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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ESTUDO DAS FRATURAS DOS CILINDROS DE LAMINAÇÃO WEBSON SOUZA DA CRUZ MARABÁ-PA 2009

ESTUDO DAS FRATURAS DOS CILINDROS DE LAMINAÇÃO · Estudo das fraturas dos cilindros de laminação / Webson Souza da Cruz; orientador, Clesianu Rodrigues Lima. — 2009. Trabalho

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE ENGENHARIA DE MATERIAIS

ESTUDO DAS FRATURAS DOS CILINDROS DE LAMINAÇÃO

WEBSON SOUZA DA CRUZ

MARABÁ-PA 2009

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WEBSON SOUZA DA CRUZ

ESTUDO DAS FRATURAS DOS CILINDROS DE LAMINAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade de Engenharia de Materiais como requisito parcial para obtenção do título de engenheiro de Materiais.Orientador: Clesianu Rodrigues Lima.

MARABÁ-PA

2009

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação ( CIP) Biblioteca da UFPA, CAMAR II, Marabá, PA

Cruz, Webson Souza da

Estudo das fraturas dos cilindros de laminação / Webson Souza da Cruz; orientador, Clesianu Rodrigues Lima. — 2009.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Marabá, Faculdade de Engenharia de Materiais, Marabá, 2009.

1. Siderurgia - Marabá (PA). 2. Laminação. 3. Ferro fundido. I. Lima, Clesianu Rodrigues, orient. II. Título.

CDD: 22. ed.: 669.1098115

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WEBSON SOUZA DA CRUZ

ESTUDO DAS FRATURAS DOS CILINDROS DE LAMINAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade de Engenharia de Materiais como requisito parcial para obtenção do título de engenheiro de Materiais.

Data de aprovação: 29/06/2009

Banca Examinadora:

_________________________________________________

Prof. M.Sc. Clesianu Rodrigues de Lima - Orientador

FACEN / UFPA

_________________________________________________

Prof. Dr. Múcio Marcos S. Nóbrega

FEMAT / UFPA

_________________________________________________

Prof. Dr. Reginaldo Sabóia de Paiva

FEMMA / UFPA

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho á minha família, especialmente aos meus pais José

Antônio Oliveira da Cruz e Antonia Souza da Cruz, que foram a base para eu

conquistar essa vitória, também as minhas irmãs que estiveram sempre ao meu lado,

aos meus amigos que estiveram comigo em todos os momentos. E ainda a todos os

mentores e mestres responsáveis por minha formação acadêmica e profissional, os

quais me apresentaram os valores inerentes ao profissional de sucesso e a ética

presente nos indivíduos de boa índole.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me abençoado com mais essa

graça, dado força, e por sempre ter iluminado meu caminho e minha vida. Aos mestres

que contribuíram para meu crescimento pessoal e profissional, a todos os professores

da FEMAT, mesmo os que hoje já não fazem mais parte desta faculdade, mas que

deixaram de alguma forma sua contribuição.

Agradecer ainda, ao meu orientador Prof.º M.Sc. Clesianu Rodrigues Lima,

pela dedicação e atenção que me forneceram os todos os meus amigos que me

incentivaram e me apoiaram nesta conquista, a SINOBRAS, pela oportunidade a que

me foi dada, contribuindo para o meu aprimoramento técnico e crescimento

profissional, a toda equipe da laminação, em especial ao Sr. Carlos Cândido por todos

os ensinamentos que me foi passado, aos colegas que hoje já não fazem parte desta

empresa, mas que contribuíram de forma significativamente para a minha formação,

Eduardo Coelho e Breno Albuquerque, a toda minha família que não mediu esforços

para que eu pode-se chegar à esta vitória, e que esteve ao meu lado me dando força

para conquistar essa vitória. A turma de engenharia de materiais do ano 2004, a todos

que sempre torceram por mim e que me ajudaram a continuar seguindo sempre em

frente.

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SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................... i LISTA DE TABELAS................................... ................................................... ii LISTA DE FIGURAS................................... .................................................... iii

1 INTRODUÇÃO

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 LAMINAÇÃO

3.2 SIDERURGIA BRASILEIRA

3.3 LAMINAÇÃO DA SINOBRAS

3.4 PROCESSO DE LAMINAÇÃO

3.5 CADEIRA DE LAMINAÇÃO

3.5.1 CADEIRAS DUO

3.6 CILINDROS DE LAMINAÇÃO

3.6.1 PRINCIPAIS PROPRIEDADES DOS CILINDROS

3.7 PRINCIPAIS ETAPAS DA PRODUÇÃO DE LAMINADOS

3.7.1 PREPARAÇÃO

3.7.2 FORNO

3.7.2.1 FORNO CONTÍNUO

3.7.2.2 FORNO CONTÍNUO EMPURRADOR

3.7.3 DESBASTE

3.7.3.1 DESBASTE CONTÍNUO OU TREM DE DESBASTE

3.7.3.2 DESBASTE CONTÍNUO CANTILEVER

3.7.4 TREM INTERMEDIÁRIO

3.7.4.1 INTERMEDIÁRIO CONTÍNUO

3.7.5 CAIXAS

3.7.6 TESOURA

3.7.7 BLOCO

3.7.8 OPERAÇÕES

3.7.9 VERGALHÕES

14

15

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3.7.10 TESOURA PARA CORTE

3.7.11 LEITO

3.7.12 LABORATÓRIO FÍSICO

3.8 FRATURAS DE CILINDROS DE LAMINAÇÃO

4 MATERIAIS E METÓDOS

4.1 MATERIAIS

4.2 METÓDOS

4.2.1 METALOGRAFIA

4.2.2 DUREZA

4.2.3 MASP

5 RESULTADOS E DISCURSSÕES

5.1 METALOGRAFIA

5.2 DUREZA

5.3 MASP

5.3.1 PROBLEMA

5.3.2 ANÁLISE DE PARETO

5.3.3 PERDAS E GANHOS

5.3.4 PARTICIPANTES

5.3.5 CARACTERISTICA DO PROBLEMA

5.3.6 ESTRATIFICAÇÃO

5.3.7 RECOMENDAÇÕES 5.3.8 ANÁLISE

5.3.8.1 CAUSA E EFEITO

5.3.9 PLANO DE AÇÃO

5.3.9.1 AÇÕES IMEDIATAS

6 CONCLUSÃO

7 SUGESTÕES

REFERÊNCIAS

46

46

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52

52

53

53

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RESUMO

Um dos objetivos da laminação é aumentar a produção de laminados reduzindo

custos, como um dos maiores custos de uma laminação é com cilindros, houve a

necessidade de se fazer um estudo sobre as quebras prematuras dos cilindros. Neste

trabalho foram realizados ensaios metalográficos e ensaios de dureza nos cilindros de

ferro fundido nodular perlítico e ferrítico de diferentes fabricantes. As microestruturas

resultantes apresentaram em sua maioria estruturas perlíticas, com distribuição dos

nódulos grafita bastante heterogêneas. As amostras que apresentaram melhor

resultado foram aquelas que tinham uma distribuição de nódulos de grafita

homogênea e matriz pelítica-ferrítica. Onde foi usado a metodologia do MASP para

direcionar as ações tomadas e chegar as possíveis causas.

Palavras-chave: cilindros, ferro fundido nodular, MASP.

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LISTA DE TABELAS

1 Tensão de Escoamento.................................................................................. 42

2 Regulagem do Termoprocesso....................................................................... 44

3 Características dos cilindros por fabricante.................................................... 52

4 Resultados das análises de dureza shore “C” 58

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LISTA DE FIGURAS

1 Síntese da Siderurgia Brasileira (IBS,2009)................................................... 17

2 Produção Siderúrgica Brasileira (IBS,2009)................................................... 18

3 Produção Brasileira de Laminados Longos (IBS,2009).................................. 18

4 Vendas no Mercado Interno de Laminados longos (IBS,2009)...................... 19

5 Vendas no Mercado Externo de Laminados longos (IBS,2009)..................... 19

6 Produtos Produzidos....................................................................................... 20

7 Representação esquemática de uma cadeira duo reversível, (TORRES, 2006)...............................................................................................................

22

8 Imagem de uma instalação indústria.............................................................. 22

9 Representação esquemática da transformação microestrutural dos aços (RIZZO, 2007)................................................................................................

23

10 Cilindros de Laminação................................................................................... 24

11 Aspecto Micrográfico de ferro fundido nodular: ferrita, perlita, cementita,

nódulos de grafita. Ataque nital 2%, aumento 100X.......................................

27

12 Etapa da fabricação de um cilindro composto (dupla-fusão) e imagem de

uma etapa do processo (imagem cedida pela Aços Villares S.A.), (RIZZO,

2007)...............................................................................................................

27

13 Representação esquemática das etapas do processo de fabricação de

cilindros por dupla fusão e centrifugação com molde inclinado (RIZZO

2007)...............................................................................................................

27

14 Fluxograma do processo................................................................................. 29

15 Mesa de Enfornamento de Tarugos................................................................ 31

16 Cilindros Hidráulicos para Enfornamento de Tarugos.................................... 32

17 Peel Bar.......................................................................................................... 33

18 Pinch Roll........................................................................................................ 34

19 Gaiola de Desbaste......................................................................................... 36

20 Gaiola Intermediária Cantilever, (GERDAU – 005, 2000)............................... 36

21 Gaiola Intermediária Vertical........................................................................... 38

22 Formador de Laço........................................................................................... 39

23 Bloco Acabador............................................................................................... 40

24 Vergalhão........................................................................................................ 42

25 Diagrama TTT, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000)......................................... 43

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26 Diagrama de Resfriamento, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000)..................... 45

27 Thermex.......................................................................................................... 45

28 Leito................................................................................................................ 47

29 Maquina de Ensaio de Tração........................................................................ 48

30 MASP (FALCONI 1992).................................................................................. 51

31 Cilindros novos e Usados............................................................................... 52

32 Esquema do Ensaio de Dureza...................................................................... 54

33 Etapas do Ciclo do MASP, (QUALIDADE, 2007)........................................... 54

34 Seqüência do Ciclo do MASP (QUALIDADE 2007)....................................... 55

35 Amostra 1FPS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X........................ 56

36 Amostra 2FFS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X........................ 56

37 Amostra 3FPS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X........................ 57

38 Amostra 4FFN, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X........................ 57

39 Perfil de Dureza da Amostra 1FPS................................................................ 58

40 Perfil de Dureza da Amostra 2FFS................................................................ 59

41 Perfil de Dureza da Amostra 3FPS................................................................ 59

42 Perfil de Dureza da Amostra 4FFN................................................................ 60

43 Ciclo MASP.................................................................................................... 61

44 Quebras por Gaiola........................................................................................ 61

45 Quebras por Fabricante................................................................................. 62

46 Cilindro Fraturado.......................................................................................... 62

47 Quebras por Gaiola....................................................................................... 63

48 Quebras por Fabricante................................................................................ 63

49 Quebras Freqüentes..................................................................................... 63

50 Compra Inicial de Cilindros (SINOBRAS 2009)............................................ 65

51 Cilindro Trincado........................................................................................... 66

52 Quantidade de Tarugos Laminados – Posição/Fabricante........................... 67

53 Desenho original do rolo............................................................................... 68

54 Desenho Modificado do rolo......................................................................... 68

55 Desenho original da tampa de fixação dos rolos.......................................... 69

56 Desenho modificado da tampa de fixação dos rolos.................................... 69

57 Diagrama Causa e Efeito – Todas as Causas.............................................. 71

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58 Diagrama Causa e Efeito – Causas Prováveis............................................. 71

59 Compra de Novos Cilindros, gaiolas 1 a 4 (SINOBRAS)................................ 72

61 Compra de Novos Cilindros, gaiolas 5 a 8 (SINOBRAS)................................ 73

62 Refrigeração.................................................................................................... 73

63 Refrigeração Original X Modificada................................................................ 74

64 Cilindro com 4 chavetas (SINOBRAS 2009)................................................... 75

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1 INTRODUÇÃO

O processo de conformação a quente consiste, inicialmente, em aquecer o

material até a temperatura de encharque para a austenitização, realizar deformações

programadas nas etapas de desbaste e de acabamento e em seguida promover o

resfriamento controlado do material (MORAIS 2003).

Laminação é um dos processos de conformação mecânica pelo qual um lingote

de metal é forçado a passar por entre dois cilindros que giram em sentidos opostos,

com a mesma velocidade. Como resultado deste movimento ocorre a redução da

espessura do metal a cada passe de laminação (nome dado a cada passagem do

metal pelos cilindros de laminação) (BUTTON 2001).

A laminação é atualmente uma das grandes áreas de interesse da conformação

mecânica, devido à grande variedade de formas produzidas, as altas taxas de

produção, bem como as altas exatidões alcançadas (SOARES 2007).

O cilindro de laminação é uma ferramenta fundamental na obtenção da máxima

produtividade do laminador, da máxima qualidade superficial do produto laminado e de

baixos custos operacionais das laminações (NOGUEIRA et al 2000).

Os mecanismos de consumo dos cilindros variam de laminador para laminador,

de cadeira para cadeira, dependendo das solicitações impostas aos cilindros, onde os

esforços principais para laminações, são, atrito com o material laminado, ciclagem

mecânica devido aos esforços de laminação, ciclagem térmica, choque térmico e

choque mecânico (REBELLATO et al 2000).

Segundo FALCONI (1992), o MASP é um processo dinâmico na busca de

soluções para uma determinada situação. Não é um processo rígido e sim um

processo flexível em cada caso com que de se defrontar. Ele procura encontrar

respostas tais, como:

• Priorização do problema.

• Divisão do problema em partes que possam ser analisáveis.

• Verificações das situações que necessitam de atenção.

O objetivo é aumentar a probabilidade de resolver satisfatoriamente uma

situação onde um problema tenha surgido. A solução de problema é um processo que

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segue uma seqüência lógica, começando pela identificação do problema, continuando

pela análise e terminando com a tomada de decisão (FALCONI 2001).

2 OBJETIVOS

Apresentar como foi solucionado as quebras dos cilindros de ferro fundido da

laminação da empresa SINOBRAS.

2.1 Objetivo Geral

O trabalho tem como objetivo demonstrar que a metodologia aplicada, levou à

uma análise crítica das fraturas dos cilindros de ferro fundido nodular, chegando as

possíveis causas e soluções.

2.2 Objetivo Específico

Este trabalho visa apresentar a metodologia usada no estudo deste caso, bem

como as ações que foram tomadas, para se chegar a solução do problema.

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3 - REVISÃO DA LITERATURA

3.1 – Laminação

O processo de laminação está incluído na categoria de moldagem, pertencendo

a subcategoria de conformação a partir de um sólido, os processos pertencentes a

esta categoria também são denominados de processo de conformação mecânica ou

processo de conformação plástica. A importância dos metais na tecnologia moderna

deve-se em grande parte à relativa facilidade com estes podem ser processados com

o objetivo de se obter uma forma desejada, com propriedades controladas e a um

custo compatível com sua utilização (RIZZO, 2007).

A laminação é atualmente uma das grandes áreas de interesse da conformação

mecânica, devido à grande variedade de formas produzidas, as altas taxas de

produção, bem como as altas exatidões alcançadas (SOARES 2007).

Segundo RIZZO (2007), o forjamento e a fundição são processos de fabricação

largamente utilizados há mais de 3000 anos, enquanto que o processo de laminação

assumiu uma maior importância na indústria durante o século XIX, embora os

primeiros laminadores que se tem notícia foram empregados para processar a frio

metais macios como chumbo e o estanho no século XV, o processo de laminação foi

inclusive objeto de estudos pelo gênio artístico e científico Leonardo da Vinci, que

projetou equipamento de laminação entre o ano de 1480 e 1495. A laminação a

quente do aço foi iniciada no final do século XVI na Inglaterra, em primeiro lugar para

barras e no século seguinte para placas e chapas. As primeiras patentes de laminação

a frio de produtos planos são inglesas do ano de 1761. Inicialmente o aço era

laminado predominantemente na forma de perfis (trilhos, vigas, cantoneiras e barras),

mas desde 1930 os produtos planos (chapas) passarão a ser produzidos em volumes

maiores.

A conformação mecânica ou deformação plástica por laminação é efetuada por

duas razões básicas, primeiro, visando obter formas que seriam dificies ou dispeciosas

de serem produzidas por outros métodos. Estas formas que vão desde folhas e barras

(fios) finos, que embora simples, são dificies de serem produzidas economicamente

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por outros métodos, até formas mais complicadas como vigas em I, trilhos e perfis

especiais. Observa-se que o processo de laminação é um processo de conformação

mecânica largamente aplicado as ligas metálicas. Considerando os dados divulgados

por entidades internacionais relativos aos primeiros anos do século XXI, mais de 90%

dos aços e das ligas de alumínio e cobre passaram pelo menos uma vez por

processos de laminação, correspondendo a mais de um bilhão de toneladas. A

segunda razão reside no fato de as propriedades mecânicas dos metais serem

geralmente melhoradas pela conformação mecânica, como apresenta a figura 3.1.

Além da economia de material, usando o processo de produção por laminação

(RIZZO, 2007).

3.2 – SIDERURGIA BRASILEIRA

A produção brasileira de aço bruto em janeiro de 2009 foi de 1,6 milhão de

toneladas, representando redução de 1,8% em relação a dezembro de 2008. Quando

comparado com igual período de 2008 registra-se decréscimo de 48,4%. O consumo

aparente nacional de produtos siderúrgicos em janeiro foi de 1,2 milhão de toneladas,

8,1% acima do registrado em dezembro de 2008. O consumo de produtos planos de

673 mil toneladas e o de longos de 517 mil toneladas representou crescimento de

8,4% e 7,7%, conforme a figura 3.2, respectivamente, na comparação com dezembro

(IBS, 2009).

Figura 3.1 – Síntese da Siderurgia Brasileira (IBS,2009).

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Figura 3.2 – Produção Siderúrgica Brasileira (IBS,2009).

Em relação aos laminados a produção em janeiro foi de 1,0 milhão de

toneladas, representando crescimento de 9,9% em relação ao mês anterior. Este

aumento reflete a retomada de operação de algumas usinas paralisadas

temporariamente em dezembro, segundo a figura 3.3.

Quanto às vendas internas, o resultado de janeiro de 2009 foi de 950 mil

toneladas de produtos, crescimento de 1,7% sobre o mês anterior, como apresenta a

figura 3.4.

Figura 3.3 – Produção Brasileira de Laminados Longos (IBS,2009)

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As exportações de produtos siderúrgicos em janeiro de 2009 atingiram 438 mil

toneladas no valor de US$ 404 milhões. O volume exportado foi 24,1% superior a

dezembro de 2008, enquanto a receita subiu 3,6%. Comparado com janeiro/2008, o

volume de exportações caiu 56,7%, como apresenta a figura 3.5. No que se refere às

importações, registrou-se volume de 252 mil toneladas (US$ 354 milhões) no primeiro

mês do ano.

3.3 LAMINAÇÃO DA SINOBRAS

A laminação da SINOBRAS tem capacidade de produzir 45 t/horas, 25.000 t /

mês, atendendo a um mix de 35.000 t a um ciclo de 43 dias, Os produtos MIX –

somatório de todos os produtos e suas respectivas demandas em uma curva ABC,

300 000 t/ ano, onde é um projeto da empresa italiana (SMS). A figura 3.6 apresenta

os produtos produzidos pela laminação são:

Figura 3.4 – Vendas no Mercado Interno de Laminados longos (IBS,2009)

Figura 3.5 – Vendas no Mercado Externo de Laminados longos (IBS,2009)

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Depois de produzidos os produtos são expedidos para Aço Cearense, em

Fortaleza, onde são comercializados em todo o Brasil.

3.4 O PROCESSO DE LAMINAÇÃO

A laminação é um processo de conformação no qual o material é forçado a

passar entre dois cilindros, girando em sentidos opostos, com praticamente a mesma

velocidade superficial e espaçados entre si a uma distância menor que o valor da

dimensão inicial do material a ser deformado, ao passar entre cilindros, a tensão

surgida entre o esboço (produto em processamento) e os cilindros promove uma

deformação plástica, na qual a espessura é diminuída, o comprimento é aumentado e

largura pode ser aumentada ou reduzida, em certos casos a largura pode não ser

aumentada (RIZZO, 2005).

À medida que o material passa entre os cilindros ele sofre deformação plástica.

Por causa disso, ele tem uma redução da espessura e um aumento na largura e no

comprimento. Como a largura é limitada pelo tamanhos dos cilindros, o aumento do

comprimento é sempre maior do que o da largura. O processo de laminação pode ser

comparado, didaticamente, ao processo de preparação de massa de pastéis. A massa

FIO-MÁQUINA

5,5 mm

7,0 mm

8,0 mm

10,0 mm

12,0 mm

VERGALHÕES CA 50

*ROLO 6,3 mm

*ROLO 8,0 mm

BARRA 8,0 mm

*ROLO 10,0 mm

BARRA 10,0 mm

*ROLO 12,5 mm

BARRA 12,5 mm

BARRA 16,0 mm

BARRA 20,0 mm

BARRA 25,0 mm

Figura 3.6 – Produtos Produzidos.

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do pastel fica cada vez mais comprida e fina a medida que a distância entre os

cilindros (rolos) é diminuída (TORRES, 2006).

De acordo com TORRES, (2006), a laminação pode ser feita a quente ou a frio.

Ela é feita a quente quando o material a ser conformado é difícil de laminar a frio ou

quando necessita de grandes reduções de espessura. Assim, o aço, quando necessita

de grandes reduções, é sempre laminado a quente porque, quando aquecido, sua

estrutura cristalina apresenta a configuração CFC (cúbica de face centrada) que se

presta melhor à laminação. Além disso, nesse tipo de estrutura, as forças de coesão

são menores o que também facilita a deformação. A laminação a frio se aplica a

metais de fácil conformação em temperatura ambiente, o que é mais econômico. É o

caso do cobre, do alumínio e de algumas de suas ligas. A laminação a frio também

pode ser feita mesmo em metais cuja resistência à deformação é maior. São passes

rápidos e brandos cuja finalidade é obter maior precisão nas dimensões das chapas.

Em alguns casos, a dureza e a resistência do material melhoram já que, nesse caso,

ele fica “encruado”. Quando se necessita de precisão dimensional e ductilidade, a

chapa laminada a frio passa por um tratamento térmico chamado recozimento. Pode

se transformar também em produtos intermediários que serão usados em outros

processos de conformação mecânica.

Segundo RIZZO (2005), durante a laminação, raramente passa-se o material

somente uma vez entre cilindros ou rolos de laminação, pois a redução da área

almejada não pode ser conseguida em um só passes. Quando este equipamento

consiste em somente um conjunto de cilindros de trabalho, laminadores reguladores

reguláveis durante a operação, ou mantendo-se esta distância fixa, laminadores fixos

durante a operação, e variando-se o diâmetro (perfil) do cilindro ao longo do seu

comprimento, o que equivale a variar a abertura entre os cilindros. Neste último caso a

peça a ser trabalhada deverá ser deslocada paralelamente aos cilindros para cada

passe sucessivo. Uma outra forma de realizar passes com diferentes reduções, seria a

colocação de laminadores em linha, com uma distância pré-determinada entre eles, de

modo que trabalhassem o material sucessivamente e em alguns casos

simultaneamente.

3.5 CADEIRA DE LAMINAÇÃO

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O conjunto de formado pelos cilindros de laminação, com seus mancais,

montantes, suportes e etc. é chamado de cadeira de laminação. A classificação dos

laminadores de acordo com o tipo de cadeira é extremamente usada nas industrias

(RIZZO, 2007).

3.5.1 - Cadeiras Duo

Conforme RIZZO (2007), consiste em dois cilindros colocados um sobre o outro

na posição horizontal ou paralelamente na posição vertical. Na posição horizontal, o

sentido de rotação pode ou não ser alterado (reversível ou não), conforme a figura 3.7.

As cadeiras duo reversíveis são caracterizadas pela sua versatilidade principalmente

como esboçadoras, já que permitem a preparação de diversos esboços em um mesmo

jogo de cilindros através do ajuste da abertura dos cilindros com os parafusos de

regulagem.

Podem ser montadas em uma posição inclinada alternadamente no sentido

horário e no sentido anti-horário para laminação de produtos com seção cilíndrica

(tubos e barras), segundo a figura 3.8.

Figura 3.7 – Representação esquemática de uma cadeira duo reversível, (TORRES, 2006).

Figura 3.8 – Imagem de uma instalação indústria

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De acordo com RIZZO (2007),durante a laminação, o material é deformado,

passando por diversas mudanças em sua microestrutura, de acordo com a

temperatura, conforme a figura 3.9.

Na laminação um dos principais componentes na produção de laminados são

os cilindros e guias de laminação.

3.6 - CILINDROS DE LAMINAÇÃO

O cilindro de laminação é uma ferramenta fundamental na obtenção da máxima

produtividade do laminador, da máxima qualidade superficial do produto laminado e de

baixos custos operacionais das laminações (NOGUEIRA et al 1993).

Segundo RIZZO (2007), para produtos não planos e longos, os cilindros são

classificados quanto á posição em uma linha de laminação (cilindros de cadeiras

debastadoras, cadeiras intermediárias e cadeiras acabadoras). No projeto de um

cilindro de laminação é necessário determinar quais as dimensões, as propriedades e

as condições de operação mais adequadas de forma a se alcançar os seguintes

objetivos básicos:

- Permanecer o máximo de tempo possível montado no laminador, evitando

constantes paradas para troca;

Figura 3.9 - Representação esquemática da transformação microestrutural dos aços (RIZZO, 2007).

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- Gerar uma produção máxima de laminados de boa qualidade dimensional e

superficial por campanha;

-Possibilitar, durante o torneamento (retificação) entre campanhas, cortes

mínimos de diâmetro para restauração das boas condições dimensionais e de

superfície dos canais de laminação ou da mesa de trabalho, gerando a maior relação

de material laminado por milímetro de diâmetro consumido, como apresenta a figura

3.10. Os cilindros devem aliar elevadas exigências de qualidade metalúrgicas a

métodos especiais de fundição, forjamento, tratamentos térmicos e usinagem os

cilindros são fabricados pro fornecedores externos à usina siderúrgica ou podem ser

produzidos nas unidades de fundição de grandes usinas siderúrgicas integradas

(RIZZO, 2007).

- Segundo NOGUEIRA, et al (1993), A máxima produtividade do laminador: esta

pode ser obtida, quando a seqüência da calibração dos produtos laminados permite

com o tempo de permanência dos cilindros nos laminadores.

- máxima qualidade superficial do produto laminado: à medida que os cilindros

vão sendo desgastados a qualidade superficial dos produtos laminados é afetada,

assim aumento de resistência ao desgaste também melhora a qualidade superficial do

laminado. A microestrutura deve ser fina para que o cilindro não fique muito irregular

ao ser desgastado (NOGUEIRA et al, 1993).

- baixo custos operacionais das laminações: quanto menor for o consumo dos

cilindros menores estes custos, onde o principal objetivo a ser atingido é a elevada

resistência ao desgaste (NOGUEIRA, et al, 1993).

Figura 3.10 – Cilindros de Laminação

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O termo campanha é utilizado para designar a quilometragem ou tonelagem

laminada por um cilindro, esta campanha deve ser controlada para cada cilindro,

permitindo que seja obtido um histórico desempenho dos cilindros e que seja

otimizada a vida útil dos mesmos (RIZZO, 2007).

Segundo RIZZO (2007), os cilindros de laminação são sempre constituídos de

duas estruturas, a saber: estrutura da casca, adaptada para apresentar principalmente

elevada resistência ao desgaste; estrutura do núcleo, projetada para apresentar

resistência aos impactos, à flexão e à torção nas duas regiões os cilindros devem

apresentar características que reduzam a propagação de trincas.

Nos desbastadores a principal solicitação atuante nos cilindros é a fadiga e o

choques térmicos, pois é nessa cadeiras que o material a ser laminado está em

temperaturas mais elevadas. As velocidades de laminação também são reduzidas nos

desbastadores o que aumenta o tempo de contato entre o cilindro e o laminado. Com

isso aumentam as máximas temperaturas atingidas nesses cilindros , com maiores

danos por fadiga térmica. Além dessa ciclagem térmica, os cilindros sofrem os maiores

impactos mecânicos. Muitas vezes esses desbastadores têm canais profundos o que

lhes torna ainda mais crítica a necessidade de apresentarem elevada tenacidade. A

medida que se caminha para cadeiras intermediárias e acabadoras aumentam as

solicitações quanto ao desgaste e reduzem as solicitações quanto a fadiga térmica. O

material laminado apresenta menores temperaturas e a velocidade de rotação do

cilindro aumenta, o que conjuntamente provocam um menor nível de tensões térmicas

atuantes (RIZZO, 2007).

Os cilindros dos aços fundidos tendem a ser mais tenazes do que os adamite

que por sua vez tendem a ser mais tenazes que os ferros nodulares ou os ferros

coquilhados, por outro lado os ferros coquilhados tendem a uma maior resistência ao

desgaste do que os aços fundidos. De modo geral, utilizam-se cilindros de aço fundido

para laminadores desbastadores com alta carga de laminação e ferro fundido

centrifugado de dureza elevada para os trens acabadores, onde a maior exigência é a

resistência ao desgaste. Nos laminadores intermediários tem sido utilizado cilindros

adamite, que apresentam resistência e tenacidade intermediária entre o aço e o ferro

fundido, ou ainda ferro fundidos de baixa dureza, basicamente os cilindros

apresentam uma camada superficial resistente ao desgaste e ao amassamento e

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regiões de núcleo e de pescoço tenazes e resistentes às flexões e aos trincamentos,

(NOGUEIRA, et al, 1993).

Cilindros de ferro fundido, a superfície ou casca de maior dureza é obtida

através da realização de um resfriamento brusco durante a solidificação, evitando

formação de carbono livre, na forma de grafita, mantendo o carbono quimicamente

combinado com o ferro, formando a cementita, gerando o denominado ferro fundido

branco. A composição química do ferro fundido deve ser previamente ajustada para

propiciar condições de formação de uma superfície dura, mas com um núcleo com

maior tenacidade, ou seja, sem formação de cementita, aparecendo assim o carbono

livre, formando grafita na morfologia lamelar (ferro fundido cinzento) ou esferoidal

(ferro fundido nodular). Os elementos de liga Cr, Mo e Ni são adicionados ao ferro

fundido para aumentar a resistência ao desgaste através da formação de partículas da

segunda fase (carbonetos) de elevada dureza na microestrutura do ferro fundido. A

preparação dos cilindros para utilização nas cadeiras de laminação é efetuada no

setor denominado de oficina de cilindros da laminação (RIZZO, 2007).

Ferro fundido nodular, neste caso adiciona-se Mg ou elementos do tipo terras

raras (Ce e Te) para promover a formação de grafita esferoidal ao invés de grafita

lamelar, resultando em uma estrutura com maior resistência ao escoamento e maior

ductilidade do que, dos ferros fundido cinzento e menor do que a dos aços. Os

nodulares perlíticos são ligados ao Cr, Ni e Mo, fundidos em coquilhas e sofrem

tratamentos térmicos de alívio de tensões, normalizados e revenimento, possibilitando

a sua aplicação em laminadores com altas pressões com altas pressões de trabalho. A

vantagem obtida neste tipo de cilindros e a elevada resistência ao desgaste em

relação a cilindros de aço fundido. Os nodulares ferríticos se apresentam no estado

bruto de fusão, essa estrutura também é obtida por tratamento térmico de ferritização,

caracteriza-se por elevada resistência ao choque, a figura 3.11 apresenta o aspecto

micrográfico do ferro fundido nodular, (CHIAVERINI, 1971).

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Ferro fundido de dupla fusão, este processo consiste primeiramente no

vazamento de um ferro fundido ligado ou de um aço, que em contato com a coquilha

do molde, irá solidificar rapidamente, como é mostrado na figura abaixo, formando

uma dura (pela geração de carbonetos e/ou martensita). Em seguida, pelo mesmo

canal, é introduzido outro tipo de ferro fundido ou aço cuja a finalidade é diluir os

elementos de liga da parte central do cilindro ainda não solidificada, conforme a figura

3.12. O vazamento desta segunda liga é feito lentamente para não destruir a camada

externa (RIZZO, 2007).

Conforme RIZZO (2007), merece especial destaque a fundição por

centrifugação de cilindros tanto de aço como de ferro fundido, este processo é um

caso particular de dupla fusão, onde o metal formador da camada externa, em

Figura 3.11 – Aspecto Micrográfico de ferro fundido nodular: ferrita, perlita, cementita, nódulos de grafita. Ataque nital 2%, aumento 100X.

Figura 3.12 – Etapa da fabricação de um cilindro composto (dupla-fusão) e imagem de uma etapa do processo (imagem cedida pela Aços Villares S.A.), (RIZZO, 2007)

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quantidade controlada, é introduzido em um molde metálico que gira em alta

velocidade. No processo de centrifugação consegue-se obter uma excelente

separação entre os metais da casca e núcleo formando camadas superficiais

uniformes e resistentes ao desgaste, sem contaminação do metal da casca e do

núcleo, evitando a queda de tenacidade, segundo 3.13.

3.6.1 - As Principais Propriedades dos cilindros Sã o:

De acordo com RIZZO (2007), a combinação das variáveis operacionais tais

como: tipo de calibração ou escala de passes, método de refrigeração dos cilindros,

método de lubrificação do passe, tipo de material a ser laminado, forma e dimensões e

acabamento superficial do produto laminado, velocidade e temperatura de laminação,

exige dos cilindros uma série de propriedades, dentre as quais podem ser destacadas:

- Resistência à formação a trincas térmicas;

- Resistência aos lascamentos (torção, flexão, e cisalhamento);

- Resistência a impactos mecânicos.

3.7 – PRINCIPAIS ETAPAS DA PRODUÇÃO DE LAMINADOS

Para obtenção de produtos laminados as principais etapas observadas são, conforme a figura 3.14:

1-Preparação do material inicial para a laminação;

2-Aquecimento do material inicial;

3-Laminação à Quente;

4-Desbaste

5-Trem Intermediário

6-Bloco Acabador

Figura 3.13 – Representação esquemática das etapas do processo de fabricação de cilindros por dupla fusão e centrifugação com molde inclinado (RIZZO 2007).

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7-Thermex

8-Leito de Resfriamento

3.7.1 Preparação da Matéria – Prima para Laminação

Antes de começar propriamente a conformação plástica por laminação tem-se

a preparação da matéria – prima, no caso o tarugo no ptl – pátio de tarugos

lingotados.

A matéria – prima a ser laminada pode ser obtida através de processos de

lingotamento continuo (tarugos), essa matéria – prima deve passar por etapas de

inspeção e condicionamento antes de ser carregada nos fornos de aquecimento da

laminação. A preparação do material inicial para a laminação consiste, entre outras

operações da inspeção do lingote, no tamanho adequado para iniciar a laminação e

condicionamento, termo condicionamento é utilizado para designar o conjunto de

atividades realizadas com intuito de remover defeitos superficiais, de forma, internos e

dimensionais dos produtos lingotados, tais como: gota fria, trincas, bordas superficiais,

inclusões metálicas superficiais, riscos, romboidade etc. (RIZZO, 2007).

Forno de Reaquecimento

Desbaste

Trem Médio

Bloco Acabador

Thermex Leito

Figura 3.14 – Fluxograma do processo

Preparação da Matéria-Prima

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3.7.2 Forno Reaquecimento

De acordo com RIZZO (2007), a função principal de um forno de reaquecimento

é elevar a temperatura dos produtos semi-acabados (tarugos ou placas) até que o

material possua ductilidade suficiente para permitir a sua laminação de forma

econômica até a sua seção desejada nos trens de produtos acabados.

Os fornos de reaquecimento podem ser: fornos estacionários ou de carga,

fornos rotativos, fornos a indução, fornos contínuos (GERDAU – 10, 2000).

Neste estudo foi dado ênfase ao forno contínuo tipo empurrador, que é o

empregado pela a empresa. Os fornos contínuos são aqueles que tanto a carga como

a descarga, se realizam de maneira periódica durante a operação, possuem como

vantagens: elevada produção, menor quantidade de mão-de-obra por tonelada

aquecida, menores custos de depreciação e manutenção por tonelada aquecida,

grande produção por metro quadrado de área ocupada. Como desvantagens, os

fornos contínuos apresentam: falta de flexibilidade no atendimento de pequenas

encomendas ou diversos tipos aços, maior perigo de haver mistura de peças de

diferentes aços dentro do forno, o forno de reaquecimento empregado na laminação

da Sinobras é do tipo contínuo empurrador (RIZZO, 2007).

3.7.2.1 - Forno contínuo tipo vigas ou soleira móve is

Neste tipo de forno contínuo, parte da soleira é móvel e parte é fixa. Para fazer

o deslocamento da carga, desde a extremidade de carregamento, os tarugos são

erguidos pelas vigas móveis, são deslocados, em direção ao desenfornamento, de

uma distância fixada e, em seguida, são baixados novamente, ficando de novo

apoiados nas partes fixas da soleira. A repetição desse movimento desloca, de cada

vez, a carga de tarugos, de uma distância chamada passo do forno, desde o

carregamento até a posição de descarga. Com essa condição de movimentação da

carga, os tarugos podem ficar afastados uns dos outros, de uma distância fixa,

determinada pela regulagem dos movimentos das vigas móveis (GERDAU – 10,

2000).

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3.7.2.2 - Forno contínuo tipo empurrador (pusher)

Nesse tipo de forno, os tarugos são colocados na extremidade de carregamento

e avançam, ao longo do eixo do forno, por meio de um sistema empurrador.

Repetindo-se continuamente operação, cada tarugo carregado é empurrado contra o

anteriormente introduzido e toda a carga se desloca em direção da extremidade de

desenfornamento. Como o interior do forno está aquecido a altas temperaturas, pela

queima da mistura ar/combustível, os tarugos vão sendo aquecidos à medida em que

se deslocam ao longo do forno. Quando chegam à extremidade de desenfornamento,

já devem estar à temperatura adequada para a laminação. Com essa condição de

movimentação da carga, todos os tarugos ficam encostados uns nos outros, não

havendo portanto espaços entre eles (RIZZO, 2007).

No forno contínuo de reaquecimento da laminação da SINOBRAS a temperatura

pode atingir 1100° C a 1260 ° C, a capacidade do to tal de tarugos dentro do forno é

107 peças, onde o mesmo pode laminar até 80 toneladas por hora, o forno é movido

por óleo diesel e gás de alto-forno, Capacidade de operação para enfornamento é de

25 tarugos (39t), cada um com o peso aproximado de 1560kg.Seu funcionamento é

feito por dois cilindros hidráulicos com uma pressão de trabalho de 170bar (máx. 250

bar), que quando atuados fazem o deslizamento dos mesmos até o mecanismo de

espera, como apresenta a figura 3.15 (GERDAU – 10, 2000).

Após o deslizamento do tarugo sobre a mesa,o mecanismo é atuado por 4

cilindros hidráulicos onde o tarugo é recebido e colocado sobre os rolos para que

Figura 3.15 – Mesa de Enfornamento de Tarugos

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sejam enfornados.Sendo que este percurso é feito sobre um total de 23 motoredutores

com uma velocidade aproximada de 1,0 m/s, segundo a figura 3.16 (GERDAU – 10,

2000).

Segundo RIZZO (2007), após completo o percurso nos rolos, começa o

processo de enfornamento com atuação de mais 4 mecanismos retirando o tarugo do

contato com os mesmos. Em seguida o empurrador é acionado por 4 cilindros

hidráulicos com o curso total de 900mm, e com uma velocidade de 2,6m/min, todos

alimentados por uma única estação hidráulica fazendo com que o tarugo se desloque

para dentro do forno. Após completo o percurso nos rolos, começa o processo de

enfornamento com atuação de mais 4 mecanismos retirando o tarugo do contato com

os mesmos. O processo de aquecimento dos tarugos é feito pela a parte superior da

carga, na zona de aquecimento, os queimadores estão montados na parede frontal

onde é feito o desenfornamento. Cada zona tem uma potência térmica de 12.000.000

kcal/h.Os fornos contínuos, independente das suas dimensões, capacidade ou tipo de

movimentação da carga (empurrador ou de soleira móvel), podem ser divididos,

basicamente, em três zonas internas de aquecimento:

Zona de pré-aquecimento: é a primeira parte do forno, por onde os tarugos são

carregados. Nesse trecho do forno os tarugos são aquecidos, da temperatura de

carregamento, até cerca de 700 a 750ºC. Nessa zona de pré-aquecimento, a

transmissão de calor para os tarugos se dá por convecção, pelos gases quentes,

provenientes dos queimadores e que passam em contato com a superfície dos

tarugos. É nessa zona também que se situam, normalmente, as aberturas de saída

dos gases queimados, que vão do interior do forno para a chaminé de exaustão,

(GERDAU – 10, 2000).

Figura 3.16 – Cilindros Hidráulicos para Enfornamento de Tarugos

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Zona de aquecimento: é o trecho intermediário do forno, onde há a transmissão

de uma grande quantidade de calor para os tarugos, fazendo com que os mesmos

atinjam na superfície uma temperatura bem próxima da temperatura final de

aquecimento (temperatura de laminação). A transferência de calor para os tarugos,

nessa zona de aquecimento, se dá principalmente por radiação de calor, a partir do

refratário das paredes e abóbadas do forno, (GERDAU – 10, 2000).

Zona de encharque ou equalização de temperatura: é o trecho final do forno,

onde se faz com que haja a menor diferença possível de temperatura, entre o ponto

mais quente e o ponto mais frio de cada tarugo. O calor, na zona de encharque,

transferido principalmente por radiação, dos refratários e das chamas dos

queimadores, para os tarugos e, por condução, da superfície dos tarugos para o seu

interior, essa é a zona do forno onde se situa a descarga ou desenfornamento dos

tarugos aquecidos. É nas zonas de pré-aquecimento e de aquecimento, que a maior

quantidade de calor é fornecida os tarugos, para aquecê-los. Na zona de encharque é

fornecida apenas a quantidade de calor necessária a equalização da temperatura dos

tarugos, (GERDAU – 10, 2000).

O processo de desenfornamento é feito na parte lateral do forno através do

Peel Bar, figura 3.17. O movimento de mudança de posição para o desenfornamento

será feito através de um cilindro hidráulico.O conjunto é projetado para desenfornar

tarugos de 12m ou no mínimo de 11m (RIZZO, 2007).

Depois que o Peel Bar empurra o tarugo, para retira-lo de dentro do forno, o

equipamento que atua é o pinch roll, Tem a função de extrair tarugos aquecido,

Figura 3.17 - Peel Bar

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quadrado de 130mm x 12m de comprimento do forno de reaquecimento. Seu

funcionamento é através de um motoredutor que transmite o movimento para o rolo

inferior acionados pela uma fotocélula que informará aos rolos que o tarugo encontra-

se entre eles, conforme a figura 3.18. Esta informação chega a uma eletroválvula que

acionará os 2 cilindros pneumáticos fechando o rolo inferior e pressionando o tarugo

para fora do forno de reaquecimento que o encaminhará para a gaiola 1 (GERDAU –

10, 2000).

3.7.3 - Desbaste

Após serem aquecidos no forno de reaquecimento, os tarugos de aço, que irão

ser transformados em produtos acabados, próprios para o uso final, sofrem uma série

de deformações mecânicas sucessivas. As deformações iniciais são realizadas em

uma seqüência de passes de laminação, conhecida como seqüência de desbaste. A

esse conjunto inicial de reduções de área e transformações de formas, é chamado de

operação de desbaste. Na laminação da SINOBRAS, usa-se o desbaste continuo, tipo

cantilever, onde as principais características deste tipo de desbaste são descrito

abaixo (GERDAU – 003, 2000).

3.7.3.1 - Desbaste Contínuo ou Trem de Desbaste Contínuo .

Com o desenvolvimento e às exigências do mercado, demandando produtos

com pesos individuais cada vez maiores e à necessidade de aumento de

produtividade e redução de custos, o peso individual dos tarugos foi sendo

aumentado, (GERDAU – 003, 2000).

Figura 3.18 – Pinch Roll

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Segundo GERDAU – 003 (2000), os desbastes contínuos possuem algumas

características próprias. Os trem de desbaste contínuos são geralmente constituídos

de 5 a 9 gaiolas duos, dispostas em linha. Por utilizarem somente gaiolas duos, cada

passe de laminação, da operação de desbaste, é realizado em uma gaiola.

O tarugo, após ser retirado aquecido do forno de reaquecimento, é introduzido

na primeira gaiola de desbaste e, a mesma extremidade desse tarugo, será sempre

introduzida em cada um dos passes sucessivos seguintes. Sendo pequena a distância

entre as gaiolas, cada tarugo acaba sendo deformado por todos os canais de

laminação, da seqüência de desbaste, ao mesmo tempo. Os ajustes individuais, em

cada gaiola, devem ser feitos de tal maneira que não existam “sobras” de material

entre as gaiolas e que a tração, nesses pontos, seja mínima, (GERDAU – 003, 2000).

Na Sinobras somente são usados tarugos de aço, de 12 metros, de 130x130

mm, produzidos nas Aciarias, em lingotamentos contínuos. Esses tarugos, são peças

de seção transversal reta de forma quadrada, com cantos arredondados com

pequenos raios.

O sistema de desbaste contínuo não impõe qualquer restrição ou limitação do

peso unitário dos tarugos. Com desbastes contínuos não há limitações de dimensões

de comprimento e, teoricamente, poderia ser usado um tarugo contínuo de

comprimento e peso “ infinitos ”, (GERDAU – 003, 2000). É claro que, na prática, tal

fato é impossível, devidos aos fornos e sistemas de aquecimento.

Porém, já existem soluções tecnicamente viáveis, para soldagem topo a topo de

tarugos aquecidos e de utilização de tarugos não divididos, diretamente do

lingotamento contínuo, reduzindo enormemente a necessidade de fracionamento dos

referidos tarugos.Todas as gaiolas com os cilindros posicionados na horizontal. As

gaiolas tem os cilindros alternadamente na horizontal ou na vertical, isto é, com os

cilindros alternadamente a 90º de uma gaiola para a outra, (GERDAU – 003, 2000).

3.7.3.2 - Desbaste contínuo tipo “cantilever”

Essa configuração utiliza, ao invés de cilindros de laminação, apenas roletes ou

anéis, montados diretamente sobre eixos acionados, em balanço. Pode ser

construído com roletes todos horizontais ou horizon tais e verticais, segundo a

figura 3.19, (GERDAU – 003, 2000).

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Os roletes são fabricados com materiais especiais, altamente resistentes ao

desgaste, apresentando portanto grande durabilidade, em cada campanha de

laminação. Os roletes são de fácil substituição, o que reduz enormemente a perda de

tempo operacional nos câmbios. Como não são usadas as gaiolas tradicionais, fica

eliminada a necessidade reservas de mancais, rolamentos, grandes cilindros, etc.

Assim, apenas os roletes ou anéis de laminação devem ser mantidos em reserva, o

que reduz enormemente os custos e investimentos. Por não utilizarem gaiolas de

laminação tradicionais, os trens de desbaste tipo “cantilever” apresentam dimensões

reduzidas, em relação aos trens convencionais (GERDAU – 003, 2000).

Conforme GERDAU – 003 (2000), dessa maneira, os trens montados na

configuração “cantilever” são muito compactos e exigem um espaço bastante

reduzido, se comparados às soluções convencionais de desbaste contínuo. Entre as

gaiolas de desbaste e gaiolas intermediarias, existem alguns equipamentos que

auxiliam na laminação, Tesoura “star-stop” para despontar a barra, após o último

passe da seqüência de desbaste. Na seqüência de desbaste, a recomendação é que

seja feito o descarte das pontas da barra após 6 a 9 passes, para a eliminação da

ponta dianteira, que foi resfriada em contato com a água, nas entradas dos passes da

seqüência. Essa ponta dianteira também se apresenta com forma de “rabo de peixe”

(fish-tail), o que exige sua eliminação para evitar a abertura da barra, nos passes da

seqüência intermediária. Além do descarte das pontas dianteira e traseira, da barra em

laminação, essa tesoura “star-stop” pode ser usada para “picotamento” da barra,

quando ocorrem interrupções ou emergências no processo. Calhas: como as gaiolas

dos trens de desbaste contínuo são instaladas a pequenas distâncias umas das outras

Figura 3.18 – Gaiola de Desbaste

Roletes montados com os eixos verticais

Roletes montados com os eixos horizontais

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e as seções dos passes são de grandes dimensões, normalmente não são usadas

calhas entre as guias de saída e de entrada sucessivas. Eventualmente, podem ser

instaladas calhas entre as três últimas gaiolas, quando as seções são menores e

menos rígidas.

Depois do desbaste observa-se, as gaiolas intermediárias antes do bloco

acabador, que tem as seguintes características, como é descrito abaixo.

3.7.4 - Trem Intermediário contínuo tipo “cantileve r”

Essa configuração, ao invés de cilindros de Laminação, utiliza apenas roletes

ou anéis, montados diretamente sobre eixos acionados, em balanço. Pode ser

construído com todos os roletes horizontais ou com roletes horizontais e verticais,

segundo figura 3.19, (GERDAU – 005, 2000).

3.7.4.1 - Intermediário Contínuo com Gaiolas tipo c antilever

Os roletes são fabricados com materiais especiais, altamente resistentes ao

desgaste, apresentando portanto grande durabilidade, em cada campanha de

Laminação. Os roletes são de fácil substituição, o que reduz enormemente a perda de

tempo operacional nos câmbios. Como não são usadas as gaiolas tradicionais, fica

eliminada a necessidade reservas de mancais, rolamentos, cilindros, etc. Assim,

apenas os roletes ou anéis de laminação devem ser mantidos em reserva, o que reduz

enormemente os custos e investimentos. Por não utilizarem gaiolas de laminação

tradicionais, os trens intermediários, tipo “cantilever”, apresentam dimensões

Gaiolas com roletes horizontais

Gaiola com roletes verticais

Figura 3.19 – Gaiola Intermediária Cantilever, (GERDAU – 005, 2000)

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reduzidas, em relação aos trens convencionais, conforme a figura 3.20. Assim, trens

montados na configuração “cantilever” são muito compactos e exigem um espaço

bastante reduzido, se comparados às soluções convencionais de trem intermediário

contínuo, (GERDAU – 005, 2000).

Durante o processo de laminação, existem alguns equipamentos auxiliares e

ferramental, como esta descrito, para operar convenientemente os Intermediários

contínuos, utiliza-se de equipamentos auxiliares que, a partir da tesoura de desponte,

instalada após o desbaste são:

• Um conjunto de calhas, destinadas inicialmente a levar a barra que sai do

desbaste até a posição do canal de Laminação da 1ª gaiola e, depois, são usadas

entre as guias de saída e de entrada sucessivas, para conduzir a barra até o canal de

Laminação de cada gaiola, (GERDAU – 005, 2000).

• Para manter a barra Laminada sem tração entre dois passes sucessivos, são

instalados formadores de laço , normalmente do tipo vertical (up-looper), (GERDAU –

005, 2000).

• Junto à saida desses formadores de laço, são instaladas tesouras tipo "snap",

operadas pneumaticamente, destinadas a cortar amostras da cauda da barra ou para

cortar a barra, interrompendo o processo, em casos de ocorrência de emergências na

Laminação, como apresenta a 3.21, (GERDAU – 005, 2000).

Figura 3.20 – Gaiola Intermediária Vertical

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3.7.5 - Caixas de entrada e de saída

Diferem bastante, conforme a configuração do intermediário contínuo:

Normalmente, a caixa de entrada do primeiro passe da seqüência de passes do

intermediário é uma guia estática, em função da forma da barra que é recebida do

desbaste e das velocidades de Laminação relativamente baixas nesse ponto. Sempre

que a forma da barra for redondo, falso redondo ou quadrado, entrando em um passe

oval, as caixas de entrada também podem ser caixas de guias estáticas, (GERDAU –

005, 2000).

3.7.6 - Tesoura “star-stop”

Usada para despontar a barra, após o último passe da seqüência do

intermediário. A recomendação é que seja feito o descarte das pontas da barra após 5

a, no máximo, 8 passes. Isso é necessário para a eliminação da ponta dianteira, que

foi resfriada, após o descarte realizado na saída do desbaste, pelo contato com a

água, nas entradas dos passes da seqüência intermediária. Caso essa ponta dianteira

se apresente com forma de “rabo de peixe” (fish-tail), é obrigatória sua eliminação,

para evitar a abertura da barra, nos passes da seqüência acabadora. Além do

descarte das pontas dianteira e traseira, da barra em Laminação, essa tesoura “star-

stop” pode ser usada para “picotamento” da barra, quando ocorrem interrupções ou

emergências no processo, (GERDAU – 005, 2000).

Após as gaiolas intermediárias, tem-se o bloco acabador.

Figura 3.21 – Formador de Laço

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3.7.7 - Bloco Acabador

Após os tarugos de aço aquecidos serem deformados mecanicamente, nas

seqüências de desbaste e intermediária, eles passam a ser laminados na seqüência

de passes chamada de Laminação Acabadora . A seção de saída do Intermediário é a

seção de entrada da Laminação Acabadora. Após serem executados os passes dessa

última seqüência de laminação do processo, o material terá adquirido a forma e as

dimensões finais do produto acabado (GERDAU – 007, Módulo I, 2000).

Trem Acabador Contínuo tipo “cantilever”. Os Acabadores Contínuos tipo

“cantilever”, utilizam apenas roletes ou anéis, montados diretamente sobre eixos

acionados, em balanço, podendo ser construídos com todos os roletes horizontais ou

com roletes alternadamente a 90º de uma gaiola para a outra. Os roletes são

fabricados com materiais especiais, resistentes ao desgaste, apresentando grande

durabilidade por campanha. Esses roletes são de fácil substituição, o que reduz

enormemente a perda de tempo operacional nos câmbios. Como não são usadas as

gaiolas tradicionais, não há necessidade de mancais, rolamentos, cilindros, etc de

reserva. Assim, apenas os roletes ou anéis de laminação devem ser mantidos em

reserva, o que reduz bastante os custos e investimentos (GERDAU – 007, Módulo I,

2000).

Conforme GERDAU – 007, Módulo I, (2000), os Acabadores Contínuos tipo

“cantilever”, apresentam dimensões reduzidas, em relação aos trens que usam gaiolas

convencionais. Assim, Acabadores Contínuos, usando gaiolas “cantilever”, como a

figura 3.22, são muito compactos e exigem um espaço até 25% mais curto, se

comparados às soluções convencionais para Trem Acabador Contínuo.

Figura 3.22 – Bloco Acabador

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3.7.8 - Operações de Acabamento Pós-laminação

Após o último passe acabador, das seqüências de laminação próprias, os

vergalhões, adquirem o formato final, as dimensões e as características geométricas e

tolerâncias especificadas para cada um deles. Entretanto, nesse ponto do processo

produtivo, esses materiais estão longe da forma e das condições finais que deverão

apresentar, para poderem ser considerados prontos para o uso a que se destinam,

sendo apenas peças de aço a altas temperaturas e com grandes comprimentos. As

operações para a produção de vergalhão, após ter sido executado o último passe no

laminador, são de enorme importância para (GERDAU – 007, Módulo I, 2000):

a)Que as laminações consigam atingir as melhores condições de competitividade, por

meio de aumentos de produtividade, de reduções de custos e de excelência da

qualidade dos produtos (GERDAU – 007, Módulo I, 2000).

b)Que possam ser atendidas as crescentes exigências dos consumidores, que cada

vez demandam maior precisão nas propriedades dos produtos, maior exatidão no

comprimento do corte final e no endireitamento, além de feixes mais seguros e bem

apresentáveis (GERDAU – 007, Módulo I, 2000).

3.7.9 – Vergalhões

Segundo GERDAU – 011, Módulo I, (2000), seções aproximadamente

circulares com nervuras próprias, destinados às estruturas de concreto armado da

construção civil. Os vergalhões, como foi dito, são produtos laminados destinados a

constituir armaduras metálicas em estruturas de concreto armado. De acordo com a

tensão de escoamento que apresentam, conforme a tabela 3.1, são classificados nas

categorias:

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Tabela 3.1- Tensão de Escoamento

Categorias

Tensão de Escoamento

CA 25 σe=250 MPa (25 kgf/mm2)

CA 32

σe=320 MPa (32 kgf/mm2)

CA 40

σe=400 MPa (40 kgf/mm2)

CA 50

σe=500 MPa (50 kgf/mm2)

CA 60

σe=600 MPa (60 kgf/mm2)

As categorias CA 40 e CA 50 devem possuir, além das propriedades físicas, de

tensão de escoamento e de ruptura, coeficientes de aderência ao concreto da ordem

de 1,5 a 1,8. Por essa razão, os vergalhões fabricados nessas categorias são,

fisicamente, produtos de seção aproximadamente circular, com duas saliências

longitudinais , diametralmente opostas, ao longo de todo o comprimento das barras,

nas posições correspondentes às luzes do canal de laminação. Além das saliências

longitudinais, possuem nervuras , distribuídas sobre as superfícies das partes superior

e inferior da seção, segundo a figura 3.22 (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Após o bloco acabador tem-se tratamento térmico dos vergalhões em linha –

thermex.

O Thermex e o Tempcore são os processos mais usados para realizar o

tratamento térmico em linha, em vergalhões. Esses dois sistemas são semelhantes no

conceito e nas instalações usadas, diferindo em detalhes construtivos e de processos

(GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Saliências longitudinais diametralmente opostas

nervuras

nervuras

Figura 3.23 – Vergalhão

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Ambos são baseados nas transformações que os aços sofrem, quando são

resfriados, a partir de uma temperatura em que sua estrutura é 100% constituída por

austenita. Essas transformações de estrutura metalúrgica que cada aço sofre, ao ser

resfriado a partir de uma temperatura na qual está completamente austenitizado, são

representadas em um gráfico conhecido como Diagrama ou Curvas TTT

(Temperatura/Tempo/Transformação) ou Curvas de Transformação Isotérmica

(GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Esse diagrama TTT mostra, para cada aço, quais os componentes são

encontrados nos aços, de acordo com a velocidade com que o mesmo é resfriado, a

partir da temperatura em que está austenitizado, segundo a figura 3.23 (GERDAU –

011, Módulo I, 2000).

Na figura 3.23 temos:

O processo do Tratamento Térmico em linha é realizado no interior de tubos

adequadamente projetados, onde a barra de aço entra em contato com água sob

pressão, sofrendo ali um rápido e intenso resfriamento superficial, na tabela 3.2

A= austenita B= bainita M= martensita MR= martensita revenida P= perlita F= ferrita Ms= temperatura onde se inicia a transformação da austenita em martensita (“martensite start”)

Figura 3.24 – Diagrama TTT, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000)

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seguem as faixas de trabalho e a quantidade de tubos abertos para regulagem do

termoprocesso ao atendimento das propriedades mecânicas dos vergalhões SI 50

(GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Bitola Velocidade m/s

Pressão (bar) Vazão(m³/h) N° canhões

abertos 6,3 - - - -

8,0 29,0 a 31,0 12 a 14 250 + - 10 6

10,0 24,0 11 a 13 273 + - 10

7

12,5 15,4 11,5 a 13 273 + - 10

4,5

16,0 9,4 9,5 a 11,5 250 + - 15

4

20,0 6,0 11 a 13 200 + - 10

3

25,0 - - - -

Esses tubos são construídos de forma modular, variando suas características e

dimensões em função da faixa de bitolas de vergalhão laminado, da velocidade de

saída do laminador, e outras características. Conforme a faixa de bitolas e as

respectivas velocidades de saída do laminador, são usados tantos módulos de tubos

quantos forem necessários, para promover a velocidade de resfriamento adequada

para ser conseguido o tratamento e as características desejadas nas barras de

vergalhões. Quando o vergalhão passa no interior do sistema de tubos, sua superfície

e seu núcleo são resfriados com velocidades diferentes, como apresenta a figura 3.24

(GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Tabela 3.2 – Regulagem do Termoprocesso

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Os processos Thermex ou Tempcore baseiam-se nas transformações que

ocorrem na estrutura dos aços durante o resfriamento, partindo de uma temperatura

na qual ela está completamente austenítica. Onde o objetivo é sair de uma estrutura

austenítica, para uma estrutura de núcleo ferrítico e perlítico de superfície martensítica

revenida, a figura 3.25 apresenta o termoprocesso, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Figura 3.26 – Thermex

Figura 3.25 – Diagrama de Resfriamento, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000)

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3.7.10 - Tesouras para corte a quente

O primeiro equipamento instalado após a última gaiola do Trem Acabador ou,

se houver, após o sistema de tratamento em linha de vergalhões, é a tesoura para

corte a quente. Objetivo: dividir o comprimento total da barra, correspondente a um

tarugo, em comprimentos compatíveis com o leito de resfriamento e de acordo com o

comprimento final dos produtos (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

3.7.11 - Leitos de resfriamento

Conforme, GERDAU – 011, Módulo I (2000), o leito de resfriamento, de um

laminador de produtos longos, é o equipamento destinado a receber os múltiplos do

comprimento final das barras ou perfis, logo após sofrerem o corte na tesoura para

corte a quente. Os leitos recebem as barras a quente , aproximadamente à

temperatura com que o material sai do último passe do Trem Acabador ou, se houver,

de um sistema de tratamento em linha de vergalhões. A função dos leitos, como diz o

próprio nome, é providenciar para que essas barras sejam resfriadas até uma

temperatura de 100°C ou menos, quando é considerado que os produtos estão

“frios ”. Para conseguir manter as barras no processo de resfriamento, até que atinjam

a temperatura final desejada, os leitos as transportam transversalmente ao seu eixo

longitudinal, durante o tempo suficiente para que haja a perda de calor necessária.

Como uma condição fundamental para que exista compatibilidade das

instalações da laminação, os leitos de resfriamento devem ter uma produtividade, em

vazão de barras frias, que deve ser, no mínimo, igual à maior vazão com que o

laminador produz o material laminado, segundo a figura 3.26, (GERDAU – 011, Módulo

I, 2000).

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A entrada do leito é equipada com rolos motorizados para:

- Minimizar o contato das barras com as partes fixas do canal de entrada, para evitar

danos superficiais aos materiais, por fricção, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

- Acelerar a velocidade dos múltiplos cortados, para separar a cauda de um, da cabeça

do seguinte, criando dessa forma um espaçamento entre eles, (GERDAU – 011,

Módulo I, 2000).

Nessas condições os vergalhões chegam à entrada do leito a temperaturas

abaixo de 768°C, (ponto Curie) e o aço é magnetizável, (GERDAU – 011, Módulo I,

2000).

Isso permite que sejam utilizadas sapatas magnéticas , que produzem um

efeito de frenagem muito mais severo que o da frenagem natural. O uso dessas

sapatas de frenagem magnéticas permite que o caminho de entrada do leito seja

mais curto, reduzindo os custos de investimentos e/ou que as velocidades de saída

das barras do Acabador seja aumentada, com ganhos de produtividade e de custos

operacionais. Com sapatas magnéticas, as velocidades de entrada das barras no leito

podem chegar a valores de até 20m/seg . Para as laminações que produzem barras

para o leito, a velocidades muito mais altas, chegando até 36 a 40 m/seg ., há

necessidade de utilizar-se um dispositivo de entrada, frenagem e descarga especial,

conhecido como canaleta dupla, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

Esse sistema consta de um par de canais, fechados por uma cobertura

articulada, onde o múltiplo é introduzido, após a divisão na tesoura a quente. Quando

o múltiplo está quase totalmente introduzido no canal, um sistema de freio de cauda é

acionado, para reduzir a velocidade da barra e assim permitir que esta pare no interior

Figura 3.27 – Leito

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do canal. Quando o múltiplo estiver parado, a cobertura se abre e o material é

descarregado para as placas de descarga, ficando assim em posição para ser

movimentado pelos pentes móveis do leito, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

3.7.12 - Laboratório Físico

No laboratório físico é o local onde é medido as propriedades físicas do

vergalhão como, resistência mecânica, através do ensaio de tração, verificando-se a

tensão de escoamento do mesmo, assim como a massa linear, altura média de

nervura,espaçamento entre nervuras, alongamento e etc. E ainda é feito o ensaio de

dobramento, com a finalidade de verificar se não existem nenhuma trinca interna,

conforme a figura 3.27, (GERDAU – 011, Módulo I, 2000).

3.8 - FRATURA DE CILINDROS DE LAMINAÇÃO

O problema foi analisado através da metodologia de análise de soluções de

problema (MASP)

A solução de um problema é possível através das análises das relações entre

características e causas de um problema, executando ações corretivas apropriadas.

Entretanto, esse processo de estratégica de soluções de problema pode ser abordado

sob diversos ângulos. Consequentemente, quando se usa uma metodologia mal

aplicada, não se chega a ações de melhoria. Sendo assim, é importante entender as

Figura 3.28 – Maquina de Ensaio de Tração

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relações entre as causas atuais e as características do problema ou efeito. O MASP

na verdade é um procedimento utilizado para a resolução de problemas. Os

procedimentos padronizados são úteis no desenvolvimento deste entendimento. Para

solucionar problemas em qualquer área, existem procedimentos e regras. Se estes

não forem usados adequadamente, não se pode vencer os obstáculos e obter o

sucesso. O mesmo é verdade na solução para obter resultados positivos. É necessário

conhecer as verdadeiras causas para implementar melhorias e alcançar as metas,

(FALCONI, 2001).

Segundo FALCONI (1992), o método de soluções de problema, também

chamado pelos japoneses de QC STORY é peça fundamental para que o controle da

qualidade possa ser exercido. A vasta maioria das decisões gerenciais é baseada no

bom-senso, experiência, feeling, etc. Qualquer decisão, em qualquer nível, deve ser

conduzida para solucionar um problema. Para encontrar o verdadeiro caminho para

solução dos problemas é necessário uma atitude humilde e paciente, onde fará os

fatos aparecerem. Análise de processo é uma seqüência de procedimentos lógicos,

baseada em fatos e dados, que objetiva localizar a causa fundamental dos problemas.

A análise de processo é utilizada tanto na rotina como no gerenciamento interfuncional

na empresa na empresa, pois neste caso basta considerar a nova meta proposta

como o problema e a análise de processo é utilizada para localizar as causas

fundamentais , que devem ser alteradas de tal forma a ser conseguida a nova meta. A

análise de processo tem como objetivos:

- determinar a causa fundamental de um problema, para elimina-la visando a sua

solução definitiva, evitando a sua reincidência.

- conhecer as causas principais de um item de controle que se deseja controlar.

Conforme FALCONI (2001), o MASP foi estruturado de maneira a ajudar o

administrador a solucionar os problemas, colocando este assunto dentro de um

processo adequado de análise, e fornecendo aos gerentes meios para:

• Analisar e priorizar os problemas .

• Identificar algumas situações que exigem atenção e que às vezes não estão claras.

• Estabelecer o controle rapidamente em determinada situações.

• Planejar um trabalho que será feito.

Segundo FALCONI (1992), o MASP é um processo dinâmico na busca de

soluções para uma determinada situação. Não é um processo rígido e sim um

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processo flexível em cada caso com que de se defrontar. Ele procura encontrar

respostas tais, como:

• Priorização do problema.

• Divisão do problema em partes que possam ser analisáveis.

• Verificações das situações que necessitam de atenção.

O objetivo é aumentar a probabilidade de resolver satisfatoriamente uma

situação onde um problema tenha surgido. A solução de problema é um processo que

segue uma seqüência lógica, começando pela identificação do problema, continuando

pela análise e terminando com a tomada de decisão. Cada etapa descreve os

objetivos, as atividades a serem desenvolvidas, as pessoas envolvidas e as

ferramentas mais usadas, no sentido que o administrador compreenda e saiba como

aplicá-los em seu trabalho. Ele precisa estar informado de todas as situações, e

processar todos esses dados a respeito do problema que possa vir a encontrar. A

análise do problema é um processo lógico de estreitar um corpo de informação

durante a busca por uma solução. A cada estágio, a informação vai surgindo, à

medida que o processo se movimenta para o que está errado, passando para o

problema a ser tratado e a segui para as possíveis causas que fizeram o problema

surgir, e finalmente para a causa mais provável com uma ação corretiva específica em

relação ao problema. O administrador precisa organizar o sistema para que os passos

sigam uma ordem determinada, e deve também seguir as etapas de acordo como

descrito no roteiro, afim de que o trabalho possa ser executado. Diversos autores

apresentam uma metodologia baseada em uma seqüência própria. Muitas são as

seqüências de atividades, sendo que cada caso está baseada no raciocínio e na

lógica, conforme apresenta a figura 3.28 (FALCONI, 2001).

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As etapas são colocadas de modo seqüencial, é importante que sejam

obedecidas cada tarefa citada. Fazendo isso, existe uma maior probabilidade de que o

problema tenha sua causa corretamente identificada, bloqueada e corrigida. Porém, a

aplicação do MASP não assegura a solução definitiva dos problemas, (FALCONI,

2001):

- Em muitas ocasiões, os homens descobrem as causas para os efeitos indesejáveis e

não são capazes de recomendar o remédio que seja totalmente eficaz.

- Muitas vezes, o que se consegue é a minimização dos efeitos indesejáveis a níveis

passíveis de serem suportados e/ou mantidos sob controle.

- No tocante aos problemas de desempenho, de custo e de ciclo de tempo nos

processos das organizações, existem problemas que não tem fácil solução e que

extrapolam muitas vezes o "estado da arte" e conhecimentos dos Times em ação.

- Às vezes, requerem pesquisas mais profunda com a utilização de técnicas e

ferramentas mais sofisticadas, ou o concurso de consultores e especialistas.

- Outras vezes, requerem mudanças radicais ou reengenharia nos processos para que

possam ser eliminados.

Figura 3.29 – MASP (FALCONI 1992).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 MATERIAIS

O material utilizado neste trabalho é um ferro fundido nodular ferrítico e perlítico,

com especificação ASTM-A 396 -58 termicamente tratado. O material de partida consistia

em cilindros de laminação novos e usados, de 4 fabricantes. A figura 4.1 mostra imagens

de cilindros novos e usados.

A tabela 4.1, apresenta a característica do cilindro em estudo de cada fabricante.

TAB. 4.1 - CARACTERISITICAS DOS CILINDROS POR FABRI CANTE AMOSTRAS

FABRICANTE CONDIÇÃO NOMENCLATURA CARACTERIRSTICAS DOS CILINDRO S

BRC EM SERVIÇO 1FPS FERRO FUNDIDO NODULAR PERLÍTICO, DUPLA FUSÃO CENTRIFUGADO.

HISAR EM SERVIÇO 2FFS FERRO FUNDIDO NODULAR FERRÍTICO, DUPLA FUSÃO CENTRIFUGADO.

POLIKINI EM SERVIÇO 3FPS FERRO FUNDIDO NODULAR PERLÍTICO, DUPLA FUSÃO CENTRIFUGADO.

SMS NOVO 4FFN FERRO FUNDIDO NODULAR FERRÍTICO, DUPLA FUSÃO CENTRIFUGADO.

Figura 4.1 – Cilindros novos e Usados

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As amostras (1FPS, 2FFS, 3FPS), foram retirados de cilindros que estavam na

linha de produção do laminador, e a amostra (4FFN), foi retirado de um cilindro novo,

usados na laminação.

4.2 – MÉTODOS

4.2.1 – Metalografia

As amostras foram preparadas por procedimentos padrões de metalografia

(cortadas, embutidas em resina acrílica, lixadas e polidas com pasta diamante) e

atacadas superficialmente com reagente Nital 2%.

As amostras usadas nas análises de microscopia ótica seguiram o procedimento

metalográfico segundo a norma ASTM E 3-01, onde foram embutidas no molde Arotec

com resina polimérica. Posteriormente as amostras foram lixadas com lixas 80,100, 180,

240, 320, 400, 600, 1200 na lixadeira automática Arotec, módelo Aropol 2V. Em seguida,

as amostras foram polidas usando-se uma suspensão de diamante de 1 µm e 0,3 µm na

politriz de marca Arotec, modelo Aropol 2V.

O microscópio ótico usado foi de marca Olympus, modelo BX41M equipado com

câmera digital Motic 1000, 1.3 Mpixel. As imagens foram obtidas em aumentos de 200 e

500 vezes.

4.2.2 – Dureza

Foram realizadas análises de Dureza Rockwell “C”, convertida em dureza Shore

“C”, que é a dureza usada pelos fabricantes.

Para a aferição da dureza dos rolos laminadores foi realizado lixamento e limpeza

de uma parte ao longo da espessura, segundo a norma SAE J – 417 b. Utilizando um

marcador o raio dos rolos foi dividido em quatro partes iguais, como mostra a figura 4.2.

Foram realizadas seis medições em cada divisão obtendo no final a média aritmética. As

medições foram feitas com o durômetro Equotip 3.

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54

4.2.3 – MASP

Foi utilizado a metodologia do MASP, para saber quais seriam as ações tomadas,

para se chegar à uma ação corretiva, a figura 4.3, mostra as etapas do MASP.

O MASP é uma ferramenta bastante usada para solucionar ou chegar-se à

algumas soluções dos mais diversos problemas.

Figura 4.2 – Esquema do Ensaio de Dureza

Figura 4.3 – Etapas do Ciclo do MASP, (QUALIDADE, 2007)

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55

A figura 4.5, apresenta a seqüência da metodologia MASP, que foi utilizada no

estudo do problema da fratura dos cilindros de laminação.

Ainda sem conclusão. Conclusão8A

As ações não foram suficientes para eliminar as quebras.Verificação6C

Desenvolvimento de Novos Fornecedores, Instalação do Inversor de Freqüência nas gaiolas 01 e 03, Compra de Rolos com Microestrutura Ferríticas e com Dureza entre 50 e 55 SHC, Ajustes de Luzes dos Cilindros.

Ação5D

Metalográfia, Analise Química, Análise de dureza, Análise de Resistência Mecânica, Acompanhamento diário da temperatura da Tarugo.

Plano de Ação4

Causas prováveis: Temperatura do tarugo, Alinhamento, Resfriamento dos rolos, Microestrutura, Dureza, Composição Química, Impacto, Velocidade dos rolos da saída do forno.

Analise3

Quebra de rolos, resulta em perda de produção, produtividade, aumento do custo com materiais de reposição.

Observação2

Quebra de rolos das gaiolas de desbasteIdentificação do Problema1

P

OBJETIVOFASEFLUXO -GRAMAPDCA

O uso da metodologia MASP, que tem como principal característica, a aplicação

de suas fases, uma seqüência lógica. Utilizando as informações referentes ao

problema, buscando-se chegar a soluções para o problema.

Figura 4.5 – Seqüência do Ciclo do MASP (QUALIDADE 2007).

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56

5. RESULTADOS E DISCURSSÕES

5.1 – Metalografia

A amostra 1FPS, revelou uma microestrutura constituída por poucos

nódulos de grafita distribuídos de forma irregular, apresenta grande quantidade de

placas de cementita eutetóide, como mostra a figura 5.1. A matriz é perlítica.

A amostra 2FFS, apresenta nódulos de grafita em grande quantidade, porém,

são heterogêneos no tamanho e formato com baixo grau de nodulização, como a

figura 5.2. As placas de cementita eutetóide estão mais refinadas. A matriz é perlítica.

Figura 5.1 – Amostra 1FPS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X.

a b

a b

Figura 5.2 – Amostra 2FFS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X.

a b

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57

A amostra 3FPS, apresenta grande quantidade de placas de cementita

eutetóide, poucos nódulos de grafita com tamanho e formato irregulares, como mostra

figura 5.3. A matriz é perlítica.

A amostra 4FFN, Apresenta grande quantidade de nódulos de grafita com grau

de nodulização razoável com alta quantidade de placas de cementita eutetóide, como

mostra a figura 5.4. A matriz é perlítica.

Foi observado que na microestrutura da amostra 4FFN, existem nódulos de

grafita em grande quantidade com tamanho relativamente menor e grau de

nodulização maior que os demais, porém, percebe-se muitas placas de cementita

a b

Figura 5.3 – Amostra 3FPS, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X.

a b

Figura 5.4 – Amostra 4FFN, (a) aumento de 200X, (b) aumento de 500X.

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58

eutetóide que são mais refinadas que as demais amostras, onde esta amostra foi a

que apresentou melhor desempenho em relação as demais, devido a sua

homogeneidade de sua microestrutura.

5.2 DUREZA

Os resultados das análises de Dureza Shore estão apresentados a seguir, na

Tabela 5.2. Onde se pode observar que a amostra que teve melhor desempenho foi a

4FFN.

TAB. 5.2 - RESULTADOS DAS ANÁLISES DE DUREZA SHORE "C"

AMOSTRA ENSAIO SHC 1 2 3 4 MÉDIA

1FPS 47 43 48 47 46,25 2FFS 47 46 43 41 44,25 3FPS 48 48 47,2 47,4 47,65 4FFN 46 49 52 58 51,25

A amostra 1FPS, no ensaio de dureza foi observado que a parte do centro do

rolo apresenta mesma dureza que no canal e durezas menores nos pontos 2 e 3,

como mostra a figura 5.5.

A Figura 5.5 – Perfil de Dureza da Amostra 1FPS

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59

A amostra 2FFS, no ensaio de dureza foi verificado que a dureza diminui a

medida que se aproxima do canal, como mostra a figura 5.6.

A amostra 3FPS, foi observado através do ensaio de dureza que o material

possui esta propriedade homogênea ao longo de toda seção analisada, como mostra a

figura 5.7.

Figura 5.6 – Perfil de Dureza da Amostra 2FFS

A Figura 5.7 – Perfil de Dureza da Amostra 3FPS

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60

A amostra 4FFN, foi verificado no ensaio de dureza que a medida que

aproxima-se do canal a mesma vai aumentando quase que linearmente e foi a

amostra que apresentou o maior valor de dureza próximo ao canal sendo

aproximadamente 30% maior que o segundo colocado.

Através do resultado dos ensaios de dureza, pode-se observar que a amostra

que apresentou melhor desempenho foi 4FFN, em virtude do perfil de dureza com a

parte central (1) mais dúctil e o aumento gradativo da dureza até a superfície do

cilindro (2,3,4) é o mais adequado às solicitações em serviço principalmente no

desbaste.

A Figura 5.8 – Perfil de Dureza da Amostra 4FFN

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61

5.3 – MASP

MASP – METODOLOGIA DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE

PROBLEMAS

QUEBRA DE ROLOS - LAMINAÇÃO

Buscou-se seguir o ciclo do MASP, onde foi identificação do problema

5.3.1 - PROBLEMA

- Quebra de Rolos das Gaiolas de Desbaste

- Gaiolas 01 a 08, como a figura 5.10 apresenta.

A figura 5.10, apresenta a quantidade de cilindros quebrados nas gaiolas de desbaste.

A Figura 5.9 – Ciclo MASP

QUEBRAS POR GAIOLA

26

4

26

1

15

0

6

005

10152025303540

G1 G2 G3 G4 G5 G6 G7 G8

A Figura 5.10 – Quebras por Gaiola

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62

Ferramentas Empregadas:

- Acompanhamento diário das gaiolas, cujos os cilindros quebravam com mais

freqüência.

- Observação: Devido as sucessivas, quebras de rolos das gaiolas de desbaste,

e pelo fato de um dos maiores custo da laminação ser com rolos e cilindros.

A figura 5.14, mostra o detalhe do cilindro quebrado, onde todas as fraturas que

ocorreram foram na chaveta, local onde é montado o cilindro na gaiola.

QUEBRAS POR FABRICANTE

32

1614

95

0

5

10

15

20

25

30

35

40

BRC TITANIA POLIKINI HISAR MCC

DE

RO

LOS

A Figura 5.11 – Quebras por Fabricante

A Figura 5.12 – Cilindro Fraturado

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63

Observação:

Devido a grande freqüência de quebras dos rolos, foi observado a importância

de se fazer um estudo mais aprofundado deste problema. os rolos quebraram- se a

partir das chavetas, onde foi observado uma fratura frágil.

5.3.2 - ANÁLISE DE PARETO

OCORRÊNCIAS POR GAIOLAS

32

1614

95

0

5

10

15

20

25

30

35

BRC

TITANIA

POLIKIN

I

HISAR

MCC

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

OCORRÊNCIAS POR FABRICANTE

30

1512

0

5

10

15

20

25

30

35

BRC TITANIA POLIKINI

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

OCORRÊNCIAS POR GAIOLAS

26 26

0

4

8

12

16

20

24

28

G1 G3

PEÇ

AS L

AM

INA

DAS

Figura 5.13 – Quebras por Gaiola

Figura 5.15 – Quebras por Fabricante

Figura 5.16 – Quebras Freqüentes

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64

Observação:

Como pode ser observado nos gráficos, os cilindros que mais sofreram fraturas

foram os do fabricante BRC, devido a quantidade de cilindros comprado, em torno de

32 cilindros e as quebras mais freqüentes aconteceram nas gaiolas 1 e 3, devido o

esforço em que os cilindros dessas gaiolas são submetidos, onde a redução de um

cilindro para outro pode chegar a 30%.

5.3.3 - PERDAS E GANHOS

- Produção Horária Prevista da Laminação

OBSERVAÇÃO:

PERDAS

Aumento do Custo da Laminação

- Preço médio do Rolo R$ 7 000,00

- Valor dos rolos quebrados = 67 x 7 000 = R$ 469 000,00

Paradas da Laminação

- Tempo de Parada para Troca de Rolos, leva em média 1,5 h/rolo.

Perda de Produção

- A produção Horária Prevista é de 50 t/h;

- Quebraram-se 67 rolos, Tempo parado por quebra de rolos 87 horas e 10

minutos, produção perdida 4 350 t.

- Perda de faturamento = 4 350 x 3 200 = R$ 13 920 000,00

GANHOS

- Aumento da Produção

5.3.4 - PARTICIPANTES DO ESTUDO

- Equipe da Laminação;

- Equipe do Controle da Qualidade;

- Equipe da SMS;

Observação

Compra Inicial dos Rolos

A figura 5.17 , apresenta a primeira compra de cilindro da laminação.

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65

FORNECEDOR QUANTIDADE MATERIAL DUREZA STATUS

BRC 20

FERRO

FUNDIDO

NODULAR

PERLÍTICO

50 – 55

HSC SINOBRAS

TITANIA 12

FERRO

FUNDIDO

NODULAR

PERLÍTICO

50 – 55

HSC SINOBRAS

Gaiolas

1 a 4

ø 560

TOTAL 32 - - -

BRC 26

FERRO

FUNDIDO

NODULAR

PERLÍTICO

55 – 60

HSC SINOBRAS

TITANIA 14

FERRO

FUNDIDO

NODULAR

PERLÍTICO

55 – 60

HSC SINOBRAS

Gaiolas

5 a 8

ø 475

TOTAL 40 - - -

5.3.5 - CARACTERÍSTICAS DO PROBLEMA

A fratura, é uma fratura do tipo frágil, pois a quebra ocorre sem deformação do

rolo, tem como principal característica, o surgimento de trincas a partir da chaveta

(relação torque), onde a trinca se propaga em direção ao canal do rolo, como mostra

a figura 5.18.

Figura 5.17 – Compra Inicial de Cilindros (SINOBRAS 2009).

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66

Como comentado anteriormente, as gaiolas que tiveram maior quantidades de

ocorrências, foram as G1 e G3. A partir deste fato o foco ficou voltado para as

mesmas, como apresenta a figura 5.19, onde foi observado que na G1, os rolos que

laminaram a maior quantidade de peças foi o fabricante TITANIA (9175 tarugos). Este

número poderá ter sido alcançado em função da laminação estar em ritmo de

produção mais lento neste período.

Na G3, os rolos que tiveram melhor desempenho foram os do fabricante SAN

ZENO (10000 peças), em função de ter uma microestrutura mais homogênea.

Durante observação, no local que ocorrem as quebras, pode-se notar que a

refrigeração das gaiolas é critica, não sendo eficiente, e que nessas gaiolas os rolos

sofrem impacto muito grande para começar a deformar os tarugos.

Figura 5.18 – Cilindro Trincado

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67

5.3.6 - Estratificação G1 e G3 Por Fornecedor/Posiç ão

G1 - CILINDRO SUPERIOR

487 19 181

3600 4019

1400

46

5425

2181

35859

9175

85

0

2000

4000

6000

8000

10000

30/se

t/08

30/se

t/08

5/jan/09

15/ja

n /09

16/ja

n /09

19/ja

n /09

10/ma/09

20/ma/09

24/ma/09

25/ma/09

26/ma/09

27/ma/09

23/ab/09

DE

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

'

G1 - CILINDRO INFERIOR

19 1841009

292 54 130 347

6726

3582514

328

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

30/se

t/08

20/set/08

6/jan/09

7/jan

/09

10/ja

n/09

15/jan/09

17/ja

n/09

18/jan/09

18/ja

n /09

30/ma/09

22/ab/09

23/ab/0

9

DE

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

'

2 2 –– OBSERVAOBSERVAÇÇÃOÃO

EXTRATIFICAEXTRATIFICAÇÇÃO G1 e G3 POR FORNECEDOR/POSIÃO G1 e G3 POR FORNECEDOR/POSIÇÇÃOÃO

G3 - CILINDRO SUPERIOR

958138

948259

6245

44

1696

197

12981012878

804

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

27/nov/0

8

28/nov/0

8

6/dez/08

11/dez/0

8

26/dez/0

8

30/dez/08

10/jan/09

28/m

a/09

29/m

a/09

6/ab/09

20/ab/09

24/ab/09

DE

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

'

BRCBRC BRCBRC

TITANIATITANIA

BRCBRC

TITANIATITANIABRCBRC

HISARHISARPOLIKINIPOLIKINI

MCCMCC

MCCMCC

POLIKINIPOLIKINI

MCCMCC

POLI.POLI.BRCBRC

BRCBRCBRCBRC BRCBRC

BRCBRC BRCBRC

TITA.TITA. TITA.TITA. BRCBRC POLIKINIPOLIKINI

HISARHISAR

POLIKINIPOLIKINI

BRCBRC

BRCBRCBRCBRCBRCBRC

TITA.TITA.BRCBRC

TITA.TITA.

HISARHISAR

POLIKINIPOLIKINI

POLIKINIPOLIKINI

HISARHISAR

HISARHISAR

G3 - CILINDRO INFERIOR

487601

87

1403

728 729

494

810

13071292

0

300

600

900

1200

1500

30/se

t/08

10/ou

t/09

20/dez

/08

7/jan

/09

11/ab/09

13/ab/09

16/ab/09

18/ab/0

9

20/ab/09

21/ab/09

DE

PE

ÇA

S L

AM

INA

DA

S

'BRCBRC

TITANIATITANIA

BRCBRC

BRCBRC

HISARHISAR

POLIKINIPOLIKINI

POLIKINIPOLIKINI

POLIKINIPOLIKINI HISARHISAR

HISARHISAR

5.3.7 - Recomendações do Fabricante do Laminador

1 – SMS

- Aumentar pressão de montagem:

Gaiolas 1 a 4 – de 250 para 350 a 400 bar.

Gaiolas 5 a 8 – de 250 para 300 a 350 bar.

Posteriormente retornar todas as gaiolas para 300 bar.

- Substituir material de estrutura perlítica para ferrítica, mantendo dureza de 50 a 55

HSC.

- Alterar raio de concordância externo e chaveta de 8 para 12 e 2 para 8 mm nas

gaiolas 1 a 4 respectivamente.

Figura 5.19 – Quantidade de Tarugos Laminados – Posição/Fabricante

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68

Desenho original, rolo ø 555 mm do desbaste, figura 5.20, gaiolas 1 à 4. Concordância

Externa 8mm e Chaveta 2 mm.

Desenho Modificado, figura 5.21. Concordância Externa 12 mm e Chaveta 8 mm

Figura 5.20 – Desenho original do rolo

Figura 5.21 – Desenho Modificado do rolo.

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69

SMS

- Modificar tampa de fixação dos rolos: de 1 para 2 parafusos de frenagem da luva e

adaptar 4 parafusos M 30 para auxiliar retirada da tampa. DESENHO, como mostra a

figura 5.22 e 5.23.

Figura 5.22 – Desenho original da tampa de fixação dos rolos.

Figura 5.23 – Desenho modificado da tampa de fixação dos rolos.

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70

Onde estas modificações, aumentaram a fixação das luvas cônicas, diminuindo

assim a possibilidade das mesmas se movimentarem em relação ao rolo.

5.3.8 - Sugestões de Fornecedores:

2 - BRC

- Trabalhar com temperatura do tarugo em 1160 °C.

- Rever calibração – Dizendo a redução estar muito alta nestas gaiolas.

- Medir conecidade eixo / luva.

- Ao dar pressão de montagem, aplicar 50% da pressão desejada, aguardar 2 minutos

e aplicar pressão total.

- Após 30 minutos de operação, fazer reaperto das tampas.

- Rever refrigeração.

3 – HISAR

- Experimentar rolos com estrutura perlítica fornecidos pelo mesmo.

- Usar material SG – XP 50 F - Extra Nodular Ferrítico de sua fabricação, com dureza

de 48 a 53 HSC.

4 – MCC

- Verificar Alinhamento

- Verificar Refrigeração

- Substituir material – Ferro Fundido para ADAMITÍCO.

5.3.8 Análise

5.3.8.1 Diagrama Causa x Efeito

No diagrama de causa e efeito, figura 5.24, existem duas fases, na primeira busca-se

apresentar todas as possíveis causas que contribuíram de alguma forma para que

ocorresse o efeito.

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71

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITODIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

MÁQUINA MÃO-DE-OBRA MÉTODOS

MATÉRIA-PRIMA MATERIAIS MEDIDAS

QUEBRA QUEBRA

DEDE

ROLOSROLOS

IMPACTOREFRIGERAÇÃO

DEFICIENTE

VEL. DA MESA DEROLOS G1, G2 e G3

ALINHAMENTO

TAMPA INADEQUADA

ERRO DE PROJETO

FIXAÇÃO DAS GAIOLAS

PEÇAS RESERVAS

FALTA DE TREINAMENTO

USINAGEM DO CANAL

METALIZAÇÃO DEFICIENTE

PERIODICIDADE DE REVISÃO

CHECAGEM DAS LUZES

SEGUIR MONTAGENS CONFORMEMANUAL (SMS)

REVISAR PADRÃO DE MONTAGENS

LIMPEZA DE LUVASE EIXOS

PADRÃO P/ TROCADE GUIAS

CALIBRAÇÃO

MONTAGEM(BUCHA)

ROMBOIDADE DOTARUGO

TEMPERATURA DOTARUGO

DIMENSÃO DO TARUGO

MATERIAL INADEQUADO(MICRO-ESTRUTURA)

BAIXA RESISTÊNCIA

RAIO DO ROLO INADEQUADO(CHAVETA)

PERCURSO DE PENETRAÇÃODA BUCHA FORA DE PADRÃO

PRESSÃO INADEQUADA

NECESSIDADEDE CHECAR

CONECIDADE(EIXO-BUCHA)

ERRO OPERACIONAL

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITODIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

MÁQUINA MÃO-DE-OBRA MÉTODOS

MATÉRIA-PRIMA MATERIAIS MEDIDAS

QUEBRA QUEBRA

DEDE

ROLOSROLOS

IMPACTO

REFRIGERAÇÃODEFICIENTE

VEL. DA MESA DEROLOS G1, G2 e G3

TAMPA INADEQUADA

FALTA DE TREINAMENTOEM MONTAGEM

CHECAGEM DAS LUZES

LIMPEZA DE LUVASE EIXOS

MONTAGEM(BUCHA)

TEMPERATURA DOTARUGO

MATERIAL INADEQUADO(MICRO-ESTRUTURA)

RAIO DO ROLO INADEQUADO

(CHAVETA)

PRESSÃO INADEQUADA

NECESSIDADEDE CHECAR

CONECIDADE(EIXO-BUCHA)

ERRO OPERACIONAL

Figura 5.24 – Diagrama Causa e Efeito – Todas as Causas.

Figura 5.25 – Diagrama Causa e Efeito – Causas Prováveis.

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72

Na segunda fase do diagrama causa e efeito, mostra as causa mais prováveis

que resultou no problema e traça o caminho por onde deve-se começar a tratar essa

falha. Nesta fase do MASP é que coleta-se dados operacionais no local onde ocorreu

o problema, chegando-se as causas mais prováveis para ter ocorrido o problema,

direcionando o caminho em que seram tratadas as falhas, segundo a figura 5.25.

5.3.9 - Plano de Ação

5.3.9.1 Ações Imediatas

1 – Compra de Novos Rolos e Desenvolvimento de novos Fornecedores

Rolos das Gaiolas de Desbaste - 1 a 4, segundo a figura 5.26;

FORNECEDOR QTD MATERIAL DUREZA STATUS

POLIKINI

6

Ferro Fundido Nodular

Perlítico,Rolos usados

da Villares.

50 – 55

HSC

EM USO

MCC

4

Ferro Fundido Nodular

Perlítico, Dupla Fusão,

Centrifugado.

50 – 55

HSC

QUEBRADOS

HISAR

6

Ferro Fundido Nodular

Perlítico, Dupla Fusão

Centrifugado.

50 – 55

HSC

QUEBRADOS

GAIOLA

1 a 4

ø 560

TOTAL

16

-

-

-

Figura 5.26 – Compra de Novos Cilindros, gaiolas 1 a 4 (SINOBRAS).

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73

Cilindros das Gaiolas de Desbaste - 5 a 8, como apresenta a figura 5.27.

---16TOTAL

SINOBRAS55 – 60 HSC

Ferro Fundido Nodular Perlítico,

Dupla Fusão, Centrifugado

4MCC

Gaiolas 5 a 8 ø 475

55 – 60 HSC

55 – 60 HSC

DUREZA

SINOBRASFerro Fundido

Nodular Perlítico,Dupla Fusão, Centrifugado

6HISAR

SINOBRASFerro Fundido

Nodular Perlítico,Dupla Fusão, Centrifugado

6POLIKINI

STATUSMATERIALQTDFORNECEDOR

2 – Alterar temperatura dos tarugos na entrada da gaiola 01 mínima de 1050 °C

(especificação da SMS) para 1080 °C;

3 – Melhorar padrão de ajustes de perfil por gaiola (Luz);

4 – Instalar inversor de freqüência nos caminhos de rolos que antecedem gaiolas 01 e

03;

5 – Melhorar padrão de montagem;

6 - Após estudo, foi testado na gaiola 03, refrigeração modificada para proporcionar

maior vazão, saindo de 23 m³/h(projeto) para 45 m³/h (modificado), segundo a figura

5.28;

Refrigeração do Projeto Refrigeração Modificada

Figura 5.28 – Refrigeração.

Figura 5.27 – Compra de Novos Cilindros, gaiolas 5 a 8 (SINOBRAS).

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Durante o estudo foi observado que os cilindros estavam aquecendo bastante,

chegando a temperaturas acima do especificado, em torno de 65 a 70ºC, devido está

ocorrendo o rebote da água de contato prejudicando a extração de calor, constatando-

se que a refrigeração estava inadequada. Depois de trocada a refrigeração ter sido

trocada outro modelo de refrigeração, que foi desenvolvido pela equipe técnica da

laminação, notou-se a redução da temperatura média dos cilindros para, 48 a 51 ºC,

pois com a nova refrigeração a vazão aumentou e a água de contato é de forma

suave, conforme a figura 5.29.

Refrigeração Modificada

Refrigeração do Projeto

7 – Testar rolos sugeridos pela SMS, nas gaiolas 1 e 3, mantendo refrigeração

original;

8 – Testar rolos da BRC, com estrutura perlítica (material inicial), nas gaiolas 1 e 3

com refrigeração modificada;

Figura 5.29 – Refrigeração Original X Modificada.

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9 - Modificar tampa de fixação dos rolos: de 1 para 2 parafusos de frenagem da luva e

adaptar 4 parafusos M 30 para auxiliar retirada da tampa em teste no cilindro inferior

da gaiola 1;

10 – Alterado o desenho dos rolos conforme raios modificados pela SMS e comprados

6 rolos da Hisar (ferrítico) e 8 MCC (adamítico) aguardando chegada;

11 – Treinados mais operadores em montagem e operação do laminador;

12 – Revisados os padrões de ajuste de luz;

13 – Adquirido gabarito de montagem eixo / luva – aguardando chegada;

14 – Alterado pressão de montagem conforme sugestão da SMS ( 150 bar, aguarda 2

minutos e vai à 300 bar);

15 – Desenvolvimento de novos cilindros com 4 chavetas para alívio de tensões,

segunda a figura 5.30.

Figura 5.30 – Cilindro com 4 chavetas (SINOBRAS 2009).

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6 CONCLUSÃO

A análise dos resultados obtidos neste Trabalho de Conclusão de Curso,

baseado nas informações extraídas na pesquisa bibliográfica, permite concluir que:

• Foi observado que a microestrutura que teve melhor desempenho, foi à da

amostra 4FFN, cujo o fabricante é SAN ZENO, devido a existência de nódulos de

grafita em grande quantidade com tamanho relativamente menor e grau de

nodulização maior que os demais.

• O ensaios de dureza, observou-se que a amostra que apresentou melhor

resultado foi a 4FFN, fabricante SAN ZENO, em virtude da dureza no centro do cilindro

ser macio e a dureza em direção a superfície ir aumentando gradativamente,

reduzindo a possibilidade de trincas.

• Através da ferramenta MASP, pode-se chegar à algumas causas prováveis para

a fratura dos cilindros, onde foi observado que a refrigeração era inadequada e tinha

uma vazão reduzida, foi controlada a temperatura do tarugo, para que não se

trabalhasse com tarugo frio nos cilindros, através do estudo pode-se fazer algumas

melhorias, como: desenvolvimento de cilindros com quatro chavetas, para alívio de

tensões, modificou-se a tampa de fixação dos cilindros de desbaste, foram alterados

alguns parâmetros operacionais, melhorando com isso o processo da laminação,

diminuindo as fraturas dos cilindros, com todas essas ações pode-se aumentar a

produção e reduzir custos.

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7 SUGESTÕES

- Devido a alta carga de laminação nos laminadores desbastadores é

recomendável o uso de cilindros de aço fundido, pois tendem a ser mais tenazes, do

que os de ferro fundido nodular.

- De modo geral, utilizam-se os cilindros de aço fundido para laminadores com

alta carga de laminação e ferro fundido centrifugado de dureza elevada para trens

acabadores, onde a maior exigência é a resistência ao desgaste.

- Nos laminadores intermediários utiliza-se cilindros “adamitico”, que

apresentam resistência e tenacidade intermediária entre o aço e ferro fundido.

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