Estratégias Operacionais Para o Mercado de Ações

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  • 8/10/2019 Estratgias Operacionais Para o Mercado de Aes

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ADMINISTRAO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS ADMINISTRATIVAS

    ESTGIO FINAL ADM 01198

    Thiago Canez Bisi

    Estratgias Operacional para o Mercado de Aes:Mdia Mvel de 09 Perodos

    Porto Alegre

    2009

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    Thiago Canez Bisi

    Estratgias Operacional para o Mercado de Aes:Mdia Mvel de 09 Perodos

    Trabalho de concluso do curso de

    graduao apresentado ao Departamento de

    Cincias Administrativas da Universidade

    Federal do Rio Grande do Sul, como requisito

    parcial para a obteno do grau de Bacharel

    em Administrao.

    Orientador: Prof. Oscar Claudino Galli

    Porto Alegre

    2009

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    Thiago Canez Bisi

    Estratgias Operacional para o Mercado de Aes:Mdia Mvel de 09 Perodos

    Conceito Final:

    Aprovado em ......... de ............................. de ................

    BANCA EXAMINADORA

    ________________________________________

    Prof. Dr. ............................................... Instituio

    ________________________________________

    Prof. Dr. ............................................... Instituio

    ________________________________________

    Prof. Dr. ............................................... Instituio

    ________________________________________

    Orientador - Prof. Dr. ........................... Instituio

    Porto Alegre

    2009

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo imensamente ao professor Oscar Galli, que se mostrou sempre solcito e

    disposto a orientar o presente trabalho, apesar dos empecilhos da distncia e do

    tempo.

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    RESUMO

    O presente trabalho tem como objetivo propor e validar uma metodologia de

    aplicao em bolsa de valores que seja acessvel ao investir comum, sem grandes

    recursos ou conhecimentos e que ainda assim se mostre rentvel. Utilizou-se

    conhecimentos oriundos da anlise grafista para a definio do mtodo e tcnicas

    da estatstica para valid-lo. A concluso que o mtodo funciona bem tanto dentro

    da teoria quanto da prtica, mostrando na maior parte das vezes resultados

    superiores a diversos benchmarks. Um dos pontos mais destacveis que o mtodotem um desempenho muito superior em momentos adversos, resultando em perdas

    momentneas muito mais suaves do que numa estratgia de buy and hold.

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    SUMRIO

    .................................................................................................................................. 8 ............................................................................................................................... 10

    1.1. OBJEIO ............................................................................................................................. 12

    1.2 JIFICAIA ....................................................................................................................... 12

    ....................................................................... 14

    2.1. AMBIENE DE EDO E ALICAO.................................................................................... 14

    2.1.1. M C...................................................................................................... 14

    2.1.2. M A......................................................................................................... 14

    2.1.3. A A ........................................................................................................................ 15

    2.1.4. B............................................................................................................................. 17

    2.1.4. L C............................................................................................................... 18

    2.1.5. C ..................................................................................................................... 19

    2.1.6. C............................................................................................................................ 20

    2.2. INCIAI ECOLA DE ANLIE DE MECADO .................................................................. 22

    2.2.1. A F ............................................................................................... 22

    2.2.2. A G ............................................................................................ 23

    2.2.3. ....................................................................... 26

    2.3. FEAMENA E CONCEIO ILIADO NA EAGIA................................................. 26

    2.3.1. F ....................................................... 26

    2.3.2. ................................................................................................................. 29

    2.3.3. O ...................................................................................................... 31

    2.3.4. ................................................................................................................... 32

    2.3.5. M M .............................................................................................................. 34

    2.3.6. .............................................................................................................................. 36

    2.3.7. O ................................................................................................................... 37

    2.3.8. O ................................................................................................................... 38

    2.3.9. 0.618 ........................................................................................................ 38

    2.4. AEENAO DE CONCEIO DA EAGIA ................................................................ 40

    2.4.1. E .......................................................................................................................... 40

    2.4.2. .............................................................................................................................. 41

    2.4.3. ..................................................................................................... 42

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    2.4.4. ................................................................................. 42

    3. MEODOLOGIA.............................................................................................................................. 44

    3.1. ELEO DE AIO................................................................................................................... 44

    3.2. COLEA DE DADO ..................................................................................................................... 45

    3.3. BOOA................................................................................................................................ 46

    3.4. AIEI EDADA .............................................................................................................. 47

    3.4.1. A (%) ............................................................................................................................ 47

    3.4.2. L M (%) .................................................................................................................. 47

    3.4.3. M (%) .............................................................................................................. 48

    3.4.4. M / M ............................................................................... 48

    3.4.5. M ....................................................................... 48

    3.4.6. N ........................................................................................... 48

    3.4.7. (MO) .......................................................................... 49

    3.4.8. (MC) ....................................................... 49

    3.4.9. ............................................................................. 49

    3.4.10. ............................................................................. 49

    3.4.11. D (%)................................................................................................................... 50

    3.5. ALICAO ............................................................................................................................ 50

    4. ELADO DA COLEA DE DADO E ALICAO .................................................................. 52

    4.1. ACEO (%) ................................................................................................................................ 53

    4.2. LCO MDIO (%) ...................................................................................................................... 54

    4.3. EJO MDIO (%).................................................................................................................. 55

    4.4. GANHO MDIO / EDA MDIA ......................................................................................... 55

    4.5. MIMO DE OEAE EM ACEO..................................................................................... 56

    4.6. DADON (%)........................................................................................................................ 57

    4.7. NMEO DE OEAE O ANO .......................................................................................... 58

    4.8. ENABILIDADE MDIA O OEAO................................................................................... 59

    4.9. ENABILIDAE MDIA DA CAEIA O OEAO............................................................... 60

    4.10. ENABILIDADE ANAL MDIA DA OEAO....................................................................... 61

    4.11. ENABILIDADE ANAL MDIA DA CAEIA O OEAO.............................................. 62

    4.12. COMENIO OBE O ELADO.................................................................................... 63

    4.13. ELADO DA ALICAO DA EAGIA......................................................................... 63

    5. CONCLO .................................................................................................................................. 67

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    ANEO DA COLEA E DADO........................................................................................................... 70

    ANEO DA ALICAO DA EAGIA.............................................................................................. 90

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    1. INTRODUO

    O mercado financeiro brasileiro tem sofrido uma rpida transformao no

    curso destes ltimos anos (leia-se 2002 em diante). A estabilidade econmica

    alcanada com o plano Real criou um cenrio favorvel ao desenvolvimento dos

    nossos mercados. A inflao, que era galopante, dificultava a compreenso dos

    investimentos e seus reais retornos no tempo, inibindo o investidor mdio de tentar

    se sofisticar. Com a inflao controlada, tornou-se vivel que este mesmo investidor

    pudesse usufruir de instrumentos financeiros mais sofisticados em busca demelhores rendimentos para suas economias.

    Decorrente disso foi possvel perceber um grande incremento nas publicaes

    e informaes sobre investimentos, refletindo um amadurecimento do pensamento

    das pessoas no que tange a finanas. Este estmulo atingiu de forma especial os

    investimentos em renda varivel, principalmente os pertencentes ao mercado

    acionrio, mais prximo do investidor comum e objeto de nosso interesse ao longo

    deste curso.

    Esse interesse pelo mercado de aes no toa. Do fundo de 2002 ao topo

    em 2008, representando o ultimo ciclo de alta ao escrever destas linhas, o ndice

    Bovespa (principal indicador para representar o desempenho da bolsa de valores no

    Brasil) subiu impressionantes 798,84%. Analisadas de forma isolada, um bom

    nmero de empresas tiveram desempenho muito superior. As aes mais

    negociadas das Lojas Americanas e da Siderrgica Usiminas so bons exemplos.

    Utilizando os seus fundos correspondentes ao incio e fim do ciclo de alta do ndice

    Bovespa e seus topos histricos individuais (correspondentes ao final do ciclo do

    IBOV), estes ativos exibiram uma valorizao mxima de 5.886% e 7.640%

    respectivamente. realmente difcil ficar indiferente a nmeros como estes. E so

    apenas dois exemplos entre outros tantos.

    Altas como estas atraram grandes levas de investidores. O volume mdio

    negociado no ndice Bovespa em 2002 era em torno de R$ 450 milhes. Entre o finalde 2007 e o incio de 2008, o volume mdio j estava na faixa de R$ 4,50 bilhes

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    2. O PROBLEMA

    Com o cenrio de queda da taxa bsica de juros e o amadurecimento

    econmico de nosso pas e de nossos cidados, os investimentos em renda varivel

    se tornam cada vez mais acessveis e menos desmistificados. No entanto, este tipo

    de investimento, ao contrrio da renda fixa, exige do investidor um boa dose de

    conhecimento e um perfil de tolerncia ao risco que a maior parte das pessoas no

    tem.

    Investir em renda varivel muito diferente do que investir em renda fixa. A

    renda fixa, via de regra, no possui grandes oscilaes ou surpresas no rendimento.

    E este rendimento quase uma certeza de ser nominalmente positivo, o que

    conforta e tranqiliza a maior parte dos investidores.

    Ao investir em renda varivel, o momento em que se investe e o momento em

    que se resgata este investimento faz toda a diferena na rentabilidade. As

    oscilaes de preo dos ativos podem colocar o investimento num prejuzo

    considervel antes deste reverter para o lucro (se reverter). Este sobe e desce (que

    no costuma ocorrer na renda fixa) dos preos e por conseqncia, da rentabilidade

    do investimento, gera uma presso emocional gigantesca sobre os investidores, os

    quais acabam sucumbindo e tomam decises financeiras equivocadas, as quais no

    tomariam se no houvesse presso emocional.

    Para exemplificar a questo, podemos imaginar um investimento hipottico

    feito no ndice Bovespa, que mede o desempenho ponderado conjunto dos 66principais papis negociados na bolsa de valores. Vamos supor uma estratgia de

    buy and hold, que basicamente significa a manuteno deste investimento pelo

    maior tempo possvel. Esta a estratgia utilizada pela maioria do pblico leigo que

    investe em bolsa. Esta abordagem se fundamenta no dogma difundido que

    investimentos em bolsa devem focar no longo prazo para mostrar resultados

    (mesmo que no existe uma definio do que longo prazo e isso por si s j

    invalida a abordagem).

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    Um investimento feito na abertura do primeiro dia de negcios de 2006, teria

    sido feito a 33.461,54 pontos. Ao trmino deste primeiro ano, a rentabilidade

    acumulada j seria de 32,90%. No segundo ano, de 90,92%. E no auge de 2008,

    este investimento chegou a 120,91% aos 73.920,38 pontos. Deste ponto em diante,

    o investimento sofreu uma pesada baixa, batendo em 29.435,11. Uma perda de

    60,18% desde o valor mximo e colocando o investimento num prejuzo em relao

    ao valor investido de 12,03%. Esta variao extrema impele a um comportamento

    emocional guiado pelo pnico, que o faz sair do mercado quebrando a estratgia de

    buy and hold.

    Mesmo o investidor mais qualificado, que se ampara atravs de uma

    abordagem de investimento como as preconizadas pela Anlise Fundamentalista ou

    pela Anlise Grafista, tem no emocional e na subjetividade os principais obstculos.

    Pois nessas abordagens, a anlise envolve um conjunto de percepes as quais so

    avaliadas conforme a sensibilidade do investidor.

    Geralmente, a subjetividade de uma tcnica ou avaliao que deixa brechas

    para se adotar, mesmo que inconscientemente um comportamento guiado pelo

    emocional. Nisto, ambas as abordagens de mercado so falhas.

    O problema, portanto, consiste em estabelecer uma abordagem de mercado

    que seja livre de subjetividade, eliminando a possibilidade de se chegar a diferentes

    concluses para o mesmo cenrio; e que seja sistemtica a ponto de poder ser

    executada sem interferncia humana.

    Como a automao de um sistema operacional no algo que esteja ao

    alcance do pequeno investidor atualmente, torna-se importante tambm que a

    estratgia possua o menor nvel de estresse na sua execuo. O estresse pode ser

    caracterizado por uma perda pontual muito significativa como vimos ocorrer no

    exemplo citado no ndice Bovespa ou um nmero muito elevado de operaes com

    prejuzos significativos, fatos que poderiam levar o investidor a abandonar a

    estratgia no meio de sua aplicao.

    Pesquisando estratgias abertas ao pblico, encontramos no endereo

    eletrnico www.leandrostormer.com.brum vasto contedo sobre anlise de mercado

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    e estratgias focadas dentro de uma abordagem de anlise de grfico. Entre elas,

    selecionei uma estratgia simples conhecida como Estratgia da Mdia Mvel de

    09 perodos, tipo 1.0. Basicamente, existem trs estratgias similares, usando a

    mesma base terica que a relao dos preos com uma mdia mvel de 09

    perodos. Entrarei em maiores detalhes sobre a metodologia mais adiante. Dos tipos

    existentes para essa estratgia, foi escolhida a mais simples.

    1.1. OBJETIVOS

    Com base na estratgia selecionada, o trabalho ter como foco os seguintes

    objetivos:

    Objetivo Geral:

    Analisar o desempenho desta estratgia de uma forma ampla, em diversos

    papis e cenrios, e comparar com o desempenho de uma estratgia de buy and

    hold.

    Objetivos Especficos:

    Os objetivos especficos da pesquisa so:

    a) Compreender a estratgia proposta

    b) Desenvolver e aplicar critrios estatsticos de avaliao de desempenho

    c) Aplicar a estratgia dentro dos critrios estabelecidos

    d) Compar-la a uma abordagem de buy and hold

    1.2 JUSTIFICATIVA

    O sistema apresentado se encaixa dentro do que se chama de trading

    system, o que se traduziria como sistema de operao. Embora no Brasil isso seja

    razoavelmente novo (alis, tudo que se refere a bolsa , para o grande pblico,

    novo), este tipo de abordagem a que mais cresce em mercado maduros como o

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    mercados dos EUA e provavelmente em breve ser to popular no Brasil quanto l

    fora hoje.

    Este trabalho certamente ser de grande valia para o investidor interessado, poisalm de fornecer um sistema pronto e j avaliado, ainda fornecer conceitos e

    abordagens importantes na avaliao de outros trading systems que certamente

    surgiro ou este mesmo poder criar.

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    2. APRESENTAO DE CONCEITOS DA ESTRATGIA

    Esta seo far uma apresentao dos diversos conceitos sobre o ambientefinanceiro e sobre os conceitos relativos as ferramentas utilizadas para a

    implementao e validao da estratgia operacional.

    2.1. AMBIENTE DE ESTUDO E APLICAO

    2.1.1. Mercado de Capitais

    A estratgia que ser apresentada para aplicao em investimentos de

    renda varivel. Este tipo de investimento feito nos instrumentos que se encontram

    dentro do segmento de Mercado de Capitais.

    Neste mercado, de maneira generalizada, so efetuados os financiamentos

    do capital fixo das empresas e das construes habitacionais. Esse financiamento

    se d atravs da emisso e negociao de ttulos e valores mobilirios (que podem

    ser transacionados). Dentro deste mercado tambm se enquadram os instrumentos

    financeiros que permitem s empresas operaes de hedge. Estas operaes tem

    por objetivo proteger as empresas de variaes de preos nos ativos dos quais

    dependem para viabilizar seu negcio.

    Atuam nesse mercado instituies ditas no monetrias, ou seja, que noso capazes de multiplicar moeda. So exemplos dessas instituies as Corretoras

    e Distribuidoras de valores mobilirios e Bancos de Investimento.

    2.1.2. Mercado de Aes

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    O mercado acionrio est contido dentro do segmentao de mercado de

    capitais. Ele consiste num um sistema de distribuio de valores mobilirios que tem

    o propsito de viabilizar a capitalizao das empresas com recursos de longo prazo

    e dar liquidez aos ttulos por elas emitidos e os quais garantem estes recursos. Esse

    sistema formado pelo conjunto de instituies que negociam com ttulos e valores

    mobilirios e pelas instituies que provem a infra-estrutura para que esses

    negcios possam ocorrer. As corretoras de valores e as bolsas de valores so as

    instituies tpicas do mercado acionrio.

    Atravs deste mercado, o cidado comum tem a oportunidade de participar do

    processo de enriquecimento de seu pas, investindo diretamente nas aes* das

    empresas que julga promissoras. Se estas empresas tiverem um bom desempenho,

    suas aes se valorizaro refletindo os incrementos de lucros obtidos. Assim,

    mesmo o investidor no estando diretamente envolvido no processo produtivo, ele

    pode lucrar junto com as empresas.

    Para a aplicao da estratgia proposta, escolhi as aes como instrumento.

    No entanto, esta poderia ser aplicada em qualquer tipo de ativo que seja livremente

    negociado (derivativos, moedas, commodities etc) e que possua as caractersticasde negociao tpicas de bolsa, as quais veremos em seguida.

    2.1.3. As Aes

    Podemos conceituar a ao pode como um ttulo mobilirio de renda varivel

    que representa a menor parcela do capital de uma sociedade annima. O

    proprietrio de uma ao , portanto, dono de uma frao da companhia emissora,

    possuindo o status de scio (ou acionista) e direitos sobre os crditos que disso

    possam advir. Contabilmente, estes ttulos so considerados crditos no-exigveis

    dos acionistas para com a companhia, sem prazo de resgate.

    Ao subscrever aes de uma companhia, o acionista transfere parcela de seu

    patrimnio para a sociedade e em troca recebe ttulos representativos de aes.Nestes ttulos no se identificam determinadas parcelas de bens que se tem direito,

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    e em muitos casos no se identifica qualquer valor. Sua importncia reside na

    quantidade de aes possudas frente o total de aes emitidas pela sociedade, as

    quais possuem lastro no patrimnio lquido da emissora.

    A posse de uma ao exige do acionista uma nica obrigao: ter

    integralizado o valor de sua subscrio (em caso de compra na emisso primria),

    ou ter pago o valor acordado ao acionista alienante. Cumprida esta exigncia, a

    ao confere ao seu proprietrio, de forma geral, uma srie de direitos. A saber:

    a) participao nos lucros;

    b) acesso aos atos e fatos societrios;

    c) fiscalizao das atividades da companhia;

    d) preferncia na subscrio de novas aes;

    e) participao no acervo da companhia em caso de liquidao;

    f) votar e ser votado nas assemblias gerais; e

    g) recesso ou retirada da companhia.

    Destes direitos pertinente fazer comentrio sobre alguns itens. Os demais

    so auto-explicativos. Sobre o item d, no caso de emisso de novas aes,

    garantida aos atuais acionistas a preferncia na subscrio at o limite de sua

    participao societria atual, de forma a no sofrerem diluio de sua participao.

    O item e assegura que em caso de liquidao da companhia, todos osacionistas recebero do patrimnio lquido (se houver) em p de igualdade entre si,

    de acordo com o tipo e quantidade de aes que possurem.

    E finalmente, caso algum acionista se sinta lesado, nos casos previstos na lei,

    pode solicitar sua retirada da sociedade, lhe sendo pago o valor de suas aes. Este

    valor atribudo por especialistas, sendo o valor econmico da ao. Este

    mecanismo s utilizado pelo requerente quando entende que o valor de mercado

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    inferior ao valor econmico ou quando a liquidez do mercado no lhe permite a

    venda das aes sem prejuzo.

    Os direitos no abrangem - ou se restringem para - aqueles que ainda nointegralizaram sua participao no capital. A integralizao se confirma quando o

    valor das aes subscritas foi totalmente recebido.

    Percebe-se, portanto, que o valor de uma ao est atrelado ao desempenho

    passado e expectativa de desempenho futuro da empresa emissora. A expectativa

    algo subjetivo, que depende da percepo do analista. a divergncia entre as

    percepes dos diversos participantes do mercado que gera desequilbrio entre a

    oferta e a demanda pelo ativo, fazendo o preo das aes flutuarem constantementenos mercados. So estes movimentos que possibilitam o lucro ou o prejuzo na

    atividade de compra e venda destes ttulos.

    2.1.4. Bolsas

    Poucas dcadas atrs, as bolsas poderiam ser conceituadas como locais

    onde os corretores (intermedirios profissionais autorizados) se encontravam para

    negociar ttulos e mercadorias diversas em nome de seus clientes. Porm, com a

    evoluo tecnolgica, este ambiente fsico foi quase totalmente substitudo por

    ambientes virtuais. Por esse motivo, hoje seria mais correto dizer que a Bolsa

    representa o local fsico onde se processam, regulam e fiscalizam operaes com

    mercadorias e valores mobilirios diversos concentrados em ambientes fsicos e ou

    virtuais.

    As bolsas podem assumir a forma de associao sem fins lucrativos ou a

    forma de sociedade annima. Possuem autonomia financeira, patrimonial e

    administrativa, de forma que podem estabelecer normas e restries prprias aos

    negcios. No entanto, esto sujeitas superviso e regulao da CVM alm de

    obedecerem s diretrizes e polticas emanadas pelo Conselho Monetrio Nacional.

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    A funo geral das bolsas resume-se ao estabelecimento de um sistema de

    negociao eficiente e seguro, dando rpida e ampla divulgao s operaes

    efetuadas em prego. A saber, prego como se chama uma sesso de negcios

    no sistema de bolsa. As bolsas se dividem basicamente em dois tipos: Bolsas de

    Mercadorias (onde so operados principalmente commodities e contratos

    financeiros) e Bolsas de Valores (onde so negociadas aes principalmente).

    Uma caracterstica importante que a bolsa divulga em tempo real a ltima

    cotao para cada ativo negociado bem como todas as ofertas em aberto para cada

    produto, organizando-as numa sequncia de prioridade de execuo dada primeiro

    por preo e depois por ordem cronolgica. As operaes em bolsa executadas so

    garantidas pela entidade administradora, inexistindo o risco de default (calote) da

    contraparte.

    A aplicao da estratgia se dar na nica bolsa de valores do mercado

    brasileiro, a BM&F Bovespa.

    2.1.4. Lote e Cotao

    Os mercados de bolsa no mundo costumam operar no que chamamos de

    lotes. Isso significa que, de forma geral, os ativos no so negociados

    unitariamente, mas sim em lotes padronizados de quantidade que chamamos de

    lote padro ou lote mnimo. Para todos os ativos que iremos abordar, o lote

    padro de 100 aes.

    A cotao de um ativo reflete o valor ao qual foi fechado o ltimo negcio

    executado com o ativo. Este valor no garantia de que se conseguir fazer novo

    negcio neste mesmo valor. As novas possibilidades de fechamento de negcio

    dependem das ofertas que esto abertas a cada momento para o ativo.

    Apesar dos ativos serem negociados em lotes, a cotao que divulgada

    para os ativos que utilizaremos no se refere ao lote padro, mas sim a unidade do

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    ativo. Dessa forma, para sabermos o valor financeiro mnimo de um possvel

    negcio, temos que multiplicar a cotao da execuo possvel por 100.

    2.1.5. Corretoras

    As Sociedades Corretoras de Ttulos e Valores Mobilirios so as instituies

    tpicas do mercado mobilirio. Geralmente so referidas simplesmente como

    Corretoras ou Corretoras de Valores. So elas que fazem a intermediao entre os

    clientes e as bolsas de valores e de mercadorias. Sua constituio depende deautorizao do Bacen e o exerccio de suas atividades depende de autorizao da

    Comisso de Valores Mobilirios (fiscalizadora e reguladora dos mercados).

    As corretoras de valores so as nicas instituies autorizadas a negociar

    diretamente nas bolsas, operando na compra, na venda e na distribuio de ttulos e

    valores mobilirios. Podem faz-lo em nome de seus clientes ou administrando

    recursos prprios. Fora a funo principal de disponibilizar acesso s bolsas e seus

    diversos mercados aos seus clientes, as Corretoras desenvolvem uma srie deoutras atividades, entre elas:

    a) custdia de ttulos;

    b) exercer as funes de agente emissor de certificados e manter servios de

    aes escriturais;

    c) praticar operaes de emprstimo de ttulos e valores mobilirios;

    d) abertura e manuteno de fundos de investimento e clubes de

    investimento;

    e) administrao de carteiras, clubes de investimento e fundos diversos;

    f) atuam no Cmbio e no Open Market;

    g) realizam underwriting de empresas (lanamento de aes no mercado); e

    h) desenvolvem material de apoio a decises de investimento.

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    Estas funes tm como objetivo:

    a) oferecer uma prateleira de produtos financeiros capaz de atender s

    necessidades em investimento de seus clientes;

    b) orientar os investidores sobre as diferentes alternativas de investimento a

    seu alcance, e propor aquelas que mais se coadunam com as expectativas de

    resultado e a predisposio ao risco de cada cliente;

    c) realizar as operaes financeiras selecionadas pelos clientes, e prestar-

    lhes contas da execuo de suas ordens e dos procedimentos de

    compensao e liquidao envolvidos;

    d) responsabilizar-se perante a bolsa de valores e as entidades de

    compensao e liquidao pelas operaes realizadas para seus clientes e

    pelo depsito de garantias;

    e) prestar aos seus clientes servios de custdia, representado pela guarda,

    movimentao e atualizao de ttulos e valores mobilirios de propriedade

    dos clientes, fornecimento informaes e repasse dos rendimentos auferidos

    pelos ttulos sob sua responsabilidade; e

    f) aproximar-se dos seus clientes, fornecendo-lhes informaes e comentrios

    sobre as tendncias de mercado, de modo a satisfazer as necessidades em

    aconselhamento profissional exigidas pelos investidores

    2.1.6. Custos

    Os custos operacionais para operar no mercado de bolsa de valores da BM&F

    Bovespa compreendem os custos de corretagem, emolumentos, liquidao e

    registro.

    A corretagem a remunerao da corretora pela intermediao entre

    investidor e bolsa. A taxa utilizada a fixa. Nesta modalidade, para cada ordem

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    enviada e executada no mercado cobrada uma taxa de valor fixo. No caso, escolhi

    a corretagem da corretora Banif, a qual corresponde a R$ 15,99.

    Os demais custos so calculados como um percentual sobre o montantenegociado em cada operao e so cobrados pela prpria bolsa e pela Companhia

    Brasileira de Liquidao e Custdia, instituio que responsvel pela custdia e

    liquidao de todas as operaes da BM&F Bovespa.

    As taxas variam conforme a natureza da operao. So duas: operaes

    normais e operaes daytrade. As operao normais so aquelas que so

    iniciadas e encerradas em diferentes datas. As operaes daytrade so aquelas

    que se iniciam e se encerram na mesma data. Os valores cobrados atualmente so:

    Operaes normais: 0,0345%

    Operaes daytrade: 0,0250%

    Vamos supor uma compra de 1000 aes de Petrobrs PN a R$ 35,00

    seguida de uma venda de 500 aes dessas aes na mesma data por R$ 36,00.

    Para estas operaes, independente da corretora ou do tipo de cobrana de

    corretagem, teramos os seguintes custos por parte da BM&Bovespa e da CBLC:

    500 x 35,00 = R$ 17.500,00 (compra)

    500 x 35,00 = R$ 17.500,00 (compra)

    500 x 36,00 = R$ 18.000,00 (venda)

    Percebe-se que a compra foi desmembrada em duas. Isso ocorre porque

    como houve compra de 500 e venda de 500 da mesma ao, estas quantidades

    sero casadas e constituiro daytrade. A quantidade de aes que sobrar, serconsiderada uma operao normal.

    Giro daytrade = ( R$ 17.500,00 + R$ 18.000,00) = R$ 35.500,00

    Custo daytrade = 0,0250% x R$ 35.500,00 = R$ 8,875

    Giro normal = 0,0345% x R$ 17.500,00 = R$ 6,0375

    Custo total = R$ 8,875 + R$ 6,0375 = R$ 14,9125 = R$ 14,91*

    *O valor arredondado para baixo no que passar duas casas decimais

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    2.2. PRINCIPAIS ESCOLAS DE ANLISE DE MERCADO

    objetivo de todo o investidor conseguir, atravs de anlise, antecipar os

    movimentos do preo e com isso conseguir lucrar com suas operaes. Existem

    diferentes abordagens para este fim, mas se destacam duas principais escolas de

    anlise: Anlise Fundamentalista e Anlise Grafista.

    2.2.1. Anlise Fundamentalista

    Sua lgica que os preos praticados no mercado devem refletir o

    desempenho da empresa em questo. Portanto, mais importante estudar osaspectos fundamentais da empresa como sua sade financeira, indicadores,

    variveis diversas etc. do que tentar prever os comportamentos dos preos.

    O analista fundamentalista entende que o mercado de comportamento

    catico, mas que no pode fugir por muito tempo dos fundamentos que em tese

    reflete. Portanto, apesar dos altos e baixos do mercado, frutos de euforia ou pnico,

    o mercado tende a buscar um valor que reflita o real valor do ativo em questo. Por

    isso que estes investidores se preocupam menos com os preos e mais com os

    fundamentos. Estes investidores buscam bons fundamentos, pois acreditam que

    eventualmente os preos seguiro.

    importante ressaltar a diferena entre preo e valor. Preo o que

    praticado no mercado e amplamente divulgado. Todos sabem o preo de um ativo.

    O preo a cotao. O valor j uma noo mais subjetiva e muitas vezes distante

    do preo. O valor representa a real representao de riqueza de um ativo enquanto

    que o preo simplesmente o reflexo monetrio da disposio momentnea dos

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    participantes em negociar esse ativo. Conseguir auferir o valor (preo justo) de um

    ativo uma tremenda vantagem competitiva, pois permite ao investidor um

    referencial de preo para saber se algo est caro ou est barato.

    Este mtodo dito de fora para dentro porque primeiro se busca a

    mensurao do que seria o preo justo para o ativo e depois se vai at o mercado

    para ver o preo em que este ativo est sendo negociado. Da que surgem as

    oportunidades de comprar abaixo do preo justo e vender acima ou no preo justo.

    As ferramentas para fazer essa mensurao de preo justo so vrias e elas

    no vo deixar de ser tambm bastante subjetivas, pois dependem de uma srie de

    suposies sobre o futuro da empresa e da economia. Este investidor tentar reduzirseu risco atravs da diversificao. Pois um tanto contraditrio comprar uma ao

    por ach-la barata e vend-la porque seu preo caiu ainda mais.

    A principal fragilidade deste tipo de anlise o fato de que no existe

    segurana de que temos todas as informaes que importam sobre um ativo para

    poder analis-lo, nem de que as informaes que temos so precisas.

    Recentemente tivemos diversas empresas brasileiras com perdas bilionrias em

    seus balanos advindas de operaes alavancadas com cmbio. Em nenhum

    momento os acionistas foram informados sobre tais operaes nem sobre o risco

    que representavam.

    2.2.2. Anlise Grfica ou Tcnica

    A anlise grfica, ao contrrio, uma abordagem restrita ao que acontece aos

    preos, prestando nenhuma ateno ao que acontece fora dos preges. A anlise

    tcnica est focada em captar as alteraes de oferta e demanda. A anlise tcnica

    se sustenta nos seguintes entendimentos:

    2.2.2.1.Os grficos descontam tudo

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    O analista grfico capta alteraes no mercado atravs de um nico

    instrumento: o grfico. Ele entende que individualmente ele nunca saber

    todas as informaes relevantes para a precificao de um ativo, mas ele

    entende que todas essas informaes esto disponveis no prprio mercado,

    dispersas entre todos os participantes.

    O preo a sntese da opinio e conhecimento de todos e, portanto,

    deve refletir o melhor julgamento sobre o real valor de um ativo dada as

    circunstncias do momento, incluindo a tambm os aspectos emocionais.

    Para o grafista no h preo justo.

    Atravs das alteraes de preo conseguimos identificar situaes de

    maior demanda ou de maior oferta, alm de sinais de mudana nesse

    equilbrio.

    2.2.2.2. O passado pode ajudar a antecipar o futuro

    Levados por motivos vrios, um ativo marcar topos e fundos atravs

    de suas oscilaes. Cada um destes patamares de virada de preo tocar a

    memria dos que participaram desse momento. Tanto na memria das que

    conseguiram interpretar o movimento corretamente e ganharam dinheiro

    como tambm daqueles que erraram na interpretao e que certamente no

    esto dispostos a repetir o erro. Por isso, quando o mercado retorna paraestes patamares, a memria dos participantes os impele a tomarem a atitude

    que condiz com a postura correta das ocorrncias anteriores. A anlise

    tcnica, atravs dos grficos, tenta identificar estes pontos de memria e

    atuar de forma a se beneficiar dessa dinmica.

    2.2.2.3. O mercado se movimenta seguindo padres

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    Em geral os preos se movimentam de forma bastante catica. Mas

    atravs do estudo dos histricos de movimentao de preo, consegue-se

    compreender um pouco melhor como o mercado se movimenta e isso nos

    leva a identificao de padres de movimento que nos permitem antecipar

    movimentos e objetivos mais provveis. Estes padres reaparecem nos

    grficos de tempos em tempos, gerando boas oportunidades de lucro.

    A abordagem grafista extremamente til, pois ela consegue de forma

    bastante eficiente identificar viradas de mercado. Sua abordagem abertamente

    especulativa e possui um melhor desempenho em operaes de curto prazo e emmercados de grande liquidez. Sua natureza, porm, tende a estimular o excesso de

    operaes, o qual um pssimo hbito nos mercados.

    interessante perceber que a anlise tcnica no ignora os fundamentos de

    uma empresa, como a maioria pensa. Esta abordagem l os fundamentos nos

    grficos como um reflexo das atitudes daqueles que realmente se guiam apenas por

    fundamentos.

    Tambm importante ressaltar que a natureza dessa abordagem, que

    altamente especulativa, necessita de liquidez, pois os sinais lidos num grfico, se

    oriundos das operaes de poucos participantes de mercado, podem ser pouco

    representativas da realidade e portanto, frgeis. Alm disso, sem uma boa liquidez,

    este investidor no consegue entrar e sair nos valores que a estratgia aponta.

    Esse o motivo pelo qual dificilmente veremos grandes participantes de

    mercado (fundos etc.) atuando exclusivamente por anlise tcnica. Grandes somasde capital no encontram mobilidade de curto prazo nos mercados, pendendo

    sempre para posicionamentos mais longos os quais se encaixam melhor com

    anlise de fundamentos. Estas grandes somas de capital so como transatlnticos

    dos mares financeiros. O pequeno investidor seria como uma lancha, com grande

    mobilidade e que o permite se beneficiar de movimentos mais curtos de mercado e

    portanto, desse tipo de abordagem.

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    A principal crtica a anlise grfica que ela bastante subjetiva e fcil

    achar argumentos contraditrios para a mesma operao.

    Finalmente, a anlise tcnica mais acessvel ao pequeno investidor que aanlise de fundamentos. A segunda requer conhecimentos especficos e tempo para

    pesquisas e clculos. A anlise tcnica bem mais simples e acessvel.

    2.2.3. Utilizao das abordagens na estratgia

    A estratgia utilizada no leva em considerao nenhum aspecto da

    abordagem fundamentalista de anlise. Ela emprega apenas alguns conceitos da

    anlise tcnica. No entanto, a estratgia elaborada de uma forma que evita a

    principal fragilidade dessa abordagem: a subjetividade. Todas as entradas e sadas

    seguiro critrios grficos mas que so matematicamente calculados, de forma ano dar margem para interpretaes.

    Nesse sentido, podemos dizer que esta estratgia no se enquadra dentro de

    uma anlise tpica da anlise grafista. No sero utilizados conceitos clssicos como

    suportes, resistncias, tendncias nem nada que necessite de interpretao.

    2.3. FERRAMENTAS E CONCEITOS UTILIZADOS NA ESTRATGIA

    Aqui sero apresentados conceitos e ferramentas utilizados na estratgia,

    extrados da abordagem grafista de mercado.

    2.3.1. Formao e compreenso de um grfico de preo

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    A estratgia se utilizar do prprio movimento dos preos para definir

    entradas e sadas. Para visualizar estes movimentos de preo, importante a

    utilizao de um grfico que as represente.

    O grfico a representao visual de todos os negcios fechados para um

    ativo num determinado perodo de tempo. A visualizao de um grfico, portanto,

    nos informar de toda a variao de preo que o ativo sofreu. Este composto por

    dois eixos: um vertical representativo da escala de preo e outro horizontal,

    representativo da escala de tempo. A escala de preo pode ser dada em moeda ou

    em pontos. J a escala de tempo pode ser construda nos mais diferentes prazos derepresentatividade. Abordaremos isso logo mais.

    A construo de um grfico depende de um grupo de informaes que so

    extradas de cada sesso ou perodo de negcios. Essa unidade de tempo que

    chamamos de sesso ou perodo varivel e segue o desejo do analista grfico.

    Pode representar um dia, uma semana, quinze minutos, ou seja, o tempo que for. As

    informaes extradas dessas sesses so:

    1. Abertura: o primeiro preo negociado na sesso.

    2. Mxima: Preo mais alto negociado durante a sesso.

    3. Mnima: Preo mais baixo negociado durante a sesso.

    4. Fechamento: o ultimo preo negociado na sesso.

    Para a representao destes dados numa escala de tempo, vamos utilizar o

    sistema grfico de candlesticks, ou, na traduo, de velas. Este sistema recebe

    este nome porque as figuras grficas que representam as variaes de preo

    (candles) possuem um aspecto parecido com uma vela e seus pavios. A figura

    Figura 1 - Visualizao das informaes de um candle

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    abaixo explica como os valores so representados.

    Percebemos que o espao entre a abertura e o fechamento de uma sesso

    desenhada uma estrutura mais larga, chamada de corpo. Dependendo da cor do

    corpo, podemos identificar onde est a abertura e o fechamento. Se o corpo

    branco, a abertura se d na base do corpo e o fechamento na parte superior do

    corpo. Este chamado de candle de alta. Se o corpo preto, a abertura se d na

    parte superior do corpo e o fechamento na base inferior do corpo. Este chamado

    de candle de baixa.

    A linha vertical que sai do corpo chamada de sombra e ocorre sempre

    quando houver ocorrido negociao fora do intervalo delimitado pelo corpo. As

    extremidades das sombras superior e inferior (quando existentes), marcam,

    respectivamente, a mxima e a mnima de sesso. Na figura abaixo temos a

    representao no sistema de candlesticks das variaes de preo do ndice Bovespa

    entre o final de setembro de 2007 at abril de 2008.

    Figura 2 - Grfico no formato de candles

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    Percebe-se que os candles podem tomar diferentes aspectos de acordo com

    as diferentes formas que as quatro informaes se distribuem.

    2.3.2. Periodicidade

    Compreender o aspecto da periodicidade e como isso afeta o posicionamento

    de diferentes investidores absolutamente importante para qualquer um que

    pretenda se orientar no mercado atravs de grficos. Sem essa compreenso a

    anlise tcnica parecer completamente contraditria e confusa, afetando a

    credibilidade da abordagem e capacidade do analista tcnico em manter-se fiel s

    operaes efetuadas.

    De incio, devemos entender que a periodicidade sempre entendida de

    acordo com o tempo que um candle isoladamente representa, e no com o perodo

    total visualizado no grfico. Dessa forma, se o grfico de periodicidade diria, cada

    candle representar o perodo de um dia. Portanto, como o grfico formado por

    uma grande quantidade de candles, num grfico dirio geralmente teremos a

    variao de preo de alguns meses de negcios. Se o grfico de periodicidade

    semanal, cada candle representar uma semana e o grfico inteiro provavelmente

    exibir anos de negcios. Abaixo temos a comparao de duas periodicidades para

    o mesmo prazo de tempo de um ativo.

    Figura 3 - Periodicidade diria

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    A figura 3 demonstra determinado perodo de oscilao do ndice Bovespa na

    periodicidade diria. A figura 4 representando o mesmo ativo e o mesmo perodo,

    mas na periodicidade semanal. As variaes percentuais e nominais de preo so

    exatamente as mesmas. O que muda que no primeiro vemos os movimentos com

    um pouco mais de detalhe. O segundo grfico, sendo semanal, cinco vezes menor

    que o primeiro. Pois como h cinco dias teis na semana, um candle no semanal

    representa a juno de cinco candles da periodicidade diria. Assim, o aspecto do

    grfico muda.

    Figura 4 - Periodicidade semanal

    uma dvida comum a forma como o tempo de uma periodicidade contada.

    Por exemplo, havendo um feriado no meio da semana, como fica o grfico semanal?

    O prazo de tempo de cada periodicidade sempre igual, no sendo afetado por

    eventuais paralisaes dos negcios. O candle semanal sempre vai de segunda a

    sexta. Ou seja, no existe compensao de qualquer feriado que possa ocorrer nomeio do caminho. O mesmo ocorre com grficos de periodicidade intradiria quando

    h qualquer tipo de paralisao nos negcios, como quando h leiles. Por exemplo,

    na periodicidade de 15 mins, o candle sempre inicia no primeiro segundo dos

    minutos mltiplos de 15. Portanto as 13h00min1seg o candle se inicia e depois se

    encerra as 13h15min00seg, independente se houve paralisao dos negcios das

    13h05min at as 13h10min.

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    Os sinais que vemos numa periodicidade no aparecero necessariamente

    em outra. Dessa forma possvel que uma periodicidade indique sinais de alta e

    outra d sinais de queda nos preos. No h nisso contradio. Devemos apenas

    ficar atentos ao horizonte de tempo.

    2.3.3. Prazos Operacionais

    Dentro da abordagem grafista, se classificam os prazos operacionais de

    acordo com a periodicidade utilizada no grfico.

    2.3.3.1. Daytrade

    Os daytrades surgem dos sinais que observamos nos grficos intradirios,

    seja qual for a periodicidade intradiria especfica. Em termos legais, daytrade

    qualquer operao que aberta e fechada dentro do mesmo dia de negcios. O

    daytrader, aquele que opera no intradirio, um tipo de trader extremamente ativo

    e que pela sua abordagem de mercado, necessita de dedicao total sua

    atividade.

    2.3.3.2. Swingtrade

    O tipo de operao chamada de swingtrade aquela que se origina dos

    sinais extrados do grfico dirio. O nome swing vem numa meno aos

    movimentos direcionais que o mercado executa, sem contra movimento. Swings

    so pernas de movimento. O swingtrader costuma ficar posicionado enquanto o

    movimento no demonstrar fraqueza, saindo da operao quando o mercado

    ameaa uma correo. Em tese no necessria dedicao exclusiva ao mercado,

    mas desejvel a possibilidade de um acompanhamento mais de perto do prego,

    principalmente dos momentos finais do prego, prximo ao fechamento.

    2.3.3.3. Position Trade

    Position vem de posio no termo ingls. O termo uma meno ao fato

    de que nesse tipo de operao, sob o ponto de vista da periodicidade diria, o

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    investidor geralmente mantm sua posio por mais tempo, mesmo contra correes

    menores. Ou seja, swings contrrios da periodicidade diria. O position trader pode

    ficar entre poucas semanas a vrios meses posicionado. Esta uma abordagem

    que no precisa de dedicao total ao mercado e a recomendada para quem

    possui uma atividade principal fora do mercado. Alm disso, o grfico semanal

    costuma possuir uma menor quantidade de sombras e ser mais direcional que os

    grficos das periodicidades menores.

    2.3.4. Volatilidade

    A volatilidade a que nos referiremos aqui meramente relativa ao

    comportamento dos candles que formam o grfico. Volatilidade a rapidez com que

    um ativo percorre as distncias de preo. A volatilidade pode ser direcional ou

    esttica.

    Volatilidade direcional aquela que faz com que o ativo percorra grandes

    distncias de preo rapidamente. J a volatilidade esttica aquela que faz com que

    haja grande e constante variao de preo, mas sem que o ativo se movimente

    muito em termos de distncia de preo. Esse tipo de volatilidade gera incerteza em

    relao ao futuro dos preos e gera uma maior dificuldade para se operar. Observe

    Figura 5 - Volatilidade direcional

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    o exemplo abaixo:

    Na figura 5 temos um bom exemplo de volatilidade direcional. Percebemos

    que na maior parte das vezes os movimentos so claros. Temos candle ordenados,

    ou seja, um acima do outro nos movimentos de alta e candles um abaixo dos outros

    nos movimentos de baixa. Por exemplo, quando o preo do ativo sobe, dificilmente a

    mnima de um candle violada pela mnima do candle imediatamente posterior.

    Quando o preo do ativo cai, dificilmente a mxima rompida. Esse tipo de ativo

    mais fcil de operar, pois os movimentos so mais confiveis e manejveis. Agora

    observe a imagem abaixo:

    Figura 6 - Volatilidade esttica

    A figura 6 representa o grfico da variao para outro ativo no mesmo prazo

    de tempo e periodicidade que o do exemplo anterior. Tambm percebemos grande

    volatilidade neste ativo, mas esta mais errtica. As mximas e mnimas so

    constantemente violadas enquanto o ativo vai de um patamar de preo a outro.

    difcil manejar uma posio neste tipo de volatilidade, pois no temos critrios muito

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    seguros para definir pontos de sada para proteo de capital, os chamados stops.

    Veremos isso mais adiante.

    2.3.5. Mdias Mveis

    As mdias mveis so indicadores de preo que expressam o valor mdio de

    uma amostra de determinado dado. No uso que faremos, este dado o fechamento

    de cada candle que compe a amostra. As mdias so chamadas de mveis porque

    a amostragem que utilizamos presa sempre a um nmero especfico de candlescontados sempre a partir do ponto do qual se inicia o clculo.

    As mdias mveis so seguramente o tipo de indicador mais popular e

    tambm o mais antigo da anlise tcnica. Sua principal utilidade indicar, atravs da

    inclinao de uma mdia de preo, a direo em que os preos vm se

    movimentando em diferentes prazos de tempo e atravs disso indicar a direo da

    fora do mercado nessas diferentes prazos. Por isso, esse tipo de indicador

    classificado como rastreador de tendncia ou trend following.

    A mdia mvel de nove perodos (mm09) sempre ser o resultado dos nove

    fechamentos mais recentes da periodicidade utilizada e contados j a partir do

    fechamento do candle utilizado para o clculo da mdia.

    Caso a periodicidade seja diria, representar a mdia de preo dos ltimos

    nove preges. Quando um novo candle surgir dentro dessa periodicidade, a

    amostragem de candles para o clculo ser atualizada, excluindo o candle maisantigo e acrescentando em seu lugar o candle mais recente. Assim se obtm

    sempre o valor mdio dos nove fechamentos mais recentes para cada ponto do

    grfico.

    Os valores que calculamos so representados por pontos situados no grfico

    conforme a escala de preo do ativo, os quais so unidos atravs de uma linha que

    se torna a mdia mvel do ativo para aquela amostragem.

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    Existem diversos mtodos diferentes de calcular o valor da mdia. Os dois

    mtodos mais simples e populares so o de clculo aritmtico e o de clculo

    exponencial.

    2.3.5.1. Clculo Aritmtico

    As mdias mveis aritmticas (MMA), tambm chamadas de mdias simples,

    utilizam o mtodo de clculo mais simples, o qual pode ser expresso pela frmula:

    2.3.5.2. Clculo Exponencial

    As mdias mveis exponenciais (MME) possuem um clculo um pouco mais

    complicado. Sua caracterstica dar mais nfase para os valores mais recentes no

    tempo. O clculo pode seguir diversas linhas, mas o mais utilizado na anlise

    tcnica segue a seguinte frmula:

    A diferena entre os dois tipos de mdia pode ser visualizada no grfico

    abaixo. A MME(09) a linha mais grossa (fcsia) e a MMA(09) a linha mais fina

    (azul). Como a MME d mais nfase aos valores mais recentes no tempo, essa

    mdia tende a trabalhar mais rente aos preos e virar mais rapidamente quando os

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    preos mudam de direo. As mdias aritmticas, por darem igual valor a todos os

    valores, costumam demorar um pouco mais para virar, alcanando assim valores

    mais altos nos topos e mais baixos nos fundos.

    O distanciamento entre os dois tipos de mdia tende a crescer conforme a

    periodicidade da mdia aumenta. No exemplo, a periodicidade da mdia de 09

    perodos, considerada uma periodicidade curta dentro do prazo do grfico.

    A mdia mvel utilizada na estratgia uma mdia exponencial de noveperodos. A escolhe pelo formato exponencial se d pelo fato deste tipo de mdia

    responder mais rapidamente as mudanas de direo por parte dos preos.

    2.3.6. Stops

    Figura 7 - Comparao entre mdia exponencial e aritmtica

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    O conceito de stop pode ser entendido como a abortagem de uma operao

    pelo motivo dos preos no se comportarem conforme o planejado inicialmente ou

    pelo motivo de fazerem um movimento que indica, dentro da estratgia utilizada, que

    os preos tm grande chance de virar na direo contrria da almejada pela

    operao. um conceito tpico de uma abordagem no fundamentalista de

    mercado. O stop pode ser ento considerado como o plano B de uma estratgia

    tcnica.

    Antes de iniciar uma operao, define-se um patamar de preo que se violado

    pelos negcios executados no ativo, define tecnicamente a falha da operao e,

    portanto, indica o fechamento da operao antes que o prejuzo o ocorra. Este o

    chamado stop inicial.

    Dependendo da estratgia utilizada, quando a operao evolui

    favoravelmente abre-se espao para o ajuste do patamar de stop, com o intuito de

    proteger uma parcela maior do capital aplicado ou tambm do lucro j acumulado.

    Nesse ltimo caso, o stop chamado de stop de proteo de lucro.

    2.3.7. Ordem Stop

    A ordem de stop um tipo de ordem que se programa junto a corretora e tem

    funo de executar o stop programado para a estratgia de forma automtica

    quando determinadas condies ocorrem. uma ordem do tipo de gatilho.

    Por exemplo, suponha que tenha sido feita uma operao de compra no ativoYXZ e que a estratgia utilizada define que se o preo passar para baixo de R$

    10,00, deve-se encerrar a operao. Neste caso, o stop fica em R$ 9,99, pois o

    primeiro valor que satisfaz a condio de stop. Qualquer negcio executado a R$

    9,99 ou abaixo disso acionar o stop. O acionamento do stop implica na venda

    imediata do ativo pelo melhor preo disponvel no mercado naquele instante.

    A quantidade e os limites de preo que sero aceitados so programados

    pelo investidor.

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    2.3.8. Ordem Start

    A ordem start outro tipo de ordem do tipo gatilho. Mas ao contrrio da

    ordem de stop, este tipo de ordem tem por funo iniciar uma operao de forma

    automtica quando determinadas condies ocorrerem.

    Por exemplo, suponha que a estratgia utilizada indica que deve ser feita

    compra no ativo XYZ caso este supere a cotao de R$ 12,00. O investidor pode

    deixar uma ordem de start programada com gatilho em R$ 12,01, pois este o

    primeiro valor que satisfaz a condio para comprarmos o ativo. Assim, qualquer

    negcio executado a R$ 12,01 ou qualquer valor acima disso aciona a ordem de

    start. Este acionamento far com que seja comprado automaticamente o ativo no

    melhor preo disponvel naquele momento.

    A quantidade e os limites de preo que sero aceitados so programados

    pelo investidor.

    2.3.9. Retrao de 0.618

    A retrao de 0.618 um conceito da anlise tcnica que vem das relaes

    dos nmeros da sequncia de Fibonacci. Esta famosa sequncia foi apresentada

    para o mundo ocidental pela primeira vez na Idade Mdia, por volta de 1200d.c, por

    um clebre matemtico italiano chamado de Leonardo Pisano. Modernamente

    mais conhecido como Leonardo Fibonacci.

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    A sequncia de fibonacci uma sequncia de nmeros que se inicia com os

    algarismos 0 e 1. Os demais nmeros seguem a frmula: P(n) = P(n-1)+P(n-2); se

    n>2. Isso gera a seguinte sequncia:

    0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377...

    As relaes de qualquer par de nmeros eqidistantes na sequncia deriva

    de um valor matemtico conhecido como Phi. Phi um nmero irracional, sem fim,

    e que pode ser abreviado como 1.618.O inverso de Phi 0.618 e estes dois valores so chamados de propores

    ureas e so empregadas em diversas reas do conhecimento. Muitas pessoas

    alegam que estes valores (propores) aparecem constantemente em fenmenos

    naturais e por isso sustentam que representam um ritmo no qual a natureza costuma

    se organizar.

    Independente destas afirmaes serem verdade ou puro misticismo, estes

    valores so freqentemente empregados por analistas grficos para tentar antecipar

    os movimentos de preo. As propores de fibonacci so aplicadas em cima da

    amplitude de um movimento passado de preo que esteja sendo corrigido. Esse

    emprego chamado de retrao e tem como principal ponto o valor encontrado na

    proporo de 0.618 do movimento. Afirma-se que as correes de preo costumam

    se extinguir em cima desta retrao.

    Para compreender matematicamente o conceito, imagine um movimento quetenha se iniciado a R$ 20,00 e que tenha terminado em R$ 30,00. Chega-se nessa

    amplitude subtraindo o valor inicial do movimento do valor final do movimento (30-

    20). A amplitude deste movimento de R$ 10,00. A retrao de 0.618 deste

    movimento ser o valor final do movimento (R$ 30,00) subtrado do valor que se

    chega multiplicando a amplitude do movimento (R$ 10,00) pela retrao desejada

    (0.618). Portanto:

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    Retrao de 0.618 de R$ 30,00 = R$ 30,00 (R$ 10,00 x 0.618)

    Retrao de 0.618 de R$ 30,00 = R$ 30,00 R$ 6,18

    Retrao de 0.618 de R$ 30,00 = R$ 23,82

    2.4. APRESENTAO DE CONCEITOS DA ESTRATGIA

    A estratgia pode ser classificada como sendo uma estratgia seguidora de

    tendncia, pois busca identificar sinais de acelerao direcional de movimento para

    fazer o posicionamento e busca sinais de enfraquecimento para sair da operao. A

    estratgia utilizar as seguintes ferramentas:

    a) grfico formato candles na periodicidade semanal;

    b) mdia mvel exponencial de 09 perodos calculada a partir defechamentos;

    c) conceito de retrao utilizando o valor de 0.618;

    d) ordem start para abrir posio; e

    e) ordem stop para fechar posio.

    2.4.1. Entrada

    O gatilho da operao se dar quando os dois critrios abaixo forem

    satisfeitos:

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    MME(09) da semana retrasada > MME(09) da semana passada

    MME(09) da semana passada < MME(09) semana atual

    Com as duas condies satisfeitas, se colocar uma ordem de start com

    gatilho 01 centavo acima da mxima do candle que satisfez as condies. A

    superao da mxima portanto, gera a compra.

    2.4.2. Sada

    A sada poder ocorrer pelo stop inicial ou por um sinal de sada de stop de

    proteo de lucro.

    Sada pelo stop inicial:

    Perda da retrao de 0.618 do candle que teve sua mxima rompida.

    Sinal de sada:

    MME(09) da semana retrasada < MME(09) da semana passada

    MME(09) da semana passada > MME(09) da semana atual

    Com as duas condies de sinal de sada satisfeitas, subiremos o stop de

    proteo de lucro para 01 centavo abaixo da mnima do candle que gerou o sinal. S

    movimentaremos o stop de proteo de lucro novamente se as mesmas condies

    forem satisfeitas novamente.

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    2.4.3. Tamanho de Posio

    A estratgia tem por objetivo ser aplicada simultaneamente em mais de umativo, de forma a diversificarmos as posies. Neste caso, a posio ser sempre de

    25% do valor de carteira consolidada, na melhor aproximao possvel que

    pudermos fazer para adquirir lotes padro. Ou seja, se arredondar para baixo

    quando tivermos dezenas quebradas de 50 para baixo, ou se arredondar para cima

    quando tivermos dezenas quebradas de 51 para cima. Obviamente, desde que o

    financeiro permita.

    O valor da carteira consolidada a soma do valor lquido em carteira e das

    posies em aberto pelo valor de aquisio.

    Se a estratgia for implementada isoladamente num papel, a operao seria

    feita sempre com o mximo permitido pelo valor financeiro, mas mantendo-se fiel

    aos lotes mnimos.

    2.4.4. Visualizao grfica da estratgia

    Na figura 8 podemos ver a estratgia sendo implementada no grfico da

    VALE5. No ponto 01 indicamos o candle que virou a MME(09) para cima depois

    desta estar descendente. O ponto 02 indica a retrao de 0.618 do candle que gera

    Figura 8 - Visualizao grfica da estratgia

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    o sinal de entrada e que, caso a operao se concretize, deve ser utilizado como

    stop caso atingida.

    O ponto 03 indica a mxima do candle que gera o sinal e que se superado,

    gera a execuo da compra. Esta compra utiliza uma ordem startO ponto 04 indica a

    execuo da compra pela superao da mxima em questo.

    O ponto 05 indica o candle que fez com que a MME(09) virasse para baixo.

    Este o sinal de sada que nos leva a ajustar o stop para baixo da mnima do candle

    em questo, como vemos no ponto 06. E finalmente, no ponto 07, indicamos o

    fechamento da operao pelo acionamento do stop de proteo de lucro atravs de

    uma ordem de stop.

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    3. METODOLOGIA

    Aqui pretendo explicar a metodologia empregada para a validao terica eprtica de estratgia.

    3.1. SELEO DE ATIVOS

    Para aplicao da estratgia, escolhi vinte ativos, todos pertencentes a

    carteira terica do ndice Bovespa. A seleo no seguiu nenhum critrio rgido.

    Apenas busquei ativos com elevada quantidade de negcios dirios e que

    abrangessem uma boa srie de setores. Foram os seguintes:

    Setores Ativos

    Alimentos e bebidas PRGA3, AMBV4

    Aviao GOLL4

    Bancos e Financeiras ITUB4, BBDC4

    Comrcio LAME4

    Construo CYRE3

    Cosmticos NATU3

    Eltrico ELET6, CMIG4Energia PETR4, ECOD3

    Minerao VALE5

    Siderurgia CSNA3, USIM5

    Telefonia TNLP4

    Outros ARCZ6, BVMF3, CSAN3 e WEGE3

    Figura 9 - Tabela de setores e ativos selecionados

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    Como a estratgia seguidora de tendncia, intencionalmente escolhi ativos

    que tem uma caracterstica pssima de movimento para a aplicao da estratgia.

    So papis que possuem uma volatilidade esttica grande, tendo pouca evoluo

    direcional, e ainda violam constantemente mximas e mnimas de candles

    anteriores. Estes ativos so representados por ELET6, CMIG4, NATU3.

    Tambm chama a ateno entre estes ativos escolhidos, a ECOD3. O ativo

    foi escolhido intencionalmente por possuir um pssimo histrico de rentabilidade. O

    ativo sofreu pesada e consistente desvalorizao em todo o histrico analisado.

    Apesar de ter tendncia clara, esta caracterizada como tendncia de baixa pelos

    critrios da anlise grfica e a estratgia utilizada se beneficia apenas de tendncias

    de alta.

    3.2. COLETA DE DADOS

    Foram coletadas todas as ocorrncias da estratgia no grfico semanal dos

    ativos selecionados. A fonte dos dados foi o software ProfitChart, da desenvolvedoraNelgica. Assim, a extenso do histrico igual ao do software.

    Fora utilizados grficos ajustados por proventos, ou seja, que sofreram

    ajustes para incorporar no preo os crditos pegos pelas empresas aos seus

    acionistas e que acabam sendo descontados do valor da ao. Isso far com que no

    futuro os dados no possam ser verificados, pois novos ajustes sero necessrios

    com o passar do tempo e esses alteraro os valores histricos. Mas isso se fez

    necessrio para levar em considerao os referidos crditos dentro do resultado da

    estratgia.

    Por motivos de facilitao, foram considerados patamares de valores padro

    para a abertura e o fechamento das operaes. Uma operao quando aberta, ser

    aberta pelo valor da mxima a ser superada, a no ser quando a abertura do candle

    que aciona a operao for maior. Nesse caso, utiliza-se a abertura. Uma operao

    quando fechada atravs do stop inicial, ser fechada pelo valor exato da retrao de

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    0.618 do candle que vira a MME(09). Quando fechada pela acionamento de um stop

    de proteo de lucro, ser fechada pelo valor exato da mnima perdida.

    Nenhum dos ativos alcanou o patamar de 100 ocorrncias. Alguns ativostiveram pouqussimas ocorrncias. Esse problema de amostragem nos levou a

    utilizao de um mtodo estatstico para aumentar o nmero de ocorrncias e assim

    melhorar a validade dos resultados. Este mtodo conhecido como Bootstrap.

    3.3. BOOTSTRAP

    Bootstrap um mtodo criado para melhorar o clculo de intervalos de

    confiana de parmetros em circunstncias especficas, em particular, no caso em

    que o nmero de unidades amostrais reduzido. Essa tcnica foi extrapolada para

    solucionar muitos outros problemas inviveis de se encontrar uma resposta confivel

    atravs de tcnicas tradicionais de anlise e estatstica.

    Quando no se dispe da populao toda ou de uma parte que garanta a

    consistncia das estimativas, atravs da reamostragem (aplicao da tcnica de

    bootstrap) conseguimos uma melhor representao da variabilidade existente do

    parmetro estimado, alm de aumentar a gama de cenrios abrangidos.

    Exemplo:

    Seja uma amostra de N elementos, construmos k amostras independentes

    identicamente distribudas de tamanho n (frao de N) cada. Essas k amostras

    devem ser finitas e so construdas atravs de sorteios com reposio dos

    elementos da amostra original.

    Na prtica, pegaremos o total dos dados coletados (todos os ativos foram

    abaixo de 100) e com estes dados construiremos 1000 amostras diferentes com um

    tamanho de 2/3 do total de dados. A composio dessas 1000 amostras vir de um

    sorteio aleatrio do total dos dados coletados, com a possibilidade de repetio dos

    dados.

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    Assim, cada um dos aspectos analisados na estratgia ser avaliado em 1000

    cenrios diferentes, mas sempre criados a partir de dados reais coletados. Dessa

    forma buscamos evitar o acaso de selecionar uma srie muito positiva ou negativa

    de dados para a estratgia.

    Para a implementao dessa tcnica, foi utilizado um software de anlise

    estatstica chamado R.

    Todos os aspectos avaliados sero demonstrados em seus resultados

    levando em considerao os dados coletados de fato e depois sero reavaliados

    atravs do mtodo de bootstrap.

    3.4. VARIVEIS ESTUDADAS

    Listaremos aqui as variveis que sero estudadas em relao ao

    desempenho de cada ativo e nos ajudaro a dizer quo eficiente a estratgia.

    3.4.1. Acerto (%)

    Indica o percentual de operaes lucrativas em relao ao total de operaes

    realizadas.

    3.4.2. Lucro Mdio (%)

    Indica o lucro percentual mdio entre as operaes que se mostraram

    lucrativas. uma simples mdia aritmtica onde somaremos os percentuais

    individuais de resultado e dividiremos pelo total de operaes lucrativas. O lucro

    percentual usado no clculo livre de taxas e corretagens.

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    3.4.3. Prejuzo Mdio (%)

    Indica o prejuzo percentual mdio entre as operaes que resultaram em

    prejuzo. uma simples mdia aritmtica onde somaremos os percentuais

    individuais de resultado e dividiremos pelo total de operaes que resultaram em

    prejuzo. O prejuzo percentual usado no clculo livre de taxas e corretagens.

    3.4.4. Mdia dos ganhos / Mdia das perdas

    a diviso do lucro mdio por operao calculado no item 7.4.2 dividido

    sobre o valor absoluto de prejuzo mdio calculado no item 7.4.4. Se o valor for

    inferior a 1,00, demonstra que a mdia dos prejuzos maior que a mdia dos

    lucros. Este seria um pssimo sinal para a estratgia.

    3.4.5. Mximo de operaes seguidas sem acerto

    Esta varivel boa para percebermos o nvel de estresse que a operao

    pode gerar. Quanto maior for o mximo seguido de operaes sem acerto que

    ocorreu, maior ser o grau de estresse, o qual poderia levar o investidor a

    abandonar a estratgia.

    3.4.6. Nmero de operaes por ano

    Indica a freqncia com que a estratgia gera operaes em cada ativo.

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    3.4.7. Rentabilidade mdia por operao (RMO)

    a rentabilidade mdia esperada por operao caso se repita a estratgiainmeras vezes. calculada atravs dos lucros e prejuzos mdios das operaes

    ponderada pela freqncia de acertos. Segue a seguinte frmula:

    Rmo = (taxa de acerto x lucro mdio) + ((1- taxa de acerto) x prejuzo mdio)

    3.4.8. Rentabilidade mdia da carteira por operao (RMC)

    Como a estratgia tem como objetivo utilizar uma diversificao em termos de

    ativos e limitar a entrada sempre a 25% da carteira consolidada, esta varivel a

    estimativa de contribuio de resultado percentual de cada operao em relao a

    carteira.

    RMC =(taxa de acerto x lucro mdio) + ((1- taxa de acerto) x prejuzo mdio)/(25/100)

    3.4.9. Rentabilidade anual mdia da operao

    a taxa da rentabilidade mdia por operao elevada pela freqncia anual

    das operaes.

    3.4.10. Rentabilidade anual mdia da carteira

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    Como a estratgia tem como objetivo utilizar uma diversificao em termos de

    ativos e limitar a entrada sempre a 25% da carteira consolidada, esta varivel a

    estimativa de contribuio de resultado percentual de cada operao em relao a

    carteira anualmente.

    a taxa da rentabilidade mdia da carteira por operao elevada pela freqncia

    anual das operaes.

    3.4.11. Drawdown (%)

    Esta varivel demonstra a maior perda consecutiva que a operao gerou em

    relao a carteira, considerando custos e corretagem e um posicionamento de 25%

    da carteira consolidada.

    Esta perda calculada considerada atravs de marca d`gua, ou seja,

    quando a carteira comea a se desvalorizar, se iniciar o clculo do drawdown e

    este s terminar quando o maior valor atingido pela carteira for superado.

    3.5. APLICAO

    Depois da anlise preliminar, aplicarei a estratgia no histrico verdadeiro de

    operaes geradas pelos vinte ativos selecionados. A estratgia ser aplicada a

    partir do primeiro dia til de 2007 at a data de novembro, quando a ltima operaoencontrar seu encerramento no ms de novembro.

    Para tal, ordenarei todas as operaes ocorridas em ordem cronolgica e

    farei todas as operaes possveis, no limite do financeiro de uma carteira que

    iniciar com R$ 100.000,00. Utilizaremos o arredondamento no que tange ao lote

    mnimo.

    Quando duas operaes surgem na mesma semana, daremos prefernciapara aquela que for do ativo de maior liquidez (maior nmero de negcios).

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    Para facilitao da simulao, no ser levado em considerao o imposto de

    renda.

    Com o histrico das operaes, faremos duas comparaes:

    a) comparao com o resultado de uma estratgia hipottica de buy and hold

    no ndice Bovespa; e

    b) comparao das estatsticas da simulao real com a simulao terica

    obtida do total das amostras.

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    4. RESULTADOS DAS COLETAS DE DADOS E APLICAO

    Todos os valores demonstrados a seguir podem ser observados mais

    detalhadamente nos anexos que acompanham este trabalho. L est o registro de

    cada operao gerada pela estratgia.

    A tabela abaixo demonstra os resultados obtidos atravs dos dados coletados

    para cada ativo, conforme descrio no captulo 7.0.

    Figura 10 - Tabela de resultados

    A prxima tabela se refere as mesmas informaes, mas agora obtidas atravs do

    mtodo de reamostragem bootstrap:

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    Figura 11 - Tabela de resultados aplicado o mtodo de Bootstrap

    As tabelas acima demonstram a compilao de todas as variveis estudadas

    e sua reavaliao pelo bootstrap. Vale lembrar que o estudo utilizou-se de dados

    histricos. No temos garantia de que tais estimativas iro se repetir. Vamos analisar

    cada uma destas variveis com um pouco mais de detalhe.

    4.1. ACERTO (%)

    Figura 12 - Acerto

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    Figura 13 - Acerto (Bootstrap)

    A taxa de acerto mdia foi de aproximadamente 37%. uma taxa de acerto

    baixa. E por isso deve ser compensada por um ganho sobre perdas bastante

    elevado para que possamos ter lucro consistente com a estratgia.

    Entre as menores taxas de acerto esto aqueles papis j comentados que

    foram inseridos justamente para dificultar a estratgia: NATU3, ELET5 e CMIG4.

    4.2. LUCRO MDIO (%)

    Figura 14 - Lucro mdio

    Figura 15 - Lucro mdio (Bootstrap)

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    O lucro mdio das operaes vencedoras ficou em torno de 31% na

    reamostragem. Mas este valor fortemente influenciado pela LAME4. Como existe

    tambm um resultado muito fora da mdia na CSAN3 (6,71%), torna-se interessante

    excluir estes dois valores extremos. Teramos ento um lucro mdio em torno de

    25%.

    4.3. PREJUZO MDIO (%)

    Figura 16 - Prejuzo mdio

    Figura 17 - Prejuzo mdio (Bootstrap)

    Prejuzo mdio muito constante,na faixa dos 5.7%, a mdia da retrao de

    fibonacci de 61.8% da amplitude dos candles semanais. Apenas ECOD3 se destaca

    negativamente.

    4.4. GANHOS MDIOS / PERDAS MDIAS

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    Figura 18 - Ganhos mdios sobre perdas mdias

    Figura 19 - Ganhos mdios sobre perdas mdias (Bootstrap)

    Aqui encontramos o ponto forte da estratgia. Quando nos deparamos com

    uma operao vencedora, lucramos quase seis vezes mais do que perdemos

    quando temos uma operao perdedora.

    Se acertssemos apenas uma a cada seis operaes, teoricamente

    estaramos no zero a zero. Com temos uma taxa de acerto mais que duas vezes

    maior, na repetio de tal estratgia no histrico, para o conjunto de ativos

    estudados, matematicamente seria lucro certo.

    4.5. MXIMO DE OPERAES SEM ACERTO

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    Figura 20 - Quantidade mxima de operaes sem acerto

    Figura 21 - Quantidade mxima de operaes sem acerto (Bootstrap)

    Em mdia, obtivemos uma mdia do mximo de operaes seguidas semacerto em torno de seis. Este se mostra o ponto fraco da estratgia. No sentido de

    que os seguidos erros levam a uma frustrao por parte do investidor. Felizmente,

    os stops so baratos o suficiente para que estes seguidos stops no representem

    uma perda por demais acentuada.

    De qualquer forma, este valor de erros consecutivos no surpreende, pois,

    como vimos, a taxa de acerto menor do que 40% em mdia.

    4.6. DRAWDOWN (%)

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    Figura 22 Drawdown

    Figura 23 - Drawdown (Bootstrap)

    Drawdown menor que 8%, em mdia, considerando posicionamento de

    apenas 25% da carteira. Poderamos ento considerar um drawdown para toda

    carteira prximo de 32%. um valor razovel para uma estratgia seguidora de

    tendncia.

    Contudo, mesmo assim no devemos menosprezar essa taxa, esta continua

    interessante. Praticamente todos os ativos produziram drawdawns maiores dentro

    da estratgia de buy and hold.

    4.7. NMERO DE OPERAES POR ANO

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    Figura 24 - Operaes por ano

    Figura 25 - Operaes por ano (Bootstrap)

    Temos poucas operaes por ano, aproximadamente trs em cada ativo. Isso

    nos permite combinar posies em mais de um ativo ao mesmo tempo, acompanhar

    um considervel leque de empresas e fazer entradas simultneas. provvel que

    aumentemos nossos retornos com tal atitude.

    4.8. RENTABILIDADE MDIA POR OPERAO

    Figura 26 - Rentabilidade mdia por operao

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    Figura 27 - Rentabilidade mdia por operao (Bootstrap

    A cada operao esperamos ganhar aproximadamente 9% em mdia.

    Observamos uma alta variabilidade nesta varivel. Temos valores muito acima, e

    outro muito abaixo de tal resultante. Porm, vale ressaltar que apenas um nico

    ativo propiciou prejuzo, a CSAN3. Nem mesmo a CMIG4 ou ELET6, as quais tm

    por caracterstica ter pssimos desempenhos em estratgias seguidoras de

    tendncia, geraram prejuzo.

    4.9. RENTABILIDAE MDIA DA CARTEIRA POR OPERAO

    Figura 28 - Rentabilidade mdia da carteira por operao

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    Figura 29 - - Rentabilidade mdia da carteira por operao (Bootstrap)

    Estes valores indicam qual a expectativa de retorno para a aplicao da

    estratgia em cada um dos papis ao se utilizar o manejo de risco proposto, de

    exposio de 25% da carteira consolidada por operao.

    4.10. RENTABILIDADE ANUAL MDIA DA OPERAO

    Figura 30 - Rentabilidade anual mdia da operao

    Figura 31 - Rentabilidade anual mdia da operao (Bootstrap)

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    A expectativa de retorno da aplicao da estratgia repetidamente se provou

    interessante, pois trs vezes maior do que a expectativa de rentabilidade em

    aplicaes de renda fixa baseadas na taxa selic.

    No entanto, nesta item especfico, o bootstrap ficou viciado no que se refere a

    BVMF3, pois o ativo teve poucas operaes em seu histrico. Pelo mtodo da

    reamostragem, foram feitos diversos cenrios diferentes para a BVMF3, mas com

    pouca variedade de operaes. Isso sem dvida viciou a expectativa de

    rentabilidade para este ativo, elevando a mdia.

    Excluindo-se a BVMF3, a mdia baixaria para 19,30%. Ainda um bom valor,

    mas nesse caso, 1/3 menor do que o bootstrap indicava.

    4.11. RENTABILIDADE ANUAL MDIA DA CARTEIRA POR OPERAO

    Figura 32 - Rentabilidade anual mdia da carteira por operao

    Figura 33 - Rentabilidade anual mdia da carteira por operao (Bootstrap)

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    A expectativa de contribuio mdia de cada ativo para uma carteira que

    operasse com o manejo de risco de de exposio nas operaes foi de 6,27%.

    Novamente aqui temos a BVMF3 puxando a mdia para cima. Excluindo-se este

    ativo, a mdia baixa para 4,55%, o que se torna mais factvel.

    4.12. COMENTRIO SOBRE OS RESULTADOS

    Todos os indicadores foram satisfatrios em termos de resultado. Aqueles

    que apresentaram um desempenho aparentemente ruim, como o nmero mximo de

    operaes sem acerto, eram todos esperados devido a caracterstica da estratgia.

    Este baseada em identificar um sinal de acelerao direcional de mercado

    atravs do inclinao positiva da mdia mvel dos fechamentos e condiciona a

    entrada a superao de um valor. O valor de stop inicial bastante curto e por isso

    ocorre de termos o stop acionado com alguma freqncia, gerando prejuzos. Mas

    sempre pequenos em relao expectativa de retorno nas operaes que derem

    certo.

    No entanto, todos esses resultados so tericos e trabalham com os papis

    individualmente. A estratgia foi criada com o objetivo de ser aplicado numa

    variedade de papis em conjunto, buscando melhorar o risco atravs da

    diversificao. O resultado da estratgia aplicada de fato ainda uma incgnita.

    Apenas temos alguns resultados que nos indicam que esta seria lucrativa. Mas

    precisamos avaliar se, realmente lucrativa, esta se torna melhor que uma simples

    estratgia de buy and hold.

    4.13. RESULTADOS DA APLICAO DA ESTRATGIA

    Para avaliarmos de fato o resultado da aplicao da estratgia num conjunto

    de papis, organizamos por ordem cronolgica todas as operaes geradas pelo

    conjunto dos papis selecionados. Simulamos a aplicao da estratgia no conjunto

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    dos papis, fazendo as operaes dentro das disponibilidades financeiras da carteira

    e seguindo o ordenamento no tempo. Os detalhes podem ser encontrados no item

    7.5. A listagem de todas as operaes geradas, em ordem cronolgica, pode ser

    visualizada no ANEXO XXII. A listagem das operaes que foram executadas, bem

    como seus custos e resultados, podem ser encontradas no ANEXO XX.

    Figura 34 - Resultados da aplicao prtica da estratgia e comparaes

    No quadro comparativo acima, temos a Carteira Bruta e a Carteira Lquida. A

    primeira no leva em considerao os custos operacionais enquanto que a segundasim. A Carteira Bruta foi inserida no comparativo pelo fato dos indicadores terem

    sido calculados em cima de resultados que no levavam em consideraes custos

    operacionais. Dos indicadores, apenas o DrawDown foi calculado com custos. Nos

    itens em que ficamos impossibilitados de fazer uma comparao entre os resultados,

    deixamos um -.

    O resultado de fato, prtico, foi o da Carteira Lquida. Comparamos estes

    resultados com uma carteira que segue os movimentos do ndice Bovespa, mas

    dentro da estratgia proposta. O nico detalhe que neste caso, o manejo de risco

    no era possvel da forma utilizada, e portanto, as operaes simularam o uso total

    do financeiro disponvel.

    Os indicadores retirados do estudo e que se encaixam numa comparao

    tambm foram compilados, utilizando-se a mdia aritmtica dos resultados dos 20

    papis utilizados.

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    Por fim, colocamos o desempenho do ndice Bovespa no perodo, sem

    estratgia, o que seria igual a fazer uma estratgia de buy and hold sem custos.

    A primeira coisa que percebemos que a alta taxa de erro da estratgiapossibilita um nmero maior de operaes do que o imaginado. Ainda assim, a taxa

    de acerto se manteve muito prxima do esperado pelo estudo preliminar. No caso da

    aplicao apenas no ndice Ibovespa, a taxa de acerto foi maior, pois existe uma

    quantidade de operaes falhas menor do que quando existe um grande nmero de

    papis a disposio.

    Chama a ateno que o ganho mdio por operao foi bastante reduzido na

    experimentao com uma srie de ativos. Isso provavelmente ocorre porque devidoa possibilidade de diversificao, uma maior quantidade de operaes surgem em

    momentos de mercado sem direo, gerando constantes stops e assim a

    possibilidade de novas operaes ainda num momento ruim de mercado.

    Ainda assim, a estratgia se mostrou muito mais lucrativa que o ndice

    Bovespa em si. Atuando em cima dos papis selecionados, conseguimos uma

    rentabilidade de 68,32% contra um desempenho