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 1  SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL/PDE ESTHER LOPES ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NO ENSINO REGULAR LONDRINA 2008

Estratégias Para a Inclusão

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Para análise e estudos sobre inclusão no Brasil

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    SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAO

    SUPERINTENDNCIA DA EDUCAO

    PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL/PDE

    ESTHER LOPES

    ESTRATGIAS PARA A INCLUSO

    DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NO ENSINO

    REGULAR

    LONDRINA2008

  • APRESENTAO

    O Caderno Pedaggico ora apresentado faz parte das atividades do Programa de Desenvolvimento

    Educacional PDE Turma 2007 - e foi construdo sob a orientao da Professora Doutora Clia Regina Vitaliano

    UEL, considerando a proposta de Incluso Social e Educacional constante na atual poltica educacional brasileira.

    A incluso social e educacional hoje, um movimento mundial que vem se intensificando a partir da dcada

    de 90.

    No Brasil, a educao inclusiva se materializa na transformao do sistema educacional em sistema

    educacional inclusivo.

    A elaborao deste Material Didtico, em formato de Caderno Pedaggico contempla Estratgias de Incluso

    do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais no Ensino Regular e configura, inicialmente, um instrumento

    para pr em prtica a proposta de Interveno na Escola uma das etapas do Programa de Desenvolvimento

    Educacional.

    Para o desenvolvimento do tema proposto buscamos subsdios tericos na legislao e em documentos

    internacionais, nacionais e estaduais e em recentes pesquisas e produes de estudiosos da rea da Educao

    Especial e da Educao Inclusiva.

    As aes planejadas a partir deste Material Pedaggico tm a inteno de envolver: Equipe administrativa,

    Equipe Pedaggica, Professores, Familiares e Alunos, das escolas que ofertam os nveis e modalidades da

    Educao Bsica.

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  • Espera-se, com este material, contribuir para a sistematizao de conhecimentos na rea, indicando

    possveis caminhos para uma educao inclusiva responsvel e de qualidade.

    Esther LopesProfessora PDE rea de Educao Especial

    Turma 2007

  • INTRODUCO

    A presena de alunos com necessidades educacionais especiais, decorrentes de deficincias, nas classes

    comuns tem sido um dos grandes desafios enfrentados pelos profissionais da Educao, nos ltimos anos, em

    especial os professores que atuam nas salas de aula de Educao Bsica, nas sries que compem o Ensino

    Fundamental.

    Fundamentada na Declarao Mundial sobre Educao para Todos: Plano de Ao para satisfazer

    as necessidades bsicas de aprendizagem, aprovada na Conferncia Mundial de Educao para Todos,

    realizada em Jomtien, Tailndia, em maro de 1990, especificamente no que rezam os itens: 1 e 5 do Artigo 3

    Universalizar o acesso Educao e promover a equidade, abaixo transcritos:

    1. A educao bsica deve ser proporcionada a todas as crianas, jovens e adultos. Para tanto, necessrio universaliz-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades.

    5. As necessidades bsicas de aprendizagem das pessoas portadoras de deficincias requerem ateno especial. preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso educao aos portadores de todo e qualquer tipo de deficincia, como parte integrante do sistema educativo.

    Considerando que um dos princpios da Declarao de Salamanca: De Princpios, Poltica e Prtica para

    as Necessidades Educativas Especiais (1994, item 2, p. 1) diz:

    Cremos e proclamamos que:. [...]

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  • . as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso escola regular que deveria acomod-las dentro de uma Pedagogia centrada na criana, capaz de satisfazer tais necessidades.

    E, partindo da premissa que incluso no a simples colocao dos alunos em salas de aula, mas que se

    trata de tentativa de mudana no sentido de aceitao das diferenas, consideramos de suma importncia

    participao dos professores do ensino regular nesse processo inclusivo, no qual as escolas esto sendo

    conclamadas a se envolver. No entanto, vemos a urgncia de dar condies de os professores entenderem estas

    mudanas e de capacit-los para a diferenciao no fazer pedaggico, adequando-o para esse novo momento, que

    exige o enxergar, com clareza, as peculiaridades especficas e especiais de cada aluno e ser capaz de atend-las,

    promovendo os necessrios ajustes e flexibilizaes/ adaptaes/ adequaes.

    A preocupao com o efetivo envolvimento dos profissionais da educao na implantao e efetivao da

    educao inclusiva, nas escolas brasileiras, encontra respaldo no que afirma Imamura (2007, p. 26): As prticas

    pedaggicas podem vir a promover condies para o surgimento, manuteno e exposio das deficincias,

    quando no propiciam a adequao de objetivos, contedos, materiais e estratgias de ensino s necessidades de

    seus alunos.

    Os alunos com necessidades educacionais especiais, decorrentes de deficincias, ao serem includos no

    ensino regular, precisam encontrar ambiente e condies propcias ao desenvolvimento do processo ensino

    aprendizagem.

  • O QUE VOC ENCONTRAR NESTE CADERNO PEDAGGICO

    Desvelamento da expresso incluso educacional e sua implicao no cotidiano da escola regular;

    Relao de documentos internacionais, das legislaes nacionais e estaduais que tratam da incluso social e escolar, com uma pequena sntese de seus contedos.

    Subsdios para a compreenso da Educao Inclusiva, para dar incio a essa nova caminhada que comeamos a trilhar.

    Conceituao flexibilizao/ adaptao/ adequao curricular, entendendo-a como um caminho para a Incluso Escolar.

    Flexibilizaes/ Adaptaes/ Adequaes Curriculares necessrias e possveis

    Consideraes sobre Adaptaes Curriculares de Grande Porte e de Pequeno Porte

    Como organizar flexibilizaes/adequaes curriculares, no cotidiano escolar.

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  • 1. O que vem a ser incluso educacional?

    Incluso Educacional o direito igualdade de oportunidades, o que no significa um modo igual de

    educar a todos e sim de dar a cada pessoa o que necessita, em funo de suas caractersticas e necessidades

    educacionais.

    O conceito de incluso parte de um paradigma no qual a deficincia no responsabilidade exclusiva de

    quem a tem, cabendo sociedade modificar-se para propiciar uma insero total da qualquer pessoa,

    independentemente de seus dficits ou necessidades. Sociedade, aqui, representada pela escola, uma vez que

    estamos tratando da incluso educacional.

    Falamos em um paradigma porque na busca pelo atendimento s necessidades educacionais das pessoas

    com deficincia, historicamente, a Educao j passou por vrios momentos, podemos dizer, das prticas de

    extermnio incluso - proposta atual.

    A incluso, portanto, requer uma revoluo de paradigmas. No significa apenas colocar pessoas diferentes num lugar em que no costumavam estar, a classe regular. Significa no mais conceber as necessidades especiais como imutveis ou incapacitantes. Significa, ademais, rever o papel da escola e conscientiz-la de que sua responsabilidade educar a todos, sem discriminao. Logicamente, isso exige uma reviravolta estrutural na sociedade, como um todo. (KAFROUNI e SOUZA PAN, 2001, p. 33)

  • 2. Onde buscar amparo legal, para as aes inclusivas no cotidiano da escola?

    Existem inmeros documentos internacionais e nacionais que tratam do atendimento s pessoas com

    deficincia no campo educacional, os quais orientam, recomendam e/ou determinam como deve ser o processo

    inclusivo nas escolas regulares.

    Podemos citar alguns deles, com uma smula de seus assuntos, registradas como forma de facilitar a

    pesquisa daqueles e daquelas que se interessam em aprofundar conhecimentos para se tornar participante do

    processo de incluso educacional.

    2.1Documentos Internacionais

    2.1.1 Declarao Universal de Direitos humanos de 10 de dezembro de 1948

    Adotada e proclamada em Nova York, Estados Unidos da Amrica, pela Assemblia Geral da ONU, atravs da

    Resoluo 217-III. Esta declarao estabelece, no seu Prembulo e em seus 30 artigos, os direitos de todos os

    seres humanos.

    2.1.2Declarao sobre Equiparao de Oportunidades, de janeiro de 1987

    Este um documento da DPI Disabled Peoples International, que analisa o conceito de equiparao de

    oportunidades, focalizando entre outros aspectos, as oportunidades de educao e de trabalho, os servios sociais

    e de sade, o papel das organizaes de pessoas com deficincia e como podem trabalhar juntos: a ONU, os

    governos, os profissionais de reabilitao e as pessoas com deficincia em prol deste objetivo comum - a

    equiparao de oportunidades.

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  • 2.1.3Declarao Mundial sobre Educao para Todos, de 09 de maro de 1990

    A Conferncia Mundial sobre Educao para Todos, realizada em Jomtien, na Tailndia, reuniu mais de 1.500

    participantes e 155 pases. A Declarao resultante deste evento teve como tema central Educao para Todos:

    Satisfao das Necessidades Bsicas de Aprendizagem. Com seus 10 artigos, esta Declarao foi aprovada

    juntamente com o Plano de Ao para Satisfazer as Necessidades Bsicas de Aprendizagem e se tornou um marco

    para o movimento pela Educao Inclusiva.

    2.1.4Declarao de Salamanca, de 10 de junho de 1994

    Aprovada na Conferncia Mundial de Educao para Necessidades Especiais: Acesso e Qualidade, realizada e,

    Salamanca, Espanha, nos dias 7 a 10 de junho de 1994. Este documento da UNESCO traz as estratgias nacionais,

    regionais e internacionais para a educao inclusiva, com uma nova maneira de pensar a respeito de necessidades

    especiais, de escolas, de capacitao de profissionais da educao e de outros aspectos educacionais. Esta

    declarao se tornou o referencial para a Educao Inclusiva em vrios pases.

    O Brasil um dos signatrios desta Declarao e, ao mostrar consonncia com os postulados produzidos em

    Salamanca, fez opo pela construo de um sistema educacional inclusivo.

    2.1.5Conveno da Guatemala, de 08 de junho de 1999

    A Assemblia Geral da Organizao dos Estados Americanos OEA, reunida na Cidade da Guatemala,

    Repblica da Guatemala, aprovou a Conveno Interamericana para a Eliminao de Todas as Formas de

    discriminao contra as Pessoas Portadoras de deficincia, tambm conhecida como a Conveno da Guatemala.

    Este documento foi ratificado e promulgado pelo Brasil atravs do Decreto n 3.956, de 8 de outubro de 2001.

  • 2.1.6Carta para o Terceiro Milnio

    A Carta para o Terceiro Milnio aprovada pela Rehabilitation International, em Londres, Reino Unido da

    Gr-/Bretanha e Irlanda do Norte, define a situao das pessoas com deficincia e estabelece medidas que levem a

    sociedade a proteger os direitos destas pessoas mediante o apoio ao pleno empoderamento e incluso em todos os

    aspectos da vida.

    2.1.7Declarao Internacional de Montreal sobre incluso, de 05 de junho de 2001

    A Declarao de Montreal aprovada em 5 de junho de 2001 pelo Congresso Internacional Sociedade

    Inclusiva, realizado em Montreal, Quebec, Canad., reafirma o que est posto dos na Declarao Universal Direitos

    Humanos Todos os seres humanos nascem livres e so iguais em dignidade e direitos (artigo 1) e diz

    mais:.

    O acesso igualitrio a todos os espaos da vida um pr-requisito para os direitos humanos universais e liberdades fundamentais das pessoas.O esforo rumo a uma sociedade inclusiva para todos, a essncia do desenvolvimento social sustentvel.A comunidade internacional, sob a liderana das Naes Unidas, reconheceu a necessidade de garantias adicionais de acesso para certos grupos.As declaraes intergovernamentais levantaram a voz internacional para juntar, em parceria, governos, trabalhadores e sociedade civil a fim de desenvolverem polticas e prticas inclusivas.O Congresso Internacional Sociedade Inclusiva convocado pelo Conselho Canadense de Reabilitao e Trabalho apela aos governos, empregadores e trabalhadores bem como sociedade civil para que se comprometam com, e desenvolvam, o desenho inclusivo em todos os ambientes, produtos e servios.

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  • 2.2 Documentos Nacionais

    Dentre os documentos que fazem parte da Legislao Nacional, no diz respeito educao da pessoa com

    necessidades educacionais especiais os mais conhecidos so:

    2.2.1A Constituio Federal, de 5 de outubro de 1988

    Base para todos os documentos legais: leis, decretos, resolues, portarias, que dizem respeito s pessoas

    com deficincia, a Constituio da Repblica Federativa do Brasil traz os seguintes dispositivos especficos: art. 3,

    inciso IV; art. 7, inciso XXXI; art. 24, inciso XIV; art. 37, inciso VIII; art. 203, incisos IV e V; art. 208, inciso III; art.

    227, 1, inciso II e 2, e art. 224. O art. 208, inciso III garante atendimento educacional especializado aos

    portadores de deficincia, preferencialmente na rede regular de ensino.

    2.2.2A Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 Estatuto da Criana e do Adolescente ECA

    Estabelece procedimentos nas reas de sade, educao, cultura, esporte, lazer, profissionalizao, trabalho

    e atos infracionais, no atendimento a crianas e adolescentes co deficincia.

    2.2.3Lei n 8.959, de 23 de maro de 1994

    Altera a Lei n 6.494, de 7/12/77, estendendo aos alunos de ensino especial o direito participao em

    atividades de estgio.

    2.2.4A Portaria do MEC n 1.793, de 27 de dezembro de 1994

    O Ministrio da Educao e do Desporto recomenda a incluso da disciplina aspectos ticos, Polticos e

    Educacionais de Normalizao e Integrao da Pessoa Portadora de Necessidades Especiais, prioritariamente nos

  • cursos de Pedagogia, Psicologia e em todas as licenciaturas. Em 16 de maio de 1996, o Ministro da Educao

    encaminhou aos Reitores das Instituies de Ensino Superior IES o aviso Circular n 277/MEC/GM solicitando a

    execuo adequada de uma poltica educacional dirigida aos acadmicos portadores de necessidades educacionais

    especiais, com uma cpia desta Portaria, acompanhada do documento Sugestes de Estratgias que podero ser

    Adotadas pelas Instituies de Ensino Superior de modo a Garantir o ingresso e a Permanncia dos Portadores de

    Necessidades Especiais em seus Cursos.

    2.2.5A Lei n 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996

    Conhecida como a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN). Esta lei estabelece, no art. 4,

    inciso III, como dever do Estado garantir atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com

    necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino e, ainda, dedica o Captulo V, que

    compreende os artigos 58 a 60 para estabelecer como deve ser a educao especial.

    Vale destacar o que diz o Art, 59: Os sistemas de ensino asseguraro aos educandos com necessidades

    educacionais especiais:

    I currculos, mtodos, tcnicas, recursos educacionais e organizao especficos, para atender s suas

    necessidades.

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  • 2.2.6Portaria n 319, de 26 de fevereiro de 1999

    Institui, no Ministrio da Educao, vinculada Secretaria de Educao Especial/ SEESP e presidida pelo

    titular desta, a Comisso Brasileira de Braille, em carter permanente.

    2.2.7 Resoluo CNE/CEB n 2, de 11 de setembro de 2001

    Por esta resoluo, o Conselho Nacional de Educao institui as Diretrizes Nacionais para Educao Especial

    na Educao Bsica, que define as necessidades educacionais especiais e as medidas necessrias incluso

    escolar.

    Esta resoluo tem fora de Lei e seu detalhamento est no Parecer n 17, de 03 de julho de 2001.

    Do item 4 - Construindo a incluso na rea educacional, destacamos:

    A poltica de incluso de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino no consiste apenas na permanncia fsica desses alunos junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepes e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenas e atendendo suas necessidades (p. 11).

    Ao fazer referncia ao Parecer CNB n 17, vale citar, tambm, parte do texto do Voto dos Relatores, onde

    diz:

    Com a edio deste Parecer e das Diretrizes que o integram, este Colegiado est oferecendo ao Brasil e aos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais um caminho e os meios legais necessrios para a superao do grave problema educacional, social e humano que os envolve. Igualdade de oportunidades e valorizao da diversidade no processo educativo e nas relaes sociais

  • so direitos dessas crianas, jovens e adultos. Tornar a escola e a sociedade inclusivas uma tarefa de todos. (Braslia, 2001, p.29).

    2.2.8 Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002

    Dispe sobre a Lngua Brasileira de Sinais LIBRAS. O Pargrafo nico do art. 1 desta lei diz: Entende-se

    como Lngua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicao e expresso, em que o sistema lingstico de

    natureza visual-motora, com estrutura gramatical prpria, constituem um sistema lingstico de transmisso de

    idias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.

    2.2.9 Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva aprovada

    de publicada em janeiro de 2008

    O documento Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva

    resultado do amplo processo de discusso promovido pelo Grupo de Trabalho institudo pela Portaria Ministerial N

    555/2007, constitudo por professores pesquisadores da rea da educao especial, sob a coordenao da

    Secretaria de Educao Especial SEESP/MEC. A elaborao desta Poltica no Brasil insere-se no contexto histrico

    onde, passado mais de dez anos da Declarao de Salamanca, grande parte dos pases dedica-se a avaliar os

    avanos produzidos e os desafios na implementao de polticas pblicas, definindo caminhos a serem percorridos

    pela educao especial em sintonia com os princpios educacionais inclusivos.

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  • 2.3 Documentos Estaduais

    2.3.1Constituio do Estado do Paran, de 05 de outubro de 1989

    Em seu Captulo II, Seo I, Artigos 177 - 189 tratam da Educao. Fazemos destaque para Art. 178, inciso I,

    que estabelece como um dos princpios: Igualdade de condio de acesso e permanncia na escola, vedada

    qualquer forma de discriminao e segregao. E, ainda, para o Art. 179, inciso IV, que garante: atendimento

    educacional especializado gratuito aos portadores de deficincia, preferencialmente na rede regular de ensino.

    2.3.2 Lei n 12.095, de 11 de marco de 1998

    Reconhece oficialmente, pelo Estado do Paran, a linguagem gestual codificada na Lngua Brasileira de Sinais

    - LIBRAS e outros recursos de expresso a ela associados, como meio de comunicao objetiva e de uso corrente.

    2.3.3Deliberao n 02/2003 de 02 de junho de 2003

    Estabelece as normas para a educao especial, modalidade da Educao Bsica para os alunos com

    necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paran.

    Do seu texto destacamos o que diz no Art. 1, Pargrafo nico: Esta modalidade assegura educao de

    qualidade a todos os alunos com necessidades educacionais especiais, em todas as etapas da educao bsica, e

    apoio, complementao e/ou substituio dos servios educacionais regulares, bem como a educao profissional

    para ingresso e progresso no trabalho, formao indispensvel para o exerccio da cidadania.

  • Poderamos estender este material citando muitos outros dispositivos legais e documentos que abordam o

    assunto, mas nos valemos do que diz Arajo (2003, p. 89):

    A incluso o resultado da soma de oportunidades bem sucedidas que so possibilitadas a qualquer cidado e no somente dos decretos, sem oportunizar o real acesso s oportunidades e aos meios para superar os desafios que promovam o seu desenvolvimento. ((grifo nosso).

    Embora o autor se refira, apenas, a decretos, vale ressaltar que outros documentos legais, como: leis,

    resolues, tratados, diretrizes e tantos outros documentos existentes, que, se no forem postos em prtica nada

    traro de benefcios aos alunos que tm necessidades educacionais especiais.

    2.3.4Diretrizes Curriculares da Educao Especial para a Construo de Currculos Inclusivos,

    de 2006

    Estas diretrizes expressam o conjunto de esforos de professores, pedagogos, equipes pedaggicas dos

    Ncleos Regionais da Educao e tcnico-pedaggicos da Secretaria de Estado da Educao na construo de um

    documento orientador do currculo para toda a Rede Pblica estadual de ensino.

    O documento apresenta os fundamentos filosficos, tericos e legais da Educao Especial no Paran,

    contextualizados na complexa dinmica dos movimentos sociais que inspiram suas aes em nvel nacional e

    internacional, os quais lhe imprimem um novo sentido na atualidade.

    Consideramos que agora, embasados e consciente de nossos deveres, como professores, devemos buscar

    meios de efetivar a incluso em sala de aula. Para isso apresentaremos a seguir uma dos procedimentos

    pedaggicos mais citados na literatura especializada para lidar com a diversidade em sala de aula.

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  • 3. Entendendo o Conceito de Flexibilizao/Adaptao/Adequao

    Como afirmamos, anteriormente, os termos flexibilizao, adaptao e adequao, neste texto, esto sendo

    tomados como sinnimos.

    Na busca de entendimento que ajudasse a conceituar os dois termos, recorremos ao dicionrio onde

    encontramos os seguintes significados para o vocbulo adaptao: ajustar, amoldar, acomodar. J o termo

    "flexibilizao" no encontrado nos dicionrios. Quando digitado no editor de textos aparece o seguinte alerta:

    flexibilizao pode ser considerado um caso de neologismo. No entanto, com significado semelhante

    encontra-se o termo "flexibilidade", que qualidade do que flexvel.

    Cientes de que a idia de flexibilizao vincula-se necessidade de conceder maior plasticidade, maior

    maleabilidade, ao que se quer flexionar, destituindo-o da rigidez tradicional, neste caso o currculo escolar,

    podemos adotar este conceito.

    3.1 Flexibilizaes/ Adaptaes/ Adequaes Curriculares necessrias e possveis

    Para falar sobre as flexibilizaes/ adaptaes/ adequaes necessrias e possveis, lano mo dos escritos

    de Beyer:

    O desafio construir e pr em prtica no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum e vlida para todos os alunos da classe escolar, porm capaz de atender os alunos cujas situaes pessoais e caractersticas de aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem demarcaes, preconceitos ou atitudes nutridoras dos indesejados estigmas. (2006, p. 76).

  • No contexto da educao inclusiva, portanto, pode-se entender a flexibilizao, adaptao ou adequao

    como a resposta educativa que dada pela escola para satisfazer as necessidades educativas de um aluno ou de

    um grupo de alunos, dentro da sala de aula comum.

    O Projeto Escola Viva: Garantindo o acesso e a permanncia de todos os alunos na escola Alunos com

    necessidades especiais, publicado pelo MEC/SEESP (2000), volumes 5 e 6 tratam das Adaptaes Curriculares de

    Grande e de Pequeno Porte, respectivamente.

    Ao introduzir os conceitos de adaptaes Curriculares de Grande Porte Adaptaes Significativas, o

    documento traz as afirmaes:

    Sabe-se que cada aluno tem:. sua prpria histria de vida;. sua prpria histria de aprendizagem anterior [...];. Caractersticas pessoais em seu modo de aprender. [...];Enfim, cada um diferente do outro, tanto em termos de suas caractersticas fsicas, sociais, culturais, como de seu funcionamento mental.Sabe-se, tambm, que no h aprendizagem se no houver um ensino eficiente. [...]. (V. 5, p. 8).

    Levando-se em conta estes aspectos, o professor deve buscar conhecer cada aluno e suas peculiaridades e

    consequentemente as suas necessidades especiais.

    As necessidades especiais revelam que tipos de estratgias, diferentes das usuais, so necessrias para permitir que todos os alunos, inclusive as pessoas com deficincia, participem integralmente das oportunidades educacionais, com resultados favorveis, dentro de uma programao to normal quanto possvel.

    O documento esclarece que algumas dessas estratgias compreendem aes que so de competncia e

    atribuio das instncias poltico-administrativas superiores, j que exigem modificaes que envolvem aes de

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  • natureza poltica, administrativa, financeira, burocrtica, etc. Essas estratgias so denominadas Adaptaes

    Curriculares de Grande Porte. Outras, denominadas nos Parmetros Curriculares Nacionais PCNs de

    Adaptaes Curriculares no Significativas, porque compreendem modificaes menores, de competncia

    especfica do professor. Elas configuram pequenos ajustes nas aes planejadas a serem desenvolvidas no

    contexto da sala de aula. A essas denomina Adaptaes Curriculares de Pequeno Porte.

    Na continuidade deste material, vamos nos limitar s flexibilizaes/ adaptaes/ adequaes curriculares do

    segundo grupo, por serem [...] as aes que cabem a ns, professores, realizar para favorecer a aprendizagem de

    todos os alunos presentes em nossas salas de aula, [...] (p 8). Estas aes devem ser planejadas e construdas

    tendo como referncia, primeiramente, os contedos curriculares oficiais para a srie/ciclo em que se est

    trabalhando, levando em conta os objetivos fundamentais e os contedos mnimos essenciais, aos quais os alunos

    devem ter acesso para alcanarem sucesso e promoo para a srie superior.

    Considerando que a implementao de Adaptaes Curriculares de Pequeno Porte encontra-se no mbito

    de responsabilidade e de ao exclusivos do professor, no exigindo autorizao, nem dependendo de

    qualquer outra instncia superior, nas reas poltica administrativa, e/ou tcnica, (p. 8 grifo nosso) como afirma

    o documento citado. Fazemos destaque afirmao no mbito de responsabilidade e de ao exclusivos do

    professor por considerar que tais aes no cotidiano da escola no so exclusivas do professor, visto que

    algumas delas, aparentemente simples, para serem postas em prtica dependem de recursos, que esto no mbito

    administrativo, de apoio da equipe pedaggica e de aprovao e parceria com a famlia. Pode-se dizer que a ao

    especfica do professor, mas a responsabilidade da escola, pois educao inclusiva subtende ao

    compartilhada e no trabalho docente solitrio.

  • Para se desenvolver as referidas adaptaes o professor precisa ter clareza e domnio do que est posto nas

    Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais, bem como no Projeto Poltico Pedaggico da escola, para que as

    aes estabelecidas no processo de flexibilizao favoream a aprendizagem do aluno sem, no entanto, configurar

    desvio na caminhada da escola.

    Com relao legalidade das flexibilizaes/ adequaes no currculo, encontramos respaldo no Art. 5,

    Inciso III, da Resoluo CNE/CEB N 2, onde podemos ler:

    flexibilizaes e adaptaes curriculares que considerem o significado prtico e instrumental dos contedos bsicos, metodologias de ensino e recursos didticos diferenciados e processos de avaliao adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonncia com o projeto pedaggico da escola, respeitada a freqncia obrigatria. (MEC, 2001).

    Ainda, podemos recorrer LDBEN n 9394/96, destacando o que reza o caput do Artigo 59 e seu Inciso I: Os

    sistemas de ensino asseguraro aos educandos com necessidades especiais: currculos, mtodos, tcnicas,

    recursos educativos e organizao especficos, para atender s suas necessidades.

    3.2 Como efetivamente podemos organizar flexibilizaes/adequaes curriculares.

    Duk, Hernandz e Sius1 (s.d) distinguem, dentro do processo de adaptaes curriculares, trs etapas

    diferenciadas, a saber:

    1 Etapa: Formulao das adaptaes curriculares

    1 TraduolivredotextoLASADAPTACIONESCURRICULARES:Unaestrategiadeindividualizacindelaensenanza(s.d.).

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  • Antes de iniciar a formulao das adaptaes, fundamental que o professor e outros profissionais

    envolvidos, neste trabalho, tenham clareza de quais objetivos, contedos ou metodologias precisam ser adaptadas/

    adequadas em razo das necessidades educacionais que se pretende atender, as quais s podem ser obtidas pela

    avaliao do aluno e do contexto escolar e familiar.

    Para iniciar este trabalho o professor deve ter como referncia, por um lado, a situao do aluno, ou seja, um

    conhecimento exato de quais so as suas potencialidades e dificuldades nas distintas reas curriculares ou, dito de

    outro modo, quais so as necessidades educativas especiais do aluno e por outro lado, conhecer a proposta

    curricular do seu grupo de referncia (a srie/ciclo na qual est inserido).

    Conhecer as necessidades educacionais especiais do aluno passa pela necessidade de o professor realizar

    uma avaliao pedaggica do aluno e, em alguns casos, do encaminhamento para uma avaliao psicolgica,

    oftalmolgica, otorrinolaringolgica, fonoaudiolgica, fsica ou fisioteraputica, dentre outras, dependendo da rea

    da deficincia que o aluno apresenta. Tais encaminhamentos tm o objetivo de obter pareceres e orientaes de

    outros profissionais, para a elaborao do diagnstico do aluno.

    O diagnstico do aluno o primeiro passo para o incio do trabalho pedaggico e visa atender, basicamente,

    dois objetivos fundamentais, a saber: identificar as necessidades e auxiliar o professor no planejamento das

    flexibilizaes/ adaptaes.

    Com base nestas informaes e levando em conta os recursos disponveis, o professor poder decidir o tipo e

    o grau de adaptaes ou flexibilizaes que seria conveniente pr em andamento para ajudar o aluno a progredir

    em sua aprendizagem e garantir seu sucesso acadmico junto com seus colegas de turma, no ensino regular.

  • 2 Etapa: Implementao das Adaptaes Curriculares

    Para a efetivao das adaptaes curriculares sabemos que, alm de conhecimento e competncia o

    professor e a equipe pedaggica da escola, que iro desenvolv-las necessitaro dispor de materiais diversos e

    diversificados, bem como de possibilidade (re)organizao do espao fsico, em determinadas situaes.

    Uma vez definidas as adaptaes curriculares, o professor dever buscar estratgias que lhe permitam p-las

    em prtica, sem que isto implique deixar de atender os demais alunos, pelo contrrio, ele deve garantir que tais

    aes conduzam ao enriquecimento da prpria prtica pedaggica e das experincias de aprendizagem de todo o

    grupo.

    3 Etapa: Continuidade e Avaliao das Adaptaes Curriculares

    No decorrer do processo ensino aprendizagem, o professor dever verificar se as adaptaes estabelecidas

    para o aluno, com necessidades educativas especiais, esto sendo eficazes, ou seja, se facilitam a aprendizagem,

    caso contrrio ser necessrio revis-las, com vistas a mudanas pertinentes.

    Quando as adaptaes implicam em modificaes nos contedos e objetivos de aprendizagem preciso

    avaliar o nvel de sucesso alcanado pelo aluno em funo das referidas modificaes e no em relao aos

    contedos estabelecidos para a srie/ciclo.

    As adaptaes possveis no nvel da sala de aula esto basicamente relacionadas : adaptaes de objetivos

    de aprendizagem; adaptaes de contedos; adaptaes de metodologias; adaptaes de materiais; adaptaes

    no processo de avaliao; adaptaes do espao fsico e organizao do tempo.

    22

  • Neste momento vale especificar cada uma destas categorias, com vistas a facilitar a compreenso e o agir do

    professor que est comprometido com o atendimento diversidade. Especialmente, em atender as necessidades

    educacionais especial do aluno com deficincia presente em sua sala de aula.

    a) Adaptaes de objetivos de aprendizagem, com aes que levem a:

    - priorizao de objetivos que so considerados fundamentais para a aquisio de aprendizagens posteriores;

    - introduo de objetivos ou contedos que no esto no currculo, mas que podem complement-lo;

    - eliminao de determinados objetivos ou contedos, cuidando para que no sejam aqueles considerados

    bsicos.

    Estas adaptaes se referem aos ajustes que o professor pode fazer nos objetivos pedaggicos constantes de

    seu plano de ensino. Consistem em modificaes organizadas para dar respostas s necessidades de cada aluno,

    em especial daqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem, decorrentes ou no de deficincia.

    Ressalta-se a necessidade de cuidado e conhecimento suficientes para no ocorrer o empobrecimento do

    currculo oferecido ao aluno, por conta das adaptaes que se est propondo. Pois, conforme nos alerta Carvalho:

    uma educao de qualidade para atender diversidade do alunado no deve ser sinnimo de diversidade de

    educaes, [...],(s.d, p.7).

    b) Adaptaes de Contedos:

    Os tipos de adaptao de contedos podem ser a priorizao de tipos de contedos, a priorizao de reas ou unidades de contedos, a reformulao da seqncia de contedos, ou ainda, a eliminao de contedos secundrios, acompanhando as adaptaes propostas para os objetivos educacionais. (p. 24 grifo do autor).

  • No se pode esquecer que os contedos curriculares esto intimamente relacionados aos objetivos de

    ensino. Portanto importante e necessrio que as adaptaes significativas se desencadeiem a partir dos

    contedos, admitindo-se a possibilidade de que com os contedos adaptados, possam-se manter, sem modificar,

    os objetivos inicialmente estabelecidos (CARVALHO, sd. p.14).

    Tendo este cuidado, a qualidade do ensino ofertado por professores conscientes de seu papel como

    profissionais do processo ensino aprendizagem possibilitar ao aluno construir seus conhecimentos e se apropriar

    do saber.

    c) Adaptaes de mtodo de ensino e da organizao didtica

    Adaptar o mtodo de ensino s necessidades de cada aluno , na realidade, um procedimento fundamental na atuao profissional de todo educador, j que o ensino no ocorrer, de fato, se o professor no atender ao jeito que cada um tem para aprender.: Faz parte da tarefa de ensinar procurar estratgias que melhor respondam s caractersticas e s necessidades peculiares de cada aluno. (p 25 grifos do autor).

    preciso ter em mente que as adaptaes/flexibilizaes que esto sendo ou tero necessidade de serem

    propostas se referem s diversas reas da deficincia, da o alerta para observar as necessidades

    educacionais especiais peculiares a cada aluno. Ainda, preciso levar em conta que alunos com a mesma

    deficincia podem exigir diferentes adaptaes de metodologia para diferentes contedos e objetivos.

    d) Adaptaes de materiais:

    A adaptao do material pedaggico propicia a interao, convivncia, autonomia e independncia nas

    aes; aprendizado de conceitos, melhoria de auto-estima e afetividade do aluno com necessidades educacionais

    24

  • especiais, bem como favorece o aprendizado dos demais alunos da turma, que eles tiverem acesso ou necessitar

    utilizar.

    e) Adaptaes no processo de avaliao:

    Nesta rea da prtica pedaggica, tambm, se fazem necessrios ajustes e flexibilizaes, seja por meio de

    modificao de tcnicas, como dos instrumentos utilizados. O documento do MEC/SEESP (2000, p. 28) nos

    apresenta alguns exemplos de ajustes possveis e necessrios, tais como:

    utilizar diferentes procedimentos de avaliao, adaptando-os aos diferentes estilos e possibilidades de

    expresso dos alunos;

    possibilitar que o aluno com severo comprometimento dos movimentos de braos e mos se utilize do livro

    de signos para se comunicar, em vez de exigir dele que escreva com lpis, ou caneta, em papel;

    possibilitar que o aluno cego realize suas avaliaes na escrita braile, lendo-as ento, oralmente, ao

    professor;

    nas provas escritas do aluno surdo, levar em considerao o momento do percurso em que ele se encontra,

    no processo de aquisio de uma 2 lngua, no caso, a lngua portuguesa. (p. 28 e 29).

    Julgamos importante reforar que as adaptaes feitas, neste item da proposta curricular, devem estar

    diretamente relacionadas com os objetivos e os contedos estabelecidos.

    f) Adaptaes do espao fsico e organizao tempo:

    Esta uma ao colocada como uma das primeiras responsabilidades do professor, no que se refere ao

    compromisso de garantir a todos os alunos o acesso ao conhecimento que lhe cabe socializar.

  • As medidas de apoio planejadas dentro desta lgica certamente contribuiro para facilitar o processo de

    aprendizagem de qualquer aluno, particularmente daqueles que apresentam necessidades educacionais especiais.

    preciso lembrar que numa mesma escola e, at mesmo, sala de aula pode haver alunos com necessidades

    educacionais especiais, decorrentes de deficincia de diferentes reas e que, o professor, ao estabelecer as

    flexibilizaes/ adaptaes dever considerar tais especificidades.

    As medidas de apoio planejadas dentro desta lgica certamente contribuiro para facilitar o processo de

    aprendizagem de qualquer aluno, particularmente daqueles que apresentam necessidades educacionais especiais.

    preciso lembrar que numa mesma escola e, at mesmo, numa sala de aula pode haver alunos com

    necessidades educacionais especiais, decorrentes de deficincia de diferentes reas e que, o professor, ao

    estabelecer as flexibilizaes/ adaptaes dever considerar tais especificidades.

    As medidas de apoio planejadas dentro desta lgica certamente contribuiro para facilitar o processo de

    aprendizagem de qualquer aluno, particularmente daqueles que apresentam necessidades educacionais especiais.

    26

  • ENCAMINHMENTO PARA A AO

    A elaborao deste Material Didtico, em forma de Primeiros Ensaios para a elaborao de um Caderno

    Pedaggico que contempla Estratgias de Incluso do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais no Ensino

    Regular configura um instrumento para por em prtica a proposta de Interveno na Escola Etapa do Programa

    de Desenvolvimento Educacional.

    As aes planejadas a partir deste Material Didtico tm a inteno de envolver: Equipe administrativa,

    Equipe Pedaggica, Professores, Familiares e Alunos, da escola de atuao, podendo ser estendidas para outras

    escolas, do Municpio de atuao, que ofertam Educao Bsica, constam de:

    Socializao da legislao nacional e de documentos internacionais e nacionais que abordam a educao

    inclusiva, fornecendo material para leitura e ou compondo Grupo de Estudo para leitura e aprofundamento

    no assunto.

    Apoio ao professor do ensino regular, favorecendo a sua capacitao para a educao inclusiva,

    ministrando palestras e viabilizando reunies para troca de experincias.

    . Busca de envolvimento das famlias de alunos com necessidades educacionais, matriculados na escola de

    atuao, promovendo Palestras e colocando disposio para informaes e orientaes;

    Divulgao da Rede de Apoio existente ou passvel de implantao nas escolas ou outros espaos da

    comunidade (Professor de Apoio Permanente, Sala de Recursos ou outro), com base na legislao estadual.

    . Disponibilizao do presente material para os integrantes do Grupo de Trabalho em Rede.

  • Espera-se, com este material, contribuir para a sistematizao de conhecimentos na rea, indicando

    possveis caminhos para uma educao inclusiva responsvel e de qualidade.

    SUGESTO DE EVENTOS

    Este Caderno Pedaggico poder ser utilizado para no cotidiano da Escola que se prope desenvolver uma

    prtica pedaggica inclusiva e, ainda, em eventos como:

    . Reunies pedaggicas

    . Grupo de Estudo.

    . Palestras

    . Leitura e Discusses na Hora Atividade

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  • CONSIDERAES FINAIS

    Incluso Educacional o direito igualdade de oportunidades, o que no significa um modo igual de

    educar a todos e sim de dar a cada um o que necessita, em funo de suas caractersticas e necessidades

    educacionais.

    Considerando a Incluso Educacional como processo, precisamos ter cincia de que alguns aspectos so

    relevantes e exigidos para a sua construo, aspectos estes que democratizam a educao, a saber:

    . a construo do Projeto Poltico Pedaggico, condizente com o carter inclusivo que a escola precisa ter;

    . a quebra de barreiras atitudinais, comeando em cada um de ns;

    . a quebra de barreiras arquitetnicas;

    . a formao continuada de professores e profissionais da educao;

    . o envolvimento da famlia e do prprio aluno nas aes voltadas para o atendimento das necessidades

    educacionais especiais.

    Sassaki (s.d) em Entrevista Interativa, sobre o tema Educao Inclusiva na prtica, no Portal Aprende Brasil,

    faz afirmaes que julgamos importante registrar:

    O processo de incluso no pode ser interrompido espera de que todos os educadores estejam preparados para ensinar alunos com deficincia. Tal preparao se d graas incluso desses estudantes, que, devido s suas necessidades e habilidades, levam o professor a enfrentar os desafios apresentados pelas novas situaes envolvidas no processo de ensino-aprendizagem e a encontrar solues realistas para cada aluno, com o apoio de toda a comunidade escolar. Os benefcios da incluso no se restringem aos portadores de necessidades especiais, pois todos os alunos ganham em termos de efetiva aprendizagem.

  • A atual legislao legitima a Pessoa com Deficincia em igualdade de oportunidades, portanto cabe ao sistema

    educacional, atravs de seus profissionais, descobrir, criar e desenvolver aes que promovam a participao de

    todos os alunos no processo ensino aprendizagem de forma que as escolas se transformem e, mais do que isso,

    sejam capazes de atender a diversidade presente na sala de aula, na atualidade, com qualidade..

    30

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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