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Estudo de Caso

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A presente Produção do conhecimento faz uma reflexão sobre como proceder com relação à demissão por justa causa e a importância da negociação dentro da relação empregador e empregado, contratante e contratado.

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Page 1: Estudo de Caso

FACULDADE DE TECNOLOGIA INTERNACIONAL

IZABEL CRISTINA DE MOURA SAMPAIO

ATIVIDADE AVALIATIVA DO CURSO DE MBA EM

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS:

ESTUDO DE CASO.

LORENA

2009

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Page 2: Estudo de Caso

FACULDADE DE TECNOLOGIA INTERNACIONAL

IZABEL CRISTINA DE MOURA SAMPAIO

ATIVIDADE AVALIATIVA DO CURSO DE MBA EM

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS:

ESTUDO DE CASO.

Produção de Aprendizagem apresentada à FATEC

INTERNACIONAL, no curso de MBA em Gestão de

Recursos Humanos nas disciplinas de Políticas de

Negociação e Mediação e Legislação Trabalhista e

Relações Trabalhistas.

Tutor local: Rosagela Aparecida Rosario Mendes.

Centro Associdao: Lorena.

LORENA

2009

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Page 3: Estudo de Caso

INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi realizado para as disciplinas de “Políticas de

Negociação e Mediação” , “Legislação Trabalhista e Relações Trabalhistas” no

curso de Pó-Graduação em MBA em Gestão de Recursos Humanos, tendo por

finalidade a conclusão do módulo através da Produção do Conhecimento.

            Nosso trabalho foca os direitos do empregado, deveres do empregador, a

terceirização e a negociação. Os assuntos estão relacionados ao Direito do

Trabalho e a Negociação assuntos esses presentes no cotidiano das empresas

exigindo informações precisas que permitam vislumbrar perspectivas e traçar

metas para o futuro.

O caso é da ROAD uma empresa de construção civil que possui um efetivo

médio de 150 homens trabalhando na construção de uma Unidade Fabril. Seu

pessoal é composto por funcionários e empreiteiros que são estimulados pelo

sindicato da categoria a entrarem em greve pelo fato da data de pagamento ser

mudada.    Mas na presença dos Dirigentes Sindicais o engenheiro negocia e

todos entram em acordo, porém alguns funcionários e empreiteiros em questão

de horas resolvem paralisar novamente provocando tumulto com brigas que

resultam em lesão corporal e danos a propriedade da empresa.   

A presente Produção do conhecimento faz uma reflexão sobre como

proceder com relação à demissão por justa causa e a importância da negociação

dentro da relação empregador e empregado, contratante e contratado.

             

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Page 4: Estudo de Caso

ESTUDO DE CASO DA EMPRESA ROAD

Diante da situação vivenciada pela empresa ROAD a rescisão de contrato

por justa causa foi inevitável. Entendendo que a rescisão de contrato por justa

causa ocorre quando o empregado comete algum tipo de ato faltoso que provoca

desconfiança e faz desaparecer a boa-fé entre empregador e empregado

tornando a relação empregatícia inviável. Fato esse que dá ao empregador o

direito de mandar seu funcionário embora sem pagar lhe os direitos trabalhistas,

por exemplo, aviso prévio, FGTS e seguro desemprego.

A CLT prevê 12 hipóteses para rescisão de contrato de trabalho sem o

pagamento das verbas rescisórias. São elas:

a) ato de improbidade;

b) incontinência de conduta ou mau procedimento;

c) negociação habitual;

d) condenação criminal;

e) desídia;

f) embriaguez;

g) violação de segredo da empresa;

h) ato de indisciplina ou insubordinação;

i) abandono de emprego;

j) ato lesivo da honra ou da boa fama;

k) ofensa física;

l) prática constante de jogos de azar;

Há ainda o Parágrafo único que constitui igualmente justa causa para

dispensa de empregado a prática, devidamente comprovada em inquérito

administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional.1

O Engenheiro da obra, aqui no caso representante do empregador, para

assegurar os direitos da empresa pede aos funcionários, que sofreram com as

consequências da segunda paralisação, que formulem um termo de declaração

relatando o acontecido na parte da manhã e ao acordo firmado por todos.

1 Parágrafo único acrescentado pelo Decreto-lei n° 3, de 27 de janeiro de 1966

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Page 5: Estudo de Caso

Esclarecendo que um termo de declaração é realizado por pessoas que tem

interesse na causa como vítimas e denunciantes, ou seja, pessoas que tem a sua

imparcialidade diminuída.

Também registrou um Boletim de Ocorrência Policial registrando o fato

ocorrido naquele dia atestando os danos pessoais e os danos, a propriedade da

ROAD, derivados da ação dos funcionários da segunda paralisação. Esse

documento é indispensável ao encaminhamento de determinadas reclamações de

sinistro.

O funcionário que tem por tempo de serviço superior a um ano e quando

demitido sem justa causa tem direito a: Saldo de salário; Aviso prévio; 13º salário

proporcional; Férias vencidas (caso haja); 1/3 sobre as férias vencidas; Férias

proporcionais; 1/3 sobre as férias proporcionais; FGTS +40%. Porém no caso em

questão os funcionários com o mesmo tempo de serviço, mas dispensados por

justa causa tiveram direito apenas a: Saldo de salário; Férias vencidas (se

houvesse); 1/3 sobre as férias vencidas. Os funcionários com tempo de serviço

inferior a um ano tiveram direito apenas ao Saldo de salário. Quanto aos

empreiteiros foi realizada a rescisão de contrato, pois o empreiteiro é considerado

por lei um profissional autônomo, por isso não cobrará na justiça trabalhista

direitos previstos na CLT.

Quanto à negociação ocorrida neste caso, vamos ver o que afirma Cláudio

Giraldi sobre negociação. Para ele negociação é mais que um processo interativo

de comunicação que ocorre entre duas ou mais partes; é a arte de administrar

conflitos.

“...no Brasil é comum as pessoas encararem a negociação como um

jogo e não como o início de uma relação próspera, em que se busca o

desenvolvimento de mercado ou a construção de uma rede de valores

auto-sustentável. Trata-se de uma postura "ganha-perde", em que apenas

um dos lados leva vantagem. Com isso, na maioria das vezes, os

resultados são de curto prazo.

...a negociação é o único jogo em que pode haver mais de um

ganhador (postura "ganha-ganha"). "Só perde quem está fora dele", disse,

lembrando que o correto é equilibrar a competição com a colaboração”.

(Jornal Administrador Profissional - nº 203 - Maio 2003)

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Page 6: Estudo de Caso

Com base na idéia de Giraldi percebe-se que um negociador para

atuar em situações, como no caso aqui citado, deve encontrar soluções que

beneficiem ambas as partes superando o clima “ganha-perde” e procurando

superar a competição. Deve criar um clima de cooperação descobrindo e

apresentando os interesses comuns para que se estabeleça um clima de “ganha-

ganha” mostrando que é preferível chegar a um acordo que perder o

relacionamento empregatício.

No caso da ROAD o engenheiro, que foi o mediador, agiu eticamente tanto

que no acordo firmado entre as partes conflitantes houve a concordância das

partes inclusive dos Dirigentes Sindicais. Quanto ao ocorrido no período da tarde

o mediador tomou todas as medidas cabíveis dentro da lei.

Com relação à empresa terceirizada que teve a participação dos

funcionários no conflito teria que ter sido melhor avaliada antes da contração.

A terceirização refere-se a um processo de transferência

de serviços desenvolvidos por uma empresa (contratante) para

uma outra (contratada). A contratante deixa de realizar várias

atividades-meio com seus próprios recursos e as passa para a

empresa contratada, concentrando-se em sua atividade-fim,

gerando ganhos em produtividade, qualidade e competitividade.

Dentre as vantagens da terceirização, destaca-se a redução dos

custos da empresa, que elimina a necessidade de fazer

investimentos em atividades de apoio, enxugando a estrutura

organizacional, tanto na extensão de sua base como na

quantidade de níveis hierárquicos, e melhorando a dinâmica

decisória e o fluxo de informações. (ALVARENGA, 2003. p 1)

O especialista André afirma que para evitar problemas com empresas

terceiras o gestor de RH deve2:

atentar para um planejamento bem detalhado das atividades a

serem desenvolvidas,

pesquisar e buscar referências sobre empresas terceirizadas no

ramo que se deseja a contratação,

fazer a cotação de preços e definir critérios para a seleção,

2 Reportagem de Kelly Carvalho Construção Mercado 54 - janeiro de 2006

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Page 7: Estudo de Caso

verificar a capacidade técnica via atestado técnico em cada

situação.

Queiroz em seu livro “Manual de Terceirização: onde podemos errar no

desenvolvimento e na implantação dos projetos e quais são os caminhos do

sucesso” afirma que para contratar os serviços de uma empresa que se diz

capacitada para terceirização deve se exigir que apresente:

Política de administração de fácil auditagem;

Amplo conhecimento da área;

Qualidade e Custos Competitivos;

Infra-estrutura e logística compatível.

Alvarenga (2003, P.18) diz:

“A qualidade dos serviços terceirizados começa pela maneira como as Empresas-Cliente selecionam seus futuros parceiros.

O ideal no método de seleção seria convocar pelo menos três empresas, após a checagem, buscando informações em departamentos como o de recursos humanos, jurídico e produção, avaliar os equipamentos utilizados pela empresa e até mesmo conhecer as suas instalações.

Outro ponto importante inovador é ouvir os empregados do futuro parceiro, conversar com empresas que já utilizam os seus serviços, conhecer os planejamentos a curto e longo prazo e, principalmente, a filosofia central da empresa. 19

Após todos esses levantamentos, o resultado final certamente restringirá os riscos.”

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Page 8: Estudo de Caso

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que constitui o principal

ordenamento jurídico que rege as relações trabalhistas no país, foi criada para

garantir os benefícios dos empregados e deveres dos empregadores. Cita-se aqui

parte das leis trabalhistas:

-jornada semanal de 44 horas;

-irredutibilidade salarial;

-seguro desemprego;

-13º salário;

-participação nos lucros;

-horas extras com adicional;

-aposentadoria;

-reconhecimento de normas coletivas;

-seguro acidente de trabalho

-fundo de garantia por tempo de serviço

-direito de greve;

-estabilidade provisória de membros de Comissões de Prevenções

de Acidentes – empregados vitimados por acidente de trabalho e

gestante.

Mas uma nova modalidade surge como tentativa das empresas de diminuir

custos, aumentarem a eficiência e se verem livres dos encargos trabalhistas, que

é a terceirização. Porém é necessária muita atenção, ás vezes, na busca de

baixos custos e agilização dos serviços pode se surpreender com uma ação

trabalhista. Por exemplo, a contratação de empresas inadequadas sem

competência e idoneidade financeira pode causar problemas trabalhistas.

Ao pensar na terceirização a empresa deve buscar acima de tudo

qualidade, para que a relação entre contratante e contratada seja de pareceria.

Para o empregado a terceirização também pode representar perda, pois

sua remuneração antes certa passa a ser incerta, perde os benefícios sociais.

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Page 9: Estudo de Caso

No caso da ROAD o ocorrido provocou a demissão por justa causa pelo

mau procedimento dos funcionários e empreiteiros que foram demitidos segundo

o estabelecido pela lei. Pois empregado que tem tal comportamento de

desrespeito ao empregador, afinal havia-se firmado horas antes um acordo, e

agride os companheiros de serviço por discordar da decisão tomada por eles, por

si só se demite. Pois é impossível numa relação de trabalho restabelecer um

clima de parceria depois de atos tão indignos. É necessário que se entenda que

o contrato de trabalho une o empregado e empregador, contratante e

contratado prevendo obrigações mutuas.

REFERÊNCIAS

ALVARENGA, Luis Carlos. Logística e terceirização: o caso da Volkswagen

Taubaté. Taubaté: 2003. 73p.

CAMPANHOLE, A., CAMPANHOLE, H. L. Consolidação das leis do trabalho,

legislação complementar. São Paulo, 90 edição, 1994.

QUEIROZ, C. A. R. S. de. Manual de Terceirização: onde podemos errar no

desenvolvimento e na implantação dos projetos e quais são os caminhos do

sucesso. São Paulo: STYS, 1998. 313 p.

Boletim de Ocorrência. Disponível em:

http://dicionario.babylon.com/Boletim_de_Ocorr%C3%AAncia_Policial. Acesso em

27/10/09.

CLT. Disponível em: http://www.sitro.com.br/informacoes/rescis

%C3%A3ocontraturalart482483.htm. Acesso em 27/10/09.

GIRALDELI, Cláudio. Negociação: a arte de administrar conflitos. Disponível

em: http://www.crasp.com.br/jornal/jornal203/princ2.html. Acesso em 30/10/09.

História do Direito do Trabalho no Brasil. Disponível em:

http://www.fontedosaber.com/direito/historia-do-direito-do-trabalho-no-brasil.html.

Acesso em 29/10/09.

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Page 10: Estudo de Caso

Procon: da prestação de serviço. Disponível em:

http://www.procon.sp.gov.br/texto.asp?id=666. Acesso em 30/10/09.

REVISTA CONSTRUÇÃO MERCADO. Entrevista. Disponível em:

http://revista.construcaomercado.com.br/negocios-incorporacao-construcao/54/

imprime121602.asp. Acesso em 29/10/09.

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