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Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Fascículo Disciplina: Planejamento Pedagógico e as mídias digitais Docente: Prof.ª Drª Ana Graciela da Fonseca Voltolini 1. INTRODUÇÃO De acordo com Maria Aparecida Baccega (2002), há algum tempo trava- se uma discussão: devem ou não os meios de comunicação, portadores dos avanços tecnológicos estar presentes na escola? Aqueles que defendem, alegam que não é possível permitir que a escola fique alienada em relação à evolução tecnológica e seus desdobramentos que marcam a sociedade contemporânea. Do lado contrário, o argumento é que a tecnologia é avessa a reflexão por isso, não deve estar presente neste espaço. Com a internet, a ascensão do digital, a evolução das máquinas computacionais e, recentemente, a explosão dos dispositivos móveis, fornecendo novos produtos e serviços convergentes, com a consequente disseminação e popularização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) professor e escola não podem ignorar este fato e fechar os olhos para essa realidade. Palamedi (2013) ressalta que faz parte desta nova realidade as ferramentas digitais, inseridas no cotidiano, configurando novos hábitos, com as quais estabelecemos relações, realizamos atividades e executamos tarefas. Ainda para o autor, as ferramentas digitais estão presentes em todas as camadas da sociedade contemporânea. Dessa maneira, não está a salvo, nesta realidade marcada por relações cada vez mais desempenhadas a partir e mediadas por ferramentas digitais, a escola e todos os envolvidos neste processo. Não se trata mais, portanto, de discutir o uso ou não das TDIC (BACCEGA, 2002) e sim como esses dispositivos e recursos podem ser incorporados e a melhor forma de fazer isso. A presença das TDIC permeiam

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Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons

Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.

Fascículo Disciplina: Planejamento Pedagógico e as mídias digitais

Docente: Prof.ª Drª Ana Graciela da Fonseca Voltolini

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Maria Aparecida Baccega (2002), há algum tempo trava-

se uma discussão: devem ou não os meios de comunicação, portadores dos

avanços tecnológicos estar presentes na escola? Aqueles que defendem,

alegam que não é possível permitir que a escola fique alienada em relação à

evolução tecnológica e seus desdobramentos que marcam a sociedade

contemporânea. Do lado contrário, o argumento é que a tecnologia é avessa a

reflexão por isso, não deve estar presente neste espaço.

Com a internet, a ascensão do digital, a evolução das máquinas

computacionais e, recentemente, a explosão dos dispositivos móveis,

fornecendo novos produtos e serviços convergentes, com a consequente

disseminação e popularização das Tecnologias Digitais de Informação e

Comunicação (TDIC) professor e escola não podem ignorar este fato e fechar

os olhos para essa realidade.

Palamedi (2013) ressalta que faz parte desta nova realidade as

ferramentas digitais, inseridas no cotidiano, configurando novos hábitos, com

as quais estabelecemos relações, realizamos atividades e executamos tarefas.

Ainda para o autor, as ferramentas digitais estão presentes em todas as

camadas da sociedade contemporânea. Dessa maneira, não está a salvo,

nesta realidade marcada por relações cada vez mais desempenhadas a partir e

mediadas por ferramentas digitais, a escola e todos os envolvidos neste

processo.

Não se trata mais, portanto, de discutir o uso ou não das TDIC

(BACCEGA, 2002) e sim como esses dispositivos e recursos podem ser

incorporados e a melhor forma de fazer isso. A presença das TDIC permeiam

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vários aspectos da vida social que abarcam também as instituições de ensino,

a forma e o processo de ensinar e aprender. Para Baccega (2002) a questão

deve ser: como inserir a escola nessa nova realidade?

Um caminho seria pensar de forma colaborativa, de acordo com o

contexto e interesse, de maneira a criar uma experiência pedagógica mediada

por tecnologias (CHAMPAOSKI; MENDES, 2017). Champaoski e Mendes

(2017) colocam que a tecnologia digital chega ao ambiente escolar como um

convite envolvente e, ao mesmo tempo desafiador para todos os envolvidos,

com destaque para crianças e adolescentes, uma geração que nasceu depois

do surgimento dos dispositivos móveis digitais. Para os docentes, segundo as

autoras, trata-se de uma experiência singular, em que os mesmos exercem o

papel de mediador e também de aprendiz digital.

A partir deste cenário, com a disseminação das Tecnologias Digitais de

Informação e Comunicação – TDIC nas mais diversas áreas, as práticas e

rotina do professor e das instituições de ensino precisam ser repensadas. Para

Martha Gabriel (2013) o professor exerce um papel fundamental no mundo

digital, não mais como “provedor de conteúdos” e sim como um catalisador de

reflexões e conexões para os alunos. Trata-se de um ambiente complexo,

porém mais rico e poderoso, a era digital requer novas habilidades tantos dos

alunos quanto dos professores, destaca a autora.

Segundo Gabriel (2013) o fator “tecnologia” em si não é definitivo para a

educação na era digital, para ser um diferencial precisa contar com a

participação efetiva do professor e dos planos pedagógicos. Dessa forma, para

a compreensão desse cenário atrativo e que parece tão próximo e familiar, não

basta apenas a utilização das TDIC, é necessário um planejamento pedagógico

adequado e a participação de todos os envolvidos neste processo para a

efetiva e significativa integração desses recursos nas atividades e no contexto

educacional.

Masetto (2013) elenca quatro pontos nas reflexões acerca do processo

de aprendizagem e tecnologia: o conceito de aprender, o papel do aluno, o

papel do professor e o uso da tecnologia. Com base nesses quatro pontos

colocados pelo autor, iremos trilhar a abordagem desta disciplina e iniciar a

discussão.

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Interessa a esta disciplina discutir e abordar novas possibilidades de

ensinar e aprender com recursos digitais; compreensão e concepção de

propostas pedagógicas envolvendo recursos digitais; papel do professor e

aluno nesse contexto; mediação pedagógica e TDIC e os desafios na busca

por novas metodologias para atender às exigências da sociedade em

consonância com a realidade.

Atividade 1

Para a primeira atividade, partiremos da questão posta na Introdução por

Baccega (2002): Como inserir a escola nessa nova realidade? Elabore uma

resposta entre 5 a 10 linhas com base nos seus conhecimentos e vivência.

Material complementar:

Leitura

Meios de comunicação na escola - Maria Aparecida Baccega (Revista

Comunicação e Educação – USP)

http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/37451

Vídeo

Programa NET Educação – Alunos não entendem mais de tecnologia que os

professores, avalia pesquisadora inglesa

https://youtu.be/zpVPWhdW8NU

2. CONCEITO DE APRENDER

Para Masetto (2013), o conceito de aprender está ligado diretamente a

um sujeito que é o aprendiz, atrelado a suas ações e que envolvem ele

próprio, os outros colegas e o professor. O conceito de aprender abarca:

Buscar e adquirir informações

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Dar significado ao conhecimento

Produzir reflexões e conhecimentos próprios

Pesquisar

Dialogar

Debater

Integrar conceitos teóricos com realidades práticas

Relacionar e contextualizar experiências

Desenvolver criticidade

Considerar e olhar para os fatos e fenômenos de diversos ângulos

Resolver problemas

O aprendiz cresce e desenvolve-se

A disseminação das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação

(TDIC) traz inúmeras possibilidades e muito se discute a respeito do uso e

adoção destas ferramentas para a educação, para o processo de ensino-

aprendizagem. No entanto, de acordo com Moran (2013) “é possível ensinar e

aprender de muitas formas, inclusive da forma convencional” (p. 11).

O autor destaca que neste processo há novidades que na verdade são

reciclagens de práticas conhecidas e que ainda não temos certeza de que o

uso intensivo de tecnologias digitais se traduz em resultados melhores “Vemos

escolas com poucos recursos tecnológicos e bons resultados, assim como

outras que se utilizam mais de tecnologias. E o contrário também acontece”

(2013, p. 11-12).

As colocações sobre aprender propostas por Masetto (2013) não estão

relacionadas a novas tecnologias. Aprender, seja mais ou melhor, não deve

estar atrelado necessariamente ao uso das TDIC, por exemplo. Segundo

Moran aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos

“Aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação,

entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática; quando ambas

se alimentam mutuamente” (2013, p. 28). Ainda, o autor destaca motivações e

interesses que favorecem e estimulam a aprendizagem:

Pensamento divergente

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Através de perguntas, questionamentos

Interesse, necessidade

Criação de hábitos, repetição

Credibilidade (do professor, da metodologia)

Prazer

Moran sintetiza o caminho da aprendizagem “Aprendemos mais, quando

conseguimos juntar todos os fatores: temos interesse, motivação clara;

desenvolvemos hábitos que facilitam o processo de aprendizagem; e sentimos

prazer no que estudamos e na forma de fazê-lo” (2013, p. 29).

Para o autor, no processo de aprendizagem a personalidade e a

competência do professor podem ajudar mais ou menos e reforça que ensinar

depende também do aluno querer aprender e estar apto a aprender, que

envolve questões como maturidade, motivação e competência adquiridas.

Martha Gabriel (2013) coloca que o contexto digital determina que o

professor deve deixar de ser informador para ser um formador. Moran

argumenta:

Não podemos dar tudo pronto no processo de ensino de ensino e aprendizagem. Aprender exige envolver-se, pesquisar, ir atrás, produzir novas sínteses, é fruto de descobertas. O modelo de passar conteúdo e cobrar sua devolução é insuficiente. Com tanta informação disponível, o importante para o educador é encontrar a ponte motivadora para que o aluno desperte e saia do estado passivo, de espectador. Aprender hoje é buscar, comparar, pesquisar, produzir, comunicar (2013, p. 34).

Tendo em vista as colocações deste tópico, devemos pensar nas TDIC,

mídias digitais, novas tecnologias, ou qualquer outra denominação para as

ferramentas e recursos disponíveis, como apoio para o processo de aprender,

as tecnologias digitais facilitam a pesquisa, a comunicação e a divulgação em

rede (MORAN, 2013) mas necessariamente não representa aprender mais e

melhor.

De que maneira estes aparatos podem contribuir para o processo de

aprendizagem? As TDIC não devem ser vistas como soluções mágicas e

automáticas para o ensino e a aprendizagem. Aprender não está

fundamentalmente ligado ao uso de mídias digitais, no entanto estes recursos

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podem apoiar, facilitar, contribuir, otimizar, tornar mais criativo, atrativo,

abrangente.

Atividade 2

Vamos aproveitar o questionamento que encerrou este tópico: De que maneira

as TDIC podem contribuir para o processo de aprendizagem? Considere o

conceito e os aspectos de aprender apresentados. O material complementar

sugerido pode ajudar nesta argumentação! Elabore uma resposta entre 8 a 12

linhas.

Material complementar:

Leitura

1) 6 respostas inovadoras para desafios apontados no Censo Escolar:

http://porvir.org/6-respostas-inovadoras-para-desafios-apontados-no-censo-

escolar/

2) Inovação é o caminho para acelerar melhorias na educação:

http://porvir.org/inovacao-e-caminho-para-acelerar-melhorias-na-educacao/

Vídeo

Qual é o seu jeito de aprender? | Nossa Escola em (Re)Construção:

https://www.youtube.com/watch?v=GJpH_8NfTaQ

3. APRENDIZAGEM: OS PAPÉIS DO ALUNO E PROFESSOR

De acordo com Masetto (2013) o desenvolvimento da mediação

pedagógica se inicia no trabalho com o aluno, no qual este deve assumir um

papel de aprendiz ativo e participante.

O aluno deve tomar definitivamente a posição de protagonista no

processo de ensino-aprendizagem, a responsabilidade deve ser dividida com

professor, priorizando a realização de um trabalho em conjunto. As TDIC

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podem contribuir para um processo de aprendizagem pautado na autonomia,

centrado no aluno, uma recomendação que não é nova. O aluno deve assumir

o papel de coautor do seu processo de formação.

Nesse sentido, atualmente há a recomendação do uso das chamadas

Metodologias Ativas, um processo que possui como principal característica a

inserção do aluno como agente principal responsável pela sua aprendizagem,

comprometendo-se com seu aprendizado. O aluno não deve ser um

absorvedor passivo de informações, mas interagir ativamente (MATTAR;

LITTO, 2017).

Mudanças na educação não dependem só dos professores, mas

também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam o processo e

estimulam os professores (MORAN, 2013). Para Masseto, trata-se de uma

somatória de pessoas e forças:

Busca-se uma mudança de mentalidade e de atitude por parte do aluno: que ele trabalhe individualmente para aprender, para colaborar com a aprendizagem dos demais colegas, que atue em equipe e que veja o grupo, os colegas e o professor como parceiros idôneos, dispostos a colaborar com sua aprendizagem (2013, p. 150).

O professor deve ser visto como um parceiro, isso é mais fácil. No

entanto, é importante também que o aluno veja seus colegas como

colaboradores para o seu crescimento “Essas interações (aluno-professor-

alunos) conferem um pleno sentido à corresponsabilidade no processo de

aprendizagem” (MASETTO, 2013, p. 150).

Com a disseminação das TDIC pela Educação, o professor passa a ser

ainda mais questionado. Cobra-se uma mudança de postura, a necessidade de

adequar-se a esse novo contexto. A partir dos recursos digitais, é inegável que

um universo se abre e coloca a informação disponível e acessível a poucos

cliques. Contudo, Freire e Guimarães (2011) citam exemplos desta situação

conflitante do professor, em adotar ou não outros recursos, que antecede as

TDIC:

Coisas desse tipo me voltam à memória, tanto em relação às meninas quanto aos meninos: estes mais com gibis, elas mais com fotonovelas, lendo coisas que não eram programadas pela escola, e em relação às quais havia uma certa resistência. “Gibi em sala de aula?!” Claro que, depois isso foi sendo rompido e, já nessa época, sei de professores que utilizavam na classe esse tipo de material trazido pelos próprios alunos (p. 30).

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É possível afirmar que o questionamento a figura do professor e a

escola não se trata de um problema atual. Os alunos chegam a escola

abastecidos de informações não fornecidas por esta. A partir de outros circuitos

informativos (digitais ou não), o professor não é o único detentor do saber.

Entretanto, diferentemente do exemplo mencionado, as TDIC tem como

características velocidade e volume de informações em fluxos sem

precedentes, acessíveis em diferentes dispositivos e formatos, expondo um

cenário mais complexo na atualidade.

Com este cenário posto, como fica o professor? Desaparece? Não, abre

espaço para que ele possa realizar o papel de mediador, entre o aluno e sua

aprendizagem, atuando como um facilitador, incentivador, motivador. Deve

prezar por um trabalho em equipe com o aluno, assumindo de fato o papel de

mediador, mediador pedagógico (MASETTO, 2013).

Moran (2013) coloca que os professores podem utilizar os recursos

digitais, especialmente a internet, para a pesquisa, realização de atividades

discentes, comunicação com os alunos e dos alunos entre si, integração entre

grupos e turmas, publicação de conteúdo, participação em redes sociais

digitais, entre outros.

Este contexto também favorece e necessita um processo de ensino-

aprendizagem pautado menos transmissão e mais na colaboração, construção,

diálogo. Ensinar utilizando tecnologias traz desafios, a variedade de recursos

disponíveis exige capacidade de escolha e avaliação “Alunos e professores

tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços

dentro de outros endereços, de imagens, textos e mensagens, que se sucedem

e se intercomunicam ininterruptamente” (MORAN, 2013, p. 57). Além de exigir

mais tempo e preparo por parte do professor.

Ainda sobre o papel do professor “Nunca existiram tantas pessoas

conectadas e tantas informações disponíveis no mundo, assim como nunca

foram tão necessários os profissionais da informação – professores,

bibliotecários e jornalistas – para ajudar a refletir e extrair conhecimento de

tudo isso” (GABRIEL, 2013, p. 108).

Gabriel (2013) descreve dois perfis de professores, o professor-conteúdo

e o professor-interface. O professor-conteúdo é focado na informação.

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Esgota as possibilidades no conhecimento em si próprio e está limitado pelo

fato do conteúdo estar praticamente com acesso ilimitado. O professor-

interface é focado na mediação, formação. Esse perfil é mais adequado, pois

atua como uma porta, que apesar de fixa, abre-se aos alunos para que

atravessem. Ser interface não é fácil, o desafio da interface é que ela não tem

sentido em si própria, dependente do usuário e conteúdo que acessa. O

professor-conteúdo é de tamanho único e o interface é flexível.

E a escola? Freire e Guimarães (2011) colocam que ela deve aceitar

revolucionar-se em função da existência crescente de outros instrumentos. E

novamente, através dos autores, fica evidente que a escola está em um

posição incomoda mesmo antes da ascensão das TDIC:

É evidente que a escola, enquanto instituição social e histórica, não pode cumprir sempre da mesma forma um certo papel que ela vem cumprindo, através do tempo e do espaço. Por outro lado, eu não diria que a escola tem de brigar com as novas presenças que veem em torno dela (...) Aliás, se tu comparas a escola com esses meios que vêm emergindo no campo da comunicação com profunda dinâmica – como a televisão ou o videocassete, por exemplo –, podes observar como a escola é estática, perto deles! (FREIRE; GUIMARÃES, 2011, p. 44).

A escola precisa reaprender a ser uma organização efetivamente

significativa, inovadora, é previsível demais, burocrática demais. Ela sobrevive

porque é espaço obrigatório para a certificação (MORAN, 2013). Para isso, um

caminho tem sido a adoção de aparatos de comunicação e mais recente, das

mídias digitais. No entanto, ensinar com mídias digitais só será um diferencial

se mudarmos os paradigmas convencionais da educação escolar, caso

contrário “só conseguiremos dar-lhe um verniz de modernidade, sem mexer no

essencial” (MORAN, 2013, p. 71).

3.1 Mediação pedagógica

Conforme destacado na seção anterior, a mediação pedagógica

depende de novas posturas tanto do professor quanto do aluno (MASETTO,

2013). É preciso trabalhar esta mudança em ambos.

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A mediação pedagógica trata-se da atitude, comportamento do professor

que se coloca como um facilitador, incentivador e motivador da aprendizagem,

que se apresenta como ponte entre e aprendiz e sua aprendizagem, colabora

para que o aprendiz alcance seus objetivos. O mundo digital e TDIC exige do

professor conhecer os novos recursos, adaptar-se a eles, usá-los em prol de

um processo de aprendizagem mais dinâmico e motivador (MASETTO, 2013).

Todo esse processo faz parte da mediação pedagógica.

Para Masetto (2013), a mediação pedagógica corresponde a forma de

apresentar e tratar um conteúdo ou tema que ajuda o aluno a coletar,

relacionar, organizar, manipular informações e discuti-las com seus colegas,

com o professor, é o que leva a produção de um conhecimento. Faz parte da

mediação selecionar técnicas que favoreçam o processo de aprendizagem e a

escolha de estratégias coerentes com a postura recomendada para aluno

(protagonista e ativo) e professor (incentivador e orientador).

Nesse sentido, Moran (2013) coloca que há uma exigência de maior

planejamento pelo professor, que devem propor atividades diferenciadas,

focadas em experiências, pesquisa, colaboração, desafios, jogos, múltiplas

linguagens, e um forte apoio de situações reais e simulações.

São características da mediação pedagógica (MASETTO, 2013): o

diálogo, o debate, o questionamento, a dinâmica, a cooperação e o

intercâmbio.

Atividade 3

Com o objetivo de identificar o que os jovens pensam da escola e como

gostariam que ela fosse, o Porvir, programa do Instituto Inspirare, em parceria

com a Rede Conhecimento Social, criaram a pesquisa “Nossa Escola em

(Re)Construção”, que ouviu 132 mil alunos e ex-alunos, de 13 a 21 anos, de

todos os Estados. Avalie a partir do conceito de mediação pedagógica, do

papel do aluno, do professor e da instituição escola, o dado que consta na

figura abaixo. Para isso, elabore uma argumentação entre 10 a 15 linhas. OBS:

O material complementar traz informações completas sobre o exemplo utilizado

para esta atividade.

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Figura 1: Nossa Escola em (Re)Construção

Material complementar:

Leitura

Jovens querem escola com participação, atividades práticas e tecnologia

http://porvir.org/jovens-desejam-uma-escola-participacao-atividades-praticas-

tecnologia/

Vídeo

1) Por que a escola precisa mudar? | Nossa Escola em (Re)Construção

https://www.youtube.com/watch?v=27kw_L4Ig6U

2) Programa NET Educação – Alunos trabalham com novas tecnologias da

comunicação em projeto

https://youtu.be/ctvkpcl1bUU

Áudio (Podcast)

Espaço permite que professores das redes públicas experimentem tecnologias

educacionais

https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-

novidades/podcasts/espaco-permite-que-professores-das-redes-publicas-

experimentem-tecnologias-educacionais/

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4. O USO DA TECNOLOGIA

De acordo com o dicionário Houaiss de Comunicação e Multimídia

(NEIVA, 2013) a definição de tecnologia: Teoria geral e/ou estudo sistemático

sobre técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou mais

ofícios ou domínios da atividade humana (indústria, ciência, etc.), Técnica ou

conjunto de técnicas de um domínio particular.

Kenski (2012) coloca que o conceito de tecnologia engloba a totalidade

de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar, formas de

uso e aplicações. Além disso, a autora alerta que existem tecnologias que não

são máquinas. Ainda, que é comum ouvirmos dizer que na atualidade as

tecnologias invadiram o cotidiano. No entanto, Kenski lembra que a linguagem,

por exemplo, é um tipo de tecnologia “que não necessariamente se apresenta

através de máquinas e equipamentos. A linguagem é uma construção criada

pela inteligência humana para possibilitar a comunicação entre membros de

determinado grupo social” (2012, p. 23).

Ao falarmos de novas tecnologias na atualidade, estamos nos referindo

aos processos e produtos relacionados com a eletrônica, microeletrônica e

telecomunicações. Seu principal espaço de ação é o virtual e a matéria-prima é

a informação (KENSKI,2012).

Para a educação, segundo Masetto (2013) trabalhar com tecnologias

não significa privilegiar a técnica de aulas expositivas e recursos audiovisuais

mais modernos para transmitir informações. Não significa substituir o quadro-

negro e giz pelo PowerPoint e datashow. A respeito do uso, o autor coloca o

uso instrucionista, como a exploração de vídeo ou teleconferência para

palestras, aulas, com participação mais restrita, e o uso construcionista, em

que os recursos tecnológicos servem de apoio a aulas presenciais, como a

utilização de plataformas para reposição de conteúdo, tirar dúvidas, consultas,

tarefas a serem realizadas.

Gabriel (2013) reforça que além da hiperconexão e explosão de

conteúdo, outro fenômeno da última década é a proliferação de tecnologias e

plataformas de comunicação e informação, além das tradicionais (TV, rádio),

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contamos cada vez mais com um leque de tecnologias e recursos digitais. A

proliferação dessas tecnologias digitais, aliadas as tradicionais, oferece

inúmeras possibilidades para qualquer área, entre estas a educação.

Para Gabriel, as tecnologias digitais podem tanto auxiliar como

atrapalhar nos processos educacionais, apenas a presença não é vantagem,

mas sim o seu uso apropriado “O fato dos estudantes terem tablets e

acessarem a internet durante as aulas pode tanto ser positivo quanto negativo

dependendo do tipo e do objetivo de acesso à internet e de sua relação com os

conteúdos educacionais da aula” (2013, p. 12).

Dessa maneira, não são os recursos que definem a aprendizagem, são

as pessoas, o projeto pedagógico, as interações e a gestão, afirma Moran

(2013). Não há tecnologias avançadas que salvem maus profissionais. Ainda

para MORAN, MASETTO e BEHRENS:

Trata-se da introdução da informática e da telemática na educação sob diversos ângulos: é a tecnologia atual, que não pode estar ausente da escola; são os grandes projetos de informatização dos sistemas escolares por meio da colocação de computadores nas escolas; é a ideia muitas vezes aparecendo na mídia, em forma de marketing de algumas instituições, de que com laboratórios instalados nas escolas teremos automaticamente cursos melhores e resolvidos nossos centenários problemas educacionais; é a questão da educação a distância alardeada para cursos de educação básica, cursos profissionalizantes, cursos de graduação e mesmo de pós-graduação (2013, p. 7-8).

Por fim, a discussão não é mais sobre o uso ou não uso das TDIC (fato

superado) e sim sobre formas de integração e de práticas significativas através

dos recursos e ferramentas digitais.

4.1 Mediação tecnológica

Não há dúvidas que o mundo digital afeta todos os setores, as formas de

produzir, de vender, de comunicar-se e de aprender (MORAN, 2013).

Dentro do contexto de apropriar-se da comunicação, para Soares (apud

PEREIRA, 2017) mediação tecnológica é mais apropriado que tecnologia

educativa, pois traz uma carga semântica diferente. Para o autor, o termo

tecnologia educativa carrega em si uma perspectiva tecnicista. Na mediação

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tecnológica, as tecnologias integram o universo educativo, superando a visão

funcionalista/ mecanicista.

A mediação tecnológica deve proporcionar a democratização e acesso

ao conhecimento. Nessa área estão os estudos sobre as TDIC, reflexões sobre

a implantação das inovações tecnológicas nas escolas e a visão mercadológica

desta implementação. Recursos midiáticos e afins dentro do ambiente

educativo (SOARES, apud PEREIRA, 2017).

4.2 Implementação

A integração da tecnologia refere-se ao processo que determina qual

ferramenta ou recurso e quais métodos de implementação são apropriados,

haja vista a situação, atividade ou problema a que se destina (PIVA JR, 2013).

Para este autor, no Brasil e em países em desenvolvimento existe muita

resistência à utilização da tecnologia no ensino, atribuída a descontinuidade

política na área educacional, em que cada governo tem uma prioridade. Piva Jr

(2013) evidencia alguns pontos importantes no processo de integração de

tecnologias:

1) A dependência tecnológica

2) O tratamento da tecnologia como meio e não como fim

Há uma expectativa de que as TDIC trarão soluções rápidas para mudar

a educação. É fato que as TDIC nos permitem ampliar o conceito de sala de

aula, de espaço e de tempo, estabelecendo novas pontes entre o estar juntos

fisicamente e virtualmente. É necessária a compreensão e a utilização das

tecnologias digitais visando à aprendizagem dos alunos e não apenas servindo

para transmitir informações (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2013). Outra

recomendação é fugir do marketing da educação com tecnologia.

As tecnologias digitais móveis, por exemplo, que estão nas mãos de

alunos e professores, trazem desafios imensos de como organizar os

processos de ensino e aprendizagem de forma interessante, atraente e

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eficiente. Processos que podem acontecer dentro e fora da sala de aula,

aproveitando o melhor de cada ambiente, presencial e digital (MORAN, 2013).

Piva Jr (2013) salienta que não basta introduzir um ou outro computador

na escola ou montar um laboratório que os problemas estarão resolvidos “A

informática deve ser integrada à educação, ser utilizada como ferramenta para

as demais disciplinas. Deve ser encarada como o meio, e não como o fim do

processo de ensino-aprendizagem” (p. 17).

Sobre o processo de implementação:

Tanto Guillermo Orozco quanto José Manuel Moran enfatizam que sua incorporação precisa ser processual e valorizar os contextos e processos educativos, assegurando as etapas de implantação que passam pelo ingresso, adoção, adaptação, apropriação e invenção (OROZCO, 2007); ainda, precisam assegurar que seu acesso se dê por meio do domínio técnico, gerencial e pedagógico em direção a posturas e práticas inovadoras (MORAN, 2007) (PEREIRA, 2017)1.

Para Piva Jr (2013) não devemos nos ater aos produtos, mas sim a sua

organização e forma de utilização. O autor reforça que essa é uma das regras

da boa integração da tecnologia: preocupar-se mais com a aplicação do

recurso do que com o recurso em si. Os computadores e os demais recursos

(tablets, celulares, softwares, objetos de aprendizagem etc.) são ferramentas,

meios para atingir o objetivo principal, que é a aprendizagem.

O autor propõe duas configurações para aplicação de tecnologias:

Arranjos tecnológicos referem-se às diversas disposições físicas dos equipamentos computacionais em um ambiente educacional. Espaços de aprendizagem, do inglês learning spaces, referem-se a espaços físicos ou virtuais que causam impacto no processo de ensino-aprendizagem. O foco é concentra algum potencial que facilite o processo: congregar pessoas, simular ambientes ou situações, experimentar etc (2013, p. 26).

Para a efetiva e significativa implementação das TDIC nas atividades e

na escola, não basta a compra dos equipamentos, é necessário todo um

replanejamento do processo pedagógico, mudança de crenças e técnicas dos

professores e demais envolvidos. Um grande problema é a utilização de

1 Grifos do autor.

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ferramentas modernas para aplicação de métodos convencionais (PIVA JR,

2013).

Piva Jr (2013) estabelece alguns aspectos importantes no processo de

planejamento. O planejamento da tecnologia auxilia para a averiguação dos

resultados, tanto financeiros quanto pedagógicos:

A tecnologia na escola não deve ser encarada como um conjunto de

ações que produzirão resultados imediatistas, mas sim a médio e longo

prazo;

O planejamento deve estabelecer metas e objetivos em todos os níveis,

que abarque todos os interessados e envolvidos no processo

(coordenação, professores, pais e alunos);

Estabelecer uma conduta de implementação coerente com os objetivos

educacionais da instituição;

Definir tarefas, pois quanto mais bem definidas forem, mais produtiva as

pessoas serão.

O planejamento é um processo analítico que consiste em avaliar o futuro

com base em informações. Abaixo, as etapas de um planejamento simples

para a implementação de TDIC (PIVA JR, 2013):

1. Seleção e organização da equipe de planejamento

2. Definição e/ou conscientização da equipe para a missão e visão

institucional e estabelecimento da missão da equipe

3. Análise da situação atual – ambientes e recursos internos e externos

4. Identificação das oportunidades e ameaças

5. Determinar os objetivos e metas da tecnologia para a instituição

6. Formular a filosofia/políticas organizacionais de adoção e atualização

tecnológica

7. Implementação, evolução e revisão do plano

Lembrando que a implementação não é a fase final do planejamento, um

planejamento em tecnologia nunca chega ao fim. A tecnologia muda

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constantemente, o que faz necessária a atualização periódica do planejamento

(PIVA JR, 2013).

Ainda, precisamos compreender que há dois tipos de professores no

contexto do uso de tecnologias digitais, os que precisam ser monitorados e

seguem mais fielmente roteiros e guias feitos por especialistas e os que

utilizam esses materiais como ponto de partida para uma reelaboração criativa

e personalizada (MORAN, 2013). Compreender o perfil do professor também é

importante e pode impactar na implementação e adoção e nos resultados

esperados.

Piva Jr (2013) destaca que além do conteúdo curricular, assuntos como

ética, solidariedade, interdisciplinaridade, criatividade, cidadania, trabalho em

grupo fazem parte do dia a dia das pessoas e deveriam também fazer parte

das salas de aula. Porém, os professores, durante sua formação não são

preparados para trabalhar assuntos como estes de forma efetiva e eficiente.

Dessa maneira, fica difícil trabalhar algo que não é vivenciado. Não muito

diferente acontece com as TDIC, a introdução de tecnologias desafia crenças e

a autoridade dos professores.

O autor continua, para romper com o método tradicional de ensino,

considerado enfadonho, engessado, ultrapassado, com alunos sentados em

fileiras diante do professor, as TDIC podem ser um caminho, uma ferramenta

didático-pedagógica “Quando os professores entram no processo de ‘aprender

como se integra a tecnologia em sala de aula’, os fatores mais importantes são

explorar e refletir sobre a aplicação da tecnologia nas mais variadas atividades,

colaborar com os colegas e participar da aprendizagem prática” (PIVA JR,

2013, p. 116).

Para o processo de implementação funcionar e a tecnologia ser de fato

integrada é preciso constituir uma infraestrutura tecnopedagógica (PIVA JR,

2013). Os elementos componentes dessa infraestrutura são:

Conteúdos: adaptar os conteúdos e as ferramentas educacionais para

que, juntos, eles possam atingir padrões de qualidade e efetividade

Reforma curricular

Desenvolvimento profissional: treinamento e capacitação para os

professores

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Acessibilidade: dos professores aos recursos com antecedência,

proporcionar o contato e aproximação

Igualdade: acesso de todos a tecnologia

Envolvimento da comunidade: extrapolar os limites da sala de aula

Atividade 4

“O planejar é diferente do adivinhar”. Pense a respeito desta frase, justificando

o seu significado. Elabore uma justificativa entre 10 a 15 linhas. A consulta ao

material complementar pode ajudar nesta atividade!

Material complementar:

Leitura

1) Especial Tecnologia na Educação

http://porvir.org/especiais/tecnologia/#aplicacao-na-pratica

2) Programa Palma: Dispositivos móveis e aplicativo como ferramenta

para alfabetização (Aturá – Revista Pan-Amazônica de Comunicação)

https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/atura/article/view/4507/12539

3) Planeje suas redes: Veja as opções e maneiras de adquirir conexão,

equipamentos e serviços de manutenção. Tendo em vista seu

orçamento, visão, o nível de formação de suas equipes e os recursos

digitais disponíveis monte seu plano de tecnologia

https://s3.amazonaws.com/porvir/wp-content/uploads/2016/08/Estrategias-

para-redes-PorvirTech.pdf

4) Conheça a ferramenta de pesquisa “A escola que os jovens querem”:

Saiba como realizar a pesquisa na sua escola ou rede

http://porvir.org/nossaescola/

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5) 10 boas experiências no uso de tablets e laptops

http://porvir.org/10-boas-experiencias-uso-de-tablets-laptops/

Vídeo

Programa NET Educação – Plataforma virtual oferece conteúdo sobre consumo

consciente de água

https://youtu.be/8whfluNrXK4

5. NA PRÁTICA: APRESENTAÇÃO DE CASES

Leia abaixo dois casos que apresentam aplicações práticas das TDIC no

dia a dia:

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Figura 2: Caderno Mobilidade

Leia o relato completo no Caderno Mobilidade, p.15:

http://fundacaotelefonica.org.br/acervo/cadernos-aft-mobilidade/

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Figura 3: Caderno Mobilidade

Leia o relato completo no Caderno Mobilidade, p.26:

http://fundacaotelefonica.org.br/acervo/cadernos-aft-mobilidade/

Conhece a política BYOD? BYOD (Bring Your Own Device), também

chamado de BYOT (Bring Your Own Technology), que significa “Traga seu

Próprio Dispositivo ou Tecnologia” é o nome que se dá a política que permite

que alunos ou funcionários levem seus próprios dispositivos móveis

(notebooks, tablets, smartphones) para a sala de aula ou espaço de trabalho

para usá-los. Na escola os gestores pedem que alunos e professores tragam

seus próprios dispositivos para que eles possam ser usados em sala de aula.

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Essa política representa uma solução para que os alunos tenham

acesso a conteúdos on-line, como aplicativos, videoaulas, imagens,

principalmente em escolas que não tem recursos financeiros para comprar um

dispositivo para cada.

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Figura 4: Relatório do NMC (New Media Consortium)

A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura incentiva a política BYOD ressaltando ser um modelo

atrativo, pois é de baixo custo e de rápida implementação. No entanto, é

preciso se atentar também para algumas limitações, como o fato de alguns

alunos não possuírem o dispositivo ou grupos com dispositivos e planos de

conectividade superiores que podem superar aqueles com dispositivos e

planos inferiores.

5.1 Planejamento

Kenski (2012) coloca que os meios de comunicação como um todo, seja

a televisão, o computador, as mídias digitais, movimentam a educação e

provocam novas mediações entre professor, a compreensão do aluno e o

conteúdo veiculado. O uso destes meios e seus recursos, como imagem, som

e movimento oferecerem informações mais realistas, assim como novas e

diferenciadas possibilidades para que as pessoas possam se relacionar com os

conhecimentos e aprender.

Para Moran (2013), a união entre o mundo físico e digital, que

disponibiliza atividades de pesquisa, lazer, de relacionamento e outros serviços

e possibilidades de integração, impactam a educação escolar e as formas de

ensinar e aprender que estamos acostumados.

Nesse sentido, quando bem utilizadas, as TDIC provocam a alteração

dos comportamentos de professores e alunos, levando-os ao conhecimento e

maior aprofundamento do conteúdo estudado (KENSKI, 2012).

Uma boa escola consiste em professores mediadores, motivados,

criativos e orientadores, menos aulas informativas, mais atividades de pesquisa

e experimentação, desafios e projetos, que privilegia a formação de redes de

aprendizagem entre alunos e professores, entre quem está perto e longe

(MORAN, 2013). A tecnologia digital pode ser uma aliada nessa concepção,

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proporcionando conectividade e recursos para ampliar e diversificar o processo

de ensino-aprendizagem.

Com as tecnologias digitais móveis não é preciso resolver tudo dentro de

sala de aula. O desafio é, a partir de tecnologias digitais móveis, por exemplo,

sair do ensino tradicional, em que o professor é o centro para uma

aprendizagem mais participativa e integrada, com momentos presenciais e a

distância, em que alunos e professores estão juntos presencialmente e

vitualmente (MORAN, 2013). Entretanto, Moran lembra que é preciso

compreender que muitas mudanças demoram a acontecer porque a sociedade

mantém um padrão mental de que ensinar é falar e aprender é ouvir. Não

apenas os envolvidos diretamente no processo precisam compreender a

mudança, pais e responsáveis também devem ser integrados e participar deste

processo.

Mesmo com a disponibilidade e variedade das TDIC, ensinar e aprender

vai muito além do uso de recursos, é necessária uma combinação de fatores,

entre estes as tecnologias:

As técnicas de comunicação também são importantes para o sucesso do professor. Um professor que se expressa bem, que conta histórias interessantes, que tem feeling para sentir o estado de ânimo da classe, que se adapta às circunstâncias, que sabe jogar com as metáforas, com o humor, que usa as tecnologias adequadamente, sem dúvida consegue bons resultados com os alunos. Os alunos gostam de um professor que os surpreenda, que traga novidades, que varie suas técnicas e seus métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem (MORAN, 2013, p. 35).

Atividade 5

Chegou o momento de colocar em prática os conhecimentos adquiridos

durante a disciplina. Você deverá elaborar um planejamento pedagógico para a

implementação de TDIC na sua escola ou em sua disciplina ou ainda para um

conteúdo específico. Escolha uma destas situações. A disciplina apresentou

aspectos que devem ser levados em consideração no planejamento e

implementação, como o conceito de aprender, o papel do aluno e do professor

e o uso da tecnologia. Considere esses aspectos. Pense em algo que possa

ser colocado em prática, executado, que atenda necessidades específicas,

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levando em consideração a infraestrutura, condições técnicas, tecnologias

disponíveis e conhecimento dos envolvidos.

O planejamento deve mencionar e caracterizar:

Público

Tecnologia escolhida

Local

Período da realização

Relação da tecnologia escolhida com a situação/local em que será

utilizada

Conceitos/Dados norteadores

Resultados esperados

ATENÇÃO: Os materiais complementares sugeridos ao longo da disciplina

podem contribuir na argumentação e formatação da proposta, há exemplos,

dicas e formatos, consulte!

Material complementar:

Leitura

1) Caderno Mobilidade

http://fundacaotelefonica.org.br/acervo/cadernos-aft-mobilidade/

2) Seção “Para Ensinar” do Instituto Net Claro Embratel: Materiais em

diferentes mídias para facilitar o ensino

https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/para-ensinar/

3) Seção “Para Aprender” do Instituto Net Claro Embratel: Materiais para

que o professor mantenha-se em constante formação

https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/para-aprender/

4) Horizon Report 2012 Panorama Tecnológico para o Ensino Fundamental

e Médio Brasileiro

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http://zerohora.com.br/pdf/14441735.pdf

Áudio (Podcast)

Professor de Jundiaí usa séries e tecnologia para ensinar Ciências

https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-

novidades/podcasts/professor-de-jundiai-usa-series-e-tecnologia-para-ensinar-

ciencias/

6. REFERÊNCIAS

BACCEGA, M. A. Meios de Comunicação na Escola. Comunicação & Educação, São Paulo, set/dez 2002. 7-15. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/3745 1>. Acesso em: 23 set. 2013. CHAMPAOSKI, E. B.; MENDES, A. A. P. Percepção de professores do Ensino Fundamental I acerca das tecnologias digitais no cotidiano escolar. In: ALMEIDA, S. D. C. D. D.; MEDEIROS, F. D.; MATTAR, J. Educação e Tecnologias: refletindo e transformando o cotidiano. 1ª. ed. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017. FREIRE, P.; GUIMARÃES, S. Educar com a mídia: novos diálogos sobre educação. São Paulo: Paz e Terra, 2011.

GABRIEL, M. Educar: a revolução digital na educação. São Paulo: Saraiva, 2013. KENSKI, V. M. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus, 2012. MATTAR, J.; LITTO, F. M (org). Educação aberta online: pesquisar, remixar e compartilhar. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017. MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2013. NEIVA, E. Dicionário Houaiss de Comunicação e Multimídia. São Paulo: Publifolha, 2013.

PALAMEDI, F. A usabilidade como instrumento da análise da função comunicativa em interfaces digitais. In: JÚNIOR, J. F.; SANTOS. M. C. D. Comunicação, tecnologia e inovação: estudos interdisciplinares de um campo em expansão. Porto Alegre: Buqui, 2013. p. 63-85.

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PEREIRA, A. A. Educomunicação: um diálogo criativo com a pedagogia de Dom Bosco. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2017. Disponível em: < https://www.editorafi.org/173antoniaalves>. Acesso em: 06 fev. 2018. PIVA JR, D. Sala de Aula Digital: uma introdução à cultura digital para educadores. São Paulo: Saraiva, 2013.