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INTRODUÇÃO Caros líderes: Pela graça de Deus estamos entrando na quinta estação dos GF. Nesta estação, conforme sugestão dos irmãos vamos estudar a “Academia da Alma 6”, já ministrada pelo nosso pastor. Os estudos estão anexados para que os irmãos possam se preparar melhor, enriquecer o roteiro, utilizar os recursos que os próprios estudos disponibilizam. Também estamos disponibilizando os estudos pela internet, assim os irmãos podem enviar as lições da semana para o seu grupo para que leiam antes e assim os encontros serão mais produtivos. Sempre bom lembrar que a participação dos irmãos nas reuniões de quarta feira é muito importante para o bom andamento do nosso trabalho. É bom ouvi-los, orar com os irmãos, compartilharmos nossas experiências além de nos prepararmos melhor para o trabalho. Este é o ano da multiplicação! Vamos trabalhar e orar por isso. Uma equipe está trabalhando para fornecer ferramentas para que nosso trabalho seja ainda mais eficiente. Oremos sempre uns pelos outros! Deus nos abençoe na preciosa tarefa de compartilhar o amor de Cristo. Sandra Mara de Souza - Coordenadora

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INTRODUÇÃO

Caros líderes:

Pela graça de Deus estamos entrando na quinta estação dos GF.

Nesta estação, conforme sugestão dos irmãos vamos estudar a “Academia

da Alma 6”, já ministrada pelo nosso pastor.

Os estudos estão anexados para que os irmãos possam se preparar melhor,

enriquecer o roteiro, utilizar os recursos que os próprios estudos

disponibilizam.

Também estamos disponibilizando os estudos pela internet, assim os

irmãos podem enviar as lições da semana para o seu grupo para que leiam

antes e assim os encontros serão mais produtivos.

Sempre bom lembrar que a participação dos irmãos nas reuniões de quarta

feira é muito importante para o bom andamento do nosso trabalho. É bom

ouvi-los, orar com os irmãos, compartilharmos nossas experiências além de

nos prepararmos melhor para o trabalho.

Este é o ano da multiplicação! Vamos trabalhar e orar por isso. Uma equipe

está trabalhando para fornecer ferramentas para que nosso trabalho seja

ainda mais eficiente.

Oremos sempre uns pelos outros!

Deus nos abençoe na preciosa tarefa de compartilhar o amor de Cristo.

Sandra Mara de Souza - Coordenadora

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Quinta Estação

ROTEIRO 1

“ACADEMIA DA ALMA 6”

EENNCCOONNTTRROO:: Cite uma das maiores alegrias da sua vida.

EEXXAALLTTAAÇÇÃÃOO:: Ler João 15.11 enfatizando que Jesus veio para que tivéssemos alegria.

Dividir em duplas de oração para orar agradecendo as alegrias da vida.

Sugestões de cânticos:

- A Alegria (1)

- Agradeço a ti, Senhor (10)

- Cantarei teu amor (30)

- Como é precioso, irmão (35)

EEDDIIFFIICCAAÇÇÃÃOO Estudo: Viver Vale a Pena? Filipenses 4.12-13

1. “Atribuir sentido à vida há que ser a principal manifestação do desejo”.

Pensando assim, de que modo “boicotamos” nossos próprios desejos?

R. Quando culpamos pessoas e circunstâncias de nos impedirem de realizar nossos

desejos. Quando somos derrotados pelo medo de fracassar.

2. Qual a diferença entre o nosso conceito de “prosperidade” e o conceito Divino?

Nosso conceito de prosperidade tem a ver com acumular. O conceito divino tem a ver

com justiça (no caso, igualdade de oportunidade para todos) e paz (fazendo com o leão e

o cordeiro, dentro e fora de nós, convivam respeitosamente). Ser próspero é ter os

ouvidos abertos para ouvir a palavra de Deus.

3. De acordo com o texto de Filipenses 4.4-7, o conceito bíblico de felicidade inclui

alegria (interior e exterior). De que modo podemos desenvolver esta alegria?

R. Cultivando a amabilidade (afabilidade) no trato com os outros, serenidade, esperança

em Deus, gratidão a Deus pela vida.

EEVVAANNGGEELLIISSMMOO

Dê oportunidade para pedidos de oração. Lembre o grupo de orar por aqueles que

precisam de Deus em suas vidas.

Orem uns pelos outros.

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Quinta Estação

ROTEIRO 2

“ACADEMIA DA ALMA 6”

EENNCCOONNTTRROO:: Compartilhe um dos sonhos que você almeja realizar em sua vida.

EEXXAALLTTAAÇÇÃÃOO:: Ler o Salmo 139.23-24 e ter um momento de orações frases,

agradecendo a Deus por nos conhecer e nos amar tão profundamente.

Sugestão de Cânticos:

- Cantai ao Senhor (28)

- Deus de Promessas (44)

- Doce Nome (50)

- Eu só confio no Senhor (60)

EEDDIIFFIICCAAÇÇÃÃOO Estudo: Em que Ponto Estamos? Filipenses 3.12-13a

1. Pressupondo que queremos aprender, pela simples razão que queremos viver

uma vida que vale a pena, qual seria o valor de uma honesta autoavaliação?

Suponhamos que você esteja indo bem. Se avaliar sua trajetória, poderá fazer melhor o

percurso que falta e se superar.

Suponhamos que você não esteja indo bem. Só o saberá, se fizer uma avaliação.

Ex: Talvez você tenha-se comprometido em dedicar mais tempo à sua família. É hora

de perguntar: tem feito isto?

2. De que maneira podemos fazer nossa caminhada “aos pés da sabedoria?”

R. Viver se aprende. A vida tem sentido. A vida tem sentido e devemos buscá-la.

Aprender é uma disposição. Precisamos desejar aprender e estar abertos a novos

conhecimentos. Ser flexíveis!

3. Quais são os nossos inimigos mais comuns para uma vida plena?

Resposta livre. (Ex: Orgulho, preguiça, intolerância, inveja, indisciplina, mau uso do

tempo, falta de confiança em Deus, falta de entendimento de Deus, desobediência a

Deus, medo, desânimo, ansiedade, frustrações, Insegurança, instabilidade emocional,

indecisão e impaciência).

EEVVAANNGGEELLIISSMMOO

Divida o grupo em trios, e Ore especificamente, pedindo sabedoria para governar sua

própria vida.

Não se esqueça de interceder pelos que desejamos levar a Cristo. Revise a ficha de

relacionamento.

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ROTEIRO 3

“ACADEMIA DA ALMA 6”

EENNCCOONNTTRROO:: Quando você nasceu, quem escolheu seu nome?

EEXXAALLTTAAÇÇÃÃOO:: Ler Filipenses 4.19 e orar agradecendo a Deus que nos supre em todas as nossas necessidades.

Sugestão de cânticos

- Não tenhas sobre ti (94)

- Jesus Cristo mudou meu viver (79)

- Quero Louvar-te (113)

- Pai, eu te amo (106)

EEDDIIFFIICCAAÇÇÃÃOO Estudo: Conhecimento: Você sabe quando nasceu? Efésios 1.7-10 -

1. Peça que leiam os textos abaixo, tentando descobrir os motivos que temos para uma

auto-estemas.

Gênesis 1.27, (Fomos criados por Deus à Sua imagem e semelhança)

Eclesiastes 3.11: (Deus nos brindou também com o prazer de viver)

João 5.17: (Deus continua trabalhando em nosso favor)

Romanos 8.37: (Deus deseja que sejamos vencedores)

2. Precisamos de uma visão adequada a nosso respeito, que inclua os fatores que

nos precedem em nossa formação. Nesse sentido, qual a importância do

entendimento da nossa história?

R. Somos “atravessados” pela nossa história que inclui hábitos familiares, cultura do

lugar onde nascemos etc. Estes achados nos ajudam a entender o mecanismo da bênção

e da maldição, bem como dos padrões positivos e negativos.

3. De que modo nossas percepções acerca da natureza d vida, pode nos ajudar?

Estas percepções nos mostram que as vidas das pessoas são diferentes. As

oportunidades não são iguais. Nossos corpos não são os mesmos. Nossas mentes não

são as mesmas. (E isto já não seria suficiente para nos livrar da desgraça da

comparação?) Estas percepções também nos mostram que a vida nem sempre pode ser

comparada a uma mala leve. Muitas vezes, por razões também alheias à nossa vontade,

a mala pode ser pesada. Cabe-nos aliviar o seu peso.

EEVVAANNGGEELLIISSMMOO

Ouça os pedidos de oração, ministre a cada um, depois orem juntos pedindo a Deus

sabedoria para a caminhada da vida. Ore sempre pelos que precisam conhecer a graça

de Deus.

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ROTEIRO 4

“ACADEMIA DA ALMA 6”

EENNCCOONNTTRROO:: Compartilhe uma boa recordação que você tem de sua infância.

EEXXAALLTTAAÇÇÃÃOO:: Ler o Salmo 139 e orar agradecendo a Deus por nos conhecer, nos amar

e cuidar de cada um de nós. Sugestão de cânticos

- Preciso de Ti (110)

- Grande é o Senhor (70)

- Jesus em Tua presença (81)

- Tu és fiel, Senhor (144)

EEDDIIFFIICCAAÇÇÃÃOO:: Estudo: Memória: Ai! O Que Fizeram Conosco Depois Que Nascemos

1Coríntios 13.11

1. Por que é importante prestar atenção às histórias que lembramos?

Somos moldados por nossa natureza, pelo convívio com nossos pais, irmãos, amigos e

pele pelo que ouvimos, assistimos e lemos. “O psicólogo cristão Kevin Leman insiste,

com razão, que as experiências da infância das quais nos lembramos -- e a maneira

específica em que as lembram -- revelam quem nós somos”.

2. Nem sempre nossas lembranças de infância são as melhores, nem sempre fomos

criados da melhor maneira. O que podemos fazer, depois de termos denunciado as

mentiras em que sempre acreditamos, para reescrever nossas histórias? (permita

que o grupo comente cada passo e o líder pode ler a descrição no estudo anexo).

1. Preciso decidir tomar o controle da minha vida.

2. Preciso saber como foi minha infância

3. Preciso recusar qualquer sentimento de autorrejeição

4. Preciso esperar as mudanças acontecerem.

5. Preciso acertar as contas com a minha família

EEVVAANNGGEELLIISSMMOO Ore especificamente, pedindo a Deus para não mais acreditar nas mentiras que lhe

fizeram aceitar ao longo de sua vida, impedindo-o a viver a vida transbordante

prometida para os que amam a Deus.

Dê oportunidade para pedidos de oração. Ore pelos que desejamos ver salvos.

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ACADEMIA DA ALMA 6 (2011) ENCONTRO 1

REFLEXÃO: VIVER VALE A PENA?

PARA MEDITAR

"Já aprendi a estar contente, a despeito das circunstâncias. Fico satisfeito com

muito ou com pouco. Encontrei a receita para estar alegre, com fome ou

alimentado, com as mãos cheias ou com as mãos vazias. Onde eu estiver e

com o que tiver, posso fazer qualquer coisa por meio daquele que faz de mim o

que eu sou" (Apóstolo Paulo, em Filipenses 4.12-13 - A MENSAGEM)

PARA PENSAR

"Adoramos nos conformar (ou nos resignar) às expectativas que mais nos

afastam de nossos sonhos" (CONTARDO CALIGARIS). PARA VIGIAR

NÃO deixe de desejar.

PARA ALCANÇAR

Apesar de mim e das minha circunstâncias, quero a vida que Jesus prometeu,

com alegria completa. PARA MEMORIZAR

"O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita, não

serei abalado. Alegra-se, pois, o meu coração, e o meu espírito exulta; até o meu

corpo repousará seguro. (...) Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há

plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente" (Salmo 16.8-11).

***

RENÚNCIAS ERRADAS

Comecemos por entrelaçar duas provocações de psicanalistas brasileiros.

Francisco Daudt registra o seguinte diálogo com seu filho, de seis anos de

idade:

-- Pai, qual é o sentido da vida?

-- Filho, qual é o sentido da pedra? Nenhum? Pois então, tanto a pedra quanto

a vida são fenômenos da natureza, e eles não têm nenhum sentido.

(DAUDT, Francisco. O sentido da vida, parte dois. Folha de S. Paulo, 6.9.2011.

Equilíbrio, p. 2)

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Em seguida, Daudt vaticina: "embora a vida não tenha sentido algum, somos

nós, os donos dela, que lhe damos sentido e graça, por meio de uma

misteriosa e inconsciente força motriz: o desejo". Assim, "quando o desejo,

esta constelação de memórias ligadas ao impulso, se manifesta (...) e encontra

seu objeto de satisfação, a vida ganha sentido, brilho e intensidade, mas é um

sentido saído de nós".

Contardo Caligaris observa que "dedicamos mais energia à tentativa de

silenciar os nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los" e conta ouvir

muitos dizerem que "desistiram de sonhos dos quais os pais não gostavam por

medo de perder o amor deles". Ele propõe uma espécie de enigma: na

verdade, "somos complacentes com as expectativas dos outros" desde que "elas nos convidem a desistir de nosso desejo. (...) Adoramos nos conformar

(ou nos resignar) às expectativas que mais nos afastam de nossos sonhos.

Aparentemente, preferimos ser o romancista potencial que foi impedido de

mostrar seu talento a ser o romancista que tentou e revelou ao mundo que não

tinha talento. Desistindo de nossos sonhos, evitamos fracassar nos projetos que mais nos importam".

Então, ele adverte: "A vida comporta poucas traições radicais de nós mesmos e

de nossos desejos, e muitas soluções negociadas, espúrias, pelas quais a

gente busca conciliar desejos diferentes com acasos, oportunidades e outros

acidentes, reinventando-se a cada dia". (CALIGARIS, Contardo. É fácil desistir

de nossos sonhos. Folha de S. Paulo, de 7 e 14.7.2011, Ilustrada, p. 12)

A vida tem sentido. A fruição deste sentido tem inimigos e amigos.

Há um sentido externamente atribuído. Por "externamente", leia-se, na

verdade, "divinamente". Não fomos postos na história por uma decisão do

acaso, mas por uma decisão radical de Deus, para louvarmos a glória da Sua

graça.

Pelo menos é o que o apóstolo Paulo diz na linda oração indireta que lemos na

carta aos Efésios 1. John Pipper fez deste moto toda a sua teologia e toda a

sua vida. Para ele, nós vivemos para dar alegria a Deus, no que ele chama de

hedonismo cristão. (PIPER, John. Em busca de Deus. São Paulo: Vida Nova,

2007. 296p.) O outro hedonismo é tirar o máximo de prazer da vida. O

hedonismo cristão visa, então, dar o máximo de prazer a Deus. Assim, Deus

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nos criou para dar prazer a Ele. É mais ou menos como alguns têm filhos ou

animais de estimação...

A razão não dá, com razão, razão a este raciocínio, a menos que tenhamos

uma outra maneira de o compreender. E é possível uma conciliação, se

caminharmos na seguinte direção. Nós vivemos para o louvor da glória de

Deus, entendido que Deus se alegra no nosso bem-estar, razão pela qual nos

ofereceu dois presentes para viabilizá-lo: Ele enviou Seu Filho para mostrar a

inteireza do Seu amor para conosco, amor que restabelece nossa comunicação

quebrada pelo pecado, e também nos legou a Bíblia Sagrada, com instruções

que não são pesadas (1João 5.3), mas visam nos ensinar a viver de um modo

prazerosamente sábio, santo e saudável.

Não somos como as pedras, vazias de sentido. No entanto, tendo um sentido

para as nossas vidas, por Deus dado, precisamos tornar este sentido o nosso

sentido. Neste sentido, somos nós quem atribuímos sentido à vida.

Atribuir sentido à vida (e vamos juntando os dois psicanalistas) há que ser a

principal manifestação do desejo. São, portanto, graves as advertências de

Caligaris. Dizemos que dedicamos toda a nossa energia para realizar nossos desejos

mas, na prática, gastamos mais tempo silenciando-os.

Culpamos pessoas e circunstâncias de nos impedirem de realizar nossos

desejos mas, na verdade, fomos derrotados pelo medo de fracassar. O PROJETO DE DEUS

Todo o projeto de Deus visa o nosso bem-estar, a que a Bíblia chama de

"shalom", uma palavra polifônica para indicar harmonia (ou ausência de

conflito), saúde (ou inteireza), prosperidade (não necessariamente material) e

bem-estar (plenitude de vida). Compreendemos bem este significado

(aparecendo ou não a palavra "shalom" ou "eirene"), lendo, entre tantos, as

seguintes perícopes bíblicas:

. "Há muitas pessoas que oram assim: 'Dá-nos mais bênçãos, ó SENHOR

Deus, e olha para nós com bondade!' Mas a felicidade que pões no meu

coração é muito maior do que a daqueles que têm comida com fartura. Quando

me deito, durmo em paz, pois só tu, ó SENHOR, me fazes viver em segurança"

(Salmo 4.6-8).

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Nosso conceito de felicidade tende a ser fortemente influenciado pelos valores

predominantes em nossa época. Nossa época rejeita um estilo de vida simples

(como o proposto por Jesus em Mateus 6), quando deveríamos buscar aquilo

que nos faz feliz e não aquilo que nos impõem que nos faz feliz. Nosso tempo

manda que tomemos remédio também para as dores da alma, quando

deveríamos fazer isto só em último (nunca em primeiro) caso, no caso do

sofrimento emocional insuportável, tendo falhado o autoaconselhamento, o

aconselhamento ou a terapia. Umas noites para dormir podem demandar um

remédio, mas não todas as noites.

. "Vocês construirão casas e morarão nelas, farão plantações de uvas e

beberão do seu vinho. Não construirão casas para outros morarem nelas, nem

farão plantações de uvas para outros beberem do seu vinho. O meu povo

viverá muitos anos, como as árvores, e todos terão o prazer de aproveitar as

coisas que eles mesmos fizeram.Todo o seu trabalho dará certo, e os seus

filhos não acabarão na desgraça; pois eles e os seus descendentes serão a

raça que eu abençoarei para sempre. Antes mesmo que me chamem, eu os

atenderei; antes mesmo de acabarem de falar, eu responderei. Os lobos e os

carneirinhos pastarão juntos, os leões comerão palha como os bois, e as

cobras não atacarão mais ninguém. E no meu monte santo não acontecerá

nada que seja mau ou perigoso. O SENHOR falou" (Isaías 65.21-25).

Nosso conceito de prosperidade tem a ver com acumular. O conceito divino

tem a ver com justiça (no caso, igualdade de oportunidade para todos) e paz

(fazendo com o o leão e o cordeiro, dentro e fora de nós, convivam

respeitosamente). Ser próspero é ter os ouvidos abertos para ouvir a palavra

de Deus. . "Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria!

Sejam amáveis com todos. O Senhor virá logo. Não se preocupem com nada,

mas em todas as orações peçam a Deus o que vocês precisam e orem sempre

com o coração agradecido. E a paz de Deus, que ninguém consegue entender,

guardará o coração e a mente de vocês, pois vocês estão unidos com Cristo

Jesus" (Filipenses 4.4-7 -- NTLH).

O conceito bíblico de felicidade inclui alegria (interior e exterior, se assim

podemos dizer), amabilidade (afabilidade) no trato com os outros, serenidade,

esperança em Deus, gratidão a Deus pela vida e uma sensação de bem-estar).

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. "Eu estou dizendo isso para que a minha alegria esteja em vocês, e a alegria

de vocês seja completa" (João 15.11 -- NTLH).

Jesus veio para que tivéssemos prazer em viver. Quando nos deixou

(fisicamente), pensou nisto e orou por nós.

. "Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz

como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo" (João 14.27).

A paz do mundo tem um nome: medo. A paz de Deus é coragem.

O projeto de Deus para nós é vida plena, mas há muitos inimigos.

***

ACORDE

1. Faça um inventário pessoal, perguntando-se: "Já aprendi a arte do contentamento

com o que sou?". (AUTOCONHECIMENTO)

2. Confesse o seu pecado, porque ainda espero a alegria da salvação (Salmo 51.12),

eu já recebi, mas tenho deixado os ladrões me furtarem (CONFISSÃO)

3. Ore especificamente, pedindo discernimento em relação aos desejos, buscando

realizar os legítimos e não ter os ilegítimos (ORAÇÃO)

4. Medite sobre a natureza de uma vida que valha a pena, longe dos padrões

vigentes que geram competição e enfermidade, sabedor que a graça de Deus é

melhor do que a própria vida [Salmo 63.3] (REFLEXÃO)

5. Decida viver de modo transbordante. Há renúncias a ser feitas. Faça a renúncia

certa. (DECISÃO)

6. Empenhe-se para persistir. Vigie para não desistir. Antes: deseje, decida,

discipline-se. (ESFORÇO)

PARA LER

AZEVEDO, Israel Belo de. Academia da Alma. Rio de Janeiro: Convicção, 2007, p. 75-

106.

PIPER, John. O sorriso escondido de Deus. São Paulo: Shedd, 2002.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

IGREJA BATISTA ITACURUÇÁ

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ENCONTRO 2

AUTOAVALIAÇÃO: EM QUE PONTO ESTAMOS

PARA MEDITAR

"Não estou querendo dizer que já consegui tudo o que quero ou que já fiquei

perfeito, mas continuo a correr para conquistar o prêmio, pois para isso já fui

conquistado por Cristo Jesus. É claro, irmãos, que eu não penso que já

consegui isso" (Filipenses 3.12-13a -- NTLH) PARA PENSAR

"Nossas bênçãos reais muitas vezes nos vêm em forma de dores, perdas e

desilusões, mas, se tivermos paciência, logo veremos essas coisas em suas

devidas proporções" (Joseph Addison -- 1672-1719)

PARA VIGIAR

NÃO pare na autoavaliação, seja ela francamente negativa ou claramente

positiva, ao final.

PARA ALCANÇAR

Pelo menos uma vez por ano, verificarei como ando nas mais diversas áreas

da vida, para ver ser avancei ou retrocedi. PARA MEMORIZAR

"Investiga minha vida, ó Deus,

descobre tudo a meu respeito. Interroga-me, testa-me;

assim, terás uma ideia clara de quem sou.

Vê por ti mesmo se fiz alguma coisa errada

e, então, guia-me na estrada que conduz à vida eterna"

(Salmo 139.23-24 -- A MENSAGEM) *** O PRIMEIRO PASSO Como conferimos a nossa vida real com a vida ideal (prometida)?

A vida tem sentido. A vida tem sentido e devemos buscá-la. A transbordância

(paz) é possível. É uma caminhada, para toda a nossa vida.

Esta caminhada se faz com os pés da sabedoria.

Viver se aprende.

Um dia destes uma mulher sábia me disse:

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-- Israel, parece que a gente não aprende.

Pressupondo que queremos aprender, pela simples razão que queremos viver

uma vida que vale a pena, o primeiro passo é o de uma honesta autoavaliação.

Geralmente, começamos cada ano prometendo (a nós mesmos, a Deus ou

uma pessoa querida) alcançar algumas metas. Certamente, isto aconteceu

com você, a menos que viva a esmo.

Vejamos.

Talvez você tenha-se comprometido em dedicar mais tempo à sua família. É

hora de perguntar: tem feito isto?

Talvez você tenha prometido cuidar mais do seu corpo, para ser mais

qualidade de vida. É hora de medir (não só a cintura) suas conquistas ou

fracassos.

Talvez você tenha manifesto o interesse em compreender e praticar a oração

sem cessar ou em ter a Deus sempre diante de si, nos desejos e decisões. É

hora de meditar: tem avançado, ao ponto de poder dizer que sua comunhão

com Deus aumentou?

Talvez você tenha olhado para a sua própria vida e decido alargar as fronteiras,

na área profissional. É hora de responder: que passos efetivamente deu para

romper o quadro dos seus limites?

Suponhamos que você esteja indo bem. Se avaliar sua trajetória, poderá fazer

melhor o percurso que falta e se superar.

Suponhamos que você não esteja indo bem. Só o saberá, se fizer uma

avaliação.

Este é o convite para este momento. Quando leio as cartas de Paulo, vejo um

homem cheio de projetos. Embora não nos tenha legado uma autobiografia, há

elementos autobiográficos em suas correspondências. Nesses elementos,

notamos suas propostas e o modo como se avaliava.

Aos romanos (Romanos 1.13) afirma que era seu propósito colher frutos entre

eles. Aos coríntios, prometer passar uma boa temporada com eles (1Coríntios

16.7). Aos gálatas e filipenses garante que não será distraído com coisas que

não importam (Gálatas 6.17), para prosseguir para o alvo da soberana

vocação que é Jesus Cristo (Filipenses 3.12). Aos colossenses mostra que se

esforça para proclamar a salvação em Jesus (Colossenses 1.28-29).

Neste processo, é importante tornar objetiva esta autoavaliação.

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Dois questionários podem ser muito úteis, como seguem.

UM QUESTIONÁRIO PARA UMA AUTOAVALIAÇÃO DA VIDA

De 0 a 5 que nota você dá para os seguintes aspectos de sua vida?

1. Alegria em estar com outras pessoas, além dos familiares

2. Avanço na realização dos seus projetos pessoais (se não os tem, marque 0)

3. Capacidade de se relacionar com outras pessoas 4. Certeza de ser amado/amada por Deus

5. Coerência entre o que crê e faz

6. Competência em organizar o próprio tempo (trabalho, comunhão, lazer,

meditação)

7. Coragem em se autoavaliar e admitir os próprios erros

8. Cuidado com a própria saúde (alimentação, prática de exercícios físicos,

sono, etc)

9. Desejo em comunicar o Evangelho a outras pessoas

10. Disposição em perdoar os que magoam

11. Gosto pela leitura da Bíblia

12. Interesse em ajudar o próximo

13. Mansidão diante dos comportamentos (fala e ações) que considera

inadequados nos outros

14. Melhoria nas suas condições financeiras

15. Paixão em conhecer e fazer a vontade (como expressa na Bíblia) de Deus

para a sua vida 16. Prazer (alegria) em viver 17. Progresso na sua carreira profissional

18. Satisfação em participar das atividades da igreja (adoração, estudo e

comunhão)

19. Tempo gasto em oração intercessória (por outras pessoas)

20. Vontade de se superar (seja na área emocional, profissional ou espiritual)

Some, por favor, as notas, cujo máximo é 100 e reflita sobre o total alcançado

Se desejar, responda o "por que" de cada nota autoatribuída.

Não fique muito contente com os resultados, se tirou mais de 70 pontos, e nem

desesperado, se ficou abaixo dos 50 pontos.

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Dentro de algumas semanas, refaça o preenchimento e depois faça uma

comparação.

Uma vida que vale a pena demanda sabedoria, com a coragem de olhar para

dentro de si mesmo e para aquilo que os seus músculos estão fazendo.

UMA PERGUNTA PARA UMA AUTOAVALIAÇÃO

Faça a você mesmo a seguinte pergunta:

Quais são os seus inimigos para uma vida plena.

(Pegue, por favor, um papel e preencha, colocando um item por linha.)

Possivelmente, aparecerão itens de natureza moral (como: Orgulho, Preguiça,

Intolerância, Inveja e Ganância), de percepção objetiva (como: Dinheiro, Falta

de objetividade, Indisciplina, Uso do tempo [falta, excesso de trabalho,

desorganização], Saúde e Família [filhos, esposa], de fundo espiritual (Falta de

confiança em Deus, Falta de entendimento de Deus, Desobediência a Deus,

Falta de intimidade com Deus e Falta de oração e leitura da Bíblia), e e de

fragilidade emocional (Medo, Conformismo [Covardia], Desânimo, Ansiedade,

Expectativas muito elevadas [Frustrações], Insegurança, Instabilidade

emocional, Baixa autoestima (perfeccionismo), Indecisão e Impaciência,

(Veja ANEXO) O SEGUNDO PASSO

O segundo passo é a oração, processo em que pedimos duas coisas

essenciais.

Salomão pediu sabedoria, a necessidade primordial.

Ele orou:

"Dá-me sabedoria para que eu possa governar o teu povo com justiça e saber

a diferença entre o bem e o mal" (1Reis 3.9).

Ele o fez porque reconheceu que não tinha sabedoria. Sem ela, disse, não teria

como governar o povo, esta a tarefa que lhe fôra confiada. Por isto, pediu-a.

Davi pediu que Deus o examinasse (Salmo 139.23-24). É como se tivesse lido

Jeremias. Na verdade, ele sabia do que o seu coração era capaz. Estava

sempre diante dele, como uma flâmula a tremular, o que tecera, do desejo à

ação, para conquistar Bate-Seba, sem sentir sequer remorso até ser

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confrontado contundentemente pelo profeta Natã. Nós somos capazes da

mesma coisa. Pedimos palmas para Jesus nos cultos, mas, no fundo, podemos estar a pedi-

las para nós.

Podemos cantar "tudo para glória de Deus", desde que venha um pouco dela

para nós.

Podemos piratear um CD argumentando que a indústria fonográfica é cúpida.

Podemos trair nosso cônjuge porque não fomos correspondidos.

Podemos deixar de dar o dízimo por acharmos que o dinheiro não é bem

aplicado. Podemos ter certeza que a nossa tristeza vem do que alguma pessoas nos fez

e não do que fizemos a nós mesmos.

Meditemos nesta outra oração de Davi:

"Faze-me justiça, SENHOR, pois tenho andado na minha integridade e confio

no SENHOR, sem vacilar. Examina-me, SENHOR, e prova-me; sonda-me o

coração e os pensamentos. Pois a tua benignidade, tenho-a perante os olhos e

tenho andado na tua verdade. Não me tenho assentado com homens falsos e

com os dissimuladores não me associo" (Salmo 26.1-4 -- ARA).

Você sabe se tem sido íntegro diante de Deus.

Você sabe se realmente confia em Deus.

Você sabe se tem andado na verdade de Deus.

Você sabe com quem tem se associado no dia a dia.

ACORDE

1. Faça um inventário pessoal, perguntando-se: "Estou satisfeito com o que sou?".

(AUTOCONHECIMENTO)

2. Confesse o seu pecado, em não fazer uma autoavaliação profunda de sua vida, visando

novos passos. (CONFISSÃO)

3. Ore especificamente, pedindo sabedoria para governar sua própria vida, como fez

Salomão para governar o povo. (ORAÇÃO)

4. Medite sobre a necessidade da autorreflexão. Concentre-se na conclusão paulina:

"Não penso que já consegui" [Filipenses 3.13a]. (REFLEXÃO)

5. Decida solicitar que outras pessoas avaliem você. (DECISÃO)

6. Empenhe-se para permitir que o Espírito Santo molde a sua vida. (ESFORÇO)

PARA LER

AZEVEDO, Israel Belo de. Academia da Alma 5 (2010), temas 2 e 3. Disponível na internet.

DAMBERG, Carlos F. A oportunidade dos 40. São Paulo: United Press, 2011.

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ANEXO 1

RESULTADO DE UMA AUTOAVALIAÇÃO

ASPECTOS MORAIS

1. Orgulho

2. Preguiça

3. Intolerância

4. Inveja

5. Ganância

6. Egoísmo

7. Uso da língua

9. Falta de higiene

8. Falta de submissão

9. Irresponsabilidade

10. Outras (Vingança, Deslealdade, Falta de compromisso)

ASPECTOS OBJETIVOS

1. Dinheiro 2. Falta de objetividade

3. Indisciplina

4. Tempo (falta, excesso de trabalho, desorganização)

5. Saúde

6. Família (filhos, esposa)

7. Obesidade (e falta de atividade física)

8. Internet (uso)

9. Saúde

10. Outras (Cansaço físico ou mental, Prioridades erradas, Frustração profissional [profissão

errada], Limitação intelectual)

ASPECTOS ESPIRITUAIS

1. Falta de confiança em Deus

2. Falta de entendimento de Deus

3. Desobediência a Deus

4. Falta de intimidade com Deus

5. Falta de oração

6. Limitação espiritual (Instabilidade espiritual)

7. Pouca leitura da Bíblia

8. Pecado 9. Dificuldades em testemunhar

10. Falta de oportunidade para colocar as dúvidas e opiniões nos estudos bíblicos

ASPECTOS EMOCIONAIS

1. Medo

2. Conformismo (Covardia)

3. Desânimo

4. Ansiedade

5. Expectativas muito elevadas (Frustrações)

6. Insegurança

7. Instabilidade emocional

8. Baixa autoestima (perfeccionismo)

9. Indecisão

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10. Impaciência

11. Dificuldade de convivência

12. Culpa

13. Tristeza (com tragédias; tristeza pelas mudanças nos cultos)

14. Mágoa

15. Solidão

16. Outras (Agressividade, Auto-sabotagem, Brigas, Comparações pessoais, Falta de

perdão, Formalidades exageradas, Mal humor, Rejeição, Saber perdoar, Teimosia, Traumas)

ANEXO 2

UM QUESTIONÁRIO PARA UMA HETEROAVALIAÇÃO DA VIDA

Peça a uma pessoa querida que dê para você uma nota, de 0 a 5, para os seguintes aspectos

de sua vida?

1. Alegria em estar com outras pessoas, além dos familiares

2. Avanço na realização dos seus projetos pessoais (se não os tem, marque 0)

3. Capacidade de se relacionar com outras pessoas

4. Certeza de ser amado/amada por Deus

5. Coerência entre o que crê e faz

6. Competência em organizar o próprio tempo (trabalho, comunhão, lazer, meditação)

7. Coragem em admitir os próprios erros

8. Cuidado com a própria saúde (alimentação, prática de exercícios físicos, sono, etc)

9. Desejo em comunicar o Evangelho a outras pessoas

10. Disposição em perdoar os que magoam

11. Gosto pela leitura da Bíblia

12. Interesse em ajudar o próximo

13. Mansidão diante dos comportamentos (fala e ações) que considera inadequados nos

outros

14. Melhoria nas suas condições financeiras

15. Paixão em conhecer e fazer a vontade (como expressa na Bíblia) de Deus para a sua vida

16. Prazer (alegria) em viver

17. Progresso na sua carreira profissional

18. Satisfação em participar das atividades da igreja (adoração, estudo e comunhão)

19. Tempo gasto em oração intercessória (por outras pessoas)

20. Vontade de se superar (seja na área emocional, profissional ou espiritual)

Em seguida, compare item por item com o mesmo questionário de autoavaliação que você

preencheu.

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Encontro 3

CONHECIMENTO: VOCÊ SABE QUANDO NASCEU?

PARA MEDITAR

"Por causa do sacrifício do Messias, que derramou seu sangue no altar da

cruz, somos um povo livre: estamos livres das punições decorrentes das

nossas maldades. E a verdade é que somos totalmente livres! Ele pensou em

tudo e providenciou tudo de que precisamos, e fomos incluídos nos planos que

ele teve tanto prazer em executar. Ele fez tudo isto antes de nós, em Cristo, um

plano de longo alcance, em que tudo está ajustado e centralizado nele, nos

mais altos céus e na terra". (Apóstolo Paulo, em Efésios 1.7-10 -- A

MENSAGEM) PARA PENSAR

"O homem não passa de um caniço, o mais fraco da natureza, mas é um

caniço pensante. Não é preciso que o universo inteiro se arme para esmagá-lo:

um vapor, uma gota de água bastam para matá-lo. Mas, mesmo que o universo

o esmagasse, o homem seria ainda mais nobre do que quem o mata, porque sabe que morre e a vantagem que o universo tem sobre ele; o universo desconhece tudo isso. Toda a nossa dignidade consiste, pois, no pensamento.

Daí que é preciso nos elevarmos, e não do espaço e da duração, que não

podemos preencher.Trabalhemos, pois, para bem pensar; eis o princípio da

moral. Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação

de meu pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo

me abarca e traga como um ponto; pelo pensamento, eu o abarco". (BLAISE PASCAL -- 1623-1662). PARA VIGIAR

NÃO se deixe a aprisionar por compromissos que não celebrou.

PARA ALCANÇAR

Ficarei firme na verdade absoluta de que Deus me ama, na importa a minha

história, não importa o meu corpo.

PARA MEMORIZAR "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e

não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o

princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo:

o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" (Isaías 46.9-10).

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***

A caminho de uma vida plena (este projeto para a existência toda), temos

vários inimigos.

Um deles é uma compreensão errada a nosso próprio respeito. Sabemos quem

somos segundo a Bíblia, que nos representa como Deus nos vê. Contudo,

outras visões vão se agigantando diante de nós.

1. Fomos criados por Deus à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27). Assim

mesmo, uma predisposição da ordem da natureza, sozinha ou acompanhada

de experiências de negação, derruba esta autoestima para o nível do subsolo.

Com a autoestima neste lugar, nada vale a pena.

2. Deus nos brindou também com o prazer de viver (Eclesiastes 3.11), que os

traumas, as autocríticas sem autocompaixão, as frustrações formuladas pelos

contextos dos lugares de nossa jornada e as enfermidades físicas e

emocionais vão fazendo minguar.

3. Deus continua trabalhando em nosso favor (João 5.17), pois está conosco e

estará até o final dos tempos (Mateus 28.20), para vivermos de modo que

valha a pena, que é a alegria dEle (Efésios 1.12). Assim mesmo, fatores

aparentemente alheios à nossa vontade nos oferecem a solidão e o desamparo

como as únicas alternativas possíveis. E assim vamos colhendo as daninhas

ervas do medo. 4. Deus deseja que sejamos vencedores, na verdade, mais que vencedores (Romanos 8.37). Para tanto, lega-nos Ele um conjunto de promessas e

cuidados neste sentido. Mais que isto, Ele luta as nossas batalhas (2Crônicas

20.15b) e nos supre em todas as necessidades (Filipenses 4.19). Todavia, escutamos as vozes da derrota que se aninham em nossos ouvidos e dali

penetram para dentro de nós e ali se alojam.

1 ANTES DE NASCERMOS

Apesar de Deus e Sua Palavra, que deviam ser absolutos, outras verdades vão

se entronizando no coração de nossas mentes, levando-nos a, entre outras

realidades, uma visão errada a nosso próprio respeito.

Precisamos de uma visão adequada a nosso respeito, que inclua os fatores

que nos precedem em nossa formação.

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Meu pai foi também protético boa parte de sua vida. Um de seus trabalhos era

fundir metais para fazer alianças ou moldar peças para a boca. Ele pegava um

cadinho, colocava ali os materiais, aquecia o cadinho até alcançar uma alta

temperatura e girava, com o auxílio de uma alça, todo o conteúdo no ar, até

haver a fusão. Depois, quebrava o material externo e lá dentro estava a peça

fundida, resultante de materiais dispersos por ele ajuntados.

No cadinho de nossas vidas, participam muitos materiais, difíceis de serem

percebidos em suas distinções.

(Veremos hoje o material recebido antes de nosso nascimento. No próximo

encontro, consideraremos o material que nós mesmos vamos constituindo,

desde nossa infância.)

LAÇOS TRANSGERACIONAIS -- Portanto, nascemos antes de virmos ao

mundo. Somos parte de uma história que começou a ser escrita séculos antes,

tenhamos ou não conhecimento disto.

A psicóloga L êda de Alencar Araripe e Andrade conta que seu pai, à

mesa das refeições, falava de seu sonho de "viver, pescar, nadar e caminhar"

nas "areias brancas" de alguma ilha do Oceano Pacífico. Ela, menina,

mergulhava junto. Adulta, esqueceu tudo e nunca o mencionou aos seus filhos.

Contudo, seus filhos cresceram. "Cada um se dirigiu sem qualquer combinação

prévia para uma ilha distante. Dois foram para ilhas do Oceano Pacífico. Um

deles chegou mesmo a conhecer boa parte daquelas ilhas paradisíacas. As

ilhas do meu pai...". Ela pergunta: "Como pode acontecer esta comunhão de

destinos idealizados e desejos jamais expressados?" Ela responde: "Minha

hipótese é que meus filhos captaram de alguma maneira misteriosa este desejo

de mar, de ilha, de lugar longínquo, e concretizaram o que as duas gerações

anteriores ansiaram e não realizaram". Sua conclusão é que "somos todos uma

mistura de nossos pais e mães. Eles estão nos nossos genes, no aprendizado

pela convivência e pelas ausências, nos modelos reproduzidos e na partilha da

herança familiar". (ARARIPE E ANDRADE, Lêda de Alencar. A família e suas

heranças ocultas. Fortaleza: Edição da Autora, 2008, p. 18 e 29.)

Estamos diante de "lealdades ocultas no seio das famílias", numa espécie

transmissão psíquica (intergeracional ou transgeracional, dependendo do

caso). O fato é que essas lealdades (em que nos propomos a viver os papéis

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dos outros) tendem a nos impedir de viver hoje e de modo independente a nossa vida.

O pressuposto nestas situações é que "o inconsciente de cada indivíduo leva a

marca, na sua estrutura e nos seus conteúdos, do inconsciente de um outro, e,

mais precisamente, de mais de um outro". Em outros termos, o material da vida

psíquica é algo que se torna passível de ser transmitido, no interior de uma

família, entre e inter gerações. E o que se transmite é preferencialmente aquilo

que não se contém, "aquilo que não se retém, aquilo de que não se lembra: a

falta, a doença, a vergonha, o recalcamento, os objetos perdidos, e ainda

enlutados". (KAES, R. Citado por GOMES, Isabel Cristina Gomes, ZANETTI,

Sandra Aparecida S. Transmissão psíquica transgeracional e construção de

subjetividade: relato de uma psicoterapia psicanalítica. Disponível em <

http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S1678-

51772009000100006&script=sci_arttext. Outro artigo útil é: GOMES, Isabel

Cristina. Transmissão psíquica transgeracional e violência conjugal: um relato de

caso. Disponível em

<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0006-

59432005000200005&script=sci_arttext>)

Estes achados nos ajudam a entender o mecanismo da bênção e da maldição,

bem como dos padrões positivos e negativos.

Por alguma razão, não temos muitas perguntas sobre bênçãos e padrões

positivos. Quando não encontramos explicação para certos comportamentos,

tendemos a atribuí-los a gerações passadas. Entre alguns cristãos, fala-se em

maldição hereditária e, entre os espíritas, em carma. Nenhum deles tem o

respaldo da revelação divina.

Quanto à maldição hereditária, até parece ter. Temos muitas bênçãos (desejos

de bem para os outros) na Bíblia. Deuteronômio 29 nos fala de maldições, mas

de maldições que resultarão "naturalmente", não "espiritualmente", do pecado.

As bênçãos são incondicionais. As maldições é que são condicionais. Elas

podem ser dadas e pendem sobre nós, que as fazemos despencar ou não

sobre as nossas cabeças. Jabez recebeu um nome (sofrimento) amaldiçoante,

mas o recusou (Crônicas 4.10). Raquel deu ao seu segundo filho o nome de

Benoni (filho da minha dor), mas Jacó, o pai, o rejeitou, mudando o nome para

Benjamim (filho da minha mão direita), certamente para sua alegria (Gênesis

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35.18). Eu devia me chamar Er (Gênesis 38.7), mas meu avó não aceitou,

preferindo Israel. Ainda bem.

Mais sérios são os padrões, sobretudo os negativos. A mentira, por exemplo,

pulsava no clã de Abraão. Seu neto (Jacó) o repetiu, enganando o irmão. O tio

de Jacó mentiu também.

A liberdade, condicionada ao nosso conhecimento de nossas limitações e

possibilidades, é que nos permite repetir o padrão ou recusá-lo, aceitar a

herança ou não.

Diante destes laços, precisamos clarificar a lealdade invisível estabelecida,

identificar as pressões e redefinir nosso lugar no grupo, "libertando-nos para

viver nossa própria vida sem as amarras de lealdades aprisionoadoras".

(ARARIPE E ANDRADE, op. cit., p. 60)

UM CORPO QUE (NÃO) FUNCIONA -- Além deste material psíquico, também

nascemos com o nosso corpo. Somos um corpo, que é, na verdade, um

sistema complexo (e Deus não é complexo?), constituído a partir de um

material genético e desenvolvido na história. É parte deste sistema o nosso

aparelho psíquico, invisível mas sensível.

Este corpo tem uma história e o seu desequilíbrio pode ter origem na biologia

ou na historia a partir dos relacionamentos.

Este corpo tem uma história e o seu desequilíbrio pode ter origem na biologia

ou na historia a partir dos relacionamentos.

Entendemos bem a riqueza deste sistema, que inclui as emoções, quando

ficamos deprimidos. A doença (que não pode ser confundida com tristeza)

muito provavelmente é provocada por um desequilíbrio bioquímico nos

neurônios, que regulam o humor. Este desequilíbrio torna o indivíduo mais

vulnerável aos fatores desencadeadores, como traumas (acontecimentos que

ficaram guardados) e pressões estressantes, que disparam a depressão. O

ambiente familiar e extrafamiliar durante a infância também são

predisponentes.

Se não entendemos esta dinâmica, ao ficarmos deprimidos, passamos a fazer

perguntas que reforçarão a doença.

Em outras palavras, nosso corpo nem sempre, por razões variadas, internas e

externas, funciona bem.

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Nós separamos no corpo duas partes: aquela que é tangível (como os

músculos) e aquela que é intangível (nosso aparelho psíquico). Se temos um

problema de audição ou de postura, compreendemos, mesmo que nos

provoque limitação ou dor. Entendemos que estes assuntos devem ser levados

a um médico. Ele intervém e, às vezes, resolve. Quando não resolve,

reclamamos e convivemos.

Quando a dificuldade é em nosso cérebro, temos alguma resistência, mas,

superando-a, buscamos um neurologista para um diagnóstico. E aí

precisaremos conviver com este diagnóstico (uma enxaqueca, uma labirintite,

por exemplo), se ele não for reversível.

O drama é quando nosso aparelho psíquico não funciona adequadamente,

dentro de padrões considerados "normais". Tendemos a incorporar o estigma

social e nos recusamos a admitir que estamos emocionalmente doentes.

Precisamos saber que o transtorno psíquico nos tira a capacidade uma vida

plena, facilmente entrecortada, quando, não, interrompida,

Além dos nossos esforços para um corpo-músculo saudável, precisamos nos

empenhar para ter um corpo-mente igualmente saudável. E, as vezes, somos

relapsos nos dois polos.

Perdemos muitos de nós mesmos quando nos recusamos a buscar a ajuda

profissional no processo de compreensão e cura do nosso corpo-mente.

2 A NATUREZA DA VIDA

Estas percepções nos mostram que as vidas das pessoas são diferentes. As

oportunidades não são iguais. Nossos corpos não são os mesmos. Nossas

mentes não são as mesmas. (E isto já não seria suficiente para nos livrar da

desgraça da comparação?)

Estas percepções também nos mostram que a vida nem sempre pode ser

comparada a uma mala leve. Muitas vezes, por razões também alheias à nossa

vontade, a mala pode ser pesada. Cabe-nos aliviar o seu peso.

E nós o fazemos quando entendemos a dinâmica da vida.

Recordo uma mensagem que preguei, na qual disse:

"A rota da liberdade incluía a tragédia do deserto. Não dava para acampar em

Etã, sem que se partisse de Sucote (Êxodo 13).

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Não dá para fugir de uma prisão, sem que se cave longamente um túnel

insalubre, incerto e inseguro.

Não dá para escapar de uma embarcação, sem que se enfrente as ondas do

mar e as embarcações da polícia marítima.

Não dá para sair de um oásis, sem que se caminhe pelo deserto, onde o sol é

inclemente, o vento é cortante e a areia é paralisante.

O problema é que a vida é dura.

A vida é dura por causa de nossos corpos que não resistem às bactérias e

vírus.

A vida é dura por causa de nossas heranças, sejam elas genéticas,

patrimoniais ou psicológicas.

A vida é dura por causa de nossas escolhas, especialmente as erradas.

A vida é dura por causa das escolhas dos outros, especialmente aquelas que

nos alcançam.

A vida é dura por causa de nossos pecados, especialmente aqueles cujas

conseqüências conhecemos.

A vida é dura por causa dos pecados dos outros, especialmente aqueles que

se traduzem em criminalidade, corrupção e crueldade.

Por que a vida é dura, o deserto é necessário. Por isto, Deus leva seu povo

para o deserto, mesmo sob protesto. Vendo o que Deus fez, penso nos pais, naqueles que amedrontam seus filhos e evitam que vivam, naqueles que

protegem seus filhos, dourando-lhes a vida, e a vida não é dourada.

Penso naqueles que se sentem abandonados porque Deus os levou ao

deserto. Não se ache abandonado. Deus não julga o verbo "abandonar".

Não se pergunte porque foi para o deserto. Ocupe-se em como sair de lá. É

isto que importa: o que importa é como você vai sair de lá". (Leia o texto todo

em AZEVEDO, Israel Belo. O fácil não existe. Disponível em

<http://www.prazerdapalavra.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=

664:odo-1317-22-o-fcil-ni-existe&catid=141:capitulo-13>) Alguns depois, uma pessoa que ouvira a mensagem me disse, casualmente, que aquela mensagem lhe levara a mudar os rumos da vida, que sempre

achava que era leve, mas não era.

Precisamos de uma compreensão correta da vida.

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Perdemos muitos de nós mesmos quando nos recusamos a lançar mão dos

recursos (comunhão com Ele e comunhão uns com os outros) que Ele nos põe

no processo de compreensão e cura de nosso ser.

3

AJUDA E VISÃO

Neste caminho, precisamos de duas atitudes (que nascem de duas

percepções).

AJUDA -- A primeira é pedir ajuda a uma pessoa próxima para nos avaliar,

numa espécie de contraponto à nossa autoavaliação.

Jesus fez uma intrigante pergunta a seus discípulos:

-- Quem sou eu? (Mateus 16.15) Temos que fazer pergunta semelhante.

Podemos ter uma autoimagem que não corresponde ao que os outros veem.

Precisamos que estas lentes se aproximem.

Como escreveu um especialistas em recursos humanos, "é muito mais comum

do que se pensa as pessoas formarem uma imagem muito profunda de si

mesmas, e dificilmente solicitarem -- ou mesmo aceitarem -- contribuições de

terceiros". Por isto, "para um processo de reflexão sobre quem você realmente

é, torna-se fundamental a opinião dos que com você convivem". (DAMBERG,

Carlos F. A oportunidade dos 40. São Paulo: United Press, 2011, p. 50)

Tenha a coragem de pedir a opinião dos outros a seu respeito. (Jesus fez isto,

quando mandou seus discípulos fazerem uma enquete sobre o que as pessoas

pensavam a respeito dele -- Marcos 8.27.)

Disponha-se a ouvir, então, impressões surpreendentes (negativas e positivas)

a seu respeito.

Pegue o mesmo formulário que você mesmo respondeu e peça a, pelo menos,

uma pessoa conhecida (pode ser um amigo, um colega ou seu cônjuge) para

preenchê-lo. A seguir, compare os resultados. (FORMULÁRIO 2)

VISÃO -- A segunda é ter a visão que Deus tem a nosso respeito.

Recordemos estas verdades essenciais:

Fomos criados por Deus à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1.27). Deus

nos estima bem. Devemos nos estimar bem.

2. Deus nos brindou também com o prazer de viver (Eclesiastes 3.11).

Devemos aceitar este propósito divino para nós.

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3. Deus continua trabalhando em nosso favor (João 5.17). Alegremo-nos e

também trabalhemos.

4. Deus deseja que sejamos vencedores, na verdade, mais que vencedores

(Romanos 8.37). Fiquemos firmes nesta promessa, apesar da história que a

nossa família escreveu antes de nascermos e do corpo limitado que somos.

***

ACORDE

1. Faça um inventário pessoal, perguntando-se: "Que histórias sei da minha família

antes de eu nascer?". (AUTOCONHECIMENTO)

2. Confesse o seu pecado, de não cuidar do seu próprio corpo-mente, de não aceitar

ajuda quando precisa. (CONFISSÃO)

3. Ore especificamente, pedindo conhecimento de sua história e de seu corpo.

(ORAÇÃO)

4. Medite sobre a natureza de uma vida que valha a pena, longe dos padrões

vigentes que geram ansiedade e enfermidade, sabedor que o Senhor nos dá o pão

enquanto dormimos (Salmo 127.2) ou três refeições diárias (Mateus 6.11), que é o que

precisamos. (REFLEXÃO)

5. Decida viver de modo transbordante. Decida cuidar da sua história. Decida cuidar

do seu corpo. (DECISÃO)

6. Empenhe-se para persistir, mesmo que a sombra do medo cubra o seu corpo-

mente. (ESFORÇO)

PARA LER

ARARIPE E ANDRADE, Lêda de Alencar. A família e suas heranças ocultas.

Fortaleza: Edição da Autora, 2008.

AZEVEDO, Israel Belo. O fácil não existe. Disponível em

<http://www.prazerdapalavra.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=

664:odo-1317-22-o-fcil-ni-existe&catid=141:capitulo-13

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ACADEMIA DA ALMA 6 (2011) ENCONTRO 4

MEMÓRIA: AI! O QUE FIZERAM CONOSCO DEPOIS QUE NASCEMOS

PARA MEDITAR "Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi

desmamado, deu Abraão um grande banquete. 9 Vendo Sara que o filho de

Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque" (Gênesis

21.8-9 -- ARA) PARA PENSAR

"Nenhuma experiência é a causa do sucesso ou do fracasso. Não sofremos por

causa de nossas experiências chamadas de traumas, se fazemos com que se

encaixem em nossos propósitos". (Alfred ADLER)

PARA VIGIAR

NÃO esquecerei que foram necessários vários anos para aprender a ser a

pessoa que eu sou, de modo que não mudarei da noite para o dia. 1

PARA ALCANÇAR

Tomarei o controle da minha vida, contra ou a favor de minha história de

infância.

PARA MEMORIZAR

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como

menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino"

(1Coríntios 13.11 -- ARA)

***

A MORTE DO ALEMÃO

Quem sou eu? Quem é você?

Cada um de nós é alguém formado ao longo de uma história única, que foi

construída pelos seus desejos em diálogo com a sua natureza e dos seus

1 LEMAN, Kevin. O que as lembranças de infância revelam sobre você. São Paulo:

Mundo Cristão, 2011, p. 16.

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relacionamentos, sobretudo os travados na infância. É durante esta fase da

vida que vivenciamos experiências marcantes.

Até hoje, por exemplo, meu coração dispara, como se, menino de sete ou oito

anos, estivesse correndo pela rua principal do meu bairro (Campo Grande, na

região metropolitana de Vitória, ES) em direção à praça, onde mataram o

Alemão. Nunca soube quem e porque ele foi morto, mas o filme se passa

diante (posso dizer: todos os dias) dos meus olhos (posso dizer:) todos os dias.

Seu corpo estava estirado no chão de barriga para cima e do buraco à altura

do seu coração, o sangue fluía e se misturava com a areia do chão. Ainda

estou vendo aquela cena. Só lembro da cena. De mais nada.

Que impacto teve sobre mim?

Não sei. Talvez venha daí meu absoluto horror a qualquer tipo de violência,

especialmente porque o outro rolo do filme, que passa sempre junto, antes ou

depois, conta uma história de quatro anos antes, quando um homem foi

arrastado (vivo? morto?) ladeira acima, amarrado numa corda, por um cavalo montado. E meus olhos viram.

Eu sou também estas duas experiências, tanto as sou que nunca as esqueci, e

só lembramos o que nos forma.

VIVENDO SE APRENDE

Precisamos prestar atenção às histórias que lembramos, porque eles nos

mostram quem somos.

O psicólogo cristão Kevin Leman insiste, com razão, que as experiências da

infância das quais nos lembramos -- e a maneira específica em que as

lembram -- revelam quem nós somos". 2 Essas lembranças têm a ver com a

lógica particular -- um conceito de Alfred Adler -- de cada um de nós, através

da qual nos enxergamos a nós mesmos, buscamos atenção dos outros e

lidamos com os conflitos da vida. "Sua lógica particular é moldada tanto por

quem você era por natureza ao nascer quando pela pessoa em que se tornou

em contato com seu ambiente familiar". 3

Somos moldados, portanto, por nossa natureza, pelo convívio com nossos

pais, irmãos, amigos e pele pelo que ouvimos, assistimos e lemos. Se

nascemos num ambiente (familiar e extrafamiliar) opressivo (como o de uma

ditadura), isto se refletirá no modo como vivemos, não necessariamente nos

2 LEMAN, Kevin, op. cit., 2011, p. 15. 3 LEMAN, Kevin, op. cit., p. 23.

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tornando opressores. Se nos formamos num ambiente permissivo (onde é

proibido proibir), isto se refletirá no modo como vivemos, não necessariamente

sendo permissivos. Não é antológica a reação dos pais de hoje que procuram

dar aos seus filhos tudo o que não tiveram quando crianças? Mas também não

conhecemos casos em que os pais de hoje tentam recriar o ambiente hostil em que viveram?

Nós tratamos as pessoas como aprendemos a tratá-las. Eugene Peterson

registra, em suas memórias, como seu pai tratava os clientes do seu açougue:

sempre com o máximo respeito, não importavam as suas condições

econômicas ou sociais. Quando chegavam as duas prostitutas da cidade para

comprar carne e os risinhos começavam, ele as servia com toda a

consideração. Numa das vezes em que o menino Eugene estava e a cena se

repetiu, ele esperou que saíssem e disse que, na loja dele, elas deveriam ser

respeitadas como qualquer cliente. Peterson nunca se esqueceu e, ao longo da

vida, o padrão de respeito ao próximo, mesmo o mais diferente, integrou a sua

personalidade. 4

FOCO DE MISÉRIA

Nem sempre aprendemos (vendo) coisas boas em casa.

Nem sempre somos amados na família. Ou: nem sempre somos amados do

modo certo.

E é bom que acrescentemos: pais, nem sempre ensinando (com a vida) coisas

bons. Pais, nem sempre amamos a nossa família mais que a nós mesmos.

Pais: nem sempre amamos do modo certo. Por isto, pais, escutemos: a

lembrança que estamos "criando hoje pode muito bem ser aquela que vai durar

uma vida inteira". 5

Ha muitas mentiras que nos contam, quando crianças, nas quais acreditamos a

vida toda. Eis o que, tristemente, por vezes, aprendemos,

1. depois de um erro (ou, mais provavelmente, de uma irritação que

involuntariamente provocamos):

-- Você não vai dar nada na vida.

4 PETERSON, Eugene H. Memórias de um pastor. São Pauo: Mundo Cristão,

2011, p. 48. 5 LEMAN, Kevin, op. cit., p. 266.

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2. depois que falhamos mais uma vez na mesma coisa:

-- Você SEMPRE falha. Não posso confiar em você.

3. depois que os pais brigam:

-- Você só veio trazer problemas aqui em casa.

4. quando surge alguma dificuldade:

-- Os problemas de nossa família são de nossa família. Ninguém precisa ficar

sabendo. 5. quando os conflitos se agravam:

-- Nossa família é a melhor família do mundo. Não há ninguém melhor do que

os da nossa família. Nós somos os melhores.

6. quando você fracassa numa matéria na escola:

-- Você é burro. (Eu ouvi isto. E o pior é que era verdade... naquela matéria que

não me interessava)

7. quando querem nos estimular em alguma área da vida ou, simplesmente,

nos fazer orgulhosos:

-- Você é o melhor filho do mundo.

8. quando consideram você muito sincero:

-- Você não tem que ser verdadeiro. Diga às pessoas o que elas querem ouvir.

Nunca pareça fraco.

9. quando as coisas não vão bem:

-- Seu problema é o casamento que você tem. (Ou: os pais que você tem)

10. quando acham você muito ingênuo:

-- Jamais confie em alguém. 6

6 O que é bem diferente da seguinte orientação: "Abrir-se para outras pessoas,

parar de mentir sobre sua solidão e seus medos, ser honesto a respeito de

seus afetos e dizer aos outros quanto são importantes para você -- esta

receptividade é o triunfo da criança sobre o fariseu e um sinal da presença

ativa do Espírito Santo". MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim. São

Paulo: Mundo Cristão, 2006, p. 105.

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11. quando querem ensinar a como viver:

-- "competir pelo dinheiro (...) é a única maneira inteligente de viver". 7

12. quando acham que interpretam corretamente os mandamentos de Deus:

-- Você precisa ser moralmente impecável, para ser amado por Ele.

Três histórias nos atestam o poder operacional destas ilusões.

A MALDIÇÃO DO FRACASSO -- Quando fez 50 anos, Adolfo fechou a sua

vida.

Tivera uma infância difícil, mas conseguiu dar a volta, amealhou algum

patrimônio, casou-se, teve filhos e filhas. Quem conheceu Adolfo estranhava o

seu jeito de ser: calado e soturno. Sua esposa disse que jamais contou uma piada. Um de seus filhos, no seu funeral, aos 78 anos de idade, lamentava que

nunca brincara com ele ou com os irmãos.

Conheci Adolfo aos 55 anos. Tinha vendido seu negócio e vivia dos

rendimentos, que começavam a escassear. Ele estava apavorado, achando

que logo não teria mais recursos para sustentar sua família (ele e a esposa).

Ele cantava em dois coros, mas me disse que cantava porque a esposa o

obrigava. Quando a igreja reunida cantava, não via a melhor graça naquilo e

estranhava o entusiasmo e duvidava que fosse verdadeiro. Quando me procurou, queria ajuda para entender o que se passava na sua

mente, porque não via nenhum sentido para a sua vida. Perguntou-me se

morresse naquela tristeza, iria para o céu. Depois me disse que pensava em se

separar porque estava sendo um peso. Sempre que podia, repetia que era um fracassado.

Uma vez lhe perguntei porque era um fracasso se ele não era um fracassado.

Então, ele me disse:

-- Até hoje eu escuto meu pai dizer, quando minha mãe morreu, que eu era um

peso para ele e que não sabia como cuidar de mim. Como eu chorava muito,

ele me pegou pelos cabelos e gritou: homem não chora, seu fracassado! Desse

jeito, você não vai dar em nada na vida.

Adolfo acreditou nesta mentira (de que não daria nada na vida) e a transformou

na sua verdade.

7 PECK, M. Scott. O povo da mentira. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 248.

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O DESTINO IMPOSTO -- Antonio tinha outros irmãos, mas seu pai, que era

engenheiro civil bem-sucedido em Pernambuco, decidiu que ele também será

engenheiro. O pai, então, o enviou para o Rio de Janeiro para estudar na

mesma Universidade onde se formou, por ter o melhor curso do país. Antônio

concordou. No entanto, a sua paixão sempre foi a música. Nunca se rebelou

com o pai e buscou, mesmo a contragosto, fazer a vontade dele. Ser cantor sempre foi o sonho de sua vida. Mudou-se para o Rio e, embora parecendo

que estudasse, a cada vestibular (foram vários) era reprovado. No quarto

vestibular, seu pai veio estar com ele e disse:

-- Esse é o seu último vestibular para engenharia. Se não passar neste, vai ter

que se virar na vida.

Antônio estudou muito naquele. Afastou-se das atividades da igreja, para poder

se concentrar no vestibular. Publicado o resultado, foi reprovado mais uma vez. Tornou-se cantor. Abandonou a igreja. Desapareceu dos amigos, fazendo novos, ligados ao seu campo da sua arte. Enquanto esteve na igreja, alguns puderam observar nele que tinha dificuldade

de dizer "não" aos convites que recebia e que atrapalhavam seus estudos.

Precisava ser sempre querido. Era sempre agradável com as pessoas.

Ele demonstrou também que não terminou nenhum projeto que começou. Tudo

o que planejava fazer era sempre muito grande, mas que redundava em nada. Jamais namorou. Sua companhia, jovem que era, eram meninas a quem

tratava como irmãs e assim se protegia de qualquer relacionamento sério.

Antônio teve sobre si o peso de expectativas que não formulou. Ao mesmo

tempo, vivia para agradar seu pai e, por extensão, aos líderes musicais da

igreja, aos quais jamais queria desagradar. Antônio tinha horror a qualquer

relacionamento que fosse além da superficialidade.

Nunca se livrou da imposição do seu pai, mesmo quando ela foi retirada. É

possível que carregue a frustração de não ter realizado o sonho do pai, que

talvez carregue a mesma frustração ou a culpa de ter imposto ao filho o que

não se pode impor.

AS FORMAS DA AUSÊNCIA -- Antônia decidiu ter um filho "independente",

como se dizia na época. Orgulhava-se de criar seu filho sem pai e nunca

apresentou os dois. Na certidão, só há o nome da mãe. John (em homenagem

a John Lehnon) sempre teve tudo, menos a presença da mãe, menos o carinho

da mãe, nunca o exemplo do pai, que jamais conheceu. Tinha um bom

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emprego e nele ficava o dia inteiro e parte da noite. O garoto viveu a infância

sozinho. Sua vida era escola-casa-igreja.

Na igreja, John foi muito ativo desde a adolescência. No entanto, ele não era

amado. Ele era suportado, porque a convivência com ele era muito difícil.

Mentiroso e fofoqueiro, quando alguém o questionava, ele chorava, reclamando

pelos cantos que não era aceito.

Para piorar, tinha um modo de falar e vestir que muitos julgavam efeminados.

Na juventude, a situação ficou ainda mais constrangedora. Se alguém

procurava a sua mãe para sugerir um acompanhamento profissional, ela

reagia:

-- Ele é assim mesmo. Ele vai crescer e superar estas coisas de criança.

John, o inseguro, era o produto de pais ausentes: a mãe assoberbada pelo

trabalho, o pai impedido de existir.

Vítima, aceitou o papel, sem saber o que é vida abundante.

NEGANDO A MENTIRA

Se estas histórias nos soam próximas, como que fazemos com as nossas

vidas? Melhor: o que fazemos com estas mentiras?

A primeira coisa é reconhecer que você acredita nelas. (Isto quer dizer que

você também se tornou um mentiroso.)

A segunda é perceber o mal que estas mentiras têm feito a você. (E talvez

você tenha feito a outras pessoas.)

A terceira é decidir viver a verdade, e tão somente a verdade, sempre em

amor.

A quarta é pedir ajuda a Deus para não acreditar nas mentiras, certos de que

foram formuladas pelo Diabo, o pai da mentira (João 8.44), para lhe roubar (o

prazer de viver), matar e destruir (João 10.10a).

A quinta é saber quem você é uma pessoa amada por Deus. Defina-se

radicalmente desse modo. "Esse é o seu eu verdadeiro. Qualquer outra

identidade é ilusão". 8 Logo, não precisa viver na solidão. Não precisa ser

amarga. Não precisa exigir demais de você mesmo. Não precisa comprar o

amor dos pessoas. Não precisa ter medo de viver.

8 EAGAN, John. Citado por MANNING, Brennan, op. cit., p. 72.

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Lembre-se que você passou toda a sua vida ouvindo (e acreditando) estas

mentiras como se fossem verdades. Elas não virar mentira de uma hora para

outra. O processo é longo.

Colocar sua mente no padrão da verdade é muito mais complexo que reeducar

seu corpo (através de longas sessões de fisioterapia).

UM NOVO CAMINHO

Encontros e desencontros, verdades e mentiras, pressões e silêncios

permissivos, ideais e frustrações moldam nossas atitudes, que são tributárias

de nosso sentimento, nosso temperamento e nosso caráter. E este processo

levou anos, sem que se percebesse uma direção clara, como se não houvesse

um plano (e não). Vamos nos tornando o que somos (ou achamos que somos).

Juntemos esta história com nossa natureza e temos a fórmula. Então, somos

afetuosos ou secos; tímidos ou expansivos; calmos ou explosivos; honestos ou

golpistas. A natureza e o meio nos educaram, sem nos dizer que estavam nos modelando, de modo que tudo correu muito natural. Eis que, num dado

momento, ficamos diante de uma câmera fotográfica e nos entristecemos com

o autorretrato. Gostaríamos de beijar as pessoas, mas... ficamos duros na

frente delas. Não gostaríamos de explodir violentamente a algo que nos

desagrada, mas... já reagimos. Gostaríamos de não tremer diante de um

compromisso ou de uma pessoa poderosa, mas... suamos frio. Gostaríamos de

viajar o mundo sem medo de avião, mas... ficamos em casa. Gostaríamos que

jamais a "lei de gerson" fosse a nossa, mas... já agimos para levar vantagem.

Enfim, perdemos o controle de nossas vidas. O que podemos fazer, depois de termos denunciado as mentiras em que

sempre acreditamos, para reescrever nossas histórias?

1. Preciso decidir tomar o controle da minha vida. O peso das mentiras ou das

verdade não vai fazer que meu corpo se encurve ainda mais. Observarei daqui

em diante "o nível de controle que eles terão" sobre a minha vida". Sei que a

mudança do meu comportamento implica em mudar minha lógica particular, a

maneira como enxergo a vida -- "e essa é uma das coisas mais difíceis de

mudar". 9

9 LEHMAN, Kevin, op. cit., p. 190 e 182, respectivamente.

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2. Preciso saber como foi minha infância, porque as experiências daquela

época definem a minha identidade, logo: meu presente e meu futuro.

3. Preciso recusar qualquer sentimento de autorrejeição, certo de que "a maior

armadilha de nossa vida não é o sucesso, a popularidade ou o poder, mas a

autorrejeição. Sucesso, popularidade e poder podem representar grandes

tentações, mas a qualidade sedutora em geral provém de como se integra à

tentação bem maior: a autorrejeição. Quando chegamos a acreditar nas vozes

que nos nos chamam de indignos e inamáveis, então, o sucesso, a

popularidade e o poder são facilmente percebidos como soluções atraentes.

(...) Assim que alguém me acusa ou me critica, assim que sou rejeitado (...) me

pego pensando (...) que não nada de bom, [que] mereço ser rejeitado e

abandonado. A autorrejeição é o maior inimigo da vida espiritual porque

contradiz a voz sagrada que nos chama de amados. Ser o amado constitui a

verdade essencial de nossa existência. 10

4. Preciso esperar as mudanças acontecer. Estou lembrado que foram

necessários vários anos para que eu aprendesse a ser quem sou, de modo que

a mudança que desejo não ocorrerá num passe de mágica. 11

5. Preciso acertar as contas com a minha família. Sei que "todos

compartilhamos da mesma necessidade de ser amados e aceitos por nossa

família, de contribuir com ela de uma maneira que nos ajude a sentir que

fazemos parte dela e de provar somos competente em alguma coisa na vida

que nos diferencie de nossos irmãos e irmãs. Para alcançar isto, disputamos a

atenção daqueles que são mais importantes em nossa vida: nossos pais. O

impulso inato da criança de encontrar um lugar no coração de seus pais é tão

forte quanto sua necessidade de respirar. (...) E para nos colocarmos a parte

da 'concorrência' (...) aprendemos a abrir nosso próprio caminho". 12 Neste

processo, preciso ter uma clara visão das contribuições (negativas e positivas)

dos meus familiares para meu estilo de vida. ***

10 NOUWEN, Henri. Citado por MANNING, Brennan, op. cit., p. 26. 11 LEMAN, Kevin, op. cit., p. 16. 12 LEMAN, Kevin, op. cit., p. 68.

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ACORDE

1. Faça um inventário pessoal, perguntando-se: "Que traços da minha vida relaciono

com fatos ocorridos na minha infância?". (AUTOCONHECIMENTO)

2. Confesse o seu pecado de ter ignorado sua própria história (CONFISSÃO)

3. Ore especificamente, pedindo a Deus para não mais acreditar nas mentiras que

lhe fizeram aceitar ao longo de sua vida, impedindo-o a viver a vida transbordante

prometida para os que amam a Deus. (ORAÇÃO)

4. Medite sobre a natureza de uma vida que valha a pena, de modo que o seu

passado, recordado, não seja um fantasma a assustá-lo, mas um recurso para a

autocompreensão e autossuperação (REFLEXÃO)

5. Decida viver de modo transbordante. Há descobertas a ser feitas. Use-as para

viver melhor. (DECISÃO)

6. Empenhe-se para persistir. Vigie para prosseguir, mesmo que as lembranças

possam primeiramente trazer desconforto. (ESFORÇO)

PARA LER

LEMAN, Kevin. O que as lembranças de infância revelam sobre você. São Paulo:

Mundo Cristão, 2011.

MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim. São Paulo: Mundo Cristão,

2006.

ISRAEL BELO DE AZEVEDO

FORMULÁRIO 3

Qual é a primeira lembrança que lhe vem quando recua até sua infância?

Pergunte a um familiar mais antigo (pais ou irmãos) qual foi o fato mais

marcante de sua infância, na visão deles?

3. Quais os fatos na vida do país no dia/ano em que nasceu?

4. Na infância o que lhe dava prazer?

5. Qual o maior medo que sentiu?