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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA LOJA IKEA EM LOURES Resumo Não Técnico Fevereiro 2008 Consultadoria Ambiental Lda

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

DA LOJA IKEA EM LOURES

Resumo Não Técnico

Fevereiro 2008

Consultadoria Ambiental Lda

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Resumo Não Técnico da Loja IKEA de Loures Fevereiro 2008

1. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT) do Estudo de Impacte

Ambiental (EIA) da Loja IKEA em Loures. O EIA foi elaborado, com vista à sua apresentação

à entidade competente para efeitos de autorização ou licenciamento do projecto, de acordo

com a legislação portuguesa em vigor sobre a matéria, nomeadamente, com o disposto:

No Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, que aprova o regime jurídico da avaliação

de impacte ambiental, transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º

85/337/CEE, de 27 de Junho, com as alterações introduzidas pela Directiva n.º

97/11/CE, de 3 de Março, e pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, que

transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/35/CE;

Na Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril, que regulamenta o Decreto-Lei n.º 69/2000.

De acordo com o definido na alínea b) do n.º 10 do Anexo II do Decreto-Lei n.º 69/2000,

carecem de processo de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) as “Operações de loteamento

urbano, incluindo a construção de estabelecimentos de comércio ou conjunto comercial, nos

termos definidos na Lei n.º 12/2004, de 30 de Março, e parques de estacionamento, não

abrangidas por plano municipal de ordenamento do território” que apresentem as seguintes

características:

Caso Geral: estabelecimento de comércio ou conjunto comercial com área igual ou

superior a 1,5 ha e os parques de estacionamento com área igual ou superior a 2 ha;

Áreas Sensíveis: estabelecimento de comércio ou conjunto comercial com área igual

ou superior a 0,5 ha e os parques de estacionamento com área igual ou superior a 1

ha.

Dadas as suas características (área do conjunto comercial de 2,6 ha e área de parques de

estacionamento de 1,2 ha) e devido ao facto de não se encontrar inserido em nenhuma das

áreas sensíveis definidas na alínea b) do Art.º 2º do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio,

verifica-se que o projecto em estudo se enquadra no caso geral, anteriormente referido.

A entidade licenciadora do presente projecto é, de acordo com a alínea a), do nº 1, do Artigo

7º da Lei 12/2004, de 30 de Março, a Direcção Regional da Economia de Lisboa e Vale do

Tejo (DRE-LVT), entidade descentrada do Ministério da Economia, carecendo o processo de

aprovação pela autoridade de AIA que neste caso é a Comissão de Coordenação e

Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

A elaboração do presente EIA foi realizado pela empresa ECOMIND II - Consultores em

Ambiente, Lda., e decorreu entre Julho e Outubro de 2007.

Este empreendimento é da responsabilidade da IKEA., que constitui, assim, o proponente do

projecto, que foi elaborado pela CPU Urbanistas e Arquitectos (projecto de arquitectura e

estudo de ruído); pela ENGIMIND – Engenharia e Planeamento de Tráfego Rodoviário

(estudo de tráfego).

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O terreno com 117.152 m2 de área, situa-se no Concelho de Loures, a norte/nascente da

auto-estrada A8, junto ao nó rodoviário de Frielas, e encontra-se parcialmente ocupado com

um conjunto de construções degradadas e por uma antiga central de betão. A área

remanescente, sem construções, possui apenas alguma vegetação e espécies arbóreas.

Este terreno, delimitado nas plantas anexas (Figuras 1, 2 e 3), localiza-se, como atrás

referido, junto à Auto-Estrada A8, correspondendo esta à sua estrema sul. A poente, o

terreno é delimitado pela Estrada Nacional 250 e a nascente pela Rua Cidade de Lisboa.

Encontra-se prevista a reformulação do nó de Frielas, incluíndo a introdução de duas

rotundas (a norte e a sul da auto-estrada A8) que foram devidamente enquadradas na

solução viária proposta.

Foi ainda prevista, com base nas reuniões técnicas havidas com a Estradas de Portugal,

uma ligação ao ramal da Circular Regional Interior de Lisboa - Itinerário Complementar nº 17

na ligação final com a Auto-estrada nº 8, que assegurará o acesso à Loja IKEA e à Estrada

Nacional 250, cujo destino poderá, no âmbito de uma futura operação urbanística, ser cedida

para o domínio municipal.

Em termos administrativos, O projecto em estudo localiza-se na Região Lisboa e Vale do

Tejo mais precisamente na sub-região Lisboa, concelho de Loures e freguesia de Frielas

(Figura 4).

Limite da área de intervenção

Figura 1 - Localização da área de implantação da loja IKEA em Loures

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Figura 2 – Planta do projecto da Loja IKEA em Loures

2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O objectivo deste projecto é a implantação de uma nova loja IKEA, em Frielas, que vem

contribuir para a consolidação da estratégia municipal de apoio à implantação de novas

actividades. Situada na confluência de dois dos principais eixos viários que atravessam o

Município – A8 e IC17CRIL- assegura uma ligação rápida quer às principais áreas de Loures,

quer à cidade de Lisboa, através da A8, quer através das ligações do IC17CRIL ao IP7Eixo

Norte-Sul, quer à A1.

Tal localização permitirá não só servir a população de Loures, mas ainda atrair visitantes da

área metropolitana de Lisboa, estimando-se que esta loja IKEA possa servir a sua coroa

norte/nascente, articulando-se com a loja existente em Alfragide, numa estratégia equilibrada

de localização no contexto metropolitano.

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Com a implantação proposta, a Loja IKEA estrutura-se segundo duas fachadas principais: a

primeira a Poente, muito marcante, com particular visibilidade para quem chega da A8 norte,

e a segunda a Sul mais relacionada com o acesso vindo da CRIL e para os clientes vindos

de sul/nascente.

Legenda:

Área de estudo

Figura 3 – Localização do projecto na carta 1:25000

Esta Loja distribuir-se-á por 2 pisos totalizando uma área de construção (a.b.c.) de

38.075m2, Figura 5. As áreas de implantação e de construção correspondem às áreas acima

da cota de soleira, sendo as áreas em cave e na zona da multi-plataforma destinadas a

estacionamento e áreas técnicas. O corpo principal da Loja terá uma cércea máxima de 14,5

metros acima da cota de soleira. Justaposto ao edifício principal é previsto um corpo

devidamente enquadrado com o edifício principal da loja no alçado sul, denominado por

“Casa de Vidro” com uma área prevista de 3.270 m2 e uma altura de 9 metros.

O piso -1 é destinado principalmente a estacionamento público coberto, com acesso directo

para o vestíbulo de entrada onde se localizam as escadas rolantes e os elevadores, dando acesso ao piso de entrada na loja.

O piso 0 é o nível de entrada de público, quer para os utentes que tenham estacionado no

piso inferior quer para os que acedem através do estacionamento de superfície ou da “multi-

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Plataforma”. A entrada será um espaço amplo com uma área de 800m2, que incluirá um

espaço infantil, onde as crianças poderão permanecer durante a visita dos pais ao recinto,

bem como o serviço de apoio ao cliente e as instalações sanitárias públicas necessárias.

O circuito de clientes inicia-se nesta área, sendo estes convidados a aceder directamente ao

piso superior por uma escada rolante. Neste piso superior, piso 1, desenvolver-se-á um

circuito que vai percorrendo um espaço muito amplo de loja sendo este espaço destinado à

exposição de móveis, com uma área de 6.900m2, passando por diversas áreas organizadas

por assuntos.

Figura 4 – Inserção administrativa do Projecto.

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Figura 5 –.

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Localizado no ponto terminal deste percurso, encontra-se o restaurante de apoio ao público,

cozinhas e cantina, com o total de 2.335m2, e ainda a escada e elevador para descer ao piso

inferior, piso 0. Ainda no piso 1, localizam-se as áreas técnicas e zonas de serviço para os

empregados, com acesso pelos pisos inferiores, entradas essas independentes das do

público. Esta zona reservada aos empregados contará com áreas de repouso, áreas para

cacifos e instalações sanitárias com duches. Na continuidade desta área reservada ao

empregados localizam-se os serviços administrativos da loja, escritórios, arquivos, tesouraria

etc. Todos estes espaços serão contemplados com saídas de emergência devidamente

assinaladas e respeitando o regulamento de segurança.

Regressando pelas escadas ao piso 0, o cliente prossegue o seu percurso de forma idêntica

à já realizada no piso superior numa área designada por complementos e artigos de

decoração com 6.500m2 e no fim desta, transitará para uma zona de pé-direito duplo, o self

service e armazém com 7.900m2 e 2.924m2 respectivamente. Este espaço será delimitado

pela linha de caixas registadoras. Perto da linha de caixas registadoras onde se desenvolve

um grande vestíbulo de saída, será localizada uma cafetaria de apoio e um mini mercado

(Loja Sueca), bem como uma rampa mecânica que dará acesso ao piso do estacionamento.

Ainda neste nível e a nascente, localizar-se-á a zona das cargas e descargas, áreas de

reciclagem e mais algumas áreas técnicas.

Estacionamento

A oferta comercial desta loja será suportada por três núcleos de estacionamento, um à

superficie, mais próximo da auto-estrada, com capacidade de aproximadamente 596 lugares

para uso exclusivo de clientes. A Nascente da loja, localiza-se outra área de estacionamento

parcialmente coberta, com um total de 90 lugares para funcionários, dos quais, 42 são à

superfície. Outro núcleo localiza-se na cave sob a loja que comunica com o estacionamento

em estrutura edificada tipo “multi-deck” a norte, com 1806 lugares, assegurando assim um

total na Loja de 2.444 lugares.

Estes valores, em conformidade com o legalmente exigido, são justificados e validados pelo

estudo de tráfego que é parte integrante deste processo de licenciamento comercial, e

incluem os lugares para pessoas de mobilidade condicionada, para idosos, grávidas e

pessoas com crianças de colo e ainda os lugares para famílias, característico das Lojas

IKEA.

No Quadro 1 apresenta-se os parâmetros urbanísticos do projecto que é objecto deste

estudo.

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Quadro 1 - Índices e parâmetros urbanísticos do projecto

PARÂMETROS/ÍNDICES URBANÍSTICOS  PDM LOURES  PROPOSTA 

     

ÁREA DE TERRENO  117.152 m2  117.152 m2 

ÁREA DE TERRENO MISTO DE INDUSTRIA E TERCIÁRIO  76.283 m2  76.283 m2 

ÁREA DE TERRENO AGRíCOLA COMPLEMENTAR  40.869 m2  40.869 m2 

ÍNDICE DE CONSTRUÇÃO MÁXIMO  0,70  0,50 

ÁREA BRUTA DE CONSTRUÇÃO  53.398 m2  38.100 m2 

N.º MÁXIMO DE PISOS  ‐  2 pisos 

CÉRCEA MÁXIMA Altura máxima das áreas habitacionais adjacentes 

14,5 m 

PRINCIPAIS ACÇÕES DE PROJECTO

Quadro 2 – Principais Acções de Projecto Previstas

Fases Acções de nível 1 Acções de nível 2

Selecção de áreas para estaleiro, depósito de excedentes de terras

e depósito de material e equipamentos

• Delimitação e ocupação das respectivas áreas;

• Definição dos acessos e plano da execução;

Instalação dos estaleiros

• Alocação dos meios humanos, máquinas, equipamentos e materiais;

• Circulação e funcionamento de camiões e equipamentos;

Fase de Construção

Construção dos edifícios e implantação das restantes infra-

estruturas necessárias

• Desmatação da vegetação e decapagem da terra vegetal, limpeza do terreno nas áreas a intervencionar

• Escavação, terraplenagens e mobilização de terras;

• Construção das fundações (muros de suporte; cortinas de estacas; ancoragem);

• Construção da estrutura; • Instalação das redes enterradas; • Colocação de alvenaria; • Construção de fachadas; • Impermeabilizações e cobertura; • Instalação eléctrica e colocação de

equipamentos (Ar condicionado, Elevadores, Grupo diesel de emergência)

• Realização dos acabamentos (pinturas);

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Arranjos finais

• Remoção de estaleiros e materiais de obra;

• Urbanização; • Execução do Projecto de Integração

Paisagística

Fase de Exploração

Funcionamento e manutenção das infra-estruturas

• Utilização das infra-estruturas: − Cargas / Descargas − Manutenção e Limpeza

• Utilização de recursos (água, electricidade e combustíveis)

• Produção de efluentes líquidos; • Produção de resíduos; • Emissões atmosféricas (tráfego) • Emissão de ruído (tráfego e

equipamentos)

PROGRAMAÇÃO TEMPORAL

O tempo de execução desta obra está estimado em 18 meses. Relativamente aos estaleiros

e outras instalações necessárias à obra, poderão ser, eventualmente, organizados no local

da obra. A sua selecção será efectuada, conjuntamente, pelo empreiteiro encarregado das

obras e pela fiscalização.

Em termos de mão-de-obra, de acordo com a experiência de execução de obras noutros

empreendimentos similares, é previsível que a construção deste empreendimento comercial

venha a ocupar um número elevado de trabalhadores, dada a sua dimensão, número este

que apresentará uma certa variação de acordo com a calendarização e características das

obras.

3. CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE NA ÁREA DO PROJECTO E IMPACTES

No presente EIA foram analisados os seguintes aspectos ambientais:

a) Clima

b) Geologia e Geomorfologia

c) Recursos Hídricos

d) Solo e Uso do Solo

e) Ecologia

f) Qualidade do Ar

g) Ambiente Sonoro

h) Paisagem

i) Figuras de Planeamento e Ordenamento

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j) Património

k) Sócio-economia

CLIMA

Os valores de temperatura médios anuais são da ordem dos 15ºC a 16ºC em todo o

concelho, exceptuando-se a zona NW (Noroeste) onde se registam valores ligeiramente

inferiores (14ºC a 15ºC).

A insolação média anual cresce de NW para SE em valores que vão de 2400h a 3000h. Tal

como a insolação, a radiação solar aumenta de NW para SE, variando entre 145Kcal/Km2

até valores superiores a 155 Kcal/Km2 (a S e E de Loures).

Em relação à precipitação, predominam valores anuais entre 700 e 800mm, com excepção

para a zona W e NW da bacia onde a precipitação é superior (800mm a 1000mm) e ainda

para a faixa junto ao rio Tejo com valores inferiores a 7000mm.

A construção do projecto em causa, origina a emissão de poluentes atmosféricos, em

especial partículas em suspensão, que contribuem para a alteração do balanço da radiação

da atmosfera. Contudo, a probabilidade de ocorrência destas situações é muito reduzida. Em

síntese, os impactes no clima e em especial do microclima da área em estudo relacionados

com a construção do empreendimento, são considerados negativos, directos, de magnitude

reduzida e pouco significativos.

Durante a fase de exploração, o aumento previsto da circulação automóvel, será o principal

responsável pela emissão de poluentes atmosféricos que contribuem para o efeito de estufa.

Estes poluentes afectam o clima à escala local, regional ou global, uma vez que alteram o

balanço da radiação da atmosfera, modificando a sua estrutura térmica e dinâmica, podendo

funcionar como activadores da nucleação e originar nuvens, nevoeiros e precipitação.

No entanto, dado que o aumento dos valores de tráfego previstos para o local se podem

considerar moderados a pouco significativos não se considera este efeito muito significativo.

GEOLOGIA

A morfologia regional é dominada por um relevo com algumas ondulações, recortadas por

vales por onde escoam duas linhas de água afluentes da ribeira da Póvoa. A área de estudo

enquadra-se na Bacia de Loures, que possui como particularidade a sua forma de “Rim”, o

que acarreta alguns problemas, no caso de chuvas torrenciais, uma vez que cria condições

favoráveis à ocorrência de cheias/ inundações. No entanto a área onde se localiza o projecto

(por se encontrar a cotas que variam entre os 9 m e os 38 m), encontra-se fora das

potenciais zonas inundáveis, à excepção de uma pequena parcela do terreno, junto à AE8 e

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à linha de água afluente da ribeira da Póvoa, que por se situar a cotas inferiores à curva de

nível dos 10 m, se localiza numa zona com elevado risco de inundação.

Apesar de no concelho de Loures terem existido no passado abundantes pedreiras de

calcário, basaltos, saibros e areias, na área de intervenção e envolvente directa não existem

explorações ou concessões para a extracção de recursos geológicos metálicos e/ou não

metálicos (Fonte: Base de Dados, do Departamento de Recursos e Riscos Geológicos do

Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - INETI).

Da mesma forma não foram identificados na área de intervenção ou na envolvente directa,

quaisquer locais de interesse científico do ponto de vista geológico (geomonumentos).

Da análise da Carta Neotectónica de Portugal conclui-se que não existem falhas com

movimentação recente na área de estudo, existindo apenas, a SE a falha do Gargalo do Tejo

e a SW uma falha com componente de movimentação vertical. A região em estudo localiza-

se na Zona Sísmica A de Portugal Continental do RSAEEP (Regulamento de Segurança e

Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes, 1983), ou seja na zona de maior sismicidade

do território continental, que corresponde um coeficiente de sismicidade igual a 1.

Durante a fase de construção, a implantação de um ou mais estaleiros de apoio à obra

implica necessariamente a compactação dos solos, contribuindo para a alteração das

condições naturais de infiltração e de drenagem, potenciando, apesar de forma localizada,

fenómenos de erosão hídrica devido ao aumento do escoamento superficial. Os impactes

associados a esta acção apesar de negativos, directos, temporários e certos, são,

desprezáveis, dada a área reduzida que abrangem.

Para a execução dos parques de estacionamento, bem como um acesso que liga o conjunto

comercial à EN250, para além da ligação ao “Túnel do Grilo”, vai ser necessário terraplenar o

terreno, o que irá implicar a realização de escavações e aterros, que para além de

modificarem a topografia do terreno, irão compactar o solo e consequentemente potenciar os

fenómenos erosivos. Consideram-se estes impactes negativos, pouco significativos, directos

e irreversíveis, no que concerne à compactação dos terrenos e impermeabilização do solo.

Na fase de exploração não são esperados impactes negativos sobre as componentes

geológica e geomorfológica.

RECURSOS HÍDRICOS

A área de estudo insere-se na Administração da Região Hidrográfica do Tejo (ARH do Tejo),

que integra a Região Hidrográfica: RH5-Tejo, a qual compreende a bacia hidrográfica do rio

Tejo e outras pequenas bacias adjacentes. A área de estudo insere-se assim na bacia

hidrográfica do rio Tejo, mais concretamente na sub-bacia hidrográfica “Rio Trancão”.

A área de intervenção é interceptada por uma linha de água afluente da ribeira da Póvoa

com pouco mais de 1 km de comprimento, que desagua na margem direita da ribeira da

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Póvoa, na várzea de Loures. Também se regista no terreno uma linha de escorrência natural,

entre as duas elevações existentes, que não está assinalada na carta militar.

No levantamento de campo não foram identificadas captações de água subterrânea na área

de intervenção, nem na envolvente directa. Na generalidade a água subterrânea da área de

estudo apresenta uma qualidade boa para o consumo humano. De acordo com o Plano de

Bacia Hidrográfico do rio Tejo a área de intervenção apresenta um índice de vulnerabilidade

baixa.

Toda a área limítrofe de Lisboa tem assistido a uma explosão demográfica nos últimos anos,

não sendo o concelho de Loures uma excepção. Esta situação originou um significativo

aumento dos caudais de águas residuais, o que aliado ao baixo índice de tratamento dos

efluentes contribui decisivamente para a degradação da qualidade da água na bacia

hidrográfica do rio Trancão. Dadas as características do projecto, onde todas as águas

residuais geradas serão encaminhadas para colector municipal, não se prevê que a unidade

altere a qualidade das águas superficiais na região, dado que não serão efectuadas

descargas de águas no meio hídrico local. Existe uma grande Estação de Tratamento de

Águas Residuais em Frielas, no concelho de Loures, com tratamento terciário para cerca de

315 000 hab.eq.

As águas da ribeira da Póvoa podem ser consideradas de muito má qualidade, cujos

resultados apontam para que a principal origem de contaminação seja a actividade agrícola e

industrial e, em menor escala, de efluentes domésticos.

Durante a fase de construção, a compactação dos terrenos implicará alterações nas

condições naturais de infiltração e de drenagem superficial, potenciando, embora de forma

localizada, a diminuição da capacidade de infiltração em detrimento do escoamento

superficial. Neste sentido poder-se-á verificar uma diminuição da capacidade de recarga dos

níveis aquíferos locais devido ao aumento do grau de compactação e à alteração da

drenagem dos terrenos. Os impactes associados à compactação dos terrenos, apesar de

negativos, certos, directos e imediatos, são pouco significativos e de reduzida magnitude,

uma vez que são localizados e reversíveis.

A mobilização de maquinaria e veículos envolvidos nos trabalhos de construção, irá reflectir-

se num aumento do risco de contaminação física e química, na medida em que, localmente

se poderão verificar infiltrações de substâncias poluentes nas formações, devido ao

vazamento e/ou derrame acidental de produtos, nomeadamente óleos e combustíveis dos

equipamentos e viaturas, directamente vertidos no solo.

Durante as operações de escavação poderão emergir à superfície os níveis de água,

situação que a acontecer torna as águas subterrâneas vulneráveis a focos de contaminação

existentes no local. O aparecimento dos níveis freáticos e a eventualidade de ocorrerem

fenómenos pontuais de poluição das águas subterrâneas corresponderá a um impacte

negativo, directo, temporário e/ou periódico, pouco significativo a significativo (consoante o

tipo e a concentração da substância contaminante que venha a circular no meio hídrico) e

com uma magnitude reduzida, uma vez que o efeito de uma situação deste tipo não deverá

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repercutir-se para além da área exposta.

Durante as fases iniciais de desmatação e movimentação de terras o solo ficará a descoberto

e, como tal, particularmente exposto aos agentes erosivos (vento e chuva), o que pode

incrementar a carga sólida afluente às linhas de água mais próximas. Simultaneamente este

processo pode arrastar eventuais substâncias contaminantes (p.ex. hidrocarbonetos

provenientes da operação de veículos), adsorvidas nas partículas de solos. Estas incidências

consideram-se temporárias e pontuais (só ocorrerão durante períodos de precipitação mais

intensa) e algo significativas face à elevada importância da rede hídrica local, junto à várzea

de Loures.

Na fase de exploração, a impermeabilização das zonas de recarga dos níveis aquíferos

locais devido à construção irá persistir nesta fase. A área de recarga ao ser reduzida poderá

reflectir-se nesta fase pela diminuição da produtividade das captações de água localizadas

na envolvente devido ao rebaixamento do nível piezomético. No entanto como a área

efectivamente impermeabilizada é reduzida (< 3 ha), a possível diminuição da taxa de

infiltração dos níveis aquíferos locais, corresponderá a um impacte negativo, directo,

imediato, certo e permanente durante o período de exploração do empreendimento, mas

pouco significativo e de reduzida magnitude, e como tal com pouco significado e importância

na recarga dos níveis aquíferos locais.

As operações de manutenção, nomeadamente à irrigação e aplicação de fertilizantes nos

espaços verdes podem causar um impacte negativo e directo, embora pouco significativas e

de magnitude reduzida, caso se proceda a uma correcta aplicação de fertilizantes, adaptadas

às condições locais e às necessidades do coberto vegetal.

A implantação do edifício e parques de estacionamento resultará inevitavelmente num

aumento das escorrências superficiais em detrimento dos processos naturais de infiltração.

Por outro lado, as águas pluviais deverão ser recolhidas através de uma rede de drenagem e

se possível reaproveitadas para rega, reduzindo-se assim a afluência superficial ao sistema

hídrico, em detrimento do escoamento subsuperficial e subterrâneo. Dado que as águas

residuais da Loja IKEA vão ser descarregadas em colector municipal (tendo portanto de

cumprir as normas de descarga municipais ou, caso não existam, a legislação em vigor para

esta utilização), não se esperam impactes negativos resultantes da gestão desta

componente.

SOLOS E USO DE SOLOS

Da análise cartográfica efectuada, verificou-se que na área em estudo, encontra-se

classificada como aluviossolos de textura mediana, sem carbonatos; solos de baixas,

calcários com textura mediana; solos calcários vermelhos de rochas detríticas argiláceas

calcárias e de arenitos calcários; solos incipientes, aluviossolos modernos calcários de

textura pesada e não calcários de textura mediana.

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Em relação à capacidade de usos do solo, verifica-se que a maior parte apresenta limitações

acentuadas a severas, riscos de erosão no máximo elevados a muito elevados, susceptível

de utilização agrícola pouco intensiva (deviso a erosão e escoamento superficial) ou não

susceptível (salvo casos especiais), com poucas ou moderadas limitações para pastagens,

exploração de matos e exploração florestal.

Cerca de 24% da área analisada corresponde a solos com poucas ou nenhumas limitações,

ou com limitações moderadas, sem riscos de erosão ou com riscos ligeiros a moderados,

susceptível de utilização agrícola intensiva ou moderadamente intensiva.

Já pela observação da Carta Uso dos Solos, constata-se que na área em estudo ocorrem

solos classificados como: Áreas agrícolas\ Pomar\ Olival (47%), Áreas artificiais\

Infraestruturas e equipamentos\ Zonas industriais e comerciais (36%), entre outras de menor

expressão (Outras infraestruturas e equipamentos, Áreas artificiais\ Infraestruturas e

equipamentos\ Vias de comunicação e Meios semi-naturais\ Ocupação arbustiva e herbácea\

Vegetação arbustiva alta e floresta, degradada ou de transição e outras folhosas)

Com vista à caracterização da contaminação dos solos na área de intervenção efectuou-se

uma prospecção geotécnica donde se concluiu que nenhum dos dos parâmetros analisados

supera o respectivo valor limite, não havendo necessidade de recurso a medidas de

descontaminação.

Os trabalhos de limpeza do terreno e desmatação, durante a fase de construção, deixam,

inevitavelmente, o solo a descoberto, favorecendo a erosão pedológica do local, sendo o

efeito negativo produzido mais significativo, quando a esta situação, se aliam fenómenos

atmosféricos (precipitação e vento intensos), assim como, a circulação de maquinaria que,

para além de promoverem o destacamento das partículas constituintes da camada superficial

do solo, facilitam, igualmente, o seu arrastamento. Apesar do impacte negativo que lhes está

associado, apresentar-se-á potencialmente pouco significativo e temporário, cessando com o

término da fase de obra.

Considera-se, no entanto, que os impactes resultantes da presença dos estaleiros, bem

como, das restantes áreas de apoio à obra, poderão ser minimizados através de uma

adequada escolha do local de estaleiro, tendo em atenção as medidas de minimização

preconizadas, caracterizando-se, assim, por serem indirectos, pouco significativos, de baixa

magnitude, temporários e reversíveis, restringindo-se, apenas, à fase de construção.

Na fase de exploração, no que se refere à ocupação física do solo, é importante referir, que

ocorrerão impactes negativos, permanentes, e irreversíveis que resultam da

impermeabilização irreversível de determinadas áreas, nomeadamente, as áreas de

implementação da área comercial propriamente dita, as áreas de vias de acesso e as áreas

de estacionamento.

ECOLOGIA

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Actualmente a zona de estudo, corresponde a um olival abandonado, com um estrato

arbustivo e herbáceo dominado por espécies ruderais, acompanhado da invasão de espécies

exóticas isoladas. O estrato arbustivo quando existe é dominado pela cana, pelo funcho, pela

tágueda e pelas silvas. A vegetação herbácea corresponde a regeneração dum terreno que

já teve uso agrícola. As espécies com maior expressão são o panasco, a erva-prata, a

cenoura-brava, o cardo, as labaças e a alcachofra.

Toda a área de estudo não alberga nenhum habitat designado pela legislação nacional e

comunitária.

No trabalho de inventariação foi possível considerar provável a presença de 36 espécies de

aves (no trabalho de campo foram observadas 12 espécies), 2 espécies de anfíbio e 6 de

répteis e 8 espécies de mamíferos.

O elevado grau de intervenção a que esta área tem sido sujeita, faz com que a avifauna, seja

constituída por espécies comensais do homem e habituadas à perturbação por este causada

(o pardal, a fuinha-dos-juncos, o melro e o Chamariz). Esta situação aponta para um valor de

conservação muito baixo. Não existem espécies da avifauna com especial valor

conservacionista.

As espécies referenciadas de anfíbios e répteis possuem todas o estatuto de “Pouco

Preocupante” o que confere a este grupo um valor de conservação muito baixo. Nos répteis,

é possível destacar a cobra-de-escada, espécie incluída no Anexo B-IV do Decreto-lei

49/2005.

No caso dos mamíferos, as espécies referenciadas possuem todas o estatuto de Pouco

preocupante, pertencendo a maioria à família Muridae (roedores). Foram, igualmente,

detectados vestígios de coelhos, cuja espécie está, actualmente, classificada com o estatuto

de Quase Ameaçado.

Na fase de construção podem identificar-se impactes que estão associados à implantação da

via: impactes negativos, pouco significativos, directos e irreversíveis.

A movimentação de maquinaria, a deslocação de terras e materiais e as terraplanagens

poderão ter sobre o coberto vegetal impactes negativos pouco significativos, directos, pelo

que deverão ser nas zonas citadas reduzidas ao mínimo indispensável. Nas áreas

envolventes os impactes expectáveis serão indirectos, negativos mas muito pouco

significativos e resultarão da deposição de poeiras e poluentes atmosféricos emitidos pelos

veículos em circulação. Estes impactes embora de carácter secundário, serão temporários e

restritos à zona envolvente de acessos e serventias da obra.

No que diz respeito às comunidades faunísticas durante a fase de construção irão ser

afectadas com a destruição de locais de nidificação, refúgio e alimento. A destruição de

coberto vegetal, irá provocar um impacte negativo directo temporário e irreversível mas

pouco significativo, porque a maioria das espécies são ubiquístas e toleram a presença

humana. O aumento do ruído e da acessibilidade provocado pelo movimento de máquinas e

homens, nas operações de terraplanagem na zona da obra e pelo acesso à nova infra-

estrutura irá provocar um impacto negativo, pouco significativo, indirecto, permanente e

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Resumo Não Técnico da Loja IKEA de Loures Fevereiro 2008

reversível. Durante a fase de exploração os impactes negativos a diminuição da área

disponível e o aumento da acessibilidade terá impactes negativos, directos, pouco

significativos, irreversíveis e permanentes.

QUALIDADE DO AR

A principal fonte de poluição atmosférica identificada provém do tráfego automóvel local na

Auto-estrada nº 8.

Esta via apresenta múltiplas faixas de circulação em cada sentido, e constituem vias

privilegiadas de atravessamento norte-sul do concelho de Loures e de penetração na zona

norte da cidade de Lisboa.

Foi considerada a estação localizada na zona relativamente mais próxima, que reflectisse o

mais fielmente possível as condições de tráfego, a volumetria de edifícios, a ocupação

urbanística e a localização geográfica do local do projecto, que no caso concreto é Loures.

Desta análise resulta que os principais poluentes atmosféricos existentes na área em estudo,

que serão adiante analisados, são os característicos das emissões automóveis,

nomeadamente: monóxido de carbono (CO), dióxido de azoto (NO2), óxidos de enxofre

(SOx) e partículas suspensas (PTS).

Face aos parâmetros de referência, pode considerar-se que, no local de projecto, a

qualidade do ar, em situações mais desfavoráveis, pode apresentar valores que não

cumprem a legislação em vigor.

Os impactes na qualidade do ar local decorrentes da fase de construção das diversas

intervenções inerentes ao projecto de construção do empreendimento, resultam da emissão

de partículas em suspensão e de poluentes gasosos, associados à execução das obras e

dos aspectos a elas associados.

Os impactes na qualidade do ar para a fase de construção são classificados como directos,

negativos, significativos, embora temporários, uma vez que estarão associados à fase de

construção e limitados à área em estudo. A significância e magnitude destes impactes

poderá ser reduzida, caso sejam implementadas as medidas de mitigação específicas para

esta fase de execução do projecto, contempladas neste EIA.

Durante a fase de exploração, o principal aspecto que pode, de algum modo, contribuir para

a degradação da qualidade do ar na área em estudo, é o aumento do tráfego rodoviário nos

acessos ao empreendimento, existentes e a construir. Os impactes na qualidade do ar

consideram-se negativos, directos, pouco significativos e de reduzida magnitude

circunscrevendo-se às imediações dos acessos ao empreendimento e, principalmente,

durante as horas de ponta.

RUÍDO A área de intervenção da Loja IKEA situa-se a nascente da auto-estrada A8, junto ao nó de

Frielas na freguesia de Frielas, concelho de Loures. O terreno localiza-se numa área sem

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qualquer tipo de ocupação sensível ao ruído, numa zona classificada em Plano Director

Municipal como “Mista de Industria e Terciário”; é limitado a poente pela Estrada Nacional

N250 e pelo ramo de acesso à Auto-Estrada A8, a sul pela A8, a nascente pela Rua Cidade

de Lisboa e a norte por um edifício industrial (Cooperativa de Lacticínios).

As medições acústicas foram efectuadas nos dias 14 e 15 de Fevereiro, em cinco locais

distintos, de forma a caracterizar o ruído ambiente na área de interesse, nos períodos de

referência diurno, entardecer e nocturno.

Tendo em conta os valores dos níveis sonoros observados no local conclui-se que durante o

período diurno o ambiente acústico apresenta-se bastante perturbado na periferia do terreno

em apreciação, com níveis sonoros da ordem de 60/75 dB(A).

Durante o período do entardecer verifica-se uma ligeira redução de actividade das fontes

ruidosas em presença, embora essa redução tenha pouco significado em termos dos níveis

sonoros resultantes, cujos valores se apresentam idênticos aos observados no período

diurno, na generalidade dos casos.

No período nocturno os níveis sonoros do ruído ambiente apresentam valores da ordem de

50/60 dB(A), embora possam ser inferiores nas horas mais avançadas da madrugada e na

ausência de tráfego aéreo.

As condições mais gravosas em termos acústicos são observadas nos limites poente e sul

do terreno, face à proximidade da A8 e da N250, observando-se níveis sonoros da ordem de

74 dB(A) e 60 dB(A), a 5 metros de distância da N250.

A 70 metros da A8 os níveis sonoros apercebidos são da ordem de 60/62 dB(A) nos três

períodos de referência.

No período nocturno os níveis sonoros do ruído ambiente apresentam valores elevados da

ordem de 59/60 dB(A) na proximidade das vias existentes.

Em relação aos impactes decorrentes da fase de construção, e dependendo do número de

equipamentos a utilizar – no total e de cada tipo – e dos obstáculos à propagação sonora,

entre a zona de obra e os receptores com sensibilidade ao ruído, é expectável que a menos

de 10 metros da obra o nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A, seja superior a 65

dB(A), e a menos de 100 metros seja superior a 45 dB(A).

O impacte associado à exploração desta área comercial, na componente acústica do

ambiente exterior, não é significativo, tendo em conta os níveis de perturbação observados

actualmente, a total ausência de receptores sensíveis na envolvente e o não agravamento

dos níveis sonoros nas zonas afectadas pela estrutura viária já existente.

PAISAGEM

A paisagem de uma região resulta da composição de diferentes estruturas visuais, da forma

como se organizam e sucedem no espaço, inserindo-se num processo dinâmico e evolutivo

sujeito a acções biofísicas e antropogénicas.

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Da análise efectuada conclui-se que a Unidade Tecido Urbano Consolidado onde se integra

a área de intervenção apresenta uma baixa fragilidade, fruto do elevado carácter antrópico

que apresenta, caracterizando-se por uma elevada capacidade em absorver visualmente

alterações na sua estrutura.

A caracterização da Unidade Rural Abandonada que com ela confina, apresenta uma maior

sensibilidade face a perturbações.

Ambas as Unidades de Paisagem identificadas apresentam um grau de sensibilidade médio,

o que traduz numa mediana capacidade de absorver visualmente alterações na sua

estrutura. No entanto, salienta-se que a magnitude do impacte produzido pela intervenção

proposta dependerá das dimensões do espaço directamente afectado e, obviamente, das

características da própria intervenção.

Durante a fase de construção potenciais impactes negativos estão relacionados com a

introdução de elementos estranhos ao ambiente tradicional, como maquinaria pesada e

materiais de construção, a diminuição, embora ligeira, da visibilidade no local em construção

como resultado do aumento de concentração de poeiras no ar devido às movimentações de

terras, a modificação da morfologia do terreno, nomeadamente, pela modelação do terreno e

a transformação do carácter visual da paisagem a intervencionar, decorrente de alterações

na actual ocupação e função do espaço, com a criação de uma zona edificada consistente à

semelhante às características da envolvente. Os impactes negativos expectáveis ao nível da

paisagem são localizados, de moderada magnitude e moderadamente significativos.

Para a fase de exploração, as novas infraestruturas propostas pelo projecto se equiparam às

que actualmente existem na envolvente, havendo por conseguinte uma similaridade visual. O

projecto permitirá uma melhor gestão e qualidade ambiental da área, estando subjacente ao

mesmo, a promoção das relações funcionais e visuais com a envolvente, a qual

presentemente já ilustra um cariz vincadamente urbano. A volumetria do edificado proposto,

não apresenta grande projecção vertical, podendo atingir os 2 pisos, não destoando das

características da envolvente.

A implementação do Projecto de Integração Paisagística permitirá uma maior articulação

com a envolvente projectada, numa área que presentemente se encontra descaracterizada.

FIGURAS DE PLANEAMENTO E ORDENAMENTO

O concelho de Loures está identificado no Plano Regional de Ordenamento do Território da

Área Metropolitana de Lisboa (PROT-AML) como um Área Crítica Urbana, ou seja, uma área

especialmente desqualificada urbanística e socialmente, carenciada de infraestruturas e

equipamentos, e caracterizada por uma forte concentração residencial e altas densidades

populacionais. Esta área, de acordo com o PROT-AML exige importantes investimentos

orientados para a reestruturação e requalificação urbana com vista a inverter tendências a

médio-longo prazos.

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Com base na Carta de Condicionantes do Plano Director Municipal de Loures foram

identificadas para a área a intervencionar as seguintes condicionantes: “Leitos de cheia e

zonas inundáveis”, “Consulta obrigatória… cota máxima superior a 145 metros”, “Emissários

Existentes”. Segundo a Carta de REN (Reserva Ecológica Nacional), identificam-se “Linha de

água” e “Reserva Ecológica Nacional”.

No que se refere a Infraestruturas de Transporte e Comunicações, destaca-se o Aeroporto

de Lisboa e a respectiva servidão que lhe está afecta. A área de intervenção insere-se numa

área condicionada à consulta obrigatória à autoridade aeronáutica para qualquer acto de

arborização ou edificação cuja cota máxima ultrapasse a cota 145, conforme definido na

carta de Condicionantes do PDM de Loures.

Com base na Planta de Ordenamento do PDM de Loures, identificaram-se as seguintes

classes de espaço de uso da área abrangida pela área em estudo: Espaços Urbanizáveis -

Mistos de Indústria e Terciário e Espaços Não Urbanizáveis – Agrícolas.

As primeiras estão sujeitas aos seguintes condicionamentos: Índice de construção máximo -

0,6 (contudo, poderá atingir os 0,7 caso a totalidade da área de construção se destine a

actividades terciárias), percentagem mínima de construção para actividades económicas -

75%, número máximo de pisos - definido em plano de urbanização e ou plano de pormenor e

na sua ausência não poderá ultrapassar a altura máxima das áreas habitacionais adjacentes.

Nas áreas agrícolas complementares admite-se a construção de edifícios e ainda de apoio à

actividade agro-pecuária em geral (assentos agrícolas, silos, etc.) e pequenas unidades de

transformação e acondicionamento, a área máxima de construção dos novos edifícios

destinados à exploração da propriedade será de 50m² de construção por cada hectare de

terreno, com o máximo de 200m². Nestas zonas a Câmara Municipal não se obriga à

instalação de serviços públicos urbanos, tais como os relativos a telefones, esgotos e

fornecimento de água e electricidade.

De acordo com a carta síntese do projecto verifica-se que a linha de água existente e a sua

área de protecção não é afectada por qualquer intervenção. No entanto o acesso a construir

vindo do túnel do grilo atravessa esta linha de água. Pressupõe-se que o atravessamento

seja efectuado com a construção de um viaduto ou por passagem hidráulica a estabelecer

com o projecto de execução.

No que se refere ao limite de leito de cheia considera-se que esta condicionante não é

afectada à luz do conhecimento existente e da imprecisão da sua marcação na carta de

condicionantes do PDM de Loures.

De acordo com a carta síntese do projecto verifica-se que a Reserva Ecológica Nacional

(REN) não é afectada pelo projecto.

Verifica-se que ao atravessar o terreno não é possível outra solução que não a construção

do edifício sobre o emissário. Assim as obras serão efectuadas de forma que os colectores

fiquem completamente estanques e sejam visitáveis.

Na fase de exploração, não se perspectiva a ocorrência de impactes negativos significativos

nas áreas regulamentares e classes de espaço. No entanto, é evidente que a implementação

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de um empreendimento com estas características promoverá um aumento da pressão

humana no local consequência da actividade comercial prevista.

São igualmente expectáveis impactes positivos significativos, dado que o projecto proposto

contribuirá para uma melhoria significativa em termos de planeamento e ordenamento da

área e das actividades que a ela estarão afectas, com a sua consequente requalificação,

dado que a sua implementação será feita de forma integrada e planificada, sobre elevados

parâmetros de qualidade urbanística, verificando-se uma articulação funcional da proposta

com o tecido urbano próximo ou confinante.

PATRIMÓNIO

Para a elaboração do presente estudo foi efectuada pesquisa bibliográfica em obras e artigos

da especialidade, incluindo o Plano Director Municipal do Concelho de Loures.

Posteriormente à fase de pesquisa bibliográfica seguiu-se a realização de prospecção

arqueológica sistemática em toda a área do projecto a fim de serem relocalizados eventuais

elementos patrimoniais identificados na fase de pesquisa.

O concelho de Loures insere-se no distrito de Lisboa, confinando com os concelhos de

Mafra, Arruda dos Vinhos, Sintra, Odivelas, Lisboa e Vila Franca de Xira.

Frielas insere-se na zona Norte do concelho, sendo, actualmente, uma das freguesias com

menos densidade de ocupação por Km2 sendo a agricultura ainda uma das principais formas

de subsistência. Nesta freguesia destacam-se o cruzeiro de Frielas do século XVI, a Igreja de

S. Julião de Frielas reconstruído após o sismo de 1755, a vila romana de Frielas com

ocupação dos séculos III – IV D.C e com nova ocupação em época medieval e diversos

vestígios de épocas várias desde a pré-história passando pela época romana e medieval.

No caso do presente estudo, não existe património classificado ou em vias de classificação

na envolvente do projecto passível de afectação.

Considerando que no âmbito do presente estudo foram identificados em dois caminhos

paralelos, junto às áreas de depósitos de lixos, alguns fragmentos de cerâmica comum

(bojos e um fragmento de asa) preconiza-se a implementação de medidas mitigadoras.

SÓCIO ECONOMIA

Tendo em conta os actuais critérios de divisão do país, o concelho de Loures está inserido

na sub-região Grande Lisboa (NUT III), limitado a Norte pela sub-região Oeste, a Sul pelos

concelhos de Odivelas e Lisboa, a Este pelo concelho de Vila Fraca de Xira e Rio Tejo e a

Oeste pelos concelhos de Mafra e Sintra. O concelho de Loures organiza-se em 18

freguesias, nomeadamente, Fanhões, Bucelas, Lousa, Loures, Santo António dos

Cavaleiros, Frielas, Apelação, Camarate, Prior Velho, Portela, Moscavide, Sacavém,

Bobadela, S. João da Talha, Unhos, Santa Iria de Azóia, S. Julião do Tojal e Santo Antão do

Tojal.

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A maior parte das freguesias do Concelho de Loures registam valores de densidade

populacional superiores ao do mesmo, o que indica que estamos perante um concelho

fortemente povoado e que tem exercido uma forte capacidade de atracção populacional.

Embora o envelhecimento do concelho seja uma realidade, ainda existem muitas freguesias

em que a proporção de idosos é mais baixa que a de jovens. Em relação ao número de

famílias, é notório o seu incremento na maior parte das freguesias, concelho e sub-região, na

década censitária de 1991/2001. Apenas se registou um decréscimo nas freguesias de

Moscavide e Santo António dos Cavaleiros.

A taxa de desemprego revelou-se bastante instável para as freguesias do concelho na

presente década censitária, visto que para algumas freguesias esta sofreu um aumento ou

diminuição bastante significativos. As únicas freguesias que diminuiram a sua taxa de

desemprego na década censitária de 1991/2001 foram as de Bucelas, Frielas, Loures,

Moscavide e Unhos.

Em termos de actividades económicas no concelho de Loures, destaca-se a elevada

concentração do sector terciário, que ocupa cerca de 73,1% da população activa. O sector

secundário, que abrange cerca de 26% da população empregada, tem também alguma

expressão no contexto local. O sector primário representa apenas 0,8% da população activa

empregada.

O poder de compra no concelho de Loures é superior à média do país em 22,77%.

Os impactes socio-económicos da fase de construção estarão sobretudo, associados à

degradação das condições biofísicas (incómodo causado na população residente e/ou

utilizadoras da envolvente da área de intervenção, devido às emissões de poeiras e ao

aumento de ruído). Trata-se por conseguinte de um impacte circunscrito ao período de

construção do empreendimento, negativo, directo,

temporário, de magnitude e significado variável decorrente das características de ocupação

do solo na envolvente.

Afectação da rede viária local: a circulação de maquinaria e veículos pesados afectos aos

trabalhos irá produzir perturbações ao nível da normal circulação nas vias principais e de

acesso à obra, mesmo que circunscritos a períodos reduzidos. Trata-se de um impacte

negativo, directo, temporário, de magnitude moderada e significativo. Porém, constitui um

impacte minimizável se se evitarem as horas de maior fluxo de tráfego (início da manhã e

final da tarde).

Também a degradação do pavimento das vias utilizadas pelos veículos associados à obra,

constitui uma perturbação previsível. Trata-se de um impacte negativo, directo, temporário,

de reduzida magnitude e pouco significativo. Porém, trata-se de um impacte minimizável se,

após a fase de construção da via, se proceder a trabalhos de manutenção das vias

existentes na envolvente e que serviram de acesso à obra.

É expectável o aumento temporário de população presente na freguesia, durante esta fase,

devido à permanência de trabalhadores afectos à obra. Trata-se de um impacte positivo,

directo, temporário, de magnitude moderada e significativo. os empreiteiros envolvidos

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poderão recorrer a alguma mão-de-obra local, pelo que é provável a criação de alguns

postos de trabalhos. A concretizar esta opção, é expectável um impacte positivo, directo,

temporário, de magnitude e significado variável, consoante o número de trabalhadores

recrutados nas localidades envolventes.

O recurso a matérias-primas e a subempreiteiros locais, fenómeno frequente e que poderá

ter relevância em termos locais, é um impacte positivo, indirecto, temporário, de magnitude

baixa a moderada e significado reduzido a importante, consoante o volume de negócios

realizado localmente.

Na fase de exploração, verifica-se que um empreendimento com características tão

inovadoras e peculiares irá induzir impactes directos positivos: reforço do panorama

comercial a nível de todo o concelho de Loures e concelhos adjacentes (visto que a par da

atractividade sobre o concelho, é seguro que muitos visitantes se deslocarão de locais mais

distantes), alargamento do leque de opções para o consumidor, estímulo à melhoria das

condições de oferta por parte de outras empresas do sector, criação de um número

significativo de postos de trabalho.

4. MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO E MONITORIZAÇÃO

Após a avaliação dos principais impactes ambientais da empreitada em questão torna-se

relevante estabelecer um programa de recomendações e de medidas prévias, acções

correctivas e minimizadoras, de forma a diminuir ou anular a significância dos impactes

anteriormente identificados.

As medidas que se apresentam em seguida visam, sempre que viável, restabelecer a

situação o mais próximo possível do seu estado inicial, antes da perturbação, através da

redução e/ou eliminação dos impactes negativos susceptíveis de ocorrer, bem como, evitar o

surgimento de outros impactes indirectos, não desejáveis. São apenas referenciados as

medidas mais significativas.

M1. Prevenir a potencial contaminação do solo, não permitindo a descarga directa no solo

de poluentes (entulhos, lamas, betumes, óleos, lubrificantes, combustíveis, produtos

químicos, resíduos sólidos e outros materiais residuais da obra) e evitando o seu

derrame acidental.

M2. Assumir responsabilidade pela gestão de todo o tipo de materiais residuais

produzidos na área afecta a obra ou transferir, parcial ou totalmente, essa

responsabilidade a uma entidade devidamente certificada para o efeito.

M3. Implementar, já na fase de preparação de obra, um programa de controlo adequado

de vazamento de óleos e lubrificantes a ocorrer na zona dos estaleiros.

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M4. Definir operações de armazenagem em locais e em contentores específicos para

todo o tipo de materiais residuais produzidos na área afecta à obra.

M5. Definir operações de transporte de todo o tipo de materiais residuais produzidos,

para destino final adequado a cada um, tendo em conta o seu tratamento, valorização,

ou eliminação.

M6. Assegurar a remoção de todo o tipo de materiais residuais produzidos na área afecta

à obra, evitando que esta seja de pólo de atracção para a deposição inadequada de

outros resíduos por terceiros.

M7. Nos estaleiros devem ser garantidas condições de impermeabilização, como forma

de evitar as situações de infiltração nos solos e aquíferos de substâncias indesejáveis,

resultantes, por exemplo, de derrames acidentais.

M8. Recomenda-se que em todas as operações com risco de derrame de poluentes nos

estaleiros, sejam adoptados os cuidados e precauções necessárias.

M9. A limpeza e a lavagem de equipamento; as operações de manutenção, como sejam,

as reparações mecânicas, mudanças de óleo e restantes operações de lubrificação; ou

aplicação de massas, devem ser realizadas na zona dos estaleiros, ou em zonas

destinadas para esse efeito.

M10. Obter as autorizações necessárias para a descarga de águas residuais nos

colectores municipais de águas residuais.

M11. Assumir responsabilidade pelo tratamento das águas residuais resultantes da

lavagem da maquinaria de apoio à obra, ou de quaisquer actividades de construção.

M12. Após conclusão dos trabalhos de construção, todos os locais do estaleiro e zonas de

trabalho deverão ser meticulosamente limpos.

M13. Todas as operações relativas aos trabalhos de limpeza, desmatação e

movimentação de terras, deverão ser realizadas no mais curto espaço de tempo e, de

preferência no período de época seca (Abril a Setembro – períodos de menor

pluviosidade).

M14. Caso seja necessário recorrer a materiais de empréstimo, o volume de exploração de

manchas de empréstimo deverá ser correctamente dimensionado, impedindo a extracção

de massas de terreno superiores às que sejam estritamente necessárias;

M15. No final das obras, e após a remoção do(s) estaleiro(s) de apoio à obra, as zonas

mais compactadas com as obras, que se localizarem fora das áreas a intervencionar,

deverão ser alvo de escarificação dos terrenos, de forma a assegurar, tanto quanto

possível, o restabelecimento das condições naturais de infiltração.

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M16. As contaminações originadas pelas águas residuais produzidas nos estaleiros

deverão ser controladas através da instalação de um sistema de tratamento de águas

residuais ou em alternativa a drenagem dessas águas deverá ser direccionada para o

sistema de águas residuais local.

M17. Os solos férteis, provenientes das operações de decapagem, deverão ser

armazenados em local de fácil acesso (a ter em conta no planeamento dos locais de

depósito) e recobertos, de modo a evitar-se a sua disseminação por acção de agentes

meteorológicos. Estes solos deverão ser utilizados nas operações de revegetação dos

taludes e restantes operações de recuperação e integração paisagística.

M18. Usar pavimentos não agregados permeáveis, tanto quanto possível, na zona de

estacionamento e de enquadramento do edifício comercial, de modo a evitar a excessiva

impermeabilização da área em estudo.

M19. Recomenda-se a manutenção dos acessos aos estaleiros em condições de limpeza,

de higiene e em bom estado de conservação.

M20. Nas acções de decapagem terá que se ter em consideração a espessura variável do

solo.

M21. Deve ser dada preferência, para este fim, à utilização de áreas já descaracterizadas

e, se possível, próximas de vias de comunicação já existentes, de forma a evitar uma

excessiva abertura de novos caminhos ou vias de acesso.

M22. Sempre que aplicável, estudar e definir cuidadosamente, com o acordo da Autarquia

e outras entidades oficiais competentes, o esquema de alterações na circulação

rodoviária e rápido restabelecimento de caminhos interrompidos, de forma a garantir a

menor perturbação possível em termos de mobilidade.

M23. A mitigação dos impactes sobre a fauna pode ser obtida através da limitação, no

tempo (no mais curto espaço de tempo) e no espaço (limitando na medida do possível as

áreas a intervencionar) da fase de construção.

M24. Para que seja possível a minimização das perturbações causadas pela emissão de

poeiras e material particulado deverão ser cumpridas, as seguintes recomendações:

a. - Limpeza regular dos acessos e da área afecta à obra.;

b. - Aspersão regular e controlada de água, nomeadamente em dias secos, da

área afecta à obra .

c. - Cuidados especiais nas operações de carga, descarga e deposição de

materiais de construção e de materiais residuais da obra, especialmente se

forem pulverulentos ou do tipo particulado,

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d. - A área consignada aos estaleiros, deverá ser, sempre que possível,

delimitada por vedações com dimensão (altura e perímetro) suficiente para

minimizar a dispersão de poluentes na atmosfera;

e. - Implantação de um sistema de lavagem, à saída da área afecta ao estaleiro

e antes da entrada na via pública, dos rodados dos veículos e da maquinaria

de apoio à obra, de modo a não degradar as vias de acesso à obra e a

segurança rodoviária;

f. - Transporte cuidado de terras e outros materiais de construção,

especialmente se forem pulverulentos, em camiões com cobertura, de modo

a reduzir as emissões de partículas;

g. - Sempre que possível, deverá ser utilizado betão pronto na realização das

obras de construção, procurando evitar a instalação de centrais de betão,

minimizando assim os impactes relacionados com a emissão de partículas a

partir destes locais.

M25. O conjunto das máquinas e do equipamento motorizado utilizado nas obras deverão

ser alvo das operações de fiscalização exigidas por lei.

M26. Antes do início da execução dos trabalhos deverá ser feita uma programação

cuidada dos trajectos até aos locais das obras.

M27. Adoptar medidas de protecção individual dos trabalhadores expostos à poluição do

ar, de acordo com as normas em vigor e as especificações técnicas estabelecidas.

M28. As actividades ruidosas só podem ter lugar junto a edifícios de habitação entre as 8

horas e as 20 horas de dias úteis, e junto a escolas fora do seu horário de

funcionamento. Caso contrário ao referido e junto a hospitais e similares, deve ser

solicitada às Câmaras Municipais Licença Especial de Ruído. Em qualquer caso os

equipamentos deverão possuir indicação, aposta pelo fabricante ou importador, do

respectivo nível de potência sonora – conforme Artigo 6º do R.E.S.E.U.E. (DL n.º

76/2002, de 26 de Março) – o qual deverá cumprir os valores limite constantes no anexo

V do mesmo diploma.

M29. Para os equipamentos que, por alguma razão, não possuam indicação do respectivo

nível de potência sonora, deverão ser tomadas diligências no sentido da sua obtenção,

por parte do empreiteiro, nomeadamente através da sua solicitação ao fabricante ou

importador, ou através da realização de medições no local, por entidade devidamente

credenciada, para sua caracterização.

M30. Vedar a área afecta a obra, para não permitir a intrusão visual.

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M31. Antes de qualquer intervenção solicitar junto das entidades competentes as devidas

autorizações, nomeadamente, no que se refere à afectação prevista ao nível da conduta

de água.

M32. Acompanhamento arqueológico integral das obras de implementação do projecto, por

uma equipa de arqueologia em todas as fases que impliquem revolvimento dos solos.

Este acompanhamento deverá ser especialmente atento aquando dos trabalhos de

limpeza do terreno na área onde foram identificados os fragmentos cerâmicos. Após a

desmatação dever-se-á realizar nova prospecção sistemática no local a fim de poder

aferir-se a existência de mais materiais arqueológicos, áreas de dispersão de materiais e

eventuais contextos arqueológicos conservados. Em caso de identificação positiva

deverá o arqueólogo responsável pelo acompanhamento informar de imediato a entidade

competente, nomeadamente o IGESPAR a fim de serem definidas medidas mitigadoras

para o local.

M33. Do mesmo modo, deverá ser realizada prospecção sistemática nas áreas de

empréstimo e depósito de terras ou noutras acções relacionadas com infra-estruturas da

obra, uma vez que nesta fase de estudo as mesmas não são definidas.

M34. Recomenda-se a realização, na fase antecedente ao início das obras, de iniciativas

de informação da população e/ou utentes sobre os objectivos da obra, período de

duração dos trabalhos, acções a realizar, bem como, os cuidados a ter na circulação nas

imediações da obra, colocando painéis informativos e criando um serviço de atendimento

onde a população possa ser esclarecida, informada e fazer eventuais reclamações.

M35. Planeamento e realização dos trabalhos de forma a reduzir ao mínimo indispensável a

sua duração, evitando as horas de maior fluxo de tráfego (início da manhã e final da

tarde).

M36. De forma a melhorar as condições de circulação dos habitantes da área circundante à

obra, recomenda-se a utilização, pelo tráfego afecto à mesma, dos acessos Norte visto

que existem menos estrangulamentos rodoviários, causando menos transtorno à

população.

M37. Adoptar medidas que visem minimizar as perturbações do foro fundiário, confinando as

actividades de construção à área afecta à obra e proibindo a utilização de outros

terrenos. Em caso de intervenção, essas áreas deverão ser objecto de recuperação ou

compensação.

São, de seguida, propostas uma série de medidas, que se consideram fundamentais para

uma adequada gestão da futura área, e que poderão ter notáveis repercussões positivas, no

Consultadoria Ambiental, Lda

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Resumo Não Técnico da Loja IKEA de Loures Fevereiro 2008

sentido de evitar ou reduzir, muitos dos impactes mais adversos relacionados com a obra em

questão.

M1. A rega dos espaços verdes deverá processar-se nos períodos menos quentes do dia,

de modo a evitar a perda de água por evaporação;

M2. A rede de rega e os equipamentos deverão ser mantidos em bom estado de

funcionamento, de modo a minimizar perdas de água no sistema;

M3. Deverá ser equacionada a instalação de sensores de humidade e um sistema de

monitorização, de forma a calcular as necessidades óptimas de água das diversas áreas

ajardinadas, evitando dotações em excesso, factor que leva também à redução da

necessidade de aplicação de fungicidas.

M4. Dever-se-á ter especial atenção ao uso de pesticidas e fertilizantes, de modo a evitar

a contaminação das águas superficiais e subterrâneas, nomeadamente com substâncias

perigosas (classificadas na lista I e II da Directiva 76/464/CEE) e nutrientes.

M5. Na fase de exploração na eventualidade da construção de espaços ajardinados

recomenda-se a utilização de espécies não invasoras.

M6. Dever-se-á manter em boas condições o revestimento vegetal que vier a ser

executado como forma de protecção contra a erosão.

Dado a fase em que se encontra este projecto estudo base, e face à análise dos impactes

expectáveis não são propostos nenhum plano de monitorização. Esta situação deverá ser

confirmada aquando da execução do projecto de execução.

Lisboa, Fevereiro 2008