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1 INTRODUÇÃO Para entrar no âmbito da drenagem de rodovias ou mais especificamente na drenagem superficial, torna-se necessário saber os efeitos das águas pluviais superficiais e profundas que prejudicam as obras em andamento e as rodovias concluídas. A ação dessas águas pode se manifestar através de acidentes de naturezas distintas ,tais como: escorregamento e erosão de taludes ,rompimento de aterro,entupimento de bueiros, queda de pontes diminuição da estrutura de pavimentos, variação de volume de solos mais expansivos, destruição do pavimento pela pressão hidráulica , oxidação e envelhecimento prematuro de asfalto. Esse trabalho é destinado ao estudo da drenagem superficial de rodovias e os dispositivos utilizados nesse tipo de drenagem, tais como: saídas d`água, caixas coletoras, bueiros de greide, dissipadores de energia; que correspondem a um conjunto de medidas tomadas no sentido de afastar as águas que escoam sobre a superfície da rodovia ou nas proximidades da mesma.

Estradas, Drenagem Superficial

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Apostila de Estrada/drenagem para engenheiros

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1

INTRODUÇÃO

Para entrar no âmbito da drenagem de rodovias ou mais especificamente na

drenagem superficial, torna-se necessário saber os efeitos das águas pluviais

superficiais e profundas que prejudicam as obras em andamento e as rodovias

concluídas. A ação dessas águas pode se manifestar através de acidentes de

naturezas distintas ,tais como: escorregamento e erosão de taludes ,rompimento

de aterro,entupimento de bueiros, queda de pontes diminuição da estrutura de

pavimentos, variação de volume de solos mais expansivos, destruição do

pavimento pela pressão hidráulica , oxidação e envelhecimento prematuro de

asfalto.

Esse trabalho é destinado ao estudo da drenagem superficial de rodovias e

os dispositivos utilizados nesse tipo de drenagem, tais como: saídas d`água,

caixas coletoras, bueiros de greide, dissipadores de energia; que correspondem a

um conjunto de medidas tomadas no sentido de afastar as águas que escoam

sobre a superfície da rodovia ou nas proximidades da mesma.

2

DRENAGEM SUPERFICIAL DE RODOVIAS

1. SAÍDAS D`ÁGUA

São dispositivos de transição que conduzem as águas captadas por sarjetas

de aterro para as descidas d’água. Algumas vezes são chamadas entradas

d'água.

Figura. 1 Saídas d`água .

Localizam-se nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de

aterro, nos pontos baixos das curvas verticais côncavas, junto à pontes,

pontilhões e viadutos e - algumas vezes- nos pontos de transição entre corte e

aterro. São posicionadas nos acostamentos ou em alargamentos próprios para

sua execução. Devem ter uma seção tal que permita rápida captação, sendo um

método eficiente para tanto o rebaixamento gradativo conjugado à uma largura

suficiente. O rebaixamento da borda deve ser controlado com rigor, e considerado

nas notas de serviço de pavimentação.

3

1.1 SEÇÃO TIPO

Figura. 2 Seção tipo.

Devem obedecer aos projetos-tipo do DENIT e são projetadas de acordo com

sua localização:

� Quando a saída está em trecho de declividade contínua (greide em rampa),

i é o fluxo d'água se realiza em um único sentido obedece à seguinte

forma:

Figura. 3 Sentido do fluxo d`água (Saída d`água em greide ).

Figura. 3a Saída d`água em greide.

4

Figura. 3b Saída d`água em greide.

� Quando a saída está em ponto baixo de curva vertical côncava em aterro,

para ela convergem em dois sentidos o fluxo d'água:

1.2 DIMENSIONAMENTO

Resume-se em determinar a largura de entrada de forma a conduzir sem

turbulência toda a água proveniente das sarjetas até as respectivas descidas

d'água. De forma geral, recomenda-se uma distancia mínima de 1,40 m entre a

abertura da sarjeta e o começo da descida.

Para maiores detalhes quanto a seção de saídas d'água. O revestimento

pode ser em concreto ou de chapas metálicas. A execução é feita no local,

conjuntamente com as saídas d'água. As chapas metálicas são moldadas no

canteiro de obra, e fixadas no local com chumbadores.

1.2.1 PRIMEIRO MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO

Dimensionamento hidráulico: Consiste em determinar a largura de entrada

de forma a conduzir, sem turbulência, toda a água proveniente das sarjetas até as

respectivas descidas d'água. O valor de L é dado por:

L = Q / ( K . Y ( g . Y ) 1/2 )

5

Onde:

L = comprimento da abertura na sarjeta ou largura da saída d'água ( m ) ;

Q = descarga afluente pela sarjeta (m3 / s );

K = coeficiente adimensional, em geral 0,2 para declividade da sarjeta entre

2% e 5%;

Y = altura do fluxo na sarjeta (m) ;

g= da gravidade ( 9,81 m / s2 ) .

1.2.2 SEGUNDO MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO

Quando se conhece "a priori" a largura B da descida d'água, determinam-se

os elementos da saída d'água com as seguintes relações :

1) A largura L da abertura deve ser 7 (sete) vezes a largura da descida;

2) O espaçamento entre o alinhamento da sarjeta e o início da descida d'água

deve ser 2,5 (duas e meia) vezes a largura da descida;

3) Raio de a curva circular de concordância entre a saída d'água e a descida

deve ser igual a altura H da descida d'água.

2. CAIXAS COLETORAS

(desenho UFV)

Figura. 4 Caixas coletoras

6

São dispositivos construídos nas extremidades dos bueiros de forma a

permitir a captação e transferência de deflúvios , conduzindo-os superficialmente

para canalizações acima do nível inferior ( ao da captação ), garantindo ao

bueiro o recobrimento necessário.

Caixas coletoras de passagem são aquelas executadas em canalizações

onde ocorre a variação de direção, declividade e seção transversal.

Tem como objetivos principais:

� Coletar águas provenientes de sarjetas e que se destinam aos bueiros de

greide;

� Coletar águas provenientes de pequenos talvegues a montante de bueiros

de transposição de talvegues, permitindo sua construção abaixo do terreno

natural;

� Coletar águas provenientes de descidas d'água de cortes, conduzindo-as a

um dispositivo de deságüe seguro;

� Permitir a inspeção de condutos que por elas passam, para verificação de

funcionalidade e eficiência, decantação de material em suspensão e

serviços de desentupimento, como no caso de drenos profundos;

� Possibilitar mudanças de dimensão de bueiros, de sua declividade e

direção, permitir a concorrência de mais de um bueiro.

2.1 CLASSIFICAÇÕES DAS CAIXAS COLETORAS

As caixas coletoras são classificadas quanto a função :caixas coletoras de

inspeção ou de passagem, e quanto ao fechamento : com tampa ou aberta.

Caixas coletoras de inspeção: são dispositivos destinados a permitir a

conexão de canalizações com declividades e alinhamentos diferentes que se

interceptam em um ponto. São também utilizadas caixas de inspeção em trechos

com canalizações muito longas , afim de facilitar as operações de limpeza e

manutenção.

7

2.2 LOCALIZAÇÃO DAS CAIXAS COLETORAS

� Localizam-se nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas

de corte, conduzindo as águas para o bueiro de greide ou coletor

longitudinal ;

� Nos pontos de passagem de corte para aterro, coletando as águas das

sarjetas, conduzindo-as para bueiro, nos casos em que ao atingir o

terreno natural possam causar erosão;

� Nas extremidades das descidas d'água em taludes de corte quando não

se pode utilizar as sarjetas;

� No terreno natural, junto ao pé do aterro, quando se quer construir um

bueiro de transposição de talvegue abaixo da cota do terreno (quando

são inaplicáveis as bocas);

� Nos canteiros centrais de rodovias com pista dupla;

� Em qualquer lugar onde se torne necessário captar águas superficiais,

transferindo-as para bueiros.

2.2.1 LOCALIZAÇÃO DAS CAIXAS DE PASSAGEM

� Onde houver necessidade de mudança de dimensões (diâmetros),

declividade, direção ou cotas de instalação de bueiro;

� Nos lugares onde concorra mais de um bueiro;

� Onde houver mudança de um bueiro para outro dispositivo: p. exemplo,

no início de uma descida d'água quando ela recebe a contribuição de

um bueiro de greide.

2.2.2 LOCALIZAÇÃO DAS CAIXAS DE INSPEÇÃO

� Localizam-se nos locais destinados a vistoriar os condutos, verificando

eficiência hidráulica e estado de conservação (desde que não afetem a

segurança do tráfego);

8

� Nos trechos com drenos profundos, para vistoriar seu funcionamento

(no início e com espaçamento máximo de 200 m. Neste caso, podem

ser substituídos por dispositivos denominados chaminés.

As caixas com tampa removível de concreto armado são indicadas quando

tem finalidade de inspeção e passagem.

As caixas com tampa em forma de grelha- são indicadas quando tem

finalidade coletora, sendo excepcionalmente localizadas em pontos que possam

afetar a segurança do tráfego, ou se destinam a coletar águas contendo sólidos

com dimensões que poderiam obstruir os bueiros ou coletores.

Caixas abertas são indicadas quando tem finalidade coletora e localizam-se

em pontos que de forma alguma comprometam a segurança do tráfego.

A seção tipo das caixas coletoras deverá obedecer aos projetos-tipo do

DENIT, onde são indicadas as dimensões e detalhes das tampas. Para sua

execução deverão ser seguidas as Especificações de Serviço DEP-ES-D 06-88. A

profundidade é determinada pelas cotas dos condutos que a elas chegam e delas

saem, e sua seção mínima é de 1,00 x 1,00 m.

Caixas de inspeção de drenos são obrigatoriamente com tampa.

2.3 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO DE CAIXAS COLETORAS

Embora as dimensões sejam fixadas pelas dimensões dos dispositivos para

os quais estão indicadas como coletora de passagem ou inspeção, a área

transversal útil pode se determinada pela fórmula dos orifícios:

A = 0,226 . Q . C -1 . H -1/2

Onde:

A = área útil da caixa, em m2 ;

Q = vazão a captar, em m3 / s ;

9

H = altura do fluxo, em m ;

C = coeficiente de vazão , a ser tomado como 0,60

3. BUEIROS DE GREIDE

Figura.5 Bueiros de greide

São dispositivos destinados a conduzir para locais de deságüe seguro as

águas captadas por dispositivos de drenagem superficial cuja vazão admissível já

tenha sido atingida pela descarga de projeto.

10

3.1 LOCALIZAÇÃO

� Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte em

seção mista ou quando, em seção de corte pleno, for possível o

lançamento de água coletada (com desague seguro) por "janela-de-

corte". Nos cortes em seção plena, quando não for possível o aumento

da capacidade da sarjeta ou a utilização de abertura de janela no corte

a jusante, projeta-se um bueiro de greide longitudinalmente à pista até o

ponto de passagem de corte para aterro.

� Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das

valetas de proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas por

caixas coletoras.

� Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando que as águas

provenientes das sarjetas de corte deságüem no terreno natural com

possibilidade de erosão.

� Nas rodovias de pista dupla, conduzindo ao desague as águas

coletadas pelos dispositivos de drenagem do canteiro central.

Os bueiros de greide são geralmente implantados transversal ou

longitudinalmente ao eixo da rodovia, com alturas de recobrimento atendendo à

resistência de compressão estabelecida para as diversas classe de tubo pela

NBR-9794 da ABNT.

Caixa coletora

Corpo e berço

Boca

Figura.6 Elementos de um bueiro de greide: caixas coletoras, corpo e boca.

11

As caixas coletoras podem ser construídas em um lado da pista, nos dois

lados ou no canteiro central. Por estarem posicionadas próximas às pistas,

geralmente tem tampa de grelha.

O corpo é constituído de tubos de concreto armado ou metálicos,

obedecendo as mesmas determinações indicadas para bueiros de transposição

de talvegues.

3.2 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO

Devem ser obedecidas as seguintes recomendações:

1) A descarga de projeto deverá ser obtida pela soma das descargas dos

dispositivos afluentes às caixas coletoras ou pelo levantamento da bacia de

contribuição ao bueiro de greide, aplicando-se o método de descarga mais

conveniente, função do vulto econômico da obra. Neste último caso, deve

ser considerado ao menos o tempo de recorrência de 10 anos e duração

de chuva 5 minutos.

2) O bueiro deve ser, sempre que possível, dimensionado sem carga

hidráulica a montante (como canal). Observe-se com muito rigor a cota

máxima do nível d'água a montante, função da altura da caixa coletora e

policie-se a velocidade do fluxo a jusante.

3) Para facilidade de limpeza, o diâmetro mínimo a adotar é de 0,80 m.

O dimensionamento dos bueiros de greide é feito normalmente com o

emprego da fórmula de Manning e da equação da continuidade.

Valem as mesmas considerações e simplificações que para os bueiros de

transposição de talvegues.

Q = S . R 2/3 . I 1/2 . h- 1

ou

S = Q . h . R - 2/3 . I - 1/2

12

4. DISSIPADORES DE ENERGIA

Figura.7 Dissipadores de Energia

Destinam-se a dissipar a energia do fluxo, reduzindo sua velocidade quer

no escoamento através do dispositivo de drenagem, quer no deságüe para o

terreno natural, para evitar a erosão.

Classificam-se em dissipadores contínuos e dissipadores localizados (

bacias de amortecimento ).

4.1 DISSIPADORES CONTÍNUOS

Os dissipadores contínuos tem como objetivo, mediante a dissipação de

energia, diminuir a velocidade da água continuamente ao longo de seu percurso,

de modo a evitar o fenômeno da erosão em locais que possa comprometer a

estabilidade do corpo estradal.

Localizam-se em geral nas descidas d´água, na forma de degraus , e ao

longo do aterro, de forma que a água precipitada sobre a plataforma seja

conduzida pelo talude, de forma contínua, sem criar preferências e, portanto, não

o afetando.

13

Figura. 8 Dissipador contínuo.

4.2 BACIAS DE AMORTECIMENTO OU DISSIPADORES LOCALI ZADOS

As bacias de amortecimento, ou dissipadores localizados, são obras de

drenagem destinadas, mediante a dissipação de energia, a diminuir a velocidade

da água quando esta passa de um dispositivo de drenagem superficial qualquer

para o terreno natural, de modo a evitar o fenômeno da erosão.

De modo geral são instaladas :

� No pé das descidas d'água nos aterros;

� Na boca de jusante dos bueiros;

� Na saída das sarjetas de corte, nos pontos de passagem de corte-aterro.

4.3 DIMENSIONAMENTO

Figura. 9 Esquema de um dissipador de energia .

14

Será função da velocidade de escoamento d'água a montante e da altura do

fluxo afluente. O ressalto hidráulico na bacia de amortecimento é função do

número de Froude (F1). Este número permite o dimensionamento do dispositivo.

Quando menor que 1,7, não há necessidade de precauções, pois haverá apenas

turbulência na superfície da água. Para o número de Froude entre 1,7 e 2,5, o

efeito amortecedor pode ser feito por uma bacia horizontal lisa de concreto entre

4,5 e 9,0m, segundo o BPR. Para número de Froude acima destes, e até 17,

devem ser usadas bacias com guarnições, cunhas e dentes, que são deflectores

para produzir efeito estabilizador no ressalto.

F1 = V1 . ( g . Y1 ) -1/2

onde :

F1 = número de Froude ;

V1 = velocidade do fluxo afluente à bacia , em m/s ;

g = aceleração da gravidade (9,81 m / s2 ) ;

Y1 = altura do fluxo afluente à bacia, em m .

Para determinar a altura do fluxo (tirante) na saída da bacia de

amortecimento, após o fenômeno do ressalto, utilizamos a expressão:

Y2 = Y1 ( 0,5 . [ 1 + 8 F12 ] 1/2 - 1 ) se 1,7<F1<5,5

A altura (H) da parede da bacia de amortecimento pode ser definida por

H = Y’2 + Z

Onde Y’2 = Y2 ( 1,10 - F1 / 120 ) e Z = Y’2 / 3

Observação:

Se 5,5<F1<11 , Y’2 =0,85 Y2

Se 11<F1<17, Y’2 = Y2 (100 - F1 2 / 800)

15

Sendo L o comprimento do ressalto hidráulico e C a altura da soleira,

podemos considerar ainda, para F1 < 17:

L =11,842 Y2 / F1

C = 0,07 Y2

Recomenda-se usar "rip-rap " (estrutura de contenção ) na saída das bacias

de amortecimento, saída de bueiros e de outros dispositivos cuja velocidade da

água não comprometa seriamente o terreno natural, estendendo o rip-rap até 50

vezes a largura da bacia ou do dispositivo de montante, ou o diâmetro do bueiro,

em metros. Caso contrário, justifica-se o projeto completo de uma bacia de

amortecimento.

5. CORTA-RIO

Figura.10 Corta- rio.

O corta-rio é uma escavação destinada a alteração provisória do

caminhamento do curso d'água, para permitir a execução de obras de arte,

canalizações a seco.

Após a execução da obra o curso d’água deve retornar ao seu leito original,

isto é, deve-se restaurar o leito à sua condição original.

16

5.1 EXECUÇÃO

A execução dos corta-rios deve seguir os seguintes critérios, apresentados

abaixo:

� O corta rio deve, preferencialmente, ser implantado dentro da faixa de

domínio.

� A escavação do corta rio deve ser precedido de limpeza do terreno,

executada nas dimensões indicadas em projeto.

� Em locais de difícil acesso para os equipamentos de escavação, carga e

transporte de material, devem ser implantados aterros de acesso.

� A escavação deve ser realizada de jusante para montante, obedecendo às

dimensões e declividade longitudinal indicadas em projeto.

� O material escavado pode, a critério da fiscalização, ser reservado para

posterior aproveitamento. Quando não ocorrer a referida reserva, o

material deve ser transportado para o depósito de material excedente.

� A fiscalização deve ser avisada com antecedência quando houver

necessidade da utilização de explosivos para a execução da escavação.

5.2 ELEMENTOS DE PROJETO

O projeto de corta-rio deverá constar de:

� levantamento topográfico da área;

� projeto horizontal, constando de plantas amarradas ao projeto da rodovia e

escala conveniente;

� projeto vertical, constando do perfil longitudinal com a mesma referência

altimétrica do projeto da rodovia;

� seções transversais típicas com indicação dos taludes laterais de acordo

com a natureza do solo e detalhando, quando for o caso, o revestimento

adotado

17

� memória de cálculo.

No projeto do corta-rio deverá sempre haver um comparativo econômico

entre a construção deste, e as áreas necessárias para substituí-lo.

5.3 DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO

O dimensionamento hidráulico dos corta-rios pode ser feito pela fórmula de

Manning associada à equação da continuidade:

Fórmula de Manning :

Onde:

V = Velocidade de escoamento, em m/s;

R = Raio hidráulico, em m;

I = Declividade do canal, em m/m;

n = Coeficiente de rugosidade (adimensional)

Equação da continuidade :

V= A.Q

onde:

Q = Vazão admissível, em m³/ s;

V = Velocidade de escoamento, em m²/s;

18

A = Área molhada, em m.

A seqüência de cálculo para o dimensionamento do corta-rio é:

1) – Determina-se a descarga de projeto do curso d'água afluente para um

tempo de recorrência compatível com o custo econômico da obra através de um

método de cálcuIo apropriado;

2) – Fixa-se o tipo de seção a ser adotada e uma de suas dimensões, geralmente

a largura, determinando-se a altura no dimensionamento;

3) – Fixa-se a velocidade máxima admissível,tendo em vista o tipo de

revestimento

4) escolhido, e conseqüentemente o coeficiente de rugosidade n ;

5) – Determina-se pelo projeto vertical a declividade do corta-rio;

6) – Através de tentativas atribuem-se valores para a altura (h), calculando-se os

respectivos elementos hidráulicos da seção. Aplicando-se a fórmula de

Manning e a equação da continuidade determina-se a velocidade e a vazão

admissível no canal;

7) – A comparação entre a descarga afluente e a vazão admissível orientará a

8) necessidade ou não do aumento da altura (h);

9) – A comparação entre a velocidade de escoamento e a velocidade admissível

orientará a necessidade ou não de alterar o revestimento previsto;

10) – Pode-se verificar o regime do fluxo no canal através do número de Froude:

6. ESCALONAMENTO DE TALUDES

O escalonamento de taludes tem como objetivo evitar que as águas

precipitadas sobre a plataforma e sobre os taludes, atinjam,através do

escoamento superficial, uma velocidade acima dos limites de erosão dos

materiais que os compõe.

19

6.1 DIMENSINAMENTO HIDRÁULICO

Para o dimensionamento da altura máxima entre banquetas, deve-se

observar dois casos:

Se a rodovia não é provida de sarjeta de aterro, há a necessidade de considerar

nos cálculos a contribuição da plataforma, para o primeiro escalonamento de

aterro.

b) Se houver sarjeta de aterro, os procedimentos para os cálculos do primeiro

escalonamento de aterro são semelhantes ao cálculo para os demais

escalonamentos em aterro e em corte.

Cálculo do primeiro escalonamento de aterro :

Para o primeiro escalonamento, contribuem as águas que se precipitam

sobre a plataforma e sobre o talude de aterro.

O dimensionamento consiste em calcular a altura máxima entre a borda do

acostamento e a primeira banqueta, de modo que a velocidade de escoamento

seja inferior à de erosão do talude.

Para efeito do desenvolvimento dos cálculos podem-se considerar as Figs.

11 e 12 .

Figura.11 Bacia de contribuição da plataforma.

20

Figura. 12 Parâmetros no escalonamento do talude.

Onde:

L = largura da plataforma que contribui para o escoamento no talude;

b = projeção horizontal do talude;

a = parâmetro definidor da declividade do talude;

H = altura máxima do primeiro escalonamento;

q = descarga da plataforma no ponto P, m³/s;

qp= descarga do talude no ponto B, m³ /s;

Q = descarga total no ponto B, m³/s;

i = intensidade de precipitação, mm/min;

α= declividade longitudinal da rodovia, m/m;

C1= coeficiente de escoamento da plataforma;

21

C2 = coeficiente de escoamento do talude;

β = declividade transversal da plataforma, m/m (média pista + acostamento) ;

A = área de contribuição, m²

K = coeficiente de rugosidade de Strickler, igual ao inverso do coeficiente de

Manning;

I = declividade da reta de maior aclive;

7. DRENAGEM DE ALÍVIO DE MURO DE ARRIMO

A drenagem interna de estruturas de arrimo tem por objetivo aliviar as

pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas do lençol d'água porventura existente no

maciço a ser arrimado, nas proximidades da obra, de modo a diminuir o empuxo

total sobre ela. O efeito da água em contato com a estrutura é apreciável,

chegando a dobrar o empuxo calculado para o solo sem água.

O nível d'água no maciço e a vazão d'água a ser percolada através do

sistema de drenagem são elementos vitais para o projeto da drenagem.

O sistema de drenagem serve ainda para captar possíveis infiltrações

devidas a rupturas em canalizações de serviços públicos, causa comum de

colapso de obras de arrimo em áreas urbanas.

O posicionamento dos elementos drenantes é crucial para o desempenho e o

cálculo dos esforços atuantes na obra.

22

7.1 DIMENSIONAMENTO HIDRAÚLICO

O dimensionamento hidráulico do sistema de drenagem está intimamente

associado ao projeto do muro, pois os esforços transmitidos à obra dependem,

em grau elevado, do posicionamento e características dos elementos drenantes.

Por sua vez, as condições geométricas e de estabilidade durante a construção

determinam o tipo e posicionamento da drenagem.

Para muros de arrimo com menos de 2,00m de altura, a drenagem é

geralmente feita ao longo da face vertical do muro. Em alguns casos, devido a

dificuldades executivas ou falta de materiais drenantes, pode ser mais econômico

omitir-se a drenagem e projetar-se o muro considerando o empuxo hidrostático

adicional.

Para alturas maiores que 2,00m, a ausência de drenagem passa a ser

perigosa caso o efeito da água não seja considerado, ou antieconômica, pois a

consideração do empuxo pleno leva a projetos mais robustos, com maior

consumo de materiais. Com drenagem inclinada, como mostrado nas Figs. 13a e

13c pode-se ignorar as pressões da água no contato com a parede e no plano de

ruptura. Onde as condições geométricas e de estabilidade durante a construção

não o permitam, outras disposições no sistema de drenagem poderão ser

adotadas, como indicado nas Figs. 13b e 13d. Nestes casos, as pressões devidas

à água, calculadas com auxílio de uma rede de fluxo, deverão ser consideradas

no cálculo de estabilidade. Para o cálculo da vazão que o sistema de drenagem

deverá comportar, é essencial que se conheça a permeabilidade do maciço a

drenar. Essa permeabilidade pode ser obtida por meio de ensaios de infiltração

"in-situ", detalhados no Boletim 04 da Associação Brasileira de Geologia de

Engenharia e Ambiental - ABGE (1996).

23

Figura 13. Esquema de drenos em muro de arrimos.

Como regra geral, a permeabilidade do material de drenagem deve ser pelo

menos 100(cem) vezes maior que a permeabilidade do solo a ser drenado. A

24

espessura mínima do dreno pode ser calculada, mas na maioria das vezes, por

razões práticas de ordem construtiva, imporão a espessura mínima a ser

executada, geralmente maior que a obtida por cálculo.

O sistema de drenagem deve obedecer às regras usuais de materiais

filtrantes, de modo a não haver carregamento de finos do interior da massa de

solo. A não obediência à observância dessa regra é fator de muitos insucessos.

Sérias erosões internas, terminando em colapso de estradas ou do terreno a

montante, são freqüentes, especialmente no caso de cortinas ancoradas em

solos com predominância siltosa.

Deve-se dar preferência ao uso de materiais granulares de comprovada

permeabilidade e com granulometria adequada. Como material drenante também

podem ser utilizados tubos de drenos plásticos.

A falta de drenagem, ou, a execução de drenagem inadequada, sem

obedecer a critérios de filtro ou sem capacidade para escoar a vazão real do

solo, é causa de muitos insucessos em obras de arrimo.A seguir temos alguns

tipos de muros de contenção utilizados em rodovias :

Figura 14. Muro de concreto ciclópico

25

Figura 15. Muro de Gabião

Figura 16. Muro de sacos de cimento.

Figura 17. Muro de flexão.

26

p

Figura 18. Muro de peneus.

27

CONCLUSÃO

Foi possível entender que a drenagem superficial é um importante sistema

de condução d`água em uma estrutura rodoviária. E todos os dispositivos usados

nesse tipo de drenagem: bueiros de greide , saídas d`água , taludes ,muros de

arrimo, caixas coletoras, entre outros mais; drenam eficazmente toda água pluvial

ou de origem distinta, localizada na superfície das estradas, destinando–a a locais

que não prejudicam essa construção.

Basicamente, a drenagem superficial permite uma maior durabilidade da

rodovia, além de maior conforto e segurança (maior estabilidade e precisão para

veiculo).

28

REFERÊNCIAS

Caixa Coletora . Site : http://www.cbbasfaltos.com.br/produtos/especgerais/DNER-

AES287-97.PDF.

Corta-Rios .Site: ftp://ftp.sp.gov.br/ftpder/normas/ET-DE-H00-003_A.pdf .

Drenagem Superficial . Manual de Drenagens de Rodovias (DNIT). Site:

www1.dnit.gov.br/normas/download/Manual_de_Drenagem_de_Rodovias.pdf.

Drenagem Superficial . Site: www.drenagem.ufjf.br/06dren_sup01.htm.