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MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE EDIFÍCIOS COM VALOR PATRIMONIAL FACE À HUMIDADE MANUEL LUÍS BALTAR MARTINS ARANHA FERREIRA Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES Orientador: Professor Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas Coorientador: Professor Doutor António José Coelho Dias Arêde JUNHO DE 2019

ESTRE EM NGENHARIA IVIL SPECIALIZAÇÃO EM ......Orientador: Professor Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas Coorientador: Professor Doutor António José Coelho Dias Arêde

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MODELO DE AVALIAÇÃO DAS

CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE

EDIFÍCIOS COM VALOR PATRIMONIAL

FACE À HUMIDADE

MANUEL LUÍS BALTAR MARTINS ARANHA FERREIRA

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES

Orientador: Professor Doutor Vasco Manuel Araújo Peixoto de Freitas

Coorientador: Professor Doutor António José Coelho Dias Arêde

JUNHO DE 2019

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MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2018/2019

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tel. +351-22-508 1901

Fax +351-22-508 1446

[email protected]

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO

Portugal

Tel. +351-22-508 1400

Fax +351-22-508 1440

[email protected]

http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2018/2019 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2019.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

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À minha Mãe

Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts.

Winston Churchill

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

i

AGRADECIMENTOS

O terminar deste trabalho coincide com a conclusão de uma fase da minha vida. Foram anos felizes, mas

complicados, anos em que a vontade de me superar venceu a vontade de desistir. Termino o meu

percurso orgulhoso do que conquistei, da pessoa em que me tornei e da vontade que tenho de agarrar o

meu futuro. O mérito é meu, mas há pessoas a quem devo muito, a quem devo o sucesso deste trabalho

e que contribuíram para que hoje me sinta uma pessoa orgulhosa e realizada.

Em primeiro lugar ao Professor Vasco Freitas pela orientação, pela partilha de conhecimento, pelos

conselhos e pela voz crítica que foi desde o início do desenvolver do trabalho. Agradeço também a

disponibilidade e a liberdade que me deu em transformar esta dissertação em algo que pretendia.

Ao Professor António Arêde pela partilha de informações e pela coorientação da dissertação.

Ao meu grande amigo Mário Gustavo Fernandes pelo apoio incansável e pelos ensinamentos

transmitidos em relação à parte de programação em HTML e em JavaScript. Obrigado por todos os

conselhos, por todos as horas gastas, pela paciência e pela forma apaixonada como me ensinou.

À Mafalda, ao Gonçalo e ao David pela amizade, por ouvirem os meus desabafos, por rirem comigo,

por me acompanharem diariamente e por serem amigos para a vida.

À Catarina e à Sofia pelo apoio que me dão em cada etapa da minha vida e pela alegria com que festejam

as minhas conquistas, por me fazerem sair da minha zona de conforto e acreditarem nas minhas

capacidades como ninguém.

Aos meus colegas e amigos para a vida Luís, António, Pedro, Tiago, João, Gonçalo, David, Artur,

Diogo, João Nuno, José Pedro, João, Hugo, João, Afonso. Foram mais que colegas, foram mais que

companheiros de estudo, foram ouvidos de desabafos, palavras de motivação, discussões, partilhas de

histórias, partilhas de opiniões. Foram e são amigos que nunca irei perder e que marcaram uma fase da

minha vida.

Ao André por ter sido um companheiro de trabalho durante um semestre. Pela maneira interessada como

me questionava diariamente como estava a correr o trabalho, obrigado por todo o apoio e conselhos.

A todos os colegas de faculdade com os quais partilhei momentos de trabalho.

A todos os membros da Engenharia Rádio por me terem incentivado a sair da minha zona de conforto,

a fazer algo que não sabia que gostava e por todos os momentos de alegria que vivemos.

Aos meus familiares por terem sempre uma pergunta interessada, uma palavra amiga, um abraço, e

festejarem as minhas vitórias como ninguém.

Ao meu pai e à minha irmã por tudo o que significam para mim. Pelo orgulho que têm em mim e por

me fazerem acreditar que sou o melhor em tudo o que faço.

Por último à minha mãe por ser a pessoa que me fez nunca deixar de acreditar que conseguia, por ser o

pilar da minha educação e por lutar todos os dias pela minha felicidade. Agradeço-lhe a paciência, a

companhia e o amor que sempre me deu. Devo-lhe a ela este trabalho, o alcançar deste grande objetivo

de conclusão do curso de Engenharia Civil e ser um homem feliz e realizado.

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RESUMO

A história de um país, de uma cultura e de um modo geral da sociedade, encontra-se também nos

edifícios que utilizamos diariamente. Portugal encontra no seu território, uma grande quantidade de

edifícios cujo valor cultural e científico que transportam é enorme e que devem ser preservados. A

quantificação e a tipificação deste tipo de edifícios são essenciais para a sua organização e

posteriormente para a adoção de métodos de conservação ou de recuperação. Infelizmente, as bases de

dados existentes não fornecem informações completas, o que dificulta a caracterização dos edifícios

com valor patrimonial.

Esta dissertação faz uma caracterização e uma tipificação dos imóveis edificados com valor patrimonial

separando-os em: Museus, Património Religioso, Palácios e Património Industrial. Uniu-se a informação

de várias bases de dados e de diversos estudos de forma a apresentar uma caracterização do Património

Edificado Português o mais completa possível.

A água, e a sua presença nos edifícios, desafia o Homem a inovar desde os primórdios da humanidade

e, a presença de humidade, é ainda hoje um dos problemas que mais afeta os edifícios com valor

patrimonial. A conservação destes edifícios é indispensável, pelo que o conhecimento das várias

patologias causadas pela humidade, a sua origem e as diferentes técnicas de inspeção e análise de

humidade são apresentadas de forma a auxiliar um gestor de um edifício.

Pretende-se com esta dissertação criar um modelo de avaliação das condições de utilização face à

humidade de edifícios com valor patrimonial, de forma a auxiliar o gestor deste tipo de edifícios na

tomada de decisão e a clarificar o grau de degradação do seu imóvel. Desta maneira, melhorou-se uma

metodologia de avaliação e informatizou-se de forma a tornar a sua utilização mais sistematizada,

automática e acessível. Para além disso, foram avaliados dez edifícios com valor patrimonial utilizando

a metodologia e o programa proposto.

PALAVRAS-CHAVE: património edificado, modelo, inspeção, conservação, humidade, informatização

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ABSTRACT

The history of a country, of a culture and of the society is also found in the buildings that we use every

day. In Portugal, we can find a lot of buildings whose cultural and scientific value is enormous and that

should be preserved. The description and typification of this type of buildings are essential for its

organization and for the application of conservation or recovery methods. Unfortunately, the existing

databases are not complete, situation that makes the description of this type of building with patrimonial

value very difficult.

This dissertation makes a characterization and typification of buildings with patrimonial value

separating them in: Museums, Religious Buildings, Palaces and Industrial Patrimony. The important

information of several databases was attached and was studied, in order to introduce a characterization

of Portuguese Cultural Heritage Buildings.

Water and its presence in buildings, has challenged man to innovate from the beginning of mankind.

The presence of humidity is still today one of the main problems that affects buildings with patrimonial

value. The conservation of this type of building is indispensable, so the knowledge of possible

pathologies caused by humidity, their origin and inspection techniques are presented in order to assist a

patrimonial value building manager.

The main goal of this dissertation is to create a model for the evaluation of the conditions of use against

the humidity of a building with patrimonial value in order to help the manager of this type of buildings

making decisions and classifying the degree of degradation of his property. Therefore, the existing

model was improved and computerized to make the evaluation more systematized, automatic and

accessible. In addition, ten patrimonial buildings were evaluated using the proposed methodology and

program.

KEYWORDS: patrimonial value building, model, inspection, conservation, humidity, computerized

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................... I

RESUMO ................................................................................................................................. III

ABSTRACT .............................................................................................................................. V

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

1.1. ENQUADRAMENTO .......................................................................................................................... 1

1.2. OBJETIVOS E ESTRATÉGIA .............................................................................................................. 2

1.3- ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 2

2. PATRIMÓNIO(S) ............................................................................................................. 5

2.1-TIPIFICAÇÃO ..................................................................................................................................... 5

2.1.1- Quantificação do Património Edificado ......................................................................................... 6

2.1.2- Distribuição Geográfica ................................................................................................................. 7

2.1.3- Tutela do Património ..................................................................................................................... 7

2.2- MUSEUS .......................................................................................................................................... 8

2.2.1- Bases de Dados ............................................................................................................................ 8

2.2.2- Caracterização dos principais Museus em Portugal ..................................................................... 8

2.2.3- Número de visitantes .................................................................................................................. 10

2.2.4- Tutela dos Museus ...................................................................................................................... 11

2.3- PATRIMÓNIO RELIGIOSO .............................................................................................................. 12

2.3.1- Bases de dados .......................................................................................................................... 12

2.3.2-Caracterização ............................................................................................................................. 12

2.3.3- Tutela do Património Religioso ................................................................................................... 13

2.3.4 Distribuição Geográfica ................................................................................................................ 14

2.4- PALÁCIOS ...................................................................................................................................... 14

2.4.1- Bases de Dados .......................................................................................................................... 14

2.4.2- Caracterização dos Palácios em Portugal .................................................................................. 15

2.4.3- Número de visitantes .................................................................................................................. 16

2.4.4- Tutela dos Palácios ..................................................................................................................... 17

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2.5- PATRIMÓNIO INDUSTRIAL ............................................................................................................. 18

2.5.1- Bases de Dados .......................................................................................................................... 18

2.5.2- Caracterização do Património Industrial em Portugal ................................................................. 18

2.5.3- Tutela dos Património Industrial .................................................................................................. 19

2.6- SÍNTESE DO CAPÍTULO 2 .............................................................................................................. 19

3. PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS COM VALOR PATRIMONIAL CAUSADAS PELA HUMIDADE .................................. 21

3.1- NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................................................................... 21

3.2- FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA HUMIDADE ............................................................................... 22

3.2.1- Água em fase líquida ................................................................................................................... 22

3.2.1.1- Humidade Ascensional ............................................................................................................. 22

3.2.1.2- Infiltrações/ Fugas ou rotura de canalizações .......................................................................... 25

3.2.2- Água em Fase de Vapor ............................................................................................................. 25

3.2.2.1- Higroscopicidade ...................................................................................................................... 25

3.2.2.2- Condensações.......................................................................................................................... 26

3.2.2.2.1- Condensações superficiais ................................................................................................... 27

3.2.2.2.2- Condensações internas ......................................................................................................... 28

3.2.2.3- Humidade na Construção ......................................................................................................... 29

3.3- TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DE HUMIDADE ...................... 30

3.3.1- Nota Introdutória .......................................................................................................................... 30

3.3.2- Técnicas de perceção visual ....................................................................................................... 30

3.3.2.1- Análise do Enquadramento, Envolvente e Interior do Edifícios ............................................... 30

3.3.2.2- Boroscópio ................................................................................................................................ 32

3.3.3- Técnicas térmicas in situ ............................................................................................................. 33

3.3.3.1- Termómetros/Pirômetro ........................................................................................................... 33

3.3.3.2- Termopar .................................................................................................................................. 33

3.3.3.3- Psicrómetro .............................................................................................................................. 33

3.3.4- Técnicas químicas in situ ............................................................................................................ 34

3.3.4.1- Speedy ..................................................................................................................................... 34

3.3.4.2- Kit de Campo e fitas colorimétricas .......................................................................................... 34

3.3.5- Técnicas elétricas e hidrodinâmicas in situ ................................................................................. 35

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3.3.5.1- Humidímetro ............................................................................................................................. 35

3.3.5.2- Tubo de Karster ....................................................................................................................... 35

3.3.5.3- Termografia .............................................................................................................................. 36

3.3.6- Outras técnicas ........................................................................................................................... 36

3.3.6.1- Técnicas de registo e monitorização de condições higrotérmicas .......................................... 36

3.4- SÍNTESE DO CAPÍTULO 3 .............................................................................................................. 37

4. PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇAO FACE À HUMIDADE DE UM EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL ....................................................... 39

4.1- NOTA INTRODUTÓRIA ................................................................................................................... 39

4.2- CONCEÇÃO E ESTRUTURA DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE

UM EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL .............................................................................................. 40

4.2.1- Caracterização do Imóvel ........................................................................................................... 40

4.2.2- Tutela do Imóvel .......................................................................................................................... 41

4.2.3- Avaliação por observação visual de manifestações de humidade por compartimento .............. 41

4.2.3.1- Área do pavimento e Condições de Utilização ........................................................................ 41

4.2.3.2- Planta do Imóvel ...................................................................................................................... 41

4.2.3.3- Avaliação do Pavimento, Teto e Paredes ................................................................................ 42

4.2.4- Classificações Intermédias e Classificação Final – Ihum ........................................................... 43

4.2.4.1- Fatores e Pesos ....................................................................................................................... 43

4.2.4.2- Índice de Elemento .................................................................................................................. 44

4.2.4.3- Índice Global de paredes ......................................................................................................... 44

4.2.4.4- Índice de Humidade - Ihum ...................................................................................................... 45

4.3- INFORMATIZAÇÃO DO MODELO .................................................................................................... 46

4.3.1- Caracterização de imóvel ............................................................................................................ 46

4.3.2- Tutela do imóvel .......................................................................................................................... 48

4.3.3- Avaliação por observação visual de manifestações de humidade por compartimento .............. 49

4.3.3.1- Área do pavimento e Condições de Utilização ........................................................................ 49

4.3.3.2- Planta do Imóvel ...................................................................................................................... 49

4.3.3.3- Avaliação do Pavimento, Teto e Paredes ................................................................................ 50

4.3.4- Classificações Intermédias e Classificação Final – Ihum ........................................................... 51

4.3.5- Programação ............................................................................................................................... 52

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4.4- SÍNTESE DO CAPÍTULO 4 .............................................................................................................. 54

5. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA AOS CASOS DE ESTUDO ....................................................................................................................................... 57

5.1- NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................................................................... 57

5.2- CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS ............................................................................................. 57

5.2.1- Igreja Matriz de Caminha ............................................................................................................ 58

5.2.2- Igreja da Misericórdia do Porto ................................................................................................... 59

5.2.3- Igreja do Mosteiro de São Salvador de Grijó .............................................................................. 60

5.2.4- Igreja de Vilar de Frades ............................................................................................................. 61

5.2.5- Igreja de São João Novo ............................................................................................................. 62

5.2.6- Igreja Paroquial do Nosso Senhor do Bonfim ............................................................................. 63

5.2.7- Igreja de Santo Ildefonso ............................................................................................................ 64

5.2.8- Igreja de São Lourenço ............................................................................................................... 65

5.2.9- Igreja da Misericórdia de Caminha.............................................................................................. 66

5.2.10- Igreja Paroquial de Lordelo do Ouro ......................................................................................... 67

5.3- DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO MODELO À IGREJA MATRIZ DE CAMINHA ............................... 68

5.3.1- Caracterização Geral .................................................................................................................. 68

5.3.2- Tutela do Imóvel .......................................................................................................................... 69

5.3.3- Avaliação ..................................................................................................................................... 70

5.3.4- Classificação Geral...................................................................................................................... 77

5.4- APLICAÇÃO DO MODELO A OUTROS CASOS DE ESTUDO ............................................................ 80

5.5- NOTAS FINAIS ............................................................................................................................... 81

6.CONCLUSÕES ................................................................................................................. 83

6.1- CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................. 83

6.2- PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO ............................................................................ 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 85

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

xi

ANEXO 1 ....................................................................................................................................... A

CÓDIGO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE UM EDIFÍCIO COM VALOR

PATRIMONIAL ........................................................................................................................................... A

ANEXO 2 ....................................................................................................................................... Y

APLICAÇÃO DO MODELO A 9 IGREJAS DE PORTUGAL CONTINENTAL ................................................ Y

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ÍNDICE DE FIGURAS

Fig. 1- Quantificação do Património Cultural Português ......................................................................... 6

Fig. 2- Distribuição Geográfica do Património Cultural Português ......................................................... 7

Fig. 3- Entidades responsáveis pelo Património Cultural Português ...................................................... 8

Fig. 4- Número de Museus em Portugal entre 2011 e 2017 ................................................................... 9

Fig. 5- Distribuição Geográfica dos Museus em Portugal ....................................................................... 9

Fig. 6- Número de Visitantes dos 430 Museus estudados em Portugal ............................................... 11

Fig. 7- Tutela dos Museus em Portugal ................................................................................................ 11

Fig. 8- Tipificação do Património Religioso Português ......................................................................... 13

Fig. 9- Tutela das Igrejas portuguesas .................................................................................................. 13

Fig. 10- Distribuição Geográfica das Igrejas em Portugal .................................................................... 14

Fig. 11- Número de Palácios em Portugal ............................................................................................ 15

Fig. 12- Classificação dos Palácios portugueses .................................................................................. 16

Fig. 13- Número de Visitantes nos Palácios portugueses desde 2014 ................................................ 16

Fig. 14- Tutela dos Palácios em Portugal ............................................................................................. 17

Fig. 15- Classificação do Património Industrial Português ................................................................... 18

Fig. 16- Tutela do Património Industrial ................................................................................................ 19

Fig. 17- Comparação de um material com porosidade aberta (esquerda) e com porosidade fechada

(direita) [19] ........................................................................................................................................... 23

Fig. 18- Humidificação por humidade ascensional [19] ........................................................................ 23

Fig. 19- Influência de um material impermeável na altura de humidificação [19] ................................. 24

Fig. 20- Ventilação de uma parede [19] ................................................................................................ 24

Fig. 21- Curva de adsorção/desadsorção [19] ...................................................................................... 26

Fig. 22- Diagrama Psicrométrico [19] .................................................................................................... 27

Fig. 23- Condensações internas numa parede [19] .............................................................................. 28

Fig. 24- Humidade na Construção da Igreja de Vilar de Frades ........................................................... 29

Fig. 25- Observação de um edifício ...................................................................................................... 32

Fig. 26- Boroscópio [24] ........................................................................................................................ 32

Fig. 27- Instrumentos de Medição ......................................................................................................... 33

Fig. 28- Kit de ensaio Speedy [29] ........................................................................................................ 34

Fig. 29- Humidímetro ............................................................................................................................. 35

Fig. 30 – Tubo de Karster [30] ............................................................................................................... 35

Fig. 31- Termograma de uma parede interior ....................................................................................... 36

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Fig. 32- Termograma de uma fachada lateral ....................................................................................... 36

Fig. 33- Exemplo de uma planta numerada [32] ................................................................................... 42

Fig. 34- Escala de avaliação do Índice de humidade ............................................................................ 45

Fig. 35- Primeira parte do Programa ..................................................................................................... 47

Fig. 36- Segundo Grupo de questões do Programa ............................................................................. 48

Fig. 37- Tutela do Imóvel ....................................................................................................................... 48

Fig. 38- Área do Pavimento e Condições de Utilização ........................................................................ 49

Fig. 39- Upload da Planta do Imóvel ..................................................................................................... 49

Fig. 40- Avaliação do Pavimento com exemplo .................................................................................... 50

Fig. 41- Avaliação do Teto com exemplo .............................................................................................. 50

Fig. 42- Avaliação de 2 paredes com exemplo ..................................................................................... 51

Fig. 43- Classificação Final.................................................................................................................... 52

Fig. 44- Paginação ................................................................................................................................. 53

Fig. 45- Questão programada relativamente ao número de paredes ................................................... 53

Fig. 46- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 58

Fig. 47- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 58

Fig. 48- Planta da Igreja [32] ................................................................................................................. 58

Fig. 49- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 59

Fig. 50- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 59

Fig. 51- Planta da Igreja [34] ................................................................................................................. 59

Fig. 52- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 60

Fig. 53- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 60

Fig. 54- Planta da Igreja [37] ................................................................................................................. 60

Fig. 55- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 61

Fig. 56- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 61

Fig. 57- Planta da Igreja [40] ................................................................................................................. 61

Fig. 58- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 62

Fig. 59- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 62

Fig. 60- Planta da Igreja [43] ................................................................................................................. 62

Fig. 61- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 63

Fig. 62- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 63

Fig. 63- Fachada da Igreja..................................................................................................................... 64

Fig. 64- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 64

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

xv

Fig. 65- Planta da Igreja [46] ................................................................................................................. 64

Fig. 66- Fachada da Igreja .................................................................................................................... 65

Fig. 67- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 65

Fig. 68- Planta da Igreja [47] ................................................................................................................. 65

Fig. 69- Fachada da Igreja .................................................................................................................... 66

Fig. 70- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 66

Fig. 71- Planta da Igreja [50] ................................................................................................................. 66

Fig. 72- Fachada da Igreja .................................................................................................................... 67

Fig. 73- Interior da Igreja ....................................................................................................................... 67

Fig. 74- Caracterização da Igreja Matriz de Caminha........................................................................... 68

Fig. 75- Caracterização da Igreja Matriz de Caminha........................................................................... 69

Fig. 76- Tutela da Igreja Matriz de Caminha ......................................................................................... 70

Fig. 77- Primeiro ponto da avaliação das condições de utilização da Igreja Matriz de Caminha ......... 70

Fig. 78- Avaliação das anomalias presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ................... 71

Fig. 79- Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ...................... 71

Fig. 80- Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha ...................... 71

Fig. 81- Avaliação das anomalias presentes no teto da Igreja Matriz de Caminha .............................. 72

Fig. 82- Teto da Igreja Matriz de Caminha ............................................................................................ 72

Fig. 83- Parede 7 com manchas de humidade ..................................................................................... 73

Fig. 84- Parede 2 com manchas de humidade ..................................................................................... 73

Fig. 85- Pilar 23 com presença de bolores ........................................................................................... 73

Fig. 86- Parede 15 com presença acentuada de bolores ..................................................................... 73

Fig. 87- Parede 12 com presença de bolores ....................................................................................... 74

Fig. 88- Parede 12 com presença de bolores ....................................................................................... 74

Fig. 89- Avaliação das Paredes 3, 4 e 5 ............................................................................................... 74

Fig. 90- Avaliação das Paredes 1 e 2 ................................................................................................... 74

Fig. 91- Avaliação das Paredes 15, 16 e 17 ......................................................................................... 75

Fig. 92- Avaliação das Paredes 6, 7 e 8 ............................................................................................... 75

Fig. 93- Avaliação das Paredes 9, 10 e 11 ........................................................................................... 75

Fig. 94- Avaliação das Paredes 12, 13 e 14 ......................................................................................... 75

Fig. 95- Avaliação das Paredes 24, 25 e 26 ......................................................................................... 76

Fig. 96- Avaliação das Paredes 21,22 e 23 .......................................................................................... 76

Fig. 97- Avaliação das Paredes 18, 19 e 20 ......................................................................................... 76

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xvi

Fig. 98- Planta da Igreja Matriz de Caminha numerada [32]................................................................. 77

Fig. 99- Upload da planta da Matriz de Caminha .................................................................................. 77

Fig. 100- Índices calculados pelo programa .......................................................................................... 78

Fig. 101- índice de humidade da Igreja em estudo e escala................................................................. 79

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xvii

ÍNDICE DE QUADROS (OU TABELAS)

Quadro 1- Distribuição Geográfica dos Museus por Região de Portugal ............................................. 10

Tabela 1- Análise do Enquadramento ................................................................................................... 30

Tabela 2- Análise da Envolvente do Edifício ......................................................................................... 31

Tabela 3- Análise Interior do Edifício .................................................................................................... 31

Quadro 2- Quadro de análise das patologias relativas à humidade ..................................................... 37

Quadro 3- Técnicas de diagnóstico das manifestações de humidade ................................................. 38

Tabela 4- Fatores correspondentes à intensidade das manifestações [20] ......................................... 43

Tabela 5- Fatores correspondentes às condições de utilização [20] .................................................... 43

Tabela 6- Fatores de avaliação do desenvolvimento das paredes....................................................... 43

Tabela 7- Intervalos de classificação do Ihum ...................................................................................... 52

Quadro 4- Resumo da Avaliação feita às 10 Igrejas e Notas pessoais ................................................ 81

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

xviii

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

xix

SÍMBOLOS, ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

HR- Humidade Relativa [%]

P- Pressão do Vapor de água [N/m2]

Ps – Pressão de Saturação [N/m2]

W- Teor de Humidade [Kg/Kg]

Θsi - Temperatura superficial interior (ºC)

Θi - Temperatura interior (ºC)

U – Coeficiente de transmissão térmica (W/m2·ºC)

Rsi – Resistência superficial interior (m2·ºC/W)

Θe – Temperatura exterior (ºC)

DGPC- Direção Geral do Património Cultural

SIPA- Sistema de Informação do Património Arquitetónico

INE – Instituto Nacional de Estatística

IMUS – Inquérito Anual aos Museus

BdMuseus – Base de Dados Museus

OAC – Observatório de Atividade Cultural

I,elemento – Índice de humidade de Elemento

Ihum – Índice de Humidade

I,teto – Índice de humidade do teto

I,pavimento – Índice de humidade do pavimento

I,globalparedes – Índice de humidade global de paredes

I,manifestação mais elevado – Índice de manifestação de humidade mais elevado

I, manifestação 2 – 2º Índice de manifestação de humidade mais elevado

I, manifestação 3 – Índice de manifestação mais pequeno

Ref - Referência

Dept - Departamento

Tab – Tabela

Fig. - Figura

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1

1

INTRODUÇÃO

1.1. ENQUADRAMENTO

Desde os primórdios da sua existência que o ser humano procura inovar. No século XXI esse

pensamento está cada vez mais presente. No entanto, conhecer a sua história, de onde veio, o que foi

feito para chegarmos ao dia de hoje, os erros feitos e em que momento se superou e inovou é

fundamental. Esta necessidade de conhecimento pelo passado seja ele científico ou cultural, levou à

necessidade de preservação e recuperação de testemunhos físicos que, não são só marcas do nosso

passado, como elementos de aprendizagem que utilizamos nos dias de hoje. [1]

A necessidade de conservação e de proteção de edifícios com valor patrimonial é mais que uma

obrigação cultural, científica e didática, é também um elemento de estabilidade no desenvolvimento da

sociedade e das suas diferentes culturas. Apesar de ser uma intervenção, a conservação de um edifício

com valor patrimonial não é modificar a sua história, é oferecer-lhe ainda mais conhecimento e interesse.

Todas as construções sofrem modificações ao longo do seu serviço, seja pela sua utilização ou por

reabilitação da mesma, e este tipo de intervenções acrescentam valor mostrando ser um testemunho do

desenrolar da evolução da sociedade. [1]

O Turismo em Portugal tem crescido nos últimos anos. Segundo dados do Instituto Nacional de

Estatística (INE), no ano de 2017 os hóspedes em Portugal foram cerca de 24,1 milhões, aumentando

pouco mais de 10% em relação ao ano anterior. A presença de cada vez mais turistas gera mais dinheiro

não só ao setor da hotelaria, mas também ao setor da cultura, sendo que o Orçamento da Cultural para

2019 do Estado Português cresceu 12,6% passando a ser cerca de 500 milhões de euros. Aquando da

divulgação do Orçamento, o Ministério da Cultura Português definiu como objetivo principal a

consolidação e valorização do património material e imaterial português mostrando a preocupação do

estado de conservar o testemunho histórico que o património possui. [2]

O desempenho de um edifício está diretamente relacionado com o comportamento dos seus materiais e

elementos de construção, em particular na resposta à presença de água. A humidade afeta a durabilidade,

a estanqueidade e a degradação do aspeto e por isso o seu estudo é importante e relevante. [3]

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2

O combate às patologias causadas pela humidade tem de ser uma exigência e uma preocupação nos dias

que correm. Do ponto de vista cultural e histórico é preocupante que edifícios que tanto contribuíram

para o desenvolvimento da nossa sociedade sejam afetados e degradados por patologias que podem ser

detetadas, acompanhadas e tratadas.

1.2. OBJETIVOS E ESTRATÉGIA

O objetivo central desta dissertação é a criação de um modelo de avaliação das condições de utilização

face à humidade de edifícios com valor patrimonial por parte dos gestores e para isso foram definidos

alguns objetivos de maneira a permitir a criação de um modelo completo. Com esse intuito foram

definidos os seguintes objetivos:

1) Caracterizar uma amostra a estudar. Foi necessário caracterizar o Património Edificado Português, de

forma a identificar que tipo de edifícios são considerados Património, como é que essa distinção é feita,

onde se localizam geograficamente e quem é responsável pela gestão dos edifícios. É necessário também

consultar bases de dados e fontes de informação.

2) Identificar as patologias causadas pela humidade em edifícios e de técnicas de diagnóstico para a

identificação da mesma. Pretende-se com este objetivo, não só abordar as várias formas de manifestação

de patologias causadas pela humidade, mas também orientar um gestor de um edifício com valor

patrimonial a identificar os problemas do seu edifício, enumerando diversas técnicas de complexidade

diversa para o auxiliar na avaliação do seu imóvel.

3) Criar um do modelo de avaliação das condições de utilização de edifícios com valor patrimonial face

à humidade. Com base no trabalho desenvolvido pela publicação de Vicente T. de Magalhães, pretende-

-se não só melhorar o modelo criado, como também informatizá-lo, transformando-o num programa

informático em que o gestor do edifício com valor patrimonial poderá avaliar as condições de utilização

do seu edifício. Procurou-se programar o modelo e não utilizar soluções padrão online pelas suas

fragilidades e para permitir criar um modelo o mais completo e acessível possível.

4) Aplicação do modelo a 10 casos práticos. De forma a testar o programa, fazer alguns ajustes e

identificar algumas vantagens e desvantagens da sua utilização.

5) Criar uma base de dados com as informações dadas pelos gestores. Depois de completada a análise,

os dados utilizados para a avaliação do edifício são exportados para um Excel, criando uma base de

dados.

1.3- ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO TRABALHO

Esta dissertação encontra-se dividida em seis capítulos redigidos e organizados de forma a expor o

conteúdo de forma tão concisa, direta e simples, quanto possível.

O capítulo 1, introdutório, é exposto e apresentado o tema, abordados os objetivos e a motivação para o

desenvolvimento do trabalho bem como a estrutura do mesmo.

O capítulo 2 pretende dar um contexto ao leitor relativamente ao Património(s) Edificado em Portugal.

Foi realizado um estudo e contabilizados os edifícios classificados pela Direção Geral do Património

Cultural e, posteriormente, foi feita uma análise mais detalhada de Museus, Edifícios Religiosos,

Palácios e Património Industrial.

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

3

O capítulo 3, reflete sobre as patologias em edifícios com valor patrimonial causadas pela Humidade,

tem como finalidade apresentar as patologias presentes nos edifícios com valor patrimonial e as

possíveis causas para essas patologias. Pretende-se também com este capítulo, expor várias técnicas de

diagnóstico utilizadas para a deteção ou controlo de humidades.

O capítulo 4 propõe um modelo de avaliação das condições de utilização de um edifício com valor

patrimonial. Neste capítulo são abordados os pontos relativos ao programa criado e a sua informatização.

O capítulo 5 procede à aplicação da metodologia aos casos de estudo e foi elaborado no sentido de

validar a aplicabilidade do modelo criado.

O capítulo 6, apresenta as conclusões do trabalho desenvolvido, tal como uma reflexão relativamente a

possíveis trabalhos futuros.

Esta dissertação inclui também anexos, onde será apresentada a aplicação do modelo a outros casos de

estudo e ao código elaborado de forma a informatizar o modelo criado.

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4

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

5

2

PATRIMÓNIO(S)

2.1-TIPIFICAÇÃO

No ano de 2000, aquando da Conferência Internacional sobre Conservação “Cracóvia 2000”, foi

redigida a “Carta de Cracóvia 2000” com o objetivo de criar uma estratégia de conservação, manutenção,

reparação, restauro e reconstrução do Património, mas também organizá-lo mediante os diferentes tipos

propostos. O Comité de Redação da Carta de Cracóvia 2000 definiu Património como “o conjunto de

obras do homem nas quais uma comunidade reconhece os seus valores específicos e particulares e com

os quais se identifica.” [4]

Em Portugal, no ano de 1985 a Assembleia da República aprovou o Decreto Lei nº 13/85, decreto esse

que define o Património Nacional Português como o conjunto de bens materiais e imateriais que estão

sujeitos a uma determinada exposição e vulnerabilidade e, que pelo seu valor próprio, são considerados

como de interesse para a identidade cultural portuguesa. Para além disso, o mesmo Decreto Lei define

os direitos e deveres dos cidadãos e do Estado perante o Património Cultural. [5]

O Património Cultural Português é dividido pela Direção-Geral do Património Cultural, entidade que

regula e gere parcialmente o património em Portugal Continental, em: Património Móvel, Património

Imaterial, e Património Imóvel, este último, é o tipo de património que nos interessa e no qual nos vamos

centrar. Para além disso, os bens imóveis são classificados de três modos: “Monumentos”, obras de

arquitetura notáveis pelo seu interesse histórico; “Conjuntos”, agrupamentos arquitetónicos urbanos ou

rurais; “Sítios”, espaços ou obras do homem notáveis pelos seus interesses culturais. Relativamente ao

interesse cultural, um bem imóvel pode ser classificado como interesse nacional, interesse público ou

interesse municipal. [5, 6]

Por seu lado, o Património Imóvel, bens imóveis que contribuem para a permanência da identidade

nacional, é dividido pela DGPC por 6 tipos: [7]

1) Arqueologia: dolmens, gravuras, grutas, etc.

2) Arquitetura Civil: aquedutos, barragens, bibliotecas, etc.

3) Arquitetura Militar: fortes, muralhas, torres, etc.

4) Arquitetura Religiosa: igrejas, sinagogas e outros locais de culto

5) Não definida: centro histórico, conjunto, etc.

6) Património Industrial: fábricas.

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6

No decorrer da dissertação iremo-nos focar no Património Imóvel Edificado e, por essa razão, este

capítulo servirá como inventariação e quantificação do Património Imóvel Edificado em Portugal.

Devido à falta de informação de uma base de dados mais pormenorizada, este capítulo será dividido em

subcapítulos, abordando cada um deles diferentes tipos de Património Imóvel Edificado relevantes para

o decorrer do trabalho. Serão assim abordados os Museus, o Património Religioso, o Património

Industrial e os Palácios em Portugal de forma a tipificarmos o Património Imóvel Edificado.

2.1.1- QUANTIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO EDIFICADO

O Instituto Nacional de Estatística, com a colaboração da Direção Geral do Património Cultural, realiza

anualmente um estudo onde apresenta os dados relativos ao Património Edificado em Portugal

destacando a categoria, a tipologia, a entidade responsável pela tutela do património e a sua distribuição

geográfica. [8]

De forma a caracterizar o Património de maneira global, foram observados e analisados os dados

referentes ao ano de 2017 que se encontram apresentados na figura 1.

Fig. 1 - Quantificação do Património Cultural Português

Os bens imóveis classificados como Património Nacional pelo INE no ano de 2017 superam em 35

unidades o valor do ano anterior (4486) perfazendo assim 4521 bens imóveis classificados. [9]

Como podemos observar na figura 1, dos 4521 bens imóveis classificados, a grande parte está

organizada como Arquitetura Civil e Arquitetura Religiosa, sendo que juntas correspondem a cerca de

80% do Património Nacional edificado. O Património classificado como Sítios Arqueológicos,

Arquitetura Militar e Arquitetura Mista perfazem juntos apenas 904 dos 4521 bens classificados. [9]

566

2207

290

48

1410

0

500

1000

1500

2000

2500

SítiosArqueológicos

ArquiteturaCivil

ArquiteturaMilitar

ArquiteturaMista

ArquiteturaReligiosa

TIPOLOGIA DO PATRIMÓNIO

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

7

2.1.2- DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Avaliar a distribuição geográfica dos imóveis classificados como património é extremamente relevante

numa caracterização geral. Com o objetivo de caracterizar geograficamente o Património edificado,

foram recolhidos os dados do INE tal como mostra a figura 2.

Fig. 2- Distribuição Geográfica do Património Cultural Português

Através da análise da figura 2, percebemos que as zonas Norte e Centro de Portugal Continental, são as

regiões com maior número de bens imóveis considerados como Património Nacional. A Área

Metropolitana de Lisboa tem também um número considerável de bens imóveis classificados como

Património Cultural visto que, por exemplo, apesar de ter um número inferior ao Alentejo, a sua área é

muito menor (cerca de 10 vezes inferior). [9]

2.1.3- TUTELA DO PATRIMÓNIO

Outro ponto relevante na caracterização do Património Edificado, é conhecer quem tutela o Património

Nacional com o objetivo de identificar quem tem a responsabilidade e quem vai investir no seu restauro,

na sua reabilitação ou mesmo apenas na sua manutenção.

Tal como mostra a figura 3, não há muita informação sobre quem tutela o Património Nacional, o que

mostra a fragilidade das bases de dados. Se não tivermos em conta o valor de bens cuja entidade não

está confirmada podemos anotar que a maior parte do Património é tutelado por entidades públicas, mas

o número de bens tutelado por entidades privadas não é muito menor. [9]

1372

1127

654726

173298

171

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

Norte Centro Área Metropolitana

de Lisboa

Alentejo Algarve Região Autónoma dos Açores

Região Autónoma da

Madeira

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO PATRIMÓNIO

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8

Fig. 3- Entidades responsáveis pelo Património Cultural Português

2.2- MUSEUS

2.2.1- BASES DE DADOS

Inicialmente, de forma a caracterizar os museus em Portugal, foram consultadas várias bases de dados

e analisados os seus resultados de forma a filtrar tudo o que é informação pertinente e eliminar toda a

informação que não é relevante.

O Observatório das Atividades Culturais (OAC) foi uma associação sem fins lucrativos criada pelo

Estado Português em associação com o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e com

o INE, sendo que um dos objetivos desta associação, era agregar as estatísticas levantadas pelos

Inquéritos aos Museus (IMUS) realizados pelo INE anualmente. Esta associação tinha também o

objetivo criar uma base de dados com o levantamento dos museus em funcionamento, os projetos para

museus e intenções de criação dos mesmos. Essa base de dados, BdMuseus, deixou de ser atualizada em

2011 aquando da extinção do OAC. Por apenas agregar os números de 2000 a 2011, apesar de

observados, não foram tidos em conta para o desenvolvimento desta dissertação. [8, 10]

Anualmente, o Instituto Nacional de Estatística realiza os IMUS e divulga os seus dados de forma

pública na publicação “Estatísticas da Cultura” lançado frequentemente no final do ano seguinte. Por

essa razão os valores mais recentes que consideramos pertinentes foram publicados em dezembro de

2018 e têm em conta o ano de 2017 como o mais atual. [11]

Foram consultadas outras bases de dados como a EULAC Museums, Museu do ISEP e o portal da

Direção Geral do Património Cultural. [7, 12]

2.2.2- CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS MUSEUS EM PORTUGAL

A figura 4 mostra o número de museus classificados pelo Instituto Nacional de Estatística no intervalo

de anos desde 2011 até 2017.

1474

97397

1977

ENTIDADE PROPRIETÁRIA

Pública

Privada

Mista

Não Confirmada

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9

Fig. 4- Número de Museus em Portugal entre 2011 e 2017

Como podemos verificar na figura 4, houve um crescimento de cerca de 25% no número de museus

desde 2012 até ao ano de 2017. Podemos verificar também, que o crescimento do número de museus

em Portugal é praticamente constante nos anos em estudo, algo que se pode dever ao crescimento do

turismo em Portugal. Apenas no ano de 2015 houve um pequeno declínio no número de museus, valor

pouco relevante já que em 2016 a variância foi de novo positiva. [9]

A caracterização geográfica dos 430 museus observados em Portugal no ano de 2017 poderá ser

relevante e por isso foram também analisados os seus estudos realizados pelo INE, como mostra a figura

5.

Fig. 5- Distribuição Geográfica dos Museus em Portugal

377

345353

392 388

405

430

250

275

300

325

350

375

400

425

450

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Nº DE MUSEUS EM PORTUGAL

120

106

85

67

17 16 19

0

20

40

60

80

100

120

140

Norte Centro AML Alentejo Algarve Açores Madeira

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS MUSEUS EM PORTUGAL EM 2017

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10

Quadro 1- Distribuição Geográfica dos Museus por Região de Portugal

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Norte 90 102 109 111 115 120

Centro 82 88 96 95 100 106

A.M.L. 76 75 80 75 80 85

Alentejo 52 42 59 64 64 67

Algarve 11 11 12 13 16 17

Açores 19 18 17 14 14 16

Madeira 15 17 19 16 16 19

TOTAL 345 353 392 388 405 430

Como se pode verificar pela figura 5, a zona Norte e Centro têm, em conjunto, mais de 50% dos museus

levantados pelo INE e como podemos analisar no Quadro 1, o crescimento destas duas zonas tem sido

maior que nas outras zonas que ou cresceram pouco ou estagnaram, tendo a região autónoma dos Açores

diminuído o seu número de Museus desde o ano de 2012. [9]

2.2.3- NÚMERO DE VISITANTES

O número de visitantes dos museus em Portugal foi outro dado analisado e que se considerou relevante

para a tipificação dos museus. O portal do INE faz uma distinção interessante neste ponto, sendo assim

possível saber o número de visitantes de grupos escolares, estrangeiros e o número total de visitantes.

Tal como o número de museus, analisado no ponto anterior, também o número de visitantes dos museus

em Portugal tem vindo a crescer. De forma mais pormenorizada, podemos avaliar também o crescimento

do número de visitantes em museus que praticamente duplicou e de visitantes de grupos escolares com

um crescimento mais controlado. Também no sentido positivo cresceu o número de visitantes

estrangeiros, que duplicou desde 2013. [9]

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11

Fig. 6- Número de Visitantes dos 430 Museus estudados em Portugal

2.2.4- TUTELA DOS MUSEUS

Como mencionado no ponto 2.1.3, um dos dados mais importantes para esta caracterização é perceber

quem investe nos museus e por isso mesmo foram levantados os dados relativos à tutela dos mesmos,

como se pode observar na figura seguinte.

Fig. 7- Tutela dos Museus em Portugal

11,06311,75

13,661

15,532

17,175

1,602 1,525 1,714 1,936 1,757

3,864 4,2895,247

6,6977,732

1

3

5

7

9

11

13

15

17

19

2013 2014 2015 2016 2017

VISITANTES DOS MUSEUS EM PORTUGAL (milhões de pessoas)

Visitantes Totais Visitantes de grupos escolares Visitantes estrangeiro

65

227

9

14

10

37

311

54

TUTELA DOS MUSEUS EM PORTUGAL EM 2017

Administração central ouregional

Administração local

Empresa pública

Empresa municipal

Empresa privada

Fundação privada

Fundação pública

Insitituição religiosa

Outras

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

12

Tal como mostra a figura 7 mais de metade dos museus em Portugal são geridos por administrações

locais sendo que apenas 9 museus são geridos por empresas publicas e 14 por empresas municipais. [9]

2.3- PATRIMÓNIO RELIGIOSO

2.3.1- BASES DE DADOS

Segundo os dados de 2014 da Conferência Episcopal Portuguesa, dos 10 131 863 habitantes de Portugal,

cerca de 77,03% é católico. Para além disso, Portugal, com uma história de mais de 800 anos tem no

seu território muito Património Religioso móvel e imóvel que faz sentido caracterizar e tipificar. [13]

Tal como foi feito na tipificação dos Museus em Portugal, também foram consultadas variadas bases de

dados de forma a fazer uma tipificação ponderada e o mais completa possível. Ao contrário do que

aconteceu no caso dos Museus, onde os dados eram claros e organizados, no caso das Igrejas isso não

acontece.

Foi consultado o Anuário Católico Português elaborado pela Conferência Episcopal Portuguesa, mas

não há dados concretos e estatísticos sobre o número de bens religiosos presentes em Portugal, quantos

e quais são Património Nacional e quem os tutela. Foi então necessário consultar o portal da DGPC que

discrimina o Património em vários tipos, o portal do INE com escassas estatísticas relativas ao

património religioso e o Sistema de Informação para o Património Arquitetónico (SIPA). O SIPA, gerido

pela DGPC, apesar de não ter estudos estatísticos relativos à caracterização do património religioso,

permitiu fazer o levantamento de dados que se encontra nos pontos seguintes. [7, 14]

2.3.2-CARACTERIZAÇÃO

Tal como abordado no ponto 2.1.1, o INE considera como Património Religioso, 1410 bens. A Direção

Geral de Património Cultural discrimina esse património em 48 tipos de bens avaliados e através desses

dados foi feito um levantamento como mostra a figura seguinte.

Tal como mostra a figura 8, a maior parte do Património Religioso português é composto por igrejas

sendo 654 as Igrejas consideradas Património. Há também 121 Sés/Catedrais, 11 Santuários e apenas

uma Basílica. Segundo os a Direção Geral de Património Cultural, Portugal tem 173 igrejas consideradas

Monumento Nacional. [7]

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

13

Fig. 8- Tipificação do Património Religioso Português

2.3.3- TUTELA DO PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Apesar de apenas 654 Igrejas serem consideradas Património Cultural Português, Portugal possui muitos

mais locais de culto religioso. Segundo os dados do SIPA, existem em Portugal cerca de 4477 Igrejas,

ou seja, apenas cerca de 15% são consideradas Património Nacional. O portal da DGPC não permite

saber quem tutela as Igrejas classificadas, ao contrário do SIPA, e por isso foi realizado um estudo

relativamente às 4477 Igrejas existentes e não só às que são consideradas Património Nacional tendo-se

chegado aos resultados apresentados na figura seguinte. [14]

Fig. 9- Tutela das Igrejas portuguesas

654

80

1 11 2

121

135

230275

0

100

200

300

400

500

600

700

PATRIMÓNIO RELIGIOSO

3962

16229 11 22

291

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

4500

Igreja Católica Público: Estado Público:Municipal

Santa Casa PessoaColetiva/Singular

Sem Informação

Tutela das Igrejas em Portugal

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

14

Tal como se pode verificar na figura 9, mais de 85% das Igrejas em Portugal estão sob a tutela da Igreja

Católica sendo que o Estado Português é responsável por apenas 162 Igrejas. É importante perceber que

estes dados são apenas referentes às Igrejas, mas permite analisar o panorama nacional relativamente às

entidades que tutelam os locais de culto religioso. [14]

2.3.4 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Outro dado que vale a pena caracterizar e analisar é a distribuição geográfica das Igrejas em Portugal.

Por isso, depois de visitado o portal do SIPA foi feito um levantamento da distribuição das Igrejas no

continente e nas ilhas. Depois de levantado o número de Igrejas foi elaborado um gráfico que mostra a

percentagem de Igrejas por região, tal como mostra a figura que se segue.

Fig. 10- Distribuição Geográfica das Igrejas em Portugal

Tal como mostra a Figura 10, o Norte e Centro de Portugal têm em conjunto quase 80% das Igrejas

enquanto que quer a zona Sul, quer a região autónoma da Madeira, quer a região autónoma dos Açores

têm um pequeno número de Igrejas. As Igrejas presentes na Área Metropolitana de Lisboa perfazem

cerca de 4.2% das Igrejas em Portugal, valor interessante visto a área desta região ser inferior à maior

parte das outras mencionadas. [14]

2.4- PALÁCIOS

2.4.1- BASES DE DADOS

Outro tipo de Património que é importante caracterizar e tipificar são os Palácios. Portugal, tal como

acontece nas Igrejas, é rico em casas sumptuosas onde residiram ou residem monarcas, famílias

importantes, bispos, Chefes de Estado, também denominados por Palácios.

Alentejo; 9,6%

Algarve; 1,8%

Centro; 31,3%

Lisboa; 4,2%

Norte; 48,2%

Madeira; 1,1%

Açores; 3,8%

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS IGREJAS EM PORTUGAL

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

15

Tal como aconteceu nos casos anteriores, foram consultados os dados fornecidos pelo portal da DGPC

e complementados pelo portal do SIPA de forma a tentar fazer a melhor caracterização dos palácios

portugueses. [7, 14]

Por seu lado, o portal do INE, tal como acontece para os edifícios religiosos, não fornece estatísticas

que seriam importantes, relevantes e interessantes para analisarmos de forma a complementar a

caracterização com estudos diferentes.

2.4.2- CARACTERIZAÇÃO DOS PALÁCIOS EM PORTUGAL

Mais uma vez, os números fornecidos pelo SIPA não estão totalmente de acordo com o levantamento

da DGPC e por isso serão utilizados os números do portal da DGPC por estar mais atualizado e

organizado. De forma a caracterizar os Palácios não podemos analisar apenas o denominado Palácio,

mas também os Palacetes, os Paços/Solar e também os Paços Episcopais. [7, 14]

Segundo a Direção Geral de Património Cultural, Portugal tem ao todo 181 Imóveis enquadrados neste

ponto sendo que 152 estão classificados como Património Cultural. [7, 14]

Fig. 11- Número de Palácios em Portugal

Tal como mostra a figura 11, dos 152 imóveis classificados, 93 são Palácios estando inseridos entre eles

por exemplo, o Palácio Nacional de Sintra e o Palácio Nacional da Pena. [7, 14]

Foi também feito o levantamento da classificação pela DGPC dos 152 imóveis classificados, dados que

podem ser observados na figura seguinte.

93

17

33

9

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Palácios

Palacete

Paços

Paço Episcopal

PALÁCIOS EM PORTUGAL

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

16

Fig. 12- Classificação dos Palácios portugueses

Com o auxílio da figura 12, podemos observar que a maior parte dos 152 Imóveis classificados, 78

foram classificados pela DGPC como Imóvel de Interesse Público e 34 como Monumento Nacional. [7,

14]

2.4.3- NÚMERO DE VISITANTES

Tal como feito na caracterização dos Museus em Portugal, a abordagem do número de visitantes dos

Palácios portugueses é um dado também relevante e que deve ser analisado e abordado. A DGPC elabora

anualmente um conjunto de estatísticas para Museus, Palácios e Monumentos que permitem perceber o

panorama nacional e a evolução anual do número de visitantes.

Fig. 13- Número de Visitantes nos Palácios portugueses desde 2014

34

78

1722

1

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

MonumentoNacional

Imóvel InteressePúblico

Imóvel InteresseMunicipal

Monumento deInteresse Público

Conjunto deInteresse Público

CLASSIFICAÇÃO DOS PALÁCIOS PELA DGPC

327 789

369 106397 476

504 201

447 614

0

100 000

200 000

300 000

400 000

500 000

600 000

2014 2015 2016 2017 2018 2019

NÚMERO DE VISITANTES NOS PALÁCIOS

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

17

Como mostra a figura 13, até 2017 tem havido um crescimento significante do número de visitantes nos

Palácios de Portugal, dado que pode ser compreendido pelo crescimento do turismo em Portugal, os

hóspedes em Portugal aumentaram 12,9%. No ano de 2018 houve uma pequena queda no número de

visitantes dos palácios que a própria DPGC, através do relatorio estatístico de 2018, explica que tal

fenómeno aconteceu devido a algumas medidas tomadas com o objetivo de visar pela segurança das

pessoas, dos bens e da preservação do património cultural, como limitar a entrada e evitar sobrelotação

de espaços. [15, 16]

2.4.4- TUTELA DOS PALÁCIOS

Através de um levantamento singular e da junção dos dados da DGPC com o SIPA foi possível criar um

estudo sobre quem gere os palácios em Portugal, tal como mostra a figura seguinte.

Fig. 14- Tutela dos Palácios em Portugal

Na análise à tutela dos palácios em Portugal temos de abordar um ponto que ainda não foi muito

mencionado. Uma grande parte dos palácios classificados pela DGPC é gerido e tutelado por Privados

seja em grupos de pessoas ou mesmo pessoas singulares. Este ponto tem algum interesse por ser um

dado díspar dos outros dois tipos de património caracterizados anteriormente neste capítulo, e porque é

relevante identificar que o investimento numa grande parte destes imóveis será efetuado por privados

singulares. [7, 14]

39

34

47

11

1 1 25

1 2

7

2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

TUTELA DOS PALÁCIOS EM PORTUGAL

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

18

2.5- PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

2.5.1- BASES DE DADOS

Depois da Segunda Guerra Mundial e da destruição causada pela mesma, o Reino Unido sentiu

necessidade de proteger também o seu património industrial. A revolução industrial, começada no século

XVIII, conduziu a que o território britânico reunisse um número considerável de fábricas e oficinas e,

depois do bombardeamento alemão às fábricas inglesas, começou um movimento de defesa do

Património Industrial com o objetivo de proteger aquilo que a história trouxe aos dias de hoje. Em

Portugal, estas preocupações são mais recentes. A necessidade de conservar o testemunho histórico que

o Património Industrial possui é algo atual devido à importância científica de perceber a evolução do

mesmo. [17]

Ao contrário dos Monumentos religiosos e dos Palácios, a necessidade de proteção do Património

Industrial é bem mais recente e menos tida em conta. Para além disso, o número de imóveis considerados

Património Industrial é bem mais reduzido que os outros abordados e por isso o portal da DGPC

apresenta cada uma das indústrias de forma individual. Por seu lado, o portal da SIPA, funcionou mais

uma vez nesta tipificação do Património Nacional, como auxiliar, não havendo mais bases de dados

relevantes no âmbito do Património Industrial português. [7, 14]

2.5.2- CARACTERIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL EM PORTUGAL

Segundo o portal da DGPC há 20 imóveis a ter em conta quando abordado o tema do Património

Industrial português sendo que apenas 13 imóveis estão classificados como pertencentes ao Património

Cultural português. [7]

Fig. 15- Classificação do Património Industrial Português

8

2 2

1

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Imóvel de InteressePúblico

Monumento deInteresse Público

Monumento Nacional Imóvel de InteresseMunicipal

CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

19

Mostra a figura 15 que a maior parte dos imóveis foram classificados pela DGPC como Imóvel de

Interesse Público sendo que apenas dois foram considerados Monumento Nacional, a Fábrica Nacional

de Cordoaria em Lisboa e a Fábrica de Papel do Boque. [7]

2.5.3- TUTELA DOS PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

Foi feito também o levamento de quem controla e gere os 13 imóveis classificados pela DGPC de forma

a complementar a caracterização do Património Industrial Português.

Fig. 16- Tutela do Património Industrial

Tal como mostra a figura 16, as entidades responsáveis pelo Património Industrial não fogem ao

encontrado nos dados de outro tipo de Património, sendo que as Câmaras Municipais são quem gere a

maioria do Património Industrial português. [7, 14]

2.6- SÍNTESE DO CAPÍTULO 2

Analisando os pontos abordados neste capítulo, podemos observar que Portugal tem um vasto número

de bens imóveis classificados como Património Cultural. Observamos que foram classificados pela

DGPC, até à data da edição desta dissertação, 4521 imóveis como Património Cultural Edificado, valor

que tem crescido anualmente. No mesmo sentido, anotamos que a tipologia mais presente no Património

Cultural Edificado Português é a Arquitetura Civil e a Arquitetura Religiosa, pontos que foram

abordados nesta dissertação.

Foi abordado no ponto 2.1.3 a falta de informação que há sobre quem tutela o Património Cultural

Português. Para todo o tipo de trabalhos que envolvam investimentos futuros ou possíveis investimentos

este tipo de informação é crucial para identificar quem vai investir na amostra que estudamos. Por essa

razão esta Dissertação e o modelo criado tentará contribuir para a organização deste tipo de dados e,

apesar de não ser a solução para esta fragilidade, é uma ótima maneira de identificar quem tutela os

diferentes bens imóveis que fazem o Património Cultural Português.

5

2

4

2

0

1

2

3

4

5

6

Pública Municipal Pública: Estatal Privada: Pessoa Singular Sem Informação

TUTELA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

20

Relativamente aos Museus e à sua caracterização, foram considerados os 430 museus levantados pelo

INE no relatório cultural mais recente. Apesar do INE fazer um estudo interessante, com alguns pontos

pertinentes, faz falta uma base de dados pormenorizada, atualizada e de acesso intuitivo que permita

fazer o levantamento de todos os dados essenciais numa caracterização deste tipo. Foi também versado

o número de visitantes nos Museus em Portugal, valor que cresce anualmente, tal como o número de

visitantes estrangeiros.

Portugal tem no seu território mais de 4000 igrejas sendo que apenas 654 estão classificadas pela DGPC

como fazendo parte do Património Cultural Português. Por ser uma amostra tão grande, esta

caracterização foi também a mais complicada. Os dados, principalmente relativamente à tutela das

Igrejas não é de todo acessível e fácil de levantar, mas era um ponto importantíssimo na caracterização

pretendida. Outro ponto importante é a caracterização geográfica das Igrejas em Portugal. Podemos

observar no ponto 2.3.3 que uma grande percentagem das Igrejas em Portugal situa-se no Norte e no

Centro do País.

Quanto aos Palácios, é interessante ver que a maior parte dos que estão identificados estão protegidos

pelas categorias de proteção da DGPC tal como é pertinente a avaliação feita relativamente à evolução

do número de visitantes, como tinha sido feito no estudo aos Museus. Para além disso, a listagem das

entidades que tutelam os Palácios é também interessante ter em conta e analisar.

No caso do Património Industrial, por ser uma preocupação relativamente recente, há menos informação,

menos imóveis avaliados e menos dados estatísticos interessantes. Como o grupo de amostras é

reduzido, são 13 os imóveis classificados pela DGPC, toda a caracterização em termos percentuais tem

de ser avaliada com cuidado e individualmente.

Uma das dificuldades no desenvolvimento deste capítulo foi a falta de bases de dados completas,

organizadas e intuitivas no seu acesso e na sua pesquisa. O portal da DGPC e o portal do SIPA foram

muito importantes na caracterização do Património, mas praticamente em todos os casos, teve de ser

feita pesquisa em ambos os portais, filtrar informação e unir o essencial de cada um dos portais. Apesar

de essa abordagem ter sido possível em algumas das pesquisas, no caso de um número imenso de dados,

caso do Património Religioso, é muito mais elaborado comparar os dois portais visto serem mais de

4000 dados inventariados.

O portal do INE e os seus estudos, foram também essenciais na caracterização do Património como feito

no decorrer deste capítulo. Apesar disso, há vários estudos que poderiam ser relevantes e não foram

encontrados ou estão desatualizados.

Em suma, neste capítulo, foram analisados e caracterizados cinco tipos de imóveis que são relevantes

no estudo do Património Edificado Português. Foram levantados e apresentados os dados relativos aos

430 museus, às 654 igrejas, aos 152 palácios e aos 13 imóveis avaliados como Património Industrial,

que juntos perfazem uma fatia considerável no Património Edificado Português.

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

21

3

PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS COM VALOR PATRIMONIAL CAUSADAS

PELA HUMIDADE

3.1- NOTA INTRODUTÓRIA

Desde os primórdios da humanidade que a humidade e as suas diferentes origens são um desafio para o

estilo de vida. Para fugir às precipitações, o Homem refugiou-se em cavernas e grutas, mas mesmo assim

a solução não era ideal, a água penetrava as paredes e o solo o que obrigou o Homem a encontrar outra

solução. As casas de madeira foram a resposta ao desafio que o meio ambiente impunha à sobrevivência,

mas também à inteligência do Homem. Desta vez, a madeira mostrou não ser o material indicado, a água

causava bastantes danos ao material e este deixava de fazer o seu trabalho como era pretendido. Foram

então procuradas outras soluções, testadas e aplicadas num constante desafio imposto pelo meio

ambiente e pela água. Procuraram-se materiais mais isolantes, com maior durabilidade, mas também

com maior resistência à humidade e, apesar de o Homem ter aperfeiçoado a construção das suas

habitações, a “luta” contra a humidade ainda resiste nos dias de hoje sendo contínuo o estudo para

melhorar o conforto do utilizador. [18]

Pretende-se com este capítulo esmiuçar as patologias presentes em edifícios com valor patrimonial

causadas pela água e descrever as possíveis causas dessas anomalias. Nesse sentido, foram separadas as

manifestações causadas pela água em fase líquida, entre elas a humidade ascensional e as infiltrações e

fugas ou roturas de canalizações e as manifestações causadas pela água em fase de vapor, serão

escrutinadas a higroscopicidade dos materiais, as condensações superficiais e as condensações internas

e, por último, a humidade na construção.

Depois de investigadas as possíveis causas para os vários tipos de patologias causados pela água nos

edifícios patrimoniais, é de toda a utilidade apresentar técnicas de diagnóstico utilizadas em engenharia

civil, de maneira a permitir ao utilizador não só avaliar as manifestações associadas à humidade dos

materiais presentes no imóvel avaliado, mas também saber como proceder, que método usar e de que

maneira deverá analisar o seu edifício. Para além disso, as técnicas apresentadas vão no sentido de

monitorizar as condições higrotérmicas dos edifícios de forma a que o utilizador conheça que tipo de

procedimentos deve tomar para um estudo pormenorizado do seu imóvel e de que tipo de instrumentos

deve aproveitar.

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

22

Para além de reunir as manifestações causadas pela água e de apresentar diversos métodos e técnicas de

diagnóstico relativo a essas manifestações, este capítulo tem como objetivo ser um apoio para o grupo

de amostras deste estudo. Esta dissertação pretende oferecer aos gestores de edifícios com valor

patrimonial, um auxílio no que diz respeito às patologias causadas pela humidade. Este capítulo foi

redigido tendo em conta que um gestor de um edifício que deve ser conservado e preservado, pode ter

formação diversa e, em consequência, poucos ou nenhuns conhecimentos no que à Engenharia Civil diz

respeito. Para além disso, no subcapítulo das técnicas de diagnóstico, foi tida em conta também essa

possível inexperiência, tentando apresentar métodos simples e que não necessitem de grandes

conhecimentos. No mesmo sentido, foram indicadas na sua grande maioria, técnicas não destrutivas, já

que o grupo de amostras presente neste estudo, são edifícios cuja conservação é essencial.

3.2- FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA HUMIDADE

Pretende-se utilizar este subcapítulo para descrever as formas de manifestação que podem afetar os

edifícios de valor patrimonial, que sejam causadas pela água. Tal como referido anteriormente, vão ser

apresentadas de maneira diferenciada, as causas relacionadas com a água em fase líquida e as causas

relacionadas com a água em fase vapor.

No que à água em fase líquida diz respeito, vão ser apresentadas duas causas de manifestação de

humidades: Humidade ascensional e Infiltrações/Fugas ou Rotura de canalizações. Apesar de

enquadradas no mesmo ponto, água em fase líquida, a origem da água nos dois casos é completamente

diferente. Enquanto que no caso da humidade ascensional a água provém do solo, no caso das

infiltrações/fugas ou rotura de canalizações, a água já pode vir da precipitação ou de sistemas de

abastecimento ou drenagem. [19]

No que concerne à água em fase vapor, as origens de manifestações estudadas vão ser a higroscopicidade

dos materiais, as condensações, quer superficiais, quer internas e a humidade na construção. Mais uma

vez, todos estas origens têm características díspares e, portanto, a sua análise individual e pormenorizada

é de todo relevante. [19]

3.2.1- ÁGUA EM FASE LÍQUIDA

3.2.1.1- HUMIDADE ASCENSIONAL

Uma das principais causas de humidade nos edifícios é causada pela água presente no solo onde assenta

o edifício. Este tipo de humidade pode provocar a degradação da performance dos materiais construtivos

e por isso deve ser estudado. Uma grande parte dos materiais utilizados na construção atualmente, possui

uma estrutura porosa que conduz a valores de capilaridade elevados e que permite que a água migre

através desses materiais por ascensão capilar até encontrar uma barreira que impeça esse deslocamento.

O deslocamento causado pela capilaridade pode ser vertical ou horizontal e ocorre caso estejam reunidas

condições como a elevada capilaridade de um material, zonas em contacto com o solo, falta de ventilação

dos materiais ou a inexistência ou posicionamento errado de barreiras estanques. [19]

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

23

Quando um material poroso é colocado em contacto com a água em fase líquida, ocorre a capilaridade,

ou seja, o deslocamento de um líquido através de uma superfície sólida. A reação de um material à água

em fase líquida e à capilaridade depende da porosidade do material em questão e da porometria do

mesmo. A porosidade pode ser definida como a razão entre o volume de vazios de um material e o

volume total aparente do mesmo enquanto que a porometria corresponde à dimensão dos poros. A

porosidade de um material pode ser classificada como aberta ou fechada sendo que na porosidade aberta

os poros do material comunicam entre si facilitando a capilaridade. [19]

Fig. 17- Comparação de um material com porosidade aberta (esquerda) e com porosidade fechada (direita) [19]

A figura 17 mostra a diferença entre um material com porosidade aberta e outro com porosidade fechada

e podemos observar que, por não haver contacto entre os poros do material com porosidade fechada, a

transferência de água não ocorre, sendo estes materiais mais interessantes para o combate à humidade

ascensional já que funcionam como barreira hídrica. [19]

A presença de água no solo pode ser proveniente de duas fontes diferentes: águas freáticas e águas

superficiais, tal como mostra a figura 18. No caso das águas freáticas, as manifestações são mais comuns

nas paredes interiores que nas paredes exteriores. Isto ocorre, porque as paredes exteriores têm mais

condições de evaporação do que as paredes interiores. Para além disso, as manifestações são mais

estáveis ao longo do ano visto na maior parte do ano haver precipitação. Por outro lado, no caso das

águas superficiais, as variações são maiores ao longo do ano e a altura de frente húmida varia de parede

para parede. [19]

Fig. 18- Humidificação por humidade ascensional [19]

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

24

A água absorvida pelo material construtivo vai deslocar-se até que a mesma quantidade de água que

“entrou” consiga ser evaporada. A colocação de materiais impermeáveis também não auxilia o material

construtivo, no caso das humidades ascensionais. Sempre que uma parede é impermeabilizada, as

condições de evaporação da mesma diminuem e, por isso, a água vai continuar a deslocar-se,

aumentando o nível de humidade ascensional até que o equilíbrio atrás referido aconteça. [19]

Fig. 19- Influência de um material impermeável na altura de humidificação [19]

A figura 19 mostra a influência que a colocação de um material impermeável ao vapor na base de uma

parede, causa na altura da humidade ascensional.

Outro fator que deve ser enunciado é a presença de sais que faz aumentar a altura atingida pela humidade

ascensional. Os sais dissolvem-se quando aumenta a humidade relativa do ar e quando esta humidade

baixa, cristalizam-se de novo, provocando a cristalização que vai gerar alguma degradação no material.

[19]

A humidade ascensional é uma das principais causas de degradação dos edifícios com valor patrimonial

e dos edifícios antigos. Devido à complexidade da sua construção, aos materiais utilizados, à sua

duração, mas também à perceção que qualquer mudança significativa na sua construção muda o seu

valor patrimonial, as técnicas normalmente utilizadas para tratar problemas causados por humidades

ascensionais apresentam limitações. Por esta razão, uma das soluções mais utilizadas é a ventilação da

base das paredes. [19]

Fig. 20- Ventilação de uma parede [19]

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25

Tal como mostra a figura 20, a solução apresentada não passa por reduzir a quantidade de água

absorvida, mas sim por diminuir a altura da humidade ascensional, fazendo com que a evaporação ocorra

ainda na base das paredes.

No caso da humidade ascensional, as anomalias caracterizam-se por manchas de humidade nas zonas

mais próximas do solo, mas também poderão ocorrer a cristalização dos sais ou o aparecimento de

manchas de bolor. [19]

3.2.1.2- INFILTRAÇÕES/ FUGAS OU ROTURA DE CANALIZAÇÕES

Uma das causas fortuitas do aparecimento de humidades num edifício é a presença de fugas ou rotura

de canalizações que auxiliam o serviço da mesma. Esta categoria de humidades está associada a defeitos

na construção, dos materiais, de equipamentos ou de instalações, mas também à falta de manutenção,

aparecimento de fissuras e deterioração dos revestimentos. [19]

A ocorrência de infiltrações também faz parte do grupo de causas fortuitas de presenças de humidades

num edifício e resulta da capacidade do material em absorver a água por capilaridade pelas estruturas

porosas ou por percolação de zonas fissuradas. Tal como no caso das fugas, também esta manifestação

se deve a problemas construtivos, de materiais ou de equipamentos e podiam ser muitas vezes prevenidas

por uma maior manutenção. [19]

Este grupo de fontes de humidade normalmente caracteriza-se por manchas de humidade no local mais

crítico. [20]

3.2.2- ÁGUA EM FASE DE VAPOR

3.2.2.1- HIGROSCOPICIDADE

A higroscopicidade é a capacidade que um material tem para absorver as moléculas de água, mas

também de as restituir ao ambiente, dependendo da humidade relativa do ar. Na construção, utilizam-se

muitos materiais higroscópicos, ou seja, materiais que têm essa capacidade de adsorção de água. [19]

A humidade relativa define-se como sendo o quociente entre a pressão de vapor existente e a pressão a

uma dada temperatura. [19]

𝐻𝑅 =𝑃𝑣

𝑃𝑣𝑠

Sendo HR a humidade relativa, Pv a pressão de vapor existente e Pvs a pressão de saturação. [19]

Para relacionar o teor de humidade de equilíbrio de um material e a humidade relativa do ar para uma

determinada temperatura, existe a curva de adsorção higroscópica que é apresentada de seguida. [19]

(3.1)

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

26

A curva de adsorção/desadsorção está dividida em 3 fases distintas: a primeira fase corresponde à

fixação de uma camada de moléculas de água na superfície interior do poro (absorção monomolecular),

a segunda fase representa a deposição de várias camadas de moléculas (absorção plurimolecular) e, por

último, a terceira fase diz respeito à junção das camadas plurimoleculares, que ocorre quando o diâmetro

dos poros é suficientemente pequeno (condensação capilar). [20, 21]

Associado a este tipo de fonte de humidade, estão as manchas de humidade principalmente em locais

onde há uma elevada concentração de sais que provocam geralmente, a degradação do revestimento

construtivo. Estas manchas podem originar-se durante todo o ano, mas estão principalmente associadas

a períodos de secagem. [20]

3.2.2.2- CONDENSAÇÕES

Para além de ser constituído por uma mistura de gases, o ar possui também vapor de água. A quantidade

máxima de vapor de água que o ar pode compreender, está limitada e varia consoante a temperatura do

mesmo, ou seja, quanto maior a temperatura maior é a quantidade máxima de vapor de água e vice-

versa. Este limite designa-se por limite de saturação. [19]

Denomina-se como Humidade Relativa (Hr), a razão entre a quantidade de vapor de água que o ar dispõe

(humidade absoluta – W) e o limite de saturação do ar à mesma temperatura (Ws). Em suma, quando a

humidade relativa do ar é 100% então a humidade absoluta é igual ao limite de saturação do ar. [19]

De forma a avaliar a relação entre as humidades absoluta e relativa do ar e a temperatura do mesmo,

existe um diagrama, titulado por diagrama psicrométrico, que permite analisar de forma mais expedita

esta relação. [19]

Fig. 21- Curva de adsorção/desadsorção [19]

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27

Fig. 22- Diagrama Psicrométrico [19]

O diagrama psicrométrico apresentado anteriormente, figura 22, possui nas abcissas inferiores os valores

de temperatura do ar, nas abcissas superiores os valores de humidade absoluta do ar, em ordenadas os

valores da pressão parcial de vapor e um grupo de curvas de humidade relativa. Aquando da utilização

do diagrama, relacionando a temperatura do ar e a humidade relativa do mesmo, poderíamos tirar a

humidade absoluta, mas também a Pressão de saturação do ar (Ps). Quando o valor da Pressão de

saturação do ar é inferior à Pressão parcial do vapor de água no ar (P) então ocorrem condensações. [19]

3.2.2.2.1- CONDENSAÇÕES SUPERFICIAIS

Tal como mencionado anteriormente, a uma dada temperatura o ar não pode suportar mais quantidade

de vapor de água que o seu limite de saturação. Usualmente durante as estações do ano mais frias, a

temperatura superficial da face interior dos elementos construtivos (θsi) é inferior à temperatura do ar

interior (θi) e pode ser calculada através da expressão seguinte: [19]

θsi = θi − U ∗ Rsi ∗ (θi − θe)

sendo:

U- Coeficiente de transmissão térmica (W/m2·ºC)

Rsi- Resistência superficial interior (m2·ºC/W)

θe -Temperatura exterior (ºC)

θsi- Temperatura superficial interior (ºC)

θi- Temperatura interior (ºC)

(3.2)

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28

Conhecidas três das quatro temperaturas relevantes para o estudo das Condensações superficiais, pode-

se, através do diagrama psicrométrico, determinar a temperatura de saturação correspondente, também

denominada como temperatura ponto de orvalho (θpo). Caso a temperatura superficial interior seja

superior à temperatura ponto de orvalho, θsi > θpo, ocorrem condensações superficiais. [19]

Este tipo de condensações são detetáveis por observação direta e as anomalias são normalmente

caracterizadas por bolores. [20]

3.2.2.2.2- CONDENSAÇÕES INTERNAS

Ao contrário das condensações superficiais, as condensações internas não acontecem na superfície dos

elementos construtivos. As condensações internas ocorrem quando, num ponto do elemento construtivo,

a pressão parcial do vapor de água (P) é igual à pressão de saturação (Ps). [19]

Com o auxílio do diagrama psicrométrico, com o conhecimento das temperaturas interiores e exteriores

e posteriormente das temperaturas superficiais, é possível determinar os valores de pressão de saturação

nos pontos estudados. Utilizando também o diagrama psicrométrico, com o conhecimento das

temperaturas e das humidades relativas interiores e exteriores, é possível obter os valores das pressões

parciais não só num ponto, mas em toda a parede. Sempre que ocorre a interceção entre as duas retas de

pressões, ocorrem condensações, como mostra a figura seguinte. [19]

Tal como mostra a figura 23, ocorrem condensações internas na zona 1 da parede, local onde a curva de

pressão parcial do vapor de água e a pressão de saturação coincidem.

As condensações internas originam principalmente o destacamento dos revestimentos, degradando os

materiais e contribuem ativamente para que ocorram condensações superficiais. [20]

Fig. 23- Condensações internas numa parede [19]

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29

3.2.2.3- HUMIDADE NA CONSTRUÇÃO

Uma das possíveis fontes da presença das manifestações de humidade ocorre ainda na fase de construção

de um edifício. Numa construção tradicional, grandes quantidades de água são usadas e se a sua secagem

não ocorrer como planeado pode causar anomalias no edifício. Para além disso, na fase de execução de

uma obra pode ocorrer precipitação que também poderá ser causa de humidade. [19]

A evaporação da água, proveniente do excesso da mesma na fase de construção, poderá levar bastante

tempo. Inicialmente, vai ocorrer a evaporação rápida da água superficial, seguida de uma evaporação

mais demorada da água contida nos poros. Por fim, a fase mais lenta do processo de evaporação desta

água, consiste na evaporação da água contida nos poros de menor dimensão, processo este que poderá

levar anos. [19]

Este tipo de humidade manifesta-se usualmente sob a forma de manchas de humidade ou então sob a

forma de anomalias nos revestimentos, já que a evaporação da água poder causar a expansão dos

materiais. [20]

Fig. 24 - Humidade na Construção da Igreja de Vilar de Frades

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30

3.3- TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES DE HUMIDADE

3.3.1- NOTA INTRODUTÓRIA

No decorrer deste subcapítulo, serão descritas diversas técnicas de diagnóstico das diferentes

manifestações de humidade e da sua origem. Como o objetivo principal desta dissertação é permitir que

o gestor de um edifício patrimonial possa avaliar de forma expedita o seu imóvel, as técnicas

apresentadas a seguir, têm em comum o facto de serem técnicas in situ, ou seja, não ser preciso recorrer

a um laboratório para analisar o imóvel. Para além disso, foram selecionadas técnicas que não envolvem

um extenso conhecimento técnico e um dos focos iniciais foi selecionar o máximo de técnicas não

destrutivas já que o grupo de amostras desta dissertação são edifícios com valor patrimonial.

3.3.2- TÉCNICAS DE PERCEÇÃO VISUAL

Aquando da análise de um edifício, seja com intuito de recuperação, de reabilitação ou simplesmente de

manutenção do mesmo, o primeiro conjunto de técnicas que devem ser realizados, são as técnicas de

perceção visual. Quando se fala de inspeção visual não se está a limitar a observação a uma anomalia

ou a um conjunto de problemas, uma inspeção visual deve ser ampla e extensiva de forma a limitar os

erros de avaliação que uma avaliação meramente visual pode levar. [22]

3.3.2.1- ANÁLISE DO ENQUADRAMENTO, ENVOLVENTE E INTERIOR DO EDIFÍCIOS

Relativamente à humidade, há diversos aspetos a ter em conta quando realizadas técnicas de inspeção

visual. Inicialmente deve-se analisar a envolvente do edifício em questão, ou seja, o local de implantação

do edifício de forma a questionar e constatar que tipo de anomalias ou problemas poderá ter o edifício

em estudo. A tabela seguinte mostra alguns pontos que se deve ter em conta e possíveis anomalias

causados pelo mesmo. [22]

Análise do Enquadramento

Tabela 1 - Análise do Enquadramento

Informação a analisar Possíveis anomalias

associadas/Notas

História do edifício

Fontes de anomalias podem ter

sido tratadas e a anomalia

permanecer visualmente

Clima exterior Humidade, crescimento biológico

Proximidade de ambiente marinho Sais, eflorescências

Possibilidade de inundações Humidade ascensional

Exposição solar e assimetrias associadas Gradientes de temperatura

Existência de árvores ou vegetação de grande

porte perto do edifício

Entupimento do sistema de

drenagem de águas pluviais

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31

Após o estudo do enquadramento do edifício, prossegue-se a avaliação visual do mesmo, iniciando-se

pela envolvente do edifício, avaliando a cobertura, fachadas e os vão exteriores como mostra a tabela

seguinte.

Análise da Envolvente do Edifício

Tabela 2- Análise da Envolvente do Edifício

Informação a analisar Possíveis anomalias associadas/Notas

Manutenção do edifício Informação sempre relevante que pode eliminar

algumas causas

Sinais de acidentes anteriores Pode justificar a presença de algum tipo de

anomalias

Coberturas -----------------------

Estado geral da cobertura Uma cobertura em boas condições é uma boa

maneira de prevenir anomalias

Deterioração de parapeitos e platibandas A deterioração dos mesmos pode ser

responsável por algumas anomalias

Pormenores construtivos e arquitetónicos A deterioração dos mesmos pode ser

responsável por algumas anomalias

Vãos exteriores -----------------------

Estado geral dos vãos A deterioração dos mesmos pode ser

responsável por algumas anomalias

Paredes exteriores

Penetração de água pelas juntas A deterioração das juntas ou mesmo as suas

características podem permitir a penetração de

água

A análise interior deve ser a última a ser realizada de forma a que se conheça de antemão o que se

encontra do outro lado de cada parede, do outro lado do teto e que sejam conhecidas algumas possíveis

causas de patologias. Relacionados com a observação visual interior, não devem faltar os pontos

presentes na tabela seguinte. [22]

Análise Interior do Edifício

Tabela 3- Análise Interior do Edifício

Informação a analisar Possíveis anomalias associadas/Notas

Sinais de humidade nas paredes interiores,

no pavimento e no teto

A humidade usualmente aparece sob a forma de

mancha, eflorescências e/ou bolores

Ventilação Muitos problemas podem ser causados por

problemas de ventilação

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32

A análise visual é muito importante e deve ser sempre um ponto que requer algum cuidado e

conhecimento. Como forma de complementar a análise visual, é aconselhado também não descorar os

outros sentidos, como o olfato, na deteção de odores característicos como o apodrecimento de um

revestimento, ou o tato, no toque característico de uma superfície com anomalias. [23]

Para além de serem um conjunto de técnicas que requerem alguma experiência, perspicácia e

conhecimento, devem ser feitos de forma sequencial e sistemática visto os critérios serem sempre um

bocado subjetivos e dependentes da opinião do observador. [23]

3.3.2.2- BOROSCÓPIO

O primeiro passo na averiguação e no estudo de uma anomalia, é analisá-la visualmente e perceber que

tipo de defeitos e irregularidades poderá ter. Tal como mencionado anteriormente, um dos problemas

que poderá dar origem a manifestações de humidade é a fuga de águas, seja nos sistemas de

abastecimento ou drenagem. O acesso a esse tipo de sistemas não é fácil e muitas vezes de difícil alcance,

o que causa alguma objeção ao estudo visual do sistema. [24]

A utilização de um baroscópio, uma pequena sonda geralmente constituída por um tubo flexível e uma

pequena câmara fotográfica ou de vídeo numa das pontas, permite a averiguação de locais de difícil

alcance como o interior de tubagens, mas também o interior de fissuras. Esta utilização pode ou não

tratar-se de uma técnica destrutiva, dependendo do local que se pretende alcançar. [22, 23]

Fig. 25- Observação de um edifício Fig. 26- Boroscópio [24]

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33

3.3.3- TÉCNICAS TÉRMICAS IN SITU

3.3.3.1- TERMÓMETROS/PIRÔMETRO

A utilização de um termómetro, instrumento usado para medir temperaturas, pode ser uma técnica

simples de controlo térmico que um gestor de um edifício pode fazer. Apesar disso, os termómetros, são

pouco precisos e precisam de ser calibrados com frequência.

A utilização de um pirômetro, instrumento que mede temperaturas sem necessitar de estar em contacto

com uma superfície ou com um objeto, pode facilitar o cálculo da temperatura superficial de um

elemento construtivo de difícil acesso como a parte superior de uma parede ou um teto. [22]

3.3.3.2- TERMOPAR

Um termopar é um sensor eletrónico utilizado para medições de temperaturas que se baseia na medição

da diferença de potencial elétrico criado pela temperatura aquando da junção de dois metais diferentes.

São dispositivos com bastante precisão e de baixo custo e, apesar de ser um pouco robustos, podem ser

uma solução interessante para medições de temperatura localizadas. [22]

Fig. 27 - Instrumentos de Medição

3.3.3.3- PSICRÓMETRO

Tal como os higrómetros, os psicrómetros também têm como principal finalidade a apresentação da

humidade relativa do ar. Os psicrómetros são compostos por dois termómetros, um com um bolbo livre

e seco cuja finalidade é medir a temperatura do ar e outro envolvido em tecido que, depois de molhado,

mede a temperatura resultante da evaporação da água. A diferença de temperaturas dos dois termómetros

permite calcular a humidade relativa do ar, processo este que pode ser feito com bastante precisão. [22]

a) Termómetro; b) Termopar; c) Psicrómetro [25-28]

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34

3.3.4- TÉCNICAS QUÍMICAS IN SITU

3.3.4.1- SPEEDY

O Speedy é um kit de ensaio de campo utilizado para medir a humidade interior de paredes e é composto

por uma pequena balança de precisão, uma garrafa hermética, um manómetro e alguns instrumentos de

apoio à realização do ensaio. Depois de recolhida uma amostra, coloca-se dentro da garrafa juntamento

com carboneto de cálcio o que resulta na produção de acetileno. Como a garrafa é hermética, esta

produção de acetileno vai originar um aumento de pressão que pode ser analisado no manómetro.

A medição de teor de água no local, sem ter de recorrer a trabalhos de laboratório, é uma das mais valias

desta técnica, para além de ser um método rápido e com uma precisão aceitável. Por outro lado, há

alguma perigosidade resultante da criação de acetileno e o procedimento é meticuloso e sujeito a alguns

erros. [23]

Fig. 28- Kit de ensaio Speedy [29]

3.3.4.2- KIT DE CAMPO E FITAS COLORIMÉTRICAS

De forma a detetar de forma quantitativa e qualitativa os sais provenientes de compostos existentes em

eflorescências pode-se utilizar o kit de campo e as fitas colorimétricas.

O kit de campo, aquando da determinação das concentrações de sais, utiliza o espectrofotómetro, os

cloretos e os sulfatos, enquanto que as fitas colorimétricas analisam a presença de cada ião de forma

comparativa. Comparando a cor obtida na banda de deteção com a banda fornecida pode-se tirar o valor

pretendido. [23]

Ambas as técnicas são de transporte fácil e rápida utilização, mas o técnico que procede à avaliação das

amostras deve ser alguém com alguma experiência para ter sentido crítico relativamente aos resultados.

[23]

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35

3.3.5- TÉCNICAS ELÉTRICAS E HIDRODINÂMICAS IN SITU

3.3.5.1- HUMIDÍMETRO

Uma maneira rápida de se saber os valores da humidade superficial num objeto construtivo é a utilização

de um humidímetro. Um humidímetro é um pequeno aparelho digital que contém dois elétrodos

pontiagudos. Quando em contacto com uma superfície, estes elétrodos fornecem informação ao

humidímetro e é apresentado o valor da humidade diferencial pretendido. A utilização deste tipo de

aparelhos traz várias vantagens, como por exemplo, permitir detetar zonas com elevado teor em

humidade. Por ser portátil, célere e de fácil manuseio, a sua utilização permite comparar pontos

próximos de uma superfície, registar valores ao longo de um plano e até fazer um levantamento completo

das humidades diferenciais ao longo de um objeto construtivo, como uma parede. Para além de funcionar

como um dispositivo que detetar zonas com elevado teor em humidade, pode também permitir perceber

qual a fonte da anomalia presente. [22]

3.3.5.2- TUBO DE KARSTER

A utilização do tubo de Karster é feita quando a finalidade é a avaliação do coeficiente de absorção de

um material construtivo. O método consiste em colocar o tubo de Karsten em contacto com a parede e

fixá-lo com silicone ou outro tipo de material que não permita perdas da água líquida. Posteriormente

enche-se o tubo de água até à graduação de 0 cm3 e espera-se 5 minutos para iniciar as leituras. As

leituras seguintes devem ser espaçadas de 10, 15, 30 e 60 minutos.

A utilização deste tubo, apesar de ser simples, de baixo custo e relativamente rápido, depende de alguns

fatores, quer nos seus resultados, quer na sua utilização. [22] [30]

Fig. 30 - Tubo de Karster [30] Fig. 29 – Humidímetro

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36

3.3.5.3- TERMOGRAFIA

A termografia utiliza a radiação infravermelha emitida pela superfície de um objeto construtivo para

determinar e representar a temperatura superficial desse mesmo objeto. Apesar da utilização de um

termograma ser de custo significativo e de a sua interpretação exigir alguma especialização, as

potencialidades do mesmo são de realçar. Detetar defeitos de isolamento, perdas de ar e de calor nas

juntas, detetar zonas de humidade elevada, possíveis fugas ou infiltrações são algumas das vantagens da

utilização de termogramas que, para além disso, são de rápida utilização e fácil transporte.

3.3.6- OUTRAS TÉCNICAS

3.3.6.1- TÉCNICAS DE REGISTO E MONITORIZAÇÃO DE CONDIÇÕES HIGROTÉRMICAS

O controlo da temperatura e da humidade relativa de um edifício não tem só importância no controlo de

condensações como tem, atualmente, um grande papel no conforto térmico dos utilizadores. O conforto

térmico depende de vários fatores, como o tipo de atividade e de utilização do edifício, como também o

vestuário e a temperatura corporal do utilizador.

A monitorização das condições higrotérmicas de um edifício, como a temperatura e a humidade relativa

têm extrema relevância pois afetam o conforto dos utilizadores dos edifícios, mas também afetam a sua

saúde. Para além de preocupações para quem utiliza o edifício, as condições hidrotérmicas estão

diretamente ligadas com a degradação dos materiais e consequentemente com a durabilidade de um

edifício e por isso ter técnicas de registo e monitorizar frequentemente estes valores é de total interesse

na manutenção de um edifício. [23]

Fig. 31- Termograma de uma fachada lateral Fig. 32- Termograma de uma parede interior

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37

3.4- SÍNTESE DO CAPÍTULO 3

Ao longo do capítulo 3, foram apresentadas as possíveis origens de manifestações de humidade, como

elas se podem manifestar e foram expostas diversas técnicas in situ que permitam a um gestor de um

edifício com valor patrimonial avaliar que abordagem deve ser seguida na deteção e interpretação das

manifestações de humidade.

De modo a sintetizar o que foi abordado, foram desenvolvidos dois quadros com o intuito de auxiliar o

gestor do imóvel. O primeiro quadro refere as várias formas de manifestação de humidades, enquanto

que o segundo pretende correlacionar as técnicas abordadas e as suas principais características como, a

dificuldade da sua utilização.

As manifestações de humidades irão auxiliar o desenvolvimento do modelo de avaliação das condições

de utilização de edifícios com valor patrimonial face à humidade, enquanto que as técnicas não irão ser

abordadas e utilizadas no modelo. Pretende-se apenas mostrar ao gestor de um edifício com valor

patrimonial, que o modelo proposto é uma avaliação prévia e que as técnicas apresentadas poderiam ser

efetuadas numa fase posterior. Por esta razão não é feita uma associação entre as técnicas apresentadas

e as manifestações estudadas.

Por fim, é importante realçar que ambos os quadros se encontram destinadas a auxiliar um gestor de um

edifício patrimonial a encontrar um caminho para necessidades de estudo de diagnósticos. Para além

disso, nem todas as observações presentes no quadro 3 foram objeto deste estudo, estando presentes

apenas para auxiliar o gestor do edifício.

Quadro 2- Quadro de análise das patologias relativas à humidade

ORIGEM DA

MANIFESTAÇÃO

ANOMALIAS

Manchas

de

Humidade

Eflorescências

Presença

de

Bolores

Bolhas

de água

Destacamento/degradação

de materiais e

revestimento

Humidade Ascensional X X X

Infiltrações X X X X

Fugas ou Rotura de

Canalizações X X X

Higroscopicidade X X X X

Condensações

Superficiais X X X

Condensações Internas X X

Humidade na

Construção X X X

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38

Quadro 3 - Técnicas de diagnóstico das manifestações de humidade

TÉCNICAS DE

DIAGNÓSTICO DAS

DIFERENTES

MANIFESTAÇÕES DE

HUMIDADE

Parâmetros

avaliados

Dificuldade da

Técnica/ Duração

Destrutivo/

Não Destrutivo

Técnicas de Perceção Visual

Enquadramento,

Envolvente e Interior

do Edifício

Fácil/

Média Não Destrutivo

Termómetro/Pirômetro Temperatura Fácil/

Rápida Não Destrutivo

Termopar Temperatura Fácil/

Rápida Não Destrutivo

Psicrómetro Humidade Relativa e

Temperatura Fácil/Rápida Não Destrutivo

Boroscópio Análise Visual Médio/

Rápida

Destrutivo/

Não Destrutivo

Speedy Humidade interior Difícil/

Rápida Destrutivo

Kit de Campo e Fitas

Colorimétricas Presença de sais

Médio/

Rápida Destrutivo

Humidímetro Humidade Superficial Fácil/Rápida Não Destrutivo

Tubo de Karster Coeficiente de

absorção Fácil/Médio Não Destrutivo

Termografia Análise Visual e

Temperatura Difícil/Médio Não Destrutivo

Técnicas de Registo e

Monitorização de condições

higrotérmicas

Humidade e

Temperatura Fácil/ Lento Não Destrutivo

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39

4

PROPOSTA DE MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE

UTILIZAÇAO FACE À HUMIDADE DE UM EDIFÍCIO COM VALOR

PATRIMONIAL

4.1- NOTA INTRODUTÓRIA

A Engenharia Civil, com a importância que tem no quotidiano do ser humano e no desenvolvimento de

uma sociedade, sente constantemente uma necessidade de se adaptar, de se recriar e de ser uma ciência

em constante desenvolvimento. Neste sentido, um Engenheiro Civil deve ser capaz de perceber os

desafios que o setor enfrenta e de que maneira pode contribuir para que estes desafios sejam

ultrapassados. Um dos assuntos em voga na Engenharia Civil é a reabilitação, a recuperação e a

manutenção de edifícios, entre eles os edifícios com valor patrimonial. A gestão de um edifício com

valor patrimonial não é necessariamente feita por alguém com experiência em Engenharia Civil e,

portanto, a análise das condições de utilização deste tipo de edifícios pode muitas vezes ser defeituosa.

De forma a auxiliar os gestores deste tipo de edifícios na tomada de decisão do que é preocupante e

prioritário, foi criado um modelo de avaliação das condições de utilização face à humidade com o intuito

de permitir ao gestor classificar o grau de degradação do seu edifício e as condições de utilização do

mesmo.

O ser humano tem procurado ao longo de tempo, encontrar soluções mais metódicas e sistemáticas para

os desafios que encontra de forma não só a poupar trabalho como a reduzir recursos e economizar tempo.

Com este pensamento sempre presente, colocou-se como objetivo a informatização do modelo de forma

a sistematizar o trabalho, mas também para tornar o programa mais interessante, interativo e fácil de

responder. Para além disso, a preocupação com o ambiente e com o desperdício de papel é também algo

a ter em conta e que se pretendeu combater com a informatização do modelo. Atualmente, o

compromisso entre a Engenharia Civil e as Tecnologias de Informação é um dos pontos essenciais no

desenvolvimento da mesma e por isso foi criado de raiz o código do modelo em HTML e JavaScript.

O modelo criado nesta dissertação tem como base o modelo apresentado na publicação de Vicente T. de

Magalhães que será citado e mencionado ao longo do trabalho e que, depois de ter sofrido algumas

alterações foi testado. [20]

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

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4.2- CONCEÇÃO E ESTRUTURA DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE

UM EDIFÍCIO COM VALOR PATRIMONIAL

Neste subcapítulo será descrita e discutida a conceção e a estrutura do modelo de avaliação criado,

apresentando os passos essenciais para a sua utilização, como será calculado o “Índice de Humidade”,

Ihum, e quais os cálculos intermédios.

Tal como mencionado, o modelo apresentado nesta dissertação tem com base o criado anteriormente.

Este modelo foi estudado, analisado e modificado de forma a estar mais completo e a oferecer ao gestor

de edifícios com valor patrimonial uma melhor solução. Foram acrescentados alguns fatores que afetam

o Ihum, tal como algumas questões auxiliares que permitam uma caracterização mais detalhada.

De forma a avaliar as condições de utilização, o modelo questiona o gestor relativamente às

manifestações patológicas presentes no edifício em estudo com o intuito de calcular um “Índice de

humidade” que será a avaliação final.

O modelo proposto será dividido nas seguintes partes:

1- Caracterização do Imóvel: conjunto de questões relativas ao imóvel respondidas pelo utilizador

relevantes para a base de dados;

2- Tutela do Imóvel: conjunto de questões relativas à tutela do imóvel respondidas pelo utilizador

relevantes para a base de dados;

3- Avaliação por observação visual: onde o utilizador responde ao programa avaliando o pavimento, o

teto e as paredes do imóvel e onde faz upload da planta do mesmo;

4- Classificação Geral: segmento em que o programa apresenta os cálculos efetuados e indica o Ihum.

Pretende-se com esta proposta, não só criar algumas alterações no cálculo do “Índice de Humidade”

como tornar o modelo num programa informático deixando este de ser feito em folhas de papel. Esta

mudança, para além de reduzir o gasto de papel, vai permitir automatizar os cálculos e facilitar a

avaliação.

4.2.1- CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL

Tal como observado no capítulo 2, aquando da tipificação do Património Nacional, uma das lacunas

encontradas foi a falta de bases de dados ou a falta de informação que as existentes tinham. Por essa

razão, um dos objetivos secundários desta dissertação foi também oferecer uma resposta a esse

problema, tentando auxiliar os estudos criando uma base de dados de raiz, atualizada à medida que os

gestores dos edifícios avaliam o seu programa.

A primeira parte do programa criado pretende que o utilizador caracterize o seu imóvel de forma a

contribuir para a base de dados, mas também a organizar-se caso queira avaliar vários imóveis.

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Os dados pedidos na primeira parte são:

• Designação do imóvel

• Concelho

• Freguesia

• Endereço

• Tipo de Utilização

• Avaliação pela Direção Geral do Património Cultural

• Ano de Construção

• Ano da última intervenção relevante

• Número de compartimentos do imóvel

• Se o gestor considera o bem analisado como Património Cultural

4.2.2- TUTELA DO IMÓVEL

Pretende-se com a segunda parte do programa, que o gestor seja questionado relativamente à “Tutela do

Imóvel” em estudo sendo pretendido que este forneça informações relativamente aos seguintes pontos:

• Responsável pela gestão do Património em questão (Público/Privado/Outro)

• Entidade Responsável

• Telemóvel/Telefone

• E-mail

4.2.3- AVALIAÇÃO POR OBSERVAÇÃO VISUAL DE MANIFESTAÇÕES DE HUMIDADE POR COMPARTIMENTO

4.2.3.1- ÁREA DO PAVIMENTO E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO

Terminada a caracterização do imóvel e respetiva tutela, o modelo continua com a avaliação que será

de total interesse do gestor do imóvel.

A terceira parte do programa, correspondente à Avaliação do imóvel, inicia-se com duas questões

relativamente ao bem avaliado:

• Área do pavimento, sendo dadas cinco hipóteses para balizar os resultados

• Condições de utilização do imóvel face às patologias presentes

4.2.3.2- PLANTA DO IMÓVEL

Antes de começar a avaliação propriamente dita, pretende-se que o gestor forneça a planta do imóvel e

que se guie por ela enumerando as paredes de forma a ser mais fácil identificá-las.

A figura 33 mostra um exemplo de uma planta enumerada como é pedido.

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Fig. 33 - Exemplo de uma planta numerada [32]

4.2.3.3- AVALIAÇÃO DO PAVIMENTO, TETO E PAREDES

A segunda fase da avaliação do imóvel corresponde à avaliação por observação visual das manifestações

de humidade presentes no pavimento, no teto e nas paredes do imóvel em estudo.

Neste ponto, pretende-se que o gestor responda à questão “Que tipo de Manifestações se pode encontrar”

quer para o pavimento, para o teto e para as paredes. São dadas três possíveis patologias: “Manchas de

Humidade”, “Bolores” e “Eflorescências”. Para cada patologia, o gestor deve informar se as anomalias

presentes são “Pontuais”, “Frequentes”, “Generalizadas” ou se não estão presentes quaisquer anomalias.

Foram escolhidos estes tipos de anomalias por serem os mais comuns, mas também por serem as

anomalias de mais fácil deteção.

No caso particular das paredes, foi acrescentada uma questão que tem a ver com o desenvolvimento das

paredes. Uma parede menor deve contribuir menos para o cálculo dos índices apresentados de seguida

e por isso pede-se ao gestor que identifique se cada parede tem desenvolvimento “Pequeno”, “Médio”

ou “Grande”.

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4.2.4- CLASSIFICAÇÕES INTERMÉDIAS E CLASSIFICAÇÃO FINAL – IHUM

A última parte do método de avaliação corresponde ao cálculo do Índice de Humidade (Ihum) do imóvel

onde este vai ser classificado numa escala de 0-1 em que 0 significa que o índice é “Muito Bom” e 1 é

“Péssimo”. Para o cálculo deste índice, vamos necessitar de índices intermédios que serão os primeiros

a ser abordados.

4.2.4.1- FATORES E PESOS

Relativamente aos fatores correspondentes à intensidade das manifestações de humidade, tomou-se por

valores:

Tabela 4 - Fatores correspondentes à intensidade das manifestações [20]

Nada 0

Pontual 0,1

Frequente 0,5

Generalizada 0,9

Pretende-se que estes fatores sejam uma representação qualitativa da intensidade das manifestações e

por essa razão a presença generalizada de uma anomalia tem o maior fator. Dando um exemplo prático

para melhor perceção do fator aplicado, um pavimento com “Manchas de Humidade” pontuais vai

contribuir com um fator de 0,1, com “Bolores” frequentes vai contribuir com um fator de 0,5 e

“Eflorescências” Generalizadas irá contribuir com um fator de 0,9.

No que às condições de utilização diz respeito, tomou-se os seguintes valores:

Tabela 5- Fatores correspondentes às condições de utilização [20]

Impedida 0,9

Condicionada 0,5

Utilizável 0,1

Sem Problemas 0

A finalidade destes fatores é analisarem qualitativa as condições de utilização do imóvel, ou seja,

identificarem se as anomalias presentes estão a influenciar o desempenho do edifício. Por essa razão a

opção “Impedida” tem o fator mais pesado, ou seja, mais negativo.

Por último, para avaliar a extensão das paredes avaliadas, arbitraram-se os seguintes valores:

Tabela 6 - Fatores de avaliação do desenvolvimento das paredes (k’s)

k

Pequena 0,1

Média 0,5

Grande 0,9

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Aquando da avaliação das paredes, decidiu colocar-se um fator corretivo (k) de maneira a que o tamanho

da parede influencie o resultado. Inicialmente pensou-se em ter em conta o valor do desenvolvimento

da parede como se fez com a área do pavimento, ou seja, sabendo o seu desenvolvimento, em metros,

avaliava-se automaticamente. Esta hipótese foi descartada e decidiu-se classificar as paredes de forma

comparativa, ou seja, um gestor de um edifício classifica a suas paredes com maior desenvolvimento

como “Grande” e as paredes com menor desenvolvimento como a “Pequena”. Usando como exemplo

uma igreja e um palácio com vários compartimentos, no caso de uma igreja, uma parede com cerca de

30 metros é uma parede grande, já no compartimento do palácio será difícil encontrar uma parede com

metade deste valor. Assim sendo optou-se pelo método de classificação comparativo.

4.2.4.2- ÍNDICE DE ELEMENTO

Os índice do pavimento, do teto e das paredes são calculados de igual forma [20]:

I, elemento = I, manifestação mais elevado + (0.055 ∗ I, manifestação 2 + 0.055

∗ I, manifestação 3 ≤ 0

Sendo “I,manifestação mais elevado” o valor associado à manifestação presente mais elevada no

elemento em estudo, e o “I,manifestação2” e o “I,manifestação3” os restantes. No caso de empate dos

índices, apenas um é considerado “I,manifestação mais elevado”, passando o outro para um dos restantes

lugares.

Em suma, se estivermos a estudar um teto sem nenhuma anomalia então o I,teto=0 e se estivermos na

presença de um pavimento com manchas, bolores e eflorescências generalizadas, então

I,pavimento=0.999.

No caso dos valores de ponderação 0.055, optou-se por tomar os valores do modelo previamente

desenvolvido.[20]

4.2.4.3- ÍNDICE GLOBAL DE PAREDES

Posteriormente ao cálculo do índice do teto, do índice do pavimento e dos índices das paredes presentes

no imóvel, ocorre o cálculo do Índice Global de paredes que corresponde a uma média ponderada dos

Índices das paredes.

Utilizando os fatores corretivos do desenvolvimento das paredes apresentado anteriormente, o programa

calcula o Índice Global de Paredes seguindo a seguinte fórmula:

Iglobal, paredes =I parede, 1 ∗ k1 + Iparede, 2 ∗ k2 + ⋯ + Iparede, n ∗ kn

k1 + k2 + ⋯ + kn

Sendo, k1 o fator corretivo da parede 1, k2 o fator corretivo da parede 2 e kn os fatores corretivos das

restantes paredes, o “Índice Global das Paredes” é assim calculado e pode agora ser calculado o “Índice

de Humidade”. Estes fatores corretivos estão presentes na tabela 7.

(4.1)

(4.2)

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4.2.4.4- ÍNDICE DE HUMIDADE - IHUM

O último e mais importante cálculo efetuado pelo programa corresponde ao “Índice de Humidade” de

um compartimento do imóvel e é calculado da seguinte forma:

Ihum = (Iglobal, paredes ∗ 0.6 + I, pavimento ∗ 0.2 + I, teto ∗ 0.2) ∗ 0.3

+ I, utilização ∗ 0.7

Devido à influência e área das paredes num compartimento, decidiu-se dar um peso de 60% ao Índice

global de paredes e apenas um peso de 40% ao teto e ao pavimento, repartido igualmente. Quanto ao

Índice de utilização, este tem uma influência de 70% no resultado de forma a que as condições de

utilização de um compartimento tenham maior peso que as manifestações existentes, enquanto que as

manifestações têm um peso de 30% do valor final. É importante realçar que estes pesos não têm

fundamentação técnica e que apenas a utilização extensiva do modelo poderá ajudar a definir e a corrigir

estes pesos. [20]

Assim sendo, o Ihum situa-se numa escala de 0 a 1, em que 0 significa que o “Índice de Humidade” está

Muito Bom, é a solução ótima, e 1 significa que o Índice de Humidade está péssimo, é a pior solução.

Fig. 34 – Escala de avaliação do Índice de humidade

(4.3)

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4.3- INFORMATIZAÇÃO DO MODELO

O objetivo central desta dissertação passa pela criação de um modelo de avaliação das condições de

utilização de um edifício com valor patrimonial face à humidade, sendo a componente mais inovadora

do trabalho desenvolvido, a informatização do modelo. O foco inicial do trabalho passava pela criação

de um inquérito e por isso foi colocada a hipótese de criar um programa online com os seguintes

objetivos:

1) Sistematizar o trabalho, facilitando o trabalho ao utilizador

2) Diminuir o número de cálculos errados

3) Contribuir para a criação de base de dados para utilização posterior

4) Permitir mudanças simples sem ter de repetir todo o método

5) Não ser necessário utilizar papel, olhando também para a questão ambiental

Para o desenvolvimento do modelo procuraram-se soluções padrão online de forma a facilitar a sua

criação, mas esta opção foi descartada porque essas soluções não permitiam fornecer ao utilizador um

resultado como era pretendido. Foi então colocada a hipótese de programar um modelo de raiz de forma

a não depender das soluções padrão e que possibilitasse não só a criação da base de dados, mas também

a colocação e utilização de fórmulas de cálculo para auxiliarem o utilizador do programa.

4.3.1- CARACTERIZAÇÃO DE IMÓVEL

Tal como mencionado anteriormente, a caracterização do imóvel é feita pelo gestor na primeira parte do

programa criado. Tal como mostra a figura 35, é pedida a designação do imóvel e três questões relativas

à localização do bem em estudo.

Na designação do imóvel foi acrescentado um exemplo de uma designação para auxiliar o utilizador,

mas que desaparece mal este pretenda redigir. Foi também colocada uma caixa de texto maior para o

campo relativo ao “Endereço”.

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Fig. 35- Primeira parte do Programa

O segundo grupo de questões da primeira parte, que pode ser observado na figura 36, está relacionado

com o Tipo de Utilização do imóvel. Nesta questão foram colocadas várias opções: “Culto”, “Museu

e/ou Galeria de Arte”, “Biblioteca”, “Hotelaria/Restauração”, “Turismo”, “Habitacional” e uma opção

“Outro” caso o imóvel não se enquadre com nenhuma das anteriores. Esta pergunta pode ter mais que

uma opção, pelo que é permitido responder a duas ou mais opções.

É também questionada a Avaliação pela DGPC e dadas as possíveis hipóteses tal como o ano de

construção e o ano da última intervenção relevante que o imóvel sofreu.

A última questão da primeira parte, é uma pergunta de opinião onde se questiona o gestor do imóvel, se

o considera Património Cultural. Caso o imóvel não esteja avaliado pela DGPC, nem tenha sido estudado

pela mesma, poderá ser interessante para a própria organização ter acesso a esta base de dado e associar

as duas perguntas para possíveis futuros estudos.

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Fig. 36- Segundo Grupo de questões do Programa

4.3.2- TUTELA DO IMÓVEL

A segunda parte do programa, acedida através da barra superior ou do atalho da numeração dos diversos

segmentos presente na parte inferior do programa, tem como objetivo caracterizar a Tutela do Imóvel

em estudo. Foi referido no capítulo 2 a falta de informação que existe relativamente à tutela do

Património Nacional Português, questão que é importante para constatar que tipos de investidores

poderemos ter.

O gestor do edifício é questionado relativamente ao Responsável pela gestão do imóvel, “Público”,

“Privado” ou “Outro”, à Entidade Responsável pelo mesmo, mas também aos Contactos,

Telemóvel/Telefone, e o E-mail, da entidade.

Fig. 37- Tutela do Imóvel

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4.3.3- AVALIAÇÃO POR OBSERVAÇÃO VISUAL DE MANIFESTAÇÕES DE HUMIDADE POR COMPARTIMENTO

4.3.3.1- ÁREA DO PAVIMENTO E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO

A terceira parte do programa oferece cinco opções relativamente à Área do Pavimento e quatro quanto

à questão “Condições de Utilização do imóvel face às patologias presentes”. No que concerne à segunda

questão, a cada opção, esta associado um valor e um “id” que irão ser utilizado mais à frente no modelo.

Esta mesma questão tem como objetivo a análise pessoal do gestor do imóvel, analisando se as

patologias presentes estão a condicionar de alguma maneira a utilização do imóvel, sendo que a opção

“Sem Problemas” deveria corresponder à falta de patologias presentes e a opção “Impedida”, a ruínas

ou à impossibilidade de utilizar o imóvel em estudo.

Fig. 38 - Área do Pavimento e Condições de Utilização

4.3.3.2- PLANTA DO IMÓVEL

De forma a complementar a base de dados referida anteriormente, é pedido ao gestor que faça o upload

da planta do imóvel a estudar. Para além disso, este ponto foi acrescentado para fazer a distinção das

paredes, sendo pedido ao gestor do imóvel que acrescente uma identificação a cada parede na planta,

antes de fazer o upload.

Fig. 39 - Upload da Planta do Imóvel

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4.3.3.3- AVALIAÇÃO DO PAVIMENTO, TETO E PAREDES

A avaliação é comum aos três elementos construtivos, o gestor é questionado sobre “Que tipo de

Manifestações se pode encontrar” no elemento em questão e este pode selecionar se no caso das

Manchas de Humidade, dos Bolores e das Eflorescências, se o elemento não possui nenhuma destas

anomalias, se estão presentes pontualmente, frequentemente ou se o problema é generalizado.

A avaliação de cada elemento foi programada de forma independente de forma a que cada avaliação

seja feita num separador diferente.

De forma a auxiliar o utilizador, visto que a avaliação é visual, foi colocada uma imagem como exemplo

de cada um dos tipos de anomalia e a diferença da sua intensidade. A imagem correspondente a cada

exemplo, aparece quando o ponteiro do rato passa por cima da respetiva manifestação, como mostram

as figuras 40, 41, 42.

Fig. 40 - Avaliação do Pavimento com exemplo

Fig. 41 - Avaliação do Teto com exemplo

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No caso das paredes, antes de começar a avaliação, o gestor é questionado sobre o número de paredes

presentes no imóvel. Depois de respondido irão aparecer as questões mencionadas anteriormente, para

cada parede de forma a que se possa avaliar individualmente as paredes e não de forma geral. O número

de paredes está limitado a 50 paredes para não interferir com a base de dados criada. Para além da

questão anterior, é pedido ao utilizador que avalie o desenvolvimento da sua parede como “Pequena”,

“Média”, “Grande”. A cada resposta do utilizador está associado um valor importante no cálculo do

Ihum e discutido anteriormente neste capítulo.

Fig. 42 - Avaliação de 2 paredes com exemplo

4.3.4- CLASSIFICAÇÕES INTERMÉDIAS E CLASSIFICAÇÃO FINAL – IHUM

O último separador do programa apresenta a “Classificação Final” e as classificações intermédias que

são necessárias para o cálculo do Ihum. O modelo foi programado para exibir o índice do teto, o índice

do pavimento, o índice de cada parede numerada e o índice global de paredes. Todos estes índices são

calculados segundo as respostas dadas pelo gestor e seguindo o método de cálculo apresentado

anteriormente. Decidiu-se exibir todos os cálculos e não apenas o Ihum de forma a que o gestor possa

comparar os resultados singulares dos seus elementos e analisá-los.

Por último é exibido o “Índice de humidade” que foi programado para ser calculado segundo o método

de cálculo apresentado anteriormente.

Uma das funcionalidades imediatas que o programa oferece, é dizer ao utilizador o resultado sem este

ter de consultar a tabela. Para isso, dividiu-se em 5 a escala em:

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Tabela 7 - Intervalos de classificação do Ihum

0- 0.2 Muito Bom

0.2 - 0.4 Bom

0.4 – 0.6 Razoável

0.6 – 0.8 Mau

0.8 – 1.0 Péssimo

Fig. 43- Classificação Final

4.3.5- PROGRAMAÇÃO

A programação do modelo começou por ser inteiramente em HTML tendo-se utilizado as soluções

padrão do Bootstrap de forma a criar as caixas de texto e escolhas múltipla com o intuito de facilitar o

preenchimento do programa, mas também para o tornar mais interativo e interessante. As primeiras duas

partes do programa, Caracterização do Imóvel e Tutela do Imóvel, foram totalmente programados em

HTML, não tendo sido necessária nenhuma programação em Java Script de forma a complementar o

trabalho. A linguagem HTML também está presente nas restantes partes, mas contribui apenas de forma

visual. As linhas de texto criadas em HTML podem ser analisadas no Anexo 1.

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Aquando da adição da avaliação ao programa, a linguagem HTML, por ser uma linguagem estática,

deixou de cumprir os requisitos pretendidos, tendo-se acrescentado código em JavaScript. Ao contrário

de HTML, Java Script é uma linguagem de programação dinâmica e funcional que permite colocar

fórmulas matemáticas, criar inputs e outputs e dar respostas condicionadas como fornecer a avaliação

do número de paredes pretendido, dependendo do número de paredes que o utilizador diz ter. De forma

a organizar melhor o trabalho, dividiu-se o código em JavaScript por 4 segmentos, paginação, criação

de inputs para a base de dados e outputs, questões condicionadas das paredes e cálculo dos resultados.

A paginação foi programada de forma a facilitar o preenchimento do programa, mas também com o

intuito de o organizar fazendo com que o utilizador perceba em que ponto está e qual o seguinte. As

linhas de texto criadas em JavaScript para a paginação podem ser consultadas no Anexo 1.

Fig. 44 – Paginação

Relativamente à criação de inputs e outputs, um dos intuitos da elaboração do programa pela via

informática, é criar uma base de dados que será preenchida de cada vez que o utilizador do programa o

completar. Para isso, foi programado em JavaScript de forma a organizar todas as respostas dos

utilizadores e exportá-las para Excel e foram programados alertas de erro e de campos por preencher no

formulário. Para além da criação da base de dados, pretende-se que o utilizador receba, no final do

preenchimento do programa, um documento de texto com um resumo das suas respostas, de forma a

que lhe seja permitido, à posteriori, relembrar as suas respostas e os resultados que o programa lhe

forneceu. As linhas de texto criadas em JavaScript para a criação de inputs e outputs podem ser

consultadas no Anexo 1.

Tal como foi mencionado anteriormente, o utilizador é questionado sobre o número de paredes presentes

no imóvel em estudo e, depois de respondido, o programa coloca automaticamente as questões sobre as

manifestações sobre cada parede facilitando o número de entradas na base de dados, mas também tornar

o programa mais estético e direto. Este tipo de questões condicionadas por uma resposta, foi também

programado em JavaScript e pode ser consultado no Anexo 1.

Fig. 45 – Questão programada relativamente ao número de paredes

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Por último, o cálculo dos resultados foi também programado em JavaScript seguindo as fórmulas, os

pesos e os fatores apresentados anteriormente. A cada valor relevante estão associados um valor e um

id que serão utilizados em várias partes do formulário. Dependendo do resultado final, e do intervalo

em que se enquadra, é apresentada uma avaliação de “Muito Bom” a “Péssimo” que também foi

programada em JavaScript e que pode ser analisada no Anexo 1.

4.4- SÍNTESE DO CAPÍTULO 4

Com a metodologia criada oferece-se a um gestor de um edifício patrimonial a hipótese de avaliar o seu

imóvel no que a patologias causadas pela humidade diz respeito. Pretendia-se que o modelo, para além

de criar um método de avaliação fiável, fosse de fácil preenchimento com respostas curtas, de resposta

pouco elaborada e que fosse acessível. Por essa razão decidiu-se criar o programa anteriormente

apresentado.

O modelo apresenta uma possível forma de avaliação de edifícios com valor patrimonial, mas possui

alguns pontos que devem ser estudados, e que podem ser melhorados.

Começando pela caracterização geral e pela tutela do imóvel, se a base de dados fosse aproveitada pela

DGPC ou por outra entidade governamental, uma das utilidades ou oportunidades que o programa

poderia trazer era questionar o gestor do imóvel relativamente a mais informações do mesmo como

número estimado de visitantes ou outro tipo de informação, estatística ou não. Para além disso, seria

interessante analisar os imóveis que não são considerados Património pela DGPC, mas cujo gestor

considera que o seu imóvel deva ser considerado Património Cultural.

No que à Avaliação diz respeito, os fatores e pesos considerados poderão não ser os melhores e para

uma melhor ponderação e pensamento crítico seriam precisas várias aplicações com diferentes tipos de

imóveis. O peso de 70% para a condição de utilização do imóvel poderá ser excessivo, mas pretende-se

que um imóvel praticamente em ruínas, ou seja, com a utilização Impedida, tenha um Ihumidade perto

do pior valor, algo que poderia não acontecer com a avaliação visual das suas patologias.

Na avaliação de cada elemento, pavimento, teto e paredes, os pesos das manifestações são exatamente

o mesmo, a sua contribuição apenas depende da intensidade de cada um. Apesar de no modelo se

conseguir avaliar de forma negativa uma parede que possua de forma geral uma só anomalia, seria

importante perceber se as três anomalias, apresentadas e avaliadas, deveriam ter o mesmo peso. Além

disso, foram colocadas imagens para identificar a intensidade de cada anomalia e ajudar o gestor a

perceber o que procurar num elemento construtivo, mas as imagens selecionadas são iguais para o

pavimento, teto e paredes, algo que se poderia mudar para auxiliar ainda mais o utilizador.

A avaliação das paredes e o cálculo do índice global de paredes são também um ponto que deve ser

estudado e debatido conforme se teste o modelo criado. Foi colocado um fator que avalia o

desenvolvimento de cada parede de forma a que uma parede maior tenha um maior contributo para o

índice global de paredes que uma parede mais pequena. Este fator é colocado comparando o

desenvolvimento das paredes como grande, média ou pequena, mas poderia ser interessante convidar o

gestor a colocar o comprimento de cada parede e calcular uma média ponderada dessa forma. Não se

optou por essa opção no modelo criado para tornar o trabalho do utilizador mais acessível, mas é algo

que deve ser estudado.

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No mesmo sentido, a contribuição dos índices dos elementos para o índice de humidade, apresenta

algumas limitações. No cálculo do índice de humidade, as manifestações presentes nas paredes

contribuem em 60% enquanto que as anomalias do teto e do pavimento em 20% cada uma, tal como se

pode verificar na equação (4.3). Este peso foi pensado principalmente para compartimentos de grande

dimensão como igrejas, capelas, salas de espetáculo ou salas de palácios onde as paredes, por serem de

maior desenvolvimento, devem contribuir mais que os restantes elementos. Seria interessante o gestor

selecionar o tipo de compartimento que pretende avaliar e o programa utilizar a sua informação para dar

pesos diferentes aos elementos.

A avaliação feita pelo utilizador do programa é meramente visual, não sendo pedido nenhum tipo de

valor. Foram apresentadas no capítulo 3 várias técnicas de diagnostico de manifestações de humidades,

sendo que a maior parte delas é simples e rápida de elaborar. A avaliação visual tem algumas debilidades,

por depender do critério de quem faz a avaliação e por isso a utilização destas técnicas poderia ser

enquadrada no programa.

Por último, o valor apresentado ao gestor do imóvel é interessante e permite-lhe tirar algumas conclusões

relativamente ao seu edifício, mas o programa não oferece qualquer tipo de solução. A integração de um

dossier ou software de soluções relativas a patologias com humidades seria um passo seguinte que

ajudaria o utilizador e a reabilitação do património.

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APLICAÇÃO DA METODOLOGIA AOS CASOS DE ESTUDO

5.1- NOTA INTRODUTÓRIA

Após a conceção do modelo, da ponderação dos seus fatores e pesos e da criação do programa

apresentado no capítulo anterior, pretende-se validar a metodologia aplicando a casos práticos. Com

esse objetivo foram escolhidas 10 igrejas no Norte de Portugal, com ou sem intervenções recentes, mas

que permitissem perceber se a metodologia criada é exequível, de fácil aplicação e se os resultados que

o utilizador recebe têm algum significado lógico.

Foram escolhidas, visitadas e analisadas a Igreja Matriz de Caminha, a Igreja da Misericórdia do Porto,

a Igreja do Mosteiro de São Salvador de Grijó, a Igreja de Vilar de Frades, a Igreja de São João Novo,

a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, a Igreja de Santo Ildefonso, a Igreja de São Lourenço, a Igreja da

Misericórdia de Caminha e a Igreja de Lordelo do Ouro, e pretende-se com este capítulo fazer uma

caracterização geral de cada igreja, tendo sempre como foco os materiais e a construção da mesma, mas

também a razão histórica para fazer parte do Património Nacional Português. Para além disso, pretende-

se apresentar uma aplicação a um dos 10 casos de estudos para explicar o método a utilizar e discutir os

resultados obtidos.

5.2- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Neste subcapítulo serão apresentados os 10 edifícios com valor patrimonial a serem estudados, aos quais

será aplicado o modelo criado e obtida a respetiva classificação. Os edifícios escolhidos são todos

edifícios religiosos na zona Norte de Portugal Continental sendo que apenas um dos imóveis não tem

classificação como património pela DGPC. Será feita uma caracterização tipo de cada um dos imóveis

a estudar para posteriormente aplicar o modelo, mas apenas uma aplicação será discriminada, explicada

e justificada neste capítulo.

A Igreja que será analisada com detalhe neste capítulo, e à qual a aplicação da metodologia criada será

explicada e justificada, será a Igreja Matriz de Caminha. A análise às restantes igrejas pode ser

encontrada no Anexo 2.

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5.2.1- IGREJA MATRIZ DE CAMINHA

5.2.1.1- Dados Gerais

Situada no concelho de Caminha, distrito de Viana do Castelo,

a Igreja Matriz de Caminha foi iniciada no ano de 1488 tendo

sido concluída apenas 25 anos depois. A Igreja Matriz de

Caminha, também designada como Igreja de Nossa Senhora da

Assunção, está classificada, pela Direção Geral de Património

Cultural, como Monumento Nacional. Nos anos de 1934 e 1935

a Igreja sofreu uma intervenção relevante de grande escala tendo

sido demolidos alguns edifícios ao redor da mesma. Foram

restauradas as janelas, reconstruídas as armações do telhado e

da cobertura e o embasamento dos pilares da nave, consolidada

e reforçada a abóbada da nave da Igreja entra outras obras de

restauro. Entre 2002 e 2006 a Igreja foi sujeita a mais uma

grande intervenção de restauro com objetivo de recuperação e

restauro da cobertura e da sacristia sendo também tido sujeitas a

obras de conservação os azulejos da nave e o teto da Igreja entre

outras obras. Esta última intervenção teve um orçamento de

1.764.104 €. A Igreja possui três naves, capela-mor de planta

poligonal, dois absidíolos quadrangulares, a sacristia, duas

capelas laterais e uma torre sineira. [31-33]

5.2.1.2- Envolvente da Igreja

Fachadas: A fachada principal da Igreja Matriz de Caminha,

virada a Oeste, está dividida em três corpos. Duas colunas

rematadas por elementos manuelinos dividem o corpo central da

fachada dos corpos laterais. Estes últimos têm uma pequena

abertura, cada um, vertical. O corpo central da fachada possui

um portal de arco pleno, organizado em retábulo. Por cima do

portal encontra-se uma rosácea típica do Gótico. [32]

Cobertura: A estrutura da Igreja é em cantaria de granito sendo

a cobertura exterior de telha. [32]

Pavimento: O pavimento das naves da Igreja é em granito com

taburnos em madeira sendo os restantes pavimentos em lajeado

de granito. As diferentes áreas da Igreja estão separadas da nave

por um pequeno degrau em granito. [32]

5.2.1.3- Interior da Igreja

O teto da Igreja Matriz de Caminha é em alfarge executado em

madeira exceto na capela mor, nas capelas laterais (Capela dos

Mareantes e Capela da Piedade) e nos Absidíolo onde o teto

possui uma abóbada polinervada em pedra. [32]

Fig. 46 - Fachada da Igreja

Fig. 47 - Interior da Igreja

Fig. 48 - Planta da Igreja [32]

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5.2.2- IGREJA DA MISERICÓRDIA DO PORTO

5.2.2.1- Dados Gerais

Situada na Rua das Flores na cidade do Porto, a Igreja da

Misericórdia foi construída no século XVI e faz parte do Património

Edificado Português estando classificada como Imóvel de Interesse

Público. Apesar da bênção da igreja ter ocorrido em 1559 pelo bispo

do Porto, a capela-mor, do projetista e mestre de obra Manuel Luís,

só ficou construída em 1590. A primeira intervenção profunda na

igreja data do século XVIII, 1748-54, devido a problemas estruturais

provocados pelas elevadas concentrações de humidades. As obras

de reabilitação foram conduzidas pelo engenheiro e pelo arquiteto

italiano Nicolau Nasoni, que é o responsável pela atual fachada de

Igreja da Misericórdia. Em 1998 procedeu-se à colocação de um

sistema de aquecimento por pavimento radiante na nave, altura em

que também se reparou o soalho da nave da Igreja. A nave da Igreja

tem um formato retangular com abside semicircular onde está

situado o altar da Igreja. Na ponta contrária à abside encontra-se

um coro-alto que pode ser acedido através de escadas em pedra

situadas na Galeria dos Benfeitores. [34-36]

5.2.2.2- Envolvente da Igreja

Fachadas: A fachada principal da Igreja da Misericórdia, virada a

Sudeste, é em cantaria de granito ornamentada. Esta assenta sobre

três arcadas com portões em ferro pintado que dão acesso a um

andar interior onde se encontram as portas de acesso à Igreja. Ao

nível do coro-alto, a fachada contém três janelas, duas com

balaustrada.[34]

Cobertura: A cobertura é em telhado de madeira revestida a telha

de duas águas. [34]

Pavimento: O pavimento da Igreja está dividido em duas áreas por

um degrau em granito. O revestimento do pavimento é em soalho

de madeira contornado por granito em toda a nave. O pavimento do

altar da Capela-mor é todo ele em pedras de granito trabalhadas.

[34]

5.2.2.3- Interior da Igreja

As paredes da Igreja são em alvenaria de pedra com espessuras entre

0,75m e 1,85m e são revestidas por azulejos azuis e brancos na nave

da Igreja e por azulejos amarelos e brancos com relevo, na zona da

abside semicircular. [34]

Fig. 49 - Fachada da Igreja

Fig. 50- Interior da Igreja

Fig. 51- Planta da Igreja [34]

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5.2.3- IGREJA DO MOSTEIRO DE SÃO SALVADOR DE GRIJÓ

5.2.3.1- Dados Gerais

Situada na vila de Grijó, concelho de Vila Nova de Gaia, a Igreja

de São Salvador de Grijó faz parte do Mosteiro com o mesmo

nome. O Mosteiro data do início do século X, mas a igreja apenas

foi concluída e benzida em 1626 apesar da capela-mor só ter sido

fechada em 1629. Está classificada desde 2002, pela Direção

Geral de Património Cultural, como Imóvel de Interesse Público.

Desde 1956 que tem sofrido algumas intervenções de forma a

conservar não só a Igreja, como todo o Mosteiro. Nos anos de

1996/1997 fez-se um estudo de reabilitação das fachadas e de

drenagens de águas tendo sido feito um levantamento desenhado

do Mosteiro. Nos anos seguintes, 1998/1999, o convento sofreu

obras de consolidação estrutural, recuperação, valorização e

restauro do seu património. Desde 2017 que o Mosteiro está a ser

recuperado de forma a recuperar e valorizar o edificado, conservar

e restaurar o património e melhorar o conforto dos visitantes numa

obra avaliada em mais de 350.000 €. A Igreja possui uma nave

única, 61 metros de comprimento e 20 de largura, complementada

por seis capelas colaterais com altares barrocos em talha dourada.

A Igreja está ligada a Sul por outros bens imóveis que constituem

o Mosteiro de São Salvador de Grijó. [37-39]

5.2.3.2- Envolvente da Igreja

Fachadas: A fachada principal da Igreja do Mosteiro de São

Salvador de Grijó, virada a Oeste, divide-se em três registos. O

primeiro, uma galilé com três arcadas que dão acesso à entrada da

igreja. Sobre esta, um entablamento com três vitrais, as imagens

de São Pedro e São Paulo e seis pilastras igualmente decoradas. A

parte superior da fachada é um frontão interrompido onde se

encontra um relógio ao centro e um varandim. [37]

Cobertura: A cobertura da Igreja é de duas águas em telha cerâmica.

[37]

Pavimento: O pavimento da Igreja apresenta três áreas, uma em

soalho de madeira e as restantes duas em granito. O pavimento do

altar-mor, do coro, da sacristia e do coro alto é todo ele em granito.

[37]

5.2.3.3- Interior da Igreja

O revestimento das paredes da Igreja é em azulejos azuis que datam

do século XVII enquanto que as paredes da Igreja são em alvenaria

de granito com acabamento rebocado enquanto que o teto possui

caixotões em granito.[37]

Fig. 53- Interior da Igreja

Fig. 52- Fachada da Igreja

Fig. 54- Planta da Igreja [37]

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5.2.4- IGREJA DE VILAR DE FRADES

5.2.4.1- Dados Gerais

Situada em Areias de Vilar no concelho de Barcelos, a Igreja de

Vilar de Frades faz parte do Mosteiro de São Salvador de Vilar de

Frades e está classificada, pela Direção Geral de Património

Cultural, como Monumento Nacional. O Mosteiro original terá

sido construído em 566, mas as invasões muçulmanas levaram o

Mosteiro às ruínas e em 1070 começou a ser reconstruído. A partir

do ano de 1523 a Igreja e as outras áreas do Mosteiro, sofreram

obras importantes que se prolongaram nos séculos seguintes, com

o objetivo de ampliação e remodelação do Mosteiro. Durante o

século XX a Igreja foi sujeita a várias intervenções tendo como

principal objetivo a reconstrução dos vários elementos da Igreja,

a sua reparação ou simplesmente de tratamento da mesma. Já no

século XXI, nos anos de 2002 e 2003, a Igreja de Vilar de Frades

foi sujeita a mais intervenções relevantes não só de reconstrução

como de limpeza, ventilação da capela e instalação de sistemas de

drenagem. A Igreja de Vilar de Frades apresenta uma planta

cruciforme onde podemos encontrar a nave principal, a capela-

mor, um coro-alto e nove capelas laterais. [40, 41]

5.2.4.2- Envolvente da Igreja

Fachada: A fachada principal da Igreja de Vilar de Frades, virada

a Oeste, está dividida em três corpos. O corpo central da fachada

contém o arco que dá acesso ao portal da Igreja, arco este que

sobreviveu da primeira construção da Igreja. Acima do portal a

fachada contém três janelas encimadas por um frontão triangular.

O corpo da esquerda da fachada é uma torre sineira e o corpo da

direita contém um portal mais modesto e uma janela com acesso

ao convento.[40]

Cobertura: As coberturas da igreja são em telhado de duas águas

revestido com telha de aba e canudo. [40]

Pavimento: O pavimento de toda a Igreja é em lajeado de granito.

[40]

5.2.4.3- Interior da Igreja

O teto, da nave e da capela-mor, é em abóbada de nervuras

cruzadas tal como as capelas presentes na igreja que são também

abobadadas. As paredes da Igreja são em alvenaria de granito

reforçadas por contrafortes no exterior sendo que as paredes

interiores não têm qualquer tipo de revestimento, exceto nas

capelas laterais onde existem alguns painéis de azulejo ou onde as

paredes foram rebocadas e pintadas. [40]

Fig. 56- Interior da Igreja

Fig. 55- Fachada da Igreja

Fig. 57- Planta da Igreja [40]

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5.2.5- IGREJA DE SÃO JOÃO NOVO

5.2.5.1- Dados Gerais

Situada no Largo de São João Novo na cidade do Porto, a Igreja de

São João Novo faz parte do Mosteiro com o mesmo nome. A

construção da Igreja foi iniciada no ano de 1672, mas apenas ficou

terminada em 1779. O Procedimento de Classificação pela parte da

DGPC caducou e por isso não está classificada como Património

Edificado Português. O Convento de São João Novo ficou

abandonado no ano de 1834 e é utilizado, atualmente, como Tribunal

Criminal e Correcional, apesar de ainda conservar o antigo nome do

Convento. A igreja é ladeada pelo Mosteiro e em frente da mesma

encontra-se o Palácio de São João Novo que, durante o Cerco do

Porto, funcionou como hospital Militar. Nos dias de hoje é o

Museu de Etnografia e História. Nos anos de 1995 e 1996, a Igreja

sofreu algumas intervenções relevantes no corpo da sacristia e na

cobertura com o intuito de conservar a sua história. A igreja, com

planta cruciforme, possui uma construção que se enquadra na

transição entre o clássico e o barroco. Possui nave, transepto inscrito

e capela-mor retangular e quer a nave quer o transepto quer a capela-

mor são rematados por abóbadas de caixotões de granito. [42, 43]

5.2.5.2- Envolvente da Igreja

Fachada: A fachada principal da Igreja, virada a Nordeste, está

dividida em três níveis. O nível inferior contém o portal de verga reta

e frontão triangular e quatro janelas simétricas encimadas por

frontões curvos abatidos. No segundo nível, encontram-se cinco

janelas, sendo a maior a do eixo central e no último nível

encontramos as torres sineiras nas laterais e três frontões curvos

interrompidos. As paredes exteriores são em alvenaria de granito

[43]

Cobertura: Cobertura diferenciada com telhado de uma, duas e três

águas em telha cerâmica. [43]

Pavimento: O pavimento da Igreja apresenta dez áreas, duas em

soalho de madeira, duas em granito e as restantes áreas em mosaico

cerâmico. O pavimento da capela-mor é em granito e em mosaico

cerâmico e esta é limitada por um pequeno degrau. [43]

5.2.5.3- Interior da Igreja

As paredes interiores da Igreja são de alvenaria de granito com

acabamentos a marmoreados rosa ou lambrim de azulejos. A nave da

Igreja de São João Novo compreende quatro capelas laterais que são

também completadas por abóbadas de caixotões de granito. [43]

Fig. 59- Interior da Igreja

Fig. 58- Fachada da Igreja

Fig. 60- Planta da Igreja [43]

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5.2.6- IGREJA PAROQUIAL DO NOSSO SENHOR DO BONFIM

5.2.6.1- Dados Gerais

Situada na freguesia do Bonfim na cidade do Porto, a Igreja

Paroquial do Nosso Senhor do Bonfim foi construída no século XVII

e não está classificada pela DGPC como sendo Património Nacional.

[44]

A história da construção da Igreja remonta a 1743, mas a primeira

pedra da igreja atual só foi colocada no ano de 1874, alguns anos

depois da construção da escadaria que dá acesso à Igreja. De 1962 a

1965 o interior da Igreja sofreu algumas alterações de forma a estar

atualizada segundo a harmonia litúrgica introduzida pelo Concilio

Vaticano. No final do século XX a Igreja apresentava instabilidade

estrutural e por isso foram reformulados os elementos estruturais da

mesma. [44]

A Igreja apresenta uma planta longitudinal composta por uma nave

única e por uma altar-mor um pouco mais estreita. [44]

5.2.6.2- Envolvente da Igreja

Fachadas: A fachada principal da Igreja, virada a sudoeste possui dois

níveis em cantaria de granito aparente, rematados por um frontão

triangular e ladeados por duas torres sineiras com cerca de 42 metros

de altura. O primeiro registo do pano central da fachada apresenta

duas janelas e uma porta encimados por tabelas com inscrições

enquanto que o segundo registo possui três janelas, com a janela

central a ser rematada com um pequeno frontão triangular. Separam

o pano central das torres laterais duas pilastras e as fachadas laterais

[44]

Cobertura: A cobertura do corpo principal da Igreja é de duas águas enquanto os edifícios anexos são

de três e quatro águas, todos em telha. [44]

Pavimento: O pavimento da igreja é em madeira na nave e em mármore no altar-mor, separados por três

degraus também em mármore. [44]

5.2.6.3- Interior da Igreja

As paredes interiores da Igreja Paroquial do Nosso Senhor do Bonfim são rebocadas e pintadas em

branco com frisos, cornijas, pilastras entre outros pormenores arquitetónicos, em cantaria de granito

aparente. [44]

Fig. 62- Interior da Igreja

Fig. 61- Fachada da Igreja

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5.2.7- IGREJA DE SANTO ILDEFONSO

5.2.7.1- Dados Gerais

Situada na Praça da Batalha na Cidade do Porto, a Igreja de Santo

Ildefonso começou a ser construída no ano de 1709 sendo que a sua

construção terminou apenas 21 anos depois, em 1730 e faz parte do

Património Edificado Português, estando classificada pela DGPC como

Imóvel de Interesse Público. Desde a sua construção que a Igreja sofreu

algumas alterações como a construção da escadaria que dá acesso à

Igreja e a construção do Cartório e da Residência Paroquial. Depois da

Guerra Civil Portuguesa o adro e a fachada da Igreja ficaram destruídos

sendo que em 1932 foi revestida a fachada e as torres com cerca de 11

mil azulejos que permanecem até hoje. Em 2001, enquadrado nas obras

de requalificação da Praça da Batalha, algumas intervenções foram

efetuadas como a substituição do pavimento, a consolidação do teto,

entre outros. A Igreja possui uma nave única em octógono alongado

com a capela-mor a sair de uma das arestas do octógono sendo assim

mais estreita. [45, 46]

5.2.7.2- Envolvente da Igreja

Fachada: A fachada principal da Igreja de Santo Ildefonso, virada a

Sudoeste, possui três corpos enquadrados por pilastras colossais. O

corpo central está ligeiramente adiantado e contém a entrada principal

para a igreja. Em cima da porta encontra-se um janelão com frontão

triangular e friso denticulado que possui um vitral. Os corpos laterais

correspondem às torres e têm dois registos separados por cornijas. A

parte inferior possui duas janelas com frontões triangulares e a parte

superior apresenta quatro sineiras, uma em cada fase que são

complementadas na parte de cima por um friso denticulado. A fachada

principal tem cerca de 11 mil azulejos de 1932. [46]

Cobertura: Durante o ano de 2019 está a ser substituída a cobertura da

Igreja.

Pavimento: O pavimento da igreja é em madeira exceto o capela-mor

onde o pavimento é em laje de granito. De realçar que a nave e a capela-

mor estão separadas por um degrau em laje de granito. [46]

5.2.7.3- Interior da Igreja

A igreja é em alvenaria de granito rebocada e pintada enquanto que, nos

vértices do octógono a igreja possui pilastras colossais de cantaria de

granito. As paredes da Igreja são rematadas por uma abóbada de berço.

O teto é de madeira com estuques decorativo de tradição barroca quer na

nave como na capela-mor. O pavimento da igreja é em madeira exceto o

capela-mor onde o pavimento é em laje de granito. De realçar que a nave

e a capela-mor estão separadas por um degrau em laje de granito. [46]

Fig. 64- Interior da Igreja

Fig. 63- Fachada da Igreja

Fig. 65- Planta da Igreja [46]

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5.2.8- IGREJA DE SÃO LOURENÇO

5.2.8.1- Dados Gerais

Situada no Largo do Colégio na Cidade do Porto, a Igreja de São

Lourenço começou a ser construída no ano de 1577 e faz parte do

Património Edificado Português, estando classificada pela DGPC

como Monumento Nacional. A igreja sofreu algumas alterações

desde a sua construção e está inteiramente ligada à história da cidade

do Porto. No final do século XX, no ano de 1991, foi criado um plano

de intervenção para estabilização da igreja e esta viria a sofrer obras

tendo sido reaberta ao público no ano de 1998. [47, 48]

A Igreja tem uma planta em formato de cruz latina com nave, seis

capelas laterais, o altar-mor e o coro-alto.

5.2.8.2- Envolvente da Igreja

Fachada: A fachada principal da Igreja de São Lourenço, virada a

Noroeste, possui dois registos compostos por frontões,

entablamentos, cornijas e janelas. No primeiro registo pode-se

observar três portas sendo que a central possui um portal formado

por colunas. No segundo registo observa-se uma janela encimada

por um brasão. Os corpos laterais da fachada são duas torres sineiras

que atualmente estão unidas por uma estrutura metálica e podem ser

visitadas. [47]

Cobertura: A cobertura da Igreja é diferenciada em telhados de uma,

duas e quatro águas em telha cerâmica. [47]

Pavimento: O pavimento da igreja é em laje de granito com taburnos

de madeira e separam a nave do altar-mor dois degraus em granito.

[47]

5.2.8.3- Interior da Igreja

As paredes interiores da igreja são em granito aparente rebocadas e

pintadas de branco enquanto que o teto em abóbada de berço em

granito possui caixotões. [47]

Fig. 67- Interior da Igreja

Fig. 66- Fachada da Igreja

Fig. 68- Planta da Igreja [47]

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5.2.9- IGREJA DA MISERICÓRDIA DE CAMINHA

5.2.9.1- Dados Gerais

Situada no concelho de Caminha, Viana do Castelo, construção da

Igreja da Misericórdia de Caminha começou no ano 1551 tendo

sido concluída 10 anos depois, no ano de 1561. A Igreja da

Misericórdia de Caminha está classificada, desde o dia 18 de março

de 2019, pela Direção Geral de Património Cultural, como Imóvel

de Interesse Público, classificação que começou a ser estudada em

2014. [49]

Ente 1721 e 1734 a Igreja foi recebendo algumas renovações e no

ano de 2006 foi elaborado um projeto de recuperação não só da

Igreja, mas de toda a sua envolvente. [50]

A Igreja da Misericórdia de Caminha, de nave única e retangular,

possui também uma capela-mor com planta retangular.

5.2.9.2- Envolvente da Igreja

Fachada: A fachada principal da Igreja da Misericórdia de

Caminha, virada a Sudoeste, enquadra-se num estilo renascentista.

Com um portal principal de arco pleno decorado a toda a sua volta

com grotescos e arabescos, a fachada é rematada por um frontão

triangular que contém a imagem da Nossa Senhora da Misericórdia.

Sobre o portal, está a única janela presente na fachada principal, de

madeira. Do lado esquerdo da fachada está a torre sineira, que tem

na sua parte inferior, um arco de volta perfeito que dá acesso a um

pátio interno. A fachada lateral esquerda da Igreja, apresenta uma

lógia dupla enquanto que a fachada lateral direita da igreja

apresenta janelas retangulares e uma porta de acesso à nave. [50]

Cobertura: Telhado de duas águas em madeira telhada. [50]

Pavimento: O pavimento é em granito com taburnos em madeira e

um pequeno degrau de granito separa a capela-mor da nave. [50]

5.2.9.3- Interior da Igreja

O teto da Igreja é forrado em caixotões de madeira enquanto as

paredes são revestidas por azulejos estampilhados do século XVII.

A Igreja tem também um coro-alto em U assente em trave de

madeira, onde se encontra o órgão. [49]

.

Fig. 70- Interior da Igreja

Fig. 69- Fachada da Igreja

Fig. 71- Planta da Igreja [50]

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5.2.10- IGREJA PAROQUIAL DE LORDELO DO OURO

5.2.10.1- Dados Gerais

Situada na Rua das Condominhas na cidade do Porto, a Igreja

Paroquial de Lordelo do Ouro, também conhecida como Igreja

de São Martinho de Lordelo foi reedificada no ano de 1764 e faz

parte do Património Edificado Português estando classificada

como Imóvel de Interesse Público. Há referências da Igreja de

Lordelo do século XIII e apenas em 1764 a Igreja foi reedificada

encontrando-se até hoje com a mesma estrutura. Não há dados

relativos a intervenções relevantes na Igreja, apenas restauros ou

consertos pontuais como o revestimento da fachada a azulejo no

ano de 1982. [51, 52]

A Igreja tem uma planta em formato de cruz latina com nave,

capelas laterais e o altar-mor e o coro-alto.

5.2.10.2- Envolvente da Igreja

Fachadas: A fachada principal da Igreja Paroquial de Lordelo do

Ouro, virada a Este, é constituída por três panos: o pano central

e, limitadas por pilastras, as duas torres sineiras laterais. O pano

central está dividido em dois registos, o inferior com a porta de

entrada e duas janelas, e o superior, um alto frontão de linhas

curvas. A fachada é praticamente toda em alvenaria de pedra

revestida a azulejos que foram colocados em 1982. [51, 52]

Cobertura: A cobertura da Igreja é de duas águas em telha de

barro vermelho na nave e de duas ou quatro nos restantes

compartimentos da Igreja. [52]

Pavimento: O pavimento da Igreja é em tacos e soalho de

madeira na nave e em lajeamento de granito no altar-mor tendo

um degrau a separar os dois compartimentos. [52]

5.2.10.3- Interior da Igreja

O teto da igreja é formado por caixotões em abóbada de berço

enquanto que as paredes são em alvenaria de pedra com acabamento em reboco pintado com lambril em

azulejo. [52]

Fig. 73- Interior da Igreja

Fig. 72- Fachada da Igreja

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5.3- DESCRIÇÃO DA APLICAÇÃO DO MODELO À IGREJA MATRIZ DE CAMINHA

5.3.1- CARACTERIZAÇÃO GERAL

Tal como mencionado no quarto capítulo, a primeira parte do programa criado foca-se na caracterização

geral do edifício onde o gestor é questionado sobre várias informações acerca do imóvel em estudo. Esta

parte serve não só para identificar o edifício como também como base de dados.

De seguida irá ser apresentada a primeira parte do programa aplicado à Igreja Matriz de Caminha.

Fig. 74 - Caracterização da Igreja Matriz de Caminha

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Fig. 75 - Caracterização da Igreja Matriz de Caminha

A Igreja Matriz de Caminha fica situada no Norte de Portugal, mais concretamente no concelho de

Caminha, Viana do Castelo, e é uma das duas Igrejas da amostra estudada que está classificada como

Monumento Nacional. As informações para obter as respostas presentes na primeira parte encontram-

se na caracterização da Igreja Matriz de Caminha feita anteriormente, exceto o número de

compartimentos e a última pergunta, que serve para o gestor dar a sua opinião.

5.3.2- TUTELA DO IMÓVEL

A tipificação e a caracterização da gestão de um imóvel, saber quem o tutela e quem poderá investir na

sua reabilitação, recuperação ou manutenção é um ponto importante num modelo como o apresentado.

Por haver pouca informação, de um modo geral, relativamente a este ponto foi colocado como um

segunda parte tendo algum destaque, de maneira a ser preenchido com algum cuidado e critério. As

respostas desta parte são de interesse da base de dados e a aplicação na Igreja Matriz de Caminha

encontra-se na imagem 77. No caso da igreja em estudo, a entidade responsável é o Estado Português,

mas é usual serem Ordens religiosas ou até privados.

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70

Fig. 76 - Tutela da Igreja Matriz de Caminha

5.3.3- AVALIAÇÃO

A terceira parte é a de maior interesse para o gestor. Neste bloco de questões, o programa questiona o

utilizador sobre as condições de utilização do seu imóvel começando pela área do pavimento e pelas

condições gerais de utilização. No caso da Igreja Matriz de Caminha, a Igreja tem mais de 400 m2 e por

isso é considerada extremamente grande e está utilizável.

Fig. 77 - Primeiro ponto da avaliação das condições de utilização da Igreja Matriz de Caminha

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71

Após avaliar o seu imóvel relativamente às condições de utilização do mesmo, o gestor é questionado

relativamente às anomalias presentes e a sua intensidade quer no pavimento quer no teto do

compartimento a estudar.

No que à Igreja Matriz de Caminha diz respeito, o pavimento apresenta manchas de humidade com

alguma intensidade, principalmente no granito, sendo que também foram encontradas pontualmente,

algumas eflorescências.

Fig. 78 - Avaliação das anomalias presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha

Fig. 79 - Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha

Fig. 80 - Manchas de Humidade presentes no pavimento da Igreja Matriz de Caminha

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72

Ao contrário do pavimento, o teto da Igreja não apresenta quaisquer manifestações e portanto, no

programa, respondeu-se “Nada” à pergunta de “Que tipo de manifestações se pode encontrar”, para os

três tipos de manifestações.

Fig. 81 - Avaliação das anomalias presentes no teto da Igreja Matriz de Caminha

Fig. 82 - Teto da Igreja Matriz de Caminha

Na avaliação das anomalias das paredes da Igreja Matriz de Caminha foram consideradas 26 paredes

tendo-se considerado a parede lateral esquerda como uma parede apesar da presença de um portal de

grandes dimensões. No decorrer desta avaliação, é necessário que o gestor tenha algum sentido crítico,

não só por necessitar de analisar visualmente as anomalias, mas também porque poderá haver paredes

que não devem entrar nas contas por estarem tapadas por altares. Para além disso, é pedido ao avaliador

que compare as paredes em termos de proporções de forma a que as paredes com maior desenvolvimento

tenham também maior peso no cálculo do Ihum.

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73

No caso concreto da Igreja Matriz de Caminha, a nave possui 8 pilares circulares que foram considerados

como pequenas paredes, 6 paredes de desenvolvimento médio, 2 paredes grandes e as restantes foram

consideradas como pequenas.

De um modo geral as paredes apresentam manchas de humidades, sendo que há paredes em que as

manchas são generalizadas. Para além disso, podem ser encontrados bolores com diferentes intensidades

em 7 paredes, sendo uma das paredes um dos pilares centrais. Eflorescências também podem ser

identificadas em menor quantidade e em paredes próximas. De seguida, serão apresentadas algumas

fotografias da igreja em estudo e das anomalias presentes.

Fig. 83 - Parede 2 com manchas de humidade Fig. 84 Parede 7 com manchas de humidade

Fig. 85- Parede 15 com presença acentuada de bolores Fig. 86 - Pilar 23 com presença de bolores

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74

Posteriormente à análise visual, procedeu-se ao preenchimento do programa no modelo desenvolvido.

Fig. 90 - Avaliação das Paredes 3, 4 e 5 Fig. 89 - Avaliação das Paredes 1 e 2

Fig. 87- Parede 12 com presença de bolores Fig. 88 - Parede 12 com presença de bolores

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75

Fig. 92- Avaliação das Paredes 9, 10 e 11

Fig. 93- Avaliação das Paredes 12, 13 e 14 Fig. 94- Avaliação das Paredes 15, 16 e 17

Fig. 91- Avaliação das Paredes 6, 7 e 8

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76

Seguido da avaliação da Igreja Matriz de Caminha, o utilizador tem apenas de completar um último

passo que é fazer upload da planta do imóvel em estudo com a identificação de cada parede.

Fig. 97 - Avaliação das Paredes 24, 25 e 26

Fig. 96- Avaliação das Paredes 21,22 e 23 Fig. 95- Avaliação das Paredes 18, 19 e 20

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77

Fig. 98 - Planta da Igreja Matriz de Caminha numerada [32]

Fig. 99 - Upload da planta da Matriz de Caminha

5.3.4- CLASSIFICAÇÃO GERAL

Terminada a resposta ao programa, este terá efetuado todos os cálculos secundários e consequentemente

o cálculo do Ihum. No caso em estudo, o programa fornece, para além dos índices do pavimento e do

teto, os índices das 26 paredes. O resultado do índice global das paredes é também apresentado, índice

este que tem em conta o tamanho das paredes. Por fim, é exposto o Índice de humidade da Igreja Matriz

de Caminha que foi de 0.213. Por estar dentro do intervalo 0.2-0.4, o programa fornece a informação

que o índice é “Bom” sem ter de consultar a escala, como mostra a figura 100.

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Fig. 100- Índices calculados pelo programa

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79

Fig. 101 - índice de humidade da Igreja em estudo e escala

Podemos observar na figura 100, todos os índices intermédios calculados pelo programa e que, apesar

de serem apenas intermédios, podem e devem ser observados individualmente. Começando pela análise

dos Índices do teto e do pavimento, podemos constatar que o teto não possui qualquer problema, obtendo

assim um índice de 0, enquanto que o pavimento, que possui um índice mais elevado (0.505), vai

contribuir para um Ihum mais elevado. A Igreja Matriz de Caminha foi visitada por duas vezes aquando

desta avaliação e o pavimento foi um dos destaques negativos enquanto que o teto não apresenta

qualquer patologia. Assim sendo, os índices calculados no programa estão em concordância com a

análise visual feita.

No que diz respeito aos índices das 26 paredes avaliadas, observamos que a presença de patologias na

maior parte das paredes faz com que os seus índices sejam elevados, principalmente nas colunas centrais

que foram colocadas como paredes. A análise individual é interessante para perceber que paredes

apresentam maior índice, mas o compromisso entre o seu desenvolvimento e as suas patologias é que

vai influenciar o Ihum. No caso das paredes, aquando da visita à igreja em estudo, verificaram-se

patologias em diversas paredes e de intensidades superiores às pretendidas no serviço de um edifício,

mas nenhuma parede precisa de intervenção urgente ou imediata. Por essa razão, a análise individual

deve ser feita, principalmente de forma comparativa entre elementos, mas não deve ser feita uma análise

tendo em conta a escala apresentada na figura 101.

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A escala apresentada na figura 101 serve apenas para avaliar o Ihum e enquadrá-lo com o intuito de

auxiliar o gestor. No caso da Igreja Matriz de Caminha, o índice calculado foi de 0.213 o que o coloca

na gama dos índices “Bom”. Comparando com análise feita no decorrer das duas visitas à Igreja, o índice

calculado é aceitável e faz sentido com o panorama encontrado. A Igreja encontra algumas patologias,

mas de forma geral encontra-se utilizável e não precisa de intervenções urgentes. Apesar disso, algumas

situações pontuais foram encontradas e devem ser estudadas e por isso mesmo não faria sentido

enquadrar a Igreja Matriz de Caminha na gama “Muito Bom”

Concluída a análise, pressiona-se o botão “Success” presente no topo da página e, não só todos os dados

são enviados para a base de dados, como o gestor recebe um documento texto com as informações do

programa preenchido.

5.4- APLICAÇÃO DO MODELO A OUTROS CASOS DE ESTUDO

O modelo criado no decorrer desta dissertação, foi testado numa amostra de 10 edifícios com valor

patrimonial de forma a perceber a sua exequibilidade e viabilidade na avaliação das condições de

utilização de edifícios com um legado histórico importante.

Os dados da aplicação encontram-se no Anexo 2.

Para além do índice global, Ihum, calculado pelo programa, para os 10 casos de estudo, colocam se no

Quadro 4, duas colunas de notas sobre a perceção visual aquando da visita às igrejas. Os resultados

quantificados através do modelo são comparáveis com a perceção visual.

Como se pode verificar no Quadro 4, das igrejas analisadas houve 4 com um índice de humidade “Bom”,

4 com uma avaliação de “Muito Bom” e apenas 2 igrejas com o índice de humidade “Razoável”. Foi

também feita uma avaliação com base na perceção visual pessoal das igrejas estudadas, avaliando as

igrejas em Muito Bom, Bom, Razoável e Mau de forma a comparar com o resultado do Ihum. No Quadro

4 estão apresentadas essas avaliações tal como algumas notas pessoais feitas durante as visitas e, tal

como se pode observar, a maior parte das avaliações coincidem.

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Quadro 4- Resumo da Avaliação feita às 10 Igrejas e Notas pessoais

Igreja Ihum Perceção visual durante a visita

Notas feitas durante a visita

Igreja Matriz de Caminha

0,213 - Bom Bom

Igreja em bom estado, mas algumas paredes com demasiadas patologias. Uma das paredes em péssimo estado (parede 15)

Igreja da Misericórdia do Porto

0,222 - Bom Bom Igreja em bom estado, mas pavimento com demasiadas manchas de humidade tal como algumas paredes

Igreja do Mosteiro de Grijó

0,229 - Bom Bom

Igreja em bom estado, mas pavimento com demasiadas manchas de humidade e aparecimento de bolores em algumas paredes

Igreja de Vilar de Frades

0,194 - Muito Bom Bom Igreja em bom estado, mas com aparecimento de bolores em algumas paredes

Igreja de São João Novo

0,202 - Bom Muito Bom Igreja em muito bom estado, com patologias pontuais

Igreja do Bonfim

0,094 - Muito Bom Muito Bom Igreja em muito bom estado sem patologias relevantes

Igreja de Santo Ildefonso

0,549 - Razoável Razoável

Pavimento da Igreja em bom estado, mas teto e paredes da Igreja apresentam muitas patologias, principalmente manchas de humidade

Igreja de São Lourenço

0,177 - Muito Bom Muito Bom Igreja em muito bom estado sem patologias relevantes

Igreja da Misericórdia de Caminha

0,168 - Muito Bom Muito Bom Igreja em muito bom estado com algumas patologias pontuais

Igreja de Lordelo do Ouro

0,485 - Razoável Mau Igreja em mau estado com paredes com demasiadas anomalias

5.5- NOTAS FINAIS

Pretendia-se com este capítulo ter uma ideia clara sobre se a metodologia proposta era exequível, se

funcionava, mas também se era prática. A aplicação mostrou que o método pode ser aplicado a outras

igrejas e que o seu resultado permite analisar as condições de utilização de edifícios com valor

patrimonial face à humidade. Para além disso, a sua aplicação a 10 igrejas, para além de permitir

comparar resultados, possibilita também perceber que o resultado obtido, utilizando a metodologia,

conduz a valores de Ihum entre 0,094 e 0,549.

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As maiores vantagens da utilização do programa por um gestor de um edifício com valor patrimonial

são:

• Auxiliar o gestor do edifício na tomada de decisão e na perceção do que é preocupante;

• Prático e fácil de utilizar por estar a metodologia informatizada;

• Acessibilidade dado que é possível correr o programa com um dispositivo eletrónico e não ser

preciso folhas de papel.

As maiores desvantagens ou são:

• Avaliação subjetiva e o resultado dependente da opinião do gestor;

• Não oferecer nenhuma solução para os problemas;

• Sendo o índice global, Ihum, traduzida numa escala percentual pode causar alguma confusão ao

gestor.

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83

6

CONCLUSÕES

6.1- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluído o trabalho, é possível afirmar que os objetivos foram cumpridos. A proposta desta dissertação

é a criação de um modelo de análise das condições de utilização face à humidade de edifícios com valor

patrimonial, proposta essa que foi alcançada.

No decorrer do estudo foi feita uma tipificação do Património(s) Cultural Edificado de Portugal que

permitiu identificá-lo e quantificá-lo. A primeira conclusão a tirar dos números tratados, é que os mais

de 800 anos de Portugal são brindados com uma vasta gama de edifícios com valor patrimonial de vários

tipo. No total, são 4521 imóveis classificados pela DGPC como Património Cultural Edificado valor

que tem crescido anualmente. O INE, a DGPC e o SIPA foram muito importantes na contabilização e

na caracterização dos edifícios com valor patrimonial. Foram contabilizados 430 museus, 654 igrejas,

152 palácios e 12 imóveis classificados como Património Industrial que agrupados permitem afirmar

que a utilização do modelo criado poderia ser feita em mais de 1000 imóveis classificados como

Património Cultural Edificado.

Sendo este um trabalho cuja utilização deve ser preferencialmente feita por gestores, que podem ter

formações diferentes da Engenharia Civil, era fundamental fazer uma análise simplista e uma síntese

das diferentes patologias causadas pela humidade, qual a sua origem e como podem ser identificadas.

Com esse objetivo foi feito uma síntese com diversas técnicas, todas elas in situ e não destrutivas.

Depois de caracterizado o património(s), estudadas as patologias causadas pela humidade e técnicas de

diagnóstico procedeu-se à elaboração do modelo tendo-se criado um programa informático que cumpre

todos os requisitos necessários à avaliação dos imóveis em estudo. A informatização do modelo

automatiza a avaliação pretendida e oferece ao gestor uma solução prática, de fácil utilização.

Um dos últimos pontos do trabalho desenvolvido foi avaliar a aplicabilidade do modelo com casos

práticos. Apesar da solução criada ser de fácil utilização e prática, a sua função deve ser testada e

analisada e por isso procedeu-se à escolha de 10 igrejas de Portugal de forma a validar o método criado.

Depois de visitadas as igrejas e de ter sido feita uma caracterização das mesmas, correu-se o programa

colocando os dados de cada uma delas e verificou-se que a proposta mostra ter um grande potencial por

ser uma análise prática, rápida e de fácil utilização, mas também por ser objetiva e de fácil compreensão

dos seus resultados.

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Uma das dificuldades encontradas aquando da caracterização do Património Edificado Português

prende-se com a falta de informação que as várias bases de dados apresentam. Uma das potencialidades

do programa criado é que sejam os gestores dos imóveis a contribuir para complementar as bases de

dados. Quando um gestor de um imóvel termina a sua análise utilizando o programa proposto, os seus

dados são exportados para uma base de dados que poderá contribuir bastante para a caracterização atual

do estado de conservação do atual do Património Edificado Português.

6.2- PROPOSTAS DE DESENVOLVIMENTO FUTURO

O programa desenvolvido nesta dissertação poderá ter continuidade de forma a complementar o trabalho

desenvolvido. Sugerem-se os seguintes aspetos:

• Aplicação do modelo a amostras mais extenso e a diferentes tipos de imóveis

• Aperfeiçoar o método desenvolvido

• Incentivar os gestores de edifícios com valor patrimonial a testarem o programa e a explicarem

quais foram as maiores dificuldades

• Proceder à validação e ajuste do modelo

• Desenvolver uma plataforma de gestão de dados de aplicação do modelo pelos seus gestores

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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[31] Freitas, Vasco Peixoto de. Tratamento do Interior da Igreja Matriz de Caminha face à

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[33] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

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[35] http://www.mmipo.pt/pt-pt/museu/igreja_17. 20/06/2019

[36] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5553. 20/06/2019

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[38] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

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[42] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/5556634/. 20/06/2019

[43] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5560. 20/06/2019

[44] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=21952. 20/06/2019

[45] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73487. 20/06/2019

[46] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5464. 20/06/2019

[47] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=5476. 20/06/2019

[48] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70400/. 20/06/2019

[49] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/8605568. 20/06/2019

[50] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=8912. 20/06/2019

[51] http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-

patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/73478. 20/06/2019

[52] http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3963. 20/06/2019

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

a

ANEXO 1 CÓDIGO DO MODELO DE AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DE UM EDIFÍCIO COM VALOR

PATRIMONIAL

HTML

<!DOCTYPE html>

<html>

<head>

<title>Avaliação do Patrimonio</title>

<link rel="stylesheet" href="https://maxcdn.bootstrapcdn.com/bootstrap/4.0.0/css/bootstrap.min.css"

integrity="sha384-Gn5384xqQ1aoWXA+058RXPxPg6fy4IWvTNh0E263XmFcJlSAwiGgFAW/dAiS6JXm"

crossorigin="anonymous">

<link rel="stylesheet" href="https://use.fontawesome.com/releases/v5.8.1/css/all.css"

integrity="sha384-50oBUHEmvpQ+1lW4y57PTFmhCaXp0ML5d60M1M7uH2+nqUivzIebhndOJK28anvf"

crossorigin="anonymous">

<script src="https://ajax.googleapis.com/ajax/libs/jquery/3.3.1/jquery.min.js"></script>

<script src="https://cdnjs.cloudflare.com/ajax/libs/popper.js/1.12.9/umd/popper.min.js"

integrity="sha384-ApNbgh9B+Y1QKtv3Rn7W3mgPxhU9K/ScQsAP7hUibX39j7fakFPskvXusvfa0b4Q"

crossorigin="anonymous"></script>

<script src="https://maxcdn.bootstrapcdn.com/bootstrap/4.0.0/js/bootstrap.min.js"

integrity="sha384-JZR6Spejh4U02d8jOt6vLEHfe/JQGiRRSQQxSfFWpi1MquVdAyjUar5+76PVCmYl"

crossorigin="anonymous"></script>

<meta charset="UTF-8">

<script src="./js/calculateScore.js"></script>

<script src="./js/submitForm.js"></script>

<script src="./js/setupHtml.js"></script>

<script src="./js/setupPagination.js"></script>

</head>

<body class="container">

<div class="row">

<div class="col-12">

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

b

<h2 class="text-center">Método de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com

Valor Patrimonial

</h2>

<button type="button" class="btn btn-success" id="btnForm2">Success</button>

<hr>

<div class="row">

<div class="col-12">

<ul class="nav nav-tabs">

<li class="nav-item">

<a id="edificio-tab" class="nav-link active show" href="#edificio"

data-toggle="tab">Edifício</a>

</li>

<li class="nav-item">

<a id="tutela-tab" class="nav-link" href="#tutela" data-toggle="tab">Tutela

do Imóvel</a>

</li>

<li class="nav-item dropdown">

<a class="nav-link dropdown-toggle" data-toggle="dropdown"

href="#avaliacao" role="button"

aria-haspopup="true" aria-expanded="false">Avaliação</a>

<div class="dropdown-menu">

<a id="area-tab" class="dropdown-item" href="#area" data-

toggle="tab">Área do Pavimento

e Condições de Utilização</a>

<a id="pavimento-tab" class="dropdown-item" href="#pavimento"

data-toggle="tab">Pavimento</a>

<a id="teto-tab" class="dropdown-item" href="#teto" data-

toggle="tab">Teto</a>

<a id="paredes-tab" class="dropdown-item" href="#paredes" data-

toggle="tab">Paredes</a>

<a id="planta-tab" class="dropdown-item" href="#grafico" data-

toggle="tab">Planta do

Imóvel</a>

</div>

</li>

<li class="nav-item">

<a id="class-tab" class="nav-link" href="#classfinal" data-

toggle="tab"><b>Classificação

Final</b></a>

</li>

</ul>

<br>

<div class="tab-content">

<div class="tab-pane fade active show" id="edificio">

<div class="card">

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

c

<div class="card-header">

<h3>Caracterização do Imóvel</h3>

</div>

<div class="card-body">

<form class="form" role="form" autocomplete="off">

<div class="form-group">

<label for="form1">Designação do imóvel <i class="fa fa-

question-circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

<input type="text" class="form-control" id="form1" required

placeholder="Igreja Matriz de Caminha">

</div>

<div class="form-group">

<label for="form2">Concelho <i class="fa fa-question-

circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

<input type="text" class="form-control" id="form2"

required>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form3">Freguesia <i class="fa fa-question-

circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

<input type="text" class="form-control" id="form3"

required>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form4">Endereço</label>

<textarea class="form-control" id="form4"

rows="3"></textarea>

</div>

<label for="form5">Tipo de Utilização</label>

<div id="checkboxesUtilizacao" class="form-group">

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

name="Culto"

id="defaultCheck1">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck1">

Culto

</label>

</div>

<div class="form-check">

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

d

<input class="form-check-input" type="checkbox"

name="Museu"

id="defaultCheck2">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck2">

Museu e/ou Galeria de arte

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

name="Biblioteca"

id="defaultCheck3">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck3">

Biblioteca

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

id="defaultCheck4">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck4">

Hotelaria/Restauração

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

id="defaultCheck5">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck5">

Turismo

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

id="defaultCheck6">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck6">

Habitacional

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="checkbox"

id="defaultCheck7">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck7">

Outro

</label>

</div>

</div>

<div class="form-row align-items-center">

<div class="col-auto my-1">

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

e

<label class="mr-sm-2"

for="inlineFormCustomSelect">Avaliação

pela Direção Geral do Património Cultural

(DGPC)</label>

<select class="custom-select mr-sm-2"

id="avaliacaodopatrimonio">

<option value="1">Monumento Nacional</option>

<option value="2">Imóvel de Interesse

Público</option>

<option value="3">Imóvel de Interesse

Municipal</option>

<option value="4">Sem Avaliação</option>

<option value="5">Outro</option>

<option value="6">Não Sei</option>

</select>

</div>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form7">Ano de Construção <i class="fa fa-

question-circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

<input type="number" class="form-control" id="form7"

required>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form8">Ano da última intervenção relevante <i

class="fa fa-question-circle" aria-hidden="true"

title="teste"></i></label>

<input type="number" class="form-control" id="form8"

required>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form9">Número de compartimentos do imóvel <i

class="fa fa-question-circle" aria-hidden="true"

title="teste"></i></label>

<input type="number" class="form-control" id="form9"

required>

</div>

<div id="radiocheck" class="form-group">

<label for="form10">Considera o bem analisado como

Património

Cultural?</label>

<div class="form-check">

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f

<input class="form-check-input" type="radio"

name="analise" value="sim"

id="defaultCheck8">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck8">

Sim

</label>

</div>

<div class="form-check">

<input class="form-check-input" type="radio"

name="analise" value="nao"

id="defaultCheck9">

<label class="form-check-label" for="defaultCheck9">

Não

</label>

</div>

</div>

</form>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="tutela">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Tutela do Imóvel</h3>

</div>

<div class="card-body">

<form class="form" role="form" autocomplete="off">

<div class="form-row align-items-center">

<div class="col-auto my-1">

<label class="mr-sm-2"

for="inlineFormCustomSelect">Responsável pela

gestão do

Património em questão</label>

<select class="custom-select mr-sm-2" id="responsavel">

<option value="1">Pública</option>

<option value="2">Privada</option>

<option value="3">Outro</option>

</select>

</div>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form1">Entidade responsável<i class="fa fa-

question-circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

g

<input type="text" class="form-control" id="form21"

required

placeholder="Ordem de São Francisco">

</div>

<div class="form-group">

<label for="form9">Telemóvel/Telefone <i class="fa fa-

question-circle"

aria-hidden="true" title="teste"></i></label>

<input type="text" class="form-control" id="form22"

required>

</div>

<div class="form-group">

<label for="form1">E-mail<i class="fa fa-question-circle"

aria-hidden="true"

title="teste"></i></label>

<input type="text" class="form-control" id="form23"

required

placeholder="[email protected]">

</div>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="area">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Área do Pavimento e Condições de Utilização</h3>

</div>

<div class="card-body">

<div class="col-12">

<label for="areapavimento">

<b>Qual a Área do pavimento?</b>

</label>

<select class="custom-select scoreChanger" id="areapavimento">

<option value="1">Pequena (Ap &#60 10 m&#178) </option>

<option value="3">Médio (10 m&#178 &#8804 Ap &#60 50

m&#178) </option>

<option value="10">Grande (50 m&#178 &#8804 Ap &#60 150

m&#178)</option>

<option value="28">Muito Grande (150 m&#178 &#8804 Ap &#60

400 m&#178)

</option>

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h

<option value="40">Extremamente Grande (Ap &#8805 400

m&#178) </option>

</select>

</div>

<br>

<div class="col-12">

<label for="condicoesutilizacao">

<b>Condições de Utilização do imóvel face às patologias

presentes?</b>

</label>

<select class="custom-select scoreChanger"

id="condicoesutilizacao">

<option value="0.9">Impedida</option>

<option value="0.5">Condicionada</option>

<option value="0.1">Utilizável</option>

<option value="0">Sem Problemas</option>

</select>

</div>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="pavimento">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Pavimento</h3>

</div>

<div class="card-body">

<div class="col-12">

<div class="row">

<div class="col-12">

<b>Que tipo de Manifestação se pode encontrar?</b>

</div>

</div>

<div id="pavimentoManifs">

<br>

<div class="manchasHumRow"></div>

<br>

<div class="manchasBolRow"></div>

<br>

<div class="manchasBraRow"></div>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

i

<div class="tab-pane fade" id="teto">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Teto</h3>

</div>

<div class="card-body">

<div class="col-12">

<div class="row">

<div class="col-12">

<b>Que tipo de Manifestação se pode encontrar?</b>

</div>

</div>

<div id="tetoManifs">

<br>

<div class="manchasHumRow"></div>

<br>

<div class="manchasBolRow"></div>

<br>

<div class="manchasBraRow"></div>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="paredes">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Paredes</h3>

</div>

<div class="card-body">

<div class="row">

<div class="col-4">

<label for="qtParedes"><b>Quantas paredes tem o

Imóvel?</b></label>

<input type="number" class="form-control" id="qtParedes"

min="0" max="50">

</div>

</div>

<br>

<div class="row" id="paredesRows"></div>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="grafico">

<div class="card">

<div class="card-header">

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

j

<h3>Planta do Imóvel</h3>

</div>

<div class="card-body">

<h5>Faça Upload da planta do imóvel com identificação de cada

Parede</h5>

<div class="col-12">

<div class="row">

<div class="custom-file col-5">

<input type="file" class="custom-file-input"

id="inputFile">

<label class="custom-file-label" for="inputFile"

id="fileLabel">Escolha um ficheiro...</label>

</div>

<div class="col-2">

<button type="button" class="btn btn-danger"

id="clearFile">Clear</button>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

<div class="tab-pane fade" id="classfinal">

<div class="card">

<div class="card-header">

<h3>Classificação Final</h3>

</div>

<div class="card-body">

<div id="ipavimento"><p>Índice de elemento,pavimento: 0</p></div>

<div id="iteto"><p>Índice de elemento,teto: 0</p></div>

<div id="iparedes"><p>Índice de elemento,paredes: 0</p></div>

<div id="iglobalParedes"><p>Índice global,paredes: 0</p></div>

<div id="ihumidade"><p><b>Índice de humidade: 0</b></p></div>

<img src="./imgs/indice.png" width='500' height='500'>

</div>

</div>

</div>

</div>

<div class="row">

<div class="col-12">

<ul id="paginationList" class="pagination"

style="width:50%; margin:10px auto; padding-left: 2.5%;">

<li class="page-item previous"><a class="page-link"

href="">Anterior</a></li>

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

k

<li id="pagination-1" class="page-item first active"><span class="page-

link">1</span>

</li>

<li id="pagination-2" class="page-item"><a class="page-link"

href="">2</a></li>

<li id="pagination-3_1" class="page-item"><a class="page-link"

href="">3.1</a></li>

<li id="pagination-3_2" class="page-item"><a class="page-link"

href="">3.2</a></li>

<li id="pagination-3_3" class="page-item"><a class="page-link"

href="">3.3</a></li>

<li id="pagination-3_4" class="page-item"><a class="page-link"

href="">3.4</a></li>

<li id="pagination-3_5" class="page-item"><a class="page-link"

href="">3.5</a></li>

<li id="pagination-4" class="page-item last"><a class="page-link"

href="">4</a></li>

<li class="page-item next"><a class="page-link"

href="">Próximo</a></li>

</ul>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

</div>

</body>

</html>

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

l

JavaScript – Paginação

function preparePagination() {

$("#pagination-1").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#edificio-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-2").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#tutela-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-3_1").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#area-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-3_2").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#pavimento-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-3_3").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#teto-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-3_4").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#paredes-tab').trigger('click');

return false;

});

$("#pagination-3_5").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#planta-tab').trigger('click');

return false;

});

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

m

$("#pagination-4").click(function () {

changeActivePaginationTo($(this));

$('#class-tab').trigger('click');

return false;

});

$('.next').click(function () {

let elem = $("#paginationList").find('.active');

if (!elem.hasClass("last")) {

elem.next().trigger('click');

}

return false;

});

$('.previous').click(function () {

let elem = $("#paginationList").find('.active');

if (!elem.hasClass("first")) {

elem.prev().trigger('click');

}

return false;

});

$('#edificio-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-1"));

});

$('#tutela-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-2"));

});

$('#area-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-3_1"));

});

$('#pavimento-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-3_2"));

});

$('#teto-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-3_3"));

});

$('#paredes-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-3_4"));

});

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

n

$('#planta-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-3_5"));

});

$('#class-tab').click(function () {

changeActivePaginationTo($("#pagination-4"));

});

}

function changeActivePaginationTo(elem) {

$("#paginationList").find('.active').removeClass("active");

elem.addClass("active");

}

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

o

JavaScript – criação de inputs para a base de dados e outputs

function prepareSubmitForm() {

$("#btnForm").click(submitForm);

$("#btnForm2").click(submitForm2);

}

var hasFile = false;

function submitForm() {

}

function checkForEmpty(val) {

if (val == null || val == null || val == '') {

throw "EmptyVal";

}

return val;

}

function submitForm2() {

try {

const designacaoVal = checkForEmpty($("#form1").val());

const concelhoVal = checkForEmpty($("#form2").val());

const freguesiaVal = checkForEmpty($("#form3").val());

const enderecoVal = checkForEmpty($("#form4").val());

const utilarray = $("#checkboxesUtilizacao").find("input[type=checkbox]");

let utilizacaoVal = '';

for (let i = 0; i < utilarray.length; i++) {

if (utilarray[i]["checked"]) {

utilizacaoVal += utilarray[i]["name"] + " ";

}

}

const avaliacaoVal = checkForEmpty($("#avaliacaodopatrimonio").find(":checked").text());

const anoconstrucaoVal = checkForEmpty($("#form7").val());

const anointervencaoVal = checkForEmpty($("#form8").val());

const numcompartimentosVal = checkForEmpty($("#form9").val());

const patnaoVal = $("#radiocheck").find("input[type=radio]:checked")[0]["value"];

const responsavelVal = checkForEmpty($("#responsavel").find(":checked").text());

const entidadeVal = checkForEmpty($("#form21").val());

const contactoVal = checkForEmpty($("#form22").val());

const mailVal = checkForEmpty($("#form23").val());

const areaVal = checkForEmpty($("#areapavimento").find(":checked").text());

const condicoesVal = checkForEmpty($("#condicoesutilizacao").find(":checked").text());

const checkedPavs = $("#pavimentoManifs").find("input:checked");

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

p

const pav1Val = $(checkedPavs[0]).attr('id').split("_")[0];

const pav2Val = $(checkedPavs[1]).attr('id').split("_")[0];

const pav3Val = $(checkedPavs[2]).attr('id').split("_")[0];

const pavEntry = pav1Val + ";" + pav2Val + ";" + pav3Val;

const checkedTeto = $("#tetoManifs").find("input:checked");

const teto1Val = $(checkedTeto[0]).attr('id').split("_")[0];

const teto2Val = $(checkedTeto[1]).attr('id').split("_")[0];

const teto3Val = $(checkedTeto[2]).attr('id').split("_")[0];

const tetoEntry = teto1Val + ";" + teto2Val + ";" + teto3Val;

const qtParedes = checkForEmpty($("#qtParedes").val());

const checkedParedes = $("#paredesRows").find("input:checked");

let paredesCounter = 1;

let paredesObj = [4];

for (let i = 0; i < qtParedes * 3; i += 3) {

paredesObj["parede_" + paredesCounter] = $(checkedParedes[i]).attr('id').split("_")[0] +

";" + $(checkedParedes[i + 1]).attr('id').split("_")[0] + ";" + $(checkedParedes[i +

2]).attr('id').split("_")[0];

paredesCounter++;

}

let paredesObj2 = '';

let prefixPar = '';

const keys = Object.keys(paredesObj);

for(let i = 0; i < keys.length; i++){

paredesObj2 += prefixPar + keys[i] + "-" + paredesObj[keys[i]];

prefixPar = "?";

}

const json = '{\

"designacao":"' + designacaoVal + '",\

"concelho":"' + concelhoVal + '",\

"freguesia":"' + freguesiaVal + '",\

"endereco":"' + enderecoVal + '",\

"utilizacao":"' + utilizacaoVal + '",\

"avaliacao":"' + avaliacaoVal + '",\

"anoconstrucao":"' + anoconstrucaoVal + '",\

"anointervencao":"' + anointervencaoVal + '",\

"numcompartimentos":"' + numcompartimentosVal + '",\

"patrimonionao":"' + patnaoVal + '",\

"responsavel":"' + responsavelVal + '",\

"entidade":"' + entidadeVal + '",\

"contacto":"' + contactoVal + '",\

"mail":"' + mailVal + '",\

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q

"area":"' + areaVal + '",\

"condicoesutilizacao":"' + condicoesVal + '",\

"pavimento":"' + pavEntry + '",\

"teto":"' + tetoEntry + '",\

"paredes":"' + paredesObj2 + '",\

"elemPav":"' + currPavManifScore + '",\

"elemTet":"' + currTetoManifScore + '",\

"elemPar":"' + currGlobParedes + '",\

"elemHum":"' + currHumParedes + '"\

}';

console.log(json);

$.ajax({

url: "http://localhost:3000/formulario",

type: "POST",

async: true,

data: json,

contentType: "application/json; charset=utf-8",

dataType: "text",

success: function (res) {

const url = "http://localhost:3000/download";

const exportName = "analise.json";

const downloadAnchorNode = document.createElement('a');

downloadAnchorNode.setAttribute("href", url);

downloadAnchorNode.setAttribute("download", exportName);

document.body.appendChild(downloadAnchorNode); // required for firefox

downloadAnchorNode.click();

downloadAnchorNode.remove();

},

error: function (res) {

alert("Error");

}

});

} catch{

alert("Por favor acabe de preencher o formulário!");

}

}

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

r

JavaScript- questões condicionadas das paredes

$(document).ready(function () {

generateCheckboxesRows();

$("#qtParedes").on('input',function(){

$("#paredesRows").html(generateParedesCheckboxesRows($(this).val()));

prepareCalculateScore();

$('[data-toggle="tooltip"]').tooltip();

});

$("#inputFile").on('change',function(){

hasFile = true;

var fileName = $(this).val().split("\\").pop();

$(this).siblings(".custom-file-label").addClass("selected").html(fileName);

});

$("#clearFile").click(function(){

hasFile = false;

$("#fileLabel").removeClass("selected").html("Escolha um ficheiro...");

});

$('[data-toggle="tooltip"]').tooltip();

preparePagination();

prepareSubmitForm();

prepareCalculateScore();

});

var checkboxRowsCounter = 0;

function generateParedesCheckboxesRows(quantity){

let htmlStr = '<div class="col-12">';

for(let i = 0; i < quantity; i++){

htmlStr += '<div class="row">\

<div class="col-12">\

<b>Parede '+(i+1)+': Que tipo de Manifestação se pode encontrar?</b>\

</div>\

</div>\

<div class="elemBlock"><br>';

htmlStr += '<div class="row">\

<div class="col-4">Tamanho da parede</div>\

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

s

<div class="col-8">\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="pequena_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.1">\

<label class="form-check-label" for="pequena_'+checkboxRowsCounter+'">Pequena</label>\

</div>\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="media_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.5">\

<label class="form-check-label" for="media_'+checkboxRowsCounter+'">Média</label>\

</div>\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="grande_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.9">\

<label class="form-check-label" for="grande_'+checkboxRowsCounter+'">Grande</label>\

</div>\

</div>\

</div>';

checkboxRowsCounter++;

htmlStr += '<br>';

htmlStr += getGenericCheckboxRow("hum");

htmlStr += '<br>';

htmlStr += getGenericCheckboxRow("bol");

htmlStr += '<br>';

htmlStr += getGenericCheckboxRow("bra");

htmlStr += '<br>';

htmlStr += '<br></div>';

}

htmlStr += '</div>';

return htmlStr;

}

function generateCheckboxesRows(){

$(".manchasHumRow").each(function(){

const htmlStr = getGenericCheckboxRow("hum");

$(this).html(htmlStr)

});

$(".manchasBolRow").each(function(){

const htmlStr = getGenericCheckboxRow("bol");

$(this).html(htmlStr)

});

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

t

$(".manchasBraRow").each(function(){

const htmlStr = getGenericCheckboxRow("bra");

$(this).html(htmlStr)

});

}

function getGenericCheckboxRow(rowType){

let title = "";

let pic1Path = "";

let pic2Path = "";

let pic3Path = "";

switch(rowType){

case "hum":

title = "Manchas de Humidade";

pic1Path = "./imgs/manchpontual.png";

pic2Path = "./imgs/manchfrequente.png";

pic3Path = "./imgs/manchgeneralizada.jpg";

break;

case "bol":

title = "Bolores";

pic1Path = "./imgs/bolorespontual.jpg";

pic2Path = "./imgs/boloresfrequente.png";

pic3Path = "./imgs/boloresgeneralizado.jpg";

break;

case "bra":

title = "Manchas Brancas (Eflorescências)";

pic1Path = "./imgs/eflorepontual.jpg";

pic2Path = "./imgs/eflorefrequente.jpg";

pic3Path = "./imgs/efloregeneralizado.jpg";

break;

}

const htmlStr = '<div class="row">\

<div class="col-4">'+title+'</div>\

<div class="col-8">\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio" id="nada_'+checkboxRowsCounter+'"

name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0">\

<label class="form-check-label" for="nada_'+checkboxRowsCounter+'">Nada</label>\

</div>\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="pontual_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.1">\

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u

<label class="form-check-label" for="pontual_'+checkboxRowsCounter+'" data-toggle="tooltip"

data-html="true"\

title=\'<img src="'+pic1Path+'" width="180" height="250">\'>Pontual</label>\

</div>\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="frequente_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.5">\

<label class="form-check-label" for="frequente_'+checkboxRowsCounter+'" data-

toggle="tooltip" data-html="true"\

title=\'<img src="'+pic2Path+'" width="180" height="250">\'>Frequente</label>\

</div>\

<div class="form-check form-check-inline">\

<input class="form-check-input scoreChanger" type="radio"

id="generalizado_'+checkboxRowsCounter+'" name="checkboxRow_'+checkboxRowsCounter+'" value="0.9">\

<label class="form-check-label" for="generalizado_'+checkboxRowsCounter+'" data-

toggle="tooltip" data-html="true"\

title=\'<img src="'+pic3Path+'" width="180" height="250">\'>Generalizado</label>\

</div>\

</div>\

</div>';

checkboxRowsCounter++;

return htmlStr;

}

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v

JavaScript - cálculo dos resultados

function prepareCalculateScore(){

$(".scoreChanger").each(function(){

$(this).on("input",function(){

calculateScore();

});

});

}

var currPavManifScore = 0;

var currTetoManifScore = 0;

var currGlobParedes = 0;

var currHumParedes = 0;

function calculateScore(){

let pavScore = $("#areapavimento").children("option:selected").val();

let condScore = $("#condicoesutilizacao").children("option:selected").val();

let pavManifScore = calculateElement($("#pavimentoManifs"))[0];

let tetoManifs = calculateElement($("#tetoManifs"))[0];

let paredesObj = {};

const paredesArray = $("#paredesRows").find(".elemBlock");

let paredesVals0 = [];

for(let i = 0; i < paredesArray.length; i++){

let paredesElems = calculateElement($(paredesArray[i]), true);

paredesObj["parede_"+(i+1)] = paredesElems[0];

paredesVals0.push(parseFloat(paredesElems[1]));

}

console.log(paredesObj);

if(pavManifScore != null){

pavManifScore = Math.round(pavManifScore * 1000)/1000;

$("#ipavimento").html("<p>Indice de elemento,pavimento: " + pavManifScore + "</p>");

currPavManifScore = pavManifScore;

}

if(tetoManifs != null){

tetoManifs = Math.round(tetoManifs * 1000)/1000;

$("#iteto").html("<p>Indice de elemento,teto: " + tetoManifs + "</p>");

currTetoManifScore = tetoManifs;

}

let paredesElemHtml = '';

const keys = Object.keys(paredesObj)

let sumElemParedes = 0;

if(keys.length > 0){

for(let i = 0; i < keys.length; i++){

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w

key = keys[i];

if(paredesObj[key] != null){

paredesObj[key] = Math.round(paredesObj[key] * 1000)/1000;

paredesElemHtml += "<p>Indice de elemento," + key + ": " + paredesObj[key] + "</p>";

sumElemParedes += paredesObj[key] * paredesVals0[i];

}

}

const sumParedesVal0 = paredesVals0.reduce((x,y)=>x+y);

console.log(paredesVals0);

console.log(sumParedesVal0);

const iglobalParedes = Math.round((sumElemParedes / sumParedesVal0 * 1000)) / 1000;

$("#iparedes").html(paredesElemHtml);

$("#iglobalParedes").html("<p>Indice global,paredes: " + iglobalParedes + "</p>");

currGlobParedes = iglobalParedes;

const iHumidade = Math.round((( iglobalParedes * 0.6 + pavManifScore * 0.2 + tetoManifs * 0.2

)*0.3 + condScore * 0.7)*1000)/1000;

let iHumidadeTxt = '';

if(iHumidade <= 0.2){

iHumidadeTxt = "Muito Bom";

} else if (iHumidade <= 0.4){

iHumidadeTxt = "Bom";

} else if (iHumidade <= 0.6){

iHumidadeTxt = "Razoável";

} else if (iHumidade <= 0.8){

iHumidadeTxt = "Mau";

} else if (iHumidade <= 1){

iHumidadeTxt = "Péssimo";

}

$("#ihumidade").html("<p><b>Indice de humidade: " + iHumidade + " - " + iHumidadeTxt +

"</b></p>")

currHumParedes = iHumidade;

}

}

function calculateElement(elem, isParedes){

let inputs = elem.find("input");

let names = [];

for(let i = 0; i < inputs.length; i++){

if(!names.includes($(inputs[i]).attr("name"))){

names.push($(inputs[i]).attr("name"));

}

}

if(names.length !== 3 && names.length !== 4){

return [0,1];

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x

}

let val0 = 1;

let val1;

let val2;

let val3;

if(isParedes){

val0 = $("input[name="+names[0]+"]:checked").val();

val1 = $("input[name="+names[1]+"]:checked");

val2 = $("input[name="+names[2]+"]:checked");

val3 = $("input[name="+names[3]+"]:checked");

if(val0 == 1){

return [0,1];

}

} else {

val1 = $("input[name="+names[0]+"]:checked");

val2 = $("input[name="+names[1]+"]:checked");

val3 = $("input[name="+names[2]+"]:checked");

}

if(val1.length !== 1 || val2.length !== 1 || val3.length !== 1 ){

return [0,1];

}

arr = [val1,val2,val3];

arr.sort((a,b) => (a.val() < b.val()) ? 1 : ((b.val() < a.val()) ? -1 : 0));

return [(parseFloat(arr[0].val()) + (0.055*parseFloat(arr[1].val()) + 0.055*

parseFloat(arr[2].val()))), val0];

}

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y

ANEXO 2

APLICAÇÃO DO MODELO A 9 IGREJAS DE PORTUGAL CONTINENTAL

Igreja da Misericórdia do Porto

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z

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aa

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bb

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

cc

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dd

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ee

IGREJA DE GRIJÓ

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ff

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gg

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hh

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ii

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jj

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kk

IGREJA DE VILAR DE FRADES

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ll

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

mm

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nn

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oo

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pp

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

qq

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

rr

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ss

IGREJA DE SÃO JOÃO NOVO

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tt

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

uu

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

vv

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

ww

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

xx

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yy

IGREJA DO BONFIM

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zz

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aaa

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

bbb

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

ccc

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

ddd

IGREJA DE SANTO ILDEFONSO

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

eee

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

fff

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

ggg

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

hhh

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

iii

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

jjj

IGREJA DE SÃO LOURENÇO

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Modelo de Avaliação das Condições de Utilização de Edifícios com Valor Patrimonial Face à Humidade

kkk

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IGREJA DA MISERICÓRDIA DE CAMINHA

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IGREJA DE LORDELO DO OURO

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