Estatutos da OTOC

Embed Size (px)

Citation preview

ESTATUTO DA CMARA DOS TCNICOS OFICIAIS DE CONTAS Anexo ao Decreto-Lei n 452/99 de 5 de Novembro Captulo I - Disposies gerais Captulo II - Exerccios de funes Captulo III - Membros Captulo IV - Organizao Seco I - Disposies gerais Seco II - Assembleia Geral Seco III - Direco Seco IV - Conselho Fiscal Seco V - Comisso de Inscrio Seco VI - Conselho Disciplinar Seco VII - Conselho Tcnico Captulo V - Eleies e referendos Seco I - Eleies Seco II - Referendos Captulo VI - Direitos e deveres Captulo VII - Disciplina

CAPTULO I Disposies gerais Artigo 1. Denominao e natureza A Cmara dos Tcnicos Oficiais de Contas, adiante designada por Cmara, a associao pblica a quem compete representar, mediante inscrio obrigatria, os interesses profissionais dos tcnicos oficiais de contas e superintender em todos os aspectos relacionados com o exerccio das suas funes. Artigo 2. Sede e seces regionais 1 - A Cmara tem a sede em Lisboa. 2 - Por deliberao da assembleia geral, mediante proposta da direco, podem ser criadas seces regionais, s quais incumbiro as funes definidas no regulamento a elaborar para o efeito pela direco. Artigo 3. Atribuies

1 - So atribuies da Cmara: a) Admitir a inscrio dos tcnicos oficiais de contas, bem como conceder a respectiva cdula profissional; b) Defender a dignidade e prestgio da profisso, promover o respeito pelos princpios ticos e deontolgicos e defender os interesses, direitos e prerrogativas dos seus membros; c) Promover e contribuir para o aperfeioamento e a formao profissional dos seus membros, designadamente atravs da organizao de cursos e colquios; d) Definir normas e esquemas tcnicos de actuao profissional, tendo em considerao as orientaes emanadas da Comisso de Normalizao Contabilstica e de outros organismos internacionais; e) Representar os tcnicos oficiais de contas perante quaisquer entidades pblicas ou privadas; f) Organizar e manter actualizado o cadastro dos tcnicos oficias de contas; g) Certificar, sempre que lhe for solicitado, que os tcnicos oficiais de contas se encontram no pleno exerccio da sua capacidade funcional nos termos deste Estatuto; h) Organizar e regulamentar os estgios profissionais; i) Promover e regulamentar os exames dos candidatos a tcnicos oficiais de contas; j) Promover a publicao de um boletim ou revista, com objectivos de prestar informao actualizada nas reas tcnica, cientfica e cultural; l) Colaborar com quaisquer entidades, nacionais ou estrangeiras, no fomento e realizao de estudos, investigao e trabalhos que visem o aperfeioamento de assuntos de natureza contabilstica e fiscal; m) Propor s entidades legalmente competentes medidas relativas defesa da funo dos tcnicos oficiais de contas e dos seus interesses profissionais e morais e pronunciar-se sobre legislao relativa aos mesmos; n) Exercer jurisdio disciplinar sobre os tcnicos oficiais de contas; o) Estabelecer princpios e normas de tica e deontologia profissional; p) Definir, para efeitos do disposto no n. 1 do artigo 6., aps prvia consulta Direco-Geral dos Impostos, os meios de prova da qualidade de tcnico oficial de contas; q) Exercer as demais funes que lhe so atribudas pelo presente diploma e outras disposies legais. 2 - A Cmara pode intervir, como assistente, nos processos judiciais em que seja parte um dos seus membros e em que estejam em causa questes relacionadas com o exerccio da profisso. 3 - A Cmara pode filiar-se em organismos internacionais da rea da sua especialidade e fazer-se representar ou participar em congressos, reunies e outras manifestaes de carcter tcnico ou cientfico. 4 - A Cmara pode, no e para o exerccio das suas atribuies, solicitar a colaborao que se revelar adequada Direco-Geral dos Impostos. Artigo 4. Receitas Constituem receitas da Cmara: a) O produto das jias, quotas e multas; b) Os donativos, doaes e legados; c) Quaisquer outras receitas eventuais. CAPTULO II Exerccio das funes

Artigo 5. Ttulo profissional e exerccio da profisso Designam-se por tcnicos oficiais de contas os profissionais inscritos, nos termos deste Estatuto, na Cmara, sendo-lhes atribudo em exclusividade o uso desse ttulo profissional, bem como o exerccio das respectivas funes. Artigo 6. Funes 1 - So atribudas aos tcnicos oficiais de contas as seguintes funes: a) Planificar, organizar e coordenar a execuo da contabilidade das entidades sujeitas aos impostos sobre o rendimento que possuam ou devam possuir contabilidade regularmente organizada, segundo os planos de contas oficialmente aplicveis, respeitando as normas legais e os princpios contabilsticos vigentes, bem como das demais entidades obrigadas, mediante portaria do Ministro das Finanas, a dispor de tcnicos oficiais de contas; b) Assumir a responsabilidade pela regularidade tcnica, nas reas contabilstica e fiscal, das entidades referidas na alnea anterior; c) Assinar, conjuntamente com o representante legal das entidades referidas na alnea a), as respectivas declaraes fiscais, as demonstraes financeiras e seus anexos, fazendo prova da sua qualidade, nos termos e condies definidos pela Cmara, sem prejuzo da competncia e das responsabilidades cometidas pela lei comercial e fiscal aos respectivos rgos. 2 - Compete ainda aos tcnicos oficiais de contas o exerccio de: a) Funes de consultadoria, nas reas da respectiva formao; b) Quaisquer outras funes definidas por lei, adequadas ao exerccio das respectivas funes, designadamente as de perito nomeado pelos tribunais ou outras entidades pblicas ou privadas.

Artigo 7. Modos de exerccio da actividade 1 - Os tcnicos oficiais de contas podem exercer a sua actividade: a) Por conta prpria, como profissionais independentes ou empresrios em nome individual; b) Como scios, administradores ou gerentes de uma sociedade de profissionais; c) Como funcionrios pblicos, desde que exeram a profisso de tcnico oficial de contas na Administrao Pblica ou contratados pela administrao central, regional ou local; d) No mbito da prestao de um contrato de trabalho individual celebrado com outro tcnico oficial de contas, outros profissionais, uma pessoa colectiva ou um empresrio em nome individual. 2 - Os tcnicos oficiais de contas que exeram as respectivas funes em empresas de prestao de servios ou em sociedades de profissionais devem assumir, pessoal e directamente, as correspondentes responsabilidades. Artigo 8. Limites da actividade

1 - Os tcnicos oficiais de contas que exeram as respectivas funes a ttulo principal s podero prestlas a um nmero de entidades cuja pontuao acumulada, nos termos do artigo seguinte, no seja superior a 22 pontos. 2 - Caso os tcnicos oficiais de contas referidos no nmero anterior comprovem que exercem as respectivas funes integrados em empresas de prestao de servios ou sociedades de profissionais, o limite referido no nmero anterior de 30 pontos. 3 - A pontuao referida nos nmeros anteriores reduzida a metade caso os tcnicos oficiais de contas no exeram a ttulo principal as respectivas funes. 4 - Os limites previstos nos nmeros anteriores s podero ser ultrapassados e mantidos quando o excesso de pontos resulte, exclusivamente, do aumento do volume de negcios das entidades a quem o tcnico oficial de contas, no exerccio anterior, j vinha prestando os seus servios. 5 - Aps a implantao dos sistemas de verificao de qualidade, os limites de actividade sero fixados tendo em considerao a capacidade de trabalho, o quadro de pessoal adstrito ao tcnico oficial de contas e a qualidade de trabalho certificada pela Cmara. Artigo 9. Pontuao 1 - Para efeitos do limite fixado no artigo anterior, as entidades referidas na alnea a) do n. 1 do artigo 6. so pontuadas com referncia ao total do seu volume de negcios (PL = milhares de euros), de acordo com a tabela seguinte: (ver tabela no documento original). 2 - O volume de negcios referido no nmero anterior sempre o correspondente ao do ltimo exerccio encerrado. 3 - Tratando-se de entidades em incio de actividade, o volume de negcios referido no n. 1 comea por ser estimado com base em previso a fornecer pela entidade, sendo posteriormente confirmado ou alterado para o valor correspondente ao do segundo exerccio imediatamente seguinte. 4 - As empresas inactivas ou cuja actividade esteja temporariamente suspensa no so consideradas para efeitos de pontuao. 5 - Sempre que sejam ultrapassados, por alterao da pontuao ou qualquer outra causa, os limites referidos neste artigo, verifica-se uma incompatibilidade superveniente, que deve ser sanada no prazo de um ano. Artigo 10. Identificao dos tcnicos oficiais de contas 1 - As entidades referidas na alnea a) do n. 1 do artigo 6. devem, at 31 de Agosto de cada ano, identificar perante a Cmara o seu tcnico oficial de contas, atravs de documento igualmente assinado por este, indicando ainda o volume de negcios, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo anterior. 2 - O incio ou a cessao de funes do tcnico oficial de contas deve ser comunicado Cmara, por ambas as partes, no prazo de 30 dias aps a respectiva ocorrncia.

CAPTULO III Membros Artigo 11. Categorias 1 - A Cmara tem membros efectivos, estagirios e honorrios. 2 - Tem a categoria de membro efectivo o tcnico oficial de contas a quem tenha sido deferido o pedido de inscrio como tal, nos termos regulamentados pela Cmara. 3 - Tem a qualidade de membro estagirio o tcnico oficial de contas que se encontra a frequentar estgio profissional, tendo-lhe sido deferido o pedido de inscrio como tal. 4 - Tem a qualidade de membro honorrio a pessoa singular ou colectiva que seja como tal distinguida pela Cmara, em virtude de elevado mrito e de relevantes contributos no mbito das respectivas atribuies. Artigo 12. Membros estagirios O estatuto de membro estagirio rege-se pelo disposto no regulamento de estgio. Artigo 13. Aquisio e perda da qualidade de membro honorrio A qualidade de membro honorrio adquire-se por deliberao da assembleia geral, sob proposta da direco, obedecendo a perda dessa qualidade ao mesmo formalismo. Artigo 14. Direitos dos membros honorrios So direitos dos membros honorrios: a) Participar e beneficiar da actividade social, cultural, tcnica e cientfica da Cmara; b) Informar-se das actividades da Cmara; c) Assistir e intervir, sem direito de voto, nas assembleias gerais. Artigo 15. Condies de inscrio 1 - So condies gerais de inscrio como tcnico oficial de contas: a) Ter nacionalidade portuguesa ou de qualquer dos Estados membros da Unio Europeia; b) Ter idoneidade para o exerccio da profisso; c) No estar inibido ou interdito para o exerccio da profisso; d) No ter sido condenado pela prtica de crime doloso, designadamente de natureza fiscal, econmica ou financeira, salvo se concedida a reabilitao, nem ter sido declarado interdito ou inabilitado; e) Possuir as habilitaes exigidas no presente Estatuto; f) Obter aprovao em exame profissional, se dele no dispensado, a organizar e realizar no mnimo anualmente,

nos termos regulamentados pela Cmara. 2 - A inscrio como membro efectivo implica a frequncia, com aproveitamento, de estgio profissional ou curricular, nos termos regulamentados pela Cmara. 3 - admitida a inscrio aos cidados no pertencentes Unio Europeia que estejam domiciliados em Portugal e que satisfaam as restantes condies exigidas no nmero anterior, desde que haja tratamento recproco por parte do seu pas de origem e que faam prova de conhecimentos de lngua portuguesa. 4 - Aos candidatos mencionados no nmero anterior pode ser exigida a realizao de exame e ou de estgio, nos termos regulamentados pela Cmara. Artigo 16. Habilitaes acadmicas 1 - Os candidatos a tcnico oficial de contas devem possuir, como habilitaes acadmicas, licenciatura, bacharelato ou curso superior equivalente, com durao mnima de trs anos, ministrados por estabelecimento de ensino superior pblico, particular ou cooperativo, criados nos termos da lei e reconhecidos pela Cmara como adequados para o exerccio da profisso. 2 - Os candidatos referidos no nmero anterior devem fazer prova da frequncia, com aproveitamento, de cadeiras ou cursos de contabilidade geral, analtica e fiscalidade portuguesa ministrados por estabelecimentos de ensino superior e reconhecidos pela Cmara. 3 - O reconhecimento referido no n. 1 deve basear-se em critrios objectivos fundamentados nos currculos, na carga horria, nos meios de ensino e nos mtodos de avaliao.

Artigo 17. Pedido de inscrio 1 - O pedido de inscrio como tcnico oficial de contas dirigido ao presidente da comisso de inscrio e deve ser acompanhado dos seguintes documentos: a) Fotocpia autenticada do bilhete de identidade; b) Fotocpia do carto de contribuinte; c) Certificado do registo criminal; d) Documentos comprovativos das habilitaes acadmicas. 2 - Ao tcnico oficial de contas inscrito nos termos do presente Estatuto emitida a respectiva cdula profissional. Artigo 18. Lista dos tcnicos oficiais de contas 1 - A Cmara publica, trienalmente, durante o ms de Maro, na 3. srie do Dirio da Repblica, a relao nominal, por ordem alfabtica, com indicao do nmero de membro, dos tcnicos oficiais de contas inscritos at 31 de Dezembro do ltimo ano do trinio que estejam no pleno gozo dos seus direitos.

2 - Nos meses de Maro e Outubro de cada ano, a Cmara publica, nos mesmos termos, um aditamento lista referida no nmero anterior, do qual constaro os tcnicos oficiais de contas cuja inscrio tenha sido concretizada, suspensa, cancelada ou regularizada durante o semestre imediatamente anterior. Artigo 19. Suspenso ou cancelamento voluntrio da inscrio 1 - Os tcnicos oficiais de contas podem requerer ao presidente da comisso de inscrio a suspenso ou o cancelamento voluntrio da sua inscrio. 2 - Os tcnicos oficiais de contas cuja inscrio tenha sido cancelada nos termos do nmero anterior deixam de poder invocar o ttulo profissional e de exercer as correspondentes funes, devendo devolver Cmara a respectiva cdula e outros documentos identificativos, cessando todos os seus direitos e deveres perante esta. 3 - suspenso referida no n. 1 igualmente aplicado o disposto no nmero anterior, sendo devido o pagamento da quota estabelecida, que reduzida a metade. Artigo 20. Suspenso ou cancelamento oficioso da inscrio 1 - Sempre que o tcnico oficial de contas seja impedido de exercer a sua profisso, por deciso judicial transitada em julgado, a Cmara, aps o seu conhecimento, considerar oficiosamente suspensa a respectiva inscrio, pelo perodo do impedimento. 2 - A Cmara cancela oficiosamente a inscrio dos tcnicos oficiais de contas quando tiver conhecimento do seu falecimento. 3 - suspenso referida no n. 1 aplicvel o disposto no n. 2 do artigo anterior. Artigo 21. Suspenso ou cancelamento compulsivo da inscrio 1 - A Cmara suspender compulsivamente a inscrio dos tcnicos oficiais de contas a quem for aplicada a pena de suspenso. 2 - A Cmara cancelar compulsivamente a inscrio dos tcnicos oficiais de contas sempre que, relativamente a estes: a) Se verifique algum dos impedimentos previstos no n. 1 do artigo 15.; b) Seja aplicada pena de expulso. 3 - suspenso e cancelamento referidos nos n.os 1 e 2 aplicvel o disposto no n. 2 do artigo 19.. Artigo 22. Reinscrio aps suspenso ou cancelamento voluntrio 1 - Os tcnicos oficiais de contas cuja inscrio tenha sido suspensa ou cancelada podem a todo o tempo requerer ao presidente da comisso de inscrio a sua reinscrio. 2 - Tratando-se de um pedido de reinscrio aps suspenso voluntria, a comisso de inscrio pode exigir

que o interessado se submeta a exame, sempre que a suspenso se tenha prolongado por um perodo superior a dois anos. 3 - O tcnico oficial de contas que solicite a respectiva reinscrio aps cancelamento voluntrio deve respeitar os requisitos de inscrio exigidos data do seu requerimento. Artigo 23. Reinscrio aps suspenso ou cancelamento oficioso ou compulsivo 1 - Os tcnicos oficiais de contas retomam automaticamente a plenitude dos seus direitos e deveres aps terminado o perodo da suspenso oficiosa ou compulsiva. 2 - Os tcnicos oficiais de contas cuja inscrio tenha sido cancelada compulsivamente devido verificao de algum dos impedimentos referidos no n. 1 do artigo 15. podem requerer ao presidente da comisso de inscrio a sua reinscrio logo que se verifique a cessao do impedimento. 3 - Os tcnicos oficiais de contas cuja inscrio tenha sido cancelada compulsivamente na sequncia da aplicao da pena de expulso podem requerer ao presidente da comisso de inscrio a sua reinscrio, decorridos cinco anos aps a aplicao da pena e, em caso de indeferimento, de trs em trs anos. 4 - Nos casos de reinscrio previstos nos nmeros anteriores, os candidatos tero de respeitar o disposto no n. 2 do artigo anterior. CAPTULO IV Organizao

SECO I Disposies gerais Artigo 24. rgos da Cmara 1 - A Cmara realiza os seus fins e atribuies atravs dos seguintes rgos: a) Assembleia geral; b) Direco; c) Conselho fiscal; d) Comisso de inscrio; e) Conselho disciplinar; f) Conselho tcnico. 2 - As deliberaes dos rgos da Cmara podem ser objecto de impugnao contenciosa, nos termos da lei, nos tribunais administrativos. Artigo 25. Durao e remunerao dos mandatos

1 - A durao do mandato dos titulares dos rgos da Cmara de trs anos. 2 - Nenhum membro poder ser simultaneamente eleito para mais de um cargo nos rgos da Cmara. 3 - O exerccio de qualquer mandato sempre remunerado, nos termos a definir pela direco. Artigo 26. Extino do mandato So causas de extino do mandato dos titulares dos rgos da Cmara: a) A perda temporria ou definitiva da qualidade de membro da Cmara; b) A falta, sem motivo justificado, a trs reunies seguidas ou seis interpoladas; c) O pedido de demisso, por motivo de fora maior e devidamente fundamentado, uma vez aceite e logo que tenha sido empossado o sucessor; d) A deciso proferida em processo disciplinar que determina a aplicao de pena de suspenso ou de expulso, uma vez tornada definitiva. SECO II Assembleia geral Artigo 27. Constituio 1 - A assembleia geral constituda por todos os membros da Cmara que estejam no pleno gozo dos seus direitos. 2 - Os membros da Cmara podem fazer-se representar na assembleia geral por outro membro que no poder representar mais de um membro. 3 - Para efeitos do disposto no nmero anterior, suficiente, como instrumento de representao voluntria, uma carta dirigida ao presidente da mesa, assinada pelo representado, sendo a sua qualidade certificada atravs dos meios em uso na Cmara. 4 - As cartas a que se refere o nmero anterior devem ficar arquivadas na Cmara durante cinco anos. 5 - Nas assembleias eleitorais no permitida a representao voluntria. Artigo 28. Lista de presenas 1 - O presidente da mesa da assembleia geral deve mandar organizar a lista dos membros da Cmara que estejam presentes ou representados no incio da reunio. 2 - A lista de presenas deve indicar o nome e o domiclio de cada um dos membros presentes e o nome e o domiclio de cada um dos membros representados, bem como dos seus representantes. 3 - A lista de presenas deve ser rubricada, no lugar respectivo, pelos membros presentes e pelos representantes dos membros ausentes.

Artigo 29. Mesa da assembleia geral 1 - A mesa da assembleia geral composta por um presidente, um vice-presidente, dois secretrios efectivos e dois secretrios suplentes, eleitos em assembleia geral. 2 - Incumbe ao presidente da mesa: a) Convocar as reunies e dirigir os trabalhos; b) Assinar as actas; c) Dar posse aos membros eleitos para os rgos da Cmara; d) Despachar e assinar o expediente que diga respeito mesa. 3 - No impedimento do presidente da mesa, desempenhar as respectivas funes o vice-presidente. 4 - Compete aos secretrios desempenhar as funes que lhes forem atribudas pelo presidente da mesa. 5 - Nas assembleias eleitorais o presidente da mesa ser coadjuvado pelos restantes elementos, competindolhes elaborar e submeter aprovao da assembleia geral o regulamento eleitoral, bem como todos os poderes inerentes s eleies. Artigo 30. Assembleias ordinrias e extraordinrias 1 - A assembleia geral rene em sesso ordinria: a) No decurso do 1. trimestre de cada ano, para discusso e votao do relatrio e contas da direco e do relatrio e parecer do conselho fiscal relativos ao ano civil anterior; b) Em Dezembro de cada ano, para discusso e aprovao do plano de actividades do oramento anual para o ano seguinte, elaborado pela direco; c) Trienalmente, no 2. semestre, funcionando como assembleia eleitoral, para a eleio dos membros da mesa da assembleia geral, da direco, do conselho fiscal, da comisso de inscrio, do conselho disciplinar e do conselho tcnico. 2 - A assembleia geral rene extraordinariamente, por iniciativa do presidente da mesa ou sempre que tal lhe for solicitado pela direco, pelo conselho fiscal ou por um mnimo de 3% dos membros da Cmara no pleno gozo dos seus direitos, s podendo funcionar, neste ltimo caso, se estiverem presentes, pelo menos, trs quartos dos requerentes. Artigo 31. Convocao 1 - A assembleia geral deve ser convocada pelo presidente da mesa, por comunicao directa aos membros da Cmara e por anncios publicados em dois dos jornais dirios mais lidos, sendo sempre afixados avisos convocatrios na sede da Cmara. 2 - A convocao da assembleia geral ser feita com um mnimo de 15 dias de antecedncia e nela constar a indicao do local, dia e hora da assembleia, assim como a ordem dos trabalhos. 3 - Em caso excepcionais, devidamente justificados, a convocao da assembleia geral poder ser feita com um mnimo de oito dias de antecedncia.

Artigo 32. Qurum 1 - A assembleia geral pode deliberar, em primeira convocao, quando esteja presente ou representada a maioria dos membros. 2 - Em segunda convocao, a assembleia geral pode deliberar seja qual for o nmero de membros presentes ou representados. 3 - Na convocatria de uma assembleia geral pode ser logo fixada uma segunda convocao, para uma hora depois, caso a assembleia geral no possa reunir na primeira hora marcada por falta do nmero de membros exigido. Artigo 33. Deliberaes 1 - As deliberaes da assembleia geral sero tomadas por maioria de votos dos membros presentes e representados nos termos do presente Estatuto. 2 - A assembleia geral s pode deliberar sobre os assuntos constantes da respectiva ordem de trabalhos, sendo nulas as deliberaes sobre outros que no constem da respectiva convocatria e, bem assim, as que contrariem a lei, o presente Estatuto e os regulamentos internos da Cmara. SECO III Direco Artigo 34. Composio 1 - A direco constituda por um presidente, um vice-presidente, dois secretrios e um tesoureiro, eleitos em assembleia geral. 2 - data da eleio dos membros efectivos so igualmente eleitos dois suplentes. 3 - O presidente, em caso de falta ou impedimento, substitudo pelo vice-presidente. Artigo 35. Competncia 1 - Compete direco: a) Representar a Cmara, atravs do seu presidente, em juzo e fora dele; b) Superintender nos servios da Cmara; c) Elaborar, at 30 de Novembro de cada ano, o plano de actividades e o oramento para o ano civil seguinte; d) Arrecadar as receitas e autorizar as despesas da Cmara, nos termos do oramento aprovado em assembleia geral; e) Apresentar mensalmente ao conselho fiscal os balancetes sintticos e analticos do Razo; f) Apresentar anualmente assembleia geral o relatrio e as contas respeitantes ao ano civil anterior; g) Apreciar os recursos para ela interpostos nos termos do presente Estatuto;

h) Suspender a inscrio dos tcnicos oficiais de contas nos termos do disposto no n. 4 do artigo 66. do presente Estatuto, dando conhecimento da deciso comisso de inscrio; i) Executar as decises em matria disciplinar; j) Dar o seu laudo acerca de honorrios, quando solicitado pelas entidades pblicas ou judiciais; l) Participar s entidades competentes as penas de suspenso e de expulso impostas aos membros da Cmara; m) Deliberar sobre os regulamentos do exame e estgio profissionais previstos nas alnea f) do n. 1 e no n. 2 do artigo 15.; n) Elaborar o regulamento do funcionamento das seces regionais; o) Deliberar sobre a instituio e regulamentao de mecanismos de controlo de qualidade, apoiados basicamente num sistema de formao permanente obrigatria, a elaborar pelo conselho tcnico; p) Deliberar sobre os critrios de reconhecimento dos cursos que do acesso inscrio prevista no n. 1 do artigo 16.; q) Proceder ao reconhecimento e divulgao dos cursos que forem reconhecidos, para os efeitos do n. 1 do artigo 16., sob proposta da comisso de inscrio; r) Fixar, ouvidos os presidentes dos restantes rgos, a forma e quantitativos de remunerao dos rgos da Cmara; s) Sempre que a natureza dos assuntos e a sua especificidade o aconselhem, podem as competncias previstas na alnea a) do presente nmero, para assuntos especficos, serem delegadas no presidente de qualquer rgo, mediante deliberao da direco; t) Praticar todos os demais actos conducentes realizao dos fins da Cmara e tomar deliberaes em todas as matrias que no sejam da competncia exclusiva de outros rgos. 2 - Compete ainda direco, a ttulo supletivo, a execuo das funes atribudas aos rgos administrativos e consultivos, apenas nos casos em que as mesmas no sejam efectivamente exercidas por aqueles rgos. SECO IV Conselho fiscal Artigo 36. Composio 1 - O conselho fiscal constitudo por um presidente e dois vogais, eleitos em assembleia geral. 2 - data da eleio dos membros efectivos so igualmente eleitos dois suplentes. Artigo 37. Competncia Compete ao conselho fiscal: a) Fiscalizar o cumprimento do plano de actividades e oramento da Cmara; b) Examinar, sempre que o julgue conveniente, os documentos e os registos da contabilidade da Cmara; c) Emitir parecer sobre o relatrio e contas da direco e, de um modo geral, fiscalizar a sua actividade administrativa; d) Elaborar, sempre que o julgue conveniente, relatrios da sua actividade fiscalizadora, sendo obrigatoriamente elaborado um, anualmente, que ser apresentado assembleia geral de aprovao de contas; e) Emitir os pareceres que a direco lhe solicite.

SECO V Comisso de inscrio Artigo 38. Composio 1 - A comisso de inscrio constituda por um presidente e por quatro vogais, eleitos em assembleia geral. 2 - data da eleio dos membros efectivos so igualmente eleitos dois suplentes. Artigo 39. Competncia 1 - Compete comisso de inscrio: a) Verificar a regularidade das condies de inscrio dos candidatos a tcnicos oficiais de contas; b) Inscrever os requerentes que se encontrem nas condies legalmente exigidas na lista dos tcnicos oficiais de contas; c) Organizar, actualizar e publicar a lista dos tcnicos oficiais de contas; d) Promover as averiguaes necessrias ou convenientes com vista a verificar se os requerentes se encontram nas condies legalmente exigidas para a sua inscrio como tcnicos oficiais de contas; e) Deliberar sobre os pedidos de suspenso ou de cancelamento voluntrio da inscrio, bem como sobre os pedidos de reinscrio, comunicando direco a deciso tomada; f) Dar execuo s penas de suspenso e cancelamento oficioso ou compulsivo da inscrio aplicadas nos termos do presente Estatuto; g) Elaborar os regulamentos do exame e estgio profissionais, previstos, respectivamente, na alnea f) do n. 1 e no n. 2 do artigo 15., submetendo direco a sua aprovao; h) Proceder aos estudos necessrios com vista ao reconhecimento dos cursos que do acesso inscrio na Cmara, submetendo-os direco para aprovao; i) Propor direco o reconhecimento e divulgao dos cursos referidos na alnea anterior; j) Organizar e realizar os exames previstos na alnea f) do n. 1 do artigo 15.; l) Propor direco medidas regulamentares ou administrativas com vista a suprir lacunas ou a interpretar as matrias da sua competncia. 2 - Das decises da comisso de inscrio cabe recurso para a direco. 3 - O recurso referido no nmero anterior dever ser interposto no prazo de 15 dias a contar da notificao da respectiva deciso. SECO VI Conselho disciplinar Artigo 40. Composio 1 - O conselho disciplinar composto por um presidente e dois vogais, eleitos em assembleia geral. 2 - data da eleio dos membros efectivos so igualmente eleitos dois suplentes.

Artigo 41. Competncia Ao conselho disciplinar compete: a) Instaurar e decidir os processos disciplinares, bem como nomear o instrutor, que dever, preferencialmente, ser licenciado em Direito e no ser tcnico oficial de contas; b) Emitir parecer quanto existncia de um conflito de interesses no exerccio das funes por parte de qualquer membro, sempre que por este solicitado; c) Propor direco as medidas regulamentares ou administrativas com vista a suprir lacunas ou a interpretar as matrias da sua competncia. Artigo 42. Assessoria tcnica No desempenho das suas funes, o conselho disciplinar pode fazer-se assessorar por especialistas, designadamente das reas contabilstica, fiscal e jurdica. SECO VII Conselho tcnico Artigo 43. Composio 1 - O conselho tcnico constitudo por um presidente e por quatro vogais, eleitos em assembleia geral. 2 - data da eleio dos membros efectivos so igualmente eleitos dois suplentes. Artigo 44. Competncia 1 - Ao conselho tcnico compete o exerccio da actividade tcnico-profissional da Cmara, bem como: a) Fomentar o estudo, a investigao e os trabalhos que visem o aperfeioamento das doutrinas e das tcnicas fiscais e promover a sua divulgao e anlise pelos membros da Cmara; b) Apresentar s entidades oficiais, por iniciativa prpria ou a pedido destas, sugestes tendentes actualizao e clarificao dos princpios tributrios e dos cdigos fiscais; c) Propor direco a constituio de comisses tcnicas necessrias ao cabal desempenho da sua misso cultural e tcnica; d) Promover, na medida das possibilidades da Cmara e de acordo com a direco, a publicao do boletim ou revista a que se refere a alnea j) do n. 1 do artigo 3.; e) Estudar e submeter aprovao da direco a instituio e regulamentao de mecanismos de controlo de qualidade, apoiados, basicamente, num sistema de formao permanente obrigatria. 2 - Compete ainda ao conselho tcnico pronunciar-se para efeitos do disposto na alnea l) do n. 1 do artigo 3.. CAPTULO V Eleies e referendos

SECO I Eleies Artigo 45. Condies de elegibilidade S podem ser eleitos para os rgos da Cmara os membros efectivos com inscrio em vigor e sem punio disciplinar mais grave que a advertncia. Artigo 46. Candidaturas 1 - A eleio para os rgos da Cmara depende da apresentao de candidaturas ao presidente da assembleia geral. 2 - O prazo para apresentao das listas candidatas termina 60 dias antes da data marcada para o acto eleitoral. 3 - As propostas de candidatura so subscritas por um nmero de 500 tcnicos oficiais de contas, com inscrio em vigor, devendo incluir a lista individualizada dos candidatos a todos os rgos com a respectiva declarao de aceitao, o programa de aco e a identificao dos subscritores. Artigo 47. Data de realizao 1 - As eleies devem ter lugar no ltimo trimestre do ano em que termina o mandato dos rgos eleitos, sendo o voto presencial ou por correspondncia, realizando-se, nos termos de regulamento prprio, na data que for designada pelo presidente da assembleia geral. 2 - No caso de falta de qurum ou de destituio dos rgos eleitos, as eleies devem ter lugar nos trs meses seguintes ocorrncia de tais factos. 3 - Apenas tm direito a voto os membros da Cmara no pleno exerccio dos seus direitos. SECO II Referendos Artigo 48. Objecto 1 - A Cmara pode realizar aos seus membros, a nvel nacional, referendos internos com carcter vinculativo, destinados a submeter a votao as questes que a direco considere suficientemente relevantes. 2 - As questes devem ser formuladas com clareza e para respostas de sim ou no.

3 - As questes referentes a matrias que o presente Estatuto cometa competncia deliberativa de qualquer rgo s podem ser submetidas a referendo mediante autorizao desse rgo. Artigo 49. Organizao 1 - Compete direco fixar a data do referendo interno e organizar o respectivo processo. 2 - O teor das questes a submeter a referendo interno divulgado junto de todos os membros da Cmara e deve ser objecto de reunies de esclarecimento e debate. 3 - Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, as propostas de alterao s questes a submeter a referendo interno devem ser dirigidas por escrito direco, durante o perodo de esclarecimento e debate, por membros da Cmara devidamente identificados. 4 - As propostas de referendo interno subscritas por um mnimo de 3% dos membros da Cmara no pleno gozo dos seus direitos no podem ser objecto de alterao. Artigo 50. Efeitos 1 - O efeito vinculativo do referendo interno depende de o nmero de votantes ser superior a metade dos membros efectivos inscritos nos cadernos eleitorais. 2 - Os resultados dos referendos internos so divulgados pela direco aps o apuramento. CAPTULO VI Direitos e deveres

Artigo 51. Direitos 1 - Os tcnicos oficiais de contas tm, relativamente a quem prestam servios, os seguintes direitos: a) Obter todos os documentos, informaes e demais elementos de que necessitem para o exerccio das suas funes; b) Exigir a confirmao, por escrito, de qualquer instruo, quando o considerem necessrio; c) Assegurar que todas as operaes ocorridas esto devidamente suportadas e que foram integralmente transmitidas; d) Receber pontualmente os salrios ou honorrios a que, nos termos da legislao laboral ou contratual, tenham direito. 2 - Os tcnicos oficiais de contas tm, relativamente Cmara, os seguintes direitos: a) Solicitar a emisso da respectiva cdula profissional, quando habilitados para tal, podendo esta, a pedido do tcnico oficial de contas, conter suplementarmente uma designao profissional; b) Recorrer proteco da Cmara sempre que lhes sejam cerceados os seus direitos ou lhes sejam postos obstculos impeditivos ao regular exerccio das suas funes;

c) Beneficiar da assistncia tcnica e jurdica prestada pelos gabinetes especializados da Cmara; d) Eleger e serem eleitos para os rgos da Cmara; e) Requerer a convocao da assembleia geral da Cmara, nos termos previstos no n. 2 do artigo 30.; f) Examinar, nos prazos fixados, os livros da Cmara e os documentos relacionados com a sua contabilidade; g) Apresentar Cmara propostas, sugestes ou reclamaes sobre assuntos que julguem do interesse da classe ou do seu interesse profissional. 3 - No mbito das suas funes e sem prejuzo do exclusivo da representao forense, os tcnicos oficiais de contas tm o direito de proceder entrega, nos servios da administrao fiscal, das declaraes fiscais e outros documentos complementares ou conexos respeitantes s entidades a que prestem servios, podendo consultar os processos fiscais em que tenham tido interveno e requerer certides dos mesmos. Artigo 52. Deveres gerais 1 - Os tcnicos oficiais de contas tm o dever de contribuir para o prestgio da profisso, desempenhando consciente e diligentemente as suas funes e evitando qualquer actuao contrria dignidade da mesma. 2 - Os tcnicos oficiais de contas apenas podem aceitar a prestao de servios para os quais tenham capacidade profissional bastante, de modo a poderem execut-los de acordo com as normas legais e tcnicas vigentes. 3 - Os tcnicos oficiais de contas apenas podem subscrever as declaraes fiscais, as demonstraes financeiras e seus anexos, que resultem do seu exerccio directo dessas funes, devendo fazer prova da sua qualidade, nos termos e condies definidos pela Cmara. 4 - Os tcnicos oficiais de contas com inscrio em vigor devem subscrever um contrato de seguro de responsabilidade civil profissional, de valor nunca inferior a 50 000 euros. Artigo 53. Angariao de clientela 1 - Na angariao de clientela atravs da publicidade, os tcnicos oficiais de contas devem limitar-se a utilizar o seu nome ou denominao social e a sua qualificao. 2 - No constituem formas de publicidade, para efeitos do disposto no nmero anterior: a) O uso de tabuletas afixadas no exterior dos escritrios e a utilizao de cartes-de-visita, de cartas, relatrios ou outros documentos emitidos, desde que com simples meno do nome do tcnico ou da empresa, endereo do escritrio, horrio de expediente e nmeros de telefone ou qualquer outro meio de telecomunicao; b) As descries a enviar a clientes, em caso de consulta destes, que incluam o currculo acadmico e profissional dos tcnicos oficiais de contas e dos seus colaboradores, tipos de servios que podero prestar, lista dos clientes e locais onde esto representados. Artigo 54. Deveres para com as entidades a que prestem servios

1 - Nas suas relaes com as entidades a que prestem servios, constituem deveres dos tcnicos oficiais de contas: a) Desempenhar conscienciosa e diligentemente as suas funes; b) Abster-se de qualquer procedimento que ponha em causa tais entidades; c) Guardar segredo profissional sobre os factos e documentos de que tomem conhecimento no exerccio das suas funes, dele s podendo ser dispensados por tais entidades ou por deciso judicial, sem prejuzo dos deveres legais de informao perante a Direco-Geral dos Impostos, a Inspeco-Geral de Finanas e outros organismos legalmente competentes na matria; d) No se servir, em proveito prprio ou de terceiros, de factos de que tomem conhecimento enquanto prestem servios a uma entidade; e) No abandonar, sem justificao ponderosa, os trabalhos que lhes estejam confiados. 2 - Os tcnicos oficiais de contas no podem, sem motivo justificado e devidamente reconhecido pela Cmara, recusar-se a assinar as declaraes fiscais, as demonstraes financeiras e seus anexos, das entidades a que prestem servios, quando faltarem menos de trs meses para o fim do exerccio a que as mesmas se reportem. Artigo 55. Deveres para com a administrao fiscal 1 - Nas suas relaes com a administrao fiscal, constituem deveres dos tcnicos oficiais de contas: a) Assegurar que as declaraes fiscais que assinam esto de acordo com a lei e as normas tcnicas em vigor; b) Acompanhar, quando para tal forem solicitados, o exame aos registos e documentao das entidades a que prestem servios, bem como os documentos e declaraes fiscais com elas relacionados; c) Abster-se da prtica de quaisquer actos que, directa ou indirectamente, conduzam a ocultao, destruio, inutilizao, falsificao ou viciao dos documentos e das declaraes fiscais a seu cargo. 2 - A violao dos deveres referidos no nmero anterior , alm da responsabilidade disciplinar a que haja lugar, punvel de acordo com as normas do Regime Jurdico das Infraces Fiscais no Aduaneiras, aprovado pelo Decreto-Lei n. 20-A/90, de 15 de Janeiro, ou de um regime que o venha a substituir. Artigo 56. Deveres recprocos dos tcnicos oficiais de contas 1 - Nas suas relaes recprocas, constituem deveres dos tcnicos oficiais e contas colaborar com o tcnico oficial de contas a quem sejam cometidas as funes anteriormente a seu cargo, facultando-lhe todos os elementos inerentes e prestando-lhe todos os esclarecimentos por ele solicitados. 2 - Os tcnicos oficiais de contas quando assumam a responsabilidade por contabilidades anteriormente a cargo de outro tcnico oficial de contas, devem certificar-se que os valores provenientes da sua execuo esto inteiramente satisfeitos ao tcnico oficial de contas cessante, sob pena de se assumirem perante este pelos montantes em falta. Artigo 57. Deveres para com a Cmara Constituem deveres dos tcnicos oficiais de contas para com a Cmara:

a) Cumprir os regulamentos e deliberaes da Cmara; b) Colaborar na prossecuo das atribuies e fins da Cmara, exercendo os cargos para que tenham sido eleitos ou nomeados e desempenhando os mandatos que lhes forem confiados; c) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos devidos Cmara; d) Comunicar Cmara, no prazo de 30 dias, qualquer mudana do seu domiclio profissional; e) Colaborar em todas as iniciativas que concorram para a dignificao e prestgio da Cmara. Artigo 58. Participao de crimes pblicos Os tcnicos oficiais de contas devem participar ao Ministrio Pblico, atravs da Cmara, os factos, detectados no exerccio das respectivas funes de interesse pblico, que constituam crimes pblicos. CAPTULO VII Disciplina Artigo 59. Responsabilidade disciplinar 1 - Os tcnicos oficiais de contas esto sujeitos jurisdio disciplinar dos rgos da Cmara, nos termos previstos no presente Estatuto. 2 - Considera-se infraco disciplinar a violao pelo tcnico oficial de contas, por aco ou omisso, de algum dos deveres gerais ou especiais consignados no presente Estatuto ou noutras normas aprovadas pela Cmara, ainda que a ttulo de negligncia. 3 - A aco disciplinar independente de eventual responsabilidade civil ou criminal. Artigo 60. Competncia disciplinar O exerccio do poder disciplinar compete ao conselho disciplinar e a execuo das penas direco. Artigo 61. Instaurao do processo disciplinar 1 - O processo disciplinar instaurado mediante deciso do conselho disciplinar. 2 - Os tribunais e demais autoridades pblicas devem dar conhecimento Cmara da prtica de actos por tcnicos oficiais de contas susceptveis de se qualificarem como infraco disciplinar. 3 - O Ministrio Pblico e as demais entidades com poderes de investigao criminal devem dar conhecimento Cmara das participaes apresentadas contra tcnicos oficiais de contas por actos relacionados com o exerccio da profisso. Artigo 62. Prescrio do procedimento disciplinar

1 - O direito de instaurar procedimento disciplinar prescreve passados trs anos sobre a data em que o facto tiver sido cometido ou se, conhecido o facto, a entidade competente, nos trs meses seguintes data do conhecimento, no instaurar o procedimento disciplinar. 2 - Se o facto qualificado de infraco disciplinar for tambm considerado infraco criminal e os prazos de prescrio do procedimento criminal forem superiores a trs anos, aplica-se ao procedimento disciplinar o prazo estabelecido na lei penal. Artigo 63. Penas disciplinares 1 - As penas disciplinares aplicveis aos tcnicos oficiais de contas pelas infraces que cometerem so as seguintes: a) Advertncia; b) Multa; c) Suspenso at trs anos; d) Expulso. 2 - As penas previstas nas alneas c) e d) do nmero anterior sero comunicadas pela direco da Cmara Direco-Geral dos Impostos e s entidades a quem os tcnicos oficiais de contas punidos prestem servios. Artigo 64. Caracterizao das penas 1 - A pena de advertncia consiste no mero reparo pela irregularidade praticada, sendo registada em livro prprio. 2 - A pena de multa consiste no pagamento de quantia certa e no poder exceder o quantitativo correspondente a cinco vezes o salrio mnimo nacional mais elevado em vigor data da prtica da infraco. 3 - A pena de suspenso consiste no impedimento temporrio de o tcnico oficial de contas exercer a sua funo. 4 - A pena de expulso consiste no impedimento definitivo de o tcnico oficial de contas exercer a sua funo. Artigo 65. Pena acessria pena de suspenso pode ser atribudo o efeito de inibio, at cinco anos, para o exerccio de funes nos rgos da Cmara. Artigo 66. Aplicao das penas 1 - A pena de advertncia aplicada a faltas leves cometidas no exerccio da profisso.

2 - A pena de multa aplicada a casos de negligncia, bem como ao no exerccio efectivo do cargo na Cmara para que o tcnico oficial de contas tenha sido eleito. 3 - O incumprimento dos pagamentos mencionados na alnea c) do artigo 57. por um perodo superior a 180 dias, desde que os no satisfaam no prazo concedido pela Cmara, constante da notificao do facto efectuada por carta registada, com aviso de recepo, d lugar aplicao de pena no superior a multa. 4 - A pena de suspenso aplicada aos tcnicos oficiais de contas que, em casos de negligncia ou desinteresse dos seus deveres profissionais: a) Subscrevam declaraes fiscais, demonstraes financeiras e seus anexos sem a interveno exigida no n. 3 do artigo 52.; b) Quebrem o segredo profissional, fora dos casos admitidos pela alnea c) do n. 1 do artigo 54.; c) Abandonem, sem justificao, os trabalhos aceites; d) Divulguem ou dem a conhecer, por qualquer modo, segredos industriais ou comerciais das entidades a que prestem servios de que tomem conhecimento no exerccio das suas funes; e) Se sirvam em proveito prprio ou de terceiros de factos de que tomem conhecimento no exerccio das suas funes; f) Recusem, sem justificao, a assinatura das declaraes fiscais, demonstraes financeiras e seus anexos, referidas no n. 2 do artigo 54.; g) Deixem de cumprir as limitaes impostas pelo artigo 53. relativamente angariao de clientela; h) No dem cumprimento ao estabelecido no artigo 56.. 4 - A pena de expulso aplicvel aos casos em que o tcnico oficial de contas: a) Incorra nas situaes descritas nas alneas d) e e) do nmero anterior, se da sua conduta resultarem graves prejuzos para as entidades a que preste servios; b) Pratique dolosamente quaisquer actos que, directa ou indirectamente, conduzam ocultao, destruio, inutilizao, falsificao ou viciao dos documentos ou das declaraes fiscais a seu cargo. Artigo 67. Medida e graduao das penas Na aplicao das penas atender-se- aos critrios enunciados no artigo anterior, ao grau de culpa e personalidade do arguido, bem como a todas as circunstncias em que a infraco tiver sido cometida. Artigo 68. Unidade e acumulao de infraces 1 - No pode aplicar-se ao mesmo tcnico oficial de contas mais de uma pena disciplinar por cada infraco cometida ou pelas infraces acumuladas que sejam apreciadas num s processo. 2 - O disposto no nmero anterior aplica-se no caso de infraces apreciadas em mais de um processo desde que apensadas. Artigo 69. Atenuantes especiais

So circunstncias atenuantes especiais da infraco disciplinar: a) A confisso espontnea da infraco; b) A colaborao com as entidades competentes. Artigo 70. Agravantes especiais 1 - So circunstncias agravantes especiais da infraco disciplinar: a) A vontade deliberada de, pela conduta seguida, produzir resultados prejudiciais ao prestgio da Cmara ou aos interesses gerais especficos da profisso; b) A premeditao; c) O conluio para a prtica da infraco com as entidades a que prestem servios; d) O facto de a infraco ser cometida durante o cumprimento de uma pena disciplinar; e) A reincidncia; f) A acumulao de infraces. 2 - A premeditao consiste no desgnio previamente formado da prtica da infraco. 3 - A reincidncia d-se quando a infraco cometida antes de decorrido um ano sobre o dia em que tiver findado o cumprimento da pena imposta por virtude de infraco anterior. 4 - A acumulao d-se quando duas ou mais infraces so cometidas na mesma ocasio ou quando uma cometida antes de ter sido punida a anterior. Artigo 71. Prescrio das penas As penas disciplinares prescrevem nos prazos seguintes, a contar da data em que a deciso se tornar definitiva: a) Seis meses, para as penas de advertncia e de multa; b) Trs anos, para a pena de suspenso; c) Cinco anos, para a pena de expulso. Artigo 72. Destino e pagamento das multas 1 - O produto das multas reverte para a Cmara. 2 - As multas devem ser pagas no prazo de 30 dias a contar da notificao da deciso condenatria. 3 - Na falta de pagamento voluntrio, proceder-se- cobrana coerciva nos tribunais comuns, constituindo ttulo executivo bastante a deciso condenatria. Artigo 73. Instruo Na instruo do processo disciplinar o relator deve tentar atingir a verdade material, remover os obstculos ao seu regular e rpido andamento e, sem prejuzo do direito de defesa, recusar o que for intil ou dilatrio.

Artigo 74. Termo da instruo 1 - Finda a instruo, o relator profere despacho de acusao ou emite parecer fundamentado em que conclua no sentido do arquivamento do processo ou por que este fique a aguardar a produo de melhor prova. 2 - No sendo proferido despacho de acusao, o relator apresenta o parecer na primeira reunio do conselho disciplinar a fim de ser deliberado o arquivamento do processo, que este fique a aguardar melhor prova ou determinado que o mesmo prossiga com a realizao de diligncias suplementares ou com o despacho de acusao, podendo neste ltimo caso ser designado novo relator. Artigo 75. Despacho de acusao 1 - O despacho de acusao deve indicar a identidade do arguido, os factos imputados e as circunstncias em que foram praticados, as normas legais e regulamentares infringidas e o prazo para a apresentao de defesa. 2 - O arguido notificado da acusao pessoalmente ou por carta registada, com aviso de recepo, com a entrega da respectiva cpia. Artigo 76. Suspenso preventiva 1 - Depois de deduzida a acusao, pode ser ordenada a suspenso preventiva do arguido caso: a) Se verifique a possibilidade da prtica de novas infraces disciplinares ou a tentativa de perturbar o andamento da instruo do processo; b) O arguido tenha sido pronunciado por crime cometido no exerccio da profisso ou por crime a que corresponda pena de priso superior a 3 anos ou multa superior a 700 dias. 2 - A suspenso preventiva no pode exceder 90 dias e deve ser descontada na pena de suspenso. 3 - O julgamento dos processos disciplinares em que o arguido se encontra suspenso preventivamente prefere a todos os demais. Artigo 77. Defesa 1 - O prazo para a apresentao de defesa de 20 dias. 2 - O arguido pode nomear para a sua defesa um representante especialmente mandatado para esse efeito. 3 - A defesa deve expor clara e concisamente os factos e as razes que a fundamentam. 4 - Com a defesa deve o arguido apresentar o rol de testemunhas, juntar documentos e requerer as diligncias necessrias para o apuramento dos factos relevantes. 5 - No podem ser apresentadas mais de 5 testemunhas por cada facto, no podendo exceder 20 no seu total.

Artigo 78. Alegaes Realizadas as diligncias a que se refere o artigo anterior e outras que sejam determinadas pelo relator, o interessado e o arguido so notificados para alegarem por escrito no prazo de 20 dias. Artigo 79. Julgamento 1 - Finda a instruo, o processo presente ao conselho disciplinar para julgamento, sendo lavrado e assinado o respectivo acrdo. 2 - As penas de suspenso superiores a dois anos s podem ser aplicadas mediante deciso que obtenha dois teros dos votos de todos os membros do conselho disciplinar. 3 - Para alm do arguido, podem recorrer das deliberaes tomadas a Direco-Geral dos Impostos e a entidade que haja participado a infraco. Artigo 80. Notificao do acrdo 1 - Os acrdos finais so imediatamente notificados ao arguido e entidade que haja participado a infraco, por carta registada, com aviso de recepo, sendo dos mesmos enviada cpia direco, bem como comisso de inscrio. 2 - O acrdo que aplica a pena de suspenso ou expulso tambm notificado entidade empregadora do infractor ou a quem este prestar servios. Artigo 81. Processo de inqurito 1 - Pode ser ordenada a abertura de processo de inqurito sempre que no esteja concretizada a infraco ou no seja conhecido o seu autor e quando seja necessrio proceder a averiguaes destinadas ao esclarecimento dos factos. 2 - O processo de inqurito regula-se pelas normas aplicveis ao processo disciplinar em tudo o que no esteja especialmente previsto. Artigo 82. Termo de instruo em processo de inqurito 1 - Finda a instruo, o relator emite um parecer fundamentado em que prope o prosseguimento do processo como disciplinar ou o seu arquivamento, consoante considere existirem ou no indcios suficientes da prtica de infraco disciplinar. 2 - O relator apresenta o seu parecer em reunio do conselho disciplinar que delibera no sentido de o processo prosseguir como disciplinar, ser arquivado ou de serem realizadas diligncias complementares.

3 - Caso o parecer no seja aprovado, pode ser designado novo relator de entre os membros do conselho disciplinar que faam vencimento. Artigo 83. Execuo das decises 1 - O cumprimento da pena de suspenso ou cancelamento tem incio a partir do dia da respectiva notificao. 2 - Se data do incio da suspenso estiver suspensa ou cancelada a inscrio do arguido, o cumprimento da pena de suspenso tem incio a partir do dia imediato quele em que tiver lugar o levantamento da suspenso da inscrio, ou a reinscrio, ou a partir da data em que termina a execuo da anterior pena de suspenso. Artigo 84. Reviso 1 - As decises disciplinares definitivas podem ser revistas a pedido do interessado, com fundamento em novos factos ou novas provas, susceptveis de alterar o sentido daquelas, que no pudessem ter sido utilizados pelo arguido no processo disciplinar, ou quando outra deciso definitiva considerar falsos elementos de prova determinantes da deciso a rever. 2 - A concesso de reviso depende de deliberao pela maioria absoluta dos membros do rgo que proferiu a deciso disciplinar. 3 - A pendncia de recurso no prejudica o requerimento da reviso do processo disciplinar.

topo