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Indice
Abreviaturas e Acrónimos 4
Prefácio 5
1 Contexto de Desenvolvimento 6
2 Cooperação Suíça e internacional com Moçambique 8
3 Realizações e Lições Aprendidas 2012–2016 9
4 Implicações para a Estratégia da Cooperação Suíça 2017–2020 11
5 Prioridades e Objectivos 12
6 Gestão e Implementação do Programa 15
7 Direcção do Programa 16
4
Abreviaturas e Acrónimos
ARI Indicadores Agregados de Referência BICA Agenda Nacional de Integridade nos
NegóciosCHF Franco suíçoCIP Centro para Integridade PúblicaCPI Centro de Promoção de InvestimentosCSO Organização da Sociedade CivilCSPM Gestão de Programas Sensíveis a
ConflitosDFID Departamento para o Desenvolvimento
Internacional DNAAS Direcção Nacional de Abastecimento de
Água e SaneamentoEC Comissão EuropeiaSENAP África Austral, África Oriental e do
Norte, Divisão do Território Ocupado da Palestina
EU União Europeia FDI Investimento Directo EstrangeiroFRELIMO Frente de Libertação de MoçambiqueGDP Produto Interno BrutoGoM Governo de MoçambiqueGoTAS Governação, Água e Saneamento e
Saúde – Projecto da SDCHDI Índice de Desenvolvimento HumanoICS Sistema de Controlo Interno IMF Fundo Monetário InternacionalINE Instituto Nacional de EstatísticaINOVAGRO Projecto da SDC do Sector PrivadoITC Iniciativas de Terras ComunitáriasLGMI Iniciativa de Monitoria do Governo
LocalMBFM Micro-banco Futuro de MoçambiqueMEF Ministério da Economia e FinançasMERV Sistema de Monitoria da SDC
para Mudanças Relevantes de Desenvolvimento
MISAU Ministério da SaúdeMITADER Ministério da Terra, Ambiente e
Desenvolvimento RuralMOPHRH Ministério das Obras Públicas,
Habitação e Recursos HídricosMSD Abordagem de Desenvolvimento de
Sistemas de Mercado (antiga M4P)MZN Metical Moçambicano
NGO Organização Não-GovernamentalODA Assistência Oficial ao DesenvolvimentoOECD Organização para Cooperação e
Desenvolvimento EconómicoOHCHR Gabinete do Alto-Comissário para os
Direitos HumanosOMR Observatório do Meio RuralPES Plano Económico e SocialPESS Plano Estratégico do Sector de SaúdePFM Gestão de Finanças Públicas PIPED Plano de Implementação de Política e
Estratégia de DesenvolvimentoPQG Plano Quinquenal do Governo 2015–
2019PROGOAS Programa de Governação de Água de
Saneamento PROSAUDE Fundo Comum para o Sector de SaúdeP4H Rede de Protecção de Saúde SocialQAD Quadro de Avaliação de DesempenhoRENAMO Resistência Nacional de MoçambiqueSADC Comunidade para o Desenvolvimento
da África AustralSAM Monitor de Responsabilidade SocialSDC Agência Suíça para Desenvolvimento e
CooperaçãoSECO Secretaria de Estado para Assuntos
Económicos (Suíça)SERI Secretaria de Estado para Educação,
Pesquisa e Inovação (Suíça)SME Pequenas e Médias EmpresasTA Assistência TécnicaTVET Educação e Formação Técnico-
ProfissionalUN Nações UnidasUNFPA Fundo das Nações Unidas para a
População UNICEF Fundo das Nações Unidas para a
InfânciaWASH Água, Saneamento e HigieneWatSan Água e SaneamentoWHO Organização Mundial da Saúde
5
A parceria de desenvolvimento entre os governos da Suíça e de Moçambique remonta a meados da déca-da de 70. Desde o primeiro acordo de paz em 1992, a Suíça tem expandido continuamente a sua coo-peração para o desenvolvimento em Moçambique. As competências e recursos combinados da Agência Suíça para Desenvolvimento e Cooperação(SDC) e da Secretaria de Estado para Assuntos Económicos (SECO) auxiliaram os parceiros nacionais na conquis-ta de importantes realizações nas áreas de desen-volvimento económico, saúde, água e saneamento, governação e empoderamento da sociedade civil. En-tre as referidas realizações, importa referir a redução da pobreza que se verificou durante este período de cooperação.
O novo Despacho do Conselho Federal para a Coo-peração Internacional da Suíça 2017–2020 reitera Moçambique como país prioritário para a coopera-ção suíça para o desenvolvimento. De facto, a dete-rioração do panorama económico, o recrudescimen-to do conflito entre os principais partidos políticos e a incapacidade de lidar com o rápido crescimento da população representam ameaças evidentes à coesão social e à estabilidade, dando origem a desigualda-des, a uma massa crescente de jovens desemprega-dos, a corrupção e a um acesso desigual aos recursos naturais e aos serviços públicos.
Os anos vindouros são cruciais para a paz e para o desenvolvimento sustentável de Moçambique. Em harmonia com os valores da sua política externa e respectivas vantagens comparativas, a Suíça está pre-parada para apoiar o governo de Moçambique no cumprimento das suas responsabilidades de promo-ção do crescimento inclusivo e de uma redução mais acentuada da pobreza.
Com esse propósito, orientado pela Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 e no âmbito do plano quinquenal de Moçambique, o apoio da Suíça será direccionado para o fortalecimento da go-vernação a nível local. A Suíça contribuirá para um acesso e utilização mais equitativos, eficientes e res-ponsáveis dos recursos financeiros e naturais; ajudará a criar oportunidades de mercado e de rendimento para jovens e mulheres e fortalecerá a gestão econó-mica; envidará ainda esforços no sentido de melhorar as condições de saúde das pessoas vulneráveis. Para além das actividades com alcance nacional, manter--se-á o foco nas áreas rurais das três províncias do Norte do país: Niassa, Nampula e Cabo Delgado.
Esta publicação começa por fazer uma síntese dos contextos político, económico e social de Moçam-bique. De seguida, discute os fundamentos para a cooperação Suíça-Moçambique e prossegue com o esboço das realizações durante o anterior ciclo de estratégia, identificando as lições aprendidas. Com base nessa análise, são traçadas as implicações para a nova estratégia da Cooperação Suíça. O Capítulo 5 descreve as metas e resultados esperados para a cooperação suíça com Moçambique para o período 2017–2020.
Estou confiante que as prioridades estabelecidas na presente estratégia são particularmente relevantes para a paz, estabilidade, desenvolvimento sustentá-vel e bem-estar do povo moçambicano.
Bern, Fevereiro de 2017
Manuel SagerEmbaixadorDirector-Geral da SDC
Prefácio
6
Moçambique enfrenta, neste momento, o seu maior teste desde o fim da guerra civil em 1992. Apesar de um enorme potencial, Moçambi-que permanece entre os países mais pobres do mundo, deparando-se com significativos desa-fios económicos, políticos, sociais e ambien-tais. Os conflitos armados com o antigo grupo rebelde, o impacto potencialmente desastroso dos empréstimos e da dívida oculta no cenário macroeconómico e a grave seca no sul e centro do país ameaçam a estabilidade de Moçambi-que e o bem-estar do seu povo.
Confrontos políticos num contexto já frágil e violento…
Moçambique encontra-se entre os 56 países e eco-nomias identificados como tendo situações de fra-gilidade, de acordo com o Quadro de Estados de Fragilidade (no original em inglês, States of Fragility Framework) da OECD. A sua fragilidade reside espe-cialmente na dimensão política.
Dois importantes desenvolvimentos, que se encon-tram estreitamente interligados, representam uma ameaça à estabilidade, ao crescimento inclusivo e ao desenvolvimento sustentável e socialmente equitati-vo do país. Em primeiro lugar, as desigualdades es-truturais permanecem elevadas devido à fragilidade do estado de direito, à forma de gestão dos recursos naturais, humanos e financeiros e à vulnerabilidade do país a choques externos. De um modo mais par-ticular, persiste a divisão entre a próspera cidade de Maputo localizada no extremo sul e o resto do país. Os espaços participativos formais são, na sua maio-ria, controlados pelo partido no poder, FRELIMO, com acesso limitado para os membros da oposição, particularmente a nível distrital e provincial. As insti-tuições do Estado continuam altamente centralizadas apesar da existência de um processo de descentrali-zação em curso. A replicação dos papéis e das insti-tuições aos níveis central e local é prejudicial à efi-ciência. Existe uma estreita relação entre o governo e
instituições do estado a todos os níveis e o partido no poder. As esferas política e económica sobrepõem-se e o estado permanece vulnerável à corrupção e a outras práticas criminosas. A supervisão e o controlo formais são limitados.
Em segundo lugar, persistem as tensões entre a FRE-LIMO e a RENAMO, ambas lutando pelo poder desde o Acordo Geral de Paz em 1992. A descentralização da autoridade política e económica para as províncias tem sido uma das principais causas de disputa. Em 2012, houve um reacendimento da violência arma-da e em Agosto de 2015 o diálogo entre as duas partes cessou completamente. Em poucas semanas, a situação deteriorou-se acentuadamente. O partido no poder, FRELIMO mantém a sua orientação política centralista e não-inclusiva, que a oposição, RENAMO, considera uma violação de elementos-chave do Acor-do de Paz e do último cessar-fogo de 2014. As duas partes concordaram com mediação internacional, no entanto a situação mantém-se bastante tensa com uma escalada da retórica e das confrontações violen-tas e assassinato de adversários políticos.
Surgem, contudo, os primeiros sinais de esperança no final de 2016, quando a RENAMO anunciou um cessar-fogo de 60 dias e os parlamentares de ambos os lados começaram a avaliar modelos de descentra-lização administrativa. Um possível acordo, ainda que apenas parcial, na melhor das hipóteses, virá crave-jado de desafios.
População carente expressiva e em rápido crescimento…
A República de Moçambique tem uma população de 28 milhões de pessoas, aproximadamente metade da qual com menos de 15 anos de idade. As projecções indicam que a população quase duplicará até 2040 e que a proporção da população em idade activa aumentará para cerca de 60%. Embora a esperança de vida à nascença tenha aumentado para 55 anos, ainda é dez anos inferior à da vizinha Tanzânia, por exemplo.
Moçambique pertence ao grupo de países menos de-senvolvidos, apesar dos importantes fluxos de ajuda da comunidade internacional ao longo dos últimos 20 anos. A pobreza diminuiu acentuadamente, pas-sando de 70% em 1998 para 54% em 2002. Em 2014, metade da população ainda vivia abaixo do limiar da pobreza nacional. Um inquérito nacional sobre as despesas das famílias em 2015 revelou uma modesta melhoria nas condições de vida, principal-mente no acesso a serviços e bens duradouros. No entanto, demonstrou igualmente que as desigualda-des em termos de distribuição da riqueza aumenta-ram, assim como o hiato rural-urbano.
1 Contexto de Desenvolvimento
7
Em 2015, Moçambique ocupou um muito modesto 180º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano do UNDP (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas), que inclui um total de 188 países. O acesso equitativo a serviços de saúde, água e saneamento de qualidade está no centro da redução da pobreza, especialmente nas vastas zonas rurais, no entanto este continua a constituir um enorme desafio. A per-centagem da população que utiliza fontes seguras de água potável e infra-estruturas de saneamento adequadas aumentou, mas ainda é de apenas 49% e 21% respectivamente. A prevalência de HIV entre adultos é a oitava mais elevada em todo o mundo, ou seja, aproximadamente 10,6%. Apesar da represen-tação feminina comparativamente elevada no parla-mento nacional (39,6% em 2015), as mulheres e as raparigas continuam a ser confrontadas com muitas desvantagens e violações dos seus direitos, principal-mente nas zonas rurais. Moçambique encontra-se entre os países com maior percentagem de casamen-tos de menores e observa-se uma falta de respeito pelo poder das mulheres sobre as suas próprias vidas. O número de escolas primárias e secundárias tripli-cou entre 1992 e 2010, contudo o analfabetismo permanece comparativamente alto, com uma per-centagem de 21% dos homens e 42% das mulheres ainda analfabetos. Desde 2003, a mortalidade ma-terna mantém-se em 408 óbitos por 100.000 nados vivos, números que se situam entre os mais elevados do mundo e os segundos mais altos na região.
Crise de liquidez e uma economia em declínio…
Moçambique tem sido uma das economias com mais rápido crescimento em África. As taxas anuais de crescimento do GDP ultrapassaram os 7% nos últimos cinco anos, potenciadas pelos investimentos estrangeiros de grande escala no sector industrial de capital intensivo, bem como por uma significativa ODA. Esta impressionante expansão económica não foi, no entanto, inclusiva. A maioria da população em rápido crescimento não obteve benefícios tangíveis em termos de serviços públicos ou de oportunidades de renda. A taxa de desemprego oficial é de 23% (25% para as mulheres); o desemprego juvenil atin-giu uma assombrosa percentagem de 41%. Dezenas de milhares de moçambicanos migram todos os anos para a África do Sul à procura de trabalho. O bai-xo nível de qualificação da mão-de-obra continua a ser uma preocupação significativa: os empregadores não conseguem contratar trabalhadores qualificados e falta uma massa crítica para a promoção de uma cultura de empreendedorismo. Três quartos da po-pulação (87% dos quais são mulheres) trabalham em agricultura de pequena escala, que está sujeita a grandes pressões das concessões de terra para a agri-cultura industrial e a desastres naturais frequentes. O sector industrial emprega apenas 6% da força de tra-balho. Moçambique sofre de fenómenos climáticos extremos, enfrenta os impactos adversos de secas no Centro e no Sul, enquanto cheias devastadoras atin-gem regularmente o norte. Mesmo que as condições climáticas fossem favoráveis, o interesse do governo pela agricultura comercial concorre com os esforços altamente necessários para o aumento da produtivi-dade e da resiliência dos pequenos agricultores.
A taxa de crescimento económico reduziu recente-mente para 3,7%. Em 2016, a revelação de emprésti-mos públicos externos não divulgados anteriormente prejudicou gravemente a confiança dos doadores, levou a uma suspensão de ODA, tão vital, e disparou a economia para uma situação de declínio. Estima--se que o já elevado fardo da dívida de Moçambique atinja 112% do GDP, em comparação com uma mé-dia regional de 41%, segundo o IMF. Moçambique enfrenta significativos défices orçamentais e corre o risco de perder a sua solvabilidade. Espera-se que tal situação tenha um impacto negativo nos serviços públicos e na importação de bens como combustível e medicamentos. As previsões positivas do IMF de crescimento na ordem dos 8%, ou superior a longo prazo, assentes no pressuposto de investimentos ma-ciços na extracção de gás natural e num aumento da produção de carvão, estão comprometidas. Porém, ainda é possível alcançá-las caso Moçambique, jun-tamente com os seus parceiros, consiga melhorar a gestão dos fundos públicos e a transparência fiscal e, consequentemente, restaurar a estabilidade eco-nómica.
8
2 Cooperação Suíça e internacional com Moçambique
A Suíça está activa em Moçambique desde meados dos anos 70. A cooperação para o desenvolvimento iniciou formalmente em 1979. Durante o processo de paz, que levou ao Acordo Geral de Paz de 1992, pondo fim à guerra civil de 16 anos, a Suíça con-tribuiu de forma significativa para a desmobilização e reabilitação do país devastado pela guerra. Desde então, tem aumentado continuamente o nível da sua cooperação internacional para o desenvolvimento. Aliando as competências e recursos da Agência Suíça para Desenvolvimento e Cooperação (SDC), da Se-cretaria de Estado para Assuntos Económicos (SECO) e da Divisão para a Segurança Humana, o foco tem sido no desenvolvimento económico, saúde, água e saneamento, governação e fortalecimento da socie-dade civil.
Moçambique encontra-se entre os maiores recepto-res de ODA em África. O tecido de doadores é com-plexo, contando com mais de 60 agências bilaterais e multilaterais. Em 2014, a ODA representou 25% do orçamento nacional ou 13% do GDP. Os EUA (18,8% da ODA) e o Banco Mundial (15,1%) foram, de longe, os maiores doadores, seguidos pela União Europeia e pela UKAID. A Suíça (2%) figurou no segmento intermédio de contribuições de doadores, tendo canalizado cerca de 60% da sua ODA através
do sistema público, durante o período 2012–16. Vá-rias NGO e instituições de pesquisa suíças marcam presença em Moçambique. Helvetas, Swiss Intercoo-peration e Swisscontact estão entre os principais par-ceiros de implementação da SDC.
É difícil prever o papel e a forma da ODA em Mo-çambique no futuro por vários motivos. Em primeiro lugar, os doadores da OECD mostram-se cautelosos devido a uma série de revelações relacionadas com má gestão dos fundos públicos, falta de transpa-rência fiscal e escândalos de corrupção. Em segun-do lugar, a influência dos doadores tradicionais está gradualmente a diminuir. É possível observar que a importância dos doadores não tradicionais, que in-vestem na economia e em infra-estruturas e operam fora dos mecanismos de coordenação, está a ganhar relevância. Prevêem-se ainda rendimentos alternati-vos originados pelos recursos naturais.
Representada por uma embaixada integrada, a Suíça é reconhecida pelo seu papel de coordenação e líder de opinião, especialmente em matérias de descentra-lização, saúde e gestão de finanças públicas. Tanto as autoridades governamentais, como as organizações da sociedade civil consideram a Suíça como sendo um agente íntegro.
A cooperação Suíça com Moçambique continuará a enfatizar a redução da pobreza, em harmonia com os valores da política externa da Suíça e com o Des-pacho Federal para a Cooperação Internacional da Suíça 2017–2020. A assistência será orientada pela Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030 e enquadrada no Plano Quinquenal de Moçambique. Moçambique é um país prioritário da SDC. A SDC implementará um programa abrangente, formulado como parte da presente estratégia e no âmbito dos programas regionais e globais da SDC. A SECO pros-seguirá com medidas complementares, incluindo o apoio a iniciativas globais implementadas por insti-tuições financeiras internacionais.
9
Uma avaliação da Estratégia da Cooperação Suí-ça 2012-16 concluiu que esta estava altamente alinhada com as prioridades e políticas do país e com as prioridades do Despacho Federal da Suíça. Concluiu, ainda, que o portfólio suíço demonstrava realizações relevantes em todas as áreas prioritárias. Paralelamente, destacou importantes ameaças à sustentabilidade, à deli-beração pública e ao envolvimento da socie-dade civil, identificou ainda um apoio político marcadamente frágil à descentralização, bem como graves limitações em termos de capacida-des no sector público e na sociedade civil.
Realizações em matérias de governação local
A Suíça apoiou o processo de descentralização e pro-moveu a prestação de contas aos níveis municipal e distrital nas áreas de administração pública, direito à terra e provisão de serviços de água e saneamento.
As iniciativas suíças de responsabilização social con-tribuíram para uma maior participação dos cidadãos na tomada de decisões. Os espaços participativos apoiados pela Suíça, aos níveis distrital e municipal, apresentaram uma maior participação feminina do que a média nacional. Para além disso, as mais presti-giadas organizações da sociedade civil moçambicana foram fortalecidas e apoiadas pela Suíça. O impacto e relevância destas organizações no diálogo de políti-cas sobre a transparência, a luta contra a corrupção, a gestão dos recursos naturais e da terra devem-se fortemente aos investimentos suíços nas capacidades institucionais das mesmas. Em todos os 153 distri-tos de Moçambique, o apoio suíço contribuiu para uma gestão mais eficiente e transparente dos recur-sos disponíveis para a prestação de serviços. O facto de trabalhar não apenas os aspectos da oferta e da procura, mas actuar igualmente, de um modo mais específico na interface entre os dois, foi pertinente e levou a um acréscimo das receitas fiscais e a uma melhoria na prestação de serviços públicos.
Adicionalmente, a promoção da governação de terras, a delimitação de terras comunitárias e a titulação de terras aumentou a segurança em questões relaciona-das com a terra para uma parte da população rural. Uma especial atenção aos direitos à terra e à equidade de género contribuiu para uma maior conscientização do público em relação às dificuldades específicas que as mulheres e raparigas enfrentam no acesso e uso da terra. A governação de terras ganhará ainda maior re-levância no contexto de investimentos estrangeiros em terras agrícolas e na extracção de recursos naturais.
O apoio aos sistemas hídricos locais, inclusive atra-vés do Fundo Comum (CF) foi mais bem-sucedido do que o apoio ao sector de saneamento. Embora mais cidadãos da Província de Cabo Delgado tenham agora acesso a água potável (60% em 2015, contra 35% em 2011) e a propagação da cólera tenha sido travada, a cobertura de saneamento a nível nacional permanece baixa.
Realizações em matérias de desenvolvimento económico
No domínio do desenvolvimento económico, a Suíça realizou um trabalho pertinente e coerente a nível lo-cal e nacional.
No norte de Moçambique, onde, tipicamente, o sec-tor privado tem sido bastante débil, a Suíça facilitou o desenvolvimento de cadeias de valor nas áreas da agricultura e horticultura que aumentaram a renda (em média 50% p.a.) de 18.000 pequenos agricul-tores pobres, um quarto dos quais mulheres, através do acesso a insumos e serviços de qualidade. Num esforço complementar, foi criada uma associação nacional multi-participativa para o sector de semen-tes. Na província de Nampula, a Suíça apoiou a cria-ção de um dos primeiros bancos de micro-finanças regulamentados de pleno direito em Moçambique. Inaugurou, em Setembro de 2014, o Micro Banco de Moçambique – MBFM, que atendeu mais de 10.000 clientes de baixa renda, dos quais 90% eram mu-lheres. Este projecto pioneiro, porém desafiador, tem um enorme potencial para acelerar o desenvolvimen-to do sector privado local.
3 Realizações e Lições Aprendidas 2012–2016
Principais RealizaçõesGovernação
� Participação feminina,
superior à habitual, nos
processos de tomada de
decisão nos distritos e
municípios apoiados pela
Suíça
� Organizações moçam-
bicanas da sociedade civil
com mais influência
� Maior segurança em
matéria de terras agrícolas
� Maior acesso a água
potável na província de
Cabo Delgado, com um
aumento de 35% em 2011
para 60%
� Melhoria na eficiência e
transparência na gestão das
finanças públicas em todos
os 153 distritos, conducen-
te a receitas fiscais mais
elevadas.
10
Ao nível macroeconómico, a contribuição da Suíça com vista ao desenvolvimento de capacidades da Autoridade Tributária Nacional conduziu a uma du-plicação das receitas fiscais nominais desde 2011. O Apoio Geral ao Orçamento (GBS), aliado a assistência técnica, proporcionou à Suíça um importante ponto de entrada para o diálogo de políticas ao mais alto nível, contribuindo, nomeadamente, para o reforço dos sistemas de Gestão de Finanças Públicas (PFM). Em 2014, uma avaliação independente constatou que o GBS contribuíra para a estabilidade macroeco-nómica e para um aumento da despesa pública em matérias de elevada prioridade. Contudo, apesar de se verificar um maior acesso aos serviços públicos, até ao momento, este ainda não se traduziu numa redução significativa da pobreza.
Realizações em matérias de saúde
Uma importante conquista no sector da saúde é o aumento da taxa de natalidade institucional na pro-víncia de Cabo Delgado de 66% em 2010 para 76%. Conquista essa que resulta também do apoio suíço a uma melhor gestão das finanças públicas no siste-ma de saúde. A disponibilidade dos 15 medicamen-tos essenciais em Cabo Delgado aumentou de 52% em 2011 para 60%, mas falhou a ambiciosa meta de 90%, devido a desafios relacionados com o sis-tema logístico dos medicamentos. Em contrapartida, verificou-se que o desempenho do Fundo Comum Sectorial e da abordagem global do sector da saú-de em Moçambique ficaram aquém das expectativas em termos de peso financeiro, impacto na mudança sistémica global e prestação de contas. Isto levou os parceiros de desenvolvimento relevantes, incluindo a Suíça, a iniciarem revisões conjuntas deste mecanis-mo de ajuda específico.
Lições Aprendidas
A avaliação da Estratégia da Cooperação Suíça 2012-16 e o processo de consulta que conduziu à presente estratégia identificaram importantes lições.
De um modo global, o trabalho em matérias de saú-de, desenvolvimento económico e governação local foi, e continua a ser, altamente relevante. O apoio e persistência da Suíça a longo prazo, especialmente à luz dos desafios políticos, as parcerias com insti-tuições do Estado, comunidades locais e sociedade civil, assim como o seu know-how e conhecimentos técnicos foram fortemente valorizados. O trabalho que desenvolveu, paralelamente, ao nível nacional e nos distritos e municípios resultou numa transferên-cia de conhecimentos e diálogo de políticas, de gran-de valor, ao nível central. A sua cuidadosa escolha e combinação de modalidades de apoio contribuíram fortemente para o alcance dos resultados almejados a nível nacional e local.
A presença da Suíça em Moçambique tem assumido maior relevância do que a sua contribuição, relativa-mente modesta, para a ODA. Conseguiu alavancar o seu apoio graças ao seu envolvimento em meca-nismos de coordenação, apoio ao orçamento do es-tado (GBS) e a Fundos Comuns. Contudo, o recente escândalo da crise da dívida e a clara violação dos princípios subjacentes à prestação de apoio ao orça-mento demonstraram, uma vez mais, a necessidade de uma conjuntura estável, de políticas macroeco-nómicas sólidas e de um mecanismo adequado de supervisão regulamentar.
Dada a dimensão de Moçambique, a imprevisibilida-de da ODA global e a volátil situação política e eco-nómica, torna-se necessário que as actividades e os recursos da Suíça sigam uma orientação mais estra-tégica. Existe espaço para que a Suíça trabalhe mais nas causas subjacentes dos conflitos e das desigual-dades, com vista a fortalecer a coesão social.
Principais RealizaçõesDesenvolvimento económico
� Renda de mais de
18.000 pequenos agricul-
tores no norte de Moçam-
bique incrementada em
média 50% p.a.
� Acesso ao microcré-
dito para mais de 10.000
clientes de baixa-renda,
principalmente mulheres,
na província de Nampula
� Autoridade Tributária
Nacional duplicou as recei-
tas fiscais nominais
� Sistemas de gestão de
finanças públicas fortale-
cidos
� Alocação de mais
fundos públicos a despesas
de alta prioridade
Principais realizaçõesSaúde
� Aumento da taxa de
natalidade institucional na
província de Cabo Delgado
de 66% em 2010 para
76%
� Aumento na disponi-
bilidade dos 15 medica-
mentos essenciais em Cabo
Delgado, de 56% em 2011
para 60%
11
Moçambique enfrenta um período crítico de transi-ção política, económica e social. O cenário mais pro-vável é que as tensões entre a FRELIMO e a RENAMO persistam. As desigualdades estruturais continuarão elevadas, podendo mesmo aumentar. As condições de vida vão estagnar ou deteriorar-se ainda mais para a maioria da população. Por conseguinte, exis-tem quatro factores que afectam significativamente o desenho da Estratégia da Cooperação Suíça 2017–2020: a evolução do cenário económico, o conflito entre os principais partidos políticos, o papel do go-verno e a população em rápido crescimento.
A considerável dimensão do país, as insuficientes ca-pacidades institucionais, a insegurança no ambiente político e a mão-de-obra pouco qualificada consti-tuirão um enorme desafio para o Governo de Mo-çambique responder efectivamente ao crescimento demográfico projectado e consequente aumento da procura por serviços públicos. Assim, são necessários esforços adicionais, sensíveis a conflitos, para forta-lecer a boa governação, a descentralização e a res-ponsabilidade social, assim como esforços dedicados à construção da paz e do Estado. Alicerçando-se na sua experiência, a embaixada da Suíça está pronta para desempenhar o papel de facilitador no conflito entre os partidos políticos, caso surja a oportunidade.
Uma força de trabalho jovem e dinâmica e uma melhor inclusão económica da mulher representam oportunidades para o desenvolvimento de uma base económica mais ampla e sólida. No entanto, para que se tire partido desse potencial e se reduza o de-semprego, é impreterível que ocorram melhorias ao nível do ambiente de negócios, das oportunidades de emprego, do desenvolvimento de habilidades, do acesso a finanças e da produtividade. A agricultura apresenta-se como um sector ideal para a criação de benefícios generalizados e diminuir as disparidades, especialmente as desigualdades de género.
A boa governação continuará a ser uma área prio-ritária, permanecendo no âmago de todo o apoio suíço. O diálogo de políticas e a assistência técnica
para a descentralização, gestão dos recursos públicos e a responsabilidade social serão intensificados, com maior ênfase nas mudanças a nível local e para os grupos de população pobres e vulneráveis. O apoio ao empoderamento e à participação da sociedade ci-vil nos processos políticos será reforçado e incluirá o sector privado.
A Suíça alocará, consideravelmente, mais recursos para a criação de emprego e aumento dos rendimen-tos no sector agrícola nas províncias do Norte. Para este propósito, dará maior prioridade a actividades de capacitação. Trabalhará, igualmente, no âmbito da resiliência dos pequenos agricultores e das SME às alterações climáticas, degradação ambiental e riscos naturais, contribuindo assim para uma melhor segu-
rança alimentar. Estando dependente do progresso na resposta e gestão da crise da dívida, a Suíça con-tinuará a trabalhar com os parceiros a nível central, no sentido de melhorar a transparência na gestão das finanças públicas, incluindo a gestão das receitas domésticas, especialmente face aos desafios cres-centes relacionados com a tributação da riqueza dos recursos naturais. Explorará, ainda, possibilidades de apoio à descentralização fiscal.
A cooperação da Suíça ao longo destes próximos anos, terá como objectivo melhorar a situação de saúde da população em crescimento, especialmen-te para mulheres e jovens das áreas rurais. Visando um maior impacto, o programa de saúde será imple-mentado através de intervenções multissectoriais em saúde e saneamento. Através do Fundo Comum para o sector da saúde revisto, a Suíça continuará a cola-borar no diálogo e na coordenação de políticas orien-tadas para resultados, centrando-se nos cuidados de saúde primários, na governação e na prestação de serviços descentralizados.
Com o intuito de maximizar o impacto e escala, a Suíça utilizará as lições aprendidas ao nível local para alimentar o diálogo de políticas nacional em todas as suas áreas de trabalho.
4 Implicações para a Estratégia da Cooperação Suíça 2017–2020
12
Objectivo geralO objectivo geral da Estratégia da Cooperação Suíça-Moçambique 2017–2020 é contribuir para a redução da pobreza, construindo uma sociedade mais equitativa e facilitando o crescimento inclusivo.
As três prioridades do portfólio da Suíça são: (1) boa governação, contribuindo para um acesso e utiliza-ção equitativos, eficientes, transparentes e responsá-veis dos recursos financeiros e naturais; (2) melhoria das oportunidades de mercado e renda, especialmen-te para jovens e mulheres, e gestão económica para
um crescimento inclusivo; e (3) melhores condições de saúde. O diálogo de políticas ao nível nacional e as intervenções descentralizadas contribuirão para um apoio reforçado à prestação de serviços nos distritos e municípios, com especial ênfase nas três províncias do norte, onde a Suíça já se encontra activa.
Governação
A Suíça contribuirá para a coesão e estabilidade na-cionais, melhorando as capacidades de gestão dos recursos financeiros e naturais a nível nacional e lo-cal. Para tal, seguirá duas abordagens estreitamente interligadas, em parceria com outros agentes de de-senvolvimento. Por um lado (Resultado 1):
› Fortalecerá as competências dos municípios e distritos na gestão das finanças públicas, com vista a garantir uma gestão eficiente e transparente dos recursos a nível local;
› Fortalecerá as capacidades organizacionais das CSO moçambicanas, com o intuito de melhorar a governação interna e a capacidade das mesmas para promover e defender uma gestão equitativa dos recursos;
› Colaborará com partes interessadas do sector privado no âmbito de processos diligências adequadas (due diligence) e promoverá um melhor entendimento em torno da gestão de negócios sensível a conflitos e da integridade de negócios.
Por outro lado (Resultado 2), a Suíça continuará a promover espaços inclusivos e eficientes para que ac-tores governamentais e não-governamentais entrem em diálogo sobre a gestão e utilização transparente e responsável dos recursos. A Suíça dará continuida-de ao seu apoio bem-sucedido no âmbito do acesso e utilização equitativos da terra. Este apoio será no sentido de reforçar as intervenções e os resultados na área dos rendimentos e do desenvolvimento eco-nómico.
A análise das realidades da mulher e dos jovens asse-gurará que as suas necessidades sejam melhor incluí-das na planificação e implementação de programas, bem como no diálogo entre as várias partes interes-sadas. As pesquisas e análises também proporciona-rão uma melhor compreensão das tensões e divisões intergrupais com potencial de conflito.
5 Prioridades e Objectivos
GovernaçãoAcesso e uso mais justos, eficientes, transparentes e responsáveis dos recursos
Governação – Resultado 1:Gestão descentralizada, equitativa e transparente dos recursos por parte das instituições governamentais/organizações da sociedade civil, bem como melhoria da integridade de negócios
Governação – Resultado 2:Acesso a recursos e uso dos mesmos, de modo socialmente responsável, inclusivo e transparente, graças a um diálogo multilateral construtivo entre instituições governamentais/estatais, cidadãos/CSO e partes interessadas do sector privado
13
Rendimento e Desenvolvimento Económico
A Suíça, através da SDC e da SECO, contribuirá para um crescimento inclusivo e uma transformação eco-nómica sustentável e equitativa. Para isso, expandirá consideravelmente o seu apoio no âmbito das opor-tunidades e serviços de mercado. (Resultado 1) Re-correndo a uma abordagem de desenvolvimento de sistemas de mercado, a Suíça melhorará a situação do emprego e o desenvolvimento de competências, a produtividade e a competitividade na agricultura; incluindo o acesso à terra, aos serviços financeiros, à
melhoria dos insumos agrícolas e à irrigação. Focar--se-á nas intervenções de desenvolvimento de habi-lidades agrícolas, educação financeira e outras áreas relevantes. Dada a sua particular vulnerabilidade, as intervenções beneficiarão os pequenos agricultores e mulheres no norte de Moçambique. Será também vi-sada a resiliência dos agricultores confrontados com condições climáticas adversas e alterações climáticas.
Com vista a reforçar as sinergias entre os níveis mi-cro e macroeconómico, a Suíça promoverá um am-biente macroeconómico sustentável e equilibrado (Resultado 2), com um forte enfoque na melhoria do ambiente de negócios e nas oportunidades de crescimento para as micro e pequenas empresas. A fim de sustentar os resultados de desenvolvimento anteriores e complementar o pilar da governação, manter-se-á o enfoque em reformas da gestão das finanças públicas, tanto a nível central como descen-tralizado. De um modo mais particular, estes esforços serão envidados no domínio da política e da adminis-tração fiscal com o intuito de apoiar a mobilização de receitas domésticas. Para além disso, a Suíça apoiará o trabalho de pesquisa económica e advocacia das CSO e instituições académicas em áreas críticas da gestão económica, com foco nos principais determi-nantes do crescimento inclusivo, tais como a gestão dos rendimentos gerados pelos recursos naturais.
Saúde
A Suíça está bem posicionada para fazer a diferença no sector de saúde. A nível nacional (Resultado 1), a Suíça conduzirá a finalização de um Memorando de Entendimento revisto entre os parceiros de desenvol-vimento e o Ministério da Saúde, com o objectivo
de fortalecer o mecanismo de abordagem sectorial. Contribuirá activamente para o diálogo de políticas, defendendo um sistema nacional de saúde mais efi-caz. Reforçará os esforços de descentralização atra-vés da promoção de sistemas descentralizados, que sejam capazes de prestar serviços de saúde básicos de qualidade, equitativos, eficientes e integrados e que respondam às necessidades da população.
A nível local (Resultado 2), a Suíça contribuirá para a melhoria da saúde da população vulnerável que habita em zonas rurais de Moçambique, apoiando a oferta e fomentando a procura. Este objectivo será alcançado através de uma nova abordagem multis-sectorial da saúde e dos seus determinantes (água e saneamento). Com vista a influenciar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde e de água e sa-neamento, a Suíça capacitará as comunidades das províncias do Norte – especialmente mulheres e jo-vens – para que conheçam os seus direitos e exijam prestação de contas.
Rendimento e Desenvolvimento Económico – Resultado 1: Pequenos agricultores, com especial desta-que para as mulheres e outras SME, aumentam os seus rendimentos atra-vés da melhoria das oportunidades de mercado, do desenvolvimento de habilidades e do acesso aos serviços
Rendimento e Desenvolvimento Económico – Resultado 2: Os recursos públicos são mobilizados e geridos no sentido de uma prestação mais inclusiva e sustentada de serviços públicos e políticas económicas
Rendimento e Desenvolvimento Económico Melhoria das oportu-nidades de mercado e da gestão econó-mica para um cresci-mento inclusivo, de modo a que as pes-soas beneficiem de forma equitativa de uma transformação económica susten-tável.
Saúde – Resultado 1:Os sistemas subnacionais prestam serviços de saúde mais equitativos, eficientes e integrados, incluindo WASH, serviços básicos de alta quali-dade que respondam às necessidades da população vulnerável e desfavo-recida.
Saúde – Resultado 2:As comunidades rurais das províncias do Norte são capazes de expressar as suas necessidades e direitos, e exigem prestação de contas por parte dos governos locais e dos provedores de serviços básicos.
Saúde Melhoria da saúde das populações vul-neráveis que vivem em zonas rurais de Moçambique
14
Temas transversais
As matérias relacionadas com governação e género serão fortalecidas enquanto temas transversais. Para além de programas direccionados dentro do domínio de governação, a boa governação será também uma característica fundamental nos domínios da saúde, renda e desenvolvimento económico. A transparên-cia, a luta contra a corrupção, a responsabilidade social, bem como a descentralização (financeira) e a governação local terão destaque no âmbito da go-vernação como tema transversal. Será realizada uma análise de género de cada área prioritária e serão in-cluídas questões-chave de género no sistema global de monitoria e de reporte.
Devido à relevância e fortes repercussões negativas do HIV/SIDA em Moçambique, este continuará a ser o terceiro tema transversal. Será prestado apoio no âmbito da implementação da Estratégia da SADC para o HIV/SIDA, em estreita coordenação com o Pro-grama Regional da SDC na África Austral, bem como com os programas globais e multilaterais da SDC.
Considerando os riscos e oportunidades do contexto de desenvolvimento, a Suíça recorrerá a uma abor-dagem sensível a conflitos e incluirá as mudanças climáticas e a redução do risco de desastres na sua agenda. Esta última, de um modo mais particular, no que se refere ao pilar do rendimento e do desenvol-vimento económico.
Cultura
O Programa Cultural da Suíça em Moçambique en-contra-se alinhado com a Estratégia da Suíça para a Cultura e o plano do governo de Moçambique para fortalecer a identidade e unidade nacional e promo-ver o (auto) emprego. O Programa Cultural baseia--se no reconhecimento de que os valores, crenças, artes e práticas culturais são influências-chave nos processos de desenvolvimento político, económico e social e, de modo mais geral, vectores de dinamismo social. As artes e a cultura têm um papel no desen-volvimento. O programa visa envolver os jovens em actividades culturais, como forma de promover a sua auto-estima, confiança, senso de responsabilidade e iniciativa.
Objectivos de Género
� A Suíça contribuirá
para reduzir a diferença de
género em Moçambique:
� Assegurando que são
oferecidos serviços de água
e saneamento de qualida-
de e serviços e cuidados
relacionados com a saúde
tanto a homens como mu-
lheres, sem discriminação
� Aumentando o apoio
no sentido de a mulher
superar as dificuldades que
enfrenta no acesso à terra,
aos serviços financeiros e
aos mercados
� Fortalecendo o acesso
da mulher à informação
e a voz da mulher e da
rapariga nos processos de
tomada de decisão formais
e informais
� Assegurando que os
processos de responsabili-
zação social e os meios de
comunicação social reflec-
tam melhor as necessidades
e preocupações da mulher
15
6 Gestão e Implementação do Programa
Modalidades de apoio e parcerias
A Suíça aplicará uma combinação de modalidades de apoio. Embora se continue a dar atenção ao diálogo de políticas a nível central, prevê-se que a necessi-dade de financiamento externo dos Fundos Comuns sectoriais diminua. Esta possível diminuição deve-se ao aumento previsto das receitas internas. A Suíça envidará mais esforços no fortalecimento das institui-ções governamentais locais. Intensificará igualmente o seu trabalho com as CSO ao nível local. Para além disso, criará espaços para o diálogo multi-participa-tivo, com a presença de empresários. Para alcançar os seus objectivos, a Suíça coordenará e trabalhará com organizações nacionais e internacionais selec-cionadas e parceiros suíços, por meio de grupos de trabalho formais relevantes para a estratégia e outros tipos de relações. Assumirá a liderança de grupos sectoriais nas áreas de intervenção prioritárias. Am-pliará e procurará novas sinergias com organizações multilaterais e com iniciativas multilaterais, como o UNFPA, o P4H e o Mecanismo Mundial de Redução e Recuperação de Desastres (GFDRR). Aumentará o nível de interacção e de colaboração com os progra-mas globais da SDC para a segurança alimentar e a saúde e com o Programa da SDC para a Região da África Austral.
Orientação geográfica
Para além das actividades com alcance nacional, será mantido, e mesmo intensificado, o actual foco nas três províncias do Norte, designadamente Niassa, Nampula e Cabo Delgado. Dependendo da evolução da conjuntura, poder-se-á considerar a extensão de partes do programa a uma província do centro (Zam-bézia).
Embaixada integrada da Suíça em Moçambique
A Suíça beneficia de uma posição privilegiada e credí-vel em Moçambique graças a uma relação duradoura e de confiança. A Embaixada integrada está activa na arena política onde faz um uso eficiente e eficaz das oportunidades para elevar a coerência política, criar sinergias com a cooperação para o desenvolvimento internacional da Suíça e outras prioridades estran-geiras, bem como defender os interesses da Suíça. A Embaixada da Suíça também se envolve na esfera económica, onde promove os princípios de desen-volvimento económico justo. O interesse do sector privado suíço em realizar negócios em Moçambique, salvo algumas excepções, é modesto, porém cres-cente. Em 2013, a Embaixada apoiou a fundação da Rede de Negócios Suíça-Moçambique.
Recursos Humanos
A actual equipa da Embaixada é adequada para a gestão e implementação da Estratégia de Coopera-ção 2017–2020. Dar-se-á destaque a uma gestão eficaz em termos de custos, incluindo a opção de au-mentar as responsabilidades do pessoal local e uma possível redução do número de expatriados. Um en-volvimento activo no processo político poderá exigir recursos adicionais.
Orçamento
O orçamento indicativo total (excluindo despesas operacionais) para a Estratégia de Cooperação Qua-drienal 2017–2020 ascende a cerca de 94 milhões de francos suíços. O orçamento da SDC, de 89 milhões de francos suíços, será repartido, quase equitativa-mente, entre os três pilares. A alocação no domínio da renda e do desenvolvimento económico será du-plicada, com vista a uma ampliação das intervenções. O pilar da saúde, apesar da integração das interven-ções de WASH, diminuirá, reflectindo a redução pre-vista da importância, em termos financeiros, do Fun-do Comum do sector. As medidas complementares da SECO contribuirão para o pilar do rendimento e do desenvolvimento económico (cerca de 5 milhões de francos suíços). Moçambique irá, ainda, beneficiar de fundos suíços adicionais, isto é, através de progra-mas globais e regionais da SDC, bem como de con-tribuições suíças para organizações/iniciativas inter-nacionais e multilaterais e NGO suíças activas no país.
16
A Estratégia da Cooperação Suíça está sujeita a mo-nitoria regular, com vista a fazer o acompanhamento da eficácia e relevância do portfólio de programas da Suíça e à tomada de decisão sobre medidas correcti-vas. Os quadros de resultados e o sistema de moni-toria são construídos numa perspectiva de enfatizar os objectivos nacionais, enquanto as conquistas da Cooperação Suíça são entendidas como contribuição para o alcance desses resultados. Esta abordagem visa integrar as observações a nível do país e do port-fólio da Suíça, bem como focar-se nos resultados prá-ticos monitorizados ao nível de todas as operações.
A monitoria da Estratégia de Cooperação cumpre o triplo objectivo de (1) assegurar a pertinência, eficá-cia e eficiência do programa da Suíça; (2) determinar
os resultados (para o gabinete central da SDC e par-tes interessadas); e (3) aprendizagem contínua.
A monitoria da Estratégia de Cooperação é da res-ponsabilidade do Gabinete da Cooperação Suíça (SCO). A implementação da Estratégia de Coopera-ção para Moçambique 2017–2020 será monitorada em quatro níveis diferentes:
› Desenvolvimento do contexto mais amplo do país e contextos relevantes para cada sector numa base (bi-) anual, a fim de captar as mudanças de contexto com o instrumento MERV.
› Alterações relevantes a nível dos objectivos nacionais: progresso realizado no alcance dos resultados esperados, tal como estipulados nos planos-quadro para Moçambique e noutras estratégias sectoriais nacionais.
› Resultados do portfólio suíço por domínio de intervenção, a fim de fazer o acompanhamento das realizações nos diferentes domínios. Utilizando-se igualmente, para o efeito, Indicadores de Referência Agregados (ARI), os quais permitem que a SDC comunique as conquistas alcançadas em diferentes países.
› Gestão do portfólio da Embaixada, com vista a verificar o desempenho em termos de aplicação das modalidades de apoio, cooperação com parceiros, alocação de recursos financeiros, género e outras dimensões de gestão.
7 Direcção do Programa
Nível Área Focal Instrumento Periodicidade
Contexto do país › Contexto geral do país relevante para a Estratégia de Cooperação Suíça
› MERV › Relatório político, › Relatório económico › Relatório de recursos humanos
› Pelo menos anualmente: Setembro/Outubro
› (Mais frequente se necessário)
Resultados no desenvolvimen-to do país
› Resultados no desenvolvimento nacional por domínio de intervenção
› Mudanças globais de contexto relevantes para o programa suíço
› Mudança de contexto de domínios específicos
› Relatório anual › Todos os anos no Outono
Resultados do portfólio suíço
› Eficácia das intervenções na consecução dos objectivos (anuais) e na contribuição para os objectivos do país
› Relatório anual › Análises, avaliações e estudos
de domínios e/ou programas
› Análise intercalar (Maio) › Análise anual (Outubro)
Gestão de port-fólio
› Eficácia e eficiência do Gabinete da Cooperação Suíça no apoio aos programas, com vista a atingir os objectivos estipulados da estratégia de cooperação
› Relatório anual › Relatório de gestão do
gabinete (OMR) › Relatórios financeiros /
auditorias › Relatórios de ICS › Plano de Integração de Género
– GEMP e SENAP (Género)
› Todos os anos no Outono
19
17
Anexo 2: Plano Financeiro em Francos Suíços A tabela apresenta apenas as despesas de financiamento de projectos. As despesas operacionais não estão incluídas.
Domínio/ Exercício financeiro: 2017 2018 2019 2020 Total 2017-20 em %
Rendimento e Desenvolvimento Económico (SDC e SECO*)
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7 500 000
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8 000 000
1 250 000
28 250 000
5 000 000*
33 250 000
35%
Governação 7 000 000 7 000 000 7 500 000 8 000 000 29 500 000 31%
Saúde 8 000 000 7 500 000 7 000 000 6 500 000 29 000 000 31%
Outras intervenções
Programas culturais, pequenas acções, etc.
750 000 500 000 500 000 500 000 2 250 000 3%
Alocação orçamental total indicativa da SDC 21 500 000 22 000 000 22 500 000 23 000 000 94 000 000 100%
Descrição geral dos fundos projectados por Gabinetes Federais da Suíça:
Exercício financeiro: 2017 2018 2019 2020 Total 2017-20 em %
Departamento Federal dos Negócios Estrangeiros FDFA-SDC
21 500 000 22 000 000 22 500 000 23 000 000 89 000 000 94,5%
SECO* (medidas complementa-res) (aprox. 5m) 5,5%
Total de Fundos por Gabinetes Federais 94 000 000 100%
Para além dos fundos indicados na tabela, Moçambique beneficiará de financiamento adicional da Suíça, o qual será canalizado através de programas globais e regionais da SDC, bem como de contribuições da Suíça para organizações/iniciativas internacionais e multilaterais e NGO suíças activas no país.
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Géne
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19:
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e 201
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25
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e 201
5: Cl
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es de
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1 Me
ta 20
20:
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2017
-201
9.
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19:
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5: Os
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16
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2020
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de 20
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ha de
Bas
e 201
5: GD
P pe
r cap
ita 54
4 USD
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2020
: GD
P pe
r cap
ita 72
2 (IM
F); C
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2015
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26
7 (4
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rodu
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ento
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esce
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2).
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ciaçã
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o Sec
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Sem
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s no â
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ado 2
2: −
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tério
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e Fin
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Trib
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A), i
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A), e
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prov
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s.
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ntar p
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dese
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imen
to de
siste
mas d
e mer
cado
por m
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man
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(Res
ultad
o 1).
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ar em
estre
ita si
nerg
ia co
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omíni
o da
gove
rnaç
ão em
ques
tões r
elacio
nada
s com
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so e
apro
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mento
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ado 1
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naçã
o).
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plora
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odali
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s de a
poio
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to ao
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artam
entos
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ultur
a, no
senti
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orar
a pr
estaç
ão de
servi
ços a
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ricult
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(exte
nsão
, irrig
ação
, etc.
) ou f
azê-
lo atr
avés
de m
anda
tos ex
isten
tes (R
esul-
tado 1
). −
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rar o
portu
nidad
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te-ra
is, ou
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s con
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ões p
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utras
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ativa
s) (R
esult
ado 1
e 2)
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rincip
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ir man
datos
, co-
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ciame
nto co
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es ou
contr
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es pa
ra in
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vas m
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terais
. −
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do 2,
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o e a
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dese
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pleme
ntarid
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ado 1
). −
Explo
rar f
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CSO
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s de m
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ctos i
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ultad
o 1).
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imple
menta
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e pro
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logia
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esult
ado 1
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e Se
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ltado
1).
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o es
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lítica
s par
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ca fis
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imen
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s micr
o e pe
quen
as em
pres
as e
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ação
econ
ómica
(Res
ultad
os 1
e 2).
27
−
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s pos
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ades
de tr
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ias e
ponto
s de e
stran
gulam
ento
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s de d
iscus
são d
e polí
ticas
, com
vista
ao cr
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ento
do se
ctor f
inanc
eiro (
Resu
ltado
s 1 e
2).
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s apr
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as e
a a
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e da
cris
e da
dívi
da d
e 20
16 se
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usad
as p
ara
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logo
sobr
e po
lítica
s e d
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nidad
es p
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ação
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mento
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ento
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imen
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e rec
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ra ap
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mento
(cas
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ões e
conó
mica
s e po
lítica
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rmita
m). E
ste po
ssíve
l env
olvim
ento
come
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como
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o, em
parce
ria co
m ou
tros d
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res e
poss
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plica
ção p
ara o
utras
prov
íncias
com
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− O
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as e
a coo
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ação
dos d
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ão cr
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s par
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sulta
do 2:
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íça m
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r a su
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uênc
ia na
s áre
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PFM
e de
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ma fis
cal e
, pos
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ente,
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e lide
ranç
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PFM,
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lmen
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s de e
mpre
go e
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ção d
e ren
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pecif
icame
nte pa
ra a
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em) e
partic
ularm
ente
apoia
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mulh
er a
supe
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s dif
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des a
dicion
ais qu
e tra
dicion
almen
te en
frenta
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e co
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da te
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os fin
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iros e
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dos.
Isto é
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s do s
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que a
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ção,
terra
, fina
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ento)
e co
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Apoia
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e o r
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imen
sões
de gé
nero
da de
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a, as
sim co
mo do
s sist
emas
e po
lítica
econ
ómica
e co
ntribu
ir par
a o re
forço
da ca
pacid
ade e
da se
nsibi
lizaç
ão pa
ra a
orça
menta
ção n
a per
spec
tiva
de gé
nero
. −
Indica
dore
s: a)
Núm
ero,
quali
dade
e de
bates
de pe
squis
a de p
olític
as ec
onóm
icas s
obre
deter
mina
ntes d
e gén
ero n
a pob
reza
e no
cres
cimen
to inc
lusivo
; b) A
nális
e anu
al da
s ten
dênc
ias da
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esa p
úblic
a que
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tões p
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sobr
e dota
ções
, exe
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o e an
álise
de ef
iciên
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ntal.
28
9 3
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ínio
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ore-
cida
1.1 N
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o de
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cimen
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%
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Bas
e 201
5: 64
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2020
: 95
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2019
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Bas
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%
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2020
: 15
%
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e 201
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de 20
20:
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de B
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ASH
2015
: 20
Meta
2020
: 40
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os.
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is.
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tério
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9 estã
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Fonte
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Meta
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Fonte
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31
Anexo 4: Cenários de Contexto, Consequências e Adaptações do Programa
Melhor cenário: Do potencial à realidade
Cenário mais provável: Sem guerra – Sem paz – Sem justiça
Pior Cenário: Retorno, exclusão e vulnerabilidade
Economia O crescimento económico é vibrante ou positivo durante os próximos 5 anos e traduz-se na melhoria das condições de vida para a maioria da população. A crise da dívida pública em 2016 funciona como um motor para um profundo processo de reformas na gestão económica e na gover-nação. A governação económica é refor-çada de forma sustentada e credível, per-mitindo a continuidade dos fluxos de FDI, ODA e do aumento geral dos investimen-tos para o crescimento económico.
O crescimento económico ainda será positivo ao longo dos próximos 5 anos, mas não se traduz na melhoria das condições de vida da maioria da população. As principais preocupações resul-tantes do actual retrocesso na gestão da dívida, transparência fiscal e reforma da PFM são parcialmente colmatadas, abrangendo apenas questões cruciais, principalmente para permitir a continuidade dos fluxos de FDI para as indústrias extractivas. Considera-se a crise como oportuni-dade para a reforma, em particular para abordar a questão da eficiência da despesa pública, dada a tendência de redução dos fluxos de ODA.
O crescimento económico estará estag-nado ou negativo nos próximos 5 anos, possivelmente agravando as condições de vida da maioria da população. Não há nenhum compromisso do governo para com as reformas de PFM, integridade e transparência. Acesso limitado aos mer-cados financeiros internacionais e investi-mentos produtivos limitados, concen-trados nos sectores de elevado lucro e de capital intensivo.
Aumento dos fluxos de capital, aumento do rendimento nacional e melhoria do HDI.
Recuperação muito lenta da balança de pagamentos e da inflação gerada pela crise da dívida, depreciação do Metical e ausência de melhoria no HDI.
Inflação e depreciação do Metical. Re-tirada de capital, dívida pública insus-tentável e redução do HDI.
Diminuição da corrupção e melhoria do ambiente de negócios para as SME.
A corrupção recorrente contribui para o ambiente de negócios desfavorável.
Deterioração da governação económica e aumento da corrupção.
Desenvolvimento socioeconómico inclusi-vo e equitativo em todo o país e aumento do emprego.
As condições socioeconómicas permanecem inalteradas, com tendência para o aumento da desigualdade e continuação de taxas ele-vadas de desemprego.
Aumento da desigualdade, deterioração das condições socioeconómicas e aumento do desemprego.
Aumento dos investimentos para a diversi-ficação económica e aumento da produ-tividade. Aumento da despesa pública nos sectores prioritários para o desenvolvimen-to e melhoria da qualidade dos serviços.
Potencial aumento nos investimentos e servi-ços públicos nas regiões marginalizadas. Mantem-se e protege-se o padrão das des-pesas públicas nos sectores sociais e abor-dam-se os principais determinantes da efi-ciência.
Redução da produtividade e do acesso aos serviços públicos. Redução das des-pesas públicas para sectores prioritários sociais e económicos, devido à política fiscal restritiva e pagamentos de dívidas. Deterioração do diálogo de políticas.
Política Acordo de paz entre a FRELIMO e a RENAMO conducente a uma solução política sustentada, sistema político inclu-sivo com representação dos partidos de oposição, desmobilização e integração da ala militar da RENAMO na polícia e nas forças armadas.
Continuação do actual padrão de situação tensa subjacente, como tem sido desde 1992 com o Governo/FRELIMO, mantendo uma orientação e retórica centralizada e não inclusiva da política e da violência armada esporádica entre a FRELIMO e a RENAMO.
Eclosão do conflito armado entre a FRELIMO e a RENAMO devido ao fra-casso das negociações de paz. Perda da legitimidade política, violação sistemática dos direitos humanos e fracasso do estado.
Sistema multipartidário eficaz a nível nacional e descentralizado com eleições transparentes, livres, justas e inclusivas.
Um sistema de partido único de facto com possibilidades limitadas para que os partidos de oposição influenciem as decisões de política a nível nacional e local. Aumento da violência e da agitação antes, durante e depois das eleições.
Consolidação do sistema de partido único, aumento das fricções entre parti-dos, ameaças e assassinatos direcciona-dos de opositores políticos. Violência ge-neralizada em todo o país antes, durante e após as eleições.
Um amplo debate multipartidário e multi-lateral sobre questões essenciais para a paz e o desenvolvimento inclusivo conduz a uma reforma constitucional e a um pro-cesso mais eficaz de descentralização.
Implementação contínua da actual política e estratégia de descentralização com reformas pontuais do enquadramento jurídico e político após consenso no debate intrapartidário (FRELIMO).
Recuo total das políticas e estratégias existentes para a descentralização, com total controlo central da maioria das fun-ções e competências do governo e do estado.
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CSO e meios de comunicação indepen-dentes capazes de expressar suas opini-ões e debater publicamente, e sem medo, sobre as questões essenciais para o des-envolvimento do país.
Pressão constante sobre as organizações da sociedade civil, incluindo ameaças a figuras de liderança e apenas poucos meios de comunicação independentes.
Limitação mais significativa e sistemática dos direitos à liberdade de expressão, li-berdade de reunião e associação pací-ficas. Líderes de opinião expostos aban-donam o país.
Social / Humanitário Redução das desigualdades estruturais devido a uma boa gestão de recursos, melhorando o estado de direito e aumen-tando a resiliência a choques externos.
As desigualdades estruturais continuam elevadas devido à má gestão de recursos, à ausência de um estado de direito e à contínua vulnerabilidade a choques externos.
As desigualdades estruturais aumentam devido à má gestão de recursos, ausên-cia de estado de direito e maior vulnera-bilidade a choques externos.
Regresso seguro e sustentável dos refu-giados e das populações deslocadas às suas zonas de origem.
Deslocação de populações para países vizinhos e áreas urbanas devido a bolsas de violência, insegurança alimentar e falta de serviços básicos (água, saneamento, saúde, educação).
Grandes deslocações populacionais - refugiados e deslocados internos - dentro do país (rural para urbano) e para países vizinhos devido a confrontos armados.
Maior resiliência aos choques climáticos externos graças a uma maior resiliência da população e maior capacidade de prepa-ração e resposta do governo.
Emergências humanitárias sazonais e concentradas regionalmente com aumentos temporários de riscos à saúde, segurança alimentar limitada e acesso limitado a água e saneamento, e baixa capacidade de resposta do governo.
Emergência humanitária com aumento da insegurança alimentar, riscos para a saúde e acesso limitado a água e sanea-mento devido a fortes inundações no norte, secas no sul, diminuição da produ-tividade agrícola e diminuição das impor-tações de alimentos.
Aumento da cobertura geográfica e melhoria da qualidade de prestação de serviços básicos nos espaços rurais e urbanos (água, saneamento, saúde, edu-cação). Redução das desigualdades na prestação e acesso de serviços.
Aumento das desigualdades no acesso e na utili-zação de serviços básicos com maior vulnerabili-dade da mulher e criança, especialmente nas zonas rurais e periurbanas, devido à disponi-bilidade e utilização limitadas nas zonas rurais e ao aumento da pressão sobre a prestação de serviços urbanos. Logística de medicamentos e suprimentos médicos dificultada ou interrompida.
Acesso a serviços básicos limitado ou impossível e níveis extremos de vulnera-bilidade da mulher e criança, especialmente nas zonas rurais, devido a choques externos e internos. A destruição da infraestrutura social leva ao colapso da prestação de serviços nas zonas rurais e a pressões sobre as zonas urbanas onde a prestação de serviços básicos piora de forma massiva.
Acesso melhorado aos mercados e ao comércio.
Acesso mais condicionado aos mercados. Ausência de acesso a mercados e servi-ços básicos.
Segurança Com a solução política, acordo de paz, instituições reforçadas e desenvolvimento gra-dual, a situação de segurança das zonas desfavorecidas vai melhorar gradualmente.
O nível de criminalidade e insegurança prevalece devido à ausência de um estado de direito fortale-cido e a elevados níveis de pobreza; o impasse político contribui para os focos de violência.
A escalada do conflito armado devido a ne-gociações de paz mal sucedidas, leva à deterioração imediata da situação de segu-rança em todo o país.
Governo a actuar em harmonia com o estado de direito e com capacidade para evitar agitação social e motins graças à boa governação.
Controlo social e político e uso de meca-nismos repressivos pelo estado com agitação social e motins esporádicos.
Deterioração da lei e ordem com pontos de controlo militar/de oposição, ameaças da polícia e das forças de segurança, controlo da comunicação, dos órgãos de comunicação social e redes sociais.
Acesso humanitário pleno a todas as áreas tecnicamente acessíveis e colaboração proac-tiva com as principais NGO de direitos huma-nos, agências da UN e doadores.
Acesso humanitário limitado a zonas de conflito e áreas atingidas por desastres naturais e limitada colaboração com agências de direitos humanos da UN, actores humanitários e NGO.
Nenhum acesso humanitário às principais zo-nas de conflito ou áreas atingidas por desas-tres naturais com pressão política e militar sobre as NGO de direitos humanos e agên-cias humanitárias, incluindo ameaças e assassinatos direccionados.
Diminuição da criminalidade devido ao re-speito pelo estado de direito e à diminui-ção das desigualdades. Redução do espa-ço para redes criminosas e tráfico de drogas.
Níveis continuamente elevados de roubo e crime e existência de redes ilícitas para o tráfico de drogas e sequestros.
Aumento da criminalidade e insegurança nos espaços urbanos com redes de crime ilícito reforçado, sequestro, tráfico de drogas e política.
Diminuição das desigualdades com mel-hores oportunidades económicas nos espaços urbanos e rurais e acesso equi-tativo aos serviços básicos.
Aumento da migração rural-urbana devido à falta de oportunidades de desenvolvimento nas zonas rurais colocando pressão sobre os serviços básicos nas zonas urbanas.
Agitação social em ambientes urbanos devido a desigualdades sociais e eco-nómicas e falta de acesso a serviços básicos.
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Adaptações ao Programa Melhor cenário Cenário mais provável Pior cenário
Domínio de Governação
Apoiar a implementação efectiva do acordo de paz, eventuais reformas constitucionais e descentralização efectiva. Aumentar o trabalho sistémico com os partidos políticos, o sistema judiciário e os parlamentos. Alinhar todos os programas com o Plano Quinquenal do Governo e uso de sistemas estatais para a maioria das intervenções.
Objectivo do domínio: Melhoria dos sistemas de governação para um acesso e utilização mais equitativos, efi-cientes, transparentes e responsáveis de recursos.
Monitoria sistemática da economia política e do contexto de segurança. Manter o espaço humanitário, proteger os civis e promover abordagens baseadas nos direitos humanos através do diálogo político e com NGO e agências interna-cionais como a UN, o Comité Inter-nacional da Cruz Vermelha - CICV, Médi-cos Sem Fronteiras (MSF) e a Organi-zação Internacional para as Migrações (IOM). Melhorar as sinergias com os parceiros internacionais em matéria de direitos hu-manos, governação dos recursos natu-rais, anticorrupção e Fluxos Financeiros Ilícitos..
Alinhamento total com os sistemas estatais com todas as transferências financeiras nas contas do estado (níveis central e descentralizado). Trabalho com parlamentos provinciais.
Resultado 1 (descentralização): Gestão descentralizada, equitativa e transparente dos recursos pelas instituições governamen-tais/locais, cidadãos/CSO e partes interessa-das do sector privado.
Foco em programas nas zonas urbanas descentralizadas e acessíveis. Nas zonas rurais acessíveis, trabalhar directamente com um pequeno número de distritos seleccionados sobre governação local. Aumento do diálogo político e trabalho sobre transparência, anticorrupção e integridade de negócios a nível central e local. Aumentar a conscientização sobre os riscos e melhorar a gestão da se-gurança dos parceiros locais das CSO.
Institucionalizar espaços participativos a níveis urbanos. Institucionalizar plenamente os comités de gestão de recursos naturais a níveis descentralizados. Concentrar-se na eficiência da responsa-bilização de cima para baixo.
Resultado 2 (responsabilidade social): Acesso e uso de recursos socialmente responsáveis, inclusivos e transparentes, graças ao diálogo multilateral construtivo entre instituições governamentais/Cida-dãos/CSO e partes interessadas do sector privado.
Aumentar a capacidade de CSPM dos parceiros de implementação, incluindo a monitoria da implementação da abor-dagem de "não prejudicar". Promover o diálogo entre as diversas par-tes interessadas a nível nacional e local, com um maior enfoque na coesão social, educação cívica e na resolução de conflitos.
Domínio de Rendimento e Desenvolvimento Económico Expandir as actividades do domínio com a exploração de intervenções para melhorar o ambiente de negócios e o fortalecimento de PFM (incluindo o nível sub-nacional), no que diz respeito às condições económicas para um crescimento inclusivo.
Objectivo do domínio: Melhoria das oportunidades de mercado e a gestão económica para um crescimento in-clusivo, de modo a que as populações be-neficiem de forma equitativa da transfor-mação económica sustentável.
Possível retirada gradual/suspensão de algumas intervenções devido ao acesso limitado/ausência de acesso ou ao au-mento do risco de má utilização dos fundos.
Ampliação e replicação com maior número de beneficiários. Diminuição dos custos de gestão com diminuição da presença no terreno.
Resultado 1: Os pequenos agricultores, com especial destaque para a mulher, e outras SME, aumentam os seus rendimentos através de melhores oportunidades de mercado, desen-volvimento de competências e acesso a serviços.
Acompanhamento remoto das actividades devido ao acesso limitado às áreas do projecto. Mudança para a abordagem humanitária no que diz respeito à segurança alimentar para evitar que os agricultores vendam os seus activos básicos e assegurar que mantenham a sua capacidade básica de compra/produção.
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Mais enfoque e apoio às necessidades específicas de Assistência Técnica (TA) para gestão das finanças públicas (gestão do risco fiscal, rendimentos das indústrias extractivas, e mobilização de receitas). Maior apoio à análise e pesquisa econó-micas. Explorar e expandir as actividades sobre condições de investimento, comércio e ambiente de negócios para o desen-volvimento do sector privado (PSD).
Resultado 2: Os recursos públicos são mobilizados e geridos para uma prestação mais inclusiva e sustentada de serviços públicos e políticas económicas.
Avaliação de opções de cancelamento imediato ou suspensão e retirada progressiva dos projectos complemen-tares de TA (com enfoque em PFM), dependendo da análise da economia política. Definição de indicadores/resultados mais específicos sobre análise de políticas, gestão de recursos naturais (NRM) ou outros. Mudança para um maior apoio às CSO que clamam por responsabilização e melhoria da governação económica.
Melhor cenário Cenário mais provável Pior cenário Domínio da Saúde
Ampliação e replicação com maior número de beneficiários. Redução dos custos de gestão com diminuição da presença no terreno.
Objectivo do domínio: Melhoria da saúde das populações vulne-ráveis que vivem nas zonas rurais de Moçambique.
Avaliações mais frequentes do contexto e maior controlo da implementação de programas Redesenhar programas. Oferecer resposta humanitária.
Avaliações menos frequentes do contexto. Mais apoio orçamental.
Resultado 1 (governação do sistema): Os sistemas subnacionais proporcionam saúde mais equitativa, eficiente e integrada, incluindo WASH, serviços básicos de eleva-da qualidade que respondem às necessida-des das populações vulneráveis e desfavo-recidas.
Avaliações mais frequentes do contexto. Abordagem humanitária/prestação de serviços através de NGO em substituição do sistema nacional (água, saneamento e saúde).
Replicação de boas práticas. Explorar mais trabalho com o sector privado.
Resultado 2 (empoderamento da comu-nidade): As comunidades rurais das províncias da zona norte são capazes de expressar suas necessidades e direitos, e exigem responsa-bilidade dos governos locais e dos provedo-res de serviços básicos.
A ausência de fundos a serem canali-zados através dos sistemas gover-namentais, tornam as NGO/CSO como os principais e exclusivos receptores de fundos.
Cultura
Reconhecimento das debilidades das insti-tuições locais; enfoque em iniciativas indivi-duais/empreendedores em artes (geração de renda para a redução da pobreza); enfo-que na criança e jovens (transmissão de habilidades e experiências).
Objectivo: Fortalecer as instituições e plataformas que possam actuar como provedores de serviços culturais e artísticos às comunidades vizinhas; como fornecedores de comhecimento, espaço e serviços aos agentes culturais; e/ou como defensores e promotores de artes e cultura em geral.
Manter o foco no apoio às iniciativas locais.
Providenciar formação e oportunidades para testagem das habilidades adquiridas. Apoiar novos projectos e iniciativas.
Resultado 1: Populações vulneráveis envolvidas em actividades culturais como meio para elevar a sua auto-estima/ confiança, senso de responsabilidade e iniciativa.
Manter o apoio para pequenas acções dos agentes locais.
Reconhecer que é um objectivo a longo prazo, e assim apoiar projectos de médio e longo prazo.
Resultado 2: Actividades artísticas e culturais promovem debates e pensamento crítico.
Criar um fundo para as artes num com-texto de conflito.
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Anexo 5: Estratégia da Cooperação Suíça 2017-2020 num relance
Governação – Resultado 2: Acesso a recursos e uso dos mesmos, de modo socialmente responsável, inclusivo e transparen-te, graças a um diálogo multilateral construtivo entre instituições governamentais/estatais, cida-dãos/CSO e partes interessadas do sector priva-do
Rendimento e Desenvolvimento Económico - Resultado 1: Pequenos agricultores, com espe-cial destaque para as mulheres e outras SME, aumentam os seus rendimentos através da me-lhoria das oportunidades de mercado, do desen-volvimento de habilidades e do acesso aos servi-ços
Rendimento e Desenvolvimento Económico -Resultado 2: Os recursos públicos são mobiliza-dos e geridos no sentido de uma prestação mais inclusiva e sustentada de serviços públicos e políticas económicas
Saúde – Resultado 1: Os sistemas subnacionais prestam serviços de saúde mais equitativos, eficientes e integrados, incluindo WASH, serviços básicos de alta quali-dade que respondam às necessidades da popu-lação vulnerável e desfavorecida
Saúde – Resultado 2: As comunidades rurais das províncias do Norte são capazes de expressar as suas necessidades e direitos, e exigem prestação de contas por parte dos governos locais e dos provedores de serviços básicos.
Governação Acesso e utilização mais equitativos, eficientes, transparentes e respon-sáveis dos recursos que contribuem para a coesão e a estabilidade naci-onais.
Rendimento e Desenvolvimento Económico
Melhoria das oportunidades de mer-cado e da gestão económica para um crescimento inclusivo, de modo a que as pessoas beneficiem de forma equitativa de uma transformação económica sustentável
Saúde Melhoria da saúde das populações vulneráveis que vivem em zonas rurais de Moçambique
Género- Governação -
HIV/SIDA
Objectivos do Domínio
Objectivo Global
Programas Regionais e Globais
Contribuir para a redução da pobreza através da construção de uma sociedade mais equitativa e facilitar o crescimento inclusivo.
Governação - Resultado 1: Gestão descentralizada, equitativa e transparente dos recursos por parte das instituições governamen-tais e das organizações da sociedade civil, bem como melhoria da integridade de negócios
Impressão
Editor:Departamento Federal de Relações Internacionais (FDFA)Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (SDC)3003 Berna
Desenho:Comunicação Visual FDFA, Berna
Fotos:Capa: Dominique Andereggen/flussreifSDC/João Costa Zwela e Chico Carneiro
Remessas:www.sdc.admin.ch (heading “Publications”)
Contacto detalhado:Agência Suíça para o Desenvolvimento e Cooperação (SDC)Departamento para África Oriental e AustralTel. +41 58 462 34 75, Fax +41 58 464 16 95www.sdc.admin.ch
Berna, 2017, © SDC