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Centro Universitário do Leste de Minas Gerais Curso de Arquitetura e Urbanismo Fernando César Lemos Morais Filho TCC1 - PESQUISA INICIAL TEMA: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço Coronel Fabriciano, 10 Maio de 2013.

Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Page 1: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

Centro Universitário do Leste de Minas Gerais

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Fernando César Lemos Morais Filho

TCC1 - PESQUISA INICIAL

TEMA: Estrutura Física da Saúde na

Região Metropolitana Vale do Aço

Coronel Fabriciano, 10 Maio de 2013.

Page 2: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Fernando César Lemos Morais Filho

Estrutura Física da Saúde na

Região Metropolitana Vale do Aço

Monografia apresentada ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista, orientado pelo Prof. Roberto Caldeira Junior.

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Coronel Fabriciano, 10 Maio de 2013.

Hospital Metropolitano

Da Região Metropolitana do Aço-MG

Fernando César Lemos Morais Filho

Monografia defendida e aprovada, em (data da defesa), pela banca examinadora:

Professor Doutor (Nome do Orientador)

Orientador

Professor Mestre(Nome do Primeiro Avaliador)

Professor do curso de...

Professor Especialista(Nome do Segundo Avaliador)

Professor do curso de...

Page 4: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

3

Dedico primeiramente a Deus, por ter proporcionado e provido a capacidade para o estudo, aos meus Familiares, aos meus pais Fernando César Lemos Morais e Ivete Andrea Silva Morais, pela educação e por terem ensinado a ter gosto pelo conhecimento, à namorada, Víviam Fernanda Miranda de Faria, pelos aconselhamentos, encorajamentos e também apoio durante o curso, e a todos os Brasileiros que lutam por uma saúde mais digna, e por uma condição melhor de Vida.

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Agradecimentos: Agradeço primeiramente a Deus, por ter provido forças nesta jornada, aos meus colegas e amigos Nilton de Assis, Talisson Sinésio, Elvis Henrique e Camila Saraiva, pela ajuda e oportunidade de convivência nesses cinco anos, aos mestres pelo ensino, a Roberta Grillo pela oportunidade, e pelos ensinos, aos irmãos Vital Silva, e Pedro Augusto, por estarem aqui sempre que precisar.

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RESUMO

Este volume monográfico trata sobre a situação da saúde pública na região, onde foram identificadas as problemáticas da situação como a deficiência, no atendimento, falta de leitos, falta de unidades de saúde, superlotação da estrutura existente, etc.. Causando assim uma investigação, onde foi estudado desde a politica de saúde em âmbito Federal ate o municipal, podendo assim gerar a possível solução para a infraestrutura hospitalar da região.

Palavras-chave: Metropolitana, Região, Saúde, SUS, Unidade.

Abstract

This volume monograph deals with the state of public health in the region, which was

identified the problems that were disabled in service lack of beds lack of health facilities,

overcrowding of the existing structure. Thus causing an investigation which has been studied

since the health policy in the Federal until the city and thus may entail a possible solution for

hospital infrastructure in the region.

Keywords: Metropolitan Region, Health, SUS, Unity.

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Sumario

1- Introdução: ........................................................................................................... 9

Objetivos: ............................................................................................................... 12

Justificativa: ........................................................................................................... 12

2 - História da Saúde Brasileira .............................................................................. 14

3- Sistema de Saúde Brasileiro .............................................................................. 17

3.1O SUS, e a Rede de Saúde ............................................................................... 17

3.2 Setor Publico: .................................................................................................. 20

3.3 Setor Privado: .................................................................................................. 21

4 - Região Metropolitana Vale Do Aço ................................................................... 22

5 - A RMVA e a Necessidade de Ampliação da Saúde ......................................... 25

6- Proposta TCC2 .................................................................................................... 35

6.1 As Vantagens: .................................................................................................. 36

6.2 A Unidade: ........................................................................................................ 37

6.2.1 Necessidades do Projeto: .................................................................... 37

6.2.2 Programa do Projeto da Unidade: ....................................................... 37

6.2.3 Referencial: ........................................................................................... 39

6.3 As Localidades: ......................................................................................... 42

6.4 Os Critérios: ..................................................................................................... 42

7- Conclusão ............................................................................................................ 44

7.1 Trabalhos Futuros: .......................................................................................... 44

8-Bibliografia ........................................................................................................... 45

9- Anexos ................................................................................................................. 46

Page 8: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Lista de figuras

Figura 1: Márcio Cunha com sobrecarga (fonte: Jornal Diário do Aço, 10/08/2012) [SI]

<http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=65678> ................................................ 10

Figura 2: Médicos do Vital Brasil manifestam. (fonte: Jornal Diário do Aço, 03/07/2012);

[SI] <http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=64692> ......................................... 10

Figura 3: Hospitais de Ipatinga só atendem em caso de vida ou morte. (fonte: Jornal

Diário do Aço, 30/12/2012); [SI]

<http://www.diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=68953> ....................................... 11

Figura 4: Márcio Cunha tem déficit. (fonte: Jornal Diário do Aço, 30/08/2012); [SI]

<http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=66144>. ............................................... 11

Figura 5: Idoso morre na fila do HMI. (fonte: Jornal Vale do Aço, 25/01/2013); [SI]

<http://www.jornalvaledoaco.com.br/novo_site/ler_noticia.php?id=102603> ......... 12

Figura 6: Pirâmide do sistema de saúde no Brasil; Fonte: Livro Saúde no Brasil, política

e organização de serviços. .............................................................................................. 20

Figura 7: Área de Influência da Região Metropolitana do Vale do Aço (Fonte [SI]

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1140957&page=201)................ 24

Figura 8: Foto Satélite de Ipatinga, e suas respectivas Unidades de Saúde. ..................... 26

Figura 9: Foto Satélite de Coronel Fabriciano e suas respectivas Unidades de Saúde. ... 27

Figura 10: Foto Satélite de Timóteo e suas respectivas Unidades de Saúde. .................... 28

Figura 11: Foto Satélite de Santana do Paraiso e suas respectivas Unidades de Saúde. . 29

Figura 12: Hospital Sarah Rio de Janeiro ............................................................................ 40

Figura 13: Hospital Sarah Rio de Janeiro ............................................................................ 40

Figura 14: Interior, passarela interna com o jardim, onde se mostra a nova concepção

na arquitetura, mudando a visão interna do hospital, transformando uma

arquitetura que geralmente é racional, em uma arquitetura acolhedora, Hospital

Sarah Rio de Janeiro. ..................................................................................................... 41

Figura 15: Interior, Centro de Reabilitação Infantil, a forma e o contato com o exterior

partindo do pano de vidro causam uma nova vivência a este espaço, acelerando o

tempo de reabilitação do usuário, Hospital Sarah Rio de Janeiro. ............................ 41

Figura 16: Mapa de proximidades e ligações perante a área de intervenção. .................. 42

Page 9: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

8

Figura 17: Local de Intervenção, área a ser contemplada com a unidade hospitalar

especialista em traumatologia. ...................................................................................... 43

Figura 18: Palestrante Alisson expondo sobre a estrutura de hospitais, Seminário

Arquitetura da Saúde. .................................................................................................... 46

Figura 19: Foto plateia, Seminário Arquitetura da Saúde ................................................. 47

Page 10: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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1- Introdução:

De acordo com os últimos fatos divulgados pela imprensa sobre a saúde pública na região

metropolitana do Vale do Aço, percebe-se que a infra-estrutura hospitalar instalada não está

sendo capaz de suprir a necessidade da população, gerando congestionamentos, insatisfações,

superlotações e ate mortes derivadas de esperas prolongadas para atendimento.

Devido ao fato do atendimento de saúde ser essencial como serviço básico de uma sociedade,

a situação regional fere o disposto nos artigos6ºe 24º inciso XII (Constituição Federal): Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde,

a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a

segurança, a previdência social, a proteção à

maternidade e à infância, a assistência aos

desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao

Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

(Art. 6º; 24º, Inciso XII [Constituição Federal]).

Atualmente, a RMVA (região metropolitana Vale do Aço) apresenta uma infra-estrutura

pública de saúde hospitalar possivelmente insuficiente para atender à demanda, que utiliza

três hospitais na região: HMI (Hospital Municipal de Ipatinga) em Ipatinga; o Hospital São

Camilo (antigo Siderúrgica em Coronel Fabriciano) e o HMVB (hospital municipal Vital

Brasil), em Timóteo. Devido à ausência de mais unidades da rede pública, os hospitais

particulares, como o HMC (hospital Márcio Cunha) e as unidades do Unimed, têm ficado

sobrecarregados no atendimento.

Page 11: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

10

Figura 1: Márcio Cunha com sobrecarga (fonte: Jornal Diário do Aço, 10/08/2012) [SI]

<http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=65678>

Figura 2: Médicos do Vital Brasil manifestam. (fonte: Jornal Diário do Aço, 03/07/2012); [SI]

<http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=64692>

Page 12: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

11

Figura 3: Hospitais de Ipatinga só atendem em caso de vida ou morte. (fonte: Jornal Diário do Aço,

30/12/2012); [SI] <http://www.diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=68953>

Figura 4: Márcio Cunha tem déficit. (fonte: Jornal Diário do Aço, 30/08/2012); [SI]

<http://diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=66144>.

Page 13: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 5: Idoso morre na fila do HMI. (fonte: Jornal Vale do Aço, 25/01/2013); [SI]

<http://www.jornalvaledoaco.com.br/novo_site/ler_noticia.php?id=102603>

Em razão destes fatos, o objetivo deste trabalho é analisar a infra-estrutura da saúde

pública regional com objetivo de identificar, apontar e avaliar as condições hoje oferecidas,

com o propósito de assim chegar a um resultado que qualifica a situação, podendo assim gerar

um estudo aprofundado sobre esse sistema, possibilitando viabilizar soluções para o bom

funcionamento do mesmo.

Objetivos:

Investigar os déficits na saúde regional;

Analisar os números e as instalações hospitalares existentes na região, sendo

ela da rede publica ou privada;

Analisar leis referentes ao direito da saúde;

Confeccionar um mapa de “ocorrências” da região;

Visitar unidades de saúde para entender a vivencia entre físico (espaço) e

humano, paciente e profissional, qualidade e necessidade;

Estudar estratégias de uma nova reorganização hospitalar;

Estudar leis referentes a edifícios voltados à saúde (leis, resoluções, NBR,

etc...);

Gerar um estudo de implantação de equipamentos de saúde;

Justificativa:

Com o acesso e disseminação da informação nos dias de hoje podemos observar melhor

os problemas existentes na sociedade, com isso, nos últimos anos vivenciamos tal

contexto, que foi a crise no setor de saúde regional,aumentando ainda mais a demanda

Page 14: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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dos órgãos municipais para o atendimento em diversos setores. Levando em conta essa

transformação, e conseqüentemente a conurbação das cidades, gerou uma nova

independência em diversos setores como saúde, educação, transporte, etc..

Isolando o setor saúde pode-se perceber a necessidade de um estudo para a melhoria

desta área, já que como região metropolitana os investimentos aumentam podendo gerar

receita para ampliação/melhoria da infra-estrutura hospitalar. Estes fatores, juntamente

com a necessidade de ampliação do atendimento na área da saúde, levaram o

direcionamento deste estudo especialmente a este setor, que é de suma importância para

a harmonia e bem-estar da população regional.

Page 15: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Capitulo II

2 - História da Saúde Brasileira

Este capitulo, retratará um breve histórico da saúde em nosso país relatando o caminho e a

evolução da nossa saúde ate a chegada do SUS (sistema único de saúde).

A saúde publica brasileira começa a escrever sua historia no inicio da década de 20, e ate

então continuou a assumir traços e novas adequações ao acordo que a nação brasileira foi

evoluindo.

Segundo COHN e ELIAS (1996), Em 1923 começaram-se os CAP´s(caixa de aposentadorias

e pensões) que vieram derivados do seguro para acidente de trabalho (1919), Durante década

de 20, ocorreram mudanças que atualmente ainda se mostram no sistema previdenciário

Brasileiro, como a iniciativa do Estado com o Seguro Social onde se conseguiu controlar a

força de trabalho e assegurar uma condição mínima de decência e sobrevivência, utilizando o

seguinte hierarquia de financiamento: Empregador Estado Decreto nº 4.682 que onde o

encargo do empregador é capitalizar o custo da produção, com isso o mesmo era repassado

para a declaração da previdência Social e após isso voltava ao empregado. Outro meio eram

os CAP´s que eram organizados pelas próprias empresas, porem os recursos eram

insuficientes para a infra-estrutura, e responsável pela privatização da assistência médica no

Brasil.

Na década de 30, ocorre uma reformulação do sistema previdenciário, derivado da crise de

1929 em Nova York (USA), entre 33 a 38 os CAP´s são unificados e absorvidos pelos IAP´s

Page 16: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

15

(instituto de aposentadorias e pensões) que devido à crise mundial não tinha vínculos com o

estado.

Para COHN e ELIAS (1996), depois de alguns anos sem inovações drásticas, na década de 50

surge à previdência social, que tinha o objetivo de captação direta de recursos, porem, devido

ao mal planejamento a previdência captava sem controle de quantidade ou valor.

Nos meados da década de 50 e 60 começa o processo de industrialização acelerada,

provocando algumas mudanças na previdência, já que a mesma não tinha controle de

captação. Na década de 60 surge a Lei Orgânica da previdência Social (LOPS), onde a mesma

unifica e assume os IAP´s. Também foi a década marcada pela pressão dos trabalhadores

sobre a previdência através da LOPS; em 1964 acontece o golpe militar, em 1966 acontece a

criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) onde se aprofunda o

assistencialismo da previdência Social e a imunidade ao controle da classe assalariada, tendo

assim maior presença pública.

Na década de 70 há a criação do FAS (Fundo de Apoio ao desenvolvimento Social) derivado

das crises agudas da década de 60.

Na década de 80, a criação do FINSOCIAL (Fundo de Investimento Social), que se mostra

vulnerável na busca de recursos e contribuição ao orçamento, quando houve uma ausência do

controle público, causando a desordem e novamente a crise no órgão de saúde. Em 1988 foi

feita a criação da Carta Constitucional, causando a universalidades do direito aos benefícios

previdenciários, gera-se uma inovação ao resgatar o velho sistema dos CAP´s.

Direito a Assistência Médica ao Direito à Saúde:

COHN e ELIAS (1996), devido as epidemias e taxa de natalidade e mortalidade associadas

ao valor salarial, no Brasil as situações estavam alarmantes, com isso o Estado teve que

providenciar ações dentro da política da saúde, levando em questão as doenças como Chagas,

Febre Amarela, Dengue e AIDS, que já estavam em níveis alarmantes. A partir daí conclui-se

que não cabia setorizar a política da saúde em programas de estancamento, mas sim, formulá-

la arbitrariamente às demais tentando assim formar um todo integrado.

Page 17: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Década de 90 - A organização dos Serviços de Saúde:

Para COHN e ELIAS (1996), devido ao alto índice de desigualdade no atendimento e na

acessibilidade à saúde publica, houve aumento do setor privado, provocando exclusão da

população de baixa renda a partir da criação de planos de saúde, convênios médicos e outros

modos de financiamento; gerou a idealização e criação do SUDS (Sistema Unificado e

Descentralizado de Saúde) que abrangia as secretarias de Estados de Saúde, sendo este o

principio do Sistema Único de Saúde; com esta linha de pensamento, cria-se a lógica que

pertenceria ao SUS momentos mais tarde que é a descentralização do sistema em níveis

Federais, Estaduais e Municipais com suas respectivas secretarias de saúde.

Também na Constituição de 88, a saúde é colocada como direito de todos (Art. 201) o que

leva a concretização do SUS, que desde sua criação já enfrentava seu primeiro problema, que

era viabilizar a descentralização do sistema, compondo a integridade entre Estado e

Município; Lei orgânica do Sistema Único, Constituições Estaduais e Lei orgânica dos

Municípios, ambas tendo como fim o suporte institucional do SUS. Consecutivamente veio a

implantação, das diretrizes gerais do serviço único de saúde, concretizando e tentando ser

irreversível, mudanças institucionais para que o Ministério de Saúde pudesse incorporar todas

as ações referentes a saúde, que foi uma estratégia para evolver Ministério do Trabalho e

Ministério da Previdência da Ação Social, que eram uma resistência à unificação. A

unificação implicava ao Ministério de Saúde coordenar podendo assim garantir o repasse de

recursos do nível federal para o estadual e do mesmo ao município, causando um

direcionamento e assim evitando interesses públicos. A proposta do SUS foi a criação dos

Conselhos Nacionais, Estaduais e Municipais de saúde,compostos por governo e sociedade.

Estes critérios anteriormente citados em relação a SUS, tem com objetivo garantir a saúde a

todos os Cidadãos.

Page 18: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Capitulo III

3- Sistema de Saúde Brasileiro

COHN e ELIAS (1996), na década de 90, devido a fatos políticos, divida externa e problemas

com recursos, o país sofre crise interna, produzindo problemas alarmantes ao “viver digno” de

sua população com alto índice de miséria e pobreza em seu solo. Devido a destes

acontecimentos, o Brasil sofreu insuficiência de recursos destinados à saúde causando um

problema em cadeia, onde prejudica o bom desenvolvimento do serviço, o Estado com seu

sistema de saúde falho causou uma alavancada no setor privado, que somente atendia

mediante pagamento, elitizando o serviço e causando desordem no sistema de saúde em

modos gerais.

3.1 SUS, e a Rede de Saúde

COHN e ELIAS (1996), para a melhoria deste panorama a nível nacional, surge a idéia do

SUS, onde se buscava a melhoria do serviço de saúde para os brasileiros, pregando a

unificação e assistência (tentando combater a pobreza e a exclusão social),com políticas

generalistas, de modo que a base do SUS virou a atribuição institucional do serviço, tendo

como emprego a descentralização do Sistema. Como base desta política temos a lei orgânica

8.080 (1990) que estabelece em seu Artigo 7º Dos princípios de diretrizes:

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os

serviços privados contratados ou conveniados que

integram o Sistema Único de Saúde - SUS são

Page 19: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

18

desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no

artigo 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda

aos seguintes princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de

saúde em todos os níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como

um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços

preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos

para cada caso em todos os níveis de complexidade do

sistema;

III - preservação da autonomia das pessoas na

defesa de sua integridade física e moral;

IV - igualdade da assistência à saúde, sem

preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - direito à informação, às pessoas assistidas,

sobre sua saúde;

VI - divulgação de informações quanto ao

potencial dos serviços de saúde e sua utilização pelo

usuário;

VII - utilização da epidemiologia para o

estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos

e a orientação programática; VIII - participação da

comunidade;

IX - descentralização político-administrativa,

com direção única em cada esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para

os municípios;

b) regionalização e hierarquização da rede de

serviços de saúde;

X - integração, em nível executivo, das ações de

saúde, meio ambiente e saneamento básico;

XI - conjugação dos recursos financeiros,

tecnológicos, materiais e humanos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na

prestação de serviços de assistência à saúde da

população;

XII - capacidade de resolução dos serviços em

todos os níveis de assistência; e.

Page 20: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

19

XIII - organização dos serviços públicos de

modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos. (lei orgânica 8.080 (1990) Art.7º Dos princípios

de diretrizes).

Para GÓES (2004), a rede, como visto antes, abrange diversos serviços relacionados ao

atendimento em unidades de saúde, que podem ser publicas ou privadas, e tem como

hierarquia as seguintes categorias respectivamente: Postos de Saúde, Centro de Saúde,

Unidade Mista, Policlínica ou Posto de Assistência Média, Pronto Socorro, Hospital.

Postos de Saúde: Assistência à saúde mais simplificada, sem incorporação de equipamentos,

contato de forma permanente apenas com recursos humanos de nível elementar ou médio

(Nível Primário).

Centros de Saúde: Contato com assistência médica com pequena incorporação de tecnologia,

depende de profissionais de nível universitário. (Nível Primário ou Secundário).

Policlínica ou Posto de Assistência Médica: Atendimento ambulatorial especializado, comum

em cidades de nível médio e grande porte. (Nível Secundário e Modalidade Ambulatorial).

Pronto Socorro: Atendimento continuo de urgência e emergência médica e/ou odontológica,

leitos destinados à observação/acomodação; comuns em região urbana, vários graus de

complexidade tecnológica e qualificação de recursos humanos (Nível Secundário e Terciário).

Hospital: Estabelecimento voltado para a assistência médica em regime de internação,

localizado geralmente em áreas urbanas, funcionamento dia e noite, graus variados de

incorporação tecnológica, disposição de médico, pessoal de enfermagem em regime

permanente de atendimento, classificação de porte pequeno, médio e grande; grau de

incorporação tecnológica pequeno, médio, grande (atende nos três Níveis de Saúde).

Estes são os níveis de atendimento e serviços destinados à saúde em nosso território. Estes

serviços podem ser vinculados ao SUS ou a Rede privada que também é fiscalizado pelo SUS

com o serviço de Vigilância Sanitária. Como podemos ver acima, em todos os níveis o

sistema de atendimento é garantido à população, que de forma hierárquica deveria subir de

categoria de acordo com a complexidade de seu problema, evitando a sobrecarga no

atendimento de hospitais de norte a sul do Brasil. Além disto podemos ver que o plano do

SUS de descentralizar o atendimento é valido e bem cauteloso, porem cabe agora o

Page 21: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

20

conhecimento da população em buscar o atendimento de sua enfermidade de acordo com sua

gravidade podendo assim se direcionar para o local que atenda o nível de sua complexidade.

3.2 Setor Publico:

No Brasil, o sistema de saúde é universalizado, beneficia todo o território brasileiro,

garantindo o acesso ao serviço de todas as esferas econômicas sociais, este serviço é o SUS,

que pode ter de postos de saúde a hospitais de alta complexidade, e pode ser também

encontrado em algumas esferas privadas, como em redes filantrópicas, ou seja, sem fins

lucrativos e que são mantidas pelo SUS.

O SUS tem como sistema de seu funcionamento um seguinte esquema:

Figura 6: Pirâmide do sistema de saúde no Brasil; Fonte: Livro Saúde no Brasil, política e

organização de serviços.

COHN e ELIAS (1996), como mostrado na imagem, O SUS, abrange uma rede de

atendimentos descentralizada, onde a mesma começa em unidades básicas de saúde,

denominadas Centros de Saúde, chamado Unidade Básica de Saúde, o atendimento primário é

o atendimento primário, ou ambulatorial, onde são ministradas vacinas, atendimentos a

ferimentos leves, atendimento clinico, e etc. O Secundário já um atendimento mais avançado,

que no SUS, é o que o centro de saúde não consegue suprir. Neste nível é feito atendimento

mais centralizado e geralmente estes espaços ganham o nome de hospital de distrito,

Page 22: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

21

popularmente com nome de Policlínicas. O nível Terciário são os hospitais em si, quando o

atendimento primário e o secundário não conseguem suprir, encaminha-se a este setor, que

são os hospitais especializados.

3.3 Setor Privado:

O setor privado vem de clinicas à hospitais, onde o funcionamento é gerido pela NOB

(Normas de Operação Básica).

Este setor pode ter dois ramos: O lucrativo e o não lucrativo.

Lucrativo: Não mantém qualquer tipo de vinculo com o SUS; EX: Medicina de grupo;

Corporativa de Médicos; Autogestão; Planos administrativos; Seguro Saúde.

Não Lucrativo: Instituições Filantrópicas (Vinculados pelo SUS); EX: Rede São Camilo.

Page 23: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

22

Capitulo IV

4 - Região Metropolitana Vale Do Aço

Devido à grande produção e exportação dos produtos derivados do aço e celulose, o Vale do

Aço começou a ocupar seu lugar no ranking de regiões mais rentáveis do Brasil, devido à

presença de suas três principais indústrias: Usiminas, Cenibra e Aperam, que são responsáveis

por exportação em massa de produtos, geradoras de empregos e etc..

Mesmo com esta estrutura industrial elevada, os municípios, não possuíam uma integração a

nível regional. Mas esse horizonte começa a mudar em 1998 quando é criada a Região

Metropolitana Vale do Aço, quando começam a ser pensadas estas integrações entre os

municípios, onde uma das primeiras medidas foi a queda da tarifa interurbana entre as cidades

envolvidas. A partir de 2006, com a Lei Complementar 90, que dispõe sobre a gestão

metropolitana, a RMVA passa a funcionar efetivamente. A agência metropolitana esta

instalada com sede na cidade de Ipatinga.

Segundo o Censo 2010 a Região Metropolitana é constituída por quatro municípios, sendo

eles: Ipatinga, Timóteo, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso, onde as mesmas somadas

possuem 451.351 habitantes (CENSO 2010) e uma área territorial de 808 m² (CENSO 2010).

Já o Colar Metropolitano incorporado à RMVA possui 24 municípios, sendo eles: Açucena,

Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Braúnas, Bugre, Caratinga, Córrego Novo,

Dionísio, Dom Cavati, Entre Folhas, Iapú, Ipaba, Jaguaraçu, Joanésia, Marliéria, Mesquita,

Naque, Periquito, Pingo-d´Água, São João do Oriente, São José do Goiabal, Sobrália, Vargem

Alegre.

Apresenta à saúde a RMVA, em relação os seguinte números:

Page 24: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

23

Estabelecimentos de Saúde: 351

Municipais: 85

Estaduais: 01

Privadas: 265

Nestes números, estão somados os estabelecimentos particulares e públicos, desde clinicas,

postos de saúde, ambulatório a hospital. (IBGE cidades 2009).

Apresenta à saúde, o Colar da RMVA, com os seguintes números:

Estabelecimentos de Saúde: 205

Municipais: 137

Estaduais: 2

Federais: 2

Privadas: 64

Nestes números, estão somados particulares e públicos, desde clinicas, postos de saúde,

ambulatório a hospital. (IBGE cidades 2009).

Page 25: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

24

Figura 7: Área de Influência da Região Metropolitana do Vale do Aço (Fonte [SI]

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1140957&page=201).

Page 26: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

25

Capitulo V

5 - A RMVA e a Necessidade de Ampliação da Saúde

Uma breve pincelada no capitulo primeiro, mostra em nível de informação expressa, ou

seja,através da mídia e impressão digital, o estado do sistema de saúde na RMVA, onde

podemos perceber que poderia haver uma carência em relação à quantidade de unidades de

atendimento público, em um modo geral.

No capitulo IV, com base na pesquisa do IBGE Cidades (2009) vimos os números de

unidades de atendimento presentes na região, porem somados clinicas, unidades publicas e

unidades privadas.

Com base nesses dois capítulos, o capitulo V retratara essa necessidade, onde serão expostos

algumas entrevistas feitas com secretários, arquitetos e diretores de hospitais presentes na

região, e o órgão regulador da região que é a Agência Metropolitana do Vale do Aço.

Antes de expor essas entrevistas seguidas de comentários e pareceres do autor, teremos alguns

mapas onde poderemos ver os números às unidades de atendimento pelo SUS, das respectivas

cidades: Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso.

Logo abaixo veremos as fotos de satélite das respectivas cidades, contando nelas um

mapeamento de unidades de saúde:

Page 27: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 8: Foto Satélite de Ipatinga, e suas respectivas Unidades de Saúde.

Page 28: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 9: Foto Satélite de Coronel Fabriciano e suas respectivas Unidades de Saúde.

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Figura 10: Foto Satélite de Timóteo e suas respectivas Unidades de Saúde.

Page 30: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 11: Foto Satélite de Santana do Paraiso e suas respectivas Unidades de Saúde.

Page 31: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

30

Como podemos perceber nos mapas acima, temos uma divisão de sistemas e unidades de

saúde nos municípios, porém a maioria concentrada em Ipatinga com 20 unidades de

atendimento nível 1, 1 unidade nível 2, e 3 unidades nível 3, seguida por Coronel Fabriciano

com 8 unidades de atendimento nível 1, e 3 unidades de nível 3, em seguida Timóteo com 8

unidades de atendimento nível 1, 1 unidade de nível 2, e 1 de nível 3. Durante a pesquisa

deste volume, como já foi mencionado anteriormente neste mesmo capitulo, foi feito

pesquisas com alguns responsáveis pela saúde, onde são estes os respectivos:

Ipatinga: Diretora do HMI (Hospital Municipal de Ipatinga) Sandra

Coronel Fabriciano: Arquiteta da Rede São Camilo, e responsável pela reforma e

transformação do antigo siderúrgica, Ligia Araújo.

Timóteo:

Agencia Metropolitana:

Farei aqui um resumo de cada conversa, iniciando pelo município de Ipatinga:

De acordo com a entrevista realizada com a Diretora do HMI (Hospital Municipal de

Ipatinga), Senhora Sandra Diniz, foi a realidade ipatinguense dentro da esfera de saúde, onde

a mesma lançou a seguinte fala:

“Historicamente o hospital sofre de

sobrecarga de 150 internações / dia, o

hospital não contém centro cirúrgico, o que

faz com que o município dependa de um

hospital de alta complexidade (HMC

[Hospital Marcio Cunha])”. (Sandra, Diretora do HMI).

Sandra expõe abertamente que há sim uma deficiência no sistema de saúde municipal e

regional, onde existe sucateamento de alguns postos e sobrecarga de atendimento em todos os

níveis de saúde no município, e ressalta que o município está construindo uma UPA (Unidade

de Pronto Atendimento) nível três para desafogar esses números.

“Ipatinga só possui 2 portas para o

atendimento de urgência (HMI e HMC).” (Sandra, Diretora do HMI)

Page 32: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

31

Fazendo uma breve avaliação em contexto regional Sandra observa São Camilo foi

dimensionado para o atendimento da população de Coronel Fabriciano, e não do “Macro

Leste”, com tudo, o São Camilo não deixa de ser fundamental na saúde. Desta afirmação de

Sandra podemos perceber que os municípios da RMVA teriam que dimensionar o

atendimento a nível regional já que o SUS é serviço de caráter nacional, onde qualquer um

tem direito em qualquer lugar, como por exemplo, em Ipatinga e Timóteo, que são cidades

dos extremos, estas duas cidades recebem usuário dos redondezas, e de municípios da RMVA

que não tem condição de manter um sistema de saúde efetivo em seu território.

“Os municípios tem que trabalhar em um

dimensionamento conjunto, pois não existe

saúde pertencente a uma só cidade”. (Sandra, Diretora do HMI).

Como verificado também em Coronel Fabriciano, em conversa com a arquiteta Ligia Araújo,

responsável pela reforma e ampliação do antigo siderúrgica para São Camilo, e também

responsável pelas alterações feitas também no Vital Brasil (Timóteo), a mesma detalha que

ambos foram dimensionados para a realidade de seus respectivos municípios, com novos

centros de internação e leitos, podendo assim ajudar a desafogar os serviço prestados em

Ipatinga, mas mesmo assim não sendo suficiente para o atendimento a nível regional. Ligia

observou que o que se precisa na região são mais leitos de urgência de emergência, que não é

necessário mais maternidade, pois este assunto as unidades já existentes já atendem esta

necessidade.

Regionalizando a questão, foi considerada também a posição da ADI (Agência de

Desenvolvimento Integrado) da RMVA, onde foi descrito sobre a elaboração do PDDI (Plano

Diretor de Desenvolvimento Integrado) da RMVA, que estabelecerá a criação de um vértice

para os serviços de desenvolvimento comum, ou, integrado, como transporte, educação, saúde

e etc...

No caso da Saúde, a Agência conta com a Superintendência de Saúde, onde a mesma localiza

e direciona os recursos para a saúde.

Nos municípios, os Planos Diretores Participativos, citam critérios, e ou, políticas para

equipamentos urbanos, onde se encaixa a saúde. Abaixo se encontra um trecho do Plano

Diretor de Ipatinga, onde retrata as diretrizes para a Saúde: Art. 50. São diretrizes da política de saúde:

Page 33: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

32

I - elaborar plano decenal de saúde;

II - promover e estimular a implantação de hospital

regional, em parceria com os municípios vizinhos,

abrangendo ações integradas com profissionais da

saúde;

III - promover e estimular a implantação de centros

geriátricos, fisioterápicos e terapêuticos em todas as

regionais do Município, utilizando a rede municipal de

saúde;

IV - intensificar o fornecimento de medicamentos

genéricos;

V - implementar a saúde pública, incluindo estudos e

análise de viabilidade, para atendimento de saúde em

todos os bairros do Município, melhorando a

capacidade de atendimento e de resolução.

VI - buscar a universalização dos Programas de Saúde

Preventiva, Saúde da Família e Médico da Família,

abrangendo campanhas educativas;

VII - estabelecer parceria entre Prefeitura e

Universidades, ampliando o atendimento médico;

VIII - promover e estimular a implantação de centros

odontológicos regionais, com campanhas preventivas

envolvendo todos os cidadãos;

IX - capacitar os profissionais da área de saúde,

propiciando as especializações médicas e a

qualificação de funcionários e agentes de saúde;

X - promover e estimular a implantação de unidade de

saúde voltada para a saúde mental;

XI - articular-se com o Ministério da Saúde, de forma a

definir o sistema de saúde municipal como pólo

regional de serviços, informática na área de saúde e de

treinamento médico-hospitalar;

XII - apoiar iniciativas voltadas para a implantação de

clínicas de tratamento e cirurgia especiais, incluídas as

que operam com tecnologias de ponta;

XIII - viabilizar a ampliação do atendimento 24 horas

na rede municipal de saúde;

Page 34: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

33

XIV - promover e estimular a implantação do hospital

municipal;

XV - ampliar, após estudos de demanda e viabilidade

técnica e financeira, a contratação de médicos,

enfermeiros, dentistas e de outros profissionais da área

da saúde;

XVI - promover e estimular o fornecimento de

medicamentos, exames e aparelho medidor de glicemia

aos portadores de diabetes;

XVII - promover e estimular a implantação de

consultórios dentários (CEOs);

XVIII - promover e estimular a implantação do

atendimento por unidade de saúde móvel, com veículo

adaptado;

XIX - proporcionar atendimento adequado aos

pacientes que necessitem de tratamento fora do

município;

XX - promover e estimular programas sociais que visem

a realização de exames de vista e de fornecimento

gratuito de óculos;

XXI - ampliar os programas de medicina alternativa;

XXII - reestruturar o Programa Farmácia Verde;

XXIII - humanizar o atendimento em toda área de

saúde;

XXIV - promover e estimular a implantação de

programas de controle de peso. (Plano Diretor De Ipatinga; Subseção VII.)

Com podemos ver, em Ipatinga, é definido em lei, apoios e incentivos relativos à implantação

de novos centros de saúde, não só na parte hospitalar, mas em qualquer área de auxilio ao

cidadão relacionado à saúde, como consultório odontológico, clinicas de diversas espécies.

Page 35: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

34

Em Coronel Fabriciano, as implantações podem ser feitas a partir do direito de preempção,

que permite ao município utilizar qualquer área de seu território para implantação de um

equipamento de importância. Art. 66. O Executivo Municipal poderá, por meio de Leis específicas, delimitar áreas sujeitas ao Direito de Preempção, de acordo com o previsto na Seção VIII do Capítulo II do Estatuto da Cidade, nos casos de: V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários e criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes na ARIU-3 (Plano Diretor de Coronel Fabriciano (LEI N.º 3.759, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012., Seção III, Art. 66º).

Em Timóteo, as implantações, como em Coronel Fabriciano também podem ser feitas a partir

do direito de preempção, que permite ao município utilizar qualquer área de seu território para

implantação de um equipamento de importância. Art. 26 - O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. Art. 27 - O direito de preempção poderá ser exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: V - implantação de equipamentos urbanos e

comunitários;

§ 1º - Estará sujeita ao exercício pelo Poder Público do direito de preempção toda a área urbana do Município, definida no artigo 9° desta Lei. (Plano Diretor de Timóteo; (LEI Nº 2.500, DE 07 DE MAIO DE /2004), Seção IV, Art. 26º e 27º).

Em Santana do Paraíso, como em Timóteo e Coronel Fabriciano, podem ser feitas utilizado o Direito de Preempção.

Art. 48 - O Poder Público municipal, pelo Direito de

Preempção, tem a preferência para aquisição de imóvel

urbano objeto de alienação onerosa entre particulares.

Art. 49 - O direito de preempção pode ser exercido

sempre que o Poder Público necessitar de áreas para:

V - Implantação de equipamentos urbanos e

comunitários;

(Plano Diretor de Santana do Paraíso (LEI Nº 359 DE

02 DE OUTUBRO DE 2006), Art. 48º e 49º).

Page 36: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

35

Como Visto acima nos Planos Diretores de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Timóteo e Santana do Paraíso, percebeu-se uma certa flexibilidade para possíveis intervenções em relação aos equipamentos públicos, podendo assim possibilitar pontuações de locais estratégicos para a implantação de infra-estrutura hospitalar.

Capitulo VI

6- Proposta TCC2

Como visto no primeiro capitulo deste volume, foram retratadas as deficiências no sistema

devido à falta de estrutura operacional, sendo assim informado a sobrecarga de atendimento

das unidades de saúde espalhadas na Região Metropolitana Vale do Aço, principalmente na

parte de Urgência e Emergência, onde a região apresenta uma carência no atendimento em

razão do baixo número de unidades terciárias em relação à população regional. Baseado nesta

pesquisa, este trabalho propõe a construção de Unidades Metropolitanas de Saúde (UMS),

onde se descentralize os serviços de um hospital, em diversos “mini-hospitais” de

especialidades como traumatologia, oncologia, pediatria, entre outra, p.ex. pela região,

estrategicamente referenciados na RMVA, podendo assim tornar mais eficiente o atendimento

regional. Este modelo seguira um projeto padrão, onde o mesmo esta sendo dimensionado, em

cima de porcentagem populacional resultante do total presente na Região, em acordo com as

exigências em comum da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil

exige 2,5 leitos / 1000 habitantes e a OMS ( Organização Mundial de Saúde), exige 4 (quatro)

Page 37: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

36

leitos para cada 1000 (um mil) de habitantes. Com isso utilizaremos os critérios da OMS, para

garantir dimensionamento mais eficaz.

Segundo a Superintendência Regional de Saúde, a RMVA ainda necessita de 300 a 400 leitos,

ou seja, ainda falta 1/5 para suprir o déficit presente na Região. Focando nisso, propõe-se,

criação de centros de saúde especializados em atendimento de urgência e Emergência.

Com base no argumento acima gerou-se o seguinte esquema:

OMS 4 leitos p/ 1000 habitantes

RMVA ≠ 500.000 Habitantes

RMVA / OMS = 500.000 ÷1000 = 500 × 4 (N. Leitos) = 2000 Leitos.

Se falta 300 a 400, usando o maior (400) é 1/5 de 2000.

Na RMVA tem-se 4/5.

Para urgência e Emergência, estima-se 30% desta fatia, resultando em: 1/5 =

400 Leitos, 30% de 400 = 120 Leitos de Urgência e Emergência.

Como discutido anteriormente, a proposta se fundamenta em espalhar estes centros

especializados pelo território da região, buscando uma divisão dos fluxos, procurando

solucionar as sobrecargas.

O projeto padrão da unidade do centro de saúde especializado contará com 120 leitos, se

caracterizando uma estrutura hospitalar complexa e especializada no atendimento a

traumatologia.

6.1 As Vantagens:

1. Criando uma espécie de descentralização dos serviços de um hospital, consegue-

se evitar uma implantação regional de grade impacto e volume de investimento

na parte de edificação;

2. Pelo fato de já estarmos em uma região densamente urbanizada e com seus

centros urbanos já consolidados, este tipo de solução demandaria menos área.

3. Este tipo de solução permitirá mais eficiência em atendimento de urgência e

emergência, já que os carros de socorro percorreriam menos quilômetros para

chegar a uma unidade;

Page 38: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

37

4. Desafogamento das grandes unidades, podendo assim harmonizar os

atendimentos em diversas categorias de atendimento hospitalar;

6.2 A Unidade:

Como dito anteriormente, a unidade à ser detalhada, será uma unidade de Urgência e

Emergência, onde será feito atendimentos, de traumatologia em específico. A unidade contará

com um programa, próprio para este tido de situação com foco no atendimento imediato.

6.2.1 Necessidades do Projeto:

Segundo GÓES (2004), para implantação de uma unidade do Centro de Saúde

Especializado, a cidade / local, deve estar de acordo com os seguintes itens: 1. Investimento Disponibilidade de recursos para aplicação no serviço.

2. Área: A área deve estar de acordo com os Planos Diretores do município em

questão.

3. Abastecimento de água adequado e com qualidade, sendo capaz de abastecer

500 l/dia por leito.

4. Proximidade do centro de comunidade

5. Boa orientação perante vento dominante e posição junto ao sol.

O terreno escolhido deverá atender a estes quesitos acima, ou possibilitar criação de

condicionantes para o cumprimento das exigências.

6.2.2 Programa do Projeto da Unidade:

A unidade de atendimento especializado terá o seguinte programa de necessidades

arquitetônicas para a formação de seu espaço: 1. Atendimento básico de saúde:

a) Atendimento Individualizado

b) Educação em Saúde

c) Imunização

d) armazenamento e distribuição de alimentos

2. Ambulatório:

a) Enfermagem

Page 39: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

38

b) Consultórios

c) Centro Cirúrgico ambulatorial

3. Atendimento Imediato:

a) Urgência

b) Emergência

4. Atendimento em Regime de Internação:

a) Geral

b) Semi – Intensiva

c) Intensiva

d) Queimaduras

5. Apoio Diagnostico e terapia:

a) Radiologia

b) Centro Cirúrgico

c) Reabilitação

6. Apoio Técnico:

a) Nutrição

b) Farmácia

c) Centro de material esterilizado

7. Apoio Administrativo:

a) Diretorias : Geral, Medico e Enfermagem

b) Pessoal

c) Contabilidade

d) Finanças e Compras

8. Apoio Logístico:

a) Lavanderia

b) Almoxarifado

c) Manutenção

d) Limpeza

9. Geral:

a) Garagem

b) Estacionamento

c) Guarita

Page 40: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

39

d) Central de GAS

e) Estação de Força

f) Caldeiraria

g) Tratamento de Resíduo

A unidade poderá sofrer algumas alterações em seu programa base, podendo assim se adequar

à realidade do local onde será implantado.

6.2.3 Referencial:

Como referencia, à esta futura arquitetura, tem-se base no hospital Sarah Rio, feito pelo

Arquiteto João Figueiras Lima ( Lelé), em seus projetos, Lelé, trabalha o sensorial, ou seja,

uma nova experiência perante a arquitetura, ajudando na recuperação de seus internos.

Um hospital convencional, em relação à experiência, e a vivência, não potencializam a

recuperação de seu paciente, justamente por não ter uma boa relação de funcionalidade com a

arquitetura, causando em algumas pessoas sentimentos de medo, e angustia. Lelé, em seus

hospitais, foge deste conceito travado de hospital, e começa a criar novas metodologias de

projeto, provocando o tradicional e potencializando o funcional, em prova disso no hospital

Sarah Rio, o arquiteto coloca uma espécie de mini floresta no interior do hospital, utiliza os

recursos naturais ai extremo, integra o hospital ao seu entorno, torna em algumas partes o

interno e o externo quase uma coisa única. Essas ousadias fez do Sarah um dos melhores

hospitais do mundo em relação a recuperação e reabilitação, justamente por sua arquitetura.

Com base nesta referencia, pretende-se trazer este conceito hospitalar paras os centros de

saúde especializados propostos pela pesquisa, buscando potencializar as funções de

reabilitação de seus pacientes perante a uma arquitetura mais acolhedora e gentil, e

provocando aos seus servidores, uma melhor vivência dentro da unidade.

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Figura 12: Hospital Sarah Rio de Janeiro

Figura 13: Hospital Sarah Rio de Janeiro

Page 42: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 14: Interior, passarela interna com o jardim, onde se mostra a nova concepção na arquitetura,

mudando a visão interna do hospital, transformando uma arquitetura que geralmente é racional, em uma arquitetura acolhedora, Hospital Sarah Rio de Janeiro.

Figura 15: Interior, Centro de Reabilitação Infantil, a forma e o contato com o exterior partindo do pano de

vidro causam uma nova vivência a este espaço, acelerando o tempo de reabilitação do usuário, Hospital Sarah Rio de Janeiro.

Page 43: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

42

6.3 As Localidades:

As Unidades serão distribuídas em vias de fácil acesso, nos municípios principais da RMVA,

podendo assim proporcionar o acesso mais imediato dos pacientes da região. De inicio se faria

a primeira unidade em uma local chave, situado no município de Ipatinga.

Figura 16: Mapa de proximidades e ligações perante a área de intervenção.

Para resolver os problemas de acessibilidade em curto tempo à unidade, pensou-se em

localiza-la em um ponto estratégico, que obtivesse ligações por vias de rápido acesso. Com

isso, foi encontrado em Ipatinga, uma área que se adequasse a esse parâmetro. Na imagem

acima podemos perceber, que a área escolhida para ser contemplada com a unidade hospitalar

esta estrategicamente ligada a duas rodovias de estrema importância para a região, que é a 381

e a 456, responsável pelo maior corredor de fluxo na região, e também já contando com a

futura implantação da rodovia 760, como visto no mapa acima.

Page 44: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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Figura 17: Local de Intervenção, área a ser contemplada com a unidade hospitalar especialista em

traumatologia.

Por estar em frente a uma rodovia, o Hospital Especialista em Traumatologia, consegue ser

acessado, por qualquer parte no entorno e em qualquer rodovia com mais facilidade, neste

trecho, onde esta a proposta e implantação, já contem um sistema de acessibilidade como

retornos e demais equipamentos já prontos (Figura 17),

6.4 Os Critérios:

As Unidades Hospitalares do plano hospitalar metropolitano, serão totalmente vinculadas ao

SUS (Sistema Único de Saúde), sendo assim financiadas pelo Estado, podendo posteriormente

ser gerenciada pelos municípios ou pelo setor privado através de entidades sem fins lucrativos

capaz de garantir o bom funcionamento e a administração das unidades.

Para o bom funcionamento, a Rede Metropolitana De Unidades Hospitalares será gerida por

apenas uma administração, com objetivo de manter a distribuição de repasses do Governo.

Page 45: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

44

7- Conclusão

De acordo com o apresentado neste trabalho chega-se a conclusão de que o sistema de saúde

na Região precisa sim de uma reestruturação, e de um cuidado maior dos governos,

municípios – estados - união em cima deste serviço. Na atualidade da RMVA todos os

municípios apresentam alguns itens plausíveis para a criação de equipamentos urbanos, onde

pode se encaixar uma estrutura hospitalar, o que falta é apenas um estudo para estas possíveis

unidades dentro da RMVA, prejudicando assim a região como um todo nos serviços de saúde.

Esta pesquisa, mirou estas deficiências, com o objetivo juntamente com o Plano Diretor de

Desenvolvimento Integrado (PDDI) instigar a ampliação dos serviços de saúde na RMVA.

7.1 Trabalhos Futuros:

Nesta monografia, foram tratadas em âmbitos gerais e as necessidades da saúde na região.

Abordando os problema que o serviço hospitalar vem sofrendo, apontou-se na categoria de

atendimento mais sobrecarregada da RMVA, que é a Traumatologia, ou, atendimento de

urgência e emergência. Com isso este volume abre portas para solução, mediante estudos

isolados para tentar cumprir com o pensamento de descentralização, e redução de espaço do

corpo hospitalar, com pulverização de unidades em vez da criação de um bloco único. Esta

monografia abre portas para estudos de implantação e descentralização das outras áreas

referentes a um hospital, como por exemplo: Oncologia, Pediatria, Maternidade, Imunologia,

Obstetrícia, e dentre os demais serviços prestados por uma unidade hospitalar.

Page 46: Estrutura Física da Saúde na Região Metropolitana Vale do Aço

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8-Bibliografia

COHN, Amélia, ELIAS, Paulo E. Saúde no Brasil [Livro] 5ª Edição – Cortez Editora, 1996.

FABRICIANO, Coronel, Plano Diretor Municipal, [LEI] LEI Nº 3.759, DE 27 DE

DEZEMBRO DE 2012.

GÓES, Ronald. Manual Prático de arquitetura hospitalar [Livro] 1ª Edição – São Paulo:

Edgard Blucher, 2004.

IBGE, Cidades - [SI]; Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>.

IPATINGA, Plano Diretor Municipal, [Lei] LEI Nº 2.230, DE 06 DE OUTUBRO DE 2006.

PARAISO, Santana, Plano Diretor Municipal, [LEI] LEI Nº359, DE 02 DE OUTUBRO DE

2006.

TIMOTEO, Plano Diretor Municipal, [LEI] LEI Nº 2.500, DE 07 DE MAIO DE 2004.

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9- Anexos

Relatório I Seminário Arquitetura da Saúde I Fernando Filho

O Seminário sobre Arquitetura da Saúde aconteceu no dia 09 de Abril de 2013, no bloco E,

anexo ao campus da faculdade Unileste, realizados pelos alunos Fernando Filho e Leilane

Dias.

Para o seminário, foi convidado o arquiteto Alisson Chaib, que primeiramente explanou a

importância das politicas de saúde, e das informações mediantes à popilação sobre seus

direitos à saúde, e posteriormente o Palestrante entrou em conversas técnicas referentes à

infraestrutura hospitalar, expondo a norma RDC 50. Este seminário foi de grande valia para o

entendimento de um corpo e da dinâmica hospitalar, com seus quesitos e necessidades

ambientais, espaciais, e funcionais.

Abaixo Imagens do Seminário Arquitetura da Saúde com Alisson:

Figura 18: Palestrante Alisson expondo sobre a estrutura de hospitais, Seminário Arquitetura da

Saúde.

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Figura 19: Foto plateia, Seminário Arquitetura da Saúde