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Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

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Estudo de Meteorologia

Professor Dr. Edson Cabral

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CONTEÚDO

1) Introdução à Meteorologia Aeronáutica.2) Organização do Sistema MeteorológicoRedes de Estações MeteorológicasRedes de Centros Meteorológicos3) Códigos Meteorológicos 4) Cartas Meteorológicas5) Fenômenos Meteorológicos5.1) Trovoadas5.2) Turbulência5.3) Wind Shear/Microburst5.4) Formação de gelo5.5) Volcanic Ash

15/05/2008 Rev.01

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CONTEÚDO

6) Ciclones tropicais e furacões

7) Ciclones de médias latitudes

8) Neve

9) Nevoeiros

10) Climatologia de Aeroportos Internacionais

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1) Introdução à Meteorologia Aeronáutica

Meteorologia – ciência que estuda os fenômenos da atmosfera.

Meteorologia se divide em:

Pura: voltado para a área da pesquisa – meteorologia sinóptica, dinâmica, tropical, polar etc.

Aplicada: voltado para uma atividade humana – meteorologia marítima, aeronáutica, agrícola, bioclimatologia etc.

Meteorologia Aeronáutica – ramo da meteorologia aplicado à aviação e que visa, basicamente, a segurança, a economia e a eficiência dos vôos.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Em termos globais, existem dois Centros Mundiais de Previsão de Área ou WAFC (World Area Forecast Center), Washington e Londres, responsáveis pela elaboração de Cartas Meteorológicas de Tempo Significativo (SIGWX) e de Cartas de Vento em vários níveis de altura (WIND ALOFT PROG) de várias partes do planeta.

Além dos dois Centros Mundiais de Previsão, existem no mundo, dezesseis Centros Regionais de Previsão de Área (CRPA) ou RAFC (Regional Area Forecast Center) e destes, na América do Sul, se localizam os Centros de Buenos Aires e de Brasília. Os demais Centros Regionais se localizam em Bangkok, Cairo, Dakar, Darwin, Frankfurt, Honolulu, Las Palmas, Miami, Moscou, Nairobi, Paris, Roma, Tókio e Wellington.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

No Brasil, o Centro Regional de Previsão de Área denomina-se Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica (CNMA) e é o órgão que coleta todas as informações meteorológicas básicas fornecidas pela rede de estações meteorológicas e posteriormente faz a análise e o prognóstico do tempo significativo para sua área de responsabilidade – entre os paralelos 12oN/40O S e meridianos 010O W/080O W. As Cartas de tempo significativo (SIGWX) são repassadas aos demais centros da rede, além das previsões recebidas dos Centros Mundiais de Previsão (WAFC) e outras informações meteorológicas de interesse aeronáutico.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Redes de Estações Meteorológicas

A Rede de Estações Meteorológicas é composta, por sua vez, de Estações Meteorológicas de Superfície (EMS), Estações Meteorológicas de Altitude (EMA), Estações de Radar Meteorológico (ERM) e Estações de Recepção de Imagens de Satélite (ERIS).

A Rede de Estações Meteorológicas coleta, processa, registra e difunde dados meteorológicos de superfície e altitude visando dar suporte à navegação aérea.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Redes de Estações Meteorológicas

As Estações Meteorológicas de Superfície (EMS) objetivam coletar e processar dados meteorológicos de superfície para fins aeronáuticos e sinóticos e são localizadas em aeródromos. São responsáveis pela confecção dos Boletins METAR e SPECI, com as condições de tempo presente dos aeroportos.

As Estações Meteorológicas de Altitude (EMA) coletam, por intermédio de Radiossondagem, dados de pressão, temperatura, umidade, direção e velocidade do vento, em vários níveis da atmosfera.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Redes de Estações Meteorológicas

As Estações de Radar Meteorológico (ERM) tem como escopo realizar a vigilância contínua na área de cobertura dos radares e divulgar as informações obtidas de forma rápida e confiável aos Centros Meteorológicos de Vigilância.

As Estações de Recepção de Imagens de Satélites (ERIS) tem como objetivo obter as imagens de satélites meteorológicos nos canais visível e infravermelho, complementando os dados necessários para os centros meteorológicos para a elaboração de previsões.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Redes de Centros Meteorológicos

Além do CNMA, existem os Centros Meteorológicos de Aeródromo (CMA), localizados em aeródromos e classificados em classes de 1 a 3, de acordo com suas atribuições, assim como os Centros Meteorológicos de Vigilância (CMV) responsáveis por monitorar as condições meteorológicas de sua área de vigilância, apoiando os órgãos de Tráfego Aéreo e as aeronaves que voam em suas respectivas Regiões de Informação de Vôo (FIR)) e expedindo as mensagens AIRMET e SIGMET.

Os Centros Meteorológicos de Aeródromo Classe I são responsáveis pela elaboração de mensagens do tipo TAF (Terminal Aerodrome Forecast), GAMET, WS WARNING e Avisos de Aeródromo.

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2) ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA METEOROLÓGICO

Redes de Centros Meteorológicos

Completando a Rede de Centros, existem também os Centros Meteorológicos Militares (CMM), que atuam exclusivamente para atender a aviação militar.

A responsabilidade das atividades da meteorologia aeronáutica no Brasil está a cargo do Departamento de Controle do Espaço Aéreo – DECEA (do Comando da Aeronáutica) e da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO), que é responsável, nesse sentido, por uma grande parte desses serviços em todo o território nacional.

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

METAR

METAR PADRÃO FAA

SPECI

TAF

TAF PADRÃO FAA

GAMET

SIGMET

AIRMET

AVISO DE AERÓDROMO

AVISO DE GRADIENTE DO VENTO

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

METAR/SPECI

METAR – Identificação do Código - Boletim meteorológico regular para fins aeronáuticos.

SPECI – Boletim meteorológico especial selecionado – informado nos horários em que não for previsto o Boletim METAR e quando houver alteração significativa nas informações contidas na última mensagem.

EX: METAR SBGR 272200Z 18015G25KT 0800 R09R/1000N R27L/1200D +RA BKN012 OVC070 19/19 Q1012 RETS WS LDG R27=

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

METAR PADRÃO FAA

Exemplos:

KMIA 090153Z 27007KT 10SM FEW023 SCT065 SCT250 23/21 A3011 RMK AO2 SLP194 T02330206

KJFK 090151Z 27022G29KT 10SM FEW050 06/M08 A2980 RMK AO2 PK WND 26032/0137 SLP090 T00561083

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

TAF

Terminal Aerodrome Forecast – Previsão Terminal de Aeródromo, confeccionada a cada 6 horas por um CMA-1. As previsões para os aeródromos internacionais têm validade de 24 horas ou mais e os domésticos 12 horas.

Ex.: SBGR 032100Z 0400/0500 12005KT 9999 BKN015 TN17/0409Z TX27/0417ZTEMPO 0402/0408 SCT018 PROB30 0408/0410 BKN010 BECMG 0411/0413 07005KT SCT030 BECMG 0420/0422 13010KT BKN015 RMK PGG=

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

TAF PADRÃO FAA

EXEMPLO

TAF KMIA 082340Z 0901/0924 19005KT P6SM SCT030 BKN040 TEMPO 0901/0903 BKN025 FM090400 25005KT P6SM VCSH SCT025 SCT040 BKN080 FM090800 32007KT P6SM VCSH SCT020 BKN040 FM091400 35010KT P6SM SCT025 SCT040 BKN250=

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

GAMET

•Previsão de fenômenos significativos que deverão ocorrer entre o solo e o FL 100 ou FL150 (em regiões montanhosas), dentro de uma FIR ou subárea, confeccionada por um CMA-1 e com validade de 6 horas, principiando às 00, 06, 12 e 18Z.

 SBRE GAMET VALID 200600/201200 RECIFE FIRSFC WSPD 08/10 25KTSFC VIS 06/08 N OF 18DEG S 2000MCLD 06/08 OVC 800FT N OF 12 DEG STURB MOD FL090SIGMET APLICABLE: 2 e 4

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

AVISO DE AERÓDROMO

Mensagem confeccionada por uma CMA-1 que informa sobre fenômenos meteorológicos que podem afetar aeronaves no solo e/ou instalações e serviços nos aeródromos.Exemplo:

20/01/2009 SBGR 201530 - 201930 AVISO DE AERODROMO 1 VALIDO 201530/201930 PARA SBGR/SBSP/SBMT/SBJD/SBKP PREVISTO TEMPESTADE COM VENTO DE RAJADA 17010/25KT=

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

AVISO DE GRADIENTE DO VENTO

Mensagem elaborada por um CMA-1 sobre variações significativas de vento (direção e/ou velocidade) que possam afetar as aeronaves em trajetória de aproximação, entre o nível da pista e uma altura de 500 metros, assim como aeronaves na pista durante o pouso e a decolagem.Exemplos: WS WRNG NR1 VALID121840/122040 UTC FOR SBFL WS WRNG IN APCH RWY 14= 

WS WRNG NR 3 FOR SBFI A320 REPORTED WS IN APCH RWY 14= 

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

SIGMET

Mensagem em linguagem abreviada, expedida por um Centro Meteorológico de Vigilância (CMV), sobre fenômenos observados ou previstos em rota que possam afetar as aeronaves em vôo acima do FL100. Exemplo:

SBBS SIGMET 3 VALID 011725/012125 SBBS - BRASILIA FIR EMBD TS FCST WI NILON - TOSAR - UBKAB - UGINA - CANON - RONIL - NABOL - EGOLA - NILON TOP FL380 STNR NC= 

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3) CÓDIGOS METEOROLÓGICOS

AIRMET

Mensagem semelhante ao SIGMET, expedida por um CMV e voltada para aeronaves em níveis baixos (até o FL100).

EX.: SBRE AIRMET1 VALID 201400/201800 SBRF RECIFE FIR MOD TURB OBS AT1350 FL090 NC=

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4) CARTAS METEOROLÓGICAS

CARTAS SIGWX

Cartas confeccionadas pelo CNMA (Centro Nacional de Meteorologia Aeronáutica) de Brasília, com antecedência de 24 horas, com as condições de tempo e áreas de nebulosidade previstas desde a superfície até o nível 250. Podem também ser obtidas cartas de tempo significativo elaboradas pelo Centro Mundial de Previsão de Washington do nível 250 até o 630. A validade das cartas é de 6 horas, sendo que na legenda aparece o horário médio da carta.

Ex.: Carta das 1800UTC tem validade entre 15 e 21 UTC.

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4) CARTAS METEOROLÓGICAS - SIGWX

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4) CARTAS METEOROLÓGICAS

WIND ALOFT PROG

Cartas de previsão de vento e temperatura em altitude, elaboradas pelo CNMA a cada 12 horas, nos horários das 00h00 e 12h00, com antecedência de 24 horas, para os FL 050, FL100, FL180, FL240, FL300, FL340, FL390, FL450 e FL630. Cada carta tem validade de 12 horas, valendo 6 horas antes e 6 horas depois do horário constante na carta.

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4) CARTAS METEOROLÓGICAS

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

As trovoadas são o resultado da energia acumulada nas nuvens Cumulonimbus (CB), que se trata do gênero de nuvens mais perigoso às operações aéreas, tendo em vista seu alto grau de instabilidade e os fenômenos associados – turbulência, pancadas de chuva, fortes rajadas de vento, gelo, granizo, raios e trovões. Ocorre de forma mais efetiva nas regiões tropicais e principalmente na época do verão.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

As trovoadas apresentam três estágios: desenvolvimento (cumulus), maturidade e dissipação.

1 Desenvolvimento: Ocorre o predomínio de correntes convectivas ascendentes, com o resfriamento, a condensação e a formação de nuvens Cumulus; geralmente não ocorre precipitação neste estágio e a visibilidade é boa;

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

1)   Maturidade: Ocorre com a formação do CB (extensão vertical até 18 km), com a incidência dos relâmpagos e trovões, se principia a precipitação em forma de pancadas de chuva ou granizo, as correntes descendentes geram os ventos de rajada em superfície, ocorre forte turbulência e é máxima a condição de instabilidade atmosférica. As aeronaves apresentam sério risco de acidentes neste estágio, com os instrumentos se tornando não confiáveis devido à forte turbulência (ascendentes e descendentes muito intensas) e a energia envolvida. Também ocorre a rápida formação de gelo claro, em grande quantidade, tornando inócuos os sistemas anticongelantes da aeronave.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

1)   Dissipação – neste estágio cessam as correntes ascendentes e predominam as correntes descendentes, com a diminuição da turbulência, precipitação e dos ventos associados. A dissipação do CB forma camadas de Sc, Ns e As, gerando o resfriamento da superfície e torna a atmosfera mais estável.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

Quanto à sua gênese, as trovoadas podem ser de vários tipos: orográficas, advectivas, convectivas, frontais (dinâmicas).

Trovoadas orográficas – formam-se à barlavento das montanhas, formando fortes precipitações e rajadas de vento.

Trovoadas advectivas – ocorre mais freqüentemente no inverno sobre os oceanos, com o transporte de ar frio sobre a superfície de água mais quente, com a absorção de calor e a formação de instabilidade.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

Quanto à sua gênese, as trovoadas podem ser de vários tipos: orográficas, advectivas, convectivas, frontais (dinâmicas).

Trovoadas convectivas (térmicas) – ligadas ao forte aquecimento da superfície e à formação de correntes convectivas; ocorrem principalmente no verão sobre os continentes. Trovoadas frontais (dinâmicas) – ocorre na região de transição entre duas massas de ar de características diferentes (frentes); devido ao maior ângulo de inclinação das frentes frias, as trovoadas neste caso são mais intensas e frequentes do que nas frentes quentes.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

Uma trovoada pode ocorrer de forma unicelular, multicelular ou supercelular. Uma célula única dura menos de uma hora, enquanto que uma supercélula de trovoada severa pode durar duas horas.

Uma tempestade multicelular é um compacto aglomerado de trovoadas. É composta geralmente de células de trovoadas de massa de ar em diferentes estágios de desenvolvimento; a interação dessas células fazem com que a duração do aglomerado dure bem mais do que a célula individual.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

Enquanto a trovoada multicelular só ocasionalmente produz tempo severo, a trovoada de supercélula quase sempre produz uma ou mais condições convectivas extremas: fortes rajadas de vento horizontais, granizo de grandes dimensões e/ou tornados.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.1) TROVOADAS

Foto de um Cumulonimbus na fase de maturidadeFonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7t.html

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.2) TURBULÊNCIA

As turbulências são definidas como irregularidades na circulação atmosférica que afetam aeronaves em vôo, provocando solavancos bruscos em suas estruturas. É uma das principais causas de acidentes aéreos e pode ocorrer a partir de várias causas:

Turbulência termal ou convectiva – Associada às correntes térmicas sobre os continentes (principalmente durante as tardes de verão) ou oceanos (durante as noites). As nuvens cumuliformes são indicadores da existência desse tipo de turbulência.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.2) TURBULÊNCIA

Turbulência orográfica – surge do atrito do ar ao soprar contra elevações montanhosas; um indício de sua presença são as nuvens lenticulares (forma de amêndoas) nas cristas das elevações e nuvens rotoras à sotavento.

Turbulência mecânica ou de solo – provocada pelo atrito do ar ao soprar contra edificações e outros obstáculos artificiais.

Turbulência frontal – turbulência surgida com a presença de sistema frontal.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.2) TURBULÊNCIATurbulência em ar claro (Clear Air Turbulence - CAT) – turbulência que surge sem nenhuma indicação visual, sob céu claro; geralmente está associada à Corrente de Jato (Jet Stream), com velocidades acima de 50 kt e de até 300 kt em altitudes acima de 20.000 ft; as cartas SIGWX dos FL250 /630 mostram as áreas previstas de CAT e JET STREAM.

Esteira de turbulência (WAKE) – surge nas trajetórias de pouso e decolagem, principalmente de aeronaves de grande porte, quando são formados vórtices a partir de hélices, turbinas ou pontas de asas; as aeronaves que se encontrarem atrás daquelas que geraram a esteira devem ter uma distância adequada para não sofrerem acidentes sérios.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.2) TURBULÊNCIA

Esteira de turbulência de uma pequena aeronaveFonte: Cabral e Romão, 1999.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR

• É um fenômeno meteorológico definido como a variação local do vetor vento, ou das suas componentes, numa dada direção e distância.

• Outras denominações: tesoura de vento, cortante de vento, gradiente de vento ou cisalhamento de vento.

• Entre 1964 e 1985 ocorreram 26 acidentes, causados direta ou indiretamente por Wind Shear, tendo como resultante a morte de mais de 500 pessoas e 200 feridos.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR• O fenômeno pode ocorrer em qualquer porção da atmosfera, porém é mais perigoso para a aviação em sua camada inferior (aproximação, pouso e subida inicial), até cerca de 2.000 pés (600 metros) de altura, pois nessa faixa, o WIND SHEAR causa às aeronaves um considerável ganho ou perda de sustentação, restando pouco tempo entre a identificação do fenômeno e sua recuperação, da ordem de poucos segundos. Conseqüências nas aeronaves : turbulência, aumento ou diminuição da velocidade indicada, bruscas e perigosas variações no indicador de velocidade vertical (VSI), altímetro e indicador de ângulo de ataque.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR

• Causas das tesouras de vento: trovoadas ou presença de Cumulonimbus (Cb), sistemas frontais, pancadas de chuva, correntes de jato de baixos níveis, ventos fortes em superfície, brisas marítima e terrestre, ondas de montanha, linhas de instabilidade, fortes inversões de temperatura etc.

No território brasileiro, os sites internacionais de acidentes apontam duas ocorrências graves causadas pelo fenômeno: em Capão Grosso, em 16/06/58, envolvendo uma aeronave Convair da empresa Cruzeiro do Sul, com 21 mortes e, o segundo, com um Boeing 737 da Vasp, em Brasília, em 25/05/82, com 2 mortes.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR

Fotos do acidente com o Boeing da Vasp, em Brasília, que se partiu em dois. (fonte: Folha Imagem)

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR/MICROBURST

Esquema de um microburst, a partir da base de uma nuvem de grande desenvolvimento vertical (Cumulonimbus)

(fonte: LESTER, P.F., 1997, p. 11-5)

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR/MICROBURST

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR/MICROBURST

Tristar da Delta Airlines, em 02/08/85, no Aeroporto de Dallas Fort Worth, Texas, Estados Unidos, com 133 vítimas. A aeronave foi atingida por um MICROBURST.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR - GUST FRONT

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR - BRISAS MARÍTIMA E TERRESTRE

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR - ONDAS DE MONTANHA

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR – ESTATÍSTICAS - BRASIL

•Entre os aeródromos brasileiros, o que apresenta o maior número de reportes de WS é o de Guarulhos, em alturas variando entre 150 e 750 pés (CABRAL e FARIAS, 1994).

•De 1999 a 2008 ocorreram 1228 reportes de cortante de vento em SBGR, 648 em SBFL e 425 em SBPA.

•Indicativos de gradiente de vento em SBGR: ventos de razoável intensidade (a partir de 20 kt) e perpendiculares à elevação montanhosa existente ao norte do aeródromo; presença de cumulonimbus e a existência de virga.

Para SBFL, a condição mais favorável à ocorrência de WS é o vento de sul a oeste com intensidade acima de 20 kt na região de Lajes-SC até o litoral catarinense.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.3) WIND SHEAR – Como agir?

1) Observar sempre a aceleração do avião. Uma aceleração aparentemente mais lenta do que a normal poderá significar que o vento está mudando para a componente de cauda;

2) Nunca penetre deliberadamente numa wind shear intensa, reportada pela Torre de Controle ou por outra aeronave, se estiver abaixo de 500 pés;

3) Não se deve decolar na existência de trovoadas, moderadas ou pesadas, nas proximidades do aeroporto;

4) Mesmo arremetendo, esteja preparado para reencontrar Wind Shear mais adiante. (Fonte: Manual da Varig)

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.4) FORMAÇÃO DE GELO

A formação de gelo em aeronaves é fator de risco e causa de inúmeros acidentes aeronáuticos. O gelo afeta a aeronave interna e externamente.

Dentro da aeronave o gelo se forma no tubo de pitot, nos carburadores e nas tomadas de ar, diminuindo a circulação do ar para instrumentos e motores; fora da aeronave, há o acúmulo de gelo nas superfícies expostas gerando aumento do peso e resistência ao avanço. Nas partes móveis das aeronaves (rotor e hélices), afeta seu controle e produz fortes vibrações.  

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.4) FORMAÇÃO DE GELO

Efeitos do gelo sobre as aeronaves

Diminui a sustentação;Aumenta a resistência ao avanço;Perda da eficiência aerodinâmica;Perda de potência dos motores;Restrição visual;Indicações falsas dos instrumentos etc.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.4) FORMAÇÃO DE GELO

Para a formação de gelo, são necessárias as seguintes condições:

1)   Presença de gotículas super-resfriadas;

2)   Temperatura do ar menor ou igual a 0ºC;

3)   Superfície da aeronave menor ou igual a 0ºC.

4)   Camada da atmosfera úmida (T – Td <= 6,0ºC)

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.4) FORMAÇÃO DE GELOTabela de Tipos de gelo

Tipo de gelo Condição da atmosfera Faixa de temperatura

Gelo claro (brilhante, denso e translúcido), cristal, liso ou vidrado (mais perigoso devido à maior aderência e dificuldade de remoção de grandes gotículas superesfriadas)

- atmosfera instável ou condicional instável

Entre 0ºC e –10ºC

Gelo escarcha, amorfo ou opaco (granulado, suave e semelhante ao formado no congelador)

- atmosfera instável ou condicional instável

Entre –10ºC e –20ºC

- atmosfera estável ou condicional estável

Entre 0ºC e –10ºC

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.4) FORMAÇÃO DE GELO

Deve-se esperar gelo sempre que a aeronave atravessar nebulosidade ou chuva em camadas próximas ou acima do nível de congelamento, normalmente entre 6.000 e 20.000 pés. Em CB em formação, pode ser encontrado gelo severo em alturas ainda mais elevadas. As regiões frontais, cavados, baixas pressões e sobre elevações montanhosas também são áreas muito problemáticas em relação à formação de gelo.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

5.5) CINZAS VULCÂNICAS

Nas últimas décadas várias aeronaves sofreram danos significativos devido à cinzas vulcânicas (ex: incidentes da British Airways (1980) e da KLM (1989).

O estudo desse fenômeno tem se tornado essencial para os vôos de aeronaves que cruzam em grandes altitudes o planeta.

O primeiro caso de cinza que afetou a aviação foi em 1944, durante a segunda guerra mundial, na erupção do Vesúvio, que danificou 88 bombardeiros B-25 norte-americanos, colocando-os completamente fora de combate.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

CINZAS VULCÂNICAS

O contato das partículas de cinza nos vidros dos faróis, parabrisas e bordos de ataque provoca intenso lixamento dessas partes.

Nos motores à reação, o impacto e a ingestão de partículas de cinzas provocam danos às pás do fan e do motor.

A EGT dos motores à reação é superior a 650ºC, suficiente para fundir as partículas de cinzas, danificando as pás da turbina e causando mau funcionamento do motor, que poderá sofrer um flame out.

Deve-se ressaltar a mistura de gases com a água. Os poderosos ácidos estarão formados na atmosfera, junto à nuvem de VA. Tais ácidos irão corroer várias partes do avião.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

CINZAS VULCÂNICAS – efeitos nas aeronaves

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

CINZAS VULCÂNICAS – cuidados operacionais

•Antes de efetuar um voo para área com probabilidade de poeira vulcânica, verificar as informações NOTAM, ASHTAM, as cartas SIGWX, SIGMET e avisos dos VAAC.

•Em vôo evitar áreas de atividade vulcânica conhecida, principalmente em condições IMC.

•Ao encontrar formações com cinzas vulcânica, deve-se efetuar curva de 180º.

•Esteja preparado para uma perda de todos os motores. Relembre o treinamento em simulador. Considere a perda dos diversos sistemas.

•Pouse no aeródromo adequado mais próximo possível.

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

Cinzas vulcânicas – VAAC

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5) FENÔMENOS METEOROLÓGICOS

Cinzas vulcânicas – Vulcão Chaiten - Chile

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50nm

VOLCANIC ASH ADVISORY CHAITENISSUED: 2008 07 03/2200Z

FCST ASH CLD + 18HR: 04 1300Z

Page 64: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

VOLCANIC ASH ADVISORY

ISSUED: 2008 08 13 / 2305Z

VAAC: BUENOS AIRES

VOLCANO: CHAITEN 1508-41

LOCATION: S4250 W07239

AREA: CHILE-S

SUMMIT ELEVATION: 962M

ADVISORY NUMBER: 2008/0283

INFORMATION SOURCE: SATELLITE IMAGERY NOAA 17 AT 1338UTC WEBCAM DGAC

AVIATION COLOR CODE: RED

ERUPTION DETAILS: CONTINUOUS EMISSION

OBS ASH DATE/TIME: 13/1338Z

OBS ASH CLOUD: VA CLD OBS AT 13:38Z TOP FL140 MOV E

FCST ASH CLD + 06HR: 140200Z SFC/FL200 S4200 W07300 - S4200 W06900 -

S4300 W06900 - S4400 W07300 - S4200 W0730 FL200/350 NO ASH EXP FL350/550 NO ASH EXP

FCST ASH CLD + 12HR: 140800Z SFC/FL200 S4200 W07300 - S4200 W06600 - S4300 W06900 - S4430 W07000 - S4400 W07300 - S4200 W07300 FL200/350 NO ASH EXP FL350/550 NO ASH EXP

FCST ASH CLD + 18HR: 141400Z SFC/FL200 S4200 W07300 - S4230 W06800 - S4300 W06400 - S4500 W06600 - S4400 W07200 - S4200 W07300

FL200/350 NO ASH EXP FL350/550 NO ASH EXP

NEXT ADVISORY: 14/0505Z

REMARKS:VA CLD IDENTIFIABLE FROM SATELLITE IMAGERY NOAA 17

VA CLD IDENTIFIABLE FROM WEBCAM DGAC

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•No período de junho a novembro no hemisfério norte, se verifica a formação de ciclones tropicais e furacões, desenvolvidos a partir do forte aquecimento das águas da região intertropical no verão e outono, atingindo as áreas do pacífico tropical, região do Caribe, Golfo do México, Flórida e costa leste dos Estados Unidos.

•As condições básicas para a formação de furacões são: temperatura da superfície do oceano igual ou maior que 26,6ºC, muito calor, ar úmido e pequeno gradiente de vento vertical (direção e velocidade dos ventos relativamente constantes abaixo de 15 km na atmosfera).

6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

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•Tais sistemas de baixa pressão recebem as denominações de depressão tropical (tropical depression), tempestade tropical (tropical storm) e furacões (hurricane) de categorias 1 (a partir de 64 nós), 2 (a partir de 83 nós), 3 (a partir de 96 nós), 4 (a partir de 114 nós) a 5 ( a partir de 135 nós ou 249 km/h), de acordo com a intensidade dos ventos, obedecendo a Escala Saffir-Simpson.

6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

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6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

Page 68: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

FURACÃO DEAN - 2007

Page 69: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

FURACÃO DEAN - 2007

Page 70: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

6. CICLONES TROPICAIS E FURACÕES

FURACÃO BERTHA - 2008

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7. CICLONES DE MÉDIAS LATITUDES

• Os ciclones de média latitude ou ciclones frontais são sistemas meteorológicos de forte magnitude e que podem atingir um valor de pressão em seu centro de 970 hPa. Tais sistemas duram de 3 a 10 dias e se movimentam preferencialmente de oeste para leste, se constituindo no principal evento meteorológico das latitudes médias, estando associados à frente polar.

• Os ciclones de média latitude são resultado da interação dinâmica das massas de ar polar e tropical na frente polar. Os ciclones de média latitude podem produzir uma grande variedade de tipos de precipitação: chuva, chuva congelante, granizo e neve. Formas congeladas de precipitação, com exceção do granizo, são comuns com tempestades nos meses de inverno.

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7. CICLONES DE MÉDIAS LATITUDES

• Os ciclones de media latitude causam menos danos que os ciclones tropicais ou furacões, pois estes envolvem muito mais quantidade de energia atmosférica. Os ciclones de médias latitudes podem ter ventos tão fortes quanto o de um furacão de fraca intensidade, porém isso é algo raro. Ciclones frontais tendem a ser mais destrutivos durante os meses de inverno. As tempestades de inverno podem produzir fortes tempestades de neve ou chuva congelante que podem paralisar os meios de transporte.

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CICLONES DE MÉDIAS LATITUDES E TROPICAIS

Trajetórias típicas de ciclones de médias latitudes são representadas com setas pretas. A imagem também mostra as trajetórias dos ciclones tropicais e furacões com setas verdes.Fonte: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/7s.html

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8. NEVE

A neve é um hidrometeoro precipitado e que ocorre sob a forma de flocos de gelo com temperaturas próximas a 0ºC.

No Brasil existe pouca ocorrência de neve, porém no inverno no hemisfério norte, particularmente em médias e altas latitudes é bastante comum, associada aos ciclones de média latitude e frentes.

A neve é uma precipitação no estado sólido que cai de nuvens cumulus, cumulonimbus, altostratus, stratocumulus ou mais freqüentemente nimbostratus.

A neve é uma precipitação composta por cristais de gelo que pode restringir muito a visibilidade em aeroportos. As condições básicas para a formação de precipitação nival são as baixas temperaturas e umidade elevada para a formação de nuvens.

Page 75: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

NEVE

Esquema de precipitação de neve abaixo da camada de nuvem.Fonte: Jeppesen, 2004.

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NEVE

Exemplo de Boletim METAR com pista contaminada por neve:

EDDH 011950Z 08014KT 9999 BKN022 M01/M04 Q1017 05/410195 15/410195 NOSIG

O código 05/410195, indica que a pista 05 do aeroporto de Hamburgo apresenta neve (4) em menos de 10% da sua área (1), a espessura da neve é de 1 mm (01) e a capacidade (condições) de frenagem é boa (95).O código 15/410195, indica que a pista 15 do aeroporto de Hamburgo apresenta neve (4) em menos de 10% da sua área (1), a espessura da neve é de 1 mm (01) e a capacidade (condições) de frenagem é boa (95).

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9. NEVOEIROS

Fenômeno meteorológico ligado, via de regra, à estabilidade atmosférica e obstrui a visibilidade horizontal a menos de 1.000 m, sendo composto pela condensação de pequenas gotículas de água suspensas próximas à superfície.

Em aeroportos, o nevoeiro restringe as operações de pouso e decolagem e afetam a segurança de aeronaves e passageiros, provocando acidentes:

Boeing 737 da VASP (PP-SME) em Guarulhos, em 28/01/1986, 1 morto.

Boeings 747 da PAN AM e KLM em Tenerife, Ilhas Canárias, em 27/03/1977 - 583 mortos.

MD 87 da SAS em Milão, Itália, em 08/10/2001, 110 mortos.

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9. NEVOEIROS

GRÁFICO 1 - HORAS ANUAIS DE NEVOEIRO DAS ESTAÇÕES DE CUMBICA (1969-1984) E GUARULHOS

(1985-2000)

050

100150200250300350400450500550600

69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99

ANOS

HORAS

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9. NEVOEIROS

FIGURA 2 - COMPARATIVO DE HORAS DE NEVOEIRO - GUARULHOS X CONGONHAS (1972-2000)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

550

600

72 74 76 78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 2000

ANOS

HORAS

GUARULHOS

CONGONHAS

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9. NEVOEIROS

J F M A M J J A S ON D

J

F

M

A

M

J

J

A

S

O

N D00

04

09

14

19

24

28

33

38

43

HORA

MÊS

GRÁFICO 3 - FREQÜÊNCIAS MÉDIAS MENSAIS DE HORAS DE NEVOEIRO DOS AEROPORTOS DE GUARULHOS E CONGONHAS (1980 -1997)

São Paulo

Guarulhos

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9. NEVOEIROS

GRÁFICO 4 - COMPARATIVO DE MÉDIAS DE TEMPERATURAS MÍNIMAS DE GUARULHOS E

CONGONHAS (1961-2000)

y = 0,0887x + 12,686R2 = 0,7372

y = 0,0449x + 15,116R2 = 0,603

10

11

12

13

14

15

16

17

18

61 63 65 67 69 71 73 75 77 79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99

ANOS

ºC

GUARULHOS

SÃO PAULO

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9. NEVOEIROS

GRÁFICO 5 - HORAS ANUAIS DE RESTRIÇÃO METEOROLÓGICA DO AEROPORTO DE GUARULHOS (ABAIXO DOS MÍNIMOS ILS CAT II*) - 1985/1996

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96

ANOS

HORAS

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9. NEVOEIROS

•Os nevoeiros em Guarulhos têm sua origem ligada a fatores locais, de localização de seu sítio e conjugado aos sistemas meteorológicos atuantes.

•A urbanização têm contribuído nas alterações climáticas observadas nos Aeroportos de Guarulhos e Congonhas nas últimas décadas, atuando na diminuição do fenômeno e contribuindo na segurança dos vôos.

Page 84: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

10.CLIMATOLOGIA DE AEROPORTOS INTERNACIONAIS

PARIS – ORLY (LFPO) – atividade da frente polar durante todo o ano. Tormenta principalmente no verão. Nevoeiros de radiação no outono e inverno. Com nevoeiro congelante a visibilidade não melhora durante o passar do dia. Obs: A TAM opera o Aeroporto Charles de Gaulle (LFPG). LONDRES (EGLL) – atividade da frente polar durante todo o ano. Nevoeiro muito freqüente de outubro a março com máximos em novembro. MILÃO (LIMC) – Nevoeiro muito freqüente no inverno. Às 09 horas local em dezembro ocorre nevoeiro todos os dias. Muitas tormentas no verão. Turbulência na decolagem e aproximação com ventos fortes de N e NW. 

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CLIMATOLOGIA DE AEROPORTOS INTERNACIONAIS

FRANKFURT (EDDF) – Atividade frontal durante todo o ano. Precipitações máximas no verão, também com tormentas. Nevoeiros de radiação no inverno. MADRID (LEMD) – O sistema orográfico central situa-se a cerca de 30 milhas a NW de Madrid e pode produzir turbulência no Aeroporto de Barajas quando o vento é de NW. Os nevoeiros em Barajas se produzem quase exclusivamente no inverno. As frentes frias que penetram de N ou de NW, geralmente deixam o céu limpo após a sua passagem, porém em algumas situações, particularmente no inverno, sopra uma corrente de SE, que dá lugar a uma ondulação da frente com a ocorrência de stratus baixos e visibilidade reduzida, condições que persistem às vezes durante vinte e quatro horas.

 

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CLIMATOLOGIA DE AEROPORTOS INTERNACIONAIS

 NOVA IORQUE (KJFK) – passagem freqüente de frentes durante todo o ano. Nevoeiros frontais que não duram mais que 3 horas. Nevoeiros pré-frontais. Nevoeiros de advecção com ar tropical marítimo. Uma boa alternativa pode ser Washington quando ocorrem nevoeiros frontais. Se o nevoeiro é de advecção a melhor alternativa é Montreal. Não há nevoeiros de radiação. Tormentas no verão. MIAMI (KMIA) – os fenômenos mais importantes são ligados à passagem de ciclones tropicais e furacões no verão e outono.

Fonte de consulta: LEDESMA, Manuel.; BALERIOLA, G.9ª ed. Meteorologia aplicada a la aviación. Madri: Editorial Paraninfo, 1999.

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CONCLUSÃO

A meteorologia aeronáutica tem um papel fundamental na segurança e na economia dos vôos e seu conhecimento e atualização são essenciais para todas as operações aéreas.

01/09/2009 Rev.02

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Sites de Metereologia

Informações meteorológicas para fins aeronáuticos – FAB- http://www.redemet.aer.mil.br

Imagens do satélite GOES – Força Aérea Argentina – imagem mais recente da América do Sul http://www.meteofa.mil.ar/pronos/imagenes/satsa.jpg

Imagens de satélite global –

http://www.ssec.wisc.edu/data/comp/latest_cmoll.gif

http://www.ssec.wisc.edu/data/latest_moll.gif

http://www.ssec.wisc.edu/data/wv/LATEST_WV.gif

http://www.intellicast.com/LocalWeather/World/Satellite/World/

Imagens de satélite da América do Sul e Continente Americano - Previsão de tempo, radiosondagens etc. - http://www.cptec.inpe.br

Imagens de satélite, Previsão do Tempo, além de dados climatológicos:

http://www.inmet.gov.br

Page 89: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

Imagens de Satélite da América do Sul (cada 3 horas), Estado de São Paulo (cada hora) nos canais infravermelho e visível: http://www.cpa.unicamp.br

Imagens de Radar Meteorológico:

http://www.simepar.br – Site do Sistema Meteorológico do Paraná

http://www.ipmet.unesp.br – Site do Inst. de Pesquisas Meteorológicas de Bauru

http://www.labmet.univap.br – Site da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP).

Cartas Sinóticas: Site do Comando da Marinha

http://www.mar.mil.br/dhn/chm/meteo/prev/cartas/cartas.htm

Cartas sinóticas – INPE

http://tempo1.cptec.inpe.br/

Mapas de queimadas – Brasil - http://pirandira.cptec.inpe.br/queimadas/

Fotos de nuvens e fenômenos meteorológicos http://www.wolkenatlas.de e http://www.australiansevereweather.com

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Artigos de Meteorologia Aeronáutica: http://www.ventonw.cjb.net

Fotos e informações sobre instrumentos meteorológicos:

http://www.meteochile.cl

Imagens e previsões de ciclones e furacões – http://www.nhc.noaa.gov e http://www.stormpulse.com

Previsão de Wind Shear

http://www.cptec.inpe.br/cgi-bin/antartica/antartica_wind_shear.cgi

Observação de nevoeiros e stratus em satélite – Centro sul do Brasil

http://satelite.cptec.inpe.br/imagens/nevoeiro/imagem/ultima.gif

Previsão de nevoeiros – Brasil - http://tempo1.cptec.inpe.br/nevoeiro/

Informações de turbulência sobre os Andes – http://crucedemontana.lanchile.cl

Informações meteorológicas do Chile, inclusive Câmeras ao vivo dos aeroportos:http://www.aipchile.cl/

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Observação e análise de dados de altitude da América do Sul – Universidade de Wyoming:

http://www.weather.uwyo.edu/upperair/uamap.html

Meteorologia da Jeppesen para os Estados Unidos, Canadá, México, Austrália e Europa.

http://www.jeppesen.com/wlcs/index.jsp?section=weather&content=weather.jsp#

Sites de consulta de METAR e TAF, inclusive com a decodificação

http://adds.aviationweather.gov/tafs/

Cartas SIGWX de várias áreas do planeta:

http://aviationweather.gov/products/swh/

Decodificação de METAR e TAF padrão FAA

http://www.ncdc.noaa.gov/oa/climate/conversion/swometardecoder.html

Animação de satélites meteorológicos dos últimos 10 dias:

http://www.ssec.wisc.edu/data/comp/ir/irmoll.mpg

Climatologia de aeroportos dos EUA

http://www.srh.noaa.gov/abq/avclimate/stationinfo.php?site=atl

Page 92: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

Decodificação de Boletins METAR europeus:

http://acbrive.asso.free.fr/cariboost_files/code_meteo.pdf - METEOFRANCE

http://virtuelairalsace.org/AirAlsace_myfiles/tutoriaux/METAR/METAR.pdf

http://www.vacc-sag.org/?PAGE=training_pilot - METAR GUIDE – Guia para decodificação de METAR – Alemanha, Suíça e Áustria.

Meteorologia mundial – condições meteorológicas atuais e previsões

http://www.weatheronline.co.uk/

Previsão de CAT –

http://www.star.nesdis.noaa.gov/smcd/opdb/aviation/loops/turb/turbatl_loop.html

Site de acidentes aeronáuticos com causas meteorológicas:

http://aviation-safety.net/database/events/event.php?code=WX

Site de análise e previsão do tempo americano com imagens de satélite do planeta: http://www.aviationweather.gov/

Artigo sobre aviação e aquecimento global

http://www.tamflightsafety.com.br/sfs/jsp/default.jhtml?adPagina=375&adArtigo=16483

Page 93: Estudo de Meteorologia Professor Dr. Edson Cabral

Imagens de satélite animadas do Atlântico

http://storm1.herald.com/auto/miamiherald/global/Region/AT/2xpxIRSatellite.html

Previsão de ventos em altura:

http://weather.uwyo.edu/upperair/sounding.html