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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS UNIMONTES CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOGRAFIA THAMYRES SABRINA GONÇALVES ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL SOBRE AFLORAMENTO DE ROCHA CALCÁRIA NA SERRA DO CIPÓ - MG MONTES CLAROS MG 2013

Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

THAMYRES SABRINA GONÇALVES

ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E COMPOSIÇÃO

FLORÍSTICA EM FRAGMENTOS DE FLORESTA

ESTACIONAL DECIDUAL SOBRE AFLORAMENTO DE

ROCHA CALCÁRIA NA SERRA DO CIPÓ - MG

MONTES CLAROS – MG

2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS - CCH

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CURSO DE GEOGRAFIA

THAMYRES SABRINA GONÇALVES

ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E COMPOSIÇÃO

FLORÍSTICA EM FRAGMENTOS DE FLORESTA

ESTACIONAL DECIDUAL SOBRE AFLORAMENTO DE

ROCHA CALCÁRIA NA SERRA DO CIPÓ - MG

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Departamento de Geociências da Universidade Estadual

de Montes Claros como requisito para obtenção do título

de Bacharel em Geografia.

Orientadora: Profa. Dr

a. Maria das Dores Magalhães Veloso

MONTES CLAROS – MG

2013

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Thamyres Sabrina Gonçalves

ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA EM

FRAGMENTOS DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL SOBRE

AFLORAMENTO DE ROCHA CALCÁRIA NA SERRA DO CIPÓ - MG

Aprovada em: 10 de Dezembro de 2013.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Expedito José Ferreira Prof. Ms. Ronaldo Alves Belém

_________________________ __________________________

Profª. Drª. Maria das Dores Magalhães Veloso

____________________________________________________________

(Orientadora)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a tanta gente que nem sei por onde começar...

Então vamos lá:

Dedico essa pesquisa, todas as pesquisas que eu fizer na vida, dedico minha

graduação, minha formação e principalmente minha atuação profissional:

A todos os que a cada dia me inspiram a caminhar, foi por vocês que segui

esse caminho e abri cada trilha nessa estrada, aos meus amigos, tão

queridos! Os de perto e os de longe, vocês foram meu maior porto seguro

todos esses anos, meus tios, primos, ancestrais, africanos e indígenas,

minha vovozinha veiiinha, a minha linda mãe espiritual que ocupa agora

alguma outra dimensão do espaço, Maria das Dores Martins, e a tantas

outras mães e pais que eu tenho por ai, aos meus irmãos, de sangue, de

alma, de estrada, aos meus mestres, da universidade, da escola, da vida e do

mato, aos povos do sertão!

Esse trabalho foi feito com o que de melhor existe em mim, o amor pelos

processos da natureza, das plantas, dos bichos, do solo, enquanto aprendiz

desse processo tão maravilhoso de aquisição de conhecimentos que é a

vida, ao menos foi o que tentei. Noites e noites sem dormir, dias e dias

isolada do mundo tentando entender os mistérios dessa natureza, tão linda,

tão equilibrada, tão complexa! Valeu a pena cada segundo.

Dedico todos esses momentos a vocês que os tornaram possíveis pra mim.

Eu já to com o pé nessa estrada...

Qualquer dia a gente se vê...

Sei que nada será como antes...

(Milton Nascimento)

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço ao criador das Matas Secas, e de todas as florestas do

mundo a oportunidade de poder sentir essa energia maravilhosa emanada por essas

matas, de ouvir o canto desses pássaros e dessas cigarras, isso sem dúvidas deve ter me

tornado alguém melhor, por poder sentir a riqueza do solo, hoje eu posso reconhecer e

compreender muita coisa que eu jamais saberia se não fosse o contato tão íntimo com a

natureza, hoje eu vejo que nós seres humanos somos muito mais animais do que

pensamos, e muito menos inteligentes do que deveríamos. Agradeço aos meus colegas

de curso: Lara, Iana, Geslaine e principalmente Ludmilla Oliva, vou sentir saudades,

espero que não saiam da minha vida nunca, do meu coração é certo que não sairão. Aos

que não deram conta de acompanhar agradeço também foi valiosa cada cerveja que

tomamos juntas Jéssica, Débora, Kamila. Aos meus professores: Cássio Alexandre,

Gildete Fonseca, Iara França, Marcos Esdras, Expedito Ferreira, Ronaldo Belém, Anete

Marília, Janete Zuba foi um prazer inenarrável ser aluna de vocês! Aos professores dos

quais não tive a oportunidade de ser aluna, mas que me ensinaram talvez até mais do

que eu tenha aprendido dentro da sala de aula: Felisa Anaya, Magda Macedo, Carlos

Dayrel, Joba Costa, Yule Roberta. Muito obrigada aos aprendizados que tive com esses

bons geógrafos que eu conheci nesses quatro anos: Gabriel Veloso, Leonardo Ferreira,

Jefferson Lopes, Mariana Farias, Roney Soares, Pedro Maia, Wellington Vasconcelos,

Midiane Scarabelli e a outros não geógrafos a quem muito agradeço por toda amizade:

Juliana Rocha e Daniel Dias. Aos amigos da era aquariana: José Carlos, Sabrina Tarline,

Lilliany Caetano, que, mesmo quando de longe dão um brilho especial na minha vida

seja me incentivando, ouvindo minhas lamentações, suportando comigo os dias de

tédio, ou morrendo de rir das coisas ao longo das muitas madrugadas ao telefone, o sol

não teria o mesmo brilho sem a existência de vocês, amo vocês! Agradeço ao Neto

Lousada pelo grande companheirismo, muito obrigada por tudo meu querido. Agradeço

aos meus parceiros, colegas, amigos e irmãos do Laboratório de Ecologia e Propagação

Vegetal onde eu praticamente morei durante a graduação, vou sentir saudade de vocês,

muito obrigada pela companhia, pelas nossas alegrias, brincadeiras, pelo sofrimento

compartilhado nos dias de campo. Jefferson você é a alegria da minha vida, o que seria

de tantos problemas sem um palhaço ao meu lado hablando spañol? Que a nossa

amizade não se acabe seu louco! Rose Hellen, pessoinha meiga e complicada que

aprendi a gostar, como é importante sermos pessoas diferentes, a Mata Seca com certeza

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nos ensinou muito, te agradeço por toda ajuda com as análises, com a discussão dos

dados e com tudo mais que me ajudou. Nayara Mesquita Mota, como eu poderia me

esquecer de você, Ná muito obrigada por insistir com seus bons conselhos mesmo

sabendo que às vezes eu não os siga, por cada risada naquela linda Serra do Cipó, pela

acolhida em Viçosa, pela sua amizade, pelo conhecimento compartilhado sobre as

plantas. Sarinha obrigada pela convivência tão harmônica, você é um anjo, Saimo

obrigada pela ajuda enorme com a coleta do solo e com alguns esclarecimentos às vezes

necessários, a todos os que participaram das coletas no campo: Thaíse Bahia, Graciene

Mota, André Quintino e a todos que ajudaram no laboratório: Antonielle, Josi, Nathalle,

Hellen, Gabi, aos que eu esqueci obrigada também, Marcelo seu picareta obrigada por

tentar me matar! Yule e Dora não tenho palavras para dizer o quanto sou grata a vocês

duas por todo apoio, por todo incentivo, vocês são grandes exemplos de pessoa, de

profissional, de caráter, de loucura de vez em quando (parcelas intermináveis) de quase

tudo enfim, foi muito bom poder aprender com vocês. Aos taxonomistas anônimos que

identificaram as espécies, vocês são muito úteis para a biodiversidade! Aos botânicos e

taxonomistas que muito me ajudaram com as conversas por email, com as discussões

sobre a ciência, sobre a taxonomia e sobre as plantas da Serra do Cipó e sobre a

fitogeografia, um obrigada especial aos professores: Bernardo Gontijo, Alessandro

Rappini e José Rubens Pirani pela atenção em responder meus emails. Ao Sisbiota pelo

financiamento desse importante projeto, ao Conselho Nacional de Pesquisa pela bolsa

de iniciação científica, aos meus alunos do Núcleo de Apoio para Promoção da

Cidadania, a todos os alunos que eu tive na vida, mestre de fato é quem de repente

aprende, ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade pelo alojamento aconchegante ao

contrário do trailler lá nas Velózias onde um raio quase cai na minha cabeça. Aos

amigos da espeleologia, por me mostrarem os apaixonantes mistérios das cavernas.

Agradeço a toda minha família dos dois (ou mais) lados por tudo que já fizeram por

mim durante a minha vida, não vou citar seus nomes, pois vocês são muitos e cada um

me ajudou de alguma forma e a Rede Matas Secas por todo aprendizado que obtive ao

fazer parte desse grupo de pesquisadores tão competentes e dedicados na conservação

dessas lindas matas decíduas, nunca se esqueçam da Serra do Cipó.

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EPÍGRAFE

Quando, enfim, o homem vier a

conhecer toda a superfície do globo da

qual se diz Senhor, e a expressão de

Colombo- "El muundo és poco"- tiver se

tornado verdade para nós, a grande

obra geográfica não será mais percorrer

as terras longínquas, mas estudar a

fundo os detalhes da região em que

vivemos: conhecer cada rio, cada

montanha, mostrar o papel de cada

parte do organismo terrestre na vida em

conjunto. Os verdadeiros poetas da

Terra mão são somente os escritores e

os pintores, mas também os geógrafos

que a descrevem (Eliseé Reclus).

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RESUMO:

Na Serra do Espinhaço Meridional as fitofisionomias de floresta estacional decidual

são bastante desconhecidas com relação a sua fitogeografia, sobretudo a composição

florística dessas áreas, portanto é importante e necessário que sejam feitas pesquisas

que possam auxiliar no conhecimento da flora existente nessas florestas. Neste

trabalho foram avaliadas as mudanças na composição da flora e na estrutura da

vegetação em três fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramentos

rochosos de calcário na Serra do Cipó, situada na região central de Minas Gerais, ao

longo do gradiente de sucessão ecológica, avaliando-se a composição florísticas nos

estágios sucessionais inicial, intermediário e tardio. O objetivo foi inventariar as

espécies da composição florística dos estratos arbóreo e regenerante e analisar os

parâmetros estruturais da comunidade florestal, além de fazer uma caracterização e

comparação das áreas estudas. Para amostragem foram inventariadas e identificadas

todas as espécies arbustivas e arbóreas ocorrentes em 9 parcelas de 50m de

comprimento e 20m de largura delimitadas como unidade amostral desse estudo.

Também foram inventariadas as plantas lenhosas ocorrentes no estrato regenerante

da vegetação. Foram identificas nos dois estratos amostrados, um total de 1222

indivíduos distribuídos entre 182 espécies. Os resultados mostram que a composição

florística permite compreender como a vegetação se regenera no espaço e no tempo

e quais os padrões e processos ecológicos definem a estrutura e composição da

comunidade arbóreo-arbustiva nos enclaves florestais estudados.

Palavras chave: Serra do Cipó, floresta estacional decidual, fitogeografia.

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ABSTRACT:

The phytophysiognomies of deciduous forest in the southern Serra Espinhaço are quite

unknown regarding its phytogeography, especially the floristic composition of these

areas, therefore, research it is important and necessary aid in the understanding of the

existing flora in these forests. In this work were assessed the changes in the floristic

composition and structure of vegetation in three fragments of deciduous forest on

limestone outcrops in the Serra of Cipo, located in the central region of Minas Gerais,

along the gradient of ecological succession, assessing the floristic composition in the

initial, intermediate and late successional stages. The goal was to inventory the floristic

composition the species of woody and regenerating strata and analyze the structural

parameters of the forest community, and characterize and comparison of the studied

sites. For sampling were identified and inventoried every shrub and tree occurring on 9

tranches of 50m in length and 20m width defined as the sampling unit in this study. The

occurring woody plants in stratum regenerating vegetation were also inventoried. A

total of 1222 individuals distributed among 182 species were sampled in the two strata.

The results show that the floristic composition allows us to understand how vegetation

regenerates itself in space and time and the patterns and ecological processes the

structure and composition of trees and shrubs in community forest enclaves studied.

Keywords: Serra do Cipo, deciduous forest, phytogeography.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Estágio inicial na área Cipó I...........................................................................29

Figura 2: Mata Seca em estágio intermediário na área Cipó I.........................................30

Figura 3: Estágio Tardio de Floresta Estacional Decidual no Morro da Pedreira...........31

Figura 4. A: Orientação geográfica do sentido das parcelas na direção norte-sul...........34

Figura 4. B: Delimitação do transecto de amostragem....................................................34

Figura 5: Marcação feita nas árvores amostradas...........................................................34

Figura 6: Metodologia de medição de CAP nas árvores amostradas..............................34

Figura 7: Mensuração da altura das árvores....................................................................35

Fig.8: Metodologia de amostragem do estrato regenerante: (a) DAS e (b) altura...........36

Figura 9. Proporção das espécies com origem dos domínios fitogeográficos.................42

Figura 10: Distribuição fitogeográfica das espécies do estrato regenerante....................54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Pontos de GPS das áreas de FED na Serra do Cipó........................................32

Tabela 2: Média de Altura do dossel em cada estágio de sucessão ecológica................43

Tabela 3: Composição florística da FED na Serra do Cipó, distribuição da ocorrência

nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e espécies endêmicas..........................44

Tabela 4. Composição florística do estrato regenerante.................................................55

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LISTA DE MAPAS

Mapa1. Distribuição geográfica das Matas Secas na escala global.................................19

Mapa2. Distribuição das Matas Secas no território brasileiro.........................................20

Mapa3. Localização do Parque Nacional da Serra do Cipó em relação à Cadeia do

Espinhaço, biomas brasileiros e Bacias hidrográficas regionais.....................................21

Mapa4. Situação da Serra do Cipó com relação às áreas prioritárias para conservação 26

Mapa 5. Pontos amostrais na área de estudo da FED na Serra do Cipó..........................31

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APA – Área de Proteção Ambiental

CAP – Circunferência a altura do peito

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

Cwb – Clima Temperado Úmido com Inverno Seco e Verão Moderadamente Quente

DAS – Diâmetro a altura do solo

FEDs – Florestas Estacionais Deciduais

FTS – Florestas Tropicais Secas

GPS – Sistema de Posicionamento Global (Global System Positionation)

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SdEM – Serra do Espinhaço Meridional

UC – Unidade de Conservação

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO........................................................................................................15

1.1 OBJETIVOS..............................................................................................................16

1.2 OBJETIVO GERAL..................................................................................................16

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................16

1.4 HIPÓTESES..............................................................................................................16

1.5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................17

1.6 METODOLOGIA......................................................................................................24

1.7 ÁREA DE ESTUDO.................................................................................................24

1.8 RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................37

1.9 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA VEGETAÇÃO ARBÓREO-

ARBUSTIVA..................................................................................................................38

2.0 A REGENERAÇÃO NATURAL.............................................................................46

2.1 COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO ESTRATO REGENERANTE.........................49

2.2 SUCESSÃO ECOLÓGICA.......................................................................................50

2.3 AGRUPAMENTOS ECOLÓGICOS POR GUILDAS DE COLONIZAÇÃO........52

2.4 SÍNDROME DE DISPERSÃO DAS ESPÉCIES.....................................................53

2.5 FITOGEOGRAFIA...................................................................................................53

2.6 SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE O ESTRATO REGENERANTE E A

COMUNIDADE ARBÓREA..........................................................................................54

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................57

REFERÊNCIAS..............................................................................................................58

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1.0 INTRODUÇÃO

Conhecer a flora de uma região e os padrões que determinam à estrutura da

vegetação é de suma importância para que se possa avançar na elaboração de planos de

conservação que contemplem a tão necessária multidisciplinaridade já que esses padrões

envolvem diferentes variáveis ambientais e edáficas (CAMARGOS et al, 2008). São

diversos os fatores que influenciam na estruturação de uma comunidade arbórea

(SANTOS et al 2012), dentre estes as interações bióticas e abióticas possuem grande

relevância na ecologia de florestas estacionais deciduais (FED’s), sobretudo aquelas que

ocorrem nas áreas de afloramentos rochosos de calcário (ESPÍRITO-SANTO et al,

2008). Conhecer a importância dessas interações é necessário para o entendimento da

dinâmica ecológica das Matas Secas como são chamadas regionalmente essas florestas.

De acordo com Maragon et al (2003) o conhecimento e o entendimento das

complexas relações que envolvem as florestas tropicais devem iniciar-se pelo

levantamento florístico. Levantamentos florísticos são fundamentais para o

desenvolvimento de estudos ecológicos e evolutivos (BÜNGER, 2011). O

conhecimento da flora tem auxiliado no entendimento dos padrões fitogeográficos das

espécies e da organização espacial das comunidades vegetais (BÜNGER, 2011;

GONZAGA, 2011; SILVA, 2011). As FED’s são pouco estudadas de um modo geral,

sobretudo se comparadas às florestas de ambientes úmidos (ESPÍRITO-SANTO, 2006),

apenas 14% dos estudos realizados em florestas tropicais foram feitos em ambientes

secos, enquanto 86% foram realizados em regiões úmidas (SANCHEZ-AZOFEIFA et

al. 2005). Desse modo existe uma carência de informações acerca dessas florestas,

principalmente no que se refere aos processos de interação solo-planta.

Além disso, a Cadeia do Espinhaço de modo geral apresenta grande necessidade

de estudos que contemplem o conhecimento da biodiversidade existente ao longo de sua

extensão, pois, muito se sabe sobre o arcabouço da paisagem e pouco se aprofundou

acerca das influências dos elementos abióticos nos ecossistemas florestais existentes

sobre as diversas formações de relevo que compõem a cadeia de montanhas da serra do

espinhaço (GONTIJO, 2008). Mesmo localmente o conhecimento é fragmentado

(MADEIRA et al, 2008). Além disso, existe uma grande demanda por estudos em

FED’s devido à importância desse ecossistema e as fragilidades a que têm sido

submetidas às florestas secas no Brasil (ZHOURI et al, 2008; ESPÍRITO-SANTO,

2008. Assim, conhecer as espécies que ocorrem na FED da Serra do Cipó tanto no

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estrato arbóreo como na regeneração natural e as características dos solos sobre o qual

se desenvolvem em muito pode ajudar na conservação dessas FED’s no Brasil. As

estratégias de conservação de um ambiente são elaboradas a partir dos conhecimentos

que se tem a respeito da ecologia do lugar, isso pressupõe que aumentar o conhecimento

acerca da biodiversidade e dos processos de regeneração natural nas florestas

estacionais decíduas conduz ao aperfeiçoamento das estratégias de conservação desses

ambientes.

1.1 OBJETIVOS

1.2 OBJETIVO GERAL

Estudar como a vegetação de um fragmento de floresta estacional decidual se

estrutura ao longo do processo de sucessão ecológica, analisando as mudanças na

composição da flora arbórea ao longo desse processo.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Inventariar as espécies da comunidade arbórea adulta e regenerante em três

fragmentos de Floresta Estacional Decidual sobre afloramento calcário na Serra

do Cipó.

Estudar as mudanças na composição florística da comunidade arbórea ao longo

do gradiente sucessional e as possíveis correlações com o ambiente.

Comparar os fragmentos de floresta entre as áreas estudadas.

1.4 HIPÓTESES

1. Ao longo da sucessão natural ocorrem mudanças graduais na composição

florística que são direcionadas por alterações no hábitat ao longo do processo

sucessional.

2. A amostragem e análise florística e fitossociológica da vegetação em cada

estágio da sucessão ecológica proporcionam o entendimento dos padrões de

estruturação da floresta ao longo do tempo e do espaço, além de fornecer

subsídios ao planejamento das atividades de manejo da comunidade florestal.

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1.5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conhecidas como Florestas Estacionais Deciduais no campo da pesquisa, como

Matas Secas na nomenclatura popular estas mesmas formações são definidas na escala

global como Florestas Tropicais Secas (FTS) (ESPÍRITO-SANTO et al, 2006) e

representam uma parcela importante da biota brasileira. A definição destas florestas é

bastante ampla, referem-se de um modo geral às formações arbóreas que ocorrem em

regiões com duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa (MURPHY &

LUGO, 1986; NASCIMENTO et al, 2004).

Em relação aos aspectos pedológicos, a história da humanidade a partir da

ciência do solo mostra que o desenvolvimento das sociedades se relaciona ao

conhecimento do homem acerca dos diferentes tipos de solo, de modo que a fixação

humana e o adensamento populacional se concentram em áreas de solos considerados

mais ricos e férteis (LEPSCH, 2010). De encontro a essa concepção as áreas de FED’s

constituem-se geralmente em zonas de intensa utilização humana de modo que as

pressões antrópicas devastaram imensas áreas de vegetação nativa de FED’s

(DRUMMOND et al., 2005).

Evidências abundantes sugerem que as arvores das florestas tropicais podem ser

especializadas a certos solos e condições climáticas (RICKLEFS, 2001) corroborando,

portanto com a hipótese de que o solo é elemento definidor na composição florística e

estrutura das FED’s, que estão entre as formações florestais mais ameaçadas de todos os

ecossistemas de floresta tropical (JANZEN, 1988; BULLOCK et al, 1995, TROPI-

DRY, 2010).

A vegetação das FED’s é tipicamente decídua, com perda das folhas superior a

50% na estação seca do ano, sabendo-se que os índices de deciduidade da floresta

podem ser variáveis (ESPÍRITO-SANTO et al, 2006). Avaliando sobre a cobertura do

dossel em fragmentos de FED na região central do Brasil, Nascimento et al (2007)

constataram que mais de 90% das árvores perdem as folhas durante a estação seca do

ano. O dossel pode atingir de 10 a 40m de altura a depender da profundidade do solo

com árvores emergentes chegando a 30m (OLIVEIRA-FILHO, 2006; ESPÍRITO-

SANTO et al, 2006). A temperatura média anual é de 25ºC e a precipitação anual média

varia entre 700 e 2000 mm, com pelo menos três ou mais meses secos por ano

(SÁNCHEZ-AZOFEIFA et al., 2005), esses dados climáticos tem base na média global

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para as FTS (ESPÍRITO-SANTO et al, 2008). A distribuição sazonal da precipitação

nas FED’s é tão importante quanto o volume total das chuvas (AYOADE, 2007)

podendo influenciar nos processos de dispersão, germinação e estabelecimento de

espécies (LIMA et al, 2008; LARCHER, 2000) o que consequentemente afeta a

composição florística e estrutura da vegetação.

Além disso, a quantidade de água disponível ás plantas depende diretamente das

características que constituem o solo como textura e estrutura (SANTOS &

CARLESSO, 2008) ainda de acordo com esses autores a interação solo-planta tende a

ser mais intensa em ambientes com déficit hídrico, o que reforça a compreensão de que

os aspectos pedológicos são definidores na composição das espécies que compõem a

FED de modo que a correlação entre os atributos do solo e a regeneração natural da

floresta pode inferir na caracterização da estrutura da comunidade.

A formação dessas florestas secas ocorreu de forma extensa e contínua

presumivelmente nos períodos mais secos e frios do pleistoceno (PENNINGTON et al.

2000), desse modo à origem das Matas Secas em áreas de transição entre o cerrado e a

caatinga no Brasil está relacionada ao processo de expansão e retração de florestas

durante o período quaternário (SILVA, 2010; RODRIGUES, 2009; AB’ SABER, 1977,

2003). Apesar do processo de formação ter acontecido continuamente em termos de

expansão geográfica as FED’s tendem a ocorrer em manchas disjuntas na região

neotropical (PENNINGTON et al, 2000), suas bordas são definidas principalmente pela

variação nas características do solo (NASCIMENTO et al., 2004; SALIS et al. 2004).

De acordo com Silva (2011) os fatores topografia e solo são os principais elementos de

influencia na vegetação em áreas ecotonais, determinando, por exemplo, a dominância

de algumas espécies. Comparando as diferenças estruturais e edáficas entre uma floresta

estacional decídua e uma semidecídua na região oeste de Minas Gerais, Kilca et al

(2009) verificaram que as espécies arbóreas dominantes em FED’s são especializadas a

solos muitos férteis. No mundo inteiro, as FED’s estão distribuídas nas Américas do sul

e central, África, Ásia e Oceania (MURPHY & LUGO, 1986).

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Mapa1. Distribuição geográfica das Matas Secas na escala global

No Brasil, são encontradas principalmente na região central e nordeste do país

(SALIS et al. 2004; TABARELLI, 2006; SEVILHA et al, 2004) e cobrem 6, 02% do

território brasileiro (EMBRAPA, 2011; ESPÍRITO-SANTO et al, 2008). Apesar de

estarem geograficamente concentradas nas regiões nordeste e sudeste do Brasil as

FED’s ocorrem mesmo que em pequenos fragmentos em todos os biomas brasileiros.

Fonte: modificado de ESPÍRITO-SANTO et al, 2006.

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Mapa2. Distribuição das Matas Secas no território brasileiro

Um mosaico de fitofisionomias é distribuído ao longo da Cadeia do Espinhaço

de norte a sul dessa formação, pois a paisagem e a composição fitogeográfica sofrem

influência dos domínios morfoclimáticos predominantes ao longo do conjunto de serras

dessa unidade geomorfológica, que são o cerrado, a caatinga e a mata atlântica

(KAMINO et al, 2008; ICMBIO, 2009; SANO et al, 2011, RIZZINI, 1997;

FERNANDES, 2008).

Fonte: ESPÍRITO-SANTO et al, 2008.

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Mapa 3. Localização do Parque Nacional da Serra do Cipó em relação à Cadeia do

Espinhaço, biomas brasileiros e Bacias Hidrográficas

A Serra do Espinhaço representa a formação geomorfológica do pré-cambriano,

mais extensa e contínua do território brasileiro (ALMEIDA-ABREU & RENGER,

2002). Desde o século XIX tem atraído à atenção de pesquisadores de diversas áreas, á

partir de então vários estudos foram publicados sobre a flora existente ao longo dessa

região (GIULIETTI et al, 1987), entretanto poucos destes estudos tratam das FED’s.

Toda a Cadeia do Espinhaço é constituída de soerguimentos intermitentes, que se

repetiram em intervalos geológicos, provavelmente desde o paleozóico até os dias de

hoje. Não há uniformidade nas rochas, nem em sua história geomórfica (KING, 1956;

Retirado de: ICMBIO, 2009.

Page 22: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

22

BARBERO, 2007). A geologia é um elemento definidor da composição litológica e

geomorfológica, sobre a qual o clima atuou e atua no sentido de modelar seu relevo e

definir sua hidrografia, influenciando na formação dos solos sobre os quais a biota vem

se interagindo e condicionando-se mutuamente afetando no processo de distribuição das

espécies (GONTIJO, 2008; TANSLEY, 1935; AB’SABER, 2003).

Soma-se a isto a posição geográfica da Cadeia do Espinhaço, relativamente

interiorizada em relação ao litoral brasileiro, numa distância curta o suficiente para

sofrer os efeitos orográficos da penetração das massas de ar quentes e úmidas, tanto de

leste como de oeste; e numa distância longa o suficiente para confinar as grandes

formações abertas do sertão brasileiro cujas ecologias são marcadas pela sazonalidade

em diversos graus de intensidade (GONTIJO, 2008).

Nesse contexto as florestas da Serra do Espinhaço se distinguem na composição

florística e estrutura da vegetação como resposta ás condições climáticas e geográficas

de cada localidade podendo resultar na heterogeneidade de fitofisionomias em uma

pequena escala espacial (HARLEY, 1995). Em meio a estas formações estão às

manchas de floresta decídua nos afloramentos calcários da Serra do Cipó. A

fitogeografia brasileira tem conduzido muitas discussões acerca da classificação da

vegetação do Brasil (FERNANDES, 2008; RIZZINI, 1997; IBGE, 1992). De acordo

com Júnior (2012) tal fato se deve ao surgimento de novas metodologias de

classificação e ao acúmulo de conhecimentos.

A floresta atlântica também conhecida como mata atlântica, representa a região

florística que mais tem sido alvo de divergências quanto a sua classificação (JÚNIOR,

2012; ZHOURI et al, 2008; ROCHA & BARBOSA, 2012; RIBEIRO et al, 2009;

ESPÍRITO-SANTO, 2010; TROPI-DRY, 2010). Com base na legislação ambiental

regulamentada pelo decreto-lei nº 750 de 10 de fevereiro de 1993 e pela lei nº 11.428,

de 22 de dezembro de 2006, conhecida como a lei da mata atlântica, considera-se a

floresta estacional decidual como formação florestal integrante do bioma mata atlântica.

A floresta estacional decidual sobre solos de origem calcária é considerada de

importância singular, pois, apresenta flora e fisionomia própria, bem distinta de outras

formações sobre outros tipos de solos. (PEDERSOLI & MARTINS, 1972;

IVANUSKAS & RODRIGUES, 2000; KAMINO et al, 2008; RIZZINI, 1997). Os

calcários são rochas sedimentares compostas, basicamente, por calcita (CaCO3)

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23

(SAMPAIO & ALMEIDA, 2008) que devido á sua composição mineralógica são

geralmente muito fraturadas, em função da fácil solubilidade da rocha causada pela

dissolução provocada pela água que associada ás condições de temperatura e pressão no

ambiente propicia a abertura de fendas nas rochas (DUNBAR & RODGERS, 1963;

ROCHA, 2011) o que leva ao estabelecimento de espécies adaptadas a se

desenvolverem sobre estas fendas, criando micro hábitats dentro das FED’s

(GONZAGA, 2011; RODRIGUES & RIBEIRO, 2009; FERREIRA, 2011).

Alguns estudos mostram que as fendas das rochas podem influenciar no

microclima no que se refere à umidade relativa já que as estratificações podem atuar na

retenção de umidade (ATINGEM et al, 2011; PILÓ & AULER, 2009). Compreender a

composição mineral dessas rochas é importante para o entendimento das características

do solo que se desenvolve sobre essas áreas de afloramentos rochosos (DUNBAR &

RODGERS, 1963). Uma vez que os minerais componentes da rocha calcária podem

influenciar a composição e também na estrutura e profundidade do solo (SHINZATO,

1998). O que afetará a composição florística e estrutura da vegetação (SKORUPA et al,

2012). A cobertura vegetal por sua vez também atua significativamente sobre as

características do solo através da deposição de matéria orgânica, auxiliando na formação

e manutenção da fertilidade dos solos das FED’s nas áreas de afloramentos de calcário

(KÖNIG et al, 2002; CUNHA et al, 1993; HARDT, 2008).

No estado de Minas Gerais as FED’s encontram-se distribuídas em sua maior

parte dentro do bioma cerrado, existindo também fragmentos sobre o domínio da

caatinga e em áreas de transição (PEDRALLI, 1997; SILVA, 2011). Assim, as

fitofisionomias podem apresentar componentes da vegetação na qual estão inseridas,

formando uma comunidade diferente em cada região (SCARIOT & SEVILHA, 2005).

De acordo com Cavalcanti (2011) o potencial da diversidade biológica em áreas de

afloramentos de calcário se expande nas zonas de ecótonos. Em Minas Gerais há uma

presença significativa das FED’s, que nos últimos dois séculos, foram reduzidas a

pequenos fragmentos, geralmente com alto índice de perturbação, pois houve grande

desmatamento desses ambientes para implantação de agricultura, silvicultura e

pastagens (GERHARDT, 1994; WERNECK et al, 2000, IEF, 2008).

Mas apesar de constituírem atualmente uma paisagem vastamente antropizada,

apresentam alta riqueza de espécies (SCARIOT & SEVILHA, 2005; OLIVEIRA-

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FILHO, 2006) Além disso, alguns autores (SAMPAIO & ALMEIDA, 2008; DUNBAR

& RODGERS, 1963) afirmam que a grande exploração econômica do calcário tem

influenciado a degradação das FED’s. O conhecimento sobre as florestas tropicais no

mundo e, principalmente nas Américas, é concentrado nas florestas úmidas, como a

Amazônia e a Mata Atlântica. Desse modo, estudos com vistas ao reconhecimento da

biodiversidade em ambientes secos se fazem necessários ao direcionamento de ações de

conservação (ESPÍRITO-SANTO et al, 2006; BULLOCK, 1995; RODRIGUES et al,

2005; VALENTE, 2009; VIEIRA, 2006).

1.6 METODOLOGIA

1.7 Área de estudo

A área de estudo está localizada na região central de Minas Gerais, denominada Serra

do Cipó, situada na porção sul da cadeia do espinhaço onde a floresta encontra-se

inserida em um afloramento calcário, no Município de Santana do Riacho. O rio Cipó é

o principal curso d’água da região e deu nome a Serra pela extensão de seus meandros

em forma de cipó (SOUZA, 2007). Na Serra do Cipó a área de estudo se localiza entre

as coordenadas 19ºS e 43ºW na região do Parque Nacional da Serra do Cipó, que foi

criado em 1984 (ICMBIO, 2009). Na vegetação além das FED’s estão o Cerrado e os

Campos Rupestres. O clima é mesotérmico (Cwb na classificação de Köppen), com

invernos secos e verões chuvosos, precipitação anual média de 1500 mm e temperatura

média anual de 17,4 a 19,8 ºC (GIULIETTI et al, 1997; JÚNIOR, 2009). O déficit

hídrico anual é de 60 mm (NEVES, 2012). Na estação seca do ano, valores de umidade

relativa do ar de até 15% podem ser registrados na Serra do Cipó (RIBEIRO &

FIGUEIRA, 2011). As altitudes na Serra variam entre cerca de 750 e 1670 metros

(RIBEIRO et al, 2005; RIBEIRO & FIGUEIRA, 2011). O Parque da Serra do Cipó foi

criado em 1974 como um parque estadual. No entanto, pelo fato de o governo do estado

ter encontrado diversos problemas para realizar a gestão dessa unidade de conservação

como a desapropriação de terras necessária para a devida efetivação do parque, sua

administração foi transferida para o governo federal (ANDRADE, 2005). Segundo

Castanheira (2010) a criação do PARNA da Serra do Cipó foi à primeira iniciativa do

governo federal de proteção da Serra do Espinhaço em sua porção meridional no estado

de Minas Gerais. Apesar da criação dessa unidade de conservação federal ser

relativamente recente a região possui atratividade para pesquisas há muitas décadas,

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pois, de acordo com Santos (2011) um dos trabalhos pioneiros sobre a vegetação da

Serra do Cipó foi realizado por Silveira no ano de 1908. Além disso, Gontijo (2008)

aponta para a importância da região quanto às explorações minerarias que ocorreram no

estado de Minas Gerais logo após a descoberta dos diamantes no século XVIII. A

riqueza em minérios fez surgir um caminho hoje denominado estrada real

(BIODIVERSITAS, 2012) contribuindo para a inserção da Serra do Cipó no circuito

turístico de mesmo nome que é uma área considerada de importância exclusiva para

investimentos governamentais na promoção do desenvolvimento turístico (GUERRA et

al, 2003), tais atividades pressupõem densa ocupação humana e por consequencia uma

intensa pressão antrópica nos ambientes da Serra do Cipó desde aquela época até os dias

de hoje. A Serra do Cipó está localizada em uma região de grande biodiversidade e faz

parte da Reserva da Biosfera da Cadeia do Espinhaço reconhecida por possuir alto

índice de endemismos (HARLEY 1995; PIRANI et al. 2003). A inserção do parque na

Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço influenciou na criação de outras unidades de

conservação como a Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira e o Parque

Nacional das Sempre Vivas (ICMBIO, 2009; CASTANHEIRA, 2010). Esse histórico

vem ao longo dos anos influenciando a região no uso e ocupação do solo, em termos de

pesquisas e na conservação da biodiversidade.

A paisagem do Parque e seu entorno apresenta um grande mosaico vegetacional,

tanto em termos florísticos como estruturais e fisionômicos, condicionada, sobretudo

pela variação na altitude, formações rochosas e composição dos solos (GIULIETTI et

al. 1987; RIZZINI, 1997; RIBEIRO & FIGUEIRA, 2011; SANTOS, 2009). Apesar de

possuir destaque nacional e internacional no que se refere à conservação dos recursos

naturais, um levantamento da distribuição espacial e temática dos esforços da pesquisa

na Serra do Cipó realizado por Madeira et al (2008) constatou que a pesquisa biológica

na região se concentra em termos de ambientes, percursos e temas de modo que

algumas fitofisionomias dentre estas a FED foram avaliadas como sub-amostradas. A

Serra do Cipó é classificada como uma área de importância biológica extremamente alta

(RIBEIRO &FIGUEIRA, 2011; MMA, 2007; DRUMOND et al, 2005, RIBEIRO,

2007; PELOSO & SHIMABUKURO, 2010).

Page 26: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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Mapa4. Situação da Serra do Cipó em relação as áreas prioritárias para

conservação

Como a floresta estacional decidual ocorre na Serra do Cipó apenas em

fragmentos que abrangem uma pequena escala espacial, na forma de enclaves florestais

(AB’SABER, 2003), e a própria região da Serra é dominada por um mosaico

vegetacional, não foi possível encontrar um fragmento de vegetação contínua de Mata

Seca com a sequência sucessional correspondente aos objetivos do estudo (amostragem

cronossequencial). Por esse motivo a amostragem foi realizada em três diferentes áreas

dentro da região da Serra do Cipó, no Município de Santana do Riacho que

apresentaram fragmentos de vegetação com as características correspondentes aos

estágios sucessionais a serem estudados, que foram chamadas de: Cipó I, Cipó II e Cipó

III. Para esse estudo, foram selecionados três tipos de ambientes dentro da FED. Com

base em algumas observações de campo foi feita uma breve caracterização ambiental

dos estágios e das áreas: os fragmentos em estagio inicial (Fig.1) de regeneração, que

eram usados anteriormente para pastagem e cultivo agrícola. Na área Cipó III, ainda

existe plantio de milho bem próximo da área de amostragem, o estágio inicial de Cipó I

está dentro da área do Parque Nacional, enquanto o estágio inicial de Cipó II está na

Fonte: RIBEIRO & FIGUEIRA, 2011.

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APA Morro da Pedreira, neste, as matas são caracterizadas por vegetação herbáceo-

arbustiva com arvores de pequeno porte, em áreas abertas, tendo dossel com altura

média entre de 6 a 10 metros de altura, foi estágio onde houve maior variação na média

da altura entre as três áreas estudadas, perceptível abundância de gramíneas exóticas e

também muitas espécies de plantas herbáceas nativas.

No estágio intermediário (Fig.2) o histórico de conservação da área Cipó I é de

15 anos, tendo sido usada anteriormente para pastagem (COELHO et al, 2012), para as

demais áreas não foram encontradas informações sobre o histórico, demonstrando a

necessidade de mapeamento do uso e ocupação do solo nas áreas de predomínio da FED

na Serra do Cipó utilizando se possível dados na escala temporal. Essas matas também

chamadas de formações secundárias se caracterizam pela presença de pelo menos dois

estratos verticais, a altura média do dossel na sucessão intermediária da FED da Serra

do Cipó é de 10 metros, com algumas espécies como Arrabidaea bahiensis e

Platypodium elegans chegando a 20m de altura.

E o estágio tardio da sucessão ecológica que é composto por fragmentos em

estagio mais avançado de regeneração. Na área Cipó I Coelho (et al, 2012) colocam que

os fragmentos estão protegidos há pelo menos 30 anos, e que este fragmento que

atualmente se localiza dentro da Pousada Rancho Cipó, já foi conectado espacialmente

aos fragmentos correspondentes aos estágios inicial e intermediário de Cipó I que estão

na área do parque com entrada pela portaria 2, todavia foram separadas as florestas

devido a atividades de mineração, ocupação humana, extração de madeira e criação de

gado, para as demais áreas não obteve-se informações do histórico de uso e ocupação do

solo.

No estágio inicial há uma grande quantidade de gramíneas exóticas (Poáceas sp.,

Brachiaria sp.). Em relação ao afloramento rochoso percebe-se que a morfometria dos

blocos de rocha aumenta na medida em que se avança nos estágios de sucessão. No

estágio tardio as rochas afloradas são maiores e mais fraturadas. Assim o estágio tardio

da FED pode ser a etapa sucessional de maior importância para o estudo do processo de

correlação espécie-ambiente em áreas de vegetação sobre afloramentos rochosos. A

topografia nas áreas estudadas aumenta continuamente a declividade ao longo dos

estágios sucessionais. No estágio tardio da área Cipó II havia grande quantidade de

blocos pequenos e médios de rocha quartzítica na área do afloramento calcário.

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Cipó I:

A área denominada Cipó I abrange dois locais distintos de amostragem, os

estágios inicial e intermediário dessa área estão localizados dentro do Parque Nacional

da Serra do Cipó, na portaria 2 do parque, as atividades impactantes perceptíveis em

campo foram a presença de gado e gramíneas dentro da floresta, todavia esse impacto é

aparentemente pouco significativo no contexto da conservação da floresta, na análise a

partir da paisagem ambiental. Por não haver no local uma comunidade arbórea

correspondente ao estágio tardio, a parcela desse estágio foi alocada na Pousada Rancho

Cipó.

Cipó II:

A área denominada Cipó II tem seu acesso por uma pequena comunidade rural e está

localizada em um local de grande importância para a Área de Proteção Ambiental

Morro da Pedreira, pois nessa área tem-se um grande fluxo de turistas para a prática de

atividades como escaladas, trilhas, caminhadas e expedições espeleológicas entre outras

em função de grandes paredões de afloramentos calcários existentes no local que são a

grande atratividade do lugar, localmente chamado de Morro da Pedreira. Das áreas

amostradas esta é a que possui a maior quantidade de trilhas no interior da mata, as

parcelas do inicial e intermediário inclusive foram alocadas a alguns metros da trilha

mais acessada pelos turistas, especificamente dentro das parcelas de amostragem nessa

área não haviam rochas expostas embora o ambiente seja inserido em um grande

paredão de afloramento. Há alguns quilômetros da área onde se situa o fragmento

florestal, tem-se uma grande quantidade de pousadas, com cultivo de algumas espécies

arbóreas exóticas para fins de paisagismo.

Cipó III:

A área III é a mais distante da Vila Cipó, o núcleo central da Serra do Cipó e da sede do

PARNA Cipó, o seu acesso se dá por uma ponte que atravessa o rio Paraúna, o principal

afluente no limite á leste da Serra do Cipó (SANTOS, 2009), esta é a área mais alta e

que possui o maior desnível topográfico, nela há uma pequena área sazonalmente

dedicada ao cultivo de milho e feijão, de modo que o estágio inicial da área Cipó III foi

alocado há aproximadamente 2 km dessa propriedade, nessa unidade amostral as

parcelas dos estágios intermediário e tardio caíram em cima de afloramentos rochosos, é

a área de mais difícil acesso com relação ás demais em função da altura do afloramento

onde se localiza a parcela de amostragem e a declividade do terreno que é bastante

íngreme, além de ser a mais distante da sede do parque e da Vila Cipó, ainda sim foram

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encontrados indícios de poluição ambiental no lugar como objetos deixados por

visitantes e presença de animais domésticos.

Fig. 1: Estágio Inicial na área Cipó I

Fotos: Thamyres Sabrina Gonçalves (2013).

Fig. 2: Mata Seca em Estágio Intermediário dentro na área Cipó I

Page 30: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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Foto: Thamyres Sabrina Gonçalves (2013).

Fig. 3: Estágio Tardio de Floresta Estacional Decidual no Morro da Pedreira

Fotos: Saimo Reblleth de Souza (2013).

Page 31: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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Mapa 5. Pontos amostrais na área de estudo da FED na Serra do Cipó

A alocação das parcelas foi feita com auxílio de uma bússola na posição de

nivelamento para que os desníveis topográficos das áreas de amostragem não

interferissem no tamanho das parcelas e uso do conjunto de satélites do Sistema de

Posicionamento Global (GPS) para demarcação dos pontos amostrais, para apoio na

posterior localização das parcelas, já que por ser um trabalho muito grande em termos

de esforço amostral foram necessárias diversas idas ao campo para a realização da

amostragem, assim foi alocada uma estaca no vértice de cada parcela e passada uma

linha de sisal para demarcar sua área total (fig.4 A e B). Além disso, os pontos de

localização geográfica obtidos na demarcação das áreas por GPS fornecerão subsídios

ao mapeamento da Mata Seca na Serra do Cipó que se faz amplamente necessário para

conservação dessa FED (tab.1 ).

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(Tab.1) Pontos de GPS das áreas de FED na Serra do Cipó

Estágio/Área Latitude Longitude

Inicial Cipó1 19°20'32.24"S 43°36'7.22"O

Intermediário Cipó1 19°20'30.44"S 43°36'8.67"O

Tardio Cipó1 19°19'46.00"S 43°36'21.57"O

Inicial Cipó2 19°18'24.18"S 43°37'0.92"O

Intermediário Cipó2 19°18'34.46"S 43°37'2.83"O

Tardio Cipó2 19°18'27.08"S 43°36'56.66"O

Inicial Cipó3 19°16'39.73"S 43°37'28.33"O

Intermediário Cipó3 19°16'27.74"S 43°37'38.44"O

Tardio Cipó3 19°16'23.15"S 43°37'37.46"O

Nas três áreas de amostragem foram demarcadas 9 parcelas de 50 x 20m

perfazendo 9 mil metros quadrados, o que corresponde a quase 1 hectare, sendo três em

cada um dos estágios sucessionais descritos acima. As parcelas foram dispostas de

acordo com a avaliação previa da área de estudo.

Para o levantamento da composição florística e estrutura da vegetação do

componente arbustivo-arbóreo foram inventariados em cada parcela todos os indivíduos

vivos ≥ 5 centímetros de circunferência a altura do peito (CAP) medidos a 1,30m do

solo. Para as lianas a medida de inclusão de foi de CAP ≥ 2 cm devido ao fato de que

esse grupo de plantas geralmente possui troncos menores do que as demais árvores

(ENGEL et al, 1998).

Todos os indivíduos inventariados foram marcados com plaquetas de alumínio

numeradas (fig.5), e a altura total também foram medidos utilizando-se a fita métrica

para medir o CAP (fig.6) e a vara de poda (podão) para mensurar a altura total de cada

indivíduo (fig.7).

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Fig. 4 (a): Orientação geográfica sentido norte-sul e (b): limite da parcela

Fig. 5: Marcação das plantas e Fig. 6: Medição de CAP

Fotos: Thamyres Sabrina (2011) Maria das Dores Magalhães Veloso, 2011.

fig.5

fig.4a fig.4b

fig.6

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(Foto: Thaíse Bahia, 2011).

Os indivíduos arbustivo-arbóreos ocorrentes na categoria de inclusão foram

considerados como estrato arbóreo, essa categoria de amostragem foi criada para que

espécies encontradas que possivelmente não tenham sido incluídas na amostragem

fossem inseridas.

Para a amostragem da vegetação arbustivo-arbórea regenerante, foi utilizada

uma sub-amostragem. As parcelas de amostragem do estrato regenerante foram

alocadas no centro da parcela de amostragem do estrato arbóreo adulto, deste modo, no

meio de cada parcela de 50 x 20 m foi delimitada uma subparcela de 5m × 5m (25 m2).

Na metodologia de amostragem foi definido que seriam inventariados todos os

indivíduos arbustivo-arbóreos com diâmetro a altura do solo (DAS) igual ou maior que

1 cm usando-se para a medição do DAS o paquímetro e para a altura o metro graduado,

as plantas foram marcadas com plaquinhas de alumínio transpassadas por fios de náilon

Fig.7

Page 35: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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tendo sido anotado o nome da espécie quando conhecido e coletada a amostra da

espécie para posterior identificação e consulta a especialistas em botânica e taxonomia

vegetal, além da comparação com as exsicatas existentes no herbário da Universidade

Estadual de Montes Claros e consulta a bibliografia especializada. Esta metodologia foi

adotada de Nunes (2005).

Fig.8: Metodologia de amostragem do estrato regenerante: (a) DAS e (b) altura

Fotos: Josiane Carvalho (2013).

Tanto na amostragem da vegetação regenerante quanto da arbórea foi registrado

o nome da espécie quando conhecido pela equipe de campo e para complementação do

levantamento florístico foram realizadas caminhadas aleatórias pela mata, a fim de

coletar material botânico das espécies arbóreas não amostradas dentro das parcelas,

utilizando-se a mesma categoria de inclusão. É importante ressaltar alguns fatos

ocorridos durante a amostragem: algumas espécies arbóreas eram muito altas e,

sobretudo quando no estágio tardio, as vezes era difícil identificar na copa a folhagem

correspondente ao tronco da árvore plaqueteada. Outras vezes a predação na espécie era

intensa de modo que o material botânico era inviável para identificação taxonômica, ou

mesmo algumas plantas, na verdade a maior parte das arvores da amostragem não

estavam com material reprodutivo que é essencial na identificação da espécie, também

8.a 8.b

Page 36: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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em alguns casos a espécie incluída na amostragem era o único indivíduo daquele táxon

em toda a parcela, assim sua coleta poderia prejudicar a dinâmica da vegetação,

principalmente relação ao estrato regenerante, por isso as caminhas pela mata foram tão

importantes.

As plantas coletadas foram tratadas de acordo com as técnicas convencionais de

herborização (DURIGAN, 2003; ROTTA et al, 2008), que consiste na confecção de

uma exsicata de cada uma das espécies coletadas, consulta à literatura especializada na

identificação de plantas (CARVALHO, 2003; CARVALHO, 2006; CARVALHO,

2008; LORENZI, 1992; LORENZI, 1998; LORENZI, 2009), envio á especialistas que

pudessem identificá-las e também a comparação com as exsicatas do herbário da

Universidade Estadual de Montes Claros (HMC) que é um espaço com a função de

armazenamento desse tipo de material, para onde as espécies foram enviadas após

serem todas identificadas.

Para a classificação das espécies em gêneros e famílias foi utilizado o sistema do

Angiosperm Phylogeny Group II (NULTSCH, 2000 pg.145; STEVENS, 2001).

Análise dos dados da vegetação do estrato adulto

A organização dos dados e análise de distribuição das espécies ao longo dos

diferentes estágios da sucessão ecológica foi feita com auxílio da planilha eletrônica do

programa Microsoft Office Excel. Para o estudo da distribuição fitogeográfica de cada

espécie foi utilizada a planilha do TreeAtlan (OLIVEIRA-FILHO, 2010) que trata-se de

um banco de dados interativos criado em ambiente Access e que compila diversas

informações existentes sobre espécies arbóreas e arborescentes que ocorrem na América

do Sul cisandina tropical e subtropical. Para caracterização da estrutura da vegetação ao

longo dos diferentes estágios foi realizada uma análise fitossociológica, que se trata de

conhecer quais espécies estão presentes em dada área e a estrutura desta vegetação; ou

seja, a quantidade de indivíduos por espécie, as respectivas classes de tamanho e seu

arranjo espacial (CAMPOS et al, 2011), através do Fitopac que é um software

desenvolvido para tal finalidade. A análise fitossociológica do Fitopac produz dois

parâmetros para a vegetação, os parâmetros gerais, relativos aos índices

fitossociológicos de toda a comunidade, e os parâmetros para espécies, referentes a cada

táxon no nível de espécie encontrado na amostra. Foram utilizados neste trabalho os

parâmetros estruturais de densidade, dominância e índice de valor de importância.

Page 37: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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As lianas foram excluídas da análise devido ás dificuldades na identificação

desse grupo de plantas que estavam em sua maioria sem os dados taxonômicos na época

da análise, sendo que alguns táxons até o momento foram identificados apenas a nível

de morfotipos, por famílias ou gêneros. Foram feitas comparações entre diversas das

variáveis estudadas para os diferentes estágios sucessionais da vegetação e a

composição florística das espécies amostradas nas parcelas do estrato arbóreo.

Análise dos dados da vegetação do estrato regenerante

A forma mais simples de se medir a heterogeneidade (ou homogeneidade) entre

áreas é pelo uso de coeficientes de similaridade, que comparam as comunidades em

termos qualitativos ou quantitativos (BARROS, 2007). Nesse estudo optou-se pelo

índice qualitativo para analisar a similaridade entre a composição florística da

comunidade regenerante e as espécies do estrato arbóreo da vegetação, utilizando-se o

índice de similaridade de Sorensen (Ss): Ss =2a/(2a + b + c). Onde: a é o número de

espécies em comum a ambas as comunidades analisadas, neste caso a do estrato arbóreo

e a do regenerante, b é o número de espécies que existem na regeneração e que não

existem no arbóreo e c é o número de espécies que existem no arbóreo e que não

existem no regenerante. No levantamento do grupo ecológico ao qual pertencem as

espécies amostradas e o modo de dispersão predominante de cada uma delas foi

utilizado o levantamento bibliográfico (FARIAS, 2010; LUZ et al, 2008; NEGRINI et

al, 2012; OLIVEIRA-FILHO et al, 2008; VIEIRA, 2006; CARVALHO, 2003;

CARVALHO, 2006; CARVALHO, 2008; LORENZI, 1992; LORENZI, 1998;

LORENZI, 2009; CONABIO, 1827).

1.8 RESULTADOS E DISCUSSÃO.

1.9 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA COMUNIDADE

ARBÓREO-ARBUSTIVA

Nas 9 parcelas estudadas para caracterização florística da comunidade, foram

encontrados 976 indivíduos arbóreos, pertencentes a 130 espécies, 63 gêneros e

distribuídas em 30 famílias botânicas. Quanto à densidade de indivíduos por área de

amostragem, Cipó I, Cipó II e Cipó III apresentaram respectivamente 318, 445 e 213.

Considerando-se toda a amostragem florística, no estágio inicial foram encontrados 133

indivíduos de 85 espécies, 16 famílias sendo que as famílias com maior número de

Page 38: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

38

espécies representadas nas parcelas foram Fabaceae e Myrtaceae. No intermediário

foram encontrados 477 indivíduos, pertencentes a 91 espécies, 16 famílias e as famílias

mais importantes também foram Fabaceae e Myrtaceae. No estágio tardio foram

amostrados 353 indivíduos de 99 espécies, 23 famílias. As famílias com maior número

de espécies repetiram-se. As Fabaceaes e as Myrtaceaes foram predominantes nos três

estágios sucessionais, correspondendo a 35, 29% de toda amostragem, ocorrendo no

estágio inicial 11 Fabaceas e 16 Myrtaceas, no intermediário 111 Fabaceas e 46

Myrtaceas, no estágio tardio 118 Fabaceas, 35 Myrtaceas.

Em um estudo sobre a riqueza e distribuição geográfica de Fabáceaes arbóreas

em uma área de Mata Atlântica, Ribeiro & Lima (2009) destacam a importância dessa

família na composição florística das florestas atlânticas em suas diversas

fitofisionomias, e os resultados da pesquisa desses autores mostram que a diversidade

taxonômica tanto em nível de gênero quanto de espécies em Fabaceae é maior nas

florestas secas sazonais como a FED, se comparado, por exemplo, com as florestas

ombrófilas, que também são fitofisionomias da Mata Atlântica, com elevada umidade e

pluviometria regular durante todo o ano. Nos levantamentos florísticos realizados na

Serra do Cipó, Fabaceae é quase sempre uma das famílias de plantas mais bem

representadas (GIULIETTI et al, 1987; NEGREIROS et al, 2008). O projeto de

levantamento da flora da Serra do Cipó, cuja lista total de espécies foi publicada em

Giulietti et al (1987), foi até hoje um dos maiores esforços amostrais da flora regional

na Serra do Cipó, das Fabáceas listadas no referido levantamento apenas seis tiveram

representação na comunidade arbórea amostrada neste estudo (Anadenanthera

colubrina; Bauhinia rufa; Bowdichia virgilioides; Copaifera langsdorffii; Plathymenia

reticulata; Platypodium elegans), isto certamente porque as amostragens desse projeto

concentraram-se em outras fitofisionomias, embora tenha sido destacada na

caracterização regional a existência das Matas Secas Decíduas nos afloramentos de

calcário na parte baixa da Serra. Já as Myrtaceaes destacam-se dentre as formações de

florestas sazonais em áreas de ecótono entre o Cerrado e a Mata Atlântica, além disso, a

distribuição geográfica dessa família ao longo da SdEM é fortemente influenciada pelas

variáveis geoclimáticas, desse modo a vicariância ao longo do gradiente espaço-

temporal pode de acordo com Bunger (2011) explicar a riqueza de gêneros e espécies de

Myrtaceaes em diversas fitofisionomias ao longo da Cadeia do Espinhaço.

Page 39: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

39

As espécies mais frequentes e com maior valor de importância foram

Myracrodruon urundeuva (Aroeira), Anadenanthera colubrina (Angico), Guazuma

ulmifolia (Mutamba), Bauhinia rufa (Pata de Vaca), Chamaecrista eitenorum e

Aspidosperma cuspa (Peroba), considerando-se todas as áreas. Já para a análise por

áreas separadas houve algumas mudanças quanto à frequência de espécies nas áreas II e

III, em Cipó II destacaram-se Lithrea molleoides e Platypodium elegans, em Cipó III

Arrabidaea bahiensis, Cordia trichotoma e Piptadenia gonoacantha, isso indica que

todas essas espécies estão espacialmente bem distribuídas dentro da floresta.

As espécies dominantes foram às mesmas ocorrentes com maior frequência, a

grande quantidade indivíduos dessas espécies influencia para que estas possam dominar

em relação às demais uma maior área espacial, com exceção de Guazuma ulmifolia que

embora tenha apresentado mais do que triplo do número de indivíduos, teve um índice

de dominância menor do que Acrocomia aculeata (Macaúba), certamente pelo fato de

que esta última apresentava em campo árvores de troncos com maior CAP e que,

portanto tem maior área basal.

A riqueza de espécies e abundância de indivíduos foi maior na área Cipó II, no

entanto, esperava-se que essa área apresentasse em relação ás demais, uma riqueza

menor devido ao maior fluxo de pessoas (indicado pela grande quantidade turistas e de

trilhas no interior da mata) e proximidade de áreas urbanizadas (domicílios e pousadas),

isto porque uma das maiores causas da perda de biodiversidade em ecossistemas

florestais está relacionada a ação antrópica (ALBUQUERQUE et al, 2004; ZHOURI et

al, 2008), todavia apesar da constante visitação turística a área não apresenta

indicadores de que essas atividades estejam causando danos a riqueza da flora. O

trabalho de Santos (et al, 2013) faz uma importante discussão acerca da relação entre a

conservação de áreas e a presença humana nos parques nacionais do Brasil, onde

evidenciam que o problema não está na simples presença antrópica em si, mas nos

outros fatores decorrentes da ocupação humana dessas áreas e seus entornos como

delimitação espacial, regularização fundiária, manejo do ecoturismo e visitação entre

muitos outras questões. Em Cipó I e Cipó III a riqueza foi similar, 36 e 34 espécies

respectivamente, destacando-se que não está sendo considerado neste trabalho o grupo

de lianas que foi correspondente a 8,4% da amostragem total.

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40

Ao longo da sucessão á área Cipó II, foi a que apresentou a maior riqueza de

espécies. Em Cipó I e Cipó III a riqueza foi similar ao longo dos estágios. A maior

riqueza de espécies na área II pode estar relacionada com topografia e altitude, pois esta

apresenta um terreno com menor declive e está em uma área mais baixa com relação ás

demais, pelo menos nos estágios inicial e intermediário. Também é importante destacar

que não se obteve para esse estudo informações acerca de uso e ocupação do solo das

áreas Cipó II e Cipó III, que poderiam auxiliar neste estudo. A riqueza total de espécies

na amostragem aumentou progressivamente ao longo do processo de sucessão.

Quanto à ocorrência exclusiva por estágios foi encontrada na amostragem um

total de 39 espécies, das quais 9 ocorreram somente no inicial (Aspidosperma

cylindrocarpon; Baccharis dracunculifolia; Bowdichia virgilioides; Peltophorum

dubium; Plathymenia reticulata; Maclura tinctoria, Eugenia florida, Psidium guajava,

Zanthoxylum riedelianum), 13 no intermediário (Rollinia sp.; Handroanthus

impetiginosus; Diospyros hispida; Albizia polycephala; Bauhinia rufa; Inga ingoides;

Platycyamus regnellii; Miconia ferruginata; Eugenia sonderiana; Psidium firmum;

Rudgea viburnoides; Dilodendron bipinnatum; Styrax camporum) e 19 no tardio

(Cordia trichotoma, Bauhinia brevipes, Copaifera langsdorffii, Lonchocarpus

montanus, Machaerium brasiliense, Machaerium villosum, Sweetia fruticosa, Sterculia

chicha, Psidium cattleianum, Psidium salutare, Siphoneugena densiflora, Guapira

venosa, Rhamnidium elaeocarpum, Chomelia brasiliana, Cordiera sessilis, Machaonia

brasiliensis, Averrhoidium gardnerianum, Chrysophyllum marginatum, Callisthene

major). As famílias botânicas com maior número de espécies exclusivas ao longo do

gradiente sucessional foram Fabaceae, Myrtaceae. A família Rubiaceae só apresentou

mais de uma espécie ocorrendo de forma exclusiva no estágio tardio. Essas espécies de

ocorrência exclusiva em cada fase do processo de regeneração natural podem

possivelmente ser usadas como indicadoras de cada estágio, ajudando, portanto na

identificação desses gradientes sucessionais e na validação de trabalhos de mapeamento

dessa fitofisionomia. Algumas das espécies descritas acima foram listadas pelo

inventário da floresta estacional decidual do estado de Minas Gerais (MELLO, J. M. et

al, 2008) que inclusive não amostrou na FED da Serra do Cipó, como indicadoras de

ambientes com predomínio dessa fitofisionomia (Anadenanthera colubrina, Bauhinia

rufa, Piptadenia gonoacantha, Platypodium elegans, Myrcia Splendens). Quanto ao fato

desse número de espécies exclusivas por estágio aumentar continuamente ao longo da

Page 41: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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sucessão é possível que seja devido uma intensificação progressiva na complexidade

ambiental como o aumento na riqueza de micro hábitats dentro da floresta ao longo do

processo sucessional. Pressupõe-se que as fendas das rochas sejam um dos principais

fatores de associação entre os afloramentos rochosos de calcário e a vegetação da FED

provavelmente porque o solo desenvolvido entre as fendas é mais úmido (Kilca et al,

2009), já que na medida em que se avança nos estágios percebeu-se um aumento no

tamanho das estratificações rochosas, pois a alta temperatura que caracteriza o clima na

região, sobretudo no período de deciduidade da vegetação, conduz as rochas a um

intenso processo geoquímico de retração e contração e isso favorece na percolação e

infiltração da água, também no intemperismo que por sua vez influencia na fertilidade

do solo (ROCHA, 2011).

Por outro lado algumas espécies foram comuns em todos os estágios: Anadenanthera

colubrina, Lithrea molleoides, Myracrodruon urundeuva, Rollinia sericea,

Aspidosperma multiflorum, Aspidosperma olivaceum, Terminalia argentea, Terminalia

glabrescens, Lonchocarpus sericeus, Guazuma ulmifolia, Trichilia elegans, Myrcia

splendens. O fato desse grupo de espécies estarem presentes em todos os estágios do

processo de sucessão indica que estas possuem métodos de propagação, estabelecimento

e desenvolvimento muito bem adaptados ao ambiente da FED, sendo recomendadas

para plantio em projetos de recuperação de áreas degradadas de FED.

Acredita-se que parte considerável das espécies amostradas ainda não havia sido

registrada para a flora regional da Serra do Cipó, com base na bibliografia referente há

alguns dos principais trabalhos de florística nas regiões da Serra (GIULIETI et al, 1987;

SANO et al, 2011; KAMINO et al, 2008; COELHO et al, 2012) onde não se encontram

algumas das espécies inventariadas nesse trabalho, desse modo 21,5% das espécies

coletadas não fazem parte da lista da flora da Serra do Cipó listada nos levantamentos

supracitados, destacando-se que caso seja desconsiderado o trabalho de Coelho (et al,

2012) a proporção aumenta significativamente, pois dos trabalhos referenciados esse é o

único com enfoque na FED. Isso deve ao fato de que a maior parte dos levantamentos

florísticos na Serra do Cipó não amostram na FED, o que comprova ser essa

fitofisionomia sub-amostrada em relação as demais formações fitofisionômicas que

compõem o mosaico vegetacional na região estudada.

Quanto às espécies ameaçadas encontradas na amostragem, foi observada apenas

a Aroeira (Myracrodruon urundeuva) que está incluída na lista das espécies ameaçadas

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de extinção da flora do estado de Minas Gerais (COPAM, 1997) por ter sido

considerada vulnerável devido à ampla degradação de seu hábitat natural bem como a

coleta predatória, intensificada ao longo de anos devido à importância econômica da

madeira dessa planta, o que provocou um grande declínio populacional da Aroeira nas

regiões do Brasil (NUNES et al, 2008).

Das espécies amostradas nesse trabalho, 14 foram consideradas endêmicas, mais

de 10% da amostragem, com base na lista de espécies registradas em Oliveira-Filho

(2010) pela ocorrência exclusiva dentre os domínios morfoclimáticos dos biomas

Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. A origem e distribuição fitogeográfica das espécies

também foi avaliada com base no referido trabalho, onde se constatou que das 130

espécies amostradas na comunidade arbustivo-arbórea da FED da Serra do Cipó, 74

(57%) ocorrem na Mata Atlântica, 65 (50%) no Cerrado e 57 (43%) na Caatinga.

Evidenciando a grande relação florística entre a FED e a floresta atlântica. Na análise

das plantas de ocorrência exclusiva por domínio fitogeográfico, os endemismos entre as

espécies também corroboram com a similaridade entre as floras da FED e da Mata

Atlântica, pois 7% das espécies endêmicas são exclusivas das florestas atlânticas (10

sp.), 2% (3sp.) do Cerrado e 0,7% da Caatinga (1 sp.).

Fig. 9 Proporção das espécies com origem nos domínios fitogeográficos do

Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica de forma exclusiva ou não.

Domínio Atlântico

Domínio

Do Cerrado

Domínio

Da Caatinga

74 (57%)

65 (50%)

57 (43%)

61 (47%)

40 (30%)

42 (32%)

42 (32%)

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43

A altura media do dossel no estágio tardio foi de 12m de altura. Nas áreas Cipó I

e II a altura media do dossel foi superior a da área Cipó III (Tab.2), destacando-se que

na área Cipó III há uma maior quantidade de afloramentos calcários e a morfometria dos

blocos de rocha também é distinta das demais áreas, pois nesta, uma parte da parcela

caiu sobre um paredão rochoso, sendo que na área Cipó II não havia afloramentos

dentro das parcelas e na área Cipó I os blocos de rochas expostas eram poucos e bem

menores do que em Cipó III, embora todas as três parcelas fossem circundadas por

afloramentos. Desse modo, pressupõe-se que exista uma relação entre a altura do dossel

e a presença ou ausência de afloramentos rochosos, que por sua vez pode estar

relacionada com algumas características do solo como a profundidade e a história

geomórfica (CAMPOS et al, 2012) que talvez seja distinta em cada uma das áreas de

amostragem.

Tab.2: Média de Altura do Dossel em cada estágio de sucessão ecológica onde:

INIC1 (Inicial Cipó1); INIC2 (Inicial Cipó2); INIC3 (Inicial Cipó3); ITC1

(intermediário Cipó1); ITC2 (intermediário Cipó2); ITC3 (intermediário Cipó3) e TC1

(tardio Cipó1); TC2 (tardio Cipó2); TC3 (Tardio Cipó3).

INIC1 INIC2 INIC3

6.87 9.60 8.29

ITC1 ITC2 ITC3

11.12 12,11 9.94

TC1 TC2 TC3

12.81 11.40 10.61

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Tab. 3: Composição florística da FED na Serra do Cipó, distribuição da ocorrência

pelos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga e espécies endêmicas

Família/Espécie Atlântica Cerrado Caatinga

ANACARDIACEAE Lithrea molleoides (Vell.) Engl. x x X

Myracrodruon urundeuva Allemão x x X

ANNONACEAE Rollinia sericea (R.E.Fr.) R.E.Fr. x

Rollinia sylvatica APOCYNACEAE Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier x x X

Aspidosperma cylindrocarpon Müll.Arg. x x X

Aspidosperma multiflorum A.DC.

X

Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. x Aspidosperma subincanum Mart. ex A.DC. x x X

ARECACEAE Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. x x x

ASTERACEAE Baccharis dracunculifolia DC. x x

Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera x Dasyphyllum tomentosum (Spreng.) Cabrera x BIGNONIACEAE

Arrabidaea bahiensis (Schauer) Sandwith & Moldenke

x x

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos x x x

BORAGINACEAE Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. x x x

CACTACEAE Cereus jamacaru DC. x

x

CANNABACEAE Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. x x x

CELASTRACEAE Maytenus robusta Reissek

x Maytenus robustoides Loes.

x

COMBRETACEAE Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld x x x

Terminalia argentea (Cambess.) Mart. x x x

Terminalia glabrescens Mart. x x x

Terminalia sp. Terminália sp.1 Terminalia sp.2 EBENACEAE Diospyros hispida A.DC. x x x

FABACEAE Albizia polycephala (Benth.) Killip x x x

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan x x x

Bauhinia brevipes Vogel x x x

Bauhinia rufa (Bong.) Steud. x x Bowdichia virgilioides Kunth x x x

Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC. x x x

Chamaecrista eitenorum (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby x

x

Copaifera langsdorffii Desf. x x x

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Inga ingoides (Rich.) Willd. x x x

Lonchocarpus montanus A.M.G.Azevedo ex M.J.Silva & A.M.G.Azevedo x x x

Lonchocarpus sericeus (Poir.) DC. x x x

Machaerium brasiliense Vogel x x x

Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld x x x

Machaerium villosum Vogel x x x

Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. x x x

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. x x x

Plathymenia reticulata Benth. x x x

Platycyamus regnellii Benth. x x Platypodium elegans Vogel x x x

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin & Barneby x x x

Senna velutina (Vogel) H.S.Irwin & Barneby x x x

Swartzia multijuga Hayne x x Sweetia fruticosa Spreng. x x x

LAMIACEAE Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke x x

MALPIGHIACEAE Mascagnia sp. MALVACEAE Guazuma ulmifolia Lam. x x x

Sterculia chicha A.St.-Hil. N.E N.E N.E

MELASTOMATACEAE Miconia ferruginata DC.

x MELIACEAE

Trichilia elegans A.Juss. x x x

Trichilia pallida Sw. x x x

MORACEAE Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud. x x x

MYRSINACEAE Myrsine umbellata Mart. x x

MYRTACEAE Campomanesia guazumifolia (Cambess.) O.Berg X X

Eugenia florida DC. x x x

Eugenia sonderiana O.Berg x Eugenia sp.

Myrcia splendens (Sw.) DC. x x x

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. X X X

Psidium cattleianum Sabine x Psidium firmum O.Berg N.E N.E N.E

Psidium guajava L. x x x

Psidium salutare (Kunth) O.Berg X X Siphoneugena densiflora O.Berg X X X

NYCTAGINACEAE Guapira venosa (Choisy) Lundell x

RHAMNACEAE Rhamnidium elaeocarpum Reissek x x x

RUBIACEAE Chomelia brasiliana A.Rich. x

Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze x x x

Cordiera sp.

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Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. x Machaonia brasiliensis (Hoffmanss. ex Humb.) Cham. & Schltdl. X X X

Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. X X X

RUTACEAE Zanthoxylum riedelianum Engl. X X X

SAPINDACEAE Averrhoidium gardnerianum Baill. X

X

Cupania vernalis Cambess. x x x

Dilodendron bipinnatum Radlk. X X X

SAPOTACEAE Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. X X X

Pouteria gardneri (Mart. & Miq.) Baehni X X X

STYRACACEAE Styrax camporum Pohl x

VERBENACEAE Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) A.Juss. X X X

VOCHYSIACEAE Callisthene fasciculata (Spreng.) Mart. X X X

Callisthene major Mart. X X

2.0 A REGENERAÇÃO NATURAL

A regeneração natural é certamente o processo ecológico mais importante que

atua sobre as funções do ecossistema em uma comunidade florestal (SILVA et al, 2010;

MADEIRA et al, 2008b; ESPÍRITO-SANTO et al, 2006) sendo de grande importância

para o entendimento de todo o geossistema em que se insere a floresta já que a ideia de

geossistema trata das interações ecológicas entre um ecossistema e as influências

externas exercidas sobre os organismos que compõem uma classe peculiar de sistemas

dinâmicos abertos e hierarquicamente organizados (ROSS, 2006), seja por elementos

bióticos ou abióticos (STONER & SÁNCHEZ-AZOFEIFA, 2009; VIEIRA &

SCARIOT, 2006; VIEIRA, 2006; TROPPMAIR, 1987). A regeneração é o processo

natural por meio do qual a floresta mantém suas funções ecológicas conservando a

dinâmica da comunidade em equilíbrio natural através da manutenção dos padrões

naturais de colonização e extinção de espécies (MADEIRA et al, 2008; PERONI &

HERNÁNDEZ, 2011). Por isso o desenvolvimento de estudos sobre a regeneração

natural das matas secas em muito pode ajudar na conservação dessas FED’s, e fornecer

informações importantes para a elaboração e implantação de planos de manejo e

projetos de recuperação nessas áreas (VIEIRA & SCARIOT, 2006), outra contribuição

relevante do conhecimento e entendimento dos padrões de regeneração das FED’s pode

ser conferida também à legislação ambiental, para que esta possa garantir subsídios

Page 47: Estrutura da vegetação e composição florística em fragmentos de floresta estacional decidual sobre afloramento de rocha calcária na Serra do Cipó - MG

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legais que estabeleçam diretrizes e ações direcionadas a proteção dessas florestas tão

ameaçadas pelas mais diversas atividades antrópicas (STONER & SÁNCHEZ-

AZOFEIFA, 2009; RBMA, 2012), pois, a classificação da cobertura vegetal feita pelo

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece as normas de uso e

ocupação do solo em áreas de florestas nativas é feita com base no estágio de

regeneração da vegetação (AZEVEDO et al, 2003;CAMPANILI & PROCHNOW,

2006). A regeneração natural de uma área pode ser afetada de modo geral por diversos

fatores abióticos como o ambiente edáfico e as características geográficas (GONZAGA,

2011; POWERS et al, 2009), também pela situação hídrica e climática além dos

processos morfológicos e fisiológicos das plantas (SANTOS & CARLESSO, 2008;

MAIA, 2003), nas áreas de afloramentos rochosos os fatores microclimáticos e

microtopográficos possuem influencia singular na estrutura e composição florística da

vegetação (MOURA et al, 2011). Quanto aos fatores bióticos que mais influenciam na

regeneração natural no que se refere à composição florística e estrutura diversos autores

citam a dispersão (SILVA & RODAL, 2009; FARIAS, 2010; LUZ et al, 2008;

NEGRINI et al, 2012; VIEIRA & SCARIOT, 2006; VIEIRA, 2006; LIMA et al, 2008), e

a sucessão ecológica (ESPÍRITO-SANTO et al, 2006; ARROYO-MORA et al, 2005;

KALACSKA et al, 2004; MANTOVANI et al, 2005; QUESADA et al, 2009;

SANCHEZ-AZOFEIFA et al, 2009; MADEIRA et al, 2008b) como os que mais afetam

diretamente na propagação, estabelecimento e sucessão de espécies. A regeneração

natural da floresta ocorre através da sucessão ecológica pela substituição gradual de

espécies ao longo do tempo e do espaço (PERONI &HERNÁNDEZ, 2011; MADEIRA

et al, 2008b). Assim as FED’s apresentam normalmente uma estrutura vegetacional

formada por comunidades de plantas em diferentes estágios de regeneração, ou seja, que

possuem diferentes níveis de tolerância e capacidade de utilização dos recursos

disponíveis no hábitat (ESPÍRITO-SANTO et al, 2008; ARROYO-MOURA et al,

2005), que podem ser constituídas por espécies dispostas, segundo a altura, em

diferentes estratos definidos (CAMPANILI & PROCHNOW, 2006). Segundo Neves (et

al, 2010) a estratificação das FED’s condiciona a estes ambientes uma variedade de

habitat que proporciona ampla diversidade de recursos disponíveis na floresta desde o

solo até a copa das árvores, e as diferenças na disponibilidade de recursos determinam a

estrutura trófica das cadeias alimentares presentes em cada estrato. Por isso algumas

características da comunidade florestal no estrato arbóreo podem ser diferentes da

vegetação do estrato regenerante como a dispersão, por exemplo, pois, sabe-se de um

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modo geral que a dispersão predominante no estrato arbóreo das FED’s é a ventocoria,

onde as espécies são propagadas pelo vento (PEZZINI et al, 2008), já no estrato da

vegetação regenerante Silva & Rodal (2009) encontraram uma predominância de

espécies zoos. Dentre os trabalhos que abordam a composição florística e estrutura da

vegetação em FED’s, poucos enfocam especificamente no estrato regenerante, de modo

que as bases para a compreensão da dinâmica ecológica que determina a composição

por espécies e a estrutura dessas florestas ao longo dos diferentes estratos da vegetação

encontra-se desequilibrada em termos de conhecimento. Ainda de acordo com Menino

(2009) existem poucos estudos de levantamentos florísticos com enfoques específicos

no estrato regenerante, pois a maioria dos trabalhos de florística e estrutura concentram-

se em estudar o estrato arbóreo da vegetação. No entanto, a regeneração natural é a base

para a sobrevivência e desenvolvimento do ecossistema florestal e estudá-la permite

conhecer as relações entre as espécies e sua quantidade na formação do estoque da

floresta, bem como a distribuição das populações na comunidade vegetal, permitindo

previsões sobre o comportamento e desenvolvimento da floresta no futuro (MENINO et

al, 2009). De acordo com Almazán-Núñez (2012) o entendimento do processo de

regeneração prescinde de levantamentos florísticos ao longo dos diferentes estágios de

sucessão que subsidiarão estudos sobre riqueza, biogeografia, diversidade e estrutura

das florestas, pois a forma com que a vegetação se regenera está intrinsecamente

relacionada a tais fatores ecológicos.

Os impactos ambientais na Serra do Cipó como relatam diversos estudos

(RIBEIRO et al, 2005; RIBEIRO & FIGUEIRA, 2011; RIBEIRO et al, 2009; ROCHA

et al, 2007; GONTIJO, 2003) são crescentes, dentre os quais podemos citar: problemas

com a mineração, coleta predatória de plantas, invasão de espécies exóticas, expansão

urbana e imobiliária, turismo desordenado, a circulação de bovinos e equinos dentro da

floresta (foi constatada a presença destes animais em todas as áreas estudadas),

problemas no processo de licenciamento ambiental de determinados empreendimentos e

parcelamento do uso do solo como as atividades mais impactantes. A FED certamente

sofre os efeitos desses impactos em seu processo de regeneração. No ano de 2012

ocorreu um dos maiores incêndios dos últimos 20 anos na Serra do Cipó (PAES, 2012;

PORTAL R7, 2012; CASTRO, 2012), mas segundo informações dos funcionários do

parque o fogo não atingiu a Mata Seca. Outra questão relevante é a necessidade de

mapeamento dos limites da FED dentro da área de abrangência do Parque Nacional da

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49

Serra do Cipó e Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, pois de acordo com

Santos & Sano (2011) o mapa de classificação da cobertura vegetal da Serra do Cipó

elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 1993,

apresenta erros na delimitação fitogeográfica das formações florestais. Nesse contexto

tornam-se ainda mais importante e necessário um levantamento florístico e

caracterização dessa vegetação.

Portanto, esse capítulo teve como objetivo (1) fazer o levantamento florístico

das espécies que compõem o estrato regenerante de um fragmento de floresta estacional

decidual na Serra do Cipó, observando também características da vegetação

relacionadas a processos ecológicos e biogeográficos como a (2) distribuição das

espécies ao longo do gradiente de sucessão, (3) o grupo ecológico ao qual pertencem as

espécies amostradas, na categoria de substituição processual de espécies ao longo do

processo de regeneração, (4) as formas de dispersão dessas espécies, (5) a distribuição

fitogeográfica de cada espécie dentro dos biomas brasileiros Cerrado, Caatinga e Mata

Atlântica com os quais a área faz limite e, (6) a similaridade florística entre o estrato

regenerante e a comunidade arbórea.

2.1 Composição florística

Foram amostrados 256 indivíduos de plantas que se distribuem em 52 espécies,

25 famílias e 48 gêneros taxonômicos. As famílias mais representativas em número de

indivíduos foram Fabaceae (65), Apocynaceae (34), Anacardiaceae (33), Cannabaceae

(22) e Myrtaceae (20). Essas mesmas cinco famílias estão também dentre as mais bem

representadas na riqueza de espécies com respectivamente 11, 3, 3, 2 e 4 táxons, além

da família Rubiaceae que apresentou grande riqueza de espécies na amostragem (4),

porém com pouca representatividade em número de indivíduos (11) se comparada ás

demais famílias anteriormente citadas. Todas estas, são de ampla distribuição geográfica

na região dos trópicos e neotrópicos, sobretudo na América do sul e estão dentre as

maiores no grupo das angiospermas o que naturalmente faz com que se sobressaiam em

grande parte dos levantamentos florísticos nessas regiões. Além disso, grande parte das

espécies amostradas no estrato regenerante são citadas na literatura como indicadoras de

ambientes em processos de regeneração. Também é importante destacar que embora o

objetivo da amostragem fosse inventariar somente as plantas arbóreas, devido às

dificuldades da identificação em campo das espécies lenhosas, visto que no estrato

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50

regenerante mesmo plantas arbóreas aparentam às vezes um caule muito fino, por serem

plantas jovens, foram coletados 15 indivíduos de uma espécie herbácea ameaçada de

extinção pela lista oficial do IBAMA (1998) com base na ausência de dados sobre a

espécie, Hippeastrum reginae, da família Amaryllidaceae ocorreu apenas no estágio

tardio da área Cipó III.

2.2 Sucessão ecológica

Ao longo da sucessão ecológica a abundância de indivíduos foi regressiva de

modo que os estágios inicial, intermediário e tardio apresentaram respectivamente 121,

90 e 45 indivíduos. A riqueza de espécies variou entre 31 táxons amostrados no estágio

inicial, 17 no intermediário e 16 no tardio. Observa-se que, à medida em que a

vegetação se aproxima de seu estado maduro ou clímax, ocorre a diminuição da

abundância de indivíduos e riqueza de espécies na regeneração natural da floresta, fator

que certamente está relacionado ao aumento da competitividade, já que ao longo do

processo de sucessão, há uma intensificação progressiva na complexidade ambiental e

consequentemente na necessidade de que as espécies possuam maiores capacidades de

adaptação e especialização, para sobrevivência no habitat específico da FED,

favorecendo então, espécies características da mata seca, como: Anadenanthera

colubrina, Bauhinia rufa, Piptadenia gonoacantha, Platypodium elegans, Guazuma

ulmifolia e Myrcia Splendens (MELLO et al, 2008), que representaram

aproximadamente 20% da amostragem no estágio tardio. É natural que o estágio inicial

de sucessão ecológica apresente um maior número de indivíduos e espécies já que as

condições de luminosidade são maiores do que nos estágios intermediário e tardio onde

ocorre um maior sombreamento, além disso, a complexidade do ambiente em termos de

hábitat é relativamente menor no primeiro estágio da sucessão ecológica, desse modo às

condições de colonização são menos restritivas do que nos estágios mais avançados,

onde o ambiente encontra-se mais seletivo ao estabelecimento de espécies, ou mesmo

grupos taxonômicos, assim um número maior de espécies e indivíduos tende a colonizar

o estágio inicial da sucessão ecológica no estrato regenerante. Além disso, no contexto

de buscar a compreensão dos processos de inter-relação entre as condições edáficas e as

características florísticas e estruturais da vegetação é importante salientar a influência

do solo na colonização e estabelecimento de espécies na regeneração natural, sobretudo

em relação à estrutura. No estágio inicial o solo recebe uma maior quantidade de luz

solar diretamente em sua superfície, e a medida em que se avança o processo de

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51

regeneração essa recepção de luz passa a ser intermediada pela vegetação fazendo com

que a incidência dos raios solares seja menos intensa nos estágios intermediário e tardio,

logo há uma menor perda de água no estágio tardio e intermediário do que no inicial,

embora esse padrão possa não se dar exatamente dessa forma em todos os ambientes, é

possível afirmar que o estresse hídrico é geralmente maior no primeiro estágio da

sucessão, assim sendo a disponibilidade de nutrientes para as plantas é menor, tornado o

ambiente propicio a ser colonizado por espécies e grupos florísticos mais generalistas,

que não possuem muitas exigências em relação ás condições de fertilidade do solo e

disponibilidade de recursos do hábitat. Alguns grupos florísticos podem ser indicados

como preferenciais a cada um dos estágios da sucessão com base na riqueza e

abundância. Todas as espécies das famílias Apocynaceae e Myrtaceae ocorrentes na

amostragem estiveram presentes no estágio inicial, já as Melastomatáceas ocorreram

somente no estágio intermediário da regeneração natural, além desta família somente

Anacardiaceae e Fabaceae apresentaram mais de uma espécie no estágio intermediário.

O estágio tardio foi o que apresentou maior quantidade de táxons com ocorrência

exclusiva ao longo da sucessão, como Cactaceae (Pilocereus sp.), Celastraceae

(Plenckia populnea e Maytenus robusta) e Saliaceae (Prockia crucis).

As alterações na composição florística da vegetação no estrato regenerante

evidenciam as singularidades do processo de regeneração tanto ao longo da escala

temporal, no que se refere ao processo da sucessão ecológica, quanto em seus aspectos

biológicos no que concerne ás estratégias das espécies no estabelecimento, com o

favorecimento de alguns grupos botânicos por exemplo. É interessante identificar para

posteriormente tentar compreender os fatores que determinam as condicionantes desses

processos, através do cruzamento de dados de diferentes temas de pesquisa afim de que

seja possível obter-se uma base de informações congruentes e que auxiliem no

desenvolvimento de estratégias de conservação que possam proteger não só a

comunidade vegetal, mas toda a biota e o patrimônio geoecológico da FED.

Essas dados são de grande importância para o entendimento da dinâmica de

regeneração natural da FED na Serra do Cipó, todavia a exploração de tais informações

sobre o processo de sucessão ecológica em toda a comunidade florestal só poderá ser

feita com maior acurácia nos resultados, com base em análises comparativas entre o

estrato regenerante e a comunidade arbórea do estrato adulto da vegetação, já que a

integração de informações acerca dos diferentes estratos da floresta pode ser de

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52

fundamental importância para compreensão do funcionamento biológico e

geossistêmico da comunidade florestal naquele lugar, já que o estrato regenerante é ao

mesmo tempo resultante e condicionante do ambiente no tempo passado, presente e

futuro.

2.3 Agrupamentos em grupos ecológicos por guildas de colonização

Do total das espécies amostradas 25 são PIs, 12 secundarias, 4 tardias e 6

ficaram sem esse dado devido à ausência de literatura que pudesse fornecer tal

informação, além disso as observações de campo foram insuficientes para inferir sobre

esse fator, indicando a necessidade de maiores estudos em ecologia de populações sobre

determinadas espécies, principalmente as que não tiveram suas guildas identificadas,

pois isso mostra que há carência de estudos sobre essas espécies (Pilosocereus sp.,

Chamaecrista eitenorum, Swartzia multijuga, Miconia ferruginata, Prockia crucis,

Chrysophyllum gonocarpum). No processo de sucessão ecológica da comunidade o

estágio inicial concentra a maior parte dos grupos de guildas em termos de espécies, as

espécies PIs naturalmente ocorrem em maior proporção no estágio inicial da sucessão

(17 sp.), e de maneira mais equitativa entre os demais estratos (8 no intermediário e 10

no tardio). As secundárias também concentram-se proporcionalmente no primeiro

estágio da sucessão, com 10 espécies, repetindo a equitatividade na distribuição entre os

demais estratos (4 no intermediário e 3 no tardio). Já as espécies secundárias tardias

diminuíram ao longo do processo de sucessão ecológica, sendo 3 no estágio inicial, 2 no

intermediário e 1 no tardio. Apesar da pouca ocorrência em número de espécies, as

secundárias tardias estão dentre as 10 espécies mais expressivas em quantidade de

indivíduos, indicando possivelmente uma dominância dessas. Em termos de grupos

taxonômicos a uma possível dominância das Apocynáceas na FED da Serra do Cipó, já

que das 5 espécies tardias da amostragem na regeneração natural, 3 são Apocynáceas do

gênero Aspidosperma.

2.4 Síndromes de dispersão das espécies

Para o estudo da síndrome de dispersão das espécies do estrato regenerante

ocorreu situação parecida com o levantamento das guildas estudadas acima, sendo que a

maior parte das espécies sobre as quais não se encontrou informações sobre a síndrome

de dispersão também não foram encontradas tais guildas, reforçando a necessidade de

estudos com enfoques específicos na ecologia de populações dessas espécies. Da

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amostragem no estrato regenerante, 22 são zoos, 14 ventos, 5 auts, 11 não foram

identificadas, e apenas uma espécie possui dois tipos de dispersão distintos como

predominantes em sua propagação, e embora Piptadenia gonoacantha possua tal

vantagem em se dispersar com relação as demais espécies, ocorreu na amostragem

somente no estágio tardio e com apenas 2 indivíduos. Das espécies não identificadas

quanto ao tipo de dispersão destaca-se que além da falta de trabalhos na literatura que

pudessem fornecer tais informações soma-se o fato de que a maior parte das plantas

coletadas estavam sem material reprodutivo, e nenhuma destas estava com fruto,

ressaltando que a amostragem foi feita em novembro de 2011.

2.5 Fitogeografia

Em relação à distribuição fitogeográfica das espécies do estrato regenerante

pelos biomas com as quais a Cadeia do Espinhaço faz limite, a Mata Atlântica é o

domínio de origem da maior parte das plantas amostradas, embora com apenas uma

espécie a mais do que o Cerrado. Das 52 espécies amostradas, 46 ocorrem na Mata

Atlântica, 45 no Cerrado e 39 na Caatinga. A regeneração natural reflete em sua

composição as relações florísticas entre o Cerrado e Mata Atlântica que são as

principais formações que ocorrem na Serra do Cipó. A grande influência desses dois

domínios na composição florística da FED traz dificuldades ao mapeamento da

delimitação geográfica dessa formação na Serra do Cipó, principalmente nos estágios

inicial e intermediário da sucessão ecológica conforme pode ser verificado por

(HERMUCHE & SANO, 2011) e, por isso todo mapeamento deve imprescindivelmente

ser confrontado com dados de campo, principalmente os de composição florística da

vegetação arbórea adulta.

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Fig.10: Distribuição fitogeográfica das espécies do estrato regenerante

2.6 Similaridade florística entre o estrato regenerante e a comunidade arbórea

Na vegetação do estrato regenerante foram amostradas 52 espécies, enquanto no

estrato arbóreo 130 espécies, sendo que a riqueza total da amostra considerando os dois

estratos foi de 116 espécies, dentre as quais 31 (26,7%) foram comuns a ambos os

estratos estudados, 21 (18,1%) ocorreram somente na regeneração e 64 (55,1%) apenas

no arbóreo. Comparando ao trabalho de Silva et al (2012) também em uma floresta

estacional decidual, que utilizou a mesma metodologia de amostragem mas fez a análise

utilizando 9 parcelas de cada estrato enquanto neste trabalho foram utilizadas apenas 3,

o índice de Sorensen encontrado na análise da similaridade entre os estratos, pode ser

considerado alto para a FED da Serra do Cipó, pois no trabalho citado este índice foi de

35,2% (Ss:0,35) e no presente trabalho o índice de Sorensen foi de 48% (Ss: 0,48).

Domínio Atlântico

Domínio

Do Cerrado

Domínio

Da Caatinga

46

45 39

42

35

36

36

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Tab. 4: Composição Florística do estrato regenerante: G. E. (grupo ecológico = PI

[pioneira], S.I [secundária inicial], S [secundária], S. T [secundária tardia]); T.D (tipo de

dispersão = zoo [zoocórica], vento [anemocoria], auto [autocórica]; Atl (Mata

Atlântica); Cer (Cerrado); Caa (Caatinga)

Família G.E T. D. Atl Cer Caa

ANACARDIACEAE

Lithrea molleoides (Vell.) Engl. PI zoo x x x

Myracrodruon urundeuva Allemão S.I vento x x x

Tapirira guianensis Aubl. PI zoo x x x

ANNONACEAE

Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart. PI zoo x x x

APOCYNACEAE

Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex Pittier S.T vento x x x

Aspidosperma multiflorum A.DC. S.T vento x

Aspidosperma ramiflorum Müll.Arg. S.T vento x x x

ASTERACEAE

Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera S vento x

BIGNONIACEAE

Arrabidaea bahiensis (Schauer) Sandwith & Moldenke S.T vento x x

BIXACEAE

Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. PI vento x x x

BORAGINACEAE

Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. S.I vento x x x

CACTACEAE

Pilosocereus sp. N.E zoo

CANNABACEAE

Celtis brasiliensis (Gardner) Planch. PI zoo x x

Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. PI zoo x x x

CELASTRACEAE

Plenckia populnea Reissek S.I vento x x x

Maytenus robusta Reissek S.T zoo x

COMBRETACEAE

Buchenavia tomentosa Eichler S.I zoo x x x

Terminalia argentea (Cambess.) Mart. PI vento x x x

Terminalia glabrescens Mart. PI vento x x x

ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum pelleterianum A.St.-Hil. S.I zoo x x

EUPHORBIACEAE

Croton blanchetianus Baill. PI aut x x

FABACEAE

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan PI aut x x x

Bauhinia rufa (Bong.) Steud. PI aut x x

Chamaecrista eitenorum (H.S.Irwin & Barneby) H.S.Irwin & Barneby N.E N.E x x

Copaifera langsdorffii Desf. PI zoo x x x

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Lonchocarpus sericeus (Poir.) DC. S.I N.E x x x

Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. S.I aut x x x

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. PI aut e vento x x x

Plathymenia reticulata Benth. PI vento x x x

Platypodium elegans Vogel PI vento x x x

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose PI aut x x x

Swartzia multijuga Hayne N.E N.E x x

MALVACEAE

Guazuma ulmifolia Lam. PI zoo x x x

Helicteres brevispira A.St.-Hil. PI N.E x x x

MELASTOMATACEAE

Miconia albicans (Sw.) Triana PI zoo x x x

Miconia ferruginata DC. N.E N.E x

MELIACEAE

Trichilia catigua A.Juss. S.I zoo x x x

MYRSINACEAE

Myrsine umbellata Mart. PI N.E x x

MYRTACEAE

Eugenia florida DC. PI zoo x x x

Myrcia splendens (Sw.) DC. PI zoo x x x

Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg S.I zoo x x x

Psidium guajava L. PI zoo x x x

RHAMNACEAE

Rhamnidium elaeocarpum Reissek S.I zoo x x x

RUBIACEAE

Chomelia brasiliana A.Rich. PI N.E x

Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze PI N.E x x x

Ladenbergia sp. N.E N.E

Randia armata (Sw.) DC. PI N.E x x x

RUTACEAE

Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. S zoo x x

SALICACEAE

Prockia crucis P.Browne ex L. N.E N.E x x x

SAPINDACEAE

Cupania vernalis Cambess. S.I zoo x x x

Diatenopteryx sorbifolia Radlk. PI vento x x

SAPOTACEAE

Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. N.E zoo x x x

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CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O presente levantamento florístico das espécies da regeneração natural na Serra

do Cipó traz importantes informações acerca da ecologia dessa floresta e de seus

padrões biogeográficos de distribuição e composição de espécies. A lista da flora da

Serra do Cipó tende a aumentar cada vez mais na medida em que se aumente o esforço

amostral na FED, pois por ser um enclave florestal, a vegetação dessa formação guarda

um conjunto de espécies com muitas especializações na comunidade em termos de

habitat e de fitogeografia no contexto regional Serra do Cipó cujo entendimento dessa

inter-relação espécie-ambiente pode ser de grande utilidade no traçado de estratégias de

conservação e no conhecimento das ciências ambientais acerca dos processos evolutivos

da paisagem e do ambiente florestal. Também é importante destacar as singularidades

da composição florística dessa mata seca na Serra do Cipó no que se refere ao grande

número de grupos taxonômicos predominantes de ambientes úmidos o que reforça a

hipótese da singularidade da flora em comparação á outras FEDs localizadas em outras

regiões e as relações florísticas com a Mata Atlântica. Tais variações florísticas da FED

ao longo de gradientes espaciais e temporais certamente se relaciona ás diferentes

características climáticas de cada localidade, dentre os elementos climáticos que

exercem influencias sobre essa variação na composição florísticas da FEDs ao longo das

diferentes regiões o fator umidade parece ser o elemento determinante no

estabelecimento de uma comunidade florestal.

Um levantamento da publicação acerca das famílias botânicas que ocorrem na

vegetação estudada faz-se necessário, sobretudo no contexto de buscar singularidades

na flora da Serra do Cipó que possam auxiliar a conservação da FED, pois as unidades

geobotânicas descritas até aqui expressam a condição florística da vegetação em termos

de amplitude e generalizações já que são as famílias de maior destaque, investigar a

composição florística de maneira mais detalhada dando enfoque às famílias, gêneros e

espécies de menor expressividade na amostragem quantitativa talvez possa indicar

padrões florísticos ainda não identificados para a vegetação da Serra do Cipó.

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