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ALESSANDRA MOREIRA DE OLIVEIRA ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES POLIMÉRICOS DE POLI(ÁLCOOL VINÍLICO)/ CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA/ IBUPROFENO PARA A UTILIZAÇÃO EM FERIDAS

ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

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Page 1: ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

ALESSANDRA MOREIRA DE OLIVEIRA

ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES

POLIMÉRICOS DE POLI(ÁLCOOL VINÍLICO)/

CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA/ IBUPROFENO PARA A

UTILIZAÇÃO EM FERIDAS

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Alessandra Moreira de Oliveira

Orientadoras:

Dra. Débora Omena Futuro

Dra. Valéria Gonçalves Costa

NITERÓI

2018

Tese de doutorado de Alessandra Moreira de Oliveira

apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde, como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de

doutor em Ciências.

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O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de.

Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/

carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno para utilização em feridas/ Alessandra

Moreira de Oliveira; Orientadoras: Débora Omena Futuro e Valéria Gonçalves

Costa . - Niterói, 2018.

187 f.: il.

Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas

a Produtos para Saúde, Universidade Federal Fluminense, 2018.

1.Tecnologia farmacêutica 2.Cicatrização de ferida 3. Poli(álcool vinílico).

4. Ibuprofeno I. Futuro, Débora Omena, orient. II. Costa, Valéria Gonçalves,

orient. III.Título.

CDD 615.19

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ALESSANDRA MOREIRA DE OLIVEIRA

ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES POLIMÉRICOS DE

POLI(ÁLCOOL VINÍLICO)/CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA/IBUPROFENO

PARA UTILIZAÇÃO EM FERIDAS

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Aplicadas

a Produtos para Saúde, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de doutor em

Ciências.

Orientadoras: Dra. Débora Omena Futuro

Dra. Valéria Gonçalves Costa

Aprovada em 20/03/2018 pela seguinte Banca Examinadora:

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Dedico ao meu Deus todo o fruto de minhas mãos.

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Agradecimentos

Às minhas orientadoras, professora Débora Omena Futuro por todo carinho, respeito

e por sua dedicação para termos sempre o melhor, e à professora Valéria Gonçalves Costa, por

todo esclarecimento prestado em cada etapa desse estudo, permitindo sua concretização.

MUITO OBRIGADA.

A todos os colegas do curso de Pós-Graduação de Ciências Aplicadas a Produtos para

Saúde por todas as experiências compartilhadas, em especial aos colegas do Laboratório de

Tecnologia Farmacêutica.

Aos funcionários da Faculdade de Farmácia/UFF por todo apoio prestado, em especial

à secretária Adelina Iorio.

Às professoras Kátia Gomes de Lima Araújo e Lenise Teixeira, coordenadoras do

curso de Pós-Graduação de Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde por todo o apoio dado

durante esta trajetória.

Aos meus muito amados professores da Faculdade de Farmácia da Universidade

Federal Fluminense, que fazem parte mais uma vez da minha história.

À diretora da Faculdade de Farmácia/UFF, professora Selma Castilho por ser uma

incentivadora permanente de uma Farmácia de excelência. Obrigada pelo seu exemplo e por

seu empenho.

À farmacêutica Hingred Bosch pelo apoio nas atividades iniciais deste estudo e por

todo coleguismo.

À Dra. Valéria Gonçalves Costa pela orientação, pela disponibilidade e oportunidade

de utilização dos laboratórios e equipamentos da Divisão de Processamento e Caracterização

de Materiais.

À toda equipe do Instituto Nacional de Tecnologia. Agradeço especialmente ao

doutorando Ricardo da Silva Souza por sua disponibilidade e por compartilhar tão

respeitosamente seu conhecimento.

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Meu especial agradecimento a Caio Rosemberg Fonseca do Nascimento e ao bolsista

Fernando Alberto Estrela Tremoço pela ajuda e orientação na realização das análises térmicas

e a Marcelo Honório Virgolino pela ajuda na realização dos ensaios mecânicos no Laboratório

de Tecnologia de Materiais Poliméricos (LAMAP/INT). A Rafael de Abreu Vinhosa da Divisão

de Ensaios em Materiais e Produtos (DEMP/INT) pela ajuda na realização dos ensaios de

microscopia óptica. A Rachel Pereira Carneiro do Centro de Nanotecnologia (CENANO/INT)

pelas análises de microscopia eletrônica de varredura. A Antônio José do Nascimento Dias do

Laboratório de Tecnologia de Pós (LATEP/INT) e a Marcelo Ferreira Leão de Oliveira

(LAMAP/INT) pela ajuda e realização das análises de Difratometria de RX.

À aluna de Iniciação Científica Juliana Naveira, por tanto respeito e responsabilidade

por este trabalho.

À equipe da Central Analítica da Faculdade de Farmácia/UFF, em especial à Nelise

Duarte, pelo seu carinho, cuidado e respeito por este trabalho.

Aos meus colegas farmacêuticos pelo compartilhamento de conhecimento.

A todos aqueles que por meio da atividade farmacêutica adquirirem melhoria de

qualidade de vida. Todo meu respeito e dedicação.

À minha irmã Andréa Cristina, por todo seu cuidado comigo. Por se preocupar e por

estar sempre por perto.

Aos meus amados e saudosos pais Alcina e Francisco. Agradeço a Deus por tudo o

que me ensinaram e por terem me guiado por um caminho justo com seus exemplos de vida.

Sempre, sempre amarei vocês.

Ao presente que Deus me deu, com todo Seu amor, minha filha Helena, que me faz

tão bem e que me fez conhecer o melhor de mim. Ser sua mãe é uma dádiva e a maior benção

que Deus poderia ter me dado.

Ao meu amado marido Luís Antônio. Agradeço por ser motivo de escolha da minha

profissão e por todo seu apoio em mais esta trajetória, que não se concluiria sem você.

E finalmente ao meu maior amigo, que norteia sempre meus caminhos e que é

refrigério permanente do meu coração, meu amado Jesus Cristo, Senhor e Salvador de minha

vida, a quem eu dou sempre toda honra, toda glória e todo louvor.

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Desistir... Eu já pensei seriamente nisto,

Mas nunca me levei realmente a sério;

É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas,

Mais esperança nos meus passos, do que tristeza nos meus ombros,

Mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Cora Coralina.

“...e eis que Eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”

Mateus 28:20.

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RESUMO

A busca por novos materiais que sirvam como curativos e promovam o meio adequado

para a cicatrização de feridas, sem cedência de resíduos tóxicos para o leito da ferida e a baixo

custo, é atualmente objeto de pesquisa. Nesse sentido, o presente estudo objetivou desenvolver

um protótipo de um filme polimérico de poli(álcool vinílico) (PVA), carboximetilcelulose

sódica (NaCMC) com atividade anti-inflamatória por meio da incorporação do fármaco

ibuprofeno (IBU) para aplicação em feridas. É apresentada de forma inédita a obtenção da

mistura polimérica via Câmara Interna de Mistura de Reômetro de Torque, sem adição de

aglutinantes ou agentes de reticulação. São expostas todas as etapas de desenvolvimento deste

protótipo desde o controle de qualidade das matérias-primas, passando pelo desenvolvimento

da técnica de preparo das misturas em 14 diferentes condições de processamento, a saber, 120°C

e 140°C (60, 70, 80, 90, 100, 110 e 120 rpm) em 4 minutos de processamento sem o fármaco.

Os materiais processados foram submetidos à análise térmica (calorimetria exploratória

diferencial (DSC), análise termogravimétrica (TGA) e análise estrutural por difratometria de

Raio X (DRX). A partir do material processado na Câmara Interna de Mistura nas 14 condições

descritas foram preparados filmes poliméricos por meio da técnica de vazamento. Suas

propriedades térmicas (DSC e TGA), mecânicas (tração e resistência ao rasgo), de superfície

(microscopia eletrônica de varredura e microscopia óptica), grau de inchamento, DRX e

caracterização química por espectroscopia de absorção no infravermelho foram avaliadas. As

melhores condições de processamento, a saber 120°C, 120 rpm, 4 minutos de processamento

(condição M7) e 140°C, 100 rpm, pelo mesmo tempo de processamento (condição M12) foram

utilizadas para o processamento de filmes de PVA e NaCMC separadamente. As características

destes foram comparadas com as misturas obtidas na CIM, pelos resultados de análise térmica

(DSC e TGA), DRX e ensaio de inchamento, avaliando o nível de interação física destas

misturas. Os filmes preparados nestas condições foram escolhidos para a incorporação do

fármaco IBU na concentração final de ativo de 0,5 mg/cm2, que foram avaliados por sua

capacidade de inchamento e uniformidade de conteúdo, por metodologia analítica revalidada.

Com as técnicas desenvolvidas foi constatado ser possível o desenvolvimento de um protótipo

de um filme polimérico PVA/NaCMC/IBU que reune as características individuais do PVA

(natureza cristalina, fácil processamento, solubilidade em água, biodegradável),do NaCMC

(intensa absorção de água e fluidos e controle de perda de água transepidérmica), além da

atividade anti-inflamatória do IBU com características mecânicas adequadas para uso em

feridas e com capacidade de inchamento e manutenção da integridade em água promovida pelo

processamento em Câmara Interna de Mistura de Reômetro de Torque.

Palavras-chave: Poli(álcool vinílico), carboximetilcelulose sódica, Câmara Interna de Mistura

de Reômetro de Torque, protótipo, curativo.

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ABSTRACT

The search for new materials that serve as curatives and promote the proper means

for wound healing, without yielding toxic waste to the wound bed and at low cost, is currently

the subject of research. In this sense, the present study aimed to develop a prototype of a poly

(vinyl alcohol) (PVA) polymeric film, sodium carboxymethylcellulose (NaCMC) with

antiinflammatory activity through the incorporation of the drug ibuprofen (IBU) for wound

application. It is unprecedented to obtain the polymer mixture through Internal Chamber of

Mixing of Torque Rheometer, without addition of binders or crosslinking agents. All stages of

development of this prototype are discussed, from the quality control of the raw materials,

through the development of the preparation technique of the blends in 14 different processing

conditions, namely 120°C and 140°C (60, 70, 80, 90, 100, 110 and 120 rpm) in 4 minutes of

processing without the drug. The materials were submitted to thermal analysis (differential

scanning calorimetry (DSC), thermogravimetric analysis (TGA) and structural analysis by X-

ray diffraction (XRD). From the material processed in the Internal Chamber of Mixing in the

14 conditions described, polymer films were prepared by means of the casting technique. Its

thermal properties (DSC and TGA), mechanical (traction and tear strength), surface (scanning

electron microscopy and optical microscopy), degree of swelling, XRD and chemical

characterization by infrared were evaluated. The best processing conditions, namely 120°C,

120 rpm, 4 minutes processing (condition M7) and 140°C, 100 rpm, for the same processing

time (condition M12) were used for the processing of PVA films and NaCMC separately. The

characteristics of these were compared to the mixtures obtained in the CIM, by the results of

thermal analysis (DSC and TGA), XRD and swelling test, to evaluate the level of physical

interaction of these mixtures. The films prepared under these conditions were chosen for the

incorporation of the drug IBU at the final active concentration of 0.5 mg/cm2, which were

evaluated for their swelling ability and content uniformity, by revalidated analytical

methodology. With the developed techniques, it was possible to develop a prototype of a

PVA/NaCMC/IBU polymer film that combines the individual characteristics of PVA

(crystalline nature, easy processing, water solubility, biodegradability) of NaCMC (intense

absorption of water and fluids and transepidermal water loss control), as well as the

antiinflammatory activity of the IBU with mechanical characteristics suitable for use in wounds

and with swelling capacity and maintenance of water integrity promoted by the processing in

Internal Rheometer Mix Chamber Torque.

Keywords: Poly(vinyl alcohol), carboxymethylcellulose sodium, Internal Chamber of Torque

Rheometer Mixing, prototype, dressing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Página

Figura 1 Etapas de desenvolvimento do protótipo do filme PVA/NaCMC/IBU. 30

Figura 2 Feridas apresentadas segundo sua aparência a epitelização (ferida limpa, com

pouco ou média quantidade de exsudato); b. gran

ulação (limpa e com exsudato); c. cobertura solta e d, necrótica (ferida seca).

32

Figura 3 Fases de cicatrização de feridas. 34

Figura 4 Representação esquemática da estrutura de uma pele normal (a) e de uma

membrana ideal para curativos (b).

35

Figura 5 Sequência reacional da produção industrial de PVA. 38

Figura 6 Fórmula estrutural da carboximetilcelulose. 42

Figura 7 Representação esquemática da ação de um hidrogel polimérico para

melhorar e acelerar as fases de cicatrização de uma ferida.

47

Figura 8 Fórmula estrutural do IBU. 50

Figura 9 Reômetro de Torque. Câmara Interna de Mistura em detalhe em sua parte

superior.

54

Figura 10 Diferentes tipos de rotores utilizados na Câmara Interna de Mistura: Sigma

(acima, esquerda), Banbury (acima, direita), Cam (abaixo, esquerda), Roller

(ao centro e abaixo, direita), em detalhe rotor tipo Roller para o preparo da

mistura polimérica PVA/NaCMC.

55

Figura 11 Espectrograma na região do infravermelho da amostra de PVA. 68

Figura 12 Espectrograma na região do infravermelho da CMC. 68

Figura 13 Espectrograma na região do infravermelho do IBU. 69

Figura 14 Curva TG ( __)/DTG (----) de PVA. 70

Figura 15 Curva TG ( __)/DTG (----) de NaCMC. 71

Figura 16 Curva TG ( __)/DTG (----) de IBU. 72

Figura 17 Curva DSC do PVA com a demonstração dos eventos térmicos (Tg eTm). 74

Figura 18 Curva DSC do NaCMC com a demonstração do evento térmico (Tg). 74

Figura 19 Equipamento utilizado para a obtenção da mistura PVA/NaCMC. A

CIM acoplada ao misturador modelo Haak Polylab OS (Thermo

Electron CorporationTM). b. Detalhe da mistura formada PVA/NaCMC

não fundido.

76

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Figura 20 Percentual de cristalinidade (Xc) das misturas (M1M14), comparadas

com PVA não processado.

87

Figura 21 Percentual de cristalinidade (Xc) dos pós de PVA processados nas

condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12 (140°C, 100 rpm), comparadas

com PVA não processado.

89

Figura 22 Placa de aço utilizada para técnica de obtenção de filmes por prensagem.

Em detalhe PVA compactado na placa após prensagem a quente e

posterior resfriamento.

94

Figura 23 Discos de PVA obtidos por prensagem à quente na temperatura de 120°C. 97

Figura 24 Discos de PVA obtidos através da prensagem a 140°C. Legenda: Condições

de tempo (minutos) e pressão (toneladas): 1 (5, 8); 2. (5, 9); 3 (4, 10); 4 (4,

11) e 5 (5, 12), em detalhe, melhor condição de compactação.

97

Figura 25 Discos de NaCMC obtidos por meio da prensagem de 2 amostras a 120°C e

140°C.

98

Figura 26 Filme polimérico fino e transparente de PVA/NaCMC obtido por meio da

técnica de vazamento.

99

Figura 27 Moldes preparados para ensaios de (a) tração; (b) inchamento e (c)

rasgamento.

106

Figura 28 Grau de cristalinidade (Xc%) dos filmes das misturas (M1-M14), comparadas

com os filmes de PVA não processado.

114

Figura 29 Grau de cristalinidade (Xc (%)) dos filmes dos polímeros processados

isoladamente e dos filmes oriundos da mistura dos polímeros processados nas

condições M7 e M12 comparados ao filme de PVA não processado.

116

Figura 30 Imagens de MEV de filmes PVA/CMC 9:1 (temperatura (°C) /rotação (rpm),

aumento): a.120/60,2500X; b.120/70, 1500X; c.120/80, 1500X; d.120/90,

1500X; e.120/100, 3000X; f. 120/110, 1500X; g. 120/120, 5000X; h.140/60,

1500X; i.140/70, 3000X; j.140/80, 3000X; l.140/90, 1500X; m.140/100,

1500X; n. 140/110, 1500X; o. 140/120, 1500X; p. PVA/NaCMC sem mistura

em CIM 2500X e q. PVA 1500X. (Em detalhe: seta vermelha: poros

irregulares, seta azul; material depositado).

124

Figura 31 Imagens de MO de filmes com aumento de 500X (temperatura (°C) /rotação

(rpm): a.120/60,; b.120/70, 1500X; c.120/80; d.120/90, e.120/100, f. 120/110,

g. 120/120; h.140/60, i.140/70, j.140/80, l.140/90, m.140/100, n. 140/110; o.

140/120,p. PVA/NaCMC sem mistura em Câmara Interna q. PVA.

125

Figura 32 Imagens de MO de filmes com luz polarizada com aumento de 200X

(temperatura (°C) /rotação (rpm): a.120/60; b.120/70, 1500X; c.120/80;

d.120/90, e.120/100, f. 120/110, g. 120/120; h.140/60, i.140/70, j.140/80,

l.140/90, m.140/100, n. 140/110; o. 140/120,p. PVA/NaCMC sem mistura em

CIM PVA.

126

Figura 33 Filme polimérico com estrutura preservada após 24 horas em água destilada. 128

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Figura 34 Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara

de mistura a 120°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120rpm).

130

Figura 35 Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara

de mistura a 140°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120 rpm).

131

Figura 36 Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara

de mistura a 120°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120 rpm)

por 15 minutos.

131

Figura 37 Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara

de mistura a 140°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120rpm)

por 15 minutos.

132

Figura 38 Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA e NaCMC processados

(condições M7 e M12) e seus respectivos filmes e PVA não processado.

133

Figura 39 Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA e NaCMC processados

(condições M7 e M12) e seus respectivos filmes e PVA não processado por

15 minutos.

134

Figura 40 Espectros de FTIR de filmes PVA/ NaCMC obtidos a 120ºC em diferentes

rotações (rpm): (a) 60; (b); 70; (c) 80; (d) 90; (e) 100; (f) 110 e (g) 120. Em

(h) Filme de PVA puro, sem CIM.

135

Figura 41 Espectros de FTIR de filmes PVA/ NaCMC obtidos a 140ºC em diferentes

rotações (rpm): (a) 60; (b); 70; (c) 80; (d) 90; (e) 100; (f) 110 e (g) 120. Em

(h) Filme de PVA puro, sem CIM.

136

Figura 42 Filmes PVA/NaCMC com IBU. (a) filme obtido da CIM na condição M7 e

(b) filme obtido na condição M12.

139

Figura 43 Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA/NACMC nas condições

M7 e M12 com IBU por 5 horas.

145

Figura 44 Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA/NACMC nas condições

M7 e M12 com IBU por 15 minutos

146

Figura 45 Imagens obtidas por MEV dos filmes PVA/NaCMC/IBU nas condições M7

(a) e M12 (b).

147

Figura 46 Sinal cromatográfico corresponte ao IBU. 149

Figura 47 Gráficos de pureza de pico obtidos nos dias 1 (a), 2 (b) e 3 (c) da validação. 149

Figura 48 Curvas de calibração obtidas nos dias 1 (a), 2 (b) e 3 (c) da validação. 150

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1 Características do PVA consideradas para formulação do filme

polimérico.

40

Tabela 2 Características do NaCMC consideradas para formulação do filme

polimérico.

44

Tabela 3

Dados obtidos no ensaio de pureza. 64

Tabela 4

Dados obtidos no ensaio de determinação do componente volátil. 65

Tabela 5

Dados obtidos no ensaio de determinação do acetato de sódio. 65

Tabela 6 Dados obtidos no ensaio de determinação do conteúdo de cinzas.

65

Tabela 7

Dados gerais obtidos para a determinação do grau de hidrólise. 66

Tabela 8 Dados de análise térmica por TGA de PVA e NaCMC.

71

Tabela 9

Dados de análise térmica por DSC de PVA, NaCMC e IBU.

72

Tabela 10 Condições iniciais de mistura de polímeros na CIM.

76

Tabela 11

Condições na CIM dos polímeros PVA e NaCMC processados

separadamente.

77

Tabela 12 Resultados da TG das misturas obtidas na CIM.

80

Tabela 13 Resultados das curvas TG/DTG dos polímeros puros obtidas na CIM.

82

Tabela 14 Eventos térmicos obtidos por DSC dos pós das misturas PVA/NaCMC

em CIM nas comparados aos polímeros não processados.

84

Tabela 15 Eventos térmicos obtidos por DSC dos pós dos polímeros puros

processados em CIM nas condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12

(140°C, 100 rpm) comparados aos polímeros não processados.

88

Tabela 16 Valores de 2Ɵ e as intensidades correspondentes obtidos a partir dos

difratogramas das misturas obtidas na CIM (M1 a M7) comparados aos

polímeros puros.

90

Tabela 17 Valores de 2Ɵ e as intensidades correspondentes obtidos a partir dos

difratogramas das misturas obtidas na CIM (M8 a M14) comparados

aos polímeros puros.

91

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Tabela 18 Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do

difratograma dos pós dos polímeros puros na CIM nas condições de M7

(120°C, 120 rpm) (M7 e M12) comparados aos polímeros puros.

92

Tabela 19 Condições de prensagem do PVA para obtenção de filme a 120°C.

94

Tabela 20 Condições de prensagem do PVA para obtenção de filme a 140°C.

95

Tabela 21 Condições de preparo dos filmes a partir dos polímeros processados

em CIM.

104

Tabela 22 Resultados TG/DTG dos filmes PVA/NaCMC. 109

Tabela 23 Resultados TG/DTG dos filmes PVA/NaCMC processados em CIM. 110

Tabela 24 Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes das misturas

PVA/NaCMC em CIM comparados aos polímeros não processados.

112

Tabela 25 Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes dos polímeros puros

processados em CIM nas condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12

(140°C, 100 rpm) comparados aos polímeros não processados.

115

Tabela 26 Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes obtidos a partir dos

polímeros PVA e NaCMC processados separadamente em CIM nas

condições M7 (120°C, 120rpm) e M12 (140°C, 100 rpm).

115

Tabela 27 Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do

difratograma dos filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM

(M1-M7) comparados aos polímeros puros.

117

Tabela 28 Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do

difratograma dos filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM

(M8-M14) comparados aos polímeros puros.

118

Tabela 29 Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do

difratograma dos filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM nas

condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12 (140°C, 100 rpm) comparados

aos polímeros puros não processados.

118

Tabela 30 Resultados dos ensaios de resistência à tração e resistência ao rasgo dos

filmes PVA/NaCMC nas condições M7-M14.

121

Tabela 31 Condições cromatográficas do método de detecção/quantificação IBU. 141

Tabela 32 Resultados mecânicos (tração e rasgamento) dos filmes PVA/NaCMC

nas condições M7 e M12 sem e com IBU.

146

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Tabela 33 Resultados de exatidão e precisão intra-ensaio. 151

Tabela 34 Resultados de exatidão e precisão inter-ensaio. 151

Tabela 35 Dados de exatidão e precisão no ensaio de robustez. 152

Tabela 36 Resultados da separação e quantificação de ibuprofeno por CLAE/DAD

nos filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU M7 e PVA/NaCMC/IBU

M12.

153

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

α23 Parâmetro de interação.

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

ATR Refletância Total Atenuada.

ASTM American Society for Testing and Materias.

CIM Câmara Interna de Mistura.

CLAE/DAD Cromatografia líquida de alta resolução acoplada a detector de arranjo de

diodos.

CMC Carboximetilcelulose.

CQA Controle de qualidade alto.

CQB Controle de qualidade baixo.

CQM Controle de qualidade médio.

DRX Difração de RX.

DSC Calorimetria Exploratória Diferencial.

DTG Derivada primeira da TG

GH

HCl

Grau de hidrólise.

Ácido clorídrico

IBU Ibuprofeno.

IFA Insumo farmacêutico ativo.

FP Filme polimérico.

FTIR Infravermelho com transformada de Fourier.

MEV Microscopia eletrônica de varredura

MO Microscopia ótica

NaCMC Carboximetilcelulose sódica

NaOH Hidróxido de sódio

PBS Solução fisiológica de NaCl 0,9%, tampão fosfato salina

PPG-CAPS Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde

PM Peso molecular

PVA Poli(álcool vinílico)

PVAc PVA acetato

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PVC Poli(acetato de vinila)

SQRFB Substância química de referência da Farmacopeia Brasileira

SUS Sistema Único de Saúde

TG Análise Termogravimétrica

Tg Temperatura de transição vítrea

Tm Temperatura de fusão

Tonset Temperatura de início de degradação

Xc Grau de cristalinidade

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SUMÁRIO

Página

CAPÍTULO 1 25

1 INTRODUÇÃO 25

1.1 Justificativa 27

1.2 Metodologia

28

1.3 Limitação do estudo

29

CAPÍTULO 2 31

2 OBJETIVOS 31

2.1 OBJETIVO GERAL 31

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 31

CAPÍTULO 3 32

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E REVISÃO DA LITERATURA 32

3.1 A FERIDA E A ABORDAGEM TERAPÊUTICA 32

3.2 POLÍMEROS: POLI(ÁLCOOL VINÍLICO) E CARBOXIMETILCELULOSE 35

3.2.1 Poli(álcool vinílico)

3.2.1 Poli(álcool vinílico)

37

3.2.2 Carboximetilcelulose 41

3.3 HIDROGEL 45

3.4 AS MISTURAS FÍSICAS POLIMÉRICAS 48

3.5 IBUPROFENO 50

3.6 CÂMARA INTERNA DE MISTURA 52

CAPÍTULO 4 57

4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS POLIMÉRICAS

57

4.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

57

4.2 METODOLOGIA 57

4.2.1 Determinação do grau de hidrólise (GH) de PVA (JIS K 6726, 1994) 57

4.2.1.1 Ensaio de Pureza 59

4.2.1.2 Ensaio de Componente Volátil (R) 59

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4.2.1.3 Ensaio de Acetato de Sódio (N) 60

4.2.1.4 Ensaio de Conteúdo de Cinzas (K) 61

4.2.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho com Transformada de

Fourier (FTIR)

61

4.2.3 Análise por termogravimetria (TG) 62

4.2.4 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) 62

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 63

4.3.1 Determinação do Grau de Hidrólise (GH) de PVA (JIS K 6726) 64

4.3.2 Espectroscopia na região do infravermelho 67

4.3.3 Análises Térmicas: TG e DSC

69

CAPÍTULO 5 75

5 OBTENÇÃO MISTURA POLIMÉRICA PVA/NaCMC PARA PREPARO DE

CURATIVOS

75

5.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS 75

5.2 METODOLOGIA 75

5.2.1 Obtenção da mistura polimérica PVA/NaCMC via CIM

75

5.2.2 Análise Termogravimétrica (TGA) 77

5.2.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) 77

5.2.4 Difratometria de RX (DRX)

5.2.2 A

78

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 79

5.3.1 Análise termogravimétrica das misturas PVA/NaCMC obtidas na CIM e dos

polímeros processados

79

5.3.2 Calorimetria exploratória diferencial das misturas PVA/NaCMC obtidas na

CIM

83

5.3.3 Difratometria de RX misturas PVA/NaCMC obtidas na CIM

89

CAPÍTULO 6 93

6 OBTENÇÃO DOS CURATIVOS POR PRENSAGEM E POR VAZAMENTO 93

6.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

93

6.2 METOLOGIA

93

6.2.1 TÉCNICA 1: OBTENÇÃO DO FILME POLIMÉRICO POR PRENSAGEM

93

6.3 TÉCNICA 2: OBTENÇÃO DOS FILMES POLIMÉRICOS PVA/NaCMC POR

VAZAMENTO

95

6.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

96

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6.4.1 Técnica 1: Obtenção de filmes poliméricos PVA/NaCMC por prensagem

96

6.4.2 Técnica 2: Obtenção de filmes poliméricos PVA/NaCMC por vazamento

6.2.1

98

CAPÍTULO 7

101

7 ENSAIOS COM OS FILMES POLIMÉRICOS PVA/NaCMC 101

7.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS 101

7.2 ENSAIOS COM FILMES POLIMÉRICOS

102

7.2.1 Preparo dos filmes poliméricos

102

7.2.1.1 Filmes obtidos PVA/NaCMC obtidos na CIM – Misturas M1 – M14

102

7.2.1.2 Filmes de PVA e NaCMC puros sem processamento em CIM

102

7.2.1.3 Filmes de PVA/NaCMC obtidos a partir de PVA e NaCMC não processados em

CIM

102

7.2.1.4 Filmes de PVA e NaCMC puros processados em CIM

103

7.2.1.5 Filmes de PVA/NaCMC obtidos a partir de PVA e NaCMC processados em CIM 103

7.2.2 Ensaios Térmicos

104

7.2.2.1 Análise Termogravimétrica (TG)

104

7.2.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

104

7.2.3 Difratometria de RX (DRX)

105

7.2.4 Ensaios mecânicos

105

7.2.5 Morfologia

106

7.2.5.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

106

7.2.5.2 Microscopia Óptica (MO)

106

7.2.6 Determinação do grau de inchamento

107

7.2.7 Caracterização estrutural por FTIR 108

7.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

108

7.3.1 Análise Termogravimétrica (TGA)

108

7.3.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

111

7.3.3 Difratometria de RX dos filmes poliméricos

117

7.3.4 Ensaios Mecânicos

119

7.3.5 Morfologia

122

7.3.5.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Microscopia Ótica (MO)

122

7.3.6 Determinação do Grau de Inchamento

127

7.3.7 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier

134

8 OBTENÇÃO DO FILME POLIMÉRICO COM IBUPROFENO

138

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8.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E

EQUIPAMENTOS

138

8.2 PREPARAÇÃO DOS FILMES POLIMÉRICOS DE PVA/NaCMC/IBU

138

8.3 ENSAIOS COM OS FILMES POLIMÉRICOS

140

8.3.1 Ensaio de Inchamento

140

8.3.2 Ensaios mecânicos

140

8.3.3. Morfologia

140

8.3.4 Ensaio de uniformidade de conteúdo

140

8.3.4.1 Revalidação de metodologia analítica de quantificação de ibuprofeno por

cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos

(CLAE/DAD).

140

8.3.4.1.1 Condições cromatográficas

140

8.3.4.1.2 Preparo da solução-estoque

141

8.3.4.1.3 Determinação da especificidade

142

8.3.4.1.4 Determinação do intervalo 142

8.3.4.1.5 Determinação da linearidade

142

8.3.4.1.6 Determinação da precisão

142

8.3.4.1.7 Determinação da exatidão

143

8.3.4.1.8 Determinação da robustez

143

8.3.4.1.9 Determinação de estabilidade de curta duração (estabilidades de bancada e

bandeja)

20

143

8.3.4.2 Determinação da distribuição do fármaco IBU em filme polimérico PVA/NaCMC

143

8.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

144

8.4.1 Ensaio de inchamento

144

8.4.2 Ensaios mecânicos 146

8.4.3 Morfologia

147

8.4.4 Ensaio de uniformidade de conteúdo

148

8.4.5 Revalidação da metodologia analítica para separação e quantificação do IBU por

CLAE/DAD.

148

8.4.5.1 Especificidade

148

8.4.5.2 Linearidade

150

8.4.5.3 Exatidão e Precisão

150

8.4.5.4 Robustez e estabilidade de curta duração 152

8.4.6 Quantificação de IBU nos filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU

152

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CAPÍTULO 9 155

9 CONCLUSÃO 155

CAPÍTULO 10 157

10 REFERÊNCIAS 157

CAPÍTULO 11

177

11 APÊNDICES 177

11.1 CURVAS TG DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

177

11.2 CURVAS TG DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

177

11.3 CURVAS TG DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC OBTIDAS PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A

120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

178

11.4 CURVAS TG DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE

MISTURA A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

178

11.5 CURVAS TG DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA

INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100

RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

179

11.6 CURVAS TG DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA E

NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES

M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E ISOLADOS E FILMES

DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

179

11.7 CURVAS DSC DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

180

11.8 CURVAS DSC DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ OBTIDAS

PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

180

11.9 CURVAS DSC DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE

MISTURA A 120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

181

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11.10 CURVAS DSC DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE

MISTURA A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

182

11.11 CURVAS TG DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA

INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100

RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

183

11.12 CURVAS DSC DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA E

NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES

M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E ISOLADOS E FILMES

DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

184

11.13 DIFRATOGRAMAS DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS

PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

185

11.14 DIFRATOGRAMAS DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ

OBTIDAS PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS

SEM PROCESSAMENTO

185

11.15 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS

MISTURAS POLIMÉRICAS PVA/NaCMC OBTIDAS PELA CÂMARA INTERNA DE

MISTURA A 120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

186

11.16 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS

MISTURAS POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA

DE MISTURA A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

186

11.17 DIFRATOGRAMAS DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12

(140°C, 100 RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

187

11.18 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA

E NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS

CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E

ISOLADOS E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

OS

187

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25

CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO

Inserido no âmbito da pós-graduação brasileira, o Programa de Pós-Graduação em

Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde (PPG-CAPS) da Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal Fluminense, situada na cidade de Niterói no Rio de Janeiro atua desde

julho de 2008 na formação de mestres e doutores. A formação multidisciplinar a que se propõe

é voltada para a obtenção de novos produtos para a saúde (Brasil, 2016). O Sistema Único de

Saúde (SUS) define juntamente com medicamentos, vacinas, hemoderivados, entre outros, o

objeto de pesquisa do referido programa: “produtos para a saúde”, que são os medicamentos e

materiais de uso em saúde. Estes são classificados como produtos estratégicos dentro do

contexto de uma Política Nacional de Saúde Pública.

O curativo enquadra-se neste conceito, porque consiste em um sistema de aplicação

destinado ao tratamento, sem utilização de meio farmacológico para a realização de sua

principal função em seres humanos. Uma vez que a formulação deste produto tem como destino

o tratamento de feridas, torna-se patente a implantação de boas práticas de fabricação, que além

de ser uma exigência legal, fornece ao produto segurança para uso na população e atende às

exigências sanitárias. Para aqueles produtos não invasivos, os curativos como produtos de baixo

risco, enquadram-se de acordo com o Compêndio da Legislação Sanitária de Dispositivos

Médicos em produtos Classe I, pois estão destinados a entrar em contato com a pele lesada e

devem ser usados como barreiras mecânicas, para absorção de exsudatos ou para compressão.

Devem como objeto de pesquisa ser projetados e fabricados sem o comprometimento da

segurança e do estado clínico do paciente e seus possíveis riscos devem ser aceitáveis em

relação ao benefício proporcionado (BRASIL, 2011).

Em termos de custos, os recursos aplicados em saúde pública para o tratamento de

feridas crônicas como úlceras venosas crônicas em pernas, úlceras em pés diabéticos e úlceras

de decúbito pode chegar a mais de 1 milhão de libras por ano (PERCIVAL et al., 2012), onde

a intervenção precoce e a prevenção reduz não somente tais custos, mas o sofrimento humano

(SCHUE & LANGEMO, 1999).

Atualmente os polímeros são comercializados de acordo com suas características físico-

químicas e de acordo com o propósito de sua utilização, principalmente no que concerne à

aplicabilidade farmacêutica. Quando uma das utilidades é a busca de uma formulação tópica

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26

ideal para o tratamento de feridas, poucos são os materiais farmacêuticos, na prática, que

possuem características ideais. Os polímeros, como materiais de partida para o

desenvolvimento de curativos devem permitir que estes atendam às suas especificações, isto é,

sejam fluidos o suficiente para preencher a ferida, suficientemente coesos para que sejam

removidos intactos, com eficiente contato com a área tecidual e com a capacidade de acomodar

as irregularidades da ferida (MURPHY et al., 2012).

Encontram-se já descritos em literatura trabalhos científicos que utilizaram poli(álcool

vinílico) (PVA) e carboximetilcelulose sódica (NaCMC) ou simplesmente carboximetilcelulose

(CMC) como polímeros base para a elaboração de curativos (LEE et al., 2010; LIM et al.,

2010). Costa, em seu recente trabalho (2012), descreveu o desenvolvimento de hidrogéis de

PVA e CMC para aplicação em curativos. Neste, foi possível obter um filme com capacidade

de inchamento, transparência e resistência mecânica; características estas fornecidas pelo PVA,

além do baixo custo e alto grau de inchamento do CMC. Neste trabalho, o PVA (Sigma-

Aldrich®, grau de hidrólise 98-99%) foi testado em duas diferentes proporções de PVA:CMC

(8:2 e 9:1). A primeira proporção apresentou redução do tamanho de cristalitos relacionado com

o aumento da proporção de CMC, mostrando a viabilidade destes materiais para a formulação

de filmes poliméricos na proporção 9:1.

Para o tratamento de feridas, PVA e CMC são elegíveis como materiais de aplicação

médica. Quimicamente sua alta solubilidade em água, exige a formação de rede para que estes

sejam utilizados como curativos não tóxicos, não carcinogênicos e biocompatíveis (LIM et al.,

2010). A despeito disto, um filme polimérico a base PVA e CMC na mesma formulação, só

está descrito na forma de trabalho científico em poucos artigos (LEE et al., 2010; LIM et al.,

2010; IBRAHIM et al., 2013).

Entre outros usos de PVA/CMC na mesma formulação, as tecnologias observadas na

área médica foram: microesferas de hidrogel para liberação controlada de diclofenaco de sódio

(BANERJEE et al., 2012) e o uso da mistura polimérica na prevenção de adesão pós-cirúrgica

(LANG et al., 2010.; MULLER et al., 2011.; DEERENBERG et al., 2011.; DITZEL et al.,

2012).

A possibilidade da incorporação de fármacos de forma estável também é uma

alternativa interessante e vantajosa na promoção do processo de cicatrização. Isto foi observado

no desenvolvimento de filme com PVA/CMC incorporado com fusidato de sódio, utilizado no

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27

tratamento de infecção da pele e tecidos moles (LEE et al., 2010) e do ácido fusídico e da CMC

para a caracterização do hidrogel de PVA (LIM et al., 2010).

O ibuprofeno (IBU) foi o fármaco de escolha para ser incorporado no filme polimérico,

pois além de facilitar o processo de cicatrização por sua atividade anti-inflamatória, diminui a

dor. Estas são vantagens necessárias na prestação de assistência e cuidados em diversos tipos

de lesões (FOGH et al., 2012).

1.1 Justificativa

O hidrogel PVA/CMC é um material biocompatível que melhora o processo de

cicatrização com a possibilidade de adição de fármacos com potencial efeito cicatrizador (LEE

et al., 2010), o que é enfatizado pelo fato de os polímeros serem extensivamente estudados

como um sistema de liberação de diferentes fármacos, de diferentes modos e de forma segura

(LIECHTY et al., 2010). Ressalta-se ainda que, os copolímeros de PVA tem sido estudados

para esta finalidade devido à sua estrutura que possibilita a liberação de fármacos (VILLAR,

TULLA-PUCHEA & ALBERICO, 2009).

O tratamento de feridas constitui um desafio árduo, pois está intimamente relacionada

à condição fisiológica prejudicada, imobilização, desenvolvimento tumoral ou condições de

base que dificultam o processo de cicatrização. A piora do quadro, traduzida pelo aparecimento

de infecções e necrose, leva ao sofrimento e ao aumento do tempo de internação, além de

constituir uma porta de entrada com involução de quadro por infecções sistêmicas (BECHER

& ABRAHAM, 2009; ECCLESTON, 2016).

Curativos são a via de tratamento para este problema, no entanto, pouco específicos

para cada tipo de ferida, pois a especificidade está restrita à técnica para a realização do mesmo.

E quando específicos são onerosos, o que foge a proposta de uma política de saúde pública

universal (KAMOUN, KENAWY & CHEN, 2017; KAPP & SANTAMARIA, 2017).

As misturas físicas poliméricas, com características de hidrogéis, fornecem

propriedades mais vantajosas em relação aos polímeros puros, que permitem maior

versatilidade na sua utilização como curativos. Além disso, fornece maior elasticidade,

flexibilidade, refrescância, transparência, são de fácil remoção e possuem baixo custo de

material e processo, o que torna este produto uma opção interessante para o desenvolvimento

de curativos para o tratamento de feridas. Principalmente, quando a estes são acrescidos

Page 30: ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

28

fármacos que melhoram o processo de cicatrização (VINKLÁRKOVÁ et al., 2015; KAMOUN,

KENAWY & CHEN, 2017).

Os hidrogéis funcionam principalmente como veículo para fármacos ou produtos

biológicos, substituintes de matrizes e meio para cultura celular. Possuem características

importantes no processo de regeneração, como promoção de permeação de nutrientes, materiais

bioativos e gases, crescimento e migração celular e liberação de agentes cicatrizantes

(fármacos/biológicos) com manutenção da sua forma (ASTM, F2900 -11).

1.2 Metodologia

O presente estudo em todas as suas seis etapas (Figura 1) possui a natureza

exploratório-descritiva acerca dos principais conceitos relacionados ao desenvolvimento,

caracterização físico-química de matérias-primas do protótipo de um novo filme polimérico

com aplicabilidade no tratamento de feridas. Este estudo em seu caráter exploratório irá

estabelecer todas as fases de desenvolvimento necessárias para a obtenção de um protótipo de

um produto para a saúde, a saber, um protótipo de filme polimérico (hidrogel) de

PVA/NaCMC/IBU.

A primeira etapa consistiu na caracterização da matéria-prima empregada (capítulo 4).

Foram realizados estudos térmicos (análise termogravimétrica - TGA e calorimetria

exploratória diferencial - DSC), espectroscopia de absorção no infravermelho com

transformada de Fourier (FTIR) dos polímeros e do fármaco do estudo e em especial, análise

titrimétrica para determinação do grau de hidrólise do PVA de alto grau de hidrólise.

Na segunda etapa, foram estabelecidas as melhores condições de mistura na Câmara

Interna de Mistura (CIM), quanto ao tempo de mistura, rotação e temperatura. A partir destas

condições foram obtidos os materiais de partida para preparo do protótipo do curativo de base

polimérica (capítulo 5). Destas foram escolhidas catorze condições para preparo dos filmes. E

assim catorze materiais de partida que foram estudados quantos às suas características térmicas

(TGA e DSC) e quanto à cristalinidade (DRX). Também foram estudadas as melhores

condições de mistura na Câmara Inter

Na terceira etapa, foi estudada a metodologia para obtenção dos filmes por prensagem

do material em prensa hidráulica, o que se mostrou inviável pela mudança de propriedades do

material de partida. A metodologia de preparo dos filmes por vazamento em molde seguido de

secagem em estufa de circulação de ar foi escolhida e todas as condições para preparo do

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29

protótipo do filme foram estudadas, como tempo e temperatura de secagem e espessura de filme

(capítulo 6).

Foram feitos filmes a partir dos materiais obtidos na CIM, na quarta etapa do estudo.

Estes foram submetidos a ensaios térmicos (TGA e DSC), análise mecânica (ensaios de tração

e rasgamento), análise de superfície (microcopia ótica e de varredura), análise de solubilidade

(ensaio de inchamento) e análise estrutural (FTIR) (capítulo 7).

Na etapa posterior, foram escolhidas as melhores condições de mistura baseadas nas

melhores condições de processamento na CIM para preparo da base polimérica para a

incorporação do insumo farmacêutico ativo (IFA), que no presente estudo é o anti-inflamatório

não-esteroidal ibuprofeno (IBU) (capítulo 7).

Seguiu-se a última etapa, na qual foi desenvolvida a técnica de incorporação do IFA

nos filmes poliméricos dentro das condições escolhidas, partindo-se desde a revalidação da

metodologia por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de

diodos (CLAE/DAD) até a análise de uniformidade de conteúdo destes protótipos por

CLAE/DAD passando pela caracterização dos filmes (capítulo 8).

1.3 Limitações do estudo

A principal limitação do estudo é que o curativo PVA/NaCMC/IBU foi desenvolvido

dentro de parâmetros laboratoriais de produção de um protótipo e não de um produto acabado,

ou seja, de um curativo para ensaios em humanos, o que demanda um tempo maior de pesquisa

não contemplado em uma tese. Tal limitação, no entanto, não ofusca o caráter inovador de um

protótipo de um produto para a saúde, obtido também dentro de uma proposta inovadora de

desenvolvimento para este material, utilizando o processamento via CIM.

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30

Desenvolvimento de protótipo de filme polimérico PVA/NaCMC com Ibuprofeno para o tratamento de feridas.

Etapa 1: Caracterização de matérias-primas.

Determinação do Grau de Hidrólise do PVA 99%.

Espectroscopia no Infravermelho (FTIR):PVA,

NaCMC e Ibuprofeno.

Ensaios Térmicos: Análise Termogravimétrica (TGA) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) do PVA,

NaCMC e Ibuprofeno.

Etapa 2: Obtenção e Caracterização da mistura polimérica PVA/NaCMC via câmara interna de

mistura (CIM).

Determinação das melhores condições de

mistura na Câmara Interna de Mistura (CIM).

Ensaios Térmicos (TGA e DSC) das misturas obtidas

na CIM (M1-M14).

Difratometria de RX das misturas obtidas na CIM

(M1-M14).

Etapa 3: Obtenção dos filmes poliméricos a partir

das misturas M1-M14 e dos polímeros puros.

Técnica 1: Obtenção dos filmes poliméricos por

PRENSAGEM.

Técnica 2: Obtenção dos filmes poliméricos por

VAZAMENTO.

Etapa 4: Caracterização dos filmes poliméricos

sem IBUPROFENO.

Análise Térmica: TGA e DSC.

Análise Mecânica: Ensaios de Tração e de Rasgamento.

Análise de Superfície: Microscopia Ótica (MO) e Microscopia Eletrônica de

Varredura (MEV).

Análise de Solubilidade: Grau de Inchamento.

Análise de Estrutura Cristalina: DRX.

Análise Estrutura: Espectroscopia no

Infravermelho (FTIR)

Etapa 5: Obtenção e Caracterização dos pós e

filmes nas melhores condições de mistura.

Obtenção de pós de PVA e NaCMC na mistura e

isolados nas melhores condições de mistura na

CIM.

Obtenção de filmes a partir dos pós de PVA e

NaCMC na mistura e isolados obtidos na CIM.

Análise Térmica (TGA e DSC) dos pós e filmes

obtidos na CIM.

Análise de Estrutura Cristalina (DRX) dos pós e

filmes obtidos na CIM.

Etapa 6: Obtenção e Caracterização de filme

polimérico com IBUPROFENO.

Incorporação de IBUPROFENO em filme

polimérico.

Revalidação de metodologia

cromatográfica por cromatografia líquida de

alta eficiência (CLAE/DAD).

Análise de Uniformidade de Conteùdo

Análise de Solubilidade: Grau de Inchamento.

Análise de Superfície: MEV

Análise Mecânica: Ensaios de Tração e Rasgamento.

Figura 1. Etapas de desenvolvimento do protótipo do filme PVA/NaCMC/IBU.

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31

CAPÍTULO 2

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver o protótipo de um filme polimérico de PVA/NaCMC com atividade

analgésica pela incorporação de IBU 0,5 mg/cm2 com aplicação clínica direcionada ao

tratamento de feridas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Caracterizar física, química e físico-química dos polímeros constituintes da mistura

física (Determinação do grau de hidrólise, caracterização estrutural por FTIR).

• Desenvolver a técnica de obtenção do protótipo do filme polimérico PVA/NaCMC.

• Caracterizar termicamente por DSC e TGA os materiais de partida e o filme polimérico

PVA/NaCMC e PVA/NaCMC/IBU.

• Avaliar a estrutura cristalina por DRX dos materiais de partida e do filme polimérico

PVA/NaCMC e PVA/NaCMC/IBU.

• Avaliar as propriedades de solubilidade dos filmes de PVA/NaCMC e

PVA/NaCMC/IBU.

• Avaliar as propriedades morfológicas por microscopia óptica (MO) e microscopia

eletrônica de varredura (MEV) dos filmes de PVA/NaCMC e PVA/NaCMC/IBU.

• Avaliar as propriedades mecânicas dos filmes de PVA/NaCMC e PVA/NaCMC/IBU.

• Desenvolver o método de incorporação do fármaco IBU no filme polimérico

PVA/NaCMC.

• Revalidar metodologia analítica de detecção e quantificação de IBU a partir do filme

polimérico PVA/NaCMC por CLAE/DAD.

• Avaliar os filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU por meio de ensaios de uniformidade

de conteúdo do fármaco IBU por CLAE/DAD.

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CAPÍTULO 3

3 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E REVISÃO DA LITERATURA

3.1 A FERIDA E A ABORDAGEM TERAPÊUTICA

A ferida consiste em uma ruptura na pele causada por condição fisiológica, uso de

algum medicamento, dano térmico ou mecânico (figura 2). O registro mais antigo do uso de

produtos para curativos (mel, fios de linho, graxa, carne fresca) data de 3000 – 2500 a.C

(DEALEY, 2001a). A evolução do entendimento do processo de cicatrização das feridas mudou

a compreensão do papel do curativo. Inicialmente existia a crença de que a função primária do

curativo era manter a pele o mais seca possível. O entendimento atual é que manter a umidade

adequada da ferida melhora o processo de cicatrização. Desta forma, portanto, os curativos

deixaram de ser agentes passivos no processo de cicatrização e tornando-se agentes promotores

de um ambiente propício para o tratamento de feridas (ECCLESTON, 2016).

Figura 2. Feridas apresentadas segundo sua aparência. a. epitelização (ferida limpa, com

pouco ou média quantidade de exsudato); b. granulação (limpa e com exsudato); c. cobertura solta e d,

necrótica (ferida seca). (Fonte: ZAHEDI et al.,2010).

As feridas podem ser classificadas como crônicas agudas e pós-operatórias. As

crônicas são de longa duração ou de recorrência frequente, como úlceras de pressão e de perna.

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33

As feridas agudas são caracterizadas por responderem prontamente ao tratamento com fácil

cicatrização, sendo exemplificadas pelas queimaduras, cortes, abrasões e lacerações. São

feridas agudas intencionais as feridas pós-operatórias (DEALEY, 2001b).

Após a lesão tecidual ocasionada por um trauma, são interrompidas conexões

vasculares e nervosas da pele. A partir deste momento, o organismo desencadeia um processo

complexo que envolve processos químicos, físicos e biológicos, com estágios bem definidos,

curso previsível e contínuo: é a cicatrização. Esta pode ser dividida em quatro fases complexas

com diferentes etiologias, a saber: fase inflamatória, fase migratória, fase proliferativa e fase de

maturação (BORGES et al., 2008; ECCLESTON 2016) (Figura 3). De forma reduzida, pode-

se descrever que na primeira fase ocorre hemostasia, migração de leucócitos e início da cascata

tecidual, com diminuição de fluxo sanguíneo devido ao processo inflamatório. A fase de

migração é caracterizada pelo crescimento e pela migração de células epiteliais, fibroblastos e

queratinócitos desencadeados por fatores de crescimento presentes no exsudato. Nesta fase

ocorre a substituição do tecido danificado. Na terceira fase ocorrem três eventos principais:

fibroplasia, angiogênese a partir de vasos sanguíneos adjacentes a ferida e reepitelização com

reestruturação das funções epidérmicas que foram perdidas com a lesão – barreira hídrica,

defesa contra microrganismos, regulação da temperatura e proteção mecânica. Finalmente, na

quarta fase, ocorre mudança do tipo de colágeno (colágeno tipo III por colágeno tipo I) seguida

de uma organização de suas fibras (ISAAC et al., 2010; ECCLESTON, 2016).

A necrose normalmente presente na ferida dificulta este processo de cicatrização uma

vez que impede a transição da fase inflamatória para a fase proliferativa, o que gera crescimento

bacteriano (LUDWIG, EDRALIN & CANADA, 1998).

O entendimento dos eventos celulares e bioquímicos envolvidos durante o processo de

regeneração e reparo tecidual de uma ferida conduz a uma melhor abordagem na escolha do

curativo que deverá ser utilizado. Dentre estes fatores estão: 1. causa da ferida; 2. localização;

3. formato da ferida; 4. tamanho e classificação; 5. quantidade e características do exsudato da

ferida; 6. presença de sinais de infecção; 7. presença de minas e túneis; 8. extensão e

características da ferida com necrose ou escara; 9. percentagem de granulação presente; 10.

condição da pele ao redor da ferida e 11. evidência de cicatrização e dor (HALL, 1997).

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Figura 3. Fases de cicatrização de feridas (Fonte: ISAAC et al., 2010).

No cuidado de feridas, características como 1. classificação da ferida, 2. descrição da

ferida conforme sua profundidade, 3. formato e tamanho da ferida, 4. localização e aparência

da ferida e 5. quantidade de exsudato, são fatores que devem ser avaliados no planejamento dos

cuidados. A quantidade gerada de exsudato em especial, pode variar de acordo com o processo

de cicatrização. A produção de exsudato torna-se maior no estágio inflamatório da cicatrização

(DEALEY, 2001a).

Assim, o desenvolvimento de um novo curativo deve levar em consideração alguns

aspectos práticos: 1. conforto do paciente, 2. custo, 3. efetividade, 4. facilidade de aplicação.

Tais características evitam que futuros produtos venham a aderir na ferida, provocando

desconforto, saiam do seu lugar de aplicação, prejudicando sua ação e sejam acessíveis,

independente da gravidade da ferida. Um produto eficaz deve ser fácil de aplicar, adaptar-se ao

corpo, possuir facilidade de remoção, ser confortável e não deve exigir trocas frequentes. Um

curativo deve ser também absorvente o suficiente para o nível de exsudação apresentado, sob o

risco de promover maceração da pele circundante da ferida (DEALEY, 2001a, DEALEY,

2001b).

O principal atributo de um curativo moderno é criação e garantia de manutenção de um

ambiente no leito da ferida (Figura 4) que facilite o processo de cicatrização, empregando um

tipo de material para cada necessidade de curativo. Na atualidade estes produtos encontram-se

na forma de espumas, géis e filmes finos (BOATENG et al., 2008).

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Figura 4. Representação esquemática da estrutura de uma pele normal (a) e de uma membrana

ideal para curativos (b). Fonte: KAMOUN, KENAWY & CHEN, 2017, modificado.

Assim, dentre os tipos de materiais poliméricos utilizados como curativos, destacam-

se os filmes, as espumas, os alginatos, os hidrocolóides e os hidrogéis. Estes últimos podem

estar na forma de membranas para o tratamento de feridas e possuem as características

necessárias de um curativo ideal: alta capacidade de absorção de exsudato, fácil remoção e

manuseio, não aderência ao tecido, reduz o tempo de cicatrização pela diminuição do processo

inflamatório e da dor, baixo custo. Sua única desvantagem é a baixa estabilidade mecânica

quando o filme se encontra na condição máxima de inchamento quando o produto é composto

por somente um tipo de polímero. Esta dificuldade pode ser resolvida com a associação de mais

de um polímero na formação do curativo (KAMOUN, KENAWY & CHEN, 2017), o que

consiste na proposta do presente estudo.

3.2 POLÍMEROS: POLI(ÁLCOOL VINÍLICO) E CARBOXIMETILCELULOSE

No início do século XX, foram apresentados à humanidade um grupo de produtos que

consistiam em moléculas de alto peso molecular que apresentavam a unidades estruturais

pequenas que se repetiam formando uma longa cadeia denominada polímero. A natureza

semelhante à das moléculas pequenas possibilitou o desenvolvimento de uma grande

quantidade deste tipo de material (MANO, 1991). Dentre as tantas aplicações destes materiais,

alguns se mostraram promissores para o tratamento de feridas como matéria-prima para o

desenvolvimento de curativos (ROY et al., 2010).

A história do desenvolvimento de polímeros data de 1839 com a descoberta do

poliestireno por Eduard Simon. A partir desta data a ciência de polímeros não parou, passando

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por descobertas com ecos até os dias atuais, como o desenvolvimento do processo de

vulcanização da borracha na Inglaterra por Hancock em 1843 até 1912 com a descoberta e

domínio do processo de produção do poli(acetato de vinila) (PVC) por Fritz Klatte. Outros

marcos importantes foram a descoberta em 1936 de poliestireno comercialmente viável na

Alemanha e no mesmo lugar pela BASF, do poliacetileno (AKAY, 2012). Atualmente a

aplicabilidade destes materiais é imensa, em especial na área de biomateriais (KOHANE &

LANGER, 2008; RUAN et al., 2017).

Devido à solubilidade e capacidade de inchamento em água, solvente inócuo e de baixo

custo, os materiais poliméricos solúveis neste solvente possuem diferentes aplicações em

diversos segmentos como a indústria alimentícia, têxtil, tratamento de água, área biomédica e

também farmacêutica. Estes polímeros são macromoléculas com características diversas de

acordo com sua origem. Os de origem sintética são aqueles provenientes de material fóssil ou

renovável. Os chamados polímeros naturais como polissacarídeos, polissilicatos,

polinucleotídeos, são moléculas participantes de organismos vivos e de fundamental interesse

para reposição de materiais estruturais. Já os semissintéticos, são originados de modificações

químicas em polímeros naturais com o objetivo de otimizar estruturalmente estas moléculas

para que sejam processadas e convertidas em outros materiais (CHIELLINI et al., 2003).

Em termos de propriedades de polímeros para a formulação de fármacos, certas

características do material devem ser definidas, para determinação da funcionalidade do

polímero. Alguns parâmetros incluem: temperatura de transição vítrea, massa molecular e

distribuição de massa (fundamentais para a avaliação da cristalinidade e da capacidade de

penetração do solvente), força de resistência à tração, coeficiente de difusão, solubilidade e

dureza (cristalinidade) (FLORENCE & ATTWOOD, 2011).

Para o desenvolvimento de filmes poliméricos, a avaliação de suas propriedades é

fundamental para seu estudo de utilização. Entre elas estão as propriedades térmicas,

mecânicas, de solubilidade, cristalinidade e análise de superfície (PATRO & WAGNER, 2011,

SHARID, MUBASHIR & MUBASHIR, 2014; ARANAZ et al.,2016; YE et al., 2016.,

DUTRA et al., 2017).

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37

3.2.1 Poli(álcool vinílico)

Descoberto em 1924 por Herrman e Haehnel, poli(álcool vinílico) (PVA) (Figura 5) é

um polímero poliidroxilado, comercialmente produzido pela hidrólise de poli(acetato de vinila),

pois seu monômero (álcool vinílico) não é estável em sua forma livre. O poli(acetato de vinila)

é convertido em poli(álcool vinílico) por hidrólise direta ou alcoólise catalítica, com utilização

de ácidos ou bases fortes (MARK et al., 1987).

Possui diversas utilidades, como agente espessante em emulsões e suspensões.

Comparado com outros vinil polímeros (polietileno, poliestireno), é o mais prontamente

biodegradado (BROODY & MARCH, 1997).

O PVA não é produzido diretamente da polimerização do álcool vinílico, uma vez que

este se converte rapidamente em seu derivado enólico instável por tautomeria. Assim sua

produção industrial ocorre por outra via que consiste na metanólise de PVA acetato (PVAc) e

dependendo da extensão desta hidrólise são obtidos PVAs com diferentes graus de hidrólise, o

que interfere diretamente em suas propriedades físico-químicas, em especial solubilidade em

água e cristalização. A presença de grupos residuais acetato enfraquecem ligações hidrogênio

intra e intermolecular, o que facilita a quebra do retículo cristalino (HASSAN & PEPPAS,

2000; CHIELLINI et al., 2003; THE UNITED STATES PHARMACOPEIA, 2008). Por isso

que a solubilização de PVA 100% hidrolisado requer temperaturas altas para dissolução,

mantendo-se em solução a temperatura ambiente após dissolvido (CHIELLINI et al., 2003).

Em um processo industrial contínuo para produção em larga escala, ocorre a

polimerização do acetato de vinila via radical livre seguida de alcoólise alcalina do PVA

(CHIELLINI et al., 2003), como demonstrado na figura 5.

O PVA uma resina funcional sintética, solúvel em água, age como emulsificante e com

habilidade de resistência a óleo. Na produção de filmes, fornece ao material resistência à

abrasão e à tensão e serve como barreira contra o oxigênio em ambientes muito secos (MARK

et al., 1987).

Por ser biodegradável, solúvel em água e não tóxico, o PVA é utilizado em uma

variedade de produtos como componente estrutural de materiais (KANIMOZHI, BASHA &

KUMARI, 2016; FASIHI et al., 2017; TIAN et al., 2017b). Sua aplicabilidade, dadas as

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características físico-químicas, abrange diversas áreas como a biomédica (JIANG, LIU &

FENG, 2011), pois resume características de um composto atraente para aplicabilidade em

humanos: não-tóxico, biodegradável, solúvel em água (KIM et al., 2008).

Figura 5. Sequência reacional da produção industrial de PVA (CHIELLINI et al., 2003).

Apesar de sua utilização na composição de produtos para curativo já ser descrita há

décadas na literatura, o conhecimento do uso e o número de publicações sobre o PVA como

curativo ainda é escasso. No entanto, atualmente as membranas poliméricas híbridas de PVA

são as de eleição para a elaboração de coberturas e curativos (KAMOUN, KENAWY & CHEN,

2017).

A escolha do PVA para curativos, comercializado na forma de diferentes graus, deve

ser baseada em propriedades físicas que interferem diretamente em suas propriedades, a saber:

a. Peso molecular: quanto menor, observa-se uma melhor solubilidade em água,

aumento da flexibilidade; quanto maior, obtém-se o aumento de viscosidade em

água, resistência a solventes, aumento da resistência à tensão do material,

diminuição da solubilidade em água (MARK et al., 1987).

Poli(álcool vinílico)

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39

b. Grau de hidrólise: quanto menor, nota-se o aumento da flexibilidade e solubilidade

em água, quanto maior, ocorre a diminuição da solubilidade em água, aumento da

resistência à tração (MARK et al., 1987).

c. Grau de polimerização: Para PVA com alto grau de hidrólise (98%), a solubilidade

aumenta com a diminuição do grau de polimerização, para o parcialmente

hidrolisado (88%), o grau de polimerização não influencia na solubilidade

(ARANHA & KUCAS, 2001).

A partir das diferentes propriedades, as aplicações do PVA são diversas. Entre elas,

estão: 1. uso como estabilizador para emulsão do PVC e como agente suspensor para reação de

polimerização de poli(cloreto de vinila); 2. adesivos, 3. aditivo em papéis e na área têxtil, 4.

esponjas e filmes. O PVA pode ter diferentes classificações de acordo com o grau de hidrólise

(GH) e o peso molecular (PM). PVA de alto grau de hidrólise influencia nas propriedades de

filme polimérico (FP) como solubilidade aparente, inchamento e permeabilidade. Assim a

seleção do GH é decisiva para a preparação de filmes com as características desejadas (CHAN,

HAO & HENG, 1999). Como exemplo, pode-se citar que para o preparo de hidrogel, a obtenção

de produtos mais rígidos depende da utilização de PVA de alto peso molecular com alto grau

de hidrólise (MURPHY et al., 2012).

Já foi demonstrado por meio de suas propriedades físicas que o acréscimo de PVA em

diferentes misturas possui potencial para aplicabilidade no tratamento de feridas traumáticas e

de lacerações agudas (MURPHY et al., 2012).

Para a escolha de PVA de grau farmacêutico é necessário observar as especificações

que são nomeadas com duas sequências numéricas, a primeira consiste no grau de hidrólise e a

segunda indica a viscosidade aproximada (dinâmica), em solução aquosa a 4% p/v, a 20 ºC em

mPas (THE HANBBOOK OF PHARMACEUTICAL EXCIPIENTES, 2012).

A tabela 1 apresenta as características do PVA que devem ser consideradas para a

formulação do filme polimérico.

A revisão da literatura mostrou diferentes características dos PVA utilizados para

utilização em curativos: 1. PVA de PM 85000-124000 g/mol; grau de hidrólise (GH) 98%

(USLU & AYTIMUR, 2011).

Para outros usos, como por exemplo, a imobilização de lipases, foi utilizado o PVA

com PM 7200 g/mol (DALLA-VECCHIA et al., 2005).

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40

A formação destas misturas poliméricas de PVA com polímeros naturais, quando

comparadas às misturas com polímeros sintéticos, mostrou-se excelente como material de

partida no uso de curativos, devido às suas propriedades físico-químicas garantidoras de um

meio adequado para o processo de cicatrização, como permeabilidade à vapor de água,

capacidade de absorção de água e comportamento mecânico (MOGOSANU &

GRUMEZESCU, 2014; KAMOUN et al., 2015; MASRI, CHAGNON & FAVIER, 2017). O

PVA também melhora as propriedades mecânicas e durabilidade de hidrogéis (LEAWHIRAN,

et al., 2014).

Tabela 1. Características do PVA consideradas para formulação do filme polimérico.

POLÍMERO: POLI(ÁLCOOL VINÍLICO)

Características Referência

Fórmula

molecular (C2H4O)n (n=500-5000)

The United States

Pharmacopeia, 2008.

Descrição Pó granular, sem odor, de

coloração branca a creme.

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

pH 5,0 – 8,0

(em solução).

The United States

Pharmacopeia, 2008.

Peso molecular

(PM) 20000-200000.

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

Viscosidade

Alta

Média

Baixa

PM

aproximado

200000

130000

20000

Viscosidade

dinâmica em

solução aquosa

4% (p/v) a 20 ºC

(mPas).

40,0-65,0

21,0-33,0

4,0-7,0

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

Condições de

estabilidade

Degradação vagarosa a 100ºC e

rápida a 200ºC. Estável na

presença de luz.

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

Função

Agente de revestimento,

fornecedor de viscosidade,

lubrificante, estabilizador de

emulsão e formador de filme

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

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41

POLÍMERO: POLI(ÁLCOOL VINÍLICO)

Características Referência

Aplicações farmacêuticas

(concentração %)

Emulsões (0,5%) Formulações oftálmicas (0,25%)

Loção (2,5%).

The Handbook of Pharmaceutical Excipients,

2012.

Ponto de fusão

(ºC)

228 (para grau de hidrólise

completa)

180-190 (para grau de hidrólise

parcial).

The Handbook of Pharmaceutical Excipients,

2012.

Índice de refração (n25

D) 1,49-1,53.

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

Solubilidade

Solúvel em água, levemente

solúvel em metanol (95%),

insolúvel em solventes orgânicos.

(dissolução com agitação do

sólido em água seguida de

aquecimento a 90ºC por 5

minutos).

The Handbook of

Pharmaceutical Excipients,

2012.

Na área de desenvolvimento de materiais, a promoção de funcionalização de PVA

com polissacarídeos como quitosana, mostra-se promissora de acordo com o objetivo proposto,

com ampla aplicabilidade em diferentes áreas como agricultura, cosmética tratamento de água

e engenharia de tecidos. Na área biomédica em especial, os biomaterias na área da medicina e

biomedicina tem o PVA como candidato de escolha devido à funcionalidade desta substância

(ALVES et al., 2011; RAFIQUE et al., 2016).

3.2.2 Carboximetilcelulose

A celulose é um carboidrato de forma molecular (C6H10O5)n (Figura 6). Seu

monômero, a D-glicose é altamente solúvel em água, o que curiosamente não ocorre com a

celulose, o polímero. Isto é explicado por um fenômeno cinético, onde grupos hidroxila da

celulose, que deveriam ser facilmente solvatados por moléculas de água por meio de ligações

hidrogênio. No entanto, os grupos OH da celulose interagem com moléculas de celulose

vizinhas, o que dificulta a solvatação pela água das moléculas individuais (NICHOLSON,

2006). Assim, a celulose é um polissacarídeo altamente cristalino, rígido e insolúvel em água e

sua aplicabilidade como produto destinado à saúde é resultado de modificações químicas com

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o objetivo de produzir derivados não-tóxicos, não-carcinogênicos, solúveis em água e com

flexibilidade: os ésteres e éteres de celulose (LLOYD et al., 1998).

Figura 6. Fórmula estrutural do carboximetilcelulose sódica.

Fonte: LAWAL et al., 2011.

Interações iônicas entre polissacarídeos iônicos e moléculas de fármaco de cargas

opostas, podem ser controladas com o objetivo de mudar a afinidade entre eles e promover o

controle de liberação do fármaco do sistema. Isto permite o uso destes polímeros em formas

farmacêuticas, podendo o fármaco agir com maior especificidade. Os polissacarídeos iônicos

servem como substituintes de polímeros sintéticos em sistemas de liberação de fármacos. Os

polissacarídeos aniônicos, como o CMC, têm um comportamento de retração em meio básico

e de inchamento em meio ácido. Esta característica pode ser regulada na presença de íons a fim

de aumentar a densidade da rede formada com este polímero, por meio da regulação do grau de

inchamento causada por efeitos osmóticos. Exemplo deste tipo de liberação é o uso de enzimas

intestinais que contribuem para a liberação específica do fármaco, promovendo sua proteção da

degradação ácida ou da diferença de pH entre tecidos saudáveis e tumorais, para selecionar sua

liberação em local específico (LORENZO-ALVAREZ et al., 2013). O NaCMC com seus

grupos aniônicos podem formar hidrogéis com propriedades mecânicas e de inchamento

desejadas de acordo com o agente de reticulação escolhido. Estes hidrogéis possuem aplicações

diversas devido ao comportamento distinto em diferentes meios, como ureia, aspartame, urina

sintética e sucralose além de ser também um carreador, como já visto, pela sua estrutura em

rede com pequenos poros que promovem a liberação de substâncias (LAWAL et al., 2011).

O desenvolvimento de protótipo de curativo com propriedade antibacteriana por

Grumezescu e colaboradores (2014), possui em sua formulação o CMC como polímero

aniônico de escolha. Este protótipo mostrou atividade em diferentes funções vasculares e

respostas inflamatórias, podendo ser usado como suporte de regeneração para pele, além de

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aumentar a resistência à colonização por Staphylococcus aureus. Neste contexto, o CMC não

somente apresenta somente propriedades estruturais, mas também funcionais no processo de

cicatrização.

O CMC é um derivado de celulose formado pela reação com base e ácido cloroacético

(WATER STRUCTURE AND SCIENCE, 2012). Possui ponto de fusão de 274ºC, densidade

de 1,6 g/cm3, solúvel em água e com baixa viscosidade em água (CHEMICAL BOOK, 2008).

As dispersões de CMC são sensíveis às mudanças de pH e seu comportamento relacionado com

a presença de grupamentos carboxilatos (ALLEN, POPOVICH, ANSEL, 2007a).

O CMC já foi previamente utilizado na formação de misturas físicas (LEE et al., 2010;

LIM et al., 2010). Normalmente possui maior estabilidade térmica quando comparada a

polímeros puros, o que contribui para maior estabilidade da mistura física devido às interações

químicas formadas, como ligação de hidrogênio. Misturas físicas poliméricas de poli(álcool

vinílico)/(poli)óxido de etileno tornam-se mais densas na presença de CMC, cuja miscibilidade

entre os polímeros ocorre devido à formação de ligações de hidrogênio entre os grupos hidroxila

da CMC com os grupos carbonila do óxido de polietileno e os grupos hidroxila do poli(álcool

vinílico). Além de promover aumento da resistência mecânica e diminuição da cristalinidade

(GUPTA, AGARWAL & ALAM, 2013). A capacidade absortiva de filme polimérico de CMC

pode ser aumentada devido à presença de grupamentos etéricos (KIBAR & US, 2013), o que

consiste em uma característica interessante que justifica sua utilização em curativos, devido à

geração de exsudatos em feridas crônicas.

Foi demonstrado que o CMC aumenta o efeito de espessamento na formação do

hidrogel com polivinilpirrolidona, além de melhorar as propriedades mecânicas da mistura

física (ROY et al., 2010), o que consiste em características importantes de um filme polimérico

destinado ao uso em curativos. A NaCMC de alto peso molecular em comparação às de baixo

peso molecular promovem a cicatrização mais rápida de feridas em regiões queimadas em ratos,

com melhor controle da perda de água transepidérmica (RAMLI & WONG, 2011).

Para o tratamento de feridas, Rodriguez e colaboradores (2015) já demonstraram a

utilização de gel de CMC 2% magistral no tratamento de úlceras de perna. Os resultados no

referido ensaio clínico não controlado, foram satisfatórios com redução de dor, edema e

maceração, com melhora do processo de cicatrização.

Na tabela 2 são apresentadas as características do NaCMC que devem ser consideradas

para a formulação do filme polimérico:

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Tabela 2. Características do NaCMC consideradas para formulação do filme polimérico.

POLÍMERO: NaCMC (CARBOXIMETILCELULOSE SÓDICA)

Características Referência

Descrição Pó granular branco a quase branco, sem odor e

sabor, com características higroscópicas após

secagem.

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

pH (solução 1%

p/v)

6,0- 8,5 THE USP-NF,

2008.

Viscosidade

Alta

Média

Baixa

(mPa.s)

10-15

1500 -2000

8000-12000

- Em solução aquosa 1% P/V a 25˚C.

- Aumento de concentração resulta

em aumento de viscosidade

- Diminuição permanente de

viscosidade em altas temperaturas;

- Viscosidade estável em pH 4,0-

10,0;

- pH neutro ideal para a manutenção

da viscosidade

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

Condições de

estabilidade

Higroscópico, porém estável; solução aquosa

estável em pH 2,0-10,0. A precipitação pode ocorrer

abaixo deste faixa e o decréscimo da viscosidade,

acima dela.

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

Função Adsorvente, agente emulsificante, agente

aglutinante, desintegrante e fornecedor de

viscosidade.

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

Aplicações

farmacêuticas

Formulações farmacêuticas orais (0,1-1,0%) e

tópicas: aumento de viscosidade

Formulações tópicas, orais (0,1-1,0%) ou

parenterais (0,05-0,75%): agente suspensor

Emulsões: agente emulsificante (0,25-1,0%)

Comprimidos: aglutinante (1,0-6,0%) e

desintegrante

Encapsulação (proteção do fármaco e liberação)

Produção de géis (em altas concentrações – 3,0-

6,0%, de média viscosidade).

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

Ponto de fusão 274ºC Chemical Book,

2008

Solubilidade Praticamente insolúvel em acetona, etanol (95%),

tolueno e éter. Dispersa-se facilmente em água em

todas as temperaturas.

Handbook of

Pharmaceutical

Excipients, 2012.

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45

3.3 HIDROGEL

O termo hidrogel possui diversas definições nas áreas de conhecimento em que estes

produtos são aplicados. O presente estudo aplica-se a área de Medicina Regenerativa, onde

hidrogel é definido como:

“Rede polimérica que incha na presença de água por retenção deste

solvente nos espaços da macromolécula, sem destruir a integridade

estrutural devido a esta reticulação formada”.

(AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS (ASTM) F 2900-11).

A Medicina Regenerativa destina-se à manutenção, restauração e melhoramento das

funções de órgãos e tecidos do corpo humano, que perderam a capacidade de regeneração

(DAAR & GREENWOOD, 2007; ANVISA, 2015a; ASTM F2900-11). Neste ramo

da medicina, os hidrogéis devem possui cinco características principais, a saber: 1. serem

biocompatíveis; 2. possuírem propriedades mecânicas para o fim a que se destinam, 3. serem

capazes de inchar e degradar de acordo com o uso clínico a que se destinam, 4. serem

suficientemente permeáveis para promover liberação de fármacos, viabilidade celular,

eliminação de produtos e transporte de nutrientes e 5. sua combinação com biológicos ou

fármacos não deve alterar as características do produto final (ASTM F2900 -11). Hidrogéis

como produtos biocompatíveis possuem diversas funções no ramo da Medicina Regenerativa,

especificamente na Engenharia de Tecidos. Usos em pele, sistema cardiovascular, cartilagem,

cordas vocais, face, olhos, entre outros podem ser contemplados. Entre estas funções citam-se

produtos para implantes, liberação de fármacos, barreira, biorreatores, preenchedores, em

transplantes e engenharias de tecidos (SLAUGHTER, et al., 2009; SIONKOWSKA, 2011).

A maneira mais comum de estabilização de hidrogéis consiste na reticulação formada

entre as cadeias poliméricas, o que fornece a este material sua principal característica: a

capacidade de reter uma grande quantidade de água em sua estrutura (KAMOUN, KENAWY

& CHEN, 2017). Sobre este ponto de vista, os hidrogéis podem ser classificados em físicos ou

químicos. Os químicos são formados por redes covalentemente ligadas, enquanto os físicos,

também chamados de reversíveis, são redes unidas por forças moleculares e/ou forças

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secundárias, como ligação hidrogênio, forças iônicas ou forças hidrofóbicas (CHANG &

ZHANG, 2011).

Existem metodologias diversas propostas para o preparo destes géis. Os químicos

podem ser preparados por: 1. reação de polímeros no estado sólido ou em solução com ligantes

químicos, radiação ou compostos reativos multifuncionais (diisocianato); 2, copolimerização

de um monômero com um ligante em solução ou com uma macromolécula multifuncional; 3.

polimerização de um monômero com um polímero em estado sólido e 4. conversão química de

um polímero hidrofóbico em um hidrofílico. Dentre os processos para síntese dos hidrogéis

físicos encontram-se: 1. aquecimento ou resfriamento de uma solução com o polímero para a

formação de um gel, 2. formar um gel de uma solução polieletrolítica com íon multivalente de

carga oposta, 3. misturar soluções de policátion com poliânion com formação de gel, 4.

abaixamento de pH, com promoção de formação de ligação hidrogênio entre diferentes

polímeros e 5. formação de uma rede de um polímero em solução aquosa com uso de ciclos de

congelamento e descongelamento para a formação de microcristais do polímero (HOFFMAN,

2002).

Para liberação de fármacos, o polímero de escolha a ser utilizado seja ele, hidrofílico,

hidrofóbico, biodegradável ou não-biodegradável, depende 1. forma de administração, 2.

quantidade de fármaco, 3. duração da liberação e da natureza do fármaco, que deve ser

compatível com o polímero (KOST, 1999).

O hidrogel tem como objetivo manter a umidade no leito da ferida. Deve funcionar

como uma barreira física, que protege a ferida de infecções bacterianas e ao mesmo tempo

promove a migração de fibroblastos necessária ao processo de cicatrização, como já descrito

(Figura 7). Por meio do processo de autólise, amolece e remove o tecido desvitalizado, com

promoção de um debridamento atraumático. Este tipo de curativo é indicado na remoção de

crostas e tecidos desvitalizados com pouca quantidade de exsudato, sendo portanto, contra-

indicado a feridas com exsudação abundante ou feridas infectadas. Este tipo de curativo não

danifica o tecido de granulação e proporciona sensação refrescante (ALMEIDA, 2003.;

(KAMOUN, KENAWY & CHEN, 2017).

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Figura 7. Representação esquemática da ação de um hidrogel polimérico para melhorar e

acelerar as fases de cicatrização de uma ferida (KAMOUN, KENAWY & CHEN, 2017, modificado)

Heyneman em trabalho recente afirma que os hidrocolóides ou hidrogéis quando

comparados em termos de tempo de cicatrização, número de feridas cicatrizadas, facilidade de

manuseio dos curativos, capacidade de absorção, dor e tempo necessário durante a troca do

curativo são menos eficientes, quando comparados com outros curativos, como alginato e filme

de poliuretano. No entanto, apresentam maior eficiência para o tratamento de úlceras de pressão

quando comparados a curativos com soro fisiológico 0,9% ou povidine, quando são

considerados aspectos como número de feridas cicatrizadas, tempo de troca de curativo,

redução da dimensão da ferida, dor durante troca, capacidade de absorção e efeitos colaterais

(2008). Apresentam também boa elasticidade, são flexíveis, refrescantes, semitransparentes,

permitem a observação do processo de cicatrização e de fácil remoção. Essas características

permitem seu uso como material para curativos. Além disso, o baixo custo de materiais e do

processo de produção torna o uso deste material exequível para comercialização (ROY et al.,

2010).

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48

Os hidrogéis de PVA em específico possuem aplicações farmacêuticas e biomédicas

pela sua capacidade de simular o tecido humano, característica relacionada às suas propriedades

(HASSAN & PEPPAS, 2000), com aplicabilidade na área biomédica (MORARIU, S. et al.,

2016) e com a capacidade de liberação de fármacos, como o IBU (SIMIONESCU et al., 2012).

No entanto seu uso isolado como hidrogel utilizado para curativos não fornece a

capacidade de inchamento ou as propriedades mecânicas necessárias para seu uso como

curativo. Os polímeros hidrofílicos, como PVA, mudam propriedades do hidrogel, como

liberação e permeação de fármacos (JIN et al., 2016).

3.4 AS MISTURAS FÍSICAS POLIMÉRICAS

A vantagem da utilização das misturas físicas poliméricas consiste na sua grande

versatilidade em relação ao polímero puro. Conhecer a estrutura morfológica (amorfa ou

cristalina) de uma mistura polimérica é a primeira etapa para uma determinada aplicação. Para

as misturas físicas cristalinas, tem-se como objetivo obter resistência química, enquanto que

para as misturas físicas amorfas, os requisitos principais são resistência ao escoamento e

estabilidade dimensional. É importante também escolher o material que apresente melhor

combinação de propriedades e custo, e escolher corretamente os componentes desta mistura em

concentrações corretas, a fim de otimizar a relação custo/propriedades (SIMIELLI, 1993).

O método mais comum de se preparar uma mistura polimérica é por meio da mistura

mecânica devido ao seu baixo custo e simplicidade de processo (WALSH, 1989).

As propriedades mecânicas de misturas poliméricas homogêneas são aditivas quando

comparadas aos polímeros individuais. A diminuição da ductibilidade ocorre, por exemplo,

devido à diminuição da mobilidade do polímero. Isso é gerado pelas interações entre os

componentes da mistura, o que leva à contração do volume final (WALSH, 1989).

A utilização de misturas melhorou o processo de cicatrização in vivo na promoção da

proliferação de fibroblastos. O filme formado por fibroína e Aloe vera promoveu a diminuição

de tamanho das feridas com organização tecidual (INPANYA et al.,2012).

Atualmente, os curativos modernos possuem vantagens que melhoram o processo de

cicatrização. Seu uso e aplicação são adequados, sem promoção de traumas e com redução de

fármaco. Podem ser de base polimérica, que incluem misturas de polissacarídeos como CMC,

que por sua vez quando associados ao PVA formam filmes com boa plasticidade. Esta

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49

característica em especial é muito importante na modelagem da superfície da ferida. Outro

ponto importante é que a possibilidade de filmes transparentes favorece o monitoramento do

processo de cicatrização (YUDANOVA & RESHETOV, 2006). Isto permite menor número de

trocas e menor custo (CALÓ & KHUTORYANSKIY, 2015).

Estas membranas poliméricas transparentes possuem várias características de

aplicabilidade clínica tanto para usuários quanto para cuidadores, em especial, a equipe de

enfermagem. Para estes, o uso do filme transparente traduz-se em melhor acesso à ferida

durante seu tratamento. Para usuários, estes filmes evitam desconforto, dor, formação de bolhas,

pele irritada e queimada principalmente durante as trocas (MCIE et al., 2009).

As misturas poliméricas de PVA são amplamente descritas na literatura

(TAGHIZADEH, SABOURI & GHANBARZADEH, 2013, FAN et al., 2016; TIAN et al.,

2017a). O uso de dois polímeros hidrofílicos, como PVA e NaCMC conferem propriedades

necessárias de um sistema hidrocolóide no processo de cicatrização, como tensão, bioadesão e

inchamento (JIN et al., 2016).

Para o protótipo em questão, a mistura física polimérica PVA/NaCMC é uma opção

interessante para a utilização em curativos, uma vez que além de serem biocompatíveis, reúnem

as propriedades dos dois materiais, com alta capacidade de intumescimento, alta resistência e

com um método de desenvolvimento de baixo custo (COSTA, 2012). Fisicamente são

polímeros compatíveis, com parâmetro de interação (α23) 0,059 mL-1, o que indica boa interação

quando comparada a outros polímeros compatíveis, devido a seu baixo valor (0,128 e 0,177

mL-1 para metilcelulose e hidroxietilcelulose, respectivamente, por exemplo)

(SUNDARARAJAN & ISLAM, 2009). Lim e colaboradores (2010) observaram a importância

da adição do NaCMC na mistura polimérica. Entre as propriedades observadas, estava o

controle da fração de gel e da força do hidrogel relacionado à redução da reação da formação

da rede polimérica, favorecida pelo PVA. O resultado é um produto com maior absorção de

água, aumento da transmissão de vapor de água, modificação na liberação de fármacos e com

menor estabilidade térmica, uma vez que a perda de dióxido de carbono da NaCMC pode

ocorrer em temperaturas de trabalho. O NaCMC também modifica a trama e a densidade da

mistura, com produção de hidrogéis mais elásticos. Diminui também a força de tensão do

hidrogel e o alongamento à quebra.

Foi demonstrado que hidrogéis de formação local multifuncional promovem analgesia

e regeneração, melhoram a homeostase e inibem processos infecciosos, devido à presença de

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diversos fármacos na mesma formulação, com promoção de importante melhora no tratamento

de feridas (DU et al., 2012).

Alguns produtos incorporados aos polímeros podem melhorar o processo de

cicatrização e serem utilizados no desenvolvimento de curativos, como Aloe vera (USLU &

AYTIMUR, 2011) e IBU (THU, ZULFAKAR & NG, 2012).

3.5 IBUPROFENO

O manejo adequado da dor no tratamento de feridas possui grande impacto nos

processos de regeneração e reabilitação. Os benefícios envolvidos em uma abordagem

adequada, seja farmacológica ou não-farmacológica, beneficiam o processo de cicatrização e

em última análise, a qualidade de vida do paciente, cuja dor experimentada está diretamente

relacionada ao tipo de ferida (BECHERT & ABRAHAM, 2009).

O ácido alfa-metil-4-(2-metilpropil) benzenoacético – ibuprofeno (UNITED STATES

PHARMACOPEIA, 2008) (Figura 8), é um anti-inflamatório não-esteróidedo grupo de

derivados de ácidos arilalcanoicos (assim como: cetoprofeno, diclofenaco, fenoprofeno,

naproxeno, flubiprofeno e loxoprofeno), com atividades antitérmica, analgésica e anti-

inflamatória. Estas ações estão intimamente relacionadas com a produção de prostaglandinas,

cuja síntese é diminuída devido à inibição de outro grupo de enzimas denominadas

ciclooxigenases (sendo o IBU mais seletivo para ciclooxigenase-1) provocada por este grupo

de fármacos. A ação antitérmica relaciona-se em parte à diminuição de prostaglandinas

produzidas em resposta ao aumento de interleucina-1, um pirógeno inflamatório.

Figura 8. Fórmula estrutural do IBU.

A diminuição de prostaglandinas gera menor sensibilização de vias nociceptivas

mediadas por serotonina e bradicinina, observando-se o efeito analgésico. Sua ação anti-

inflamatória está relacionada estritamente à inibição de prostaglandinas 1 e 2 (prostaglandinas

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vasodilatadoras), com diminuição de edema e, por conseguinte, do acúmulo de células

inflamatórias (LARINI, 2008).

Na prática clínica é utilizado para o tratamento de cefaleia, febre, dor de intensidade

leve à moderada, dismenorreia, fechamento do canal arterial (em neonatologia), e doenças

inflamatórias e reumatológicas, como artrite reumatoide juvenil (SANTOS, TORRIANI&

SANTOS, 2013).

Em termos farmacocinéticos, é um fármaco de fácil absorção gastrointestinal, sua

excreção primária é a renal, mas também é excretado nas fezes. É distribuído 90-99% ligado

aproteínas, possui metabolização hepática, tempo de meia-vida de 2-4 horas (SANTOS,

TORRIANI& SANTOS, 2013).

A dose máxima preconizada para absorção via oral em adultos com atividade anti-

inflamatória é de 400-800 mg, 3-4 vezes/dia (máximo 3,2 g/dia). Para ser usado como

analgésico e antipirético a dose máxima chega a 2,4 g/dia (200-400 mg 4-6 vezes/dia)

(SANTOS, TORRIANI & SANTOS, 2013).

O IBU possui características anfifílicas, o que permite que tanto interações

eletrostáticas quanto hidrofóbicas interfiram na interação com polímeros biocompatíveis. Khan

e colaboradores (2011) demonstraram que este fármaco interage tanto com polímeros catiônicos

quanto não iônicos. Em comparação com os aniônicos, estes formam uma interação muito fraca

com o IBU, devido à repulsão ânion-ânion gerada.

O uso de IBU em diferentes materiais para curativos, já está amplamente descrito na

literatura em diferentes sistemas de liberação como espumas (STEFFANSEN & HERPING,

2008; FOGH et al., 2012; CELIK & OKSUS, 2015) e carreadores biopoliméricos e filmes

poliméricos (PAVALOUI, et al., 2014; VINKLÁRKOVA et al., 2015), pois constitui

alternativa no manejo da dor com melhora da qualidade de vida de pacientes (CIGNA et al.,

2009). Curativos com IBU estão relacionados à melhora de qualidade no tratamento, devido

aos efeitos locais dirimidos pelo fármaco, como o controle do processo inflamatório, com

ausência de odor, inflamação, irritação e sangramento (JORGENSEN, FRIIS & GOTTRUP,

2006).

Hidrogéis utilizados como curativos contendo IBU já se encontram descritos em

literatura. Morgado e colaboradores (2017) demonstraram que um hidrogel como sistema de

liberação deste fármaco possui propriedades importantes no processo de cicatrização com

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52

características mecânicas e morfológicas adequadas para aplicação biomédica, com o fármaco

incorporado na cavidade hidrofóbica do carreador. O efeito anti-inflamatório do IBU mostrou-

se fundamental na regeneração tecidual, com prevenção da fase inflamatória excessiva durante

os primeiros estágios do processo de cicatrização, com reparação tecidual mais rápida.

3.6 CÂMARA INTERNA DE MISTURA

A mistura de polímeros para uso em humanos requer técnicas de reticulação física ou

química não tóxicas para a obtenção de um produto para a saúde. A utilização de componentes

de reticulação química pode ser realizada na formulação destes produtos (TIAN et al., 2017a).

Ruiz, Mantecón e Cádiz (2002) utilizaram o polietilenoglicol para a reticulação químca de

hidrogéis de PVA, a partir de copolímeros de álcool vinílico-éster vinílico quimicamente

obtidos. No entanto, o processo de reticulação química de hidrogéis de PVA pode ser realizado

utilizando-se alguns agentes de reticulação como formaldeído, acetaldeído, glutaraldeído e

outros monoaldeídos. Estas substâncias agem normalmente nos grupos hidroxila do PVA, que

em presença de ácido sulfúrico, metanol ou ácido acético formam ligações acetal. O maior

problema, no entanto, é que apesar da facilidade e eficiência do referido processo, tais agentes

são tóxicos e com importantes limitações, quando o produto final destina-se a uso em humanos.

Quando este processo é feito, torna-se imperativo que um mecanismo de extração eficiente seja

realizado com o objetivo de remover estes produtos tóxicos, o que consome tempo. Além disso,

caso esta extração não seja eficiente, o produto final torna-se inviável como produto

farmacêutico, principalmente se o mesmo for carreador de fármacos, pois estes aldeídos podem

promover sua degradação ou diminuir sua atividade biológica (HASSAN & PEPPAS, 2000).

Estes hidrogéis químicos ou permanentes são caracterizados pela presença de ligações químicas

em sua matriz. Estas ligações químicas covalentes são responsáveis diretamente pelo grau de

inchamento do hidrogel, devido ao comportamento polímero-água e pelo grau de reticulação

promovidos por estas ligações (ABUREESH, OLADIPO & GAZI, 2016; GYLES et al., 2017).

Uma alternativa também viável para a reticulação é o uso de feixe de elétrons ou

radiação gama, sem alteração das propriedades físicas do copolímero PVA/CMC (HASSAN &

PEPPAS, 2000; EL-SAYED, 2014; EL-NAGGAR et al., 2017). Fan e colaboradores (2016)

utilizaram radiação gama, como técnica de incorporação de quitosana e gelatina em matriz de

PVA sem prejuízo de propriedades finais do curativo, como alteração de pH, inchamento,

propriedade mecânica e taxa de evaporação de água. Assim, a reticulação física é uma proposta

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53

muito interessante para evitar a liberação de agentes prejudiciais à saúde (HASSAN &

PEPPAS, 2000).

Reômetros de torque são extrusores e misturadores laboratoriais em escala não

industrial. Estes podem mimetizar condições de produção em larga escala dentro do ambiente

laboratorial. A Câmara Interna de Mistura (CIM) consiste em uma câmara aquecida

eletricamente na temperatura de ensaio escolhida, um sistema de alimentação onde a exata

quantidade de material é prensada por meio de um pistão e por rotores que trabalham em uma

velocidade fixa definida (JAHLING, 2010). Estes componentes são essenciais para a relação

na análise de materiais: torque-temperatura-tempo (ALVES et al., 2016). Estes misturadores

são utilizados em diversas áreas da engenharia de cosméticos, alimentos e produtos

farmacêuticos) para o preparo de amostras de termoplásticos aditivados e de elastômeros, além

de compósitos e misturas poliméricas para estudo de características reológicas e

processabilidade de novos materiais (CANEDO & ALVES, 2015).

A CIM (Figura 9) possui algumas aplicações específicas de acordo com a finalidade

desejada. Para processamento em engenharia de materiais, a CIM simula o comportamento do

material na extrusora, com optimização do processo de extrusão. Para o desenvolvimento de

produtos, produz as amostras desejadas para ensaios adicionais e avalia os efeitos em novas

formulações de aditivos. E para a realização de controle de qualidade, compara e testa diferentes

lotes de materiais, realiza ensaios de mastificação e vulcanização para avaliação do

comportamento de mistura de elastômeros e finalmente, testa e certifica a entrada de materiais

(THERMO ELECTRON CORPORATION, 2006).

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Figura 9. Reômetro de Torque. Câmara Interna de Mistura em detalhe em sua parte superior.

Fonte: THERMO ELECTRON CORPORATION, 2006.

A utilização da CIM acoplada ao reômetro de torque auxilia na definição de

parâmetros futuros para a extrusão, pois determina o comportamento de fluxo do material

(SILVA, THIRÉ & PITA, 2004). A velocidade de rotação possui como sensor o próprio rotor,

cuja rotação depende do torque (resistência ao fluxo) e depende das tensões e taxas

elongacionais e de cisalhamento fornecidas pelo material. Já a temperatura é controlada por

termopares ligados à câmara (BARROS, 2007).

Existem diferentes tipos de rotores utilizados de acordo com a natureza do material

(Figura 10). Assim, rotores de baixa intensidade para o processamento de materiais sensíveis

ao processo de degradação e para alimentos são os chamados rotores tipo Sigma, enquanto

rotores tipo Roller são de alta intensidade e usados para a dispersão de cargas particuladas em

compósitos de matrizes termoplásticas

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Figura 10. Diferentes tipos de rotores utilizados na Câmara Interna de Mistura: Sigma (acima,

esquerda), Banbury (acima, direita), Cam (abaixo, esquerda), Roller (ao centro e abaixo, direita), em

detalhe rotor tipo Roller para o preparo da mistura polimérica PVA/NaCMC. (Fonte: Thermo Electron

Corporation, 2006; CANEDO & ALVES, 2015).

As condições operacionais de trabalho são os valores das variáveis do processo de

acordo com o equipamento, material e tipo de processamento. Uma condição operacional

importante é a velocidade de rotação dos rotores, que normalmente giram em diferentes

velocidades e em sentidos opostos, o que gera uma razão entre as velocidades chamada razão

de atrito (g). Os misturadores internos de laboratório, comumente possuem razão de atrito 1,5:1.

Este valor indica que o rotor mais rápido gira a uma velocidade de 50% maior que a do rotor

mais lento. O limite da velocidade permitida depende do tipo de CIM utilizada. Outra condição

é a temperatura de processamento, que consiste na temperatura média do material processado

no interior da câmara. Estas variáveis podem ser programadas em função do tempo de mistura,

isto é, N = N(t) e T0 = T0(t) (velocidade nominal dos rotores e temperatura da parede da câmara

como funções do tempo) (CANEDO & ALVES, 2015)

A avaliação do comportamento de materiais na CIM mostra a variação de torque e de

temperatura ao longo do tempo de processamento, onde o comportamento do torque é

influenciado pela rotação empregada pelos rotores. Muitas informações podem ser avaliadas

durante o processamento; períodos de estabilidade de torque mais longos ou curtos, com

evidenciação de degradação ou não do material, elevação de temperatura da mistura

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(evidenciando também degradação), aparecimento de picos intermediários nas curvas de

torque, entre picos de compactação e degradação quando existentes, com indício de

desestruturação de material, causada por cisalhamento (SILVA, THIRÉ & PITA, 2004).

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CAPÍTULO 4

4 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS POLIMÉRICAS

4.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

• Analisador Termogravimétrico NETZSCH modelo STA 409 PC, equipado com forno

NETZSCH STA 409 PC. Luxx, banho termostatizado JULABO, Unidade de potência

de forno NETZSCH.

• Calorímetro exploratório de diferencial de compensação de potência, modelo Q100 (TA

Instrument®).

• Carboximetilcelulose sódica. Lote: 14031593C; Fornecedor Pharma Nostra® RJ.

• Espectrofotômetro Varian 660-IR FT-IR.

• Ibuprofeno Substância química de referência da Farmacopéia Brasileira (SQRFB).

INCQS- FIOCRUZ. Lote: 1068.

• Poli(álcool vinílico) grau de hidrólise 99%. Lote: 22476. Fornecedor: Inpal. (NF:

18649). Massa molar calculada: 104 – 105 Da (Ensaio de permeação em gel em

Cromatógrafo de Permeação em Gel (GPC/SEC) Malvern®).

4.2 METODOLOGIA

4.2.1 Determinação do grau de hidrólise (GH) de PVA (JIS K 6726, 1994)

Para a determinação de acetato residual (mol %), foram seguidas as etapas

determinadas pela Japanese Industrial Standard (JIS K 6726, 1994). As amostras de PVA

pesadas para análise foram àquelas correspondentes ao GH do polímero de acordo com a

determinação da norma. Assim, para as amostras em triplicata com GH 99%, foram pesados

aproximadamente 3 g (m1=3,001 g; m2=3,000 g; m3=3,002 g). As amostras foram transferidas

para um Erlenmeyer de 250 mL e a este, adicionados 100 mL de água destilada. Esta mistura

foi levada ao aquecimento a 90ºC com agitação por no mínimo 48 horas (até a obtenção de uma

solução límpida). Após o resfriamento a temperatura ambiente, foram adicionadas 3 gotas de

solução de fenolftaleína. À solução foram adicionadas gotas de NaOH 0,1 mol/L até o

aparecimento de coloração vermelho-claro. O volume adicionado foi somado ao volume final

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de NaOH consumido na titulação para a correção do grau de hidrólise. Posteriormente com o

auxílio de uma bureta, 25,00 mL de NaOH 0,1 mol/L previamente padronizados foram

adicionados a esta mistura. O procedimento foi realizado em triplicatas verdadeiras, onde para

cada triplicata foi feito um branco com 100 mL de água destilada.

Posteriormente, cada amostra foi deixada em repouso a temperatura ambiente por

aproximadamente 2 horas. Após este período, foram adicionados com o auxílio de uma bureta

25,00 mL de ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol/L previamente padronizado. A amostra foi

posteriormente titulada com NaOH 0,1 mol/L até a solução tornar-se rósea.

Para o cálculo do GH, foram utilizadas as equações 1, 2 e 3:

Equação 1: X1 = [((a – b) x f x D x 0,06005)) / (S x P/100) x 100)]

Equação 2: X2 = [(44,05 x X1 / 60,05 – 0,42 x X1)]

Equação 3: GH = (100 - X2)

Fonte: JIS, 1994.

Onde:

X1= quantidade de ácido acético equivalente ao radical acetato ácido (%).

X2= radical acetato ácido residual (%).

GH= grau de hidrólise (mol %).

a= volume consumido de NaOH 0,1 mol/L e 0,5 mol/L (mL).

b= volume consumido de HCl 0,1 mol/L e 0,5 mol/L no branco (mL).

f= fator das soluções de NaOH 0,1 mol/L e 0,5 mol/L.

D= concentração da solução (mol/L).

0,06005= peso molecular do ácido acético/1000.

S= massa da amostra (g).

P= pureza da amostra (%). Usar o valor obtido no ensaio de pureza.

44,05= peso molecular do álcool vinílico (u).

60,05= peso molecular do ácido acético (u).

0,42=valor obtido da relação entre X1 e X2. Obtido pela equação 4.

Equação 4: X1= {[((X2 x 60,05 / X2 x 86,09 + (100 - X2)) x 44,05)] x 100}

Fonte: JIS, 1994.

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59

Onde:

86,09= peso molecular do vinil acetato (u).

4.2.1.1 Ensaio de Pureza

Para a determinação da pureza, foi necessária a realização de (1.) ensaio de

componente volátil, (2.) ensaio de acetato de sódio e (3.) ensaio de conteúdo de cinzas, de

acordo com o cálculo de pureza obtido por meio da equação 5. Todos os ensaios foram

realizados em triplicata verdadeira.

Equação 5: P= [100 – (R + N + K – N x 0,378)]

Fonte: JIS, 1994.

Onde:

P= pureza (%).

R= componente volátil.

N= acetato de sódio.

K= conteúdo de cinzas.

0,378= fator de conversão de massa de acetato de sódio em massa de óxido de sódio (peso

molecular de óxido de sódio x 0,5/ peso molecular de acetato de sódio).

4.2.1.2 Ensaio de Componente Volátil (R)

Para o ensaio de componente volátil, foi pesada para cada triplicata uma amostra de 5

g de PVA GH 99% que foram transferidas para um cadinho previamente seco em estufa a

105ºC ± 2ºC, resfriado a temperatura ambiente em dessecador e pesado. Posteriormente foi

pesada para cada triplicata uma amostra de aproximadamente 5 g no cadinho. Cada amostra foi

levada à estufa por 3 h a 105ºC ± 2ºC, deixada a temperatura ambiente em dessecador para

resfriamento e novamente pesada. Para o cálculo de componente volátil (%), foi utilizada a

equação 6:

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Equação 6: R= [(W1 – W2 / W1 – W3) x 100]

Fonte: JIS, 1994.

Onde:

R= Componente Volátil (%).

W1= Massa da amostra e do cadinho ANTES da secagem.

W2= Massa da amostra e do cadinho DEPOIS da secagem.

W3= Massa do cadinho.

4.2.1.3 Ensaio de Acetato de Sódio (N)

O teor de acetato de sódio foi determinado por titulação volumétrica. Foram pesados

5 g de PVA, que foram posteriormente transferidos para um Erlenmeyer de 250 mL. Foram

adicionados posteriormente 150 mL de água destilada. Esta mistura também foi levada a

aquecimento a 90ºC com agitação e refluxo por 24 horas até a completa dissolução do polímero.

Após resfriamento da mistura à temperatura ambiente, foram adicionadas gotas de alaranjado

de metila como indicador. A solução foi titulada com HCl 0,1 mol/L até a coloração da solução

mudar de alaranjado para vermelho. A concentração de acetato de sódio foi calculada de acordo

com a equação 7 (Reação: CH3COONa + HCl → CH3COOH + NaCl):

Equação 7: N= [((a1 – b1) x f1 x D x 0,08203 / S)) x 100]

Fonte: JIS, 1994.

Onde:

N= Acetato de sódio (%).

a1= Volume de HCl 0,1 mol/L na titulação (mL).

b1= Volume de HCl 0,1 mol/L na titulação no branco (mL).

f1= fator do HCl 0,1 mol/L.

D= Concentração do titulante (0,1 mol/L).

0,08203= Peso molecular do acetato de sódio/1000.

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S= Quantidade de amostra (g).

4.2.1.4 Ensaio de Conteúdo de Cinzas (K)

No presente ensaio, cada cadinho (ensaio realizado em triplicata) foi levado à mufla a

uma faixa de 750°C-800°C por aproximadamente 1h. Posteriormente os cadinhos foram

resfriados em um dessecador até a temperatura ambiente e pesados. Nestes foram pesados 3g

de PVA. Às amostras foram adicionados 5 mL de H2SO4 concentrado para que ficasse

uniformemente úmidas. Em uma capela, a amostra foi levada a aquecimento em bico de Bunsen

por aproximadamente 1h até não ser mais observada a formação de uma fumaça branca.

Posteriormente, as amostras foram levadas para a mufla a uma faixa de 750°C-800°C por

aproximadamente 3h até adquirirem coloração branca ou marrom-claro. Os cadinhos com as

amostras foram resfriados até a temperatura ambiente em um dessecador e posteriormente

pesados. O conteúdo de cinzas foi calculado a partir da equação 8:

Equação 8: K = [((W2 – W3) x 0,436 / W1 – W3)) x 100]

Fonte: JIS, 1994.

Onde:

K= Conteúdo de cinzas (%).

W1= Massa da amostra e cadinho antes da ignição (g).

W2= Massa da amostra e cadinho depois da ignição (g).

W3= Massa do cadinho (g).

0,436= Fator de conversão de massa do sulfato de sódio em óxido de sódio (peso molecular do

óxido de sódio / peso molecular do sulfato de sódio).

4.2.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho com Transformada de

Fourier (FTIR)

As amostras utilizadas para o ensaio consistiam em: 1. Pó cristalino de PVA 99% e 2.

Pó fino de aspecto fibroso de CMC. Os espectros foram obtidos no equipamento Varian 660-

IR FT-IR Spectometer na faixa espectral de 4000 a 400 cm-1, com resolução de 4 cm-1 e com

transformada de Fourier. O método utilizado foi por empastilhamento em KBr.

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Para o ensaio do fármaco IBU, foi utilizado o pó do fármaco branco e cristalino. Não

foi feito nenhum preparo prévio da amostra, que foi submetida à análise por Infravermelho com

Transformada de Fourier. O método utilizado de análise foi por refletância total atenuada (ATR)

em cristal de diamante com seleneto de zinco.

4.2.3 Análise por termogravimetria (TG)

A termogravimetria (TG) consiste em uma técnica de análise térmica onde se avalia o

quanto a variação de massa da amostra ocorre em função da temperatura. Torna-se possível

conhecer as alterações que o aquecimento gera na massa das substâncias e assim, a partir desta

análise térmica, caracterizar materiais, estabelecer a estabilidade térmica relativa, acompanhar

reação de oxidação, desidratação, combustão e decomposição (MATOS & MACHADO, 2003).

O estudo de decomposição térmica dos materiais de partida, a saber, PVA, NaCMC e

ibuprofeno (SQRFB) por TG/DTG foi feito em analisador termogravimétrico NETZSCH. As

curvas DTG correspondem à derivada primeira da curva TG e fornecem informações mais

facilmente visualizáveis em relação à TG (MATOS & MACHADO, 2003). Para os polímeros

foi realizada TG dinâmica com aquecimento na faixa de 10°C-400°C, na velocidade de

10°C/min. Posteriormente foi realizado resfriamento até 25°C a uma velocidade de 30°C/min.

A variação de massa utilizada foi de 0,001 mg. Para o IBU, a faixa de aquecimento foi de 40°C-

800°C. O resfriamento foi até 40°C a uma velocidade de 10°C/min.

4.2.4 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A análise térmica por calorimetria exploratória diferencial (DSC) possui como

objetivo principal mensurar as transições relacionadas às mudanças químicas e morfológicas

sofridas pelo material polimérico quando este é aquecido ou resfriado em uma determinada

temperatura (ASTM D 3418-15).

A análise térmica por calorimetria exploratória diferencial (DSC) do PVA, NaCMC e

IBU (SQRFB) foi realizada em calorímetro exploratório diferencial de compensação de

potência, modelo Q100 (TA Instrument®). Para o ensaio foram utilizadas as normas ASTM

D3418-15 e ASTM E1356-08(2014). As transições esperadas são devidas à liberação ou

absorção de energias, correspondentes a sinais endotérmicos e exotérmicos, analisadas com o

objetivo de avaliar as transições, a saber, temperaturas de fusão e transição vítrea (Tm e Tg,

respectivamente) (ASTM D3418-15). Estes são as chamadas transições de primeira ordem e

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dão origem aos sinais endotérmicos (fusão, perda de massa da amostra, dessorção e reações de

redução) e exotérmicos (degradação oxidativa, adsorção, oxidação, cura, reação de

polimerização e cristalização) (MATOS & MACHADO, 2003).

Para os polímeros, as amostras foram previamente pesadas (faixa de massa 10,0-10,3

mg), atendendo o intervalo do método de 5-20 mg para melhor obtenção da Tg, com o auxílio

de uma balança eletrônica com precisão analítica de 6 casas decimais (Balança Sartorius –

Modelo Cubis Series). A constante de calibração do aparelho foi de 1,0903.

As propriedades térmicas dos materiais foram avaliadas por DSC em duas corridas:

após estabilização da temperatura a 40°C, o primeiro ciclo de aquecimento foi feito em uma

faixa de 40°C-150°C, para promover a perda de água, apagar a história térmica dos polímeros,

sem promover a degradação do NaCMC. Este ciclo foi seguido de resfriamento de 150°C a

0°C/min (20°C/min) e um segundo ciclo de aquecimento de 0°C-250°C (10°C/min) e

resfriamento até 40°C (10°C/min).

Para o IBU, foi adaptado o método proposto por Romero e colaboradores (2012). As

análises foram realizadas em uma faixa de 0°C-200°C, a fim de abranger a temperatura de

193,1°C, correspondente a 30 graus abaixo da temperatura de degradação observada (223,1°C)

no ensaio termogravimétrico supracitado. Foi realizado assim, aquecimento até 200°C, com

uma rampa de aquecimento de 20°C/min e depois realizado resfriamento até 0°C (10°C/min).

Foi realizado um segundo ciclo de aquecimento até 200°C (10°C/min).

4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3.1 Determinação do Grau de Hidrólise (GH) de PVA (JIS K 6726)

O PVA é obtido industrialmente por meio da hidrólise alcalina do poli(acetato de

vinila) em solução. Experimentalmente, o PVA pode ser obtido pela hidrólise parcial do

poli(acetato de vinila) em solução de hidróxido de sódio em metanol (GUERRINI et al., 2006).

Dentre os polímeros semicristalinos, o PVA é um dos poucos polímeros solúveis em

água e com boas características mecânicas e interfaciais. Sua solubilidade em água depende

além do grau de polimerização e da temperatura da solução, do grau de hidrólise. Para PVA

98% hidrolisado, a solubilidade diminui com o aumento do grau de polimerização, enquanto

que para o PVA 88% (parcialmente hidrolisado), a solubilidade independe do grau de

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polimerização (ARANHA & LUCAS, 2001). Entende-se, portanto, que o grau de hidrólise

constitui um parâmetro muito importante para a definição das propriedades deste polímero,

sendo, portanto, um ensaio necessário, dentre os ensaios de controle de qualidade do presente

estudo (MANSUR & MANSUR, 2005).

O grau de hidrólise do PVA corresponde à quantidade percentual de hidroxilas no

copolímero (PVA-PVAacetato), após a reação de hidrólise realizada para a obtenção do PVA

em relação ao total de radicais acetato (MANSUR & MANSUR, 2005).

Para a determinação do grau de hidrólise (GH) pode-se utilizar a volumetria de

neutralização como método de análise. O GH obtido por Guerrini e colaboradores (2006) por

meio do índice de saponificação do PVA foi realizado por titulação potenciométrica, onde o

índice de acidez residual (ácido acético) presente no PVA foi titulado.

A determinação do grau de hidrólise por análise titrimétrica do presente estudo foi

realizada pela determinação do acetato residual, por meio das etapas determinadas segundo a

Japanese Industrial Standard. Por meio de uma sequência de análises para a obtenção do

percentual de acetato residual, isto é, ensaio de pureza, determinação de componente volátil,

determinação de acetato de sódio e conteúdo de cinzas, encontra-se o grau de hidrólise (JIS K

6726, 1994).

Os dados gerados em triplicata para todos os ensaios para a determinação do GH

encontram-se nas tabelas 3, 4, 5, 6 e 7.

Tabela 3. Dados obtidos no ensaio de pureza

Dados PVA

Triplicata R (%) N (%) K (%) P (%)

1 5,7 0,8 0,3 93,5

2 5,7 0,8 0,2 93,6

3 5,4 0,8 0,3 93,7

Legenda: R: componente volátil; N: acetato de sódio; K: conteúdo de cinzas; P: pureza da amostra.

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Tabela 4. Dados obtidos no ensaio de determinação do componente volátil

Dados PVA

Triplicata W1 (g) W2 (g) W3 (g) R (%)

1 28,026 27,742 23,024 5,7

2

30,779 30,495

25,776 5,7

3

32,124 31,851

27,122 5,4

Legenda: W1: massa de amostra e cadinho antes da secagem; W2: massa de amostra e cadinho depois

da secagem; W3: massa do cadinho.

Tabela 5. Dados obtidos no ensaio de determinação de acetato de sódio

Dados PVA

Triplicata a (mL) b (mL) F D (mol/L) S (g) N (%)

1 5,200 0,400 1,060 0,100 5,001 0,8

2 4,900 0,400 1,060 0,100 5,002 0,8

3 5,200 0,400 1,060 0,100 5,002 0,8

Legenda: N: acetato de sódio; a: volume de HCl 0,1M consumido na titulação da amostra; b: volume

de HCl 0,1 mol/L consumido na titulação do branco; f: fator de correção do HCl 0,1mol/L; D:

concentração do titulado; S: quantidade de amostra.

Tabela 6. Dados obtidos no ensaio de determinação do conteúdo de cinzas

Dados PVA

Triplicata W1 (g) W2 (g) W3 (g) K (%)

1 30,024 27,222 27,204 0,2

2 24,054 21,067 21,052 0,2

3 21,618 18,638 18,617 0,3

Legenda: W1: massa de amostra e cadinho antes da ignição; W2: massa de amostra e cadinho depois da

ignição; W3: massa do cadinho.

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Tabela 7. Dados gerais obtidos para a determinação do grau de hidrólise

Legenda: a: volume consumido de NaOH 0,5 mol/L na amostra; b: volume consumido de NaOH 0,1

mol/L no branco; F: fator de correção da solução de NaOH 0,5 mol/L; D: concentração do titulante; S:

quantidade de amostra; P:pureza da amostra; X1: quantidade de ácido acético equivalente ao radical

acetato ácido; X2: radical acetato ácido residual; GH: grau de hidrólise.

A geração de dados de pureza, componente volátil, conteúdo de acetato de sódio e

conteúdo de cinzas levou à determinação do grau de GH do PVA do presente estudo, isto é,

alto GH (99%). Pode ser observado que o ensaio se mostrou satisfatório para a confirmação do

GH do PVA (99,6 %; 99,7 %; 99,8 %); Média ± desvio padrão, (99,7 ± 0,1), confirmando o

grau de hidrólise do PVA como material de partida, cuja informação mostra-se fundamental

para o delineamento das etapas futuras do estudo, visto que o GH do PVA afeta a solubilidade,

a umidade, a opacidade, a resistência mecânica e o brilho de filmes de base polimérica

(MORAES et al., 2008; NGUYEN & LIU, 2013).

Muitos são os estudos de preparo de filmes de base polimérica (PVA) em solução

aquosa (YAO et al., 2011., SILVA et al., 2012., YOON, PARK & BYUN, 2012, BAY et al.,

2015). A dissolução de amostras de PVA de alto GH ou totalmente hidrolisados exigem

normalmente temperaturas superiores a 90°C para sua completa dissolução água, após

dissolução a temperatura ambiente (KENAWY et al., 2007, LEI & LI LI, 2009). O

conhecimento do padrão de solubilidade deste polímero é, portanto, fundamental para todo o

seguimento dos estudos de preparo dos filmes cujas características físico-químicas estão

intimamente relacionadas a esta propriedade.

O GH do PVA de trabalho não influencia somente na solubilidade do polímero em

água, mas também em outras propriedades, como o comportamento de revestimento. PVA de

alto GH possuem uma tensão superficial maior e uma maior capacidade de absorção superficial

do polímero, possibilitando uma cobertura mais estável (CHU et al., 2007).

Sendo assim, estudos de controle de qualidade que atestem características físico-

químicas norteadoras do estudo, como determinação do GH, devem ser realizados, sem prejuízo

Dados PVA

a(mL) b (mL) F D(mol/L) S (g) P (%) X1 (%) X2 (%) GH (%)

7,40 4,50 0,93 0,10 3,001 93,5 0,57 0,42 99,6

7,00 4,50 0,93 0,10 3,000 93,6 0,43 0,32 99,7

7,00 5,80 0,93 0,10 3,002 93,7 0,21 0,15 99,8

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67

da determinação de outras propriedades como grau de saponificação, viscosidade, transparência

ou pH (JIS K 6726, 1994).

4.3.2 Espectroscopia de absorção na região do infravermelho

O infravermelho, juntamente com outros métodos espectroscópicos (ressonância

magnética nuclear, espectroscopia de massas) é considerado um método eficaz para o auxílio

na elucidação estrutural de substâncias, assim como na determinação de sua pureza (LOPES &

FACIO, 2004). Nos assinalamentos do espectro do PVA (Figura 11), observa-se absorção forte

em 3250 cm-1 para álcool (3650-3100 cm-1), absorção média para carbono sp3 (3000-2840 cm-

1) e absorção em 1046 cm-1 para álcool primário (aproximadamente 1050 cm-1). Para o NaCMC

(Figura 12), foi observada absorção forte em 1731 cm-1 para éster (1750-1670 cm-1); 1088,4

cm-1 para alquil éter (1150-1080 cm-1); estiramento em 1023 cm-1 para álcool primário

(aproximadamente 1050 cm-1), com absorção forte em 3311 cm-1 para álcool (3650-3100 cm-1)

e absorção média em 2910 cm-1 para carbono sp3 (3000-2840 cm-1).

Em virtude do seu futuro uso na incorporação de filmes para feridas como fármaco de

escolha, o espectro de absorção no infravermelho do IBU foi obtido e seus assinalamentos (em

detalhe) em acordo com aqueles descritos em literatura (JAPÃO, 2011) (Figura 13).

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68

Figura 11. Espectrograma na região do infravermelho da amostra de PVA. Em detalhe espectrograma

do infravermelho de referência do PVA (Fonte: SciFinder Web (CAS Chemical Abstract Service).

Figura 12. Espectrograma na região do infravermelho do CMC. Em detalhe Espectrograma na região

do infravermelho de referência do CMC. (Fonte: SciFinder Web - CAS Chemical Abstract Service).

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69

Figura 13. Espectrograma na região do infravermelho do IBU. Em detalhe Espectrograma na região do

infravermelho de referência do ibuprofeno (Fonte: Japão, 2011).

O espectro de infravermelho do IBU (SQRFB) mostrou correspondência com o

descrito em literatura. As bandas características correpondentes ao estiramento C=O e -OH

(1708 cm-1 e 2954 cm-1) foram observadas. Deformação de banda axial relacionada ao

acoplamento de deformação angular para o plano de ligação -OH e a deformação axial C-O,

características de ácido carboxílico (1419 cm-1 e 1230 cm-1) também foram observadas. Além

das bandas intensas observadas para ácido carboxílico em 2920 cm-1 e 1708 cm-1, relacionadas

ao estiramento do grupo carbonila e hidroxila, vibração de estiramento assimétrico CH2 (2920

cm-1), deformação tipo “rocking” do grupo CH3 (933 cm-1) e vibração tipo “rocking” em plano

do grupo CH2 (~522 cm-1) (MATKOVIC, VALLE & BRIAND, 2005, NOKHODCHI, AMIRE

& JELVEHGARI, 2010, RAY et al., 2010, RAMUKUTTY & RAMACHANDRAN, 2012).

4.3.3 Análises Térmicas: TG e DSC

Foram verificadas por meio das curvas TG/DTG dos polímeros as alterações

provocadas pelo aquecimento até 400C. A análise dos resultados destas curvas determina a

estabilidade térmica dos materiais. A estrutura cristalina do PVA demanda gasto energético

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para destruição do retículo cristalino (IBRAHIM et al., 2013). Nas figuras 14 e 15 constam as

curvas TG/DTG dos polímeros PVA e NaCMC respectivamente. Pode ser observado que as

temperaturas de degradação de ambos são próximas (TdegradaçãoPVA= 277,2C e TdegradaçãoNaCMC=

294,4C). De acordo com a literatura, em termos de estabilidade térmica, o PVA sofre gradual

descoloração acima dos 100°C, escurece rapidamente acima dos 150°C e sofre rápida

decomposição acima dos 200°C. Foi observada, no entanto, que a Tonset (temperatura de início

extrapolado da degradação do material) ocorreu somente acima de 260,5°C (MARK et al.,

1987). (Tabela 8). Para o NaCMC este resultado pode ser atribuído à etapa de decomposição

de sua cadeia lateral e perda de CO2, o que justifica igualmente a maior temperatura de pico do

NaCMC, com maior variação de massa e perda mássica de NaCMC (294,4°C; 52,12%),

comparada ao PVA (277,7°C; 81,16%) (EL-SAYED et al., 2011).

Figura 14. Curva TG ( ) /DTG (----) de PVA.

Temperatura (°C)

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71

Figura 15. Curva TG ( ) /DTG (----) de NaCMC.

Tabela 8. Dados de análise térmica por TGA de PVA e NaCMC

Polímeros constituintes do filme polimérico

Rotação Tonset (C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica (%)

Massa

residual (%)

Tempo

(min)

PVA 260,5 277,7 81,16 18,80 38,0

NaCMC

280,6

294,4

52,12

47,88

38,0

A análise do TG/DTG do IBU reflete o comportamento de uma substância pura com

ponto de fusão bem caracterizado (80,4°C), mas diferente da faixa de fusão esperada (75-78°C)

para a forma ácida racêmica (THE MERCK INDEX, 1996), resultado aceitável devido ao erro

do instrumento de até dois graus. A avaliação da atividade térmica do IBU (Tonset =172,4°C) e

da temperatura de degradação experimental (223,1°C) DTG (figura 16) fornecem informações

sobre a estabilidade térmica do fármaco necessária para preparo do filme polimérico.

Temperatura (°C)

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Figura 16. Curva TG ( )/DTG (----) do IBU.

Os dados de análise térmica por DSC dos polímeros PVA e NaCMC e do IBU estão

descritos na tabela 9. Para análise da transição vítrea, foram obtidos a faixa de transição vítrea

e o midpoint (KIBAR & US, 2013), a transição relacionada à fusão (Tm) e a entalpia de fusão

(∆Hf). Todos os dados foram adquiridos a partir da segunda curva de aquecimento. Estes foram

utilizados não somente para a caracterização do material, mas para comparação de suas

propriedades no processo de obtenção do filme.

Tabela 9. Dados de análise térmica por DSC de PVA, NaCMC e IBU.

Amostras Eventos Térmicos

Faixa Tg (C) Tg (C) Tm (C) ∆Hf

(J/g) Início Fim Midpoint

PVA

66,00 96,56 83,85 229,01 33,37

NaCMC

96,63 121,61 119,24 - -

IBU 77,68 82,85 84,88 80,36 135,60 Legenda: Tg: temperatura de transição vítrea; Tm: temperatura de fusão; ∆Hf: variação de entalpia da

fusão.

Temperatura (°C)

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Diversos são os estudos térmicos do IBU. O comportamento térmico por meio da análise

TG/DTG do fármaco realizada por Lerdkanchanaporn demonstrou duas TGs (119,7°C e

237,7°C) (1999). O estudo térmico realizado por Tita e colaboradores (2011) demonstrou que

o IBU é estável até 175°C e apresenta perda mássica entre (175°C e 290°C). O estudo de DSC

mostrou um pico endotérmico a 78,5°C e Tonset de 72,4°C, com decomposição em 271°C.

Mohamed e colaboradores (2012) provaram por análise térmica diferencial do IBU

que a decomposição do mesmo ocorre em três regiões endotérmicas principais, a saber 80-100,

150-220 e 290-360°C. A análise termogravimétrica do mesmo estudo demonstrou que a

decomposição completa do fármaco ocorre entre 80-400°C, com perda mássica de 99,35%, cuja

principal perda ocorre a 191,62°C, o que não corrobora com o presente estudo, cuja

decomposição ocorre a 223,1°C, em uma faixa maior de decomposição.

A temperatura e transição vítrea (Tg) do PVA completamente hidrolisado é 85°C para

materiais de alto peso molecular (MARK et al., 1987), o que está próximo do valor observado

para o PVA 99% hidrolisado (83,85C). Sua temperatura de fusão (229,01°C) também está

condizente com estudos anteriores para PVA (PM: 89,000-98,000) e grau de hidrólise 99%

(PARK, PARK & RUCKEISTEIN, 2001).

A análise das segundas curvas de aquecimento do PVA e NaCMC demonstrou

características individuais dos polímeros (figuras 17 e 18, respectivamente). Foi possível

observar todas as transições envolvidas no aquecimento de um polímero cristalino (Tg e Tm),

curvas endotérmica e exotérmica bem definidas a 229,01°C e 189,71°C, respectivamente. O

NaCMC não possui picos relacionados à cristalinidade, por sua característica amorfa.

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Figura 17. Curva DSC do PVA com a demonstração dos eventos térmicos (Tg, Tm e Tc).

Figura 18. Curva DSC do NaCMC com a demonstração do evento térmico (Tg)

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75

CAPÍTULO 5

5 OBTENÇÃO MISTURA POLIMÉRICA PVA/NaCMC PARA PREPARO DE

CURATIVOS

5.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

• Analisador Termogravimétrico NETZSCH modelo STA 409 PC, equipado com forno

NETZSCH STA 409 PC. Luxx, banho termostatizado JULABO, Unidade de potência

de forno NETZSCH.

• Calorímetro exploratório diferencial com sistema de aquecimento por compensação de

potência, modelo Q100 (TA Instrument®).

• Câmara Interna de Mistura (CIM) acoplada ao misturador modelo Haak Polylab OS,

com rotores tipo roller ThermoElectronCorporationTM.

• Difratômetro de RX Phillps®.

• Poli(álcool vinílico) grau de hidrólise 99%. Lote: 22476. Fornecedor: Impal. (NF:

18649).

• Carboximetilcelulose sódica. Lote: 14031593C; Fornecedor Pharma Nostra® RJ.

5.2 METODOLOGIA

5.2.1 Obtenção da mistura polimérica PVA/NaCMC via CIM

A mistura polimérica PVA/NaCMC foi realizada em uma CIM acoplada ao misturador

modelo Haak Polylab OS (Thermo Electron CorporationTM) (Figura 19) com rotores modelo

roller para termoplásticos.

Para o cálculo da massa dos dois polímeros a serem misturados, foi considerado 70%

do volume utilizável (com desconto do volume do rotor, somando-se a 30% do volume de

segurança). Assim, as massas foram calculadas a partir da densidade do PVA 88% (GH)

(dPVA88: 1,30 g/cm3) e do NaCMC (dNaCMC: 0,60 g/cm3). As massas calculadas para 100% de

utilização dos polímeros foram respectivamente (mPVA= 62,79g e mCMC: 28,98g). As

temperaturas usadas durante o processo de mistura foram selecionadas utilizando as

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informações das temperaturas de fusão dos polímeros, a saber: TFPVA: 226,54°C; TFNaCMC:

137,61-209,28°C.

As massas iniciais de PVA e NaCMC foram correspondentes à proporção inicial 9:1

(mPVA= 28,25 g e mNaCMC: 1,45g). O tempo total de mistura foi de 4 minutos. Neste período

foram utilizados os 3 minutos iniciais para o processamento do PVA na câmara de mistura, para

então o acréscimo do NaCMC completando o tempo com 1 minuto restante para a mistura dos

polímeros. As condições iniciais estabelecidas para a mistura de PVA/NaCMC encontram-se

na tabela abaixo (Tabela 10). Nestas condições o material obtido não se apresentava fundido e

não ocorreram mudanças na coloração comparada aos polímeros de origem (Figura 19).

Tabela 10. Condições iniciais de mistura de polímeros na CIM.

Temperatura

120°C Misturas

M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7

Rotação (rpm) 60 70 80 90 100 110 120

Temperatura

140°C Misturas

M8 M9 M10 M11 M12 M13 M14

Rotação (rpm) 60 70 80 90 100 110 120

(a) (b)

Figura 19. Equipamento utilizado para a obtenção da mistura PVA/NaCMC. A CIM

acoplada ao misturador modelo Haak Polylab OS (Thermo Electron CorporationTM). b.

Detalhe da mistura formada PVA/NaCMC não fundido.

A partir das condições de operação da Haack na CIM, foram escolhidas duas condições

de mistura, a saber: 120°C, 120 rpm e 140 °C, 100 rpm.

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Nestas condições os polímeros foram separadamente submetidos à rotação e

temperatura escolhidas pelo período que os mesmos são expostos na CIM para o preparo das

misturas M1-M14, a saber: 4 minutos para o PVA e 1 minuto para a NaCMC, nas condições

120°C, 120 rpm e 140°C, 140 rpm (condições M7 e M12) (Tabela 11).

Tabela 11. Condições na CIM dos polímeros PVA e NaCMC processados separadamente.

Polímeros Tempo de

permanência na CIM

(minutos)

Condição M7

Condição M12

PVA

4

120°C, 120 rpm

140°C, 100 rpm

NaCMC

1

As características térmicas e difratométricas destes materiais serão comparadas às das

misturas M1-M14 e aos polímeros puros sem processamento.

5.2.2 Análise Termogravimétrica (TGA)

O estudo de decomposição térmica por TG/DTG foi realizado em analisador

termogravimétrico NETZSCH. Foi realizado aquecimento na faixa de 10°C - 400°C, na vazão

de 10°C/min, em atmosfera inerte de N2. Posteriormente foi realizado resfriamento até 25°C a

uma taxa de aquecimento de 30°C/min. A variação de massa utilizada foi de 0,001mg.

5.2.3 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A análise térmica por DSC foi realizada em calorímetro exploratório diferencial por

compensação de potência, modelo Q100 (TA Instrument®). Para o ensaio foram utilizadas as

mesmas condições indicadas na secção 4.2.4 (Página 41).

As análises de DSC também foram utilizadas para avaliação do grau de cristalinidade

(Xc) (equação 9) dos polímeros puros e das misturas poliméricas M1-M14 obtidas na CIM, por

meio do software TA Instrument®.

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78

Para a amostra de PVA puro processado foi utilizada variação de entalpia de fusão

padrão (∆Hf = 138,60 J/g) (PARANHOS, 2007) e para as misturas PVA/NaCMC, considerando

o percentual de cristalinidade de 90 % (para a mistura 9:1), ∆Hf = 124,74 J/g).

Equação 9: Xc = [∆Hf ] / [∆Hf°]100

Fonte: Matos & Machado, 2007.

Onde:

Xc: Grau de cristalinidade

∆Hf: Variação de entalpia de fusão

∆Hf°: Variação de entalpia de fusão padrão

As amostras foram previamente pesadas (faixa de massa 10,0-10,3 mg), atendendo o

intervalo do método de 5-10 mg, para melhor obtenção da Tg, com o auxílio de uma balança

analítica de 6 casas decimais (Balança Sartorius – Modelo Cubis Series). A constante de

calibração do aparelho foi de 1,0903.

As propriedades térmicas das misturas foram avaliadas por DSC em duas corridas:

após estabilização da temperatura a 40°C, o primeiro ciclo de aquecimento foi feito em uma

faixa de 40°C-150°C, para promover a perda de água, apagar a história térmica dos polímeros,

sem promover a degradação da NaCMC, com uma rampa de aquecimento de 20°C/min. Este

ciclo foi seguido de resfriamento de 150°C a 0°C/min (20°C/min) e um segundo ciclo de

aquecimento de 0°C-250°C (10°C/min) e resfriamento até 40°C (10°C/min).

5.2.4 Difratometria de RX (DRX)

As amostras das misturas poliméricas e dos polímeros processados foram

caracterizadas por difratometria de RX (DRX) em um difratômetro de RX Phillps®. Os

difratogramas foram obtidos no modo de varredura contínua 0,1°/min entre 2Ɵ = 5-50°, em

tubo de anodo rotatório, em radiação de CuKα, 40 mA.

O difratômetro equipado com monocromador de grafite foi operado o modo passo a

passo (0,02°/passo). As amostras foram colocadas em disco no amostrador por gravidade de

forma randomizada.

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79

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.3.1 Análise termogravimétrica das misturas PVA/NaCMC obtidas na CIM e dos

polímeros processados

A estabilidade térmica de polímeros tem um importante efeito no preparo,

processamento, estocagem e suas aplicações (JIN et al., 2012).

A análise termogravimétrica é muito útil quando associada a outras técnicas de análise,

como o DSC, para a determinação da natureza do composto por meio dos eventos térmicos. As

perdas mássicas observadas pela referida técnica por meio de transições endotérmicas

demonstram as características do material em análise (TA INSTRUMENT, 2014a). Consiste

em uma importante ferramenta de observação da variação do polímero diante de mudanças em

uma característica térmica. Mostra-se útil, portanto, para controle em processo, avaliação de

materiais, desenvolvimento de processos, identificação e controle de qualidade (ASTM D3850-

12).

Os dados térmicos fornecidos por esta técnica (TGA) são muito úteis para a

determinação da estabilidade absoluta e relativa dos compostos, assim como o conteúdo da

mistura, como ocorre no presente estudo. Por meio de uma taxa de aquecimento pré-

estabelecida, é possível determinar as perdas mássicas com o aumento da temperatura, assim

como observar perdas de água adsorvidas no composto em questão, além de observar possíveis

decomposições térmicas por meio de grandes perdas mássicas em várias etapas (TA

INSTRUMENT, 2014b). Os dados obtidos pela análise das curvas TG/DTG estão descritos na

tabela 12 e nas curvas TG obtidas nos apêndices 11.1 e 11.2 (Páginas 177).

A comparação das curvas TG das misturas M1 a M14 com as curvas dos polímeros

puros permitem observar que as reações de decomposição térmica do NaCMC e do PVA

ocorrem em uma única etapa para todas as misturas M1 a M14. É possível supor que houve

interação entre os polímeros durante a permanência na CIM ou que ocorreram reações de

decomposição cujos sinais aparecem sobrepostos por ocorrem numa mesma faixa de

temperatura (MATOS & MACHADO, 2003). Observa-se que o comportamento térmico das

misturas é muito próximo ao observado para o PVA puro, o que é bem entendido quando se

avalia que este se encontra na proporção de 90% na mistura. Os resultados numéricos obtidos

da análise termogravimétrica das misturas PVA/NaCMC comparadas aos polímeros puros

encontram-se na tabela 12. Nesta constam as diferentes condições de mistura, a temperatura de

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início de degradação (Tonset), a temperatura onde ocorre a degradação máxima (temperatura de

degradação), a perda mássica no tempo descrito e a massa residual após a degradação.

Tabela 12. Resultados das curvas TG/DTG das misturas obtidas em CIM

Mistura

120C

Rotação Tonset

(C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

de

Análise

(min)

M1 60 260,4 278,8 80,58 19,23 38,0

M2 70 261,9 278,9 80,60 19,34 38,0

M3 80 261,5 281,1 82,08 17,91 38,0

M4 90 259,3 276,8 90,77 9,46 52,5

M5 100 261,0 278,4 81,36 18,61 37,5

M6 110 258,7 277,7 82,02 11,98 37,5

M7 120 258,9 276,8 83,95 16,08 37,5

Mistura

140C

Rotação Tonset

(C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

de

Análise

(min)

M8 60 260,3 280,0 81,41 18,59 38,0

M9 70 260,2 277,9 80,07 19,93 38,0

M10 80 261,6 279,2 80,18 19,82 38,0

M11 90 257,0 276,5 79,34 20,66 37,5

M12 100 257,0 275,8 92,62 7,38 52,5

M13 110 257,3 275,2 90,52 9,48 52,5

M14 120 254,3 274,3 92,38 7,62 52,5

PVA 260,5 277,7 81,16 18,80 38,0

NaCMC 280,6 294,4 52,12 47,88 38,0

Em todas as condições de mistura as temperaturas Tonset e de degradação não estão em

uma faixa intermediária às temperaturas equivalentes dos polímeros puros (PVA e NaCMC).

Na mistura polimérica tem-se o PVA com características semicristalinas comparadas ao

NaCMC com características mais amorfas, cuja proporção de PVA é muito maior que a de

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NaCMC, esperando-se, portanto, que a mistura possua o comportamento muito próximo ao

PVA.

Para um estudo termogravimétrico de copolímeros ou misturas poliméricas, espera-se

normalmente que a estabilidade térmica destes seja intermediária a dos homopolímeros

separadamente, variando de acordo com a composição do copolímero (MATOS &

MACHADO, 2003). Não se constatou, no entanto, mudança na estabilidade térmica das

misturas, quando comparadas aos polímeros puros. Isso pode ser explicado pelas temperaturas

de degradação muito próximas dos polímeros puros em estudo e pode indicar também que os

componentes das misturas em todas as condições estejam parcialmente miscíveis (PARK,

PARK, & RUCKEISTEIN, 2001), além de não ter sido observado deslocamentos das faixas de

temperaturas reacionais, indicando que as misturas não perderam estabilidade quando

comparadas ao principal componente da mistura, isto é, o PVA (CATONI, 2011).

Estudo prévio descrito em literatura de mistura polimérica PVA/NaCMC em

diferentes proporções (100/0; 80/20; 50/50; 20;80 e 0/100) revelou por meio da análise

termogravimétrica que a temperatura de pico de degradação acontece em temperaturas maiores

com o aumento da proporção de CMC na mistura polimérica. Este dado revela que a maior

estabilidade dada à mistura polimérica é conferida à molécula de CMC, cuja estrutura química

comparada ao PVA determina o processo de decomposição térmica, o que é esperado pela

temperatura dos homopolímeros (TPVA= 250,5°C, TNaCMC= 294,4°C) (EL-SAYED et al., 2011).

Assim, por meio da análise das curvas TG (apêndices 11.1 e 11.2) e pelos valores

fornecidos pelas curvas TD/DTG, as temperaturas de início de degradação (Tonset) e de pico de

degradação são compatíveis com a composição das misturas, na proporção constante 9:1, ou

seja, estas temperaturas estão próximas às temperaturas do PVA (mínima de 254,3°C e máxima

de 261,9°C para Tonset, e mínima de 274,3°C e máxima de 281,1°C de temperatura de pico de

degradação) explicadas pela quantidade superior do PVA na mistura polimérica.

As curvas TG (apêndices 11.1 e 11.2) mostram degradação completa em duas etapas

com valores mais baixos de perda mássica relacionados à perda de água absorvida dada a

característica higroscópica da mistura. O processo seguinte relacionado à fusão do PVA e à

degradação térmica das misturas, esta também associada à degradação da cadeia lateral da

NaCMC com liberação de CO2 (TRIPATHY, KUMAR & BEHARI, 2009; EL-SAYED et al.,

2011).

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82

Para o melhor entendimento da ação da câmara de mistura sobre o PVA e o NaCMC,

estes polímeros foram submetidos isoladamente a duas das condições a que as misturas dos

polímeros foram obtidas. Os resultados de estabilidade térmica por meio das análises TG/DTG

dos polímeros puros processados em duas das condições aplicadas para a mistura (M7 e M12)

em diferentes tempos de processamento, encontram-se na tabela 13 e as respectivas curvas TG,

estão apresentadas no apêndice 11.5 (Página 179).

Tabela 13. Resultados das curvas TG/DTG dos polímeros puros obtidas na CIM.

Polímeros puros processados na CIM

Temperatura de 120°C, rotação de 120 rpm (condição M7)

Amostra Tonset (C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(min)

PVA

(3 min) 255,9 290,0 85,16 14,84 37,0

NaCMC

(1 min) 280,6 294,8 58,53 41,47 37,0

Polímeros puros processados na CIM

Temperatura de 140°C; rotação de 100 rpm (condição M12)

Amostra Tonset (C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(min)

PVA

(3 min) 258,2 284,1 87,11 12,89 37,0

NaCMC

(1 min) 280,1 293,3 58,00 41,98 37,0

Polímeros puros não processados na CIM

Amostra Tonset (C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(min)

PVA 260,5 277,7 81,16 18,80 38,0

NaCMC 280,6 294,4 52,12 47,88 38,0

Não existem diferenças apreciáveis entre as curvas TG dos polímeros processados e

não processados, cujo comportamento de perda de mássica é similar entre si. Não obstante,

observa-se o início de degradação (Tonset) em temperatura inferior para o PVA não processado

(277,7°C), quando comparados ao não processado PVA M7 (290,0°C) e PVA M12 (284,1°C).

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83

Assim, pode ser observado na tabela 13 aumento da estabilidade do PVA processado

nas duas condições quando comparado ao polímero não processado. Isto pode ser identificado

pelo aumento da temperatura de pico de degradação do PVA, o que não pode ser afirmado para

a NaCMC, cujas temperaturas de degradação não sofreu maiores alterações. Como o PVA é o

componente majoritário da mistura, a obtenção de uma mistura total mais estável, sem

modificações nas propriedades químicas do polímero, é uma caraterística interessante para o

material processado. Sendo, portanto esperado, que o comportamento térmico das misturas M1

a M14 seja semelhante ao comportamento térmico do PVA, uma vez que a NaCMC se encontra

dispersa no PVA que é a fase contínua da mistura (LUO, LI & LIN, 2012).

5.3.2 Calorimetria exploratória diferencial das misturas PVA/NaCMC obtidas na CIM

As curvas de DSC das misturas M1 a M14 estão representadas nos apêndices 11.7 e

11.8 (Página 180) e as transições relativas a estas curvas encontram-se na tabela 14.

Para a obtenção das curvas de DSC foi desconsiderado o primeiro aquecimento com o

objetivo de apagar a história térmica das misturas. Os valores avaliados representam o segundo

ciclo de aquecimento com suas respectivas transições.

Foi possível determinar a transição vítrea (Tg) para todas as amostras. A temperatura

de transição vítrea (Tg) é um fenômeno importante para a análise das misturas M1 a M14, e

suas comparações com seus homopolímeros, uma vez que é possível estimar a interação

polímero-polímero. Uma mistura perfeitamente miscível de dois polímeros possui Tg

intermediária à Tg de seus componentes isolados. Para uma mistura imiscível, são observadas

duas transições vítreas nas temperaturas dos componentes isolados (MACHADO & MATOS,

2003).

Para todas as misturas, foi observada uma única Tg, com valores menores aos

encontrados para Tg do PVA (Tg=83,85°C), sem observação de uma Tg intermediária. A

avaliação comparativa das faixas de Tg das misturas com as dos polímeros não processados

mostra que existe uma superposição de valores. Este fato fica bem evidente pela análise dos

valores de M1 e M12, cujas faixas observadas foram 62,76°C - 118,95°C e 64,52°C - 96,93°C,

respectivamente, que estão em sobreposição aos valores de PVA (66,00°C – 96,56°C) e

NaCMC (96,63°C – 121,61°C). Com isso não há como indicar que existe imiscibilidade da

mistura (MACHADO & MATOS, 2003).

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84

Tabela 14. Eventos térmicos obtidos por DSC dos pós das misturas PVA/NaCMC em CIM nas

comparados aos polímeros não processados. M

istu

ra

Amostra

PVA/NaCMC 9:1

Eventos Térmicos

Condições de

mistura Faixa Tg (C) Tg

(C)

Tm

(C)

∆Hf

(J/g)

Xc

(%)

T

(C)

Rotação

(rpm)

Início Fim

M1

120

60 62,76 118,95 75,35 229,01 87,86 70,43

M2 70 67,40 93,17 85,26 228,74 35,58 28,52

M3 80 63,43 90,96 79,04 228,74 46,02 36,89

M4 90 65,46 90,18 84,09 229,80 45,36 36,36

M5 100 65,48 94,50 83,47 228,51 41,18 33,01

M6 110 63,64 93,68 82,53 229,48 72,56 58,17

M7 120 64,39 90,76 83,27 229,41 39,34 31,54

M8

140

60 69,92 91,94 81,87 229,41 79,00 63,33

M9 70 67,21 92,75 82,85 229,43 74,86 60,02

M10 80 64,82 97,04 79,09 229,54 76,87 61,62

M11 90 65,61 93,21 82,80 229,53 76,22 61,10

M12 100 64,52 96,93 82,81 229,46 72,08 57,78

M13 110 48,41 69,07 61,49 226,97 83,60 67,02

M14 120 63,23 92,20 81,52 229,17 78,57 62,99

PVA 66,00 96,56 83,85 229,01 31,18 22,50

NaCMC 96,63 121,61 119,24 - - -

Legenda: Tg: temperatura de transição vítrea; Tm: temperatura de fusão; ∆Hf: variação de

entalpia da fusão; Xc: grau de cristalização.

Assim os valores de Tg obtidos nas misturas poliméricas M1-M14 quando encontrados

na faixa de seus respectivos polímeros puros, é um indicativo de miscibilidade da mistura,

apesar disto, pode ser observado (apêndices 11.7 e 11.8) as curvas das Tg para todas as misturas

são praticamente idênticas aos componentes puros, o que é um indicativo de um comportamento

em fase única das misturas (GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

Foram comparadas as Tg dos polímeros puros e das misturas obtidas pela mudança da

linha base da segunda curva de aquecimento. Ao observar as Tg’s dos polímeros puros (TgPVA:

83,85C e TgNaCMC: 119,24C), com as misturas, observou-se valores menores da Tg do

NaCMC devido à presença de PVA em maior quantidade em massa na proporção da mistura.

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85

Esta relação em massa pode ser verificada usando-se a equação de Woods (GURU et

al., 2012), onde pode ser calculado o valor da Tg teórica da mistura de 85,57C, próximos aos

valores obtidos experimentalmente, à exceção das misturas M1, M3, M10 e M13.

Equação 10: Tg= (W1Tg1 + W2Tg2)

Onde:

Tg: transição vítrea teórica da mistura (PVA/NaCMC) = 85,57C

Tg1: Transição vítrea do polímero 1 (PVA) = 83,85C

Tg2: Transição vítrea do polímero 2 (NaCMC) = 119,24C

W1: fração em massa do polímero 1 (PVA) = 28,25/29,70= 0,9511

W2: fração em massa do polímero 2 (NaCMC) = 1,45/29,70= 0,0488

Importante salientar que os resultados obtidos de Tg, que não apresentam um

comportamento linear, é um fato esperado devido à composição polimérica constante da

amostra, como pode ser observado em estudos anteriores cujas proporções de ambos os

polímeros eram modificadas, com modificações nas propriedades térmicas dos materiais

(RAMARAJ, 2006; LEI & LI LI, 2009, EL-SAYED et al., 2011).

A análise das Tm para as misturas processados na CIM constitui um parâmetro muito

importante usado para identificar tanto o grau de pureza de uma substância e sua natureza.

(GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

A avaliação do ensaio de DSC por meio da análise da temperatura de fusão (Tm)

revelou que em todas as misturas a Tm teve aumento de valor com exceção das misturas M2,

M3, M5 e M13, com maior diminuição para M13. Estes resultados, porém, podem estar

relacionados ao erro do método, de dois graus de temperatura.

Espera-se teoricamente que para as misturas com melhor interação entre os polímeros,

cujo resultado é o almejado, a Tm experimental estivesse diminuída quando comparado com a

Tm do PVA experimental (TmPVA= 229,01C). O trabalho de Gwon e colaboradores (2009)

com hidrogel de PVA 98% hidrolisado demonstrou que a Tm (227,80C) diminuiu nas misturas

obtidas com glicerina, pois a presença desta promovia a diminuição de interação entre as

cadeias poliméricas.

O decréscimo da Tm das misturas poliméricas (PVA/NaCMC) pode também ser sido

ocasionado pelas interações dos grupamentos hidroxila de ambos os polímeros (ÇAY,

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86

MIRAFTAB & KUMBASAR, 2014), que pode ser resultado de uma diminuição da agregação

do cristal de PVA o que pode beneficiar a formação de filmes por melhorar a penetração de

água nos agregados de PVA de alto grau de hidrólise, com melhora de sua dissolução em água

(LEI & LI LI, 2009).

Outro comportamento observado foi que as Tm permanecem praticamente constantes

ou com um pequeno aumento na maioria das misturas, à exceção da M2 da M2, M3 e M5, isto

pode ser devido ao uso de um solvente polimérico no estado sólido, isto é, o PVA não miscível

em NaCMC que leva ao efeito de nucleação na mistura polimérica, que controla o processo de

cristalização em polímeros semicristalinos, como o PVA e cujo processamento na CIM resulta

no aumento dos sítios de nucleação, na taxa de nucleação e na cristalinidade das misturas dentro

da mesma proporção PVA/NaCMC (RATHI, et al., 2008, RIBEIRO, BOTELHO & COSTA,

2015).

Assim, o pico endotérmico a 229,01C, com ∆Hf de 31,18 J/g muito próximo a de todas

as misturas processadas, é um indicativo que não ocorreu reação química entre PVA/NaCMC

(HARUN-OR-RASHID, et al., 2016).

No entanto, apesar das Tm das misturas M1-M14 estarem próximas aos valores de

PVA (Tm= 229,01°C), é notória a diferença em área e formato das curvas de DSC (apêndices

11.7 e 11.8). El-Sayed e colaboradores (2011) já demonstraram por meio de estudos de DSC a

compatibilidade do PVA e CMC em diferentes proporções, a saber: (8:2; 1:1; 2:8) em misturas

físicas.

Por meio da comparação das curvas de aquecimento das misturas com os polímeros

puros em diferentes condições de mistura a 120C e a 140C, pode ser observado tanto

alargamento quanto o aumento do calor envolvido na transição das curvas DSC nas misturas,

quando comparado ao PVA puro, indicando uma mudança na miscibilidade dos polímeros

nestas misturas (PARK, PARK, JW & RUCKEISTEIN, 2001; GURU, 2012).

Por meio da análise do grau de cristalinidade (Xc) de todas as misturas M1-M14, foi

observado o aumento de cristalinidade para todas as misturas quando comparadas ao PVA puro,

o que é indicativo da interação PVA/NaCMC pelo processamento dos mesmos na CIM nas

condições previamente descritas (Figura 20, Tabela 15). Esta interação mostra-se muito

favorável ao objetivo de desenvolvimento de um filme polimérico de base aquosa, uma vez que

esse filme precisa não de dissolver em meio aquoso. Para tal afirmação, algumas considerações

precisam ser feitas: 1. O PVA é um polímero polihidroxilado, característica esta que, em uma

primeira análise, confere aumento da sua solubilidade em água. No entanto, como outrora

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87

explicitado, o excesso de hidroxilas promove interações intra e intermoleculares que diminuem

sua solubilidade em água; 2. PVA como um polímero semicristalino, seu processo de dissolução

ocorre em duas etapas, primeiro ocorre o inchamento e depois a dissolução; 3. O aumento da

cristalinidade observada em todas as misturas indicam o fortalecimento de ligações hidrogênio

intra e intermoleculares do PVA, o que ocasiona aumento do ponto de fusão e aumento da

cristalinidade (LEI & LI LI, 2009).

Figura 20. Percentual de cristalinidade (Xc) das misturas (M1M14), comparadas com

PVA não processado.

Materiais de partida que possibilitem uma diminuição da solubilidade em água da

mistura é uma característica favorável para o desenvolvimento de filmes poliméricos, uma vez

que estes podem inchar sem destruição da matriz polimérica, característica principal dos

hidrogéis, que podem absorver de 10-20% até centena de vezes o seu peso seco (CHIRANI,

2015).

Os efeitos do processamento na CIM nos polímeros puros também foram avaliados

por DSC. Na tabela 15 podem ser observados os eventos térmicos dos polímeros processados

de PVA e NaCMC nas condições M7 e M12 e suas respectivas curvas de DSC encontram-se

no apêndice 11.11 (Página 183).

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Tabela 15. Eventos térmicos obtidos por DSC dos pós dos polímeros puros processados em CIM nas

condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12 (140°C, 100 rpm) comparados aos polímeros não processados.

Amostra

(Condições na CIM)

Eventos Térmicos

Faixa Tg (C) Tg

(C)

Tm

(C)

∆Hf

(J/g)

Xc

(%) Início Fim

PVA

(T=120C; rotação 120

rpm, tempo = 3 min)

69,81 89,77 77,42 232,07 90,15 65,04

NaCMC

(T=120C; rotação 120

rpm, tempo = 1 min)

86,12 104,32 100,64 - - -

PVA

(T=140C; rotação 100

rpm, tempo = 3 min)

69,83 91,02 77,88 229,02 84,05 60,65

NaCMC

(T=140C; rotação 100

rpm, tempo = 1 min)

91,99 114,51 109,05 - - -

PVA 66,00 96,56 83,85 229,01 31,18 22,50

NaCMC 96,63 121,61 119,24 - - -

Legenda: Tg: temperatura de transição vítrea; Tm: temperatura de fusão; ∆Hf: variação de entalpia da

fusão; Xc: grau de cristalização.

Pode ser observada diminuição da Tg de PVA e NaCMC, quando estes são submetidos

ao processamento, que pode ter provocado uma diminuição da densidade das ligações cruzadas,

com aumento da mobilidade de segmentos da cadeia polimérica e consequentemente

diminuição de intensidade de sinal da Tg (MACHADO & MATOS, 2007), com formação de

uma estrutura polimérica mais aberta e móvel (FASIHI et al., 2017), sem maiores alterações na

Tm do PVA.

As curvas de DSC do PVA são típicas de material parcialmente cristalino, com a

presença de pico endotérmico após a transição vítrea (MORAES et al., 2008). Observou-se, no

entanto, grande aumento na cristalinidade do PVA, cujo grau Xc, aumentou de 22,50 % para

65,04 % (PVA em T=120C; rotação 120 rpm) e 60,65% (PVA T=140C; rotação 100 rpm),

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89

resultado possivelmente de alterações na estrutura semicristalina do PVA ocasionadas pelo

processamento em CIM nas condições escolhidas (Figura 21).

Figura 21. Percentual de cristalinidade (Xc) dos pós de PVA processados nas condições M7 (120°C,

120 rpm) e M12 (140°C, 100 rpm), comparadas com PVA não processado.

5.3.3 Difratometria de RX misturas PVA/NaCMC obtidas na CIM

O ensaio rápido de DRX foi realizado em todas as misturas (M1-M14) para determinar

a característica cristalina de cada mistura comparadas aos polímeros puros. A técnica permite

utilizar o espalhamento da radiação de RX por meio dos cristais para a determinação de sua

estrutura cristalina e o percentual de cristalinidade (%Xc) (NETO, 2003).

Os difratogramas das misturas M1-M14 e dos polímeros puros (PVA e NaCMC) estão

representadas nos apêndices 11.13 e 11.14 (Página 185) e os valores de 2Ɵ e as correspondentes

intensidades obtidos nestes difratogramas encontram-se nas tabelas 16 e 17.

O objetivo primário na análise dos difratogramas foi calcular o grau de cristalinidade

por meio da deconvolução dos picos em software próprio, como uma análise adicional a

cristalinidade obtida por DSC (NETO, 2003).

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90

A deconvolução dos picos objetiva aumentar a resolução espectral, onde ocorre a

sobreposição de picos como pode ser observado nos difratogramas das misturas M1-M14

(apêndices 11.13 e 11.14). Por meio de software Fityk, não foi possível deconvoluir os picos

de PVA e NaCMC das misturas e determinar suas cristalinidades na mistura. A cristalinidade

foi calculada, portanto, somente por DSC (KAWANO, 2003).

Tabela 16. Valores de 2Ɵ e as intensidades correspondentes obtidos a partir dos difratogramas das

misturas obtidas na CIM (M1 a M7) comparados aos polímeros puros.

Mistura

Amostras: pós PVA/NaCMC 9:1

processadas na CIM 2Ɵ

(°)

Intensidade

(I/Io) Temperatura (°C) Rotação (rpm)

M1

120

60 19,61 1537

M2 70 19,31 1376

M3 80 19,51 1436

M4 90 19,71 1459

M5 100 19,71 1475

M6 110 19,37 1142

M7 120 19,61 1452

PVA 19,50 1399

NaCMC 20,05 509

Como já descrito em trabalho anterior (PAWDE & DESHMUKH, 2008; DUTRA

FILHO, 2013), o PVA tem pico de difração da estrutura semicristalina que ocorre normalmente

em 2Ɵ = 19,50°, com picos mais intensos explicado pelo seu maior grau de hidrólise, uma vez

que possui menos grupamentos acetato e menor quantidade de defeitos na cadeia polimérica, o

que permite melhor cristalização (Tabelas 16 e 17).

Ao lado do pico principal pode ser observado um pico menor (2Ɵ = 22,60°)

relacionado à interferência intermolecular das cadeias de PVA na direção das ligações

intermoleculares de hidrogênio. Estes picos se mantiveram em todas as misturas (M1-M14)

(Apêndices 11.13 e 11.14) (ALI, 2013).

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91

Tabela 17. Valores de 2Ɵ e as intensidades correspondentes obtidos a partir dos difratogramas das

misturas obtidas na CIM (M8 a M14) comparados aos polímeros puros.

Mistura

Amostras: pós PVA/NaCMC

9:1 processadas na CIM 2Ɵ

(°)

Intensidade

(I/Io) Temperatura

(°C)

Rotação

(rpm)

M8

140

60 19,71 1332

M9 70 19,61 1282

M10 80 19,81 1689

M11 90 19,71 1568

M12 100 19,71 1232

M13 110 19,71 1631

M14 120 19,61 1544

PVA 19,50 1399

NaCMC 20,05 509

Pode ser observado que as misturas PVA/NaCMC exibem as características do PVA

puro, mas algumas com menor intensidade de picos, como a registrada para M6 (120°C, 110

rpm). Isto acontece porque a estrutura semicristalina do PVA diminui devido à interação com

NaCMC (NABAWIA et al., 2016).

Os resultados não podem confirmar a cristalinidade das misturas (M1M14)

PVA/NaCMC pela impossibilidade de deconvolução dos respectivos picos, no entanto pode-se

observar que a adição de NaCMC ao PVA processado na CIM deslocou os picos para valores

superiores a 19,5° (à exceção das misturas M2 e M6), corroborando para a hipótese da boa

solubilidade entre PVA e NaCMC (EL FEWATY, EL-SAYED & HAFEZ, 2016).

Para os polímeros puros processados, pode ser observado para o PVA aumento de

intensidade de sinal principal, corroborando com os resultados de cristalinidade obtidos por

meio de ensaio de DSC, concluindo-se que o processamento do polímero aumenta sua

cristalinidade, sem deslocamento de ângulo (Tabela 18, apêndice 11.17- página 187).

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92

Tabela 18. Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do difratograma dos pós

dos polímeros puros na CIM nas condições de M7 (120°C, 120 rpm) (M7 e M12) comparados aos

polímeros puros.

Amostras (pós) 2Ɵ Intensidade (I/I0)

PVA

(processado em T=120C;

rotação 120 rpm, tempo = 3 min)

19,71 1584

PVA

(processado em T=140C;

rotação 100 rpm, tempo = 3 min)

19,51 1592

PVA 19,50 1399

NaCMC

(processado em T=120C;

rotação 120 rpm, tempo = 1 min)

19,71 458

NaCMC

(processado em T=140C;

rotação 100 rpm, tempo = 1 min)

20,01 610

NaCMC 20,05 509

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93

CAPÍTULO 6

6 OBTENÇÃO DOS CURATIVOS POR PRENSAGEM E POR VAZAMENTO

6.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

• Carboximetilcelulose sódica. Lote: 14031593C; Fornecedor Pharma Nostra® RJ.

• Estufa de secagem com renovação/circulação de ar Venticell MMM.

MedcenterEinrichtungen GmbH.

• Poli(álcool vinílico) grau de hidrólise 99%. Lote: 22476. Fornecedor: Inpal. (NF:

18649).

• Prensa hidráulica de aquecimento MA 098/A400. Marconi®.

• Prensa hidráulica de resfriamento MA 098/R15. Marconi®.

6.2 METOLOGIA

6.2.1 TÉCNICA 1: OBTENÇÃO DO FILME POLIMÉRICO POR PRENSAGEM

O estudo da técnica de obtenção do filme por prensagem ou moldagem por compressão

foi realizado com a prensagem dos polímeros puros, a fim de analisar o comportamento dos

mesmos em diferentes condições de temperatura, tempo de prensagem e força aplicada, antes

da prensagem das misturas obtidas na CIM.

A prensagem dos polímeros puros em primeira análise foi realizada em um sistema de

prensagem com aquecimento em prensa hidráulica com acionamento manual e capacidade de

15 toneladas, seguido de resfriamento em prensa hidráulica de resfriamento a temperatura

ambiente.

O ensaio foi realizado nas temperaturas utilizadas em CIM (120°C e 140°C),

condizentes com a estabilidade térmica do material, previamente esclarecida por meio de

ensaios térmicos anteriores - TGA e DSC (Capítulo 5).

O procedimento foi realizado em um espassador de aço inox (espessura: 0,5 mm com

discos de raios de 35 mm) (Figura 22). Nestes foram adicionados primeiramente PVA (polímero

puro) e a placa foi levada à prensa hidráulica de aquecimento com auxílio de duas placas-

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suportes (inferior e superior) de aço inox, não vazadas para prensagem. Posteriormente o

conjunto foi levado à prensa hidráulica de resfriamento.

Figura 22. Placa de aço utilizada para técnica de obtenção de filmes por prensagem. Em detalhe PVA

compactado na placa após prensagem a quente e posterior resfriamento.

Inicialmente foi prensado o PVA puro nas condições (temperatura, tempo e pressão)

demonstradas na tabela 19. Nestes experimentos foram inicialmente estabelecidas à

temperatura de operação de 120°C, em tempos de prensagem que não alterassem o aspecto do

PVA. A partir destes ensaios foram escolhidas, cinco condições de tempo de prensagem e

pressão para serem testadas a temperatura 140°C, a saber, condições 9, 12, 14, 17 e 21 (tabela

20), para prensagem de PVA, pois forneceram os filmes de melhor aspecto, com melhor fusão

do filme, sem escurecimento do polímero.

Tabela 19. Condições de prensagem do PVA para obtenção de filme a 120°C.

Temperatura:

120°C

Condições 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Tempo de

Prensagem

(minutos)

3 4 5 3 4 5 3 4 5 3 4 5 3 4 5 3 4 5 3 4 5

Pressão

(toneladas)

6 6 6 7 7 7 8 8 8 9 9 9 10 10 10 11 11 11 12 12 12

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95

As melhores condições para a compactação do PVA foram utilizadas para a

compactação da NaCMC e para posterior compactação das misturas M1 a M14.

Tabela 20. Condições de prensagem do PVA para obtenção de filme a 140°C.

Temperatura:

140°C

Condições

9 12 14 17 21

Tempo de

Prensagem

(minutos).

5 5 4 4 5

Pressão

(toneladas)

8 9 10 11 12

6.3 TÉCNICA 2: OBTENÇÃO DOS FILMES POLIMÉRICOS PVA/NaCMC POR

VAZAMENTO

A obtenção do filme pela técnica de vazamento foi realizada de acordo com as

seguintes etapas:

1. Dispersão da mistura;

2. Preparo da dispersão polimérica;

3. Vazamento da solução em placas de Petri;

4. Evaporação do solvente.

Para cada etapa descrita, foram realizados ensaios para alcançar as melhores condições

de preparo dos filmes poliméricos.

Para a etapa de dispersão foram pesados 24,0 g de cada mistura obtida na CIM e

dissolvidos em 800 mL de água destilada (3% m/V) (JIS K6726, 1994) para o preparo de cada

filme, a partir das misturas M1-M14.

Na segunda etapa, as dispersões foram mantidas com agitação lenta, com auxílio de

agitador magnético em placa aquecedora a 90°C, devido ao grau de hidrólise do PVA (99%)

por um período de 48 h, a fim de garantir sua dissolução completa.

Na terceira etapa, as dispersões preparadas foram vertidas em placas de Petri de

diâmetro de 18 cm, aproximadamente. A massa vertida foi de 150 g ± 1,0 g em cada placa.

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Para a evaporação da água, as placas foram levadas à estufa com circulação de ar por

24 h a 65°C.

Também foram preparadas dispersões de PVA puro. Para tal, foram pesados 22,83 g

do polímero e dispersos em 800 mL de água destilada. A partir desta etapa seguiu-se, as mesmas

etapas anteriormente para o preparo dos filmes a partir das misturas.

Para o preparo dos filmes de NaCMC puro, sem processamento na CIM, foi feito a

dispersão do polímero em água destilada à frio na concentração 1% m/V, com agitação lenta

com auxílio de agitador mecânico. As dispersões foram também vertidas em placas de Petri de

mesmo diâmetro e a água evaporada nas mesmas condições de secagem descritas

anteriormente.

6.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.4.1 Técnica 1: Obtenção de filmes poliméricos PVA/NaCMC por prensagem

A técnica de compactação já foi previamente descrita em trabalhos anteriores para fins

diversos aos descritos no presente estudo (SURDI, 2012; CHRISOSTOMO, 2015). A

prensagem dos polímeros PVA e NaCMC, por meio desta técnica, sem aglutinantes e com

aquecimento, visou conseguir informações iniciais para a compactação das misturas obtidas na

CIM para a formação de filmes PVA/NaCMC, além de avaliar o comportamento dos polímeros

isolados, para a escolha de condições para a compactação das misturas.

A compactação de PVA dentro das 21 condições iniciais a 120°C produziu 21 amostras,

que podem ser observadas na figura 23.

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97

Figura 23. Discos de PVA obtidos por prensagem à quente na temperatura de 120°C.

Inicialmente, foram escolhidas como melhores condições aquelas cuja fusão do PVA

era completa na maior parte do disco da placa de prensagem e com reprodutibilidade. Tais

condições (9, 12, 14, 17 e 21) foram testadas com aumento de temperatura a 140°C, como

demonstrado na figura 24.

Estas cinco condições foram utilizadas para a compactação separada de PVA. A partir

da prensagem nas melhores condições descritas com melhor fusão do material, a prensagem a

140°C, por 5 minutos e 12 toneladas (condição 21 a 140°C) para o PVA foi a condição escolhida

de prensagem, uma vez que o PVA é o componente majoritário da mistura polimérica (Figura

24, detalhe).

Figura 24. Discos de PVA obtidos através da prensagem a 140°C. Legenda: Condições de tempo

(minutos) e pressão (toneladas): 1 (5, 8); 2. (5, 9); 3 (4, 10); 4 (4, 11) e 5 (5, 12), em detalhe, melhor

condição de compactação.

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A partir da escolha das cinco condições, estas foram testadas em NaCMC a 120° e a

140°C, a saber, condições 9, 12, 14, 17 e 21. No entanto, a NaCMC não respondeu de forma

satisfatória à técnica de prensagem nas condições escolhidas, pois ocorria o escurecimento dos

filmes a 120°C e a 140°C em todas as condições, como pode ser observado na figura 25.

Estes resultados demonstraram que a técnica de prensagem não foi satisfatória para a

obtenção de um filme polimérico aparentemente homogêneo. Foi testada, portanto, uma

segunda técnica denominada vazamento, onde a formação do filme ocorre por meio da

formação de uma solução aquosa concentrada do polímero com evaporação do solvente, após

vazamento desta solução em superfície (GHOSHAL, et al., 2011).

Figura 25. Discos de NaCMC obtidos por meio da prensagem de 2 amostras a 120°C (1) e 140°C (2).

6.4.2 Técnica 2: Obtenção de filmes poliméricos PVA/NaCMC por vazamento

A técnica de vazamento é amplamente descrita na literatura para o preparo de filmes

poliméricos de PVA com outros compostos (PANAITESCU et al., 2015; POPESCU, 2017),

inclusive para o preparo de filmes PVA/NaCMC (MUTALIK, V. et al, 2007; EL-SAYED, et

al., 2015).

O desenvolvimento de uma metodologia de um protótipo de um filme polimérico para

uso em humanos requer que tanto a técnica de preparo desenvolvida quanto a escolha dos

componentes do filme não causem danos à saúde (OLIVEIRA, et al., 2015), sem a utilização

de compostos nocivos à saúde.

A presente técnica possui algumas características importantes para este fim: 1. utiliza

componentes poliméricos (PVA e NaCMC) de uso amplamente conhecido em humanos

(OLIVEIRA, et al., 2015; PARWANI, L. et al, 2016; WANG et al., 2017); 2. possui como

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99

solvente a água; 3. não utiliza nenhum reticulador químico, onde os mais usados são os

monoaldeícos, conhecidamente tóxicos (MITTAL et al., 2016) e 4. possui o ineditismo de

utilizar a CIM para a promover melhor mistura PVA/NaCMC e a interação entre os polímeros,

com a finalidade de manter as características individuais de cada polímero na mistura

polimérica.

O processo de reticulação física entre PVA/NaCMC é o resultado das interações entre

os grupamentos OH de ambos os polímeros (SPOLJARIC et al., 2014). O processamento na

CIM, como demonstrado previamente, não alterou quimicamente os polímeros constituintes,

sendo uma alternativa de obtenção de uma mistura visando a interação física entre os mesmos.

Todas as dispersões poliméricas demonstraram em todas as fases de preparo o mesmo

comportamento de solubilidade e secagem, desde que asseguradas e mantidas todas as

condições desenvolvidas para o preparo destes filmes. Foram obtidos assim, filmes finos de

aspecto homogêneo macroscopicamente, translúcidos e de fácil manejo (Figura 26)

Figura 26. Filme polimérico fino e transparente de PVA/NaCMC obtido por

meio da técnica de vazamento.

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Algumas características, como o comportamento mecânico, propriedades de

inchamento, estabilidade em temperatura corpórea (37°C), permeabilidade à água são avaliadas

em estudos de desenvolvimento de curativos (ETXABIDE et al., 2017).

Os curativos devem manter a unidade do leito da ferida, promover processos que

auxiliem na cicatrização, como angiogênese, síntese de tecido conectivo fluxo sanguíneo e

migração epidérmica. Um curativo fino, transparente, não-tóxico, é fisicamente capaz de

promover proteção da ferida contra bactérias, sem aderir à ferida e de fácil remoção, auxiliando

no processo de granulação tecidual. Além disso, possui a facilidade de acompanhamento do

processo de cicatrização sem a necessidade de sua remoção (MCIE et al., 2009; DHIVYA,

PADMA & SANTHINI, 2015).

Perante o exposto, a técnica de vazamento foi a escolhida para o desenvolvimento do

protótipo de filme PVA/ NaCMC, para uso em humanos.

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101

CAPÍTULO 7

7 ENSAIOS COM OS FILMES POLIMÉRICOS PVA/NaCMC

Os filmes por vazamento das amostras M1-M14 e dos polímeros puros foram

submetidos a ensaios de análise térmica, mecânica, morfológica, ensaio de inchamento, de

cristalinidade, físico-química e estrutural, conforme descrito na figura 27. Esta etapa pretende

avaliar propriedades mecânicas e térmicas, estrutura e arranjo cristalino e solubilidade (COSTA

JR & MANSUR, 2008). Para os ensaios térmicos e de cristalinidade também foram

selecionadas amostras de filmes de polímeros puros processados e dos filmes obtidos a partir

destes.

Para o ensaio de inchamento, foi também avaliado um novo filme PVA/NaCMC, cuja

mistura foi obtida sem processamento na CIM, para fins comparativos de reticulação física. Os

dados gerados conduziram a escolha dos melhores filmes a serem protótipos de curativo para

incorporação do fármaco anti-inflamatório IBU.

7.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

• Analisador Termogravimétrico NETZSCH modelo STA 409 PC, equipado com forno

NETZSCH STA 409 PC. Luxx, banho termostatizado JULABO, Unidade de potência

de forno NETZSCH.

• Calorímetro Exploratório Diferencial de Compensação de Potência, modelo Q100 (TA

Instrument®).

• Carboximetilcelulose sódica. Lote: 14031593C; Fornecedor Pharma Nostra® RJ.

• Difratômetro de RX Phillps®.

• Espectrofotômetro de Infravermelhopor Transformada de Fourier IRTracer-100

(Shimadzu®).

• Máquina Universal de Ensaios (EMIC).

• Micrômetro Digital Mitutoyo®Absolute.

• Microscópio Eletrônico de Varredura MEV FEI INSPECT S50.

• Microscópio óptico BX50 acoplado à câmera Qcolor3 (Olympus®).Software de captura

de imagens analySISdocu (Olympus®).

• Paquímetro (Mitutoyo®).

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102

• Poli(álcool vinílico) grau de hidrólise 99%. Lote: 22476. Fornecedor: Inpal. (NF:

18649).

7.2 ENSAIOS COM FILMES POLIMÉRICOS

7.2.1 Preparo dos filmes poliméricos

7.2.1.1 Filmes obtidos PVA/NaCMC obtidos na CIM – Misturas M1 – M14

Foram pesados 24,0 g de cada mistura M1 – M14 (JIS K 6726, 1994), dispersos em

800 mL de água destilada, com agitação lenta com auxílio de um agitador magnético a 90°C

por 48 horas após dissolução completa. Cada solução foi vertida em placa de Petri e mantidas

em estufa de renovação/circulação de ar por 24 horas a 65°C, conforme técnica previamente

descrita.

7.2.1.2 Filmes de PVA e NaCMC puros sem processamento em CIM

Foram pesados 22,83 g de PVA sem processamento em CIM e dispersos em 800 mL

de água destilada, que forma levadas ao aquecimento a 90°C com auxílio de agitador magnético

por 48 horas. Após dissolução completa, a solução foi vertida em placas de Petri e mantidas a

65°C por 24 horas em estufa de circulação/renovação de ar.

Para o preparo dos filmes de NaCMC puro, sem processamento na CIM, foi feito a

dispersão do polímero em água destilada à frio na concentração 1% p/v, com agitação lenta

com auxílio de agitador mecânico. As dispersões foram também vertidas em placas de Petri e

o solvente evaporado nas mesmas condições de secagem descritas.

7.2.1.3 Filmes de PVA/NaCMC obtidos a partir de PVA e NaCMC não processados em CIM

Para a dispersão de PVA/NaCMC, foram pesados 22,83 g de PVA não processado em

CIM, a este foram acrescentados 700 mL de água destilada. A dispersão foi mantida com

agitação lenta, com auxílio de agitador magnético em placa aquecedora a 90°C por 48 h. Foi

preparada separadamente, dissolvendo 1,17 g de NaCMC não processado em CIM em 100 mL

de água destilada. A dispersão foi mantida em agitação com auxílio de agitador mecânico a

temperatura ambiente por 2 horas.

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103

Após o preparo das dispersões, as mesmas foram misturadas a temperatura ambiente

e mantidas com agitação lenta, com auxílio de agitador magnético em placa aquecedora a 90°C

por mais 2 horas. As soluções obtidas foram também vertidas em placas de Petri e o solvente

evaporado nas mesmas condições de secagem previamente descritas.

7.2.1.4 Filmes de PVA e NaCMC puros processados em CIM

Foram pesados 22,83 g de PVA processado em CIM na condição de 120°C, 120 rpm

e 4 minutos de processamento (condição M7) e dispersos em 800 mL de água destilada, e esta

dispersão foi levada ao aquecimento a 90°C com auxílio de agitador magnético por 48 horas.

Após dissolução completa, a solução foi vertida em placas de Petri e mantidas a 65°C por 24

horas em estufa de circulação/renovação de ar. Este procedimento for também realizado com o

PVA processado em CIM na condição 140°C, 100 rpm e 4 minutos de processamento (condição

M12).

Para o preparo dos filmes de NaCMC puro processado na CIM na condição de 120°C,

120 rpm e 4 minutos (condição M7), foi feita a dispersão do polímero em àgua destilada à frio

na concentração 1% m/V, com agitação lenta com auxílio de agitador mecânico. As dispersões

foram também vertidas em placas de Petri e o solvente evaporado nas mesmas condições de

secagem previamente descritas.

7.2.1.5 Filmes de PVA/NaCMC obtidos a partir de PVA e NaCMC processados em CIM

Foram feitos quatro filmes a partir do PVA e NaCMC processados em CIM nas

condições de 120°C, 120 rpm e 4 minutos de processamento (condição M7) e 140°C, 100 rpm

e 4 minutos de processamento (condição M12), seguindo as misturas dos polímeros propostas

na tabela 21.

Para a dispersão de PVA/NaCMC, foram pesados 22,83 g de PVA processado em CIM

(PVA M7 ou PVA M12), a este foram acrescentados 700 mL de água destilada. Cada dispersão

foi mantida com agitação lenta, com auxílio de agitador magnético em placa aquecedora a 90°C

por 48 h. Foi preparada separadamente, dissolvendo 1,17 g de NaCMC processado em CIM

(NaCMC M7 ou NaCMC M12) em 100 mL de água destilada. A dispersão foi mantida em

agitação com auxílio de agitador mecânico a temperatura ambiente por 2 h. Após o preparo das

dispersões, as mesmas foram misturadas a temperatura ambiente e mantidas com agitação lenta,

com auxílio de agitador magnético em placa aquecedora a 90°C por mais 2 horas. As soluções

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104

foram também vertidas em placas de Petri e o solvente evaporado nas mesmas condições de

secagem previamente descritas, de acordo com as misturas descritas na tabela 21.

Tabela 21. Condições de preparo dos filmes a partir dos polímeros processados em CIM.

7.2.2 Ensaios Térmicos

7.2.2.1 Análise Termogravimétrica (TGA)

O estudo térmico dos filmes poliméricos por TG/DTG, obtidos por meio da técnica de

vazamento, foi realizado utilizando a seguinte metodologia: aquecimento na faixa de 10°C-

400°C, com taxa de aquecimento de 10°C/min. E posteriormente resfriamento até 25°C a uma

taxa de aquecimento de 30°C/min. A variação de massa utilizada foi de 0,001 mg.

Este ensaio foi realizado para fins comparativos de estabilidade térmica dos filmes

obtidos na CIM (M1 – M14), dos filmes de PVA e NaCMC sem processamento em CIM, dos

filmes PVA e NaCMC processados separadamente em CIM nas condições 120°C, 120 rpm e 4

minutos de processamento (condição M7) e 140°C, 100 rpm e 4 minutos de processamento

(condição M12) e dos filmes provenientes da mistura dos polímeros processados.

7.2.2.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A análise térmica por calorimetria exploratória diferencial (DSC) foi realizada em

calorímetro exploratório diferencial. Para o ensaio foram utilizadas as normas ASTM D3418-

15 e ASTM E1356-08. As amostras dos filmes foram previamente pesadas (faixa de massa

10,0-10,3 mg), atendendo o intervalo do método de 5 - 20 mg.

Condição de Mistura em

CIM

120°C, 120 rpm, 4 minutos

de mistura (M7)

140°C, 100 rpm, 4 minutos

de mistura (M12)

PVA PROCESSADO

NaCMC PROCESSADO PVA M7 PVA M12

NaCMC M7 PVA M7 NaCMC M7 PVA M12 NaCMC M7

NaCMC M12 PVA M7 NaCMC M12 PVA M12 NaCMC M12

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Para análise desses filmes, após estabilização da temperatura a 40°C, o primeiro ciclo

de aquecimento foi feito em uma faixa de 40°C - 150°C, com uma taxa de aquecimento de

20°C/min. Este ciclo foi seguido de resfriamento de 150°C a 0°C/min (20°C/min) e um segundo

ciclo de aquecimento de 0°C - 250°C (10°C/min) e resfriamento a 40°C (10°C/min).

Este ensaio foi realizado para fins comparativos dos eventos térmicos dos filmes

obtidos na CIM (M1 – M14), dos filmes de PVA e NaCMC sem processamento, dos filmes

PVA e NaCMC processados separadamente em CIM nas condições 120°C, 120 rpm e 4 minutos

de processamento (condição M7) e 140°C, 100 rpm e 4 minutos de processamento (condição

M12) e dos filmes provenientes da mistura dos polímeros processados.

Para as mesmas amostras de filmes, também foi calculado o grau de cristalinidade (Xc)

(equação 9) por meio do software do equipamento. Para os filmes de PVA não processado e

processado, foi utilizada variação de entalpia de fusão padrão (∆Hf = 138,60 J/g) (PARANHOS,

2007) e para os filmes PVA/NaCMC, considerando o percentual de cristalinidade de 90 % (para

a mistura 9:1), ∆Hf = 124,74 J/g).

7.2.3 Difratometria de RX (DRX)

As amostras dos filmes também foram levadas a um difratômetro de RX. Os

difratogramas foram obtidos no modo de varredura contínua 0,1°/min entre 2Ɵ = 5 - 50°, em

tubo de anodo rotatório, em radiação de CuKα, 40 mA. Para o ensaio, o difratômetro foi

equipado com monocromador de grafite, e operado no modo passo a passo (0,02°/passo), com

as amostras dispostas por gravidade em disco amostrador.

Este ensaio foi realizado para fins comparativos das cristalinidades dos filmes obtidos

na CIM, dos filmes de PVA e NaCMC sem processamento em CIM, dos filmes PVA e NaCMC

processados separadamente em CIM nas condições 120°C, 120 rpm e 4 minutos de

processamento (condição M7) e 140°C, 100 rpm e 4 minutos de processamento (condição M12)

e dos filmes provenientes da mistura dos polímeros processados.

7.2.4 Ensaios mecânicos

O ensaio de resistência à tração foi conduzido considerando a norma ASTM D882-12.

Para este foram preparados três corpos de prova conforme molde padrão (Figura 27). Os ensaios

foram realizados em máquina universal de ensaios. A distância entre as garras usada foi de 50

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mm, a velocidade entre garras foi de 50 mm/min e a célula de carga de 1000 N. Para este ensaio

foram avaliados os parâmetros de tensão na ruptura e força máxima de tensão.

Figura 27. Moldes preparados para ensaios de (a) tração; (b) inchamento e (c) rasgamento.

Para o ensaio de resistência ao rasgamento, foi utilizada como base a norma ASTM

D1004-13. Foram utilizados três corpos de prova.

Este ensaio foi realizado para fins comparativos das propriedades mecânicas dos

filmes obtidos na CIM (M1 – M14) e filme de PVA sem processamento na CIM.

7.2.5 Morfologia

7.2.5.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

As amostras foram preparadas por metalização da superfície dos corpos de prova por

4 minutos com uma corrente de 20 mA. As condições para obtenção das imagens dos filmes

foram: voltagem 12,5 kV, distância de aproximadamente 15 mm e aumento de 1500 vezes. Tais

condições brandas visaram à preservação da amostra, susceptível e sensível à queima.

7.2.5.2 Microscopia Óptica (MO)

As amostras foram analisadas pela técnica de microscopia óptica de transmitância em

microscópio óptico acoplado à câmara com software de captura de imagens.

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107

Foi também utilizada luz polarizada cruzada, por meio do acoplamento de filtros

polarizadores cruzados ao microscópio óptico, permitindo a análise com ângulo de 90° com o

plano de polarização, com a obtenção de um campo de visão escuro para melhor a observação

de estruturas cristalinas (OLIVEIRA et al., 2003).

7.2.6 Determinação do grau de inchamento

O grau de inchamento constitui um ensaio que visa determinar a taxa relativa de

absorção de líquidos por um material. A importância desta determinação para os filmes do

presente estudo encontra-se primeiramente em avaliar a proporção de água (líquido escolhido)

absorvida e correlacionar esta taxa com propriedades do material em questão, como dimensões

e grau de dissolução (ASTM D570 - 98).

Para este ensaio foi incluída mais uma amostra de filme PVA/NaCMC sem

processamento em CIM. Para tal, e com objetivo de seguir as condições realizadas na CIM,

foram pesadas as respectivas massas de PVA e NaCMC (mPVA=28,25g; mNaCMC=1,45g). Estas

massas foram misturadas com auxílio de gral e pistilo e desta mistura foram retirados 24g para

preparo do filme conforme metodologia previamente descrita.

Foi preparada uma triplicata de corpos de prova com as dimensões 76,2 mm x 25,4

mm (Figura 27.b) e deixadas em dessecador. Todas as amostras foram submetidas ao ensaio de

espessura, segundo norma ASTM D5947-11. Foram realizadas três medidas de espessura de

cada corpo de prova. A média aritmética destas medidas constituiu a espessura média do corpo

de prova. As variações das medidas de todas as amostras não ultrapassaram 0,20 mm (ASTM

D570-98).

Após a pesagem das amostras secas, estas foram imersas em água destilada, secas com

papel absorvente e novamente pesadas.

Este procedimento foi realizado em intervalos de tempo pré-determinados (15, 60, 120,

180, 240, 300 e 1440 min) de acordo com a técnica de imersão repetida. O tempo final objetivou

avaliar a estrutura do filme em 1440 minutos.

Com o objetivo de avaliar o comportamento do filme nos 15 primeiros minutos, foi

realizado também por técnica de imersão repetida, com intervalo de 1 minuto. O ensaio foi

realizado em triplicata.

O grau de inchamento (GI%) foi calculado por meio da equação 11:

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Equação 11: GI%= {[(MI – MS)/MS] x 100}, onde:

MI: massa de filme inchado em um dado intervalo de tempo

MS: massa do filme seco.

Os diferentes tempos de imersão dos filmes visam verificar 1. A estabilidade física em

água, sem dissolução dos mesmos; 2. Obter a capacidade de inchamento do filme em 24 horas

(tempo estipulado para a troca de curativo para o uso em feridas exsudativas) e 3. O período de

15 minutos, objetiva obter o comportamento do filme nos minutos iniciais de aplicação do filme

na ferida.

7.2.7 Caracterização estrutural por FTIR

Os espectros obtidos estavam na faixa de 4000-400 cm-1 a temperatura ambiente, com

varreduras de oito vezes, no modo transmitância. O método utilizado de análise foi por

refletância total atenuada (ATR) em cristal de diamante com seleneto de zinco.

7.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.3.1 Análise Termogravimétrica (TGA)

Esta análise foi utilizada para verificar a estabilidade térmica dos polímeros puros

(PVA e NaCMC) e dos filmes processados na CIM (M1-M14). Os resultados das análises

TG/DTG encontram-se na tabela 22 e as curvas TG encontram-se nos apêndices 11.3 e 11.4

(Página 178).

A degradação de todas as misturas acontece em uma só etapa, como mostrado nas

curvas TG, com início de degradação (Tonset) diferente para cada mistura.

Pode ser observado que os filmes processados mostraram maior estabilidade térmica

quando comparados aos filmes dos polímeros puros, sem processamento, uma vez que todas as

temperaturas de degradação obtidas foram superiores a 276,2°C (temperatura do filme de PVA

sem processamento) e que o comportamento de degradação dos filmes possui comportamento

intermediário em relação aos polímeros puros (GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

Esta estabilidade térmica pode ser resultado das interações entre os dois polímeros. O

que indica maior número de interações intermoleculares via ligações hidrogênio que o PVA

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109

realiza em suas misturas, aumentando estabilidade térmica dos filmes (MONJAZEB,

KOOCHEKI & YAVARMANESH, 2017).

As perdas mássicas de todas as misturas foram próximas e superiores a do PVA, no

mesmo tempo de decomposição térmica, conferindo interação entre os polímeros com

exposição de grupos mais susceptíveis à degradação térmica. Neste contexto, a NaCMC não foi

usada como comparativo pelo seu maior tempo de degradação térmica promovida pelo ensaio.

Tabela 22. Resultados TG/DTG dos filmes PVA/NaCMC.

Mistura

Filme PVA/NaCMC

Rotação Tonset

(C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(min)

M1 60 275,0 313,5 77,99 21,91 37,5

M2 70 277,0 320,6 78,77 20,80 37,5

M3 80 273,9 330,5 76,76 23,90 37,5

M4 90 256,5 284,2 69,93 29,74 37,5

M5 100 262,6 301,4 73,43 26,34 37,5

M6 110 255,2 283,3 74,62 25,14 37,5

M7 120 260,8 287,1 75,68 23,99 37,5

Mistura

Filme PVA/NaCMC

Rotação Tonset

(C)

Temperatura

de

degradação

(C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(min)

M8 60 259,9 290,3 74,45 25,45 37,5

M9 70 262,3 304,4 73,46 26,54 37,5

M10 80 276,4 314,2 73,22 26,45 37,5

M11 90 287,3 337,4 72,18 27,56 37,5

M12 100 262,4 313,5 74,43 25,38 37,5

M13 110 260,2 289,4 73,75 25,84 37,5

M14 120 256,5 285,3 73,18 26,52 37,5

PVA 255,6 276,2 69,83 21,90 37,5

NaCMC 261,9 301,2 63,89 36,11 37,0

Foi também analisada a estabilidade térmica dos filmes de PVA e NaCMC processados

separadamente em CIM e dos filmes provenientes da mistura destes polímeros processados, a

fim de avaliar como o processamento influencia em termos de estabilidade térmica os polímeros

separadamente, sem interferência entre os polímeros durante o processamento.

Também foi analisada a estabilidade térmica dos polímeros puros (PVA e NaCMC)

processados na CIM nas condições 120°C, 120 rpm, e 4 minutos de processamento e 140°C,

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100 rpm e 4 minutos de processamento (condições M7 e M12, respectivamente), a fim de

comparar como o processamento de cada polímero interfere separadamente na estabilidade

térmica dos filmes puros e dos filmes oriundos das misturas dos polímeros processados.

O comportamento de degradação térmica destes filmes (homopolímeros processados

e de suas misturas) está demonstrado na tabela 23, comparando-se com os filmes dos polímeros

não processados. Nesta tabela 23 costam os dados obtidos por meio das análises TG/DTG e as

curvas Tg estão demonstradas no apêndice 11.6 (Página 179).

Tabela 23. Resultados TG/DTG dos filmes PVA/NaCMC processados em CIM.

Amostra Tonset

(C)

Temperatura de

degradação (C)

Perda

mássica

(%)

Massa

residual

(%)

Tempo

(minutos)

PVA M7 NaCMC M7 278,4 335,6 78,66 21,10 37,0

PVA M7 NaCMC M12 260,6 295,3 78,47 21,53 37,0

PVA M12 NaCMC M7 262,5 292,6 74,42 25,58 37,0

PVA M12 NaCMC M12 266,1 325,3 75,66 24,32 37,0

PVA M 7 260,0 278,6 80,94 19,00 37,0

PVA M12 265,3 288,0 78,85 21,15 37,0

NaCMC M7 267,5 299,3 59,10 40,71 37,0

NaCMC M12 280,1 293,3 58,00 41,98 37,0

PVA 255,6 276,2 69,83 21,90 37,5

NaCMC 261,9 301,2 63,89 36,11 37,0

Comparando-se primeiramente os polímeros não processados (PVA e NaCMC) com

os processados (condições M7 e M12), observa-se para o PVA um ligeiro aumento de

estabilidade promovida pelo processamento na CIM, uma vez que todas as Tonset e temperaturas

de degradação foram superiores a TonsetPVA= 255,6°C e TdegradaçãoPVA=276,2°C.

O mesmo não ocorre para a NaCMC, que apesar das Tonset dos filmes de NaCMC

processados, ser superior ao do filme de NaCMC não processado (TonsetNaCMC= 261,9°C), a

temperatura de degradação permaneceu inferior a TdegradaçãoNaCMC=301,2°C. Como o PVA é o

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componente em maior proporção na mistura polimérica, este resultado do processamento sobre

a estabilidade do filme, torna-se interessante para o desenvolvimento do protótipo.

Pode-se observar que apesar do maior tempo de degradação do filme de PVA não

processado, com perda mássica de 69,83%, as perdas mássicas para PVA processados (PVA

M7 e PVA M12) em 37 minutos são maiores (80,94% e 78,85%, respectivamente), o que leva

a crer que o processamento pode gerar pontos de mais fácil degradação ou de produtos mais

voláteis, o que não pode ser observado para a NaCMC.

As curvas TG (apêndice 11.6) do filme de PVA (PVA M7 e PVA M12) em relação

aos filmes de PVA processado demonstram que a degradação ocorre em uma única etapa, com

o mesmo padrão de degradação, o que não foi observado para a NaCMC. Comparativamente,

o filme de NaCMC não processado degrada-se em uma única etapa, assim como os filmes de

NaCMC processados (NaCMC M7 e NaCMC M12). Observa-se, no entanto, que o filme de

NaCMC M12, apresenta um padrão de degradação indicativo que a amostra fundiu com a

degradação (WIDMANN, 2001).

As curvas TG destes filmes também apresentaram a degradação em uma única etapa

(apêndice 11.6), no entanto os filmes PVA M7 NaCMC M7, PVA M12 NaCMC M7 e PVA

M12 NaCMC M12 apresentaram um padrão diferente de degradação, quando comparado aos

filmes de PVA, sugestivo de produto de fusão volátil (WIDMANN, 2001).

Os referidos resultados revelaram uma característica do processamento na produção

dos filmes que foi o ganho de estabilidade térmica nas condições M7 e M12, o que é interessante

na elaboração do protótipo do filme polimérico.

7.3.2 Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

A técnica de DSC forneceu informações sobre as transições térmicas dos filmes

poliméricos, associada à entalpia de cada processo como Tg e Tm, além do grau de cristalinidade

(GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

Nos apêndices 11.9 (Página 181), 11.10 (Página 182) e 11.12 (Página 184) encontram-

se as curvas DSC dos filmes obtidos por meio da técnica de vazamento, tanto dos

homopolímeros não processados e processados, quanto das suas respectivas misturas em uma

faixa de 0°C – 250°C. Para todas as curvas foi utilizada a segunda curva de aquecimento, a fim

de apagar a história térmica do material.

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Na tabela 24 estão descritas as transições Tg e Tm, com suas respectivas entalpias de

fusão e o grau de cristalinidade dos filmes M1 -M14 comparados aos polímeros puros.

Para as misturas poliméricas em geral são descritos na literatura diferentes métodos de

preparo de filmes que podem explicar as discrepâncias observadas nas Tgs.

Tabela 24. Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes das misturas PVA/NaCMC em CIM

comparados aos polímeros não processados.

Mis

tura

Amostra

PVA/NaCMC 9:1

Eventos Térmicos

Condições de

mistura Faixa Tg (C) Tg

(C)

Tm

(C)

∆Hf

(J/g)

Xc

(%)

T.

(C)

Rotação

(rpm)

Início Fim

M1

120

60 43,83 64,53 55,97 230,07 54,35 43,57

M2 70 49,14 71,75 59,38 229,19 55,61 44,58

M3 80 62,55 71,46 70,01 229,01 53,10 42,57

M4 90 61,05 83,48 72,65 229,91 45,38 36,38

M5 100 65,36 83,12 75,31 228,06 58,24 46,69

M6 110 67,37 88,85 77,85 227,95 49,00 39,28

M7 120 (*) 67,32 75,67 71,37 214,64 65,99 52,91

M8

140

60 66,92 86,43 77,12 229,41 77,85 62,41

M9 70 67,47 87,37 78,22 229,43 74,71 59,89

M10 80 61,41 74,65 71,49 229,54 75,64 60,64

M11 90 64,86 74,65 71,49 228,91 62,00 49,70

M12 100 65,19 95,25 84,41 229,46 71,74 57,51

M13 110 55,45 69,84 62,18 227,61 58,22 46,67

M14 120 61,41 74,65 71,49 229,17 77,07 61,78

PVA 66,89 89,08 76,90 227,20 46,73 33,71

NaCMC (*) 86,26 104,65 102,13 - - - Legenda: Mist =Mistura; T=temperatura; rot=rotação, t=tempo; iníc= início; Tg=temperatura de transição vítrea;

Mid=Midpoint; Tm= temperatura de fusão; Tc=temperatura de cristalização; ∆Hf=variação de entalpia da fusão;

Xc= cristalinidade

Pode ser observado no preparo de filmes por vazamento, o abaixamento da Tg em

filmes obtidos a partir das misturas, com Tg inferior a 76,90°C (TgPVA), a saber M1, M2, M3,

M4, M5, M7, M10, M11, M13 e M14, o que pode ter sido ocasionado pela presença de solvente

residual (SCHNEIDER, 1989).

A observação da ampla faixa de Tg observada, para os filmes de PVA e suas misturas,

indica que para todas as curvas dos filmes PVA/NaCMC, existe uma única Tg, que pode ser

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um indicativo de miscibilidade (no caso de Tgs intermediárias) (ELASHMAWI & ABDEL

BAIETH, 2012).

A Tg do PVA foi de 76,90°C, condizente com estudo prévio (NAIDU et al., 2005) e

condizente com o grau hidrólise, uma vez que PVA de médio e baixo graus de hidrólise possui

valores de Tg inferiores aos valores de Tg de PVA de alto grau de hidrólise, utilizado no

presente estudo (CIEMNIECKI & GLASSER, 1988).

Comparativamente aos polímeros puros, o filme com melhor miscibilidade, avaliada

por meio da Tg intermediária entre PVA (76,90°C) e NaCMC (102,13°C), foi o filme obtido

na condição M12 (140°C, 100 rpm, 4 minutos de processamento), com Tg=84,41°C. No

entanto, à exceção dos filmes das condições M1 e M2, todos os outros filmes possuem Tg dentro

da faixa de seus homopolímeros (TgPVA=76,90C e TgNaCMC= 102,13C), o que é indicativo de

possível miscibilidade (GURU et al., 2010; GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

O alargamento dos sinais de Tg é dependente do menor conteúdo de OH na mistura,

onde os grupos OH do PVA estão ligados por ligação hidrogênio o que fornece maior rigidez à

molécula, levando ao aumento da Tg. Assim as larguras dos sinais de Tg para as misturas

poliméricas M1-M14 são praticamente idênticas ao de seu componente majoritário, PVA

(GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012), como pode ser observado nas curvas constantes nos

apêndices 11.9 e 11.10

O ponto de fusão é um parâmetro físico usado para identificar o grau de pureza de uma

substância e sua natureza (GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012). O ponto de fusão obtido para o

filme de PVA (227,20°C) está muito próximo de todos os pontos obtidos para as misturas M1-

M14. Por meio da análise das curvas dos filmes M1-M14 (apêndices 11.9 e 11.10), pode-se

observar variações na área e com a manutenção de formato.

O formato da endoterma da fusão do PVA de alto grau de hidrólise é definido,

enquanto o PVA de médios e baixos graus de hidrólise possui normalmente um sinal

gradativamente largo e gradual de acordo com o declínio dos grupamentos OH presentes

(CIEMNIECKI & GLASSER, 1988). Aquela característica é observada em todas as curvas de

DSC do presente estudo.

A área acima da endoterma de fusão, isto é, o calor de fusão pode indicar de acordo

com seu formato, mudanças na estrutura cristalina, por meio de interações polímero-polímero

na fase amorfa (CIEMNIECKI & GLASSER, 1988).

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As diferentes formas no sinal endotérmico podem ser resultado à cristalinidade da

mistura, onde o aumento da área do sinal, observado por meio do aumento de todas as entalpias

de fusão dos filmes obtidos do processamento na CIM, pode ser explicado pelo aumento da

cristalinidade ocasionado pelo maior ordenamento molecular (ABDEL-ZAHER, MOSELHEY

& GUIRGUIS, 2016), o que é corroborado pelo aumento do grau de cristalinidade (Xc) para

todos os filmes processados (Figura 28, Tabela 24).

Figura 28. Grau de cristalinidade (Xc%) dos filmes das misturas (M1-M14), comparadas com os

filmes de PVA não processado

Os resultados de DSC dos filmes dos polímeros (PVA e NaCMC) processados nas duas

condições M7 e M12, assim como os filmes oriundos das misturas dos dois polímeros nestas

mesmas condições constam nas tabelas 25 e 26 e suas respectivas curvas DSC obtidas após

tratamento térmico, no apêndice 11.12 (Página 184).

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Tabela 25. Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes dos polímeros puros processados em CIM

nas condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12 (140°C, 100 rpm)

comparados aos polímeros não processados.

Amostras Condições na

CIM

Eventos Térmicos

Faixa Tg (C) Tg

Midpoint

(C)

Tm

(C)

∆Hf

(J/g)

Xc

(%) T.

(C)

Rotação

(rpm)

Início Fim

PVA M7 (*) 120 120 60,81 71,71 66,02 228,15 62,95 45,42

NaCMC M7 (*) 85,18 104,55 85,18 - - -

PVA M12 (*) 140 100 107,20 130,45 121,30 229,97 57,52 41,50

NaCMC M12(*) 92,29 113,56 110,64 - - -

PVA 66,89 89,08 76,90 227,20 46,73 33,71

NaCMC (*) 86,26 104,65 102,13 - - - Legenda: Tg: temperatura de transição vítrea; Tm: temperatura de fusão; ∆Hf: variação de entalpia da fusão; Xc: grau de

cristalinidade. (*) amostras analisadas sob as mesmas condições de análise em DSC calibrado, da mesma marca, diferente do

utilizado nas análises comparativas.

Tabela 26. Eventos térmicos obtidos por DSC dos filmes obtidos a partir dos polímeros PVA e

NaCMC processados separadamente em CIM nas condições M7 (120°C, 120rpm) e

M12 (140°C, 100 rpm).

Amostras

Eventos Térmicos

Faixa Tg (C) Tg (C) Tm

(C)

∆Hf

(J/g)

Xc

(%) Início Fim Mid.

PVA M7/NaCMC M7 (*)

58,29 73,53 65,12 228,29 58,37 46,79

PVA M7/NaCMC M12 (*)

61,84 67,02 66,16 227,80 60,89 48,81

PVA M12/NaCMC M12 (*)

103,03 115,96 114,38 128,30 58,07 46,55

PVA M12/NaCMC M7 (*) 117,37 132,47 127,84 229,22 58,89 47,21 Legenda: Tg: temperatura de transição vítrea; Tm: temperatura de fusão; ∆Hf: variação de entalpia da fusão; Xc: grau

de cristalinidade. (*) amostras analisadas sob as mesmas condições de análise em DSC calibrado, da mesma marca,

diferente do utilizado nas análises comparativas

O aparecimento de uma única Tg para todos os polímeros processados e seus filmes

(tabelas 25 e 26) sugere a interação da fase amorfa do PVA com NaCMC (ABDULKHANI et

al., 2013). Pode ser observado que a condição M12 de processamento promove o aumento da

Tg dos filmes de PVA e do NaCMC, enquanto a condição M7, diminui a Tg para os filmes de

ambos os polímeros.

O aumento da Tg está relacionado à maior mobilidade macromolecular na matriz do

filme polimérico, o que poderia ser explicado pela presença de moléculas de água ainda

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constantes nos filmes que aumentariam o volume livre do material (MARVDASHTI,

KOOCHEKI & YAVARMANESH, 2017), no entanto este fenômeno só ocorre com o filme

processado na condição M12 e não na condição M7, que parece estar mais relacionada ao

aumento da rigidez da molécula.

Não se observa alteração nas Tms pelo processamento, mas como anteriormente

observado, um aumento da cristalinidade e da entalpia relacionada à fusão, para os polímeros

processados e em suas misturas (Tabelas 25 e 26, Figura 29).

As curvas de DSC destes filmes (apêndice 11.12) não revelaram modificações no

formato, mas sim nas áreas obtidas em comparação ao filme de PVA, devido à maior entalpia

associada à fusão e consequentemente aumento da cristalinidade de todos os filmes e suas

misturas, o que não está relacionado à uma interação da fase amorfa do PVA com a NaCMC

(com diminuição da cristalinidade), mas ao processamento deste na CIM com aumento da

característica cristalina do PVA, que se apresentou tanto nos pós processados quanto nos filmes

oriundos destes materiais.

Figura 29. Grau de cristalinidade (Xc (%)) dos filmes dos polímeros processados isoladamente e dos

filmes oriundos da mistura dos polímeros processados nas condições M7 e M12 comparados ao filme

de PVA não processado.

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117

7.3.3 Difratometria de RX dos filmes poliméricos

O ensaio de DRX foi realizado para todos os filmes poliméricos provenientes da

mistura M1-M14, dos polímeros puros (PVA e NaCMC) não processados, dos polímeros puros

(PVA e NaCMC) processados e de suas misturas, nas condições da CIM, M7 e M12, como

previamente descritas. Os difratogramas obtidos estão representados nos apêndices 11.15,

11.16 (Página 186) e 11.18 (Página 187) e os valores de 2Ɵ e suas respectivas intensidades obtidos

nestes difratogramas encontram-se nas tabelas 27, 28 e 29.

Assim como para as misturas obtidas na CIM, também se objetivou para os filmes

poliméricos, obter seu grau de cristalinidade por meio da deconvolução dos picos usando-se o

software Fityk e comprovar esta cristalinidade por DSC, como previamente demonstrado.

Nas tabelas 27 e 28 pode-se observar os valores de 2Ɵ e as correspondentes

intensidades dos picos das curvas de difração dos filmes provenientes das misturas M1-M14.

Pode se observar o aumento da intensidade da cristalinidade em todos os filmes comparados ao

PVA puro, como observado nas misturas M1-M14, cuja cristalinidade do filme final foi

modificada.

Tabela 27. Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do difratograma dos

filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM (M1-M7) comparados aos polímeros puros.

Amostras (filmes) 2Ɵ Intensidade (I/I0)

PVA/NaCMC 120°C 60 rpm 19,81 586

PVA/NaCMC 120°C 70 rpm 19,71 515

PVA/NaCMC 120°C 80 rpm 19,91 480

PVA/NaCMC 120°C 90 rpm 20,11 676

PVA/NaCMC 120°C 100 rpm 19,91 610

PVA/NaCMC 120°C 110 rpm 19,50 718

PVA/NaCMC 120°C 120 rpm 19,39 1481

PVA 20,06 397

NaCMC 21,40 625

Pode-se também observar os típicos difratogramas de PVA e NaCMC a temperatura

ambiente, na faixa de 10° ≤ 2Ɵ ≤ 50°. Os difratogramas das misturas revelam primeiramente o

formato das reflexões do difratograma do PVA puro com suas fases cristalina e amorfa,

característica de um polímero semicristalino (GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012), o que é

esperado devido ao PVA estar como componente majoritário da mistura, no entanto, com mais

intensidade, comparado ao polímero puro, com pico de maior intensidade em torno de 20° e

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118

uma região mais espalhada em torno de 22,5°, como previamente descrito em literatura

(MANCINELLI et al.,2013).

Tabela 28. Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do difratograma dos

filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM (M8-M14) comparados aos polímeros puros.

Amostras (filmes) 2Ɵ Intensidade (I/I0)

PVA/NaCMC 140°C 60 rpm 19,65 462

PVA/NaCMC 140°C 70 rpm 20,11 372

PVA/NaCMC 140°C 80 rpm 19,61 708

PVA/NaCMC 140°C 90 rpm 19,30 620

PVA/NaCMC 140°C 100 rpm 19,91 441

PVA/NaCMC 140°C 110 rpm 19,81 635

PVA/NaCMC 140°C 120 rpm 19,61 762

PVA 20,06 397

NaCMC 21,40 625

Tabela 29. Valores de 2Ɵ e as correspondentes intensidades obtidos a partir do difratograma dos

filmes obtidos a partir dos pós processados na CIM nas condições M7 (120°C, 120 rpm) e M12

(140°C, 100 rpm) comparados aos polímeros puros não processados.

Amostras (filmes) 2Ɵ Intensidade (I/I0)

PVA M7/NaCMC M7 20,20 1482

PVA M7/NaCMC M12 19,52 541

PVA M12 NaCMC M7 20,00 458

PVA M12/ NaCMC M12 19,70 630

PVA M7 19,79 957

PVA M12 19,81 949

NaCMC M7 20,80 365

NaCMC M12 20,32 520

PVA 20,06 397

NaCMC 21,40 625

A característica de cristalinidade destes filmes influencia nas propriedades físicas e

mecânicas do protótipo, pois implica em mudanças na regularidade estrutural das cadeias

poliméricas principais (GUIRGUIS & MOSELHEY, 2012).

Para os filmes processados (Tabela 29), comparando-se os polímeros processados nas

condições M7 e M12, com suas respectivas misturas, observa-se também o mesmo

comportamento de aumento de cristalinidade, observada pelo aumento da intensidade de sinal,

com maior sinal em filme PVA M7/NaCMC M7com características de curvas de picos de

difração próximas ao PVA processado em ambas as condições.

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119

Pode ser observado também que o processamento gera filmes com aumento de

cristalinidade para o PVA processado (PVA M7=957 e PVA M12=949) em comparação ao não

processado (PVA=397), o que não ocorre para o NaCMC, cujo filme do NaCMC não

processado (NaCMC=625), tem sua cristalinidade diminuída quando processado (NaCMC

M7=365 e NaCMC M12=520).

7.3.4 Ensaios Mecânicos

A avaliação das propriedades mecânicas é um importante critério para a aplicação

prática de um material, cujos resultados o tornam elegíveis ou não ao objetivo pretendido (LIU

et al,.2012).

Estas propriedades descrevem o comportamento mecânico dos filmes para serem

usados para curativos e fornecem informações para adequação das condições de processamento

da CIM. Isso porque, para o presente estudo, em um ensaio mecânico de um filme polimérico

que será usado como curativo, é desejável. Pois o filme deve possuir força mecânica suficiente

para sua aplicação na cobertura de ferida se suportar o estresse mecânico, sem romper, mas

absorvendo a energia e assim protegendo o leito da ferida (SINGH & PAL, 2012, FAN et

al.,2015).

Para isso, o ensaio deve fornecer informações sobre a microestrutura dos materiais

onde cada polímero em uma mistura contribui com suas propriedades e com as características

provenientes da interação polímero-polímero (ABDULKHANI et al., 2013), no presente

estudo, PVA e NaCMC.

Desta forma, os ensaios mecânicos para o protótipo de um curativo devem atender às

características mecânicas da pele, a fim que este possa ser usado no processo de cicatrização.

No entanto as características mecânicas da pele são muito variáveis entre os trabalhos

publicados, devido à variabilidade biológica entre os indivíduos, à natureza anisotrópica da pele

e à sensibilidade biológica dos tecidos nas condições de teste (ANNAIDH et al., 2012).

O ensaio de Resistência à Tração embasou-se na norma ASTM D882-12, e objetivou

determinar a Tensão na Ruptura e Força Máxima de Tensão dos filmes poliméricos.

O ensaio de Resistência ao Rasgo (ASTM D1004-13) determinou a força máxima para

o rasgamento dos filmes poliméricos.

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120

Ambos foram realizados para os filmes provenientes das misturas M1-M14 e do filme

de PVA. Os resultados destas análises encontram-se na tabela 30.

O conceito de tração na ruptura está relacionado à resistência à tração nominal, que

consiste na máxima tensão sob tração (nominal) que o corpo de prova suporta durante o ensaio

de tração. Quando esta tensão alcança o valor máximo, ocorre a ruptura do material. Esta

resistência à tração é chamada Resistência à Tração na Ruptura (Tensão na Ruptura). Consiste,

portanto, na razão entre a força aplicada (N) e a área da secção transversal (mm2) (CANTO &

PESSAN, 2003).

Por meio do ensaio de tração, pode-se observar a diminuição da resistência à tração na

ruptura para todos os filmes provenientes em todas as condições de mistura M1-M14, quando

comparados ao PVA, com alta variação, de 5,56 ± 0,50 (condição M4) a 89,40 ± 0,87 (condição

M6), o que demonstra que não ocorreu um aumento do reforço da matriz de PVA, como

previamente descrito em literatura (LIM et al., 2010). Este mesmo comportamento pode ser

observado nos valores obtidos na resistência à tração na força máxima, à exceção dos filmes

das condições M8, M9 e M10, cujos valores são superiores aos valores do filme de PVA.

Os filmes de PVA de alto grau de hidrólise possuem tensões de ruptura maiores e são

mais rígidos quando comparados aos PVAs parcialmente hidrolisados, que por possuírem uma

grande quantidade de grupos acetatos, não participam de ligações covalentes entre os

grupamentos ésteres (HAKALAHTI et al.,2015).

Apresentam assim boa resistência mecânica, dada a alta tensão de ruptura e à

capacidade de alongamento destes filmes. Isso na mistura polimérica ocorre porque o PVA

fornece força, hidrofobicidade e flexibilidade aos filmes poliméricos (LIU et al., 2017;

MARVDASHTI, KOOCHEKI & YAVARMANESH, 2017). O NaCMC, por sua vez, diminui

a densidade da reticulação no hidrogel com a produção de um filme mais elástico e menos rígido

(LIM et al., 2010), e que apesar da diminuição da tensão na ruptura e força máxima na ruptura

para a maioria das misturas como descrito previamente, o NaCMC melhora a força dos filmes

sem diminuir sua flexibilidade (GHANBARZADEH, ALMASI & ENTEZAMI, 2011).

Annaidh e colaboradores (2012) demonstraram que força de tensão para a pele humana

varia de 13,2 a 30 MPa, o que implica que todos os protótipos (à exceção de filme M4), podem

ser submetidos à maiores forças de tensão, comparadas à pele, caso não ocorram alterações do

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121

meio que possam gerar variações de módulo elástico e tensão máxima (ZEPON & KANIS,

2013).

Tabela 30. Resultados dos ensaios de resistência à tração e resistência ao rasgo dos filmes

PVA/NaCMC nas condições M7-M14.

Amostra Rotação Filme PVA/NaCMC 120°C

Tensão na ruptura

(MPa)

Força Máxima de

Tensão (MPa)

Força Máxima

(N)

M1 60 39,34 ± 0,90 55,00 ± 6,55 44,92 ± 0,60

M2 70 40,00 ± 1,83 49,04 ± 2,18 40,81 ± 0,59

M3 80 10,30 ± 0,91 43,54 ± 2,47 45,70 ± 1,83

M4 90 5,56 ± 0,50 5,61 ± 0,50 36,07 ± 0,89

M5 100 79,77 ± 24,27 38,75 ± 22,93 33,60 ± 0,39

M6 110 89,40 ± 0,87 86,63 ± 1,44 48,03 ± 1,36

M7 120 14,09 ± 3,10 49,64 ± 5,13 36,68 ± 1,81

Amostra Rotação Filme PVA/NaCMC 140°C

Tensão na ruptura

(MPa)

Força máxima de

Tensão (MPa)

Força máxima

(N)

M8 60 86,20 ± 3,84 56,64 ± 8,71 31,38 ± 1,02

M9 70 77,75 ± 1,94 72,25 ± 2,82 38,88 ± 0,95

M10 80 86,76 ± 8,67 74,79 ± 8,37 35,81 ± 5,21

M11 90 30,81 ± 4,99 42,44 ± 1,13 48,74 ± 0,77

M12 100 14,12 ± 2,66 43,74 ± 5,32 41,14 ± 1,62

M13 110 43,06 ± 3,24 51,84 ± 3,95 39,92 ± 1,07

M14 120 26,36 ± 7,56 36,69 ± 8,81 27,79 ± 1,33

PVA 96,20 ± 4,86 59,69 ± 2,14 26,26 ± 3,15

A resistência ao rasgo de um filme é realizada para medir a força máxima em Newtons

(N) para iniciar o rasgo do filme. Esta força é normalmente medida no início do rasgo (MISHRA

& AMIN, 2011).

Para o ensaio de resistência ao rasgo, observou-se um aumento da força máxima

exercida para promover o rasgamento do filme polimérico, comparado ao PVA puro, que

apresenta boa resistência ao rasgo (LAWTON, 1996) (26,26 N ± 3,15 N), para todos os filmes,

com variação de 27,79 ± 1,33 (condição M14 de mistura) a 48,74 ± 0,77 (condição M11 de

mistura). Este resultado demonstra aumento da resistência dos filmes processados, que é uma

característica mecânica importante para filmes finos (KARKI, S. et al., 2016).

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122

7.3.5 Morfologia

7.3.5.1 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Microscopia Ótica (MO)

Apesar da inspeção visual dos filmes poliméricos ser uma técnica qualitativa comum

para estimar a miscibilidade e compatibilidade da mistura polimérica (CIEMNIECKI &

GLASSER, 1988), MO e MEV são técnicas descritas na literatura (PERCEC et al., 2012;

HEMALATHA et al.; 2014; EL-SAYED et al., 2015) para a análise morfológica de filme

poliméricos de PVA.

Primeiramente todos os filmes poliméricos obtidos apresentavam visualmente

transparência, com indicativo inicial de uma boa dispersão do NaCMC no PVA, promovida no

processamento (LI et al., 2014).

A análise dos filmes por microscopia eletrônica de varredura (MEV) de todas as

amostras foi limitada ao aumento de 1500X e 3000X devido à facilidade de queima do material,

pois as amostras poliméricas foram sensíveis à irradiação de elétrons (GONÇAVES, 2003).

Para o preparo e análise destas amostras, houve aumento do tempo de metalização em

ouro de 2 minutos para 4 minutos e aumento de distância máxima para análise de 30 mm.

Lim e colaboradores (2010) demonstraram que o aumento da concentração de NaCMC

leva ao aumento de tamanhos de poros. A MEV demonstrou que o filme de PVA e suas misturas

M1-M14 são lisos e não apresentaram poros, característica importante para um curativo, pois

dificulta a infecção por microrganismos e a perda de água por exsudação (DHIVYA, PADMA

& SANTHINI, 2015).

Por meio dos resultados (Figura 30), não pode ser observada deposição de material,

demonstrando a solubilidade total dos polímeros pela técnica de preparo do filme e uma matriz

uniformemente processada, semelhante ao filme de PVA puro (HEMALATHA et al., 2014).

Foi observada somente em um filme (m) deposição de material, caracterizando prejuízo na

solubilização da mistura polimérica PVA/CMC obtida a 140°C e 100 rpm.

Foram observados alguns pontos de evaporação (não observado por MEV) de solvente

durante o preparo do filme, caracterizados pela presença de alguns poros irregulares, como

observado, por exemplo, nas figuras 30b e 30l, característicos de filmes poliméricos obtidos

por mistura, vazamento e posterior secagem, corroborando com resultados previamente

descritos em literatura (KOÇ et al., 2007).

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123

A superfície do filme polimérico também foi avaliada por MO em modo de

transmissão (Microscopia em Campo Claro) para avaliar a eficiência da mistura nos filmes

provenientes da CIM M1-M14 (OLIVEIRA, 2003).

Foi possível avaliar, por meio da técnica, a uniformidade da superfície do filme,

esperado para um filme transparente e um indicativo de compatibilidade entre os componentes

do filme (FARIA, VERCELHEZE & MALI, 2012) (Figura 31).

Com a utilização da técnica de Microscopia com Luz Polarizada foi possível observar

a presença de esferulitos imperfeitos (Figura 32) em todos os filmes poliméricos. Esses são

característicos da estrutura semicristalina do PVA, que consistem em pequenas regiões

ordenadas oriundas de moléculas de PVA em dupla camada unidas por ligações OH e por

ligações Van der Waals, cujas condições de secagem influenciam no tamanho destes esferulitos

(HASSAN & PEPPAS, 2000).

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124

Figura 30. Imagens de MEV de filmes PVA/CMC 9:1 (temperatura (°C) /rotação (rpm), aumento):

a.120/60,2500X; b.120/70, 1500X; c.120/80, 1500X; d.120/90, 1500X; e.120/100, 3000X; f. 120/110,

1500X; g. 120/120, 5000X; h.140/60, 1500X; i.140/70, 3000X; j.140/80, 3000X; l.140/90, 1500X;

m.140/100, 1500X; n. 140/110, 1500X; o. 140/120, 1500X; p. PVA/NaCMC sem mistura em CIM

2500X e q. PVA 1500X. (Em detalhe: seta vermelha: poros irregulares, seta azul; material

depositado).

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Figura 31. Imagens de MO de filmes com aumento de 500X (temperatura (°C) /rotação (rpm):

a.120/60,; b.120/70, 1500X; c.120/80; d.120/90, e.120/100, f. 120/110, g. 120/120; h.140/60, i.140/70,

j.140/80, l.140/90, m.140/100, n. 140/110; o. 140/120,p. PVA/NaCMC sem mistura em Câmara

Interna q. PVA.

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Figura 32. Imagens de MO de filmes com luz polarizada com aumento de 200X (temperatura (°C)

/rotação (rpm): a.120/60; b.120/70, 1500X; c.120/80; d.120/90, e.120/100, f. 120/110, g. 120/120;

h.140/60, i.140/70, j.140/80, l.140/90, m.140/100, n. 140/110; o. 140/120,p. PVA/NaCMC sem

mistura em CIM PVA.

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127

7.3.6 Determinação do Grau de Inchamento

Na determinação do grau de inchamento (ASTM D570-98), foram utilizados os filmes

das misturas M1-M14 e filme de PVA não processado em CIM.

Nesta etapa foram utilizados também para fins comparativos, filmes de PVA/NaCMC

obtidos a partir de PVA e NaCMC processados separadamente em CIM, comparados aos filmes

de PVA nas condições M7 e M12 conforme técnica descrita previamente. Estes filmes foram

usados nesta etapa para verificar como o processamento dos polímeros separadamente altera

suas propriedades em termos de inchamento.

Finalmente também foi submetido ao ensaio de inchamento o filme PVA/NaCMC sem

processamento. Sua utilização neste ensaio baseia-se na hipótese que a CIM possa promover

interações entre as moléculas de PVA e NaCMC, proporcionando a reticulação física que faça

com que o material absorvente não se dissolva na presença de água (HUBBE et al., 2013).

Para o referido ensaio foram utilizados dois intervalos de tempo, o primeiro de 15

minutos que objetivou analisar o comportamento de inchamento por um curto período. Este

período justifica-se pela observação do comportamento dos filmes poliméricos em água pelo

período mais curto possível a fim de verificar o comportamento destes nos primeiros minutos,

que serão os minutos de liberação do fármaco quando o protótipo estiver medicado. Também

foi analisado o período de 5 horas e após a observação do grau de inchamento, o tempo foi

extrapolado para 24 horas, para verificar a integridade dos filmes.

Os meios comumente utilizados para o ensaio de inchamento são solução fisiológica

de NaCl 0,9%, tampão fosfato salina (PBS) e água destilada para a avaliação primária do

comportamento do hidrogel in vitro quanto ao inchamento (SHI et al, 2016). Esta última foi

utilizada, a fim de assegurar todas as condições dispostas para o ensaio (ASTM D570-98).

No início do processo de inchamento em meio aquoso utilizado no presente estudo,

em uma membrana polimérica, ligações hidrogênio intermoleculares são rompidas por

moléculas de água que posteriormente se ligam aos sítios hidrofílicos das moléculas

poliméricas. A mobilidade destas moléculas de água é restrita, assim como sua capacidade de

cristalizar. A presença de poros na membrana polimérica também constitui outro fator inibidor

da mobilidade da água no processo de inchamento (SAMAL et al., 2009).

Todos os filmes poliméricos PVA/NaCMC (M1-M14), PVA não processado, PVA

processado nas condições (M7 e M12) e suas misturas PVA/NaCMC processadas

separadamente apresentaram alta capacidade de inchamento com manutenção de sua

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integridade estrutural pelo período de 5 horas do ensaio e por um período extrapolado de 24 h

(Figura 33).

Figura 33. Filme polimérico com estrutura preservada após 24 horas em água destilada.

Foi observado, no entanto, que o filme PVA/NaCMC cujas matérias-primas não foram

processadas na CIM, dissolveram-se no primeiro minuto do ensaio de inchamento. Tal

resultado mostra que a CIM promove a reticulação física do filme polimérico, o que permite

que o filme mantenha sua estrutura, pois na ausência de uma possível reticulação, o filme

simplesmente se dissolveu (HUBBE et al., 2013).

A capacidade de absorção de água de um hidrogel pode chegar de 10 a 1000 vezes a

sua massa em água. Esta característica é devida a fatores relacionados à composição química

do filme e à estrutura molecular. Os fatores são massa molecular dos componentes da mistura

polimérica, a densidade da reticulação, a natureza dos agentes de reticulação (caso sejam

utilizados) e a presença de grupos ionizáveis das cadeias poliméricas, que não se difundem para

fora da matriz polimérica, mas por osmose, promovem maior entrada de água no filme (HUBBE

et al., 2013). Para os filmes utilizados no ensaio, a capacidade absortiva está relacionada

primariamente aos grupamentos hidrofílicos –COOH da NaCMC e –OH da NaCMC e PVA

(HARUN-OR-HASHID et al., 2015).

Durante o processo de inchamento do filme, forças opostas atuam até à manutenção

do estado de equilíbrio. Estas são estão relacionadas à infiltração do solvente no filme e à

retração elástica do mesmo, ocasionadas pela interação entre a água e grupos moleculares da

cadeia polimérica, como descrito. O comportamento do material inchado gera informações

sobre mudanças conformacionais e de volume da cadeia, onde o transporte de moléculas do

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129

solvente para a rede do gel é o processo primário do inchamento. No estado de equilíbrio, a taxa

de inchamento constante fornece informações sobre a taxa de absorção de água e a taxa de

conteúdo de água reflete informações sobre o volume livre do hidrogel para acomodar a água

do meio (MA et al., 2007).

Foi observada para estes filmes diminuição da rigidez e aumento da opacidade, esta

ocasionada pela mudança de cristalinidade do material, que inchado promove o desvio do feixe

de luz incidente, comprometendo a transmissão desta (ALMEIDA et al., 2013) como pode ser

observado anteriormente na figura 33.

Os resultados do grau de inchamento dos filmes encontram-se demonstrados nas

figuras 34, 35 e 38 (período de 5 horas) e nas figuras 36, 37 e 39 (período de 15 minutos). O

método utilizado de análise foi por refletância total atenuada (ATR) em cristal de diamante com

seleneto de zinco.

É esperado que o grau de inchamento aumente com o aumento do tempo de imersão,

onde as curvas apresentem normalmente regiões diferentes, linear, não linear e uma região de

platô (PAMFIL, BUTNARU & VASILE, 2016). Este comportamento foi observado para todos

os filmes provenientes do processamento na CIM (condições M1-M14), para o PVA e para os

filmes de PVA processados (condições M7 e M12) e seus filmes (figuras 34, 35 e 38). Com o

aumento do tempo, para todos os filmes o aumento do grau de inchamento ocorreu com o

aumento do tempo e estado de platô foi observado para todos os filmes em aproximadamente 4

horas de imersão.

A variabilidade maior do grau de inchamento para os filmes M9-M14 (140°C), quando

comparados aos filmes M1-M8 (120°C), está relacionada à maior variabilidade da massa seca

destes, não superior a 2 mm (ASTM D570-98).

Os filmes apresentaram aumento na capacidade de inchamento quando comparados ao

PVA puro pela devido à presença de NaCMC. A adição de NaCMC no filme promoveu

aumento da capacidade de absorção de água, motivo pelo qual este é utilizado em curativos

para evitar a perda de água transepidérmica. Isto ocorre devido à presença de repetidos

grupamentos laterais éter que promovem o aumento da distância intermolecular entre as cadeias

poliméricas e facilitam a entrada de água na matriz polimérica (CHANG & ZHANG, 2011;

RAMLI &WONG, 2011; KIBAR & US, 2013).

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Figura 34. Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara de mistura a

120°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120rpm).

Para os filmes poliméricos PVA/NaCMC obtidos na CIM nas condições M1-M14,

todos os filmes apresentaram grau de inchamento superior a 200% na primeira hora de ensaio,

com capacidade aumentada para os filmes 120°C, 60 rpm (condição M1), cujo grau de

inchamento no período de 1 hora foi de, aproximadamente, 540%.

Foi observado que o filme PVA/NaCMC da condição 120°C, 80 rpm apresentou a

maior capacidade de inchamento no período de 5 horas, variando de, aproximadamente 230 a

415% (figura 34), que sugere que nesta condição a mobilidade das cadeias poliméricas foi

aumentada pelo processamento na CIM, com exposição de mais grupos hidrofílicos,

aumentando a absorção de água pelo filme (IBRAHIM et al., 2013).

No tempo de 15 minutos, todos os filmes (M1-M14) apresentaram aumento do grau

de inchamento, quando comparados ao PVA puro, com maior inchamento observado para os

filmes M11 (140°C, 90 rpm) e M12 (140°C, 110 rpm) (Figuras 36 e 37), respectivamente.

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131

Figura 35. Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara de mistura a

140°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120 rpm).

Figura 36. Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara de mistura a

120°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120 rpm) por 15 minutos.

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132

Figura 37. Gráfico do grau de inchamento dos filmes PVA/NaCMC obtidos em câmara de mistura a

140°C em diferentes rotações (60, 70, 80, 90, 100, 110, 120rpm) por 15 minutos.

O PVA de alto grau de hidrólise, como o utilizado no presente estudo, não se dissolveu

em nenhuma condição, isso porque apesar dos grupamentos –OH levarem ao inchamento e

posterior dissolução do PVA (polímero semicristalino), a quantidade excessiva de grupamentos

–OH, previnem a dissolução do PVA devido às ligações hidrogênio intra e intermoleculares

formadas (LEI & LI LI, 2009).

Para o PVA processado separadamente (condição M7 e M12) (Figura 38), comparado

ao PVA puro foi observado aumento da capacidade absortiva no filme de PVA processado na

condição M7 no período de 5 horas, mas com menores variações comparadas aos filmes com

NaCMC. Estudo prévio já demonstrou que a presença de NaCMC na mistura polimérica,

diminui a reticulação e aumenta a capacidade absortiva destas, motivo pelo qual todos os filmes

sem NaCMC, possuem grau de inchamento reduzido (AJJI, OTHMAN & ROSIAK, 2005; LIM

et al., 2010).

O grau de inchamento para este período para os filmes de PVA/NaCMC, no entanto,

apresentaram menor capacidade absortiva quando comparados aos filmes cujos polímeros

foram processados juntos na CIM, conferindo que a técnica descrita apresenta vantagem em

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133

relação ao processamento dos polímeros separados na CIM. Para o tempo de 15 minutos este

comportamento não pode ser observado, não apresentado diferença entre a técnica de obtenção

do pó, com os polímeros separados ou não (Figura 39).

Assim, para o grau de inchamento, a técnica de obtenção do protótipo de filme

polimérico, fornece não somente aumento da capacidade absortiva de água no período de 5

horas, sem prejuízo durante os primeiros 15 minutos de inchamento, com expansão dos filmes,

a fim de favorecer sua cinética de liberação em estudos futuros (MANSUR et al., 2008), com

manutenção de sua estrutura em um período de 24 horas, sem dissolução da matriz polimérica.

Assim sendo, o processamento gera mudanças conformacionais que atuam não somente

evitando a dissolução do filme como aumentando o volume de água absorvido (MA, BAI &

WANG, 2016).

Figura 38. Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA e NaCMC processados (condições

M7 e M12) e seus respectivos filmes e PVA não processado.

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134

Figura 39. Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA e NaCMC processados (condições

M7 e M12) e seus respectivos filme

s e PVA não processado por 15 minutos.

7.3.7 Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier

A técnica de espectroscopia FTIR pode ser utilizada para a caracterização de hidrogéis

de PVA (REIS et al, 2006). Para os assinalamentos dos espectros dos filmes PVA/NaCMC a

120ºC e a 140ºC em diferentes rotações (Misturas M1-M14) e em filme de PVA puro (Figuras

40 e 41), foram realizadas as correlações entre as bandas principais observadas na faixa de

4000-400 cm-1 por meio da técnica de ATR.

Foi observada em todos os espectros a banda característica de vibrações de

alongamento da ligação OH relacionadas à álcoois entre 3700-3584 cm-1. Em relação a estas

bandas, observa-se uma redução de intensidade de sinal a 120ºC a 90, 110 e 120 rpm, com

redução mais pronunciada a 90 rpm. Esta diminuição pode estar relacionada a maior perda de

água durante o processo de secagem destes filmes (TRETINNIKOV & ZAGORSKAYA, 2012)

ou pelo enfraquecimento da ligação hidrogênio por interação com NaCMC e diminuição de

grupos OH (SILVERSTEIN, WEBSTER, KIEMLE, 2005; REIS et al, 2006). Este fenômeno

não foi observado em nenhum filme a 140ºC quando comparado ao filme de PVA puro.

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135

Figura 40. Espectros de FTIR de filmes PVA/ NaCMC obtidos a 120ºC em diferentes rotações (rpm):

(a) 60; (b); 70; (c) 80; (d) 90; (e) 100; (f) 110 e (g) 120. Em (h) Filme de PVA puro, sem CIM.

λ (nm)

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Figura 41. Espectros de FTIR de filmes PVA/ NaCMC obtidos a 140ºC em diferentes rotações (rpm):

(a) 60; (b); 70; (c) 80; (d) 90; (e) 100; (f) 110 e (g) 120. Em (h) Filme de PVA puro, sem CIM.

As vibrações estáveis de alongamento C-H características de grupos CH2 e CH3 em

cadeias linares podem ser observadas na faixa entre 3000-2840 cm-1 em todos os espectros a

120 e 140ºC (SILVERSTEIN, WEBSTER, KIEMLE, 2005).

Para os assinalamentos do NaCMC, foram observadas absorção forte em 1731 cm-1

para éster (1750-1670 cm-1); 1088 cm-1 para alquil éter (1150-1080 cm-1); estiramento em 1023

cm-1 para álcool primário (C-O) (aproximadamente 1050 cm-1), com absorção forte em 3311,1

cm-1 para álcool (O-H) (3650-3100 cm-1) e absorção média em 2910 cm-1 para carbono sp3

(3000-2840 cm-1). Para as duas substâncias foram observadas correlação entre as absorções.

Peppas (1976) observou um aumento da intensidade das bandas de filme de PVA em

1141 cm-1. Este aumento é característico de cristalinidade. Foi observado que a evaporação de

água em soluções aquosas de PVA para preparo de filmes de PVA que passam por gelificação

apresentam este fenômeno. Também foi demonstrado que a desidratação do filme por

λ (nm)

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137

evaporação em um período de 24 horas não formava pontos de cristalização, mas a introdução

de cristalitos é promovida por meio do processo de anelação. O processo de secagem de

reticulação de filmes de PVA.

Os espectros de infravermelho no hidrogel de CMC demonstram as bandas em 1422,

1608, 2931 e 3420 cm-1 relacionadas às frequências de alongamento do grupamento COO-

(assimétrica), COO- (simétrica), C-H (alifático) e O-H, respectivamente (HEBEISH et al,

2013).

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138

8 OBTENÇÃO DO FILME POLIMÉRICO COM IBUPROFENO

8.1 MATERIAIS: FÁRMACOS, EXCIPIENTES, REAGENTES E EQUIPAMENTOS

• Carboximetilcelulose sódica. Lote: 14031593C; Fornecedor Pharma Nostra® RJ.

• Coluna cromatográfica C18 (4,6 mm X 250 mm; 5µm), modelo Shim-Pack VP-ODS.

• Cromatógrafo líquido de alta eficiência acoplado a detector de arranjo de diodos LC-

20AC. Sistema equipado com os módulos DGU-20A5R (degaseificador online), SIL-

20AC (auto-injetor), CBM-20A (controlador de sistema) e CTO-20AC (forno de

coluna) Shimadzu®.

• Estufa de secagem com renovação/circulação de ar Venticell MMM. Medcenter

Einrichtungen GmbH.

• Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Ibuprofeno. Natural Pharma Produtos

Farmacêuticos LTDA. Lote de Fabricação: C1001204129M. Lote Interno: 003549.

Origem: China. Validade: 12/04/2017.

• Homogeneizador ultrassônico. Sonic Ruptor 250. Omni International.

• Máquina Universal de Ensaios (EMIC), modelo LD-3000 com extensômetro, acoplada

à computador com programa de automação de ensaios TESC®.

• Micrômetro Digital Mitutoyo®Absolute.

• Microscópio Eletrônico de Varredura MEV FEI INSPECT S50.

• Substância química de referência - Padrão secundário de ibuprofeno. Ministério da

Saúde. ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Fiocruz. INCQS (Lote: 1068).

• Paquímetro (Mitutoyo®).

• Poli(álcool vinílico) grau de hidrólise 99%. Lote: 22476. Fornecedor: Inpal. (NF:

18649).

8.2 PREPARAÇÃO DOS FILMES POLIMÉRICOS DE PVA/NaCMC/IBU

A obtenção dos filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU foi realizada pela incorporação

de IIBU às misturas poliméricas obtidas na CIM M7 (120°C, 120 rpm e 4 minutos de

processamento) e M12 (140°C, 100 rpm e 4 minutos de processamento), com vazamento em

placas de vidro de 18,0 cm de diâmetro interno (254,3 cm2 de área) e secagem em estufa de

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139

secagem com renovação/circulação de ar. O objetivo foi obter um curativo a um filme

polimérico em que o ibuprofeno estivesse na concentração final de 0,5 mg/cm2. Esta é a

concentração de fármaco encontrada em curativos disponíveis no mercado internacional para o

tratamento de feridas exsudativas dolorosas devido à lesão tecidual (curativo Biatain®IBU).

Primeiramente as misturas PVA/NaCMC nas condições M7 e M12 foram dispersas

em 800 mL de água destilada e mantidas sob agitação magnética por 48 horas a 90°C.Após

total solubilização das misturas, as mesmas foram resfriadas a temperatura ambiente.

Para a incorporação do ibuprofeno à mistura, foram pesados 678,24 mg do fármaco.

A esta massa foram acrescidos 0,4 g de monolaurato de polioxietilen(20) sorbitano (polisorbato

20), como adjuvante na dispersão do ibuprofeno à mistura polimérica. Foram acrescidos

posteriormente 50 mL da mistura polimérica resfriada. Esta mistura foi levada ao

homogeneizador ultrassônico (SONIC RUPTOR) por um período de 5 minutos com amplitude

de 60 %. Esta preparação foi, então, adicionada à mistura polimérica total que foi

homogeneizada a temperatura ambiente com auxílio de agitador magnético por

aproximadamente 30 minutos.

Após este período a mistura foi vertida em placas de Petri de diâmetro 18,0 cm. A

massa vertida foi de aproximadamente 150 g ± 1,0 g. As placas foram deixadas à estufa de

secagem com renovação/circulação de ar por 18 horas a 65°C. Foram obtidos filmes

transparentes e finos (Figura 42), que foram submetidos aos ensaios de inchamento, tração,

resistência ao rasgo, superfície (MEV) e uniformidade de conteúdo (IBU).

(a) (b)

Figura 42. Filmes PVA/NaCMC com IBU. (a) filme obtido da CIM na condição M7 e (b) filme obtido

na condição M12.

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140

8.3 ENSAIOS COM OS FILMES POLIMÉRICOS

8.3.1 Ensaio de inchamento

Os ensaios de inchamento realizados nos filmes de PVA/NaCMC/IBU foram

realizados com a mesma metodologia apresentada no item 7.2.6.

8.3.2 Ensaios mecânicos

Os ensaios de mecânicos realizados nos filmes de PVA/NaCMC/IBU foram realizados

com a mesma metodologia apresentada no item 7.2.4.

8.3.3. Morfologia

Os ensaios de topografia realizados nos filmes de PVA/NaCMC/IBU foram realizados

com a mesma metodologia apresentada no item 7.2.5.1.

8.3.4 Ensaio de uniformidade de conteúdo

8.3.4.1 Revalidação de metodologia analítica de quantificação de ibuprofeno por

cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos

(CLAE/DAD).

8.3.4.1.1 Condições cromatográficas

A metodologia analítica escolhida para separação e quantificação do IBU foi a

cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a detector de arranjo de diodos (CLAE/DAD).

Esta permite a determinação qualitativa, quantitativa e semi-quantitativa de fármacos e outras

substâncias em produtos farmacêuticos (BRASIL, 2003). Seu acoplamento a um DAD

minimiza problemas analíticos por falta de padrões de metabólitos e produtos de degradação e

permite assim, com a utilização de um detector seletivo a determinação de pureza de pico

cromatográfico (BRESSOLLE, BROMET-PETIT, AUDRAN, 1996). Além disso, o DAD

possibilita a identificação dos compostos em diferentes comprimentos de onda, com

fornecimento de dados adicionais em análise quantitativa (MEYER, 2004).

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141

A validação de uma metodologia analítica, necessária para a aplicabilidade de métodos

não farmacopeicos como o descrito no presente estudo, demonstra que o método é adequado

para o objetivo pretendido, isto é, a separação e quantificação do IBU (US FDA, 2015).

A metodologia previamente descrita por Jahan e colaboradores (2014) foi revalidada

de acordo com os parâmetros de validação estabelecidos pela Resolução n°899 de 29 de maio

de 2003 (BRASIL, 2003), com modificações de condições cromatográficas que estão listadas

na tabela 31. À época da revalidação do presente método a referida norma encontrava-se em

vigor, sendo posteriormente substituída pela RDC n° 141, de 25 de julho de 2017 (BRASIL,

2017).

Tabela 31. Condições cromatográficas do método de detecção/quantificação IBU.

Fase estacionária Coluna cromatográfica C18 (4,6 mm X 250 mm; 5µm)

Fase móvel Tampão fosfato (pH=6,8): acetonitrila = 65:35 (v/v)

Comprimento de onda 222nm

Temperatura de forno 40ºC (modificação do método)

Fluxo da fase móvel 0,7 mL/min

Volume de injeção 10 µL

A validação ocorreu em um período de três dias. Foram avaliados os parâmetros de

especificidade, intervalo, seletividade, linearidade, precisão, exatidão e robustez por se tratar

de um ensaio categoria 1, cuja finalidade do teste é determinação do princípio ativo em produtos

farmacêuticos ou matérias-primas (BRASIL, 2003).

8.3.4.1.2 Preparo da solução-estoque

A partir do padrão secundário do ibuprofeno foi preparada a solução estoque na

concentração de 200 µg/mL. A massa de ibuprofeno correspondente a 20,0 mg foi previamente

dissolvida em 1,0 mL de etanol PA e posteriormente adicionada água ultrapura.

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142

8.3.4.1.3 Determinação da especificidade

A especificidade foi determinada a partir da análise de amostras em triplicata

verdadeira correspondente a 100 % da concentração teórica do teste (20,00 µg/mL). Foi

utilizado o ensaio de pureza de pico para atribuição de somente um componente ao sinal

cromatográfico obtido.

8.3.4.1.4 Determinação do intervalo

O alcance do intervalo determinado foi de 80% - 120% da concentração teórica do

teste (16,00 µg/mL– 24,00 µg/mL). Para determinação do intervalo, foi utilizado estudo de

linearidade.

8.3.4.1.5 Determinação da linearidade

Para cada dia de validação foi feita uma curva de calibração de cinco pontos

correspondentes a 80 %, 90 %, 100 %, 110 % e 120 % da concentração teórica do teste (16,00

µg/mL, 18,00 µg/mL, 20,00 µg/mL, 22,00 µg/mL e 24,00 µg/mL) em triplicata verdadeira. Os

resultados obtidos foram tratados por meio da determinação do coeficiente de correlação linear

(R2) (valor mínimo aceitável = 0,99).

8.3.4.1.6 Determinação da precisão

A precisão foi considerada em dois níveis: 1. repetibilidade (precisão intra-ensaio),

que é expressa pela concordância dos resultados sob as mesmas condições de medição, em um

curto intervalo de tempo e 2. precisão intermediária (precisão inter-corrida). Esta expressa a

concordância dos resultados em diferentes condições o mesmo laboratório, em dias diferentes

em três dias de análise. A precisão foi realizada em nove determinações em amostras de controle

de qualidade baixo, médio e alto, correspondentes a 85%, 95% e 115% respectivamente da

concentração teórica do teste (17,00µg/mL, 19,00µg/mL e 23,00 µg/mL). A precisão foi

determinada por meio do desvio padrão relativo (DPR) (Equação 12).

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143

Equação 12: DPR = (DP/CMD X 100)

Onde: DPR: Desvio padrão relativo.

DP: Desvio padrão.

CMD: Concentração média determinada.

8.3.4.1.7 Determinação da exatidão

A exatidão foi determinada dentro do intervalo especificado do método em 9

determinações correspondentes aos controles de qualidade baixo, médio e alto, correspondentes

a 85 %, 95 % e 115 % respectivamente da concentração teórica (CT) do teste (17,0 µg/mL,

19,00 µg/mL e 23,00 µg/mL). Foi calculada por meio da razão entre a concentração média

experimental e a concentração teórica do teste (Equação 13).

Equação 13: EXATIDÃO % = (CMD/CT X 100)

8.3.4.1.8 Determinação da robustez

Foi determinada a robustez da metodologia analítica por meio da modificação de

parâmetros cromatográficos, a saber: 1. Comprimento de onda (220 nm), 2. Temperatura de

forno (35°C) e 3. Fluxo da fase móvel (0,8 mL/min).

8.3.4.1.9 Determinação de estabilidade de curta duração (estabilidades de bancada e bandeja)

Foi determinada a estabilidade de bancada e prateleira nas concentrações

correspondentes a 100 % da concentração teórica do teste (20 µg/mL) nas condições

cromatográficas do método. As amostras correspondentes foram deixadas em bancada e

posteriormente em bandeja por um período total de aproximadamente 17 horas, com o objetivo

de assegurar se o fármaco permanece estável durante o período de análise.

8.3.4.2 Determinação da distribuição do fármaco IBU em filme polimérico PVA/NaCMC

O ensaio procurou avaliar a homogeneidade da distribuição do IBU nos filmes

poliméricos, por metodologia analítica revalidada (CLAE/DAD). Para o preparo das amostras,

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144

de cada filme de PVA/NACMC/IBU foram retiradas 5 amostras de 1 cm2. Adicionou-se 1,0

mL de acetonitrila para cada amostra permanecendo em contato por 3 horas à temperatura

ambiente para extração do fármaco. Depois da retirada do filme, a solução foi filtrada em filtro

de poros de 0,45 µm e avolumada em balão volumétrico de 10 mL, obtendo-se uma solução

final com concentração teórica de 50 µg/mL.

8.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

8.4.1 Ensaio de inchamento

O comportamento do filme no ensaio de inchamento é uma importante característica

em termos de aplicação prática, pois a absorção de líquido em uma ferida por um curativo cria

um ambiente úmido favorável para a cicatrização (VINKLÁRKOVÁ et al., 2015). Isto ocorre,

pois, a presença de exsudato em uma ferida é fundamental para o processo de cicatrização que

é formado a partir de um processo inflamatório natural e é importante nos estágios proliferativos

e reparativos do processo de cicatrização, uma vez que provê proliferação celular e nutrientes

para o metabolismo celular. No entanto, o excesso de exsudato pode ocasionar deterioração do

leito da ferida, aumentando seu tamanho por meio de escoriações, com piora de quadro clínico

e custos relacionados ao seu tratamento (TICKLE, 2017).

Os gráficos das figuras 43 e 44 apresentam os resultados dos ensaios de inchamento

nos períodos de 5 horas e de 15 minutos respectivamente.

Os filmes de PVA/NaCMC/IBU nas duas condições não perderam sua íntegridade

durante o período de ensaio (5 horas), apresentando leve opacidade desde o primeiro minuto de

imersão. mantendo sua integridade após de 24 horas de ensaio.

Ocorreu o aumento do grau de inchamento em ambos os filmes no período de 5 horas,

com aumento de 376 % ao final da primeira hora para 416% após 5 horas de imersão com o

filme PVA/NaCMC/IBU M7 e 307 % para 340 % nos mesmos tempos com o filme

PVA/NaCMC/IBU M12. Em termos de massa de água absorvida, o aumento de massa do filme

PVA/NaCMC/IBU M7 foi de 1,83 g, enquanto que para o filme de PVA/NaCMC/IBU M12 foi

de 1,19 g, ambos para a área aproximada de 19,4 cm2 de corpo de prova, correspondendo

respectivamente a 0,094 g/cm2 e 0,061 g/cm2 de capacidade de absorção.

Vinklárkova e colaboradores (2015) observaram que o filme de ibuprofeno em

camadas de de NaCMC possui uma capacidade de absorção em tampão salino de 0,09 g/cm2

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145

por um período de 8 horas, valor próximo ao obtido no presente estudo, principalmente para o

filme M7.

Apesar do presente ensaio ter sido realizado em água destilada e não em tampão salino,

a fim de conduzi-lo de acordo com norma descrita em literatura (ASTM D570-98), sua

capacidade de absorção não influenciada pela presença de IBU, pode torná-lo um candidato ao

tratamento de feridas com baixos níveis de exsudato.

O comportamento dos filmes no período de 15 minutos mostrou aumento crescente do

grau de inchamento, com aumento do inchamento em 124% para 321 % (PVA/NaCMC/IBU

M7) e 143 % para 295 % (PVA/NaCMC/IBU M12), com aumento do grau de inchamento

superior a 100 % para ambos os filmes (Figura 44). Este dado é importante para aplicação do

produto úmido, onde o filme capta água em curto intervalo de tempo, o que possivelmente

favorece a liberação do fármaco no leito da ferida (NALLY & WOODINGS, 2012).

Figura 43. Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA/NACMC nas condições M7 e M12

com IBU por 5 horas.

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146

Figura 44. Gráfico do grau de inchamento dos filmes de PVA/NACMC nas condições M7 e M12

com IBU por 15 minutos.

8.4.2 Ensaio mecânicos

O ensaio de Resistência à Tração embasou-se na norma ASTM D882-12 e determinou

a Tensão na Ruptura e Força Máxima de Tensão dos filmes poliméricos.

Para o ensaio de Resistência ao Rasgo (ASTM D1004-13) foi obtida a força máxima

para o rasgamento dos filmes poliméricos medicados.

Os resultados dos ensaios mecânicos (tração e resistência ao rasgo) encontram-se

descritos na tabela 32.

Tabela 32. Resultados mecânicos (tração e rasgamento) dos filmes PVA/NaCMC nas

condições M7 e M12 sem e com IBU.

Amostra

Tensão na ruptura

(MPa)

Média± DP

Força Máxima de

Tensão

(MPa)

Média ± DP

Força Máxima

(N)

Média ± DP

PVA/NaCMC M7 14,09 ± 3,10 49,64 ± 5,13 36,68 ± 1,81

PVA/NaCMC M12 14,12 ± 2,66 43,74 ± 5,32 41,14 ± 1,62

PVA/NaCMC/IBU M7 20,14 ± 5,96 32,81 ± 2,50 27,06 ± 3,56

PVA/NaCMC/IBU

M12 22,50 ± 7,70 31,19 ± 10,73 40,25 ± 6,83

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147

Assim como em estudo prévio, o ibuprofeno poderia ser incorporado ao filme

dissolvido, suspendido ou emulsificado. Como o fármaco é pouco solúvel em água, foi assim

incorporado como uma suspensão de forma previamente descrita (VINKLÁRKOVÁ et al.,

2015).

A adição de fármaco em um filme polimérico pode ocasionar alterações da matriz,

promovendo alterações mecânicas destes filmes (ALSHAMMARY et al., 2016). Os resultados

do ensaio de resistência a tração apresentaram valores de tensão na ruptura e força máxima de

tensão próximos. A comparação dos resultados dos filmes com e sem ibuprofeno permite

observar que os valores médios de tensão na ruptura apresentaram um pequeno acréscimo e

uma redução na força máxima de tensão nos filmes com o fármaco. Assim, os resultados

demonstraram que a inclusão do ibuprofeno à mistura de PVA/NaCMC, na concentração

utilizada, resultou em alterações discretas às propriedades mecânicas dos filmes. Estes

resultados mostram-se satisfatórios, pois os filmes continuaram resistentes à força de tração da

pele humana (13,2 -30,0 MPa) (ANNAIDH et al., 2012). Os resultados obtidos para os filmes

PVA/NaCMC M12 e PVA/NaCMC/IBU M12 são muito promissores por apresentarem maior

resistência ao rasgo, este é um atributo fundamental de um filme polimérico que se destina ao

uso como curativo (VINKLÁRKOVÁ et al., 2015).

8.4.3 Morfologia

O estudo da superfície e da estrutura de filmes poliméricos por MEV já é descrita em

literatura (MAZURITSKIY, DUIMAKAEV & SKIBINA, 2014; SGORLA et al., 2016).

(a) (b)

Figura 45. Imagens obtidas por MEV dos filmes PVA/NaCMC/IBU nas condições M7 (a) e M12

(b).

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148

Na figura 45 são apresentadas imagens obtidas dos filmes de PIVA/NaCMC/IBU M7

e PVA/NaCMC/IBU M12. Estas imagens ilustram a distribuição dos cristais cilíndricos de IBU

na superfície dos filmes. Observa-se que sua distribuição não é homogênea, apresentando

regiões onde os cristais encontram-se agrupados. Este é um resultado esperado para a

organização dos cristais de IBU devido à técnica empregada para a dispersão do fármaco no

filme polimérico, associada à cristalização lenta do fármaco durante a evaporação do solvente

(VINKLÁRKOVÁ et al., 2015).

8.4.4 Ensaio de uniformidade de conteúdo

O ensaio de uniformidade de conteúdo objetivou avaliar a distribuição uniforme do

IBU nos filmes. Este ensaio encontra-se descrito em literatura com diferentes técnicas analíticas

para quantificação de fármacos em filmes poliméricos. Com este propósito, Vinklárková e

colaboradores (2015) utilizaram diferentes concentrações de IBU em tampão fisiológico (PBS,

pH 7,2), por um período de 12 horas e seguida de análise por espectrofotometria no UV-Vis.

Esta técnica também foi utilizada para quantificação de fenobarbital com o mesmo fim

(YELLANKI, JAGTAP & MASAREDDY, 2011).

No presente estudo, para o ensaio de uniformidade de conteúdo, foi utilizada como

técnica analítica a CLAE, também utilizada anteriormente na avaliação de filmes transdérmicos

de metoclopramida (AKTAR et al., 2014).

A primeira etapa do ensaio foi a execução da revalidação da metodologia analítica por

CLAE/DAD e a construção de uma curva de calibração no intervalo de 16,00 µg/mL – 24,00

µg/mL, considerando-se empiricamente a concentração nominal de 20,00 µg/mL, seguida pela

segunda etapa, que consistiu na avaliação dos filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU, nas

condições M7 e M12.

8.4.5 Revalidação da metodologia analítica para separação e quantificação do IBU por

CLAE/DAD.

8.4.5.1 Especificidade

Para determinar se o método descrito produz resposta para o fármaco em análise

(BRASIL, 2003) foi determinada a pureza do sinal cromatográfico (Figura 46). Para os três dias

de validação o índice de pureza de pico foi superior a 0,999, sem a presença de interferentes no

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149

tempo de retenção. A pureza dos sinais também foi garantida por meio da comparação entre os

espectros obtidos durante os três dias de validação. A observação destes espectros indica a não

existência de interferentes eluindo o mesmo tempo que o IBU. (Figura 47).

Figura 46. Sinal cromatográfico correspondente ao IBU.

(Tempo de retenção apresentado: 7,422 min).

Figura 47. Gráficos de pureza de pico obtidos nos dias 1 (a), 2 (b) e 3 (c) da validação.

Legenda: IPP: índice de pureza de pico; TR: tempo de retenção.

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150

8.4.5.2 Linearidade

As curvas de calibração obtidas nos três dias de validação forneceram coeficientes de

correlação (R2) condizentes com a legislação em vigor (BRASIL, 2003) (R2 superior a 0,99),

conforme observado na figura 48.

Figura 48. Curvas de calibração obtidas nos dias 1 (a), 2 (b) e 3 (c) da validação.

Fonte: Elaboração própria (n=9).

8.4.5.3. Exatidão e Precisão

A quantificação em triplicata verdadeira dos três controles de qualidade, baixo, médio

e alto (CQB, CQM e CQA) correspondentes a 85%, 95% e 115% da concentração nominal

respectivamente foi realizada durante os três dias de validação do método. As médias dos

resultados de exatidão e precisão inter-ensaio e intra-ensaio encontram-se respectivamente nas

tabelas:

Para a obtenção da exatidão inter-ensaio e intra-ensaio, a metodologia foi aplicada ao

padrão de referência de pureza conhecida. Aquela foi calculada por meio da diferença entre as

médias das concentrações obtidas e o valor verdadeiro, acrescidas do intervalo de confiança

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151

(BRASIL, 2003). Por meio da análise das tabelas 33 e 34, observa-se que os valores obtidos

para todos os controles de qualidade não foram superiores a 5%, conforme disposto na

legislação vigente (BRASIL, 2003).

Tabela 33. Resultados de exatidão e precisão intra-ensaio.

Dias Concentrações

nominais

(μg/mL)

Média das

concentrações

(DP)

Exatidão

inter-ensaio

(%)

Precisão

inter-ensaio

(%)

1 17,00 17,10 (0,07)

100,60

0,38

19,00 18,91 (0,10)

99,53

0,52

23,00 22,77 (0,16)

99,00

0,72

2 17,00 17,24 (0,08)

101,41

0,49

19,00 19,03 (0,14)

100,15

0,72

23,00 22,59 (0,06)

98,20

0,28

3 17,00 17,06 (0,68)

100,38

3,99

19,00 19,13 (0,78)

100,71

4,10

23,00 23,00 (0,48)

100,02

2,07

n=9. DP: desvio padrão.

Fonte: Elaboração própria.

Tabela 34. Resultados de exatidão e precisão inter-ensaio.

Controles Concentrações

nominais

(μg/mL)

Média das

concentrações

(μg/mL)

(DP)

Exatidão

intra-ensaio

(%)

Precisão

intra-ensaio

(%)

CQB

17,00

17,13 (0,34)

100,79

1,98

CQM 19,00 19,00 (0,32) 100,00 1,66

CQA

23,00

22,78 (0,29)

99,07

1,26

n=9. Legenda: DP: desvio padrão, CQB: controle de qualidade baixo, CQM: controle de qualidade

médio, CQA: controle de qualidade alto.

Fonte: Elaboração própria.

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152

8.4.5.4 Robustez e estabilidade de curta duração

A susceptibilidade do método às variações analíticas foi analisada por meio das

variações de temperatura (35°C) e comprimento de onda (220 nm). Para as amostras em

triplicata correspondentes a 100% da concentração nominal foram calculadas a exatidão e a

precisão. Os resultados (Tabela 35) demonstram que o método é robusto às variações nas

condições dos parâmetros analíticos, cujos valores de exatidão e precisão não foram superiores

a 5% (BRASIL, 2003).

A análise das amostras armazenadas em bancada e bandeja por aproximadamente 17

horas demonstrou o fármaco permaneceu estável durante o período supracitado. Os valores de

exatidão e precisão obtidos não ultrapassaram 5% (BRASIL, 2003).

Tabela 35. Dados de exatidão e precisão no ensaio de robustez

Condições Exatidão (%) Precisão (%)

Temperatura 35°C

100,38

0,79

Comprimento de onda

220 nm

95,32 1,78

Estabilidade bandeja 99,54 0,20

Estabilidade bancada 99,32 0,12

Fonte: Elaboração própria.

Os resultados dos parâmetros cromatográficos estão condizentes com os critérios de

aceitabilidade para a validação de métodos analíticos proposto pelo Guia de Validação de

Métodos Analíticos e Bionalíticos (BRASIL, 2003). Portanto, o método proposto por Jahan e

colaboradores (2014) com alterações foi revalidado e, portanto, é apropriado para separação e

quantificação de IBU.

8.4.6 Quantificação de IBU nos filmes poliméricos PVA/NaCMC/IBU

Apesar do método analítico por CLAE/DAD ter se mostrado adequado para a

separação e quantificação do IBU nas soluções, as áreas obtidas em cinco pontos de análise

para os filmes PVA/NaCMC/IBU M7 e PVA/NaCMC/IBU M12, foram inferiores às áreas de

concentração de 16 µg/mL, ou seja, os resultados mostraram-se inferiores ao valor mínimo da

curva de calibração, descrito na tabela 36, onde constam os resultados com as áreas inferiores

a concentração citada.

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153

Tabela 36. Resultados da separação e quantificação de ibuprofeno por CLAE/DAD nos filmes

poliméricos PVA/NaCMC/IBU M7 e PVA/NaCMC/IBU M12.

Amostras de filme Replicata Área

PVA/NaCMC/IBU M7 1 434.868,0

2 250.498,0

3 253.418,0

4 222.496,0

5 435.887,0

Média ± Desvio Padrão 319.433,4 ± 106528,8

PVA/NaCMC/IBU M12 1 227.245,6

2 17.689,0

3 98.840,0

4 148.303,0

5 29.540,9

Média ± Desvio Padrão 104.323,7 ± 86850,56

A hipótese mais provável para este resultado está relacionada ao processo de extração.

A imersão do filme em solução ou em algum solvente por período pré-determinado para

posterior quantificação do IBU foi a técnica utilizada (VINKLÁRKOVÁ et al., 2015) para a

ensaio de uniformidade de conteúdo. Para o ensaio citado, no entanto, foi utilizado como

método analítico de quantificação a espectrofotometria no UV-Vis, método este, que não foi

reprodutível para o presente estudo, ficando, portanto, a CLAE/DAD como método de escolha,

que foi revalidado como descrito anteriormente.

A partir da escolha do método, algumas condições de extração foram observadas a fim

de respeitar as condições cromatográficas de análise, como a utilização de solventes

compatíveis com a coluna em fase reversa, utilizada no presente estudo (SILVA & COLLINS,

2011), sem precipitação de partículas. Para isto, alguns cuidados com a fase móvel foram

tomados para evitar a precipitação de sais insolúveis no sistema, bem como cuidados com as

amostras que estavam completamente solubilizadas no solvente escolhido, que deve

corresponder à fase móvel o máximo possível, e na fase móvel nas condições de análise

(AGILENT TECHNOLOGIES, 2016).

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154

Dentro destas condições, a escolha do solvente para a extração foi a acetonitrila, que

não promoveu a solubilização do filme, mas do IBU (ANVISA, 2015b), sem gerar problemas

de incompatibilidade com a fase móvel (Tampão fosfato (pH=6,8): acetonitrila = 65:35 (v/v))

ou com a fase estacionária (Coluna C18) (AGILENT TECHNOLOGIES, 2016).

Esperava-se que a entrada de solvente orgânico pelos poros existentes na matriz

polimérica, com permeabilidade diferente do meio aquoso, seria capaz de extrair o IBU para

solução (HAYASHI, 1997).

Foi observado, no entanto, que o aumento do tempo de extração (tempo desejado: 24

horas) levava à cedência dos polímeros para a solução, o que foi confirmado por meio das

análises das replicatas dos filmes PVA/NaCMC/IBU M7 e PVA/NaCMC/IBU M12 por FTIR,

o que não foi evitado pela filtração das amostras em filme de 0,45 µm. Desta forma, foi definido

como tempo mínimo de extração 3 horas, o que minimizou a cedência de material polimérico,

permitindo executar o ensaio neste período.

As condições cromatográficas do método (fase móvel: tampão/solvente orgânico)

associadas à cedência de material polimérico resultaram em possível precipitação de sais

insolúveis no sistema e/ou do material polimérico, com aumento de pressão no sistema, mas

sem prejuízo das análises (AGILENT TECHNOLOGIES, 2016). Acredita-se, desta forma, que

o aumento de tempo de extração promoveria a quantificação do fármaco.

Dentro das condições descritas, foi verificada menor discrepância entre as áreas

obtidas no filme PVA/NaCMC/IBU M7 (Tabela 36), com indicativo de melhor distribuição do

IBU, neste filme. Esta grande variação sugere que o fármaco não está uniformemente

distribuído no filme polimérico (VINKLÁRKOVÁ et al., 2015), ocasionado pela formação de

cristais de IBU isolados e agrupados de maneira não uniforme, como já observado por meio do

ensaio de superfície previamente descrito, o que não invalida a metodologia e a técnica de

incorporação do fármaco, cujo o aumento de tempo de extração sem prejuízo da pressão do

sistema, seria uma alternativa de execução do presente ensaio.

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155

CAPÍTULO 9

9 CONCLUSÃO

Foram desenvolvidos protótipos de filmes poliméricos de PVA e NaCMC na

proporção 9:1 por meio da técnica de vazamento, a partir do processamento dos polímeros em

Câmara Interna de Mistura sem a adição de reticuladores químicos. Os filmes foram produzidos

em 14 diferentes condições de mistura, nas temperaturas de 120°C e 140°C, nas rotações de 60,

70, 80, 90, 100, 110 e 120 rpm e no tempo de mistura de 4 minutos, cujas melhores condições

foram 120°C, 120 rpm e 140°C, 100 rpm, ambas em 4 minutos de processamento.

O processamento dos polímeros PVA e NaCMC não promoveu degradação do

material, com promoção da miscibilidade de mistura, comportamento em fase única e aumento

de cristalinidade, que foram observados por análise térmica (DSC e TGA) e difratométrica

(DRX). O comportamento dos polímeros processados em conjunto ou individualmente nas

melhores condições de mistura apresentaram de maneira geral o comportamento supracitado.

A análise térmica dos filmes revelou que aquele processado na CIM na condição M12

(140°C, 100 rpm, 4 minutos de processamento) apresentou maior miscibilidade avaliada pela

Tg intermediária entre os polímeros constituintes da mistura. A caracterização por FTIR não

demonstrou interação entre os polímeros, mas a cristalinidade aumentou em todos dos filmes,

conferindo maior rigidez, por mudanças na estrutura das cadeias poliméricas.

Os filmes PVA/NaCMC apresentaram-se finos, transparentes e homogêneos, com boa

resistência mecânica, devido a alta tensão de ruptura para a maioria dos filmes superiores à

tensão suportada pela pele humana. Estes também apresentaram boa resistência ao rasgo, o que

facilita sua manipulação para aplicação.

A interação entre os polímeros na CIM foi estabelecida por meio do ensaio de

inchamento onde os filmes processados em todas as condições descritas mantiveram-se durante

as 24 horas de imersão em água. O filme PVA/NaCMC não processado, no entanto, dissolveu-

se no primeiro minuto de ensaio devido à hipótese que nos filmes processados houve reticulação

física que fez com que o material absorvente não se dissolvesse na presença de água, o que não

ocorreu com os filmes PVA/NaCMC não processados.

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156

A incorporação do IBU foi satisfatória nos filmes das condições 120°C, 120 rpm e

140°C, 100 rpm, sem prejuízo na qualidade mecânica e nas propriedades de inchamento, está

compatível para uso em feridas com baixo exsudato.

De acordo com as pesquisas realizadas, o desenvolvimento do filme de PVA/NaCMC

em que a mistura é realizada em CIM com a incorporação do anti-inflamatório ibuprofeno para

uso como curativo é inédito. As características dos filmes foram adequadas para um protótipo

de um curativo para o tratamento de feridas, com a vantagem de não de utilizar reticuladores

químicos. Devido à proposta do presente estudo, ensaios adicionais em humanos devem ser

realizados para o desenvolvimento de um produto para a saúde.

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157

CAPÍTULO 10

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177

CAPÍTULO 11

11 APÊNDICES

11.1 CURVAS TG DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7).

11.2 CURVAS TG DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14).

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178

11.3 CURVAS TG DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC OBTIDAS PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A

120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7).

11.4 CURVAS TG DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA

A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14).

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179

11.5 CURVAS TG DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA

INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100

RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

11.6 CURVAS TG DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA E NaCMC

PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7

(120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E ISOLADOS E FILMES

DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

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180

11.7 CURVAS DSC DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7).

11.8 CURVAS DSC DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ OBTIDAS PELA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14).

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181

11.9 CURVAS DSC DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA

A 120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7). (*) amostras analisadas sob as mesmas condições de

análise em Calorímetro Exploratório Diferencial calibrado da mesma marca, diferente do

utilizado nas análises comparativas.

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11.10 CURVAS DSC DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA

A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14). (*) amostras analisadas sob as mesmas condições

de análise em Calorímetro Exploratório Diferencial calibrado da mesma marca, diferente do

utilizado nas análises comparativas.

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183

11.11 CURVAS TG DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA

INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100

RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda: (*) amostras analisadas sob as mesmas condições de análise em Calorímetro

Exploratório Diferencial calibrado da mesma marca, diferente do utilizado nas análises

comparativas.

Page 186: ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

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11.12 CURVAS DSC DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA E

NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7

(120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E ISOLADOS E FILMES DOS

POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda: (*) amostras analisadas sob as mesmas condições de análise em Calorímetro

Exploratório Diferencial calibrado da mesma marca, diferente do utilizado nas análises

comparativas.

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11.13 DIFRATOGRAMAS DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M1-M7 EM PÓ OBTIDAS

PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 120°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7).

11.14 DIFRATOGRAMAS DAS MISTURAS POLIMÉRICAS M8-M14 EM PÓ OBTIDAS

PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A 140°C E DOS POLÍMEROS SEM

PROCESSAMENTO

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14).

Page 188: ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

186

11.15 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES M1-M7 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC OBTIDAS PELA CÂMARA INTERNA DE MISTURA A

120°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 120°C (M): 60 rpm (M1), 70 rpm (M2), 80 rpm (M3), 90 rpm (M4), 100 rpm

(M5), 110 rpm (M6) e 120 rpm (M7).

11.16 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES M8-M14 OBTIDOS A PARTIR DAS MISTURAS

POLIMÉRICAS PVA/NaCMC PROCESSADAS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA

A 140°C E FILMES DOS POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

Legenda das Misturas a 140°C (M): 60 rpm (M8), 70 rpm (M9), 80 rpm (M10), 90 rpm (M11), 100

rpm (M12), 110 rpm (M13) e 120 rpm (M14).

Page 189: ESTUDO DE DESENVOLVIMENTO DE FILMES ......O 48 Oliveira, Alessandra Moreira de. Estudo de desenvolvimento de filmes poliméricos de poli(álcool vinílico)/ carboximetilcelulose sódica/ibuprofeno

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11.17 DIFRATOGRAMAS DOS POLÍMEROS PVA E NaCMC PROCESSADOS NA

CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7 (120°C, 120 RPM) E M12

(140°C, 100 RPM) E POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS

11.18 DIFRATOGRAMAS DOS FILMES OBTIDOS A PARTIR DOS POLIMEROS PVA E

NaCMC PROCESSADOS NA CÂMARA INTERNA DE MISTURA NAS CONDIÇÕES M7

(120°C, 120 RPM) E M12 (140°C, 100 RPM) EM MISTURA E ISOLADOS E FILMES DOS

POLÍMEROS NÃO PROCESSADOS