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Estou sabendo

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Trabalho desenvolvido para matéria de Informática aplicada ao Design Gráfico do Centro Universitário Una, sob orientação do professor Leandro Canabrava Damas. Alunos: Arthur Henrique Carlos Alberto Igor Tassini Yuricka Takahashi

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Que você gosta de novidades, de estar

sempre antenado, na moda, por dentro das

notícias e sabendo de tudo um pouco e um

pouco mais.

Pensando nisso, nós da "Estou sabendo" cole-

tamos as melhores tendências, aquelas notí-

cias que são essenciais de se ficar sabendo e

colocamos em um só lugar.

Para você politizado, moderno, interessante,

que sabe o que quer, seu lugar é aqui, com a

gente.

Boa Leitura e deixe-nos

ficar sabendo o que achou.

[email protected]

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DESIGN NO BRASIL

PÁGINA 6

Tendências, novidades, lançamen-tos, eventos e trabalhos de quem faz o design acontecer por aqui.

Nessa edição: “Companheiros de cama e mesa”.

MEIO AMBIENTE

PÁGINA 8

Acontece no mundo, é relevante e a gente sabe que é importante estar

sempre ligado.

Nessa edição: “Aquecimento global mata 300 mil pessoas por ano”.

Acontece no mundo, é relevante e Acontece no mundo, é relevante e a gente sabe que é importante estar a gente sabe que é importante estar

“Aquecimento global “Aquecimento global mata 300 mil pessoas por ano”. mata 300 mil pessoas por ano”.

O QUE VOCÊ ENCONTRA AQUI

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ARTEPÁGINA 14

Últimas notícias sobre artes, cinema, teatro, música, moda e coberturas especiais de eventos

no Brasil e no mundo

Nessa edição: “Manifesto Neoconcreto”.

SAÚDE

PÁGINA 19

Todas as novidades do mundo científi-co, avanços da medicina e informações

para a manutenção de uma vida

Nessa edição: “Comer bem para viver melhor”.

Últimas notícias sobre artes, Últimas notícias sobre artes, cinema, teatro, música, moda e cinema, teatro, música, moda e coberturas especiais de eventos coberturas especiais de eventos

no Brasil e no mundono Brasil e no mundo

“Manifesto “Manifesto Neoconcreto”. Neoconcreto”.

para a manutenção de uma vidapara a manutenção de uma vida

Nessa edição: “Comer bem para “Comer bem para viver melhor”. viver melhor”.

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COMPANHEIROS DE CAMA E MESACOMPANHEIROS

DE CAMA E MESACOMPANHEIROS

DE CAMA E MESA

Do primeiro aparelho de som, nin-guém esquece. Jovens na faixa dos 20 anos ganharam, quando pequenos, o “meu primeiro Gradiente”, tradu-ção do “my first Sony”, com disposi-tivo de Karaodê, estímulo à auto-exi-bição. Mas e o primeiro aspirador de pó, o fogão da infância a cafeteira, companheira das manhãs sonolen-tas, quem se lembra desses itens tri-viais, alguns tão prestativos, que se tornam imprescindíveis? Ou alguém se imagina vivendo sem geladeira?

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DESIGN NO BRASIL

A exposição “Eletrodomésticos, Origens, História & Design no Brasil”, inaugurada no Museu Histórico Nacional, do Rio de Janeiro, nos faz prestar atenção nessas máquinas servidoras que povoam a maioria dos lares brasileiros, A mostra é programa para toda a fa-mília. As bisavós ficarão encantadas com o fonógrafo de sua infância, as geladeiras que não gelavam – eram apenas armários bem vedados, nos quais se colocava gelo, trazidos por vendedor. Vão se lembrar das lides de cozinhar no fogão a carvão, nos difíceis anos da Se-gunda Guerra Mundial.

Os avós vão lembrar das primeiras geladeiras elétricas, compradas em seríssima decisão de conselho familiar e aguardadas com festa e exibição aos vizinhos. Vão recordar dos programas da TV Tupi a que assistiam, sentados em poltronas com pés de palito e diante de telas com imagens em preto-e-branco, emolduradas por madeiras de alta qualidade. E também das novelas do rádio, a que suas mães ouviam, diariamente, en-quanto bordavam ou cerziam roupas da família diante de enormes aparelhos de madeiras ou já menores, de baquelite.

Quem tem mais de 40 anos vai reconhecer a encera-deira, presença obrigatória nas casas brasileiras de clas-se média para cima, nos anos 1950 e 1960. Seu ruído característico preenchia todos os cômodos, mesmo que fosse utilizada apenas na sala, deixando o assoalho de tacos brilhando para receber as visitas. Mas a ex-posição permite leituras mais precisas, especialmente para quem estuda história do design. Nos países com forte tradição na área, as mostras históricas se suce-dem, reconstruindo visões do passado, recuperando personagens esquecidos, em tentativas de criar linha-gens do presente. Elas partem de acervos preexisten-tes, reorganizando objetos em novas narrativas. O es-forço brasileiro é bem maior. Aqui, o garimpo é um verdadeiro suplício, pois não temos centros de memó-ria industriais e os useus mal cumprem uma de suas prerrogativas básicas, a conservação de objetos. Não há instituições preocupadas com a memória recente, especialmente aquela da vida urbana, caracterizada pela industrialização.

A pesquisa demonstra um rastreamento cuidadoso, que traz projetos de design brasileiro, como os fogões Dako e Wallig e os rádios da Invictus, assim como os primeiros objetos Arno e Walita. Sem qualquer ufa-nismo, a mostra revela as cópias de alguns produtos,

como o ventilador Picolino, da Walita, “semelhante” ao modelo da Siemens alemã. No entanto, não há nessa constatação uma reprovação moral, mas o reco-nhecimento de esforços para acompanhar o patamar dos artigos importados. A televisão Philco Curvilínea, de 1969, em que o aparelho de TV é engastado a um painel curvo, que lhe serve de abrigo, foi projetada e vendida apenas no Brasil – e não deixa de ser interes-sante essa dualidade formal reto/curvo, plástico/ma-deira como expressão singular de nossa arquitetura moderna. Nesse mesmo mote, vale a pena observar os objetos reunidos – batedeira le liquidificador Walita e a TV Widevision, com referências explícitas às colu-nas do Palácio do Alvorada.

Os esforços historiográficos dos últimos anos refle-tem-se na mostra. O reconhecimento das matrizes racionalistas européias (Peter Behrens) tem o mesmo peso das fontes norte-americanas, que incorporaram o streamlining e várias características do art déco em seus produtos. Ambas comparecem nos eletrodomés-ticos distribuídos e depois fabricados no Brasil, privile-giando o design como campo da história cultural.

Destoando um pouco da expografia contemporânea, que não recomenda a profusão de textos, a mostra abusa de legendas explicativas, adotando postura didá-tica e unívoca da narrativa apresentada. Parece medida acertada para expor objetos tão prosaicos como fo-gões, ferros de passar roupas e aspiradores de pó num museu, prática aidna incipiente no Brasil.

Ah, e grande curiosidade: a exposição foi

patrocinaa pela rede de varejo

Ponto Frio, que, quem diria, ado-tou esse nome pela tradução

da famosa gela-deira projetada por Raymond Loewy para a

Sears, em 1935, a Coldspot!

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COMPANHEIROS DE CAMA E MESA

DESIGN NO BRASIL

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ESTUDO DIVULGADO PELO FÓRUM HUMANITÁRIO GLOBAL DIZ QUE NÚMERO DE MORTES EM DECORRÊNCIA DAS MUDAN-ÇAS CLIMÁTICAS SERÁ DE MEIO MILHÃO POR ANO EM 2030

POR MARGARIDA TELLES

Qual o impacto, medido em números, do aque-cimento global sobre os seres humanos? Até aqui, houve muita especulação e chute. Onde havia sombra agora no entanto, há luzes: foi publicado nesta sexta-feira (29) o estudo mais completo e mais claro sobre o tema. A autoria não poderia ser mais qualificada: o Fórum Humanitário Global, uma organização internacional destinada a identi-ficar os principais desafios da humanidade e pre-sidida por Kofi Annan, antigo secretário-geral da ONU.

Os números são alarmantes: segundo o relatório, 300 mil pessoas morrem anualmente em decor-rência da mudança de clima, vitimadas por uma longa lista de catástrofes que vão de inundações à destruição de colheitas. Em 2030, mantidos os padrões atuais, as mortes chegarão a meio milhão

por ano. As perdas econômicas batem em US$ 125 bilhões anualmente. Calcula-se que 325 mi-lhões de pessoas sejam “seriamente afetadas” pelo aquecimento global. Quatro bilhões de pessoas estão “vulneráveis”, afirma ainda o relatório, e 500 milhões enfrentam “extremo risco”. Estes dados podem ser “conservadores”, diz o estudo. Apenas desastres ligados ao clima causaram prejuízos de US$ 230 bilhões nos últimos cinco anos.

Pouco? Mesmo que a comunidade internacional seja eficiente e tenaz agora nas ações climáticas, “pelas próximas décadas a sociedade deve estar preparada para mudanças de clima mais fortes e para impactos mais perigosos sobre as pessoas”, de acordo com o relatório. “O aquecimento global já produz intensos danos para os seres humanos, mas é uma crise silenciosa: é uma área de pesquisa ne-

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DESIGN NO BRASIL 9MEIO AMBIENTE

gligenciada, uma vez que o debate está focado nos efeitos físicos da mudança de clima a longo prazo.”

O estudo, feito com a estimativa corrente de que a temperatura vem-se elevando anualmente 0,74 graus, vem a público poucos meses antes de uma conferência da ONU em Copenhague destinada a discutir medidas em regime de urgência para en-frentar o problema em escala global. “O tempo para agir é agora”, afirma o relatório. “Uma con-clusão-chave dos estudos é que a sociedade global deve agir conjuntamente para enfrentar este drama compartilhado. Em Copenhague espera-se que os países ajam de acordo com seu interesse comum, e com uma só voz.” Um grupo de 20 cientistas, eco-nomistas e escritores já premiados com o Nobel uniu-se ao apelo do Fórum Humanitário Global em prol de ações imediatas. “As discussões em Cope-

nhagen podem ser a última chance de evitar uma catástrofe global”, diz o grupo.

O relatório não é, todavia, unanimidade entre os es-tudiosos. O cientista político Roger Pielke Junior, da Universidade do Colorado, especialista em tendên-cias de desastres, classificou o método utilizado no estudo como “um embaraço”, numa reportagem publicada no site do jornal The New York Times. “A mudança climática é um assunto importante que requer uma atenção profunda nossa”, disse Pielke. “Mas o relatório vai prejudicar a causa do comba-te ao aquecimento por ter tantos furos.” Choque de vaidades na busca da proeminência no comba-te ao aquecimento? Talvez. O que é indiscutível na essência do estudo – a despeito de discussões de metodologia -- é que não há desafio maior para a humanidade do que a mudança de clima.

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IDEIAS PARA SALVAR O PLANETADiante do estrago, surge todo tipo de loucura para remendar o clima da Terra. Simular erupções vulcâ-nicas é só uma delas

“É como estar em um carro sem freios, dirigindo no meio da neblina e indo em direção a um precipício.” Foi com essa frase que John Holdren, consultor de ciência de Barack Obama, se referiu à atual situação climática da Terra.

A declaração de Holdren foi feita em seu primeiro pronunciamento oficial. Ele disse que a única medi-da para evitar um colapso climático seria a adoção de medidas tecnológicas de grande impacto, como refletores em órbita para bloquear o sol e dimi-nuir a temperatura do planeta.

Nos últimos dois anos, o rápido aumento da temperatura global e suas consequ-ências levaram muitos cientistas, antes contrários à manipulação do clima, a se interessar pelas megaobras – chamadas de geoengenharia – como uma saída rápida o suficiente para evitar desas-tres ecológicos como o derretimento de parte significativa das calotas po-lares, enchentes, furacões e secas. Uma pesquisa recente feita pelo jornal britânico The Independent perguntou a 80 cientistas espe-cializados em clima o que eles pensavam sobre geoengenha-ria. Dois terços afirmaram que apoiam a realização de mais pesquisas na área. A Academia Nacional de Ciência, uma as-sociação americana que reúne alguns dos mais importantes nomes da ciência, vai sediar um debate sobre geoengenharia em ju-nho. Na Inglaterra, o governo cogita a possibilidade de financiar novos estu-dos. Essa tentativa de reverter danos causados pelo homem ao planeta pode funcionar?

Os arquitetos da geoen-genharia têm duas es-

tratégias para salvar o mundo. A primeira é tentar bloquear parte dos raios solares. Um dos projetos mais ambiciosos é do cientista Paul Crutzen. Ele ga-nhou o Nobel de Química em 1995, por estudar como a camada de ozônio é destru-ída. Agora se i n sp i rou

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nos vulcões. Em 1991, o Vulcão Monte Pinatubo, nas Filipinas, lançou 10 milhões de toneladas de enxofre na atmosfera terrestre. Os sedimentos criaram uma camada de poeira, que filtrou os raios solares durante dois anos reduzindo em 0,6 grau célsius a temperatu-ra média da Terra. Inspirado por esse efeito, Crutzen defende lançar 1 milhão de toneladas de enxofre na

atmosfera, para criar a primeira tela de pro-teção à radiação solar feita pelo

homem. A tática poderia até resfriar o planeta, mas

causaria outros danos, como

problemas respiratórios nas pessoas, chuva ácida e, ironicamente, destruição da camada de ozônio. Ou-tro efeito colateral peculiar seria afetar o crescimen-to das plantas e diminuir a produtividade da energia solar, uma das melhores alternativas de energia reno-vável e não poluente.

Outras possibilidades para bloquear o Sol parecem saídas de um filme de ficção científica. A mais contro-versa é colocar milhares de espelhos na atmosfera. “Alguns dos projetos que pretendem refletir o Sol são eficazes. O risco é que, se a iniciativa for aban-donada, a temperatura pode subir bruscamente”, afirma Nem Vaughan, pesquisadora inglesa que con-duziu um dos primeiros estudos comparativos sobre as diferentes técnicas de geoengenharia, ao lado do cientista Tim Lenton, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.

Nem Vaughan acredita mais em outra estratégia de geoengenharia que vise tirar da atmosfera parte do gás carbônico responsável pelo aquecimento global.

Uma das opções mais seguras é investir em grandes projetos de reflorestamento. Quando crescem, as árvores retiram carbono do ar. Mas não há área suficiente para limpar a atmosfera só com flores-tas plantadas. Uma opção para isso foi sugerida pela empresa californiana Planktos, em 2007. Ela iria despejar ferro no mar das Ilhas Galápagos. A ideia, chamada de fertilização do mar, era incen-tivar a proliferação de algas, que absorveriam uma grande quantidade de gás carbônico. De-

pois de mortas, elas afundariam, enterrando o carbono no leito marinho. A iniciativa

gerou protestos de ambientalistas, que temiam a destruição de ecossistemas

inteiros com a proliferação das algas. Neste ano, estudos comprovaram

que a fertilização dos mares não combateria o aquecimento

global, pois a quantidade de carbono retirada pelas al-

gas seria insuficiente. Se tivesse sido executada

em grande escala, teria danificado a

fauna e a flora m a r i n h a s

em vão.

11MEIO AMBIENTE

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PORQUE SE SUJAR FAZ

BEM!

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MANIFESTO

NEOCONCRETOMANIFESTO

NEOCONCRETOMANIFESTO

NEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETONEOCONCRETO

Ou bem a vertical e a horizontal são mesmos os ritmos fundamentais

do universo e a obra de Mondrian é a apli-cação desse princípio

universal ou o princípio é falho e sua obra se revela fundada sobre

uma ilusão.

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DESIGN NO BRASIL 15ARTES

O neoconcreto, nasci-

do de uma necessidade

de exprimir a comple-

xa realidade do ho-

mem moderno dentro

da linguagem estrutu-

ral da nova plástica.

A expressão neoconcreto indica uma tomada de posição em face da arte não-figurativa “geométrica” (neoplasticismo, construtivismo, suprematismo, escola de Ulm) e particularmente em face da arte concreta levada a uma perigosa exacerbação racionalista. Trabalhando no campo da pintura, escultura, gravura e literatura, os artistas que participam dessa I Exposição Neoconcreta encontraram-se, por força de suas experiências, na contingência de rever as posições teóricas adotadas até aqui em face da arte concreta, uma vez que nenhuma delas “compreende” satisfatoriamente as possibilidades expressivas abertas por estas experiências.

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Nascida com o cubismo, de uma reação à dissolvência impressionista da linguagem pictórica, era natural que a arte dita geométrica se colocasse numa posição diametralmente oposta às facilidades técnicas e alusivas da pintura corrente.

As novas conquistas da física e da mecânica, abrindo uma perspectiva ampla para o pensamento objetivo, incentivaram, nos continuadores dessa revolução, a tendência à racionalização cada vez maior dos processos e dos propósitos da pintura. Uma noção mecanicista de construção invadiria a linguagem dos pintores e dos escultores, gerando, por sua vez, reações igualmente extremistas de caráter retrógrado como o realismo mágico ou irracionalista como Dada e o surrealismo. Não resta dúvida, entretanto, que, por trás de suas teorias que consagravam a objetividade da ciência e a precisão de mecânica, os verdadeiros artistas – como é o caso, por exemplo,

de Mondrian ou Pevsner – construíram sua obra e, no corpo-a-corpo com a expressão superaram, muitas vezes, os limites impostos pela teoria. Mas a obra desses artistas tem sido até hoje interpretado na base dos princípios teóricos, que essa obra mesma negou. Propomos uma reinterpretação do neoplasticismo, do construtivismo e dos demais movimentos afins, na base de suas conquistas de expressão e dando prevalência à obra sobre a teoria. Se pretendemos entender a pintura de Mondrian pelas suas teorias, seremos obrigados a escolher entre as duas. Ou bem a profecia de uma total integração de arte na vida cotidiana parece-nos possível – e vemos na obra de Mondrian os primeiros passos nesse sentido – ou essa integração nos parece cada vez mais remota e a sua obra se nos mostra frustrada. Ou bem a vertical e a horizontal são mesmos os ritmos fundamentais do universo e a obra de Mondrian é a aplicação desse princípio universal ou o princípio é falho e sua obra

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se revela fundada sobre uma ilusão Mas a verdade é que a obra de Mondrian aí está, viva e fecunda, acima dessas contradições teóricas. De nada nos servirá ver em Mondrian e desfrutar da superfície, do plano e da linha, se não atentamos para o novo espaço que essa destruição construiu.

O mesmo se pode dizer de Vantangerloo ou de Pevsner. Não importa que equações matemáticas estejam na raiz de uma escultura ou de um quadro de Vantangerloo, desde que só à experiência direta da percepção a obra entrega a “significação” de seus ritmos e de suas cores. Se Pevsner partiu ou não de figuras de geometria descritiva é uma questão sem interesse em face do novo espaço que as suas esculturas fazem nascer e da expressão cósmico-orgânica que, através dele, suas formas revelam. Terá interesse cultural específico determinar as aproximações entre os objetos artísticos e os instrumentos científicos, entre a intuição do artista e o pensamento objetivo do físico e do engenheiro. Mas, do ponto-de-vista estético, a obra começa a interessar precisamente pelo que nela há que transcende essas aproximações exteriores: pelo universo de significações existenciais que ela a um tempo funda e revela.

Malevitch, por ter reconhecido o primado da pura sensibilidade na arte, salvou as suas definições teóricas das limitações do racionalismo e do mecanismo, dando à sua pintura uma dimensão transcendente que lhe garante hoje uma notável

O neoconcreto, nascido de uma necessidade de exprimir a complexa realidade do homem moderno dentro da linguagem estrutural da nova plástica, nega a validez das atitudes cientificistas e positivistas em arte e repõe o problema da expressão, incorporando as novas dimensões “verbais” criadas pela arte não-figurativa construtiva. O racionalismo rouba à arte toda a autonomia e substitui as qualidades intransferíveis da obra de arte por noções da objetividade científica: assim os conceitos de forma, espaço, tempo, estrutura - que na linguagem das artes estão ligados a uma significação existencial, emotiva, afetiva - são confundidos com a aplicação teórica que deles faz a ciência. Na verdade, em nome de preconceitos que hoje a filosofia denuncia (M. Merleau-Ponty, E. Cassirer, S. Langer) - e que ruem em todos os campos a começar pela biologia moderna, que supero o mecanicismo pavloviano - os

17ARTES

concretos-racionalistas ainda vêem o homem como uma máquina entre máquinas e procuram limitar a arte à expressão dessa realidade teórica.

Não concebemos a obra de arte nem como “máquina” nem como “objeto”, mas como um quasi-corpus, isto é, um ser cuja realidade não se esgota nas relações exteriores de seus elementos; um ser que, decomponível em parte pela análise, só se dá plenamente à abordagem direta, fenomenológica. Acreditamos que a obra de arte supera o mecanicismo material sobre o qual repousa, não por alguma virtude extraterrena: supera-o por transcender essas relações mecânicas (que a Gestalt objetiva) e por criar para si uma significação tácita (M. Ponty) que emerge nela pela primeira vez. Se tivéssemos que buscar um símile para a obra de arte não o poderíamos encontrar, portanto, nem na máquina nem no objeto tomados objetivamente, mas, como S. Langer e W.Wleidlé nos organismos vivos. Essa comparação, entretanto, ainda não bastaria pra expressar a realidade específica do organismo estético.

Por sua vez, a prosa neoconcreta, abrindo um novo campo para as experiências expressivas, recupera a linguagem como fluxo, superando suas contingências, sintáticas e dando um sentido novo, mais amplo, a certas soluções tidas até aqui equivocadamente como poesia. É assim que, na pintura como na poesia, na prosa como na escultura e na gravura, a arte neoconcreta reafirma a independência da criação artística em face do conhecimento prático (moral, política, indústria, etc.)

Os participantes desta I Exposição Neoconcreta não constituem um “grupo”. Não os ligam princípios dogmáticos. A afinidade evidente as pesquisas que realizam em vários campos os aproximou e os reuniu aqui. O compromisso que os prende, prende-os primeiramente cada um à sua experiência, e eles estarão juntos enquanto dure a afinidade profunda que os aproximou.

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COMER BEM PARA VIVER MELHOR

Nos últimos anos, o prazer de comer passou a ser associado à culpa. Não precisa ser assim. Novos estudos mostram as virtudes de dietas simples e saborosas que fazem bem à saúde, e ao planeta

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19SAÚDE

Os gregos antigos tinham razão. Hipócrates, o Pai da Medicina, notou 400 anos antes de Cristo que a escolha dos alimentos certos para o ser humano era o resultado da sabedoria acumula-da ao longo das gerações, ao preço de muitas tentativas, erros e descobertas. Desse esforço, dizia ele, nasceu a dieta ideal para “a saúde e a segurança” do homem. “A essas investigações e achados, que nome poderia se dar mais ade-quado do que Medicina?”, perguntou Hipócrates em sua obra Da medicina an-tiga.

Dois milênios e meio de-pois, o ser humano en-tende cada vez melhor que a boa alimentação é um excelente método de medicina preventiva. Gra-ças ao avanço da ciência da nutrição, descobrimos as substâncias benéficas e maléficas nos alimentos. Entendemos melhor do que nunca o que se deve comer para viver mais e melhor. E as pesquisas recentes levam a uma conclusão surpreendente, que faria Hipócrates sorrir: nas dietas tradicio-nais, criadas séculos atrás por diferentes povos em todos os cantos do planeta, estão muitas das virtudes indispensáveis a uma dieta saudável.

Uma dieta que pode ser seguida sem a culpa incutida nos últimos anos por uma série de es-tudos que parecem nos proibir de comer o que é saboroso.

Os estudos não devem ser ignorados – eles aler-taram, por exemplo, para os danos à saúde pro-vocados por muitas substâncias adicionadas aos alimentos industrializados –, mas não devem ser

vistos como uma forma de repressão alimentar. “As pessoas têm de bus-car o caminho do prazer, não da restrição”, diz Richard Béliveau, pro-fessor do Departamento de Bioquímica da Uni-versidade do Québec, em Montreal. “A ‘junk food’ (‘comida lixo’, nome usado para definir a comida industrial de baixo valor nutricional) é, literalmente, monóto-na. As dietas tradicionais têm muito mais varieda-

de: são simples e deliciosas.” Béliveau, autor do livro A saúde pelo prazer de comer bem (ainda inédito no Brasil), faz parte de um grupo de pes-quisadores que prega o resgate das tradições culinárias de cada país como modo saudável – e saboroso – de se alimentar.

“As pessoas têm de buscar o caminho do prazer, não da

restrição”

CULINÁRIA MEDITERRÂNEA

Entre as dietas capazes de conciliar saúde e pra-zer, a mais conhecida é a mediterrânea. Estudos e mais estudos relacionam os alimentos consu-midos tradicionalmente em países como Grécia, Espanha e Itália à redução de doenças crônicas. Na dieta mediterrânea, destacam-se o azeite de oliva, as castanhas e o consumo moderado de ál-cool, geralmente vinho – todos associados à redu-ção de risco de doenças cardiovasculares.

Um dos estudos mais relevantes foi completa-do meses atrás pela Universidade de Florença, na Itália, e publicado no British Medical Journal. Uma equipe liderada por Francisco Sofi, pesqui-sador de nutrição clínica, compilou dados de vá-rias pesquisas feitas entre 1966 e junho de 2008 e concluiu que a dieta mediterrânea está associa-da a uma redução de 9% na mortalidade geral e na mortalidade por doenças cardiovasculares, uma diminuição de 6% na incidência de câncer e de 13% na incidência de Parkinson e Alzheimer.

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A dieta mediterrânea, porém, não é a única capaz de garantir uma alimentação saudável sem culpa. Os estudos mais recentes mostram evidências dos benefícios de costumes de japoneses, indianos – e brasileiros – à mesa. Qualidades comuns às dietas tradicionais desses povos são a abundância e a variedade de legumes e verduras – e a ausência de alimentos industrializados. Da tradição culinária japonesa herdamos o consumo de alimentos valiosos, como soja e chá verde, contra o câncer, e peixes ricos em ômega-3, importantes para a saúde do coração e do cérebro. A dieta indiana nos inspira a substituir o sal por pimentas e especiarias como a cúrcuma, que combate o câncer, e a limitar o consumo de carne vermelha. E a brasileira nos ensina a respeitar uma proporção adequada dos alimentos no prato e incentiva o consumo de frutas.

“A mistura do feijão com o arroz cria o mesmo tipo de proteína da carne, e a salada traz os fitoquímicos que combatem o câncer”, afirma o neurologista francês David Servan-Schreiber, autor do Best-seller Anticâncer (editora Objetiva),livro

cuja tiragem mundial já ultrapassou 1 milhão de exemplares. “A proporção de 75% a 80% de vegetais para 20% a 25% de carne em um prato é perfeitamente saudável e costumava ser a base da maioria das dietas tradicionais”, diz ele. “O prato tradicional brasileiro é o que os nutricionistas gostariam que todo mundo comesse”, diz Mônica Elias Jorge, nutricionista da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de SãoPaulo.

As tradições à mesa deram lugar a uma alimentação globalizada não necessariamente ideal. A predominantes dieta americana, segundo Servan- Schereiber, é perigosa. Não se trata de americanofobia francesa. Nesse tipo de dieta, 65% das calorias ingeridas vêm de três fontes: açúcar refinado, farinha refinada e óleos vegetais com ômega-6. Além de não fornecer nutrientes e vitaminas vitais, esses ingredientes levam à obesidade, considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das ameaças mais graves à saúde. “A obesidade é o ponto comum de doenças como diabetes, câncer, doenças do coração e Alzheimer”,

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21SAÚDE

diz Richard Béliveau, da Universidade do Québec.Toda vez que comemos açúcar, nosso corpo secreta hormônios que estimulam o crescimento das células. Esse Processo é importante nas crianças, que precisam ficar mais altas, mas é prejudicial depois da fase de crescimento. “Nos adultos, as únicas coisas que crescem são gordura e câncer”, diz Servan-Schreiber. Segundo dados da American Herat Association, entidade americana de combate às doenças cardiovasculares, um índice de massa corporal acima de 30 reduz a expectativa de vida em cerca de sete e seis anos, respectivamente para mulheres e homens não fumantes na faixa dos 40 anos. A obesidade parece estar relacionada a um aumento do risco de demência na terceira idade. Segundo uma pesquisa divulgada em janeiro pela Universidade Colúmbia, em Nova York, o acúmulo de gordura na cintura em adultos jovens amplia o risco de desenvolver Azheimer na velhice.

Nos Estados Unidos, país com 32% de adultos obesos, a expectativa de vida é de 78 anos e a taxa

de incidência de câncer é de 357 casos a cada 100 mil habitantes, segundo a International Agency for Research on Cancer. No Japão, 3% dos adultos são obesos, a expectativa de vida é de 82 anos e a incidência de câncer é de 214 por 100 mil. É claro que a alimentação não é o único fator para a obesidade – o sedentarismo também tem sua contribuição -, mas a comparação entre Japão e Estados Unidos, dois países ricos e com recursos médicos avançados, serve de alerta para o Brasil.

Por aqui, a obesidade já afeta 11% da população adulta, 18% dos meninos e 15,5% das meninas. Como reduzir esses índices? “A tendência é que a medicina preventiva cresça cada vez mais”, afirma o médico Heno Lopes, da Unidade Clínica de Hipertenção do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo e autor do livro Dieta do coração (editora Abril). Mudar hábitos alimentares não só reduziria os custos com o tratamento de doenças, mas melhoraria a qualidade de vida das pessoas.

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EQUIPE

Arthur HenriqueCarlos Alberto

Igor TassiniYuricka Takahashi

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