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Estudo de Caso A usabilidade das urnas eletrônicas brasileiras Alexander Guimarães Bruno Serra Geovani Morais Kleider Torres

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Page 1: Estudo de Caso A usabilidade das urnas eletrônicas brasileiras Alexander Guimarães Bruno Serra Geovani Morais Kleider Torres

Estudo de Caso

A usabilidade das urnas eletrônicas brasileiras

Alexander GuimarãesBruno SerraGeovani MoraisKleider Torres

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Histórico

● A urna eletrônica começou a ser implantada no ano de 1996 em 57 municípios brasileiros. Em Santa Catarina ocorreram eleições informatizadas nos municípios de Florianópolis, Joinville e Brusque (homenageado pelo pionerismo em votações eletrônicas). Naquele ano, um total de 32.488.153 eleitores votaram em urnas eletrônicas, sendo 1.390.313 eleitores de Santa Catarina.

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Histórico

● Nas eleições de 1998, 61.111.922 eleitores já votaram pelo sistema eletrônico em 537 municípios, por meio de 166.937 urnas eletrônicas. Em Santa Catarina, 13 municípios foram alcançados pelo voto eletrônico, utilizando-se naquele ano 4.462 urnas eletrônicas.

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Histórico

● Já no ano 2000, 100% do eleitorado brasileiro utilizou-se da urna eletrônica para a votação, totalizando 353.737 equipamentos no Brasil e 14.342 urnas eletrônicas em nosso Estado.

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Histórico

● Para as eleições de 2002, a Justiça Eleitoral Brasileira contou com 406.746 urnas eletrônicas. Nessa eleição, foi testado o sistema de voto impresso em todo o Distrito Federal, no estado de Sergipe e em municípios distribuídos pelo país, num total de 149 municípios mais o DF, abrangendo 7.128.233 eleitores, o que correspondia à 6,18% do eleitorado brasileiro.

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Histórico

● Nas eleições municipais de 2004, o quantitativo de urnas no Brasil aumentou para aproximadamente 482 mil e Santa Catarina recebeu 1.186 urnas modelo 2004, totalizando 16.838. Destas, 15.114 foram preparadas e remetidas aos cartórios eleitorais para atender a 3.996.828 eleitores distribuídos em 13.602 seções.

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Questões a serem abordadas

● Qual a população-alvo da urna eletrônica?● Modelo antigo das eleições brasileiras.● A interface / Modelo atual.● A usabilidade.

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População-alvo

● É evidente que, no caso da urna eletrônica, a diversidade de categorias de usuários é muito forte. O perfil de sua população-alvo distancia-se das categorias clássicas de iniciantes-experts empregadas normalmente em ergonomia de IHC.

● A interface da urna deve ser de fácil acesso a qualquer pessoa que tenha o direito do voto, independente de classe social, cultural ou intelectual.

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Modelo de eleição antigo

● Escrevia-se nas cédulas os nomes ou números de candidatos, e às vezes até desenhos de símbolos de campanhas ou partidos eram considerados válidos. Nas eleições majoritárias, bastava fazer uma cruzinha na frente do nome do candidato.

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Funcionalidades esperadas da interface

● A interface da urna deve fornecer os seguintes recursos:- Seleção de candidato ou legenda.- Correção de erro.- Opção de voto nulo e branco.

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Interface atual

● A interface atual da urna é constituida por quatro partes:- Tela monocromática de fundo branco.- Teclados com teclas com relevo em braile.- Impressora.- Microterminal com monitor de cristal líquido e teclado.

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Interface atual

● Seleção é feita por digitação de número.

● Correção é feita por tecla.● Voto branco é feito por tecla.● Voto nulo é feito pela confirmação de uma

entrada inválida.

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Usabilidade

● A interface com o usuário/eleitor da urna eletrônica, apresentava problemas ergonômicos evidentes relacionadas principalmente à condução, ao feedback, ao caracter explícito de controle, à proteção contra os erros e ao significado das denominações.

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Usabilidade

● Problemas com o seleção do candidato.- Digitação do número do canditado

restringe o voto dos analfabetos e cegos (apenas 15% praticam o braile).

- Feedback da seleção dos candidatos não atende pessoas com problemas visuais (tela monocromática com fundo branco e fontes pretas).

- O feedback sonoro só ocorre após a confirmação do voto.

- Carga mnésica

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Usabilidade

● Problemas com a correção.- Após digitar todos os números a

confirmação é requerida, o que causa confusão nos eleitores quanto a possibilidade de correção.

- A correção apaga todo o campo, impossibilita a correção de apenas um número.

- Se o voto for confirmado de maneira inadequada não há possibilidade cancelar o voto.

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Usabilidade

● Voto branco e nulo.- O voto branco possui uma tecla separada, porém cai no mesmo problema das teclas em braile para usuários cegos.- O voto nulo é desencorajado, é necessário confirmar uma entrada inválida para anular o voto.

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Análise Empírica

● Erros observados [Lima S., et al 2003]:- Os sujeitos navegam com o olhar fixo no teclado, não na interface como se esperava.- Os sujeitos sentiram estranheza na tela de Senador. A poluição visual e a inconsistência desta dela pode gerar um problema de usabilidade.- Ao final da votação, alguns sujeitos focaram o olhar na impressora e por vezes esqueceram de confirmar pela segunda vez a votação.

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Análise emprírica

● A poluição visual gerada pela tela de senador foi corroborada por documento da Justiça Eleitoral de Santa Catarina onde demonstra que a votação para senador obteve disparidades em relação aos dados dos outros cargos.

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Soluções propostas

● Projetar uma versão com verbalização da digitação, juntamente com fones de ouvido (manter sigilo).

● Inversão do contraste da tela.● Possibilitação de zoom na tela.

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Conclusão

● Os erros de projeto identificados na inspeção ergonômica e dificuldades observadas nos ensaios de interação, com uma amostra de eleitores idosos e deficientes visuais, demonstram serem pequenas, as possibilidades desses cidadãos expressarem corretamente suas intenções de voto.

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Referências

● Cybis W., Michel G., A interferência das novas tecnologias e os perigos de sua generalização: uma avaliação ergonoômica do voto eletrônico no Brasil, UFSC.

● Lima S., Ergonomia Cognitiva e a Interação Pessoa-Computador: Análise da usabilidade da urna eletrônica 2002 e do módulo impressor externo.