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ESTATÍSTICA CRIMINAL, CIFRA NEGRA E PROGNÓSTICO CRIMINAL 4º CAPÍTULO Livro Nestor Sampaio P. Filho

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ESTATÍSTICA CRIMINAL, CIFRA

NEGRA E PROGNÓSTICO CRIMINAL4º CAPÍTULO Livro Nestor Sampaio P. Filho

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ESTATÍSTICA CRIMINAL

Depois do século XIX, as ciências

criminais alcançaram projeção. Logo,

houve a preocupação com o estudo do

fenômeno da criminalidade, levando em

consideração suas causas.

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O expoente Lambert Adolphe Jacques QUÉTELET.

(1796-1874). Matemático, Astrônomo e Cientista

social, nasceu na Bélgica e morou em Paris

trabalhou para o governo, pesquisou estatística de

mortalidade e criminalidade. Ele teve destaque no

estudo da criminalidade, autor da Escola

Cartográfica, uma ponte entre clássicos e

positivistas. Alertou para a questão dos crimes não

comunicados ao Poder Público – Cifra Negra.

Escola Cartográfica - Delito é um fenômeno coletivo e fato social –

regular e normal – e regido por leis naturais, como qualquer outro

acontecimento, e que deve ser submetido a uma análise quantitativa. Cada

sociedade tem uma taxa de criminalidade anual tão inexorável como a taxa

de nascimentos e falecimentos.

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- QUETELET é seu principal autor (1796-

1874). Enuncia os postulados das relações

constantes entre a criminalidade real,

aparente e legal (existe uma relação

invariável entre os delitos conhecidos e

julgados e os delitos desconhecidos

daqueles que são cometidos).

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Sustentam que por intermédio das

estatísticas criminais, pode-se

conhecer o liame (ligação) causal entre

os fatores de criminalidade e os ilícitos

criminais praticados.

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As estatísticas servem para fundamentar a

política criminal e a doutrina de segurança

publica quanto á prevenção e á repressão

criminal.

A correta delimitação da quantidade de crimes

cometidos é fator importante para a adequada

elaboração das normas penais.

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Ter cuidado ao analisar as estatísticas criminais oficiais,

na medida em que há uma quantia significativa de delitos

não comunicados ao Poder Público, quer por inércia ou

desinteresse das vítimas, que por outras causas, dentre

as quais os erros de coleta e a manipulação de dados

pelo Estado. Em outros termos, sabe-se que nem todo

delito praticado é tipificado ou investigado pela polícia

judiciária, ou mesmo, denunciado, julgado e o seu autor

condenado

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Concorrem para altas cifras negras a

corrupção policial, o descrédito nas

instituições, as pressões e chantagens

psicológicas e, no caso dos crimes sexuais,

o constrangimento e a vergonha que as

vítimas sentem ante a polícia e a imprensa.

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CRIMINALIDADE REAL

É quantidade efetiva de crimes

perpetrados pelos criminosos.

Totalidade de delitos realmente

cometidos

CRIMINALIDADE REVELADA

É o percentual que chega ao

conhecimento do Estado. Quantidade

que chegou ao conhecimento do

Estado

CIFRA NEGRA

A porcentagem não comunicada ou

elucidada.

CONCEITOS

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Em termos criminais é preciso:

Detecção do crime + notificação + registro em

boletim de ocorrência.

Para o autor antes de observar os crimes

misteriosos ou ainda o comportamento omisso das

vítimas que não denunciam os crimes sofridos, é

importante analisar a forma como são coletadas as

estatísticas criminais.

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A atividade de segurança pública no Brasil foi delegada aos Estados

(CF), exceto os órgãos federais.

Cada ente federativo tem competência para organizar suas polícias

(civil e militar) .

Por força do art 23 do Código de Processo Penal, a autoridade policial,

ao relatar o inquérito policial e encaminhá-lo a juízo, deverá oficiar ao

Instituto de Estatística para informar os dados do delito e do

delinquente.

Cada Estado tem um órgão central de coleta e apresentação das

estatísticas oficiais de crime, para receber os dados provenientes da

polícia, que os compila de duas maneiras: ou por ação direta ou pelo

relato de vítimas e/ou testemunhas.

Desta forma, as informações podem estar contaminadas por alguns

equívocos.

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Manipulação das estatísticas de criminalidade com propósitos

políticos.

Registros errôneos por falha da polícia.

Manipulação às avessas, isto é, reduz-se o índice de

criminalidade por meio do aumento de casos esclarecidos e da

diminuição de casos registrados oficialmente.

Número delitos não comunicados pelas vítimas ás autoridades

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A vítima entende que é inútil procurar a polícia, pois o bem

violado é mínimo;

A vítima omite o ato criminoso por vergonha ou medo;

A vítima é coagida pelo criminoso;

A vítima é parente do criminoso;

A vítima não acredita no aparato policial nem no sistema

judicial etc.

NESTE CONTEXTO IMPERA AQUILO QUE SE DENOMINA CIFRA

NEGRA – Nº DE DELITOS QUE POR ALGUMA RAZÃO NÃO SÃO

LEVADOS AO CONHECIMENTO DAS AUTORIDADES – CONTRIBUI

PARA UMA ESTATÍSTICA DIVORCIADA DA REALIDADE

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Subtipo da cifra negra.

Em se tratando especificamente da criminalidade das classes

privilegiadas, surge a CIFRA DOURADA. Infrações penais

praticadas pela elite, não reveladas ou apuradas.

Trata-se dos crimes denominados de "COLARINHO BRANCO",

tais como as infrações contra o meio ambiente, contra a ordem

tributária, sistema financeiro (falências fraudulentas, lavagem

dinheiro), crimes eleitorais entre outros, que se contrapõem

aos considerados "crimes de rua" (furto, roubo, etc)

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Na doutrina criminológica, tratando da criminalidade

das classes privilegiadas, faz-se referência à

chamada "cifra dourada" que "representa a

criminalidade de "colarinho branco", definida como

práticas antissociais impunes do poder político e

econômico (a nível nacional e internacional), em

prejuízo da coletividade e dos cidadãos e em

proveito das oligarquias econômico – financeiras” Eduardo

Luiz Santos Cabette

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Os chamados "crimes de colarinho branco" representam uma parcela ínfima nas estatísticas criminais, que se apegam aos registros policiais ou processuais, retratando, na verdade, o efeito diferencial da "criminalização secundária" sobre as condutas ilegais, de acordo com a sua afinidade com determinados seguimentos sociais. Eduardo

Luiz Santos Cabette

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A crítica da "Nova Criminologia" tem, portanto, um grande mérito, qual

seja: chamar a atenção para a desigualdade prática do sistema penal,

bem como para a importância de uma maior preocupação com a

repressão de condutas agrupadas pela denominação de "crimes de

colarinho branco".

Invariavelmente subestimadas nos dados estatísticos, relegadas a um

segundo plano nas atuações dos órgãos governamentais de Segurança

Pública e da Justiça e Ministério Público, seja por questões sócio -

estruturais, seja pelo despreparo desses órgãos ou mesmo pela sua

menor visibilidade e influência no sentimento de insegurança inerente

ao senso comum.

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São essas condutas altamente prejudiciais,

muitas vezes responsáveis inclusive pela

perda de vidas humanas ou sua degradação

sistemática, que acabam alimentando,

produzindo e reproduzindo a criminalidade

individual que permanece visível e de muito

maior apelação emocional ao senso comum.

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1- A investigação em face de autores de crime (autodenúncia).

O que é: interrogatório de pessoas em geral acerca dos fatos criminosos cometidos, resultando deles ou não o processo penal.

As falhas existentes levam em conta a amostragem populacional e o grau de sinceridade dos interrogados, variando de acordo com o grau de escolaridade e cidadania do povo.

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2. Investigação em face de vítimas. Traz uma vertente diferenciada, pois

são interrogadas pessoas em geral que tenham suportado algum tipo de crime. Deve também procurar as causas da não comunicação dos implicados.

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3. Investigação em face de informantes criminais.

Tem a vantagem de apresentar uma amostra de terceiras pessoas de forma muito desinibida e confiável. Porém, da mesma maneira que a autodenúncia, muitos informantes são criminosos que vivem da delação alheia, alimentados pela mecânica do sistema, de sorte que esse método pode muitas vezes significar um exercício de revanchismo/cumplicidade.

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4. Sistema de variáveis heterogêneas. Impõe três níveis informal: 1.análise da cifra negra dos delitos leves;2.A tendência à auto composição das

vítimas nos delitos leves;3.A variação dos métodos de análise de

país para país.

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5. Técnica do segmento operativo destinado aos agentes de controle formal (polícia e tribunais).

Polícia e tribunais mudam o foco e direcionam seus estudos no sentido de pesquisar as causas reais de vulnerabilidade e de disfunções do Sistema Criminal.

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É probabilidade de o criminoso reincidir

em razão de certos dados estatísticos

coletados, porém nunca haverá

certeza, porque não se conhece a

natureza do autor e não é possível

saber seus atos futuros.

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Pode ser clínico e estatísticos. CLÍNICO existe um trabalho

interdisciplinar, momento em que resulta diagnóstico criminológico, e não existe prognóstico de reincidência neste resultado.

O diagnóstico possui bases na história passada e o prognóstico possui luzes no futuro, por isso não se sustenta.

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Os fatores psicoevolutivos que levam em conta a história de desenvolvimento infantil, familiar, escolar, profissional, doenças e relacionamentos interpessoal e intrapessoal

Os fatores jurídico-penais estuda a vida delitiva.

Os fatores ressocializantes – diz respeito ao aproveitamento das medidas. Fator muito evidente sua precarização por conta penitenciárias degradantes e ausência de direitos mínimos