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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS - CEJURPS CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO: LEI 11.788/08 E A POSSÍVEL CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
MARIANA MAURICI
Itajaí (SC), junho de 2009.
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS - CEJURPS CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO: LEI 11.788/08 E A POSSÍVEL CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
MARIANA MAURICI
Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Orientador: Professora Especialista Maria Eugenia Furtado
Itajaí (SC), junho de 2009.
AGRADECIMENTO
Na estrada da vida passamos por momentos indescritíveis e inexplicáveis...
Vencemos os desafios e nos deparamos com pessoas muito especiais que fazem a diferença em nossas vidas...
A começar pela minha mãe, a qual sem sua persistência, coragem e força, essa conquista não seria possível...
E foi com essa trajetória que tomei a consciência do quanto a minha família é importante...
E ainda do quanto devemos cultivar os verdadeiros amigos...
Serão esses os grandes ensinamentos e presentes que levaremos dessa trajetória...
Um agradecimento aos mestres e em especial a Profª Maria Eugenia, que sabiamente me orientou nessa caminhada...
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a uma grande amiga...
Que me viu nascer e tenho certeza que acompanha meus passos a todo instante, onde quer que esteja:
NEUSA MARIA CASAS (in memoriam)
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo
aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do
Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o
Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo.
Itajaí, 18 de junho de 2009.
Mariana Maurici Graduando
PÁGINA DE APROVAÇÃO
A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale
do Itajaí – UNIVALI, elaborada pela graduanda Mariana Maurici, sob o título
Estágio: Lei 11.788/08 e a possível caracterização do Vínculo Empregatício, foi
submetida em 18 de junho de 2009 à banca examinadora composta pelos
seguintes professores: Maria Eugenia Furtado (Presidente da Banca e
Orientadora), e Wanderley Godoy Júnior (Examinador) e aprovada com a nota
[Nota] ([nota Extenso]).
Itajaí, 18 de junho de 2009
Profa. Especialista Maria Eugenia Furtado Orientador e Presidente da Banca
Antonio Augusto Lapa Coordenação da Monografia
ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Art. Artigo CC Código Civil CEJURPS Centro de Ciências Sociais e Jurídicas
CGPI Coordenação Geral de Preparação e Intermediação da Mão-de-Obra da Juventude
CLT Consolidação das Leis do Trabalho CONSUN-CaEn Conselho Superior Universitário – Câmara de Ensino CPC Código de Processo Civil CRFB/88 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 DF Distrito Federal DOE Diário Oficial do Estado
DPJ Departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude
ED Embargos de Declaração Gov Governo LDB Lei de Diretrizes e Bases MTE Ministério do Trabalho e Emprego NUBE Núcleo Brasileiro de Estágios OAB/SC Ordem dos Advogados de Santa Catarina SPPE Secretaria de Políticas Públicas de Emprego TRT/SC Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina TRT/RS Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul TST Tribunal Superior do Trabalho
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí
SUMÁRIO
RESUMO .............................................................................. IX
INTRODUÇÃO........................................................................1
CAPÍTULO 1...........................................................................3
RELAÇÕES DE TRABALHO.................................................3
1.1 RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO ..............................3 1.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO ..................................................6 1.1.1.1 Empregador ......................................................................................................... 6 1.1.1.2 Empregado........................................................................................................... 8 1.1.2 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ............................................................20 1.1.2.1 Princípio da Proteção........................................................................................ 20 1.1.2.2 Princípio da Primazia da Realidade.................................................................. 21
CAPÍTULO 2.........................................................................23
ESTÁGIO..............................................................................23
2.1 CONCEITO DE ESTÁGIO ..............................................................................23 2.2 ATORES .........................................................................................................25 2.2.1 ESTAGIÁRIO ...................................................................................................25 2.2.2 INSTITUIÇÕES DE ENSINO ................................................................................30 2.2.3 PARTE CONCEDENTE ......................................................................................33 2.2.4 AGENTE DE INTEGRAÇÃO ................................................................................35 2.3 JORNADA DE ATIVIDADE DE ESTÁGIO .....................................................35 2.4 CONTRAPRESTAÇÃO/RECESSO................................................................37 2.5 SEGURO.........................................................................................................41 2.6 ATIVIDADE DE EXTENSÃO/MONITORIA.....................................................42 2.7 PUBLICAÇÃO DA LEI....................................................................................43
CAPÍTULO 3.........................................................................44
ESTÁGIO X RELAÇÃO DE EMPREGO ..............................44
3.1 OBRIGAÇÕES DOS ATORES .......................................................................44 3.1.1 INSTITUIÇÃO DE ENSINO ..................................................................................45 3.1.2 PARTE CONCEDENTE ......................................................................................49 3.1.3 AGENTE DE INTEGRAÇÃO ................................................................................51 3.2 REQUISITOS DA CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE ESTÁGIO .........52 3.3 ESTÁGIO X RELAÇÃO DE EMPREGO.........................................................58 3.4 PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE .................................................61 3.5 ÔNUS DA PROVA..........................................................................................63
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................67
REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS .............................70
ANEXOS...............................................................................72
RESUMO
A presente monografia tem como objetivo institucional a
obtenção do título de bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI. E pretende proporcionar ao leitor um esclarecimento sobre o Estágio no
âmbito do Direito Educacional e do Direito do Trabalho e ainda, demonstrar os
diversos aspectos referentes a esta atividade, em conformidade com a Lei nº.
11.788/08 e a possível caracterização do vínculo empregatício em decorrência do
desrespeito à Legislação Vigente. Para isso, segue uma seqüência explicitando
de modo geral o Estágio, seus princípios, legislação, doutrina e entendimentos
jurisprudenciais. O primeiro Capítulo busca apresentar os aspectos referentes à
Relação de Trabalho, a competência da Justiça do Trabalho para dirimir possíveis
conflitos e dois dos princípios norteadores do Direito do Trabalho. No segundo
Capítulo, buscou-se apresentar de forma comparativa os diversos dispositivos da
Legislação Vigente, a fim de fazer com que o leitor se depare com os diversos
aspectos e regulamentações da Lei nº. 11.788/08, relacionados ao Direito
Educacional. Finalmente, o terceiro Capítulo aborda as obrigações das partes
envolvidas com o Estágio, os requisitos para caracterizar esta relação, bem como
a possível caracterização do vínculo empregatício em decorrência do desrespeito
à Legislação Vigente. Constatou-se que a Lei nº 11.788/08 regulamenta e fiscaliza
de forma mais detalhada o Estágio envolvendo diretamente as partes desta
relação.
INTRODUÇÃO
A presente Monografia tem como objeto a análise do
Estágio no âmbito do Direito Educacional e do Direito Trabalho.
O seu objetivo é estabelecer um elo entre o conceito de
Educação e a Relação de Estágio, bem como analisar o Estágio sob a égide da
Lei Nº 11.788/08, Legislação Vigente, estudando a possibilidade da
caracterização, ou não, do vínculo empregatício.
Para tanto, principia–se, no primeiro Capítulo, com a
relação de trabalho e a relação de Emprego com suas características, sendo
abordado também, dois dos princípios norteadores do Direito do Trabalho: o
princípio da proteção e o da primazia da realidade.
No segundo Capítulo será apresentada a Legislação
Vigente, a qual regulamenta as relações de Estágio. Neste Capítulo serão
conceituados alguns dos dispositivos legais, analisados, principalmente, pelo
âmbito do Direito Educacional, estabelecendo ainda um comparativo entre à
Legislação Revogada e a Legislação Vigente, dos diferentes aspectos
relacionados aos Estágios.
Já no terceiro Capítulo serão abordadas, as obrigações dos
atores da relação de Estágio, sendo estabelecida uma relação entre a Relação de
Estágio e a caracterização do Vínculo Empregatício, considerando ainda o
disposto pela Consolidação das Leis do Trabalho. Retomar-se-á ao princípio da
primazia da realidade, porém, nesta fase da pesquisa, com o foco nas relações de
Estágio. E por fim, será exposto o ônus da prova vinculado ao Direito do Trabalho.
O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as
Considerações Finais, nas quais são apresentados pontos conclusivos
destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos estudos e das reflexões
sobre o Estágio, seus dispositivos legais e suas conseqüências no âmbito das
2
relações de trabalho, principalmente no que se refere ao Direito Educacional e ao
Direito do Trabalho.
Para a presente monografia foram levantadas as seguintes
hipóteses:
• O Estágio é uma espécie de Relação de Trabalho e
como tal é jurisdicionada pela Justiça do Trabalho.
• A Instituição de Ensino desempenha um papel relevante
na Relação de Estágio.
• A Lei 11.788/08 estabelece critérios específicos de
fiscalização dos Estágios.
• O Estágio não se caracteriza como relação de emprego.
Quanto à Metodologia empregada, registra-se que, na Fase
de Investigação1 foi utilizado o Método Indutivo2, na Fase de Tratamento de
Dados o Método Cartesiano3, e o Relatório dos Resultados expresso na presente
Monografia é composto na base lógica Indutiva.
As categorias fundamentais e os conceitos operacionais
serão apresentados no corpo do trabalho por opção da acadêmica em total
acordo com sua orientadora.
1 “[...] momento no qual o Pesquisador busca e recolhe os dados, sob a moldura do Referente
estabelecido[...]. PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica e Metodologia da pesquisa jurídica. 10 ed. Florianópolis: OAB-SC editora, 2007. p. 101.
2 “[...] pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção ou conclusão geral [...]”. PASOLD, Cesar Luiz, Prática da Pesquisa jurídica e Metodologia da pesquisa jurídica, 2007 p. 104.
3 Sobre as quatro regras do Método Cartesiano (evidência, dividir, ordenar e avaliar) veja LEITE, Eduardo de oliveira. A monografia jurídica. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001. p. 22-26.
CAPÍTULO 1
RELAÇÕES DE TRABALHO
1.1 RELAÇÃO DE TRABALHO X RELAÇÃO DE EMPREGO
Neste primeiro Capítulo será abordada a relação de
trabalho e a relação de emprego. Inicialmente será estabelecida uma relação
entre trabalho e emprego a fim de estabelecer um eixo no entendimento quanto
ao vínculo existente entre estas duas relações do Direito do Trabalho4. É
necessário estabelecer a competência da Justiça do Trabalho para dirimir as
eventuais lides estabelecidas nas relações de trabalho.
Preceitua a Constituição da República Federativa do Brasil
de 19885 – CRFB/88, quanto à competência da Justiça do Trabalho. Em seu
artigo 114, incisos I e IX, já com a nova redação dada Emenda Constitucional nº
45, publicada em 31 de dezembro de 2004, estabelece a competência da Justiça
do Trabalho para processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho,
abrangidos os entes de direito público externo6 e da administração pública direta7
4 Direito do Trabalho: conjunto de princípios e regras jurídicas aplicáveis às relações individuais e
coletivas entre trabalhadores e empregadores. MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas e concursos. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 4.
5 BRASIL. CLT; Legislação Previdenciária e Constituição Federal / Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p 64.
6 Direito Público Externo: Art. 42, CC: São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 13. ed. rev. aum. e atual. de acordo com a reforma do CPC e com o Projeto de Lei n. 276/2007. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 87.
7Administração Pública Direta: que compreende os serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. PINHO, Ruy Rebello; NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Instituições de Direito Público e Privado: Introdução ao Estudo do Direito e Noções de Ética Profissional. 24.ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 149.
4
e indireta8 da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e demais
controvérsias decorrentes da relação de trabalho na forma da lei.
Art. 114, CFRB Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
Para tanto, apresenta-se um entendimento jurisprudencial
ratificando o acima mencionado e exemplificando com a relação de Estágio,
jurisdicionado pela Justiça do Trabalho, a seguir:
COMPETÊNCIA. ESTÁGIO. RELAÇÃO DE TRABALHO. A Justiça do Trabalho é competente para dirimir demanda envolvendo o estágio feito pelo educando, pois se trata de relação de trabalho voltada para o aprimoramento ou complementação do ensino. As particularidades da relação jurídica de estágio, em razão de sua função teleológica, ou seja, a prestação de trabalho relacionado à sua causa final (obter conhecimento prático para o exercício de uma profissão), bem como o fato de nessa relação participarem pessoas que não são propriamente tomador de serviço e empresa intermediadora de mão-de-obra não lhe retiram o seu núcleo essencial, que é trabalho humano prestado com dependência econômica9.
8 Administração Pública Indireta: que compreende as seguintes categorias de entidades dotadas
de personalidade jurídica própria: Autarquias, Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista e Fundações Públicas. PINHO, Ruy Rebello; NASCIMENTO, Amauri Mascaro, Instituições de Direito Público e Privado: Introdução ao Estudo do Direito e Noções de Ética Profissional, 2004, p. 149.
9 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Competência. Estágio. Relação de Trabalho. Processo: 08634-2006-035-12-00-2. Relatora: Juíza Ione Ramos, TRTSC/DOE em 15-02-2008.
5
Jackson Chaves de Azevêdo10 adota a idéia de caráter
genérico da relação de trabalho, abrangendo qualquer vínculo jurídico que tenha
como finalidade uma obrigação de fazer, baseada em trabalho humano. Cita
ainda, como espécies de relação de trabalho a relação de emprego, o trabalho
autônomo, a empreitada, a locação de serviços, o trabalho eventual, o trabalho
avulso, o trabalho prestado por profissional liberal, o artífice, o representante
comercial, a relação de trabalho temporário, entre outros.
Maurício Godinho Delgado11 adere à idéia de que a relação
de trabalho refere-se a todas as relações jurídicas caracterizadas por terem sua
prestação essencial centrada em uma obrigação de fazer consubstanciada em
labor humano. Trata ainda como toda modalidade de contratação de trabalho
humano modernamente admissível. Traduz o gênero como àquele que se
acomodam todas as formas de pactuação de prestação de trabalho existentes no
mundo jurídico atual.
Quanto à caracterização da relação de emprego como
espécie da relação de trabalho, pode-se observar nos doutrinadores citados nesta
pesquisa, o mesmo entendimento. A citar Amauri Mascaro Nascimento12 quando
define a relação de emprego como a relação jurídica de natureza contratual,
tendo como sujeitos o empregado e o empregador, e como objeto, o trabalho
subordinado, continuado e assalariado, cuja estas especificidades e
características serão abordadas em momento oportuno deste Capítulo.
Jackson Chaves de Azevêdo13 colabora com este conceito,
acrescentando o instituto da pessoa física como prestador de trabalho de forma
subordinada a um destinatário, que este por sua vez poderá ser pessoa física ou
jurídica.
10 AZEVÊDO, Jackson Chaves de, coordenador. Curso de Direito do trabalho. São Paulo: LTr,
2001. p. 65. 11 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 6. ed. São Paulo: LTr, 2007. p.
285. 12 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 23. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2008. p. 562. 13 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 65.
6
Segundo Fabíola Marques e Cláudia José Abud14 a relação
de emprego é aquela proveniente do vínculo empregatício, ou seja, regula apenas
o trabalho existente entre empregado e empregador quando estiverem presentes
os quatro requisitos para a configuração do emprego, quais sejam: pessoalidade,
habitualidade, subordinação e onerosidade.
Com isso, Maurício Godinho Delgado15, compara os dois
institutos de maneira técnico-jurídica, relatando que a relação de emprego é
apenas uma das modalidades específicas da relação de trabalho juridicamente
configurada, correspondente a um tipo legal próprio e específico, inconfundível
com as demais modalidades de relação de trabalho ora vigorantes.
Observa-se que a relação de trabalho abrange todas as
relações jurídicas oriundas do trabalho humano, com a obrigação de fazer. E que
toda relação de emprego é considerada uma relação de trabalho, porém nem toda
relação de trabalho é considerada uma relação de emprego.
1.1.1 Caracterização do Vínculo Empregatício
Para caracterização do vínculo empregatício se faz
necessária a imersão no contexto da relação de emprego. Devem-se observar os
requisitos essenciais, necessários à sua configuração diante da Justiça do
Trabalho. E para isso, postular os conceitos de empregado e empregador e sua
inserção nos requisitos contidos na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
1.1.1.1 Empregador
O conceito inicial que será abordado é o do Empregador,
estabelecido no art. 2º e parágrafos da CLT:
Art. 2º CLT: Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.
14 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas
e concursos, 2008, p. 14. 15 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 286.
7
§1º Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.
§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas16.
Fabíola Marques e Claudia José Abud17 conceituam
empregador como pessoa física ou jurídica que, assumindo os riscos da atividade
econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços, conforme
o enunciado do art. 2º, anteriormente mencionado. Estabelece ainda que,
qualquer ente dotado ou não da personalidade jurídica, podendo ser também uma
sociedade de fato ou irregular, não registrada.
Amauri Mascaro Nascimento18 relaciona o conceito de
empregador ao conceito de empregado, quando diz ser empregador, todo ente
para quem uma pessoa física prestar serviços continuados, subordinados e
assalariados. Declara que é por meio do empregado que se chega à figura do
empregador, independentemente da estrutura jurídica que tiver. Estabelece ainda
a figura do empregador como uma pessoa física ou jurídica ou uma organização
dotada de subjetividade jurídica.
A figura do empregado será o próximo tema a ser abordado,
para aprofundar o entendimento do conceito e pressupostos para a
caracterização do vínculo empregatício.
16 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho. 33.ed. atual. Por
Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 27. 17 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas
e concursos, 2008, p. 27. 18 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 673.
8
1.1.1.2 Empregado
Quando se trata de empregado, busca-se referência
principalmente na CLT em seu art. 3º, pois ali o legislador estruturou o conceito e
os requisitos essenciais para a caracterização do vínculo empregatício, a saber:
Art. 3º, CLT: Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Parágrafo único. Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual19.
Para Maurício Godinho Delgado20 será empregado toda
pessoa natural que contrate, tácita ou expressamente, a prestação de seus
serviços a um tomador, a este efetuado com pessoalidade, onerosidade, não-
eventualidade e subordinação.
Valentin Carrion21 considera empregado o sujeito de uma
relação de trabalho subordinado, protegido, também, pelo Direito do Trabalho.
Sérgio Pinto Martins22 faz alusão a um sentido amplo de
como pode ser considerado a figura do empregado, sendo àquele que está
pregado na empresa, o que é por ela utilizado.
Amauri Mascaro Nascimento23 apresenta o conceito de
empregado já com o implicativo dos requisitos para configuração do vínculo
empregatício. Trata o empregado como pessoa física que presta serviços
subordinados e não-eventuais mediante salário, com ânimo de emprego.
Para ratificar o que foi abordado até então, se apresenta
uma Jurisprudência do Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina – 19 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 34. 20 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 347. 21 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 34. 22 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 22.ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 131. 23 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 659.
9
TRT/SC, quando configura o vínculo empregatício, por estarem presentes nos
autos os elementos caracterizadores do contrato de emprego, em conformidade
com o art. 3º da CLT:
CONTRATO DE ESTÁGIO. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Desvirtuada a finalidade do programa de estágio, decorrente da utilização do trabalho do estagiário de forma dissociada do previsto na Lei nº 6.494/77, e estando presentes os requisitos elencados no art. 3º da CLT, deve ser reconhecido o vínculo
empregatício24.
Constata-se que para configurar o vínculo empregatício se
faz necessário estarem presentes os requisitos contidos na CLT em seu art. 3º,
quando conceitua empregado e estabelece a relação de emprego, tais como a
necessidade do empregado ser pessoa física, e a relação de emprego ser com
pessoalidade, não-eventualidade, onerosa e, ainda, ter presente a subordinação.
Com isso, se estrutura cada requisito, a partir do próximo
tópico, mencionando a sua importância, segundo os doutrinadores para a
caracterização do vínculo empregatício.
1.1.1.1.1 Pessoa Física
Para caracterizar o empregado e conseqüentemente o
vínculo empregatício inicia-se o estudo com a figura da pessoa física, trazendo a
impossibilidade de uma pessoa jurídica atuar nesta relação como sujeito.
Maurício Godinho Delgado detalha o conceito de trabalho
realizado por pessoa física, a saber:
A prestação de serviços que o Direito do Trabalhador toma em consideração é aquela pactuada por uma pessoa física (ou natural). Os bens jurídicos (e mesmo éticos) tutelados pelo Direito do Trabalho (vida, saúde, integridade moral, bem-estar, lazer, etc.) importam à pessoa física, não podendo ser usufruídos por
24 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Contrato de
Estágio. Vínculo Empregatício. Processo: 03912-2007-028-12-00-8. Relator: Juiz Gilmar Cavalleri, TRTSC/DOE em 16-06-2008.
10
pessoas jurídicas. Assim, a figura do trabalhador há de ser, sempre, uma pessoa natural25.
Valentin Carrion26 quando faz comentários à CLT, aborda a
temática da pessoa física no mesmo sentido apresentado por Maurício Godinho
Delgado, ao dizer que o direito social27 ampara apenas o trabalho humano
pessoal, diz ainda que os serviços prestados por pessoa jurídica não podem ser
objetos de um contrato de trabalho.
Eduardo Gabriel Saad28 relata que a lei, quando afirma que
o empregado deverá ser sempre uma pessoa física, quer evidenciar a não
possibilidade do estabelecimento de um vínculo empregatício entre uma pessoa
jurídica e o empregador.
Ainda sobre este tópico, relata Sérgio Pinto Martins29 que o
empregado poderá ser somente pessoa física, por não existir contrato de trabalho
em que o trabalhador seja pessoa jurídica, podendo ocorrer, no caso, locação de
serviços, empreitada, etc.
Corroborando com a definição da “pessoa física” na relação
de emprego, Amauri Mascaro Nascimento, acrescenta:
Empregado será toda pessoa física, excluindo-se, portanto, a pessoa jurídica, porque esta jamais poderá executar o próprio trabalho, fazendo-o por meio de pessoas físicas, e porque o direito do trabalho protege o trabalhador como ser humano e pela energia de trabalho que desenvolve na prestação de serviços30.
25 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 291. 26 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 34. 27 Direito Social: é aquele que transcende os direitos individuais, quais sejam os direitos públicos,
os coletivos e os difusos. SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico, 2005, p. 480. 28 SAAD, Eduardo Gabriel. Consolidação das Leis do Trabalho: Comentada. 41. ed. atual., e
rev. e ampl. Por José Eduardo Duarte Saad, Ana Maria Saad Castello Branco. São Paulo: LTr, 2008. P. 52.
29 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 135. 30 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 646.
11
Portanto, observa-se que não poderá ser sujeito da relação
de emprego a pessoa jurídica, devendo ser exclusivamente pessoa física, tendo
em vista que, quem terá aptidões morais e técnicas para exercer as atividades
será a pessoa física. Desta forma, se pode avançar para o próximo requisito para
a configuração do vínculo empregatício na relação de emprego: a pessoalidade.
1.1.1.2.2 Pessoalidade
A pessoalidade é um dos requisitos para configuração do
vínculo empregatício, preceituado no art. 3º da CLT. Este requisito está ligado ao
da pessoa física, mas aqui ele aparece com a característica de ser, esta pessoa,
insubstituível.
Sérgio Pinto Martins, relata que o empregador conta com
certa pessoa específica para lhe prestar serviços. Caso o empregado se faça
substituir constantemente por outra pessoa, como por exemplo, por um parente,
inexiste o elemento pessoalidade nesta relação31.
Utiliza-se a expressão latina intuito personae para definir a
pessoalidade. Resgatou-se o conceito desta expressão no vocabulário jurídico de
Plácido e Silva32 traduzida como “em consideração a pessoa”, sendo uma
expressão utilizada para exprimir os contratos, que se firmam, ou as obrigações
que se contraem, em consideração especial às pessoas. Complementa ainda,
que as obrigações que deles se geram são de prestações pessoais, ou seja,
somente podem ser exercidas pelas pessoas que as contraem, possuindo o
caráter personalíssimo.
Fabíola Marques e Cláudia José Abud33 ratificam a idéia da
prestação de serviço pessoal, como atividade personalíssima, sendo que o
empregado não pode ser substituído por outra pessoa no exercício de suas
atribuições.
31 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 135. 32 SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico, 2005, p. 770. 33 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas
e concursos, 2008, p. 15.
12
Maurício Godinho Delgado estabelece a relação com o
tópico anterior, pessoa física, mas também aponta importante distinção, observa-
se:
O fato de ser o trabalho prestado por pessoa física não significa, necessariamente, ser ele prestado com pessoalidade. Esse segundo elemento fático-jurídico tem, assim, que ser também aferido na relação jurídica concreta formulada entre as partes34.
Por fim, menciona-se o doutrinador Jackson Chaves de
Azevêdo, que em sua obra também faz menção à expressão latina intuito
personae em relação ao empregado, o qual o empregado não pode se fazer
substituir na relação jurídica de emprego35.
1.1.1.2.3 Habitualidade/Não-Eventual
Também como requisito essencial para a configuração do
vínculo empregatício apresenta-se a habitualidade/não-eventualidade.
Desta vez o estudo tem início com o autor Jackson Chaves
de Azevedo36, quando diz que a habitualidade é o serviço prestado de forma
continuada, periódica. É quando se fixa um espaço de tempo ou uma tarefa a ser
cumprida, todos os dias, dois dias por semana, quinze dias por mês, etc, em que
há o compromisso de renovação em períodos regulares e predeterminados.
Complementa ainda, que a habitualidade significa continuidade, não-
esporadicidade ou eventualidade.
Cláudia Salles Vilela Vianna explica o que representa a
habitualidade na relação de emprego, quando analisa o art. 3º da CLT:
A CLT, art. 3º, menciona a expressão “serviços de natureza não-eventual”, o que significa que a habitualidade visualizada pelo legislador não quer dizer a freqüência da prestação dos serviços, mas sim a natureza contínua do serviço desenvolvido. Assim,
34 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 291. 35 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 68. 36 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 70.
13
ainda que o serviço contratado seja realizado uma vez por mês (digitação de dados, por exemplo), sua repetição indica a continuidade indicada no Estatuto Laboral37.
Sérgio Pinto Martins38 aponta a necessidade de que o
contrato de trabalho possua trato sucessivo entre as partes, que perdura no
tempo. Diz ainda que o trabalho deve ser prestado com continuidade, afirmando
que aquele que presta serviços eventualmente não é empregado.
Francisco Giordani39 também se manifesta quanto à
habitualidade. Ratifica o que já fora mencionado por outros doutrinadores, quando
afirma ser necessário que a prestação de serviços ocorra de modo não eventual,
ou seja, que haja continuidade do trabalho no tempo, que não seja biscateiro,
esporádico, eventual ou ocasional. Daí a característica do trato sucessivo, que
denota a projeção sucessiva e contínua das prestações recíprocas ajustadas.
Valentin Carrion40 conceitua o requisito não-eventual como
sendo àquele permanente ou que tem por prazo determinado, diferenciando-se do
eventual, pois este é o ocasional, esporádico.
Vale citar as palavras utilizadas por Amauri Mascaro
Nascimento, ainda quanto à habitualidade:
O empregado destina o seu trabalho de modo constante, inalterável e permanente a um destinatário, de modo a manter uma constância no desenvolvimento da sua atividade em prol da mesma organização, suficiente para que um elo jurídico seja mantido, resultante, muitas vezes, dessa mesma continuidade41.
37 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas. 9.ed. São Paulo:
LTr, 2008. p. 111. 38 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 93. 39 GIORDANI, Francisco Alberto da Motta Peixoto; MARTINS, Melchíades Rodrigues; VIDOTTI
coordenadores. Fundamentos do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2000. p. 228. 40 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 35. 41 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 654.
14
Finaliza-se este tópico mencionando Maurício Godinho
Delgado42, quando declara que para existir a relação empregatícia, é necessário
que o trabalho prestado tenha caráter de permanência (ainda que por um curto
período determinado), não se qualificando como trabalho esporádico. Mostra-se
com isso que a habitualidade é um requisito essencial, mesmo que por um
período determinado, devendo o contrato conter tal característica para configurar
a relação empregatícia.
1.1.1.2.4 Subordinação
Para os doutrinadores que serão abordados neste tópico a
subordinação se mostra como um requisito indispensável para a existência do
vínculo empregatício.
Jackson Chaves de Azevedo43 conceitua subordinação
como sendo a dependência hierárquica ou subordinação jurídica do empregador
em relação ao trabalhador, sendo certo, portanto, que a terminologia utilizada no
art. 3º da CLT (“dependência”) deve ser tida sob este enfoque.
Cláudia Salles Vilela Vianna44 adere à figura da
subordinação como requisito principal para a caracterização do vínculo
empregatício, quando diz que o trabalhador deve estar sujeito às determinações
do empregador.
Para Fabíola Marques e Cláudia José Abud,45 a
subordinação decorre do poder de comando do empregador, já que o empregado
está subordinado às ordens do empregador. As autoras mencionam ainda as
diversas formas de subordinação tais como: econômica, técnica, hierárquica ou
jurídica.
42 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 294. 43 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 72. 44 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 111. 45 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas
e concursos, 2008, p. 15.
15
Corroborando ainda com a conceituação de subordinação,
se obtém da doutrina de Valentin Carrion46 que “a subordinação do empregado às
ordens do empregador (colocando à disposição deste sua força de trabalho) de
forma não eventual é a mais evidente manifestação da existência de um contrato
de emprego; o poder disciplinar é-lhe inerente”.
Utiliza-se também o conceito do doutrinador Amauri Mascaro
Nascimento quanto à subordinação:
Como a situação em que se encontra o trabalhador, decorrente da limitação contratual da autonomia da sua vontade, para o fim de transferir ao empregador o poder de direção sobre a atividade que desempenhará. A subordinação significa uma limitação à autonomia do empregado, de tal modo que a execução dos serviços deve pautar-se por certas normas que não serão por ele traçadas. É requisito fundamental para a configuração do vínculo47.
Maurício Godinho Delgado48 intensifica o entendimento da
importância da subordinação na relação de emprego. Profere que a subordinação
consiste na situação jurídica derivada do contrato de trabalho, pela qual o
empregado se compromete a acolher o poder de direção empresarial no modo de
realização de sua prestação de serviços.
A fim de demonstrar a relevância da subordinação na
relação do vínculo empregatício, colhe-se o entendimento da jurisprudência do
TRT/SC, quando não reconhece o vínculo empregatício entre as partes, pois está
ausente a subordinação na relação referida.
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. SUBORDINAÇÃO. AUSÊNCIA. A subordinação jurídica é requisito necessário à configuração do vínculo empregatício e pressupõe dependência, obediência e sujeição ao poder de mando de outrem. Ausente tal condição,
46 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 38. 47 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 659. 48 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 302.
16
resta impossibilitado o reconhecimento do vínculo empregatício entre as partes49.
A Jurisprudência acima citada, conceitua ainda a
subordinação jurídica quanto requisito necessário à configuração do vínculo
empregatício e pressupõe dependência, obediência e sujeição ao poder de
mando de outrem.
1.1.1.2.5 Onerosidade
Coloca-se fim aos requisitos essenciais para a configuração
do vínculo empregatício com a interpretação do conceito de onerosidade e sua
importância na relação de emprego.
Segundo Fabíola Marques e Cláudia José Abud50, a
subordinação diz respeito à contraprestação devida pelo empregador ao
empregado em razão da prestação de serviços. Afirmam ainda que o empregado
tem o dever de prestar os serviços e o empregador tem a obrigação de pagar
pelos serviços prestados, portanto, o trabalho não é gratuito, mas sim oneroso.
Menciona-se o disposto por Jackson Chaves de Azevêdo:
Ao empregado é devida, pelo empregador, a contraprestação pelos serviços prestados: o salário. O salário pode ser pago em valor fixo, comissões, e utilidades, por dia, hora, semana, mês; por tarefa ou unidade de obra. De outro lado, restando configurados os demais elementos da relação de trabalho, quais sejam, a pessoalidade, não-eventualidade e subordinação jurídica, a ausência do pagamento dos salários, independentemente se de boa ou má-fé do tomador dos serviços (empregador), não desnatura, por si só, a caracterização do vínculo empregatício.
49 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Ausência de
Subordinação. Processo: 02620-2006-007-12-00-6. Relatora: Juíza Sandra Márcia Wambier, TRTSC/DOE em 23-07-2008.
50 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas e concursos, 2008, p. 15.
17
Pode o trabalhador não ter recebido os salários, mas fazer jus a eles51.
Amauri Mascaro Nascimento52 traz a onerosidade como um
encargo bilateral próprio da relação de emprego, significando, para o empregado,
o dever de exercer uma atividade por conta alheia cedendo, antecipadamente, ao
beneficiário os direitos que eventualmente teria sobre os resultados da produção,
em troca de uma remuneração. Segundo ele, onerosidade quer dizer que só
haverá contrato desde que exista um salário, convencionado ou pago.
Com isso, demonstra-se que o contrato de trabalho não é
gratuito, mas sim oneroso. O empregado tem o direito de receber salários pelos
serviços prestados ao empregador. Porém, o empregado tem a obrigação de
prestar os serviços para daí sim receber, isto fundamentado pelo autor Sérgio
Pinto Martins53.
Cláudia Salles Vilela Vianna54 trata a onerosidade como o
recebimento pelo trabalhador, de uma contraprestação pecuniária pelos serviços
prestados, paga pelo empregador. Ela traz uma nova situação quanto à
contextualização deste requisito, pois mesmo sendo essencial para a
configuração do vínculo, é em menor grau, tendo em vista que qualquer trabalho
requer a contraprestação pecuniária, em regra. No entanto, o que será levado em
consideração para análise de ser ou não uma relação de emprego, é o grau de
dependência do obreiro em face do contratante (subordinação).
Valentin Carrion55 explicita quais as maneiras que poderão
ser devidas o salário, podendo ser por unidade de tempo (por hora, dia, semana,
quinzena ou mês e até parcelas anuais), por unidades de obra (quantidade de
serviço, por produção) ou misto (por tarefa: combina unidade de tempo e unidade
de obra).
51 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 71. 52 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 651. 53 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 93. 54 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 111. 55 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 38.
18
Finaliza-se o entendimento da onerosidade com o conceito
proferido por Maurício Godinho Delgado56 que indica a relação empregatícia como
uma relação de essencial fundo econômico. Desse modo, ao valor econômico da
força de trabalho colocada à disposição do empregador deve corresponder uma
contrapartida econômica em benefício do obreiro, consubstanciada no conjunto
salarial, ou seja, o complexo de verbas contraprestativas pagas pelo empregador
ao empregado em virtude da relação empregatícia pactuada.
Com a onerosidade, se encerra a apresentação dos quatro
requisitos essenciais mencionados no início deste tópico para a configuração do
vínculo empregatício, porém, existem alguns autores que acrescentam a este
tema os requisitos não-essenciais que em alguns contratos estarão presentes,
mas não de forma obrigatória, tais como: alteridade e exclusividade.
1.1.1.2.6 Alteridade
Sérgio Pinto Martins é um dos autores que complementa os
requisitos anteriores mencionados tanto com a alteridade quanto com a
exclusividade. Quando trata da alteridade relata que:
O empregado presta serviços por conta alheia (alteridade). Alteridade vem de alteritas, de alter, outro. É um trabalho sem assunção de qualquer risco pelo trabalhador. O empregado pode participar dos lucros da empresa, mas não dos prejuízos. Quando está prestando um serviço para si ou por conta própria, não será empregado, podendo ocorrer apenas a realização de um trabalho, ou a configuração do trabalho autônomo. É requisito do contrato de trabalho o empregado prestar serviços por conta alheia e não por conta própria57.
O autor Jackson Chaves de Azevedo58 entende alteridade
quando o empregado, apesar de comprometer-se a prestar o trabalho, abre mão
dos frutos desse trabalho, que serão do empregador e que, por isso, assumirá os
riscos da atividade econômica, não podendo repassá-los ao empregado.
56 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 298. 57 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 94. 58 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 96.
19
Constata-se que alteridade se configura quando o
empregado, mesmo que receba participação nos lucros, não responde pelos
prejuízos da empresa. Não assume os riscos do trabalhador.
1.1.1.2.7 Exclusividade
Já quanto à exclusividade, agora buscando o conceito na
CLT comentada de Valentin Carrion,59 observa-se não ser esta uma condição
para o reconhecimento da relação de emprego: é exigível a abstenção de
concorrência pelo empregado ou para empregador concorrente, assim como
comunicação de segredos da empresa. Havendo pluralidade de empregos haverá
pluralidade de anotações na carteira de trabalho.
Complementa ainda, Sérgio Pinto Martins que:
Não é necessária a exclusividade de prestação de serviços pelo empregado ao empregador. A legislação mostra a possibilidade de o empregado ter mais de um emprego. O fato de o contrato de trabalho prever a exclusividade na prestação de serviços pelo empregado não o desnatura. Caso esteja pactuada entre o empregado e o empregador a relação de exclusividade e este não cumprir tal disposição contratual, dará apenas justo motivo para o empregador rescindir o pacto laboral60.
Jackson Chaves de Azevedo61 ratifica o proferido acima por
Martins, quando diz que a legislação brasileira não exige que o empregado preste
serviços a somente um empregador. Que pelo contrário, até o permite, salvo
manifestação contratual. Assim, entende-se que o empregado pode manter mais
de um contrato individual de trabalho com empregadores distintos.
Restam demonstrados os requisitos não-essenciais para a
configuração do vínculo empregatício, sendo abordados, a partir deste momento,
os princípios do Direito do trabalho. Vale salientar que neste momento da
59 CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 39. 60 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 94. 61 AZEVÊDO, Jackson Chaves de. Curso de Direito do trabalho, 2001, p. 96.
20
pesquisa o estudo está voltado para as relações de trabalho e em momento
oportuno será direcionado ao Estágio.
1.1.2 Princípios do Direito do Trabalho
Para dar início a este estudo será apresentado,
inicialmente, dois princípios do Direito do Trabalho: o princípio da proteção e o da
primazia da realidade, a fim de fundamentar o tema o qual está intrinsecamente
ligado ao Direito Educacional62.
1.1.2.1 Princípio da Proteção
Sobre o Princípio da Proteção, apresenta-se o conceito
aplicado pelo doutrinador Maurício Godinho Delgado:
Informa este princípio que o Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia – o obreiro -, visando retificar (ou atenuar), no plano jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho63.
Fabíola Marques e Cláudia José Abud citam em sua obra o
doutrinador Américo Plá Rodriguez, o qual relata que o princípio protetor se
expressa de três dimensões distintas, são elas:
Regra in dúbio pro operário: é o critério pelo qual o intérprete deve escolher, entre os vários sentidos possíveis da norma, aquele que seja o mais favorável ao trabalhador;
Regra da norma mais favorável: quando houver mais de uma norma aplicável, deve-se optar por aquela que seja melhor ao empregado, ainda que hierarquicamente inferior;
62 Direito Educacional: o ramo da ciência jurídica especializado na área educacional. MOTTA,
Elias de Oliveira. Direito Educacional e educação no século XXI: com comentários à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: UNESCO, 1997. p. 51.
63 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 198.
21
Regra da condição mais benéfica: critério segundo o qual a aplicação de uma norma trabalhista nunca deve servir para diminuir as condições mais favoráveis do trabalhador.64
Nota-se, com isso, que o princípio protetor influencia
diretamente nas relações de trabalho e pode ser entendido como mais
abrangente, tomando-se como referência a citação acima, a qual o classifica em
três dimensões, abrangendo, inclusive o da norma mais favorável e a regra da
condição mais benéfica. Desta forma, resta a observação do Princípio da
Primazia da Realidade, que também será aplicado nas relações de estágio, a ser
abordado no terceiro Capítulo.
1.1.2.2 Princípio da Primazia da Realidade
Sérgio Pinto Martins,65 relata que no Direito do Trabalho os
fatos são muito mais importantes do que os documentos. Restam privilegiados,
portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura empregada.
Percebe-se que a doutrina neste ponto, traz a realidade dos
fatos como o fator mais importante para a fundamentação do Direito do Trabalho.
Agrega a este conhecimento, Maurício Godinho Delgado, constata-se:
No Direito do Trabalho deve-se pesquisar, preferencialmente, a prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, independentemente da eventual vontade manifestada pelas partes na respectiva relação jurídica. Fatos trazidos da prática habitual – na qualidade de uso – altera o contrato pactuado, gerando direitos e obrigações novas às partes contratantes (respeitada a fronteira da inalterabilidade contratual lesiva) 66.
Para Amauri Mascaro Nascimento67 o princípio da primazia
da realidade visa à priorização da verdade real diante da verdade formal. Entre os
64 RODRIGUEZ, Américo Plá in MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho:
Série leituras jurídicas, provas e concursos. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 10. 65 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 65. 66 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 208. 67 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 367.
22
documentos sobre a relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente,
os fatos ocorreram, deverá prevalecer estes em detrimento dos papéis.
Foram apresentados dois dos princípios norteadores do
Direito do Trabalho, os quais serão aplicados em momento oportuno às relações
de estágios, mediante Jurisprudência e pesquisa doutrinária.
Será analisada a ocorrência do Estágio dentro do âmbito
educacional e qual o papel do Estado, da família e, principalmente, da sociedade
nestas relações de ensino-aprendizagem práticas. Serão abordados também os
diversos conceitos inerentes às atividades de estágio, estabelecendo, ainda, as
diferenças e similares entre a legislação que até o dia 25 de setembro de 2008
vigorava e a Lei Nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, publicada no dia 26 de
setembro de 2008, doravante denominada Legislação Vigente, que regulamenta
as atividades de Estágio.
Esta Legislação irá estabelecer os requisitos necessários
para a configuração da relação de estágio, e mostrará que quando estes não
estiverem presentes, restará configurado o vínculo empregatício.
CAPÍTULO 2
ESTÁGIO
2.1 CONCEITO DE ESTÁGIO
O primeiro Capítulo buscou estabelecer os aspectos
referentes à Relação de Trabalho, determinou ainda a competência da Justiça do
Trabalho para dirimir as lides oriundas destas relações e se apresentou dois dos
princípios norteadores do Direito do Trabalho: o da proteção e o da primazia da
realidade.
Neste Capítulo será abordado de maneira a utilizar como
maior fonte de dado o Direito Educacional, o qual será o parâmetro para
estabelecer as diretrizes da Legislação Vigente que regulamenta as atividades de
Estágio.
A Legislação Vigente no art. 1º conceitua estágio como
sendo o: “ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de
trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos (...)”68.
O objetivo e o conceito de estágio, comparando com o que
dispunha a Lei Nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977 e o Decreto Nº 87.497, de 18
de agosto de 1982, doravante denominadas “Legislação Revogada”, permanece
com o mesmo foco de estudo, objetivando a prática de atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante pela
participação efetiva em situações reais no mercado de trabalho.
68 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
24
Cláudia Salles Vilela Vianna69 demonstra uma realidade que
se mostra muito evidente na vida do futuro profissional, quando apresenta o
estágio como uma oportunidade de qualificar estes “futuros profissionais” para
ingressarem no mercado de trabalho, proporcionando-lhes um contato precoce
com as situações que surgirão no decorrer de suas atividades, quando do
exercício de suas profissões, mesmo que eles venham a desempenhar tarefas
burocráticas e administrativas, ao lado dos demais empregados.
Amauri Mascaro Nascimento corrobora com a conceituação
do estágio profissional, trazendo e expondo sua importância na formação deste
futuro profissional:
O estágio profissional de estudantes é uma parte da política de formação profissional daqueles que querem ingressar no processo produtivo integrando-se na vida da empresa, sem a qual essa integração seria impossível, porque exatamente nela é o que o estudante vai aplicar os seus conhecimentos, ampliá-los e desenvolver a sua criatividade como forma de afirmação pessoal e profissional, o que contra-indica qualquer ação genérica que possa criar obstáculos e frustrar a consecução desses objetivos70.
A Legislação Vigente classifica estágio, em Estágio
Obrigatório e Não-Obrigatório, elementos que não se faziam presentes na
Legislação Revogada. Esta trazia a figura do Estágio como sendo o “Estágio
Curricular”, cabendo às Instituições de Ensino71 classificar e conceituar de acordo
com suas necessidades e realidades.
69 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 148. 70 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho, 2008, p. 487. 71 A exemplo da classificação feita pelas Instituições de Ensino, apresentam-se os conceitos
utilizados pela UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí, CONSUN-CAEN. Resolução Nº 097/CONSUN-CaEn/03, de 15 de out de 2003. Aprova o Regulamento Geral dos Estágios Curriculares da UNIVALI:
Art. 2º, § 1º: O Estágio Curricular obrigatório se vincula diretamente à disciplina ou disciplinas do currículo pleno do respectivo curso de graduação;
Art.2º, § 2º: Estágio Curricular não-obrigatório se constitui em atividade complementar à formação acadêmico-profissional do aluno, realizada por livre escolha do mesmo, com interveniência da UNIVALI.
25
A Legislação Vigente tratou de conceituar o Estágio
Obrigatório como sendo aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga
horária é requisito para a aprovação e obtenção de diploma72.
Já o Estágio Não-Obrigatório fica definido como sendo
aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga horária regular e
obrigatória73.
2.2 ATORES
Fazem parte desta relação de estágio: o Estagiário, a Parte
Concedente e a Instituição de Ensino, que poderão valer-se do auxílio dos
Agentes de Integração. Observa-se que para cada um desses atores será
desenvolvido um tópico específico, com maior detalhamento das informações,
inerentes ao tema. Registra-se que as obrigações destes atores será tema para o
terceiro Capítulo.
2.2.1 Estagiário
Para conceituar a figura do estagiário, se utiliza do artigo 1º
da Legislação Vigente, em sua parte final:
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos74.
72 Art. 2º, § 1º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
73 Art. 2º, § 2º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
74 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: <
26
Assim, nota-se que o estágio objetiva o aprimoramento da
prática relacionada efetivamente à formação profissional do educando e este
deverá estar regularmente matriculado nas espécies de ensino abordadas acima
pelo art, 1º da Legislação Vigente.
Com a visão doutrinária trabalhista, Fabíola Marques e
Cláudia José Abud conceituam Estagiário como sendo o trabalhador contratado
para exercer atividades que lhe proporcionem experiência prática da profissão
que pretende seguir. Não é empregado, portanto, não tem os direitos previstos na
CLT75.
Carlos Eduardo Paletta Guedes, acrescenta que empregado
e estagiário não se confundem: o último deve ter uma oportunidade de vivência
no mercado de trabalho, onde poderá aplicar seus conhecimentos teóricos – tudo
dentro da intenção maior de aprendizagem, o que não ocorre com o empregado.
O estagiário, portanto, busca meios de preparar o caminho para sua futura
inserção profissional. É um aprendizado visando a uma futura empregabilidade76.
Fabíola Marques e Cláudia José Abud declaram que o
trabalho do estagiário tem finalidade pedagógica, ou seja, embora preencha os
requisitos do art. 3º da CLT, o estagiário executa o trabalho com o objetivo de
compor sua formação profissional77.
A Legislação Vigente inova quanto aos estudantes dos anos
finais do ensino fundamental, e na modalidade profissional da educação de jovens
e adultos, porque na Legislação Revogada poderiam ser estagiários os alunos
que comprovassem freqüência em cursos de educação superior, de ensino
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
75 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas e concursos, 2008, p. 23.
76 GUEDES, Carlos Eduardo Paletta. Direito do trabalho: teoria e casos. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2006. p. 33.
77 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas e concursos, 2008, p. 23.
27
médio, de educação profissional de nível médio ou superior ou escolas de
educação especial.
Neste momento da pesquisa remete-se à Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, doravante denominada LDB, a
qual traz os conceitos necessários para o devido entendimento destas
modalidades de educação mencionadas no conceito de estagiário, tais como:
educação superior, educação profissional de nível médio ou superior, ensino
médio, educação especial e a educação de jovens e adultos.
A educação superior, fundamentada no art. 44 da LDB,
relaciona em seus incisos os tipos de cursos que podem ser considerados como
curso de educação superior e suas principais características, que segue:
Art. 44: A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:
I – cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino;
II – de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III – de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV – de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
Parágrafo único – os resultados do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do cronograma das chamadas para
28
matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das vagas constantes do respectivo edital78.
Em seu Capítulo III, art. 39 e seguintes da LDB têm-se a
conceituação e definição da educação profissional de nível médio ou superior:
Art. 39: A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Parágrafo único – O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional79.
O ensino médio é fundamentado no Capítulo V, Seção IV, da
Lei n. 9.394/96, em seus artigos 35 e 36, que estabelecerão as suas finalidades e
diretrizes.
Os artigos 35 e 36 da LDB, com quatro parágrafos e dez
incisos, dispõem sobre o ensino médio, sendo que o primeiro o define como etapa
final da educação básica, e determina que sua duração mínima seja de três anos.
A duração máxima ficou em aberto, podendo ser definida pelas escolas, de
acordo com os objetivos de cada curso médio e obedecendo-se às normas dos
respectivos sistemas de ensino80.
A educação especial é tratada no art. 58 da referida LDB,
conforme segue:
Art. 58: Entende-se por educação especial, para os efeitos dessa Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
78 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo. 3.ed. São Paulo: Avercamp, 2007. p. 106. 79 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 101. 80 MOTTA, Elias de Oliveira. Direito Educacional e educação no século XXI: com comentários à
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1997, p. 335.
29
§ 1º - Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º - O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º - A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa de zero a seis anos, durante a educação infantil81.
E por fim, a inovação trazida pela Legislação Vigente que se
refere à educação de jovens e adultos, quanto aos anos finais do ensino
fundamental, conceito este, abordado no Art. 37 da LDB:
Art. 37: A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º - Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do aluno, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º - O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si82.
No que se refere aos estudantes estrangeiros, a Legislação
Vigente estabeleceu critérios mais específicos quanto à realização de estágios.
Em seu art. 4º, a Legislação Vigente instituiu regras mais
específicas daquelas que traziam a Legislação Revogada, quando estabeleceu
que será aplicada também aos estudantes estrangeiros, regularmente
81 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 129. 82 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 98.
30
matriculados em cursos superiores no país, autorizados ou reconhecidos,
observado o prazo do visto temporário de estudante83.
2.2.2 Instituições de Ensino
Na Legislação Revogada a Instituição de Ensino atuava
como interveniente na celebração do Termo de Compromisso e na Relação de
Estágio, elemento que na Legislação Vigente se configura de maneira
diferenciada.
Tendo em vista o disposto no artigo 16 e nos comentários
elaborados pelo Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, em sua cartilha
esclarecedora quanto à Legislação Vigente, quanto à conceituação do Termo de
Compromisso de Estágio:
Art. 16. O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5o desta Lei como representante de qualquer das partes84.
Conceito de Termo de Compromisso adotado pelo MTE:
O Termo de Compromisso é um acordo tripartite celebrado entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino, prevendo as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar85.
83 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
84 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
85 BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Cartilha esclarecedora sobre a lei do estágio: lei nº 11.788/2008. São Paulo: MTE, SPPE, DPJ, CGPI, 2008. p. 17.
31
Com isso, se evidencia a importância da Instituição de
Ensino na relação de estágio, concomitantemente com as demais partes
estabelecidas neste Termo de Compromisso.
Um dos objetivos desta pesquisa é estabelecer um elo entre
a Educação, através do Direito Educacional e o Estágio, e para isso, se faz
menção ao conceito de Educação estabelecido pela LDB:
Art. 1º, LDB: A Educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º - Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio de ensino, em instituições próprias.
§ 2º - A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social86.
Tanto a Legislação Revogada quanto a Legislação Vigente,
com relação a este tema são conexas, tendo em vista que elas mencionam a
importância do estágio para a formação profissional, bem como sua relação
extremamente vinculada à formação pedagógica.
A Legislação Vigente estabelece que o estágio visa ao
aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à
contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a
vida cidadã e para o trabalho87. Relação estabelecida com o conceito de
Educação, anteriormente mencionado, a qual também se preocupa com a
vinculação com o mundo do trabalho.
86 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 17. 87 Art. 1º, § 2º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
32
Elias de Oliveira Motta estabelece este vínculo do estágio
como ato educativo e, portanto, direcionando-o preponderantemente à sua
formação pedagógica:
Todo estágio deve ter como objetivo primordial proporcionar ao aluno-estagiário que se encontra apto a fazê-lo, experiência prática em sua área de formação. Constitui, portanto, para o estagiário, uma complementação da formação teórica obtida na escola, seja pública ou privada, para que possa atuar, ao seu término, como um profissional eficiente88.
Elias de Oliveira Motta ilustra o conceito de Educação:
A Educação constitui-se, portanto, no processo pelo qual o ser humano, por um lado, adquire conhecimentos e desenvolve sua capacidade intelectual, sua sensibilidade afetiva e suas habilidades psicomotoras. Por outro lado, é também o processo pelo qual ele transmite tudo isso para outra pessoa. A Educação engloba, pois, de forma indissociável, tanto os processos de aprendizagem quanto os de ensino, e envolve, normalmente, dois interlocutores, o educando e o educador, ou o educando e algum meio educativo89.
Carlos da Fonseca Brandão complementa o conceito de
Educação como aquele entendido como sendo todos os processos formativos que
ocorrem de diversas maneiras, nas mais variadas instâncias da sociedade
(família, escola, trabalho, movimentos sociais, manifestações culturais etc.)90.
Elias de Oliveira Motta91 sobre o § 2º relata que este
complementa o conceito de Educação Escolar quando defini os dois princípios
que devem norteá-la: sua vinculação “ao mundo do trabalho e à prática social”.
Ressalta ainda que esta relação com a prática social e com o mundo do trabalho
é uma idéia presente em outros momentos da LDB, permitindo a afirmação de
88 MOTTA, Elias de Oliveira. Direito Educacional e educação no século XXI: com comentários à
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1997, p. 484. 89 MOTTA, Elias de Oliveira. Direito Educacional no século XXI: com comentários à nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1997, p. 75. 90 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 17. 91 BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo, 2007, p. 18.
33
que se trata de uma “concepção específica segundo a qual a Educação Escolar
possui dois objetivos principais: preparar o aluno para o trabalho (mundo do
trabalho) e para o convívio social (prática social).”
2.2.3 Parte Concedente
Configura-se como Parte Concedente de Estágio, segundo o
Art. 9º da Legislação Vigente:
Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações92.
A Legislação Revogada estabelecia em seu texto legal que
poderiam ser unidades concedentes de estágio as pessoas jurídicas de Direito
Privado, os órgãos da Administração Pública e as Instituições de Ensino.
Já a Legislação Vigente estabelece que será parte
concedente as pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração
pública direta, autárquica93 e fundacional94 de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais
92 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
93Administração Pública autárquica: serviços autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. PINHO, Ruy Rebello; NASCIMENTO, Amauri Mascaro, Instituições de Direito Público e Privado: Introdução ao Estudo do Direito e Noções de Ética Profissional, 2004, p. 149.
94 Administração Pública Fundacional:designa-se a entidade, dotada de personalidade jurídica de direito público, organizada sem fins lucrativos, criada por força de autorização legislativa para desenvolver atividades que não exijam execução por entidades de direito público. SILVA, De Plácido e, Vocabulário Jurídico, 2008, p. 645.
34
liberais95 de nível superior devidamente registrados em seus respectivos
conselhos de fiscalização profissional.
A Cartilha elaborada pelo Núcleo Brasileiro de Estágios -
NUBE96, sobre a Legislação Vigente, finaliza este tópico sobre quem poderá
contratar estagiários, exemplificando que os médicos, dentistas, engenheiros,
arquitetos, advogados e outros profissionais que possuem registro em conselhos
profissionais agora têm, por lei, o direito de contratar estagiários.
A Legislação Vigente estabeleceu em seu artigo 1797 a
proporção de estagiários para funcionários na parte concedente, sendo que este
dispositivo não será aplicado aos estudantes de nível superior e nível médio
profissional.
Deverá seguir a seguinte proporção: de 1 (um) a 5 (cinco)
empregados: 1(um) estagiário. Quando a parte concedente possuir de 6 (seis) a
10 (dez) empregados poderá ter até 2 (dois) estagiários. Já quando a parte
concedente tiver de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados terá a
possibilidade de contratar até 5 (cinco) estagiários. E por fim, quando for acima de
25 (vinte e cinco) empregados, o percentual será de até 20% (vinte por cento) de
estagiários, observando que quando este percentual for resultar em fração,
poderá ser arredondado para o número inteiro superior.
Observa-se ainda que quando a empresa contar com várias
filiais ou estabelecimentos, os quantitativos previstos nos incisos deste artigo
serão aplicados a cada um deles.
95 Profissional Liberal: é a expressão usada para designar toda profissão, em regra de natureza
intelectual, que se exerce fora de todo espírito especulativo, revelado pela independência ou autonomia do trabalhador que a exerce. SILVA, De Plácido e, Vocabulário Jurídico, 2008, p. 1110.
96 MENCACI, Carlos Henrique. Cartilha NUBE: Lei de estágio 11.788/08. Disponível em: < www.nube.com.br/informações/cartilha > Acesso em 11 abr 2009. p. 3.
97 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
35
2.2.4 Agente de Integração
Poderá as Instituições de Ensino e as Partes Concedentes
de estágio recorrer aos serviços de Agentes de Integração públicos e privados,
mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser
observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que
estabelece as normas gerais de licitação98.
Ainda quanto aos agentes de integração a Legislação
Vigente estabelece de forma inovadora a responsabilidade civil caso esta parte
envolvida indique o estagiário para desenvolver atividades que não sejam
compatíveis com sua formação educacional, bem como estagiários matriculados
em cursos ou instituições para as quais não exista a previsão de estágio
curricular99.
2.3 JORNADA DE ATIVIDADE DE ESTÁGIO
A Legislação Revogada atribuía à Instituição de Ensino
dispor sobre a carga horária desde que compatível com seu horário escolar e com
o horário da parte que viesse a ocorrer o estágio, podendo ainda ser estabelecido
horário alternativo nos períodos de férias, desde que acordado entre o estagiário
e a parte concedente, e sempre com a interveniência da Instituição de Ensino.
Neste momento, a Legislação Vigente, em seu art. 10,
especifica a jornada de estágio para os estudantes da educação especial e dos
anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de
jovens e adultos, para os estudantes da educação superior, da educação
profissional de nível médio e do ensino médio regular, e demais requisitos
apresentados abaixo:
98 Art. 5º, caput. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
99 Artº 5º, § 3º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
36
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:
I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.
§ 1o O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.
§ 2o Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante100.
Quanto ao estabelecido no § 2º do artigo acima mencionado,
foi uma inovação da Legislação Vigente, tendo em vista que na Legislação
Revogada não existia previsão de redução da carga horária do estágio pelo
menos na metade, nos períodos de avaliação, a fim de garantir um bom
desempenho do estudante.
O Ministério do Trabalho e Emprego quanto à questão da
concessão dos descansos durante a jornada do estágio, define:
100 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
37
As partes devem regular a questão de comum acordo no Termo de Compromisso de Estágio. Recomenda-se a observância de período suficiente à preservação da higidez física e mental do estagiário e respeito aos padrões de horário de alimentação – lanches, almoço e jantar. O período de intervalo não é computado na jornada101.
A Legislação Revogada estabelecia que a duração do
estágio não poderia ser inferior a um semestre letivo. Enquanto que a Legislação
Vigente em seu artigo 11 estabelece que a duração do estágio, na mesma parte
concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de
estagiário portador de deficiência102.
Observa-se na Legislação Vigente uma preocupação quanto
à situação do portador de deficiência, quando estabelece que a duração do
estágio possa ser por mais de dois anos, conforme estabelecido no artigo 11,
acima citado. Além disso, fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência
um percentual de 10% das vagas oferecidas pela parte concedente103.
2.4 CONTRAPRESTAÇÃO/RECESSO
Quanto à remuneração, na Legislação Revogada era
facultativo a instituição concedente de estágio conceder bolsa, ou outra forma de
contraprestação. Situação que na Legislação Vigente está regulamentada no
artigo 12, o qual torna compulsória a concessão da bolsa-auxílio. Observa-se:
Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não-obrigatório.
101 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do
estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 14. 102 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
103 Art. 17, § 5º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
38
§ 1o A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre outros, não caracteriza vínculo empregatício.
§ 2o Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de Previdência Social104.
O MTE105 define que é uma obrigação da concedente do
estágio definir o valor e a forma de pagamento da bolsa-estágio, estabelece
quanto ao desconto do valor da bolsa-estágio em virtude de ausências do
estagiário, observa-se:
A remuneração da bolsa-estágio pressupõe o cumprimento das atividades previstas no Termo de Compromisso do Estágio. Ausências eventuais, devidamente justificadas, poderão ser objetos de entendimento entre as partes (poderão ou não gerar descontos). Ausências constantes, no entanto, poderão gerar a iniciativa da parte concedente para a rescisão antecipada do contrato106.
Além da obrigatoriedade da bolsa ou outra forma de
contraprestação que venha a ser acordada, a parte final do caput do artigo, foi
taxativo quanto ao fornecimento do auxílio transporte, ambos os benefícios são
compulsórios somente para os estágios não-obrigatórios.
Quanto ao artigo 12, que trata da remuneração e do auxílio-
transporte, o NUBE, apresenta em sua cartilha, orientações de como as empresas
deveriam proceder com relação a este tópico:
Orientações NUBE:
O valor da bolsa-auxílio pode ser pago mensal ou por hora.
104 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
105 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 16.
106 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Cartilha esclarecedora sobre a lei do estágio: lei nº 11.788/2008, 2008. p. 16.
39
Orientamos pagar pelo menos 50% do valor do auxílio-transporte.
Ideal é oferecer de 80% a 100% do valor total.
Fretado ou auxílio combustível pode ser considerado auxílio-transporte.
O auxílio-transporte deverá ser concedido caso o estudante necessite de condução para se locomover até o local do estágio.
O auxílio-transporte deverá ser calculado sobre o valor total dos custos de transporte107.
O Ministério do Trabalho e Emprego tratou de esclarecer o
que é o auxílio-transporte. Observa-se:
É uma concessão pela instituição concedente de recursos financeiros para auxiliar nas despesas de deslocamento do estagiário ao local de estágio e seu retorno, sendo opcional quando se tratar de estágio obrigatório e compulsório quando estágio não-obrigatório. Essa antecipação pode ser substituída por transporte próprio da empresa, sendo que ambas as alternativas deverão constar do Termo de Compromisso108.
A Legislação Vigente ainda torna possível, no § 1º do artigo
12, que a empresa poderá voluntariamente conceder outros benefícios ao
estagiário, como: alimentação, acesso a plano de saúde, sem descaracterizar a
natureza do estágio.
A Legislação Vigente assegura ao estagiário um período de
recesso, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano,
período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante
suas férias escolares.
107 MENCACI, Carlos Henrique. Cartilha NUBE: Lei de estágio 11.788/08. Disponível em: <
www.nube.com.br/informações/cartilha > Acesso em 11 abr 2009. p. 7. 108 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do
estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 15.
40
Tipifica ainda que este recesso deverá ser remunerado
quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação e que os
dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional,
nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano109.
Esta previsão legal faz com que os Agentes de Integração
se manifestem e estabeleçam algumas orientações, demonstrada abaixo pelo
NUBE:
Orientações NUBE:
O período de recesso é obrigatório e os dias podem ser combinados, devendo-se documentar cada período.
O recesso pode ser antecipado de acordo com a necessidade da empresa, em comum acordo ou proporcional aos dias trabalhados.
Para estagiários contratados antes de 26/09/08, recomenda-se contar o período de recesso a partir da publicação da Lei e não a partir da renovação do contrato. Assim, sua empresa promove a retenção dos talentos e continua a ter jovens motivados, sem sentirem-se prejudicados diante dos novos estagiários.
Quando acontecer a efetivação, recomenda-se tirar o período de recesso antes de iniciar o novo contrato110.
O MTE esclarece de que forma poderá ser concedido o
recesso ao estagiário:
Considerando que o estágio poderá ter duração de até 24 meses, e no caso de pessoa com deficiência não há limite legal estabelecido, entende-se que dentro de cada período de 12 meses o estagiário deverá ter um recesso de 30 dias, que poderá
109 Art. 13. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
110 MENCACI, Carlos Henrique. Cartilha NUBE: Lei de estágio 11.788/08. Disponível em: < www.nube.com.br/informações/cartilha > Acesso em 11 abr 2009. p. 8.
41
ser concedido em período contínuo ou fracionado, conforme estabelecido no Termo de Compromisso. O recesso será concedido, preferencialmente, durante o período de férias escolares e de forma proporcional em contratos com duração inferior a 12 meses111.
A Legislação Vigente inova quando esclarece que será
aplicada ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho,
sendo sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio112.
2.5 SEGURO
O seguro contra acidentes pessoais na Legislação
Revogada era um tema omisso, o qual não estava estabelecido quem detinha a
obrigação de tal providência.
Cláudia Salles Vilela Vianna113, afirma que o entendimento
dominante era no sentido de que tal responsabilidade era da empresa e não da
instituição de ensino, porque era em seu estabelecimento que se desdobravam as
atividades de estágio.
A Legislação Vigente deixou bem claro em seus dispositivos
de que a obrigação de providenciar o seguro contra acidentes pessoais em favor
do estagiário é da Parte Concedente, com a ressalva dos casos do estágio
Obrigatório em que a Instituição de Ensino poderá ficar incumbida desta
providencia.
É importante que seja anexado ao Termo de Compromisso
de Estágio uma cópia do Certificado Individual de Seguro, bem como que, se for
adotada a prática do Termo de Convênio entre a Instituição de Ensino e a Parte
111 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do
estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 16. 112 Art. 14. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
113 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 149.
42
Concedente, deverá ficar especificado no documento de quem será a
responsabilidade quanto ao seguro, respeitando a Legislação Vigente.
O MTE em sua cartilha esclarecedora acrescenta algumas
informações quanto à cobertura do seguro, observa-se:
A cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante durante o período de vigência do estágio, 24 horas/dia, no território nacional. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por acidente. O valor da indenização deve constar do Certificado Individual de Seguro de Acidentes Pessoais e deve ser compatível com os valores de mercado114.
Com isso, denota-se a relevância da contratação do seguro
contra acidentes pessoais, lembrando que as obrigações tanto da Parte
Concedente quanto das Instituições de Ensino serão desenvolvidas no próximo
Capítulo.
2.6 ATIVIDADE DE EXTENSÃO/MONITORIA
As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação
científica na educação só poderão ser equiparadas com o estágio se dispor o
projeto político pedagógico do curso115.
O projeto político pedagógico é um documento elaborado
pelo Colegiado do Curso, o qual definirá os conteúdos, metodologia e o sistema
de avaliação do processo educativo, explicitará ainda, o objetivo, as competências
e o perfil do profissional a ser formado.
114 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do
estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 18. 115 Art. 2º, § 3º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
43
2.7 PUBLICAÇÃO DA LEI
Segundo o art. 21 da Legislação Vigente116, esta entrou em
vigor na data de sua publicação.
E para que as partes envolvidas na relação de estágio
possam se adaptar às novas determinações legais, a Legislação Vigente
estabeleceu em seu art. 18 que “a prorrogação dos estágios contratados antes do
início da vigência desta Lei apenas poderá ocorrer se ajustada às suas
disposições117.
Desta forma, apresentou-se no segundo Capítulo uma
relação de conceitos e diferenças entre a Legislação Revogada e a Legislação
Vigente que será imprescindível para a compreensão do que dispõe a Legislação
Vigente, bem como para o entendimento do que será disposto no terceiro
Capítulo, o qual estabelecerá o elo entre a relação de estágio e a caracterização
do vínculo empregatício.
116 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
117 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
CAPÍTULO 3
ESTÁGIO X RELAÇÃO DE EMPREGO
No início do desenvolvimento deste trabalho, foi objeto de
análise a Relação de Trabalho no âmbito do Direito Trabalhista, bem como uma
de suas espécies, a Relação de Emprego. Estabeleceu-se ainda, os critérios para
a caracterização do vínculo empregatício segundo o Art. 3º da CLT e foram
apresentados dois dos princípios norteadores do Direito do Trabalho.
Já no segundo Capítulo foi apresentada a Legislação
Vigente, a qual regulamenta o Estágio. Neste Capítulo foram conceituados alguns
dos dispositivos legais, também sendo analisados pelo âmbito do Direito
Educacional. Estabeleceu-se também, um comparativo referente à Legislação
Revogada e a Legislação Vigente dos diferentes aspectos relacionados à Relação
de Estágios.
No terceiro Capítulo serão demonstradas, inicialmente, as
obrigações dos atores da Relação de Estágio. Será estabelecido um elo entre a
Legislação Vigente e a Caracterização do Vínculo Empregatício, respeitando o
pronunciado pela Legislação Vigente, bem como considerando o exposto pela
CLT, estabelecendo a Relação entre Estágio e Emprego. E retomar-se-á ao
princípio da primazia da realidade, porém agora com o foco no Estágio, e por fim,
será exposto o ônus da prova vinculado ao Direito do Trabalho.
3.1 OBRIGAÇÕES DOS ATORES
Inicia-se o estudo deste terceiro Capítulo com as obrigações
dos atores da relação de estágio. A princípio com a Instituição de Ensino, atuando
agora na Legislação Vigente como Parte da Relação de Estágio, posteriormente
com a parte concedente, a qual poderão ser as pessoas jurídicas de direito
privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional,
45
bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em
seus respectivos conselhos de fiscalização profissional e, por fim, os agentes de
integração, públicos ou privados.
Não se deve esquecer que o estagiário também atua nesta
relação, inexistindo previsão legal de suas obrigações, entretanto a Legislação
Vigente estabelece e contempla as diversas modalidades e requisitos para a
proteção e tutela desta relação jurídica.
3.1.1 Instituição de Ensino
A Legislação Revogada atribuía às Instituições de Ensino a
responsabilidade de dispor sobre a inserção do estágio curricular na programação
didático-pedagógica, a carga horária, duração e jornada de estágio curricular,
condições imprescindíveis para a caracterização e definição dos campos de
estágios curriculares, bem como a sistemática de organização, orientação,
supervisão e avaliação do estágio curricular118.
Para que a relação de estágio seja configurada de forma
correta, e ainda, para que cumpra com seu objetivo, a Instituição de Ensino
deverá envolver-se diretamente, fiscalizando, e acompanhando todos os
procedimentos que são pertinentes desta relação.
Com o advento da Legislação Vigente, as Instituições de
Ensino receberam maior responsabilidade e lhes foram atribuídas mais funções,
principalmente no que se refere à fiscalização e avaliação deste estágio junto à
Parte Concedente.
As obrigações da instituição de ensino estão tipificadas no
art. 7º119 da Legislação Vigente as quais serão detalhadas ainda neste tópico.
118 Art. 4º. BRASIL, Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982. Regulamenta a Lei 6494/77. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 ago. 1982. Revogado pela Lei 11.788/08. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D87497.htm > Acesso em 21 maio 2009.
119 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr
46
A instituição de ensino deverá celebrar Termo de
Compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal,
quando ele for absoluta120 ou relativamente incapaz121, e com a parte concedente,
indicando as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do
curso, à etapa e modalidade da formação escolar do estudante e ao horário e
calendário escolar.
O Termo de Compromisso de Estágio deverá conter todas
as informações as quais estabelecem os requisitos dos Estágios, tais como: carga
horária, valor da remuneração e do auxílio-transporte, as atividades a serem
desenvolvidas no campo de estágio, a referência do Professor Orientador, bem
como a indicação do Supervisor designado pela Parte Concedente e demais
cláusulas que regulamentarão as obrigações das partes envolvidas neste
contrato: Instituição de Ensino, Parte Concedente e Estagiário, e em alguns casos
os Agentes de Integração.
A Legislação Vigente determinou que caberá à Instituição
de Ensino avaliar as instalações da parte concedente de estágio e sua adequação
à formação cultural e profissional do educando, bem como indicar professor
orientador da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário.
Neste momento da pesquisa remete-se ao doutrinador
Carlos Eduardo Paletta Guedes, pois o mesmo evidencia a importância das
atribuições da Instituição de Ensino na relação de Estágio:
2009.
120 Art. 3º, CC: São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I – os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado, 2008, p. 37.
121 Art. 4º, CC: São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; IV – os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legitimação especial. DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado, 2008, p. 40.
47
Um aspecto muitas vezes esquecido é o papel a ser desenvolvido pela instituição de ensino. Como a finalidade do estágio é propiciar a complementação do ensino e da aprendizagem e as atividades do estudante devem ser planejadas, executadas, acompanhadas e avaliadas em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares, não seria razoável que a empresa concedente do estágio fosse a responsável por julgar sua utilidade e aproveitamento, tendo em vista que ela nada entende de ensino. Logo, esse papel cabe à instituição de ensino, que deve, efetivamente, cumpri-lo, cuidando para que a oportunidade do estudante seja proveitosa122.
A Legislação Vigente estabeleceu, de forma inovadora, que,
em prazo não superior a 6 (seis) meses de estágio, deverá ser realizada e
apresentada à Instituição de Ensino um relatório de atividades, que tem como
objetivo a verificação do cumprimento do que fora acordado no início do estágio
através do Termo de Compromisso. Caberá a Instituição de Ensino exigir do
educando a apresentação periódica deste documento.
A instituição de ensino deverá ainda zelar pelo cumprimento
do Termo de Compromisso, reorientando o estagiário para outro local em caso de
descumprimento de suas normas.
Nota-se que a Legislação Vigente preocupou-se em
promover uma fiscalização e avaliação mais consistente das relações de estágio,
do que tipificava a Legislação Revogada, e para isso indicou e atribuiu mais
responsabilidade às Instituições de Ensino, quanto aos instrumentos de avaliação
dos estágios de seus educandos.
Por deter as informações acadêmicas do estagiário, tais
quais a comprovação da matrícula e freqüência no curso o qual estará vinculada
as suas atividades, como também a informação de qual modalidade de estágio
mais adequada para o período em que se encontra o acadêmico, e ainda, por
fazer parte da relação de Estágio, caberá à Instituição de Ensino, no início do
período letivo, comunicar à parte concedente, as datas de realização de
122 GUEDES, Carlos Eduardo Paletta. Direito do trabalho: teoria e casos, 2006, p. 34.
48
avaliações escolares ou acadêmicas, isto quando a Instituição de Ensino adotar o
processo de verificação de aprendizagem periódica.
Este tópico é mais uma das inovações trazidas pela
Legislação Vigente, tendo em vista que na Legislação Revogada não havia esta
previsão, e os estagiários não tinham o benefício da redução da carga horária
para auxiliá-los nos estudos acadêmicos, conforme já fora mencionado no
Capítulo anterior.
Quanto ao seguro contra acidentes pessoais, a Instituição de
Ensino assumirá esta atribuição, nos casos do estágio obrigatório123, e caberá à
Parte Concedente o pagamento do seguro nos casos de Estágio não-obrigatórios.
A Legislação Vigente abordou todos esses aspectos e
estabeleceu critérios específicos de como estes procedimentos seriam realizados,
dando à Instituição de Ensino tais atribuições, porém da maneira que restou
configurada na própria legislação, como fora mencionado acima.
A Legislação Revogada trazia em seu contexto que, para a
caracterização e definição do estágio curricular, seria necessária, entre as partes
envolvidas na relação de Estágio, a existência de instrumento jurídico,
periodicamente reexaminado, onde estariam acordadas todas as condições de
realização daquele Estágio, inclusive transferência de recursos à instituição de
ensino, quando fosse o caso.
Porém a Legislação Vigente estabelece que será facultado às
Instituições de Ensino a celebração do Termo de Convênio de concessão de
estágio o que no entanto não as exime da responsabilidade da formalização do
Termo de Compromisso de Estágio, conforme o art. 8º, a seguir:
Art. 8o É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades
123 Art. 9º, Parágrafo único. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o
estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
49
programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6o a 14 desta Lei.
Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II do caput do art. 3o desta Lei124.
Assim, comprova-se a importância da atuação da instituição
de ensino na relação de Estágio, desde que a mesma cumpra com suas
obrigações, para que não desvirtue nenhuma função desta relação, com isso se
dá prosseguimento ao estudo, trazendo as obrigações da parte concedente.
3.1.2 Parte Concedente
Observa-se que as obrigações da parte concedente de
Estágio estão tipificadas no art. 9º da Legislação Vigente125, o qual também
especifica quem poderá atuar como tal: pessoas jurídicas de direito privado e os
órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como
profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus
respectivos conselhos de fiscalização profissional.
Assim como à Instituição de Ensino, cabe à parte
concedente celebrar o Termo de Compromisso de Estágio, como ator desta
relação, zelando pelo seu cumprimento.
A parte concedente deverá ofertar instalações que tenham
condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social,
profissional e cultural.
124 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
125 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
50
Dentro do processo avaliativo, a Legislação Vigente, atribui
para a Parte Concedente, a indicação de um funcionário de seu quadro pessoal,
para supervisionar o estagiário, porém este mesmo supervisor tem limitação para
orientar até 10 (dez) estagiários simultaneamente126.
Entende-se como quadro de pessoal, tomando como
fundamentação a Legislação Vigente, o conjunto de trabalhadores empregados
existentes no estabelecimento do estágio127.
Já quanto ao seguro contra acidentes pessoais, ressaltamos
que está tipificado como obrigação da parte concedente a contratação em favor
do estagiário, nos casos de estágio não-obrigatório, cuja apólice deverá ser
compatível com valores de mercado, conforme estabelecido no Termo de
Compromisso.
Caberá também à parte concedente, no momento do
desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com
indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de
desempenho, mantendo também a disposição da fiscalização documentos que
comprovem a relação de Estágio.
Este documento será de grande valia, quando apresentado
junto ao Termo de Compromisso de Estágio, a fim de comprovar as horas de
estágio realizadas, levando-se em consideração as diretrizes da Instituição de
Ensino do acadêmico, a qual poderá validar essas horas de estágio como
atividades complementares (carga horária extra-classe exigida, que tem como
finalidade a complementação educacional).
126 Art. 9º, III. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
127 Art. 17, § 1º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
51
A parte concedente deverá enviar à Instituição de Ensino,
com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de atividades, com vista
obrigatória ao estagiário128.
Vale ressaltar que nos casos dos estágios não-obrigatórios,
será também obrigação da parte concedente, o pagamento da remuneração, do
auxílio-transporte, a concessão do recesso de 30 (trinta) dias, a cada 12 (doze)
meses de estágio, aspectos já elencados no decorrer do Capítulo 2 desta
pesquisa.
Com isso se estabelece as obrigações da parte concedente,
as quais se podem ilustrar com a Jurisprudência abaixo, que retoma a importância
da finalidade do estágio, bem como a importância deste estágio ser prestado em
instituições que possam receber esses acadêmicos e que estarão preocupadas
com sua formação profissional.
CONTRATO DE ESTÁGIO. FINALIDADE. Nos termos da Lei nº 6.494/77, a finalidade do estágio não reside na prestação do serviço em si, mas no aperfeiçoamento do aprendizado do estagiário, e somente poderá verificar-se em unidades que contenham condições de realizar o estágio, o qual deve propiciar a complementação do ensino e da aprendizagem a ser planejado, executado, acompanhado e avaliado em conformidade com os currículos, programas e calendários escolares129.
Visto a jurisprudência e as obrigações da parte concedente,
se dá continuidade a pesquisa com as obrigações dos agentes de integração.
3.1.3 Agente de Integração
As instituições de ensino e as partes concedentes poderão
valer-se, a seu critério, do serviço de agentes de integração públicos e privados,
128 Art. 9º, VII. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
129 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Contrato de Estágio. Processo: 03016-2006-037-12-00-9. Relator: Juiz: Hélio Batista Lopes, TRTSC/DOE em 15-02-2008.
52
mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser
observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que
estabelece as normas gerais de licitação130.
Na Legislação Revogada era atribuído ao agente de
integração identificar para as instituições de ensino as oportunidades de estágios
curriculares junto a pessoas jurídicas de direito público e privado, facilitar o ajuste
das condições de estágios curriculares, prestar serviços administrativos de
cadastramento de estudantes, campos e oportunidades de estágios curriculares,
bem como a execução do pagamento de bolsas, e outros serviços solicitados pela
Instituição de Ensino e co-participar no esforço de captação de recursos para
viabilizar estágios curriculares.
Na Legislação Vigente cabe aos agentes de integração
identificar oportunidades de estágio, ajustar suas condições de realização, fazer o
acompanhamento administrativo, encaminhar negociação de seguros contra
acidentes pessoais e cadastrar os estudantes.
Observa-se que tanto na Legislação Revogada quanto na
Legislação Vigente é vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a
título de remuneração pelos serviços prestados pelos Agentes de Integração131.
Apresentadas às obrigações dos atores da relação de
estágio, se dá continuidade a pesquisa, agora abordando os requisitos
indispensáveis para a caracterização da relação de estágio, de forma que esta
não gere Vínculo Empregatício.
3.2 REQUISITOS DA CARACTERIZAÇÃO DA RELAÇÃO DE ESTÁGIO
Para que a relação de estágio, obrigatório e não-obrigatório,
não crie Vínculo empregatício, esta relação deverá observar os requisitos, os
130 Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. 131 Art. 5º. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de
estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
53
quais estão estabelecidos na Legislação Vigente132 em seu art. 3º, e que serão
desenvolvidos a partir deste momento.
Deverá ser observada a matrícula e a freqüência do
educando nas modalidades de ensino, tais como os do curso de educação
superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos
anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de
jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino, observando que será a
matrícula (ato que vincula o acadêmico à instituição de ensino) e a freqüência que
constatará que este acadêmico está de forma regular, vinculado à instituição de
ensino e apto para realizar o Estágio.
A importância da matrícula e da freqüência está no que
tange o objetivo do estágio como ato educativo, e por isso, este deverá comprovar
seu vínculo com a Instituição de Ensino.
A celebração do Termo de Compromisso, que fora
mencionada como obrigação de todos os atores da relação de estágio, é requisito
indispensável desde que firmado pelo educando, pela parte concedente de
estágio e a instituição de ensino.
O plano de atividades do estagiário, elaborado de comum
acordo pelas 3 (três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3o da
Legislação Vigente, será incorporado ao Termo de Compromisso por meio de
aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do
estudante133.
Deverá estar presente na relação de estágio a
compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas
132 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
133Art. 7º, Parágrafo único. BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
54
no Termo de Compromisso, bem como no que estiver estipulado pela Instituição
de Ensino, no Projeto Pedagógico do Curso, sendo estas atividades relacionadas
diretamente ao curso do acadêmico. Ilustra-se este tópico com a Jurisprudência
da Juíza Viviane Colucci quanto ao cumprimento do intuito pedagógico. Observa-
se:
CONTRATO DE ESTÁGIO. NULIDADE. Comprovado nos autos o desvirtuamento do intuito pedagógico do contrato de estágio, pois o estudante executa as mesmas atribuições dos demais empregados da empresa, e as faz de maneira autônoma e sem a supervisão necessária e exigida por lei, há de ser declarada a nulidade do contrato de estágio e reconhecido o vínculo empregatício134.
Neste momento, observa-se a importância da previsão desta
relação de estágio no Projeto Político Pedagógico dos Cursos, tendo em vista que
serão nestes documentos que estará disposto os requisitos e os procedimentos
desta relação. Observa-se ainda, as possíveis atividades, estipuladas pela
instituição de ensino que o acadêmico poderá desenvolver na parte concedente.
Por tratar-se do estágio como ato educativo escolar
supervisionado, este deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor
orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente,
comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7o da
Legislação Vigente e por menção de aprovação final.
Em contraponto com o enunciado acima, colhe-se da
Jurisprudência da Juíza Mari Eleda Migliorini a qual não configurou o vínculo
empregatício, conforme segue:
ESTÁGIO EM BANCO. ATIVIDADE-FIM. RELAÇÃO DE
EMPREGO NÃO CONFIGURADA. O atendimento a clientes, a
abertura de conta-corrente, de poupança, os cálculos de juros e
de outros valores etc. São atividades típicas de bancário e que o
134 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Contrato de
Estágio. Nulidade. Processo: 06594-2007-035-12-00-5. Relatora: Juíza Viviane Colucci, TRTSC/DOE em 07-04-2009.
55
estagiário de Banco está exatamente para aprender. É esta
função do estágio! Aprender a atividade-fim, e não a atividade-
meio do Banco135.
Será através deste processo de avaliação, realizado pelo
professor orientador (instituição de ensino), pelo supervisor do estágio, com vista
do acadêmico que se buscará o controle e o cumprimento dos requisitos
estipulados pela Legislação Vigente.
Durante este processo, se, eventualmente, uma das partes
envolvidas na relação observar alguma irregularidade, esta relação de estágio
deverá ser denunciada e conseqüentemente poderá gerar um vínculo
empregatício.
Observa-se ainda que o descumprimento de qualquer dos
incisos do artigo 3º da Legislação Vigente ou de qualquer obrigação contida no
Termo de Compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte
concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e
previdenciária.
Para ilustrar este dispositivo, apresenta-se a Jurisprudência
do TRT/SC:
DESCARACTERIZAÇÃO DE ESTÁGIO. REQUISITOS FORMAIS E MATERIAIS. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Além dos requisitos formais, a perfeita caracterização da relação jurídica de estágio está condicionada também à observância de requisitos materiais, sendo o mais importante deles a efetiva realização de atividades que contribuam para a formação profissional do estagiário. Não restando plenamente comprovada a satisfação desses requisitos materiais, descaracterizado estará a relação jurídica de estágio, impondo-se o reconhecimento do vínculo de emprego136.
135 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Estágio em
Banco. Atividade-Fim. Processo: 00237-2008-009-12-00-8. Relatora: Juíza Mari Eleda Migliorini, TRTSC/DOE em 20-03/2009.
136 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Descaracterização de Estágio. Processo: 03410-2005-003-12-00-9. Relatora: Juíza Águeda M.
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Observa-se que toda relação de estágio deverá estar em
conformidade com o objetivo do estágio, o qual visa à formação profissional, com
a preparação para o trabalho produtivo, vinculado sempre com a atividade
acadêmica deste estagiário137.
Pode-se observar com a Jurisprudência do TRT/SC, do Juiz
Garibaldi T. P. Ferreira quando reconhece o vínculo empregatício diante do
desvirtuamento do contrato de estágio, a seguir:
CONTRATO DE ESTÁGIO. DESVIRTUAMENTO. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. A inobservância das regras legais estabelecidas para o contrato de estágio como instrumento a proporcionar experiência prática na linha de formação do estagiário impõe sua desconsideração e, por conseguinte, o reconhecimento do contrato de emprego138.
O MTE em sua Cartilha estabelece as providências e
documentos necessários à comprovação da regularidade do estágio para os
casos do estágio não-obrigatório:
a) O termo de compromisso de estágio, devidamente assinado pela empresa concedente, pela instituição de ensino e pelo aluno;
b) O certificado individual de seguro de acidentes pessoais;
L. Pereira, TRTSC/DOE em 20-04-2007.
137 VÍNCULO DE EMPREGO. NÃO-RECONHECIMENTO. ESTÁGIO REGULAMENTADO PELA LEI Nº 6.494/1997. Nos termos da Lei nº 6.494/1997, para que se reconheça a validade do contrato de estágio, faz-se necessário que esse estágio esteja inserido no programa didático do curso freqüentado pelo aluno, que haja por parte da entidade de ensino o regular acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo estagiário a fim de que seja possível aferir a adequação aos currículos, aos programas e aos calendários escolares e também que ele efetivamente auxilie na formação profissional do aluno. Demonstrado nos autos que essas exigências foram atendidas e que a natureza da relação havida não foi desvirtuada, impõe-se a reforma do julgado. FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Vínculo de Emprego. Processo: 02749-2007-002-12-00-3. Relatora: Juíza Lilia Leonor Abreu, TRTSC/DOE em 09-10-2008.
138 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Contrato de estágio. Desvirtuamento. Processo: 02725-2007-026-12-00-4. Relator: Juiz Garibaldi T. P. Ferreira, TRTSC/DOE em 03-06-2008.
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c) Comprovação da regularidade da situação escolar do estudante;
d) Comprovante de pagamento da bolsa ou equivalente e do auxílio-transporte;
e) Verificação da compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso139.
Demonstra-se, portanto, que não presentes estes requisitos
caracteriza-se o vínculo empregatício, observado o disposto no art. 15 da
Legislação Vigente:
Art. 15. A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.
§ 1o A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do processo administrativo correspondente.
§ 2o A penalidade de que trata o § 1o deste artigo limita-se à filial ou agência em que for cometida a irregularidade140.
O MTE esclarece e reitera que o estágio não cria vínculo de
emprego de qualquer natureza, desde que observados os requisitos legais, não
sendo devidos encargos sociais, trabalhistas e previdenciários.141
Neste tópico apresenta-se um exemplo da conseqüência do
não cumprimento das obrigações estabelecidas pela Legislação Vigente. Na 139 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do
estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 17 140 BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em 08 abr 2009.
141 BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Cartilha esclarecedora sobre a lei do estágio: lei nº 11.788/2008, 2008, p. 10.
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Jurisprudência, quando a instituição de ensino não cumprir com suas obrigações,
configurará o vínculo empregatício:
NULIDADE DO CONTRATO DE ESTÁGIO. NÃO-CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DA LEI Nº 6.494/77. AUSÊNCIA DE SUPERVISÃO PELA ENTIDADE DE ENSINO. O Decreto nº 87.497/82 estabelece que os estágios sejam disciplinados pelas entidades de ensino, por meio de convênios que exijam das empresas fornecedoras de vagas sistema de organização, orientação, supervisão e avaliação do estágio do curricular. É o que prevê o art. 4º, “d”, do aludido regulamento. Não se verificando a atuação efetiva da instituição de ensino nas atividades realizadas pelo dito estagiário, há de se reconhecer o vínculo de emprego entre as partes nos moldes do art. 3º da CLT142.
Não obstante, se faz necessário um adendo de que para a
caracterização do vínculo empregatício, deverá ser observado não somente o
disposto no art. 3º da CLT, que apresenta os requisitos para configurar esta
relação de emprego, quais sejam: o da pessoalidade, onerosidade, habitualidade
e subordinação, mas também todos os requisitos abordados nesta fase da
pesquisa.
3.3 ESTÁGIO X RELAÇÃO DE EMPREGO
Como já foi apresentada anteriormente, algumas doutrinas
titulam estes dois institutos, Emprego e Estágio como “espécies” da relação
gênero: relação de trabalho. Entretanto são duas relações muito próximas que por
poucos requisitos se distinguem, e isto será o exposto neste tópico do terceiro
Capítulo.
Para iniciar a diferenciação, se aproveita um dos
ensinamentos trazidos pela jurisprudência quando cita alguns dos requisitos
caracterizadores do estágio. O estágio, por mais que muitas vezes tenha presente
em sua relação os requisitos caracterizadores do vínculo empregatício, não é
142 PORTO ALEGRE. Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul. Nulidade do
Contrato de Estágio. Processo: 00846-2006-018-04-00-0. Redator: Juiz: Marçal Henri dos Santos Figueiredo, TRTRS/DOE em 09-07-2008.
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caracterizado como tal, pois possui um fundamento que é a complementação
educacional, e este aspecto demonstra toda a essência caracterizadora do
Estágio.
Sérgio Pinto Martins aponta o objetivo do Estágio quando
trata da diferença dos dois institutos:
A diferença entre estágio e o contrato de trabalho é que no primeiro o objetivo é a formação profissional do estagiário, tendo, portanto, finalidade pedagógica, embora haja pessoalidade, subordinação, continuidade e uma forma de contraprestação143.
Existem inúmeras críticas quanto à utilização do estágio
como mão-de-obra barata, e para isso, também se manifesta Martins144,
complementando a idéia anterior, ao dizer que a contratação de estagiário não
deve ter por objetivo apenas aproveitamento de mão-de-obra mais barata, sem
pagamento de qualquer encargo social, mascarando a relação de emprego. Deve
realmente proporcionar o aprendizado ao estagiário. [...]145.
Ainda na idéia de que o estágio possua as características de
emprego, colaboram Fabíola Marques e Cláudia José Abud,146 ao tratarem o
trabalho do estagiário com a finalidade pedagógica, ou seja, mesmo que
preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, o estagiário executa o trabalho com o
objetivo de compor sua formação profissional.
Cláudia Salles Vilela Vianna147 afirma que a realização de
estágio curricular não acarreta vínculo empregatício de qualquer natureza, ou
seja, o estágio, em sua essência, não revela a existência de liame empregatício,
143 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 161. 144 MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho, 2006, p. 165. 145 Art. 9º da CLT: Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho, 2008, p. 70.
146 MARQUES, Fabíola; ABUD, Cláudia José. Direito do Trabalho: Série leituras jurídicas, provas e concursos, 2008, p. 15.
147 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 149.
60
porém deixa claro que para isso é necessário que se cumpram as formalidades
legalmente impostas.
A mesma autora ainda continua com sua exposição quanto
ao estágio quando afirme que:
O fato de o estagiário exercer, algumas vezes, funções burocráticas não descaracteriza a existência nem mesmo revela a existência de relação de emprego, uma vez que não existe estágio que se proponha a oferecer ao estudante somente a realização de tarefas que estejam diretamente ligadas à sua especialização148.
Maurício Godinho Delgado finaliza o pensamento quanto ao
estágio, condensando as idéias anteriormente abordadas:
O estagiário traduz-se em um dos tipos de trabalhadores que mais se aproximam da figura jurídica do empregado – sem que a legislação autorize, porém, sua tipificação como tal. De fato, no estágio remunerado, esse trabalhador intelectual reúne, no contexto concreto de sua relação com o concedente de estágio, todos os elementos fático-jurídicos da relação empregatícia (trabalho por pessoa física, com pessoalidade, não-eventualidade, onerosidade e sob subordinação ao tomador de serviços). Não obstante, a ordem jurídica, avaliando e sopesando a causa e objetivos pedagógicos e educacionais inerentes à relação de estágio – do ponto de vista do prestador de serviços -, nega caráter empregatício ao vínculo formado. Essa negativa legal decorre, certamente, de razões metajurídicas, ou seja, trata-se de artifício adotado com o objetivo de efetivamente alargar as perspectivas de concessão de estágio no mercado de trabalho149.
São de suma importância a observação e a percepção do
entendimento doutrinário quanto à necessidade da existência e da preocupação
quanto à formação profissional dos estagiários, e não somente vislumbrando o
aspecto trabalhista, mas sim priorizando o aspecto educacional.
148 VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas, 2008, p. 149. 149 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 324.
61
3.4 PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE
No Capítulo 1 desta pesquisa foram apresentados dois dos
princípios norteadores do Direito do Trabalho, o Princípio da Proteção e o da
Primazia da Realidade. Neste momento da pesquisa se estabelecerá uma relação
entre o princípio da realidade e a relação de Estágio.
Será apresentada a seguir uma jurisprudência150, que
engloba e demonstra ensinamentos sobre o que já fora mencionando até então,
dando um desfecho prático e vinculando toda a doutrina apresentada com o
entendimento dos respeitáveis juristas.
VÍNCULO DE EMPREGO. PRIMAZIA DA REALIDADE. ESTÁGIO. LEI Nº 6.494/1977. Nos termos da Lei nº 6.494/77, a contratação de estágio deve observar certos requisitos, quais sejam, estarem os estudantes regularmente matriculados em curso de ensino médio ou superior, a oportunização de condições reais de experiência prática de formação profissional, que a sua realização se dê mediante termo de compromisso celebrado entre o estudante e a parte cedente, com interveniência da instituição de ensino e a existência de real harmonia e compatibilização entre as funções exercidas, o estágio e a formação educativa e profissional do estudante na instituição de ensino, observado o respectivo currículo escolar. No caso em tela, não verifico nos autos que o estágio tenha propiciado a complementação do ensino para a autora. Por outro lado, não há prova de que a entidade de ensino tenha acompanhado as atribuições desenvolvidas pela estagiária a fim de aferir a adequação aos currículos. Assim, ficou desvirtuada a natureza da relação havida, impondo-se o reconhecimento do vínculo de emprego entre as partes, diante do princípio da primazia da realidade151.
Nesta jurisprudência apresentada observa-se a menção feita
pela Relatora Juíza Ligia M. Teixeira Gouvêa, quanto ao objetivo principal da
150 A Jurisprudência mencionada e como outras que serão abordadas nesta pesquisa tratam da
Lei nº 6.494 de 7 de dezembro de 1977 e do Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982, revogadas pela Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008.
151 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Vínculo de Emprego. Princípio da Primazia da Realidade. Processo: 03446-2007-050-12-00-1. Relatora: Juíza Ligia M. Teixeira Gouvêa, TRTSC/DOE em 10-06-2008.
62
atividade de estágio e estabelece, e ainda, a relação dos princípios trabalhistas,
efetivamente, com a relação de estágio.
Apresentam-se as Jurisprudências a fim de ilustrar com os
casos concretos o que representa o princípio da realidade para a relação de
estágio. Assim, cita-se o enunciado do Relator Juiz José Ernesto Manzi, quanto
ao princípio, observa-se:
ESTÁGIO. VALIDADE. Tendo em vista que o estágio visa complementar a formação teórica, bem como, estar o direito do trabalho informado pelo princípio da primazia da realidade, não afasta o vínculo a anuência da instituição de ensino, na atribuição de tarefas impróprias aos escopos do tirocínio152.
Para esclarecimento, tem-se tirocínio como a prática de
determinadas funções como exercício preliminar para o desempenho delas, assim
consegue-se entender que não será afastada a responsabilidade da instituição de
ensino, diante do princípio da realidade, quanto à indicação das ativididades a
serem desenvolvidas.
Observa-se abaixo, em Jurisprudência do mesmo autor, e
ainda sobre o princípio da primazia da realidade, a importância do fato para a
verificação da realidade, observa-se:
CONTRATO DE ESTÁGIO. CARACTERIZAÇÃO DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. O reconhecimento ou não da existência de vínculo empregatício é matéria fática, e não jurídica. Não pode ser considerado estágio o labor prestado em atividades divorciadas da formação teórica do instruendo e sem o acompanhamento e a supervisão pela empresa tomadora das atividades desenvolvidas. O estágio visa à formação prática do estudante, e não à exploração de sua mão-de-obra. A contratação indiscriminada de estagiários, temporários e terceirizados para atividades finalísticas constitui a busca
152 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Estágio.
Validade. Processo: ED 314/2009. Relator: Juiz José Ernesto Manzi, TRTSC/DOE em 30-04-2009.
63
desenfreada pela ampliação dos lucros ou redução de prejuízos, em prejuízo da dignidade dos trabalhadores153.
Para finalizar o estudo sobre o Princípio da Primazia da
Realidade cita-se o doutrinador Carlos Eduardo Paletta Guedes quando dispõe
que “a lei do estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza” e aplica
o princípio da primazia da realizada as relações de estágio. Observa-se:
Acrescenta ainda que não criará vínculo desde que esteja de acordo com a verdadeira intenção da lei, que é propiciar uma complementação do ensino teórico. Mais uma vez, lembramos o princípio da primazia da realidade, tão útil nas questões envolvendo relação de trabalho ou de emprego. Se um estagiário for contratado como mão-de-obra regular do empregador, sem qualquer objetivo de aprendizado prático, poderá ser considerado empregado, descaracterizando o estágio, desde que presentes os elementos fático-jurídicos que configuram a relação empregatícia154.
No próximo tópico será abordada a questão do ônus da
prova no Direito do Trabalho, o qual será aplicado as relações de estágio.
3.5 ÔNUS DA PROVA
Quanto ao Direito Processual do Trabalho é importante
mencionar o ônus da prova155, que segundo o autor César Pereira da Silva
Machado Jr. não deve existir a inversão de tal instituto, isto determinado pelos
artigos 818 da CLT E 333 do CPC: “o ônus da prova incumbe a quem alega,
cabendo ao autor a prova dos fatos constitutivos de seu direito, e ao réu, as dos
fatos extintivos ou modificativos do direito do autor”156.
153 FLORIANÓPOLIS. Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Santa Catarina. Contrato de
Estágio. Caracterização do Vínculo Empregatício. Processo: 02739-2006-004-12-00-0. Relator: Juiz José Ernesto Manzi, TRTSC/DOE em 12-02-2008.
154 GUEDES, Carlos Eduardo Paletta. Direito do trabalho: teoria e casos, 2006, p. 34. 155 Ônus da Prova: É o ônus ou o encargo de provar, nas questões judiciais. Exprime a locução: a
obrigação de provar. SILVA, De Plácido e, Vocabulário Jurídico, 2008, p. 983. 156 JÙNIOR, César Pereira da Silva Machado. O ônus da prova no processo do trabalho. 3.ed.
rev. atual. São Paulo: LTr, 2001. p. 165.
64
Para ilustrar a pesquisa, se utiliza os enunciados do Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul:
ESTÁGIO CURRICULAR. DESVIRTUAMENTO. ÔNUS DA PROVA. O estágio curricular contém todos os elementos característicos da relação de emprego, ocorrendo a exclusão legal apenas em virtude da lei. No caso dos autos, não restou comprovado o nexo entre os conteúdos didáticos-pedagógicos e as atividades realizadas no estágio curricular, ônus que incumbia à reclamada, nos termos do artigo 333, II, do CPC, uma vez que admitida a prestação de serviços. Recurso do reclamante provido157.
Para Maurício Godinho Delgado a figura do estágio remete o
analista à oportuna reflexão sobre a distribuição do ônus probatório no processo
do trabalho. Sendo admitida a prestação do trabalho pelo tomador de serviços (no
caso, parte concedente do estágio), será deste o ônus de provar a existência de
fato modificativo da relação jurídica existente. É que incide, no caso, a presunção
de contrato empregatício, por constituir esse tipo de vínculo o padrão genérico e
dominante de contratação de trabalho no mundo contemporâneo (Súmula 212,
TST158).159
ESTÁGIO – VÍNCULO DE EMPREGO NÃO RECONHECIDO. Comprovado ter sido atingida a finalidade do estágio – proporcionar experiência prática na linha de formação profissional do estagiário, conforme previsto na Lei nº 6.494/77, impõe-se o não reconhecimento do vínculo jurídico de emprego160.
157 PORTO ALEGRE. Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul.Estágio
Curricular. Processo: 02012-2006-201-04-00-3. Redator: Juiz: Luiz Alberto de Vargas, TRTRS/DOE em 09-07-2008.
158 Súmula 212. TST: Despedimento. Ônus da Prova. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado. BRASIL. CLT; Legislação Previdenciária e Constituição Federal / Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 739.
159 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 328. 160 PORTO ALEGRE. Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Rio Grande do Sul. Estágio –
Vínculo de emprego não reconhecido. Processo: 01239-2007-004-04-00-5. Redator: Juiz: Ricardo Tavares Gehling, TRTRS/DOE em 04-09-2008.
65
Contudo, efetuando o réu prova documental dos requisitos
formais do estágio, passa ao autor da ação o ônus de evidenciar que tais
documentos não espelham a modalidade de relação jurídica neles informada. É
que, no caso, recai sobre a parte que alega a não veracidade do conteúdo de
documento o ônus de comprovar suas alegações (art. 389, I, CPC)161.
Art. 389. Incumbe o ônus da prova quando:
I – se tratar de falsidade de documento, à parte que a argüir162.
Complementa ainda o mesmo autor que, desde que
evidenciados, processualmente, os requisitos formais do estágio (prova
documental, sob o ônus da defesa), caberá ao autor demonstrar que os requisitos
materiais, contudo, não emergem na relação jurídica trazida a exame judicial
(prova não necessariamente documental)163.
Por fim, restam observadas neste terceiro Capítulo os
aspectos relevantes quanto às obrigações das partes envolvidas na relação de
Estágio.
Nota-se que desrespeitados os requisitos estipulados pela
Legislação Vigente, tanto quanto o descumprimento das obrigações por qualquer
das partes, estará configurado o Vínculo Empregatício.
A análise do Art. 3º da CLT e sua caracterização da relação
de Emprego estabelece uma das formas as quais poderá ser observada a
caracterização do vínculo empregatício, porém não se demonstra como sendo o
estritamente necessário para estabelecer uma relação de emprego, nos casos da
relação de Estágio.
Restou demonstrado na pesquisa, pelos ensinamentos dos
doutrinadores e também pelas Jurisprudências apresentadas que o
161 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 328. 162 BRASIL. Vade Mecum acadêmico de direito. Código de Processo Civil. Anne Joyce Angher
organização. 4. ed. São Paulo: Rideel, 2007. p. 361. 163 DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho, 2007, p. 328.
66
descumprimento de qualquer dos requisitos da Legislação Vigente, bem como o
não cumprimento pelas partes das obrigações, também configura o Vínculo
Empregatício.
Com isso, encerra-se a pesquisa deste Capítulo quanto a
possível caracterização do vínculo empregatício em decorrência do desrespeito à
Legislação Vigente, tanto com relação aos requisitos essenciais para a
caracterização desta relação, quanto aos pressupostos estipulados pela CLT.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente Monografia teve como objetivo tentar esclarecer
as questões vinculadas a Relação de Estágio. Procurou ainda estabelecer um elo
entre o conceito de Educação e a Relação de Estágio, bem como analisar a
relação de Estágio sob a égide da Legislação Vigente, estudando a possibilidade
da caracterização do vínculo empregatício.
No primeiro Capítulo iniciou-se a pesquisa com a atribuição
da Competência da Justiça do Trabalho para jurisdicionar os conflitos
estabelecidos em todas as relações de trabalho. Foram conceituadas, em
conformidade com a CLT, as figuras do Empregado e do Empregador. Abordadas
ainda as características da relação de trabalho, bem como os critérios para seu
estabelecimento, tais como a pessoalidade, subordinação, habitualidade,
onerosidade. Não obstante foram destacados dois dos princípios norteadores do
Direito do Trabalho: o da proteção e o da primazia da realidade.
O segundo Capítulo teve como objeto o Direito
Educacional. No qual foi apresentada a Legislação Vigente, que regulamenta as
Relações de Estágio. Neste Capítulo foram apresentados alguns conceitos dos
dispositivos legais, e procurou se estabelecer um comparativo entre à Legislação
Revogada e a Legislação Vigente destes dispositivos e situações que estão
relacionados às atividades de Estágio.
Já no terceiro Capítulo foram estabelecidas as obrigações
dos atores da Relação de Estágio, e posteriormente, foi estabelecida uma relação
entre o Estágio, através da Legislação Vigente e a caracterização do Vínculo
Empregatício, considerando ainda o disposto pela Consolidação das Leis do
Trabalho, fazendo um confronto de citações de doutrinas quanto a estes dois
conceito e espécies de relação de trabalho. Para ilustrar retomou-se ao princípio
da primazia da realidade, porém, nesta fase da pesquisa, com o foco na Relação
de Estágio. E por fim a exposição do ônus da prova vinculado ao Direito do
Trabalho.
68
Esta pesquisa tratou de relatar, além da doutrinas e
jurisprudências que foram apresentadas, um pouco da experiência da autora
sobre o assunto. Observa-se que a Legislação Vigente foi publicada no dia 25 de
setembro de 2008, e por isso, não se encontram muitas referências bibliográficas
e tampouco entendimentos jurisprudenciais.
A figura da Relação de Estágio está presente na grande
maioria das Universidades, sendo muitas vezes requisito essencial para a
obtenção do título postulado. Porém é ainda um tema pouco debatido pelos
legisladores, mesmo apesar da aprovação da Legislação atual.
Observa-se que os Agentes de Integração e as Instituições
de Ensino estão, ao seu modo, debatendo o assunto e tentando da melhor
maneira possível esclarecer a seus acadêmicos como proceder diante desta
relação.
• Na Introdução deste trabalho foram apresentadas quatro
hipóteses que foram desenvolvidas no decorrer da pesquisa. A começar pela
primeira hipótese: O Estágio é uma espécie de Relação de Trabalho e como tal é
jurisdicionada pela Justiça do Trabalho, que restou confirmada no primeiro
Capítulo da pesquisa. Observou-se a importância de estabelecer a competência
da Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos das relações de trabalho.
Constatou-se, ainda, com os doutrinadores apresentados, que o Estágio é uma
espécie de Relação de Trabalho, e, portanto jurisdicionada também pela Justiça
do Trabalho.
No segundo Capítulo pode-se constatar e confirmar as duas
seguintes hipóteses. A segunda hipótese: A Instituição de Ensino desempenha
um papel relevante na Relação de Estágio, foi confirmada no momento em que se
comprovou com os doutrinadores e com a Jurisprudência o papel relevante da
Instituição de Ensino nas Relações de Estágio. A Legislação Vigente tratou de
atribuir obrigações as Instituições de Ensino que a tornou indispensável nesta
relação.
69
A terceira hipótese: A Lei 11.788/08 estabelece critérios
específicos de fiscalização dos Estágios, como foi mencionada, também foi
confirmada, pois no momento da pesquisa, em que pese o comparativo
estabelecido entre a Legislação Revogada e a Legislação Vigente, observou-se
que esta trata de maneira mais específica e determina obrigações a todas as
partes envolvidas na relação de Estágio, bem como determinou o procedimento
que deveria ser adotado para a maior fiscalização desta relação. Resguardando e
se preocupando com a finalidade principal do Estágio, que é a complementação
educacional e o intuito pedagógico desta atividade.
E por fim a última hipótese: O Estágio não se caracteriza
como relação de emprego, também restou confirmada, isto de acordo com o que
fora abordado no terceiro Capítulo. Observou-se com a pesquisa que existe uma
conexão e aspectos muito próximos entre a relação de Emprego e o Estágio.
Porém constatou-se que para que a relação de Estágio seja descaracterizada, e
assim configurada a Relação de emprego, não necessariamente tem que estar
presentes os requisitos estipulados no Art. 3º da CLT, mas sim a necessidade de
serem desrespeitados os requisitos estabelecidos pela Legislação Vigente.
E esta foi uma das principais conclusões trazidas por esta
pesquisa. Pois mesmo sendo uma Legislação com pouco tempo de vigência, esta
estabelece por si só os requisitos e as maneiras as quais o estágio deve estar
regulamentado.
Esta temática abordada na pesquisa será ainda motivo de
muita discussão na doutrina, como também da Jurisprudência. Ressalta-se a
importância da manifestação das entidades envolvidas nesta relação a fim de
fazer com que não se percam os objetivos principais desta relação jurídica.
70
REFERÊNCIA DAS FONTES CITADAS
AZEVÊDO, Jackson Chaves de, coordenador. Curso de Direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2001.
BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB Passo a Passo. 3.ed. São Paulo: Editora Avercamp, 2007.
BRASIL, Decreto 87.497, de 18 de agosto de 1982. Regulamenta a Lei 6494/77. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 ago. 1982. Revogado pela Lei 11.788/08. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D87497.htm > Acesso em 21 maio 2009.
BRASIL, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 set. 2008. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11788.htm > Acesso em: 08 abr. 2009.
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CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das leis do trabalho. 33.ed. atual. Por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 27.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr, 2007.
DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 13. ed. rev. aum. e atual. de acordo com a reforma do CPC e com o Projeto de Lei n. 276/2007. São Paulo: Saraiva, 2008.
GIORDANI, Francisco Alberto da Motta Peixoto; MARTINS, Melchíades Rodrigues; VIDOTTI coordenadores. Fundamentos do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2000.
GUEDES, Carlos Eduardo Paletta. Direito do trabalho: teoria e casos. São Paulo: Editora Fundamento Educacional, 2006.
71
JÙNIOR, César Pereira da Silva Machado. O ônus da prova no processo do trabalho. 3.ed. rev. atual. São Paulo: LTr, 2001.
LEITE, Eduardo de oliveira. A monografia jurídica. 5 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001.
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MOTTA, Elias de Oliveira. Direito Educacional e educação no século XXI: com comentários à nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: UNESCO, 1997.
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 23.ed. ver. e atual. São Paulo: Saraiva, 2008.
PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica e Metodologia da pesquisa jurídica. 10 ed. Florianópolis: OAB-SC editora, 2007.
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VIANNA, Cláudia Salles Vilela. Manual prático das relações trabalhistas. 9.ed. São Paulo: LTr, 2008.
ANEXOS
73
1.1 PAPEL TIMBRADO DA EMPRESA 1.2 TERMO DE CONVÊNIO – ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Convênio que entre si celebram o (a) (NOME DA PARTE CONCEDENTE DE ESTÁGIO: razão social da empresa e nome fantasia, se houver ou nome do profissional) e a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, destinado à concessão de Estágio Não-Obrigatório para acadêmicos do Ensino Superior.
Ao(s) (DIA POR EXTENSO) dia(s) do mês de (MÊS POR EXTENSO) do
ano de (ANO POR EXTENSO), o (a) (NOME DA PARTE CONCEDENTE), inscrita no CNPJ/MF sob o n° (NÚMERO DO CNPJ ou CPF e NÚMERO DE INSCRIÇÃO DO ÓRGÃO COMPETENTE, quando profissional liberal), estabelecida à (RUA, Nº, BAIRRO, CEP, MUNICÍPIO, ESTADO, FONES, E-MAIL), neste ato representado (a) por seu (sua) (CARGO E NOME DO REPRESENTANTE DA EMPRESA), doravante denominada PARTE CONCEDENTE, e a Universidade do Vale do Itajaí, mantida pela Fundação Universidade do Vale do Itajaí, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 84.307.974/0001-02, estabelecida à Rua Uruguai, 458 – Centro, Itajaí-SC, CEP 88302-202, telefone: (47) 3341 7792, e-mail: [email protected], doravante denominada UNIVALI, neste ato representada por sua Pró-Reitora de Ensino, Profª Amândia Maria de Borba, celebram o presente convênio, estipulando as cláusulas e condições seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO DO CONVÊNIO O presente instrumento tem por objetivo a concessão de Estágio Não-
Obrigatório, nas dependências da PARTE CONCEDENTE, a acadêmicos regularmente matriculados e com freqüência efetiva nos diversos cursos de Ensino Superior mantidos pela UNIVALI, visando ao desenvolvimento de atividades conjuntas, capazes de proporcionar a plena operacionalização da legislação vigente, em cumprimento do que dispõe a Lei nº 11.788/08, relacionada ao estágio de estudantes, entendido enquanto ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de estudantes, juntamente com o aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do estagiário para a vida cidadã e para o trabalho.
CLÁUSULA SEGUNDA – DAS OBRIGAÇÕES DA PARTE CONCEDENTE
Compete à PARTE CONCEDENTE: I – recrutar e selecionar os acadêmicos cadastrados no Banco de Talentos
da UNIVALI, conciliando as atividades a serem executadas ao seu Curso e conhecimentos;
II – celebrar Termo de Compromisso de Estágio – TCE individual, com cada estagiário e com a UNIVALI, resguardando seu efetivo cumprimento;
III – pagar ao estagiário, até o 5º dia útil de cada mês, a título de Bolsa de Estágio, ou outra forma de contraprestação, proporcionalmente a sua freqüência, o valor especificado no TCE firmado entre a PARTE CONCEDENTE, o estagiário e a UNIVALI;
IV – pagar ao estagiário auxílio-transporte, conforme especificado no TCE firmado entre a PARTE CONCEDENTE, o estagiário e a UNIVALI;
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V – contratar seguro contra acidentes pessoais em favor do estagiário, cuja apólice deverá ser compatível com valores de mercado, vigente durante todo o período em que se verificar o estágio;
VI – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao estagiário atividade de aprendizagem social, profissional e cultural;
VII – implementar a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, aplicando-a ao estágio;
VIII – compatibilizar a jornada de estágio com o horário escolar do estagiário;
IX – prestar informações sobre o desenvolvimento do estágio e da atividade do estagiário, que venham a ser solicitadas pela UNIVALI;
X – indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
XI – fornecer termo de realização de estágio, com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho, por ocasião do desligamento do estagiário;
XII – enviar à UNIVALI, a cada 6 (seis) meses de estágio, Relatório de Atividades de Estágio, permitindo, obrigatoriamente, vista do Estagiário;
XIII – arquivar os documentos que comprovem a relação de estágio.
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS OBRIGAÇÕES DA UNIVALI Compete a UNIVALI: I – divulgar entre os acadêmicos regularmente matriculados as condições e
as vagas de estágios que estejam em conformidade com a legislação vigente; II – tomar ciência e aprovar a compatibilização da jornada de estágio com o
horário escolar; III – tomar ciência da freqüência do estagiário no estágio e do relatório de
seu desempenho; IV – assinar todo e qualquer documento relacionado ao estágio, com a
PARTE CONCEDENTE e o estagiário, reservando-se a UNIVALI o direito de ser a última a assiná-lo;
V – avaliar as instalações da PARTE CONCEDENTE de estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do estagiário, por meio das informações cedidas pela PARTE CONCEDENTE;
VI – indicar professor orientador do respectivo Curso, como responsável pela análise e assinatura dos Programas de Atividades de Estágio – PAE e dos Relatórios de Atividades de Estágio – RAE;
VII – exigir do estagiário e da PARTE CONCEDENTE, a apresentação do Relatório de Atividades de Estágio – RAE, a cada 6 (seis) meses de estágio.
CLÁUSULA QUARTA – DA JORNADA DO ESTÁGIO O período de duração do TCE, estabelecido pela PARTE CONCEDENTE,
observará o limite máximo de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.
§ 1º A carga horária a ser cumprida pelo estagiário será compatibilizada com o horário de funcionamento da PARTE CONCEDENTE e com o período de aulas do acadêmico, conforme o estabelecido no TCE, não podendo exceder 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais.
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§ 2º O TCE firmado entre a PARTE CONCEDENTE, a UNIVALI e o ESTAGIÁRIO poderá ser denunciado a qualquer tempo, mediante comunicação escrita, feita com 5 (cinco) dias de antecedência.
§ 3º É assegurado ao estagiário, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado, preferencialmente, durante suas férias escolares, conforme art. 13 da Lei 11.788/08, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano.
§ 4º O recesso, de que trata o parágrafo anterior, deverá ser remunerado e os dias de recesso previstos nesse parágrafo serão concedidos de maneira proporcional, quando a duração do estágio for inferior a 1 (um) ano.
CLÁUSULA QUINTA – DA VIGÊNCIA DO CONVÊNIO
O presente convênio vigorará por prazo indeterminado, a contar da data de sua assinatura.
CLÁUSULA SEXTA – DA RESCISÃO DO CONVÊNIO
O presente convênio poderá ser rescindido por qualquer das partes convenentes, através de notificação por ofício, com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Parágrafo único. A rescisão do convênio determinará o rompimento automático de todos os Termos de Compromisso dos estagiários em vigor, cabendo à PARTE CONCEDENTE o pagamento da Bolsa de Estágio até a data de rescisão, bem como todas as suas obrigações e contrapartidas devidas ao estagiário.
CLÁUSULA SÉTIMA – DO BANCO DE TALENTOS
A UNIVALI disponibilizará à PARTE CONCEDENTE a possibilidade de tornar-se usuário dos serviços do Sistema Banco de Talentos, nos termos e condições do documento que segue anexo.
§ 1º No Banco de Talentos a PARTE CONCEDENTE poderá divulgar vagas e recrutar estudantes para a realização do estágio não-obrigatório.
§ 2º A PARTE CONCEDENTE apresentará o documento anexo a este convênio devidamente preenchido, a fim de receber login e senha, via e-mail, para efetuar o cadastro e utilizar os serviços disponibilizados pelo Banco de Talentos.
CLÁUSULA OITAVA – DA INEXISTÊNCIA DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
O estagiário não terá qualquer vínculo empregatício com a PARTE CONCEDENTE, conforme estabelecido no artigo 3º da Lei nº 11.788/2008.
CLÁUSULA NONA – DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
As dúvidas e omissões deste Termo de Convênio serão resolvidas por ofício entre as partes convenentes, podendo aditivos complementares alterar as condições aqui estabelecidas.
De comum acordo entre as partes, fica eleito o Foro da Comarca de Itajaí – SC, renunciando a qualquer outro, por mais privilegiado que seja, para dirimir
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questões oriundas do presente convênio, uma vez esgotadas todas as possibilidades de entendimento amigável.
E por estarem de pleno e comum acordo com as cláusulas e condições deste Termo de Convênio, as partes o assinam em 2 (duas) vias de igual teor, com as duas testemunhas abaixo.
Itajaí, ____ de ________________ de ________.
(nome e cargo do representante da empresa)
Profª Amândia Maria de Borba Pró-Reitora de Ensino – UNIVALI
TESTEMUNHAS : (nome e CPF de um funcionário da empresa)
Profª Márcia Roseli da Costa Ribas - 014.585.759-00
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TERMO DE ACEITE – BANCO DE TALENTOS
Aceita-se participar do Sistema Banco de Talentos e para tanto,
fornece-se abaixo os dados da pessoa que será o contato e usuário
responsável pela divulgação e fechamento das vagas da Empresa na
utilização do referido Sistema:
Nome do Responsável:_______________________________________________
CPF: _____________________________________________________________
Data de Nascimento:_________________________________________________
E-mail:____________________________________________________________
Fone Contato:______________________________________________________
Nome da Mãe:______________________________________________________
Neste ato, a empresa assume total responsabilidade sobre:
a) os critérios que adotará para a seleção dos candidatos;
b) a documentação a ser exigida para a seleção dos acadêmicos;
c) a concessão de qualquer benefício e respectivas implicações, se for o
caso;
d) a observância dos atos normativos.
Oportunidade que isenta a Universidade do Vale do Itajaí de qualquer
responsabilidade.
______________________________________
Assinatura do Responsável / Contato
Fonte: UNIVALI/ProEn/GEA/Estágios
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TERMO DE COMPROMISSO DE ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
Termo de Compromisso de Estágio Não-Obrigatório sem vínculo empregatício, firmado nos termos da Lei nº 11.788/08, que entre si celebram a (Nome da PARTE CONCEDENTE DE ESTÁGIO) estabelecido à (RUA, nº, BAIRRO, CEP, MUNICÍPIO, ESTADO), inscrita no CNPJ/MF sob o nº (Se for pessoa jurídica: número do CNPJ) (Se for profissional liberal: número do CPF e número de Inscrição no Órgão competente), representado por seu (cargo e nome do REPRESENTANTE DA EMPRESA), doravante denominada PARTE CONCEDENTE e, de outro lado, o (a) acadêmico (a) (nome do ESTAGIÁRIO), brasileiro (a), portador da Cédula de Identidade nº (número da IDENTIDADE), residente na (endereço completo), código de pessoa nº (número do código de pessoa na Univali), regularmente matriculado (a) no (período do CURSO) período do Curso de (nome do CURSO) da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, doravante denominado ESTAGIÁRIO, e a Universidade do vale do Itajaí - UNIVALI, mantida pela Fundação Universidade do vale do Itajaí, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 84.307.974/0001-02, neste ato representada pela Professora Responsável pela Área de Estágios/GEA/ProEn, Profª Márcia Roseli da Costa Ribas, abaixo assinada, acordam e estabelecem entre si as cláusulas e condições que regerão este Termo de Compromisso de Estágio (TCE).
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO
O objeto do presente Termo de Compromisso de Estágio Não-obrigatório é regular as condições de realização de estágio para o ESTAGIÁRIO acima identificado, nas dependências da referida PARTE CONCEDENTE, a saber:
I – a jornada de atividade em estágio do ESTAGIÁRIO será de (.......) horas diárias e (.....) horas semanais, devendo o horário ser fixado previamente pela PARTE CONCEDENTE, ajustando-se ao horário escolar a que está sujeito o ESTAGIÁRIO;
II – o presente TCE vigorará a partir de (DATA DE INÍCIO) até (DATA DE TÉRMINO), podendo ser renovado por termo aditivo entre as partes, pelo prazo máximo de 2 (dois) anos.
III – as atividades a se desenvolverem durante o estágio constam do Programa de Atividades de Estágio – PAE, acordado entre as partes, anexo a este TCE.
IV – nos termos ao artigo 3º da Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, o ESTAGIÁRIO não terá vínculo empregatício com a PARTE CONCEDENTE, para quaisquer efeitos.
CLÁUSULA SEGUNDA – DAS OBRIGAÇÕES DA PARTE CONCEDENTE
Caberá à PARTE CONCEDENTE: I – ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao
ESTAGIÁRIO atividade de aprendizagem social, profissional e cultural; II – elaborar o Programa de Atividades de Estágio a ser cumprido pelo
ESTAGIÁRIO, em conformidade com sua área de formação, revelando
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treinamento prático, aperfeiçoamento técnico, cultural, científico e de relacionamento interpessoal para o ESTAGIÁRIO;
III – indicar um funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente.
IV – conceder ao ESTAGIÁRIO, a título de Bolsa de Estágio, a quantia de R$ (discriminar o valor da bolsa) por mês de efetivo estágio e auxílio-transporte no valor de R$ (discriminar o valor do auxílio-transporte), deduzidos dos valores os dias de faltas não justificadas;
V – contratar seguro contra acidentes pessoais em favor do ESTAGIÁRIO, sendo que, durante a vigência do presente TCE e na hipótese de sua renovação, o ESTAGIÁRIO estará coberto pela Apólice de Seguro n.º (nº DA APÓLICE) do (a) (NOME DA COMPANHIA DE SEGUROS);
VI – conceder ao ESTAGIÁRIO, a cada período de 12 (doze) meses, 30 (trinta) dias de recesso remunerado, a ser gozado, preferencialmente, durante as férias escolares. Os dias de recesso previstos neste inciso serão concedidos de maneira proporcional, quando a duração do estágio for inferior a 1 (um) ano;
VII – enviar à UNIVALI, a cada 6 (seis) meses de estágio, Relatório de Atividades de estágio – RAE, permitindo, obrigatoriamente, vistas ao estagiário.
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS OBRIGAÇÕES DO ESTAGIÁRIO
CABERÁ AO ESTAGIÁRIO:
I – realizar as atividades previstas no Programa de Atividades de Estágio – PAE com zelo e dedicação, reportando-se ao supervisor sempre que tiver dúvidas ou entender que precisa de auxílio para sua execução;
II – elaborar e entregar à UNIVALI os Relatórios de Atividades de Estágio – RAE, na forma, prazo e padrões estabelecidos;
III – observar as normas internas estabelecidas pela PARTE CONCEDENTE, conduzindo-se dentro da ética profissional e preservando sigilo das informações a que tiver acesso;
IV – ressarcir a PARTE CONCEDENTE de eventuais prejuízos a ela causados, decorrentes da inobservância das normas internas da empresa ou provocados por sua negligência ou imprudência;
V – comunicar imediatamente à PARTE CONCEDENTE e à UNIVALI, o término de vínculo acadêmico, nos casos de desistência/abandono, cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do acadêmico na forma regimental ou freqüência irregular.
CLÁUSULA QUARTA – DAS OBRIGAÇÕES DA UNIVALI Caberá à UNIVALI: I – fornecer a documentação que viabilize a contratação do ESTAGIÁRIO;
II – avaliar as instalações da PARTE CONCEDENTE e a adequação das atividades à formação cultural e profissional do educando, mediante as informações prestadas pela PARTE CONCEDENTE;
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III – indicar professor orientador do respectivo Curso, como responsável pela análise e assinatura dos Programas de Atividades de Estágio – PAE e dos Relatórios de Atividades de Estágio – RAE;
IV – exigir do ESTAGIÁRIO a apresentação do Relatório de Atividades de Estágio – RAE, a cada 6 (seis) meses;
V – elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus acadêmicos;
VI – comunicar o calendário acadêmico à PARTE CONCEDENTE no início de cada período letivo;
VII – receber, avaliar e arquivar os Relatórios de Atividades de Estágio – RAE.
CLÁUSULA QUINTA – DA RESCISÃO DO TCE O presente TCE pode ser denunciado a qualquer tempo, unilateralmente,
mediante comunicação escrita, feita com 5 (cinco) dias de antecedência. A rescisão poderá ser motivada, de forma exemplificativa, pelas seguintes situações:
I – a conclusão do curso ou desistência/abandono do curso, cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do acadêmico na forma regimental ou freqüência irregular pelo ESTAGIÁRIO;
II – o não cumprimento do convencionado neste TCE por qualquer uma das partes;
III – a denúncia do convênio pela PARTE CONCEDENTE ou pela UNIVALI.
CLÁUSULA SEXTA – DO FORO
De comum acordo entre as partes, fica eleito o Foro da Comarca de Itajaí, renunciando a qualquer outro, por mais privilegiado que seja, para dirimir qualquer questão que se originar deste TCE, uma vez esgotadas todas as possibilidades de entendimento amigável.
E por estarem de inteiro e comum acordo com as condições deste TCE, as partes o assinam em 3 (três) vias de igual teor, destinando-se, respectivamente, à PARTE CONCEDENTE, ao Estagiário e à UNIVALI.
Itajaí, ____ de ________________ de ________.
Representante da PARTE CONCEDENTE
Profª Márcia Roseli da Costa Ribas - UNIVALI
ESTAGIÁRIO
Testemunhas:
Nome e CPF de um funcionário da empresa
Nome e CPF de um funcionário ProEn/GEA/Área de Estágios – Univali
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Universidade do Vale do Itajaí Pró-Reitoria de Ensino / Gerência de Ensino e Avaliação / Área de Estágios
PROGRAMA DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO NÃO-OBRIGATÓRIO
IDENTIFICAÇÃO DO ACADÊMICO Nome do Acadêmico:_____________________________________________________ Código de Matrícula: ____________ R.G.:______________CPF: _________________ Telefone: ______________________ E-mail:___________________________________
Curso:_____________________ Período:_____ Campus:___________________ Turno: ___________________ Portador de deficiência (sim/não): ____________
1.3 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA Nome da Empresa:______________________________Telefone/Fax: ______________ Nome do Supervisor:______________________________________________________
Data de nascimento: ___________________ CPF: ____________________________ Cargo do Supervisor: _________________ Tempo de Experiência na área: ________ Formação do Supervisor:_________________________________________________ E-mail: ______________________________Telefone: ________________________
INFORMAÇÕES RELEVANTES Vigência do estágio: de ____ / _____ / _____ a ____ / ____ / _____ Carga horária diária de estágio: _____ horas Carga horária semanal: ____ horas Horários do estágio: ___________________________________________________ Valor da bolsa mensal: ___________________ Data de pagamento: _____________ Valor do auxílio-transporte: ____________________________ Professor Orientador: ______________________ Código de Pessoa: _____________ Telefone: _________________ E-mail: ____________________________________
OBJETIVOS DO ESTÁGIO: ATIVIDADES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS:
Itajaí (SC), __ de ________________ de 20___. Professor Orientador -
UNIVALI Supervisor do Estágio - Empresa
Estagiário (a)
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TERMO DE CONVÊNIO- ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELEBRAM A ENTIDADE CONCEDENTE – (NOME DA EMPRESA CONCEDENTE DE ESTÁGIO) E A UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PARA A REALIZAÇÃO DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO.
Por este instrumento, de um lado a PARTE CONCEDENTE de
oportunidade de estágio (NOME da PARTE CONCEDENTE e NOME FANTASIA
– se houver), doravante denominada PARTE CONCEDENTE, estabelecida à
(Rua, nº, bairro, CEP, Município, Estado, fones, e-mail), inscrita no CNPJ/MF
sob o nº (nº do CNPJ) ou (nº do CPF e nº da inscrição no órgão profissional
competente, se profissional liberal) , neste ato representada pelo(a) Sr.(a)
(NOME E CARGO NA EMPRESA) e de outro a Universidade do Vale do Itajaí,
mantida pela Fundação Universidade do Vale do Itajaí, doravante denominada
UNIVALI, estabelecida à Rua Uruguai, Nº 458, em Itajaí, inscrita no CNPJ/MF sob
o nº 84.307.974/0001-02, neste ato representada por sua Pró-Reitora de Ensino,
Profª Amândia Maria de Borba, resolvem firmar o presente convênio, em
cumprimento do que dispõe a Lei n.º 11.788/08, mediante as cláusulas e
condições seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO O presente convênio tem por objetivo viabilizar a realização de estágio
obrigatório, entendido enquanto ato educativo escolar supervisionado,
desenvolvido no ambiente de trabalho, e definido como tal no projeto pedagógico
do Curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção do diploma,
junto à PARTE CONCEDENTE, de alunos regularmente matriculados e com
freqüência efetiva em Cursos de Ensino Superior mantidos pela UNIVALI, visando
ao desenvolvimento de atividades conjuntas, capazes de proporcionar a plena
operacionalização da legislação vigente, em cumprimento ao que dispõe a lei nº
11.788/08, relacionada ao estágio de estudantes, conforme cláusulas e períodos
previamente estabelecidos.
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CLÁUSULA SEGUNDA – DAS OBRIGAÇÕES DA UNIVALI
São obrigações da UNIVALI:
I – celebrar Termo de Compromisso com o educando e com a PARTE
CONCEDENTE, indicando as condições de adequação do estágio ao Projeto
Pedagógico, ao Regulamento de Estágio do Curso e ao horário e calendário
escolar;
II – avaliar as instalações da PARTE CONCEDENTE de estágio e sua
adequação à formação cultural e profissional do acadêmico, por meio das
informações cedidas pela PARTE CONCEDENTE;
III – instruir sobre a elaboração do Programa de Atividades de Estágio e
sobre a produção e desenvolvimento de relatórios e/ou outros documentos de
avaliação e técnico-científicos;
IV – indicar professor orientador da área a ser desenvolvida no estágio,
como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do
estagiário;
V – providenciar seguro contra acidentes pessoais em favor do acadêmico-
estagiário;
VI – exigir do acadêmico-estagiário a apresentação periódica dos relatórios
e/ou fichas de freqüência e avaliação, conforme previsto no Regulamento de
Estágio do Curso;
VII – comunicar, com presteza, quaisquer fatos supervenientes
relacionados à vida acadêmica do estagiário, tais como trancamento ou
cancelamento de matrícula, afastamento ou outros que possam alterar a natureza
jurídica da relação estabelecida entre o acadêmico-estagiário e a PARTE
CONCEDENTE;
VIII – exigir do acadêmico-estagiário a apresentação das fichas de
freqüência, avaliação e/ou outros documentos, conforme previsto no Regulamento
de estágio do Curso.
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS OBRIGAÇÕES DA PARTE CONCEDENTE
São obrigações da PARTE CONCEDENTE:
I – celebrar Termo de Compromisso com a UNIVALI e o acadêmico,
zelando por seu cumprimento;
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II – proporcionar condições físicas e materiais adequadas, bem como
informações técnicas e legais necessárias ao bom aproveitamento do estágio;
III – indicar funcionário de seu quadro funcional, com formação ou
experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do
estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV – notificar a UNIVALI, através da Coordenação de Curso, de fatos
relacionados a comportamentos inadequados do estagiário, sua possível
substituição, bem como do cancelamento ou suspensão temporária da oferta de
campo de estágio;
V – aceitar a presença em suas instalações de professores da UNIVALI
para a orientação acadêmica do estagiário, fornecendo-lhes as informações
necessárias ao cumprimento de suas obrigações educacionais;
VI – preencher fichas de avaliação e freqüência do estagiário sempre que
solicitado pela UNIVALI;
VII – arquivar os documentos que comprovem a relação de estágio;
VIII – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de
realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos
períodos e da avaliação de desempenho;
IX – enviar à UNIVALI, com a periodicidade prevista no Regulamento de
Estágios do Curso, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.
Parágrafo único. Pode a PARTE CONCEDENTE, livremente, conceder,
ou não, bolsa de estudos, traduzida em valor mensal a ser fixado na oportunidade
da assinatura do Termo de Compromisso de Estágio.
CLÁUSULA QUARTA – DA VIGÊNCIA E DURAÇÃO DESTE CONVÊNIO
O presente Convênio tem vigência pelo prazo de 60 (sessenta) meses,
podendo seus termos ser revistos a qualquer tempo, ou mesmo ser rescindido por
qualquer das partes convenentes, mediante aviso prévio de 90 (noventa) dias,
ficando, contudo garantida a conclusão dos estágios em curso.
CLÁUSULA QUINTA – DA INEXISTÊNCIA DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
O ESTAGIÁRIO não terá qualquer vínculo empregatício com a PARTE
CONCEDENTE conforme estabelecido no artigo 3º da Lei 11.788/2008.
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CLÁUSULA SEXTA – DO FORO COMPETENTE
Fica eleito o foro da cidade de Itajaí, Estado de Santa Catarina, para dirimir
eventuais controvérsias oriundas deste instrumento e dos termos aditivos dele
decorrentes.
Por estarem justas e de pleno acordo, as partes assinam o presente
Convênio em 03 (três) vias de igual teor e forma, para um só efeito.
Itajaí, ____ de ________________ de ________.
Representante da PARTE CONCEDENTE
Profª Amândia Maria de Borba Pró-Reitora de Ensino
Testemunhas: Profª Márcia Roseli da Costa Ribas –
Responsável pela Área de Estágios/ProEn
Coordenador do Curso
(Identificar Curso/Centro)
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TERMO DE COMPROMISSO – ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
IDENTIFICAÇÃO DO ESTAGIÁRIO:
Nome:_________________________________________________________________
Curso: _____________Campus:___________Código de matrícula: _____________
Turno: ______________ Período: ____________ Semestre letivo: _______________
Telefone: ________________ E-mail: ________________________________________
Portador de necessidades especiais: ( )não ( )sim Qual:___________________
IDENTIFICAÇÃO DA PARTE CONCEDENTE:
Nome da Concedente: ______________________________________________________
CNPJ: ________________ ________ (ou CPF e inscrição no órgão profissional) Rua: ______________________________________________ Número: ___________ CEP: _________________ Cidade: _________________________ UF: ___________ Telefone: ________________ Fax: _______________ E-mail: ___________________
Representante legal: _____________________________________________________
IDENTIFICAÇÃO DA IES:
Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
CNPJ: 84.307.974/0001-02
Rua: Uruguai Número: 458 - Centro
CEP: 88302-202 Cidade: Itajaí UF: SC Telefone: 47 33417792 Fax: 47 33417615 E-mail: [email protected]
Representante legal: Profª Márcia Roseli da Costa Ribas
CLÁUSULA PRIMEIRA – DO OBJETO O presente Termo de Compromisso de Estágio está vinculado ao Convênio nº
_________/_____, celebrado entre a PARTE CONCEDENTE e a UNIVALI, constituindo-se em comprovante exigido pela Lei 11.788/08 para a realização de estágio obrigatório.
Pelo presente Termo de Compromisso de Estágio, firmado entre a PARTE CONCEDENTE, o ESTAGIÁRIO e a UNIVALI, fica convencionado que o estágio será realizado no período que vai de ___/___/_____ a ___/ ___/_____, perfazendo um total de ___ dias, com uma carga horária diária de ___ horas, o que resulta, ao final, em ___ horas de estágio.
Nos termos ao artigo 3º da Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008, o ESTAGIÁRIO não terá vínculo empregatício com a PARTE CONCEDENTE, para quaisquer efeitos.
CLÁUSULA SEGUNDA – DAS OBRIGAÇÕES DO ESTAGIÁRIO Caberá ao ESTAGIÁRIO: I – cumprir o Programa de Atividades de Estágio, aprovado pela UNIVALI, com a
concordância da PARTE CONCEDENTE, primando pela eficiência, exatidão e
responsabilidade em sua execução;
II – respeitar e acatar as normas internas da PARTE CONCEDENTE, mantendo rígido sigilo sobre as informações de caráter privativo nela obtidas, abstendo-me de
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qualquer atitude que possa prejudicar o nome, a imagem ou a confiança interna e pública da mesma;
III – manter relacionamento interpessoal e profissional de alto nível, na PARTE CONCEDENTE e com clientes e público em geral, respeitando os valores da PARTE CONCEDENTE e os princípios éticos da profissão;
IV – ressarcir a PARTE CONCEDENTE de qualquer dano material a ela causado por negligência, imprudência ou imperícia, bem como pagar por despesas de ordem pessoal;
V – responder judicialmente por atos ilícitos praticados durante a vigência do presente Termo de Compromisso;
VI – elaborar e entregar à UNIVALI os relatórios de atividades de estágio, fichas de avaliação, fichas de freqüência e fichas de acompanhamento, dando vistas ao supervisor da PARTE CONCEDENTE;
VII – comunicar imediatamente à PARTE CONCEDENTE e à UNIVALI, o término do vínculo acadêmico, nos casos de desistência/abandono,cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do aluno na forma regimental ou freqüência irregular.
CLÁUSULA TERCEIRA – DAS OBRIGAÇÕES DA PARTE CONCEDENTE
Caberá à PARTE CONCEDENTE:
I – proporcionar condições físicas e materiais adequadas, bem como informações técnicas e legais necessárias ao bom aproveitamento do estágio;
II – aprovar o Programa de Atividades de Estágio a ser cumprido pelo ESTAGIÁRIO;
III – indicar profissional de seu quadro funcional, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV – notificar a UNIVALI, através da Coordenação de Curso, de fatos relacionados a comportamentos inadequados do ESTAGIÁRIO, sua possível substituição, bem como do cancelamento ou suspensão temporária da oferta de campo de estágio;
V – aceitar a presença em suas instalações de professores da UNIVALI para a supervisão acadêmica do ESTAGIÁRIO, fornecendo-lhes as informações necessárias ao cumprimento de suas obrigações educacionais;
VI – preencher fichas de avaliação e freqüência do estagiário, sempre que solicitado pela UNIVALI;
VII – arquivar os documentos que comprovem a relação de estágio; VIII – por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do
estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
IX – enviar à UNIVALI, com a periodicidade prevista no Regulamento de Estágios do Curso, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário.
Parágrafo único. Pode a PARTE CONCEDENTE, livremente, conceder, ou não, bolsa de estudos, traduzida em valor mensal a ser fixado na oportunidade da assinatura do Termo de Compromisso de Estágio (na hipótese de concessão de bolsa-auxílio e/ou auxílio-transporte, os valores a serem pagos deverão constar deste Termo de Compromisso).
CLÁUSULA QUARTA – DAS OBRIGAÇÕES DA UNIVALI
Caberá à UNIVALI:
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I – avaliar as instalações da PARTE CONCEDENTE de estágio e sua adequação à formação cultural e profissional do acadêmico, por meio das informações cedidas pela PARTE CONCEDENTE;
II – orientar o ESTAGIÁRIO sobre a elaboração do Programa de Atividades de Estágio e sobre a produção e desenvolvimento de relatórios e/ou outros documentos de avaliação e técnico-científicos;
III – indicar professor orientador da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
IV – contratar seguro contra acidentes pessoais em favor do ESTAGIÁRIO, sendo que, durante a vigência do presente TCE e na hipótese de sua renovação, o ESTAGIÁRIO estará coberto pela Apólice de Seguro nº 0000000082 da Seguradora UNIBANCO SEGUROS;
V – exigir do ESTAGIÁRIO a apresentação periódica dos relatórios e/ou fichas de freqüência e avaliação, conforme previsto no Regulamento de Estágio do Curso;
VI – comunicar, com presteza, quaisquer fatos supervenientes relacionados à vida acadêmica do estagiário, tais como desistência/abandono, cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do aluno na forma regimental ou freqüência irregular ou outros que possam alterar a natureza jurídica da relação estabelecida entre o ESTAGIÁRIO e a PARTE CONCEDENTE.
CLÁUSULA QUINTA – DA RESCISÃO DO TCE O presente TCE pode ser denunciado a qualquer tempo, unilateralmente,
mediante comunicação escrita, feita com 5 (cinco) dias de antecedência, motivado pelas seguintes situações:
I – a conclusão do Curso ou desistência/abandono, cancelamento, transferência, trancamento, desligamento do aluno na forma regimental ou freqüência irregular pelo ESTAGIÁRIO;
II – o não cumprimento do convencionado neste TCE por qualquer uma das partes;
III – a denúncia do convênio pela PARTE CONCEDENTE ou pela UNIVALI.
CLÁUSULA SEXTA – DO FORO
De comum acordo entre as partes, fica eleito o Foro da Comarca de Itajaí, renunciando a qualquer outro, por mais privilegiado que seja, para dirimir qualquer questão que se originar deste TCE, uma vez esgotadas todas as possibilidades de entendimento amigável.
E por estarem de inteiro e comum acordo com as condições deste TCE, as partes o assinam em 3 (três) vias de igual teor, destinando-se, respectivamente, à PARTE CONCEDENTE, ao Estagiário e à UNIVALI.
Itajaí, ___ de _______________ de ______.
Representante da PARTE CONCEDENTE
ESTAGIÁRIO
Coordenador de Curso - UNIVALI
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Universidade do Vale do Itajaí Pró-Reitoria de Ensino / Gerência de Ensino e Avaliação / Área de Estágios
PROGRAMA DE ATIVIDADES DE ESTÁGIO OBRIGATÓRIO
IDENTIFICAÇÃO DO ACADÊMICO Nome do Acadêmico:__________________________________________________ Código de Matrícula: ______________ R.G.:__________ CPF: ________________ Telefone: ___________ E-mail:_________________________________________
Curso:__________________________ Período:_____ Campus:_____________ Turno: ___________________ Portador de deficiência (sim/não): ____________
1.4 IDENTIFICAÇÃO DA PARTE CONCEDENTE
Nome da PARTE CONCEDENTE:_________________________________________ Telefone/Fax: _________ Nome do Supervisor:__________________________________________________
Cargo do Supervisor: ________________ Tempo de Experiência na área: _______ Formação do Supervisor:_______________________________________________ E-mail: _____________________________Telefone: ________________________
INFORMAÇÕES RELEVANTES Vigência do estágio: de ____ / _____ / _____ a ____ / ____ / _____ Carga horária diária de estágio: _____ h Carga horária semanal: ____ h Horários do estágio: __________________________________________________ Valor da bolsa de estudos: ______________ Data de pagamento: ___________ Valor do auxílio-transporte: __________________________________________ Professor Orientador: ________________________ Código de Pessoa: _________ Telefone: _____________ E-mail: _______________________________________
OBJETIVOS DO ESTÁGIO:
ATIVIDADES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS:
Itajaí (SC), __ de ________________ de 20___.
Professor Orientador/ UNIVALI
Supervisor do Estágio/PARTE CONCEDENTE
Estagiário (a)