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31 AUTORES RESUMO PALAVRAS-CHAVE ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE ANTIBIOTICOS CONTRA BACTÉRIAS PATOGÊNICAS Alessandra Maria Stefani NOGUEIRA Franceline Gravielle Bento PEREIRA Lisliana Garcia BELCHIOR Leizer Cordeiro da Silva FREITAS Discentes Unilago Silvia Messias BUENO Stella Flavia Mariotti R. MUSSI Docentes Unilago Os antibióticos exercem uma atividade inibidora sobre microrganismos pa- togênicos. Neste trabalho foi estudada a atividade antimicrobiana de oito antibióticos de amplo espectro sobre bactérias Gram negativas e positivas, com o objetivo de analisar a eficiência destas drogas. Através dos resulta- dos obtidos observou-se que 50% dos antibióticos testados não apresentam atividade sobre todas as bactérias testadas, levando a conclusão que o uso inadequado destas drogas pode levar a resistência microbiana. antibióticos, eficiência, microrganismos

ESTUDO DA EFICIÊNCIA DE ANTIBIOTICOS CONTRA BACTÉRIAS PATOGÊNICAS.pdf

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    AUTORES

    RESUMO

    PALAVRAS-CHAVE

    ESTUDO DA EFICINCIA DE ANTIBIOTICOS CONTRA BACTRIAS PATOGNICAS

    Alessandra Maria Stefani NOGUEIRAFranceline Gravielle Bento PEREIRA Lisliana Garcia BELCHIORLeizer Cordeiro da Silva FREITASDiscentes Unilago

    Silvia Messias BUENOStella Flavia Mariotti R. MUSSIDocentes Unilago

    Os antibiticos exercem uma atividade inibidora sobre microrganismos pa-tognicos. Neste trabalho foi estudada a atividade antimicrobiana de oito antibiticos de amplo espectro sobre bactrias Gram negativas e positivas, com o objetivo de analisar a eficincia destas drogas. Atravs dos resulta-dos obtidos observou-se que 50% dos antibiticos testados no apresentam atividade sobre todas as bactrias testadas, levando a concluso que o uso inadequado destas drogas pode levar a resistncia microbiana.

    antibiticos, eficincia, microrganismos

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    1. INTRODUO

    As bactrias, em termos evolutivos, so os mais antigos organ-ismos do planeta, sendo registrados fsseis datados de cerca de 3,5 bilhes de anos (HORIKINI, 2009). So os menores organismos e os mais simples em sua estrutura, apresentam variaes em sua forma, tamanho, virulncia; Quanto aos fatores de virulncia so estratgias que as bactrias utilizam para romper as barreiras do sistema de def-esa do hospedeiro e causar uma infeco (GONALVES, 2010). Para o combate dessa infeco so prescritos os antibiticos, que no seu sentido etimolgico possui o seguinte significado: (anti) contra, os or-ganismos vivos (biticos), ou mais precisamente contra as bactrias.

    Para o sucesso da terapia antibacteriana preciso estar atento as caractersticas dos antibiticos como o espectro de ao que se refere diversidade de organismos afetados pelo agente, geralmente os antibiticos so de pequeno ou de amplo espectro.

    Segundo Kyaw (2010) toxicidade seletiva, em termos do ndice teraputico, a capacidade de atuar seletivamente sobre o microrgan-ismo sem provocar danos ao hospedeiro numa faixa segura entre a maior e menor dosagem em termos mais simples, necessria que a concentrao de antibacteriano no local da infeco seja suficiente para inibir o crescimento do microorganismo agressor, como tambm deve permanecer abaixo do nvel toxico para as clulas humanas. Se isso for alcanado, o microrganismo considerado sensvel ao anti-bitico, se no for possvel obter com segurana uma concentrao inibitria ou bactericida, o microrganismo ento considerado resis-tente ao antibitico. Esses organismos resistentes no respondem ao ataque do antibitico, de modo que o tratamento padro torna-se inefi-caz e a infeco persiste (CHAMBERS, 2005).

    A resistncia bacteriana geralmente, a resistncia de um mi-crorganismo a um medicamento para o qual j foi previamente sensi-bilizado. Portanto o uso inadequado de antibiticos um importante fator na ocorrncia da resistncia. Dados da Organizao Mundial da Sade (OMS) apontam que mais de 50% das prescries de antibiti-cos no mundo so inadequadas.

    Atravs de um antibiograma, possvel verificar se uma cepa bacteriana sensvel ou resistente a uma determinada substncia anti-

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    bitica. Pode-se ento selecionar a droga mais adequada para o trata-mento.

    2. OBJETIVO

    O objetivo deste estudo consiste em testar bactrias patogni-cas como as do gnero Salmonella, Escherichia coli, ambas causado-ras de doenas gastrointestinais, e a bactria Staphylococcus aureus causadora de doenas no trato respiratrio, infeces resistentes em reas hospitalares, a doses teraputicas de antibiticos que apresen-tam diversos espectros.

    3. MATERIAIS E METODOS

    4.1. Microrganismos

    Os Microrganismos utilizados para os testes antimicrobianos foram Salmonella sp (Gram negativa) , Escherichia coli e Staphylococ-cus aureus (Gram Positivas).

    4.2. Antibiticos

    Os antibiticos testados foram: cefalosporinas de primeira gera-o, representadas pela Cefalotina sdica e pela Cefazolina sdica, as quais possuem atividade contra bactrias Gram-positivas e Gram-negativas aerbias. A Ceftriaxona, cefalosporina de terceira gerao, possui amplo espectro, inibindo tanto microorganismos Gram-positi-vos como Gram-negativos. Entre as cefalosporinas de quarta gerao, foi utilizado o Cloridrato de Cefepima que possui espectro ampliado de atividade.

    Da classe de penicilinas, foi selecionada a Amoxicilina de amplo espectro.

    Das quinolonas, foi utilizado o Ciprofloxacino, que representa um avano teraputico importante nessa classe, visto que esse frmaco dotado de ampla atividade antimicrobiana.

    Dos anfenicis, o Clorafenicol, que possui amplo espectro.Por ltimo foi selecionado o Tienam (imipenm/cilastatina sdica)

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    que possui a capacidade de matar um amplo espectro de bactrias.

    4.3. Procedimento

    Nesta tcnica, discos estreis de papel impregnados com anti-biticos so dispostos superfcie de placas de Petri contendo meio PCA estril previamente inoculadas com as suspenso das bactrias a serem testadas e incubadas a 37C por 24, 48, 72 horas e 5 dias. Aps a incubao verificou-se a existncia de halos de inibio do cresci-mento bacteriano ao redor dos discos. Todas as anlises foram real-izadas em triplicata.

    4. RESULTADOS E DISCUSSO

    Devido ao amplo espectro de ao dos antibiticos estudados foram selecionadas tanto bactrias patognicas gram-positivas quanto gram-negativa para os testes de atividade antimicrobiana.

    Das bactrias gram-positivas, foram selecionadas a Staphylo-coccus aureus, uma espcie de estafilococo tambm conhecida como estafilococo-dourado, a mais virulenta espcie do seu gnero sendo uma das espcies patognicas mais comuns, juntamente com a Esch-erichia coli.

    Escherichia coli um dos microrganismos tido como habitante natural da microbiota do trato intestinal de humanos. classificada como bastonete, Gram positiva. Salmonella sp so microrganis-mos que esto largamente disseminados na natureza, habitando o tubo digestivo de mamferos.Trata-se de bacilos gram-negativos.

    A ao do antibitico promove a formao de um halo de ini-bio do crescimento bacteriano no meio de cultura. A partir do di-metro do halo possvel concluir quais bactrias so sensveis, quais so intermedirias e quais so resistentes aos antibiticos utilizados como mostrado na figura 1:

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    Figura 1. Atividade antimicrobiana

    Nas Tabelas 1, 2 e 3 esto apresentados os tamanhos dos halos de inibio dos diferentes antibiticos testados nas respectivas bact-rias.

    Tabela 1. Sensibilidade da Escherichia coli frente ao de dife-rentes antibiticos (resultados expresses em dimetro dos halos de inibio do crescimento bacteriano)

    Antibiticos 24 horas 48 horas 72 horas 5 diasCloridrato de Cefepima 23 24 24 24Ceftriaxona 22 22 22 22Clorafenicol 12 13 13 13Cefalotina Sodica 15 16 16 16Cefazolina Sdica 22 23 23 23

    Ciprofloxacino 16 16 16 16Ciprofloxacino 20 20 20 20Amoxicilina 12 12 12 12

    Tabela 2. Sensibilidade da Staphylococcus aureus frente a ao de diferentes antibiticos (resultados expresses em dimetro dos ha-los de inibio do crescimento bacteriano)

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    Antibiticos 24 horas 48 horas 72 horas 5 diasCloridrato de Cefepima 19 20 20 20Ceftriaxona 20 20 20 20Clorafenicol 14 14 14 14Cefalotina Sdica 24 24 24 24Imipenm/Cilastatina Sdica 25 25 25 25Cefazolina Sdica 24 25 25 25Ciprofloxacino 14 15 15 15Amoxicilina 19 20 20 20

    Tabela 3. Sensibilidade da Salmonella sp frente a ao de dife-rentes antibiticos (resultados expresses em dimetro dos halos de inibio do crescimento bacteriano)

    Antibiticos 24 horas 48 horas 72 horas 5 diasCloridrato de Cefepima 23 23 23 23Ceftriaxona 26 26 26 26Clorafenicol 12 13 13 13Cefalotina Sdica 18 18 18 18Imipenm/Cilastatina sdica 21 22 22 22Cefazolina Sdica 17 17 17 17Ciprofloxacino 17 17 17 17Amoxicilina 15 16 16 16

    Atravs das Tabelas 1, 2 e 3 possvel observar que os halos de inibio dos antibiticos testados se estabilizaram em 24, 48 horas de incubao permanecendo constantes at os 5 dias de observao.

    Atravs da medida do halo de inibio foi possvel classificar os antibiticos em sensvel, intermedirio e resistente com o auxilio das normas de desempenho para testes de sensibilidade antimicrobiana M100-S15 (ANVISA, 2005). Como mostrado na Tabela 4.

    Tabela 4. Classificao dos antibiticos testados em relao a sua sensibilidade

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    Escherichia coliAntibiticos Halo

    Cloridrato de Cefepima SensvelCeftriaxona IntermedirioClorafenicol Intermedirio

    Cefalotina Sdica IntermedirioImipenem-Cilastatina Sdica Sensvel

    Cefazolina Sdica ResistenteCiprofloxacino Intermedirio

    Amoxicilina Resistente

    Staphylococcus aureusAntibiticos Halo

    Cloridrato de Cefepima SensvelCeftriaxona IntermedirioClorafenicol Intermedirio

    Cefalotina Sdica SensvelImipenem-Cilastatina Sdica Sensvel

    Cefazolina Sdica SensvelCiprofloxacino Resistente

    Amoxicilina Sensvel

    Salmonella spAntibitico Halo

    Cloridrato de Cefepima SensvelCeftriaxona SensvelClorafenicol Resistente

    Cefalotina Sdica SensvelImipenem-Cilastatina Sdica Intermedirio

    Cefazolina Sdica ResistenteCiprofloxacino Intermedirio

    Amoxicilina Intermedirio

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    A partir do resultado apresentado na Tabela 4 pode-se estabel-ecer qual antibitico apresenta melhor desempenho para cada bact-ria testada.

    Cloridrato de Cefepima: Todas as bactrias se mostraram sen-sveis a esse antibitico. Apresentou melhor desempenho para Esch-erichia coli.

    Ceftriaxona: a Salmonella sp apresentou sensibilidade a esse an-timicrobiano. Porm obteve halos menores nas placas das bactrias Escherichia coli e Staphylocollus aureus mostrando-se um desempen-ho intermedirio para estas bactrias Gram negativas.

    Clorafenicol: Tanto a Escherichia coli como a Staphylocollus au-reus se mostraram intermedirias ao antimicrobiano. J a Salmonella sp apresentou resistncia.

    Cefalotina Sdica: Tanto a Salmonella sp como a Staphylocollus aureus se mostraram sensveis ao antimicrobiano. J a E.Coli se apre-sentou intermediria.

    Imipenem-Cilastatina Sdica: Tanto a Escherichia coli como a Staphylocollus aureus se mostraram sensveis ao antimicrobiano. J a Salmonella sp se apresentou intermediria.

    Cefazolina Sdica: a bactria Staphylocollus aureus se mostrou sensvel ao antimicrobiano. J as bactrias Salmonella sp e Escherich-ia coli se mostraram resistentes ao antimicrobiano.

    Ciprofloxacino: Tanto a bactria Escherichia coli quanto a Sal-monella sp se mostraram intermediarias ao antimicrobiano. A bactria Staphylocollus aureus se mostrou resistente.

    Amoxicilina: a bactria Staphylocollus aureus se mostrou sen-svel ao antimicrobiano, a Salmonella sp se mostrou intermediaria, e a Escherichia coli apresentou resistncia.

    Atravs dos resultados obtidos foi possvel classificar os antibiti-cos testados sobre sua ao as bactrias patognicas e observar que a atividade antimicrobiana dos oitos antibiticos de amplo espectro testados, quatro (50%) no apresentou desempenho adequado sobre os microorganismos como escrito na literatura, podendo ser atribudo talvez ao uso inadequado de antibiticos que leva a ocorrncia de re-sistncia.

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    CONCLUSES

    Foi estudada a ao antimicrobiana de antibiticos de amplo espectro atravs de testes de sensibilidade. Os resultados mostraram que dos oitos antibiticos quatro (50%) no apresentaram desem-penho adequado sobre os microorganismos patognicos testado. O uso indiscriminado de antibiticos diminui a atividade inibitria destes importantes medicamentos.

    REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

    ANVISA, Normas de Desempenho para Testes de Sensibilidade Anti-microbiana, v. 21, n.1, 2005.

    CHAMBERS, H. F. Antimicrobianos. Consideraes gerais In: HARD-MAN, J.G.; LIMBIRD, L.E. (Eds.) Goodman & Gilman: As Bases Farma-colgicas da Teraputica. 10ed. Rio de janeiro: McGraw Hills, 2005. cap.8 p.859-860.

    GONALVES, F. S. 2010. Disponvel em: Acesso em 05/08/2011

    HORIKINI, 2009. Disponvel em: < http://www.microbiologiabrasil.blogspot.com/2009/01/as-bacterias-e-suas-caracteristicas.html > Acesso em 05/08/2011.

    KYAW, 2010. Disponvel em: Acesso em 05/08/2011.

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