13
Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode White LED Laura Martinez de Novoa, Prof.Dr. Jorge Tomioka Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do ABC Avenida dos Estados, 5001, Santo André, SP {[email protected] , [email protected] } Desde a pré-história, com o uso de simples tochas, o homem já tinha consciência da importância da iluminação artificial em sua vida. A eficiência das lâmpadas convencionais não possui perspectivas de melhora já que os seus princípios físicos de geração de luz estão esgotados. A introdução de novas formas de iluminação eficientes baseada em outros princípios físicos é então muito importante para a economia energética. Os LEDs proporcionam tanto eficiência quanto durabilidade superior a de lâmpadas comuns e consomem a metade do percentual de energia elétrica que é utilizada para iluminação. Investir em pesquisas para desenvolvimento e aperfeiçoamento destes dispositivos implica em uma visível economia tanto de capital quanto de recursos energéticos. Este estudo tem como objetivo fazer uma breve explanação sobre o funcionamento de diodos emissores de luz (Light Emitting Diodes), suas características físicas, vantagens e desvantagens e sua gama de utilizações. Palavras Chave: LED, Iluminação, Diodo Semicondutor, Dopagem, Junção. 1. INTRODUÇÃO Até o início do século XI, a única alternativa para a iluminação era a produzida por combustão (tochas na pré-história mais tarde aperfeiçoadas para lamparinas a base de substâncias inflamáveis tais como cera de abelha, óleos de origem animal e vegetal e gás, o que tornou a luz mais portátil. As lamparinas foram então sendo aperfeiçoadas. Os princípios da iluminação elétrica foram só descobertos no início do século XIX, porém a substituição dos dispositivos de iluminação por combustão pelos dispositivos de iluminação por eletricidade só ocorreu por volta de 1870. Foi em 1879 que Tomas Alva Edison demonstrou sua lâmpada de filamento incandescente e obteve sua patente, com a invenção da lâmpada incandescente encerrou-se a fase do uso de materiais combustíveis para a iluminação. Mais tarde foram descobertas novas fontes emissoras de luz: em 1900, Peter Cooper patenteou a lâmpada de mercúrio, que apresentava eficiência superior à das lâmpadas incandescentes, em 1938 surgiram as lâmpadas fluorescentes. Foram descobertas as lâmpadas halógenas, de alta e baixa pressão de descarga, contendo metais pesados, entre outras. O primeiro dispositivo de luz no estado sólido foi o Limelight, descoberto por Thomas Drummond em 1826 era baseado no efeito da candoluminescência (luz produzida pela excitação térmica dos íons). Apesar de terem sido descobertos há um tempo considerável, a eficiência dos materiais de estado sólido para iluminação era restrita às cores básicas vermelho, verde e por último a azul. Sua eficiência luminosa era inferior às lâmpadas convencionais da época e seu custo era mais elevado, o que restringiu a aplicação dos LEDs à área eletrônica.Na Figura 1 é apresentado um resumo histórico sobre a evolução da tecnologia das lâmpadas. Nos dias de hoje, maior parte da iluminação residencial é feita por lâmpadas incandescentes de tungstênio e lâmpadas fluorescentes portáteis de maior eficiência. A maioria dos ambientes de trabalho utiliza lâmpadas fluorescentes, apesar do inconveniente, também presente nos LEDs, de injetarem harmônicos na rede elétrica, comprometendo a qualidade da energia. Para iluminação pública são usadas lâmpadas de sódio. Com o notável desenvolvimento dos LEDs, esses padrões certamente mudarão. FIGURA 1 AQUI

Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode White LEDic.ufabc.edu.br/II_SIC_UFABC/resumos/paper_5_89.pdf · ... com o uso de simples tochas, o homem já tinha consciência da

Embed Size (px)

Citation preview

Estudo da Estrutura do White Light Emitting Diode – White

LED

Laura Martinez de Novoa, Prof.Dr. Jorge Tomioka

Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do ABC

Avenida dos Estados, 5001, Santo André, SP

{[email protected], [email protected]}

Desde a pré-história, com o uso de simples tochas, o homem já tinha consciência da importância da iluminação artificial em

sua vida. A eficiência das lâmpadas convencionais não possui perspectivas de melhora já que os seus princípios físicos de geração

de luz estão esgotados. A introdução de novas formas de iluminação eficientes baseada em outros princípios físicos é então muito

importante para a economia energética. Os LEDs proporcionam tanto eficiência quanto durabilidade superior a de lâmpadas

comuns e consomem a metade do percentual de energia elétrica que é utilizada para iluminação. Investir em pesquisas para

desenvolvimento e aperfeiçoamento destes dispositivos implica em uma visível economia tanto de capital quanto de recursos

energéticos. Este estudo tem como objetivo fazer uma breve explanação sobre o funcionamento de diodos emissores de luz (Light

Emitting Diodes), suas características físicas, vantagens e desvantagens e sua gama de utilizações.

Palavras Chave: LED, Iluminação, Diodo Semicondutor, Dopagem, Junção.

1. INTRODUÇÃO

Até o início do século XI, a única alternativa para

a iluminação era a produzida por combustão (tochas na

pré-história mais tarde aperfeiçoadas para lamparinas a

base de substâncias inflamáveis tais como cera de

abelha, óleos de origem animal e vegetal e gás, o que

tornou a luz mais portátil. As lamparinas foram então

sendo aperfeiçoadas. Os princípios da iluminação

elétrica foram só descobertos no início do século XIX,

porém a substituição dos dispositivos de iluminação

por combustão pelos dispositivos de iluminação por

eletricidade só ocorreu por volta de 1870. Foi em 1879

que Tomas Alva Edison demonstrou sua lâmpada de

filamento incandescente e obteve sua patente, com a

invenção da lâmpada incandescente encerrou-se a fase

do uso de materiais combustíveis para a iluminação.

Mais tarde foram descobertas novas fontes

emissoras de luz: em 1900, Peter Cooper patenteou a

lâmpada de mercúrio, que apresentava eficiência

superior à das lâmpadas incandescentes, em 1938

surgiram as lâmpadas fluorescentes. Foram

descobertas as lâmpadas halógenas, de alta e baixa

pressão de descarga, contendo metais pesados, entre

outras.

O primeiro dispositivo de luz no estado sólido foi o

Limelight, descoberto por Thomas Drummond em 1826

era baseado no efeito da candoluminescência (luz

produzida pela excitação térmica dos íons). Apesar de

terem sido descobertos há um tempo considerável, a

eficiência dos materiais de estado sólido para iluminação

era restrita às cores básicas vermelho, verde e por último

a azul. Sua eficiência luminosa era inferior às lâmpadas

convencionais da época e seu custo era mais elevado, o

que restringiu a aplicação dos LEDs à área eletrônica.Na

Figura 1 é apresentado um resumo histórico sobre a

evolução da tecnologia das lâmpadas.

Nos dias de hoje, maior parte da iluminação

residencial é feita por lâmpadas incandescentes de

tungstênio e lâmpadas fluorescentes portáteis de maior

eficiência. A maioria dos ambientes de trabalho utiliza

lâmpadas fluorescentes, apesar do inconveniente,

também presente nos LEDs, de injetarem harmônicos na

rede elétrica, comprometendo a qualidade da energia.

Para iluminação pública são usadas lâmpadas de sódio.

Com o notável desenvolvimento dos LEDs, esses

padrões certamente mudarão.

FIGURA 1 AQUI

Para avaliar o desenvolvimento científico e

tecnológico sobre inovações na área de LEDs, foi

realizado um levantamento de depósitos de

patentes no banco de dados da Organização

Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO –

World Intelectual Property Organization).

Observa-se na Figura 2 que na década de 90

ocorreu um grande investimento de pesquisa nesta

área onde partiu da média de 2 para 137 patentes

em 2008. Isto demonstra que houve um grande

avanço no campo científico, tecnológico e

investimento financeiro. Na Figura 3 observa-se

que os EUA lideram em depósito de patentes e é

superado pelos blocos de países asiáticos que

totalizam 361: Japão (JP), China (CN) e Coréia

(KR).

FIGURA 2 AQUI

FIGURA 3 AQUI

Na Figura 4 são ilustrados os maiores

depositantes de patentes onde pode se observar a

empresa OSRAM da Alemanha na liderança e que

deposita em diversos países. Observa-se ainda

que o campo é dominado pelas empresas e apenas

uma instituição universitária aparece na base de

dados como maiores depositantes de patentes.

FIGURA 4 AQUI

Pelos dados da WIPO observa-se que não

existe nenhuma patente depositada no Brasil e

nem pelos brasileiros. Isto implica que não

existem empresas, universidades e institutos de

pesquisa protegendo suas pesquisas como

patentes. As atividades desta área podem estar

sendo publicadas em revistas e desta forma, torna-

se difícil para o Brasil reivindicar qualquer tipo de

proteção no campo industrial.

2. LEDS INORGÂNICOS

2.1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO

LEDS produzem luz pelo movimento dos

elétrons em um material semicondutor. Um diodo

é o tipo mais simples de dispositivo semicondutor,

feito da combinação de materiais capazes de

conduzir corrente elétrica. De modo geral, um

semicondutor é um material com capacidade

variável de conduzir corrente elétrica. A maioria

deles é feita de um condutor pobre que sofre o

tratamento de dopagem, ou seja, a adição de

átomos de outro material à sua composição. A esse

processo dá-se o nome de dopagem que será mais

aprofundada no tópico a seguir.

A dopagem é necessária, pois o semicondutor

feito de AlGaAs puro, por exemplo, apresenta uma

estrutura onde os átomos estão ligados de uma

maneira perfeita à seus átomos vizinhos, não

deixando assim , nenhum elétron livre para

conduzir corrente elétrica. Já no semicondutor

dopado os átomos mudam a configuração de suas

ligações com os átomos vizinhos, podendo

adicionar elétrons livres (que sobram sem se ligar

com outros) ou criar buracos livres (sem ligação)

com os quais o elétron pode se combinar. Ambas

as mudanças tornam o material mais condutível.

O semicondutor que possui elétrons extras

chama-se Semicondutor tipo N, uma vez que

possui partículas extras negativas. Nesses

semicondutores, os elétrons migram de uma área

carregada negativamente para uma área carregada

positivamente

O semicondutor que possui buracos extras

chama-se Semicondutor tipo P por possuir

partículas extras positivas. Os elétrons conseguem

“pular” de buraco em buraco, de uma área

negativa para uma área positiva, como resultado

os buracos aparentam mover-se de uma área

positiva para uma área negativa.

Um diodo é então composto por uma junção

do semicondutor tipo-N com um do tipo-P sendo

que esse arranjo só conduz corrente elétrica em

um único sentido. Quando não se aplica voltagem

ao diodo, elétrons do semicondutor N preenchem

os buracos do semicondutor tipo P, formando a

zona de depleção (Figura5) que separa as duas

camadas. Em uma zona de depleção não há como

ocorrer condução de corrente, pois não existem

nem lacunas livres nem elétrons livres.

FIGURA 5 AQUI

Para se livrar da zona de depleção deve-

se conectar ao tipo-N o pólo negativo e ao tipo-P o

pólo positivo, com isso os elétrons livres do tipo-N

são repelidos pelos elétrons emitidos pelo pólo

negativo da tensão, e são levados para a região P o

diodo, da mesma forma, os buracos movem-se em

direção contrária (Figura 6). Quando a tensão

aplicada é forte o suficiente, os elétrons livres que

estavam nos buracos na zona de depleção são

forçados para fora, a zona desaparece e a corrente

flui pelo diodo.

FIGURA 6 AQUI

Por outro lado, se conectarmos a região-N

do diodo ao pólo positivo da fonte de tensão e a

região-P ao pólo negativo, a corrente não será

conduzida, isso porque os elétrons livres da região

P serão atraídos pelo pólo positivo da tensão e o

mesmo acontecerá com os buracos e o pólo

negativo (Figura 7). Assim, elétrons e buracos

ficarão concentrados em lados extremos do diodo,

o que aumenta a zona de depleção e não permitirá

a condução de corrente.

FIGURA 7 AQUI

2.2 DOPAGEM

Atualmente, todos os componentes eletrônicos

computadorizados (microchips e transistores) são

feitos de materiais semicondutores, que possuem

em sua maioria uma composição de silício. O

silício, assim como o germânio e o carbono possui

uma propriedade única na sua estrutura eletrônica:

quatro elétrons em sua camada de valência o que

permite que formem cristais, com um átomo

central ligado a mais quatro átomos vizinhos em

ligações covalentes perfeitas. Essa estrutura

perfeita, porém, não deixa elétrons livres para

condução de corrente. Por isso existe a dopagem,

onde impurezas (átomos diferentes) são

adicionadas ao componente (Figura 8).

Dopando-se Silício com Fósforo ou Arsênio,

é formado um semicondutor tipo-N, pois os

dopantes possuem cinco elétrons em sua camada

de valência, ou seja, fazem cinco ligações e

quando ligados ao Silício, que faz somente quatro,

sobra um elétron livre.

Dopando-se Silício com Boro ou Gálio, que

fazem somente três ligações por terem somente

três elétrons em sua camada de valência, obtém-se

um semicondutor do tipo P, pois ao se ligarem

com o Silício são formados buracos e o elétron do

silício não tem onde ligar-se. A falta de um elétron

cria o efeito de uma carga positiva.

Assim, o silício passa de um material

praticamente isolante pra um condutor viável (não

ótimo) daí o nome semicondutor.

FIGURA 8 AQUI

2.3 PRODUÇÃO DE LUZ

A luz é um tipo de energia que pode ser

emitida por um átomo. As partículas denominadas

fótons são as unidades básicas mais comuns da luz

[2].

A eletroluminescência é a conversão da

eletricidade diretamente em luz, ou seja, um

fenômeno óptico e elétrico durante o qual um

material emite luz em resposta a uma corrente

elétrica que o atravessa. É o resultado da

recombinação radioativa entre elétrons e lacunas.

Esse fenômeno pode ocorrer em uma variedade de

sistemas em diferentes condições, mas o tipo de

eletroluminescência mais eficiente é o causado

pela injeção de portadores em semicondutores. [3]

Em um átomo, os elétrons estão dispostos em

orbitais, sendo que os elétrons que possuem mais

energia se localizam em orbitais mais distantes do

núcleo. Para que um elétron mude de um orbital

para outro de maior energia é preciso fornecer

energia a ele, da mesma forma, quando um elétron

muda de um orbital para um de menor energia ele

libera energia. Esta energia é liberada na forma de

um fóton. Quanto maior for a diferença de energia

entre os orbitais, mais energético é o fóton

liberado,que também possui uma maior

freqüência.

Os elétrons livres do diodo , quando

combinados com as lacunas, sofrem justamente

essa queda para um orbital mais baixo na banda de

valência, então esses elétrons liberam energia na

forma de fótons (Figura 9). Os fótons tornam-se

visíveis dependendo do tipo de material usado no

diodo, por exemplo, em um diodo de silício os

átomos estão organizados de uma forma que o

elétron sofre uma queda de orbital relativamente

baixa, conseqüentemente a freqüência do fóton é

tão baixa que este não é visível ao olho humano,

pois está na faixa do infravermelho do espectro da

luz. O que não é necessariamente ruim, esses

LEDS são ideais para controles remotos entre

outros.

LEDS emissores de luz visível possuem uma

maior distância entre a banda de condução e os

orbitais de baixa energia

FIGURA 9 AQUI

2.3.1 TRANSIÇÕES RADIATIVAS:

Portadores de carga em excesso recombinam-

se de forma radiativa e não-radiativa. As frações

destas recombinações determinam a eficiência

quântica interna de um LED. Um mecanismo

intrínseco de recombinação radiativa é a transição

banda-a-banda, em que um par elétron-lacuna

recombina-se emitindo um fóton [2].

A Figura 10 demonstra esquematicamente as

transições de recombinação básica dos portadores

em excesso em um semicondutor. Essas transições

podem ser classificadas como:

(1) Transição inter-bandas

(a) Emissão intrínseca correspondendo

similarmente à energia do bandgap

(b) Emissão de alta-energia envolvendo

portadores energéticos, às vezes relacionados por

emissão de avalancha.

(2) Transições envolvendo impurezas químicas e

defeitos físicos.

(a) Banda de condução para defeito do tipo

aceptor

(b) Defeito tipo doador para banda de

valência.

(c) Defeito doador para defeito aceptor

(d) Banda-a-banda

(3) Transições intra-banda (Auger Process)

FIGURA 10 AQUI

O número de onda de um fóton é muito

pequeno se comparado com o de um elétron ou de

uma lacuna, o que significa que a transição do

elétron da banda de condução para a banda de

valência é praticamente vertical no diagrama de

bandas.

Durante uma transição radiativa a energia e o

momento devem ser conservados. A conservação

de energia resulta na energia do fóton ser igual à

distância entre os níveis ocupados pelo elétron e a

lacuna, respectivamente. A conservação do

momento impõe requerimentos estritos na

estrutura da banda de energia do semicondutor

usados nas regiões ativas dos LEDs [2].

Um material luminescente eficiente é o qual

transições radiativas predominam sobre as não-

radiativas. A recombinação banda-a-banda é o

processo onde a recombinação radiativa é mais

provável.

2.4 DESEMPENHO DO LED

Considera-se que o desempenho do LED seja

determinado pelo seu processo de geração de luz.

Um dispositivo eletroluminescente por injeção é

caracterizado por sua eficiência radiante (ŋ𝑒). A

eficiência radiante é o fluxo radiante emitido em

relação à potência fornecida.

ŋ𝑒

= (ŋ𝑒𝑥𝑡

)(ŋ𝑓

)

ŋext é a eficiência quântica externa, ŋf é a

eficiência de alimentação.

A Eficiência quântica de um dispositivo foto

sensível é a porcentagem de fótons absorvidos que

irão produzir um par elétron-lacuna. É uma

medição precisa da sensibilidade elétrica do

dispositivo em relação à luz.

A Eficiência quântica externa é o número de

fótons emitidos pelo número de elétrons que

atravessaram o LED. É dada pelo produto da

eficiência quântica interna (ŋrad) pela eficiência de

injeção (ŋinj) e eficiência óptica (ŋopt)

ŋ𝑒𝑥𝑡

= (ŋ𝑖𝑛𝑗

)(ŋ𝑟𝑎𝑑

)( ŋ𝑜𝑝𝑡

)

A Eficiência de injeção é a fração dos elétrons que

atravessao o LED que são injetados na região

ativa, onde ocorre a recombinação radioativa

A Eficiência quântica interna é o número de pares

elétron-lacuna que se recombinam

radioativamente entre o número total de pares que

recombinam na região ativa.

A Eficiência óptica é a fração de fótons gerados

que escapam pelo dispositivo.

A Eficiência de alimentação é a fração da energia

média de um fóton emitido (hv) pela energia total

que um par elétron- lacuna recebe pela fonte de

potência.

ŋ𝑓

= ℎ𝑣

𝑞𝑉

V = voltagem, q = carga elementar.

2.5 ASPECTOS FÍSICOS

FIGURA 11 AQUI

FIGURA 12 AQUI

2.5.1 CORES E MATERIAIS

TABELA 1 AQUI

2.6 VANTAGENS

Todos os diodos produzem luz, porém a

maioria não o faz de forma muito eficiente. Em

um diodo simples o próprio material com que é

feito absorve muita energia da luz, já os LEDs são

construídos para maximizar essa eficiência,

emitindo o máximo de fótons, e também,

concentrando essa emissão em uma direção

através do bulbo que envolve o dispositivo, a luz

emitida é então refletida por suas paredes até a

direção desejada.

Por não possuírem um filamento

incandescente, duram mais que as lâmpadas

comuns, chegando a funcionar por 20 mil horas,

além de se adaptarem mais facilmente aos

circuitos modernos. Tanto sua tensão como

corrente de operação são baixas.

Sua maior vantagem é a alta eficiência, pois

não existe alta quantidade de energia térmica

dissipada, sendo assim uma maior porcentagem da

energia elétrica consumida é usada para a

produção de luz, economizando a demanda por

energia elétrica.

Apesar de serem mais caros que as lâmpadas

convencionais, em um longo prazo a economia de

energia compensa o investimento [4].

LEDs são mais resistentes a vibrações e

choques mecânicos o que aumenta ainda mais sua

gama de aplicações.

2.7 DESVANTAGENS

As desvantagens no uso de LEDs são seu alto

custo de produção em comparação com outras

lâmpadas, sua forte dependência com a

temperatura de funcionamento, sua sensibilidade a

alterações de voltagem (o que implica na

necessidade de um resistor no circuito), como

pode ser visto na Figura 13 a corrente produzida

por uma polarização direta varia

exponencialmente com a tensão. A qualidade da

iluminação por LEDs ainda é inferior a das

lâmpadas convencionais, podendo alterar a cor dos

objetos por ele iluminados. Sua maior

complexidade tecnológica para desenvolvimento

ainda não é plenamente conhecida e não é muito

explorada no Brasil.

FIGURA 13 AQUI

3. GERAÇÃO DE LUZ BRANCA

BASEADA NA MISTURA DE LEDs

AZUL, VERMELHO E VERDE

Lâmpadas baseadas em LEDs de alto brilho

RGB (vermelho, verde e azul) podem produzir

quase qualquer cor, inclusive luz branca. A

eficiência luminosa da luz branca emitida por

lâmpadas de LED já ultrapassa a eficiência das

lâmpadas incandescentes.

Existem dois tipos de geração de luz branca a

partir de LEDs: utilizando fósforo ou então LEDs

multicoloridos (incluindo LEDs RGB). A

combinação de LEDs RGB proporciona uma

eficiência maior comparada à dos LEDs de

fósforo.

Existem vários tipos de LEDs brancos

multicoloridos: di, tri e tetracromáticos, ou seja, a

combinação de dois, três ou quatro LEDs de cores

diferentes para a obtenção da luz branca [5].

Geralmente uma maior eficiência implica em uma

renderização de cor mais baixa. Por exemplo,

LEDs brancos dicromáticos têm uma melhor

eficiência luminosa (120 lm/W), mas a menor

capacidade de renderização cromática. Em

contraponto, LEDs brancos tetracromáticos têm

uma excelente capacidade de renderização de cor,

e conseqüentemente a eficiência luminosa mais

baixa. LEDs brancos tricromáticos estão

intermediários, tendo ambas boa eficiência

luminosa (>70lm/W) e capacidade de

renderização.

A obtenção de luz branca através de LEDs

RGB apresenta alguns desafios. Deve ser levado

em consideração que para poder ser utilizada

comercialmente em diversas aplicações a

uniformidade da cor na distribuição espacial da luz

da lâmpada de LEDs deve estar em níveis

aceitáveis. Esta uniformidade é dificilmente

alcançada, pois misturando um ou mais LEDs

vermelho, verde e azul, qualquer variação em uma

das cores ou um LED sequer pode causar uma

variação significante na cor resultante.

A Figura 14 mostra as coordenadas

cromáticas obtidas com LEDs InGaN e AlInGaP .

A área dentro do triângulo representa as

coordenadas de cor alcançáveis em uma lâmpada

de LEDs usando LEDs Azul (450nm), Verde

(530nm) e Vermelho (650nm). Qualquer

coordenada de cor (incluindo branco) dentro deste

triângulo pode ser obtida combinando quantidades

apropriadas das luzes dos LEDs vermelho, verde e

azul.

FIGURA 14 AQUI

3.1 MANUTENÇÃO DA COR E

INTENSIDADE DA LUZ

Por ser um semicondutor, o LED tem suas

características de emissão de luz afetadas por

vários fatores como temperatura e corrente.

Efeito da temperatura: A potência elétrica

que é perdida em calor dissipado causa um

aumento de temperatura na junção p-n do LED. A

saída de luz do LED vermelho AlInGaP é reduzida

em 10% a cada aumento de 10 graus Celsius. Nos

LEDs InGaN verde e azul a mesma é reduzida em

5% e 2% respectivamente. O espectro do LED

varia para comprimentos de onda mais longos com

um aumento de temperatura.

A Figura 15 mostra a variação das

coordenadas de cor com a temperatura para LEDs

vermelho, verde e azul. O LED azul possui uma

maior variação em comparação com os LEDs

vermelho e verde.

FIGURA 15 AQUI

Efeito da idade: A emissão de luz dos LEDs

brancos multicoloridos muda conforme o tempo.

Em geral, a emissão de luz decresce com o tempo

e atinge 50% da emissão inicial após 50 mil horas

de operação. O que resulta em mudanças em um

LED RGD que não podem ser previstas.

Efeito da corrente: O espectro do LED

branco multicolorido muda para comprimentos de

onda menores conforme o aumento da corrente. A

variação resultante pode ser observada no gráfico

abaixo. Pode se observar que as variações no LED

vermelho são mínimas se comparadas com as

variações dos LEDs verde e azul. Se essas grandes

variações não forem levadas em consideração, a

precisão para obtenção da cor branca não poderá

ser mantida.

FIGURA 16 AQUI

Questões térmicas: A eficácia luminosa da

luz branca decai com o aumento da temperatura

como no gráfico abaixo:

FIGURA 17 AQUI

A obtenção de luz branca através da

combinação de LEDs RGB oferece não somente

uma alternativa para produção de luz branca, mas

também uma técnica nova de produção de

diferentes cores de luz. Antes que esse tipo de

LED possa ser produzido de forma viável, muitas

técnicas e problemas precisam ser resolvidos, o

que inclui o fato da sua potência cair

exponencialmente com um aumento de

temperatura, resultando em uma mudança drástica

na estabilidade da cor. Tais problemas não são

aceitáveis para uso industrial e comercial.

4. GERAÇÃO DE LUZ BRANCA POR

LEDS À BASE DE FÓSFORO

Este método é similar ao usado nas lâmpadas

fluorescentes, e envolve o uso de filtros em um

LED monocromático (o mais utilizado é LED

azul, feito de InGaN e o LED UV) . Uma fração

das ondas de luz azul sofre um aumento em seu

comprimento. Dependendo da cor do LED

original, fósforos de diferentes corem podem ser

utilizados. Se diversas camadas de fósforos de

cores distintas são empregadas, o espectro emitido

é aumentado, aumentando efetivamente a

renderização cromática de um dado LED.

LEDs à base de fósforo têm mais baixa

eficiência se comparados com LEDs normais

devido às perdas de calor e a outras degradações

relacionadas com o fósforo, o que causa uma

mudança de cor nos objetos por ele iluminados.

Porém, essa técnica é a mais popularmente

utilizada para produção de LEDs brancos de alta

intensidade, sendo mais simples que a técnica de

mistura das cores primárias nos LEDs brancos

multicoloridos.

A maior barreira para obtenção de uma maior

eficiência são as aparentemente inevitáveis perdas

de energia, embora muito esforço tenha sido feito

para otimização desses dispositivos em busca de

maior poder luminoso e temperaturas de operação

mais altas. A eficiência, por exemplo, pode ser

aumentada utilizando-se tipos de fósforo mais

suscetíveis. Com o seu eminente desenvolvimento,

a eficiência dos LEDs à base de fósforo cresce a

cada novo produto anunciado no mercado. OLEDs

também são capazes de emitir luz branca de

acordo com a combinação de seus materiais

componentes.

5. APLICAÇÕES PARA O LED

O uso comercial do LED começou no final de

1960. Os primeiros LEDs, hoje obsoletos, eram

conhecidos como pequenas lâmpadas coloridas

usadas como indicadores em diversos tipos de

aparelhos eletrônicos. Mais tarde LEDs foram

utilizados em displays alfanuméricos (compostos

por pontos e barras), nas primeiras calculadoras e

relógios eletrônicos.

Com um maior desenvolvimento tecnológico

atual, que envolve um aumento da capacidade

luminosa, da eficiência e uma diminuição do custo

dos dispositivos, a gama de aplicações para os

LEDs tende a aumentar. As principais vantagens

do LED sobre as outras lâmpadas são o menor

consumo de energia elétrica e a maior

durabilidade, que implica na diminuição dos

custos para manutenção.

Atualmente, LEDs são utilizados em

semáforos e demais sinalizações de trânsito, em

displays alfanuméricos e de vídeo e sinalização em

automóveis, pois seu poder de iluminação é alto o

suficiente para ser visível mesmo quando expostos

à luz solar direta. Na área médica os LEDs podem

ser encontrados em fototerapia, terapia

fotodinâmica (utilizada no combate ao câncer) e

polimerização de compostos dentários. Na área

botânica LEDs são usados para interferir no

processo de fotossíntese das plantas, aumentando

seu crescimento. Dentre os instrumentos para

medições óticas podemos encontrar LEDs em

sensores de fluorescência e espectroscopia. Outra

recente aplicação para LEDs é em TVs ou também

como backlight (luz de fundo)

em TVs de LCD ( Figuras 18 e 19 ).

FIGURA 18 AQUI

FIGURA 19 AQUI

É na iluminação que os LEDs, principalmente

os emissores de luz branca, encontram sua

aplicação mais promissora. A proposta de uma

iluminação geral feita por LEDs é garantir um

nível de iluminação uniforme em uma área.

Incluindo iluminação residencial, de escritório,

industrial, de estabelecimentos como escolas e

hospitais e também sinalizações em estradas. A

iluminação baseada em LEDs é uma aplicação em

constante evolução, apresentando muitas

vantagens. O seu pequeno tamanho, e a

possibilidade de direção da luz oferecem uma

facilidade de integração com elementos

arquitetônicos e versatilidade em design. Além

disso, esta iluminação vai ao encontro dos padrões

ambientais, pois LEDs não contêm mercúrio e

também possuem um baixo consumo elétrico com

uma alta eficiência luminosa. LEDs brancos de

fósforo já superaram as lâmpadas incandescentes

convencionais em termos de eficiência luminosa e

dispositivos com séries desses LEDs já

alcançaram as lâmpadas fluorescentes.

O maior impedimento desta aplicação é o alto

custo em comparação com as outras lâmpadas,

porém, este empecilho está diminuindo por um

fator de 10 a cada 10 anos. Considerando a longa

durabilidade dos LEDs, é esperado que a partir da

segunda década do século XXI não existam mais

empecilhos para esta tecnologia.

5.1 PANORAMA SOBRE A ENERGIA

ELÉTRICA NO BRASIL

No Brasil, estima-se que 30% de toda a

energia elétrica consumida é utilizada para

iluminação [4]. Isto significa que dos 444,6 TWh

gerados em 2007 [6], 133TWh foram necessários

para tal fim. Se compararmos a energia elétrica

gerada anualmente em Itaipu, estimada em média

de 90 TWh, concluímos que todo seu

funcionamento em 2007 foi destinado à

iluminação [4]. Outra analogia pode ser feita

considerando que se as lâmpadas convencionais

possuem uma eficiência em torno de 20% [1],

106,7 TWh foram gastos em resíduo térmico

dissipado. Considerando a atual estimativa da

Eletronuclear de que a usina Angra III, ainda em

construção, irá gerar anualmente 10,6 TWh ,

percebemos que seriam necessárias dez usinas

equivalentes para gerar somente o resíduo térmico

dissipado.

De acordo com as expectativas de

crescimento econômico no Brasil, nos próximos

anos serão necessários maiores investimentos em

geração, transmissão e distribuição de energia

elétrica. A construção de novas usinas além do

grande investimento financeiro implica em

alterações ambientais (inundação e desapropriação

de grandes áreas para usinas hidrelétricas,

aumento na emissão de CO2 para usinas

termoelétricas). A simples mudança na tecnologia

em iluminação já quebra vários paradigmas na

forma de consumo de energia elétrica. Desta

forma é possível investir menos na construção de

novas usinas e priorizar os recursos financeiros em

outras áreas carentes da sociedade brasileira. [4]

6. CONCLUSÃO

A iluminação geral a base de LEDs brancos,

atualmente ainda na fase experimental, se mostra

muito promissora em termos de economia

energética.

As aplicações para iluminação requerem um

alto fluxo luminoso, cuja geração por LEDs

apresenta atualmente um custo mais elevado,

porém, em um futuro próximo espera-se uma

queda em seu preço e o desenvolvimento de

dispositivos mais eficientes que contribuam para

um uso mais racional da energia elétrica sem

perda de qualidade para o consumidor e que

ofereçam ao nosso país alternativas para um

melhor investimento de seus recursos financeiros.

No Brasil não existe nenhuma patente

depositada na área de LEDs, o que é preocupante

já que o Brasil está entre os maiores consumidores

de energia elétrica no mundo, isto demonstra que

ocorrerá uma grande dependência de fornecedores

estrangeiros para fornecimento de LEDs para

iluminação e para equipamentos eletrônicos.

7. AGRADECIMENTOS

Ao Prof.Dr. Jorge Tomioka, minha gratidão

por orientar-me a suplantar os obstáculos e a

desafiar minhas próprias dificuldades ao iniciar-

me no fantástico mundo do conhecimento.

Aos meus pais, que sempre me deram

incentivo para o estudo e esperança para o futuro.

8. REFERÊNCIAS

[1] Zukauskas, A., Shur, M. S., Caska,R.

“Introduction to Solid State Lighting”. New

York. Wiley, 2002.

[2] Millman, J., Halkias, C. C. “Eletrônica:

Dispositivos e Circuitos”.Tóquio.McGraw-

Hill Kogakusha, 1981.

[3] Sze, S.M., Kwowk, K.Ng. “Physics of

Semiconductor Devices”, 3 ed. Canada

.Wiley,2007

[4] Tomioka,J., Mammana, A.P., Souza,G.P.,

Muller,S.L.R., Robert,R. “Novos Materiais

de Estado Sólido para Iluminação”. In:

SEMINÁRIO NACIONAL DE

PROUDUÇÃO E TRANSMISSÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA, Curitiba – Paraná,

2005.

[5] Muthu,S.;Schuurmans,F.J.,

Pashley,M.D."Red, Green, Blue LED based

white light generation: Issues and

control".IEEE, 2002.

[6] EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA

(BRASIL). “Balanço Energético

Nacional2008: Ano base 2007”. Empresa de

Pesquisa Energética. Rio de Janeiro: EPE,

2008. 244p.

Figura1 – Evolução da tecnologia das lâmpadas utilizadas em

iluminação.

Figura 2: Número de patentes concedidas em LEDs

Figura 3: Número de patentes por país

Figura 4: Maiores depositantes de patentes em LEDs

Figura 5 - A formação da zona de depleção em um

diodo.

Figura 6- Desaparecimento da zona de depleção

em um diodo.

Figura 7- Aumento da zona de depleção em um diodo.

Figura 8 – Dopagem em um semicondutor de silício.

Figura 9 – Formação de um fóton pela combinação de

um elétron e uma lacuna.

Figura 10 – Transições de recombinação básicas em

um semicondutor. Ed, Ea, Et são armadilhas do tipo

doadora, aceptora e nível-profundo, respectivamente.

Figura 11 – Componentes de um LED.

Figura 12 – Vários exemplos de LEDs.

Figura 13 – Curva I x V de um diodo

Figura 14 – Sistema de coordenadas uv (CIE 1964),

mostrando as coordenadas de LEDs InGaN e

AlInGaP.[5]

Figura 15 – Variação nas coordenadas de cor como

função da temperatura. [5]

Figura 16 – Variação nas coordenadas cromáticas de

um LED RGB a uma temperatura constante. [5]

Figura 17 - Degradação da luz branca (lm/W) com

aumento da temperatura [5].

Figura 18 – TV a LED.

Figura 19 – LED como backlight para TV de LCD

Cor

Comprimento de onda [nm]

Voltagem [V] Material

Semicondutor

Infravermelho λ > 760 ΔV < 1.9 GaAs, AlGaAs

Vermelho 610 < λ < 760 1.63<ΔV<2.03 AlGaAs, GaAsP, AlGaInP, GaP

Laranja 590 < λ < 610 2.03<ΔV<2.10 GaAsP, AlGaInP,

GaP

Amarelo 570 < λ < 590 2.10<ΔV<2.18 GaAsP, AlGaInP,

GaP

Verde 500 < λ < 570 2.18<ΔV<4.0 InGaN, GaN, GaP,

AlGaInP, AlGaP

Azul 450 < λ < 500 2.48<ΔV<3.7 ZnSe, InGaN, SiC

Roxo Múltiplos

tipos 2.48<ΔV<3.7

LED azul com fósforo vermelho

Violeta 400 < λ < 450 2.76<ΔV<4.0 InGaN

UV λ < 400 3.1<ΔV<4.4 AlN,AlGaN,

AlGaInN)(<210nm)

Branco Espectro aberto ΔV = 3.5

LEDs azul/UV com fósforo amarelo

Tabela 1 – Cores e seus respectivos comprimentos de

onda, voltagem e materiais.