    2

    y

    2

    x AAAA (1.7)

    x

    Ay

    Ax

    A

    z

    Az

    y

    Axy

  • 6

    Vamos agora definir como versores das direes x, y e z os vetores unitrios

    nas direes positivas destes eixos, indicados respectivamente por i, j e k. Assim,

    as componentes de um vetor A podem ser escritas como

    iuA xxxx AA

    juA yyyy AA (1.8)

    kuA zzzz AA

    Onde Ax, Ay e Az, so as intensidades das componentes, positivas se tem o mesmo

    sentido do versor e negativas em caso contrrio. Logo , o vetor A pode ser escrito

    em coordenadas cartesianas como

    kjiA zyx AAA (1.9)

    A direo deste vetor dada pelos ngulos diretores, cujos cossenos so:

    AAA

    zz

    y

    yx

    x

    AAAcoscoscos (1.10)

    Figura 1.8 - ngulos diretores do vetor A.

    Substituindo (1.10) em (1.9) obtemos facilmente

    x

    Ay Ax

    A

    z

    Az

    y y

    z

    x

  • 7

    )coscos(cos

    coscoscos

    kjiA

    kAjAiAA

    zyx

    zyx (1.11)

    Comparando (1.11) com (1.6), obtemos

    kjiu zyxA coscoscos (1.12)

    Portanto

    1z2

    y

    2

    x

    2 coscoscos (1.13)

    1.4 ADIO DE VETORES NO SISTEMA CARTESIANO

    Sejam dados dois vetores A e B no sistema cartesiano,

    kjiA z1y1x11 AAA

    kjiA z2y2x22 AAA

    Sua soma ou resultante R dada por

    kji

    kjikjiAAR

    )()()( z2z1y2y1x2x1

    z2y2x2z1y1x121

    AAAAAA

    AAAAAA (1.14)

    Assim, a soma de vetores Ai sendo i = 1, 2, , n , pode ser escrita como

    kjiARn

    1i

    z

    n

    1i

    y

    n

    1i

    x

    n

    1i

    i AAA (1.15)

    ou em componentes

    n

    1i

    zz

    n

    1i

    yy

    n

    1i

    xx ARARAR (1.16)

  • 8

    1.5 VETOR POSIO

    Define-se um vetor r como vetor posio de um ponto P(x,y,z), ao vetor

    kjir zyx (1.17)

    Figura 1.9 - Vetor posio r.

    Assim para dois pontos quaisquer A e B os seus vetores posio so dados

    por

    kjir AAAA zyx e kjir BBBB zyx (1.18)

    Podemos escrever o vetor posio de B em relao a A, ver figura 1.10, a partir

    dos vetores posio de A e B fazendo,

    ABAB rrr (1.19)

    ou

    kjirrr )()()( ABABABABAB zzyyxx (1.20)

    x

    r

    z

    xi

    y yj

    zk

    P(x,y,z)

  • 9

    Figura 1.10 - Vetor posio de B em relao a A: rAB.

    Portanto, o vetor unitrio da direo AB, de A para B, ser dado por:

    2

    AB

    2

    AB

    2

    AB

    ABABAB

    AB

    ABAB

    zzyyxx

    zzyyxx

    )()()(

    )()()( kji

    r

    ru (1.21)

    Observe-se que

    ABBA uu (1.22)

    1.6 PRODUTO ESCALAR

    Define-se o produto escalar entre dois vetores A e B como o escalar c, tal

    que

    Figura 1.11 - Vetores A e B.

    y

    x

    rAB

    z

    A

    B

    rA

    rB

    xA

    yA

    zA

    xB

    yB

    zB

    A

    B

  • 10

    cosBABAc para 1800 (1.23)

    A partir desta definio podemos observar que esta operao satisfaz as

    seguintes propriedades:

    1 - Comutativa: ABA

    2 - Distributiva: CABACBA )(

    3 - Produto por escalar: aaaa )()()()( BABABABA

    O produto escalar de dois vetores A e B em coordenadas cartesianas, na

    forma geral, dado por:

    )()()(

    )()()(

    )()()(

    )()(

    kkjkik

    kjjjij

    kijiii

    kjikjiBA

    zzyzxz

    zyyyxy

    zxyxxx

    zyxzyx

    BABABA

    BABABA

    BABABA

    CBBAAA

    (1.24)

    Sabendo que

    100

    010

    001

    kkjkik

    kjjjij

    kijiii

    (1.25)

    o produto escalar (1.24) fica igual a

    zzyyxx BABABABA (1.26)

    Uma das aplicaes importantes do produto escalar a sua utilizao para

    determinar o ngulo entre dois vetores. Outra aplicao tambm bastante utilizada

    a obteno das projees ortogonais de um vetor em direes dadas.

  • 11

    1.7 PRODUTO VETORIAL

    Sejam dados dois vetores A e B. Define-se o produto vetorial de A por B ao

    vetor C, tal que

    BAC (1.27)

    onde

    senBAC para 1800 (1.28)

    Sua direo dada pelo vetor unitrio uC, ou seja,

    C

    CuC versor normal ao plano de A e B (1.29)

    Figura 1.12 - Produto vetorial: C = A x B.

    Assim, as caractersticas do vetor C so dadas por:

    senBAC o mdulo do vetor C

    o ngulo entre os vetores A e B

    Cu o versor da direo do vetor C, perpendicular ao plano de A e B, dado

    pela regra da mo direita, ver figura 1.12.

    A partir da definio de produto vetorial pode-se concluir que:

    i) ABBA

    ii) BABABA aaa )(

    iii) CABACBA )(

    B A

    C

  • 12

    Quando os vetores esto apresentados na forma cartesiana, o produto

    vetorial pode ser feito usando as seguintes propriedades dos vetores unitrios:

    0kkijkjik

    ikj0jjkij

    jkikji0ii

    (1.30)

    Sejam os vetores A e B escritos em suas componentes

    kjiB

    kjiA

    zyx

    zyx

    BBB

    AAA (1.31)

    O produto vetorial de A por B ser dado por

    )()()(

    )()()(

    )()()(

    )()(

    kkjkik

    kjjjij

    kijiii

    kjikjiBA

    zzyzxz

    zyyyxy

    zxyxxx

    zyxzyx

    BABABA

    BABABA

    BABABA

    BBBAAA

    (1.32)

    ou, aplicando os produtos de versores dados em (1.30) obtemos

    kjiBA )()()( xyyxzxxzyzzy BABABABABABA (1.33)

    Este resultado tambm pode ser obtido a partir do seguinte determinante

    kjiC

    kji

    BAC

    )()()( xyyxzxxzyzzy

    zyx

    zyx

    BABABABABABA

    BBB

    AAA

    (1.34)

  • 13

    1.8 MOMENTO DE UMA FORA EM RELAO A UM PONTO

    Vamos definir a grandeza vetorial denominada momento de uma fora em

    relao a um ponto. Sejam dados uma fora F e um ponto O. O momento desta

    fora em relao a um ponto O definido por

    FrMO (1.35)

    onde r o vetor posio de um ponto qualquer da reta suporte da fora F em

    relao ao ponto O.

    Figura 1.13 - Momento de uma fora F em relao a O.

    Pela definio de produto vetorial, este momento tem as seguintes

    propriedades:

    senO FrM o mdulo do momento e

    o ngulo entre os vetores r e F

    A direo do momento perpendicular ao plano de r e F, cujo sentido

    dado pela regra da mo direita, ver figura 1.13.

    Podemos observa que

    dsenO FFrM (1.36)

    onde d a distncia da reta suporte de F ao ponto O.

    F

    r

    MO

    O

    d

  • 14

    1.9 MOMENTO DE UMA FORA EM RELAO A UM EIXO

    Vamos definir a grandeza vetorial denominada momento de uma fora em

    relao a um eixo. Sejam dados uma fora F, um eixo a e suas componentes

    ortogonais Fa e Fb, onde Fa a componente paralela ao eixo a. O momento desta

    fora em relao ao eixo a definido por

    abaaa dM uFuM (1.37)

    Atravs da figura 1.14 podemos observar como so obtidas as componentes Fa e

    Fb da fora F e a distncia d entre a reta suporte da fora F e o eixo a.

    Figura 1.14 - Momento de uma fora F em relao ao eixo a.

    Este clculo nem sempre fcil atravs da geometria. Podemos verificar

    que tomando o momento de F em relao a um ponto P qualquer do eixo a:

    FrMP (1.38)

    e fazendo a projeo deste momento neste eixo, ou seja,

    )()( FruuFruM aaaPaM (1.39)

    o resultado obtido igual a Ma ou seja

    F

    Ma a

    a

    b a

    d

    Fa

    Fb

  • 15

    dM baPa FuM (1.40)

    Portanto, de (1.37) e (1.40) temos

    aaPa uuMM )( (1.41)

    Observemos que a projeo do momento MP sobre o eixo a, equao (1.39), pode

    ser calculada facilmente atravs do determinante

    zyx

    zyx

    azayax

    aaPa

    FFF

    rrr

    uuu

    M )( FruuM (1.42)

    1.10 MOMENTO DE UM BINRIO

    O sistema de foras mostrado na figura 1.15 um denominado binrio se

    estas foras so paralelas, de mesmo mdulo e com sentidos contrrios,

    21 FF (1.43)

    Calculando o momento deste binrio em relao a um ponto P qualquer obtemos

    2211P FrFrM (1.44)

    Figura 1.15 - Momento de um binrio.

    Sendo um binrio, FF1 e FF2 , podemos escrever

    r2

    P

    r F2

    F1

    r1

  • 16

    FrrFrFrM )( 2121P (1.45)

    ou

    FrMP (1.46)

    Conclumos ento que o momento do binrio no depende do ponto P tomado para

    o clculo dos momentos de cada uma de suas foras. Logo

    FrMB (1.47)

    O momento do binrio tem as seguintes caractersticas

    dB FM o mdulo do momento do binrio, onde

    d a distncia entre as retas suportes das foras do binrio.

    A direo do momento perpendicular ao plano que contm F1 e F2, com

    sentido dado pela regra da mo direita, ver figura 1.16.

    Figura 1.16 - Direo do vetor do momento de um binrio.

    1.11 SISTEMAS EQUIVALENTES - DEFINIO

    Seja um corpo rgido com vrias foras e binrios a ele aplicados. A fora

    resultante dada por

    n

    1i

    iR FF (1.48)

    e o momento resultante em relao a um ponto O dado por

    F2

    F1

    MB

  • 17

    m

    1j

    Bj

    n

    1i

    iiBRFRORO r MFMMM ,, (1.49)

    Figura 1.17 - Foras e binrios aplicados a um corpo rgido.

    Dois sistemas de foras e binrios so ditos equivalentes quando ambos tm

    a mesma fora resultante e o mesmo momento em relao a qualquer ponto. fcil

    observar que um sistema de foras e binrios possui infinitos sistemas

    equivalentes, embora todos tenham a mesma fora resultante. Assim o sistema

    mostrado na figura 1.17 tem como um de seus sistemas equivalentes aquele cuja

    resultante aplicada no ponto O seja igual FR dada na (1.48) e cujo binrio seja

    igual MRO dado por (1.49).

    O binrio aplicado a um corpo rgido um vetor livre, mas o momento

    resultante dado por (1.49) depende do ponto de referncia escolhido O.

    1.12 SISTEMAS EQUIVALENTES - UMA FORA APLICADA

    Vamos tomar um corpo com uma fora F aplicada no ponto P. Desejamos

    encontrar o sistema equivalente num ponto O, que est na linha de ao da fora.

    O que fazemos e acrescentar ao sistema inicial, duas foras cuja resultante nula.

    Seja este sistema agora formado por F, F1=F e F2= -F. Como podemos facilmente

    observar o sistema equivalente resultar numa translao de F de P para O.

    MB1

    O

    F2

    F1

    Fn

    MBm

    MB2

    r1

    r2 rn

  • 18

    Figura 1.18 - Sistema equivalente em O a uma fora - O na reta de ao da fora.

    Figura 1.19 - Sistema equivalente em O a uma fora - O qualquer.

    Vamos encontrar o sistema equivalente num ponto O, que est em qualquer

    posio. O que fazemos acrescentar novamente ao sistema inicial, duas foras

    cuja resultante nula. Seja este sistema agora formado por F, F1=F e F2= -F.

    Como podemos facilmente observar o sistema equivalente resultar numa

    translao de F de P para O e um momento do binrio formado por F e F2 = -F.

    Observe que este o binrio do sistema equivalente em O. Para qualquer outro

    ponto temos outro binrio, uma vez que o vetor posio r ser diferente.

    O

    F1= F

    F

    P

    F2= -F

    O

    F

    F

    P

    F2= -F

    O

    F1= F

    F

    P

    F2= -F

    O

    F1= F

    F

    P

    F2= -F

    MFO = r F

    r

  • 19

    1.13 SISTEMAS EQUIVALENTES - VRIAS FORAS E BINRIOS APLICADOS

    Seguindo o procedimento da figura 1.19, o sistema equivalente em O ao

    sistema formado pelo conjunto de n foras e m binrios mostrado na figura 1.20,

    obtido usando o procedimento mostrado acima para cada uma das n foras. O

    resultado final corresponde a um sistema equivalente com uma fora igual a ( 1.48)

    aplicada em O e um binrio igual a (1.49), ou seja:

    n

    1i

    iE FF e m

    1i

    Bi

    n

    1i

    iiEO r MFM (1.50)

    Figura 1.20 - Sistema equivalente em O.

    1.14 REDUO DE SISTEMAS EQUIVALENTES

    FORA E BINRIO PERPENDICULARES

    Vamos analisar uma situao onde o sistema equivalente dado por (1.50)

    tal que os vetores de fora FE e do momento do binrio ME so perpendiculares

    entre si. Neste caso possvel sempre encontrar outro sistema equivalente num

    ponto G cujo binrio MEG nulo e, portanto, um sistema equivalente com uma

    fora igual resultante FE aplicada no ponto G. H uma exceo bvia, quando a

    fora resultante FE nula. Neste caso no existe tal ponto G e o sistema original

    se reduz a um sistema equivalente a um binrio, ou seja, se reduz a duas foras.

    MB1

    O

    F2

    F1

    Fn

    MBm

    MB2

    r1

    r2 rn

    O

    FE

    MEO

  • 20

    Figura 1.21 - Sistema equivalente com uma fora em G.

    Neste caso o ponto G deve ser obtido de tal maneira que

    0EEOEG FrMM (1.51)

    ou seja

    0EGOEO FrM (1.52)

    Para os sistemas planos de foras, a condio de perpendicularidade entre a

    fora FE e o momento do binrio ME sempre observada, desde que FE no seja

    nula. Quando a fora resultante nula o sistema plano se reduz a um binrio, ou

    seja, a um par de foras de mesma intensidade, direes paralelas e sentidos

    contrrios.

    Observemos que para um sistema de n foras, no qual todas as foras so

    concorrentes num nico ponto P, o sistema equivalente neste ponto reduzido a

    uma nica fora, igual resultante de todas as foras aplicadas.

    1.15 REDUO DE SISTEMAS EQUIVALENTES

    FORA E BINRIO NO PERPENDICULARES

    Para um sistema qualquer de foras e binrios como o mostrado na figura

    1.21 podemos encontrar um sistema equivalente em O, conforme ali mostrado. Se

    tomarmos agora as projees do momento equivalente MEO nas direes paralela e

    perpendicular fora FE, MEO1 e MEO2 respectivamente, obtemos o sistema

    equivalente mostrado na figura 1.22.

    O

    FE

    MEO

    FE

    G

    -FE

    rGO O

    FE

    MEO

    G

  • 21

    Figura 1.22 - Sistema equivalente em O - componentes de MEO.

    Podemos agora obter outro sistema equivalente num ponto G para a fora FE e o

    componente MOE2 do binrio, perpendiculares entre si, aplicando a (1.52).

    Portanto, o sistema resultante num determinado ponto G, tal que

    0EGO2EO FrM (1.53)

    equivalente a uma fora igual a FE e um momento do binrio MEOa , paralelos

    entre si, ver figura 1.23. Neste caso usual se dizer que o sistema foi reduzido a

    uma fora e um torsor, nomenclatura inadequada, pois pode -se confundir com o

    esforo interno denominado momento torsor, que ser visto em captulo posterior.

    Figura 1.23 - Sistema equivalente em G - fora e torsor.

    O G

    FE

    MEOa

    O

    FE

    MEO

    G O

    FE

    MEO

    G

    MEO2

    MEO1

  • 22

    1.16 SISTEMAS EQUIVALENTES CARGAS DISTRIBUDAS

    At aqui as foras foram consideradas uma grandeza vetorial de ao

    pontual, isto , aplicadas num determinado ponto do corpo rgido. De fato, estas

    foras so modelos matemticos das foras reais, que atuam de forma distribuda

    ao longo de uma superfcie ou que correspondem ao de campos que atuam

    sobre o volume todo de um corpo. Vamos considerar aqui as distribuies de carga

    sobre superfcies.

    A ao de ventos, escoamentos de fludos ou mesmo peso de materiais

    suportados por superfcies so modeladas atravs da grandeza presso p, que tem

    unidades de fora sobre rea, por exemplo, N/m2 ou lb/ft

    2. Em muitas aplicaes

    de elementos estruturais lineares, com espessura constante e, esta grandeza

    substituda pela grandeza fora distribuda w, que corresponde a

    epw (1.54)

    cujas unidades so, por exemplo, N/m ou lb/ft.

    Seja uma fora distribuda w(x), conforme mostra a figura 1.24.

    Figura 1.24 - Carga distribuda w(x) e concentrada dF = w(x)dx.

    Pelo que foi visto sobre sistemas equivalentes, a fora equivalente a este sistema

    de fora distribuda a resultante da fora distribuda w(x). Esta resultante dada

    pela soma de todas as foras paralelas elementares dF aplicadas ao longo de x. O

    resultado desta soma igual a:

    L

    0E dxxwF )( (1.55)

    O

    dF = w(x)dx

    x

    x dx

    y

    O

    w(x) = p(x) e

    x

    x dx

    y L

  • 23

    Para se encontrar o sistema equivalente num ponto qualquer, por exemplo

    no ponto O, alm da fora resultante precisamos aplicar a condio de momento

    equivalente. Calculando o momento da fora dF em relao O, obtemos

    dxxwxdFxdM )( (1.56)

    Portanto, o momento equivalente em O igual soma de todos os momentos

    elementares dM , cujo resultado

    L

    0EO dxxwxM )( (1.57)

    Figura 1.25 - Fora w(x) e sistema equivalente em O.

    Assim, o sistema equivalente no ponto O aquele mostrado na figura 1.25. Como

    FE e MEO so perpendiculares entre si, podemos tambm encontrar a posio C de

    outro sistema equivalente na qual o momento equivalente nulo. Neste caso a

    fora equivalente FE se localizar numa posio tal que, ver figura 1.26,

    0xFMM CEEOE (1.58)

    ou

    E

    EOC

    F

    Mx (1.59)

    Figura 1.26 - Sistemas equivalentes em O e no centro C da distribuio.

    O

    FE

    xC

    C

    O

    FE

    MEO

    w(x)

    O

    FE

    MEO