78
DISSERTAÇÃO ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE ESTABILIDADE EM PROGÊNIES DE SERINGUEIRA (Hevea spp.) CECÍLIA KHUSALA VERARDI Campinas, SP 2010

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

DISSERTAÇÃO

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE ESTABILIDADE EM PROGÊNIES DE

SERINGUEIRA ( Hevea spp.)

CECÍLIA KHUSALA VERARDI

Campinas, SP 2010

Page 2: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

INTITUTO AGRONÔMINO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA

TROPICAL E SUBTROPICAL

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE ESTABILIDADE EM PROGÊNIES DE SERINGUEIRA

(HEVEA spp.)

CECÍLIA KHUSALA VERARDI

Orientador: Paulo de Souza Gonçalves

Dissertação submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura tropical e subtropical, Área de Concentração em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia

Campinas, SP

Fevereiro, 2010

Page 3: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

iii

Aos meus pais, Aparecida e Renato Verardi,

por estarem sempre presentes em minha vida

DEDICO

Page 4: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

iv

AGRADECIMENTOS

� Ao meu orientador Dr. Paulo de Souza Gonçalves pela orientação e pelos

ensinamentos científicos;

� Aos colegas da Seringueira Graziela, Lígia, Patrícia e Adriano pelo convívio e

amizade;

� Ao Programa de Pós-Graduação e aos Professores/Pesquisadores (PG-IAC) pela

disposição em nos ajudar e pelos ensinamentos;

� Aos professores Marcos Deon de Vilela Resende e Reginaldo Brito da Costa pela

ajuda no desenvolvimento dos trabalhos produzidos;

� Aos integrantes da banca examinadora Drª. Maria Elisa A. G. Z. Paterniani e Dr.

Mário L. T. Moraes pelas correções e sugestões,

� Em especial agradeço aos meus pais Renato e Aparecida e aos meus irmãos Narani e

Henrique pelo apoio, carinho e por estarem sempre presentes em minha vida;

� Com carinho agradeço ao meu namorado João Claudio por estar sempre ao meu lado,

pelo apoio e por nunca me deixar desistir, pelo amor, e pela enorme paciência que me

dedica,

� Aos amigos Flávio Cese Arantes e Janete Motta da Silva que mesmo de longe

ajudaram nos momentos de dúvidas, tanto pessoais como profissionais;

� Às amigas Bárbhara, Laís, Lenita e Simone pelo apoio, companheirismo, e amizade

sincera;

� Aos colegas do curso de Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia,

especialmente aos amigos Guilherme e Jean pela amizade e companheirismo;

� Aos colegas de Pós-Graduação pelos momentos de descontração;

� Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e á

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio

financeiro.

Page 5: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

v

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS............................................................................................. vii

RESUMO................................................................................................................. ix

ABSTRACT............................................................................................................. x

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERARUTA............................................................................. 3

2.1 Histórico da Seringueira..................................................................................... 3

2.2 Aspectos Botânicos............................................................................................ 4

2.2.1 Taxonomia da Hevea...................................................................................... 4

2.2.2 Senescência e florescimento........................................................................... 4

2.2.3 Frutos e sementes............................................................................................ 6

2.2.4 Hábito de crescimento e produção de látex.................................................... 7

2.3 Sistema de Propagação...................................................................................... 8

2.4 Citologia do Gênero Hevea................................................................................ 9

2.5 Localização Geográfica e Áreas de Cultivos no Brasil...................................... 10

2.6 Importância Socioeconômica e Ambiental........................................................ 11

2.7 Melhoramento Genético da Seringueira............................................................. 13

2.7.1 Genética quantitativa e parâmetros genéticos................................................. 16

2.7.2 Componentes de variância e herdabilidade..................................................... 17

2.7.3 Ganho de seleção............................................................................................ 18

2.7.4 Interação genótipo x ambiente, estabilidade e adaptabilidade........................ 19

2.7.5 Índice-Multiefeito........................................................................................... 21

2.7.6 Fundamentos teóricos do procedimento Reml/Blup....................................... 22

3 OBJETIVO............................................................................................................ 24

4 METERIAL E MÉTODOS................................................................................... 24

4.1 Material.............................................................................................................. 24

4.2 Métodos.............................................................................................................. 25

4.3 Análise de Variância.......................................................................................... 26

4.3.1 Análise de variância individual....................................................................... 26

4.3.2 Análise de variância conjunta......................................................................... 27

4.3.3 Estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos......................................... 28

Page 6: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

vi

4.3.4 Seleção pelo tipo de propagação e pelo ganho de seleção pelo Método

Índice-Multiefeitos.......................................................................................... 29

4.3.5 Estabilidade e adaptabilidade.......................................................................... 31

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 31

5.1 Análise Individual.............................................................................................. 31

5.2 Análise Conjunta................................................................................................ 33

5.3 Estimativa de Parâmetros Genéticos.................................................................. 34

5.3.1 Herdabilidade.................................................................................................. 34

5.3.2 Acurácia seletiva e coeficiente de determinação dos efeitos da parcela......... 36

5.3.3 Variâncias genotípicas e fenotípicas............................................................... 37

5.3.4 Variâncias de interação genótipo x ambiente.................................................. 37

5.3.5 Coeficientes de variação genética................................................................... 38

5.3.6 Ganhos genéticos............................................................................................ 39

5.4 Seleção pelo Tipo de Propagação e pelo Ganho de Seleção pelo Método

Índice-Multiefeitos............................................................................................. 42

5.5 Estabilidade e Adaptabilidade............................................................................ 50

6 CONCLUSÕES................................................................................................. 56

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 57

Page 7: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características geográficas dos locais de experimentação relativos ao estudo de progênies no Estado de São Paulo........................................... 25

Tabela 2 - Esquema de análise de variância e esperança dos quadrados médios e [E(QM)] segundo o delineamento de blocos casualizados ao nível de indivíduo................................................................................................ 27

Tabela 3 -Esquema de análise de variância dos quadrados médios [E(QM)], considerando-se o modelo para análise conjunta em blocos casualizados........................................................................................... 28

Tabela 4 - Médias, quadrados médios das análises de variância e coeficientes de variação experimental (CVe%) relativas as variáveis produção de borracha (PB), perímetro do caule (PC), e número de anéis (NA), de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo....................................................................................................... 32

Tabela 5 - Valores dos quadrados médio, coeficiente de variação experimental (CVe%) e média geral, obtidos quanto à produção de borracha (PB), perímetro do caule (PC), e número de anéis (NA), referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira, em três locais do Estado de São Paulo................................................................................................ 34

Tabela 6 - Estimativas de parâmetros genéticos para as variáveis produção de borracha (PB), perímetro do caule (PC) e número de anéis (NA) referentes às análises individuais de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais no Estado de São Paulo................................... 40

Tabela 7 - Estimativas de parâmetros genéticos para as variáveis produção de borracha (PB), perímetro do caule (PB), e número de anéis (NA), referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo................................................... 41

Tabela 8 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos ( au ˆˆ + ), efeitos genotípicos (g ) e valores genotípicos preditos (gˆ +µ ) e ganho genético (GG) dos 10 melhores indivíduos de seringueira, para a variável produção de borracha, em experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo................................................... 44

Tabela 9 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos ( au ˆˆ + ), efeitos genotípicos (g ) e valores genotípicos preditos (gˆ +µ ) e ganho genético (GG) dos 10 melhores indivíduos de seringueira, para a variável perímetro do caule, em experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo......................................................... 45

Tabela 10 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos ( au ˆˆ + ), efeitos genotípicos (g ) e valores genotípicos preditos ( gˆ +µ ) e ganho genético (GG) dos 10 melhores indivíduos de seringueira, para a variável número de anéis de vasos laticíferos, em experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo.................................................................................................... 46

Page 8: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

viii

Tabela 11 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ) e ganho genético (GG), para a veriável produção de borracha, referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira, em três locais do Estado de São Paulo............................................................................ 47

Tabela 12 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ) e ganho genético (GG), para a variável perímetro do caule, referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira, em três locais do Estado de São Paulo............................................................................ 48

Tabela 13 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ) e ganho genético (GG), para a variável número de anéis de vasos laticíferos, referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira, em três locais do Estado de São Paulo............................................................. 49

Tabela 14 - Ganhos genéticos preditos (%) das cinco melhores progênies de seringueira para as variáveis produção de borracha, perímetro do caule e número de anéis, aos 3 anos de idade, nos municípios de Jaú, Pindorama, Votuporanga, Estado de São Paulo. ........................ 52

Tabela 15 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos (PRVG), estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável produção de borracha de progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo.................................................................................................... 53

Tabela 16 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos (PRVG), estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável perímetro do caule de progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo.......................................................... 54

Tabela 17 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos (PRVG), estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável número de anéis de vasos laticíferos seca de progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo.................................................................................................... 55

Page 9: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

ix

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE ESTABILIDA DE EM PROGÊNIES DE SERINGUEIRA (Hevea spp.)

RESUMO

O melhoramento da seringueira (Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.)

tem como principal objetivo a obtenção de indivíduos com alto potencial de produção,

seguido de outros caracteres secundários desejáveis que contribuam para este potencial. O

objetivo do trabalho foi determinar a variabilidade genética, a estabilidade de progênies de

polinização aberta quanto as variáveis: produção de borracha, perímetro do caule e número

total de anéis de vasos laticíferos, utilizando-se o programa estatístico Selegen pelo método

Reml/Blup. Os experimentos foram instalados em três locais do estado de São Paulo, sob

delineamento de blocos ao acaso com 22 progênies, 6 repetições e 10 plantas por parcela no

espaçamento de 2 x 2 m. Aos três anos de idade, as progênies foram avaliadas utilizando-se o

teste precoce de produção Hamaker Morris-Mann (HMMm). O perímetro do caule foi

determinado a 50 cm acima do solo e o número total de anéis de vasos laticíferos obtido

através do exame histológico. Os efeitos de progênies para todos os caracteres foram

significativos a 1% de probabilidade nas análises individuais demonstrando assim que as

progênies diferem entre si, existindo assim, variabilidade genética entre elas. Na análise

conjunta os efeitos de locais também foram significativos a 1% de probabilidade,ou seja, as

progênies apresentam comportamentos diferenciados nos três ambientes analisados. Os

valores de herdabilidade variaram de baixos a altos, com valores menores na análise conjunta

do que na análise individual, indicando maior influência ambiental sobre as progênies. As

variâncias genéticas aditivas e fenotípicas evidenciaram a possibilidade do uso do caráter

perímetro do caule na seleção. Os ganhos genéticos para os caracteres em todos os locais

foram de alta magnitude. A seleção das cinco progênies mais produtivas proporcionou ganho

genético de 8,16%. A pequena variação de desempenho das progênies mais produtivas, nos

três locais de plantio, indica boa estabilidade fenotípica dos genótipos. As três progênies mais

produtivas apresentam superioridade de produção de 14 a 19% sobre a média geral nos três

ambientes. Os caracteres estudados são influenciados pelo ambiente, o que pode ser

observado pelos valores médios de herdabilidade, dificultando assim, a seleção. As progênies

selecionadas nos três locais podem ser indicadas para utilização na sequência de programas de

melhoramento genético podendo levar à maximização na produção de látex.

Palavras-Chave: componentes de variância, interação genótipo x ambiente, seleção genética.

Page 10: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

x

ESTIMATES OF GENETIC PARAMETERS AND STABILITY IN PR OGENIES RUBBER TREE (Hevea spp.)

ABSTRACT

The improvement of rubber tree (Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) it

has as objective the attainment of individuals with high potential of production, followed for

other desirable secondary characters to contribute for this potential. The objective of this work

was to evaluate the genetic variability, the stability of progenies of half-siblings on the

variables: production of rubber, the girth growth and total number of latex vessels, using the

statistical method Selegen Reml/Blup .The experiments were carried out in randomized block

design with 22 progenies and six replicates. Three-year-old progenies were evaluated for the

yield precocious test Hamaker Morris-Mann (HMMm), girth growth at 50 cm above the

ground and total number of latex vessel determined through histological examination. The

effects of progenies for all traits were significant at 1% probability the individual analysis

demonstrate that progenies differ, there is therefore, genetic variability between them. A joint

analysis of the effects of locations were significant at 1% probability, the progeny have

different performances in the three environments examined.

The heritability values varied from low to high in the individual and joint analyses. The

values in the joint analysis were lower than in individual analysis, indicating high

environmental effect on the progenies. The additive and phenotypic variances evidenced the

possibility of using the girth growth rate in the selection. The genetic gain for the traits in all

sites were high. The better five progenies selected provided genetic gain of 8,16%. The small

variation of the performance of the most productive progenies in the three locations

demonstrates stability of the same ones. The better three progenies presented 14% to 19% of

superiority over the general average of the three locations. The characters studied are

influenced by environment, which can be observed by the average values of heritability, thus

complicating the selection. The progenies selected in the three places can be indicated for use

in the sequence of the program of genetic improvement being able to lead to the maximizing

of the latex production.

Keywords: components of variance, genetic selection, genotype x environment interaction.

Page 11: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

1

1 INTRODUÇÃO

O gênero Hevea, pertencente à família Euphorbiaceae, nativa da região amazônica tem

como principal interesse econômico a produção de borracha, pois é a principal matéria-prima

de mais de 40.000 produtos.

Na época colonial o Brasil era considerado o maior produtor mundial de borracha por

meio de exploração extrativista, perdendo seu posto após a introdução da cultura em países

asiáticos, onde a cultura apresentou um grande desempenho devido às condições ambientais

ideais. O declínio da seringueira no país se deu com o ataque do fungo Microcyclus ulei P.

Henn (v. Arx.), causador da doença foliar conhecida como mal-das-folhas que levou as perdas

de produção em regiões do norte do país, após a primeira tentativa de explorar a cultura

comercialmente.

Apesar de ser considerado como um pequeno produtor mundial, a produção de

borracha no Brasil vem crescendo nos últimos anos, devido à grande demanda da indústria

nacional, principalmente a indústria pneumática.

Em vista do crescimento pela demanda do produto, é importante a busca por genótipos

mais promissores, ou seja, com um maior potencial de produção aliado às variáveis

secundárias que incrementam este potencial. Ainda há a busca por genótipos resistentes á

doenças foliares e a quebra pelo vento, sempre visando às necessidades de cada região. Além

de estratégias que diminuam o ciclo de melhoramento da espécie, possibilitando a

recomendação de novos cultivares em menor período de tempo.

O melhoramento genético da seringueira apresenta um ciclo muito longo de seleção,

podendo chegar até 30 anos. Em decorrência desse longo período é de extrema necessidade

que sejam realizados estudos em plantas juvenis através de métodos de análise precoce em

testes de progênies. Estes estudos prevêem a variabilidade genética e o ganho de seleção da

população estudada, servindo de base para futuros programas de melhoramento da espécie, e

possibilitando a diminuição do ciclo de melhoramento.

São Paulo é hoje o maior produtor de borracha do país, pois as condições climáticas do

noroeste paulista são desfavoráveis para o desenvolvimento do fungo M. ulei, e favoráveis ao

desenvolvimento da cultura. Assim vários trabalhos de melhoramento da espécie vêm sendo

desenvolvidos em regiões paulistas visando ao aumento da produção de borracha.

Page 12: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

2

Estudos das estimativas de parâmetros genéticos e da interação genótipo x ambiente,

incluindo estabilidade e adaptabilidade, são de grande importância para o progresso da

heveicultura, pois possibilitam um melhor planejamento e condução de programas de

melhoramento, assim como a recomendação dos melhores genótipos para cada região.

Um das maiores contribuições da genética quantitativa é a possibilidade de prever

ganhos utilizando diferentes critérios de seleção, o que orienta o melhorista na escolha do

melhor método, maximizando os ganhos das variáveis de interesse.

O método de modelos mistos (Henderson, 1984) é um instrumento flexível para a

estimativa de parâmetros genéticos e predição de valores genéticos, pois pode ser aplicada a

dados desbalanceados e provenientes de diferentes gerações. O procedimento Reml/Blup

(estimativa de parâmetros genéticos por máxima verossimilhança restrita – Reml – e predição

de valores genéticos pelo procedimento da melhor predição linear não viciada – Blup) tem

sido aplicado ao melhoramento genético da seringueira no Brasil e nos grandes centros de

pesquisa da Malásia, Tailândia, Costa do Marfim e Vietnã.

Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo determinar a variabilidade

genética, a estabilidade de progênies de polinização aberta quanto as variáveis: produção de

borracha, perímetro do caule e número total de anéis de vasos laticíferos, utilizando-se o

programa estatístico Selegen pelo método Reml/Blup, obtendo-se assim, suporte para futuros

programas de melhoramento da espécie.

Page 13: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

3

2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Histórico da Seringueira

A borracha natural era extraída nas Américas mesmo antes da chegada dos europeus.

Os indígenas já a conheciam e a utilizavam para rituais, para confecção de vasilhames de uso

doméstico, de calçados e mesmo de bolas para jogos (ALVARENGA, 2006).

Em 1874 Wickham veio ao Brasil com a missão de coletar sementes de seringueira.

Na região de Boim, próximo do município de Santarém no Estado do Pará, Wickham coletou

70.000 sementes, e as enviou à Inglaterra. Destas sementes coletadas, 2.397 germinaram, as

plântulas foram levadas para o Ceilão, atual Sri Lanka, um ano após foram introduzidas 22

“seedlings” no Jardim Botânico de Cingapura, onde produziram as primeiras sementes usadas

na propagação da espécie no país, dando início a uma nova era da cultura no mundo e no

Brasil (GONÇALVES et al., 1983; PRIYADARSHAN et al., 2009).

A história da produção da borracha natural brasileira mostra que o país desfrutou da

condição de principal produtor e exportador mundial no início do século XX, sem nunca ter

plantado uma única árvore. Porém com a entrada da borracha produzida na Ásia no mercado,

o Brasil começou a perder sua soberania (BERNARDES et al., 2000).

O melhoramento genético da espécie teve início na Ásia, quando as primeiras plantas

foram propagadas por enxertia de gemas, descoberta em 1917, possibilitando assim, a

produção de clones.

Na década de 1920/30 houve a tentativa de explorar o cultivo da seringueira no Estado

do Pará, pela companhia Ford, na região conhecida por Fordlândia, porém não obteve sucesso

devido ao ataque do fungo Mycrocyclus ulei (P. Henn) v. Arx, causador da doença mal-das-

folhas, que dizimou toda a cultura, o mesmo ocorreu no sul da Bahia e na região Amazônica.

As sementes introduzidas na Ásia estavam livres do fungo M. ulei, e a produção era crescente

nestes países, enquanto que no Brasil a produção decaía, passando de país exportador para

importador de borracha natural.

No Brasil o melhoramento genético começou mais tarde, visando à resistência ao

fungo M. ulei e a produção, nos Estados do Pará e Bahia, após as perdas causadas pelo mal-

das-folhas.

Houve duas tentativas de introdução da seringueira no Estado de São Paulo, a primeira

em 1915 por José Procópio de Araújo Ferraz, com sementes enviadas pelo Marechal C.

Rondon, porém estas sementes não germinaram devido ao longo tempo de viagem do Mato-

Grosso a São Paulo. A outra tentativa foi em 1917 em que um lote de 27 plântulas foi enviado

Page 14: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

4

à Fazenda Santa Sofia onde obtiveram boa adaptação, mas a cultura não pode ser difundida

por decisão dos órgãos oficiais da época. Foi por volta de 1941 que o Instituto Agronômico

(IAC), se interessou em pesquisar a cultura, utilizando sementes de diversas procedências,

inclusive do exterior. A cultura obteve maior sucesso no Planalto Paulista, devido às

condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento do fungo M. ulei, e a boa

adaptabilidade na região, dando início aos programas de melhoramento genético da

seringueira, e as plantações comerciais, sendo hoje o maior Estado produtor de borracha

natural.

2.2 Aspectos Botânicos

2.2.1 Taxonomia da Hevea

O gênero Hevea pertence à família Euphorbiaceae, que compreende outros gêneros

importantes como Ricinus (mamona) e Manihot (mandioca). O gênero Hevea inclui 11

espécies conhecidas no Brasil, das quais a H. brasiliensis é a espécie mais importante do

ponto de vista econômico (GONÇALVES et al., 2001).

Segundo Schultes (1977a, b), o botânico Adolf Ducke foi o que mais se dedicou ao

estudo do gênero. Seus estudos taxonômicos de quase 50 anos foram divididos em três

períodos distintos: no primeiro, descreveu diversas pequenas variações como espécie; no

segundo período, reduziu para variedades e formas; mais tarde, em 1943, no fim de sua

carreira, tornou a reconhecer um número reduzido de espécies. Dos 96 binômios e trinômios

proposto para o gênero Hevea em 200 anos, 46 ou 48% foram publicados por Adolf Ducke.

As onze espécies conhecidas no Brasil são: Hevea guianensis Aublet, Hevea

benthamiana Muell.-Arg; Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss) Muell.-Arg; Hevea

pauciflora (Spruce ex Benth); Hevea nítida Mart. ex Muell.-Arg; Hevea spruceana (Benth);

Hevea paludosa Ule Jarb.; Hevea rigidifolia (Spruce ex Benth) Muell.-Arg; Hevea camporum

Ducke; Hevea microphylla e Hevea camargoana Pires. Dessas. Apenas H. brasiliensis e H.

benthamiana produzem látex comercialmente aceitável (GOMES, 1981).

2.2.2 Senescência e florescimento

A seringueira é uma planta de hábito decíduo, mais pronunciado em regiões onde

períodos secos são constantes. Em regiões da Amazônia, onde ou quando períodos secos são

menos intensos, a queda de folhas e o florescimento são irregulares. Em florestas decíduas, a

disponibilidade de água talvez seja o fator ecológico mais importante que afeta a senescência

e o florescimento, embora ambos sejam influenciados pela situação geográfica, condições de

Page 15: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

5

clima e natureza do material vegetal (WITMORE, 1975; GONÇALVES & MARQUES,

2008).

Em áreas de cultivo, a senescência começa quando a seringueira muda seu hábito de

crescimento e isso ocorre, geralmente, a partir do terceiro ano após o plantio (GONÇALVES

& MARQUES, 2008), embora ocorram variações em função do genótipo, da densidade de

plantio, do material genético e outros aspectos (BOUYCHOU, 1969). Em algumas regiões o

Estado de São Paulo a senescência ocorre entre junho e agosto.

As folhas são de aspecto e estrutura gerais uniformes em todo o gênero, apresentando,

entretanto, alguns caracteres diagnósticos de real valor. As folhas são trifolioladas, com

pecíolo longo, a base engrossada no pulvino, com 1 a 3 glândulas na junção dos peciólulos e

prefloração de índice 2/7, com disposição espiralada para direita. Em cada brotação, as

primeiras folhas são maiores e mais distanciadas entre si, com adensamento terminal de folhas

menores para o ápice. O folíolo é pouco diferente dos laterais, comumente um pouco maior e

com base um pouco mais estreita (VIÉGAS & CARVALHO, 2000; PIRES et al., 2002;

SECCO, 2008).

A seringueira é uma dicotiledônea monóica, as flores são diclinas, monoclamídeas,

isto é, unissexuadas, ou seja, possui flores masculinas ou estaminadas e femininas ou

pistiladas em uma mesma inflorescência. As inflorescências aparecem logo após a

senescência anual, nas extremidades dos galhos, apresentam-se em panículas ao longo das

brotações terminais, ou no ápice de ramos curtos. As panículas vão surgindo das axilas das

escamas (rosetas de dormência) ou das axilas das folhas novas em período de brotação. A

corola é ausente. Nas flores estaminadas há cálice, disco estaminal com um a dois verticílios

sésseis. O cálice tem tudo curto e cinco sépalas. As anteras de 0,5 a 1 mm de comprimento,

possuem duas tecas biloculares. As flores pistiladas ficam na extremidade do eixo principal

ou na ponta de seus ramos, possuem cálice, pistilo (composto de três carpelos uniloculares),

três estiletes sésseis ou subsésseis, um óvulo por lóculo no ovário.

Nas plantações as primeiras florações ocorrem entre 3 e 5 anos de idade, na mata esse

período é muito mais longo, podendo levar até 25 anos (GONÇALVES et al., 2001; SECCO,

2008). As flores estaminadas são sempre em maior número que as pistiladas, que ficam nas

extremidades do eixo principal ou no ápice dos ramos maiores da inflorescência (SECCO,

2008).

Na Amazônia as árvores adultas florescem uma vez ao ano, entre abril e julho,

enquanto que na Malásia o florescimento pode ocorrer até duas vezes ao ano, entre março-

abril e entre agosto-setembro (PARANJONTHY, 1980). O florescimento é sazonal, o que

Page 16: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

6

causa problemas aos programas de melhoramento da espécie, e a falta de sincronia no

florescimento também dificulta a realização de muitos cruzamentos (TAN, 1987).

A morfologia do pólen varia muito pouco dentro do gênero Hevea. Trata-se de um

gênero estenopalinar e somente as dimensões dos grãos de pólen podem ser elementos

coadjuvantes na determinação das espécies (PIRES et al., 2002). A polinização é feita por

pequenos insetos da família Ceratopogonidae (Heleidae) e tripés que operam em curtas

distâncias para polinização cruzada (GONÇALVES et al., 2001). De modo geral, a

fecundação é cruzada, não deixando de existir autofecundação em uma mesma árvore ou entre

os mesmo indivíduos de um mesmo clone (BOUYCHOU, 1969). Não existem estudos

sistemáticos das frequências de polinização cruzada, porém a amplitude de autofecundação é

estimada por SIMMONDS (1989) em torno de 16% a 28%. A fertilização dos óvulos leva em

torno de 24 horas, porém a primeira divisão zigótica ocorre após 5 a 6 semanas. Geralmente,

somente flores que possuem todos três óvulos fertilizados, desenvolvem-se em fruto

(HARIBAR & YEANG, 1984). MAJUMDAR (1966) mostrou que um bom grau de

viabilidade em torno de 20%, e pode ser obtido por uma semana se o pólen for armazenado

em temperatura de 0 a 5ºC com a umidade relativa de 75% a 81%.

2.2.3 Frutos e sementes

O fruto é uma cápsula tricoca (com três mericarpos), lenhosa, algo subglobosa,

depressa nos septos, de maneira que, em corte transversal, se apresenta trilobada. Sendo

tricoco há apenas uma semente em cada lóculo, pendente na placenta central (VIÉGAS &

CARVALHO, 2000). O completo desenvolvimento dos frutos leva cerca de cinco meses,

durante esse período, grande quantidade de frutos pequenos são abortados, principalmente nos

dois primeiros meses de desenvolvimento devido a autopolinização (GONÇALVES &

MARQUES, 2008). Segundo WYCHERLEY (1969), a frutificação alcança cerca de 1% das

flores em condições naturais e cerca de 4% daquelas polinizadas artificialmente.

Segundo VIÉGAS & CARVALHO (2000) as sementes apresentam testa crustácea,

brilhante, com manchas salpicadas e esbranquiçadas, cujo padrão de desenhos pode servir

para distinguir variedades e clones da mesma espécie. O endosperma é espesso, oleoso,

ocultando no interior dois cotilédones planifoliáceos. A parte interna da semente fica mais ou

menos solta da testa. A radícula fica por cima porque o embrião está invertido. Sendo leve a

semente é facilmente transportada pela água e, consequentemente, coloniza as margens dos

rios, sendo também muito procurada pelos peixes. A germinação das sementes está

correlacionada com o grau de umidade, sendo que estas podem perder 50% de umidade em

Page 17: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

7

três dias, quando são armazenadas sem proteção, a viabilidade da semente cai para 45%

dentro de um mês. HUSIN et al. (1981) e BARRUETO CID et al. (1986) observaram que a

melhor germinação foi obtida pela colheita de frutos por um curto período de tempo antes de

deiscência, quando a umidade natural da semente foi mínima. As sementes de seringueira

possuem 45 a 50 % de óleo, cujas características são de cor amarela, viscoso, secativo e de

odor muito forte, podendo ser aplicado na fabricação de tintas e vernizes. Há ainda a

referência de uso esporádico da semente cozida na alimentação pelos índios da Amazônia

(GONÇALVES et al., 1983; SECCO, 2008).

2.2.4 Hábito de crescimento e produção de látex

As árvores deste gênero são, em geral, de porte mediano (entre 7 e 10m de altura) à

muito alto (entre 15 a 50m de altura) e diâmetro de 0,35m a 1,5m (PIRES et al., 2002;

SECCO, 2008). Todas são lenhosas e arbóreas, com exceção de H. camporum e H.

camargoana, que são arvoretas ou arbustos de campo, e H. nítida, que é uma árvore das

caatingas (campinas) quartzíticas da Colômbia, no Rio Apoporis e Amazonas, e do alto Rio

Negro (PIRES, 1973). Segundo VIÉGAS & CARVALHO (2000) o caule da maioria das

espécies é ereto, cilíndrico e sempre ramificado no alto da copa. As espécies H. microphylla e

H. spruceana apresentam caule ventricoso na base, para melhor adaptação aos pântanos ou

igapós.

O comportamento das árvores no que diz respeito ao formato do tronco pode sofrer

variações em decorrência do tipo de ambiente. Segundo SEIBERT (1947), nesse particular,

uma peculiaridade de se notar é a eventual presença de troncos ventricosos na base, o que

ocorre mais frequentemente com H. spruceana e H. microphylla, quando estão vegetando em

igapós ou pântanos muito encharcados. Por essa razão essas espécies são, às vezes, chamadas

vulgarmente de “seringa-barriguda” (PIRES et al., 2002).

Segundo VIÉGAS & CARVALHO (2000) e PIRES et al. (2002) a estrutura das raízes

é muito uniforme entre as espécies do gênero Hevea, apresenta raiz principal tipo pivotante

com 2,4m aos 7-8 anos de idade, e raízes laterais com comprimento acima de 9m. As

variações individuais são decorrentes de variações ambientais em que vivem. Nos solos

encharcados, pantanosos ou onde o lençol de águas subterrâneas é muito superficial, as raízes

não se aprofundam, e desenvolvem-se lateralmente, como é o caso da várzea. Nos solos

profundos e bem drenados, as raízes se aprofundam muito mais, variações estas que são

notadas mesmo quando se trata da mesma espécie.

Page 18: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

8

A casca é a parte da planta cuja função é proteger a árvore de agentes externos (fungo,

insetos, etc.), sendo fisiologicamente importante no transporte se substância nutritivas para

todas as partes da planta. A casca também serve como elemento de grande valor para

reconhecimento de plantas. Tem como características cor, espessura, consistência, aspecto

externo, formação do súber, etc., sendo altamente influenciado pelo ambiente e por eventos

fisiológicos da própria planta, como por exemplo, em certas épocas do ano a seringueira não

solta facilmente a casca, devido a isto, nestas épocas não se realiza os trabalhos de enxertia.

Os estudos anatômicos da casca também são usados no controle de capacidade de produção

de látex dos clones, pelo exame das plantas jovens, visando o ganho de tempo nos trabalhos

de seleção (VIÉGAS & CARVALHO, 2000; PIRES et al., 2002).

Todas as espécies de Hevea são produtoras de látex, porém algumas produzem mais

que as outras, havendo grande variação inter e intra-específica. Além da variação de

quantidade de látex produzido, também há variações quanto à constituição, propriedades

físicas, a coloração pode variar de branca a amarela, e características de coagulação. É

importante ressaltar que o conteúdo da borracha varia de 20% a 45%. A borracha natural é um

polímero de alta massa molecular, cuja estrutura é o cis-1,4-poliisopropeno, além de outras

substâncias orgânicas e inorgânicas (substância não-borracha) como proteínas, lipídios,

carboidratos e material mineral. A borracha natural crua proveniente do látex da seringueira é

uma matéria-prima agrícola importante para manufatura de grande quantidade de produtos

como de pneus, produtos de uso médico e paramédico, adesivos, calçados, em produtos

bélicos por ser um produto isolante e impermeável, tanto ao ar como à água (VIÉGAS &

CARVALHO, 2000; PIRES et al., 2002; MORENO et al., 2008).

2.3 Sistema de Propagação

A seringueira é plantada a partir de mudas enxertadas, com densidade de 450 a 500

árvores por hectare. A fase de imaturidade varia de 4 a 9 anos dependendo do clima e das

condições e manejo do solo. A propagação por enxertia favorece e multiplicação de genótipos

elites. Porém fatores como heterogeneidade do solo, diferenças da juvenilidade das gemas e

variação na origem do porta-enxerto são responsáveis pela grande variação existente dentro

das populações clonais. CHANDRASHEKAR et al. (1997) observaram em um experimento

com RRII 105 na Índia, que o volume de látex variou de 5ml a 325ml, e borracha seca de 1,8g

a 144g, essas diferenças são significativas para uma população homogênea. À falta de

técnicas de clonagem do sistema radicular afeta diretamente a relação solo-planta, tais como,

absorção de água e minerais, resistência ao estresse hídrico e ao vento. Além disso, o vigor

Page 19: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

9

dos clones atuais tem gerado um desequilíbrio na relação enxerto versus porta-enxerto,

desfavorecendo o enxerto (CLEMENT-DEMANGE et al., 1995). A clonagem do porta-

enxerto do sistema radicular ainda é um grande desafio para o melhoramento genético, porém

isso facilitaria o crescimento, a produção e a adaptação dos clones a diferentes ambientes

(GONÇALVES & MARQUES, 2008; PRIYADARSHAN et al., 2009).

2.4 Citologia do Gênero Hevea

O número de cromossomos em Hevea, 2n=36, foi determinado há mais de 70 anos por

RAMAER (1935). Entre os caracteres observados, destacam-se a semelhança das formas dos

cromossomos da metáfase e seu pequeno tamanho (MAJUMDAR, 1964).

As conclusões sobre o estudo da morfologia do cariótipo, primeira vez conduzido por

RAMAER (1935), e mais tarde confirmada por BOUHARMONT (1960) & ONG (1975,

1980), são de que o gênero Hevea é um alopoliplóide segmental, com número básico de

cromossomos de x=9 em vez de n=18. A explicação para esse fato é a existência de grandes

semelhanças entre os diferentes pares de cromossomos cariótipos, sugerindo duplicação de

pares de cromossomos. Segundo ONG (1980), essas duplicações de pares de cromossomos

seriam esperados se o gênero fosse de origem alopoliplóide. Além disso, a baixa frequência

de multivalentes, observadas nas investigações conduzidas por ONG (1975), sugere que o

gênero Hevea é um alopoliplóide segmental.

A primeira citação de uma árvore triplóide (2n=3x=56) foi feita por BALDWIN

JUNIOR (1947) em clone de H. guianensis. Em 1987, NAZEER & SARASWATHY

AMMA, na Índia, relataram outra planta de H. brasiliensis triplóide de ocorrência espontânea.

RAMAER (1935) foi quem primeiro estudou a citologia de Hevea em detalhes,

encontrando macho-esterilidade parcial e completa em clones de H. brasiliensis. Ele concluiu

que essas irregularidades na meiose de PMCs (Células Mãe do Pólen) eram responsáveis pela

esterilidade.

Em trabalhos práticos de melhoramento, conduzidos na Indonésia (DIJKMAN, 1951)

e no Brasil pelo IAC (Campinas, 1989), vários graus de macho-esterilidade foram observados

em diferentes clones, desde a pouca produção até a completa ausência de pólen. Clones

macho-estéreis não são diferentes dos clones normais em seus caracteres morfológicos,

entretanto as flores masculinas demoram mais tempo para alcançar a maturidade

(MAJUMDAR, 1966).

O uso de citogenética no melhoramento de caracteres econômicos da Hevea pode, em

princípio, favorecer o entendimento do modelo de herança da cultura. Um aspecto de grande

Page 20: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

10

importância nesse sentido é que ela proporciona aos melhoristas a escolha do material vegetal

a se trabalhar (GONÇALVES et al., 1989).

2.5 Localização Geográfica e Áreas de Cultivo do Brasil

O centro primário de diversidade genética do gênero Hevea é o rio Negro, na

confluência com o rio Amazonas (WYCHERLEY, 1977), não obstante as espécies H.

brasiliensis, H. spruceana e H. nítida estarem na extremidade do centro e as espécies H.

camporum e H. camargoana estarem ausentes. Naturalmente, ocorrem, nesta região. híbridos

putativos, que representam a maior parte das combinações das espécies existentes, em

consequência de sobreposição da amplitude geográfica de uma ou mais espécies

(GONÇALVES et al., 1990). Essas sobreposições induzem a ocorrência de hibridação e

introgressão em tal dimensão que levou BALDWIN JUNIOR (1947) a concluir que algumas

linhas de pontos específicos do gênero chegam a perder suas identidades.

As espécies do gênero Hevea estão distribuídas entre os países da América do Sul, são

nativas de países como a Bolívia, o Brasil, a Colômbia, a Guiana francesa, a Guiana, o Peru, o

Suriname e a Venezuela. Toda a espécie, exceto o H. microphylla ocorrem no Brasil, sendo

este o seu centro da origem. Quatro espécies foram encontradas na Colômbia, e três ocorrem

na Venezuela. Duas ocorrem na Bolívia, Guiana francesa e britânica (PRIYADARSHAN &

GONÇALVES, 2003). Segundo CLEMENT-DEMANGE et al. (2000) afirmam que algumas

espécies de Hevea evoluíram na floresta Amazônica há 100 mil anos.

Hoje a seringueira é cultivada no Brasil, principalmente nas denominadas áreas de

escape ao mal-das-folhas causada pelo fungo M. ulei, que se localizam nos seguintes Estados:

São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e no noroeste do Paraná (PEREIRA,

1992).

Tradicionalmente, a borracha no Brasil tem sido cultivada na região situada entre 10ºN

e 10ºS do Equador. Cultivo foi concentrado nesse local, uma vez que estas áreas forneceram

as condições ambientais ideais, ou seja, a temperatura média anual de 26ºC ± 2ºC e alta

pluviosidade (1800 a 3000 mm) distribuídas ao longo do ano com 120 - 240 dias chuvosos

por ano. Assim, as regiões fora das zonas convencionais estão começando a estabelecer a

produção de borracha devido a uma crescente demanda mundial por essa commodity. No

Estado de São Paulo, considerada como uma área hospitaleira para a cultura, compreendida

entre 20ºS e 21ºS, muito além dos limites normais (GONÇALVES et al., 1999a).

O Planalto Ocidental Paulista está localizado em uma região do Brasil considerada

preferencial para o plantio da seringueira, uma vez que as condições climáticas não são

Page 21: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

11

favoráveis à ocorrência do mal-das-folhas em níveis epidêmicos, doença esta limitante ao

plantio da cultura em regiões quentes e úmidas (RIBON et al., 2001).

2.6 Importância Socioeconômica e Ambiental

A importância da borracha natural não se restringe somente à indústria automobilística

e na aviação, mas também para produção de diversos artefatos empregados em vários setores

como: saúde (material cirúrgico, preservativos, etc.), eletrônicos, calçados, mineração e

siderúrgica, e outras atividades (petrolífera, saneamento, construção civil e indústrias em

geral), sendo mais de 40.000 produtos conhecidos.

A cultura da seringueira tem se apresentado como uma atividade de relevância

socioeconômica em muitos países em desenvolvimento, com destaque para Tailândia,

Indonésia, Malásia, Índia, China e Vietnã, os mais importantes produtores mundiais e

responsáveis por 90% do total mundial produzido (ROSADO et al., 2006). Já o Brasil, centro

de origem da espécie contribuiu nos últimos anos com pouco mais de 1% da produção

mundial. Para um país que possui, em relação aos demais produtores, área incomparavelmente

maior para o plantio de seringueira, o déficit de produção significa, no mínimo, descaso com

um produto de tão relevante valor econômico-social (GONÇALVES & MARQUES, 2008).

O país investiu mais de US$ 1,00 bilhão nos anos setenta e oitenta objetivando

viabilizar a cultura de seringueira na região amazônica, mas devido ao efeito devastador do

fungo M. ulei, agente do mal-das-folhas, não obteve sucesso (SILVA, 2007). Apenas os

seringais formados fora da região amazônica, às chamadas áreas de escape, em função do

clima seco no período de troca das folhas, de junho a setembro, desfavorável ao fungo, é que

se viabilizaram, com destaque para o Estado de São Paulo, considerado o melhor local para a

cultura de seringueira (PINO et al., 2000).

São Paulo possui 14 milhões de hectares aptos à heveicultura e, desse total, cerca de

85 mil hectares estavam ocupados com seringueira em 2007, conferindo ao Estado a condição

de maior produtor de borracha natural do país (LUPA, 2009). O pioneirismo do Estado de São

Paulo no plantio da seringueira já demonstrou que a cultura pode se expandir para regiões

com regime climático caracterizado por um período seco definido e, muitas vezes, com

elevado déficit hídrico (ALVARENGA, 2006). Em média, a produtividade paulista de

borracha está em torno de 1.300kg/ha/ano (FRANCISCO et al., 2004). Algumas regiões do

Estado de São Paulo, que empregam alta tecnologia, podem chegar a 1.500kg/ ha/ano, sendo

uma das mais altas quando comparadas com as médias da Tailândia (1.230kg/ ha/ano), da

Indonésia (823kg/ha/ano) e da Malásia (864kg/ha/ano) (IAC, 2009).

Page 22: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

12

Atualmente 80% da produção mundial de borracha natural encontra-se nas mãos de

pequenos produtores, com áreas de até 4 ha. Na Índia, por exemplo, 92% das propriedades

possuem área média de 0,5 ha e a maior produtividade média de borracha do mundo

(ALVARENGA, 2006).

Além do grande mercado interno aberto para a heveicultura e sua cadeia produtiva,

deve-se ressaltar que, dentre todos os países aptos ao cultivo da seringueira, o Brasil desponta

como o de maior potencial para suprir a demanda mundial de borracha por possuir; situação

política e econômica mais favorável que os países concorrentes; dezenas de milhões de

hectares de terras aptas à cultura e sem necessidade de mais desmatamento; conhecimento e

tecnologia disponível para a cultura (que precisa ser treinado e direcionado para a cultura),

excesso de mão-de-obra pouco qualificada (15% de desempregados que poderiam ser

incorporados ao setor produtivo e sua cadeia (PEREIRA et al., 2006).

A heveicultura fixa o homem na terra, gerando de 70 a 80 mil empregos diretos, pelo

aumento de rendimento da propriedade e larga ocupação de mão-de-obra familiar e local,

como também por ser uma cultura altamente ajustada às áreas degradadas (ALVARENGA,

2006; ROSADO et al., 2006).

O cultivo da seringueira, se comparado ao da maioria das culturas anuais, com uso

intensivo de mecanização, tanto no preparo de área como na colheita, constitui um tipo de

aproveitamento do solo extremamente desejável do ponto de vista ecológico. Trata-se de uma

cultura que protege o solo e os mananciais e fornece madeira no final de sua vida útil

produtiva. A copa da seringueira fornece um tipo de proteção ao solo, reduzindo o impacto do

sol, da chuva e dos ventos, e também raízes em um nível mais profundo que as culturas

anuais, retirando assim, menor quantidade de nutrientes por unidade da superfície do solo

(JACOVINE et al., 2006).

A heveicultura deve ser considerada uma atividade que traz benefícios ao sistema

climático global, tendo em vista que, por se tratar de uma espécie florestal, armazena carbono

tirado de atmosfera, tanto em forma de biomassa como também, a borracha natural funciona

como armazenador de carbono, utilizando três recursos naturais renováveis: a luz, a água e o

CO2, para montar a molécula do polímero de borracha no interior da planta. O incentivo ao

seu plantio pode levar a uma redução na exploração do petróleo quanto à fabricação de

borracha sintética, o que é tido no rol das negociações sobre mudanças climáticas como

projetos de substituição de uma fonte não renovável (petróleo) por uma fonte renovável

(borracha natural) (JACOVINE et al., 2006).

Page 23: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

13

Assim sendo, a heveicultura pode ser considerada como uma alternativa viável para a

diminuição dos atuais problemas socioeconômicos e ambientais, tanto por fixar o homem na

terra, pelo aumento de rendimento da propriedade e larga ocupação da mão-de-obra familiar e

local, como também na recuperação de áreas degradadas, promovendo sua estabilidade e

recuperação (CARMO et al., 2006)

2.7 Melhoramento Genético da Seringueira:

O melhoramento genético da seringueira no Brasil visa, de modo geral, à obtenção de

indivíduos com alta produção de látex, resistentes à quebra pelo vento e as doenças foliares

como o mal-das-folhas, sendo que os objetivos do programa variam de acordo com as

necessidades de cada região.

Segundo GONÇALVES (2001) todo objetivo se fundamenta principalmente na

obtenção de indivíduos com alto potencial de produção, seguido de outros caracteres

secundários desejáveis que contribuem para a redução do potencial de produção. Os principais

caracteres secundários são: vigor, crescimento do caule durante o procedimento de sangria,

espessura de casca virgem, boa regeneração da casca, resistência às principais doenças da

região, tolerância à quebra pelo vento e tolerância à seca do painel.

O programa de melhoramento genético da seringueira no Brasil tem constantemente

procurado e utilizado novas fontes de variabilidade genética, visando atingir o objetivo básico

de reunir em um só indivíduo as características de alta produtividade de borracha e resistência

a doenças, como o mal-das-folhas (COSTA et al., 2005).

Alguns autores consideram que o conhecimento da genética da seringueira ainda é

incipiente em função das dificuldades intrínsecas desse material, tais como: a natureza

heterozigota da cultura, o longo período necessário para iniciar a extração de látex e a baixa

produtividade de sementes por polinização (cerca de dez sementes por cem flores

polinizadas). Associados a esses fatores, a seringueira apresenta depressão por endogamia,

dificultando ainda mais o desenvolvimento de progênies adequadas aos estudos clássicos

(LESPINASSE et al., 2000). Como consequência, o melhoramento genético dessa espécie

tem sido lento em função do tempo necessário para a completa avaliação de novos genótipos

(JAYASHREE et al., 2003).

O tempo necessário para produzir e testar novos genótipos abrange, no mínimo, de 20

a 30 anos, até a recomendação final ao nível de produtor. Isso tem feito com que melhoristas

conduzam pesquisas para reduzir o ciclo de seleção, ou pesquisas envolvendo avaliações de

Page 24: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

14

caracteres secundários da planta para estimar-lhes as relações com a produção de látex

(PRIYADARSHAN et al., 2009).

A borracha tem um longo ciclo reprodutivo e de seleção. Em progênies oriundas de

“seedling”, é necessário um período de pelo menos cinco anos de avaliações para uma seleção

efetiva de famílias promissora e pais desejável que serão incluídos no próximo ciclo de

seleção ou para a formação de jardins-policlonais. Em ensaios de pequena escala (prova

preliminares), 3-5 anos de avaliações são necessários para selecionar indivíduos que irão

participar dos ensaios de grande escala (adaptação ou uniformidade). Em ensaios de grande

escala, pelo menos 10/15 anos de avaliação são necessários antes que uma boa recomendação

para plantio em larga escala possa ser dada (GONÇALVES et al., 2004a).

Em culturas perenes, como a seringueira, a seleção cuidadosa dos parentais é da maior

importância, pois evita desperdício de tempo e de custos. A maior parte dos cruzamentos é

feita com parentais que apresentam bom desempenho nos experimentos e plantios comerciais,

principalmente em relação à produção e à resistência às doenças (GONÇALVES &

MARQUES, 2008).

Com a multiplicidade dos caracteres envolvidos nos objetivos de seleção, a escolha

dos parentais deixou de ser meramente intuitivo, e passou a ser um processo mais complexo,

envolvendo não somente a seleção por produção, mas também por características como

precocidade, arquitetura da copa, resistência às doenças foliares e do painel.

Programas de hibridação visam à combinação gênica controlando as características

desejáveis num programa de melhoramento, além de explorar o vigor híbrido. A polinização

controlada entre parentais selecionados, evolução de híbridos F1 e seleção de recombinantes

promissores de progênies foram, e ainda são, métodos de grande importância para os

programas de melhoramento convencional (VARGHESE & MYDIN, 2000).

O melhoramento por recombinação iniciou-se com a produção de progênies de

polinização aberta. Essas progênies foram submetidas ao Experimento de Avaliação de

Progênies em Viveiros (EAPV), seguidos dos Experimentos de Avaliação de Clones em

Pequena Escala (EAPE) e Experimentos de Avaliação de Clones em Grande Escala (EAGE),

com seleção praticada em cada nível de avaliação. Esse processo é cíclico, e os melhores

clones tornam-se candidatos para a recombinação no ciclo seguinte. Através de recombinação

obteve-se aumento de produção de 500 kg/ha/ano em clones primários para 2.500 kg/ha/ano

no Instituto de Pesquisa de Borracha da Malásia, plantações Prang Besar (PB). Todos os

trabalhos de melhoramento conduzidos na Malásia, Indonésia, Índia, Costa do Marfim, Brasil,

Page 25: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

15

Tailândia e Vietnã produziram uma gama de clones híbridos geneticamente superiores, devido

à pressão e à seleção aplicada sobre as mais variadas condições (PRIYADARSHAN, 2009).

GONÇALVES (2001) cita vários autores que afirmam que o uso da genética

quantitativa no estudo de caracteres econômicos da seringueira pode, em princípio, favorecer

o entendimento do modelo de herança da cultura, o que proporciona aos melhoristas a escolha

dos parentais e consequentemente bom planejamento do programa de melhoramento. Estudos

de genética quantitativa em seringueira demonstram que a variância genética aditiva da

produção e do vigor contribui com uma parcela significativa na variância genética total,

sugerindo que a seleção fenotípica dos parentais pode ser efetiva, mas a seleção baseada em

valores genotípicos é mais precisa e confiável (TAN, 1981; GONÇALVES et al., 1999b;

COSTA et al., 2001; COSTA et al., 2002; FURLANI et al., 2005).

Os testes de progênie são usados para estimar parâmetros genéticos e selecioná-los

entre as progênies. Estes testes são usados também para avaliar a qualidade da borracha e a

natureza da variação genética disponível para quantificar os ganhos com seleção e para

predizer o melhor método da seleção (GONÇALVES et al., 1985, 1996, 1999a; MORETI et

al., 1994; BOOCK et al., 1995). O uso adequado de testes de progênie requer o conhecimento

do herdabilidade e da acurácia associada com as unidades da seleção e progresso genético

(COSTA et al., 2000a).

A informação quantitativa é baseada no tamanho da variação genética, no tipo de ação

gênica, nas correlações genéticas e na herdabilidade das características economicamente

importantes. Isso permite que o resultado da seleção seja predito, principalmente o ganho

genético. Também auxilia na determinação das dificuldades de seleção e nas estratégias para

superar tais problemas. Em um contexto mais amplo, aumenta o conhecimento do

comportamento genético e do comportamento reprodutivo das espécies envolvidas

(GONÇALVES et al., 2006).

Em estudos com seringueira conduzidos no Estado de São Paulo, tem-se enfatizado o

uso de parâmetros que auxiliam a discernir a variabilidade, para posterior seleção de

genótipos superiores. Diversos trabalhos mostram que os modelos aditivo-dominante

pressupõem que as diferenças genéticas e ambientais contribuem independentemente umas

das outras, para a variação fenotípica (GONÇALVES et al., 1998).

Devido ao longo ciclo de melhoramento para a obtenção de um clone, novas

metodologias poderiam ser desenvolvidas, com o intuito de manipular a variabilidade do

germoplasma, bem como auxiliar os melhoristas nas estratégias de recombinação. Técnicas

auxiliares têm que ser associadas as diferentes etapas do processo de melhoramento e seleção,

Page 26: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

16

no sentido de reduzir o tempo e melhorar a qualidade das avaliações, permitindo assim,

seleções mais seguras e eficazes.

2.7.1 Genética quantitativa e parâmetros genéticos

O conhecimento da variabilidade genética existente em uma população é a base para o

melhoramento e, por isso, é fundamental a estimativa de parâmetros genéticos que descrevam

os níveis de variação genética entre progênies, a magnitude do controle genético dos

caracteres e os ganhos esperados com a seleção (SEBBENN et al., 1994; FREITAS et al.,

2006).

A obtenção de estimativa dos parâmetros genéticos possibilita obter informações sobre

a natureza da ação gênica envolvida na herança dos caracteres e fornece a base para a

avaliação dos programas de melhoramento. Dessa forma, a genética quantitativa, de um modo

geral, explica quase a totalidade dos fenômenos genéticos envolvidos nos trabalhos de

melhoramento (VENCOVSKY & BARRIGA, 1992). Dentre os parâmetros que mais

interessam ao melhorista e que são objetos de estudos em testes de progênies, se destacam as

variâncias genéticas, a repetibilidade, o ganho genético e as associações entre os caracteres

estudados das plantas no estádio juvenil e adulto (COSTA, 1999).

Para garantir o sucesso no programa de melhoramento deve se levar em consideração

alguns fatores como: método de seleção adotado, precisão nas avaliações dos genótipos, a

correta interpretação dos efeitos do ambiente, interações genótipo x local e genótipo x ano, e

correlações genéticas e fenotípicas (PATERNIANI & MIRANDA FILHO, 1987).

A relevância da genética quantitativa para o melhoramento de plantas se baseia no fato

de que a manipulação de caracteres quantitativos a partir da endogamia, cruzamentos e/ou

seleção constitui um fator essencial para qualquer programa de melhoramento genético que,

basicamente, tenha o mesmo objetivo: o de identificar, acumular e perpetuar genes favoráveis.

Assim, o entendimento das consequências genéticas dessa manipulação constitui o mais

importante papel da pesquisa genética quantitativa. Nesse sentido, a obtenção de estimativas

de parâmetros genéticos é fundamental por permitir identificar a natureza da ação dos genes

envolvidos no controle dos caracteres quantitativos e avaliar a eficiência de diferentes

estratégias de melhoramento para obtenção de ganhos genéticos e manutenção de uma base

genética adequada. Dentre os parâmetros de maior importância destacam-se as variâncias

genéticas aditiva e não-aditiva, as correlações e as herdabilidades (CRUZ & CARNEIRO,

2003).

Page 27: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

17

2.7.2 Componentes de variância e herdabilidade

Os componentes de variância têm sido de grande interesse no melhoramento genético,

pois permitem, por intermédio de delineamentos experimentais, estimar a variância genotípica

a partir de dados fenotípicos observados (CRUZ et al., 2004). A variância em relação ao

caráter de interesse é uma importante prioridade de uma população ou conjunto de indivíduos.

Logo, objetiva-se com a genética quantitativa determinar a fração herdável da média e da

variância, ou seja, pretende-se através dos princípios quantitativos obterem informações a

respeito da magnitude da variância devida aos desvios da dominância, com as quais se torna

possível predizer as consequências dos diversos esquemas seletivos, além de facilitar as

decisões sobre a escolha de métodos de melhoramento mais eficientes (CRUZ, 2005).

As estimativas de parâmetros genéticos são propriedades não somente de

características biológicas, mas também da população, do ambiente, dos métodos de

mensuração, da amostragem, e análises utilizadas para determiná-las (KOOTS et al., 1994;

FALCONER & MACKAY, 1996). Entretanto, as estimativas de médias independentes de

parâmetros genéticos são utilizadas por pesquisadores para analisar a (co) variância genética

dos parentais dentro e entre os caracteres (FALCONER & MACKAY, 1996), para simular

estratégias de reprodução (BORRALHO & DUTKOWSKI, 1998; PILBEAM &

DUTKOWSKI, 2004), desenvolver ótimos índices de seleção (PONZONI & NEWMAN,

1989; COTTERILL & DEAN, 1990; SCHNEEBERGER et al., 1992), e predizer valores

genéticos e respostas à seleção (HAMILTON & POTTS, 2008).

Segundo CRUZ (2005) a diversidade é medida de duas maneiras. Uma é a

variabilidade genética, que expressa as diferenças entre indivíduos de uma mesma espécie ou

de espécie diferente que resulta na biodiversidade. A outra é inerente à população, geralmente

em Equilíbrio de Hardy-Weinberg e tratada como variância genotípica. A variância

genotípica, além de expressar a diversidade entre indivíduos de uma população, pode ser

tratada no contexto biométrico e subdividida em causas de variação (aditiva, dominante e

epistática) importantes para o estabelecimento de estratégias de seleção. Geralmente, a

variância genotípica pode ser entendida e modelada como resultado de fatores intrínsecos da

população, como a sua frequência gênica, e da ação gênica sobre o caráter estudado.

A variância genética aditiva é a fração mais importante a ser determinada, pois ela é a

principal causa da semelhança entre parentes e determinante funcional das propriedades

genéticas da população, consequentemente, da sua resposta à seleção (FALCONER, 1987). A

variação genética e principalmente sua parte aditiva mostra, para uma determinada

característica, o potencial da população para fins de seleção e melhoramento (NAMKOONG,

Page 28: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

18

1979). O efeito aditivo dos genes controla a maioria dos caracteres das árvores. O seu

conhecimento possibilita a seleção por caracteres de importância econômica, que tem

garantido grandes avanços no aumento da produtividade (SHIMIZU et al., 1982).

Destaca-se ainda, entre os parâmetros genéticos quantitativos, o coeficiente de

herdabilidade, que expressa a herança genética presente na variação fenotípica. Esse

coeficiente, segundo FALCONER (1972), ZOBEL & TALBERT (1984) e VENCOVSKY &

BARRIGA (1992) é um parâmetro próprio de uma população em um determinado ambiente,

não sendo propriedade somente de um caráter de uma espécie, podendo, dessa forma, variar

em diferentes idades e ambientes. A utilização dessa estimativa em idades precoces serve

apenas como indicativa de comportamento, sendo ideal a sua estimativa em idades de uso

(SEBBENN et al., 1998). A herdabilidade é uma ferramenta de trabalho, um coeficiente que

deve refletir o esquema seletivo a ser utilizado, ou seja, ela é dependente da unidade de

seleção (CRUZ & CARNEIRO, 2003).

2.7.3 Ganho de seleção

Por meio das informações do ganho de seleção é possível orientar de maneira mais

efetiva o programa de melhoramento, predizer o sucesso do esquema seletivo adotado e

decidir, com base científica, por meio de técnicas alternativas que possam ser mais eficazes

(CRUZ et al., 2004).

É reconhecido que uma das bases do melhoramento florestal é a seleção, que atua

sobre a variação individual. Quando em uma população ocorre suficiente variação na

constituição genética dos indivíduos e esta for do tipo aditivo, a seleção é altamente eficiente

no processo de melhoria de tais caracteres. Quanto à predição de ganhos, conhecimento da

estrutura da população e formulação de estratégias alternativas para melhoramento genético, é

imprescindível a obtenção das estimativas da variância genética e de outros parâmetros

genéticos da população (XAVIER et al., 1993).

Quanto menor o número de indivíduos selecionados maior é o ganho genético.

Entretanto, ao determinar o número de indivíduos para recombinação na população de

produção, procura-se a maximização do ganho genético, levando-se em consideração o

tamanho efetivo populacional adequado para que haja segurança na seleção, considerando a

endogamia na geração de plantio (ROCHA et al., 2006). A melhor estimativa do valor

genético de um indivíduo candidato à seleção corresponde ao produto do valor fenotípico

desse indivíduo pela regressão do genótipo sobre o fenótipo (FALCONER, 1987).

Page 29: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

19

A seleção de caracteres na fase juvenil pode ser um método eficiente para a

maximização do ganho genético, minimizando o ciclo de melhoramento (ADAMS et al.,

2007). Na seleção precoce os caracteres são avaliados em idades prévias à rotação e são

utilizados como preditores de caracteres economicamente importantes na idade de rotação. A

seleção precoce tem sido sempre vantajosa em termos de ganho genético por unidade de

tempo (REZENDE et al., 1994; FARIAS NETO et al., 2003).

2.7.4 Interação genótipo x ambiente, estabilidade e adaptabilidade

A disponibilidade de variabilidade genética na população original leva ao sucesso no

melhoramento de populações. Outros fatores como o método de seleção adotado, a precisão

nas avaliações dos genótipos, a correta interpretação dos efeitos dos ambientes, as interações

genótipos x locais e genótipos x anos, a identificação de efeitos pleiotrópicos e das

correlações genéticas e fenotípicas entre caracteres, também devem ser cuidadosamente

observados (PATERNIANI & MIRANDA FILHO, 1987; PAIVA et al., 2002)

A expressão fenotípica é resultado da ação do genótipo sob influencia do ambiente,

entretanto quando se consideram vários ambientes, observa-se que além dos efeitos do

genótipo e do meio, há também o efeito causado pela interação destes (CRUZ et al., 2004). A

importância relativa do genótipo e ambiente em determinar o valor fenotípico, de uma causa

de variação significa a quantidade de variação que ela origina como uma proporção do total.

Assim a importância relativa do genótipo é dada pela razão, entre a variância genotípica e

variância fenotípica (FALCONER, 1987).

A interação genótipos x ambientes pode ser simples ou complexa. Interações simples

implicam que as progênies apresentam diferentes desempenhos perante os diferentes

ambientes, mas sem grandes alterações na classificação de produtividade, a seleção poder ser

efetuada em apenas um local e os genótipos conduzidos em todos os locais avaliados.

Interações complexas implicam que as progênies alteram sua classificação de produtividade

nos diferentes locais, sendo necessária a seleção de genótipos específicos para cada ambiente

(ROMANELLI & SEBBENN, 2004).

A avaliação de cultivares em vários ambientes tem como objetivo verificar o

comportamento diferencial destes ante as variações ambientais, o qual é atribuído à interação

genótipos x ambientes. A existência dessa interação exige estudos detalhados sobre o

comportamento dos cultivares por meio de análises da estabilidade e adaptabilidade, e do

ambiente. Pela identificação entre os ambientes escolhidos, de padrões de similaridade de

resposta dos cultivares, é possível avaliar o grau de representabilidade dos ensaios na faixa de

Page 30: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

20

adaptação da cultura e, tomar decisões quanto à exclusão de ambientes com problemas

técnicos ou escassez de recursos (CRUZ, 2001).

A identificação de genótipos com alta produtividade, estabilidade de produção e ampla

adaptabilidade aos mais variados ambientes é um dos principais objetivos dos programas de

melhoramento de seringueira no Estado de São Paulo. A condução de experimentos, em

vários locais, faz-se necessária por diminuir o efeito de interação genótipo x ambiente e seu

possível impacto sobre a seleção e indicação de cultivares, assegurando assim, maior

confiabilidade na recomendação dos mesmos (SUDARIC et al., 2006). Os estudos dos

parâmetros de adaptabilidade e estabilidade fenotípica dos genótipos tem sido de grande

contribuição nesse aspecto, pois fornecem informações sobre o comportamento de cada

genótipo, em várias condições ambientais (CRUZ et al., 2004).

CRUZ et al. (1989) e VENCOVSKY & BARRIGA (1992) definem adaptabilidade

como a capacidade do material genético aproveitar vantajosamente o estímulo do ambiente,

enquanto que estabilidade como a capacidade dos genótipos mostrarem um comportamento

altamente previsível em função do estímulo do ambiente. Já OLIVEIRA (1976) considera

material estável aquele que apresenta pequenas variações no seu comportamento geral,

quando desenvolvido sob condições diversas de ambiente.

Atualmente existe mais de uma dezena de metodologias de análise de adaptabilidade e

estabilidade. Essas metodologias são fundamentadas na existência de interações genótipos x

ambiente e distinguem-se nos conceitos de estabilidade adotados e em certos princípios

estatísticos empregados (RESENDE et al., 2001).

Metodologias estatísticas de fácil interpretação e com seleção simultânea para

produção, adaptabilidade e estabilidade também tem sido desenvolvidas buscando-se a

seleção de genótipos com elevados rendimentos em diferentes ambientes de plantio (BASTOS

et al., 2007). Segundo CARBONELL et al. (2007) a seleção simultânea para produção,

estabilidade e adaptabilidade, no contexto dos modelos mistos, pode ser realizada pelo

método da Média Harmônica da Performance Relativa dos Valores Genéticos Preditos

(MHPRVG). Para STURION & RESENDE (2005a) esse método permite selecionar

simultaneamente pelos três atributos mencionados e apresenta as seguintes vantagens: (a)

considera os efeitos genotípicos como aleatórios e, portanto fornece estabilidade e

adaptabilidade genotípica e não fenotípica; (b) permite lidar com desbalanceamento; (c)

permite lidar com delineamentos não ortogonais; (d) permite lidar com heterogeneidade de

variâncias; (e) permite considerar erros correlacionados dentro de locais; (f) fornece valores

genéticos já descontados (penalizados) da instabilidade; (g) pode ser aplicado com qualquer

Page 31: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

21

número de ambientes; (h) permite considerar a estabilidade e adaptabilidade na seleção de

indivíduos dentro de progênie; (i) gera resultados na própria grandeza ou escala do caráter

avaliado, os quais podem ser interpretados diretamente como valores genéticos.

Segundo RESENDE et al. (2001) existem duas estratégias de melhoramento que

podem ser empregadas: a utilização de genótipos específicos para cada ambiente, e a

utilização de genótipos com alta estabilidade fenotípica. Para espécies florestais, as estratégias

a serem adotadas devem ser feitas de maneira mais correta e científica possível, devido aos

longos ciclos reprodutivos, ao alto custo das operações de melhoramento e devido as

diferentes áreas onde são plantadas.

2.7.5 Índice-Multiefeito

A seleção combinada baseia-se em um índice que considera, simultaneamente, o

comportamento do indivíduo e sua família (FALCONER, 1987). Dessa forma, mediante os

pesos de ponderação do indivíduo e da família, é possível selecionar indivíduos com

características favoráveis dentro de famílias de desempenho intermediário, ou ainda,

indivíduos de desempenho intermediário dentro de famílias superiores (PAIVA et al., 2002).

Nesse método, a seleção baseia-se em medidas genéticas (valores genéticos líquidos) e não

fenotípicas, dos candidatos à seleção (VENCOVSKY & BARRIGA, 1992).

A seleção com base nos testes de progênies utiliza geralmente duas fontes de

informações: o desvio do valor individual em relação à média da família no bloco e o desvio

da média da família em relação à média geral do teste. O emprego dessas duas fontes permite

a aplicação dos métodos de seleção individual e seleção combinada (RESENDE & HIGA,

1994b, SAMPAIO et al., 2000). No caso de plantas perenes, uma seleção combinada

aperfeiçoada deve incluir no índice também o efeito de parcela. Este método de seleção é

denominado Índice-Multiefeito (IME) (RESENDE & HIGA, 1994b), e equivale a melhor

predição linear não viciada, para o caso de dados balanceados (RESENDE & FERNANDES,

1999).

A seleção IME baseia-se na multiplicação dos valores fenotípicos referentes a

indivíduo, média de parcela, média de família, média de bloco e média geral do experimento

pelos coeficientes de ponderação dos índices (herdabilidades). Os coeficientes de ponderação

dos índices são determinados de forma que a correlação entre o índice e o valor genético seja

máxima. Essa maximização ocorre pela regressão do valor genético sobre os valores

fenotípicos, o que conduz a um sistema matricial (RESENDE & HIGA, 1994a). RESENDE &

Page 32: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

22

HIGA (1994b) afirmaram ainda que a seleção com base no IME maximiza o progresso

genético em um caráter, independentemente da estrutura experimental.

Segundo RESENDE & FERNANDES (1999) o método do IME é um procedimento

ótimo de seleção equivalente ao procedimento BLUP (melhor predição linear não-viciada,

estimado através do uso de variâncias dos efeitos aleatórios do modelo linear misto) para o

caso em que os dados são balanceados ou a sobrevivência é superior a 85%. Ainda segundo

RESENDE & HIGA (1994b) a utilização do IME permite explorar frações da variância

genética aditiva que não são consideradas na seleção entre e dentro de progênies, levando à

maximização da precisão na seleção, muito embora, nos casos em que o experimento está

bem conduzido e balanceado, a inclusão dos efeitos de parcela e blocos pode pouco alterar na

seleção.

PAIVA et al. (2002) ressaltam a diferença entre o IME e os demais índices de seleção

combinada. O IME usa ocasionalmente o efeito de parcela e, para o caso balanceado, o

índice-multiefeito é a melhor predição linear não-viciada (BLUP), ao passo que as formas de

seleção combinada (usando o valor individual como desvio da média da parcela ou como

desvio da média do bloco) não são BLUP (RESENDE & FERNANDES, 1999; RESENDE et

al., 1999).

Outro aspecto importante é que o método do IME é mais vantajoso que a tradicional

seleção combinada para a manutenção do tamanho efetivo populacional (Ne), pois reduz o

peso dado à média geral de famílias. Este fato permite uma melhor distribuição dos indivíduos

selecionados nas várias famílias e, consequentemente, propicia um "Ne" maior. Deve-se,

também, salientar que seleções mais acuradas são de grande importância na diminuição da

perda de alelos favoráveis devido à deriva genética, associada aos processos seletivos

(PEREIRA & VENCOVSKY, 1988; STURION et al., 1994).

2.7.6 Fundamentos teóricos do procedimento Reml\Blup

O software Selegen Reml/Blup foi desenvolvido para servir de base ao melhoramento

genético florestal. As potencialidades do Selegen são bastante amplas, pois ele permite

trabalhar com vários sistemas reprodutivos e dezenas de métodos de seleção. O Selegen

permite o delineamento de programas de melhoramento para a obtenção de máximos

progressos genéticos imediatos, porém compatíveis com a manutenção de variabilidade

genética suficiente para o melhoramento em longo prazo (RESENDE & OLIVEIRA, 1997;

MORAES et al., 2008).

Page 33: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

23

O procedimento Reml/Blup (estimativa de parâmetros genéticos por máxima

verossimilhança restrita – Reml – e predição de valores genéticos pelo procedimento da

melhor predição linear não viciada – Blup) tem sido empregado em diversas espécies perenes

com sucesso. Segundo CRUZ & CARNEIRO (2003), a obtenção de estimativas de

parâmetros genéticos é fundamental por permitir identificar a natureza da ação dos genes

envolvidos no controle dos caracteres quantitativos.

O método de modelos mistos ou Blup individual (RESENDE et al., 1996, 1999;

RESENDE & FERNANDES, 1999) introduziu modificações na estimativa de componentes

de variância e de parâmetros genéticos. Anteriormente, as covariâncias entre parentes eram

estimadas e interpretadas em termos de suas esperanças matemáticas (igualando-as aos seus

valores esperados), gerando os componentes de variância. Atualmente, os componentes de

variância podem ser estimados diretamente como as variâncias dos efeitos aleatórios do

modelo linear misto.

O método de máxima verossimilhança restrita (Reml) sob modelo individual tornou-

se o método-padrão para estimativa de componentes de variância e parâmetros genéticos a

partir de dados desbalanceados. A preferência por esse método decorre de suas propriedades

estatísticas, superiores às propriedades dos estimadores de quadrados mínimos e de máxima

verossimilhança (SEARLE et al., 1992; KALIL FILHO et al., 2000).

De maneira genérica, o procedimento ótimo de estimação/predição de componentes de

variância e parâmetros genéticos no melhoramento de espécies perenes é o Reml/Blup.

Entretanto, para o caso de dados balanceados, a estimação de componentes de variância pelo

método de quadrados mínimos (análise de variância) equivale à estimação por Reml

(RESENDE et al., 1996), e a predição de valores genéticos pelo método do IME (RESENDE

& HIGA, 1994a) equivale ao Blup individual, conforme demonstrado por RESENDE &

FERNANDES (1999).

Assim, os procedimentos ótimos de estimação/predição podem ser resumidos em dois:

(i) análise de variância/índice multiefeitos para o caso balanceado; (ii) Reml/Blup para os

casos desbalanceado e balanceado. No caso de dados balanceados, os dois procedimentos

conduzem a resultados idênticos; em casos com pequeno desbalanceamento, os dois

procedimentos conduzem a resultados similares e, na presença de grande desbalanceamento, o

procedimento (ii) é muito superior ao (i) (FARIAS NETO, 2001).

Segundo RESENDE (2002a) os métodos de seleção que o Selegen possui são

recomendáveis para o melhoramento de espécies perenes, e consideram aspectos como:

• seleção a partir da avaliação de um pequeno número de indivíduos por família;

Page 34: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

24

• equivalência entre unidades de seleção e unidades de recombinação;

• seleção com base em múltiplas características;

• avaliações em várias idades;

• quantificação do tamanho efetivo populacional;

• relevância da restrição do incremento da endogamia nos métodos de seleção;

• relevância do estabelecimento de distintas populações de produção de propágulos

melhorados e de melhoramento;

• diferentes herdabilidades efetivas associadas aos diferentes indivíduos;

• diferentes quantidades e precisão das informações associadas aos candidatos à seleção;

• primeiros momentos dos dados não estimados com precisão pelo método dos

quadrados mínimos ordinários;

• heterogeneidade associada aos segundos momentos dados.

3 OBJETIVO

O presente trabalho teve como objetivo determinar a variabilidade genética, a

estabilidade em progênies de polinização aberta de seringueira quanto as seguintes variáveis:

produção de borracha, perímetro do caule e número total de anéis de vasos laticíferos,

utilizando-se o programa genético-estatístico Selegen pelo método Reml/Blup, obtendo-se

assim, suporte para futuros programas de melhoramento da espécie.

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material O trabalho foi desenvolvido utilizando-se uma população de progênies de polinização

aberta de seringueira, instaladas em três Pólos Regionais da Agência Paulista de

Agronegócios (APTA) e que representam diferentes regiões de heveicultura no Estado de São

Paulo (Tabela 1).

O estudo foi conduzido utilizando-se 22 progênies de polinização aberta, obtidos de

clones parentais, de germoplasma procedente do Sudeste Asiático introduzido no Centro

Experimental no Instituto Agronômico (IAC), em 1952. Esta população apresenta alta

produção e vem sendo utilizada como base para diversos estudos de melhoramento da

espécie.

Page 35: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

25

Tabela 1 - Características geográficas dos locais de experimentação relativos ao estudo de progênies no

Estado de São Paulo.

Locais Observações Jaú Pindorama Votuporanga

Espaçamento (m) 2 x 2 2 x 2 2 x 2

Densidade de plantio 1 linha x 10 plantas 10 plantas / parcela

1 linha x 10 plantas 10 plantas / parcela

1 linha x 10 plantas 10 plantas / parcela

Delineamento experimental

DBC1 DBC DBC

Número de repetições 6 6 6 Altitude (m) 580 560 450 Latitude (S) 22°17’ 21°13’ 20°25’ Longitude (EE) 48°34’ 48°56’ 49°59’ Temperatura (media anual) 21,6° 21° 22,3° Precipitação anual (mm)* 1.344 1.390 1480 Tipo de solo Latossolo Vermelho

Distrófico típico, A moderado

Argissolo Vermelho Distrófico abrúptico, A

moderado

Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico

latossólicos, A moderado Textura de solo arenosa, álico arenosa/media,

mesodistrófico arenosa/media, mesodistrófico

Terreno Plano Plano Plano 1 Blocos casualizados; média anual

4.2 Métodos

Os experimentos foram implantados nos três locais (Pindorama, Votuporanga e Jaú)

sob o delineamento estatístico de blocos ao acaso com 22 tratamentos (progênies de

polinização aberta), 6 repetições e 10 plantas por parcela no espaçamento de 2 x 2 m em

linhas simples.

Os caracteres mensurados nos ensaios de progênies nos três locais foram:

a) Produção de borracha seca (PB): obtida por meio do teste Hamaker Morris-Mann

(HMM), modificado para plântulas de três anos de idade. Foi utilizada a média de

produção de borracha seca de 30 cortes por planta. A abertura dos painéis foi realizada a

15 cm de altura do solo, utilizando-se o sistema 1/2 S d/3, num total de 35 cortes,

descartando-se as cinco primeiras amostras de sangria, que correspondem à fase de

“amansamento do painel”. A nomenclatura 1/2 S corresponde ao corte em meio espiral e a

nomenclatura d/3 expressa o intervalo entre sangrias, ou seja, uma sangria a cada três dias;

b) Perímetro do caule (PC): determinado a 50 cm do solo, com o auxílio de uma fita

métrica graduada, sendo a medição expressa em centímetros;

c) Número de anéis (NA): para contagem do número de anéis de vasos laticíferos, amostras

de casca foram primeiro incluídas em parafina histológica. O corte utilizado foi o

Page 36: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

26

longitudinal radial, obtido utilizando como orientação na hora da inclusão em parafina os

anéis do câmbio em posição formando um ângulo de 90° e, relação à bancada de trabalho.

As amostras foram seccionadas em micrótomo na espessura de 125 micras. As secções

foram desidratadas em álcool etílico 90% e coradas em Sudam III. A contagem do número

de anéis de vasos laticíferos foi realizada em microscópio óptico no aumento de 10x.

4.3 Análise de Variância

4.3.1 Análise de variância individual

As variáveis foram analisadas segundo o modelo matemático que considera todos os

efeitos aleatórios, sendo expressa por:

( )ijkijjiijk derpY ++++= µ , onde,

ijkY : observação relativa à planta k na repetiçãoj , na progêniei ; µ : média geral; ip : efeito

aleatório da i -ésima progênie (i = 1, 2,..., p); jr : efeito da repetição j ( j = 1, 2,..., r); ije :

efeito do erro experimental aleatório associado à parcela ij ; ( )ijkd : desvio aleatório inerente à

planta k ( k =1, 2, ..., k) dentro da parcela ij .

O esquema utilizado na obtenção das estimativas de variâncias foi o de médias de

parcelas em cada local, segundo recomendações de STEEL & TORRIE (1980), analisados

pelo programa genético-estatístico Selegen, apresentado na tabela 2.

Page 37: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

27

Tabela 2 - Esquema de análise de variância e esperança dos quadrados médios e

[E(QM)] segundo o delineamento de blocos casualizados ao nível de indivíduo.

Fonte de Variação GL QM E (QM)

Blocos r-1 - -

Progênies p-1 QM1 222ped nrn σσσ ++

Erro (r-1) (p-1) QM2 22ed nσσ +

Dentro rp (n-1) QM3 2dσ

2pσ : variância genética entre médias de progênies; 2

dσ : variância genética e ambiental entre plantas,

dentro de parcela; 2eσ : variância do erro experimental entre parcelas; r, p: número de repetições e

progênies, respectivamente; n: número de plantas por parcela.

As variâncias dentro das parcelas (2dσ ) foram calculadas utilizando-se dados

individuais de plantas.

As demais estimativas dos componentes da variância foram obtidas pela esperança

matemática dos quadrados médios (Tabela 2).

4.3.2 Análise de variância conjunta

Para a análise de variância conjunta foi adotado o modelo matemático que considera

os locais e os genótipos como aleatórios (CRUZ & REGAZZI, 1994):

ijkjkijjiijk lbpllpY εµ +++++= / , onde,

µ : média geral; ii Gp = : efeito das i -ésima progênie (i = 1, 2,..., p); jj Al = : efeito do j -

ésimo local (j = 1, 2,..., j); ijij GApl = : efeitos das interações da i -ésima progênie com o j -

ésimo local; jkjk LBlb // = : efeito do k -ésimo bloco dentro do j -ésimo local; ijkε : erro

aleatório.

As Esperanças dos Quadrados Médios (E (QM)), considerando-se o modelo para

análise conjunta, em blocos casualizados, analisados pelo programa genético-estatístico

Genes, baseados em CRUZ & REGAZZI (1994), estão apresentados na tabela 3.

Page 38: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

28

Tabela 3 – Esquema de análise de variância e dos quadrados médios [E(QM)], considerando-se

o modelo para análise conjunta em blocos casualizados.

Fonte de Variação GL QM E (QM) F

Blocos/Locais l (r-1) Q1 2

2 bpσσ + Q1/Q5

Locais (L) l-1 Q2 2222lbpl prpr σσσσ +++ (Q2+Q5)/ (Q1+Q4)

Progênies (P) p-1 Q3 222ppl lrr σσσ ++ Q3/Q4

P x L (l-1) (p-1) Q4 22plrσσ + Q4/Q5

Resíduo l (r-1) (p-1) Q5 2σ -

2pσ : variância genética entre progênies; 2

lσ : variância entre locais; 2bσ : variância entre blocos; 2

plσ : variância

entre progênies x locais; r: número de repetições dentro de cada local; l: número de locais; p: número de progênies;

4.3.3 Estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos

As estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos foram obtidas a partir do

“software” genético-estatístico Selegen – Reml/Blup, desenvolvido por RESENDE (2002a)

para o melhoramento de plantas perenes, aplicado aos testes de progênies de polinização

aberta, delineamento blocos ao acaso, várias plantas por parcela, em vários locais e uma única

população. Expresso em termos matriciais o modelo estatístico é dado por:

y = Xb + Za + Wc + e, onde,

“y” é o valor fenotípico, “b” é o vetor dos efeitos fixos de blocos, “a” é o vetor dos efeitos

aleatórios genotípicos de matrizes, “c” é o vetor dos efeitos aleatórios de ambiente comum das

parcelas, sendo que “e” é vetor de erros aleatórios.

2

22

ˆ

ˆˆf

arh

σσ

= (Herdabilidade em nível de plantas individual no sentido restrito);

( )2222

22

3ˆgced

gah

σσσσσ

+++= (Herdabilidade no sentido amplo de cada etapa em conjunto nos

três locais);

Page 39: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

29

( ) ( ) ( )( )2222

22ˆ

pced

pg

llrlrnh

σσσσσ

+++= (Herdabilidade em nível de média dos genótipos de

cada etapa em conjunto nos três locais);

22

22

ˆˆ75,0

ˆ75,0ˆea

aadh

σσσ+

= (Herdabilidade aditiva dentro de parcela);

( )nrr

hep

a

am 22

2

22

ˆˆˆ41

ˆ41ˆσσσ

σ

++= (Herdabilidade em nível de média de progênies assumindo

sobrevivência completa);

( ) 100.ˆ

%2

xCV a

g

σ= (Coeficiente de variação genética aditiva individual);

( )n

nCV cea

e ˆ

ˆ/ˆˆ75,0 222 σσσ ++= . 100 (Coeficiente de variação experimental);

CVe

CVg=θ (Índice de variação)

( ) 100.%x

GsGs = (Ganho de seleção em porcentagem);

2ˆˆ maa hr = (Acurácia seletiva de progênies, assumindo sobrevivência completa);

2

22

ˆ

ˆˆ

f

cpc

σσ

= (Coeficiente de determinação dos efeitos da parcela);

Em que:

2ˆ aσ = variância genética aditiva;

2ˆ dσ = variância genética dentro de parcelas;

2ˆ gσ = variância genotípica

2ˆ eσ = variância residual (ambiental + não aditiva);

2ˆ fσ = variância fenotípica individual ( )2222 ˆˆˆˆ ecaf σσσσ ++= ;

2ˆ parcσ = variância entre parcelas;

2ˆ cσ = variância ambiental entre parcelas;

l = número de locais;

n= número de plantas/parcela;

r = número de repetições;

Page 40: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

30

4.3.4 Seleção pelo tipo de propagação e pelo ganho de seleção pelo método do Índice

Multiefeitos

A seleção pelo tipo de propagação (sexuada ou assexuada) foi realizada com base nos

valores extraídos dos Componentes de Média (Blup individual). A escolha do melhor

indivíduo para seleção baseada na propagação sexuada foi obtida considerando-se o efeito

genético aditivo predito ( )a e o valor genético aditivo predito ( )au ˆˆ + . Para seleção dos

melhores indivíduos via propagação assexuada foi considerado o efeito genotípico predito

( )g , sendo dag ˆˆˆ += (efeito genético aditivo predito + efeito genético de dominância

predito), e o valor gu ˆˆ + (média geral + efeito genotípico predito).

O índice IME foi empregado objetivando a estimativa de ganhos na seleção

(RESENDE, 2002a).

Uma das vantagens da seleção pelo método IME é a redução do peso dado à média

geral das matrizes, permitindo assim uma melhor distribuição dos indivíduos selecionados nas

várias matrizes. O IME possui a expressão:

( ) ( ) ( ) ...23..3.13..321ˆ-ˆˆ-ˆ-ˆˆ-ˆˆˆ YbbYbYbbYbbYbI jijiijk +++= , onde,

I : índice multiefeitos;

...Y : média geral do ensaio;

Y ijk: valor individual;

..iY : média da matriz no ensaio;

.ijY : média da matriz em determinado bloco (média da parcela);

.j.Y : média do bloco;

1b = 2dh : herdabilidade, no sentido restrito, dentro de parcelas:

( )2d

2A2

σ.43h = ;

2b = 2mh : herdabilidade, no sentido restrito, de matrizes:

( ) ( )[ ]

bnb

nbnbh

dep

Am

.

ˆˆˆ

ˆ43ˆ22

2

22

σσσ

σ

++

+= ;

3b = 2ph : herdabilidade, no sentido restrito, de parcelas:

( )[ ]

n

nh

de

Ap 2

2

22

ˆˆ

ˆ43ˆσσ

σ

+= ;

Page 41: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

31

4.3.5 Estabilidade e adaptabilidade

A estabilidade e adaptabilidade das progênies foram avaliadas em relação aos três

locaisavaliados (Jaú, Pindorama e Votuporanga) utilizando-se o programa genético-estatístico

Selegen-Reml/Blup, modelo 51, associado ao modelo misto com interação genótipos x

ambientes, expresso pela equação determinada por RESENDE (2002a; 2007):

y = Xr + Zg + Wp +Ti+e, onde,

y é o vetor de dados, r é o vetor dos efeitos de repetição (assumidos como fixo) somados à

média geral, g é o vetor dos efeitos genotípicos (assumidos como aleatórios), c, p = vetores de

dados dos efeitos da parcela (aleatórios), i é o vetor dos efeitos da interação genótipos x

ambientes (aleatório), e é o vetor de erros ou resíduos (aleatórios). As letras X, Z, W e T

representam as matrizes de incidência para os referidos efeitos.

A Performance Relativa dos Valores Genéticos (PRVG) corresponde à

adaptabilidade, ou seja, a capacidade de resposta à melhoria ambiental, Já a Média

Harmônica dos Valores Genéticos (MHVG) refere-se à estabilidade, que corresponde a

constância do comportamento genotípico através dos locais, e a Média Harmônica da

Performance Relativa dos Valores Genéticos (MHPRVG) corresponde à adaptabilidade e

estabilidade simultaneamente.

Em termos de adaptabilidade, uma simples e efetiva medida no contexto dos modelos

mistos é a performance relativa dos valores genotípicos (PRVG) através dos ambientes. Neste

caso, os valores genotípicos preditos (ou dados originais) são expressos como uma proporção

da média geral em cada local e em seguida o valor médio dessa proporção através dos

ambientes é obtida (ZENI NETO et al., 2008).

O critério de superioridade das progênies foram calculados pela seguinte fórmula:

( )[ ]{ }MGMGMGMHPRVGH 100*** , onde MHPRVG*MG é a média Harmônica da

Performance Relativa dos Valores Genéticos, e MG é a média geral.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Análise Individual

Os valores dos quadrados médios das análises de variância individuais, assim como as

médias e coeficiente de variação experimental referentes às variáveis: produção de borracha,

número de anéis e perímetro do caule encontram-se nas tabela 4.

Page 42: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

32

As médias para número de anéis de vasos laticíferos (NA) foram maiores em Jaú

(3,16), seguido por Pindorama (3,06) e Votuporanga (2,98). Em relação ao perímetro do

caule (PC) também apresentaram pouca variação entre locais (8,68 cm em Jaú; 10,36 cm em

Pindorama e 11,84 cm em Votuporanga). Por outro lado a média de produção de borracha

(PC) (0,89 g/pl) em Jaú foi expressiva quando comparada a Pindorama (0,48 g/pl) e

Votuporanga (0,43g/pl). Esses valores são compatíveis com aqueles encontrados para

produção de borracha por COSTA et al. (2000b), porém este observou valores mais

expressivo em Pindorama (0,82g/pl), seguido por Votuporanga (0,50g/pl) e Jaú (0,63g/pl).

Os efeitos de quadrado médio de progênies foram significativos a 1% de

probabilidade para todos os caracteres estudados, em cada local, exceto para produção de

borracha em Jaú, em que o efeito de progênies foi significativo a 5% de probabilidade,

demonstrando variabilidade entre as progênies. Essa variabilidade é de grande importância

para o início de um programa de melhoramento da espécie. GONÇALVES et al. (1998; 2005)

encontraram efeitos de quadrado médio de progênies significativos para produção de

borracha e incremento anual, que está relacionado com perímetro do caule, em estudos

realizados nos mesmos locais. MARTINS et al. (2000) observaram efeitos de quadrado

médio de progênies significativos para perímetro do caule em trabalho conduzido em

Pindorama.

O coeficiente de variação experimental (CVe%) indica a precisão do método utilizado

para coleta de dados, já que este está sujeito a erro experimental de difícil controle como a

influência pelo ambiente, e expressa propriedades extrínsecas do caráter (COSTA et al.,

2000d). A estimativa de coeficientes de variação experimental (CVe%) para produção de

borracha em cada local variou de 18,76% em Votuporanga a 23,33% em Jaú e Pindorama.

Estas estimativas tiveram menor variação para as variáveis perímetro do caule (10,85% em

Votuporanga, 13,54% Pindorama em e 14,21% em Jaú) e número de anéis laticíferos que

variaram de 10,93% em Pindorama, 11,24% em Votuporanga e 13,13% em Jaú. Esses valores

são considerados baixos, porém de boa precisão experimental quando comparados com os

valores encontrados por MORETI et al. (1994) que em trabalhos realizados em Pindorama

observaram valores de 28,62% para produção de borracha, 6,94% para perímetro do caule e

15,35 % para números de anéis.

Page 43: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

33

Tabela 4 - Médias, quadrados médios das análises de variância e coeficientes de variação

experimental (CVe%) relativas as variáveis produção de borracha (PB), perímetro do caule

(PC), e número de anéis (NA), de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais do

Estado de São Paulo.

Quadrado Médio Local Variável Progênie Resíduo Dentro

Média CVe%

Jaú PB (g/pl) 0,07* 0,04 0,30 0,89 23,34 PC (cm) 13,24** 1,52 7,79 8,69 14,21 NA 0,80** 0,17 0,67 3,16 13,13 Pindorama PB (g/pl) 0,06** 0,01 0,06 0,48 23,34 PC (cm) 15,11** 1,97 11,81 10,36 13,54 NA 0,50** 0,11 0,68 3,06 10,93 Votuporanga PB (g/pl) 0,03** 0,01 0,05 0,43 18,76 PC (cm) 15,08** 1,65 13,49 11,84 10,85 NA 0,18** 0,11 0,57 2,98 11,24 * p<0,05; **p<0,01

5.2 Análise Conjunta

O quadrado médio, assim como as médias e coeficiente de variação experimental

referentes à produção de borracha, número de anéis e perímetro do caule encontram-se na

tabela 5.

As médias das variáveis estudadas para todos os locais foram de 0,82g/pl para

produção de borracha; 10,32cm para perímetro do caule e 3,07 para número de anéis.

Os efeitos de quadrados médios foram significativos, entre progênies para o caráter

perímetro do caule, demonstrando que pelo menos uma progênie se diferencia em relação às

outras, os efeito de quadrado médio entre locais também foram significativos a 1% de

probabilidade indicando que as progênies se comportam de maneira diferente com relação aos

ambientes analisados. Já os efeitos dos quadrados médios entre progênies e entre locais para

produção de borracha não foram significativos, mostrando que não há diferença de

comportamento entre as progênies nem em relação aos locais avaliados. Para número de anéis

de vasos laticíferos entre locais os efeitos dos quadrados médios também foram não

significativos. GONÇALVES et al. (2009a) em estudos em mais de três locais encontraram

efeitos de quadrado médio significativos a 1% de probabilidade, tanto para local como para

progênies para o caráter perímetro do caule, já para produção de borracha observaram efeitos

Page 44: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

34

significativos a 5% entre locais e não significativo entre progênies. O que confirma os

resultados encontrados neste trabalho.

GONÇALVES et al. (2009a) encontraram efeitos significativos a 1% de probabilidade

em estudo com progênies em mais de um local. Os resultados de experimentações da

avaliação do genótipo podem ser usados para selecionar e recomendar genótipos adaptados a

uma condição particular se as diferenças agro-climáticas puderem ser definidas de acordo

com fatores ambientais (GONÇALVES et al., 2003).

Os efeitos dos quadrados médios da interação genótipos x ambientes foram

significativos a 1% de probabilidade para produção de borracha, perímetro do caule e número

de anéis, indicando diferença de comportamento das progênies entre os três locais. A

diferença de comportamento das progênies entre os locais pode ser devida a fatores

relacionados com o solo como: fertilidade, estrutura, tipo, já que os três locais apresentam a

mesma latitude, longitude, altitude, e a temperatura média anual muito próxima, como pode

ser observado na tabela 1.

VENCOVSKY (1987) afirma que a interação progênies por locais, é devida à

diferença na variabilidade entre progênies e à falta de correlação entre os materiais de um

local para outro. Para objetivo de seleção o segundo componente da interação é o mais

importante, enquanto que para a estimação de variâncias genéticas, os dois componentes

dessa interação devem ser extraídos para a obtenção as estimativas (KAGEYAMA, 1980).

As estimativas de coeficientes de variação experimental da análise conjunta foram de

19,67% para número de anéis, 15,44% para perímetro do caule e 64,36% para produção.

Semelhante às análises individuais os valores são considerados baixos e de boa precisão

experimental, exceto para produção de borracha que apresentou um valor considerado médio.

MORETI et al. (1994) encontraram valores mais baixos para as mesmas variáveis sendo que

para produção o valor encontrado pelos autores foi de CVe% = 28,62, 6,94% para perímetro

do caule e, 15,35% para número de anéis de vasos laticíferos.

Page 45: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

35

Tabela 5 - Valores dos quadrados médio, coeficiente de variação experimental (CVe%) e

média geral, obtidos quanto à produção de borracha (PB), perímetro do caule (PC), e número

de anéis (NA), referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira, em três locais do

Estado de São Paulo.

Quadrados Médios Fonte de Variação G.L. PB (g/pl) PC (cm) NA

Progênies 21 0,14ns 36,63** 1,27** Locais 2 0,68ns 375,06** 0,25ns Progênies x locais 42 0,10** 3,99* 0,56** Resíduo 315 0,05 2,20 0,27 Média 0,60 10,32 3,07 CVe% 64,36 15,44 19,67

* p<0,05; **p<0,01, ns: não significativo

5.3 Estimativas de Parâmetros Genéticos

5.3.1 Herdabilidade

As médias das estimativas de herdabilidade em nível de plantas individuais no sentido

restrito ( )2rh (Tabela 6) nos três locais para todas as variáveis estudadas variaram de muito

baixos a médios, sendo observados valores de 0,07 ± 0,06 para produção de borracha em Jaú a

0,54 ± 0,16 em Pindorama para perímetro do caule os valores variaram de 0,56 ± 0,12 em

Votuporanga a 0,75 ± 0,14 em Jaú, e de 0,07 ± 0,04 em Votuporanga a 0,47 ± 0,12 em Jaú

para número de anéis de vasos laticíferos. Estes valores concordam com os encontrados por

GONÇALVES et al. (2005) (2ˆrh = 0,30 para número de anéis), COSTA et al. (2008a) ( 2ˆ

rh =

0,54 para perímetro do caule) e GONÇALVES et al. (2009b) ( 2ˆrh = 0,39 para produção) que

são considerados valores médios. Em geral, herdabilidades em nível de plantas individuais de

baixa magnitude são comuns para os caracteres quantitativos e, via de regra, conduzem a

moderadas ou altas magnitudes em nível de médias de progênies (RESENDE, 2002a).

Segundo FALCONER (1987), a herdabilidade é uma propriedade não somente de um caráter,

mas também da população e das circunstâncias de ambientes as quais os indivíduos estão

sujeitos. O valor da herdabilidade poderá ser afetado se houver alteração em qualquer um dos

componentes das variâncias genética e fenotípica.

A herdabilidade em nível de média de progênies ( )2mh (Tabela 6) apresentou valores de

0,43 em Jaú, 0,87 em Pindorama e 0,80 em Votuporanga para produção de borracha.

Page 46: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

36

Perímetro do caule apresentou valores próximos de 2mh em todos os locais sendo que em Jaú

foi de 0,88, em Pindorama de 0,87 e Votuporanga de 0,89. Os valores observados para

número de anéis apresentou-se menor em Votuporanga (0,37), sendo que Pindorama (0,78) e

Jaú (0,78) os valores ficaram próximos. Estes resultados são maiores que àqueles encontrados

por MORETI et al. (1994) em trabalho conduzido em Pindorama que observaram valores de

0,78, 0,25 e 0,11 para produção de borracha, perímetro do caule e número de anéis

respectivamente. Porém quando estes dados são comparados com os encontrados por

GONÇALVES et al. (2005) observam-se valores próximos para todas as variáveis analisadas

nos mesmo três locais (para produção de borracha de 0,50 a 0,86; para perímetro do caule de

0,91 a 0,84; e número de anéis de 0,30 a 0,76).

A herdabilidade em nível de plantas individual no sentido amplo ( )2ah da análise

conjunta (Tabela 7) foram de baixa magnitude para todos os caracteres (0,01, 0,02, 0,01),

número de anéis, perímetro do caule e produção de borracha, respectivamente. Estes valores

foram menores que aqueles observados na análise individual, sugerindo maior efeito do

ambiente sobre as progênies, GONÇALVES et al. (1998) também observaram valores de

herdabilidade na análise conjunta menores que as herdabilidades observadas nas análises

individuais. Os valores de herdabilidade em nível de média dos genótipos ( )2gh são

considerados altos para a espécie (0,42 para produção de borracha, 0,63 para perímetro do

caule e 0,46 para número de anéis de vasos laticíferos), indicando que estas variáveis são

pouco influenciadas pelo ambiente e que a seleção deve ser realizada com base na

herdabilidade média de progênies, já que a herdabilidade em nível de plantas individual no

sentido amplo apresentou valores extremamente baixos. Valores superiores da herdabilidade

em nível de média de progênie (2ˆmph = 0,77) para produção de borracha na mesma espécie

foram obtidos por COSTA et al. (2008a).

5.3.2 Acurácia seletiva e coeficiente de determinação dos efeitos na parcela

A acurácia seletiva ( )aar é uma estimação da correlação entre o verdadeiro valor

genético e o valor predito. De maneira geral, os valores genéticos preditos não são iguais aos

valores genéticos verdadeiros dos indivíduos. É um importante componente do progresso

genético, e pode ser alterado por meio de uma experimentação mais adequada, mantendo-se o

mesmo tamanho do experimento, porém alterando o número de indivíduos por parcela e de

repetição, visando à maximização do ganho genético (RESENDE, 2002a).

Page 47: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

37

A literatura prática pertinente ao assunto tem demonstrado a importância da acurácia

para apontar o grau de confiabilidade dos dados obtidos na avaliação genética (RESENDE et

al., 1995; COSTA et al., 2005).

A acurácia seletiva de progênies ( )aar ˆ (Tabela 6) apresentou valores entre 0,65; 0,93 e

0,89 para produção de borracha em Jaú, Pindorama e Votuporanga respectivamente. Para

perímetro do caule os valores de acurácia foram de 0,94 em Jaú, 0,93 em Pindorama e 0,94

em Votuporanga. Número de anéis apresentou valores próximos em Jaú e Pindorama (0,89 e

0,88 respectivamente) e menor valor em Votuporanga (0,61). Na análise conjunta a acurácia

(Tabela 7) apresentou valores de 0,64 para produção de borracha, 0,79 para perímetro do

caule, e de 0,68 para número de anéis. Assim, os altos valores de acurácia observados indicam

que os valores genéticos preditos estão próximos dos verdadeiros, sendo que na análise

conjunta dos valores foram menores que na análise individual, o que leva a uma maior

confiabilidade dos resultados apresentados. COSTA et al. (2008a) observaram valores

próximos dos observados neste trabalho para perímetro do caule (0,93) e produção de

borracha (0,87).

Em relação ao coeficiente de determinação dos efeitos na parcela ( )2pc , ROCHA et al.

(2006) enfatizam que este coeficiente quantifica a variabilidade dentro do bloco, onde um

valor elevado significa alta variabilidade entre parcelas. Nos experimentos de boa qualidade

em plantas perenes, este coeficiente deve estar em torno de 0,10 de toda a variação fenotípica

dentro do bloco, sendo que apenas 10% são devidas à variância ambiental entre parcelas

(RESENDE, 2002a). Assim, apenas número de anéis de vasos laticíferos, no município de Jaú

apresentou valor considerado alto (12%) para análise individual, sendo que as demais

variáveis nos demais locais apresentaram valores menores que 10%. Para análise conjunta

número de anéis de vasos laticíferos também apresentou o maior valor (20%), seguido por

perímetro do caule (16%) e produção de borracha (9%).

Page 48: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

38

5.3.3 Variâncias genotípicas e fenotípicas

O perímetro do caule apresentou altos valores de variância genética aditiva ( )2ˆ aσ

assim como variância fenotípica ( )2ˆ fσ nos três locais estudados individualmente e em

conjunto apresentou o maior valor de variância genotípica (Tabelas 6 e 7, respectivamente),

evidenciando a possibilidade do uso deste caráter na predição de valores genéticos dos

indivíduos candidatos à seleção. As estimativas de variância genética aditiva apresentaram-se

mais altas que a variância residual, o que indica alta variabilidade genética levando a um alto

valor de herdabilidade. A variância genética aditiva é a fração mais importante a ser

determinada, pois ela é a principal causa da semelhança entre parentes e determinantes

funcional das propriedades genéticas da população, consequentemente, da sua resposta à

seleção (FALCONER, 1987). A variação genética e principalmente sua parte aditiva mostra,

para um determinado caráter, o potencial da população para fins de seleção por caracteres de

importância econômica, que tem garantido grandes avanços no aumento da produtividade e

no melhoramento (NAMKOONG, 1979; SHIMIZU et al., 1982).

5.3.4 Variâncias de interação genótipo x ambiente

Segundo ROMANELLI (2004) a interação genótipos por ambientes pode ser simples

ou complexa. Interações simples implicam que as progênies apresentam diferentes

desempenhos perante os diferentes ambientes, mas sem grandes alterações na classificação de

produtividade, a seleção pode ser efetuada em apenas um local e os genótipos recomendados

em todos os locais avaliados. Interações complexas implicam que as progênies alteram sua

classificação de produtividade nos diferentes ambientes, sendo necessária a seleção de

genótipos específicos para cada ambiente.

A relação entre a variância da interação genótipo x ambiente ( 2intσ ) e a variância

genética entre progênies (2ˆ gσ ) permite calcular um índice crítico que distingue a interação

simples da complexa (SHELBOURNE, 1972). Por esse índice, se a relação 22int ˆˆ gσσ for ≤ 0,5,

a interação aproximar-se-á do tipo simples, e se 22int ˆˆ gσσ for ≥ 0,5, a interação é do tipo

complexa. Esse índice foi usado em estudos da interação genótipos x ambientes por

MATHERSON & RAYMOND (1984) e PEDRICK (1990) em Pinus radiata. No presente

trabalho apenas produção de borracha apresentou interação do tipo complexa ( 22int ˆˆ gσσ =

1,59) enquanto que perímetro do caule ( 22int ˆˆ gσσ = 0,05) e número de anéis ( 22

int ˆˆ gσσ = 0,09)

Page 49: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

39

apresentaram interações do tipo simples, sendo assim a seleção de genótipos para o caráter

produção de borracha deve ser específica para cada região, enquanto que para perímetro do

caule e número de anéis, a seleção de genótipos não exige especificidade para diferentes

ambientes, podendo ser feita para qualquer região sem que haja perdas na produção.

5.3.5 Coeficientes de variação genética

Os coeficientes de variação genética aditiva individual (CVg%) variaram de baixos a

altos valores para todos os caracteres estudados nos três locais e na análise conjunta (Tabelas

6 e 7, respectivamente). O coeficiente de variação genética aditiva individual para o caráter

número de anéis variou de 7,09% em Votuporanga a 20,41% em Jaú, perímetro do caule

variou de 25,29% (Votuporanga) a 32,47% (Jaú), e produção de borracha de 16,44% em Jaú a

40,32% em Pindorama. Os valores são coerentes com aqueles encontrados por GONÇALVES

et al. (2005) para produção de borracha, que observaram valores de 34,84% a 20,62%, já para

perímetro do caule e número de anéis de vasos laticíferos os valores apresentados pelos

autores foram menores que os observados no presente trabalho, em estudos realizados nos

mesmos locais. Por outro lado, o coeficiente de variação genética conjunta foi de 3,47% para

número de anéis, 5,81% para perímetro do caule, e produção de borracha foi de 8,82%, valor

este não condizente com aquele relatado por MORETI et al. (1994), considerado de alto valor

(CVg% = 36,93) para produção de borracha. Um alto valor de coeficiente de variação

experimental foi observado (CVe% = 35,06%) comparável ao valor encontrado por COSTA

et al. (2008a) com CVe% = 27,02.

Os baixos valores observados de coeficiente de variação genética indicam que esses

dados estão sujeitos a erros experimentais, porém estão dentro do padrão normal encontrado

para seringueira (COSTA et al., 2000c; GONÇALVES et al., 2003).

A relação entre o coeficiente de variação genética e experimental ( )θ apresentou

valores elevados para a maioria dos caracteres em todos os locais, variando de 0,63 para

número de anéis a 2,33 para produção de borracha, ambos em Votuporanga. Já os valores

dessa relação para os dados em conjunta foram baixos 0,18, 0,38 e 0,14 para número de

anéis, perímetro do caule e produção de borracha, respectivamente. VENCOVSKY (1987)

afirma que a situação é favorável quando essa relação tende a valores iguais ou maiores que

um. Assim pode-se inferir que para a seleção dos genótipos estudados, as melhores condições

são para os caracteres em cada local, pois apresentam melhores perspectivas de ganho do que

quando analisados em conjunto.

Page 50: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

40

5.3.6 Ganhos genéticos

Os ganhos genéticos preditos individuais (G%) para cada local variaram para

produção de borracha de 24,69% em Jaú a 66,50% em Pindorama, número de anéis de vasos

laticíferos variou de 8,33% em Votuporanga a 56,03% em Jaú e perímetro do caule variou de

57,17% em Votuporanga a 65,42% em Jaú. Os valores foram de alta magnitude, o que sugere

a utilização desses caracteres em programas de melhoramento da seringueira.

Os ganhos genéticos preditos na análise conjunta foram inferiores em relação aos

ganhos individuais para todos os caracteres 4,54%, 6,23% e 12,96% (número de anéis,

perímetro do caule e produção de borracha, respectivamente). GONÇALVES et al. (2009b)

encontraram ganhos com seleção em conjunta de 8,20% para produção de borracha em

estudos realizados nos mesmos locais que este trabalho.

Page 51: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

41

Tabela 6 - Estimativas de parâmetros genéticos para as variáveis produção de borracha (PB), perímetro do caule (PC) e número de anéis (NA) referentes às

análises individuais de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais no Estado de São Paulo.

Jaú Pindorama Votuporanga Estimativas PB (g) PC (cm) NA PB (g) PC (cm) NA PB (g) PC (cm) NA

2ˆrh 0,07 ± 0,06 0,74 ± 0,14 0,47 ± 0,12 0,54 ± 0,16 0,59 ± 0,12 0,33 ± 0,09 0,30 ± 0,10 0,56 ± 0,12 0,07 ± 0,04

2ˆmh 0,43 0,88 0,78 0,87 0,87 0,78 0,80 0,89 0,37

2ˆadh 0,05 0,88 0,78 0,49 0,87 0,78 0,25 0,89 0,37

aar ˆˆ 0,65 0,94 0,89 0,93 0,93 0,88 0,89 0,94 0,61 2pc 0,04 0,07 0,12 0,04 0,05 0,06 0,02 0,02 0,09 2ˆ aσ 0,02 7,81 0,42 0,04 8,76 0,26 0,02 8,95 0,04 2ˆ parcσ 0,01 0,74 0,11 0,01 0,78 0,04 0,01 0,30 0,06 2ˆ fσ 0,32 10,49 0,88 0,07 14,79 0,79 0,06 16,03 0,63 2ˆeσ 0,29 1,93 0,36 0,03 5,24 0,49 0,04 6,77 0,53

G% 24,69 65,42 56,03 66,50 61,49 35,79 64,45 57,17 8,34 CVg (%) 16,44 32,17 20,42 40,32 28,58 16,67 31,02 25,27 7,09

θ 0,70 2,26 1,55 1,73 2,11 1,53 1,65 2,33 0,63

2ˆrh : herdabilidade individual no sentido restrito; 2ˆ

mh : herdabilidade em nível de média das progênies; 2ˆadh : herdabilidade aditiva dentro da parcela; aar ˆˆ : acurácia; 2

pc : coeficiente de

determinação dos efeitos da parcela; 2ˆ aσ : variância genética aditiva; 2ˆ parcσ : variância ambiental entre parcelas; 2ˆ fσ : variância fenotípica individual; 2ˆeσ : variância residual; G%: ganho de

seleção; CVg%: coeficiente de variação genética e θ : índice de variação = CVg%/CVe%.

Page 52: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

42

Tabela 7 - Estimativas de parâmetros genéticos para as variáveis produção de

borracha (PB), perímetro do caule (PB), e número de anéis (NA), referentes à

análise conjunta de 22 progênies de seringueira avaliadas em três locais do Estado

de São Paulo.

Parâmetros PB (g) PC (cm) NA 2ˆah 0,01 ± 0,01 0,02 ± 0,01 0,01 ± 0,01 2ˆgh 0,42 0,63 0,46

aar ˆˆ 0,64 0,79 0,68 2pc 0,09 0,16 0,20 2intc 0,02 0,01 0,01 2ˆ gσ 0,01 0,36 0,01 2ˆ parcσ 0,04 2,42 0,16 2intσ 0,01 0,02 0,01 2ˆ fσ 0,45 15,27 0,82 2ˆ eσ 0,39 12,48 0,64

G% 12,96 6,23 4,54 CVg% 8,82 5,81 3,47

θ 0,14 0,38 0,18 2ˆah : herdabilidade no sentido amplo; 2ˆ

gh : herdabilidade da média dos genótipos; aar ˆˆ : acurácia de

seleção de genótipos; 2pc : coeficiente de determinação dos efeito da parcela; 2intc : coeficiente de

determinação dos efeitos da interação genótipo x ambiente; 2ˆ gσ : variância genotípica; 2ˆ parcσ :

variância entre parcelas ; 2intσ : variância da interação genótipo x ambiente; 2ˆ fσ : variância

fenotípica individual; 2ˆ eσ : variância residual; G%: ganho genético; CVg (%): coeficiente de

variação genotípica; θ : índice de variação = CVg%/CVe%.

Page 53: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

43

5.4 Seleção pelo Tipo de Propagação e pelo Ganho de Seleção pelo Método do Índice-

Multifeitos

As estimativas dos efeitos genéticos ( )a , valores genéticos aditivos preditos ( )a+µ ,

efeitos genotípicos ( )g e valores genotípicos preditos ( )a+µ , assim como os valores de

ganho genético predito, associados à seleção de 10 plantas pelo Índice-Multiefeito, em cada

um dos três locais estão apresentados nas tabelas 8, 9, 10 (produção de borracha, perímetros

do caule e número de anéis, respectivamente).

Todas as progênies apresentaram maiores valores de efeitos genotípicos ( )g que

efeitos aditivos ( )a para todos os caracteres em todos os locais. Assim, verifica-se que os

valores genotípicos preditos ( )g+µ foram maiores que os valores genéticos aditivos preditos

( )a+µ . COSTA et al. (2008b) obtiveram os mesmo resultados em estudos com progênies de

seringueira e também verificaram que dentre o material genético selecionado, foram comuns

os melhores indivíduos para propagação sexuada ( )a+µ e assexuada ( )g+µ , porém a

sequência dos indivíduos foi alterada pelo tipo de propagação considerada, fato este também

observado por RESENDE & DIAS (2000) para o caráter número de frutos de cacau.

MORAES et al. (2008) afirmam que a partir desses resultados pode-se adotar uma linha de

melhoramento mais adequada, tais como: Área de Produção de Sementes (APS) e/ou Pomar

de Sementes Clonais (PSC). Assim, as progênies avaliadas são mais propícias para a

propagação assexuada que sexuada, obtendo-se com isso maiores ganhos nas próximas

gerações.

Os ganhos genéticos preditos variaram em todos os locais de 0,15 a 0,32 para

produção de borracha, de 5,15 a 6,77 para perímetro do caule, e de 0,22 a 1,79 para número

de anéis. Os maiores ganhos genéticos para o caráter número de anéis foi observado em Jaú

seguido por Pindorama e Votuporanga, já para perímetro do caule e produção de borracha os

valores foram muito próximos nos três locais.

Na análise conjunta os valores máximos de ganho genético predito foram de 0,14 para

número de anéis, 0,64 para perímetro do caule e de 0,11 para produção de borracha sobre a

média geral (Tabelas 11, 12, 13, respectivamente) refletindo em ganhos percentuais de 4,56%,

6,20% e 13,43% respectivamente (G/média geral). É possível observar que os ganhos

genéticos preditos foram diferentes daqueles obtidos, tanto pela análise conjunta como pela

análise individual dos caracteres, porém esses valores foram muito próximos. A pequena

diferença observada deve-se ao fato de que as estimativas de ganho pelo Índice-Mutiefeitos

Page 54: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

44

(IME) levam em conta a exploração dos efeitos de progênies, de parcela e de indivíduos da

parcela.

Resultados encontrados por PAIVA et al. (2002) comprovam a superioridade teórica

do IME como procedimento ótimo. A seleção combinada também pode, em alguns casos,

gerar resultados próximos das obtidos pelo IME, mas serão, na melhor das hipóteses, iguais

ao IME.

Por outro lado, para uma seleção mais efetiva das melhores progênies por local, seria

aquela em que leva em consideração, não somente a produção, mas também o desempenho

das demais variáveis estudadas que contribuem para o aumento da produção, principalmente

perímetro do caule, que está relacionado ao vigor da planta.

Analisando-se as tabelas, 8, 9 e 10 respectivamente para número de anéis de vasos

laticíferos, perímetro do caule e produção de borracha, é possível observar que das 10

progênies selecionadas em Jaú, as progênies 7 e 19 se repetem para as três variáveis, fato este

de grande importância para a seleção destes genótipos para este local em específico, já que

apresenta melhor vigor juntamente com melhor produção.

Para Pindorama a progênie 21 apareceu entre as dez melhores, tanto para perímetro do

caule como para a produção, sendo esta progênie indicada para seleção neste local. Já em

Votuporanga não houve coincidência entre as progênies selecionadas, sendo assim, a seleção

para este local seria baseada apenas naquelas que apresentaram melhores valores de perímetro

do caule.

Page 55: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

45

Tabela 8 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos

( au ˆˆ + ), efeitos genotípicos (g ), valores genotípicos preditos ( gˆ +µ ) e ganho genético

(G) dos 10 melhores indivíduos de seringueira, para a variável produção de borracha, em

experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo.

Bloco Progênie Árvore a au ˆˆ + g gˆ +µ G Pindorama (µ =0,48)

6 14 4 0,32 0,80 0,41 0,89 0,32 4 14 9 0,32 0,80 0,40 0,88 0,32 1 14 10 0,32 0,80 0,40 0,88 0,32 3 14 10 0,31 0,79 0,40 0,88 0,32 3 13 10 0,31 0,79 0,44 0,92 0,32 1 21 8 0,31 0,79 0,42 0,90 0,31 3 12 6 0,30 0,79 0,41 0,89 0,31 3 14 3 0,30 0,78 038 0,86 0,31 5 12 4 0,30 0,78 0,41 0,89 0,31 4 13 5 0,30 0,78 0,43 0,91 0,31

Médias 0,31 0,79 0,41 0,89 Jaú (µ =0,89)

4 13 7 0,22 1,11 0,32 1,21 0,22 1 13 1 0,19 1,08 0,26 1,15 0,20 5 7 8 0,18 1,07 0,28 1,17 0,20 2 13 4 0,16 1,05 0,22 1,11 0,19 3 19 4 0,15 1,04 0,23 1,12 0,18 1 7 5 0,14 1,03 0,22 1,11 0,17 6 17 2 0,13 1,02 0,17 1,06 0,17 1 13 7 0,13 1,02 0,16 1,05 0,16 3 13 1 0,13 1,02 0,16 1,05 0,16 3 12 10 0,12 1,01 0,18 1,07 0,15

Médias 0,15 1,04 0,22 1,11 Votuporanga (µ =0,43)

4 6 9 0,30 0,73 0,44 0,88 0,30 5 2 1 0,27 0,70 0,43 0,86 0,28 1 6 7 0,22 0,66 0,32 0,75 0,26 3 13 8 0,21 0,64 0,28 0,71 0,25 1 13 7 0,19 0,62 0,25 0,68 0,24 3 13 1 0,19 0,62 0,25 0,68 0,23 4 13 3 0,19 0,62 0,24 0,68 0,22 6 13 4 0,19 0,62 0,24 0,68 0,22 6 6 2 0,18 0,62 0,25 0,69 0,22 1 13 10 0,18 0,62 0,24 0,67 0,21

Médias 0,21 0,65 0,29 0,73

Page 56: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

46

Tabela 9 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos

( au ˆˆ + ), efeitos genotípicos (g ), valores genotípicos preditos ( gˆ +µ ) e ganho genético

(G) dos 10 melhores indivíduos de seringueira, para a variável perímetro do caule, em

experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo.

Bloco Progênie Árvore a au ˆˆ + g gˆ +µ G Pindorama (µ =10,36)

2 18 4 6,37 16,72 11,26 21,62 6,37 3 21 9 5,87 16,22 8,51 18,87 6,12 6 9 2 5,69 16,04 7,74 18,10 5,97 4 7 9 5,68 16,03 8,37 18,73 5,90 1 21 1 5,33 15,68 7,62 17,97 5,79 6 1 9 5,24 15,59 7,28 17,64 5,69 2 21 4 5,14 15,49 7,30 17,65 5,61 3 9 4 5,11 15,46 6,77 17,13 5,55 1 3 3 5,05 15,41 9,31 19,67 5,50 1 9 9 5,04 15,40 6,66 17,02 5,45

Médias 5,45 15,81 8,08 18,44 Jaú (µ =8,69)

6 9 7 5,68 14,37 7,80 16,48 5,68 5 17 8 5,32 14,01 8,42 17,11 5,50 3 13 2 5,30 13,99 7,95 16,64 5,44 3 7 1 5,15 13,83 7,67 16,36 5,36 4 9 2 5,11 13,80 6,84 15,53 5,31 5 7 3 5,06 13,75 7,52 16,21 5,27 3 19 6 5,00 13,69 7,84 16,53 5,23 6 19 5 4,99 13,68 7,83 16,52 5,20 6 1 7 4,96 13,64 7,36 16,05 5,17 3 13 4 4,92 13,61 7,32 16,01 5,15

Médias 5,15 13,84 7,66 16,34 Votuporanga (µ =11,84)

2 1 10 6,77 18,61 9,59 21,43 6,77 5 17 2 6,31 18,15 9,52 21,36 6,54 4 1 4 5,82 17,66 8,00 19,84 6,30 4 12 3 5,67 17,51 9,14 20,98 6,14 5 12 10 5,47 17,31 8,80 20,64 6,01 3 17 8 5,42 17,27 8,04 19,88 5,91 2 9 7 5,22 17,06 7,25 19,09 5,81 5 5 10 5,18 17,02 7,50 19,34 5,73 4 1 2 5,15 16,99 6,88 18,73 5,67 4 17 10 5,07 16,91 7,45 19,29 5,61

Médias 5,61 17,45 8,22 20,06

Page 57: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

47

Tabela 10 - Estimativa dos efeitos aditivos (a ), valores genéticos aditivos preditos (au ˆˆ + ),

efeitos genotípicos (g ), valores genotípicos preditos ( gˆ +µ ) e ganho genético (G) dos 10

melhores indivíduos de seringueira, para a variável número de anéis de vasos laticíferos, em

experimentos conduzidos em três locais do Estado de São Paulo.

Bloco Progênie Árvore a au ˆˆ + g gˆ +µ G Pindorama (µ =3,06)

3 17 4 1,10 4,15 1,63 4,69 1,10 1 15 9 0,89 3,95 1,35 4,41 0,99 5 12 2 0,84 3,90 1,15 4,20 0,94 3 7 4 0,81 3,87 1,17 4,23 0,91 6 7 10 0,79 3,85 1,13 4,19 0,88 6 12 1 0,78 3,84 1,04 4,10 0,87 6 12 2 0,78 3,84 1,04 4,10 0,85 1 12 4 0,78 3,84 1,04 4,10 0,84 4 12 10 0,76 3,82 1,07 4,13 0,83 6 17 2 0,75 3,81 1,06 4,12 0,83

Médias 0,83 3,89 1,17 4,23 Jaú (µ =3,16)

3 15 3 1,79 4,95 2,62 5,81 1,79 5 7 8 1,56 4,72 2,27 5,46 1,67 4 19 1 1,45 4,61 2,35 5,54 1,60 5 15 2 1,44 4,61 2,04 5,24 1,56 5 15 3 1,44 4,61 2,04 5,24 1,54 5 15 7 1,44 4,61 2,04 5,24 1,52 4 15 5 1,42 4,58 2,00 5,19 1,51 4 15 7 1,42 4,58 2,00 5,19 1,49 3 2 3 1,39 4,55 2,21 5,41 1,48 1 7 8 1,37 4,54 1,96 5,16 1,47

Médias 1,47 4,63 2,15 5,35 Votuporanga (µ =2,98)

2 15 1 0,25 3,23 0,32 3,30 0,25 1 7 4 0,25 3,23 0,34 3,33 0,25 5 15 1 0,23 3,21 0,29 3,27 0,24 1 15 8 0,22 3,20 0,28 3,26 0,24 1 15 9 0,22 3,20 0,28 3,26 0,23 3 7 1 0,22 3,19 0,29 3,27 0,23 6 15 1 0,21 3,19 0,26 3,24 0,23 6 15 3 0,21 3,19 0,26 3,24 0,23 6 15 9 0,21 3,19 0,26 3,24 0,22 4 7 5 0,20 3,18 0,26 3,24 0,22

Médias 0,22 3,20 0,28 3,27

Page 58: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

48

Tabela 11 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio

nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ), e ganho genético (G) para a variável

produção de borracha, referentes à análise conjunta de 22 progênies de

seringueira, em três locais do Estado de São Paulo.

Ordem Progênie g gu ˆˆ + gemgu ++ G 1 13 0,11 0,92 0,98 0,11 2 14 0,08 0,90 0,94 0,09 3 11 0,07 0,89 0,93 0,09 4 15 0,04 0,86 0,88 0,08 5 7 0,03 0,85 0,87 0,07 6 10 0,01 0,83 0,84 0,06 7 16 0,01 0,83 0,83 0,05

µ = 0,60

Tabela 12 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio

nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ), e ganho genético (G) para a variável

perímetro do caule, referentes à análise conjunta de 22 progênies de seringueira,

em três locais do Estado de São Paulo.

Ordem Progênie g gu ˆˆ + gemgu ++ G 1 7 0,64 10,96 10,97 0,64 2 6 0,64 10,96 10,97 0,64 3 5 0,53 10,85 10,86 0,61 4 11 0,46 10,77 10,78 0,57 5 13 0,45 10,76 10,77 0,54 6 9 0,44 10,75 10,76 0,53 7 10 0,33 10,64 10,65 0,50 8 3 0,32 10,64 10,64 0,48 9 4 0,28 10,60 10,60 0,45 10 15 0,09 10,40 10,40 0,42 11 1 0,08 10,39 10,40 0,39 12 14 0,05 10,36 10,36 0,36 13 8 0,02 10,33 10,33 0,33

µ = 10,32

Page 59: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

49

Tabela 13 - Estimativa dos efeitos genotípicos preditos ( )g , efeitos genotípicos

preditos livres de interações com o ambiente (gu ˆˆ + ), valores genéticos médio

nos vários ambientes ( gemgu ++ ˆˆ ) e ganho genético (G), para a variável

número de anéis de vasos laticíferos, referentes à análise conjunta de 22

progênies de seringueira, em três locais do Estado de São Paulo.

Ordem Progênie g gu ˆˆ + gemgu ++ G 1 19 0,14 3,21 3,21 0,14 2 1 0,07 3,13 3,14 0,10 3 21 0,06 3,13 3,13 0,09 4 13 0,06 3,13 3,13 0,08 5 20 0,06 3,12 3,13 0,08 6 9 0,05 3,12 3,12 0,07 7 15 0,04 3,11 3,11 0,07 8 12 0,04 3,11 3,11 0,07 9 22 0,03 3,10 3,10 0,06 10 2 0,02 3,09 3,09 0,06 11 3 0,02 3,09 3,09 0,05 12 16 0,01 3,08 3,08 0,05 13 11 0,01 3,08 3,08 0,05

µ = 3,07

Page 60: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

50

5.5 Estabilidade e Adaptabilidade

A sequência das progênies em termos de ganhos genéticos da análise conjunta e da

análise individual está apresentada na tabela 14. Os valores de ganhos genéticos foram

variáveis para todos os caracteres estudados em todos os locais, variando de 56,56% em Jaú a

8,09% em Votuporanga para número de anéis. Para perímetro do caule os valores variaram de

50,72% em Votuporanga a 65,42% em Jaú, e para produção de borracha os valores variaram

de 9,66% em Jaú a 28,02% em Pindorama esses resultados de produção e borracha são

semelhantes aos encontrados por COSTA et al. (2000b) que obtiveram valores de 71,10% em

Votuporanga e 28,70% em Jaú.

Observou-se que com seleção das cinco melhores progênies o ganho de seleção (Gs%)

nos três ambientes foi da ordem de 8,16% para produção de borracha, 5,27% para perímetro

do caule e 2,51% para número de anéis de vasos laticíferos (Tabela 14), valores de magnitude

considerável. O valor encontrado para produção de borracha é condizente com aqueles

relatados por GONÇALVES et al. (2004a) obtiveram ganhos de 8,17% no primeiro ano de

produção de borracha e 7,20% no terceiro ano de avaliação de perímetro do caule.

GONÇALVES et al. (2004b) observaram ganhos genéticos de 5,75% para produção de

borracha, 3,20% para perímetro do caule e 0,18% para número de anéis de vasos laticíferos.

O ganho genético com a seleção das cinco melhores progênies para produção de borracha em

cada local foi mais expressivo em Pindorama (G% = 15,76%), seguido por Votuporanga (G%

= 14,99%) e Jaú (G% = 9,66%). Esses resultados são semelhantes aos observados por

COSTA et al. (2000a) utilizando diferentes tipos de seleção com variação de 15,9% a 20,8%.

O ganho genético para perímetro do caule foi mais expressivo em Jaú (G% = 61,15%),

seguido por Pindorama (G% = 55,87%) e Votuporanga (G% = 50,72%). E para número de

anéis o ganho genético foi maior em Jaú, Pindorama e Votuporanga (G% = 48,57%, 28,90% e

7,82%, respectivamente).

As cinco melhores progênies para os três caracteres apresentaram coincidência com as

análises conjuntas dentro de cada local estudado, havendo, no entanto, pequena variação entre

as progênies, o que indica estabilidade das mesmas.

Nas tabelas 15, 16 e 17, estão os resultados referentes à adaptabilidade (PRVG

Performance Relativa dos Valores Genéticos em relação cada local), a estabilidade (MHVG-

Média Harmônica dos Valores Genéticos em cada local), e a adaptabilidade e estabilidade

simultaneamente (MHPRVG - Média Harmônica da Performance Relativa dos Valores

Genéticos), para produção de borracha, perímetro do caule e número de anéis,

respectivamente.

Page 61: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

51

De acordo com GONÇALVES et al. (2003), quando a interação genótipo x ambiente é

resultado de variações ambientais, tais como, variação de distribuição de chuvas ao longo dos

anos, torna-se necessário identificar genótipos estáveis, que produzam razoavelmente sob

condições diversas. CECCARELLI (1994) e PIEPHO (1998) afirmam que produtores

percebem a estabilidade da produção como o alvo sócio-econômico mais importante para

minimizar as falhas na colheita, especialmente em áreas marginais.

Houve coincidência de 100% entre as cinco melhores progênies com base nos critérios

PRVG, MHVG e MHPRVG pelo critério de produtividade média, perímetro do caule e

número de anéis. Isso permitiu inferir que predições seguras sobre valores genéticos podem

ser feitas com um único critério de seleção contemplando três atributos (produção,

estabilidade e adaptabilidade). CANUTO (2009) observou coincidência entre as cinco

melhores progênies de aroeira. Isto mostra que a utilização desses novos atributos ou critérios

de seleção pode proporcionar um refinamento a mais na seleção (STURION & RESENDE,

2005b).

Os valores de PRVG e MHPRVG buscam exatamente a superioridade média do

genótipo em relação à média do ambiente em que está plantado (ZENI NETO et al., 2008),

logo as melhores progênies para produção de borracha, perímetro do caule e número de anéis

apresentaram uma superioridade de 1,19, 1,06 e 1,05 vezes , respectivamente, sobre a média

do ambiente em que está localizado. O valor MHPRVG*MG fornece o valor genotípico

médio das progênies nos locais avaliados, valor já penalizado pela instabilidade e capitalizado

pela adaptabilidade (CARBONELL et al. 2007). Pelo critério MHPRVG as três melhores

progênies para produção de borracha produzem 6,29% a 18,51%, para perímetro do caule de

4,59% a 6,44% e para número de anéis de 2,02% a 4,63% a mais em relação à média dos

ambientes em que foram plantadas, mostrando boa adaptabilidade ou capacidade de resposta à

melhoria do ambiente.

As melhores progênies selecionadas nos três locais estão aptas a participar de

programas de melhoramento visando o aumento da produção de cultivares de H. brasiliensis.

Page 62: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

52

Tabela 14 - Ganhos genéticos preditos (%) das cinco melhores progênies de seringueira para as

variáveis produção de borracha, perímetro do caule e número de anéis, aos três anos de idade, nos

municípios de Jaú, Pindorama, Votuporanga, Estado de São Paulo.

Progênies Jaú Progênies Pindorama Progênies Votuporanga Progênies Análise Conjunta

Produção de Borracha 13 13,07 13 28,02 11 25,29 13 12,96 7 12,99 14 25,09 14 23,75 14 11,53 15 12,12 11 21,02 13 21,81 11 10,60 3 10,59 15 18,15 10 17,39 15 9,22 11 9,66 17 15,76 12 14,99 7 8,16

Perímetro do Caule 7 65,42 6 61,49 6 57,17 7 6,23 6 63,35 7 59,06 7 55,23 6 6,22 5 62,56 5 57,69 5 53,19 5 5,87 9 61,73 13 56,97 11 51,86 11 5,51 11 61,15 11 55,87 13 50,72 13 5,27

Número de Anéis 19 56,56 19 35,80 19 8,34 19 4,53 1 52,88 1 32,42 21 8,30 1 3,35 21 50,52 13 30,77 1 8,09 21 2,92 20 49,30 21 29,70 13 7,92 13 2,67 13 48,57 20 28,90 9 7,82 20 2,51

Page 63: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

53

Tabela 15 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos (PRVG),

estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável produção de borracha seca de

progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo.

Progênies PRVG PRVG*MG Progênies MHVG Progênies MHPRVG MHPRVG*MG 13 1,19 0,97 13 0,93 13 1,19 0,97 14 1,16 0,95 14 0,91 14 1,15 0,94 11 1,15 0,94 11 0,91 11 1,14 0,93 15 1,07 0,87 15 0,83 15 1,07 0,87 7 1,06 0,87 7 0,83 7 1,06 0,87 10 1,03 0,84 10 0,81 10 1,03 0,84 16 1,02 0,83 12 0,79 16 1,01 0,83 12 1,01 0,83 16 0,79 12 1,01 0,82 9 1,00 0,82 9 0,77 9 1,00 0,82 2 1,00 0,82 2 0,78 2 1,00 0,82 17 0,98 0,81 1 0,77 1 0,98 0,80 1 0,98 0,80 18 0,76 17 0,98 0,80 18 0,98 0,80 17 0,76 18 0,98 0,80 3 0,97 0,79 20 0,76 20 0,97 0,79 20 0,97 0,79 3 0,76 3 0,97 0,79 6 0,96 0,78 6 0,75 6 0,96 0,78 5 0,93 0,76 21 0,73 5 0,93 0,76 21 0,93 0,76 8 0,73 21 0,92 0,76 8 0,92 0,76 5 0,72 8 0,92 0,76 22 0,90 0,74 4 0,70 22 0,90 0,74 4 0,90 0,74 22 0,70 4 0,90 0,74 19 0,89 0,73 19 0,69 19 0,89 0,73

MG = média geral.

Page 64: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

54

Tabela 16 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos

(PRVG), estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável perímetro do

caule de progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do Estado de São Paulo.

Progênie PRVG PRVG*MG Progênie MHVG Progênie MHPRVG MHPRVG*MG

7 1,06 10,98 7 10,82 7 1,06 10,98

6 1,06 10,98 6 10,81 6 1,06 10,98

5 1,05 10,87 5 10,70 5 1,05 10,87

11 1,05 10,79 11 10,62 11 1,05 10,79

13 1,04 10,78 13 10,61 13 1,04 10,78

9 1,04 10,77 9 10,61 9 1,04 10,77

10 1,03 10,65 10 10,49 10 1,03 10,65

3 1,03 10,65 3 10,48 3 1,03 10,65

4 1,03 10,61 4 10,44 4 1,03 10,61

15 1,01 10,41 15 10,24 15 1,01 10,41

1 1,01 10,40 1 10,23 1 1,01 10,40

14 1,00 10,36 14 10,19 14 1,00 10,36

8 1,00 10,33 8 10,17 8 1,00 10,33

12 1,00 10,27 12 10,11 12 1,00 10,27

16 0,99 10,23 16 10,07 16 0,99 10,23

2 0,97 9,97 21 9,80 21 0,97 9,97

21 0,97 9,97 2 9,80 2 0,97 9,97

22 0,94 9,68 22 9,52 22 0,94 9,68

19 0,94 9,66 19 9,50 19 0,94 9,66

20 0,93 9,58 20 9,41 20 0,93 9,57

17 0,92 9,54 17 9,37 17 0,92 9,54

18 0,92 9,49 18 9,32 18 0,92 9,49 MG = média geral.

Page 65: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

55

Tabela 17 - Estabilidade de valores genotípicos (MHVG), adaptabilidade de valores genotípicos

(PRVG), estabilidade e adaptabilidade de valores genotípicos (MHPRVG) para a variável número de

anéis de casos laticíferos de progênies de polinização aberta de seringueira avaliadas em três locais do

Estado de São Paulo.

Progênie PRVG PRVG*MG Progênie MHVG Progênie MHPRVG MHPRVG*MG

19 1,05 3,21 19 3,21 19 1,05 3,21

1 1,02 3,14 1 3,14 1 1,02 3,14

21 1,02 3,13 21 3,13 21 1,02 3,13

13 1,02 3,13 13 3,13 13 1,02 3,13

20 1,02 3,13 20 3,12 20 1,02 3,13

9 1,02 3,12 9 3,12 9 1,02 3,12

15 1,01 3,11 15 3,11 15 1,01 3,11

12 1,01 3,11 12 3,11 12 1,01 3,11

22 1,01 3,10 22 3,10 22 1,01 3,10

3 1,01 3,09 3 3,09 3 1,01 3,09

2 1,01 3,09 2 3,09 2 1,01 3,09

16 1,00 3,08 16 3,08 16 1,00 3,08

11 1,00 3,08 11 3,08 11 1,00 3,08

10 0,99 3,05 10 3,05 10 0,99 3,05

18 0,99 3,04 18 3,04 18 0,99 3,04

17 0,99 3,03 17 3,03 17 0,99 3,03

7 0,99 3,03 7 3,03 7 0,99 3,03

5 0,99 3,02 5 3,02 5 0,99 3,02

14 0,98 3,00 14 3,00 14 0,98 3,00

6 0,97 2,99 6 2,99 6 0,97 2,99

8 0,96 2,93 8 2,93 8 0,96 2,93

4 0,94 2,88 4 2,88 4 0,94 2,88 MG = média geral.

Page 66: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

56

6 CONCLUSÕES

Através dos estudos realizados pode-se concluir que:

a. A seleção de progênies deve ser específica para cada local devido à existência de

variabilidade genética de progênies entre e dentro do locais avaliados (Jaú, Pindorama

e Votuporanga) para os caracteres produção de borracha, perímetro do caule e número

de vasos de anéis laticíferos.

b. A seleção das melhores progênies em todos os locais para os caracteres produção de

borracha, perímetro do caule e número de vasos de anéis laticíferos, proporciona um

alto ganho genético, o que viabiliza o uso deste material em programa de

melhoramento da espécie.

c. As progênies demonstram estabilidade, para os caracteres produção de borracha,

perímetro do caule e número de vasos de anéis laticíferos, ao longo dos ambientes

avaliados.

d. As três melhores progênies selecionadas, para os caracteres produção de borracha,

perímetro do caule e número de vasos de anéis laticíferos, apresentam

simultaneamente adaptabilidade e estabilidade nos três locais avaliados (Jaú,

Pindorama e Votuporanga).

Page 67: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

57

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, J. P.; ROUSSEAU, R. J.; ADAMS, J. C. Genetic performance and maximizing genetic gain through direct and indirect selection in cherrybark oak. Silvae Genetica, Frankfurt, v. 56, n. 2, p. 80-88, 2007. ALVARENGA, A. de P. Perspectivas de produção de seringueira no Estado de Minas Gerais-Aspectos históricos e sociais. In: ALVARENGA, A. de P.; ROSADO, P. L.; CARMO, C. A. F. de S.; TÔSTO, T. G. Seringueira-Aspectos econômicos e sociais e perspectivas para o seu fortalecimento. cap. 1, Viçosa-MG, 2006, p. 15-26. BALDWIN JUNIOR, T. Hevea a first interpretation. Journal of Hevea, London, 1947. BERNARDES, M. S.; VEIGA, A. S.; FONSECA FILHO, I. I. Mercado brasileiro de borracha natural. In: BERNARDES, M. S. (Ed.). Sangria da seringueira. Piracicaba: Esalq, 2000, p. 365-388. BARRUETO CID, L. P.; PEREIRA, J. P.; NEVES, M. A. Influência da maturação fisiológica e do período entre coleta e o início do armazenamento, sobre a viabilidade de sementes de seringueira (Hevea spp.) Turrialba , Costa Rica, v. 36, p. 65-75, 1986. BASTOS, I. T.; BARBOSA, M. H. P.; RESENDE, M. D. V.; PETERNELLI, L. A.; SILVEIRA, L. C. I.; DONDA, L. R.; FORTUNATO, A. A.; COSTA, P. M. A; FIGUEIREDO, I. C. R. Avaliação da interação genótipo x ambiente em cana-de-açúcar via modelos mistos. Pesquisa Agropecuária Tropical, Goiânia, v. 37, n. 4, p. 195-203, 2007. BERNARDES, M. S.; VEIGA, A. S.; FONSECA FILHO, I. I. Mercado brasileiro de borracha natural. In: BERNARDES, M. S. (Ed.). Sangria da seringueira. Piracicaba: Esalq, 2000. p. 365-388. BOOCK, M.V., GONÇALVES, P. DE S., BORTOLETTO, N.; MARTINS, A.L.M. Herdabilidade, variabilidade genética e ganhos genéticos para produção e caracteres morfológicos em progênies jovens de seringueira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasilia, v. 30, p. 673-681, 1995. BORRALHO, N.M.G.; DUTKOWSKI, G.W. Comparison of rolling front and discrete generation breeding strategies for trees. Canadian Journal of Forest Research, New Westminster, v. 28, p. 987–993, 1998. BOUHARMONT, J. Recherches taxonomiques et cariologiques chez quelques espécies du genre Hevea, Congo Belga, INEAC, 1960. BOUYCHOU, J. G. The origins of the far-coast rubber tree: Introduction and distribuition. Revue Général du Caoutchoucs et des Plastiques, Paris, v. 40, p. 933-1001, 1969. CANUTO, D. S. O. Diversidade genética em populações de Myracrodruon urundeuva (F.F. & M.F. Allemão) utilizando caracteres quantitativos. 2009. 113f. Dissertação (Mestrado em Agronomia)-Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira-SP.

Page 68: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

58

CARBONELL, S. A. M; CHIORATO, A. F.; RESENDE. M. D. V. DE; DIAS, L. A. S.; BERALDO, A. L. A.; PERINA, E. F. Estabilidade em cultivares e linhagens de feijoeiro e diferentes ambientes no estado de São Paulo. Bragantia, Campinas, v.66, n.2, p. 193-201, 2007. CARMO, C. A. F. S.; MANZATTO, C. V.; ALVARENGA, A. P.; TOSTO, S. G.; LIMA, J. A. S.; KINDEL, A.; MENEGUELLI, N. A. Biomassa e estoque de carbono em seringais implantados na zona de mata de Minas Gerais. In: ALAVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. Sequestro de carbono quantificação em seringais de cultivo e na vegetação natural. Viçosa-MS, cap. 4, 2006, p. 43-62. CECCARELI, S. Specific adaptation and breeding for marginal conditions. Euphytica, Wagenigen, 77, p. 205-109, 1994. CHANDRASHEKAR, T. R.; MYDIN, K. K.; ALICE, J.; VARGHESE, Y. A.; SARASWATHYAMMA, C. K. Intraclonal variability for yield in rubber (Hevea brasiliensis). Journal Natural Rubber Research, Kuala Lumpur, v. 10, 43–47, 1997. CLEMENT-DEMANGE, A.; CHAPUSET, T.; LEGNATE, H.; COSTES, E.; DOUMBIA, A.; OBOUAYEBA, S.; NICOLAS, D. Wind damage: the possibilities of an integrated research for improving the prevention of risks and the resistance of clones in Rubber tree. Proc IRRDB Symp on Physiological and Molecular Aspects of the Breeding of Hevea brasiliensis, Penang, Malaysia, p. 182–199, 1995. CLEMENT-DEMANGE A., LEGNATE H., SEGUIN M., CARRON M.P., GUEN V.LE., CHAPUSET T. Rubber Tree. In: CHARRIER A., JACQUOT M., HAMON S. AND NICOLAS D. (eds), Tropical Plant Breeding. Collection Reperes, CIRAD-ORSTOM, Montpellier, France, pp. 455–480, 2000. COSTA, R. B. Métodos de seleção, interação genótipo x ambiente e ganho genético para melhoramento da seringueira no estado de São Paulo. 1999. 143f. Tese (Doutorado-Ciêcias Florestais)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba. COSTA, R. B. DA; RESENDE, M. D. V. DE; ARAÚJO, A. J. DE; GONÇALVES, P. S.; SILVA, M. DE A. Maximization of genetic gain in rubber tree (Hevea) breeding with effective size restriction. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.23, p. 457-462, 2000a. COSTA, R.B.; RESENDE, M.D.V. DE; ARAÚJO, A.S. DE; GONÇALVES, P. S.; MARTINS, A.L.M. Selection and genetic gain in rubber tree (Hevea) populations using a mixed mating system. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.23, n.3, p. 671-679, 2000b. COSTA, R.B.; RESENDE, M.D.V. de; ARAÚJO, A.S. de; GONÇALVES, P. S.; MARTINS, A.L.M. Genotype-environment interaction and the number of test sites for the genetic improvement of rubber trees (Hevea) in São Paulo State, Brazil. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v.23, n.1, p.179, 187, 2000c. COSTA, R. B. C.; RESENDE, M. D. V.; ARAÚJO, A. J.; GONÇALVES, P. S.; BORTOLETTO, N. Seleção combinada univariada e multivariada aplicada ao melhoramento

Page 69: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

59

genético da seringueira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, n. 2, p. 381-388, 2000d COSTA, R. B. ; GONÇALVES, P. S.; RÍMOLI, A. O. ; ARRUDA, E. J. Melhoramento e conservação genética aplicados ao desenvolvimento local – o caso da seringueira (Hevea sp). Revista Internacional de Desenvolvimento Local, Campo Grande, v. 1, n. 2, p. 51-58, mar. 2001. COSTA, R.B.; RESENDE, M.D.V. de; GONÇALVES, P. de S.; SILVA, M. A. Individual multivariate REML/BLUP in the presence of genotype x environment interaction in rubber tree (Hevea) breedings. Crop Breeding and Applied Biotechnology, Londrina, v. 2, p. 131-140, 2002. COSTA, R. B.; GONÇALVES, P. DE S.; OLIVEIRA, L. C. S. DE; ARRUDA, E. J. DE; ROA, R. A. R.; MARTINS, W. J. Variabilidade genética e estimativa de herdabilidade para o caráter germinação em matrizes de Hevea brasiliensis. Floresta e Ambiente, Seropédica, v. 12, n. 1, p. 74-76, 2005. COSTA, R. B.; RESENDE, M. D. V.; GONÇALVES, P. S.; OLIVEIRA, L. C. S.; ÍTAVO, L. C. V.; ROA, R. A. R. Seleção simultânea para porte reduzido e alta produção de látex em seringueira. Bragantia, Campinas, v.67, n.3, p.649-654, 2008a. COSTA, R. B. et al. Variabilidade genética e seleção para caracteres de crescimento da seringueira. Bragantia, Campinas, v.67, n.2, p.299-305, 2008b. COTTERILL, P.P.; DEAN, C.A. Successful tree breeding with index selection. CSIRO Publications, East Melbourne, Australia, 1990. CRUZ, C. D. Princípios de Genética Quantitativa. 1. ed. Viçosa, MG: UFV, 2005, 391 p. CRUZ, C. D. Programa GENES - Aplicativo computacional em Genética e Estatística. 1. ed. Viçosa, MG: Editora UFV, 2001. v. 1. 648 p. CRUZ, C. D.; CARNEIRO, P.C.S.; Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: UFV, 2 ed., cap. 1, v. 2, 2003. 585p. CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. Viçosa: UFV, p. 103-165, 1994. CRUZ, C. D.; REGAZZI, A. J.; CARNEIRO, P. C. S. Modelos biométricos aplicados ao melhoramento genético. 3. ed. Viçosa: UFV, p. 103-165, 2004. CRUZ, C.D.; TORRES, R.A. de; VENCOVSKY, R. An alternative approach to the stability analysis proposed by Silva and Barreto. Revista Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, v.12, p.567-580, 1989. DIJKMAN, M.J. Hevea Thirty years of research in Far East. Coral Gables, University of Miami. 1951, 329p.

Page 70: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

60

FALCONER, D. S. Introducción a la genética cuantitativa. México: Ediciones CECSA, 1972, 430 p. FALCONER, D. S. Introdução à genética quantitativa. 1 ed., Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1987, p. 279. FALCONER, D.S.; MACKAY, T.F.C. Introduction to quantitative genetics. Fourth edition. Longman, Harlow. 1996, 464 p. FARIAS NETO, J. T.; RESENDE, M. D. V. Aplicação da metodologia de modelos mistos (reml/blup) na estimação de componentes de variância e predição de valores genéticos em pupunheira (Bactris gasipaes). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 2, p. 320-324, 2001. FARIAS NETO, J. T.; CASTRO, A. W. V.; BIANCHETTI, A. Aplicação da seleção precoce em famílias de meios-irmãos de taxi branco. Acta Amazônica, Manaus, n. 3, v. 1, p. 85-91, 2003. FRANCISCO, V. L. F. DOS S.; BUENO, C. R. F.; BAPTISTELLA, C. DA S. L. A cultura da seringueira no Estado de São Paulo. Informações Econômicas, São Paulo, v.34, n.9, 2004. FREITAS, M. L. M.; SEBBENN, A. M.; MORAIS, E.; ZANATTO, A. C. S.; VERARDI, C. K.; PINHEIRO, A. N. Parâmetros genéticos em progênies de polinização aberta de Cordia trichotoma (Vell.) ex Steud. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 18, n. único, p. 95-102, dez. 2006. FURLANI, R C. M.; MORAES, M. L. T.; RESENDE, M. D. V.; FURLANI JUNIOR, E.; GONÇALVES, P. S.; VALÉRIO FILHO, W. V.; PAIVA, J. R. Estimation of variance components and predictions of breeding values in rubber tree breeding using the REML/BLUP procedure. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v. 28, n. 2, p. 271-276, 2005. GOMES, J. I. Estudos anatômicos do xilema secundário das espécies de Hevea na amazônia brasileira. 1981. 205f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal)-Universidade Federal do Paraná, Curitiba. GONÇALVES, P. S.; PAIVA, J. R.; SOUZA, R. A. Retrospectiva e atualidades no melhoramento genético da seringueira (Hevea spp.) no Brasil e em países asiáticos. Embrapa Documentos 2, Manaus, Cap.4, 1983, 68 p. GONÇALVES, P. S., PAIVA, J.R., VASCONCELOS, M.E. DA C.; VALOIS, A.C.C. Progeny test of early Hevea hybrids for producing rapid-growing and high-yielding ortets. Revista Brasileira Genética, Ribeirão Preto, v. 8, p. 319-327, 1985. GONÇALVES, P. de S.; CARDOSO, M.; BOAVENTURA, M.A.M.; MARTINS, A.L.M.; LAVORENTTI, C. Biologia, citogenética e ploidia de espécies do gênero Hevea, O Agronômico, Campinas, v. 41, n. 1, p. 40-64 1989.

Page 71: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

61

GONÇALVES, P. S.; CARDOSO, M.; ORTOLANI, A. A. Origem, variabilidade e domesticação da Hevea; uma revisão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 25, n. 2, p. 135-156, 1990. GONÇALVES, P. DE S., MARTINS, A.L.M., BORTOLETTO, N.; TANZINI, M.R. Estimates of genetic parameters and correlations of juvenile characters based on open pollinated progenies of Hevea. Brazilian Journal Genetic, Ribeirão Preto, v. 19, p. 105-111, 1996. GONÇALVES, P. S.; BORTOLETTO, N.; SANTOS, W. R.; ORTOLANI, A. A.; GOTTARDI, M. V. C.; MARTINS, A. L. M. Avaliação genética de progênies em meios-irmãos de seringueira em diferentes regiões do Estado de São Paulo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. 7, p. 1085-1095, 1998. GONÇALVES, P. de S.; FUJIHARA, A. K.; ORTOLANI, A. A.; BATAGLIA, O. C.; BORTOLETTO, N.; SEGNINI JUNIOR, I. Phenotypic stability and genetic gains n six-year girth growth of Hevea clones. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, Brasília, v.34, n.7, p.1223-1232, 1999a. GONÇALVES, P. S.; FURTADO, E. L.; BATAGLIA, O. C.; ORTOLANI, A. A.; MAY, A.; BELLETTI, G. O. Genetics of anthracnose panel canker disease resistance and its relationship with yield and growth character in half-sib progenies of rubber tree (Hevea brasiliensis). Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v. 22, n.4, p. 583-589, 1999b. GONÇALVES, P. de S.; BATAGLIA, O. C.; ORTOLONI, A. A.; FONSECA, F. da S. Manual de heveicultura para o Estado de São Paulo. Boletim Técnico IAC 189, Instituto Agronômico, Campinas, SP, 2001, p. 78. GONÇALVES, P. de S.; BORTOLETTO, N.; MARTINS, A. L. M.; COSTA, R. B. da; GALLO, P. B. Genotype-environment interaction and phenotypic stability for girth growth and rubber yield of Hevea clones in São Paulo State, Brazil. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto - SP, v. 26, n. 4, p. 441-448, 2003. GONÇALVES, P. S.; MARTINS, A. L. M.; COSTA, R. B.; SILVA, M. A.; CARDINAL, Á. B. B.; GOUVÊA, L. R. L. Estimates of annual genetic parameters and expected gains in the second cycle of Hevea genotype selection. Crop Breeding and Applied Biotechnology, Londrina, v. 4, p. 416-421, 2004a GONÇALVES, P. S. MARTINS, A. L. M.; BORTOLETTO, N.; SAES, L. A. Selection and genetic gains for juvenile trains in progenies of Hevea in São Paulo state, Brazil. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v. 27, p. 207-214, 2004b. GONÇALVES, P. de S. ; CARDINAL, A. B. B.; COSTA, R. B. da; BORTOLETTO, N.; GOUVÊA, L. R. L. Genetic variability and selection for laticíferos system characters in Hevea brasiliensis. Genetics and Molecular Biology, Ribeirão Preto, v. 28, n. 3, p. 414-422, 2005. GONÇALVES, P. S.; SILVA, M. A.; GOUVÊA, L. R. L.; SCALOPPI JUNIOR, E. J. Genetic variability for girth growth and rubber yield in Hevea brasiliensis. Scientia Agricola, Piracicaba, v.63, n.3, p.246-254, 2006.

Page 72: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

62

GONÇALVES, P. S.; MARQUES, J. R. B. Melhoramento genético da seringueira: passado, presente e futuro. In: ALVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. S. Seringueira. cap 11, Viçosa_MG, Epamig-Viçosa, 2008, 399-498 p. GONÇALVES, P. DE S.; MORAES, M. L. T. DE; SILVA, M. DE A.; GOUVÊA, L. R. L.; AGUIAR, A. T. DA E.; COSTA, R. B. Prediction of Hevea progeny performance in the presence of genotype-environment interaction. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 52, p. 25-33, 2009a. GONÇALVES, P. de S.; AGUIAR, A. T. da E.; COSTA, R. B.; GONÇALVES, E.C.P.; SCALOPPI JUNIOR, E. J.; BRANCO, R. B. F. Genetic variation and realized genetic gain from tree improvement. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 66, p. 44-51, 2009b. HAMILTON, M. G.; POTTS, B. M. Eucalyptus nitens genetic parameters. New Zealand Journal of Forestry Science, v. 38, p. 102–119, 2008. HARIBAR, G.; YEANG, H. Y. The low set that follow, conventional land pollinzation in Hevea brasiliensis: Insufficience of pollen as cause. Journal Rubber Research Institute of Malasia, Kuala Lumpur, v. 32, p. 20-29, 1984. HENDERSON, C.R. Applications of linear models in animal breeding. Guelph : University of Guelph, 1984. 462p. HUSIN, X. M.; CHIN, H.N.; HOR, Y. L. Fruit and seed development in Hevea (clone RRIM 600) in Malaysia. Journal Rubber Research Institute of Malaya, Kuala Lumpur, v. 29, p. 16-28, 1981. INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS - IAC. Programa Seringueira: formas de exploração alternativas Disponível em: <http://www.iac.sp.gov.br/centros/centro_cafe/seringueira/explor.htm>, acesso em 06/10/2009. JACOVINE, L. A. G.; NISHI, M. H.; SILVA, M. L.; VALVERDE, S. R.; ALVARENGA, A. P. A seringueira no contexto das negociações sobre mudanças climáticas globais. In: ALAVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. Sequestro de carbono quantificação em seringais de cultivo e na vegetação natural. Viçosa-MS, cap. 1, 2006, p. 01-42. JAYASHREE, R. et al. Genetic transformation and regeneration of rubber tree (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) Transgenic plants with a constitutive version of an anti-oxidative stress superoxide dismutase gene. Plant Cell Reports, Berlin, v. 22, n. 3, p. 201-209, 2003. KAGEYAMA, P. Y. Variação genética em progênies de uma população de Eucalyptus grandis (Hill) Maiden. Piracicaba, 1980, 125f.. Tese (Doutorado em Agronomia)- Universidade de São Paulo, USP, São Paulo. KALIL FILHO, A. N.; RESENDE, M. D. V.; KALIL, G. P. da C. Componentes de variância e predição de valores genéticos em seringueira pela metodologia de modelos mistos (Reml/Blup). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.9, p.1883-1887, 2000.

Page 73: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

63

KOOTS, K.R.; GIBSON, J.P.; SMITH, C.; WILTON, J.W. Analyses of published genetic parameter estimates for beef production traits 1. Heritability. Animal Breeding Abstracts, v.62, p. 309–338, 1994. LESPINASSE, D.; ROIDER-GOUD, M.; GRIVET, L.; LECONTE, A.; LEGNATE, H.; SEGUIN, M. A saturated genetic linkage map of rubber tree (Hevea spp.) based on RFLP, AFLP, microsatellite, and isozyme markers. Theoretical and Applied Genetics, Berlin, v. 100, p. 127-138, 2000 LEVANTAMENTO CENSITÁRIO das UNIDADES de PRODUÇÃO AGROPECUÁRIO do ESTADO de SÃO PAULO (LUPA): <http://www.cati.sp.gov.br/projetolupa/mapaculturas/Seringueira.php>, acesso em 07/12/2009. MAJUMDAR, S. K. Chomossome studies of some species of Hevea. Journal Rubber Research Institute of Malaya, 1964. MAJUMDAR, S. K. Male sterile clones in Hevea brasiliensis, Canadian Journal of Botany, Otawa, 1966. MARTINS, A. L. M. ; RAMOS, N. P.; GONÇALVES, P. de S.; VAL, K. S. D. Influência de porta-enxertos no crescimento de clones de seringueira no Estado de São Paulo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, n. 9, p. 1743-1750, 2000. MATHESON, A. C.; RAYMOND, C. A. The impact of genotype x environment interactions on Australian Pinus radiata breeding programs. Australia Forest Research, Melbourne, v. 14, p. 11-25, 1984. MORAES, M.L.T; MORI, E. S; SILVA, A. M.; CANUTO, D. S. O.; SILVA, J. M.; GOMES, J. E.; AULES, D. S. Demonstração da utilização do software selegen – “seleção genética computadorizada” para o melhoramento de espécies perenes. Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal, Garça, n. 12, 2008. MORENO, R. M. B.; MARTINS, M. A.; GONÇALVES, P. S.; MATTOSO, L. H. C. Propriedades físicas e tecnológicas da borracha natural. In: In: ALVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. S. Seringueira. cap 19, Viçosa_MG, Epamig-Viçosa, 2008, 805-878 p. MORETI, D., GONÇALVES, P. DE S., GORGULHO, E.P., MARTINS, A.L. BORTOLETTO, N. Estimativas de parâmetros genéticos e ganhos esperados com a seleção de caracteres juvenis em progênies de seringueira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 29, p.1099-1109, 1994. NAMKOONG, G. Introduction to quantitative genetics in forestry. Washington: USDA. Forest Service, (USDA. For. Serv. Tech. Bull. 1588). 1979, p. 342. OLIVEIRA, A.C. Comparação de alguns métodos de determinação da estabilidade em plantas cultivadas. 1976. 64f. Dissertação (Mestrado) Universidade de Brasília-Brasília.

Page 74: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

64

ONG, S.N. Chromosome morphology at pachytene stage in Hevea brasiliensis . a preliminary report. In: Proceedings of the International Rubber Conference, held at Kuala Lumpur, 1975. Edited by B. Sripathi. Rubber Research Institue of Malaysia, Kuala Lumpur. pp. 3.12. ONG, S.N. Citology of Hevea, In: RRIM. Short Course in Hevea Breeding, Kuala Lumpur, RRIM, 1980. PAIVA, J. R. de; RESENDE, M. D. V. de; CORDEIRO, E. R. Índice multiefeitos e estimativas de parâmetros genéticos em aceroleira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.37, n.6, 799-807, 2002. PARANJONTHY, K. Physiological aspects of wintering flower induction and fruit-set in Hevea. In: RRIM Hevea breeding course. Kuala Lumpur, RRIM, 1980, p. 1-17. PATERNIANI, E.; MIRANDA FILHO, J. B. Melhoramento de populações. In: PATERNIANI, E. (Coord.). Melhoramento e produção de milho no Brasil. Fundação Cargill, v. 1, 1987, 217-274 p. PEDRICK, L. A. Family x site interactions in Pinus radiata in Victoria, Australia, and implications for breeding strategy. Silvae Genetica, Frankfurt, v. 39, p. 134-140, 1990. PEREIRA, J.P. Seringueira: formação de mudas, manejo e perspectivas no noroeste do Paraná. Londrina: IAPAR, p. 60, 1992. (IAPAR. Circular Técnica, 700). PEREIRA, A. V.; SAMPAIO FILHO, J. A.; CORTEZ, J. V.; PEREIRA, J. P.; VALE, A. A. Q.; TEGANI, W.; ROSSMANN, H. Câmara setorial da cadeia produtiva da borracha natural– situação atual e perspectivas. São José de Rio Preto: MAPA, 2006, 53p. PEREIRA, M. B.; VENCOVSKY, R. Limites da seleção recorrente, l. Fatores que afetam o acréscimo das frequências alélicas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.23, n.7, p.769-780, 1988. PIEPHO, H. P. Methods for comparing the yield stability of cropping system – a review. Journal Agronomy and Crop Science, v. 21, p. 190:193, 1998. PILBEAM, D.; DUTKOWSKI, G. Simulation to determine optimal wood quality sampling strategies. In: BORRALHO, N.; PEREIRA, J.S.; MARQUES, C.; COUTINHO, J.; MADEIRA, M.; TOMÉ, M. (ed.), Eucalyptus in a Changing World. Proceedings of an IUFRO conference, Aveiro, Portugal, p.11–15, 2004. PINO, F. A.; FRANCISCO, V. L. F. S.; MARTIN, N. B.; CORTEZ, J. V. Perfil da heveicultura no Estado de São Paulo, 1995-96. Informações Econômicas, São Paulo, v.30, n.8, p.7-21, 2000. PIRES, J. M. Revisão do gênero Hevea, descrição das espécies e distribuição geográfica. In: Instituto de Pesquisa Agropecuária do Norte, Belém, PA. Relatório Anual Junho 1972-1973. Projeto Botânica. Subprojeto-Revisão do gênero Hevea. Belém SUDHEVEA/DNPEA/IPEAN, 1973, p. 6-66.

Page 75: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

65

PIRES, J. M.; SECCO, R. S.; GOMES, J. I. Taxonomia e fitogeografia das seringueiras Hevea spp. Belém: Embrapa Amazônia Oriental, 2002, 103 p. PONZONI, R.W.; NEWMAN, S. Developing breeding objectives for Australian beef-cattle production. Animal Production , v. 49, p. 35–47, 1989. PRIYADARSHAN, P. M.; GONCALVES, P. S. Hevea gene pool for breeding. Genetic Resources and Crop Evolution, v. 50, p. 101–114, 2003. PRIYADARSHAN, P M ; GONÇALVES, P. de S. ; OMOKHAFE, K. O. Breeding Hevea Rubber. In: S. Mohan Jain; P.M. Priyadarshan. (Org.). Breeding Plantation Tree Crops. Cap. 13, 1 ed. New York: Springer, 2009, 469-522 p. RAMAER, H. Cytology of Hevea. Genética, 1935. REZENDE, G.D.S.P.; BERTOLUCCI, F.L.G.; RAMALHO, M.A.P. Eficiência da seleção precoce na recomendação de clones de eucalipto avaliados no norte do Espírito Santo e sul da Bahia. Revista Ceres, Viçosa, v.1, p. 45-50, 1994. RESENDE, M.D.V.; HIGA, A.R. Estimação de valores genéticos no melhoramento de Eucalyptus: seleção em um caráter com base em informações do indivíduo e de seus parentes. Boletim de Pesquisas Florestais, Curitiba, v.28/29, p.11-35, 1994a. RESENDE, M.D.V.; HIGA, A.R. Maximização da eficiência da seleção em testes de progênies de Eucalyptus através da utilização de todos os efeitos do modelo matemático. Boletim de Pesquisas Florestais, Curitiba, v.28/29, p.37-56, 1994b. RESENDE, M. D. V. ; ARAÚJO, A. J. ; SAMPAIO, P. T. B. ; WIECHETECH, M. S. S. . Acurácia seletiva, intervalos de confiança e variâncias de ganhos genéticos associados a 22 métodos de seleção em Pinus caribaea var. hondurensis. Floresta, Curitiba, v. 25, n. 1/2, p. 3-16, 1995. RESENDE, M.D.V.; PRATES, D.F.; JESUS, A.; YAMADA, C.K. Estimação de componentes de variância e predição de valores genéticos pelo método da máxima verossimilhança restrita (REML) e melhor predição linear não viciada (BLUP) em Pinus. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, v.32/33, p.18-45, 1996. RESENDE, M.D.V.; OLIVEIRA, E.B. Sistema "SELEGEN" – Seleção Genética Computadorizada para o Melhoramento de Espécies Perenes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Colombo, n 32. V. 9. Setembro, 1997. RESENDE, M. D. V. ; FERNANDES, J. S. C. ; SIMEÃO, R. M. . Blup individual multivariado em presença de interação genótipo x ambiente para delineamentos experimentais repetidos em vários ambientes. Revista de Matemática e Estatística, São Paulo, v. 17, p. 209-228, 1999. RESENDE, M.D.V.; FERNANDES, J.S.C. Procedimento Blup individual para delineamentos experimentais aplicados ao melhoramento florestal. Revista de Matemática e Estatística, São Paulo, v.17, p.89-107, 1999.

Page 76: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

66

RESENDE, M.D.V.; DIAS, L.A.S. Aplicação da metodologia de modelos mistos (REML/BLUP) na estimação de parâmetros genéticos e predição de valores genéticos e aditivos e genotípicos em espécies frutíferas. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.22, n.1, p.44-52, 2000. RESENDE, M. D. V.; STURION, J. A.; HIGA, A. R. Comparação entre métodos de avaliação da estabilidade fenotípica e adaptabilidade aplicados a dados de Eucalyptus cloeziana (F. Muell). Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 42, p. 3-34, 2001. RESENDE, M.D.V. Genética biométrica e estatística no melhoramento de plantas perenes. Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2002a. 975 p. RESENDE, M.D.V. Software SELEGEN - REML/BLUP. Colombo: EMBRAPA – CNPF (Série documentos, 77), 2002b. 67p. RESENDE, M. D. V. de. Matemática e estatística na análise de experimentos e no melhoramento genético. Colombo: Embrapa Florestas, 2007. 560 p. RIBON, A.A.; CENTURION, J.F.; CENTURION, M.A.P.C.; PEREIRA, G.T. Efeitos do manejo da entrelinha no desenvolvimento da seringueira (Hevea brasiliensis). Revista Árvore , Viçosa, v.25, p.303-309, 2001. ROCHA, M. G. B.; PIRES, I. E.; ROCHA, R. B.; XAVIER, A.; CRUZ, C. D. Avaliação genética de progênies de meios irmãos de Eucalyptus grandis utilizando procedimentos REML/BLUP e da ANOVA. Scientia Forestalis (IPEF), Piracicaba, v. 71, n. 4, p. 99-107, 2006. ROMANELLI, R. C.; SEBBENN, A. M. Parâmetros genéticos e ganhos na seleção para produção de resina em Pinus elliottii var. elliottii, no sul do Estado de São Paulo. Revista Instituto Florestal, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 11-23, jun. 2004. ROSADO, P. L.; GOMES, M. F. M.; MARTINS, A. P.; GOMES, M. T. M. Fontes de crescimento da seringueira no Estado de Minas Gerais, 1990 a 2005. In: ALVARENGA, A. de P.; ROSADO, P. L.; CARMO, C. A. F. de S.; TÔSTO, T. G. Seringueira-Aspectos econômicos e sociais e perspectivas para o seu fortalecimento. cap. 2, Viçosa-MG, 2006, 27-48 p. SAMPAIO, P. T. B.; RESENDE, M.D.V.; ARAÚJO, A. J. Estimativas de parâmetros genéticos e métodos de seleção para melhoramento genético de Pinus caribaea var. Hondurensis. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, p. 2243-2253, 2000. SCHNEEBERGER, M.; BARWICK, S.A.; CROW, G.H.; HAMMOND, K.: Economic indices using breeding values predicted by BLUP. Journal of Animal Breeding and Genetics, Ludwigstr, v. 109, p. 180-187, 1992. SCHULTES. R. E. The odissey of the cultivated rubber tree. Endeavour, v. 1, n. 7, p. 33-38, 1977a. SCHULTES. R. E. Wild Hevea: an undapped source of germ plasm. Journal Rubber Research Institute of Sri Lanka, Agalawatta, v. 54, n. 1, p. 227-257, 1977b.

Page 77: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

67

SEARLE, S.R.; CASELLA, G.; McCULLOCH, C.E. Variance components. 2.ed. New York: J. Willey, 1992. 528p. SEBBENN, A. M.; PIRES, C. L. S.; ROSA, P. R. F. Variação genética em progênies de meios-irmãos de Pinus caribaea Mor. var. bahamensis Bar. et Gol. na Região de Bebedouro-SP. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 6, n. único, p. 63-73. 1994. SEBBENN, A. M.; KAGEYAMA, P. Y.; VENCOVSKY, R. Parâmetros genéticos na conservação da cabreúva – Myroxylon peruiferum L.F. Allemão. Scientia Forestalis, Piracicaba, n. 53, p. 31-38, 1998. SECCO, R. S. A botânica da seringueira [Hevea brasiliensis (Willd. ex. Adr. Jessieu) Muell. Arg (Euphorbiaceae)]. In: ALVARENGA, A. P.; CARMO, C. A. F. S. Seringueira. cap 1, Viçosa_MG, Epamig-Viçosa, p. 01-24, 2008. SEIBERT, R. J. A study of Hevea in the Republic of Peru. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 34, p. 261-352, 1947. SILVA, H. A. de S.da. Influência de clones de seringueira Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss. ) Muell. -Arg. sobre o desenvolvimento populacional dos ácaros fitófagos e avaliação do desfolhamento provocado. 2007, 72f, Dissertação (Mestrado em Agronomia)- Universidade Estadual Paulista, Ilha Solteira – SP. SHELBOURNE, C. J. A. Genotype-environment interactions: its study and its implications in forest tree improvement. In: PROC. IUFRO GENETICS- SABRAO JOINT SYMPOSIA , Tokyo: Government Forest Experimental Station, 1972. v. 1, p. 1-28.11 SHIMIZU, J. Y., KAGEYAMA, P. Y.; HIGA, A. R. Procedimentos e recomendações para estudos de progênies de essências florestais. Colombo: EMBRAPAURPFCS, 1982. 33 p. (EMBRAPA-URPFCS. Documentos, 11). SIMMONDS, N. W. Rubber breeding. In: WEBSTER, C. C. e BAULKWILL, W. J. eds. Rubber. London: Longman, 1989, cap. 3, p. 85-124. SUDARIC, A.; SIMIC, D.; VRATARIC, M. Characterization of genotype by environment interactions in soybean breeding programmer of Southeast Europe, Plant Breeding, v. 125, p. 191-194, 2006. STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and procedures of statistics: a biometrical approach. 2ed, New York: Mcgraw-Hill, 1980, 633 p. STURION, J. A.; RESENDE, M. D. V.; CARPANEZZI, A. A.; ZANON, A. Variação genética e seleção para características de crescimento em teste de progênies de Mimosa scabrella var. aspericarpa. Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n. 28/29, p.73 83, 1994. STURION, J. A.; RESENDE, M. D. V. Seleção de progênies de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.) para produtividade, estabilidade e adaptabilidade temporal de massa foliar. Boletim de Pesquisas Florestais, Colombo, n. 50, p. 37-51, 2005a.

Page 78: ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS E DE … · O melhoramento da seringueira ( Hevea brasiliensis (Willd. ex Adr. de Juss.) Muell.-Arg.) tem como principal objetivo a obtenção

68

STURION, J.A.; RESENDE, M.D.V. Eficiência do delineamento experimental e capacidade de teste no melhoramento genético de erva-mate (Ilex paraguariensis St. Hil.). Boletim de Pesquisa Florestal, Colombo, n.50, p.3-10, 2005b. TAN, H. Strategies in rubber tree breeding. In: ABBOT, A. J.; ATKIN, R. R. (eds). Improving vegetatively propagated crops. London: Academic, p. 27-62, 1987. TAN, H. Estimates of genetics parameters and their implications in Hevea breeding. In: YAP, T. C.; GRAHAM, K. M.; SUKAMI, J. Crop Improvement Research, Proceedings 4th International Congress, Sabrao, Kuala Lumpur, p. 439-446, 1981. VARGHESE, Y. A.; MYDIN, K.K. Genetic improvement. In: GEORGE, P.J. AND KURUVILLA, JACOB C. (Eds.). Natural Rubber: agromanagement and crop processing. Rubber Research Institute of India. Kottayam, India, Cap.4, 2000, 36-46 p. VENCOVSKY, R. Herança quantitativa. In: PATERNIANI, E.; VIEGAS, G. P. (Eds). Melhoramento e produção do milho. 2.ed. Campinas: Fundação Cargill, cap. 5, 1987, 137-214 p. VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 1992, 426 p. VIEGAS, I. J.; CARVALHO, J. G. Seringueira, nutrição e adubação no Brasil. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia. Cap. 1, 2000, 17-34 p. WEI, R.P.; LINDGREN, D. Effective family number following selection with restrictions. Biometrics, Washington, v.52, p.198-208, 1996. WITMORE, T. C. Tropical rain forest of the far east. Oxford: Oxford University Press, 1975, 320 p. WYCHERLEY, P. R. Breeding of Hevea. Journal of the Rubber Institute of Malaya, Kuala Lumpur v. 21, p. 38-55, 1969. WYCHERLEY, P. R. The genus Hevea. In: Workshop on international collaboration Hevea breeding and the collection and establishment of materials from neotropic, Kuala Lumpur, 1977, 12p. XAVIER, A.; BORGES, R.C.G.; PIRES, I. E. Variabilidade genética de óleo essencial e de crescimento em progênies de meios-irmãos de Eucalyptus citriodora Hook. Revista Árvore, Viçosa, v.17, n.2, p.224-234, 1993. ZENI NETO, H.; OLIVEIRA, R. A.; DAROS, E.; BESPALHOK FILHO, J. C.; ZAMBON, J. L. C.; IDO, O. T.; WEBER, H. Seleção para produtividade, estabilidade e adaptabilidade de clones de cana-de-açúcar em três ambientes no estado do Paraná via modelos mistos. Scientia Agraria, Piracicaba, v.9, n.4, p.425-430, 2008. ZOBEL, B.; TALBERT, J. Applied forest tree improvement. New York: John Wiley, 1984, 505 p.