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Valoração Ambiental Estudo de caso Ministério Público do Estado de Minas Gerais Analistas Ambientais: Nivaldo Caetano da Cunha (Engenheiro Florestal) [email protected] Almir Lopes Loures (Engenheiro Agrônomo) [email protected] [email protected]

ESTUDO DE CASO - MPFEstudo de caso Ministério Público do Estado de Minas Gerais Analistas Ambientais: Nivaldo Caetano da Cunha (Engenheiro Florestal) [email protected] Almir

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Valoração Ambiental

Estudo de caso Ministério Público do Estado de Minas Gerais

Analistas Ambientais:Nivaldo Caetano da Cunha (Engenheiro Florestal)

[email protected]

Almir Lopes Loures (Engenheiro Agrônomo)[email protected]@gmail.com

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Valoração ambiental

Desenvolvimento de metodologias:a) Pesquisa de campo – trabalhos

acadêmicos e políticas públicas;b) Pesquisa bibliográfica – coleta de

dados e adaptação de metodologias;c) Desenvolvimento de metodologias

próprias.

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Grau de validade ou escolha do método

Depende:a) Do objetivo da valoração (indenização);b) Das hipóteses assumidas (argumentos);c) Da disponibilidade de dados (tabelas);d) Do conhecimento da dinâmica ecológica do

objeto que está sendo valorado (flora).

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Metodologia utilizada - VERA

Estimativas do valor do dano ambiental em pecúnia segundo a metodologia aprovada pela ABNT aos 30 de junho de 2008 (NBR 14653 – Avaliação de bens – Parte 6: Recursos naturais e ambientais. Fixa diretrizes para a valoração de recursos naturais e ambientais, em vigor a partir de 30/06/2008).

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VERA = Valor Econômico do Recurso Ambiental

VERA = (VUD + VUI + VO) + VE  

VUD: Valor de uso direto referente a bens e serviços ambientais apropriados diretamente da exploração do recurso e, consumido no presente: extrativismo madeireiro, não-madeireiro e ecoturismo;

 VUI: Valor de uso indireto referente a bens e serviços ambientais que são gerados através de funções ecossistêmicas, apropriados e consumidos no presente: estocagem de carbono, proteção do solo, manutenção do ciclo hidrológico, etc;

 VO: Valor de opção que se refere a bens e serviços ambientais de usos diretos e indiretos (VUD e VUI), a serem apropriados e consumidos no futuro: bioprospecção (fármacos);

 VE: Valor de existência ou não-uso presente ou futuro, relacionado a questões morais, culturais, éticas ou altruísticas: preservação da biodiversidade.

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Valoração Ambiental – Estudo de Caso

Danos ambientais causados por mineradora:1) Desmatamento sem a licença ambiental;2) Ano do desmatamento: 1995;3) Licença de Operação Corretiva para todo o Complexo

Minerador: 2001, com 52 condicionantes. Dez consideradas medidas mitigadoras/compensatórias para o desmatamento em análise;

4) Área desmatada: 15 hectares;5) Bioma: Mata Atlântica;6) Tipologia: Floresta Estacional Semidecidual;7) Ano da vistoria: 2009;8) Tempo transcorrido: 15 anos (desmatamento – vistoria).

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Danos ambientais

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Danos ambientais

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Danos ambientais

Desmatamento e modificações no relevo e no solo.

5 – Supressão de habitat e locais de nidificação (fauna).

Desmatamento e movimentação no local.

4 - Adensamento da fauna nos fragmentos remanescentes.

Desmatamento e modificações no relevo e no solo.

3 - Desenvolvimento e intensificação de processos erosivos.

Desmatamento e modificações no relevo e no solo.

2 - Mudanças na paisagem regional

Desmatamento para as atividades de mineração.

1– Supressão da vegetação

AÇÃO GERADORADANOS AMBIENTAIS

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Danos ambientaisAÇÃO GERADORADANOS AMBIENTAIS

Desmatamento.10 - Alteração na composição e estrutura da vegetação (processos ecológicos prejudicados).

Desmatamento, modificação da paisagem natural e alterações no solo.

9 - Riscos sobre espécies endêmicas, raras e ameaçadas de extinção.

Desmatamento e alterações no solo.8 - Alteração dos corredores de biodiversidade.

Desmatamento e modificação da paisagem natural.

7 - Perturbação dos agentes dispersores e polinizadores.

Remoção da cobertura vegetal 6 - Perda da variabilidade do material genético vegetal.

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Danos ambientais

Abertura e aumento das vias de acessos. Tráfego de veículos automotores.

11 - Aumento na incidência de atropelamentos sobre vertebrados terrestres.

Supressão da vegetação e retirada do horizonte A (camada superficial do solo).

12 - Alteração da fertilidade do solo.

Desmatamento, alteração dos corredores de biodiversidade.

13 - Alteração populacional da fauna, com possibilidade de extinções locais, aumento de competição e predação.

AÇÃO GERADORADANOS AMBIENTAIS

Supressão da vegetação e retirada do horizonte A (camada superficial do solo).

14 - Intervenção em áreas de preservação permanente, alterando funções ecossistêmicas.

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Valor do dano ambiental

VERA = VUD + VUI + VO + VE VALORAÇÃO ECONÔMICA DA BIODIVERSIDADE

ESTUDOS DE CASO NO BRASILPeter H. May, PhD (coord.)

Fernando C. Veiga NetoOsmar V. Chévez Pozo

Fevereiro de 2000Ministério do Meio Ambiente - MMA

Secretaria de Biodiversidade e Florestas - SBFDiretoria de Conservação da Biodiversidade - DCBio

Programa Nacional de Diversidade Biológica - PRONABIOProjeto Estratégia Nacional de Biodiversidade - BRA97G31- MMA/GEF/PNUD

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Valor do dano ambiental

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Valor do dano ambiental

(VUI+ VO + VE) = Estimativa

a) Tabela: o somatório = US$ 0,3248/m2/ano; b) Dólar comercial (14/10/2009) = R$ 1,74 (um real, e setenta e quatro

centavos); c) 0,3284 X 1,74= R$ 0,571416/m2/ano;

d) R$ 0,571416/m2/ano X 10.000 (transformando metro quadrado em hectare) = R$ 5714,16/ha/ano (cinco mil e setecentos e quatorze reais, e dezesseis centavos, por hectare, por ano) = (VUI+ VO + VE).

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Valor do dano ambiental (VUD)

8,611,801973,0033,54228,09Floresta Ombrófila

8,310,071132,621,38145,32Floresta Estac. Semidecidual

6,610,491005,513,4878,40Floresta Estacional Decidual

6,79,931741,119,33112,29Cerradão

4,88,701334,410,1851,66Cerrado Sensu Stricto

4,18,66621,14,7628,35Campo Cerrado

Altura média (m)

DAP médio (cm)

Nº de árvores/ha

Área Basal (m2/ha)

Volume (m3/ha)

Fisionomia

Fonte: Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais – UFLA/IEF – 2003/2005.

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Valor do dano ambiental

VUD = Estimativaa) 145,32 m3/ha x 1,77 = 257,22 metros estéreos (st) de lenha/ha;b) Relação lenha (metro estéreo): carvão é de 3:1; c) 257,22 metros estéreos de lenha/ha correspondem a 85,74 metros de

carvão (mdc)/ha;d) Preço médio do carvão (MG) = R$ 103,00/mdc (cento e três

reais/metro de carvão);e) R$ 103,00 x 85,74 mdc = R$ 8831,22 (oito mil e oitocentos e trinta e

um reais, e vinte e dois centavos)/ha;

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Valor do dano ambiental

Estimativa do valor total do recurso ambiental (flora), considerando a área de 15 hectares (área desmatada).

VERA = VUD + VUI + VO + VE, onde: VUD = R$ 8831,22/ha x 15 ha = R$ 132.468,30

VUI + VO + VE = R$ 5714,16/ha/ano VUI + VO + VE = R$ 5714,16 X 15 hectares/ano. VUI + VO + VE = R$ 85.712,40/ano.

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Valor do dano ambiental

O tempo estimado em anos é:

2009 – 1995 (ano do desmatamento) = 14 anos + o ano de 1995 = 15 anos.

Tempo estimado para a recuperação da área desmatada = 15 anos.

Total = 30 anos. VUI + VO + VE = R$ 85.712,40/ano x 30 anos. VUI + VO + VE = R$ 2.571.372,00

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Valor do dano ambiental

Valor estimado do dano ambiental em pecúnia:

VERA = VUD + (VUI + VO + VE)

VERA = R$ 132.468,30 + (R$ 2.571.372,00)

VERA =R$ 2.703.840,30 (dois milhões e setecentos e três mil e oitocentos e quarenta

reais, e trinta centavos).