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Estudo de caso IRC
1. INTRODUÇÃO
Os rins humanos são formados a partir de um conjunto de néfrons contidos por
uma cápsula. Cada néfron é uma unidade funcional autônoma, composta de um
glomérulo, túbulos e dutos coletores. Os glomérulos, esquematicamente, são constituídos
por um enovelado de capilares envoltos pela cápsula de Browman. Cabe a eles a tarefa
de filtrar os cerca de 180L de fluidos que circulam no organismo todos os dias. A partir
daí, segmentos distintos dos túbulos, denominados túbulo proximal, alça de Henle e
túbulo distal, são responsáveis por modificar o ultrafiltrado glomerular e gerar urina, cuja
composição e volume sejam adequados à ingestão diária de água e solutos.
Aparentemente, somos dotados de mais néfrons do que seria necessário para
manter a homeostasia. Por isso, um indivíduo que perde até 75% de sua função renal
permanece assintomático. Os sintomas mais evidentes de uremia só aparecem quando a
taxa de filtração glomerular é menor que 15% do valor normal, insuficiente para excretar
a sobrecarga diária de água e solutos.
Na DRC, uma lesão renal inicial (de causas variadas, conforme exposto
anteriormente) desencadeia um processo de perda progressiva e irreversível da função
renal. Durante esse processo, ocorrem várias adaptações estruturais e funcionais que,
em última análise, caracterizam a DRC.
Inicialmente, em resposta a uma redução de seu número, os néfrons aumentam
de tamanho, o que é chamado de hiperplasia renal. A partir daí, ocorre um aumento nas
taxas de filtração e perfusão do rim. Os glomérulos sofrem adaptações hemodinâmicas
que resultam em hipertensão glomerulare, posteriormente, perda seletiva, que é a
capacidade de restringir a passagem de macromoléculas para a urina. Esse aumento da
permeabilidade glomerular às proteínas é uma resposta à redução do número de néfrons.
Os túbulos também sofrem alterações estruturais e funcionais com a DRC. Há um
aumento do tamanho do túbulo proximal e de sua capacidade reabsortiva, de forma a
preservar o balanço tubuloglomerular. Observa-se, também, um aumento da reabsorção
no ramo ascendente espesso da alça de Henle, que é diretamente proporcional à taxa de
filtração glomerular. Além disso, a redução no número de néfrons é acompanhada de
aumento da secreção de potássio e da reabsorção de sódio no túbulo distal.
Os sintomas que caracterizam a doença renal aparecem quando são atingidos os
limites desse sistema de adaptação.
A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome clínica, caracterizada pela perda
lenta e progressiva das funções renais. Independente do insulto inicial provocado pela
doença de base, a lesão progride com esclerose glomerular e fibrose interticial,
resultando em insuficiência renal crônica. Devido ao seu caráter irreversível, a grande
maioria dos pacientes evolui para estágios mais avançados, nos quais se fazem
necessários o emprego de uma terapia substitutiva dos rins, a diálise ou transplante
renal2. O número de indivíduos dependentes de diálise vem crescendo substancialmente
no mundo. No censo mais recente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, realizado em
2007, registrou uma prevalência de 383pacientes/milhão de habitantes, sendo a
hemodiálise a modalidade de diálise predominante (90,7%).
A nefropatia em estágio terminal pode resultar de uma grande variedade de
diferentes nefropatias. Atualmente, 50% dos pacientes que evoluem para nefropatia em
estágio terminal: 1. diabetes melitus; 2. glomerulonefrite; ou 3. hipertensão crônica. Com
a nefropatia em estágio terminal vem uma série de problemas relacionados com a
incapacidade do rim de excretar os produtos de excreção, manter o balanço de líquido e
eletrólito e produzir hormônios. Conforme a insuficiência progride, o nível de produtos de
excreção circulantes eventualmente leva aos sintomas de uremia. Sendo está definida
como a Síndrome clínica de mal-estar, fraqueza, náusea e vômito, cãibras muscular e
prurido, gosto metálico na boca e – com freqüência – comprometimento neurológico que
é ocasionado por um nível inaceitável de excreções nitrogenadas no corpo. As
manifestações são um pouco não específicas e variam nos pacientes. Nenhum parâmetro
laboratorial confiável corresponde diretamente ao início dos sintomas.
Pacientes com DRC apresentam não apenas uma perda progressiva e irreversível
da função renal, mas uma complexa síndrome com diversos efeitos nos sistemas
cardiovascular, nervoso, respiratório, músculo-esquelético, imunológico e endócrino-
metabólico. O sistema respiratório é especificamente afetado tanto pela doença como
pelo tratamento dialítico. Pacientes com DRC também apresentam diminuição da
endurance e força muscular respiratória quando comparados a indivíduos saudáveis.
Além da redução da função pulmonar e da força muscular respiratória, pacientes com
DRC submetidos à hemodiálise apresentam variação de peso devido à sobrecarga de
líquido corporal no período interdialítico. Essa sobrecarga em associação com um possível
aumento da permeabilidade capilar pulmonar pode resultar em edema pulmonar e
efusão pleural, alterações que poderiam explicar, pelo menos em parte, a redução da
função pulmonar.
A diálise é uma terapêutica que remove resíduos metabólicos, excesso de líquido
corporal, e também retira aminoácidos, peptídeos e vitaminas hidrossolúveis do paciente.
O acompanhamento médico e nutricional é extremamente importante, uma vez que
algum sinal de depleção nutricional está presente em pacientes mantidos em diálise,
variando de 10 a 70% naqueles em hemodiálise e 18 a 51% na diálise peritoneal.
Apesar dos benefícios dessa terapêutica, que permite prolongar a vida dos
pacientes com DRC, as condições impostas pela doença e pelo próprio tratamento
dialítico resultam em uma série de alterações sistêmicas, metabólicas e hormonais que
podem afetar adversamente a condição nutricional desses pacientes. De fato, a
desnutrição energético-protéica é uma condição freqüente e apresenta uma estreita
relação com a morbidade e mortalidade nos pacientes com DRC.
Além da diminuição do consumo alimentar, dos distúrbios hormonais e das
alterações no metabolismo de proteínas e de energia, que podem contribuir para o
desenvolvimento da desnutrição nessa população, recentemente, o estado inflamatório
tem sido destacado como um fator fortemente associado com a condição nutricional
desses pacientes.
De forma geral, a desnutrição energético-proteíca nos pacientes com DRC parece
ser decorrente tanto de ingestão alimentar reduzida, quanto do aumento do catabolismo
protéico e também do gasto energético.
A desnutrição é um problema comum aos pacientes em programas de diálise
crônica. As causas da desnutrição são múltiplas, como:
- Perdas de aminoácidos (em hemodiálise), de proteínas (em diálise peritoneal) e de
vitaminas hidrossolúveis;
- Alteração do metabolismo de nutrientes, em virtude da uremia e devido às alterações
hidroeletrolíticas, ácido-básicas e hormonais. A intolerância à glicose e a resistência
periférica à insulina, por exemplo, alteram o metabolismo normal de carboidratos e de
proteínas;
- Manifestações gastrintestinais, como gastroparesia, conduzindo às náuseas e aos
vômitos; paladar metalizado e hálito urêmico; alteração da motilidade intestinal
(obstipação ou diarréia), entre outros;
- Interações e competição entre fármacos e nutrientes;
- Depressão e outros distúrbios psicológicos. Estes são problemas constantes nos
pacientes em diálise, e interferem diretamente na quantidade e tipo de nutrientes
ingeridos;
- Anorexia, que pode ocorrer em virtude de alterações físicas (uremia, inflamação,
infecções, sensação de fadiga/cansaço) e psicológicas;
- Doenças intercorrentes e freqüentes, como as infecções, já que a condição imune está
deprimida pela uremia e pela desnutrição;
- Hospitalizações freqüentes, alterando a rotina de vida e alimentar do indivíduo;
- Idade avançada, associada à menor ingestão alimentar;
- Condição sócia econômica baixa;
- Escolaridade; e
- Problemas de dentição e alterações no paladar.
Aos altos níveis de marcadores inflamatórios (PCR e citoquinas), também estão
associados à diminuição do apetite.
2. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
IMC = 62 = 23,13 Kg/m² Eutrófica
(1,64)²
CB = 21,7 cm
De acordo com Frisancho (1990) a medida está abaixo do p5.
A porcentagem de adequação da CB (Blackbum e Thornton, 1979) é de 73,8% que
a enquadra em desnutrição moderada.
Cálculo: Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100/ CB percentil 50
CMB = CB – (DCT x 0,314) = 21,7 – (13 x 0,314) = 17,62 cm
Paciente encontra-se abaixo do percentil 5 (Frisancho, 1981)
Pela porcentagem de adequação da CMB a paciente encontra-se em desnutrição
leve (Blackbum e Thornton, 1979)
Cálculo: Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100/ CMB percentil 50
Dobra Cutânea Triciptal (DCT)
De acordo com Frisancho (1981) a DCT da paciente que é de 13,0mm encontra-se
no percentil 10.
A porcentagem de adequação a enquadra como desnutrida grave pois está muito
abaixo de 70%, pois o valor obtido foi de 55,32% (Blackbum e Thornton, 1979).
Cálculo: Adequação da DCT (%) = DCT obtida (mm) x 100/ DCT percentil 50
Área Muscular do Braço corrigida (AMBc) sem osso
Esse parâmetro teve resultado de 18,2 cm2 ficando abaixo do percentil 5,
caracterizando como desnutrição grave de acordo com Frisancho (1990), Blackbum e
Thornton (1979).
Cálculo: AMBc = [CB - x DCT /10] 2 - 6,5
4
Área de gordura do braço (AGB)
A área de gordura do braço da paciente ficou entre o percentil 5 e o percentil 10
conforme a tabela do autor Frisancho (1990), pois obteve como resultado 12,71 cm2.
Cálculo: AGB = CMB x [DCT/10] - X [DCT/10] 2
2 4
Avaliação Bioquímica:
Valores
verificados
Valores de
referência
Avaliação de
acordo c/ as
referências
Proteínas totais 5,6 g/dL 6,3 – 8,1 g/ml
Albumina 1,4 g/ml 3,2 – 4,5 g/dL
Globulina 4,2 g/ml 2,8 – 3,5 g/dL
Colesterol 280 mg/dL < 200 mg/dL
LDL – C 150,0 mg/dL < 130 mg/dL
HDL – C 30,0 mg/dL > 40 mg/dL
Uréia 50 mg/dL 10 – 45 mg/dL
Creatinina 4,0 mg/dL 0,6 – 1 mg/dL
TG 200 mg/d < 150 mg/dL
Glicose 164,0 mg/dL 75 – 99 mg/dL
Leucócitos 1840.000
cél/mm3
4500 – 11000
cél/mm3
Hemoglobina 9,5 g/dl 12 -16 g/dL
Contagem total de
linfócitos
< 1200/mm3 1500 – 5000/mm3
PCR (Proteína C Reativa) 2,50 mg/dL < 0,8 mg/dL
O Hipotiroidismo altera os lipídios sanguíneos principalmente triglicérides e LDL.
As alterações do perfil lipídico é um fator de risco severo para pacientes com IRC.
Na DRC ocorrem alterações do metabolismo de lipídios. Os lípides circulam no
plasma incorporado a lipoproteínas. Estas últimas são hidrossolúveis e contém um núcleo
lipídico envolto por proteínas específicas (apolipoproteínas), colesterol esterificado e
fosfolípides. Os mecanismos pelos quais a DRC afeta o metabolismo das lipoproteínas
ainda não são bem compreendidos. A alteração quantitativa mais freqüente observada é
a hipertrigliceridemia, decorrente de uma redução da lipólise de lipoproteínas ricas em
triacilgliceróis. Frequentemente também se observa redução do HDL e aumento das
lipoproteínas de densidade intermediária (IDL). Além disso, há alterações na distribuição
de várias apoproteínas.
Geralmente a globulina está aumentada no LES e a hemoglobina diminuída.
Os valores da albumina e da proteína total estam diminuídas como era esperado
na IRC, mas não podemos usar como indicadores do estado nutricional, pois
frequentemente estão alterados por outros fatores como inflamação, infecção e
hidratação.
A uréia reflete a quebra protéica endógena (catabolisada) ou exógena (ingerida).
Pode indicar estado de hidratação. Sofre mais influência do catabolismo protéico do que a
creatinina. Está aumentada na insuficiência renal.
A creatinina é útil na avaliação da função renal. Aumenta na medida em que
diminui o ritmo da filtração glomerular. Diminui com o aumento da filtração glomerular.
Sofre menos influência da dieta do que a uréia e, neste aspecto, é melhor índice de
função renal do que a última. Reflete a soma da ingestão de alimentos ricos em
creatinina (ex. carnes) e produção endógena de creatinina (músculo esquelético). Está
aumentada na IRC.
A glicose no caso de pacientes com IRC pode estar elevada devido à intolerância à
glicose, como provavelmente é o caso. Outros fatores podem ser a pancreatite e a
desnutrição crônica.
A contagem de linfócitos está diminuída como ocorre no LES e na IRC. Na
desnutrição energético-protéica encontra-se diminuída, porém em pacientes dialíticos o
resultado é mascarado, pois ocorre redução da atividade dos linfócitos.
A contagem total de linfócitos também reflete o estado nutricional, porém
aumentam nas infecções aguadas, virais, doenças colagenosas, e diminui nas doenças
relacionadas à deficiência do sistema imunológico e com o uso de corticóides. Valores
menores que 1200 mm3 podem ser significativos na doença renal, como é o caso.
A dosagem de PCR pode ser usada como marcador indireto de subnutrição. Na
doença renal, os altos níveis dessa proteína, são independentes dos baixos níveis de
albumina e presença de doenças cardiovasculares. Entretanto, o processo inflamatório
pode ter papel relevante no desenvolvimento de subnutrição e doenças cardiovasculares
nos estágios iniciais da doença renal. Sendo assim, poderia ser incluído na avaliação
nutricional. Porém o PCR deve ser considerado uma das principais proteínas de fase
aguada, podendo aumentar de 10 a 100 vezes nas primeiras 12h, em processos
inflamatórios, infecciosos, infarto do miocárdio e neoplasias.
Exame Físico
Foi observado queda de cabelo e ressecamento que são ocasionados pela
desnutrição protéico-calórica.
O edema ocorre pela incapacidade do rim (IRC) e também pela baixa quantidade
de proteínas verificadas no exame bioquímico de proteínas totais e de albumina.
A dor à palpação pode ser pela pancreatite diagnosticada.
Sintomas Gastrointestinais
A paciente apresenta náuseas. A principal causa é a uremia, pois a sua toxicidade
causa esse sintoma levando a anorexia na maioria dos casos.
A anorexia também pode ser causada pela deficiência de zinco provocando
disgeusia.
Apesar da paciente está com o IMC dentro da faixa de normalidade ela está com
depleção da massa magra e da massa gorda, pois em todos os outros parâmetros
antropométricos avaliados ela encontra-se abaixo do percentil 10. Sendo classificado
como desnutrição grave.
3. REQUERIMENTOS NUTRICIONAIS ENERGÉTICOS
Peso ideal = 67 kg = IMC 24,9 kg/m2
Calorias: 35 kcal/PI/dia = 35 x 67 = 2345 kcal/dia
Proteínas: 1,2 g/PI/dia.
Lipídios: 25% a 30% do VCT , evitando as gorduras saturadas e trans por causa da
Dislipidemia.
Carboidratos: 55% a 60% do VCT, evitando carboidratos simples por causa do
triglicérides elevado e da glicose também elevada.
Fibras: 20 – 35g
Líquidos: 500 ml + volume urinário de 24 horas = 500 + 800 ml = 1300 ml/dia
Sódio: 1 a 3 g/dia
Potássio: Hipecalemia severa = 1,5 g/ dia
Hipercalemia leve = 2 a 3 g/dia
A quantidade ideal vai depender da freqüência de diálise, volume urinário e do
tamanho corporal do paciente.
Ferro: Recomendações 200 mg ou a quantidade necessária para manter a ferritina
sérica > 10 mg.
Cálcio: 800 a 1500 mg/dia
Fósforo: 800 a 1200 mg/dia
Zinco: 12 -15 mg/dia
Ácido fólico: 1,0 – 5,0 mcg/dia
Vitamina B6: 10 – 50 mcg/dia
Riboflavina: 1,1 – 1,3 mg/dia
Biotina: 30 mcg/dia
Vitamina B12: 2,4 mcg
Tiamina: 1,1 a 1,2 mg
Vitamina D: 0,25 – 0,5 mcg
RECOMENDAÇÃO DIÁRIA DE SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINAS EM DIALISADOS:
Vitamina A e K: não suplementar
Vitamina E (UI): 400 – 800
Vitamina B6 (mg): 10
Vitamina B12 (μg): 2,4
Vitamina C (mg): 75 – 90
Ácido fólico (mg): 1 (aumentar a dose em até 10 mg em casos de hiper-
homocisteinemia)
Niacina (mg): 14 – 16
Biotina (mg): 30
Ácido pantotênico (mg): 5
O paciente com doença renal pode apresentar deficiência de vitaminas
hidrossolúveis, por restrição de alimentos-fonte de fósforo e potássio, e também por
serem vitaminas dialisáveis. A necessidade de suplementação deve ser avaliada de
forma individualizada e depende da avaliação nutricional periódica.
Para melhor adesão da paciente faria recordatório alimentar dos últimos três dias,
freqüência alimentar e verificaria a dieta usual. Assim poderei direcionar o plano
alimentar também para suas preferências pessoais.
Dependendo de suas medicações poderíamos fazer outros tipos de modificações.
4. PLANO ALIMENTAR
Café da manhã:- 165 ml Leite Integral- 9g Achocolatado diet- 35g Queijo Minas- 2 und Pão de forma de Centeio- 16g Requeijão- Banana Colação:- 1 und. Barrra Cereal Diet- 170ml Iogurte de frutas vermelhas diet
Almoço:- 1 Esc M CH Arroz- 1 Co M R Feijão- 2 und. Almôndegas - 1 Esc M CH picada de abóbora cozida- 2 fl G Acelga- 1 Col S CH tiras de Tomate- 165 ml Suco de Laranja- 12g Pudim de Baunilha Diet
Lanche da Tarde- 2 und. Pão forma Integral- 40g ricota- 200ml Iogurte natural desnatado
Jantar:- 150g Arroz integral cozido- 1 Co M R Feijão Carioca Cozido- 4 col. S C couve-flor cozida- 8 col S C Alface lisa crua- 4 col S ralada de Beterraba- 100g Cação em posta cozida- 200ml Suco de Laranja- 70g Chocolate ao Leite diet
Ceia- 200ml Chá Matte- 2 und Biscoito Cream Cracker
6. BALANCEAMENTO DOS NUTRIENTES
Qtde CHO (g) 340,52 x 4 = 1.362,08 Kcal
Qtde PTN (g) 109,01 x 4 = 436,04 Kcal
Qtde LIP (g) 71,56 x 9 = 644,04 Kcal
Valor Calórico Total Real (VCT real) = CHO(kcal) + PTN(kcal) + LIP(kcal)
VCT real = 2.442,16
CHO (55 a 60%)
VCT real = 2442,16 = 100%
1362,08 = X
X = 55,77%
PTN (10 a 15%)
VCT real = 2442,16 = 100%
436,04 = X
X = 17,85%
LIP (25 a 30%)
VCT real = 2442,16 = 100%
644,04 = X
X = 26,37%
Balanceamento de nutrients = 99,99% 100%
7. PRESCRIÇÃO E CONDUTA DIETOTERÁPICA
As metas da terapia nutricional no controle de nefropatia em estágio terminal são
as seguintes:
- Prevenir a deficiência e manter o bom estado nutricional por meio da ingestão
adequada de proteína, energia, vitamina e mineral;
- Controlar o edema e desequilíbrio de eletrólito pelo controle da ingestão de sódio,
potássio e líquido;
- Prevenir ou retardar o desenvolvimento de osteodistrofia renal pelo controle da ingestão
de cálcio, fósforo e vitamina D;
- Capacitar o paciente a ingerir uma dieta palatável, atraente e adequada ao seu estilo de
vida o máximo possível; e
- Para a terapia nutricional ser efetiva em pacientes não internados devemos fazer uma
educação muito mais intensa e freqüente pois o próprio será responsável por sua
alimentação.
A dieta será para a recuperação do estado nutricional, seguindo as características
exigidas para a paciente com IRC em diálise. Como a paciente está com anorexia
iniciaremos a dieta para manutenção do peso, isto é, para ela parar de emagrecer de
acordo com a sua aceitação vamos evoluindo a dieta.
Dieta hipercalórica, hiperproteíca, normolípidica e para controle da glicemia.
FONTES ALIMENTARES QUE DEVEM SER CONSUMIDAS, EVITADAS E
CONTROLADAS
PROIBIDO O CONSUMO DE:
- carambola;
- as especiarias como canela, coentro, cominho, cravo da índia, manjericão, manjerona e
páprica;
- conservas e defumados em geral;
- legumes secos;
- molhos e temperos comerciais (caldo Knorr, maggi, sopas de envelope, ajinomoto);
- condimentos salgados (mostarda, alcaparras, pepinos em conserva, azeitonas, etc.)
- bebidas gasosas, sodas;
- bebidas alcoólicas;
- pastilhas digestivas;
- pastilhas contra tosse;
- chocolate;
- frutas secas.
TEOR DE POTÁSSIO EM PORÇÕES USUAIS DE ALGUNS ALIMENTOS
Alimentos com pequena e média quantidade de potássio (< emEq/porção):
- 1 laranja lima média
- 1 banana maçã média
- 1 caqui médio
- 2 pires de jabuticaba
- 1 fatia média de abacaxi
- 10 morangos
- 1 fatia de melancia
- 1/2 manga média
- 1 pêra média
- 1 pêssego médio
- 1 ameixa fresca média
- 1/2 copo de suco de limão
- 1/2 copo de suco de uva
- 5 folhas de alface
- 2 pires (chá) de agrião
- 1/2 pepino pequeno
- 1 pires (chá) de repolho
- 3 rabanetes médios
- 1 pimentão médio
- 1 tomate pequeno
- 1/2 cenoura média
- 1 pires (chá) de escarola crua
Alimentos com elevada quantidade de potássio ( > 5,1 mEq/porção):
- 1 banana nanica ou prata média
- 1 fatia média de melão
- 1 laranja média
- 1 kiwi médio
- 1/2 abacate médio
- 1 mexerica
- 1/2 copo de água de coco
- 1 fatia média de mamão
- 1 pires (chá) de acelga crua
- 1 pires (chá) de couve crua
- 3 colheres (sopa) de beterraba crua
- 1 pires (chá) de batata frita
- 2 colheres (sopa) de massa de tomate
- 1 concha pequena de feijão
- 1 concha pequena de lentilha
Hortaliças como couve-flor, espinafre, berinjela, vagem, quiabo, brócolis, abobrinha,
batata, mandioquinha e abóbora devem ser cozidas em água e esta deve ser desprezada.
Outros alimentos com elevada quantidade de potássio:
Frutas secas, tomate, extrato de tomate, caldo de cana, oleaginosas (amendoim,
castanha etc.), chocolate, caldas de compotas de frutas, sucos concentrados e
especiarias.
8. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
- Seguir corretamente as refeições, as quantidades e os horários prescritos em sua
dieta;
- Fazer as refeições em local tranqüilo, sentado à mesa e mastigando bem os
alimentos, pois facilitará a digestão dos alimentos;
- Doces, bolos, biscoitos recheados, chocolates, balas, mel, açúcar, enfim, todos os
alimentos que contêm açúcar devem ser evitados;
- Alimentos gordurosos como: bacon, toucinho, banha, pele, frituras, carnes
gordurosas, também devem ser evitados, porque estes possibilitam que apareçam
doenças das veias e do coração. Prefira carnes magras, assadas, cozidas ou bifes
grelhados. Dê preferência às carnes brancas (frango) e peixe;
- Use uma colher de sopa de azeite na salada de seu almoço diariamente. Este ajuda
o corpo a formar o “colesterol bom”, mas CUIDADO!!! Não consuma além do que está
prescrito em sua dieta;
- Toda a alimentação deve ser preparada sem sal. Para melhorar o sabor, use: cebola,
cheiro verde, alho e limão. Quando permitido o sal, coloque-o no prato na hora de
servir (1 tampa de caneta BIC equivale a 1g de sal);
- Mortadela, salame, salsicha, presunto e alimentos em conserva devem ser evitados
porque são ricos em gordura e sal;
- Lembre-se: os vegetais (verduras) são seus grandes aliados, porque além de
controlar a velocidade com que o açúcar vai para o sangue, também ajudam no
funcionamento do intestino (evitam que o “intestino fique preso”). No entanto,
LIVRES: berinjela, pepino, agrião, pimentão, mostarda, abóbora d'água, quiabo,
abobrinha, brócolis, jiló, couve-flor, alface, repolho, cebola.
PODEM SER USADOS EM PEQUENAS QUANTIDADES: chuchu, moranga, ervilha
(natural, não enlatada), vagem.
DEVEM SER EVITADOS (SÃO RICOS EM POTÁSSIO): almeirão, couve, cenoura,
batata inglesa, mandioca, chicória, beterraba, feijão, lentilha, cará, serralha, acelga,
palmito, ervilha enlatada, tomate, espinafre, batata doce, nabo.
- As frutas também contêm fibras que ajudam a diminuir a velocidade com que a
glicose vai para o sangue. No entanto, algumas são ricas em fósforo e potássio e
devem ser evitadas ou consumidas em pequenas quantidades. Preste ATENÇÃO nas
frutas permitidas e nas que devem ser evitadas pelo paciente com insuficiência
renal crônica e diabetes, não esquecendo de seguir as quantidades prescritas:
LIVRES: abacaxi, lima, maçã, melancia, tangerina, manga espada.
PODEM SER USADAS EM PEQUENAS QUANTIDADES: laranja serra d'água, figo,
mamão, caqui, morango, goiaba, caju, pêra, ameixa amarela.
DEVEM SER EVITADAS (SÃO RICAS EM POTÁSSIO): banana, abacate, ameixa
preta.
- O paciente submetido à hemodiálise deve estar atento ao controle do sódio,
potássio, fósforo e líquidos de sua dieta;
- Use adoçante para adoçar bebidas, mas não abuse, pois este pode deixar um gosto
amargo nos alimentos. Sempre conte as gotas quando usa-lo;
- Os alimentos ricos em potássio devem ser cozidos em uma boa quantidade de água
e a mesma deve ser trocada várias vezes. Após o cozimento a água deve ser
desprezada. Mesmo depois desse procedimento seguir as quantidades
recomendadas;
- Carambola é proibida, pois é tóxica para pacientes com doença renal crônico;
- Tomar cuidado a ingestão de sopas, por causa do controle hídrico e por causa do
potássio (devemos cozinhar os legumes antes de consumi-los e desprezar a água do
cozimento);
- Cuidado com o consumo de refrigerantes ou bebidas em geral, principalmente por
causa da restrição hídrica, e lembre-se que algumas bebidas têm alto teor de
fósforo;
- Não fique muito tempo sem se alimentar. Procure comer algo de 3 em 3 horas;e
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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