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Estudo Ambiental Preliminar EAP (nova revisão) BONITO INCORPORAÇÃO SPE LTDA. Ref.: RESORTS (atividade hoteleira de alto padrão, instalada em área de expressivo apelo ambiental, voltada para o lazer dos hóspedes). Bonito, MS Outubro de 2014

Estudo Ambiental Preliminar EAP - GRUPO CIA SÃO PAULOEAP)-Cia... · Estudo Ambiental Preliminar ... frente do terreno (com a menor fração de 4,0000 ha), ... sendo caracterizado

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Estudo Ambiental Preliminar – EAP (nova revisão)

BONITO INCORPORAÇÃO SPE LTDA.

Ref.: RESORTS (atividade hoteleira de alto padrão, instalada em área de expressivo

apelo ambiental, voltada para o lazer dos hóspedes).

Bonito, MS

Outubro de 2014

2

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................... 5

1.1 OBJETIVO ............................................................................................................................... 5

1.2 DADOS DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................ 5

1.3 EMPRESA CONSULTORA .................................................................................................... 5

1.4 INFORMAÇÕES GERAIS ...................................................................................................... 5

1.5 LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................................... 8

ÁREA DA ZIP ........................................................................................................9 TERRENO ONDE ESTÁ O EMPREENDIMENTO ................................................ 10 TERRENO ONDE OCORRERÁ A PASSAGEM ................................................... 13

1.6 CRONOGRAMA.................................................................................................................... 15

1.7 EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E DECORRENTES .............................................. 15

1.8 EQUIPE TÉCNICA ................................................................................................................ 16

2 PLANO DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................. 17

3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL VIGENTE ............................................................................................. 17

4 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO ....................................................................................... 18

5 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO ................................................................................ 22

5.1 O EMPREENDEDOR ............................................................................................................ 22

Histórico .............................................................................................................. 22 Missão ................................................................................................................. 23 Visão ................................................................................................................... 23

5.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE E DO EMPREENDIMENTO ............................................ 23

Acesso ................................................................................................................. 23 Transporte de turistas ............................................................................................ 26 Memorial descritivo e dimensionamento das estruturas ............................................ 26 Infraestrutura ........................................................................................................ 27

5.3 CAPACIDADE DE SUPORTE DO EMPREENDIMENTO ................................................. 39

5.4 ETAPA DE INSTALAÇÃO ................................................................................................... 41

5.5 ETAPA DE OPERAÇÃO ....................................................................................................... 42

6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA ....................................................... 43

6.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA .................................................................................................... 43

6.2 METODOLOGIA ADOTADA NA EXECUÇÃO DO DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ...... 45

6.3 DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO ...................................................................................... 45

Clima ................................................................................................................... 45 Solo ..................................................................................................................... 45 Geologia .............................................................................................................. 47 Geomorfologia ..................................................................................................... 47 Hidrografia ........................................................................................................... 48 Caracterização dos níveis de ruído .......................................................................... 50

6.4 DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO .................................................................................. 50

Vegetação ............................................................................................................ 50 Fauna ................................................................................................................... 53

6.5 DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO CULTURAL ......................................................... 55

6.6 ANÁLISE INTEGRADA DO AMBIENTE ........................................................................... 56

7 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS .............................. 56

7.1 METODOLOGIA ................................................................................................................... 57

7.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS

MITIGADORAS .............................................................................................................................................. 57

Fase de implantação .............................................................................................. 57 Fase de operação................................................................................................... 61

7.3 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................ 64

8 PLANO DE MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ................................................. 70

9 CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 71

10 ANEXOS ................................................................................................................................................. 72

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 73

3

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Área da ZIP em relação ao terreno completo e a locação do terreno desmembrado (perímetro em

azul). Fonte: Arater, 2014. ....................................................................................................................................... 6

Figura 2 - Visão Geral da área do Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014. ........................................................... 7

Figura 3 - Piscina que será instalada na área do Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014. ..................................... 7

Figura 4 - Visão Geral do edifício que será instalado no Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014. ........................ 7

Figura 5 – Planta Baixa de todas as instalações do futuro Resort e sobreposição em relação a uma imagem aérea

atual. Fonte: Arater e GEOSAT, 2014. ................................................................................................................... 8

Figura 6 - Croqui de acesso ao empreendimento. Fonte: Google Earth, 2014. ....................................................... 8

Figura 7 - Imagem ilustrativa da delimitação parcial da ZIP, próxima a área do empreendimento. Destacada em

vermelho a área total que foi desmembrada pela linha inclinada deixando a área das edificações do resort todas

FORA da área da ZIP. Fonte: Google Earth, (Modificado por ARATER), 2014. ................................................. 10

Figura 8 - Fotos da área destacando o uso e ocupação do solo. As fotos 1 e 2 ilustram os exemplares arbóreos

isolados; as fotos 3 e 4 os locais de solo exposto localizados na antiga área de cascalheira. ................................ 11

Figura 9. Fragmentos florestais nativos presentes na área do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014. ............ 12

Figura 10. As fotos acima ilustram a área onde se encontra localizadas um pequeno açude, resultante da via de

acesso interna. Fonte: ARATER, 2014. ................................................................................................................ 13

Figura 11. As imagens acima ilustram o local de passagem sobre o córrego intermitente. A imagem 1 destaca a

via interna existe no local e o trajeto do córrego intermitente, seguindo as interpretações realizadas na imagem de

alta resolução, adquirida pelo empreendedor. As fotos 2 e 3 ilustram o local de passagem sobre o córrego

intermitente. ........................................................................................................................................................... 14

Figura 12 - Localização dos Principais Empreendimentos Turísticos do Município de Bonito. ........................... 15

Figura 13. Croqui de acesso ao local do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014. ............................................ 23

Figura 14. Certidão de Uso e Ocupação de Solo (pág. 1), cuja original é anexada ao processo de LP. ................ 24

Figura 15. Certidão de Uso e Ocupação de Solo (pág. 3), cuja original é anexada ao processo de LP. ................ 25

Figura 16. Ofício da SANESUL afirmando não ter condições de fornecer água no local. .................................... 28

Figura 17. Ofício da ENERSUL afirmando ter sim condições de fornecer energia ao empreendimento. ............. 29

Figura 18 - Linha de transmissão que passa pelo terreno do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014............... 30

Figura 20 - Exemplo de Central Temporária de Resíduos a ser instalada. Fonte: ARATER, 2012. ..................... 31

Figura 19 – Declaração da Prefeitura de Bonito quanto ao recebimento dos resíduos. ......................................... 32

Figura 21 – Ofício da SANESUL informando como deverá ser requerida autorização para o efluente sanitário.

Fonte: ARATER, 2014. ......................................................................................................................................... 37

Figura 22 - Exemplo de blocos Intertravados. Fonte: ARATER, 2014. Aquecedores Solares.............................. 38

Figura 23 - Exemplo de Aquecedor Solar de Água que será instalado nos bangalôs. Fonte: ARATER, 2014. .... 39

Figura 24 - Modelo de Usina de Concreto que será instalada no canteiro de obras do resort. .............................. 42

Figura 25 – Mapa da AID do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014. ............................................................. 44

Figura 26 – Mapa da AII do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014. ............................................................... 44

Figura 27 - Relevo levemente ondulado na área do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014. ........................... 46

Figura 28 - Solo na área do empreendimento. ....................................................................................................... 46

Figura 29 - Classificação de Solos. Fonte: ARATER, 2014.................................................................................. 46

4

Figura 30 - Geologia. Fonte: ARATER, 2014. ...................................................................................................... 47

Figura 31. Geomorfologia. Fonte: SEMAC, 2010................................................................................................. 48

Figura 32 - Rio Formoso. Fonte: Panorâmico, 2014. ............................................................................................ 49

Figura 33 - Rio Salobra. Fonte: Panorâmico, 2014. .............................................................................................. 49

Figura 34 - Vegetação na área do empreendimento. ............................................................................................. 52

Figura 35 - Vegetação na área do empreendimento, mostrando árvores isoladas. Fonte: ARATER, 2014. ......... 52

Figura 36 - Mostra vegetação na área do empreendimento, já antropizada (antes utilizada para pecuária). Fonte:

ARATER, 2014. .................................................................................................................................................... 52

Figura 37 - Área do empreendimento com fragmentos de Cerrado Nativo. Fonte: ARATER, 2014. ................... 52

Figura 38. As fotos acima destacam as marcações implantadas na área objeto, visando a preservação das espécies

protegidas. (em sua maioria aroeiras esparsas sendo o projeto das obras civis alocado em áreas sem a presença

das mesmas). ......................................................................................................................................................... 53

Figura 39 – Anta (Tapirus terrestris). ................................................................................................................... 55

Figura 40 – Piraputanga (Brycon hilarii)............................................................................................................... 55

Figura 41 – Sucuri (Eunectes marinus). ................................................................................................................ 55

Figura 42 - Arara Canindé (Ara ararauna). .......................................................................................................... 55

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Motivo de Viagem com destino em Bonito - MS. ................................................................................ 21

Tabela 2 - Gênero do turista na região de Bonito - MS. ........................................................................................ 21

Tabela 3 - Faixa etária dos turistas que frequentam Bonito - MS. ........................................................................ 21

Tabela 4 - País de origem dos Turistas que frequentam Bonito - MS. .................................................................. 22

Tabela 5 - Percentual dos meios de transportes utilizados no turismo na Região de Bonito - MS. ....................... 26

Tabela 6 - Classificação e Gestão dos Resíduos Perigosos (Classe I). .................................................................. 31

Tabela 7. Localização hidrográfica do imóvel. ..................................................................................................... 48

Tabela 8. Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A). ............................................. 50

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Quantitativo estimado dos Resíduos Sólidos Gerados (Fase LI)......................................................33

Quadro 2 – Quantitativo estimado dos Resíduos Sólidos Gerados (Fase LO) ....................................................34

Quadro 3 – Ictiofauna................................................................................................................... ........................53

Quadro 4 – Mastofauna...................................................................................................................................... ..53

Quadro 5 – Herpetofauna............................................................................................................... ......................53

Quadro 6 – Avifauna..................................................................................................................... .......................54

Quadro 7 – Matriz de impactos ambientais (fase LI)...........................................................................................64

Quadro 7 A – Matriz de impactos ambientais (fase de LO)..................................................................... ............66

5

1 APRESENTAÇÃO

1.1 OBJETIVO

Apresentar informações acerca do empreendimento a ser instalado e aspectos

ambientais para as fases de instalação e operação, tendo como principal objetivo a obtenção

da Licença de Instalação (LI) de acordo com a Resolução SEMAC n° 08 de 31 de maio de

2011.

1.2 DADOS DO EMPREENDIMENTO

Razão Social BONITO INCORPORAÇÃO SPE LTDA

CNPJ 19.654.570/0001-23

Atividade RESORT (atividade hoteleira de alto padrão, instalada em área

de expressivo apelo ambiental, voltada para o lazer dos

hóspedes)

Endereço Faz. Recreio, MS 382 KM 62

Município Bonito – MS

Coordenadas 21°08’28,65” S e 56°28’28,55" O

Site www.grupociasaopaulo.com.br

1.3 EMPRESA CONSULTORA

Razão Social Arater Consultoria e Projetos Ltda.

CNPJ 15.516.511/0001-38

Endereço Av. Presidente Castelo Branco, 19 – Coronel Antonino.

Município Campo Grande – MS

Site www.arater.com.br

1.4 INFORMAÇÕES GERAIS

O terreno adquirido para construção do resort inicialmente possuía uma única

matrícula com área de 11 ha e 2.500 m² (onze hectares e dois mil e quinhentos metros

quadrados) que, de acordo com o Plano Diretor de Bonito, mesmo sendo classificada como

ZONA RURAL, possuía uma parte de área que estava inserida em área denominada ZIP

(Zona de Interesse Paisagístico) o que implicava em uma série de restrições ao projeto.

Tendo em vista a implantação do projeto, atendendo completamente à legislação

existente, resolveu-se dividir a área total do terreno em duas matrículas, sendo que a área da

frente do terreno (com a menor fração de 4,0000 ha), com parte de área inserida na ZIP,

apenas dará acesso ao resort e existirão algumas das quadras de lazer. No ANEXO I é

apresentada a disposição do terreno onde será implantado o empreendimento e a ZIP.

6

Figura 1 – Área da ZIP em relação ao terreno completo e a locação do terreno desmembrado (perímetro

em azul). Fonte: Arater, 2014.

A matrícula nº 10.753, livro nº 2 de Registro Geral de Imóveis do 1º Ofício de

Registro de Imóveis e Anexos – Comarca de Bonito, esclarece que o terreno onde será

construído o resort possui área de 7,0000 ha e 2500 m² (sete hectares e dois mil e quinhentos

metros quadrados), em ZONA RURAL e sem qualquer inserção na área da ZIP.

O projeto arquitetônico e memorial descritivo, aqui anexados em sua versão conceitual

prevê uma área construída de 3,0000 ha e 1500 m², sendo assim haverá 4,0000 ha e 1000 m²

como área de infiltração, o que proporciona capacidade de suporte da área em acomodar as

atividades do empreendimento sem que suas funções naturais sejam significativamente

alteradas. É importante ressaltar que, na fase da Licença de Instalação os projetos serão

apresentados na forma EXECUTIVA, entretanto, não são esperadas significativas alterações.

Nas figuras abaixo são apresentadas algumas imagens ilustrativas das futuras

instalações do Resort.

7

Figura 2 - Visão Geral da área do Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014.

Figura 3 - Piscina que será instalada na área do Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014.

Figura 4 - Visão Geral do edifício que será instalado no Resort. Fonte: Arq. Gabriel Lima, 2014.

8

E ainda no ANEXO II á apresentado o Mapa com as Áreas de Interesse Ambiental e

as benfeitorias que serão instaladas no terreno, mostrando a interação das edificações com o

terreno local.

Figura 5 – Planta Baixa de todas as instalações do futuro Resort e sobreposição em relação a uma imagem

aérea atual. Fonte: Arater e GEOSAT, 2014.

1.5 LOCALIZAÇÃO

O empreendimento se encontra localizado na Fazenda Recreio, às margens da rodovia

MS 738 – km 62, município de Bonito – MS, nas coordenadas UTM 21 K 554607 m E e

7662085 m S, conforme Figura 6.

Figura 6 - Croqui de acesso ao empreendimento. Fonte: Google Earth, 2014.

BODOQUENA

AQUIDAUANA

JARDIM

9

O município de Bonito encontra-se situada à Sudoeste do Estado, distante 297 km de

Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo caracterizado por um grande

número de atrativos turísticos. O Município de Bonito pertence à Bacia Hidrográfica do rio

Paraguai, sub-bacia do rio Miranda.

O relatório do SISLA (Sistema Interativo de Suporte ao Licenciamento Ambiental),

com maior detalhamento da área onde será instalado o empreendimento encontra-se apensado

a este projeto como documentação obrigatória exigida pelo IMASUL para o requerimento do

licenciamento.

ÁREA DA ZIP

A Lei Complementar nº 085/2010, dispõem sobre o Plano Diretor do município de

Bonito, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana e engloba

todo o território municipal.

A referida Lei contempla o macrozoneamento, a divisão do território municipal em

áreas integradas, com o objetivo de possibilitar o planejamento adequado para implementação

das estratégias e ações definidas pelo Plano Diretor, que se organizam em zonas de uso e

ocupação do solo urbano, dentre elas a Zona de Interesse Paisagístico (ZIP).

A Zona de Interesse Paisagístico (ZIP) é definida, segundo Art.75 da lei supracitada,

por áreas de preservação permanente e outras, tendo baixa densidade de ocupação, e destina-

se a contenção urbana, de modo a criar uma faixa de amortecimento entre zona urbana e rural

do Município. Objetiva-se assegurar a preservação e a manutenção das suas características

naturais por meio do estabelecimento de parâmetros restritivos de uso e ocupação do solo

urbano.

Na ZIP são admitidos: i. Prioritariamente: atividade residencial, com habitações do

tipo chácaras de recreio; ii. Secundariamente: atividades especiais e paisagísticas, tais como

sedes de associações, equipamentos esportivos ou turísticos descobertos, viveiros de mudas,

centros de educação ambiental ou outros necessários ao funcionamento de atividades de lazer.

Ressalta-se que a implantação de qualquer atividade na Zona de Interesse Paisagístico

(ZIP) deve sempre respeitar os limites para as áreas de preservação permanente, ou seja,

compatibilizar o uso urbano com a conservação dos recursos naturais, por meio da

recuperação ambiental e da proteção dos recursos hídricos.

São diretrizes para a ZIP: i. Recuperação das áreas de preservação permanente dos

corpos d’água; ii. Recuperação e conservação da paisagem, em especial em áreas lindeiras à

Estrada Boiadeira; iii. Fiscalização da manutenção da área como área de amortecimento, para

fins de controle de crescimento da área urbana.

Destaca-se ainda que na ZIP deva ser estabelecida alíquota do Imposto sobre a

Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU diferenciada, de forma a incentivar a

permanência de áreas naturais e altas taxas de permeabilidade nos imóveis da zona.

A Figura 7 traz a imagem ilustrativa da área de ZIP ilustra a localização do

empreendimento (Resort Bonito) quanto a ZIP.

10

Figura 7 - Imagem ilustrativa da delimitação parcial da ZIP, próxima a área do empreendimento.

Destacada em vermelho a área total que foi desmembrada pela linha inclinada deixando a área das

edificações do resort todas FORA da área da ZIP. Fonte: Google Earth, (Modificado por ARATER), 2014.

TERRENO ONDE ESTÁ O EMPREENDIMENTO

O empreendimento em análise localiza-se às margens da Rodovia MS 382 no

município de Bonito – MS, nas coordenadas 21S, N 7.662.101,0900 m E 554.536,8160 m

DATUM SAD 69.

Na porção de terras, denominada “Gleba da Fazenda Recreio” onde o empreendimento

será instalado, desenvolvia-se anteriormente atividade voltada à pecuária bovina. Com o

desmembramento da Fazenda Recreio, o local abriga predominantemente áreas de pastagens,

e fragmento florestal nativo em diferentes estágios de sucessão ecológica, caracterizado no

Bioma Cerrado quanto à cobertura vegetal existente, ratificada pelos estudos apresentados no

Caderno Geoambiental - MS (Semac/Suplan/Cpppm/2011).

Concomitantemente foi realizado na área, o Imageamento aéreo com VANT (veículo

aéreo não tripulado), resultando em uma imagem ortorretificada de alta resolução (08 cm) da

área do empreendimento e seu entorno, com enfoque nas áreas de interesse ambiental,

apresentado no ANEXO II – Áreas de Interesse Ambiental e Benfeitorias.

A Tabela que segue descriminam as áreas de interesse ambiental do empreendimento e

suas caracterizações.

ESPECIFICAÇÃO ÁREA (ha)

Área Total (ha) 11,2500

Área Antropizada (ha)

Área Com Cobertura Vegetal Nativa: 2,4248 (ha) Em APP: 0,5141

Fora de APP: 1,9107

Reserva Legal (20%) 2,2500

Preservação

Permanente

Margens de Cursos d’Água 2,4090

Nascentes 0,0000

Áreas Úmidas 2,4090

Lagos, Lagoas, barragens e açudes 0,0436

Encostas de Morros 0,0000

Declividade > 45° 0,0000

Outras 0,0000

11

Área antropizada ou Uso alternativo do solo: correspondem à substituição de

vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades

agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte,

assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana. Na propriedade objeto eram

desenvolvidas, anteriormente, atividades agropecuárias, justificando a presença de solo

exposto e pastagens. Ressalta-se que nessas áreas se observam a presença de exemplares

arbóreos e arbustivos nativos esparsos no terreno. A área antropizada contempla ainda um

local de solo exposto, caracterizado como uma antiga cascalheira, utilizada pela

municipalidade (Figura 8).

Figura 8 - Fotos da área destacando o uso e ocupação do solo. As fotos 1 e 2 ilustram os exemplares

arbóreos isolados; as fotos 3 e 4 os locais de solo exposto localizados na antiga área de cascalheira.

Fonte: ARATER, 2014.

12

Cobertura vegetal e/ou remanescentes: O imóvel apresenta fragmentos florestais

nativas, em diferentes estágios de sucessão ecológica.

Essas áreas serão destinadas à reserva legal do imóvel, delimitada nos termos do art.

12 da Lei nº 12.651/2012, com alterações efetuadas pela Medida Provisória 571/2012, e

modificada pela Lei 12.727/2012, com a função de assegurar o uso econômico de modo

sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos

processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a

proteção de fauna silvestre e da flora nativa; Atendendo ao Decreto Estadual nº 13.977/2014

e ao Cadastro Ambiental Rural do Mato Grosso do Sul (CAR-MS), implantando por meio da

Resolução SEMAC nº 11/2014 (Figura 9).

Figura 9. Fragmentos florestais nativos presentes na área do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por

vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a

estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o

solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; O local apresenta uma área de várzea

de inundação ou planície de inundação: áreas marginais a cursos d’água sujeitas a enchentes

e inundações periódicas.

Cabe destacar que nas três campanhas realizadas na área do empreendimento, não foi

identificado a calha do córrego intermitente presente. O mesmo foi delimitado em função de

cartas de hidrográficas, mapeamento do SISLA e i3GEO, e principalmente com o uso do

recurso da imagem ortorretificada de alta resolução (08 cm), que melhor caracteriza o uso e

ocupação da área (Figura 10).

13

Figura 10. As fotos acima ilustram a área onde se encontra localizadas um pequeno açude, resultante da

via de acesso interna. Fonte: ARATER, 2014.

Entretanto, a Lei Orgânica do município de Bonito, e seu Art. 179, define a proibição

do desmatamento, a descaracterização e qualquer outro tipo de degradação ao meio ambiente

no trecho de cinquenta metros das margens de todos os rios e mananciais na área rural e de

trinta metros das margens de todos os rios e mananciais na área urbana do Município. Sendo

mais restritiva que a Lei Federal 12.651/2012.

Os mapas, em anexo, apresentam a delimitação da área de preservação permanente,

em área rural, considerando os 50 metros das margens do córrego intermitente, existente na

propriedade.

TERRENO ONDE OCORRERÁ A PASSAGEM

A propriedade abriga uma via interna de acesso entre a Gleba A e Gleba B, antiga

estrada de passagem que corta a área de preservação permanente e passa sobre o córrego

intermitente existente.

14

Como anteriormente mencionado, foram realizadas três campanhas na área do

empreendimento, inclusive com ocorrência de precipitação em uma delas, e, em nenhuma

delas, foi constatado o encharcamento da área de inundação, temporário, não sendo possível a

delimitação concreta do córrego existente. Os estudos estão sendo realizados com critérios

conservadores, atentando às legislações vigentes.

O empreendimento irá requerer paralelamente ao processo em andamento, uma

Autorização Ambiental/Licença de intervenção em área de preservação permanente (APP),

haja vista a necessidade de realizar a obra de acesso a Gleba B, através de uma ponte

suspensa.

Tal atividade resultará em intervenção em APP, segundo Art 4 da Lei 12.651/2012,

considerada de baixo impacto, nos termos do Art 8 e 9. Em função das limitações da área não

existe alternativas técnicas e locacionais, uma vez que o córrego intermitente cruza as

extremidades do terreno.

Observa-se neste local a presença de malinhas sob a via de acesso, o que resultou no

represamento de água. A Figura 11 ilustra o local a ser requerido para intervenção.

Figura 11. As imagens acima ilustram o local de passagem sobre o córrego intermitente. A imagem 1

destaca a via interna existe no local e o trajeto do córrego intermitente, seguindo as interpretações

realizadas na imagem de alta resolução, adquirida pelo empreendedor. As fotos 2 e 3 ilustram o local de

passagem sobre o córrego intermitente.

15

1.6 CRONOGRAMA

O início das obras para instalação do empreendimento está previsto para abril de 2015.

O início da operação do resort está previsto para junho de 2018.

É importante salientar que o empreendedor está ciente de que não pode realizar as

obras sem que haja a obtenção das licenças ambientais.

1.7 EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS E DECORRENTES

Os empreendimentos associados e decorrentes necessários ao desenvolvimento das

atividades principais são as agências de turismo da região, o aeroporto e a rodoviária do

município, lojas de produtos artesanais, além das concessionárias de abastecimento de água,

esgoto e fornecimento de energia elétrica. O município de Bonito possui diversos

empreendimentos similares no ramo turístico (Figura 12).

Figura 12 - Localização dos Principais Empreendimentos Turísticos do Município de Bonito.

Fonte: Google Earth, 2014.

16

1.8 EQUIPE TÉCNICA

COORDENAÇÃO

Máyra Golin Rodrigues

Av. Presidente Castelo Branco, 19 – Bairro Coronel Antonino

Campo Grande – MS

(67) 3352-4311

RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Rogério Corsini de Carvalho

CREA: 16179/D-MS - Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho

Rafael Costa Mariano

CREA MG 90106D VISTO MS 25718 – Engenheiro Florestal

EQUIPE ARATER CONSULTORIA E PROJETOS LTDA.

Máyra Golin Rodrigues

CREA: 9043/D-MS - Engenheira Civil e MBA em Perícias, Auditoria e Gestão

Ambiental.

Ireno Golin

CREA: PR 5318D VISTO MS 537 - Engenheiro Agrônomo

Andreia de Luna Falco

Estagiária de Engenharia Ambiental

17

2 PLANO DE TRABALHO E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para elaboração deste EAP foram realizados levantamentos a campo na área do

empreendimento, consulta a bibliografias especializadas, obtidas informações regionais

através de moradores e dados com o empreendedor.

3 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL VIGENTE

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL VIGENTE

MATÉRIA/LEI/NORMA/DATA RESUMO

LEGISLAÇÃO FEDERAL

ABNT NBR 10.004/2004. Resíduos sólidos - Classificação

Constituição Federal de 05/10/1988

A CF-88 trata especificamente da política ambiental brasileira no Capítulo VI

(Do Meio Ambiente), Artigo 255. Ainda, faz referência ao meio ambiente nos

Artigos: 5 (inciso LXXIII), 23 (incisos VI e VII), 24 (incisos VI, VII e VIII), 129

(inciso III), 170 (inciso VI), 174 (§3), 200 (inciso VIII) e 216 (inciso V e §§ 1, 2,

3, 4 e 5). Primeira vez estabelece um capítulo para o meio ambiente. Define

normas e diretrizes questão ambiental, preservação e proteção dos recursos

naturais, incluindo fauna e flora, promoção de educação ambiental e definiu o

meio ambiente como bem de uso comum.

Lei nº. 4.771/65 (várias alterações, MP

2.166-67 de 24/08/01

Código Florestal- Estabeleceu para o território nacional normas , restrições e

sanções com a finalidade de conservação e preservação dos recursos

naturais(água, solo, flora e fauna).

Lei nº. 5.197/67 (alterados pelas leis

nºs. 7.584/87; 7.653/88; 7.679/88 e

9.111/95)

Código de Proteção à fauna.

Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de

formulação e aplicação, e dá outras providências. Primeiro dispositivo legal

relacionado a Avaliação de Impactos Ambientais, regulamentada com do Decreto

nº. 88.351 de 01/06/83. Institui o SISNAMA e o CONAMA. Cria o

licenciamento ambiental, o EIA-RIMA, PCA, RCA, PRAD e outros. Estabelece

as responsabilidades objetiva e solidária.

Lei nº. 7.347 de 24/07/85

Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio

ambiente, consumidor de bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e

turístico e dá outras providências.

Lei nº. 7.804 de 18/07/89 Altera a lei nº. 6.938 de 31/08/81, que dispões sobre a Política Nacional do Meio

Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação.

Lei nº. 9.605 de 12/02/98

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas aplicáveis as atividades lesivas

ao meio ambiente. Conceitos da responsabilidade criminal, inclusive da pessoa

jurídica.

Lei nº. 9.985 de 18/07/2000 Regulamenta o art. 225, par.1º, incisos I, II, III, e VII da CF, institui o Sistema

Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências.

Lei nº. 10.650 de 16/04/2000 Dispõe sobre o licenciamento no art. 4º, inciso I e II, e acesso público aos dados e

informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA.

Lei n° 12.305 de 2 de Agosto de 2010 Institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Brasil, 2010

Decreto nº. 94.076/97 Institui o Programa Nacional de Micro bacias Hidrográficas e dá outras

providências.

Decreto nº. 99.274/90

Regulamenta a Lei nº. 6.902/81 e a Lei nº. 6.938/81, que dispõem,

respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção

Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras

providências.

Decreto n° 3.179, de 21/09/1.999.

Dispõe sobre a especificação das sanções administrativas aplicáveis às condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, assim delimitadas na Lei 9.605 de 12 de

fevereiro de 1.998 e dá outras providências.

Resolução CONAMA n° 01, de

16/01/1.986.

Cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente, resolução nº. de 23/01/86,

complementada com a resolução nº. 237 de 10/12/97.em anexo lista detalhada

atividades ou empreendimentos sujeitos aos licenciamento ambiental.

Dispõe sobre a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo

Relatório de Impacto Ambiental - RIMA.

Resolução CONAMA n° 06, de

24/01/1.986.

Aprova os modelos de publicação de licenciamento em quaisquer de suas

modalidades, sua renovação e a respectiva concessão e aprova os novos modelos

para publicação.

Resolução CONAMA nº 307/2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da

18

construção civil.

Resolução CONAMA nº 13/90, de

6/12/1990. Dispõe sobre a ocupação do entorno das Unidades de Conservação

Resolução CONAMA n° 237, de

19/12/ 1.997. Dispõe sobre o Licenciamento Ambiental em geral.

Resolução SEMAC n° 08 de 31 de

maio de 2011.

Estabelece normas e procedimentos para o licenciamento ambiental Estadual, e

dá outras providências.

Portaria IBAMA nº.37-N/92 Reconhece como lista oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de

Extinção a relação que se apresenta.

Portaria IBAMA nº.113/95

Determina que a exploração de florestas primitivas e demais formas de vegetação

arbórea, que tenha como objetivo principal a obtenção econômica de produtos

florestais, somente será permitida através de manejo florestal sustentável.

Portaria IBAMA nº.162/97 Dispões sobre o Ato Declaratório Ambiental – ADA e dá outras providências

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Lei nº. 090, de 2 de junho de 1980. Dispõe sobre as alterações do meio ambiente, estabelece normas de proteção

ambiental e dá outras providências.

Lei nº. 1.140, de 7 de maio de 1991. Dispõe sobre a Criação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, alterada por

várias vezes leis nº.s. 1.654/96; 1.940/99; 2.152/2000; 2.598/02 e 2.723/03.

Lei nº.1.871, de 15 de julho de 1998

Estabelece a forma de conservação da natureza, proteção do meio ambiente e

defesa das margens nas áreas contíguas aos Rios da Prata e Formoso, e dá outras

providências.

Lei nº.2.043, de 7 de dezembro de

1999.

Dispõe sobre a apresentação de projetos de manejo e conservação de solos e dás

outras providências. Dispõe sobre o prazo do licenciado para começar a execução

do projeto art.1º e 3º.

Lei nº.2.222, de 11 de abril de 2001

Estabelece normas para a destinação final de garrafas e outras embalagens

plásticas e dás outras providências.

Lei nº.2.256, de 9 de julho 2001. Dispõe sobre Licenciamento no art. 2º, inciso V, e o Conselho Estadual de

Controle Ambiental, e dás outras providências.

Lei nº. 2.257, de 9 de julho de 2001.

Dispõe sobre as diretrizes do licenciamento ambiental estadual, estabelece os

prazos para a emissão de Licenças e Autorizações Ambientais e dá outras

providências.

Decreto nº 11.204, de 7 de maio de

2003.

Dispõe sobre o exercício de competência do licenciamento ambiental no âmbito

do Estado de Mato Grosso do Sul.

Decreto nº 11.408, de 23 de setembro

de 2003.

Disciplina o licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades

localizados nas áreas de preservação permanente e dá outras providências.

Resolução SEMA/MS nº. 004, de 19

de agosto de 1993. Disciplina o licenciamento ambiental dos empreendimentos imobiliários.

Resolução SEMADES/MS nº 302, de

20 de junho de 1997.

Altera Anexos da Resolução SEMA/MS nº 001, de 26 de janeiro de 1989, da

Resolução SEMA/MS nº 009, de 19 de abril de 1994 e dá outras providências.

Resolução SEMADES/MS nº. 331, de

01 de abril de 1998.

Dispões sobre o licenciamento ambiental dos empreendimentos turísticos e, dá

outras providências.

Resolução SEMA-IMAP/MS nº. 001,

de 30 de abril de 2003.

Dispõe sobre procedimentos de análises dos processos de licenciamento

ambiental, e dá outras providências.

LEGISLAÇÃO MUNICIPAL

LEI COMPLEMENTAR nº 085/10 Plano Diretor de Bonito LEI N° 989, DE 9 DE DEZEMBRO

DE 2003.

Estabelece limitações ambientais como forma de conservação de

natureza, Proteção do Meio Ambiente e defesa das margens nas áreas

das bacias hidrográficas dos Rios Formoso, Prata e Peixe, no município

de Bonito-MS.

LEI N° 1.214, DE 01 DE

DEZEMBRO DE 2010

Dispõe sobre o perímetro urbano das macrozonas urbanas do município de

Bonito e dá outras providências.

4 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

Devido ao alto potencial turístico de Bonito a implantação do Resort resultará na

geração de empregos para a população local e aumento da capacidade de hospedagem do

município comportando um maior número de visitantes para o Estado de Mato Grosso do Sul

19

e especificamente ao Município de Bonito acarretando em um maior desenvolvimento

econômico para esta região.

O empreendimento será o primeiro Resort classificado como 5 estrelas do Estado do

mato Grosso do Sul:

Para um melhor entendimento, as atividades de Resort e Hotéis são distintas, assim

como exposto por LOUREIRO (2005):

“A principal diferença entre um hotel tradicional e um resort está relacionada à

forma de ocupação dos hóspedes e à quantidade e formato das instalações,

equipamentos e serviços oferecidos. O hóspede utiliza o hotel tradicional apenas

como base para realizar o objetivo de sua viagem, o empreendimento limita-se a ser

apenas um meio de hospedagem, geralmente possuindo somente um restaurante e

poucos equipamentos de lazer. Já em um resort o hóspede utiliza o estabelecimento

como destino, como sendo o próprio motivo da viagem.”

Portanto, a instalação do Resort não trará maiores impactos relacionados à pressão de

ampliação das capacidades de pessoas das atrações turísticas, e sim a atração de turistas para o

município durante todo o ano, para uso das dependências do empreendimento, mesmo nas

épocas do ano que os passeios e atividades possuem restrições, sendo assim um impacto

positivo.

A seguir é apresentado um panorama da infraestrutura atual do turismo no município

de Bonito – MS:

QUANTIDADE DE ATRATIVOS EM BONITO/MS:

Total de 45 empreendimentos e 50 atividades, sendo:

Passeios de Aventura: - 20 atrativos com 22 atividades;

Balneário/Lazer: - 05 atrativos com 05 atividades;

Grutas: - 02 atrativos com 02 atividades;

Flutuações: - 06 atrativos com 06 atividades;

Cachoeiras: - 05 atrativos com 05 atividades;

Contemplação/Interação: - 06 atrativos com 06 atividades;

Mergulhos com cilindro: - 02 atrativos com 04 atividades.

20

QUANTIDADE DE POUSADAS EM BONITO/MS:

Total de 86 empreendimentos, entre Pousadas, Hotéis e Resort, sendo:

1.312 apartamentos;

4.959 leitos.

QUANTIDADE DE AGÊNCIAS EM BONITO/MS:

Total de 52 agências de turismo

QUANTIDADE DE TRANSPORTE EM BONITO/MS:

Total de 54 empresas, sendo:

91 veículos entre Ônibus, Micro ônibus, Vans e veículos executivos 5 lugares.

QUANTIDADE DE RESTAURANTES EM BONITO/MS:

Total de 18 empreendimentos na área urbana e 15 na área rural.

QUANTIDADE DE VISITAÇÕES EM BONITO/MS:

Ano 2006 - 198.482 visitações em média de 130 mil turistas;

Ano 2007 - 195.237 visitações em média de 128 mil turistas;

Ano 2008 - 170.006 visitações em média de 111 mil turistas;

Ano 2009 - 265.397 visitações em média de 170 mil turistas;

Ano 2010 - 276.164 visitações em média de 180 mil turistas;

Ano 2011 - 304.885 visitações em média de 199 mil turistas;

Ano 2012 - 371.609 visitações em média de 242 mil turistas.

Assim pode-se observar que a quantidade de turistas e visitações em Bonito vem

aumentando consideravelmente ao longo dos anos, sendo assim viável e, até mesmo,

necessária a instalação de novos empreendimentos do setor hoteleiro, aumentando assim a

quantidade de leitos e melhorando a disponibilidade de estabelecimentos turísticos da região,

desde que, respeitando os limites dos locais atrativos de Bonito, por isso, ainda mais

importante um empreendimento que traga novas opções de lazer e permanência ao turista.

4.1 PERFIL DO TURISTA

Através de uma pesquisa secundária realizada pela FUNDTUR – MS realizada a partir

das informações coletadas nas FNRH (Ficha Nacional de Registro de Hóspede), obrigatória

pela Portaria n° 177/2011 do Ministério do Turismo, foram observadas informações sobre os

perfis principais dos turistas que frequentam a região de Bonito – MS. Na

Tabela 1, Tabela 2, Tabela 3 e Tabela 4 são apresentadas tais informações.

21

Tabela 1 - Motivo de Viagem com destino em Bonito - MS.

Motivo da Viagem

(Purpose of Trip)

2005 2007 2008 2009

Negócio (Business) 5,0% 13,0 % 19,3% 4,5 %

Turismo (Tourism) 72,1% 72,% 68,8% 94,5 %

Saúde (Heat) 0,1% 0,1% - -

Lazer (Entertainment) 7,4% 9,3% - -

Estudo/Ensino (Study/Teaching) 0,7% 1,4% - -

Esporte (Sports) 0,4% - - -

Convenção/Evento (Convention) 6,7% 4,0% - -

Religioso (Religious) 0,1% 0,1% - -

Outros (Others) 4,4% 4,9% 8,5% 1,0%

Não informado (Not informate) 4,4% 0,1% 3,8% -

TOTAL. 100% 100% 100% 100%

Fonte: FUNDTUR, 2014.

Tabela 2 - Gênero do turista na região de Bonito - MS.

GÊNERO

(Gender)

2005 2007 2008 2009

Masculino (Man) 67,3% 67,3% 68,7% 61,8%

Feminino (Woman) 32,6% 32,6% 31,3% 38,2%

Não informado (Not informate) 0,1% 0,1% - -

TOTAL. 100% 100% 100% 100%

Fonte: FUNDTUR, 2014.

Tabela 3 - Faixa etária dos turistas que frequentam Bonito - MS.

IDADE

( Age)

2005 2007 2008 2009

41 a 50 28,4% 26,2% 26,7% 27,3%

31 a 40 24,3% 28,4% 29,0% 21,8%

21 a 30 19,7% 20,1% 17,0% 21,8%

51 a 60 14,9% 14,0% 25,8% 20,9%

61 a 70 6,5% 6,5% - -

11 a 20 3,2% 3,2% 1,50% 3.6%

ñ informado 1,6% - - 4,6 %

71 a 80 1,1% 1,4% - -

22

81 a 90 0,2% 0,2% - -

01 a 10 0,1% - - -

TOTAL. 100% 100% 100% 100%

Fonte: FUNDTUR, 2014.

Tabela 4 - País de origem dos Turistas que frequentam Bonito - MS.

PAÍS

(Country)

2005 2007 2008 2009

Brasil 95,1% 92,5 % 94,0% 96,4%

Estados Unidos 0,4% 1,6% 2,3% 0,2%

Itália 0,4% 0,4% 0,3% 0,2%

Japão 0,4% 0,3% 0,2% -

Alemanha 0,4% 0,6% 0,2% 0,1%

Espanha 0,3% 0,9% 0,3% 0,3%

Portugal 0,3% 0,4% - 0,2%

França 0,2% 0,3% 0,3% 0,1%

Argentina 0,2% 0,1% 0,3% 0,1%

Austrália 0,2% 0,3% 0,3% -

Canadá 0,1% 0,2% - -

Holanda 0,1% 0,1% - 0,9%

Bélgica 0,1% 0,5% - -

Chile 0,1% 0,1% - -

Paraguai 0,1% 0,3% 0,2% 1,50%

Áustria 0,1% 0,1% - -

TOTAL 100% 100% 100% 100%

Fonte: FUNDTUR, 2014.

Como pode ser observado, o maior fluxo de visitantes do município de Bonito – MS é

por motivo exclusivo de Turismo, contemplando praticamente todas as faixas etárias

(principalmente 21-30 anos, 31-40 anos, 41-50 anos e 51-60 anos), tendo quase totalidade

turismo nacionais, ou seja, público brasileiro. Também é válido ressaltar que a maior parte

dos turistas é do sexo masculino, os quais são os maiores adeptos de esportes de aventura

(CARDOSO et al, 2013), o que existe em abundância no município.

5 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO

5.1 O EMPREENDEDOR

Histórico

A Cia São Paulo foi constituída em 1933 por um Banco Português, e posteriormente

adquirida pelo Sr. Vitor Rogério de Moura Ferreira. Tem como atividade principal a gestão de

ativos imobiliários e incorporação. Como incorporadora, está focada no segmento de alto

padrão, e busca a criação de empreendimentos com classe e personalidade.

23

Formada por uma equipe experiente e dedicada, a Cia São Paulo tem como base

fundamental a busca por inovação na concepção dos projetos e técnicas construtivas e a

utilização do que há de melhor qualidade no acabamento de seus empreendimentos.

Através de uma política de gestão e controle, cujo maior objetivo é criação de um

relacionamento próximo aos seus clientes e parceiros, a Cia São Paulo procura conhecer

melhor as expectativas do mercado e criar uma relação duradoura com seus clientes.

Missão

Construir e Desenvolver empreendimentos diferenciados, com base na qualidade,

rentabilidade e criação de patrimônio aos seus clientes.

Visão

Ser reconhecida como uma grife no setor de incorporação e desenvolvimento urbano,

cujas obras serão sinônimos de qualidade e beleza.

5.2 DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE E DO EMPREENDIMENTO

Acesso

O acesso até o empreendimento (Figura 13) é feito, partindo de Bonito, pela rodovia

estadual MS-178, sendo esta pavimentada e em boas condições de tráfego.

24

Figura 13. Croqui de acesso ao local do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

No ANEXO III encontra-se o croqui de acesso com informações mais detalhadas e

visíveis. Abaixo, a certidão do Município e COMDEMA, autorizando a instalação do

empreendimento no local em questão.

25

Figura 14. Certidão de Uso e Ocupação de Solo (pág. 1), cuja original é anexada ao processo de LP.

Fonte: COMDEMA, 2014.

26

Figura 15. Certidão de Uso e Ocupação de Solo (pág. 3), cuja original é anexada ao processo de LP.

Fonte: COMDEMA, 2014.

27

Transporte de turistas

Os turistas e hospedes poderão ter acesso ao empreendimento através de agências de

turismo, veículos coletivos de linha ou fretados, carros próprios e/ou alugados, taxi e demais

meios de transportes disponíveis na região, tendo em vista que o empreendimento terá fácil

acesso com qualquer tipo de veículo. Vale lembrar que o município é dotado de aeroporto e

rodoviária, podendo estes ser um dos meios de transportes intermediários até o Resort.

De acordo com a Pesquisa realizada pela FUNDTUR – MS, com as informações

coletadas entre 2005 e 2009 nas Fichas Nacionais de Registro de Hóspede (FNRH), o

principal meio de transporte utilizado para acesso ao Município é através de automóveis

(alugados ou próprios), seguido de avião e ônibus respectivamente. A Tabela 5 mostra os

resultados obtidos com esta pesquisa.

Tabela 5 - Percentual dos meios de transportes utilizados no turismo na Região de Bonito - MS.

MEIO DE TRANSPORTE

(Transport)

2005 2007 2008 2009

Avião 26,1% 23,0% 26,8% 20,6%

Automóvel 35,8% 50,9% 58,3% 67,0%

Ônibus 7,0% 11,7% 7,8% 10,3%

Moto 0,1% 0,2 % - -

Micro-ônibus 3,5% 2,17% 2,7% 2,1%

Outros 10,9% 18,2% - -

Não informado 17,9% 0,3% 11,3% -

Fonte: FUNDTUR, 2014.

Memorial descritivo e dimensionamento das estruturas

Será implantado canteiro de obras dimensionado de acordo com o porte e as

necessidades da Obra, compreendendo barracões ou containers para depósitos, escritório da

obra, instalações sanitárias, instalações de água e energia provisórias.

Para a execução destes serviços serão enviados à obra todo equipamento e materiais

necessários, e contratada a mão de obra especializada. A obra será mantida permanentemente

limpa e será suprida de todos os materiais e equipamentos necessários para garantir a

segurança (EPI) e a higiene dos operários.

Serão executados serviços de terraplanagem com remoção para bota fora licenciado.

As escavações serão convenientemente isoladas, adotando-se todas as medidas e cautelas

aconselháveis para a segurança da obra e do pessoal de trabalho, garantia das propriedades

vizinhas e integridade dos logradouros e redes públicas.

De acordo com as sondagens executadas, serão feitas as fundações adequadas,

obedecendo às especificações do projeto de fundações e sondagens. É importante mencionar

que a sondagem rotativa ainda não foi realizada mas, após a obtenção da LP o empreendedor

já contratará este serviço especializado para definição do tipo de fundação das edificações

(sapata ou tubulação). A estrutura do edifício será constituída de lajes, colunas e vigas de

concreto armado, nas especificações estipuladas pelo projeto estrutural, tanto no que diz

28

respeito a cargas e sobre cargas, como taxas de trabalho e traços de mistura de acordo com as

Normas Técnicas vigentes.

As alvenarias de fechamento, vedação poderão ser de blocos de concreto, ou blocos

cerâmicos, em qualquer dos casos obedecendo as Normas Técnicas Vigentes. Nas áreas

técnicas, os fechamentos poderão ser em painel de gesso a cartonado (Shaft, enchimento sob

bancadas e lavatórios).

Serão impermeabilizadas convenientemente todas as paredes de alvenaria em contato

com o solo, as partes descobertas e sob os jardins da laje do térreo, o interior das caixas d

água de concreto, o piso dos banheiros e terraços dos apartamentos, e as lajes de cobertura.

As fachadas serão revestidas com massa única, sobre a qual será aplicada textura,

cores e tonalidades indicadas no projeto executivo; as capas dos terraços serão em granito.

Serão instalados 04 elevadores sociais e 01 elevador de serviço. Haverá um sistema

completo de para-raios e sistema de segurança através de Circuito Fechado de Televisão em

toda área do empreendimento.

Será instalado um gerador que, na falta de energia da concessionária, atenderá o

funcionamento do elevador de serviço, da bomba de recalque, dos pontos de iluminação de

emergência do hall dos andares tipo, da iluminação de emergência da escada e do mezanino,

além da iluminação interna do térreo.

Os projetos de fundação, estrutural, elétrico, hidráulico, arquitetônico, paisagismo e de

incêndio, obedecerão rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras, sendo estes partes

integrantes do posterior processo de Licença de Instalação.

Infraestrutura

Abastecimento de Água

Visando o abastecimento de água potável ao Resort, será requerida a Autorização de

Perfuração de Poço Tubular Profundo, e posteriormente o Certificado de Registro de Poço

(CRP), tendo em vista que a SANESUL (Empresa de Saneamento do Município) não terá

como abastecer a edificação, conforme declaração da empresa. Vale lembrar que a área do

empreendimento situa-se em área rural.

29

Figura 16. Ofício da SANESUL afirmando não ter condições de fornecer água no local.

Fonte: ARATER, 2014.

Segundo a Norma Técnica da Sabesp NTS 181 (2012), o consumo diário de água

potável por hóspede, em Hotéis que possuem serviços de cozinha e lavanderia, é cerca de 300

L/hóspede, e sabendo que a capacidade máxima de Hóspedes do Hotel é de 568 hóspedes, a

estimativa do consumo diário de água é de 170,40 m³ para o empreendimento em

operação e em lotação máxima.

Vale ressaltar que não haverá troca da água das piscinas que serão permanentemente

tratadas. Para as cachoeiras estéticas, existentes na fachada do prédio, será instalado um

sistema de recirculação de água pluvial, evitando gastos excessivos.

Fornecimento de Energia Elétrica

Quanto ao fornecimento da energia elétrica, será feito pela concessionária

responsável pela distribuição no estado de Mato Grosso do Sul, a ENERSUL.

30

Figura 17. Ofício da ENERSUL afirmando ter sim condições de fornecer energia ao empreendimento.

Fonte: ARATER, 2014.

É importante descrever que o terreno do empreendimento já é cortado por uma linha

de transmissão da qual a energia será derivada (Figura 18). A fim de não ser necessária

alteração do projeto das futuras estruturas, esta linha será relocada, conforme solicitação já

realizada pelo empreendedor junto à ENERSUL. Além disso, o empreendimento será dotado

de um Gerador de Energia Elétrica, com motor movido a Diesel, para suprir as áreas comuns

da edificação em situações de emergência.

31

Figura 18 - Linha de transmissão que passa pelo terreno do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética – EPE (2013), o consumo mensal per

capita de energia elétrica é de 176,75 KWh, e assumindo que a capacidade máxima do

empreendimento é de 568 hóspedes, a estimativa de consumo mensal de energia elétrica

será de 100,39 GWh.

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Segundo a NBR 10.004/2004, são Resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que

resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Para facilitar a gestão dos Resíduos Sólidos gerados, os mesmos são

classificados pelas características físico-químicas e biológicas através do mesmo normativo.

A Norma prevê que os resíduos são divididos em:

Classe I (Perigosos):

São os resíduos que podem apresentar risco à saúde publica e ao meio ambiente

através de uma ou mais das características: Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade,

Toxicidade e patogenicidade. (Ex.: Resíduos de Serviços de Saúde, Contaminados com Óleos

e Graxas, Lâmpadas Fluorescentes, etc.).

Classe II (Não Perigosos):

Classe II – A (Não Inerte):

São os resíduos que não se enquadram como resíduo de classe I, podendo este ter

propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. (Ex.:

Restos de Alimentos, Resíduos de Varrição, Papéis de fins Sanitários, etc.).

Classe II – B (Inerte):

São os resíduos que não se enquadram como classe I ou classe II – A, sendo estes

compostos pelos recicláveis e reutilizáveis, não sendo estes reativos ou solúveis em água.

(Ex.: Plástico, Papel, Metal, etc.).

32

Grande parte dos resíduos gerados na fase de instalação de um empreendimento são os

RCC (Resíduos da Construção Civil), que são classificados especificamente pela Resolução

CONAMA nº 307/2002 que dispõe sobre a Gestão dos Resíduos da Construção Civil. A

Tabela 6 mostra a classificação dos RCC dada pelo normativo.

Tabela 6 - Classificação e Gestão dos Resíduos Perigosos (Classe I).

Classe Características Geração Tratamento e Disposição Final

CLASSE A

Reutilizáveis e

recicláveis como

agregados.

Alvenaria,

concreto,

argamassa, solos.

Blocos, tubos,

telhas e outros.

Deverão ser reutilizados ou reciclados de forma

agregada ou encaminhados a áreas de aterro de

resíduos de construção civil, sendo disposto de

modo a permitir a sua utilização ou reciclagem

futura.

CLASSE B Recicláveis para

outras destinações

Madeira, papel,

plástico, metal,

outros.

Deverão ser reutilizados, reciclados ou

encaminhados para área de armazenamento para

permitir sua utilização futura.

CLASSE C

Sem tecnologia ou

utilizações

economicamente

viáveis para

reutilização e/ou

reciclagem

Produtos oriundos

de gesso

Deverão ser armazenados, transportados e

destinados em conformidade com as normas

técnicas específicas.

CLASSE D Resíduo perigoso

Tintas, óleos,

solventes,

amianto, etc.

Deverão ser armazenados, transportados e

destinados em conformidade com as normas

técnicas específicas.

Fonte: Modificado da Resolução CONAMA n° 370/2002.

Os Resíduos Sólidos gerados pelo empreendimento serão armazenados internamente

em uma Central de Resíduos, semelhante ao exemplo da abaixo, e gerenciados com o apoio

da Prefeitura Municipal de Bonito/MS (abaixo a Declaração da Prefeitura Municipal

quanto aos resíduos que serão gerados no empreendimento), sendo que os mesmos,

excluindo os Perigosos, serão destinados ao Aterro Sanitário Municipal. Tal situação ocorrerá

tanto na fase de operação, quanto na fase de instalação onde a prefeitura irá disponibilizar

uma área para disposição dos entulhos (Classe A).

Figura 19 - Exemplo de Central Temporária de Resíduos a ser instalada. Fonte: ARATER, 2012.

33

Figura 20 – Declaração da Prefeitura de Bonito quanto ao recebimento dos resíduos.

Fonte: ARATER, 2014.

O Quadro 1 e o Quadro 2 apresentam o quantitativo mensal, classificação, local de

geração e a forma de gerenciamento dos resíduos sólidos que serão gerados pelo

empreendimento nas Fases de Instalação e Operação, respectivamente.

34

Quadro 1 – Quantitativo Estimado, Classificação e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Gerados na FASE DE INSTALAÇÃO do empreendimento.

Resíduo Sólido Estado

Físico Unidade

Quantidade

(*) Origem Classificação Armazenamento, Tratamento e Disposição Final

Papéis

Sanitários Sólido Kg/mês 900,00 Banheiros Classe II-A

Armazenamento: Sacos Plásticos em coletores específicos;

Tratamento: Destinação para Aterro Classe II no município de

Bonito – MS.

Sobras de

Alimentos e

Marmitex

Sólido Kg/mês 450,00

Área de

Alimentação no

Canteiro de

Obras

Classe II-A

Armazenamento: Sacos Plásticos em coletores específicos;

Tratamento: Destinação para Aterro Classe II no município de

Bonito – MS.

Plásticos Sólido Kg/mês 50,00 Canteiro de

Obras

Classe II-B

CLASSE B

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Sacos Plásticos;

Tratamento: Reciclagem

Papel e Papelão Sólido Kg/mês 100,00 Canteiro de

Obras

Classe II-B

CLASSE B

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Sacos Plásticos;

Tratamento: Reciclagem

Sucatas

Metálicas Sólido Kg/mês 200,00 Toda a Obra

Classe II-B

CLASSE A

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Área específica sobre o solo;

Tratamento: Reciclagem

Madeira Sólido Kg/mês 300,00 Toda a Obra

Classe II-B

CLASSE A

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Área específica sobre o solo;

Tratamento: Reutilização na armação de formas para concretagem.

Entulhos da

Construção

Civil

Sólido Kg/mês 7.000,00 Toda a Obra

Classe II-B

CLASSE A

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Área específica sobre o solo;

Tratamento: Reutilização na recuperação de vias de acesso

internas.

Latas e

Embalagens de

Tintas e

produtos

Químicos

Sólido Kg/mês 500,00

Fase de

Acabamento da

Obra

Classe I

CLASSE D

(CONAMA

307/02)

Armazenamento: Caçambas impermeáveis na área do canteiro de

obras;

Tratamento: Destinação para Tratamento por empresa

especializada.

Total Kg/mês 9.500,00

Fonte: ARATER, 2014. (*) Valores estimados baseados na literatura.

35

Quadro 2 – Quantitativo, Classificação e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Gerados na FASE DE OPERAÇÃO do empreendimento.

Resíduo Sólido Estado

Físico Unidade

Quantidade

(*) Origem Classificação Armazenamento, Tratamento e Disposição Final

Papéis

Sanitários Sólido Kg/mês 6.468,00 Banheiros Classe II-A

Armazenamento: Sacos Plásticos em coletores específicos na área

da Central Temporária de Resíduos;

Tratamento: Destinação para Aterro Classe II no município de

Bonito – MS.

Sobras de

Alimentos Sólido Kg/mês 3.234,00

Restaurante e

Bares Classe II-A

Armazenamento: Sacos Plásticos em coletores específicos na área

da Central Temporária de Resíduos;

Tratamento: Destinação para Aterro Classe II no município de

Bonito – MS.

Plásticos Sólido Kg/mês 100,00 Todo o Resort Classe II-B

Armazenamento: Sacos Plásticos na área da Central Temporária

de Resíduos;

Tratamento: Reciclagem

Papel e Papelão Sólido Kg/mês 100,00 Todo o Resort Classe II-B

Armazenamento: Sacos Plásticos na área da Central Temporária

de Resíduos;

Tratamento: Reciclagem

Sucatas

Metálicas Sólido Kg/mês 20,00

Manutenção

predial e

mobiliário Classe II-B

Armazenamento: Tambores de 200L na área da Central

Temporária de Resíduos;

Tratamento: Reciclagem

Latas e

Embalagens de

produtos

Químicos

Sólido Kg/mês 100,00

Materiais de

Limpeza e

produtos de

Piscina

Classe I

Armazenamento: Sacos Plásticos na área da Central Temporária

de Resíduos;

Tratamento: Destinação para Tratamento por empresa

especializada.

Lâmpadas

Fluorescentes Sólido Kg/mês 5,00 Todo o Resort Classe I

Armazenamento: Caixa de madeira na área da Central Temporária

de Resíduos;

Tratamento: Destinação para Tratamento por empresa

especializada.

Total Kg/mês 10.027,00

Fonte: ARATER, 2014.

(*) Valores estimados baseados na literatura.

36

Para um melhor entendimento, foi construído o Gráfico 1 mostrando o percentual de

geração de cada tipo de resíduo para a fase de instalação.

Gráfico 1 - Percentual da Geração de cada Tipo de Resíduo (Fase de Instalação).

Fonte: ARATER, 2014.

Como se pode perceber, na fase de Instalação, estima-se que o maior volume de

geração de resíduos (74 %) será composto por entulho da construção civil, que segundo a

resolução CONAMA n° 307/2002 é de Classe A, os quais serão dispostos em uma área

disponibilizada pela Prefeitura Municipal de Bonito/MS. Com volume bastante abaixo dos

Entulhos, o segundo com maior geração são os Papéis de Fins sanitários, representando 9 %

do total, os quais serão coletados e gerenciados pela Prefeitura Municipal de Bonito – MS.

Já para a Fase de Operação, foi construído o Gráfico 2, representando os percentuais

de geração.

Papéis Sanitários

9%

Sobras de Alimentos e Marmitex

5%Plásticos

1%Papel e Papelão

1%

Sucatas Metálicas2%

Madeira3%

Entulhos da Construção Civil

74%

Latas e Embalagens de Tintas e produtos

Químicos5%

37

Gráfico 2 - Percentual da Geração de cada Tipo de Resíduo (Fase de Operação).

Fonte: ARATER, 2014.

Já na Fase de Operação, os resíduos de maiores volumes de geração são de Classe II -

A (Não Inertes), representados pelos Papéis de Fins Sanitários (65 %) e as Sobras de

Alimentos (32 %) sendo estes armazenados na Central Temporária de Resíduos e

coletados/gerenciados pela Prefeitura Municipal de Bonito - MS.

Efluentes Líquidos

Todo o Efluente Líquido gerado pelo empreendimento será coletado e transportado

por uma rede interna de tubulação e, posteriormente, bombeado para a Rede Coletora de

esgoto do Município de Bonito – MS, que é operada pela empresa SANESUL, sendo esta

responsável pelo tratamento e lançamento dos efluentes do município. Conforme ofício

abaixo, a empresa concede parecer favorável ao recebimento e tratamento do efluentes gerado

no empreendimento, entretanto, exige que projeto detalhado e execução sejam de

responsabilidade do empreendedor:

Papéis Sanitários65%

Sobras de Alimentos32%

Plásticos1%

Papel e Papelão1%

Sucatas Metálicas0% Latas e Embalagens

de produtos Químicos

1%

Lâmpadas Fluorescentes

0%

38

Figura 21 – Ofício da SANESUL informando como deverá ser requerida autorização para o

efluente sanitário. Fonte: ARATER, 2014.

39

Assumindo que a geração de esgoto sanitário é cerca de 80 % do consumo de água, e

que para o empreendimento consumirá cerca de 170,40 m³/dia, o Volume de geração de

Efluentes Líquidos Sanitários será de aproximadamente 136,32 m³/dia.

Vale lembrar que, caso a aprovação do projeto pela SANESUL e a execução da

tubulação de recalque não sejam concluídos a tempo, na Fase de Instalação serão utilizados

Banheiros Químicos, sendo que os dejetos serão coletados e tratados pela empresa

responsável pelos sanitários. Esta última opção não é interessante economicamente para o

empreendedor, mas o mesmo se compromete caso não haja conclusão da tubulação definitiva

quando do início das obras.

Drenagem Pluvial

Todas as águas pluviais do terreno do empreendimento serão drenadas para a área da

lagoa artificial situada no mesmo, porém vale lembrar, que a maior parte do terreno será

permeável, tendo grande parte das vias de acesso revestidas com blocos Intertravados como o

exemplo de Figura 22. Isto permite maior infiltração e devolução da água pluvial ao lençol

freático, prevendo-se menores riscos de contribuição com escoamentos superficiais

provenientes de chuvas, os quais podem resultar em erosões e alagamentos.

Figura 22 - Exemplo de blocos Intertravados. Fonte: ARATER, 2014. Aquecedores Solares

Visando minimizar os gastos com Energia Elétrica, e seguindo o conceito de

sustentabilidade que o empreendedor pretende implantar, pretende-se instalar aquecedores

solares de água nos 26 bangalôs e na Piscina Coberta que será instalada, para garantir o

aquecimento da água utilizada. A Figura 23 mostra um modelo de aquecedor semelhante ao

que será instalado pelo empreendimento.

40

Figura 23 - Exemplo de Aquecedor Solar de Água que será instalado nos bangalôs. Fonte: ARATER, 2014.

Buscarão também a utilização de aquecedores solares no edifício, entretanto, em

função da demanda intensa de água quente, pois o mesmo terá 232 apartamento divididos em

7 andares, ainda não é garantida a instalação pela efetividade.

5.3 CAPACIDADE DE SUPORTE DO EMPREENDIMENTO

Com base no conhecimento detalhado das características ambientais da área onde se

pretende intervir, bem como na área de influência, e do potencial de degradação ambiental

associado ao empreendimento em análise, é possível verificar que o ecossistema envolvido

apresenta condições de suporte para recepcionar a nova atividade pretendida.

O conceito de capacidade de suporte pode ser entendido como “capacidade ou

habilidade dos ambientes em acomodar, assimilar e incorporar um conjunto de atividades

antrópicas sem que suas funções naturais sejam fundamentalmente alteradas” (FILET,1955).

O resort terá capacidade para aproximadamente 568 hóspedes com estrutura composta

por 232 apartamentos e 26 bangalôs sendo construídos respeitando o ambiente natural

(físico e biótico), possibilitando a presença de áreas permeáveis e sem haver supressão dos

fragmentos vegetais nativos da área, dentre outras ações que minimizam os possíveis

impactos causados pela fase de construção e desenvolvimento da atividade. Abaixo o

memorial descritivo resumido contido na RRT do Arquiteto Gabriel Lima, responsável pela

elaboração dos projetos arquitetônicos:

- 26 BANGALÔS, contendo cada um com as seguintes dependências: Um Quarto

com banheiro privativo, um banheiro social, um quarto, cozinha e sala integrada, área para

churrasqueira e deck com banheira com 123,16 m² de área a construir, totalizando

3.202,16m².

- ÁREA DE INTEGRAÇÃO COBERTA, com quadra de squash, sala para SPA, com

jacuzzis, sauna seca e sauna molhada, banheiros feminino e masculino, academia e piscina,

com área a construir de 846,80 m².

41

- BANHEIROS, sendo subdivididos: em masculino e feminino, com área a construir

de 32,00 m².

- VESTIÁRIO, sendo subdivididos: em masculino e feminino, com área a construir

de 91,60 m².

- BAR/PIZZARIA, espaço com cozinha, balcões, um caixa e espaço para as mesas,

com área a construir de 314,15 m².

- BAR MOLHADO, espaço integrado com a piscina infantil, com balcão voltado

para piscina e uma cozinha, com a construir de 120,00 m².

- EDIFÍCIO é constituído por:

*TÉRREO, contendo as seguintes dependências: Recepção, call center, sala de

bagagens, sala reservada, diretoria, secretária, contabilidade, pronto socorro, dois

banheiros feminino, dois banheiros masculino, lavanderia, banheiro e vestiários para

funcionários, almoxarifado, bar, cozinha, três salas para atendimento comercial, dois

brinquedoteca, com área à construir de 3.164,14 m².

*MEZANINO, contendo as seguintes dependências: dois banheiros femininos e dois

masculinos, cozinha, bar, área livre para mesas e cadeiras, sala reservada, refeitório, dois

salas de convenção, com área a construir de 2.088,95 m².

*1° ao 5° andar, cada andar como 40 quartos, dois almoxarifado e dois depósitos.

Destes 40 quartos, 32 são quartos simples e oito são quartos de luxo. Quarto simples

constitui um banheiro, espaço para as camas e uma sacada; o quarto luxo constitui de um

banheiro, um quarto reservado, uma sala e sacada, com área a construir de 2.364,20 m² por

andar, totalizando 11.821,00 m².

*6° andar, com 16 quartos, dois depósitos e dois almoxarifados. Destes 16 quartos,

oito são quartos simples e oito são quartos de luxo, com área a construir de 1.319,52 m².

*7° andar, com 16 quartos, dois depósitos e dois almoxarifados. Destes 16 quartos,

oito são quartos simples e oito são quartos de luxo, com área a construir de 1.246,33 m².

TOTAL DE ÁREAS COBERTAS: 24.246,65 m².

*ÁREAS DAS PISCINAS:

- 1 Piscina Infantil: 659,10 m².

- 1 Piscina Baby: 50,26 m².

- 1 Piscina com Borda Infinita: 770,65 m²

- 2 Piscinas de Biribol: 45,00 m², total de 90,00 m².

- 6 Jacuzzis: 8,05, total de 48,30 m².

ÁREA TOTAL DAS PISCINAS: 1.618,31m².

42

NO TOTAL O PROJETO VAI CONTAR COM 25.864,96 m² DE ÁREA A

CONSTRUIR.

LEITOS:

Apto simples 2 camas x 176ud = 352 leitos

Apto de luxo (1 cama + 1 sofá) x 56ud = 112 leitos

Bangalô (1 cama + 2 camas + 1 sofá-cama) x 26ud = 104 leitos

TOTAL DE LEITOS = 568 leitos

FUNCIONÁRIOS:

Na instalação (obras) = estimam-se entre 150 a 200 funcionários

Na fase de operação do Resort = estimam-se entre 100 a 120 funcionários

5.4 ETAPA DE INSTALAÇÃO

O início das obras para instalação do empreendimento está previsto para abril de 2015,

contando com a participação de 150 colaboradores (mão-de-obra local), em média,

trabalhando na execução do projeto. Estima-se que a duração total da fase de instalação

será de 40 meses (3 anos e 4 meses).

Para tais funcionários serão instalados banheiros (convencionais caso a tubulação de

recalque já tenha sido concluída ou banheiros químicos em caso de atraso nesta interligação

com a rede urbana) e as refeições serão servidas no próprio canteiro de obras, através de

marmitex, com alimentos preparados em restaurantes existentes no município de Bonito/MS.

Serão executados serviços de terraplanagem com remoção para bota fora licenciado.

As escavações serão convenientemente isoladas, adotando-se todas as medidas e cautelas

aconselháveis para a segurança da obra e do pessoal de trabalho, garantia das propriedades

vizinhas e integridade dos logradouros e redes públicas.

A estrutura do edifício será constituída de lajes, colunas e vigas de concreto armado,

nas especificações estipuladas pelo projeto estrutural, tanto no que diz respeito a cargas e

sobre cargas, como taxas de trabalho e traços de mistura de acordo com as Normas Técnicas

vigentes.

Tendo em vista o grande porte do empreendimento, será instalada uma usina de

concreto “in loco” para suprir as necessidades e os prazos previstos, pelo fato de que não

existe uma empresa fornecedora de concreto usinado no Município de Bonito/MS com

capacidade para atender ao empreendimento. A Figura 24 mostra um exemplo de usina que

será utilizada na instalação do empreendimento.

43

Figura 24 - Modelo de Usina de Concreto que será instalada no canteiro de obras do resort.

Fonte: CONCREMIX, 2014.

5.5 ETAPA DE OPERAÇÃO

O empreendimento a ser construído trata-se de um Resort destinado ao lazer e

convenções, com área total de 7,2500 ha e estrutura composta por 232 apartamentos e 26

bangalôs, totalizando capacidade para aproximadamente 1.084 hóspedes. Segundo a OMT

(2001), os resorts podem ser definidos como vilas ou colônias de férias que oferecem espaço

junto à natureza, inúmeras possibilidades de diversões e integração, práticas esportivas e

recreacionais.

A principal diferença entre um hotel tradicional e um resort está relacionada à forma

de ocupação dos hóspedes e à quantidade e formato das instalações, equipamentos e serviços

oferecidos. O hóspede utiliza o hotel tradicional apenas como base para realizar o objetivo de

sua viagem, o empreendimento limita-se a ser apenas um meio de hospedagem, geralmente

possuindo somente um restaurante e poucos equipamentos de lazer. Já em um resort o

hóspede utiliza o estabelecimento como destino, como sendo o próprio motivo da viagem

(LOUREIRO, 2005).

Para recreação, lazer e entretenimento dos hóspedes, o empreendimento será dotado

das seguintes estruturas:

01 espaço zen;

06 piscinas, sendo 02 de biribol, 01 infantil com bar molhado, 01 baby, 01 infinita e

01 coberta;

Restaurante

Quadras de Esporte

Bar; e,

Áreas de contato com a Natureza.

A parte de quadras poliesportivas será instalada no terreno vizinho (que faz frente à

rodovia), em fase posteriormente licenciada uma vez que houve a divisão dos terrenos. Neste

44

licenciamento do terreno da frente, onde há uma parte da ZIP, também haverá o licenciamento

da passagem sobre a área de APP existente.

O detalhamento das instalações é apresentado na Planta de Implantação apresentada

no ANEXO II.

Dentre os serviços oferecidos pelo resort, estarão inclusas todas as refeições diárias,

incluindo: café-da-manhã, almoço e jantar, e ainda serão oferecidas porções e bebidas durante

o dia (lanches). Vale lembrar que haverá um refeitório específico para os funcionários e

também será oferecido o serviço de lavanderia para atender aos hóspedes. Haverá um

estacionamento inserido em uma área de fragmento florestal, composto por árvores nativas,

no entanto, o empreendedor pretende minimizar a supressão vegetal, alocando os veículos nas

vagas enquadradas entre as árvores, tendo em vista que somente os manobristas terão acesso

ao estacionamento. Haverá um processo de Corte de Árvores Nativas (CANI), em separado

seguindo os procedimentos legais do IMASUL, para as árvores esparsas do terreno que

estiverem alocadas nos locais das edificações e acessos.

O início da operação do resort está previsto para junho de 2018, quando contará

com a colaboração de 100 funcionários, primando pela contratação de mão-de-obra local, e,

quando necessário, serão oferecidos treinamentos e formação de pessoal para os devidos

cargos.

6 DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA

6.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA

ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA

Está sendo definida como área de influência direta a área inserida dentro de um Raio

de 5,00 Km do centroide da área do empreendimento, onde será construído o Resort, sendo a

área sujeita aos impactos diretos da implantação e operação do empreendimento. No ANEXO

IV são apresentados os Mapas da AID do empreendimento contemplando os Solos, Geologia,

Uso e Ocupação do Solo e Hidrografia.

45

Figura 25 – Mapa da AID do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

A implantação do resort influenciará indiretamente vários municípios da região, sendo

que foram selecionados em níveis conforme o grau de impacto, como mostra o mapa das

áreas de influência indiretas no ANEXO V.

Figura 26 – Mapa da AII do empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

O município de Campo Grande será o ponto de chegada dos turistas vindos de outros

estado e até mesmo outros países, devido ao aeroporto, com isto o município foi classificado

com área de influência nível 3. Porto Murtinho, Miranda e Anastácio são municípios vizinhos

à Bonito, porém não apresentam potencial turístico, deste modo é considerado de nível 2.

46

Bodoquena, Guia Lopes da Laguna, Nioaque e Jardim além de fazem limite com Bonito

também possuem pontos turísticos visitados por quem frequenta a região, com isto são

considerados área de influência indireta de nível 1.

O Estado de São Paulo será o mais impactado (nível 4), uma vez que o maior público

esperado vem deste. Conforme levantamento da Prefeitura de Bonito, em torno de 50% de

todos os turistas que frequentam Bonito são do Estado de SP (segundo estudo de

levantamento realizado pelo empreendedor).

6.2 METODOLOGIA ADOTADA NA EXECUÇÃO DO DIAGNÓSTICO

AMBIENTAL

O diagnóstico ambiental foi realizado a partir de levantamentos a campo na área do

empreendimento, consulta a bibliografias especializadas e obtidas informações regionais

através de moradores.

6.3 DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO

Clima

Na maior porção do município, o clima é Úmido, apresenta índice efetivo de umidade

com valores anuais variando de 40 a 60%. A precipitação pluviométrica anual varia entre

1.500 a 1.700 mm, excedente hídrico anual de 800 a 1.200 mm, durante 05 a 06 meses e

deficiência hídrica de 350 a 500 mm, durante 04 meses.

No NE do município, o clima é Úmido a Subúmido, com índices efetivos de umidade

com valores anuais variando de 20 a 40 %, a precipitação pluviométrica varia entre 1.500 a

1.750 mm anuais, excedente hídrico anual de 800 a 1.200mm durante 05 a 06 meses e

deficiência hídrica de 350 mm durante 04 meses. (SEMAC, 2010).

Solo

No município de Bonito são encontrados diferentes tipos de solos, as principais

associações são as seguintes: Chernossolos que são solos rasos e pouco desenvolvidos,

decorrentes da decomposição do calcário; Luvissolos que são solos mais desenvolvidos, ricos

em bases; os Regossolos, assentados em relevos planos e ondulados. São solos minerais

pouco desenvolvidos, não hidromórfico, medianamente profundos ou mais espessos, textura

normalmente arenosa, hidromórficos como os Gleissolos; Plintossolos, solos com plintita e na

porção centro-sul de Bonito encontramos grande porção de Latossolos de textura média, que

são solos minerais, não hidromórficos, altamente intemperizados, profundos, bem drenados,

sendo encontrados geralmente em regiões planas ou suavemente onduladas. (SEMAC, 2010).

A Figura 27 e a Figura 28 mostram o relevo e a apresentação do solo no local.

47

Figura 27 - Relevo levemente ondulado na área do

empreendimento. Fonte: ARATER, 2014.

Figura 28 - Solo na área do empreendimento.

Fonte: ARATER, 2014.

A Figura 29 - Classificação de Solos. mostra a classificação dos solos da região, com

destaque para a área onde será implantado o empreendimento, caracterizada por Podizolico

Vermelho Amarelo Eutróficos. O Mapa de Solos em Escala Adequada está no ANEXO VI.

Figura 29 - Classificação de Solos. Fonte: ARATER, 2014.

48

Geologia

A geologia do município de Bonito apresenta rochas do Período Pré-Cambriano, do

Grupo Corumbá (Formação Cerradinho com sedimentos clástico-carbonatado e Formação

Bocaina) e Grupo Cuiabá. Do período Quaternário Pleistoceno (Formação Xaraiés, formada

por tufos calcários travertinos e conglomerados calcíferos, geralmente fossilíferos e Formação

Pantanal); Rochas do período Carbonífero, Super Grupo Tubarão – Grupo Itararé (Formação

Aquidauana).

(SEMAC, 2010).

A Figura 30 mostra a formação geológica da área do empreendimento, sendo a mesma

pertencente ao Grupo Cuiabá. O Mapa de Geologia em Escala Adequada está no ANEXO

VII.

Figura 30 - Geologia. Fonte: ARATER, 2014.

Geomorfologia

Com escarpas e bordas de patamares, as serras que ocupam a porção centro-norte do

município possuem uma declividade de até 24° nos seus modelados aguçados. Algumas áreas

planas são entremeadas com acumulação. Os relevos tabulares estão presentes na porção

centro-leste do município.

O município de Bonito apresenta duas regiões Geomorfológicas: Região da

Bodoquena e Morrarias do Urucum-Amolar com a unidade Serra da Bodoquena; e a Região

da Depressão do Alto Paraguai com as unidades: Depressão de Bonito, e a Depressão de

Miranda.

49

Apresenta Modelados Planos-P, relevo plano, geralmente elaborado por várias fases de

retomada erosiva; Modelados de Dissecação – D, com relevos elaborados pela ação fluvial;

Modelados de Acumulação fluvial - Af, áreas planas resultante de acumulação fluvial, sujeita

a inundações periódicas, e Modelados de inundação – Ai, área plana ou embaciada, zonal,

argilosa e/ou arenosa, sujeita a inundações periódicas, ligadas ou não à rede de drenagem

atual (SEMAC, 2010).

A região onde será instalado o empreendimento encontra-se, de acordo com a Figura

31.

Geomorfologia, sobre as regiões geomorfológicas da Serra da Bodoquena e Depressão

de Bonito.

Figura 31. Geomorfologia. Fonte: SEMAC, 2010.

Hidrografia

O empreendimento sofre influência da Bacia do Rio Paraguai, representado pelo Rio

Miranda, conforme Tabela 7 que segue:

Tabela 7. Localização hidrográfica do imóvel.

Bacia Hidrográfica Sub-Bacia Micro bacia Hidrográfica

Rio Paraguai Rio Miranda Córrego s/d

De acordo com informações do SEMAC (2010), o município de Bonito possui como

principais rios:

Rio Bacuri – Afluente pela margem esquerda do rio Miranda, no município de

Bonito. Bacia do rio Paraguai.

Rio Chapena – Afluente pela margem esquerda do rio Miranda; limite entre os

municípios de Bodoquena e Bonito, onde nasce. Bacia do rio Paraguai.

Rio Formoso – Afluente pela margem esquerda do rio Miranda, no município de

Bonito. Bacia do rio Paraguai.

50

Rio Mimoso – Afluente pela margem esquerda do rio Formoso, no município de

Bonito. Bacia do rio Paraguai. Num de seus trechos, a uma distância de 18 km da sede

municipal, o Plano de Desenvolvimento Turístico de Mato Grosso do Sul descreveu o

local como o Parque das Cachoeiras, com seis quedas de água, sendo o resultado da

ação erosiva nas amostras de travertino, que é um tipo de rocha calcária. É um local de

atrações turísticas para a realização de caminhadas por uma trilha ecológica entre a

vegetação local.

Rio Miranda – Afluente pela margem esquerda do rio Paraguai. Bacia do rio

Paraguai. Possui 700 km de extensão, sendo 200 km navegáveis. Seus formadores

nascem na serra de Maracaju, no município de Jardim. Faz divisa entre os municípios

de Bonito e os de: Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Anastácio, Miranda. Passa nas

proximidades da cidade de Miranda. Deságua no rio Paraguai, na altura do distrito de

Albuquerque (Corumbá). Extensão: 318 km; navegável da foz à cidade de Miranda.

Bacia do rio Paraguai.

Rio Peixe – Afluente pela margem direita do rio Chapena, no município de Bonito.

Bacia do rio Paraguai.

Rio Perdido – Afluente pela margem direita do rio Apa, na fronteira entre Brasil e a

República do Paraguai. Bacia do rio Paraguai.

Rio da Prata – Afluente pela margem esquerda do rio Miranda; nasce na serra da

Bodoquena, fazendo divisa entre o município de Bonito e o de Jardim. Bacia do rio

Paraguai.

Rio Salobra – Afluente pela margem esquerda do rio Miranda; nasce no município de

Bonito. Bacia do rio Paraguai.

O município apresenta um potencial turístico muito grande devido aos cursos d’água

existentes na área do município, principalmente próximo ao perímetro urbano. Sendo os

principais balneários, a Figura 32 e Figura 33 mostram o Rio Formoso e o Rio Salobra, os

quais são caracterizados por águas translúcidas e frias.

Figura 32 - Rio Formoso. Fonte: Panorâmico, 2014.

Figura 33 - Rio Salobra. Fonte: Panorâmico, 2014.

51

Não há curso d’água na área onde será construído o resort e também não haverá

lançamentos que possa prejudicar o recurso hídrico da região, desta forma julgamos

tecnicamente desnecessária a apresentação de boletins de análise de água.

Caracterização dos níveis de ruído

A implantação do empreendimento ainda se encontra em fase de Licença Prévia, sem

qualquer movimentação antrópica na área, sendo assim uma medição de ruído realizada

atualmente no local não refletirá a realidade do impacto durante a fase de instalação e

operação.

Os Níveis de Critérios de Avaliação (NCA), impostos pela NBR 10.151/2000 estão

dispostos na Tabela 3 abaixo:

Tabela 8. Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A).

Tipos de áreas Diurno Noturno

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamento residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

A área onde será implantado o resort pode ser considerada, de acordo com a

classificação dos tipos de área, como área mista com vocação recreacional, admitindo 65

dB(A) no período diurno e 55 dB(A) no período noturno. Serão realizadas medições de ruído

durante a instalação e operação do empreendimento.

6.4 DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO

Vegetação

Apesar de expressiva a área de pastagem plantada no município, o domínio da

vegetação é de espécies nativas da Floresta ou do Cerrado nas fisionomias Arbóreo Denso

(Cerradão), Arbóreo Aberto (Campo Cerrado) e Gramíneo Lenhoso (Campo).

O local abriga predominantemente áreas de pastagens, e fragmento florestal nativo em

diferentes estágios de sucessão ecológica, destacando fisionomia do Cerrado.

As espécies arbóreas mais frequentes na propriedade e na região catalogadas foram:

Nome Científico Nome Popular

Annona coreacea Araticum

Xylopia aromatica Pimenta-de-macaco

Sclerolobium paniculatum Carvoeiro

Acrocomia aculeata Palmeira macaúba

Tabebuia serratifolia Ipê amarelo

Hymenaea stigonocarpa Jatobá do cerrado

Cecropia spp Embaúbas

Terminalia argentea Capitão do campo

Terminalia brasiliensis Maria preta

52

Bowdichia virgilioides Sucupira preta

Pterodon emarginatus Sucupira

Machaerium acutifolium Jacarandá do campo

Machaerium nyctitans Bico de pato

Byrsonima sp Murici do campo

Miconia sp Micônia

Tibouchina spp Quaresmeiras do campo

Acacia polyphylla Angico monjolo

Albizia hasslerii Angico branco – farinha seca

Anadenanthera macrocarpa Angico preto

Anadenanthera peregrina Angico vermelho

Enterolobium contortisiliquum Tamboril

Inga sp Ingá mirim

Inga sp Ingá seco

Piptadenia gonoacantha Angico jacaré

Plathymenia reticulata Vinhático

Virola sebifera Virola

Rapanea ferruginea Pororoca

Psidium sp Araçazinho

Triplaris spp Pau jaú

Roupala montana Carne de vaca

Genipa americana Jenipapo

Tocoyena comosa Jenipapo de cavalo

Zanthoxylum sp Mamica de porca do cerrado

Luehea divaricata Açoita cavalo

Trema micrantha Crandiuba

Aegiphila sellowiana Macieira branca

Vitex polygama Tarumã

Qualea grandiflora Pau terra da folha larga

Qualea microphila Pau terra da folha miúda

Qualea parviflora Pau terra liso

Vochysia tucanorum Pau de tucano

A figura 34, Figura 35, Figura 36 e Figura 37 mostram a fisionomia da vegetação na

área do empreendimento.

53

Figura 34 - Vegetação na área do empreendimento.

Fonte: ARATER, 2014.

Figura 35 - Vegetação na área do empreendimento,

mostrando árvores isoladas. Fonte: ARATER,

2014.

Figura 36 - Mostra vegetação na área do

empreendimento, já antropizada (antes utilizada

para pecuária). Fonte: ARATER, 2014.

Figura 37 - Área do empreendimento com

fragmentos de Cerrado Nativo. Fonte: ARATER,

2014.

Considerando o levantamento florístico realizado “in loco” na propriedade (Figura

38), informa-se que nos fragmentos de vegetação nativa foi observada a existência de espécies

arbóreas nativas protegidas, ou seja, endêmicas, raras, ameaçadas de extinção e/ou imunes ao

corte, constantes do artigo 44 da Resolução SEMAC n. 08/2011, na área de CANI. Esses

exemplares identificados correspondem a alguns indivíduos de Aroeira do Sertão

(Myracrodruon urundeuva), onde serão todas preservadas, atendendo o disposto na

RESOLUÇÃO SEMAC N.3/2014.

54

Figura 38. As fotos acima destacam as marcações implantadas na área objeto, visando a preservação das

espécies protegidas. (em sua maioria aroeiras esparsas sendo o projeto das obras civis alocado em áreas

sem a presença das mesmas).

Fauna

De acordo com registros de moradores da região e turistas que frequentam o município

de Bonito – MS, verificou-se uma grande frequência no aparecimento dos animais listados no

Quadro 3 – Ictiofauna, Quadro 4, Quadro 5 e Quadro 6.

Quadro 3 - Ictiofauna.

Nome Científico Nome popular

Salminus brasiliensis Dourado

Brycon hilarii Piraputanga

Prochilodus lineatus Curimbatá

Pygocentrus piraya Piranha

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Quadro 4 - Mastofauna.

Nome popular Nome cientifico Família

Anta Tapirus terrestris Tapiridae

Capivara Hydrochoeris hydrochoeris Hidrochaeridae

Morcego Noctillio albiventris Molossidae

Tatu galinha Dasypus novemcinctus Dasipodidae

Tatu peba Euphractus sexcinctus Dasipodidae

Veado campeiro Ozotocerus bezoarticus Felidae

Preá Cavi aparea Cavidae

Cotia Dasyprocta sp Cavidae

Macaco prego Cevus apella nigretus Felidae

Onça parda Puma concolor Felidae

55

Gambá Didelphis albiventris Didiphidae

Tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla Myrmecophagidae

Cateto Tayassu tacaju Tayassuidae

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Quadro 5 - Herpetofauna.

Nome popular Nome científico Família

Calango Ameiva sp. Teiidae

Cascavel Crotalus sp. ( 2 ), ( 3 ) Crotalidae

Coral Micrurus sp. ( 2 ), ( 3 ) Elapidae

Jararaca Brothrops sp. ( 2 ), ( 3 ) Viperidae

Jibóia Boa constrictor ( 2 ), ( 3 ) Boidae

Lagarto comum Lacerta lepda Teiidae

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Quadro 6 - Avifauna.

Nome popular Nome científico Família

Bem- te- vi Pitangus sulphuratus ( 1 ) Tyranidae

Garça branca grande Casmerodues albus ( 1 ) Ardeidae

Garça branca pequena Egretta thula ( 1 ) Ardeidae

Perdiz Rhynchotus rufescens ( 1 ) Tinamidae

Rolinha Columbina talpacoti ( 1 ) Columbidae

Pomba de bando Zenaida auriculata ( 1 ) Columbidae

Ema Rhea americana ( 1 ), ( 3 ), ( 6 ) Rheidae

Carcará Polyborus plancus ( 1 ) Falconidae

Urubu Coragyps atratus ( 1 ) Cathartidae

Curicaca Theristcus sp ( 1 ) Threskiornitidae

Juriti Leptotila eufaxilla ( 1 ) Columbidae

Asa Branca Columba picaruzo ( 1 ), ( 3 ) Columbidae

Sabiá do Campo Mimus saturninus ( 1 ) Mimidae

Quero-quero Vanellus chilensis ( 1 ) Charadridae

Anu Branco Guira guira ( 1 ) Cuculidae

Anu Preto Crotophaga ani ( 1 ) Cuculidae

Pica-pau-do-Campo Colaptes campestris ( 1 ) Picidae

Papagaio verdadeiro Amazona aestiva ( 1 ) Psitacidae

Corujinha Speotyto sp ( 1 ) Strigidae

Nhambu Crypturellus sp. ( 1 ) Tinamidae

Seriema Cariama cristata(1)

Chunga burmeisteri(1)

Cariamidae

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

( 1 ) Espécies indicadoras da qualidade ambiental ( 2 ) Espécies de valor científico

( 3 ) Espécies de valor econômico ( 4 ) Espécies ameaçada de extinção

( 5 ) Espécies endêmicas nas futuras gerações ( 6 ) Espécies de interesse comercial

56

A Figura 39, Figura 40, Figura 41 e Figura 42 mostram registros de fauna na região do

município de Bonito – MS.

Figura 39 – Anta (Tapirus terrestris).

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Figura 40 – Piraputanga (Brycon hilarii).

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Figura 41 – Sucuri (Eunectes marinus).

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

Figura 42 - Arara Canindé (Ara ararauna).

Fonte: Bonito Ecological, 2014.

6.5 DIAGNÓSTICO SÓCIO-ECONÔMICO CULTURAL

Bonito possui uma área de 4.934,414 km², fazendo fronteira com Bodoquena e Miranda

ao Norte; Aquidauana e Nioaque à Leste; Guia Lopes da Laguna e Jardim ao Sul; Porto Murtinho

ao Oeste. A sede do município está localizada cerca de 265 km da capital do estado.

Possui 19.587 habitantes, sendo destes 16.159 residentes na área urbana e 3.428

residentes na área rural do município. Tendo assim uma densidade demográfica de 4,01

Habitantes/km². (Prefeitura Municipal de Bonito, Fevereiro de 2014).

57

Com aproximadamente 195 milhões de reais de PIB, tendo como principal atividade o

turismo, cerca de 45% dos empregos diretos gerados provêm deste segmento (SecTur/Bonito-

MS 2013).

O município é servido por rede de energia elétrica, água tratada, rede de esgoto, coleta

de lixo, telefonia, internet, vias asfaltadas, além de vários estabelecimentos, sendo eles:

Estabelecimentos de saúde SUS – 10 estabelecimentos

Escolas de ensino fundamental – 13 escolas

Escolas de ensino médio – 04 escolas

Escolas de ensino pré-escolar – 15 escolas

Campus da UFMS

Agências bancárias – 02 agências

Empresas atuantes – 790 unidades

6.6 ANÁLISE INTEGRADA DO AMBIENTE

Atualmente a área onde será implantado o Resort é coberta por pastagem, sendo

utilizada anteriormente para criação de bovinos. Ao lado da área encontra-se o Centro de

Convenções de Bonito, tornando a área suscetível a impactos causados por poluição sonora e

movimentação de veículos na rodovia.

Futuramente esta área poderá fazer parte do núcleo urbano do município, dependendo

da expansão do mesmo, visto que a área do empreendimento é muito próxima à área urbana,

lindeira.

Mesmo com a implantação do Resort serão mantidos os fragmentos de vegetação que

existem hoje na área, estes fragmentos irão compor a Reserva Legal do imóvel.

O imóvel objeto é classificado como pequena propriedade, uma vez que sua área total

é inferior a 4 (quatro) módulos fiscais. O Art. 12 da Lei Federal 12.651/2012 (novo código

florestal) traz que todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a

título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação

Permanente, com no mínimo 20% (vinte por cento) da área total;

Entretanto, exceções para imóveis com até 4 módulos fiscais: Art. 67. Nos imóveis

rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que

possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12, a

Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de

julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.

Faz-se necessário, portanto, apenas proceder à inscrição no CAR (Cadastro

Ambiental Rural), obrigatória para todas as propriedades, conforme Decreto nº

13.977/2014. O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de

Registro de Imóveis.

7 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

O objetivo principal do Estudo de Impacto Ambiental é o de verificar os efeitos que o

empreendimento que está sendo analisado vai promover na área de intervenção propriamente

dita, bem com na sua área de influência.

58

A avaliação dos impactos ambientais abrange os impactos benéficos e adversos do

empreendimento, levando em consideração as condições do meio ambiente na fase anterior as

obras.

7.1 METODOLOGIA

A metodologia de identificação e análise dos impactos ambientais e a proposição das

medidas mitigadoras foram definidas a partir de discussão multidisciplinar desenvolvida entre

os integrantes da equipe responsável pelos estudos.

Para a identificação e avaliação dos impactos, utilizou-se uma técnica matricial que

contempla as diferentes etapas da construção e operação. Foram estabelecidas interações entre

os fatores ou ações do empreendimento geradoras de impactos, e aspectos ambientais que se

presumiu que poderão ser impactados ou com probabilidade de o serem, com base nas suas

condições físicas, biológicas e socioeconômicas, obtidas no diagnóstico ambiental, e então

definidas medidas mitigadoras e/ou compensatórias para tais impactos.

7.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS E PROPOSIÇÃO DE

MEDIDAS MITIGADORAS

A seguir são apresentados os Aspectos e Impactos Ambientais, assim como as

Medidas Mitigadoras Cabíveis relacionadas com a implantação e operação do Resort no

município de Bonito (MS). Nos Quadros 7 e 8 são apresentadas a Planilha de Impactos e

Medidas Mitigadoras, assim como suas interações com o empreendimento.

Fase de implantação

A. CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Descrição: O uso de máquinas e equipamentos na fase de instalação do resort

acarretará no consumo de combustíveis fósseis derivados do petróleo, como o óleo diesel. O

petróleo é caracterizado como um recurso natural não renovável, uma vez utilizado no

processo de produção do óleo diesel, não pode ser recuperado.

Mitigação: Para mitigar os impactos ambientais relacionados com este aspecto, o

empreendimento realizará o uso de maquinários e equipamentos mais eficientes, realizando as

manutenções preventivas de todos os equipamentos utilizados, visando o bom funcionamento

dos mesmos.

B. ALTERAÇÃO NA QUALIDADE DO AR

Descrição: A suspensão de particulados e emissão de poluentes por motores movidos

a Diesel, decorrente da movimentação de veículos e máquinas influenciará na qualidade do ar

local, haja vista o aumento de particulados em suspensão e/ou emissão de poluentes por

59

motores decorrentes de movimentação de veículos e equipamentos de porte na área. A

emissão do material particulado (poeira) terá sua origem decorrente da circulação de veículos

em locais não pavimentados. Tais alterações na qualidade do ar poderá causar incômodo à

população vizinha do empreendimento.

Mitigação: Visando reduzir os impactos na qualidade do ar oriundos da

movimentação e operação de maquinários nas obras de implantação, o empreendimento dará

preferência na utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre (Diesel S50 e S10),

realizará a manutenção preventiva dos equipamentos, assim como a troca correta dos

catalisadores e filtros e, sempre que possível, utilizará tratores com motores turbinados, tendo

em vista que são mais eficientes e poluem menos.

C. MOVIMENTAÇÃO DO SOLO

Descrição: A movimentação do solo para execução das obras civis poderá causar

alteração do relevo local, perda de solo por escoamento superficial e consequentemente o

assoreamento de cursos hídricos, devido às escavações necessárias.

Mitigação: Serão adotadas práticas de Uso e Conservação do Solo e Água

(Terraceamentos e Contenções), plantios de gramíneas nas áreas com solo exposto

(enleivamento) e será implantado um sistema de drenagem de águas pluviais para toda a área

do empreendimento.

D. GERAÇÃO DE RUÍDOS

Descrição: O ruído ocasionado na implantação do empreendimento é devido à

utilização de máquinas e equipamentos, principalmente na terraplanagem do terreno. Também

poderá caracterizar como geradores de ruídos, os maquinários como escavadeiras, pá-

carregadeiras, moto niveladoras, caminhões basculantes, dentre outros. Também são

consideradas fontes geradoras de ruídos as betoneiras, que funcionam aproximadamente de 4

a 6 horas ininterruptamente, num patamar que varia de 78 a 90 dB (decibéis). No entanto, a

geração de ruído por parte de tais equipamentos é variável de acordo com a fase evolutiva da

obra. Este impacto também pode gerar incômodo às populações vizinhas.

Mitigação: O empreendimento dará preferência na utilização de Máquinas e

Equipamentos mais eficientes e ainda terá suas atividades ruidosas realizadas no período

diurno. No caso de alguma atividade com ruído excessivo, a população do entorno será

comunicada previamente.

E. GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Descrição: As obras de construção civil geram diversos tipos de resíduos sólidos

(sucatas ferrosas a não ferrosas e outros), os quais precisam receber o manuseio,

acondicionamento e destinação final adequada, para que sejam evitados impactos como

contaminação do solo e da água e poluição visual.

Mitigação: Os Resíduos da Construção Civil serão armazenados e manipulados de

acordo com a NBR 10.004/2004, e assim garantindo o correto tratamento e destinação final

dos mesmos.

60

F. GERAÇÃO DE EFLUENTE LÍQUIDO SANITÁRIO

Descrição: Os efluentes líquidos provenientes dos sanitários, se não gerenciados de

forma correta, poderão causar poluição do meio ambiente local, como contaminação do solo e

da água através de infiltração e emissão de odores.

Mitigação: Durante as obras de implantação do empreendimento serão utilizados

banheiros químicos, os quais terão as manutenções adequadas para garantir o correto asseio

dos mesmos, assim como a retenção correta dos efluentes líquidos sanitários. Tais banheiros

químicos serão alugados de empresas especializadas e devidamente licenciadas para a

atividade.

G. CORTE DE ÁRVORES NATIVAS ISOLADAS

Descrição: Será necessário o corte de algumas árvores nativas isoladas na área, o que

será feito apenas com autorização do órgão ambiental sendo mantidas as árvores protegidas

por lei.

Mitigação: Para redução dos impactos causados por este aspecto, será realizada, por

parte do empreendimento, a compensação ecológica, manutenção das áreas de APP e

Reservas Legais.

Também é válido ressaltar que o empreendimento realizará a incorporação da

fitofisionomia da região nos jardins do empreendimento, onde a vegetação e a proposta

paisagística serão mantidas, atraindo para as áreas do resort insetos, pássaros e

pequenos animais pertencentes à fauna local. Será dada prioridade na utilização de árvores

nativas, podendo até ocorrer à realização de parceria com ONG’s locais no plantio destas

mudas.

A seguir, são apresentadas algumas espécies que serão utilizadas no paisagismo das

áreas do Resort a ser implantado.

61

H. AFUGENTAMENTO DA FAUNA

Descrição: A implantação do empreendimento pode causar a redução de alimentos e

ambientes favoráveis à reprodução e sobrevivência da fauna silvestre. As perturbações do

tipo, ruído e modificação da paisagem, pode introduzir um deslocamento de certas espécies do

entorno da área de influência direta, para áreas mais adjacentes.

Mitigação: O empreendimento realizará a conservação das reservas legais e APP’s

existentes na área do empreendimento, garantindo locais para a movimentação da fauna. Todo

o paisagismo do empreendimento será implantado de forma semelhante a vegetação local,

atraindo para as áreas do Resort insetos e algumas espécies da fauna local.

62

I. GERAÇÃO DE EMPREGOS, RENDA, TRIBUTOS.

Descrição: O empreendimento ocasionará impacto extremamente positivo sob os

aspectos econômicos e sociais, a demanda por mão de obra local é um fato gerador de renda

para a população e multiplicador das atividades econômicas na região.

Mitigação: Não aplicável (Impacto Positivo).

Fase de operação

A. IMPACTO PAISAGÍSTICO

Descrição: Tendo em vista que na implantação do Resort, será necessária construção

de uma edificação vertical (9 pavimentos), consequentemente ocorrerá uma alteração da

paisagem local, sendo que as áreas do município de Bonito – MS possuem um apelo mais

ecológico, voltado à preservação dos ecossistemas nativos.

Também é válido lembrar que o empreendimento se localizará em uma área lindeira,

ou seja, em área rural, porém no limite da área urbana do município.

Mitigação: O empreendimento realizará a interação da fitofisionomia local com as

estruturas que serão instaladas no Resort, sempre visando manter o aspecto paisagístico

característico da região e dando prioridade no uso de árvores nativas na implantação dos

jardins e áreas verdes do empreendimento. Um fator altamente relevante é a implantação da

edificação principal do Resort, que terá 9 pavimentos e arquitetura moderna.

De acordo com o ANEXO II da Lei Municipal n° 1215 de 01 de Dezembro de 2010,

que dispõe sobre o uso e ocupação do solo, tem-se que a altura máxima permitida na ZIP,

assim como em outras macrozonas do município é de 8,00 metros, podendo estas chegar até

15,00 metros na Zona de Consolidação 1 (ZC1) que contempla o centro da área urbana.

Porém o empreendimento se localizará em uma área rural, onde não há esta limitação,

podendo existir, a princípio, a instalação de edificação com altura superior à prevista pela lei

aplicada a área urbana.

A equipe técnica deste estudo entende que este impacto ambiental visual do

empreendimento ter altura superior ao limite da área urbana e aspecto construtivo diferente do

aspecto rústico adotado em alguns empreendimentos do município (hotéis, centro de

convenções, etc.) é subjetivo, em função da forma de ocupação do zoneamento rural ao redor

da cidade de Bonito/MS não estar definido. Por este motivo, este impacto ambiental foi

caracterizado como tendo uma relevância baixa.

Além disso, este empreendimento, justamente por se diferenciar dos demais existentes

na região, trará uma forma diferente de turismo ao município, na qual o turista desfrutará não

apenas os passeios da cidade, mas também das estruturas de lazer do próprio

empreendimento. Assim, o turista de Bonito não mais se limitará aos períodos das atrações

existentes prevê-se assim: maiores investimentos para a região, aumento da quantidade de

leitos na rede hoteleira do município, além de geração de empregos diretos e indiretos aos

moradores da área urbana de Bonito – MS.

O parecer da equipe técnica deste estudo é de que a instalação da edificação em altura

superior ao limite da zona urbana não causará a extinção do apelo do ecoturismo da região.

63

B. GERAÇÃO DE RUÍDOS

Descrição: O ruído produzido pelas atividades do resort, presença dos turistas e

movimentação de carros poderá causar incômodo à população vizinha e afugentamento da

fauna local.

Mitigação: Todos os equipamentos utilizados no Resort serão, preferivelmente, mais

eficientes e serão instalados em locais com barreiras físicas para evitar a propagação de

ruídos. O empreendimento também realizará a utilização de sonorização amplificada em

horários autorizados pela prefeitura.

C. GERAÇÃO DE EFLUENTE LÍQUIDO SANITÁRIO

Descrição: Assim como na fase de instalação, o mau gerenciamento de efluentes

líquidos sanitários pode causar contaminação do solo e da água e emissão de odores.

Mitigação: Todo o efluente líquido gerado durante a operação do empreendimento, se

tratando de um efluente com características de esgoto domestico, será encaminhado para a

Rede Coletora de esgoto Sanitário do município de Bonito, sendo que a Concessionária já está

ciente e deu seu parecer favorável quanto à coleta e tratamento dos mesmos (No corpo deste

EAP é apresentada a carta da SANUSUL – Item 5.2.4).

D. GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Descrição: A disposição de resíduos sólidos em local inadequado favorece a

proliferação de vetores, causa a poluição visual e ainda podem contaminar o solo e os

Recursos hídricos.

Mitigação: Todos os Resíduos Sólidos gerados pelo empreendimento serão

gerenciados em conformidade com a NBR 10.004/2004, garantindo o correto armazenamento

temporário, coleta, transporte e destinação final dos mesmos. Vale lembrar que no

empreendimento será instalada uma Central para armazenamento temporário dos resíduos

com os devidos controles ambientais, evitando assim a proliferação de vetores e o mau cheiro.

Também é válido ressaltar que a Prefeitura Municipal de Bonito se comprometeu a

realizar a coleta e destinação final dos resíduos Sólidos gerados no Resort, como foi

apresentado no item 5.2.4 deste EAP.

E. IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO

Descrição: A impermeabilização do solo, que ocorrerá com a construção do Resort,

impede a absorção da água pelo mesmo dificultando o reabastecimento dos lençóis freáticos,

causando assim o aumento no escoamento superficial e a maiores chances de enchentes em

áreas à jusante da área.

Mitigação: Para a mitigação deste impacto, o empreendimento será dotado de um

sistema de drenagem pluvial adequado, sendo que existirão grandes áreas permeáveis para

infiltração de águas pluviais, auxiliando na redução do escoamento superficial das águas.

64

F. ALTERAÇÃO NO MICROCLIMA LOCAL

Descrição: A impermeabilização do solo, o corte de árvores e outras ações podem

influenciar a alteração na temperatura do ar e ba umidade relativa, interferindo na troca de

calor dos meios.

Mitigação: Para reduzir os efeitos deste impacto ambiental o empreendimento

conservará as áreas de APP e Reserva Legal da área do Resort, mantendo a vegetação o mais

próximo possível do original.

G. CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

Descrição: A maior geração de energia elétrica acarreta na redução dos recursos

naturais, portanto quanto maior o consumo de energia elétrica maior será o impacto neste

aspecto.

Mitigação: O empreendimento adotará o uso de sistemas elétricos e equipamentos

mais eficientes, utilizarão lâmpadas de baixo consumo (Fluorescentes e LED’s), todos os

bangalôs terão aquecedores solar para água, todas as áreas comuns do empreendimento serão

dotadas de sensores de movimento onde a iluminação só será acionada quando necessário, e

ainda serão instaladas sinalizações educativas quanto ao uso racional de energia elétrica.

H. CONSUMO DE ÁGUA

Descrição: O consumo de água impacta diretamente na redução da disponibilidade

hídrica da região, e também aumenta a quantidade de produtos químicos utilizados no

tratamento de água, visto que no resort a água potável será distribuída pela concessionária de

abastecimento do município.

Mitigação: O empreendimento adotará o uso de dispositivos hidráulicos para o

favorecimento da redução de perdas de energia e torneiras com temporizadores. Serão

previstas reutilização de águas pluviais na limpeza de pátios e asseio do empreendimento.

Assim como para a energia elétrica, serão adotadas sinalizações educativas quanto ao uso

racional da água.

Também é válido ressaltar que serão implantados sistemas de tratamentos de água de

piscina eficientes, visando a redução da troca da água das mesmas.

I. CONSUMO DE PRODUTOS QUÍMICOS

Descrição: O uso de produtos químicos na limpeza e higiene do resort pode

contaminar o solo e recursos hídricos, além de causar intoxicação de pessoas e animais se

manuseados incorretamente e/ou ingeridos.

Mitigação: O empreendimento dará preferência para produtos de limpeza

biodegradáveis. Todos os produtos químicos utilizados no tratamento das águas das piscinas,

assim como os produtos de limpeza, serão armazenados em local adequado e com os devidos

controles ambientais.

Quando da utilização destes produtos serão locadas sinalização de advertência para

funcionários e hóspedes, assim como todos os envolvidos na manipulação destes utilizarão os

EPI’s necessários de acordo com a FISPQ dos produtos.

65

J. AFUGENTAMENTO DA FAUNA

Descrição: A geração de ruídos e ações florestais pode influenciar no afugentamento

da fauna devido à redução de alimentos e ambientes favoráveis à reprodução e sobrevivência

da fauna silvestre, havendo, deste modo, a redução na variedade de espécies.

Mitigação: O empreendimento realizará a conservação das reservas legais e APP’s

existentes na área do empreendimento, garantindo locais para a movimentação da fauna. Todo

o paisagismo do empreendimento será implantado de forma semelhante a vegetação local,

atraindo para as áreas do Resort insetos e algumas espécies da fauna local.

K. CONTATO DE SERES HUMANOS COM ANIMAIS SILVESTRES

Descrição: Por se tratar de um ambiente turístico, as pessoas podem tentar um contato

mais próximo com os animais, assim como o fornecimento de alimentos fáceis para a fauna,

causando a domesticação de animais silvestres.

Mitigação: O empreendimento adotará a sinalização educativa quanto à proibição de

alimentação de animais silvestres, assim como o isolamento das áreas com maiores

circulações de fauna.

L. GERAÇÃO DE EMPREGOS

Descrição: Com o início das atividades, o resort terá uma demanda por mão de obra,

gerando empregos a população local, além de capacitação e especialização de pessoal para

atender necessidades do empreendimento.

Mitigação: Não aplicável (Impacto Positivo).

M. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Descrição: A operação do empreendimento irá gerar o aumento de faturamento, o quê

resultará em importante incremento no valor adicionado do município de Bonito, refletindo

significativamente no índice de participação de ICMS estadual e consequentemente maior

arrecadação aos cofres municipais.

Mitigação: Não aplicável (Impacto Positivo).

N. AUMENTO DA CAPACIDADE DE HOSPEDAGEM DO MUNICÍPIO

Descrição: A estrutura do resort possibilitará uma melhor infraestrutura para eventos,

além de potencializar o turismo na região, aumentando o número de leitos de hospedagem no

município.

Mitigação: Não aplicável (Impacto Positivo).

7.3 ANÁLISE E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Com base nas atividades que serão realizadas na instalação e na operação do

empreendimento foram construídas as matrizes de impactos ambientais com as características

dos mesmos, as quais são apresentadas no Quadro 7, no item 8 deste EAP.

66

Quadro 7 - Matriz de Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras (Fase de Instalação).

MEIO ASPECTOS IMPACTOS

AMBIENTAIS INCIDÊNCIA DURAÇÃO

GRAU DE

RELEVÂNCIA

GRAU DE

RESOLUÇÃO MEDIDAS MITIGADORAS

Fís

ico

Consumo de

Combustíveis

Fósseis (-)

Utilização de Recursos

Não Renováveis. Indireta

Permanente

(durante a

instalação) Baixo Altos

Utilização de Máquinas e Equipamentos

mais eficientes; e,

Realização de manutenção preventiva,

visando o bom funcionamento dos

equipamentos.

Alteração na

Qualidade do Ar (-

)

Emissão de gases

provenientes da

queima de

combustíveis fósseis

automotivos;

Emissão de Materiais

Particulados e

Enxofre; e,

Incomodo a

populações vizinhas.

Direta

Permanente

(durante a

instalação) Médio Médio

Utilização de Diesel com baixo teor de

Enxofre (S50 ou S10);

Realização de manutenção preventiva,

garantindo o bom funcionamento dos

equipamentos e a troca correta dos filtros

e catalizadores; e,

Utilização de Tratores com motores

turbinados, pois são mais eficientes e

poluem menos.

Movimentação do

Solo (-)

Alteração do relevo

local;

Perda de Solo por

Escoamento

Superficial (runoff); e,

Assoreamento de

Cursos Hídricos.

Direta Temporário Médio Médio

Adoção de práticas de Uso e Conservação

do Solo e Água (Terraceamento e

Contenções);

Realização do plantio de gramíneas em

áreas como solo exposto; e,

Implantação de sistema de drenagem do

terreno.

Geração de Ruídos

(-)

Incômodo às

populações vizinhas. Direta

Permanente

(durante a

instalação) Baixo Médio

Utilização de Máquinas e Equipamentos

eficientes; e,

Realização das atividades no período

diurno.

Geração de

Resíduos da

Construção Civil

(-)

Disposição de

Resíduos Sólidos em

local inadequado;

Contaminação do solo

e da água; e,

Poluição visual.

Direta Temporário Médio Alto

Armazenamento dos Resíduos Sólidos em

local adequado, seguindo classificação da

NBR 10.004/2004;

Destinação correta dos Resíduos Sólidos;

67

Geração de

Efluente Líquido

Sanitário (-)

Contaminação do solo

e da água; e,

Emissão de Odores.

Direta Temporário Baixo Alto Utilização de Banheiros Químicos para os

funcionários.

Bió

tico

Corte de Árvores

Nativas Isoladas

(-)

Retirada de vegetação

nativa da área; Direta Permanente Alto Baixo

Realização de Compensação Ecológica; e,

Manutenção das áreas de APP e Reserva

Legal.

Afugentamento da

Fauna (-)

Redução de alimentos

e ambientes favoráveis

à reprodução e

sobrevivência da fauna

silvestre; e,

Redução na variedade

de espécies.

Indireta Permanente Alto Baixo

Conservação das áreas de reserva legal da

propriedade;

Recomposição de áreas degradadas

(Realização de PRADE); e,

Recomposição e manutenção dos

corredores ecológicos.

An

tró

pic

o

Geração de

Empregos, Renda

e Tributos (+)

Demanda de mão-de-

obra local. Indireta Temporário Baixo - (Impacto Positivo)

(+) Aspecto e Impacto Positivo.

(-) Aspecto e Impacto Negativo.

Fonte: Arater Consultoria e Projetos Ltda., 2014.

68

Quadro 7A - Matriz de Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras (Fase de Operação).

MEIO ASPECTOS IMPACTOS

AMBIENTAIS INCIDÊNCIA DURAÇÃO

GRAU DE

RELEVÂNCIA

GRAU DE

RESOLUÇÃO MEDIDAS MITIGADORAS

Fís

ico

Impacto

Paisagístico

(-)

Alteração da Paisagem

Local; e,

Instalação de

edificação de grande

porte em área rural.

Direta Permanente Baixo Médio

Integração das edificações com a

paisagem local através de arquitetura e

jardinagem;

Retirar somente as árvores isoladas

necessárias; e,

Manter as áreas de APP’s e Reserva

Legais intactas.

Geração de Ruídos

(-)

Incômodo às

populações vizinhas; e,

Afugentamento de

fauna.

Direta Permanente Baixo Baixo

Utilização de Máquinas e Equipamentos

eficientes; e,

Utilização de sonorização amplificada

somente em horário autorizado pela

prefeitura.

Geração de

Efluente Líquido

Sanitário (-)

Contaminação do solo

e da água; e,

Emissão de Odores.

Direta Permanente Médio Alto Utilização de Banheiros Químicos para os

funcionários.

Geração de

Resíduos Sólidos (-

)

Disposição de

Resíduos Sólidos em

local inadequado;

Contaminação do solo

e da água;

Ambientes favoráveis

a proliferação de

vetores; e,

Poluição visual.

Direta Permanente Alto Alto

Armazenamento dos Resíduos Sólidos em

local adequado, seguindo classificação da

NBR 10.004/2004;

Implantação de Central de Resíduos

específica para Orgânicos e Sobras de

Alimentos; e,

Destinação correta dos Resíduos Sólidos.

Impermeabilizaçã

o do solo (-)

Aumento no

escoamento superficial

(runoff).

dificuldade de

reabastecimento do

lençol freático.

Indireta Permanente Médio Alto

Implantação de sistema de drenagem

eficiente; e,

Distribuição de área para infiltração de

águas pluviais no terreno do

empreendimento.

Alteração no

Microclima local

(-)

Alteração na

Temperatura e na

Umidade Relativa do

ar

Direta Permanente Médio Baixo Conservação das áreas de APP e Reservas

Legais da propriedade.

69

Consumo de

Energia Elétrica (-

)

Redução dos recursos

Naturais. Indireta Permanente Médio Médio

Utilização de Sistemas elétricos e

equipamentos mais eficientes;

Utilização de Lâmpadas fluorescentes ou

LED, devido ao menor consumo;

Instalação de aquecedores solares;

Instalação de sensores de movimento para

ligamento das lâmpadas somente quando

necessário; e,

Sinalização educativa.

Consumo de Água

(-)

Redução de Recurso

Hídrico Não

Renovável.

Aumento do uso de

produtos químicos no

tratamento da água.

Direta Permanente Alto Médio

Utilização de dispositivos hidráulicos mais

eficientes e com menores perdas;

Reuso de água de chuva na limpeza de

pátios e na descarga;

Utilização de torneiras com

temporizadores;

Utilização de sistema de tratamento

eficiente da água da piscina para evitar

trocas frequentes; e,

Sinalização educativa.

Consumo de

Produtos

Químicos (-)

Contaminação do Solo

e dos Recursos

Hídricos; e,

Risco de intoxicação

de pessoas e animais.

Direta Intermitente Baixo Alto

Utilização de Produtos de Limpeza

Biodegradáveis;

Armazenamento dos produtos de limpeza

e os utilizados no tratamento da piscina

em local impermeabilizado e com

ventilação;

Fornecimento de EPI’s para os

colaboradores que terão contato direto

com os produtos;

Sinalização de advertência.

Bió

tico

Afugentamento da

Fauna (-)

Redução de alimentos

e ambientes favoráveis

à reprodução e

sobrevivência da fauna

silvestre; e,

Redução na variedade

de espécies.

Direta Permanente Alto Baixo

Conservação das áreas de reserva legal da

propriedade, a qual é superior a 25%;

Recomposição de áreas degradadas

(Realização de PRADE); e,

Recomposição e manutenção dos

corredores ecológicos.

70

Contato de Seres

Humanos com

Animais Silvestres

(-)

Domesticação de

Animais Silvestres. Indireta Intermitente Baixo Alto

Sinalização educativa quanto a proibição

de alimentação aos animais; e,

Isolamento de áreas com muita incidência

de aparecimento de animais.

An

tró

pic

o

Geração de

Empregos (+)

Demanda de mão-de-

obra local; e,

Capacitação e

especialização de

pessoal para atender

necessidades do

empreendimento.

Direta Temporário Baixo - (Impacto Positivo)

Desenvolvimento

Econômico (+)

Aumento de

faturamento e

arrecadação aos cofres

municipais.

Direta Permanente Médio - (Impacto Positivo)

Aumento da

Capacidade de

Hospedagem do

Município (+)

Potencialização do

turismo na região; e,

Melhor infraestrutura

para eventos.

Direta Permanente Alto - (Impacto Positivo)

(+) Aspecto e Impacto Positivo.

(-) Aspecto e Impacto Negativo.

Fonte: Arater Consultoria e Projetos Ltda., 2014.

71

8 PLANO DE MONITORAMENTO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Os planos ambientais para monitoramento dos impactos ambientais do

empreendimento propostos serão apresentados serão os seguintes:

P1- Programa de Monitoramento de Ruídos

Tendo em vista que o empreendimento será localizado em uma região lindeira,

próxima a área urbana do município, faz-se necessária a verificação dos níveis de ruídos do

empreendimento, tanto durante a implantação, tão quanto na operação do mesmo.

P2- Programa de Monitoramento de Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos

Sabe-se que o empreendimento terá uma grande movimentação de pessoas, tanto na

fase de instalação, quanto na de operação, sendo assim, haverá uma considerável geração de

fluentes sanitários e resíduos sólidos, o que justifica o acompanhamento contínuo destes de

forma qualitativa e quantitativa.

P3- Programa de Monitoramento de Fauna

Tendo em vista que o Resort será instalado em uma região com grande apelo

paisagístico e ambiental, em local com grande movimentação de animais silvestres, deve-se

considerar o monitoramento da interação das atividades do resort com a movimentação da

fauna.

P4- Programa de Gestão Ambiental

Este programa de monitoramento terá como principal objetivo a gestão ambiental do

empreendimento, visando o total atendimento dos requisitos legais, assim como todas as

condicionantes ambientais das licenças do mesmo.

P5- Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social

Como o empreendimento será localizado em uma região dependente das atividades

turísticas, as quais são relacionadas com o meio ambiente local, o empreendimento deve

realizar ações de educação ambiental e comunicação social para levar o conhecimento à

população local quanto às práticas de preservação ambiental.

72

9 CONCLUSÕES

O município de Bonito é a principal cidade turística da região da Serra da Bodoquena,

sendo o TURISMO a principal atividade da região. Conforme apresentado na Matriz de

Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras da Fase de Operação, a implantação do Resort

resultará na geração de empregos para a população local, desenvolvimento econômico e

aumento da capacidade de hospedagem do município.

Como se pode observar, os impactos ambientais provenientes da Instalação e

Operação do resort, que será construído na área, não terão grande relevância, pois o local

onde o mesmo será instalado se apresenta antropizado, com boa parte da área coberta por

pastagens. Trata-se de uma área rural lindeira à zona urbana, já bastante antropizada.

Os resíduos e efluentes gerados pelo empreendimento serão gerenciados através de

uma parceria do empreendedor e a Prefeitura Municipal de Bonito – MS, na qual a coleta

urbana de esgoto sanitário e de resíduos sólidos irá atender ao empreendimento, até pelo fato

do resort trazer desenvolvimento local e ampliação da capacidade hoteleira.

A parte de quadras poliesportivas deve ser instalada no terreno vizinho (que faz frente

à rodovia), em fase posteriormente licenciada uma vez que houve a divisão dos terrenos.

Portanto, conclui-se que a área onde se pretende instalar o empreendimento é

totalmente apta para realização da atividade, até mesmo pelo fato do alto potencial

turístico da região, trazendo um maior número de visitantes para o Estado de Mato

Grosso do Sul e especificamente ao Município de Bonito.

73

10 ANEXOS

ANEXO I – Localização da Zona de Interesse Paisagístico (ZIP).

ANEXO II – Áreas de Interesse Ambiental e benfeitorias.

ANEXO III – Croqui de Acesso ao Empreendimento.

ANEXO IV – Mapas da Área de Influência Direta (AID).

ANEXO V - Mapas da Área de Influência Indireta (AII).

ANEXO VI – Solos da AID.

ANEXO VII – Geologia da AID.

ANEXO VII – Anotações de Responsabilidade Técnica.

74

11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004 – Resíduos Sólidos

- Classificação. Rio de Janeiro, 30 de Novembro de 2004.

BRASIL. Lei n° 12.305 de 2 de Agosto de 2010 – Institui a Política Nacional dos Resíduos

Sólidos. Brasil, 2010

CARDOSO, F.L.; MARINHO, A.; PIMENTEL, G. G. de A. Questões de Gênero em

Universitários Praticantes de Esportes de Aventura. Revista Educação Física, UEM, v. 24,

n. 4, p. 597-608, 4. Trim. 2013.

COMPANHIA DE SANEAMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO. Norma Técnica

Sabesp NTS 181 – Dimensionamento do Ramal Predial de Água, Cavalete e Hidrômetro

– Primeira Ligação. São Paulo, 2012.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário Estatístico de Energia Elétrica. EPE,

Rio de Janeiro, 2013.

LOUREIRO. Resort e ecoturismo: Sinergia positiva ou negativa? Dissertação de

Mestrado. UFBA, Salvador, 2005.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Introdução ao Turismo. São Paulo: Roca,

2001.

CONSELHO NACIONAL DE MEIO AMBIENTE. Resolução n° 307 de 05 de Julho de

2002. Brasil, 2002.

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE, DO PLANEJAMENTO, DA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Resolução n° 008 de 31 de Maio de 2011. Campo Grande,

2011.

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE, DO PLANEJAMENTO, DA

CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Caderno Geoambiental das Regiões de Planejamento do

MS. Região Leste. Campo Grande, 2011.